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O que caracteriza a Perturbação do Espectro do Autismo? E quais são as causas e os mitos associados a esta perturbação? Neste episódio, a psiquiatra Rute Cajão e Rui Maria Pêgo mergulham no universo do autismo, com a bússola da Ciência. Em Portugal, uma em cada 1000 crianças terá autismo. Sendo uma neurodivergência, esta perturbação gera-se in utero, manifesta-se na infância e é crónica. Por esse motivo, Rute Cajão destaca: o diagnóstico precoce é fundamental para reduzir obstáculos e aumentar a qualidade de vida.Ao longo da conversa, a dupla aborda os mitos e enigmas que continuam a pairar sobre esta ‘forma de ser diferente' – nas várias gradações do espectro –, e debate o olhar da sociedade perante o autismo.Como podem as famílias apoiar e ajudar quem sofre desta perturbação? Com uma forte carga genética – 80 a 90% dos casos são hereditários –, quais são os fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de se nascer com autismo?Descubra as respostas para estas e outras questões, neste episódio do [IN]Pertinente.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISHalpern, C, et al. «A Perturbação do Espetro do Autismo na Primeira Infância: O Modelo do Centro de Estudos do Bebé e da Criança de Avaliação Diagnóstica e Intervenção Terapêutica», Acta médica Portuguesa. Volume 34(10): páginas 657-663, 2021Xavier Ferreira e Guiomar Oliveira. «Autismo e Marcadores Precoces do Neurodesenvolvimento», Acta Médica Portuguesa. Volume 29(3): páginas 168-175, 2016.)Oliveira, Guiomar «Epidemiologia do Autismo em Portugal» (2005)Hutter, Carolyn. «Genome Wide Association Studies (GWAS)», National Human Genome Research Institute (atualizado a 30 de Setembro 2025)Lord, C., Brugha, T.S., Charman, T. et al. «Autism Spectrum Disorder. Nature Reviews. Disease Primers», 2020. Volume 6, artigo número 5Legislação Inclusividade Empresas: Lei 4/2019 de 10 de JaneiroEstatuto NEE Universidades: Despacho n.º 6255/2016, de 11 de maio, publicado no Diário da República n.º 91/2016, Série II, de 11 de maio de 2016, pp. 14812-14814.BIOSRUTE CAJÃOMédica psiquiatra, é assistente hospitalar de psiquiatria na Unidade Local de Saúde Arco Ribeirinho, EPE. Cofundadora da equipa multidisciplinar e consulta de jovens adultos com patologia grave de início precoce na mesma unidade. Vice-presidente da Secção de Perturbações do Neurodesenvolvimento da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental. RUI MARIA PÊGOTem 36 anos, 17 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão. Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School. Já apresentou programas nos três canais generalistas de televisão, é autor da série satírica «Filho da Mãe» (Canal Q, 2015), e está hoje na Rádio Comercial, com o podcast «Debaixo da Língua».
O Mês da Identidade Africana chega ao fim este sábado. A 4º edição do evento criado para “questionar, reflectir e pensar o futuro da existência da comunidade afro-descendente e africana”, tem uma programação, de entrada livre, que junta arte, cinema, literatura, infância, formação e música. A iniciativa da Bantumen tem-se desenrolado no centro da capital portuguesa, na Casa do Comum, no Bairro Alto. A RFI falou com Vanessa Sanches, administradora de projectos e co-fundadora da Bantumen. Uma ocasião para percebermos melhor o que é esta plataforma, as iniciativas futuras, e, acima de tudo, ficarmos por dentro de alguns dos pontos altos da programação do Mês da Identidade Africana e de como este surgiu. Vanessa Sanches, administradora de projectos e co-fundadora da Bantumen: O MIA surgiu em 2022, pouco depois da pandemia, pouco depois de todas aquelas questões sobre o movimento negro, de George Floyd. Surgiu numa altura em que a equipa da Bantumen começou a reflectir sobre a necessidade de em Portugal haver também um momento em que pudéssemos questionar, refletir e pensar o futuro da existência da comunidade afro-descendente e africana, sobretudo pelo facto de não ser uma comunidade que é reconhecida como estando cá há tanto tempo, é sempre reconhecida como uma comunidade estrangeira, quando não é. Eu, por exemplo, nasci em Portugal, vivi aqui toda a minha vida, portanto, é um país que também me pertence. Então, nestas conversas sobre este assunto, achávamos que fazia todo o sentido criarmos algo que noutros países já existe, como por exemplo o Black History Month nos Estados Unidos e no Reino Unido, assim como no Brasil lá há o Mês da Consciência Negra. E achávamos que aqui também está na hora de podermos conversar abertamente e sem pudor sobre este assunto. Esta fotografia multicultural que existe em Portugal, mas que ainda muitos têm receio de mostrar, de identificar e de nomear também. Então, este MIA surgiu nesta vertente cultural porque a cultura está sempre de braços abertos para toda a gente. Portanto, essa é a nossa intenção, é mostrar o que a comunidade africana e afro-descendente tem feito por aqui através da cultura e abraçarmos todos os que quiserem se aproximar e conhecer. RFI: O MIA, Mês da Identidade Africana, está na 4ª edição. O que é que a Bantumen propôs, o que é que há em cartaz? Vanessa Sanches: A intenção do MIA é propor sempre uma exposição, que é a base do ciclo de eventos, dentro desse ciclo depois há sempre conversas. Este ano, por exemplo, tivemos uma conversa sobre a parentalidade, sobre o brincar com a identidade, porque é que é importante as crianças se reverem em termos de representatividade em diferentes esferas. Tivemos também o lançamento online de uma biblioteca, a Biblioteca Negra, onde há todo um acervo de livros que falam sobre estes temas da afro descendência, da negritude. Vamos ter também neste sábado, dia 15, uma sessão de leitura para crianças. Portanto, tentamos sempre ter eventos que possam chamar até nós do mais pequeno ao mais velho e que possam proporcionar alguma reflexão. O tema central deste ano é os 50 anos da independência dos PALOP, o tema que atravessa de alguma forma todos os eventos. RFI: Esta exposição de que falou, onde é que está a acontecer e quais são os artistas que podem ser vistos lá? Vanessa Sanches: Todo o ciclo de eventos acontece na Casa do Comum, no Bairro Alto, em Lisboa. A exposição está patente também até este dia 15. As obras que apresentamos são dos artistas Ricardo Parker, é português mas tem origens em Cabo Verde, a Gigi Origo, francesa e cabo-verdiana, o Sai Rodrigues também, que vive na Holanda mas tem origens cabo-verdianas também, e da moçambicana Naia Sousa. RFI: Em relação à conversa sobre a parentalidade, como é que decorreu? O que é que se discutiu? Vanessa Sanches: Na conversa sobre parentalidade “Brincar com Identidade”, porque era este o tema da conversa, tivemos a psicoterapeuta Henda Vieira Lopes, tivemos a Bárbara Almeida, que tem o projecto TitaCatita, para crianças e pais e cuidadores de crianças, e tivemos a Ângela Almeida, que é assistente social, e a intenção foi, nesta conversa moderada pelo Wilds