Porque há sempre temas que nos passam ao lado mas que podem dar que pensar e notícias do dia que podem ter outras estórias para contar. Todas podem ser o rastilho para pensar diferente. São opiniões que dão ‘Pano p’ra Mangas’.
No Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, Adelaide Modesto aponta o foco. "É preciso acentuar que este fenómeno torna-se particularmente grave quanto maiores forem as vulnerabilidades das mulheres. E é aqui que entra a idade, a deficiência, a doença, a gravidez ou dependência económica. Por isso, este nosso espaço de reflexão é focado na violência contra as pessoas idosas, nomeadamente as Mulheres idosas, que é uma realidade reconhecida socialmente em Portugal, mas talvez pouco conhecida".
"A maior parte de nós diz estar preocupado com o planeta e com o clima, mas depois não está disposto a fazer sacrifícios para que essas alterações sejam paradas, alterando comportamentos do nosso dia a dia. E isto é algo que, já há muitas décadas, é chamado o fenómeno 'Nimby' ('not in my backyard'), que é façam o que fizerem, não o faço no meu quintal, não façam nas minhas proximidades".
Pedro Pontes traz ao Pano P'ra Mangas leituras à estratégia de António Costa para a maioria absoluta ams também ao vazio político que, acredita, estar a viver-se no país.
O consultor e professor universitário de comunicação diz haver "uma série de incertezas que pairam sobre essa estratégia de fundo e ao nível autárquico". Explica o porquê, dando o exemplo da transferência de competências na área da educação.
As novas regras da Autorização abrem a janela para o investimento no Interior e apostar mais na requalificação urbana e do património cultural e, com isso, gerar e fixar riqueza neste territórios.Adelaide Modesto lembrq que, "a escassos meses da entrada em vigor do novo regime, temos que percepcionar isto como uma janela de oportunidade para o mercado imobiliário do interior. Assim o queiram os intervenientes, mas também as autarquias, na dinamização dos seus territórios, num certo desafio demográfico que poderá advir desta alteração. E que poderá trazer assim junto de si, todo um roteiro de transformação social".
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, afirma que "as mulheres rurais representam uma coluna vertebral das comunidades mas continuam a enfrentar obstáculos que as impedem de atingir o seu potencial". Para Adelaide Modesto, a discussão deste tema "vem também colocar as pessoas e os território no centro das políticas públicas".
Pano P'ra Mangas está de regresso com a segunda série. O especialista em comunicação Pedro Pontes escolheu o tema das tomadas de posse dos autarcas eleitos em 26 de setembro para "falar do que aí vem". Num dia em que o país conhece a proposta do Orçamento de Estado para 2022, Pedro Pontes lembra que com as verbas do PRR, os novos titulares do poder local "têm a responsabilidade de trabalhar com mais eficácia e exigência" nas opções de investimento para os próximos quatro anos.
Luís Nunes destaca o bom exemplo de Viseu, distrito e concelho, nos primeiros números conhecidos pelos Censos 2021.
"E aqueles que por obras valerosas/ Se vão da lei da morte libertando", in Lusíadas de Luís Vaz de Camões
Do confinamento do primeiro-ministro ao preço dos combustíveis.
Com Portugal a ter ainda uma percentagem bem mais baixa de pessoas com formação superior em relação à média europeia (52% face a 78%), há ainda muito caminho para fazer na educação. Nesta área, a formação profissional é uma alternativa cada vez mais válida. Ponto comum para melhor qualificação e mais emprego, é continuar a "estreitar a ligação das escolas às empresas" mas também manter uma atitude proativa com o mercado de emprego. "Na procura de um trabalho, ao perguntar 'o que gostamos de fazer' devemos também acrescentar 'o que há para fazer' ", reforça Luís Nunes.
Num mapa pintado às cores, diversidade é tema no Dia Internacional do Orgulho LGBTI+. "Podemos não gostar do 'orgulho gay' mas ele existe e deve ser respeitado. Tal como o 'orgulho gay' deve respeitar quem não tem a mesma orientação". Pedro Pontes deixa ainda Pano P'ra Mangas ao falar da diversidade de decisões depois do foco covid-19 em Lisboa.
Entre as cores da bandeira de Portugal e as cores da tolerância que, à boleia do futebol, vão passando a mensagem ao mundo até à renomeação por unanimidade de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas, neste Pano P'ra Mangas há ainda tempo para 'Silêncio e Tanta Gente', a canção de Maria Guinot.
