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O Congresso impôs uma derrota acachapante ao governo Lula na noite da quarta-feira (25), ao derrubar o decreto do IOF. Foi a primeira vez desde 1992 que parlamentares derrubaram um decreto presidencial. Ministros do governo estão divididos sobre levar ou não o caso ao STF – a oposição diz que, caso recorra ao Supremo, o governo vai ampliar a crise em Brasília. Com a queda do decreto, o Congresso sustou a ideia do governo de arrecadar R$ 10 bilhões a mais e, com isso, ficar mais perto de atingir a meta fiscal. O impacto da batalha política, portanto, tem consequências fiscais graves. Economistas alertam que o Estado brasileiro corre o risco de ficar paralisado em 2026 caso as contas públicas não sejam equilibradas. Para explicar a gravidade da situação em Brasília, Natuza Nery recebe Flávia Oliveira. “Foi mais do que um tratoraço. Foi um rolo compressor”, resume a comentarista da GloboNews, colunista do jornal O Globo e da rádio CBN. Para ela, mais do que uma derrota do governo, o que se passa em Brasília é “uma derrota para país. É um Congresso que tem agido e votado em proveito próprio”. Depois, Natuza Nery fala com o cientista político e sociólogo Sérgio Abranches. Criador do termo “presidencialismo de coalizão”, no fim da década de 1980, Sérgio avalia o momento político atual. “O sistema de governo está disfuncional. É um Congresso que não representa. E um Executivo que não consegue mais governar”, afirma.
Uma audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a execução das emendas parlamentares impositivas nesta sexta-feira (27) vai reunir os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O encontro foi convocado pelo ministro Flávio Dino, relator de três ações sobre o tema na Corte, e também terá a participação de integrantes do governo, associações e especialistas em finanças públicas. Dino convocou a audiência porque considera que o tema tem "inegável relevância do ponto de vista social, econômico e jurídico". "A audiência pública é uma prerrogativa do relator para discutir um tema. Nos últimos 10 grandes julgamentos do Supremo eles convocaram, mas movimento pelos presidentes do Legislativos eu não me lembro. Foi uma decisão de Motta e Alcolumbre numa clara posição de confronto ao STF. Está fazendo 11 meses desde que Dino 'jogou a primeira bomba' contra as emendas do Congresso e exatamente agora eles confirmaram que vão - e irão armados até os dentes. Eles são injustos quando jogam toda culpa no Dino, porque suas decisões passaram três vezes por plenário e foram aprovadas por unanimidade. Têm de estar bravos com todo Supremo", diz Eliane.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Meu convidado cresceu em uma casa onde a disciplina e o esporte faziam parte do dia a dia, ele e os irmãos aprenderam a nadar com o próprio pai, que os despertava ao amanhecer para fazê-los correr, fazer flexões, barras e abdominais. Em meio a torneios caseiros de pingue-pongue e pedaladas pelas ruas do bairro, foi desenvolvendo uma paixão pelo movimento — fosse no voleibol escolar ou nas primeiras piscinas que frequentou em São Bernardo, Mogi e São Paulo. Apesar de se considerar um nadador mediano no estilo costas, esteve sob a orientação de bons técnicos, que mais tarde se tornaram fonte de inspiração para que ele se tornasse professor. Formou-se em Educação Física e, ao longo de uma longeva carreira, teve passagens marcantes por importantes instituições, como o Minas Tênis Clube, o Esporte Clube Pinheiros, o SESI e o Grêmio Náutico União. Sua experiência inclui diversas participações na seleção brasileira de natação, com a primeira convocação para o Sul-Americano Juvenil em 1995. Em 2016, integrou a comissão técnica do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, mesmo ano em que foi eleito o melhor treinador do ano pelo canal Best Swimming. Foi professor universitário, palestrante e membro de conselhos técnicos. Ao longo de mais de quatro décadas de dedicação à natação, revelou e lapidou inúmeros talentos que chegaram às principais seleções do país e, hoje, vê com orgulho muitos de seus ex-atletas atuando como profissionais do esporte. Conosco aqui, um dos mais relevantes treinadores brasileiros de natação, frequentemente homenageado por sua contribuição ao esporte, nadante master, cicloviajante, enxadrista e, acima de tudo, um apaixonado pela natação — o santo-andreense Mirco Cevales. Inspire-se! A 2 Peaks Bikes é a importadora e distribuidora oficial no Brasil da Factor Bikes, Santa Cruz Bikes e de diversas outras marcas e conta com três lojas: Rio de Janeiro, São Paulo e Los Angeles. Lá, ninguém vende o que não conhece: todo produto é testado por quem realmente pedala. A 2 Peaks Bikes foi pensada e criada para resolver os desafios de quem leva o pedal a sério — seja no asfalto, na terra ou na trilha. Mas também acolhe o ciclista urbano, o iniciante e até a criança que está começando a brincar de pedalar. Para a 2 Peaks, todo ciclista é bem-vindo. Eu convido você a conhecer a 2 Peaks Bikes, distribuidora oficial da Factor e Santa Cruz Bikes no Brasil. @2peaksbikes @2peaksbikesla Um oferecimento da Meia do Corredor Lupo Sport. Compre com desconto clicando aqui. @luposportoficial SIGA e COMPARTILHE o Endörfina através do seu app preferido de podcasts. Contribua também com este projeto através do Apoia.se.
Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica e difunde várias reportagens sobre este tema. Neste segundo episódio, falámos com antigos combatentes que se prepararam para a luta armada em Cabo Verde através de formações político-militares na Argélia, em Cuba e na antiga União Soviética. Foi planeado um desembarque no arquipélago, mas Cabo Verde acabaria por chegar à independência sem guerrilha no seu território e os cabo-verdianos foram lutar para as frentes de combate na Guiné e também na clandestinidade. Participaram, ainda, em batalhas políticas, de saúde, de formação e de informação. Nesta reportagem, ouvimos Pedro Pires, Silvino da Luz, Osvaldo Lopes da Silva, Maria Ilídia Évora, Amâncio Lopes e Alcides Évora. A 5 de Julho de 1975, depois de cinco séculos de dominação portuguesa, às 12h40, era oficialmente proclamada a independência de Cabo Verde por Abílio Duarte, presidente da Assembleia Nacional Popular, no Estádio Municipal da Várzea, na Praia. A luta tinha começado há muito e acabaria por ser o PAIGC, Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, a consolidar os anseios nacionalistas e a conduzir o arquipélago à independência, quase dois anos depois de a Guiné-Bissau se ter autoproclamado independente. O líder da luta e do partido, Amílcar Cabral, nascido em Bissau e filho de cabo-verdianos, não pôde assistir nem a uma nem a outra por ter sido assassinado em Janeiro de 1973. Considerado como o pai das duas independências, Amílcar Cabral defendeu, desde o princípio, o lema da “unidade e luta”: unir esforços para combater o inimigo comum que era o colonialismo português. No programa, ancorado numa concepção pan-africana de unidade política para o continente, estava a luta pela independência da Guiné e de Cabo Verde e a futura união dos dois Estados, separados por mar alto. Mas ao contrário da Guiné, em Cabo Verde a luta nunca chegou a ser armada, ainda que a intenção tenha estado em cima da mesa. Foi em Julho de 1963, na cidade de Dacar, numa reunião de quadros nacionalistas do PAIGC, que Pedro Pires chegou a dizer não ter cabimento “falar em luta de libertação nacional sem falar em luta armada”. O comandante e destacado dirigente político-militar do PAIGC tinha "dado o salto" em 1961 quando integrou o grupo de dezenas de jovens africanos que abandonou, clandestinamente, Portugal, rumo à luta pela independência. Mais de meio século depois, com 91 anos, o comandante da luta de libertação recebe a RFI no Instituto Pedro Pires para a Liderança, na cidade da Praia, e recorda-nos o contexto em que se decidiu que o recurso à luta armada “era obrigatório” e como é que ele esteve ligado à preparação da luta em Cabo Verde. “A questão da luta armada, colocámos a seguinte questão: ‘Será obrigatório?' Chegámos à conclusão que era obrigatório. Tinha que se ir nessa direcção por causa daquilo que já tinha acontecido porque não é uma questão de qualquer coisa por acontecer, mas a violência já tinha acontecido em Angola, no Congo Kinshasa, na Argélia, de modo que estávamos obrigados a pensar nessa via. É assim que nós abraçamos o projecto do PAIGC de prepararmo-nos e organizarmos o recurso à violência armada. As tarefas que me foram conferidas no PAIGC estiveram, até 1968, sempre ligadas a Cabo Verde e à preparação da possibilidade da luta armada em Cabo Verde”, conta Pedro Pires [que se tornaria o primeiro primeiro-ministro de Cabo Verde (1975-1991) e, mais tarde, Presidente do país (2001-2011)]. E era assim que, meses depois do anúncio do início das hostilidades pelo PAIGC contra o exército português no território da Guiné, se desenhava a intenção de desencadear também a luta armada em Cabo Verde. A Pedro Pires foi confiado o recrutamento e a preparação política dos combatentes. A ajudá-lo esteve Silvino da Luz que, meses antes, tinha desertado do exército português e sido preso em Kanu, na Nigéria. Aos 86 anos, Silvino da Luz recebe a RFI em sua casa, na cidade do Mindelo, na ilha de São Vicente e explica-nos por que é que a acção militar em Cabo Verde era necessária. “A grande decisão tomada em 1963, nessa reunião de Dacar, da qual eu saio como um dos responsáveis militares, era a criação de condições para desencadear a luta armada em Cabo Verde porque estávamos absolutamente seguros que os colonialistas, e Salazar em particular, não aceitariam nunca largar as ilhas que já estavam nos radares da NATO que considerava Cabo Verde e Açores como os dois pontos cruciais para a defesa do Ocidente e no Atlântico Médio eram indispensáveis”, explica Silvino da Luz que foi, depois, comandante das Forças Armadas Revolucionarias do Povo (FARP), ministro da Defesa e Segurança (1975-1980) e dos Negócios Estrangeiros (1980-1991) e depois deputado até 1995. Começou a pensar-se num desembarque de elementos do PAIGC no arquipélago e houve preparação de combatentes na Argélia, em Cuba e na antiga União Soviética. O grupo dos militantes nacionalistas, encabeçado por Pedro Pires, preparou-se na clandestinidade total em Cuba, durante dois anos, e é aqui que nascem as Forças Armadas cabo-verdianas, a 15 de Janeiro de 1967, data em que os cabo-verdianos prestam, perante Amílcar Cabral, o juramento de fidelidade à luta de libertação de Cabo Verde. No grupo de Cuba, havia apenas uma mulher, Maria Ilídia Évora, conhecida como Tutu. Aos 89 anos, recebe a RFI em sua casa, no alto de São Nicolau, no Mindelo. À entrada, destacam-se duas fotografias de Amílcar Cabral, mas há ainda muitas fotografias que ela nos mostra dos tempos da formação político-militar em Cuba. Foi em Dacar, onde estava emigrada, que Tutu conheceu Amílcar Cabral e aderiu logo à luta. “Foi ideia de Cabral. Disse que eu tinha de participar. Em Cuba, os treinos eram de tiro, esforço físico, correr, fazer ginástica, fazer marchas, aprender a lidar com a arma, limpar as armas, e escola também. Tinhamos aulas de matemática e várias aulas porque no grupo havia estudantes que tinham fugido da universidade, eles tinham mais conhecimento do que nós e partilhavam os conhecimentos deles com quem tinha menos”, revela, acrescentando que um camarada lhe disse um dia que “muitas vezes os homens queriam desistir, mas tinham vergonha porque tinham uma mulher no grupo”. Também Alcides Évora, conhecido como “Batcha”, esteve no grupo de Cuba. Entrou na luta pela mão do comandante Pedro Pires, depois de ter estado emigrado em França durante pouco mais de um ano. Viajou para a Argélia e, passados uns meses, seguiu para o treino militar em Cuba. É na Fundação Amílcar Cabral, na Praia, que, aos 84 anos, ele recorda essa missão à RFI. “Nós tivemos uma preparação político-militar intensa. Tivemos aulas militares e também havia aulas de política para complementar o nosso curso. A nossa preparação era para desencadear a luta em Cabo Verde, mas não se efectivou o nosso desembarque porque com a morte do Che Guevara na Bolívia, os americanos passaram a controlar todos os barcos que saíam de Cuba. Então, o Fidel mandou chamar o Amílcar e eles depois chegaram à conclusão que realmente não era aconselhável esse desembarque”, afirma Alcides Évora depois de nos fazer a visita guiada às salas da fundação, onde também se vê uma fotografia dele no escritؚório do PAIGC em Conacri. O desembarque estava a ser preparado no maior dos segredos e estava tudo pronto. Amâncio Lopes, hoje com 86 anos, era também um dos membros do grupo. Tinha sido recrutado junto dos emigrantes cabo-verdianos da região francesa de Moselle, onde se encontrava a trabalhar como operário na siderurgia. Amâncio Lopes começou por receber formação em Argel e depois foi para Cuba. “Era um grupo de 31 que foi maioritariamente recrutado na Europa, em Moselle, no seio da emigração. De lá, recebi preparação militar em Argel, depois fomos reunidos em Cuba porque havia dois grupos. Passados os seis meses de instrução, fomos reunidos todos em Cuba. Foram uns dois anos. Era uma preparação inicial e depois recebíamos ajuda para desembarcar em Cabo Verde. Quando já estávamos preparados para desembarcar em Cabo Verde, Cabral fez uma visita e nessa visita fizemos o juramento em 1967”, recorda Amâncio Lopes, quando recebe a RFI na sua casa, na periferia de Mindelo. Ao fim de quase dois anos de treinos e formação político-militar, o grupo de Cuba encontrava-se pronto para a operação de desembarque. Amílcar Cabral desloca-se a Havana para dar instruções e procede-se ao juramento solene da bandeira, a 15 de Janeiro de 1967, mas a morte de Che Guevara na Bolívia, a 8 de Outubro de 1967, é uma das razões que leva à suspensão da operação. Silvino da Luz recorda que estava tudo a postos. “O assunto foi tratado sempre no máximo sigilo, as informações não escapavam. Tínhamos desaparecido do mundo, as pessoas não sabiam, vivíamos em plena clandestinidade em Cuba, lá pelas montanhas interiores da ilha, em acampamentos com bastante segurança. Recebemos preparação militar bastante avançada. Depois, já tínhamos terminado a preparação, Fidel já se tinha despedido de nós, tinha oferecido uma espingarda a cada um de nós, Amílcar já se tinha despedido, mas houve uma série de desastres que aconteceram, como a queda do Che [Guevara] na Bolívia, uma tentativa de infiltração de revolucionários na Venezuela (…) Nós já estávamos no barco à espera da ordem de partida, mas cai o Che, houve essas infelicidades, o cerco à volta de Cuba aumentou, os americanos quase fecharam a ilha e não havia possibilidade de nenhum barco sair sem ser registado. Naturalmente que, para nós, sair era quase que meter a cabeça na boca do lobo”, relembra Silvino da Luz. Também o comandante Pedro Pires admite que “quando se é jovem se pensa em muitas coisas, algumas impossíveis” e o desembarque era uma delas, pelo que se optou por um “adiamento” e por "criar as condições políticas para continuar a luta". “Quando se é jovem, pensa-se em muitas coisas, algumas possíveis e outras impossíveis. Concebemos um projecto, pusemos em marcha a criação das condições para a concretização do projecto, mas verificou-se que era complicado de mais. Uma das características das lutas de libertação e, sobretudo, das guerrilhas, é a problemática da retaguarda estratégica. Em relação a Cabo Verde, em pleno oceano, não há retaguarda estratégica e você vai desenrascar-se por si. É preciso analisar as condições reais de sustentabilidade dessa ideia, se era possível ou não possível. O nosso apoiante mais entusiasta ficava nas Caraíbas, a milhares de quilómetros de distância, não serve de retaguarda, a não ser na preparação, mas o apoio à acção armada ou possivelmente outro apoio pontual era muito difícil. Por outro lado, o que nos fez reflectir bastante sobre isso foi o fracasso do projecto de Che Guevara para a Bolívia”, explica. Adiado o projecto inicial, os cabo-verdianos continuaram a formação e foram para a União Soviética onde receberam formação de artilharia, algo que viria a ser decisivo para a entrada deles na luta armada na Guiné. Amâncio Lopes também foi, mas admite que sentiu “uma certa tristeza” por não ver concretizado o desembarque em Cabo Verde. “Éramos jovens e todos os jovens ao entrarem numa aventura destas querem ver o programa cumprido. Mas o programa tem de ser cumprido sem risco suicida. Em Cuba fizemos preparação política e de guerrilha mas, depois, na União Soviética, já fizemos preparação semi-militar. (…) Os soviéticos foram taxativos: vocês têm um bom grupo, grande grupo, consciente do que quer, mas metê-los em Cabo Verde é suicidar esse grupo. Então, ali avisaram-nos que já não íamos desembarcar em Cabo Verde. Aí ficámos numa certa tristeza porque em Cuba tínhamos a esperança de desembarcar, na União Soviética durante quase um ano também tínhamos essa esperança, mas depois perdemos a esperança de desembarcar em Cabo Verde”, diz Amâncio Lopes. Entretanto, entre 1971 e 1972, houve também um curso de marinha para uma tripulação de cabo-verdianos que deveria vir a constituir a marinha de guerra do PAIGC. O grupo era chefiado por Osvaldo Lopes da Silva que considera que se o projecto tivesse avançado, teria sido decisivo, mas isso não foi possível devido à animosidade que se sentia da parte de alguns militantes guineenses contra os cabo-verdianos. “Da mesma maneira que os cabo-verdianos entraram para a artilharia e modificaram o quadro da guerra, Cabral pensou: ‘Vamos criar uma unidade com cabo-verdianos, aproveitar os cabo-verdianos que havia, concentrá-los na marinha para ter uma marinha de guerra. Eu estive à frente desse grupo. Esse grupo se tivesse entrado em acção seria para interceptar as ligações entre a metrópole e Cabo Verde e a Guiné e as outras colónias. Seria uma arma letal. Da mesma maneira que a entrada dos mísseis anti-aéreos imobilizou completamente a aviação, a entrada dos cabo-verdianos na marinha com as lanchas torpedeiras teria posto em causa a ligação com a metrópole. Podíamos mesmo entrar em combate em território da Guiné e afundar as unidades que os portugueses tinham que não estavam ao nível do armamento que nós tínhamos”, explica. Então porque não se avançou? A resposta de Osvaldo Lopes da Silva é imediata: “As unidades estavam ali, as lanchas torpedeiras, simplesmente não havia pessoal qualificado. Nós é que devíamos trazer essa qualificação. Quando esse meu grupo regressa em 1972, o ambiente na marinha estava completamente degradado. O PAIGC tinha uma marinha e é nessa marinha que foi organizado todo o complô que veio dar lugar à morte de Cabral.” A análise retrospectiva é feita em sua casa, no bairro do Plateau, na Praia, onde nos mostra, aos 88 anos, muitas das fotografias dos tempos da luta, quando também foi comandante das FARP, e imagens de depois da independência, quando foi ministro da Economia e Finanças (1975-1986) e ministro dos Transportes, Comércio e Turismo (1986-1990). Houve, ainda, outras tentativas de aproximação de guerrilheiros a Cabo Verde. O historiador José Augusto Pereira, no livro “O PAIGC perante o dilema cabo-verdiano [1959-1974]”, recorda que a URSS, em 1970, cedeu ao PAIGC um navio de pesca de longo alcance, o 28 de Setembro, que reunia todo o equipamento necessário ao transporte e desembarque de homens e armamento. A luta armada no arquipélago não estava esquecida e no final de 1972 foram enviados a Cuba dois militantes provenientes de Lisboa que deveriam ser preparados para desencadear, em Cabo Verde, ações de guerrilha urbana. Um deles era Érico Veríssimo Ramos, estudante de arquitectura em Lisboa e militante do PAIGC na clandestinidade, que sai de Portugal em Dezembro de 1972 em direcção a Cuba. “Em Dezembro de 1972, saio de Portugal com um passaporte português, vou para Cuba receber preparação para regressar para a luta. Não estava ainda devidamente estruturada essa participação para depois dessa formação. Fui eu e mais um outro colega e mais um elemento que veio da luta da Guiné-Conacri. Quando Amílcar Cabral foi assassinado, nós estávamos em Cuba e, logo a seguir, tivemos de regressar”, conta. De facto, o assassínio de Amílcar Cabral a 20 de Janeiro de 1973 levou à saída da ilha dos activistas por ordem das autoridades de Havana. Entretanto, combatentes cabo-verdianos tinham integrado as estruturas militares da luta armada na Guiné, mas sem abandonarem a ideia de um lançamento futuro da luta armada em Cabo Verde. Porém, isso acabaria por não acontecer. Apesar de a luta armada não se ter concretizado em Cabo Verde, a luta política na clandestinidade continuou nas ilhas e a PIDE apertou bem o cerco aos militantes. Muitos foram parar ao Tarrafal e a outras prisões do “Império”, onde também houve resistência. Os cabo-verdianos destacaram-se na luta armada na Guiné, mas também noutras frentes de batalha como a propaganda, a educação, a saúde, a diplomacia e muito mais. Sobre alguns desses temas falaremos noutros episódios desta série. Pode também ouvir aqui as entrevistas integrais feitas aos nossos convidados.
Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica uma série de reportagens sobre este tema. Neste primeiro episódio, abordamos as raízes da revolta com algumas das pessoas que lutaram pela libertação nacional, como Pedro Pires, Osvaldo Lopes da Silva, Alcides Évora, Maria Ilídia Évora e Marline Barbosa Almeida, mas também com o historiador António Correia e Silva e o jornalista José Vicente Lopes. Foram mais de cinco séculos de dominação colonial, uma história marcada pelo comércio de pessoas escravizadas, ciclos de fome, secas e emigração forçada. A independência foi a 5 de Julho de 1975, mas a resistência começou muito antes, ainda que tenha sido a Geração Cabral a desencadear a luta de libertação e a conduzir Cabo Verde à independência. No século XIX, a elite letrada já manifestava uma atitude contestatária face ao poder colonial. Intelectuais como Eugénio Tavares, Pedro Cardoso, Luís Loff e, mais tarde, os chamados “claridosos” denunciaram os problemas que afectavam a população e exaltaram a singularidade e a identidade do povo cabo-verdiano. Na década de 1940, uma nova geração de intelectuais, inspirados pelos antecessores, passam a reivindicar o direito à independência. O historiador e sociólogo António Correia e Silva sublinha que a Geração Cabral é fruto de lutas anteriores, que o fantasma das fomes foi determinante para desencadear o movimento de libertação e que, nessa altura, a ideia de “independência se torna politicamente credível”. “Gabriel Mariano vai escrever um grande poema sobre a fome que se chama 'Capitão Ambrósio': 'Bandeira negra, negra bandeira da fome…'. Eu costumo dizer aos meus alunos que bandeira, negra e fome é um triângulo virado para o futuro e que a bandeira negra da fome era, na verdade, uma fome de bandeira, uma fome de independência”, descreve António Correia e Silva. “Essa geração de Amílcar Cabral, o grande salto é que, através de uma aliança pan-africana, aproveitando uma conjuntura pós-guerra, a criação das Nações Unidas e a ideia de autodeterminação que surge naquela altura, a ocorrência de algumas independências de países afro-asiáticos, países grandes como a Indonésia, a Índia, o Egipto, etc, tudo isto provoca a passagem, a violação do interdito, a passagem do intransponível limite que era a independência. Isto é, a independência torna-se pensável, mas mais, torna-se politicamente credível”, acrescenta o historiador. As grandes crises de fome em Cabo Verde entre 1941 e 1942 e entre 1947 e 1948 foram de uma violência brutal, com milhares de mortos. Em 1939, a população estava avaliada em 174 mil pessoas e caiu, em 1950, para 139 mil. Os sobreviventes emigravam em massa para as plantações de São Tomé e Príncipe, onde viviam, trabalhavam e muitos morriam em condições semelhantes às da escravatura. Outros conseguiam emigrar clandestinamente para espaços que não o do Império português. Na memória colectiva há um episódio trágico que não se esquece. Foi a 20 de Fevereiro de 1949, na cidade da Praia e ficou conhecido como o Desastre da Assistência. Centenas de pessoas, que aguardavam pela distribuição de refeições quentes, morreram quando caiu o muro do edifício dos Serviços de Assistência. Estima-se que mais de três mil pessoas se reuniam diariamente nesse espaço para receber a única refeição do dia. Dados oficiais apontavam para 232 vítimas, mas teme-se que o número tenha sido muito superior. Muitas vítimas foram enterradas em valas comuns no Cemitério da Várzea, embrulhadas em lençóis, por falta de caixões. Alcides Évora era uma criança nessa altura, mas lembra-se de ter visto as valas comuns. “Eu comecei a ter uma certa revolta interna desde o início da década de 40. Na altura, eu tinha sete ou oito anos e presenciei a fome de 47. Ainda lembro quando houve o desastre da assistência em que foram transportados, feridos e mortos do local para o Hospital da Praia. Havia tantos mortos. Inclusive muitas casas ficaram fechadas porque não houve nenhum sobrevivente da família que pudesse abrir a porta das suas residências. Da mesma forma, assisti ao enterro na Várzea, na vala comum, em que punham um grupo de cadáveres, depois deitavam o cal e depois punham outra camada de mortos e assim sucessivamente. É algo que ficou gravado na memória. Isto também me fez despertar uma certa revolta interna contra o sistema colonial português”, recorda. Gil Querido Varela também testemunhou a fome de 1947 e viu crianças a morrerem. Por isso, a revolta foi inevitável e quando surgiu a oportunidade aderiu à luta clandestina nas fileiras do PAIGC em Cabo Verde. “Quem já tinha visto a fome de 47 - que eu vi - não ficava sem fazer nada. Vi crianças a morrerem de fome, corpos inflamados de fome. Vi mães com crianças mortas nas costas, não as tiravam para poderem achar esmola. Os colonialistas troçavam do povo, da fome do pobre. Quando veio o PAIGC, entrei rápido. Quem viu aquela fome, era impossível para não lutar. Só quem não tem sentimento”, lembra Gil Querido Varela, que nos leva, num outro episódio ao Campo de Concentração do Tarrafal. A fome também ensombra as memórias de Marline Barbosa Almeida. Foi a partir daí que ela decidiu juntar-se à luta, também na clandestidade. Quis ver a sua terra “livre e independente”. “Nós, que nascemos nos anos 40, 50, vimos aquele período de fome, em que morreram muitas pessoas e o culminar foi o Desastre da Assistência, que matou dezenas, para não dizer centenas de pessoas. Daí cresceu em nós uma certa revolta que não estava classificada politicamente, mas era uma revolta contra a situação de Cabo Verde. Mais tarde, eu, como lia muito - eu devorava livros – fui-me apercebendo das desigualdades, da opressão, do que era necessário para que saíssemos do jugo do colonialismo”, conta Marline Barbosa Almeida, em sua casa, na Praia. No livro “Cabo Verde - Um Corpo que se Recusa a Morrer - 70 anos de fome - 1949-2019”, o jornalista José Vicente Lopes fala sobre o Desastre da Assistência, considerando que a luta de libertação do PAIGC teve como um dos motores a fome que assolava desde sempre o arquipélago. “Este livro fala de um acontecimento que houve em Cabo Verde, que foi o Desastre de Assistência de 1949, e cobre a história de Cabo Verde de 1949 a 2019, numa perspectiva da questão alimentar em Cabo Verde, a história das fomes, o impacto que isto foi tendo nos cabo-verdianos até desembocar inclusive na criação do PAIGC. O PAIGC foi uma reacção à calamidade famélica que foi sucedendo em Cabo Verde desde o século XVI ao século XX porque até 1949, quando se dá o Desastre de Assistência, qualquer seca que acontecesse em Cabo Verde matava no mínimo 10.000, 20.000 pessoas”, sublinha o jornalista, acrescentando que “o espectro da fome não desapareceu porque, apesar de todos os investimentos feitos, apesar de tudo o que se conseguiu fazer, mesmo um bom ano agrícola, um bom ano de chuvas em Cabo Verde, Cabo Verde não consegue produzir mais de 20% das suas necessidades alimentares, logo, 80% tem que ser importado”. As violências coloniais eram de toda a ordem. Maria Ilídia Évora tinha cinco anos quando viu o pai a ser espancado por brancos. A imagem nunca mais a deixou, assim como o medo incontrolável sempre que via alguém de pele branca. Mais tarde, ela viria a integrar um grupo de cabo-verdianos que foi treinado em Cuba para desencadear a guerrilha em Cabo Verde e viria ainda a trabalhar em hospitais durante a guerra na Guiné. “Uma pessoa a bater em alguém que não fez nada, a bater daquela maneira como baterem no meu pai, uma criança não entende. Eu não entendi. Nunca entendi. Até conhecer o Amílcar, para mim, o branco era o diabo. Eu considerava o branco uma coisa muito ruim. Bater em alguém que não fez nada, que só estava lá porque quis conviver com um patrício amigo, não tinha sentido. Porque para a gente, amizade é amizade. Ele não foi fazer nada, ele não tinha nada nas mãos, nem nos pés, nem em nenhum lugar, e acharam que era um inimigo a ser abatido. Essa coisa nunca me saiu da cabeça”, conta-nos na sua casa, no Mindelo. Todas estas circunstâncias alimentaram a coragem dos que acreditaram na luta. Muitos deles, depois de terem passado no Liceu Gil Eanes, em São Vicente, depois na Casa dos Estudantes do Império, em Portugal, acabariam por "dar o salto". Em 1961, dezenas de angolanos, mas também moçambicanos e cabo-verdianos nacionalistas fogem clandestinamente de Portugal e protagonizam uma fuga massiva histórica para França nas barbas do salazarismo. Vários acabaram por ser figuras de destaque nas lutas de libertação nacional e, mais tarde, ocuparam também postos de relevo nos novos Estados. Pedro Pires foi um dos que escolheu seguir Amílcar Cabral, o líder da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde. Era o momento de deixar tudo para trás e arriscar por uma causa. “Chegou um momento em que era preciso alguém correr riscos. Não quer dizer que todos iam correr riscos, mas tinha chegado o momento em que aqueles que achassem que podiam correr riscos ou aqueles que achassem que estivessem no dever de correr riscos, no dever da solidariedade e no dever de serviço em favor do seu país, do seu povo, decidiu correr o risco. Mas o risco é inerente a qualquer decisão e aí nós optamos ou ficar parados e não fazer nada ou então agir e correr riscos. Eu acho que tem sempre resultados, com maiores ou menores dificuldades. O facto de corrermos risco, podemos mudar muita coisa. Foi o que aconteceu connosco. Nós éramos um grupo que saiu na mesma altura ou no mesmo dia, éramos cerca de 60 jovens que decidiram correr o risco”, resume o antigo comandante. Osvaldo Lopes da Silva, comandante de artilharia mobilizado na Guiné, também correu o risco e esteve nessa fuga. Ele recorda esse pontapé de saída para a luta de libertação. “Atravessámos a fronteira de autocarro. Foram vários grupos, cada um foi à sua maneira. Depois, estivemos concentrados nas cercanias de San Sebastian. Quando íamos atravessar a fronteira, o elemento na fronteira que devia facilitar a nossa saída, tinha desaparecido. De forma que fomos presos. Estivemos dois dias na prisão central de San Sebastian e, às tantas, de repente, aparece o director da prisão com um discurso todo terceiro-mundista que 'o povo, o governo da Espanha estiveram sempre ao lado daqueles que lutam pela liberdade, pela independência, etc, etc'. Para nós, foi uma grande surpresa e fomos postos em liberdade. E a verdade é que, pelos documentos que reuniram, viram que essa gente não são maltrapilhos quaisquer, são gente com qualificação”, lembra. Muitos dos que estiveram nessa fuga, tinham frequentado e cultivado a reafricanização dos espíritos num dos principais berços da contestação ao colonial fascismo português: a Casa dos Estudantes do Império. Foi criada em 1944, em Lisboa, pelo próprio regime ditatorial para apoiar os jovens “ultramarinos” que fossem estudar para a “metrópole”, e encerrada em 1965. Duas décadas em que foi uma escola de consciencialização política do nacionalismo africano, fosse na sede lisboeta ou nas delegações de Coimbra e no Porto, ajudando à criação dos movimentos de libertação das colónias portuguesas em África. Outro centro de pensamento anticolonial foi o Centro de Estudos Africanos, em cujo grupo fundador esteve o futuro pai das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. Amílcar Cabral foi também vice-presidente da Casa dos Estudantes do Império em 1951. A sua segunda esposa, Ana Maria Cabral, também por lá passou e recorda a importância do local para a contestação. “Fui levada pelos meus irmãos mais velhos e não havia só bailes, havia encontros, havia reuniões sobre a situação dos nossos países, em especial quando os franceses e os ingleses começaram a dar a independência às suas antigas colónias. Seguimos todo o processo dessas independências. Nós todos éramos Lumumba e Nkrumah. Nós seguíamos a luta dos outros povos, dos povos das colónias e não só das colónias em África”, explica Ana Maria Cabral. Muitos dos que passaram pela Casa dos Estudantes do Império vieram a assumir importantes responsabilidades na luta anticolonial e de libertação dos antigos territórios em África, como Amílcar Cabral, Vasco Cabral, Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade, Eduardo Mondlane, Marcelino dos Santos, Joaquim Chissano e Miguel Trovoada. Pedro Pires também conheceu de perto a Casa dos Estudantes do Império. Aquele que foi comandante e destacado dirigente político-militar do PAIGC na luta de libertação, assim como o principal arquitecto do Acordo de Lisboa para a independência, resume que a luta contra a opressão colonial foi desencadeada pelo próprio colonialismo. “É o próprio sistema colonial, que não dava resposta às necessidades e às dificuldades, enfim, às crises por que passava a Cabo Verde, mas também que não se interessava especialmente em encontrar soluções para esses problemas. O percurso histórico de Cabo Verde é trágico, em certa medida, porque os cabo-verdianos tiveram que enfrentar situações extremamente complicadas e difíceis de fome, secas, fugas, ter que buscar por outras vias as soluções e o próprio sistema que não dava resposta às necessidades e às exigências, para não dizer também aos sonhos daqueles que queriam ver o país numa via diferente. Portanto, o colonialismo era um sistema de bloqueio e era indispensável lutar contra ele, a fim de abrir novas perspectivas ao país para realizar os seus objectivos, os seus sonhos, mas também por uma coisa muito simples: para ter uma vida melhor”, considera Pedro Pires. Foi para buscar essa “vida melhor” que estes homens e mulheres abrem o caminho para a luta de libertação, da qual vamos recordar alguns momentos nos próximos episódios. Pode ouvir aqui as entrevistas integrais feitas aos diferentes convidados.
O convidado do programa Pânico dessa terça-feira (24) é Guilherme Derrite. Guilherme Derrite tem 38 anos, foi reeleito deputado federal por São Paulo em outubro, com 239.772 mil votos, aumentando em 101,4% seu eleitorado em relação à 2018. Em seu primeiro mandato, demonstrou-se um estudioso da segurança pública, aprovando projetos de lei importantes para avanço no combate à criminalidade. Ajudou na tipificação do estímulo ao suicídio como crime, independente do resultado morte e conseguiu atender a um antigo anseio da população, quando foi relator do projeto de lei - já aprovado pela Câmara - que acaba com as saídas temporárias de presos no Brasil. Derrite é capitão da reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo, com atuações no 14º BPM/M de Osasco e na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), onde comandou pelotões. Em 2013, comandou o Pelotão de Força Tática do 49º Batalhão de Polícia Militar Metropolitana, em Pirituba, e coordenou o módulo específico do curso de formação de Soldados do Comando de Policiamento de Área Metropolitana 5, zona oeste da cidade de São Paulo (CPA/M5) até 2014. Já em 2015, comandou o Pelotão de Soldados em Formação na Escola Superior de Soldados e, no ano seguinte, em 2016, comandou o Posto de Bombeiros de Pirituba do 2º Grupamento de Bombeiros da Capital, onde ficou até 2017. O responsável pela pasta da segurança do estado de São Paulo é formado em Direito, pós-graduado em Direito Constitucional e em Ciências Jurídicas e mestrando em Políticas Públicas. Foi o responsável pelo plano de governo de Tarcísio, no tema Segurança Pública. No texto, ele apresenta propostas para corrigir pontos importantes da pasta, ressaltando que os paulistas se acostumaram à epidemia de roubos e à falta de integração entre municípios. Ele também ressalta a ineficiência governamental, que impede que os policiais possam agir de maneira eficiente. Descreve o uso de tecnologias e a integração das bases de dados de interesse policial disponíveis nos níveis federal, estadual e municipal, e diferentes poderes, no combate a todo tipo de atividade criminosa. A solução para o combate ao crime organizado é descrita também com o uso de tecnologia, inteligência policial, uso de informações financeiras, além do fortalecimento da atividade de polícia investigativa e técnico científica e aumento do efetivo policial.Redes Sociais:Instagram: https://www.instagram.com/guilhermederrite/
Durante o programa Escola do Amor Responde de hoje, Renato Cardoso comentou que o amor inteligente é algo muito raro nos dias atuais. Nesse contexto, o apresentador compartilhou o pedido de ajuda de uma aluna. Ela relatou que vive um relacionamento de dez anos, marcado por idas e vindas. Segundo a aluna, tudo começou de forma errada, pois eles não são casados oficialmente, apenas moram juntos.Ela fazia parte de uma congregação e se envolveu com o companheiro antes do casamento. Namoraram por um ano e meio até que a mãe dela descobriu que eles dormiam juntos. Foi então que ela decidiu ir morar com ele. No entanto, o companheiro tem problemas com o álcool e comportamento agressivo, chegando a ameaçá-la de morte. A aluna já o denunciou à polícia, mas sempre acaba voltando por causa do filho que têm em comum. Agora, ela pede ajuda porque não sabe se deve continuar lutando pelo relacionamento ou se deve se afastar de vez. Além disso, quer entender como pode “se livrar” desse homem.Intenção suspeitaKaren, de 35 anos, contou que é separada do primeiro casamento, do qual tem dois filhos. Atualmente, está em umrelacionamento há oito meses. Seu namorado, de 47 anos, também é separado e tem duas filhas.Recentemente, Karen encontrou no porta-luvas do carro dele um pacote lacrado de preservativos. Para ela, o fatode o item estar ali sugere que ele tem a intenção de algo errado. Diante disso, ela questiona aos professores o que deve fazer, pois, em sua visão, isso já caracteriza uma traição.Ainda durante o programa, Renato compartilhou o pedido de ajuda de outra aluna. Ela contou que está passando por um momento difícil. Há um mês, o marido a tirou da cama e deixou de aceitá-la como esposa depois que ela se converteu e se tornou evangélica. Ela disse que entregou a situação nas mãos do Senhor e ora pela restauração do casamento.Bem-vindos à Escola do Amor Responde, confrontando os mitos e a desinformação nos relacionamentos. Onde casais e solteiros aprendem o Amor Inteligente. Renato e CristianeCardoso, apresentadores da Escola do Amor, na Record TV, e autores de Casamento Blindado e Namoro Blindado, tiram dúvidas e respondem perguntas dos alunos. Participe pelo site EscoladoAmorResponde.com. Ouça todos os podcasts no iTunes: rna.to/EdARiTunes
O Palmeiras empatou com o Inter Miami por 2 a 2, marcando seus dois gols no final da partida, depois de estar perdendo por 2 a 0. Neste episódio, João Pedro Brandão, Camila Alves, Eduardo Rodrigues e Leandro Bocca analisam o jogo, os principais pontos de atenção da equipe, além do grande mérito de não desistir da partida. O podcast ainda debate qual a melhor escalação do time para o restante da competição e o que esperar das oitavas de final. Estêvão deve sair do time titular? Foi melhor pegar o Botafogo do que o PSG? Dá o play!
