O Toma Aí Um Poema é um projeto independente de declamação de Poesia. Tem como objetivo espalhar o máximo possível de poemas - sejam eles nacionais, estrangeiros, novos autores, autores consagrados, eróticos, infantis, músicas, cordel, sátira, ou de qualquer ordem. Realização: Andreia Moema e Jéssica Iancoski. Use #Tomaaiumpoema @tomaaiumpoema __ Que tal ter um poema aqui? Preencha o formulário! https://forms.gle/nAEHJgd9u8B9zS3u7 CONTRIBUA! =P Formulário para Indicação de Autores, contribuição com declames, sugestões (...)! https://forms.gle/itY59kREnXhZpqjq7

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de VHugo, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas apresentados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas apresentados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Luci Collin, ministrante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas apresentados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Ana Dilah, participante da imersão.O poema “Episcópio”, de Ana Dilah, integra seu livro de estreia, A Louca Escrevendo Seu Nome na Linha Pontilhada (Toma Aí Um Poema, 2025).Este podcast faz parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação.A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Kelly de Maria, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Raine Furtado, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Wilson Jequitibá, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Rafael Reis, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Raine Furtado, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Paulo Sérgio Kajal, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Marianna Siqueira Reis, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Val Santos, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Suzane Veiga, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Ernane Catroli do Carmo, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Pedro Poeta, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas apresentados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas apresentados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Kelly de Maria, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Paulo Sérgio Kajal, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Amauri Queiroz, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Cyro Eduardo Fernandes, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Azlin Guerra Brisola, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Alan Pellegrino, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Rafael Reis, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Pedro Poeta, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Wilson Jequitibá, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. O episódio integra a coleção que celebra o ebook coletivo produzido na oficina.A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Marianna Siqueira Reis, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. O episódio integra a coleção que celebra o ebook coletivo produzido na oficina.A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas apresentados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Jéssica Iancoski, ministrante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Jandeilsom Galvao Bezerra, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Daniela Cassinelli, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. O episódio integra a coleção que celebra o ebook coletivo produzido na oficina.A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Neste episódio, você ouve um dos poemas criados durante A Palavra Que Está: Oficina de Criação Poética, realizada no Sesc Copacabana com orientação de Luci Collin, Jéssica Iancoski e Mabelly Venson. A leitura apresenta a voz autoral de Azlin Guerra Brisola, participante da imersão.Esse podcast é parte do resultado de quatro dias dedicados à experimentação poética, ao estudo da linguagem e ao encontro entre criação e publicação. O episódio integra a coleção que celebra o ebook coletivo produzido na oficina.A realização da oficina só foi possível graças aos recursos do Edital SESC PULSAR 2025.

Nosso timeNosso amor já foio estádio lotado;o olé pra torcida;o gol de placa.Hojeo meio de campo é nosso forte:o passe lento(e preciso)a cadência de jogo;o “toca-me e vou”sem pressa.Os tempos são outros,meu bem,mas nosso timeainda bate um bolão.

Alambradofarejei a seiva,rastejei o chão,senti o pulso da terra onde jaz meu bicho solto.nem cabe(e eu não cabia),não cabia — e me apequenei.desfiz-me nas margens,onde o solo se estende como promessae a carne se dissolve no infinitoda mudez de um corpo que nunca antes.o ventome sussurra antigos mistériosde minha dança selvagem em desatino voraz.nem cabe, pensei,(e eu não caberia)nos limites de um corpo que já não é meu.fui minha própria cerca, fui o arame,fui o vazio que me preenche.sou o pulso. sou a seiva.sou o sussurro do vento.permaneço com olhos de fúriae a terra que me abraça em silêncio.

Gaúcha, publicitária, escritora e mãe solo. Autora de dois livros infantojuvenis, dedica-se também à literatura de ficção autobiográfica. Escreve a partir da experiência, do que arde e permanece. Sua escrita é território de memória, de afeto e de coragem.*SOLOA cidade girava — alheia ao seu ser.Ela — estátua — atônita.O metrô partia com seus pedaços,e o tempo, tirano disfarçado de rotina.Nos pés, a pressa herdada das urgências alheias.Mãe solo. Não por ter gestado só, depois de uma relação falida, mas por ser — dia após dia — esquecida.Caminhava entre vozes que não a chamavam,Queria — talvez — um toque. Um esbarrão. Um sussurro casual que dissesse: “Eu te vi.”Ela veste — a roupa que lhe cabe há oito anos: sua personagem-mãe.E há tantas... tantas Olívias por aí.Que correm, como ela,sem tempo de se esbarrarem.Fortalezas ambulantes,com trincheiras no peito.Procurando por pertencimento.Solo. No sentido mais humano da palavra.Solo — entre o abismo da plenitudee a margem da ausência.A esperança — ainda que tênuede reencontrar-se inteira.Um dia. Quem sabe.

