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Guiné-Bissau: Recente digressão do Presidente da República ao interior do país gera polémica. Analista angolano comenta últimas declarações de Isabel dos Santos à DW África. União Europeia vai rever as relações comerciais com Israel por causa do conflito na Faixa de Gaza.
Depois de dois meses e meio, cerca de 100 caminhões com suprimentos chegaram à Faixa de Gaza nesta terça-feira (20). O desbloqueio da ajuda humanitária foi feito no mesmo dia em que a União Europeia e o Reino Unido engrossaram a pressão internacional para que Israel permitisse ajuda a Gaza. Para Israel, os bloqueios servem como forma de forçar o Hamas a libertar os reféns que estão sob poder do grupo terrorista desde os ataques de 7 de outubro de 2023. A situação de Gaza é tão crítica que a fez a ONU alertar que 14 mil bebês poderiam morrer em 48 horas caso a ajuda não chegasse. Depois da pressão internacional e do apelo da ONU, cerca de 100 caminhões com ajuda humanitária entraram no território. “Estão atacando a gente com fome, com sede”, relata a palestina Assmaa Abo Eldijian em conversa com Natuza Nery neste episódio. Nascida nos Emirados Árabes, Assmaa viveu no Brasil dos 4 aos 20 anos de idade. Morando em Gaza desde 2006, onde se casou e vive com os filhos, a palestina conta como é lidar com o conflito que já dura quase 600 dias e já deixou mais de 50 mil mortos. Natuza fala também com João Koatz Miragaya, que fala direto de Israel. Mestre em História pela Universidade de Tel Aviv, Miragaya responde como a população israelense vê a guerra contra o Hamas neste momento. Ele relembra como o bloqueio de ajuda humanitária foi uma das primeiras repostas de Israel ao ataque do Hamas que matou mais de 1,4 mil israelenses. E conclui como a percepção da população israelense sobre a guerra mudou desde a última troca de reféns, em fevereiro.
Moçambique: Daniel Chapo e Venâncio Mondlane reuniram-se, de surpresa, na noite desta terça-feira, para diálogo inclusivo. Guiné-Bissau: Oposição proibida de fazer campanha, enquanto Presidente Sissoco celebra “presidência aberta” no sul do país. União Europeia e União Africana dicutem questões de mútuo interesse.
Em debate no Conselho de Segurança, enviado especial da ONU saudou declarações dos Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido sobre fim de restrições financeiras; Arábia Saudita, Turquia e Catar propuseram resolver obrigações pendentes da Síria com instituições financeiras internacionais.
Terceiro maior produtor de aves do mundo, o Brasil conseguiu manter a gripe aviária longe de suas granjas comerciais desde que confirmou o vírus em uma ave silvestre, em 2023. Até que, no fim da semana passada, um caso foi detectado em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Desde então, mais de 15 países e a União Europeia fecharam seus mercados para a carne de frango brasileira. Em circulação desde a década de 1990, o vírus da gripe aviária nunca teve a transmissão comprovada entre humanos. Há risco para pessoas que trabalhem diretamente com animais contaminamos. Especialistas dizem que consumir carne de frango e ovos é seguro. Esses alimentos devem ser bem cozidos antes de ingeridos. Nesta segunda-feira (19), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o país precisa de 28 dias para ser considerado livre do vírus H5N1 de novo. Até a noite da segunda-feira, outros quatro casos eram investigados. Em conversa com Natuza Nery neste episódio, o economista José Roberto Mendonça de Barros diz que a expectativa é que os casos sejam isolados e não causem grandes turbulências na economia brasileira. Fundador e sócio da MB Associados, o economista explica como a carne de frango e o sistema de vigilância brasileiro são bem-vistos mundo afora. Ele diz que a situação brasileira é bem diferente do que acontece nos EUA, onde mais de 150 milhões de aves foram sacrificadas. E explica como a queda nas exportações pode deixar o frango mais barato no mercado nacional. Participa também do episódio Paula Salati, repórter de Agro do g1. Paula relembra como o vírus já circulava em aves silvestres há dois anos e conta as medidas tomadas por produtores e pelo governo para conter o vírus H5N1.
A Comissão Europeia atualizou ontem as suas previsões para a economia portuguesa. As notícias vindas de Bruxelas são positivas, ou nem por isso? Análise de Pedro Sousa Carvalho.
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Presidente do Instituto Camões, Florbela Paraíba, falou à ONU News sobre o prestígio global do idioma; a língua é oficial para quase 300 milhões de pessoas em quatro continentes, além de várias organizações internacionais como União Africana, União Europeia, Mercosul etc.
China, União Europeia e Argentina interromperam as importações de frango do Brasil após o Ministério da Agricultura confirmar o 1º caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Segundo o governo, não existe risco de contaminação pelo consumo de carnes e ovos.O Giro de Notícias mantém você por dentro das principais informações do Brasil e do mundo. Confira mais atualizações na próxima edição.
