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Caio Carneiro - Podcast Fod*
Rodrigo Silva: QUEM ERAM OS MAIORES EMPREENDEDORES DA BIBLIA

Caio Carneiro - Podcast Fod*

Play Episode Listen Later Jun 25, 2025 110:57


Rodrigo Silva revela os códigos de sabedoria dos maiores empreendedores da Bíblia: Abraão, José, Moisés, Jó e Salomão. Aprenda lições de fé, legado, superação e propósito para sua vida e negócios.

Convidado
A independência de Moçambique vista de Portugal

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 23, 2025 20:38


Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No décimo segundo episódio desta digressão, evocamos a luta de libertação e a independência de Moçambique vista a partir de Portugal. A guerra de libertação e a proclamação da independência foram um sismo na História de Moçambique mas também de Portugal que a partir de 1975 reintegrou as suas fronteiras iniciais, na periferia da Europa. Membro eminente da diáspora moçambicana em Lisboa, o artista Lívio de Morais viveu boa parte da sua vida nesse Portugal já sem império. Chegado em 1971 para estudar Belas-Artes, ele fundou a sua família e foi docente na zona de Lisboa. Em entrevista à RFI, ele começou por contar os seus primeiros tempos difíceis, como líder estudantil e militante independentista, enfrentando o racismo e o medo de ser preso pela PIDE, a polícia política. "Eu estava na associação como um dos dirigentes da Associação da Escola de Belas Artes e nós éramos rebeldes. E através da arte é possível fazer política. Eu desconfiava. Tive colegas, um de Cabo Verde, outro não sei de onde que fugiram. Foram para a Holanda, porque o ambiente não estava nada bom. Os professores tinham tendência a querer chumbar-nos. Sentia se o racismo dentro da faculdade e nós normalmente não comíamos dentro da faculdade e íamos andando de um lado para o outro. Procurávamos onde havia sossego e paz. Juntávamo-nos e falávamos sempre da política", começa por contar o artista. "O que era incómodo era poder se falar na luta de libertação. Porque aqui a Frelimo era considerada terrorista. Portanto, eu não podia declarar-me ‘terrorista', ou seja, da Frelimo. E, portanto, era apolítico por fora. Mas entre nós, africanos, não tínhamos outra linguagem" recorda o antigo professor que ao lembrar-se da atmosfera vivenciada aquando do 25 de Abril de 1974, fala de um sentimento de "inebriamento". "Estivemos a tocar tambores -e eu ainda tenho o meu tambor que andei a tocar- contentes, confiantes que estava tudo bem e que tudo ia resultar. Claro, havia uma certa dúvida sobre o fim da guerra, se até ao ano seguinte, na independência, se não teria um retorno, porque conforme a História, as coisas podem dar em golpe de estado", recorda Lívio de Morais referindo contudo nunca ter pensado em regressar ao seu país por considerar ser mais útil permanecendo no seio da Diáspora. Olhando para o seu país de longe, o pintor e escultor mostra-se algo crítico relativamente às escolhas que têm sido feitas. "Às vezes fico baralhado. Não sei se tenho que falar ou não, porque coisas absurdas acontecem. Todo o mal de Moçambique tem a ver com a administração da economia. Tem a ver com a distribuição da riqueza. Tem a ver com o desenvolvimento regional, porque há uma concentração em Maputo. A primeira coisa que Moçambique deveria fazer era efectivamente espalhar esse desenvolvimento, essa riqueza de norte a sul, com certo equilíbrio", considera Lívio de Morais. Relativamente a Portugal e à forma como é encarado, o artista que é muito activo na vida da zona onde reside, nas imediações de Lisboa, fala dos preconceitos que ainda podem subsistir. "O racismo é camuflado, está na mente das pessoas, não é aberto como era no tempo que eu estava como estudante. Quando eu estava a namorar, em 1976. Eram palavrões de todo o lado, como se tivesse cometido algum erro. Mas agora é normal, porque Portugal tem muitas culturas. Eu, pelo menos procuro lapidar logo que aparece uma cena dessas. A ideia que há sobre o africano na Europa. Os meus filhos são portugueses, mas têm a mistura da cor da mãe portuguesa e a mistura da cor do pai, que é moçambicano. O mundo tem que ser assim", diz Lívio de Morais que sobre o crescimento da extrema-direita em Portugal considera que "é uma vitória do racismo", mas que ele não vai prevalecer. "Não vão conseguir acabar com os africanos, com os indianos ou com os cidadãos do Bangladeche. Como nós, em Moçambique, não estamos interessados em acabar com os que nos querem. Quem vai a Moçambique, sendo portugueses, ingleses, franceses, etc, nós aceitamos porque é um meio de investimento, de desenvolvimento, de turismo, de bom conviver, da paz e vai ao encontro dos Direitos Humanos. O que dizem os Direitos Humanos? O ser humano é livre de escolher onde se sente seguro, onde se sente melhor para sua sobrevivência e vivência. Queiramos ou não queiramos, vamos nos aperceber que dentro de dez, 20, 30 anos, não haverá essa diferença que existia no passado dos pretos, dos brancos, dos amarelos", lança Lívio de Morais. 50 anos depois de Moçambique e de outros países de África Lusófona acederem à independência, falta ainda mudar a percepção desse passado em Portugal, apesar de ter existido um consenso contra a guerra colonial no seio da população portuguesa, diz Bernardo Pinto da Cruz, investigador especializado nesse período ligado à Universidade Nova de Lisboa. "Os estudos que existem acerca da opinião pública no último período do imperialismo português apontam que havia, de facto, um consenso contra a guerra colonial. Consenso esse que se refletia na composição das Forças Armadas e, depois do Movimento das Forças Armadas, que vieram a dar o 25 de Abril de 1974. Todavia, nós sabemos que grande parte da população era analfabeta e a iliteracia pesava muito num contexto em que a censura era recorrente, quotidiana", começa por constatar o estudioso. Sobre a forma como se apresenta a narrativa em torno da descolonização após o 25 de Abril, o investigador considera que "há duas fases distintas". "Até 1994-95, há uma espécie de cristalização de um tabu acerca da guerra colonial. Um tabu marcado sobretudo por um imaginário da esquerda. E, portanto, aqui temos um duplo legado. Portanto, o legado da descolonização é o legado da transição para a democracia. Depois, em 1994-95, dá-se uma explosão da memória. Pelo menos é assim que os historiadores e os cientistas políticos falam acerca desse período. Explosão da memória, em que a esse imaginário de esquerda começa a ser contraposto um imaginário de direita em que se começa a reequacionar a bondade da descolonização, o próprio processo de descolonização. E essa fase segue, grosso modo, uma desmobilização do tema da descolonização como um tema quente que era debatido no Parlamento português", diz o especialista em ciência política. Questionado sobre alguns dos efeitos da descolonização em Portugal, nomeadamente o regresso dos chamados ‘retornados' ao país dos seus antepassados, Bernardo Pinto da Cruz baseia-se nas conclusões de um livro recente da autoria do investigador João Pedro Jorge. "Foram encarados com suspeição por parte dos portugueses, também por parte de uma certa esquerda que temia que os ‘retornados' viessem engrossar as fileiras de apoio aos movimentos reacionários. Mas o que nós hoje sabemos é que foram uma força muitíssimo importante para a consolidação do Estado providência português, isto é, medidas assistencialistas de bem-estar. Os ‘retornados' foram uma força viva que permitiu ao Estado português reorientar-se de uma ditadura para a democracia", diz o universitário ao referir que o preconceito que existia em relação a essa categoria da população portuguesa tende agora a diluir-se. Sobre os militares que combateram nas diversas frentes na Guiné, em Moçambique e Angola, o pesquisador dá conta das contradições às quais ele e seus pares têm de fazer frente. "Temos aqui um problema para fazer investigação. Por um lado, honrar a memória é também honrar as necessidades que esses veteranos de guerra têm hoje em dia. (…) Por outro lado, nós temos de encarar de frente o problema dos crimes de guerra. E quando queremos encarar de frente os crimes de guerra, nós sabemos que eventualmente vamos estar a mexer não só com as memórias dessas pessoas, mas também com as suas famílias. Acabaremos sempre por contribuir também para a estigmatização dessas pessoas", refere Bernardo Pinto da Cruz. Evocando o caso ainda mais delicado dos africanos que combateram sob bandeira portuguesa, o especialista da descolonização diz que a única forma de lidar com com esse "dualismo em que se quer encerrar as pessoas é, talvez recuperarmos o papel do Estado português, das Forças Armadas portuguesas no aliciamento, no recrutamento forçado dessas pessoas". Por fim, ao comentar a crescente tentação que existe em Portugal de "branquear" o seu passado colonial, Bernardo Pinto da Cruz refere que "a visão mais corrente dentro da academia portuguesa é a da necessidade de descolonizar as mentes. E isso é sobretudo verbalizado por sociólogos do Centro de Estudos Sociais de Coimbra, que fizeram um trabalho importantíssimo acerca do que se costuma chamar de ‘amnésia histórica'. Essa ‘amnésia histórica ‘a propósito do colonialismo seria, no entender desses investigadores, um resultado do enorme impacto da ideologia oficial do Estado Novo que é o luso-tropicalismo. E esse luso-tropicalismo ainda hoje perdura nas mentes dos portugueses e, portanto, nós precisamos de descolonizar as mentes dos portugueses. Eu sou muito céptico a respeito disso. Eu reconheço o importantíssimo trabalho destes investigadores, mas eu sou muito céptico acerca do impacto que uma ideologia pode ter na prática para acreditarem a despeito de toda a prova empírica em contrário, de que Portugal não era um país racista. As últimas sondagens, por exemplo, do ano passado, a respeito dos 50 anos do 25 de Abril, mostram justamente isso : mais de metade dos portugueses acredita que o desenvolvimento dos povos foi a característica-chave do colonialismo português. Eu não discuto isso. Agora, dizer que isso está correlacionado a uma ‘amnésia histórica', eu não acredito. As pessoas sentem-se mais à vontade para falar, até porque têm uma oferta partidária hoje que lhes permite falar muito mais abertamente desse tópico", considera o estudioso acerca do racismo em Portugal. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:     Podem também ver aqui algumas das obras do artista moçambicano Lívio de Morais, recentemente expostas no Centro Cultural Lívio de Morais, na zona de Sintra, no âmbito da celebração dos 50 anos da independência de Moçambique:

Convidado
As mulheres durante a luta de libertação de Moçambique e depois

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 22, 2025 20:39


Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No nono episódio desta digressão, debruçamo-nos sobre o estatuto da mulher durante a luta de libertação, até aos dias de hoje em Moçambique. Quando se fala das mulheres nos tempos da luta é inevitável lembrar a figura de Josina Machel, primeira mulher do Presidente Samora Machel e também heroína da guerra de libertação. Nascida em 1945 em Vilankulos, no sul do país, no seio de uma família que se opõe ao colonialismo, Josina Machel ingressa na resistência em 1964. Envolvida em actividades de formação na Tanzânia, a jovem activista rejeita uma proposta de bolsa de estudos na Suíça para se alistar em finais dos anos 60 no recém-criado destacamento feminino da Frelimo, Josina Machel militando para que as mulheres tenham um papel mais visível na luta de independência. Ela não terá contudo oportunidade de ver o seu país livre. Dois anos depois de casar com Samora Machel com quem tem um filho, ela morre vítima de cancro aos 26 anos no dia 7 de Abril de 1971, uma data que hoje é celebrada como o dia da mulher moçambicana. Símbolo de resistência no seu país, Josina Machel ficou na memória colectiva como a encarnação do destacamento feminino. Óscar Monteiro, membro sénior da Frelimo, recorda as circunstâncias em que ele foi criado em 1966. "No processo político que nós vivemos em Moçambique, houve um momento em que as pessoas pensavam ‘nós temos uma linha política clara, justa, avançada'. E uma das questões muito importantes, era a atitude em relação às mulheres. Era normal, pela tradição que as mulheres fossem consideradas disponíveis como amantes. Quando Samora assume a direção, ainda me recordo de uma frase e se formos procurar esse documento, está lá a frase. Nós tínhamos criado o destacamento feminino em 1966, Samora tinha sido o instrumento disso. Então há uma frase que ele medita nessa altura. E a frase está lá. ‘Não criamos o destacamento feminino para fornecer amantes aos comandantes'. Estava só nesta frase. Já está aqui todo um programa que nós chamamos de emancipação da mulher, mas que é, no fundo, de igualdade de qualidade política da vida. Quer dizer, tu estás a fazer a luta de libertação. Isso não te permite fazer não importa o quê. Tu tens que ser uma pessoa diferente, uma pessoa melhor", explicita o responsável político. As mulheres que combateram foram uma faceta da condição feminina durante os anos de luta. Outros rostos, menos conhecidos e bem menos valorizados, são aqueles das chamadas ‘madrinhas de guerra'. Para dar alento aos soldados portugueses que partiam para a guerra sem saber se haveria regresso, o Estado Novo promoveu a correspondência entre milhares de mulheres e militares. Numerosas relações epistolares acabaram em casamento. Em Portugal, houve muitas. O que não se sabe tanto, é que em Moçambique também houve ‘madrinhas de guerra'. Um jovem antropólogo e fotojornalista moçambicano, Amilton Neves, conheceu-as e retratou as duras condições de vida que conheceram depois da independência. "Comecei a trabalhar sobre as ‘madrinhas de guerra' em 2016. Isso porque já pesquisava e encontrei um discurso do Presidente Samora que dizia que as ‘madrinhas de guerra' são ‘meninas retardadas'. Interessei-me por isso. Porquê as ‘madrinhas de guerra'? Que é isto? Então fui ao Arquivo Histórico, até à Torre do Tombo, em Lisboa, para perceber melhor. Porque as ‘madrinhas de guerra' não começam aqui. Começam em 1916 com a Grande Guerra em Portugal. E descobri que algumas ‘madrinhas de guerra' viviam aqui em Maputo, numa zona só. (…) Então, quem eram as ‘madrinhas de guerra'? Eram miúdas que eram recrutadas para escrever cartas para os militares de forma a incentivá-los e dizer que ‘não te preocupes, quando voltares da guerra, nós vamos casar. O Estado português sempre vai ganhar.' Então, neste exercício de troca de cartas, quando houve a independência, em 1975, as madrinhas de guerra foram perseguidas pelo novo regime. Então eu fui atrás dessas senhoras. Consegui identificá-las. Levou tempo porque elas estavam traumatizadas", refere o jovem fotojornalista. "As motivações dessas mulheres eram de fazer parte da classe alta naquela altura. Porque elas tinham acesso aos bailes, ao centro associativo dos negros, nesse caso, ao Centro associativo dos Mulatos, às festas que davam na Ponta Vermelha. Elas faziam parte da grande sociedade. Não era algo que poderíamos dizer que tinham algo benéfico em termos de remuneração. Acredito que não ", considera o estudioso referindo-se às razões que levaram essas pessoas a tornarem-se ‘madrinhas de guerra' que doravante, diz Amilton Neves, "vivem traumatizadas. Algumas se calhar foram a Portugal porque tinham uma ligação. Casaram. Mas a maioria ficou em Maputo" e sofreram uma "perseguição" que "não foi uma perseguição física, foi mais uma questão psicológica". Hoje em dia, muitas heroínas esquecidas de forma propositada ou não, ficam por conhecer. A activista política e social moçambicana, Quitéria Guirengane, considera que a condição das mulheres tem vindo a regredir em Moçambique. "Quando nós dizemos que há mulheres invisibilizadas pela História, vamos ao Niassa e vemos histórias como da Rainha Achivangila. Mulheres que na altura do tráfico de escravos conseguiram se opor, se posicionar, salvar, resgatar escravos e dizer ‘Ninguém vai escravizar o meu próprio povo'. Mas nós não colocamos nos livros da nossa história essas rainhas. Nós precisamos de ir ao Niassa descobrir que afinal, há mulheres que foram campeãs neste processo de luta. Estas histórias têm que ser resgatadas. Depois começamos a falar da Joana Simeão. Ninguém tem coragem de falar sobre isso. É um tabu até hoje. E você é visto como um leproso se tenta levantar este tipo de assuntos. E não estamos a dizer com isto que vamos esquecer a luta histórica de Eduardo Mondlane, que vamos esquecer a luta histórica de Samora Machel. Não. Eu não sou por uma abordagem de dizer que a história toda está errada. Todo o povo tem a sua história e tem a sua história oficial. Mas esta história oficial tem que se reconciliar, para reconciliar o povo, trazer as mulheres invisibilizadas pela história, mas também trazer todos os outros", diz a activista. Olhando para o desempenho das mulheres durante a luta de libertação, Quitéria Guirengane considera que elas "têm um papel incrível. Tiveram, tem e sempre terão um papel na luta de libertação. Terão um papel sempre activo no ‘peace building', no ‘peace making' no ‘peace keeping'. E é preciso reconhecer desde a mulher que está na comunidade a cozinhar para os guerrilheiros, desde a mulher que está na comunidade a informar os guerrilheiros, à mulher que está na comunidade a ser usada como isca para armadilhas, a mulher que está na comunidade a ser sequestrada, a ser alvo até de violações sexuais. Essas mulheres existem. Mas também aquelas mulheres que não são vítimas, não são sobreviventes, são as protagonistas do processo de libertação. E o protagonismo no processo de libertação, como eu disse, começa pelas rainhas míticas da nossa história, que não são devidamente abordadas. O reconhecimento deriva do facto de que, em momentos em que era tabu assumir um papel forte como mulher, elas quebraram todas essas narrativas e se posicionaram em frente à libertação. Depois passamos para esta fase da luta de libertação, em que se criam os famosos destacamentos femininos em que mulheres escolhem a linha da frente, escolhem a esperança em vez do medo e se posicionam", refere a também militante feminista. Volvidos 50 anos sobre a luta de libertação, apesar de ter formulado naquela época a vontade de fazer evoluir o papel da mulher na sociedade, Quitéria Guirengane considera que "se continua a travar as mesmas lutas". "A mulher ainda tem que reivindicar um espaço. É verdade que nós temos consciência que as liberdades, tal como se ganham, também se perdem. E que nenhum poder é oferecido, que nós temos que lutar. Mas é tão triste que as mulheres tenham sempre que lutar para fazer por merecer e os homens não tenham que fazer a mesma luta. Nós não só temos que lutar para chegar, mas também temos que lutar para manter e muitas das vezes colocadas num cenário de mulheres a lutarem contra mulheres", lamenta a activista. "Quando fazemos uma análise, uma radiografia, vamos perceber que a maior parte dos processos de paz foram dominados por homens. Quando nós tivemos no processo de paz, em 2016, finalmente duas mulheres na mesa, isso foi fruto do barulho que a sociedade civil fez naquela altura. A sociedade civil fez muito barulho e resultou numa inclusão de duas mulheres, uma da parte da Renamo, uma da parte do governo. Na mesa negocial entre uma dezena de homens que fez com que elas fossem apenas 12,58% de todo o aparato negocial do processo da paz. O que é que isto implica? Quando passamos para o processo de DDR, as comissões de negociação de DDR eram masculinas, todas elas homens. A desmilitarização foi entendida como um assunto de homens. A comissão sobre assuntos legais também era de homens, não havia mulheres. Quando nós olhamos para o processo de desmilitarização e ressocialização, nós percebemos que tínhamos 253 mulheres militares a serem desmobilizadas. E nesse processo, notava-se que foi pensado numa perspectiva de homens, não de compreender as especificidades e necessidades particulares", diz. Em jeito de conclusão, a activista muito presente na defesa dos Direitos das mulheres e liberdades cívicas, mostra-se "preocupada com as realidades da mulher com deficiência, da mulher na área de extractivismo, da mulher deslocada de guerra, da mulher deslocada por exploração mineira, da mulher rural, da mulher na agricultura, da mulher no sector informal, da mulher empresária. São realidades diferentes. Então não podemos meter num pacote de ‘one size fits all' e achar que as demandas são iguais. (…) Pior ainda : nos últimos seis meses da tensão social, a vida deixou de ser o nosso maior valor. Mulheres foram mortas, mulheres perderam os seus maridos, seus pais, seus filhos. Têm que acompanhar, levar comida para o hospital ou para as cadeias, sem nenhum apoio. E ninguém pensa nesta reparação. Então voltamos muito atrás. Eu diria que regredimos", afirma Quitéria Guirengane. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui: Vejam aqui algumas das fotos de Amilton Neves:

