A Cabine é uma publicação online com notícias, críticas, reportagens, artigos e outros conteúdos dedicados à música eletrónica em Portugal. N'A CABINE, por sua vez, é um podcast mensal dedicado a djs portugueses. Além de dar a conhecer a mestria de cada um dos convidados, os episódios contam a hist…
Regressamos ao podcast N'A CABINE com @fyzer-vulto, aveirense que tem suscitado o nosso interesse nos últimos tempos. Sabe mais na entrevista: https://bit.ly/na-cabine-fyzer
All nighter de @tendencyloops numa casa que conhece tão bem. Classe. Sabe mais aqui: https://bit.ly/arquivo-tendency-passos-manuel
Gravação da passagem da dupla pela última Dark Sessions, que aconteceu no túnel mais famoso da noite portuense. Sabe mais aqui: https://bit.ly/arquivo-du-das-van-dingo-gare-dark-sessions
@chimahiro envolve-nos com todo o dote e engenho neste 45º episódio de N'A CABINE. Sabe mais na entrevista: https://bit.ly/na-cabine-chima-isaaro
Um dos novos nomes do DJing, conhecido pelo trabalho a solo ou pelo que desenvolve na @ovelhatrax, Mingote (@mingozt) assina o 44º episódio de N'A CABINE. Sabe mais na entrevista: https://bit.ly/na-cabine-mingote
Energia bem lá no alto com o set que @cucarafa_1312 assina para o nosso podcast. Sabe mais na entrevista: https://bit.ly/na-cabine-cuca-rafa Fotografia por Diogo "Framekillah": https://instagram.com/framekillah_
@micaiamusic é a 42ª convidada do podcast N'A CABINE e assina um mix envolvente para ouvir a qualquer hora do dia. Sabe mais aqui: https://bit.ly/na-cabine-micaia
Parte da Mera e do movimento portuense, @otsoares é o 41º convidado do podcast N'A CABINE, onde mostra parte dos discos portugueses que tem colecionado nos últimos tempos. Sabe mais aqui: https://bit.ly/na-cabine-otsoa
A envolvência techno de @cmorsil marca o novo episódio do podcast N'A CABINE. Sabe mais aqui: https://bit.ly/na-cabine-morsil
O lado ambiente de @francisca-urbano gravado num evento da @capsu-lab, em Berlim. Sabe mais aqui: https://bit.ly/arquivo-francisca-urbano
DJ residente no Plano B, Semedo é o nome escolhido para o regresso do podcast N'A CABINE. Sabe mais aqui sobre @joao-semedo aqui: https://bit.ly/semedo-na-cabine
Nome da nova escola para manter debaixo de olho, @alfaer é o novo convidado de "ARQUIVO". Por aqui, o portuense mostra que há muito mais do que techno nos seus sets. Sabe mais aqui: http://bitly.ws/xnHV
@shcuro marca o regresso do podcast "Arquivo" com um warm up que assinou recentemente no Planeta Manas. Sabe mais aqui: https://bit.ly/3GuvhoO
Um set mágico e vibrante com assinatura de uma das residentes do Lux Frágil. Sabe mais sobre Inês Duarte aqui: https://bit.ly/3KBvhE3
Incessante e trabalhadora como poucos, Valody é um daqueles nomes que não podia deixar de marcar presença no nosso podcast. E com toda a classe. Sabe mais sobre @val0dy aqui: https://bit.ly/3rhNxMa
Este podcast “mostra quem eu sou, do que gosto e o que faço.” Palavras e ações do polvo do drum'n'bass nacional, Blast, no novo episódio de N'A CABINE. Sabe mais sobre @blast-srvlnc aqui: https://bit.ly/31Lxtb8
O 35º episódio do nosso podcast chega com assinatura de Floating Machine, coimbrense que gosta de nos levar até às profundezas para fazer dançar. Sabe mais sobre @floating-machine aqui: https://bit.ly/3z8rcBl
