Aqui ninguém perde tempo, é direto ao ponto. O podcast do GLOBO, publicado de segunda a sexta-feira às 6h, aborda os principais temas do Brasil e do mundo, para que você compreenda tanto os desafios da economia e os trâmites da política, quanto as inovações tecnológicas e a efervescência cultural. É…
Debate realizado pelo GLOBO em 24 de maio tratou da falta de insumos e a dependência externa para a produção de vacinas. Participaram do debate: Antonio Carlos de Costa Bezerra, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina); Célio Hiratuka, professor livre docente e diretor associado do Instituto de Economia da Unicamp; Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos, Sindusfarma; e Ricardo Gazzinelli, pesquisador de Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A mediação foi de Luciana Casemiro, jornalista do GLOBO.
Debate realizado pelo GLOBO em 24 de maio tratou do papel da indústria farmacêutica na garantia de vacinas contra a Covid-19. A indústria farmacêutica vem mostrando força e tem previsão de crescimento na produção brasileira, acelerada por fatores como a pandemia e a alta do dólar. Para diminuir a dependência de outros países, há planos de nacionalizar a fabricação de insumos. Participaram do debate: Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm); José Carlos Felner, presidente da GSK Brasil; e Mauricio Zuma, diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz. A mediação foi de Flavia Oliveira, colunista do GLOBO.
Seis mil registros, com 11 mil documentos originais, relacionados a 50 anos de carreira artística. Tudo isso já estava preservado, mas era preciso mergulhar no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa para conhecer. Não mais. Todo esse conteúdo está disponível na internet, por meio do Acervo Digital Vinicius de Moraes. O projeto foi idealizado e coordenado por Julia Moraes, neta de Vinicius, e contou com o apoio de Marcus Moraes, sobrinho-neto do artista. Além de músicas e poesias, bilhetes, correspondências, peças, roteiros, discursos e notas do poeta podem ser encontrados. Um audiobook, dividido em seis episódios, reproduz os cadernos de leitura. Um verdadeiro guia para quem deseja se aprofundar na obra do poetinha. No Ao Ponto desta sexta-feira, Julia Moraes, neta de Vinicius, e a repórter Maria Fortuna, que já navegou e explorou todo acervo, contam um pouco dos bastidores do projeto e as histórias até então desconhecidas do grande público.
Após meses de repressão a opositores nas ruas de Minsk, a capital da Bielorrúsia, o presidente Alexander Lukashenko fez seu movimento mais arrojado. Conhecido como "o último ditador da Europa", Lukashenko chocou alguns dos principais líderes mundiais no último domingo, após ordenar o pouso forçado de um avião comercial para prender o jornalista Roman Protasevich, opositor do regime inaugurado em 1994. O voo seguia da Grécia para a Lituânia, mas foi forçado a pousar sob o pretexto de ameaça de bomba. Nada foi encontrado a bordo, e o avião só foi liberado depois que o ativista de 26 anos e sua namorada foram presos. Segundo o governo bielorrusso, tudo não passou de uma coincidência. A Europa e os Estados Unidos acompanham com preocupação o movimento do líder, que é um importante aliado da Rússia. Lukashenko acumula um histórico de prisões e denúncias de tortura nos últimos meses, após os atos para contestar sua quinta reeleição, em uma disputa marcada por suspeitas de fraude. O CEO da Ryanair afirmou que a aeronave da empresa foi sequestrada por Lukashenko. Porém, mesmo com a pressão internacional e as ameaças de sanções comerciais, o líder não dá sinais de trégua. Inclusive, obrigou os dois novos prisioneiros a gravarem vídeos confessando crimes, o que aumentou a revolta na Europa. Nesta quarta-feira, seis países que integram o Conselho de Segurança da ONU pediram uma investigação urgente do episódio. No Ao Ponto desta quinta-feira, o jornalista Filipe Barini conta como o líder da Bielorrússia abriu uma crise com o Ocidente para prender um dissidente de seu regime, o mais longevo no continente.
Antes mesmo da reunião de 22 de abril de 2020, quando o ministro Ricardo Salles disse que era a hora de "passar a boiada", a porteira já estava aberta. Em fevereiro do ano passado, uma decisão do Ibama dava a senha para exportar madeira nobre, da Amazônia, sem que houvesse uma autorização prévia do próprio órgão de fiscalização. Acontece que essa mudança da norma se deu após um encontro entre o presidene do Ibama e representante dos madeireiros, o que chamou a atenção da Polícia Federal e de autoridades americanas, que alertaram à PF sobre o suposto envolvimento de servidores públicos em um esquema de contrabando de madeira para os EUA. A investigação apontou também a atuação do Ibama para legalizar carregamentos exportados antes da alteração da norma. Isso sem contar obstáculos impostos pelo próprio ministério para a fiscalização da extração ilegal na Amazônia. Parte dessa investigação, que prossegue, foi exposta na operação Akuanduba, deflagrada na semana passada e que teve como alvo o ministro Salles e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, afastado pelo período de 90 dias por decisão do ministro Alexandre de Morais, do STF. De acordo com o relatório da investigação, já há elementos para apontar crimes cometidos pelo presidente do Ibama e "fortes indícios" da participação do ministro Ricardo Salles com a atividade ilícita. Um desses elementos foi a identificação de movimentações financeiras atípicas, encontradas pelo Coaf, no escritório de advocacia de Salles, já depois que ele chegou ao primeiro escalão do governo. O ministro nega o recebimento de qualquer vantagem indevida. No Ao Ponto desta quarta-feira, os repórteres Leandro Prazeres e Aguirre Talento explicam de que forma se deu a investigação e detalhem as primeiras conclusões da PF em relação à atuação do ministro.
Da costa do Maranhão chega o sinal de alerta. Qualquer descuido pode permitir a contaminação local pela chamada variante indiana do novo coronavírus, considerada mais transmissível. No último sábado, apenas um de 24 tripulantes indianos de uma embarcação com bandeira de Hong Kong apresentava sinais de gripe. Mesmo assim, todos foram testados. 15 tiveram resultado positivo. Em seis deles foi possível analisar o genoma do vírus. Nesse grupo, a nova cepa estava presente em todos os infectados. No Pará, no Ceará e o no Rio também há casos sob vigilância. Ao mesmo tempo, seguindo o exemplo do presidente Jair Bolsonaro, são muitos os brasileiros que abrem mão do distanciamento e do uso de máscaras, como ocorreu no domingo, durante o evento que o presidente participou com milhares de apoiadores no Rio. Isso tudo em um cenário no qual a vacinação avança em ritmo aquém ao desejado e com as medidas locais de restrição aos mais variados tipos de atividades já levantadas por estados e municípios. Um roteiro que, segundo os especialistas, torna inescapável o aumento de novos casos, internações e mortes. No Ao Ponto desta terça-feira, o médico infectologista e pesquisador da Fiocruz Julio Croda explica o que já se sabe sobre a variante indiana e analisa o conjunto de fatores que vai determinar o rumo da pandemia no Brasil.
Depois de quase oito anos de preparação, a "linha de chegada está a um passo de distância". O tom dramático da declaração do vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional, John Coates, seria surpreendente em tempos normais. Mas não é, considerando que se trata da primeira Olimpíada da Era Moderna que ocorrerá em meio a uma pandemia. Até agora, a determinação dos organizadores para manter o evento enfrenta críticas. Porém, protocolo de segurança sanitária avançou, especialmente após a chegada das vacinas, e a família olímpica está mobilizada para a disputa de medalhas, que começa em dois meses. Essa também será a única olimpíada sem público estrangeiro. E a primeira deste século sem dois dos maiores atletas olímpicos de todos os tempos. Michael Phelps, que participa dos Jogos desde o ano 2000, em Sydney, e Usain Bolt, que disparou para a glória pela primeira vez em 2008, em Pequim, se aposentaram. Mas outras estrelas, que também brilharam no Rio, em 2016, farão a festa do público pela TV, como a americana Simone Biles. Já o Brasil chega com chances em modalidades nas quais se acostumou a frequentar o pódio, como judô, iatismo, canoagem, vôlei de praia e ginástica, além de entrar como favorito em algumas que farão sua estreia no Japão, como no surf de Gabriel Medina. No Ao Ponto desta segunda-feira, a repórter Carol Knoploch e o editor-adjunto de Esportes Renan Damasceno contam como estão os preparativos para o evento marcado pela pandemia, e projetam o desempenho dos atletas brasileiros.
