16th-century French writer and humanist
POPULARITY
Mind the Beatz remet le couvert, sort les platines, les machines, les scratches, les amplis et le son électro pour un nouvel album sorti le 21 novembre et intitulé « Baltimore ». Pour parler de ce nouveau projet musical, Fysh, Zoen et Janfi sont venus sur les ondes de Radio Campus pour présenter les titres de ce […] L'article Ghettoblaster – Mind the Beatz est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
On a reçu Mr. Tom B. à l’occasion de la tenue de la bourse aux disques : L’Internationale du Disque #4 le 7 décembre 2025 à la Guinguette le Soleil. Il nous a aussi partagé quelques sonorités de ses sélections et de sa prochaine compilation en préparation sur Sao Tomé et Principe, Léve Léve 2, […] L'article Crossover – Léve Léve 2 & l’Internationale du Disque #4 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Dans l’émission diffusée ce jour, nous recevions Sentia Dahiez-Antongiorgi, Lohaven Desneux, Zadie Cabaret et Inès Proust, étudiantes en deuxième année de double licence LLCER anglais / espagnol à l’université de Tours, afin de parler d’un cours qu’elles ont suivi ce semestre, “Contemporary Women Writers from the Caribbean”. Après une présentation de leur formation et de […] L'article ILMC S2E08 : poétesses des Caraïbes est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Paul Daniel Frehley (1951 -2025) fut le premier lead guitar de Kiss, de 1973 à 1982, il revient en 1996 avant de définitivement quitter le groupe en 2002. Ace Frehley, The Spaceman, est celui qui a créé le logo de Kiss (notamment les deux « S » qui ont fait polémique, lui pensait à des éclairs). Dans […] L'article Maggot Brain – Hommage à Ace Frehley Part. 1 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Unis comme les quatre mousquetaires, Candice de Traviole -heureusement rétablie d’une gastro-entérite foudroyante- , sir Jeff de la Tourette, Taberdan de Queb’, Pierre-Jérôme du Grand Massif et Jean-Hubert de Saint-Hilaire, s’en partent affronter les grands dangers de la courbe d’audience, la fleur au fusil! Comme le dit l’adage, les ondes de Radio Campus se méritent, […] L'article Welcome! du 29 novembre 2025 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Você já parou pra pensar quem traduz os livros que você lê e como esse trabalho molda a forma como entende o mundo? Neste episódio, Lívia Mendes e Lidia Torres irão nos conduzir em uma viagem no tempo para entendermos como os textos gregos e latinos chegam até nós. Vamos descobrir por que traduzir é sempre também interpretar, criar e disputar sentidos. Conversamos com Andrea Kouklanakis, professora permanente na Hunter College, Nova York, EUA, e Guilherme Gontijo Flores, professor da Universidade Federal do Paraná. Eles compartilharam suas trajetórias no estudo de línguas antigas, seus desafios e descobertas com o mundo da tradução e as questões políticas, históricas e estéticas que a prática e as teorias da tradução abarcam. Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. O roteiro foi escrito por Lívia Mendes e a revisão é de Lidia Torres e Mayra Trinca. A edição é de Daniel Rangel. Se você gosta de literatura, história, tradução ou quer entender novas formas de aproximar o passado do presente, esse episódio é pra você. __________________________________________________________________ ROTEIRO [música, bg] Lívia: Quem traduziu o livro que você está lendo? Lívia: E se você tivesse que aprender todas as línguas dos clássicos que deseja ler? Aqueles livros escritos em russo, alemão ou qualquer outra língua diferente da sua? Lívia: E aqueles livros das literaturas que foram escritas em línguas que chamamos antigas, como o latim e o grego? Lidia: A verdade é que, na maioria das vezes, a gente não pensa muito sobre essas questões. Mas, no Brasil, boa parte dos livros que lemos, tanto literários quanto teóricos, não chegaria até a gente se não fossem os tradutores. Lidia: Essas obras, que fazem parte de todo um legado social, filosófico e cultural da nossa sociedade, só chegaram até nós por causa do trabalho cuidadoso de pesquisadores e tradutores dessas línguas, que estão tão distantes, mas ao mesmo tempo, tão próximas de nós. [música de transição] Lívia: Eu sou a Lívia Mendes. Lidia: E eu sou a Lidia Torres. Lívia: Você já conhece a gente aqui do Oxigênio e no episódio de hoje vamos explorar como traduzimos, interpretamos e recebemos textos da Antiguidade greco-romana. Lidia: E, também vamos pensar por que essas obras ainda hoje mobilizam debates políticos, culturais e estéticos. Lívia: Vem com a gente explorar o mundo da antiguidade greco-romana que segue tão presente na atualidade, especialmente por meio da tradução dos seus textos. [vinheta O2] Andrea [1:05-2:12]: Então, meu nome é Andrea Kouklanakis e, eu sou brasileira, nasci no Brasil e morei lá até 21 anos quando eu emigrei para cá. Lívia: O “cá” da Andrea é nos Estados Unidos, país que ela se mudou ainda em 1980, então faz um tempo que ela mora fora do Brasil. Mas mesmo antes de se mudar, ela já tinha uma experiência com o inglês. Andrea Kouklanakis: Quando eu vim pra cá, eu não tinha terminado faculdade ainda, eu tinha feito um ano e meio, quase dois anos na PUC de São Paulo. Ah, e mas chegou uma hora que não deu mais para arcar com a responsabilidade financeira de matrícula da PUC, de mensalidades, então eu passei um tempo trabalhando só, dei aulas de inglês numa dessas escolas assim de business, inglês pra business people e que foi até legal, porque eu era novinha, acho que eu tinha 18, 19 anos e é interessante que todo mundo era mais velho que eu, né? Os homens de negócios, as mulheres de negócio lá, mas foi uma experiência legal e que também, apesar de eu não poder estar na faculdade daquela época, é uma experiência que condiz muito com o meu trabalho com línguas desde pequena. Lívia: Essa que você ouviu é a nossa primeira entrevistada no episódio de hoje, a professora Andrea Kouklanakis. Como ela falou ali na apresentação, ela se mudou ainda jovem pros Estados Unidos. Lidia: E, como faz muito tempo que ela se comunica somente em inglês, em alguns momentos ela acaba esquecendo as palavras em português e substitui por uma palavra do inglês. Então, a conversa com a Andrea já é um início pra nossa experimentação linguística neste episódio. Andrea Kouklanakis: Eu sou professora associada da Hunter College, que faz parte da cidade universitária de Nova York, City University of New York. E eles têm vários campus e a minha home college é aqui na Hunter College, em Manhattan. Eh, eu sou agora professora permanente aqui. Lívia: A professora Andrea, que conversou com a gente por vídeo chamada lá de Nova Iorque, contou que já era interessada por línguas desde pequena. A mãe dela trabalhava na casa de uma professora de línguas, com quem ela fez as primeiras aulas. E ela aprendeu também algumas palavras da língua materna do seu pai, que é grego e mais tarde, estudou francês e russo na escola. Lidia: Mas, além de todas essas línguas, hoje ela trabalha com Latim e Grego.Como será que essas línguas antigas entraram na vida da Andrea? Andrea Kouklanakis: Então, quando eu comecei aqui na Hunter College, eu comecei a fazer latim porque, bom, quando você tem uma língua natal sua, você é isenta do requerimento de línguas, que todo mundo tem que ter um requerimento de língua estrangeira na faculdade aqui. Então, quando eu comecei aqui, eu fiquei sabendo, que eu não precisava da língua, porque eu tinha o português. Mas, eu falei: “É, mas eu peguei pensando a língua é o que eu quero, né?” Então, foi super assim por acaso, que eu tava olhando no catálogo de cursos oferecidos. Aí eu pensei: “Ah, Latim, OK. Why not?. Por que não, né? Uma língua antiga, OK. Lívia: A professora Andrea, relembrando essa escolha por cursar as disciplinas de Latim, quando chegou