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Artes
"O meu corpo é resistência”: Solo da bailarina moçambicana Mariana Tembe marca Avignon

Artes

Play Episode Listen Later Jul 9, 2025 10:15


A bailarina moçambicana, Mariana Tembe sobe ao palco no Pátio de Honra do Palácio dos Papas, no Festival de Avignon, no espectáculo NÔT, de Marlène Monteiro Freitas. Um corpo em libertação, que dança a coragem, a sobrevivência e a luta de muitas mulheres. Uma presença forte num espetáculo onde o gesto fala mais alto que as palavras. Na sua 78.ª edição, o Festival de Avignon, abriu com um espetáculo sem palavras, mas com todos os sentidos expostos. NÔT é a mais recente criação da coreógrafa cabo-verdiana Marlène Monteiro Freitas, foi apresentado no Palácio dos Papas, cenário privilegiado onde a dança se transforma em ritual. Em palco, oito intérpretes contam, com o corpo, uma versão desordenada e hipnótica das Mil e Uma Noites. Entre eles, destaca-se uma figura pela força e contenção do seu gesto: a bailarina moçambicana Mariana Tembe. Com um solo que ocupa o espaço como um murmúrio que cresce até se tornar clamor, a bailarina oferece ao público francês, e ao olhar atento da crítica internacional, uma performance de grande densidade física e emocional. “O palco é o lugar onde ninguém me controla. Onde me liberto, onde me permito”, diz a intérprete. Durante 1h45 de espetáculo, o seu corpo é instrumento, voz, resistência. Nascida e formada em Moçambique, Mariana Tembe é intérprete de dança contemporânea, com um percurso construído entre África e Europa. O seu encontro com Marlène Monteiro Freitas deu-se em 2019, quando foi convidada a integrar o universo da coreógrafa. Mas a adaptação não foi imediata. “Foi muito estranho para mim... Eu venho de uma dança mais centrada no movimento técnico. Entrar no universo da Marlène foi um choque. Não percebia como me encaixar naquele mundo”, recorda. Durante meses, o corpo resistiu, “levou algum tempo para o meu corpo se alinhar ao tipo de movimento que ela exige”. Esse processo de incorporação tornou-se, com o tempo, uma fusão. “Hoje, percebo que essa linguagem faz mais sentido do que a anterior. Quando estou sozinha no estúdio, o meu corpo reage naturalmente de forma diferente. Encarnei essa linguagem”, conta. A construção desse vocabulário físico não se faz de fórmulas. Exige disponibilidade total. “É uma presença física, psicológica e emocional. Junta-se tudo e acaba por blindar o corpo. O que se vê em palco é resultado desse processo”, explica a bailarina. Um solo de libertação e sobrevivência O solo de Mariana Tembe em NÔT surge no momento central do espetáculo. Perante uma plateia de mais de 2.000 espectadores, a bailarina, amputada de ambas as pernas, ocupa o centro do espaço do Palácio dos Papas num crescendo de energia e vulnerabilidade. Com mobilidade reduzida, o seu corpo reinventa a dança e na plateia, o público assiste, em silêncio, a um corpo que parece não ter limites. “Sinto-me fora de controlo, sim. Mas de uma forma boa. Eu começo a dar desde o início e vou até ao fim. Não penso, deixo-me ir. E partilho o que tenho para partilhar com o público”, descreve. Essa partilha é tudo menos abstrata: “O solo trata de uma história muito marcante, uma história de sobrevivência e de luta. Uma jovem que arrisca a vida para salvar outras. Depois dessa sua acção, muitas mulheres sentiram-se livres”. Mariana Tembe reconhece o eco desta narrativa na sua própria trajectória e na de muitas outras mulheres. “Nós, mulheres, lutamos de formas diferentes. Mesmo quando o pior está diante de nós, seguimos, furamos paredes, quebramos barreiras sem pensar duas vezes”, sublinha. Depois da estreia, o público partilhou ecos da sua presença. “As pessoas reconhecem-me na rua. Dizem: ‘Ah, tu estiveste em NÔT! Aquele solo foi incrível!' Falam do momento em que levanto os braços, do momento em que canto”, conta feliz. Apesar da humildade, Mariana Tembe reconhece a força do que fez: "É muito forte para mim também. Porque esse solo, além de tudo, é libertação. É coragem. É entrega”. O peso de estar em Avignon Para qualquer intérprete, pisar o Palácio dos Papas é uma experiência de consagração. “Sinto que faço parte de um movimento de revolução. Esta já é a terceira edição consecutiva em que o festival é aberto por uma mulher. E não é qualquer festival. É o Festival de Avignon”, recorda. O festival de Avignon, fundado em 1947, é um dos maiores e mais respeitados festivais de teatro e artes performativas do mundo. Nos últimos anos, tem dado sinais de abertura a novas geografias e linguagens, mas a presença de artistas africanos, sobretudo mulheres, continua a ser excepção. A abertura com NÔT representa, nesse contexto, uma afirmação estética e política. A presença de Mariana Tembe em palco é arrebatadora não só pelo rigor físico, mas pelo que carrega de simbólico. Num espaço historicamente ocupado pelo poder eclesiástico e patriarcal, o corpo de uma mulher, africana, é agora centro e voz. Um gesto que Mariana Tembe não impõe, mas que ocupa. Quando lhe pedimos que resuma esta experiência numa palavra, responde sem rodeios: "Uau" e, depois de uma curta pausa, como quem precisa de mais palavras, diz: “É desafiador. Revolucionário.”

Explicador
Fernando Santos: "O país está dorido. É uma morte trágica"

Explicador

Play Episode Listen Later Jul 3, 2025 16:51


Perante a morte de Diogo Jota e André Silva, Fernando Santos, ex-selecionador nacional, recorda a carreira do internacional português e lembra um jogador que era um exemplo dentro e fora de campo.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Ana Raquel Veloso
EP94 - É tudo uma questão de perspetiva.

Ana Raquel Veloso

Play Episode Listen Later Jul 2, 2025 12:26


Perante a mesma situação podemos ter respostas ou reações diferentes. Os filtros com que vemos o mundo são muitas vezes criados na nossa infância e condicionam bastante a nossa vida adulta…

Convidado
Acordo de Lisboa: A vitória do PAIGC rumo à independência de Cabo Verde

