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A Comissão Nacional de Eleições diz não haver ilícito eleitoral nos cartazes do Chega que têm as frases “Isto não é o Bangladesh” e “Os ciganos têm de cumprir a lei”. A CNE remete agora as queixas para o Ministério Público. Apesar da polémica, era inevitável esta decisão? Pedro Delgado Alves reforça que o caso “está no Ministério Público, onde vai ser avaliado”, já que a CNE só avalia “ilícitos eleitorais”; José Eduardo Martins realça que é uma oportunidade para “explicar em casa que o racismo é uma burrice e uma iniquidade” e que “os cartazes no limite da lei” são uma estratégia da extrema-direita. Ouça a análise dos comentadores no Antes Pelo Contrário em podcast, emitido na SIC Notícias a 6 de novembro. Para ver a versão vídeo deste episódio clique aquiSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Invisível para quem passeia na cidade de Paris, os esgotos da capital francesa são uma parte essencial e única do funcionamento desta metrópole. Emmanuel, que trabalha há 31 anos nos esgotos de Paris, levou a RFI a fazer uma visita guiada ao Museus dos Esgotos, no 7º bairro, falando sobre as características únicas deste sistema e da sua profissão. Paris, a cidade Luz, a cidade da Torre Eiffel, a cidade da moda, a cidade do luxo e também, a cidade com uma das redes de esgotos mais complexa e interessante do Mundo. Alguns metros abaixo da superfície, há 2.600 quilómetros de esgotos que criam uma cidade subterrânea, com 30 mil pontos de acesso espalhados por toda a capital. Desde a Idade Média, que os parisienses se deparam com o problema do que fazer aos seus dejectos, tendo sido criadas entre os séculos XIII e XV as primeiras fossas sépticas abertas. Mais tarde, já no período do Renascimento até ao século XVIII, com mais consciência sobre o efeito das doenças e das pragas que assolavam de tempos a tempos, foram construídos os primeiros esgotos subterrâneos, mas ainda a uma escala muito limitada. Foi sob as ordens de Napoleão III, já no século XIX, e após uma epidemia de cólera que matou milhares de pessoas, que o Barão de Haussman, um homem que mudou a face de Paris para sempre modernizando a cidade, decidiu criar uma verdadeira rede de esgotos, aliando-se ao engenheiro Eugène Belgrand, que imagina uma rede de esgotos que duplicaria a cidade em profundidade e que seria facilmente acessível aos trabalhadores dos esgotos. Assim, desde a segunda metade do século XIX, Paris tem um sistema de esgotos muitos próprios, e quem visita actualmente Paris pode ir ao Museu dos Esgotos, onde para além de saber mais sobre a história desta infra-estrutura megalómana, pode ver como funciona já que se trata de uma verdadeira estação de triagem dsa águas, como nos explicou Emmanuel, que trabalha há 31 anos nos esgotos da capital francesa e que comandou uma visita guiada em que a RFI participou. “O Museu dos Esgotos de Paris é interessante exactamente porque se trata, em parte, de uma estrutura a que chamamos uma galeria húmida ligada aos esgotos. Logo, se chover, por exemplo, muitas vezes temos de tirar as pessoas do museu porque ele está construído de forma a ser inundado cumprindo a sua função principal que é retenção das águas, ou seja, que a água não vá toda directamente para o rio Sena e possa causar inundações. Portanto, aqui, vemos, ouvimos e cheiramos as águas dos esgotos e, que eu saiba, este é um museu único no Mundo” E também estes esgotos são únicos, com características muito próprias. “Os esgotos de Paris são visitáveis, funcionam através da gravidade e são unitários. Isto faz do nosso sistema de esgotos algo único no Mundo, mesmo os esgotos de Nova Iorque ou até de Londres não têm estas três características. Graças a isso, recebemos aqui muitas delegações estrangeiras que vêm estudar o nosso sistema, no entanto, este é um sistema atípico, já que é muito antigo. Hoje, por exemplo, quando se quer construir um novo sistema, faz-se a separação entre as águas residuais e as águas limpas e o nosso é um único sistema” A capital francesa conta com cerca de 300 trabalhadores apenas dedicados a este sistema intrincado, entre homens e mulheres, muitos deles com longas carreiras como é o caso de Emmanuel. “Eu sou chefe de saneamento nos esgotos, actualmente trabalho no Museu e sou bastante polivalente. Tanto posso estar a vender bilhetes na entrada do museu, como posso fazer as visitas guiadas, como acabámos de fazer, posso também estar na loja do museu. Até faço segurança às vezes. E, claro, caso haja uma subida do nível das águas, limpo os esgotos que passam no museu. Faço tudo que há para fazer aqui” A cidade de Paris contava em 2022 com uma população de mais de 2 milhões e 100 mil pessoas, logo, os esgotos são uma parte essencial, mas invisível da cidade. Vemos, às vezes, os seus trabalhadores descerem numa das 30 mil bocas de esgotos espalhadas pela capital, mas só raramente é que os parisienses se questionam o que fazem verdadeiramente as pessoas que trabalham nos esgotos. “Nós temos o hábito de sermos discretos, quando eu comecei a trabalhar nos esgotos, há 31 anos, comecei nos esgotos domésticos, mais pequenos, na limpeza. A seguir passei para as colectas de esgotos e há quase 20 anos que trabalho aqui no museu. Adoro o facto de falar com as pessoas sobre a minha profissão. No entanto, é verdade que apesar de ser uma profissão indispensável, não é muito visível. E exactamente dar visibilidade a este trabalho é o âmbito do nosso museu. Mostrar que quem trabalha nos esgotos é indispensável” Esta é uma profissão com mais de um século de existência, tradição e inovação. Tal como Paris, também os trabalhadores dos esgotos já passaram vários momentos-chave, nomeadamente na Segunda Guerra Mundial. “Durante a guerra tivemos muitos agentes do saneamento de Paris que participaram na Resistência. Nós temos aqui placas comemorativas dessas pessoas que arriscaram a vida e muitas delas que acabaram mesmo por perder a vida. Nós falamos disso a quem nos visita. E, claro, gostamos sempre de dizer que fazemos parte da história, já que os trabalhadores dos esgotos existem desde Napoleão III, com as grandes avenidas de Paris e os prédios haussamanianos. O esquema dos esgotos faz parte dessas inovações e tornou-se um exemplo no Mundo” Ainda hoje, esta é uma profissão que passa de pai para filho e que continua a atrair jovens, apesar de ser um trabalho muitas vezes meticuloso e pesado fisicamente. “A nossa profissão ainda é atraente e interessante. Acabámos de recrutar cerca de 30 jovens entre 22 e 27 anos, que fizeram todo o processo de recrutamento e que percebem que temos uma profissão indispensável. Convido todos os jovens a olharem para esta carreira como uma opção porque é verdade que é uma profissão difícil, muito exigente fisicamente, mas também muito interessante” Encontrámos Emmanuel no âmbito do evento anual da cidade de Paris sobre as diferentes profissões necessárias e essenciais para o bom funcionamento da capital francesa. A cidade Paris tem mais de 53 mil funcionários que exercem 300 profissões diferentes.
Cada xoves falamos de igualdade, rural, empoderamento, emprendemento e cultura con Kim Llobet. Abrimos unha fiestra semanal para visibilizar historias e proxectos que impulsan a equidade. Achegámonos a figuras inspiradoras, descubrimos persoas que romperon barreiras, reflexionamos sobre desigualdades e celebramos logros que aínda hoxe seguen sendo pouco coñecidos. Un espazo para aprender, emocionarse e comprometerse cun mundo máis xusto. "Os órganos xudiciais do partido de Pontevedra rexistraron durante os primeiros seis meses deste ano un total de 165 denuncias por violencia de xénero". "A cifra de 12.976 agresores condenados con sentenza firme na última década en Galicia, é máis que importante". "Lembramos a Gisele Pelicot, que nos ensinou, nun caso de agresión sexual que conmocionou ao mundo, que a vergoña ten que cambiar de bando»". Os xulgados reciben 27 denuncias de violencia de xénero ao mes, un 6% máis O CGPJ contabiliza 165 casos nos órganos xudiciais de Pontevedra e só a metade son presentadas polas vítimas. Tamén aumentan as medidas de protección ditadas Os órganos xudiciais do partido de Pontevedra rexistraron durante os primeiros seis meses deste ano un total de 165 denuncias por violencia de xénero, segundo o Informe trimestral sobre esta secuela elaborado polo Servizo de Estatística do Consello Xeral do Poder Xudicial para o Observatorio contra a Violencia Doméstica e de Xénero. Isto supón unha media de 27 casos ao mes, un aumento dun 6% con respecto ao mesmo período de 2024. Os datos chegan en vésperas do 25N, Día Internacional da Eliminación da Violencia contra a Muller. A cifra de 12.976 agresores condenados con sentenza firme na última década en Galicia, é máis que importante. En Galicia hanse rexistrado, no segundo trimestre do ano 2.051 denuncias por violencia de xénero, un 4,9% máis que no mesmo período de 2024, e os órganos xudiciais atenderon a un total de 1.862 vítimas, o que supuxo un incremento interanual do 1,1%. Case 7 de cada cen mulleres vítimas deste tipo de delitos (o 6,4%) acolléronse a dispénsaa do deber de prestar declaración. O Informe trimestral sobre violencia de xénero mostra tamén que o número de ordes de protección solicitadas practicamente mantívose, mentres que as acordadas entre abril e xuño aumentaron con respecto a 2024. Os xulgados de violencia sobre a muller da comunidade rexistraron 457 solicitudes de ordes de protección (un 0,9% menos), das que acordaron 312, o 68,2%. No 48% dos casos, a relación de parella (cónxuxe ou relación afectiva) mantíñase no momento de petición da orde de protección ao órgano xudicial. No caso do partido xudicial de Pontevedra, dos 165 casos denunciados a inmensa maioría, ao redor dun centenar, correspóndese con malos tratos e lesións, mentres que unha vintena son delitos contra a liberdade, preto de corenta son quebrantamentos de condena e o resto atentan contra a liberdade sexual e a honra. Un dato moi significativo é que as vítimas aínda parecen remisas a formular denuncias de forma inmediata. Só a metade das agredidas acudiu a esa vía e na maior parte dos casos tras o atestado policial, é dicir, pasado algún tempo desde a agresión. Do mesmo xeito que aumentaron un 6% as denuncias, tamén creceu o número de ordes xudiciais de protección, ata as 31. A Violencia Machista é a violencia exercida polos homes contra as mulleres polo feito de selo. Lembramos a Gisele Pelicot, que nos ensinou, nun caso de agresión sexual que conmocionou ao mundo, que a vergoña ten que cambiar de bando». Máis Información de MULLERES QUE PODEN ✔️Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100057202191221 ️ "SUSCRÍBETE" ao podcast MÁIS ENTREVISTAS: https://www.ivoox.com/podcast-salta-da-cama_sq_f1323089_1.html Máis Información e outros contidos: ✔️Facebook: https://www.facebook.com/PabloChichas ✔️Twitter: https://twitter.com/pablochichas ✔️Instagram: https://www.instagram.com/pablochichas/ ✔️Clubhouse: @pablochichas ✔️Twich: https://www.twitch.tv/pablochichas
Chuva em novembro, uma janela varrida pela tempestade, um banho às escuras e novidades do assalto ao Louvre.
O Relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente revela que, mesmo com novos compromissos climáticos, o mundo mantém-se no caminho para um aumento de temperatura global entre 2,3 °C e 2,5 °C nas próximas décadas, bem acima do limite de 1,5 °C considerado seguro pelos cientistas. Basta um aumento de 2 °C para passarem a ser comuns:
O eurodeputado socialista português Francisco Assis foi o autor de uma resolução do Parlamento Europeu condenando a RCA pela violação dos direitos humanos em relação a Joseph Figueira Martin, sequestrado no ano passado, no leste da República Centro-africana. Este antropólogo tendo sido condenado nesta terça-feira por um tribunal de Bangui a 10 anos de trabalhos forçados e ao pagamento de 50 milhões de francos cfa por preparar uma quadrilha e atentar contra a segurança interna. O eurodeputado socialista português Francisco Assis começa por reagir à sentença proferida contra o luso-belga, Joseph Figueira Martin. Em primeiro lugar, queria salientar o seguinte: Ele esteve muito tempo à espera deste julgamento. Finalmente, o julgamento ocorreu... em condições extremamente precárias, pela informação de que disponho e a defesa já anunciou que vai recorrer, porquanto as acusações que foram formuladas não foram provadas. E a sentença, na óptica da defesa, é profundamente injusta e desprovida de fundamento legal minimamente válido. Para além disso, julgo que tem de prosseguir a acção diplomática, quer da União Europeia, quer dos governos de Portugal e da Bélgica, porque nós estamos perante uma situação que atenta contra os direitos humanos. Falar de trabalhos forçados é algo de absolutamente inconcebível no contexto epocal em que nos encontramos. Portanto, eu julgo que, para além da questão do ponto de vista estritamente judicial, em que o advogado de defesa já manifestou a intenção de imediatamente recorrer desta decisão, que é profundamente, na óptica dele e na minha óptica, que acompanhei o processo profundamente injusta. Para além disso, deve haver uma ação diplomática, tendo em vista até encontrar também uma solução nesse plano. Parece me fundamental que o Joseph Figueira possa sair o mais rapidamente possível da República Centro-Africana e possa vir para um país europeu. Tem algum contacto com a ONG norte americana para a qual ele trabalhava para poder apurar também algo do que lhe foi acontecendo: ele ter sido sequestrado no leste da RCA pelas Wagner, depois ser entregue às autoridades da RCA? E os contactos que tem mantido tem sido com a família. É através da família têm sido prestadas todas as informações sobre a actividade que ele desenvolvia sobre a ONG a que ele estava associado. Tudo o que foi o seu percurso de vida. Estamos a falar de um antropólogo que se dedica fundamentalmente ao estudo do fenómeno da transumância, que fez vários estudos neste domínio e que naquele momento estava até a desenvolver um trabalho de natureza humanitária naquela região e que foi apanhado no meio de um conflito gravíssimo entre as forças rebeldes o Estado da República Centro-Africana e o Grupo Wagner. Como sabemos, é um grupo russo, de mercenários russos que tem operado agora com outra designação. Tem operado, opera já há uns anos naquela região de África. Ele é vítima de tudo isto. É uma vítima de um processo bastante político, bastante complexo. E é como vítima que tem que ser visto. E nós temos, creio eu, nós quer a nível da União Europeia, quer a nível de Portugal e da Bélgica... temos absoluta obrigação de fazer tudo quanto estiver ao nosso alcance para o retirar o mais depressa possível das prisões da República Centro-Africana. E, portanto, naquela área onde ele se encontrava quando ele acabou por ser sequestrado, poderia haver conflitos étnicos entre comunidades locais, é isso que se presume ? É uma zona de conflito. Nós estamos a falar de uma zona de grandes conflitos e conflitos complicados, porque são conflitos entre movimentos jihadistas, o Estado, o grupo Wagner. Agora com outra designação também envolvido. Portanto, eu tenho consciência que o problema é complexo e que ele foi... E ele, que estava a desenvolver um trabalho humanitário, foi apanhado no meio daqueles conflitos. Agora, o que eu não tenho dúvidas nenhumas é que as acusações que impendem sobre ele são destituídas de fundamento. Porque acompanhei o caso, falei com as pessoas, sei qual é o trabalho que ele desenvolveu, percebi qual é a natureza da sua personalidade. É alguém que estava estritamente a desenvolver um trabalho humanitário. Eu julgo que no final deste processo, o que tem que prevalecer é a preocupação dos Estados de Portugal e da Bélgica, porque tem a dupla nacionalidade. E da União Europeia, porque ele é um europeu. Temos que fazer tudo, tudo o que estiver ao nosso alcance para que ele possa sair da República Centro-Africana o mais depressa possível. Eu acredito que isso possa vir a suceder. O advogado de defesa Nicolas Tiangaye contestava a validade das provas que foram apresentadas para justificar a acusação. Falava-se, por exemplo, de um par de óculos que era suposto serem de José Figueira e que ele nem sequer reconhece. Portanto, elementos de provas que a defesa diz terem sido orquestrados, por exemplo, blocos de notas, dois telemóveis com imagens tidas como sensíveis, Uma "maquinação" diz a defesa, não é ? Sim. E eu estou absolutamente certo que assim foi. Isto tudo num contexto de uma guerra que está a ser travada naquela zona, de um confronto que é um confronto muito complexo e que evidentemente gera situações desta natureza. Lamentavelmente, agora aqui a questão fundamental para mim: esta não tenho dúvidas nenhumas que o Joseph Figueira é vítima no meio deste processo todo. foi injustamente condenado. Está há muito tempo já preso em condições indignas de uma prisão na República Centro-Africana. E nós temos obrigação absoluta de desenvolver, sobretudo a partir de agora, todo um trabalho diplomático, tendo em vista permitir a sua saída da República Centro-Africana. E estou convencido que isso é possível. O senhor eurodeputado Francisco Assis foi autor da resolução do Parlamento Europeu que condenou a RCA por violação dos direitos humanos em relação a Joseph Figueira Martin. Porquê esta iniciativa? Precisamente porque tinha consciência do que se estava a passar. Tinha sido alertado para esta situação. Estudei-a e falei com várias pessoas. Apercebi-me da natureza do problema. Entendi que estávamos perante um atropelo claro aos direitos humanos de uma pessoa em concreto. Tê-lo-ia feito se fosse de outro país. Tenho feito, aliás, imensas propostas em relação a cidadãos dos mais diversos pontos do mundo. Mas tinha uma responsabilidade, neste caso, acrescida pela circunstância de estarmos a falar de um cidadão português e portanto, acho até estranho, muito estranho, que em Portugal ninguém se mobilize. As pessoas estão sempre disponíveis para se mobilizarem para determinadas causas, e bem. Mas depois, neste caso concreto, por razões que eu não descortino, praticamente ninguém fala no assunto. O que eu acho absolutamente lamentável. E espero que a partir de agora se inicie uma campanha para que ele rapidamente saia da República Centro-Africana. Que leitura é que se pode fazer do facto de que o embaixador belga é o representante da União Europeia estiveram presentes durante o julgamento. O embaixador português na RDC não esteve apenas. O cônsul de Portugal em Kinshasa se deslocou no início da audiência. Que olhar é que tem sobre efectivamente o acompanhamento que a diplomacia portuguesa está a dar a este caso ? Ainda não compreendi a razão de ser da falta de acompanhamento por parte da diplomacia portuguesa. Tenho constatado isso. É um facto objectivo e o apoio da diplomacia belga tem sido bastante maior do que da parte da diplomacia portuguesa. Mas é um assunto que ainda procurei esclarecer. Acha que neste momento, de facto, a República Centro-Africana é uma área para se desaconselhar a qualquer cidadão europeu? À luz do que está a acontecer e nomeadamente também em relação ao caso do sequestro e do encarceramento do Joseph Figueira Martin ? Todas as zonas de conflito... e há uma parte da República Centro Africana que está a ser... E não estou com isto, a atacar as autoridades da República Centro-Africana porque também estão a confrontados com um conflito grave. A verdade é que todas as zonas de conflito são zonas desaconselháveis. É, aliás, uma zona toda de África que é hoje dominada por conflitos graves. E, portanto, o risco de ocorrer a qualquer pessoa algo de idêntico ao que ocorreu ao Joseph Figueira é real. E nessa perspectiva, evidentemente teremos. As pessoas devem ponderar seriamente para onde se deslocam.
