O programa apresenta um especialista da USP para apresentar contribuições acadêmicas que tragam novas perspectivas de melhoria da qualidade de vida ou problemas sociais emergentes para os quais a Universidade trabalhe soluções. É uma produção conjunta da USP FM de Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP. Apresentação: Thais Cardoso Produção: SCS e IEA - Polo Ribeirão Preto E-mail: ouvinte@usp.br Horário: quartas, às 18 horas, com reprise aos domingos, às 11h30 Duração: 30 minutos

A expansão da presença de grupos criminosos na região amazônica gerou um aumento na violência entre comunidades locais. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, apesar de haver uma redução nas mortes intencionais violentas no norte do País em 2024, os índices ainda são superiores à média nacional e às de outras três regiões brasileiras. No último episódio do USP Analisa em 2025, que vai ao ar nesta quinta (18), o coordenador do grupo de pesquisa em Criminologia Experimental e Segurança Pública do Instituto de Estudos Avançados Ribeirão Preto da USP, Eduardo Saad Diniz, e o defensor público do Estado do Amazonas, Carlos Almeida Filho, discutem os impactos disso para a população amazônica, incluindo as comunidades indígenas, que também sofrem com a ação desses grupos. Almeida destaca que, quando há a ausência do Estado, grupos paralelos acabam exercendo o monopólio da violência. “Os grupos criminais aqui decapitam e deixam muito claro àqueles que transgridem suas ordens como é que eles são punidos. Aqui em Manaus, o governo instalou uma política de segurança pública chamada Paredão de Segurança. Foram colocadas várias câmeras de segurança em alguns pontos da cidade de Manaus. Bom, o Comando Vermelho mostrou quem é quem manda. Quebrou um cara no meio e jogou dentro de uma lixeira na frente das câmeras do Paredão. O recado está dado para a população do centro, a quem eles devem obedecer”, conta o defensor. “O risco desse retrocesso é a gente chegar num movimento de milicianização da região. Esse é um estágio involutivo quase irreversível”, complementa Diniz. Sobre as populações indígenas que vivem na região, Almeida ressalta que, embora haja grande exaltação da cultura desses povos por meio de ações como o Festival de Parintins, eles são praticamente tratados como párias e não há políticas de estado voltadas à proteção e à garantia de direitos. “Os indígenas, que deveriam ser uma peça essencial no conhecimento e nas tradições e, por que não dizer, na nossa própria cultura, são mantidos somente enquanto referência folclórica. Eles sofrem tanto quanto as populações tradicionais, quanto os caboclos, quanto os ribeirinhos, com uma diferença: a eles ainda é negada a cidadania. Quem é o maior violador de direitos fundamentais dos indígenas? O Estado brasileiro como um todo” afirma. Diniz chama atenção para a negligência que as demais regiões brasileiras têm com a região amazônica, principalmente a Sudeste, embora ela seja crucial para o futuro do planeta. “Ela é origem de uma série de conflitos que acabam repercutindo sensivelmente no silenciamento e em situações de não reconhecido genocídio entre nós. Nós tanto negligenciamos essa periferia do Brasil, apesar de haver lá mais de 35 milhões de habitantes, que agora ela é pivô do discurso dos limites planetários, do discurso sobre o futuro da própria humanidade. A nossa arrogância se volta contra nós próprios agora. Ou bem a gente revê essa nossa indiferença histórica, ou paradoxalmente a gente está destruindo nossa própria existência”. O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP às quintas-feiras, às 16h40, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas principais plataformas de podcast. O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no Whatsapp.