Debate realizado pelo GLOBO em 17 de maio, com patrocínio da Fenasaúde, abordou os gargalos na legislação sobre planos de saúde. O aumento da procura por planos de saúde foi um dos efeitos da pandemia de Covid-19 no setor, revertendo uma tendência de queda que se arrastava desde 2014. A prolongada crise econômica e seu impacto no mercado de trabalho fizeram com que muitos dos usuários perdessem seu plano de saúde junto com o emprego — 65% dos beneficiários têm planos empresariais. Agora, apesar do crescimento de usuários, o coronavírus teve impacto financeiro no ramo, que teve os aumentos suspensos no ano passado. O setor busca um equilíbrio apostando em fusões e em novos modelos de negócios.Participaram do debate: Ana Carolina Navarrete, advogada e coordenadora do programa de Saúde do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec); César Brenha Rocha Serra, diretor de desenvolvimento setorial substituto da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Manoel Peres, diretor-presidente da Bradesco Saúde; e Marcos Patullo, sócio de escritório Vilhena Silva Advogados. A mediação foi de Luciana Casemiro, jornalista do GLOBO.
Debate realizado pelo GLOBO em 17 de maio, com patrocínio da Fenasaúde, abordou o impacto do coronavírus nos planos de saúde e no serviços dos segurados. O aumento da procura por planos de saúde foi um dos efeitos da pandemia de Covid-19 no setor, revertendo uma tendência de queda que se arrastava desde 2014. A prolongada crise econômica e seu impacto no mercado de trabalho fizeram com que muitos dos usuários perdessem seu plano de saúde junto com o emprego — 65% dos beneficiários têm planos empresariais. Agora, apesar do crescimento de usuários, o coronavírus teve impacto financeiro no ramo, que teve os aumentos suspensos no ano passado. O setor busca um equilíbrio apostando em fusões e em novos modelos de negócios.Participaram do debate: José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS); Rogério Scarabel Barbosa, diretor-presidente substituto e diretor de normas e habilitação dos produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); e Vera Valente, diretora executiva da Fenasaúde. A mediação foi de Flavia Oliveira, colunista do GLOBO.
Debate realizado pelo GLOBO em 10 de maio, com patrocínio da Dasa, abordou o investimento em pesquisas e tecnologia em hospitais durante a pandemia. A Covid-19 acelerou os investimentos em inovação e tecnologia na saúde. Neste momento, a pesquisa é crucial para entendermos a doença e buscarmos soluções, vacinas e tratamentos. A tecnologia auxilia no atendimento e no diagnóstico. Quais são os impactos no setor hospitalar, agora e no pós-pandemia? Participaram do debate: Ana Maria Malik, coordenadora do FGV Saúde; Andreza Senerchia, head de pesquisa clínica da Dasa; Fernanda Tovar-Moll, presidente do Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino (IDOR); e Rogério Rufino, diretor-geral da Policlínica Piquet Carneiro e cientista do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). A mediação é de Luciana Casemiro, jornalista do GLOBO.
Debate realizado pelo GLOBO em 10 de maio, com patrocínio da Dasa, abordou a gestão dos hospitais durante a pandemia. Ao fim de 2020, houve um aumento nas internações por doenças infecciosas, principalmente a Covid-19. De outro, queda nos tratamentos de cânceres, infarto, AVC, insuficiência cardíaca, entre outros. Como equalizar esse cenário após o movimento de consolidação no país ao longo dos últimos anos? E na rede pública, como se deu a administração dos recursos recebidos pelo SUS? Participaram do encontro: Antônio Britto, diretor-executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp); Cláudia Affonso Silva Araujo, professora do Coppead/UFRJ e Joint Appointment da EAESP-FGV; Emerson Gasparetto, diretor-geral de Negócios Hospitalares e Oncologia na Dasa; e Roberto Rangel, diretor-geral do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla. A mediação foi de Flávia Oliveira, colunista do GLOBO.
Foram muitos os senadores que trabalharam para sensibilizar o ex-ministro Eduardo Pazuello a apontar a cadeia de comando de decisões controversas do governo relacionadas à pandemia. Mas o general Pazuello manteve o discurso do primeiro dia de sessão, e seguiu na linha de tentar eximir o presidente Jair Bolsonaro de responsabilidade sobre a demora para comprar vacinas ou na política de disseminação do tratamento ineficaz contra a Covid. A diferença, dessa vez, é que ele foi submetido ao contraditório, e deixou escapar lacunas, que deverão ser exploradas pela CPI. Em um caso, por exemplo, reconheceu que Bolsonaro participou da reunião que descartou a intervenção na Saúde no Amazonas, durante a crise de oxigênio. Por outro lado, os governistas também tiveram mais espaço. E seguiram o script de que o governo teria cumprido o seu papel de repassar dinheiro e equipamentos para estados e municípios. Exploraram ainda o fato de os governadores, inclusive da oposição, terem defendido o uso da cloroquina, mesmo que isso tenha ocorrido bem antes dos estudos clínicos demonstrarem a ineficácia do medicamento. Enquanto isso, o relator Renan Calheiros enfileirava possíveis mentiras e contradições do depoente. Contou 14, ao todo. No Ao Ponto desta sexta-feira, a colunista Vera Magalhães aponta os resultados mais importantes do depoimento do ex-ministro à CPI e de que forma a fala de Pazuello deve nortear os trabalho da comissão daqui para frente.
Como já se previa, o ex-ministro Eduardo Pazuello foi de terno e gravata, e não com o uniforme do Exército, para a CPI da Covid. Mas deixou claro, logo no início seu depoimento, que passou nove meses no Ministério da Saúde para cumprir uma missão dada pelo presidente Jair Bolsonaro. Uma vez no cargo, no entanto, segundo a versão do ex-ministro, o presidente já não apitava em mais nada. Nem na política de compra de vacinas, nem na orientação - ou na falta dela - sobre o distanciamento social, nem na indução ao uso do chamado tratamento precoce, sem amparo científico. Se por um lado o ex-ministro retirava de Bolsonaro a responsabilidade sobre qualquer ato do ministério da Saúde na pandemia, por outro, se esquivava da sua própria responsabilidade. Por vezes mentiu, em temas sensíveis, como a falta de oxigênio em Manaus e a adoção de uma plataforma oficial que recomendava o uso da cloroquina, chamada de TrateCovid. Foi assim que Pazuello enfrentou a primeira parte de seu depoimento CPI da Covid. A oitiva foi interrompida de forma inesperada, depois que o senador Otto Alencar afirmou que o general se sentiu mal durante o intervalo da sessão. No Ao Ponto desta quinta-feira, as repórteres Natalia Portinari e Julia Lindner, contam os detalhes da primeira etapa do depoimento do ex-ministro da Saúde e o que se pode esperar da sessão desta quinta-feira.
Em 2015, o nível dos reservatórios das hidrelétricas que abasteciam o Sudeste do Brasil atingiu um nível crítico. Com o sistema em colapso, houve o acionamento de usinas térmicas, e foram necessárias campanhas para o consumo racional e água e luz. Agora, a história se repete, com algumas diferenças. O período de chuvas, que terminou em abril, teve precipitações muito abaixo das esperadas. A afluência de água nos reservatórios foi a menor dos últimos 90 anos. Porém, o sistema atual é mais preparado para suportar a falta de chuvas. Nesse momento, não há risco de desabastecimento. Mas há uma certeza: as alternativas para suprir a demanda deixarão a conta de luz mais cara e não descartam o risco de um agravamento da situação mais tarde. E o setor elétrico acumula, nos últimos meses, um represamento de tarifas que será repassado ao consumidor. No Ao Ponto desta quarta-feira, o jornalista Álvaro Gribel e o economista-chefe da Ativa Investimento, Étore Sanchez, explicam como a falta de chuvas afeta o fornecimento de energia e projetam o comportamento dos preços da energia nos próximos meses.
