Podcasts about Povo

Frazione in Trentino-Alto Adige/Südtirol, Italy

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Povo

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Expresso - Expresso da Manhã
De quem é o Carvalhal? É nosso! A lei diz que a praia é do povo e de acesso livre, até na exclusiva Comporta

Expresso - Expresso da Manhã

Play Episode Listen Later Jul 14, 2025 13:41


A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) encontrou em Grândola duas praias com acesso controlado e oito com acesso condicionado por empreendimentos turísticos. O acesso vai ter de ser facilitado a toda a gente. Também há concessionários de apoio balnear que não cumprem as regras. A fiscalização da APA foi consequência de uma reportagem feita no inicio de junho pela jornalista Carla Tomás e é com ela que conversamos neste episódio. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Palavra é Vidas!
Devocional de Hoje EPP 141 - A Vitória é do Povo de Deus

Palavra é Vidas!

Play Episode Listen Later Jul 14, 2025 1:36


Devocional de Hoje EPP 141 - A Vitória é do Povo de Deus

Noticiário Nacional
5h Nova Declaração de Avignon solidária com povo palestiniano

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 13, 2025 8:49


Jones Manoel
Lula cancela pronunciamento contra agressão de Trump, mesmo com povo na rua | 11.7

Jones Manoel

Play Episode Listen Later Jul 11, 2025 195:18


O Manhã Brasil desta sexta (11), com o jornalista Mauro Lopes como âncora, tem os seguintes destaques: 1) Depois de ensaiar um pronunciamento ao país em rede nacional para responder à agressão de Trump, Lula cancelou tudo no meio da tarde. Nem a presença do povo na rua, milhares de pessoas defendendo a soberania brasileira, encoraja o presidente para uma ação de combatePessoas convidadas:Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL-SP) Eduardo Bosse, advogado, do Instituto Finanças Funcionais

O Antagonista
Cortes do Papo - Lula usa ‘tarifaço' para posar de defensor do povo

O Antagonista

Play Episode Listen Later Jul 10, 2025 24:41


Após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a decisão de impor tarifas extras de 50% sobre produtos brasileiros e citar Jair Bolsonaro e “ordens de censura”, Lula afirmou que “o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”.Felipe Moura Brasil e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do   dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.     Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade.     Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.     Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.    Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista  https://bit.ly/papoantagonista  Siga O Antagonista no X:  https://x.com/o_antagonista   Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.  https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br 

Kate, Tim & Marty
Best Bits: Bragging About How Povo You Are!

Kate, Tim & Marty

Play Episode Listen Later Jul 9, 2025 24:06 Transcription Available


We’re back on July 21, betch... until then, enjoy the chaos! Today we went deep on povo brags: walk-in pantries, billionaire jumbotrons, and humble flexes. Then the kids came in hot with their brutal honesty… ever been called Miss Piggy mid-flight? We spun the Wednesday Wheel and ended up in a Google-Off about the Pope. And finally, we cried (again) over the celeb break-ups that hurt us the most... Katy and Orlando, we’re looking at you.See omnystudio.com/listener for privacy information.

M80 - Linha de Passe
Sá Pinto no Irão para dar alegria ao povo!

M80 - Linha de Passe

Play Episode Listen Later Jul 9, 2025 6:04


A guarda-redes portuguesa que foi chefe de claque no Europeu. Trump quer competições de luta na Casa Branca e ainda o Real Madrid e uma odisseia para aterrar em Nova Iorque.

MIDCast
S08E27 - Congresso Inimigo do Povo

MIDCast

Play Episode Listen Later Jul 7, 2025 93:50


No episódio dessa semana falamos sobre a escalada da crise do IOF, justiça social e Congresso inimigo do povo.APOIE financeiramente a continuidade do MIDCast:------------------- Apoia.se : https://apoia.se/midcast- Chave PIX : podcastmid@gmail.com------------------# COMPRE a estampa "Tem que Dilapidar as Fortunas": bit.ly/estampamidcast# CANAL do MIDCast Política no WhatsApp: bit.ly/midcast-zap# GRUPO dos ouvintes no Telegram: bit.ly/midcastgrupo# LISTA de paródias do MIDCast: bit.ly/parodiasmidcast PARTICIPANTES:------------------Anna Raissa - https://bsky.app/profile/annarraissa.bsky.socialDiego Squinello - https://bsky.app/profile/diegosquinello.bsky.socialRodrigo Hipólito - https://bsky.app/profile/rodrigohipolito.bsky.socialThais Kisuki - https://bsky.app/profile/thaiskisuki.bsky.socialVictor Sousa - https://bsky.app/profile/vgsousa.bsky.socialCOMENTADO NO EPISÓDIO------------------A ESCALADA DA CRISE DO IOFPSOL aciona o STFMoraes é designado relator de ação do PSOL no STFAGU aciona o STFMottinha manda recado para o governoIOF: vice do PT diz que governo Lula erra ao recorrer ao STFApós recorrer ao STF para manter alta do IOF, Lula nega que tenha rompido com o CongressoEm meio à crise do IOF, Alcolumbre quer projeto para limitar quem pode recorrer ao STF contra decisão do CongressoTARIFA SOCIAL DE ENERGIA ELÉTRICATarifa social de energia elétrica começa na próxima semana; veja quem tem direito a energia gratuitaCONGRESSO INIMIGO DO POVOCampanha do PT com ataque aos 'super ricos' entra no ar Mottinha se reúne com empresários na casa de DoriaLula não deve sancionar e nem vetar aumento no número de deputadosGuinada do PT e de Lula com discurso ‘pobres contra ricos' gera reação da oposiçãoPost no Instagram do governo: cabo de guerraHaddad diz que governo faz 'justiça social' e rebate crítica sobre aumento de impostos: 'Pode gritar'

Igreja Ação Bíblica
Deus chama a atenção do seu povo

Igreja Ação Bíblica

Play Episode Listen Later Jul 6, 2025 46:03


Malaquias 1:1-5 • Gevilson Camata • 6 de Julho, 2025

CCVideira Centro
UM SÓ POVO | Parte 2 - Em Cristo, somos transformados | Pra Paola Kétele

CCVideira Centro

Play Episode Listen Later Jul 4, 2025 46:50


Mensagem Compartilhada no Culto de 18h no Domingo 08/06 na CCVideira Centro.

Programa Brasil de Fato MG
‘O Congresso é inimigo do povo!'; tensão política mostra quem está do lado dos brasileiros - Enfim, sexta!

Programa Brasil de Fato MG

Play Episode Listen Later Jul 4, 2025 35:27


- Governo Lula x Centrão: tensões políticas e econômicas em foco. - Cessar-fogo no Oriente Médio: esperança, mas a paz ainda é um desafio. - Federalização da Codemig: o futuro das empresas públicas mineiras em debate.Este é mais um ENFIM, SEXTA! — seu encontro semanal com a análise crítica, progressista e popular sobre o que acontece em Minas Gerais, no Brasil e no mundo. Conversamos com a deputada estadual Ana Paula Siqueira, Nei Zavaski, do MST, e Jô Moraes, do PCdoB . Confira!

Arauto Repórter UNISC
Direto ao Ponto - Paulo Mans, Coordenador do Banco do Povo em Santa Cruz

Arauto Repórter UNISC

Play Episode Listen Later Jun 30, 2025 27:16


Paulo Mans detalha os serviços oferecidos pelo Banco do Povo, instrumento da Administração Municipal que disponibiliza crédito produtivo popular.

Assunto Nosso
Direto ao Ponto - Paulo Mans, Coordenador do Banco do Povo em Santa Cruz

Assunto Nosso

Play Episode Listen Later Jun 30, 2025 27:16


Paulo Mans detalha os serviços oferecidos pelo Banco do Povo, instrumento da Administração Municipal que disponibiliza crédito produtivo popular.

JKCast
JK Cast #229 - GENOCÍDIO do Povo Palestino, Investimentos Progressistas, CHINA vs EUA

JKCast

Play Episode Listen Later Jun 28, 2025 30:32


JK Cast #229 - GENOCÍDIO do Povo Palestino, Investimentos Progressistas, CHINA vs EUA

Fórum Onze e Meia
Congresso inimigo do povo | MORAES manda PF interrogar advogados de BOLSONARO | 26.06.25

Fórum Onze e Meia

Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 138:46


No Fórum Onze e Meia de hoje: Congresso vai partir para impeachment de Lula? MORAES manda PF interrogar advogados de BOLSONARO.Participam do programa os jornalistas Altamiro Borges e Cynara Menezes; entrevista com o deputado federal (PSOL) Guilherme BoulosApresentação de Dri Delorenzo e comentários de Renato Rovai.Become a supporter of this podcast: https://www.spreaker.com/podcast/forum-onze-e-meia--5958149/support.

Jones Manoel
Chamado de "Inimigo do povo", Congresso pode dar o troco | 25.06

Jones Manoel

Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 213:54


Na Edição do Noite Brasil/ Cultura Brasileira desta quarta feira, 25/06:1) Governo pode amargar mais uma derrota junto ao Congresso;2) A estratégia da militância governista em colocar o “congresso contra o povo” piora a relação da base governista com o planalto;3) Líder do PT na Câmara diz que Hugo Motta fez provocação infantil;4) STF fará audiência para púbica sobre as emendas parlamentares;O convidado do programa é o economista, professor e presidente do Instituto Municipal Pereira Passos.