Gomes, jornalista da Bantumen e apresentador de televisão do Bem Vindos, foi perceber quão importante é criar, de alguma forma, representatividade em diferentes esferas para os mais pequenos. Quando, enquanto crianças, não nos revemos a fazer determinadas coisas, não imaginamos que é possível fazermos essas determinadas coisas, eu se nunca tiver visto um médico negro vou achar que a única coisa normal é aquela possibilidade, portanto não vou sonhar que também eventualmente posso fazê-lo, sobretudo quando estamos a falar num país em que a comunidade negra é minoria de facto, portanto, a necessidade de podermos proporcionar às crianças modelos de representatividade e levá-los a espaços onde isto é possível acontecer. Onde é possível, também, abraçar a sua própria identidade, explicando que o cabelo, por exemplo, que é um tema super importante dentro da comunidade afro-ascendente, que o seu cabelo é bonito, que o seu cabelo tem milhões de possibilidades, por exemplo, as crianças mais dificilmente terão alguns traumas, digamos assim, que levam até à idade adulta. Portanto, este foi o tema central da conversa. RFI: Para quem estiver interessado em descobrir e ler algo mais sobre a africanidade, foi também apresentada a Biblioteca Negra. Como é que funciona esta Biblioteca Negra? Vanessa Sanches: A Biblioteca Negra é um projecto que foi pensado e materializado pelo realizador Fábio Silva. Ela parte da experiência pessoal do próprio Fábio, ele começou a compilar, num simples Excel, alguns livros que ele ia lendo sobre esta temática da africanidade, da negritude, porque nem sempre é fácil chegar a estes livros numa livraria normal. Então, ele achou que faria todo o sentido começar a compilar estes títulos. Entretanto, o ano passado, se não estou em erro, decidiu que faria todo o sentido lançar um site onde as pessoas pudessem facilmente encontrar uma panóplia de livros que abordassem então estes temas. É assim que nasce, então, a Biblioteca Negra, onde ele compila uma série de livros, com as sinopses desses livros, e onde é possível encontrar também casas parceiras, que actualmente são três, onde eventualmente podem encontrar alguns destes livros à disposição e onde também podem efectuar doações, caso tenham os livros em casa e já não os queiram mais, podem doar esses livros a estas casas parceiras. RFI: Casas parceiras na Grande Lisboa, para já, e qual é o site? Vanessa Sanches: O site é muito simples, http://www.bibliotecanegra.pt RFI: O filme do brasileiro Lázaro Ramos, Medida Provisória, foi exibido nos encontros MIA. Foi um momento muito participado? Vanessa Sanches: Bastante, bastante. Na verdade, nós tínhamos uma lotação para 50 pessoas e houve um dado momento em que houve pessoas a sentarem-se no chão porque os lugares estavam absolutamente lotados. Acho que é um filme que muita gente ainda queria ver, não teve a hipótese de o ver, e aproveitou então este ciclo de eventos do MIA para poder ver o filme. Tem um tema que nos leva à reflexão de algo que, provavelmente, muitas vezes já nos passou pela cabeça de forma inconsciente, que é; Todos os negros serão realmente de África? Porque, no filme há uma medida provisória que diz às pessoas negras brasileiras que, se calhar, o melhor para o futuro delas seria voltarem para a África. E então há toda uma panóplia de circunstâncias que acontecem ali, porque estamos a falar de pessoas que pertencem àquele país há centenas de anos. Então, é um debate que merece ser tirado do ecrã para o físico e convidámos o actor e cineasta Welket de Bungé e a actriz Cléo Diára para poder, então, conversar sobre este tema. Então foi um momento especial, não só pela lotação mas pelo tema abordado em si mesmo. RFI: Dia 15, sábado, encerra-se o MIA deste ano, o que é que foi pensado para o encerramento? Vanessa Sanches: Encerramos em grande com um momento dedicado às crianças, com uma sessão de leitura com a actriz, jornalista e autora Aoani Salvaterra, com origens santomenses. Vamos ler o livro da Nuna, A Aventureira Marielle, e logo de seguida, um bocadinho mais tarde, encerramos em grande com festa, como gostamos, com os sons da Independência. Basicamente, é um DJ set do DJ Camboja, que tem um acervo gigantesco de músicas que surgiram na altura das Independências e que têm, justamente, como moto a liberdade, a independência e o anticolonialismo. RFI: O Mia é apenas um dos momentos em que a Bantumen dá a conhecer o trabalho que desenvolve. Depois deste Mês da Identidade Africana, o que é que a Bantumen vai propor? Vanessa Sanches: Eu vou começar por explicar, dado que há algumas pessoas que têm alguma dificuldade em entender o que é a Bantumen. A Bantumen é, no fundo, uma plataforma de cultura e de informação. Portanto, online nós temos uma revista, mas no plano físico nós também fazemos algumas coisas. Portanto, resulta, então, neste MIA. E no final do ano temos o nosso maior evento, que é a Powerlist 100, a iniciativa que pretende prestar homenagem a 100 personalidades negras da lusofonia. Este ano a lista vai ser, então, revelada no dia 6 de Dezembro, a nível digital, no seu site próprio, podem encontrá-lo facilmente em bantumen.com. Ao mesmo tempo, irá acontecer também uma Gala para que algumas destas 100 personalidades possam, então, se sentir homenageadas de viva voz e olho no olho por esta comunidade, que se revê no seu trabalho de excelência, que tem feito e que é um espelho também para nós, as actuais gerações e para, quem sabe, futuras gerações. RFI: São personalidades que actuam nas mais diversas áreas, alguns exemplos? Vanessa Sanches: Nas mais diversas áreas. Já tivemos uma empregada doméstica, temos pessoas vindas do percurso associativo, como temos advogados, como temos cientistas, músicos, dançarinos. Nós tentamos não ter Categorias justamente para isso, para que possa ser o mais ampla possível esta lista final dos 100 homenageados. Link site Bantumen : https://www.bantumen.com
O custo do trabalho voltou a aumentar no terceiro trimestre: mais 4,7% por cada hora efetivamente trabalhada, mostram os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Mas, apesar da subida, Portugal continua entre os países com as remunerações mais baixas da União EuropeiaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
O programa que foi ao ar ao vivo pela SBS 2 na Austrália nesta quarta-feira. O noticiário do dia. Entrevista da SBS em Português com o Ministro-Assistente para a Mudança Climática e Energia da Austrália, Tim Wilson, que está nem Belém para a COP. Em Portugal, a pesaquisa a mostrar diferença grande entre como os portugueses encaram a época da colonização em relação aos angolanos e caboverdianos. Também falaremos que Portugal foi distinguido pela ONU e OMS pelo trabalho pioneiro nas estratégias para combater a obesidade. Por fim, especialistas explicam que muitos recém-chegados à Austrália procuram relacionamentos pela necessidade instintiva de recuperar o sentido de pertença perdido com a mudança de país.