No ano em que a Agência Espacial Europeia assinala os 50 anos de existência, o Governo dos Açores tem destacado o posicionamento geoestratégico do arquipélago. A ilha de Santa Maria desempenha um papel estratégico na actividade espacial a nível internacional. Em 2024, recebeu a sede da Agência Espacial Portuguesa e, em 2027, o Space Raider, o primeiro veículo espacial europeu, vai aterrar no porto espacial da ilha. Paulo Quental, coordenador da Estrutura de Missão dos Açores para o espaço, defende que o arquipélago tem a capacidade para responder aos desafios de Portugal e da União Europeia no sector da indústria espacial. Qual é a importância do sector espacial para o arquipélago dos Açores?Representa, acima de tudo, uma oportunidade de desenvolver um novo sector de economia aqui na região. É um sector que, neste momento, pode responder a alguns desafios que a Europa apresenta e para o qual Portugal, através dos Açores, também pode contribuir.Que desafios são esses?Nomeadamente, naquelas que são as questões de soberania, segurança, autonomia, resiliência no acesso ao espaço, na gestão e operação de activos espaciais. São sectores que, nos últimos anos, a Europa — apesar de continuar a ser um player relevante — tem perdido algum espaço para outras localizações do globo. A Região Autónoma dos Açores pretende alavancar o potencial que tem instalado para poder fornecer esses novos serviços à Europa, com grande foco, obviamente, naquilo que é o acesso e retorno do espaço, mas também no segmento terrestre. Como tiveram oportunidade de ver aqui na ilha de Santa Maria.O Governo fala muito na “centralidade atlântica dos Açores”. O que representa esta centralidade para o arquipélago?Os Açores, como outras regiões europeias, são considerados uma região ultraperiférica. No entanto, a Europa é eminentemente um continente virado para o Atlântico. E os Açores são periféricos naquelas que são a maioria das suas actividades, e a sua localização efectiva pode tornar-se central quando se olha para o Atlântico como uma oportunidade. Seja naquela que é, novamente, uma afirmação de soberania, seja em novas oportunidades de negócio no desenvolvimento de novas economias, seja na própria economia azul, como também na economia global, e pela posição que se ocupa aqui, a meio caminho entre a América do Norte e a Europa.A ilha de Santa Maria tem ambição de ser um “Hub espacial”. No entanto, a aprovação da legislação tem sido descrita como um processo “moroso”. Esta legislação não acaba por ser uma dificuldade para as empresas que querem operar no sector espacial?Em 2019, Portugal aprovou uma legislação do espaço, enquanto país, e isto foi durante o decurso do anterior procedimento para um porto espacial aqui na ilha de Santa Maria. Com as lições aprendidas no decorrer desse processo e com as lacunas detectadas na primeira versão da legislação nacional, em 2023, e com entrada em vigor em 2024, foi feita uma revisão da legislação nacional, em que — não relaxando nas considerações de segurança das populações e do meio ambiente, bem como na sustentabilidade — criou-se um regime legal para o licenciamento de actividades espaciais que se torna atrativo, tentando fomentar a inovação e a competitividade nas actividades espaciais. Isto vê-se, por exemplo, com o abandono do modelo de concessão para um porto espacial (licença mais tradicional), mas também nos prazos de resposta ambiciosos que a legislação nacional pretende dar aos pedidos de licenciamento apresentados pelos operadores.Porque é que a ilha de Santa Maria foi uma escolha evidente para o Governo dos Açores?A escolha dos locais mais apropriados para este tipo de actividades espaciais é feita, acima de tudo, pelos operadores e pelos desenvolvedores das tecnologias. Santa Maria foi identificada como sendo um dos locais com melhor potencial da Europa para se alcançar órbitas polares, onde normalmente orbitam os satélites de observação da Terra.Santa Maria, em relação às outras ilhas dos Açores, tem também a sinergia de infra-estruturas, seja a capacidade do aeroporto -que tem uma das pistas mais longas do país- seja também através das próprias acessibilidades marítimas, permitindo o desenvolvimento dessas actividades. Há ainda a questão da estabilidade geológica, uma vez que é a ilha com menos impacto de abalos sísmicos permanentes, aqui na região, devido à confluência de três placas tectónicas, e também por questões climatéricas.Além disso tudo, acrescenta-se ainda a questão da densidade populacional, que é relativamente baixa. Observando todos estes pontos, Santa Maria acaba por se mostrar a ilha com maior potencial, não obstante as