O Instituto Moreira Salles participa da Flip com diversas atividades numa casa que é referência para quem vai a Paraty acompanhar a festa literária. Além de exposições e lançamentos de revistas, há entrevistas com escritores sobre obras literárias e personagens que marcaram suas vidas. As gravações…
Fotojornalismo, luto e literatura foram assuntos de Maureen Bisilliat na Casa do IMS. A fotógrafa nascida na Inglaterra relançou o livro "Sertões: luz & trevas", em edição do IMS, onde está todo o seu acervo. Obras como a de Euclides da Cunha moldaram sua visão do Brasil.
Integrante da banda Buraka Som Sistema e escritor que vem se tornando mais conhecido no Brasil, o angolano Kalaf Epalanga, que foi imigrante clandestino em Portugal, explicou na Casa do IMS como os africanos transformaram Lisboa.
Autora de "Memórias da plantação", a portuguesa Grada Kilombo falou à poeta Stephanie Borges de seu espanto com marcas do Brasil como a porta da frente e a porta dos fundos. "São serviços de humilhação: limpar o lixo, servir o café. É anterior ao colonialismo. É escravatura."
Para Coli, professor da Unicamp, "Os sertões" é "o maior livro da nossa literatura", que desmontou as ideias racistas do próprio Euclides da Cunha. Já Guimarães (USP) mostrou como Machado de Assis foi agudo e profético em suas crônicas sobre Canudos, que se mantêm atuais.
"A gente encontra pólvora e sangue", disse a socióloga Angela Alonso sobre a história brasileira. "Eu tenho a sensação de um país caindo em pedaços", afirmou a cientista política Heloisa Starling sobre os dias de hoje. As duas abordaram a violência nacional de agora e de sempre.
Apesar do título assustador da mesa, "Diante do fim do mundo", o líder indígena e escritor Ailton Krenak e a antropóloga Aparecida Vilaça destacaram formas de se construir o futuro. Mas alertaram para os riscos que os povos indígenas correm no governo Bolsonaro.
A historiadora e antropóloga destacou que o autoritarismo e a desigualdade social são marcas permanentes da história do Brasil. Mostrou como é falso o mito da democracia racial e disse que estamos numa "democradura".
A maneira que ficção e jornalismo se misturam em "Outras vidas que não a minha", de Emmanuel Carrère, foi o tema principal da conversa da peruana Gabriela Wiener com a jornalista Marília Scalzo na Casa do IMS.
Biógrafo de Clarice Lispector, Benjamin Moser criticou, em conversa com Eucanaã Ferraz na Casa do IMS, quem busca engajamento político na obra da escritora e destacou um aspecto dela que pouco se comenta: o humor.
O Marquês de Pombal, controverso e fundamental estadista português, foi o personagem escolhido pelo historiador e brasilianista britânico Kenneth Maxwell para sua conversa, na Casa do IMS, com o jornalista Flavio Pinheiro.
A mexicana Valeria Luiselli recordou, em conversa com Alice Sant'Anna na Casa do IMS, o impacto que teve ao ler na adolescência, morando na Índia, o clássico "Pedro Páramo", de Juan Rulfo.
Autor de "O dono do morro", sobre a favela da Rocinha, o jornalista e historiador britânico Misha Glenny falou na Casa do IMS sobre o seriado "The Wire". Para ele, é um exemplo de que a ficção pode ser até mais eficaz do que a reportagem ao retratar uma realidade complexa.
J.P. Cuenca escolheu Lima Barreto, sobretudo o romance "Recordações do escrivão Isaías Caminha", para tema de sua conversa com Paulo Roberto Pires na Casa do IMS. "Seus livros eram reflexos tão perfeitos da sociedade que se tornavam ofensivos."
O escritor William Burroughs fugiu dos EUA em 1952 por causa de problemas com a polícia. No México, matou sua mulher, Joan, com um tiro na testa. A história foi tema da conversa do escritor mexicano Álvaro Enrigue, na Casa do IMS, com Daniel Pellizzari.
O poeta e professor Sérgio Alcides se concentrou, na conversa com Alice Sant'Anna na Casa do IMS, na obra de Sebastião Uchôa Leite, reunida agora em "Poesia completa". Segundo ele, ao contrário de muitos, o pernambucano se tornou ainda mais radical na maturidade.
