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Pergunta Simples
Como se filma uma boa história? Manuel Pureza

Pergunta Simples

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 56:11


Há criadores que operam dentro das fronteiras técnicas do seu ofício. E há outros que as redesenham. Manuel Pureza pertence à segunda categoria — a dos artistas que não apenas produzem obras, mas insinuam uma forma diferente de olhar para o mundo. Ao longo da última década, Pureza foi aperfeiçoando um dialeto visual singular: um equilíbrio improvável entre humor e melancolia, entre disciplina e improviso, entre ironia e empatia. Cresceu no ritmo acelerado das novelas, onde se aprende a filmar com pressão, velocidade e um olho permanentemente aberto para a fragilidade humana. Dali trouxe algo raro: um olhar que recusa o cinismo fácil e que insiste que até o ridículo tem dignidade. Na televisão e no cinema, a sua assinatura tornou-se evidente. Ele filma personagens como quem observa amigos de infância. Filma o quotidiano com a delicadeza de quem sabe que ali mora metade das grandes histórias. Filma o absurdo com a ternura de quem reconhece, nesse absurdo, o lado mais honesto do país que habita. Um humor que pensa Pureza não usa humor para fugir — usa humor para iluminar. Em “Pôr do Sol”, o fenómeno que se transformou num caso sério de análise cultural, a comédia deixou de ser apenas entretenimento. Tornou-se catarse colectiva. Portugal riu-se de si próprio com uma frontalidade rara, quase terapêutica. Não era paródia para diminuir; era paródia para pertencer. “O ridículo não é destrutivo”, explica Pureza. “É libertador.” Essa frase, que poderia ser um manifesto, resume bem o seu trabalho: ele leva o humor a sério. Independentemente do género — seja melodrama acelerado ou ficção introspectiva — há sempre, no seu olhar, a ideia de que rir pode ser um acto de lucidez. Num país onde o comentário público tantas vezes se esconde atrás da ironia amarga, Pureza faz o contrário: usa a ironia para abrir espaço, não para o fechar. A ética do olhar Filmar alguém é um exercício de confiança. Pureza opera com essa consciência. Não acredita em neutralidade — acredita em honestidade. Assume que cada plano é uma escolha e que cada escolha implica responsabilidade. Entre atores, essa postura cria um ambiente invulgar: segurança suficiente para arriscar, liberdade suficiente para falhar, humanidade suficiente para recomeçar. Num set regido pelo seu método, a escuta é tão importante quanto a técnica. E talvez por isso os seus actores falem de “estar em casa”, mesmo quando as cenas são emocionalmente densas. A câmara de Pureza não vigia: acompanha. É aqui que a sua realização se distingue — não por uma estética rigorosa, mas por uma ética clara. Filmar é expor vulnerabilidades. E expor vulnerabilidades exige cuidado. Portugal, esse laboratório emocional O país que surge nas obras de Pureza não é apenas cenário: é personagem. É o Portugal das contradições — pequeno mas exuberante, desconfiado mas carente de pertença, irónico mas sentimental, apaixonado mas contido. É um país onde a criatividade nasce da falta e onde o improviso se confunde com identidade. Pureza conhece esse país por dentro. Viu-o nos sets frenéticos das novelas, nos estúdios apressados da televisão generalista, nas equipas improváveis de produções independentes. E filma-o com um olhar feito de amor e lucidez: nunca subserviente, nunca destructivo, sempre profundamente humano. Há nele uma capacidade rara de observar sem desistir, de criticar sem amargar, de rir sem ferir. Infância, imaginação e paternidade Numa das passagens mais íntimas desta conversa, Pureza regressa à infância — não como nostalgia decorativa, mas como território de formação. A infância, para ele, é o sítio onde nasce a imaginação, mas também o sítio onde se aprende a cair, a duvidar, a arriscar. Esse lugar continua a acompanhar o seu trabalho como uma espécie de bússola emocional. Falar de infância leva inevitavelmente a falar de paternidade. Pureza rejeita a figura do pai iluminado, perfeito, imune ao erro. Fala antes da paternidade real: aquela onde se erra, se tenta, se repara, se adia, se volta a tentar. A paternidade que implica fragilidade. A paternidade que obriga a abrandar num mundo que exige velocidade. Talvez seja por isso que, quando dirige, recusa o automatismo: a vida, lembra, é sempre mais complexa do que aquilo que conseguimos filmar. Escutar como acto político Se há uma frase que atravessa toda a conversa, é esta: “Nós ouvimos pouco.” No contexto de Pureza, ouvir é um verbo político. Num país saturado de ruído, opiniões rápidas e indignações instantâneas, escutar tornou-se quase um acto contracultural. Ele trabalha nesse espaço de atenção — aquele que permite às pessoas serem pessoas, antes de serem personagens, headlines ou caricaturas. É por isso que o seu trabalho ressoa: porque devolve humanidade ao que, tantas vezes, o discurso público reduz. O que fica No final, a impressão é clara: Manuel Pureza não realiza apenas obras. Realiza ligações. Realiza espelhos que não humilham. Realiza pontes entre o ridículo e o sublime. Realiza histórias que, ao invés de nos afastarem, nos devolvem uns aos outros. Há artistas que acrescentam ao mundo um conjunto de imagens. Pureza acrescenta uma forma de ver. E num tempo em que olhar se tornou um acto cada vez mais acelerado — e cada vez menos profundo — isso não é apenas uma qualidade artística. É um serviço público da imaginação. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. A sua exatidão pode variar. 0:12 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje recebemos alguém que não apenas realiza séries e filmes, mas realiza no sentido mais profundo do termo, a forma como olhamos para nós próprios, a maneira como nos espelhamos. 0:28 Manuel pureza é daqueles criadores que trabalham com rigor e com leveza, com inteligência, com humor, com disciplina e com um caos. Ele cresceu nas novelas, aprendeu a filmar sob pressão, descobriu um olhar que combina ternura com ironia e tornou se uma das vozes mais originais da ficção portuguesa. 0:46 E é capaz de pegar no ridículo e transformá lo em verdade, de pegar no quotidiano e transformá lo em drama, de pegar no drama e transformá lo em riso. Tudo sem perder a humanidade, o coração e a ética de quem sabe que filmar é escolher, ter um ponto de vista e que escolher é sempre um ato moral. 1:06 Neste episódio, abrimos as portas ao seu processo criativo, às dúvidas e às certezas, às dores e às gargalhadas, às memórias da infância e às inquietações da idade adultam. Falamos de televisão como um espaço de comunhão. Das novelas como um ginásio, do humor, como o pensamento crítico da arte de ouvir e de ser pai no mundo acelerado, da vulnerabilidade que existe por detrás de uma Câmara e, claro, de Portugal, este país pequeno, cheio de afetos e de feridas, onde tudo é simultaneamente muito absurdo e muito verdadeiro. 1:38 Pureza fala com profundidade e como honestidade às vezes. Desconcertante é uma dessas conversas em que senti que estamos a ver para além do artista, estamos a ver a pessoa, a sensibilidade das dúvidas, a Esperança e a inquietação de alguém que pensa o mundo através das histórias que nos conta. 2:05 Ao longo desta conversa, percebemos como as histórias, para Manuel pureza, não são apenas entretenimento. São uma estrutura emocional de uma forma de organizar o caos, uma linguagem antiga que herdamos mesmo antes de sabermos ler ou escrever. Falamos do poder das narrativas para dar sentido à vida, mas também do seu lado perigoso, porque todas as histórias têm um ponto de vista, todas têm escolhas e omissões, todas moldam a forma como vemos o que é real. 2:33 E ele, pureza. Assume isto sem medo. Assume que filma com olhar assumidamente subjetivo e que essa subjetividade é precisamente a sua assinatura. Não procura parecer neutro, procura ser honesto. Também exploramos a sua relação com o humor. 2:49 O humor que nunca é cínico, nunca é cruel, nunca é gratuito. O ridículo não é uma arma para diminuir os outros. É uma maneira de libertar, de expor o que há de comum entre nós, de desmontar o que é pomposo e de aliviar o peso de viver. 3:04 Diz na própria conversa que tudo pode ser ridículo e isso é uma forma de Redenção. O riso organiza o pensamento, afia o espírito, desarma o mundo e, talvez por isso, o pôr do sol. A série tem sido mais do que um fenómeno cômico, foi um fenómeno emocional quase terapêutico. 3:20 Um espelho carinhoso onde Portugal se reviu e se perdoou, um bocadinho. Falamos da ética, da ética, do olhar, de como se almar alguém. É sempre um ato de intimidade. De como se cria confiança dentro de um set de filmagens, como se dirige atores diferentes, como se acolhe fragilidades? 3:38 Várias. E falamos da amizade e esse tema que atravessa todo o trabalho de pureza, porque para ele, realizar não é apenas uma técnica, é uma escuta, uma presença, um cuidado. Ouvimos muitas vezes ao longo deste episódio, uma afirmação quase simples. Nós ouvimos pouco. 3:55 E quando alguém é capaz de. A olhar tanto e nos diz que ouvimos pouco. Vale a pena parar para escutar. E, claro, falamos de Portugal, um país pequeno, por vezes cínico, com uma profunda tendência para desconfiar do sucesso alheio. Um país que pureza filma com ironia, amor e lucidez. 4:14 E da inveja. Claro que falamos da inveja no país das novelas, do improviso, da criatividade teimosa, das personagens maiores que a vida. O país que ele conhece por dentro e por fora, e que aprende a amar com o humor, mesmo quando o humor é a única forma de suportá lo. Num dos momentos mais belos da conversa, falamos da infância, esse lugar de Liberdade, de curiosidade, de imaginação que pureza tenta manter vivo dentro de si. 4:39 E falamos também do que é ser pai, dos medos que isso acende, da responsabilidade que isso traz. Da paternidade iluminada, mas da paternidade real, onde se falha, se tenta, se repara, se ama e se recomeça. É um episódio cheio de emoções, pontos de vista e algumas surpresas. 5:01 Viva. Manuel pureza, olá, nós encontramo nos e na realidade, temos que dizer às pessoas desde já que há 2 características que nos unem na vida OKA primeira, gostar de pessoas. A segunda, sermos hipocondríacos. Ah, poças? 5:17 Bom, estou em casa sim, sim, sim. Poça altamente hipocondríaco? Sim. Olha, fala me das pessoas, para quem? Para quem não te conhece. Tu és realizador, és um dos mais originais e interessantes realizadores da ficção portuguesa, nomeadamente essa telenovela que subitamente se transformou num objeto de culto, uma coisa chamada pôr do sol. 5:40 Já agora digo te eu, a primeira vez que vi o pôr do sol, o primeiro episódio foi dos enganados. Achavas que era verdade. Pensei assim, é pá, mas o que é isto? Mas o que é que isto está? Mas, mas, mas, mas que coisa tão. EE depois. Lá está à terceira cena. 5:56 É aquela parte do ainda bem que ninguém ouviu o meu pensamento, claro, fala, me fala me desse fenómeno. Então esse fenómeno foi. Uma pulga, uma pulga, uma pulga, várias pulgas. Aliás, eu, eu, enquanto realizador, antes de começar a assinar as minhas séries, fiz 10 anos de telenovelas e fi Los numa lógica de ginásio. 6:22 Eu costumo dizer isto, ou seja, é uma tarefa difícil. É uma tarefa que luta contra. Vários tipos de preconceitos, não só meus, como de quem vê. É uma fábrica? É uma fábrica, sim. Aliás, será a coisa mais próxima de uma indústria audiovisual que nós temos em Portugal. 6:39 É, é, são as novelas. Não é? E isso filma se de que, de, de, de, de que horas? Até que horas? Filma se em horários que AACT se funcionasse não IA não preço, iria sim, iria tudo preço, não em boa verdade, até até podemos falar sobre isso mais à frente que é, eu estive envolvido nalgumas lutas laborais em relação à Malta, que faz novelas em Portugal. 6:58 Porque é pá, chega se a trabalhar trabalhava, se na altura 11 horas mais uma, quer dizer, IA receber colegas meus a receberem me francamente pouco, numa lógica de fazer 40 minutos diários de ficção útil, que é uma enormidade, uma alarvidade e que e que muitas vezes depois tem um efeito nefasto de das pessoas em casa. 7:17 Dizer assim é pá, isto é uma novela, isto não vale nada, mas o esforço das pessoas que estão a fazê la é hercúleo, é desumano. Não tem de ser forçosamente 11. Não tem furiosamente de levar as pessoas a apreciarem esse esforço como sinónimo de qualidade, porque muitas vezes as novelas não têm essa qualidade. 7:35 Portanto, não há tempo no fundo para respirar, para o tédio, para a repetição, para o prazer. Não, nem nem nem. Então por acaso que seja essa a função das novelas, até um certo ponto. As novelas historicamente são feitas para serem ouvidas, não para serem vistas, não é? Ou seja, não em países, não só Portugal, mas outros países machistas, em que as mulheres ficavam a tomar conta da casa e dali da casa, e não tinham trabalho. 7:57 Tinha uma televisão ligada para irem ouvindo. Por isso é que a novela é repetitiva. A novela é. Reiterativa há uma há uma métrica de comunicação. De comunicação, sim. E, portanto, se temos avançado tecnicamente e até qualitativamente nas novelas nos últimos 20 anos, porque temos? 8:13 Ainda estamos nos antípodas do que? Do que uma novela pode ser? A novela pode ser uma arma de educação fantástica. A novela pode ser um retrato. Quase numa perspetiva arqueológica do que é ser português em 2025. E não é disso que estamos a falar. Em quase nenhuma novela falamos disso, não é? 8:30 Talvez tenhamos 2 ou 32 ou 3 casos honestos de portugalidade nas novelas recentes. Ainda estou a falar, por exemplo, de uma novela que eu, eu não, eu não, não sou consumidor de novelas, confesso que não sou. Mas há uma novela que da qual me lembro da premissa que me pareceu interessante, que é uma coisa chamada golpe de sorte. 8:46 Uma mulher numa aldeia que ganhou o euromilhões. Isso pode ser bastante português. Parece me bem. Pode ser bom e tive um sucesso bastante grande e foi uma coisa honesta. Não era de repente alguém que é salvo por uma baleia no ataque de 2 tubarões e sobrevive porque foi atirada? Espera, enfim, ainda vou continuar, porque isso é uma realidade que acontece. Olha, porque é que nós, seres humanos, precisamos tanto de histórias para compreender o mundo? 9:08 Olha, eu acho que as histórias são o que nos estrutura, são aquilo que nos garante a sobrevivência. Até um certo.eu falo disto com os meus alunos. Eu às vezes dou uns workshops para atores e não só é só a palavra workshop dá me logo aqui, carrega me logo aqui umas chinetas um bocado estranhas. 9:24 O workshop downshoising downgraving assim não interessa estamos. Todos AAA praticar o inglês. O inglês neologisticamente falamos. A bom, a bom notícia é que nós, como falamos mal inglês, damos uns pontapés no inglês também terríveis, não é? Sim, sim, sim, mas sim, mas está o inglês. O inglês passou a ser uma espécie de língua Franca, exato, EEA. 9:41 Gente tem palavras bonitas para dizer. EEEEE não, diz. Voltamos às histórias, as histórias. E costumo falar disso com os meus alunos, que é que que passa por nós. Nós não nascemos com direitos humanos, não é? Não nascemos dentro do nosso, do nosso corpo. Não há aqui 11, saca com direitos humanos. 9:56 Houve alguém que inventou essa história e a escreveu numa numa carta universal dos direitos humanos e, portanto, a partir dessa narrativa de que as pessoas têm direito a ser felizes, direito a ter uma casa feliz, direito a ter uma família, direito a ser. A ter um trabalho, et cetera, essa narrativa e estou estou a, estou a, estou AA alargar Oo conceito, evidentemente essa narrativa salva nos todos os dias mais a uns do que a outros, infelizmente. 10:20 Então os dias correm, isso é muito frequente. Há há há zonas do mundo em que essa história não chega, não é? Essas histórias não chegam. A fantasia não chega. A fantasia, sobretudo, é essa coisa mais prática de, de, de, de nos regermos por aquela célebre história do Mello Brooks, não é? A Mello Brooks faz a história mais louca do mundo. 