Convidado
A chegada dos portugueses e a instauração da escravatura

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 21, 2025 20:00


Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No primeiro episódio desta digressão, abordamos a presença portuguesa e em particular a escravatura em Moçambique. Chegados em 1497 num território constituído por diversos reinos e comunidades, os portugueses vão-se fixando no litoral através de acordos com as autoridades locais ou à custa de lutas. Eles constroem fortalezas designadamente em Sofala em 1505 e na ilha de Moçambique dois anos depois e ao cabo de outras conquistas militares, instalam mais tarde uma feitoria em Sena em 1530 e em Quelimane em 1544. Em jogo estão recursos como o ouro mas também a mão-de-obra escrava, conta o historiador e antigo vice-ministro da educação de Moçambique, Luís Covane. “Moçambique, como território com fronteiras próprias é produto da colonização. Antes da chegada dos portugueses e nos finais do século XV, Moçambique era caracterizado pela existência de reinos, chefaturas, sultanatos, várias unidades políticas independentes umas das outras. Até tivemos impérios. A partir do século XV, principalmente a partir do século XVI, estabelecem-se relações comerciais entre Portugal e as diferentes unidades políticas que existiam no território. Primeiro foi o comércio do ouro no interior, principalmente na zona centro. Estava lá um grande império. E depois, com a exigência de produção de matérias-primas como mão-de-obra ultra barata, entramos no ciclo dos escravos. Depois, prosperou também o comércio de marfim”, começa por recordar o universitário. Ao referir que praticamente desde a chegada dos portugueses em Moçambique que se instaura esse regime, o estudioso detalha que “é em meados do século XVIII que se incrementa a captura de mão-de-obra para as plantações do Brasil e 1752 em diante. Chama-se a isso, na periodização da história de Moçambique, como o ciclo de escravos. Mas este ciclo de escravos termina em 1836-42, quando houve uma primeira abolição e uma segunda abolição”. Questionado sobre o número de pessoas que poderão ter sido capturadas para serem forçadas ao trabalho escravo, o historiador esclarece que “não havia registos, mas sabe-se que houve zonas em Moçambique, como o Niassa, de onde saíram muitos escravos. Na zona de Nampula, também saíram muitos.” Ao evocar o derramamento de sangue que as capturas ocasionavam, Luís Covane cita em particular “a introdução maciça de armas de fogo para alguns grupos que se especializaram quase na caça ao homem e as populações que viviam em Moçambique nas suas unidades políticas”. Nesse tempo, no século XVIII até meados do século XIX, quase até finais, o estudioso refere que “foram momentos terríveis. Agora, esse passado que nós às vezes classificamos como período pré-colonial, em que a presença europeia era mais mercantil, não dominavam as populações, politicamente, não havia (colonização). Fazia-se um negócio só com os produtos negociados que chegou a incluir o próprio o homem”. Muito embora não fossem os primeiros a praticar o comércio de escravos naquele território, ele ganhou uma importância substancial com a chegada dos portugueses que “exportaram” essa força de trabalho para colónias francesas, ou ainda o Brasil, refere Benigna Zimba, historiadora ligada à Universidade Eduardo Mondlane em Maputo, que estudou de forma aprofundada o período da escravatura. “Moçambique tem um papel central na história da escravatura na região e no complexo do Oceano Índico. Nós temos, a partir do Norte, a primeira capital que é a ilha de Moçambique. A ilha de Moçambique não produzia escravos. Ali ficavam escravos de passagem, vindos do interior. Nós temos Quelimane, temos Inhambane, nós temos aqui a zona do antigo Lourenço Marques, que hoje é Maputo, nós temos Sofala, nós temos em Cabo Delgado, vários portos pequenos. Estes portos foram tendo a sua importância consoante as oportunidades de exportação, não só para o oceano Indico, mas também para o Norte de África. Em algum momento, um dos grupos que desenvolviam as suas economias locais com base nos escravos, é o grupo do Norte de Moçambique, actual Niassa. Este grupo exportou nos meados da década de 1880 a 1890, cerca de 5000 escravos, caravanas bem escoltadas e chegavam a maior parte aparentemente andando. Saíam escravos de Moçambique. Outros, não só por via marítima, mas para o Quénia. Também havia capturas do Malawi que vinham para Moçambique para poder sair e dos pontos onde iam, eles espalhavam-se. Ficaram conhecidos como os “Moçambiques”, que não eram necessariamente naturais de Moçambique. À medida que ia se desertificando, houve uma decapitação total de população. É por isso que iam cada vez mais para as costas do interior e não para a costa marítima para ir buscar pessoas”, refere a historiadora. Por outro lado, Benigna Zimba explica que havia um tratamento diferenciado para homens e mulheres. “A diferença está mais ligada à função da força de trabalho. Aqueles que compravam escravos, normalmente diziam ‘nós estamos a comprar escravos para levar para as plantações de cana de açúcar ou de cacau', então precisavam de força de trabalho. E também precisavam de reproduzir a população escrava, através de escravas. De tal maneira que nos preços de compra, muitas vezes as mulheres eram mais caras, compradas por dois tecidos, duas cangas, dois panos. E se elas tivessem bebé ou criança, dependendo da idade e da maturidade, sabiam que aqui nós já temos um escravo bebé masculino. Era mais barato. Bebé feminino porque é uma outra fonte de reprodução, era mais caro”, refere a universitaria. “Muitas delas preferiam não resistir à captura para não serem mortas, não serem violadas, não as separarem dos filhos. Havia escravas que eram compradas para ir reproduzir com os escravocratas. Faziam um filho, depois levavam o filho. E a escrava nunca mais via aquela criança. Quando falamos da demografia da escravatura, se formos a ver, o papel da mulher é extremamente importante, porque sem ela não há reprodução de escravos e também não há reprodução do sistema no nível da cúpula e ao nível das bases”, explicita ainda Benigna Zimba. Questionada sobre o trabalho forçado, pratica que veio a seguir à abolição oficial da escravatura, a estudiosa refere que “a escravatura termina naturalmente, na medida em que ela já não responde às demandas dos sistemas coloniais imperialistas. Para o caso de Moçambique, nós temos os famosos sistemas dos prazos, que são uma outra forma de continuação da escravatura. Quem eram os senhores Prazeiros? Eram os senhores e as senhoras Donas Prazeiros, muitas deles, principalmente na região da Zambézia, que sustentaram os sistemas neo escravocratas a partir da continuidade. O escravo é liberto. Aqui em Moçambique não houve muitas cartas de alforria, isto é mais para a África do Sul, Tanzânia, Quénia, para as antigas colónias britânicas. As portuguesas nem tanto. Havia portugueses que nem sabiam o que é que se passava no mundo em termos de não poderem trabalhar com uma base de mão-de-obra escrava. Então a escravatura continua”, detalha ainda Benigna Zimba. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:

Convidado
A fundação da Frelimo e o início da luta de libertação de Moçambique

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 21, 2025 20:41


Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No terceiro episódio desta digressão, evocamos as circunstâncias em que foi lançada a guerra de libertação de Moçambique. A 16 de Junho de 1960 deu-se um episódio que foi um marco antes do desencadear da luta armada. Naquele dia, foi organizado um encontro em Mueda, no extremo norte do país, entre a administração colonial e a população local que reclamava um preço justo pela sua produção agrícola. Só que no final dessa reunião que teria sido exigida pela MANU, uma organização independentista que viria a integrar a Frelimo, deu-se a detenção de alguns dos representantes do povo e em seguida a execução a tiro de um número até agora indeterminado de pessoas. O historiador Luís Covane recorda as circunstâncias do sucedido. “Primeiro, a injustiça praticada na compra dos produtos agrícolas dos camponeses e entra para primeiro a luta pela melhoria das condições de compra e venda dos seus produtos e a intransigência do outro lado da força”, começa por explicar o historiador recordando que nos “anos 60, os movimentos para a conquista da independência sem violência nos países vizinhos já eram uma realidade. Os ingleses, os franceses, adoptaram um sistema de entrega, ajudaram até a desenhar a bandeira, o hino nacional, a segurança”. “Acontece que Portugal era um país colonizador. Mas na sua própria colónia, também era colonizado. Por exemplo, o sul de Moçambique exportava mão-de-obra. O Governo que viesse nesse assunto de exportação de mão-de-obra não havia de precisar de Portugal”, refere por outro lado o estudioso ao sublinhar paralelamente que “Portugal investiu muito pouco na Educação. Assim, em 1975, o nível de analfabetismo em Moçambique era de 93%. Apesar de Salazar ter feito entendimentos com a Santa Sé em 1940. (...) Para entrar na escola, já para o escalão mais avançado, era preciso ser assimilado. Mas lá no campo, tinha-se 18 anos, já se era objecto de perseguição para o trabalho, não havia espaço, também não havia escolas para isso, não havia escolas secundárias, não tinha como. Uma pessoa sabia ler e escrever e pronto, acabou. Podia ser catequista, no máximo. O investimento que não se fez na educação tornou a situação em Moçambique muito mais delicada.” Dois anos depois do massacre de Mueda, três organizações nacionalistas, a UDENAMO, União Democrática Nacional de Moçambique, a MANU, Mozambique African National Union, e a UNAMI, União Nacional Africana de Moçambique Independente, reúnem-se em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, a 25 de Junho de 1962 e fundem-se numa só entidade, a Frelimo, Frente de Libertação de Moçambique. Sob a direcção do seu primeiro presidente, o universitário Eduardo Mondlane, e a vice-presidência do reverendo Uria Simango, a Frelimo tenta negociar a independência com o poder colonial, em vão. A partir de 1964, começa então a acção armada. O antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, recorda essa época em que tomaram conhecimento da existência de movimentos independentistas nos países vizinhos de Moçambique e decidiram se inspirar deles. “Nessa altura, nós, já estudantes, que tínhamos deixado Portugal, que estávamos na França, tomamos conhecimento disso juntamente com o Dr. Eduardo Mondlane, que trabalhava nas Nações Unidas. No nosso encontro em Paris decidimos que devíamos trabalhar, a partir daquele momento, para a unificação dos movimentos de libertação, para que houvesse uma luta mais forte. Mesmo a luta diplomática, que foi a coisa que começou, havia de ser mais forte se houvesse um movimento unificado. É assim que surge uma frente. (...) Foram três movimentos que formaram uma frente unida que se chamou a Frente de Libertação de Moçambique. E essa Frente de Libertação de Moçambique continuou a procurar meios para ver se os portugueses haviam de acatar a Resolução das Nações Unidas de 1960 sobre a descolonização. E, finalmente, quando se viu que, de facto, os portugueses não iriam fazer isso, particularmente depois do massacre da Mueda, decidiu-se começar a preparação para uma insurreição armada. E assim houve treinos militares na Argélia, onde foram formados 250 homens, porque também a luta dos argelinos nos inspirou. Então, eles próprios, depois da criação da Organização da Unidade Africana e da criação do Comité de Coordenação das Lutas de Libertação em África, fomos a esses treinos na Argélia e a Argélia é que nos forneceu os primeiros armamentos para desencadear a luta de libertação nacional”, recorda o antigo Chefe de Estado. Ao referir que a causa recebeu apoio nomeadamente da Rússia e da China, Joaquim Chissano sublinha que “a luta foi desencadeada com a ajuda principalmente africana. E mais tarde vieram esses países. A Rússia deu um apoio substancial em termos de armamento. (...)Depois também mandamos pessoas para serem treinadas na China e mais tarde, já em 1965, quando a China fica proeminente na formação político-militar na Tanzânia, mandaram vir instrutores a nosso pedido e a pedido da Tanzânia.” Sobre o arranque da luta em si, o antigo Presidente moçambicano refere que os ataques comeram em quatro frentes em simultâneo. “Nós, em 1964, criámos grupos que enviamos para a Zambézia, enviamos para Niassa, enviamos para Cabo Delgado e enviamos para Tete. Portanto, em quatro províncias simultaneamente. No dia 25 de Setembro (de 1964) desencadeamos a luta armada de libertação nacional. Porque também a ‘insurreição geral armada', como o Presidente Mondlane denominou, começou em quatro províncias em simultâneo”, recorda Joaquim Chissano. Óscar Monteiro, membro sénior da Frelimo e antigo representante do partido em Argel, também recorda a época em que, jovem líder estudantil em Portugal, integra as fileiras da Frelimo em 1963. “Eu começo por ser um dirigente estudantil em Portugal. Sou um dirigente da Associação Académica de Coimbra, juntamente com outras pessoas, como Manuel Alegre. É um nome de que me recordo. Éramos colegas de estudo. E éramos colegas no movimento estudantil e, ao mesmo tempo, sendo parte do movimento estudantil, vou migrando para o movimento anticolonial, Na Casa dos Estudantes do Império e mais tarde sou recrutado por Marcelino dos Santos, aproveitando uma viagem de fim de curso em que eu levava um relatório da célula do PAIGC em Coimbra para uma pessoa do PAIGC em Paris. Sou recrutado para organizar os estudantes moçambicanos em Portugal, mas também os estudantes de todas as colónias. Não sou dos primeiros nacionalistas em Portugal, mas sou do grupo que permanece em Portugal depois da grande fuga dos anos 62. Então, esse meu trabalho começa em 63. Em 63, eu recebo essa missão, na qual me empenho, saio de Coimbra para Lisboa. Ainda publicamos boletins, um boletim chamado Anti-Colonial. E acontece que ousamos demais. Começamos a distribuir o Boletim Anticolonial em Moçambique, na Beira e em vários sítios, mas na Beira é que somos apanhados e eu sou avisado por um colega meu que ainda está aqui, o Luís Filipe Pereira, um pedagogo. Ele avisa-me ‘Olha fulano de tal e fulano de tal foram presos.' Foi o sinal para mim de passar a uma outra vida, que é uma vida completamente diferente, que é de me esconder. A gente poderia dizer de uma maneira muito elegante ‘passei à clandestinidade', mas no fundo eu estava simplesmente a fugir. Não estava a fazer clandestinidade. Tinha feito antes, mas nesse momento saí pela porta de trás e pronto, cheguei a Paris utilizando o caminho dos imigrantes. Fui esperando lá. Continuando a manter a relação com os estudantes em Portugal e mais tarde sou chamado para a Argélia por Pascoal Mocumbi, que me tinha visto em Paris e que eu conhecia porque ele era muito amigo do Chissano”, conta Óscar Monteiro. Ao evocar a missão que lhe incumbia em Argel, Óscar Monteiro refere que o seu trabalho consistia em “fazer a propaganda do movimento de libertação em francês. Nós já tínhamos representações no Cairo, tínhamos um departamento de informação que produzia documentos, o ‘Mozambique Revolution', que era uma revista muito apreciada, que depois era impressa mesmo em offset. Mas não tínhamos publicações em francês. Então, coube-nos a nós, na Argélia, já desde o tempo do Pascoal Mocumbi, produzir boletins em francês, traduzir os comunicados de guerra e alimentar a imprensa argelina que nos dava muito acolhimento sobre o desenvolvimento da luta, a abertura da nova frente em Tete, etc e ganhar o apoio também dos diplomatas de vários países, incluindo de países ocidentais que estavam acreditados na Argélia. Falávamos com todos os diplomatas. Prosseguimos esses contactos. O grande trabalho ali era dirigido sobre a França e sobre os países de expressão francesa. Era um tempo de grande actividade política, é preciso dizer. Eram os tempos que precederam o Maio de 68. Enfim, veio um bocado de toda esta mudança. E tínhamos bastante audiência”. A 3 de Fevereiro de 1969, em Dar-es-Salaam onde está sediada a Frelimo, Eduardo Mondlane abre uma encomenda que contém uma bomba. A explosão do engenho é-lhe fatal. Até agora, pouco se sabe acerca desse assassínio sobre o qual Joaquim Chissano, então responsável do pelouro da segurança da Frelimo, acredita que haverá a mão da PIDE, a polícia política do regime fascista de Portugal. “Havia já alguns indícios de que havia movimentos de pessoas enviadas pelo colonialismo, mesmo para a Tanzânia, como foi o caso do Orlando Cristina, que chegou a entrar em Dar-es-Salaam e fazer espionagem. Disse que trabalhou com os sul-africanos em 1964 e continuou. Depois houve o recrutamento, isso já em 1967-68, de pessoas da Frelimo que tentaram criar uma divisão nas linhas tribais, mas que na realidade não eram representativos das tribos que eles representavam, porque a maioria eram ex-combatentes que estavam solidamente a representar a unidade nacional. Foi assim que tivemos uns traidores que depois foram levados pelos portugueses de avião e de helicópteros e entraram a fazer campanha aberta, propaganda e até houve um grupo que chegou a reivindicar a expulsão do nosso presidente, dizendo que ele devia receber uma bolsa de estudos. Quer dizer, a ignorância deles era tal que eles não viram, não souberam que ele era um doutor -duas vezes doutor- e que não era para pensar em bolsa de estudo. Mas pronto, havia um movimento de agitação. Mas a frente era tão sólida que não se quebrou. Por isso, então, foi se fortalecendo à medida que íamos andando para a frente”, conclui Joaquim Chissano. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:  

