Podcasts about outra

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Entrevistas Jornal Eldorado
Isenção de IR e testes da reforma tributária: Duquesa de Tax explica as finanças para 2026

Entrevistas Jornal Eldorado

Play Episode Listen Later Dec 26, 2025 14:36


O ano de 2026 marca o início de algumas mudanças na economia e nas finanças. Uma delas é a entrada em vigor da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Outra delas será o início da fase de testes da reforma tributária, que terá um período de transição até estar completamente implantada, em 2033. Em entrevista à Rádio Eldorado, a especialista em Direito Tributário Maria Carolina Gontijo, que administra os perfis Duquesa de Tax no Estadão e aqui na nossa programação, deu orientações aos contribuintes sobre as principais novidades. Acompanhe as dicas.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Zoom
Não Se Fala de Outra Coisa. Encomendar comida. A moda que veio para ficar

Zoom

Play Episode Listen Later Dec 26, 2025 8:20


Pedir comida tornou-se prática comum, mas afinal qual é o melhor mês e o melhor horário para o fazer? E ainda, os 60 livros mais adorados de 2025.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Termómetro
Não Se Fala de Outra Coisa. Encomendar comida. A moda que veio para ficar

Termómetro

Play Episode Listen Later Dec 26, 2025 8:20


Pedir comida tornou-se prática comum, mas afinal qual é o melhor mês e o melhor horário para o fazer? E ainda, os 60 livros mais adorados de 2025.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Plano Geral
#263 - Melhores filmes de 2025 com Isabela Boscov + Anaconda

Plano Geral

Play Episode Listen Later Dec 23, 2025 78:55


No último Plano Geral do ano, Flavia Guerra e Vitor Búrigo recebem a jornalista e crítica de cinema Isabela Boscov em um programa especial com os melhores filmes de 2025. Na conversa, o trio destaca alguns títulos aclamados, como: "O Agente Secreto", "Uma Batalha Após a Outra", "Valor Sentimental", "Foi Apenas um Acidente", "Pecadores", "Bugonia" e "Oeste Outra Vez". E mais: o evento do Globo de Ouro no Rio de Janeiro, a transmissão do Oscar pelo YouTube e a estreia de "Anaconda", com Selton Mello, nas telonas. Em clima de Natal e réveillon, estamos no ar!

Ichthus Podcast
O mágico de Oz (L. Frank Baum) - Literário

Ichthus Podcast

Play Episode Listen Later Dec 23, 2025 80:17


Paulinho, Dri, TAM, Carol e Fernando visitam um dos maiores clássicos da literatura infantil para tentar entender como esta obra se consolidou como uma metáfora atemporal sobre o amadurecimento e estabeleceu as bases para a literatura fantástica moderna, influenciando gerações de autores e a cultura pop mundial: O mágico de Oz.Precisa do livro? Compre-o pelo link abaixo e de quebra ainda ajude o Ichthus a crescer cada vez mais.→ O mágico de Oz (L. Frank Baum): https://ichthus.com.br/o-magico-de-oz* * *► GOSTA DO ICHTHUS PODCAST? ◄SÓ CONTINUAREMOS A EXISTIR COM A SUA AJUDA!Escolha AGORA MESMO sua faixa de apoio mensal em nossa campanha de financiamento coletivo no Catarse (pode ser qualquer valor) acessando: https://catarse.me/ichthusAgora, se você REALMENTE não tem condições de se comprometer com um valor mensal, por menor que seja, mas deseja nos abençoar esporadicamente, você também pode, sempre que possível, fazê-lo através de DOAÇÕES AVULSAS ou RECORRENTES de qualquer valor via PIX.Nossa chave PIX é: 17.558.300/0001-93* * *Outra forma de ajudar o Ichthus é SEMPRE fazer TODAS as suas compras na Amazon partindo do nosso link de afiliação: https://ichthus.com.br/amazonPode ficar tranquilo que nenhum item será mais caro por conta disso.* * *E que tal continuar esta conversa em nossa comunidade no Discord? Por lá organizamos várias leituras coletivas (inclusive da Bíblia), transmitidos AO VIVO a gravação de podcasts do Ichthus (e você pode participar via chat) e muito mais. Participe acessando: https://bit.ly/leituracoletiva (É TUDO DE GRAÇA!)Se preferir, também temos o nosso canal no Telegram. Inscreva-se em: https://t.me/clubeichthusE, agora, também temos o nosso canal no WhatsApp. Inscreva-se em: https://ichthus.com.br/whatsapp* * *O Ichthus Podcast é um oferecimento do Estúdio Ichthus. Você pode ouvir este e outros programas em nosso site (https://ichthus.com.br) ou nas principais plataformas de áudio (como Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Music, Amazon Music e tantas outras).Procure por "Ichthus Podcast" em seu aplicativo favorito e assine nosso feed gratuitamente para não perder nenhum episódio.* * *Finalmente, lembre-se de compartilhar este episódio de todas as maneiras possíveis. Este é o melhor jeito de você demonstrar carinho por nós e...

Fundação (FFMS) e Renascença - Da Capa à Contracapa
Terras raras: uma outra «guerra»?

Fundação (FFMS) e Renascença - Da Capa à Contracapa

Play Episode Listen Later Dec 23, 2025 59:04


São matérias-primas essenciais para a economia, para a energia e para a segurança e defesa. As chamadas «terras raras» e as «matérias críticas» são disputadas pelos grandes poderes mundiais, em busca de vantagens competitivas na arena tecnológica que fornece diversas áreas económicas. A China é o maior produtor e processador mundial de terras raras. Será que Pequim está a ganhar esta «guerra»? O que fazem os países para assegurar estes fornecimentos e como condiciona as suas políticas externas, de segurança e de defesa? Quais os desafios para Portugal e para a Europa?Os convidados deste programa são António Costa Silva, antigo ministro da Economia, e Raquel Vaz-Pinto, investigadora e professora de relações internacionais da Universidade Nova de Lisboa.O Da Capa à Contracapa é uma parceria da Fundação com a Renascença.

Renascença - Da Capa à Contracapa
Terras raras: uma outra "guerra"?

Renascença - Da Capa à Contracapa

Play Episode Listen Later Dec 23, 2025 59:05


São matérias-primas essenciais para a economia, para a energia e para a segurança e defesa. As chamadas “terras raras” e as "matérias críticas" são disputadas pelos grandes poderes mundiais, em busca de vantagens competitivas na arena tecnológica que fornece diversas áreas económicas. A China é o maior produtor e processador mundial de terras raras. Será que Pequim está a ganhar esta “guerra”? O que fazem os países para assegurar estes fornecimentos e como condiciona as suas políticas externas, de segurança e de defesa? Quais os desafios reais para Portugal e para a Europa ? Os convidados do "Da Capa à Contracapa" são António Costa Silva, antigo ministro da Economia, e Raquel Vaz-Pinto, investigadora e professora de relações internacionais da Universidade Nova de Lisboa.

#DNACAST
6 ROTINAS PRA VENCER | Ponto de Vista 21/dez

#DNACAST

Play Episode Listen Later Dec 21, 2025 2:24


Faça essas 6 rotinas e pare de viver no modo improviso.Muita gente quer crescer, mas não aguenta a própria rotina.E o topo não se sustenta com motivaçãose sustenta com um protocolo simples, repetível e honesto.Tem uma rotina que te dá energia.Outra que te dá direção.E uma que protege sua mente quando ninguém tá vendo.

Fact Check
"Feliz Natal" ou "Boas Festas": uma é mais correta do que a outra?

Fact Check

Play Episode Listen Later Dec 21, 2025 16:13


De onde vem a expressão "dá cá um bacalhau”? Neste episódio, o Marco Neves analisa ainda a origem e uso de expressões natalícias e fala sobre “beijinhos grandes”: dois termos contraditórios?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Termómetro
Não Se Fala de Outra Coisa. "Sacar" foi a palavra mais pesquisada em 2025

Termómetro

Play Episode Listen Later Dec 19, 2025 7:09


Entre guerras e crises políticas a palavra mais pesquisada no calendário Priberam em 2025 foi “sacar”. E ainda, Trump “vandaliza” quadros de Biden e Obama.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Zoom
Não Se Fala de Outra Coisa. "Sacar" foi a palavra mais pesquisada em 2025

Zoom

Play Episode Listen Later Dec 19, 2025 7:09


Entre guerras e crises políticas a palavra mais pesquisada no calendário Priberam em 2025 foi “sacar”. E ainda, Trump “vandaliza” quadros de Biden e Obama.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Oxigênio
#209 – Sinais de vida num planeta fora do sistema solar?