A "lentidão e burocracia da administração pública" e a "responsabilização política que nunca existe" são, para Paulo Duarte, vice-presidente do CDS-PP, duas faces da mesma moeda no caso 'Russia Gate', que envolveu a cedência de dados pessoas de manifestantes pela autarquia liderada pelo socialista Fernando Medina.
"Ceder os dados a terceiros sem autorização é grave" defende Luís Nunes, questionando "como é que o direito à manifestação pode levar à cedência de dados pessoais a potências estrangeiras com fins não devidamente identificados".
Adelaide Modesto acredita que "falta o debate de ideias do que se quer para Viseu". Diz haver matérias que têm de ser trazidas para o centro do debate. A transição climática e digital, a resiliência, a igualdade de género ou a crise com rosto de mulher, como lhe chama António Guterres, são temas que têm de ser trazidos à discussão. "Mais do que lugares e as lideranças que estão muito centrados no masculino, é importante que se vá além do retrato masculino", reforça.
Uma boa parte do turismo "é quase monolítica na dependência de mercados".Quando acontecem casos como a saída da lista verde biitânica, o setor entra em estado de choque, com dificuldade em reagir e procurar outros mercados. O que faz Luís Nunes questionar "que estratégia está a ser aplicada no tursimo para garantir que não haja dependência de um único mercado?"Na região centro temos problemas semelhantes. Temos regiões dependentes de alguns eventos de animação que, a não acontecerem, deixam impacto negativo. "No turismo falta uma visão de rede que crie experiências de fazer, ver e degustar, interligadas e não dependentes de um evento de um concelho específico".
A "sujeição" do país a ser palco de uma celebração que tinha muitos riscos como a receção da final da Liga de Campeões da UEFA em mais um caso quecolocou o Ministro da Administração Interna sob críticas, levou Paulo Duarte a algumas perguntas e desabafos. "Tudo o que está sob o comando do minstro Cabrita parece que tem um toque de Midas ao contrário! Com ele tudo dá confusão ou corre mal".
O profissional de comunicação Pedro Pontes centra a reflexão em dois temas. O 'bullying', depois da notícia do rapaz atropelado a fugir de agressões de colegas, e os festejos da final da Liga dos Campeões no Porto.
Portugal dá um passo na regulamentação da internet, conhecida como uma terra sem lei. O direito ao esquecimento, o testamento vital, a tarifa social de Internet, a proteção contra a informação falsa e selos de qualidade para imprensa são temas ligados ao ambiente digital vão ter regras previstas na lei batizada de Carta Portuguesa de Direitos Humanos na Era Digital.
São as escolas privadas que ocupam os primeiros lugares do ranking. Apresentam um projeto educativo que aposta no sucesso dos alunos, mensurável nos resultados dos exames. Há sempre uma ou outra escola pública que furam este ranking, mas são a exceção.O que podemos destacar é que Viseu acaba por ter um posicionamento bastante positivo. Somos o distrito com mais escolas com médias acima dos 14 valores. É positivo e tem que ser realçado.O que temos de analisar enquanto comunidade é de entender qual o projeto da escola pública. Mais quando em grande parte dos concelhos do interior as famílias não têm opção entre colocar os filhos numa escola privada ou pública. Mais do que um projeto educativo diferenciador, a escola pública procura prestar um serviço público de ensino, desempenhando a função de elevador e nivelador social. As crianças de famílias menos favorecidas possam ascender, através da educação, a uma qualidade de vida superior._____Luís Nunes é consultor de Marketing e Comunicação no grupo NYB, Professor na Universidade de Aveiro e no Politécnico de Coimbra.
A falta de preparação de alguns organismos - como o Ministério da Administração Interna - para os festejos do SportingCP, não pode ser desculpa fácil para os ajuntamentos que se verificaram no dia da celebração da conquista do campeonato de futebol. Paulo Duarte fala de um "delírio coletivo" que tornou fácil a transferência de responsabilidade para 'o outro'. "Culpar o pastor pelas ovelhas tresmalhadas é fraca desculpa. Cada um deve assumir a responsabilidade", defende.