na Hunter College, percebeu que ela gostou bastante das aulas por um motivo afetivo e familiar com a maneira com que ela tinha aprendido a língua portuguesa aqui no Brasil, que era diferente da forma como seus colegas estadunidenses tinham aprendido o inglês, sem muita conexão com a gramática. Lidia: Ela gostava de estudar sintaxe, orações subordinadas e todas essas regras gramaticais, que são muito importantes pra quem quer estudar uma língua antiga e mais pra frente a gente vai entender bem o porquê. [som de ícone] Lívia: sintaxe, é a parte da gramática que estuda como as palavras se organizam dentro das frases pra formar sentidos. Ela explica quem é o sujeito, o que é o verbo, quais termos completam ou modificam outros, e assim por diante. [som de ícone]: Lívia: Oração subordinada é uma frase que depende de outra para ter sentido completo. Ela não “anda sozinha”: precisa da oração principal pra formar o significado total. [música de transição] Lidia: E, agora, você deve estar se perguntando, será que todo mundo que resolve estudar língua antiga faz escolhas parecidas com a da professora Andrea? Lidia: É isso que a gente perguntou pro nosso próximo entrevistado. Guilherme Gontijo: Eu sou atualmente professor de latim na UFPR, no Paraná, moro em Curitiba. Mas, eu fiz a minha graduação em letras português na UFES, na Federal do Espírito Santo. E lá quando eu tive que fazer as disciplinas obrigatórias de latim, eu tinha que escolher uma língua complementar, eu lembro que eu peguei italiano porque eu estudava francês fora da universidade e eu tinha que estudar o latim obrigatório. Estudei latim com Raimundo Carvalho. Lívia: Bom, parece que o Guilherme teve uma trajetória parecida com a da Andrea e gostar de estudar línguas é uma das premissas pra se tornar um estudioso de latim e de grego. Lidia: O professor Raimundo de Carvalho, que o Guilherme citou, foi professor de Latim da Federal do Espírito Santo. Desde a década de 80 ele escreve poesias e é um importante estudioso da língua latina. Ele quem traduziu a obra Bucólicas, do Vírgílio, um importante poeta romano, o autor da Eneida, que talvez você já deva ter ouvido falar. O professor Raimundo se aposentou recentemente, mas segue trabalhando na tradução de Metamorfoses, de outro poeta romano, o Ovídio. Lívia: O Guilherme contou o privilégio que foi ter tido a oportunidade de ser orientado de perto pelo professor Raimundo. Guilherme Gontijo: Eu lembro que eu era um aluno bastante correto, assim, eu achava muito interessante aprender latim, mas eu estudei latim pensando que ele teria algum uso linguístico pras pessoas que estudam literatura brasileira. E quando ele levou Catulo pra traduzir, eu lembro de ficar enlouquecido, assim, foi incrível e foi a primeira vez na minha vida que eu percebi que eu poderia traduzir um texto de poema como um poema. E isso foi insistivo pra mim, eu não tinha lido teoria nenhuma sobre tradução. Lívia: Um episódio sobre literatura antiga traz esses nomes diferentes, e a gente vai comentando e explicando. O Catulo, que o Guilherme citou, foi um poeta romano do século I a.C.. Ele é conhecido por escrever odes, que são poemas líricos que expressam admiração, elogio ou reflexão sobre alguém, algo ou uma ideia. A obra do Catulo é marcada pelos poemas que ele dedicou a Lésbia, figura central de muitos dos seus versos. Guilherme Gontijo: Eu fiz as duas disciplinas obrigatórias de latim, que é toda a minha formação oficial de latim, acaba aí. E passei a frequentar a casa do Raimundo Carvalho semanalmente, às vezes duas vezes por semana, passava a tarde inteira tendo aula de latim com ele, lendo poetas romanos ou prosa romana e estudava em casa e ele tirava minhas dúvidas. Então, graças à generosidade do Raimundo, eu me tornei latinista e eu não tinha ideia que eu, ainda por cima, teria ali um mestre, porque ele é poeta, é tradutor de poesia. Lidia: Essa conexão com a língua latina fez o Guilherme nunca mais abandonar a tradução. Ele disse que era uma forma natural de conseguir conciliar o seu interesse intelectual acadêmico e o lado criativo, já que desde o início da graduação ele já era um aspirante a poeta. Lívia: É importante a gente lembrar que o Guilherme tem uma vasta carreira como autor, poeta e tradutor e já vamos aproveitar pra deixar algumas dicas dos livros autorais e dos autores que ele traduziu. Lívia: Guilherme é autor dos poemas de carvão :: capim (2018), Todos os nomes que talvez tivéssemos (2020), Arcano 13 em parceria com Marcelo Ariel. Ele também escreveu o romance História de Joia (2019) e os livros de ensaios Algo infiel: corpo performance tradução (2017) em parceria com Rodrigo Gonçalves e A mulher ventriloquada: o limite da linguagem em Arquíloco (2018). Se aventurou pelo infanto-juvenil com os livros A Mancha (2020) e o Coestelário (2021), ambos em parceria com Daniel Kondo. E traduziu autores como Safo, Propércio, Catulo, Horácio, Rabelais e Whitman. Lidia: Os poetas Rabelais e Whitman são autores modernos, viveram nos séculos XVI e XIX, já os outros poetas são da antiguidade romana, aquele período aproximadamente entre o século IV a.C. e o século V d.C. Lívia: Então, o Guilherme traduz tanto textos de línguas modernas quanto de línguas antigas. E, a gente perguntou pra ele se existe alguma diferença no trabalho do tradutor quando vai traduzir um texto de uma língua moderna, que está mais próxima de nós no tempo, e quando vai traduzir do latim ou do grego, que são línguas mais distantes temporalmente. Lívia: O Guilherme falou que quando ele vai traduzir de uma língua moderna pra outra língua moderna existem duas possibilidades: traduzir diacronicamente, que é quando o tradutor escreve o texto na língua produzida como se fosse da época mesmo que ele foi escrito. E a outra possibilidade é traduzir deslocando o autor temporalmente, e fazendo a linguagem do texto conversar com a linguagem contemporânea. Lidia: Pode parecer um pouco confuso de início, mas ouve só o exemplo do Guilherme da experiência de tradução que ele teve com o Rimbaud, que é um autor francês. Guilherme Gontijo: Por exemplo, fui traduzir Rimbaud, o Rimbaud do século XIX. Quando eu vou traduzir, eu posso tentar traduzir pensando diacronicamente e aí eu vou tentar traduzir o Rimbaud pra ele parecer um poeta do século XIX em português. E aí eu vou dar essa sensação de espaço temporal pro leitor contemporâneo agora. É, o Guilherme de Almeida fez um experimento genial assim, traduzindo o poeta francês François Villon para uma espécie de pastiche de galego-português, botando a linha temporal de modo que é isso, Villon é difícil para um francês ler hoje, que a língua francesa já sofreu tanta alteração que muitas vezes eles leem numa espécie de edição bilíngue, francês antigo, francês moderno. A gente também tem um pouco essa dificuldade com o galego-português, que é a língua literária da Península ali pra gente, né? Ah, então essa é uma abordagem. Outra abordagem, eu acho que a gente faz com muito menos frequência, é tentar deslocar a relação da temporalidade, ou seja, traduzir Rimbaud, não para produzir um equivalente do Rimbaud, século XIX no Brasil, mas pra talvez criar o efeito que ele poderia criar nos seus contemporâneos imediatos. Lívia: Ou seja, a ideia aqui seria escrever um texto da maneira como se escreve hoje em dia, meio que transpondo a história no tempo. Lidia: Pra quem não conhece, fica aqui mais uma dica de leitura: o poeta francês Arthur Rimbaud, que o Guilherme citou, viveu entre 1854 e 1891 e escreveu quase toda sua obra ainda adolescente. Ele renovou a poesia moderna com imagens ousadas, experimentação formal e uma vida marcada pela rebeldia. Abandonou a literatura muito jovem e passou o resto da vida viajando e trabalhando na África. Lívia: Mas, e pra traduzir da língua antiga, será que esse dois caminhos também são