Olá. Bem vindos a este podcast que pretende apresentar-vos artigos originais publicados na área da Imunologia Tumoral e afins. O podcast é realizado em formato Journal Club. Ou seja, uma pequena introdução e uma descrição em promenor do trabalho descrito e dos resultados apresentados. O meu objec…
A ascite é uma acumulação de liquido na cavidade abdominal em resultado de um desenvolvimento patológico. No caso deste artigo a ascite em questão tem origem no cancro do ovário Neste artigo de Webb et colaboradores submetido ao jornal Clinical Cancer Res os autores descrevem que a ascite do cancro do ovário tem um acção negativa sobre as células NKT As células NKT são linfócitos particulares expressam um TCR e marcadores NK (eg. CD161) e reconhecem moléculas apresentadas por CD1d (tipo particular de moléculas de MHC)
Nesta edição discuto o artigo publicado por Bayry e colaboradores no jornal PNAS, vol 105 de 2008. Neste artigo, antagonistas do receptor de quimiocinas CCR4 modelizados in silico foram testados in vitro e in vivo com o objectivo de inibirem a actividade imunosupressiva das células T reguladoras.
Há as T CD4 reguladoras FOXP3, há as células Tr1, há as células Th3 e ... Num artigo publicado no volume 182 do Journal of Immunology, Han et al da República Popular da China, descreve uma nova subpopulação CD4 com fenótipo imunosupressivo. Estas células sobrerepresentadas em esplenócitos de ratinhos com tumores epiteliais implantados, expressa CD69. Estas células defínidas pelos autores como CD4+ CD69+ e CD25-, não expressam FOXP3 (associado com o fenótipo regulador das células CD4+ CD25+), não produzem citocinas de maneira relevante em repouso ou após activação não específica, não respondem a um estímulo proliferativo alogénico e sobretudo impedem a proliferação de outros linfócitos CD4 específicos de um antigénio. A acção imunosupressiva é transmitida por contacto via TGF-Beta1 presente na membrana celular e modulada pela activação de CD69 e ERK. A ler se tiverem curiosidade... PS: no podcast eu refiro o volume como 189. Peço desculpa pelo erro.
Nesta edição presento-vos um artigo submetido por Jandus et al ao jornal Cancer Immunol. Immunotherapy, 2008, vol 58, pag. 1795, e onde os autores avaliam por citometria de fluxo a presença de células T reguladoras CD4+ FOXP3+ em lesões primárias de melanoma (TIL), Nódulos linfáticos metastisados (TILN) e sangue periférico. Os autores descrevem que a frequência destas células T reguladoras se encontra sobre-representada em doentes em melanoma em relação a indivíduos sem doença aparente; que TIL e TILN apresentam frequências superioes de células T reg em número superior ao sangue periférico e que finalmente, o as células T reguladoras tem um fenótipo memória expressando preferencialmente CCR7 e CD45RA Um artigo de referência pela metodologia aplicada!
Nesta edição do podcast descrevo-vos um artigo publicado no journal Nature na sua edição de Janeiro de 2009, submetido pelo grupo de Sean Morrison. Neste trabalho, optimizando as condições de implantação de células tumorais derivadas de tumores primários de melanoma ou xenografos de melanoma, os autores demonstram que o número de células tumorais com potencial tumorigénico in vivo é muito mais frequente do que anteriormente descrito na literatura (0.0001%), ao ponto de afirmarem que hipoteticamente todas as células tumorais são tumorigénicas se colocas num meio micro-ambiental in vivo apropriado
Nesta edição do podcast, apresento-vos o artigo submetido por Schubert et al. Nature Immunology. 2008, volume 9: 558, do Institute for Molecular Medicine and Experimental Immunology, Friedrich Wilhelms University, Bona, Alemanha. Este artigo demonstra como o processo de apresentação cruzada decorre em células dendriticas. A apresentação cruzada, do inglês "cross-presentation", é o processo de apresentação de antigénios extracelulares via moléculas de MHC classe I. Os autores demonstram num modelo onde células dendriticas pulsadas são ovalbumina, que o antigénio é capturada pelos receptores de manose em vesiculas de endocitose primárias. Ovalbumina é também colocalizada neste endosomas primários com o complexo TAP (Transporter Associated with antigen Processing). A estimulação de clones T CD8 especificos do peptideo SIINFEKL é dependente da acção do proteasoma, e dependente da fusão dos endosomas primários com a membrana celular. O segundo facto de relevância demonstrado pelos autores é a necessidade de um processo inflamatório (endotoxinas) crucial para a ocorrência da apresentação cruzada, nomeadamente devido a necessidade de TLR4, um receptor TOLL-LIKE-RECEPTOR e o mediador de signalização MyD88 serem necessários ao processo. Estas evidências, parecem sugerir que provavelmente o processo de apresentação cruzada poderá ocorrer somente em presença de elevadas quantidades de antigénio e processos inflamatórios onde LPS esteja envolvido em grandes quantidades. Algo de raro ... Até breve!