São Pedro do Sul foi palco da assembleia geral da Associação Europeia das Cidades Termais Históricas (12 a 14 de maio), onde se debateram a atração de novos públicos às termas. Lúcia Simões aproveita a proximidade do certame para falar de um setor do turismo que alimenta o desenvolvimento regional pela vertente de saúde mas também de bem-estar.Traz a este episódio dois bons exemplos - em Castro Daire e S. Pedro so Sul - que aproveitam as regiões onde têm raízes para se diferenciarem e atrair novos públicos. Deixa ainda alguns pontos de melhoria para as termas da Felgueira, em Nelas.
Pedro Pontes escolhe o tema da exploração de trabalhadores, tornada pública em Odemira, para lembrar que "isto que agora acontece em Portugal acontecia quando os portugueses iam lá para fora, nas primeiras vagas de emigração. Mais grave é que, enquanto país, tenhamos esta experiência e ainda assim não estarmos sensíveis a esta realidade. Neste século, isto é algo que já não se justifica num país que pertence ao mundo desenvolvido", conclui.
Adelaide Modesto dá destaque a uma "ferramenta de cidadania que permite o escrutínio da utilização dos dinheiros públicos". No portal Mais Transparência "conseguimos ver quem são os 81 mil beneficiários do Portugal 2020, quantas candidaturas foram aprovadas mas também conseguimos identificar quem tem mais fundos por executar". A partir dos fundos do Portugal 2020, é possível identificar que "para Viseu, foram aprovados 200 milhões de euros, 1.010 beneficiários em 1.578 projetos".O portal pode ser visitado pela ligação https://transparencia.gov.pt/
A União Europeia é um projeto que nasceu da vontade de união e de paz, depois da primeira metade do século a Europa ter sido devastada por duas Grandes Guerras. A atualidade parece fazer esquecer estes valores orientados, por exemplo, para o desenvolvimento mais sustentado a nível do trabalho e da formação.No rescaldo da Cimeira Social do Porto, Luís Nunes sublinha a "importância de que os valores de humanidade sejam recordados. Fazem parte do nosso DNA enquanto europeus." Ainda assim reconhece que "é evidente que há uma diferença a teoria e a prática". Para este profissional de comunicação, as metas sociais definidas na Cimeira do Porto contrastam com a realidade do trabalho. "Atualmente na Europa e em Portugal temos situações muito complicadas, curiosamente destapadas pela pandemia". Por isso defende que "se queremos ter comunidades mais prósperas, justas e por isso mais unidas e em paz - tal como nasceu o projeto europeu - não podemos varrer os problemas que vão surgindo para debaixo do tapete"._____Luís Nunes é consultor de Marketing e Comunicação no grupo NYB, Professor na Universidade de Aveiro e no Politécnico de Coimbra.
No caso dos imigrantes que foram realojados em quarentena no parque de campismo Zmar, em Odemira, Paulo Duarte sublinha a complexidade do tema. "Toca a política de imigração, os direitos à saúde, à propriedade e ao trabalho com direitos mas também o mercado de trabalho no que toca aos empregadores". É tema que está na ordem do dia mas que, como afirma Paulo Duarte, "há muito era conhecido". Por isso, diz, "O estado falhou com todos".O concelho de Odemira tem duas freguesias sujeitas a cercas sanitárias devido à crise pandémica na região.
Enquanto mulher, a fragilidade está na limitação de liberdades e de, por exemplo, sentir-se limitada no direito de circular com segurança na via pública, quando e onde quer que seja. "É cada vez mais comum que num círculo de mulheres, se confesse essa insegurança. Por exemplo, o simples facto de ir sozinha a uma ciclovia tornou-se uma aventura. Estas estórias têm de deixar de fazer parte do nosso dia a dia".Na história contemporânea, Lúcia Simões encontra fragilidades no pouco que se sabe e no muito que se pode perder quando, por exemplo, se destrói património edificado ou este é mal recuperado. "É preciso que esta história faça parte do nosso quotidiano e da sabedoria comum de uma região".
Para Pedro Pontes, a política está muito máscula e as estruturas partidárias acompanham a tradição de, na larga maioria, apresentar homens a lugares elegíveis a presidentes de câmara. "Seria bom que houvesse um equilíbrio de género em lugares de liderança no poder político".