Oxigênio

Play Episode Listen Later Dec 18, 2025 38:18


Em abril deste ano foi anunciada a detecção de possíveis sinais de vida extraterrestre num planeta fora do sistema solar com o telescópio espacial James Webb, mas a descoberta não foi confirmada. Afinal, tem ou não tem vida nesse outro planeta? Que planeta é esse? Como é possível saber alguma coisa sobre um planeta distante? Este episódio do Oxigênio vai encarar essas questões com a ajuda de dois astrônomos especialistas no assunto: o Luan Ghezzi, da UFRJ, e a Aline Novais, da Universidade de Lund, na Suécia. Vamos saber um pouco mais sobre como é feita a busca por sinais de vida nas atmosferas de exoplanetas.  __________________________________________________________________________________________________ ROTEIRO Danilo: Você se lembra de quando uma possível detecção de sinais de vida extraterrestre virou notícia de destaque em abril deste ano, 2025? Se não, deixa eu refrescar a sua memória: usando o telescópio espacial James Webb, pesquisadores teriam captado sinais da atmosfera de um exoplaneta que indicariam a presença de um composto químico que aqui na Terra é produzido pela vida, algo que no jargão científico é chamado de bioassinatura.  A notícia bombou no mundo todo. Aqui no Brasil, o caso teve tanta repercussão que a Folha de São Paulo dedicou um editorial só para isso – os jornais costumam comentar política e economia nos editoriais, e raramente dão espaço para assuntos científicos. Nos dois meses seguintes, outros times de pesquisadores publicaram pelo menos quatro estudos analisando os mesmos dados coletados pelo James Webb e concluíram que as possíveis bioassinaturas desaparecem quando outros modelos são usados para interpretar os dados. Sem o mesmo entusiasmo, os jornais noticiaram essas refutações e logo o assunto sumiu da mídia. Afinal, o que aconteceu de fato? Tem ou não tem vida nesse outro planeta? Aliás, que planeta é esse? Como é possível saber alguma coisa sobre um planeta distante? Eu sou Danilo Albergaria, jornalista, historiador, e atualmente pesquiso justamente a comunicação da astrobiologia, essa área que estuda a origem, a evolução e a possível distribuição da vida no universo. Nesse episódio, com a ajuda de dois astrofísicos, o Luan Ghezzi e a Aline Novais, vou explicar como os astrofísicos fazem as suas descobertas e entender porque a busca por sinais de vida fora da Terra é tão complicada e cheia de incertezas. Esse é o primeiro episódio de uma série que vai tratar de temas relacionados à astrobiologia. [Vinheta] Danilo: Eu lembro que li a notícia quentinha, assim que ela saiu no New York Times, perto das dez da noite daquela quarta-feira, dia 16 de abril de 2025. No dia seguinte, acordei e fui checar meu Whatsapp, já imaginando a repercussão. Os grupos de amigos estavam pegando fogo com mensagens entusiasmadas, perguntas, piadas e memes. Os grupos de colegas pesquisadores, astrônomos e comunicadores de ciência, jornalistas de ciência, também tinham um monte de mensagens, mas o tom era diferente. Em vez de entusiasmo, o clima era de preocupação e um certo mau-humor: “de novo DMS no K2-18b fazendo muito barulho”, disse uma cientista. Outra desabafou: “eu tenho coisa melhor pra fazer do que ter que baixar a fervura disso com a imprensa”. Por que o mal-estar geral entre os cientistas? Já chego lá. Os cientistas eram colegas que eu tinha conhecido na Holanda, no tempo em que trabalhei como pesquisador na Universidade de Leiden. Lá eu pesquisei a comunicação da astrobiologia. Bem no comecinho do projeto – logo que eu cheguei lá, em setembro de 2023 – saiu a notícia de que um possível sinal de vida, um composto chamado sulfeto de dimetila, mais conhecido pela sigla DMS, havia sido detectado num planeta a 124 anos-luz de distância da Terra, o exoplaneta K2-18b. Eu vi a repercussão se desenrolando em tempo real: as primeiras notícias, os primeiros comentários críticos de outros cientistas, a discussão nas redes sociais e blogs. Como eu estava no departamento de astronomia de Leiden, vi também como isso aconteceu por dentro da comunidade científica: os astrônomos com quem conversei na época estavam perplexos com a forma espalhafatosa com que o resultado foi comunicado. O principal era: eles não estavam nem um pouco animados, otimistas mesmo de que se tratava, de verdade, da primeira detecção de vida extraterrestre. Por que isso estava acontecendo? Vamos começar a entender o porquê sabendo um pouco mais sobre o exoplaneta K2-18b, em que os possíveis sinais de vida teriam sido detectados. Primeiro: um exoplaneta é um planeta que não orbita o Sol, ou seja, é um planeta que está fora do sistema solar (por isso também são chamados de extrassolares). Existem planetas órfãos, que estão vagando sozinhos pelo espaço interestelar, e planetas girando em torno de objetos exóticos, como os pulsares, que são estrelas de nêutrons girando muito rápido, mas quando os astrônomos falam em exoplaneta, quase sempre estão falando sobre um planeta que gira em torno de outra estrela que não Sol. O Sol é uma estrela, obviamente, mas o contrário da frase geralmente a gente não ouve, mas que é verdade… as estrelas são como se fossem sóis, elas são sóis. As estrelas podem ser maiores, mais quentes e mais brilhantes do que o Sol – muitas das estrelas que vemos no céu noturno são assim. Mas as estrelas também podem ser menores, mais frias e menos brilhantes do que o Sol – as menores são chamadas de anãs vermelhas. Elas brilham tão pouco que não dá para vê-las no céu noturno a olho nu. O K2-18b é um planeta que gira em torno de uma dessas anãs vermelhas, a K2-18, uma estrela que tem menos da metade do tamanho do Sol. Só que o planeta é relativamente grande. Luan Ghezzi: Ele é um planeta que tem algo entre 8 e 9 vezes a massa da Terra, ou seja, é um planeta bem maior do que a Terra. E ele tem um raio ali aproximado de 2.6 vezes o raio da Terra. Então, com essa massa e com esse raio há uma dúvida se ele seria uma super-Terra, ou se ele seria o que a gente chama de Mini-Netuno, ou seja, super-Terra, são planetas terrestres, mas, porém, maiores do que a Terra. Mini-Netunos são planetas parecidos com o Netuno. Só que menores. Mas com essa junção de massa e raio, a gente consegue calcular a densidade. E aí essa densidade indicaria um valor entre a densidade da Terra e de Netuno. Então tudo indica que esse K2-18b estaria aí nesse regime dos mini-Netunos, que é uma classe de planetas que a gente não tem no sistema solar. Danilo: Netuno é um gigante gelado e ele tem uma estrutura muito diferente da Terra, uma estrutura que (junto com o fato de estar muito distante do Sol) o torna inabitável, inabitável à vida como a gente a conhece. Mini-Netunos e Super-Terras, de tamanho e massa intermediários entre a Terra e Netuno, não existem no sistema solar, mas são a maioria entre os mais de 6 mil exoplanetas descobertos até agora.  A estrela-mãe do K2-18b é bem mais fria, ou menos quente do que o Sol: enquanto o Sol tem uma temperatura média de 5500 graus Celsius, a temperatura da K2-18 não chega a 3200 graus. Então, se a gente imaginasse que o Sol fosse “frio” assim (frio entre aspas), a temperatura aqui na superfície da Terra seria muito, mas muito abaixo de zero, o que provavelmente tornaria nosso planeta inabitável. Só que o K2-18b gira muito mais perto de sua estrela-mãe. A distância média da Terra para o Sol é de aproximadamente 150 milhões de quilômetros, enquanto a distância média que separa o K2-18b e sua estrela é de 24 milhões de quilômetros. Outra medida ajuda a entender melhor como a órbita desse planeta é menor do que a da Terra: a cada 33 dias, ele completa uma volta ao redor da estrela. E comparado com a estrela, o planeta é tão pequeno, tão obscuro, que não pode ser observado diretamente. Nenhum telescópio atual é capaz de fazer imagens desse exoplaneta, assim como acontece com quase todos os exoplanetas descobertos até agora. São muito pequenos e facilmente ofuscados pelas estrelas que orbitam. Como, então, os astrônomos sabem que eles existem? O Luan Ghezzi explica. Luan Ghezzi: a detecção de exoplanetas é um processo que não é simples, porque os planetas são ofuscados pelas estrelas deles. Então é muito difícil a gente conseguir observar planetas diretamente,  você ver o planeta com uma imagem… cerca de um por cento dos mais de seis mil planetas que a gente conhece hoje foram detectados através do método de imageamento direto, que é realmente você apontar o telescópio, e você obtém uma imagem da estrela e do planeta ali, pertinho dela. Todos os outros planetas, ou seja, noventa e nove porcento dos que a gente conhece hoje foram detectados através de métodos indiretos, ou seja, a gente detecta o planeta a partir de alguma influência na estrela ou em alguma propriedade da estrela. Então, por exemplo, falando sobre o método de trânsito, que é com que mais se descobriu planetas até hoje, mais de setenta e cinco dos planetas que a gente conhece. Ele é um método em que o planeta passa na frente da estrela. E aí, quando esse planeta passa na frente da estrela, ele tampa uma parte dela. Então isso faz com que o brilho dela diminua um pouquinho e a gente consegue medir essa variação no brilho da estrela. A gente vai monitorando o brilho dela. E aí, de repente, a gente percebe uma queda e a gente fala. Bom, de repente passou alguma coisa ali na frente. Vamos continuar monitorando essa estrela. E aí, daqui a pouco, depois de um tempo, tem uma nova queda. A diminuição do brilho e a gente vai monitorando. E a gente percebe que isso é um fenômeno periódico. Ou seja, a cada x dias, dez dias, vinte dias ou alguma coisa do tipo, a gente tem aquela mesma diminuição do brilho ali na estrela. Então a gente infere a presença de um planeta ali ao redor dela. E aí, como são o planeta e a estrela um, o planeta passando na frente da estrela, tem uma relação entre os tamanhos. Quanto maior o planeta for, ele vai bloquear mais luz da estrela. Então, a partir disso, a gente consegue medir o raio do planeta. Então esse método do trânsito não só permite que a gente descubra os exoplanetas, como a gente também pode ter uma informação a respeito dos raios deles. Esse é o método que está sendo bastante usado e que produziu mais descobertas até hoje. Danilo: e foi por esse método que o K2-18b foi descoberto em 2015 com o telescópio espacial Kepler. Esse telescópio foi lançado em 2009 e revolucionou a área – com o Kepler, mais de 2700 exoplanetas foram detectados. Com ele, os astrônomos puderam estimar que existem mais planetas do que estrelas na nossa galáxia.  A órbita do K2-18b é menor do que a do planeta Mercúrio, que completa uma volta ao redor do Sol a cada 88 dias terrestres. Mas como sua estrela-mãe é mais fria do que o Sol, isso coloca o K2-18b dentro do que os astrônomos chamam de zona habitável: nem tão longe da estrela para que a superfície esfrie a ponto de congelar a água, nem tão perto para que o calor a evapore; é a distância ideal para que a água permaneça em estado líquido na superfície de um planeta parecido com a Terra. Só que o estado da água depende de outros parâmetros, como a pressão atmosférica, por exemplo. E é por isso que a tal da zona habitável é um conceito muito limitado, que pode se tornar até mesmo enganoso: um planeta estar na zona habitável não significa que ele seja de fato habitável. Claro, estar na zona habitável é uma das condições necessárias para que a superfície de um planeta tenha água líquida, o que é fundamental para que essa superfície seja habitável. Ter uma atmosfera é outra condição necessária. Além de estar na zona habitável, o K2-18b tem atmosfera e o Luan também explica como os astrônomos fazem para saber se um exoplaneta como o K2-18b tem uma atmosfera. Luan: a gente estava falando sobre o método de trânsito. E a gente falou que o planeta passa na frente da estrela e bloqueia uma parte da luz dela. Beleza, isso aí a gente já deixou estabelecido. Mas se esse planeta tem uma atmosfera, a luz da estrela que vai atingir essa parte da atmosfera não vai ser completamente bloqueada. A luz da estrela vai atravessar a atmosfera e vai ser transmitida através dela. A gente tem essa parte bloqueada da luz que a gente não recebe, a gente percebe a diminuição de brilho da estrela, com o método de trânsito, mas tem essa luz que atravessa a atmosfera e chega até a gente depois de interagir com os componentes da atmosfera daquele planeta. Então a gente pode analisar essa luz, que é transmitida através da atmosfera do planeta para obter informações sobre a composição dela. Danilo: e como é possível saber a composição química dessa atmosfera? A Aline Novais é uma astrofísica brasileira fazendo pós-doutorado na Universidade de Lund, na Suécia. A tese de doutorado dela, orientada pelo Luan, foi exatamente sobre esse tema: a coleta e a análise dos dados de espectroscopia de atmosferas de exoplanetas. Aline: No início, a gente não está olhando uma foto, uma imagem dos planetas e das estrelas. A gente está vendo eles através de uma coisa que a gente chama de espectro, que é a luz da estrela ou do planeta em diferentes comprimentos de onda. O que é o comprimento de onda? É literalmente o tamanho da onda. Você pode ver também como se fossem cores diferentes. Então a gente vai estar vendo vários detalhes em diferentes comprimentos de onda. O que acontece? A gente já sabe, não da astronomia, mas da química de estudos bem antigos que determinados compostos, vou usar aqui, por exemplo, a água, ela vai ter linhas muito específicas em determinados comprimentos de onda que a gente já conhece, que a gente já sabe. Então já é estabelecido que no cumprimento de onda X, Y, Z, vai ter linha de água. Então, quando a gente está observando novamente o brilho da estrela que passou ali pela atmosfera do planeta. Interagiu com o que tem lá, que a gente não sabe. Quando a gente vê o espectro dessa estrela que passou pela atmosfera, a gente vai poder comparar com o que a gente já sabe. Então, por exemplo, o que a gente já sabe da água, a gente vai ver que vai bater. É como se fosse um código de barras. Bate certinho o que tem na estrela, no planeta e o que tem aqui na Terra. E aí, a partir disso, a gente consegue dizer: “Ah, provavelmente tem água naquele planeta.” Claro que não é tão simples, tão preto no branco, porque tem muitas moléculas, muitos átomos, a quantidade de moléculas que tem ali também interferem nessas linhas. Mas, de forma mais geral, é isso. A gente compara um com o outro. E a gente fala: essa assinatura aqui tem que ser de água. Danilo: Em setembro de 2023, o time de pesquisadores liderado pelo Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, anunciou a caracterização atmosférica do K2-18b feita com o telescópio espacial James Webb. Alguns anos antes, a atmosfera do exoplaneta tinha sido observada com o telescópio espacial Hubble, que havia indicado a presença de vapor de água. Com o James Webb, esses cientistas concluíram que a atmosfera não tinha vapor de água, mas fortes indícios de metano e dióxido de carbono, o gás carbônico. Não só isso: no mesmo estudo, eles também alegaram ter detectado, com menor grau de confiança, o sulfeto de dimetila, também chamado de DMS, uma molécula orgânica que aqui na Terra é produzida pela vida marinha, principalmente pelos fitoplânctons e microalgas. O DMS pode ser produzido em laboratório mas não existe um processo natural em que o nosso planeta, sozinho, consiga fazer essa molécula sem envolver a vida. Ou seja, o DMS seria uma possível bioassinatura, um sinal indireto da existência de vida. Por isso, esses cientistas alegaram ter encontrado uma possível evidência de vida na atmosfera do K2-18b. O fato é que a suposta evidência de vida, a detecção de DMS lá de 2023, tinha um grau de confiança estatística muito baixo para contar seriamente como evidência de vida. O time liderado pelo Madhusudhan continuou observando o K2-18b e voltou a publicar resultados apontando a presença de DMS usando outros instrumentos do James Webb. Foram esses resultados que fizeram tanto barulho em abril de 2025. E por que tanto barulho? Porque esse novo estudo apresenta um grau de confiança estatística mais alto para a detecção de DMS. Ele também alega ter detectado outra possível bioassinatura, uma molécula aparentada ao DMS, o DMDS, ou dissulfeto de dimetila. O resultado pareceu reforçar muito a hipótese da presença dessas possíveis bioassinaturas no K2-18b e, por isso, os grandes meios de comunicação deram ainda mais atenção ao resultado do que há dois anos atrás. O problema é que é muito complicado analisar os resultados do James Webb sobre essas atmosferas, e ainda mais difícil cravar a presença desse ou daquele composto químico ali. Aline Novais: Acho que a primeira etapa mais difícil de todas é como você tinha falado, Danilo, é separar o que é a luz do planeta e o que é a luz da estrela. Quer dizer, da atmosfera do planeta e o que é luz da estrela. E isso a gente faz como quando a gente está observando o trânsito. A gente não só observa o planeta passando na frente da estrela. Mas a gente também observa a estrela sem o planeta, e a gente compara esses dois. É literalmente subtrair um do outro. Então, assim, supondo que a gente já tem aqui o espectro pronto na nossa frente. O que a gente vai fazer para entender o que está naquele espectro? Aquilo ali é uma observação. Só que a gente tem da teoria da física, a gente sabe mais ou menos quais são as equações que vão reger a atmosfera de um planeta. Então a gente sabe o que acontece de formas gerais, que é parecida com o que acontece aqui na Terra e com o planeta do sistema solar. Então a gente sabe mais ou menos como deve ser a pressão, a temperatura. A gente sabe mais ou menos quais compostos químicos vão ter em cada camada da atmosfera, que depende de várias coisas. A gente sabe que se um planeta está muito próximo da estrela, ele vai ter determinados compostos químicos que ele não teria se ele estivesse muito mais longe da estrela dele. Então tudo isso interfere. E aí, o que a gente faz? A gente tem os dados, a gente tem o que a gente observou no telescópio. E a gente vai comparar com a teoria, com modelos que a gente faz no computador, programando, parará, parará, que vão reger aquela atmosfera. E aí, a partir disso, a gente vai comparar e ver o que faz sentido, o que não faz, o que bate e o que não bate. Danilo: Notaram que a Aline ressalta o papel dos modelos teóricos na interpretação dos dados? Os astrônomos comparam os dados coletados pelo telescópio com o que esperam observar, orientados pelas teorias e modelos considerados promissores para representar o que de fato está lá na atmosfera do planeta. E é nessa comparação que entra a estatística, a probabilidade de que as observações correspondem a este ou aquele modelo teórico. Aline Novais: Na estatística, a gente sempre vai estar quando a gente tiver probabilidade de alguma coisa, a gente sempre vai estar comparando uma coisa X com uma coisa Y. A gente nunca vai ter uma estatística falando que sim ou que não, vai ser sempre uma comparação de uma coisa ou de outra. Então, quando a gente, por exemplo, a gente tem o espectro lá de um planeta, a gente tem assinaturas que provavelmente podem ser de água, mas vamos supor que essa assinatura também é muito parecida com algum outro elemento. Com algum outro composto químico. O que a gente vai fazer? A gente vai comparar os dois e a resposta não vai ser nem que sim nem que não. A resposta vai ser: “Ah, o modelo que tem água é mais favorável.” Ou então, ele ajusta melhor os dados, do que o modelo com aquele outro composto químico.  Danilo: O time do Nikku Madhusudhan, que fala em possível detecção de DMS, tem um modelo predileto que eles mesmos desenvolveram para explicar planetas como o K2-18b: os mundos hiceanos, planetas inteiramente cobertos por um oceano de água líquida debaixo de uma espessa atmosfera de hidrogênio molecular – por isso o nome, que é uma junção do “hi” de hidrogênio e “ceano” de oceano. É esse modelo que orienta a interpretação de que os dados do K2-18b podem conter as bioassinaturas.  Aline: Todo o resultado final, que é: possivelmente detectamos assinaturas, não dependem dos dados em si, mas dependem de como eles analisaram os dados e que modelos foram utilizados para analisar esses dados. […] Os resultados vão sempre depender de como a gente analisou esses dados. […] Então a questão da detecção, ou possível detecção de bioassinatura depende principalmente de como foram colocados os modelos, do que foi inserido nos modelos e como esses modelos foram comparados. Nesse caso, os modelos utilizados foram modelos que estavam supondo que o planeta era hiceano. Que o planeta tinha um oceano e tinha uma atmosfera de hidrogênio, majoritariamente de hidrogênio. Porém, outros estudos levantaram também a possibilidade de esse planeta não ser desse tipo, ser um planeta, por exemplo, coberto de lava e não de oceano, ou com uma atmosfera, com compostos diferentes, onde a maioria não seria hidrogênio, por exemplo. E esses modelos não foram utilizados para testar essas bioassinaturas. Então o que acontece: no modelo deles, com o oceano, com a atmosfera X, Y e Z, é compatível com a existência de bioassinaturas. Porém, é completamente dependente do modelo.  Danilo: Então, a escolha de modelos teóricos diferentes afetam a interpretação dos resultados e das conclusões sobre a composição química da atmosfera de exoplanetas.  Aline: Esse grupo acredita que o planeta tenha majoritariamente hidrogênio na sua composição. O que eles vão fazer no modelo deles? Eles vão colocar sei lá quantos por cento de hidrogênio na composição, no modelo deles. Então eles estão construindo um modelo que seja semelhante ao que eles acreditam que o planeta tem. Eu não vou colocar nitrogênio se eu acho que não tem nitrogênio. Então, aí que entra a controvérsia, que é justamente o modelo ser feito para encontrar o que eles tentam encontrar. Então, assim, se você pegasse um modelo completamente diferente, se você pegasse um modelo, por exemplo, de um planeta feito de lava, que tem metano, que tem isso, que tem aquilo, será que você encontraria a mesma coisa? Danilo: Saber qual modelo teórico de atmosferas de exoplanetas corresponde melhor à realidade é algo muito difícil. O que dá pra fazer é comparar os modelos entre si: qual deles representa melhor a atmosfera do exoplaneta em comparação com outro modelo. Aline: A gente nunca vai estar falando que o modelo é perfeito. A gente nunca vai estar falando que a atmosfera é assim. A gente sempre vai estar falando que esse modelo representa melhor a atmosfera do que um outro modelo. E se você pegar uma coisa muito ruim que não tem nada a ver e comparar com uma coisa que funciona, vai ser muito fácil você falar que aquele modelo funciona melhor, certo? Então, por exemplo, no caso do K2-18b: eles fizeram um modelo que tinha lá as moléculas, o DMS, o DMDS e tal, e compararam aquilo com um modelo que não tem DMS e DMDS. O modelo que tem falou “pô, esse modelo aqui se ajusta melhor aos dados do telescópio do que esse outro que não tem”. Mas isso não significa que tenha aquelas moléculas. Isso significa que aquele modelo, naquelas circunstâncias, foi melhor estatisticamente do que um modelo que não tinha aquelas moléculas.  Danilo: O Luan tem uma analogia interessante pra explicar isso que a Aline falou. Luan: É como se você, por exemplo, vai em uma loja e vai experimentar uma roupa. Aí você pega lá uma mesma blusa igualzinha, P, M ou G. Você experimenta as três e você vê qual que você acha que se ajusta melhor ao seu corpo, né? Qual ficou com um caimento melhor? Enfim, então você vai fazendo essas comparações, não é que a blusa talvez M não tenha ficado boa, mas talvez a P ou a G tenha ficado melhor. Então os modelos são agitados dessa forma, mas também como a Aline falou depois que você descobriu o tamanho, por exemplo, você chegou à conclusão que o tamanho da blusa é M, você pode pegar e escolher diferentes variações de cores. Você pode pegar essa mesma blusa M, azul, verde, amarela, vermelha, né? E aí elas podem fornecer igualmente o mesmo bom ajuste no seu corpo. Só que a questão é que tem cores diferentes. […] A gente obviamente usa os modelos mais completos que a gente tem hoje em dia, mas não necessariamente, eles são hoje mais completos, mas não necessariamente eles são cem por cento completos. De repente está faltando alguma coisa ali que a gente não sabe.  [Música] Danilo: Eu conversei pessoalmente com o líder do time de cientistas que alegou ter descoberto as possíveis bioassinaturas no K2-18b, o Nikku Madhusudhan, quando ele estava na Holanda para participar de uma conferência em junho de 2024. Ele pareceu entusiasmado com a possibilidade de vir a confirmar possíveis bioassinaturas em exoplanetas e ao mesmo tempo cuidadoso, aparentemente consciente do risco de se comunicar a descoberta de vida extraterrestre prematuramente. A questão é que ele já cometeu alguns deslizes na comunicação com o público: por exemplo, em abril de 2024, num programa de rádio na Inglaterra, ele disse que a chance de ter descoberto vida no K2-18b era de 50% – o próprio apresentador do programa ficou surpreso com a estimativa. Naquela mesma conferência da Holanda, o Madhusudhan também pareceu muito confiante ao falar do assunto com o público de especialistas em exoplanetas – ele sabia que enfrentava muitos céticos na plateia. Ele disse que os planetas hiceanos eram “a melhor aposta” que temos com a tecnologia atual para descobrir vida extraterrestre.   Na palestra em que apresentou os novos resultados esse ano, o Madhusudhan contou que essa hipótese de mundos hiceanos foi desenvolvida com a ajuda de alunos de pós-graduação dele quando ele os desafiou a criar um modelo teórico de Mini-Netuno que oferecesse condições habitáveis, amenas para a vida. Mas a questão é que a gente não sabe se os mundos hiceanos sequer existem. É uma alternativa, uma hipótese para explicar o pouco que sabemos sobre esses exoplanetas. Há outras hipóteses, tão promissoras quanto essa, e muito menos amigáveis à existência da vida como a conhecemos. Enfim, a gente ainda sabe muito pouco sobre esses exoplanetas. Ainda não dá para decidir qual hipótese é a que melhor descreve a estrutura deles. Mas o que vai acontecer se algum dia os cientistas conseguirem resultados que apontem para uma detecção de possível bioassinatura que seja num alto grau de confiança, a tal ponto que seria insensato duvidar de sua existência? Estaríamos diante de uma incontroversa descoberta de vida extraterrestre? Digamos que os cientistas publiquem, daqui a algum tempo, novos resultados que apontam, com um grau de confiança altíssimo, para a presença de DMS no K2-18b. Mesmo que a gente tivesse certeza de que tem DMS naquela atmosfera, não seria possível cravar que a presença de DMS é causada pela vida. Como a gente tem ainda muito pouca informação sobre os ambientes que os Mini-Netunos podem apresentar, e como o nosso conhecimento sobre a própria vida ainda é muito limitado, vai ser muito difícil – para não dizer praticamente impossível – ter certeza de que a presença de uma possível bioassinatura é de fato uma bioassinatura.  Luan: A gente sabe que aqui na Terra, o DMS e o DMDS estão associados a processos biológicos. Mas a gente está falando de um planeta que é um Mini-Netuno, talvez um planeta hiceano. Será que esse planeta não tem processos químicos diferentes que podem gerar essas moléculas sem a presença da vida?  Danilo: Como disse o Luan, pode ser que processos naturais desconhecidos, sem o envolvimento da vida, sejam os responsáveis pela presença de DMS no K2-18b. A gente sabe que o DMS pode ser gerado fora da Terra por processos naturais, sem relação com a presença de vida. Para que seja gerado assim, são necessárias condições muito diferentes das que temos aqui na Terra. O interior de planetas gigantes como Júpiter, por exemplo, dá essas condições. DMS também foi detectado recentemente na superfície de um cometa, em condições muito hostis para a vida como a gente a conhece. Mais hostis ainda são as condições do meio interestelar, o espaço abissal e incrivelmente frio que existe entre as estrelas. Mesmo assim, DMS já foi detectado no meio interestelar.  É por isso que detectar uma possível bioassinatura num exoplaneta não necessariamente responde à pergunta sobre vida fora da Terra. É mais útil pensar nesses dados como peças de um quebra-cabeças: uma possível bioassinatura em um exoplaneta é uma peça que pode vir a ajudar a montar o quebra-cabeças em que a grande questão é se existe ou não existe vida fora da Terra, mas dificilmente será, sozinha, a resposta definitiva. Luan: Será que as bioassinaturas efetivamente foram produzidas por vida? Então, primeiro, estudos para entender diversos processos químicos ou físicos que poderiam gerar essas moléculas, que a gente considera como bioassinaturas, pra tentar entender em outros contextos, se elas seriam produzidas sem a presença de vida. Mas fora isso, nós astrônomos, nós também tentamos procurar conjuntos de bioassinaturas. Porque se você acha só o DMS ou o DMDS é uma coisa. Agora, se você acha isso e mais o oxigênio ou mais outra coisa, aí as evidências começam a ficar mais fortes. Um par muito comum que o pessoal comenta é você achar metano e oxigênio numa atmosfera de exoplaneta. Por quê? Porque esses dois compostos, se você deixar eles lá na atmosfera do planeta sem nenhum tipo de processo biológico, eles vão reagir. Vão formar água e gás carbônico. Então, se você detecta quantidades apreciáveis de metano e oxigênio numa atmosfera, isso indica que você tem algum processo biológico ali, repondo constantemente esses componentes na atmosfera. Então, a gente vai tentando buscar por pares ou conjuntos de bioassinaturas, porque isso vai construindo um cenário mais forte. Você olha, esse planeta está na zona habitável. Ele tem uma massa parecida com a da Terra. Ele tem uma temperatura parecida com a da Terra. Ele tem conjuntos de bioassinaturas que poderiam indicar a presença de vida. Então você vai construindo um quebra-cabeça ali, tentando chegar num conjunto de evidências.  Danilo: Talvez só vamos conseguir ter certeza quando tivermos condições de viajar os 124 anos-luz que nos separam do K2-18b, por exemplo, para examinar o planeta “in situ”, ou seja, lá no local – só que isso ainda é assunto para a ficção científica, não para a ciência atual. Não quer dizer que, dada a dificuldade, a gente deva desistir de fazer ciência nesse sentido, de detectar bioassinaturas nos exoplanetas. Luan: É claro que é super interessante aplicar esses modelos e sugerir a possível existência dessas moléculas. Isso ajuda a avançar o conhecimento, porque isso gera um interesse, gera um debate, um monte de gente vai testar, e outras pessoas já testaram e mostraram que, ou não tem a molécula nos modelos deles, ou eles não detectam ou detectam uma quantidade muito baixa. Enfim, então isso gera um debate que vai avançar o conhecimento. Então isso, no meio científico, é muito interessante esse debate, que gera outras pesquisas, e todo mundo tentando olhar por diferentes ângulos, para a gente tentar entender de uma maneira mais completa. Mas o cuidado… E aí, o grande serviço que o seu podcast está fazendo é como a gente faz chegar essa informação no público, que é o que você falou, uma coisa é: utilizamos um modelo super específico, e esse modelo indica a possível presença dessas moléculas que, na Terra, são associadas à vida. Outra coisa é dizer, na imprensa, achamos os sinais mais fortes de vida até agora. É uma distância muito grande entre essas duas coisas. Aline: Se eu analisei o meu dado e eu vi que tem aquela molécula de bioassinatura, uma coisa é eu falar: “Tem!” Outra coisa é falar: “Ó, eu analisei com esse modelo aqui e esse modelo aqui faz sentido. Ele representa melhor os meus dados do que o outro modelo”. São maneiras diferentes de falar. Mas qual que é a que vende mais? Danilo: Foi no final do nosso papo que o Luan e a Aline tocaram nessa questão que tem se tornado central nos últimos anos: como comunicar os resultados da astrobiologia da forma mais responsável? É possível que com o James Webb vamos continuar vendo potenciais detecções de bioassinaturas num futuro próximo. Por isso, a comunidade científica está preocupada com a forma como comunicamos os resultados da busca por vida fora da Terra e está se movimentando para contornar os problemas que provavelmente teremos no futuro. Eu venho participando desses esforços, pesquisando como a astrobiologia está sendo comunicada, e até ajudei a organizar um evento no ano passado para discutir isso com cientistas e jornalistas de ciência, mas conto essa história em outra hora. No próximo episódio, vamos falar sobre uma possível detecção de bioassinatura sem o James Webb e muito mais próxima da gente. A notícia veio em setembro de 2025. O planeta em que a bioassinatura pode ter sido encontrada? O vizinho cósmico que mais alimentou a imaginação humana sobre extraterrestres: Marte. Roteiro, produção, pesquisa e narração: Danilo Albergaria Revisão: Mayra Trinca, Livia Mendes e Simone Pallone Entrevistados: Luan Ghezzi e Aline Novais Edição: Carolaine Cabral Músicas: Blue Dot Sessions – Creative Commons Podcast produzido com apoio da Fapesp, por meio da bolsa Mídiaciência, com o projeto Pontes interdisciplinares para a compreensão da vida no Universo: o Núcleo de Apoio à Pesquisa e Inovação em Astrobiologia e o Laboratório de Astrobiologia da USP [VINHETA DE ENCERRAMENTO]

Podcast Nicolas.
Locadora do Nicolas. #42 - Oeste Outra Vez (2025)

Podcast Nicolas.