Há muito tempo, as licenças ambientais fazem parte da rotina de empreendedores, produtores rurais, órgãos ambientais e da Justiça. Elas são obrigatórias sempre que se trata de uma obra com significativo impacto ao meio ambiente, e seguem uma legislação redigida ainda em 1981. Em 1986, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) criou os relatórios de impacto ambiental, que são estudos detalhados sobre a área de influência do projeto, e de que forma ele interage com o solo e altera a vida das comunidades locais. Em 1997, as etapas do licenciamento foram definidas. De lá pra cá, os empreendimentos se transformaram, os órgãos ambientais se estruturaram e a disputa em torno das regras só aumentou. A polêmica começou antes mesmo da Constituição de 1988, e o debate no Congresso sobre o aperfeiçoamento das regras do licenciamento teve início em 2004, quando houve uma primeira versão de proposta. Depois de passar por várias comissões, nenhum consenso foi alcançado. Porém, na semana passada, estimulado pelo Palácio do Planalto, o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) pôs o projeto em votação, que foi aprovado pelo plenário. O relatório do deputado Neri Geller (PP-MT) flexibiliza a emissão de licenças, e dispensa de fiscalização uma série de propriedades. O relator afirma que o texto torna o licenciamento mais rigoroso, simples e eficiente, tese refutada por ambientalistas e por nove ex-ministros do Meio Ambiente, de diferentes governos. No Ao Ponto desta terça-feira, o diretor de Políticas Públicas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Eugênio Pantoja, explica de que forma o projeto aprovado pela Câmara abre caminho para a degradação de áreas protegidas e quais são as alternativas para melhorar o sistema de licenciamento.
Depois de ser apontado como incentivador da invasão do capitólio por extremistas em janeiro, o perfil do ex-presidente Donald Trump no Facebook foi suspenso. O Twitter já havia banido o republicado, da mesma forma que o Youtube. Antes, o político era visado pela disseminação de notícias falsas em relação à pandemia. Em outubro de 2020, um estudo da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, indicou Trump como o campeão de desinformação na rede. Contra a Covid, ele chegou a recomendar até o uso de desinfetante. Mas, nesses casos, sua punição foi mais branda. Limitou-se a post marcados como duvidosos. No Brasil, também são inúmeros os exemplos postagens que disseminam os reproduzem notícias falsas, porém nem sempre coibidas, o que levanta questionamentos. O youtuber Felipe Neto publicou um desabafo em sua conta no Twitter, no último dia 11, afirmando que a rede no Brasil não atua de forma adequada contra esse tipo de postagem. E prometeu levar o caso para a sede da empresa nos EUA. Episódios como esse levantam o debate a respeito do que as redes têm feito para frear o avanço da desinformação em tempos de pandemia e no ano de véspera da disputa eleitoral. No Ao Ponto desta segunda-feira, o colunista Pablo Ortellado, professor de gestão de políticas públicas da USP e estudioso da polarização e da disseminação de notícias falsas nas redes sociais, analisa os obstáculos para coibir o uso indevido das redes, especialmente por políticos, e reforça as dificuldades para evitar a proliferação de fake news, em especial nos aplicativos de mensagens.
Em seu depoimento à CPI da Covid no Senado, na quinta-feira, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou que não faltaram oportunidades para que o Brasil tivesse à disposição a vacina desenvolvida pela farmacêutica americana. Não por generosidade da empresa, mas por duas razões: o país é maior mercado do laboratório em toda a região e brasileiros participaram dos testes clínicos do imunizante, o que daria preferência em comparação com outros potenciais clientes. Por isso, o Brasil foi o 6º país em todo o planeta a receber uma oferta para compra de doses da chamada vacina de RNA mensageiro. Só em agosto de 2020, foram três ofertas, nos dias 14, 18 e 26 daquele mês. A empresa sempre oferecia opções que variavam entre 30 milhões e 70 milhões de doses. No entanto, todas as propostas foram ignoradas pelo governo federal. Posteriormente, a Pfizer fez ainda outras duas ações junto ao governo de Jair Bolsonaro, em novembro, para vender 70 milhões de doses, também sem sucesso. Àquela altura, a fabricante já tinha enviado carta ao presidente, que ficou dois meses sem resposta. E o mundo já sabia que tratava-se de um imunizante com a eficácia mais alta do mercado. O Brasil contava 167 mil pela Covid. O contrato, finalmente, foi assinado apenas em março deste ano, fazendo com que perdesse a chance aplicar 4,5 milhões de doses ao longo desse período. Entre a primeira proposta, em agosto, e o anúncio do primeiro contrato com a Pfizer, em março, passaram-se 216 dias. Essa história foi contada pelo GLOBO, com uma cronologia e os bastidores desses meses de omissão nas tratativas com a fabricante, que agora deve fornecer ao Brasil até 200 milhões de doses. No Ao Ponto desta sexta-feira, os repórteres Rafael Garcia e Renata Mariz revelam os bastidores dessas tentativas de negociação e contam de que forma o governo deixou passar a chance de ampliar o ritmo da vacinação, salvando vidas no Brasil.
Foguetes sobrevoando a cidade de Tel Aviv e prédios destruídos em Gaza. O cenário observado em Israel esta semana é razão de preocupação dentro e fora do Oriente Médio. Desta vez, além dos bombardeios e do clima de mobilização total entre israelenses e palestinos, que contam mortos e feridos, eclodem disputas também entre árabes e judeus que vivem, lado a lado, nas chamadas cidades mistas, como Lod, na região central do país. Esse é um fator novo, de consequências imprevisíveis. Por isso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, impôs toque de recolher em Lod. De acordo com a imprensa de Israel, esta é a primeira vez em que o estado de emergência é decretado em uma área com grande população árabe desde 1966. Mas o clima de confrontação nas ruas se estende por outras cidades onde, até poucos dias, havia o convívio entre vizinhos. O conflito armado ocorre sete anos após a paralisação das negociações mediadas pelos Estados Unidos para a criação de um estado palestino. E isso tudo em um cenário político complexo, tanto em Israel quanto em Gaza, controlada pelo Hamas. No Ao Ponto desta quinta-feira, o colunista Guga Chacra e a jornalista Paola De Orte, diretamente de Tel Aviv, explicam o que provocou os confrontos em Israel; em que aspectos essa onda de violência se difere das anteriores; e de que forma é possível encontrar uma mediação para evitar uma escalada ainda maior do confronto.
Nos últimos dois anos, os principais líderes no Congresso travaram uma batalha para garantir que as chamadas "emendas do relator" estivessem recheadas de dinheiro. Foi assim no debate do orçamento deste ano, quando o o governo aprovou um texto que tinha tanto dinheiro para essas emendas que faltou para outras despesas obrigatórias. Em 2020, houve uma discussão muito parecida. Nessa queda de braço, o relator do orçamento ficou com R$ 20 bilhões em verbas para investimentos sob sua responsabilidade. Só que quem controla esse dinheiro é o próprio governo, que elaborou até um ranking para medir a fidelidade de seus aliados no Congresso. Com isso, a liberação dos recursos quase sempre privilegia os parlamentares mais fiéis. Segundo o jornal "O Estado de S.Paulo", a fome dos aliados é saciada por R$ 3 bilhões, que são liberados seguindo o humor do Planalto e a caneta do ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Com um detalhe adicional: esse mecanismo dificulta o acompanhamento dessa despesa. No Ao Ponto desta quarta-feira, o repórter de Economia Manoel Ventura e o editor-executivo Paulo Celso Pereira contam como o governo abastece com verbas públicas seus principais defensores e as brechas que esse método abre para irregularidades.
Quatro dias depois da operação da Polícia Civil do Rio na favela do Jacarezinho, na última quinta-feira, ainda há muitas perguntas sem resposta. Porém, o quebra-cabeças sobre o que tornou-se a ação mais letal da História da polícia fluminense já começa ser montado. Até agora, foram contabilizados 28 mortos, sendo que um deles é o policial André de Mello Frias. Segundo a polícia, os outros 27 homens eram ligados ao tráfico de drogas e à facção que domina a comunidade. Apenas quatro dos 27 mortos, no entanto, eram alvo da operação que tinha por objetivo coibir o aliciamento de crianças para atuar no tráfico. E dois deles não tinham nenhuma anotação criminal, de acordo com relatório de inteligência da Polícia Civil, obtido pelo GLOBO e produzido três dias após a operação. A Polícia Civil sustenta que os 200 policiais enfrentaram resistência e reagiram. Essa reação está registrada em boletins de ocorrência e no relatos de policiais e testemunhas, que revelam a dinâmica das mortes ao longo de toda a manhã de tiros e tensão na comunidade. No Ao Ponto desta terça-feira, o repórter de polícia Rafael Soares conta o que já se sabe sobre as mortes no Jacarezinho. Ele também descreve os pontos ainda obscuros sobre a operação; as dificuldades que devem existir para que a ação seja investigada; e de que forma a atuação dos policiais afetou o comando do crime organizado no Jacarezinho.