O ex-ministro da economia, Manuel Caldeira Cabral sublinha que a Web Summit transformou mentalidades, enquanto o deputado da IL, Mário Amorim Lopes acredita que Portugal ainda precisa de inovação.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta semana, as autoridades belgas avaliaram o avistamento de vários drones a sobrevoar o seu território como uma séria ameaça, provavelmente russa, à segurança nacional e europeia. Fizeram o alarme soar em Bruxelas e as discussões sobre defesa continuam no Parlamento. Neste “Leste Oeste”, Nuno Rogeiro destaca a criação do Comissário Europeu da Defesa, que a seu ver tardou a chegar, como “revolução institucional” e debate a urgência de modernizar as Forças Armadas portuguesas, incluindo a substituição dos F-16 por F-35. Uma estratégia que segundo o comentador pode funcionar a par com a cooperação UE-NATO, a necessidade de um “Schengen militar” e a aposta em tecnologia de ponta. A COP 30 no Brasil e os testes nucleares nos EUA, na Rússia e China são outros dos temas em destaque. Ouça aqui o programa que este domingo se focou principalmente no futuro da segurança europeia. A emissão é de 9 de novembro e esta sinopse foi escrita com apoio de IA. Saiba mais sobre a sua aplicação nas redações do Grupo Impresa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Há nove anos morando em Portugal, Fernanda Maciel calcula que não passa de cinco o número de mulheres que tocam profissionalmente este tipo de guitarra no país. Considerado um dos símbolos da identidade musical portuguesa, o instrumento é essencial no acompanhamento dos fadistas. É ele que dialoga com a voz e ajuda a evocar as emoções dos fados. Fábia Belém, correspondente da RFI em Portugal Neta de um português nascido no arquipélago dos Açores, a carioca Fernanda Maciel, que também tem nacionalidade portuguesa, fez graduação em guitarra clássica na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela conta à RFI que a primeira vez que ouviu fado foi pelo rádio, na casa dos pais. “Me interessei, pesquisei e fui achando que tinha muitas coisas parecidas com o choro, com a música brasileira. Comecei a achar [o fado] muito interessante”, explica. Fernanda lembra que, quando percebeu o som da guitarra portuguesa, se deu conta de que havia encontrado o instrumento da sua vida. “Eu me apaixonei pela guitarra”, diz. Uma tia da musicista, que costumava viajar com frequência para Portugal, ajudou a sobrinha a realizar o sonho levando uma guitarra portuguesa para ela no Brasil. Ao falar sobre o instrumento de doze cordas, tocado com a mão direita, Fernanda destaca que a técnica utilizada é muito interessante [porque] “usamos o polegar e o indicador; não usamos os outros dedos, como no violão”. Neste tipo de guitarra, “a gente diz que tem um bocadinho da alma portuguesa”, completa. A mudança para Portugal Decidida a aprofundar os conhecimentos sobre fado, em 2016, Fernanda se mudou para Portugal. Na Universidade NOVA de Lisboa, ela iniciou o mestrado em Ciências Musicais e, no Museu do Fado, começou a ter aulas com António Parreira, um dos grandes mestres da guitarra portuguesa. Com ele, a aluna talentosa começou a frequentar casas de fado e associações culturais e comunitárias. “Qualquer lugar onde ele fosse tocar, ele me levava, porque eu precisava aprender o repertório. A gente tem que conhecer, sei lá, quinhentos, seiscentos, setecentos fados. Então, temos que reconhecer o repertório, saber tocar os fados em todos os tons e ter a facilidade de, quando a pessoa pedir o fado, a gente começar a tocar”, revela. Fernanda Maciel já participou de importantes eventos. Em Lisboa, ela se apresentou, em 2019, na inauguração da Oficina da Guitarra Portuguesa, que pertence ao Museu do Fado, e em 2022, no Festival Santa Casa Alfama, dedicado ao famoso gênero musical português. Em 2020, participou, como solista, do 11º Festival Internacional de Guitarra Clássica de Calcutá, que teve sua edição online em decorrência da pandemia de Covid-19. A artista, que fez parte de dois projetos de fado compostos exclusivamente por mulheres (“As Mariquinhas” e “Amara Quartet”), também já levou sua guitarra portuguesa para Itália, França e Brasil. No ano passado, na Casa Portugal de São Paulo, ela e mais três músicos abriram o show da banda de rock brasileira IRA, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos. “O artista tem de ir aonde o povo está” Todos os domingos, Fernanda Maciel é presença constante numa conhecida casa de fados em Vila Nova de Gaia, cidade do distrito do Porto, mas tem tocado de norte a sul do país, principalmente, nas casas de fado, à noite. “Às vezes, temos espetáculos, que eu também faço, claro. Às vezes, nós temos noites de fado, que podem ser uma associação que quer angariar fundos para alguma coisa", diz. "Quando alguém quer fazer uma festa e nós somos contratados para cantar uns fados, nós vamos. Casamentos, às vezes, também vamos. O artista tem de ir aonde o povo está”, acrescenta. Quando questionada sobre o que sente ao tocar e viver em uma cultura que, teoricamente, não é dela, a artista responde: "Quando eu toco, sinto essa sensação de que pertenço a esse local.” O desafiar de uma tradição Em Portugal, ainda não existem estatísticas oficiais sobre o número de mulheres que tocam profissionalmente guitarra portuguesa, mas sabe-se que são poucas. Contando com ela, Fernanda calcula que não passam de cinco e lamenta o fato de o meio do fado e da guitarra portuguesa ainda ser predominantemente masculino. “Ainda há muito preconceito e é simplesmente estúpido”. Por outro lado, reflete, “é muito bom o fato de nós mulheres existirmos e resistirmos nesse meio”. Nos espaços mais conservadores, por exemplo, a sua presença ainda causa “estranhamento”. “Falam: ‘Ah, uma guitarrista? Ah, mulher?', descreve Fernanda com bom humor. Depois pensam: ‘Brasileira? O que ela está fazendo aqui? E como assim ela toca fado?'”, diz. Mas nos lugares onde se apresenta, ela também tem recebido muito apoio. Quanto ao que vem pela frente, Fernanda segue otimista. “Vejo um futuro mais interessante com a entrada de mais mulheres no mercado”, acredita a guitarrista.
#Bitcoin #DTV #DontTrustVerifyO podcast focado em Bitcoin falado em língua portuguesa. Neste episódio temos um convidado muito especial, Mário Moura.Medusa Wallet (Obtenha a sua carteira lightning)https://medusa.bzMaxfy (Compre sats sem KYC)https://maxfy.app/LotoMaxi (Apostas no preço da Bitcoin)https://lotomaxi.maximacitadel.org/APOIA O NOSSO PODCASTdtv@medusa.bz (Lightning Address)bc1qwfq446hu4vs7lw79guqqq2kzxv0ls90a6jylpu (Bitcoin Layer1)LINKSWebsite: https://fyoumoneypod.com/Rumble: https://rumble.com/FYouMoneyPTFountain: https://fountain.fm/show/K8Y5JQruNp7cAjpUuDi3Spotify: https://open.spotify.com/show/7atJjju3NGCtONJTZez2zzApple Podcasts: https://podcasts.apple.com/us/podcast/f-you-money-em-portugues/id1606626713Google Podcasts: https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy83ZjM2MGM5OC9wb2RjYXN0L3JzcwTelegram group (English): https://t.me/FYouMoneyTelegram group (português): https://t.me/FYouMoneyPTTwitter: @_Hugo_Ramos_ | @FYouMoneyPodInstagram: ssurfer_tugaFacebook group: https://www.facebook.com/groups/bitcoinfyoumoneyLINKS DO CONVIDADOhttps://x.com/mariopmoura*O conteúdo deste canal não é informação financeira! Todos os nossos conteúdos são apenas para entretenimento.
