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Um disco de MPB por dia.

Paulo Henrique de Moura


    • Sep 14, 2020 LATEST EPISODE
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    365 LPs - Ep. 15 - Jorge Ben - Philips: 1969.

    Play Episode Listen Later Sep 14, 2020 11:09


    Em seu maravilhoso Jorge Ben (1969), o cantor e compositor convocou duas feras para os arranjos, José Briamonte e ninguém menos que Rogério Duprat, o maestro arranjador mais inventivo da Tropicália. A capa deslumbrante é obra do pintor e artista plástico Albery, e também dialoga com a estética tropicalista. O disco abre com uma sequência matadora de 4 canções em homenagem às mulheres, sob prismas diferentes a cada vez. Que não reste dúvida alguma, Jorge Ben foi quem compôs e cantou melhor as mulheres desse país, entre outros feitos. Em Barbarella podemos perceber o artista roçando na tropicália sem perder um milímetro de seu estilo único e original. O samba rock tá lá, a batida do seu violão inconfundível está lá, sua forma de composição capaz de produzir as imagens mais loucas e singelas estão lá. No entanto, a homenagem a Jane Fonda que interpreta uma heroína em Barbarella (1968) dirigido pelo cineasta francês Roger Vadim, é um delicioso  exercício por parte do maestro Duprat, que cria com uma orquestra, sons que remetem a esse clima de ficção científica.  Sem dúvida alguma, Jorge Ben (1969) é certamente um dos grandes discos da carreira desse que é um dos maiores inventores da música brasileira, um dos pouquíssimos a possuir um estilo único e extremamente singular de tocar e compor, de cantar e performar suas canções.

    365 LPs - Ep. 14 - Os Mutantes - Polydor: 1968.

    Play Episode Listen Later Jul 3, 2020 11:20


    Em junho de 1968, o tropicalismo fervilhava a cena cultural brasileira e Os Mutantes funcionavam mais ou menos como motor de uma engrenagem que seria freada em dois momentos específicos: o decreto do AI5, que dissolveu à força o movimento liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil; e a posterior saída de Rita Lee, que mancharia para sempre a história da banda pioneira no experimentalismo no rock brasileiro. Em 1967, por indicação do maestro Rogério Duprat, conhecem Gilberto Gil. A partir disso gravaram duas canções junto com Gil: "Bom Dia" e "Domingo no Parque" com a qual participaram, junto do compositor baiano, da estréia tropicalista no III Festival de Música Popular Brasileira, ficando com o segundo lugar. A banda também participou do "disco-manifesto" Tropicalia ou Panis et Circencis, um dos mais importantes da música brasileira, participaram nas gravações de discos de Gilberto Gil e Caetano Veloso e fizeram comerciais televisivos e jingles para a Shell. O álbum foi gravado no inicio do ano de 1968, com a produção de Manoel Barenbein e arranjos de Rogério Duprat. Autointitulado “Os Mutantes” foi lançado em junho de 1968. O disco só foi reeditado em CD em 1992 e em 2006. Formado, na época, por Rita Lee e pelos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, os Mutantes inovaram por trazer, em seu trabalho de estreia, um misto de elementos vindos do rock psicodélico e de gêneros musicais nacionais. A faixa “A Minha Menina”, composta por Jorge Ben é um exemplo dessa mistura, sendo uma canção que une o samba e o rock. O LP abre com a faixa "Panis et Circenses" ("pão e circo", em latim) composta por Gilberto Gil e Caetano Veloso. Segundo Rita Lee, Gil e Veloso compuseram a canção "em apenas quinze minutos". A capa do disco é uma foto de Olivier Perroy. Sérgio veste uma capa preta de veludo; Arnaldo, um quimono; e Rita, um vestido-poncho feito com uma toalha indiana. A direção artística foi de Wesley Duke Lee, convidado por Guilherme Araújo. A contracapa traz desenhos feitos pelos próprios Mutantes.