Conhecemos KAKAF recentemente, mas temos certeza de que é um jovem para manter debaixo de olho. Ouçamo-lo. Sabe mais sobre @kak_af aqui: https://bit.ly/3AiwEmS
Dois dedos de conversa e drum'n'bass no feminino. O 33 foi Mix'Elle que fez. Sabe mais sobre @mixelle-1 aqui: http://bit.ly/mixelle-na-cabine
No primeiro podcast do ano, ouvimos uma cassete que nos fala sobre presente e futuro do techno português: VHS (@vitor-silva-95677127). Sabe mais aqui: http://bit.ly/vhs-na-cabine
O último convidado do ano é a promessa do techno nacional Salbany (@mindprojectechno), que pegou nas suas máquinas para nos deixar sem fôlego durante uma hora. Sabe mais aqui: https://bit.ly/37Xge67
Neste episódio, @papercutz faz um corte na nossa pele para curar a alma com ambient e new age japonês dos anos 80. Sabe mais sobre o músico e este episódio aqui: https://bit.ly/3njtcBl
Chegou a vez de @klin-klop entrar no podcast N’A CABINE para nos fazer dançar. Sabe mais sobre a DJ e produtora aqui: https://bit.ly/3nzBHJa
@phoebephoebephoebe é um dos responsáveis pela Troublemaker Records, mas neste podcast dissolve problemas ao longo de uma hora. Sabe mais aqui: https://bit.ly/3gK5sSQ
Temos o privilégio de receber no nosso podcast um dos nomes mais experientes da cena techno portuguesa: @djzemigl Sabe mais sobre o DJ e produtor aqui: https://bit.ly/2BQtNby
Johan assina o 26º episódio do podcast N'A CABINE. E o resultado é bem gourmet. Sabe mais sobre o DJ aqui: https://bit.ly/2UxVYlx
Terzi a abrir caminho para SPFDJ no Industria, no Porto. Sabe mais aqui: https://bit.ly/2Y4U1Qa
Em plena quarentena, PIX.L aproveita a onda revivalista da sociedade para preparar um podcast especial, dedicado às raízes sonoras do drum'n'bass. Sabe mais sobre o portuense aqui: https://bit.ly/3bUecEf
A jovem lisboeta Ornella é a convidada do 24º episódio do podcast "N'A CABINE". Sabe mais aqui: https://bit.ly/38tVTDE
Odete (@queriastarmorta) assina um abrangente mix no 23º episódio do podcast N'A CABINE. Sabe mais aqui: https://bit.ly/2OTL8DM
Preparamo-nos para 2020 com uma gravação de @val0dy na festa de dezembro d’A Alice. Sabe mais aqui: https://bit.ly/2tfbO9Y
Com um set gravado numa festa da Disturb em outubro, @fieldrhyme assina o segundo episódio da série "Arquivo". Mais informações em: https://bit.ly/2tdSFFt
Abrimos a nova série de podcasts "Arquivo" com um set de @enkopt gravado no Gare, no Porto. Mais informações em: https://bit.ly/357PYmo
Convidámos Mariana Pinho, DJ e produtora mais conhecida por NA O MI (@bynaomi), para assinar o 22º episódio do podcast N'A CABINE. Sabe mais aqui: https://bit.ly/2oqmYXs
Fragz entra n’a cabine para explorar terrenos inóspitos nestas edições. Seja bem-vindo, caro drum’n’bass. Sabe mais sobre o dj e produtor aqui: https://bit.ly/2msCHnD
Tiago Fragateiro é o nosso convidado para o 20º episódio de N’A CABINE. Sabe mais sobre o portuense aqui: https://bit.ly/2Jxt1jn
Steve Menta assina um envolvente mix de uma hora para o 19º episódio do nosso podcast. Sabe mais sobre o lisboeta aqui: https://bit.ly/2wrNuQw
Sheri Vari assina um episódio dedicado à Percebes, editora responsável por todas as faixas que se escutam ao longo de 60 minutos. Sabe mais sobre a dj aqui: https://bit.ly/2IVQPjf Fotografia por Diogo Vasconcelos
A nossa Francisca Urbano entra n'a cabine para substituir o convidado de março, que não pôde comparecer por motivos de saúde.
