Podcasts about Floresta

  • 768PODCASTS
  • 1,978EPISODES
  • 38mAVG DURATION
  • 5WEEKLY NEW EPISODES
  • Oct 31, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024

Categories



Best podcasts about Floresta

Show all podcasts related to floresta

Latest podcast episodes about Floresta

Convidado
“Filmo em Angola da mesma maneira que o Woody Allen filma Manhattan”, Carlos Conceição

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 31, 2025 19:23


'Baía dos Tigres' é a mais recente longa-metragem de Carlos Conceição. O realizador aclamado em festivais de cinema como Cannes, Berlinale ou Locarno, decidiu apresentar 'Baia dos Tigres', em estreia mundial, recentemente, no festival DocLisboa. Nas palavra de Carlos Conceição, “o filme tenta ir atrás dessa ideia que está a ser gravada uma nova existência por cima de uma existência prévia, mas estão lá fantasmas abstratos, sobrespostos, ruidosos, e que são fantasmas da história do século XX transversais a várias culturas.” Baia dos Tigres foi inteiramente rodado em Angola, país onde Carlos Conceição nasceu e que serviu de fonte de inspiração. A RFI falou com o realizador na capital portuguesa. Carlos Conceição começa por explicar como surgiu o filme 'Baia dos Tigres'. Carlos Conceição: O filme surgiu numa fase que eu, agora, já considero ultrapassada da minha carreira. Uma fase em que eu não tinha grandes perspectivas de como subsidiar o meu trabalho e que, por isso, apostava em ideias que eu conseguisse concretizar com pouco, com elementos que fossem reduzidos, mas intensos, como uma boa malagueta, que é capaz de fazer o melhor por um prato, só aquela malagueta. E a Baía dos Tigres sempre foi um mito para mim. Eu ouvia falar na Baía dos Tigres enquanto sítio desde que era criança. E por volta de 2015, 2016, provavelmente, fiquei, por portas e travessas, familiarizado com duas histórias que acabaram por ter uma grande ressonância na minha vida, ambas japonesas. Uma é o significado da palavra johatsu, que significa evaporação. É uma prática que acontece exclusivamente no Japão e, muitas vezes, com a ajuda de empresas especializadas. Consiste na pessoa eclipsar-se da sociedade, desaparecer. Essa empresa trata do desaparecimento total desta personagem, desta pessoa que os contrata. Isto acaba por ter um contorno que talvez seja comparável aos programas de proteção de testemunhas, porque todas estas pessoas acabam por assumir uma nova identidade, uma nova vida, uma nova história, um novo passado. Escolhem desaparecer pelas mais diversas razões, uma relação fracassada, dívidas de jogo, dívidas ao banco. Aquela coisa muito asiática que é a honra e que nós, na Europa, perdemos no século XV. Parece-me um conceito que, não estando completamente disseminado, não sendo exterior à cultura japonesa, parece-me um conceito interessante para os tempos de hoje. Não me interessa a mim como cidadão, interessa-me como leitor, como espectador, fazer uma história sobre uma pessoa que faz isso, que resolve desaparecer, que organiza o seu desaparecimento. E, paralelamente a isso, a descoberta da história verdadeira do soldado Hiroo Onoda, que foi um soldado japonês que esteve 30 anos perdido numa ilha das Filipinas, convencidíssimo por não ter contato nenhum com ninguém, aliás, inicialmente ele não estava sozinho, mas acabou por ficar, porque os dois companheiros com quem ele estava acabaram por morrer, e ele sozinho permaneceu 30 e tal anos nessa ilha selvagem, nas Filipinas, convencido que a guerra (2ª Guerra Mundial) continuava, e completamente fiel aos seus propósitos e àquilo que tinha sido formado para fazer. Foi uma grande dificuldade convencer o Onoda, quando ele foi descoberto, de que o assunto da Guerra Mundial já tinha acabado, e que aqueles credos todos dele estavam ultrapassados há 30 anos. Isto também é uma ideia que me interessa, como é que uma personagem percebe o tempo quando está isolada. Uma, no caso de uma das personagens do filme, é o desejo que o tempo pare, e, no caso da outra personagem, o desejo que o tempo ande mais depressa. Portanto, acho que o filme é sobre essa diferença, a diferença entre querer que o tempo pare e querer que ele ande mais depressa. RFI: A Baia dos Tigres é em Angola, no sudoeste de Angola. O que é que levou o Carlos Conceição a escolher ir filmar em Angola? Qual é a linha que se constrói que liga Angola a esta personagem? Ou a estes personagens, pois são dois personagens. Carlos Conceição: Podem ser, ou duas versões da mesma personagem. Eu filmo em Angola da mesma maneira que o Woody Allen filma Manhattan, ou o João Rosas filma Lisboa. É natural para mim, porque foi onde eu cresci. É mais fácil para mim filmar em Angola, em particular no sul, em particular no deserto, do que filmar em Lisboa. Para mim é mais difícil enquadrar em Lisboa. Ali sinto que estou muito seguro e, para onde quer que eu olhe, eu sei como é que o plano deve acontecer. E as narrativas que a maioria das vezes me surgem para contar são de alguma forma relacionadas com a minha própria vivência e, como tal, Angola está sempre envolvida de alguma maneira. Portanto, os meus filmes têm tido essa relação com Angola pelo menos os últimos três. O Serpentário, que é a minha primeira longa, e o Nação Valente, acima de tudo, e este filme. Que seria logo seguinte ao Serpentário, mas que estreia depois do Nação Valente, porque a vida dá muita volta, porque as coisas atrasam-se e metem-se pandemias e metem-se prazos e coisas do género. Mas acho que são dois filmes que são feitos num só gesto, de certa forma. Acho que a questão da Baía dos Tigres tem a ver com misticismo. Desde criança que eu ouvia falar da Baía dos Tigres como sendo uma ilha deserta, uma aldeia abandonada, uma cidade fantasma, como algumas que se vê nos westerns, relativamente perto, mas muito inacessível, muito difícil de lá chegar. Sempre foi uma ambição minha conhecer o sítio em si. E quando conheci, a primeira coisa que senti foi ... isto é um filme inteiro, este sítio é um filme. Eu já sei qual é o filme e tenho-o dentro de mim, tenho de o fazer e se não fizer vou morrer. Foi assim que o filme surgiu. Curiosamente, houve duas fases de rodagem. Na primeira nós não chegámos a conseguir ir à Baía dos Tigres. Estivemos na Floresta do Maiombe, em Cabinda. Estivemos no Uige, estivemos em Malanje, nas Quedas de Calandula, as Cataratas de Calandula. Depois filmámos muitas coisas à volta da zona onde eu cresci, que foi no Lubango, na Comuna da Huíla, na zona do ISPT, que é o Instituto Superior Politécnico de Tundavala e que tem uma mata enorme atrás, usámos como backlot. Obviamente, só depois disso é que conseguimos, numa segunda  viagem, organizar a chegada à Baía dos Tigres, que envolve toda uma logística complicadíssima. Entre muitas aventuras possíveis, chegar à Baía dos Tigres, à Ilha dos Tigres, que tem cerca de 30 km de comprimento por uns 11 Km de largura, mas que tem construções concentradas... chegar de barco implicava sair da povoação mais próxima, num barco, que provavelmente seria uma traineira, que levaria 6 a 7 horas a chegar à ilha. Fazer um percurso longitudinal desde o Parque Nacional da Reserva Natural do Iona até ao embarcadouro, que se usa para ir para a Ilha dos Tigres, seria impensável porque a costa continental é toda cheia de poços de areia movediça. Então, a única maneira de chegar ao embarcadouro, sem ser engolido pelas areias movediças, é fazê-lo a uma certa hora da manhã, quando durante cerca de 50 minutos a maré está baixa. Temos de ir quase em excesso de velocidade, em veículos 4x4, pela zona molhada de areia, a partir da cidade do Tômbua, e fazer um percurso que demora mais de uma hora a fazer dentro daquela janela temporal. Caso contrário, ficamos ou atolados pelas ondas ou atolados na areia, onde, aliás, se conseguem ver muitos destroços de experiências fracassadas neste género. Ao chegar ao tal embarcadouro, que é um sítio muito tosco, muito improvisado, está lá alguém com quem nós marcamos. É uma pessoa que se contrata com um barco, uma espécie de lancha. Depois fazemos um percurso de quase uma hora de barco por entre bancos de areia, num mar muito, muito agressivo, cheio de fauna, orcas, focas que espreitam da água a olhar para nós, pássaros que passam rasantes, chuva constante, até que, de repente, começa no horizonte a surgir aquela cidade fantasma, assim, meio embrulhada no nevoeiro.  Vê-se logo uma igreja amarela, uma coisa assim … , parece uma aparição. Há um misticismo à volta da experiência de lá chegar que o meu filme nunca conseguirá mostrar, por mais que eu me esforce, e que é muito difícil de captar. Eu tento, no filme, captar esse misticismo e essa fantasmagoria de maneiras diferentes. Criando alegorias, como o filme tem esta ideia da memória que se apaga. Eu imagino o filme um bocadinho como uma cassete ou uma bobina daquelas antigas, que tem de ser desmagnetizada, mas às vezes não fica completamente desmagnetizada, e, por isso, quando vamos gravar algo em cima, sobram restos de fantasmas de gravações passadas. Fisicamente, o filme tenta ir atrás dessa ideia que está a ser gravada uma nova existência por cima de uma existência prévia, mas estão lá fantasmas abstratos, sobrespostos, ruidosos, e que são fantasmas da História do século XX, transversais a várias culturas. RFI: São fantasmas do período em que a Angola estava colonizada por Portugal? São fantasmas da Guerra da Libertação? Carlos Conceição: É impossível não serem também esses fantasmas. Mas eu acho que são fantasmas do mundo contemporâneo, são fantasmas de 2025, são fantasmas do que está a acontecer em Gaza, do que está a acontecer na Ucrânia, são fantasmas deste ressurgimento da extrema-direita, são fantasmas do novo espaço que as ditaduras estão a ganhar, são fantasmas de coisas que deviam estar enterradas e não estão, e são fantasmas com várias origens. O filme tem, em certos momentos, elementos sonoros que vêm de discursos do Hitler, de Mussolini, de Oliveira Salazar, o Savimbi, a voz da Hanoi Hannah, que era uma vietnamita que transmitia mensagens aos soldados americanos a dizer, “vão-se embora, porque vocês vão morrer, o vosso governo traiu-vos”, e ela também aparece como um fantasma neste filme. Portanto, são esses fantasmas todos que, vindos do passado, constroem o presente. O momento presente que nós estamos a viver no mundo, é todo feito desses restos, na minha opinião, mal enterrados. RFI: O cinema é uma ferramenta para lidar com esses fantasmas? Carlos Conceição: Há uma certa obrigação antropológica