outras actividades que podem também vir a ser desenvolvidas noutras ilhas. Todavia, Santa Maria já tem alguma especialização na área, como por exemplo o Teleporto, que existe já há quase 20 anos.Há mão-de-obra qualificada para responder a todos estes desafios que vão nascer em Santa Maria?Actualmente, esta mão-de-obra qualificada não está toda disponível na região, mas Portugal tem vindo a formar e aumentar consideravelmente o número de vagas em cursos focados na área do espaço, nomeadamente engenharia aeroespacial, com cursos em três novas universidades. Não podemos olhar para a existência de pessoas formadas ou de quadros no sector espacial apenas a nível local, mas também alargar a abrangência a nível nacional e internacional, porque o mercado espacial, como qualquer mercado tecnológico hoje em dia, está altamente globalizado.No entanto, as principais infra-estruturas de espaço que operam em Santa Maria recorrem, muitas vezes, a locais, mas a chegada de novas empresas representa uma oportunidade para atrair novas pessoas, novos conhecimentos, que se venham formar aqui nos Açores, podendo também fazer o seu crescimento pessoal e social aqui na região.Os Açores são conhecidos como um exemplo na biodiversidade. A indústria espacial pode ameaçar esta imagem?Considero que a indústria espacial tem ajudado e beneficiado a biodiversidade. Podemos olhar para isto em toda a cadeia de valor da indústria espacial, seja na parte dos lançamentos ou dos portos espaciais, e temos dois casos de sustentabilidade ambiental promovidos directamente pela indústria espacial. Um é o Kennedy Space Center, na Flórida, em que o exemplo dos corcodilos que estavam em vias de extinção, a espécie foi recuperada após a criação da área protegida para o Kennedy Space Center. Outro exemplo paradigmático é Tanegashima, no Japão, onde a ilha que alberga o centro espacial japonês é também um santuário de biodiversidade e para o qual o sector espacial ajudou a criar condições de protecção. Mas isto não se resume apenas à parte terrestre; os dados espaciais também nos permitem realizar uma monitorização muito mais próxima da gestão dos recursos e da sustentabilidade. Seja através da observação da Terra no planeta como um todo, mas também na fauna e flora terrestre, assim como marítima, em que se tem tirado partido das tecnologias espaciais para o seguimento de cardumes ou de cetáceos, utilizando a nossa tecnologia espacial, juntamente com tecnologias terrestres, para validar esses dados e medir efectivamente os efeitos que as políticas têm na preservação ambiental e sustentável.Em 2027, o Space Raider, o primeiro veículo espacial europeu, vai aterrar no porto espacial da ilha de Santa Maria. Onde é que o Governo dos Açores se imagina daqui a 20 anos em termos de política espacial?O objectivo é tornar Santa Maria num “Hub para o espaço”. E aqui o posicionamento do Governo Regional é criar condições para que as empresas e outros stakeholders do sector -que queiram desenvolver as suas actividades nos Açores- tenham condições de se fixar na região, oferecendo atractividade. A perspectiva do Governo Regional não é só a colocação de um porto espacial. Um porto espacial é o ponto de retorno do espaço, e serve, acima de tudo, como catalisador de uma economia espacial. Se nós olharmos para a distribuição nas diferentes rubricas da economia espacial a nível mundial, o acesso e o retorno do espaço têm um peso muito pequeno, 1%, 2% ou 3%. A grande mais-valia está nos negócios das comunicações, dos serviços de localização e de observação da Terra. Este é um caminho que se pretende percorrer e que demora algum tempo, mas é um caminho que tem que ser feito.Tirar partido da capacidade do porto espacial para desenvolver também uma economia espacial à volta. E isto não é só na oferta de produtos, mas também fomentando junto da sociedade e da própria administração pública a utilização de tecnologia espacial ou de informações provenientes do espaço para aumentar a eficiência de outros processos do dia a dia, seja na agricultura, nas pescas, no turismo. Por isso é que é uma estratégia que engloba os diferentes sectores da actividade. Hoje em dia, organicamente o espaço tem entrado nas nossas vidas, não só pela localização, mas também quando queremos confirmar alguma informação geográfica sobre um sítio, acedemos a imagens de satélite que estão amplamente difundidas. Então, existe sempre uma janela de oportunidade para consolidar este ecossistema nas suas diferentes cadeias de valor.
As tarifas de Donald Trump continuam a marcar a actualidade, numa semana de acordo temporário com a China. Análise de Helena Garrido.