Dentro de alguns dias, de 6 a 16 de Julho, a UNESCO realiza aqui em Paris a sua 47.ª sessão, no âmbito da qual vai examinar as candidaturas ao estatuto de Património Mundial da Humanidade de cinco áreas naturais espalhadas pelo mundo fora, duas das quais situadas na África Lusófona, ou seja os Ecossistemas Costeiros e Marinhos do Arquipélago dos Bijagós da Guiné-Bissau, e o Parque Nacional de Maputo, uma reserva natural situada a cerca de 80 quilómetros a sul da capital de Moçambique. A RFI esteve recentemente nesta reserva natural considerada como sendo um dos 14 sítios mais importantes do mundo em termos de biodiversidade. Com uma superfície de um pouco mais de 1.700 quilómetros quadrados, este parque resulta da reunião em 2021 de duas áreas protegidas contíguas, a Reserva Especial de Maputo e a Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro. A sua história é contudo mais antiga e remonta a 1932, quando a zona era uma área de caça antes de a sua biodiversidade passar a ser oficialmente valorizada e reconhecida em 1969, como nos conta o administrador do Parque, o biólogo Miguel Gonçalves. RFI : Como e quando começa a história do Parque Nacional de Maputo? Miguel Gonçalves : Começa basicamente em 1932, com uma pequena área de caça, então uma espécie de coutada. Depois de 1960, essencialmente por causa do declínio da população de elefantes que existia nesta zona e até porque se acreditava que eram uma subespécie de elefantes, porque viviam muito junto à costa, mas essencialmente pelo declínio, criou-se a Reserva dos Elefantes de Maputo. Já em 1969, com o reconhecimento e o melhor conhecimento da área, o reconhecimento do valor da biodiversidade na área, foi categorizada para Reserva Especial de Maputo e aí tinha o objectivo de proteger toda a reserva, fauna e flora existente na Reserva Especial de Maputo. Depois veio a independência. Em 1985, houve processos que atrasaram alguns procedimentos. Entretanto, o Governo Moçambique assinou um acordo de apoio com uma organização chamada ‘Parks Foundation', que tem um foco muito grande no estabelecimento de áreas de conservação transfronteiras. São países ligados por áreas de conservação e esse apoio resulta em 2009, na criação da então Reserva Marinha Parcial da Ponta de Ouro. Ficamos ligados a esse parque na África do Sul, sendo essa a primeira área de conservação transfronteiriça marinha no continente africano. Depois, em 2011, agregamos à então Reserva Especial de Maputo aquilo que chamamos o corredor do Futi para ficar ligado ao Parque dos Elefantes de Tembe na África do Sul. Em 2021, por várias questões económicas, de gestão, de efectividade, unimos a Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro e a Reserva Especial de Maputo, num único Parque Nacional de Maputo, que é a categoria mais elevada de conservação possível na nossa Lei de Conservação, para a nossa candidatura a Património Mundial. RFI : Qual é a particularidade dessa área em termos de biodiversidade? Miguel Gonçalves : Nós estamos entre os 14 sítios mais importantes do mundo, em termos de biodiversidade. Nós fazemos parte da área que é chamada ‘'Maputaland'. É enorme. Estamos a falar de um sistema terrestre com planícies, planícies pantanosas, florestas, lagos, rios, o oceano e a baía de Maputo. Tudo isto traz consigo todos estes grandes sistemas, chamemos-lhe assim. Possivelmente não é o nome mais correcto. Traz toda uma biodiversidade associada. Temos estado com alguma regularidade em encontrar espécies novas. RFI : Que espécies novas? Que espécies possui esta zona que não encontramos em mais lado nenhum ? Miguel Gonçalves : Quando lhe digo que fazemos parte do Maputaland, isto inclui a África do Sul e Suazilândia. Portanto, é uma área grande. Não lhe vou dizer espécies, mas temos um certo número de plantas que são endémicas a este sítio. Possivelmente encontrámos 100 espécies novas no trabalho de uma senhora sueca. Tivemos também aqui um especialista em insectos de um museu na Inglaterra que identificou 100 espécies novas de borboletas. Também tem organismos marinhos, esponjas identificadas por especialistas italianos que encontraram três espécies novas. Estamos a pensar fazer um levantamento de vários outros grupos porque acreditamos que ainda há por descobrir. RFI : Qual é a área exactamente deste Parque Nacional? Miguel Gonçalves : A parte terrestre, são 1040 quilómetros quadrados e a parte marinha, são 678 quilómetros quadrados. Portanto, estamos a falar de 1700 e qualquer coisa quilómetros quadrados. RFI : Como é que se gere uma área tão grande que pode ser visitada e que ao mesmo tempo é um terreno de pesquisa tão grande? Miguel Gonçalves : É relativo. Na verdade, gostaríamos de ser um bocadinho maiores. Seríamos mais efectivos se fôssemos um bocadinho maiores em termos de espaço, principalmente na parte terrestre. Como se gere ? Com uma equipa boa, acima de tudo, é isso que eu acho que temos. Temos estado a se calhar recuar um bocadinho. Nós, após a independência, como sabe, tivemos uma guerra civil de 16 anos, há várias espécies que foram localmente extintas. A reserva Especial de Maputo, na altura estava inoperacional. Então estamos num processo de restauração que começou com consolidar a proteção e a segurança da área na parte terrestre, como na parte marinha. Iniciámos um programa de reintrodução de fauna que existiu anteriormente no Parque e que foi localmente extinto. Durante esse período mau na história do nosso país, trouxemos de 2010 até ao ano passado, cerca de 5100 animais de 14 espécies diferentes. E agora começámos a olhar -não é que não tivéssemos olhado- mas não pusemos tanto enfoque na altura para o desenvolvimento do turismo, oportunidades de criar renda, porque temos que ser sustentáveis. Somos grandemente dependentes de doações e de financiamentos externos. Essencialmente, queremos reduzir essa dependência e até porque 20% das nossas receitas são revertidas para as comunidades locais por lei. Portanto, nós, aumentando receitas, aumentámos este benefício nas comunidades locais e irão valorizar mais os aspectos de conservação. É preciso monitorar, é preciso controlar e é preciso olhar para as questões de ciência. Como gerir isso? Com muita dedicação. E como lhe disse, com uma estratégia muito bem definida do que queremos atingir, quais são os objectivos da área de conservação e com uma equipa muito boa. RFI : O visitante aqui que não é cientista, não vem necessariamente à procura de novas borboletas. Vai encontrar que tipo de animais, os chamados 'big five' (o leão, o leopardo, o elefante, o rinoceronte e o búfalo), como se costuma dizer? Miguel Gonçalves : Não. Nesta altura caminhamos para lá. Aliás, nós possivelmente caminhámos para os 'big seven', os grandes sete. Porque se incluirmos as tartarugas marinhas gigantes, se incluirmos a baleia corcunda, nós estaremos a falar dos sete grandes e não dos cinco, porque nós temos a parte costeira. Dos famosos 'big five', temos o elefante, temos o búfalo e temos o leopardo. Não temos, por enquanto, rinocerontes que já estiveram nesta área no passado, mas exige um esforço financeiro grande de proteção por causa do crime organizado à volta do corno do rinoceronte. Portanto, temos que analisar porque pode, por um lado, se for devidamente bem financiado e organizado, garantir também proteção às outras espécies. E os leões também não temos. Mas pode ser um dia. As circunstâncias não são as ideais agora para leões, mas estamos a avaliar e estamos a analisar. Temos um número muito pequeno de leopardos e vamos, no próximo ano ou nos próximos dois anos, trazer mais para tornar esta população sustentável. Aliás, neste momento, temos uma série de câmaras espalhadas pelo parque para determinarmos o tamanho da população de leopardos, para percebermos se temos que aumentar ou não. Elefantes temos. E búfalos também. RFI : Como é que fazem para gerir eventuais actividades que vão contra os vossos interesses? Estou a pensar, nomeadamente, por exemplo, na caça furtiva ou na pesca, ou no roubo de tartarugas e ovos de tartarugas ? Miguel Gonçalves : Já aconteceu com as tartarugas. São várias estratégias. Temos um plano de segurança. Temos os nossos colegas fiscais bastante bem treinados, com treinos regulares, incluindo treinos em direitos humanos, porque é importante que a força perceba como actuar. E temos um programa grande de educação ambiental. Temos programas de apoio ao desenvolvimento comunitário, desde formações até programas de criação de renda para combater e criar condições para que as pessoas não sejam tão dependentes dos recursos naturais. Porque a gente, muitas vezes, rotula como caçador furtivo, porque a legislação assim o define, porque é ilegal, mas muitas vezes não é necessariamente assim. Muitas vezes estamos a falar de pessoas que, culturalmente e tradicionalmente tiveram acesso durante anos a carne de caça e aqui a abordagem é um bocado diferente. Isso tem que ser sempre um bocado avaliado com algum cuidado. Especificamente nas tartarugas marinhas, nós tínhamos problemas graves de caça porque nós temos duas espécies que nidificam na nossa costa, a tartaruga gigante e a cabeçuda. E nos últimos 15 anos, enpregamos 42 monitores das comunidades locais que trabalham seis meses na monitoria e protecção das tartarugas e reduzimos praticamente para zero a caça e a recolha de ovos, porque as pessoas tiveram oportunidade de emprego e eles perceberam que os animais vivos valem mais nesta altura do que mortos. RFI : Falou também da necessidade de haver um foco também turístico nesta reserva. Que actividades e que infraestruturas têm nesta reserva e como é que fazem para que elas consigam inserir-se neste espaço sem prejudicar essa área em termos de sustentabilidade? Miguel Gonçalves : A começar pelas infraestruturas de turismo, vai desde locais para acampamentos com tendas, para piqueniques, lodges, hotéis, cinco estrelas. Temos dois de cinco estrelas a operar e um de duas a três estrelas, também a operar dentro do parque. É tudo feito com muito critério. Nós temos um plano de desenvolvimento do turismo, para o qual fizemos um estudo de impacto ambiental. E somos muito rigorosos. A conservação é a prioridade, mas temos consciência que temos que ter receitas para custear as nossas operações. Portanto, é tudo muito cuidadosamente pensado. Há sempre muitas discussões do que é que podemos e o que é que não podemos fazer. Mas é um bocado assim. Mas para além das infraestruturas, há uma série de actividades, safaris para observar, mergulho de profundidade com o uso de cilindros, natação com golfinhos, há kitesurf. Há uma série de actividades que podem ser desenvolvidas no parque diariamente, sem necessariamente ter que estar aqui acomodado. RFI : Como é que se faz para tratar do meio ambiente num país onde há tanta falta de recursos e onde talvez esta não seja considerada uma prioridade? Miguel Gonçalves : Eu não diria que não é considerado uma prioridade. Penso até pela nossa Constituição e etc, que é uma prioridade, ou pelo menos temos consciência da importância de preservar o nosso património ambiental. Mas obviamente, percebo a sua pergunta. Temos ainda muito por investir em estradas, saúde, educação, etc. Uma abordagem do nosso governo que permite que nós possamos preservar e proteger o meio ambiente são acordos de co-gestão que vão buscar parceiros que apoiam, com capacidade de ir buscar financiamento e trazer financiamento para investir nas áreas de conservação. Essencialmente isto. RFI : Há sensibilidade em Moçambique relativamente à questão do meio ambiente no seio da própria população ? Miguel Gonçalves : Estamos a construí-la. É preciso lembrar um bocado da história do país para perceber de onde é que estamos a vir e para onde é que estamos a ir. Ainda há trabalho para fazer. Há um investimento muito grande em todas as nossas áreas de conservação na componente de educação ambiental. Trabalhámos muito juntos do sector que tutela a educação no país para a questão do ambiente e da conservação serem falados. O conhecimento existe. Estes espaços não estão aqui por acaso. Existe conhecimento tradicional do uso sustentável dos recursos, mas há outros factores que depois contribuem um bocado para esse desequilíbrio que houve durante séculos. É preciso entendê-los, é preciso integrá-los e é preciso encontrar soluções para que as pessoas não estejam tão dependentes dos recursos naturais que têm à volta deles. O que eu quero dizer com isto é que não é um desconhecimento, não é uma falta de sensibilidade. Às vezes é uma necessidade que há. Portanto, há outros factores, como o desenvolvimento, que levaram a uma maior consciência ou a uma maior integração e aceitação dos valores da conservação. RFI : A reserva é considerada como sendo elegível ao estatuto de Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Como é que se sente e quando é que vai ter eventualmente, uma resposta sobre isso? Miguel Gonçalves : Sinto um orgulho tremendo, acima de tudo, com alguma emoção à mistura. Foi um processo de 15 anos, com arranques e paragens. Em Julho possivelmente será confirmado. Estamos animados. Eu penso que o importante é explicar que isto é uma extensão do Parque de Zonas Húmicas de iSimangaliso, na África do Sul, que foi inscrito no património mundial já há vários anos (em 1999) e que já na altura havia uma recomendação da IUCN, que é o braço técnico da UNESCO, para que fosse feita a extensão para Moçambique. Porque nós temos processos ecológicos, sistemas que estão melhor representados em Moçambique do que na África do Sul e, em cima disso, a extensão agrega um valor muito grande. Como deve calcular, estamos orgulhosos. Será o primeiro da categoria natural em Moçambique. Temos a ilha de Moçambique, mas é outra categoria -histórica e cultural- Natural, vai ser o primeiro no nosso país e é um orgulho enorme. RFI : Uma pergunta mais pessoal o que é que o trouxe aqui neste parque? Miguel Gonçalves : O que me trouxe, eu tinha que voltar muitos anos atrás para a minha infância. Se calhar tem a ver com aquilo em que acredito, naquilo que que sempre fiz. Fiz Biologia Marinha de formação e depois apareceu uma oportunidade em 2008 e juntei-me. No dia seguinte já não tinha vontade de sair. Ter o prazer de contribuir para a preservação de um património, agora possivelmente Património Mundial da Humanidade, mas um património que vamos deixar para Moçambique, para a África e para o mundo, é um privilégio, um privilégio trabalhar, além do mais, num sítio lindíssimo, numa paisagem lindíssima, terrestre e marinha. A questão acho que é porque é que eu iria sair daqui? Não é tanto porque é que eu fico aqui, mas porque é que eu iria sair daqui? É convicção, é sentir todos os dias que estamos a contribuir para alguma coisa grandiosa para o nosso país, as pessoas com quem trabalho e o sítio. Podem ver aqui um pouco (uma infíma parte) do parque:
O Resumo da Rodada dos Playoffs voltou! Durante os Playoffs da NBA estaremos sempre ao vivo de segunda a sexta ao meio-dia para analisar os jogos da noite anterior. Nesta edição analisamos o Jogo 7 das Finais em que o OKC Thunder conquistou o título da NBA! Foi um jogo tenso e marcado pela grave lesão de Tyrese Haliburton que, como Kevin Durant em 2019, jogou com a panturrilha lesionada e teve que sair de quadra após a ruptura do tendão de aquiles. O jogo foi tenso mesmo após a lesão e o Thunder abriu a vantagem decisiva num terceiro período dos sonhos no maior estilo Thunder, com defesa sufocante. ...*ASSINE O BOLA PRESA* APOIE O PROJETO, RECEBA CONTEÚDO EXCLUSIVO E FAÇA PARTE DO NOSSO GRUPOhttps://bolapresa.com.br/assine....*O BOLA PRESA É PARCEIRO DA KTO*Faça suas apostas na NBA ou em qualquer outro esporte na KTO =)https://www.kto.bet.br/registro/?promoCode=BPRESA
O ranking das pessoas mais ricas do mundo é bastante volátil. Isso acontece porque a fortuna de boa parte desses bilionários está atrelada às ações de suas companhias. E qualquer pessoa que sabe um pouquinho de mercado financeiro, sabe que o mercado pode flutuar - e muito - de um dia para o outro. Não é a toa que se chama renda variável, né? Com a variação dos preços das ações, variam também as posições nos rankings. Foi justamente com essa movimentação que o bilionário Larry Ellisson, fundador da Oracle Corporation, uma gigante de computação em nuvem, voltou ao posto de segunda pessoa mais rica do no mundo na primeira quinzena de junho de 2025. As ações da companhia simplesmente atingirem um recorde histórico, o que acabou levando o próprio Elisson- e a fortuna dele, para as nuvens também. Depois de um relatório divulgado na quarta-feira, dia 11, as ações subiram 13% de uma vez e o movimento foi até descrito como um divisor de águas para a empresa e para o próprio fundador. Mas esse é só mais um momento de inflexão na vida do Larry Ellisson. A história de como ele fundou a empresa depois de conseguir um contrato com a CIA, a agencia de inteligência dos Estados Unidos, é muito maior que isso. Por essas razões, é a história dele que vai ser contada no episódio de hoje.
Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No décimo primeiro episódio desta digressão, evocamos as circunstâncias do surgimento da Renamo. A obtenção da independência não significou a paz para Moçambique. Para além de países segregacionistas como a África do Sul e a antiga Rodésia verem com maus olhos as instauração de um sistema político socialista em Moçambique, no interior do país, várias vozes se insurgiram contra o caminho que estava a ser tomado pelo país, designadamente no que tange ao monopartidarismo. Foi neste contexto que surgiu em 1975, a Resistência Nacional de Moçambique, Renamo, um movimento inicialmente dirigido por um dissidente da Frelimo, André Matsangaíssa. Após a morte deste último em 1979, já durante a guerra civil, Afonso Dhlakama passa a liderar a resistência. António Muchanga, militante e antigo deputado da Renamo evoca o nascimento deste movimento. "A Renamo nasce da revolta do povo moçambicano quando viu que as suas aspirações estavam adiadas. Como sabem, a Frelimo é o resultado da fusão de três movimentos. (…) Segundo os historiadores independentes, não esses que feitos com sistema, o objectivo era que depois da frente voltariam a definir o que é que queriam. Só que durante a luta armada de libertação nacional, começou o abate de prováveis pessoas que poderiam ameaçar o regime", conta o antigo deputado de oposição referindo-se nomeadamente a dissidentes como Uria Simango. "Depois, tivemos a situação das nacionalizações. Quando a Frelimo chega, logo em 1976, começa com as nacionalizações. Primeiro disse que era para lhes dar andamento, mas foi tirando casas às pessoas. O Eusébio perdeu a sua casa, apesar de terem vindo já dar mais uma outra casa. O próprio pai do Presidente Chissano tinha perdido cinco casas. Foi muita coisa feita. E há pessoas que não concordaram muito. Também não podiam chamar a atenção porque eram perseguidos, eram presos, eram assassinados. Naquele tempo era pecado ter um carro de marca Peugeot. Era pecado ter um carro de marca Volvo, para não falar de Mercedes Benz, porque essas marcas eram marcas do Estado. Quem devia ter eram os dirigentes. Então isto criou problemas. Jovens como Afonso Dhlakama sentiram-se obrigados a abandonar a Frelimo e foram criar a Resistência Nacional Moçambicana", diz António Muchanga. Edgar Silva, antigo deputado e guerrilheiro da Renamo, recorda também que na altura da fundação do partido, Moçambique estava a atravessar grandes dificuldades económicas, devido ao embargo então em vigor com os países que eram os vizinhos imediatos de Moçambique. "Ficamos fechados e o país mergulhou numa pobreza tal. Não tínhamos nada do estrangeiro não vinha nada, a não ser aquilo que vinha da Rússia e da Rússia não vinha a comida nessa altura. Nós vivíamos de donativos, graças aos Estados Unidos da América, que mandavam donativos para aqui para apoiar os centros, os internatos, algumas pequenas comunidades, mas o resto não havia. A economia decresceu. Não tínhamos nada, não produzíamos praticamente nada. Não tínhamos exportações nem importações. Começámos a passar um momento caótico. E daí que alguns moçambicanos viram a hipótese de terminar com aquilo. Afonso Dhlakama e outros moçambicanos tinham que arranjar meios para pôr termo a este sistema que só desgastava os moçambicanos. Daí que surgiu a Renamo", conta o antigo guerrilheiro. Ao recordar as circunstâncias em que começou a guerra civil em 1977, o antigo deputado explica que a ausência de multipartidarismo foi o foco da luta. "Não haviam eleições. A Frelimo impôs-se. Impôs-se quando chegou e disse que os outros são uns ‘bandidos quaisquer'. Diziam na altura que era um instrumento do imperialismo o instrumento do apartheid, instrumento do regime minoritário do Ian Smith, mas que na verdade não era. Isso provou-se. Com o avanço da guerra, zonas libertadas foram-se criando e a Frelimo vivia praticamente confinada nas cidades grandes porque todo o resto as pessoas estavam bem, já andavam, já circulavam, até produziam e estavam à vontade", diz Edgar Silva. O movimento anti-marxista teve como aliados objectivos entidades e países como a Rodésia e a África do Sul que não concordavam com a linha escolhida pelo novo poder de Moçambique. Questionado sobre as consequências desta aliança em termos de imagem, António Muchanga responde que a Renamo só podia buscar apoio junto de quem era contra a Frelimo. "Dada a própria natureza da região, a Renamo, só podia ir buscar armas a quem era contra Frelimo", justifica o antigo parlamentar ao acusar, por seu lado, a Frelimo de ter morto "muita gente em nome da Renamo", diz que "até agora continua a matar". No mesmo sentido, Edgar Silva sublinha, quanto a si, que quem lutou contra a Frelimo eram combatentes moçambicanos. "Nós não fomos buscar militares lá na Rodésia. Foram moçambicanos. Porque aqui no território nacional, mesmo a própria Frelimo, não começou a luta no interior. Teve que se deslocar à Tanzânia, que era inimiga do governo colonial. Tivemos que ir buscar algum apoio. Muitas vezes não foi desses governos, mas de pessoas de bem lá de fora que traziam o material para nós. Dizemos que também era falso que depois do Ian Smith cair, que nós ficamos sem as portas para o Zimbábue. Continuamos logicamente a ir para Zimbábue buscar apoio e depois, quando o Zimbabué se torna independente, dizer também que a África do Sul é que passou a apoiar-nos, não constitui verdade. Aí nós já estávamos avançados, nós íamos buscar material às forças do inimigo e crescemos muito", afirma o antigo guerrilheiro. Após 16 anos de uma guerra civil que resultou em mais de um milhão de mortos, cinco milhões de refugiados, toda a ordem de violações dos direitos Humanos e a destruição de praticamente todas as infraestruturas do país, a Frelimo no poder e a Renamo assinam um acordo de paz em 1992. O muro de Berlim caiu, a antiga URSS ruiu e a comunidade internacional, especialmente a Igreja Católica, desdobra-se em esforços para acabar com o conflito. Questionado sobre as suas expectativas nessa época, Edgar Silva fala da "abertura do caminho para a democracia multipartidária". "Isto é um ganho que a Renamo conseguiu com os acordos de paz de 1992. (…) Isto é muito para nós", considera. António Muchanga, quanto a si, sublinha que o processo de paz, nomeadamente no que tange à desmobilização e ao desarmamento, continua em andamento. "Este é um processo que está a consolidar-se a cada dia que está a passar. Há militares que abandonaram as armas e se juntaram à política activa naquele tempo. Há outros que foram constituir o exército único que agora estão saindo e que também estão a ingressar na política. E assim vamos fazendo o nosso dia-a-dia. Temos muitos membros agora que são membros das assembleias municipais. Já tivemos muitos nas assembleias provinciais. Já tivemos muitos também, que eram deputados da Assembleia da República. Por causa da fraude eleitoral, desta vez temos poucos", lamenta António Muchanga. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:
Foi com emoção, sim! Mas foi também com grande superioridade que o português João Almeida (UAE) venceu o Tour da Suíça. Três vitórias de etapa e mais uma importante volta na conta do gajo. Agora é ajudar Pogacar no Tour e - quem sabe - brigar por um pódio. Afinal, João Almeida está entre os melhores voltistas da atualidade. Papo para o RADIO dessa semana que traz também a UAE brilhando no Baloise Belgium Tour, Merlier e Wiebes voado, Giro Next Gen, MTB, UCI sendo UCI e muito mais.Neste domingo com um convidado especial: Pedro Barbosa, já colocando a Gregario no clima do L'Étape Rio 2025.
Tema : Somos o templo do Espírito Santo. Domingo – 22/06/2025 Pregador: Ap. Miguel Ângelo Neste culto poderoso, o Ap. Miguel Ângelo trouxe uma revelação transformadora: o corpo do crente é morada sagrada do Deus vivo. Com base em 1 Coríntios 3:16-17, aprendemos que Deus não habita em construções humanas, mas dentro de cada filho Seu, selado com o Espírito Santo. A mensagem confrontou comportamentos do mundo moderno, como a cremação, e reafirmou o valor eterno do corpo — não apenas em vida, mas também após a morte. O Apóstolo ensinou que honrar o corpo é parte da nossa adoração, porque ele é templo, casa de glória e lugar da manifestação divina. Foi uma palavra que restaurou identidades, gerou temor santo e despertou a consciência de que somos portadores da presença de Deus. Aula 15 Módulo – 65 Seminário: Construindo uma casa sobre a Rocha
Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No décimo episódio desta digressão, evocamos os campos de reeducação. Ainda antes da independência, durante o período de transição em que Moçambique foi governado por uma autoridade híbrida luso-moçambicana, foram instituídos campos de reeducação, essencialmente na distante província do Niassa. O objectivo declarado desses campos era formar o homem novo, reabilitar pelo trabalho, as franjas da sociedade que eram consideradas mais marginais ou dissidentes. Foi neste âmbito que pessoas consideradas adversárias políticas foram detidas e mortas em circunstâncias que até agora não foram esclarecidas. Isto sucedeu nomeadamente com Uria Simango, Joana Simeão e Adelino Guambe, figuras que tinham sido activas no seio da Frelimo e que foram acusadas de traição por não concordarem com a linha seguida pelo partido. Omar Ribeiro Thomaz, antropólogo ligado à Universidade de Campinas no Brasil que se debruçou de forma detalhada sobre os campos de reeducação, conta em que circunstâncias começou a estudar este aspecto pouco falado da História recente de Moçambique. "Eu comecei a interessar-me porque eu comecei a conhecer pessoas que tinham sido objecto desse tipo de expediente autoritário, por um lado, e por outro lado, porque eu via uma grande ansiedade da população no que diz respeito ao desaparecimento de algumas pessoas que foram pessoas-chave no período tardio colonial moçambicano ou no período de transição do colonialismo para a independência. São figuras como Uria Simango, a Joana Simeão, o Padre Mateus, enfim, são pessoas que sumiram e que havia uma demanda para essas pessoas", começa por relatar o investigador. "Os campos de reeducação são pensados ainda no período de transição. Então, isso é algo que ainda deve ser discutido dentro da própria história portuguesa, porque no período de transição, o Primeiro-ministro era Joaquim Chissano, mas o governador-geral era português. Então, nesse momento, começam expedientes que são os campos de reeducação. Você começa a definir pessoas que deveriam ser objecto de reeducação, ao mesmo tempo em que você começa a ter uma grande discussão em Moçambique sobre quem são os inimigos e esses inimigos, eles têm nome. Então essas são pessoas que de alguma maneira não tiveram a protecção do Estado português. Isso é muito importante. Não conseguiram fugir. São caçadas literalmente, e são enviadas para um julgamento num tribunal popular. Eu estou a falar de personagens como a Joana Simeão, o Padre Mateus, Uria Simango, que são condenados como inimigos, como traidores. Esses são enviados para campos de presos políticos. A Frelimo vai usar uma retórica de que esses indivíduos seriam objecto de um processo de reeducação. Mas o que nós sabemos a partir de relatos orais e de alguns documentos que nós conseguimos encontrar ao longo do tempo, é que essas pessoas foram confinadas em campos de trabalho forçado, de tortura, de imenso sofrimento e que chega num determinado momento que não sabemos exactamente qual é, mas que nós podemos situar mais ou menos ali, por 1977, elas são assassinadas de forma vil", diz o antropólogo. "Quando você tem a Operação Produção, que é a partir de 1983, que é uma operação para você retirar de maneira forçada todos aqueles indivíduos classificados ou acusados de vagabundagem, de serem inimigos da revolução ou de prostituição, no caso das mulheres, são recolhidos e são enviados não só para o Niassa, mas no país inteiro, mas particularmente no Niassa, porque tem um subtexto moral, ou seja, a ideia de que o trabalho seria uma componente moral fundamental para a formação do ‘Homem novo'. Mas havia a ideia também por parte do Samora em particular, mas de muitas pessoas que constituíam a elite da Frente de Libertação de Moçambique, de que o Niassa seria a província mais fértil do país e que poderia se transformar numa espécie de local de produção de alimentos para o país como um todo. Então, isso vai perdurar em Moçambique por um período bastante significativo", refere o universitário. "A primeira grande operação chamada ‘Operação Limpeza' é de Outubro de 1974, que é justamente você limpar a Rua Araújo, que era a rua da prostituição. Mais ou menos 300 mulheres foram acusadas de prostituição e foram enviadas para campos de trabalho agrícola. Boa parte delas morre. E esse tipo de expediente se mantém em Moçambique entre os anos 70 até meados dos anos 80, quando, na verdade, a guerra civil inviabiliza o próprio empreendimento. Porque o campo, no contexto moçambicano, não é um lugar fechado, com muros de onde as pessoas não podem fugir. As pessoas eram jogadas em áreas rurais. Muitas delas não tinham nenhum tipo de experiência rural e não são campos onde o próprio Estado garantisse a chegada de alimentos. Então você gera uma situação de conflito muito pouco estudada ainda. Eu trabalhei numa região específica na província de Inhambane, em que as pessoas eram despejadas e muitas delas não tinham muito o que fazer. Ou você acaba estabelecendo uma relação de troca entre essas pessoas que vêm da cidade e camponeses do local, como é muito bem descrito num romance magnífico do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, ‘Campo de Trânsito'. Ou você tem -o que me foi dito por camponeses da região- um medo terrível, porque os reeducandos eram entregues a uma situação de abandono. Então eles acabavam roubando os camponeses, porque eles não tinham outra alternativa. E ao mesmo tempo, nós temos essa guerra que muito tardiamente vai ser definida como guerra civil. E é importante dizer que parte dos que vão alimentar esse exército de oposição à Frelimo, eram pessoas insatisfeitas destes próprios campos de trabalhos forçados", refere Omar Ribeiro Thomaz. O antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano, Primeiro-ministro durante o período de transição e em seguida chefe da diplomacia moçambicana depois da independência, justifica a instauração desses campos. "Reeducar era um princípio que nós tínhamos durante a própria luta de libertação. Se houvesse indisciplina, tínhamos formas de isolar as pessoas. Reeducar é reeducar mesmo, para voltar a reintegrá-los no nosso seio. Não era, como se costuma dizer aí, campos de concentração, etc", diz o antigo dirigente. "Houve pessoas que eram marginais, que era preciso encontrar uma forma de lhes dar uma formação. Isso inclui mesmo pessoas que até estavam nas cadeias. Criaram-se os centros de reeducação para esses indivíduos. Também houve o caso das prostitutas, que também se criou um campo para reabilitação porque sabia-se que faziam isto, porque é uma maneira de viver. Isso é claro que foi mal visto por muita gente que não compreendia a nossa visão e que pensavam que eram campos de castigo apenas. Mas eu tive uma boa experiência nesse capítulo porque quando eu era ministro dos Negócios Estrangeiros, convidei um grupo de diplomatas estrangeiros acreditados em Moçambique e fomos visitar o principal campo de reeducação de ex-reclusos. E os diplomatas que estiveram comigo nessa altura disseram me o seguinte ‘Ó senhor ministro, vocês deviam ter chamado isto prisões abertas e nós teríamos compreendido melhor'", declara Joaquim Chissano. Óscar Monteiro, membro sénior da Frelimo, recorda o que guiou inicialmente a instalação dos campos, mas reconhece que houve excessos. "Devo dizer que a escolha do nome é uma escolha infeliz. A reeducação fazia-se ali, dentro de nós, um bocado com esta ideia de que o trabalho regenera", refere o responsável político que ao ser questionado sobre o destino reservado aos dissidentes políticos como Uria Simango ou Joana Simeão, diz que "de facto isso aconteceu e que (os membros da Frelimo) não estão orgulhosos disso". Lutero Simango, líder do partido de oposição Movimento Democrático de Moçambique (MDM), perdeu o pai, Uria Simango, um dos membros-fundadores da Frelimo, mas igualmente a mãe. Ambos foram detidos e em seguida executados, Lutero Simango pedindo esclarecimentos ao poder. "O meu pai foi uma das peças-chaves na criação da Frente de Libertação de Moçambique. Ele nunca foi imposto. Os cargos que ele assumiu dentro da organização foram na base da eleição. Ele e tantos outros foram acusados de serem neocolonialistas. Foram acusados de defender o capitalismo. Foram acusados de defenderem a burguesia nacional. Toda aquela teoria, aqueles rótulos que os comunistas davam a todos aqueles que não concordassem com eles. Mas se olharmos para o Moçambique de hoje, se perguntarmos quem são os donos dos nossos recursos, vai verificar que são os mesmos aqueles que ontem acusavam os nossos pais", diz o responsável político de oposição. Questionado sobre as informações que tem acerca das circunstâncias em que os pais foram mortos, Lutero Simango refere continuar sem saber. "Até hoje ninguém nos disse. E as famílias, o que pedem é que se indique o local em que foram enterrados para que todas as famílias possam prestar a última homenagem. O governo da Frelimo tem a responsabilidade de indicar às famílias e também assumir a culpa, pedindo perdão ao povo moçambicano, porque estas pessoas e tantas outras foram injustamente mortas neste processo", reclama Lutero Simango. Neste processo, Sam Malema Guambe também perdeu e nunca conheceu o pai -Adelino Guambe-, fundador da UDENAMO, uma das organizações independentistas que estiveram na raíz da fundação da Frelimo. "Eu não cheguei a conhecê-lo. Eu de facto nem vi a cara dele. A minha avó nos contava aquela história. A minha mãe não queria tocar mais nesse assunto de Guambe, essa pessoa já não existe, Vamos deixar. Mas a minha avó sempre nos ensinava, nos dizia que nosso pai, as coisas que ele fazia", diz Sam Malema Guambe ao apelar a um diálogo, a "falar para a gente pôr todos mãos à obra, para fazer um Moçambique melhor, porque os nossos pais contribuíram muito para esse país". Inicialmente militante da Frelimo, Joana Simeão, entra em linha de colisão com o partido por discordar do monopartidarismo instaurado depois da independência. Acusada de ser agente da PIDE, será, como Uria Simango e Adelino Guambe, executada em circunstâncias por esclarecer. A filha, Emíade Chilengue, era um bebé. "Eu pessoalmente não tenho nenhuma memória de vivência com a minha mãe, uma vez que na altura dos acontecimentos eu era bebé. Tudo o que eu sei é através de notícias dos órgãos de comunicação social. (…) Por volta dos sete, oito anos, eu constantemente perguntava sobre a minha mãe e eles um dia vieram até mim com um recorte de jornal, creio que sobre a ação que determinou o fuzilamento dela e das outras pessoas que fizeram parte do grupo, e mostraram-me. E foi assim que eu fiquei a saber que a minha mãe já não estava entre os vivos", conta Emíade Chilengue. Ao dizer que também procurou ter mais informações, sem sucesso, a filha de Joana Simeão refere esperar que, no âmbito da celebração dos 50 anos da independência de Moçambique, que haja "alguma explicação para que haja, de facto, uma reconciliação nacional. No meu entender, não podemos, de forma alguma, comemorar 50 anos sem que esses dossiers sejam de alguma forma tratados com a devida atenção e respeito que é merecido". Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:
Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No sexto episódio desta digressão, evocamos a chamada ‘Geração de 8 de Março'. Depois da independência, as autoridades moçambicanas enfrentaram vários desafios. O mais imediato era o de fazer funcionar um aparelho de Estado com verbas limitadas. Helder Martins que foi o ministro da saúde do primeiro governo de Moçambique recorda como foram os primeiros tempos. “A primeira coisa que eu fiz quando cheguei ao ministério, depois de tomar posse, foi perguntar ao funcionário responsável da administração e Finanças qual é que era o orçamento, porque o orçamento tinha sido aprovado em Fevereiro durante o governo de transição. Eu não tive conhecimento naquela altura. Era 1,7 Dólares por habitante, por ano. Mas metade daquele dinheiro era gasto no Hospital Central de Lourenço Marques naquela altura. Só se passou a chamar Maputo mais tarde. Os outros hospitais, todos juntos, tinham 0,85 Dólares. Quando você tem um orçamento desta natureza, tem que ver o que é que pode fazer com o melhor resultado e o menor custo. Então, para isto, eu acho que um dos grandes sucessos da minha administração foi ter sabido fazer uma investigação sobre os determinantes da saúde, saber quais são as influências positivas e quais são as influências negativas. Porque uma correcta política de saúde, seja em que parte do mundo for, tem que tentar eliminar -e se não conseguir, eliminar- minimizar os factores negativos. A questão mais importante -e isto era uma experiência que a gente tinha da luta armada- eu também fui o criador do serviço de saúde durante a luta de libertação, portanto, tinha a experiência, que era a participação popular. Você, por exemplo, pode ter o programa mesmo mais medicalizado que quiser. Um dos programas preventivos mais medicalizado são as vacinações. Se você não mobilizar as pessoas, pode criar um programa muito bonito, mas não vai ter uma taxa de cobertura alta. Segundo, nós tivemos que dar a máxima prioridade à medicina preventiva e pôr a ciência no posto de governação. Nós fizemos um estudo sobre os determinantes da saúde e definimos uma política nessa base científica. Nós criamos estruturas no ministério para estudar os problemas. Tivemos também uma comissão técnica para a área farmacêutica. Criamos um Formulário Nacional de medicamentos. Foi publicado no Boletim da República no dia 25 de Dezembro de 1976. A OMS publicou a lista de medicamentos essenciais em Outubro de 1977, dez meses depois. Os critérios da lista eram os mesmos que os nossos critérios”, sublinha o antigo governante. Outro desafio era a necessidade de formar técnicos para as mais diversas áreas que eram necessárias para o funcionamento do país. Foi neste contexto que no dia 8 de Março de 1977, o Presidente Samora Machel lançou um repto aos jovens moçambicanos para suprir as falhas que existiam naquela altura. Yolanda Mussá, então jovem militante -hoje Presidente da Associação da Geração 8 de Março- respondeu ao chamamento. “Depois do golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, e sobretudo depois da assinatura dos Acordos de Lusaka e a tomada de posse do Governo de transição a 20 de Setembro do mesmo ano, assistiu-se, sobretudo aqui em Moçambique, a uma fuga massiva de técnicos portugueses que trabalhavam em diferentes áreas, não só no sector público como também no sector privado. Então, havia a necessidade de suprir essa lacuna que foi deixada por esses especialistas e por esses técnicos portugueses. Então, desde essa altura, a Frente de Libertação de Moçambique e o Governo moçambicano, posteriormente, chamou adolescentes e jovens para serem formados, para serem treinados para suprir essas lacunas. Este processo foi formalizado no dia 8 de Março de 1977, quando o Presidente Samora Machel incitou os jovens a responderem ao chamamento à Pátria. E naquela altura estamos perante uma situação que exige que nos manifestemos na essência daquilo que era o nosso patriotismo. O país é nosso e como o país é nosso, nós é que temos que assegurar a edificação da Nação moçambicana. Portanto, esse é que era o desafio. Havia carências nas diferentes áreas. Havia carências na área de educação, na área da economia, na área da administração pública. Então, os jovens e os adolescentes foram chamados a interromper, sobretudo aqueles que estavam na 9.ª classe, na 10.ª, na 11.ª classe, os seus estudos. E nós fomos orientados para as tarefas que foram consideradas prioritárias pelo governo moçambicano. A nível da cidade de Maputo, criou-se o Centro 8 de Março, onde nós fomos orientados e internados. Uns foram para o Propedêutico. Eu, por exemplo, fui orientada para o curso de formação de professores. E qual era a nossa função? Fomos formados, portanto, na Escola central do partido, mas sobretudo para aprender a história de Moçambique, porque sabe-se perfeitamente que, quer no ensino primário, quer no ensino secundário, o que se estudava era a história portuguesa. Então nós fomos orientados para estudar sobretudo a história de Moçambique e estudar a política de Moçambique para, a partir daí, podermos defender aquilo que eram os ideais da Nação moçambicana”, recorda Yolanda Mussá. Questionada sobre os critérios adoptados para orientar os jovens para determinada area, a dirigente associativa refere que as preferências de uns e de outros nao eram decisivos. “No dia em que fui para o painel de Orientação, estava com um colega. Nós éramos provenientes do antigo Liceu António Enes, que agora é Escola Secundária Francisco Maianga. Ele queria seguir matemáticas. A verdade é que depois das entrevistas, eles simplesmente disseram que ele não ia ser orientado para as matemáticas, mas que ele tinha que ser integrado no curso de formação de português. Então, o que contava naquela altura não era o que nós queríamos, mas é o que era considerado prioritário”, conta Yolanda Mussa. Alberto Simão, então jovem estudante de 19 anos, destinava-se à área de engenharia, mas acabou por enveredar por outra área, sendo actualmente economista. “Na altura tinha 19 anos e era estudante, digamos, no ensino técnico. Era do interesse dos meus pais, essencialmente, que eu seguisse a área de engenharia. Portanto, quando eu sou solicitado a integrar as tarefas do 8 de Março, fui exercer as tarefas de docência. Foi a minha primeira profissão. Mais tarde, quando eu voltei e retomei os meus mesmos estudos, decidi-me por uma outra área que foi a área económica”, começa por recordar o antigo docente. “Foi uma fase muito intensa, por assim dizer, e marcante também para os jovens estudantes, porque, na verdade, quase que sem nos apercebermos, passamos para a vida adulta, independentemente da nossa idade cronológica. Nessa altura, ficou claro que as responsabilidades a que nós tínhamos que fazer face, eram responsabilidades de adultos e tínhamos que responder como adultos e, sobretudo, também responder pelos resultados. Portanto, tivemos que crescer muito depressa em termo de crescimento ou em termos comparativos. O tempo de juventude foi relativamente curto, comparativamente com os tempos de hoje”, considera Alberto Simão que diz não ter sentido frustração naquela altura, mas antes uma “sensação de insegurança, porque, na verdade, ninguém estava preparado para assumir responsabilidades de tão alto nível.” Arão Nhacale, antigo autarca da Matola, também respondeu ao apelo de Samora Machel. Apesar de ter uma preferência pela química, acabou por ser dirigido para o ensino. “Eu lembro-me que quando, lá no bairro onde vivia com os meus pais, chegou a convocatória para me apresentar num determinado sítio aí do partido a nível central, eu fui dizer à minha mãe que ‘olha, eu fui chamado pela Frelimo'. E a minha mãe chorou. Não quis deixar que eu fosse, porque não sabia o que é que iria acontecer comigo. Para onde é que eu iria? O que é que eu fiz de errado? Mas eu disse à minha mãe que ‘olha, não se preocupe, porque não há nada de mal aqui. E se me chamam, eu saberei lá.' E fui, deixando a minha mãe triste. Cheguei lá, fui recebido por uma senhora e a conversa foi de muito pouca duração. Quis certificar se era eu. Era. E então deu-me uma guia para me apresentar na Escola Comercial de Maputo. Eu, na altura, era estudante do curso de Química. O meu sonho era formar-me em Química, tornar-me engenheiro de Química, com muita paixão por Química Tecnológica. E queria me formar ao mais alto nível na área de Química. E isso não aconteceu porque recebi esse chamamento e fui dar aulas em 1977, com cerca de 20 anos, na Escola Comercial de Maputo. É a disciplina que me coube. Isto marcou-me muito, porque é com uma certa dose de patriotismo que assumi e aceitei. Tive várias formações na área da educação. Dediquei-me ao ensino durante muitos anos e eu, felizmente, hoje posso dizer que muitos quadros seniores, jovens quadros seniores que temos no país em diversas áreas, alguns ministros, alguns directores na área de defesa de segurança, relações internacionais, industriais, em muitas áreas, alguns deles foram meus alunos. Isso cria em mim um certo -não é orgulho só, não é suficiente- muito mais do que orgulho, porque vejo que valeu a pena o chamamento”, considera o antigo professor. Esta operação que durou até ao começo dos anos 90 envolveu centenas e centenas de jovens, bem como formadores nacionais e estrangeiros, recorda Yolanda Mussa. “Havia formadores moçambicanos, mas para além dos formadores moçambicanos, o governo, na altura, contou com a colaboração de vários países. Por exemplo, eu tive professores de matemática que eram da Guiné-Conacri. Falo da Guiné-Conacri, como também poderia falar de outros países, na altura, de orientação socialista. Tivemos professores que vinham da antiga RDA, que vinham da Bulgária, que vinham da antiga União Soviética”, recorda a dirigente associativa ao referir que foram orientados para “quase todas as áreas”. Olhando retrospectivamente para aquela época, Alberto Simão considera que os jovens da sua geração amadureceram sob o impulso da urgência. “Impelia-nos o sentimento de que esta obrigação era eminentemente nossa, porque o processo de descolonização foi um processo visível. Foi um processo que nós vivenciamos e acompanhámos porque inclusivamente colegas nossos, que eram colegas de carteira, estudantes, etc, uns despediam-se, outros iam embora sem se despedir. E praticamente todos abalavam em massa. Então nós sentíamos que havia um vazio. Aliás, nessa altura, alguns dos serviços que deveriam ter sido prestados por alguns sectores do Estado e mesmo até privados, começaram a entrar assim numa espécie de falência. (…) E os tais quadros potenciais na altura, na verdade éramos nós então. Lá fomos porque também uma coisa vantajosa em ser jovem é que as situações apanham-nos às vezes de surpresa, mas fica também patente a ideia de que o espírito de aventura, também de participação, de fazer as coisas acontecerem e de mostrar um pouco do nosso valor, está lá, presente. Isso impele-nos e não temos tanto as hesitações que talvez o adulto normalmente tem. O jovem vai para a frente. Foi o que nós fizemos”, conclui o economista moçambicano. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:
Mais de uma semana após o início da ofensiva maciça lançada em 13 de junho pelo exército israelense contra o Irã, os moradores de Israel convivem com um novo cotidiano: sirenes diárias, ataques ao longo do dia e uma ameaça sem precedentes, mesmo para uma população "acostumada" a conflitos. Neste sábado (21), o governo de Israel afirmou ter conseguido retardar a capacidade de desenvolvimento de uma bomba atômica pelo Irã, após novos ataques aéreos a uma instalação nuclear em Isfahan, na região central do país. Em seguida, o Irã atingiu um prédio residencial no norte de Israel, sem registro de vítimas até o momento. Henry Galsky, correspondente da RFI em Israel Se, durante os conflitos com o Hamas na Faixa de Gaza ou com o Hezbollah no Líbano, a vida no interior de Israel ainda mantinha uma aparência de relativa normalidade, a guerra contra o Irã mudou drasticamente esse cenário. Nos ataques contra Petach Tikva, na região central de Israel, um casal morreu dentro do abrigo protegido do apartamento. O Comando da Frente Interna — braço do Exército responsável por orientar a população civil —, reconheceu que, no caso de um ataque direto, mesmo os abrigos reforçados garantem proteção total. Apesar dos sistemas de defesa avançados, os mais de 500 mísseis balísticos disparados pelo Irã têm se mostrado desafiadores. Em apenas uma semana de conflito, ao menos 24 israelenses foram mortos em ataques da República Islâmica. Brasileiros em 'choque' em Israel A RFI conversou com brasileiros que vivem em Israel para entender como têm sido os últimos dias no meio de uma guerra inédita na região. Sarah Salomão Neta, cozinheira e guia de turismo, mora sozinha em Bat Yam, cidade que faz parte da região metropolitana de Tel Aviv. A casa dela foi destruída por um míssil iraniano que atingiu o prédio em frente. Ela estava no "miklat", o termo em hebraico para o abrigo coletivo, que fica na parte de baixo dos edifícios. Este tipo de abrigo é muito comum, em especial em prédios mais antigos construídos antes de 1993, quando uma lei aprovada pelo parlamento israelense determinou que todas as novas construções deveriam ter um quarto protegido no interior dos apartamentos. "Para mim só a parte da frente do prédio tinha sido destruída. Depois subi no apartamento e tudo estava destruído. A porta de madeira estava caída no chão, a janela tinha caído na poltrona, no meu quarto todas as paredes caíram", conta Sarah, que está temporariamente hospedada em um hotel em Tel Aviv, assim como os demais moradores do prédio. "Eu estou em estado de choque. Não posso ouvir um barulho que meu coração vem na boca", diz a brasileira. Já Deborah Kopstein Schanz trabalha como cuidadora de crianças e mora em Ramat Gan, outra cidade atingida por um míssil iraniano. "Não estou saindo de casa para praticamente nada, compras eu peço para entregar. Tem sido muito difícil. Fico pensando nos meus pais que moram em Haifa, no meu irmão que mora em Zichron Yaakov (também no norte de Israel) com as crianças", indica ela. "Eu tenho que ir para o abrigo do prédio, mas que não tem uma porta de ferro. É só rezar, porque está se aproximando, [os mísseis] estão caindo muito perto de pessoas que a gente conhece", relata Deborah. Ao cair da noite, os israelenses se recolhem em suas casas, e as ruas das cidades ficam praticamente desertas. Tel Aviv, conhecida por sua vida vibrante e constante movimento, está excepcionalmente calma.Tel Aviv, conhecida pela agitação permanente, está excepcionalmente calma. Um bairro inteiro foi destruído por um míssil iraniano. A reportagem da RFI esteve no local e registrou a destruição de prédios residenciais, casas, mercados e hotéis. Todas as construções em um raio de 500 metros foram afetadas. Um comandante do exército que pediu para não ser identificado confirmou a potência do ataque: "Foi um milagre que ninguém tenha morrido por aqui". Fábricas não conseguem proteger trabalhadores Nossa reportagem esteve presente em cinco locais atingidos na região norte e central de Israel: Tamra, uma cidade árabe-israelense onde quatro jovens de uma mesma família foram mortas, Rishon Letzion, Tel Aviv, Haifa e Ramat Gan. Juliano Rosenberg é agrônomo e mora em Kiriat Ata, uma das cidades do entorno de Haifa. Ele trabalha em uma empresa que produz artefatos para a indústria bélica e percebeu uma redução dos trabalhadores ativos na fábrica. Juliano detalha que as ausências acontecem pelo fato de o abrigo protegido da fábrica não ser grande o bastante para proteger todos os funcionários em caso de ataques. "Estamos funcionando com um número reduzido de trabalhadores pelo tamanho do bunker, que não comporta todos os funcionários. Então, estamos trabalhando em rodízio", afirma Rosenberg. O Irã afirma que tem buscado atingir apenas alvos militares. Mas as evidências no terreno mostram outra realidade. Nos locais visitados foi possível verificar que apenas estruturas civis foram destruídas. O Irã atingiu uma refinaria de petróleo em Haifa; um alvo considerado estratégico, o Hospital Soroka, em Beersheva, além de prédios civis em Holon, Bat Yam, Petach Tikva e Bnei Brak. Foram registrados também ataques contra um alvo militar na região central de Israel (cuja localização precisa ainda não foi divulgada) e o Instituto de Ciências Weizman, em Rehovot, ao sul de Tel Aviv. O Instituto Weizman é dedicado basicamente a ciências, mas realiza parte de suas pesquisas em parceria com as forças militares de Israel nas áreas de energia, medicina e ciências da computação. A maioria dos danos causados pelo míssil iraniano destruiu laboratórios de pesquisa de tratamentos contra o câncer. Leia tambémIrã pede fim de ataques israelenses antes de qualquer negociação diplomática Adaptação à nova rotina de guerra Ao conversar com brasileiros que vivem em Israel, fica evidente que, neste momento, a prioridade tem sido se adaptar à nova rotina imposta pela guerra. Até agora, são poucas as vozes críticas ao conflito, pois os esforços estão voltados para lidar com os desafios do dia a dia — como manter as crianças entretidas com as aulas presenciais suspensas, conciliar o trabalho remoto e garantir que os abrigos domésticos estejam sempre prontos para uso. A operadora de turismo Luana Amorim, moradora de Petach Tikva, relata as mudanças no cotidiano desde o início da guerra, há uma semana. "Viver em Israel nesses dias tem sido uma mistura de tensão constante, tentativas diárias de seguir em frente para não surtar dentro de casa. Tenho dois filhos, então foi preciso sair da rotina porque não tem nada funcionando. E com as crianças em casa, trabalhando de casa, está sendo bem difícil conciliar, além do medo. Essa é a primeira vez que, realmente, o medo está bem grande. As sirenes tocam a qualquer momento. Mas quando a gente recebe esses avisos, o coração dispara", conta. *matéria corrigida em 22/06/25 às 08h25 de Paris
Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No segundo episódio desta digressão, evocamos as circunstâncias em que se deu a ocupação efectiva de todo o território que viria a ser Moçambique. Após séculos de ocupação muito relativa de Moçambique, os portugueses, mais concentrados até agora no comércio de matérias-primas e de mão-de-obra escrava -apesar da abolição da prática no decurso da primeira metade do século XIX- enfrentam a concorrência cada vez mais feroz de outras potências coloniais, em particular da Grã-Bretanha. No âmbito da conferência de Berlim de 1884-1885 em que os regimes coloniais europeus repartiram entre eles os territórios africanos, Portugal apresentou o que ficou conhecido como o “Mapa cor-de-rosa”, um projecto estabelecendo novas fronteiras para o império africano português e em que Angola ficava ligada a Moçambique. Só que a coroa britânica tinha a ambição de ligar por via-férrea a África do Sul ao Egipto. A Rainha Vitória lançou então um ultimato a Portugal em 1890, recorda o académico moçambicano Luís Covane. “Portugal queria, por exemplo, ter uma colónia em África. Como Angola e Moçambique apareciam ligados e era chamado para o “mapa cor-de-rosa”, que não foi negociado nem com os franceses nem com os ingleses, e deu logo com um projecto britânico de construir uma linha férrea que ligaria o Cabo ao Cairo, em território britânico. Esse era um projecto também alimentado por sacerdotes e isso resultou num ultimato muito agressivo contra Portugal”, conta o historiador referindo que “Portugal teve que se encolher e abandonar as terras que reclamava como suas.” Na ânsia de evitar os crescentes apetites dos restantes impérios sobre os territórios que controlava, Portugal adopta uma política de conquista e ocupação efectiva de Moçambique, não sem enfrentar resistência. O caso mais emblemático será o do imperador de Gaza, Ngungunhane, que tentou lutar contra a ocupação portuguesa mas acabou por ser capturado em 1895 pelo oficial Mouzinho de Albuquerque, sendo em seguida levado para Lisboa onde foi exibido perante a multidão, antes de ser deportado para os Açores onde faleceu em 1906. “Ngungunhane é neto daquele que construiu o Império de Gaza, que veio da Zululândia, parte da África do Sul, nas primeiras décadas do século XIX. Invadiram o território. Encontraram um território sem grandes unidades políticas, pequenos reinos, pequenas unidades políticas. E eles eram guerreiros.”, recorda Luís Covane. “Quando se realiza a Conferência de Berlim e a pressões sobre Gaza, os protugueses avaliaram Gaza. Era um grande império, com uma força militar tremenda e Portugal sentia-se inferior. Quis assinar um tratado de vassalagem. Dizer que ‘vocês fazem parte de Portugal'. (...) A coisa não correu lá muito bem e esse fracasso cimentou nas lideranças militares e civis portuguesas que era necessário ir para o conflito armado. E Mouzinho de Albuquerque é aquele que comandou as forças portuguesas para a conquista de Gaza. E quando ele vai para onde ele (Ngungunhana) estava baseado (...) ele levou a tropa portuguesa para o combate. A sorte dele é que, de facto, a povoação estava desguarnecida. Até o chefe do exército não estava lá e não teve como enfrentar aquela força. Foi assim que Ngungunhane é preso em Chaimite por Mouzinho de Albuquerque que foi celebrado como um combatente muito valente”, recorda o universitário. Dez anos após a independência de Moçambique, o executivo português restituiu os restos mortais de Ngungunhane ao seu país, a pedido de Samora Machel que o apresentou como um herói. Esta não deixa contudo de ser uma figura controversa, dado o rasto de crueldade que marcou o seu reinado, com refere outro estudioso, Egidio Vaz, também parlamentar da Frelimo no poder. “Depois de o Presidente Samora Machel reclamar a suas ossadas, vieram para Moçambique. E depois há uma história muito interessante que aconteceu em Gaza, onde alegadamente se ergueu um busto em sua memória. Porque ele é controverso, no seu último bastião, as pessoas tinham percepções diferentes das oficiais. Então as pessoas usavam o busto de Gungunhana para sacudir enxadas ou afiar catanas quando fossem às machambas. O que significa, por outras palavras, que existe uma percepção diferente de um sanguinário, de um Ngungunhana déspota, de um Ngungunhana que se impôs pela força. Ora, a historiografia moçambicana começa com, diríamos nós, um embuste. Das duas uma, ou Ngungunhana é importante por ter sido capturado pelos portugueses e desterrado para os Açores, onde cuidaram dele até à sua morte. Ou, eventualmente, todos temos uma percepção um pouco mais diferente. Mas qual era o desafio dos historiadores de então, quando se estava a criar uma Nação? Porque este Moçambique é um Estado com várias nações lá dentro, mas que depois, com um objectivo eventualmente de representação e simbolismo”, optou-se por apresentar Ngungunhane como um herói, diz Egidio Vaz que vê na celebração dos 50 anos da independência de Moçambique um oportunidade para “olhar a história de forma crítica”. Entretanto, nos primórdios do século XX, apesar de a escravatura já não existir oficialmente, o trabalho forçado torna-se prática corrente, refere Luís Covane. “Com essa incapacidade de fazer investimentos em áreas de produção mais avançadas, vai-se olhar para o homem como única máquina que pode ser usada. (...) E foi assim criar-se um imposto que tem de ser pago em dinheiro. E o dinheiro só pode ser ganho numa plantação, porque o trabalho é importante, mas a pessoa só vai trabalhar voluntariamente quando é capaz de resolver problemas. Mas o Estado colonial foi capaz de criar problemas que só podiam ser resolvidos com dinheiro. Criar problemas para indígenas, dizer que ‘você tem que pagar imposto em dinheiro'”, explica o historiador ao referir que “o objectivo é de facto colectar o imposto para assegurar mão-de-obra nas plantações dos colonos portugueses que não tinham capacidade de pagar salários. E depois há outra forma que é a introdução de culturas forçadas. Por exemplo, o algodão. As pessoas não comem algodão. E o benefício imediato do algodão, também não o conseguem ver. A indústria têxtil portuguesa precisava de algodão em quantidades cada vez mais crescentes para produzir têxteis a um preço altamente competitivo. Conseguir mão-de-obra, conseguir matéria prima das colónias muito abaixo do mercado internacional para produzir os textéis e vender nas colónias a preços muito acima dos preços praticados. Foi essa lógica”, diz Luis Covane ao referir que a situação torna-se a tal ponto insustentavel que por altura dos anos 60, evita-se ao maximo o convivio entre comunidades em Moçambique. O facto é que a chegada de Salazar ao poder em 1933 em Portugal vem acrescentar o fascismo ao colonialismo, Moçambique vivendo num regime