em algum cinema, há uma responsabilidade histórica que o cinema deve atentar, mas eu não creio que o cinema deva ser uma arte utilitária exclusivamente. Acho que o cinema é mais interessante quanto mais livre for, e se calhar quanto mais fútil for. Eu vejo o cinema como uma espécie daqueles discos que se gravam e se mandam para o espaço, e acredito que daqui a uns anos, quando nós já cá não estivermos, vai aparecer uma espécie alienígena qualquer, ou uma espécie mais inteligente que nós, que tem estado aí escondida, que não aparece por nossa causa, e que vai descobrir uma carrada de filmes, e vai dizer, olha que interessante que era esta espécie que se autodestruiu. E é para isso que eu acho que o cinema serve. Eu vejo cada filme que faço como uma espécie de filho, até porque fazer um filme é uma espécie de gestação, dura o tempo de uma gestação, alguns mais, alguns trazem as minhas dores de cabeça comparáveis. E às vezes nós perguntamos para quê. Para mim essa é a resposta: é para deixar qualquer coisa, para deixar um legado, para deixar uma marca. Para deixar qualquer coisa que ajude a perceber como é que as coisas eram, como é que deviam ter sido, como é que não foram, por aí fora. RFI: Os primeiros filmes do Carlos Conceição foram curtas-metragens, os últimos três trabalhos foram longas-metragens. Não há uma vontade, não pode haver um desejo de voltar às curtas? Carlos Conceição: Eu penso que o universo das curtas, a existência cultural das curtas, é interessante, mas limitada. Eu fui muito feliz a fazer curtas-metragens, cheguei a dizer que me apetecia fazer curtas para sempre. O meu penúltimo filme, na verdade, não é uma longa-metragem, é uma média-metragem, tem 59 minutos, e eu tenho outro filme com 59 minutos para lançar em 2026. Esse formato de uma hora, para mim, é perfeito. Permite-se uma estrutura de curta-metragem em que nem tudo precisa de lá estar, de ser causa e efeito, nem de estar pejado de consequências, nem hiper-explicado, e ao mesmo tempo também não abusa das boas-vindas que recebe do público.Portanto, gosto de filmes que contêm esse universo mais curto, de certa forma. Para além do filme de 59 minutos que quero estrear para o ano que vem, se tiver sorte, também tenho uma ideia para uma curta-metragem que é toda feita com material que eu já tenho filmado, e que tem a ver com Angola também, curiosamente. Mas é uma curta muito mais sensorial e vai ser como música visual, vai ser baseado em ritmos de planos, e tempos e durações de planos, e o que é que corta para onde. Isso é um exercício que eu sinto que me agrada e que é uma coisa que eu quero fazer, que eu consigo fazer sozinho também. Até porque acho que estou precisando tirar umas férias depois desta maratona que têm sido os últimos três anos, talvez. RFI: Fazer sozinho é? Carlos Conceição: Quando eu digo fazer sozinho, às vezes refiro-me a ser só eu com uma câmera na mão, por exemplo, mas isso não quer dizer que depois a montagem vá ser eu sozinho. Eu gosto de pedir opinião às pessoas e depois já me aconteceu em determinados projetos eu saber exatamente como é que a montagem tende a acontecer, e seria eu dizer à pessoa que está comigo a montar que devíamos fazer assim, devíamos fazer assado, de forma a ir ao encontro da minha ideia. Já me aconteceu, como também acontece em particular no filme Baía dos Tigres, eu ter uma ideia e ficar à espera de ver o que é que a Mariana Gaivão tem para propor dentro da mesma ideia, enquanto montadora o que é que ela me vai contra-propor. E ela diz-me, dá-me dez minutos e volta daqui a dez minutos. E eu volto e ela tem uma proposta para fazer. A maioria das vezes estamos completamente síncronos. Acho que é muito importante essa parceria. Portanto, nós nunca estamos realmente sozinhos. Quando eu digo que posso fazer essa curta sozinho, eu acho que é material que eu fui juntando de outras rodagens, de outras coisas que não utilizei no Nação Valente, de coisas que não utilizei neste filme, e que eu acho que consigo sozinho em casa juntar e criar algo interessante com aquilo. É nesse sentido que digo fazer sozinho. Mas a verdade é que eu dependo sempre, obviamente, do meu colega Marco Amaral, que é o colorista que vai depois pôr aquilo com bom aspecto porque eu não sou diretor de fotografia, por isso ele tem de me salvar, de certa forma. Dependo, obviamente, de quem vai ajudar a fazer a montagem de som e a mistura de som. E, normalmente, eu trabalho com um núcleo muito duro, quase sempre a mesma família. Portanto, quando digo sozinho, às vezes posso estar a dizer que estou a autoproduzir, ou posso estar a dizer que é algo que eu consigo, se calhar, manufaturar, fazer de uma forma menos comunitária, menos convencional, menos industrial. RFI: O Carlos Conceição gosta de trabalhar com um núcleo duro, um núcleo próximo, o ator João Arraias faz parte desse núcleo. O que é que o faz investir nessa relação? Carlos Conceição: Há duas, três dimensões na resposta que eu posso dar. Em primeiro lugar, o João é um ator com capacidades únicas, que eu reconheço como muito valiosas e isso para um realizador é ouro. Pedir a um ator uma ação com meia dúzia de palavras e ele dar-nos exatamente aquilo ou, se calhar, melhor, não acontece todos os dias. Portanto, quando um ator tem esse super poder, nós agarramos nele e nunca mais o deixamos ir. A segunda questão tem a ver com o facto que eu me revejo imenso no João. Ele tem menos de 15 anos do que eu, quase 16, e houve uma altura, quando ele tinha 16, 17, era impossível, para mim, olhar para ele e não me estar a ver a mim. Houve vários filmes que surgiram por causa disso, nomeadamente o Versalhes, o Coelho Mau, e o Serpentário sem dúvida nenhuma. A terceira coisa é que nós somos muito amigos e trabalhar com amigos é o maior prazer do mundo. RFI: Baía dos Tigres teve a estreia mundial no Festival Internacional de Cinema DocLisboa, na origem dedicada aos documentários. Podemos identificar a Baía dos Tigres como um documentário? Carlos Conceição: O Godard dizia que todos os filmes são documentários sobre a sua rodagem, o seu processo de serem feitos. O Baía dos Tigres é uma ficção filmada segundo alguns credos do documentário. É tudo quanto posso dizer. Por ser o realizador do filme e o argumentista do filme, talvez não seja a pessoa mais indicada para o definir nesse sentido. Aliás, os filmes, normalmente, e é uma ideia que eu costumo tentar vender, os filmes não são como são por acidente ou por ingenuidade ou porque a pessoa que os fez não soube fazer melhor. Os filmes são normalmente resultado de um período de deliberação que é longo, ardo, obsessivo e desgastante para o seu realizador. Portanto, não há filme nenhum que seja como é porque o realizador não sabia fazer melhor. Isso quer dizer que, de certa forma, cada filme dita a sua própria gramática. E eu acho que é muito interessante que possa haver fusões entre os sistemas clássicos narrativos e as formas do documentário, o cinema mais contemplativo. Eu gosto, por exemplo, do cinema do Andy Warhol. Eu nunca me sentei a ver o Empire State Building durante oito horas, mas só saber que existe … Eu já vi aos bocados, não é? Mas saber que este filme existe e que pode ser visto dessa maneira, para mim, é uma fonte de inspiração enorme. Da mesma maneira, o James Benning, vários filmes da Chantal Akerman, tudo isso são manifestações cinematográficas de fusão que eu considero que quebram todas as gaiolas e acho que importante, se calhar, para lutar contra o mainstream. Eu acho o mainstream um bocadinho o inimigo principal do crescimento da arte. O mainstream obriga a fazer comparações, obriga a manuais. Acho que não há nada melhor para quebrar com essas gaiolas do que revisitar estes filmes de que eu estava a falar. RFI: Em relação a novos projetos, o que é que está a acontecer? Em off, tinham-me falado de um projeto sobre ópera. O que é que está para vir? Carlos Conceição: Eu tenho, neste momento, três projetos para serem lançados. Um é uma media-metragem de 59 minutos, do qual já tínhamos falado há pouco. O outro é um filme, uma longa-metragem que é uma experiência em linguagem mainstream, por assim dizer, que se chama Bodyhackers. E o terceiro projeto. que é o mais recente, ao qual eu dediquei os últimos 14 meses da minha vida, é um projeto para televisão e para cinema que envolve ópera. São narrativas separadas, autónomas, todas elas com um compositor português, algumas baseadas em fontes literárias, algumas dessas óperas, mas são essencialmente segmentos operáticos que resultarão simultaneamente num filme e numa série de televisão. RFI: O Carlos Conceição nasceu em Angola, viveu em Angola até hoje 22 anos, vai frequentemente a Angola. Qual é a imagem que tem do cinema produzido em Angola? Como é que olha para aquilo que acontece em Angola a nível da produção cinematográfica? Carlos Conceição: Gostava de ver mais, gostava de ver em mais sítios e gostava de ver mais pluralidade. Acho que estamos num momento perfeito para que se revelem novos talentos e comecem a aparecer mais pessoas e mais pessoas arrisquem. Qualquer pessoa com um telemóvel, neste momento, consegue fazer um filme e acho que não deve haver o medo de partir para essa aventura. Hoje em dia temos o HD disponível nos nossos telemóveis, nos smartphones, até nos mais corriqueiros. O que eu acho é que o cinema mais interessante, às vezes, surge daí, surge justamente daquela recusa à inércia. Há um filme dentro de nós, ele pode sair de qualquer maneira e sai. Basta nós queremos que ele saia e ele vem cá para fora. RFI: Já teve oportunidade de visionar algum produto assim feito, feito em Angola? Carlos Conceição: Sim, em particular um filme que eu comprei num semáforo em DVD e que me parece que não era uma versão final de montagem porque tinha a voz do realizador a dar instruções aos atores. Era um filme absolutamente inacreditável sobre uma mãe e umas filhas à procura de vingança por uma coisa que lhes tinha acontecido. Uma mulher que tinha sido injuriada a vida inteira, que usava uma pala no olho e as filhas quando tinham um desgosto morriam com uma hemorragia através da pele. O filme é de tal maneira incrível na sua imaginação que eu fiquei absolutamente estarrecido, senti-me uma formiga perante aquele filme que foi feito num subúrbio de Luanda para ser consumido num subúrbio de Luanda. Eu senti que a genialidade por trás daquilo era uma coisa que devia ser descoberta e valorizada. Ou seja, isso existe em Angola, por isso acho muito importante ir à descoberta disso.