Promjena trenera, ali smo bod…0:00:00 Varaždin0:41:00 Ocjene0:46:00 Prognoze0:48:00 Hajduk0:54:00 Kviz
Hoje celebramos a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos. Muitas vezes deixamos que este dia invada o Dia de Todos os Santos; deveria ser o contrário: olhar os defuntos à luz da santidade a que todos somos chamados, a felicidade plena para a qual Deus nos destina. Ontem escutámos: “vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar”. Não vemos todos, mas reconhecemos rostos amados nessa multidão.Podemos viver este dia em duas perspetivas. A primeira é a do sufrágio por todos os que partiram para a eternidade: oferecemos a Deus as nossas orações e boas obras, pedindo por quem se encontra no seu tempo de purificação — aquilo a que chamamos, de modo simples, as almas do Purgatório. A segunda é a memória agradecida: recordamos familiares, amigos, vizinhos e tantas pessoas próximas, com os olhos húmidos de saudade e o desejo de falar de novo com elas. E surge a pergunta: “estarão já junto de Deus?” Não o sabemos; e esse não saber abre-nos à esperança vigilante.A primeira leitura, breve e incisiva, põe-nos nos lábios de Jó: “Eu sei que o meu Redentor vive; eu próprio O verei, os meus olhos O contemplarão”. Esta é a base do nosso celebrar hoje: o Redentor está vivo e chama-nos à visão do seu rosto. Se estamos chamados a contemplar a bondade do Senhor, também cremos que os nossos defuntos são chamados à mesma bem-aventurança.Para tal, é necessária purificação. Usando a linguagem do Apocalipse, é preciso branquear a túnica no sangue do Cordeiro. A conversão é acolher a graça e corresponder-lhe; Deus age em nós, mas nem sempre estamos disponíveis, e a túnica fica manchada. A Igreja ensina que, se essa purificação não se completa nesta vida, existe um estado — o Purgatório — onde nos deixamos impregnar pelo amor de Deus, até tudo o que se opõe a esse amor ser queimado.Por isso hoje sufragamos os que partiram. As nossas orações, sacrifícios e obras de caridade, unidas a Cristo, podem ajudá-los no seu caminho de purificação. E acolhemos também o Evangelho: “Vinde a Mim, todos os que andais cansados… Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso”. Jesus nunca recusou ninguém; acolheu a todos e, ao acolher, chamou à transformação. Deu os meios da conversão e mandou celebrar quando o perdido foi encontrado.Convido-vos a viver este dia com serenidade: celebrar a certeza de que os que morreram são chamados à presença de Deus. Isto não seca todas as lágrimas, mas aquece o coração. Ao mesmo tempo, rezar pelos defuntos compromete-nos com a nossa própria conversão. Não faz sentido pedir para os outros aquilo que não desejamos para nós. Cuidemos da vida, preparemos o encontro, ordenemos a casa interior.Sufragar é dever, consolo e responsabilidade: um bem que podemos fazer aos que amamos e um apelo a caminharmos também nós para a visão do Senhor. Preparemos desde já essa festa — o encontro, a alegria, a paz sem ocaso, onde Deus será tudo em todos.
Temos um novo cientista louco na cidade e o seu nome é Tiago Splitter. Pegando todo mundo de surpresa, Splitter levou o Portland a três vitórias em quatro jogos. Mas não é só o Trail Blazers que vem surpreendendo. O Bulls e o 76ers lideram o leste enquanto o Spurs parece ter vindo para ir longe nesta temporada. Mas antes de tudo isso, falamos um pouco do basquete nacional, com os finais de jogo tensíssimos entre Minas e Pato e Osasco contra o Rio Claro. Além disso, não ficamos sem surpresas em terras brasileiras também não. Franca perdeu a primeira partida e foi para um Caxias muito aplicado, com muita intensidade. Além disso, tivemos também os jogos de Corinthians e Pinheiros na Sulamericana. O Corinthians ganhou duas e se classificou em primeiro no seu grupo, enquanto o Pinheiros teve apenas uma vitória, apesar dos placares apertados e também ficou de fora da segunda fase, assim como Bauru e Vasco. Que apresentação triste dos times brasileiros no segundo torneio continental. No feminino começaram os playoffs do Paulista de Basquete, e no primeiro jogo tivemos logo uma lavada do Sesi Araraquara. O Paulista tem 9 times apenas e, com isso, só o Catanduva ficou de fora das quartas de final. Esta primeira leva dos playoffs deve ter uma ou duas séries um pouco mais apertadas: Ourinhos contra Santo André e Campinas contra São José. Fora isto, o bom mesmo deve ficar para as semis. Na Euro, o Zalgiris salta na frente de novo do campeonato após um atropelamento em cima do Lyon. Quem também surpreende é o Estrela Vermelha. No clássico de Yago contra Márcio, deu Yago, no placar pelo menos, com o time da sérvia assumindo a segunda posição. No momento três times dividem a primeira colocação com diferença em pontos apenas, mais 5 times tem o mesmo número de vitórias e derrotas, fechando as posições de quatro a oito. E de nove a doze mais quatro times com os mesmo números. Isto é, na Euro parece que é sempre muito cedo para falar de classificação. Já na NBA, podemos começar falando de classificação sim, afinal, surpreendentemente Bulls e 76ers estão no topo do leste. Como isto aconteceu? E o pior, muito abaixo do esperado, Cavs e Knicks estão lá no meio da tabela, e não estão jogando muito bem. Assim como Orlando, que parece ter perdido a peça chave que fazia a marcação do time funcionar. No Oeste, bem menos surpresa ver o OKC liderando, mas sendo seguido de perto por um renovado Spurs, que parece estar chegando no ponto certo para querer mais desta temporada. Enquanto, trabalhando quietinho, o nosso Tiago Splitter vai dando vitórias em jogos nada fáceis para o Portland e vem fazendo isso impondo seu estilo, com rotação profunda, com 12 jogadores jogando a maioria dos jogos, mantendo o time pressionando o tempo todo e o tempo todo ligado no jogo. Até os fãs dos Blazers não estavam esperando e agora estão tentando entender. Falamos disso, de video games, respondemos as perguntas do pessoal da Live e muito mais, então aproveite, aperte o play e comece bem o seu final de semana.
O resumo das edições das últimas semanas reflete o bom momento da produção portuguesa, mas tem também um novo super-grupo, um poeta-cantor que atua em breve no nosso país e uma jovem muito inovadora.See omnystudio.com/listener for privacy information.
André Ventura disse que o país precisa é de três Salazares e depois espalhou cartazes a dizer que “Isto não é o Bangladesh”' e que “Os ciganos têm de cumprir a lei”. O advogado Garcia Pereira não foi o único a reagir, mas foi o que foi mais longe: pediu a ilegalização do Chega. A Comissão Nacional de Eleições pediu a intervenção do Ministério Público, mas não é exatamente isto que Ventura pretende? E o que dizer da nova lei da nacionalidade? E dos cortes orçamentais na Saúde? Cortes não, que o primeiro-ministro não usa esta palavra: eficiência. São estes os temas do Eixo do Mal, em podcast, com Clara Ferreira Alves e Luís Pedro Nunes, Daniel Oliveira e Pedro Marques Lopes. Emitido na SIC Notícias a 30 de outubro. Para ver a versão vídeo deste episódio clique aquiSee omnystudio.com/listener for privacy information.
'Baía dos Tigres' é a mais recente longa-metragem de Carlos Conceição. O realizador aclamado em festivais de cinema como Cannes, Berlinale ou Locarno, decidiu apresentar 'Baia dos Tigres', em estreia mundial, recentemente, no festival DocLisboa. Nas palavra de Carlos Conceição, “o filme tenta ir atrás dessa ideia que está a ser gravada uma nova existência por cima de uma existência prévia, mas estão lá fantasmas abstratos, sobrespostos, ruidosos, e que são fantasmas da história do século XX transversais a várias culturas.” Baia dos Tigres foi inteiramente rodado em Angola, país onde Carlos Conceição nasceu e que serviu de fonte de inspiração. A RFI falou com o realizador na capital portuguesa. Carlos Conceição começa por explicar como surgiu o filme 'Baia dos Tigres'. Carlos Conceição: O filme surgiu numa fase que eu, agora, já considero ultrapassada da minha carreira. Uma fase em que eu não tinha grandes perspectivas de como subsidiar o meu trabalho e que, por isso, apostava em ideias que eu conseguisse concretizar com pouco, com elementos que fossem reduzidos, mas intensos, como uma boa malagueta, que é capaz de fazer o melhor por um prato, só aquela malagueta. E a Baía dos Tigres sempre foi um mito para mim. Eu ouvia falar na Baía dos Tigres enquanto sítio desde que era criança. E por volta de 2015, 2016, provavelmente, fiquei, por portas e travessas, familiarizado com duas histórias que acabaram por ter uma grande ressonância na minha vida, ambas japonesas. Uma é o significado da palavra johatsu, que significa evaporação. É uma prática que acontece exclusivamente no Japão e, muitas vezes, com a ajuda de empresas especializadas. Consiste na pessoa eclipsar-se da sociedade, desaparecer. Essa empresa trata do desaparecimento total desta personagem, desta pessoa que os contrata. Isto acaba por ter um contorno que talvez seja comparável aos programas de proteção de testemunhas, porque todas estas pessoas acabam por assumir uma nova identidade, uma nova vida, uma nova história, um novo passado. Escolhem desaparecer pelas mais diversas razões, uma relação fracassada, dívidas de jogo, dívidas ao banco. Aquela coisa muito asiática que é a honra e que nós, na Europa, perdemos no século XV. Parece-me um conceito que, não estando completamente disseminado, não sendo exterior à cultura japonesa, parece-me um conceito interessante para os tempos de hoje. Não me interessa a mim como cidadão, interessa-me como leitor, como espectador, fazer uma história sobre uma pessoa que faz isso, que resolve desaparecer, que organiza o seu desaparecimento. E, paralelamente a isso, a descoberta da história verdadeira do soldado Hiroo Onoda, que foi um soldado japonês que esteve 30 anos perdido numa ilha das Filipinas, convencidíssimo por não ter contato nenhum com ninguém, aliás, inicialmente ele não estava sozinho, mas acabou por ficar, porque os dois companheiros com quem ele estava acabaram por morrer, e ele sozinho permaneceu 30 e tal anos nessa ilha selvagem, nas Filipinas, convencido que a guerra (2ª Guerra Mundial) continuava, e completamente fiel aos seus propósitos e àquilo que tinha sido formado para fazer. Foi uma grande dificuldade convencer o Onoda, quando ele foi descoberto, de que o assunto da Guerra Mundial já tinha acabado, e que aqueles credos todos dele estavam ultrapassados há 30 anos. Isto também é uma ideia que me interessa, como é que uma personagem percebe o tempo quando está isolada. Uma, no caso de uma das personagens do filme, é o desejo que o tempo pare, e, no caso da outra personagem, o desejo que o tempo ande mais depressa. Portanto, acho que o filme é sobre essa diferença, a diferença entre querer que o tempo pare e querer que ele ande mais depressa. RFI: A Baia dos Tigres é em Angola, no sudoeste de Angola. O que é que levou o Carlos Conceição a escolher ir filmar em Angola? Qual é a linha que se constrói que liga Angola a esta personagem? Ou a estes personagens, pois são dois personagens. Carlos Conceição: Podem ser, ou duas versões da mesma personagem. Eu filmo em Angola da mesma maneira que o Woody Allen filma Manhattan, ou o João Rosas filma Lisboa. É natural para mim, porque foi onde eu cresci. É mais fácil para mim filmar em Angola, em particular no sul, em particular no deserto, do que filmar em Lisboa. Para mim é mais difícil enquadrar em Lisboa. Ali sinto que estou muito seguro e, para onde quer que eu olhe, eu sei como é que o plano deve acontecer. E as narrativas que a maioria das vezes me surgem para contar são de alguma forma relacionadas com a minha própria vivência e, como tal, Angola está sempre envolvida de alguma maneira. Portanto, os meus filmes têm tido essa relação com Angola pelo menos os últimos três. O Serpentário, que é a minha primeira longa, e o Nação Valente, acima de tudo, e este filme. Que seria logo seguinte ao Serpentário, mas que estreia depois do Nação Valente, porque a vida dá muita volta, porque as coisas atrasam-se e metem-se pandemias e metem-se prazos e coisas do género. Mas acho que são dois filmes que são feitos num só gesto, de certa forma. Acho que a questão da Baía dos Tigres tem a ver com misticismo. Desde criança que eu ouvia falar da Baía dos Tigres como sendo uma ilha deserta, uma aldeia abandonada, uma cidade fantasma, como algumas que se vê nos westerns, relativamente perto, mas muito inacessível, muito difícil de lá chegar. Sempre foi uma ambição minha conhecer o sítio em si. E quando conheci, a primeira coisa que senti foi ... isto é um filme inteiro, este sítio é um filme. Eu já sei qual é o filme e tenho-o dentro de mim, tenho de o fazer e se não fizer vou morrer. Foi assim que o filme surgiu. Curiosamente, houve duas fases de rodagem. Na primeira nós não chegámos a conseguir ir à Baía dos Tigres. Estivemos na Floresta do Maiombe, em Cabinda. Estivemos no Uige, estivemos em Malanje, nas Quedas de Calandula, as Cataratas de Calandula. Depois filmámos muitas coisas à volta da zona onde eu cresci, que foi no Lubango, na Comuna da Huíla, na zona do ISPT, que é o Instituto Superior Politécnico de Tundavala e que tem uma mata enorme atrás, usámos como backlot. Obviamente, só depois disso é que conseguimos, numa segunda viagem, organizar a chegada à Baía dos Tigres, que envolve toda uma logística complicadíssima. Entre muitas aventuras possíveis, chegar à Baía dos Tigres, à Ilha dos Tigres, que tem cerca de 30 km de comprimento por uns 11 Km de largura, mas que tem construções concentradas... chegar de barco implicava sair da povoação mais próxima, num barco, que provavelmente seria uma traineira, que levaria 6 a 7 horas a chegar à ilha. Fazer um percurso longitudinal desde o Parque Nacional da Reserva Natural do Iona até ao embarcadouro, que se usa