Há nove anos morando em Portugal, Fernanda Maciel calcula que não passa de cinco o número de mulheres que tocam profissionalmente este tipo de guitarra no país. Considerado um dos símbolos da identidade musical portuguesa, o instrumento é essencial no acompanhamento dos fadistas. É ele que dialoga com a voz e ajuda a evocar as emoções dos fados. Fábia Belém, correspondente da RFI em Portugal Neta de um português nascido no arquipélago dos Açores, a carioca Fernanda Maciel, que também tem nacionalidade portuguesa, fez graduação em guitarra clássica na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela conta à RFI que a primeira vez que ouviu fado foi pelo rádio, na casa dos pais. “Me interessei, pesquisei e fui achando que tinha muitas coisas parecidas com o choro, com a música brasileira. Comecei a achar [o fado] muito interessante”, explica. Fernanda lembra que, quando percebeu o som da guitarra portuguesa, se deu conta de que havia encontrado o instrumento da sua vida. “Eu me apaixonei pela guitarra”, diz. Uma tia da musicista, que costumava viajar com frequência para Portugal, ajudou a sobrinha a realizar o sonho levando uma guitarra portuguesa para ela no Brasil. Ao falar sobre o instrumento de doze cordas, tocado com a mão direita, Fernanda destaca que a técnica utilizada é muito interessante [porque] “usamos o polegar e o indicador; não usamos os outros dedos, como no violão”. Neste tipo de guitarra, “a gente diz que tem um bocadinho da alma portuguesa”, completa. A mudança para Portugal Decidida a aprofundar os conhecimentos sobre fado, em 2016, Fernanda se mudou para Portugal. Na Universidade NOVA de Lisboa, ela iniciou o mestrado em Ciências Musicais e, no Museu do Fado, começou a ter aulas com António Parreira, um dos grandes mestres da guitarra portuguesa. Com ele, a aluna talentosa começou a frequentar casas de fado e associações culturais e comunitárias. “Qualquer lugar onde ele fosse tocar, ele me levava, porque eu precisava aprender o repertório. A gente tem que conhecer, sei lá, quinhentos, seiscentos, setecentos fados. Então, temos que reconhecer o repertório, saber tocar os fados em todos os tons e ter a facilidade de, quando a pessoa pedir o fado, a gente começar a tocar”, revela. Fernanda Maciel já participou de importantes eventos. Em Lisboa, ela se apresentou, em 2019, na inauguração da Oficina da Guitarra Portuguesa, que pertence ao Museu do Fado, e em 2022, no Festival Santa Casa Alfama, dedicado ao famoso gênero musical português. Em 2020, participou, como solista, do 11º Festival Internacional de Guitarra Clássica de Calcutá, que teve sua edição online em decorrência da pandemia de Covid-19. A artista, que fez parte de dois projetos de fado compostos exclusivamente por mulheres (“As Mariquinhas” e “Amara Quartet”), também já levou sua guitarra portuguesa para Itália, França e Brasil. No ano passado, na Casa Portugal de São Paulo, ela e mais três músicos abriram o show da banda de rock brasileira IRA, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos. “O artista tem de ir aonde o povo está” Todos os domingos, Fernanda Maciel é presença constante numa conhecida casa de fados em Vila Nova de Gaia, cidade do distrito do Porto, mas tem tocado de norte a sul do país, principalmente, nas casas de fado, à noite. “Às vezes, temos espetáculos, que eu também faço, claro. Às vezes, nós temos noites de fado, que podem ser uma associação que quer angariar fundos para alguma coisa", diz. "Quando alguém quer fazer uma festa e nós somos contratados para cantar uns fados, nós vamos. Casamentos, às vezes, também vamos. O artista tem de ir aonde o povo está”, acrescenta. Quando questionada sobre o que sente ao tocar e viver em uma cultura que, teoricamente, não é dela, a artista responde: "Quando eu toco, sinto essa sensação de que pertenço a esse local.” O desafiar de uma tradição Em Portugal, ainda não existem estatísticas oficiais sobre o número de mulheres que tocam profissionalmente guitarra portuguesa, mas sabe-se que são poucas. Contando com ela, Fernanda calcula que não passam de cinco e lamenta o fato de o meio do fado e da guitarra portuguesa ainda ser predominantemente masculino. “Ainda há muito preconceito e é simplesmente estúpido”. Por outro lado, reflete, “é muito bom o fato de nós mulheres existirmos e resistirmos nesse meio”. Nos espaços mais conservadores, por exemplo, a sua presença ainda causa “estranhamento”. “Falam: ‘Ah, uma guitarrista? Ah, mulher?', descreve Fernanda com bom humor. Depois pensam: ‘Brasileira? O que ela está fazendo aqui? E como assim ela toca fado?'”, diz. Mas nos lugares onde se apresenta, ela também tem recebido muito apoio. Quanto ao que vem pela frente, Fernanda segue otimista. “Vejo um futuro mais interessante com a entrada de mais mulheres no mercado”, acredita a guitarrista.
MPLA cada vez menos tolerante a vozes críticas à liderança do partido, afirmam analistas. Vamos em direto até Luanda onde João Lourenço encontrou-se hoje com o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier. Em Portugal, nova lei de estrangeiros torna mais difícil a vida dos imigrantes. E no futebol, termina esta noite a 4ª jornada da Liga dos Campeões.
Confira na edição do Jornal da Record desta terça (04): Na Bahia, operação bloqueia contas bancárias e prende mais de 30 suspeitos de ligação com o Comando Vermelho. Quadrilha que aplicava golpe do falso advogado pode ter causado prejuízo de quase R$ 1,5 milhão. Em Portugal, polícia apreende submarino artesanal com mais de 1,5 tonelada de cocaína. E o Jornal da Record também está presente em Belém (PA) e mostra os preparativos para a COP30.
Todos os dias morrem três pessoas em Portugal por suicídio e os números voltaram a subir nos últimos anos. O que é que se passa? Que estará a acontecer já que se fala cada vez de saúde mental no SNS?See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Associação que representa os promotores e investidores imobiliários veio avisar que a construção de casas em Portugal pode parar durante 6 meses. Análise de Pedro Sousa Carvalho.
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A dupla Astérix e Obélix desembarca em Portugal no 41º álbum da série mais lida da história dos quadrinhos franceses. Com roteiro de Fabcaro e desenhos de Didier Conrad, a aventura lusitana mistura humor, crítica social e uma homenagem ao herói Viriato, símbolo da resistência contra Roma. Os autores falaram à RFI sobre bastidores, criação e o fenômeno cultural dos "irredutíveis gauleses" que atravessa gerações em todo o planeta. A aventura portuguesa foi traduzida para 19 línguas e dialetos. Astérix e Obélix estão de malas prontas para sua 25ª viagem e o destino da vez é a Lusitânia, atual Portugal. O 41º álbum da série, com tiragem inicial de 5 milhões de exemplares, marca a estreia dos gauleses em terras lusitanas. O roteiro é assinado por Fabcaro (Fabrice Caro), em sua segunda participação na franquia, e os desenhos são de Didier Conrad, veterano que já soma sete álbuns da saga. A escolha de Portugal não foi aleatória. “Eles já viajaram bastante, e percebi que nunca tinham ido à Lusitânia. Logisticamente, faz sentido: é perto da Gália, da Bretanha. Propus ao editor e ele disse: ‘Vai fundo, essa ideia está circulando há tempos, mas ninguém quis ainda encampar'”, conta Fabcaro. Para Didier Conrad, a ambientação exigiu pesquisa e sensibilidade. “Já tinha estado lá [em Portugal], molhado os pés daquele lado do Atlântico. É um lugar que vi e senti. Depois, é só trabalhar”, diz, com a leveza de quem domina o traço, mas reconhece o peso da responsabilidade. Astérix como "jazz": variações sobre temas A criação de um novo álbum exige respeito à tradição e inovação constante. “Há passagens obrigatórias que o leitor espera. Mesmo as ideias novas precisam manter uma continuidade. Os romanos apanham, mas não pode ser a mesma briga da última vez”, explica Conrad. “É como jazz: variações sobre temas que as pessoas adoram.” O vilão da vez é Pirespèce ("da pior espécie", em tradução livre), um lusitano ardiloso, herdeiro da traição que marcou a história de Viriato, um líder militar lusitano do século II a.C., pastor de origem humilde que uniu tribos ibéricas contra a ocupação romana. Traído por aliados, foi assassinado em 139 a.C. e permanece como herói nacional em Portugal. “Imaginei que Pirespèce fosse descendente dos traidores de Viriato. Um personagem mais traiçoeiro do que malvado”, diz Fabcaro. “Didier o desenhou com um ar dissimulado, perverso.” "Goscinny e Uderzo criaram personagens que são geniais", diz o roteirista. "Eu não sinto que estou trabalhando. Eu não deveria dizer isso, porque senão eles não vão me pagar [risos]. Eu sou como uma criança que recebe brinquedos de luxo e dizem: 'agora divirta-se'", brinca Fabcaro. Leia tambémNovo inimigo de Asterix é um filósofo romano inspirado no escritor brasileiro Paulo Coelho Quadrinhos que falam do presente com roupagem de passado O sucesso de Astérix, segundo os autores, está na capacidade de preencher um vazio simbólico. “Não temos uma imagem clara da nossa antiguidade. Astérix preenche esse espaço de forma divertida e confortável. É uma origem que dá prazer de lembrar”, reflete Fabcaro. Além disso, os álbuns funcionam como retratos da época em que são lançados. “Sob o disfarce da antiguidade, falamos de temas contemporâneos. Neste, temos dois gauleses velhos que reclamam da reforma da previdência. São verdadeiros gauleses”, brinca o roteirista. A viagem à Lusitânia também permite uma crítica bem-humorada ao comportamento dos turistas franceses. “A figura do francês no exterior me fascina. Somos horríveis como turistas. Quis mostrar dois gauleses de férias reclamando de tudo, inclusive porque não se fala francês fora da França”, ironiza Fabcaro. Obélix, por exemplo, não se adapta à gastronomia local. “Está no país do bacalhau, mas sente falta dos javalis”, ri Conrad. Leia tambémNova edição de Asterix tem heroína adolescente rebelde que lembra Greta Thunberg O futuro da série Apesar do sucesso estrondoso — mais de 400 milhões de álbuns vendidos desde 1959 —, os autores preferem não pensar nisso durante a criação. “Se pensarmos na máquina que é Astérix, ficamos paralisados. Eu entro na minha bolha e sigo”, diz Fabcaro. Sobre o futuro, ambos mantêm os pés no chão. “É um livro por vez. Nunca sei o que vai acontecer depois”, afirma o roteirista. “Provavelmente será o último, mas podemos continuar”, pondera Conrad. Enquanto isso, os leitores brasileiros podem se preparar para mais uma aventura dos gauleses, agora com sabor de bacalhau, sotaque lusitano e a garantia de muitas risadas, à la française. Leia tambémMorre aos 92 anos o quadrinista Uderzo, criador do "Asterix" Recepção ambivalente em Portugal A chegada de Astérix na Lusitânia ao mercado português, em 23 de outubro, gerou reações contraditórias na imprensa local, como destacou o Courrier International. O jornal Público classificou o álbum como uma “decepção esperada”, acusando-o de transformar os personagens em “fantasias de papelão” e lamentando a ausência de humor e ousadia gráfica. Para o veículo, Astérix teria se tornado mais "uma marca comercial" do que um "herói de aventuras". Já o Jornal de Notícias adotou um tom mais equilibrado, reconhecendo que o álbum provoca “sentimentos contraditórios” e elogiando os jogos de palavras e referências culturais, como o uso da interjeição “ó pá!”, os provérbios lusitanos e as alusões a figuras como Ronaldo e Amália Rodrigues. Apesar de considerar a história menos provocativa que a anterior (O Lírio Branco, de 2023), o jornal valorizou o esforço de aproximação com o imaginário português.