Vozes do Planeta | Rádio Vozes
274 - Expectativas pré-COP 30: Ouvimos vozes sobre negociação climática, oceano e floresta

Vozes do Planeta | Rádio Vozes

Play Episode Listen Later Oct 31, 2025 53:45


Neste episódio especial pré-COP 30, Paulina Chamorro conversa com três vozes convidadas a respeito do que esperar sobre as negociações, sobre o Oceano na Pauta e a participação indígena na COP 30, que será sediada em Belém, Pará.Ana Toni, CEO da COP 30, compartilha os bastidores da organização e os desafios de sediar uma conferência histórica na Amazônia. Énh Xym Akroá Gamella, jornalista-floresta em SUMAÚMA, traz a perspectiva dos povos originários e da comunicação comprometida com a floresta viva. E Ana Paula Prates, diretora do Departamento de Oceano e Gestão Costeira do MMA, destaca a importância do oceano na pauta climática e o papel do Brasil na liderança azul. Um episódio para entender o que está em jogo, quem está falando e como podemos nos preparar para um evento que pode redefinir o futuro climático do Planeta.

Bruxa Evani
O Amor na Visão da Bruxa | Reflexão Mística | Bruxa Evani

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Oct 30, 2025 6:41


No encerramento do mês de outubro, Bruxa Evani nos convida a refletir sobre o amor: o amor-próprio, o amor pelo próximo, o amor pela vida.Em tempos de tanta correria, que tal parar um instante e se conectar com a energia mais curativa do universo?

Bruxa Evani
Previsões Astrológicas para o mês de NOVEMBRO | Nidia Alves

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Oct 29, 2025 18:24


O que os astros reservam para Novembro? Este mês traz mudanças intensas e oportunidades que podem transformar sua jornada!

Vous m'en direz des nouvelles
«Amazônia» explore les frontières entre art traditionnel et art contemporain

Vous m'en direz des nouvelles

Play Episode Listen Later Oct 29, 2025 48:29


L'Amazonie est un territoire immense que se partagent neuf pays d'Amérique du Sud. L'Europe y a attaché de nombreux clichés tenaces : un espace naturel comme hors du monde et du temps. Avec l'exposition «Amazônia» au musée du Quai Branly Jacques Chirac à Paris, on inverse le point de vue, on trouve des représentations actuelles de l'Amazonie par celles et ceux qui l'habitent : des photos, des peintures, des objets... On accède à un imaginaire riche et connecté à la modernité. Leandro Varison, co-commissaire de l'exposition «Amazônia», était l'invité de Nathalie Amar.   ► Chronique Le hit de la semaine : Ali Bilali, de la rédaction kiswahili de RFI, à Nairobi nous fait découvrir son coup de coeur du moment, le rwandais Element Eleée.   ► Reportage Justine Babin est allée au Caire pour nous faire voyager dans l'Égypte antique grâce au musée GEM, Great Egypt Museum, qui sera inauguré ce week-end.   ► Playlist du jour - Lucas Santtana et Gilberto Gil - A historia da nossa lingua. - Suraras do Tapajos - Segredos da Floresta. - Charlelie Couture - Aime moi encore.

Vous m'en direz des nouvelles !
«Amazônia» explore les frontières entre art traditionnel et art contemporain

Vous m'en direz des nouvelles !

Play Episode Listen Later Oct 29, 2025 48:29


L'Amazonie est un territoire immense que se partagent neuf pays d'Amérique du Sud. L'Europe y a attaché de nombreux clichés tenaces : un espace naturel comme hors du monde et du temps. Avec l'exposition «Amazônia» au musée du Quai Branly Jacques Chirac à Paris, on inverse le point de vue, on trouve des représentations actuelles de l'Amazonie par celles et ceux qui l'habitent : des photos, des peintures, des objets... On accède à un imaginaire riche et connecté à la modernité. Leandro Varison, co-commissaire de l'exposition «Amazônia», était l'invité de Nathalie Amar.   ► Chronique Le hit de la semaine : Ali Bilali, de la rédaction kiswahili de RFI, à Nairobi nous fait découvrir son coup de coeur du moment, le rwandais Element Eleée.   ► Reportage Justine Babin est allée au Caire pour nous faire voyager dans l'Égypte antique grâce au musée GEM, Great Egypt Museum, qui sera inauguré ce week-end.   ► Playlist du jour - Lucas Santtana et Gilberto Gil - A historia da nossa lingua. - Suraras do Tapajos - Segredos da Floresta. - Charlelie Couture - Aime moi encore.

ONU News
Agricultura sustentável promove conservação e empregos na Amazônia e no Cerrado

ONU News

Play Episode Listen Later Oct 27, 2025 5:01


Documento do Banco Mundial e Embrapa reúne evidências econômicas e traz recomendações para ampliar a adoção de sistemas agroflorestais e o de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. 

Bruxa Evani
Numerologia no Tarô: Descubra os Segredos dos Números | Bruxa Evani

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Oct 23, 2025 8:18


Você sabia que cada carta do Tarô carrega um número que revela significados profundos sobre sua jornada espiritual e emocional?Neste vídeo, Bruxa Evani explica a ligação entre numerologia e tarô, ajudando você a interpretar melhor as mensagens do baralho e a reconhecer padrões em sua vida.~~~~~~~~~~~Seja Membro do nosso canal: https://www.youtube.com/channel/UCj2VQdHbiPgI7zKS3cowHyw/joinSiga-nos no Instagram: Bruxa Evani: https://www.instagram.com/bruxaevani/Nova Ordem do Sol: https://www.instagram.com/novaordemdosol/Alma da Floresta: https://www.instagram.com/almadafloresta.loja/Conheça nossos cursos: https://mysticalweb.com/Participe dos nossos próximos eventos: https://www.zig.tickets/organizacoes/nova-ordem-do-solPara consultas astrológicas personalizadas, cursos presenciais, entre em contato conosco pelo telefone/whatsapp: (11) 94034-3160

Meio Ambiente
Alto potencial do cacau afasta produtores da pecuária e recupera floresta na Amazônia