Play Episode Listen Later Dec 18, 2025 48:45


Em Oeste Outra Vez, homens caem na porrada, se dão tiro, contratam pistoleiro, tudo pra evitar falar um com o outro! Bem-vindos à Locadora do Nicolas, a investigação ordenada e sazonal sobre o audiovisual internacional! Com PJ Brandão, Rudy e Jotapê. COLABORE COM NOSSO APOIA.SE! Indicações do episódio: Estômago (Marcos Jorge, 2007) Faroeste Caboclo (René Sampaio, 2013) Cloud (Kiyoshi Kurosawa, 2024) Free Fire: O Tiroteio (Ben Wheatley, 2016) Babel (Alejandro González Iñárritu, 2006) Oeste Sem Lei (John Maclean, 2015) A Hora do Mal (Zach Cregger, 2025) E no próximo episódio... Não sabemos!!! Nos encontre por aí: Grupo de ouvintes do Nicolas no Telegram Bluesky: @hqsemroteiro / @rudylonia / @jumbopaulo / @podcastnicolas Instagram: @hqsemroteiro / @ahistoriadacamisa / @roberto_rudiney / @jumbopaulo / @podcastnicolas Letterboxd: @rudylonia / @jp_martins - Lista no Letterboxd com todas as indicações já dadas na Locadora! TikTok:@hqsemroteiro / @rudyloniaa / @rudyball Créditos: Edição: Roberto Rudiney e JP Martins Arte: JP Martins Voz de veludo do início: Bruna Soares

Economia Underground Podcast
Episódio Especial - They Live é melhor do que Uma Batalha Após a Outra

Economia Underground Podcast

Play Episode Listen Later Dec 17, 2025 56:44


Economia Underground, um podcast institucionalista.Neste episódio nos revisitamos o clássico They Live. Nos siga no Instagram: @economiaunderground

Expresso - Humor à Primeira Vista
O melhor da comédia nacional em 2025: Anjos vs. Joana Marques, Falsos Lentos, Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira, Bom Partido e Ruído marcaram o ano

Expresso - Humor à Primeira Vista

Play Episode Listen Later Dec 16, 2025 56:24


Está a chegar o fim do ano, começam a surgir listas de Melhores do Ano, mas a comédia continua a ficar, como habitualmente, de fora. É especialmente estranho num ano em que uma humorista foi a tribunal por uma piada, tivemos o primeiro festival internacional de comédia em Portugal e a stand-up comedy voltou a esgotar arenas pelo país. No Humor À Primeira Vista, elegemos o que para nós foi a melhor comédia nacional nos palcos, no digital, na televisão e os acontecimentos do ano. Também os destaques internacionais, e uma previsão para 2026. Para esta tarefa injusta, Gustavo Carvalho convida Ana Marta Ferreira, produtora de música e artes de palco da RTP, autora do projeto Hiena e grande fã de comédia.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Em directo da redacção
São Tomé e Príncipe, nos 50 anos da independência um país entre conquistas e desafios

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Dec 15, 2025 23:02


O último semestre de 2025 trouxe a São Tomé e Príncipe a qualificação de todo o seu território como reserva da Biosfera e ainda a classificação da representação teatral Tchiloli como Património Cultural Imaterial da Humanidade. No entanto, o país continua a enfrentar desafios entre a vaga de emigração e o mistério à volta do desaparecimento do processo do 25 de Novembro de 2022.   São Tomé e Príncipe celebrou este ano os 50 anos da sua independência. A RFI esteve em São Tomé e Príncipe para falar com os são-tomenses sobre este meio século de autonomia, as conquistas, mas também o que ficou por realizar.  Em Julho de 2025 emitimos nas nossas antenas, e pode também ainda ouvir na internet, um especial sobre os 500 anos da história deste arquipélago, assim como o domínio colonial e a passagem à constituição de um Estado são-tomense. Alguns meses depois destas emissões, vamos revisitar alguns dos temas desse especial e dar conta do que se passou entretanto. O primeiro país reserva da biosfera da UNESCO Entre florestas verdejantes, rotas de nidificação de tartarugas e paraíso dos ornitólogos, a beleza e riqueza natural de São Tomé e Príncipe não é nenhum segredo, mas até agora só uma parte - a ilha do Príncipe - era reconhecida pela UNESCO como reserva da biosfera. Em Setembro, e após uma candidatura de vários anos, também a ilha de São Tomé, especialmente a grande floresta chamada Ôbo, foi reconhecida como reserva da biosfera, transformando o país no primeiro Estado no Mundo a ser completamente abrangido por esta denominação. Algo inédito, mas impulsionado pelo "trabalho exemplar" feito no Príncipe, como explicou António Abreu, director da Divisão de Ciências Ecológicas e da Terra na UNESCO, disse em entrevista à RFI no mês de Setembro. "É algo inédito, mas muito interessante. Durante 12, 13 anos, era apenas a ilha do Príncipe, que é de facto uma reserva da biosfera exemplar e onde, apesar dos problemas estruturais e de ser uma região ultraperiférica marítima num país em vias de desenvolvimento. Há um sucesso não só ao nível da conservação da natureza, mas também o impacto que teve na promoção do crescimento económico, da demonstração de que há alternativas viáveis em relação à exploração e utilização sustentável dos recursos naturais fez com que a ilha maior, São Tomé, também encarasse essa perspectiva. Teremos o primeiro país, mesmo sendo pequeno, integralmente reserva da Biosfera. O que demonstra que o modelo das reservas da biosfera não tem limites exclusivamente nas reservas da biosfera", disse o alto funcionário da UNESCO. Este alargamento da reserva da biosfera a São Tomé vem estabelecer uma escolha estratégica do país para o seu desenvolvimento futuro, preferindo a conservação do património natural à destruição da floresta. No Sul da ilha de São Tomé instalaram-se há alguns anos plantações de palmeiras tendo como intuito a extração do óleo de palma, uma tendência que deve agora parar de forma a honrar esta distinção da UNESCO. "Em 2008, 2009, a opção do povo do Príncipe, do Governo Regional do Príncipe, em concertação com o Governo nacional, foi optar por uma via alternativa à da monocultura do óleo de palma. Porque a monocultura do óleo de palma tem uma dimensão inicial que pode proporcionar algum rendimento, mas ao fim de alguns anos o ciclo produtivo esgota se. Entretanto, a monocultura ajudou a destruir o potencial, a diversidade ecológica e, portanto, os serviços dos ecossistemas que proporcionam água, que proporcionam abrigo, proporcionam cultura e identidade ao território, acabam por destruir. E, portanto, neste caso, na ilha de São Tomé, o que se espera que possa haver então? Aquilo que nós chamamos uma restauração ecológica, que é uma das funções que as reservas da biosfera também promovem em alguns sítios, tem promovido com muito sucesso e que permitem recuperar alguns erros e algumas decisões que não foram bem apoiadas do ponto técnico e de sustentabilidade", disse António Abreu. O país espera agora a classificação das roças São João, Água-Izé, Monte Café e Diogo Vaz na Ilha de São Tomé e Belo Monte e Sundy, na Ilha do Príncipe, como Património Mundial da UNESCO. A historiadora Nazaré Ceita, que participa neste processo de classificação, considera que mais do que o património, está a salvaguardar-se a memória de todos os são-tomenses. “Quer dizer que há qualquer coisa que se está a passar que é uma valorização da memória? Na verdade, a memória colectiva sobre as roças, que é tão grande que não será apenas para São Tomé e Príncipe, será uma memória coletiva de Cabo Verde, de Moçambique, de Angola e quiçá de outros espaços que nós falamos menos. E a valorização da memória colectiva é muito necessária para a perpetuação da história. E eu acredito que o monumento mais visível que temos para esse efeito é precisamente o conjunto das roças. Será uma forma de criar uma exceção para São Tomé e Príncipe em termos históricos. Hoje é como na UNESCO se diz, quando nós falamos da questão da autenticidade, da exclusividade, do valor universal excepcional, vários países podem ter tudo, mas para São Tomé e Príncipe eu acredito que o valor universal excepcional está precisamente nas roças que nós temos que na candidatura. Aliás, já temos a candidatura preliminar, mas é preciso agora todo um trabalho para a classificação que leva às vezes um tempo. Estamos esperançados. Apesar dos meus 60 anos, eu acredito que eu ainda consiga ver esta classificação mundial” Já no final do ano, também o Tchiloli, uma encenação teatral e musical representada há centenas de anos nas ilhas foi oficialmente inscrita no Património Cultural Imaterial da Humanidade. Emir Boa Morte, director-geral da Cultura e secretário da comissão nacional da UNESCO, lembra que “mais importante que o prémio, é a preservação do Tchiloli” e prometeu uma estratégia de salvaguarda desta tradição. "Nós recebemos este prémio, mas, no entanto, o que é mais importante agora é nós preservarmos. Vai haver aqui uma estratégia para a preservação desse mesmo património cultural imaterial", garantiram as autoridades. Impasse no sector do turismo Com o reconhecimento internacional na conservação da natureza e do património histórico, São Tomé e Príncipe tem todas as potencialidades para uma aposta no turismo que respeite e ajude a conservar o ambiente, mas também seja fonte de rendimento para o país como explicou António Abreu, director da Divisão de Ciências Ecológicas e da Terra na UNESCO. "Outra área também que é demonstrativa é, digamos, o investimento na área do turismo sustentável, em que o modelo que se pratica nas reservas da biosfera é o exemplo e o Príncipe é um exemplo disso. É um modelo de qualidade que oferece uma experiência única e, portanto, oferecendo uma experiência única, baseada nos valores naturais e culturais, o visitante não vai apenas pelo sol e pela praia, mas vai porque vai vivenciar e vai ter a oportunidade de ter uma experiência que é única. E isso em termos de competitividade no mercado do turismo, naquilo que é o mercado global, dá uma vantagem comparativa a estes sítios", explicou António Abreu. No entanto, para ter um turismo sustentável e de qualidade, não aderindo à moda do turismo de massas, são necessários operadores turísticos por um lado capazes de proporcionar estadias e experiências extraordinárias aos turistas e, por outro, que respeitem e preservem a natureza das ilhas. Até agora, o maior operador no país era o grupo HBD, do multimilionário Mark Shuttleworth, sendo também o maior empregador da ilha Príncipe.  Este grupo que gere actualmente a Roça Sundy, a Roça Paciência e os resorts Sundy Praia e Bombom, entre outros investimentos também em São Tomé, instalou-se no país no início dos anos 2010 e desde lá promove também acções a nível social. Entretanto, em Outubro deste ano, após disputas com o governo regional do Príncipe e desacordos com o Governo central, especialmente porque o HBD queria cobrar o acesso dos habitantes locais a praias dos seus resorts, o grupo anunciou que iria abandonar as ilhas. Mark Shuttleworth disse numa carta dirigida ao governo regional do Príncipe que se uma parte das lideranças políticas da ilha pensa que o trabalho do seu grupo é, e passo a citar, “feito de má-fé, com intenções neocoloniais”, o grupo iria retirar-se do país. Em entrevista à RFI, em Julho de 2025, o presidente da região autónoma do Príncipe, Filipe Nascimento, reconheceu o perigo de um possível monopólio e disse, já nessa altura, querer aposta na diversificação de investidores. "Como tudo na vida, temos sempre que lidar com os temas, com todos os cuidados, as cautelas, mas considerar que devemos trabalhar com confiança. E é isso que trabalhamos diariamente para estabelecer a confiança em toda a sociedade ou em todo o mercado, que é na relação, os poderes democráticos e os investimentos, nomeadamente dos empresários estrangeiros, mas também com uma componente muito importante que é a população. Criar as condições políticas para o ambiente de negócio, isto é, o sucesso dos investimentos e, ao mesmo tempo, que haja este benefício para todas as partes, sobretudo para a população, para as metas que as autoridades pretendem almejar. Em que é importante as receitas, a população, o emprego, mas também criar um quadro jurídico legal que regule de forma harmoniosa e equilibrada todas estas relações, que dê, por um lado, garantia de proteção dos investimentos, mas, por outro lado, respeito para não só as regras do mercado funcionarem, como também o respeito da cultura, o ambiente, as pessoas de um modo geral existe, embora no dia a dia aspectos que vão surgindo que é preciso gerir na base de um diálogo que temos feito com muita responsabilidade e continuaremos a fazer. Os riscos há em qualquer mercado, mas sim, no caso do Príncipe, uma economia pequena numa ilha. Há, portanto, necessidade de continuarmos a trabalhar para a diversificação dos subsectores da economia, mas também dos intervenientes. Isto é, mais empresários, mais investidores", disse Filipe Nascimento. Após um mês de impasse e negociações, o desfecho deste imbróglio ainda não é conhecido, com as autoridades a assegurar que querem que o grupo permaneça e manifestações da sociedade civil a favor do HBD. A imigração são-tomense face às novas regras sem Portugal Este é um grupo que se tornou essencial nas ilhas, já que emprega quase mil pessoas, num território onde é difícil encontrar trabalho qualificado, o que nos últimos anos tem levado muitos jovens e menos jovens a procurar emprego fora do país, especialmente desde 2023, altura em que a CPLP abriu portas à mobilidade dos seus cidadãos. Assim, São Tomé terá perdido nos últimos três anos cerca de 10% da sua população, com grande incidência na faixa etária dos 18 aos 35 anos. Mais de metade escolhe Portugal para viver e partem à procura de melhores condições económicas. Este é um movimento que a historiadora e professora universitária Nazaré Ceita identificou nas salas de aula do ensino superior no país e que tem já fortes impactos no dia a dia de quem vive nas ilhas. Esta académica espera que também venha a haver impactos positivos. "Hoje, quando eu procuro um canalizador que não encontro, eu procuro um eletricista que não encontro. E muitos deles são levados por empresas portuguesas organizadas. Quer dizer que há qualquer coisa que está a escapar. Então eu vejo isto com preocupação, mas a minha preocupação ao mesmo tempo é levada para o outro lado, porque há muitos países em que são as remessas dos emigrantes é que desenvolvem o país. Pode ser que as pessoas que estejam fora estejam a criar condições para ajudarem a desenvolver São Tomé e Príncipe. Uns podem continuar lá, mas pode ser que outros regressem. Só me preocupa o facto de muitos deles, caso dos alunos daqui da faculdade, que às vezes não terminam a sua monografia e vão para lá fazer trabalhos completamente humildes. Quando eu acho que houve um investimento bastante grande e nós estamos com salas vazias, às vezes de alunos que dizem eu vou me embora. Quer dizer que há qualquer coisa que se está a passar", declarou a docente universitária. O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Américo Ramos, deplorou em Agosto a saída dos jovens o estrangeiro e disse querer implementar uma “emigração consciente”, que permita aos são-tomenses terem boas condições de vida nos países de destino. A gestão dos fluxos migratórios é uma das prioridades do seu Governo, segundo afirmou em Agosto. "Enquanto não atingimos o nível de desenvolvimento desejado, devemos saber gerir os fenómenos migratórios com responsabilidade. A migração está, por isso, na agenda política deste Governo, através do programa de envolvimento da diáspora no desenvolvimento nacional. Foram já definidas políticas públicas com acções concretas, algumas das quais já em curso desde o início do ano de 2025. Entre estas acções destacam-se a criação do Gabinete das Comunidades, com o objectivo de acompanhar e implementar políticas públicas direccionadas à nossa diáspora. O reforço da protecção consular através da CPLP, sobretudo em países sem representação diplomática directa. A ampliação da rede diplomática. A facilitação do acesso a documentos oficiais essenciais para legalização e integração. A criação de incentivos fiscais e aduaneiros, nomeadamente através de regime simplificado de pequenas remessas e do Regime Especial para bens Essenciais", detalhou o líder do Governo. Desde lá, as regras da imigração para Portugal mudaram, com os portugueses a endurecerem os critérios para quem se pode instalar no seu território. Tendo em conta este acordo, os fluxos migratórios dos países lusófonos não foram completamente travados, mas quem se quiser estabelecer em Portugal vindo de um país da CPLP terá agora de passar pelo crivo da unidade de coordenação de fronteiras do sistema de segurança interno, isto é, da verificação dos sistemas de segurança. É este órgão que atribui depois um parecer para obter o visto de residência, deixando assim de ser possível pedir em Portugal autorizações de residência CPLP apenas com vistos de turismo ou com isenção de visto. Assim, com a nova lei de estrangeiros quem queira imigrar para Portugal terá primeiro de obter um visto consular e depois pedir uma autorização de residência. Nas ilhas, pouco a pouco, verifica-se também o fenómeno inverso, com alguns jovens, desiludidos com o projecto de se mudarem para a Europa, regressam e reinstalam-se nas suas comunidades, como relatou Filipe Nascimento, presidente da região autónoma do Príncipe, tendo ele próprio vivido e estudado em Portugal antes de ter regressado às suas origens, assumindo o comando do governo regional a partir de 2020.  “Estamos a perder os nossos jovens e isso preocupa sempre, tratando-se particularmente de quadros e talentos. Temos pessoas a sair, seja professores, enfermeiros, pessoas empregadas no sector do turismo que está em crescimento e sentimos dos empregadores esse desafio de continuidade, de formação, capacitação, de novos quadros. Mas, como tudo na vida, devemos olhar por um lado, com preocupação, mas não com drama. Temos que continuar a fazer o nosso trabalho e interessa ver que mesmo se olharmos para os dois últimos anos em que saiu um maior número de jovens como nunca saiu, fruto desta evolução da legislação de migração de Portugal enquanto parte do Tratado da CPLP para a mobilidade das pessoas, mas respeitar porque subscrevemos esse tratado. Mas, por outro lado, dizer que muitos jovens que saíram reconheceram que afinal não é tão mau estar no Príncipe. Eu sei de quatro jovens que já estavam lá há alguns meses e já regressaram e mais que lá estão, estão a preparar o seu regresso. E sei de muitos que também vão em jeito de férias para explorar, chegam lá e respeitam o tempo de férias de um mês ou 15 dias e regressam ao perceberem que é um bom país. O Príncipe oferece tudo para se ser feliz, constituir família, realizar sonhos cá com o que temos. Então isto também nos orgulha, mas é um desafio para nós. Criar um ambiente melhor, dar mais terrenos aos jovens para a construção de casa, oferecer e já temos feito também uma trajetória interessante. Fizemos parceria com universidades e temos centenas de pessoas hoje a frequentar o ensino superior à distância. Continuamos a trabalhar para baixar o custo de vida, continuarmos a oferecer uma saúde de mais qualidade” O roubo do processo do 25 de Novembro Se a imigração tem contribuído para desgastar o capital social do país, o caso do 25 de Novembro de 2022 tem assombrado a política são-tomense. Este ataque ao quartel fez quatro mortos e foi qualificado pelas autoridades nessa altura como uma tentativa de golpe de Estado, com a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) a ter dito em 2025 que “não existem provas sérias e convincentes” de que o grupo quisesse tomar o poder. Foi o próprio Presidente, Carlos Vilas Novas, a pedir no dia 12 de Julho deste ano que a situação real daquele dia fosse esclarecida o mais rapidamente possível. "Aproveito a ocasião para exortar as autoridades competentes e de uma vez por todas, a darem o respetivo seguimento à conclusão do processo da morte de quatro cidadãos, na sequência da invasão do quartel das Forças Armadas, em 25 de Novembro de 2022. As autoridades devem o desfecho deste caso as vítimas aos seus familiares e à sociedade. A vida é o bem jurídico supremo e é a todos os títulos inadmissível que os que contra ela atentam fora das causas de justificação previstas na lei, saiam impunes. É necessário que a verdade seja conhecida e a justiça seja feita em conformidade com as leis em vigor na nossa República", declarou o chefe de Estado. No entanto, o processo do julgamento da alegada tentativa de golpe de Estado de 25 de Novembro de 2022 que resultou na morte de quatro homens no quartel militar de São Tomé, desapareceu das instalações do Estado-Maior das Forças Armadas no final de Outubro.  Mais de vinte militares, nomeadamente altas patentes, foram acusados pelo Ministério Público de estarem envolvidos na morte e tortura dos quatro homens, mas até ao momento não foram julgados porque o Tribunal Civil se declarou incompetente e remeteu o processo para o Tribunal Militar que, por sua vez, refere não dispor de meios para este julgamento. No terceiro aniversário deste acontecimento, a ministra da Justiça são-tomense, Vera Cravid, considerou que este acontecimento permanece "na memória colectiva como um dos momentos mais sombrios da história recente” do país. Já para Filinto Costa Alegre, membro da Associação Cívica e que lutou pela independência do país, o esclarecimento do que se passou naquele dia é essencial para que os jovens voltem a acreditar no país e para construir um futuro colectivo. “Há que fazer um trabalho que leve as pessoas a paulatinamente irem Acreditando que há vida para além da emigração. Há vida para além da emigração? Há futuro para além da emigração? Então, mas é preciso demonstrar isso? Isso não é com discursos, é na prática. E então, do meu ponto de vista, há matérias que podem servir como rampa de lançamento para essa nova fase para os próximos 50 anos. Mobilizar as pessoas, as pessoas de boa vontade, as pessoas que ainda acreditam que querem regenerar.  Então vamos construir grupos de trabalho para diversos assuntos. Mas os mais prioritários são o combate ao 25 de novembro. Esta, esta política, essa estratégia de intentonas, inventonas para para resolver problemas. Por isso tem que acabar” Se, como o Presidente Carlos Vila Nova expressou no seu discurso dos 50 anos de independência do país, o país não está onde gostaria de estar, há também motivos de regozijo e de esperança de um futuro melhor para São Tomé e Príncipe. "Mas se nem tudo são rosas, nem tudo são espinhos, não podemos ignorar as conquistas alcançadas ao longo destes 50 anos, apesar das dificuldades económicas. Os sucessivos governos de São Tomé e Príncipe fizeram importantes avanços no campo da educação, da saúde e dos direitos humanos. A escolarização foi uma prioridade nas primeiras décadas da independência. O governo procurou formar uma nova geração de líderes e técnicos que pudessem colaborar na edificação de uma sociedade mais justa e igualitária. A inclusão social também foi um ponto chave das políticas públicas, com ênfase na redução das desigualdades, na garantia do acesso à saúde e à educação para todos os cidadãos, especialmente em áreas rurais e isoladas. As políticas de educação foram conduzidas no sentido de promover maior equidade e um maior acesso à formação profissional essencial para o desenvolvimento do país no cenário global. As universidades e centros de formação técnica. Entretanto, surgidos a desempenhar um papel cada vez mais importante na capacitação da população e no desenvolvimento do capital humano, As dificuldades com que nos temos debatido não podem desbotar ganhos como o aumento da taxa de escolarização e a consequente redução da analfabetização a níveis residuais. A construção de um grande número de jardins de infância, de escolas primárias e secundárias em todos os distritos do país e na região Autónoma não podem desbotar ganhos como a construção de vários liceus que visam juntar se ao antigo e único. A data da independência, integrado na antiga Escola Técnica Silva Cunha, não podem desbotar ganhos como o surgimento de instituições de ensino superior privadas no país e a criação da Universidade de São Tomé e Príncipe e dos seus diversos pólos, traduzida na possibilidade de formar mais homens e mulheres que melhor sirvam o país e o mundo. hoje convertido em aldeia global. As dificuldades com que nos debatemos não podem anular ganhos, como a redução significativa das taxas da mortalidade materna e infantil, o aumento da cobertura vacinal, o aumento da esperança média de vida ou a erradicação do paludismo não podem anular ganhos como o aumento exponencial da construção de novos centros de tratamento de água potável, bem como o aumento da cobertura do fornecimento de água potável e da eletricidade a quase toda a população do país", concluiu o Presidente são-tomense.

