Podcast appearances and mentions of Fernando Pessoa

Portuguese poet, writer, literary critic, translator, publisher and philosopher

  • 657PODCASTS
  • 1,373EPISODES
  • 25mAVG DURATION
  • 5WEEKLY NEW EPISODES
  • Jul 28, 2025LATEST
Fernando Pessoa

POPULARITY

20172018201920202021202220232024

Categories



Best podcasts about Fernando Pessoa

Latest podcast episodes about Fernando Pessoa

Nossa Poesia
Ode marítima - Fernando Pessoa

Nossa Poesia

Play Episode Listen Later Jul 28, 2025 3:03


Ode marítima - Fernando Pessoa Declamado por Luco BorgsSozinho, no cais deserto, a esta manhã de Verão,Olho pró lado da barra, olho pró Indefinido,Olho e contenta-me ver,Pequeno, negro e claro, um paquete entrando.Vem muito longe, nítido, clássico à sua maneira.Deixa no ar distante atrás de si a orla vã do seu fumo.Vem entrando, e a manhã entra com ele, e no rio,Aqui, acolá, acorda a vida marítima,Erguem-se velas, avançam rebocadores,Surgem barcos pequenos detrás dos navios que estão no porto.Há uma vaga brisa.Mas a minh'alma está com o que vejo menos.Com o paquete que entra,Porque ele está com a Distância, com a Manhã,Com o sentido marítimo desta Hora,Com a doçura dolorosa que sobe em mim como uma náusea,Como um começar a enjoar, mas no espírito.Olho de longe o paquete, com uma grande independência de alma,E dentro de mim um volante começa a girar, lentamente.Os paquetes que entram de manhã na barraTrazem aos meus olhos consigoO mistério alegre e triste de quem chega e parte.Trazem memórias de cais afastados e doutros momentosDoutro modo da mesma humanidade noutros pontos.Todo o atracar, todo o largar de navio,É — sinto-o em mim como o meu sangue —Inconscientemente simbólico, terrivelmenteAmeaçador de significações metafísicasQue perturbam em mim quem eu fui…Ah, todo o cais é uma saudade de pedra!E quando o navio larga do caisE se repara de repente que se abriu um espaçoEntre o cais e o navio,Vem-me, não sei porquê, uma angústia recente,Uma névoa de sentimentos de tristezaQue brilha ao sol das minhas angústias relvadasComo a primeira janela onde a madrugada bate,E me envolve com uma recordação duma outra pessoaQue fosse misteriosamente minha.Imagem: Mink Mingle

Leitura de Ouvido
Fernando Pessoa - Via Láctea

Leitura de Ouvido

Play Episode Listen Later Jul 25, 2025 33:09


“Via láctea” é uma prosa poética de Fernando Pessoa, na escritos da Parte II - Grandes Trechos, de O Livro do Desassossego, composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. A Parte I - Diário de Bernardo Soares, é atribuída a este semi-heterônimo. O episódio de hoje é o último título e trecho da parte II do livro. Na edição portuguesa que temos da Assírio & Alvim, os editores afirmam não ser certo de que todo o trecho corresponda ao subtítulo “Via Láctea”, que talvez esta reflexão talvez se acabe em: “(…) daquilo a que chamavam ‘Natureza". Ou seja, a continuidade, “Em mim o que há de primordial é o hábito e o jeito de sonhar”, li-a se uma anotação Segunda Parte. Neste trecho, o ator português fala a todo o tempo de sonho e de sensações, fazendo amplo uso de aliterações como: “sequestradas sensações sentidas”, “nácar de inúteis”, "álias e alamedas”, entre outros. Como ele chama o texto de “Via Láctea”, somos tentados a questionar: a cabeça de um homem é um universo ou o universo sabe na cabeça de um homem? Pois com essas linhas poéticas ele filosofa por um mundo inteiro, acreditando que “sonhar é possuir”e ainda, "só o que importante é o que o sonhador vê”. E ainda afirma: “eu sonho-me em mim mesmo e de mim escolho o que é sonhável”. Como sugere o narrador, que se façam muitas “fotografias com a máquina do devaneio”, posto que através de conhecer-se inteiramente, conhece-se a humanidade toda. É com toda essa pulsação de vida que celebramos o Dia do Escritor, neste 25 de julho. Boa leitura!✅ Torne-se MEMBRO do CLUBE LEITURA de OUVIDO: encontros virtuais mensais, com notas de rodapé ao vivo e interação entre os leitores e Daiana Pasquim. Para isso, faça um apoio a partir de R$ 20 mensais:

The History of Literature
717 Einstein and Kafka (with Ken Krimstein) | Dr Johnson Helps a Friend (and Changes the Course of Literary History) | My Last Book with Fernando Pessoa Expert Bartholomew Ryan

The History of Literature

Play Episode Listen Later Jul 17, 2025 56:41


It's an action-packed day at the History of Literature! First, Jacke recounts the story of Dr. Johnson racing to the aid of his friend, the playwright Oliver Goldsmith, whose landlady was threatening him with debtor's prison. Naturally, the great critic and dictionary author Johnson found a very literary way to help. Then Jacke is joined by author Ken Krimstein, whose graphic novel Einstein in Kafkaland: How Albert Fell Down the Rabbit Hole and Came Up with the Universe looks at the critical year that Albert Einstein spent in Kafka's Prague. How did these men - one a scientist, the other an artist - approach the world's biggest questions? And finally, Bartholomew Ryan, a scholar who's devoted his life to Fernando Pessoa, stops by to discuss his choice for the last book he will ever read. Will he choose something by Pessoa? Special Announcement: The History of Literature Podcast Tour is happening in May 2026! Act now to join Jacke and fellow literature fans on an eight-day journey through literary England in partnership with ⁠John Shors Travel⁠. Find out more by emailing jackewilsonauthor@gmail.com or masahiko@johnshorstravel.com, or by contacting us through our website ⁠historyofliterature.com⁠. Or visit the ⁠History of Literature Podcast Tour itinerary⁠ at ⁠John Shors Travel⁠. The music in this episode is by Gabriel Ruiz-Bernal. Learn more at ⁠gabrielruizbernal.com. Help support the show at ⁠patreon.com/literature ⁠or ⁠historyofliterature.com/donate ⁠. The History of Literature Podcast is a member of Lit Hub Radio and the Podglomerate Network. Learn more at ⁠thepodglomerate.com/historyofliterature. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Jorge Borges
Fernando Pessoa: O Arquiteto da Alma Portuguesa

Jorge Borges

Play Episode Listen Later Jul 9, 2025 6:02


O podcast examina Fernando Pessoa, uma figura proeminente na literatura portuguesa, destacando a sua vida e o legado multifacetado. A discussão central gira em torno da sua inovadora criação de heterónimos, como Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, que permitiram uma exploração vasta de estilos e filosofias. O documento contextualiza a obra de Pessoa nas transformações políticas e sociais de Portugal no início do século XX, incluindo a transição da monarquia para a república, e a sua formação intelectual marcada pela vivência na África do Sul. Aborda também a sua obra vasta e diversa, nomeadamente "Mensagem" e o "Livro do Desassossego", e a sua relevância na Geração de Orpheu, que introduziu o modernismo em Portugal, bem como as suas influências filosóficas e esotéricas. Por fim, o texto analisa o reconhecimento gradual e universal de Pessoa, o seu impacto na literatura contemporânea e a sua pertinência contínua na era digital.

La Diez Capital Radio
Luces en la oscuridad (29-06-2025)

La Diez Capital Radio

Play Episode Listen Later Jun 30, 2025 180:00


Alma Sans y la energía tóxica de la gente envidiosa Vida más allá de la vida - Manel Sans Segarra, Doctor en medicina y cirugía, jefe de cirugía general y del aparato digestivo del Hospital Universitario de Bellvitge y profesor de cirugía en la Universidad Central de Barcelona. La guerra de magos entre el poeta Fernando Pessoa y el ocultista Aleister Crowley - Mario Pérez Ruiz, periodista y escritor.

Scicast
História do Teatro (SciCast #650)

Scicast

Play Episode Listen Later Jun 29, 2025 69:21


“A arte existe porque a vida não basta” A frase é do poeta Ferreira Gullar, adaptada de Fernando Pessoa. Mas o que sabemos mesmo é que a humanidade tem esse sentimento desde… “sempre”. Com quaaase certeza podemos dizer que sua origem remonta às nossas origens (enquanto seres humanos primitivos), quando, reunidos e iluminados pelo fogo, gesticulando, realizamos rituais (costumeiro ou cerimoniais) ligados ao cotidiano (nascimento, morte, caça...). O teatro reflete as experiências sociais e os modos de pensar dos seres humanos ao longo do tempo, portanto, vemos diversas maneiras de fazer teatral nos diversos períodos históricos e inúmeros pontos do planeta. Para esse cast, dada a complexidade e variedade do fazer teatral pelo mundo, vamos focar numa visão europeia de teatro. E, ainda mais, vamos restringir nossa conversa ao teatro europeu primitivo, antigo e medieval. (E, olha, podemos afirmar que já é “muito pano pra figurino”!). Mas, em SciCasts futuros podemos trazer outras abordagens sobre a história do Teatro, o que acham? Patronato do SciCast: 1. Patreon SciCast 2. Apoia.se/Scicast 3. Nos ajude via Pix também, chave: contato@scicast.com.br ou acesse o QRcode: Sua pequena contribuição ajuda o Portal Deviante a continuar divulgando Ciência! Contatos: contato@scicast.com.br https://twitter.com/scicastpodcast https://www.facebook.com/scicastpodcast https://instagram.com/scicastpodcast Fale conosco! E não esqueça de deixar o seu comentário na postagem desse episódio! Expediente: Produção Geral: Tarik Fernandes e André Trapani Equipe de Gravação: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Anderson Couto, Tágila Mendes, Allan Felipe , Fernando Maffia, Willian Spengler Citação ABNT: Scicast #650: História do Teatro. Locução: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Anderson Couto, Tágila Mendes, Allan Felipe , Fernando Maffia, Willian Spengler. [S.l.] Portal Deviante, 29/06/2025. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-650 Imagem de capa: From the German 1891 encyclopedia Joseph Kürschner (editor): “Pierers Konversationslexikon”. Pierers Konversationslexikon. Siebente Auflage. Mit Universal-Sprachen-Lexikon nach Prof. Joseph Kürschners System. Union. (published by) Deutsche Verlagsgesellschaft in Stuttgart, 1891. herausgegeben von (edited by) Joseph Kürschner., Public domain, via Wikimedia Commons Para apoiar o Pirulla, use o Pix abaixo: pirula1408@gmail.com Em nome de Marcos Siqueira (primo do Pirulla) [caption id="attachment_65160" align="aligncenter" width="300"] QR code PIX[/caption] https://www.youtube.com/watch?v=BecoooBM7ME&t=2170s Site: https://www.pirulla.com.br/ Carta colaborativa: ciência pela integridade da informaçãoFormulário para indicação de apoioSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Podcasts do Portal Deviante
História do Teatro (SciCast #650)

Podcasts do Portal Deviante

Play Episode Listen Later Jun 29, 2025 69:21


“A arte existe porque a vida não basta” A frase é do poeta Ferreira Gullar, adaptada de Fernando Pessoa. Mas o que sabemos mesmo é que a humanidade tem esse sentimento desde… “sempre”. Com quaaase certeza podemos dizer que sua origem remonta às nossas origens (enquanto seres humanos primitivos), quando, reunidos e iluminados pelo fogo, gesticulando, realizamos rituais (costumeiro ou cerimoniais) ligados ao cotidiano (nascimento, morte, caça...). O teatro reflete as experiências sociais e os modos de pensar dos seres humanos ao longo do tempo, portanto, vemos diversas maneiras de fazer teatral nos diversos períodos históricos e inúmeros pontos do planeta.  Para esse cast, dada a complexidade e variedade do fazer teatral pelo mundo, vamos focar numa visão europeia de teatro. E, ainda mais, vamos restringir nossa conversa ao teatro europeu primitivo, antigo e medieval. (E, olha, podemos afirmar que já é “muito pano pra figurino”!). Mas, em SciCasts futuros podemos trazer outras abordagens sobre a história do Teatro, o que acham?