Nesta edição apresento-vos um artigo muito elegante (Kool et al 2008 JEM; 205: 869 e bem desenhado onde se demonstra os efeitos do agente adjuvante na vacinação com o antigénio OVALBUMINA. O trabalho mostra-nos a dinâmica das respostas T CD4 especificas do antigénio e sobretudo como o processo esta dependente da mobilização de células do sistema imunológico inato, nomeadamente monocitos que após entrarem em contacto com o ambiente inflamatório criado pelo adjuvante se diferenciam em células dendriticas maturas que migram para os nódulos linfáticos drenantes e não-drenantes activando ai as células T CD4 naive em circulação. Os autores deste trabalho também demonstram que a acção do adjuvante (hidróxido de alumínio) é dependente da produção de acido úrico (lembram-se dele) e da mediação via MyD88, um elemento chave na sinalização intracelular dos receptores Toll-like. Uma boa leitura para este mês de calor... Pedro
Nesta edição apresento-vos um "case report" de um tratamento imunoterapeutico com células T CD4+ especificas do antigénio NY-ESO-1 num paciente com melanoma metastatico refractário a terapias com IFN-alfa e IL-2. O paciente foi transferido com 5 biliões de células T especificas do antigénio tumoral, sem citoquinas, e demonstrou regressão de metastases, 2 meses após terapia e sem recidiva após 22 meses. De interesse, o facto que sinais de autoimmunidade não foram obervados como esperado, pois neste estudo o alvo antigénico só é expresso por células tumorais, e que o doente desenvolve após terapia respostas celulares detectaveis no sangue contra outros antigénios tumorais expressos pelo melanoma Boa leitura e obrigado pela vossa escuta
Apresento nesta edição um artigo submetido por Liu et al ao , onde ratinhos knock-out para as celulas T {gamma}{delta} são cruzados com ratinhos TRAMP que desenvolvem cancro da prostata expontaneamente. Os autores observam que os ratinhos KO para as celulas T {gamma}{delta} desenvolvem tumores genitourinarios relativamente mais massivos e significativamente mais agressivos. Os autores também avaliam a capacidade terapeutica da transferência adoptiva de células T {gamma}{delta} na inibição do crescimento tumoral. Os autores observam que animais TRAMP tratados com células T {gamma}{delta} desenvolvem tumores mais pequenos e sobrevivem a situações de doença metastatica, em comparação a animais nao tratados no sistema experimental avaliado.