… em 40 minutos
Gilmário Vemba: "Eu saí de uma ditadura em Angola para experimentar outra, mas agora nas redes sociais"

… em 40 minutos

Play Episode Listen Later Dec 14, 2025 60:53


Gilmário Vemba reflete sobre o medo do cancelamento e destaca o papel imprescindível do humor em democracia. O humorista aborda ainda as diferenças políticas entre Angola e Portugal e o papel que gosta de desempenhar enquanto cidadão ativo na sociedade.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Conversas de Fim de Tarde
Gilmário Vemba: "Eu saí de uma ditadura em Angola para experimentar outra, mas agora nas redes sociais"

Conversas de Fim de Tarde

Play Episode Listen Later Dec 14, 2025 60:53


Gilmário Vemba reflete sobre o medo do cancelamento e destaca o papel imprescindível do humor em democracia. O humorista aborda ainda as diferenças políticas entre Angola e Portugal e o papel que gosta de desempenhar enquanto cidadão ativo na sociedade.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Enterrados no Jardim
Ama como a estrada termina. Outra conversa com Joana Matos Frias

Enterrados no Jardim

Play Episode Listen Later Dec 13, 2025 203:52


No pensamento selvagem que é atributo da poesia não há universo natural. Tudo deve ser inventado, resistindo de modo fulgurante mas temporário num espaço e num tempo rarefeitos por passos de magia que abrem margem a uma desconfiança magnífica, a uma forma de crítica radical que não admite já que nada seja estático. Ali o que há é uma estratégia de luta generalizada, um desafio lançado aos limites. Há uma promessa absurda nesse hábito de fazer dela uma função constante. Fazer-se cada vez mais estranho numa terra que começara por nos ser familiar. Se a poesia nos encaminha para as zonas de maior diferenciação expressiva, podemos admitir que a poesia é uma ficção da linguagem, um modo inconstante de se propor, fazer bifurcar o tempo e os caminhos que transitamos. Ali as fronteiras são lábeis, damo-nos a possibilidade de experimentar os ritmos, assumir uma responsabilidade apenas no modo como estes fazem emergir as formas, permitindo-nos aceder às zonas ocultas dessa cidade que durante séculos se amuralhou “por detrás da fábula de um mundo objectivo, verídico e necessário”. Como escreve Eduardo Pellejero, “tal é o sentido profundo da poética, a vocação da sua procura sempre retomada, do seu destino incerto. Esse vazio (esse excesso) que nos move a continuar a escrever quando já parece ter-se esgotado o que havia para dizer, e que nos convida a sonhar (a lutar) quando a claridade meridiana da linguagem adelgaça (até desaparecer) a sombra das coisas, a astúcia da razão, e a resistência da carne.” Começamos por invejar a realidade e, depois de tantas aproximações, a nossa compreensão atinge um nível de saturação e passa à sua crítica, acabamos em alguns momentos por rechaçá-la, antes de voltarmos a reconciliar-nos com ela e a invejá-la de novo. No entanto, não há nada que nos reconduza de forma mais decisiva à inércia e a uma esclerose das faculdades imaginantes do que estar muito seguro sobre o que possa ser a realidade, sobre os limites da produção do real, essa que acaba por ser a forma mais estúpida de consentir nos enredos e coerções que procuram desgastar-nos e reforçar a sensação de impotência, colocando-nos à margem da investigação no campo das possibilidades que a poesia abre. Em vez de estarmos lançados no terreno dessa “antropologia especulativa” (Juan José Saer), permitimos que sejam os valores instituídos a impor-se à nossa vida imaginária. Hoje é mais válida do que nunca aquela interrogação formulada por Eduardo Guerra Carneiro num dos seus poemas em prosa: “Aqui, entre nós, quem nos conta o percurso, divino ou nocturno dos ladrões de fogo? Quem inventa a história das mil e outras noites?” Na sua obra essencial em que procura interrogar os elementos decisivos na estrutura da lírica moderna, o filólogo e teórico da literatura alemão Hugo Friedrich, incita-nos a redescobrir a poesia moderna na sua capacidade de corroer e abrir gretas na totalidade, instalar uma suspeita, aconselhando o leitor a habituar o olhar à obscuridade que recobre esta função, a qual alimenta uma tal desordem nos modos de nomear e ordenar o mundo a ponto de cultivar em nós o sentido da falta, uma forma negativa e até cruel de trabalhar a esperança. “Em toda a parte observamos, nela, uma tendência a manter-se o mais distante possível da comunicação de conteúdos unívocos. [...] Quando a poesia moderna se aproxima de realidades coisas ou homens, não as trata de modo descritivo, nem com o calor da familiaridade do ver e do ouvir; transporta-as para a esfera do não-familiar, do estranho, da deformidade. A poesia já não quer ser medida por aquilo que comumente se chama realidade, ainda que como base de lançamento para a sua liberdade assuma em si alguns resíduos desta. A realidade é desvinculada da ordem espacial, temporal, objetiva e espiritual. [...] Dos três comportamentos possíveis da lírica – sentir, observar, transfigurar, é este último que predomina na poesia moderna, tanto na visão do mundo quanto na linguagem. Segundo uma definição haurida da poesia romântica (e erroneamente generalizada), a lírica é considerada muitas vezes a língua do sentimento, da alma individual. O conceito de sentimento implica a ideia de uma distensão mediante a entrada em um ambiente espiritual que até o mais solitário dos homens compartilha com todos aqueles que sabem sentir. É precisamente essa ‘facilidade' comunicativa que é deixada de lado pela poesia moderna. Ela prescinde da humanidade no sentido tradicional, assim como da ‘experiência vivida', do sentimento e muitas vezes até do Eu pessoal do poeta. Este não participa de sua representação como indivíduo privado, inteligência poetante, como 'operador' da linguagem, como artista que exercita os actos metamorfoseadores da sua fantasia imperiosa – ou do seu irreal modo de ver – sore uma matéria qualquer, pobre de significado.” Perante discursos tendentes ao fechamento da poesia, ao reforço do domínio de uma realidade imediata, torna-se essencial hoje fazer um balanço sobre os modos de deserção que têm marcado a poesia no primeiro quartel deste século, e essa tentação de se render à descrição de elementos concretos segundo os padrões de uma realidade unívoca, num universo encerrado na complacência do genérico, afastando a possibilidade da irrupção de um imaginário poderoso que possa contestar a malha sufocante que nos cerca. Neste episódio, e no intuito de aprofundar um balanço crítico sobre as fragilidades da poesia no que toca a intensificar a experiência do mundo, pedimos a Joana Matos Frias que se juntasse de novo a nós para irmos pensando a ausência de um horizonte colectivo entre nós, e uma derrota daquela noção da impessoalidade da palavra poética, entendida como puro acontecer do mundo, para dar lugar ao frívolo orgulho de um bando de proprietários, esses poetas cada vez mais empertigados e convencidos do seu próprio valor, que se servem de qualquer oportunidade para exprimir o seu desdém e alheamento uns face aos outros, e a sua recusa de todas as exigências colectivas que esta prática possa impor-lhes.

45 do Primeiro Tempo
Sandra Regina Rudiger - “Precisamos elevar nossa consciência para uma outra dimensão”

45 do Primeiro Tempo

Play Episode Listen Later Dec 12, 2025 58:12


Sandra Regina Rudiger não tem dúvida em afirmar que a verdadeira sabedoria é aquela que atravessa gerações, tradições e fronteiras — e permanece viva dentro de nós como uma chama que nunca se apaga. Talvez por isso ela tenha dedicado praticamente toda a sua vida a decifrar, viver e transmitir um conhecimento que, por muito tempo, foi reservado a poucos: a Cabala — esse mapa ancestral do funcionamento da alma, da vida e do universo. Nascida em uma família de origem judaica, esta minha convidada começou seus estudos ainda aos 14 anos, mergulhando nas histórias da Torá, em pleno Antigo Testamento, enquanto crescia numa escola católica tradicional. Talvez tenha sido ali, entre símbolos tão diferentes — e tão complementares — que ela percebeu que a espiritualidade não é propriedade de ninguém, mas um fio invisível que costura todas as tradições quando há abertura de coração. E abriu-se. E abriu caminhos. Ainda jovem, foi preparada pelos instrutores que a introduziram aos ensinamentos mais profundos da Cabala, num tempo em que esse conhecimento era compartilhado quase exclusivamente entre homens. Ao lado da mãe, da irmã e — mais tarde — das sobrinhas, formou uma verdadeira linhagem feminina que ousou ocupar um espaço que antes não lhes era permitido. Um resgate silencioso, firme e profundamente transformador. Em 2001, publicou seu primeiro livro — A Cabala e as Empresas — conectando a sabedoria milenar ao universo corporativo muito antes de isso virar tendência. Paralelamente, sua trajetória na Ordem Rosacruz a levou ao 12º grau e à atuação como palestrante oficial, aprofundando-se em arquétipos, símbolos e caminhos internos. Desde então, segue transmitindo esses conhecimentos em cursos, grupos de estudo e palestras — inclusive em lojas maçônicas — sempre fiel às fontes originais. Neste papo com o podcast "45 do Primeiro Tempo", a psicóloga, professora e estudiosa da Cabala, Sandra Regina Rudiger, contou sua história de vida, trouxe seu olhar sobre este momento e foi categórica: “Precisamos elevar a nossa consciência para uma outra dimensão”. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Entrevistas Jornal Eldorado
Clientes da Enel devem documentar prejuízos para pedir ressarcimento por apagão, orienta o Procon

Entrevistas Jornal Eldorado

Play Episode Listen Later Dec 12, 2025 9:23


Os clientes da Enel que tiveram prejuízos com a perda de alimentos e de remédios em razão do apagão que persiste em São Paulo desde o vendaval da última quarta-feira devem documentar os problemas, preferencialmente com fotos. A orientação foi dada nesta sexta-feira pelo diretor de Fiscalização do Procon-SP, Marcelo Pagotti, durante entrevista à Rádio Eldorado. Segundo ele, os documentos devem ser anexados no site da própria concessionária ou encaminhados para procon.sp.gov.br. Pagotti também informou que o órgão notificou a Enel para prestar esclarecimentos sobre o apagão e seus planos de contingência. Outra iniciativa foi a abertura de um processo administrativo que pode gerar uma multa de até R$ 14 milhões à Enel. No entanto, o diretor do Procon ressaltou que a Enel foi multada três vezes desde 2023 e recorrer à Justiça contra as punições. De acordo com ele, duas ações ainda não foram julgadas e a outra está para ser paga pela empresa.See omnystudio.com/listener for privacy information.

História de Imigrante
154. Outra Vez

História de Imigrante

Play Episode Listen Later Dec 11, 2025 27:34


➡️ Para cidadania e outros trâmites em Portugal, Alemanha, Austria, Hungria e Polônia.https://bit.ly/hiportugal➡️Para cidadania e outros trâmites na Itália:https://bit.ly/hiitalia➡️Terminou de ouvir? Então corre para o nosso grupo no telegram:https://t.me/historiadeimigrante➡️Sobre o episódio 155. Outra vezAndreia deixou a vida no Brasil para viver um amor antigo em Portugal e encontrou uma realidade dura que nenhuma foto de viagem mostra. Nesse relato real, Andreia descobre que a vida na gringa pode ser muito mais solitária do que glamourosa, e que a saudade, o abandono e o medo às vezes pesam mais que o sonho europeu.Depois de voltar ao Brasil e tentar se reconstruir, ela decide dar uma nova chance ao país e ao amor. Mas quando percebe que está revivendo exatamente o mesmo padrão, a história vira um espelho doloroso para muitas mulheres brasileiras no exterior que enfrentam relacionamentos instáveis, promessas quebradas e a sensação de estar sozinha mesmo acompanhada. É um drama e superação que toca profundamente quem já viveu qualquer tipo de recomeço.➡️Se gostou dessa história vai se divertir também com essas...Ele levou todo meu dinheiro

Um dia no Mundo
Uma em Londres, outra em Coimbra

Um dia no Mundo

Play Episode Listen Later Dec 5, 2025 4:38


Duas cidades, duas exposições. Nos dois casos, a arte em diálogo. Uma crónica de Francisco Sena Santos.

Autores e Livros
Adeus Sapiens: James Marins projeta o futuro da humanidade

Autores e Livros

Play Episode Listen Later Dec 5, 2025 28:07


O Autores e Livros desta semana coloca em foco um dos debates mais urgentes da atualidade: o futuro da humanidade. O programa recebe o advogado, escritor e referência em empreendedorismo social James Marins, autor de “Adeus Sapiens” (Ibis Libris), obra que confronta a visão de Homo Deus, de Yuval Harari, e propõe uma reflexão profunda sobre os caminhos possíveis para um futuro sustentável, equilibrado e baseado na consciência e não apenas na tecnologia. Em entrevista exclusiva, Marins explica como o romance de ficção climática combina memória, história e imaginação para questionar as escolhas que nos trouxeram até aqui e sugerir transformações essenciais para as próximas décadas. Além do destaque principal, o Autores e Livros traz ainda uma viagem afetiva e cultural pelo país com o livro “O que vi por aí”, de Manuel Filho. A obra apresenta episódios e encontros marcantes do autor em diferentes regiões do Brasil, revelando histórias de vida e identidades que compõem a pluralidade nacional. Outra atração do programa é a dica de leitura do romance “Espíritos Vadios”, de André L. Nakamura, primeiro volume de uma trilogia que mistura suspense, política e crime em cidades fictícias da Paraíba. Em participação no programa, o autor fala sobre as inspirações e o universo narrativo da obra. Para fechar a edição, o quadro Encantos de Versos apresenta uma seleção especial de poemas de Júlia da Costa (1844–1911), destacando sua sensibilidade, sua visão à frente do tempo e sua importância na poesia brasileira do século XIX.

Enterrados no Jardim
A caderneta de cromos da cultura portuguesa. Outra conversa com Vítor Belanciano

Enterrados no Jardim

Play Episode Listen Later Dec 5, 2025 242:31


No dia em que a Sonae cortar a benemérita linha de vida que estende ao jornalismo português e o Público deixar de ir para as bancas, o Ípsilon ainda poderá fazer o pitch à Panini, safando-se de forrar o túmulo do jornalismo cultural, e com aquele sebo de rodízios que lhe é característico ser-lhe-á dada a oportunidade de produzir as várias temporadas do álbum de família da enxofrada cena cultural a que vamos tendo direito. Irradiando por meio de um sinal cada vez mais débil e para uma comunidade desintegrada ou submetida às lógicas de reprodução acríticas do consumo de massas, este suplemento vive graças à lógica de agenciamento das “figuras, figurantes e figurões” que compõem esse quadro, e o sistema agradece-lhe pela forma como consegue estabilizar tudo a um mesmo nível, naquela linha flutuante e deambulatória com que se ligam os dias e os juízos, segundo uma pretensão cosmopolita, fornecendo as fantasias em regime prêt-à-porter para a afectação de uma pose nos adros do nosso pequeno recreio social onde essas coisas contam. A propósito daquele número especial, que não deixou de nos fornecer matéria para algumas facécias, o que se mostra mais persistente nestas iniciativas é a jactância triunfalista. Dá a sensação que sempre que há a necessidade de corresponder a uma efeméride, nestas ocasiões só arregaçam as mangas para melhor se porem a cheirar a merda acumulada nas cavalariças. O que impressiona acima de tudo, e particularmente nos artigos que encenam uma panorâmica retrospectiva sobre o percurso do suplemento e o colam à própria evolução da cultura portuguesa no primeiro quartel deste século, que nunca chega a ser alvo de qualquer análise ou interrogação, é esse triunfalismo implicitamente e inutilmente publicitário. Aquilo que parecem ignorar estes promotores, tão habituados a despejar tinta sobre tudo o que prometa farra, é que o poder não precisa de propagandistas. “Se é poder”, assinala Alfonso Berardinelli, “impõe-se por si e, de facto, cada um já dele tomou nota”. “Alinhar-se com aquilo que se impõe é uma forma vácua ou perversa de moralismo”, adianta o crítico italiano. Em vez de uma capacidade de produzir um agenciamento de enunciados, de propostas que desafiem as expectativas, demasiadas vezes este suplemento parece resignar-se a uma postulação face ao que já se sabe. Daí a propensão para se auto-congratular por uma série de “apostas ganhas”, formulando mais umas quantas para seguir com esta lógica de casino. Se David Pontes reconhece que há hoje “sectores inteiros da cultura que correm o risco de desaparecer no silêncio”, e reforça que “sem eco não há cultura que, por falta de impacto, sobreviva”, depois, reclama para aquele suplemento um papel de enorme relevância no esforço de “relatar, descobrir e criticar expressões artísticas minoritárias, porque sabe que elas fazem parte da expressão máxima da diversidade humana”. Assim, é só por este suplemento desempenhar o seu trabalho de forma “quase solitária” que vimos retrocedendo, vendo a dificuldade de abrir o campo de possibilidades actuais de repensar este tempo, escapar do mundo que existe, criando as condições para a expressão de outros mundos possíveis. Com uma única excepção entre os textos que integram este volume, não há qualquer sinal de uma autocrítica, e mesmo o tom de certos artigos, quando parece neutro, é sempre promissor, tranquilizador e moderadamente profético. Só António Guerreiro abre um parêntesis em que vem denunciar que “o jornalismo cultural implodiu”: “pôs-se à mercê da publicidade cultural, com a qual passou a confundir-se” (…); “cúmplice da indústria cultural (dirá mesmo, com toda a convicção, que é impossível conquistar um lugar exterior a ela) e, por conseguinte, inscreve-se na sua lógica”. Ainda acrescenta que este género quase deixou de ser nomeado porque perdeu o seu antigo poder de irradiação, acabando por se submeter: “A ele sobrepôs-se a divulgação cultural, num contexto em que os objectos e os acontecimentos culturais aspiram sobretudo a ser divulgados, publicitados, recomendados.” Quanto às restantes análises, as poucas vezes que mantêm um compromisso de leitura das convulsões da época, acabam por reconhecer que o novo milénio não trouxe verdadeiramente descobertas novas, nem produziu obras que pareçam características de uma nova época. A maior e mais sintomática novidade é quantitativa: há muitíssimos produtores, “novos criadores” que se limitam a recombinar ou retocar velhas fórmulas, de forma cada vez mais contingente. Assim, os actores culturais, mais prolíficos do que nunca, são coagidos a dar provas de vida e submeterem-se aos protocolos do espectáculo de modo a obterem o selo e o género de aclamações que significam uma extensão do crédito a essa espécie de agonia em que vão resistindo as práticas artísticas. Mas se há algum autor verdadeiramente digno desse título, alguém capaz de causar verdadeira perturbação na matéria já dada, este é convenientemente negligenciado. Tudo o que não se sagra segundo as dinâmicas do mercado fica dependente destes processos de homologação, e acaba a mendigar os apoios de inserção destes técnicos sociais da cultura. Tudo isto apenas intensifica o regime das indústrias culturais, com a produção em série de conteúdos de consciência, informação, entretenimento, publicidade e propaganda. Neste episódio, e para andarmos de volta destas questões, voltámos a importunar Vítor Belanciano, que esteve presente em 23 dos 25 anos do Ípsilon, e que reconheceu que, depois de um convite para ser co-editor, acabou por perceber que “um agitador com sentido de independência, muito mais do que um pacificador do colectivo”, nunca seria o perfil adequado para gerir um elenco em que cada um escreve em nome próprio, competindo apenas pelo espaço. No fundo, e para se tentar fazer um balanço dos fracassos das nossas propostas culturais, talvez seja necessário reconhecer que vai continuar tudo por fazer, na medida em que o público não está dado, pois se a gente está aí, e há uma ânsia de reconhecer sinais e propostas que a unam, lhe dêem ficções cativantes, e que a agenciem como comunidade, como colectividade ou como classe, falta um jornalismo crítico que esteja em condições de forjar enunciados, esses que “são como os germes do povo que virá e cujo alcance político é imediato e inevitável” (Deleuze).

Podcast : Escola do Amor Responde
3216# Escola do Amor Responde (no ar 02.12.2025)

Podcast : Escola do Amor Responde

Play Episode Listen Later Dec 2, 2025 25:22


Durante o programa, uma aluna – que não quis se identificar – contou que conheceu o pai de sua filha pelo Facebook, quando ele ainda era casado com uma moça com quem também tinha filhos. Ele a deixou para ficar com ela. Segundo a aluna, ela engravidou em seguida e, então, descobriu que, na verdade, ele era uma pessoa irresponsável e insensível.A aluna relatou que acabou se separando, pois percebeu que ele estava fazendo com ela o mesmo que fazia com a ex. Além disso, disse que ele acabou se casando com outra mulher, inclusive aquela com quem ele mantinha conversas — embora jurasse que não.A aluna sofre por achar que ninguém vai querê-la. Ela se considera feia após o nascimento do bebê e acredita que ninguém vai querer alguém com as marcas do nascimento de uma criança de outro relacionamento.Histórias semelhantesNa sequência, Sônia pediu ajuda. Ela está casada há 24 anos e tem dois filhos; a mais velha vai completar 20 anos de idade. No ano passado, o marido foi acusado de estupro, porém tudo foi resolvido. No entanto, agora, ao olhar o celular dele, ela viu muitas coisas de que não gostou, como pornografia, e se sentiu traída. Sônia disse que, em alguns momentos, pensa em se separar e perguntou como deve agir diante dessa situação.Outra aluna, Daniele, comentou que lutou pelo marido e pelo casamento por 18 anos, mesmo com ele dentro de uma penitenciária. Ela acreditava que o seu amor pudesse reintegrá-lo à sociedade. Contudo, após receber a liberdade, ele foi preso novamente por um roubo seguido de tentativa de estupro. Inclusive, o episódio foi noticiado em canais de televisão e rádio. Segundo ela, foi uma verdadeira vergonha para ela e para os filhos. Isso fez com que Daniele se sentisse morta como mulher e como ser humano.Bem-vindos à Escola do Amor Responde, confrontando os mitos e a desinformação nos relacionamentos, onde casais e solteiros aprendem o Amor Inteligente. Renato e Cristiane Cardoso, apresentadores da Escola do Amor, na Record TV, e autores de Casamento Blindado e Namoro Blindado, tiram dúvidas e respondem perguntas dos alunos. Participe pelo site EscoladoAmorResponde.com. Ouça todos os podcasts no iTunes: rna.to/EdARiTunes

Podcasts FolhaPE
Salão do Automóvel chega com marca do futurismo nos novos modelos

Podcasts FolhaPE

Play Episode Listen Later Dec 2, 2025 19:31


O Salão do Automóvel voltou depois de sete anos e trouxe modelos que chamaram muita atenção do público, com conceitos totalmente futuristas. Todas as novidades chegam com Marta Souza, do Blog FMotors, num papo super atualizado com a âncora do Folha na Tarde da Folha FM. Outra novidade é da montadora chonesa Leapmotor anunciando produção em Pernambuco a partir de 2026. Fique por dentro!