    365 LPs - Ep 13 - Gilberto Gil - Realce - Warner: 1979.

    Play Episode Listen Later Jun 19, 2020 8:12


    Em agosto de 1979, Gilberto Gil lançava o LP Realce, com um vigor e coerência que até hoje poucos conseguiram na música popular brasileira, tanto na expressão das melodias e ritmos (samba, afoxé, disco e reggae, entre outros) quanto nos conteúdos líricos, políticos, metafísicos e sensuais das letras. Gravado nos Estados Unidos, no estúdio Westlake Audio de Hollywood, o álbum produzido por Mazzola foi intencionalmente um produto de mercado, com as vozes de Gilberto Gil acompanhadas por uma poderosa sonoridade musical e o compositor tocando pandeiro e violão de nylon. Realce contempla a crítica política e social, mas de forma otimista (“…Tudo, tudo, tudo vai dar pé…”), reflexo da época de anistia no Brasil e da atitude sempre tolerante, mas não alienada, do artista. O disco faz menções às cenas, à tradição, à religiosidade e ao orgulho de ser da Bahia, interpreta com ousadia e “modernidade” o samba-canção Marina, de Dorival Caymmi, toca em novas propostas filosóficas de vida, questiona o racismo, a escravidão e o preconceito e propõe a liberdade para a criação musical, entre a tradição popular brasileira e o pop internacional, sem maniqueísmos. A música disco, a discothéque, os filmes “Os embalos de sábado à noite” e “Superman”, a telenovela Dancin' Days e a música “Odara”, de Caetano Veloso, que precederam Realce, são fatos importantes para ouvir ainda com muita atenção um dos mais significativos trabalhos de Gilberto Gil. O álbum conta com as participações dos músicos Jerry Hey (tecladista e arranjador do grupo Earth, Wind & Fire) e Steve Lukather (guitarrista da então novata banda Toto) foram músicos americanos que participaram da gravação desse álbum em que, traz além da composição-título Realce, músicas que atravessariam gerações, como Toda menina baiana e Super-homem, a canção, um dos hits do disco. No geral, o álbum Realce foi bem recebido, mas o arranjo pop do samba-canção Marina de Dorival Caymmi causou controvérsias na época, mais por se tratar de uma música do compositor – dono de um cancioneiro até então imaculado – do que pelo arranjo propriamente dito.

    365 LPs - Ep. 12 - Tropicalia ou Panis et Circensis

    Play Episode Listen Later Jun 5, 2020 12:14


    Caetano Veloso e Gilberto Gil causaram grande impacto em suas apresentações no III Festival de Música Popular da TV Record, no ano de 1967. Ali, foram lançadas as bases para o Tropicalismo em sua versão musical - um movimento que mesclou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais daquela época, como correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o Rock e o Concretismo). Antes de fins sociais e políticos, a Tropicália foi um movimento nitidamente estético e comportamental. Em maio de 1968, começaram as gravações do álbum que seria o manifesto musical do movimento, do qual participaram artistas como Gal Costa, Nara Leão, Os Mutantes, Tom Zé - além dos poetas Capinam e Torquato Neto e do maestro Rogério Duprat (responsável pelos arranjos do LP). A primeira música do álbum é "Miserere Nóbis", de Gil e Capinan. Na sequência vem "Coração Materno" - canção até então considerada de mau gosto. A faixa-título é interpretada pelo grupo paulista Os Mutantes, com sinais nítidos do conjunto: a psicodelia. "Baby", grande hit deste álbum, foi cantada por Gal Costa. A capa foi criada por Rubens Gerchman a partir de uma foto de Olivier Perroy. Rita Lee e Guilherme Araújo sugeriram a maior parte das roupas, de forma a predominarem tons de verde e amarelo. Gil aparece sentado no chão, repetindo a pose de Oswald de Andrade num retrato dos modernistas de 1922. Caetano segura um retrato de Nara, numa referência a fotos de grupos de artistas dadaístas de 1921. Tom Zé se veste como um homem da mala.