News On Apple #199 - Presidente Trump isenta iPhones, MacBooks e chips das novas tarifas contra a China; União Europeia multa Apple em 500 milhões de euros por não conformidade com a DMA (Lei dos Mercados Digitais) - governo americano diz que não tolerará; novo chefe da Siri promove dança das cadeiras dentro da Apple; nova Siri poderá ser lançada ainda em 2025, mesmo com adiamento; entre outros assuntos, sempre com muitas dicas e um bate papo descontraído com as curiosidades do mundo Apple. Apresentação: Rafael de Angeli (@rafangeli) e Marcelo Dada (@marcelodada88). Edição/mixagem: Pedro Celli (@pcelli). Oferecimento/Parceiro: Grupo “Apple Brasil iPhone, watch, macbook, ipad” no Facebook (com mais de 189k membros). Saiba todos os rumores e novidades do mundo Apple em www.newsonapple.com
Podcasts de Ecologia/Composições musicais/Natureza Ecology Podcasts/Musical Compositions/Nature
Equipamentos de energia renovável mais amigáveis. A energia eólica é limpa e renovável. A brisa não é apenas infinita em vários lugares da Terra - embora variável dependendo da localização - também cria energia sem queimar nenhum combustível fóssil caro e deixa de poluir o ar. Para alguns, é um elixir ambiental. Para outros, nem tanto. Os planos para um enorme parque eólico no planalto de "Somuncura", na Argentina, um extenso deserto perto da costa atlântica, estão levantando preocupações. Este planalto na Patagônia argentina é único com uma proliferação de espécies pequenas e altamente endêmicas que não são encontradas em nenhum outro lugar da Terra. O local proposto pelo projeto cruza o lar de 66 aves da espécie de condor dos Andes, uma espécie majestosa de ave resgatada da beira da extinção na região graças a um esforço de conservação de décadas. O condor é a maior ave voadora do mundo e a que tem a terceira maior envergadura de asas, com 3,3 metros (perdendo somente para o Marabu, cuja envergadura de asas chega a 3,5 metros e para o Albatroz-errante que chega à mesma envergadura). O condor pode chegar a pesar 14 quilos e voar até 300 quilômetros por dia. Eles são capazes de voar por distâncias superiores a 170 quilômetros sem bater suas asas. [...] Projetos de parques eólicos em todo o mundo colidiram com outros objetivos e obstáculos ambientais, criando dilemas complicados à medida que a humanidade tenta criar um futuro de baixo carbono e ecologicamente correto. Por que as pás das turbinas eólicas são pintadas de preto? Nada fica despercebido por aqueles que projetam e constroem turbinas eólicas. Um engenheiro projetista de energia renovável, ressalta que há décadas de esforço para solucionar os problemas ambientais causados pelo projeto, instalação e operação de turbinas eólicas. Já está disponível a tecnologia alimentada por Inteligência Artificial que pode detectar pássaros que se aproximam e girar as lâminas (pás) eólicas para reduzir o risco de colisões mortais, enquanto pintar turbinas de preto melhora sua visibilidade. [...] Qual é o impacto dos parques eólicos na vida marinha? A pesquisa ainda é contestada sobre o impacto dos parques eólicos marinhos na vida marinha. Um relatório da Agência Europeia do Meio Ambiente de 2022 destacou que alguns problemas potenciais são causados pelo ruído subaquático durante a construção, que pode deslocar certas espécies de peixes e interferir na localização do eco. [...] Muito dinheiro está sendo investido tentando melhorar o processo de reciclagem das pás, particularmente novos tipos de plástico que permitem que as peças da turbina sejam desmontadas e reutilizadas com mais facilidade. Fontes (textos/créditos): https://www.euronews.com/green/2022/11/06/protected-species-trump-new-turbines-how-a-renewables-designer-works-around-wildlife https://pt.wikipedia.org/wiki/Condor-dos-andes Trilha sonora (créditos): https://www.youtube.com/watch?v=UdNOqNHxoQI - Classical Music for Brain Power - Bach - HALIDONMUSIC Imagem (créditos): https://pt.wikipedia.org/wiki/Condor-dos-andes
Neste dia 9 de Maio, a Rússia assinala os 80 anos da vitória das tropas da antiga URSS sobre os Nazis durante a Segunda Guerra Mundial. Uma data celebrada com pompa e circunstância por Vladimir Putin, com um desfile militar em Moscovo com tropas vindas de diversos países próximos do Kremlin e na presença dos chefes de Estado da China, das antigas Repúblicas soviéticas, do Brasil ou ainda da Guiné-Bissau. Estas comemorações acontecem numa altura em que a Rússia tem estado a ser pressionada no sentido de negociar com a Ucrânia, mas até agora as únicas aparentes cedências do Kremlin têm sido tréguas declaradas unilateralmente na Páscoa e agora por ocasião do 'Dia da Vitória'. Tréguas que não chegaram a ser efectivas segundo Kiev que, por seu lado, tentou introduzir algum ruído na agenda de comunicação de Putin, com bombardeamentos de drones esta semana contra Moscovo.Afinal a guerra não se faz só com as armas, mas também com mensagens, sendo que para Maria Ferreira, professora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas da Universidade de Lisboa, a presença de tropas e de dirigentes estrangeiros nas celebrações desta sexta-feira na Praça Vermelha pretende reforçar a ideia de que Putin não está tão isolado quanto o afirma o campo ocidental.RFI: Para além de transmitir um ideia de força militar, as cerimónias do dia 9 de Maio também estão a ser uma ocasião para Putin de fazer passar a ideia de que tem aliados e que está designadamente a reforçar os elos com a China?Maria Ferreira: Eu penso que é de notar a