Maio de 1963. Um avião despenha-se na Guiné, em plena guerra de Ãfrica. O piloto sobrevive, mas fica em cativeiro durante sete anos e meio. Esta é uma história de sobrevivência e de amor. É a história de António Lobato, o militar português que mais tempo passou como prisioneiro de guerra. E é também a história da operação secreta para o resgatar, que a ditadura do Estado Novo sempre negou. “O Sargento na Cela 7†é uma série para ouvir em seis episódios e faz parte dos Podcast Plus do Observador. A narração é de Pêpê Rapazote e a banda sonora original de Noiserv.
Último episódio. Jorge Jardim engana todos, até a própria família, e consegue fugir da embaixada onde estava refugiado em Lisboa sem que ninguém se aperceba de nada. Impedido de voltar a Portugal, Jardim não desiste do Programa de Lusaka com vista à independência de Moçambique. O território vai mesmo tornar-se independente, com um acordo assinado em Lusaka, mas o engenheiro Jardim é afastado do processo: “passou a ser alguém que era contagioso”. Desde Espanha e com a ajuda de um conhecido fadista, Jorge Jardim vai tentar vingar-se dos homens que entregaram Moçambique diretamente à FRELIMO e coordenar ataques contra a extrema-esquerda em Portugal. Cada vez mais isolado, a morte de Jardim vai estar envolta num mistério que nunca poderá ser resolvido.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Jorge Jardim está a negociar um plano para a independência de Moçambique, mas não informa o governo português. E sente que o regime está na iminência de cair. No dia 25 de abril de 1974 é avisado por um telefonema de João Maria Tudela de que a revolução está na rua. Começa por encarar a mudança de regime como uma oportunidade, mas depressa percebe que o novo poder revolucionário não vê com bons olhos todo o poder que Jardim acumulou durante anos. É alvo de um mandado de captura e decide refugiar-se numa embaixada em Lisboa. Até ao dia em que, sem ninguém se aperceber de nada, desaparece sem deixar rasto. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Um cantor romântico e as mulheres mais bonitas do país são as novas armas de Jorge Jardim para levar a cabo os seus planos. Nos início dos anos 70, Jardim recruta um novo agente para a rede de espiões e informadores, um homem que vai passar a ser uma espécie de braço direito do engenheiro. É nada menos do que um dos cantores mais famosos de Portugal: João Maria Tudela. As viagens constantes, a pretexto da música, são o disfarce perfeito para as missões paralelas que Jardim lhe atribui. Tudela vai ainda desempenhar um papel importante na aposta que Jardim vai fazer nos concursos de beleza; encontrar as mulheres mais bonitas de Moçambique e levá-las a vencer o concurso de Miss Portugal. Tudo tem um objetivo: fazer a promoção internacional de Moçambique e começar a preparar a independência do território.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Contamos a história da organização terrorista através das suas vítimas. Guiados pela jornalista Tânia Pereirinha ouvimos os relatos na primeira pessoa dos familiares e dos ex-operacionais das FP-25.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Não é só Jorge Jardim que dá nas vistas em Moçambique. As filhas destacam-se pela coragem e por irem contra todas as convenções. Assim que fazem 17 anos saltam de paraquedas. E pilotam aviões, mesmo antes de terem idade mínima para tirar a carta de condução. Uma das filhas recebe o prémio de mulher mais audaz do mundo, e tem planos ainda mais ambiciosos: quer ir com o pai numa missão absolutamente confidencial. Para isso está até disposta a fazer um curso de combate.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Jorge Jardim admira James Bond e tenta copiar o agente secreto britânico em tudo. A casa onde mora com a família em Moçambique é digna de um filme do espião mais famoso do mundo, com torre de controlo e uma pista de aterragem para o seu avião privado. Em janeiro de 1961, Jardim viaja para o Brasil para tentar resolver um caso que centra todas as atenções do mundo: o impasse do sequestro do paquete Santa Maria. Nesse mesmo ano, segue para Angola para combater no início da guerra em África. Anos mais tarde, quando o conflito se estende finalmente a Moçambique, recebe uma nova missão. Tem de entrar em contacto com um poderoso homem em África. "O Misterioso Engenheiro Jardim" é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Lourenço Ortigão e a banda sonora original é de HMB. Pode ouvir semanalmente os episódios de "O Misterioso Engenheiro Jardim" na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. Os assinantes standard e premium do Observador têm acesso antecipado a todos os episódios no site do Observador. See omnystudio.com/listener for privacy information.