Leituras sem Badanas
Livros que gostávamos de ler pela primeira vez

Leituras sem Badanas

Play Episode Listen Later Jun 25, 2025 27:22


Livros mencionados:Junto ao Mar, Abdulrazak Gurnah;Pés de Barro, Nuno Duarte;Harry Potter e os Talismãs da Morte, J.K. Rowling;Os Miseráveis, Victor Hugo;As Vantagens de Ser Invisível, Stephen Chbosky;O Hobbit, J.R.R. Tolkien;A Leste do Paraíso, John Steinbeck;Mensagem, Fernando Pessoa.Sigam-nos no instagram: @leiturasembadanasEdição de som: Tale House

Lecturas desde Santa María de los Buenos Ayres.
Fernando Pessoa (22) (1888 - 1935 Portugal)

Lecturas desde Santa María de los Buenos Ayres.

Play Episode Listen Later Jun 24, 2025 21:54


Regresamos al genial escritor portugués.

La Historia en Ruta
La Historia en Ruta | EXTRA 03 Pessoa

La Historia en Ruta

Play Episode Listen Later Jun 23, 2025 6:34


Literatura, absenta y modernismo con dos de azúcar. En este Extra de LHER, David Botello (@DavidBotello4), Esther Sánchez (@estesan1969), Ainara Ariztoy y la actriz Ruth Núñez se sientan a tomar un café con Fernando Pessoa en A Brasileira, el café más literario de Lisboa. Y te cuentan cómo el poeta más esquivo del siglo XX montó un grupo de WhatsApp consigo mismo, escribió para el cajón y acabó convertido en estatua con silla libre para selfies. Si quieres acompañarlos, ¡súbete a la Historia!

La Historia en Ruta
La Historia en Ruta | EXTRA 03 Pessoa

La Historia en Ruta

Play Episode Listen Later Jun 23, 2025 6:34


Literatura, absenta y modernismo con dos de azúcar. En este Extra de LHER, David Botello (@DavidBotello4), Esther Sánchez (@estesan1969), Ainara Ariztoy y la actriz Ruth Núñez se sientan a tomar un café con Fernando Pessoa en A Brasileira, el café más literario de Lisboa. Y te cuentan cómo el poeta más esquivo del siglo XX montó un grupo de WhatsApp consigo mismo, escribió para el cajón y acabó convertido en estatua con silla libre para selfies. Si quieres acompañarlos, ¡súbete a la Historia!

Kapital
K184. Teodor de Mas. El arte de hacer dinero

Kapital

Play Episode Listen Later Jun 20, 2025 154:19


Este es el último episodio de la temporada. Toca terminar el libro. El podcast de Kapital no regresa hasta otoño pero Kapital Social, la comunidad privada con acceso a los artículos de Substack, sigue activo. Hay también programadas dos nuevas ediciones de El Proyecto K. Utilizando palabras del gran Javier González Recuenco, uno de mis episodios favoritos del presente curso: gracias por tu apoyo a este proyecto con alma.“Ser ahorrador no es ningún objetivo en sí mismo, es una defensa frente a las adversidades de la vida. El ahorro es protección para los días futuros. Empezar a ahorrar es como dejar de fumar. Cuesta ponerse a ello pero después os despertaréis por la mañana y respiraréis mejor, dejaréis de toser y estaréis tranquilos en aviones y cines, lo cual, traducido en ser ahorrador, significará despertaros tranquilamente sabiendo que tenéis el dinero trabajando para vosotros, que tenéis suficiente dinero para todo y que una buena parte de vuestros gastos diarios están sufragados por los rendimientos de vuestros ahorros, por vuestros ingresos pasivos. Se trata de vivir como si hoy fuera el último día de vuestra vida, pero sin olvidar que lo más probable es que no lo sea y la vida continúe sin más. La idea de ahorrar no es otra que considerar el dinero como una herramienta para ser libres e independientes”. Así empieza El arte de hacer dinero de Teodor, un tratado para nunca más temer al dinero.Kapital es posible gracias a sus colaboradores:⁠Indexa Capital⁠. Gestión pasiva en fondos indexados.No es fácil encontrar un lugar seguro para tu dinero. En un mercado lleno de productos tramposos, me gusta colaborar o poner el micro a los pocos gestores, pasivos o activos, con una propuesta honesta. La fortaleza de Indexa Capital, que entraría dentro de la gestión pasiva, es una cartera de bajo coste y diversificada. Dos de sus fundadores, Unai y François, han pasado por el podcast. Si te interesa, aquí tienes mi enlace de registro para ahorrarte la comisión sobre los primeros 15.000 euros. Son tiempos inciertos en los mercados y esto significa que debes buscar opciones serias para tu dinero. Indexa Capital es sin duda una de ellas.Patrocina Kapital. Toda la información en este link.Índice:1:30 ¿Necesito un presupuesto familiar?11:06 Álvaro Conesa nos señala el camino.24:44 Analfabetos financieros en LinkedIn.37:41 Intentar ganar dinero es más divertido que buscar partidas en las que recortar.52:31 Vete unos días de mochilero con la chica que acabas de conocer.56:39 Morir con 8 millones como Ronald Read.1:08:11 Kiyosaki no existe.1:26:02 Que puedas pagarlo no significa que puedas permitírtelo.1:38:12 Alejar los bancos de nuestras vidas.1:48:03 El fondo soberano noruego.2:00:44 Capitalizar a los hijos.2:06:01 Orígenes criptojudíos.2:18:56 Una frase genial (¡una más!) de Taleb: “Eres rico si y solo si el dinero que rechazas es más agradable que el dinero que aceptas”.Apuntes:El arte de hacer dinero. Teodor de Mas.Fer diners. Teodor de Mas.Be better. Tim Denning.School is not enough. Simon Sarris.La vía rápida del millonario. M.J. DeMarco.Padre rico, padre pobre. Robert Kiyosaki.Perfect days. Wim Wenders.Un paseo aleatorio por Wall Street. Burton Malkiel.El cisne negro. Nassim Nicholas Taleb.El banquero anarquista. Fernando Pessoa.Las posibilidades económicas de nuestros nietos. John Maynard Keynes.Morir con cero. Bill Perkins.España, capital París. Germà Bel.

Clepsidra: Conversas de Café à Mesa da Rádio
Clepsidra de 20 de junho de 2025

Clepsidra: Conversas de Café à Mesa da Rádio

Play Episode Listen Later Jun 20, 2025 53:09


Nesta Conversa de Café à Mesa da Rádio, o Apolinário fala da inauguração da Feira do Livro de Coimbra, neste dia, da presença no espaço do GAAC e do lançamento do N.ª 3 da Munda.Além dos vários trabalhos que se podem ver neste número da revista Munda, a figura de Fernando Pessoa vem à baila e lembram-se os lançamentos, nesta feira, no dia 25 de junho, das edições do António Apolinário Lourenço da Mensagem e do Livro do desassossego, com a presença deste pessoano e habitué da Clepsidra

The Nostalgia Test Podcast
151. The Goonies (1985) w/ Meghan P. Nolan

The Nostalgia Test Podcast

Play Episode Listen Later Jun 17, 2025 108:03


Dan, Manny, & Billy invite friend & fan of the pod Meghan P. Nolan to put the 1985 action/adventure comedy The Goonies to the ultimate test—THE NOSTALGIA TEST! “I had this epiphany while I was watching it this time where I was like, ‘Holy shit! Like Goonies are just like a bunch of nerds, they're all just sitting around playing D&D, Mikey is the dungeon master, and this is their quest.” -Meghan P. Nolan Around 2 years ago, Meghan sent us a suggestion to put The Goonies to the ultimate test and because Dan is super lazy it took him this long to get her on the pod. This episode is off the rails from the start filled with classic Nostalgia Test drops and a live Zoom audience of one, (haha! it's a start) Courtney from the Fiction Fixation Podcast who added some hilarious ideas while Billy dealt with his North Carolina internet service. The gang talks about “Goonies” comes from their town name The Goon Docks, what did the parents of these kids do to get all their houses foreclosed on, why was Troy and his flunkies hanging around a wishing well, are the Fratellis really Italian, and who was resetting One Eyed Willie's booby traps in the 1600s. They also analyze all the amazing characters, unpack the stereotypes, plot holes, and put Cindy Lauper's song to a quick Nostalgia Test. Most importantly, they talk about the real heroes of this movie Rosalita and Sloth. This episode is what The Nostalgia Test is all about, laughter, hot takes, and a bunch of hypothetical scenarios for what a Goonies sequel or TV series might look like. This is a must-listen for any fan of 80s classics. Email us (thenostalgiatest@gmail.com) your thoughts, opinions, and questions about this episode or anything else nostalgic on your mind and we'll read it for next time on the pod!   APPROXIMATE RUN OF SHOW: 00:00 Introduction to the Nostalgia Test Podcast 00:45 Welcoming the Hosts and Guest 01:15 Discussing The Goonies and Nostalgia 02:10 The Goonies' Cultural Impact 04:08 Analyzing Characters and Stereotypes 10:07 Plot Holes and Funny Observations 15:47 The Goonies' Opening Scene and PG Rating 26:51 Music and Product Placement in The Goonies 30:41 Kids' Reactions to The Goonies 31:36 Comparing The Goonies to Other 80s Movies 33:35 Modern Movie Music and Final Thoughts 36:06 Revisiting 'The Goonies': Childhood Memories and Cable TV 37:03 Tree Climbing Adventures and Childhood Mischief 38:24 The Goonies' Treasure Hunt Begins 39:03 Decoding the Pirate Map and Family Dynamics 40:27 The Goonies' Quest: Booby Traps and Town Secrets 42:19 Character Dynamics and 80s Stereotypes 50:14 The Fratelli Family: Villains or Victims? 52:21 Sloth: The Unlikely Hero 56:21 The Goonies' Final Adventure: Treasure and Triumph 01:10:35 Nostalgic Jail Cell Memories 01:11:02 The Idiot Mob in Astoria 01:11:42 Chunk's Hilarious Car Encounter 01:12:22 Goonies Theme Park and Escape Room Ideas 01:14:21 Mikey's Iconic Speech 01:16:02 Speculating on the Goonies Sequel 01:22:25 The Goonies' Legacy and Trivia 01:34:56 Final Thoughts and Nostalgia Test   Meghan P. Nolan, MFA, MA, PhD, is an Associate Professor of English and Chair of the Honors program at State University of New York, Rockland. She is a recipient of the SUNY Chancellor's Award for Excellence in Teaching. She is a multi-genre writer, who focuses on(Neo-)Victorian and Modern literature/ crime writing and fragmented perceptions of self-hood through academic works, fiction, non-fiction, and poetry. Her book The Crossroads of Crime Writing: Unseen Structures and Uncertain Spaces was published by Anthem Press (March 2024). She is the author of the poetry collection, Stratification (2008) and her poems have been in many literary journals over the years. Recently, her works have been on public display as a part of the “Writing on the Walls” exhibits at the Hudson Valley Museum of Contemporary Art (HVMOCA) and she regularly performs her poetry and monologues as a part of productions by both Studio Theater in Exile and Tutti Bravi respectively. Her works have appeared in Approaches to Teaching the Works of Fernando Pessoa (2025), Mean Streets (2021), Persona Studies (2021 and 2015), Transnational Crime Fiction: Mobility, Borders, and Detection (2020), Exquisite Corpse: Studio Art-Based Writing in the Academy (2019), The 100 Greatest Detectives (2018), and Thread (2017). For more info visit mpnolan.com.  Order Meghan's book The Crossroads of Crime Writing: Unseen Structures and Uncertain Spaces at Barnes & Nobel & Amazon   Book The Nostalgia Test Podcast Bring The Nostalgia Test Podcast's high energy fun and comedy on your podcast, to host your themed parties & special events!  The Nostalgia Test Podcast will create an unforgettable Nostalgic experience for any occasion because we are the party! We are the most dedicated guests! We bring it 100% of the time! Email us at thenostalgiatest@gmail.com or fill out the form at this link. LET'S GET NOSTALGIC!     Keep up with all things The Nostalgia Test Podcast on Instagram | Substack | Discord | TikTok | Bluesky | YouTube | Facebook   The intro and outro music ('Neon Attack 80s') is by Emanmusic. The Lithology Brewing ad music ("Red, White, Black, & Blue") is by PEG and the Rejected