10:36 E o Moisés sobe ao sobe ao ao Monte e Deus dá lhe 15 mandamentos. Só que há uma das pedras que se parte. Ele diz, bom, ele deu me só 10. Inventou um bocado. Isto inventou mas 10 por acaso até um número melhor do que 15. Sim, 15 não dava. Jeito o marketing, ele lá da altura, o homem do marketing, disse disse 15. 10:53 Não dá jeito nada de ser mais redondo que não podem ser 17 nem 13. Não, não. Nem convém, não é para a enologia? Acho que não, não, não, não te ajuda nisso, mas eu acho que sim. As as histórias, sobretudo acima de tudo. Eu sou pai de 3 crianças. Uma criança mais velha que tem 14 anos e outra que tem 3 e outra que tem 11 ano e meio. 11:10 Já tens bom treino de conta histórias. Voltei a recuperá lo, não é? Ou seja, eu sempre andei sempre a treiná lo, porque esta é a minha profissão e é isso que me me entusiasma, não é? Ou seja, mais do que ter um ator que diz bem o texto que lá está e que o diz ipsis verbis como lá está, interessa me um ator que perceba o que é que quer ser dito e que o transforma numa história compreensível e emotiva. 11:29 Ou seja, no limite, é o que o Fellini diz, Oo Fellini diz. Oo cinema serve para para emocionar, seja para eu rir ou para chorar, serve para emocionar. EEO emocionar tem a ver com essa coisa das histórias. Quantas vezes é que tu não vês um é pá, o testemunho de alguém, uma carta que tu descobres 11 texto bonito, um poema simples ou soberbo, ou ou ou o que é que? 11:50 O que é que é uma boa história para mim, sim. Uma boa história é aquela que me lança perguntas, que te provoca sim, que me provoca perguntas, eu faço isso aos meus alunos lhe perguntar, qual é a tua história? E regregelas, confundem, qual é a tua história, qual é que é o meu bilhete de identidade? Então começam, Ah, nasci na amadora, depois foi não sei quê, depois não sei quantos, depois não sei quê, EEA mim, não me interessa, não me interessa mesmo saber se eles vieram da amadora ou não interessa me mais saber. 12:14 No outro dia, uma aluna dizia uma coisa fantástica, eu estou, eu estou aqui porque o meu irmão lê mal, é incrível, uau. E eu disse, então porquê? Eu já quero saber tudo sobre. Essa tua aluna? Queres ver o próximo episódio? Como é? A lógica é essa. Ou seja, eu acho que quando os miúdos estão a ler uma história como a Alice, querem saber quando é que ela cai no fundo do poço que nunca mais acaba. 12:31 Porque é que o poço nunca mais acaba? Porque é que no meio do poço se vão descobrindo retratos e coisas. E que poço é este? Que que coelho é este? Que coelho é que apareceu aqui a correr? E em princípio, não faz sentido nós, mas depois nós, nós nós entramos e embarcamos nesta história. E somos nós que a que a que a construímos. 12:47 Não é na nossa cabeça. Sim, sim. Na nossa cabeça, no nosso coração, de alguma maneira. Quer dizer, pensando, por exemplo, a minha experiência, a minha primeira experiência, aliás, a experiência que definiu a minha. Vontade de ir para para cinema e para o conservatório, et cetera. Conta te quando é que tu descobriste? 13:02 Foi haver uma lodon drive do David Lynch, eu tinha 15 anos. Que é um filme. Estranhíssimo, para filme extraordinário. Eu, eu não o entendo, lá está. Mas estás a ver? Portanto, mudou a tua vida e eu estou a sentir me aqui, o tipo mais perdido do mundo. Não, eu nem entendi o que é que eles estavam a falar. Não. A coisa fantástica desse filme é que é um filme absolutamente clássico, mas não está montado de maneira normal. 13:21 Ou seja, não há princípio, meio e fim por essa ordem. Mas ele é absolutamente clássico. É sobre a cidade dos sonhos, não é? É sobre um sonho. Sobre um sonho de uma mulher que desceu ao mais, mais mais horrível dos infernos de de Hollywood. E, portanto, aí eu vi me obrigado a participar nessa história. 13:39 Estás a ver? Tiveste que montar a história conforme estás a ver. Sim, e acho que isso é isso, é o que determina o que o que é uma boa história e o que é mero, no pior sentido de entretenimento. Podemos estabelecer aqui a diferença entre o que é que é uma. Uma história mais funcional, de uma história que nos que nos expande, porque todos nós, todos nós, temos a história. 14:01 Então, mas como é que foi? Olha o meu dia, eu vim para aqui, trabalhei, sentei, me e escrevi ao computador. E eu digo assim, não quero saber nada dessa história, quero mudas de canal, já não quero saber em cada muda de canal, às vezes mudamos até de conversa. Há há 27 páginas da literatura portuguesa que são muito características e toda a gente se lembra que é AAA caracterização da frente de uma casa chamada ramalhete. 14:24 E na altura, quando tínhamos 1415 anos, a dor achámos que era uma dor. Mas se se recuperarmos isso é provavelmente as coisas mais brilhantes, porque mistura precisamente o que tu estás a dizer, ou seja, uma coisa meramente funcional, não é? É. Esta era a casa e são 27 páginas e, ao mesmo tempo, essa casa é metáfora para o que se vai para o que se vai passar nos capítulos à frente é o. 14:47 Cenário. É EE, mais do que o cenário. É um personagem, não é aquela casa, é uma personagem. Porque os objetos podem ser personagens. Podem? Então não podem? Claro que sim. A Sério? Para mim, sim, claro que sim. Sem falar. Sem falar às vezes, eu prefiro atores que não falam do que com. Atores que? Não, eu digo isto muito dos meus atores. 15:03 É, prefiro filmar te a pensar do que a falar, porque. Porque isso é uma regra antiga do do cinema e da televisão, da ficção para televisão que é mostra me não me digas, não é? As as novelas são reiterativas, porque tem de ser tudo dito. A pessoa entra, diz, faz e pensa a mesma coisa. 15:19 E também não há muito dinheiro para para mostrar com com a qualidade e com é, dá. Há, não há é tempo. Talvez isso seja um sinónimo. Não havendo, se se houvesse mais dinheiro, haveria mais tempo e, portanto, eu acho que ainda assim seria absolutamente impossível alguém humano e mesmo desconfio que o site GPT também não é capaz de o fazer de escrever 300 episódios de uma história. 15:38 Eu estou. Eu estou a pensar aqui. Eu. Eu ouvi alguém a dizer, não me recordo agora quem, infelizmente, que era. Quando quando se faz um roteiro, aquilo que está escrito para se filmar uma determinada coisa, que todos os adjetivos que que lá estão escritos têm que ser mostrados, porque não adianta nada dizer. 15:55 Então entrou agora na cena, EEEE salvou a velhinha, certo? Está bem, mas isso não chega, não é? Sim, eu até te digo, eu, eu prefiro. Regra geral, os argumentos até nem são muito adjetivos, os argumentos, ou seja, o script nem é muito adjetivado. É uma coisa mais prática. Eu acho que essa descoberta está. 16:13 Não sei. Imaginem, imaginem a leres Oo estrangeiro do camus, não é? Tem Montes de possibilidades dentro daquele não herói, dentro daquela vivência, daquela existência problemática. Não é porque não se emociona, et cetera e tudo mais. 16:29 Como é que tu imagina que tinhas um argumento ou um script sobre sobre Oo estrangeiro? Eu acho que seria importante discuti lo profundamente com os atores. Tu fazes isso porque queres ouvir a opinião deles? Quero sempre eu acho que os atores que se os atores e as atrizes que são atores e atrizes, não são meros tarefeiros. 16:52 Qual é o fator x deles? O fator x? Deles, sim. O que é? Eu estou. Eu tive aí uma conversa aqui Na Na, neste, exatamente neste estúdio com com a Gabriela Batista, com a com a com a com a Gabriela Barros. E eu não preciso de saber e não sei nada sobre técnica, mas. 17:09 Eu, eu, eu imagino que qualquer munição que se dei àquela mulher, que ela vai transformar aquilo noutra coisa completamente diferente. O Woody Allen dizia uma coisa muito interessante que Era Eu sempre odiei ler e depois percebi que para conhecer mulheres interessantes, precisava de ler 2 ou 3 livros. 17:27 Para ser um pronto atual à certa. O que é que acontece com a Gabriela? A Gabriela é uma pessoa interessante. Os atores e as atrizes que são atores e atrizes são pessoas interessantes porque são inquietas, porque são atentas, porque percebem, porque conseguem. Conseguem ler não só uma cena, mas as pessoas que estão em cena com elas conseguem ler um realizador, conseguem ler uma história e, sobretudo, perceber. 17:50 Imagina se pensares no rei leão? Muitas vezes a pergunta sobre o que é que é O Rei Leão? As pessoas menos, menos levadas para as histórias dizem, Ah, é sobre um leãozinho. Que sofre? Não, não, não é sobre isso, é sobre família, é sobre herança, é sobre poder, é sobre legado, é sobre. No fundo, é sobre todos os conceitos que qualquer drama shakespeariano ou tragédia shakespeariana também é. 18:14 E, portanto, eu acho que quando tu encontras atores e atrizes a Sério, o fator x é serem interessantes porque têm ideias e porque pensam. Não se limitam a fazer pá. Um ator que se limita a fazer e diz o textinho muito, muito, muito certinho. É um canastal enerva me enerva, me dá vontade de lhes bater. 18:30 Não, não gosto disso, não me interessa. E isso não é sinónimo de desrespeito pelo argumento. É sublimar o argumento ou sublimar o scripta, a outra coisa que não é lida. É fermentar aquilo? Sim, eu diria que sim. É regar? Sim. Olha, eles oferecem te obviamente maneiras de fazer e a interpretação do texto, mas. 18:50 E tu tens a tua parte e a tua parte é aquilo que eu posso te chamar a ética do olhar, que é o teu ponto de vista o ponto de vista como eu queria dizer, como é que tu defines o ponto de vista? Como é que tu escolhes? Se queres fazer uma coisa mais fechada, mais aberta, de cima, de lado, o que é esse? E tu pensas nisso para além da técnica. 19:09 Sim, penso eu acho que o meu trabalho, Oo trabalho do realizador, no geral, é essa filtragem da realidade. Para, para encaminhar. Para encaminhar a história e encaminhar quem a vê ou quem, quem está a ver, para uma determinada emoção ou para uma determinada pergunta ou para determinada dúvida. 19:31 Para lançar de mistério. Enfim, eu, eu tenho. Eu sinto que eu tenho 41 anos, tenho já alguns anos de de realização, mas sinto que estou sempre não só a aprimorar, mas a encontrar melhor. Qual é a minha linguagem. 19:47 O pôr do sol não tem qualquer espécie de desafio do ponto de vista da linguagem. Ele é a réplica de uma de uma linguagem televisiva chata de de planos abertos, o plano geral. E agora vem alguém na porta, plano fechado na porta, plano fechado na reação, plano fechado na EE. Isso para mim, enquanto realizador, não foi um desafio maior. 20:05 Talvez tenha sido o desafio do corte, o desafio. Do ritmo da cena, da marcação da cena. Para, por exemplo. Há uma coisa que eu digo sempre e que é verdade no pôr do sol, sempre que as pessoas pensam, vão para o pé das janelas. Porque é uma cena de novela, não é? Eu vou aqui passar ao pé de uma janela e põem, se encostadas às janelas a pensar, não é pronto. 20:21 Isso tem muita. Influência olhando para o Horizonte? Horizonte longico não é essa aquelas coisas. Portanto, isso tem muita influência dos Monty Python, tem muita influência dos dos dos Mel Brooks, da vida, et cetera, porque eu, porque eu sou fã incondicional de tudo o que surge dessas pessoas. Mas, por exemplo, se me perguntares em relação à série que eu fiz sobre o 25 de abril, o sempre já é outra coisa, já não tem, já não há brincadeira nesse sentido. 20:45 E como é que eu conto? Como é que eu conto a história das pessoas comuns do dia mais importante para mim enquanto português, da nossa história recente para mim? E, portanto, essa filtragem, essa escolha, essas decisões têm a ver com. 21:03 Eu, eu. Eu sinto que sou um realizador hoje, em 2025, final de 2025, sinto que sou um realizador que gosta que a Câmara esteja no meio das personagens. No meio, portanto, não como uma testemunha afastada. Exato, não como uma testemunha, mas como uma participante. 21:18 Pode ser um, pode ser um personagem da minha Câmara. Pode, pode. Eu lembro me quando estava a discutir com o meu diretor de fotografia com o Vasco Viana, de quem? De quem sou muito amiga e que é uma pessoa muito importante para mim. Lembro me de estar a discutir com ele. Como é que íamos abordar a Câmara na primeira série que nós assinámos coiote vadio em nome próprio que se chama, até que a vida nos cepare era uma série sobre uma família que organizava casamentos e eram eram 3 visões do amor, os avós dessa desse casal que tinha essa quinta de casamentos, que vivia também nessa quinta, esse casal de avós, para quem o amor era para sempre o casal principal nos seus cinquentas, para quem o amor está a acabar por razão nenhuma aparente. 21:56 Desgaste, talvez. O amor às vezes acaba e é normal, e em baixo os filhos. Para ela, o amor às vezes, e para ele o amor é um lugar estranho, ou seja, repara. São uma série de aforismos sobre o amor que eu vou ter de filtrar com a minha Câmara. 22:11 Portanto, a maneira como eu filmo uso a voz em que o amor é para sempre está dependente de toque da mão que se dá da dança que se surge no Jardim dele, acordar a meio da noite, sobressaltado porque ela está junto à janela, porque está a começar a sofrer. De uma doença neurológica e, portanto, ele está a sarapantado e vai ter com ela e cobra com um cobertor. 22:31 Portanto, todos estes toques diferentes. No caso do casal principal que se estava a separar, eles nunca param muito ao pé um do outro e, portanto, a Câmara tem de correr atrás de um para alcançar o outro e nunca lá chega. Há uma tensão. Sim, há sempre uma tensão. E depois nos no. No caso dos mais novos, ainda era o mais específico. Mas diria que o Vasco sugere me e se falemos os 2 sobre isto. 22:51 E se a Câmara não for entre pé? E for respirada, não é, não é não é Câmara mão agitada, mas é eu sentir que há uma respiração Na Na lente que ela está um ligeiramente abanada. É o suficiente para, se eu estiver a esta distância da personagem e a Câmara estiver mais ou menos a respirar, eu sinto que eu próprio o espetador. 23:10 Estou sentado naquele sofá a olhar para aquela pessoa, a olhar para aquele, para aquela pessoa, para aquela realidade, para aquela família, para para aquelas ideias, não é? E para essa ideia? Que se tenta explanar, em 3 gerações, o que é o amor? A pergunta mais inútil que eu tenho para te fazer é, o que raio faz um diretor de fotografia num? 23:28 Filme, então o diretor de fotografia, para quem não sabe, é é Quem é Quem. No fundo, comigo decide a estética. Da imagem, a luz, a luz acima de tudo. Eu trabalhei já com vários direitos da sociografia, de quem gosto muito. O Vasco Viana é um deles, o Cristiano Santos é outro, porque é uma porque é. 23:44 Que se gosta de um e não se gosta tanto de outro? Não. Às vezes não tem a ver com isso. Eu não me lembro de um. Talvez em novelas que tenham trabalhado com diretos de sociografia, que, enfim, que foram bons, outros nem tanto. Mas eles constroem uma estética, constroem uma luz, um ambiente. Nas séries, sim. Não é no cinema, sim. 24:00 Na televisão. Acho que é muito complicado porque. Porque se obedece a critérios, sobretudo dos canais. Que vêm com uma frase, quando eu comecei a fazer novelas, ainda estávamos a discutir se a coisa havia de serem 16:9 ou 4 por 3. Portanto, parecia que ainda estávamos a quase na Roménia dos anos 60. 24:16 EEE não estávamos e, ao mesmo tempo, estávamos muito próximos disso. EEE. No fundo, o que o diretor da fotografia faz é essa escolha da cor, da luz, do enquadramento, claro que em concordância com aquilo que eu pensei, mas é a primeira pessoa que consegue consubstanciar. 24:35 A minha visão sobre a história é isso. Olha, OOA, escolha de um plano para filmar é uma escolha moral. Também estava te a ouvir, agora a falar do 25 de abril e de e, portanto, 11. A ideia que tu tens sobre as coisas depois interfere também na maneira como tu escolhes um plano. 