possíveis? Guilherme Gontijo: Quando eu vou traduzir do latim, por exemplo, eu não tenho esse equivalente. Não existe o português equivalente de Propércio. O português equivalente de Propércio como língua literária é o próprio latim. Lívia: Ou seja, o que o Guilherme quis dizer é que não existe uma possibilidade de traduzir um texto latino como ele soava na antiguidade, porque o latim é a língua que originou as línguas modernas latinas, e a língua portuguesa é uma delas, junto com o espanhol, o francês e o italiano. Lidia: Mas, o que pode acontecer é uma classicização dos textos antigos e o Guilherme enfatizou que acontece muito nas traduções que a gente tem disponível do latim pro português. A classicização, nesses casos, é traduzir os textos da antiguidade com o português do século XVIII ou XIX, transformando esses textos em clássicos também pra nós. Guilherme Gontijo:Curiosamente, a gente, quando estuda os clássicos, a gente sempre fala: “Não, mas isso é moderno demais. Será que ele falaria assim?” Acho curioso, quando, na verdade, a gente vendo que os clássicos tão falando sobre literatura, eles parecem não ter esses pudores. Aliás, eles são bem menos arqueológicos ou museológicos do que nós. Eles derrubavam um templo e botavam outro templo em cima sem pensar duas vezes enquanto nós temos muito mais pudores. Então, a minha abordagem atual de traduzir os clássicos é muito tentar usar as possibilidades do português brasileiro, isso é muito marcado pra mim, uma das variedades do português brasileiro, que é a minha, né? De modo ativo. Lívia: Só pra dar um exemplo do que faz a língua soar clássica, seria o uso do pronome “tu” ao invés de “você”, ou, os pronomes oblíquos como “eu te disse” ou “eu te amo”, porque ninguém fala “eu lhe amo” no dia a dia. Lidia: E esse é justamente o ponto quando a gente fala de tradução do texto antigo. Eles não vão ter um equivalente, e a gente não tem como traduzir por algo da mesma época. Guilherme Gontijo: Então, a gente precisa fazer um exercício especulativo, experimental, pra imaginar os possíveis efeitos daqueles textos no seu mundo de partida, né? A gente nunca vai saber o sabor exato de um texto grego ou romano, porque por mais que a gente tenha dicionário e gramática, a gente não tem o afeto, aquele afeto minucioso da língua que a gente tem na nossa. Lívia: Essas questões de escolhas de tradução, que podem aproximar ou afastar a língua da qual vai se traduzir pra língua que será traduzida se aproximam das questões sociais e políticas que são intrínsecas à linguagem. [música de transição] Lidia: Assim como qualquer outro texto, os escritos em latim ou grego nunca serão neutros. Mesmo fazendo parte de um mundo tão distante da gente, eles reproduzem projetos políticos e identitários tanto da antiguidade quanto dos atuais. Andrea Kouklanakis: Eu acho que esse aspecto político e histórico dos estudos clássicos é interessante porque é uma coisa quando você tá fazendo faculdade, quando eu fiz pelo menos, a gente não tinha muita ideia, né? Você tava completamente sempre perdida no nível microscópico da gramática, né? De tentar a tradução, essas coisas, você tá só, completamente submersa nos seus livros, no seu trabalho de aula em aula, tentando sobreviver ao Cícero. Lívia: Como a Andrea explicou, os estudos que chamamos de filológicos, soam como uma ciência objetiva. Eles tentam achar a gênese de um texto correto, como uma origem e acabam transformando os estudos clássicos em um modelo de programa de império ou de colonização. Andrea Kouklanakis: Então, por exemplo, agora quando eu dou aula sobre o legado dos estudos clássicos na América Latina Agora eu sei disso, então com os meus alunos a gente lê vários textos primários, né, e secundários, que envolvem discurso de construção de nação, de construção de império, de construção do outro, que são tecidos com os discursos clássicos, né, que é essa constante volta a Atenas, a Roma, é, o prestígio dos estudos clássicos, né? Então, a minha pesquisa se desenvolveu nesse sentido de como que esses latino afro brasileiros, esses escritores de várias áreas, como que eles lidaram na evolução intelectual deles, na história intelectual deles, como que eles lidaram com um ramo de conhecimento que é o centro do prestígio. Eles mesmo incorporando a falta de prestígio completa. O próprio corpo deles significa ausência total de prestígio e como que eles então interagem com uma área que é o centro do prestígio, sabe? Lidia: Então, como você percebeu, a Andrea investiga como os escritores afro-latino-americanos negociaram essa tradição clássica, símbolo máximo de prestígio, com suas histórias incorporadas a um lugar sem prestígio, marcadas em seus corpos pelo tom de pele. Lívia: Esse exercício que a professora Andrea tem feito com seus alunos na Hunter College tem sido uma prática cada vez mais presente nos Estudos Clássicos da América Latina e aqui no Brasil. É um exercício de colocar um olhar crítico pro mundo antigo e não apenas como uma forma de simplesmente celebrar uma antiguidade hierarquicamente superior a nós e a nossa história. Lidia: Nesse ponto, é importante a gente pontuar que a professora Andrea fala de um lugar muito particular, porque ela é uma mulher negra, brasileira, atuando em uma universidade nos Estados Unidos e em uma área de estudos historicamente tradicional. Lívia: Ela relatou pra gente um pouco da sua experiência como uma das primeiras mulheres negras a se doutorar em Estudos Clássicos em Harvard. Andrea Kouklanakis: Eu também não queria deixar de dizer que, politicamente, o meu entendimento como classista foi mais ou menos imposto de fora pra mim, sobre mim como uma mulher de cor nos estudos clássicos, porque eu estava exatamente na década de final de 90, meio final de 90, quando eu comecei a fazer os estudos clássicos na Harvard e foi coincidentemente ali quando também saiu, acho que o segundo ou terceiro volume do Black Athena, do Bernal. E, infelizmente, então, coincidiu com eu estar lá, né? Fazendo o meu doutorado nessa época. E na época existiam esses chat rooms, você podia entrar no computador e é uma coisa estranha, as pessoas interagiam ali, né? O nível de antipatia e posso até dizer ódio mesmo que muitas pessoas expressavam pela ideia de que poderia existir uma conexão entre a Grécia e a África, sabe? A mera ideia. Era uma coisa tão forte sabe, eu não tinha a experiência ou a preparação psicológica de receber esse tipo de resposta que era com tantos ânimos, sabe? Lidia: Com esse relato, a professora Andrea revelou pra gente como o preconceito com a população negra é tão explícita nos Estados Unidos e como ela, mesmo tendo passado a infância e a adolescência no Brasil, sentiu mais os impactos disso por lá. Lívia: Mas, fora o preconceito racial, historicamente construído pelas nossas raízes de colonização e escravização da população negra, como estudiosa de Estudos Clássicos, foi nessa época que a Andrea percebeu que existia esse tipo de discussão e que ainda não estava sendo apresentada pra ela na faculdade. Andrea Kouklanakis: Depois que eu me formei, eu entrei em contato com a mulher que era diretora de admissão de alunos e ela confirmou pra mim que é eu acho que eu sou a primeira pessoa de cor a ter um doutorado da Harvard nos Estudos Clássicos. E eu acho que mesmo que eu não seja a primeira pessoa de cor fazendo doutorado lá, provavelmente eu sou a primeira mulher de cor. Lidia: Vamos destacar agora, alguns pontos significativos do relato da professora Andrea. [som de ícone] Lívia: O livro que ela citou é o Black Athena, do estudioso de história política Martin Bernal. A teoria criada pelo autor afirmava que a civilização clássica grega na realidade se originou de culturas da região do Crescente Fértil, Egito, Fenícia e Mesopotâmia, ao invés de ter surgido de forma completamente independente, como tradicionalmente