A série de conversas da Casa do IMS na Flip 2016 começou com um encontro entre a poeta Laura Liuzzi e o cineasta Walter Carvalho. O assunto principal foi Armando Freitas Filho, referência poética e afetiva para Laura e tema de documentário de Carvalho.
O quadrinista Rafa Campos optou por falar da tirinha "Krazy Kat", mas o assunto logo foi ampliado para vários outros quadrinhos e formas de arte. Campos defende uma arte sem concessões, sem lição de moral, e atacou aquilo que percebe como uma decadência nas HQs.
Acompanhado de cerveja e cachaça, Reinaldo Moraes, autor do hilário "Pornopopeia", conversou com Paulo Roberto Pires sobre "Memórias póstumas de Brás Cubas" e "Jogo da amarelinha", dois livros que se destacam pelo caráter lúdico e pelo estilo fragmentado que inspirou as narrativas do próprio Reinaldo.
O jornalista Roberto Pompeu de Toledo discutiu dois livros que leu recentemente: "O homem que amava os cachorros", de Leonardo Padura, e "Vida e destino", do soviético Vassili Grossman. Ambos tem Stalin como uma espécie de vilão não-declarado e são obras extensas e coesas ao mesmo tempo.
A portuguesa Alexandra Lucas Coelho conversou com Paulo Roberto Pires sobre Machado de Assis e a mulher do escritor, Carolina. Alexandra morou no Cosme Velho, no Rio. “Machado era o maior mito do bairro, o fantasma que estava ali.”
O argentino radicado na França Diego Vecchio escolheu falar sobre "Bouvard e Pécuchet", romance que Flaubert deixou inconcluso e que se destaca pela comicidade.
O cubano Leonardo Padura falou sobre como foi transformar pessoas que de fato existiram em personagens de ficção em "O homem que amava os cachorros". Também anedotas sobre a vida de Trótski.
A crítica literária Beatriz Sarlo conversou com Samuel Titan Jr sobre seu livro de viagens pela América Latina nos anos 1960, sua experiência com o jornalismo e a relação com Jorge Luis Borges e Antonio Candido.
A fotógrafa Maureen Bisilliat falou a Marília Scalzo, na Casa do IMS, sobre o projeto de recriar fotograficamente o trajeto de Mário de Andrade em "O turista aprendiz". E contou anedotas sobre Guimarães Rosa.
Em conversa com Samuel Titan Jr. na Casa do IMS na Flip, o pesquisador e crítico musical José Ramos Tinhorão traçou paralelos entre as obras de Eça de Queiroz e Aluísio Azevedo: eram provincianos, exerciam carreira diplomática e começaram escrevendo folhetins.
A série de conversas na Casa do IMS na Flip começou com o poeta e professor Eucanaã Ferraz falando de Carlos Drummond de Andrade, em entrevista a Samuel Titan Jr. Eucanaã escolheu o livro "A rosa do povo", que considera “o melhor de toda a poesia brasileira”. Disse que Drummond é um poeta que “não considera possível estar feliz, e quando está feliz, isso se transforma em um sentimento de culpa”.
O escritor e jornalista mexicano Juan Villoro discorreu, em conversa com Antônio Xerxenesky na Casa do IMS na Flip, sobre os múltiplos sentidos ocultos de "Crônica de uma morte anunciada", de Gabriel García Márquez.
A nostalgia deu o tom do segundo encontro de sábado na Casa do IMS na Flip, no qual o cineasta Cacá Diegues rememorou, em conversa com Rodrigo Lacerda, sua amizade com João Ubaldo Ribeiro, morto em julho de 2014.
O escritor e professor José Luiz Passos mostrou na Casa do IMS na Flip, em entrevista a Antônio Xerxenesky, como sua ficção foi moldada pelas inúmeras releituras de "Otelo", de Shakespeare.
Graciela Mochkofsky, uma das mais importantes repórteres argentinas, expôs na Casa do IMS na Flip, para João Gabriel de Lima, as complexas relações entre jornalismo e política que vigoram em seu país.
O escritor português Almeida Faria declarou na Casa do IMS na Flip sua paixão por "Grande sertão: veredas", de Guimarães Rosa, e contou a Samuel Titan Jr. sobre a origem de sua peculiar amizade com Raduan Nassar.
