“Ecofeminismo: Mulheres e Natureza” é uma série que busca discutir a importância da conexão das mulheres com os seres não-humanos e o meio-ambiente. A série tem como objetivo abordar as questões éticas e morais, além das questões culturais, sociais e econômicas, relacionadas ao feminismo, veganismo…
Nesse último episódio, Daniela Rosendo adentra um tema extremamente urgente: as guerras oficiais e não oficiais em curso a partir dos conflitos Rússia e Ucrânia e dos garimpeiros e os povos Yanomami, na Amazônia.
No 5º episódio da série, Daniela Rosendo nos transporta para a realidade do arquipélago do Bailique, um conjunto de 8 ilhas que representa o maior colégio eleitoral do Amapá. É nessa localidade, também, que a população sofre com o processo de erosão natural, salinização da água do rio Amazonas e falta de energia elétrica. Daniela narra a realidade local, se amparando em estudos que, há décadas, apontam para as alterações na paisagem e afirma um fato interessante: “eu nunca estive em Bailique”.
Neste episódio, Daniela Rosendo fala sobre a situação antagônica dos manguezais amazônicos: são considerados os mais preservados do mundo e, ao mesmo tempo, sofrem com a captura predatória do caranguejo-uçá, retirada de madeira, microplástico e o esgoto provindo das comunidades próximas – o que os tornam, então, um dos ecossistemas mais ameaçados. E como falar sobre tal tema pela perspectiva do ecofeminismo animalista – vertente seguida por Daniela e pelo Instituto Modefica? Dá o play que a Dani explica.
No 3º episódio da série Práxis Ecofeminista, uma visita pelo Xingu, por meio da reportagem de Isabel Harari e Tainá Aragão, para entender como a água - ou melhor, a falta dela - tem impactado mulheres de forma sistemática na região. Quando os impactos de Belo Monte se somam às consequências das alterações climáticas em fluxo, as vulnerabilidades se intensificam e comunidades precisam lutar pelo futuro do rio e de todo ecossistema socioeconômico e cultural que dele dependem.
No 2º episódio da série Práxis Ecofeminista, Daniela Rosendo retoma a cheia história do Rio Negro, em janeiro de 2021 - a maior dos últimos 119 anos - para endereçar a crise climática na Amazônia e segurança alimentar. Na pauta, Pancs e agroecologia aparecem como contrapontos ao agronegócio.
O podcast Ecofeminismo: Mulheres e Natureza está de volta! Seguimos, desta vez, acompanhadas pela voz e análise de Daniela Rosendo - filósofa, dr. em ética e filosofia política e militante em direitos humanos - em uma série semanal, dedicada a aprofundar a perspectiva ecofeminista sobre as matérias, reportagens e artigos publicados no Modefica. Na primeira parte, falamos sobre questões amazônicas e as relações entre alterações climáticas e mulheres nas regiões rurais e urbanas.
Como vimos ao longo da série, precisamos pensar os ecofeminismos em sua pluralidade de expressões pois, da mesma forma como não existe uma única corrente feminista, não há tampouco um único ecofeminismo. Tendo isso em vista, a filósofa Karen J. Warren identifica na literatura ecofeminista várias interconexões entre mulheres e natureza, sendo uma delas a espiritual, para a qual as espiritualidades e os símbolos feministas são essenciais para o ecofeminismo. Por esse motivo, essa corrente é entendida como essencialista e, embora lhe sejam dirigidas críticas, Warren defende que a espiritualidade ocupa um lugar importante no ecofeminismo. Acesse o texto deste podcast e deixe comentários em: https://modefi.co/2uIJaOq
A partir de uma perspectiva queer, queremos estranhar o ecofeminismo. Isso significa que é preciso acrescentar mais uma perspectiva, ou mais uma lente, ao debate e ir além da categoria gênero. Como vimos anteriormente, gênero é uma categoria de análise utilizada pelas ecofeministas para investigar a conexão entre diferentes “ismos” de dominação e colocar machismo, racismo e especismo em paridade, para serem todos superados. Ao fazermos esse estranhamento e assimilarmos que não somente o gênero é construído socialmente, mas também o sexo, consequentemente somos levadas a refletir sobre a heterosexualidade normativa projetada também no discurso ecofeminista. Leia e deixe comentários em: http://bit.ly/2qgpbR1
O ato de se alimentar pode, para muitas pessoas, parecer uma simples escolha, baseada em preferências pessoais. Entretanto, esse ato envolve questões éticas e políticas, de modo que a alimentação não é neutra, mas sensível também às questões de gênero. A partir do momento no qual nossas escolhas alimentares afetam outras vidas, comer passa a ser um ato político e ético. Você pode deixar comentários em: bit.ly/ecofeminismo-feminismo-prato