solidariedade que é, na minha perspectiva, tanto estratégica como ideológica por parte dos líderes dos chamados BRICS, que pretendem marcar a agenda internacional. Nota-se, por um lado, uma solidariedade ideológica entre regimes autocráticos, sendo que neste momento o espectro direita e esquerda está a ser substituído pela divisão entre países autocráticos e democráticos. E, nesse sentido, há uma afinidade ideológica entre, por exemplo, a China, Cuba e Rússia. Aliás, sempre foi um objectivo estratégico de Vladimir Putin substituir esta divisão esquerda-direita por uma divisão entre países autocráticos, independentemente de serem regimes autocráticos de direita e de esquerda. Neste sentido, por exemplo, a presença de Lula da Silva na parada militar significa também que há aqui um conjunto de Estados que se incluem nos BRICS que querem sobretudo afirmar uma narrativa sobre a Ucrânia distinta da narrativa ocidental. E por isso, nós vemos o Presidente Lula da Silva em sintonia ideológica, mas também em sintonia estratégica com Putin e com a China de Xi Jinping. E isso leva a, curiosamente, até a uma certa confusão entre os movimentos populistas, quer na Europa, quer nos Estados Unidos, que ficam um pouco divididos entre a solidariedade populista a regimes de direita e a solidariedade populista a regimes de esquerda. É claro que o facto de os Estados Unidos estarem agora a apoiar claramente a Rússia veio ainda mais estabelecer uma confusão de apoios estratégicos e de aliados ideológicos entre os países que está, por exemplo, a colocar a Europa numa posição bastante incómoda na sua posição de apoio tradicional à Ucrânia. RFI: Também fala da mensagem que Vladimir Putin pretende disseminar junto da sua própria população, numa altura em que transparece algum cansaço no seio da população relativamente ao conflito com a Ucrânia e também relativamente à situação económica russa que é difícil. Maria Ferreira: Sim, aliás, Putin propôs agora um cessar-fogo com a Ucrânia, um cessar-fogo que coincidisse com o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. Mas, curiosamente, Volodymyr Zelensky já veio considerar que este autodeclarado cessar-fogo por parte da Rússia é sobretudo um espectáculo de teatro. A proposta norte-americana era de um cessar-fogo 30 dias. Essa proposta foi aceite pela Ucrânia e recusada pela Rússia, que não aceitou a proposta de cessar-fogo de Putin. Aliás, disse que a presença de efectivos internacionais na própria parada militar pode ser considerada como uma extensão da responsabilidade pela guerra na Ucrânia a esses países. Esta proposta de cessar-fogo, penso que pode ser considerada sobretudo como um exercício de propaganda por parte de Moscovo e como mais uma demonstração de força. No fundo, a tentativa russa de enquadrar discursivamente e simbolicamente, segundo a sua própria agenda o 'Dia da Vitória', fazendo a tal articulação entre o 'Dia da Vitória' e o próprio conflito na Ucrânia e de tentar representar esta data de acordo com a agenda política russa. Este gesto está a ser compreendido fundamentalmente como um gesto para consumo interno. Mas também, isto é importante, como um gesto para consumo dos Estados Unidos e da Europa, sinalizando que a Rússia tem a sua própria agenda, tem o seu próprio timing relativamente ao conflito na Ucrânia e que é, de alguma forma, imune a pressões, mesmo a pressões vindas da administração Trump. O objectivo é mostrar que a Rússia controla a agenda do conflito, tem solidariedade internacional em relação à prossecução do conflito. E isto é importante numa altura em que o conflito parece estar num impasse. A Rússia não faz efectivamente grandes avanços territoriais, apesar da grande diferença de capacidades militares que tem em relação a Ucrânia. E isso é claro, que gera descontentamento na população russa e, portanto, Putin está fundamentalmente a tentar mobilizar os russos, mostrando aqui a existência desse tal paralelismo histórico entre o 'Dia da Vitória' e o conflito na Ucrânia, tentando mostrar também que não está sozinho no conflito. RFI: Houve dois sinais enviados por Kiev esta semana. Um primeiro sinal foi o envio de drones, inclusivamente contra Moscovo. Não será uma mensagem directa para os russos para fazê-los provar do próprio veneno e mostrar que eles também não estão em segurança? Maria Ferreira: Sim, mas isso é um objectivo de Volodymyr Zelensky que, desde os princípios do conflito, tenta de alguma forma mobilizar a própria população russa contra o regime russo e demonstrar à população russa os eventuais efeitos negativos do apoio ao regime de Putin. E é bom relembrar que a população russa não tem sido passiva em relação ao apoio à presença russa na Ucrânia e, portanto, tem tudo a ganhar ao provocar uma certa instabilidade em território russo. Provar aos russos que esta guerra, que, segundo Putin, tem sobretudo uma legitimidade ideológica e normativa, porque Putin considera que a Ucrânia pertence ao grande espaço cultural e ideológico russo e que tem o objectivo de provar aos russos que esta narrativa tem falhas e que a guerra pode custar muito à população russa. RFI: Outro sinal enviado também esta semana por Kiev é a ratificação do famoso acordo com os Estados Unidos sobre os minérios. Julga que isto pode também servir de escudo para Zelensky mostrar aos russos que também pode ter Trump como aliado?Maria Ferreira: É muito difícil de fazer uma análise sobre aquilo que pode vir ou não acontecer em relação ao acordo com os Estados Unidos. Aliás, esta