A decisão da Assembleia Legislativa de El Salvador de destituir o procurador-geral e os cinco juízes da Corte Constitucional do país, no começo de maio, não foi apenas um sintoma de que a democracia corre riscos no pequeno país da América Central. A crise institucional na nação do presidente Nayib Bukele, que integra o chamado triângulo do Norte com Honduras e Guatemala, também revela a fragilidade política em toda região. E mostra o tamanho do desafio para Joe Biden enfrentar a crise de imigrantes ilegais nos Estados Unidos. Só no último mês de março, 172 mil pessoas, entre elas 19 mil menores desacompanhados, foram detidas na fronteira do sul dos EUA, o número mais alto em 15 anos. A crise migratória fez quem que a própria vice-presidente Kamala Harris assumisse a coordenação do tema na Casa Branca. Por um lado, ela atua na articulação de uma resposta política ao governo de El Salvador. Por outro, tenta desestimular a chegada à fronteira desses imigrantes ilegais. Para isso, os Estados Unidos anunciaram uma ajuda de US$ 310 milhões aos países do Triângulo do Norte para amenizar a insegurança alimentar. Esse dinheiro faz parte de um plano ainda maior, de US$ 4 bilhões, para frear o fluxo na fronteira. No entanto, os principais analistas internacionais reconhecem que essa ajuda não resolve o problema. No Ao Ponto desta segunda-feira, a repórter especial Janaina Figueiredo e o professor de Relações Internacionais da Faap Carlos Gustavo Poggio analisam a extensão da instabilidade política na América Latina e de que forma ela afeta os planos de Biden para frear a imigração ilegal, um dos temas mais sensíveis da política americana.
Foi por meio de um ofício encaminhado pelo secretário-geral do Exército, lido pelo senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid, que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello comunicou que não poderia comparecer ao depoimento marcado para a última quarta-feira. A reunião ficou para o dia 19, após ele alegar ter tido contato recente com pessoas infectadas. Mas essa não foi a única vez que o Exército se viu obrigado a atuar no caso. Como foi revelado pelo G1, os técnicos da CPI telefonaram para Pazuello, em seu aparelho pessoal, com a intenção de oficializar sua convocação. Quem atendeu foi o coronel Élcio Franco, ex-secretário-executivo de Pazuello na Saúde. E Franco disse aos servidores que aquele não era o caminho adequado. Seria preciso levar o assunto para o próprio Exército. Ademais, Pazuello, general de Divisão da ativa, tem sido desencorajado por colegas da Força a comparecer à CPI fardado ou a associar sua atuação no ministério ao Exército. Essa possível confusão entre o general e o ministro acendeu o alerta do presidente da CPI. Ao blog da jornalista Ana Flor, o senador Omar Aziz resumiu: "Não vamos colocar o Exército como investigado. Porque isso só interessaria a uma pessoa. É o que Bolsonaro quer". Tudo isso enquanto o presidente retoma o tom de ameaça, seja contra os governadores ou com o STF, por causa das medidas de distanciamento social. No Ao Ponto desta sexta-feira, a jornalista Tânia Monteiro e o colunista Merval Pereira analisam de que forma o Planalto busca nas Forças Armadas respaldo para reduzir a pressão sobre Pazuello e na sua gestão à frente do Ministério da Saúde.
No fim de abril, a Apple lançou mais uma das habituais atualizações do sistema operacional chamado IOS. Como de costume, essa atualização trouxe ajustes e novos recursos para os usuários dos smartphones da marca, que são utilizados por mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo. Só que dessa vez, a gigante da tecnologia incorporou uma nova ferramenta que dá ao cliente a opção de permitir ou não o rastreamento de suas informações por aplicativos instalados no aparelho, como idade, localização, dados de saúde e hábitos de consumo. Outras gigantes do ramo da tecnologia, em especial o Facebook, se opuseram à ação da empresa fundada por Steve Jobs. Isso porque são essas as informações usadas para a venda de propaganda direcionada, que chega ao seu computador com base em suas preferências pessoais, o que aumenta a rentabilidade da rede social. O Facebook alega que o interesse dos anunciantes na internet despenca quando não é possível direcionar uma propaganda a determinados perfis de usuários. No Ao Ponto desta quinta-feira, o repórter de Economia André Machado fala sobre o uso de dados pessoais na internet, o perigo do compartilhamento dessas informações para o usuário e de que forma as grandes empresas do setor podem ser afetadas - e como reagem - diante da pressão da Apple.
Em seu discurso ao ser empossado no Ministério da Educação (MEC), em julho do ano passado, Milton Ribeiro prometia um legado positivo e de esperança para as gerações futuras. No mesmo pronunciamento, assegurava foco na educação das crianças e no ensino profissionalizante. "Queremos abrir um grande diálogo para ouvir os acadêmicos e educadores que, como eu, estão entristecidos com o que vem acontecendo em nosso país", completou Ribeiro, ao ser nomeado como o terceiro ocupante do cargo no governo Bolsonaro. Antes dele, vieram Ricardo Vellez Rodrigues e Abraham Weintraub, cujas gestões foram marcadas por criticas de técnicos e também por polêmicas, principalmente no caso de Weintraub. Mas, passados nove meses da chegada de Ribeiro ao MEC, as polêmicas ficaram para trás, porém as críticas continuam. Na verdade, se intensificaram. Algumas vieram da estrutura da própria pasta, como a do ex-presidente do Inep, Alexandre Lopes, que revelou à repórter Paula Ferreira que o Enem deste ano corre risco de não acontecer por falta de recursos e planejamento. Nesta terça-feira, reportagem do GLOBO também mostrou que o orçamento deste ano para investimentos do MEC é o menor desde 2018, em um ano chave para dar conta dos desafios impostos pela pandemia. Esse conjunto de fatores, entre outros, faz como que especialistas, como Priscila Cruz, presidente do movimento Todos pela Educação, entrem em alerta.- A gente tem um ministério da Educação que não cumpre o seu próprio papel legal, o seu papel constitucional. Eu já havia dito que o Weintraub era o pior ministro da Educação do país, mas hoje eu preciso rever essa minha frase. O ministro Milton Ribeiro consegue ser pior - afirma Priscila, que também é mestre em administração pública e há 20 anos acompanha em detalhes as políticas públicas para o setor.No Ao Ponto desta quarta-feira, Priscila Cruz analisa o impacto da baixa de execução orçamentária e da falta de ação no encaminhamento dos temas mais importantes para a Educação no Brasil.
Israel, Noruega, Estados Unidos e Canadá. Esses são apenas alguns exemplos de países nos quais a vacinação já ajudou a reduzir as taxas de internações e mortes de idosos por Covid-19. No Brasil, pesquisadores analisaram os dados do Ministério da Saúde e concluíram que a imunização salvou cerca de 14 mil vidas de pessoas com mais de 80 anos, num intervalo de 8 semanas, entre meados de fevereiro e abril. Com isso, o percentual, que em janeiro era de 28%, de mortos pelo coronavírus que tinham mais de 80 anos, caiu para 13,1% no final de abril, o menor já registrado para essa faixa etária durante toda a pandemia. E os dados poderiam ser ainda melhores, caso o país tivesse mais vacinas disponíveis, como afirmou a chefe do Departamento de Saúde Global e População de Harvard, Marcia Castro. No Ao Ponto desta terça-feira, o professor emérito de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas Cesar Victora fala sobre os primeiros resultados da vacinação no Brasil e por qual razão é decisivo aumentar, urgentemente, a velocidade da imunização.