    365 LPs Ep. 11 - Clara Nunes - Brasil Mestiço - EMI: 1980.

    Play Episode Listen Later May 2, 2020 9:25


    “Cantar é o único alento do trabalhador”. E é com esse canto doce de Clara Nunes que no episódio de hoje eu vou falar sobre Brasil Mestiço, álbum lançado pela cantora em 1980 pela EMI. Em julho de 1980, Clara começou a gravar Brasil Mestiço. Apesar do repertório estar fechado, ela ligou para Chico Buarque - com quem fez turnê ao lado de outros sambistas no continente africano para o projeto Kalunga - pedindo que ele compusesse uma música para ela, assim como havia lhe prometido durante a viagem. A música em questão era "Morena de Angola", faixa de abertura do disco e um dos maiores sucessos da cantora. Em sintonia com a concepção do álbum, a capa foi fotografada por Wilton Montenegro no morro da Serrinha, enquanto Clara dançava jongo com a ialorixá Vovó Maria Joana e com o Mestre Darcy do Jongo. Além de "Morena de Angola", Clara também emplacaria nas rádios a faixa "Sem Companhia", escolhida para a trilha sonora da novela Coração Alado, da Rede Globo. "Morena de Angola" e "Viola de Penedo" foram convertidas em videoclipes pelos produtores do Fantástico. Quase todas as canções do álbum ganhariam espaço nas rádios. No repertório, dois sambas de Candeia, três de Mauro Duarte (dois com Paulo César Pinheiro e um com Elton Medeiros) e um de Nelson Cavaquinho e Wilson Canegal, além de um partido-alto de Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco e um samba de quadra da Paraíso do Tuiuti, parceira entre Noca e Natal da Portela. Apoiado por um elaborado aparato midiático, Brasil Mestiço venderia mais de 500 mil cópias iniciais chegando a marca de 2 milhões de cópias vendidas, dando à cantora o sétimo disco de ouro de sua carreira. Com este álbum, Clara Nunes recebeu o Troféu Roquette Pinto de personalidade do ano na música. O álbum deu origem ao segundo espetáculo solo da carreira da cantora, intitulado Clara Mestiça. O show, com direção de Bibi Ferreira, roteiro de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós, estreou no dia 9 de janeiro de 1981. O espetáculo, ambientado num cenário concebido com base no primitivo, tinha início com o canto dos índios Craós e, em seguida, a cantora percorria vários gêneros da música popular brasileira, tais como partido-alto, baião, coco-de-roda, samba-canção, samba-enredo e marcha. Um grande sucesso de público e de crítica, Clara Mestiça ficou em cartaz no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro, por sete meses e no Canecão-Anhembi, em São Paulo, por dois.

    365 LPs Ep 10 - Raul Seixas - Gita - Philips: 1974

    Play Episode Listen Later Apr 10, 2020 7:14


    Gita é o terceiro álbum solo de Raul Seixas, gravado na Philips e lançado em 1974. É o álbum de maior sucesso da carreira de Raul, com 600 mil cópias vendidas, rendendo ao cantor seu primeiro disco de ouro. Recém-chegado do exílio, Raul posa para a capa do disco vestido de guerrilheiro com uma guitarra vermelha, numa provocação à ditadura militar brasileira, que o forçou a viver nos Estados Unidos na época. Acompanhado de Paulo Coelho, Raul compôs no álbum alguns de seus grandes sucessos, como "Gîtâ" (inspirada num livro sagrado hindu com mais de 6.000 anos, o Bhagavad Gita), "Sociedade Alternativa" (inspirada na obra de Aleister Crowley) e "Medo da Chuva", além de canções que contam apenas com sua autoria, como "O Trem das 7" e "S.O.S.". Outras faixas que falam sobre (ou ao menos mencionam) Aleister incluem a faixa-título, "Trem das Sete" e "Loteria da Bablônia" - esta última teve seu título inspirado por um conto de Jorge Luis Borges. "S.O.S." foi percebida por André Barcisnki como uma cópia de "Mr. Spaceman", dos The Byrds. Este álbum, assim como seu antecessor Krig-ha, Bandolo!, teve algumas de suas canções gravadas em inglês, com traduções de Marcelo Ramos Motta. Raul e Paulo objetivavam fazer sucesso nos Estados Unidos, mas a ideia de lançar as versões não se concretizou. Em meio à concepção de Gita, Raul Seixas e Paulo Coelho foram convidados pela Som Livre para compor a trilha sonora da novela da Rede Globo, "O Rebu", também lançada em álbum homônimo.