Convidado
Rádio Libertação, Escola-Piloto e hospitais: as outras armas da luta

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 24:54


Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica várias reportagens sobre o tema. Neste sétimo episódio, falamos sobre outras armas da luta de libertação: a Rádio Libertação, a Escola-Piloto e a rede de cuidados de saúde. Oiça aqui a reportagem com Amélia Araújo, Teresa Araújo, Josefina Chantre, Maria Ilídia Évora, Ana Maria Cabral, Manuel Boal e Sara Boal. Amélia Araújo era "a voz da luta", a locutora das emissões em português da Rádio Libertação. Ela recebe-nos em sua casa, na cidade da Praia, para nos recordar um pouco o papel desta rádio, descrita por Amílcar Cabral como o “canhão de boca” da luta pela independência. O “Comunicado de Guerra” e o “Programa do Soldado Português” eram as produções mais ouvidas. A primeira incitava os militares à resistência e à revolta contra uma guerra que não era deles. A segunda apresentava os combates ocorridos nas várias frentes e divulgava a lista dos soldados portugueses mortos, lida de uma forma muito lenta para tornar o momento mais pesado. A Rádio Libertação era uma importante arma e conseguiu fazer com que alguns soldados portugueses desertassem. “A Rádio Libertação foi um instrumento que nos ajudou a transmitir as nossas opções, os nossos princípios e aquilo que nós queríamos para nós, para os nossos países: liberdade, independência. Nós fazíamos cópias dos programas e mandávamos para Dakar, para o Gana e para Angola também. Era muito divulgado e deu o seu contributo para a luta de libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde”, conta Amélia Araújo, lembrando que os portugueses a chamavam de “Maria Turra” convictos que estavam que ela era portuguesa. Foi a 16 de Julho de 1967 que a “Rádio Libertação” começou a emitir, a partir de Conacri. As primeiras experiências tinham começado em 1964, mas o emissor era muito fraco. Em 1966, Amélia Araújo e outros companheiros foram enviados para uma formação de alguns meses na ex-URSS e regressam a Conacri com um emissor portátil oferecido pelos russos. Mas a rádio era ainda pouco ouvida devido à fraca potência e, em 1967, a Suécia oferece-lhes um estúdio e um emissor moderno. Começavam as emissões e eram em varias línguas: português, crioulo, balanta, fula, mandinga e beafada. Josefina Chantre fazia as emissões em crioulo de Cabo Verde e também trabalhava no Jornal Libertação. “O jornal, a rádio foram uma parte essencial para mobilizar também Cabo Verde. Cabral dizia que não valia a pena lutar se nós não fossemos capazes de divulgar cá para fora a nossa luta. Porque, como sabe, o regime colonial português dizia que éramos um bando de terroristas, que não tínhamos zonas libertadas, etc, etc”, recorda Josefina Chantre. Informar era a arma de Josefina Chantre e de Amélia Araújo, mas a rádio e a cultura também contaminou os mais pequenos. A filha de Amélia, Teresa Araújo, conhecida como Terezinha, tinha três meses quando começou a viagem rumo à independência, ao lado da mãe, com quem foge de Portugal. Iriam juntar-se a José Araújo, dirigente do PAIGC, responsável de propaganda, comissário político na Frente Sul e colaborador da Rádio Libertação e do boletim em francês "PAIGC Actualités". Ajudada pela mãe, Terezinha participou no programa de rádio, "Blufo", dirigido a crianças e jovens e que tinha como locutores alunos da Escola-Piloto do PAIGC. “O programa era para os outros alunos das outras escolas e internatos espalhados nas zonas libertadas. Contávamos a história do que nós fazíamos e também recebíamos alguns depoimentos de alunos do interior da Guiné das zonas libertadas. Também contávamos os episódios que se passavam e nas datas comemorativas, como 1 de Junho, 19 de Setembro, também por altura do Natal, datas de final do ano, fazíamos programas alusivos a essas datas. No início, nós tivemos que ser preparados pela minha mãe, a dicção correcta, como falar para a rádio e aprendemos bastante. Foi muito interessante”, conta Teresa Araújo. Terezinha cresce em Conacri, frequenta a Escola-Piloto desde pequenina - dos tempos em que os pais eram também la professores - e foi aí que começou a cantar e a criar os primeiros espectáculos. “Fidju Magoado” era a morna favorita de Amílcar Cabral, revela a cantora que, anos mais tarde, se tornaria numa voz incontornável de Cabo Verde com o grupo Simentera. Em 2004, gravou o disco “Nôs Riqueza”, com mornas do pai, mas também “Fidju Magoado”. Foi na Escola-Piloto que os palcos se abriram para Terezinha, com as crianças a levarem a mensagem da luta contra o colonialismo e pela emancipação de um povo a outros países. Com o grupo de teatro de crianças e jovens, em que cantava e dançava as danças tradicionais da Guiné e de Cabo Verde, além de participar nas peças de teatro, ela actuou, em 1970, no Palácio do Povo em Conacri, tendo na primeira fila a cantora sul-africana Miriam Makeba. Em 1971,72, grupo vai em digressão a Dacar, Ziguinchor e Teranga, no Senegal, Banjul, na Gâmbia, e Nouakchot, Nouadibou e Attar, na Mauritânia. Em 1973, as crianças ficam três meses na Escola-Piloto de Teranga a prepararem a participação num Festival Internacional da Juventude em Berlim, onde Terezinha canta ao lado de Miriam Makeba. De toda esta época, é com muita ternura que recorda Amílcar Cabral. “A Escola-Piloto era a menina dos olhos dele. Era a referência, então ele levava sempre delegações que vinham visitar o PAIGC. Fazia questão de as levar à Escola-Piloto. Mas, além disso, a presença dele era diária. Só mesmo quando não pudesse ir por causa de algum trabalho é que não ia. Ia cedo de manhã e assistia à nossa preparação física e, às vezes, entrava mesmo na competição. Nós tínhamos um jogo do lenço e ele nunca perdia. Era muito bom. Ele aproveitava esses momentos também para nos ensinar outros jogos. Escutava os alunos, perguntava às crianças se estavam a ser bem tratadas, se estavam a ter comida boa. Ele queria mesmo verificar que as crianças estavam a ser bem tratadas, porque, como ele dizia, as crianças eram as flores da revolução e a razão da luta”, recorda, nostálgica, a cantora. A Escola-Piloto ia até ao 5º ano e para continuar os estudos, como muitas outras crianças e jovens guineenses, Terezinha foi enviada com 12 anos para a Escola Internato Internacional Elena Dimitrievna Stásova, na cidade de Yvanovo, a uns 300 quilómetros de Moscovo. Alguns anos antes, Iva Cabral, filha de Amílcar Cabral, também foi para lá estudar e conta-nos esses tempos. “Eu fui com uns oito, nove anos. Aprendíamos em russo, claro, e aprendíamos tudo que os russos aprendiam. E também tínhamos aulas na nossa língua. Era um internato que tinha teatro todos os meses, que todos os fins-de-semana tinha cinema. Era um grande internato”, começa por contar, admitindo que a formação de quadros era mais uma arma da luta. “Era para isso, para se poder tomar nas próprias mãos o destino do país. Quando a luta começou, havia dois engenheiros agrónomos na Guiné e um deles era o meu pai. Quadros superiores, acho que eram uns 14, se não me engano. Por isso, a luta trouxe conhecimento para os povos da Guiné e Cabo Verde. Na independência, já tínhamos vários quadros guineenses e cabo-verdianos que puderam então iniciar a construção do Estado”, acrescenta. Não valia a pena lutar com armas para liderar um país, se não houvesse quadros para o dirigir. Era o que defendia Amílcar Cabral que abriu várias frentes na luta pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde. Para além do conflito armado na Guiné, da luta subterrânea na clandestinidade e da actividade diplomática, houve uma revolução sociopolítica nas “regiões libertadas” depois do primeiro congresso de Cassacá, em 1964, quando Amílcar Cabral defendeu a sua teoria da criação do "homem novo", emancipado do sistema de ensino e de valores do colonizador. O líder do PAIGC quis mostrar que a luta era feita por “militantes armados e não militares” e ensaiou todo um novo sistema judicial, de saúde, educativo e económico, com escolas, serviços sanitários e hospitais de campanha. Amílcar Cabral dizia que "se pudesse, fazia uma luta só com livros, sem armas", que “não é com tiros que se liberta uma terra” e que “a maior batalha é contra a ignorância e o medo”. Era assim que nascia, em 1964, a Escola-Piloto, instalada em Conacri, para apoiar os filhos dos combatentes e os órfãos de guerra. Descrita como “a menina dos olhos de Amílcar Cabral”, a Escola-Piloto tinha como professores os próprios combatentes. Um deles foi a segunda esposa do líder do PAIGC, Ana Maria Cabral. “Quando eu cheguei, puseram-me a trabalhar na Escola-Piloto. Já havia áreas libertadas, a direcção do PAIGC criou escolas. Todos os que sabiam ler e escrever deveriam ensinar aos que não sabiam. Portanto, o princípio era esse. Fui professora na Escola-Piloto e fizemos os nossos manuais escolares. Claro, tivemos que dar uma volta por vários países, ir ao Senegal, Conacri, a Cuba, inspirar-nos para conseguir fazer os nossos manuais que mostravam a nossa história, a nossa realidade”, conta Ana Maria Cabral, num café em frente ao mar, na cidade da Praia. A partir de 1969, a Escola-Piloto é dirigida por Maria da Luz Boal, ou Lilica Boal, e a sua filha, Sara, também ali estudou e recorda alguns dos episódios que mais a marcaram. “Todos os dias de manhã, acordávamos cedo, tínhamos ginástica e depois do pequeno-almoço tínhamos as aulas. O programa que nós tínhamos de formação tinha disciplinas como a Língua Portuguesa, a História - que, aliás, era ministrada pelo António Mascarenhas Monteiro, que foi Presidente de Cabo Verde. Tínhamos aulas de Matemática, tínhamos Química e Física, tínhamos Ciências Sociais e tínhamos também trabalhos manuais. As refeições eram confeccionadas por nós. Todos os dias havia um grupo de serviço na cozinha que era composto por uma aluna mais velha, que era chefe de cozinha, digamos assim, por duas meninas mais pequenas e dois rapazes. Cabral ia-nos visitar na escola sempre que ele pudesse. Ele tinha muito orgulho em convidar pessoas para ir visitar a Escola-Piloto. Eu lembro-me de termos recebido, por exemplo, a Angela Davis nos anos 70 ou 71”, recorda Sara Boal. Em Conacri também existia um jardim de infância para os órfãos ou filhos dos trabalhadores do partido que viviam na cidade. Na Guiné, nas chamadas “zonas libertadas”, foi montado todo um sistema de ensino. Remonta ao ano lectivo de 1964-1965 a instalação das primeiras escolas nas regiões sob controlo do PAIGC. Em 1972-73, havia 164 escolas de tabanca, tendo em conta que as crianças tinham de andar longos trajectos e enfrentavam riscos de bombardeamentos. Havia, ainda, quatro internatos: dois na frente Norte, um na frente Sul e um no Leste, inicialmente destinados aos filhos dos combatentes falecidos. Para além dos estudos, havia tarefas domésticas e outras ligadas ao trabalho agrícola. Em 1972, o sistema de ensino do PAIGC tinha 250 professores e 20 mil alunos. No inicio dos anos 70, também se criaram novos livros escolares para as crianças do ensino primário. Os manuais foram feitos pelas equipas de professores e impressos em Conacri e na Suécia. Desde 1966, o partido também tinha começado a formar professores para as suas escolas no Centro de Aperfeiçoamento de Professores da Escola-Piloto e, depois, foi criado o Centro Permanente de Professores. Em 1972, metade dos professores das escolas nas regiões libertadas tinham sido formados pelo PAIGC. O pai de Sara Boal, Manuel Boal, angolano, saiu de Portugal com Lilica Boal, cabo-verdiana, em Julho de 1961, na histórica fuga de estudantes africanos. Passou por Léopoldville, onde acabou o curso de medicina, prestou assistência de saúde a refugiados e militou no MPLA. Em 1963, aderiu ao PAIGC, foi para a Guiné e, como era médico, a sua luta foi a da saúde. Começou por ser responsável por um centro de apoio e tratamento a doentes e feridos de guerra em Ziguinchor, no sul do Senegal, de onde se transferiam para os hospitais senegaleses os casos mais graves. Depois, foi enviado para Conacri para racionalizar o apoio logístico dos postos sanitários e dos hospitais de campanha do interior do país. A seguir esteve no hospital de Boké, na Guiné-Conacri. Ele contou-nos os momentos mais difíceis. “O mais difícil foi socorrer populações das zonas libertadas, bombardeadas pela aviação portuguesa e bombardeadas com napalm, gente queimada E nós sem os meios necessários para fazer o essencial. Segundo aspecto difícil era o transporte ao ombro de macas com doentes em quilómetros e quilómetros de distância, antes de serem transportados em ambulâncias até Buké ou da fronteira até Koundara, estes momentos eram dolorosos e difíceis. Nós temos que fazer uma vénia àqueles que faziam esse trabalho: os socorristas, muitas vezes membros da população, que se ofereciam sem qualquer recompensa para fazer esse duro trabalho. Isso nunca me esqueci, nem nunca me esquecerei desses sacrifícios”, conta Manuel Boal. Também a trabalhar nos hospitais, esteve Maria Ilídia Évora, conhecida como Tutú, que tinha sido a única mulher no grupo de cabo-verdianos treinados em Cuba para um eventual desembarque e inicio de luta armada em Cabo Verde. Mas como isso não aconteceu, a sua luta passou a ser também nos cuidados de saúde. É destacada para os hospitais de Boké e Koundara e, mais tarde, foi para a antiga RDA para uma formação mais completa em enfermagem. “Muito difícil Koundara. Ao que parece era um hospital, mas quando eu cheguei lá e vi, eu disse: ‘Hospital? Isso é hospital?' A gente teve mais de uma semana a limpar aquilo para deixar mais ou menos porque em Koundara nem sequer tínhamos água”, conta Maria Ilídia Évora, em sua casa, no Mindelo. Havia ainda muitas outras frentes de batalha, como a formação de uma nova classe politica que dirigiu a luta armada e tomou o poder após a independência nos dois países. Foi aberta, por exemplo, em Conacri, uma escola de formação política. O povo deveria participar em todas as decisões que lhe dissessem respeito e, na Guiné, foram criados comités de tabanca, órgãos políticos de base do PAIGC, mas também tribunais populares ou lojas Armazéns do Povo, onde se fazia um comércio baseado na troca e a população podia adquirir alimentos enlatados, cigarros, tecidos, cobertores, em troca de animais domésticos e arroz lavrado nas bolanhas, por exemplo. Toda esta revolução sociopolítica nas “regiões libertadas” foi reconhecida a nível internacional com, nomeadamente, a visita da missão da ONU às áreas libertadas em 1972. As próprias eleições para a Assembleia Nacional Popular, entre Agosto e Outubro de 1972, com 83 mil eleitores a participarem, contribuíram para esse reconhecimento internacional, e seria essa Assembleia a proclamar, a 24 de Setembro de 1973, a independência da Guiné-Bissau. Uma primeira vitória do PAIGC a que os cabo-verdianos assistiam à espera da sua hora. E essa hora chegaria a 5 de Julho de 1975. Em conclusão, a historiadora Ângela Benoliel Coutinho, autora de “Os Dirigentes do PAIGC – Da Fundação à Ruptura 1956-1980”, sublinha à RFI que “Amílcar Cabral dizia que se a independência não servisse para melhorar a vida das pessoas, não valia a pena lutar pela independência”, ou seja, “o PAIGC tinha como projecto político revolucionar estas sociedades africanas, não era só libertar-se do jugo colonial”. “O PAIGC criou um sistema de educação que não se limitava às escolas, passava pela criação de jornais, pela criação de uma rádio que emitia programas em diversas línguas da Guiné-Bissau, pela projeção de filmes com debates. Portanto, há toda uma educação militante para preparar as pessoas para uma revolução social”, acrescenta Ângela Benoliel Coutinho.   