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Oct 16, 2025 24:30


A disparada dos preços do cacau nos últimos anos dá o que falar na Amazônia e impulsiona um movimento tímido, porém crescente, de produtores rurais que decidem reduzir o rebanho de gado e apostar na matéria-prima do chocolate. Na economia da floresta em pé, o cacau desponta não apenas como uma alternativa promissora de renda, como pode ser vetor de recuperação de áreas desmatadas.  Lúcia Müzell, enviada especial da RFI a Marabá, Assentamento Tuerê e Altamira (Pará) Na região de Marabá, na fronteira leste do desmatamento da Amazônia no Pará, restam apenas vestígios do que um dia já foi tomado pela floresta. Dos dois lados da rodovia Transamazônica, obra faraônica do período da ditadura militar, predominam extensas áreas de pastagens para a criação de gado.   É neste contexto que culturas agrícolas alternativas à pecuária, ou pelo menos complementares, aparecem como um caminho para conter este processo de avanço da agricultura em direção à mata. O cacau é uma das que melhor se associa à floresta nativa da Amazônia.   Sob a copa de árvores como cumaru e andiroba, e com manejo adequado, a planta é mais resistente às pragas, tem maior durabilidade e dá frutos de melhor qualidade, com maior valor de mercado.  Ao contrário de outros grandes produtores mundiais, em especial na África – onde a monocultura de cacau “a pleno sol” leva ao desmatamento –, no Brasil o plantio do fruto hoje ocupa áreas já degradadas ou em consórcio com outras culturas.  O pequeno agricultor Rubens Miranda, 73 anos, chegou a Marabá aos 17 e, desde então, trabalha na roça e cria gado. Mas desde 2016, a área de pasto da sua propriedade de 27 hectares está cada vez menor – dando lugar a uma variada produção em sistema agroflorestal (SAF), da qual o cacau é estrela.  "Estou com só 25 cabeças agora. Eu tinha 70 quando eu comecei a investir no plantio", conta ele.  Produção de cacau por agricultores familiares No Pará, líder nacional no setor, mais de 80% da produção do cacau vem da agricultura familiar e 70% se desenvolve em sistemas agroflorestais como este, de acordo com um levantamento de 2022 da Embrapa Amazônia Oriental. Mas nem sempre foi assim.   Na era dourada do cacau na Bahia, que alçou o país a maior produtor mundial no século 20, a produção em monocultura empobreceu a Mata Atlântica no nordeste. As lições da história agora servem de alerta para o avanço da cultura na Amazônia.  "O que a gente vê no cacau é um exemplo de retorno de atividades agrícolas rentáveis trazendo árvores para o sistema. A gente entende que os consórcios são muito bem-vindos, fazem bem para a cultura do cacau, e são uma solução mais adequada para o que a gente está vivendo, especialmente as mudanças climáticas", indica João Eduardo Ávila, engenheiro agrônomo do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola).   O instituto é um dos que levam capacitação técnica para os pequenos agricultores não repetirem os mesmos erros do passado. "A cacauicultura tem um potencial enorme de renda para as famílias, para que elas não fiquem só dependentes da pecuária", frisa.   A cultura também exerce um papel positivo contra a crise climática: com manejo adequado e à sombra de outras árvores, tem potencial de acumular até 60 toneladas de carbono por hectare no solo, operando como sumidouro de CO2 em regiões que sofrem cada vez mais as consequências do desmatamento.   Retorno financeiro é maior, mas não imediato  Mas o cultivo do fruto exige paciência e dedicação: a safra demora cerca de quatro anos para começar, a poda é trabalhosa e, para sair pelo melhor preço, a amêndoa precisa ser fermentada. No final, o retorno financeiro compensa – o quilo é comercializado a cerca de R$ 60, podendo chegar a R$ 90, conforme a qualidade.   Os preços fazem os olhos de Rubens Miranda brilhar. Agora que consegue produzir mais no mesmo espaço de terra, ele se arrepende de, no passado, ter aberto tanta mata para criar gado. "Se fosse hoje, em uns cinco hectares eu trabalhava. Teria sido suficiente."  Organizações da sociedade civil e outras instituições, como a Embrapa e o Ministério Público, além do governo do Pará, fazem um trabalho de longo prazo para convencer os agricultores familiares a migrarem para práticas agrícolas mais sustentáveis. Os gargalos são muitos: conhecimento técnico, logística, dificuldade de acesso aos mercados e, principalmente, recursos limitados para viabilizar a transição.  "Nessa nossa região, é muito importante essa quebra de paradigmas, mostrar que é um resgate a um sistema produtivo que foi se perdendo ao longo do tempo. O monocultivo e a pecuária aqui na região é muito forte por questões históricas: aquela ideia de que você precisaria desmatar tudo para instalar um sistema novo", comenta Gilmar Lima Costa, engenheiro agrônomo do Ministério Público do Pará.  " Você vê muitas extensões de áreas degradadas justamente pela falta de manejo adequado nas pastagens. Não faz a adubação, não faz a correção do solo, não faz a divisão das pastagens e, sempre que é possível, eles adentram e fazem a abertura de uma nova área, sendo que não era necessário fazer isso."    Batalha pelo sustento do dia seguinte Os técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal e Biodiversidade do Pará (Ideflor Bio) percorrem o Estado para acompanhar a transição destes agricultores e oferecer mudas de espécies nativas da Amazônia, e assim estimular a recomposição florestal. Mas Marcio Holanda, gerente do escritório regional em Carajás, reconhece que os que trabalham em SAF ainda são uma minoria.   "Hoje, com as mudanças climáticas, a gente tem que incentivar, apoiar e buscar condições, buscando parceiros, se juntando para que os sistemas agroflorestais cumpram também a missão ambiental, num processo de reflorestamento, e na questão da geração de renda desses agricultores, porque já é comprovado que é viável", afirma.  A 300 quilômetros a oeste, a organização Solidaridad busca aumentar a conscientização na região de Novo Repartimento e no Assentamento Tuerê, conhecido como o maior da América Latina. Historicamente, os assentamentos de terras registram índices superiores de desmatamento do que outras áreas da Amazônia – uma herança da campanha de ocupação da região por meio da devastação, a partir dos anos 1960.   Para grande parte dos pequenos produtores, a maioria imigrantes de outros estados do Brasil, a principal preocupação é garantir o sustento do dia seguinte, salienta Pedro Souza dos Santos, coordenador de campo da entidade.  "Isso é um desafio para nós. Quando a gente vê como era antes, o que é hoje, com o marco do Código Florestal, e o que pode ser no futuro, a gente tem que colocar tudo isso para o produtor, que antes ele não enxergava. Ele enxergava só o agora", diz. "A gente vem colocando na cabeça do produtor que ele pode produzir sem agredir, sem desmatar e que, nessa área aberta, ele pode ter o uso das tecnologias para ele avançar e ter uma produção sustentável. Mas ainda falta muito. Nós somos um pingo na Amazônia, tentando fazer essa transformação, dia após dia, ano após ano, fazendo aquela insistência, voltando lá de novo, dando acompanhamento", afirma Santos.  Cacau como ferramenta de regeneração florestal O agricultor Jackson da Silva Costa, na localidade de Rio Gelado, simboliza essas vulnerabilidades da região. Desde o ano passado, a venda da produção de gado dele está embargada por desmatamento ilegal. Para voltar ao mercado, Jackson precisará recuperar a mata que derrubou ilegalmente em 2023.   Nos seus 24 hectares de terra, ele já produz cacau há muito tempo. Agora, o aumento da área destinada ao fruto vai ser o caminho para a regularização do passivo ambiental gerado pela pecuária.  "O entendimento que a gente tem é o seguinte: 'você não pode desmatar'. Só que chega um ponto em que é assim: 'eu vou fazer aqui e depois eu vou ver o que vai dar'", relata Costa. "Eu tenho consciência de que eu fui errado e por isso eu perdi. A conta chega e não tem para onde correr. Eu vou ter que pagar o que eu devo."   Pagar o preço, para ele, significa isolar os 5 hectares desmatados e deixar a floresta se regenerar. Em consórcio, poderá plantar cacau e outros frutos compatíveis com a mata, como o açaí ou o cupuaçu.  "Esse capim aqui já não vai me servir. Eu vou deixar ele já para iniciar o processo de reflorestamento", indica, ao mostrar uma área entre o local onde ele já plantava cacau e o que restou de floresta virgem na sua propriedade. "Eu vou deixar que árvores nativas cresçam. Mas com o cultivo do cacau que vai vir, com certeza vai dar uma rentabilidade maior. E quando eu for replantar, eu já quero colocar cacau de qualidade."   Histórias de sucesso do chocolate da Amazônia  Os encontros com a equipe da Solidariedad são importantes para manter a motivação de agricultores como Jackson, em meio às dificuldades de uma vida com poucos confortos. Nas conversas, Pedro traz as histórias de sucesso de cacauicultores da região, que conquistaram até prêmios no exterior pela qualidade do chocolate produzido na Amazônia.  "O entendimento de que o produtor tem que esperar o momento certo para as amêndoas chegarem no ponto, tem que mandar uma amostra para teste e só depois vender, demora. A maioria aqui são produtores pequenos, que querem colher, processar todo o manejo rapidamente e logo vender", ressalta. "Mas quando ele faz o cacau fino, que é uma minoria muito baixa, e vende por um preço melhor, ele não quer sair mais. "   Há cerca de 10 anos, a produção do Pará superou a da Bahia, antiga líder histórica do setor no Brasil. Na região de Altamira, maior polo produtor do Estado, a fabricante Abelha Cacau transforma o produto da região não apenas em chocolate, como explora o universo de 30 derivados possíveis do cacau – mel, suco, chá, manteiga, adubo e até cerveja.   "De um quilo de cacau seco, a gente consegue extrair, em média, quase metade de manteiga, que hoje está a R$ 200. Ou seja, só esse derivado já tem mais de 100% de lucro", explica. "E se eu pego o que resta para fazer cacau em pó, vai vir mais R$ 200 o quilo. Ou seja, eu estou vendendo a R$ 60, onde eu poderia tirar 400. E se eu transformo isso em barras de chocolate, eu multiplico isso por mais dez. O valor agregado só vai escalonado".  O Brasil hoje oscila entre o sétimo e o sexto lugar entre os maiores produtores mundiais da commoditie. O setor busca recuperar posições no ranking, mas sob bases diferentes das que impulsionaram os prósperos ciclos do cacau nos séculos 19 e 20.   A meta é dobrar a produção atual e chegar ao fim da década com 400 mil toneladas por ano. "A gente está vendo que isso está acontecendo, não só a ampliação da área, mas também novas tecnologias, variedades mais produtivas existentes, adubação, orientação técnica, tecnologias de equipamentos para beneficiar as amêndoas de cacau", salienta João Ávila, coordenador do programa Cacau 2030, do Imaflora.  Um dos objetivos do programa é promover a rastreabilidade da cadeia, essencial para garantir a sustentabilidade do cacau brasileiro. "Ainda é muito incipiente, quando comparada as outras cadeias, como café, por exemplo", reconhece Ávila. "Mas a gente já tem uma cartilha com um passo a passo mais claro, para que todo mundo tenha sua participação responsável, tanto no ambiente fiscal quanto socioambiental."   * Esta é a quarta reportagem da série Caminhos para uma Amazônia sustentável, do podcast Planeta Verde. As reportagens, parcialmente financiadas pelo Imaflora, vão ao ar todas as quintas-feiras até a COP30 em Belém, em novembro. 

Bruxa Evani
Feitiço Amoroso com Intenção e Respeito | Aprenda com a Bruxa Evani

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Oct 16, 2025 6:08


Neste vídeo especial, Bruxa Evani compartilha um feitiço amoroso baseado no respeito, na intenção pura e na conexão verdadeira.Ideal para quem busca abrir os caminhos do coração, atrair um novo amor ou fortalecer vínculos já existentes.Magia feita com ética e sabedoria sempre retorna com boas colheitas

Filhologico
Joana da Silva

Filhologico

Play Episode Listen Later Oct 13, 2025 13:46


Joana da Silva nasceu no povoado Floresta município de Matões Maranhão e veio para estudar na terra de Gonçalves Dias que é um sonho não só dela mas de todos os adolescentes da zona rural era estudar na cidade do poeta princesinha do sertão. Breve relato biográfico.

Sou Futebolês
#1004 - FLORESTA NÃO SOBE PRA B | VOVÔ E LEÃO DE OLHO NA SÉRIE A | FUTEBOLÊS 13/10/2025

Sou Futebolês

Play Episode Listen Later Oct 13, 2025 53:22


Jussie Cunha, Renato Manso e Caio Costa falam sobre TUDO do futebol cearense e MUITO MAIS. Anderson Azevedo nas reportagens.

Sou Futebolês
#1003 - FLORESTA FAZ JOGO DO ACESSO | VOVÔ E LEÃO TREINAM NO FDS | FUTEBOLÊS 10/10/2025

Sou Futebolês

Play Episode Listen Later Oct 10, 2025 51:48


Jussie Cunha, Renato Manso e Caio Costa falam sobre TUDO do futebol cearense e MUITO MAIS. Anderson Azevedo nas reportagens.

Bruxa Evani
Feitiço de Proteção para o Carro | Simples e Poderoso! | Bruxa Evani

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Oct 9, 2025 6:12


Você sabia que é possível proteger seu veículo com magia?A Bruxa Evani ensina um feitiço simples, porém poderoso, para garantir mais segurança no trânsito e afastar energias negativas do seu caminho.Ideal para quem passa muitas horas na estrada ou sente que algo está sempre “pesando” ao dirigir. Faça com consciência e veja a diferença!~~~~~~~~~~~Seja Membro do nosso canal: https://www.youtube.com/channel/UCj2VQdHbiPgI7zKS3cowHyw/joinSiga-nos no Instagram: Bruxa Evani: https://www.instagram.com/bruxaevani/Nova Ordem do Sol: https://www.instagram.com/novaordemdosol/Alma da Floresta: https://www.instagram.com/almadafloresta.loja/Conheça nossos cursos: https://mysticalweb.com/Participe dos nossos próximos eventos: https://www.zig.tickets/organizacoes/nova-ordem-do-solPara consultas astrológicas personalizadas, cursos presenciais, entre em contato conosco pelo telefone/whatsapp: (11) 94034-3160

Biosfera Podcast
Escola da floresta

Biosfera Podcast

Play Episode Listen Later Oct 6, 2025 17:54


Aprender a brincar na natureza. É este o lema das escolas da floresta que trazem os mais pequenos para o exterior. Trepar uma árvore, martelar um prego ou correr à chuva são atividades que fazem parte desta forma de conhecer o mundo. Joana Neves, diretora do Bosque dos Pirilampos, reforça a importância do contacto com a natureza para a aprendizagem em idades formativas.

Bruxa Evani
Mitologia e Astrologia do Signo de ESCORPIÃO | Nidia Alves

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Oct 3, 2025 6:41


Intensidade, entrega e transformação: assim ama um escorpiano.No episódio de hoje, vamos mergulhar nas águas profundas de Escorpião para entender como esse signo vive o amor, a intimidade e os vínculos emocionais.

Bruxa Evani

Você sabe o que é o Belloween?Uma celebração mística que une os ritos ancestrais de Beltane com a força do Halloween. Neste vídeo, Bruxa Evani explica a origem e o significado desta festa poderosa que celebra a vida, a morte e a renovação.Prepare-se para sentir a energia dos sabás, compreender a tradição e se preparar para participar da nossa grande Festa Belloween em 31/10!

E TENHO DITO, PALAVRA DE HONRA!!!
BAILE DA ANISTIA NA FLORESTA DO GATO PRETO - A CRÔNICA DE J TANNUS

E TENHO DITO, PALAVRA DE HONRA!!!

Play Episode Listen Later Oct 2, 2025 1:52


CRÔNICA PALAVRA DE HONRA COM J TANNUS 02 DE OUTUBRO DE 2025 A FESTA DA ANISTIA NA NOITE DA FLORESTA - VEICULADA PELA JOVEM PAN NEWS CAMPINAS

Bruxa Evani
Previsões Astrológicas para o mês de OUTUBRO | Nidia Alves

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Oct 1, 2025 13:37


O que os astros reservam para Outubro? Este mês traz mudanças intensas e oportunidades que podem transformar sua jornada!