é colocado pelos historiadores germânicos. [som de ícone] Lívia: Ao propor uma hipótese alternativa sobre as origens da Grécia antiga e da civilização clássica, o livro fomentou discussões relevantes nos estudos da área, gerando controvérsias científicas, ideológicas e raciais. [som de ícone] Lidia: Em contrapartida às concepções racistas vinda de pesquisadores, historiadores e classicistas conservadores, a professora Andrea citou também um aluno negro de Harvard, o historiador e classicista Frank Snowden Jr.. [som de ícone] Lívia: Entre seus diversos estudos sobre a relação de brancos e negros na antiguidade, está o livro Before Color Prejudice: The Ancient View of Black, em português, Antes do Preconceito Racial: A Visão Antiga dos Negros. Um aprofundamento de suas investigações sobre as relações entre africanos e as civilizações clássicas de Roma e da Grécia e demonstra que os antigos não discriminavam os negros por causa de sua cor. [som de ícone] Lidia: O livro lança luz pra um debate importantíssimo, que é a diferença de atitudes dos brancos em relação aos negros nas sociedades antigas e modernas, além de observar que muitas das representações artísticas desses povos se assemelham aos afro-americanos da atualidade. Andrea Kouklanakis: Mas, então é isso, então essa coisa política é uma coisa que foi imposta, mas a imposição foi até legal porque aí me levou a conhecer e descobrir e pesquisar essa área inteira, que agora é uma coisa que eu me dedico muito, que é olhar qual que é a implicação dos estudos clássicos na política, na raça, na história e continuando dando as minhas aulas e traduzindo, fazendo tradução, eu adoro tradução, então, esse aspecto do estudo clássico, eu sempre gostei. [música de transição] Lívia: O Guilherme também falou pra gente sobre essa questão política e histórica dos Estudos Clássicos, de que ficar olhando pro passado como objeto desvinculado, nos impede de poder articular essas discussões com a política do presente. Guilherme Gontijo: E acho que o resultado quando a gente faz isso é muitas vezes colocar os clássicos como defensores do status quo, que é o que o um certo império brasileiro fez no período de Dom Pedro, é o que Mussolini fez também. Quer dizer, vira propaganda de estado. Lidia: Mas, ao contrário, quando a gente usa os clássicos pra pensar as angústias do presente, a gente percebe que é uma área de estudos que pode ser super relevante e super viva pra qualquer conversa do presente. Lívia: E, na tradução e na recepção desses textos antigos, como será que essas questões aparecem? O Guilherme deu um exemplo pra gente, de uma tradução que ele fez do poeta romano Horácio. [som de ícone] Lidia: Horácio foi um poeta romano do século I a.C., famoso por escrever poesias nos formatos de Odes, Sátiras e Epístolas, e defendia a ideia do “justo meio” — evitar excessos e buscar a medida certa na vida. Guilherme Gontijo: Tô lembrando aqui de uma ode de Horácio, acho que esse exemplo vai ser bom. Em que ele termina o poema oferecendo um vai matar um cabrito pra uma fonte, vai oferendar um cabrito para uma fonte. E quando eu tava traduzindo, vários comentadores lembravam de como essa imagem chocou violentamente o século XIX na recepção. Os comentadores sempre assim: “Como assim, Horácio, um homem tão refinado vai fazer um ato tão brutal, tão irracional?” Quer dizer, isso diz muito mais sobre a recepção do XIX e do começo do XX, do que sobre Horácio. Porque, assim, é óbvio que Horácio sacrificaria um cabrito para uma fonte. E nisso, ele não está escapando em nada do resto da sua cultura. Agora, é curioso como, por exemplo, o nosso modelo estatal coloca a área de clássicas no centro, por exemplo, dos cursos de Letras, mas acha que práticas do Candomblé, que são análogas, por exemplo, você pode oferecer animais para divindades ou mesmo para águas, seriam práticas não não não racionais ou não razoáveis ou sujas ou qualquer coisa do tipo, como quiserem. Né? Então, eu acho que a gente pode e esse é o nosso lugar, talvez seja nossa missão mesmo. Lívia: Como o Guilherme explicou, nós no Brasil e na América Latina temos influência do Atlântico Negro, das línguas bantas, do candomblé, da umbanda e temos um aporte, tanto teórico quanto afetivo, pra pensar os clássicos, a partir dessas tradições tão próximas, que a própria tradição europeia tem que fazer um esforço gigantesco pra chegar perto, enquanto pra gente é natural. Lidia: E não podemos nos esquecer também da nossa convivência com várias etnias indígenas, que possuem comparações muito fortes entre essas culturas. Guilherme Gontijo: Eu diria, eu entendo muito melhor o sentido de um hino arcaico, grego, ouvindo uma cantiga de terreiro no Brasil, do que só comparando com literatura. Eu acho que é relevante para a área de clássicas, não é uma mera curiosidade, sabe? Então, eu tenho cada vez mais lido gregos e romanos à luz da antropologia moderna, contemporaneíssima, sabe? Eu acho que muitos frutos aparecem de modo mais exemplar ou mais óbvio quando a gente faz essa comparação, porque a gente aí tira de fato os clássicos do lugar de clássicos que lhes é dado. [música de transição] Lívia: Pra além dessas discussões teóricas e políticas, a tradução é também um ato estético e existem algumas formas de repensar a presença da poesia antiga no mundo contemporâneo a partir de uma estética aplicada na linguagem e nos modos de traduzir. Lidia: No caso do Guilherme, ele vem trabalhando há um tempo com a tradução como performance. Guilherme Gontijo: E aí eu pensei: “Não, eu poderia traduzir Horácio para cantar”. Eu vou aprender a cantar esses metros antigos e vou cantar a tradução na mesmíssima melodia. Quer dizer, ao invés de eu pensar em metro no sentido do papel, eu vou pensar em metro no sentido de uma vocalidade. E foi isso que eu fiz. Foi o meu o meu doutorado, isso acabou rendendo a tradução de Safo. Lívia: Além das traduções publicadas em livros e artigos, o Guilherme também coloca essas performances na rua com o grupo Pecora Loca, que desde 2015 se propõe a fazer performances de poemas antigos, medievais e, às vezes, modernos, como um modo de ação poética. Lidia: Inclusive a trilha sonora que você ouviu ali no início deste trecho é uma das performances realizada pelo grupo, nesse caso do poema da Ode 34 de Horácio, com tradução do próprio Guilherme e música de Guilherme Bernardes, que o grupo gentilmente nos passou. Guilherme Gontijo: Isso pra mim foi um aprendizado teórico também muito grande, porque você percebe que um poema vocal, ele demanda pra valorizar a sua ou valorar a sua qualidade, também a performance. Quer dizer, o poema não é só um texto no papel, mas ele depende de quem canta, como canta, qual instrumento canta. Lívia: O Guilherme explicou que no início eles usavam instrumentos antigos como tímpano, címbalo, lira e até uma espécie de aulos. Mas, como, na verdade, não temos informações precisas sobre como era a musicalidade antiga, eles resolveram afirmar o anacronismo e a forma síncrona de poesia e performance, e, atualmente, incorporaram instrumentos modernos ao grupo como a guitarra elétrica, o baixo elétrico, o teclado e a bateria. Guilherme Gontijo: Então, a gente tem feito isso e eu acho que tem um gesto político, porque é muito curioso que a gente vai tocar num bar e às vezes tem alguém desavisado e gosta de Anacreonte. Olha, caramba, adorei Anacreonte. É, é, e ela percebe que Anacreonte, ela ouviu a letra e a letra é basicamente: “Traga um vinho para mim que eu quero encher a cara”. Então ela percebe que poesia antiga não é algo elevado, para poucos eleitos capazes de depreender a profundidade do saber grego. Ó, Anacreonte é poema de farra. Lidia: A partir da performance as pessoas se sentem autorizadas a tomar posse dessa herança cultural e a se relacionar com ela. O que cria uma forma de divulgar e difundir