Convidado
As histórias dos que combateram na Guiné pela independência também em Cabo Verde

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 20:17


Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica e difunde várias reportagens sobre este tema. Neste terceiro episódio, fomos à procura de antigos combatentes que agarraram nas armas na Guiné para obter a independência dos dois territórios: Guiné e Cabo Verde. As armas, as formações, as viagens, as frentes de batalha e os momentos históricos decisivos, como a tomada de Guilege, são aqui contados por Pedro Pires, Silvino da Luz, Osvaldo Lopes da Silva e Amâncio Lopes. A 5 de Julho de 1975, no Estádio da Várzea, na cidade da Praia, era hasteada a primeira bandeira de Cabo Verde. O país obtinha a sua independência, sem ter tido luta armada nas suas ilhas. Houve planos para o fazer, mas acabaram por não se concretizar, o que levou os cabo-verdianos a agarrarem em armas e a irem lutar pela independência nacional a partir do continente africano, contribuindo também para a libertação do povo guineense. O combate foi liderado por Amílcar Cabral, sob a bandeira da “unidade e luta”, no seio do PAIGC, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde. Foi esta aliança que se revelou determinante para escrever a história contemporânea de Cabo Verde, considera o comandante e destacado dirigente político-militar do PAIGC, Pedro Pires, lembrando, por exemplo, o papel decisivo dos artilheiros cabo-verdianos nas matas da Guiné. “Sem o PAIGC ou sem essa aliança entre Guiné e Cabo Verde, a independência de Cabo Verde seria complicada. Isso, em certa medida, permitiu as vitórias ou a vitória final, se quiser dizer isso, na Guiné. A introdução dos artilheiros cabo-verdianos acrescentaram um pouco, melhoraram a capacidade da artilharia que era a arma que fustigava mais os quartéis e podia destruir os quartéis. Essa chegada e introdução dos artilheiros cabo-verdianos foi um factor de mudança. Um factor de mudança favorável à melhoria das capacidades das Forças Armadas do PAIGC”, testemunha Pedro Pires. A guerra na Guiné tinha começado em 1963. Nesse ano, esboça-se um projecto para desencadear também a luta armada em Cabo Verde, mas perante a suspensão do desembarque de guerrilheiros treinados em Cuba e depois de mais formação militar na antiga União Soviética, os cabo-verdianos entram realmente em cena na Guiné em 1969 e vários participam na tomada de Madina do Boé. O comandante de artilharia Osvaldo Lopes da Silva considera que “o quadro se altera completamente” com a entrada da artilharia nas mãos dos cabo-verdianos. Ele estava a estudar na Universidade de Coimbra, quando, em 1961, juntamente com Pedro Pires e tantos outros, fugiu de Portugal para se ir juntar a Amílcar Cabral e à luta independentista. Continuou os estudos em Moscovo e ingressou na luta armada como comandante de artilharia, depois de se ter formado em manejo de mísseis terra-terra GRAD. “Um guerrilheiro podia facilmente transportar o tripé, um outro transportava o tubo e mesmo o míssil era decomposto: a parte explosiva e a parte propulsora. Até 1968, a manobra da parte inimiga foi ocupar o terreno, ou seja, dispersou as suas forças e a missão principal do dispositivo português era garantir os quartéis. Já com o general Spínola, um militar mais evoluído, ele cria forças de intervenção. Já não era só a defesa dos quartéis, mas forças que tentaram recuperar o terreno. É nessa altura que foi importante a presença de mísseis para neutralizar a acção do Spínola, com grande utilização de helicópteros, maior mobilidade, mas o quadro alterou-se completamente com a entrada da artilharia já nas mãos dos cabo-verdianos”, conta Osvaldo Lopes da Silva. O governador António de Spínola tinha entrado na Guiné em fins de Maio de 1968 para conter o avanço do PAIGC e, de facto, dificultou muito as coisas. O PAIGC estava numa fase de desgaste militar e psicológico, algo que se vai arrastar até ao assassínio do seu líder, Amílcar Cabral, em Janeiro de 1973. Spínola utiliza meios militares e psico-sociais, consegue um aumento do efectivo militar e acentua a africanização da tropa com a incorporação de elementos guineenses nas fileiras do exército português. Além disso, acentuou as manobras de acção psicológica contra os guerrilheiros e a população ao contra-atacar a aceitação do PAIGC junto da população com o plano que chamou “Por uma Guiné melhor” e que consistiu em tentar conquistar o apoio dos habitantes com postos sanitários, escolas, apoio aos camponeses, Congressos do Povo, etc. Amâncio Lopes fez parte do grupo de 31 cabo-verdianos formado em Cuba, entre 1967/68, para um desembarque em Cabo Verde, mas perante o adiamento do projecto, acaba por ir para a União Soviética formar-se em artilharia e vai participar na luta armada na Guiné. Ele recorda-se do poder dissuasivo dos mísseis GRAD soviéticos e sublinha que o objectivo era levar o seu compromisso até ao fim, sabendo que o contributo na Guiné seria também para a libertação de Cabo Verde. “Cabral dizia: ‘Nós vamos utilizar essa arma para demonstrar ao inimigo que podemos fazer mal, mas não vamos fazer mal porque os portugueses estão no meio da nossa população e se procurarmos fazer mal aos portugueses vamos fazer mal também à nossa população'. Para ver o conceito do homem, o pensador, o dirigente, ele dizia: ‘Nós vamos tomar a nossa terra e ser nação com a nossa gente e, portanto, não vamos destruir a nossa gente”, conta Amâncio Lopes. Questionado sobre se não era estranho estar a combater em solo estrangeiro pela independência de Cabo Verde, o combatente responde que depois de ter sido mobilizado na emigração e de ter perdido o estatuto de emigrante, tinha de cumprir o “compromisso até ao fim” e que esteve na Guiné “por convicção, não por valentia”. Por maior que seja a convicção, a guerra deixa marcas para sempre. O comandante Silvino da Luz não esquece os horrores da luta armada. Por exemplo, na sua primeira missão na Guiné, em que foi “encarregado de continuar o fustigamento à volta do quartel de Madina Boé”, viu três companheiros “amputados para vida” num terreno minado. Noutra altura, viu um camarada morrer ao ser atingido por uma bala na cabeça mesmo ao seu lado… Arriscar a vida era o preço a pagar para ver Cabo Verde e a Guiné livres do jugo colonial. A chegada dos cabo-verdianos correspondeu à passagem da luta armada “a uma fase superior” na Guiné, considera também Silvino da Luz, que tinha tido formação em guerrilha na Argélia, depois nova preparação na China e, em 1966, foi incluído no grupo de cabo-verdianos que em Cuba se preparou para um eventual desembarque em Cabo Verde. Conta que, depois, continuou formação militar na antiga União Soviética e entrou na Guiné. “Entrámos na luta armada para a passagem da luta na Guiné a uma fase superior que viria a terminar com o que originou grandemente o afastamento de Spínola, o governador da Guiné. Caíram três campos fortificados em operações dirigidas na artilharia por cabo-verdianos. Os portugueses chamam a isso “os três G”: Guilege, Gadamael e Guidage”, acrescenta Silvino da Luz. Guilege foi determinante na história da luta de libertação, confirma Osvaldo Lopes da Silva. Ele tinha frequentado um curso de marinha para uma tripulação de cabo-verdianos na Escola Naval de Odessa. Depois, liderou um grupo de militantes na Marinha Nacional Popular que aí se sentiram hostilizados por elementos guineenses e o projecto de formar uma marinha de guerra com cabo-verdianos não se concretizou. O grupo foi disperso e Osvaldo Lopes da Silva confrontou o secretário-geral do PAIGC, Amílcar Cabral, sobre o que pretendia fazer relativamente a Cabo Verde. “Esse grupo que veio já não foi utilizado na Marinha. Fomos dispersos e eu era um quadro qualificado da artilharia e Cabral põe-me o problema: ‘Tu, o que é que queres, ao fim e ao cabo?' E eu digo: ‘Eu quero é regressar ao mato, não quero ficar em Conacri. Para mim é a artilharia, se não é possível trabalhar na Marinha e a Marinha como está não é possível.' Ele traz o mapa e diz: “Estás a ver esse quartel? Esse é o quartel mais fortificado da Guiné.' Eu digo que ‘sou capaz de destruir qualquer quartel que ele me indicar.' E ele: ‘Podes destruir Guilege? É mesmo fortificado, é rodeado por uma mata densa'. Eu disse: ‘Posso destruir. Desde que eu tenha tempo e meios suficientes, eu destruo', afirma. Osvaldo Lopes da Silva sublinha que depois de Guilege “surge o movimento do 25 de Abril porque havia a ameaça de derrocada militar”. A tomada de Guilege, em Maio de 1973, foi realmente um momento decisivo graças à utilização de misseis antiaéreos portáteis Strella 2. No fundo, ditaram o fim da supremacia aérea das Forças Armadas Portuguesas, resume Pedro Pires, responsável pela logística da operação, sublinhando que outro momento importante no conflito armado foi a visita do Comité de Descolonização da ONU às regiões libertadas, em Abril de 1972.  “Um sucesso político extraordinário, num quadro de guerra, em que o próprio sucesso foi uma operaçao mais ou menos militar foi a missão das Nações Unidas à Guiné em Abril de 1972. Ao realizar ou permitir a realização dessa missão com sucesso, abriram-se possibilidades políticas enormes”, descreve Pedro Pires que, entre 1968 e 1974, esteve integrado nas estruturas político-militares do PAIGC, na frente da Guiné, e exerceu elevadas responsabilidades nos planos político e militar, como membro do Comité Executivo da Luta e do Conselho de Guerra e como Comandante de Região Militar. “A possibilidade militar que veio facilitar tudo isso começou quando pudemos utilizar os mísseis antiaéreos portáteis Strella 2. Isso teria sido o momento decisivo de facto, em Abril, Maio de 1973. Foi o momento decisivo em que as nossas forças abateram três ou quatro aviões MiG, os melhores que a aviação portuguesa possuía na Guiné. E dos momentos mais terríveis para as Forças Armadas Portuguesas foi quando foi derrubado o avião do chefe de Estado-Maior da aviação ou comandante da aviação militar na Guiné. A mudança que teve lugar é a seguinte: se antes era lançar o ataque e fugir para não ser surpreendido pela aviação, a partir daí passámos a lançar o ataque e a permanecer porque a aviação já não tinha capacidade para liquidar ou provocar baixas às nossas forças. E os aviadores passaram a ter medo da arma. O aviador tinha medo da arma, os pilotos de helicóptero tinham medo da arma, era impossível fazer a evacuação de feridos de helicóptero. A situação ficou complicada porque limitou grandemente, ou de sobremaneira, a mobilidade e a capacidade aérea das Forças Armadas Portuguesas”, acrescenta o comandante que viria a ser Presidente de Cabo Verde entre 2001 e 2011. Esta foi uma importante vitória política e militar, pouco tempo depois do assassínio de Amílcar Cabral, a 20 de Janeiro de 1973, em Conacri. Em Fevereiro de 1973, os membros do Conselho Executivo da Luta e do Conselho Superior da Luta do PAIGC tinham intensificado a luta armada em todas as frentes e avançado com a Operação Amílcar Cabral, tendo justamente um dos momentos culminantes sido a tomada de Guilege, em Maio de 1973, e a proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau, a 24 de Setembro de 1973. Embalado pelas vitórias de 1973, o PAIGC sabia que tinha conseguido o fim do domínio aéreo e da liberdade de acção portuguesas. Marcello Caetano não aceitava qualquer cedência política e deu ordens para “resistir até à exaustão de meios”, o que levaria à Revolução dos Cravos. Para Amâncio Lopes, a melhor missão foi a 25 de Abril de 1974. “Para mim, a maior missão que eu tive na Guiné foi o 25 de Abril porque fomos lá com GRAD, nessa altura já fazíamos missão durante o dia porque já tínhamos recebido os Strella. Eram 11 horas, lembro-me. Quando voltávamos, recebemos a notícia que os portugueses tinham dado golpe de Estado. Isso não nos disse nada porque com os portugueses ninguém fazia cálculo de nada, mas tivemos mais ou menos uma percepção porque foi dado um golpe de Estado. Enquanto a guerra está andando, o combatente, principalmente o artilheiro, não tem percepção de qual é a melhor missão, pode considerar a missão que fez mais estragos, mas não prevê o fim. Por isso, a melhor missão é aquela que é feita no fim”, conclui Amâncio Lopes.   Esse “fim” seria o início da abertura das negociações para a independência de Cabo Verde que resultaria na proclamação da “República de Cabo Verde como Nação Independente e Soberana”, a 5 de Julho de 1975.   Pode ouvir aqui as entrevistas integrais feitas aos diferentes convidados.