para ir para a Ilha dos Tigres, seria impensável porque a costa continental é toda cheia de poços de areia movediça. Então, a única maneira de chegar ao embarcadouro, sem ser engolido pelas areias movediças, é fazê-lo a uma certa hora da manhã, quando durante cerca de 50 minutos a maré está baixa. Temos de ir quase em excesso de velocidade, em veículos 4x4, pela zona molhada de areia, a partir da cidade do Tômbua, e fazer um percurso que demora mais de uma hora a fazer dentro daquela janela temporal. Caso contrário, ficamos ou atolados pelas ondas ou atolados na areia, onde, aliás, se conseguem ver muitos destroços de experiências fracassadas neste género. Ao chegar ao tal embarcadouro, que é um sítio muito tosco, muito improvisado, está lá alguém com quem nós marcamos. É uma pessoa que se contrata com um barco, uma espécie de lancha. Depois fazemos um percurso de quase uma hora de barco por entre bancos de areia, num mar muito, muito agressivo, cheio de fauna, orcas, focas que espreitam da água a olhar para nós, pássaros que passam rasantes, chuva constante, até que, de repente, começa no horizonte a surgir aquela cidade fantasma, assim, meio embrulhada no nevoeiro. Vê-se logo uma igreja amarela, uma coisa assim … , parece uma aparição. Há um misticismo à volta da experiência de lá chegar que o meu filme nunca conseguirá mostrar, por mais que eu me esforce, e que é muito difícil de captar. Eu tento, no filme, captar esse misticismo e essa fantasmagoria de maneiras diferentes. Criando alegorias, como o filme tem esta ideia da memória que se apaga. Eu imagino o filme um bocadinho como uma cassete ou uma bobina daquelas antigas, que tem de ser desmagnetizada, mas às vezes não fica completamente desmagnetizada, e, por isso, quando vamos gravar algo em cima, sobram restos de fantasmas de gravações passadas. Fisicamente, o filme tenta ir atrás dessa ideia que está a ser gravada uma nova existência por cima de uma existência prévia, mas estão lá fantasmas abstratos, sobrespostos, ruidosos, e que são fantasmas da História do século XX, transversais a várias culturas. RFI: São fantasmas do período em que a Angola estava colonizada por Portugal? São fantasmas da Guerra da Libertação? Carlos Conceição: É impossível não serem também esses fantasmas. Mas eu acho que são fantasmas do mundo contemporâneo, são fantasmas de 2025, são fantasmas do que está a acontecer em Gaza, do que está a acontecer na Ucrânia, são fantasmas deste ressurgimento da extrema-direita, são fantasmas do novo espaço que as ditaduras estão a ganhar, são fantasmas de coisas que deviam estar enterradas e não estão, e são fantasmas com várias origens. O filme tem, em certos momentos, elementos sonoros que vêm de discursos do Hitler, de Mussolini, de Oliveira Salazar, o Savimbi, a voz da Hanoi Hannah, que era uma vietnamita que transmitia mensagens aos soldados americanos a dizer, “vão-se embora, porque vocês vão morrer, o vosso governo traiu-vos”, e ela também aparece como um fantasma neste filme. Portanto, são esses fantasmas todos que, vindos do passado, constroem o presente. O momento presente que nós estamos a viver no mundo, é todo feito desses restos, na minha opinião, mal enterrados. RFI: O cinema é uma ferramenta para lidar com esses fantasmas? Carlos Conceição: Há uma certa obrigação antropológica em algum cinema, há uma responsabilidade histórica que o cinema deve atentar, mas eu não creio que o cinema deva ser uma arte utilitária exclusivamente. Acho que o cinema é mais interessante quanto mais livre for, e se calhar quanto mais fútil for. Eu vejo o cinema como uma espécie daqueles discos que se gravam e se mandam para o espaço, e acredito que daqui a uns anos, quando nós já cá não estivermos, vai aparecer uma espécie alienígena qualquer, ou uma espécie mais inteligente que nós, que tem estado aí escondida, que não aparece por nossa causa, e que vai descobrir uma carrada de filmes, e vai dizer, olha que interessante que era esta espécie que se autodestruiu. E é para isso que eu acho que o cinema serve. Eu vejo cada filme que faço como uma espécie de filho, até porque fazer um filme é uma espécie de gestação, dura o tempo de uma gestação, alguns mais, alguns trazem as minhas dores de cabeça comparáveis. E às vezes nós perguntamos para quê. Para mim essa é a resposta: é para deixar qualquer coisa, para deixar um legado, para deixar uma marca. Para deixar qualquer coisa que ajude a perceber como é que as coisas eram, como é que deviam ter sido, como é que não foram, por aí fora. RFI: Os primeiros filmes do Carlos Conceição foram curtas-metragens, os últimos três trabalhos foram longas-metragens. Não há uma vontade, não pode haver um desejo de voltar às curtas? Carlos Conceição: Eu penso que o universo das curtas, a existência cultural das curtas, é interessante, mas limitada. Eu fui muito feliz a fazer curtas-metragens, cheguei a dizer que me apetecia fazer curtas para sempre. O meu penúltimo filme, na verdade, não é uma longa-metragem, é uma média-metragem, tem 59 minutos, e eu tenho outro filme com 59 minutos para lançar em 2026. Esse formato de uma hora, para mim, é perfeito. Permite-se uma estrutura de curta-metragem em que nem tudo precisa de lá estar, de ser causa e efeito, nem de estar pejado de consequências, nem hiper-explicado, e ao mesmo tempo também não abusa das boas-vindas que recebe do público.Portanto, gosto de filmes que contêm esse universo mais curto, de certa forma. Para além do filme de 59 minutos que quero estrear para o ano que vem, se tiver sorte, também tenho uma ideia para uma curta-metragem que é toda feita com material que eu já tenho filmado, e que tem a ver com Angola também, curiosamente. Mas é uma curta muito mais sensorial e vai ser como música visual, vai ser baseado em ritmos de planos, e tempos e durações de planos, e o que é que corta para onde. Isso é um exercício que eu sinto que me agrada e que é uma coisa que eu quero fazer, que eu consigo fazer sozinho também. Até porque acho que estou precisando tirar umas férias depois desta maratona que têm sido os últimos três anos, talvez. RFI: Fazer sozinho é? Carlos Conceição: Quando eu digo fazer sozinho, às vezes refiro-me a ser só eu com uma câmera na mão, por exemplo, mas isso não quer dizer que depois a montagem vá ser eu sozinho. Eu gosto de pedir opinião às pessoas e depois já me aconteceu em determinados projetos eu saber exatamente como é que a montagem tende a acontecer, e seria eu dizer à pessoa que está comigo a montar que devíamos fazer assim, devíamos fazer assado, de forma a ir ao encontro da minha ideia. Já me aconteceu, como também acontece em particular no filme Baía dos Tigres, eu ter uma ideia e ficar à espera de ver o que é que a Mariana Gaivão tem para propor dentro da mesma ideia, enquanto montadora o que é que ela me vai contra-propor. E ela diz-me, dá-me dez minutos e volta daqui a dez minutos. E eu volto e ela tem uma proposta para fazer. A maioria das vezes estamos completamente síncronos. Acho que é muito importante essa parceria. Portanto, nós nunca estamos realmente sozinhos. Quando eu digo que posso fazer essa curta sozinho, eu acho que é material que eu fui juntando de outras rodagens, de outras coisas que não utilizei no Nação Valente, de coisas que não utilizei neste filme, e que eu acho que consigo sozinho em casa juntar e criar algo interessante com aquilo. É nesse sentido que digo fazer sozinho. Mas a verdade é que eu dependo sempre, obviamente, do meu colega Marco Amaral, que é o colorista que vai depois pôr aquilo com bom aspecto porque eu não sou diretor de fotografia, por isso ele tem de me salvar, de certa forma. Dependo, obviamente, de quem vai ajudar a fazer a montagem de som e a mistura de som. E, normalmente, eu trabalho com um núcleo muito duro, quase sempre a mesma família. Portanto, quando digo sozinho, às vezes posso estar a dizer que estou a autoproduzir, ou posso estar a dizer que é algo que eu consigo, se calhar, manufaturar, fazer de uma forma menos comunitária, menos convencional, menos industrial. RFI: O Carlos Conceição gosta de trabalhar com um núcleo duro, um núcleo próximo, o ator João Arraias faz parte desse núcleo. O que é que o faz investir nessa relação? Carlos Conceição: Há duas, três dimensões na resposta que eu posso dar. Em primeiro lugar, o João é um ator com capacidades únicas, que eu reconheço como muito valiosas e isso para um realizador é ouro. Pedir a um ator uma ação com meia dúzia de palavras e ele dar-nos exatamente aquilo ou, se calhar, melhor, não acontece todos os dias. Portanto, quando um ator tem esse super poder, nós agarramos nele e nunca mais o deixamos ir. A segunda questão tem a ver com o facto que eu me revejo imenso no João. Ele tem menos de 15 anos do que eu, quase 16, e houve uma altura, quando ele tinha 16, 17, era impossível, para mim, olhar para ele e não me estar a ver a mim. Houve vários filmes que surgiram por causa disso, nomeadamente o Versalhes, o Coelho Mau, e o Serpentário sem dúvida nenhuma. A terceira coisa é que nós somos muito amigos e trabalhar com amigos é o maior prazer do mundo. RFI: Baía dos Tigres teve a estreia mundial no Festival Internacional de Cinema DocLisboa, na origem dedicada aos documentários. Podemos identificar a Baía dos Tigres como um documentário? Carlos Conceição: O Godard dizia que todos os filmes são documentários sobre a sua rodagem, o seu processo de serem feitos. O Baía dos Tigres é uma ficção filmada segundo alguns credos do documentário. É tudo quanto posso dizer. Por ser o realizador do filme e o argumentista do filme, talvez não seja a pessoa mais indicada para o definir nesse sentido. Aliás, os filmes, normalmente, e é uma ideia que eu costumo tentar vender, os filmes não são como são por acidente ou por ingenuidade ou porque a pessoa que os fez não soube fazer melhor. Os filmes são normalmente resultado de um período de deliberação que é longo, ardo, obsessivo e desgastante para o seu realizador. Portanto, não há filme nenhum que seja como é porque o realizador não sabia fazer melhor. Isso quer dizer que, de certa forma, cada filme dita a sua própria gramática. E eu acho que é muito interessante que possa haver fusões entre os sistemas clássicos narrativos e as formas do documentário, o cinema mais contemplativo. Eu gosto, por exemplo, do cinema do Andy Warhol. Eu nunca me sentei a ver o Empire State Building durante oito horas, mas só saber que existe … Eu já vi aos bocados, não é? Mas saber que este filme existe e que pode ser visto dessa maneira, para mim, é uma fonte de inspiração enorme. Da mesma maneira, o James Benning, vários filmes da Chantal Akerman, tudo isso são manifestações cinematográficas de fusão que eu considero que quebram todas as gaiolas e acho que importante, se calhar, para lutar contra o mainstream. Eu acho o mainstream um bocadinho o inimigo principal do crescimento da arte. O mainstream obriga a fazer comparações, obriga a manuais. Acho que não há nada melhor para quebrar com essas gaiolas do que revisitar estes filmes de que eu estava a falar. RFI: Em relação a novos projetos, o que é que está a acontecer? Em off, tinham-me falado de um projeto sobre ópera. O que é que está para vir? Carlos Conceição: Eu tenho, neste momento, três projetos para serem lançados. Um é uma media-metragem de 59 minutos, do qual já tínhamos falado há pouco. O outro é um filme, uma longa-metragem que é uma experiência em linguagem mainstream, por assim dizer, que se chama Bodyhackers. E o terceiro projeto. que é o mais recente, ao qual eu dediquei os últimos 14 meses da minha vida, é um projeto para televisão e para cinema que envolve ópera. São narrativas separadas, autónomas, todas elas com um compositor português, algumas baseadas em fontes literárias, algumas dessas óperas, mas são essencialmente segmentos operáticos que resultarão simultaneamente num filme e numa série de televisão. RFI: O Carlos Conceição nasceu em Angola, viveu em Angola até hoje 22 anos, vai frequentemente a Angola. Qual é a imagem que tem do cinema produzido em Angola? Como é que olha para aquilo que acontece em Angola a nível da produção cinematográfica? Carlos Conceição: Gostava de ver mais, gostava de ver em mais sítios e gostava de ver mais pluralidade. Acho que estamos num momento perfeito para que se revelem novos talentos e comecem a aparecer mais pessoas e mais pessoas arrisquem. Qualquer pessoa com um telemóvel, neste momento, consegue fazer um filme e acho que não deve haver o medo de partir para essa aventura. Hoje em dia temos o HD disponível nos nossos telemóveis, nos smartphones, até nos mais corriqueiros. O que eu acho é que o cinema mais interessante, às vezes, surge daí, surge justamente daquela recusa à inércia. Há um filme dentro de nós, ele pode sair de qualquer maneira e sai. Basta nós queremos que ele saia e ele vem cá para fora. RFI: Já teve oportunidade de visionar algum produto assim feito, feito em Angola? Carlos Conceição: Sim, em particular um filme que eu comprei num semáforo em DVD e que me parece que não era uma versão final de montagem porque tinha a voz do realizador a dar instruções aos atores. Era um filme absolutamente inacreditável sobre uma mãe e umas filhas à procura de vingança por uma coisa que lhes tinha acontecido. Uma mulher que tinha sido injuriada a vida inteira, que usava uma pala no olho e as filhas quando tinham um desgosto morriam com uma hemorragia através da pele. O filme é de tal maneira incrível na sua imaginação que eu fiquei absolutamente estarrecido, senti-me uma formiga perante aquele filme que foi feito num subúrbio de Luanda para ser consumido num subúrbio de Luanda. Eu senti que a genialidade por trás daquilo era uma coisa que devia ser descoberta e valorizada. Ou seja, isso existe em Angola, por isso acho muito importante ir à descoberta disso.