Portugal é um Estado laico, onde vigora a liberdade religiosa - mas até que ponto somos um país de ‘brandos costumes'? Neste episódio, o historiador Paulo Mendes Pinto e Hugo van der Ding percorrem o fio da História e analisam os credos e influências religiosas que moldaram a nossa identidade.Que relação existe entre a situação geográfica de Portugal e a diversidade religiosa que habitou o nosso território, ao longo dos séculos? Numa viagem que recua até ao século VIII a.c., a dupla percorre os 'cilindros compressores' da religião que moldaram Portugal: do domínio romano ao cristianismo, da presença muçulmana à sombra da Inquisição. Sem esquecer a antiguidade da presença judaica, anterior ao cristianismo, e o papel transformador do islamismo, que deixou marcas na língua, na ciência e na cultura portuguesas.Ao longo da conversa, debate-se também a evolução da religião católica em Portugal: da tolerância da 1ª Dinastia ao anticlericalismo do século XIX, da liberdade religiosa da I República ao retrocesso civilizacional do Estado Novo.Com o humor e a curiosidade que os caracterizam, Paulo Mendes Pinto e Hugo Van der Ding percorrem séculos de fé, imposição e convivência, para perceber até que ponto a diversidade religiosa desenhou — e continua a influenciar — a identidade portuguesa.Um episódio [IN]Pertinente, singular e plural, a não perder.LINKS E REFERÊNCIAS ÚTEISCatálogo da exposição: «Heranças e vivências judaicas em Portugal»«Os mitos de origem e a etnicidade» (Visão, 2021)«A filiação latina: de Diana a Ulisses» (Visão, 2021)«Património Cultural Imaterial da Humanidade»BIOSPaulo Mendes Pinto Historiador e especialista em História das Religiões, com foco na mitologia antiga e no diálogo entre tradições religiosas. Docente da Universidade Lusófona desde 1998, coordena a área de Ciência das Religiões e é atualmente Diretor-Geral Académico do Ensino Lusófona – Brasil. Foi Embaixador do Parlamento Mundial das Religiões e fundador da European Academy for Religions. Comentador na CNN Portugal, colabora com o Público e a Visão e é autor de dezenas de livros e artigos científicos. Hugo van der Ding Locutor, criativo e desenhador acidental. Uma espécie de cartunista de sucesso instantâneo a quem bastou uma caneta Bic, uma boa ideia e uma folha em branco. Criador de personagens digitais de sucesso como a «Criada Malcriada» e «Cavaca a Presidenta», autor de um dos podcasts mais ouvidos em Portugal, «Vamos Todos Morrer», também escreve para teatro e, atualmente, apresenta o programa «Duas Pessoas a Fazer Televisão», na RTP, com Martim Sousa Tavares.
Será que é possível poupar em Portugal? Fará a literacia financeira alguma diferença? Neste episódio do podcast MoneyBar, e na semana em que se assinala o Dia Mundial da Poupança vamos olhar para os números e esclarecer se afinal é ou não possível aforrar. Inscreva-se na Masterclass “O Momento de Investir”: https://bit.ly/MomentodeInvestir Subscreva a Newsletter: Newsletter MoneyLab – https://bit.ly/NewsletterMoneyLab Junte-se ao grupo de Telegram: https://bit.ly/moneylab-telegram Redes Sociais Instagram: https://www.instagram.com/barbarabarroso Facebook: https://www.facebook.com/barbarabarrosoblog/ Subscreva os canais de Youtube: https://www.youtube.com/barbarabarroso https://www.youtube.com/moneylabpt Para falar sobre eventos, programas e formação: https://www.moneylab.pt/ Disclaimer: Todo o conteúdo presente neste podcast tem apenas fins informativos e educacionais e não constitui uma recomendação ou qualquer tipo de aconselhamento financeiro.