semana soube-se que os Estados Unidos pretendem forçar a Ucrânia a receber deportados e imigrantes ilegais que sejam expulsos dos Estados Unidos. Portanto, é muito difícil nós termos uma ideia daquilo que os Estados Unidos pretendem efectivamente fazer em relação ao conflito russo-ucraniano. Parece haver aqui uma visão claramente estratégica e instrumental do conflito, no sentido de beneficiar apenas os interesses estratégicos norte-americanos. E não sei como é que isso vai necessariamente se traduzir em mais apoio para a Ucrânia, se bem que Washington tenha já desbloqueado mais apoio militar. Mas é difícil saber a médio e a longo prazo, como é que Donald Trump vai gerir o seu apoio por um lado, a Putin, de quem é um aliado estratégico e ideológico e, por outro lado, à Ucrânia em relação a quem tem já um histórico de conflito de há vários anos. Por isso é muito difícil fazer previsões sobre qual efectivamente vai ser o apoio norte-americano à Ucrânia, sabendo nós que, neste momento, o Congresso está claramente ao lado de Donald Trump e é, portanto, muito reticente em fazer um 'commitment'. RFI: E a Europa no meio disto tudo? Esta semana foi eleito um novo chanceler alemão. Julga que a chegada de Merz no jogo político vai mudar alguma coisa para a Ucrânia?Maria Ferreira: A própria eleição de Merz foi complexa e, portanto, aquilo que parecia ser um dia de afirmação da força alemã através da eleição de Merz acabou por ser nublada pela questão da não-eleição logo no primeiro acto eleitoral. Portanto, aquilo que poderia ser uma afirmação de força foi temperado pelo facto de se ter que fazer uma segunda votação, o que mostra que os deputados alemães estarão com algumas dúvidas sobre a própria figura de Merz e, portanto, Merz não começa bem enquanto líder alemão. Em relação à Europa e independentemente da eleição mais ou menos atribulada de Merz na Alemanha, é de realçar o facto de neste momento, a Comissão Europeia ter um comissário específico para a Defesa e para o Espaço. É de realçar o facto de a União Europeia ter já um 'Livro Branco' sobre a defesa, em que claramente se apela à construção de uma indústria europeia de defesa e ao fim da dependência estratégica em relação aos Estados Unidos no que toca à aquisição de materiais de defesa. Mais do que a eleição de Merz na Alemanha, isso sim, penso que são boas notícias para Zelensky, porque o 'Livro Branco' sobre a defesa faz uma identificação muito clara das lacunas ao nível das capacidades militares da União Europeia, como a questão dos drones, a questão da artilharia, a questão da mobilização de tropas e de capacidades militares entre os Estados-Membros. O 'Livro Branco' sobre a defesa faz claramente uma alusão à necessidade de haver uma colaboração e dividendos da colaboração entre os Estados-Membros no campo da defesa. E isso, eu penso que são boas notícias para Zelensky, porque qualquer aumento de capacidades por parte da União Europeia poder-se-ia traduzir num aumento de capacidades, por exemplo, no campo da artilharia para a própria Ucrânia.
Nunca a Alemanha teve um governo politicamente tão fraco. Nunca a Europa teve tantos líderes eurocépticos. E a sólida democracia britânica treme com as vitórias do Reform. “Ordem europeia” está ruir?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Líderes eurocéticos e governos fragilizados pela força da extrema-direita, vitórias do Reform e pressão da Rússia: afinal, celebrará a Europa o Dia da Vitória com uma crise iminente sobre o ombro?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Líderes eurocéticos e governos fragilizados pela força da extrema-direita, vitórias do Reform e pressão da Rússia: afinal, celebrará a Europa o Dia da Vitória com uma crise iminente sobre o ombro?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Nunca a Alemanha teve um governo politicamente tão fraco. Nunca a Europa teve tantos líderes eurocépticos. E a sólida democracia britânica treme com as vitórias do Reform. “Ordem europeia” está ruir?See omnystudio.com/listener for privacy information.
1 mins Introdução e provocações 7 mins A corrida pelas vagas europeias 10 mins A saída de Trent Alexander Arnold 20 mins Chelsea carimba a faixa do campeão 30 mins Arsenal: João desabafa 43 mins Bournemouth e Evanilson na briga Europeia 48 mins Tottenham rumo a uma final 51 mins Harry Kane! Enfim comemora 54 mins Manchester United! 60 minutos Resumo da rodada da Premier 1 hr 02 mins Manchester City com sorte 1 hr 05 mins A conclusão das outras divisões na Inglaterra Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
Edição de 06 Maio 2025
O governo de Portugal, de Espanha, também a Comissão Europeia, uma espécie de supergoverno da Europa, estão a reclamar respostas, através das entidades envolvidas mas também de comissões de auditoria e inquérito. Todos querem saber o porquê do grande apagão de segunda-feira que, já se sabe, matou pessoas, gente que estava em casa com apoio respiratório ligado à corrente, mas que por falta prolongada de energia e sem telefone para pedir apoio, perdeu a vida.
Dar Voz a esQrever: Pluralidade, Diversidade e Inclusão LGBTI
O DUCENTÉSIMO TRIGÉSIMO EPISÓDIO do Podcast Dar Voz A esQrever
Neste episódio do 20 Minutos, a economista e analista política Juliane Furno debate os efeitos das tarifas alfandegárias, barreiras comerciais e a guerra econômica iniciada por Donald Trump. Quais setores e países são os maiores vencedores e perdedores? Como ficam o Brasil, a China e a União Europeia nesse embate?