ESC - MustárFM
Português: 10 de junho, 13 de junho, Camões, Santo António e Pessoa [2025.06.13]

ESC - MustárFM

Play Episode Listen Later Jun 14, 2025 28:27


Neste episódio, a Isabel apresenta dois feriados portugueses da semana: o 10 de junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas; e o 13 de junho, dia de Santo António. No final do programa, fala-se um pouco de Fernando Pessoa, um dos melhores poetas portugueses. Um programa repleto de excelente poesia portuguesa.

El bosque habitado
El bosque habitado - Plastisfera. Premio NASA para una profe y sus alumn@s - 08/06/25

El bosque habitado

Play Episode Listen Later Jun 8, 2025 120:06


Este bosque tiene el placer de entrevistar, aprender, charlar con una investigadora, doctora en biología, Manuela Salvado, profesora de secundaria en un instituto, el Fernando de Rojas de Salamanca, que ha recibido, junto a sus alumn@s, el Premio Internacional de Europa y Asia en el programa @Globe de la NASA.La investigación trata sobre el preocupante tema de la contaminación por plásticos. Con la energía de aprender para mejorar, sin traumatizarnos, nos facilitará conocimientos y herramientas para mejorar nuestra salud y la del planeta, conseguir una vida más amable y prevenir problemas futuros. Conceptos como plastisfera, plasticosis y plastistonas son importantes a la hora de, entre tod@s, remediar fallos del sistema de producción y de nuestro consumo.Todo empezó con una caseta meteorológica que había en un centro educativo, 15 euros, un poco de creatividad y mucha vocación investigadora, docente y divulgativa.Nos ilustran la propia Manuela Salvado, Carro de combate, Arantza Leal Nebot, Joaquín Araújo, Fernando Pessoa y Raúl Alcanduerca.Club de la Hojarasca: Álvaro Soto, Marta Iraeta, María Taosa, Virginia Díaz, Pilar Socorro, José Manuel Sebastián Campo y Carolina Alba. Inspiración musical: Armand Amar y su BSO del documental "Home".Escuchar audio

AUDIOBOOKS Livros Contos Poemas
NÃO, NÃO É CANSAÇO - de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

AUDIOBOOKS Livros Contos Poemas

Play Episode Listen Later Jun 5, 2025 3:15


Assim com o outro, anterior, que narrei O Que Há em Mim é Sobretudo Cansaço, este também me chamou a atenção.Não sei se é anterior ou posterior, mas creio que ambos dialogam na questão do CANSAÇO da vida, das coisas. Até mesmo as mais belas como a voz que ele escuta e vê DELA.Então, segue mais um de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) para vocês.Quem souber me dizer a ordem de cada um deles, eu agradeço e muito.Que vocês curtam!Produzido, editado, narrado e interpretado por Carlos Eduardo ValenteDesenho da capa encontrado na internet, sem citar a fonte, trabalhado e produzido como capa para este conteúdo por Carlos Eduardo ValenteMúsica de fundo, Acordes de Violão, produzido e executado por Caio MullerSe vc quiser apoiar esse projeto, acesse:https://apoia.se/carloseduardovalente Pode apoiar também através de um PIXcarlao50@gmail.com Inscreva-se em nosso canal do YouTube:https://youtube.com/c/CarlosEduardoValenteSeja membro deste canal e ganhe benefícios: https://www.youtube.com/channel/UCwJXedn6y5AKKKksevSa_Ug/join

Brooklyn Zen Center Audio Dharma Podcast
Fernando Pessoa’s Green Fields: Audio Dharma Talk by Ian Kidō Case (04/06/2025)

Brooklyn Zen Center Audio Dharma Podcast

Play Episode Listen Later May 14, 2025 29:32


"Fields are greener in their description than they are in their actual greenness." - Fernando Pessoa "Yes, we want to clarify the stories that are keeping us separate and maybe causing harm for ourselves and others. That doesn't mean that we don't need stories that support community that keep us in touch with ancestors that help us make meaning of the world. I think Pessoa is talking about the power of our descriptive faculty, our imagination to make meaning of greenfield that we experience. So I want to lift up both of those aspects of stories." "I started thinking about what is the power of community at this moment, when there are so many forces that are driving us to isolation and being siloed. I enter into a situation with my own description of "the field" in a community like this where we share an intention, and I can have that description of the field bounce up and open up to your descriptions of the field. Simultaneously in those moments, I am shown how I create my own world and I can feel like the suffering of my own grasping onto my idea of the field. There's also a relief and wonder in the realization that I'm involved intimately involved in the creation and expression of worlds. And then collectively, I can imagine there's a field of possibility that gets plugged into the context of a community like this. That feels really necessary and powerful at this moment." Texts referred to: Fernando Pessoa, The Book of Disquiet. Genjokoan text from Dogen Zenji Recorded at Millerton Zendo in Millerton NY on April 6, 2025. The BZC Podcast is offered free of charge and made possible by the donations we receive. You can donate to Brooklyn Zen Center at brooklynzen.org under ‘Giving.' Thank you for your generosity!

Lecturas desde Santa María de los Buenos Ayres.
Fernando Pessoa (21) (1888 - 1935 Portugal)

Lecturas desde Santa María de los Buenos Ayres.

Play Episode Listen Later May 8, 2025 22:20


Regresamos al genio portugués.

Keep It Fictional
Books that Took a Long Time to Finish

Keep It Fictional

Play Episode Listen Later May 6, 2025 47:14


Books that took us a long time to finish. Why? We are not really sure. They were not doorstoppers, but yet, we started these books a while back and only finally managed to finish them now for this episode. If you are looking for incentives to finish that book you have also started months or years ago, or if you are a fan of extended metaphors, then this episode is for you. Books mentioned on this episode: The Old Woman with the Knife by Gu Byeong-mo, translated by Chi-Young Kim, BloNote by Tablo, and The Book of Disquiet by Fernando Pessoa, translated by Margaret Jull Costa.

Más de uno
Hola, mayo

Más de uno

Play Episode Listen Later May 3, 2025 4:01


Es mayo. Joder el estrés. La única gran superproducción de BBC para la que tiene tiempo El Criticón de La Cultureta Gran Reserva tengo son todas esas Bodas, Bautizos y Comuniones que afloran por doquier. Siluetas que entran y salen de las iglesias, se tiran arroz, salmos, bendisiones, arrepentimientos, perdones misericordes y propósitos de enmienda. Siente que es el momento perfecto para conectar con su propia espiritualidad. Ha llegado el tiempo autoimpuesto de la introspección. De eso va la pieza de esta semana. Recomendación de la semana 1: ‘Tiempo de reír', canción estupenda de Pedro Guerra ft Andrés Calamaro. Recomendación de la semana 2: ‘El libro del desasosiego' de Fernando Pessoa. 

La Cultureta
Hola, mayo

La Cultureta

Play Episode Listen Later May 3, 2025 4:01


Es mayo. Joder el estrés. La única gran superproducción de BBC para la que tiene tiempo El Criticón de La Cultureta Gran Reserva tengo son todas esas Bodas, Bautizos y Comuniones que afloran por doquier. Siluetas que entran y salen de las iglesias, se tiran arroz, salmos, bendisiones, arrepentimientos, perdones misericordes y propósitos de enmienda. Siente que es el momento perfecto para conectar con su propia espiritualidad. Ha llegado el tiempo autoimpuesto de la introspección. De eso va la pieza de esta semana. Recomendación de la semana 1: ‘Tiempo de reír', canción estupenda de Pedro Guerra ft Andrés Calamaro. Recomendación de la semana 2: ‘El libro del desasosiego' de Fernando Pessoa. 

Más Noticias
Hola, mayo

Más Noticias

Play Episode Listen Later May 3, 2025 4:01


Es mayo. Joder el estrés. La única gran superproducción de BBC para la que tiene tiempo El Criticón de La Cultureta Gran Reserva tengo son todas esas Bodas, Bautizos y Comuniones que afloran por doquier. Siluetas que entran y salen de las iglesias, se tiran arroz, salmos, bendisiones, arrepentimientos, perdones misericordes y propósitos de enmienda. Siente que es el momento perfecto para conectar con su propia espiritualidad. Ha llegado el tiempo autoimpuesto de la introspección. De eso va la pieza de esta semana. Recomendación de la semana 1: ‘Tiempo de reír', canción estupenda de Pedro Guerra ft Andrés Calamaro. Recomendación de la semana 2: ‘El libro del desasosiego' de Fernando Pessoa. 

Des livres plein les oreilles – Canal M, la radio de Vues et Voix
Des livres plein les oreilles, 1er mai 2025

Des livres plein les oreilles – Canal M, la radio de Vues et Voix

Play Episode Listen Later May 1, 2025 56:00


Aujourd’hui, Clotilde Seille nous amène au Portugal à travers des auteurs prestigieux tels que José Saramago ou encore Fernando Pessoa : L’intranquillité,  écrit par Fernando Pessoa et lu par François Marthouret Fernando Pessoa x Hélio Cicero,  écrit par Fernando Pessoa et lu par Hélio Cicero Lisbonne revisitée,  écrit par Fernando Pessoa et lu par Richard…

Edmundo Nesi
insignificâncias do usual… (Fernando Pessoa)

Edmundo Nesi

Play Episode Listen Later Apr 29, 2025 4:54


Fase confessional de Fernando Pessoa, trecho do Livro do Desassossego, trás uma reflexão sobre nosso pensamento insignificante, o quão nos torna igualmente insignificante. Escute o episódio da semana. Obrigado.