    365 LPs Ep 09 - Construção - Philips: 1971.

    Play Episode Listen Later Apr 5, 2020 7:21


    Construção é um disco do cantor e compositor brasileiro Chico Buarque, lançado em 1971 e composto em períodos entre o exílio de Chico na Itália e sua volta ao Brasil. Liricamente, o álbum é carregado de críticas ao regime militar vigente, principalmente no que concerne à censura imposta pelo governo ("Cordão") e pelo estado indigno no qual as condições individuais se encontravam no país ("Construção"), além de algumas canções mais clássicas e pessoais ("Valsinha" e "Minha História"). O disco marca o aguçamento da vertente crítica da poética do autor. Se antes ele harmonizava Bossa Nova com composições veladamente críticas à ditadura brasileira, em "Construção" o cantor mostrou-se mais ousado - como indica os versos iniciais de "Deus lhe Pague", faixa que abre o LP ("Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir"). Em "Samba de Orly", parceria com Toquinho e Vinicius de Moraes, Chico canta abertamente sobre o exílio - o que fez com que a canção fosse parcialmente censurada. A faixa-título é uma crítica sobre um homem que trabalhou arduamente até sua morte. Não faltaram também o lirismo característico do artista, como demostrado em "Olha Maria" e "Valsinha". O álbum conta com arranjos de Magro, então integrante do grupo MPB-4, e do maestro Rogério Duprat. Construção teve grande sucesso comercial. Nas primeiras semanas após seu lançamento, o LP chegou a ter uma demanda de 10.000 discos por dia, o que levou a Philips a contratar duas gravadoras concorrentes para prensá-los, além de obrigar o trabalho em turnos de 24 horas por dia durante quase dois meses. Até então, a gravadora nunca havia vendido tantos discos em tão pouco tempo - 140 mil cópias nas primeiras quatro semanas. Construção foi considerado um marco na música brasileira e na carreira do cantor. Em 1972, uma reportagem da revista Realidade elogiava o álbum, considerado "o melhor disco feito nos últimos vinte anos no Brasil", que "devolvia a Chico o sucesso de 'A Banda'" e o colocava como "nosso artista mais importante, na luta que se travava contra o 'som importado'". A música "Construção" narra a história de um trabalhador da construção civil que foi morto no exercício de sua profissão, em seu último dia de vida, desde a saída de casa para o trabalho até o momento da queda mortal. Nessa letra o Chico observa, organiza e comunica os acontecimentos, ocorridos numa história circular, mas que no final encaminha o personagem para o mesmo fim, sua morte. A letra faz uma forte crítica à alienação do trabalhador na sociedade capitalista moderna e urbana, Quando esse trabalhador ("um pacote flácido/tímido/bêbado) morre, a constatação é de que sua morte apenas atrapalha o "tráfego", o "público" ou o "sábado". Ainda assim, Chico declarou, em entrevista concedida à revista Status, em 1973, que "Construção" não era para ele uma música de denúncia ou protesto. A música chamou a atenção de muita gente inclusive a de Tom Jobim que adorava a canção. Segundo seu filho Paulo Jobim, o pai chegou a recortar a letra da canção, publicada em um jornal da época, e a colou em um caderno. Helena Jobim confirma o entusiasmo do irmão. "Comentava a perfeição da letra, em que Chico [Buarque] usa palavras proparoxítonas, com rara maestria.