os Estudos Clássicos a partir de uma relação íntima, que é a linguagem musical. Guilherme Gontijo: E a experiência mais forte que eu tive nisso, ela é do passado e foi com o Guilherme Bernardes. Lembro que dei uma aula e mostrei a melodia do Carpe Diem, do Horácio. Da Ode. E tava lá mostrando o poema, sendo bem técnico ali, como é que explica o metro, como é que põe uma melodia, etc, etc. E uns três dias depois ele me mandou uma gravação que ele fez no Garage Band, totalmente sintética. De uma versão só instrumental, quer dizer, o que ele mais curtiu foi a melodia. E a gente às vezes esquece disso, quer dizer, um aspecto da poesia arcaica ou da poesia oral antiga romana é que alguém poderia adorar a melodia e nem prestar tanta atenção na letra. E que continuariam dizendo: “É um grande poeta”. Eu senti uma glória quando eu pensei: “Caraca, um asclepiadeu maior tocou uma pessoa como melodia”. A pessoa nem se preocupou tanto que é o poema do Carpe Diem, mas a melodia do asclepiadeu maior. [som de ícone] Lívia: Só por curiosidade, “asclepiadeu maior” é um tipo de verso poético greco-latino composto por um espondeu, dois coriambos e um iambo. Você não precisa saber como funcionam esses versos na teoria. Essa forma poética foi criada pelo poeta lírico grego Asclepíades de Samos, que viveu no século III a.C., por isso o nome, o mais importante é que foi o verso utilizado por Horácio em muitas de suas odes. [música de transição] Lidia: Agora, já encaminhando para o final do nosso episódio, não podemos ir embora sem falar sobre o trabalho de recepção e tradução realizado pela professora Andrea, lá na Hunter College, nos EUA. Lívia: Além do seu projeto sobre a presença dos clássicos nas obras de escritores afro-latino-americanos, com foco especial no Brasil, de autores como Lima Barreto, Luís Gama, Juliano Moreira e Auta de Sousa. A professora também publicou o livro Reis Imperfeitos: Pretendentes na Odisseia, Poética da Culpa e Sátira Irlandesa, pela Harvard University Press, em 2023, e as suas pesquisas abarcam a poesia homérica, a poética comparada e as teorias da tradução. Lidia: A professora Andrea faz um exercício muito importante de tradução de autores negros brasileiros pro inglês, não somente das obras literárias, mas também de seus pensamentos teóricos, pra que esses pensamentos sejam conhecidos fora do Brasil e alcance um público maior. Lívia: E é muito interessante como a relação com os estudos da tradução pra professora Andrea também tocam em um lugar muito íntimo e pessoal, assim como foi pro Guilherme nas suas traduções em performances. Lidia: E ela contou pra gente um pouco dessa história. Andrea Kouklanakis: Antes de falar da língua, é eu vou falar que, quando eu vejo a biografia deles, especialmente quando eu passei bastante tempo com o Luiz Gama. O que eu achei incrível é o nível de familiaridade de entendimento que eu tive da vida corriqueira deles. Por exemplo, Cruz e Souza, né? A família dele morava no fundo lá da casa, né? Esse tipo de coisa assim. O Luiz Gama também quando ele fala do aluno lá que estava na casa quando ele foi escravizado por um tempo, quando ele era criança, o cara que escravizou ele tinha basicamente uma pensão pra estudantes, que estavam fazendo advocacia, essas coisas, então na casa tinham residentes e um deles ensinou ele a ler, a escrever. O que eu achei interessantíssimo é que eu estou há 100 anos separada desse povo, mas a dinâmica social foi completamente familiar pra mim, né? A minha mãe, como eu te falei, ela sempre foi empregada doméstica, ela já se aposentou há muito tempo, mas a vida dela toda inteira ela trabalhou como empregada doméstica. E pra mim foi muito interessante ver como que as coisas não tinham mudado muito entre a infância de alguém como Cruz e Souza e a minha infância, né? Obviamente ninguém me adotou, nada disso, mas eu passei muito tempo dentro da casa de família. que era gente que tinha muito interesse em ajudar a gente, em dar, como se diz, a scholarship, né? O lugar que a minha mãe trabalhou mais tempo assim, continuamente por 10 anos, foi, aliás, na casa do ex-reitor da USP, na década de 70 e 80, o Dr. Orlando Marques de Paiva. Lívia: Ao contar essa história tão íntima, a Andrea explicou como ela tenta passar essa coincidência de vivências, separada por cem anos ou mais no tempo, mas que, apesar de todo avanço na luta contra desigualdades raciais, ainda hoje refletem na sua memória e ainda são muito estáticas. Lidia: Essa memória reflete na linguagem, porque, como ela explicou, esses autores utilizam muitas palavras que a gente não usa mais, porque são palavras lá do século XVIII e XIX, mas o contexto chega pra ela de uma forma muito íntima e ainda viva, por ela ter vivenciado essas questões. Andrea Kouklanakis: Eu não sou poeta, mas eu tô dando uma de poeta, sabe? E quando eu percebo que tem algum estilo assim, a Auta de vez em quando tem um certo estilo assim, ambrósia, não sei do quê, sabe? Eu sei que ela está querendo dizer perfume, não sei o quê, eu não vou mudar, especialmente palavras, porque eu também estou vindo da minha perspectiva é de quem sabe grego e latim, eu também estou interessada em palavras que são em português, mas são gregas. Então, eu preservo, sabe? Lívia: Então, pra Andrea, no seu trabalho tradutório ela procura mesclar essas duas questões, a sua relação íntima com os textos e também a sua formação como classicista, que pensa a etimologia das palavras e convive com essa multiplicidade de línguas e culturas, caminhando entre o grego, o latim, o inglês e o português. [música de transição] [bg] Lidia: Ao ouvir nossos convidados de hoje, a Andrea Koclanakis e o Guilherme Gontijo Flores, percebemos que traduzir textos clássicos é muito mais do que passar palavras de uma língua pra outra. É atravessar disputas políticas, revisitar o passado com olhos do presente, reconstruir memórias coloniais e imaginar novos modos de convivência com as tradições antigas. Lívia: A tradução é pesquisa, criação, crítica e também pode ser transformação. Agradecemos aos entrevistados e a você que nos acompanhou até aqui! [música de transição] [créditos] Livia: O roteiro desse episódio foi escrito por mim, Lívia Mendes, que também fiz a locução junto com a Lidia Torres. Lidia: A revisão foi feita por mim, Lidia Torres e pela Mayra Trinca. Lidia: Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. Lívia: Os trabalhos técnicos são de Daniel Rangel. A trilha sonora é de Kevin MacLeod e também gentilmente cedida pelo grupo Pecora Loca. A vinheta do Oxigênio foi produzida pelo Elias Mendez. Lidia: O Oxigênio conta com apoio da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp. Você encontra a gente no site oxigenio.comciencia.br, no Instagram e no Facebook, basta procurar por Oxigênio Podcast. Lívia: Pra quem chegou até aqui, tomara que você tenha curtido passear pelo mundo da antiguidade greco-romana e entender um pouco de como os textos antigos chegam até nós pela recepção e tradução. Você pode deixar um comentário, na sua plataforma de áudio favorita, contando o que achou. A gente vai adorar te ver por lá! Até mais e nos encontramos no próximo episódio. [vinheta final]
Ce lundi 24 novembre 2025, I Love Mes Cheveux recevait le comité d’organisation du festival Plumes d’Afrique, créé en 2002 et qui fête cette année sa onzième édition : Marie Bolzon, présidente de l’association Réseau Afrique 37 ; Zakariae Laribi, en service civique international auprès de l’association ; Jean-Luc Raharimanana, écrivain, poète, dramaturge, musicien, traducteur […] L'article ILMC S2E07 : autour du festival Plumes d’Afrique est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Dans ce Sortez !, nous avons eu le plaisir de recevoir Béatrice et Sébastien, tous deux membres de l'équipe mixte de softball des Coyotes de Joué-lès-Tours. Béatrice et Sébastien ont pu nous éclairer sur le softball, ses règles, ses différents postes de jeu, ses différences avec le baseball… Ils ont également parlé de leur club, les Coyotes, de la bonne ambiance qui […] L'article Sortez ! – Les Coyotes de Joué-lès-Tours est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