Nos tempos pré-Ventura, antes do chinfrim medroso propagado pelas redes sociais, os portugueses achavam os restaurantes indostânicos “fofinhos” mas a comida era sempre a mesma. Isso mudou, e hoje, na capital, podemos comer comida verdadeira e com muito sabor Nos últimos 10 anos, com a entrada massiva de cidadãos indianos, bengalis, nepaleses e paquistaneses, Lisboa passou a ser uma das capitais europeias mais interessantes para se comerem caris verdadeiros e outras iguarias da região.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Chefe de Estado dos Camarões, Paul Biya, acaba na segunda-feira de ser declarado oficialmente vencedor das presidenciais com um pouco mais de 53% dos votos, face ao seu principal rival Issa Tchiroma Bakary, com um pouco mais de 35% dos sufrágios. Biya, 92 anos, encaminha-se deste modo para um oitavo mandato de sete anos, apesar de o seu adversário Tchiroma ter vindo a reclamar a vitória antes mesmo da divulgação dos resultados definitivos das eleições de 12 de Outubro e apesar da forte contestação na rua, com um balanço de pelo menos quatro mortos e múltiplos danos materiais. A repressão das manifestações da oposição no passado fim-de-semana com denúncias de um uso excessivo da força pelas autoridades mereceram condenações por parte da União Africana e da União Europeia que se declararam "preocupadas com as violações dos Direitos Humanos", enquanto as Nações Unidas apelaram, por sua vez, à "contenção, à abertura de investigações e ao fim da violência". Apesar de o poder ter anunciado que pretende responsabilizar penalmente Tchiroma pelos incidentes dos últimos dias, o líder de oposição apela os seus apoiantes a permanecer "determinados mas pacíficos". Este contexto tenso vem sobrepor-se a uma situação já por si delicada, num país onde se estima que 40% dos habitantes vive abaixo do limiar da pobreza, onde permanece activo o conflito entre a maioria francófona e a minoria anglófona da população e onde ataques esporádicos de grupos jihadistas colocam em questão a segurança do território. Para o professor de Relações Internacionais na Universidade Técnica de Angola, Osvaldo Mboco, a reeleição de Paul Biya pode ser um indicador das "fragilidades das instituições africanas". RFI: Depois de mais de quarenta anos no poder, Paul Biya foi reeleito para um oitavo mandato. Como se pode interpretar esta situação? Osvaldo Mboco: A vitória do Presidente demonstra, até certo ponto, as fragilidades das instituições africanas na corporação do próprio processo eleitoral. Durante os 42 anos de governação, o país não tem conhecido grandes avanços significativos do ponto de vista económico, social e político. E isto agrava-se em função daquilo que é a visão dos jovens que querem mudança. Ou seja, se maioritariamente os eleitores são jovens, que não estão comprometidos com a história e que já nasceram com o Presidente no poder, esses jovens querem a alternância política. Então, é uma vitória, até certo ponto, agridoce, à medida em que há vários distúrbios e até pessoas que morreram, fruto das reivindicações daquilo que provavelmente foi um resultado eleitoral que não corresponde à vontade popular dos eleitores nas urnas. E tanto era assim que o seu principal opositor Issa Tchiroma reclama a vitória e cenários como estes têm estado a acontecer não só agora nestas eleições. Se nós nos lembrarmos Maurício Kamto, que no processo eleitoral passado foi o segundo candidato mais votado, também reclamou e juridicamente foi impedido de concorrer às eleições deste ano. O Presidente tem uma idade já avançada e é o Presidente que está no poder há mais tempo a nível do continente africano. Está agora com 92 anos. Quando terminar o seu mandato, estará aproximadamente com 99 anos. E todos nós sabemos as limitações humanas de um indivíduo que já está com uma idade acima dos 90 anos. Isto também não é bom para a consolidação do Estado de Direito democrático e pensamos que este mandato será completamente desastroso em função das reivindicações, das críticas e das reclamações que apontam irregularidades e a falta de transparência no próprio processo eleitoral. RFI: O principal rival de Paul Biya, Issa Tchiroma Bakary, reclama para si a vitória nas presidenciais. É previsível que as manifestações continuem, que haja uma espécie de movimento de desobediência civil que venha a prolongar-se e que haja mais incidentes? Osvaldo Mboco: A reclamação da oposição ou de quem está na oposição em África dos resultados eleitorais é comum e é transversal em muitos países africanos. Normalmente, os partidos políticos na oposição e os candidatos na oposição reclamam as irregularidades do processo, a falta de transparência e, muitas vezes que os resultados atribuídos não representam a vontade popular expressa nas urnas pelos eleitores. Mas em muitos casos, elas têm fundamento em função do próprio processo eleitoral, que não é inclusivo, não é participativo. Em alguns momentos, não é transparente e há alguns incidentes que decorrem do próprio processo eleitoral. Entretanto, as manifestações poderão continuar ao nível do país, com uma situação tensa. Também a África já nos brindou com muitos exemplos em que as manifestações pós-eleitorais normalmente não alteram o resultado eleitoral. Elas continuam. Muitas pessoas morrem, o governo aumenta aquilo que é o aparato policial e militar, também acaba por militarizar as ruas. Mas ainda assim, não recua do ponto de vista dos resultados eleitorais, porque entende que este é um período de tensão, de crise e que atinge o seu momento mais alto, mas depois, tendencialmente vai decrescendo e depois volta-se à normalidade do próprio país. RFI: Julga que o poder vai negociar com a parte adversa para se chegar a um entendimento e acalmar a rua? Osvaldo Mboco: Bem, eu penso que é uma das saídas, mas se ela (a oposição) faz essa negociação, ela automaticamente também perde o apoio popular ou do segmento da população que está a manifestar. E se cai no descrédito, é muito perigoso para querer se reeleger daqui a sete anos. Pode pagar uma factura muito alta do ponto de vista político, daquilo que são as suas pretensões e ambições. Não estou aqui a defender que o candidato da oposição deve empurrar os jovens às ruas para manifestarem como se fossem carne de canhão. Mas estou aqui a dizer que ele deve se posicionar como um político na oposição e pressionar a acção governativa. Não deve estar a mentalizar os jovens para ir às ruas, porque os jovens reconhecem e sabem o seu posicionamento, a sua visão enquanto eleitores. Mas estou aqui a dizer que ele deve também se posicionar enquanto líder na oposição que vai reivindicar aquilo que são os resultados eleitorais. Mas é importante sublinhar que nenhuma campanha política, nenhuma ambição política de se chegar à presidência, deve estar acima daquilo que é o interesse nacional, deve estar acima daquilo que é a segurança e a estabilidade do próprio país, deve estar acima daquilo que é o bem maior que é a vida humana. Então, é fundamental que o líder da oposição não apele para manifestações violentas ao nível das ruas dos Camarões. RFI: Para além da crise pós-eleitoral, os Camarões também enfrentam uma crise socioeconómica com, em pano de fundo, o eterno conflito entre a parte anglófona do país é a parte francófona. Osvaldo Mboco: Sim, esse tem sido também um dos grandes problemas a que a liderança do próprio Presidente Paul Biya não conseguiu dar respostas. E a forma de governação também afasta um segmento do ponto de vista da unicidade do próprio país. Porque, como fez referência, os Camarões, basicamente, são um país dividido com uma parte anglófona e outra francófona. E isto pode e cria algum desequilíbrio de estabilidade. Mas a par disto, à má gestão, à corrupção que se instalou no próprio país, tem também as questões em volta de um terrorismo que vai preocupando o país e, sem grande resposta do ponto de vista de segurança, isto põe em causa a própria estabilidade do país e cria alguma fragilidade do ponto de vista da segurança do próprio país.
Ventura está a radicalizar ainda mais o discurso? Frases como “precisamos de três Salazares” ou outdoors com inscrições como “Isto não é o Bangladesh” podem ser, para Begoña Iñiguez, enquadrados na corrida presidencial e mostram a dificuldade em reagir “ao jogo de Ventura”. Já Olivier Bonamici nota também na sociedade um progressivo aumento da radicalização do discurso, para concluir que “nem Le Pen faria isto”, outdoors como os de Ventura. Neste Visto de Fora, ainda, a análise ao pedido de Zelensky para mais dois ou três anos de apoio europeu. E o que dizer da cobertura mediática das eleições no Benfica?
O Grande Prémio da Malásia marcou uma inversão daquilo que se vinha a assistir nas últimas rondas, com a Aprilia desta vez a ser um dos piores construtores e Pecco Bagnaia a voltar a um nível que se assemelhava ao Grande Prémio do Japão, embora o azar lhe tenha batido à porta no domingo. Isto permitiu à KTM e à Honda subirem ao pódio atrás do vencedor e vice-campeão Álex Márquez. Falámos também sobre o acidente na volta de formação de Moto3 antes de darmos um olhar sobre pilotos e construtores e terminámos com uma antevisão da próxima ronda, em Portimão, Onde falamos apaixonadamente de MotoGP! Podcast: https://linktr.ee/VFF1 Patreon: https://www.patreon.com/vff1 Twitter: https://twitter.com/VamosFalardeFum Instagram: https://www.instagram.com/vamosfalardefum Canal de WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaDuq7KId7nTEUhbWq3R Grupo de WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/EF59oLULRLJ10HUI6YtPiA
André Ventura, em entrevista à SIC, disse que o país precisava de “três Salazares”. O líder do Chega e candidato à Presidência da República defendeu também os cartazes do partido com a mensagem “Isto não é o Bangladesh”. Daniel Oliveira considera que “a todos interessa ter Ventura na segunda volta, as taxas de rejeição são tão fortes que está decidida”, Francisco Mendes da Silva acredita que o líder do Chega voltou à carga porque “acha que as autárquicas não lhe correram muito bem”. Ouça a análise de Daniel Oliveira e Francisco Mendes da Silva no Antes Pelo Contrário em podcast, emitido a 28 a outubro na SIC Notícias. Para ver a versão vídeo deste episódio clique aqui.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Portugal foi aprovada a 28 de Outubro a Lei da Nacionalidade, com 157 votos "a favor" dos partidos de direita, e 64 votos "contra" de todos os partidos de esquerda. A lei altera as regras para os estrangeiros obterem cidadania portuguesa e complexifica os critérios para quem não tem origem portuguesa. A proposta tem ainda que ser promulgada pelo Presidente da República, que poderá optar por remetê-la para o Tribunal Constitucional. RFI: Professor José Palmeira, politólogo e investigador na Universidade do Minho, antes de mais, quais são as motivações de quem pretende obter a nacionalidade portuguesa? José Palmeira: As motivações são as mais diversas. Se um cidadão imigrante vem para Portugal e se instala em Portugal, constitui família, tem o seu emprego em Portugal, naturalmente poderá ter o desejo de obter a nacionalidade portuguesa, sobretudo se for um cidadão de fora da União Europeia. Ao obter a cidadania portuguesa, obtém também a cidadania europeia, na medida em que os cidadãos dos Estados-Membros da União Europeia beneficiam de um conjunto de prerrogativas que lhes permitem circular pela Europa e ter acesso a um conjunto de regalias. Têm também obrigações, é verdade. Portanto, desde logo, tem essa vantagem de maior estabilidade do ponto de vista profissional, e do ponto de vista familiar. RFI: Com esta nova Lei, para pedir a nacionalidade portuguesa será necessário ser residente em Portugal há dez anos, em vez dos cinco anos actuais, para os estrangeiros de todos os países. Serão exigidos sete anos de residência para cidadãos dos países de língua portuguesa e da União Europeia. Como interpreta esta distinção em função da origem? José Palmeira: Eu diria que há um objectivo de fazer uma discriminação positiva. No caso dos cidadãos de países de língua portuguesa, têm desde logo, conhecimentos da língua. Por outro lado, esses países de língua portuguesa foram antigas colónias portuguesas. Houve também uma interligação cultural forte com esses países. Nesse sentido, cria-se esta proximidade. E no caso da União Europeia, terá a ver com o facto de que existe a cidadania europeia, isto é, já existe uma proximidade maior entre os cidadãos portugueses e os cidadãos dos outros países da União Europeia. Há então também um objectivo de dar um tratamento de favor a esses cidadãos quando requerem a nacionalidade portuguesa. RFI: Para além destes critérios sobre os prazos de residência, passam a existir novas exigências. Por exemplo: o conhecimento da língua portuguesa, o conhecimento da cultura, organização política e valores democráticos. Os candidatos à nacionalidade portuguesa deverão também assinar uma "declaração solene de adesão aos princípios da República". Isto quer dizer que, por exemplo, um ucraniano, um búlgaro ou um moçambicano que queira pedir a nacionalidade portuguesa terá que a conhecer de cor os nomes de todos os rios portugueses ou, por exemplo, o nome dos reis de Portugal? José Palmeira: O critério vai ser definido pelos autores da regulamentação da lei. Agora, não me parece que seja de exigir a quem vem de fora mais do que aquilo que se exige aos nacionais. Mas por outro lado, se o país precisa - e isso está reconhecido - de imigrantes para alcançar todos os seus objectivos e particularmente os objectivos económicos, então há um objectivo de bem integrar essas pessoas. Devemos criar condições favoráveis a essa integração. RFI: A integração passa pelo conhecimento dos valores democráticos, da organização política e da cultura portuguesa? José Palmeira: No entendimento do legislador, sim. Esses valores não têm que ser assimilados. Isto é, ninguém vai ter que mudar de religião ou mudar de um conjunto de princípios para obter a nacionalidade portuguesa, mas deverá respeitá-los. Aquilo que o legislador pretende é que essa identidade portuguesa não seja colocada em causa, ainda que essa identidade não signifique, como é óbvio, que haja uma única cultura. Hoje as sociedades são multiculturais. Hoje, os países são cosmopolitas e, portanto, depende depois do critério das tais provas de acesso à nacionalidade portuguesa. RFI: A política migratória portuguesa está a evoluir. A Lei de Estrangeiros já está em vigor. A Lei da Nacionalidade foi aprovada a 28 de Outubro. Está em preparação a Lei de Retorno e afastamento de estrangeiros. E foi também recentemente aprovada a lei que proíbe o uso da burca no espaço público. Está Portugal a viver uma ofensiva anti-imigração? José Palmeira: É verdade que é um pouco o ar dos tempos. Portugal e a Europa em geral estão a virar à direita em termos político-partidários. E aquilo que estamos a assistir no caso português é evidentemente um reforço desses valores. Convém também referir que é bom que haja legislação para contemplar situações como, por exemplo, o repatriamento de cidadãos estrangeiros. Muitas vezes isso é efectuado sem que haja respeito pela situação do cidadão que vai ser repatriado. E, portanto, o facto de existir uma lei é muitas vezes para proteger as condições em que acontece. RFI: Falemos agora dos cartazes do Chega. André Ventura, o líder do partido de extrema-direita, tem-se avistado em cartazes eleitorais, com vista às presidenciais de 2026, com mensagens como "Ciganos têm de cumprir a lei" e "Isto não é o Bangladesh". Este tipo de cartaz deve ser considerado como crime ou como liberdade de expressão? José Palmeira: Ora bem, estamos aí numa fronteira que não é fácil definir. Eu diria que compete às entidades judiciais, ao Ministério Público, avaliar até que ponto isso cai numa situação de crime. No passado já tivemos um caso relativamente a cartazes do Chega que acusavam os líderes do PS e do PSD de "corruptos" e o Ministério Público considerou que isso estava dentro do foro político, e que não cabia no foro criminal. RFI: Mas este caso não implicava a existência de um potencial racismo, punível pela lei. José Palmeira: Claro que pode haver, agora esse julgamento compete ao tribunal. Do ponto de vista da política, é inaceitável que haja candidatos ou partidos que discriminem países ou etnias. Não é aceitável do ponto de vista político, numa sociedade que deve ser integradora e não, pelo contrário, afastar pessoas. Agora, o julgamento político é feito pelos eleitores em actos eleitorais e cabe também, se for o caso, um julgamento judicial, se os tribunais entenderem que isso viola leis da República Portuguesa. RFI: Ainda há alguns anos Portugal era visto, nomeadamente por Bruxelas (UE), como uma excepção num panorama de ascensão de partidos de extrema direita e de ideologias racistas. Já não é o caso. Em 2019, pela primeira vez desde o fim da ditadura salazarista, foi criado um partido de extrema direita. Em apenas seis anos o Chega conseguiu eleger 60 deputados e tornar-se o segundo partido na Assembleia da República. Paralelamente, os discursos e actos de racismo têm vindo a ganhar visibilidade na sociedade portuguesa. O racismo não existia antes em Portugal ou estava simplesmente invisibilizado? José Palmeira: O racismo sempre existiu. Aqui a novidade é haver um partido político, um candidato presidencial que utiliza uma linguagem que permite que haja esse tipo de julgamento relativamente às suas opiniões políticas. Por outro lado, essas posições têm registado um crescimento eleitoral muito significativo. Por exemplo, estamos numa pré-campanha para as presidenciais e admite-se a possibilidade de André Ventura chegar à segunda volta destas eleições. Isto de facto não era expectável há poucos anos, como referiu, mas hoje é uma possibilidade que existe, sem dúvida.
A polémica em torno dos cartazes do Chega. Como interpreta a frase "Isto não é o Bangladesh"? É uma crítica política legítima ou uma mensagem xenófoba?