instituindo os privilégios dos colonos face aos assimilados e aos indígenas, recorda o estudioso moçambicano Calton Cadeado. “Do lado do colonizador em relação ao colonizado, por exemplo, havia histórias que se contam sobre a forma como agente colonial não permitia que os moçambicanos negros nativos tivessem acesso a educação, que fosse uma educação de progresso. Havia limitações no acesso à educação para os negros e o limite máximo que alguém podia ir à escola em termos de educação, por vezes não passava da quarta classe e se passasse da quarta classe, era um privilegiado. Há muita gente que nem sequer teve possibilidade de chegar a esta quarta classe porque não era de acesso universal à educação. Essa é uma das formas que as pessoas retratam a violência. Negaram o direito ao conhecimento. Mas, mais do que isso, era também a forma como a polícia, a forma como os serviços de segurança, na altura a PIDE, depois a DGS, perseguia, torturava todos aqueles que tivessem opinião diferente ou ousassem questionar seja o que fosse ligado a aspectos políticos aqui em Moçambique”, refere o estudioso. Num contexto em que lá fora, no resto do mundo, antigas colónias acediam à liberdade, Portugal mantinha com mão de ferro um sistema em que eram muito poucos aqueles que tinham acesso à educação, a empregos assim como à saúde, recorda Helder Martins, ministro da Saúde do primeiro governo de Moçambique independente. “A época colonial, era uma quase escravatura, uma escravatura disfarçada porque, primeiro, às populações, não lhes eram reconhecidos direitos cívicos nenhuns. Havia uma distinção entre os chamados ‘indígenas' e os ‘cidadãos' e, teoricamente, a missão de Portugal, dita civilizadora, entre aspas, consistia no processo de assimilação. Mas em 500 anos de colonialismo, os assimilados foram só 1% da população. Portanto, isto diz tudo. Segundo, havia trabalho forçado, havia por legislação, porque partia-se do princípio que o indígena era preguiçoso e que, portanto, era preciso obrigá-lo a trabalhar e todas as outras coisas, a discriminação racial, etc. Agora na área da saúde, a saúde colonial era do mais incrível que se pode imaginar. Não só era altamente discriminatória, como era discriminação racial descarada, discriminação socioeconómica e discriminação geográfica. Porque a população que vivia nas zonas rurais, naquela altura, 90% da população vivia nas zonas rurais, praticamente não havia infraestruturas de saúde nenhuma. As infraestruturas de saúde estavam nas principais cidades onde viviam os colonos e nas zonas rurais só havia uma delegacia de saúde onde houvesse cinco brancos funcionários públicos. A população não interessava em termos de planificação de saúde. Em qualquer livro de planificação de saúde fica claro que o critério que deve presidir à planificação de saúde é a população. Mas isso nunca foi no tempo colonial. Por outro lado, do ponto de vista técnico, era um sistema anacrónico, atrasado. Bom, Portugal naquela altura era um país atrasado sobre todos os pontos de vista e sob o ponto de vista tecnológico também. E na área da saúde também era. (...) O pouco que havia era os programas de combate às grandes endemias. Mas mesmo isso era anacrónico na sua organização, porque havia diversos programas. O da malária e da tuberculose, ou da lepra, ou da tripanossomíase. Os directores desses serviços dependiam directamente do governador-geral e não do director dos serviços de saúde. Então, não havia coordenação nenhuma. Quer dizer, isto era completamente anacrónico”, conta o antigo governante. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:
Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No terceiro episódio desta digressão, evocamos as circunstâncias em que foi lançada a guerra de libertação de Moçambique. A 16 de Junho de 1960 deu-se um episódio que foi um marco antes do desencadear da luta armada. Naquele dia, foi organizado um encontro em Mueda, no extremo norte do país, entre a administração colonial e a população local que reclamava um preço justo pela sua produção agrícola. Só que no final dessa reunião que teria sido exigida pela MANU, uma organização independentista que viria a integrar a Frelimo, deu-se a detenção de alguns dos representantes do povo e em seguida a execução a tiro de um número até agora indeterminado de pessoas. O historiador Luís Covane recorda as circunstâncias do sucedido. “Primeiro, a injustiça praticada na compra dos produtos agrícolas dos camponeses e entra para primeiro a luta pela melhoria das condições de compra e venda dos seus produtos e a intransigência do outro lado da força”, começa por explicar o historiador recordando que nos “anos 60, os movimentos para a conquista da independência sem violência nos países vizinhos já eram uma realidade. Os ingleses, os franceses, adoptaram um sistema de entrega, ajudaram até a desenhar a bandeira, o hino nacional, a segurança”. “Acontece que Portugal era um país colonizador. Mas na sua própria colónia, também era colonizado. Por exemplo, o sul de Moçambique exportava mão-de-obra. O Governo que viesse nesse assunto de exportação de mão-de-obra não havia de precisar de Portugal”, refere por outro lado o estudioso ao sublinhar paralelamente que “Portugal investiu muito pouco na Educação. Assim, em 1975, o nível de analfabetismo em Moçambique era de 93%. Apesar de Salazar ter feito entendimentos com a Santa Sé em 1940. (...) Para entrar na escola, já para o escalão mais avançado, era preciso ser assimilado. Mas lá no campo, tinha-se 18 anos, já se era objecto de perseguição para o trabalho, não havia espaço, também não havia escolas para isso, não havia escolas secundárias, não tinha como. Uma pessoa sabia ler e escrever e pronto, acabou. Podia ser catequista, no máximo. O investimento que não se fez na educação tornou a situação em Moçambique muito mais delicada.” Dois anos depois do massacre de Mueda, três organizações nacionalistas, a UDENAMO, União Democrática Nacional de Moçambique, a MANU, Mozambique African National Union, e a UNAMI, União Nacional Africana de Moçambique Independente, reúnem-se em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, a 25 de Junho de 1962 e fundem-se numa só entidade, a Frelimo, Frente de Libertação de Moçambique. Sob a direcção do seu primeiro presidente, o universitário Eduardo Mondlane, e a vice-presidência do reverendo Uria Simango, a Frelimo tenta negociar a independência com o poder colonial, em vão. A partir de 1964, começa então a acção armada. O antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, recorda essa época em que tomaram conhecimento da existência de movimentos independentistas nos países vizinhos de Moçambique e decidiram se inspirar deles. “Nessa altura, nós, já estudantes, que tínhamos deixado Portugal, que estávamos na França, tomamos conhecimento disso juntamente com o Dr. Eduardo Mondlane, que trabalhava nas Nações Unidas. No nosso encontro em Paris decidimos que devíamos trabalhar, a partir daquele momento, para a unificação dos movimentos de libertação, para que houvesse uma luta mais forte. Mesmo a luta diplomática, que foi a coisa que começou, havia de ser mais forte se houvesse um movimento unificado. É assim que surge uma frente. (...) Foram três movimentos que formaram uma frente unida que se chamou a Frente de Libertação de Moçambique. E essa Frente de Libertação de Moçambique continuou a procurar meios para ver se os portugueses haviam de acatar a Resolução das Nações Unidas de 1960 sobre a descolonização. E, finalmente, quando se viu que, de facto, os portugueses não iriam fazer isso, particularmente depois do massacre da Mueda, decidiu-se começar a preparação para uma insurreição armada. E assim houve treinos militares na Argélia, onde foram formados 250 homens, porque também a luta dos argelinos nos inspirou. Então, eles próprios, depois da criação da Organização da Unidade Africana e da criação do Comité de Coordenação das Lutas de Libertação em África, fomos a esses treinos na Argélia e a Argélia é que nos forneceu os primeiros armamentos para desencadear a luta de libertação nacional”, recorda o antigo Chefe de Estado. Ao referir que a causa recebeu apoio nomeadamente da Rússia e da China, Joaquim Chissano sublinha que “a luta foi desencadeada com a ajuda principalmente africana. E mais tarde vieram esses países. A Rússia deu um apoio substancial em termos de armamento. (...)Depois também mandamos pessoas para serem treinadas na China e mais tarde, já em 1965, quando a China fica proeminente na formação político-militar na Tanzânia, mandaram vir instrutores a nosso pedido e a pedido da Tanzânia.” Sobre o arranque da luta em si, o antigo Presidente moçambicano refere que os ataques comeram em quatro frentes em simultâneo. “Nós, em 1964, criámos grupos que enviamos para a Zambézia, enviamos para Niassa, enviamos para Cabo Delgado e enviamos para Tete. Portanto, em quatro províncias simultaneamente. No dia 25 de Setembro (de 1964) desencadeamos a luta armada de libertação nacional. Porque também a ‘insurreição geral armada', como o Presidente Mondlane denominou, começou em quatro províncias em simultâneo”, recorda Joaquim Chissano. Óscar Monteiro, membro sénior da Frelimo e antigo representante do partido em Argel, também recorda a época em que, jovem líder estudantil em Portugal, integra as fileiras da Frelimo em 1963. “Eu começo por ser um dirigente estudantil em Portugal. Sou um dirigente da Associação Académica de Coimbra, juntamente com outras pessoas, como Manuel Alegre. É um nome de que me recordo. Éramos colegas de estudo. E éramos colegas no movimento estudantil e, ao mesmo tempo, sendo parte do movimento estudantil, vou migrando para o movimento anticolonial, Na Casa dos Estudantes do Império e mais tarde sou recrutado por Marcelino dos Santos, aproveitando uma viagem de fim de curso em que eu levava um relatório da célula do PAIGC em Coimbra para uma pessoa do PAIGC em Paris. Sou recrutado para organizar os estudantes moçambicanos em Portugal, mas também os estudantes de todas as colónias. Não sou dos primeiros nacionalistas em Portugal, mas sou do grupo que permanece em Portugal depois da grande fuga dos anos 62. Então, esse meu trabalho começa em 63. Em 63, eu recebo essa missão, na qual me empenho, saio de Coimbra para Lisboa. Ainda publicamos boletins, um boletim chamado Anti-Colonial. E acontece que ousamos demais. Começamos a distribuir o Boletim Anticolonial em Moçambique, na Beira e em vários sítios, mas na Beira é que somos apanhados e eu sou avisado por um colega meu que ainda está aqui, o Luís Filipe Pereira, um pedagogo. Ele avisa-me ‘Olha fulano de tal e fulano de tal foram presos.' Foi o sinal para mim de passar a uma outra vida, que é uma vida completamente diferente, que é de me esconder. A gente poderia dizer de uma maneira muito elegante ‘passei à clandestinidade', mas no fundo eu estava simplesmente a fugir. Não estava a fazer clandestinidade. Tinha feito antes, mas nesse momento saí pela porta de trás e pronto, cheguei a Paris utilizando o caminho dos imigrantes. Fui esperando lá. Continuando a manter a relação com os estudantes em Portugal e mais tarde sou chamado para a Argélia por Pascoal Mocumbi, que me tinha visto em Paris e que eu conhecia porque ele era muito amigo do Chissano”, conta Óscar Monteiro. Ao evocar a missão que lhe incumbia em Argel, Óscar Monteiro refere que o seu trabalho consistia em “fazer a propaganda do movimento de libertação em francês. Nós já tínhamos representações no Cairo, tínhamos um departamento de informação que produzia documentos, o ‘Mozambique Revolution', que era uma revista muito apreciada, que depois era impressa mesmo em offset. Mas não tínhamos publicações em francês. Então, coube-nos a nós, na Argélia, já desde o tempo do Pascoal Mocumbi, produzir boletins em francês, traduzir os comunicados de guerra e alimentar a imprensa argelina que nos dava muito acolhimento sobre o desenvolvimento da luta, a abertura da nova frente em Tete, etc e ganhar o apoio também dos diplomatas de vários países, incluindo de países ocidentais que estavam acreditados na Argélia. Falávamos com todos os diplomatas. Prosseguimos esses contactos. O grande trabalho ali era dirigido sobre a França e sobre os países de expressão francesa. Era um tempo de grande actividade política, é preciso dizer. Eram os tempos que precederam o Maio de 68. Enfim, veio um bocado de toda esta mudança. E tínhamos bastante audiência”. A 3 de Fevereiro de 1969, em Dar-es-Salaam onde está sediada a Frelimo, Eduardo Mondlane abre uma encomenda que contém uma bomba. A explosão do engenho é-lhe fatal. Até agora, pouco se sabe acerca desse assassínio sobre o qual Joaquim Chissano, então responsável do pelouro da segurança da Frelimo, acredita que haverá a mão da PIDE, a polícia política do regime fascista de Portugal. “Havia já alguns indícios de que havia movimentos de pessoas enviadas pelo colonialismo, mesmo para a Tanzânia, como foi o caso do Orlando Cristina, que chegou a entrar em Dar-es-Salaam e fazer espionagem. Disse que trabalhou com os sul-africanos em 1964 e continuou. Depois houve o recrutamento, isso já em 1967-68, de pessoas da Frelimo que tentaram criar uma divisão nas linhas tribais, mas que na realidade não eram representativos das tribos que eles representavam, porque a maioria eram ex-combatentes que estavam solidamente a representar a unidade nacional. Foi assim que tivemos uns traidores que depois foram levados pelos portugueses de avião e de helicópteros e entraram a fazer campanha aberta, propaganda e até houve um grupo que chegou a reivindicar a expulsão do nosso presidente, dizendo que ele devia receber uma bolsa de estudos. Quer dizer, a ignorância deles era tal que eles não viram, não souberam que ele era um doutor -duas vezes doutor- e que não era para pensar em bolsa de estudo. Mas pronto, havia um movimento de agitação. Mas a frente era tão sólida que não se quebrou. Por isso, então, foi se fortalecendo à medida que íamos andando para a frente”, conclui Joaquim Chissano. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:
Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No quarto episódio desta digressão, evocamos o massacre de Wiriyamu, em 1972. O Massacre de Wiriyamu ou “Operação Marosca” aconteceu a 16 de Dezembro de 1972. Depois de dois capitães portugueses morrerem quando o seu veículo pisou numa mina, as tropas coloniais massacraram pelo menos 385 habitantes da aldeia de Wiriyamu e das localidades vizinhas de Djemusse, Riachu, Juawu e Chaworha, na província de Tete, acusados de colaborarem com os independentistas. A ordem foi de "matar todos", sem fazer a distinção entre civis, mulheres e crianças. Algumas pessoas foram pura e simplesmente fuziladas, outras mortas queimadas dentro das suas habitações incendiadas. Mustafah Dhada, historiador moçambicano e professor catedrático na Universidade da Califórnia, dedicou uma parte importante da sua vida a investigar o que sucedeu em Wiriyamu. “O massacre, tem que ser contextualizado no espaço do sistema colonial português em África. E nesse sentido, o massacre era um dos vários massacres que aconteceram em Moçambique, em Angola, na Guiné-Bissau, em São Tomé e Príncipe e também o massacre estrutural do meio ambiente em Cabo Verde. Devemos notar uma coisa: a guerra colonial portuguesa, a baixa era de 110.000 pessoas, aproximadamente civis na nossa parte dos libertadores e dos colonizados e o massacre é somente 385 pessoas que têm um nome e outros que desapareceram sem nome. E neste sentido o massacre é, do ponto de vista quantitativo, um massacre que tem uma significação menor. Mas o que foi importantíssimo é que o massacre não iria ser reconhecido como um evento tectónico se não tivesse havido uma presença da Igreja -não portuguesa- em Tete”, sublinha o historiador aludindo às denuncias que foram feitas por missionários a seguir ao massacre. “A história rebentou no ‘Times of London' em Julho de 1973, e aquilo teve em mim um impacto muito grande. Quando tive uma oportunidade de ir para Moçambique para reconstruir a anatomia do massacre, eu tive uma bolsa da Fulbright nos Estados Unidos, fui ali e parei no sítio mesmo do massacre, onde durante oito meses eu conduzi entrevistas com 206 famílias, famílias com três a quatro membros, e fiz uma reconstrução quase completa. O meu objectivo era duas coisas: normalmente os estudiosos que fazem estudos como esses, sobre a violência em massa colonial ou pós-colonial, focam-se exclusivamente sobre o objectivo de reconstruir a anatomia do massacre. Para mim, eu pensei que ‘porque é que nós estamos focados somente na anatomia da matança, sem primeiramente ressuscitar o que foi perdido depois do massacre?' Neste sentido, eu fiz um estudo onde eu reconstruí a vida, a história sociocultural das aldeias do Triângulo de Wiriyamu para apreciar qual foi o peso do massacre, o que é que nós perdemos devido esse massacre, quantos porcos eles tinham, quantas cabras, quantas galinhas e etc, etc. Onde é que estavam os riachos? Quantas pedras, quantas árvores e os caminhos que estavam aí? Dissecar a anatomia do que aconteceu, documentar a hora a hora, minuto a minuto”, refere o universitário reconhecendo que existem lacunas no seu trabalho. “Nós não sabemos o que aconteceu na última fase da matança, em que os comandos estavam a ir caçar as pessoas que sobreviveram ao massacre. No dia antes, naquele sábado, e também o que se passou numa vila pequenina que era abaixo da vila de Wiriyamu, que se chamava Riachu”, admite o historiador. Meses depois do massacre, um sacerdote britânico, Adrian Hastings, denunciou o sucedido num livro editado em Julho de 1973, sendo que Peter Pringle, jornalista do ‘Times of London', publica na mesma altura um artigo e fotografias relatando o que viria ser considerado um dos episódios mais chocantes da guerra de libertação. Estas revelações coincidiram com a visita do então chefe do executivo português, Marcelo Caetano, a Londres, com um impacto desastroso para um regime já sob pressão tanto no terreno como a nível diplomático. “Eu conheci o Padre Adrian Hastings, anos e anos. Era um jovem. Ela era o meu mentor naquele tempo. E eu que fiz a classificação dos documentos dele que agora estão anos arquivos da York University. O padre Adrian Hastings estava envolvido no Instituto Católico das Relações Internacionais. E no âmbito desta visita (de Marcelo Caetano), o Instituto queria montar uma discussão objectiva sobre a relação entre Grã-Bretanha e Portugal naquele tempo. Adrian Hastings ouviu ecos desses massacres, mas tangencialmente, porque a história já tinha sido revelada num jornal espanhol e também italiano. Mas não tinha pernas para andar mais à frente. Naquele tempo, o padre Adrian Hastings tinha que sair para o Zimbabué para dar algumas palestras histórico-eclesiásticas. É ali que ouviu falar sobre o massacre. Viu os padres Burgos (da Rodésia), cuja relação com os padres Burgos de Moçambique estava bem forte e bem estabelecida. Dessa maneira, os Burgos da Rodésia do Sul disseram ao padre Hastings ‘olha, se tu queres detalhes sobre este massacre que nós sabemos que aconteceu, vai lá falar com o XXX em Madrid.' O padre ia para uma conferência em Salamanca. Foi ali que a história lhe foi revelada. De maneira que mudou o plano dele. Foi a Madrid e falou com o padre Superior dos Burgos. Depois de alguns dias, o padre superior enviou-lhe documentos primários. Ali foi a primeira revelação para o padre Hastings. E ele agora sentiu que havia aqui uma coisa tectonicamente importante. Mas o problema era que ele não tinha nenhuma ligação com o ‘Times of London'. O editor do ‘Times of London' era de uma camada social proto-aristocrática e tinha sido formado em Oxford. O padre era de Oxford e o hábito dele era simplesmente às 16h00 de ir para o clube dele, que era o ‘Oxford Cambridge Club', onde ele tomava um ‘Gin tónico'. Naquele dia, ele disse ao sub-editor que já tinha experiência como sub-editor em Washington DC que era a pessoa que tinha a responsabilidade executiva para tomar uma decisão. E ele é que decidiu publicar a história na primeira página. É ali que foi a revelação”, conta Mustafah Dhada. “Quando a história rebenta, o Caetano e a reputação do governo português está verdadeiramente danificada, porque isto revela-se em 1973 e no 25 de Abril de 1974, há uma revolução em Portugal. Durante essa época, também houve a publicação do livro do Spínola (“Portugal e o futuro”). De maneira que a história não somente era tectónica do ponto de vista da conduta dos militares na África portuguesa, mas também internacionalmente. Dizia ao mundo ‘Olha, vocês devem olhar o que é que está a acontecer aqui Internacionalmente', porque Portugal também era um membro da NATO, tinha os benefícios da NATO, etc, etc. Mas quando ele volta para Lisboa, há impactos internos juntamente com a publicação do livro 'Portugal e o futuro'. O regime já está aí perto do mortuário”, diz o estudioso. No terreno, a Frelimo, então ainda em plena luta contra as tropas coloniais, não soube imediatamente do sucedido, conta ainda Mustafah Dhada. “A Frelimo não sabia dinamicamente o que estava acontecer. A única pessoa que tinha verdadeiramente fontes primárias sobre o massacre de Wiriyamu era um comandante extraordinário da etnia maconde, cujo nome agora me falha, e um moço pequeno, que era sobrevivente dos acontecimentos. Havia redes que são muito complicadas de explicar aqui, mas de qualquer maneira, a Frelimo não tinha necessariamente uma ideia do que estava a acontecer. Havia claramente reportagens, mas essas eram reportagens secundárias. Isso não quer dizer que a Frelimo estava aí sem um modo de saber. O problema era simplesmente de comunicação logística. E sabes-se que na guerra de guerrilha, não se podia utilizar métodos modernos para comunicar, porque guerra era guerra. (...) De maneira que a Frelimo só soube desses massacres quando o pequeno moço António Mixone (sobrevivente do massacre), chegou via a Zâmbia e depois foi entrevistado. Mas quando o Adrian Hastings e o meu amigo Peter Pringle foram para os Estados Unidos, às Nações Unidas, para dar evidências e verificações, o Marcelino dos Santos é que ficou a saber disso pelo padre Adrian Hastings. O padre Adrian disse-me que ele obviamente não queria associar o nome dele com a Frelimo, simplesmente porque aquilo iria danificar a integridade da sua personalidade e da história. Em conclusão, nós podemos dizer que a Frelimo chegou à mesa do jantar um bocadinho tarde”, conta Mustafah Dhada. Por sua vez, o antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, recorda o impacto que o massacre teve no decurso da guerra de libertação. “Tornou-se claro que a nossa luta tinha razão de ser e que o colonialismo português não queria ceder, nem dialogar, nem nada. Então ganhamos já a opinião pública mundial. Foi sobretudo pelo trabalho que nós fazíamos a nível diplomático, porque a nossa luta não foi só luta armada”, diz o antigo chefe de Estado. O governo português desmentiu os acontecimentos, apesar de este assunto constar das discussões do Conselho de Ministros, a 18 de Agosto de 1973 e apesar também de um relatório interno comprovar os factos relatados. Assunto tabu durante largos anos, o massacre de Wiriyamu acabou por ser reconhecido e ser objecto de um pedido de desculpas oficial formalizado em 2022 pelo Primeiro-ministro português da época, António Costa, por ocasião de uma visita a Moçambique. Mustafah Dhada que tinha publicado havia pouco a versão portuguesa de um dos livros que dedicou ao massacre de Wiriyamu, recorda as circunstâncias em que chegou este pedido de desculpas. “Havia um silêncio e um silêncio enorme. Mas eu estive em Portugal e estive ali como investigador associado na universidade de Coimbra, onde que eles lançaram o meu livro e depois o livro foi traduzido em português. Depois de uma campanha com a ajuda dos sábios, dos estudiosos portugueses, o Primeiro-ministro recebeu uma cópia desses livros e outros membros do gabinete português receberam também. Foi mandada uma cópia para a cúpula militar portuguesa e eles confidencialmente disseram ‘sim, o livro claramente está a esclarecer aqui o que aconteceu e com definição'. Essa foi a resposta que eles deram ao Primeiro-ministro. E o Primeiro-ministro que agora é o presidente da Comissão Europeia (António Costa), finalmente admitiu publicamente em Moçambique que ‘sim, nós fizemos este massacre e estamos aqui a pedir desculpa'”, conta o investigador. “Nós, como historiadores, trabalhamos anos para reconstruir o passado, mas os nossos trabalhos não são reconhecidos, mas têm um peso para mudar a consciência de um país. Eu não estou a sugerir aqui que eu sou importante. É simplesmente dizer que uma obra como essa, para os historiadores, verdadeiramente dão-nos uma esperança para nos engajar numa disciplina que tem um peso e que provavelmente tem uma influência para reagir e para mudar o ritmo historiográfico de um país”, remata Mustafah Dhada. Podem ouvir o nosso entrevistado na íntegra aqui:
Durante as férias de verão, ela adorava passar horas no mar com seu pai — tanto que sua mãe costumava dizer que ela quase aprendeu a nadar antes de andar. Depois da escola, brincava na rua, pedalava, jogava bola e subia em árvores. Inquieta por natureza, aos sete anos foi levada à piscina para tratar sua bronquite asmática. A água fria não a incomodava, desde que pudesse brincar na piscina após as aulas. Quando passou da escolinha para os treinos com a equipe do clube, o prazer dos momentos na água transformou-se em trauma quando, aos doze anos, duas competições mal-sucedidas a afastaram das piscinas. Foi quando aprendeu que errar era inaceitável. Levada então pelos pais a praticar balé clássico — como forma de corrigir sua postura —, enfrentou uma nova forma de pressão psicológica: “Eu me via no enorme espelho do estúdio, desengonçada, tentando performar uma graça que nunca foi minha.” Ainda assim, frequentou as aulas por cerca de três anos. Ao ingressar no 2º grau, passou a se dedicar exclusivamente aos estudos, e o esporte limitou-se às aulas de educação física. Suas prioridades passaram a ser a faculdade, depois o casamento, o trabalho e os filhos. Até então, sua trajetória fora marcada por renúncias constantes — algumas voluntárias, outras não —, mas sempre com o intuito de atender às expectativas alheias. Essas renúncias geraram inquietações e questionamentos profundos. Aos 32 anos, divorciada e com dores nas costas, ouviu de um médico: volte a nadar. Era 1987. Nas piscinas, redescobriu sensações que julgava esquecidas. A água lhe devolveu algo que nem sabia ter perdido: o direito ao prazer sem perfeição. Um ano depois, enfrentou sua primeira competição. Apreensiva diante de sensações que a remetiam à infância, chegou atrasada, errou na largada, mas, mesmo assim, terminou com uma medalha nos 800m livres. Aquela experiência lhe mostrou que era possível falhar e ainda assim ser reconhecida. Foi o início do rompimento de suas primeiras amarras psicológicas. Ela descobriu que, além de gostar de nadar, também gostava de competir. Continuou participando de campeonatos e de algumas travessias. Em 1990, decidiu entrar em uma prova de triathlon. A sensação ao cruzar a linha de chegada a levou a querer participar da próxima prova. Melhor preparada, adorou a experiência e, dali em diante, nunca mais abandonou o esporte. Pouco a pouco, viu o corpo se fortalecer e a mente se aquietar. A modalidade, a princípio um esforço solitário, revelou-se uma poderosa ferramenta de autoconhecimento, resiliência e prazer. Em 1994, participou do Meio Ironman de Porto Seguro e, no ano seguinte, do seu primeiro Mundial de Ironman, no Havaí. O esporte passou a ser seu norte: um refúgio de ordem, superação e silêncio — o mesmo silêncio que, na infância, já buscava para organizar os sentimentos. Descobriu que o esporte não exigia perfeição, apenas coragem para continuar. No esporte, encontrou um campo fértil para ressignificar diverso conceitos. Conosco aqui, a pedagoga e triatleta que, entre as 12 provas de Ironman que disputou, esteve presente em 5 edições do Mundial do Havaí. Sua trajetória mostra que o esporte não é um capítulo à parte da vida, mas um fio condutor capaz de reorganizar, fortalecer e dar sentido à existência. Autora do livro A vida começa aos 40… ou quando você quiser, a primeira brasileira a participar do Ultraman do Havaí, a curitibana Marise Junqueira Nunes. Inspire-se! Um oferecimento da Meia do Corredor Lupo Sport. Compre com desconto clicando aqui. @luposportoficial A 2 Peaks Bikes é a importadora e distribuidora oficial no Brasil da Factor Bikes, Santa Cruz Bikes e de diversas outras marcas e conta com três lojas: Rio de Janeiro, São Paulo e Los Angeles. Lá, ninguém vende o que não conhece: todo produto é testado por quem realmente pedala. A 2 Peaks Bikes foi pensada e criada para resolver os desafios de quem leva o pedal a sério — seja no asfalto, na terra ou na trilha. Mas também acolhe o ciclista urbano, o iniciante e até a criança que está começando a brincar de pedalar. Para a 2 Peaks, todo ciclista é bem-vindo. Eu convido você a conhecer a 2 Peaks Bikes, distribuidora oficial da Factor e Santa Cruz Bikes no Brasil. @2peaksbikes @2peaksbikesla SIGA e COMPARTILHE o Endörfina através do seu app preferido de podcasts. Contribua também com este projeto através do Apoia.se.
Em sessão do Congresso Nacional nesta terça-feira, 17, parlamentares votaram e derrubaram 12 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na prática, isso faz com que os itens excluídos pelo presidente sejam recuperadas e passem a ter força de lei. Entre os vetos com itens derrubados, estão o que negava indenização para crianças com microcefalia, vítimas do Zika vírus, cujo projeto foi vetado integralmente por Lula. Outro veto derrubado pelos congressistas havia barrado a criação da Taxa de Avaliação e de Registro para agrotóxicos. "Foi uma derrota assustadora, o Governo está perdido e ilhado em meio à oposição no Congresso. E a gente não vê o apoio, cadê a base aliada, o próprio PT e a esquerda? Estão todos abandonando o barco do governo Lula. São vetos também contra a população porque custam caríssimo. Ontem foi um dia dramático para o País e há uma passividade da sociedade em conter essa escalada do Congresso, que só pensa nele próprio. Tem mais 30 vetos que o Congresso deixou na gaveta para continuar pressionando - agora o Legislativo também deixa o Governo em banho-maria", diz Cantanhêde.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Foi um dos grandes torcionários do século XX: Pol Pot matou dois milhões de cambojanos nos anos 70. Nasceu há 100 anos e os khmer vermelhos conquistaram o poder no Camboja há 50. Esta é a sua históriaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Have you ever wondered what evidence to bring to the table in your meeting?Evidence, or forms of influence (FOI), are necessary to engage and persuade your audience. We spend a lot of time talking about the physical and vocal skillset, which are extremely important in how you show up. But FOIs are equally important. As soon as you're done making those first impressions, the evidence and knowledge we provide is what keep people coming back for more. This month we'll talk about: What we label as evidence or FOIsHow to consider the audience when choosing which FOIs are most effectiveWays to think about blending stories and data to be impactful and memorableSkillset and knowledge are necessary to be a successful speaker!
“Não escala o conflito. Coloca fim ao conflito”. Foi assim que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu ao ser questionado sobre os planos de Israel de eliminar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. A declaração de Netanyahu foi dada na segunda-feira (16), no quarto dia de ataques mútuos entre os dois países. E um dia depois de a imprensa dos EUA noticiar que o presidente Donald Trump vetou um plano israelense para assassinar Khamenei. Do lado iraniano, um comunicado oficial promete destruir a infraestrutura de Israel e ameaça: os moradores que quiserem ficar vivos, devem sair do território israelense. Para explicar o status do conflito – que entra no quinto dia nesta terça-feira (17) -, Julia Duailibi conversa com Andrew Traumann, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba. Organizador do livro “República Islâmica do Irã, 40 anos”, Andrew explica quem é Ali Khamenei, como ele ascendeu ao cargo de Líder Supremo da República iraniana e qual a situação do atual governo do país. Andrew avalia para onde parece caminhar a estratégia israelense no Irã. Desde o início dos ataques, pelo menos 11 figuras-chave do regime, entre eles militares da Guarda Revolucionária, comandantes da Inteligência, das Forças Armadas e representantes da diplomacia. Ele conclui ainda como a guerra enfraquece os aiatolás e quais as chances de o regime iraniano ruir.
O Alcides viveu feliz com a Laila por 10 anos, mas quando perdeu o emprego, seu casamento desabou. Eles tinham um filho, o Lorenzo e as brigas estavam incontroláveis. Sem nada, ele voltou para a casa da sua mãe e caiu em depressão. Foi na cozinha, de um jeito desprentencioso, onde ele descobriu o prazer da vida e o reconhecimento do filho. Ele encontrou forças para se reiventar, criou um pequeno negócio de marmitas e, aos poucos, reconstruiu sua autoestima, provando que recomeços são possíveis, um prato por vez.
Se hoje pessoas LGBTQIA+ podem casar e construir legalmente uma família, saiba que isso tem nome e tem história: a de Toni e David.No final dos anos 80, Toni, um jovem assumidamente gay do interior do Paraná, decidiu mudar de ares. Foi pra Europa sem dominar outros idiomas, com coragem, fome de liberdade e o desejo de viver com dignidade. Ele não sabia, mas estava a poucos degraus de encontrar o amor da sua vida. Literalmente.Foi na estação de metrô mais profunda de Londres que ele cruzou o olhar com David, um inglês de terno, sobretudo e uma história escondida atrás de um casamento heterossexual. Bastou um sorriso, um "do you wanna be my husband forever?" e, a partir dali, eles nunca mais se desgrudaram.Mas viver esse amor não seria simples.David teve que romper com o passado, se entender, se assumir. E, mais tarde, se mudar pro Brasil, onde juntos começaram uma vida e uma luta. Primeiro pelo direito de David ficar no país. Depois, para transformar o amor deles em um vínculo legal.Os dois foram rejeitados e ridicularizados em cartórios. Tiveram o pedido de união estável negado. Mas também foram abraçados por uma rede de apoio que cresceu com eles: advogados, parlamentares, ativistas, jornalistas que queriam vê-los felizes.O caso deles explodiu na mídia e acabou sensibilizando a opinião pública. De perseguidos, viraram símbolo. A mobilização foi tanta que permitiu, anos depois, a entrada do casal com um pedido no Supremo Tribunal Federal. E foi assim, no dia 5 de maio de 2011, que eles ajudaram a fazer história: o reconhecimento da união homoafetiva como um direito constitucional.Não parou por aí.Eles também foram pioneiros na adoção por casais do mesmo sexo. Esperaram sete anos até conseguir, finalmente, o direito de serem pais juntos, com registro legal em nome dos dois.Hoje, Toni e David seguem juntos, há mais de 35 anos. E não só venceram pelo próprio amor, mas abriram as portas pra que milhares de pessoas pudessem sonhar, amar e existir com dignidade.No fundo, tudo começou com um espaguete e uma garrafa de vinho em uma sacola rasgada. Mas o que eles construíram foi muito maior: uma vida, uma família, e um legado.O Oxxo é o parceiro que está apresentando a história da Karine no podcast. O Oxxo também está sempre pertinho para salvar a gente no dia a dia. Saiba mais em http://instagram.com/oxxobrasil. #VemProOxxoEdição: Fábio de Azevedo (Nariz)Roteiro: Luigi Madormo
Foi de frente para o Mar Mediterrâneo que mais de 50 chefes de Estado e de governo se reuniram na semana passada para discutir ações de proteção dos oceanos. O Brasil, com um espaço marítimo que ocupa 5,7 milhões de km², área comparável à da Amazônia, esteve presente na Conferência dos Oceanos do ONU, sediada em Nice, na França. Em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu dar ênfase à conservação e ao uso sustentável do oceano e ampliar de 26% para 30% a cobertura das áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global para a Biodiversidade. Lula também fez críticas ao uso do plástico, mas deixou o país de fora de um acordo chamado "apelo de Nice", em prol do banimento gradual do plástico descartável de uso único. A Conferência também marcou a estreia do documentário "Quanto Vale o Azul", de Ricardo Gomes, biólogo marinho e diretor do Instituto Mar Urbano. Ele, que esteve em Nice e nas outras duas Conferências, em Portugal (2022) e EUA (2017), conta o que mudou de lá pra cá. Depois, Natuza Nery recebe Rodrigo Cebrian, cofundador do Movimento EUceano.org e diretor e apresentador da série "Euceano", disponível no Globoplay. Ele explica o termo "economia azul" e fala sobre formas de usar os recursos marítimos de maneira sustentável.
O convidado do programa Pânico dessa segunda-feira (16) é Delegado Palumbo.Mario Palumbo Junior nasceu em São Paulo no dia 16 de agosto de 1974. Filho de Mario Palumbo, um ex-padre italiano, e Margarida de Toledo Palumbo, ele cresceu em Araçatuba e Ribeirão Preto. Desde jovem, trabalhou como office boy e entregador de móveis, superando dificuldades financeiras até ingressar na faculdade de Direito em Ribeirão Preto.Inspirado pelo desejo de ser policial, Palumbo iniciou sua carreira na Polícia Civil de São Paulo, onde atuou por quase 20 anos. Começou como delegado plantonista no 47º DP, Capão Redondo, e, em 2002, integrou o Grupo de Operações Especiais (GOE), onde participou de operações notórias, como os ataques do PCC em 2006. Mais tarde, fez parte do Setor de Investigações Especiais e do GARRA, grupo especializado no combate a crimes de maior complexidade da Divisão de Operações Especiais, como roubos e tráfico de drogas e combate a quadrilhas e facções. Sob sua supervisão, o GARRA fez centenas de prisões e apreensões de armas e veículos.Além de seu trabalho operacional, Palumbo se destacou como defensor da Polícia Civil em entrevistas e críticas à fragilidade da legislação brasileira. Foi também pioneiro em programas de TV voltados para a realidade.Em 2020, foi eleito vereador de São Paulo com 118.395 votos, e em 2022, foi eleito deputado federal com 254.898 votos. Como parlamentar, Palumbo é comprometido com a segurança pública, o combate à corrupção e a defesa das vítimas.Ele é casado com Sabrina Moreira Palumbo, tem dois filhos, Giovanna e Antonello, e é conhecido por sua postura firme na política e na luta contra o crime organizado.Redes Sociais:Instagram: https://www.instagram.com/delegadopalumbo/
Durante a Escola do Amor Responde de hoje, Jhonny, de 31 anos, e Amanda, de 30, dois ex-solteiros, participaram do programa. Eles estão casados há cinco meses e se conheceram por meio do aplicativo “Quero Te Conhecer”, exclusivo para os solteiros que participam da Terapia do Amor.Na ocasião, Jhonny contou que, antes, não tinha noção do que era um relacionamento e vivia apenas aventuras passageiras. Amanda, por sua vez, relatou ter passado por relacionamentos frustrados. Mesmo dentro da igreja, ela não sentia paz em sua vida amorosa.Após começarem a frequentar as palestras da Terapia do Amor, ambos passaram por um processo de cura interior.Foi então que receberam, individualmente e em suas respectivas localidades, o convite para acessar o aplicativo “Quero Te Conhecer”. Amanda resistiu inicialmente, mas acabou decidindo tentar. Jhonny também revelou que, na época, tinha uma mente mais fechada e não se esforçava para entender certas coisas.Depois de se cadastrarem, eles se conheceram em apenas um mês. Buscaram se conhecer melhor, iniciaram um namoroque durou um ano, seguido de um ano de noivado, até que se casaram. Hoje, desfrutam da paz amorosa que tanto buscavam.Convite especialA Noite do “Quero Te Conhecer” acontecerá no dia 19 de junho, às 20h, no Templo de Salomão, em São Paulo, e também em outras capitais do país. Será uma noite especial tanto para solteiros quanto para casais.O evento marcará novos começos para quem ainda acredita no amor, com a presença de casais que se conheceram por meio do aplicativo “Quero Te Conhecer”, além de oferecer ensinamentos valiosos para quem está sozinho ou enfrentando dificuldades no relacionamento.Bem-vindos à Escola do Amor Responde, confrontando os mitos e a desinformação nos relacionamentos. Onde casais e solteiros aprendem o Amor Inteligente. Renato e CristianeCardoso, apresentadores da Escola do Amor, na Record TV, e autores de Casamento Blindado e Namoro Blindado, tiram dúvidas e respondem perguntas dos alunos. Participe pelo site EscoladoAmorResponde.com. Ouça todos os podcasts no iTunes: rna.to/EdARiTunes
Foi anunciada a data da primeira etapa do Circuito Maratona do Rio, Corrida de Boa Vista teve inscrições esgotadas em 24 horas, a data da Maratona de Porto Alegre 2026 mudou por causa da Copa e o que tem no kit da Long Beach Marathon, quero dizer, da Maratona da Praia Grande.#corrida #corridaderua #corredores #corredoresderua #corridaderuabrasil
Leitura Bíblica Do Dia: HEBREUS 11:32,35-40 Plano De Leitura Anual: ESDRAS 9–10; ATOS 1 Já fez seu devocional hoje? Aproveite e marque um amigo para fazer junto com você! Confira: Tiago não permitiu que a agitação social, o perigo ou o desconforto o impedissem de viajar a um dos países mais pobres do mundo para encorajar casais de missionários. As mensagens que recebíamos revelavam os desafios encontrados. “Pessoal, orem por nós. Em 2 horas, andamos apenas 16 quilômetros, e o carro superaqueceu dez vezes”. As dificuldades com o transporte permitiram que ele chegasse ao local de pregação somente à meia-noite, e as pessoas já o esperavam há 5 horas. Recebemos depois uma mensagem com outro tom: “Que comunhão abençoada! Cerca de 12 pessoas vieram à frente para orarmos. Foi uma noite poderosa!”. Servir a Deus com fidelidade pode ser desafiador. Os homens de fé listados em Hebreus 11 concordariam. Movidos pela fé em Deus, pessoas comuns enfrentaram circunstâncias desconfortáveis e impensáveis. “Alguns foram alvo de zombaria e açoites, e outros, acorrentados em prisões” (v.36). A fé os levou a assumir riscos e confiar que Deus cuidaria dos resultados. Isso também se aplica a nós. Praticarmos nossa a fé talvez não nos leve a lugares perigosos, mas pode nos levar a atravessar a rua ou o prédio onde estudamos, ou àquela mesa vazia com um colega solitário. Arriscado? Talvez. Mas, cedo ou tarde, a recompensa valerá a pena, com a ajuda de Deus. Por: ARTHUR JACKSON
Os eventos do meio do ano acabaram. Tivemos a Summer Game Fest, State of Play e Xbox Showcase junto de outras transmissões, como PC Gaming SHoow, Days of the Devs e Latin America Games Showcase. Foi uma batelada de jogos e aqui nesta edição a gente destacou os que mais nos chamaram a atenção, junto de impressões gerais dos eventos.Participantes:Jeje PinheiroHeitor De PaolaAssuntos abordados:04:00 - Impressões dos eventos de meio do ano10:00 - Resident Evil Requiem34:00 - Mudang: Two Hearts36:00 - Final Fantasy Tactics: The Ivalice Chronicles43:00 - Phase Zero45:00 - Lego Voyagers48:00 - At Fate's End50:00 - Felt That: Boxing53:00 - Acts of Blood56:00 - Into the Unwell58:00 - Love Eternal1:01:00 - Relooted1:04:00 - There Are No Ghosts At the Grand1:08:00 - Tire Boy1:11:00 - Hirogami1:16:00 - Big Walk1:19:00 - Eagle Knight Paradox1:22:00 - The Requiem of Shadows1:24:00 - Keeper1:29:00 - Desktop Explorer1:32:00 - Hela1:36:00 - Clockwork Revolution1:41:00 min - Tenet of the Spark1:45:00 - Crisol Theather of Idols1:46:00 - No I'm Not a Human1:50:00 - Your Virtous and Holy Heretic1:52:00 - Is this Seat Taken1:55:00 - My Arms Are Longer Now1:57:00 - Bloodstained the Scarlet Engagement2:01:00 - Dimhaven The Lost Source2:05:00 - Nioh 32:08:00 - Ground Zero2:10:00 - Persona 4 Revival2:16:00 - Sacrifire2:19:00 - Sonic Crossworld2:24:00 - Pragmata2:30:00 - The Bureau of Fantastical and Arcane Affairs2:32:00 - Am I Nima2:33:00 - Prison of Husks2:36:00 - Ministry of OrderLinks citados:- Camise do Overloadr n'As BaratasVai comprar jogos na Nuuvem? Use o link de afiliado do Overloadr!Use nosso link de filiado ao fazer compras na Amazon Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.