Convidado
“Outrar”: Volmir Cordeiro dança contra o confinamento do mundo

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 12, 2025 13:21


O coreógrafo brasileiro Volmir Cordeiro apresentou o espectáculo “Outrar” na Ménagerie de Verre, em Paris, no âmbito do festival "Les Inaccoutumés". A peça surgiu de um convite da coreógrafa Lia Rodrigues, em 2021, em tempos de pandemia e é uma resposta ao confinamento a que o mundo foi confrontado e aos muros que continuam a erguer-se. Dançar passa a ser uma forma de se “outrar” - um neologismo criado por Fernando Pessoa para se “tornar outro” - mas também passa a ser uma ponte para quebrar barreiras e se chegar a tantos outros. Foi no festival “Les Inaccoutumés” que Volmir Cordeiro apresentou o espectáculo “Outrar”, a 3, 4 e 5 de Abril, na Ménagerie de Verre, em Paris. O solo de 30 minutos foi criado em 2021 a partir de um convite da coreógrafa brasileira Lia Rodrigues e em resposta ao confinamento provocado pela pandemia de covid-19. Lia Rodrigues enviou uma carta aos seus bailarinos quando o mundo estava confinado e isolado. Volmir Cordeiro respondeu com este solo que se transformou numa ponte entre continentes, mas também numa ponte para os outros - os que o vêem e os que o habitam dentro de si. São os seus “heterónimos” que se manifestam nas dezenas de camadas de roupas, de cores e de texturas e que se declinam em múltiplos gestos, movimentos e emoções. Os seus “outros” inspiram-se em Fernando Pessoa e o título da peça - “Outrar” - também aí vai beber. Esses “outros” são, ainda, uma alegoria dos estados da Terra, do planeta feliz e despreocupado ao planeta que ameaça colapsar. Foi por aí que começámos a conversa, no final do espectáculo, numa sexta-feira, na Ménagerie de Verre, em Paris.RFI: O que conta o espectáculo “Outrar”?Volmir Cordeiro, Coreógrafo e bailarino: “Este espectáculo parte de uma ideia que seria aquela de como é que eu poderia personificar a Terra, como é que eu poderia imaginar a Terra como uma pessoa, a Terra de hoje e a Terra tal como ela estava no momento da pandemia porque este projecto nasce durante o confinamento.Então, a questão da Terra, a questão do isolamento, foi muito importante e porque ela também parte da trilha sonora, que tem essa camada bastante cavernosa de uma gruta, que me deu muito essa imagem do que a gente estava vivendo naquele momento do confinamento e tudo o que a gente inventava dentro de um quadrado, dentro das nossas casas.Eu decidi que estava dentro de um quadrado e eu tinha essa ideia de ser a Terra, a Terra doente, a Terra feliz, a Terra que ainda dá para salvar, que ainda pode ser salva, a Terra florida, a Terra fértil, a Terra “clown”, a Terra palhaça, a Terra que precisa de ajuda. Eu fui imaginando várias versões dessa Terra que eu ia encarnando.”A Terra é personificada por si?“É. Eu seria esse desejo, esse desejo de chegar grande, chegar caminhando, caminhando nesse chão que está estável por enquanto, mas que está tremendo porque essa vibração do som coloca o chão, o espaço a tremer. Esse instante quase que precede o colapso, essa ideia que a gente tinha de como é que a gente vai sair da pandemia, para onde é que a gente vai, qual é que vai ser a continuidade do mundo, como é que a gente vai mudar as nossas relações com a vida, com a natureza, connosco mesmos, para podermos continuar a existir.Como a trilha sonora é cheia de variações, cheia de pássaros, cheia de crianças brincando, cheia de vidro quebrando, ela tem um monte de imagens que me foram alimentando e que têm essa ideia de 'outrar', de se transformar em outro. Por isso é que eu fui juntando camadas de figurinos, de saia, de roupa, de pijama, de cuecas, de tudo que eu encontrava, para também trazer essa ideia de que a Terra é feita de todos nós, é feita de vários elementos, de vários outros e que, portanto, dentro desse quadrado, dentro dessa dança, eu tinha que ficar eu mesmo outrando.”Já vamos ao conceito de “outrar”, mas ainda em relação a si como Terra, o Volmir entra em palco ao som de uma tempestade e entra de uma forma muito vertical, como uma árvore que é abanada por essa tempestade. Vive imensas coisas pelo meio e, a dada altura, cai por terra despido. Que gesto é este? “Acho que tem totalmente essa ideia do desmoronamento. A ideia de chegar grande e festivo no vento, no carnaval, na festa, num grande desejo de modificação, num grande entusiasmo de colocar as pessoas que me estão a ver para também se imaginarem ali dentro, para se olharem, olhando o que eu estou fazendo e se verem no outro também - por isso, há este dispositivo de estar um de frente para o outro.Tem essa transformação porque eu precisava 'outrar' também na minha figura global, essa figura não podia terminar assim, ela tinha que virar como a gente vira uma luva, como a gente vira uma meia do avesso. Ela tinha que virar do avesso para dar a ideia de que ela teria que viver uma transformação ali, diante do público. E ela se transforma nessa sereia que está muito perto do chão, que está esmagada, que está talvez nos últimos instantes da própria vida, mas que ainda carrega uma ideia de sublime, uma ideia de beleza e que ainda assim está pedindo ajuda e está procurando pelo outro. É o último chamado pelo outro, esse gesto de procurar, de pedir a esmola, de entregar alguma coisa, de se dirigir para o outro.Então, para mim tem essa coisa desses outros que também vão-se amarrando em nós e que a gente está cheio de outros até ao ponto em que eu vou tirando as minhas camadas, vou-me transformando nessa sereia, mas essa sereia também vai-me impedindo de andar, vai-me impedindo de dançar, vai-me impedindo de me movimentar. O destino final é ir para o chão e ao ir para o chão, ela existe ali no que ela pode fazer naquela nova condição.”É por isso que chamou ao espetáculo “Outrar”? O que quer dizer, para si, “outrar”? “Outrar foi o nome que a Lia Rodrigues deu para o projecto dentro da pandemia porque ela não podia estar aqui na Europa para apresentar um trabalho, não podia fazer a viagem. Então, ela convocou alguns bailarinos que já tinham trabalhado com ela, que estão morando aqui, para ir no lugar dela. Foi ela que deu esse nome a partir de um poema de Fernando Pessoa -eu não sei exactamente qual é o poema, mas vem dele esse neologismo. E já era uma maneira de 'outrar', não era ela, era outro que estava no lugar dela. Foi ela que mandou essa trilha sonora e falou: 'Usem a trilha sonora e faça o que vocês quiserem'. Eu, como estou sempre carregado de figurinos em casa, pensei: 'Bom, para outrar eu vou ter que achar um jeito de criar múltiplos, de criar uma imagem de muitos...”Heterónimos?“Heterónimos, exacto, que seria essa saia, essa calça, esse pijama. Então, fui juntando coisas que eu já tinha de outras peças e quando cheguei no estúdio, eu tinha uma semana e meia para fazer isso, foi muito rápido, e decidi fazer essa figura que está carregada, que é densa e virou essa cebola. Eu chamo muito essa figura de uma cebola viva porque ela está cheia de camadas e o nó dela, o umbigo dela, o centro dela, se confunde com a periferia. Então, é por isso que é como se eu tivesse ali dentro uma interioridade vibrando, pulsando, e é por isso que ela tem que ser revelada também no final. Eu tenho que descascar a cebola, então vou tirando as minhas camadas e ela de cebola vira uma sereia.”O problema é que quando descascamos uma cebola, ficamos a chorar. Em tempos de extremismos, de polarizações políticas, esta peça, este “outrar” tem também algum significado político? “Tem sobretudo, para mim, uma vontade muito grande de valorizar o discurso e a potência do artista. Eu acho que é uma das coisas que eu mais sinto ameaçadas. Ameaçada hoje neste contexto, falando da questão da arte em si. Acho que a primeira coisa que eu queria lembrar é de a gente poder renovar o espaço de encontro e de uma imaginação forte que a gente pode ter quando a gente está em contextos artísticos, quando a gente se reúne para assistir uma peça de 30 minutos e que a gente testemunha de uma transformação. Acho que essa é a primeira camada que eu gostaria de salientar.A segunda é lembrar a tragédia em que está o nosso mundo. Eu acho que quando entro para dançar, eu venho carregado dessa tragédia que é essa tragédia do fascismo, que é essa tragédia do corte do orçamento para a cultura, que é essa vontade de ir para Marte explorar, essa vontade de carro voador, esse delírio do homem, do patriarcado virilista de querer sempre mais, essa ganância. Eu estou fazendo tudo com os trapos, com as roupas que eu encontrei para construir uma figura que vem para lembrar a gente do que a gente precisa, talvez das coisas mais básicas que é vestir, comer, dormir, deitar, sentar, olhar para o outro, dançar, festejar, voltar um pouco para as nossas acções mais básicas e eu acho que a dança é uma ferramenta essencial para isso e pouquíssimo valorizada.”Pode falar-nos um pouco mais da sua colaboração com a Lia Rodrigues? Como é que surgiu o convite? “Eu trabalhei com a Lia entre 2008 e 2011,  dos meus 21 aos meus 24 anos, foi um processo muito marcante na minha vida e isso resultou numa relação muito querida, muito gostosa, muito actualizada também. A gente está sempre em conexão, sempre conversando, sempre trocando. É uma presença que ficou muito marcante na minha vida.Acho que as coisas que a gente faz muito jovem são muito determinantes nas nossas vidas. Eu vi a Lia quando tinha 14 anos, lá no interior de Santa Catarina, lá num lugar perdido no fundo do Brasil, no sul do Brasil, eu vi o trabalho da Lia e a partir dali eu quis dançar com ela. Então, depois de ter visto o trabalho com 14 anos, eu entrei na companhia dela com 21 anos. Com 24, deixei a companhia dela para vir morar na França e estudar na França.”E desde então vive em Paris?“E desde então estou aqui. Este trabalho é de 2021, então foi quase dez anos depois que a gente voltou a colaborar através dessa ideia do Outrar, que foi um encontro feito dessa natureza, diante de um contexto pandémico: “Eu não posso ir. Você iria no meu lugar?” Então ela manteve o projecto também, que era uma coisa importante para a sobrevivência da companhia dela. Eu fui lá e criei um projecto a partir da trilha sonora que ela me mandou.”Ou seja, em vez de fechar, o confinamento, para si, abriu qualquer coisa. E para ela também…“Sim, eu estava fazendo um outro projecto no meio desse caminho e este projecto foi como um sopro de fazer alguma coisa nesse estado da pandemia, que era um estado onde a gente não tinha mais a capacidade de antecipar as coisas, que na França tudo é muito antecipado, tudo é muito programado, tudo é muito articulado, com muita antecedência. E nesse momento na nossa vida não estava muito para se programar. A gente não sabia nem quando a gente ia parar de estar confinado, quando a gente ia voltar a sair de casa, as regras mudavam a toda a hora. Então, apareceu essa oportunidade que veio assim como um sopro mesmo. Eu apanhei isso, agarrei isso com muito carinho, muito desejo e com muita espontaneidade. Tipo: 'O que eu tenho em casa? O que eu posso fazer hoje?' Esse vocabulário corporal eu estava trabalhando já em algum momento para fazer essas outras peças , eu metabolizei isso de um jeito e virou este trabalho.”É autor de um ensaio sobre figuras da marginalidade na dança contemporânea, intitulado “Ex-corpo”. Que figuras são estas e até que ponto é que se inscreve nessa linhagem? “Esse livro é uma tese que eu defendi na [Universidade] Paris VIII, uma tese que estava muito voltada para uma ideia de analisar peças que marcaram a minha vida de espectador e que me impulsionaram a entrar na dança. Não são peças com as quais eu construiria necessariamente uma relação de filiação, mas uma relação de afinidade. Peças como Luiz de Abreu, “O Samba do Crioulo Doido”, peças do Marcelo Evelin, “Batucada”, “De repente fica tudo preto de gente”, a peça da Micheline Torres “Histórias de Pessoas e Lugares”.São peças que marcaram a minha vida e são peças que, de alguma forma, estão abordando o que é hoje em dia colocar em cena, como é que a dança contemporânea acolhe um corpo negro, acolhe a questão do corpo migrante, acolhe os movimentos de massa, os movimentos de insurreição. Eu estava interessado nessa força da subversão daquilo que está instituído como marginalizado e que aparece justamente num contexto que permite que a gente mude a nossa maneira de receber a marginalidade, que mude a nossa maneira de conceber o corpo do outro, até que ponto o nosso corpo está submetido a um olhar que vem designá-lo como um corpo marginalizado. Então, são esses processos que me interessam. Esses artistas são artistas muito importantes na minha história. Eu quis analisar como é que eles se interessam ao público, como é que eles se vestem para entrar em cena, como é que eles organizam a dramaturgia, como é que eles passam de uma cena para outra. São artistas muito inspiradores para mim, assim como a Lia.Eu acho que eu estudei não na tentativa de tentar imitá-los - mas que a imitação é uma coisa muito típica da dança e quando a gente imita, a gente também se auto-imita, imita coisas de nós mesmos que a gente talvez desconheça até. Mas eu acho que o lugar deste livro foi mais de conhecer, de aprender como é que essas pessoas que tanto me marcaram fazem, como é que eu posso estudá-las para entender como é que eu faço também. Porque às vezes eu faço muitas coisas que eu não sei exactamente o que eu estou fazendo. Eu reclamo e reivindico muito essa parte inconsciente do trabalho.”