É o homem certo para resolver os casos mais difíceis. Jorge Jardim formou-se como engenheiro agrónomo e chegou ao governo com apenas 29 anos, mas em 1952 um convite vai mudar-lhe a vida. Muda-se com a família para África para trabalhar como administrador de uma fábrica. Mas a capa de um homem de negócios e de um pai de uma família numerosa escondia uma outra realidade: secreta, paralela e perigosa. A partir de Moçambique, o engenheiro vai voluntariar-se para as missões mais arriscadas. E estabelecer-se como uma espécie de agente secreto do governo, enviado a vários pontos do mundo. Nem as filhas sabiam o que pai andava a fazer. Pode ouvir semanalmente os episódios de “O Misterioso Engenheiro Jardim” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. Os assinantes standard e premium do Observador têm acesso antecipado a todos os episódios no site do Observador.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta é a história de Jorge Jardim, o agente secreto que parecia um simples homem de negócios, mas liderou missões perigosas em todo o mundo, tentou criar um país e foi pai de um clã de mulheres aventureiras. “O Misterioso Engenheiro Jardim” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Lourenço Ortigão e tem banda sonora original dos HMB. Estreia a 18 de março Pode ouvir semanalmente os episódios de “O Misterioso Engenheiro Jardim” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. Os assinantes standard e premium do Observador têm acesso antecipado a todos os episódios em www.observador.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Último episódio. Mais de seis anos depois do primeiro crime, um alerta da Interpol leva a PJ a Bruxelas. Mas em 2002 o processo é arquivado e anos depois os homicídios de Valentina, Fernanda e Maria João prescrevem. O que não significa que a história tenha acabado. Em 2011, um jornal anuncia que fez aquilo que a polícia nunca conseguiu: descobrir o Estripador de Lisboa. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quando as notícias das mortes das prostitutas em Lisboa chegam a New Bedford, nos Estados Unidos, ressurge uma dúvida antiga. E se o responsável pelas mortes de 11 mulheres na cidade, onde quase metade da população é descendente de portugueses, não só tiver fugido para Portugal como tiver voltado a matar? E se o “New Bedford Highway Killer” e o “Estripador de Lisboa” forem a mesma pessoa? Nesta altura, são várias as pistas internacionais seguidas pela PJ. Que também vai pôr sob escuta um médico muito suspeito. See omnystudio.com/listener for privacy information.
A investigação está a zeros. E a direção da Polícia Judiciária não está nada satisfeita. Chega a ponderar retirar o caso ao departamento de Homicídios, mas, no fim, decide criar um grupo especial para investigar. E pedir ajuda à polícia internacional mais habituada a lidar com casos de assassinos em série: o FBI.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O assassino volta à Póvoa de Santo Adrião e faz a terceira vítima. Mas desta vez a polícia não precisa de ajuda para a identificar: é uma mulher que os agentes responsáveis pelo caso conhecem bem. Entretanto, na margem sul, também começam a aparecer corpos. São pelo menos quatro mulheres mortas em sete meses, é impossível continuar a ignorar a história. Finalmente, o caso rebenta nos jornais. E nasce o “Estripador de Lisboa”. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Cinco meses depois, mais uma morte, noutro local, mas com a mesma assinatura. Agora a polícia já não tem dúvidas de que anda mesmo um assassino de prostitutas à solta em Lisboa. Dois agentes da PJ juntam-se para investigar e conseguem traçar o primeiro perfil do homicida, mas isso não os leva muito longe. É aí que decidem pedir ajuda às prostitutas de Lisboa. See omnystudio.com/listener for privacy information.