Em São Tomé e Príncipe, João Pedro Cravid foi afastado da chefia do Estado-Maior do Exército, numa decisão tomada, esta segunda-feira, em conselho superior de defesa nacional, que esteve reunido no Palácio do Povo, sob a presidência de Carlos Vilanova, que é também Comandante Supremo das Forças Armadas. Numa análise em entrevista à RFI, Abílio Neto, analista político são-tomense, considera que João Pedro Cravid é a primeira vítima colateral do processo de 25 de Novembro de 2022, que resultou na morte de quatro civis no quartel das Forças Armadas. RFI: Considera que falamos de uma primeira vítima colateral do caso de 25 de Novembro de 2022? Abílio Neto: [Eu diria que sim]. O Chefe de Estado Maior demitido foi nomeado pelo seu perfil para tentar, de alguma forma, dar sentido a tudo o que aconteceu no quartel, a partir do dia 22 de novembro de 2022. Ele não foi posto naquela posição para resolver aquele problema. Ele foi posto para dar sentido àquele problema. O que é dar sentido? Dar sentido é fundamentalmente, em primeiro lugar, tornar possível resolver juridicamente e judicialmente aquela situação, o que nós ainda não conseguimos fazer tudo no país. Só conseguimos fazer uma metade do processo. Falta a outra metade, que é a parte militar e a parte, digamos que mais dura do processo, a parte que implica as quatro mortes, as agressões, a tortura e etc. Tudo dentro do quartel e feito por militares, como é sabido, militares que necessariamente tem que ser julgados. A segunda parte era a parte de apaziguar, de alguma forma, a relação entre os militares e o poder político, também pelo perfil tranquilo, sereno, de João Pedro Cravid. Não consigo perceber porque é que nesta altura terá acontecido essa demissão. Quer dizer, consigo perceber, de acordo com, digamos, uma agenda muito de redes sociais, muito de plateia, mas que não pode ser uma agenda de decisões, de pessoas que têm que decidir responsavelmente sobre questões de Estado, sobre questões de soberania, sobre questões que têm que ver com assuntos muito delicados na gestão de questões que são questões de Estado. É evidente que aconteceu um roubo de uma parte do processo físico, que estava no Estado-Maior do Exército, mas não podemos ter essa ideia e pensar necessariamente e pensar em consequência e em reacção, que o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas deve ser responsabilizado por um assunto que é claramente, também ele, um assunto de cariz fundamentalmente jurídico e judicial, que foi efectivamente um furto de um processo. RFI: Falou aqui de uma parte importante, do desaparecimento de peças do dossier. No seu ponto de vista, este desaparecimento pode significar a impossibilidade de julgar este caso? Abílio Neto: Não creio, suponho eu, e conhecendo bem os procuradores são-tomenses, que é provavelmente do sector da justiça e, não só, na nossa administração pública, se calhar os que melhor alimentam a ideia das boas práticas, quase de certeza absoluta, diria eu, não tendo a confirmação, que terão uma cópia física do processo. E terão também, isso é óbvio e evidente, uma cópia digitalizada do processo porque toda a gestão documental da Procuradoria tem sido feita com base já na digitalização de peças processuais. Portanto, eu diria que a situação tornar-se-ia grave se efectivamente não houvesse essa espécie de backup de documentos. RFI: Isto acontece numa altura em que decorrem no país tramitação para a realização do julgamento das pessoas envolvidas no acontecimento de 25 de Novembro, sobretudo dos militares envolvidos, mas ainda persistem discussões sobre se este caso será analisado no Tribunal Cívil ou no Tribunal Militar. Aquilo que lhe pergunto é se, na sua opinião, o Tribunal Militar terá condições para julgar este caso? Qual é a sua opinião? Abílio Neto: Não tem condições e eu sou muito frontal relativamente a esse assunto. Eu sou daqueles que defende que o caso deveria ter sido julgado em tribunais civis exactamente porque são muito mais capazes de o fazer. E também porque o nosso tribunal Militar nem sequer existia, nem sequer existe. Existia no papel. Existia formalmente, mas não existia objectivamente. Estar agora forçar a criação de um tribunal militar com características, diria eu, um pouco frágeis para ter capacidade de resolver uma situação tão complexa como essa situação é, logo dever-se-ia ter tido o cuidado especial, dentro do sistema judicial e judiciário, de manter o processo dentro dos tribunais civis e não sair daí. A opção, parece-me a mim que foi essa, muito por via da pressão dos próprios militares. Isto também é especulativo que estou a dizer, mas dá para perceber que se tivesse sido assim e estamos agora nesta posição de ser quase que impossível julgar em tribunais comuns, até porque já se esgotaram os recursos para o Supremo e para o Tribunal Constitucional e terá mesmo que ser a opção do Tribunal Militar a funcionar, se quisermos (e esta é a minha opinião), fazer um frete a alguns sectores das Forças Armadas e eu acho que não se deve fazer um frete numa situação dessas, logo ponderaria que existisse uma reflexão nacional relativamente forte, no sentido de se ir, por via da possibilidade de se criar um tribunal Ad Hoc para o efeito. Muita gente é contra essa ideia. RFI: Na sua óptica, seria a melhor opção? Abílio Neto: Eu não gosto de tribunais Ad Hoc. Também confesso isso, mas eu acho que é a única forma mais justa hoje de se poder resolver a situação porque se for o Tribunal militar a julgar, ficará sempre na ideia ou no consciente de muitos são-tomenses, que se teria feito um favor a pessoas que não mereciam favor nenhum e que deveriam ser julgadas com toda a força da lei e naturalmente tendo todas as garantias de um julgamento justo, mas também que não fosse um julgamento light para lavar consciências e para também lavar a imagem de umas forças Armadas que precisam efetivamente de lidar com uma realidade e de se conformar com o Estado de Direito, conforme ele é, e conforme as próprias Forças Armadas de São Tomé e Príncipe vinham fazendo ao longo da sua história, salvo algumas excepções momentâneas, mas que sempre conduziu os oficiais e os quadros militares àquilo que a Constituição pede e exige deles. Eu penso que temos que começar já a olhar para o futuro. E quando eu digo olhar para o futuro é tentar de alguma forma, precaver e antecipar o que podem ser ocorrências do mesmo tipo. Não com a mesma gravidade, mas até com gravidades diminutas, mas tentar antecipar já a ideia de um tribunal militar objectivamente útil, bem pensado e bem feito. Daí a proposta sobre a qual eu tenho trabalhado com alguns colegas são-tomenses, a ideia de ter o Tribunal Militar como uma secção do Supremo Tribunal de Justiça. Como não há muitos casos, nem muitos processos sobre os militares, também não há muitos processos sobre o Supremo Tribunal de Justiça. Portanto, não haveria uma carga de imensos processos sobre o Supremo Tribunal e que ele não pudesse julgar a partir daí. Mas é realmente criar essa secção do Supremo Tribunal de Justiça e resolver de uma vez por todas, a questão da realização e da objectificação do Tribunal Militar. RFI: Acha que este caso continua a ser uma sombra sobre este governo da ADI, com um Conselho Nacional marcado para dentro de pouco mais de uma semana e o hipotético regresso de Patrice Trovoada que estava no poder precisamente na altura do caso? Abílio Neto: Essa questão é a questão fácil de resolver, na minha perspectiva. Hoje está a falar-se muito das legitimidades e das legitimações. O que está aqui em causa é o facto de tudo ter acontecido naquele governo com maioria absoluta e um governo (esse é que o drama da política são-tomense em muitos momentos da nossa história) repare-se que o governo tinha apenas 20 dias de governação, com um programa muito ambicioso, com muitos quadros jovens, muito capazes, e, de repente, acontece essa tragédia logo no início da governação. É evidente que o governo fica marcado por essa tragédia, mas a verdade, e é essa que é a complexidade, dos Estados de direito, é que o governo não pode julgar a separação de poderes. O que o governo pode fazer é influenciar o máximo possível o poder judicial, no sentido de resolver aquela questão. Eu acho que a melhor conclusão é pensar realmente no futuro e pensar que uma nova legitimidade do poder em São Tomé e Príncipe pode resolver muita coisa. E nós temos um ano porque não creio mesmo que se consiga julgar o processo com dignidade num ano, mas a verdade é que num ano, nós temos as duas eleições democráticas mais importantes do país, as legislativas e as presidenciais. Renovando o quadro político, eu julgo que se dará uma oportunidade ao país para sair dessa espécie de psicopatia colectiva em que estamos. Sair dessa dor tremenda que o país vive e é uma dor palpável, que é a dor de ter visto, quase que ao vivo, para nossa tristeza, aquela situação horrorosa, daquelas mortes. Não podemos continuar a querer ter um país bom enquanto não resolvermos essa situação.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) deliberou remeter ao Ministério Público (MP) as “diversas queixas” que recebeu sobre os cartazes de campanha de André Ventura. Aquele órgão sublinha que as mensagens fazem referência a grupos específicos com base na origem e na etnia, mas defende que não tem competência para intervir fora do período eleitoral. Em causa estão dois outdoors com as frases “Isto não é o Bangladesh” e “Os ciganos têm de cumprir a lei”. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Luís Filipe Vieira admite que a contagem dos votos está demorada e acredita que o Benfica precisa de regressar com o voto eletrónico. No entanto, elogia os benfiquistas pela lição de benfiquismo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Isto não é um teste. O roteiro e a locução que você está prestes a ouvir foram 100% gerados por Inteligência Artificial, baseados em meu artigo e debate sobre o futuro da AGI.Usamos a própria IA para discutir o maior "botão soneca" da nossa geração: a chegada iminente da Inteligência Artificial Geral.Previsões falam em AGI em 5 anos, mas nossos cérebros estão biologicamente programados para ignorar a ameaça. É o "Princípio de Pompeia" acontecendo em tempo real.Neste episódio, exploramos:A diferença crucial entre a IA "ferramenta" que usamos hoje e a IA "agente" que está vindo.O "Paradoxo do Propósito": A Renda Básica Universal resolve a economia, mas pode criar um colapso psicológico?A esperança no "Erro de Hinton": como a história real dos radiologistas prova que a Inteligência Emocional é o nosso ativo mais valioso.3 Hipóteses para o futuro, incluindo a "Economia da Escassez Humana".O futuro é uma escolha entre o conforto da procrastinação e a coragem da imaginação. Aperte o play e vamos acordar.GOSTA DE LER OU ASSISTIR? Encontre este debate em outros formatos:▶️ Leia o artigo (Newsletter): https://tinyurl.com/newslettermindsetforlife ▶️ Assista ao VideoCast (Audiovisual): https://tinyurl.com/VIDEOCASTNEUROBUSINESS
É um dos jovens cantores e compositores brasileiros mais estimados dos últimos anos, tanto a solo na banda O Terno. A poucas semanas dos concertos com orquestra em Portugal, Tim Bernardes vem Posto Emissor falar da colaboração com o maestro Martim Sousa Tavares e também da infância marcada pela descoberta de música muito diferente, bem como da admiração por artistas portugueses – já colaborou com Salvador Sobral e Capitão FaustoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
A Frente Comum marcou para hoje uma greve na Função Pública. Os médicos da Fnam, os enfermeiros do SEP e os professores da Fenprof também já anunciaram que se vão juntar à greve de hoje. Análise de Pedro Sousa Carvalho.
A dona do ChatGPT lançou o Atlas, um navegador que promete mudar a forma como nos relacionamos com a internet. Além das novas formas de utilização, a Open AI visa um mercado que é actualmente dominado pelo Chrome, da Google. Cátia Pesquita, Professora em Ciência de Dados e Inteligência Artificial no Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, respondeu às perguntas da RFI para esclarecer as dúvidas sobre o significado do lançamento do ChatGPT Atlas. A Open AI, proprietária do ChatGPT, lançou um navegador com o famoso agente de inteligência artificial generativa no seu núcleo no dia 21 de Outubro. De momento, o ChatGPT Atlas está apenas disponível nos computadores da Apple. Os sistemas Windows, Android e iOS do iPhone vão ter de aguardar. Para a empresa de Sam Altman, trata-se de uma inovação que vai revolucionar a forma como nos relacionamos com a internet. Vamos ter ao nosso dispor uma ferramenta que vai aprender quem somos e transformar-se num super-assistente que nos ajuda a realizar as nossas tarefas de forma mais rápida e eficaz. Os críticos apontam para a falta de segurança do sistema, nomeadamente no que diz respeito aos dados privados do utilizador. Por outro lado, o Chat GPT Atlas é construído com base no Chromium, uma estrutura de código aberto desenvolvida pela Google e que está na base de navegadores como o Microsoft Edge ou o Duckduckgo. RFI: Estamos perante uma revolução, à semelhança do que viria a ser o iPhone no campo dos telemóveis. Ou trata-se de um ataque comercial à Google que domina o mercado dos navegadores com o Chrome? Cátia Pesquita: Eu acho que o lançamento do Atlas é, sem dúvida, uma ameaça directa à hegemonia do Google Chrome, que é actualmente o browser mais usado a nível mundial. E é interessante ver como a história às vezes se repete. Porque o Chrome ganhou esta preponderância, em parte, porque conseguiu integrar directamente o motor de pesquisa da Google, permitindo aos utilizadores fazerem pesquisas directamente na barra de endereços. Hoje em dia, temos uma estimativa de mais de 14 mil milhões de pesquisas feitas na Google a nível global, muito graças a esta integração. Agora, a Open AI vê neste browser uma oportunidade de capitalizar a sua base de utilizadores. Se estamos perante uma revolução, temos de esperar um pouco para saber. RFI: Quando refiro o iPhone é porque na altura, quando foi lançado, já existiam telemóveis. O que aconteceu com o dispositivo da Apple foi que os utilizadores começaram a ter acesso a outras possibilidades e isso veio revolucionar toda a forma como nos relacionamos com a internet. Há a possibilidade do ChatPT vir a fazer isto? Cátia Pesquita: Eu diria que é a capacidade de automatizar uma série de interacções online que vai ter esse potencial de revolução. A Open AI promete automatizar tarefas mundanas, como marcar uma visita ao restaurante ou uma consulta médica, tudo através desta integração da inteligência artificial directamente num browser. Isto, obviamente tem muitas vantagens, mas também riscos associados. RFI: Os mais jovens, em termos de busca de informação, já estão a alterar os seus comportamentos com o recurso à inteligência artificial generativa. Em que medida é que a aprendizagem que o agente vai fazer dos hábitos de navegação do utilizador, pode provocar um estreitar de vistas ainda maior, semelhante ao que sucede já com os algoritmos das redes sociais? Cátia Pesquita: A Open AI está muito ciente desta alteração dos comportamentos online e, na verdade, há poucos meses, em entrevista, o Sam Altman, o CEO da Open AI, revelou que o plano de expansão está a ser inspirado pela forma como os utilizadores mais jovens interagem com a plataforma. Enquanto as camadas de maior idade usam-no essencialmente como motor de busca para encontrar informação, os mais jovens estão a usar desde já o ChatGPT como um serviço pessoal de inteligência artificial para os ajudar a tomar as suas decisões no dia a dia. E, portanto, eu vejo o Atlas como um primeiro passo nesta estratégia. Só que esta personalização vem com um custo potencialmente muito elevado, porque para a termos, temos de permitir à Open AI registar toda a nossa actividade online. Mas eu acho que um dos maiores riscos não é apenas esta perda de controlo sobre os nossos dados ou a dependência excessiva na IA de que tanto falamos, mas aquilo também a que se refere que é esta perda de pluralidade de vozes e perspectivas. E na verdade, ao longo dos últimos 30 anos, a Internet tem sido um arauto desta pluralidade de vozes e perspectivas. Os motores de busca tradicionais, como a Google, listam diferentes fontes relacionadas com o tema de pesquisa, ainda que coordenadas por relevância, claro, mas o resultado de pesquisa que vai ser processado por IA, tarefas que são automatizadas por IA, têm um grande potencial de se resumirem ao ponto de vista partilhado pela maioria das fontes, estreitando horizontes. E é assim que os modelos são treinados para captar aquilo que é a maioria das opiniões. E, portanto, o grande desafio aqui vai ser garantir que as nossas pesquisas e interacções online reflictam a diversidade de ideias, opiniões, perspectivas da humanidade. Claro, sem esquecer que têm de ser fundamentadas em fontes fidedignas. A mim resta-me saber se os gigantes tecnológicos partilham desta preocupação. RFI: Isso implica também que os mais velhos, os educadores, cumpram esse papel de explicação aos mais jovens, que há mais mundo além daquilo que lhes é dado através do ecrã? Cátia Pesquita: Este é um tema extremamente complexo. Isto não basta apenas as preocupações da sociedade de uma forma alargada numa educação da população geral, mas onde temos que intervir antes, mas mais atrás, e intervir ao nível do desenvolvimento destas tecnologias. E como todas as tecnologias com potencial de disrupção, é uma espada de dois gumes. Por um lado, todos queremos poder usar inteligência artificial para automatizar as tarefas do dia-a-dia, as tarefas mais mundanas, mais aborrecidas ou até ter um browser que antecipa as nossas necessidades. Por outro lado, nós queremos garantir que temos privacidade, transparência, que mantemos a nossa autonomia nas nossas decisões. Só que para navegar este desafio, não só temos de educar a população geral para os riscos e benefícios de uma tecnologia que não vai parar de evoluir. Mas também temos de apostar na formação de profissionais que aliam o conhecimento técnico e científico às preocupações éticas. RFI: Relativamente ao nível da segurança dos dados, como é que é vista esta relação com o ChatGPT e com o ChatGPT Atlas? Cátia Pesquita: O Atlas, para poder funcionar de forma verdadeiramente personalizada, vai ter de registar toda a nossa actividade online. No entanto, os termos de utilização que estão agora públicos indicam que a autorização para que esses dados sejam utilizados para treinar os modelos da Open AI vem desligada por omissão. No entanto, não faltam vozes que nos relembram dos escândalos de privacidade e direitos de autor, etc., em que a OPA se tem visto envolvida nos últimos anos. Por isso, resta aqui saber se vamos confiar ou se vamos desconfiar. RFI: A Open AI e o Chat PT vão ser, como todos os outros agentes de inteligência artificial, vão ser sorvedouros do nosso conhecimento, da nossa existência? Cátia Pesquita: Eu acho que é na capacidade de consumirem enormes quantidades de dados que estes modelos recentes de inteligência artificial têm ganho as suas capacidades surpreendentes e quase sobre-humanas. A questão é que estamos a chegar ao final dos dados disponíveis online e as empresas correm com criatividade a tentar procurar novas fontes de dados que possam ajudar aos próximos passos de evolução destes modelos. Eu penso que o Atlas tem também por detrás essa motivação, uma motivação de conseguir extrair mais dados dos utilizadores que possam alimentar os algoritmos e, de certa forma, melhorar o seu desempenho e aumentar, obviamente, a sua preponderância no mercado. RFI: Pessoalmente, considera que a existência destas máquinas é um perigo ou uma oportunidade? Cátia Pesquita: Ambas as coisas é um perigo e é uma oportunidade. É uma oportunidade porque existem desafios no mundo que são demasiado complexos para que nós, humanos, com as nossas capacidades cognitivas, os consigamos resolver. Por exemplo, desafios na medicina personalizada e em nós conseguirmos compreender as relações entre os genes e doenças, que é uma das minhas áreas de investigação, são demasiado complexos para nós conseguirmos entender o manancial de dados e informação que estão a ser recolhidos a nível de investigação e, portanto, existe aqui uma oportunidade enorme para o bem da inteligência artificial nos ajudar, por exemplo, a atacar problemas tão prementes como o cancro ou as alterações climáticas. Por outro lado, existem riscos claros. E um risco claro é também a perda de capacidades da população ao confiar demasiado nestas ferramentas para se substituir a si mesmo na aprendizagem, no trabalho e na criatividade. E este é um desafio que a mim me toca também como professora, em que o uso responsável destas ferramentas como potenciadores e não como substitutos da inteligência humana. RFI: Para si o ChatGPT é mesmo a melhor IA do mercado ou beneficia de um fenómeno de marca? Cátia Pesquita: Eu acho que a grande vantagem que o ChatGPT tem não é apenas em termos do modelo de inteligência artificial que o alimenta, mas também da experiência de utilizador que a plataforma permite. Outras plataformas podem termodelos que atingem um desempenho igualmente bom em diversos benchmarks e análises, mas é a experiência de utilização do ChatGPT, os modos de interação, o próprio website e plataforma do ChatGPT que eu julgo que estão a contribuir para a grande fatia de mercado que a Open AI tem.