24:51 O que é que vais filmar ou como é que vais? Filmar, eu acho que, sobretudo, tem a ver com o eco que a história tem em ti. Não é uma coisa acética nem agnóstica. É uma coisa implicada, não é uma coisa implicada, isto é, se há uma ideia tua enquanto autor. Sobre a história, que vais esmiuçar em imagens, é mais ou menos a mesma coisa. 25:11 Que tu sabes que a Sophia de Mello breyner aprendeu gramática na escola. Eventualmente português teve aulas de português. Suspeitamos que. Sim, pronto. Aprendeu a escrever, mas ninguém a ensinou a fazer poemas. Vem dela. E essa implicação na escolha das palavras, da métrica do soneto ou do verso, et cetera, ou da ou da Quadra, ou, enfim, seja o que for. 25:30 É uma coisa que lhe vem de uma decisão. Não é de uma decisão, nem que seja do espírito, não é? Eu acho que o realizador tem a mesma função quando quando se permite e, acima de tudo, quando se assume como realizador e não um tarefeiro a mesma coisa que o ator. 25:46 Olha, como é que tu estás a falar de ficção? Obviamente, mas a ficção tem um poder secreto que é alterar a realidade ou a nossa perspetiva sobre a realidade ou não. Quando eu vejo, quando eu vejo que tu filmas uma determinada coisa num determinado prisma, com uma determinada ideia, eu, eu já quase não consigo ver a realidade como a realidade é eu, eu, eu já já tenho mais uma camada de tu vais me pondo umas lentes, não é? 26:15 Quer dizer, olha para aqui, olha para acolá. Sim, mas repara, os livros têm o mesmo poder, não é? Desde que tu te deixes contagiar com uma ideia, a arte. A arte, seja ela. Seja ela sobre a forma de uma Mona lisa ou de uma comédia, não é é essa reconfiguração do real para ser percecionada pelo outro. 26:40 E o outro pode se deixar contagiar ou não se deixar contagiar. Imagina que tu não achavas piada nenhuma ao pôr do sol? Há pessoas que não acharam piadinha nenhuma ao pôr do. Sol desligas te não vais ver? Sequer. Mas não vais ver isso? O teu real continua, ou seja, a minha. A minha pretensão com o pôr do sol não é mudar o mundo. Não é mudar, é divertir, me em primeiro lugar e achar que isto pode pode divertir. 27:02 Pessoas pode fazer umas cócegas à moda? Pode fazer cócegas à moda, aliás, pode pôr o dedo na ferida até rir. Estás a ver. Sim, porque depois tu é assim aqui. A história obviamente é engraçada. EE aquilo dá vontade de rir, mas tu gozas com todo o tipo de preconceitos e mais algum que lá estão em cima da mesa. 27:17 Claro. E esse EE aí também se tem de fazer jus ao ao texto que me chega do Henrique dias. Ou seja. Eu, o Rui e o Henrique discutimos a ideia. Eu e o Rui tínhamos uma lista extensa de tudo o que se passa em novelas, quem é a esta hora, quem é que Há de Ser no meu telemóvel, beber copos, partir, copos, cavalos, bem, famílias ricas, et cetera. 27:36 Mas depois o Henrique tem esse condão de agarrar nessas ideias e de algumas de algumas storylines que nós vamos lançando, é pá. E fazer aqueles diálogos que são absolutamente fabulosos, não é? Quer dizer, lembro, me lembrei, me. Lembro me sempre de vários, mas há uma, há um, há um apidar no na primeira temporada, que é talvez o meu plano favorito, que é um dos membros da banda que vem a correr desde o fundo do plano e que cai em frente à Câmara e diz, não, não, eu estou bem. 27:59 Dê me um panado e um local que eu fico logo bué, pronto. Isto é uma coisa muito nossa, muito proximidade, que tem graça porque tu já ouviste alguém dizer isto e pronto. E quando se tem essa, quando se tem essa junção porreira de de sentidos, de humor. 28:17 A tendência é que isso crie, crie qualquer coisa de reconhecimento. O que nós encontrámos com o pôr do sol foi um reconhecimento, é pá, surpreendeu, me surpreendeu me ao máximo e depois açambarcou nos a todos e foi a Suburbano a sobrevoou me de uma maneira assustadora, foi, imagina, eu tive um acidente de Mota pouco tempo depois da primeira temporada acabar, fui ao chão e fiquei, fiquei magoado e fiz me nada de especial, estava no hospital. 28:46 E o enfermeiro chefe dizia, sistema anel, pureza, agora vou pôr aqui um megaze, não sei quê. Ou sistema anel, pureza, não sei quê, mas assim. 11 trato espetacular. Uma coisa muito, muito solene, muito solene, e é. Pá e nas tantas ele estava a fazer o tratamento e disse assim, é pá e vê lá se tens cuidado e eu, espera aí, houve aqui qualquer coisa, houve aqui um problema na Matrix ou então não sei o que é que aconteceu e o gajo diz, desculpe, desculpa, é que eu sou de massamá e eu sei o que é que é cheirar AIC 19, todos os dias que é uma tirada do pôr do sol posso chamar os meus colegas assim? 29:12 O que é que se passa? Entraram para aí 5 ou 6 enfermeiros. Dizer é pá, obrigado. Pelo pôr do sol, por isso é convidada, portanto, Na Na enfermaria. Todo todo arrebentado. E eles todos quando em dia e eu percebi pronto, isto bateu, bateu a um nível de podemos reconciliar a televisão com uma certa cultura pop que teve alguns exemplos extraordinários na comédia ao longo da nossa história. 29:34 Temos o Raul solnado, temos o Herman José, temos Oo Ricardo Araújo Pereira e o gato fedorento, o Bruno Nogueira. Esses. Esse, atualmente, o Bruno Nogueira e o Ricardo Araújo Pereira continuarão a? Fazer são fundações, no fundo, são coisas que a gente olha e diz assim, uou. Eu acho que experimentei um bocadinho disso. Ele experimentava esta equipa, experimentou um bocadinho disso, quando de repente temos pá, um Coliseu de Lisboa cheio para ver uma banda que está a fazer playback. 29:56 Nós fizemos isso com Jesus Cristo, não é? A banda do pôr do sol foi tocar, não tocou nada, ninguém deles. Nenhum dos tocou, não sabem tocar e. Esgotámos OOO Coliseu para ouvirmos uma cassete em conjunto e as pessoas foram. Para participar num episódio ao vivo que não era episódio, não estava a ser. Filmado sequer tu vendeste, tu vendeste uma fantasia que toda a gente sabe que não existia, mas a ideia de comunhão. 30:16 Foi nessa narrativa e eu acho que isto é uma coisa que nos anda a faltar cada vez mais, não é? Nós nós não temos essas comunhões. Tu vês uma série? Ou melhor, é mais frequente teres um diálogo com um amigo e diz assim, pá, tens de ver aquela série, não sei quê, é espetacular, não sei quê quantos episódios, viste? Vi meio, mas é espetacular. 30:32 E já não é aquela coisa de Bora fazer um? Serão lá em casa, em que juntamos amigos e vemos um filme? Como aconteceu antigamente, antes da televisão se alinear? Antes de antes da da televisão te permitir uma ilusão de poder da escolha, não é? Eu agora escolho o que vejo. E a televisão morreu? Nada, não. 30:49 Nem vai morrer. É como a rádio morreu, não é? Quer dizer, a gente volta e meia a rádio a. Rádio a rádio tem mais vidas que um gato. Não é pronto porque a rádio foi ver o apagão, não é? O apagão foi uma. O apagão foi um delírio. Apagou tudo para. Os da rádio? Claro, claro. Evidentemente, isso era o que havia. E isso é extraordinário, porque isso faz, nos faz nos perceber que a volatilidade das das novas tecnologias etcétera, pá, é porreiro, é óbvio. 31:11 Então agora temos aqui 2 telemóveis, estamos anão é? Estamos aqui a filmar. Temos boa parafernália, mas mas. No limite. Naquele momento em que achávamos todos que a Rússia atacar e não era nada disso, o que queríamos era ouvir alguém a falar. Connosco o fenómeno dos podcasts como este é eu, eu dou por mim assim que é. 31:30 Eu gosto de ouvir pessoas à conversa, porque me acalma e me baixa o ritmo do scroll. Há uma. Música, não é? E é EEEE, aprendes qualquer coisa. E por isso é que eu gosto de pessoas. Estás a ver quando eu, eu houve uma vez 11 coisa que me aconteceu que eu acho que que é pá, que eu nunca mais me esqueci, que foi um amigo meu. 31:48 Que, entretanto, nunca mais falámos, é um facto. As histórias foram para os sítios diferentes, mas um dia entrou me para casa, à dentro. Eram para aí 10 da noite e diz me assim, preciso de conversar. E perguntei, lhe mas o Gonçalo de quê? Não, pá de nada, preciso só de conversar. Tens tempo para conversar e eu fiquei. 32:07 Isso é uma grande declaração, isto é. Extraordinário. Pouco tempo depois, estava em Angola a fazer uma série, uma novela. Perdão, uma. A melhor novela que eu fiz na vida é que foi uma novela para Angola, uma coisa chamada jikounisse. E há um assistente meu, Wilson, que chega 2 horas atrasado ao trabalho, é pá e era um assistente de imagem, fazia me falta. 32:25 Ele chega, Ah, presa, peço desculpa, cheguei atrasado e tal só para o Wilson 2 horas atrasado, o que é que aconteceu? Tive um amigo que precisou de falar e eu juro te que me caiu tudo, eu não lhe. Eu quero ter um amigo assim, eu não. Posso, sim. Eu não me lembro disto acontecer em Portugal. 32:42 Para mim, disse. Para mim mesmo, eu não me lembro. De. De. De dar prioridade a um amigo em detrimento do trabalho. Porque o trabalho me paga as contas e os filhos e não sei quê. E o ritmo e a carreira. E eu reconheci me e de repente há um amigo meu que precisa de conversar. 32:58 Estamos a ouvir pouco. Então, não estamos eu acho que estamos. Estamos mesmo muito. Temos mesmo muito a ouvir, a ouvir muito pouco, acho mesmo, acho mesmo. Isso isso aflige me sobretudo porque há um, há um é pá. Eu estou sempre a dizer referências, porque eu, de repente, nestas conversas, lembro me de coisas. O Zé Eduardo agualusa assina 11 crónica, creio no público há, há uns anos, largos da importância de, de, de, de de fazer mais bebés, porque o mundo está tão perdido que só trazendo gente boa, muita gente boa de uma vez em catadupa. 33:29 É que isto melhora e eu acho, essa visão. Uma chuva de. Bebés uma chuva de bebés, mas de, mas de bebés bons, de bebés, inquietos, de bebés que fazem birras pelas melhores razões de bebés, que brincam sem computadores, sem coisas que que se que chafurdam na, na lama, et cetera, fazem asneiras. 33:45 Sim, sim, eu, eu, eu gosto muito de ser pai, mais até do que ser realizador, gosto muito de ser pai e acho que isso é é precisamente por essas, pelos meus filhos, claro que são os meus, mas se tivesse, se houvesse outras crianças. De que eu tomasse conta? Acho que era isso que é. 34:01 Tu perceberes que até uma certa idade nós não temos de nos armar noutra coisa que não ser só crianças. E acho que eu pessoalmente, acho que tenho 41 anos e às vezes sinto uma criança perdida até dizer chega EE, acho que pronto. 34:18 Enfim, o tempo vai adicionando, adicionando te camadas de responsabilidade. Agora temos temos de saber mexer microfones, inverter a água, et cetera, e meter fones, et cetera. Mas, no fundo, somos um bocado miúdos perdidos a quem? A quem se chama pessoas adultas porque tem de ser, porque há regras, porque há responsabilidades e coisas a cumprir. 34:35 Acho que só o Peter Pan é que se conseguiu livrar dessa ideia de poder. Crescer, coitado. Já viste? Pois é mesmo o Peter Pan sem andar com aquelas botas ridículas também. Exato. EE, qual é? Sabemos. E o capitar, não é? Pensando bem, a história dramática é o que quando estás com neuras a tua vida é um drama refugias te na comédia fechas te de ti próprio. 34:55 Não queres falar com ninguém? Quando estou com. Que é frequente é. Frequenta é? Então, o que é que te bate? O que é que te faz o. Que me bate é nos dias que correm e não só não conseguir tocar à vontade na minha função enquanto artista. 35:15 Isto eu vou te explicar o que é. Os artistas não precisam de ser de um quadrante político ou de outro. Eu eu sou de esquerda, assumidamente de esquerda. EEE, defenderei até à última este esses ideais. Ainda à esquerda, direita. Há, há, há. Eu acho que há, há. É cada vez menos gente com quem se possa falar de um lado e de outro. 35:32 Há uma. Polarização sim, sim, porque porque, enfim, isso são são outras conversas, mas o os artistas, no meu entender, estão a perder a sua perigosidade isso enerva me, ou seja, eu às vezes sinto que não estou anão, não estou a transgredir. 35:49 Não estou a ser perigoso, não estou a questionar, não estou. Estou a ir ao sabor de uma coisa terrível, que é ter de pagar as minhas contas. É o rame. Rame mais do que isso é eu deixar me levar pela corrida que é. Tenho de ter mais dinheiro, tenho de conseguir a casa, tenho de conseguir a escola dos putos tenho, não sei quê. 36:07 Devias ser mais um moscado, aquele que que dava umas picadelas aqui à. Eh pá devia questionar. Devia. Os artistas são se nasceram para isso e eu se me se eu me considero artista e às vezes isso é difícil. Dizer isso de mim, de mim para comigo. Eu imagina o Tiago Pereira, o Tiago Pereira que anda AA fazer um acervo da música portuguesa, a gostar dela própria, pelo pelo país todo, com gente antiga, com gente nova, com com gente toda ela muito interessante. 36:36 A importância de um Tiago Pereira no nosso, no nosso país, é é inacreditável. Quantas pessoas é que conhecem o Tiago Pereira? E, pelo contrário, não estamos focados Na Na última Estrela do ou do TikTok ou do big Brother ou de outra coisa qualquer. 36:51 Até podia ser uma coisa boa, estás a ver? Ou seja. Complementar uma coisa e outra. Sim, ou seja, eu, eu. A coisa que mais me interessa é saber quem é que com 20 anos, neste momento está a filmar em Portugal e há muita gente boa. Tu vês os projetos da RTP play e da RTP lab? E é gente muito interessante. Então, e porque é que? 37:06 Nós não estamos a estornar essa gente? E a e a potencial? Porque, porque a corrida? É mais importante, ou seja, tu queres a. Corrida dos ratos Na Na roda. É e é coisa de chegar primeiro, fazer primeiro, ganhar mais que o outro, não a solidariedade é uma, é uma fraqueza AA generosidade é uma fraqueza aplaudires alguém que é teu par é mais, é mais um penso para a tua inveja do que propriamente uma coisa de quem é que ganhamos? 37:34 Todos vamos lá. OOOO rabo de peixe, por exemplo, é um é um caso lapidar nesse sentido. Que é o rapaz? É extraordinário. É extraordinário neste sentido, eu? Posso? A primeira série é uma pedrada No No charco, que é uma coisa mágica o. 37:50 O Augusto Fraga, que é uma pessoa que eu, de quem eu gosto bastante e conheço o mal, mas gosto bastante, assina uma série que a primeira coisa que foi vista sobre essa série, ainda que estivéssemos a com 35000000 de horas ou 35000000 de horas, sim, vistas por todo o mundo. 38:08 Ah, não sei quantas pessoas, minhas colegas, tuas colegas, enfim, colegas de várias pessoas que estão a ver este mote caso dizem assim, ó, mas eles nem sequer fizeram o sotaque açoriano. Ah, e aquela e aquela ideia de não contrataram só atores açorianos? Pronto, sim, vamos ver uma coisa, porque porque é que vamos sempre para essa zona precisamente por causa da corrida, porque isto é importante. 38:32 A inveja é lixada? Nada. Fraga sim, a inveja é lixada e mais do que isso, esta inveja. É patrocinada pelo sistema, o sistema, o sistema sublima. Quando nós achamos que quem, quem, quem é nosso inimigo é quem faz a mesma coisa do que nós, nós temos menos de 1% para a cultura neste país. 38:50 E quando há dinheiro, quando há dinheiro, nós andamos a tentar queimar o outro para conseguirmos chegar ao dinheiro, ou seja, perante as migalhas. Nós não nos organizamos, a dizer assim. Pá a mão que está a dar as migalhas é que está errada. 39:05 Não. O que acontece é não. Mas eu já discutimos isso. Primeiro eu preciso de de amoedar as migalhas para mim e depois então discutimos, é uma. Corrida mal comparado de esfomeados. É, mas em vários. Mas é. Não estou a ver só na cultura, não é? Não é só na cultura. E. Já dizia o Zé Mário branco, arranja me um emprego. 39:22 O Zé Mário branco dizia tanta coisa tão mais importante, tão tão tão importante nos dias que correm, o Zé Mário branco, enfim. Mas eu até diria que isto, que este país que é pequeno. Que é pequeno em escala. Que é pequeno, que é pequena escala. 