    365 LPs Ep 08 - Doces Bárbaros - Philips: 1976

    Play Episode Listen Later Mar 20, 2020 9:26


    Os Doces Bárbaros foi um grupo formado por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa, em 1976, com a finalidade de realizar uma turnê pelo Brasil para comemorar os dez anos de sucesso em suas carreiras individuais. Com quinze canções novas, compostas exclusivamente para a turnê, a primeira apresentação foi em São Paulo. No repertório, músicas como "Um Índio", de Caetano Veloso; "Pássaro Proibido", de Caetano e Bethânia; e "O Seu Amor", de Gil. O sucesso transformou o show em um disco, gravado ao vivo, e em um documentário que conta a trajetória da turnê e os seus acontecimentos mais marcantes. À época da turnê, Gilberto Gil foi preso em Florianópolis por porte de drogas, fato que acabou sendo registrado no documentário Os Doces Bárbaros, dirigido por Jom Tob Azulay. Como grupo, Doces Bárbaros pode ser descrito como uma típica banda hippie dos anos 70, mas sua característica marcante é a brasilidade e o regionalismo, naturalidade de todos os integrantes. O álbum Doces Bárbaros - Ao Vivo de 1976 é considerado por muitos uma obra prima da música brasileira, mas, curiosamente, na época do lançamento, foi criticado por outros artistas, produtores e críticos musicais. Idealizada por Maria Bethânia, a banda interpretou composições de Caetano e Gil, fora algumas canções de outros compositores como "Fé cega, faca amolada" de Milton Nascimento e o clássico popular "Atiraste uma pedra", de Herivelto Martins. Inicialmente o LP seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções "Esotérico", "Chuckberry fields forever", "São João Xangô Menino" e "O seu amor", todas gravações raras. #lp #vinil #docesbarbaros #caetano #gil #bethania #gal #mpb #philips

    365 LPs Ep 07 - Fatal: Gal a Todo Vapor - Philips: 1971

    Play Episode Listen Later Mar 13, 2020 8:24


    Sob a direção de Waly Salomão, Gal Costa estrelaria "Fatal", uma série de concertos que realizou no Teatro Tereza Raquel, no Rio de Janeiro. A turnê foi considerada pela crítica como um marco na sua carreira. O resultado destas apresentações foi compilado em um álbum duplo, que traz até ruídos e falhas do improviso. No repertório da cantora, uma miscelânea de canções que passa desde a tradição de Ismael Silva e o folclore baiano a vanguarda de Caetano Veloso e Jorge Ben. Detaques para as interpretações de "Pérola Negra" (do então novato Luiz Melodia), "Vapor Barato" (de Jards Macalé e Waly Salomão), "Como Dois e Dois" (de Caetano) e "Sua Estupidez" (de Roberto e Erasmo Carlos). Com essa série de shows e o disco com repertório gravado ao vivo, Gal recebeu a alcunha na época de musa do desbunde. O show foi filmado pelo cineasta Leon Hirszman, porém nunca foi lançado. Gal Costa declara em entrevistas que um dia deseja ver as filmagens restauradas e lançadas em DVD. Alguns trechos curtos dessas filmagens foram exibidas no documentário O Nome Dela é Gal, produzido em 2017. O LP, um dos primeiros discos duplos da história da MPB, foi eleito em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone como o 20º melhor disco brasileiro de todos os tempos. #lp #vinil #vynil #disco #mpb #galcosta #fatal #atodovapor #meunomeégal