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5 de Julho de 1975: "Grita, povo independente!"

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Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 19:35


Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica uma série de reportagens sobre este tema. Neste 11° episódio, damos voz aos que lutaram para que o dia 5 de Julho de 1975 se concretizasse e ouvimos as memórias dos que viveram essa jornada histórica no Estádio da Várzea, na cidade da Praia. “Determinação”, “esforço”, “táctica” são algumas das palavras escritas à mão na fachada pintada do Estádio Municipal da Várzea, na cidade da Praia. Foi há 50 anos, a 5 de Julho de 1975 que aí se escreveu um novo capítulo na história de Cabo Verde, fruto de “determinação”, “esforço” e “táctica” e que se virou a página do colonialismo português. Às 12h40, o presidente da Assembleia Nacional recém-eleita, Abílio Duarte, declarou “solenemente a independência do Estado de Cabo Verde”. Que recordações guardam desse dia os que lutaram para que ele se concretizasse? Fomos conversar com algumas das pessoas que estavam na cidade da Praia nesse momento histórico. Osvaldo Lopes da Silva tinha integrado a luta armada de libertação nacional como comandante de artilharia e assumiria a pasta da Economia e Finanças no primeiro governo de Cabo Verde. Perante a falta de instalações, ele andou de casa em casa a pedir aos amigos para as emprestarem para se instalarem as delegações estrangeiras convidadas para a cerimónia. “Eu estava ocupadíssimo nesse dia. Tinha responsabilidade de algumas delegações que vinham para o 5 de Julho e as dificuldades eram enormes porque não tínhamos instalações. A Praia que vemos hoje não tem nada, absolutamente nada a ver, com a Praia de 1975. Em 1975, a Praia era o Plateau, nada mais. Todas essas casas, esses bairros todos, Palmarejo, Prainha, isso tudo não existia. E não tínhamos instalações, de forma que eu tive que andar de casa em casa, a pedir aos amigos para cederem as casas para instalar as diferentes delegações e resolver os problemas de logística ou o próprio fornecimento de electricidade”, recorda Osvaldo Lopes da Silva. A 5 de Julho de 1975, Cabo Verde não tinha praticamente nada para receber os convidados, admite também Josefina Chantre, que tinha lutado pela independência no secretariado e nos media do PAIGC. Ela conta que até houve barcos enviados de Cuba para alojar as pessoas. Porém, esse dia era o culminar de uma longa luta de libertação. “Eu pude testemunhar realmente esse grande momento, o 5 de julho de 1975, que é um momento indescritível, o hastear da bandeira… Mas também foi um momento um bocado complicado porque quando chegámos a Cabo Verde, Cabo Verde não tinha praticamente nada, inclusivamente para recebermos os nossos convidados que vinham festejar connosco essa data. Tivemos que recorrer aos nossos amigos. Eu lembro-me que Fidel Castro, de Cuba, mandou-nos barcos hotéis porque não havia alojamentos na Praia para receber os nossos convidados. Toda a população disponibilizou as suas próprias casas para receber os visitantes que vinham congratular-se connosco dessa vitória”, conta Josefina Chantre. A noite anterior à cerimónia no Estádio da Várzea foi de festa, mas depois de tantos anos na luta, incluindo com armas na Guiné, o comandante Silvino da Luz, que assumiria a pasta da Defesa e Segurança no primeiro governo, ficou sem se poder mexer na cama. No próprio dia, levantou-se já bem de saúde para participar em mais um momento histórico. “Estranhamente, na noite de 4 para 5 de Julho fui atacado por um mal-estar indescritível que os médicos depois vieram dizer que era uma questão nervosa, um estourar de uma situação que me pôs na cama. Eu ouvia naquela noite todo o barulho na rua, as pessoas a gritarem, a dançarem, a tabanca a passar, os tambores a ecoarem um pouco por todo o lado. Eu estava na cama, não podia nem me mexer. No dia seguinte, 5 de Julho, eu levantei-me perfeito e fui participar a cerimónia de passagem do poder. O arriar de uma bandeira e o içar da outra. Fui um dos chamados para ler uma mensagem e eu li uma mensagem em nome das Forças Armadas”, lembra Silvino da Luz. Ver a bandeira de Portugal a ser arriada e a de Cabo Verde hasteada era o resultado do “sacrifício de muita luta” e o momento mais feliz da sua vida, recorda Alcides Évora, que trabalhava no secretariado do PAIGC, em Conacri, onde era responsável por tratar de viagens, documentação e logística. “O momento mais feliz da minha vida foi o içar da bandeira, no Estádio da Várzea, a bandeira de Cabo Verde a ser hasteada e, simultaneamente, a bandeira de Portugal a ser arriada. É algo que não consigo exprimir. Foi um ganho de muita luta, de muito sacrifício e, infelizmente, muitos não tiveram a ocasião de assistir a esse acto”, conta Alcides Évora. A 5 de Julho, houve lágrimas de alegria pela independência alcançada, mas também de tristeza. Nas bancadas, de pé, a acompanhar delegações convidadas, Maria Ilídia Évora, a única cabo-verdiana que teve treino militar em Cuba e que depois esteve nos hospitais de Boké e Kundara para curar os feridos de guerra, foi confrontada com uma pergunta que a deixou profundamente magoada até hoje. “O que é que você está a fazer aqui? E eu disse ‘O que é que eu estou a fazer aqui? Eu estou a trabalhar, eu estou a acompanhar duas delegações'. Mas eu fiquei ofendida. Veio a raiva e as lágrimas. O Vasco Cabral ouviu e viu. Ele quis levantar-se para me dar o lugar. Eu disse: ‘Não, Vasco, desculpe, você é um convidado que está aqui, não pode-me dar o seu lugar para eu me sentar. Eu vou ficar lá onde eu estou. Mas eu tive uma crise, uma crise bem forte. Senti-me humilhada. Uma humilhação grande que nunca esqueci”, revela. Gil Querido Varela, que tinha estado preso no Tarrafal por lutar na clandestinidade pela causa da independência e contra o regime colonial-fascista, também se encontrava no Estádio da Várzea. Tinha sido eleito deputado e não esquece a cerimónia nem a festa que tinha começado durante a noite. O momento mais marcante foi o hastear da bandeira da independência. “Eu estava no Estádio da Várzea assistindo à cerimónia da independência. Foi um dia maravilhoso. Já na véspera, de noite, era difícil passar na praça da Praia, estava completamente cheia. Música, uma rapariga pegava-te, dançava e assim se passou a noite. Depois, no Estádio da Várzea, houve um episódio com a bandeira: ao subir, trancou-se, mas veio uma ventania e toda a gente disse: ‘Foi Cabral!' Foi maravilhoso o 5 de Julho”, lembra, emocionado, Gil Querido Varela. O vento e a bandeira de Cabo Verde também comovem, 50 anos depois, Marline Barbosa Almeida, que tinha sido uma das pessoas anónimas a lutar na clandestinidade em Cabo Verde e que tinha enfrentado a polícia política portuguesa. “O que mais me emocionou foi que, na altura em que a bandeira ia subindo, um vento que em Julho não era normal começou a balançar essa bandeira. Até me comovo ainda. Até que ela subisse ao topo. Aquilo foi para mim o ponto mais comovente de 5 de Julho”, recorda. Quem participou na criação da "bandeira da independência" foi Érico Veríssimo Ramos. A bandeira foi usada durante a primeira República (1975-1991) e os principais símbolos eram a concha, as espigas de milho, a estrela negra, a roda dentada e o livro. “Optou-se por se projectar um brasão da República em que entrariam elementos fundamentais que retratassem o país. O milho é a base da alimentação do povo de Cabo Verde e as suas folhas abraçam uma roda dentada numa perspectiva do desenvolvimento futuro do país. Tinha, ao centro, um livro aberto que indicava que era absolutamente necessário que ao povo fosse dada a oportunidade de ter uma educação que levasse as pessoas a participarem na construção do país em termos de desenvolvimento cultural. Tinha uma concha no fundo, que representava o mar. Grosso modo, foi essa a base que foi tida para o desenvolvimento do escudo de Cabo Verde que assenta sobre três cores: o verde, o vermelho e o amarelo, que já vinham da bandeira do PAIGC e que foi também aproveitado para a bandeira da Guiné-Bissau, e a estrela negra que ficava no centro”, descreve. Porém, depois da abertura ao multipartidarismo em 1991 e com o fim do regime de partido único do PAIGC, Cabo Verde mudou os símbolos nacionais e a bandeira foi alterada. Também o hino “Esta É a Nossa Pátria Bem Amada", escrito em 1963 por Amílcar Cabral e que era usado nos dois países, foi substituído pelo “Cântico da Liberdade” que se torna oficial em 1996. A música acompanhou toda a luta e o alvorar da independência, mas há uma que perdura até hoje e que é vista como uma espécie de hino à liberdade. “Labanta Braço” foi composta por Alcides Spencer Brito e imortalizada pela banda "Os Tubarões" no seu primeiro disco, "Pépé Lopi". O compositor contou-nos a história desta canção. “A composição musical 'Labanta Braço' surgiu de uma forma simples e sem preparação musical prévia. Na noite de passagem do dia 4 para 5 de Julho de 1975, o comité local do PAIGC organizou um sarau cultural na Praça da Preguiça, nos Espargos, Ilha do Sal, para comemorar a independência de Cabo Verde. Eu e mais quatro amigos que tocavam vários instrumentos, tínhamos criado uns meses antes um grupo musical que foi baptizado com o nome de Abel Djassi, em homenagem ao nosso herói nacional Amílcar Cabral, cujo pseudónimo literário era Abel Djassi. Nessa noite, depois da meia-noite, durante a actuação do nosso grupo musical, na euforia do estalar dos foguetes e gritos de liberdade, veio-me à mente uma melodia e letra que reproduziam a vivência do momento. Meses depois, numa altura em que os Tubarões estavam de passagem pela Ilha do Sal, a caminho da Holanda, o cantor Ildo Lobo convidou o grupo musical Abel Djassi para actuar com eles. Depois de ter cantado a música 'Labanta Braço' ficaram encantados e pediram a devida autorização para ser gravado no seu primeiro trabalho discográfico a ser feito na Holanda. Logicamente, depois dessa interpretação gravada pelos Tubarões, essa música tornou-se uma das bandeiras que simboliza a cultura musical pós-independência nacional”, descreve Alcides Spencer Brito. E assim "gritou", a 5 de Julho de 1975, o povo independente de Cabo Verde. A cerimónia oficial foi no Estádio da Várzea, na cidade da Praia, mas os “gritos da liberdade” ouviram-se em todo o país e na diáspora e ecoam até hoje.   Pode ouvir aqui as entrevistas integrais feitas aos nossos convidados.  