Em Portugal foi aprovada a 28 de Outubro a Lei da Nacionalidade, com 157 votos "a favor" dos partidos de direita, e 64 votos "contra" de todos os partidos de esquerda. A lei altera as regras para os estrangeiros obterem cidadania portuguesa e complexifica os critérios para quem não tem origem portuguesa. A proposta tem ainda que ser promulgada pelo Presidente da República, que poderá optar por remetê-la para o Tribunal Constitucional. RFI: Professor José Palmeira, politólogo e investigador na Universidade do Minho, antes de mais, quais são as motivações de quem pretende obter a nacionalidade portuguesa? José Palmeira: As motivações são as mais diversas. Se um cidadão imigrante vem para Portugal e se instala em Portugal, constitui família, tem o seu emprego em Portugal, naturalmente poderá ter o desejo de obter a nacionalidade portuguesa, sobretudo se for um cidadão de fora da União Europeia. Ao obter a cidadania portuguesa, obtém também a cidadania europeia, na medida em que os cidadãos dos Estados-Membros da União Europeia beneficiam de um conjunto de prerrogativas que lhes permitem circular pela Europa e ter acesso a um conjunto de regalias. Têm também obrigações, é verdade. Portanto, desde logo, tem essa vantagem de maior estabilidade do ponto de vista profissional, e do ponto de vista familiar. RFI: Com esta nova Lei, para pedir a nacionalidade portuguesa será necessário ser residente em Portugal há dez anos, em vez dos cinco anos actuais, para os estrangeiros de todos os países. Serão exigidos sete anos de residência para cidadãos dos países de língua portuguesa e da União Europeia. Como interpreta esta distinção em função da origem? José Palmeira: Eu diria que há um objectivo de fazer uma discriminação positiva. No caso dos cidadãos de países de língua portuguesa, têm desde logo, conhecimentos da língua. Por outro lado, esses países de língua portuguesa foram antigas colónias portuguesas. Houve também uma interligação cultural forte com esses países. Nesse sentido, cria-se esta proximidade. E no caso da União Europeia, terá a ver com o facto de que existe a cidadania europeia, isto é, já existe uma proximidade maior entre os cidadãos portugueses e os cidadãos dos outros países da União Europeia. Há então também um objectivo de dar um tratamento de favor a esses cidadãos quando requerem a nacionalidade portuguesa. RFI: Para além destes critérios sobre os prazos de residência, passam a existir novas exigências. Por exemplo: o conhecimento da língua portuguesa, o conhecimento da cultura, organização política e valores democráticos. Os candidatos à nacionalidade portuguesa deverão também assinar uma "declaração solene de adesão aos princípios da República". Isto quer dizer que, por exemplo, um ucraniano, um búlgaro ou um moçambicano que queira pedir a nacionalidade portuguesa terá que a conhecer de cor os nomes de todos os rios portugueses ou, por exemplo, o nome dos reis de Portugal? José Palmeira: O critério vai ser definido pelos autores da regulamentação da lei. Agora, não me parece que seja de exigir a quem vem de fora mais do que aquilo que se exige aos nacionais. Mas por outro lado, se o país precisa - e isso está reconhecido - de imigrantes para alcançar todos os seus objectivos e particularmente os objectivos económicos, então há um objectivo de bem integrar essas pessoas. Devemos criar condições favoráveis a essa integração. RFI: A integração passa pelo conhecimento dos valores democráticos, da organização política e da cultura portuguesa? José Palmeira: No entendimento do legislador, sim. Esses valores não têm que ser assimilados. Isto é, ninguém vai ter que mudar de religião ou mudar de um conjunto de princípios para obter a nacionalidade portuguesa, mas deverá respeitá-los. Aquilo que o legislador pretende é que essa identidade portuguesa não seja colocada em causa, ainda que essa identidade não signifique, como é óbvio, que haja uma única cultura. Hoje as sociedades são multiculturais. Hoje, os países são cosmopolitas e, portanto, depende depois do critério das tais provas de acesso à nacionalidade portuguesa. RFI: A política migratória portuguesa está a evoluir. A Lei de Estrangeiros já está em vigor. A Lei da Nacionalidade foi aprovada a 28 de Outubro. Está em preparação a Lei de Retorno e afastamento de estrangeiros. E foi também recentemente aprovada a lei que proíbe o uso da burca no espaço público. Está Portugal a viver uma ofensiva anti-imigração? José Palmeira: É verdade que é um pouco o ar dos tempos. Portugal e a Europa em geral estão a virar à direita em termos político-partidários. E aquilo que estamos a assistir no caso português é evidentemente um reforço desses valores. Convém também referir que é bom que haja legislação para contemplar situações como, por exemplo, o repatriamento de cidadãos estrangeiros. Muitas vezes isso é efectuado sem que haja respeito pela situação do cidadão que vai ser repatriado. E, portanto, o facto de existir uma lei é muitas vezes para proteger as condições em que acontece. RFI: Falemos agora dos cartazes do Chega. André Ventura, o líder do partido de extrema-direita, tem-se avistado em cartazes eleitorais, com vista às presidenciais de 2026, com mensagens como "Ciganos têm de cumprir a lei" e "Isto não é o Bangladesh". Este tipo de cartaz deve ser considerado como crime ou como liberdade de expressão? José Palmeira: Ora bem, estamos aí numa fronteira que não é fácil definir. Eu diria que compete às entidades judiciais, ao Ministério Público, avaliar até que ponto isso cai numa situação de crime. No passado já tivemos um caso relativamente a cartazes do Chega que acusavam os líderes do PS e do PSD de "corruptos" e o Ministério Público considerou que isso estava dentro do foro político, e que não cabia no foro criminal. RFI: Mas este caso não implicava a existência de um potencial racismo, punível pela lei. José Palmeira: Claro que pode haver, agora esse julgamento compete ao tribunal. Do ponto de vista da política, é inaceitável que haja candidatos ou partidos que discriminem países ou etnias. Não é aceitável do ponto de vista político, numa sociedade que deve ser integradora e não, pelo contrário, afastar pessoas. Agora, o julgamento político é feito pelos eleitores em actos eleitorais e cabe também, se for o caso, um julgamento judicial, se os tribunais entenderem que isso viola leis da República Portuguesa. RFI: Ainda há alguns anos Portugal era visto, nomeadamente por Bruxelas (UE), como uma excepção num panorama de ascensão de partidos de extrema direita e de ideologias racistas. Já não é o caso. Em 2019, pela primeira vez desde o fim da ditadura salazarista, foi criado um partido de extrema direita. Em apenas seis anos o Chega conseguiu eleger 60 deputados e tornar-se o segundo partido na Assembleia da República. Paralelamente, os discursos e actos de racismo têm vindo a ganhar visibilidade na sociedade portuguesa. O racismo não existia antes em Portugal ou estava simplesmente invisibilizado? José Palmeira: O racismo sempre existiu. Aqui a novidade é haver um partido político, um candidato presidencial que utiliza uma linguagem que permite que haja esse tipo de julgamento relativamente às suas opiniões políticas. Por outro lado, essas posições têm registado um crescimento eleitoral muito significativo. Por exemplo, estamos numa pré-campanha para as presidenciais e admite-se a possibilidade de André Ventura chegar à segunda volta destas eleições. Isto de facto não era expectável há poucos anos, como referiu, mas hoje é uma possibilidade que existe, sem dúvida.
Em Portugal, há cada vez mais pessoas a viver com doença renal, e muitas nem sabem até ser tarde demais. Neste episódio do Top of Mind, a médica de família Margarida Santos conversa com o nefrologista Luís Rodrigues sobre o que acontece quando os rins deixam de funcionar, o impacto da diálise e os benefícios e cuidados a ter em caso de transplante. Falamos também de Inteligência Artificial que pode salvar órgãos rejeitados, de mitos (como o de que “beber muita água cura tudo”) e de um futuro onde menos rins são desperdiçados e mais vidas são salvas. Um episódio para quem quer entender melhor o corpo, a ciência e a esperança por detrás de um novo rim. Episódio disponível no YouTube, Spotify, Apple Podcasts e em todas as plataformas de áudio. Ouça, comente e partilhe. BIAL/OUT25/PT/097
Os combustíveis são mais caros do que em Espanha unicamente por causa dos impostos. Porque é que Bruxelas insiste que temos de pôr fim ao desconto no ISP e deixa Espanha cobrar menos impostos? Análise de Clara Teixeira.
Vitória do partido de Javier Milei nas legislativas considerada "impressionante" pelos jornais argentinos. Em Portugal, além das eleições do Benfica, uma carta aberta sobre habitação está em destaque.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O presidente Lula voltou a defender alternativas ao dólar no comércio internacional. Donald Trump mira a América Latina: depois de bombardear barcos, ameaçou ordenar operações por terra contra narcotraficantes. A União Europeia adotou sanções para pressionar a Rússia a encerrar a guerra na Ucrânia. Em Portugal, a nova lei de imigração dificultou a entrada de trabalhadores brasileiros. Em Belém, quase cinquenta delegações ainda negociam hospedagem para a COP30. A reciclagem de embalagens de plástico ganhou metas obrigatórias para combater a poluição. Na véspera da inauguração, a falta de documentos impediu a primeira viagem na Transnordestina. A polícia prendeu um jogador e um treinador da liga americana de basquete por manipulação de jogos.