Adriana Carneiro (Recife) é formada em dança (Konservatorium der Stadt Wien /Áustria), Letras (UNICAP) e especializada no ensino do alemão (Friedrich-Schiller-Universität Jena/ALE). Publicou a obra “O corpo como parte de um sistema” (Patuá, 2023). O que move seus poemas não é o corpo; porém, são o ser humano, a natureza e seus atributos. *VIGOR o corpo celebra a cada desejo correspondidonão é tão fácil compreender a manipulação da mente sobre o que ele sentevigor é amalgamar corpo e mente e deixá-lo ser no seu tempoele nasce, cresce e quer amar eternamentecomo se o amanhã fosse sempre o hojecomo se o vigor fosse para sempreum corpo que pensa assim é potentenão se deixa vencer facilmenteele é jovem incessantementedesde que foi uma sementeque no útero eclodiude um encontro de vigor de duas vidasPoema da obra O corpo como parte de um sistema (Editora Patuá/SP, 2023)

Participou de diversas antologias no Brasil e na Suíça. Foi finalista no Festival de Poesia de Lisboa 2024 e fez parte do Festival Zürich liesst com a instalação da Zwischentext. Lançou os livros de poesia Fina Linha e Khalas em 2024. Atualmente, trabalha em dois livros de haiku e um de contos.*Vermelho no brancoDesolação,se saísse, seria um urro do abdômenum soco na paredeo vermelho no brancouma mordida na carneo branco no vermelhoas lágrimas escorrendoo vermelho invadindo o brancoo poema no papelo vermelho – todo o vermelho –no branco.

Escritora gaúcha radicada no Paraná e no Tocantins, mestra e doutora com estágio pós-doutoral em Direito. Vencedora do 38.º Prêmio Yoshio Takemoto de Literatura 2024 (Haicai). Autora dos livros Pinte-me de Azul (Mondru, 2023 –Troféu Capivara Reconhecimento Literário, no Prêmio Literário da Cidade de Curitiba 2024) e Sorrir, esse sacrifício (TAUP, 2024).*UM CORPO QUE CAIMulher, te dei morada, mas...essa boca humilhadaesses olhos gencianosonde estão teus dentes?Mulher, te dei caminhode veias, para resvalar o sangue quentede pernas, para levar teus sonhos ao ciode línguas, para friccionar tuas traduçõese há glossários, para necessárias desobediênciasMulher, te dei desejos Cordas e sons de cantar a vida úmidaMas essa dobradiça repetindorangendo mecânica dor esgotada e secaqual trapo perdido, escorregando no vaziomovimenta insana inaniçãoMulher oceânicainvestiga teus rastros e tenha em ti um poemaporque um corpo que caié o mesmo que se levanta

É homem bicha-bicho instinto — como se descreve em seu primeiro livro, Máscaras que Caem do Teto, publicado pela Editora Urutau em 2024. Nascido em Tracunhaém, na Mata Norte de Pernambuco, vive há 15 anos no Recife. Administrador e pós-graduado em Gestão de Pessoas, é apaixonado por literatura desde a adolescência e poeta desde o primeiro choro.*TordaGostaria de não sertão saudosista ou tão magoatista.Mas há um engenhodoce em meus lábiose violento nas minhas lágrimas.Rude em minha fala de homem caboclo,um mamulengo de pau erguido,um veado crescido.Manipulado pelas mãos por trás da torda,de quem desejou um diaser o dono daqueles engenhos.Mas, coitado...o controle do mamulengueiropra eu não ser veado.Mas, se eu for,é só ninguém saber —e só ele me comer.Abro a boca, mas não digo.Encerra a cenacom o pau atravessadona minha goela-fala.

Poeta, músico, terapeuta e educador apaixonado pelas relações humanas e a serviço de novas culturas regenerativas. Graduado em Comunicação Social pela UFRJ, pesquisa rituais em torno da palavra e da escuta como caminhos vivos de prática e estudo do Bem Viver. Autor de Concreto Imaginário (2024, TAUP). *o solambestespaçondestamos