Uma Semente
EP611 - A OFERTA QUE ETERNIZA

Uma Semente

Play Episode Listen Later Jun 13, 2025 3:23


"Josué ergueu também doze pedras no meio do Jordão, no local onde os sacerdotes que carregavam a arca da aliança tinham ficado. E elas estão lá até hoje." ( Js 4:9)Josué depositou um altar e Deus devolveu um céu aberto em Jesus. Ele levantou um trono e Deus devolveu um rei. Eram apenas pedras, mas ali no meio do Jordão, Josué determinou um ponto de adoração, um ponto de sacrifício, um ponto de aliança. O que você entrega aos céus eterniza, e o que você sacrifica memorializa. Quando o Eterno recebe uma oferta, no físico pode parecer pequeno, mas para Ele é matéria prima para realização do milagre. Deus havia pedido que após a travessia do Jordão o povo de Israel levantasse um memorial para que as próximas gerações O conhecessem, mas eu posso imaginar Josué levantando o seu próprio altar e dizendo: Deus, eles levantarão um altar para cumprir uma regra a fim de que os outros te conheçam, mas o meu altar será levantado porque te amo. Eu deixo registrado no meio desse Jordão, através dessas pedras, que não preciso de regras pra te ofertar o meu amor, e que de livre e espontânea vontade eu te oferto um altar, não para que outros te conheçam, mas porque eu te vejo e sei que és Adonai. Enquanto o altar do povo era levantado para o cumprimento de uma regra, o de Josué era levantado para o cumprimento de uma aliança. Um altar em intercessão pelo outro é obediência, mas um altar particular por amor é honra. E honra movimenta os céus e gera milagre. Abraão depositou um filho e o Eterno devolveu uma nação, mas não se trata de valor ou sobre quantidade da oferta, e sim a espontaneidade de um coração que deu tudo por ser muito perdoado. Quando André viu aquele menino que ofertava cinco pães e dois peixes ele disse:"...,mas o que é isso perto dessa multidão." Alguns desprezarão o seu altar, a sua oferta dizendo: " é pequena demais, é insuficiente pra que Deus use, pra que você viva milagres, pra que o avivamento chegue. Mas assim como Jesus tomou aquela cestinha, Ele tomou também o altar de Josué e o filho de Abraão, porque não é sobre a espécie, é sobre a essência. Por isso, surpreenda o Amado ofertando o que ninguém entregou; teu altar tocará a eternidade e sua entrega será alimento para as gerações.

Diplomatas
40 anos da adesão à CEE: “Europa e democracia eram duas faces da mesma moeda”

Diplomatas

Play Episode Listen Later Jun 12, 2025 42:34


Este episódio começa com uma viagem de 40 anos no tempo, até à adesão de Portugal na CEE, a 12 de Junho de 1985, quando pelas 11h00 é assinado o tratado de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, a CEE, fechando um capítulo na nossa história e abrindo outro. Teresa de Sousa lembra que Mário Soares considerava que "Europa e democracia eram duas faces da mesma moeda". A conversa não termina sem passar pela situação nos Estados Unidos, nomeadamente sobre a crise em torno da cidade de Los Angeles, mas também do divórcio mais famoso do momento, a separação do mais rico, Elon Musk, do mais poderoso, Donald Trump. Um momento que todos viram chegar e de que ninguém quer perder os próximos episódios.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Meio Ambiente
Apesar de resultado modesto, Conferência de Nice impulsiona tratados internacionais sobre oceanos

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Jun 12, 2025 23:57


Pela primeira-vez, um grande número de chefes de Estado e de Governo e ministros se deslocaram para uma reunião internacional para abordar a proteção dos oceanos. Se, por um lado, a 3ª Conferência da ONU em Nice sobre o tema (UNOC3) resultará “apenas" em uma declaração política de engajamento dos quase 130 países representados, por outro, o evento consolidou de vez os oceanos na agenda ambiental global. Lúcia Müzell, enviada especial da RFI a Nice Mais de 60 líderes de países dos cinco continentes estiveram na cidade do sul da França para o evento. Assim, no segundo dia, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que, até setembro, 60 países se comprometeram a ratificar o Tratado de Proteção da Biodiversidade Marinha em Áreas além da Jurisdição Nacional (conhecido pela sigla BBNJ). O número é suficiente para que o acordo, assinado em junho de 2023, entre em vigor. O Brasil prometeu ratificar o texto até o fim deste ano. André Abreu, diretor de Políticas Internacionais da Fundação Tara Oceans, considera que, ao debater "todas as grandes questões" em alto nível, a UNOC3 atingiu o status de “mini-COP”, a badalada Conferência do Clima da ONU. As duas edições anteriores do evento sobre os oceanos ocorreram em 2017, em Nova York, e em 2022, em Lisboa. "Esse tratado do alto mar fica geralmente nas prateleiras dos ministérios, sem ter visibilidade para os ministros do meio ambiente ou das ciências. Trazer essa ambição de ratificar o Tratado do Alto Mar é um exemplo de como essa conferência pode fazer diferença”, avalia Abreu, que acompanha há mais de 20 anos as tentativas de acordos internacionais pela proteção dos oceanos. "Um outro tema é moratória sobre a exploração mineral dos fundos marinhos. Eram 30 países no grupo de alta ambição na ISA [Autoridade Internacional de Fundos Marinhos] e, aqui, dobraram. Está tendo uma convergência de anúncios bastante impressionantes, apesar da declaração política, que deixa a desejar." Este texto foi negociado entre os participantes antes da conferência e a declaração deve estimular um impulso político ao tema nos países signatários. Ao longo da semana, estão sendo anunciados novos compromissos voluntários para o cumprimento do único dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU específico sobre os oceanos, de número 14. Compromissos do Brasil O Brasil, por exemplo, se engajou a atingir até 2030 a meta das Nações Unidas de 30% de áreas marinhas protegidas e detalhou os seus planos para a preservação dos recifes de coral e dos manguezais. O país já tem 26,5% da sua zona marinha e costeira dentro de unidades de conservação. Para Marina Corrêa, analista sênior de conservação dos oceanos da WWF Brasil, o principal desafio para atingir a meta de 30% é que as novas áreas criadas tenham representatividade de habitats e sejam de fato implementadas. "A gente sabe que tem muitos desafios, mas estamos vendo muitos esforços do Brasil”, disse. “O que o Brasil fez na sua presidência no G20, priorizando o oceano e a inclusão do oceano nas NDCs [os planos climáticos dos países] e incluindo o oceano nas suas próprias NDC, são sinalizações de um país que vem querendo amadurecer essa agenda. Eu diria que Nice foi um trampolim para a agenda de oceano para a COP30”, afirma. A CEO da Conferência do Clima de Belém, Ana Toni, concorda: "Vai influenciar de maneira estruturante. O clima e os oceanos estão juntos. A gente separa em diversos eventos, mas, na verdade, eles estão juntos e a gente espera expressar tanto aqui, como na COP30, essa unidade, de que temos de proteger os oceanos para proteger o clima e proteger o clima para proteger os oceanos”, declarou Toni, à RFI. Sinergia entre clima e oceanos  Os oceanos captam 25% do CO2 ejetado na atmosfera e têm um papel fundamental na regulação climática da Terra, ao estocar calor. Entretanto, o excesso dos dois fatores tem levado as águas oceânicas a se tornarem mais ácidas, causando o colapso de ecossistemas marinhos. André Abreu explica que as temperaturas extremas na superfície favorecem a proliferação de algas que retiram oxigênio do mar – e as áreas com níveis mínimos de condições para a vida estão se expandindo. "Fala-se hoje de 'dead zones', porque tem bolsões inteiros do oceano, não somente nos estuários, que seria o esperado, mas bolsões inteiros no meio do mar, com praticamente zero oxigênio. Só bactérias e vírus que sobrevivem ali”, lamenta o pesquisador. "Explicar isso, trazer essa urgência para a COP de Belém é superimportante, porque o oceano está sendo impactado demais pelas mudanças climáticas.” Impacto dos combustíveis fósseis  A Conferência dos Oceanos também resultou em um apelo, assinado por 90 países, por um tratado “ambicioso" contra a poluição plástica, incluindo a delicada questão da redução da produção de polímeros – derivados do petróleo, um combustível fóssil. No evento, organizações ambientalistas ainda chamaram a atenção para os riscos de projetos de exploração de gás e petróleo offshore para os mares. A advogada Renata de Loyola Prata, coordenadora de Advocacy e Projetos no Instituto Internacional Arayara, critica o projeto do governo brasileiro de oferecer 147 novos blocos de exploração de petróleo e gás no país – dos quais um terço se localizam na foz do rio Amazonas. "Nós temos ressalvas, preocupações sobre o Brasil de fato ser uma liderança climática”, sinaliza. "Apontamos incongruências. É realmente uma contradição o Brasil se colocar como liderança climática e abrir essa nova fronteira exploratória, sendo apelidada como o novo pré-sal”, aponta a advogada. "Acho importante que o tema dos combustíveis fósseis e as suas emissões, que afetam os oceanos, esteja presente”, disse Ana Toni. "São debates difíceis, mas eles têm que acontecer, e fico muito feliz que aqui, e também na COP30, a gente vai poder debater de coração aberto, tentando procurar maneiras que sejam boas para as pessoas e, logicamente, boas para o planeta.”

Quem Ama Não Esquece
O AMOR É O MAIOR REMÉDIO PARA A ALMA - NATÁLIA | QUEM AMA NÃO ESQUECE 11/06/2025

Quem Ama Não Esquece

Play Episode Listen Later Jun 11, 2025 17:19


A Natália viveu um relacionamento abusivo na adolescência. Eram traições, brigas, agressões verbais e físicas, mas ela acreditava que amar era aguentar tudo calada. Até que, ele largou o trabalho, se afundou na bebida e se transformou em outra pessoa, tentando tirar a própria vida na frente dela. Naquele momento, Natália entendeu que amor de verdade não suporta tudo e que não dava mais pra continuar. Então, ela entrou na faculdade, conseguiu um novo emprego e começou a se reconstruir. Nessa nova fase, ela conheceu o Theo, um cara respeitoso, parceiro e cheio de amor pra dar. Hoje, eles vivem uma relação de companheirismo de verdade e Natália descobriu que amor de verdade não machuca, ele acolhe e faz crescer.

Artes
“Michel”:  Para haver reconciliação “é preciso saber quem foram as pessoas que assassinaram”