ECOTRIM CAST | AUTOCONHECIMENTO & ESPIRITUALIDADE
DAR A OUTRA FACE: o verdadeiro significado espiritual da firmeza e do autoamorI ECOTRIMCAST

ECOTRIM CAST | AUTOCONHECIMENTO & ESPIRITUALIDADE

Play Episode Listen Later Dec 1, 2025 37:08


Entre todos os ensinamentos distorcidos pela religião, talvez nenhum tenha sido tão mal compreendido quanto este: “A quem te ferir na face direita, oferece-lhe também a outra.”No ECOTRIMCAST de hoje, Marcello Cotrim revela o sentido oculto, psicológico e metafísico dessa fala — muito distante da passividade ensinada pela tradição religiosa — e mostra que:• Dar a outra face não é aceitar injustiça, abuso ou desrespeito• Jesus não falava de comportamento, e sim de estrutura de consciência• A “outra face” é a face do Eu Superior: firmeza, lucidez, autoamor e dignidade• Existem dois caminhos antievolutivos: reagir com agressividade e se apassivar• A verdadeira postura espiritual é se posicionar sem cair na energia do agressor• Não revidar não significa aceitar: significa não entrar na frequência que destrói• A lei da atração responde à sua vibração — não ao seu sacrifício• Você só recebe do mundo aquilo que você se doa: respeito, valor, luzEste episódio traz um dos maiores alinhamentos da consciência moderna:não devolver escuridão com escuridão — e não se anular para parecer luz.Dar a outra face é sustentar sua essência divina.Quer começar? Comece pelo CHAMADO DA ALMAhttps://www.lojamotivacional.com.br/produto/curso-on-line-o-chamado-da-alma/Meditações Guiadas:https://www.lojamotivacional.com.br/categoria-produto/cds-digitais/

Artes
Carolina Bianchi obriga o teatro a repensar o poder masculino na história da arte e das violências sexuais

Artes

Play Episode Listen Later Dec 1, 2025 21:06


A peça “The Brotherhood”, da encenadora brasileira Carolina Bianchi, foi apresentada em Paris, no final de Novembro, no âmbito do Festival de Outono. Este é o segundo capítulo de uma trilogia teatral em torno dos feminicídios e violências sexuais e mostra como uma inquebrantável força masculina tem dominado a história da arte e do teatro, engendrando simultaneamente violência e amor quase incondicional pelos “grandes génios”. “The Brotherhood” é o segundo capítulo de uma obra sísmica, uma trilogia teatral em torno da violência contra as mulheres em que Carolina Bianchi e a sua companhia Cara de Cavalo mostram como o misterioso poder das alianças masculinas tem dominado a história da arte, do teatro e das próprias mulheres. Em 2023, no Festival de Avignon, a encenadora, actriz e escritora brasileira quebrou fronteiras e despertou o teatro europeu para a sua obra com o primeiro capítulo da trilogia “Cadela Força”, intitulado “A Noiva e o Boa Noite Cinderela”. Nessa peça, arrastava o público para o inferno dos feminicídios e violações, a partir da sua própria história, e ingeria a droga da violação, ficando inconsciente durante grande parte do espectáculo. Agora, em “The Brotherhood”, Carolina Bianchi volta a trazer consigo as 500 páginas da sua tese e expõe incontáveis histórias de violência contra as mulheres, glorificadas por Shakespeare, Tchekhov e também tantos dramaturgos e encenadores contemporâneos. Ao mesmo tempo que questiona toda a complexidade que gera a deificação dos “génios” masculinos na história da arte e no teatro, Carolina Bianchi demonstra, com brilhantes laivos de ironia, que os deuses têm pés de barro e que as musas têm uma espada numa mão, mas também uma mão atrás das costas porque - como ela - têm um amor incondicional pelos “mestres”. Este segundo capítulo volta a abrir com uma citação de “A Divina Comédia” de Dante, situando-nos no purgatório e antecipando o inferno. Talvez por isso, uma das primeiras questões colocadas pela actriz-escritora-encenadora é “o que fazemos com esse corpo que sobrevive a um estupro?”, a essa “morte em vida que é um estupro”? O teatro de Carolina Bianchi ajuda a pensar o impensável ao nomear a violência e ao apontar todos os paradoxos intrínsecos ao teatro e à arte: afinal, não é o próprio teatro quem perpetua a “brotherhood”, esse tal sistema que se autoalimenta de impunidade e violência, mas que também se mantém porque “somos todos brotherhood”? Em “A Noiva e o Boa Noite Cinderela”, a principal inspiração de Carolina Bianchi era a artista italiana Pippa Bacca, violada e assassinada. Em “The Brotherhood”, é a poetisa Sarah Kane quem mais a inspira pelo seu amor à poesia e à própria violência. Quase como uma fatalidade, Carolina recorda que Sarah Kane dizia que “não há amor sem violência”. Uma violência que atravessa toda a peça, como um tornado, porque “a violência é uma questão infinita para mim” - explica a encenadora à RFI. Resta saber quanto tempo as placas tectónicas da “brotherhood” no teatro vão conseguir resistir ao tornado Carolina Bianchi.   “The Brotherhood” foi apresentado no Festival de Outono de Paris, de 19 a 28 de Novembro, na Grande Halle de La Villette, onde conversámos com a artista.                                        “O que significa situar-se no teatro depois de voltar do inferno?” RFI: O que é “The Brotherhood” e porque é que lhe consagrou a segunda parte da trilogia “Cadela Força”? Carolina Bianchi, Autora de “The Brotherhood”: “‘Brotherhood' vem de uma expressão da Rita Segato, que é uma antropóloga argentina, que quando eu estava estudando para o primeiro capítulo ‘A Noiva e o Boa Noite Cinderela', eu cheguei a essa nomenclatura. Ela diz ‘brotherhood' para essa essa fraternidade entre homens, em que o estupro é parte de uma linguagem, de uma língua falada entre esses pares. Então, ela coloca o estupro como algo que é uma questão da linguagem com que essa fraternidade conversa, é uma consequência dessa conversa e isso para mim foi muito interessante de pensar porque tem esses aspectos dessa protecção. Fazer parte dessa fraternidade tem coisas maravilhosas e tem coisas terríveis e também acho que o espectáculo revela isso. Essa fraternidade é extremamente nociva, extremamente daninha para os membros dessa fraternidade também, para aqueles que são excluídos da fraternidade, e para aqueles que também fazem parte ela pode ser muito cruel. Acho que a peça busca trazer essa complexidade, é uma situação complexa de como olhar para esse amor que nós temos por essas grandes figuras da arte que se manifestam nesses homens que foram importantes, que são influenciadores, por exemplo, do teatro e em toda parte. O que é que atribui essa fascinação, esse poder e a complexidade que isso tem, as coisas terríveis que isso traz. Acho que é um grande embate com todas as coisas e eu não estou excluída desse embate, dessa contradição. O amor que eu sinto por esses grandes génios também é colocado ali numa posição bastante complexa e vulnerável.” O que faz desse amor que tem pelos “grandes génios”? Como é que, enquanto artista mulher, o mostra e, ao mesmo tempo, o denuncia? Diz que a peça “não é uma denúncia”, mas o que é que se faz com todo esse amor? “Eu acho que essa é uma das grandes perguntas da peça. O que é que a gente faz com todo esse amor? Eu não sei porque continuo habitando esse ponto de sombra, de contradição que é um ponto que me interessa habitar dentro da arte, dentro do teatro. Para mim, é mais sobre essa grande pergunta. Eu não tenho essa resposta. Eu não sei o que a gente faz com esse amor, mas eu acho que poder nomear que esse amor existe e que ele é complexo e que é difícil e que tem consequências e coisas que são dolorosas a partir desse amor foi uma coisa importante para mim. Como eu digo em cena, não é uma peça de denúncia, não é esse o lugar da peça, mas levantar essas questões e olhar do que é feita também essa história da arte. A trilogia toda traz muito essa pergunta: como a arte tem representado ou tem sido um espelho de coisas que, de facto, acontecem na sociedade e mesmo a arte, com toda a sua história de vanguarda e com toda a sua liberdade de certos paradigmas, ela consegue também ainda se manter num lugar de prosseguir com certos tipos de violência.” Em 2023, quando falámos do primeiro capítulo, “A Noiva e o Boa Noite Cinderela”, disse que era “uma antecâmara do inferno, já com um pé no inferno”. Agora abre novamente com uma citação da Divina Comédia. Continuamos no inferno ou estamos antes no purgatório? “Sim. Nesta peça já estamos num purgatório, é acordar no purgatório. Tem uma frase da peça que é: “O que significa situar-se no teatro depois de voltar do inferno?”. Acho que essa frase resume um pouco essa busca de um posicionamento. Eu descreveria a peça como uma grande crise de identidade. Ela parte de uma crise de identidade, como uma jornada nesse purgatório, seguindo um mestre – como Dante segue Virgílio nesse purgatório. O mestre aqui seria um grande encenador de teatro, um grande artista, esses reconhecidos génios como a gente se refere. Acho que seria isso, seria uma jornada dessa tentativa de se situar num contexto do teatro. O teatro não é só um assunto da peça, o teatro é uma forma, é a linguagem como esta peça opera a sua discussão, a sua conversa.” Ao mesmo tempo que o teatro consegue pôr em palavras o que a Carolina descreve como a “fenda” que é a violação, o teatro também perpetua esse sistema de “brotherhood”, o qual alimenta a impunidade e a violência. Por que é que o teatro contribui para a continuação desse sistema e como é que se pode travá-lo? “Aí tem uma pergunta que eu não tenho resposta mesmo e que acho que nem existe: travar uma coisa dessas. Eu acho que sou pessimista demais para conseguir dizer que isso vai acabar. O facto de estar tão imersa nos estudos dessa trilogia vai mostrando que isso, para mim, está longe de terminar. Acho que a gente tem vivido transformações bastante importantes, contundentes, em termos de mudanças mesmo, mas acho que talvez a maior mudança que a gente tem aprendido, falando numa questão de corpos que não estão dentro dessa masculinidade que tem o poder, eu acho que é a questão da autodefesa que a escritora Elsa Dorlin aponta muito bem. Então, acho que uma das estratégias de autodefesa também é conseguir falar sobre certas coisas, é conseguir articular, talvez através da escrita, talvez através desta arte que é o teatro, nomear mesmo certas coisas, trazer esse problema para um lugar de debate. Para mim, a questão das respostas é impossível, é impossível, é impossível. Eu acho que o teatro tem essa história como parte de uma questão da própria sociedade. O teatro começa com esse actor que se destaca do coro, a gente tem a tragédia, a gente tem essa perpetuação dessa jornada heroica, os grandes encenadores, os grandes dramaturgos que eram parceiros dos grandes génios. A gente tem uma história que é feita muito por esses grandes mestres.” Mas, se calhar, as placas tectónicas do teatro podem começar a mudar, nomeadamente com o que a Carolina faz… Um dos intérpretes diz “Somos todos Brotherhood”. A peça e, por exemplo, a parte da entrevista que faz ao encenador “génio” não é a demonstração de que, afinal, não somos todos “brotherhood”? “Aí é que está. Eu acho que não. Eu acho que tem uma coisa que é menos purista nesse sentido do bem e do mal, do lado certo, do lado errado. Eu acho que é justamente isso. Tudo aqui neste trabalho está habitando esse lugar de complexidade, esse lugar de que as coisas são difíceis, é esse pathos que está manchado nesta peça. Então, a questão sobre o reconhecimento, sobre a empatia e também sobre a total distância de certas coisas, ela fica oscilando. Eu acho que a peça traz essa negociação para o público. A gente habita todos esses lugares de contradições. Eu acho que quando aparece esse texto, no final da peça, “tudo é brotherhood”, também se está dizendo muito de onde a sociedade tem as suas bases fincadas e como apenas o facto de ser mulher não me exclui de estar, às vezes, compactuando com esse sistema.” É por isso que se apropria dessa linguagem da “brotherhood”, por exemplo, na forma como conclui a entrevista do encenador “génio”? “Para mim, fazer uma peça sobre a ‘brotherhood', sobretudo usando o teatro como a linguagem principal, tinha a ver também com abrir um espaço para que essa ‘brotherhood' pudesse falar dentro da peça, pudesse se infiltrar dentro da peça e governar a peça. Por isso, essa coisa de uma outra voz que narra a história. Então, para mim, a peça precisava trazer essa ‘brotherhood' como guia, de facto, e não eu tentando lutar contra isso, porque senão acho que isso também revelaria pouco dessa complexidade, desse movimento que a ‘brotherhood' traz. É uma força e uma linguagem e eu precisava falar essa língua, ou melhor, tentar falar essa língua dentro da peça. Acho que isso também revela muito da complexidade minha que aparece ali, não como uma heroína que está lutando contra alguma coisa, mas alguém que está percebendo algumas coisas, mas também se está percebendo a si própria no meio dessa confusão.” Leva para palco essa complexidade, essa confusão. Admite ter sido vítima dessa violência, mas continua atraída por ela e dá a ideia que a violência engendra a violência. Porquê insistir nessa violência que alguém chama de “tornado” dentro da peça? “Porque não tenho outra opção neste momento. Acho que tem uma coisa de uma obsessão com o mal, que combina talvez uma questão para mim de temer muito esse mal, de já ter, em algumas vezes na minha vida, sentido essa força, essa presença, esse mal. Acho que esse mal é algo que temo e, por isso, também me obceca muito. É a linguagem com a qual agora eu consigo articular parte da minha expressão, parte da minha escrita, parte da minha presença. Acho que essa questão da violência é uma questão infinita para mim. Tem uma frase do ‘Boa Noite Cinderela' que é:‘Depois que você encontra a violência, que você sofre uma violência, enfim, você fica obcecada por isso”. Tem uma frase também na própria ‘Brotherhood', quando os meninos estão lendo uns trechos das 500 páginas que me acompanham ali em cena sobre a pesquisa da trilogia, e eles dizem: ‘Bom, então ela escreve: eu não superei o meu encontro com a violência. Eu sou a sua filha'. É impossível. Você fica obcecada.” A Carolina diz, em palco, que já não pode com a palavra violação, com a palavra estupro, que já não pode falar isso… Não pode, mas não consegue parar. É mais uma contradição? “Completamente. Mas isso é muito o jeito que eu opero, é nessa contradição e, ao mesmo tempo, dizendo que se a palavra agora não está carregando essa violência dessa forma, se eu não posso dizer a palavra estupro porque eu estou cansada de me ouvir dizer isso, vem a poesia com a sua forma. E aí a forma do poema é violenta e é isso que eu também estou debatendo ali. Então, é mudar uma forma de escrita e ir para um outro lugar onde essa violência apareça de outras maneiras.” Mas que apareça na mesma? “Não sei porque, para mim, por exemplo, a violência poética é uma outra forma de violência. Se a gente for pensar em termos de linguagem, a forma de um poema tem uma outra maneira de as coisas aparecerem, de a gente descrever as coisas, delas existirem, delas saírem, que é diferente de quando você está trazendo, por exemplo, um material documental para o seu trabalho. São maneiras diferentes de expressar certas coisas. Eu acho que é isso que eu estou debatendo ali no final da peça.” Aí diz que “o melhor caminho para a poesia é o teatro”, citando T.S. Eliot. Porém, também diz que o amor que você precisa não é o teatro que lho pode dar, nem a vida. Gostaria que me falasse sobre o terceiro capítulo da trilogia. Há esperança no terceiro capítulo? “O terceiro capítulo vai falar sobre poesia e escrita que, para mim, são coisas que estão muito perto do meu coração e isso já está apontado no final de ‘Brotherhood'. Sobre a esperança, eu não sei. Eu não sei porque o terceiro capítulo tão pouco vem para concluir qualquer coisa. Vem para ter a sua existência ali. Não sei se, na trilogia, se pode esperar um “grand final”, entende? Acho que a questão da esperança para mim, não sei nem se ela é uma questão aqui. Eu acho que é mais entender o que o teatro pode fazer? O que é que essas linguagens artísticas podem fazer? E, às vezes, elas não fazem muito e outras vezes elas fazem pequenas coisas que também já parecem grandes coisas.” Em si, o que fez? Há uma mudança? “Completamente, Completamente. Acho que a cada espectáculo dessa trilogia é uma mudança enorme porque você fica ali mergulhada em todas essas questões durante muito tempo e vendo a transformação dessas questões dentro da própria peça à medida que a vai repetindo. Porque demanda um tempo para você olhar para aquilo que você fez e ver o que essa coisa faz nas outras pessoas porque você, como directora, pode pensar ‘Ok, eu quero que a peça tenha essas estratégias de comunicação com o público, mas você não sabe, você não tem como saber o que aquilo vai fazer nas pessoas, que sinapses ou que desejos ou que repulsa ou que sensações aquilo vai trazer nas pessoas. Isso, para mim, é um momento interessante do teatro, bonito, essa espécie de ritual em que estamos todos ali, convivendo durante esse tempo, em muitos tempos diferentes - o teatro tem isso, o tempo da plateia, o tempo do palco, são tempos completamente diferentes - e vendo o que acontece.” Uma das questões principais da peça, que anuncia no início, é “o que é que fazemos com esse corpo que sobrevive a um estupro? Essa morte em vida que é um estupro?”. Até que ponto o teatro é, para si, a resposta? “Eu acho que o teatro é uma maneira de se formular a pergunta. Quando a gente vê na peça a pergunta colocada, transmitida por uma pessoa que sou eu, para eu chegar até essa pergunta é muito tempo e é muita elaboração a partir do pensamento do teatro. Então, acho que o teatro me ajuda a conseguir elaborar esses enunciados, essas perguntas, esses enigmas. Eu vejo o teatro como o lugar do enigma, onde o enigma pode existir, onde há coisas que não têm respostas, onde essa complexidade pode existir e pode existir na forma de enigma, de uma forma que não apresenta a solução. Então, acho que o teatro me ajuda a formular as perguntas e isso, para mim, é uma coisa que é muito bonita do teatro, é um lugar de uma honestidade muito profunda, como fazer para se chegar nas perguntas. O teatro é, para mim, o lugar dessa formulação, esse laboratório de formulação dessas perguntas, essas grandes perguntas.” Outra grande pergunta que se ouve na peça é: “Se a brotherhood no teatro desaparece, o teatro que amamos morre com ela? Estamos preparados para ficar sem esse teatro?” A Carolina não está a abrir uma porta para que esse teatro venha a existir? “Não sei se estou abrindo essa porta, mas ao formular essas perguntas, elas também ficam ali, nesse espaço, e agora elas habitam todas essas pessoas que estiveram aqui nestes dias assistindo a este espectáculo. Isso o teatro faz, esse compactuar, essas perguntas, tornar essas perguntas um processo colectivo. Agora essas perguntas deixam de ser perguntas que me assombram e passam a ser perguntas que talvez assombrem algumas pessoas que estiveram aqui. Isso é muito interessante. Mais do que acreditar que você está operando uma grande transformação, eu gosto de pensar num outro ponto, acho que só o facto de abrir essa pergunta, de fazê-la existir agora, colectivamente, isso é um trabalho, esse é o trabalho. Para onde ela vai a partir daqui, nem sei determinar, é um ponto bem nevrálgico do teatro, deixar as coisas ficarem com as pessoas. Eu busco muito esse lugar de não infantilizar o público, de deixar o público ficar com essas perguntas, de deixar o público ficar confuso, perdido. Acho que a gente às vezes ganha muito com isso, ganha muito com a confusão, quando ela é colocada. A gente pode permanecer com o trabalho mais tempo na gente quando ele consegue apontar esses enigmas, quando ele consegue manifestar as coisas de um jeito que a gente precisa pensar, que a gente precisa se debruçar. Nem tudo precisa de estar num tempo de uma velocidade lancinante, onde todas as questões são colocadas e imediatamente resolvidas, até porque essas resoluções, não sei se elas vão ser, de facto, resoluções.”

Sem Moderação
O Orçamento de Estado “não é grande coisa”, mas Carneiro deixou passar porque “herdou de Pedro Nuno a impossibilidade de ter outra atitude”

Sem Moderação

Play Episode Listen Later Nov 28, 2025 21:30


O Orçamento do Estado está aprovado, desta vez sem drama ou crise política. José Luís Carneiro, líder do PS, disse que o orçamento é vazio de ambição e de conteúdo, mas o partido absteve-se permitindo a viabilização. É uma contradição que vai ser sempre difícil de explicar? Pedro Delgado Alves considera que o orçamento “não é grande coisa”, mas mais um ato eleitoral seria “particularmente indesejado”, José Eduardo Martins aponta que “vivemos a paz” deixada por Pedro Nuno Santos. Os comentadores analisam ainda o possível plano de paz na Ucrânia. O Antes Pelo Contrário em podcast foi emitido na SIC Notícias a 27 de novembro. Para ver a versão vídeo deste episódio clique aquiSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Ichthus Podcast
Casas de chá (Shine Lee) - Literário

Ichthus Podcast

Play Episode Listen Later Nov 28, 2025 50:01


Paulinho, Dri, TAM e Carol conhecem a história real de doze mulheres do distrito da luz vermelha de Taiwan por meio desse livro recém-lançado pela Editora Ultimato em parceria com a OMF Brasil.Precisa do livro? Compre-o pelo link abaixo e de quebra ainda ajude o Ichthus a crescer cada vez mais.→ Casas de chá (Shine Lee): https://ichthus.com.br/casas-de-cha* * *► GOSTA DO ICHTHUS PODCAST? ◄SÓ CONTINUAREMOS A EXISTIR COM A SUA AJUDA!Escolha AGORA MESMO sua faixa de apoio mensal em nossa campanha de financiamento coletivo no Catarse (pode ser qualquer valor) acessando: https://catarse.me/ichthusAgora, se você REALMENTE não tem condições de se comprometer com um valor mensal, por menor que seja, mas deseja nos abençoar esporadicamente, você também pode, sempre que possível, fazê-lo através de DOAÇÕES AVULSAS ou RECORRENTES de qualquer valor via PIX.Nossa chave PIX é: 17.558.300/0001-93* * *Outra forma de ajudar o Ichthus é SEMPRE fazer TODAS as suas compras na Amazon partindo do nosso link de afiliação: https://ichthus.com.br/amazonPode ficar tranquilo que nenhum item será mais caro por conta disso.* * *E que tal continuar esta conversa em nossa comunidade no Discord? Por lá organizamos várias leituras coletivas (inclusive da Bíblia), transmitidos AO VIVO a gravação de podcasts do Ichthus (e você pode participar via chat) e muito mais. Participe acessando: https://bit.ly/leituracoletiva (É TUDO DE GRAÇA!)Se preferir, também temos o nosso canal no Telegram. Inscreva-se em: https://t.me/clubeichthusE, agora, também temos o nosso canal no WhatsApp. Inscreva-se em: https://ichthus.com.br/whatsapp* * *O Ichthus Podcast é um oferecimento do Estúdio Ichthus. Você pode ouvir este e outros programas em nosso site (https://ichthus.com.br) ou nas principais plataformas de áudio (como Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Music, Amazon Music e tantas outras).Procure por "Ichthus Podcast" em seu aplicativo favorito e assine nosso feed gratuitamente para não perder nenhum episódio.* * *Finalmente, lembre-se de compartilhar este episódio de todas as maneiras possíveis. Este é o melhor jeito de você demonstrar carinho por nós e ajudar este projeto a crescer cada vez mais. Ah, e não...