Depois de compreender porque colocamos mulheres, animais e natureza sob o mesmo olhar, em perspectiva feminista e de gênero, identificamos diversas interconexões (empírica, política e conceitual, por exemplo) que nos levam a identificar a mesma lógica de dominação presente em todos os “ismos” de dominação: sexismo, racismo, especismo etc. A partir do momento no qual se percebe essa lógica que permeia as diferentes formas de opressão, somos chamadas a buscar a coerência entre os diversos movimentos e direitos, seja para humanos ou outros que não humanos. Por isso, a filosofia ecofeminista busca, no campo da ética, uma proposta que deve guiar moralmente nossas relações intra e interespécies. Nesse caminho, encontramos a ética sensível ao cuidado, cunhada pela filósofa ecofeminista Karen J. Warren. Deixo comentários e sugestões para próximos podcasts em: http://bit.ly/sensivel-ao-cuidado-modefica
Tendo gênero como categoria de análise, a filosofia ecofeminista entende que sexismo, especismo e outros “ismos” de dominação (classismo, heterossexismo, racismo etc.) funcionam sob a mesma lógica. É justamente por isso que a filosofia ecofeminista pode contribuir com argumentos em favor da superação da discriminação e opressão, seja contra humanas/os ou outros que não humanas/os. Leia o texto, deixe comentários e veja outros artigos da série: http://bit.ly/2e6vZN2
Mas, afinal, qual é a relação entre a opressão das mulheres pelo machismo, e os animais e a natureza? As correntes do ecofeminismo apresentam diferentes respostas para essa pergunta, por isso podemos novamente chamar de ecofeminismos, no plural. Deixe seus comentários em: http://bit.ly/ecofeminismos
Nos últimos textos compartilhamos, nós falamos um pouco sobre as conexões empíricas e filosóficas das mulheres, animais e natureza. Trouxemos a atenção para a análise de Carol J. Adams sobre a dificuldade de avanço do feminismo-vegetariano (que vamos substitur aqui pelo termo contemporâneo feminismo animalista) e aqui vamos falar sobre como esse movimento pode ganhar força através do ecofeminismo. Você pode deixar comentários em: https://modefi.co/ecofeminismo-animalista
Para entender o que é interseccionalidade precisamos olhar para as reivindicações do movimento feminista negro e das feministas do “terceiro mundo”, que muito questionaram o sistema de opressão baseado exclusivamente no sexo/gênero, reconhecendo que o poder opera através de estruturas de dominação múltiplas. É com esse olhar, capaz de analisar e decodificar as complexidades impostas pelos sistemas de dominação, que conseguimos atuar de maneira mais eficaz rumo a um mundo livre de toda e qualquer injustiça - e não apenas as que nos acometem. Leia o texto completo: https://modefi.co/interseccionalidade-ecofeminismo
Não é possível pensar em um mundo livre de opressão feminina, racismo, machismo e sexismo com o patriarcado como ordem social. Enquanto houver abatedouros, haverá guerras. Enquanto houver opressão sistêmica para com um, haverá opressão sistêmica para com todos.
Como sociedade e como feministas, enfrentamos ainda a dificuldade de romper com os padrões culturais impostos e naturalizados que transformam animais em pedaços de carne. Discussões sobre como mulheres são tratadas como ‘pedaços de carne’ em uma sociedade machista geralmente acontecem em uma mesa cheia de ‘pedaços de carne’, ou pedaços de corpos, de outras fêmeas. Entretanto, é necessário “desnaturalizar” comportamentos para entender o que, de fato, eles são: construções culturais que variam de acordo com cada sociedade.
Qualquer um que já leu a ficção ou alguma crítica a Frankenstein (1818), a famosa publicação de Mary Wollstonecraft Shelley, sabe do seu teor feminista. Mas o que muitos não sabem é sobre a tremenda dose de silenciamento da palavra feminista-vegetariana (também conhecida como ecoanimalismo feminista ou ecofeminismo animalista) [1] promovida na história de Shelley. Uma simples análise é capaz de mostrar como as feministas que expressaram sua insatisfação com o sistema dominante através do vegetarianismo vêm sendo silenciadas e seus discursos sofrendo distorções históricas desde o surgimento do ativismo feminista-vegetariano lá no século XVIII.
Charlene Spretnak é uma personalidade fruto do século 21. Ativista em várias frentes, é talvez melhor definida como uma pensadora que assimilou a interdisciplinariedade de vários assuntos atuais, incluindo o seu gosto pela arte. Escritora, palestrante e militante interessada nos recentes desdobramentos do mundo físico e nos movimentos sociais emergentes, Charlene assume um importante papel ao criar um quadro eco-social de referência e visão sobre temas que incluem o feminismo, a história da cultura e da religião e da espiritualidade, e de como isso vem afetando o corpo e a mente humana. Texto e arte: Cinthia Santana // Leitura: Joana Duah