Anexos Cast

Temos episódio novo? ou seria uma playlist?? :o rs Depois de um longo hiato, estreia o Primeiro episódio de 2021 do Anexos Cast. Amanda Gomez e Priscila Pereira recebem o convidado especial Bruno Raposa para uma conversa sobre o que estão fazendo, música, cinema, literatura e outras coisas aleatórias de 2021. Segue o Anexos e suas redes sociais, se gostou desse episódio, curta e compartilhe com mais pessoas. Sugestões? estamos sempre ligadas nos feedbacks. Espero que gostem, se divirtam nesse episodio, que aleatoriamente se tornou uma playlist. rs Playlist do episódio: https://open.spotify.com/playlist/0UgWLOdkM2d4lcI42JAcPZ?si=12d636f768284aca Até a próxima! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Neste episódio, Amanda Gomez e Priscila Pereira abrem o quadro de entrevistas no Anexos com a incrível escritora Sandra Godinho! Uma conversa afiada sobre essa grande autora amazonense, sua primeira vez na leitura e escrita, gostos literários, obras, projetos e uma grande lição sobre literatura. Acompanhe, se gostou, curta e compartilhe o podcast. Siga o anexos em suas redes sociais. Menções: O diário de Ana Maria - Michel Quoist A boa Terra - Pearl S. Buck Memorial de Maria Moura - Rachel de Queiroz Artigo Caligo - https://www.caligopublica.com/2020/09/coluna-asas-2-amor-e-odio-pela.html?m=1 Lente de aumento pra coisas grandes - Sabrina Dalbelo Torto arado - Itamar Vieira Junior Contos negreiros - Marcelino Freire Já não me cabem as rimas - Dica de leitura - https://youtu.be/d3lkBIiEe2o Todos os abismos convidam para um mergulho - Cinthia Kriemler Amada - Toni Morrison O conto da Aia - Margaret Atwood Garota exemplar - Gillian Flynn Histórias abensonhadas - Mia Couto Entrecontos.com Tocaia do norte - Sandra Godinho O poder da fé - Sandra Godinho Olho a olho com a Medusa - Sandra Godinho Orelha lavada infância roubada - Sandra Godinho Terra da promissão - Sandra Godinho Os imaginários- https://osimaginarios.wordpress.com/ Nunca lhe prometi um jardim de rosas - Hannah Green Série Netflix - Ratched Um estranho no ninho - Ken Kesey Caligo Editora - https://www.caligopublica.com/?m=1 --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Especial dias das crianças organizado por Paula Giannini com a colaboração das contistas! Especialmente para o Anexos Cast. Apreciem esse delicado, tocante e divertido episódio em homenagem aos nossos pequenos. Ponha pra tocar, compartilhe com todos, foi feito com amor. 1 – Abertura – Paula Giannini – Se Essa Rua Fosse Minha – voz de Andreza Crocetti. 2 - Eros e Psiquê – Fernando Pessoa – Voz de Elisa Ribeiro 3 – O direito das crianças – Ruth Rocha – Voz de Paula Giannini 4 – Pituco – Anorkinda Neide – Voz de Sandra Godinho 5 – Música - Eu sou poeta – Paula Giannini – voz Amauri Ernani – Juscelino Antunes – Paula Giannini 6 – A bailarina que dançava no telhado – de Renata Rothstein – Voz de Fernanda Caleffi Barbetta 7 – Na cara – Ferreira Gullar – Voz Paula Giannini 8 – Andorinha - Manoel Bandeira – Voz de Paula Giannini 9 – Música - Se eu encontro o vento – de Paula Giannini - voz Amauri Ernani – Juscelino Antunes – Paula Giannini 10 – Lepidoptera de Elisa Ribeiro – Voz de Eliza Ribeiro 11 – Brincadeira com Olavo Bilac – de Paula Giannini – Voz de Andreza Crocetti - Paula Giannini – Ilka Reis – da peça “Uma Estrela Me Contou... História da Arte para Crianças” 12 – Dia das Crianças – Amana – Voz de Fernanda Caleffi Barbetta 13 – Joaninha Perdidona – de Anorkinda Neide – Voz de Paula Giannini 14 – Música - Sonho de Carnaval – de Paula Giannini e Danny Calixto – Voz Danny Calixto 15 – A Lua no cinema – de Paulo Leminski – Voz de Elisa Ribeiro 16 - Brilha, Brilha Estrelinha - Raquel Pereira 17 – Música – Segredos – de Paula Giannini – Voz Paula Giannini, Andreza Crocetti, Juscelino Antunes e Amauri Ernani. 18– Estranha Amizade – de Fátima Heluany Nogueira – Voz de Anorkinda Neide 19 – A porta – de Vinicius de Moraes – Voz de Paula Gianinni 20 – Final – Trecho do Espetáculo Se Essa Rua Fosse Minha – De Paula Giannini – Voz de Ângelo Esmanhotto e Crianças da família Giannini Vieira. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Nesse episódio, Amanda Gomez, Priscila Pereira e as convidadas especiais Claudia Roberta Angst e Lis Wey conversam sobre o universo feminino na literatura. Seus aspectos, curiosidades e algumas polêmicas. Afinal, o que é "Literatura de mulherzinha?'' Confira todos os episódios do Anexos cast. Deixe sua sugestão ou crítica. Siga nossas redes sociais. Siga o anexos nas redes sociais! Facebook Instagram youtube Conheça o trabalho da escritora Lis Way . Claudia Roberta Angst é escritora e revisora. Até a próxima. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