Uma nova edição do podcast “journal club imunoterapia tumoral” está disponível nos servidores pronto para a vossa escuta. Desta feita descrevo um artigo publicado recentemente no jornal IMMUNITY, 28(4):571-80 sobre um modelo de ratinho “knock-out” para NKG2D, um receptor activador sobretudo expresso em células NK, mas também outros tipos de linfócitos. Os autores descrevem os fenótipos observados quandos estes ratinhos foram cruzados com ratinhos que naturalmente geram tumores (ratinhos TRAMP - cancro da prostata; e ratinhos Emicro-myc: linfomas do tipo B). Os resultados demonstram que os ratinhos knock-out geram tumores mais rapidamente e para o caso dos cancro da prostata, tumores mais massivose agressivos. Para estes tumores da prostata os autores observam curiosas expressoes de ligandos de NKG2D nos tumores mais desenvolvidos provenientes de ratinhos contendo o knock-out, facto que nao acontece nos tumores de ratinhos selvagens. Estes factos suportam a hipotese de um controlo imunologico via NKG2D do crescimento deste tumores nos animais selvagens.
Olá Malta De volta com uma nova edição que espero seja do vosso apreço. http://www.immunity.com/content/article/abstract?uid=PIIS1074761308000708
Olá, Nesta edição do podcast apresento-vos o artigo "A single Naive CD8+ T cell precursor can develop into diverse effector and memory subsets" por Stemberg et al Immunity 2007, 27:985. Este artigo demonstra que um único precursor T naïve OT-1 pode gerar um repertorio diverso de células T efectoras e T memória (memória efectoras e memórias centrais). Este artigo vem redescrever o nosso conhecimento sobre as origens das populações memória T. Os autores transferem uma única célula T naïve OT-1 (CD45.1 +) num ratinho naïve C57BL/6 (CD45.1 -) e estimulam as células com bacteria Listeria monocytogenes expressando o antigénio OVA. 12 dias após a estimulação e a transferência da célula precursora os autores observam a expansão celular das células CD45.1+ com formação de células memória efectoras (CD62L low, CD45RA +) e células memória centrais (CD62L high, CD45RA+). Estas células memória são capazes de desenvolver respostas memória após restimulação e mesmo quando a transferência das célula precursora ocorre após a estimulação antigénica. Até breve. Pedro
Olá malta… Já eram quase 3 da manhã quando terminei de editar esta edição e codificava o mp3 respectivo. Quem corre por gosto não cansa! Desta feita encontrei um artigo na sequência da edição anterior - continuamos no mundo do SIV e das suas respostas imunológicas, sobre introdução de mutações in vivo num peptideo apresentado pelas moleculas do complexo major de histocompatibilidade de classe 1 (MHC mamu-B*17). Se este fenómeno não tem nada de muito invulgar no mundo dos virus. Mas, o que é invulgar e se torna o apelativo deste artigo chamado ” AIDS virus-specific CD8+ T lymphocytes against an imunodominant cryptic epitope select for viral escape” JEM 2007 2004: 2505 por Maness et al é o facto ser proveniente de um quadro de leitura alternativo (ou altered reading frame) do gene env do SIV. Mais curioso ainda é que este peptideo é significativamente imunogénico (capaz de induzir respostas imunológicas mediadas por linfócitos T CD8) e as respostas induzidas dominantes comparadas com outros peptideos do mesmo virus. Vai disto, o virus para escapar a pressão imunológica exercida pelos linfócitos T CD8 específicos deste peptideo criptico que são capazes de reconhecer células infectadas com o virus em causa, realizam a mutação particular do peptideo de modo a alterar a sua sequência e reduzir a afinidade para a molécula de MHC classe I mamu-B*17. O peptideo mutado tem muita menos afinidade e não é imunogénico e logo incapaz de mobilizar os linfócitos T CD8 e estes não consegue reconhecer células infectadas com virus contendo a mutação em causa. Também interessante o facto que a mutação introduzida só afectar o peptideo criptico, pois a mesma mutação não altera a sequência de amino ácidos do gene env de onde o peptideo é proveniente (mutação sinónima). Estamos portanto em face de um fenómeno estremamente curioso que dá muito que pensar sobre as estratégias que os virus podem introduzir de modo a escapar ao controlo imunológico, e não podemos deixar de estrapolar situações semelhantes que podem ocorrer para as células tumorais. Estamos perante portanto a uma situação de “ImunoEditing” ou modificação antigénica mediada pelo sistema imunológico. Que tal? Um abraço e boas leituras… ler é aprender e abrir horizontes! Pedro