Oxigênio
#206 – Traduzir a Antiguidade: memória e política nos textos greco-romanos

Oxigênio

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 41:07


Você já parou pra pensar quem traduz os livros que você lê e como esse trabalho molda a forma como entende o mundo? Neste episódio, Lívia Mendes e Lidia Torres irão nos conduzir em uma viagem no tempo para entendermos como os textos gregos e latinos chegam até nós. Vamos descobrir por que traduzir é sempre também interpretar, criar e disputar sentidos. Conversamos com Andrea Kouklanakis, professora permanente na Hunter College, Nova York, EUA, e Guilherme Gontijo Flores, professor da Universidade Federal do Paraná. Eles compartilharam suas trajetórias no estudo de línguas antigas, seus desafios e descobertas com o mundo da tradução e as questões políticas, históricas e estéticas que a prática e as teorias da tradução abarcam. Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. O roteiro foi escrito por Lívia Mendes e a revisão é de Lidia Torres e Mayra Trinca. A edição é de Daniel Rangel. Se você gosta de literatura, história, tradução ou quer entender novas formas de aproximar o passado do presente, esse episódio é pra você. __________________________________________________________________ ROTEIRO [música, bg] Lívia: Quem traduziu o livro que você está lendo? Lívia: E se você tivesse que aprender todas as línguas dos clássicos que deseja ler? Aqueles livros escritos em russo, alemão ou qualquer outra língua diferente da sua? Lívia: E aqueles livros das literaturas que foram escritas em línguas que chamamos antigas, como o latim e o grego? Lidia: A verdade é que, na maioria das vezes, a gente não pensa muito sobre essas questões. Mas, no Brasil, boa parte dos livros que lemos, tanto literários quanto teóricos, não chegaria até a gente se não fossem os tradutores. Lidia: Essas obras, que fazem parte de todo um legado social, filosófico e cultural da nossa sociedade, só chegaram até nós por causa do trabalho cuidadoso de pesquisadores e tradutores dessas línguas, que estão tão distantes, mas ao mesmo tempo, tão próximas de nós. [música de transição] Lívia: Eu sou a Lívia Mendes. Lidia: E eu sou a Lidia Torres. Lívia: Você já conhece a gente aqui do Oxigênio e no episódio de hoje vamos explorar como traduzimos, interpretamos e recebemos textos da Antiguidade greco-romana. Lidia: E, também vamos pensar por que essas obras ainda hoje mobilizam debates políticos, culturais e estéticos. Lívia: Vem com a gente explorar o mundo da antiguidade greco-romana que segue tão presente na atualidade, especialmente por meio da tradução dos seus textos. [vinheta O2] Andrea [1:05-2:12]: Então, meu nome é Andrea Kouklanakis e, eu sou brasileira, nasci no Brasil e morei lá até 21 anos quando eu emigrei para cá. Lívia: O “cá” da Andrea é nos Estados Unidos, país que ela se mudou ainda em 1980, então faz um tempo que ela mora fora do Brasil. Mas mesmo antes de se mudar, ela já tinha uma experiência com o inglês. Andrea Kouklanakis: Quando eu vim pra cá, eu não tinha terminado faculdade ainda, eu tinha feito um ano e meio, quase dois anos na PUC de São Paulo. Ah, e mas chegou uma hora que não deu mais para arcar com a responsabilidade financeira de matrícula da PUC, de mensalidades, então eu passei um tempo trabalhando só, dei aulas de inglês numa dessas escolas assim de business, inglês pra business people e que foi até legal, porque eu era novinha, acho que eu tinha 18, 19 anos e é interessante que todo mundo era mais velho que eu, né? Os homens de negócios, as mulheres de negócio lá, mas foi uma experiência legal e que também, apesar de eu não poder estar na faculdade daquela época, é uma experiência que condiz muito com o meu trabalho com línguas desde pequena. Lívia: Essa que você ouviu é a nossa primeira entrevistada no episódio de hoje, a professora Andrea Kouklanakis. Como ela falou ali na apresentação, ela se mudou ainda jovem pros Estados Unidos. Lidia: E, como faz muito tempo que ela se comunica somente em inglês, em alguns momentos ela acaba esquecendo as palavras em português e substitui por uma palavra do inglês. Então, a conversa com a Andrea já é um início pra nossa experimentação linguística neste episódio. Andrea Kouklanakis: Eu sou professora associada da Hunter College, que faz parte da cidade universitária de Nova York, City University of New York. E eles têm vários campus e a minha home college é aqui na Hunter College, em Manhattan. Eh, eu sou agora professora permanente aqui. Lívia: A professora Andrea, que conversou com a gente por vídeo chamada lá de Nova Iorque, contou que já era interessada por línguas desde pequena. A mãe dela trabalhava na casa de uma professora de línguas, com quem ela fez as primeiras aulas. E ela aprendeu também algumas palavras da língua materna do seu pai, que é grego e mais tarde, estudou francês e russo na escola. Lidia: Mas, além de todas essas línguas, hoje ela trabalha com Latim e Grego.Como será que essas línguas antigas entraram na vida da Andrea? Andrea Kouklanakis: Então, quando eu comecei aqui na Hunter College, eu comecei a fazer latim porque, bom, quando você tem uma língua natal sua, você é isenta do requerimento de línguas, que todo mundo tem que ter um requerimento de língua estrangeira na faculdade aqui. Então, quando eu comecei aqui, eu fiquei sabendo, que eu não precisava da língua, porque eu tinha o português. Mas, eu falei: “É, mas eu peguei pensando a língua é o que eu quero, né?” Então, foi super assim por acaso, que eu tava olhando no catálogo de cursos oferecidos. Aí eu pensei: “Ah, Latim, OK. Why not?. Por que não, né? Uma língua antiga, OK. Lívia: A professora Andrea, relembrando essa escolha por cursar as disciplinas de Latim, quando chegou na Hunter College, percebeu que ela gostou bastante das aulas por um motivo afetivo e familiar com a maneira com que ela tinha aprendido a língua portuguesa aqui no Brasil, que era diferente da forma como seus colegas estadunidenses tinham aprendido o inglês, sem muita conexão com a gramática. Lidia: Ela gostava de estudar sintaxe, orações subordinadas e todas essas regras gramaticais, que são muito importantes pra quem quer estudar uma língua antiga e mais pra frente a gente vai entender bem o porquê. [som de ícone] Lívia: sintaxe, é a parte da gramática que estuda como as palavras se organizam dentro das frases pra formar sentidos. Ela explica quem é o sujeito, o que é o verbo, quais termos completam ou modificam outros, e assim por diante. [som de ícone]: Lívia: Oração subordinada é uma frase que depende de outra para ter sentido completo. Ela não “anda sozinha”: precisa da oração principal pra formar o significado total. [música de transição] Lidia: E, agora, você deve estar se perguntando, será que todo mundo que resolve estudar língua antiga faz escolhas parecidas com a da professora Andrea? Lidia: É isso que a gente perguntou pro nosso próximo entrevistado. Guilherme Gontijo: Eu sou atualmente professor de latim na UFPR, no Paraná, moro em Curitiba. Mas, eu fiz a minha graduação em letras português na UFES, na Federal do Espírito Santo. E lá quando eu tive que fazer as disciplinas obrigatórias de latim, eu tinha que escolher uma língua complementar, eu lembro que eu peguei italiano porque eu estudava francês fora da universidade e eu tinha que estudar o latim obrigatório. Estudei latim com Raimundo Carvalho. Lívia: Bom, parece que o Guilherme teve uma trajetória parecida com a da Andrea e gostar de estudar línguas é uma das premissas pra se tornar um estudioso de latim e de grego. Lidia: O professor Raimundo de Carvalho, que o Guilherme citou, foi professor de Latim da Federal do Espírito Santo. Desde a década de 80 ele escreve poesias e é um importante estudioso da língua latina. Ele quem traduziu a obra Bucólicas, do Vírgílio, um importante poeta romano, o autor da Eneida, que talvez você já deva ter ouvido falar. O professor Raimundo se aposentou recentemente, mas segue trabalhando na tradução de Metamorfoses, de outro poeta romano, o Ovídio. Lívia: O Guilherme contou o privilégio que foi ter tido a oportunidade de ser orientado de perto pelo professor Raimundo. Guilherme Gontijo: Eu lembro que eu era um aluno bastante correto, assim, eu achava muito interessante aprender latim, mas eu estudei latim pensando que ele teria algum uso linguístico pras pessoas que estudam literatura brasileira. E quando ele levou Catulo pra traduzir, eu lembro de ficar enlouquecido, assim, foi incrível e foi a primeira vez na minha vida que eu percebi que eu poderia traduzir um texto de poema como um poema. E isso foi insistivo pra mim, eu não tinha lido teoria nenhuma sobre tradução. Lívia: Um episódio sobre literatura antiga traz esses nomes diferentes, e a gente vai comentando e explicando. O Catulo, que o Guilherme citou, foi um poeta romano do século I a.C.. Ele é conhecido por escrever odes, que são poemas líricos que expressam admiração, elogio ou reflexão sobre alguém, algo ou uma ideia. A obra do Catulo é marcada pelos poemas que ele dedicou a Lésbia, figura central de muitos dos seus versos. Guilherme Gontijo: Eu fiz as duas disciplinas obrigatórias de latim, que é toda a minha formação oficial de latim, acaba aí. E passei a frequentar a casa do Raimundo Carvalho semanalmente, às vezes duas vezes por semana, passava a tarde inteira tendo aula de latim com ele, lendo poetas romanos ou prosa romana e estudava em casa e ele tirava minhas dúvidas. Então, graças à generosidade do Raimundo, eu me tornei latinista e eu não tinha ideia que eu, ainda por cima, teria ali um mestre, porque ele é poeta, é tradutor de poesia. Lidia: Essa conexão com a língua latina fez o Guilherme nunca mais abandonar a tradução. Ele disse que era uma forma natural de conseguir conciliar o seu interesse intelectual acadêmico e o lado criativo, já que desde o início da graduação ele já era um aspirante a poeta. Lívia: É importante a gente lembrar que o Guilherme tem uma vasta carreira como autor, poeta e tradutor e já vamos aproveitar pra deixar algumas dicas dos livros autorais e dos autores que ele traduziu. Lívia: Guilherme é autor dos poemas de carvão :: capim (2018), Todos os nomes que talvez tivéssemos (2020), Arcano 13 em parceria com Marcelo Ariel. Ele também escreveu o romance História de Joia (2019) e os livros de ensaios Algo infiel: corpo performance tradução (2017) em parceria com Rodrigo Gonçalves e A mulher ventriloquada: o limite da linguagem em Arquíloco (2018). Se aventurou pelo infanto-juvenil com os livros A Mancha (2020) e o Coestelário (2021), ambos em parceria com Daniel Kondo. E traduziu autores como Safo, Propércio, Catulo, Horácio, Rabelais e Whitman. Lidia: Os poetas Rabelais e Whitman são autores modernos, viveram nos séculos XVI e XIX, já os outros poetas são da antiguidade romana, aquele período aproximadamente entre o século IV a.C. e o século V d.C. Lívia: Então, o Guilherme traduz tanto textos de línguas modernas quanto de línguas antigas. E, a gente perguntou pra ele se existe alguma diferença no trabalho do tradutor quando vai traduzir um texto de uma língua moderna, que está mais próxima de nós no tempo, e quando vai traduzir do latim ou do grego, que são línguas mais distantes temporalmente. Lívia: O Guilherme falou que quando ele vai traduzir de uma língua moderna pra outra língua moderna existem duas possibilidades: traduzir diacronicamente, que é quando o tradutor escreve o texto na língua produzida como se fosse da época mesmo que ele foi escrito. E a outra possibilidade é traduzir deslocando o autor temporalmente, e fazendo a linguagem do texto conversar com a linguagem contemporânea. Lidia: Pode parecer um pouco confuso de início, mas ouve só o exemplo do Guilherme da experiência de tradução que ele teve com o Rimbaud, que é um autor francês. Guilherme Gontijo: Por exemplo, fui traduzir Rimbaud, o Rimbaud do século XIX. Quando eu vou traduzir, eu posso tentar traduzir pensando diacronicamente e aí eu vou tentar traduzir o Rimbaud pra ele parecer um poeta do século XIX em português. E aí eu vou dar essa sensação de espaço temporal pro leitor contemporâneo agora. É, o Guilherme de Almeida fez um experimento genial assim, traduzindo o poeta francês François Villon para uma espécie de pastiche de galego-português, botando a linha temporal de modo que é isso, Villon é difícil para um francês ler hoje, que a língua francesa já sofreu tanta alteração que muitas vezes eles leem numa espécie de edição bilíngue, francês antigo, francês moderno. A gente também tem um pouco essa dificuldade com o galego-português, que é a língua literária da Península ali pra gente, né? Ah, então essa é uma abordagem. Outra abordagem, eu acho que a gente faz com muito menos frequência, é tentar deslocar a relação da temporalidade, ou seja, traduzir Rimbaud, não para produzir um equivalente do Rimbaud, século XIX no Brasil, mas pra talvez criar o efeito que ele poderia criar nos seus contemporâneos imediatos. Lívia: Ou seja, a ideia aqui seria escrever um texto da maneira como se escreve hoje em dia, meio que transpondo a história no tempo. Lidia: Pra quem não conhece, fica aqui mais uma dica de leitura: o poeta francês Arthur Rimbaud, que o Guilherme citou, viveu entre 1854 e 1891 e escreveu quase toda sua obra ainda adolescente. Ele renovou a poesia moderna com imagens ousadas, experimentação formal e uma vida marcada pela rebeldia. Abandonou a literatura muito jovem e passou o resto da vida viajando e trabalhando na África. Lívia: Mas, e pra traduzir da língua antiga, será que esse dois caminhos também são possíveis? Guilherme Gontijo: Quando eu vou traduzir do latim, por exemplo, eu não tenho esse equivalente. Não existe o português equivalente de Propércio. O português equivalente de Propércio como língua literária é o próprio latim. Lívia: Ou seja, o que o Guilherme quis dizer é que não existe uma possibilidade de traduzir um texto latino como ele soava na antiguidade, porque o latim é a língua que originou as línguas modernas latinas, e a língua portuguesa é uma delas, junto com o espanhol, o francês e o italiano. Lidia: Mas, o que pode acontecer é uma classicização dos textos antigos e o Guilherme enfatizou que acontece muito nas traduções que a gente tem disponível do latim pro português. A classicização, nesses casos, é traduzir os textos da antiguidade com o português do século XVIII ou XIX, transformando esses textos em clássicos também pra nós. Guilherme Gontijo:Curiosamente, a gente, quando estuda os clássicos, a gente sempre fala: “Não, mas isso é moderno demais. Será que ele falaria assim?” Acho curioso, quando, na verdade, a gente vendo que os clássicos tão falando sobre literatura, eles parecem não ter esses pudores. Aliás, eles são bem menos arqueológicos ou museológicos do que nós. Eles derrubavam um templo e botavam outro templo em cima sem pensar duas vezes enquanto nós temos muito mais pudores. Então, a minha abordagem atual de traduzir os clássicos é muito tentar usar as possibilidades do português brasileiro, isso é muito marcado pra mim, uma das variedades do português brasileiro, que é a minha, né? De modo ativo. Lívia: Só pra dar um exemplo do que faz a língua soar clássica, seria o uso do pronome “tu” ao invés de “você”, ou, os pronomes oblíquos como “eu te disse” ou “eu te amo”, porque ninguém fala “eu lhe amo” no dia a dia. Lidia: E esse é justamente o ponto quando a gente fala de tradução do texto antigo. Eles não vão ter um equivalente, e a gente não tem como traduzir por algo da mesma época. Guilherme Gontijo: Então, a gente precisa fazer um exercício especulativo, experimental, pra imaginar os possíveis efeitos daqueles textos no seu mundo de partida, né? A gente nunca vai saber o sabor exato de um texto grego ou romano, porque por mais que a gente tenha dicionário e gramática, a gente não tem o afeto, aquele afeto minucioso da língua que a gente tem na nossa. Lívia: Essas questões de escolhas de tradução, que podem aproximar ou afastar a língua da qual vai se traduzir pra língua que será traduzida se aproximam das questões sociais e políticas que são intrínsecas à linguagem. [música de transição] Lidia: Assim como qualquer outro texto, os escritos em latim ou grego nunca serão neutros. Mesmo fazendo parte de um mundo tão distante da gente, eles reproduzem projetos políticos e identitários tanto da antiguidade quanto dos atuais. Andrea Kouklanakis: Eu acho que esse aspecto político e histórico dos estudos clássicos é interessante porque é uma coisa quando você tá fazendo faculdade, quando eu fiz pelo menos, a gente não tinha muita ideia, né? Você tava completamente sempre perdida no nível microscópico da gramática, né? De tentar a tradução, essas coisas, você tá só, completamente submersa nos seus livros, no seu trabalho de aula em aula, tentando sobreviver ao Cícero. Lívia: Como a Andrea explicou, os estudos que chamamos de filológicos, soam como uma ciência objetiva. Eles tentam achar a gênese de um texto correto, como uma origem e acabam transformando os estudos clássicos em um modelo de programa de império ou de colonização. Andrea Kouklanakis: Então, por exemplo, agora quando eu dou aula sobre o legado dos estudos clássicos na América Latina Agora eu sei disso, então com os meus alunos a gente lê vários textos primários, né, e secundários, que envolvem discurso de construção de nação, de construção de império, de construção do outro, que são tecidos com os discursos clássicos, né, que é essa constante volta a Atenas, a Roma, é, o prestígio dos estudos clássicos, né? Então, a minha pesquisa se desenvolveu nesse sentido de como que esses latino afro brasileiros, esses escritores de várias áreas, como que eles lidaram na evolução intelectual deles, na história intelectual deles, como que eles lidaram com um ramo de conhecimento que é o centro do prestígio. Eles mesmo incorporando a falta de prestígio completa. O próprio corpo deles significa ausência total de prestígio e como que eles então interagem com uma área que é o centro do prestígio, sabe? Lidia: Então, como você percebeu, a Andrea investiga como os escritores afro-latino-americanos negociaram essa tradição clássica, símbolo máximo de prestígio, com suas histórias incorporadas a um lugar sem prestígio, marcadas em seus corpos pelo tom de pele. Lívia: Esse exercício que a professora Andrea tem feito com seus alunos na Hunter College tem sido uma prática cada vez mais presente nos Estudos Clássicos da América Latina e aqui no Brasil. É um exercício de colocar um olhar crítico pro mundo antigo e não apenas como uma forma de simplesmente celebrar uma antiguidade hierarquicamente superior a nós e a nossa história. Lidia: Nesse ponto, é importante a gente pontuar que a professora Andrea fala de um lugar muito particular, porque ela é uma mulher negra, brasileira, atuando em uma universidade nos Estados Unidos e em uma área de estudos historicamente tradicional. Lívia: Ela relatou pra gente um pouco da sua experiência como uma das primeiras mulheres negras a se doutorar em Estudos Clássicos em Harvard. Andrea Kouklanakis: Eu também não queria deixar de dizer que, politicamente, o meu entendimento como classista foi mais ou menos imposto de fora pra mim, sobre mim como uma mulher de cor nos estudos clássicos, porque eu estava exatamente na década de final de 90, meio final de 90, quando eu comecei a fazer os estudos clássicos na Harvard e foi coincidentemente ali quando também saiu, acho que o segundo ou terceiro volume do Black Athena, do Bernal. E, infelizmente, então, coincidiu com eu estar lá, né? Fazendo o meu doutorado nessa época. E na época existiam esses chat rooms, você podia entrar no computador e é uma coisa estranha, as pessoas interagiam ali, né? O nível de antipatia e posso até dizer ódio mesmo que muitas pessoas expressavam pela ideia de que poderia existir uma conexão entre a Grécia e a África, sabe? A mera ideia. Era uma coisa tão forte sabe, eu não tinha a experiência ou a preparação psicológica de receber esse tipo de resposta que era com tantos ânimos, sabe? Lidia: Com esse relato, a professora Andrea revelou pra gente como o preconceito com a população negra é tão explícita nos Estados Unidos e como ela, mesmo tendo passado a infância e a adolescência no Brasil, sentiu mais os impactos disso por lá. Lívia: Mas, fora o preconceito racial, historicamente construído pelas nossas raízes de colonização e escravização da população negra, como estudiosa de Estudos Clássicos, foi nessa época que a Andrea percebeu que existia esse tipo de discussão e que ainda não estava sendo apresentada pra ela na faculdade. Andrea Kouklanakis: Depois que eu me formei, eu entrei em contato com a mulher que era diretora de admissão de alunos e ela confirmou pra mim que é eu acho que eu sou a primeira pessoa de cor a ter um doutorado da Harvard nos Estudos Clássicos. E eu acho que mesmo que eu não seja a primeira pessoa de cor fazendo doutorado lá, provavelmente eu sou a primeira mulher de cor. Lidia: Vamos destacar agora, alguns pontos significativos do relato da professora Andrea. [som de ícone] Lívia: O livro que ela citou é o Black Athena, do estudioso de história política Martin Bernal. A teoria criada pelo autor afirmava que a civilização clássica grega na realidade se originou de culturas da região do Crescente Fértil, Egito, Fenícia e Mesopotâmia, ao invés de ter surgido de forma completamente independente, como tradicionalmente é colocado pelos historiadores germânicos. [som de ícone] Lívia: Ao propor uma hipótese alternativa sobre as origens da Grécia antiga e da civilização clássica, o livro fomentou discussões relevantes nos estudos da área, gerando controvérsias científicas, ideológicas e raciais. [som de ícone] Lidia: Em contrapartida às concepções racistas vinda de pesquisadores, historiadores e classicistas conservadores, a professora Andrea citou também um aluno negro de Harvard, o historiador e classicista Frank Snowden Jr.. [som de ícone] Lívia: Entre seus diversos estudos sobre a relação de brancos e negros na antiguidade, está o livro Before Color Prejudice: The Ancient View of Black, em português, Antes do Preconceito Racial: A Visão Antiga dos Negros. Um aprofundamento de suas investigações sobre as relações entre africanos e as civilizações clássicas de Roma e da Grécia e demonstra que os antigos não discriminavam os negros por causa de sua cor. [som de ícone] Lidia: O livro lança luz pra um debate importantíssimo, que é a diferença de atitudes dos brancos em relação aos negros nas sociedades antigas e modernas, além de observar que muitas das representações artísticas desses povos se assemelham aos afro-americanos da atualidade. Andrea Kouklanakis: Mas, então é isso, então essa coisa política é uma coisa que foi imposta, mas a imposição foi até legal porque aí me levou a conhecer e descobrir e pesquisar essa área inteira, que agora é uma coisa que eu me dedico muito, que é olhar qual que é a implicação dos estudos clássicos na política, na raça, na história e continuando dando as minhas aulas e traduzindo, fazendo tradução, eu adoro tradução, então, esse aspecto do estudo clássico, eu sempre gostei. [música de transição] Lívia: O Guilherme também falou pra gente sobre essa questão política e histórica dos Estudos Clássicos, de que ficar olhando pro passado como objeto desvinculado, nos impede de poder articular essas discussões com a política do presente. Guilherme Gontijo: E acho que o resultado quando a gente faz isso é muitas vezes colocar os clássicos como defensores do status quo, que é o que o um certo império brasileiro fez no período de Dom Pedro, é o que Mussolini fez também. Quer dizer, vira propaganda de estado. Lidia: Mas, ao contrário, quando a gente usa os clássicos pra pensar as angústias do presente, a gente percebe que é uma área de estudos que pode ser super relevante e super viva pra qualquer conversa do presente. Lívia: E, na tradução e na recepção desses textos antigos, como será que essas questões aparecem? O Guilherme deu um exemplo pra gente, de uma tradução que ele fez do poeta romano Horácio. [som de ícone] Lidia: Horácio foi um poeta romano do século I a.C., famoso por escrever poesias nos formatos de Odes, Sátiras e Epístolas, e defendia a ideia do “justo meio” — evitar excessos e buscar a medida certa na vida. Guilherme Gontijo: Tô lembrando aqui de uma ode de Horácio, acho que esse exemplo vai ser bom. Em que ele termina o poema oferecendo um vai matar um cabrito pra uma fonte, vai oferendar um cabrito para uma fonte. E quando eu tava traduzindo, vários comentadores lembravam de como essa imagem chocou violentamente o século XIX na recepção. Os comentadores sempre assim: “Como assim, Horácio, um homem tão refinado vai fazer um ato tão brutal, tão irracional?” Quer dizer, isso diz muito mais sobre a recepção do XIX e do começo do XX, do que sobre Horácio. Porque, assim, é óbvio que Horácio sacrificaria um cabrito para uma fonte. E nisso, ele não está escapando em nada do resto da sua cultura. Agora, é curioso como, por exemplo, o nosso modelo estatal coloca a área de clássicas no centro, por exemplo, dos cursos de Letras, mas acha que práticas do Candomblé, que são análogas, por exemplo, você pode oferecer animais para divindades ou mesmo para águas, seriam práticas não não não racionais ou não razoáveis ou sujas ou qualquer coisa do tipo, como quiserem. Né? Então, eu acho que a gente pode e esse é o nosso lugar, talvez seja nossa missão mesmo. Lívia: Como o Guilherme explicou, nós no Brasil e na América Latina temos influência do Atlântico Negro, das línguas bantas, do candomblé, da umbanda e temos um aporte, tanto teórico quanto afetivo, pra pensar os clássicos, a partir dessas tradições tão próximas, que a própria tradição europeia tem que fazer um esforço gigantesco pra chegar perto, enquanto pra gente é natural. Lidia: E não podemos nos esquecer também da nossa convivência com várias etnias indígenas, que possuem comparações muito fortes entre essas culturas. Guilherme Gontijo: Eu diria, eu entendo muito melhor o sentido de um hino arcaico, grego, ouvindo uma cantiga de terreiro no Brasil, do que só comparando com literatura. Eu acho que é relevante para a área de clássicas, não é uma mera curiosidade, sabe? Então, eu tenho cada vez mais lido gregos e romanos à luz da antropologia moderna, contemporaneíssima, sabe? Eu acho que muitos frutos aparecem de modo mais exemplar ou mais óbvio quando a gente faz essa comparação, porque a gente aí tira de fato os clássicos do lugar de clássicos que lhes é dado. [música de transição] Lívia: Pra além dessas discussões teóricas e políticas, a tradução é também um ato estético e existem algumas formas de repensar a presença da poesia antiga no mundo contemporâneo a partir de uma estética aplicada na linguagem e nos modos de traduzir. Lidia: No caso do Guilherme, ele vem trabalhando há um tempo com a tradução como performance. Guilherme Gontijo: E aí eu pensei: “Não, eu poderia traduzir Horácio para cantar”. Eu vou aprender a cantar esses metros antigos e vou cantar a tradução na mesmíssima melodia. Quer dizer, ao invés de eu pensar em metro no sentido do papel, eu vou pensar em metro no sentido de uma vocalidade. E foi isso que eu fiz. Foi o meu o meu doutorado, isso acabou rendendo a tradução de Safo. Lívia: Além das traduções publicadas em livros e artigos, o Guilherme também coloca essas performances na rua com o grupo Pecora Loca, que desde 2015 se propõe a fazer performances de poemas antigos, medievais e, às vezes, modernos, como um modo de ação poética. Lidia: Inclusive a trilha sonora que você ouviu ali no início deste trecho é uma das performances realizada pelo grupo, nesse caso do poema da Ode 34 de Horácio, com tradução do próprio Guilherme e música de Guilherme Bernardes, que o grupo gentilmente nos passou. Guilherme Gontijo: Isso pra mim foi um aprendizado teórico também muito grande, porque você percebe que um poema vocal, ele demanda pra valorizar a sua ou valorar a sua qualidade, também a performance. Quer dizer, o poema não é só um texto no papel, mas ele depende de quem canta, como canta, qual instrumento canta. Lívia: O Guilherme explicou que no início eles usavam instrumentos antigos como tímpano, címbalo, lira e até uma espécie de aulos. Mas, como, na verdade, não temos informações precisas sobre como era a musicalidade antiga, eles resolveram afirmar o anacronismo e a forma síncrona de poesia e performance, e, atualmente, incorporaram instrumentos modernos ao grupo como a guitarra elétrica, o baixo elétrico, o teclado e a bateria. Guilherme Gontijo: Então, a gente tem feito isso e eu acho que tem um gesto político, porque é muito curioso que a gente vai tocar num bar e às vezes tem alguém desavisado e gosta de Anacreonte. Olha, caramba, adorei Anacreonte. É, é, e ela percebe que Anacreonte, ela ouviu a letra e a letra é basicamente: “Traga um vinho para mim que eu quero encher a cara”. Então ela percebe que poesia antiga não é algo elevado, para poucos eleitos capazes de depreender a profundidade do saber grego. Ó, Anacreonte é poema de farra. Lidia: A partir da performance as pessoas se sentem autorizadas a tomar posse dessa herança cultural e a se relacionar com ela. O que cria uma forma de divulgar e difundir os Estudos Clássicos a partir de uma relação íntima, que é a linguagem musical. Guilherme Gontijo: E a experiência mais forte que eu tive nisso, ela é do passado e foi com o Guilherme Bernardes. Lembro que dei uma aula e mostrei a melodia do Carpe Diem, do Horácio. Da Ode. E tava lá mostrando o poema, sendo bem técnico ali, como é que explica o metro, como é que põe uma melodia, etc, etc. E uns três dias depois ele me mandou uma gravação que ele fez no Garage Band, totalmente sintética. De uma versão só instrumental, quer dizer, o que ele mais curtiu foi a melodia. E a gente às vezes esquece disso, quer dizer, um aspecto da poesia arcaica ou da poesia oral antiga romana é que alguém poderia adorar a melodia e nem prestar tanta atenção na letra. E que continuariam dizendo: “É um grande poeta”. Eu senti uma glória quando eu pensei: “Caraca, um asclepiadeu maior tocou uma pessoa como melodia”. A pessoa nem se preocupou tanto que é o poema do Carpe Diem, mas a melodia do asclepiadeu maior. [som de ícone] Lívia: Só por curiosidade, “asclepiadeu maior” é um tipo de verso poético greco-latino composto por um espondeu, dois coriambos e um iambo. Você não precisa saber como funcionam esses versos na teoria. Essa forma poética foi criada pelo poeta lírico grego Asclepíades de Samos, que viveu no século III a.C., por isso o nome, o mais importante é que foi o verso utilizado por Horácio em muitas de suas odes. [música de transição] Lidia: Agora, já encaminhando para o final do nosso episódio, não podemos ir embora sem falar sobre o trabalho de recepção e tradução realizado pela professora Andrea, lá na Hunter College, nos EUA. Lívia: Além do seu projeto sobre a presença dos clássicos nas obras de escritores afro-latino-americanos, com foco especial no Brasil, de autores como Lima Barreto, Luís Gama, Juliano Moreira e Auta de Sousa. A professora também publicou o livro Reis Imperfeitos: Pretendentes na Odisseia, Poética da Culpa e Sátira Irlandesa, pela Harvard University Press, em 2023, e as suas pesquisas abarcam a poesia homérica, a poética comparada e as teorias da tradução. Lidia: A professora Andrea faz um exercício muito importante de tradução de autores negros brasileiros pro inglês, não somente das obras literárias, mas também de seus pensamentos teóricos, pra que esses pensamentos sejam conhecidos fora do Brasil e alcance um público maior. Lívia: E é muito interessante como a relação com os estudos da tradução pra professora Andrea também tocam em um lugar muito íntimo e pessoal, assim como foi pro Guilherme nas suas traduções em performances. Lidia: E ela contou pra gente um pouco dessa história. Andrea Kouklanakis: Antes de falar da língua, é eu vou falar que, quando eu vejo a biografia deles, especialmente quando eu passei bastante tempo com o Luiz Gama. O que eu achei incrível é o nível de familiaridade de entendimento que eu tive da vida corriqueira deles. Por exemplo, Cruz e Souza, né? A família dele morava no fundo lá da casa, né? Esse tipo de coisa assim. O Luiz Gama também quando ele fala do aluno lá que estava na casa quando ele foi escravizado por um tempo, quando ele era criança, o cara que escravizou ele tinha basicamente uma pensão pra estudantes, que estavam fazendo advocacia, essas coisas, então na casa tinham residentes e um deles ensinou ele a ler, a escrever. O que eu achei interessantíssimo é que eu estou há 100 anos separada desse povo, mas a dinâmica social foi completamente familiar pra mim, né? A minha mãe, como eu te falei, ela sempre foi empregada doméstica, ela já se aposentou há muito tempo, mas a vida dela toda inteira ela trabalhou como empregada doméstica. E pra mim foi muito interessante ver como que as coisas não tinham mudado muito entre a infância de alguém como Cruz e Souza e a minha infância, né? Obviamente ninguém me adotou, nada disso, mas eu passei muito tempo dentro da casa de família. que era gente que tinha muito interesse em ajudar a gente, em dar, como se diz, a scholarship, né? O lugar que a minha mãe trabalhou mais tempo assim, continuamente por 10 anos, foi, aliás, na casa do ex-reitor da USP, na década de 70 e 80, o Dr. Orlando Marques de Paiva. Lívia: Ao contar essa história tão íntima, a Andrea explicou como ela tenta passar essa coincidência de vivências, separada por cem anos ou mais no tempo, mas que, apesar de todo avanço na luta contra desigualdades raciais, ainda hoje refletem na sua memória e ainda são muito estáticas. Lidia: Essa memória reflete na linguagem, porque, como ela explicou, esses autores utilizam muitas palavras que a gente não usa mais, porque são palavras lá do século XVIII e XIX, mas o contexto chega pra ela de uma forma muito íntima e ainda viva, por ela ter vivenciado essas questões. Andrea Kouklanakis: Eu não sou poeta, mas eu tô dando uma de poeta, sabe? E quando eu percebo que tem algum estilo assim, a Auta de vez em quando tem um certo estilo assim, ambrósia, não sei do quê, sabe? Eu sei que ela está querendo dizer perfume, não sei o quê, eu não vou mudar, especialmente palavras, porque eu também estou vindo da minha perspectiva é de quem sabe grego e latim, eu também estou interessada em palavras que são em português, mas são gregas. Então, eu preservo, sabe? Lívia: Então, pra Andrea, no seu trabalho tradutório ela procura mesclar essas duas questões, a sua relação íntima com os textos e também a sua formação como classicista, que pensa a etimologia das palavras e convive com essa multiplicidade de línguas e culturas, caminhando entre o grego, o latim, o inglês e o português. [música de transição] [bg] Lidia: Ao ouvir nossos convidados de hoje, a Andrea Koclanakis e o Guilherme Gontijo Flores, percebemos que traduzir textos clássicos é muito mais do que passar palavras de uma língua pra outra. É atravessar disputas políticas, revisitar o passado com olhos do presente, reconstruir memórias coloniais e imaginar novos modos de convivência com as tradições antigas. Lívia: A tradução é pesquisa, criação, crítica e também pode ser transformação. Agradecemos aos entrevistados e a você que nos acompanhou até aqui! [música de transição] [créditos] Livia: O roteiro desse episódio foi escrito por mim, Lívia Mendes, que também fiz a locução junto com a Lidia Torres. Lidia: A revisão foi feita por mim, Lidia Torres e pela Mayra Trinca. Lidia: Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. Lívia: Os trabalhos técnicos são de Daniel Rangel. A trilha sonora é de Kevin MacLeod e também gentilmente cedida pelo grupo Pecora Loca. A vinheta do Oxigênio foi produzida pelo Elias Mendez. Lidia: O Oxigênio conta com apoio da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp. Você encontra a gente no site oxigenio.comciencia.br, no Instagram e no Facebook, basta procurar por Oxigênio Podcast. Lívia: Pra quem chegou até aqui, tomara que você tenha curtido passear pelo mundo da antiguidade greco-romana e entender um pouco de como os textos antigos chegam até nós pela recepção e tradução. Você pode deixar um comentário, na sua plataforma de áudio favorita, contando o que achou. A gente vai adorar te ver por lá! Até mais e nos encontramos no próximo episódio. [vinheta final]