Nesta quarta-feira, o Museu do Louvre em Paris, reabriu as suas portas, após três dias de encerramento para dar tempo à investigação de recolher todos os dados sobre o espectacular assalto de que foi alvo no domingo. O que se sabe para já é que indivíduos invadiram pelo exterior a galeria onde se encontravam as jóias da Coroa de França. Para tal, utilizaram um elevador de carga, cerraram uma das janelas da sala, partiram os mostruários, levaram as jóias e fugiram de lambreta. Tudo isto em sete minutos. Até ao momento, não se conhece o paradeiro dos assaltantes e muito menos das jóias avaliadas em 88 milhões de Euros mas cujo valor patrimonial é considerado "inestimável". Tanto o Presidente da República como o próprio governo ordenaram o reforço da segurança deste museu que apesar da sua importância e apesar do número impressionante de visitantes -9 milhões em 2024- mostrou as suas fragilidades. Esta problemática, aliás, mereceu recentemente um relatório interno e as autoridades estavam cientes de que existiam falhas na segurança. Philippe Mendes, galerista luso-francês em Paris, considera que apesar do seu carácter espectacular, o assalto de domingo não foi tão minuciosamente preparado como parece à primeira vista. RFI: O que se pode dizer sobre o assalto ao Museu do Louvre no domingo? Philippe Mendes: Em termos de rapidez, eu acho que foi um assalto bem organizado, embora me pareça que não é de grande banditismo. Tenho a impressão que foi mais um roubo de bandidos mais básicos. Sabem que têm que ser muito rápidos porque os seguranças e a polícia, em menos de dez minutos, podem chegar. Portanto, eles fizeram isso muito rápido. Mas ao mesmo tempo, há muitas coisas que mostram que não são aqueles bandidos, tipo CNN. Toda a gente pensou que isto foi um roubo tipo Arsène Lupin. Não foi. Deixaram cair uma coroa importantíssima. Ao fugir, deixam os elementos que utilizaram para poderem entrar, a serra para o vidro, não conseguiram deitar fogo ao elevador que usaram para os levar até lá acima. Isto tudo mostra um bocadinho que isto está desorganizado. Foi pensado, mas não foi organizado. Eu acho que foi mesmo um assalto, um roubo de oportunidade. Sabiam que ao domingo há pouco trânsito em Paris, era muito fácil de fugir. Sabiam que havia falhas, porque isto já foi comunicado várias vezes nos jornais franceses. A presidente do Louvre, ela mesmo -acho que foi o grande erro dela- há um ano ou dois, alertou, mas alertou publicamente sobre as falhas, sobre os problemas de segurança no Louvre. Tendo feito isso, claramente que indicou a quem poderia pretender um dia a fazer um assalto ao Louvre, que era o momento. Devia ter alertado claramente o Ministério da Cultura, devia ter alertado a Procuradoria de Paris, mas não devia ter alertado, indo aos jornais, e fazer uma coisa pública, porque isso aí era o sinal que eles podiam lá ir e que havia várias falhas. E claramente que aquela janela da galeria de Apollon era um dos pontos fracos do Louvre. É uma janela que dá para aquela rua que ao domingo não tem trânsito. Sabia-se mais ou menos que as jóias estavam todas ali, que era o primeiro andar. Não é assim tão alto, portanto tinha ali tudo mais ou menos certo para eles. Portanto, nesse aspecto, acho que foi um assalto pensado mas pouco organizado. Conseguiram. Agora o que é gravíssimo é que atacaram não só o património francês ou a história de França. Atacaram não só o Louvre, mas atacaram também todos os franceses. Ao roubar o Louvre, roubaram a França. RFI: Isto acontece no Louvre, que é um dos mais conhecidos e prestigiados museus a nível mundial. É uma espécie de montra da França, praticamente ao mesmo título que Notre-Dame. O que é que isto significa para a França? Philippe Mendes: O Louvre, como Notre-Dame, é um dos monumentos principais de Paris, de França e um dos mais conhecidos no mundo. Portanto, falando do Louvre, estamos a falar ao mundo inteiro. Toda a gente sabe o que é o Louvre e o que é Notre-Dame. Portanto, claramente que é muito mais sensível e que o mundo inteiro está atento ao que se passa em monumentos como este, que é o maior museu e o mais visitado do mundo. Claramente que choca. O choque é muito maior e tem uma repercussão internacional muito forte e dá um mau sinal claramente do que se está a passar no património francês e a nível da cultura em França. Isso é uma pena, mas podia ter acontecido noutro museu qualquer. Os museus agora são muito vulneráveis. Eu acho que este roubo dá para reflectir sobre uma coisa muito importante: é que a economia internacional está mal, vai haver cada vez mais assaltos deste tipo e claramente que, por exemplo, na Praça Vendôme, em Paris, onde estão todas as grandes lojas de joalharia mais importantes, eles têm um sistema de alarme de segurança muito mais forte e bem organizado do que os museus franceses que não apostaram completamente na segurança, porque não têm meios para isso. Porque embora a França tenha um Orçamento de Estado para a cultura importante, não é assim tão importante como isso para ter a segurança que pretendia. Portanto, é muito mais fácil atacar um museu hoje em dia do que atacar uma joalharia em Paris. Foi o que aconteceu, porque estamos agora a falar do Louvre. Mas não se esqueça que há um ano e meio foram roubadas e falou se muito menos, sete ou oito caixas de rapé do Museu Cognacq-Jay, que é um museu não muito longe do Louvre. Duas delas pertenciam ao Louvre, outras duas, à Coroa Real inglesa, e foram roubadas por quatro pessoas, exactamente com o mesmo método. Quatro homens entraram mascarados em pleno dia, partiram os mostruários e fugiram com as caixas. Não houve tanta repercussão nos jornais internacionalmente, porque o museu, embora seja um muito um bom museu em França, não tem aquele impacto que teve o Louvre. Mas isto mostra que os museus são muito frágeis e são vulneráveis e são atacados regularmente. Foi atacado (no mês passado) o Museu de História Natural de Paris, onde roubaram pepitas de ouro. Desapareceram, foram derretidas. Claramente que agora nunca mais as vamos encontrar. Foram roubadas do Museu de Limoges, há alguns meses, porcelanas chinesas de grande valor que certamente foram -desta vez- uma encomenda para a China. Portanto, há assaltos regularmente nos museus, porque os museus não têm essa protecção, como devia ser. RFI: Disse-o há pouco, apesar da própria directora do Louvre ter alertado publicamente que havia falhas na segurança e apesar de ter havido inclusivamente um relatório interno referindo que o facto de se prescindir de 200 funcionários, nomeadamente na área da segurança, sobre um efectivo de 2000 funcionários nestes últimos 15 anos no Louvre, podia também representar um problema para a segurança do museu e apesar de as próprias autoridades terem sido alertadas, nada foi feito e só agora é que está a pensar em reforçar a segurança do Museu do Louvre. Philippe Mendes: Sim, já devia ter sido feito. Depois, só agora é que se está a pensar. Sim, mas é sempre assim. Agora estamos a falar porque houve um assalto. Mas imagine que amanhã há uma inundação em Paris e o Louvre fica inundado. Vai se criticar porque não foi feito nada antes para proteger o Louvre das inundações e outros. Embora haja um plano, eu acho que ele não é o melhor. Há sempre razões para criticar a falta de fundos para isso. Mesmo que houvesse mais guardas no Louvre, os guardas não podem intervir. Portanto, o que é que eles poderiam ter feito? Não sei bem se é uma questão só de falta de pessoal no Louvre. Acho que não. Eu acho que se podia pensar melhor na segurança do Louvre, a nível de organização, menos humana, mas mais técnica. RFI: Estão a monte três ou quatro assaltantes com jóias estimadas em 88 milhões de Euros e sobretudo com um valor patrimonial "inestimável". As jóias são conhecidas, as fotografias destas jóias andam por todo o lado, no mundo inteiro. O que é que eles vão fazer com essas jóias? Philippe Mendes: Eu acho que a única possibilidade que eles têm é de desfazer as jóias todas e vender diamante por diamante, safira por safira. Não podem vender as jóias tal e qual como obra de arte, porque em si elas têm um valor de 88 milhões de Euros, porque são obras que ainda por cima foram compradas pelo Estado para o Museu do Louvre nos últimos 30 anos. Portanto, tinham já um valor de mercado. Mas entrando no Louvre, têm um valor inestimável histórico, agora patrimonial. Portanto, esse valor de 88 milhões de Euros no mercado de arte é zero, porque as peças tal e qual não podem ser vendidas, ninguém vai comprar. Portanto, eles vão desfazer completamente peça por peça e vão tentar vender no mercado. RFI: Está prestes a abrir mais uma edição da Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris (a Art Basel no final da semana). Como é que se pode avaliar o ambiente em que decorre este evento este ano? Philippe Mendes: Tendo acontecido o que aconteceu, vão certamente reforçar a segurança à volta deste evento. É um evento que acaba por ser equivalente a um dos maiores museus do mundo, durante os dias de abertura, com obras de uma importância financeira muito, muito, muito alta. Mas quem é que se vai atrever a entrar agora num assalto no Museu do Grand Palais? Ninguém. Eu acho que não é propriamente um problema nesse nível. Recordo-me que há três ou quatro anos, na Tefase, em Maastricht (nos Países Baixos), a feira internacional mais importante do mundo onde eu participei, houve um assalto, ainda por cima num stand da joalharia. Foi exactamente a mesma coisa. Eram quatro mascarados. Entraram em pleno dia. Chegaram, roubaram as jóias, fugiram e nunca mais apareceram. Nos dias seguintes, nunca houve um problema na Tefase. Foi um roubo de oportunidade. A Tefase reforçou a segurança e nunca mais houve nenhuma preocupação até agora a esse nível. Portanto, eu acho que vai correr muito bem a Feira Internacional de Arte Contemporânea, a Art Basel em Paris. Não é porque houve um assalto no Louvre que Paris está fragilizada a este nível. Acho que não. Não podemos entrar numa paranóia agora de que 'Paris está perigosa e há assaltos'. Não é por aí. Foi bem pensado. Foi uma ocasião que eles perceberam muito bem que estava ali. E aproveitaram.