Antes mesmo do início da CPI da Covid no Senado, já era notório o esforço do Palácio do Planalto para impedir o avanço da comissão sobre as falhas do governo federal no combate à pandemia no Brasil. Além de trabalhar para que a investigação mire na destinação de recursos federais a estados e municípios, o governo também atua para reduzir o impacto de temas como a demora para a compra de vacinas; o desestímulo ao distanciamento social; e a defesa do tratamento precoce, mesmo sem amparo científico. Para isso, como ficou demonstrado em requerimentos redigidos por uma assessora dentro do Planalto, usa a estratégia de convocar médicos que defendam as teses do governo. O plano é dificultar a tipificação de eventuais crimes relacionados a esses temas, que poderão subsidiar órgãos como a Polícia Federal (PF), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF). Se a punição pelo desvio de dinheiro público é bem conhecida, o enquadramento individualizado de servidores públicos por omissões ou ações equivocadas na Saúde não é tão simples. Depende de provas que indiquem o descumprimento da Constituição ou de lei que tratam dos temas relacionados, como foi o caso da ação movida pelo MPF contra o ex-ministro Eduardo Pazuello pela falta de oxigênio em Manaus. No Ao Ponto desta segunda-feira, o advogado Silvio Guidi, mestre em Direito Administrativo, Autor do livro Serviços Públicos de Saúde e ex-membro do Fórum de Saúde do CNJ, explica de que forma é possível responsabilizar individualmente os gestores investigados por erros no combate à pandemia.
Atravessando o colapso na saúde pela explosão no número de infectados pela Covid-19, a Índia sofre com a falta de oxigênio, de medicamentos e de leitos de UTI para auxiliar no tratamento de pacientes. Uma representação da batalha para conseguir insumos é o preço do cilindro de oxigênio no mercado clandestino, que ficou dez vezes mais caro. Também existe uma corrida frenética por remédios como o Remdesivir, que auxilia os pacientes que evoluem para a síndrome respiratória aguda grave. As imagens da segunda onda de Covid-19 na Índia, com um número oficial de mais de 205 mil mortos, em uma contagem subnotificada, lembram o que aconteceu em Manaus, no início do ano. Em um país com 1,4 bilhão de habitantes, porém, a escala é muito maior. Na esteira da crise sanitária, assim como aconteceu no Brasil, há também uma nova variante na Índia que, de acordo com a OMS, já foi identificada em 19 países e é a responsável pela disparada de casos, em associação às aglomerações e festas tradicionais, que ocorreram sem restrições. No Ao Ponto desta sexta-feira, o médico radicado na cidade de Jamnagar Francisco Paquet dos Santos relata como está a situação no país e quais são os fatores que tornam ainda mais complexo o enfrentamento da pandemia. O professor de Relações Internacionais da FGV Oliver Stuenkel analisa a atuação do governo indiano e a importância do apoio internacional, que chega de forma mais rápida e contundente ao país asiático na comparação com o Brasil.
No começo de abril, o Brasil batia recordes consecutivos de mortes pela Covid-19. Chegou a registrar 4.190 no dia último dia 8. No entanto, os números da pandemia, lentamente, apresentam uma progressiva melhora. Nesta quarta-feira (28), por exemplo, foram contabilizadas 3.019 mortes e, nesse momento, apenas o Acre apresenta uma tendência de aumento de óbitos, sendo que a média em outros 14 estados é de queda. Mesmo assim, não há motivos para comemoração. Considerando a média móvel dos últimos sete dias, o Brasil deve superar nesta quinta-feira a barreira de 400 mil vítimas da pandemia. Além disso, esses números positivos, infelizmente, não significam que a curva de novos casos e mortes esteja caindo de forma definitiva. Também não revelam que a campanha de vacinação já afeta o quadro geral de infecções em todo o país. No Ao Ponto desta quinta-feira, o epidemiologista Wanderson de Oliveira, ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, descreve as projeções de mortes e de contágios para os próximos 90 dias; explica quando e de que forma a vacinação começará a impactar o conjunto da sociedade; e dá sua opinião sobre a reabertura de escolas no atual estágio da pandemia.
O governo bem que tentou, mas não conseguiu tirar Renan Calheiros (MDB-AL) do cargo de relator da CPI da Covid. E o emedebista já mostrou a que veio, com uma lista de 11 requerimentos para iniciar o processo de investigação e um recado direto ao governo: "há culpados e eles serão responsabilizados”, disse Renan, em relação aos efeitos da pandemia no Brasil, que já provocou a morte de mais de 390 mil pessoas. O senador de alagoas foi escolhido pelo presidente Omar Aziz (PSD-AM), eleito pela maioria, após acordo costurado com o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O vice-presidente da comissão é Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o mesmo que foi xingado e ameaçado pelo presidente Jair Bolsonaro, em conversa divulgada com o senador Jorge Cajuru (Podemos). Se a oposição aposta nas ações e omissões do governo federal, como no caso da falta de oxigênio em Manaus ou da demora para a aquisição de vacinas, o governo e seus aliados também têm seus planos. Após a derrota na tentativa de tirar Renan Calheiros da relatoria, os governistas devem concentrar munição nos gastos de governadores e prefeitos de capitais com o dinheiro federal para o combate à Covid-19. No Ao Ponto desta quinta-feira, os repórteres Jussara Soares e Paulo Cappelli contam como estão sendo preparados os planos de ataque e contra-ataque dentro da CPI da Covid.
À medida que a pandemia da Covid-19 avança no mundo, novos dados são apresentados sobre como a doença afeta as mulheres grávidas. E os cientistas percebem uma elevação dos casos graves nessa população, especialmente após a descoberta de variantes mais transmissíveis do novo coronavírus. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) detectou um aumento dos casos de partos prematuros de mães infectadas. Além disso, o CDC também apontou que a gestação é um fator de alto risco para o agravamento da doença. Em comparação com mulheres da mesma faixa etária, gestantes tiveram 62% a mais de chances de serem internadas. Em relação a intubações, o percentual sobe para 88%. Esses conjunto de informações levou o secretário de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Raphael Parente, a sugerir que, por enquanto, os casais cogitem adiar os planos de engravidar. O ministério passou a incluir gestantes com comorbidades nos grupos prioritários. E as mulheres grávidas sem fatores de risco associado também podem se vacinar, apesar da falta de estudos clínicos com essa população antes da liberação dos imunizantes pelas agências sanitárias. Mas esse grupo continua sendo estudado, inclusive com notícias animadoras. No Ao Ponto desta terça-feira, a médica Melissa Palmieri, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), explica de que forma os benefícios da vacinação superam os riscos até hoje conhecidos sobre o uso dos imunizantes por gestantes no Brasil e no mundo.
Uma epidemia e uma vergonha internacional. Desta forma, o presidente americano Joe Biden classificou os episódios de violência envolvendo armas de fogo nos Estados Unidos. Somente em 2020, foram quase 20 mil mortos a tiros no país, incluindo as vítimas de ataques em massa. Após três novos episódios em março e abril, o presidente americano anunciou uma série de medidas para aumentar o controle do acesso a armas e munições. Mas a tarefa de desestimular o uso de armas entre os americanos não é simples. A posse e o porte nos Estados Unidos são protegidos constitucionalmente desde o final do século 18 pela Segunda Emenda. A organização Small Arms Survey estima que os civis americanos possuem 393 milhões de armas de fogo, ou seja, mais armas do que habitantes. E em 2020, cerca de 40% das vendas de armas foram para compradores de primeira viagem, de acordo com a National Shooting Sports Foundation. No Ao Ponto desta segunda-feira, a jornalista Paula Mena Barreto Hall, que vive nos Estados Unidos há 13 anos, conta como será difícil para o governo democrata aprovar mudanças na lei que sejam contrárias à agenda armamentista. Melina Risso, diretora de Programas do Instituto Igarapé e coautora do livro “Segurança Pública para virar o jogo”, compara a situação americana com a brasileira e mostra os riscos da "epidemia" de armas do EUA se espalhar por aqui.