Muitas comunidades que vivem na região amazônica sofrem com a pobreza e a ausência de estruturas do Estado. Esses fatores acabam impactando na cooptação desses habitantes pelo crime organizado, que tem expandido seu poder nessa área do Brasil. No USP Analisa desta quinta (4), o coordenador do Grupo de Pesquisa em Criminologia Experimental e Segurança Pública do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto da USP, Eduardo Saad Diniz, e o defensor público do Estado do Amazonas, Carlos Almeida Filho, comentam essa situação. Diniz explica que tudo começa com a dificuldade na obtenção de crédito por pequenos produtores rurais locais, que dependem dessa atividade para sobreviver. “O solo da região é bastante pobre. Então, é preciso comprar uma série de fertilizantes para corrigir a acidez do solo e irrigar, por conta do calor intenso. Mas quando o produtor busca crédito nas instituições financeiras, elas exigem o título de propriedade e há na região um grande problema de regularização fundiária”. Como consequência, segundo Diniz, esse vácuo de alimentos acaba sendo preenchido com produtos vindos de outras regiões do País, com mais condições de investir na produção. “As comunidades perecem e você vai abrindo mais e mais áreas de produção, gerando essa história sem fim da devastação ambiental. Então, ainda que a pessoa queira desenvolver um cultivo de forma sustentável, ela encontra uma série de óbices. Eu tenho que ter medidas de enforcement para aqueles que, de fato, causam comportamento socioambientalmente danoso, mas também uma política regulatória inteligente que permita que aquele produtor rural encontre condições de efetiva produção e não seja criminalizado porque cortou dois, três galhos ali para fazer um galinheiro e alimentar sua família”. Almeida destaca que muitos produtores que não conseguem sobreviver no campo ou que vivem em comunidades rurais que sofrem com a atuação de grupos criminosos acabam migrando para cidades como Manaus, em áreas dominadas pelo tráfico de drogas. “Só neste ano de 2025 houve pelo menos três comemorações do Comando Vermelho mediante o estouro de fogos de artifício em toda a cidade, comemorando consolidação e domínio do crime. Isso na cara do Estado”. Para o defensor, não existe vácuo de poder, ele é ocupado. Segundo ele, enquanto o Estado precisa se rearticular a cada dois ou quatro anos e acaba alterando toda a política de segurança, sem entregar resultado efetivo, o crime só troca de comando mediante a morte das lideranças, o que faz com que ele muitas vezes permaneça por décadas nos locais. “Lá no final, o povo, a população mesmo, acaba sofrendo aquilo que o [escritor de ficção científica] William Gibson dizia: ‘Bom, tem que atender então as corporações que controlam no momento'. E, às vezes, quem está mais presente é aquele camarada que sabe exatamente quem é tua família, quem é teu grupo familiar. Ele vai controlar pelo poder e pela ameaça onde você pode ir, se deslocar”, diz Almeida. O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP às quintas-feiras, às 16h40, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas principais plataformas de podcast. O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no Whatsapp