Neste episódio, Rita Maomenos leva-nos numa viagem pelas suas influências. Lê mais sobre a dj aqui: https://bit.ly/2SCei9y
Backbone é o 15º convidado a entrar n’a cabine para nos dar música. E história. Lê mais sobre o dj aqui: https://bit.ly/2GbNABW
Temudo, co-fundador da Hayes Collective, é o convidado d’A Cabine para a transição de 2018 para 2019. Lê sobre o torrense aqui: https://acabine.pt/sentir/podcast/na-cabine-014-temudo/
Tiago Soares tem 25 anos. Natural de Coimbra, mora atualmente nas Caldas da Rainha, onde estuda Som e Imagem na ESAD (Escola Superior de Artes e Design). O tipping point no percurso de Tiago aconteceu em 2013. Apesar de, desde cedo, ouvir todos os géneros de música e frequentar vários tipos de festas – electro, drum n bass, techno e psy-trance –, foi na edição desse ano do festival Super Bock Super Rock que Tiago ficou “completamente viciado” na eletrónica. No palco Antena3 do festival, na altura ainda no Meco, o live de Julien Bracht criou uma atmosfera de tal forma incrível, que o conimbricense se começou a interrogar sobre aquilo que se passava do outro lado da cabine, e que o fez querer começar a misturar. “Ouvinte compulsivo” de música, ainda hoje não se limita a um ou dois únicos estilos e, apesar das suas escolhas incidirem maioritariamente sobre o techno, sente sempre necessidade de ouvir novas sonoridades que o cativem. O primeiro sítio onde tocou publicamente foi no claustro do DARQ (Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra). Entretanto, já passou pelo Gare, Infame ou NB Coimbra, e podemos hoje encontrá-lo na residência do projecto Volúpia.Lab, que acontece todos os meses no Aqui Base Tango, em Coimbra. A Volúpia surge em 2016, quando Tiago, Frederico Martinho, Cláudia Franco e David Sarmento decidem criar um coletivo (sem fins lucrativos) que explore a relação entre a arte e a música, construindo ambientes em que o som e a imagem se unem. Dois anos volvidos, a Volúpia conquista a residência mensal no referido espaço, onde tem conseguido levar artistas que partilham a mesma paixão, em eventos de entrada livre. Embora existam projetos excelentes na cidade, e promotores que trazem vida à cena eletrónica, Tiago destaca o colectivo Cosanostra, a Floating Layers, a Music Chemistry e o Coimbra Calling – ainda falta, hoje em dia, um clube que abrace estes projectos com regularidade. Mais do que para ser ouvida, a música de intmprl é para ser sentida. O objetivo é que os seus sets sejam emocionais – ora mais corporais, ora mais mentais – criando atmosferas “envolventes, com pulsações fortes, ambiências orgânicas e um certo hipnotismo à mistura”. Como dj, Tiago tenta adaptar-se e contextualizar os seus sets ao espaço físico, ao público, e ao ambiente onde está a tocar. O objectivo para os próximos tempos passa por lançar a sua própria música, e pela criação da editora Volúpia. Não adiantando muito mais, Tiago revela apenas que a Volúpia vai continuar no ativo, e que estará de volta no dia 21 de dezembro para um evento de 14 horas de techno. Uma antiga residencial é o espaço do evento onde, para além de um showcase com os artistas residentes (intmprl, Frederico Martinho, Kids on Acid (live) e a dupla The Quiet Man), existirão outras performances e instalações artísticas. Os convidados? Hedonic2 (David Rodrigues e Gil Mac), Caroline Lethô e marum. Até lá, e mesmo depois desse evento, este intemporal podcast serve para “abrir o apetite” para o que está para vir.