31 de julho de 1992. Quando encontra o corpo de uma mulher num barracão na Póvoa de Santo Adrião, a PJ não pode imaginar que aquele vai ser o início de um dos mais enigmáticos casos da história do crime em Portugal. A mulher assassinada era prostituta. Durante meses, os jornais não dão importância ao caso, que parece impossível de resolver. E a polícia está tão a zeros que chega a equacionar a hipótese de nem sequer ter existido crime — até que o assassino volta a atacar. "A Caça ao Estripador de Lisboa" é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Inês Castel-Branco e a banda sonora original é de Mário Laginha. Pode ouvir semanalmente os episódios de "A Caça ao Estripador de Lisboa" na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. See omnystudio.com/listener for privacy information.
A conturbada investigação ao assassino em série que há 30 anos aterrorizou o país e desafiou a PJ. Uma história de pistas falsas, escutas surpreendentes e armadilhas perigosas. “A Caça ao Estripador de Lisboa” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Inês Castel-Branco e tem banda sonora original de Mário Laginha. Estreia a 17 de dezembro. Pode ouvir semanalmente os episódios de “A Caça ao Estripador de Lisboa” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Último episódio. Uma bomba no jornal “Sol” é apenas o início. Nos próximos meses, vários ataques se vão seguir. Uma segunda bomba que explode na redação do jornal “O País”, onde Vera Lagoa também vai trabalhar. Outra num protesto no Porto. E a quarta na manifestação do 1 de dezembro, que junta milhares de pessoas na Avenida da Liberdade. Mas Vera Lagoa nunca vai deixar de escrever. Até ao fim. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Depois da revolução de 25 de abril, tudo muda para Vera Lagoa. De anti-fascista durante a ditadura passa a ser vista como reacionária. A crónica “Bisbilhotices” vai acabar de um dia para o outro e é hostilizada no Diário Popular. Decide lançar o seu próprio jornal, “O Diabo”, onde vai continuar a escrever tudo o que pensa, e sobre todos. As novas crónicas vão valer-lhe um mandado de captura e centenas de processos em tribunal. E o Presidente da República é um dos que a vão processar. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Precoce, rebelde, irreverente e contestatária. Começa a trabalhar aos 16 anos, torna-se independente aos 20. Parte para Paris aos 30, deixa tudo para trás. Dá-se com artistas e escritores, como Alves Redol e Natália Correia. Quando regressam, as duas encantam as ruas de Lisboa, são as mulheres mais bonitas da cidade. Maria Armanda é a primeira locutora da RTP, mas acaba despedida por excesso de personalidade. Quando se tornar Vera Lagoa nunca terá medo de dizer o que pensa. Apesar de tentarem fazer de tudo para a calar, até mesmo mandarem-na prender.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Muito antes de se tornar Vera Lagoa, Maria Armanda Falcão participou em várias ações de oposição contra a ditadura do Estado Novo. Apoiou a campanha do general Humberto Delgado à Presidência da República, que iria abalar o regime em 1958. A casa de Maria Armanda era um centro de atividades subversivas, que passavam também por esconder dissidentes perseguidos pela ditadura. É casada com José Manuel Tengarrinha, jornalista e opositor ao regime. E uma enorme tragédia vai abalar a família. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Uma mulher misteriosa aterroriza os homens mais poderosos do país. Numa crónica de jornal expõe-lhes as fraquezas como nunca ninguém tinha feito. Não lhe interessa se são ministros de Salazar, milionários ou donos das maiores empresas. Todos têm medo dela. E abrem-lhe as portas de um mundo exclusivo onde poucos podem entrar. Quem é Vera Lagoa, a mulher que não tem medo de provocar? “A Grande Provocadora” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por José Mata e a banda sonora original é de Moullinex. Pode ouvir semanalmente os episódios de “A Grande Provocadora” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta é a história de Vera Lagoa, a mulher mais temida pelos poderosos de todos os regimes. Afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. “A Grande Provocadora” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por José Mata e tem banda sonora original de Moullinex. Estreia a 1 de outubro. Pode ouvir semanalmente os episódios de “A Grande Provocadora” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Último episódio. O plano nazi para raptar o Duque de Windsor em Portugal é alvo de um sabotador improvável. Com o aproximar do dia da partida do Duque para as Bahamas, os alemães começam a ficar sem tempo e decidem recorrer a uma última jogada desesperada: pedem ao banqueiro português Ricardo Espírito Santo para fazer uma abordagem direta a Eduardo com uma oferta para se passar para o lado da Alemanha.