Em directo da redacção
“Outrar”: Volmir Cordeiro dança contra o confinamento do mundo

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Apr 7, 2025 13:21


O coreógrafo brasileiro Volmir Cordeiro apresentou o espectáculo “Outrar” na Ménagerie de Verre, em Paris, no âmbito do festival "Les Inaccoutumés". A peça surgiu de um convite da coreógrafa Lia Rodrigues, em 2021, em tempos de pandemia e é uma resposta ao confinamento a que o mundo foi confrontado e aos muros que continuam a erguer-se. Dançar passa a ser uma forma de se “outrar” - um neologismo criado por Fernando Pessoa para se “tornar outro” - mas também passa a ser uma ponte para quebrar barreiras e se chegar a tantos outros. Foi no festival “Les Inaccoutumés” que Volmir Cordeiro apresentou o espectáculo “Outrar”, a 3, 4 e 5 de Abril, na Ménagerie de Verre, em Paris. O solo de 30 minutos foi criado em 2021 a partir de um convite da coreógrafa brasileira Lia Rodrigues e em resposta ao confinamento provocado pela pandemia de covid-19. Lia Rodrigues enviou uma carta aos seus bailarinos quando o mundo estava confinado e isolado. Volmir Cordeiro respondeu com este solo que se transformou numa ponte entre continentes, mas também numa ponte para os outros - os que o vêem e os que o habitam dentro de si. São os seus “heterónimos” que se manifestam nas dezenas de camadas de roupas, de cores e de texturas e que se declinam em múltiplos gestos, movimentos e emoções. Os seus “outros” inspiram-se em Fernando Pessoa e o título da peça - “Outrar” - também aí vai beber. Esses “outros” são, ainda, uma alegoria dos estados da Terra, do planeta feliz e despreocupado ao planeta que ameaça colapsar. Foi por aí que começámos a conversa, no final do espectáculo, numa sexta-feira, na Ménagerie de Verre, em Paris.RFI: O que conta o espectáculo “Outrar”?Volmir Cordeiro, Coreógrafo e bailarino: “Este espectáculo parte de uma ideia que seria aquela de como é que eu poderia personificar a Terra, como é que eu poderia imaginar a Terra como uma pessoa, a Terra de hoje e a Terra tal como ela estava no momento da pandemia porque este projecto nasce durante o confinamento.Então, a questão da Terra, a questão do isolamento, foi muito importante e porque ela também parte da trilha sonora, que tem essa camada bastante cavernosa de uma gruta, que me deu muito essa imagem do que a gente estava vivendo naquele momento do confinamento e tudo o que a gente inventava dentro de um quadrado, dentro das nossas casas.Eu decidi que estava dentro de um quadrado e eu tinha essa ideia de ser a Terra, a Terra doente, a Terra feliz, a Terra que ainda dá para salvar, que ainda pode ser salva, a Terra florida, a Terra fértil, a Terra “clown”, a Terra palhaça, a Terra que precisa de ajuda. Eu fui imaginando várias versões dessa Terra que eu ia encarnando.”A Terra é personificada por si?“É. Eu seria esse desejo, esse desejo de chegar grande, chegar caminhando, caminhando nesse chão que está estável por enquanto, mas que está tremendo porque essa vibração do som coloca o chão, o espaço a tremer. Esse instante quase que precede o colapso, essa ideia que a gente tinha de como é que a gente vai sair da pandemia, para onde é que a gente vai, qual é que vai ser a continuidade do mundo, como é que a gente vai mudar as nossas relações com a vida, com a natureza, connosco mesmos, para podermos continuar a existir.Como a trilha sonora é cheia de variações, cheia de pássaros, cheia de crianças brincando, cheia de vidro quebrando, ela tem um monte de imagens que me foram alimentando e que têm essa ideia de 'outrar', de se transformar em outro. Por isso é que eu fui juntando camadas de figurinos, de saia, de roupa, de pijama, de cuecas, de tudo que eu encontrava, para também trazer essa ideia de que a Terra é feita de todos nós, é feita de vários elementos, de vários outros e que, portanto, dentro desse quadrado, dentro dessa dança, eu tinha que ficar eu mesmo outrando.”Já vamos ao conceito de “outrar”, mas ainda em relação a si como Terra, o Volmir entra em palco ao som de uma tempestade e entra de uma forma muito vertical, como uma árvore que é abanada por essa tempestade. Vive imensas coisas pelo meio e, a dada altura, cai por terra despido. Que gesto é este? “Acho que tem totalmente essa ideia do desmoronamento. A ideia de chegar grande e festivo no vento, no carnaval, na festa, num grande desejo de modificação, num grande entusiasmo de colocar as pessoas que me estão a ver para também se imaginarem ali dentro, para se olharem, olhando o que eu estou fazendo e se verem no outro também - por isso, há este dispositivo de estar um de frente para o outro.Tem essa transformação porque eu precisava 'outrar' também na minha figura global, essa figura não podia terminar assim, ela tinha que virar como a gente vira uma luva, como a gente vira uma meia do avesso. Ela tinha que virar do avesso para dar a ideia de que ela teria que viver uma transformação ali, diante do público. E ela se transforma nessa sereia que está muito perto do chão, que está esmagada, que está talvez nos últimos instantes da própria vida, mas que ainda carrega uma ideia de sublime, uma ideia de beleza e que ainda assim está pedindo ajuda e está procurando pelo outro. É o último chamado pelo outro, esse gesto de procurar, de pedir a esmola, de entregar alguma coisa, de se dirigir para o outro.Então, para mim tem essa coisa desses outros que também vão-se amarrando em nós e que a gente está cheio de outros até ao ponto em que eu vou tirando as minhas camadas, vou-me transformando nessa sereia, mas essa sereia também vai-me impedindo de andar, vai-me impedindo de dançar, vai-me impedindo de me movimentar. O destino final é ir para o chão e ao ir para o chão, ela existe ali no que ela pode fazer naquela nova condição.”É por isso que chamou ao espetáculo “Outrar”? O que quer dizer, para si, “outrar”? “Outrar foi o nome que a Lia Rodrigues deu para o projecto dentro da pandemia porque ela não podia estar aqui na Europa para apresentar um trabalho, não podia fazer a viagem. Então, ela convocou alguns bailarinos que já tinham trabalhado com ela, que estão morando aqui, para ir no lugar dela. Foi ela que deu esse nome a partir de um poema de Fernando Pessoa -eu não sei exactamente qual é o poema, mas vem dele esse neologismo. E já era uma maneira de 'outrar', não era ela, era outro que estava no lugar dela. Foi ela que mandou essa trilha sonora e falou: 'Usem a trilha sonora e faça o que vocês quiserem'. Eu, como estou sempre carregado de figurinos em casa, pensei: 'Bom, para outrar eu vou ter que achar um jeito de criar múltiplos, de criar uma imagem de muitos...”Heterónimos?“Heterónimos, exacto, que seria essa saia, essa calça, esse pijama. Então, fui juntando coisas que eu já tinha de outras peças e quando cheguei no estúdio, eu tinha uma semana e meia para fazer isso, foi muito rápido, e decidi fazer essa figura que está carregada, que é densa e virou essa cebola. Eu chamo muito essa figura de uma cebola viva porque ela está cheia de camadas e o nó dela, o umbigo dela, o centro dela, se confunde com a periferia. Então, é por isso que é como se eu tivesse ali dentro uma interioridade vibrando, pulsando, e é por isso que ela tem que ser revelada também no final. Eu tenho que descascar a cebola, então vou tirando as minhas camadas e ela de cebola vira uma sereia.”O problema é que quando descascamos uma cebola, ficamos a chorar. Em tempos de extremismos, de polarizações políticas, esta peça, este “outrar” tem também algum significado político? “Tem sobretudo, para mim, uma vontade muito grande de valorizar o discurso e a potência do artista. Eu acho que é uma das coisas que eu mais sinto ameaçadas. Ameaçada hoje neste contexto, falando da questão da arte em si. Acho que a primeira coisa que eu queria lembrar é de a gente poder renovar o espaço de encontro e de uma imaginação forte que a gente pode ter quando a gente está em contextos artísticos, quando a gente se reúne para assistir uma peça de 30 minutos e que a gente testemunha de uma transformação. Acho que essa é a primeira camada que eu gostaria de salientar.A segunda é lembrar a tragédia em que está o nosso mundo. Eu acho que quando entro para dançar, eu venho carregado dessa tragédia que é essa tragédia do fascismo, que é essa tragédia do corte do orçamento para a cultura, que é essa vontade de ir para Marte explorar, essa vontade de carro voador, esse delírio do homem, do patriarcado virilista de querer sempre mais, essa ganância. Eu estou fazendo tudo com os trapos, com as roupas que eu encontrei para construir uma figura que vem para lembrar a gente do que a gente precisa, talvez das coisas mais básicas que é vestir, comer, dormir, deitar, sentar, olhar para o outro, dançar, festejar, voltar um pouco para as nossas acções mais básicas e eu acho que a dança é uma ferramenta essencial para isso e pouquíssimo valorizada.”Pode falar-nos um pouco mais da sua colaboração com a Lia Rodrigues? Como é que surgiu o convite? “Eu trabalhei com a Lia entre 2008 e 2011,  dos meus 21 aos meus 24 anos, foi um processo muito marcante na minha vida e isso resultou numa relação muito querida, muito gostosa, muito actualizada também. A gente está sempre em conexão, sempre conversando, sempre trocando. É uma presença que ficou muito marcante na minha vida.Acho que as coisas que a gente faz muito jovem são muito determinantes nas nossas vidas. Eu vi a Lia quando tinha 14 anos, lá no interior de Santa Catarina, lá num lugar perdido no fundo do Brasil, no sul do Brasil, eu vi o trabalho da Lia e a partir dali eu quis dançar com ela. Então, depois de ter visto o trabalho com 14 anos, eu entrei na companhia dela com 21 anos. Com 24, deixei a companhia dela para vir morar na França e estudar na França.”E desde então vive em Paris?“E desde então estou aqui. Este trabalho é de 2021, então foi quase dez anos depois que a gente voltou a colaborar através dessa ideia do Outrar, que foi um encontro feito dessa natureza, diante de um contexto pandémico: “Eu não posso ir. Você iria no meu lugar?” Então ela manteve o projecto também, que era uma coisa importante para a sobrevivência da companhia dela. Eu fui lá e criei um projecto a partir da trilha sonora que ela me mandou.”Ou seja, em vez de fechar, o confinamento, para si, abriu qualquer coisa. E para ela também…“Sim, eu estava fazendo um outro projecto no meio desse caminho e este projecto foi como um sopro de fazer alguma coisa nesse estado da pandemia, que era um estado onde a gente não tinha mais a capacidade de antecipar as coisas, que na França tudo é muito antecipado, tudo é muito programado, tudo é muito articulado, com muita antecedência. E nesse momento na nossa vida não estava muito para se programar. A gente não sabia nem quando a gente ia parar de estar confinado, quando a gente ia voltar a sair de casa, as regras mudavam a toda a hora. Então, apareceu essa oportunidade que veio assim como um sopro mesmo. Eu apanhei isso, agarrei isso com muito carinho, muito desejo e com muita espontaneidade. Tipo: 'O que eu tenho em casa? O que eu posso fazer hoje?' Esse vocabulário corporal eu estava trabalhando já em algum momento para fazer essas outras peças , eu metabolizei isso de um jeito e virou este trabalho.”É autor de um ensaio sobre figuras da marginalidade na dança contemporânea, intitulado “Ex-corpo”. Que figuras são estas e até que ponto é que se inscreve nessa linhagem? “Esse livro é uma tese que eu defendi na [Universidade] Paris VIII, uma tese que estava muito voltada para uma ideia de analisar peças que marcaram a minha vida de espectador e que me impulsionaram a entrar na dança. Não são peças com as quais eu construiria necessariamente uma relação de filiação, mas uma relação de afinidade. Peças como Luiz de Abreu, “O Samba do Crioulo Doido”, peças do Marcelo Evelin, “Batucada”, “De repente fica tudo preto de gente”, a peça da Micheline Torres “Histórias de Pessoas e Lugares”.São peças que marcaram a minha vida e são peças que, de alguma forma, estão abordando o que é hoje em dia colocar em cena, como é que a dança contemporânea acolhe um corpo negro, acolhe a questão do corpo migrante, acolhe os movimentos de massa, os movimentos de insurreição. Eu estava interessado nessa força da subversão daquilo que está instituído como marginalizado e que aparece justamente num contexto que permite que a gente mude a nossa maneira de receber a marginalidade, que mude a nossa maneira de conceber o corpo do outro, até que ponto o nosso corpo está submetido a um olhar que vem designá-lo como um corpo marginalizado. Então, são esses processos que me interessam. Esses artistas são artistas muito importantes na minha história. Eu quis analisar como é que eles se interessam ao público, como é que eles se vestem para entrar em cena, como é que eles organizam a dramaturgia, como é que eles passam de uma cena para outra. São artistas muito inspiradores para mim, assim como a Lia.Eu acho que eu estudei não na tentativa de tentar imitá-los - mas que a imitação é uma coisa muito típica da dança e quando a gente imita, a gente também se auto-imita, imita coisas de nós mesmos que a gente talvez desconheça até. Mas eu acho que o lugar deste livro foi mais de conhecer, de aprender como é que essas pessoas que tanto me marcaram fazem, como é que eu posso estudá-las para entender como é que eu faço também. Porque às vezes eu faço muitas coisas que eu não sei exactamente o que eu estou fazendo. Eu reclamo e reivindico muito essa parte inconsciente do trabalho.”