Artes

Play Episode Listen Later Jun 11, 2025 20:42


"Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" é o livro onde o advogado e professor universitário Miguel Francisco, mais conhecido como “Michel”, relata, na primeira pessoa, os três anos de pesadelo em que esteve preso. Michel testemunha as torturas, fuzilamentos, trabalhos forçados, as condições mais desumanas a que foram sujeitos aqueles que em Angola foram acusados de colaborarem com os “fraccionistas” (Nito Alves e José Van-Dúnem). "Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" é o livro onde o advogado e professor universitário Miguel Francisco, mais conhecido como “Michel”, relata, na primeira pessoa, os três anos de pesadelo em que esteve preso e viveu as condições mais desumanas a que foram sujeitos aqueles que em Angola foram acusados de colaborarem com os “fraccionistas” (Nito Alves e José Van-Dúnem). Michel, que em 1977 era militar do MPLA, fez parte dos milhares de prisioneiros, condenados sem julgamento, que foram enviados para o “campo de concentração”, “campo da morte”, o campo de Calunda. O livro "Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977"  foi recentemente reeditado em Portugal pela Perfil Criativo. Em entrevista à RFI, Michel, que considera que a reconciliação entre angolanos ainda está por fazer, começa por lembrar o choque que teve ao chegar ao campo. Os amigos de Luanda, que pensava que estariam mortos, estavam ali, vivos, mas o aspecto de farrapos humanos, doentes, cadavéricos, com lêndeas e cabelo a cair, eram marcas das condições desumanas do campo da morte. Michel: Quando eu vi, o Manél está vivo! Eu pensava que o gajo estava já morto, afinal ele está vivo.  Mas ele estava em mau estado, com lêndeas, anémico, muito magro. Ele disse-me: "Vocês estão aqui e recebemos ordens. Nós não podemos comunicar com vocês." A segurança lá, o DISA. Então, o campo é novo, não tem condições nenhumas, meteram-nos aqui como se fossemos farrapos. Então, começámos mesmo a dormir ao relento. Isto estou a resumir, no livro está tudo. Veio esse primeiro grupo no dia 26 de agosto. Depois veio o segundo no dia 30 ou 31. E depois veio... depois veio o último grupo no dia 3. Este último grupo, dia 3, é que fez o número para eles realizarem o comício satânico para fazerem um fuzilamento em hasta pública, com a população lá, assistindo. Terrível, nunca vi uma coisa assim. Nós fomos obrigados a assistir ao fuzilamento de dois rapazes. Um deles até chamava-se António Ambrige. Jovem, só 18 anos. Estou a ver como se fosse agora. E depois tiraram mais um miúdo. No dia antes nós fomos à Tonga, inculparam-lhe que ele ia fugir. Mas aquilo era uma farsa. Inventaram aquilo. Eles já tinham planificado o fuzilamento para incutir o medo no grosso de toda a malta que estava ali no campo. É uma estratégia que eles tinam montado. De tal forma que nós assistimos, horrorizados. Para nós pensarmos que não vamos sair daqui vivos. No comício, esteve presente o administrador comunal daquela região. Um gajo muito tribalista, o gajo que mais incitava ao ódio ali, naquele comício. E as populações (vieram), pediram a toda a população dos bairros (para vir ver). Estavam ali, concentrados. Todo o mundo assistiu. Tanto mais que naquele fuzilamento, a população também não embalou. Era visível no rosto dos populares a revolta e a reprovação do que eles estavam a assistir. Muitos até não quiseram assistir. Uns até choravam. Por toda essa peripécia que a gente viveu, é que me levou a escrever o livro. Eu disse logo. Por todo este clima de terror que nós estamos aqui a viver. Nunca me passou pela cabeça que o MPLA fosse capaz de criar um campo desta dimensão, nem a PIDE na época colonial. Aquilo era terror autêntico. Nós chegámos lá no dia 26 e tiveram que nos evacuar no dia 17 de outubro. Se continuasse mais tempo não sobraria ninguém. Porque depois surgiram muitas doenças. Por quê? Porque chovia muito. Não havia casas suficientes. Alimentação não havia. Trabalhos forçados, torturas, pancadarias, fuzilamentos. Olha, eu vou só lhe dizer um caso que aconteceu. No dia em que eu fiz 22 anos, no dia 26 de setembro, eu não fui à Tonga. Tonga é lá a roça onde se ia para fazer trabalhos forçados. Eu não fui. Simulei qualquer coisa e fiquei mesmo lá, no campo. Até havia mais benefício em ir à Tonga, porque lá tem água. No campo, nem água tinha. A água era de um tanque. Você nem água tinha para beber.  A situação era tão grave no campo que você nem água tinha. Portanto, era melhor ir para a tonga,porque lá tem os rios. Tomas um banho, bebes água à vontade. E quando chegas (ao campo) tens o papo cheio, já não tem necessidade de beber água. Então, eu não fui mesmo, disse não vou. Então, fui à caserna de um indivíduo chamado Jerónimo. Ainda está vivo. E eu disse: "Oh, Jerônimo, eu, hoje, fiz 22 anos. Aí o gajo disse assim: "Epá, você fez 22 anos! Hoje tens que te aventurar e ir lá na bicha, para ver se comes qualquer coisa." Pronto, a bicha (a fila que se formava para receber uma ração) era terrível. Não se conseguia receber comida, porque a cozinha era única e o número de prisioneiros era muito. Aquilo era uma luta tão grande para conseguir uma migalha de comida que nem todos recebiam. Só os mais fortes é que conseguiam. Eu não conseguia mesmo, não conseguia. Por isso eu vim de lá (do campo) com mazelas. Cheguei a ficar quatro dias sem comer mesmo nada. Então, o que é que eu fazia? Recolhia as escamas de peixe que estavam no chão junto da cozinha. Depois acendia um fogareiro numa lata e tomava aquele molho com sal para mitigar a fome. Mas nesse dia, esse meu amigo Jerónimo disse, "Epá, tens que ir à bicha. Vai! faz alguma coisa! Já não vais fazer mais outro aniversário aqui. Porque aqui nós estamos todos condenados à morte. Então, nesse dia eu tentei ir à bicha. Não é que, por meu azar, e isso está tudo em livro, não é que, por meu azar, nesse dia, também o próprio chefe do campo decidiu ir à bicha para acompanhar o comportamento (dos prisoneiros) e ver como estava a ser distribuída a refeição. Eu estava naquela confusão, para ver se conseguia festejar o aniversário pelo menos comendo alguma coisa. E aquele gajo, de um momento para o outro, disse: "mas que brincadeira é essa? Vocês estão-me enervando. Eu mato já um gajo!" Eu até pensei que ele estivesse a intimidar para que a gente se organizasse melhor. O gajo saca da pistola... Epá, eu nunca tinha visto uma coisa assim. Saca da pistola... Epá, prime o gatilho (com a arma) na testa de um gajo... Epá! De um gajo aleatoriamente. Pumm! Epá, antes dele fazer esse disparo, eu vi o gajo. Eu fiquei com medo. Eu vi o gajo e saí da bicha. Logo que o gajo faz o tiro, Epá, eu... O sangue a jorrar, a bicha se desfez toda, … todo o mundo disperso. Fui para a caserna. Então, disse logo: Epá, isto aqui é mau sinal. Então hoje mesmo que eu faço o aniversário e me acontece uma coisa dessa. Então, é porque já não vou sobreviver. Mas jurei comigo mesmo, se algum dia eu sobreviver, eu vou escrever um livro para relatar todas essas situações que eu estou a viver. É essa a razão que me levou a escrever o livro. RFI: Sobre este drama do 27 de maio de 1977, o Michel já escreveu outros livros, estou-me a lembrar do livro O Racismo como Cerne da Tragédia de 27 de Maio de 1977. Este é um relato de todos os factos que eu vivi, senti na carne e na alma, o que me levou a escrever o livro. Mas, como cidadão que eu sou, com alguma formação que eu tenho, quis ir ao fundo do que realmente esteve na base deste processo. Contrariamente ao que muita gente pensa, é um livro polémico, porque são ideias minhas. Eu fiz uma incursão, fiz uma investigação e fiz uma reflexão. Porquê aquela sangria toda? Tem matérias muito complexas, que tem a ver com a realidade própria do meu país, cujo cerne cai exactamente no racismo. Por isso eu escrevi O Racismo como Cerne da Tragédia de 27 de Maio. Agora, as pessoas lêem. Podem concordar com o que está lá ou não concordar. É o que eu fiz. Esta é uma reflexão pessoal, a minha análise, a minha opinião sobre o que esteve na base do 27,com a qual as pessoas não são obrigadas a concordar. É uma questão de liberdade. Eu penso que o que esteve na base daquela tragédia é aquilo que está no livro que eu escrevi. Agora as pessoas podem concordar. O que o faz ter a opinião de que terá sido o racismo? Ah! aí está o problema! Porque é muito difícil dizê-lo, mas é o que aconteceu. Porque os factos são factos. Quem dirigiu a repressão em Angola foram mestiços. Foram maioritariamente mestiços. São mestiços que planificaram isso. Para mim, são mestiços. E quem viveu em Angola sabe a realidade, sabe que é isso que se passou. Agora, usaram o Presidente Neto, como escudo. Instrumentalizaram o Presidente Neto. Agora, se ele se deu conta, isso é um problema dele. Mas penso que ele deu-se conta. Por quê? Porque eu tive um encontro com a dona Maria Eugénia, viúva do Presidente Neto. Tive uma reunião com ela em 2011, a pedido dela. Esta reunião foi intermediada pelo antigo primeiro-ministro Marcolino Mouco. Um encontro muito frutífero. Ela foi com o meu livro, a primeira versão. Foi com o meu livro para me fazer perguntas. Fez uma série de perguntas e eu respondi. E ela, no fim, diz assim, "coitadinho, o homenzinho, fizeram tudo sem ele saber e o homem sofreu até morrer". No encontro que ela teve comigo, estava ela, esteve um indivíduo chamado Amarildo Vieira Dias e estava a filha, a doutora Irene Neto. Se elas ouvirem, podem confirmar, em 2011. Eu tenho uma grande admiração pelo Presidente Neto, mas não posso perdoar o que ele fez. Então, aquela ideia de uma divisão entre nitistas e netistas faz sentido ou não? Não faz sentido. Isso está no livro que eu escrevi. Na minha perspectiva, aquilo é um falso problema. Eles manipularam de tal forma o Presidente Neto para influenciar a opinião pública nacional e internacional de que a luta do Nito (Alves) era contra o (Agostinho) Neto. Mas não, não é verdade. É falso dizer que havia netismo e nitismo, como se o Nito fosse adversário do Neto. Não, é mentira! Isto não é verdade. A verdade é que o Neto, naquela altura, naquela conjuntura,era uma peça fundamental e qualquer uma das alas queria tê-lo do seu lado. E venceu a área que tinha o Neto do seu lado. Porque o Neto, na altura decisiva da contenda, bandeou-se para o lado da ala que reprimiu. É por isso que eu disse que o problema resvala no racismo. Não vale a pena escondermos. Quem são os gajos que dirigiram a repressão? Lúcio Lara, Igo Carreira, Onambwé, Costa Andrade "Ndunduma", Hermínio Escórcio, todos eram mestiços!. Para quê esconder? É verdade que tinha lá uns pretinhos, mas não tinham aquilo que se chama o domínio do facto. Quem dirigiu a repressão são essas gentes. Isto eu não escondo. É uma realidade. Os factos são factos. E todo mundo sabe disso. Agora, as pessoas podem não concordar comigo. Eu sempre disse, e neste meu livro está lá, o problema do 27 de maio não é ideológico, na minha perspectiva. O problema do 27 de maio é político, é profundo. Já vem da essência do próprio MPLA. Quem fundou o MPLA? Isto não vale a pena esconder. É a minha perspectiva. Eu sou um homem livre. Exprimo aquilo que penso. Agora, posso estar errado, mas têm que me provar o contrário. No campo onde esteve preso, havia pessoas que morriam por causa dos maus-tratos, mas uma grande parte dos mortos era por causa da doença. Sim, a maior parte que morreu no campo, está no livro, era por doenças. Havia um ou outro... Tortura havia ali. (Mesmo sobre) Aqueles gajos, indivíduos que iam roubar mandioca. Chegou uma altura em que a situação estava de tal forma insustentável... O ser humano tem instinto de sobrevivência... Começaram a ir para as lavras roubar as mandiocas. Quando voltavam, aquilo era uma tortura que não era brincadeira. Eram postos nus, e o chefe do campo, com a mulher a assistir, pegava num cacete e batia no pénis. O pénis ali a inchar e a sangrar. Todo mundo a ver, ele nu. Aquilo não era coisa de brincadeira. É o que me levou a escrever o livro. Eu dizia assim: Epá, eu nunca vi uma coisa dessa. Epá, mas é mesmo o MPLA que está a fazer isso? O MPLA vai criar um campo destes? O MPLA que diz que é o povo, e o povo é o MPLA, vai-lhe dar na cabeça para criar um campo desta magnitude? Por isso é que esse tipo de coisas que estão aí a fazer, isso não é reconciliação. Isso não é reconciliação, não é nada. Pela gravidade do assunto, é um assunto que tem que ser bem... Não é só vir com um papelzinho, olha, peço desculpa. Não, aquilo é formal. É um bom passo. Mas agora tem que ir ao fundo do problema. Tem de haver responsabilização política. Pode não ser criminal, ninguém precisa disso. Mas responsabilização política tem de haver. Só assim poderá haver reconciliação. Caso contrário, não há. É assim no Chile, é assim no Brasil. É assim aqui. Aqui, os da PIDE têm mais espaço aqui? Os gajos que fizeram a PIDE aqui têm espaço? Não pode. São cidadãos, vivem ali, mas não tem possibilidade nenhuma de aparecer. Nós em Angola, não. Estão a condecorar até verdugos. Os próprios gajos que mataram, os algozes, estão a ser condecorados. Isto é sério? É assim que se faz? É um prémio pelas matanças que levaram a cabo? Em vez de se criar uma comissão da verdade para se explorar bem, se determinar bem as responsabilidades, e para que uma situação do género não se volte a repetir, estão a ser condecorados. Isto é sério? Por amor de Deus, pá! Só no meu país. Mas eu, como sobrevivente, como angolano que dei o meu melhor nesse país, vou lutar até as últimas consequências. Ainda que me matem. Se quisermos uma verdadeira reconciliação nacional, teremos que ir buscar as causas profundas que estiveram na base disso. O que é que sugeria para que, realmente, essa reconciliação nacional acontecesse? O que eu proponho é a criação de uma comissão da verdade, até podem chamar outro nome qualquer, para primeiro descobrir quem foram os indivíduos que assassinaram aqueles comandantes que apareceram no dia 21 nas Barrocas do Sabizanga. Esse é o ponto de partida. Porque é a partir dali, deste facto bárbaro, que o Presidente Neto veio a público dizer que não perdia tempo com os julgamentos. Não haverá perdão nem... Isso vem em letras grossas. Aliás, escritas pomposamente pelo Costa Andrade "Ndunduma". Que depois inventou mais uma outra célebre frase, "É preciso bater no ferro quente", numa alusão para instigar a matança que já estava a ser levada a cabo. Em função desta frase do Presidente Neto, "Não vamos perder tempo com os julgamentos". Por quê? Por causa daqueles comandantes. Então é preciso saber quem foram as pessoas que assassinaram aqueles comandantes. Foram os fraccionistas? Duvido muito. Até por uma questão de lógica. Se o golpe falhou às 11 horas, mais ou menos às 11 horas, 11 e meia, já as tropas cubanas tomaram a cidade toda. E os próprios fraccionistas já estavam em demandada. Como é que tiveram tempo, durante a noite, para assassinar, meter num carro, numa Kombi, e ir meter (os corpos) alí nas barrocas? Por amor de Deus, pá! Isso é uma questão de lógica. Tem de haver alguma estratégia. Agora, temos que saber quem foram. A gente sabe quem são. A gente sabe! Mas a minha opinião vale o que vale. Por isso é que tem, mesmo, que haver uma comissão da verdade. Olha, se lerem o livro do Nito Alves, nesse livro, tem lá muita carga ideológica. Purga e aquela carga ideológica está lá. E vão às informações que o livro tem. Há uma página 172 ou 173, está lá tudo. Aquelas reuniões que eram levadas a cabo na casa do Júlio de Almeida, era reunião de quê? Era para fazer o quê? Está lá tudo. Matrículas todas, as pessoas que iam lá frequentar. Vamos lá, só ver. Ali temos um bom ponto de partida. Agora, se querem que as pessoas todas que estavam envolvidas nesse processo trágico, morram todas para depois não serem responsabilizadas, isto não é reconciliação. Com toda sinceridade, não é! Qual é o impacto que o drama do 27 de Maio de 1977 ainda tem, nos dias de hoje, na sociedade angolana? Basta ver o país como está. Tão simples quanto isso. Isso não é uma questão de romantismo, é uma questão de realismo. O MPLA inflectiu para um rumo depois do 27 de Maio. O MPLA não é mais o mesmo. E a prova está ali, hoje, no que temos. Que MPLA temos hoje? Que MPLA temos hoje? Os melhores patriotas que o MPLA teve na sua vida são aqueles que foram trucidados no 27 de Maio. Não me venham lá com outras teorias. São esses que foram mortos no 27 de Maio. Hoje só temos aí os escroques! Indivíduos mais ligados para a riqueza. Não é?!  Todos eles são ricos. São milionários. Têm casa aqui, dupla nacionalidade. Todos eles. Que patriotismo é esse? Eles é que andaram a instigar esses miúdos todos a virem para aqui. Porque copiam. Um verdadeiro patriota pensa no seu país! Investe lá! Mas eles todos vêm aqui e morrem aqui. Depois é que vão lá ser enterrados. Ou não é? Esse é patriotismo de quê? Podem ser tudo menos patriotas.  Se é que têm noção do que significa patriotismo? Portanto, este é o impacto do 27 de Maio. O MPLA está completamente descaracterizado porque os melhores quadros que eles tiveram, os melhores patriotas, são esses que foram mortos no 27 de maio. Nisso não tenho dúvidas. Mesmo as pessoas que participaram nesta repressão têm noção disso, reconhecem.  Hoje O MPLA está descaracterizado. Isto não é romantismo do Michel, não, é um facto. Está aí, palpável. Olha como é que o MPLA está hoje, completamente desacreditado. Acha que ainda é possível com o MPLA no poder alcançar essa verdade que o Michel defende, que o Michel procura? Eu acredito no ser humano. É uma questão de vontade política. Ainda é possível, vão a tempo. Mas se não for possível, vão ser forçados a fazê-lo. A reconciliação só pode passar por este caminho. Olha, é uma questão de filosofia de vida, Luís Guita. A filosofia de vida nos ensina que não se constrói um edifício a partir do tecto. Os edifícios se constroem a partir da base. O que é que se faz primeiro? Criam-se os alicerces. Depois, criam-se os pilares para sustentar o edifício. Olha, a CIVICOP está a fazer exactamente o contrário. Está a começar por cima para depois terminar em baixo. Não se dá certidão. Certidões, ossadas, é um processo que vai culminar lá. Depois até se pode erigir um monumento. Mas primeiro temos que ir às raízes, àquilo que esteve na base do 27. O que é que deu para matarem tanta gente? Isso é que é fundamental. Se a gente discutir isso, chamar as pessoas à razão, confessarem ali na comissão o que é que fizeram, porquê que fizeram, o caso morre aí. Nós estamos todos disponíveis para perdoar. Sem isso, nada feito. Está a acontecer a reedição do livro "Nuvem Negra", que o Michel escreveu sobre o drama do 27 de Maio de 1977. No poder, em Angola, já está a chegar uma nova geração, pessoas que, algumas, ainda nem sequer tinham nascido quando isto aconteceu. Qual a importância que este tema seja também dado a conhecer com profundidade a essa nova geração? Por isso é que se escreveu o livro. É para que eles leiam. Vão ler o que eu escrevi, vão ler a opinião das outras pessoas que também escreveram, porque não serei o único que escreveu sobre esta matéria, e eles próprios, depois, vão chegar a uma conclusão. Eu estou a deixar aqui um registo, é um legado. No fim do texto está lá escrito: "Para que as gerações vindouras saibam o que é que se passou. Para que não se silencie e casos do género não se repitam". Agora, eu não estou a dizer à juventude que eles têm que abraçar aquilo que está lá escrito. Não, isso é uma ferramenta de apoio para que eles reflitam sobre o que é que se passou neste país. Para que coisas do género não voltem a acontecer. O que eu quero é que se faça a justiça e que o governo angolano pense, repense, que leia o sinal do tempo. Vai a tempo de inflectir o rumo que ele está a seguir com este processo de 27? Porque o processo de 27 não morre assim. É a verdade. De resto, eu sinto-me bem e sou agradecido, mais uma vez, à RFI por me entrevistar, porque eu nunca tive espaço lá em Angola, é um pouco difícil, senão nas rádios privadas. Nas rádios públicas nem é pensado passar isto, porque eles não fazem, por razões óbvias. O livro termina mesmo com uma frase que é "Que se faça justiça". Quem julga? Essa justiça não é a justiça formal dos tribunais, é a justiça do povo, da juventude, da geração que está para vir. Aliás, uma das passagens deste livro do Michel faz referência ao povo e à maneira como o povo olhou para vós, prisioneiros, no momento em que estavam no Luau... Sim!! ... e escreveu, "até ao anoitecer, as velhas, e mesmo os jovens camponeses, traziam produtos das suas lavras como mandioca, tomate, cebola, batata e ervas. Foi um gesto de profunda sensibilidade e solidariedade que me marcou profundamente e que jamais esquecerei. Este comportamento, por parte do povo, desde o campo, até nesse dia, no Luau, ajudou-me a consolidar o princípio segundo o qual Os povos nunca são maus". Sim! Os povos nunca são maus! Maus são os políticos. Os povos nunca são maus, ó Luís. Os povos nunca são maus. É exactamente pela vivência que eu tive. Esta vivência dramática que me marcou para toda a vida. Eu estou a fazer 70 anos. Mais um ano ou dois anos, você vai ouvir dizer ... e pensar ... entrevistei aquele jovem, já foi. Mas eu deixo esse registo para a eternidade. Morro eu, mas o meu livro não. As minhas ideias vão ficar sempre. Por causa disso, os povos nunca são maus. Eu nunca digo que o povo português é mau. Nem digo que o povo russo é mau. Não! Maus são os políticos que se servem dos povos para gizar um projecto que não é aquele que o povo quer. Isto é que é verdade!  