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Os nazis enviam a Portugal Walter Schellenberg, um agente da Gestapo, para garantir que o plano para atrair o Duque para o lado da Alemanha é bem sucedido. O agente coloca em prática várias manobras para tentar assustar Eduardo e convencê-lo de que não está seguro em Portugal. Quando nada resultar, Hitler recorre a uma medida desesperada: ordena o rapto do Duque.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O dono da mansão cor de rosa onde o Duque de Windsor fica instalado na Boca do Inferno, em Cascais, em julho de 1940, é um dos homens mais poderosos e influentes do país. Ricardo Espírito Santo tem boas relações tanto com os britânicos como com os alemães, mas é a amizade próxima com o embaixador alemão em Lisboa que vai levantar suspeitas. Estará o banqueiro do lado dos nazis no plano para colocar o Duque novamente no trono de Inglaterra caso a Alemanha vença a guerra? Convencido de que Eduardo está disposto a alinhar no plano, Hitler decide enviar a Lisboa um agente secreto para assegurar o sucesso da missão. See omnystudio.com/listener for privacy information.
A poucos dias do fim da guerra, os Aliados descobrem numa floresta alemã uma série de documentos secretos nazis. É só o início: dias depois de a Alemanha se render, são encontrados ficheiros altamente reveladores e comprometedores — para o Duque de Windsor e não só. No verão de 1940, Eduardo e Wallis não são os únicos a passar por Lisboa. A capital portuguesa é um verdadeiro ninho de espiões, onde estão alguns dos agentes secretos que vão ficar célebres. Entre eles, Dusko Popov, o homem que se diz ter inspirado James Bond. Os alemães têm um plano para o Duque de Windsor, e a primeira parte desse plano passa por trazer Eduardo de volta para Espanha, um território mais favorável aos interesses nazis. Uma vez lá, vão propor-lhe que regresse ao trono de Inglaterra quando a Alemanha vencer a guerra. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Pressionado pelo governo britânico, o Duque de Windsor decide ceder e regressar a Inglaterra um dia depois de chegar a Portugal. Mas quando se dirige à embaixada para comunicar a decisão, recebe uma informação inesperada que vai mudar tudo. Menos de dois anos antes, em outubro de 1937, Eduardo esteve frente a frente com Hitler durante uma visita à Alemanha. E, mesmo depois de Eduardo ter abdicado do trono para se casar com Wallis Simpson, os nazis continuam a ter planos para ele. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Os Duques de Windsor chegam a Lisboa em julho de 1940, depois de os nazis terem invadido França e tomado Paris, onde viviam. O Duque, que foi o Rei Eduardo VIII antes de abdicar para poder casar com Wallis Simpson, uma americana duas vezes divorciada, está em guerra aberta com o governo e a família real. Eduardo só deveria ter ficado um ou dois dias em Portugal antes de regressar a Londres, mas nunca vai chegar a apanhar o avião. Durante um mês, o Duque fica instalado em casa do banqueiro Ricardo Espírito Santo, na Boca do Inferno, em Cascais. Torna-se no centro de todas as intrigas que envolvem os serviços secretos portugueses, britânicos e alemães. Hitler tem um plano para o Duque. E se ele não quiser colaborar, no limite os nazis estão dispostos a raptá-lo. “Um Rei na Boca do Inferno” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Soraia Chaves e a banda sonora original é de Cláudia Pascoal. Pode ouvir semanalmente os episódios de “Um Rei na Boca do Inferno” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em julho de 1940, Eduardo VIII, o Rei inglês que abdicou do trono por amor, passou um mês em Portugal. Os nazis tinham um plano: recolocá-lo no trono quando vencessem a guerra. Para isso, estavam dispostos a raptar o antigo monarca em Lisboa. “Um Rei na Boca do Inferno” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Soraia Chaves e tem banda sonora original de