CCVA - Vida Abundante Lisboa
Uma outra perspetiva | Teresa Pereira

CCVA - Vida Abundante Lisboa

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 51:21


Culto de Celebração | 23.11´25Visite-nos nas redes sociais:youtube.org/ccvalisboafacebook.com/ccvalisboainstagram.com/ccvalisboatiktok.com/@ccvalisboa

celebra culto outra teresa pereira
Viracasacas Podcast
#459 "Uma batalha (nas redes) após a outra" - com Velho dos Livros

Viracasacas Podcast

Play Episode Listen Later Nov 25, 2025 98:19


Saudações pessoas!Estamos aqui hoje com essa figuraça conhecida como Velho dos Livros , comunicador nato, marxista, (ex?) professor e muito, muito indignado - mas, um doce de pessoa. Falamos sobre sua atuação internética gravando vídeos e sendo reconhecido na rua, batalhas reais e virtuais (e reais enquanto virtuais), formas de se rir das personalidades bizarras da extrema direita e chegar ao coração da galera no ônibus lotado do fim do dia! Atenção galera de esquerda: lições bem simples e sinceras sobre quem confrontar e quando agir, como fazer e, especialmente, quando celebrar! Simplesmente: #aulas Taca play!  !!!!ATENÇÃO!!!!Essa é a MAIOR BLACK FRIDAY da história da Insider!  Vem com tudo no cupom VIRACASACAS e use o link direto para compras com descontos surreais! ---> https://creators.insiderstore.com.br/VIRACASACASBFE MAIS:  Entre na COMUNIDADE INSIDER do Whatsapp e garanta informações quentes sobre as promoções relâmpago dessa Black Friday. Fique sabendo de tudo e de muitas flash promos! Use o link abaixo, e cadastre-se --->https://www.insiderstore.com.br/pages/comunidade-insider?utm_source=influmkt&utm_medium=9f508e8a&utm_campaign=WPPBF&cupom=VIRACASACAS#insiderstore Expediente Pai-Fundador e apresentador: Felipe Abal Outro apresentador: Gabriel Divan  Apresentador que está em missão secreta: Carapanã Capas que vocês adoram: Gui Toscan Edição de Áudio que nunca falha: Ingrid Dutra A Mestra dos Instagrams: Dani Boscatto  Música de abertura: Dog Fast - by mobigratis

Brasil-Mundo
Favorito nas redes e nas apostas: Wagner Moura dá início ‘para valer' à sua campanha ao Oscar

Brasil-Mundo

Play Episode Listen Later Nov 22, 2025 6:36


A presença brasileira voltou a estremecer Hollywood nesta semana. Depois que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nas redes sociais uma foto de Wagner Moura no Governors Awards, o público fez história, novamente: foram mais de 156 mil comentários, um número que superou, de longe, as reações dedicadas a outras grandes estrelas da noite. Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles Esse mar de engajamento, que havia acontecido também no ano passado com a foto de Fernanda Torres, marcou simbolicamente o início da campanha “para valer” de Moura nos Estados Unidos. Um dia antes de ir à festa, ele conversou com a RFI e já falava do poder dos brasileiros nas redes sociais. “Eu estava com a Nanda [Fernanda Torres] no Governors Awards ano passado. Eu lembro da gente conversando ali e lembro dela falando assim: 'eu não tirei a foto ainda, vou lá tirar'. A foto da Nanda teve um milhão de likes. As fotos de todas as estrelas americanas que estavam lá não tiveram nem um milésimo do que ela teve. Eu acho maravilhoso!", lembrou o protagonista de “O Agente Secreto”. Wagner Moura agora vê a história se repetir no engajamento e no favoritismo do filme de Kleber Mendonça Filho na categoria de produção internacional. Após finalizar uma temporada teatral no Brasil, o ator desembarcou em Los Angeles e já iniciou uma agenda intensa de campanha para o Oscar. Paralelamente, como é padrão na temporada, ele também faz campanha para o Globo de Ouro, Critics' Choice e demais premiações dos sindicatos que moldam o rumo da corrida. “Fiquei um tempo afastado dessa parte. Kleber Mendonça Filho viajou muito, e agora estou totalmente comprometido com isso. É muito bom, porque você senta com os outros atores, escuta seus colegas também de outros lugares, que fizeram outros filmes maravilhosos esse ano. Isso é uma troca muito boa. Você poder ouvir outras pessoas, de outras latitudes no mundo, falando do seu filme. Estamos aqui nos Estados Unidos, e depois vou para muitos países europeus, Inglaterra, Itália, Espanha, França. É campanha, é isso, é viajar e falar do filme pelo mundo”, diz. A perna cabeluda Nesta última semana, Wagner Moura participou da primeira sessão paga de “O Agente Secreto” em território americano. No dia 26 o filme entra em circuito comercial nos Estados Unidos. O ator também comentou quais são as conversas mais frequentes após as sessões. “Eu acho muito engraçadas as perguntas sobre a perna cabeluda. A primeira vez que eu ouvi falar da perna cabeluda foi na música de Chico Science, que inclusive é a música que eu botei na abertura do Marighella, que diz que 'Galeguinho do Coque não tinha medo da perna cabeluda'. Só agora, trabalhando com o Kleber, fui entender que a perna cabeluda virou uma lenda urbana no Recife porque jornalistas, para driblar a censura, em vez de denunciar a brutalidade policial, diziam que quem tinha feito aquelas coisas havia sido essa perna saltitante. Ela virou notícia no jornal e as pessoas trancavam a porta da casa por medo da perna cabeluda", explicou o ator. “É muito bom isso, você ver um pedaço do seu país sendo mostrado. Acho muito importante que o público fora do Brasil veja aquilo, mas acho mais importante que nós brasileiros também vejamos. Não consigo entender ainda a lógica de quem não acha que o governo deveria apoiar a cultura, de que a cultura não é uma coisa importante para o desenvolvimento do país. Fico querendo ver algum argumento", reitera. Favoritismo Wagner não é apenas favorito nas redes: as listas iniciais de possíveis indicados a melhor ator ao Oscar 2026 já colocam o ator brasileiro ao lado de nomes como Ethan Hawke (Blue Moon), Leonardo DiCaprio (Uma Batalha Após a Outra), Timothée Chalamet (Marty Supreme) e Michael B. Jordan (Pecadores). Mas foi a atualização mais recente do The Hollywood Reporter que surpreendeu até os fãs mais otimistas. Wagner Moura aparece como o número 1 entre os favoritos. “Mostra que você está num momento muito bonito da trajetória como artista, tendo esse tipo de reconhecimento. Essa indicação ainda não veio e não gosto de ficar falando disso, mas é maravilhoso. É um filme brasileiro, um ator brasileiro. Eu acho maneiro. Na Bahia, o pessoal tem orgulho”, brinca. O filme "O Agente Secreto" não nasceu para entrar na corrida do Oscar, mas do desejo de entregar um filme sólido, impactante, com identidade brasileira e potência universal. Quando um trabalho é feito com essa qualidade, o Oscar deixa de ser um objetivo distante e passa a ser uma consequência possível. Mas envolve muitas camadas, entre elas a de ter um distribuidor poderoso, como a Neon, que aposta na campanha nos Estados Unidos. “Já fiz tanto filme. Fiz muito filme ruim, sempre com o intuito de fazer bem, mas é difícil. Quando vem um bom, você fica querendo que aquilo esteja nas discussões, nas conversas, como 'O Agente Secreto' está. Não digo que o Oscar é um sonho, mas é claro que às vezes você pensa que o filme poderia estar ali. Já fiz alguns filmes em que pensei nisso, como o próprio 'Tropa de Elite', o 'Guerra Civil', que foi um filme que fiquei muito surpreso de ter passado batido, no ano passado, na premiação dos Oscars”, lamenta. O reconhecimento crítico, o carinho do público e a empolgação dos brasileiros que têm um engajamento sem igual em qualquer lugar do mundo, apenas aceleraram um movimento que já está em curso, apesar de ter ainda muito chão pela frente e muita coisa pode acontecer no meio do caminho. A festa do Oscar acontece em 15 de março. “Eu gostei tanto de fazer 'O Agente Secreto', foi uma coisa tão importante para mim, e as pessoas gostam dele. Então, para mim, para Kleber, é incrível a gente poder estar falando, viajando o mundo, conversando com as pessoas, ouvindo o tipo de pergunta que as pessoas fazem sobre o filme em diferentes partes do mundo, sobre a cultura brasileira, de Pernambuco, do Recife, do Nordeste. É maravilhoso", resume Wagner Moura.