Bruxa Evani
Programa Revelações do mês de OUTUBRO | Bruxa Evani

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Sep 30, 2025 21:34


Podcast Internacional - Agência Radioweb
COP 30 lança plataforma digital para acessar conferência do clima

Podcast Internacional - Agência Radioweb

Play Episode Listen Later Sep 26, 2025 5:10


COP30 acontece no Brasil em novembro.Esse conteúdo é uma parceria entre RW Cast e RFI.

45 Graus
Pedro Bingre do Amaral (parte 2): Como evitar megaincêndios florestais?

45 Graus

Play Episode Listen Later Sep 25, 2025 84:09


Veja também em youtube.com/@45_graus Pedro Bingre do Amaral é professor na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e presidente da Liga para a Protecção da Natureza (LPN). Estudou na Universidade Técnica de Lisboa, pela qual é licenciado em Engenharia Florestal e mestre em Planeamento Regional e Urbano. Desde 1998 foca o seu trabalho de docência, consultoria e investigação na temáticas do ambiente, conservação da natureza, florestas, ordenamento territorial e política de solos (rústicos e urbanos). _______________ Índice: (0:00) Introdução (2:29) Qual é a solução para resolver de vez o problema dos incêndios? Ordenamento do território | O fim dos serviços florestais. | Tweet João Cancela (19:23) Problema da propriedades sem dono conhecido. História da madeira encomendada na Suécia (34:44) Como se resolve o problema dos terrenos? Desamortizações no século XIX. (38:37) Fiscalidade sobre os solos rústicos. Georgismo (53:14) Rever a lei de heranças. Mapeamento (1:00:04) Espécies de árvores | Turismo de natureza | Percentagem de área florestal privada (1:06:51) Eucaliptos e indústria da celulose | Grandes empresas do sector. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Bruxa Evani
Ritual de ERÊ: A Energia da Doçura, Esperança e Cura Infantil | Bruxa Evani

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Sep 25, 2025 4:21


Quem nunca se encantou com a energia leve e doce dos Erês?Esses pequenos grandes guias são muito mais que alegria: eles limpam, orientam e tocam o coração com pureza e sabedoria.Neste vídeo, a Bruxa Evani explica o que esperar de um ritual de Erê e como abrir espaço para essa energia tão especial em sua vida.

Meio Ambiente
Bioeconomia na Amazônia: o desafio do comércio justo da floresta

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Sep 25, 2025 23:46


Já faz três décadas que quase 200 países se reúnem todos os anos para negociar soluções de combate ao aquecimento global – e, pela primeira vez, o encontro vai acontecer às portas da maior floresta tropical do planeta. Na COP30 em Belém do Pará, o mundo vai conhecer de perto não apenas a exuberância da Amazônia brasileira, como dará de cara com o colossal desafio de proteger um território mais extenso que a União Europeia, onde moram quase 30 milhões de habitantes. Como preservar a floresta e, ao mesmo tempo, garantir renda para as populações locais? Lúcia Müzell, eviada especial da RFI à aldeia Ita'aka, na Terra Indígena Koatinemo (Pará) Na Conferência do Clima da ONU, o Brasil dará visibilidade às pessoas que vivem sob a copa das árvores: indígenas, ribeirinhos e extrativistas, mas também populações urbanas, que dependem da floresta para sobreviver. O grande desafio é proteger a mata e as suas riquezas naturais, um patrimônio do Brasil e da humanidade, e ao mesmo tempo, garantir condições dignas de vida para esses habitantes, que lá nasceram e cresceram. Nos territórios amazônicos, é principalmente a agricultura em baixa escala que sustenta as famílias. Centenas de milhares desses pequenos produtores herdam o conhecimento tradicional sobre o manejo sustentável da floresta, porém esbarram em uma série de obstáculos para comercializar os seus produtos. Da logística complexa ao pouco acesso a crédito, da dependência de atravessadores à ameaça criminosa aos seus territórios, os "guardiões da floresta” estão à margem das estatísticas da economia amazônica. “A escala da biodiversidade hoje, tal como ela existe na Amazônia, não alimenta 2 milhões de pessoas”, observa Patricia Pinho, especialista em desenvolvimento sustentável e membro do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança do Clima (IPCC). “De toda uma diversidade da Amazônia, de mais de 700 diferentes tipos de produtos da sociobiodiversidade mapeados, apenas nove compõem a cesta dos mais procurados, mais vendidos e comercializados, entre eles a castanha, açaí, alguns óleos essenciais e o cacau”, explica. O Brasil prepara um Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia, que deverá ser lançado durante a COP30. O objetivo é fortalecer as atividades que contribuem para gerar recursos para algumas das regiões mais pobres do país, a uma condição: desmatamento zero. Valorização leva à proteção da floresta Na bioeconomia compatível com a floresta em pé, os produtos são extraídos da mata no seu ciclo natural, ou são plantados em consórcio com outras culturas, em harmonia com a mata. É por isso que é preciso ter cuidado quando se fala em dar escala a este comércio – a socio-bioeconomia não tem vocação a criar novas monoculturas, ao contrário da soja ou da pecuária, vetores da destruição da Amazônia. “O que a gente precisa é ter uma visibilidade do aspecto plural da sociobiodiversidade, agregar valor – não só o valor econômico, mas que inclua essas boas práticas, o conhecimento milenar que, uma vez perdido, não é recuperável facilmente”, salienta Pinho, diretora-adjunta do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). O Pará é o estado amazônico onde as cadeias produtivas da floresta são mais desenvolvidas. Para o cacique Nei Xipaya, da aldeia Tucamã, na região de Altamira, o retorno financeiro da venda de especiarias da região é quase um detalhe: o dinheiro é usado para a compra de suprimentos básicos para a aldeia. Para ele, a prioridade mesmo é a transmissão da herança ancestral do cultivo da floresta – uma questão de sobrevivência para os povos indígenas. “Quando eu vendo uma castanha, eu estimulo que o jovem procure o pai dele para saber como é que procura castanha no mato, como é que se faz um paneiro, como é que se coleta”, conta. O fortalecimento das cadeias nativas ajuda a conter o êxodo da juventude indígena para os centros urbanos – que impacta na preservação dos territórios, sob constante pressão de invasores. “Nesse processo de coleta, você tem várias outras espécies de atividade que dá para você fazer, cuidar da medicina tradicional, conhecer e saber andar no próprio território. A geração nova não tem o domínio, e sim os anciões.” Articulação de comunidades locais A batalha para revalorizar os produtos florestais não madeireiros uniu comunidades que, até pouco tempo atrás, se viam como concorrentes mortais, como indígenas e seringueiros da região da Terra do Meio, no centro do Pará. Há mais de 10 anos, lideranças de dezenas dessas comunidades banhadas pelos rios Xingu e Iriri se aproximaram para ter mais força na negociação de preços dos produtos cultivados nos seus territórios, de uma extensão comparável a de um país como Portugal, com 9 milhões de hectares. A cada dois anos, eles se reúnem para Semana do Extrativismo, na qual debatem as dificuldades comuns e discutem soluções. Este ano, o evento aconteceu na aldeia Ita'aka, na Terra Indígena Koatinemo. Edileno Camilo de Oliveira, 36 anos, vice-presidente do coletivo, lembra que, antes da criação de uma reserva extrativista no local e da consolidação da rede, havia áreas tomadas por madeireiros ilegais, onde os verdadeiros habitantes não podiam nem mais entrar. “Uma vez que o nosso produto tem valor, a gente vai buscar mais lá dentro, a gente vai longe e quando a gente está indo, a gente está olhando, está protegendo e está fazendo um serviço socioambiental”, ressalta. Juntos, os comunitários da Rede Terra do Meio conseguem atender à demanda de mercado por volume, mas a escala de produção não se dá por mais desmatamento, e sim por um sistema semelhante ao de uma cooperativa. A negociação de preços e valores acontece diretamente com as empresas. “A gente enxerga esses parceiros com um bom olhar, até porque antes disso, a gente vivia na mão do atravessador. Com os parceiros comerciais da rede, isso mudou”, afirma Edileno, que vive em Riozinho Anfrísio, a 370 quilômetros de Altamira. “A gente passou a ter um espaço de governança e a ter a nossa autonomia. É a gente que decide a forma que a gente quer fazer o comércio.” A valorização das cadeias nativas tem estimulado a diversificação da produção, deixando os comunitários menos suscetíveis às variações dos preços de mercado e aos impactos das mudanças climáticas, como foi o caso da quebra da safra da castanha em 2024. A rede também possibilitou às comunidades ampliarem a participação em políticas públicas de incentivo à agricultura familiar, como os programas nacionais de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (PNAE) – dos quais acabavam excluídos por falta de informação ou desconhecimento dos procedimentos técnicos e digitais. Vania Asuri vive no Território Indígena Koatinemo, às margens do Xingu. Mãe de três filhos, ela trabalha como técnica de enfermagem e ajuda na roça familiar. Nas horas vagas, ainda encontra tempo para jogar futebol e fazer pintura de tecidos, sua paixão. O excedente de mandioca e banana agora é vendido para o PAA, uma parceria firmada no ano passado. “Falta eles terem um olhar diferente para os nossos produtos, porque eles são originais. É tudo à mão, a gente não tem máquina, não tem aqueles de produtos que se joga para aumentar a produção”, argumenta. “Acho que falta muito isso ainda: eles terem um olhar diferente para o nosso povo.” Uma das condições para a associação aos parceiros é o respeito ao modo de vida e a cultura de cada povo da floresta – que tem outro tempo, outros prazos e outras formas de entregar os seus produtos. “Algumas empresas chegavam visando a compra de um produto, impondo aí as condições. Mas quando a gente fala na sustentabilidade alimentar e no mercado justo aqui, a gente não está vendendo só um produto. A gente está vendendo uma história e uma valorização”, reitera o cacique Nei Xypaia. Amazônia intocada: mais uma forma de preconceito Esse choque de culturas é um dos principais desafios para a ampliação do comércio justo com as comunidades tradicionais amazônicas, aponta Jeferson Straatmann facilitador de Economias da Sociobiodiversidade do Instituto Socioambiental (ISA). A organização, referência no Brasil para a proteção das comunidades tradicionais, atua fazendo a ponte entre as associações locais e potenciais parceiros comerciais. “Tem um entendimento muito racista sobre o que é conhecimento, o que é um modo de vida. Tem um entendimento que esse modo de vida deveria ser outro. Isso abre esses territórios, numa justificativa de economia, para invasões, para garimpo, para madeira”, constata Straatmann. “Normalmente, as empresas buscam a comercialização reduzindo o custo, independente do impacto social e ambiental. Essa mudança de paradigma na sociedade, desde as bases desse preconceito racial, do entendimento dessas culturas, do valor desses conhecimentos para a conservação e para um modo de produção que conserve ao mesmo tempo, é algo que está na base dos desafios”, aponta. Outro preconceito que Straatmann busca desconstruir, principalmente de governos e organizações estrangeiros, é o de que preservar a Amazônia significaria transformá-la em um santuário intocado. Ele argumenta que esta premissa demonstra desconhecimento não apenas da área continental do bioma, como da existência milenar de povos que sempre habitaram a floresta sem destruí-la. “Olhar a natureza como algo intocado é um formato de racismo que só entende a visão do branco. A visão eurocêntrica da sociedade, moderna, que precisou se apartar o homem da natureza, no intuito de que esse homem destrói”, aponta o doutor em engenharia de produção pela USP. “Não é essa a realidade desses povos. Os povos conservam a partir dos modos de vida deles. Esses modos de vida se transformaram e continuam transformando floresta em floresta.” Resgate da borracha amazônica, sob novas bases Uma das cadeias nativas que estão ganhando impulso graças ao comércio ético é a da borracha – e apesar do histórico trágico dos seringueiros na região. Depois de dois prósperos ciclos da matéria-prima na virada do século 19 para o 20, marcados pela violência e a exploração dos trabalhadores nos seringais, o cultivo do látex disparou em São Paulo. A busca pelo produto quase desapareceu na Amazônia. “A gente foi parando de trabalhar porque estava muito mínimo. Um quilo de borracha não comprava um quilo de açúcar. Dava R$ 0,70, era muito pouco. Aí as famílias foram largando”, recorda o extrativista Pedro Pereira de Castro, 61 anos. “Não tinha como o cara cortar seringa para sobreviver. A gente tinha que fazer 1.200, 1.300 quilos para poder, no fim do ano, não estar devendo muito – porque tinha gente que ainda ficava devendo [para o patrão].” A concorrência asiática, líder no mercado mundial, e o aparecimento da borracha sintética – derivada do petróleo –, terminou de dizimar uma cadeia que havia trazido prosperidade para Manaus e Belém. Hoje, ela ressurge sob novas bases, sustentada por empresas dispostas a pagar até cinco vezes mais pela matéria-prima nativa, em nome da preservação dos territórios. O látex é um dos produtos prioritários da Rede Origens Brasil, que promove negócios que valorizem os povos da Amazônia e a floresta em pé. Um dos maiores desafios é conectar esses extrativistas aos mercados.   “A logística amazônica fica muito cara por conta de todos os deslocamentos via fluvial. Tem territórios que vão demorar dois dias para conseguir escoar sua produção, descendo ou subindo o rio”, afirma Patricia Andrade Machado, coordenadora de Articulação Territorial do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), cofundador da iniciativa ao lado do ISA. “O tempo da floresta é um tempo muito diferente do tempo capitalista. Mas as empresas também têm as suas demandas, então a gente facilita esses diálogos para que um entenda o lado do outro”, diz. ‘A gente sobrevive da natureza e não quer que isso acabe' O contrato de parceria impõe critérios como rastreabilidade da produção, transparência nas transações, equidade, preço justo e respeito ao modo de vida tradicional das comunidades. Os pequenos produtores precisam ter uma governança estruturada, por meio de uma associação, por exemplo, enquanto as empresas devem apresentar indicadores de impacto socioambiental deste comércio. No caso da borracha, um dos gargalos é aumentar o volume extraído dos seringais: no primeiro ano de contrato com a fabricante Mercur, a empresa estava disposta a comprar 12 toneladas de látex, mas só recebeu 400 quilos. A iniciativa deu o que falar na região da Terra do Meio e, no segundo ano, com a adesão de mais extrativistas e um trabalho de capacitação técnica em campo, a coleta chegou a 7 toneladas. “A capacitação busca conciliar o conhecimento tradicional com a demanda do mercado, com a demanda de qualidade dessa borracha”, complementa Machado. A parceria da Mercur com a Rede Terra do Meio já tem 15 anos e tem espaço para crescer: a produção na região ainda não atingiu a meta, e representa menos de 10% da demanda anual da empresa, aponta o analista de vendas Jovani Machado da Silva.   “Nós deixamos de comprar borracha da Amazônia para comprar de empresas de cultivo em São Paulo, por questões de custo, e também devido à quantidade, que era bem menor”, relata Jovani Machado da Silva, analista de vendas da empresa gaúcha. “A gente veio tentar resgatar essa dívida, digamos assim, que a gente tem com essas regiões e com esse povo. O resgate é de estar favorecendo para que os povos da floresta tenham uma fonte de renda a mais para que eles se mantenham na floresta, que é onde é o habitat deles, onde eles querem ficar.” É exatamente isso que o extrativista Pedro Pereira, de Riozinho Anfrísio, relata. No passado, ele já trabalhou com garimpo e em fazendas, mas onde gosta mesmo de estar é sob as árvores. “A seringa que o meu avô cortava, meu pai cortou, eu corto e meus netos vão poder cortar. Não tem outro produto igual à seringa para a gente, porque em todo lugar que você chega na beira do rio, tem seringueira”, afirma. “É um produto bem seguro, e é a natureza, né? A gente sobrevive da natureza e não quer que isso acabe.” * Esta é a primeira reportagem de uma série do podcast Planeta Verde da RFI na Amazônia. As reportagens, parcialmente financiadas pelo Imaflora, vão ao ar todas as quintas-feiras até a COP30 em Belém, em novembro. 