No debate ambiental, que ganhou força com a Cúpula do Clima convocada pelo presidente americano Joe Biden, o protagonismo do Brasil não se limita ao debate sobre a proteção da Amazônia e às críticas à agenda do governo de Jair Bolsonaro. O Brasil é exemplo para o mundo no uso de fontes renováveis para a produção de energia elétrica. Aqui, em média, mais de 58% de toda eletricidade vêm da força das águas. E outros 11% têm origem fontes como o vento e o sol, especialmente dos parques eólicos. Mas, quando se trata dos motores da indústria, do agronegócio e de nossos veículos, o protagonista é o petróleo, que representa quase a metade toda a energia produzida no país. Porém, apesar do peso do óleo e do gás na matriz energética, o Brasil ainda está em vantagem sobre outras nações, especialmente as ricas, na comparação entre o uso de energia fóssil e das chamadas fontes renováveis. Só que essa diferença tende a diminuir. Nos últimos três anos, sete grandes petroleiras privadas, com atuação internacional, ampliaram, ano após ano, seus investimentos na economia verde. Por isso, a indústria de petróleo nacional também precisa fazer o seu dever de casa. E esse processo é mais lento por aqui, principalmente porque a Petrobras se viu obrigada a abrir mão de ativos para reequilibrar suas contas, após o escândalo de corrupção revelado pela operação Lava-Jato. No Ao Ponto desta sexta-feira, a pesquisadora Fernanda Delgado, coordenadora da FGV Energia, e o repórter de Economia Bruno Rosa explicam de que a forma as empresas do setor no país se adaptam à economia verde.
O Brasil chega à cúpula do clima, convocada pelo presidente americano Joe Biden, com um importante dilema: o país quer dinheiro internacional para combater o desmatamento ilegal, mas quase ninguém acredita que essa promessa é pra valer. Antes do encontro, que ocorre virtualmente entre quinta e sexta-feira, o próprio enviado especial da Casa Branca, John Kerry, manifestou o elevado grau de ceticismo em relação às políticas do governo Bolsonaro. Em uma postagem no Twitter, no último dia 16, ele considerou importante que Bolsonaro, em carta a Biden, tenha reafirmado o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal, mas ponderou que espera "ações imediatas e engajamento com a população indígena e a sociedade civil para que este anúncio tenha resultado tangíveis". Nos últimos dias, o Planalto se esforçou para tentar apresentar metas e um cenário positivo sobre o país. No entanto, uma série de ações inibiram essa tentativa. Além da carta de servidores do Ibama, que denunciaram uma ação do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) para dificultar a fiscalização de ações ilegais, a promessa de uso da Força Nacional de Segurança no combate ao desmatamento, reforçaram às dúvidas no setor. No Ao Ponto desta quinta-feira, a editora de Mundo, Cláudia Antunes, e o repórter Renato Grandelle explicam a importância da cúpula para o Brasil, para os Estados Unidos e para o restante do mundo. E analisam os compromissos que Bolsonaro pretende assumir durante o encontro.
Até hoje, nenhum remédio pode ser tratado como a cura para a Covid e, por enquanto, as vacinas seguem como a única fórmula eficaz para impedir os sintomas graves e a morte pela doença. No entanto, na terça-feira (20), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a distribuição de mais um medicamento para ajudar no tratamento de infectados pelo novo coronavírus. O coquetel de anticorpos foi batizado de Regen-Cov, da fabricante americana Regeneron. Essa é a mesma combinação de substâncias que o ex-presidente americano Donald Trump tomou quando contraiu a Covid, no ano passado. Segundo a Anvisa, trata-se de um produto com a segurança comprovada e que já apresenta sinais de sucesso, quando utilizado nos primeiros 10 dias de sintomas. E não é o único. O primeiro autorizado pela Anvisa foi o antiviral Remdesivir, liberado em março, que tem preço alto e cuja utilização no Brasil ainda é rara. Ele é voltado para pacientes já com agravamento do quadro clínico e, da mesma forma que o primeiro, sua administração é intravenosa, restrita aos hospitais. Além deles, há ainda outros medicamentos em estudo, cujos testes clínicos avançam de forma promissora, como é o caso do Molnupiravir. No Ao Ponto desta quarta-feira, o infectologista Antônio Bandeira, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica o que pode-se esperar dos medicamentos aprovados ou em estudo e analisa as dificuldades que os hospitais brasileiros podem ter para adquiri-los.
Mesmo depois de sair do comando do Ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello recebe sucessivas sinalizações de apreço do presidente Jair Bolsonaro. Desde que foi demitido, sob pressão do Centrão, Bolsonaro tenta encaixar o militar em uma vaga dentro do Palácio do Planalto, após várias tentativas frustradas de encontrar outros posto para o aliado fiel. No último sábado, Pazuello foi convidado pelo presidente e participou de uma visita ao município de Goianópolis (GO), onde o Bolsonaro, novamente, provocou aglomerações e foi ao encontro de apoiadores sem máscara. Todo esse esforço ocorre em paralelo aos preparativos para o início da CPI da Covid no Senado, que deve ser instalada nos próximos dias. Os trabalhos da comissão ainda não começaram, mas os parlamentares já contam com um material consistente, produzido em investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público Federal (MPF). Os órgãos analisaram, por exemplo, as falhas de Pazuello e sua equipe antes de faltar oxigênio para os pacientes hospitalizados em Manaus, no começo do ano. Também fizeram uma apuração detalhada da atuação do ministério para a aquisição de medicamentos como sedativos e relaxantes musculares, utilizados por pacientes intubados. No Ao Ponto desta terça-feira, os repórteres Leandro Prazeres e Paula Ferreira, da sucursal de Brasília, listam os principais temas já apurados sobre a atuação do ministro e exploram os flancos abertos para o avanço da CPI em relação à atuação do ex-ministro.
Ainda em 2020, a África do Sul e a Índia, aliados do Brasil no Brics, apresentaram um pedido ao conselho de propriedade intelectual da Organização Mundial do Comércio (OMC), para suspender temporariamente os direitos de patentes de insumos, vacinas e equipamentos médicos para combater a Covid-19. A suspensão seria mantida até que a maioria da população mundial estivesse vacinada. O pleito conta com o apoio de outras 55 nações pobres ou em desenvolvimento. No último dia 15, um grupo de 60 ex-líderes mundiais, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se associou à iniciativa e pediu ao presidente americano Joe Biden que apoie a quebra de patentes. Mas os Estados Unidos, assim como outros países ricos, como Reino Unido e Suiça, que abrigam matrizes de grandes farmacêuticas, resistem à ideia Segundo os laboratórios, a suspensão de licenças desestimula os investimentos em inovação, sem os quais seria impossível produzir vacinas contra o coronavírus em menos de um ano. Em meio ao impasse, o Brasil se posicionou contra seus aliados nos Brics e se alinhou aos EUA e à Europa. Agora, no entanto, o Itamaraty passou a defender uma proposta alternativa para que a OMC mobilize as nações e acelere a capacidade mundial de produção de vacinas. No Ao Ponto desta segunda-feira, Paulo Buss, ex-presidente e atual coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, explica o que está em jogo na batalha pelos direitos de propriedade intelectual de produos farmacêuticos durante a pandemia.
Antes de alcançar mais de 360 mil mortes, com uma média móvel na casa de três mil óbitos diários, e do desespero com a falta de sedativos para pacientes intubados, o Brasil passou por longo e doloroso ano. Nos primeiros meses de 2020, a Covid-19 preocupava mais nas capitais. Até que o novo coronavírus começou a se disseminar pelo interior do país. A partir daí, anúncios de medidas de isolamento social e a abertura de hospitais de campanha e de novos leitos de UTI começaram a fazer parte da rotina do noticiário. Sem liderança do governo federal, prefeitos e governadores passaram a agir isoladamente, sem coordenação ou integração nacional. O resultado foi a falta de sincronia entre as diferentes ações de saúde. Isso sem contar o descompasso entre o avanço da pandemia e o pagamento do auxílio emergencial, que chegou a ser interrompido por três meses a partir de dezembro. Esse conjunto de ações descoordenadas compõe um complexo quebra-cabeças montado por um grupo de dez cientistas, descrito em um artigo publicado na revista Science. No Ao ponto desta sexta-feira, a líder da pesquisa, a demógrafa Marcia Castro, professora titular da Escola de Saúde Pública de Harvard, explica os principais achados do estudo e analisa de que forma o Brasil se tornou o epicentro da doença no mundo.