Bracarense de 25 anos, JOFF é João Fernandes, o atual residente do Lustre. O seu alter-ego surge quando, depois de “atuar durante vários anos com outro nome”, percebe aquilo que “melhor o define” enquanto dj. Quando é questionado acerca do seu primeiro contacto com a música eletrónica, João não o sabe precisar, mas acredita que as influências familiares foram fulcrais para chegar até o ponto onde está hoje. É também por isso que acaba por ouvir música de diferentes géneros “e não só eletrónica”, diz-nos JOFF. João acredita que esse sempiterno gosto pela música o inspira no dia-a-dia, tornando-se parte fulcral naquilo que faz. Em relação à eletrónica – que o fez conhecer “imensas pessoas” e amigos – o dj e produtor acredita que tê-la constantemente presente faz com que “viva momentos bastante distintos e intensos”: desde ouvir música em casa até à produção, a passar pelas atuações. O interesse pelo djing manifesta-se quando começa a frequentar festas, a ouvir djs locais e a ir até o Porto para ouvir nomes internacionais. Com 16 anos, foi-lhe oferecido o primeiro equipamento, e é aí que começa a praticar. Mais tarde muda-se para o Porto para ingressar no ensino superior, o que eventualmente o ajuda a tocar em locais como Plano B ou Hard Club. Ao longo dos tempos, JOFF apaixonou-se por sonoridades house, deep house, entre outras; no entanto, não se “prende muito” a géneros, mas antes “por aquilo que considera boa música e que dá prazer ouvir”. Para além de treino e experiência “a misturar música”, João Nuno acredita que um ouvido atento é essencial para a arte. Afinal, “nunca leva as coisas muito ‘programadas’”, conta JOFF, pois nunca tem certeza do “público que vai ter”, e, por isso, é preciso conhecer bem a música que leva consigo para saber “como reagir a contextos, locais, horários e públicos distintos”. Pelo meio da aventura, João sentiu a necessidade de “pôr em prática aquilo que imaginara na cabeça”. “Depois de ler bastante, ver vídeos, pesquisar intensamente e, acima de tudo, treinar e experimentar”, o jovem de Braga começa a produzir. Antes de ser motivado pelos mais próximos a “enviar demos”, as músicas simplesmente não saíam do computador. Até que as respostas das editoras deixaram-no espantado e, “a partir daí, o desafio foi sempre aprender cada vez mais”. Atualmente, JOFF foca-se também na residência no Lustre, que acontece desde outubro de 2017, no trabalho com a agência Landed Music Management, e ainda no projeto Condomínio, que partilha com Ivo Martins (tcp 9T2). Mas além disso, João conta que está prestes a oficializar a sua editora, e que o seu primeiro álbum está marcado para o próximo ano. Quer continuar a evoluir sem cessar, e sente-se cada vez mais “confortável para passar a música que realmente gosta”. JOFF está “bastante entusiasmado com o que está para vir”, algo que se reflete neste radiante episódio, que termina com Real Talk do próprio.
Van Der é o nome artístico de Vanderley Neves. Natural de São Tomé e Príncipe mas português de gema, este rapaz de 28 anos é um exemplo. Cresceu em bairros de lata, onde habitavam comunidades africanas que viram muitos emigrar para procurar melhores condições de vida. Apesar das adversidades, nunca abandonou a escola, e, aos 18 anos, decidiu ingressar em Sociologia, uma experiência que marcou e influenciou os seus caminhos. Desde sempre, Van Der esteve em contacto com sonoridades africanas: “estava constantemente exposto à música africana, inclusivamente eletrónica, como por exemplo o kuduro, cujos fundadores são o Tony Amado e o Sebem. Estes dois padrinhos do kuduro inspiraram-se em ‘raves’ no ocidente, e tentaram recriar o mesmo som em Angola”. No entanto, o “bicho” despertou graças ao seu primo, o atual DJ Marfox, que, ao gravar-lhe cds, incluiu três mixes de Carl Cox. Depois, por volta de 2007, quando começou a ouvir a rádio Mix.Fm, apaixonou-se definitivamente pela música eletrónica. Gostava mas ainda não a sabia definir, até que, graças a um amigo, conheceu a música de Sven Väth. Aí, Van Der entendeu o techno. Através deste estilo foi conhecendo outros artistas que o ajudaram a crescer enquanto dj, mas isto não quer dizer que continuem a ter influência direta na sua música. "Atualmente tenho muitas referências, e quanto mais descubro, mais tenho. Existem muitos projetos de qualidade que têm