No quinto episodio do Anexos cast, Amanda Gomez, Priscila pereira e a convidada especial Bianca machado conversam sobre a cultura coreana e todos os seus aspectos. A Ascensão da música, do drama e mais recentemente do cinema. Falar coreano é tão difícil quanto parece? Fique conosco, esperamos que goste! Siga o anexos nas redes sociais! Facebook Instagram youtube --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

No quarto episódio do Anexos Cast, Amanda Gomez e Priscila Pereira conversa um pouco sobre rotina, filmes e séries questão assistindo e as novidades que vem por ai no Anexos. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Sandra Godinho Estou agora triste. Há nesta vida Páginas torvas que se não apagam, Nódoas que não se lavam... se esquecê-las De todo não é dado a quem padece... Ao menos resta ao sonhador consolo No imaginar dos sonhos de mancebo! Oh! voltai uma vez! eu sofro tanto! Meus sonhos, consolai-me! distraí-me! Anjos das ilusões, as asas brancas As névoas puras, que outro sol matiza. Abri ante meus olhos que abraseiam E lágrimas não tem que a dor do peito Transbordem um momento... E tu, imagem, Ilusão de mulher, querido sonho, Na hora derradeira, vem sentar-te, Pensativa e saudosa no meu leito! O que sofres? que dor desconhecida Inunda de palor teu rosto virgem? Por que tu'alma dobra taciturna, Como um lírio a um bafo d'infortúnio? Por que tão melancólica suspiras? Ilusão, ideal, a ti meus sonhos, Como os cantos a Deus se erguem gemendo! Por ti meu pobre coração palpita... Eu sofro tanto! meus exaustos dias Não sei por que logo ao nascer manchou-os De negra profecia um Deus irado. Outros meu fado invejam... Que loucura! Que valem as ridículas vaidades De uma vida opulenta, os falsos mimos De gente que não ama? Até o gênio Que Deus lançou-me à doentia fronte, Qual semente perdida num rochedo, Tudo isso que vale, se padeço! Nessas horas talvez em mim não pensas: Pousas sombria a desmaiada face Na doce mão e pendes-te sonhando No teu mundo ideal de fantasia... Se meu orgulho, que fraqueia agora, Pudesse crer que ao pobre desditoso Sagravas uma idéia, uma saudade... Eu seria um instante venturoso! Mas não... ali no baile fascinante, Na alegria brutal da noite ardente, No sorriso ebrioso e tresloucado Daqueles homens que, pra rir um pouco, Encobrem sob a máscara o semblante, Tu não pensas em mim. Na tua idéia Se minha imagem retratou-se um dia Foi como a estrela peregrina e pálida Sobre a face de um lago... --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Fernanda Caleffi Barbetta Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que amanhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que doce n'alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o doloroso afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Cirineu Pereira Por que mentias leviana e bela? Se minha face pálida sentias Queimada pela febre, e minha vida Tu vias desmaiar, por que mentias? Acordei da ilusão, a sós morrendo Sinto na mocidade as agonias. Por tua causa desespero e morro... Leviana sem dó, por que mentias? Sabe Deus se te amei! Sabem as noites Essa dor que alentei, que tu nutrias! Sabe esse pobre coração que treme Que a esperança perdeu por que mentias! Vê minha palidez- a febre lenta Esse fogo das pálpebras sombrias... Pousa a mão no meu peito! Eu morro! Eu morro! Leviana sem dó, por que mentias? --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Elisa Ribeiro Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade! Misérrimo! Votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto… E minh'alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto. Que me resta, meu Deus?!… Morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já que não levo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Renata Roth As ondas são anjos que dormem no mar, Que tremem, palpitam, banhados de luz... São anjos que dormem, a rir e sonhar E em leito d'escuma revolvem-se nus! E quando de noite vem pálida a lua Seus raios incertos tremer, pratear, E a trança luzente da nuvem flutua, As ondas são anjos que dormem no mar! Que dormem, que sonham — e o vento dos céus Vem tépido à noite nos seios beijar! São meigos anjinhos, são filhos de Deus, Que ao fresco se embalam do seio do mar! E quando nas águas os ventos suspiram, São puros fervores de ventos e mar: São beijos que queimam... e as noites deliram, E os pobres anjinhos estão a chorar! Ai! quando tu sentes dos mares na flor Os ventos e vagas gemer, palpitar, Porque não consentes, num beijo de amor, Que eu diga-te os sonhos dos anjos do mar! I Tenho um seio que delira Como as tuas harmonias! Que treme quando suspira, Que geme como gemias! II Tenho músicas ardentes, Ais do meu amor insano, Que palpitam mais dormentes Do que os sons do teu piano! III Tenho cordas argentinas Que a noite faz acordar, Como as nuvens peregrinas Das gaivotas do alto mar! IV Como a teus dedos lindinhos O teu piano gemeu, Vibra-me o seio aos dedinhos Dos anjos loiros do céu! V Vibra à noite do mistério, Se o banha o frouxo luar, Se passa teu rosto aéreo No vaporoso sonhar! VI Como tremem teus dedinhos O saudoso piano teu, Vibram-me n'alma os anjinhos, Os anjos loiros do céu! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Ricardo Gnecco Falco Amor Amemos! Quero de amor Viver no teu coração! Sofrer e amar essa dor Que desmaia de paixão! Na tu'alma, em teus encantos E na tua palidez E nos teus ardentes prantos Suspirar de languidez! Quero em teus lábio beber Os teus amores do céu, Quero em teu seio morrer No enlevo do seio teu! Quero viver d'esperança, Quero tremer e sentir! Na tua cheirosa trança Quero sonhar e dormir! Vem, anjo, minha donzela, Minha'alma, meu coração! Que noite, que noite bela! Como é doce a viração! E entre os suspiros do vento Da noite ao mole frescor, Quero viver um momento, Morrer contigo de amor! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Anorkinda Neide De tanta inspiração e tanta vida Que os nervos convulsivos inflamava E ardia sem conforto.. . O que resta? uma sombra esvaecida, Um triste que sem mãe agonizava . . Resta um poeta morto! Morrer! e resvalar na sepultura. Frias na fronte as ilusões—no peito Quebrado o coração! Nem saudades levar da vida impura Onde arquejou de fome . . sem um leito! Em treva e solidão! Tu foste como o sol; tu parecias Ter na aurora da vida a eternidade Na larga fronte escrita. . . Porém não voltarás como surgias! Apagou-se teu sol da mocidade Numa treva maldita! Tua estrela mentiu. E do fadário De tua vida a página primeira Na tumba se rasgou... Pobre gênio de Deus, nem um sudário! Nem túmulo nem cruz! como a caveira Que um lobo devorou!. . . --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Juliana Calafange Minha desgraça não é ser poeta, Nem na terra de amor não ter um eco, E meu anjo de Deus, o meu planeta Tratar-me como trata-se um boneco... Não é andar de cotovelos rotos, Ter duro como pedra o travesseiro... Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro... Minha desgraça, ó cândida donzela, O que faz que o meu peito blasfema, É ter para escrever todo um poema E não ter um vintém para uma vela. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Fábio D' Oliveira EU Cavaleiro das armas escuras, Onde vais pelas trevas impuras Com a espada sanguenta na mão? Porque brilham teus olhos ardentes E gemidos nos lábios frementes Vertem fogo do teu coração? Cavaleiro, quem és? o remorso? Do corcel te debruças no dorso.... E galopas do vale através... Oh! da estrada acordando as poeiras Não escutas gritar as caveiras E morder-te o fantasma nos pés? Onde vais pelas trevas impuras, Cavaleiro das armas escuras, Macilento qual morto na tumba?... Tu escutas.... Na longa montanha Um tropel teu galope acompanha? E um clamor de vingança retumba? Cavaleiro, quem és? — que mistério, Quem te força da morte no império Pela noite assombrada a vagar? O FANTASMA Sou o sonho de tua esperança, Tua febre que nunca descansa, O delírio que te há de matar!... --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Priscila Pereira Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar, na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era a mais bela! Seio palpitando... Negros olhos as pálpebras abrindo... Formas nuas no leito resvalando... Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando, Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Sabrina Dalbelo É ela! é ela! - murmurei tremendo, E o eco ao longe murmurou - é ela!... Eu a vi... minha fada aérea e pura, A minha lavadeira na janela! Dessas águas-furtadas onde eu moro Eu a vejo estendendo no telhado Os vestidos de chita, as saias brancas... Eu a vejo e suspiro enamorado! Esta noite eu ousei mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus passos Ir espiar seu venturoso sono, Vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Como dormia! que profundo sono!... Tinha na mão o ferro do engomado... Como roncava maviosa e pura! Quase caí na rua desmaiado! Afastei a janela, entrei medroso: Palpitava-lhe o seio adormecido... Fui beijá-la... roubei do seio dela Um bilhete que estava ali metido... Oh! De certo ... (pensei) é doce página Onde a alma derramou gentis amores!... São versos dela... que amanhã decerto Ela me enviará cheios de flores... Trem de febre! Venturosa folha! Quem pousasse contigo neste seio! Como Otelo beijando a sua esposa, Eu beijei-a a tremer de devaneio... É ela! é ela! - repeti tremendo, Mas cantou nesse instante uma coruja... Abri cioso a página secreta... Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja! Mas se Werther morreu por ver Carlota Dando pão com manteiga às criancinhas, Se achou-a assim mais bela... eu mais te adoro Sonhando-te a lavar as camisinhas! É ela! é ela! meu amor, minh'alma, A Laura, a Beatriz que o céu revela... É ela! é ela! - murmurei tremendo, E o eco ao longe suspirou - é ela! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Paula Giannini A Lagartixa A lagartixa ao sol ardente vive, E fazendo verão o corpo espicha: O clarão dos teus olhos me dá vida, Tu és o sol e eu sol a lagartixa. Amo-te como o vinho e como o sono, Tu és meu copo e amoroso leito... Mas teu néctar de amor jamais se esgota, Travesseiro não há como teu peito. Posso agora viver: para coroas Não preciso no prado colher flores; Engrinaldo melhor a minha fronte Nas rosas mais gentis de teus amores. Vale todo um harém a minha bela, Em fazer-me ditoso ela capricha; Vivo ao sol de seus olhos namorados, Como ao sol de verão a lagartixa. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Jorge Santos Escritor Português. Se tu souberas que lembrança amarga Que pensamento desflorou meus dias, Oh! tu não creras meu sorrir leviano, Nem minhas insensatas alegrias! Quando junto de ti eu sinto, às vezes, Em doce enleio desvairar-me o siso, Nos meus olhos incertos sinto lágrimas... Mas da lágrima em troco eu temo um riso! O meu peito era um templo - ergui nas aras Tua imagem que a sombra perfumava... Mas ah! emurcheceste as minhas flores! Apagaste a ilusão que o aviventava! E por te amar, por teu desdém, perdi-me... Tresnoitei-me nas orgias macilento, Brindei blasfemo ao vício e da minh'alma Tentei me suicidar no esquecimento! Como um corcel abate-se na sombra, A minha crença agoniza e desespera... O peito e lira se estalaram juntos... E morro sem ter tido primavera! Como o perfume de uma flor aberta Da manhã entre as nuvens se mistura, A minh'alma podia em teus amores Como um anjo de Deus sonhar ventura! Não peço o teu amor... eu quero apenas A flor que beijas para a ter no seio... E teus cabelos respirar medroso... E a teus joelhos suspirar d'enleio! E quando eu durmo... e o coração ainda Procura na ilusão tua lembrança, Anjo da vida passa nos meus sonhos E meus lábios orvalha d'esperança! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Amanda Gomez Quando em meu peito rebentar-se a fibra Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. E nem desfolhem na matéria impura A flor do vale que adormece ao vento: Não quero que uma nota de alegria Se cale por meu triste passamento. Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro — Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro; Como o desterro de minh'alma errante, Onde fogo insensato a consumia: Só levo uma saudade — é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia. Só levo uma saudade — é dessas sombras Que eu sentia velar nas noites minhas... De ti, ó minha mãe, pobre coitada Que por minha tristeza te definhas! De meu pai... de meus únicos amigos, Poucos — bem poucos — e que não zombavam Quando, em noite de febre endoudecido, Minhas pálidas crenças duvidavam. Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda É pela virgem que sonhei... que nunca Aos lábios me encostou a face linda! Só tu à mocidade sonhadora Do pálido poeta deste flores... Se viveu, foi por ti! e de esperança De na vida gozar de teus amores. Beijarei a verdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo.... Ó minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu, eu vou amar contigo! Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nelas — Foi poeta — sonhou — e amou na vida.— Sombras do vale, noites da montanha Que minh'alma cantou e amava tanto, Protegei o meu corpo abandonado, E no silêncio derramai-lhe canto! Mas quando preludia ave d'aurora E quando à meia-noite o céu repousa, Arvoredos do bosque, abri os ramos... Deixai a lua prantear-me a lousa! Publicado no livro Poesias de Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1853). Poema integrante da série Primeira Parte. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

O projeto Anexos o convida a ouvir essa homenagem a um dos maiores poetas do Brasil. São 14 poemas selecionados e declamados por grandes vozes de Escritores e Poetas Lusófonos. " Álvares de Azevedo, o maior representante da segunda geração romântica, cantou a morte em seus versos e a mulher vaporosa, de sonho. Faltou-lhe tempo para mostrar ainda mais sua genialidade. Embora tenha morrido aos vinte anos, produziu uma obra poética de alto nível, deixando registrada a sua incapacidade de adaptação ao mundo real e sua capacidade de elevar-se a outras esferas através do sonho e da fantasia para, por fim, refugiar-se na morte, certo de aí encontrar a paz tão almejada. " 01 Desânimo — Sandra Godinho 02 Se eu morresse amanhã — Fernanda Caleffi Barbetta 03 Porque Mentias? — Cirineu Pereira 04 Adeus, Meus sonhos — Elisa Ribeiro 05 Anjos do Mar — Renata Roth 06 Amor — Ricardo Gneeco Falco 07 Poemas Malditos — Anorkinda Neide 08 Minha desgraça — Juliana Calafange 09 Meu sonho — Fábio D' Oliveira 10 Soneto — Priscila Pereira 11 É ela, É ela! — Sabrina Dalbelo 12 A Lagartixa — Paula Giannini 13 Lágrimas da Vida — Jorge Santos 14 Lembranças de morrer — Amanda Gomez --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

No terceiro episódio do Anexos Cast, Amanda Gomez e Priscila Pereira conversam sobre adaptações literárias no cinema e na TV. As preferências de cada uma, algumas polêmicas, indicações de livros, filmes, séries e muito mais! Está imperdível! Conheça o projeto anexos nas nossas redes sociais: https://www.youtube.com/channel/UCicZzCIYXcVnhPMEnzUPBlg https://www.facebook.com/Anexxos/?modal=admin_todo_tour @A_ne_xos --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Nesse episódio, Amanda Gomez e Priscila Pereira dão duas super dicas de site para autores e amantes da literatura nacional e falam sobre o início na escrita, além de indicarem vários contos de autores nacionais! Sites citados: https://entrecontos.com/ https://ascontistas.wordpress.com/ Livros citados: Devaneios Improváveis - Sexta Antologia: https://entrecontos.com/2019/10/04/devaneios-improvaveis-sexta-antologia-entrecontos/ Devaneios improváveis sétima edição logo estará disponível para baixar no site Mulheres em verbo: https://caligo.lojaintegrada.com.br/antologia-mulheres-em-verbo-bia-machado-org Contos citados: CTRL - X - Daniel Reis : https://entrecontos.com/2016/11/26/ctrl-x-narcopunk/ Beterrabas - José