De Florianópolis, explora a complexidade do mundo com olhar crítico e humor sutil. Trabalha com Inovação e Engenharia do Conhecimento, pesquisando sobre tecnologia e saberes. Tem artigos científicos e obras em diferentes mídias, e também edita a publicação Dedálicos Inventos no Medium.*a sinalética da vidaa sinalética da vida está em obrasdesvio à esquerda depois do beco sem saídacontradictio in adjectisa shoppinização da ciência vende ômega 3 em cápsula softgel para memória que falhaum monofisismo diáriodesamor, angústia e ansiedade numa só substância cinzaimpossível de separaro tomismo dos manuais não contempla essa heresiaa megamáquina planta mais uma pobreza bonsaipoda poda podaqualquer ambição contida no vaso de 30 centímetros quadradoso consumo conspícuo grassaenquanto o lixeiro passae vê o contraste padrãorepito o tetrapharmakos sem muita convicçãoé só mais um exercício de ser rápido no que é fugazem pensamento autotélico ou tentativa de distraçãoa tecnolatria promete o upload da consciênciapara continuarmos artífices da nossa própria sujeiçãomas não vão me matar agoraah nãoainda tenho boletos a pagare ir no mercadinho comprarmais torpor em promoção

Mineira de Belo Horizonte e viajante do mundo! Que sonha em fazer um poema com objetivos diretos como o orvalho e o rio que se entoam naturalmente!*Rio VerdeAprofundar-te seria perder...E era como um segredocortar-te ao meio, cegar-tevoluptuosidade clandestinafazer de conta que era mistérioque a realidade acontecia nuainundando o desejoincrustado em seu chão transparente, era estesia!Magicamente, algo nos vigiava atentoa memória esvaziava, a fantasia vinhae o silêncio eclodia.E era como fogosede-seduçãoalimento orgânicogorjeio desenfreado.Querer-te seria morar-teolhos verdesRio Verde.

Natural de Americana, SP. Lançou em 2024 o infantojuvenil “A fantástica aventura de Ferdinando e quem eu lá conheci” -- vencedor do Prêmio Book Brasil nas categorias Melhor Infantojuvenil e Aclamado pelo Público. Participou de antologias de ficção e nesse ano lança a obra de realismo fantástico “Na estranha imagem entre nós”. *RestauraçãoSubindo a escada da virtudeAfogo-me nos desejos dos outrosCedo à tentação de ignorar as faces já esquecidasSuplico a Deus para que não me perca de mim mesmoDos elementos que hoje me parecem estranhosMas que foram talhados no gabinete da minha históriaEscondo a desordem por trás dos sorrisos contidosMas sempre me escapam as palavrasNos meus cabelos ao ventoDeixo que me suma a estradaIgnorando a fotografia da violênciaToca a melodia da alegria nos campos da tristeza esquecidaE continuam a me espetarMas estou detrás das camadas que não podem nem ver nem sentirNesse mundo tão meuSó são convidados os que olham para dentro de mim

Sua escrita é uma constante busca por pertencimento, expressando incômodos e reflexões. Inspirada em questões filosóficas, espirituais, ancestrais e LGBTQIA+, ela mergulha em temas como vida, morte, amor e desejo. Com formação em comunicação e especialização em escrita criativa, sua voz singular ecoa através das palavras. @carolina.ana.oz*Plutão chegou a Áquariono dia 20 de janeiroplutão chegou a áquariocaindo como um explosivo sobre nosso relacionamentopedindo renovação arcano XVIa queda inevitável:é das cinzas do egoque nasce a consciência!a solução vem do trezepassar por qualquer coisae se tornar mais forteo segredo é o ritmoembalar o outroescolha complementarencontrar o meio termosem anular o próprio ritmocomo num barcoo remo segue a correntedo braçocomo uma dançapés sincronizadoso gozo ainda éa única coisaque o capitalnão conseguiue a solução vem da morte.

Escritora e poeta. Prêmios: Vianna Moog, em 2014 (ensaio) UBE/RJ; Off-Flip de Poesia na antologia Tchê!, 2024 e na antologia Terra, 2025. Integra o Mulherio das Letras/RS; coorganizadora da live Digressões Clariceanas desde 2021. Vice-presidenta cultural da AGES 2023/2024, 2025/2026.*PÊNDULOS a infânciaé pedra de SísifoPortinari que o diga, cantigas de roda rodopios de pipa a música ressoa se essa rua fosse minhaem meio a correriao esconde-esconde a amarelinhae há também os assombrosa escuridão do quartoos passos da lagartixao calendário aponta os festejos de Cosme e Damião fluxo contínuo na ladeira da minha avó movimento de pênduloafagao olhar que guardotateando o passado

Jornalista, fotógrafa, autora do livro bilingue A poesia da hora braba (2023, ed. Bestiário). Participa de antologias de poesia e prosa pelo Brasil. É uma das criadoras do site Nós e Outras (noseoutras.com), que divulga a arte da mulher desde 2020. Faz parte do coletivo Enluaradas e do Mulherio das Letras. Vive em Toronto, no Canadá e não come animais.*Os pés de meu paiNunca toquei os pés de meu pai. Morenosde sol, plantados no chão do barco, longos e magros, seguros no viver,eram bonitos os pés de meu pai.As mãos de meu pai, nunca pegueisó por afeto, nem ele as minhas.Mas não falsearam a ofertar-me o prumono balanço traiçoeiro do Huracán,prontas a parar-me a queda, os pés firmes na popa do veleiro, olhos negros que viam longe e não me viam, os olhos delemais além. Sua voz dizia o mundo, do Rio Grande à Rússia vermelha, do jazz à milonga triste, meu pai, um homem qualquer.