durée : 00:22:25 - Les Nuits de France Culture - par : Philippe Garbit, Christine Goémé, Albane Penaranda - 1ère diffusion : 21/11/1959 France III Nationale Par Serge Jouhet - Avec Verdun-Louis Saulnier (universitaire, spécialiste de romanistique, de François Rabelais et de Clément Marot) et Robert Aulotte (professeur de Lettres, romaniste français, spécialiste de Michel de Montaigne et de Plutarque) - réalisation : Virginie Mourthé
Dans cet épisode de « SORTEZ! » sur Radio Campus Tours 99.5, la compagnie « Les 3 Casquettes », représentée par Virginie, Louis et Igor, dévoile tous les secrets de la Nuit des Diamants Bruts 2025 ! En écoutant ce podcast, vous saurez tout sur l’édition 2025 ; ils vous diront tout sur le lieu (le Centre Culturel de St Pierre des Corps), […] L'article SORTEZ! – la Nuit des Diamants Bruts (avec les 3 casquettes) est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Dans cette émission, nous avons eu le plaisir de recevoir Joëlle et Daniel, de l’association UFC-Que Choisir 37. Mais qu'est-ce que c'est, au juste, UFC-Que Choisir 37 ? C'est une association qui lutte pour faire entendre les droits des consommateurs, qui peut aider ces derniers en cas de litige, et qui informe également, par le […] L'article Sortez ! – UFC Que Choisir 37 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Jean-Denis Aubry, est le premier maître de conférences en sciences infirmières à la faculté de médecine de Tours. Il organise un colloque le 28 novembre 2025, ouvert à tous sur inscriptions, et dont le sujet est « Ethique des pratiques numériques en santé ». Il nous en parle dans cette émission. Le podcast Demandez le programme ! L'article La Méridienne – Jean-Denis Aubry, maître de conférences en sciences infirmières est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
*This episode contains content that may not be suitable for children.Essayist, poet, and playwright, Jane Scharl returns to the show to discuss her new play, The Death of Rabelais. This is the second in a loose trilogy featuring France's infamous humanist and humorist, François Rabelais. In this play, Rabelais finds himself lost in a snow storm on the Eve of Epiphany only to find that Death awaits him. We discuss the play and the different approaches artists and critics take when discerning the different levels of meaning in a work of literature. Jane Scharl's website: https://jcscharl.com/Substack: J.C. Scharl Wiseblood Books Link: https://www.wisebloodbooks.com/store/p169/The_Death_of_Rabelais%3A_A_Play%2C_Jane_Clark_Scharl.html *************************************************************************************************************Follow me on Twitter @AaronIrberSubscribe to my YouTube channel https://www.youtube.com/@imightbelieveinfaeries7563Subscribe to my Substack - for updates on the show, essays, and more!Donate to my Patreon - I Might Believe in Faeries https://www.patreon.com/imightbelieveinfaeriesLike my Facebook page - I Might Believe in FaeriesBattle Of The Creek by Alexander Nakarada | https://www.serpentsoundstudios.comMusic promoted by https://www.free-stock-music.comAttribution 4.0 International (CC BY 4.0)https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/Logo Art by Linnea Kisby************************************************************************************************************* This is a public episode. If you'd like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit aaronirber.substack.com/subscribe
La Méridienne quantique, épisode 2 : de nouvelles interviews réalisées dans le cadre de l’évènement Tours Quantique, qui se tenait les 19, 20 et 21 novembre 2025 à l’Université de Tours. L'événement mettait à l’honneur l’écosystème régional qui se fédère autour du quantique, et invitait étudiants, enseignants de physique et lycéens à des conférences proposées […] L'article La Méridienne – Quantique, bis est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Pour ceux et celles qui ont visionné le documentaire « No Acepto » (malheureusement totalement en espagnol, sans sous-titres, je parle pour moi), on vous balance une rasade de punk (au sens large) espagnol et basque des années 80, et si vous êtes sages, on complète avec l’Amérique latine… On démarre avec La Polla Records, RIP, Kortatu […] L'article Le Journal Du Hard – Express Vacances Ibériques est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Halloween suite et fin a priori, et on démarre avec un titre culte de Slayer, live 1985. Suivi de My Dying Bride, The Exploited, et une doublette horrorcore (rap) avec Three Six Mafia puis 3 Headed Monster (Ouija Macc, Esham et Violent J). On passe ensuite au post punk et au gothic rock avec X […] L'article Mortification et Pestiférés Vol. 2 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Candice de Traviole absente, alitée avec 39 de fièvre, c’est la dévastation pour le restant de l’équipe de Welcome! Tout le monde s’inquiète, et un médecin a même été dépêché en urgence à son chevet par le directeur des programmes en personne. Pour autant, par respect pour les auditeurs, par respect pour Radio Campus, chacun […] L'article Welcome! du 22 novembre 2025 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Jeudi 20 novembre 2025 Lola et Elio se sont rendus à la Médiathèque de Joué-les-Tours pour rencontrer Cassandra, médiathécaire, spécialiste de la musique et de la scène locale, et Nathan, chargé d’accompagnement au Temps Machine. Ensemble, ils ont animé la première émission de la saison dédiée à la Cuvée Scène Locale. Alors, pour tout savoir […] L'article Ghettoblaster x Cuvée Scène Locale – #1 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Aujourd’hui nous avons reçu Ines et Romane, toutes deux en service civique au pôle culture et vie de campus du CROUS. L’émission était principalement axée sur leurs missions, les événements culturels du CROUS pour les étudiants, et l’importance de la culture. S’en est suivie la présentation et diffusion d’un micro-trottoir réalisé la 4 novembre 2025 devant la […] L'article SORTEZ! – CROUS PÔLE CULTURE est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Dans cet épisode Lola et Elio reçoivent Marc, Candice et Mathis, trois membres de l’association Tours Éloquence. Fondée en 2016, Tours Éloquence s’est donnée pour mission d’enseigner l’art oratoire et de transformer le rapport à la parole de ses adhérents. Plongez dans l’univers des procès fictifs (de Peter Pan à Robespierre) des entraînements hebdomadaires, et des joutes oratoires menées lors […] L'article SORTEZ! – Tours éloquence est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Cette émission est un voyage à travers plusieurs générations et styles d’instrumentaux hip-hop américains, avec une influence marquée du rap gangster classique et des nouvelles tendances émergentes : Boom Bap Classique (Hip-Hop Traditionnel) , Southern Trap (Rap Sudiste), Sample Drill, New York Drill, Jersey Club Drill. Le style dominant actuellement est cette influence Sample Drill, […] L'article AJAMAAT SOUND SYSTEM – 39 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Du 21 au 23 novembre, Le Temps Machine à Tours ouvrira ses portes à Juste une Impression, un événement dédié au fanzine et à la micro-édition. Les invitées, Margo et Camille, ont éclairci la différence entre le fanzine (souvent produit par des amateurs passionnés, à petit tirage) et la micro-édition (qui couvre un champ plus large de petits éditeurs indépendants). Le vendredi 21 novembre : La journée […] L'article SORTEZ! – Juste une