39:39 Podia ver nisso uma vantagem. Podíamos ver nisso uma vantagem, porque eu acho que o país somos nós e acho que as pessoas não. Não temos essa noção, não é EE essa e essa noção de que não dedicamos tempo suficiente a estarmos uns com os outros e de ligarmos as peças boas e de tornar isto uma coisa mais interessante, claro. 39:57 Interessa me, interessa me. Muito há uma cultura de mediocridade, não? Isso eu acho que não, o que eu acho é que há. Ou melhor, como é que se compatibiliza esse essa corrida dos ratos na roda, em busca da última migalha com coisas de excelência que subitamente aparecem? 40:13 Eu acho que quando tu sentes que isso é um acidente, rapaz, isso é um acidente, não é? É um acidente. Antes tinha tinha havido o Glória e nós tínhamos achado. Tio Glória era a primeira coisa da Netflix. Parece um bocado aquela coisa de o ator que é pá. 40:29 Eu sou um grande ator. Eu fiz uma formação no Bahrain para aprender a ser a fazer de post. Foi uma formação de meia hora, chega cá e dentro e vai dizer assim, é pá. Este gajo é bom meu. O gajo esteve no barrain. Vende-se bem este. Gajo é bom, não é? E de repente não. Ele esteve no barém a fazer de post e é melhor do que um puto que veio da PTC ou 11 miúda que veio da STCE está a tentar vingar. 40:50 Eu tive agora uma conversa por causa da da dos encontros da GDA para para o qual foi foi gentilmente convidado e foi foi incrível estar à conversa com Malta nova. Não é assim tão nova quanto isso, mas Malta entre os 25 e os 35 anos, atores e atrizes, em 4 mesas redondas em que IA assaltando eu, o António Ferreira, a Soraia chaves e a Anabela Moreira, é pá EEAEA dúvida é a mesma de que se houvesse uma mesas redondas de veterinários, de veterinários ou de médicos, ou de ou de assistentes sociais, que é como é que eu começo isto? 41:20 Como é que eu faço isto? Qual é o percurso, onde é que está? O repente GDA faz uma coisa incrível que é, vamos pôr as pessoas a conversar. É um bom início, pá, é um. Excelente início. E nós não andamos a fazer isso, não andamos a fazer isso, por mais associações que haja, por mais coisas, et cetera. E há gente a fazer este, a tentar fazer este trabalho. 41:38 Não há um sindicato da minha área que funcione. O sindicato dos criativos pode ser então? O sindicato, o Sena, o sindicato Sena. As pessoas queixam se que não é um sindicato, mas não estão nele. Quando eu digo que não há um sindicato, é o sindicato, existe. As pessoas é que não vão para lá e queixam se das pessoas que lá estão. 41:55 Isto não faz sentido nenhum. Ou seja, nós estamos sempre à espera que nos dêem. Mas é aquela coisa velha, essa coisa que foi o Kennedy, que disse não é não, não perguntes. O que é que o teu país pode fazer por ti? Pergunta te, o que é que tu podes fazer pelo teu? Portanto, não temos uma mecânica por um lado de devolução à sociedade daquilo que nós estamos AA receber e, por outro lado, de de agregação, num interesse comum, ou numa imaginação comum, ou em alguma coisa que podemos fazer juntos. 42:17 Eu, eu acho que, sobretudo, tem a ver com celebramos? Não, acho que não. Até porque é tudo uma tristeza, não? É, não, não, não. Eu acho que é assim. Eu acho é que é tudo muito triste porque não nos celebramos. Porque há razões enormes para nos celebrarmos, há razões mesmo boas, para nos celebrarmos. Bom, mas eu não quero deprimir te mas um tipo que chuta 11 coisa redonda de couro e que acerta numa Baliza é mais valorizado do que um poeta que escreveu o poema definitivo sobre o amor ou sobre a vida? 42:43 Mas isso, pão e circo? Isso pão e circo. E isso a bola também é importante. E está tudo bem? Eu sou. Mas tão importante. Não é? Porque eu eu gosto de futebol, gosto. Eu gosto de futebol, sou um, sou um. Sou um fervoroso adepto da académica de Coimbra e do. Falibana do Benfica, da da académica, sou da académica. 43:00 Está péssima, não é? A académica está terrível, mas é isso. Ou seja. Eu acho que tem, Maura continua, tem? Maura, claro. E terá sempre. Eu sou, sou, sou da briosa até morrer, mas. Mas de qualquer das maneiras, sinto que essa coisa que é, há espaço para tudo. Eu acho que eu o que faz falta? E animar a Malta? 43:17 É educar a Malta? É educar a Malta. Faz muita falta. Eu acho que faz muita falta a educação neste país. E isso tem a ver com política, tem a ver com escolhas, tem a ver com coragem. EAAA educação não tem sido muito bem tratada nos últimos tempos. 43:35 Se há gente que se pode queixar são os professores e os. Alunos, porque nós só descobrimos daqui a 10 anos ou 20 que isto não correu bem. Claro, mas já estamos a descobrir agora, não é? Depois, já passaram algum tempo sim. Quais é que são as profissões de algumas das pessoas que estão no hemiciclo que tu reconheces profissões não é? 43:52 De onde é que vêm? Vêm das jotas vêm. São juristas, normalmente economistas, certo? Mas um médico. Há um ou 2? Há um ou 2, há alguém que tu, um professor? Deixa de ser atrativo. A política devia ser essa coisa de eu reconhecer. 44:10 Figuras referenciais. Os melhores entre nós que que escolhidos para liderarmos, sim. Escolhidos por nós. Ou seja, porque é que eu acho isto? Mas eu acho isto desde sempre, sempre, sempre. Eu sei isto. Aliás, eu venho de uma casa que é bastante politizada. A minha casa, a minha família é bastante politizada. O apelido. 44:27 De pureza não engana. Pois não engana. Às vezes acham que ele é meu irmão, mas é meu pai. EE pá é um gajo novo. De facto, é um gajo novo. Mas é isso que é caneco. Quem são estas pessoas? Porque é que eu vou votar nestas pessoas, estas pá. A prova agora de Nova Iorque não é 11 Mayer de 34 anos, chamado zoranmandani, que de repente ganha as eleições sem os mesmos apoios, que teve outro candidato. 44:50 Não houve Bloomberg, não houve Trump, não houve nada. Houve um tipo que veio falar para as pessoas e dizer lhes o que é que vocês precisam, de que é que precisam, o que é que vos aflige, de que é que têm medo, que sonhos é que vocês têm? Isso é tão importante e tão raro. 45:06 Afinal, o método que funciona sempre não é fala com pessoas, conta uma história ou houve cria uma expectativa? Olha, porque é que o humor explica tão bem o mundo? Eu sei, também há o choro, porque é que o humor explica tão bem? Porque tudo pode ser ridículo. E é e é tão ameaçador, não é? 45:22 Claro, claro, claro. Olha o Rio, vai nu. Exatamente tal e qual tem a ver com isso, não é? E mais do que isso, é eu, eu acho. Eu sinto que nós vivemos num país que não tem assim tanto sentido de humor. E explico porquê nós não nos rimos tanto de nós. Rimos mais dos outros quando nos rimos de nós? 45:39 É é tipo, Ah, então, mas mas estão a falar de mim. Rimos de escárnio. Sim, os os melhores, as melhores pessoas, as melhores pessoas portuguesas a terem sentido humor são os alentejanos. Porque são eles que têm as melhores notas sobre eles. Que eles próprios contam? Exatamente quando tu tens um. 45:54 Eu não sou lisboeta, portanto, posso dizer mal à vontade de vocês todos que estão a ouvir. Quando o lisboeta disse assim também. Sou alto minhoto, portanto, já estamos. Estás à vontade, não é pronto quando o lisboeta disse. Tudo que seja abaixo, abaixo, ali do cavado é soul. É soul? Exatamente. Está resolvido, pá. A minha cena é coisa do quando o lisboeta diz, tenho aqui uma nota sobre alentejana dizer, Hum. 46:11 A minha família toda alentejana, pá. Não, não acho que acho que não é bem a coisa eu diria isso, ou seja, porque é que o amor explica tão bem o mundo, explica no sentido em que, de facto, isto esta frase não é minha, é do Henrique dias. E ele acho que acho que ressintetiza isto muitíssimo bem. O argumentista do pôr do sol, que é tudo, pode ser ridículo. 46:28 O gajo da bola de couro, um círculo de de de couro que é chutado para uma Baliza, é tão ridículo como é eventualmente alguma. De algum ponto de vista sobre a religião, sobre a política, sobre a economia, sobre os cultos? 46:46 Não é os cultos pessoalizados em líderes que de repente parece que vêm resolver isto tudo e são ridículos. Quer dizer, são ridículos acima de tudo. O mito do Salvador da pátria. O mito do Salvador da pátria não é? Depois ficou substanciado em 60 fascistas. Isso é para mim. Era expulsos ao ridículo. 47:02 Incomoda os imensos. Mas a gente já viu isto em vários momentos, desde momentos religiosos até momentos políticos que é. E este vem lá ao Messias, vem lá ao Messias. E o cinema português também. O próximo filme vem sempre salvar isto tudo. E é só um filme percebes o que eu estou a dizer? Ou seja, não. 47:18 Este é que é o filme que toda a gente vai ver e vai rebentar com as Caldas. Não, não tem de ser assim, é só um filme. Só me lembro da Branca de Neve, do João César Monteiro, não é que filmou uma coisa para preto, para negro? Sim, mas mais do que isso, estava a falar de termológica comercial que é, os exibidores estão sedentos? 47:35 Que venham um filme que faça muitos números e que salve o cinema, et cetera. A pressão que se coloca, se fosse fácil fazer um filme desses, até eles próprios administradores teriam ideias. Sim, faz mesmo. A campanha viral lembro me sempre é. Faz uma coisa que vai ocupar toda a gente vai falar exatamente e que vai ser uma coisa. 47:51 Extraordinária. Um escândalo, no melhor sentido. Não sei quê, não sei quê e depois não acontece porque não é assim que as coisas não é, as pessoas não vão, não vão. Nessas modas, aliás, as pessoas estão cada vez mais dentro. O paradoxo é que as pessoas estão cada vez mais exigentes. O que é bom? Sim, mas dentro desta lógica que temos falado, que é tiktoks, et cetera, volatilidade é uma coisa superficial e de repente já nem tudo cola. 48:12 O humor repara o humor. O Bruno Nogueira, por exemplo, é um bom exemplo disso que é o Bruno Nogueira faz 111 programa extraordinário vários. Faz os contemporâneos, faz o último a sair, depois faz o princípio meio e fim, que é uma coisa arrojadíssima. Sim, ele faz coisas sempre diferentes. 48:28 Não é ele. Ele. Ele quebra os padrões sempre. Mas se reparares agora, neste, no, no, no ruído, ele já não é a mesma coisa. É um programa de Sketch que tem lá uma história que num tempo distópico em que. Sim, mas aquilo resolve se a um conjunto de de Sketch e as. 48:45 Pessoas aderiram massivamente, portanto, eu acho que isto é assim. A roda vai dando voltas. Depois voltamos um bocado à mesma coisa. O Herman, por exemplo, o Herman que é um dos meus heróis da televisão. O Herman andou por todas essas ondas e agora está numa onda de conversa e tudo mais. 49:04 E continua a ter imensa. Graça mas ele pode fazer tudo o que? Quiser, não é? Pode. Chegou este mundo do mundo para poder fazer tudo. Sim, talvez não chegue a todas as gerações como chegava. Não é dantes. Eu lembro me, por exemplo, No No no célebre Sketch da da última ceia, não é? 49:20 Ele chegou a todas as gerações, houve umas gerações que odiaram isso foi incrível, eu adorei, eu adorei esse momento iá, e ele é também um dos meus heróis por causa desse momento, porque, porque, enfim, porque qual que lá está transgressor, perigoso artista? 49:38 O Herman é tudo isso sim. Pode a qualquer momento fazer dinamitar isto olha fora o humor, tu tens, posso chamar lhe maturidade emocional entre o felps e os infanticidas. O que, o que muda no teu olhar quando quando tu transpassas da comédia para, para, para o drama, o humor e a dor são são irmãos. 49:58 O sim, diria que sim, mas mais do que isso, é há coisas que me que me inquietam, não é? Eu com 41 anos e 3 filhos, EEE uma história já muito porreira. O que? É que te inquieta. Várias coisas. Olha esta coisa da do dos artistas, esta coisa da sociedade portuguesa, esta coisa de o que é que é ser português em 2025, o que é que é ter 41 anos em 2025? 50:21 A amizade, a amizade inquieta me há amigos que desaparecem e não é só porque morrem, há há. Há outros que desaparecem porque. Perdemos lhe o rasto. Ou isso, ou porque nos zangamos EEA coisa vai de vela e é assim. E a vida é dinâmica e. E às vezes questiono, me, não é? 50:37 Questiono me sobre quanto é que vale uma amizade, por exemplo, os enfatisídeos é sobre isso, não é? Ou seja, 22 amigos de 2 amigos de infância que aos 17 anos dizem, se aos 30 anos não estivermos a fazer aquilo que queremos fazer, matamo nos daquelas promessas adolescentes e de repente um deles apaixona se e casa se. 50:57 E ele às vezes não quer morrer e a amizade vai à vida. E aquele que ficou para sempre com 17 anos, que sou um bocado eu, não é? Porque eu acho os problemas aos 17 anos é que são os verdadeiros problemas da existência humana. Os outros são chatices da EDPE da epal estás a ver isso? São outros chatices pagar as contas, pagar contas é só isso, porque tudo o resto é só o que é que eu estou aqui a fazer? 51:17 Porque é que eu me apaixonei, porque é que ninguém gosta de mim, porque é que essas coisas são tão ricas, são tão boas de testemunhar eu tenho. Tenho um exemplo incrível de ter 11 filho extraordinário chamado Francisco, que tem 14 anos e que tem umas inquietações muito. 51:34 Muito boas pá, muito, muito poéticas, muito. É uma idade difícil. E boa. E tão boa. E tenho. Tenho muita sorte. Francisco é um miúdo incrível. Mas mesmo que não fosse, eu diria assim. Para ele e tu e tu estimulas ou acalmas as ânsias dele. Eu eu acho que sou eu e a mãe dele, acho que somos estimuladores da sua, das suas várias consciências, social, política, artística. 52:02 Mas temos uma, o respaldo que encontrámos naquele naquele ser humano, foi maior do que qualquer um incentivo que nós pudéssemos dar. Ou seja, nós lançámos um bocadinho, as paisadas para os pés dele e ele de repente floresceu. E é hoje em dia uma pessoa é um ser humano extraordinário e pronto. 52:19 E eu costumo dizer aos meus amigos que o primeiro filho muda a nossa vida, o segundo acaba com ela, uma terceira. Esta turística, sim, é pá. Eu acho que os 3 deram um cabo da minha vida. É uma dinâmica diferente, não é? 3. É, é ainda por cima estão os passados, não é? Um tem 14, outro tem 3, outro tem 1 ano e meio e para o ano provavelmente quero ter mais um filho, porque acho que é lá está eu estou com água, luz a tatuar aqui, algures, portanto, tu. 52:43 Vais salvar o nosso problema de de de naturalidade e demográfico. Eu espero que sim, eu já sou Oo chamado povoador dos olivais. Portanto, vão para sim, sim, olha o que é que te falta fazer para fecharmos o que é que anda o que é que andas a escrever o que é que anda, o que é que te anda a inquietar o que é que te anda aí a. 53:01 Debaixo do teu olho. Olha, estou concorri a uma bolsa para escrever um livro. Pode saber sobre o quê? Sim, sim, é um filme que eu não, que eu não tenho dinheiro para fazer e, portanto, vou fazer o livro. E depois pode ser que o livro reúna. E os bons livros dão sempre grandes filmes. 53:17 Ao contrário, os maus livros, eu sei que eu sei que vou ser fraquinha e, portanto, os maus livros dão bons filmes, os bons livros. Portanto, a tua expectativa é que o livro seja mau que é um grande filme? Sim, sim, não. Mas pelo menos seja seja livro. Isso é importante. Eu gosto imenso de livros. Gosto imenso de ler. É das coisas que eu mais gosto de fazer, é de ler. Fiz isso candidatei me EE. 53:33 Entretanto, estou a preparar uma série de outro género, completamente diferente, que é uma série de de fantástico de terror, escrita por 5 amigos, de que eu tenho muita estima. Por quem tenho muita estima, o Tiago r Santos Oo Artur, o Artur Ribeiro, o Luís Filipe Borges, o Nuno Duarte e o Filipe homem Fonseca. 53:51 Que é uma série chamada arco da velha, que terá estreia na RTPE, que se passa entre Portugal e a galiza e também vai ter uns toques de Brasil. E estou também a preparar outro projeto lá mais para a frente, que é provavelmente os projetos que eu mais quero fazer na vida até hoje, que estou a desenvolver com a Ana Lázaro, com a Gabriela Barros e com o Rui Melo. 54:13 É impossível falhar, já ganhaste. Completamente impossível falhar porque esta ideia original é da Gabriela e do Rui. Ei, e eles vieram ter comigo. E eu fiquei para já muito conten