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 19:36


Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica várias reportagens sobre o tema. Neste nono episódio, falamos da luta política no pós-25 de Abril que se travou dentro e fora de Cabo Verde para culminar no Acordo de Lisboa rumo à independência de 5 de Julho de 1975. Nesta reportagem, vamos ao encontro de Pedro Pires, um dos arquitectos do Acordo de 19 de Dezembro de 1974, e de Silvino da Luz, também dirigente do PAIGC que dirigiu a luta política em Cabo Verde nos meses que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. O Acordo de Lisboa foi assinado a 19 de dezembro de 1974 entre o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o governo Português. O documento representava uma meta histórica na luta de libertação e fixava os termos em que iria decorrer a independência do arquipélago seis meses depois, a 5 de Julho de 1975. Este era o culminar de um intenso processo negocial entre as duas partes e de uma desgastante luta armada, na Guiné- Bissau, de 11 anos. O protocolo de Lisboa surgia meses depois da assinatura dos Acordos de Argel (26 de Agosto), em que o Estado português reconhecia a independência da Guiné-Bissau, proclamada unilateralmente pelo PAIGC, a 24 de Setembro de 1973, reconhecendo também o direito de Cabo Verde à autodeterminação e independência. O Acordo de Lisboa foi rubricado, da parte do PAIGC, por Pedro Pires, Amaro da Luz e José Luís Fernandes Lopes; e, do Estado português, pelos ministros Melo Antunes, Mário Soares e Almeida Santos. O comandante Pedro Pires, hoje com 91 anos, entende que foi feito um “excelente trabalho” por se ter resolvido o conflito e se terem criado condições para relações “amistosas e úteis” com Portugal. “Apesar da nossa inexperiência em matéria de negociações, a nossa inexperiência em matéria de preparação técnica e jurídica para negociações, apesar disso, entendo que fizemos um bom trabalho. Fizemos um excelente trabalho. Está claro que não fizemos o trabalho sozinhos. Tivemos uma assessoria pela qual tenho também muito respeito. Nessa equipa de negociadores, havia duas pessoas que estavam à frente do processo. Eu era o líder ou chefe da delegação, portanto o estratega, e o nosso jurista era o Dr. José Araújo. Eu entendo - é um juízo em causa própria - mas eu entendo que fizemos um bom trabalho porque fizemos duas coisas importantes: resolvemos o conflito, mas, ao mesmo tempo, criámos as condições políticas para o desenvolvimento de relações amistosas com o Estado português, amistosas e úteis com o Estado português”, explica Pedro Pires. Pouco antes do 25 de Abril, em Março de 1974, tinha havido um encontro secreto, em Londres, entre o enviado do governo português, José Manuel Villas-Boas, e três elementos do PAIGC, nomeadamente Silvino da Luz, então representante da Guiné Bissau junto das Nações Unidas. O objectivo era tentar pôr fim à guerra na Guiné, abrir caminho ao reconhecimento da independência desse país, mas a questão de Cabo Verde era colocada na gaveta, conta Silvino da Luz. “Há um facto importantíssimo de que não se fala, um célebre encontro com o enviado de Marcello Caetano em Londres, que teve lugar em Março de 1974. Porque é que não prosseguiu? Porque a nossa delegação continuou as discussões, mas o mandatário não estava legitimado, não tinha instruções para falar de Cabo Verde, só queria falar da Guiné-Bissau e encontrar um meio termo para pôr fim à guerra na Guiné. Quando eu levanto o problema de Cabo Verde, ele diz-me que não tinha instruções, não podia falar sobre isso, e nós, para não dar a missão por falhada, ele aceitou o princípio de regressar a Lisboa, receber instruções, e marcámos a próxima reunião para as primeiras duas semanas de Maio. Isso já não se pôde cumprir porque, entretanto, dá-se o 25 de Abril”, conta Silvino da Luz. Pedro Pires acrescenta, justamente, que “as negociações só foram possíveis com a mudança de regime em Portugal”. “O regime anterior, dirigido por Marcello Caetano e pelo Presidente da República, Américo Tomás, não aceitaria de maneira nenhuma negociar ou, pelo menos, resistiram e não quiseram aceitar. Perderam o poder, foram destituídos e instala-se em Portugal um novo regime e é esse novo regime que decidiu, corajosa mas também inteligentemente, ir para as negociações”, afirma o comandante que tinha participado na luta de libertação de Cabo Verde e Guiné-Bissau e que chefiou a delegação do PAIGC nas conversações de Londres e Argel. O 25 de Abril de 1974 vai acelerar o calendário da história. O Acordo de Lisboa é assinado oito meses depois e, à semelhança dos acordos para os outros territórios independentistas, eles só foram possíveis depois da publicação, a 27 de Julho, em Portugal, da Lei da Descolonização que revogava a norma que impedia o Estado português de qualquer cedência do seu ultramar, conforme a Constituição de 1933. Até à publicação dessa lei, a parte portuguesa tinha dúvidas quanto à forma como realizar essa descolonização: a questão era se deveria consultar as populações, no quadro da chamada autodeterminação dos povos ou se deveria negociar directamente e apenas com os movimentos históricos armados, declarados pela Organização da Unidade Africana e pelas Nações Unidas como os representantes legítimos dos seus povos. De um lado, estavam as forças conservadoras chefiadas pelo general António de Spínola e Presidente da República (a partir de 15 de Maio), que defendera meses antes a tese da federação no livro “Portugal e o futuro”. Do outro, estavam as forças “progressistas” do Movimento das Forças Armadas (MFA), integradas pelos Capitães de Abril. Venceu a tese do MFA no sentido de uma descolonização a mais rápida possível, com a publicação, a 27 de Julho, da Lei da Descolonização. Um diploma que Spínola dirá mais tarde ter sido publicado sem o seu conhecimento prévio e, o mais grave, sem a sua assinatura. Os que hesitavam em entregar o poder ao PAIGC, como Spínola, mas também Mário Soares, argumentavam que do ponto de vista cultural, Cabo Verde estava mais próximo de Portugal que da Guiné e duvidava-se da viabilidade económica do novo Estado, a braços com uma seca desde 1967 e inteiramente dependente de Lisboa para a sua sobrevivência. Por outro lado, no contexto da Guerra Fria, a posição geoestratégica do arquipélago atraía as atenções internacionais e havia quem temesse a sua sovietização. Por isso, o acordo para “Cabo Verde não foi tão fácil como parecia à primeira vista”, admite Pedro Pires. “Cabo Verde não foi tão fácil como parecia à primeira vista porque tendo nós negociado em Argel e fixado algumas ideias no acordo, Cabo Verde era a continuação das negociações de Argel. Ora, só sete meses depois é que conseguimos reiniciar as relações que tinham sido suspensas depois de Argel. Em Cabo Verde entrou um outro factor que durante muito tempo não sei se esteve ausente, mas esteve quase ausente, que é a questão da posição geoestratégica do Cabo Verde. A grande questão dos responsáveis portugueses na altura era: ‘o que é que o PAIGC vai fazer com Cabo Verde? Vai entregar isso aos russos ou aos Soviéticos?'. Porque dentro da campanha de deslegitimação do regime português da altura contra os movimentos de libertação e contra o PAIGC em particular, nós éramos agentes do estrangeiro, serviçais ou serventuários dos comunistas, anticristãos... E subjacente a isso, na mentalidade dos próprios dirigentes ou de alguns dirigentes portugueses, a situação continuava, o risco de nós sermos agentes da Rússia ou da União Soviética e entregássemos essa posição geoestratégica importantíssima ao inimigo ou ao adversário. Isso complicou bastante o processo negocial. Foi precisa muita persistência do nosso lado para vencer esses posicionamentos”, conta o também antigo Presidente de Cabo Verde. Depois de uma guerra de 11 anos, com milhares de mortos, feridos e mutilados, Pedro Pires tinha para a sua orientação, que a soberania da Guiné-Bissau não era negociável e o direito à independência de Cabo Verde também não era negociável. O PAIGC também exigia ser considerado como o único interlocutor válido nos dois territórios. O PAIGC tinha sido o único movimento de libertação a proclamar, ainda que unilateralmente, a independência de uma das colónias portuguesas, a Guiné, e a reivindicar, desde os finais da década de 1960, o controlo de uma parte significativa do território guineense. Porém, não tendo havido luta armada dentro do território de Cabo Verde, os meses que antecederam a proclamação da independência do arquipélago foram de trabalho político intenso e de confronto entre forças políticas nas ilhas.  É que se a nível internacional, o PAIGC era reconhecido tanto pela Organização das Nações Unidas (ONU) como pela Organização da Unidade Africana (OUA) como o único e legítimo representante do povo de Cabo Verde, dois outros partidos queriam mostrar que existiam e participar no futuro do arquipélago: a União do Povo das Ilhas de Cabo Verde (UPICV) e a União Democrática Cabo Verdiana (UDC). Para Pedro Pires, quem lutou pela independência foi o PAIGC e o resto é “fantasia”: “Lutar pela independência é o PAIGC. O resto é fantasia. Toda a gente quer, mas essa coisa é com provas, não basta dizer 'aqui estou eu', mas é preciso provar se fez alguma coisa que credibilize, que dê legitimidade.” Também a historiadora Ângela Benoliel Coutinho, autora de “Os Dirigentes do PAIGC - Da Fundação à Ruptura 1956-1980” diz que falta documentação para se fundamentar a existência enquanto partidos constituídos da UPICV e da UDC e lembra que “o PAIGC foi reconhecido pela OUA como o único legítimo representante dos cabo-verdianos e também foi reconhecido pelas Nações Unidas no dia 5 de Abril de 1974 como o único legítimo representante dos cabo-verdianos”. “Temos conhecimento da actuação de José André Leitão da Graça. Terá fundado a UPICV - a União dos Povos Independentes de Cabo Verde - que tinha como principal objectivo obter a independência política de Cabo Verde, e não estava de acordo com o PAIGC relativamente ao projecto de unidade com a Guiné-Bissau. E sabemos que José André Leitão da Graça actuou com a sua esposa, viveu muito tempo em Dacar, viveu também no Gana, mas eu desconheço um levantamento de arquivo de documentação relativa a esse partido, se é que foi um partido, porque conhecemos duas pessoas, não é? Fala-se de outros militantes sem que se saiba o que terão feito (…) É-nos difícil para nós, como historiadores, compreender a natureza, a actuação desses movimentos, quando são escassos os próprios depoimentos. Não temos livros de memórias, entrevistas das pessoas que terão estado envolvidas no outro dito partido que terá sido criado depois do 25 de Abril, a UDC. São referidos alguns nomes, mas essas pessoas nunca deram uma entrevista longa. Não temos documentos nenhuns. Temos uma ou outra notícia, um panfleto”, explica à RFI, por telefone, Ângela Benoliel Coutinho. No livro “Cabo Verde – Os Bastidores da Independência”, o jornalista José Vicente Lopes foi pioneiro a falar dessas forças políticas que tentavam rivalizar com o PAIGC. Também o historiador José Augusto Pereira fala disso na obra “O PAIGC perante o dilema Cabo-Verdiano”. A UPICV era uma organização fundada em 1959, liderada pelo nacionalista José Leitão da Graça, que teria mais presença em Santiago e um pouco na ilha do Fogo, era a favor da independência mas contra a unidade com a Guiné. A UDC, criada em Maio de 1974, estava localizada em São Vicente e um pouco em Santo Antão, sendo chefiada pelo advogado João Baptista Monteiro e estando inicialmente contra a independência, mas a favor do projecto federativo do general Spínola, ou seja, defendia o estatuto de adjacência para Cabo Verde, como o caso dos Açores e da Madeira. Entre o 25 de Abril e o 19 de Dezembro de 1974, houve meses quentes de intensa luta política. Logo após a Revolução dos Cravos, Silvino da Luz foi o primeiro dirigente do partido a ser enviado para Cabo verde para organizar as estruturas do partido. Ele conta-nos que foi designado como o primeiro responsável do PAIGC a ir para Cabo Verde fazer a luta política e tirar o partido da clandestinidade. Era “o homem do terreno”, como nos conta, em sua casa, no Mindelo. “Nessa altura fui designado como o primeiro responsável do PAIGC que vinha para Cabo Verde para fazer a luta política e tirar o partido da clandestinidade. E depois o 25 de Abril, eu fui o primeiro dirigente a ser enviado e aqui estive até à independência nacional. Criou-se na altura uma comissão de três membros, em Conacri, que eram eu, o Comandante Osvaldo Lopes da Silva e o Comandante Carlos Reis, mas eu era o primeiro responsável, eu é que praticamente dirigia. Regressei à minha terra com essa missão e, felizmente, foi missão cumprida. Eu era o homem encarregado de criar as condições localmente, de fazer a manifestação de forças do PAIGC, tornar o PAIGC o único a ser visto. Eu é que dirigi essa campanha”, descreve. Quanto aos outros partidos, Silvino da Luz afirma que “o UDC foi uma criação do Spínola”. Sobre o UPICV, diz ter “muito respeito” por Leitão da Graça, “um homem sério, nacionalista convicto, africano de gema”, mas que esteve “sempre no exterior, [o partido] era quase um grupo familiar e não tinha bases significativas em Cabo Verde”. Perante a posição de Portugal, o PAIGC vai tentar dominar a situação interna, a nível social e político. Foram criadas milícias pelo PAIGC, integradas também por mulheres, e os quadros do partido regressaram em força para concentrar os seus esforços em Cabo Verde. O braço-de-ferro durou entre Maio e Dezembro e culminou no dia 9 de Dezembro com a tomada, por dirigentes e apoiantes do PAIGC, da Rádio Barlavento que difundia as ideias da UDC, no Mindelo. Por essa altura, eram detidas 70 pessoas para averiguações, a grande maioria era alegadamente da UPICV e da UDC. Eram retidas no temporariamente no reaberto campo do Tarrafal. Silvino da Luz lembra que o PAIGC ainda não estava no poder e diz que o facto de as forças armadas portuguesas as terem colocado no Tarrafal era uma forma de “garantir a segurança” de tanta gente. Reitera, ainda, que essas pessoas estavam guardadas por militares portugueses. Também o jornalista José Vicente Lopes destaca que “a responsabilidade primeira foi das autoridades portuguesas” no que toca aos adversários do PAIGC presos no Tarrafal, admitindo que “são as autoridades portuguesas que acabaram por ajudar o PAIGC a neutralizar os seus adversários políticos”. Com o PAIGC a dominar e a neutralizar as outras forças políticas, a 19 de Dezembro é assinado o Acordo de Lisboa. Determinam-se os termos da transferência da soberania portuguesa para o Estado cabo-verdiano. É estabelecido um governo de transição, chefiado por um alto-comissário português com a categoria de primeiro-ministro, Vicente de Almeida d'Eça, e composto por três ministros escolhidos pelo PAIGC, Carlos Reis, Amaro da Luz e Manuel Faustino, e dois por Portugal. Ficam, também, previstas eleições para uma assembleia constituinte que deveria proclamar a independência a 5 de Julho de 1975. Nesse dia, é proclamada a República de Cabo Verde como Estado Independente e Soberano. Era o fim de cinco séculos de dominação colonial portuguesa.    Se quiser aprofundar este assunto, pode ouvir aqui as entrevistas integrais a Pedro Pires e a Silvino da Luz.    

Convidado
5 de Julho de 1975: "Grita, povo independente!"