“Precisamos inventar a cidade!”, exclamou o arquiteto Paulo Mendes da Rocha em conversa com Flavio Pinheiro sobre diversos tópicos (de transporte público à educação dos filhos), na Casa do IMS na Flip.
Sérgio Augusto conversou na Casa do IMS na Flip com Samuel Titan Jr. sobre "A educação sentimental", de Flaubert. Para o jornalista, é "o grande romance sobre o fracasso".
O escritor chileno Jorge Edwards, autor de "A origem do mundo", detalhou na Casa do IMS na Flip sua admiração pelo compatriota Pablo Neruda, de quem foi amigo. Ele narrou casos vividos ao lado do poeta.
O cronista Antonio Prata levou às gargalhadas a plateia da Casa do IMS na Flip contando a Paulo Roberto Pires seus encontros com Campos de Carvalho, um de seus autores favoritos e, também, dos mais misteriosos.
Gregorio Duvivier, na abertura da programação da Casa do IMS na Flip, explicou por que a leitura de "O estrangeiro", de Albert Camus, foi tão importante em sua formação. E destaca que o livro é um libelo contra a pena de morte.
Nos 50 anos de "Vidas secas", o filme, Nelson Pereira dos Santos conta curiosidades de sua obra mais conhecida. O realismo com que mostrou a morte da cadela Baleia quase lhe rendeu um processo.
Em uma conversa divertida, com direito a ursos polares andando de patins sobre icebergs, os grandes amigos Chico Alvim e Zuca Sardan contaram histórias pontuadas por leituras e declamações poéticas.
Daniel Galera falou na Casa do IMS na Flip sobre "A travessia", romance de um de seus autores prediletos, o norte-americano Cormac McCarthy. E da influência de um dos personagens sobre sua obra.
"Montaigne é um sacana": no terceiro e último dia da Oficina Literária Flip/serrote, Paulo Roberto Pires analisa "Sobre os canibais", de Montaigne.
Adriana Calcanhotto era criança em Porto Alegre e, quando Mario Quintana passava nas ruas, sua mãe dizia: "É o poeta". A cantora leu versos de seu conterrâneo na Casa do IMS.
"Estou convencida de que Nabokov é o grande escritor da felicidade", afirmou a franco-iraniana Lila Azam Zaganeh na Casa do IMS, onde falou sobre o romance "Ada ou ardor".
Paulo Scott disse na Casa do IMS que ler "A náusea" aos 14 anos determinou que ele faria literatura. O romance de Sartre tem influência sobre todos os seus livros.
Um guarda-roupa seria um bom tema ensaístico? Geoff Dyer, convidado do segundo dia da Oficina Literária Flip/serrote, discorre com bom humor sobre essa premissa, enquanto Paulo Roberto Pires apresenta subtipos e princípios do ensaio.
"Por que, no momento em que as pessoas precisam das outras, a solidariedade falha?". Esta pergunta traduz muito das angústias de Joseph Conrad, sobre quem Milton Hatoum falou na Casa do IMS. "A linha de sombra" foi a novela que escolheu.
Braúlio Tavares abriu a série de conversas na Casa do IMS, na Flip 2013, defendendo a atualidade dos livros de José Agrippino de Paula, que tanto marcaram Caetano Veloso: "Lugar público" e "Panamérica".
No primeiro dia da Oficina Literária Flip/serrote, Paulo Roberto Pires conceituou o ensaio como gênero e apresentou sua história até a difusão no Brasil. O convidado do dia, Francisco Bosco, falou sobre sua trajetória e seus procedimentos.
A escritora portuguesa Dulce Maria Cardoso escolheu falar da mais famosa adúltera da literatura Madame Bovary, criada pelo francês Gustave Flaubert.
O escritor catalão Enrique Vila-Matas falou sobre dois personagens do romance "O grande Gatsby", de Scott Fitzgerald: o narrador Nick Carraway e um misterioso figurante que aparece em somente duas cenas do livro.
Zuenir Ventura escolheu como personagem o veterano do mar Ismael, em sua obsessiva relação com a baleia Moby Dick, do romance de Herman Melville. Luis Fernando Verissimo falou de outra obsessão, a de Humbert Humbert pela ninfeta Lolita, do livro de Vladimir Nabokov.