netflix tiktok donald trump hollywood brothers european union portugal desde matrix os estamos brasil rio antes era hist quando qual uma quer ent bloomberg espero tudo rom ia esse ant sim nas sol ele depois agora vem aa tamb deus isso ao pelo aaa quais mois parece david lynch ainda foi malta fazer sem muito herman sabemos reden seja fala monte peter pan falamos primeiro gpt espera claro anal pereira perd tens monty python nem temos pronto muitas pois ei mayer sketch ee bora assume no no ferreira angola chegou esperan num conta bahrain lisboa essas falar bom liberdade tiago contar talvez pensando gra podem mel brooks vasco quase quero estou tenho esses imagina pouco fonseca faz mello posso inf vende deixa realiza obrigado voltamos isto henrique quantas sou influ dali gon benfica corrida messias olha neve portanto hum filipe dizer jesus cristo vontade enfim excelente crescer monteiro mota obviamente estrela acho nenhum gosto coimbra horizonte jardim jeito completamente pergunta fellini houve extraordin oo pureza branca perdemos regra franca rui nova iorque tive alunos tornou eram caldas gda evidentemente rtp beb fiz naquele ptc queres fraga na na ouvimos oooo rame viu escutar deles aic polariza atores voltei rir exatamente cresceu aprendeu nessas oka eee devia filma lembro quadra eventualmente complementar independentemente conseguem eea pensei o rei le coliseu soraia eeo imaginem filmar ricardo ara eeee entraram filmado connosco bruno nogueira gajo eeeee tiago pereira exato herman jos rimos cristiano santos aact ooa gabriela barros
ONU News
Planos climáticos atuais só conseguem limitar aumento de temperatura a 2,3°C