Já é prática comum as demissões quando há problemas numa empresa, desta vez foi a carris. E ainda, caso na faculdade de medicina do porto não ata nem desata e alunos agem pelo próprio pé. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Pinto Balsemão, o defensor da liberdade que marcou a política e o jornalismo em Portugal8
De São Paulo a Sintra, a trajetória de um sommelier que se apaixonou pelo vinho português e hoje dirige cartas em um dos hotéis mais prestigiados do país. Luciana Quaresma, correspondente da RFI em Lisboa Quando chegou a Lisboa, há 12 anos, Diego Apolinário não imaginava que aquele bilhete de ida e volta acabaria apenas de um lado e que, uma década depois, se tornaria o diretor de Vinhos de um dos resorts mais prestigiados de Portugal. Ele conta que veio passar férias, mas no dia do voo de regresso, decidiu ficar. O avião voltou para o Brasil, e ele permaneceu em Lisboa. Com pouco dinheiro no bolso – cerca de mil euros, segundo recorda – e experiência prévia em restaurantes de São Paulo, começou a bater de porta em porta. “Entreguei dez currículos e só no terceiro restaurante me disseram sim. A partir daí, tudo começou a acontecer.” Foi nesse primeiro emprego, num restaurante tradicional português, que Diego teve o seu primeiro contato real com o mundo do vinho. “O meu chefe era um sommelier de uma geração mais antiga, daqueles que falavam várias línguas e faziam do serviço do vinho quase um ritual. Fiquei fascinado. Ele tirava a rolha com uma calma, acendia uma vela, explicava cada detalhe. Eu queria ser como ele.” Autodidata e primeiro curso O interesse rapidamente virou obsessão. Durante as pausas no trabalho, livros sobre vinhos eram estudados por ele em jardins da cidade. Ele começou a fazer perguntas e a tentar entender por que certos vinhos precisavam ser decantados, o que caracterizava um vinho da Madeira e como o envelhecimento do vinho do Porto ocorria. Mais tarde, inscreveu-se no curso WSET, referência mundial no ensino do vinho. “Foi aí que tudo ficou mais sério. Percebi que queria mesmo seguir a carreira de sommelier.” A oportunidade de trabalhar num restaurante estrelado Michelin — o Eleven, do renomado chef alemão Joaquim Koeper, em Lisboa — foi o ponto de virada. Ali, ele teve contato direto com clientes exigentes, vinhos raros e produtores internacionais, experiência que considera seu verdadeiro batismo profissional. Entre taças e desafios Atualmente, Diego é diretor de Vinhos de um dos hotéis mais prestigiados de Portugal, em Sintra, cargo que ocupa há dois anos e meio. “É uma posição que me permite aplicar o lado sensitivo – provar, escolher vinhos para cada restaurante – mas também exige gestão e estratégia. É um desafio diferente, porque o Penha Longa Resort tem sete restaurantes, cada um com um público e uma identidade.” Diego é também sommelier do Lab, restaurante com uma estrela Michelin do chef espanhol Sergio Arola. Apesar das responsabilidades, afirma que continua a servir vinhos e a conversar com os clientes. “Essa é a parte mais bonita do trabalho – cada dia é diferente e cada mesa conta uma história.” Portugal, "uma pérola" de vinhos Depois de provar vinhos de praticamente toda a Europa, Diego diz que o vinho português continua a surpreendê-lo. “Portugal é uma pérola. Num país tão pequeno, há uma diversidade enorme de solos, castas e climas. É possível criar harmonizações incríveis só com vinhos portugueses.” Com brilho nos olhos, ele descreve os vinhos da Madeira como verdadeiras preciosidades. Segundo Diego, são vinhos com séculos de história, que atravessam gerações. Embora seja mais difícil encontrar garrafas antigas, continuam entre os mais incríveis que já provou. O sommelier ainda quer conhecer o arquipélago dos Açores e descobrir a magia dos vinhos da ilha do Pico. “Os vinhos de lá têm algo mágico — o solo vulcânico, o toque salino do Atlântico. São vinhos com identidade, feitos num lugar que respira mar e lava.” Brasileiro em terras lusitanas Diego afirma que nunca sentiu discriminação por ser brasileiro. Pelo contrário, sempre foi bem recebido. Para ele, Portugal está mais aberto e há uma ligação natural entre portugueses e brasileiros. “Muitos clientes portugueses começam logo a conversa com: ‘Tenho um primo em São Paulo'”, brinca. O sotaque, diz, ajuda a criar pontes. “Quando um cliente ouve que sou brasileiro, o gelo quebra logo. Ficam à vontade, fazem perguntas, e o serviço torna-se mais humano.” Inspiração e legado Hoje, ao olhar para trás, Diego sente orgulho do caminho percorrido – do jovem que não gostava de vinho ao profissional que coordena equipes e cartas em múltiplos restaurantes. Ele conta que, quando decidiu ser sommelier, parecia um sonho distante. Agora, poder inspirar outras pessoas é o que mais o gratifica. Já ajudou alguns brasileiros a iniciarem-se na carreira e ver que seguem esse caminho lhe dá grande alegria. Questionado sobre o futuro, é cauteloso: “Ainda tenho objetivos a definir, mas o mais importante é continuar a aprender. O vinho está sempre a mudar – e nós, sommeliers, temos de evoluir com ele.”
Em Portugal, os preços de venda ultrapassam em 35% o real valor das casas.
Caio Blinder, integrante do Manhattan Connection, com passagens por O Globo, Folha de S.Paulo, VEJA, Jovem Pan e BBC Brasil, analisa e comenta as relações internacionais, no Jornal Eldorado, às 4ªs e 6ªs feiras, 8h15.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A AD, encabeçada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, recupera a presidência do maior número de municípios, dentre os quais Lisboa, Porto, Sintra e Gaia, os quatro mais populosos. PS ressurge como a segunda força. A ultra-direita do Chega conquista apenas três.
Em entrevista à RFI, o ator, diretor e escritor Lázaro Ramos fala sobre literatura, identidade e o prazer da leitura em família. Entre Lisboa e novos projetos, ele revela que escrever foi uma forma de se curar e de inspirar outras pessoas. Lizzie Nassar, correspondente da RFI em Lisboa De passagem por Lisboa, onde participa de encontros literários, Lázaro Ramos fala com entusiasmo sobre sua fase como escritor. Ele acaba de lançar "Na nossa pele", depois do bem-sucedido "O tom da minha pele", publicado em 2017. “Naquele momento, eu ainda estava me entendendo como autor”, relembra. “Quando lancei 'O tom da minha pele', percebi que aquele livro era também sobre cura, sobre a formação da identidade e sobre minha trajetória como homem negro no Brasil.” Mas, para Lázaro, o impacto maior veio do público: “Quando as pessoas se apropriaram do livro e diziam que ele as ajudava a se descobrir, isso me deu uma grande alegria. A partir daí, tive coragem de lançar "Na nossa pele", que traz temas mais íntimos – histórias da minha mãe, experiências de dor, mas também de superação.” O ator diz ter aprendido que “a partir da dor também se fala de cura”. “Às vezes, uma palavra ajuda a resolver um problema que te acompanha há muito tempo”, resume. “A escrita foi isso para mim.” Do palco para a literatura Conhecido do grande público por papéis marcantes na TV e no cinema, Lázaro Ramos admite que a escrita surgiu sem grandes pretensões. “Eu nunca imaginei, no início da carreira, que o ator viraria escritor. Até uns três anos atrás, a literatura era só prazer, algo que me dava muito afeto. Eu escrevia quando dava tempo, sem compromisso.” Em 2024, ele decidiu se dedicar mais à literatura. Seus livros começam a ser traduzidos para o inglês, espanhol e francês – e Lisboa foi escolhida como ponto de partida dessa nova fase. “Achei que o lugar ideal era vir para Lisboa. É um país de língua portuguesa, e de alguma maneira a CPLP passa por aqui. Estou compartilhando dez livros – para crianças, adolescentes e adultos – que falam de cinema, autoestima, tecnologia e história negra. Quero aproximar mais gente da literatura.” Inspirações As inspirações de Lázaro vêm de uma mistura de memórias e observações do presente. “Costumo dizer que os primeiros livros infantis eu escrevi