Lecturas desde Santa María de los Buenos Ayres.
Fernando Pessoa (20) (1888 - 1935 Portugal)

Lecturas desde Santa María de los Buenos Ayres.

Play Episode Listen Later Apr 3, 2025 23:19


Regresamos a uno de los más grandes escritores portugueses.

NotaTerapia
QUEM É BERNARDO SOARES (FERNANDO PESSOA)?

NotaTerapia

Play Episode Listen Later Mar 26, 2025 63:00


Ajudante de guarda-livros em Lisboa, Bernardo Soares é um dos heterônimos de Fernando Pessoa, sendo considerado por muitos um “semi-heterônimo”, dada sua proximidade com o próprio autor. Em seu Livro do Desassossego, Bernardo Soares descreve como conheceu Pessoa: em uma casa de pasto que frequentavam, onde apresentou sua obra. O livro, escrito em fragmentos, narra sua vida e reflexões sobre a cidade, si mesmo e o mundo, e é considerado uma das obras fundadoras da ficção portuguesa do século XX. O livro foi publicado pela primeira vez apenas na década de 1980, cinco décadas após a morte de Pessoa.Para falar sobre Bernardo Soares e seu Livro do Desassossego, nossa colaboradora Daleth Costa conversa com o professor Luis Maffei. Sobre o convidado:Luiz Maffei é Professor de Literatura Portuguesa da Universidade Federal Fluminense. Bolsista em Produtividade do CNPq, PQ 2, desde 2018. Bolsista Jovem Cientista de Nosso Estado - FAPERJ, entre 2015 e 2017. Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999), mestrado (2003) e doutorado (2007) em Literatura Portuguesa pela mesma instituição - neste último, apresentou a tese DO MUNDO DE HERBERTO HELDER.Veja na versão em vídeo aqui:https://youtube.com/live/9q2TtzJNMzg

Hörspiel Pool
"Tape-Recordings eines metaphysischen Ingenieurs". Musikalisches Hörspiel nach Texten von Fernando Pessoa

Hörspiel Pool

Play Episode Listen Later Feb 20, 2025 68:02


Collage · Fernando Pessoa, Portugals bekanntester Schriftsteller und rätselhaftes Genie, hat zu Lebzeiten nur wenige Texte veröffentlicht. In seiner Truhe aber lagerten 24.000 Fragmente. Poetische Miniaturen, die Kai Grehn zu einem Hörspiel verdichtet hat, eingesprochen und musikalisch untermalt von Robert Gwisdek aka Käptn Peng und Shaban. | Von Fernando Pessoa und Kai Grehn | Mit Robert Gwisdek | Aus dem Portugiesischen: Inés Koebel | Konzept und Realisation: Kai Grehn | Komposition: Shaban | Special Guests: Claudia Graue, Käptn Peng | BR/RB 2019 | Podcast-Tipp: "Der Zauberberg" Thomas Manns Jahrhundertroman als 10-teiliges Hörspiel: https://1.ard.de/mann_derzauberberg

The History of Literature
678 Fernando Pessoa (with Bartholomew Ryan) | My Last Book with Robin Waterfield

The History of Literature

Play Episode Listen Later Feb 13, 2025 69:28


Jacke's been trying to come to grips with Portuguese modernist poet Fernando Pessoa ever since Harold Bloom named him one of the 26 most influential writers in the entire Western canon. But it's not easy! As a young man, Pessoa wanted to be, in his words, "plural like the universe," and he carried this out in his poetry: writing verse in the style of more than one hundred fictional alter-egos that he called heteronyms. In this episode, Pessoa expert Bartholomew Ryan, author of Fernando Pessoa: A Critical Life, joins Jacke for a discussion of Pessoa's profound, endlessly innovative ideas. PLUS renowned scholar Robin Waterfield (Aesop's Fables: A New Translation) joins Jacke for a discussion of the last book he will ever read. Additional listening: 643 Aesop and His Fables (with Robin Waterfield) 398 Fernando Pessoa 138 Why Poetry (with Matthew Zapruder) The music in this episode is by Gabriel Ruiz-Bernal. Learn more at gabrielruizbernal.com. Help support the show at patreon.com/literature or historyofliterature.com/donate. The History of Literature Podcast is a member of Lit Hub Radio and the Podglomerate Network. Learn more at thepodglomerate.com/historyofliterature. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

il posto delle parole
Francesco Zambon "I trovatori di Dante"

il posto delle parole

Play Episode Listen Later Jan 29, 2025 24:07


Francesco Zambon"I trovatori di Dante"Andrea Molesini Editore Veneziawww.molesinieditore.it«Poco vale ricchezzaSe la si usa a casaccioSenza legge e diritto!»Traduzione di Francesco ZambonCon un saggio di Claudia Di FonzoPer nessun “sì” darei il vostro “no”,Perciò muto sovente riso in pianto;Del mio dolore come un folle godoE della morte, se vi guardo in viso.E come il basilisco che con gioiaSi uccide contemplandosi allo specchio,Così voi siete per me specchio: quandoVi vedo e vi contemplo mi uccidete.Dante conobbe bene la poesia in lingua d'oc, una delle tre lingue – con la lingua d'oil e la lingua del sì, francese e italiano – che formano quello che egli definisce l'ydioma tripharium. Ed essi costituirono uno dei suoi modelli poetici fondamentali, dalla giovanile Vita nuova fino alla Commedia. Nel suo trattato di poetica, il De vulgari eloquentia, Dante cita a diverso titolo ben undici componimenti di sei trovatori diversi; alcuni testi sono allegati come esempi metrici o retorici, altri come espressione dei tre temi o materie da lui distinti nella poesia lirica: armi, rettitudine e amore. Nella Commedia, poi, egli mette in scena alcuni di questi poeti, ripartendoli calcolatamente nelle tre cantiche: nell'Inferno è collocato Bertran de Born, poeta delle armi, fra i seminatori di discordia; nel Purgatorio Arnaut Daniel, poeta dell'amore profano, fra i lussuriosi; nel Paradiso infine Folquet de Marselha (Folco), poeta della fede e dell'amore divino dopo aver cantato quello per le donne, fra gli spiriti amanti. E le parole che gli rivolge Arnaldo sono addirittura in lingua occitana, unico caso di discorso in lingua non italiana presente nel poema. Dante riprese inoltre in Al poco giorno e al gran cerchio d'ombra la forma metrica inventata da Arnaut Daniel, la sestina, che avrebbe avuto in seguito un immenso successo in tutte le letterature europee. Questo volume riunisce tutti i componimenti citati da Dante nel De vulgari eloquentia (oltre a una canzone di Peire d'Alvernhe e alla sestina di Arnaut, che egli imitò direttamente). Rispetto alle precedenti e analoghe sillogi di Chaytor, di Monaci e di Folena, essi sono qui per la prima volta accompagnati da una traduzione che, pur nella fedeltà al testo originale, ne rispetta rigorosamente le misure metriche.Francesco Zambon è professore emerito di Filologia romanza presso l'Università degli Studi di Trento. Studioso di fama internazionale, ha indagato su numerosi aspetti della letteratura allegorica e religiosa del medioevo latino e romanzo (bestiari, mito del Graal, trovatori, eresia catara, mistica amorosa). Ha scritto anche su alcuni poeti italiani ed europei contemporanei, fra cui Montale, Pascoli, Pasolini, Pierro, Ceronetti, Zanzotto e Pessoa. Con questa casa editrice ha pubblicato L'iride nel fango. L'anguilla di Eugenio Montale (2022), curato Messaggio di Fernando Pessoa (2022) e tradotto L'altra metà del sogno mi appartiene, vol. I, di Alicia Gallienne (2023).Claudia Di Fonzo è medievista e in particolare studiosa di Dante, cui ha dedicato numerose monografie e saggi. Da diversi anni si è specializzata, a proposito di Dante e di altri autori, sul rapporto fra diritto e letteratura, materia che insegna presso l'Università di Trento. Fra le sue pubblicazioni spiccano la prima edizione critica de L'ultima forma dell'«Ottimo commento» all'Inferno (Longo 2008) e diverse monografie su Dante e la cultura medievale (Dante e la tradizione giuridica, Carocci 2016; Scale e tribunali dell'aldilà, Longo 2022; Albedo iustitiae. Il peccato ermafrodito e altre questioni di diritto e letteratura, Ed. dell'Orso 2023).IL POSTO DELLE PAROLEascoltare fa pensarewww.ilpostodelleparole.itDiventa un supporter di questo podcast: https://www.spreaker.com/podcast/il-posto-delle-parole--1487855/support.