Desde que foi eleito presidente dos Estados Unidos, Joe Biden tem dado atenção especial para a agenda climática, em paralelo à luta contra a pandemia. Em campanha para assumir a liderança mundial das ações ambientais, após os EUA perderem protagonismo no governo de Donald Trump, Biden convocou uma cúpula virtual nos dias 22 e 23 de abril para que líderes de outras nações apresentem suas ações em relação ao tema. Vladmir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China, estão entre os 40 líderes com presença confirmada. O presidente Jair Bolsonaro também. E, não à toa, conforme informou a CNN Brasil, na noite de quarta-feira, ele enviou uma carta ao presidente americano para assumir o compromisso de acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e propôs um plano de ajuda de países ricos, que hoje observam o governo com ceticismo. Com isso, o governo esperar contar com o apoio dos Estados Unidos, manifestado por Trump, em sua tentativa de ingressar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado clube dos países ricos. Porém, além da forte pressão de europeus contra o avanço do desmatamento, o Brasil terá que provar que adota medidas efetivas. O embaixador americano em Brasília, Todd Chapman, alertou que o Brasil deve apresentar resultados concretos para a preservação da Amazônia se quiser manter o apoio de Washington para ingressar na OCDE. No Ao Ponto desta quinta-feira, que integra o projeto "Um Só Planeta", o físico Paulo Artaxo, da USP, referência mundial no estudo das mudanças climáticas, conta o que espera da participação do Brasil na cúpula e quais são os resultados que o encontro convocado por Biden pode ter nas ações globais contra a crise climática.
O impacto da Covid-19 sobre o cérebro é um mistério que os cientistas ainda tentam desvendar. Porém, são inúmeras as pesquisas que estudam a ação do novo coronavírus sobre o sistema nervoso. Uma investigação conduzida pela Universidade de Yale já apresenta algumas conclusões importantes. O estudo sustenta que o vírus pode infectar os neurônios, invadir o cérebro e os vasos sanguíneos cerebrais, causando estragos psíquicos e neurológicos de maior ou menor gravidade, cujos efeitos podem ser prolongados. A perda de paladar e olfato por longos períodos, por exemplo, entra na lista de sintomas neuropsicológicos, da mesma forma que os relatos de confusão mental, convulsões, ansiedade e depressão. Além disso, os cientistas também já identificaram que a Covid-19 pode provocar inflamação no cérebro, com obstrução de vasos sanguíneos. No Ao Ponto desta quarta-feira, o professor emérito da UFRJ e neurocientista Roberto Lent, colunista da seção A Hora da Ciência, trata das hipóteses para explicar o caminho da Covid-19 até o sistema nervoso, e explica de que forma a doença pode causar danos ao cérebro
Segundo o presidente Jair Bolsonaro, o pedido de CPI da Covid-19 no Senado, protocolado por parlamentares de oposição, é um limão que pode se transformar em uma limonada. Para isso, pretende transformar a investigação das falhas do governo federal no combate à pandemia em uma apuração sobre desvios identificados nos estados e nos municípios com recursos destinados ao combate do novo coronavírus. O plano ficou explícito no domingo, quando o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), divulgou uma conversa, no dia anterior, com o presidente. Porém, como o requerimento apresentado pela oposição ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), não contempla estados e municípios, os governistas passaram a segunda-feira coletando assinaturas para criar uma nova CPI, mais abrangente, o que ainda está em discussão. No entanto, o presidente foi mais longe na conversa gravada pelo senador. Ele estimulou a abertura de processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal, dias após acusar o ministro Luís Roberto Barroso de militância política ao determinar a abertura da CPI. Na opinião do presidente, se houver uma investida contra ministros do Supremo, prefeitos e governadores, como ele defende, o Congresso "vai melar tudo". No Ao Ponto desta terça-feira, a repórter Julia Lindner e o colunista Bernardo Mello Franco contam qual deve ser o encaminhamento do Senado sobre a CPI da Covid e analisam os temas que mais preocupam o governo nessa investigação.
Os ingleses passaram os últimos três meses sob severas restrições de circulação, após o agravamento da pandemia em janeiro, na esteira da disseminação da chamada variante britânica do novo coronavírus. Porém, a situação atual no Reino Unido é tão diferente que o primeiro ministro Boris Johnson se permitiu uma pitada de humor para dizer que pretende tomar uma cerveja em um pub, com cautela, nesta segunda-feira (12). A promessa de Johnson é fruto da retomada gradual das atividades no país, que tem uma nova etapa, com a reabertura das áreas externas de bares e restaurantes, e ocorre após a melhora nos números da pandemia, em especial da queda expressiva do número de mortes. Até poucos dias, os cientistas estudavam se redução de óbitos decorria apenas do lockdown, ou se também já era reflexo do rápido avanço do programa de vacinação. Um estudo do Imperial College de Londres revelou que o descolamento entre o número de casos e de mortes já é, sim, resultado do plano de imunização, que veio acompanhado das medidas restritivas, do programa de testagem e, principalmente, do uso inteligente do sequenciamento genético para rastrear casos e o avanço de novas variantes. No Ao Ponto desta segunda-feira, a jornalista Vivian Oswald e a infectologista Ana Luiza Gibertoni, pesquisadora da Universidade de Oxford e médica do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, contam como os ingleses passaram de quase 1,4 mil mortes, em um único dia em janeiro, para menos de menos de 30 óbitos diários em abril. Gibertoni ainda explica de que forma a experiência inglesa pode servir ao Brasil, que já contabiliza mais 350 mil mortes pela doença.
Com o apoio da tecnologia, que permitiu a recuperação de mensagens que serviram como provas decisivas, a Polícia Civil do Rio de Janeiro afirma ter esclarecido a morte de Henry Borel. De acordo com os investigadores, o menino de quatro anos foi assassinado e torturado pelo padrasto, o vereador Dr. Jairinho, preso na última quinta-feira (8) junto com a mãe da criança, Monique Medeiros, apontada como cúmplice pelo homicídio. Ambos negam as acusações e dizem que Henry foi vítima de um acidente doméstico. Ainda sustentam que a relação familiar era harmoniosa até o dia da tragédia. No entanto, as mensagens recuperadas pela polícia entre a mãe e a babá de Henry, Thayna de Oliveira Ferreira, revelam outra história. Indicam uma rotina de agressões de Jairinho a Henry, com o conhecimento de Monique. A prisão temporária de ambos, por 30 dias, foi decretada pela Justiça antes mesmo da conclusão do inquérito, no qual são investigados por homicídio duplamente qualificado. Embora as investigações prossigam, segundo a Polícia Civil, não restam mais dúvidas sobre a autoria do assassinato. No Ao Ponto desta sexta-feira, a repórter Paolla Serra mergulha nos detalhes do caso e revela as impressões dos policiais ao longo de um mês de investigações.
Em seu rápido discurso de posse, o novo ministro da Justiça, Anderson Torres, tratou como prioridade o foco na segurança pública. E se alinhou ao presidente, em tom crítico às medidas de isolamento social. No entanto, coube ao próprio Jair Bolsonaro, na mesma cerimônia, indicar qual seria a primeira ação de impacto do novo subordinado: a troca no comando da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal. O escolhido para a PF foi Paulo Maiurino, que anteriormente atuou como assessor especial de Segurança Institucional do Conselho da Justiça Federal (CJF) e secretário de Segurança do Supremo Tribunal Federal (STF). Maiurino, com passagens também pelos governos de Geraldo Alckmin, em São Paulo, e de Wilson Witzel, no Rio, assume o cargo de diretor-geral no lugar de Rolando de Souza, à frente da Polícia Federal desde a saída do ex-ministro Sergio Moro, em maio de 2020. A nomeação do novo diretor da PF causou surpresa entre experientes delegados da corporação, mas agradou a políticos da chamada "bancada da bala", ligados à agenda da segurança pública. No Ao Ponto desta quinta-feira, a colunista Bela Megale e o repórter Aguirre Talento contam os bastidores da troca na PF e explicam como ela influencia, até mesmo, a disputa pela próxima vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), com a saída do ministro Marco Aurélio Mello, marcada para o dia 5 de julho.
À medida que a vacinação contra a Covid-19 avança no mundo, também aumenta a sensação de que é possível relaxar nas medidas de prevenção tão logo o imunizante seja aplicado. As autoridades estão preocupadas para o surgimento de novos surtos em países como Chile e Estados Unidos, exemplos de sucesso nas campanhas de vacinação. O motivo é o abandono precipitado das ações de higiene e do distanciamento social, na contramão das evidências que recomendam a cautela. No Brasil, onde apenas 10% da população tomaram a primeira dose, e menos de 3% receberam a segunda, não existe qualquer dado encorajador e, portanto, a vigilância deve seguir rigorosa, seja entre os vacinados ou não vacinados. E o alerta é ainda mais importante para quem já recebeu sua primeira dose. Esse grupo só estará com toda a proteção esperada em um período que varia entre duas e três semanas após a aplicação da segunda dose, seguindo os intervalos previstos para cada imunizante. No Ao Ponto desta quarta-feira, o virologista Anderson Brito, doutor em Biologia Computacional pelo Imperial College, de Londres, explica a diferença entre estar vacinado e 100% imunizado e as razões para se manter vigilante, mesmo após receber as duas doses da vacina.