ONU News

Play Episode Listen Later Nov 4, 2025 2:09


Relatório do Pnuma mostra que redução de emissões de gases, que aquecem o planeta, está desalinhada com a meta de 1,5°C; secretário-geral afirma que ultrapassagem desse limite é inevitável, mas pode ser revertida.

ONU News
Planos climáticos ainda não conseguem impedir aumento de temperatura acima de 1,5C°

ONU News

Play Episode Listen Later Oct 28, 2025 2:11


Análise das Contribuições Nacionalmente Determinadas, NDCs, revela que emissões de gases que causam efeito estufa reduzirá apenas 10% até 2035; pelo menos 60% seriam necessários para conter aquecimento global; mesmo com ultrapassagens temporárias, meta de 1,5°C ainda pode ser preservada.

Jornal das comunidades
Conselheiros conseguem apoio ao teste do voto digital

Jornal das comunidades

Play Episode Listen Later Oct 15, 2025 13:04


Conselheiros das comunidades portuguesas em Lisboa recebem apoio de alguns deputados para um teste ao voto digital. Desafio a portugueses em Frankfurt para irem à Feira do Livro. Edição Isabel Gaspar Dias

Portugalex
Globos de Ouro conseguem paz em Gaza

Portugalex

Play Episode Listen Later Oct 2, 2025 3:06


Congestionamento das Urgências diminui crise na Habitação.

Notícias Agrícolas - Podcasts
BNDES traz nova normativa, mas produtores do RS ainda não conseguem acesso ao crédito com nova safra em andamento

Notícias Agrícolas - Podcasts

Play Episode Listen Later Oct 1, 2025 19:42


Medidas continuam chegando incompletas e tiram do produtor ainda mais o acesso ao custeio para que eles possam colocar os novos plantios no chão dento das janelas ideais. O caos normativo continua no estado.

Diego Menin
AS PESSOAS CONSEGUEM VER DEUS EM VOCÊ?

Diego Menin

Play Episode Listen Later Sep 24, 2025 50:29


Me siga nas redes sociais: Facebook: Diego Menin Instagram: @diegonmenin Youtube: Diego Menin Twitter: @diegonmenin Site: www.diegomenin.com

JORNAL DA RECORD
18/09/2025 | 3ª Edição: Criminosos armados invadem presídio feminino e conseguem levar detenta na zona oeste de São Paulo

JORNAL DA RECORD

Play Episode Listen Later Sep 18, 2025 3:32


Confira nesta edição do JR 24 Horas: Uma presa foi resgatada de uma penitenciária, no final da manhã desta quinta-feira (18). A fuga aconteceu no Centro de Progressão Penitenciária do Butantã, na zona oeste de São Paulo. Pelo menos duas pessoas armadas aproveitaram a entrada de um caminhão frigorífico e renderam funcionários, que trabalhavam desarmados. E ainda: Operação contra o crime em torcidas organizadas termina com um suspeito morto e dois presos no RJ.

Expresso - Irritações
Batizar 'Labubus', pessoas que acham que conseguem resolver tudo, e 'Alerta Manso'

Expresso - Irritações

Play Episode Listen Later Sep 12, 2025 59:29


No programa desta semana, Luís Pedro Nunes faz questão de destacar um tema que, ainda assim, não o deixa muito perturbado - a febre dos bonecos 'Labubu', que já chegou ao ponto de os próprios serem... 'batizados': "Isto tem a ver com uma brincadeira de fonética. Agora os padres que vão nisto é que fazem uma figura...". José de Pina volta aos seus 'Alerta Manso' para deixar uma analogia: "O Durão [Barroso] disse que somos dos mais pobres da Europa Ocidental. Mas também somos dos mais calmos. É porque aqui ninguém embirra! É a mansidão do costume, com tudo", reclama. Já Luana do Bem fala de pessoas que acham que conseguem resolver tudo, outras que não sabem desligar um telefonema, e daquelas que demoram muito tempo a responder. Com moderação de Pedro Boucherie Mendes, o Irritações foi emitido a 12 de setembro, na SIC Radical. * A sinopse deste episódio foi criada com o apoio de IASee omnystudio.com/listener for privacy information.

Notícias Agrícolas - Podcasts
Exportações de carne bovina disparam mas ainda não conseguem promover alta na arroba do boi

Notícias Agrícolas - Podcasts

Play Episode Listen Later Sep 5, 2025 47:07


No quadro MANEJO EFICIENTE , discutimos a necessidade de uma suplementação específica para evitar perda de peso dos animais e no POTENCIAL DAS RAÇAS apresentamos a Galloway , uma raça rústica e com boa qualidade de carne que está se integrando ao rebanho brasileiro

Prisioneiros do Rock!
Episódio 274 - The Head on the Door, do The Cure, 40 anos

Prisioneiros do Rock!

Play Episode Listen Later Aug 30, 2025 91:40


Em 1985 o The Cure já havia lançado 6 discos e mudado seu som pelo menos duas vezes, indo de pérolas pop como "Boys Don't Cry" a músicas soturnas, como "Charlotte Sometimes", só para voltar ao pop com "Let's Go To Bed" e outras.É com base nessa mistura que sai The Head on the Door, onde a banda mostraria um pouco de tudo que tinha feito, e até apontando rumo do que faria posteriormente. Conseguem, assim, mais sucesso de vendas que qualquer coisa anterior que haviam lançado, chegando a novos públicos. Convidamos você a acompanhar nosso papo, que vai ao ar justamente no dia do aniversário de 40 anos do álbum The Head on the Door.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Investir com SIM
Como empresas que dão prejuízo conseguem se manter? - Live 332 (18/08/25) - Visão do Estrategista

Investir com SIM

Play Episode Listen Later Aug 22, 2025 3:38


Atenção (disclaimer): Os dados aqui apresentados representam minha opinião pessoal.Não são de forma alguma indicações de compra ou venda de ativos no mercado financeiro.Seleção das partes mais interessantes das Lives de segunda.Live 332 - Visão do Estrategistahttps://youtube.com/live/nCl6tCbd5dE

Convidado
Como adaptar as cidades às ondas de calor extremo?