Grupos criminosos que antes se dedicavam somente ao tráfico de drogas estão expandindo suas atividades e incluindo os crimes ambientais entre elas. No episódio desta quinta (20) do podcast USP Analisa, o professor e pesquisador do Núcleo de Estudos Amazônicos da Universidade de Brasília (UnB), Franco Perazzoni, e o perito criminal federal Herbert Dittmar discutem os fatores estruturais e econômicos da região amazônica que contribuem para essa mudança. Para Perazzoni, além de ser mais rentável e ter uma punição menor, o crime ambiental nem sempre é visto pela sociedade brasileira como algo tão grave quanto o tráfico de drogas. “A criminalidade ambiental tem um lucro elevado. Historicamente, 1 kg de pasta base na Bolívia, na Colômbia, custa US$ 700. Chega no Brasil a US$ 2 ou US$ 3 mil, na Europa a US$ 10 mil, na Ásia a US$ 60 mil. Só que na Indonésia, por exemplo, tem risco de pena de morte. E você consegue levar só pequenas quantidades. Agora vamos pegar uma madeira boa, mogno. Você paga a árvore em pé quando corta, então gasta basicamente o combustível, a motosserra, o operador, que são custos baixíssimos. Sai a US$ 3 ou US$ 4 mil, às vezes, o metro cúbico. Então é extremamente lucrativo, o risco é muito baixo e o fato é muito mais aceitável socialmente.” Ele destaca ainda que, no caso da madeira, há toda uma rede de apoio mobilizada para obter uma documentação que dê aparência legal ao produto ilegal. “No Brasil, a gente tem um problema muito sério: tudo que é público não é de ninguém. Em qualquer área de preservação onde o Estado não esteja presente, você entra e tira dez, 20, cem caminhões de madeira. Tendo uma infraestrutura criminosa ali, você consegue legalizar e ela é vendida normalmente.” Dittmar destaca ainda que a economia interfere nas dinâmicas criminais, citando o caso do valor do ouro, que atualmente custa em torno de R$ 745 o grama e está gerando um aumento nos roubos de alianças em cidades como São Paulo. Além disso, segundo ele, o crime interfere na própria cultura de alguns povos indígenas. “Eu conheci os enawenê-nawê no Mato Grosso, que não comem carne vermelha, só peixe e frango. Como o rio foi destruído pelo garimpo, a Funai tem que entregar todos os meses caminhões frigoríficos de peixe para eles sobreviverem. Índios que viviam de colocar armadilhas no rio para pescar, para pegar peixe, para sobreviver, então a cultura desses povos vai sendo alterada.” Ele alerta ainda que a Floresta Amazônica não está sendo apenas desmatada, mas completamente degradada. “Desmatamento, hoje, nós já temos garantidos 22%, e mais ou menos 38% de floresta degradada. Ou seja: nós já perdemos 60% da Amazônia. Eu não estou falando 6%. Eu estou falando 60%.” O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP às quintas-feiras, às 16h40, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas principais plataformas de podcast. O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no WhatsApp.

Segundo especialistas entrevistados pelo USP Analisa, transformação da madeira em commodity, associada à alta lucratividade e baixa punibilidade do garimpo ilegal, também atrai a atenção de grupos criminosos para essa área do País

USP Analisa desta semana conversa com o pesquisador do NEV-USP Felipe Ramos Garcia sobre uso de criptoativos e das fintechs pelo crime organizado para lavagem de dinheiro e comenta ainda a exposição de crianças e adolescentes em ambientes digitais

Felipe Garcia explica que concentração de dados e transações bancárias nos celulares tem levado criminosos a investir no roubo e furto desses aparelhos e abandonar outros tipos de crimes, como roubo de carros

Em entrevista ao USP Analisa, a docente da FDRP Fabiana Severi discute consequências para a legislação sobre esse tema diante da ascensão de movimentos de perfil conservador na sociedade brasileira

Podcast USP Analisa discute esse assunto nesta quinta (11), com a professora da FDRP Fabiana Severi

Em entrevista ao USP Analisa desta semana, pesquisadores do Lepes-USP discutem ações para evitar conflitos na comunidade escolar

Tema foi abordado por pesquisadores do Lepes-USP em entrevista ao podcast USP Analisa, que vai ao ar nesta quinta (14)

Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, falam sobre o uso do discurso religioso por criminosos no USP Analisa desta quinta (31)

Camila Nunes Dias e Bruno Paes Manso, do NEV-USP, são os entrevistados desta semana no USP Analisa

Pesquisadores do NEV-USP explicam, em entrevista ao USP Analisa, origens e impacto desses grupos na criminalidade brasileira

Fernando Salla e Viviane Cubas, do NEV-USP, discutem essa questão no episódio do USP Analisa que vai ao ar pela Rádio USP nesta quinta, dia 19

Podcast, que está discutindo criminalidade e violência no País nesta temporada, entrevista pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência

No USP Analisa desta semana, o professor Daniel Pacheco Pontes conversa sobre as razões da limitação de tempo no cumprimento de penalidades imposta pelo Código Penal Brasileiro

Primeiro episódio, que vai ao ar nesta quinta (8), traz uma análise do Código Penal com professores da FDRP-USP

Docente do IEE-USP explica conceito ao USP Analisa e fala sobre projeto desenvolvido em Santos (SP), com apoio do CNPq