Israel atacou a capital do Irão, com relatos de explosões por toda a cidade de Teerão. Foi declarado estado de emergência em Israel. Autoridades da Air India confirmam a morte de 241 pessoas, entre passageiros e tripulantes, na sequência da queda de um avião na cidade indiana de Ahmedabad. Sete portugueses estão entre as vítimas mortais do desastre. Estas são as notícias em destaque no noticiário de hoje.
Durante uma década foi criativo de publicidade em várias agências. Depois quis mudar de rumo, estudou representação em Madrid e, aos 35 anos, estreou-se como ator na popular série “Conta-me como Foi”, na RTP. Desde aí, tem feito um sem fim de papéis na televisão, no teatro e cinema. Após um ano emocionalmente duro em que acompanhou de perto o fim de vida dos pais, Filipe Vargas revela ter superado a fase com ajuda médica e da sua rede de amigos. Atualmente o ator revela-se preocupado com o rumo sombrio do mundo. “A perda do sentimento de comunidade é o grande drama da nossa atualidade. O egoísmo, a obsessão com o dinheiro, a falta de informação e de empatia, desumaniza-nos. O povo desunido vai sempre ser vencido.” Ouçam-no nesta primeira parte da conversa com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio, os professores Renato Cardoso e Cristiane Cardoso iniciaram o programa explicando aos alunos que, quando o amor não é inteligente, ele faz com que as pessoas cometam e tolerem absurdos em nome do sentimento.Nesse ínterim, eles compartilharam o pedido de ajuda de uma aluna. Ela contou que está em um relacionamento há três anos e que o casal já tem uma filha. De um tempo para cá, a aluna relatou estar sentindo um desgosto em relação ao companheiro. Segundo ela, ele não lhe dá atenção e fica paquerando várias garotas pelo celular. Além disso, o casal quase não tem passado tempo junto.Ademais, a aluna descobriu que ele disse à própria mãe que o relacionamento entre os dois não tem mais futuro. Ela afirmou que disse a ele que iria embora, e, em resposta, ele declarou que ela já deveria ter feito isso há muito tempo. Por fim, a aluna confessou que está com medo de desistir e se arrepender. Ela não sabe mais o que fazer.Vida transformadaAinda no programa, Luana, que participa das palestras da Terapia do Amor, contou que cresceu em uma família frustrada, o que gerou nela muita ansiedade. Antes da separação dos pais, ela era ansiosa para conhecer alguém e começar a namorar, o que a levava a se machucar emocionalmente. Após a separação deles, Luana desistiu do amor.Ela não permitia que ninguém entrasse em sua vida. Foi então que conheceu o programa The Love School e, em seguida, passou a frequentar as palestras. A partir disso, buscou sua transformação pessoal. Hoje, ela se curou dos traumas do passado, reconhece seu valor e está preparada para entrar em um novo relacionamento.Bem-vindos à Escola do Amor Responde, confrontando os mitos e a desinformação nos relacionamentos. Onde casais e solteiros aprendem o Amor Inteligente. Renato e CristianeCardoso, apresentadores da Escola do Amor, na Record TV, e autores de Casamento Blindado e Namoro Blindado, tiram dúvidas e respondem perguntas dos alunos. Participe pelo site EscoladoAmorResponde.com. Ouça todos os podcasts no iTunes: rna.to/EdARiTunes
O pai da Laila era mais do que presente, era seu melhor amigo. Sempre sorrindo, ele fazia questão de incentivar os filhos a estudarem. Ainda assim, o pai da Laila carregava uma história dura. Era motivo de críticas numa casa onde estudar era visto como coisa de gente preguiçosa. O que importava era trabalhar. E mesmo assim, fazia de tudo para não deixar transparecer a dor. Era o homem das piadas, do bom humor, da esperança renovada a cada entrevista de emprego.Mas a verdade é que, muitas vezes, ele voltava pra casa frustrado. Porque quando o contratante descobria que o homem cheio de entusiasmo ao telefone era um homem preto, retinto, o emprego certo virava só uma entrevista. Ainda assim, ele nunca parava de tentar.A última conversa entre ele e a Laila foi de amor. “Eu te amo, filha.” “Eu te amo também, pai.” E ela foi dormir. No dia seguinte, chegando em casa depois da escola, Laila recebeu a notícia de que o pai tinha morrido por conta de um infarto. E ela acreditou.Ainda assim o luto foi avassalador. Nada mais fazia sentido. A escola perdeu o brilho. Até que a avó paterna disse: “Vai deixar a dor te destruir ou correr pelos sonhos do seu pai?” Foi esse o impulso que ela precisava pra tentar o vestibular. E conseguiu. Laila foi aprovada em Química na USP.Foi aí que o chão abriu de novo. Ao procurar o atestado de óbito do pai para a matrícula, ela encontrou um boletim de ocorrência em que o laudo indicava suicídio.A raiva veio primeiro. Como ele pôde? Mas com o tempo, muita leitura e terapia, veio também a compreensão. A Laila que estudava moléculas passou a estudar a sociedade.Leu Djamila Ribeiro, Lélia Gonzalez, Angela Davis. Foi entendendo que a depressão do pai era também sobre racismo. Laila entendeu que o pai não foi fraco. Ele foi forte por tempo demais. Hoje, ela é professora e guarda uma caixa de cartas de jovens que disseram ter desistido de tirar a própria vida depois de ouvi-la falar.A tragédia da Laila hoje impede que outras famílias vivam tragédias iguais. Ela decidiu transformar dor em cuidado.
Poderiam os vapores de uma fábrica deixar toda uma cidade animada DEMAIS? Se quem disputa a corrida é o seu fluido corporal, você pode ser considerado atleta? Esses e outros questionamentos com @katbarcelos e @odeiopepe no Vortex de hoje Acesse o link do Vortex e ganhe 15% de desconto na sua matrícula na Alura: https://www.alura.com.br/vortex ou CUPOM: VORTEX Desconto especial nos planos usando o nosso link no Nordvpn: https://nordvpn.com/vortexpod ou CUPOM: VORTEXPOD Host: Katiucha Barcelos. Instagram: @katbarcelos | Twitter/X: @katiucha Co-Host: Pedro Pinheiro. Instagram: @odeiopepe | Twitter/X: @OdeioPePe Nossas redes sociais: Instagram: @feedvortex Bluesky: @feedvortex.bsky.socia Twitter: @feedvortex Tiktok: @feedvortexReddit: r/feedvortex Grupo paralelo não-oficial do Vortex no telegram: https://t.me/+BHlkG92BfPU5Zjdh Esse grupo é dos ouvintes, para os ouvintes e pelos ouvintes. Não temos qualquer afiliação oficial ou responsabilidade por QUALQUER COISA falada neste grupo Link do post do episódio nas redes sociais: Instagram: https://www.instagram.com/p/DKxgUJjvYfV/?img_index=1 Twitter: https://x.com/feedvortex/status/1932895073886236723 Links comentados no episódio: Cidade irlandesa que fabrica Viagra se gaba de ter "vapores de amor" no ar Pfizer nega que vapores de fábrica de Viagra estejam excitando homens de cidade irlandesa Preferências femininas quanto ao tamanho do pênis: um novo método de pesquisa usando seleção entre modelos 3D Assisti a uma corrida de esperma com centenas de adolescentes. Foi uma merda total. Primeira vez na competição Narração da competição Prêmio menor, tamanho maior? Explorando o impacto do dinheiro nos marcadores de masculinidade autorrelatados pelos homens Produção: Thyara Castro, Bruno Azevedo e Aparecido Santos Edição: Joel Suke Ilustração da capa: Brann Sousa
A Karine cresceu em uma cidadezinha do interior da Paraíba, com menos de 20 mil habitantes, em uma casa onde sonhar alto não era bem-vindo. Desde pequena, ela acreditava que poderia mudar de vida por meio dos estudos. Mas quando o ambiente ao seu redor insiste que mulher tem que cuidar da roça, casar cedo e não reclamar, o caminho até a liberdade passa por escolhas difíceis.Com 16 anos, ela fugiu de casa. Queria sair daquele lugar de qualquer forma e achou que namorar alguém de outra cidade seria sua passagem. Logo depois, engravidou. Não por escolha consciente, mas por falta de informação, apoio e estrutura. “Se eu tivesse tido uma boa orientação sexual, eu não teria sido mãe aos 16 anos”, ela conta. Ainda assim, encarou a maternidade com coragem e veio para São Paulo com o bebê nos braços e a ideia de recomeçar.Mas a vida seguiu sendo dura. Um relacionamento abusivo, a solidão, mais uma gravidez, e nenhuma rede de apoio. A cada nova queda, o mundo parecia dizer que estudar não era pra ela. Mas dentro da Karine, uma palavra não parava de ecoar: "mais". Ela sabia que merecia mais, podia mais.Com dois filhos pequenos, encarou a faculdade de pedagogia. Estudava, cuidava das crianças, trabalhava e seguia ouvindo gente dizendo que ela era doida, que não ia dar certo. Só que deu. Ela concluiu o curso. Se formou. Se empregou. “Foi um dos maiores desafios da minha vida. Mas eu consegui.”E não parou por aí.Hoje, Karine está no segundo semestre de psicologia. Sonha em trabalhar com mulheres que, como ela, enfrentaram vulnerabilidades sociais e emocionais. Quer ser rede pra quem nunca teve uma. Quer mostrar que é possível transformar dor em potência.A história dela é um lembrete importante: nem todo mundo tem escolha. Falta de acesso, de apoio, de acolhimento. Tudo isso pesa. Especialmente para mulheres. E mesmo assim, muitas seguem. Lutam. Persistem. Como Karine.Ela diz: “Você pode tudo e todas as coisas. Não fique onde não tem amor.”E é isso. Que a gente aprenda a escutar mais, julgar menos, e apoiar quem ainda não teve as mesmas oportunidades que a gente. Porque sonho bom é aquele que a gente pode sonhar de verdade. E, se puder, realizar.O Oxxo é o parceiro que está apresentando a história da Karine no podcast. O Oxxo também está sempre pertinho para salvar a gente no dia a dia. Saiba mais em http://instagram.com/oxxobrasil. #VemProOxxoEdição: Fábio de Azevedo (Nariz)
[MÉTAMORPHOSE PODCAST] Anne Ghesquière reçoit Ali Rebeihi, journaliste, producteur, écrivain et présentateur de l'émission "Grand bien vous fasse !" sur France Inter et "Bel & bien" sur France 2. Les histoires criminelles racontent-elles autre chose que des crimes ? Comment parler de santé mentale autrement ? Et si le polar devenait un prétexte pour explorer la psyché, nos zones d'ombre, nos blessures d'enfance, nos deuils non faits et nos élans de lumière ? Ali Rebeihi signe une nouvelle incursion dans le roman à suspens, le Cosy Crime : il y met en scène la piquante Tante Alice pour une enquête des plus savoureuses où il mêle tension narrative, humour et psychologie. Un épisode à savourer avec un thé Darjeeling et deux cookies. Son dernier roman Meurtres en chaîne est publié aux éditions Le Masque. Épisode #599Quelques citations du podcast avec Ali Rebeihi :"Le cosy crime, ça permet de dire des choses assez profondes dans un cadre assez douillet.""La lecture permet d'entrer en relation avec les autres dans la vraie vie de façon extraordinaire.""Il y a des choses inexplicables, mystérieuses, c'est ça qui est absolument passionnant et la création littéraire permet d'explorer ce mystère."Thèmes abordés lors du podcast avec Ali Rebeihi :00:00 Introduction03:30 Qu'est-ce que le cosy crime ?06:20 Les sources d'inspiration d'Ali Rebeihi09:15 L'origine de l'émission "Grand bien vous fasse"11:08 La littérature, loupe et microscope13:18 Le pitch de Meurtres en chaîne14:42 Des héroïnes aux personnalités fortes18:06 Une autre vision du couple24:25 Le thème de la mort33:23 La puissance extraordinaire de la lecture37:13 Le kaléidoscope des interprétations39:46 Foi et culpabilité45:09 Confinement et mission de service public48:20 La joie du lien à nos proches après leur mort50:50 Gourmandise et recette des scones55:08 Le "crime routier"57:23 Les psys sont des hommes comme les autres01:01:28 L'activité physique contre l'anxiété01:02:11 Le courage de Nicolas Demorand01:07:07 L'impact des traumas sur nos actions01:13:07 L'intuition et l'art de s'ajuster01:16:58 Les dessous de la télévision et de la radioAvant-propos et précautions à l'écoute du podcast Découvrez Objectif Métamorphose, notre programme en 12 étapes pour partir à la rencontre de soi-même.Recevez chaque semaine l'inspirante newsletter Métamorphose par Anne GhesquièreFaites le TEST gratuit de La Roue Métamorphose avec les 9 piliers de votre vie !Suivez nos RS : Insta, Facebook & TikTokAbonnez-vous gratuitement sur Apple Podcast / Spotify / Deezer / CastBox/ YoutubeSoutenez Métamorphose en rejoignant la Tribu MétamorphosePhoto (c) Audoin Desforges Hébergé par Acast. Visitez acast.com/privacy pour plus d'informations.
Para nos falar ao coração e..."Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração.E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito." Oseias 2:14-15"Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os Teus Estatutos." Salmos 119:71
C'est une nuit calme de la mi-juillet 1709 à Versailles : le vieux Louis XIV observe une cassette scellée. Il y a quelques jours, le monarque a ordonné la destruction de l'entièreté des archives royales concernant le plus grand scandale de son règne. Trente ans après la fin de l'affaire des poisons, le souverain souhaite plonger cette histoire dans un “éternel oubli.” Empoisonnements en série, sorcellerie, messes noires, rebondissements sordides et secrets d'État… Avec 442 personnes inculpées issus de toutes les strates de la société et des victimes innombrables, l'affaire qui nous occupe aujourd'hui a durablement marqué l'histoire de la justice française.Notre histoire débute au tout début des années 1670, le règne de Louis XIV est à son apogée. La guerre de Hollande vient de se terminer, laissant la France victorieuse. Ce siècle est marqué par les pensées de Descartes et Pascal, prônant la Foi, la mesure et la raison. Les Arts et les lettres sont portés au nue aussi bien par la peinture, la sculpture et l'architecture.Rien ne semble pouvoir faire vaciller le Roi Soleil, monarque absolu. Mais l'une des affaires les plus sordides de l'histoire s'apprête à déferler sur la France. Elle prend forme dans un petit appartement de l'impasse parisienne des marchands de chevaux, jadis située tout près de la place Maubert dans le 5e arrondissement.
Para nos falar ao coração e..."Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração.E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito." Oseias 2:14-15"Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os Teus Estatutos." Salmos 119:71
E se a pessoa que cuidava das dr0gas, limpava o s4ngue, apagava os rastros e sabia cada passo de Sean “Diddy” Combs finalmente resolvesse falar? Foi isso que marcou a segunda semana do julgamento mais aguardado dos últimos anos. Além do depoimento crucial do ex-assistente pessoal de Diddy, o tribunal federal de Manhattan recebeu outras testemunhas centrais para a exposição da estrutura profissional de abuso e controle montada pelo músico. Assista a este IC News e confira as revelações que vieram à tona nesta última semana – e que podem, de uma vez por todas, derrubar a empresa criminosa de Diddy.#PDiddy #DiddyTrial #InvestigaçãoCriminalAssista aos demais programas do Investigação Criminal:https://www.youtube.com/@ICInvestigacaoCriminal
O convidado do programa Pânico dessa quinta-feira (05) é Romeu Zema.Natural de Araxá, cidade do Alto Paranaíba, Romeu Zema concorreu a um cargo público pela primeira vez em 2018, quando foi eleito governador com 71,8% dos votos válidos, no 2º turno.Como gestor público, foi reeleito para exercer o segundo mandato (2023-2026) no primeiro turno das eleições de 2022, com mais de seis milhões de votos (56,1%), para continuar à frente do Governo de Minas.Pai de dois filhos, Zema é formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (SP) e iniciou sua trajetória profissional bem cedo, aos 11 anos, seguindo os passos do pai. Foi cobrador, frentista, balconista, estoquista, caixa, comprador, vendedor, analista de marketing, analista comercial e gerente.Redes Sociais: Instagram: https://www.instagram.com/romeuzemaoficial/X: https://x.com/RomeuZema