“Pode confirmar que a sua organização não trabalha com entidades associadas a partidos comunistas, socialistas ou totalitários, ou a qualquer partido que defenda crenças antiamericanas?” No episódio desta semana do podcast Diplomatas tentámos perceber a lógica desta e das outras 35 perguntas que o Governo dos Estados Unidos enviou a diversas faculdades portuguesas, incluindo o Instituto Superior Técnico, assim como da decisão da Administração Trump de congelar 2,2 mil milhões de fundos federais para a Universidade de Harvard por recusar a sua “lista de exigências”. E a reacção do Governo português aos questionários ideológicos foi acertada ou tímida? Regressando ao tema do momento na frente internacional, a jornalista Teresa de Sousa e o investigador Carlos Gaspar voltaram a olhar para os últimos desenvolvimentos da guerra tarifária e para o posicionamento que a União Europeia vai ter de assumir na grande competição geopolítica entre os EUA e a República Popular da China. E reflectiram ainda sobre o que os bombardeamentos russos à Ucrânia em Dia de Ramos nos dizem em relação à estratégia negocial de Vladimir Putin sobre o conflito e sobre as movimentações em Washington, em Paris, em Roma e em Teerão relacionadas com o programa nuclear do Irão.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Frontex, agência europeia de fronteiras, comunicou que no primeiro trimestre deste ano, entraram na Europa menos 33.600 imigrantes irregulares em relação a igual período do ano passado. Em 2024, a queda já tinha sido de 38%. As organizações de direitos humanos dizem que a queda fica a dever-se em parte às políticas mais securitárias da União Europeia. Neste episódio, conversamos com Miguel Duarte, activista da Associação HuBB – Humans Before Borders.See omnystudio.com/listener for privacy information.
NESTA EDIÇÃO. Aumento da demanda do biodiesel põe em xeque capacidade de suprimento pela indústria nacional. Agência Internacional de Energia reduz projeções de aumento de consumo de petróleo em 2025. Edge inicia importação de gás natural da Argentina. Porto de Roterdã testa abastecimento de navio com amônia. Brasil vai propor na COP30 integração do mercado de carbono com União Europeia, China e Califórnia.
Fala, pessoal! Caio Augusto recebe neste 467 do TerraçoCast Rachel de Sá, Renata Kotscho e Fernanda Peres de Melo! Os assuntos foram os seguintes: - Rachel, com a inflação em 12 meses mais de 1pp acima do teto da meta, o que podemos esperar sobre o IPCA nesse ano? - Renata, com o Boletim Internacional: China e União Europeia discutindo aproximação em carros elétricos; - Fernanda, como o TikTok está acelerando os ganhos da ByteDance apesar da desaceleração da China? Confira nossa Linktree, lá você nos encontra em todos os lugares! https://linktr.ee/terracoeconomico Você encontra esse podcast nas seguintes plataformas: Apple Podcasts, Spotify, Amazon Music, CastBox, Deezer, iHeart, JioSaavn, Listen Notes, Player FM, Podcast Addict, Podchaser, YouTube e YouTube Music Episódio editado por ATHELAS Edições de Áudio
A União Europeia ainda está longe de atingir os objetivos de redução da poluição estabelecidos para 2030.
Catarina Martins acredita que o Livre é incoerente sobre a NATO. Já Patrícia Gonçalves relembra que o Livre tem sido criticado pelo Bloco de Esquerda por causa das posições sobre a União Europeia.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio dessa semana falamos sobre a perseguição ao mandato de Glauber Braga na Câmara dos Deputados, a esquerda c* trancado e a extrema-direita c* aberto, atualizações sobre o tarifaço do maluco laranja, a queda do ministro das Comunicações, o avanço da pauta da anistia e muito mais.APOIE financeiramente a continuidade do MIDCast:- Apoia.se : https://apoia.se/midcast- Chave PIX : podcastmid@gmail.com# COMPRE a estampa "Tem que Dilapidar as Fortunas": bit.ly/estampamidcast# CANAL do MIDCast Política no WhatsApp: bit.ly/midcast-zap# GRUPO dos ouvintes no Telegram: bit.ly/midcastgrupo# LISTA de paródias do MIDCast: bit.ly/parodiasmidcast PARTICIPANTES:------------------Anna Raissa - https://bsky.app/profile/annarraissa.bsky.socialDiego Squinello - https://bsky.app/profile/diegosquinello.bsky.socialRodrigo Hipólito - https://bsky.app/profile/rodrigohipolito.bsky.socialThais Kisuki - https://bsky.app/profile/thaiskisuki.bsky.socialVictor Sousa - https://bsky.app/profile/vgsousa.bsky.socialCOMENTADO NO EPISÓDIO------------------TARIFAÇO DE TRUMP (O RETORNO)Em resposta a Trump, China impõe taxa de 34% sobre importados dos EUAUnião Europeia aprova tarifas retaliatórias de 25% aos EUATrump: se China não remover retaliação, EUA vão impor mais 50% de taxasChina retalia mais uma vez e anuncia tarifas de 84% sobre os EUA; UE também aprovou medidasCasa Branca confirma que tarifas de 104% contra a China serão cobradas a partir desta quartaTrump eleva tarifa contra a China para 125% e