Podcast Filosofia
Quanto tempo, o tempo tem? - Nossa! Meu tempo já acabou e nem vi passar

Podcast Filosofia

Play Episode Listen Later Jan 20, 2025 26:07


Neste terceiro episódio da série "Quanto Tempo o Tempo Tem?", os professores Pedro Guimarães e Marcelo Silveira convidam você a refletir sobre o enigma do tempo que "passa sem percebermos". Por que temos a sensação de que alguns momentos são tão breves enquanto outros parecem intermináveis? Com base em uma perspectiva filosófica, o episódio explora a relação entre atenção, concentração e o fluxo do tempo em nossas vidas. Como a dispersão e o automatismo afetam nossa percepção temporal? E como o cultivo de valores duradouros pode nos ajudar a encontrar um "ponto de centro", vivendo o tempo com maior consciência e significado? Entre os temas discutidos, destaca-se a ideia de "duração", inspirada na etimologia latina, e como a atenção direcionada pode transformar a maneira como vivemos as experiências do dia a dia. O episódio também propõe práticas simples para melhorar a concentração e entender as prioridades que realmente importam. Encerrando com o poema "Ao longe, ao luar", de Fernando Pessoa, os professores nos convidam a contemplar as realidades subjetivas do tempo e a importância de vivê-lo com propósito e serenidade. Participantes: Pedro Guimarães e Marcelo Silveira Trilha Sonora: Autoria de Mário André, voluntário da Nova Acrópole Link para episódio anterior: https://nova-acropole.org.br/podcast/quanto-tempo-o-tempo-tem-tenho-pouco-tempo-para-resolver-tudo/ Poesia: "Ao longe, ao luar", de Fernando Pessoa Ao longe, ao luar, No rio urna vela Serena a passar, Que é que me revela? Não sei, mas meu ser Tornou-se-me estranho, E eu sonho sem ver Os sonhos que tenho. Que angústia me enlaça? Que amor não se explica É a vela que passa Na noite que fica.

Podcast Filosofia
Quanto tempo, o tempo tem? – Tenho pouco tempo para resolver tudo

Podcast Filosofia

Play Episode Listen Later Jan 13, 2025 28:07


Neste segundo episódio da série “Quanto Tempo o Tempo Tem?”, os professores Pedro Guimarães e Marcelo Silveira convidam você a refletir sobre a percepção do tempo em nossas vidas.  Com uma abordagem filosófica, eles questionam: será que o tempo é realmente rápido ou devagar, ou somos nós que, ao perdermos a atenção no momento presente, deixamos a vida passar despercebida? O ritmo da vida, dizem os professores, não é dado pelo tempo em si, mas pela maneira como direcionamos nossa consciência e ações. Entre os temas discutidos, destaca-se a importância de encontrar nosso ponto de realidade: onde estamos colocando nossa atenção e como isso afeta nossas escolhas? Ao refletir sobre essas questões, podemos aprender a dar mais sentido e cadência à vida. Este episódio ainda traz uma inspiração poética com o poema “Vive, dizes, no Presente” de Fernando Pessoa, que nos convida a um olhar mais profundo sobre o tempo e a vida. Não perca a continuidade dessa reflexão! No próximo episódio, abordaremos: “Nossa, meu tempo já passou? Nem vi passar!”. Participantes: Pedro Guimarães e Marcelo Silveira Trilha Sonora: Autoria de Mário André, voluntário da Nova Acrópole Acesse o link do Episódio Anterior - https://nova-acropole.org.br/podcast/quanto-tempo-o-tempo-tem-tempo-o-misterio-da-vida/ Confira a Poesia Completa - Vive, dizes, no presente - Fernando Pessoa  Vive, dizes, no presente; Vive só no presente. Mas eu não quero o presente, quero a realidade; Quero as coisas que existem, não o tempo que as mede. O que é o presente? É uma coisa relativa ao passado e ao futuro. É uma coisa que existe em virtude de outras coisas existirem. Eu quero só a realidade, as coisas sem presente. Não quero incluir o tempo no meu esquema. Não quero pensar nas coisas como presentes; quero pensar nelas como coisas. Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes. Eu nem por reais as devia tratar. Eu não as devia tratar por nada. Eu devia vê-las, apenas vê-las; Vê-las até não poder pensar nelas, Vê-las sem tempo, nem espaço, Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê. É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.

Unpacked by AFAR
Afar, A Retrospective: A Poet's Travel Guide to Lisbon, Portugal

Unpacked by AFAR

Play Episode Listen Later Dec 3, 2024 16:31


This podcast episode is part of Afar, A Retrospective. As part of Afar's 15-year anniversary celebration, this episode from our sister podcast, Travel Tales by Afar, was selected as one of our favorites. We hope you enjoy it as much as we do—and stay tuned for more archival Travel Tales episodes from September - December 2024. Explore more of our favorite stories over the years at afar.com/fifteen. Two months after her house burned down, Afar sent the award-winning author of Miss Burma, Charmaine Craig, to Lisbon, Portugal, with 24 hours' notice. Without a plan, Charmaine aimlessly follows tourists through cobbled streets before stumbling upon the grave of one of the country's most beloved authors: Fernando Pessoa. Following in his footprints, her trip transforms into a poetic journey through loss, impermanence, and hope.  Portugal's Elusive Poet: Fernando Pessoa In this episode discover:  The world's oldest bookstore, Livraria Bertrand.   How Portugals' streets recovered after fire and earthquakes.  Where to follow Francis Pessoa's legacy in Lisbon.  Twin Flames, Twin Houses Don't miss these transformative moments:  [01:39] Lost history and landing in Lisbon.  [05:02] Meeting Francis Pessoa: a master poet of impermanence.  [08:00] Echoes of destruction, from L.A. to Lisbon.  A Literary Adventure in Lisbon The only book Charmaine Craig brought to Lisbon was The Book of Disquiet by Francis Pessoa. Though she knew the author lived in Lisbon,Charmaine didn't expect to stumble upon his tomb in her first 24 hours. In this episode, an unplanned trip to Portugal becomes a deeply personal, poetic tour through grief, impermanence, and hope.  Resources:  Read Charmaine's original story.  Visit Charmaine's website and buy her books, Miss Burma and My Nemesis. Plan a trip to Lisbon with Afar with content like the best things to do and see or these guides to the perfect day or weekend.

Culture en direct
Critique spectacle vivant : "Pessoa Since I've been me", Bob Wilson effleure Fernando Pessoa

Culture en direct

Play Episode Listen Later Nov 11, 2024 27:19


durée : 00:27:19 - Les Midis de Culture - par : Marie Labory - Au programme du débat critique, du théâtre et de la danse : "Pessoa Since I've been me" de Bob Wilson et "Thisispain" de Hillel Kogan. - réalisation : Laurence Malonda - invités : Marie Sorbier Rédactrice en chef de I/O et productrice du "Point Culture" sur France Culture; Victor Inisan Docteur en études théâtrales, dramaturge et critique

Culture en direct
Maria de Medeiros : "Je pense à Louis Jouvet et ce qu'il disait sur la respiration"

Culture en direct

Play Episode Listen Later Nov 9, 2024 10:47


durée : 00:10:47 - L'Avant-scène - par : Aurélie Charon - Le poète portugais Fernando Pessoa accompagne la comédienne Maria de Medeiros depuis toujours. Elle l'incarne dans la dernière création du metteur en scène américain Bob Wilson. - réalisation : Alexandre Fougeron - invités : Maria de Medeiros Comédienne, chanteuse

Radio Duna - Lugares Notables

1917 - Fernando Pessoa, el hombre de los más de 70 heterónimos y el desasosiego, está, justamente, en un momento de ese tipo, frecuentes, en él, y le escribe a su amigo poeta Mario de Ca Carneiro, que había muerto hace casi un año, la siguiente carta. Un espacio de Bárbara Espejo.

ANGELA'S SYMPOSIUM 📖 Academic Study on Witchcraft, Paganism, esotericism, magick and the Occult

Let's delve into the enigmatic world of Western esotericism through the lens of Fernando Pessoa, my favourite poet and a fascinating figure in both literature and esoteric thought. Pessoa's unique approach to esotericism, embodied through his famous heteronyms, presents a multifaceted exploration that challenges traditional perspectives on spirituality, philosophy, and identity. We'll start by situating Pessoa in the broader academic discourse on esotericism, examining Antoine Faivre's foundational model and Wouter Hanegraaff's expanded definitions. We then explore how Pessoa's heteronyms—distinct personas like Alberto Caeiro, Ricardo Reis, and Álvaro de Campos—each offer a unique esoteric worldview, from naturalistic pantheism to mystical modernism, showcasing a plurality of voices that embody different spiritual paths. In addition, we'll uncover Pessoa's complex relationship with the notorious occultist Aleister Crowley, highlighting how their collaboration at the Boca do Inferno became a legendary event, blending real life and esoteric performance. CONNECT & SUPPORT

Hello, Dear with Pedro and Charles
020: The Abyss Howls Underneath Me

Hello, Dear with Pedro and Charles

Play Episode Listen Later Oct 2, 2024 70:00


Today's guest fell through and I did a solo podcast. If you listen to all of this you are my best friend. Readings: The Magic Mountain, Thomas Mann Dracula, Bram Stoker "The Call of Cthulhu", H.P. Lovecraft Moby-Dick, Herman Melville "Alberto Caiero XXVI", Fernando Pessoa

Tant qu'il y aura des hommes
34-Nicolas Barral: "Ecrire et dessiner, c'est s'arrêter sur les choses."

Tant qu'il y aura des hommes

Play Episode Listen Later Sep 30, 2024 51:59


Nicolas Barral est auteur, scénariste et dessinateur de romans graphiques. Avec son style et sa sensibilité, il livre à chaque fois des albums plein d'humour, de tendresse et d'intelligence. Dans son dernier livre "L'intranquille Monsieur Pessoa" il nous raconte les derniers jours d'un auteur ô combien passionnant et pourtant méconnu du grand public, Fernando Pessoa. Alors dans cet épisode, il nous parle de son enfance biensur, mais aussi des rencontres qui ont été décisives dans sa vie, sans oublier la place qu'à le Portugal dans sa vie aujourd'hui. Il nous raconte les différentes facettes de son métier, dessinateur et scénariste, ou encore comment il est tombé un jour nez à nez avec une photo de Fernando Pessoa, qui semblait presque le mettre au défi.Tout cela et bien plus encore, c'est à découvrir dans ce merveilleux épisode, fort et tranquille comme l'est Nicolas Barral.Bonne écoute!Générique composé par le formidable Jean Thévenin.