Alerta é do docente da FSP e coordenador do Centro de Sínteses USP Cidades Globais, em entrevista ao USP Analisa desta semana

Cristina Godoy e Evandro Ruiz, do Grupo de Estudos TechLaw do IEA-RP, falaram sobre o tema no USP Analisa que vai ao ar nesta sexta

Em entrevista ao USP Analisa, integrante do Grupo TechLaw, do IEA-RP, destaca que identificação do conteúdo criado com inteligência artificial, mesmo com marcadores exigidos pelo Tribunal Superior Eleitoral, é difícil

No USP Analisa, pesquisadores do Grupo de Estudos TechLaw, do IEA-RP, discutem regulação da inteligência artificial e as possibilidades de uso positivas e negativas no pleito deste ano

Para Paula Johns, entrevistada no USP Analisa, preservar esse tipo de alimentação, estimulada pela nova cesta básica, pode ajudar a combater a fome e a obesidade

Afirmação é da professora da Faculdade de Saúde Pública da USP Maria Laura da Costa Louzada sobre os reflexos da mudança nessa legislação

Maria Helena Guimarães de Castro e Mozart Neves Ramos conversaram sobre o novo plano no USP Analisa desta sexta

Titulares de cátedras do IEA-RP trazem no USP Analisa desta semana uma avaliação sobre o PNE que termina neste ano

No USP Analisa, Ismar Oliveira e Patricia Blanco explicam que ela pode ser ferramenta para combater desinformação e discurso de ódio em diversas áreas e por isso deveria estar presente na grade de vários cursos

Especialistas entrevistados pelo USP Analisa explicam o significado e a importância desse conceito no programa que vai ao ar pela Rádio USP nesta sexta (9)

USP Analisa desta semana conversou sobre o tema com professoras da FDRP e da Cátedra Sérgio Vieira de Mello da Unicamp

USP Analisa conversou com professoras da FDRP e da Unicamp sobre situação de pessoas forçadas a deixar suas casas em virtude dos atuais conflitos armados em todo o mundo

Integrantes do Instituto Dacor falam ao USP Analisa sobre importância dessas políticas e como elas contribuem para uma sociedade mais dinâmica e criativa

Segundo integrantes do Instituto Dacor, discussão ajuda no entendimento e combate às consequências desse fenômeno social para população negra

Tércio Ambrizzi e Paulo Artaxo são os entrevistados desta semana no USP Analisa e avaliam também os resultados da Cúpula da Amazônia, realizada em agosto, no Pará

Em entrevista ao USP Analisa, os professores Tércio Ambrizzi e Paulo Artaxo discutem as consequências desse fenômeno

Avaliação é de especialistas entrevistados pelo USP Analisa; para eles, embora alíquotas sejam injustas, há interesses em jogo com lobbies grandes dentro do Congresso

Alteração da política econômica nacional, em função da mudança de governo, é o tema do USP Analisa desta semana

Titular da Cátedra Instituto Ayrton Senna no IEA-RP, Maria Helena Guimarães de Castro explica ao USP Analisa que primeira etapa da avaliação deveria ter questões apoiadas nas tecnologias

Em entrevista ao USP Analisa, especialista explica que ausência de condução da implantação do Novo Ensino Médio pelo Ministério da Educação gerou confusão no desenvolvimento dos currículos

Segundo professores entrevistados pelo USP Analisa, debate passa pela qualidade da propriedade intelectual, que pode até inviabilizar novas tecnologias

Em entrevista ao USP Analisa, especialistas discutem leis já existentes que podem ser usadas na regulação da inteligência artificial no Brasil

Cristina Godoy, da FDRP, e Evandro Ruiz, da FFCLRP, são os entrevistados do USP Analisa desta sexta

Professor do ICMC explica que, além de gerar solicitações mais adequadas à ferramentas como o ChatGPT, profissionais podem analisar e ainda melhorar o produto final