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 19:35


Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica uma série de reportagens sobre este tema. Neste 11° episódio, damos voz aos que lutaram para que o dia 5 de Julho de 1975 se concretizasse e ouvimos as memórias dos que viveram essa jornada histórica no Estádio da Várzea, na cidade da Praia. “Determinação”, “esforço”, “táctica” são algumas das palavras escritas à mão na fachada pintada do Estádio Municipal da Várzea, na cidade da Praia. Foi há 50 anos, a 5 de Julho de 1975 que aí se escreveu um novo capítulo na história de Cabo Verde, fruto de “determinação”, “esforço” e “táctica” e que se virou a página do colonialismo português. Às 12h40, o presidente da Assembleia Nacional recém-eleita, Abílio Duarte, declarou “solenemente a independência do Estado de Cabo Verde”. Que recordações guardam desse dia os que lutaram para que ele se concretizasse? Fomos conversar com algumas das pessoas que estavam na cidade da Praia nesse momento histórico. Osvaldo Lopes da Silva tinha integrado a luta armada de libertação nacional como comandante de artilharia e assumiria a pasta da Economia e Finanças no primeiro governo de Cabo Verde. Perante a falta de instalações, ele andou de casa em casa a pedir aos amigos para as emprestarem para se instalarem as delegações estrangeiras convidadas para a cerimónia. “Eu estava ocupadíssimo nesse dia. Tinha responsabilidade de algumas delegações que vinham para o 5 de Julho e as dificuldades eram enormes porque não tínhamos instalações. A Praia que vemos hoje não tem nada, absolutamente nada a ver, com a Praia de 1975. Em 1975, a Praia era o Plateau, nada mais. Todas essas casas, esses bairros todos, Palmarejo, Prainha, isso tudo não existia. E não tínhamos instalações, de forma que eu tive que andar de casa em casa, a pedir aos amigos para cederem as casas para instalar as diferentes delegações e resolver os problemas de logística ou o próprio fornecimento de electricidade”, recorda Osvaldo Lopes da Silva. A 5 de Julho de 1975, Cabo Verde não tinha praticamente nada para receber os convidados, admite também Josefina Chantre, que tinha lutado pela independência no secretariado e nos media do PAIGC. Ela conta que até houve barcos enviados de Cuba para alojar as pessoas. Porém, esse dia era o culminar de uma longa luta de libertação. “Eu pude testemunhar realmente esse grande momento, o 5 de julho de 1975, que é um momento indescritível, o hastear da bandeira… Mas também foi um momento um bocado complicado porque quando chegámos a Cabo Verde, Cabo Verde não tinha praticamente nada, inclusivamente para recebermos os nossos convidados que vinham festejar connosco essa data. Tivemos que recorrer aos nossos amigos. Eu lembro-me que Fidel Castro, de Cuba, mandou-nos barcos hotéis porque não havia alojamentos na Praia para receber os nossos convidados. Toda a população disponibilizou as suas próprias casas para receber os visitantes que vinham congratular-se connosco dessa vitória”, conta Josefina Chantre. A noite anterior à cerimónia no Estádio da Várzea foi de festa, mas depois de tantos anos na luta, incluindo com armas na Guiné, o comandante Silvino da Luz, que assumiria a pasta da Defesa e Segurança no primeiro governo, ficou sem se poder mexer na cama. No próprio dia, levantou-se já bem de saúde para participar em mais um momento histórico. “Estranhamente, na noite de 4 para 5 de Julho fui atacado por um mal-estar indescritível que os médicos depois vieram dizer que era uma questão nervosa, um estourar de uma situação que me pôs na cama. Eu ouvia naquela noite todo o barulho na rua, as pessoas a gritarem, a dançarem, a tabanca a passar, os tambores a ecoarem um pouco por todo o lado. Eu estava na cama, não podia nem me mexer. No dia seguinte, 5 de Julho, eu levantei-me perfeito e fui participar a cerimónia de passagem do poder. O arriar de uma bandeira e o içar da outra. Fui um dos chamados para ler uma mensagem e eu li uma mensagem em nome das Forças Armadas”, lembra Silvino da Luz. Ver a bandeira de Portugal a ser arriada e a de Cabo Verde hasteada era o resultado do “sacrifício de muita luta” e o momento mais feliz da sua vida, recorda Alcides Évora, que trabalhava no secretariado do PAIGC, em Conacri, onde era responsável por tratar de viagens, documentação e logística. “O momento mais feliz da minha vida foi o içar da bandeira, no Estádio da Várzea, a bandeira de Cabo Verde a ser hasteada e, simultaneamente, a bandeira de Portugal a ser arriada. É algo que não consigo exprimir. Foi um ganho de muita luta, de muito sacrifício e, infelizmente, muitos não tiveram a ocasião de assistir a esse acto”, conta Alcides Évora. A 5 de Julho, houve lágrimas de alegria pela independência alcançada, mas também de tristeza. Nas bancadas, de pé, a acompanhar delegações convidadas, Maria Ilídia Évora, a única cabo-verdiana que teve treino militar em Cuba e que depois esteve nos hospitais de Boké e Kundara para curar os feridos de guerra, foi confrontada com uma pergunta que a deixou profundamente magoada até hoje. “O que é que você está a fazer aqui? E eu disse ‘O que é que eu estou a fazer aqui? Eu estou a trabalhar, eu estou a acompanhar duas delegações'. Mas eu fiquei ofendida. Veio a raiva e as lágrimas. O Vasco Cabral ouviu e viu. Ele quis levantar-se para me dar o lugar. Eu disse: ‘Não, Vasco, desculpe, você é um convidado que está aqui, não pode-me dar o seu lugar para eu me sentar. Eu vou ficar lá onde eu estou. Mas eu tive uma crise, uma crise bem forte. Senti-me humilhada. Uma humilhação grande que nunca esqueci”, revela. Gil Querido Varela, que tinha estado preso no Tarrafal por lutar na clandestinidade pela causa da independência e contra o regime colonial-fascista, também se encontrava no Estádio da Várzea. Tinha sido eleito deputado e não esquece a cerimónia nem a festa que tinha começado durante a noite. O momento mais marcante foi o hastear da bandeira da independência. “Eu estava no Estádio da Várzea assistindo à cerimónia da independência. Foi um dia maravilhoso. Já na véspera, de noite, era difícil passar na praça da Praia, estava completamente cheia. Música, uma rapariga pegava-te, dançava e assim se passou a noite. Depois, no Estádio da Várzea, houve um episódio com a bandeira: ao subir, trancou-se, mas veio uma ventania e toda a gente disse: ‘Foi Cabral!' Foi maravilhoso o 5 de Julho”, lembra, emocionado, Gil Querido Varela. O vento e a bandeira de Cabo Verde também comovem, 50 anos depois, Marline Barbosa Almeida, que tinha sido uma das pessoas anónimas a lutar na clandestinidade em Cabo Verde e que tinha enfrentado a polícia política portuguesa. “O que mais me emocionou foi que, na altura em que a bandeira ia subindo, um vento que em Julho não era normal começou a balançar essa bandeira. Até me comovo ainda. Até que ela subisse ao topo. Aquilo foi para mim o ponto mais comovente de 5 de Julho”, recorda. Quem participou na criação da "bandeira da independência" foi Érico Veríssimo Ramos. A bandeira foi usada durante a primeira República (1975-1991) e os principais símbolos eram a concha, as espigas de milho, a estrela negra, a roda dentada e o livro. “Optou-se por se projectar um brasão da República em que entrariam elementos fundamentais que retratassem o país. O milho é a base da alimentação do povo de Cabo Verde e as suas folhas abraçam uma roda dentada numa perspectiva do desenvolvimento futuro do país. Tinha, ao centro, um livro aberto que indicava que era absolutamente necessário que ao povo fosse dada a oportunidade de ter uma educação que levasse as pessoas a participarem na construção do país em termos de desenvolvimento cultural. Tinha uma concha no fundo, que representava o mar. Grosso modo, foi essa a base que foi tida para o desenvolvimento do escudo de Cabo Verde que assenta sobre três cores: o verde, o vermelho e o amarelo, que já vinham da bandeira do PAIGC e que foi também aproveitado para a bandeira da Guiné-Bissau, e a estrela negra que ficava no centro”, descreve. Porém, depois da abertura ao multipartidarismo em 1991 e com o fim do regime de partido único do PAIGC, Cabo Verde mudou os símbolos nacionais e a bandeira foi alterada. Também o hino “Esta É a Nossa Pátria Bem Amada", escrito em 1963 por Amílcar Cabral e que era usado nos dois países, foi substituído pelo “Cântico da Liberdade” que se torna oficial em 1996. A música acompanhou toda a luta e o alvorar da independência, mas há uma que perdura até hoje e que é vista como uma espécie de hino à liberdade. “Labanta Braço” foi composta por Alcides Spencer Brito e imortalizada pela banda "Os Tubarões" no seu primeiro disco, "Pépé Lopi". O compositor contou-nos a história desta canção. “A composição musical 'Labanta Braço' surgiu de uma forma simples e sem preparação musical prévia. Na noite de passagem do dia 4 para 5 de Julho de 1975, o comité local do PAIGC organizou um sarau cultural na Praça da Preguiça, nos Espargos, Ilha do Sal, para comemorar a independência de Cabo Verde. Eu e mais quatro amigos que tocavam vários instrumentos, tínhamos criado uns meses antes um grupo musical que foi baptizado com o nome de Abel Djassi, em homenagem ao nosso herói nacional Amílcar Cabral, cujo pseudónimo literário era Abel Djassi. Nessa noite, depois da meia-noite, durante a actuação do nosso grupo musical, na euforia do estalar dos foguetes e gritos de liberdade, veio-me à mente uma melodia e letra que reproduziam a vivência do momento. Meses depois, numa altura em que os Tubarões estavam de passagem pela Ilha do Sal, a caminho da Holanda, o cantor Ildo Lobo convidou o grupo musical Abel Djassi para actuar com eles. Depois de ter cantado a música 'Labanta Braço' ficaram encantados e pediram a devida autorização para ser gravado no seu primeiro trabalho discográfico a ser feito na Holanda. Logicamente, depois dessa interpretação gravada pelos Tubarões, essa música tornou-se uma das bandeiras que simboliza a cultura musical pós-independência nacional”, descreve Alcides Spencer Brito. E assim "gritou", a 5 de Julho de 1975, o povo independente de Cabo Verde. A cerimónia oficial foi no Estádio da Várzea, na cidade da Praia, mas os “gritos da liberdade” ouviram-se em todo o país e na diáspora e ecoam até hoje.   Pode ouvir aqui as entrevistas integrais feitas aos nossos convidados.  

Convidado
"Apoio dos Estados Unidos da América a Israel é inequívoco"

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 17, 2025 9:58


Após uma jornada agitada em Kananaskis, no Canadá, o Presidente dos Estados Unidos abandonou a reunião do G7. Para o académico Vítor Rámon Fernandes, o apoio dos norte-americanos a Israel é inequívoco e a Rússia poderia sim assumir um papel de mediação caso isso fosse aceite pelos países ocidentais. No quinto dia de conflito entre Israel e o Irão, Donald Trump voltou a agitar as águas abandonando na noite de segunda-feira a reunião do G7 em Kananaskis, no Canadá, e voltando a Washington. Nas suas redes sociais, o Presidente norte-americano pediu a evacuação de Teerão, lançando a inquietação sobre a escalada de violência no Médio Oriente. Para o Vítor Rámon Fernandes, professor auxiliar da Universidade Lusíada e na Sciences Po de Aix en Provence, o apoio dos norte-americanos a Israel é inequívoco. "Há aqui uma incerteza muito grande quanto aos comentários dele. Enfim, já nos habituámos mesmo desde o primeiro mandato e isso não é uma surpresa. A posição dos Estados Unidos é inequivocamente de apoio a Israel e, portanto, aquilo que nós temos neste momento é um presidente Trump que, por um lado, continua a apoiar Israel, mas por outro lado, também não quer, penso eu, ou está a tentar evitar, inflamar o conflito. Até porque já houve avisos também do lado da China, a dizer que os Estados Unidos não podem de facto inflamar este conflito", declarou o académico. Entre outros comentários, o Presidente norte-americano negou ter partido para preparar uma cessar-fogo, mas algo "muito maior" e disse que o Presidente Emmanuel Macron, que tinha passado essa informação à imprensa, "não sabia de nada". Estes comentários marcam para Vítor Rámon Fernandes a dificuldade de posicionamento da Europa. "A Europa tem dificuldade em ter influência neste conflito. Nós termos do lado ocidental, pelo menos a vontade do primeiro ministro de Israel que basicamente acaba por fazer aquilo que quer. É um primeiro ministro que toma decisões em função daquilo que considera serem os interesses fundamentais de Israel, independentemente de tudo o resto. E já vimos isso em várias situações, inclusive no que toca a Gaza. E temos os Estados Unidos, por razões óbvias, que é um parceiro fundamental de Israel e um actor fundamental no Médio Oriente. E, portanto, a Europa, no fundo, ali no meio, está um bocadinho numa situação que pretende influenciar, faz umas declarações, mas na realidade não tem uma verdadeira capacidade de ter impacto no conflito", explicou. Actualmente já há forças norte-americanas que estão a reforçar a Europa e também a região do Médio Oriente, de alguma forma a preparar o alargamento deste conflito, tendo havido também a confirmaçaõ por parte de Israel da vontade eliminar o líder supremo iraniano  Ali Khamenei. Perante estas declarações de guerra, Vítor Rámon Fernandes não coloca de lado a forma como a Rússia pode vir a mediar este conflito, algo rejeitado, por exemplo, pelas autoridades francesas. "A Rússia tem uma situação curiosa, porque a Rússia tem um bom entendimento e, aliás, comércio com Israel. Historicamente, tem um relacionamento também de bom relacionamento com o Irão. Aliás, como acontece com os outros países árabes da região, estou a falar da Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos. E, portanto, de facto, a Rússia, sob esse ponto de vista, podia ser visto como aquilo que se considera na gíria um eventualmente um honest broker, no sentido de que, diferentemente dos Estados Unidos, não tem uma posição à partida. Agora, é verdade que, neste momento, a Rússia não tem a credibilidade aos olhos do mundo ocidental, tendo em consideração aquilo que é a situação na Ucrânia", concluiu.