    365 LPs Ep 06 - Transa - Philips: 1972.

    Play Episode Listen Later Mar 6, 2020 8:50


    Embora tenha álbuns mais impactantes antes, sobretudo o seu primeiro solo, o LP tropicalista de 68, o coletivo Panis et circenses, também de 68, e o Álbum branco, de 1969 (este um pouco menos), Transa, o disco que Caetano Veloso gravou em Londres, com Macalé na produção, e tocando violão em algumas faixas (com a jovem Ângela Rô Rô na gaita em outra), foi o disco realmente bem-sucedido tecnicamente,  de crítica e público e um dos melhores que Caetano fez até hoje. Uma série de colagens, cinematográficas, cortes surpreendentes, mistura de idiomas, o moderno e o arcaico. MPB e rock and roll, jovem e velha guarda: Luiz Gonzaga, Zé do Norte, Beatles, reggae (Nine out of ten, o primeiro reggae de um brasileiro, e dos primeiros de um não jamaicano). Transa é a prova de que a massa adora um biscoito fino, desde que lhe seja servido.  It's a long way foi uma das canções mais cantadas de 1972. E não é fácil, mistura inglês com Zé do Norte (“Os olhos da cobra verde, hoje foi que arreparei”…), e Luiz Gonzaga (“Eu agradeço, a todo povo brasileiro”, de A hora do Adeus, de Onildo Almeida e Luiz Queiroga). Com o projeto gráfico do baiano Álvaro Guimarães, a capa se se torna um prisma que se podia colocar de pé. Foi o que menos se gostou do álbum, porque se capa conseguia ficar de pé, era uma efêmera obra de arte: as peças de papelão logo se desprendiam e inutilizavam a capa. As que sobraram viraram item de colecionador. Sobre o álbum, Caetano declarou em uma entrevista ao Jornal do Brasil: "Chamei os amigos para gravar em Londres. Os arranjos são de Jards Macalé, Tutti Moreno, Moacyr Albuquerque e Áureo de Sousa. Não saíram na ficha técnica e eu tive a maior briga com meu amigo que fez a capa. Como é que bota essa bobagem de dobra e desdobra, parece que vai fazer um abajur com a capa, e não bota a ficha técnica? Era importantíssimo. Era um trabalho orgânico, espontâneo, e meu primeiro disco de grupo, gravado quase como um show ao vivo". #lp #disco #vinil #caetanoveloso #transa #caetanovelosotransa #youdontknowme #tristebahia #itsalongway #moranafilosofia

    365 LPs Ep 05 - Alucinação - Philips: 1976.

    Play Episode Listen Later Feb 21, 2020 11:52


    Produzido por Marco Mazzola, Alucinação foi o segundo álbum de Belchior. Se o primeiro, Mote e Glosa, tinha sido lançado sem repercussão em 1974, o segundo projetou o artista como cantor, no rastro da consagração como compositor com a explosão dos dois sucessos "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida" lançados por Elis Regina em Falso Brilhante. Alucinação é um álbum de atitude roqueira com influências de Bob Dylan, mas, transita pelo folk e pela MPB. O disco só foi lançado por insistência do produtor Marco Mazzola. Ao ouvir uma fita cassete com músicas de Belchior na casa de Elis, que selecionava o repertório do espetáculo Falso Brilhante, Mazzola ficou em êxtase com a obra do artista e convenceu a diretoria da Philips a contratar Belchior e a lançar um álbum deste artista que, na época, já estava desgarrado do Pessoal do Ceará. O resultado foi um álbum atemporal, cujo repertório fez um inventário emocional das perdas e ganhos da geração de 1960, a que sonhou com um mundo melhor. Além de Como Nossos Pais e de Velha Roupa Colorida, músicas gravadas por Elis naquele mesmo ano de 1976 no álbum Falso Brilhante, Alucinação nos presenteou ainda com "Apenas um Rapaz Latino Americano" – o hit do cantor pelo qual é reconhecido até hoje e reciclou "A Palo Seco", música que Belchior lançou em compacto de 1973 e que incluíu no álbum de estreia de 1974. Alucinação, Antes do Fim, Como o Diabo Gosta, Fotografia 3x4, Não Leve Flores e Sujeito de Sorte completam o repertório deste álbum conceitual, um clássico, mesmo após 44 anos de seu lançamento. Outra curiosidade é que o álbum vendeu 30 mil cópias em apenas um mês. No total, o foram mais de 500 mil cópias, consagrando Belchior como um ídolo de massa da música popular brasileira. Ficha técnica: Todas as canções escritas e compostas por Belchior. Produzido por: Marco Mazzola Técnico de gravação: Ary Carvalhaes Auxiliar de gravação: Paulo Sérgio (Chocô) Auxiliar de estúdio: Rafael Azulay Técnico de mixagem: Mazzola Montagem: Jairo Gualberto Corte: Joaquim Figueira Direção de arte: Aldo Luiz Layout e arte final: Nilo de Paula Fotos: Januário Garcia