Em meio à tragédia da pandemia, o Brasil enfrenta em 2021 um outro dilema que passa quase despercebido, mas que afeta todos os serviços públicos federais e chega à população na forma de obras. O Orçamento Geral da União, que determina como o dinheiro federal deve ser aplicado, só foi aprovado no final de março e ainda não foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. Embora já tenha sido aprovada, a proposta, por enquanto, é classificada como uma peça de ficção e está sujeita a vetos e novas negociações. O ponto mais polêmico foi a supressão de recursos para o pagamento de despesas obrigatórias, como a Previdência, para engordar o orçamento das obras, em ano de véspera de eleição. Esse ajuste beneficia os próprios parlamentares, que poderão ter, na atual versão, um orçamento de R$ 30 bilhões, por meio das emendas individuais ou de bancada. São recursos carimbados, que servem para construção de pontes, duplicação de estradas, construção de unidades de saúde ou obras de saneamento - e que chegam às cidades por meio de convênios com o governo federal. Nesse ano, porém, também entraram na conta vultuosas despesas por meio de um mecanismo chamado de "transferências especiais". O blog da colunista Malu Gaspar revelou, na segunda-feira, que essas despesas, que somaram R$ 621 milhões no ano passado, saltaram para R$ 7,3 bilhões em 2021. O caso chamou a atenção do partido Novo, que ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade pedindo ao STF que impeça esse tipo de operação. No Ao Ponto desta terça-feira, a jornalista Malu Gaspar explica de que forma o Congresso tenta assinar um cheque em branco para despesas nos redutos eleitorais e os riscos associados a esse mecanismo.
No primeiros meses do ano, a Patagônia foi tomada pelas chamas. A região, conhecida por suas exuberantes geleiras, é consumida desde o final de janeiro por grandes incêndios florestais. As autoridades locais investigam ações criminosas. Mas, na raiz do problema, o fogo se propaga na esteira de uma das mais implacáveis secas já enfrentadas na região. Trata-se um exemplo dos chamados fenômenos climáticos extremos, que ocorrem de forma cada vez mais frequente. São vários os fatores. Mas, na América do Sul, um deles está associado ao que acontece a cerca de 7 mil quilômetros do Centro-Sul da Argentina, na Floresta Amazônica. Cerca de um terço da umidade carregada pelos ventos para provocar as chuvas no continente teve origem na umidade que evaporou da floresta, fenômeno conhecido como evapotranspiração. E análises recentes confirmam o que os especialistas analisam há muito tempo: o desmatamento e as queimadas afetam o clima em toda a região. As estações secas estão se prolongando, e a temperatura média nas áreas devastadas também aumenta, com reflexo direto sobre regiões vizinhas — ainda preservadas. Esse impacto foi calculado no detalhe por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Eles confrontaram 40 anos de chuvas na Amazônia com as emissões de carbono na região entre 2010 e 2018. No AO PONTO desta segunda-feira, a cientista Luciana Gatti, pesquisadora e professora de pós-graduação do Inpe e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) explica como a devastação da floresta afeta o clima na Amazônia e em todo o continente. Este episódio integra o projeto UM SÓ PLANETA.
O Reage, Rio!, evento realizado pelos jornais O GLOBO e EXTRA, promoveu o debate "Foco no Social — Educação, saúde, segurança e qualidade de vida". Participaram da mesa: Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ceipe); Ilona Szabó, cofundadora e presidente do Instituto Igaparé; Jailson de Souza e Silva, fundador do Observatório de Favelas e diretor geral do Instituto Maria e João Aleixo; Margareth Dalcomo, pneumologista, professora e pesquisadora da Fiocruz; e Washington Fajardo, secretário municipal de Planejamento Urbano. A mediação foi de Rodrigo Gomes, editor executivo do Extra. O evento tem apoio de Rio de Mãos Dadas e Fecomércio RJ.
O Reage, Rio!, evento realizado pelos jornais O GLOBO e EXTRA, promoveu o debate "A retomada da economia - Óleo e gás, turismo e cultura". Participaram da mesa: Clarissa Lins, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP); Claudio Frischtak, economista; Danni Camilo, gestora de alimentos e bebidas e membro do conselho do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio); Eduardo Barata, presidente da Associação de Produtores de Teatro do Rio (APTR); e Roberto Medina, fundador e presidente do Rock in Rio. A mediação foi de Luciana Rodrigues, editora de Economia. O evento tem apoio de Rio de Mãos Dadas e Fecomércio RJ.
O Reage, Rio!, evento realizado pelos jornais O GLOBO e EXTRA, recebeu em 24/03 o prefeito Eduardo Paes, para tratar dos desafios do Rio durante a pandemia. A mediação foi de Flávia Barbosa, editora executiva dos jornais O GLOBO e EXTRA. O Reage, Rio! tem apoio de Rio de Mãos Dadas e Fecomércio RJ.
A nota de despedida de Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa foi marcada pelo recado claro de compromisso das Forças Armadas com o Estado. Já o anúncio dos novos comandantes que assumem Marinha, Exército e Aeronáutica trouxe a mensagem de "compromisso com a democracia e a liberdade do povo", de acordo com o novo ministro Braga Netto. O substituto de Azevedo e Silva reforçou ainda as missões da tropa no combate à pandemia. Dos generais escolhidos, o nome mais aguardado era o do novo comandante do Exército. Paulo Sérgio Nogueira, então chefe do Departamento de Pessoal, que defendeu, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, a adoção de medidas recomendadas pela OMS para enfrentar o novo coronavírus, as mesmas que o presidente Jair Bolsonaro sempre criticou. Ações que o presidente, mais uma vez, nesta quarta-feira, voltou a desprezar. Além Paulo Sérgio Nogueira, o almirante de esquadra Almir Garnier Santos assume a Marinha e o tenente-brigadeiro Baptista Junior, a Aeronáutica. Embora tenha se pronunciado, Bolsonaro ainda não explicou publicamente os motivos pelos quais demitiu o ministro da Defesa e provocou a saída dos três comandantes das Forças, provocando uma crise com os militares sem paralelo nos últimos 40 anos. Trocas que ocorrem, simultaneamente, à chegada do Centrão ao Palácio do Planalto e com o registro de quase quatro mil mortes, em um único dia, pela Covid. No Ao Ponto desta quinta-feira, a colunista Míriam Leitão analisa como fica a relação entre o governo e o novo comando militar e conta como setor econômico acompanha as últimas movimentações do presidente Jair Bolsonaro.
Na última sexta-feira, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou com pompa o desenvolvimento de uma nova vacina contra a Covid, que embora seja brasileira usa uma tecnologia cedida pelo Hospital Mont Sinai, de Nova York. A ButanVac pode vir a ser mais uma alternativa para combater a doença provocada pelo novo coronavírus. Na ocasião, Doria informou que trabalha com um cronograma que torna viável o início da distribuição a partir de julho. Para isso, o Instituto Butantan já deu entrada no pedido de autorização da Anvisa para início dos testes clínicos. Agora, a pesquisa segue o seu caminho, embora a previsão de Doria seja considerada por especialistas bastante otimista. Também na sexta-feira, algumas horas depois, o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, correu para anunciar outra vacina nacional. A Versamune é um projeto da farmacêutica brasileira Farmacore, liderado por um pesquisador da USP de Ribeirão Preto, com um laboratório americano. É uma vacina semelhante a outra que já existe no mercado, fabricada pela americana Novavax. Se tudo der certo, a Farmacore espera que esse imunizante possa ser distribuído a partir do ano que vem. Porém, se no caso da ButanVac o prazo é otimista, essa vacina tem um caminho mais longo e arriscado a percorrer. No Ao Ponto desta quarta-feira, o médico infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, explica o que pode-se esperar dessas duas vacinas e de que forma elas podem ajudar a imunizar os brasileiros.