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Acordo de Lisboa: A vitória do PAIGC rumo à independência de Cabo Verde

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Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 19:36


Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica várias reportagens sobre o tema. Neste nono episódio, falamos da luta política no pós-25 de Abril que se travou dentro e fora de Cabo Verde para culminar no Acordo de Lisboa rumo à independência de 5 de Julho de 1975. Nesta reportagem, vamos ao encontro de Pedro Pires, um dos arquitectos do Acordo de 19 de Dezembro de 1974, e de Silvino da Luz, também dirigente do PAIGC que dirigiu a luta política em Cabo Verde nos meses que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. O Acordo de Lisboa foi assinado a 19 de dezembro de 1974 entre o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o governo Português. O documento representava uma meta histórica na luta de libertação e fixava os termos em que iria decorrer a independência do arquipélago seis meses depois, a 5 de Julho de 1975. Este era o culminar de um intenso processo negocial entre as duas partes e de uma desgastante luta armada, na Guiné- Bissau, de 11 anos. O protocolo de Lisboa surgia meses depois da assinatura dos Acordos de Argel (26 de Agosto), em que o Estado português reconhecia a independência da Guiné-Bissau, proclamada unilateralmente pelo PAIGC, a 24 de Setembro de 1973, reconhecendo também o direito de Cabo Verde à autodeterminação e independência. O Acordo de Lisboa foi rubricado, da parte do PAIGC, por Pedro Pires, Amaro da Luz e José Luís Fernandes Lopes; e, do Estado português, pelos ministros Melo Antunes, Mário Soares e Almeida Santos. O comandante Pedro Pires, hoje com 91 anos, entende que foi feito um “excelente trabalho” por se ter resolvido o conflito e se terem criado condições para relações “amistosas e úteis” com Portugal. “Apesar da nossa inexperiência em matéria de negociações, a nossa inexperiência em matéria de preparação técnica e jurídica para negociações, apesar disso, entendo que fizemos um bom trabalho. Fizemos um excelente trabalho. Está claro que não fizemos o trabalho sozinhos. Tivemos uma assessoria pela qual tenho também muito respeito. Nessa equipa de negociadores, havia duas pessoas que estavam à frente do processo. Eu era o líder ou chefe da delegação, portanto o estratega, e o nosso jurista era o Dr. José Araújo. Eu entendo - é um juízo em causa própria - mas eu entendo que fizemos um bom trabalho porque fizemos duas coisas importantes: resolvemos o conflito, mas, ao mesmo tempo, criámos as condições políticas para o desenvolvimento de relações amistosas com o Estado português, amistosas e úteis com o Estado português”, explica Pedro Pires. Pouco antes do 25 de Abril, em Março de 1974, tinha havido um encontro secreto, em Londres, entre o enviado do governo português, José Manuel Villas-Boas, e três elementos do PAIGC, nomeadamente Silvino da Luz, então representante da Guiné Bissau junto das Nações Unidas. O objectivo era tentar pôr fim à guerra na Guiné, abrir caminho ao reconhecimento da independência desse país, mas a questão de Cabo Verde era colocada na gaveta, conta Silvino da Luz. “Há um facto importantíssimo de que não se fala, um célebre encontro com o enviado de Marcello Caetano em Londres, que teve lugar em Março de 1974. Porque é que não prosseguiu? Porque a nossa delegação continuou as discussões, mas o mandatário não estava legitimado, não tinha instruções para falar de Cabo Verde, só queria falar da Guiné-Bissau e encontrar um meio termo para pôr fim à guerra na Guiné. Quando eu levanto o problema de Cabo Verde, ele diz-me que não tinha instruções, não podia falar sobre isso, e nós, para não dar a missão por falhada, ele aceitou o princípio de regressar a Lisboa, receber instruções, e marcámos a próxima reunião para as primeiras duas semanas de Maio. Isso já não se pôde cumprir porque, entretanto, dá-se o 25 de Abril”, conta Silvino da Luz. Pedro Pires acrescenta, justamente, que “as negociações só foram possíveis com a mudança de regime em Portugal”. “O regime anterior, dirigido por Marcello Caetano e pelo Presidente da República, Américo Tomás, não aceitaria de maneira nenhuma negociar ou, pelo menos, resistiram e não quiseram aceitar. Perderam o poder, foram destituídos e instala-se em Portugal um novo regime e é esse novo regime que decidiu, corajosa mas também inteligentemente, ir para as negociações”, afirma o comandante que tinha participado na luta de libertação de Cabo Verde e Guiné-Bissau e que chefiou a delegação do PAIGC nas conversações de Londres e Argel. O 25 de Abril de 1974 vai acelerar o calendário da história. O Acordo de Lisboa é assinado oito meses depois e, à semelhança dos acordos para os outros territórios independentistas, eles só foram possíveis depois da publicação, a 27 de Julho, em Portugal, da Lei da Descolonização que revogava a norma que impedia o Estado português de qualquer cedência do seu ultramar, conforme a Constituição de 1933. Até à publicação dessa lei, a parte portuguesa tinha dúvidas quanto à forma como realizar essa descolonização: a questão era se deveria consultar as populações, no quadro da chamada autodeterminação dos povos ou se deveria negociar directamente e apenas com os movimentos históricos armados, declarados pela Organização da Unidade Africana e pelas Nações Unidas como os representantes legítimos dos seus povos. De um lado, estavam as forças conservadoras chefiadas pelo general António de Spínola e Presidente da República (a partir de 15 de Maio), que defendera meses antes a tese da federação no livro “Portugal e o futuro”. Do outro, estavam as forças “progressistas” do Movimento das Forças Armadas (MFA), integradas pelos Capitães de Abril. Venceu a tese do MFA no sentido de uma descolonização a mais rápida possível, com a publicação, a 27 de Julho, da Lei da Descolonização. Um diploma que Spínola dirá mais tarde ter sido publicado sem o seu conhecimento prévio e, o mais grave, sem a sua assinatura. Os que hesitavam em entregar o poder ao PAIGC, como Spínola, mas também Mário Soares, argumentavam que do ponto de vista cultural, Cabo Verde estava mais próximo de Portugal que da Guiné e duvidava-se da viabilidade económica do novo Estado, a braços com uma seca desde 1967 e inteiramente dependente de Lisboa para a sua sobrevivência. Por outro lado, no contexto da Guerra Fria, a posição geoestratégica do arquipélago atraía as atenções internacionais e havia quem temesse a sua sovietização. Por isso, o acordo para “Cabo Verde não foi tão fácil como parecia à primeira vista”, admite Pedro Pires. “Cabo Verde não foi tão fácil como parecia à primeira vista porque tendo nós negociado em Argel e fixado algumas ideias no acordo, Cabo Verde era a continuação das negociações de Argel. Ora, só sete meses depois é que conseguimos reiniciar as relações que tinham sido suspensas depois de Argel. Em Cabo Verde entrou um outro factor que durante muito tempo não sei se esteve ausente, mas esteve quase ausente, que é a questão da posição geoestratégica do Cabo Verde. A grande questão dos responsáveis portugueses na altura era: ‘o que é que o PAIGC vai fazer com Cabo Verde? Vai entregar isso aos russos ou aos Soviéticos?'. Porque dentro da campanha de deslegitimação do regime português da altura contra os movimentos de libertação e contra o PAIGC em particular, nós éramos agentes do estrangeiro, serviçais ou serventuários dos comunistas, anticristãos... E subjacente a isso, na mentalidade dos próprios dirigentes ou de alguns dirigentes portugueses, a situação continuava, o risco de nós sermos agentes da Rússia ou da União Soviética e entregássemos essa posição geoestratégica importantíssima ao inimigo ou ao adversário. Isso complicou bastante o processo negocial. Foi precisa muita persistência do nosso lado para vencer esses posicionamentos”, conta o também antigo Presidente de Cabo Verde. Depois de uma guerra de 11 anos, com milhares de mortos, feridos e mutilados, Pedro Pires tinha para a sua orientação, que a soberania da Guiné-Bissau não era negociável e o direito à independência de Cabo Verde também não era negociável. O PAIGC também exigia ser considerado como o único interlocutor válido nos dois territórios. O PAIGC tinha sido o único movimento de libertação a proclamar, ainda que unilateralmente, a independência de uma das colónias portuguesas, a Guiné, e a reivindicar, desde os finais da década de 1960, o controlo de uma parte significativa do território guineense. Porém, não tendo havido luta armada dentro do território de Cabo Verde, os meses que antecederam a proclamação da independência do arquipélago foram de trabalho político intenso e de confronto entre forças políticas nas ilhas.  É que se a nível internacional, o PAIGC era reconhecido tanto pela Organização das Nações Unidas (ONU) como pela Organização da Unidade Africana (OUA) como o único e legítimo representante do povo de Cabo Verde, dois outros partidos queriam mostrar que existiam e participar no futuro do arquipélago: a União do Povo das Ilhas de Cabo Verde (UPICV) e a União Democrática Cabo Verdiana (UDC). Para Pedro Pires, quem lutou pela independência foi o PAIGC e o resto é “fantasia”: “Lutar pela independência é o PAIGC. O resto é fantasia. Toda a gente quer, mas essa coisa é com provas, não basta dizer 'aqui estou eu', mas é preciso provar se fez alguma coisa que credibilize, que dê legitimidade.” Também a historiadora Ângela Benoliel Coutinho, autora de “Os Dirigentes do PAIGC - Da Fundação à Ruptura 1956-1980” diz que falta documentação para se fundamentar a existência enquanto partidos constituídos da UPICV e da UDC e lembra que “o PAIGC foi reconhecido pela OUA como o único legítimo representante dos cabo-verdianos e também foi reconhecido pelas Nações Unidas no dia 5 de Abril de 1974 como o único legítimo representante dos cabo-verdianos”. “Temos conhecimento da actuação de José André Leitão da Graça. Terá fundado a UPICV - a União dos Povos Independentes de Cabo Verde - que tinha como principal objectivo obter a independência política de Cabo Verde, e não estava de acordo com o PAIGC relativamente ao projecto de unidade com a Guiné-Bissau. E sabemos que José André Leitão da Graça actuou com a sua esposa, viveu muito tempo em Dacar, viveu também no Gana, mas eu desconheço um levantamento de arquivo de documentação relativa a esse partido, se é que foi um partido, porque conhecemos duas pessoas, não é? Fala-se de outros militantes sem que se saiba o que terão feito (…) É-nos difícil para nós, como historiadores, compreender a natureza, a actuação desses movimentos, quando são escassos os próprios depoimentos. Não temos livros de memórias, entrevistas das pessoas que terão estado envolvidas no outro dito partido que terá sido criado depois do 25 de Abril, a UDC. São referidos alguns nomes, mas essas pessoas nunca deram uma entrevista longa. Não temos documentos nenhuns. Temos uma ou outra notícia, um panfleto”, explica à RFI, por telefone, Ângela Benoliel Coutinho. No livro “Cabo Verde – Os Bastidores da Independência”, o jornalista José Vicente Lopes foi pioneiro a falar dessas forças políticas que tentavam rivalizar com o PAIGC. Também o historiador José Augusto Pereira fala disso na obra “O PAIGC perante o dilema Cabo-Verdiano”. A UPICV era uma organização fundada em 1959, liderada pelo nacionalista José Leitão da Graça, que teria mais presença em Santiago e um pouco na ilha do Fogo, era a favor da independência mas contra a unidade com a Guiné. A UDC, criada em Maio de 1974, estava localizada em São Vicente e um pouco em Santo Antão, sendo chefiada pelo advogado João Baptista Monteiro e estando inicialmente contra a independência, mas a favor do projecto federativo do general Spínola, ou seja, defendia o estatuto de adjacência para Cabo Verde, como o caso dos Açores e da Madeira. Entre o 25 de Abril e o 19 de Dezembro de 1974, houve meses quentes de intensa luta política. Logo após a Revolução dos Cravos, Silvino da Luz foi o primeiro dirigente do partido a ser enviado para Cabo verde para organizar as estruturas do partido. Ele conta-nos que foi designado como o primeiro responsável do PAIGC a ir para Cabo Verde fazer a luta política e tirar o partido da clandestinidade. Era “o homem do terreno”, como nos conta, em sua casa, no Mindelo. “Nessa altura fui designado como o primeiro responsável do PAIGC que vinha para Cabo Verde para fazer a luta política e tirar o partido da clandestinidade. E depois o 25 de Abril, eu fui o primeiro dirigente a ser enviado e aqui estive até à independência nacional. Criou-se na altura uma comissão de três membros, em Conacri, que eram eu, o Comandante Osvaldo Lopes da Silva e o Comandante Carlos Reis, mas eu era o primeiro responsável, eu é que praticamente dirigia. Regressei à minha terra com essa missão e, felizmente, foi missão cumprida. Eu era o homem encarregado de criar as condições localmente, de fazer a manifestação de forças do PAIGC, tornar o PAIGC o único a ser visto. Eu é que dirigi essa campanha”, descreve. Quanto aos outros partidos, Silvino da Luz afirma que “o UDC foi uma criação do Spínola”. Sobre o UPICV, diz ter “muito respeito” por Leitão da Graça, “um homem sério, nacionalista convicto, africano de gema”, mas que esteve “sempre no exterior, [o partido] era quase um grupo familiar e não tinha bases significativas em Cabo Verde”. Perante a posição de Portugal, o PAIGC vai tentar dominar a situação interna, a nível social e político. Foram criadas milícias pelo PAIGC, integradas também por mulheres, e os quadros do partido regressaram em força para concentrar os seus esforços em Cabo Verde. O braço-de-ferro durou entre Maio e Dezembro e culminou no dia 9 de Dezembro com a tomada, por dirigentes e apoiantes do PAIGC, da Rádio Barlavento que difundia as ideias da UDC, no Mindelo. Por essa altura, eram detidas 70 pessoas para averiguações, a grande maioria era alegadamente da UPICV e da UDC. Eram retidas no temporariamente no reaberto campo do Tarrafal. Silvino da Luz lembra que o PAIGC ainda não estava no poder e diz que o facto de as forças armadas portuguesas as terem colocado no Tarrafal era uma forma de “garantir a segurança” de tanta gente. Reitera, ainda, que essas pessoas estavam guardadas por militares portugueses. Também o jornalista José Vicente Lopes destaca que “a responsabilidade primeira foi das autoridades portuguesas” no que toca aos adversários do PAIGC presos no Tarrafal, admitindo que “são as autoridades portuguesas que acabaram por ajudar o PAIGC a neutralizar os seus adversários políticos”. Com o PAIGC a dominar e a neutralizar as outras forças políticas, a 19 de Dezembro é assinado o Acordo de Lisboa. Determinam-se os termos da transferência da soberania portuguesa para o Estado cabo-verdiano. É estabelecido um governo de transição, chefiado por um alto-comissário português com a categoria de primeiro-ministro, Vicente de Almeida d'Eça, e composto por três ministros escolhidos pelo PAIGC, Carlos Reis, Amaro da Luz e Manuel Faustino, e dois por Portugal. Ficam, também, previstas eleições para uma assembleia constituinte que deveria proclamar a independência a 5 de Julho de 1975. Nesse dia, é proclamada a República de Cabo Verde como Estado Independente e Soberano. Era o fim de cinco séculos de dominação colonial portuguesa.    Se quiser aprofundar este assunto, pode ouvir aqui as entrevistas integrais a Pedro Pires e a Silvino da Luz.    