99Vidas - Nostalgia e Videogames
99Vidas 672 - Como eram os Aniversários Infantis nos anos 80 e 90

99Vidas - Nostalgia e Videogames

Play Episode Listen Later Jun 10, 2025 98:05


Jurandir Filho, Felipe Mesquita, Evandro de Freitas e Bruno Carvalho batem um papo sobre momentos muito especiais. Quem viveu a infância nos anos 80 e 90 guarda na memória um tipo muito especial de aniversário infantil. As festas daquela época tinham um charme simples, mas carregado de emoção, alegria e, acima de tudo, autenticidade. Eram eventos caseiros, com muita participação da família, e recheados de tradições que marcaram uma geração inteira. Não havia animadores profissionais, brinquedões de shopping ou telas por todo lado. As brincadeiras eram simples, mas muito divertidas. Tinha dança das cadeiras, estátua, corrida do saco, cabo de guerra e a clássica batata quente. Quando a festa era no quintal ou na garagem, a criançada se virava com esconde-esconde, pega-pega ou futebol improvisado com chinelo como trave. A interação era direta, olho no olho, com risadas genuínas e joelhos ralados.O cardápio era quase sempre o mesmo — e isso era maravilhoso. Brigadeiro enrolado na mão, beijinho com cravo-da-índia, cajuzinho, gelatina colorida em copinhos, pipoca na panela, cachorro-quente com purê e batata palha, guaraná direto da garrafa de vidro e aquele bolo fofo coberto com glacê bem doce, recheado com doce de leite ou brigadeiro, com confetes por cima. Tudo feito pela mãe, avó ou tia, com aquele toque de carinho que só elas sabiam dar. O som da festa era garantido por uma fita K7 ou um vinil tocando na vitrola. As trilhas sonoras iam de Balão Mágico, Trem da Alegria, Xuxa, Eliana e Mara Maravilha até os temas de desenhos como “He-Man”, “She-Ra”, “Cavaleiros do Zodíaco” e “Ursinhos Carinhosos”.Os aniversários dos anos 80 e 90 eram verdadeiras celebrações da infância. Simples, barulhentos, caseiros e cheios de amor. Era uma alegria que não precisava de muito para acontecer. Hoje, temos outros recursos e possibilidades, mas aquela essência das festas antigas — a da brincadeira pura, da comida feita em casa e da música que embala até hoje nossa memória — continua insubstituível.Esse é mais um episódio do Estilo 99Vidas!- ALURA | Estude na Alura, a maior escola de tecnologia on-line do Brasil! Acesse o nosso link e ganhe 15% de desconto na matrícula! https://alura.com.br/99vidas 

99Vidas - Nostalgia e Videogames
99Vidas 672 - Como eram os Aniversários Infantis nos anos 80 e 90

99Vidas - Nostalgia e Videogames

Play Episode Listen Later Jun 6, 2025 98:10


Jurandir Filho, Felipe Mesquita, Evandro de Freitas e Bruno Carvalho batem um papo sobre momentos muito especiais. Quem viveu a infância nos anos 80 e 90 guarda na memória um tipo muito especial de aniversário infantil. As festas daquela época tinham um charme simples, mas carregado de emoção, alegria e, acima de tudo, autenticidade. Eram eventos caseiros, com muita participação da família, e recheados de tradições que marcaram uma geração inteira. Não havia animadores profissionais, brinquedões de shopping ou telas por todo lado. As brincadeiras eram simples, mas muito divertidas. Tinha dança das cadeiras, estátua, corrida do saco, cabo de guerra e a clássica batata quente. Quando a festa era no quintal ou na garagem, a criançada se virava com esconde-esconde, pega-pega ou futebol improvisado com chinelo como trave. A interação era direta, olho no olho, com risadas genuínas e joelhos ralados.O cardápio era quase sempre o mesmo — e isso era maravilhoso. Brigadeiro enrolado na mão, beijinho com cravo-da-índia, cajuzinho, gelatina colorida em copinhos, pipoca na panela, cachorro-quente com purê e batata palha, guaraná direto da garrafa de vidro e aquele bolo fofo coberto com glacê bem doce, recheado com doce de leite ou brigadeiro, com confetes por cima. Tudo feito pela mãe, avó ou tia, com aquele toque de carinho que só elas sabiam dar. O som da festa era garantido por uma fita K7 ou um vinil tocando na vitrola. As trilhas sonoras iam de Balão Mágico, Trem da Alegria, Xuxa, Eliana e Mara Maravilha até os temas de desenhos como "He-Man", "She-Ra", "Cavaleiros do Zodíaco" e "Ursinhos Carinhosos".Os aniversários dos anos 80 e 90 eram verdadeiras celebrações da infância. Simples, barulhentos, caseiros e cheios de amor. Era uma alegria que não precisava de muito para acontecer. Hoje, temos outros recursos e possibilidades, mas aquela essência das festas antigas — a da brincadeira pura, da comida feita em casa e da música que embala até hoje nossa memória — continua insubstituível.Esse é mais um episódio do Estilo 99Vidas!- ALURA | Estude na Alura, a maior escola de tecnologia on-line do Brasil! Acesse o nosso link e ganhe 15% de desconto na matrícula! https://alura.com.br/99vidas 

Homilias - IVE
“Glorificar a Deus”

Homilias - IVE

Play Episode Listen Later Jun 3, 2025 5:33


Homilia Padre Fábio Cosme, IVE:Evangelho de Jesus Cristo segundo João 17,1-11aNaquele tempo:Jesus ergueu os olhos ao céu e disse:'Pai, chegou a hora.Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho teglorifique a ti,e, porque lhe deste poder sobre todo homem, ele dêa vida eterna a todos aqueles que lhe confiaste.Ora, a vida eterna é esta:que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro,e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo.Eu te glorifiquei na terrae levei a termo a obra que me deste para fazer.E agora, Pai, glorifica-me junto de ti,com a glória que eu tinha junto de tiantes que o mundo existisse.Manifestei o teu nome aos homensque tu me deste do meio do mundo.Eram teus, e tu os confiaste a mim,e eles guardaram a tua palavra.Agora eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti,pois dei-lhes as palavras que tu me deste,e eles as acolheram,e reconheceram verdadeiramente que eu saí de tie acreditaram que tu me enviaste.Eu te rogo por eles.Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste,porque são teus.Tudo o que é meu é teue tudo o que é teu é meu.E eu sou glorificado neles.Já não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo,enquanto eu vou para junto de ti'.Palavra da Salvação.

Palavra do Dia
Palavra do dia - Jo 17,1-11a - 03/06/25

Palavra do Dia

Play Episode Listen Later Jun 3, 2025 4:56


Naquele tempo, 1 Jesus ergueu os olhos ao céu e disse: "Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique a ti, 2 e, porque lhe deste poder sobre todo homem, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe confiaste. 3 Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo. 4 Eu te glorifiquei na terra e levei a termo a obra que me deste para fazer. 5 E agora, Pai, glorifica-me junto de ti, com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse. 6 Manifestei o teu nome aos homens que tu me deste do meio do mundo. Eram teus, e tu os confiaste a mim, e eles guardaram a tua palavra. 7 Agora eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti, 8 pois dei-lhes as palavras que tu me deste, e eles as acolheram, e reconheceram verdadeiramente que eu saí de ti e acreditaram que tu me enviaste. 9 Eu te rogo por eles. Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10 Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu. E eu sou glorificado neles. 11a Já não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti".

45 do Primeiro Tempo
José Ilson Jr. – “Descobri que meus limites eram crenças, não fatos”

45 do Primeiro Tempo

Play Episode Listen Later May 30, 2025 77:33


José Ilson Jr. é a prova viva de que, quando tudo parece acabado, é que realmente tudo começa. Certo de que, a todo momento, a vida está sempre nos apresentando as melhores direções e caminhos, ele não tem dúvidas em afirmar que tudo de que precisamos já está dentro da gente. Ex-atleta profissional de mountain bike, José Ilson viu sua vida mudar num instante, em 2016, quando um acidente o deixou tetraplégico. O diagnóstico dos médicos parecia definitivo: jamais voltaria a andar. Mas ele não aceitou esse fim. Naquele desafio, descobriu que a verdadeira força não está apenas no corpo, mas na vontade de renascer. Passo a passo, ele passou por cirurgias, fisioterapia e uma reabilitação profunda — e, acima de tudo, por um reencontro consigo mesmo. Reaprendeu a caminhar, a pedalar e a sonhar de novo. Hoje, ele compartilha sua história em eventos pelo Brasil. Neste papo com o podcast "45 Do Primeiro Tempo", José Ilson Jr. contou sua história de vida, trouxe seu olhar sobre este momento do mundo e foi categórico: “Descobri que meus limites eram crenças, não fatos”. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Timpul prezent
Pe „pajiștea lui Até”: despre identitate și educație în poezia Olgăi Ștefan

Timpul prezent

Play Episode Listen Later May 23, 2025 30:57


Olga Ștefan este autoarea volumului „Até (o educație)”, care va apărea într-o colecție nouă de poezie, pocket, la Editura Art.  Pusă sub semnul lui Até, zeița orbirii și a distrugerii ca o consecință a orbirii, a iluzionării, cartea vorbește despre identitate - „Da, am crescut în Europa de Est” e titlul unuia dintre poeme - dar și despre școală - „Profesorul Natural” și „profesorul mediocru” sînt două ipostaze chestionate aici. Olga Ștefan este ea însăși profesoară de română la o școală din Cluj. Am vorbit cu Olga Ștefan despre cartea ei, despre semnificația titlului, despre ce poate spune poezia pe tema educației - o temă atît de importantă în România de azi.Olga Ștefan: „Era inevitabil ca ocupația mea diurnă să pătrundă în poezia pe care o scriu. Acest proiect îl aveam de mai mult timp în gînd, constatînd exact această carență sau această teamă de a explora un subiect care pare mai degrabă destinat literaturii de specialitate. Să nu uităm totuși că primele mărturii pe care le avem despre modul în care funcționează școala provin nu din cercetare, ci din literatură. Literatura e un fel de premergătoare a studiilor pe care le cităm, citim, recitim în domeniul pedagogic, avînd această dimensiune autobiografică, formativă, venind de multe ori dinspre fostul elev care meditează asupra destinului care l-a conturat, distrus, recompus, restructurat în școală. Însă mai rar avem mărturii fruste, oneste și, uneori, chiar autodenigrante ale celor care sînt profesori. De multe ori noi, profesorii, ne apărăm prin tot felul de fraze-clișeu destul de obscure, cum ar fi am făcut tot ce am putut, facem ceea ce se poate, facem ce putem, cînd, de fapt ele conjură o ipostază mult mai problematică. În perioada grevei (profesorilor) de acum doi ani am reușit să găsesc vocea pe care o voiam pentru ca poezia mea să devină mediul, depozitarul gîndurilor mele de profesoară, dar și de fostă elevă. Întotdeauna cele două se întîlnesc în aceste poeme.”Até este zeița orbirii și a distrugerii ca o consecință a orbirii, a iluzionării. De ce ți-ai pus cartea sub semnul acestei figuri mitologice?Olga Ștefan: „L-am ales, pe de-o parte, superficial, pentru tonalitate și sonoritate. Pe de altă parte, pentru paleta largă pe care-o acoperă semnificațiile acestei zeități. Pe care o regăsim, de exemplu, și într-o formulă care mie mi se pare în mod particular melancolică și interesantă și anume aceea de pajiște a lui Até. Mi se pare că Empedocle descria astfel lumea oamenilor. Adică e acel spațiu în care furia asta e dezlănțuită, dar și decăderea ulterioară e resimțită ca parte a condiției umane. Momentul în care am început să scriu poeziile din volum nu era foarte pașnic. Eram prin 2021, pe la finalul pandemiei, ulterior începutul războiului din Ucraina și meditam destul de mult asupra ideii acesteia că sîntem victimele propriei impulsivități, mai des decît ne place să recunoaștem. De asemenea mi se părea că sîntem educați într-o cultură a nesăbuinței și a exceselor. De pildă, Dodds, în Grecii și iraționalul spunea că Até ar sta și în inima exceselor.” Olga Ștefan a mai publicat volumele de poezie „Saturn, zeul” (Charmides), „Civilizații” (Paralela 45), „Resursa” (Casa de Editură Max Blecher).Apasă PLAY pentru a asculta întregul interviu!O emisiune de Adela Greceanu  Un produs Radio România Cultural  

Aconteceu no RS
Como eram as casas dos imigrantes italianos

Aconteceu no RS

Play Episode Listen Later May 12, 2025 34:50


As primeiras moradias construídas pelos imigrantes italianos quando chegaram no Rio Grande do Sul eram simples barracões. Com o passar do tempo, as técnicas se aperfeiçoaram e surgiram casas maiores, construídas com madeira de araucária, pedra de basalto e tijolos de barro. As casas tinham um padrão de construção que incluía porão de pedra com chão batido para guardar os alimentos, o térreo de madeira que era usado para moradia e o sótão onde eram estocados cereais. A cozinha ficava separada da casa principal para evitar incêndios, assim como o banheiro, por questões higiênicas. Neste episódio do Aconteceu no RS, a arquiteta e professora Margit Fensterseifer explica como eram as casas típicas das colônias italianas no Estado.

Convidado Extra
Mulheres eram as mais cultas da corte portuguesa no século XVI?

Convidado Extra

Play Episode Listen Later May 12, 2025 40:59


No seu novo livro, André Canhoto Costa resgata a elite feminina do século XVI que comandou a vida intelectual. O historiador garante: "A Corte das Mulheres é o retrato do que não se voltou a repetir".See omnystudio.com/listener for privacy information.