para a criança que eu fui. Porque na minha infância, eu não tive acesso a livros com personagens que me representassem, com o meu modo de ver o mundo.” Com a chegada dos filhos, os temas se ampliaram. “Quando meus filhos nasceram, comecei a escrever para os adultos que quero que eles sejam. Muitas ideias vêm das nossas conversas. Às vezes, eu não sabia responder uma pergunta e criava rimas para explicar coisas do mundo – o amor, a morte. Essa troca é mútua.” Nos livros voltados para adultos, ele adota um olhar mais coletivo. “Em diário de um diretor, compartilho a relação com minha equipe e os atores, falando de coletividade. Já 'O tom da minha pele' e 'Na nossa pele' parecem biográficos, mas são também observações do nosso tempo. Eu não sei se esses livros vão envelhecer bem, mas foram feitos para melhorar o hoje.” Entre o set e as páginas Além da literatura, Lázaro segue em ritmo intenso nas telas. “Acabei de gravar a terceira temporada de 'Os outros', com Adriana Esteves – é a primeira vez que contracenamos”, conta animado. “Em novembro, começo a gravar uma novela das seis, onde vou interpretar meu primeiro vilão! É uma história linda, com fantasia e um elenco incrível.” Mesmo com tantos projetos, ele aprendeu a administrar melhor o tempo. “Hoje, cada pausa que eu tenho é para estar com minha família. Levo os filhos à escola todos os dias. E aprendi que a gente precisa de uma boa equipe – o excesso de trabalho do ano passado me adoeceu. Agora tenho pessoas maravilhosas comigo, organizando tudo.” A leitura em família Em casa, a relação com os livros é motivo de orgulho. “Sempre fomos aqueles pais que incentivavam os filhos a ler. Desde pequenos, tinham livrinhos de banheira, aqueles que não molham”, lembra. “Agora está acontecendo o contrário: eles é que estão nos indicando livros.” E em casa, o amor pela leitura é compartilhado. “A Taís é uma leitora incrível. Ela lê todos os dias. Eu tenho fases – quando estou muito concentrado em decorar, escolho livros curtos –, mas ela não. Ela lê sempre, com prazer.” “Escrever é um ato de esperança” Entre um projeto e outro, Lázaro fala com serenidade sobre o sentido da escrita em sua vida. “Hoje, eu entendo que escrever é um ato de esperança. É tentar organizar o mundo, curar feridas, dividir o que a gente sente. E se, de alguma forma, isso ajuda outras pessoas a se curarem também, já valeu.”
Estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas, Semana Mundial do Espaço decorre entre 4 e 10 de outubro; dezenas de países organizam atividades dedicadas à exploração espacial e à educação científica; Portugal celebra data com programa especial, no qual se destaca a Conferência de Professores Espaciais.
PSD procura tirar a hegemonia do PS em número de câmaras, enquanto o partido radical de André Ventura é cotado para votação expressiva especialmente no Alentejo e Algarve.
Quer garantir o caminho mais seguro pra imigrar para Portugal?
Em Portugal, pode votar presencialmente no dia das eleições ou em voto antecipado. Em alguns casos, é possível votar por correspondência. Não é possível votar por email, online ou eletronicamente.
O programa que foi ao ar em rede nacional pela rádio SBS 2 na Austrália. O noticiário do dia. Conversamos com a artista e educadora brasileira que é a nova chefe do Instituto Nacional de Artes da Austrália. Em Portugal, Luís Montenegro quer avançar com a expulsão de imigrantes ilegais do país, enquanto mesquitas de Lisboa acordaram com mensagens xenófobas citando remigração ou inquisição. Na Austrália, a Virgin renova sua frota com a aquisição de jatos da Embraer, que devem atuar na área regional da Austrália Ocidental.
Neste episódio, falamos sobre uma rodada intensa no futebol europeu, golaços, tropeços e crises pelo caminho. O Barcelona foi atropelado pelo ótimo Sevilla de Matías Almeyda, enquanto o Real Madrid venceu em meio a reclamações do Villarreal. O Atlético volta a tropeçar, e o Arsenal assume a liderança da Premier League com show de Estevão no Chelsea e pressão sobre Klopp no Liverpool. Haaland vive uma temporada absurda, Guardiola chega a 250 vitórias, e o clima esquenta no Nottingham Forest. Na Alemanha… bem, ainda não temos campeonato. Na Itália, Napoli, Roma e Inter aproveitam o empate morno entre Juventus e Milan. Em Paris, o PSG tropeça e o Lyon desperdiça a chance. Em Portugal, o clássico entre Porto e Roma marca a volta frustrante de Mourinho ao Dragão. Tem também o caos na Escócia, com Russell Martin fora do Rangers, o Klaksvík coroado primeiro campeão da temporada, o Philadelphia levando o Supporters' Shield na MLS, Cannavaro no Uzbequistão e o vexame do Brasil nas oitavas do Mundial Sub-20. Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
Ao menos cinco australianos, quatro portugueses e dois brasileiros entre os detidos por Israel da flotilha que leva suprimentos para Gaza. Horário de verão terá início na madrugada de sábado para domingo em cinco estados australianos. No Brasil, Câmara Federal aprovou a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil reais. Em Portugal, André Ventura declara Algarve como "grande bastião do Chega" nestas eleições autárquicas.
O Parlamento de Portugal aprovou na terça-feira (30) mudanças na sua Lei de Estrangeiros, que trata da entrada, saída e permanência de imigrantes no país. As alterações tiram direitos de imigrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, incluindo brasileiros, que formam a maior comunidade estrangeira de Portugal. O Durma com Essa desta quarta-feira (1º) conversa com Marcelo Montanini, redator do Nexo radicado em Lisboa, para explicar quais são as mudanças aprovadas pelos portugueses, como elas se relacionam a outras ações anti-imigração na Europa e como elas podem dificultar a vida de brasileiros no Portugal. O programa desta semana tem também Nathalie Beghin explicando o papel da justiça tributária no financiamento climático e Luiz Gustavo Lo-Buono falando sobre políticas inclusivas no setor público. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
Entra em vigor o novo programa de compra de imóveis para primeiros compradores na Austrália. 18 marcas de protetor solar são retiradas do mercado por falta de confiança no certificado de fator de proteção. Em Portugal, governo e Chega conseguem mais limitações para imigrantes no país. No Brasil, STF barra aumento do número de deputados para as eleições do ano que vem.
Luísa Loura, diretora da Pordata, explica como a diminuição acentuada na população portuguesa, prevista pelo INE, vai afetar o país. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio do Brassagem Forte, Henrique Boaventura conversa com Jéssica Corrêa e Hélder Neves sobre a cena da cerveja caseira em Portugal. O papo passa por equipamentos all-in-one, custos de produção, insumos disponíveis, concursos BJCP e as tendências que estão movimentando a comunidade lusitana. Um retrato técnico e atual para quem quer entender como é brassar em terras portuguesas.
Optus tem nova falha no serviço triplo zero no fim de semana. Sydney sedia o 76º Congresso Internacional de Astronáutica esta semana. No Brasil, STF forma maioria para manter presos os investigados de fraude no INSS. Em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa tira o peso da política nacional nas eleições autárquicas de 12 de outubro.
A desinformação que erode a confiança nas vacinas e o custo delas são causas do declínio das taxas de vacinação na Austrália, mostra levantamento. Maior farmacêutica australiana é impactada com taxação de 100% pelos EUA. Trump assina ordem que facilita venda do braço americano do TikTok. Em Portugal, Montenegro anuncia 'plano de choque' na habitação. No Brasil, Funai anuncia morte de último indígena de etnia desconhecida.
Líder do PAIGV, Domingos Simões Pereira, de regresso à Guiné-Bissau. Em Moçambique, Conselho Constitucional não reconhece incompatibilidade de funções de Daniel Chapo. Em Portugal, Festival PARAÍSO celebra os 50 anos das independências dos PALOP.