impression (Temps Machine) est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Dans ce Sortez!, nous avons eu le plaisir de rencontrer Soufyane Chouiakh, éducateur sportif au CHUYOKAN DOJO, un club de karaté basé à Joué-lès-Tours. Avec nous également, Leïwella, ancienne stagiaire de Radio Campus Tours, mais également ceinture noire de karaté. Soufyane a pu nous éclairer sur ce sport qu’est le karaté, sur les valeurs du […] L'article Sortez ! – Chuyokan dojo (Karaté) est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Vendredi 14 novembre au Bateau Ivre, trois DJ ont mis le feu aux platines et au dancefloor: DJ Fan, DJ Fly et Dee Nasty. DJ Fan est un DJ tourangeau, complètement addict du vinyle et on espère le voir passer aux platines dans notre studio. DJ Fly est triple champion du monde individuel DMC (2008, […] L'article Ghettoblaster – DJ Fly & Dee Nasty est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Référence aux lowriders, les voitures qui « roulent bas et qui dansent »… On attaque avec le « nouveau projet » du Foulala, « BBQ, Piscine et Studio »… Suivi du fameux « G.P.S. » (Pash, le Foulala et Taro OG, avec Topaz, produit par Bianksta, talk box par Mofak). Après un extrait de l’interview chez Grice, un peu de rap de Grigny […] L'article Maggot Brain – Suspension Hydraulique est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Campus Indie Pop Rock, une émission de Radio Campus Tours, un lundi sur deux de 20h à 21h. Voici le podcast et la playlist de l'émission du 17 novembre 2025 où nous recevions Charlotte, N’Kruma et Pierre du groupe NEW TOY. NEW TOY – Don’t Lie Don’t Smile NEW TOY – Last Halloween Chalk – […] L'article Campus Indie Pop Rock – Invités : NEW TOY -17 novembre 2025 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Ce lundi 17 novembre 2025, I Love Mes Cheveux inaugurait un cycle d’émissions autour des rencontres entre des classes de seconde de la région Centre et des traducteur·ices de romans. Nos invités étaient Julien Hairault, chargé de mission à CICLIC Centre Val de Loire, et Charles Devillard, professeur documentaliste au Lycée Grandmont de Tours. . […] L'article ILMC S2E06 : LALA-Land, des traductrices dans les lycées est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
La Playlist du dimanche 16 novembre 2025 L'article Crossover – Du shatta dans ton coeur est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Lorsque papa Bigorneau invite la famille à faire silence afin de pouvoir écouter l’émission Welcome! dans de bonnes conditions, tout le monde se plie de bonne grâce à sa demande… Lorsque Jean-Hubert de Saint-Hilaire implore de le saint patron des animateurs radio de faire que la qualité technique soit au rendez-vous ce matin, c’est en […] L'article Welcome! du 15 novembre 2025 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Échange avec Charles Antoine, Maître de conférences en physique à l’Université Paris Sorbonne, médiateur scientifique CNRS. Il sera à l'honneur lors de l'événement Tours Quantique proposé à l’Université de Tours, autour de la physique quantique. Le podcast Liens Le programme de l'événement Tours Quantique Le CMI en Technologies Quantiques de l’Université de Tours Le livre […] L'article La Méridienne – Charles Antoine – Tours Quantique est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Marie Laroche-Manceau, escrimeuse des Salles d’Armes Tourangelles, S.A.T., club d’escrime de Tours, est sélectionnée aux championnats du monde de fleuret, qui se dérouleront à Barhein, les 19 et 20 novembre 2025. Occasion rêvée de se rendre au Palais des Sports, quartier du Sanitas, pour rencontrer Camille Rocheteau, maître d’armes ; Laure-Line Cinçon, trésorière et escrimeuse […] L'article La Méridienne – Marie Laroche-Manceau, fleurettiste, aux Championnats du monde de Barhein est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Dans cet épisode de Sortez !, nous avons eu le plaisir de recevoir Alexandra et Sonny, venus nous parler de l’association Coccin’H Ailes.Mais qu'est-ce que Coccin’h Ailes, au juste ?C'est une association qui « a pour but d'accompagner le parcours de vie des enfants en situation de handicap afin de favoriser leur développement en tant que citoyens à part entière, tout […] L'article Sortez ! – Coccin’H ailes est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
L’émission annuelle sur Halloween, le marronnier maggotique, hein, et en matière d’horreur on pourrait évoquer les notions de journalisme de France Info en certaines occasions (Riviera, quelqu’un, ou bien la tranche 20h-21h…), pour ne pas aller trop loin. Bref entamons cette émission avec Riz Ortolani, Goblin et Matriarch. S’ensuit (ou s’ensuivent) Venom, Mercyful Fate, Witchfinder […] L'article Maggot Brain – Mortification et Pestiférés est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Les aficionados reconnaîtront de suite la référence… On démarre avec Camera Silens, et Squelette, puis on enchaîne sur Leinu Zarra, la Souris Déglinguée, RAS, Lanterne Rouge, Reich Orgasm, Sherwood Pogo, Komintern Sect. Une seconde salve avec CS, Wunderbach, Swingo Porkies, Wunderbach, Prop Sack, et on termine avec Toltshock, Trotskids, L’infanterie Sauvage… Retrouve le podcast juste […] L'article LJDH – Quelle Force Pour Batailler est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Au XVIᵉ siècle, la langue française connaît une véritable explosion de créativité. Et l'un de ses plus grands architectes s'appelle François Rabelais. Médecin, humaniste, moine défroqué et écrivain, Rabelais est l'auteur des célèbres Gargantua et Pantagruel, œuvres truculentes où se mêlent satire, érudition et fantaisie. Mais il est aussi un inventeur de mots hors pair : on estime qu'il aurait créé ou popularisé plus de 800 mots français, dont certains sont encore en usage aujourd'hui.Rabelais faisait partie de cette génération d'humanistes qui, à la Renaissance, voulaient enrichir la langue française pour la hisser au niveau du latin et du grec. Son imagination linguistique servait autant la science que la comédie. Il puisait dans le latin (frugalité, hilarité), le grec (utopie, antiques), mais aussi dans des jeux de mots et inventions pures. Ainsi, il est à l'origine ou à l'origine probable de termes comme “pantagruélique” (démesuré, joyeusement excessif), “gargantuesque” (gigantesque, généreux), “dyspepsie”, “épithète”, ou encore “progression”.Ses créations ne relevaient pas du simple caprice : elles accompagnaient une vision du monde où la langue devait refléter l'abondance du savoir et de la vie. Son style foisonnant, parfois scatologique, associait un vocabulaire érudit à un humour populaire. En mélangeant les registres, Rabelais a donné au français une souplesse et une inventivité nouvelles, ouvrant la voie à des auteurs comme Molière ou Voltaire.Mais la richesse du français ne vient pas seulement de ses mots : elle réside aussi dans ses formes littéraires. Le mot “roman”, par exemple, est lui-même un héritage médiéval fascinant. À l'origine, vers le XIᵉ siècle, romanz désignait simplement la langue romane, c'est-à-dire le vieux français parlé par le peuple, par opposition au latin, réservé à l'Église et aux érudits.Les premiers “romanz” étaient donc des textes écrits en français pour être compris de tous : récits de chevaliers, contes et chansons de geste. Peu à peu, le terme a glissé du langage au genre : un “roman” n'était plus seulement une œuvre en langue vulgaire, mais une fiction narrative en prose.Ainsi, du romanz médiéval au roman moderne, et de Rabelais à nos écrivains contemporains, la langue française s'est construite par invention, audace et plaisir du mot. Entre néologismes savants et détournements populaires, elle reste, comme chez Rabelais, une fête de l'esprit et de la liberté. Hébergé par Acast. Visitez acast.com/privacy pour plus d'informations.