"O que tem acontecido no plano social e político é tão rico" que a dificuldade está na escolha de um só tema.Entre os que ficam por contar com mais detalhe, Adelaide Modesto toca ao de leve temas que juntam uma bazuca, um salvo-conduto e uma prova de vida, aos planos de futuro - do PRR ao Plano Ferroviário - aos avanços e recuos de candidaturas autárquicas e à frase conhecida do conto infantil 'Quem quer casar com a Carochinha' que levam a sugestões de leitura.Temas que ficam de fora para colocar o foco no que é "abolutamente essencial", o anúncio da não renovação do estado de emergência. Uma nova fase de liberdade que, sublinha Adelaide Modesto, "todos temos de encarar com mais responsabilidade do que entusiasmo".
O professor e consultor de comunicação defende que numa fase pós-covid, de regresso progressivo à normalidade, "poderíamos aplicar o espírito crítico e a vontade de obter a informação com rigor a outros temas importantes", tal como o temos feitos com o acompanhamento diário da pandemia. "Todos ficaríamos a ganhar se esse espírito crítico e de exigência se aplicasse também a temas como o estado financeiro de autarquias, o prazo de execução de obras públicas, promessas que ainda estão por cumprir e, mesmo na saúde, a outras doenças que ficaram sem acompanhamento".
A corrupção tem sido tema de debate e análise alargada. Paulo Duarte escolhe o tema para chamar a atenção para "os perigos para a democracia". Diz o vice-presidente do CDS que nesses casos a quebra do contrato de confiança pode dar lugar a populismos. Ao mesmo tempo que defende a sensatez e bom senso na reforma legislativa para penalizar estes crimes, sublinha que "o escrutínio da atividade política é um bem da democracia".
Lúcia Simões fala do período de crise pandémica como terreno fértil para novos projetos profissionais. "Onde há um problema há uma oportunidade. É esta a mentalidade do empreendedor". A especialista em marketing, comunicação e eventos lembra o crescimento do números de start-ups, ligadas ao digital mas não só. Com o exemplo do Turismo de Portugal, que neste período apostou na formação, acredita que desta pandemia possa sair para todos uma ânsia de melhorar a nossa qualidade de vida.___________Event Planner e Marketing Manager há 18 anos, Lúcia Simões foi parte da equipa responsável pela abertura da loja FNAC Viseu, onde desempenhou funções de direção de comunicação até 2014. Dedica-se aos Destination Weddings desde 2012 como gestora de projectos, competências que soma ao conhecimento em protocolo e a Licenciatura em Comunicação Social no IPV, com especialização em Marketing de Eventos pela Universitat Ramon Llull de Barcelona.Colaboradora assídua de Escolas Superiores, é também formadora do IEFP e em Escolas Profissionais nas áreas de Marketing e Comunicação e tem prestado ainda assessoria nas áreas de Marketing para Serviços de Turismo.
No dia seguinte ao Dia dos Monumentos e Sítios, Pedro Pontes regista o muito que há que fazer na preservação do património edificado. Assinalando também o dia de arranque dos Censos 2021, Pedro Pontes acredita que é uma operação que podia ser mais ambiciosa. Para a nova fase de desconfinamento, a palavra é de alerta e de esperança.
Adelaide Modesto frisa a condição de "viseense e cidadã" para defender a ideia de que "os desígnios para o concelho têm de ser discutidos numa ótica de projeto e não de pessoalização". Admite que, "em eleições, ganhar ou perder, é da vida", mas sublinha que o que importa "é fazer a diferença nos territórios", não ignorando que as condições de hoje não são iguais às de há uma década". O centro da discussão, conclui, "deverá estar nas pessoas e não numa coutada como se Viseu estivesse predestinado a ser governado por um proprietário".
"Este é um momento relevante para percebermos onde chegamos como povo que se quer bom e justo". Assim fala Paulo Costa a propósito do episódio da apresentação pública da decisão da fase de instrução da Operação Marquês que envolve José Sócrates.Paulo Costa é, entre outros cargos, presidente da Confraria das Aldeias e Aldeões de Portugal e CEO da GlobalSport. Está presente neste programa a cada duas semanas.
Luís Nunes reúne alguns acontecimentos que, numa semana, dominaram as atenções para questionar se, a diversos níveis, não estaremos com escassez de referências ideológicas e de valores.
Além da notícia desta semana que dava conta da criação de um grupo de trabalho, por cinco comunidades intermunicipais do Centro, para estudar a melhor solução para um aeroporto na região, Pedro Pontes traz a este episódio a nova fase de desconfinamento que "exige cuidados redobrados"