O Antagonista
Cortes do Papo - Maquiadores de Erika Hilton na conta do povo?

O Antagonista

Play Episode Listen Later Jun 24, 2025 17:02


Dois maquiadores foram contratados como assessores da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) na Câmara, segundo o Metrópoles.O site da Câmara aponta que Ronaldo Hass atua como secretário parlamentar de Erika Hilton desde 6 de maio de 2024, com salário de 9.678,22 reais.Índy Montiel, por sua vez, está na equipe de Erika Hiton há menos tempo. Ela ocupa o cargo de secretária parlamentar desde 9 de junho de 2025 e recebe 2.126,59 reais por mês.Em suas redes sociais, Erika Hilton negou ter contratado maquiadores com dinheiro da Câmara. A deputada do PSOL escreveu no X.“Não, meus amores, eu não contrato maquiador com verba de gabinete. Isso é simplesmente uma invenção.O que eu tenho são dois secretários parlamentares que, todos os dias, estão comigo e me assessoram em comissões e audiências, ajudam a fazer relatórios, preparam meus briefings, dialogam diretamente com a população e prestam um serviço incrível me acompanhando nas minhas agendas em São Paulo, em Brasília, nos interiores e no exterior.Tudo completamente comprovado por fotos, vídeos e pelo próprio trabalho cotidiano deles.E sim, conheci eles como maquiadores, identifiquei outros talentos e os chamei para trabalhar comigo. Quando podem, fazem minha maquiagem e eu os credito por isso. Mas se não fizessem,continuariam sendo meus secretários parlamentares.”Felipe Moura Brasil e Wilson Lima comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do   dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.     Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade.     Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.     Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.    Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista  https://bit.ly/papoantagonista  Siga O Antagonista no X:  https://x.com/o_antagonista   Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.  https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br 

Jonesy & Amanda's JAMcast!
FULL SHOW: My Super Povo Wedding!

Jonesy & Amanda's JAMcast!

Play Episode Listen Later Jun 24, 2025 57:05 Transcription Available


Forget about Jeff Bezos and Lauren Sanchez's upcoming lavish wedding, we want to know about your POVO wedding!See omnystudio.com/listener for privacy information.

E o vencedor é...
BE e a diva do povo, Francisco Louçã

E o vencedor é...

Play Episode Listen Later Jun 24, 2025 21:35


No limbo entre a imaginação e a noção, Louçã quer "um povo novo", mas... onde irá buscá-lo? Ainda, CDS quer sentar-se na mesa dos grandes e ser valorizado pela própria força. Onde está ela?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Grandes Voces do Noso Mundo
EP. 406: REGUEIFA TOUR (Séchu Sende)

Grandes Voces do Noso Mundo

Play Episode Listen Later Jun 22, 2025 60:49


Había unha vez un docente soñador que estreou paternidade e deixou en segundo plano a guitarra eléctrica para modular a voz de maneira que agradase os ouvidos da súa crianza. Pouco tempo tardou en comezar a improvisar as letras das súas cancións, seguindo o modelo de Pinto de Herbón e Manu Chao. O docente soñador tivo sorte, porque uns anos máis tarde a crianza comezou tamén a improvisar... até que chegou unha auténtica Maré, e a improvisación foi maior aínda. Provista de tres pés, a improvisación chamada Regueifa fixo primeiro a liña Vila de Cruces - Baio e despois viaxou por toda a xeografía galega e estivo en Euskádi, en Cataluña e en Portugal e mesmo chegou ao Kurdistán e ao arquipélago da Madeira. Agora o "Povo improvisador" xa dispón dun libro-guía, do que tamén falamos nesta conversa do Deixe Falar. E, obviamente, non esquecemos o Regueifa Tour.

Convidado
A música como vector de identidade e de união no novo Moçambique

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 21, 2025 20:25


Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No sétimo episódio desta digressão, evocamos a música que se produziu na época da independência. Depois de séculos de ocupação portuguesa, Moçambique independente surge como uma entidade por reformular mentalmente e culturalmente. O imperativo das novas autoridades é criar um homem novo, com uma identidade própria, num país múltiplo mas unido. A música será um dos vectores desta nova identidade. Haverá hinos, músicas revolucionárias, sonoridades que são agora associadas à época da independência. Rufus Maculuve, membro do grupo Kapa Dech, produtor e estudioso recorda esse período. "Eu creio que, primeiro, a música serviu de ferramenta de reivindicação, primeiro, através das letras. As músicas todas traziam esta dimensão. Mas também serviu de ferramenta de unidade, porque Moçambique é um país culturalmente diverso. E também acredito que a música serviu de alento. Quando eu digo que ela serviu de elemento unificador é porque eu podia não falar uma língua e podia entrar para essa língua através da música. Aliás, eu nasci no tempo da luta armada, mas as músicas da luta armada, quando eu estava a crescer, ouvíamos na rádio. E ouvindo essas músicas na rádio. Até hoje eu não sei o que muitas delas dizem, porque algumas são cantadas em línguas que eu não entendo. (…) Mas ao mesmo tempo, tínhamos as músicas em português que eu entendia, ou músicas em changana ou qualquer outra língua do sul que eu entendo. Então acho que a música teve muito este papel. Eu não sou militar, mas acredito que quando alguém vai à guerra, canta uma música, sente-se mais forte", diz o músico. Nessa época, um dos vectores da informação e também da música revolucionária era a rádio. Ao recordar algumas das sonoridades que se ouviam no posto emissor, Rufus Maculuve cita hinos como ‘Kanimambo Frelimo' (Obrigada Frelimo). "‘Kanimambo Frelimo' era uma das músicas. Facto interessante é que estas músicas todas vieram das matas para as rádios. Então, acho que, mesmo não sabendo o que elas dizem, todas essas músicas vieram para a rádio, foram gravadas, algumas, acredito que foram regravadas e a gente cantava. Era criança, praticamente um bebé. Muita das vezes acho que cantava de uma forma inocente e acho que anos mais tarde, trabalhando numa produção, acho que aquando dos 45 anos de independência, comecei a ter consciência de que tudo aquilo, do que aquelas músicas diziam", recorda o produtor. Questionado sobre o ambiente que reinava em termos culturais antes da independência e imediatamente depois, Rufus Maculuve distingue dois momentos distintos. "Antes da independência, começaram a uma dada altura, provavelmente com o surgimento da Marrabenta e com o programa ‘Hora Nativa', que era um programa que passava música moçambicana, eu acho que este foi um momento interessante em termos de criação musical. (…) Mas quando chega a independência, houve uma ruptura com todo esse repertório. Aliás, a gente não fala muito disso, mas a Marrabenta acabou também sofrendo disto porque houve a necessidade de criar esta dita música ligeira moçambicana", lembra o estudioso. Questionado sobre a chamada ‘música ligeira moçambicana', o produtor considera que se trata de uma "estilização de vários estilos tradicionais moçambicanos". "Surge essa necessidade de alimentar o catálogo da rádio, que é para tocar o suficiente de música moçambicana e acho que foi uma fase em termos de quantidade e até de muita qualidade, devo dizer. Produziu-se muito. E acho que das músicas mais icónicas posso olhar para o poema ‘À espera' do Salvador Maurício. Posso olhar para ‘Os verdes campos' do grupo 1° de Maio. Há muitas músicas nesse tempo. E depois surge este fenómeno que é Marrabenta Star, que depois de um período de quase de ruptura, surge um grupo que é a Orquestra Marrabenta Star. E esta Orquestra quase que nem compõe. Vai buscar do cancioneiro", diz o universitário. "Acho que a música anda em várias direcções e isso vai mais ou menos até ao início dos anos 90, quando começamos a ter a dita ‘música jovem'. Isto é um pouco irónico, como quem diz que os que faziam música antes não eram jovens, o que não é verdade. Os Ghorwane, quando gravaram nos anos 80, eram bastante jovens, mas surge a tal dita ‘música jovem', que era um pouco quebrar do paradigma desta imposição estética, porque já não dependia da Rádio Moçambique para gravar, onde havia alguma selecção do que se podia gravar na rádio. Então, anos 90, começa a haver esta mutação. Os jovens começam a dizer ‘Ok, nós queremos coisas de inspiração americana, de inspiração PALOP'. E o hip hop também começa aos poucos a ganhar forma. E acho que quando chegamos nos anos 2000, o Hip-Hop também afirma-se como um estilo. Mas nesta época também temos artistas, não necessariamente grupos, artistas que fazem a passagem. Temos artistas que fazem rock como os ‘Rockefellers' e acho que é na mesma altura, finais dos anos 90, que surge os ‘Kapa Dech' (o grupo do qual faz parte) , que era uma outra proposta neste quadro bastante rico em termos de escolhas sonoras. Kapa Dech, para mim também faz muita fusão com matriz moçambicana, mas faz muito a fusão de estilos musicais", diz o artista. Referindo-se ao Hip-Hop, o artista refere que este género "tem o mérito de vir a ser este espaço onde a juventude tem voz. Eu costumo dizer que se nós quisermos ver a verdadeira sociedade civil em Moçambique, pelo menos Moçambique independente, ela está na música ou está nas artes. Mas a música destaca-se porque há muitas mensagens que são passadas mesmo na dita Primeira República de 75, 85, 90, com a aprovação da nova Constituição. Há muita música que era crítica ao sistema que passou, como ‘Mercandonga' de Chico António. E era uma música que criticava bastante o que estava a acontecer. O próprio Presidente Samora adopta os Ghorwane como sendo ‘os bons rapazes'. E ele dizia que são ‘bons rapazes' porque eles dizem o que não está bem no país. Sempre houve este espaço cívico. E havia censura? Sim, havia. Apesar de nós nunca termos tido um órgão oficial de censura, nem todas músicas passaram na rádio". Questionado sobre a tradição e o percurso da música interventiva de Moçambique, Rufus Maculuve evoca o Rap e mais precisamente o rapper moçambicano mais conhecido, Azagaia. "Eu acho que Azagaia acaba sendo esta voz de uma geração pela coragem que ele mostra, pela verticalidade nos temas que ele aborda e pela ressignificação de alguns discursos. Porque eu não sei quem disse ‘Povo no poder' pela primeira vez no mundo, mas em Moçambique, um discurso icónico de Samora Machel é ‘o povo no poder'. Então o Azagaia ressignifica este discurso ao ponto de, inclusive, criar uma amnésia em nós. Há gente que provavelmente nem imagina de onde é que vem a ideia do ‘povo no poder'. Eu acho que uma das coisas importantes é que ele mostra que a música, apesar de não ser um estilo de matriz moçambicana e as pessoas sempre questionam ‘mas isto não é bem nosso?' Mas o que é que é nosso? E são outras conversas. Então ele aparece e -é engraçado- durante muito tempo ele não domina o mercado do hip hop e circulou um documento que dizia que a música dele não podia ser tocada na Rádio Moçambique na altura. E foi inclusive até quando eu analiso, eu vejo que provavelmente nem foi muito isso. A ideia é que não ia tocar na emissão nacional, ia tocar na Rádio Cidade porque a Rádio Cidade era a Rádio da Juventude. E eu acho que há uma capitalização nisso. E depois, com toda a pressão que Azagaia sofre das estruturas políticas, vai à Procuradoria e ele resiste a isso. Então ele acaba sendo esta voz dos excluídos e é uma bandeira para uma geração, e nós vimos todo o movimento que houve à volta do funeral, todo o movimento que houve após a morte dele. (…) Acho que não se vai falar de música em Moçambique, não se vai se falar de movimentos socioculturais, políticos sem se falar do Azagaia e da sua música", conclui o produtor e estudioso moçambicano. Podem ouvir o nosso entrevistado na íntegra aqui:

Denník N podcast
Ekonomický newsfilter: Nový stavebný zákon zatiaľ povoľovanie stavieb nezrýchlil

Denník N podcast

Play Episode Listen Later Jun 20, 2025 11:27


IBN PLENITUDE
Deus responde às orações do seu povo - Pr. Robson Braga

IBN PLENITUDE

Play Episode Listen Later Jun 20, 2025 45:31


Ministração realizada no dia 15 de junho de 2025

TEOmídia Blog
O louvor verdadeiro e a corrupção comercial

TEOmídia Blog

Play Episode Listen Later Jun 19, 2025 17:48


Quase o tudo o que é produzido hoje em termos de música pode ser chamado de música comercial. Precisamos retornar ao louvor verdadeiro.Esse post encontra-se no:TEOmídia Blog - uma preciosa fonte de edificaçãoConfira também:TEOmídia - plataforma gratuita de vídeosTEOmídia Rádio - 24 horas no arTEOmídia Cast - disponível no seu serviço de streaming de música e podcast.Post do TEOmídia Blog recomendado!       João Batista e seus ensinamentos - https://www.buzzsprout.com/652504/episodes/16787966Podcasts recomendados!       Tati & Elas 36 - Qual a Importância da Sã Doutrina nos Dias Atuais? - Marcos Granconato - https://www.buzzsprout.com/2423684/episodes/16767123       TEOmídia Cast #177 - Nelson Bomilcar e a Simplicidade da Igreja - https://www.buzzsprout.com/636142/episodes/15027003       TEOmídia Cast #199 - A Música Deveria Atrair o Povo para Igreja? - Maria Lídia Fernandes - https://www.buzzsprout.com/636142/episodes/15748585

O Antagonista
Cortes do Papo - Povo sai derrotado na briga entre governo e Congresso

O Antagonista

Play Episode Listen Later Jun 18, 2025 26:00


O Congresso derrubou, na terça-feira, 17, o veto de Lula a um dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que estabelece que o fundo partidário de 2025 corresponda ao valor de2016 corrigido ano a ano pela variação acumulada do índice oficial de inflação.Na prática, a decisão dos parlamentares fará com que o valor do fundo tenha um acréscimo de 164,8 milhões de reais em 2025.É que apontam as consultorias de orçamento e fiscalização financeira da Câmara e do Senado.O total estimado para este ano é de 1,3 bilhão de reais.José Inácio Pilar, Rodolfo Borges e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do   dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.     Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade.     Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.     Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.    Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista  https://bit.ly/papoantagonista  Siga O Antagonista no X:  https://x.com/o_antagonista   Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.  https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br 

Multiverse 5D
EU VOU TE REVELAR COMO ISSO VAI TERMINAR - Daniel Lopez

Multiverse 5D

Play Episode Listen Later Jun 14, 2025 91:32


EU VOU TE REVELAR COMO ISSO VAI TERMINAR - Daniel LopezO conflito entre Israel e Irã tem potencial para gerar uma reconfiguração profunda nas dinâmicas geopolíticas do Ocidente, especialmente num contexto de polarização crescente, crises institucionais e disputas por hegemonia global. A escalada das tensões entre os dois países — envolvendo ataques diretos, sabotagens e retaliações por meio de proxies regionais como Hezbollah e milícias xiitas — tende a criar ondas de instabilidade que extrapolam o Oriente Médio, atingindo diretamente os interesses políticos, econômicos e ideológicos das potências ocidentais.Nos Estados Unidos e na União Europeia, esse embate pode acelerar decisões estratégicas: aumento de gastos militares, endurecimento de políticas de imigração, reforço da aliança com Israel e realinhamento de sanções contra o Irã e seus aliados. Tudo isso em um momento em que o Ocidente enfrenta erosão interna — com inflação, crises energéticas, avanço de discursos identitários radicais e descrédito das instituições. O conflito também repercute nos mercados globais de energia: qualquer ameaça ao Estreito de Ormuz — por onde passa 20% do petróleo mundial — pode causar choques de oferta e inflação generalizada, afetando principalmente as economias mais frágeis da Europa.Além disso, o confronto pode ser instrumentalizado por governos ocidentais como cortina de fumaça para desviar o foco de suas próprias crises internas. Ao mesmo tempo, potências como Rússia e China tendem a explorar o caos para enfraquecer a influência dos EUA e de seus aliados, financiando narrativas alternativas e se posicionando como mediadores da paz global. Em última análise, o conflito Israel-Irã não é apenas local: é uma faísca em um cenário global altamente inflamável, cujo desdobramento pode acelerar o colapso de paradigmas políticos, morais e institucionais do Ocidente moderno.

15 Minutos - Gazeta do Povo
O fator Michelle Bolsonaro em 2026

15 Minutos - Gazeta do Povo

Play Episode Listen Later Jun 6, 2025 15:26


**) Vote no 15 Minutos no prêmio ibest https://premioibest.vote/747571429*) Em um episódio recente  do 15 Minutos, nós falamos sobre a pesquisa Quaest, que mostrou índices baixíssimos de popularidade do governo Lula. Pois bem: a Quaest divulgou novas pesquisas nesta quinta-feira (5). Desta vez, o tema é a eleição de 2026.O levantamento aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empataria com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível pela Justiça, se as eleições de 2026 fossem hoje. O levantamento mostra ambos com 41% das intenções de voto em um eventual segundo turno. Chama a atenção o fato de que, mesmo sem Bolsonaro, Lula teria empate técnico com outros potenciais candidatos da direita.Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Paraná, Ratinho Júnior, e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.Recentemente, a Gazeta do Povo publicou uma reportagem falando sobre como repercute na direita a possibilidade de candidatura da ex-primeira dama, que não ocupa nenhum cargo eletivo.O convidado para falar desse assunto nesse episódio do podcast 15 Minutos é o Vinícius Sales, da equipe de República da Gazeta do Povo, que assina essa reportagem.

15 Minutos - Gazeta do Povo
Carla Zambelli na mira

15 Minutos - Gazeta do Povo

Play Episode Listen Later Jun 5, 2025 15:04


**) Vote no 15 Minutos no prêmio ibest https://premioibest.vote/747571429*) A deputada Carla Zambelli (PL-SP) entrou de vez na mira do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Relembrando: a própria parlamentar anunciou que está fora do país, decisão que foi tomada após a condenação a 10 anos de prisão, determinada pelo STF, no caso da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. Com Zambelli tendo deixado o Brasil, o ministro Alexandre de Moraes determinou a abertura de um novo inquérito contra ela. Além de ter ainda decidido pedir a prisão preventiva da parlamentar. Esse episódio do podcast 15 Minutos fala sobre como Carla Zambelli entrou de vez na mira do STF e do ministro Alexandre de Moraes. O convidado para falar do assunto é o Renan Ramalho, da equipe de República da Gazeta do Povo. 

15 Minutos - Gazeta do Povo
O desastre da popularidade de Lula

15 Minutos - Gazeta do Povo

Play Episode Listen Later Jun 4, 2025 16:25


**) Vote no 15 Minutos no prêmio ibest https://premioibest.vote/747571429*) A popularidade virou um verdadeiro desastre para o governo Lula 3. De acordo com pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4), 57% dos brasileiros desaprovam a gestão petista, enquanto 40% aprovam. Alguns dados são bastante reveladores sobre o resultado. Por exemplo: para 31% dos entrevistados, o governo Lula é o principal responsável pelo desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas. O escândalo do INSS é reconhecido por 82% dos ouvidos na pesquisa.Outros dados: a desaprovação de Lula também está refletida no senso de condução do país. A maioria diz que está na direção errada (61%), contra apenas 32%, que classificam como certa. Segundo a Quaest, 48% acreditam que Lula não é bem intencionado no governo, e 46% acreditam que sim.Este episódio do podcast 15 Minutos analisa o desastre da popularidade de Lula. O convidado é o Silvio Ribas, da equipe de República da Gazeta do Povo. 