Olá malta... Após um mês de Janeiro cheio de peripécias, consegui gravar uma nova edição do podcast. Desta feita, descrevo-vos um artigo onde se utiliza a estratégia de "prime-boost" amelhorada com CpG e FLT3L para aumentar a sua eficácia objectiva num ensaio pre-clinico em macacos para o virus SIV. O artigo chama-se "Adjuvanting a DNA vaccine with a TLR9 ligand plus Flt3 ligand results in enhanced cellular immunity against the simian immunodeficiency virus" publicado em 2007 no jornal JOURNAL EXPERIMENTAL MEDICINE. Eu achei este artigo muito interessante por ser um artigo relatando um ensaio pré-clinico em primatas (Rhesus macaques), e tratar-se de um modelo de HIV (human immudeficiency virus) - SIDA em português. É claro que neste experimental de primatas tenta-se tratar os animais com a variante símia (SIV). Outro factor interessante no artigo é o uso de uma estratégia de vacinação onde se utilizam dois vectores virais de origens distintas expressando os mesmo antigénios (SIV gag e pol) e HIV (Env e Nef). O uso de dois vectores distintos sequêncialmente chama-se prime-boost. O objectivo é evitar a neutralização do vector viral modificando a sua origem mantendo em comum o antigénio de interesse. Assim sendo o vector inicial é o virus Vaccinia e depois o vector seguinte é o virus Ankara. Os autores testam o ligando de Toll-like receptor9 (Desoxiribonucleotideos CpG) e o uso de Flt3 ligand para potenciar os efeitos da estratégia de prime-boost. Os autores descrevem que a vacina assim utilizada induz uma elevada mobilização de células dendriticas (células apresentadoras de antigénios profissionais do sistema imunológico) e em estado maturo de diferenciação. Como resultados os autores mostram que no grupo de animais tratado com Flt3L e CpG, o número de linfócitos T CD8 especificos do antigénio Gag do SIV é superior a todos os outros grupos animais testados, e que em termos clinicos a vacina tem efeitos profiláticos na protecção dos animais contra um infecção mucosal por via rectal com o virus SIV. Os dados apresentados são extremamente encorajadores para o uso desta estratégia prime-boost com CpG e Flt3L em estudos pré-clinicos em humanos. Dêem uma olhada e deixem os vossos comentários...
Olá, Viva. Décima edição do podcast "Journal Club Imunoterapia tumoral". Apresento-vos o artigo Dendritic cell preactivation impairs MHC class II presentation of vaccines and endogenous viral antigens Young et al 2007 PNAS 104: 17753 Este artigo demonstra que células dendriticas no seu estado maturo in vivo são incapazes de induzir respostas imunológicas específicas de um antigénio, e sobretudo que a razão que justifica este comportamento é a ausência de sintese das moléculas alpha e beta do heterodimero MHC classe II após maturação. Os autores observam que mesmo após maturação, as células continuam a apresentar capacidade de endocitose e capacidade de degradar antigénios solúveis e antigénios endogenos à célula dendritica, tais como antigénios virais. As células dendriticas são células fundamentais no desenvolvimento de respostas imunológicas in vivo sobretudo pela sua capacidade de induzirem a activação de linfócitos T naive. Para induzir a maturação das células dendriticas in vivo, os autores injectam CpG 1668 em ratinhos, o que gera uma maturação generalizada das células dendriticas encontradas no baço destes ratinhos. Semelhante fenómeno pode ser encontrado em condições de choque séptico ou em situações de infecções parasiticas como por exemplo a malária. O CpG são moléculas de ADN lineares ricas em sequências de nucleotideos