Convidado

Play Episode Listen Later Aug 14, 2025 13:14


Perante os episódios de calor extremo cada vez mais recorrentes, como é que as cidades se podem adaptar? França viveu a 51ª onda de calor extremo desde 1947 e a segunda este verão. Os alertas vermelhos por causa do calor e do risco de incêndio multiplicaram-se em vários países europeus. Tendo em conta que as ondas de calor são uma consequência previsível do aumento dos gases com efeito de estufa na atmosfera, o que fazer e como proteger a população contra o calor extremo? Raquel Estrócio, arquitecta paisagista a viver em Paris, dá-nos algumas pistas. RFI: Como é que as cidades, de uma forma global, se podem adaptar às ondas de calor extremo cada vez mais recorrentes? Qual seria a prioridade? Raquel Estrócio, Arquitecta paisagista: “Usualmente, os projectos hoje em dia são feitos de forma a aumentar a vegetação nas cidades, sobretudo a nível arbóreo, colocar vegetação arbórea nas vias que não têm vegetação, aumentar as zonas e os pontos de água. Mas nem todas as cidades, nem todos os lugares podem abarcar com estas soluções. Portanto, algumas proteções físicas de toldos, de proteção específica em alguns lugares e alguns pontos de água para a população poder usufruir são essenciais. Mas, sobretudo, olhando as cidades de uma forma global, terá que se integrar a vegetação e o planeamento urbano de outra forma. Por exemplo, no Sul de Portugal e em Portugal há cidades que vão ter que optar por um urbanismo mais norte-africano, indo buscar as soluções árabes de pátios, de ruas mais pequenas, em que a sombra é a prioridade, enquanto que aqui em França, por exemplo, a vegetação ainda é uma solução possível.” Mas quando há períodos de seca, quando há estas ondas de calor, a vegetação também sofre, também seca, também precisa de água. Essa é uma solução durável? “Por isso é que em Portugal, hoje em dia, as soluções terão que passar por essa reformulação do urbanismo e da escala urbana e da forma urbana, enquanto as soluções em França ainda podem passar pela vegetação. Contudo, a vegetação tem de ser adaptada porque a vegetação que era habitualmente usada, por exemplo, em Paris, não poderá ser a mesma. E aí ela tem que ser adaptada a estes extremos climáticos que, muitas das vezes, obrigam a usar uma vegetação que é mais do sul de França ou é mais mediterrânica. Então é essa transformação que profissionais que trabalham o espaço urbano precisam de reflectir e mediante também as capacidades que as plantas têm porque as plantas também se adaptam, são seres vivos. Mas as culturas e as plantas utilizadas, para não utilizar tanta rega que é uma coisa que usamos muito em projectos de espaço público e vegetação, pode não ser utilizada e pode ser utilizada vegetação adaptada.” Há árvores mais propícias para combater, digamos assim, o aquecimento? “Não é que combatam. Elas adaptam-se a essas alterações.” Conseguem refrescar?... “Há algumas que conseguem refrescar, mas, por exemplo, se pensarmos no Alentejo, nos sobreiros e nas azinheiras, a sombra não é totalmente refrescante, mas o clima, o solo e a possibilidade que a vegetação tem de sobrevivência também não é a mesma. Não podemos colocar uma vegetação do norte da Europa no sul da Europa, por exemplo.” Mas podemos ir buscar os exemplos do Sul da Europa e do Sul, de África. “Do Norte de África sim. Podemos usar os mecanismos urbanos de países que não necessitam de artifícios tecnológicos como o ar condicionado e evitá-lo ao máximo porque aumenta as emissões e aumenta o calor na cidade. Portanto, toda esta vegetação que começa a progredir mais para Norte, pode ser adaptada e pode ser gerida aumentando a sombra, ela vai aumentar a capacidade de refrescar as cidades. Mas não podemos só pensar dessa forma. Temos que pensar que ela vai permitir a infiltração da água. Usar materiais também claros nas construções e no urbanismo também aumenta o albedo, aumenta a capacidade que a cidade tem em reflectir a luz solar.” O que é o albedo? “É o poder das superfícies de reflectir a luz solar.” Nas cidades, por exemplo, em Paris, há muito betão, muito cimento e alcatrão. Não podemos alterar isso de um dia para o outro ou podemos? “Progressivamente podemos. Os projetos, hoje em dia, em França, em toda a Europa, em todo o mundo, contrastam com os projectos dos anos 70 ou 80 porque cada vez mais se utilizam materiais que reflectem, materiais permeáveis, materiais que não limitam a natureza, mas que trabalham com ela.” Agora as pessoas estão a viver esta onda de calor na Europa. Estamos a fazer esta entrevista em Paris, onde os apartamentos são muito pequenos e muito quentes. Quais são as soluções para as pessoas que vivem em apartamentos numa zona de densidade urbana muito grande? “Há uma solução que a Câmara Municipal de Paris começou a implementar há uns anos que é abrir os parques à noite, alguns parques, como o Montsouris, como o Buttes Chaumont. Algumas pessoas são contra, e eu percebo por causa da segurança, mas como é à noite que nós regulamos a temperatura do corpo, quando há dias seguidos de temperaturas altas - como aconteceu em 2003, como a segunda-feira negra em Paris, em que houve uma grande quantidade de pessoas que não aguentou e que não resistiu - sobretudo as pessoas mais idosas e as crianças que também estão no processo de desenvolver essa capacidade de regular a temperatura interna do corpo deveriam sair para refrescar e estar em parques à noite ou ao fim do dia para precisamente permitir que o corpo se regule um pouco. Portanto, em muitos dias seguidos de temperaturas altas, as pessoas devem tentar encontrar mecanismos individuais em casa para reduzir a temperatura do corpo, como colocar gelo nos punhos, dormir com ventoinhas...” Ar condicionado? “Há países do sul da Europa que não se aguenta sem ar condicionado, como por exemplo a Sicília, ou outros países do mundo em que é impossível passar o dia e a noite sem ar condicionado, mas ainda é possível em Paris e a ida aos parques ao fim do dia com amigos é uma solução. Ou então colocar gelo nos punhos e usar roupa branca durante o dia, chapéu, roupa branca larga que ajuda a reflectir, aumenta o albedo e reflecte a luz solar. E beber muita água, claro, mas isso toda a gente sabe.” E em relação às casas? Fechar os estores e as janelas ou abrir? “Eu acho que depende da casa. Nos apartamentos pequenos eu acho que essencialmente durante o dia é encontrar formas de cobrir as janelas com superfícies que reflectem ao máximo essa luz solar, superfícies o mais brancas possível ou que reflictam mesmo como espelhos. E depois, durante a noite, tentar abrir para haver corrente de ar, mas eu sei - porque já vivi numa casa assim - que há casas que são feitas de forma a que essa corrente de ar não exista e é muito difícil abrir duas janelas de um ponto oposto ao outro para que isso ocorra. E nesse sentido, mais vale descer, estar um bocadinho na rua, beber muita água ou tomar um banho de água fria.” As cidades ocidentais estão preparadas para o aquecimento climático em termos de urbanismo e de arquitectura? “As alterações climáticas vão aumentar a temperatura, mas a questão essencial é que elas vão aumentar os extremos. Ou seja, os eventos extremos vão fazer com que haja mais picos de calor, mais picos de tempestades, mais picos de chuvas intensas, de inundações e as cidades não estão, nenhuma cidade no mundo, está adaptada a isso. Nem as cidades, nem o território porque nós estamos a viver uma inconstância de eventos. Ou são os fogos, por exemplo, ou são as canículas, estes momentos de temperaturas muito elevadas, ou são as chuvas torrenciais que inundam Paris, Cabo Verde... Todo o mundo passa um pouco por esses eventos extremos e são esses eventos extremos que nós devemos olhar para o território e geri-lo e trabalhá-lo. Nenhum território no mundo inteiro está adaptado a isso.” Mas as cidades mais ricas dos países ocidentais têm mais dinheiro para lutar contra o impacto das alterações do que as cidades com menos meios. “Sem dúvida, mas mesmo dentro das cidades mais ricas ou mais pobres, há pessoas mais ricas. A desigualdade económica faz com que os mais ricos se safem mais. Claro.” O que é que as políticas de urbanismo e os próprios políticos deveriam fazer nos próximos tempos para aprender com todas estas lições? A prioridade? “Estar aberto à ciência, estar atento e ouvir os cientistas. Todas as posições devem ser escutadas, não só as adaptações urbanas, o dinheiro que se vai precisar para que as cidades se tornem resilientes porque é a população que se deve tornar resiliente também. Mas ao mesmo tempo, hoje em dia, eu acho que é muito importante, é fundamental, ouvir cada vez mais os estudos que são mais de ponta, os estudos mais recentes, porque desde os primeiros cenários do GIEC ou IPCC até hoje, os cenários e as previsões foram-se alterando muito e aquilo que nós previmos há dez anos não é a mesma coisa de agora. Portanto, essas adaptações também vão ter que ser contemporâneas desses estudos, o que não acontece. O que acontece é que os estudos saem e daí até as universidades se actualizarem e até aos profissionais se actualizarem para implementar no território ocorre muito tempo e hoje em dia essa actualização deve ser permanente.” Mas tem que haver uma vontade política de ter opções mais ecológicas... “Isso, de certa forma, já há, embora haja um retrocesso nos últimos tempos politicamente. Eu creio que é ouvir a ciência, experimentar, não ficar apenas com uma solução, tentar encontrar diversas soluções, pensar no passado. Fala-se muito também de utilizar técnicas e formas urbanísticas ou de gestão do território passadas e é importante porque elas não eram baseadas em desenvolvimentos tecnológicos muito de ponta, como o betão, que foram importantes numa determinada altura e que eram mais adaptados ao território e que usavam a vegetação e os materiais que o território podia proporcionar. Mas os extremos climáticos hoje em dia também vão requerer uma adaptação dessas soluções. Um exemplo muito claro: antigamente projectava-se as pontes para as cheias dos cem anos. Hoje em dia é dos mil ou deve ser porque os extremos climáticos fazem com que sejam mais frequentes cheias que atinjam alturas muito maiores do que antigamente. Ou seja, a cheia dos mil anos é os valores, os caudais que num determinado momento ocorrem num território, que podem ser dramáticos e são dramáticos.”

Fim de Tarde Eldorado
Mais Educação: "alunos não conseguem mais ler", alerta pesquisador

Fim de Tarde Eldorado

Play Episode Listen Later May 22, 2025 19:46


Renata Cafardo conta detalhes da conversa que teve com o pesquisador americano Jonathan Haidt, autor do best-seller “A Geração Ansiosa”, que alerta que os alunos não conseguem mais ler.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Amorosidade Estrela da Manhã
Áudio - ÀS VEZES HÁ OS COSTAS LARGAS PARA LEVAREM A CULPA DE DAREM LIMITE ÀQUELES QUE NÃO CONSEGUEM DIZER: "NÃO!"

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later May 12, 2025 7:00


Amorosidade Estrela da Manhã
Vídeo - ÀS VEZES HÁ OS COSTAS LARGAS PARA LEVAREM A CULPA DE DAREM LIMITE ÀQUELES QUE NÃO CONSEGUEM DIZER: "NÃO!"

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later May 12, 2025 7:00


Amorosidade Estrela da Manhã
Áudio - Entreguem para Deus nas ondas de Iemanjá o que não conseguem resolver em si, mas Ele não vai resolver, em outro momento, no tempo Dele, vai devolver, para ver se agora se consegue

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later May 2, 2025 3:19


Amorosidade Estrela da Manhã
Vídeo - Entreguem para Deus nas ondas de Iemanjá o que não conseguem resolver em si, mas Ele não vai resolver, em outro momento, no tempo Dele, vai devolver, para ver se agora se consegue

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later May 2, 2025 3:19


Conteúdo Brasil
PL insiste na obstrução, mas governistas conseguem aprovar matéria de interesse do Palácio

Conteúdo Brasil

Play Episode Listen Later Apr 2, 2025 1:33


O post PL insiste na obstrução, mas governistas conseguem aprovar matéria de interesse do Palácio apareceu primeiro em Conteúdo Brasil 2025.

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Conteúdo Brasil

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Céu do Momento - Astrologia no seu dia a dia
Céu do Momento - 28 de Março de 2025

Céu do Momento - Astrologia no seu dia a dia

Play Episode Listen Later Mar 28, 2025 15:20


Que episódio! Vocês sabem identificar a forma como expressam afeto? Conseguem entender a maneira como outro demonstra carinho e cuidado? Vamos juntos para mais um episódio marcante.Me encontre lá no Instagram : www.instagram.com/guischultz@guischultz - Que os Planetas se inclinem sobre nós

Expresso - Humor à Primeira Vista
Especial ao vivo com Guilherme Duarte: “Há stand-up comedians muito bons em bares, mas não têm nenhuma estratégia digital e não conseguem vender 100 bilhetes. Se calhar são melhores do que outros que enchem salas grandes”

Expresso - Humor à Primeira Vista

Play Episode Listen Later Mar 4, 2025 41:47


Se no início queria ser um humorista das crónicas e dos blogues, em 2025 Guilherme Duarte já vai para o quarto espetáculo de stand-up comedy. Em “Por Falar Noutra Coisa” deu os primeiros passos; em “Só de Passagem” refletiu sobre a morte; em “Limbo” desceu ao inferno; e agora apresenta “Matrioska”. Uma tour com 23 datas, em 20 cidades diferentes, por Portugal e no estrangeiro. O humorista vai “mergulhar nas várias camadas do riso e revelar que cada uma esconde uma nova surpresa”. Guilherme Duarte é também Gandim, alter-ego do hip hop, que já lançou dois álbuns humorísticos, o mais recente no ano passado. É cofundador da produtora Setlist, que aposta em vários jovens humoristas. Neste Humor À Primeira Vista especial, gravado ao vivo na FNAC do Colombo, em Lisboa, Guilherme Duarte analisa a pressão para ter visualizações nas redes sociais, aposta em nomes de humoristas portugueses que esgotariam a maior sala do país e dá a conhecer alguns detalhes do novo espetáculo.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Amorosidade Estrela da Manhã
SÓ COM ABNEGAÇÃO TOTAL CONSEGUEM AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMOS

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later Feb 11, 2025 0:57


Abertura dos Trabalhos na Amorosidade

Café & Corrida
NEWS // Elas não conseguem correr em paz

Café & Corrida

Play Episode Listen Later Feb 8, 2025 12:56


- Grupo de Porto Alegre fez uma pesquisa e constatou o óbvio: que as mulheres se sentem inseguras em correr sozinhas e que muitas já sofreram casos de assedio e importunação sexual- Está acabando as inscrições da NB42K de Porto Alegre e abrindo as da Maratona Internacional de João Pessoa- Asics na Austrália botou corredores para fazer uma meia-maratona em Balões para marcar o início da venda do Nimbus 27

Expresso - Irritações
Reações a Kanye West e Censori nos Grammys, sobreturismo, e pessoas que não conseguem estar quietas