Projeto Orai Sem Cessar
ESCOLA BÍBLICA - LIVRO DE ATOS - PEDRO E JOÃO PERANTE O SINÉDRIO

Projeto Orai Sem Cessar

Play Episode Listen Later Jun 12, 2025 19:47


ESTAMOS ESTUDANDO O LIVRO DE ATOS, ABORDARMOS NA ÚLTIMA AULA A CURA DO COXO E O SEGUNDO SERMÃO DE PEDRO. HOJE VAMOS VER PEDRO E JOÃO PERANTE O SINÉDRIO E A IGREJA EM ORAÇÃO. SE FOR O SEU PRIMEIRO CONTATO COM O PROJETO ORAI SEM CESSAR, TE CONVIDO A CONHECER AS ORAÇÕES DA PALAVRA NO SITE: WWW.PROJETOORAISEMCESSAR.COM OU NA NOSSA PÁGINA DO Facebook E Instagram E VIR ORAR E APRENDER A PALAVRA COMIGO TODA SEMANA.   

Olavo Tem Razão
O Brasil perante a Nova Ordem - Parte 2 - Por Olavo de Carvalho

Olavo Tem Razão

Play Episode Listen Later Jun 2, 2025 48:48


O Brasil perante a Nova Ordem - Parte 2 - Por Olavo de Carvalho

Olavo Tem Razão
O Brasil perante a Nova Ordem - Parte 1 - Por Olavo de Carvalho

Olavo Tem Razão

Play Episode Listen Later Jun 2, 2025 42:31


O Brasil perante a Nova Ordem - Parte 1 - Por Olavo de Carvalho

Guerra Fria
Ucrânia entra profundamente em território russo. Estamos perante uma humilhação?

Guerra Fria

Play Episode Listen Later Jun 1, 2025 21:14


A Ucrânia lançou a maior operação especial desde 2022, de uma ousadia tremenda e com impacte maior nas forças estratégicas russas, destruindo entre 40 e 50 bombardeiros estratégicos, que costumam atacar as cidades ucranianas. “A Ucrânia humilhou de forma flagrante os serviços militares e de segurança da Rússia”. Camiões, transportando drones ucranianos, conseguir não só entrar no país, mas chegar a cinco bases aéreas, “é mais uma nódoa na imagem de Putin que não tirou lições de entradas de guerrilheiros chechenos e muçulmanos, armados até aos dentes, em Moscovo e noutras regiões da Rússia”, nas palavras de José Milhazes. Além disso, a Ucrânia tenta mostrar ao mundo que sabe combater. A resposta de Putin poderá ser extremamente vingativa, destruidora. Enquanto a Direita americana continua dividida entre anti-ucranianos e pró-ucranianos, Washington ainda não decidiu como responder a um bloqueio geral das negociações por Moscovo, ou a uma ofensiva russa em maior escala do que a inicial. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Explicador
Estamos perante uma alteração sistémica do regime?

Explicador

Play Episode Listen Later May 29, 2025 19:18


Jaime Nogueira Pinto considera que está em curso uma mudança no regime português, resultado do desgaste da governação dos últimos 50 anos. Sobre Gouveia e Melo: "Principal mérito é não ser político".See omnystudio.com/listener for privacy information.

Dar Voz a esQrever: Pluralidade, Diversidade e Inclusão LGBTI
Ep.234 - Mães de Itália, JJ na Eurovisão, História da Homossexualidade em Portugal & Crossing

Dar Voz a esQrever: Pluralidade, Diversidade e Inclusão LGBTI

Play Episode Listen Later May 28, 2025 23:40


O Sargento na Cela 7
Episódio 2: Amor às Cegas | Podcast Ficção "O Zé faz 25"

O Sargento na Cela 7

Play Episode Listen Later May 26, 2025 25:25


Não era com a namorada que Zé estava no quarto quando desapareceu. E, na noite da festa, Inês fez várias chamadas para um número que entretanto foi desligado. Perante as contradições durante o interrogatório, as suspeitas do inspetor Durães aumentam. Será que ela tem razões para querer fazer mal ao Zé? "O Zé faz 25" é uma série de ficção para ouvir em 8 episódios coproduzida pelo Observador e pela Coyote Vadio. Conta com as interpretações de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Helena Caldeira, Madalena Almeida, Paulo Calatré, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Rafael Medrado, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir semanalmente os episódios de "O Zé faz 25" na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. Os assinantes standard e premium do Observador têm acesso antecipado a todos os episódios no site do Observador.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Piratinha do Ar
Episódio 2: Amor às Cegas | Podcast Ficção "O Zé faz 25"

Piratinha do Ar

Play Episode Listen Later May 26, 2025 25:25


Não era com a namorada que Zé estava no quarto quando desapareceu. E, na noite da festa, Inês fez várias chamadas para um número que entretanto foi desligado. Perante as contradições durante o interrogatório, as suspeitas do inspetor Durães aumentam. Será que ela tem razões para querer fazer mal ao Zé? "O Zé faz 25" é uma série de ficção para ouvir em 8 episódios coproduzida pelo Observador e pela Coyote Vadio. Conta com as interpretações de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Helena Caldeira, Madalena Almeida, Paulo Calatré, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Rafael Medrado, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir semanalmente os episódios de "O Zé faz 25" na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. Os assinantes standard e premium do Observador têm acesso antecipado a todos os episódios no site do Observador.See omnystudio.com/listener for privacy information.

O Encantador de Ricos
Episódio 2: Amor às Cegas | Podcast Ficção "O Zé faz 25"

O Encantador de Ricos

Play Episode Listen Later May 26, 2025 25:25


Não era com a namorada que Zé estava no quarto quando desapareceu. E, na noite da festa, Inês fez várias chamadas para um número que entretanto foi desligado. Perante as contradições durante o interrogatório, as suspeitas do inspetor Durães aumentam. Será que ela tem razões para querer fazer mal ao Zé? "O Zé faz 25" é uma série de ficção para ouvir em 8 episódios coproduzida pelo Observador e pela Coyote Vadio. Conta com as interpretações de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Helena Caldeira, Madalena Almeida, Paulo Calatré, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Rafael Medrado, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir semanalmente os episódios de "O Zé faz 25" na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. Os assinantes standard e premium do Observador têm acesso antecipado a todos os episódios no site do Observador.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Voz de Cama
O que é o amor? , Com Cláudia Pascoal

Voz de Cama

Play Episode Listen Later May 22, 2025 50:39


Perante as dúvidas da sua namorada, uma ouvinte pergunta: Afinal, o que é o amor?

Dar Voz a esQrever: Pluralidade, Diversidade e Inclusão LGBTI
Ep.233 - Rescaldo Legislativas & Eurovisão 2025

Dar Voz a esQrever: Pluralidade, Diversidade e Inclusão LGBTI

Play Episode Listen Later May 21, 2025 46:53


O DUCENTÉSIMO TRIGÉSIMO TERCEIRO EPISÓDIO do Podcast Dar Voz A esQrever

Papa - Renascença V+ - Videocast
"Esta é a hora do amor!". Papa Leão XIV celebra Missa Inaugural do Pontificado perante 200 mil fiéis

Papa - Renascença V+ - Videocast

Play Episode Listen Later May 18, 2025 1:35


"Esta é a hora do amor!". Papa Leão XIV celebra Missa Inaugural do Pontificado perante 200 mil fiéis

Convidado
Foi uma campanha eleitoral “pobre” e “decepcionante” em Portugal segundo Lúzia Moniz