Les Nuits de France Culture
Le Livre de l'Intranquillité de Fernando Pessoa

Les Nuits de France Culture

Play Episode Listen Later Sep 19, 2024 29:59


durée : 00:29:59 - Les Nuits de France Culture - par : Albane Penaranda - Un livre, des voix… "Le Livre de l'Intranquillité" de Fernando Pessoa par Etienne Valles, avec Françoise Laye, traductrice, et des extraits lus par Philippe Caulet. - réalisation : Virginie Mourthé - invités : Fernando Pessoa Écrivain portugais (1888-1935)

Hoy por Hoy
La biblioteca | Paco Cerdà, 'Presentes'

Hoy por Hoy

Play Episode Listen Later Sep 13, 2024 38:28


El escritor valenciano Paco Cerdà si que estuvo presente en la Biblioteca de Antonio  Martínez Asensio en  Hoy por Hoy, y no ausente como José Antonio Primo de Rivera ,  protagonista de su nueva novela "Presentes" (Alfaguara). El ya conocido como nuevo exponente de la no ficción española publica una novela sobre el traslado del cadáver del fundador de falange entre Alicante y El Escorial en noviembre de 1939. Fue el mayor acto de propaganda del régimen franquista. Once día , diez noches y 467 kilómetros a pie para trasladar el cuerpo del mártir del franquismo por territorios que hacía pocos meses eran afines al bando republicano.  Paco Cerdá juega con ese tiempo para contarnos lo que ocurría en aquella procesión nacional y a la vez las vivencias de los perdedores en el exilio, las cárceles, los trabajos forzados , las torturas o los fusilamientos. Las dos españas en 11 días de noviembre de 1939. Paco Cerdà, además de su libro, nos donó otros dos para la biblioteca radiofónica: "Llibre de merevelles" de Andrés Estellés (Editado por Tres i Quatre ) "El libro del desasosiego" de Fernando Pessoa (Seix Barral). También han entrado en nuestra colección los libros de actualidad de Antonio Martínez Asensio  "Doña Bárbara" de Rómulo Gallegos (Cátedra) , "La historia de un muro" de Nasser Abu Srour (Galaxia Gutemberg). En cuanto a novedades Pepe Rubio nos trajo "Como un latido en un micrófono" de Clara Queraltó (Anagrama) y "Mapas y perros" de Unai Elorriaga (Plasson and Bartlebom) . El libro perdido en la redacción lo rescató Brian Pérez y fue  "Como anillo al cuello" de Purificació Mascarell (Editado por Ariel). "Un libro, una hora" nuestro programa hermano de la SER nos donó "Moby Dick" de Herman Melville (Anaya) y , por último, los oyentes donaron "La hora de la cerveza" de Anthony Burgess (Alfaguara) y "Como una novela" de Daniel Pennac (Anagrama) 

Slate Culture
Culture Gabfest: Has The Bear Jumped the Shark?

Slate Culture

Play Episode Listen Later Jul 10, 2024 63:46


On this week's show, June Thomas (co-host of Slate's Working podcast and the author of A Place of Our Own) sits in for Julia Turner. The panel first explores The Bear, now in its third season, and questions whether Christopher Storer's beast has become too self-aware. Then, they discuss Fancy Dance, a profoundly moving film by Native writer-director Erica Tremblay starring Lily Gladstone that's equal parts road movie, crime procedural, and family drama. Finally, the trio dives deep into their personal relationships with app culture, inspired by Mark Hill's essay for Slate, “I'm Tired of Using An App For Everything.” In the exclusive Slate Plus segment, the panel answers a listener question from James: “As you get older, how do you keep yourself open to new interests, experiences, and ideas? To put it negatively, how do you avoid becoming an old crank?” Email us at culturefest@slate.com.  Endorsements: June: A particularly moving video that's making the rounds on social media, in which a large crowd of supporters gather at Carmarthen Railway in Wales to send off Plaid's Anne Davies and sing her the Welsh national anthem.  Steve: "I Know It's Over" by The Smiths.  Dana: Patti Smith reading Fernando Pessoa (or to be more precise, Álvaro de Campos) at the Casa Fernando Pessoa museum in Lisbon.  Podcast production by Jared Downing. Production assistance by Kat Hong.  Hosts Dana Stephens, June Thomas, Stephen Metcalf Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Slate Daily Feed
Culture Gabfest: Has The Bear Jumped the Shark?

Slate Daily Feed

Play Episode Listen Later Jul 10, 2024 63:46


On this week's show, June Thomas (co-host of Slate's Working podcast and the author of A Place of Our Own) sits in for Julia Turner. The panel first explores The Bear, now in its third season, and questions whether Christopher Storer's beast has become too self-aware. Then, they discuss Fancy Dance, a profoundly moving film by Native writer-director Erica Tremblay starring Lily Gladstone that's equal parts road movie, crime procedural, and family drama. Finally, the trio dives deep into their personal relationships with app culture, inspired by Mark Hill's essay for Slate, “I'm Tired of Using An App For Everything.” In the exclusive Slate Plus segment, the panel answers a listener question from James: “As you get older, how do you keep yourself open to new interests, experiences, and ideas? To put it negatively, how do you avoid becoming an old crank?” Email us at culturefest@slate.com.  Endorsements: June: A particularly moving video that's making the rounds on social media, in which a large crowd of supporters gather at Carmarthen Railway in Wales to send off Plaid's Anne Davies and sing her the Welsh national anthem.  Steve: "I Know It's Over" by The Smiths.  Dana: Patti Smith reading Fernando Pessoa (or to be more precise, Álvaro de Campos) at the Casa Fernando Pessoa museum in Lisbon.  Podcast production by Jared Downing. Production assistance by Kat Hong.  Hosts Dana Stephens, June Thomas, Stephen Metcalf Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

3.55
CHANEL Rendez-vous littéraires — Édition spéciale au festival MOT pour Mots avec Sarah Chiche, Aurélie Lacroix et Charlotte Casiraghi

3.55

Play Episode Listen Later Jun 7, 2024 52:23


Fidèle à son engagement en faveur de la littérature et de la création contemporaine, CHANEL renouvelle son soutien au festival MOT pour Mots organisé par Le Monde, Le Nouvel Obs et Télérama. À l'occasion de l'ouverture de la quatrième édition du festival, l'ambassadrice et porte-parole de la Maison Charlotte Casiraghi a retrouvé les autrices Sarah Chiche et Aurélie Lacroix pour une édition spéciale des Rendez-vous littéraires rue Cambon animée par Elisabeth Philippe, journaliste au Nouvel Obs. Ensemble, elles ont parlé d'écriture et de la place de la littérature dans leur vie.© Festival MOT pour Mots.Les Enténébrés, Sarah Chiche, © Éditions du Seuil, 2019, Points, 2020.Saturne, Sarah Chiche, © Éditions du Seuil, 2020, Points, 2021.Les Alchimies, Sarah Chiche, © Éditions du Seuil, 2023, Points, 2024.© Éditions du Seuil.Aurélie Lacroix, L'Unique objet de mon regard, 2023, © Éditions Cambourakis. © Rencontres Philosophiques de Monaco© Le Nouvel ObsSarah Chiche, L'Inachevée, 2008, © Éditions Grasset & Fasquelle.Hervé Guibert, Fou de Vincent, 1989, © Les Éditions de Minuit.© Éditions GrassetAnnie Ernaux, Passion Simple, 1991, © Éditions Gallimard.Joan Didion : Le Centre ne tiendra pas, Griffin Dunne, © Didion Doc, Netflix, 2017.Joan Didion, L'année de la pensée magique © 2005 © Editions Grasset & Fasquelle, 2007, pour la traduction françaiseThe Year of Magical Thinking by Joan Didion. Copyright © 2005 by Joan Didion. Published by HarperCollins Publishers. All Rights Reserved.Fernando Pessoa, Le Livre de l'intranquillité, Traduit en français par Françoise Laye, © Christian Bourgois Editeur, 1988.Fernando Pessoa, Livro do Desassossego, 1990, © Grupo Editorial Presença. All Rights Reserved.Ann Veronica Janssens, Mukha, 1997. All Rights Reserved.© KHM-MuseumsverbandLéon Tolstoï, Anna Karénine, 1873Albert Cohen, Belle du Seigneur, 1968, © Éditions Gallimard.Edith Wharton, Le temps de l'innocence, 1920Laurence Plazenet, La blessure et la soif, 2009, © Éditions Gallimard.Francisco de Goya, Les Désastres de la guerre, 1810-1815Francisco de Goya, Le Chien, 1819-1823Francisco de Goya, Le sommeil de la raison engendre des monstres, 1799Madame de La Fayette, La Princesse de Clèves, 1678Alfred de Musset, On ne badine pas avec l'amour, 1861

Clairannoyance
Serendipity Sessions: Transcending Opposites with Jupiter in Gemini

Clairannoyance

Play Episode Listen Later May 23, 2024 61:28


Jupiter begins its year-long transit through Gemini on May 25, 2024, so we turned it into a Serendipity Session! We riff on a specific yet understated theme that Jupiter in Gemini is likely to expose: the need to transcend opposing forces. The world is seen through a binary lens in many ways. Gemini will highlight the contradictions, juxtapositions, dichotomies, contrast, and duality that's present in so many aspects of our lives. But Jupiter has an ability to create a mystical union when faced with opposites. Resources mentioned in this episode include: Doppelgänger by Naomi KleinThe Book of Disquiet by Fernando PessoaDialectical Materialism*******************************About The Serendipity Sessions:We began The Serendipity Sessions as a series in the Clairannoyance podcast so we could have real-time unscripted conversations. Unlike our subject-specific deep dives and guest interview episodes, The Serendipity Sessions is a raw reflection of the genuine bond we share. We have no rules and no episode notes in advance, just a free-flowing exchange of thoughts and emotions. It's an exploration of the outer banks of consciousness where untamed treasures are hidden away. We believe one sudden insight can hold immense value, far beyond most meticulously planned discussions. Each session is a unique encounter with chance as we defy routine and enjoy a spontaneous dance with spirituality. We aim to keep these episodes as evergreen as possible, so you can find your way here whenever you need to. And hopefully, you'll encounter pieces of yourself every time you join us.*******************************P.S. Rate us 5 stars please and leave us a review! It helps so much!*******************************Podcast & Host Resources:Clairannoyance InstagramClairannoyance TikTokClairannoyance WebsiteMegan's InstagramMegan's TikTokMegan's WebsiteRyan's InstagramRyan's TikTokRyan's Website

mindfulness self awareness jupiter enlightenment gemini spiritual growth law of attraction spiritual awakening inner peace spiritual journey energy healing spirit guides serendipity illumination transcending ancient wisdom divine love universal laws opposites doppelg divine intervention spiritual practices soul purpose self realization divine guidance spiritual mentors lightworkers meditation practice mindfulness practice spiritual transformation divine providence higher consciousness divine purpose spiritual guidance sacred geometry spiritual connection spiritual direction fernando pessoa spiritual bypassing higher purpose dialectic crystal healing attention economy philip roth soul healing spiritual enlightenment divine presence emotionally unavailable holistic living soul connection spiritual awareness intuitive guidance chakra balancing energy flow unity consciousness soul alignment universal energy spiritual progress new age spirituality divine destiny disquiet inner growth soul connections conspirituality energy alignment vibrational healing vibrational frequency spiritual empowerment spiritual ascension sacred ceremonies spiritual quest soul awakening holistic well-being soul evolution divine consciousness soulful living soul wisdom sacred symbols compatibilism awakening consciousness sacred wisdom angelic guidance sacred rituals universal wisdom dialectical materialism intuition development chiasmus aura cleansing soulful journey soul expansion zen koans paranormal karen oneness consciousness universal flow consciousness exploration spiritual awakening process spirit awakening universal teachings
Nuestro flamenco
Nuestro Flamenco - Poesía de autor y su presencia en el cante (VII) - 25/04/24

Nuestro flamenco

Play Episode Listen Later Apr 24, 2024 58:36


Séptimo capítulo de la serie dedicada a la poesía de autor y su presencia en el flamenco con las voces de Calixto Sánchez y Vicente Soto sobre textos Antonio Machado y Fernando Pessoa.Escuchar audio