Sociedade Civil
Gestão ativa da floresta e biodiversidade

Sociedade Civil

Play Episode Listen Later Sep 25, 2025 61:21


Olhamos para a gestão ativa da floresta e o seu papel na preservação da natureza. Falamos de viveiros, certificação, restauro ecológico, bioeconomia e de mosaicos agroflorestais com quem está a transformar a paisagem.

45 Graus
Pedro Bingre do Amaral (parte 1): As verdadeiras causas dos incêndios florestais

45 Graus

Play Episode Listen Later Sep 24, 2025 52:48


Veja também em youtube.com/@45_graus Pedro Bingre do Amaral é professor na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e presidente da Liga para a Protecção da Natureza (LPN). Estudou na Universidade Técnica de Lisboa, pela qual é licenciado em Engenharia Florestal e mestre em Planeamento Regional e Urbano. Desde 1998 foca o seu trabalho de docência, consultoria e investigação na temáticas do ambiente, conservação da natureza, florestas, ordenamento territorial e política de solos (rústicos e urbanos). _______________ Índice: (0:00) Introdução (3:39) Início: Porque arde tanto Portugal? | Causas naturais vs acção humana | História da paisagem em Portugal desde o Paleolítico até hoje | Processo de Haber-Bosch | A transição florestal e a governança do risco de incêndio em Portugal nos últimos 100 anos (37:45) Como os eucaliptais abandonados facilitam a propagação do fogo (40:46) O papel das Alterações Climáticas | Alentejo (44:12) Qual é a solução? Já conseguimos diminuir o nº de ignições, mas…. Paradoxo do fogoSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Sociedade Civil
O que queremos para a floresta

Sociedade Civil

Play Episode Listen Later Sep 24, 2025 59:00


A floresta é muito mais do que árvores. É economia, ciência, prevenção, inovação e futuro. Vamos perceber o que queremos para a floresta, iremos falar com especialistas que têm os pés na terra, e olhos no futuro!

Toca Do Dragão
RPG CTHULHU | A Bruxa de Ducks Of Mines | OneShot (02/02): O Ritual da Floresta

Toca Do Dragão

Play Episode Listen Later Sep 20, 2025 121:44


# PATROCINADORES NESSE EPISÓDIO #RPG DO TOCA | Apoie essa ideia divulgando esse EP do seu podcast favorito!#callofcthulhu #bruxas #bruxaria #lovecraft #tocadodragao #rpgdotoca #terrror #rpgdemesa #rpgbrasileiroEPISÓDIO #02: O Ritual da FlorestaTIPO: OneShot (em 2 Partes)ESTILO: One On One ("O³", "x1" , "1 Mestre e 1 Jogador")UNIVERSO: Toca De CthulhuSISTEMA: TocaSystem (D12)TEMÁTICA: Bruxaria e Horror CósmicoDURAÇÃO: 02h 01m 45s# SINOPSE #Zinho é o maior Youtuber do mundo. Seu irmão gêmeo morre, sua avó começa a piorar da doença degenerativa no cérebro. O mundo de Zinho vira de cabeça para baixo.Decidido a encerar sua carreira como Youtuber, Zinho recebe um email da Casa de Repouso Marygold avisando do estado de sua avó. Assim ele retorna a sua cidade Natal Ducks of Mines, e chegando lá, coisas peculiares começam a acontecer....# JOGADORES #Albert Arnell "Zinho" (Jonathan Carvalho) ⁠Canal J Pão (canal do YouTube)⁠# MESTRE #Ricky, O Bardo e toda a maldade que cabe na sua mente nefasta!# PIX para que o Toca traga ainda mais RPG pra você! #Só mandar qualquer valor, o importante é ajudar para o nosso e-mail através do seu banco no método de transferência PIX: tocadodragaopodcast@gmail.com# SEJA UM APOIADOR #Os Power Rangers são os apoiadores do Toca, se tornando um você ganha uma Cor única e Um Megazord Especial, além de poder participar do grupo Fechado dos Power Rangers do Toca, escolhendo o tema de episódios e sabendo tudo que acontece nos bastidores do seu podcast favorito! Apoie com doações a partir de R$ 5,00 ⁠https://www.catarse.me/pt/atocadodragao⁠# PATROCINE O PODCAST #Você tem uma Empresa, que tal patrocinar um Podcast extremamente promissor ainda em seu início? Ganhe mais visibilidade da sua marca e produto e receba chamadas em todos os Episódios com o melhor do Merchan, além de outras vantagens, entre em contato através do nosso e-mail: tocadodragaopodcast@gmail.com