Expresso - Irritações

Play Episode Listen Later Feb 7, 2025 59:30


Esta semana no Irritações, Carla Quevedo diz não entender o tipo de reações que se criaram à volta da polémica 'Kanye West e Censori', depois da mulher do artista ter aparecido nua nos Grammys: "Há muitas mulheres vítimas, mas há outras que também são sócias e cúmplices disto". Luís Pedro Nunes fala sobre o fenómeno do sobreturismo, afirmando que, ainda assim, Carlos Moedas está a fazer um bom trabalho: "Anda a dizer que a cidade é insegura e suja, e assim afasta". A esse nível, José de Pina assume mesmo ter feito um "cerco sanitário" na capital. Já Luana do Bem reclama das pessoas que não conseguem estar quietas, ao salientar que também sofre do mesmo. Com moderação de Pedro Boucherie Mendes, o Irritações foi emitido a 7 de fevereiro, na SIC Radical, e terminou com o tema 'Rainbow' de Cage The Elephant.See omnystudio.com/listener for privacy information.

os agilistas
Só times autônomos conseguem superar essas complexidades

os agilistas

Play Episode Listen Later Jan 23, 2025 4:30


Este conteúdo é um trecho do nosso episódio: “#283 - Como encontrar oportunidades em mercados altamente regulamentados”. Nele, Ailton Ribeiro, Gerente e Sócio Executivo de TI, detalha um desafio complexo que mostrou como times que têm uma ligação próxima à liderança são fundamentais para simplificar os processos, ao mesmo tempo em que se adequam às regulamentações que surgem no meio da jornada. Ficou curioso? Então, dê o play! Quer conversar com Os Agilistas? É só mandar sua dúvida/sugestão na nossa página do Linkedin ou pelo e-mail osagilistas@dtidigital.com.br que nós responderemos em um de nossos conteúdos! Nos acompanhe pelas redes sociais e assine a nossa newsletter que chega todo mês com os assuntos quentes do mundo dos negócios através do site.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Noticiário Nacional
7h Fertagus: passageiros não conseguem apanhar comboio

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jan 7, 2025 14:37


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COMO AS EMPRESAS CONSEGUEM O SELO - PÍLULAS DA PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO #229

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Play Episode Listen Later Dec 30, 2024 5:54


Saiba como as empresas conseguem o selo, e o que elas precisam fazer! Siga nossas redes social para ficar por dentro do que rola nessa comunidade: https://www.instagram.com/prevworld_/ Escute o ep 260 completo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=bOtTbYAFpn0 Curtiu esse episódio? deixa uma avaliação!

Ooshin Podcast
Aqueles que conseguem perceber o alvorecer da Era do Dia, revelam possuir a verdadeira visão. Parte 2.

Ooshin Podcast

Play Episode Listen Later Dec 27, 2024 4:16


Ensinamento de hoje: "Aqueles que conseguem perceber o alvorecer da Era do Dia, revelam possuir a verdadeira visão.  Parte 2."

Ooshin Podcast
Aqueles que conseguem perceber o alvorecer da Era do Dia, revelam possuir a verdadeira visão. Parte 1.

Ooshin Podcast

Play Episode Listen Later Dec 26, 2024 3:21


Ensinamento de hoje: "Aqueles que conseguem perceber o alvorecer da Era do Dia, revelam possuir a verdadeira visão.  Parte 1."

JORNAL DA RECORD
27/11/2024 | 3ª Edição: Equipes de resgate conseguem encontrar francês desaparecido em área de mata no Rio

JORNAL DA RECORD

Play Episode Listen Later Nov 27, 2024 3:44


Confira nesta edição do JR 24 Horas: Depois de 15 horas de buscas, um turista francês foi resgatado em uma região de mata fechada no Rio de Janeiro. O jovem de 24 anos se perdeu em uma trilha no Parque Nacional da Serra dos Órgãos na última terça (26). Ele estava em uma área de difícil acesso com sinais de desidratação e escoriações pelo corpo, e precisou ser levado para o hospital. E ainda: Mulher morta após fazer hidrolipo é velada em São Paulo.

Litterae - O seu podcast de Literatura
Viver só de literatura - muitos querem, poucos conseguem #24 - 6 temporada

Litterae - O seu podcast de Literatura

Play Episode Listen Later Nov 1, 2024 56:46


Episódio com participação do escritor Andre Timm @andre_timm Anita Deak - Escritora e editora de livros E-mail: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠anitamdeak@gmail.com⁠⁠⁠⁠⁠⁠ / Dúvidas: (11) 98188-6514 Paulo Salvetti - Escritor e professor de Literatura E-mail: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠psalvetti@gmail.com⁠⁠⁠⁠⁠⁠ / Dúvidas: (11) 98169-8492

Data Hackers
OpenAI dobra de valor com novo investimento; Bots conseguem resolver 100% de CAPTCHAs; Ferramenta do Google resume videos do Youtube e áudios - Data Hackers News #50

Data Hackers

Play Episode Listen Later Oct 9, 2024 19:06


Está no ar, o Data Hackers News !! Os assuntos mais quentes da semana, com as principais notícias da área de Dados, IA e Tecnologia, que você também encontra na nossa Newsletter semanal, agora no Podcast do Data Hackers !! Aperte o play e ouça agora, o Data Hackers News dessa semana ! Para saber tudo sobre o que está acontecendo na área de dados, se inscreva na Newsletter semanal: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://www.datahackers.news/⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ Conheça nossos comentaristas do Data Hackers News: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Monique Femme⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ Paulo Vasconcellos ⁠Matérias/assuntos comentados: OpenAI dobra de valor com novo investimento; Bots conseguem resolver 100% de CAPTCHAs; Ferramenta do Google resume videos do Youtube e áudios. Baixe o relatório completo do State of Data Brazil e os highlights da pesquisa : Demais canais do Data Hackers: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Site⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Linkedin⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Instagram⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Tik Tok⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠You Tube⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠

Jornal da USP
Minuto Saúde Mental #93: Por que alguns ansiosos não conseguem meditar?

Jornal da USP

Play Episode Listen Later Sep 26, 2024 4:15


Alguns ansiosos preferem manter um certo nível de preocupação constante, como um seguro contra alterações bruscas no sentir

Multiverse 5D
OSHO - Eu vou mostrar o que está no oculto que vocês não conseguem ver - EPA - Espiritualidade com Pedro

Multiverse 5D

Play Episode Listen Later Sep 19, 2024 83:12


OSHO - Eu vou mostrar o que está no oculto que vocês não conseguem ver - EPA - Espiritualidade com Pedro

Papo Acessível
#63 Pessoas com DEFICIÊNCIA VISUAL conseguem ser ASTRÓLOGAS? (Ft. Rebeca Campos)

Papo Acessível

Play Episode Listen Later Aug 16, 2024 91:50


O que será que os astros Revelaram dos integrantes desse podcast? Altos segredos, fatos surpreendentes e inéditos! Mas vai ter que dar o play pra descobrir…

JORNAL DA RECORD
14/08/2024 | Edição Exclusiva: Bombeiros conseguem controlar o incêndio que deixou cidades arrasadas na Grécia

JORNAL DA RECORD

Play Episode Listen Later Aug 14, 2024 3:34


Confira nesta edição do JR 24 Horas: Bombeiros conseguem controlar o incêndio que deixou cidades arrasadas na Grécia. E ainda: Veja as imagens corridas da aurora boreal feitas direto do espaço.

Notícias Agrícolas - Podcasts
Seguro Rural: em ano de quebra de safra , número de apólices contratadas chega a 170 mil porém 35% não conseguem subvenção dos prêmios

Notícias Agrícolas - Podcasts

Play Episode Listen Later Feb 27, 2024 30:16


Em 2021 quando os recursos para subvenção foram maiores, o número de apólices contratadas e atendidas chegou a 213 mil , disse especialista

Rádio Comercial - O Homem que Mordeu o Cão, Temporada 3
Gémeos vivendo tão brilhantes que até se conseguem ver lá de cima, a grande altitude.

Rádio Comercial - O Homem que Mordeu o Cão, Temporada 3

Play Episode Listen Later Jan 4, 2024 10:38


Um mistério a grande altitude e a história mirabolante de dois gémeos separados à nascença!

Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas
Ana Moura (parte 2): “A comunidade 'queer' tem-me ensinado muito sobre autoestima, porque enfrenta desde sempre dificuldades na vida, e olhares pela janela, e conseguem ainda assim manifestar amor. É de enorme grandeza”

Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas

Play Episode Listen Later Nov 24, 2023 62:21


Na segunda parte desta conversa, Ana Moura responde a Selma Uamusse, fala da maternidade, da importância da família, das suas raízes africanas, que ela leva para a sua música, comenta sobre os olhares preconceituosos de algumas pessoas sobre os seus, e recorda e celebra Prince e Sara Tavares. E é ainda surpreendida pelos testemunhos dos músicos Herlander e Rita Dias, que juntam outras questões para a conversa. Ana Moura revela também como a comunidade ‘queer' a tem "ensinado muito sobre autoestima", mesmo apesar das dificuldades na vida, e olhares pela janela, "e conseguem ainda assim manifestar amor. É de uma enorme grandeza." E ainda há lugar para Ana revelar o que anda a ler e as músicas que a acompanham e inspiram. Isto e muito mais…See omnystudio.com/listener for privacy information.

Notícias Agrícolas - Podcasts
Frigoríficos testam valores menores pela arroba, mas não conseguem evoluir com as negociações; arroba segue entre R$230 e R$235 em SP

Notícias Agrícolas - Podcasts

Play Episode Listen Later Nov 10, 2023 16:38


HN Agro acredita em cenário estável para os preços da arroba ao longo de novembro

Rádio Gaúcha
Brasileiros não conseguem sair de Gaza pela 3ª vez, chuvas deixam 8 mil desalojados no RS e mais

Rádio Gaúcha

Play Episode Listen Later Nov 3, 2023 5:41


Pela terceira vez consecutiva, os brasileiros não entraram na lista de estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza. A chuva que atinge o Rio Grande do Sul nos últimos dias tem aumentado o nível dos rios, causando estragos e levando moradores a deixarem as residências. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordenou nesta sexta-feira uma reunião interministerial para discutir projetos de infraestrutura para o Brasil. A vazão de água das Cataratas do Iguaçu, no Paraná, registrou 10 milhões e meio de litros de água por segundo nesta sexta-feira. A venda de ingressos para o Planeta Atlântida 2024 começa nesta segunda-feira.

Posse de Bola
#349: Palmeiras, Fla e Flu conseguem pegar o Botafogo? Tragédia com torcedores corintianos

Posse de Bola

Play Episode Listen Later Aug 21, 2023 62:59


Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, José Trajano, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira analisam a rodada com vitórias de Palmeiras, Flamengo e Fluminense, que reduziram a distância para o líder Botafogo. Ainda dá para brigar? O São Paulo com foco nas copas, o Corinthians mudando o olhar para a Sul-Americana, além da tragédia que matou sete torcedores em um acidente de ônibus.

O Antagonista
Liberação de crédito cresce e empresas conseguem se manter

O Antagonista

Play Episode Listen Later Jul 30, 2023 2:01


Aqui você encontra, em nossos programas, os bastidores do poder e análises exclusivas.  Assine o combo O Antagonista + Crusoé  https://bit.ly/assineoantagonista Inscreva-se e receba a newsletter:  https://bit.ly/2Gl9AdL Você pode entrar em contato conosco pelo e-mail:  assinante@oantagonista.com Confira mais notícias em nosso site:  https://oantagonista.uol.com.br/ https://crusoe.uol.com.br/ Acompanhe nossas redes sociais:  https://www.fb.com/oantagonista​ https://www.twitter.com/o_antagonista ​https://www.instagram.com/o_antagonista https://www.tiktok.com/@oantagonista_oficial No Youtube deixe seu like e se inscreva no canal: https://www.youtube.com/c/OAntagonista

Rádio Comercial - Já se faz Tarde
42% dos adolescentes conseguem fazer uma coisa difícil, têm uma habilidade. Qual?

Rádio Comercial - Já se faz Tarde

Play Episode Listen Later Jul 3, 2023 4:20


SBS Portuguese - SBS em Português
Austrália tem número crescente de sem-tetos com emprego, mas que não conseguem pagar aluguel

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later May 25, 2023 4:55


Quatro em cada dez pessoas que procuram ajuda da Mission Australia, entidade cristã que auxilia pessoas sem moradia, estão empregadas, mas não conseguem mais bancar um lugar para morar.

MVP StartSe
Scale #10 - O que está no DNA das empresas que conseguem crescer? Clareza e sustentação; entenda

MVP StartSe

Play Episode Listen Later Mar 22, 2023 60:29


Fernando Vitti, CEO da Nexforce, diz que existe uma questão fundamental, quando se fala em growth, que é saber onde está o problema do negócio. Você sabe a resposta? Ela traz luz às questões de crescimento e o que está por trás dos negócios que não conseguem ir além. Neste episódio, que encerra esta temporada do Scale, ele também traduz o conceito de RevOps (Revenue Operations), de forma simplificada, mostrando para quem faz sentido aplicar. Escute já!