Cuando los elefantes sueñan con la música
Cuando los elefantes sueñan con la música - Bossa Nova en el Carnegie Hall - 21/11/25

Cuando los elefantes sueñan con la música

Play Episode Listen Later Nov 21, 2025 59:00


El 21 de noviembre de 1962 se presentó oficialmente la bossa nova en el Carnegie Hall de Nueva York. De aquella noche de lluvia intensa recordamos al sexteto de Sergio Mendes ('One note samba'), al cuarteto de Oscar Castro-Neves con Carlos Lyra ('Influência do jazz'), Agostinho dos Santos y Luiz Bonfá ('Manhã de carnaval'), Roberto Menescal ('O barquinho') o como grupo instrumental ('Não faz assim') y a João Gilberto ('Outra vez'). En el mismo lugar, 61 años más tarde, se recordó el concierto con Daniel Jobim y Seu Jorge al frente ('Chega de saudade', 'Samba do avião', 'Só danço samba', 'Samba de uma nota só', 'Wave', 'Corcovado', 'A felicidade', 'Desafinado') y participaciones de Carol Biazin ('Samba de verão'), Menescal ('O barquinho') o Carlinhos Brown ('Manhã de carnaval'). Escuchar audio

RdMCast
RdMCast #528 – Telefone Preto: sequestros, visões e o mundo dos mortos

RdMCast

Play Episode Listen Later Nov 13, 2025 70:22


Exatamente 20 anos atrás, era publicada no Reino Unido a coletânea de contos 20th Century Ghosts. À época um jovem escritor querendo afastar-se da sombra de seu pai, o Rei do horror, Joe Hill publicou The Black Phone, passado inteiro na perspectiva de um adolescente que é sequestrado por um serial killer que atormenta a cidade de Denver: o Apanhador. Já em 2021, Scott Derrickson, velho conhecido dos fãs de horror, colaborou com Hill e escalou Ethan Hawke para viver o amedrontador vilão que trancafia Finney em um porão com um telefone preto desconectado. Sucesso de crítica e público, 4 anos mais tarde Telefone Preto gerou uma sequência, que é o principal assunto do RdMCast de hoje. Em um episódio que comenta as principais diferenças entre o conto original e o filme de 2021, em todos os seus acertos de adaptação, nos fazemos também a pergunta óbvia sobre a sequência: precisava mesmo? Com um Apanhador que vira cada vez mais Freddy Krueger, Telefone Preto 2 aposta em um cenário inóspito e na aterrorização do mundo dos sonhos para construir a continuação da história da família Blake. Vamos falar sobre tudo o que funcionou e o que não funcionou neste novo filme, com e sem spoilers. Dê play neste episódio e lembre-se: se um telefone preto desconectado tocar perto de você, não atenda.O RdMCast é produzido e apresentado por: Thiago Natário, Gabriel Braga e Gabi Larocca.Apoie o RdM e receba recompensas exclusivas: https://apoia.se/rdmCITADOS NO PROGRAMA:20th Century Ghosts (livro, 2005)O Telefone Preto (2021)O Telefone Preto (2025)Citações off topic:A Entidade (2012)Doutor Estranho (2016)Lenda Urbana 2 (2000)O Exorcismo de Emily Rose (2005)Conta Comigo (1986)Antes do Amanhecer (1995)M3GAN 2.0 (2025)Boyhood: Da Infância à Juventude (2014)Uma Batalha Após a Outra (2025)EPISÓDIOS CITADOS:O QUE ACHAMOS | TELEFONE PRETO E PREDADOR: A CAÇADAO QUE ACHAMOS | M3GAN 2.0RdMCast #278 – Especial Stephen KingRdMCast #520 – Invocação do Mal 4: dando adeus aos WarrenRdMCast #351 – Doutor Estranho no Multiverso do HorrorRdMCast #370 – Especial A Hora do PesadeloSiga o RdMYoutube: https://www.youtube.com/c/Rep%C3%BAblicadoMedoInstagram: @republicadomedoTwitter: @RdmcastEntre em contato através do: contato@republicadomedo.com.brLoja do RdMConheça nossos produtos: https://lojaflutuante.com.br/?produto=RdmINSIDER STORE COM ATÉ 50% OFF:Cupom: RDMCASTLink especial: https://creators.insiderstore.com.br/RDMCASTBFWhatsapp da Insider com flash promos: https://creators.insiderstore.com.br/RDMCASTWPPBFPODCAST EDITADO PORFelipe LourençoESTÚDIO GRIM – Design para conteúdo digitalPortfólio: https://estudiogrim.com.br/Instagram: @estudiogrimContato: contato@estudiogrim.com.br

Jornal da Manhã
Jornal da Manhã - 03/11/2025 | Lula adia escolha de ministro do STF por megaoperação e COP30

Jornal da Manhã

Play Episode Listen Later Nov 3, 2025 242:14


Confira os destaques do Jornal da Manhã desta segunda-feira (03): O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou mais uma vez a escolha do nome que vai ocupar a vaga do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta da megaoperação no Rio de Janeiro e dos preparativos para a COP30. A escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias (PT), enfrenta resistência do Senado, que preferia Rodrigo Pacheco (PSD). O presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Flávio Dino, marcou o início do julgamento dos recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros seis réus do núcleo central da suposta tentativa de golpe de Estado. Uma pesquisa da Genial/Quaest constata que a maioria da população do Rio de Janeiro aprova a operação policial que terminou com pelo menos 121 mortes. Outra constatação do levantamento é que a polarização política influencia a opinião da população. A Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirmou que 95% das 117 vítimas identificadas da megaoperação policial eram membros do Comando Vermelho. Além disso, 54% eram de outros estados. A comissão do Senado Federal vai votar o projeto de isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil nesta terça-feira (04). A expectativa do relator Renan Calheiros (MDB) é que o projeto não volte para a Câmara dos Deputados. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou neste domingo (02) a preservação integral das provas da megaoperação policial que aconteceu no Rio de Janeiro. O ministro seguiu um pedido feito pela Defensoria Pública da União (DPU). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acredita que os dias de Nicolás Maduro na Presidência da Venezuela estão com os "dias contados". O Exército venezuelano está em alerta geral diante das tensões. Uma juíza federal de Oregon proibiu a administração do presidente Donald Trump de enviar a Guarda Nacional a Portland pelo menos até esta sexta-feira (07). A magistrada vê as alegações de violência em protestos como exageradas. Essas e outras notícias você acompanha no Jornal da Manhã. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Emagrecer é outra coisa!
Estou há mais de 5 anos consistente, graças ao que vou te ensinar | Emagrecer é outra coisa Ep.510

Emagrecer é outra coisa!

Play Episode Listen Later Nov 3, 2025 104:16


Ser consistente, é o que todo mundo que busca emagrecer deseja.Vou compartilhar esse Checklist da Consistência que tem me mantido Consistente há mais de 5 anos (e olha esse ano de 2025 pra mim, foi um dos piores na minha vida pessoal).Para atendimentos e conhecer mais de meu protocolo, acesse: https://wa.me/message/PBVSJRP7VAFUD1Minhas redes:Instagram: @nutrirafaelfrataPodcast Ao vivo: https://bit.ly/Inscricao-EmagrecerOutraCoisaJá avaliou o Podcast? Você pode fazer enquanto ouve, pois me ajuda muito saber o que está achando, além de fazer os episódios serem sugeridos para mais pessoas. Muito obrigado!

GE Fluminense
GE Fluminense #484 - Alô G-6! Flu vence outra no Maracanã e entra na zona da Libertadores

GE Fluminense

Play Episode Listen Later Oct 30, 2025 42:39


Edgard Maciel de Sá, Cauê Rademaker, Phill e Marcello Neves analisam atuação tricolor, a ineficiência do ataque, as cinco vitórias seguidas como mandante, a polêmica da vez na arbitragem e os problemas para o jogo contra o Ceará (de novo) no fim de semana. DÁ O PLAY!

O Antagonista
Cortes do Papo - As ladainhas de Guilherme Boulos e José Dirceu

O Antagonista

Play Episode Listen Later Oct 23, 2025 9:29


O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) assumiu o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República no lugar de Márcio Macedo.Com Boulos, Lula deve buscar uma aproximação maior com a esquerda. O governo petista também espera melhorar sua capacidade de resposta nas plataformas digitais.  A Secretaria-Geral tem seu gabinete no Palácio do Planalto e é responsável pela comunicação do governo federal com os movimentos sociais, como o MTST — ligado a Boulos.Outra figura ligada a Lula que voltou a aparecer no noticiário foi José Dirceu. Condenado no mensalão e no petrolão, o ex-ministro classificou a líder opositora venezuelana María Corina Machado, vencedora do Nobel da Paz, como integrante da "extrema direita”.Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Dennys Xavier comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do   dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.     Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade.     Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.     Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.    Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista  https://bit.ly/papoantagonista  Siga O Antagonista no X:  https://x.com/o_antagonista   Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.  https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br 

Falando de Nada
A nova série de máfia da Netflix com André Lamoglia e Heitor Dhalia | Ep 214 | Falando de Nada

Falando de Nada

Play Episode Listen Later Oct 22, 2025 40:37


O Falando de Nada dessa semana traz uma entrevista imperdível com André Lamoglia e Heitor Dhalia, que revelam detalhes dos bastidores de Os Donos do Jogo — desde o processo criativo e as inspirações dos personagens até a construção do universo da chamada “máfia brasileira”. Antes disso, ainda rolam uns comentários sobre a novela vertical da Globo com Jade Picon, o desempenho de Tron Ares e o resultado de Uma Batalha Após a Outra nas bilheterias.Seja um membro da Guilda dos Tagarelers e participe das pautas semanais:https://www.youtube.com/channel/UCa8ekYf6l76ikQszoMYuHkw/join00:00 - Começamos o Falando de Nada sem Alinoca00:58 - Recadinho da Aline02:13 - Globo produzirá novela vertical com Jade Picon05:21 - O flop de Tron Ares acabou com a franquia06:01 - Uma Batalha Após a Outra está indo mal nas bilheterias?07:25 - Entrevista com André Lamoglia e Heitor Dhalia10:41 - O processo de criação de Os Donos do Jogo15:07 - As referências para criação dos personagens20:00 - Construindo o universo da "máfia brasileira"25:26 - As locações que foi gravada a série29:20 - O fluxograma de roteiro para a série32:31 - As diferenças de fazer filme e série de TV35:33 - O bom ritmo de Os Donos do Jogo✉ Quer mandar sua sugestão de pauta ou dúvida? Envie um e-mail para

Café & Corrida
CAOS em MEIAS-MARATONAS com uma dando certo e outra não

Café & Corrida

Play Episode Listen Later Oct 21, 2025 14:47


Caos descontrolado na Meia das 3 fronteiras, caos controlado na Meia do Cristo, não teve caos mas teve o cancelamento da Maratona da Cidade do Cabo, Jacob Kiplimo vence Chicago com recorde pessoal e recorde do percurso da Maratona em Amsterdã, que teve a Thalya como vice campeã, nos 21k.Assine a nossa newsletter e fique sempre bem informado - https://substack.com/@corridanoar O Corrida no Ar News é produzido diariamente e postado por volta das 6 da manhã.#corrida #corridaderuabrasil #corridaderua #cnanews #criadorporesporte

biblecast.net.br - A Fé vem pelo Ouvir
Na Reconstrução: A pá em uma mão e a espada na outra

biblecast.net.br - A Fé vem pelo Ouvir

Play Episode Listen Later Oct 19, 2025 34:36


Por Pr. Marcos Paulo. | https://bbcst.net/B9423M

Cinematório Podcasts
cinematório café: A montanha-russa de emoções de “Uma Batalha Após a Outra”

Cinematório Podcasts

Play Episode Listen Later Oct 16, 2025 76:19


Nesta edição do podcast cinematório café, nós analisamos o filme "Uma Batalha Após a Outra" (One Battle After Another, 2025), de Paul Thomas Anderson. Estrelado por Leonardo DiCaprio, Teyana Taylor, Sean Penn, Chase Infiniti, Benicio Del Toro e Regina Hall, o longa é um dos melhores lançamentos do ano e forte candidato ao Oscar 2026. - Visite a página do podcast no site e confira material extra sobre o tema do episódio - Junte-se ao Cineclube Cinematório e tenha acesso a conteúdo exclusivo de cinema Inspirado no livro "Vineland", de Thomas Pynchon (mesmo autor de "Vício Inerente"), "Uma Batalha Após a Outra" conta a história de Bob Ferguson (DiCaprio), um antigo revolucionário que é arrastado de volta a um mundo de perigos e conspirações quando sua filha, Willa (Infiniti), é colocada em risco. Em meio a confrontos intensos e situações imprevisíveis, ele precisa desafiar seu próprio passado para tentar salvá-la, em uma história marcada por ação incessante e reviravoltas inesperadas. Quem se senta à mesa conosco neste podcast é Ana Lúcia Andrade, professora de Cinema da Escola de Belas Artes da UFMG, autora dos livros "O Filme Dentro do Filme: a Metalinguagem no Cinema" e "Entretenimento Inteligente: O Cinema de Billy Wilder". O cinematório café é produzido e apresentado por Renato Silveira e Kel Gomes. A cada episódio, nós propomos um debate em torno de filmes recém-lançados e temas relacionados ao cinema, sempre em um clima de descontração e buscando refletir sobre imagens presentes no nosso dia a dia. Quer mandar um e-mail? Escreva seu recado e envie para contato@cinematorio.com.br. Este episódio contém trechos meramente ilustrativos das músicas "One Battle After Another" (2025), de Jonny Greenwood; "The Revolution Will Not Be Televised" (1971), de Gil Scott-Heron; e "Dirty Work" (1971), de Steely Dan. Todos os direitos reservados aos artistas.    

Podcast Cinem(ação)
#620: Uma Batalha Após a Outra

Podcast Cinem(ação)

Play Episode Listen Later Oct 11, 2025 100:59


O Cinem(ação) entra de cabeça no caos e na genialidade do novo filme de Paul Thomas Anderson, Uma Batalha Após a Outra. Livremente inspirado em Vinland, de Thomas Pynchon, o longa combina thriller político, comédia de erros e ação insana, consolidando mais um marco na carreira do diretor de Sangue Negro e Trama Fantasma.Com trilha sonora intensa de Johnny Greenwood, Uma Batalha Após a Outra acompanha Bob Ferginson (Leonardo DiCaprio), um ex-revolucionário paranoico que precisa resgatar a filha Willa das mãos do vilão caricato Coronel Lock Jaw (Sean Penn). O podcast analisa como Anderson transforma essa trama delirante em um retrato ácido da geração Millennial - perdida entre ideais frustrados e o peso do passado.Rafael Arinelli, Ieda Marcondes, Diego Quaglia e Camila Henriques exploram as escolhas visuais e temáticas do diretor, as atuações marcantes e o equilíbrio entre ironia e emoção. Também refletem sobre a figura de Perfídia Beverly Hills, mãe de Willa e símbolo das contradições revolucionárias.Com cenas que parecem montanhas-russas de tensão e um final otimista, Uma Batalha Após a Outra reafirma que, mesmo em meio ao caos, ainda há espaço para esperança e resistência.Este episódio contém spoilers - veja o filme e volte para essa conversa intensa e apaixonante sobre um dos trabalhos mais ousados de P.T.A.!• 04m57: Pauta Principal• 1h14m47: Plano Detalhe• 1h34m11: EncerramentoOuça nosso Podcast também no:• Spotify: https://cinemacao.short.gy/spotify• Apple Podcast: https://cinemacao.short.gy/apple• Android: https://cinemacao.short.gy/android• Deezer: https://cinemacao.short.gy/deezer• Amazon Music: https://cinemacao.short.gy/amazonAgradecimentos aos padrinhos: • Bruna Mercer• Charles Calisto Souza• Daniel Barbosa da Silva Feijó• Diego Alves Lima• Eloi Xavier• Flavia Sanches• Gabriela Pastori Marino• Guilherme S. Arinelli• Thiago Custodio Coquelet• William SaitoFale Conosco:• Email: contato@cinemacao.com• X: https://cinemacao.short.gy/x-cinemacao• BlueSky: https://cinemacao.short.gy/bsky-cinemacao• Facebook: https://cinemacao.short.gy/face-cinemacao• Instagram: https://cinemacao.short.gy/insta-cinemacao• Tiktok: https://cinemacao.short.gy/tiktok-cinemacao• Youtube: https://cinemacao.short.gy/yt-cinemacaoApoie o Cinem(ação)!Apoie o Cinem(ação) e faça parte de um seleto clube de ouvintes privilegiados, desfrutando de inúmeros benefícios! Com uma assinatura a partir de R$30,00, você terá acesso a conteúdo exclusivo e muito mais! Não perca mais tempo, torne-se um apoiador especial do nosso canal! Junte-se a nós para uma experiência cinematográfica única!Plano Detalhe:• (Cami): Filme: Amigas Curtindo Adoidado• (Ieda): Artigo: Sim, somos humanos• (Ieda): Jogo: No, I'm not a Human• (Diego): Filme: The Mastermind• (Diego): Filme: Totalmente Selvagem• (Rafa): Série: Montando uma BandaEdição: ISSOaí

3 lados da corrida
Episódio 427 - Limitação de espaço 2

3 lados da corrida

Play Episode Listen Later Oct 6, 2025 47:33


Outra abordagem falando sobre as limitações de espaço, aprendendo a gerenciar as dificuldades e tirar proveito do que tem.

Rádio Comercial - O Homem que Mordeu o Cão, Temporada 3
Duas coisas invulgares em quartos de hotel: uma envolvendo cólicas e outra não.

Rádio Comercial - O Homem que Mordeu o Cão, Temporada 3

Play Episode Listen Later Oct 3, 2025 8:52


Um despertador que não toca e uma linda história de férias.

Derivado Cast
UMA BATALHA APÓS A OUTRA E MUITO ROCK AND ROLL | DERIVADOCAST #440

Derivado Cast

Play Episode Listen Later Oct 2, 2025 87:47


No episódio de hoje, o trio ficou desfalcado com a viagem do Bubu, mas Alezão e Xexéu seguraram firme e compartilharam tudo o que estão assistindo no momento. Falamos da aguardada animação Marvel Zombies, a fantástica série de ação do Prime Video A Lista Terminal: Lobo Negro, da comédia Desobedientes na Netflix e também trouxemos mais comentários sobre Black Rabbit, que segue dando o que falar. Além disso, rolou papo sobre House of Guiness, a nova sequência de The Office chamada The Paper, e encerramos com o maior filme do momento: Uma Batalha Após a Outra. Um episódio cheio de recomendações e análises pra você já colocar na sua lista! *****00:00 - Abertura01:59 - Arouvengers34:37 - TOP 10 do Alezão40:38 - Marvel Zombies (Disney+)45:10 - A Lista Terminal: Lobo Negro (Prime Video)48:38 - Pacificador 50:35 - Pix da Alegria1:01:01 - Desobedientes (Netflix)1:07:50 - Black Rabbit (Netflix)1:10:32 - House of Guinness (Netflix)1:15:12 - Uma Batalha Após a Outra1:24:36 - The Paper (HBO Max)

Cinemático
Uma Batalha Após A Outra

Cinemático

Play Episode Listen Later Sep 30, 2025 58:57


No Cinemático 559, Carlos Merigo, Beatriz Fiorotto e Ronald Villardo conversam sobre "Uma Batalha Após a Outra", novo filme dirigido por Paul Thomas Anderson e estrelado por Leonardo DiCaprio.Pauta: 04:46Spoilers: 38:33---SIGA @CINEMATICOPODTwitterInstagramCRÉDITOSApresentação: Carlos MerigoPauta e Produção: Bia FiorottoEdição: Gabriel PimentelAtendimento e Comercialização: Camila Mazza e Telma ZennaroTorne-se membro do B9 e ganhe benefícios: Braincast secreto; grupo de assinantes no Telegram; e mais!https://www.youtube.com/channel/UCGNdGepMFVqPNgaCkNBdiLw/join Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.