Convidado

Play Episode Listen Later May 16, 2025 10:28


50 anos depois das primeiras eleições livres, os portugueses voltam às urnas no próximo domingo para escolherem quem querem no Parlamento. Nestas eleições legislativas antecipadas os líderes dos oito partidos com assento parlamentar são os mesmos de há um ano atrás mas, apesar da inexistência de mudanças políticas significativas, um facto é que o voto em liberdade continua a ser essencial para que os portugueses se manifestem.O período de campanha eleitoral termina esta sexta-feira e, sendo o voto a arma do povo, será que esta campanha contribuiu para o esclarecimento dos eleitores?A RFI ouviu a opinião de Luzia Moniz. A socióloga, jornalista e ativista angolana considera que a campanha eleitoral foi “decepcionante”, deixou de fora “temas centrais”."Eu tenho um olhar decepcionante. Primeiro, eu esperava mais da campanha e acontece que a campanha está centrada em questões laterais, alguns fait-divers. É verdade que as eleições são convocadas como uma forma de aferir a ética ou não do ainda primeiro-ministro, mas eu pensava, por exemplo, que a educação fosse um tema central nessa campanha. Campanha é pobre e não aborda uma questão essencial que é a educação. No momento em que nós estamos quase no final do ano letivo e há milhares, centenas de milhares, de alunos sem professores, pelo menos a uma disciplina. Agora, como é que perante um drama desse tamanho, que é um drama que atinge toda a sociedade, as famílias, os miúdos, os menos miúdos, porque os miúdos têm pais, os professores têm filhos, atinge toda a sociedade, essa questão não entrou na campanha. A educação está ausente do discurso político, do discurso de campanha.Outra questão também que está ausente é a questão internacional, a questão europeia. Não existe Portugal fora do contexto internacional. Não é possível hoje Portugal equacionar a construção do país, o desenvolvimento de políticas inclusivas num país sem ter em conta o contexto internacional. Nós temos Trump nos Estados Unidos, que declarou uma guerra comercial ao mundo, e em todo o programa, toda a ação de campanha dos partidos, todos, da esquerda à direita, essa questão não é abordada.Outra questão que também devia estar no centro da campanha é a questão que tem a ver com o projeto de defesa comum europeu. Nós vimos que Trump entrou a matar e nessa sua entrada de leão a primeira vítima foi a Europa. A Europa foi, como eu costumo dizer, qualquerizada pelos Estados Unidos. Aquele que tem sido o aliado histórico dos Estados Unidos. De repente, Trump chega à Casa Branca e qualqueriza a Europa. E a Europa ficou, nos primeiros tempos, hesitante porque não tinha um plano, apesar de Trump ter avisado, ao longo da sua campanha, o que ia fazer. Porque o Trump não está a fazer nada que nos surpreenda desse ponto de vista. A Europa é que não tomou as medidas certas para, eu não digo resolver, mas atenuar o efeito do embate. Não fez isso. Esta é uma questão que também está ausente da campanha. E creio, pelas mesmas razões, está ausente a questão da educação, porque os dois partidos do arco da governação, o PSD e o PS, têm as suas responsabilidades nessa questão.Mas há uma questão também ausente nessa campanha, que é a questão da igualdade racial. Isto não é um problema de somenos, nenhum dos partidos, nem a esquerda, nem a direita, aborda essa questão e tinham muitas razões para trazer esse problema. Porque tivemos há bem pouco tempo o assassinato do Odair Muniz, um jovem cabo-verdiano, que foi assassinado pela polícia sem nenhuma razão e justificação. Aliás, os autores do crime ainda não foram constituídos arguidos, mas já há um inquérito que os responsabiliza. Perante isto, é preciso que os partidos que não estão na extrema-direita, por exemplo, coloquem freio a isto. Porque uma sociedade com desigualdade racial é uma sociedade com dificuldade de cumprir a democracia. Não há democracia com desigualdade, seja ela qual for, e a desigualdade racial é isso, é um empecilho ao cumprimento da democracia. É verdade que nós vamos notando, por exemplo, a forma como a questão da imigração está a ser discutida nessa campanha, tem por mote o posicionamento da extrema-direita.Eu tenho mesmo muita pena que até a esquerda, não toda a esquerda, mas estou a pensar numa esquerda como Partido Socialista, de certa forma, vai atrás daquilo que é a agenda da extrema-direita, o posicionamento da extrema-direita em relação à questão da imigração. E o PSD, já não se fala, claramente aproveitou o tema para ganhar votos, para retirar votos à extrema-direita".RFI: Há uma verdadeira preocupação da sociedade portuguesa ou está a ser exacerbado o peso dos imigrantes?Lúzia Moniz: "Eu acho que está a ser exacerbado. Porque nós temos que olhar o que é que a extrema-direita em Portugal representa em termos de votos. Nas últimas eleições teve 18%. Quer dizer que há mais de 80% do eleitorado português que não quer aquela linha política. Então, o que era preciso é que os partidos que não são do extremo, mas hoje é muito difícil olhar para o PSD, para o partido com o título de social-democrático, e não ver ali um extremismo ou uma tendência para aderir à agenda da extrema-direita. É visível, sobretudo nessa questão dos imigrantes, mas também nas questões económicas. Também há ali um radicalismo, que me faz lembrar um pouco o Milei da Argentina. Eu estou com algum medo que depois das eleições nós não tenhamos aqui em Portugal um Milei dois. Já nos basta ter um Milei e um Trump daquele lado da América, e já temos um Orbán aqui na Hungria.Termos um Milei dois aqui em Portugal será uma catástrofe do ponto de vista social, até porque nós estamos a falar de um país que na Europa é um país considerado pobre. Portugal não faz parte das grandes economias europeias e, como tal, um país desta natureza tem de ter um Estado Social forte.Portugal hoje tem, mais ou menos, dois milhões de pobres. Se não fosse esse Estado Social, nós teríamos uma população com quase 50% de pobres. É preciso olhar para estas questões do ponto de vista da justiça social. E eu não sinto isso nos programas. Eu li os programas. Eu não vejo esta preocupação do ponto de vista da justiça social de priorizar e priorizar e priorizar aqueles que estão na base da pirâmide social. Porque só assim é que se constrói uma sociedade de igualdade".RFI: Como mulher africana, sentiu-se representada durante esta campanha?Luzia Moniz: "Não! Nem nessa campanha, nem nos espaços de poder.Nós vivemos numa sociedade que é estruturalmente racista. Esse racismo estrutural nós temos, inclusive, dentro dos partidos. Provavelmente como está naturalizado isso, eles nem sequer se apercebem, dentro do partido, esse racismo estrutural. Nós não encontramos, por exemplo, em nenhum desses partidos do poder, estou a falar do PSD ou do PS, e dos outros partidos também, nas suas lideranças, não há negros. Não é porque não haja negros, porque eu conheço muitos negros (dentro dos partidos).Eu não sou militante de coisa nenhuma, eu sou militante das causas em que acredito e não de partidos e instituições como tal. Mas eu tenho amigos, tenho pessoas das minhas relações que fazem parte desses partidos, pessoas com bons currículos políticos, mas eles não têm a visibilidade. Não têm nos seus partidos, o que lhes impede de ter visibilidade nos grandes mídias. Estou a falar, por exemplo, da televisão. O que é política? Essencialmente é comunicação e é visibilidade. É muito difícil alguém ter uma ascensão política se não passa nos mídias de referência como as televisões. E se não tem visibilidade, não existe. E esta naturalização desse racismo, que muitas vezes é de forma subreptícia, é que leva que não nos sintamos, nós os negros e afrodescendentes, não nos sintamos representados por esses e nesses partidos. Aliás, nós vimos agora, quando foi da constituição das listas dos partidos, neste caso do PS, como a inclusão de uma jovem negra, que é do rap, uma miúda até muito bonita e muito inteligente, a Eva, foi notícia. O facto disto ser notícia mostra o tipo de sociedade que nós temos. Isto não devia ser notícia. Nos outros países, estou a pensar numa Inglaterra, estou a pensar de França, por exemplo, ou mesmo dos Estados Unidos, que só tem 13% de negros, a inclusão de negros no Partido Republicano ou no Partido Democrático Americano não é notícia. Aliás, a não inclusão é que é notícia. Mas aqui não existe e ainda é notícia. E isto eu não vejo nenhum partido, nenhum, da extrema-esquerda, da extrema-direita, a olhar para este problema e dizer, nós temos aqui um segmento da nossa população para qual o Estado investiu formando essas pessoas. Porque nós estamos a falar de gente muito bem formada e eu conheço muito dessa gente. O Estado investiu, mas nós não estamos a retirar o retorno daquilo que foi o investimento do Estado. E ninguém ainda se lembrou, e era muito interessante que os investigadores fizessem isso, quanto custa em termos económicos o desaproveitamento de um segmento da população portuguesa que são os negros e os afrodescendentes. Porque isso tem um custo. Se eu tenho uma formação para ser bióloga e se em vez de ser bióloga ando a lavar escadas, em termos económicos há aqui uma perda para o Estado. Era interessante ter esse trabalho. Talvez isso assustasse um pouco os políticos e mudem a sua atitude e pensem em encontrar formas políticas. Porque o racismo estrutural é um problema político. Os problemas políticos têm que ter soluções políticas, não há outra forma de resolver isso".

Vichyssoise
"Afirmar a nossa liberdade perante os ataques"

Vichyssoise

Play Episode Listen Later May 15, 2025 12:04


Não foi Rui Rocha quem teve a ideia de leiloar o fato atingido com pó verde, mas concorda. O líder da IL foi entrevistado por Mariana Lima Cunha na noite de 12 de maio.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Papa - Renascença V+ - Videocast
Anel e selo papal destruídos perante os cardeais

Papa - Renascença V+ - Videocast

Play Episode Listen Later May 6, 2025 1:35


Anel e selo papal destruídos perante os cardeais826911b9-7d2a-f011-8b3d-000d3aaf59e6

Convidado
Livro que abalou ditadura portuguesa tem nova tradução em França

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 22, 2025 17:15


Mais de meio século depois da publicação do livro que abalou a ditadura portuguesa, “Novas Cartas Portuguesas”, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, há uma nova edição em francês. “Nouvelles Lettres Portugaises” é uma tradução de Ilda Mendes dos Santos e Agnès Levécot e espera fazer redescobrir a intemporalidade de uma obra que foi revolucionária. A RFI conversou com Agnès Levécot neste programa. “Eu acho que, naquela altura, em Portugal, não era nada estranho que este livro tivesse esse efeito de bomba”, contava à RFI, há um pouco mais de um ano, Maria Teresa Horta, uma das autoras das “Novas Cartas Portuguesas”, que nos recebeu, em sua casa, em Lisboa, nas vésperas dos 50 anos da Revolução dos Cravos e que nos deixou em Fevereiro de 2025, aos 87 anos.A obra de Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, publicada em 1972, foi uma revolução literária e feminista que denunciou ao mundo o regime fascista português, o colonialismo, o racismo, o machismo, a violência sobre as mulheres, ao mesmo tempo que subvertiam as noções de autoria e de género na literatura.A ditadura do Estado Novo considerou o livro como “insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública”, abrindo um processo judicial contra as escritoras que ficaram ameaçadas com uma pena entre seis meses a dois anos de prisão. Seguiu-se uma onda de solidariedade internacional e o livro chegou a todo o mundo, incluindo a França, onde em 1974 é publicada a tradução de Monique Wittig e Evelyne Le Garrec.Mais de meio século depois, e perante uma edição há muito esgotada, surge agora nova tradução, “Nouvelles Lettres Portugaises”, de Ilda Mendes dos Santos e Agnès Levécot, editado pela Ypsilon, que chega às livrarias francesas a 7 de Maio e que é apresentada esta sexta-feira, 25 de Abril, em Paris.Fomos conversar com Agnès Levécot para perceber “o que podem [ainda] as palavras” das Três Marias.“Essa é uma pergunta complicada porque as próprias escritoras, as três, no fim do livro, ainda fazem a pergunta. Realmente um dos aspectos literários desta obra é o questionamento do acto da escrita e até ao fim, nas últimas cartas, elas continuam a pôr a questão ‘o que podem as palavras?' Quanto a nós, como tradutoras, chegámos à conclusão também que todos os aspectos políticos e históricos que são denunciados nas cartas continuam actuais. Esse é o problema. A questão do colonialismo continua actual. A questão da repressão continua. A questão feminista também. Estamos a ver, no mundo actual, um retrocesso em relação a esse aspecto. Portanto, continua completamente actual”, explica Agnès Levécot.Em plena ditadura, “Novas Cartas Portuguesas” era uma obra literária inédita que esbatia noções de autoria e de género e que era assinada colectivamente por três autoras que escreviam, sem tabus, sobre o corpo, o desejo, mas também sobre a violência de que eram vítimas as mulheres. Denunciavam, ainda, a guerra colonial, a pobreza, a emigração, a violação sexual, o incesto, o aborto clandestino. O livro era, assim, um perigo para o regime repressivo, retrógrado e fascista português. Pouco após o seu lançamento, em 1972, os exemplares foram recolhidos pela censura e o Estado português movia um processo judicial contra as “Três Marias”. Perante as ameaças de prisão e a tentativa de silenciamento das autoras, nasce um movimento de solidariedade internacional. Meses depois de ter sido publicado, em 1972, o livro chega às mãos da escritora francesa Christiane Rochefort e, através dela, ao grupo feminista Movimento de Libertação das Mulheres. Seguem-se várias acções de luta, nomeadamente em França, e que envolvem nomes como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras. Há distribuição de panfletos, recolha de assinaturas para um abaixo-assinado entregue na Embaixada de Portugal em Paris e uma procissão de velas diante da Catedral de Notre-Dame. Outro momento emblemático é a leitura-espectáculo “La Nuit des Femmes”, a 21 de Outubro de 1973, no Palais de Chaillot, em Paris, que deu origem ao documentário “Les Trois Portugaises”, de Delphine Seyrig (1974).“Monique Wittig e Evelyne Le Garrec pegaram no texto e fizeram uma primeira tradução que foi publicada em 1974. Entretanto, tinha havido excertos traduzidos para artigos e espectáculos porque houve uma série de espectáculos e movimentações de apoio às Três Marias quando estavam no julgamento. Houve uma noite que ficou muito famosa que foi ‘La Nuit des Femmes' em que leram alguns excertos”, relembra Agnès Levécot, sublinhando que “o aspecto literário quase não foi abordado na altura”.O aspecto literário é precisamente “uma coisa fora do comum”, acrescenta a especialista em literatura lusófona. Três mulheres escrevem colectivamente uma obra literária e política, depois de terem publicado livros que não agradaram à ditadura patriarcal portuguesa. Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno tinham lançado, em anos anteriores, livros que denunciavam a opressão e a secundarização da mulher: Maina Mendes (1969) e Os Legítimos Superiores (1970). Em 1971, Maria Teresa Horta também publicava Minha Senhora de Mim e escrevia abertamente sobre o desejo, algo considerado escandaloso pelos fascistas.“São três mulheres que já eram escritoras, que já tinham publicado obras bastante feministas, que se juntaram e decidiram escrever um livro a três. Começaram a reunir-se todas as semanas num restaurante em Lisboa. Todas as semanas traziam um texto que elas tinham escrito e trocavam ideias a propósito dos textos, mas não os modificavam. A certa altura, começaram a pensar na figura de Mariana Alcoforado, a religiosa portuguesa, e começaram a escrever cartas. Globalmente, são chamadas cartas, mas não são só cartas, tem vários géneros: poesia, ensaios, supostos artigos de jornal, textos teóricos... Elas escreveram cartas a uma Mariana, mas são as descendentes de Mariana, ou seja, as várias Marianas que vieram depois. Portanto, têm cartas de vários séculos a acompanhar o percurso de uma suposta Mariana”, acrescenta Agnès Levécot.No posfácio de “Nouvelles Lettres Portugaises”, Agnès Levecot e Ilda Mendes dos Santos recordam, justamente, a importância da figura de Mariana Alcoforado, suposta autora das “Cartas Portuguesas”, de 1669, “apresentada por alguns como o arquétipo da mulher portuguesa” e a partir da qual “as Três Marias trabalham a questão da autoridade e do poder, o exercício da violência e da dominação, assim como, o poder da palavra”.Agnès Levecot, que já tinha participado no livroNovas Caras Portuguesas entre Portugal e o Mundo, que foi publicado depois de uma pesquisa internacional sobre a recepção das "Novas Cartas Portuguesas" no mundo, foi convidada por llda Mendes dos Santos para se juntar a ela na tarefa de traduzir a obra. “As principais dificuldades estavam no facto de serem textos completamente diferentes do ponto de vista do género, da tonalidade, da língua usada. Portanto, temos textos a imitar o estilo do século XVII ou XVIII, e aí a Ilda teve um papel muito importante porque ela trabalha muito sobre esses séculos. Foi sobretudo adaptar-se, tentar encontrar um estilo para cada momento e cada época. Depois, nós íamos oferecer uma tradução francesa a franceses e forçosamente tínhamos que encontrar uma maneira de passar certos elementos históricos, geográficos, políticos para o público francês perceber, porque são textos que estão muito impregnados de referências intertextuais portuguesas e internacionais de textos muito conhecidos e outros muito menos conhecidos, mas bem conhecidos dos portugueses. Referências políticas, nomes também, ou seja, elementos que nos levaram a acrescentar 200 e tal notas no fim do livro”, acrescenta.“Nouvelles Lettres Portugaises” chega às livrarias francesas a 7 de Maio e é apresentada esta sexta-feira, 25 de Abril, na livraria Les Nouveautés, em Paris. Uma data simbólica para Agnès Levécot que estava em Portugal no 25 de Abril de 1974 e ainda guarda, em casa, um cravo desses tempos revolucionários que marcariam, para sempre, o seu percurso pessoal e profissional.