explorado a música eletrónica e o techno em particular, elevando-o para novas formas de interpretar o género. O techno é futurista." Quando falámos sobre ídolos com quem gostaria de partilhar a cabine, Van Der fala de nomes como Stanislav Tolkachev, Surgeon, Adam X, entre outros, pois afirma que têm contribuído de forma muito positiva para a cena musical através dos seus selos. Relativamente à música eletrónica em Portugal, Van Der acredita que existe muito consumo mas pouca produção, e que, pelo menos em Lisboa, há poucas alternativas devido às dificuldades impostas: “É necessário maior apoio à cultura [em Portugal]. Os projetos têm dificuldade em se estabelecer porque existem vários constrangimentos e burocracias. Existem muitos de qualidade que têm tentado desenvolver o seu trabalho”. No que toca a projetos, Van Der é o seu principal, totalmente dedicado a um lado mais underground. Mas Vanderley é também um dos fundadores do Escuro, um coletivo de música eletrónica que pretende também trazer algo de novo à noite lisboeta menos mainstream. No futuro, pretende consolidar-se enquanto artista e editar música. Pelo meio, não garante que se vá manter por Portugal. Relativamente ao set que preparou para este episódio de N’A Cabine, Van Der mantém-se fiel a si próprio, afastado daquilo que se ouve na maioria das festas de techno. Como artista gosta de explorar várias dimensões da música eletrónica experimental, e remata que aprecia “a liberdade de explorar a minha criatividade, de acordo com o que interpreto da ocasião para que vou mixar. Este set, penso que estará mais virado para o clubbing“.
URZE é Alexandre Urze Afonso, jovem de 23 anos natural de Valença, em Viana do Castelo. Na realidade, tudo começou quando começou a ouvir músicas guardadas num computador do irmão mais velho, por volta do ano 2008, mas “nessa altura mal sabia o que era música eletrónica, só tinha 13 anos”. Quando descobriu o que isso era, tudo mudou, claro. “Como dj, só em 2011 é que as coisas começaram a nascer”, diz-nos. Continua por dizer que descobriu “um controlador antigo que tinha em casa”, e assim começou a “imitar os sets dos artistas que mais gostava, a tentar fazer as mesmas passagens”. No entanto, o prato do dia foi drum’n’bass durante cerca de cinco anos. Isto antes de se aventurar no mundo como URZE. Considera-se “bastante eclético”, mas adianta que prefere “um pouco mais” de tech house, d’n’b e hip-hop. “O que me atraiu para este mundo é uma pergunta para a qual não tenho resposta, mas o que me mantém é poder transmitir a minha felicidade para as pessoas na pista de dança”, conta-nos URZE. Joseph Capriati não é o dj que o jovem valenciano mais gosta de ouvir, mas é aquele com quem mais se revê, “principalmente pela versatilidade dos seus sets, que tanto podem ser recheados de groove e basslines suaves, como de energia de techno, ou então uma viagem entre o techno e o tech house, que são sem dúvida os que mais gosta”. URZE acredita que a aventura pelo drum’n’bass se reflete nos seus sets: “não gosta de prolongar muito o tempo das músicas e tenta sempre que existam poucas quebras, que tudo seja ‘corridinho’ para que o público não pare de dançar”. Existem alguns pormenores com que se preocupa, mas não tem “nenhuma fórmula” em concreto. À excepção de um podcast, por exemplo, Alexandre nunca prepara um set do início ao fim. Toca sempre “de cabeça levantada para ter uma boa leitura do público”, e perde “mesmo muitas horas à procura de músicas novas”. No entanto, URZE não se dedica apenas à sua carreira. Dia 1 de setembro, a RSJ comemora o seu quarto aniversário, um projeto que começou “apenas por tentar fazer a festa que muitos de nós tivemos vontade de fazer mas nunca se concretizou”. Agora que ultrapassaram essa barreira, a organização quer continuar a “tentar cultivar a cultura da música eletrónica” numa zona que URZE sente estar a crescer passo a passo. Assim, Alexandre Afonso tem-se focado em mostrar ao país aquilo que faz. Também se quer dedicar às produções, “algo que já fiz no passado, mas nunca a 100%”. Até lá, “decidiu mostrar o que é o URZE a tocar” neste podcast, dividindo o set por partes: “começa com uma onda mais groovy a oscilar entre o house e o tech house, passando depois para tech house mais virado para a pista de dança e, para acabar, umas batidas a roçar o techno”.