Cláudia Pascoal. Pode ouvir semanalmente os episódios de “Um Rei na Boca do Inferno” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Último episódio. Ao fim de várias décadas, a terceira parte do segredo de Fátima é finalmente revelada no ano 2000, durante a terceira e última visita de João Paulo II a Portugal. A mensagem que o Vaticano revela não é nada daquilo que Juan Fernández Krohn imaginava, e que o tinha levado a tentar matar o papa em Fátima. No sexto e último episódio, o desfecho do julgamento de Krohn e a vida após a tentativa de atentado que o levou a ser conhecido em todo o mundo. Quarenta e dois anos depois, quem é Krohn hoje em dia, onde está e como olha para o ato radical que teve em Fátima?See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Papa está vivo e o padre Krohn está preso. Na óptica do padre espanhol significa que correu tudo mal: se o plano tivesse resultado, por esta altura estariam ambos mortos — e Krohn seria um mártir. Em vez disso, vai passar os próximos meses a ser interrogado pelas autoridades portuguesas, a quem decide contar tudo, desde o primeiro instante. Em outubro desse mesmo ano, quando começa o julgamento, a situação vai piorar ainda mais: os juízes vão ter dúvidas sobre a sua capacidade de ser julgado. É verdade que confessou tudo, mas Krohn será um verdadeiro criminoso ou apenas um louco? Para responder a essa pergunta vão ser precisos meses — e muitas horas de conversa, de testes e de avaliações psiquiátricas. Seria preciso esperar bem mais para decifrar o mistério do sangue encontrado nas roupas de João Paulo II na noite do atentado: só em 2008, três anos depois da morte do Papa e mais de 25 anos depois do atentado, é que o seu secretário particular vai finalmente quebrar o silêncio.See omnystudio.com/listener for privacy information.
12 de maio de 1982, a noite do ataque. Há um milhão de pessoas em Fátima. João Paulo II reza o terço na Capelinha das Aparições. Quando está a começar a subir a escadaria rumo à basílica, onde vai assistir à procissão das velas, a situação fica fora de controlo. Um padre salta as barreiras e tenta passar para lá dos seguranças. Grita-lhes que só quer beijar o Papa, mas a expressão agressiva que tem no rosto faz adivinhar o contrário. Nesse momento ninguém vê que, dentro da pasta castanha que traz na mão, o sacerdote tem um sabre afiado. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Roma, maio de 1981. Ainda na cama do hospital onde foi internado depois de o turco Ali Agca o ter tentado matar a tiro, João Paulo pede que lhe levem um misterioso documento guardado há décadas num cofre no Vaticano: a terceira parte do segredo de Fátima. Quando lê o texto percebe imediatamente que a sua vida está ligada a Fátima. Mais: atribui à Virgem, que em 1917 apareceu aos três pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta, a sua salvação. Krohn, por seu turno, também tem uma teoria sobre o terceiro segredo e sobre os motivos por que, tantos anos depois, sucessivos Papas continuam a recusar revelá-lo. E é por isso mesmo que decide matar João Paulo II em Fátima. Traça o plano minuciosamente. Mas não contou com outro homem que vai fazer tudo para o impedir. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quem é Juan Fernández Krohn, e por que motivo quer matar João Paulo II? Krohn nasce em 1949, em Madrid, em plena ditadura franquista, numa família católica conservadora. Na universidade, já assumidamente anticomunista, desilude-se com o Concílio Vaticano II e com as reformas ontroduzidas na Igreja. Dá os primeiros passos rumo a uma radicalização que, no início da década de 1980, o há de levar a fazer planos para matar o Papa. Entretanto, na Polónia o comunismo começa a fraquejar e João Paulo II, o primeiro Papa de Leste, ajuda a inspirar o nascimento do “Solidariedade”, um sindicato independente do Partido Comunista. Nada disso faz com que Krohn tire da cabeça a ideia de que o Papa é, na verdade, um aliado dos comunistas que está deliberadamente a destruir a Igreja Católica por dentro. Em 1981, o padre espanhol vê na televisão o assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat e percebe que pode fazer o mesmo. Tem dificuldade em escolher uma arma, só acerta à terceira. Inicialmente, começa a fazer planos para matar o Papa em Roma. Mas o anúncio da viagem do Papa a Fátima vai mudar tudo. See omnystudio.com/listener for privacy information.