Augustus Nicodemus
66. Os amigos de Paulo em Roma (Rm 16.3-16)

Augustus Nicodemus

Play Episode Listen Later May 8, 2025 48:04


Aprofunde seus estudos e viva a fé bíblica no seu dia-a-dia! Acesse: https://www.vivendoasescrituras.com.b...----- Paulo saúda diversas pessoas do final da carta. Eram fiéis obreiros que haviam trabalhado com ele durante suas viagens missionárias ao redor do Mar Mediterrâneo. Outros, eram parentes, amigos e gente que Paulo conheceu nas cidades que visitou durante suas viagens missionárias. Agora, essas pessoas haviam se mudado para Roma durante os cerca de vinte anos que Paulo havia ministrado em suas viagens. Paulo deseja que a igreja de Roma reconheça, receba e encoraje esses irmãos.-----Acompanhe minhas redes sociais:Facebook - https://bit.ly/fb-augustus-nicodemusInstagram - https://bit.ly/ig-augustus-nicodemusTwitter - https://bit.ly/tw-augustus-nicodemusTenha piedade - #AugustusNicodemus

Quebrando o Controle
MSX: Quando 64 KB Eram o Suficiente - QoC #239

Quebrando o Controle

Play Episode Listen Later May 7, 2025 71:04


O MSX surgiu nos anos 80, para ser mais exato em 21 de outubro de 1983 (mais de 40 anos) como um padrão unificado de computadores pessoais, criado pela Microsoft Japão em parceria com a ASCII Corporation. Ele não foi só uma máquina; foi um movimento que tentou criar o primeiro 'PC universal'. Vamos explorar como isso começou, o que deu certo, o que deu errado, e como o MSX virou uma paixão eterna, especialmente aqui no Brasil.Apresentação:- Izequiel Norões (UCEG / QoC) - @izequielnoroesParticipação:- Rudolf Gütlich (Software Engineer/Colecionador - SP) - Daniel Ravazzi (Clube MSX - SP)- Mauro Sókrates (Tec Mnt Comp, Colecionador / Animazon PA)- Conheçam mais do Quebrando o Controle:https://quebrandocontrole.com.br - Conheçam mais sobre os convidados@clubemsx , @cybermsx e @rudolfgutlichEdição de áudio:Instagram: @marques_editorEmail: adonias15marques@gmail.comWhatsApp: (81) 9 9796-8814Confira o episódio sem cortes no nosso YOUTUBE:https://youtube.com/live/gn_UM0yAqx0#QoC #QuebrandoOControle #ConteudoDeGames #MSX

Horizonte de Eventos
Horizonte de Eventos - Episódio 78 - KOSMOS 482 O Satélite Russo Que Vai Cair Na Terra

Horizonte de Eventos

Play Episode Listen Later May 5, 2025 43:00


Muito bom dia, boa tarde e boa noite queridos ouvintes, meu nome é Sérgio Sacani, sou editor do blog Space Today e do canal Space Today no Youtube e trago para vocês mais uma edição do podcast Horizonte de Eventos.E no programa de hoje!!!Vamos desenterrar a incrível e pouco conhecida saga da Kosmos 482, uma missão soviética destinada a Vênus em 1972 que falhou logo após o lançamento. Descobriremos como essa falha, em plena Guerra Fria, levou à queda de destroços misteriosos na Nova Zelândia e deixou uma cápsula espacial, um verdadeiro 'fantasma de Vênus', orbitando a Terra por mais de 50 anos! Exploraremos os desafios de pousar no inferno venusiano, os segredos por trás da missão, sua longa jornada orbital e o que sua história nos ensina sobre a exploração espacial e o crescente problema do lixo espacial.Então você já sabe, se prepara, chegou a hora da ciência invadir o seu cérebro!!!!Imaginem o cenário: estamos em 1972, no auge da Corrida Espacial. A União Soviética, após ver os americanos cravarem a bandeira na Lua, está determinada a manter sua dianteira na exploração dos planetas. O alvo da vez é Vênus, o nosso vizinho mais próximo, um mundo coberto por nuvens densas e com uma superfície tão hostil que desafia a imaginação. Uma nave sofisticada, parte do lendário programa Venera, é lançada com a missão de penetrar essa atmosfera esmagadora e talvez até pousar em solo venusiano.Mas algo, algo crucial, dá terrivelmente errado logo após o lançamento. O último estágio do foguete falha. A nave, em vez de seguir sua jornada interplanetária, fica presa, girando e girando ao redor da Terra numa órbita elíptica e instável, como um **carro que patina no gelo e não consegue sair do lugar**. O que poderia ter acontecido?E a história só fica mais estranha a partir daí.Poucos dias depois, objetos metálicos misteriosos começam a cair do céu na Nova Zelândia, do outro lado do mundo, causando espanto e teorias mirabolantes. Eram esferas de titânio com inscrições em russo! Seriam destroços da missão fracassada? O governo soviético nega veementemente qualquer relação. Por que tanto segredo?Enquanto isso, a nave principal se desfaz em órbita, seus pedaços reentrando na atmosfera ao longo dos anos... exceto um. Um fragmento específico, que muitos acreditam ser a parte mais importante da missão – a cápsula de descida, projetada para suportar o inferno de Vênus – permanece lá em cima. Por décadas! Cinquenta anos orbitando a Terra como um espectro silencioso da Guerra Fria, um segredo soviético flutuando no espaço, como uma **mensagem numa garrafa que nunca chegou ao seu destino**. O que aconteceu com essa cápsula? Ela ainda está lá? Ou já caiu?O que era exatamente essa missão Venera-72? Por que ela falhou de forma tão dramática? Que segredos essa cápsula perdida guardou por tanto tempo em sua jornada solitária? E o que a queda dos seus destroços nos ensina sobre a exploração espacial e seus perigos?Para entendermos completamente a história da Kosmos 482, precisamos primeiro ajustar nossos relógios e calendários. Voltemos para o início da década de 1970, mais precisamente para o ano de 1972. A Guerra Fria, aquela disputa tensa e multifacetada entre os Estados Unidos e a União Soviética, estava em pleno vapor, e um dos seus palcos mais visíveis e simbólicos era, sem dúvida, o espaço. Mas por que o espaço se tornou um campo de batalha tão importante nessa disputa ideológica?

Presa internaţională
Papa Francisc și sportul

Presa internaţională

Play Episode Listen Later Apr 24, 2025 5:43


Papa Francisc și-a lăsat în urmă, printre altele, imaginea unui mare iubitor de sport. Pontiful a fost suporter înfocat al echipei de fotbal San Lorenzo din Argentina natală, țară pe care nu a mai vizitat-o după ce a fost ales Papă.  În ciuda marii sale pasiuni pentru minge, Papa și-a luat acum 35 de ani angajamentul să nu se mai uite niciodată la televizor, luându-și informațiile exclusiv de la radio și din ziare. Papa Francisc a fost în primul rând un mare iubitor de fotbal.  Pasiunea sa a devenit cunoscută  imediat după ce a fost ales Papă în 2013 , când clubul din Argentina natală, San Lorenzo, a postat pe Twitter o fotografie cu el ținând în mâini fanionul albastru și roșu al echipei. Culorile sunt aceleași cu cele cu care s-au vopsit veșmintele Fecioarei Maria, iar porecla fanilor lui San Lorenzo, ”cuervos”, vine de la preoții iezuiți care erau numiți ”corbii” din cauza  sutanelor negre pe care le purtau. Un astfel de preot a fost și Lorenzo Massa, cel care a dat numele clubului pe care chiar el l-a creat la începutul secolului  XX, în Barrio de Almagro din Buenos Aires.  Nu este de mirare că Jorge Mario Bergoglio, cel care avea sa fie al 266-lea Papă al Bisericii Catolice a ținut cu o echipă întemeiată de părintele Massa despre care se spune că avea, ca și el, origini piemonteze. A ales cu sufletul, altfel ar fi fost fan Boca Juniors sau River Plate, grupări mai  cunoscute și mai performante. Papa Francisc a fost suporterul cu numărul de membru 88.235 și și-a susținut echipa favorită încă de la sfârșitul celui de al doilea război mondial. De altfel, cel care avea să devină mai târziu arhiepiscop de Buenos Aires, înainte de a fi ales papă, știa pe de rost formația din 1946 pe care o urmărea la fiecare meci de acasă. San Lorenzo a avut rezultate bune după ce Francisc a fost ales papă în martie 2013. Echipa a câștigat un titlu național chiar în acel an și a luat pentru prima dată Copa Libertadores un an mai târziu. Oficialii clubului au călătorit de două ori la Vatican purtând trofeele pentru a-i mulțumi lui Francisc pentru sprijinul său. Acum, după decesul Papei,  San Lorenzo a anunțat construcția unui nou stadion care va purta numele Suveranului Pontif. Decizia fusese luată încă din 2014, însă startul lucrărilor a fost constant amânat. Atunci Papa,  a acceptat cu bucurie cererea echipei sale de suflet și a semnat un tricou al unui fost jucător admirat de el, Rene Pontoni, care a devenit parte din patrimoniul clubului. Vă dați seama ce ambianță va fi pe noul stadion dacă acum în sectorul Nuevo Gasómetro al arenei unde își desfășoară San Lorenzo meciurile de acasă pot fi văzuți suporteri pictați pe față cu chipul lui Francisc?Fără televizor!Ceea ce este aproape de neînchipuit este faptul că Papa este singurul argentinian care nu l-a văzut jucând fotbal pe Messi și asta pentru că  în iulie 1990 și-a făcut un jurământ după ce Germania a învins Argentina cu 1-0 în finala Cupei Mondiale din Italia, să nu își mai ia informații de la televizor, ci de la radio, din ziare sau de la apropiați. Messi a fost însă primit la Vatican, la fel ca și Maradonna.  Se spune că Suveranul Pontif l-ar fi întrebat pe “El Pibe d'oro” care este mâna lui Dumnezeu, aluzie la celebrul gol marcat în poarta Angliei la Mondialul din 1986. Pus însă să aleagă între argentinienii Messi și Maradona, Papa s-a oprit la un brazilian: Pelé pe care l-a considerat drept cel mai bun fotbalist din toate timpurile. Când s-a întâlnit cu naționalele Argentinei și Italiei, la scurt timp după ce a fost ales, Francisc a remarcat influența sportivilor în societate, în special asupra tineretului, și le-a spus jucătorilor că sunt modele și au o responsabilitate socială importantă. Deasemenea, la o conferință globală despre credință și sport de acum 9 ani, Suveranul Pontif i-a implorat pe lideri să țină corupția departe de terenurile de joc și a spus că sportul trebuie protejat de manipulări și abuzuri comerciale. Totodată, Papa Francisc  a avut un mesaj și pentru jucătorii din NBA, cărora le-a cerut să lupte cu rasismul. Dealtfel, Papa a fost apropiat și de baschet, tatăl său, Mario jucând la San Lorenzo. Pontiful, cu ani în urmă, a ales o expresie din baschet pentru a comunica cu preoții: „Să știi să acționezi ca pivot și acel pivot este crucea lui Hristos. Apoi se mișcă, protejând mingea, cu speranța de a reuși un coș”. Tânărul Bergoglio a jucat și el baschet, deși îi plăcea mai mult fotbalul unde a evoluat ca fundaș.  A trebuit să se confrunte cu propriile sale limite.„Eram o nucă greu de spart”, a spus el, dar a avut puterea să glumească: „Aveam un picior înțepenit”.Continuând cu alte sporturi, Papa a spus despre tenis, că este „un dialog care ne permite să ne perfecționăm”. A caracterizat și rugby-ul ca disciplina în care „se trece mingea din mână în mână și avansăm împreună, până ajungem la țintă”.Acum Papa Francisc, primul Papă sud-american și argentinian, a ajuns la Ceruri și vorbește despre sport cu  „Sfinții”, așa cum este supranumită echipa sa de suflet San Lorenzo.

Subarashow
Animes Que Eram Pra Ser Bons, Mas Não Foram

Subarashow

Play Episode Listen Later Apr 21, 2025 52:22


Neste podcast, nos libertamos e abrimos nossos corações para falar sobre animes que eram pra ter sido bons, ou terminado de forma boa, mas nos decepcionaram. Entre eles, Tsubasa Reservoir Chronicles, The Beginning After the End, Psycho Pass, Darling in the Franxx, Katekyo Hitman Reborn, e muito mais.⁠Siga-nos nas nossas redes sociais para nunca perder um novo episódio⁠⁠⁠!

Mix Tudo
17.04.25 - Quais eram as gírias da sua época?

Mix Tudo

Play Episode Listen Later Apr 17, 2025 31:13


Handbag Designer 101
From Ziplocs to Luxury: The Hudson Bleeker Journey | Emily Blumenthal & Eram Siddiqui

Handbag Designer 101

Play Episode Listen Later Apr 15, 2025 34:40 Transcription Available


What started with plastic grocery bags and Ziplocs sparked a travel accessory empire. Eram Siddiqui turned personal frustration into the polished, fashion-forward brand Hudson+Bleecker—now carried by Nordstrom, Revolve, and QVC. Her journey from sewing with her mom to sourcing manufacturers in China is a testament to grit, adaptability, and style-first problem solving.Takeaway Points1. Persistence Meets Purpose: Eram's story shows how trial, error, and handmade beginnings can lead to premium retail partnerships.2. Pause to Pivot: Learn how a pandemic-driven business break turned into a breakthrough team expansion and strategic clarity.3. Form + Function: Discover how Eram balanced trend and utility to build a line that fits the real needs of modern women on the go.Our Guest, Eram Siddiqui, is the founder of Hudson+Bleecker, a travel accessories brand born from the desire for chic, functional organization. From local Brooklyn markets to national platforms, Eram shares how boutique retail, bootstrapping, and bold choices built her brand. Her story is a blueprint for entrepreneurs ready to create with intention and scale with purpose.Host Emily Blumenthal is a handbag industry expert, author of Handbag Designer 101, and founder of The Handbag Awards. Known as the “Handbag Fairy Godmother,” Emily also teaches entrepreneurship at the Fashion Institute of Technology. She is dedicated to celebrating creativity, craftsmanship, and the art of building iconic handbag brands.Find Handbag Designer 101 Merch, HBD101 Masterclass, one-on-one sessions, and opportunities to book Emily Blumenthal as a speaker at emilyblumenthal.com. Buy Emily's Books: “Handbag Designer 101” & “Savvy Suzanna's Amazing Adventures in Handbags”Youtube: / Handbagdesigner101-ihda | Instagram:/ Handbagdesigner TikTok: / Handbagdesigner | Twitter: / Handbagdesigner

Podcasts de Ecologia/Composições musicais/Natureza Ecology Podcasts/Musical Compositions/Nature

Desvendando os sons desconhecidos da terra. A primeira vez que Marcus Maeder fixou um sensor de ruídos no solo foi por curiosidade. Artista do som e ecologista acústico, ele estava sentado sobre a grama da montanha e fincou no solo um microfone especial que ele havia construído. Ele certamente não estava preparado para a algazarra que invadiu seus fones de ouvidos. Eram sons muito estranhos. Havia vibrações, trinados e raspagens. Você precisa de um vocabulário novo para descrevê-los. Maeder percebeu que estava espionando criaturas que vivem no solo. Os ecologistas sabem há muito tempo que a terra abaixo dos nossos pés abriga a maior diversidade e quantidade de vida que quase qualquer outro lugar do planeta. Para o leigo, o solo parece pouco mais que uma camada compacta de terra suja. Mas, na verdade, o solo é um cenário labiríntico de túneis, cavidades, raízes e detritos em decomposição. [...] A vida no subsolo é uma caixa preta. À medida que a abrimos, percebemos como nosso conhecimento é pequeno. A compreensão dessa vida no subsolo é importante porque a ecologia do solo é fundamental. O solo ajuda a transformar elementos nutrientes como carbono, nitrogênio, fósforo e potássio, que alimentam as plantas, para termos comida, florestas ou para preencher o ar com oxigênio e todos nós podermos respirar. Cada organismo do solo produz sua própria trilha sonora. Larvas que se alimentam de raízes emitem cliques curtos enquanto rompem as fibras da sua refeição. Minhocas sussurram enquanto se arrastam pelos túneis, da mesma forma que as raízes das plantas à medida que empurram grãos de terra. Mas as raízes se movem mais lentamente que as minhocas e em velocidade mais constante. Diferenciando esses sons, os estudiosos da acústica do solo pretendem esclarecer questões que ainda estão sem resposta, como por exemplo: quando as raízes das plantas crescem? à noite? durante o dia? somente quando chove? [...] Para sua decepção, os pesquisadores estão descobrindo que nem tudo que eles detectam no solo é novo e exótico. Alguns ruídos são inquietantemente familiares, onde é possível "ouvir locais de construção e rodovias que estão distantes. Até aviões." Ainda não se sabe ao certo qual o impacto da poluição sonora humana sobre a vida subterrânea. É difícil acreditar que não haja nenhum impacto. E os cientistas também estão descobrindo que a orquestra subterrânea de atividade animal começou a ficar em silêncio em grandes trechos de terra, particularmente nas fazendas de agricultura intensiva, onde "as coisas ficam quietas". A redução do ruído indica diminuição da biodiversidade e, portanto, solo menos saudável. Isso coincide com um relatório recente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) que concluiu que um terço da terra do mundo já sofreu degradação pelo menos moderada, muitas vezes devido à agricultura. Talvez a acústica do solo ajude mais pessoas a perceber a importância do que está em risco. Um projeto iniciado recentemente de ciência cidadã que empresta sensores acústicos para as pessoas ouvirem por si próprias a atividade subterrânea em alguns países europeus. As gravações estão sendo reunidas em uma biblioteca nacional de sons do solo, na esperança de incentivar a conscientização. Fonte (texto/créditos): https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-61793019 Imagem (créditos): https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-61793019 Trilha sonora (créditos): https://www.youtube.com/watch?v=vEngXaIvQWY - Film Music on Piano | Movie Soundtracks: Piano Covers - HALIDONMUS.