Convidado
Comissão de historiadores é “primeiro passo” perante “dívida odiosa” imposta por França ao Haiti

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 18, 2025 12:55


A indemnização colossal imposta pela França ao Haiti, em 1825, como preço a pagar pelo reconhecimento da sua independência, foi descrita, esta quinta-feira, como “força injusta da História” pelo Presidente francês. Emmanuel Macron anunciou a criação de uma comissão de historiadores franceses e haitianos para estudar “o impacto” da “pesada indemnização financeira” e para fazerem “recomendações” aos dois países. Trata-se de “um primeiro passo”, mas também de uma forma de a Presidência francesa “passar a batata quente” aos historiadores, considera o investigador especialista no Haiti, Rafael Lucas, o nosso convidado desta sexta-feira. Uma comissão de historiadores franceses e haitianos vai estudar “o impacto” da “pesada indemnização financeira” que o Haiti teve de pagar a França para esta reconhecer a sua independência, há 200 anos. O anúncio foi feito, esta quinta-feira, pelo Presidente francês. Em comunicado, Emmanuel Macron reconheceu “a força injusta da História” a que o Haiti foi sujeito e disse que os historiadores farão “recomendações” aos dois países “para tirar lições e construir um futuro mais pacífico”.“A 17 de Abril de 1825, o rei de França, Carlos X, reconhecia a independência do Haiti, impondo-lhe um pesado fardo. Apesar da conquista efectiva da sua liberdade, em 1804, pelas armas e pelo sangue, o último rei de França, em troca do reconhecimento e do fim das hostilidades, submetia o povo do Haiti a uma muito pesada indemnização financeira, cujo pagamento iria acontecer durante décadas. Esta decisão punha um preço à liberdade de uma jovem Nação, que era assim confrontada, desde a sua constituição, com a força injusta da História”, lê-se no comunicado da Presidência francesa.O documento não menciona qualquer reparação financeira por parte de França, mas adianta que os historiadores farão “recomendações” aos dois países. Note-se que, em 2003, o antigo Presidente haitiano, Jean-Bertrand Aristide, avaliou a dívida a 21,7 mil milhões de dólares, algo então descrito como “anacrónico” pelo governo francês.Rafael Lucas, investigador e especialista do Haiti e das Caraíbas, considera que devolver dinheiro a um país marcado por uma “corrupção endémica” não é a melhor solução e que se deve é ajudar a construir as infra-estruturas do país mais pobre das Américas e assim ajudar directamente a população.“Pessoalmente, acho que devolver dinheiro, no estado de corrupção endémica que há no Haiti, não seria a melhor solução. Eu não sou o único a preferir uma compensação em termos de ajuda em construção de infra-estruturas, sobretudo, estradas, escolas, hospitais, electricidade porque essas construções iriam beneficiar imediatamente a população, ao passo que o dinheiro quando entra no Estado não se sabe para onde vai, nem como vai ser repartido”, defende o investigador.Quanto à comissão de historiadores, o professor universitário de origem haitiana fala em “primeiro passo”, mas também diz que é uma forma de a Presidência francesa “passar a batata quente” aos historiadores.“Acho que a criação dessa comissão faz parte das tácticas ou procedimentos habituais, quando um problema é candente, delicado e explosivo. Estou a pensar na expressão familiar ‘passar a batata quente' para uma comissão de historiadores. Isto permite ganhar tempo, mas, ao mesmo tempo, no estado actual da situação caótica do Haiti, em que não há nenhum representante legal no Governo, nem o Parlamento, nem os ministérios, não há nenhuma estrutura legal e legítima por enquanto, já que 80 por cento da capital está sob o controlo dos bandidos (…) Mas é uma iniciativa que abre perspectivas, é um primeiro passo”, afirma Rafael Lucas.Todos os haitianos conhecem a história da "dívida dupla". É a história de uma indemnização colossal imposta em 1825 pela França como preço a pagar pela própria liberdade. Após a proclamação da independência em 1804, nascida de uma revolta dos escravos, o recém-país é sujeito a um isolamento de todo o continente americano e acaba por aceitar, a 17 de Abril de 1825, pagar 150 milhões de francos-ouro aos antigos colonos proprietários de terras e de escravos, em troca do reconhecimento da independência pelo rei Carlos X. Para pagar, a jovem república das Caraíbas teve de contrair um empréstimo junto de bancos franceses, com juros elevadíssimos, numa altura em que se afunda o preço do café, o principal recurso do país. O pagamento da dívida vai durar até 1952, quando se liquidaram os últimos juros.  Ou seja, 127 anos a pagar a própria independência ao antigo país colonizador.“Na sequência do isolamento, como nenhum país naquela altura reconhecia o Haiti por causa do exemplo da independência nascida da revolta dos escravos, o Haiti dirigiu-se à França e foram os bancos franceses que foram encarregados das diligências para financiar essa dívida (…) Houve duas etapas. Numa primeira fase, acabaram de pagar a dívida em 1883, mas continuaram a pagar os juros. No fundo, as consequências do pagamento dessa dívida vão continuar até 1952”, explica Rafael Lucas.O investigador recorre ao conceito de “dívida odiosa” do jurista russo Alexander Nahum Sack para falar desta “dívida dupla” que “atrasou as possibilidades de desenvolvimento do Haiti”. “É odiosa porque a quantia exigida era exorbitante tendo em conta a economia de um país fraco, pequeno, tendo uma população de uns 600.000 habitantes na altura, o montante dessa dívida correspondia ao orçamento anual de França nessa altura”, acrescenta, anuindo que “é escandaloso” o que França fez há 200 anos.Para a Fundação para a Memória da Escravatura, esta indemnização colossal arrastou o Haiti para “uma espiral de dependência neocolonial da qual o país nunca conseguiu sair”. Porém, Rafael Lucas lembra que “essa dívida também serviu de pretexto para ocultar os comportamentos irresponsáveis de numerosos dirigentes haitianos que tiveram uma espécie de dependência à dependência, ou seja, acostumaram-se a recorrer aos empréstimos”.Com 12 milhões de habitantes, o Haiti é o país mais pobre das Américas e vive há dezenas de anos numa instabilidade política crónica que facilitou a instalação de gangues criminosos. Estes gangues controlam actualmente cerca de 85% da capital, de acordo com a ONU, e são autores de assassínios, violações, raptos e pilhagens. Port-au-Prince é também uma placa giratória para o tráfico de droga em direcção dos Estados Unidos.Esta semana, a ONU alertou que o Haiti vive “uma das crises mais complexas e urgentes do mundo” e pediu ajuda para o um milhão de deslocados pela violência dos gangues. Por outro lado, a Unicef informou, esta quinta-feira, que mais de um milhão de crianças enfrentam níveis críticos de insegurança alimentar no Haiti.

Conversas com CEO
Ep. 124 - Nelson Pires

Conversas com CEO

Play Episode Listen Later Apr 16, 2025 47:09


Nelson Pires é o convidado de Conversas com CEO.O diretor-geral da Jaba Recordati Portugal fala dos preços dos medicamentos e do aumento dessa despesa no SNS. Aponta a vantagem competitiva que Portugal pode ter neste setor e identifica problemas, como o tempo de autorização dos medicamentos em Portugal e os baixos preços. Considera que uma das razões para a rutura que por vezes se verifica no país é o “desabastecimento” de fármacos muito baratos. Perante o desafio da guerra comercial, conclui afirmando que “se agirmos como uma Europa, criamos um mercado muito mais forte do que o americano.”

Expresso - Expresso da Manhã
“Pequenos investidores devem ter muito cuidado, têm de perceber que podem perder tudo, desnecessariamente. A bolsa não é um jogo”

Expresso - Expresso da Manhã

Play Episode Listen Later Apr 9, 2025 17:12


A guerra das tarifas lançada por Donald Trump está a escalar e as bolsas de todo o mundo vivem um período de grande volatilidade. Esta montanha russa tem oportunidades, mas também tem muitos riscos, obrigando os pequenos investidores a redobrar os cuidados. Quem tem pressa aumenta o risco e, no limite, alerta Pedro Lino, especialista em mercados financeiros, pode deitar tudo a perder. Perante a crescente probabilidade de aumento da inflação e uma recessão, os bancos centrais serão colocados perante o dilema de subirem os juros para controlar a inflação ou descerem-nos para evitar a recessão. Na Casa Branca está instalada a confusão e já se trocam insultos.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Grupo Espírita
DIALOGANDO COM O EVANGELHO - CEIFA DE LUZ - CAP. 18 - EM TORNO DO PORVIR

Grupo Espírita "Irmão Áureo"

Play Episode Listen Later Apr 5, 2025 43:42


Diálogos à luz do Evangelho e da Doutrina Espírita.Reflexões sobre o tema "EM TORNO DO PORVIR", com base NO CAP. 18 do livro: CEIFA DE LUZ, de Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier. BIBLIOGRAFIA:- Livro: Ceifa de Luz - Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, cap. 18 – “Em Torno do Porvir” - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Cel/Cel18.htm- Livro: O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - PARTE TERCEIRA - Das Leis Morais- capítulo 10 - Lei de Liberdade - Questõres 868 a 71 - Conhecimento do Futuro- disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Lde/LdeP3C10.htm#Q868a871- Livro: Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - capítulo 25 - BUSCA E ACHAREIS - item 6 - Observai os Pássaros do Céu - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Ev/Ev25.htm#It6a8- Livro: Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - capítulo 20 - OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA - item 4 - Missão dos Espíritas - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Ev/Ev20.htm#It4I17- Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - lição 170 - Amanhã - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Vl/Vl170.htm- Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - lição 152 - Cuidados - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Vl/Vl152.htm - Livro: Taça de Luz - Autores Diversos - lição 31 - Ante o Futuro - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Tl/Tl31.htm- Livro: Inspiração - Emmanuel - lição 22 - Perante o Futuro - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Isp/Isp22.htm- Livro: Palavras de Chico Xavier - Francisco C. Xavier - lição 12 - Quer Será do Futuro - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Plc/Plc12.htm- Livro: A Verdade Responde - Emmanuel/André Luiz - lição 17 - Rumo ao Porvir - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Avr/AvrPref.htm- Livro: Atenção - Emmanuel - lição 19 - Vida e Futuro - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Ao/Ao19.htm