citosina e guanina e que tem a propriedade de induzir fortes respostas imunológicas. Tal acontece porque existem nas células do sistema imunológico receptores que se ligam a este tipo de moléculas muito comuns em agentes infecciosos: os receptores Toll-like. Estes receptores Toll-like são vários e reconhecem cada um deles um tipo específico de moléculas, eg TLR9 reconhece CpG, TLR4 reconhece LPS, TLR3 reconhece Poly I:C. Para mais informações deem uma olhada no link seguinte do wikipedia. Embora in vitro existam vários estudos sobre os aspectos funcionais das células dendriticas, estudos in vivo são raros. Este estudo é por isso valioso para reforçar o nosso conhecimento dos processos imunológicos. Um abraço e até breve. Pedro
Olá Malta Último podcast antes da chegada do Natal. Para terminar este semestre de actividade do "journal club" decidi apresentar-vos um artigo de referência do grupo de Robert Schreiber onde é descrita a fase de equilibrio ténue entre o sistema imunológico e o desenvolvimento tumoral. No artigo recentemente publicado no jornal Nature, Koebel e colaboradores desenvolvem um modelo de desenvolvimento tumoral tirando partida da actividade tumorigénica do 3'-methilcolanthrene, um produto químico estremamente perigoso e carcinogénico entrado no fumo do tabaco. Após uma simples aplicacao em duas estirpes de ratinhos e removendo do estudo todos os ratinhos que apresentaram crescimento de tumores durante um periodo superior a 200 dias, os autores seleccionaram os ratinhos onde se detectavam pequenas massas tumorais palpaveis que nao proliferavam - os ratinhos apresentavam tumores em estado de "letargia". Estes ratinhos com tumores latargicos ou dormentes foram posteriormente tratados com anticorpos que os tornava imunodeficientes (tratamento contra linfócitos CD4 e CD8, ou tratamento anti-interferão gamma ou anti-IL-12) para o sistema imunológico adaptativo, e observaram que os tumores até então dormentes se tornaram activos e os ratinhos não consigam controlar os tumores em plena expansao. Portanto, estes ratinhos mantinham os tumores estáveis devido ao seu sistema imunológico, que uma vez aniquilado, estes tumores tornavam-se letais. Os autores demonstram que estes tumores que surgem apartir de massas tumorais dormentes sao estremamente tumorigenicos e pouco imunogénicos (incapazes de estimular o sistema imunológico), uma vez que estes tumores foram progressivamente seleccionados pelo sistema imunologico. Por outras palavras, progressivamente são eliminadas as variantes tumorais que sao possiveis de ser reconhecidas pelo sistema imunológico, restando variantes que não são reconhecidas e portanto escapam ao controlo. Embora as evidencias moleculares não sejam mostradas no artigo, este trabalho é importante para a complementação da teoria dos 3 És: eliminacao, equilibrio e escape desenvolvida por este grupo e que explica o desenvolvimento tumoral num individuo imunologicamente competente. Um forte abraço e espero os vossos comentários. Pedro
Olá malta! Neste oitava edição do Podcast Imunoterapia Tumoral apresento-vos o artigo de Gakamsky et al, publicado recentemente no jornal PNAS vol 104: 16639 de 2007. Este artigo vem pela primeira vez corroborar com dados de biofísica os dados apresentadas por vários trabalhos baseados em cristalografia do complexo TCR/peptideo-MHC, e onde é sugerida de o domínio do CDR3 é capaz de uma certa mobilidade e capacidade de adaptar-se ("fiting") à superfície tri-dimensional do complexo peptídeo-MHC. Para relembrar: o TCR é o receptor da célula T, que reconhece peptídeos (oligopeptideos) apresentados pela molecula Major de Histocompatibilidade (MHC). As células T são de dois tipos: CD4 ou CD8, sendo as células T CD4, apresentando o co-receptor CD4 e reconhecendo peptides apresentados pelo moleculas MHC de classe II; e as células T CD8 apresentando o co-receptor CD8 e reconhecendo peptídeos apresentados pelas moleculas MHC classe I. No caso das respostas adaptativas, o reconhecimento de peptídeos apresentados por moléculas MHC pelas