Expresso - Blitz Posto Emissor
Calema: “Em Angola, havia uma travessa com bichos. Dissemos: ‘vamos experimentar, está temperado'. Eram lagartas, mas já comemos morcego...”

Expresso - Blitz Posto Emissor

Play Episode Listen Later Apr 10, 2025 85:15


A celebrar o seu 15º aniversário enquanto grupo, que culminará com um grande concerto no Estádio da Luz, em Lisboa, a 7 de junho, os Calema passaram pelo Posto Emissor para antecipar não só esse espetáculo como para fazer o balanço desses 15 anos - não esquecendo as suas aventuras gastronómicas ou a vida em São Tomé e Príncipe. No 232º episódio do podcast da BLITZ falamos ainda dos "Quase Famosos" Travo e dos concertos que poderá ver nos próximos dias.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Uma Semente
EP584 - CORREÇÃO E GLÓRIA

Uma Semente

Play Episode Listen Later Apr 9, 2025 2:15


“Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o Senhor; “( I Sm 2:12) A correção produz vida. Ela é baseada no amor e embora a dor seja necessária, quem corrige ama. A falta de correção diminui a longevidade, e os dias são riscados do livro da Vida por conta da desobediência. Quando não corrigimos uma geração ela morre prematuramente. Foi assim com Eli e seus filhos. A falta de limites e a omissão do sacerdote gerou em Hofni e Finéias uma delinquência, e o sacerdócio foi profanado ao ponto da gloria ser completamente extinta de Israel. O discipulado que eu exerço em minha mesa resulta na permanência da gloria de Deus sobre a igreja e sobre a sociedade. O juízo de Deus não vem porque a sociedade perdeu a gloria, mas vem porque a Igreja permitiu que ela se fosse. O Brasil não tem sido julgado como nação, mas a igreja brasileira sim. Um sacerdócio que perde sua autoridade e permite a prostituição do altar vai gerar filhos sem glória, Icabod nascerá e a arca nunca mais estabelecerá a promessa. Aplique a correção sobre aqueles que você ama, e que não seja a tua mesa a responsável pela expulsão da presença. Que a lâmpada dessa Presença permaneça acesa sobre os filhos dos teus filhos, e os sacerdotes de tua casa nunca fecundem os embriões de Icabod. A correção não mata, pelo contrário, ela fará nascer a geração de Samuel, meninos que carregarão a unção e levantarão reis segundo os princípios do céu.

O Lado Bom da Vida
Ao Vivo. Hélder Moutinho: "Fado e Lisboa eram uma forma de dar notícias às pessoas”

O Lado Bom da Vida

Play Episode Listen Later Apr 4, 2025 17:56


Hélder Moutinho veio à Rádio Observador apresentar o seu novo disco "Os Dias da Liberdade". O músico garante que há canções escritas no passado que estão mais atuais do que nunca.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Ao Vivo
Hélder Moutinho: "Fado e Lisboa eram uma forma de dar notícias às pessoas”

Ao Vivo

Play Episode Listen Later Apr 4, 2025 17:56


Hélder Moutinho veio à Rádio Observador apresentar o seu novo disco "Os Dias da Liberdade". O músico garante que há canções escritas no passado que estão mais atuais do que nunca.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Convidado
Cimeira de Paris quis “fortalecer Ucrânia à mesa das negociações” com a Rússia

Convidado

Play Episode Listen Later Mar 28, 2025 12:58


A cimeira que juntou líderes de 31 países em Paris, esta quinta-feira, pretendeu “fortalecer a Ucrânia à mesa das negociações” com a Rússia. A explicação é dada pelo professor de Relações Internacionais José Palmeira que comentou à RFI as conclusões da reunião, nomeadamente a proposta do envio de uma força de dissuasão para a Ucrânia depois de alcançado um cessar-fogo e o não levantamento de sanções contra Moscovo. RFI: Esta manhã, o Presidente russo Vladimir Putin pediu uma “administração transitória” na Ucrânia, sob a égide da ONU, para organizar o que chamou de “eleições presidenciais democráticas”, antes de qualquer negociação de paz. Como avalia esta proposta?José Palmeira, Professor de Relações Internacionais da Universidade do Minho: “Essa proposta é uma interferência na soberania da Ucrânia. Naturalmente que compete aos ucranianos determinarem, de acordo com as suas próprias regras, designadamente a Constituição, quando é que se realizam as eleições. O que está a acontecer é que a Ucrânia está debaixo de uma lei marcial e, portanto, não há condições, do ponto de vista jurídico, para realizar um acto eleitoral.”Podemos olhar para a proposta como uma tentativa de afastar à força o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky?“Sim, há desde logo um propósito de afastar o actual Presidente. É verdade que a Rússia estará convencida de que, se ele se recandidatar, poderá perder as eleições. Há aqui, de certa forma, um convencimento que as sondagens internas não estão a comprovar, antes pelo contrário. Sobretudo a partir do encontro com Donald Trump na Sala Oval, Zelensky acabou por obter um maior apoio internamente. A questão que se coloca é como é possível realizar um acto eleitoral se a Federação Russa não interromper os ataques à Ucrânia.”Seria mais uma condição para adiar o cessar-fogo? “A não ser que a Rússia garanta que durante o processo eleitoral, quer na campanha, quer nas eleições, não faz qualquer ataque à Ucrânia, não há condições para haver eleições. Um país não pode ir a votos debaixo de fogo, debaixo de bombas.” Esta quinta-feira, na cimeira de Paris, que reuniu 30 países aliados da Ucrânia, não estavam os Estados Unidos. Eram os Aliados, mas sem os Estados Unidos. O que é que representa esta imagem?“Representa, desde logo, que nós não sabemos se vamos poder continuar a usar a palavra Aliados quando falamos dos Estados Unidos e dos países europeus porque aquilo que tem acontecido é que os Estados Unidos se estão a demarcar completamente dos europeus, pondo em causa até a própria continuidade da NATO. A NATO tem um artigo 5° de defesa mútua e o Presidente dos Estados Unidos já disse que poderia não garantir a defesa dos países europeus. Nesse sentido, eu diria que a palavra Aliados pode ser excessiva se os Estados Unidos continuarem a considerar a União Europeia e o Reino Unido não como aliados, mas como adversários, quer no plano económico, quer agora também no plano político.” É uma nova aliança liderada pela França e pelo Reino Unido? O que é que une estes países? “O que une estes países são propósitos que remontam há 80 anos. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial que os países europeus, mais os Estados Unidos e o Canadá, criaram uma aliança para defender os valores da democracia, o respeito pelos direitos humanos, a integridade das fronteiras. O que acontece é que, neste momento, há um Estado, os Estados Unidos da América, que não está alinhado com esse posicionamento. E, portanto, é natural que quem se reúna sejam os países que querem proteger a Ucrânia porque consideram que o ataque à Ucrânia é um ataque à Europa, é um ataque aos valores que o Ocidente defende. Aquilo que mudou foi a posição dos Estados Unidos. Os outros países estão precisamente na mesma situação que estavam desde há 80 anos.”O que é que saiu desta cimeira que tinha como objectivo finalizar as garantias de segurança da Ucrânia, incluindo uma possível mobilização militar europeia? “O principal sinal que os países presentes deram é que continuarão a apoiar a soberania da Ucrânia. Aquilo que está em cima da mesa é a Ucrânia perder território, ora, essa perda de território não pode ser reconhecida porque, caso contrário, abre-se um precedente gravíssimo, uma violação do direito internacional. O que esses países vieram dizer é que nunca levantarão as sanções que aplicam à Federação Russa enquanto a Federação Russa não se retirar dos territórios ocupados. Ora, isto é uma posição diferente dos Estados Unidos, que admitem um levantamento, ainda que não total, mas um levantamento das sanções, um aliviar das sanções. A Europa não. E mais do que isso, a Europa está disponível para também militarmente, apoiar a Ucrânia.”Mas essa mobilização não reúne, aparentemente, consenso. Seria uma força de dissuasão para depois de um cessar-fogo. Que força é essa e quem é que está unido em torno dessa força que seria liderada pela França e pelo Reino Unido? “Os contornos dessa força não estão ainda muito claros porque nós ainda estamos numa situação de guerra aberta. O que acontece é que há países europeus que dizem: ‘Nós vamos procurar aqui uma concertação de posições.' Aquilo que a Federação Russa tem dito é que não quer países da NATO presentes no território ucraniano depois de um cessar-fogo ser estabelecido. A posição de França e do Reino Unido é diferente, diz o seguinte: ‘A Ucrânia é um país soberano, se a Ucrânia quiser, nós enviamos forças para lá, independentemente da vontade do Kremlin'. É essa nuance que existe entre os países europeus que estiveram reunidos em Paris.”Até lá, Vladimir Putin poderia continuar a guerra?“Uma coisa é ceder completamente àquilo que Vladimir Putin pretende. Outra coisa é, neste momento, ter uma posição de força. Dado que o mediador, os Estados Unidos, tem sido forte com a Ucrânia e fraco com a Rússia, aquilo que os países europeus querem é fortalecer a posição ucraniana e não fazer, de imediato - uma vez que estamos numa fase de negociações - cedências a tudo aquilo que Vladimir Putin reivindica. Portanto, é uma posição a favor do fortalecimento da Ucrânia à mesa das negociações.”No final da cimeira, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse lamentar que haja sempre “muitas questões” e “poucas respostas” sobre uma eventual mobilização de um contingente europeu no solo ucraniano. Há um ano, ele pedia tropas para o terreno…“Exacto. É natural que a Ucrânia, que é o país atacado, procure o máximo de apoio, tenha uma posição maximalista para defender os seus interesses. Agora, também é legítimo que os países europeus não atendam necessariamente a esse maximalismo, mas procurem aqui algum equilíbrio. Isto é, se há um objectivo de chegar à paz, tem que haver aqui algum equilíbrio. Nesse sentido, a posição mais ponderada poderá ser a que os países europeus têm defendido que é continuar a apoiar a Ucrânia e depois ver em que quadro é que se estabelece um cessar-fogo e uma paz. Então aí, manifestam a sua disponibilidade para cooperar com esse processo, para dar as tais garantias de segurança que a Ucrânia pretende.”Falou da vontade de fortalecer a Ucrânia, mas até que ponto é que esta cimeira não foi uma tentativa de fortalecer ou despertar a própria Defesa da União Europeia?“Uma coisa está ligada à outra. De facto, é verdade que a Europa, para proteger a Ucrânia, tem também que criar condições para se proteger a si própria. Isto é, tem que haver aqui uma visão integrada e, nesse sentido, aquilo que se pretende é que a Europa desenvolva uma capacidade militar que poderá vir a ser autónoma dos Estados Unidos - essa não é a vontade dos europeus, mas se tiver que assim ser, que seja. Portanto, tem que ter uma autonomia estratégica e para ter autonomia estratégica tem que ter força, tem de ter capacidades militares e é isso que está a acontecer. É verdade que é um processo que não se concretiza de um dia para o outro. A Europa tem também outras necessidades no plano económico. Nesse sentido, aquilo que se procura é, de certa forma, desenvolver a indústria de defesa porque a indústria de defesa também pode ajudar ao crescimento económico da Europa.”A que custo? Mobilizar os fundos para a defesa não implica desviar fundos de outras áreas dos orçamentos nacionais?“É verdade que aqui temos os patamares nacionais e o europeu. A nível nacional, os Estados têm autonomia nos planos da saúde, por exemplo, nos planos sociais, para continuar a desenvolver essas políticas. Aquilo que alguns Estados-Membros têm pedido à União Europeia é que flexibilize as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento para que os países possam dispender mais com a defesa e não serem penalizados a nível europeu por esse investimento. Por outro lado, a própria União Europeia pode criar mecanismos especiais, uma espécie de um PRR, que é um Plano de Recuperação e Resiliência criado a seguir à pandemia, neste caso aplicada a defesa. Portanto, há aqui uma visão integrada. Por outro lado, porventura terá que se chegar ainda mais longe, ao tal exército europeu ou às Forças Armadas Europeias, com o intuito de dar à Europa um comando unificado no plano militar. Tudo vai depender também daquilo que seja o novo Chanceler alemão, que parece estar também ele próprio, bastante virado, digamos assim, para uma Europa da defesa e da segurança. No passado, não foi possível esse entendimento. Hoje, dado o conflito na Ucrânia, se calhar estão criadas as condições para esse passo ser dado.”A Comissão Europeia propôs que os cidadãos europeus tenham um “kit de sobrevivência” de 72 horas. O que pensa destes kits? Estamos a alarmar a população?“Eu não diria alarmar, mas estamos a consciencializar a população de que os dias que vivemos hoje são diferentes dos do passado recente. Isto é, a Europa nunca imaginou que pudesse, no plano militar, vir a ser objecto de uma ameaça externa. Essa ameaça existe, de facto, e, portanto, há que preparar os europeus, desde logo, no plano psicológico. Mais do que testar a eficácia do kit, eu acho que existe essa preocupação de criar o ambiente psicológico, até para os europeus perceberem que, se calhar, vão ter que cortar noutras áreas para canalizar mais meios para a defesa. E isso passa também pelas elites políticas que têm que ser capazes de passar essa mensagem, o que em termos eleitorais, não é fácil...”Não poderia até dar jeito em termos eleitorais?“Não, porque os eleitores podem não querer cortar na segurança social ou na saúde para se gastar mais na defesa…”Mas as guerras não podem criar um certo sentimento de nacionalismo ou união?“Ajudam, mas eu não sei se a opinião pública europeia está suficientemente sensível, sobretudo a do sul da Europa, que vê o conflito na Ucrânia como mais longínquo. Eu diria que isto tem um objectivo, desde logo político, de criar um clima propício para que se avance mais e se invista mais na defesa.” É uma forma de capitalizar o apoio das pessoas para esse investimento e não tanto uma ameaça real?“Ora bem, nós nunca sabemos se a ameaça é real ou não, mas temos que estar preparados para ela. A melhor forma de evitarmos que a ameaça se concretize é fazer ver ao potencial agressor que o custo de abrir um conflito é muito elevado. Se ele tiver a percepção que a Europa está melhor preparada para se defender, naturalmente que, se calhar, não desencadeará essa agressão. No fundo é: se queres a paz, prepara-te para a guerra.”

Vin de-o poveste
THEO ZECIU:"ERAM CLIENT FALS ÎN CENTRUL VECHI!"|VIN DE-O POVESTE by RADU TIBULCA

Vin de-o poveste

Play Episode Listen Later Mar 27, 2025 116:19


Theo Zeciu vine la o poveste alături de mine! Povestim despre parcursul său în online, ce făcea înainte de asta, cum a cunoscut-o pe Cesima Nechifor, iubita sa, cum a fost în spatele camerelor Buzz House și Power Couple, cum s-a creat piesa cu Smiley, de ce ar trebui să rămânem cu picioarele pe pământ și multe, multe altele.

Noticiário Nacional
5h Eleições antecipadas eram evitáveis, considera Aguiar Branco

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Mar 26, 2025 8:08


Sociedade Civil
Tradições já não são o que eram

Sociedade Civil

Play Episode Listen Later Mar 21, 2025 62:46


As tradições são a identidade de um país. Algumas perdem-se, outras transformam-se, raramente são esquecidas. Falaremos de “Tradições”

Beauty Of Colors
Helping Women lead with purpose and passion

Beauty Of Colors

Play Episode Listen Later Mar 20, 2025 24:49


BIO Eram Saeed didn't plan to become a voice for transformation—but her life demanded it. After two abusive marriages, financial struggles as a single mother, and the weight of cultural expectations, Eram rebuilt her life from the ground up. What began as a personal journey turned into a global mission: helping women break free from pain and live with purpose, independence, and faith. As the founder of Jamali Freedom, Eram leads a thriving community where Muslim women from around the world learn to align their spiritual and professional lives. Through her programs, she has empowered thousands of Muslim women to achieve leadership, financial freedom, and deep personal fulfillment—all while staying true to their faith. With over 1,000 success stories and hundreds of case studies, Eram's work continues to redefine what's possible for Muslim women ready to lead and thrive. Her message is simple but profound: no matter your past, you can create a future of freedom and success. For podcast hosts and audiences alike, Eram Saeed is a voice worth listening to.  