12 de maio de 1982. Juan Fernández Krohn chega finalmente a Lisboa, depois de seis meses a arquitetar um plano para matar o Papa. Não marcou hotel nem traz bagagem: está preparado não apenas para assassinar João Paulo II, mas também para morrer. Horas depois, o padre espanhol ultraconservador já está à espera em Fátima quando o Papa aterra em Lisboa e dá início à primeira visita oficial a Portugal. Uma viagem que, explica João Paulo II desde o início, só tem um propósito: agradecer por ter sobrevivido ao atentado de que foi alvo um ano antes na praça de São Pedro, em Roma. Um atentado que aconteceu no dia 13 de maio de 1981, no mesmo dia e praticamente à mesma hora das aparições de 1917, na Cova da Iria. “Matar o Papa” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Pedro Laginha e a banda sonora original é de Rodrigo Leão, com participação especial de Adriano Luz na voz portuguesa de Juan Fernández Krohn. Pode ouvir os episódios de “Matar o Papa” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube Music ou outras plataformas de Podcast.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em maio de 1982, o Papa João Paulo II veio pela primeira vez a Portugal, exatamente um ano depois de ter sido alvejado por Mehmet Ali Agca, em plena Praça de São Pedro. O objetivo da visita, explicou desde o início, era só um: agradecer à Virgem de Fátima por estar vivo. O que não poderia imaginar é que, no santuário, à espera dele, estava outro homem que também o queria matar: Juan Fernández Krohn, um padre espanhol ultraconservador. “Matar o Papa” é o novo Podcast Plus do Observador, com estreia a 13 de maio. É narrado por Pedro Laginha e a banda sonora original é de Rodrigo Leão, com participação especial de Adriano Luz na voz de Juan Fernández Krohn. Pode ouvir semanalmente os episódios de “Matar o Papa” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube Music ou outras plataformas de Podcast. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Último episódio. O capitão Almeida Santos e os militares que apoiavam a Operação Papagaio conseguem fugir do Forte de Elvas, para onde tinham sido transferidos. Durante meses, o grupo esconde-se numa casa em Trás-os-Montes antes de se instalar finalmente numa vivenda em Rio de Mouro. Apenas quatro dias depois de chegarem à nova morada, o capitão é assassinado. Vinte anos mais tarde, o crime há de dar origem ao polémico romance “A Balada da Praia dos Cães”, de José Cardoso Pires. No final da história, o que aconteceu a “Gavroche”, o mentor da “Operação Papagaio”? E afinal, onde está a gravação revolucionária que deveria ter sido colocada no ar no Rádio Clube Português?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Apesar das dificuldades, Gavroche mantém o plano: os operacionais vão entrar no Rádio Clube Português, interromper o programa de rádio mais ouvido do país e pôr a tocar a bobine revolucionária com a gravação a apelar ao fim da ditadura. Mas Artílio Batista volta a falhar e diz que, afinal, não vai conseguir arranjar um carro para a operação. Sem forma de viajarem até à Parede, os homens decidem abortar o plano, na própria noite em que devia ter acontecido. Os militares detidos na Trafaria ficam furiosos e chamam Gavroche ao presídio. Mas, dias depois de fazerem planos para novas operações, ficam a saber que vão mesmo ser julgados por envolvimento no Golpe da Sé e são transferidos para outra cadeia militar, a mais de 200 quilómetros de Lisboa. Se não quiserem ficar presos durante anos, vão ter de arranjar forma de fugir. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Onde está a verdade? Há quatro versões diferentes da obscura Operação Papagaio que chegaram até aos dias de hoje. Em duas delas, o conhecido surrealista Mário-Henrique Leiria é apresentado como o cabecilha do plano. Leiria era declaradamente anti-regime, já tinha sido detido pela PIDE anos antes, e efetivamente participou em reuniões conspirativas na Parede, numa casa que ficava mesmo ao lado da de “Gavroche”. Mas qual a fronteira entre os mitos e a realidade? Os documentos da polícia política do Estado Novo escondidos até hoje na Torre do Tombo desmontam os vários mitos associados nos últimos 64 anos à Operação Papagaio. Perante as desistências de operacionais à medida que a data combinada para o assalto ao Rádio Clube Português se aproxima, novos elementos têm de ser recrutados à última hora para pôr a operação em marcha. Um deles vai ter o nome de código "Júnior". Vai ser um erro de casting mas, como se verá, nem sequer vai ser o único. Certo é que os boatos já correm pelos cafés de Lisboa: "os surrealistas andam a brincar aos cowboys".See omnystudio.com/listener for privacy information.
A loura misteriosa que procura Gavroche no trabalho passa a ser o elo de ligação entre os conspiradores. Chama-se Maria Eduarda e é casada com um dos militares que querem entrar no plano da “Operação Papagaio”: atacar o Rádio Clube Português, interromper o programa de rádio mais ouvido do país e substitui-lo por uma gravação com um apelo à revolução. Também ela vai ser importante na noite da operação, e vai ganhar um nome de código: “Alice”. Com a ajuda do primo, Luís Filipe Costa, Gavroche grava a bobine com a mensagem revolucionária. Mas começam a surgir as primeiras contrariedades: há armas que não funcionam e homens que desistem. E os que são chamados para os substituir podem, afinal, não ser de confiança.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A derrota do General Humberto Delgado nas eleições presidenciais de 1958 deixa no ar um clima de revolta, propício à insurreição. De um lado, trama-se o Golpe da Sé, que acaba por não ir para a frente com a intervenção da PIDE e atira uma série de homens para a prisão, entre eles vários militares. Do outro, começa a formar-se um grupo de antifascistas, com raízes nos artistas surrealistas do Café Gelo — e não só. À medida que os planos vão crescendo, os dois grupos vão aliar-se. Mas um dos militares presos na sequência do Golpe da Sé vai revelar-se, meses mais tarde, o homem encontrado morto nas areias da praia do Guincho.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Abril de 1960. “Gavroche” entra em pânico quando descobre que os antigos companheiros da “organização secreta” a que pertencia foram presos e confessaram o homicídio de um dos membros do grupo, responsável pela obscura “Operação Papagaio”. Desde a adolescência que Gavroche — alcunha pela qual Henrique dos Santos Carvalho é conhecido — está envolvido em movimentos de oposição ao Estado Novo. Mas é só depois das eleições de 1958, em que o General Humberto Delgado desafia o regime, que tem a ideia para um plano mirabolante para pôr fim à ditadura. É no Café Gelo, ao Rossio, um conhecido pouso de artistas surrealistas por aquela altura, que vai recrutar militantes para um movimento que pretende derrubar Salazar. Até que aparece uma loura misteriosa para dar a volta ao plano.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta é a história nunca contada de como um grupo improvável de artistas surrealistas e revolucionários profissionais se juntou em 1959 para derrubar Salazar. Tinham nomes de código, uma oficial de ligação, armas e um plano louco para acabar com a ditadura. Mas, no final, tudo terminou com um deles a ser assassinado pelos companheiros — um crime que, anos mais tarde, serviria de inspiração para o livro “A Balada da Praia dos Cães”, de José Cardoso Pires. "Operação Papagaio" é o novo Podcast Plus do Observador. A narração é de Miguel Guilherme e a banda sonora original de Rita Redshoes. See omnystudio.com/listener for privacy information.