La Playlist du dimanche 2 novembre 2025 L'article Crossover – A’Dam to Jamaïca est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Dans cette émission, nous avons eu le plaisir de recevoir Clarence Vitry et Micheline Wetzel, toutes deux en service civique au Crous, dans le pôle transition écologique, ainsi que Paul-Émile Puaud, chargé de mission transition écologique au Crous. Clarence et Micheline nous ont parlé des différentes missions et actions qu'elles mènent dans les différents pôles de l'université de Tours (Grandmont, Deux-Lions, Tanneurs, etc.), ainsi que dans les résidences […] L'article Sortez ! – Avec le pôle transition écologique du CROUS est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Le 5 novembre 2025, nous avons accueilli Marine Issartel, Directrice du Plaidoyer de l’association COP1. Fondée après la crise sanitaire du Covid, COP1 est dédiée à l’aide alimentaire des étudiants et jeunes de moins de 26 ans, se distinguant par son approche d’aide sans autre condition. La rencontre coïncidait avec l’inauguration de la nouvelle antenne tourangelle (située au […] L'article SORTEZ! – COP1 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Ilona Moutoussamy est docteure en psychologie cognitive, et chargée de mission à l'université de Tours, sur le Forum soignant-soigné, qui s'inscrit dans le projet Loire Val Health. Quels possibles professionnels avec un parcours comme le sien ? Médiation scientifique, formation, recherche, R&D, ressources humaines,etc. Les études de psycho, ce n’est pas seulement pour devenir psychologue ! Loire […] L'article La Méridienne – Ilona Moutoussamy – Loire Val’Health – La Croisée des savoirs est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Préparez-vous à vivre la musique autrement ! Le Temps Machine lance ULTRA SON, Clément Cano-Lopez et Marie-Line Calvo viennent nous parler d’un tout nouveau rendez-vous de quatre jours (du mercredi 5 novembre 2025 au samedi 8 novembre 2025) qui va transformer votre écoute. La Spatiale, grande salle du temps machine, est équipée depuis deux ans d’un […] L'article SORTEZ! – Temps Machine : Ultra Son est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Campus Indie Pop Rock, une émission de Radio Campus Tours, un lundi sur deux de 20h à 21h. Voici le podcast et la playlist de l'émission du 3 novembre 2025 : Florence + The Machine – Witch Dance Snocaps – Coast The Weather Station – Airport Just Mustard – Pollyanna The Orielles – Three Halves Blondshell & […] L'article Campus Indie Pop Rock – 3 novembre 2025 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Encore et toujours Parlet et les Brides Of Funkenstein en vedette, avec un bonus, un titre de 50/50 (Aelpeacha & JL Tismé). Un peu de Funkadelic (« Uncle Jam Wants You », 1979), Talking Heads live, Zapp, Shirley Hayden en solo, les Brides en concert à Washington DC en 1979,et on termine avec Parlet et peut-être un […] L'article Maggot Brain – We Are Mothership Connected Vol. 3 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Un collaborateur Welcome!, c’est d’abord un collaborateur surinvesti et conscient du devoir qui lui incombe, dans le cadre de la noble mission qui lui est conférée… Un collaborateur Welcome!, c’est aussi un artisan qui remet mille fois l’ouvrage sur le métier, heureux et fier de porter haut les convictions humanistes de l’émission: empathie, bienveillance et […] L'article Welcome! du 01 novembre 2025 est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Des premières cathédrales à la série à succès Wednesday, le Louvre-Lens explore jusqu'au 26 janvier 2026 plus de mille ans d'histoire et d'esthétiques. L'exposition s'intitule « Gothiques », tant ce mouvement, né au XIIe siècle en France, revêt différents atours. « Cette exposition gothique au Louvre-Lens a la particularité de proposer un voyage à travers 1000 ans d'histoire », précise la directrice du musée, Annabelle Ténèze. Elle nous propose de traverser ce que peut-être la vie gothique, aussi bien au Moyen Âge, jusqu'à la contre-culture goth. Pour résumer, de Notre-Dame de Paris à Gotham City, la ville de Batman. Ce voyage dans le temps et l'espace commence en 1 140 par l'architecture et la sculpture. Parmi les quelque 250 œuvres, dessins, peintures, vitraux ou même musique, on trouve beaucoup de sculptures médiévales extrêmement raffinées. Le conseiller scientifique de l'exposition, Florent Meunier, conservateur en chef du patrimoine au musée du Louvre, nous présente une pièce d'exception.« C'est le moulage du Tentateur de la cathédrale de Bâle, donc un canton Suisse actuel. Derrière le moulage, il y a des animaux venimeux, des serpents, des crapauds. Alors de face, par contre, c'est un homme qui essaie de séduire. Il a enlevé un gant, c'est extrêmement intéressant », raconte-t-il. Le gothique révolutionne l'architecture des églises, et pourtant, le terme « gothique » est, à l'origine, péjoratif. C'est même une insulte lâchée par les artistes de la Renaissance. « Les contemporains du gothique ne lui donnent pas un nom et au XVIe siècle, Raphaël, Castiglione, Vasari, mais aussi Rabelais pour la France, se mettent à appeler l'art du Moyen Âge "gothique", c'est-à-dire aussi barbare que l'art des Goths et des Vandales, qui avaient détruit Rome au Ve siècle », explique Annabelle Ténèze. Le retour en grâce du gothique Au XIXe siècle, avec la rénovation de Notre-Dame ou la mode des romans gothiques anglais, le style revient en grâce et impose une nouvelle esthétique, qui se diffuse jusqu'à nos jours. Le Louvre-Lens expose des œuvres contemporaines, comme une sorte de cathédrale bulldozer de métal conçue par le Belge Wim Delvoye, ou un tryptique, réalisé par la jeune artiste, Agathe Pitié. « Une œuvre qui s'appelle "Le sac de Rome par les Goths". Au lieu que ce soit les Goths, le peuple contre les Romains, ce sont les gothiques de la contre-culture. On retrouve dans mon travail des éléments d'architecture gothique, des stars de la contre-culture, mais aussi une référence au Moyen Âge gothique avec un trait rappelant l'enluminure médiévale », précise Agathe Pitié. Et à l'heure actuelle, entre le succès du concert de Mylène Farmer, Nevermore, et celui de la série Wednesday de Tim Burton sur Netflix, le gothique a encore de beaux jours devant lui. À lire aussiNotre-Dame de Paris: histoire d'une cathédrale hors norme
Mercredi 29 octobre Radio Campus Tours recevait Atomique Flav pour parler de son premier Ep « 1er EP » sorti le 20 juin 2025. Après plusieurs a régalé le public et les mélomanes avec Jim Ballon, Flavien a pris le large pour composer, dessiner et produire ce premier EP solo, qu’il fait désormais vivre sur scène et […] L'article Ghettoblaster – Atomique Flav est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Aujourd'hui, on vous propose un épisode un peu spécial. Nous avons reçu notre chroniqueuse Coco, qui anime un podcast sur le bien-être et le développement personnel (Al.Karaz). C'est donc dans la continuité de son podcast, et dans le cadre de ce mois d'octobre rose, que nous avons voulu créer un épisode spécial, axé sur le […] L'article Sortez ! – Émission spéciale prendre soin de soi est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Notre invité du jour était Nathan Aulin, du Temps Machine, venu nous parler de l’agenda culturel et des rendez-vous à ne pas manquer cette saison ! Nous avons pu discuter des temps forts attendus par le public, des nouveautés de cette saison et de comment la programmation se fait-elle au sein d’une salle de concerts […] L'article Sortez! – Le Temps Machine (agenda culturel) est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Dans cet épisode de Sortez!, nous avons reçu Carlos Fernandez de Jazz à Tours ainsi que Marie Estrada de l’association C’est la Jazz Life, venus nous parler du festival Émergences, qui se déroulera du 4 au 9 novembre. Nous avons pu parler de la programmation de l’événement, de l’accent mis sur l’inclusion et la parité dans la musique jazz, mais […] L'article Sortez ! – Festival Emergences est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Au programme de ce 48ème numéro : Un entretien avec Marcel Barelli, réalisateur de films d’animation, auteur et illustrateur suisse qui met très souvent les animaux au cœur de son travail (marcelbarelli.com). Il est notamment l’auteur des livres illustrés « Bestiaire désenchanté » et « Bestiaire de la 6e extinction » aux éditions 41 et le réalisateur du film […] L'article ABCDVeg-Emission du 27 octobre 2025 : Marcel Barelli est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.
Clin d’oeil à Inhumate dont le dernier concert aura lieu le 8 novembre au Molodoi (Strasbourg) avec Jig Ai, Isaacarum (République Tchèque), TFB (Allemagne), Teigne, Illegal Corpse (France), Guinea Pig (Italie), et qui joue aussi le 29 octobre à Lille avec Travolta, Teigne, Thumbsucker, au Black Lab. En attendant, un peu de Morbid Angel, et […] L'article LJDH – Grinding Some Souls est apparu en premier sur Radio Campus Tours - 99.5 FM.