Colunistas Eldorado Estadão
Mulheres Reais | #139 Paulistana de burca? Por séculos mulheres de SP se cobriam dos pés à cabeça. E irritavam autoridades

Colunistas Eldorado Estadão

Play Episode Listen Later Feb 17, 2025 12:51


Houve um tempo em que muitas paulistanas saíam às ruas com vestimentas longas e rosto coberto. Sabe as burcas de Irã, Afeganistão e outros países do Oriente Médio? Eram parecidas. Mas por aqui essa maneira de se vestir - felizmente - causava controvérsias e reações de autoridades. A tal ponto que ao menos três governantes em três séculos consecutivos - 17, 18 e 19 - se mobilizaram para tentar proibir aberrante modelito. Na riqueza que são os acervos da Biblioteca Nacional e da Câmara Municipal de São Paulo*, é possível ver mais detalhes sobre essa época em que as mulheres de São Paulo andavam por aí “rebuçadas em baetas”, como se dizia. As apresentadoras Luciana Garbin e Carolina Ercolin tratam da do costume feminino que perdurou na cidade por boa parte das épocas colonial e imperial. O Mulheres Reais vai ao ar às segundas-feiras, a partir das 8h, no Jornal Eldorado. O podcast é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível em todas as plataformas de áudio.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Cu inima la vedere
Cea mai complicată persoană din viața mea? EU. Alexia Eram și Dana Rogoz, Cu

Cu inima la vedere

Play Episode Listen Later Jan 17, 2025 44:37


Accesează toate episoadele pe https://hopeandhomes.ro/podcast. Implică-te în misiunea Hope and Homes for Children accesând https://hopeandhomes.ro/campania-mea/ambasador/ Ascultă-ne și dă azi SUBSCRIBE pe: YouTube Music: https://tinyurl.com/cu-inima-la-vedere  Spotify: https://tinyurl.com/InimaLaVedere  Apple Podcasts: https://tinyurl.com/inimalavedereapple Despre episodul #3: Alexia Eram vine Cu toată

GE Botafogo
GE Botafogo #391 - O atraso no pagamento dos atletas e a posição do clube

GE Botafogo

Play Episode Listen Later Jan 9, 2025 70:24


No primeiro podcast de 2025, Rafa Barros, Sérgio Santana e Pedro Dep falam da polêmica envolvendo o atraso na quitação de premiações com jogadores e ex-jogadores, além de avaliar a saída de atletas do clube. Eram importantes para o elenco? Não farão falta? Quem precisa de reposição urgente? DÁ O PLAY!

Speaking in Tongues
Speaking in Tongues - Episode January 4, 2025

Speaking in Tongues

Play Episode Listen Later Jan 5, 2025


Playlist: Bab L' Bluz - Iwaiwa FunkDidje Doo, The Spy From Cairo, Baba Sissoko - Believe It (Banyerey​é​)Glass Beams - MahalAna Tijoux, featuring Talib Kweli, Plug - Tu saeSababa 5, Yurika Hanashima - Tokyo MidnightNadine Altounji - Petite soeurAlex Cuba - Callejón de BecheBaba Zula - Ars​ı​z Saksa​ğ​an (Cheeky Magpie)Momo Ryuk, Othman Wahabi, Cafe De Anatolia, Billy Esteban, Rialians on Earth - Baba BluesSaagara (Wacław Zimpel) , featuring Giridhar Udupa, Mysore N. Karthik - Where Is That BlossomCaribombo - MulticoloreNick Lowe, Los Straitjackets - I Went to a PartyMeridian Brothers - Es mi nueva eraMélisande - L'ivrogne dégriséAhmed Moneka - Oh MotherMdou Moctar - TakobaWho Cares, featuring Vivian Fung - Glimpses: KotekanErin Ross - Telling LiesElisapie - CaliforniamutGitkin, Simon Moushabeck - Don't You Want Me BabySaigon Soul Revival - Ai Th​ậ​t L​ò​ng Y​ê​u AiJake Vaadeland - Retro ManCedric Burnside - Hill Country LoveBoogát, featuring Diogo Ramos - SapatinhoMexican Institute Of Sound - Se Baila AsiWine Lips - Derailer

JORNAL DA RECORD
23/12/2024 | 2ª Edição: Polícia liberta dez pessoas que eram mantidas reféns por criminosos em agência bancária da Grande SP

JORNAL DA RECORD

Play Episode Listen Later Dec 23, 2024 3:49


Dez pessoas foram feitas reféns depois que criminosos invadiram uma agência bancária em Vargem Grande Paulista, na Grande São Paulo. Os assaltantes renderam o vigilante durante a abertura do estabelecimento e roubaram a arma dele. O local foi cercado pela polícia e agentes do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) negociaram por mais de quatro horas até conseguirem a libertação das vítimas. E ainda: Corpos das vítimas de queda de avião em Gramado são levados para o IML de Porto Alegre (RS).

45 do Primeiro Tempo
Alberto Cabral - “A ciência nasceu quando deixou de tentar responder o que as coisas eram"

45 do Primeiro Tempo

Play Episode Listen Later Dec 13, 2024 95:22


Alberto Cabral é um livre-pensador, um cara que prefere olhar para a vida e toda sua complexidade por um viés mais amplo, menos recortado. Dono de uma fala tranquila, professoral e dotada de um profundo conhecimento experienciado por anos de estudos e vivências, ele está seguro de que “reconhecer e integrar o mundo das dúvidas nos possibilita fugir de certezas absolutas”. Nada mais filosófico, aliás, a filosofia é uma das suas paixões, assim como tudo que abarca o universo da ciência e da espiritualidade, passando por bioenergia, projeciologia, exobiologia e comportamento humano. Neste papo com o podcast "45 Do Primeiro Tempo", o fundador e membro do Centro de Estudos Filosóficos Laboratório Evolutivo - CEFLE contou sua história de vida, trouxe seu olhar sobre este momento de tantas transformações e provocou: "A ciência nasceu quando deixou de responder o que as coisas eram". Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

BBC Lê
Em visita ao Brasil, Albert Einstein disse que brasileiros eram 'fofinhos' e comparou povo a 'macacos'

BBC Lê

Play Episode Listen Later Nov 16, 2024 14:44


Em março de 1925, o pai da teoria da relatividade embarcou para uma região que nunca havia visitado: a América do Sul.

Tribo Forte Podcast: Saúde. Boa Forma. Estilo De Vida!
TF Extra #482 - 95% das Pessoas Eram Magras, O QUE MUDOU? (5 Coisas)

Tribo Forte Podcast: Saúde. Boa Forma. Estilo De Vida!

Play Episode Listen Later Oct 28, 2024 13:40


A Obesidade no Brasil era de apenas 4.5% em 1975 e não existia dia vegana, cetogênica, paleo, dieta flexível, gluten free, detox, quase ninguém ia pra academia e as pessoas comiam muito mais livremente do que hoje quando a obesidade já é de quase 25%... 1 em 4 pessoas no Brasil já são obesas.  A pergunta aqui é:  QUE RAIOS MUDOU DESDE ENTÃO?  Muito açúcar? Não.  Muita preguiça? Não.  Esquecemos como controlar nossa fome? Não.  Vem que vou te contar 5 coisas cruciais que mudaram e as quais você está com certeza sendo exposto diariamente talvez sem mesmo saber…

Capability Amplifier
Building the Bridge from East to West: How to Engage, Connect and Partner with 1 Billion Muslim Entrepreneurs

Capability Amplifier

Play Episode Listen Later Oct 27, 2024 55:28


“I was told I didn't matter, that my only value was in being a good wife and “Achi-Bachi.” But I refused to accept that. I broke free from centuries-old cultural conditioning and trauma and created a new path – the Jamali Method. Jamali is a mission and movement to bring freedom and purpose to Muslim women around the globe; to empower them to break free of the chains of societal and cultural oppression, and step into leadership – for their family, community, and businesses.”Meet Eram Saaed, the world's #1 coach for Professional Muslim women, a catalyst for change, empowerment, abundance and connection bridged by Islamic principles with modern leadership.Born in Pakistan, she was raised in a culture where women's voices don't matter and are expected to be silent and submissive. After two failed marriages, physical and emotional abuse, and being financially bankrupt, Eram hit rock bottom. It was then, in her darkest hour, she discovered the infinite wisdom of Allah and developed a no-nonsense, easy-to-understand approach that has transformed her into a global leader. Today, Eram is trusted by and has impacted over 23 million Muslim women worldwide, empowering them to balance faith and freedom. With her daughter Natasha by her side, they offer guidance, tools, accountability, and support to help them achieve clarity, purpose, courage, dignity, self-love, justice, abundance, and freedom bridged with faith.Welcome to the movement.Abundance creates peace.The Jamali Method focuses on three foundations: Jamali Freedom helps you find clarity, confidence and independence regardless of past obstacles and adversity. Jamali Purpose helps you find your passion and purpose based on what your gifts are, even if you can't see it clearly for yourself at first. Jamali Leadership provides the tools and blueprint you need to be 100% committed to your mission, in balance with faith, to reinvent and restart. And there are five more essential insights in this episode that EVERY entrepreneur can benefit from, whether or not you're a man, woman or Muslim woman. KEY TAKEAWAYSEram was raised Muslim in a conservative and religious family and faced significant challenges, including gender inequality and societal injustices.Her first and second marriages were abusive, but the turning point came when she resolved to protect her daughter and build a better life.Without a college degree, Eram started at Chase Manhattan Mortgage and rose to become the highest-producing loan officer in her branch. She made $22,500 in one month - which laid the foundation for her Jamalis of financial independence, self-confidence and leadership. A sabbatical in Pakistan led to viral videos that catapulted her into global recognition, where she gained 100 million views in 60 days during a personal crisisShe then built the first version of the Jamali Love program upon identifying a major need.The Jamali Method includes three transformative programs: Jamali Freedom, Jamali Purpose, and Jamali Leadership.Eram's focus has been on building financial independence and purposeful living. Learn more about Eram and the Jamali Movement that is bridging the gap between the Eastern and the Western, Muslim and non-Muslim world at Jamali.LoveLearn more about Eram and the Jamali Movement that is bridging the gap between the Eastern and the Western, Muslim and non-Muslim world at Jamali.LoveTIME STAMPS00:00 Eram seeks to empower Muslim women, connecting East-West.05:29 Eram overcame personal trauma challenges, impacting many worldwide.09:35 Rejection of faith due to conservative upbringing.12:34 Realized staying in an abusive marriage was not healthy for her daughter.15:58 From sabbatical to viral sensation helping women globally.18:06 Coach aided the chemist's transition to energy healer.22:54 Researching Islam led to loving Prophet Muhammad more.24:30 Kind princess of Mecca hires an honest Mohammed.32:32 Bankruptcy filed, won unrepresented case against attorney.35:01 Discuss influence, success, and movement through storytelling.39:29 Transformed downtrodden women's lives with a 30-day course.42:10 "My course helped her heal and transform." - Eram45:51 Surprise birthday party; daughter calls Eram a role model.49:24 Jamali Method: Jamali Freedom, Jamali Purpose, and Jamali Leadership.Additional ResourcesWatch Eram's Masterclass SUBSCRIBE FOR MORE VIDEOSGet Your FREE digital and/or audio version of my bestselling book, “Your Next Act!”

Comentario Biblico
Os reis magos eram astrólogos? Mateus 2 - Mario Persona

Comentario Biblico

Play Episode Listen Later Oct 24, 2024 13:47


Publicado primeiro nos podcasts: shows.acast.com/comentario - ApplePodcasts Deezer iHeartRadio Stitcher ListenNotes Player.fm Podtail Podbean MyTuner-Radio Castbox iVoox Chartable HubHopper Spotify Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

O Assunto
Brics: os desafios para o Brasil

O Assunto

Play Episode Listen Later Oct 23, 2024 34:01


A ideia apareceu pela primeira vez em 2001: um estudo realizado pelo economista-chefe da Goldman Sachs juntou em um grupo quatro países emergentes que, somados, chegariam a 14% do PIB mundial em 10 anos – antes do fim do período previsto, chegaram a 20%. Eram eles Brasil, Rússia, Índia e China, que se organizaram em um bloco, cuja primeira conferência viria a ser realizada em 2009. Nascera o Bric, que em 2011 ganharia mais uma letra para representar seu novo membro, África do Sul. Sem pautas e objetivos claros, o grupo tentou ganhar relevância em debates econômicos e de governança global durante mais de uma década. No ano passado, cinco novos países foram incluídos; na cúpula deste ano, mais de 10 nações devem ganhar status de parceiros do bloco. Com o novo desenho, o discurso anti-Ocidente ganhou força no Brics ampliado, sob a liderança de russos e chineses. Entre os interesses das potências ocidentais e orientais, o Brasil tem o desafio de encontrar uma via independente. Para contextualizar o novo Brics dentro do tabuleiro da geopolítica e analisar os passos do Brasil diante das mudanças no grupo, Natuza Nery entrevista Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Iricem), que foi embaixador em Londres (1994 a 1999) e em Washington (1999 a 2004).

História pros brother
Lugares que eram mitos mas existiram de verdade

História pros brother

Play Episode Listen Later Oct 2, 2024 50:07


Top 6 lugares que foram descobertos mas a galera achava que era mito.

Gregario Cycling
RADIO: Pogacar e Kopecky soberanos no Mundial de Estrada

Gregario Cycling

Play Episode Listen Later Sep 29, 2024 72:23


Eram os favoritos. E não desapontaram. Lotte Kopecky e Tadej Pogacar são os grandes campeões do Mundial de Estrada 2024, em Zurique. Há muito a ser dito sobre os dois e tudo que rolou nessa edição e não há momento melhor para isso do que o Gregario Radio dessa semana. Participe com a sua opinião sobre os dois melhores ciclistas da atualidade. Além disso, o programa também abre espaço para as notícias da semana e tudo que rolou no L'Étape Campos do Jordão, disputado neste final de semana com a presença maciça do time Gregario. O RADIO é um oferecimento de Session Brasil (@sessionbrasil). We Make you Faster. Visite o site: https://www.sessionbrasil.com.brThis podcast uses the following third-party services for analysis: Chartable - https://chartable.com/privacy

RPG Next Podcast
CNa#051: O Rito | Conto de Fantasia

RPG Next Podcast

Play Episode Listen Later Sep 25, 2024 19:12


Killgrunt é um bárbaro meio orc que precisa mostrar sua verdadeira vocação ou morrer tentando. Indicado para 12 anos ou mais.   Contos Narrados. Aqui você encontra mais um conto sonorizado produzido pelo do RPG Next. Coloque seu fone de ouvido e curta! ▬ Autor: Vinicius Mendes Souza Carneiro. ▬ Narração: Wévison Guimarães. ▬ Masterização, sonorização e edição: Rafael 47. O RPG Next agora tem um grupo oficial no Telegram!

Brasil Paralelo | Podcast
AS COISAS ERAM MELHORES ANTIGAMENTE | Mundo Invertido com André Alba

Brasil Paralelo | Podcast

Play Episode Listen Later Sep 21, 2024 20:22


Assine a Brasil Paralelo: https://sitebp.la/bp-mundo-invertido ___________ O mundo não é mais o mesmo. Coisas que antes eram vistas como padrão, hoje são taxadas de retrógradas. Seja no cinema, na TV, no jeito de se vestir ou nos costumes, para onde olharmos a cultura woke e o progressismo estarão presentes. Será que esse novo normal veio para ficar? Com incríveis imitações e muito humor vamos abordar esse choque geracional. Nesta edição: Feito para durar. __________ Precisa de ajuda para assinar? Fale com nossa equipe comercial: https://sitebp.la/yt-equipe-de-vendas Já é assinante e gostaria de fazer o upgrade? Aperte aqui: https://sitebp.la/yt-equipe-upgrade __________ Siga a #BrasilParalelo: Site: https://bit.ly/portal-bp Instagram: / brasilparalelo Facebook: / brasilparalelo Twitter: / brasilparalelo Produtos oficiais: https://loja.brasilparalelo.com.br/ ___________ Sobre a Brasil Paralelo: Somos uma empresa de entretenimento e educação fundada em 2016. Produzimos documentários, filmes, séries, trilogias, cursos, podcasts e muito mais. Nosso foco é o conteúdo informativo e educativo relacionado ao contexto social, político e econômico brasileiro.