Natural de Lisboa, a história de Diana Oliveira começa com viagens de comboio até à cidade invicta quando morava em Braga com os pais. Fosse para sair ou trabalhar, viajava para “conseguir estar mais perto do movimento de música que se passava há cerca de 15 anos no Porto”. Lá, conheceu o “núcleo de amigos e quando chegou a altura de entrar na faculdade, não havia dúvidas para onde iria concorrer”. Diana chegou a trabalhar na área, Comunicação Social, “mas entre 2011 e 2012, quando já dava os primeiros passos como dj”, percebeu que tinha de tomar uma decisão: “tocar até de madrugada e, no dia seguinte trabalhar na redação não estava a funcionar”. Mesmo sem o apoio da família, escolheu a música “com a convicção de fazer o que mais gosto”. A apoiá-la estava a RDZ, coletivo que ajudou a criar e do qual fala com orgulho. Isto foi pela altura em que se mudou para o Porto “há cerca de 10 anos”. A paixão por Lisboa não se apaga, mas foi a cidade portuense a “’responsável’ pelo início de carreira”. Como dj, Diana Oliveira acredita que não “existe uma fórmula para agarrar o público, cada um deles é diferente, cada espaço é diferente”. Com um set-up de dois Technics SL1210/1200, dois CDJ-2000 e uma Xone 92 da Allen & Heath, Diana tem o público com respeito . “Sempre viajei entre vários estilos”, diz-nos, “há sets que acabam por ser menos diversos, mas, lá está, tudo depende da energia do público”. "O que tento fazer é “absorver a energia” do público, o que o local me dá e retribuir com a minha música, tentando criar momentos que possam, de alguma forma, tornar-se inesquecíveis para aqueles que saíram de propósito para me ouvir ou simplesmente para beber um copo e descontrair e acabaram por se cruzar comigo" Recentemente, Diana esteve envolvida, juntamente com Ruben Domingues, Vitor Magalhães e os coletivos da RDZ e Industria, na organização do festival Elétrico, que aconteceu no Parque da Pasteleira, no Porto. “Nos últimos meses, todos os focos estiverem para aí virados”, responde Diana quando questionada acerca daquilo que tem feito. Diana vê o panorama atual do país com bons olhos, e acredita que estamos “a reconquistar o título Paradise Called Portugal que nunca devíamos ter perdido”. “As restantes cidades é o que também ajuda a alimentar as mais centrais, há imensa coisa a acontecer”, acrescenta, tecendo elogios aos eventos que são organizados pelo resto do país. Para este set N’A Cabine, Diana Oliveira leva-nos na sua “companhia durante uma viagem de duas horas com passagem pelo deep, house, break, acid, techno e não só”. “Desprendido de estilos”, a verdade é que só há resposta para este episódio – e é a Diana que a dá: “boa viagem”.