Era Uma Vez Um Podcast
Vupt Zapt Zum

Era Uma Vez Um Podcast

Play Episode Listen Later Sep 17, 2025 12:36


Nessa história infantil, um elfo travesso chamado Lumos, descobriu palavras mágicas capazes de transformar tudo à sua volta em pura diversão! Mas suas travessuras acabam bagunçando a harmonia da floresta, e ele aprende com a Dama da Floresta que a verdadeira magia está nas boas ações e na alegria compartilhada. Prepare-se para muita aventura, risadas e uma lição encantadora! Ouça agora e comece a imaginar…Ensinamentos para crianças: Diversão com respeito.Faixa etária recomendada: A partir de 5 anos.Escrita por: Luciana Silveira MeloDistribuída por: Ipê das LetrasNarrada por: Carol CamanhoCompre o livro aqui:http://eraumavezumpodcast.com.br/livrosApoie o podcast e entre para o Reino aqui:https://eraumavezumpodcast.com.br/clube82E ouça histórias exclusivas, versões de histórias mais calmas e relaxantes, perfeitas para hora de dormir, histórias para meditar, acesso antecipado de até 6 meses de algumas histórias que entrarão no podcast e muito mais! Além de apoiar o podcast preferido do seu filho(a). :)Confira mais histórias infantis no nosso site: Era Uma Vez Um Podcast – Histórias Infantis Em Áudio e compartilhe com outras mães, ou pais, ou tias, avós, madrinhas, babás, professoras... fale sobre esse podcast e espalhe a sementinha da imaginação fértil!Mande-me uma mensagem, sugestão ou até uma história enviando um email para contato@eraumavezumpodcast.com.br que vou adorar ler!E já apertou o botão de "Seguir" no podcast no seu player favorito?! Então siga e não perca mais nenhuma história! ;) É de graça!!E nos siga no Instagram: @‌eraumavezumpodcastBeijos e até a próxima história!Trilha sonora:Track: "Morning Wonder", MusicBoxMusic provided by https://slipstreammusic.comFree Download/Stream: https://get.slip.stream/rX1s4YTrack: "Foretold Folklore", Sync SonicMusic provided by https://slipstreammusic.comFree Download/Stream: https://slipstreammusic.com/tracks/7bffed97-6e39-45fd-9429-356adae4a8a0

Paranormal FM
FREQUÊNCIA PN - ZYP23 - ENCONTRO NA FLORESTA

Paranormal FM

Play Episode Listen Later Sep 12, 2025 7:07


Um relato de um usuário do Reddit de tirar o sono. Não ouça antes de dormir.=== ACESSE NOSSO CANAL NO YOUTUBE ===https://www.youtube.com/@paranormalfm=== LOJA DE CAMISAS OFICIAS PNFM ===https://reserva.ink/paranormalfm=== APOIE O PARANORMAL FM ===Quer se tornar um apoiador deste projeto e nos ajudar a continuar melhorando a qualidade, além e se tornar uma peça importante na viabilização muitos outros projetos em diferentes mídias? Entre no nosso Apoia-se e faça parte da família Paranormal FM!https://apoia.se/paranormalfm=== Siga Paranormal FM nas redes sociais ===Instagram, Twitter e Facebook: @ParanormalFMEmail: paranormalfmpodcast@gmail.comSiga e avalie o Paranormal FM nas plataformas de streaming!Apresentação: Fernando Ribas e Leonardo MarquesVinhetas e Formato: Fernando RibasEdição: Fernando RibasSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Iconocast
DOSSIÊ: A ATUAÇÃO DAS F4CÇÕ3S NA MAIOR FLORESTA DO MUNDO (C*V X P*C*C)

Iconocast

Play Episode Listen Later Sep 10, 2025 31:50


Siga nosso novo canal INDO PRAS IDEIAS: https://www.youtube.com/@indoprasideiasSiga nosso canal de CORTES: https://www.youtube.com/@IconografiadaHistoria-cortesAJUDE-NOS A MANTER O CANAL ICONOGRAFIA DA HISTÓRIA: Considere apoiar nosso trabalho, participar de sorteios e garantir acesso ao nosso grupo de Whatsapp exclusivo: https://bit.ly/apoiaoidhSe preferir, faz um PIX: https://bit.ly/PIXidhSiga ICONOGRAFIA DA HISTÓRIA em todas as redes: https://linktr.ee/iconografiadahistoriaoficialSiga o JOEL PAVIOTTI: https://bit.ly/joelpaviottiApresentação: Joel PaviottiTexto e roteirização: Adriana de PaulaRevisão: Adriana de PaulaCâmera e produção: Fernando ZenerattoEdição: Eduardo GoesDireção: Fernando Zeneratto / Joel Paviotti

Paranormal FM
FREQUÊNCIA PN - ZYP23 - A CRIATURA DA FLORESTA

Paranormal FM

Play Episode Listen Later Sep 5, 2025 7:29


Um relato de um usuário do Reddit de tirar o sono. Não ouça antes de dormir.=== ACESSE NOSSO CANAL NO YOUTUBE ===https://www.youtube.com/@paranormalfm=== LOJA DE CAMISAS OFICIAS PNFM ===https://reserva.ink/paranormalfm=== APOIE O PARANORMAL FM ===Quer se tornar um apoiador deste projeto e nos ajudar a continuar melhorando a qualidade, além e se tornar uma peça importante na viabilização muitos outros projetos em diferentes mídias? Entre no nosso Apoia-se e faça parte da família Paranormal FM!https://apoia.se/paranormalfm=== Siga Paranormal FM nas redes sociais ===Instagram, Twitter e Facebook: @ParanormalFMEmail: paranormalfmpodcast@gmail.comSiga e avalie o Paranormal FM nas plataformas de streaming!Apresentação: Fernando Ribas e Leonardo MarquesVinhetas e Formato: Fernando RibasEdição: Fernando RibasSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Bruxa Evani
Astrologia e Mitologia de LIBRA | Segredos e Simbolismos do Signo

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Sep 2, 2025 10:51


Libra é muito mais do que diplomacia e charme.Neste episódio do programa Astrologia e Mitologia dos Signos, a Bruxa Nídia Alves mergulha nos arquétipos mitológicos que moldam a essência libriana.Com seu olhar profundo e simbólico, Nídia revela como Libra representa a busca pelo equilíbrio entre razão e emoção, justiça e compaixão, beleza e verdade.

Bitcoin Audible
Read_900 - A Flood of Censorship, Inflation & CBDCs, and an Ark [FFR 80-86]

Bitcoin Audible

Play Episode Listen Later Sep 1, 2025 63:08


Around the world, Bitcoin is colliding with power. Russia tracks miners, Pakistan builds a digital rupee, and activists quietly test new tools for freedom. In this episode I unpack the latest Financial Freedom Report, explore breakthroughs like Block's modular “Proto Rig” and the ARK protocol, and ask: can these innovations keep Bitcoin uncensorable? Check out the original articles over at HRF's Financial Freedom Report blog page (Link: https://tinyurl.com/2v8d4kvt) Links Mentioned Chat_135 - Do One Thing and Do it Right with Mauricio Di Bartolomeo (Link: https://tinyurl.com/2xhvrk7d) Block Unveils Proto Rig and Proto Fleet, Marking a New Era in Bitcoin Mining (Link: https://tinyurl.com/3kvj7swc) Floresta full node implementation (Link: https://docs.getfloresta.sh/floresta/) Eric 17192799 on X (developer behind Florista) (Link: https://x.com/Erik17192799) Ginger Wallet with CoinJoin integration (Link: https://docs.gingerwallet.io/using-ginger/coinjoin/) Everything Powered by Ark – Behind the Bitcoin Scenes at The Baltic Honey Badger 2025 (Link: https://tinyurl.com/bdeyxfzk) ARK Labs Riga rewind Twitter thread (Link: https://tinyurl.com/yzh8fvr2) Check out our awesome sponsors! Ledn: Need fiat but don't want to sell your Bitcoin? Ledn offers secure, Bitcoin-backed loans with no credit checks, flexible repayment, and fast turnaround—often within 24 hours. With $10B+ in loans across 100+ countries and transparent Proof of Reserves, Ledn is a trusted option for unlocking liquidity without giving up your Bitcoin. (Link: https://learn.ledn.io/audible) HRF: The Human Rights Foundation is a nonpartisan, nonprofit organization that promotes and protects human rights globally, with a focus on closed societies. Subscribe to HRF's Financial Freedom Newsletter today. (Link: https://mailchi.mp/hrf.org/financial-freedom-newsletter) OFF: The Oslo Freedom Forum is a global human rights event by the Human Rights Foundation (HRF), uniting voices from activism, journalism, tech, and beyond. Through powerful stories and collaboration, OFF advances freedom and human potential worldwide. Join us next June. (Link: https://oslofreedomforum.com/) Pubky: Pubky is building the next web, a decentralized system designed to put control back in your hands. Escape censorship, algorithmic manipulation, and walled gardens by owning your identity and data. Explore the Pubky web and become the algorithm today. Don't forget to find me on my Pubky ID here: pk:5d7thwzkxx5mz6gk1f19wfyykr6nrwzaxri3io7ahejg1z74qngo. (Link: https://pubky.org) Chroma: Chroma is dedicated to advancing human performance and well-being through cutting-edge light therapy devices and performance eyewear. Their mis...

Bruxa Evani
Programa Revelações do mês de SETEMBRO | Bruxa Evani

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Aug 31, 2025 27:50


Gama Revista
Bel Coelho e Joanna Martins: a riqueza da cozinha do Pará

Gama Revista

Play Episode Listen Later Aug 31, 2025 36:45


A diversidade da mesa paraense é enorme. Tem muitos frutos, raízes, ervas, castanhas, sementes, especiarias, peixes únicos. Neste ano, em que a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, vai ser realizada em Belém (PA), o Podcast da Semana aproveita a oportunidade para falar dessa riqueza toda com duas entrevistadas: Joanna Martins, pesquisadora em cultura alimentar e alimento amazônico e sócia da marca de alimentos Manioca, além de diretora no instituto Paulo Martins, de difusão dessa cultura alimentar; e a chef Bel Coelho, pesquisadora de longa data dos sabores da Amazônia e chef dos restaurantes Cuia e Clandestina, em São Paulo."As palavras que pra mim vêm à cabeça primeiramente são sofisticação e complexidade de sabores. Claro, tem a diversidade, é uma biodiversidade imensa, e aí também a possibilidade de, consumindo esses produtos, contribuir para a conservação da biodiversidade, do bioma amazônico, mas do ponto de vista do gosto mesmo, é muito complexo, muito mágico, muito sofisticado”, diz Coelho na entrevista.A conversa gira em torno da cozinha, dos preparativos para a conferência, para a retomada do Festival Ver-o-Peso, que volta a ser realizado em setembro deste ano depois de ser suspenso em 2020, e para os lançamentos de livro e filme da cozinheira. O documentário “Floresta na Boca” tem direção de Carol Quintanilha e será lançado na COP.Na entrevista, Joanna Martins comenta como, apesar dessa cultura local tão forte, Belém viu o açaí ser proibido na alimentação oficial da COP, medida revogada poucos dias depois de seu anúncio. Para Martins, a causa da proibição era o preconceito.“Achar que a gente não tá preparado para servir esses alimentos tradicionais em um ambiente seguro é muito desconhecimento e chega a ser preconceito”, afirma a pesquisadora que retoma, em setembro, o Festival Ver-o-Peso, evento emblemático que apresentou ao Brasil e ao mundo ingredientes locais nos anos 2000 e que foi fundado por seu pai, Paulo Martins.Nesta edição do Podcast da Semana, Bel Coelho e Joanna Martins falam ainda da "açaízação" da Amazônia, de como a fruta vem se tornando uma monocultural na região e os perigos disso, discutem que outros ingredientes têm potencial de deixar os brasileiros apaixonados e de como é importante manter a diversidade do bioma amazônico com um desenvolvimento sustentável.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Bruxa Evani
Previsões Astrológicas para o mês de SETEMBRO | Nidia Alves

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Aug 30, 2025 13:57


O que os astros reservam para Setembro? Este mês traz mudanças intensas e oportunidades que podem transformar sua jornada!