Paulistano de 18 anos, é escritor e poeta em início de trajetória. Aborda em seus poemas temas existenciais e sentimentais, procurando explorar as palavras e seus silêncios.*OS DENTES E OS CHIFRESEu sou Tudo. E nesse Tudo sou —Também— Todo seu Oposto.O avesso — do meu rosto,— Remonto-me; —Troca-peles—troco o osso.Minha própria imagem e semelhança.Aprisiono a Ti— Corpoque não possuo.Me esgarro em Ti, como um grunhido mudo.Isso sorri para mim no escuro.Os Dentes — mordem a gengiva Me afoga—Tamanha Agonia.Agora; eu sou a caça: veado troca-peles.Vitima— Ptolemaea; Devoro o caçador.Perco o reflexo no espelhoSou Tudo, Sou Oposto — Sou o peso. —. Sem receioO corpo em meus chifres—Me ergo.

Participou de dezenas de antologias e coletâneas de poesia e contos. Recentemente, publicou os livros Do Estar no Ainda - Haikais (Patuá, 2022), Versos em Cordas Primas (Helvetia, 2023), premiado pelo Festival de Poesia de Lisboa, e Pequeninos Animais em Haikais, (Patuá, 2024), voltado para o público infantil. Em 2025, foi 1º lugar no Prêmio Off Flip de Literatura com o conto “A Invenção de Fernando Pessoa”. *O OLHO DO MARo olho do maratravessaa praia alcança espumasacaricialambebeija a areiaa seduzquando clareiaa sob a luase dividese multiplicaem leve flertee refletetudo o que miracomo o solda manhã e da tardepara apenasà noite revelar:o olho do mar é farol

Autor de A poesia para: outra poesia, dentre tantas (independente); do jeito que ahhh! encruzilhando beiradas, Abissais, ambos pela editora TAUP e de um canal de poesias audiovisuais no YouTube: poesiasdemarcosrobertodossa*O Pagador de Contaspor vinte anos financiei a vidapor mais tantos a renegocieiesta odisseia triste está invictameu totem e tabu pai astro reide assinar eu não lembro este contratonem discutir aqueles termos nemcom a substituição concordar componto com sitcom triunviratoera apenas um código de barrastenro frágil febril uma ousadiafé na vida um gracejo da fortunatudo que faz de si o seu vigia.............................................................mais vinte anos parecido nem...mais vinte anos parecido com...

Nasceu em Olinda, Pernambuco. Bacharel em Direito e em Economia e com especialização em Planejamento e Gestão Pública. Atualmente trabalha como servidor público federal. Teve poemas e contos selecionados em diversas antologias. É autor da ficção científica “A Dinâmica Orgânica”, Ed. Ibis Libris, 2024.*MÉRITO E MENDICÂNCIAHavia sido um pobre e simples cristãoMas você exige grandeza dos homensNada poderia querer de um simplórioEmbora do seu amor em vão imploroPorém, da paixão que recebo as ordensSim, tolo que sou, mas que coração!Corri em busca de glória e de riqueza Com desejo ardente e vontade forteCobri-me de título e de medalhaEmpreendi, menti, lucrei às custas da almaLevei a inimigos perigo de morte Implacável, por cima, virei a mesa Ouça então esta súplica, por favor Eu assim mereço que me corresponda Pois tudo que tinha ao meu alcance fiz Consegui obstinado o que sempre quisRogo para que logo me respondaTornei-me agora digno do seu amor?

É poeta, artista visual e designer gráfica. Tendo a poesia como fio condutor para suas experimentações, utiliza-se do rasgo, das dobras, das cisuras e costuras para criar imagens e versos. É autora do livro de poemas Parabólica publicado pela editora Patuá (2021).*No dia em que a terra parou eu fui embora pra[PasárgadaTomei o mapa num gole só e me inebriei de silênciosDesconectados das redes globais, adormecidos todos os televisores, abandonados todos os carrosO calendário cansou de existir e pensou se não seria melhor ordenar suspirosNo dia em que a terra parou eu fui emboraPra Pasárgada passar meus diasTomei a estrada num gole só e me inebriei de vento e orvalhoNo dia em que a terra parou e tudo parou na terraEu vivi