Natural de Boticas, a leste da cidade flaviense, foi lá que “a paixão por misturar faixas” começou. Em 2009, tornou-se residente do Kevin’s Club, o único clube botiquense, durante cerca de cinco anos. “Desde então não parei”, diz-nos, “e a ligação com os decks foi crescendo”. Como dj, Tiago Sevivas “nasceu com a fundação da Mood Collective”. No entanto, a residência no Kevin’s Club foi essencial para aprender a “conhecer o público e trabalhar em prol dele”. Isso deu-lhe “muita experiência”, como a noção de “controlar a pista de dança” sem deixar de lado os gostos pessoais. Pretende continuar a dar música ao público que sempre o acompanhou, seja através de house ou techno, mas o primeiro é “sem dúvida o género mais influente para o meu projeto”. Quer assumir “uma versatilidade distinta” em cada set, “gerando energia eficiente para guiar” os o que o ouvem. Gosta de se “entregar ao público”, de transmitir as suas “sensações”, e de procurar a sintonia: “se não existir, é como aplicar cores numa tela que acaba branca”. Vê a música que seleciona como “essencialmente energética, com grooves mexidos e eventuais vocais que acompanham linhas de grave secas e fortes”. Música essa que tem um lugar muito importante na sua vida: “sem ela não era eu, não existia, sempre esteve presente ao longo da vida; eletrónica ou não”. Sevivas acredita que o panorama português está “num bom caminho”, especialmente ao observar o trabalho que tem vindo a ser feito: de “artistas jovens e promissores” às promotoras. Nota “um forte impulso que advém do bom trabalho de todos os intervenientes da música eletrónica em Portugal”, e no caso de Chaves a resposta é simples: “o meu papel é ajudar, trabalhando” para evidenciar a cidade, existam “eventos de eletrónica ou não”. Tiago afirma que a Mood Collective nunca esperou por “algo tão robusto e definido em apenas um ano e meio de existência”. Mas, assim como disse Luís Pisco, Sevivas reflete a importância de não pararem pois “há muito trabalho para ser feito”. O coletivo flaviense, que conta também com Gonçalo Madureira, quer continuar a ajudar no “desenvolvimento da cena eletrónica portuguesa”. E claro, Tiago Sevivas também quer continuar a progredir: “o próximo passo será começar a produzir e a mostrar um pouco mais de mim e da minha música”.
Luís Pisco é natural de Chaves, cidade onde vive atualmente apesar de ter passado quatro anos entre a capital e a invicta. É pelas águas flávias que, juntamente com a Mood Collective, rema o barco que sustém grande parte da cena clubbing da terra que “tem vindo a perder população ao longo dos anos, principalmente jovem”. Com os jovens a saírem da cidade para estudar, por exemplo, a Mood Collective sente dificuldades no seu trabalho. Mas Luís Pisco rejeita desistir, procurando constantemente “estender os horizontes”. Tudo começou com ele, o Tiago Sevivas e o Gonçalo Madureira – “com a ajuda de uma dezena de amigos” – a criar movimento que “conseguiu trazer uma lufada de ar fresco a uma zona cada vez mais saturada a nível musical”. Para Pisco, tudo começou com as sonoridades de Happy Mondays ou New Order por volta dos 12 anos. A aventura de dj foi aos 16, “curiosamente com a residência do espaço” pelo qual é responsável agora, o “mítico Ámiça Bar, casa com mais de 25 anos de existência”. Se no início foi o pop-rock dos anos 80 que o influenciou, depois, “na dance music”, foram artistas como Larry Heard, Laurent Garnier ou DJ Vibe os que provavelmente “mais admirou ao longo deste tempo”. Isto, claro, apesar de considerar ser difícil responder a uma pergunta sobre preferências. Antes de por os gostos pessoais em primeiro plano, a seleção de Pisco procura que “valha sempre a pena para o público”. Com o objetivo de que toda a gente esteja animada, tem sempre “em conta a circunstância, o público e o local”. “Do groove da house music” a passar por deep, minimal, tech house ou indie dance, Pisco quer por a cena, que “está mais forte que nunca”, a dançar. Pessoalmente, quer ver o trabalho da Mood Collective a ser reconhecido noutras cidades. Já estiveram pelo Industria, no Porto, e pelo Lustre, em Braga, e, “dando tempo ao tempo, esperamos ter mais visibilidade e credibilidade na cena nacional”. Antes disso, guia-nos durante 50 minutos n’a cabine. A fotografia é do Duarte Morais.