Lorena Penas, de " ACTUAL COMUNICACIÓN - amodiño", empresa que se adica á xestión da comunicación dixital. Esta sección está centrada na comunicación dixital, nas redes sociais e nas ferramentas que necesitamos hoxe para expresarnos con creatividade e eficacia. Nesta sección propoñemos reflexións, consellos e estratexias para estar ao tanto das tendencias, optimizar a presenza dixital e resolver aquelas cuestións que xurden ao comunicar nas plataformas dixitais. Hoxe: DEPENDENCIA DIXITAL "Un só fallo nunha infraestrutura como AWS pode provocar unha reacción en cadea que afecta a milleiros de negocios". "A dixitalización trouxo moitas vantaxes: rapidez, alcance, comodidade. Pero tamén nos fixo dependentes de plataformas que non controlamos directamente". "A tecnoloxía é unha gran aliada, pero só se aprendemos a convivir con ela… e non a depender totalmente dela". O luns produciuse un fallo a nivel global que deixou claro, unha vez máis, ata que punto dependemos da tecnoloxía e dos servizos na nube. O xigante Amazon Web Services (AWS), a división de servizos en nube de Amazon, sufriu unha interrupción importante que afectou a centos de plataformas en todo o mundo. As zonas máis afectadas foron as da rexión US-EAST-1, en Virxinia (Estados Unidos), pero o impacto sentiuse a nivel global. ⛔️Entre os servizos e páxinas que deixaron de funcionar ou tiveron problemas estiveron: ✔️ Canva, unha das ferramentas de deseño gráfico máis populares. ✔️ Ticketmaster, que non podía procesar vendas nin actualizar contido. ✔️ Plataformas de videoxogos como Fortnite ou Roblox, e incluso redes sociais e bancos en Reino Unido. Isto serviu para lembrarnos o vulnerables que somos cando dependemos tanto do dixital. ✔️ Un só fallo nunha infraestrutura como AWS pode provocar unha reacción en cadea que afecta a milleiros de negocios. ✔️ Mesmo as ferramentas máis estendidas e “seguras” poden fallar. ✔️ Non só se paralizan xogos ou redes sociais: tamén se ven afectadas operacións bancarias, reservas, tendas online ou servizos públicos. DEPENDENCIA DIXITAL Este tipo de incidentes serven para reflexionar sobre como vivimos e traballamos totalmente conectados, e que pasaría se un día “a nube” deixase de funcionar por unhas horas. Por que dependemos tanto? ✔️ Cada vez máis ferramentas —para traballar, comunicarnos, deseñar, vender ou cobrar— están baseadas en servizos en liña. ✔️ A dixitalización trouxo moitas vantaxes: rapidez, alcance, comodidade. Pero tamén nos fixo dependentes de plataformas que non controlamos directamente. ✔️ No comercio local, cada vez máis tarefas se fan en liña: pedidos, reservas, comunicación, redes sociais, xestión de inventario, pasarelas de pago… Se un deses servizos falla, todo se detén. ⚠️ Riscos desta dependencia ✔️ Perda de vendas: se a tenda online cae, o cliente non pode comprar. ✔️ Problemas de imaxe: un fallo pode xerar desconfianza se non se comunica ben. ✔️ Dependencia dun só provedor: se todo o negocio depende dunha ferramenta, cando esa ferramenta falla, o negocio para. ✔️ Efecto en cadea: un fallo nun servizo pode afectar á facturación, á xestión de stock ou á comunicación cos clientes. ✔️ Desactivación de servizos esenciais: como se viu o luns, ata bancos e institucións poden quedar inaccesibles. Que pode facer o comercio local para protexerse? 1. Diversificar ferramentas: non depender só dunha plataforma. Ter alternativas. 2. Ter un plan B offline: se a web non funciona, poder recibir pedidos por teléfono ou en persoa. 3. Comunicar con claridade: se hai un fallo técnico, avisar nas redes. A transparencia xera confianza. 4. Facer copias de seguridade: gardar datos importantes e non confiar só na nube. 5. Coñecer a propia infraestrutura: saber onde está aloxado o teu servizo e que pasa se ese provedor cae. 6. Mantemento dos pagos tradicionais: asegurar que o datáfono ou o pago en efectivo sigan dispoñibles. 7. Formación e prevención: que o equipo saiba como actuar se algo deixa de funcionar. Ter un plan de crisis. ✅Vantaxes de xestionar ben a dixitalización ✔️ Máis resistencia e autonomía: o negocio non se paraliza por un fallo alleo. ✔️ Confianza dos clientes: un negocio que responde con calma e alternativas xera seguridade. ✔️ Mellor aproveitamento das ferramentas: cando se entenden os riscos, úsanse de forma máis intelixente. Os fallos do luns en Amazon Web Services deixan unha lección clara: ✔️A tecnoloxía é marabillosa… pero non infalible. ✔️Vivimos tan conectados que, cando un servizo cae, todo se paraliza. ✔️E aí é cando nos damos conta de que a dixitalización tamén require previsión e equilibrio. ✔️Non se trata de vivir desconectados, senón de estar preparados. ✔️A tecnoloxía é unha gran aliada, pero só se aprendemos a convivir con ela… e non a depender totalmente dela. Máis Información ACTUAL COMUNICACIÓN Amodiño: ✔️Páxina Web: https://actualizadoscomunicacion.com/ ✔️Facebook: https://www.facebook.com/actualizadoscomunicacion ✔️Twitter: https://twitter.com/actualizadoscom ✔️Instagram: https://www.instagram.com/actualizados_comunicacion/ ️"SUSCRÍBETE" ao podcast. 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Os socialistas lá decidiram o apoio formal a António José Seguro, mas as declarações dos seus líderes revelaram como é um apoio tudo menos entusiástico. Isto quando o candidato marca pontos à direita.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Governo anunciou que vai propor o regresso da jornada contínua de trabalho no setor privado. Porque é que o Governo lembrou-se agora de ressuscitar esta medida? Análise de Pedro Sousa Carvalho.
O ex-ministro das Finanças tem dúvidas sobre contas do Governo e não acredita que haja excedente em 2026. Fernando Medina foi o antecessor de Miranda Sarmento no Ministério das Finanças. Saiu com um excedente de 1,2% do PIB, entretanto revisto para 1,3%, mas nem assim se livrou de críticas de descontrolo nas contas. Alerta para os riscos, critica a estratégia do Governo e defende a abstenção já anunciada pelo PS. Este episódio teve moderação de João Vieira Pereira e João Silvestre e contou com a participação de Fernando Medina, ex-ministro das Finanças. A edição esteve a cargo de Salomé Rita.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Mariana Leitão lamenta que o Orçamento do Estado do PSD "não mexe a agulha" em relação ao PS. Sobre as autárquicas, estabelece uma linha vermelha nas coligações em Lisboa e no Porto. Líder da Iniciativa Liberal critica o primeiro-ministro por “não ter coragem” de mexer na Função Pública.
David Castellanos é Enxeñeiro Técnico Forestal, experto en Xestión de Explotacións, e achéganos consellos para os nosos cultivos. Hoxe: AGRICULTURA REXENERATIVA "A agricultura rexenerativa é un enfoque agrícola que busca mellorar e restaurar a saúde do solo e os ecosistemas en lugar de so mantenelos". "Foméntase a interacción beneficiosa entre plantas, insectos e outros animais no agroecosistema, en lugar de ver ós insectos como enemigos. Isto pode incluir a creación de hábitats para insectos benéficos". "Os solos rexenerados teñen maior materia orgánica, unha mellor estructura e unha maior capacidade para reter auga". AGRICULTURA REXENERATIVA A agricultura rexenerativa é un enfoque agrícola que busca mellorar e restaurar a saúde do solo e os ecosistemas en lugar de so mantenelos. Enfócase na rexeneración da materia orgánica e a biodiversidade do solo, utilizando prácticas como a non labranza, a cobertura vexetal constante e o uso de abonos orgánicos para, de forma natural, construir a fertilidade do solo, capturar carbono e mellorar a resistencia dos cultivos. Principios clave ✅ Non labranza do solo: Evítase remover a terra para manter a súa estructura, protexer a materia orgánica e reducir a erosión. ✅ Cobertura do solo: Mantense o solo cuberto con vexetación ou material orgánico ("mulch") para protexelo da erosión, retener humidade e mellorar a saúde do ecosistema. ✅ Aumento da biodiversidad: Foméntase a interacción beneficiosa entre plantas, insectos e outros animais no agroecosistema, en lugar de ver ós insectos como enemigos. Isto pode incluir a creación de hábitats para insectos benéficos. ✅ Uso de abonos orgánicos: Sustituense os fertilizantes e pesticidas químicos por compostaxe e abonos orgánicos, que devolven a fertilidad ó solo e promoven a actividade microbiana. ✅ Pastoreo rexenerativo: Nalgunhas estratexias, utilízase o pastoreo controlado para simular o comportamento natural dos herbívoros, o que axuda a mellorar o solo. Beneficios ✅ Solos máis saudables: Os solos rexenerados teñen maior materia orgánica, unha mellor estructura e unha maior capacidade para reter auga. ✅ Resistencia al clima: A maior capacidade de retención de auga e a estructura do solo fan que os cultivos sexan máis resistentes a sequías e outras condicións climáticas adversas. ✅ Sostenibilidade e mitigación do cambio climático: Ó capturar carbono no solo, axuda a reducir as emisións de gases de efecto invernadoiro. ✅ Productos máis saudables: Ó non usar químicos sintéticos, búscanse cultivos máis saudables e redúcese o impacto dos pesticidas ✅ Restauración do ecosistema: Revitaliza o ecosistema agrícola no seu conxunto, mellorando a saúde da terra degradada. Máis Información DAVID CASTELLANOS: ✔️Linkedin: https://www.linkedin.com/in/david-castellanos-iglesias-a6358b3b/?originalSubdomain=es ️ "SUSCRÍBETE" ao podcast Máis Información e outras entrevistas: ✔️Facebook: https://www.facebook.com/PabloChichas ✔️Twitter: https://twitter.com/pablochichas ✔️Instagram: https://www.instagram.com/pablochichas/ ✔️Clubhouse: @pablochichas ✔️Twich: https://www.twitch.tv/pablochichas
Website pessoal + Blog: https://feta.blogEpisódio especial: https://youtu.be/-YMdo4oVXOoNesta semana a OpenAI assinou mais um deal para construir mais Data Centers. Isto levou-me a questionar se estamos numa bolha de AI. Por isso fui investigar quais são as semelhanças entre a bolha da dot com e a altura que vivemos agora.O governo Americano ficou em Shutdown por falta de budget.Entre outros temasLinks: Crescimento económico: https://fortune.com/2025/10/07/data-centers-gdp-growth-zero-first-half-2025-jason-furman-harvard-economist/OpenAI Broadcom: https://www.wsj.com/tech/ai/openai-broadcom-forge-multibillion-dollar-chip-development-deal-58d930d1 & https://www.wsj.com/finance/investing/why-broadcoms-bet-on-openai-is-a-big-gamble-f6631cedChina vs USA: https://www.wsj.com/world/china/trump-tariffs-us-china-stock-market-e2652d66Shutdown governo: https://www.economist.com/united-states/2025/09/30/your-federal-government-is-now-closed-for-business & https://www.wsj.com/politics/policy/government-shutdown-begins-as-funding-lapses-07f1027dDeloitte: https://www.businessinsider.com/deloitte-australia-issues-refund-ai-assurance-project-2025-10AI content: https://www.theverge.com/news/799003/maybe-we-arent-all-about-to-drown-in-ai-slop-just-yetAndrew Tulloch: https://www.wsj.com/tech/ai/thinking-machines-lab-co-founder-departs-for-meta-442d7461
Por que será que apesar de terem um coração de ouro, muitos não conseguem ser boas pessoas na prática? Isto é, sair do seu lugar e colocar-se no do outro? Esta falta de coerência e empatia funcional pode, muitas vezes, ser o reflexo da ausência de competências de regulação emocional que não foram desenvolvidas na infância... E se refletem na vida adulta...
Neste ano em que são assinalados os 50 anos das independências de Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e de Angola, debruçamo-nos sobre a reflexão que estas celebrações têm ocasionado ao longo das diversas iniciativas que têm sido organizadas nestes últimos meses em Portugal e nos países de África Lusófona. Estas comemorações coincidem, em Portugal, com um momento político de crescente crispação à direita, nomeadamente com a nova lei de nacionalidade que torna mais complexo o acesso à cidadania portuguesa, enquanto nos países de África Lusófona, o balanço dos últimos 50 anos é feito de contrastes, entre as narrativas dominantes e o surgimento de olhares críticos. Foi sobre este momento particular que conversamos com Sheila Khan, socióloga, investigadora e professora na Universidade Lusófona do Porto, especializada nas questões do pós-colonialismo e cidadania no espaço lusófono. Ao considerar que ainda permanece muito por fazer, a estudiosa coloca em destaque o dinamismo das novas gerações dos afro-descendentes em Portugal que têm impulsionado questionamentos e novos ângulos de análise do legado comum de Portugal e África. RFI: Neste ano em que se comemoram os 50 anos das independências de vários países de África Lusófona, em que estado está a reflexão sobre a história colonial em Portugal? Sheila Khan: O estado ainda está muito incompleto, embora já tenhamos muitos avanços. Existem muitos estudiosos que vieram das ex-colónias africanas portuguesas e que fizeram dos seus percursos, quer biográficos, quer académicos, compromissos de memória, de investigação e de uma cidadania maior, isto é, estiveram sempre ligados a partir do espaço português e também europeu. As suas vivências familiares e aos seus países originais, alguns de nascimento, mas outros também de originalidade em termos de família, trouxeram sempre esse pensamento para o seu percurso académico, para a sua investigação, para os seus desafios e também, acima de tudo, para esta interpelação perante vários pactos que são pactos que vão evoluindo ao longo do tempo na sociedade portuguesa. E eu refiro-me aos pactos de silêncio. E era importante aqui sermos muito cuidadosos, porque estes silêncios não foram os mesmos. A sua densidade e a sua especificidade não foi a mesma. Os anos 70 e os anos 80 não são os anos de hoje. Hoje há uma maior visibilidade, uma maior projecção e até um maior espaço de interacção com a esfera pública. Vemos efectivamente várias comemorações. Eu estive recentemente, a semana passada até, na Fundação Calouste Gulbenkian, onde foi organizada pela professora Ana Mafalda Leite e pelo professor Lucílio Manjate, uma iniciativa que foi dedicada aos 50 anos da literatura moçambicana. Isto significa que o espaço público de interacção, de pensamento e de produção do saber histórico entre Portugal e as suas ex-colónias e os legados coloniais tem sido maior e tem sido mais mediatizado e projectado também para fora das academias. E também é preciso não esquecer que nesta janela temporal, que é um caminho também temporal, temos aqui outros sujeitos sociológicos que eu chamaria de sujeitos afro-descendentes diaspórica que são pessoas que ou nasceram em África e vieram de lá muito pequeninos ou então já nasceram aqui, foram formados e educados no espaço português europeu, mas continuam pela partilha e pela relação que têm com os seus familiares, assumem-se como uma espécie de cumpridores e de curadores de uma determinada memória e de um compromisso de memória. E também eles têm feito um trabalho muito importante. Eu chamaria até de vibrante. Neste momento estamos a viver uma altura muito vibrante em termos desta interpelação e destes contributos, vários dos afro-descendentes, interpelando a historicidade portuguesa, interpelando os seus silêncios, interpelando acima de tudo, esta ideia de que a história da democracia portuguesa, tal como a história das independências africanas, tem de ser muito maior, tem que ser muito mais representativa e eles têm um papel a desempenhar na redefinição, na reinterpretação dessas várias histórias. E as manifestações artísticas têm sido infinitamente ricas e infinitamente partilhadas no espaço público. Eu vou citar aqui um exemplo actual, mas é um exemplo que já vem sido construído de uma forma lenta, mas de uma forma robusta e sólida. Começamos lá atrás com o Joaquim Arenas, escritor cabo-verdiano. Depois tivemos, obviamente, o grande "boom" da literatura dos retornados. Tivemos a Isabela Figueiredo e a Dulce Maria Cardoso. Mas, curiosamente, temos aqui um momento excepcional, com várias vozes, nomeadamente a Djamila Pereira de Almeida, a Luísa Semedo, a Gisela Casimiro e hoje temos uma figura que ninguém consegue escapar a ela, que é o Dino D'Santiago, que está a ser uma voz muito representativa dessas outras histórias silenciadas, desses outros pactos de silêncio, quer familiar, quer público, e que estão a vir à superfície da luz e que têm convidado diferentes experiências humanas, sociais e culturais, identitários e geracionais para pensar o estado da arte da maturidade portuguesa e também o estado da arte da maturidade dos países africanos, hoje independentes. Dino D'Santiago, como afro-descendente, tem feito do seu percurso musical também um aqueduto, uma ferramenta de inspiração e de outro tipo de pensamento. Criou uma ópera que é o "Adilson", em que vai efectivamente colocar o dedo em pontos cruciais e que ainda magoam esta ideia de cidadania portuguesa. Portanto, o "Adilson" é a história baseada numa pessoa real que, mesmo tendo crescido e vivido décadas em Portugal, continua sem lhe ser reconhecida a cidadania portuguesa. Mas também agora publicou um livro, "Cicatrizes", que tem percorrido e está a viajar pelo país e está inclusivamente a ser falado, discutido, debatido em pontos importantes e em pontos descentralizados do país. Isto é um caminho lento, mas está a ser um caminho, a meu ver, robusto, sólido e, acima de tudo, um caminho que se espelha nesta ideia de que é preciso que haja uma cidadania representativa, uma cidadania clarividente das muitas histórias dentro das histórias oficiais que estes muitos países ex-colonizados e colonizadores nos quiseram de alguma forma "vender" e de alguma forma manipular as nossas mentes. Acho que este é um momento extraordinário, embora citando Samora Machel, "a luta continua" e vai ter de continuar, porque há muitas questões, muitos assuntos e nós viemos agora com este debate sobre a lei da nacionalidade. Isto vai espicaçar, isto vai magoar, isto vai desafiar muitas sensibilidades, umas que vão no sentido da fraternidade e da hospitalidade e da solidariedade. Mas estamos num contexto que se vai defender essas outras sensibilidades que querem o fechamento, o controlo, a vigilância e, acima de tudo, o discurso da desconfiança, da suspeita e da instabilidade desse outro no tecido social português. RFI: Antes de abordarmos a questão política, queria ainda voltar um pouco