    365 Lps Ep 04 - Falso Brilhante - Philips: 1976

    Play Episode Listen Later Feb 14, 2020 7:59


    Em 1975, Elis Regina estreou uma temporada solo intitulada Falso Brilhante, com o objetivo de contar sua história, vida e carreira, sem deixar de lado as críticas à ditadura militar brasileira; tudo isso num ambiente um tanto circense. O show teve mais de 1200 apresentações e ficou em cartaz entre o final de 1975 e o início de 1977, tornando-se assim um sucesso absoluto e lendário na história da MPB. Nesse espetáculo, Elis interpretou duas canções (Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida) escritas por Belchior, tornando mais conhecido o jovem compositor. Devido à popularidade de Falso Brilhante, foi solicitado que Elis e seus músicos gravassem parte do repertório em estúdio para que fosse lançado um LP. Desde aquela época, Falso Brilhante é o maior sucesso da carreira de Elis Regina, além de ser um dos discos mais representativos da MPB. #lp #disco #vinil #vynil #elis #elisregina #falsobrilhante #mpb #philips

    365 Lps Ep 03 - O Poeta do Povo - DOL: 2017/Philips: 1965.

    Play Episode Listen Later Feb 13, 2020 10:39


    Aclamado, o disco foi consequência direta do estrondoso sucesso que consagrou o espetáculo Opinião. Idealizado na boemia do Zicartola (o antológico bar do não menos genial Cartola, e Dona Zica) por um rol de notáveis que incluía Zé Keti, Nara Leão, os dramaturgos Paulo Pontes, Armando Costa e Vianinha (autores do roteiro) e o diretor Augusto Boal, Opinião debutou em 11 de dezembro de 1964, encabeçado por João, Zé Kéti e Nara Leão, no teatro de arena do Shopping Copacabana (uma curiosidade irônica, a despeito da veia subversiva de Opinião, ambos espaços pertenciam ao senador Arnon Afonso de Farias Mello, golpista na guinada militar de 1964 e pai do ex-presidente Fernando Collor de Mello). Lançado em 1965, a despeito de seu valor irretocável, O Poeta do Povo carrega o paradoxo de ter sido o único álbum solo de João do Vale. Na contracapa do LP, apesar de ele estampar o logo da Philips, fica clara a escassez usual do período, no tocante a informações sobre o registro. Em meio às fotos PB e a tipografia inconfundível do mestre Ziraldo, todo o resto se resume a uma breve apresentação, escrita de próprio punho pelo artista, além da lista com as 12 faixas compiladas em cada um dos lados do disco. O álbum traz canções representativas do lirismo combativo e da genialidade intuitiva de João do Vale. Estão em O Poeta do Povo, composições da dimensão de A Voz do Povo, Peba na Pimenta, Minha História, Pisa na Fulô, Fogo no Paraná, Pra Mim, Não (“dizem que acabou a escravidão / pra mim não!”) e Carcará – esta última, como sabemos, foi transformada em hino contra o terror da ditadura pelo jovem público do show Opinião, sobretudo depois que, debilitada, Nara Leão deu lugar a Maria Bethânia, que imprimiu à Carcará sua mais enfática versão.