@RLVS é João Relvas, dj nascido em Coimbra mas a residir em Lisboa. Ele é o sexto convidado de N’A CABINE, e marca este episódio com sonoridades negras que criam, ao longo de 70 minutos, um ambiente altamente magnético. Em 2011, começa a aventurar-se, "em casa", na mesa de mistura depois de começar a "interagir mais com o meio" quando muda para a capital. Mas o gosto pelo lado eletrónico surge antes disso, não fosse hábito dele ouvir "bandas como Depeche Mode, New Order, Cabaret Voltaire ou Kraftwerk". É designer gráfico de profissão, mas seria impossível ficar afastado da música eletrónica. Tudo dela o atrai: as "constantes mutações que sofre", "a capacidade de surpreender" ou o lado sempiterno. RLVS diz que tudo isto o leva "a uma constante pesquisa e descoberta", e por isso mantém-se atento ao que se passa pelo país "e não só". O coimbrense baseado em Lisboa não gosta de descrever a música que seleciona, até porque, apesar da predominância do techno, há outros fatores que influenciam esse momento, como a intuição e espontaneidade que apresenta na cabine, ou o seu "estado de espírito" e o do público. Além de aliar isso às "experiências de vida", RLVS afirma que adora "todo o tipo de arte", reconhecendo a importância pessoal de "beber um pouco de cada uma". Olha para a cena portuguesa como uma das mais efusivas, para clubes como Gare e Lux Frágil como espaços inigualáveis, e para os nossos artistas como excelentes referências daquilo que pode ser feito em Portugal. A Thousand Details, Lewis Fautzi, Norbak, Temudo ou VIL são alguns dos nomes que refere quando a conversa circunda os portugueses. No ano de 2015, fundou a Music Chemistry na sua terra natal, levando até lá artistas como Adriana Lopez, em parceria com a Cosanostra Coimbra, ou Antigone. Mais recentemente, tem participado em projetos como a NAME, onde já atuaram nomes como Cleric ou SNTS, e a Contakt. RLVS tem os seus objetivos traçados, mas gosta de viver um dia de cada vez e "usufruir o presente". O presente, neste caso, passa por RLVS a criar uma atmosfera que nos agarra a este episódio desde os primeiros instantes, e que se desenvolve para uma odisseia que nos obriga a abanar a cabeça e o corpo - mesmo que de olhos fechados.
@Analodjica é uma das principais caras do plantel da @Fuselx, um dos nomes mais sonantes da atualidade em Portugal. No lema da editora lisboeta lê-se palavras como continuidade, qualidade e fusão. Ana Silva, também da capital, representa bem esses adjetivos, não fosse ela dj há 15 anos. Como muitos outros, Analodjica começou a tocar por "gosto" e "brincadeira". Em meados de 1997, experienciou as primeiras festas, mais precisamente de trance. "Adorava o ambiente e a ligação entre as pessoas", diz-nos, acrescentando que, pouco a pouco, apaixonou-se por novos estilos de música eletrónica "dentro das variantes do house". "No meu grupo de amigos existiam alguns djs com bastante experiência", e Analodjica afirma que nunca foi sua intenção vir a ter a responsabilidade de pôr as pessoas a dançar. A paixão pela arte, no entanto, fez com que recebesse os primeiros convites "de promotoras e clubes", levando-a até o lugar onde está hoje. A primeira casa onde mostrou os dotes foi no antigo Coconuts em Cascais. Desde então, já foi responsável pela cabine de diferentes casas nacionais e internacionais, inclusivamente de festivais. E é de acordo com o local e a hora em que atua que Analodjica prepara o seu set. "Deve-se respeitar o motivo pelo qual nos contratam e ter noção" da hora do espetáculo. "Felizmente", diz Ana, "só toco aquilo que gosto", respeitando os djs que a antecedem ou sucedem. Na sua opinião, consegue agarrar os ouvintes quando estes percebem a paixão que investe nos seus sets, momento em que procura sempre conduzi-los numa viagem – como este episódio o comprova. Ainda que tenha começado pelo vinil, hoje aposta nas CDJs embora já se tenha aventurado com o Traktor durante alguns anos. "Confesso que comecei a perder o gosto, não me satisfazia", acrescentando que gosta de misturar de forma "natural, sem record box" e "sem muitos efeitos ou disfarces". Apenas paixão. Analodjica acredita que Portugal está "em grande" na música eletrónica, "cheio de talento a nível de djs, produtores" e até promotoras. Mas nem tudo gira à volta deste género. Aliás, o jazz e os blues têm um lugar importantíssimo na vida da lisboeta, tanto que são a sua grande companhia durante a semana. Como dj da Fuse Records, Analodjica afirma que a sua preferência é, sem sombra para dúvida, tocar em festas da editora. Quando questionada acerca do lugar onde se imagina no futuro, apenas afirma que é incerto. Até lá, continuará a manter a vida e o filho como as maiores inspirações.