Fundação (FFMS) - [IN] Pertinente
EP 209 | CIÊNCIA: Um cérebro analógico viciado num mundo digital

Fundação (FFMS) - [IN] Pertinente

Play Episode Listen Later Apr 3, 2025 49:48


Sabia que cada vez que interrompemos uma tarefa para espreitar as redes sociais, demoramos 25 minutos a recuperar a concentração por completo? Neste episódio, o psiquiatra Gustavo Jesus e Rui Maria Pêgo analisam a forma como a tecnologia e, em especial, os smartphones estão a capturar a nossa atenção e a reconfigurar o funcionamento do cérebro.Ao longo da conversa, a dupla desconstrói o «circuito da recompensa» e explica como os algoritmos tentam monopolizá-lo para nos manter ligados a todo o momento. Resultado? Nos últimos dez anos, a capacidade de concentração (attention span) das crianças diminuiu de 12 para 8 segundos.Os dados sobre exposição digital precoce são reveladores: 50% das crianças até aos 3 anos já têm o seu próprio dispositivo e a percentagem de jovens com smartphone saltou de 30% para 80% entre 2015 e 2020. Esta digitalização acelerada não é inócua - estudos recentes demonstram a correlação entre o uso crescente de redes sociais e o aumento das taxas de ansiedade e depressão em adolescentes.Perante este cenário, abordam-se questões como a regulação do uso de telemóveis nas escolas e os riscos e oportunidades das «IA-terapeutas». Uma discussão necessária num momento em que mecanismos digitais colocam o nosso cérebro analógico em modo SOS, forçado a processar um fluxo incessante de estímulos para os quais não está biologicamente preparado.REFERÊNCIAS ÚTEISHAIDT, Jonathan, «A Geração Ansiosa» (2023, Lua de Papel)HARI, Johann, «Sem Foco» (2023, Lua de Papel)THORNE, Jack, GRAHAM, Stephen, «Adolescence» (2023, Netflix)GIRELA-SERRANO, Braulio M., et al., «Impact of mobile phones and wireless devices use on children and adolescents' mental health: a systematic review» (2024, European Child & Adolescent Psychiatry)VAN DEN HEUVEL, Meta, et al., «Mobile Media Device Use is Associated with Expressive Language Delay in 18-Month-Old Children» (2019, Journal of Developmental Pediatrics)RAYCE, Signe Boe, et al., «Mobile device screen time is associated with poorer language development among toddlers: results from a large-scale survey» (2024, BMC Public Health)SANTOS, Renata Maria Silva, et al., «The Association between Screen Time and Attention in Children: A Systematic Review» (2022, Scientific Reports)SKOWORONEK, Jeanette, et al., «The mere presence of a smartphone reduces basal attentional performance» (2023, Scientific Reports)TYMOFYEYEVA, Olga, et al., «Neural Correlates of Smartphone Dependence in Adolescents» (2020, Frontiers in Human Neuroscience)KEMP, Elyria, CHILDERS, Carla Y., «Insta-Gratification: Examining the Influence of Social Media on Emotions and Consumption» (2021, The Journal of Social Media in Society)ANDERL, Christine, et al., «Directly-measured smartphone screen time predicts well-being and feelings of social connectedness» (2024, Journal of Social and Personal Relationships)BIOSRUI MARIA PÊGOTem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.GUSTAVO JESUSMédico psiquiatra e trabalha há mais de 10 anos no PIN – Partners in Neuroscience. É atualmente diretor de Serviço no Hospital de Vila Franca de Xira, professor na Católica Medical School e membro da direção da SPPSM. Publicou artigos e trabalhos científicos, participou em livros técnicos e em muitas iniciativas de divulgação das neurociências clínicas, como forma de aumentar a informação e mitigar o estigma associado às doenças mentais.

Grupo Espírita
CEIFA DE LUZ - CAP. 18 - EM TORNO DO PORVIR

Grupo Espírita "Irmão Áureo"

Play Episode Listen Later Mar 29, 2025 21:51


Episódio de número 261 da palestra virtual da Reunião de Estudos do Evangelho do Grupo Espírita "Irmão Áureo" - 29/03/2025Reflexões sobre o tema "EM TORNO DO PORVIR", com base NO CAP. 18 do livro: CEIFA DE LUZ, de Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier. BIBLIOGRAFIA:- Livro: Ceifa de Luz - Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, cap. 18 – “Em Torno do Porvir” - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Cel/Cel18.htm- Livro: O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - PARTE TERCEIRA - Das Leis Morais- capítulo 10 - Lei de Liberdade - Questõres 868 a 71 - Conhecimento do Futuro- disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Lde/LdeP3C10.htm#Q868a871- Livro: Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - capítulo 25 - BUSCA E ACHAREIS - item 6 - Observai os Pássaros do Céu - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Ev/Ev25.htm#It6a8- Livro: Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - capítulo 20 - OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA - item 4 - Missão dos Espíritas - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TKP/Ev/Ev20.htm#It4I17- Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - lição 170 - Amanhã - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Vl/Vl170.htm- Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - lição 152 - Cuidados - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Vl/Vl152.htm - Livro: Taça de Luz - Autores Diversos - lição 31 - Ante o Futuro - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Tl/Tl31.htm- Livro: Inspiração - Emmanuel - lição 22 - Perante o Futuro - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Isp/Isp22.htm- Livro: Palavras de Chico Xavier - Francisco C. Xavier - lição 12 - Quer Será do Futuro - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Plc/Plc12.htm- Livro: A Verdade Responde - Emmanuel/André Luiz - lição 17 - Rumo ao Porvir - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Avr/AvrPref.htm- Livro: Atenção - Emmanuel - lição 19 - Vida e Futuro - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Ao/Ao19.htmPoesia Final: Depois do Temporal - Maria Dolores- do livro: Estrelas no Chão — Autores Diversos — psicografia de F. C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Enc/Enc16.htm

Radio Idefran
NOSSOS DIAS COM EMMANUEL - INIMIGOS

Radio Idefran

Play Episode Listen Later Mar 27, 2025 34:28


Olá queridos amigos ouvintes da rádio idefran.Aqui é Ramon Oliveira e estamos de volta com mais um episódio do programa Nossos Dias com Emmanuel. Buscando lições confortadoras e instrutivas deste nosso grande benfeitor que deixou obra tão especial pelas mãos do nosso inesquecível Chico Xavier.Hoje vamos rever o estudo de um texto de Emmanuel que está no livro:Palavras de vida eterna — Emmanuel - Capítulo 111111 - Perante os inimigos“Reconcilia-te sem demora com o teu adversário…” — JESUS (Mateus, 5.25)

Entendendo a Bíblia
Como funciona o papel da mulher perante a liderança?

Entendendo a Bíblia

Play Episode Listen Later Mar 26, 2025 13:06


Episódio do dia 26/03/2025, Como funciona o papel da mulher perante a liderança? Apresentação: Itamir Neves, André Castilho e Renata Burjato. COMO PODEMOS ENTENDER A INSTRUÇÃO DE PAULO EM 1 CORÍNTIOS 14:34-35 SOBRE O SILÊNCIO DAS MULHERES NAS IGREJAS À LUZ DO CONTEXTO CULTURAL DA ÉPOCA E DAS OUTRAS PASSAGENS BÍBLICAS QUE FALAM SOBRE O PAPEL DAS MULHERES NA LIDERANÇA E NO ENSINO NA IGREJA?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Renascença - Hora da Verdade
Ministro da Economia prefere eleições a "um ano e tal em lume brando"

Renascença - Hora da Verdade

Play Episode Listen Later Mar 10, 2025 32:20


O ministro da Economia, Pedro Reis, é o convidado desta semana do programa Hora da Verdade, da Renascença e jornal Público. Perante a crise política que se instalou, o governante considera que o PSD pode sair reforçado das eleições legislativas antecipadas. Pedro Reis considera que o primeiro-ministro deu ao Parlamento todas as explicações possíveis e que se trata de um caso político e não judicial.

Gabinete de Guerra
Ucrânia está a ceder perante a imposição de Trump?

Gabinete de Guerra

Play Episode Listen Later Mar 4, 2025 16:21


Daniela Nunes, especialista em especialista em relações internacionais diz que Zelensky está a ceder perante ações desprezíveis de Trump. No Médio Oriente, fala numa diferença no tratamento dos EUA. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Reflexões sobre os ensinamentos de Jesus à luz do Espiritismo.

Reflexões sobre o capítulo 7 do livro "Perante Jesus", pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Reflexões sobre os ensinamentos de Jesus à luz do Espiritismo.

Reflexões sobre o prefácio do livro "Perante Jesus", pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Expresso - Expresso da Manhã
A Europa procura evitar cair de joelhos, perante o caos que pode vir da América

Expresso - Expresso da Manhã

Play Episode Listen Later Jan 23, 2025 14:17


A Europa está apreensiva face ao que pode vir do outro lado do Atlântico com o regresso de Donald Trump à Casa Branca. Os desafios são imensos e complicados, mas os lideres europeus sabem que o maior perigo pode estar na própria Europa, na forma como será, ou não, possível mantê-la unida. Neste episódio, conversamos com a correspondente do Expresso e da SIC em Bruxelas Susana Frexes.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Reflexões sobre os ensinamentos de Jesus à luz do Espiritismo.

Reflexões sobre o capítulo 4 do livro "Livro da Esperança", pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Reflexões sobre os ensinamentos de Jesus à luz do Espiritismo.

Reflexões sobre o capítulo 10 do livro "Livro da Esperança", pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Um dia no Mundo
Esperança

Um dia no Mundo

Play Episode Listen Later Dec 24, 2024 6:09


Perante desastres de todo o tipo e natureza, o Papa abre esta noite o ano do Jubileu - da esperança.

Miguel Sousa Tavares de Viva Voz
A “confusão de ver bombeiros transformados em pirómanos” e a “atitude de capitulação” de Costa perante Trump 

Miguel Sousa Tavares de Viva Voz

Play Episode Listen Later Dec 6, 2024 23:19


Miguel Sousa Tavares faz o retrato de um mundo em "degradação" por ocasião dos cem anos de Mário Soares. Diz que entre os atuais líderes mundiais "não há ninguém ao nível da geração política de Soares".  Deixa reparos à visita de António Costa a Kiev: "a afastar a UE de uma intervenção num acordo de paz" e sobre as declarações que Costa fez sobre Trump, há "uma certa atitude de capitulação, quando a Europa já devia estar a preparar de medidas contra ofensivas".  Não faltam críticas ao protesto dos bombeiros em Lisboa (e também à polícia) a fazer lembrar um "anarco-sindicalismo" de extrema-direita.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Miguel Sousa Tavares de Viva Voz
Seguro “aproveitou a deixa e vai por o PS perante um facto consumado”, a “grande vantagem” do Almirante e o candidato “morto politicamente”

Miguel Sousa Tavares de Viva Voz

Play Episode Listen Later Nov 29, 2024 23:51


Miguel Sousa Tavares comenta o tema da semana: a discussão em torno dos possíveis candidatos presidenciais. O cronista tem uma teoria sobre o aparecimento de vários nomes e aponta uma  motivação: "pura vaidade". Falamos de António José Seguro, de Gouveia e Melo e de Marques Mendes, mas também do atual PR. No podcast passamos ainda em revista as novidades no Médio Oriente, onde um cessar-fogo "não muda nada em Gaza" e a nova governação europeia com a previsão de que António Costa "não vai ter um mandato nada fácil".See omnystudio.com/listener for privacy information.