    365 LPs Ep 02: Opinião - Philips 1965.

    Play Episode Listen Later Feb 13, 2020 10:23


    O show 'Opinião' estreou dia 11 de dezembro de 1964 no teatro do Super-Shopping Center da rua Siqueira Campos, numa realização do Grupo Opinião e Teatro de Arena de São Paulo, com a participação de: Nara Leão, Zé Keti, João do Vale Músicos: Violão - Roberto Nascimento; flauta - Alberto Hekel Tavares; bateria - João Jorge Vargas Direção musical: Dorival Caymmi Filho Direção geral: Augusto Boal No dia 30 de janeiro de 1965 Suzana de Moraes substituiu Nara Leão. No dia 13 de fevereiro de 1965 Maria Bethânia substituiu Suzana de Moraes, com direção musical de Geni Marcondes. O espetáculo registrado durou 45 minutos e 47 segundos com distintas canções: - Peba na Pimenta - Pisa na Fulô - Samba, Samba, Samba - Partido alto - Borandá - Desafio - Missa Agrária - Carcará - O Favelado - Nêga Dina - Incelança - Deus e o Diabo na Terra do Sol - Guantanamera - Canção do Homem só - Sina de Caboclo - Opinião - Malmequer - Marcha de Rio 40 Graus - Malvadeza Durão - Esse Mundo é meu - Deus e o Diabo na Terra do Sol - Marcha da Quarta-Feira de Cinzas - Tiradentes - Cicatriz

    365 LPs Ep 01: Maria Bethânia - RCA Victor 1965.

    Play Episode Listen Later Feb 13, 2020 10:05


    Maria Bethânia chegou ao Rio com apenas 18 anos. Com fortes influências de Dolores Duran, Dalva de Oliveira, Noel Rosa, Batatinha e outros cantores e compositores da Era do Rádio, seu primeiro LP lançado pela RCA Victor marcou o lançamento de seu irmão Caetano como compositor e de Gal como cantora. Maria Bethânia, o disco, é tão forte e relevante para a música popular brasileira que um crítico da época, Sylvio Tulio Cardoso, do jornal O GLOBO, o avaliou como “o maior disco vocal de 1965 e que Bethânia era a melhor intérprete desde a aparição de Maysa, em 1956". Faixas: 1. "De Manhã" Caetano Veloso 2. "Só Eu Sei" Batatinha / Jayro Luna 3. "Pombo Correio" Benedito Lacerda / Darci de Oliveira 4. "No Carnaval" Caetano Veloso / Jota 5. "Nunca Mais" Dorival Caymmi 6. "Sol Negro" (com Gal Costa) Caetano Veloso 7. "Missa Agrária" – "Carcará" Carlos Lyra / Gianfrancesco Guarnieri - João do Vale / José Cândido 8. "Anda Luzia" João de Barro 9. "Feitio de Oração" Noel Rosa / Vadico 10. "Feiticera" Tradicional 11. "X do Problema" Noel Rosa 12. "Mora na Filosofia" Arnaldo Passos / Monsueto Produção e direção: Roberto Jorge Técnicos: Alberto Soluri e Gauss Fotos: Fernando Goldgaber Direção geral: Paulo Rocco Arranjos: Maestro Cipó em: "Na Manhã", "No Carnaval", "Nunca mais", "Missa Agrária", "Anda Luzia", "Feitio de Oração", "Feiticeira", "Mora na Filosofia" Participações especiais: Regional de Zé Menezes: "Só Eu Sei"; Gal Costa e Macalé: "Sol Negro"; Macalé, A. Heckel Tavares Airton e Kalybe: "Missa Agrária"; Nelson Cavaquinho: "Feiticeira"; Regional de Zé Menezes: "X do Problema"

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