células apresentadoras de antigénios é fundamental para a modulação das respostas imunológicas (nomeadamente via células T CD4) e para a criação de respostas efectoras capazes de eliminar situações anómolas tais como infecções virais, parasitarias ou tumorais (via células T CD8). A variabilidade dos TCR é enorme (10^13), mas também enorme o número de sequências de amino ácidos apresentados pelas moléculas MHC. Por cristalografia sugeriu-se que o domínio CDR3 do TCR, que reconhece sobretudo o complexo peptideo-MHC tem flexibilidade, podendo-se adaptar em várias conformações, podendo assim cobrir mais sequencias peptideo-MHC doque se fosse rigido. Este artigo que apresento, mostra por estudos de FRET (Fluorescence Resonance Energy Transfer) que as energias envolvidas e a rapidez do processo é compativel com os estudos cristalográficos e abre assim uma nova maneira de interpretar o reconhecimento de peptideos pelo TCR. Espero pelos vossos comentários e sugestões... Pedro
Olá malta. Sejam bem-vindos a uma nova edição do podcast Journal Club Imunoterapia Tumoral. Nesta edição apresento-vos o artigo de Cao et al que foi recentemente publicado no jornal Immunity. Este artigo apresenta as primeiras evidências in vivo que as células T reguladoras induzem a supressão da resposta anti-tumoral por induzirem a morte celular de células efectoras anti-tumorais (células NK e células T CD8+) por uma via dependente das proteinas Granzima B e Perforina. Um artigo a ler sem dúvida. Um forte abraço. Pedro
Nova edição onde apresento-vos um artigo sobre um ensaio clinico de imunoterapia nao randomizado sobre linfomas EBV de Hodgkins e nao Hodgkins. Neste ensaio clinico celulas T CD8 são geradas in vitro contra um antigenio subdominante de EBV - LMP2, atraves do uso de células dendriticas e celulas B linfoblasticas autologas de pacientes com linfoma. As CTLs assim geradas foram transferidas adoptivamente nos pacientes em varias infusoes e resultaram segundo os autores em respostas clinicas completas, ou parciais e estabilizacao da doenca, oque neste tipo de cancros não é meritório. Eis portanto um artigo que apresenta dados que merecem ser utlizados como referencia demonstrando a eficacia e o potencial da imunoterapia no tratamento de tumores.
Olá malta. Nesta edição apresento-vos um artigo onde as celulas T gamma delta provenientes de linfocitos infiltrantes de cancro da mama humano apresentam capacidade reguladora. Estas células apresentam a capacidade de inibir a proliferação de linfocitos e a função de células dentriticas maturas. Esta actividade reguladora pode ser revertida pela acção de ligandos de TLR8. Espero que gostem e deixem os vosso comentários. Um abraco Pedro
Ola malta Mais uma edição do podcast. Hoje vamos discutir o artigo Nagaraj, S. et al. Altered recognition of antigen is a mechanism of CD8+ T cell tolerance in cancer. Nat Med 13, 828-835 (2007). Um artigo bem interessante, muito bem escrito e que é de uma leitura linear e de fácil compreensão. O artigo mostra como as células mieloides supressoras presentes nos tumores e nos ganglio linfáticos drenates induzem tolerância sobre células T CD8 específicas de antigénios tumorais. Mostra-se que os radicais de oxigénio nomeadamente o peroxinitrito modifica a estrutura molecular do TCR e do CD8 na superficie dos linfócitos e impedindo a sua resposta funcional. Deixem os vossos comentários e sugestões... Boa semana. Pedro
Nesta edição vou apresentar-vos um artigo bem interessante de Matter et al 2007 Cancer Res 67: 7467 "Decreased tumor surveillance after adoptive T-cell therapy". Os autores demonstram que a transferência adoptiva de células T CD8 monoclonais num ratinho imuno-competente, promove o crescimento de um tumor expressando a antigénio para o qual as células T CD8 injectadas são especificas. O artigo levanta portanto sérias duvidas sobre a eficácia deste tipo de estratégia terapeutica para o tratamento e controlo de tumores e sugeres as razões da variabilidade de resultados obtida em vários ensaios clinicos já realizados em humanos.