15 Minutos - Gazeta do Povo
Lula teme avanço da direita no Senado

15 Minutos - Gazeta do Povo

Play Episode Listen Later Jun 3, 2025 15:46


**) Vote no 15 Minutos no prêmio ibest https://premioibest.vote/747571429*) Se antes era algo mais dos bastidores, agora já está mais claro. Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já emite sinais públicos de preocupação com a perspectiva de o Senado atingir a maioria conservadora a partir de 2027. Essa preocupação já era manifestada até por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).Durante o encerramento do congresso nacional do PSB, no último final de semana em Brasília, Lula alertou para o risco de candidatos direitistas serem os grandes vitoriosos das urnas na briga pelas 54 das 81 cadeiras do Senado em 2026. Ele frisou ser essencial manter o domínio de aliados para impedir que a direita “avacalhe” com o STF.Por que Lula e a esquerda temem esse avanço da direita sobre o Senado? É isso o que analisa esse episódio do podcast 15 Minutos. O convidado para falar do assunto é o Silvio Ribas, da equipe de República da Gazeta do Povo, que assina reportagem sobre o tema. 

15 Minutos - Gazeta do Povo
Economia: os indicadores que preocupam

15 Minutos - Gazeta do Povo

Play Episode Listen Later Jun 2, 2025 17:01


**) Vote no 15 Minutos no prêmio ibest https://premioibest.vote/747571429*) Alguns indicadores econômicos causam euforia em integrantes do governo Lula. Recentemente, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que "o país está muito bem". Em março, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nunca ter visto momento econômico tão positivo. É fato que o PIB avançou e o desemprego caiu. São bons números. Mas nem tudo é um mar de rosas. Recentemente, uma reportagem publicada pela Gazeta do Povo mostrou cinco problemas graves na economia, que de certa maneira desmentem a narrativa do governo. Nesse episódio do podcast 15 Minutos nós falamos sobre indicadores da economia no Brasil que mostram uma realidade ainda preocupante. O convidado para falar do assunto é o Fernando Jasper, editor de Economia e colunista da Gazeta do Povo. 

Igreja Baptista Antioquia
“Uma Só Promessa, Um Só Povo, Uma Só Palavra” (Hebreus 13:13-25)

Igreja Baptista Antioquia

Play Episode Listen Later Jun 1, 2025 60:56


Data: 01/06/2025Pregador: António FigueiraPara mais informações sobre a Igreja Antioquia, visite https://linktr.ee/antioquia

Alexandre Garcia - Vozes - Gazeta do Povo
Eleitos pelo povo, guiados por interesses

Alexandre Garcia - Vozes - Gazeta do Povo

Play Episode Listen Later May 29, 2025 4:57


Alexandre Garcia questiona se os representantes eleitos realmente representam o povo ou se estão submetidos a partidos e interesses econômicos, defendendo o voto distrital como solução. Denuncia um repasse de quase R$ 16 milhões do Ministério do Trabalho a uma ONG ligada ao PT para atuar em Roraima, levantando suspeitas sobre o uso do dinheiro público. Comenta a resistência ao aumento do IOF e a pressão de setores da economia e do Congresso contra a medida do governo.

Pânico
Madeleine Lacsko e Dani Freixo

Pânico

Play Episode Listen Later May 28, 2025 122:41


As convidadas do programa Pânico dessa quarta-feira (28) são Madeleine Lacsko e Dani Freixo.Madeleine LacskoMadeleine Lacsko é jornalista, palestrante e consultora de risco reputacional. Atua como colunista em O Antagonista, Gazeta do Povo e UOL News. Apresenta o podcast PodFalar, sobre liberdade de expressão. É sócia da Gonew, edTech de lifelong learning.Faz parte do conselho do Instituto Monitor da Democracia e está fundando o Instituto Direito de Fala, pela Liberdade de Expressão. É autora do livro Cancelando o Cancelamento - como o identitarismo da militância tabajara ameaça a democracia.Trabalhou nas Rádios Trianon e Jovem Pan. Foi consultora do Unicef na erradicação da pólio em Angola, assessora do STF e da Alesp, diretora de comunicação da Change.org e assessora de marketing da CCR.Redes Sociais: Instagram: https://www.instagram.com/madeleinelacsko/X: ⁠https://x.com/madeleinelacskoYouTube: ⁠https://www.youtube.com/@podfalarmadeleinelacskoDani FreixoDaniella Freixo é psicóloga infantil com especialização em Psicologia Analítica de Jung e formação pela DEP em Transpessoal. Busca em seus conteúdos ensinar como é possível educar crianças com direção, acolhimento, responsabilidade, respeito e autonomia.Redes Sociais:Instagram: ⁠https://www.instagram.com/daniellafreixo/

Nobody Asked
#80 - MC Proppa Povo

Nobody Asked

Play Episode Listen Later May 27, 2025 53:41


On today's episode we discuss drag queens, rugby club initiations, what gay is that and Green Valley FarmFeel free to give us a 5 star review (only if youre hot)Join our super secret Private Facebook Page: https://www.facebook.com/share/g/1AATP1nnW8/ Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

O Antagonista
Atentado em Washington revela visão distorcida do povo de Israel

O Antagonista

Play Episode Listen Later May 22, 2025 11:23


Casal de diplomatas é vítima de militante de esquerda nos Estados Unidos, cuja visão ideológica não coaduna com a realidade.Meio-Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto   de Brasília.     Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes do cenário político e econômico do Brasil.     Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.   Transmissão ao vivo de segunda a sexta-feira às 12h.    Não espere mais, assine agora e garanta 2 anos com 30% OFF - últimos dias.   2 anos de assinatura do combo O Antagonista e Crusoé com um super desconto de 30% adicional* utilizando o voucher 10A-PROMO30 Use o cupom 10A-PROMO30 e assine agora:  meio-dia ( https://bit.ly/promo2anos-meiodia)   (*) desconto de 30% aplicado sobre os valores promocionais vigentes do Combo anual | Promoções não cumulativas com outras campanhas vigentes. | **Promoção válida só até o dia 31/05 

Crime e Castigo
Povo revoltado com morte de grávida. “Assassino! Devias estar na cadeia”

Crime e Castigo

Play Episode Listen Later May 22, 2025 14:03


Começou o julgamento de Fernando Valente, o suspeito do desaparecimento de Mónica Silva, a grávida da Murtosa. Este é o tema do Crime e Castigo desta quinta-feira, onde falaremos ainda dos incidentes nas celebrações do título do Sporting, que deixaram um adepto cego de um olho. Um podcast com Paulo João Santos e Sérgio A. Vitorino, apresentado por Rita Fernandes Batista e editado por Bernardo Franco.

Casos Reais
ASSASSINADA: Caso Rachel Genofre

Casos Reais

Play Episode Listen Later May 21, 2025 20:13


Em novembro de 2008, uma mala foi encontrada na rodoviária de Curitiba. Dentro dela, o corpo da menina Rachel Genofre, de apenas 9 anos. O caso chocou o Brasil e ficou sem solução por mais de 11 anos.O que aconteceu com Rachel depois que ela saiu da escola? Como o criminoso conseguiu se esconder por tanto tempo? E por que esse caso marcou uma virada na forma como o Brasil investiga crimes violentos?Instagram: @erikamirandas e @casosreaisoficial

Medo e Delírio em Brasília
II – 2025.27.2 – Parte 2 – “Lembrem de um povo digno, que se recusou a se curvar ao poder” (sem tradução)

Medo e Delírio em Brasília

Play Episode Listen Later May 16, 2025 46:11


SEM TRADUÇÃO. Gaza, Israel, Palestina. Se puder e quiser, pinga um no Apoia.se, na Orelo, no Patreon ou no pix medoedelirioembrasilia@gmail.com The post II – 2025.27.2 – Parte 2 – “Lembrem de um povo digno, que se recusou a se curvar ao poder” (sem tradução) appeared first on Central 3.

Medo e Delírio em Brasília
II – 2025.27.2 – Parte 2 – “Lembrem de um povo digno, que se recusou a se curvar ao poder” (com tradução)

Medo e Delírio em Brasília

Play Episode Listen Later May 16, 2025 46:11


COM TRADUÇÃO. Gaza, Israel, Palestina. Se puder e quiser, pinga um no Apoia.se, na Orelo, no Patreon ou no pix medoedelirioembrasilia@gmail.com The post II – 2025.27.2 – Parte 2 – “Lembrem de um povo digno, que se recusou a se curvar ao poder” (com tradução) appeared first on Central 3.

Medo e Delírio em Brasília
II – 2025.27.1 – Parte 1 – “Lembrem de um povo digno, que se recusou a se curvar ao poder” (sem tradução)

Medo e Delírio em Brasília

Play Episode Listen Later May 15, 2025 62:52


SEM TRADUÇÃO. Gaza, Israel, Palestina. The post II – 2025.27.1 – Parte 1 – “Lembrem de um povo digno, que se recusou a se curvar ao poder” (sem tradução) appeared first on Central 3.

Medo e Delírio em Brasília
II – 2025.27.1 – Parte 1 – “Lembrem de um povo digno, que se recusou a se curvar ao poder” (com tradução)

Medo e Delírio em Brasília

Play Episode Listen Later May 15, 2025 62:52


COM TRADUÇÃO. Gaza, Israel, Palestina. Se puder e quiser, pinga um no Apoia.se, na Orelo, no Patreon ou no pix medoedelirioembrasilia@gmail.com. The post II – 2025.27.1 – Parte 1 – “Lembrem de um povo digno, que se recusou a se curvar ao poder” (com tradução) appeared first on Central 3.

Alexandre Garcia - Vozes - Gazeta do Povo
Cassino social: o vício é do povo e o lucro é do sistema

Alexandre Garcia - Vozes - Gazeta do Povo

Play Episode Listen Later May 15, 2025 6:03


Alexandre Garcia critica a normalização das apostas eletrônicas no Brasil e a conivência do poder público com práticas que ferem a própria legislação nacional. Garcia também comenta a declaração do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que prometeu conceder anistia a Bolsonaro e a todos os envolvidos no 8 de janeiro, caso seja eleito presidente. E por fim, o jornalista critica o fato de o presidente da Câmara recorrer ao próprio Supremo contra decisão do STF, em mais um exemplo do que chama de contradição institucional. Ele questiona a legalidade da decisão do Supremo sobre o caso Alexandre Ramagem, tomada por apenas cinco ministros, contrariando o artigo 97 da Constituição, que exige maioria absoluta — seis votos — para declarar a inconstitucionalidade de uma lei.

Lições da Bíblia
Deus no meio de Seu povo

Lições da Bíblia

Play Episode Listen Later May 14, 2025


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Kate, Tim & Marty
Full Show: Let's Brag About How Povo You Are!

Kate, Tim & Marty

Play Episode Listen Later May 8, 2025 42:08 Transcription Available


We're back in the studio and feeling the M8's Day love! May 8 is all about mates, but a new Snapchat study has revealed nearly half of Aussies don’t actually have a bestie—so we’re celebrating friendship, oversharing, and outrageous Met Gala demands instead. We dive into the Glossys: Usher fed Sabrina Carpenter a cherry (her dad was not impressed), Doechii clears the air on her umbrella meltdown, and Khloé Kardashian’s pantry tour has us rethinking our entire kitchen setup. Plus, billionaire TV screens, Liam Payne’s will, Tish vs Miley drama, and Jackie Gillies from RHOM swings by to play a spicy round of Quick Draw!See omnystudio.com/listener for privacy information.

Debate da Super Manhã
LEGADO DO PAPA FRANCISCO

Debate da Super Manhã

Play Episode Listen Later Apr 29, 2025 50:43


Debate da Super Manhã: Em 2025, a Páscoa de Jesus Cristo, a maior festa do calendário religioso católico, ficará marcada para sempre com a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. No debate desta sexta-feira (25), a comunicadora Natalia Ribeiro conversa com os nossos convidados sobre o legado de Francisco para a Igreja Católica e a humanidade, as marcadas deixadas no contexto sociopolítico e econômico mundial e a trajetória daquele considerado o Papa do Povo. Participam o bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Josivaldo Bezerra, o doutor em Ciências da Religião e fundador da Comunidade Católica dos Viventes, Gabriel Marquim, e o pós-doutor em História pela Unicamp e Universidade de Lisboa; e coordenador do Laboratório de Estudos da História das Religiões da UPE, Carlos Moura.