Noticiário Nacional
16h Governo e PS à mesa para discutir medidas para a floresta

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Aug 28, 2025 12:50


Stephan Livera Podcast
Utreexo Explained with Calvin Kim | SLP685

Stephan Livera Podcast

Play Episode Listen Later Aug 14, 2025 40:29


In this episode, Stephan Livera and Calvin talk about Utreexo. They discuss the latest updates, including the publication of three BIPs related to Utreexo, which aim to improve the efficiency of Bitcoin nodes. The conversation covers the mechanics of Utreexo, including its accumulator structure and the concept of a Merkle forest. They also explore different types of nodes, such as compact state nodes and bridge nodes, and how these innovations can enhance user experience and participation in Bitcoin. Additionally, they touch on the growing Bitcoin community in Korea and the potential for future developments in the Utreexo space.Takeaways

Crime e Castigo
Está tudo a arder! Há fogo por todo o lado! Porque é que a tropa não ajuda?

Crime e Castigo

Play Episode Listen Later Jul 31, 2025 15:29


A história repete-se a cada verão: chamas por todo o lado. Como atacar o problema dos incêndios. Este é o tema do Crime e Castigo desta semana, um podcast de Paulo João Santos e Sérgio A.Vitorino, apresentado por Rita Fernandes Batista e editado por Catarina Ferreira.

Noticiário Nacional
18h Arouca: já arderam mais de 4 mil hectares de floresta

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 30, 2025 15:04


Colunistas Eldorado Estadão
O Verde é Pop: Floresta de Bolso de Pinheiros

Colunistas Eldorado Estadão

Play Episode Listen Later Jul 24, 2025 10:26


Ricardo Cardim, botânico e paisagista, apresenta análises e comentários sobre a agenda verde nas cidades. Quadro vai ao ar na Rádio Eldorado às quintas, ao vivo, às 07h45, no Jornal Eldorado; e em boletins às segundas e quartas, às 12h30 e 16h.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Bruxa Evani
Posso acender vela branca para Exu? Descubra o que isso realmente significa | Bruxa Evani

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Jul 24, 2025 5:37


Muita gente acredita que vela branca é só pra anjo ou pra espírito de luz...Mas será que podemos acender vela branca para Exu?A Grã Sacerdotisa Evani responde a essa dúvida comum e revela o verdadeiro significado das cores na espiritualidade.Entenda quando e por que usar a vela branca nos rituais com Exu — e como essa escolha pode refletir o seu pedido e sua intenção espiritual.✨ Prepare-se para desconstruir mitos e se conectar de forma mais consciente com o seu guardião.

Bitcoin Optech Podcast
Bitcoin Optech: Newsletter #363 Recap

Bitcoin Optech Podcast

Play Episode Listen Later Jul 22, 2025 57:37


Mark “Murch” Erhardt and Mike Schmidt are joined by Davidson Souza to discuss ⁠Newsletter #363⁠.Changes to services and client software● Floresta v0.8.0 released (0:45) ● RGB v0.12 announced (20:38) ● FROST signing device available (25:34) ● Gemini adds taproot support (29:44) ● Electrum 4.6.0 released (38:14) Releases and release candidates● LND v0.19.2-beta (38:51) Notable code and documentation changes● Bitcoin Core #32604 (39:38) ● Bitcoin Core #32618 (40:55) ● Bitcoin Core #31553 (43:03) ● Core Lightning #7725 (46:53) ● Eclair #2716 (47:23) ● LDK #3628 (52:19) ● LDK #3890 (53:22) ● LND #10001 (54:30)

Bruxa Evani
O que faz um EXU VIDENTE? Conheça Exu Caveira, Tranca Ruas e Tiriri | Bruxa Evani

Bruxa Evani

Play Episode Listen Later Jul 17, 2025 9:17


30:MIN - Literatura - Ano 7
540: Floresta é o nome do mundo, de Ursula K. Le Guin

30:MIN - Literatura - Ano 7

Play Episode Listen Later Jul 11, 2025 90:06


Marcando a metade do Clube de Leitura 30:MIN 2025, Arthur Marchetto, Cecilia Garcia Marcon e Anna Raissa (a nova trintaminuter que chegou como reforço) discutem "Floresta é o Nome do Mundo", de Ursula K. Le Guin.A conversa examina como a autora aborda temas como colonialismo, gênero e a relação entre humanos e natureza através de sua narrativa. Os participantes também analisam a estrutura do livro e a proposta narrativa de Le Guin conhecida como "teoria da cesta".Além disso, começamos a próxima leitura do clube: "Circe", de Madeline Miller. Então, bora! Aperta o play e conta pra gente o que você achou do livro.---Links⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Apoie o 30:MIN⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Siga a gente nas redes⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Já apoia? Acesse suas recompensas⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Confira todos os títulos do clube!

30:MIN - Literatura - Ano 7
537: Contra Fogo, de Pablo L.C. Casella

30:MIN - Literatura - Ano 7

Play Episode Listen Later Jun 20, 2025 81:51


Neste episódio do Clube de Leitura 30:MIN, Arthur Marchetto e Cecilia Garcia Marcon analisam "Contra Fogo" (Ed. Todavia), romance de estreia de Pablo L.C. Casella.A discussão aborda as escolhas narrativas do autor: a oralidade da prosa, o desenvolvimento da trama e a construção dos personagens. Os participantes examinam como o livro articula a trama e os personagens.Por fim, refletem sobre as questões ecológicas apresentadas na obra e suas conexões com o contexto brasileiro.Aviso para o próximo mês: em junho, o Clube debate "Floresta é o Nome do Mundo", de Ursula K. Le Guin (Ed. Morro Branco).Aperta o play e contra pra gente: quais outros livros você conhece que dialoga com a crise ambiental?---Links⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Apoie o 30:MIN⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Siga a gente nas redes⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Já apoia? Acesse suas recompensas⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Confira todos os títulos do clube!

Era Uma Vez Um Podcast
A Princesa de Galochas e os Animais da Floresta

Era Uma Vez Um Podcast

Play Episode Listen Later Jun 17, 2025 18:17


Essa nova aventura de Aurora e sua amiga cadela Gigi conta sobre elas receberem pedido de ajuda dos animais da floresta, pois a natureza está em perigo. Com sua galochas mágicas, Aurora consegue ver e ouvir coisas inimagináveis! Ouça e se encante com a nova história dessa menina especial!Ensinamentos para as crianças: Proteção a natureza, respeito aos animais e saudade.Faixa etária recomendada: A partir de 6 anosEscrita por: Débora MeiraNarrada por: Carol CamanhoInstagram da Debora Meira: https://www.instagram.com/a_princesa_de_galochas/Instagram do Era Uma Vez Um Podcast: https://www.instagram.com/eraumavezumpodcast/Apoie o podcast e entre para o Reino aqui:https://eraumavezumpodcast.com.br/clube76E ouça histórias exclusivas, versões de histórias mais calmas e relaxantes, perfeitas para hora de dormir, histórias para meditar, acesso antecipado de até 6 meses de algumas histórias que entrarão no podcast, Missões mensais que ajuda a desenvolver a criatividade, coordenação motora e muito mais! Além de apoiar o podcast preferido do seu filho(a). :)Confira mais histórias infantis no nosso site: Era Uma Vez Um Podcast – Histórias Infantis Em Áudio e compartilhe com outras mães, ou pais, ou tias, avós, madrinhas, babás, professoras... fale sobre esse podcast e espalhe a sementinha da imaginação fértil!Mande-me uma mensagem, sugestão ou até uma história enviando um email para contato@eraumavezumpodcast.com.br que vou adorar ler!E já apertou o botão de "Seguir" no podcast no seu player favorito?! Então siga e não perca mais nenhuma história! ;) É de graça!!E nos siga no Instagram: @‌eraumavezumpodcastBeijos e até a próxima história!Trilha sonora:Oppressive Gloom Kevin MacLeod (http://incompetech.com )Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 Licensehttp://creativecommons.org/licenses/by/3.0/Serpentine Trek Kevin MacLeod (http://incompetech.com )Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 Licensehttp://creativecommons.org/licenses/by/3.0/

Alô, Ciência?
Nós na Evolução | 1. A Era dos Humanos

Alô, Ciência?

Play Episode Listen Later Jun 4, 2025 39:18


Alô, Alô! Você já parou pra pensar em como nós, seres humanos, interferimos na evolução de outras espécies? É com essa pergunta em mente que estamos de volta com a temporada "Nós na Evolução", série narrativa de seis episódios com uma pitada de causos, relatos pessoais e entrevistas, na qual vamos passear por temas como defaunação, domesticação de cachorros e de plantas, evolução urbana, superbactérias e mudanças climáticas. Nesse episódio, Amanda Guedes conversa com Felipe Elias e Mauro Galetti sobre a influência dos seres humanos nas extinções do passado e o que olhar para trás nos ensina sobre a conservação da vida selvagem nos dias de hoje. Assuntos abordados:00:00 - Intro: Visita ao Museu01:39 - Extinção das preguiças-gigantes08:02 - Humanos: predadores implacáveis14:12 - O Antropoceno20:58 - O balanço de vida na Terra25:03 - Floresta vazia, defaunação e refaunação33:47 - Adiando o fim do mundo: o que eu tenho a ver?Referências e links: O livro “Um naturalista no Antropoceno: um biólogo em busca do selvagem”, de Mauro Galetti, foi a principal inspiração para esse episódio. Vencedor do Prêmio Jabuti Acadêmico em 2024, o livro traz uma narrativa leve e descontraída, que reúne os relatos do Mauro, um dos cientistas mais citados do mundo, sobre sua trajetória acadêmica, suas viagens e pesquisas pelo mundo e também sobre as reflexões a respeito do papel dos seres humanos no planeta Terra. O livro é um convite a pensar em como nós impactamos a natureza e discute maneiras de como podemos sobreviver ao Antropoceno. A versão digital do livro é gratuita e a versão física está disponível para venda no site da Editora Unesp (@unespeditora). Extra! Apoiadores do Alô vão concorrer ao sorteio de dois exemplares do livro. Fique atento ao Alô no Instagram! Livro: Os Mastodontes de Barriga Cheia e Outras Histórias. Crônicas de Biologia e Conservação da Natureza (Fernando Fernandez) Vanishing Fauna (Science)   Wild Mammals make up only a few percent of the world's mammals (Our World in Data) The Empty Forest - Kent Redford  This Is Martha, the World's Last-Known Passenger Pigeon (Smithsonian) Defaunation in the Antropocene (Science) Vídeo: O que as extinções do final do Quaternário podem nos ensinar sobre o presente? (Fernando Fernandez) https://www.youtube.com/watch?v=GKZJD16DPgw&ab_channel=FernandoFernandez