Semana em África
Moçambicanos contestam eleições, há pelo menos 30 mortos nas ruas

Semana em África

Play Episode Listen Later Nov 15, 2024 7:19


Em Moçambique, os últimos três dias foram marcados pela quarta fase de protestos convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane para contestar os resultados das eleições gerais de 9 de Outubro. Em três semanas de manifestações marcadas por incidentes com a polícia que resultaram em dezenas de mortos, não houve sinais de uma qualquer solução. "A polícia dispara contra os manifestantes e crianças", acusa o porta-voz da Renamo Marcial Macome.O ministro do interior Pascoal Ronda reagiu com advertência à onda de protestos que considera violentos convocados. A fronteira com África do Sul está encerrada desde quinta-feira. Perante esta situação, o Zimbabué que actualmente assegura a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), anunciou uma cimeira extraordinária do bloco em Harrare a partir deste sábado até quarta-feira na sequência de um silêncio quase generalizado da comunidade internacional. Para o director executivo do centro de investigação de comunicação para o desenvolvimento, da Sekelekani, Tomás Vieira Mário, "Moçambique tem capacidade de tomar as suas próprias decisões".O governo da Guiné-Bissau decidiu voltar a autorizar as manifestações de rua por parte de partidos políticos e movimentos das organizações da sociedade civil. O executivo de Umaro Sissoco Embaló adverte que as manifestações devem reger-se pelos limites fixados pela legislação nacional. Pelo menos duas das principais formações políticas já anunciaram que vão convocar manifestações para os próximos dias.Cabo Verde contabiliza 13 mil 934 casos confirmados e 5 óbitos por dengue, a luta contra a doença entra na segunda fase com incidência na cidade da Praia. Arrancou a segunda fase da luta contra a dengue com especial incidência na cidade da Praia onde o mosquito está agora, segundo a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da luz Lima, mais resistente ao contrário do que acontece noutros municípios de Cabo Verde.Em Angola, os deputados angolanos votaram esta sexta-feira na generalidade a proposta do Orçamento Geral do Estado para 2025. A UNITA, o maior partido da oposição, votou contra, por considerar que a proposta não serve o povo e subverte as prioridades de erradicação da fome e da pobreza. O economista angolano, Carlos Rosado, considera que este orçamento é uma mera formalidade, sublinhando que a lei dá carta-branca ao Chefe de Estado nesta matéria. 

Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas
Paula Cardoso (parte 1): “A verdade perdeu peso. Perante factos a desmentir narrativas populistas, misóginas, racistas, diz-se: ‘ah, mas isso não me importa!'”

Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas

Play Episode Listen Later Nov 8, 2024 81:50


Paula Cardoso foi uma das pessoas convocadas recentemente pelo Governo português para discutir soluções que respondam à revolta das comunidades dos bairros da periferia de Lisboa, após a morte de Odair Moniz, baleado mortalmente por um agente policial. A fundadora da rede “Afrolink” e apresentadora do magazine cultural “Rumos”, da RTP África, afirma que é urgente que o Governo tire da gaveta o Plano Nacional de Combate ao Racismo e à Discriminação, e que aposte na educação e revisão dos manuais escolares. Sobre a vitória de Trump: “Se a verdade tivesse algum peso, jamais teríamos este resultado. Esta deriva vem da ausência de escuta das populações que acabam em situações de desespero a ouvir falsos messias.” Ouçam-na nesta primeira parte da conversa com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer

Sabemos como começam fenómenos destes, não podemos saber como acabam. Um homem morreu numa intervenção da polícia. Ainda antes de qualquer inquérito concluído, a PSP emitiu um comunicado justificando a acção policial. O homem estaria armado com uma faca e o agente da autoridade agiu em legítima defesa perante uma arma branca. Versões posteriores contradizem esta narrativa. A polícia, além de matar, mentiu? Na periferia de Lisboa a dúvida foi pretexto para quatro noites de violência e vandalismo. Foram queimados vários autocarros e há um motorista da Carris internado em estado grave. Perante este quadro que aconselharia prudência e responsabilidade, o líder parlamentar do terceiro maior partido na Assembleia não se coíbe de dizer que “se calhar, se (os polícias) disparassem mais a matar o país estava mais na ordem”. O mundo está perigoso. Perante isto o episódio dos insultos do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros ao Chefe de Estado-Maior da Força Aérea parece uma brincadeira. Mas não é. Como não foi a brincar que o primeiro-ministro desfraldou a bandeira política do combate à disciplina de educação para a cidadania sob uma ovação do congresso do PSD. Quem parece ter sido apanhado na curva foi o ministro da Educação, admitindo que este não é o problema mais importante na área que tutela. São as guerras culturais a que temos direito. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer

E se de repente fizéssemos este programa com inteligência? (Inteligência artificial, bem entendido, que não estamos aqui para o auto-elogio.) Fomos a um encontro de geeks tecnológicos - que passaram dois dias a discutir as questões legadas à inteligência artificial - e convidámos a Joana. Houve quem lhe chamasse Joana Artificial Dias. Perante os especialista do IDC Directions não se saiu nada mal.See omnystudio.com/listener for privacy information.

A História do Dia
Como o Governo quer salvar o Orçamento do Estado?

A História do Dia

Play Episode Listen Later Sep 27, 2024 18:11


O primeiro-ministro e o líder da oposição reúnem-se esta sexta-feira. Perante as declarações públicas ainda há margem para recuos? Miguel Santos Carrapatoso, editor adjunto de Política, é o convidado.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Freud Que Eu Te Escuto
Considerações Atuais Sobre a Guerra e a Morte (1915) - II. Nossa Atitude Perante a Morte

Freud Que Eu Te Escuto

Play Episode Listen Later Sep 25, 2024 29:09


"Se queres aguentar a vida, prepara-te para a morte." Este artigo se encontra no volume 12 das Obras Completas de Freud da Companhia das Letras, na tradução de Paulo César de Souza. --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/freudqueeuteescuto/support

Semana em África
A semana em que foi o recordado o centenário do nascimento de Amílcar Cabral

Semana em África

Play Episode Listen Later Sep 13, 2024 12:05


Abrimos o recapitulativo desta semana em África com a celebração da figura de Amílcar Cabral, pai da independência da Guiné e de Cabo Verde, cujo centenário do nascimento se assinalou na passada quinta-feira.Assassinado a 20 de Janeiro de 1973, pouco antes de concretizar o sonho da independência dos dois países, Amílcar Cabral deixou atrás de si um valioso legado político. Todavia, do ponto de vista da viúva, Ana Maria Cabral, pouco se fez desde 1973, para divulgar o pensamento daquele que de acordo com uma lista elaborada em 2020 por historiadores, foi considerado "o segundo maior líder do século XX."Quem também recorda e celebra Amílcar Cabral é o antigo chefe de Estado de Cabo Verde, Pedro Pires que dirige a fundação Amílcar Cabral que nestes últimos dias organizou na Cidade da Praia um simpósio internacional sobre o líder da independência da Guiné e de Cabo Verde. Antigo companheiro de luta de Cabral, ele recordou nas antenas da RFI um amigo "com quem partilhava os mesmos sonhos".Para além do simpósio internacional, Amílcar Cabral foi igualmente homenageado de forma oficial na Cidade da Praia. Na manhã de quinta-feira, o Presidente cabo-verdiano prestou junto do memorial Amílcar Cabral um tributo ao herói nacional, José Maria Neves enaltecendo o seu contributo para a construção de Cabo Verde.Em Bissau, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, prestou igualmente uma homenagem ao fundador da nacionalidade, durante uma cerimónia oficial no Quartel-General das Forças Armadas, onde aproveitou para anunciar uma série de actividades até o final do ano em torno de Cabral.Relativamente a outro assunto, o que também dominou a actualidade desta semana, foi a aterragem no sábado no aeroporto de Bissau de uma aeronave proveniente da Venezuela carregada com mais de duas toneladas de cocaína. Os cinco ocupantes do avião, dois cidadãos do México, um colombiano, um cidadão do Equador e um do Brasil, foram imediatamente detidos.Numa primeira reacção, Fernando Delfim da Silva, conselheiro político da Presidência da República guineense, anunciou no dia 9 de Setembro que o executivo prevê "medidas severas” contra “todos os implicados” na aterragem do referido avião.Isto não impediu críticas por parte dos adversários políticos de Sissoco Embaló. Para além do Fórum de Salvação da Democracia, na oposição, acusar o poder de «encobrir o tráfico de droga na Guiné-Bissau», a coligação, o PAI-Terra Ranka, que venceu às últimas legislativas, também criticou o poder. Em comunicado divulgado na terça-feira, essa formação disse que “é do conhecimento público” que “altas figuras do Estado” estão envolvidas na “prática recorrente” do tráfico de droga no país, a coligação evocando nomeadamente elementos ligados à Presidência da República.Perante as acusações, o Presidente guineense disse que "tudo isto não passa de teatro" e argumentou que "alguém que já esteve no Congresso norte-americano, na Casa Branca e a quem o chefe de Estado francês empresta o avião para viajar, nunca poderá ser um traficante de droga". Pela mesma ocasião, Umaro Sissoco Embaló disse não tencionar brigar um segundo mandato.Também na actualidade política, mas desta vez em Moçambique, depois de mais de duas semanas de campanha para as eleições gerais de 9 de Outubro, começaram a surgir primeiras críticas, nomeadamente no que tange a actos de violência política e também de utilização indevida de meios públicos no âmbito da caça aos votos.Entretanto, a missão de observação eleitoral da União Europeia já se encontra no país para acompanhar o processo. Garantir a integridade e transparência deste escrutínio e "sem qualquer intromissão para que os resultados sejam aceites por todos", é o principal objectivo invocado pela missão.Por fim, em São Tomé e Príncipe, decorreu no passado fim-de-semana o 7° Congresso extraordinário do MLSTP-PSD, principal força de oposição do país. Durante esta reunião magna cujo objectivo era começar a preparar o partido para as próximas eleições de 2026, o antigo governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe, Américo Barros, foi eleito novo presidente do MLSTP-PSD, face a três outros concorrentes.

3 em 1
STF forma maioria para restringir emendas parlamentares

3 em 1

Play Episode Listen Later Aug 16, 2024 116:55


O 3 em 1 dessa sexta-feira (16) debateu o impasse dos STF com o Congresso. STF forma maioria para restringir emendas parlamentares. Restrições serão mantidas até um novo modelo ser adotado. Reação do Congresso: Arthur Lira acelera PEC que limita decisões individuais no STF. Proposta chegou na Câmara dos Deputados há oito meses. Lewandowski afirma que conflito entre instituições são artificiais. ‘Os poderes chegarão a um bom termo', disse o ministro. Perante embate entre poderes, Lula diz que ‘emendas secretas não são corretas'. Presidente diz que impasse pode ajudar na relação com o Congresso. Diante de sucessão no Banco Central, Lula diz ‘Campos Neto desagradou o país, não a mim' e diz também que ‘Próximo comandante do BC deve ter coragem para alterar juros'. Troca de farpas: Eduardo Leite rebate crítica do presidente que disse que o governador deveria agradecê-lo. Impasse na Venezuela: Presidente diz que governo venezuelano não é ditatorial. Bloqueios em rodovias: PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques. Investigação afirma que eles impediram deslocamento de eleitores. Queda de candidatos nas eleições e PT e PL no mesmo palanque são outros temas debatidos pela bancada. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

IPR Cape Cod Church
Palavra Profética Para o Mês de Agosto - Pr. Carlos Santos

IPR Cape Cod Church

Play Episode Listen Later Aug 1, 2024 18:20


12 dias de oração e consagração ao Senhor para os 12 meses de 2024 na IPR Cape Cod. “Viste um homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não será posto perante os de baixa sorte.” - ‭‭Provérbios‬ ‭22‬:‭29‬ ‭

Contraditório
O PR deve responder perante o parlamento no caso das gémeas?

Contraditório

Play Episode Listen Later Jul 26, 2024 43:57


Os deputados têm o direito de funcionarem como se fossem um tribunal? E o PR está obrigado a responder? Quais os limites à fiscalização política? As contas da discórdia e os Estados Unidos. Tudo no Contraditório.