Leonardo: https://www.youtube.com/watch?v=oEyTtL_GWOM Faminta - Luis Guilherme: https://entrecontos.com/2016/09/23/faminta-parmegiana-de-berinjela/ Uma prece para Maria - Iolandinha Pinheiro: https://entrecontos.com/2016/09/24/uma-prece-para-maria-marvin-the-martian/ Lenda da Joconda - Paula Giannini: https://entrecontos.com/2017/12/09/a-lenda-de-joconda-mestre/ Negrinho, a Fada Madrinha e o Cemitério sem Flores - Fabio Baptista: https://entrecontos.com/2016/09/20/negrinho-a-fada-madrinha-e-o-cemiterio-sem-flores-monteiro-lobatomia/ Ponche de maçã - Paula Giannini: https://www.youtube.com/watch?v=Qogt0spTNiU Outras mulheres - Sandra Godinho: https://ascontistas.wordpress.com/2019/06/02/outras-mulheres-conceicao-soares/ Um céu para Maicon - Elisa Ribeiro: https://ascontistas.wordpress.com/2019/06/27/um-ceu-para-maicon/ Iberê - Renata Rothstein: https://entrecontos.com/2020/06/07/ibere-aiyra-tibirica/ Contos Amanda: O silêncio das palavras: https://ascontistas.wordpress.com/2018/03/08/o-silencio-das-palavras-amanda-gomez/ v --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Olá pessoas que escutam o Anexos! Inauguramos hoje o primeiro episódio do Anexos Cast. Amanda Gomez e Priscila Pereira conversam sobre como se apaixonaram pela leitura e contam seu top 5 de livros marcantes. Não percam! Livros citados: Orgulho e Preconceito - Jane Austen / A menina que roubava livros - Markus Suzak/ O grande industrial - George Ohnet / Anjos e Demônios - Dan Brown/ Jane Eyre - Charlotte Bronte / O Oportunista - Piers Paul Read /O morro dos ventos uivantes - Emily Bronte/ Crepúsculo - Stefany Meyer/ Jogos vorazes - Suzanne Collins --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Episódio de apresentação do Anexos Cast. Onde contamos brevemente sobre o que é o projeito e o que vem por aí! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Micronto do escritor Gustavo Araujo. Autor do romance Pretérito Imperfeito. Este micro foi vencedor do desafio Microcontos do Site Entrecontos. Voz: Amanda Gomez --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Poema, Amavisse na voz da Atriz e escritora Paula Giannini Carrega-me contigo, Pássaro-Poesia Quando cruzares o Amanhã, a luz, o impossível Porque de barro e palha tem sido esta viagem Que faço a sós comigo. Isenta de traçado Ou de complicada geografia, sem nenhuma bagagem Hei de levar apenas a vertigem e a fé: Para teu corpo de luz, dois fardos breves. Deixarei palavras e cantigas. E movediças Embaçadas vias de Ilusão. Não cantei cotidianos. Só cantei a ti Pássaro-Poesia E a paisagem-limite: o fosso, o extremo A convulsão do Homem. Carrega-me contigo. No Amanhã. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Poema na voz da escritora Sandra Godinho Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca Austera. Toma-me AGORA, ANTES Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes Da morte, amor, da minha morte, toma-me Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute Em cadência minha escura agonia. Tempo do corpo este tempo, da fome Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento, Um sol de diamante alimentando o ventre, O leite da tua carne, a minha Fugidia. E sobre nós este tempo futuro urdindo Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo. Te descobres vivo sob um jogo novo. Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor, Antes do muro, antes da terra, devo Devo gritar a minha palavra, uma encantada Ilharga Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza. Hilda Hilst, in 'Preludios-Intensos para os Desmemoriados do Amor' --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Poema na voz da poetisa Elisa Ribeiro. Aflição de ser eu e não ser outra. Aflição de não ser, amor, aquela Que muitas filhas te deu, casou donzela E à noite se prepara e se adivinha Objeto de amor, atenta e bela. Aflição de não ser a grande ilha Que te retém e não te desespera. (A noite como fera se avizinha). Aflição de ser água em meio à terra E ter a face conturbada e móvel. E a um só tempo múltipla e imóvel. Não saber se se ausenta ou se te espera. Aflição de te amar, se te comove. E sendo água, amor, querer ser terra. – Hilda Hilst, in “Do Amor”. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Poema na voz da escritora Fernanda Caleffi Barbetta Que te devolvam a alma Homem do nosso tempo. Pede isso a Deus Ou às coisas que acreditas À terra, às águas, à noite Desmedida, Uiva se quiseres, Ao teu próprio ventre Se é ele quem comanda A tua vida, não importa, Pede à mulher Àquela que foi noiva À que se fez amiga, Abre a tua boca, ulula Pede à chuva Ruge Como se tivesses no peito Uma enorme ferida Escancara a tua boca Regouga: A ALMA. A ALMA DE VOLTA. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Poema na voz da escritora Priscila Pereira De um exílio passado entre a montanha e a ilha Vendo o não ser da rocha e a extensão da praia. De um esperar contínuo de navios e quilhas Revendo a morte e o nascimento de umas vagas. De assim tocar as coisas minuciosa e lenta E nem mesmo na dor chegar a compreendê-las. De saber o cavalo na montanha. E reclusa Traduzir a dimensão aérea do seu flanco. De amar como quem morre o que se fez poeta E entender tão pouco seu corpo sob a pedra. E de ter visto um dia uma criança velha Cantando uma canção, desesperando, É que não sei de mim. Corpo de terra. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Existe a noite, e existe o breu. Noite é o velado coração de Deus Esse que por pudor não mais procuro. Breu é quando tu te afastas ou dizes Que viajas, e um sol de gelo Petrifica-me a cara e desobriga-me De fidelidade e de conjura. O desejo Esse da carne, a mim não me faz medo. Assim como me veio, também não me avassala. Sabes por quê? Lutei com Aquele. E dele também não fui lacaia. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Poema de Hilda Hilst na voz da poetisa Anorkinda Neide Quem és? Perguntei ao desejo. Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada. I Porque há desejo em mim, é tudo cintilância. Antes, o cotidiano era um pensar alturas Buscando Aquele Outro decantado Surdo à minha humana ladradura. Visgo e suor, pois nunca se faziam. Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo Tomas-me o corpo. E que descanso me dás Depois das lidas. Sonhei penhascos Quando havia o jardim aqui ao lado. Pensei subidas onde não havia rastros. Extasiada, fodo contigo Ao invés de ganir diante do Nada. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Poema de Hilda Hilst Interpretado na voz da escritora Juliana Calafange Se te pareço noturna e imperfeita Olha-me de novo. Porque esta noite Olhei-me a mim, como se tu me olhasses. E era como se a água Desejasse Escapar de sua casa que é o rio E deslizando apenas, nem tocar a margem. Te olhei. E há um tempo Entendo que sou terra. Há tanto tempo Espero Que o teu corpo de água mais fraterno Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta Olha-me de novo. Com menos altivez. E mais atento. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

Poema de Hilda Hilst Interpretado na voz da escritora Amanda Gomez Que este amor não me cegue nem me siga. E de mim mesma nunca se aperceba. Que me exclua do estar sendo perseguida E do tormento De só por ele me saber estar sendo. Que o olhar não se perca nas tulipas Pois formas tão perfeitas de beleza Vêm do fulgor das trevas. E o meu Senhor habita o rutilante escuro De um suposto de heras em alto muro. Que este amor só me faça descontente E farta de fadigas. E de fragilidades tantas Eu me faça pequena. E diminuta e tenra Como só soem ser aranhas e formigas. Que este amor só me veja de partida. Hilda Hilst, in 'Cantares do Sem-Nome e de Partidas' --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message

O projeto Anexos homenageia Hilda Hilst com uma seleção de oito poemas nas vozes de escritoras e poetas brasileiras. Cantares do Sem-Nome e de Partidas (Amanda Gomez) Dez Chamamentos ao Amigo (Juliana Calafange) Do Desejo I (Anorkinda Neide) Do Desejo V (Sabrina Dalbelo) Passeio (Priscila Pereira) Poema aos Homens do Nosso Tempo (Fernanda Barbetta) Sonetos que não são (Elisa Ribeiro) Toma-me (Sandra Godinho) Anexos, Voz e arte à palavra escrita. https://www.facebook.com/Anexxos/ --- Send in a voice message: https://anchor.fm/anexos/message