atrás. Estava a falar da expressividade das vozes de afro-descendentes na sociedade portuguesa em termos culturais e nomeadamente, na literatura e na música. Qual é essa expressividade numa cultura, digamos assim, mais popular, como, por exemplo, o cinema, as ficções que nós vemos na televisão? Como é que é representado o afro-descendente ou simplesmente a África lusófona? Sheila Khan: Penso que ainda estamos muito aquém daquilo que se poderia falar, de uma representatividade. Nós temos uma representatividade, se me permite, a expressão, muito anoréctica. A RDP África e RDP África efectivamente fazem um trabalho excepcional, assim como a RFI. Em Portugal, os meios de comunicação ainda continuam muito esquecidos ou distraídos desta riqueza sociológica, cultural, identitária e, acima de tudo, geracional. Porque estamos a esquecer que muitos destes contributos que estão a emergir dos afro-descendentes e de gente jovem, embora uma juventude muitas vezes nela já madura, de 30, 40 ou 50 anos, mas a verdade é que os que aparecem é que são nivelados para um estatuto mais visível. São pessoas que já têm uma projecção muitas vezes internacional. Eu falo, por exemplo, dos Calema. Falo, por exemplo, Dino D'Santiago. Falo, por exemplo, da Selma Uamusse. Mas também há muitos outros aqui à volta que têm feito trabalhos muito importantes, mas que não conseguem entrar neste "mainstream". Mas também esse "mainstream" comunicacional ou dos meios de comunicação, também é verdade, não os convida a estar presentes em debates, em espaços de reflexão pública, no espaço da cidadania comunicativa. Portanto, continuamos ainda muito ancorados a meios de comunicação, cujo carácter e personalidade é muito virado para a relação das diásporas africanas e populações africanas. E volto a repetir a RTP África e RDP África. Mas os outros meios de comunicação ainda não têm a representatividade que nos pudesse animar e estimular. Porque, como diz bem o ditado popular "uma andorinha não faz a primavera". Como dizia recentemente numa entrevista o rapper General D, "não é por termos uma pessoa afro-descendente nos partidos políticos principais da sociedade portuguesa que devemos aplaudir e celebrar a representatividade". A representatividade requer uma metodologia da igualdade, de algum equilíbrio na presença daqueles que são convidados a estar para um determinado compromisso, para uma determinada função e papel e, portanto, nos meios de comunicação, neste momento, esse compromisso é ainda muito frágil, muito volátil e, acima de tudo, eu diria profundamente e lamentavelmente desequilibrado. RFI: O que é que diz o momento político que se vive em Portugal sobre o estado da reflexão da sociedade portuguesa relativamente à sua relação com África, com os afro-descendentes e com a sua história comum? Estou a pensar, designadamente naquilo que estava a referir, a lei da nacionalidade, mas também o grau de participação dos afro-descendentes, por exemplo, em termos de candidatos para eleições, etc. Sheila Khan: Este momento político, e ainda bem que faz essa pergunta, porque vivo e habito nesse momento político, como tantos outros de nós, é um momento político que demonstra alguma secura e alguma falta de imaginação sociológica e histórica perante um legado extenso, infinito, de várias narrativas e de várias histórias e, acima de tudo, dos contributos destas antigas colónias e dos contributos das suas populações para a maturidade, para o crescimento de Portugal. E, portanto, eu acho que este contexto político hoje é um contexto que eu não chamaria de "distraído", acho que é muito pouco. Eu chamaria de muito pouco formado eticamente, moral e historicamente mal formado perante estas populações. E esta lei da nacionalidade, que depois põe toda a gente no mesmo saco, demonstra exactamente essa falta de imaginação, de sensibilidade e acima de tudo, de reconhecimento destas populações, porque estamos também armadilhados ou caímos na armadilha de não perceber os muitos "outros" que vêm de diferentes contextos, contextos que nos aproximam, que nos tornam fraternais e contextos que nos distanciam e, portanto, pomos todos no mesmo saco. Nivelamos todas estas pessoas na mesma categoria de "estrangeiro" e "estranho", um "outro" que vem provocar turbulências, instabilidade e insegurança e perdemos um pouco o compromisso perante também aquilo que as instituições nos vêm devolver. É que, estatisticamente, estes "outros" que estão a ser aqui rotulados como agentes potenciais de instabilidade e insegurança têm contribuído para o tecido da Segurança Social. E a pergunta é: como é que um país que se fez a partir de outros países e da relação com outros países -e não foram apenas os países africanos- não consegue hoje compreender e reconhecer esta ideia de que verdadeiramente somos maiores e nobremente maiores, incluindo em nós outras vozes, outras narrativas e reconhecendo-as como nossas. E, portanto, este tipo de contexto político denota, acima de tudo, uma imaturidade. Uma infantilidade histórica. E, finalmente, uma certa arrogância, quase que muito pouco sólida. Porque às vezes há pessoas arrogantes que têm argumentos. Mas esta é uma arrogância pouco fundamentada, pouco estruturada em dados concretos. E depois temos efectivamente, por detrás dos políticos, também temos cidadãos cuja formação e percepção do mundo também não vêm de todo contribuir para esta ideia de uma cidadania maior, muito mais nobre e rica. Bem pelo contrário. É que esquecemo-nos que por detrás dos políticos e por detrás dos governantes, há cidadãos que se formaram, que estudaram, que pertencem a famílias, a grupos e comunidades. E eles trazem também para o espaço da política todas essas percepções, estereótipos, preconceitos que, de alguma forma e infelizmente, porque o contexto também europeu, é o contexto global, assim o favorece. E retomando um pouco a segunda pergunta que me fez, é inevitável a necessidade de uma acção e de um pensamento vibrante, activo, cívico e atento das comunidades afro-descendentes. RFI: Vamos agora fazer um pouco o caminho inverso. Nós falamos do contexto português. Como é que é na África lusófona? Em termos de narrativa, o que é que predomina? Há também essa vitalidade para contar outros lados da história que até agora não tinham sido explorados, pelo menos em Portugal? Sheila Khan: Essa é uma pergunta que se nos liga tanto uns e outros, porque assim como as comunidades diaspóricas e os afro-descendentes e outras populações estão a combater e a refutar e a incomodar a História, também em África o mesmo acontece, nomeadamente na África lusófona, porque nós vemos que, e é preciso não esquecer que o factor demográfico tem aqui uma influência profundíssima e importante, que é os jovens estão a reivindicar a responsabilidade dos seus governantes, porque é preciso não ignorar o seguinte: havia no tempo das independências, a promessa de uma melhoria de vida, de igualdade, de estabilidade, de fraternidade. O que nós vemos nos nossos países lusófonos é que isso não aconteceu e, portanto, tal como estes outros que são os nossos na diáspora, os africanos no continente africano também estão eles a incomodar uma determinada história que foi feita, que é a história de uma determinada hegemonia africana, em que os governantes mantêm-se quase que numa perpetuidade no poder. Basta olhar para Moçambique, para Angola, a Frelimo e o MPLA e, portanto, toda esta cidadania que tem por detrás esta vitalidade de uma demografia jovem está também a incomodar as histórias e as narrativas oficiais destas nações independentes. Basta olhar também para a instabilidade política e não só política que estamos a testemunhar na Guiné-Bissau e com a aproximação das eleições, acho que estamos todos muito preocupados com tudo o que está a acontecer e o que aconteceu recentemente com o ex-presidente da Liga dos Direitos Humanos, que foi espancado, que foi brutalmente violentado. Mas podemos também olhar para outra situação de São Tomé e Príncipe, Cabo Verde. E aqui é importante distinguir isto. Cabo Verde aparece sempre nos rankings internacionais, no que toca a direitos humanos, uma boa governação, é sempre o país da lusofonia que aparece bem melhor. Mas não quero distanciar-me e não quero esquecer a sua pergunta e dizer que, tal como nós, aqui no espaço português e europeu, estamos a querer incomodar a história que traz consigo silêncios, esquecimentos, também os nossos países independentes estão a ser incomodados por esta cidadania activa pró-activa, porque eles também se esqueceram de incluir na história pós-independência muitas outras histórias que foram necessárias, que contribuíram para as independências. Acima de tudo, esqueceram-se dos grandes projectos de igualdade social, igualdade económica e o que nós vemos hoje nos nossos países é o contrário, o oposto de tudo isto que foi prometido e, portanto, de alguma forma, embora com esta distância enormíssima em termos de quilómetros, há uma fraternidade e há uma solidariedade e há uma empatia e uma consciência de ambos os lados. Há a urgência e a premência de incomodar a história e incomodar a hegemonia de uma história que se quer fazer autoritária, que se quer fazer ignorante da diversidade, da riqueza e dos contributos maiores que vêm de uma cidadania representativa e representada no espaço da esfera pública e política destes vários países e diferentes continentes. RFI: Neste ano em que se comemoram os 50 anos das independências de vários países da África lusófona, sente que todas as reflexões que tem havido ao longo destes meses e que ainda vão acontecer até ao final do ano servem para fazer avançar o debate? Sente que há algum contributo maior que emergiu ao longo destes últimos meses? Sheila Khan: Eu penso que as pessoas estão sedentas de debate. As pessoas querem sair dos seus espaços domésticos e estão sedentas de debate. E isso vê-se não só ao nível das redes sociais, mas também se vê ao nível dos múltiplos eventos e actividades que foram feitos. A pergunta é: quantidade e qualidade? Aqui eu vou dizer que sim. Porquê? Porque a qualidade é diversa. Já não estamos fechados num discurso académico. Nestes vários eventos que eu tenho acompanhado, uns à distância e outros presencialmente, o que nós vemos é uma miríade muito rica de gentes de diferentes formações e diferentes enquadramentos. Escritores, investigadores, jornalistas, activistas, pessoas que trabalham para organizações não-governamentais e todos eles acham, e pelo menos é isto que eu tenho sentido e escutado, uma vontade de se ouvirem, de partilhar. Porque as pessoas começam a perceber que sozinhas não vão chegar a lado nenhum e que a solidão não traz contributos a ninguém e que é verdadeiramente importante, à luz daquilo que eu disse, esta ideia de incomodar a história, que é preciso conversar, debater e acima de tudo, trazer para o espaço, para a mesa do diálogo, a presença, muitas vezes ausente de muitas experiências, de muitas narrativas, emoções e memórias que são cruciais para se compreender porque é que as nossas sociedades não evoluem e percebemos isso quando estamos a debater os caminhos da literatura moçambicana. Nós temos ali como convidados não só escritores, mas temos antropólogos, sociólogos, politólogos, pessoas de vários enquadramentos da arte. E, portanto, isso tem um significado muito importante. A diversidade tem de estar presente para a construção de uma maturidade histórica política dos nossos países. E para terminar, dizer que há uma consciência clara, muito bem articulada, que as histórias dos nossos países não são totalmente cumpridas. Se não forem, e se não estiverem entrelaçadas, não há como compreender Portugal sem a sua experiência e todo o seu caminho imperial e colonial. Mas também não há como compreender e enquadrar um conhecimento mais cuidadoso e rigoroso das nossas ex-colónias, se não as relacionarmos com Portugal, porque, efectivamente há uma relação umbilical, histórica, geracional, que se transmite e que circula nos vários meridianos, que é a palavra "legado". Nós estamos constantemente a debater os "legados coloniais", as "heranças coloniais", porque nós ainda não fizemos o luto. E o luto requer conhecimento e requer o entendimento que nós somos múltiplos. Há uma pluralidade e não uma monocultura histórica que nos querem "vender". Nós estamos a incomodar a história refutando essa ideia.
O acordo de paz reduziu o martírio dos palestinianos em Gaza e levou os reféns para os braços de quem os esperava. Isto sabemos. Sobre o desarmamento do Hamas não há certezas, sobre a reconstrução urgente ou sobre um modelo futuro de Governo do território também não. As violência interpalestiniana adensa-se, os colonos ameaçam, batem e matam na Cisjordânia e nem por isso Israel está mais seguroSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta lição dos antigos nos ensina a ser fortes em meio às adversidades, porque muitas vezes elas são a própria resposta de Deus às nossas orações.O problema não é Deus não responder... é você ainda não entender como Ele responde.
O rescado do lançamento do livro do Homem Que Mordeu o Cão... e ainda uma história de paixão através de redes sociais.
"Isto é de loucos". Tiroteio em igreja no Michigan faz quatro mortos e oito feridos72d218c
"O que andas a ver de séries?". Isto.
Fazer o pequeno almoço à cara metade e um chocolate de sonho!
Video SummaryA cinematic spoken word piece that cuts through decades of family silence with surgical precision.Set against the Heaven's Gate cult tragedy and Hale-Bopp comet of 1997-98, this hybrid performance follows three wintry family gatherings where religious expectations collide with neurodivergent reality.Watch what happens when an autistic adult finally stops performing "normal" at the dinner table - and pays the price.This isn't therapy. Not self-help. No “cautionary tale.” It's a multi-layered examination of what we neurodivergents sacrifice. Trying to “belong” in families that were never built for hearts like ours.Unflinching. Complex. Necessary.Content Note: Strong language, family trauma, religious themes, substance use, mental health struggles, cult referencesKey Themes Explored:* Power dynamics at family tables where neurodivergent minds are judged as broken* Spiritual coercion and religious weaponizing against those who think differently* The breaking point when pretending to be neurotypical becomes impossible* Self-medication as shield against overwhelming social demands* Searching for meaning in systems designed to erase your kind of mind* Memory as witness to the violence of forced conformityWho This Resonates With:* Autistic adults who recognize the battlefield of family holidays* Anyone who's been the truth-teller in a family that prefers lies* People untangling religious conditioning from neurodivergent shame* Those hungry for real conversation about mental health… that skips the tacked-on happy endings* Readers drawn to generational trauma explored through disability lens* Anyone who knows that sometimes survival looks like betrayal* Anyone working with neurodivergent minds. Who wants to really understand what we're carryingDiscussion Starters:* How do family gatherings change when you stop performing neurotypical?* What price have you paid for speaking uncomfortable truths?* Do you recognize the intersection of religious pressure and neurodivergent shame?* How do you survive spaces where your honesty threatens everyone's comfort?Connect:* Drop your own family table survival tactics below* Subscribe for more unmasking without apologyFree Resources & Purchase Links
Experimentamos muitas alegrias em nossa vida, de muitas formas e por muitas razões, mas há uma alegria que é superior a todas. Todas alegrias que nós desfrutamos nesta vida são temporárias, passageiras, mesmo que sejam reais e legítimas, mas a alegria que o Senhor nos dá é perene e, por isso, é superior a todas as outras. Esta alegria foi declarada por Jesus em uma sentença: ter o nome escrito no céu. Isto significa estar seguro nas mãos de Deus, ser seu filho, receber o seu perdão e ter a certeza de suas bênçãos futuras. A alegria que o Senhor nos dá é maior que todas.
com Joana Azevedo e Diogo Beja
Sabedoria não é adquirida por meio de diplomas e aquisição de informações, mas é resultado de um olhar espiritual e profundo das coisas da vida. Isto só é possível com um encontro com Jesus. Nesta mensagem uma mulher nos ensina a partir de seus encontros com o Messias as características de uma sabedoria do alto.Pregação do Rev. David Horta na IP Moriah em Americana-SP no dia 14 de setembro de 2025.
Ricardo Pais acaba de cumprir 80 anos e garante nunca ter ambicionado ser um homem do seu tempo, embora considere como o comediante alemão Karl Valentin que “antigamente o futuro era habitado com mais esperança.” O seu percurso é marcado pela direção de grandes instituições teatrais, com uma fugaz passagem pelo Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, e uma forte presença no Teatro Nacional São João, no Porto. Isto além dos seus múltiplos papéis artísticos, enquanto encenador, ator e professor. Ricardo afirma que, agora que vive mais fora de cena, está a tratar da sua cabeça e a dedicar-se ao novo tempo, depois das sobras, sem grandes saudosismos ou pretensões. Ouçam-no nesta primeira parte da conversa com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
A princesa Iasmim não é como suas meias-irmãs. Em vez de passar horas se arrumando para encontrar um pretendente, ela prefere participar de uma grande corrida que ocorrerá na cidade. Seu sonho de vencer a competição parece estar mais próximo de se tornar realidade quando uma fada madrinha aparece com um novo par de tênis mágico! Isto é, até Iasmim perder um deles… Escrito por Caryl Hart, ilustrado por Sarah Warburton, traduzido por Ligia Azevedo r e publicado no Brasil pela editora Brinque-Book. Para acompanhar a história juntamente com as ilustrações do livro, compre o livro aqui: https://amzn.to/45YNIz5 Se vc gostou, compartilhe com seus amigos e me siga nas redes sociais! https://www.instagram.com/bookswelove_livrosqueamamos/ E fiquem ligados, porque toda sexta-feira publico uma nova história. Até mais!
Fernando Alvim conversou com Bruno Paixão sobre como os escândalos políticos degradam a Democracia.