anuncia redução nas taxas a outros paísesBolsas de Wall Street perdem US$ 6 trilhões em dois dias após tarifaçoPESQUISA DATAFOLHADatafolha: Lula teria 48%, contra 39% de Tarcísio em cenário de 2º turnoDatafolha: 29% avaliam o governo Lula como ótimo ou bom, e 38% como ruim ou péssimoMinistro do Turismo diz que União Brasil apoiará reeleição de Lula, mesmo com Caiado pré-candidatoA PORRA DA PAUTA DA ANISTIAPL não consegue assinatura de líderesPL anuncia fim de obstrução na CâmaraAto com Bolsonaro na Paulista reúne cerca de 44,9 mil manifestantesBolsonaro discursando em inglêsGenial/Quaest: maioria dos brasileiros é contra a anistiaMais de 70 deputados de partidos da base de Lula assinam urgência da anistia do 8 de janeiroA PERSEGUIÇÃO AO GLAUBER BRAGAConselho de Ética aprova cassação de Glauber Braga; palavra final é do plenário da CâmaraA SAÍDA DO MINISTRO DAS COMUNICAÇÕESJuscelino Filho oficializa demissão do Ministério das ComunicaçõesPGR denuncia ao STF ministro das Comunicações, Juscelino Filho
Confira na edição do Jornal da Record desta sexta (11): China anuncia tarifas de 125% a produtos americanos e busca aproximação com a União Europeia. Casa Branca diz que Trump está otimista em relação a um acordo. No Brasil, inflação recua em março, mas acumulado de 12 meses fica acima do teto da meta. Ex-presidente Jair Bolsonaro passa mal e é internado no Rio Grande do Norte. Confusão termina com ambulante morto na região central de São Paulo. Piloto de helicóptero que caiu em Nova York teria relatado falta de combustível durante o voo. CBF pede que confederação sul-americana dê vitória ao Fortaleza depois de tumulto no Chile.
O comércio global acaba de ficar extremamente complicado por conta da guerra comercial promovida pelos EUA contra o resto do mundo. Mas ainda tem mais vindo por aí. Nos próximos anos, uma série de legislações socioambientais introduzidas por países ricos pode impactar as exportações brasileiras.Na União Europeia — principal fonte dessas novas regras — o regulamento antidesmatamento entra em vigor em dezembro de 2025 para grandes empresas e, em meados de 2026, para as de menor porte. No início de 2026, o bloco também introduz o CBAM, um mecanismo de ajuste de fronteira para a cobrança de carbono.No Reino Unido, o Forest Risk Commodity Scheme — legislação semelhante ao regulamento europeu — ainda precisa de detalhamento e de um cronograma de aplicação, mas conta com o apoio do governo atual. Até os EUA discutem, desde 2021, sua própria iniciativa nessa área, o chamado Forest Act, embora o futuro desse projeto de lei seja muito mais incerto.O ponto é que, ao contrário do tarifaço arbitrário de Trump, todas essas regras e legislações que acabei de citar vêm sendo discutidas há bastante tempo — e já é possível se preparar para os seus impactos.Neste episódio, converso com Thais Diniz Oliveira, pesquisadora na área de sistemas alimentares na Cornell University, nos EUA. A Thais esteve envolvida em diversos estudos acadêmicos sobre o impacto de políticas comerciais verdes e explica os possíveis cenários para as exportações brasileiras. Como essas legislações ainda não entraram em vigor, este é um exercício de abstração — baseado em modelos econômicos mas, ainda assim, apenas projeções.Você vai ouvir duas análises diferentes nesta conversa: uma feita pela Thais e seus colegas como parte do Global Policy Incubator, uma iniciativa para o desenho de políticas públicas em Berlim; e a outra, apresentada em um artigo publicado na revista científica Climate Policy. * Link para o artigo de Thais Diniz Oliveira e colegas no jornal científico Climate Policy. ** Para entrar em contato comigo, escreva para: podcast@economiadofuturo.comSupport the show
Donald Trump passou das palavras aos actos e anunciou taxas alfandegárias “recíprocas” para todo o mundo. Aliados, adversários, analistas, economistas e bolsas vão sucumbindo, uns mais atónitos que outros, sob o peso da inconsistência das traves-mestras do alegado “Dia da Libertação” dos Estados Unidos. Mas o Carlos Gaspar vê “coerência” na “estratégia de destruição da ordem internacional americana” liderada a partir de Washington. “Há aqui um padrão, desde o princípio, não é só um método de crise: o Presidente dos EUA está constantemente a criar situações de crise e tem a iniciativa estratégica para, passo a passo, ir destruindo a ordem internacional e o modelo de globalização que os EUA criaram a seguir à II Guerra Mundial”, diz o investigador do IPRI-NOVA no episódio desta semana do podcast Diplomatas. “O fim da globalização é agora oficial, com o decreto das tarifas, e é mais um pilar da ordem americana que é deitado abaixo”, insiste. “Não é apenas no domínio da Defesa e da Segurança. Agora é também o modelo americano da globalização que é posto em causa e, eventualmente, a própria posição do dólar como moeda de referência internacional.” Sobre a retaliação célere da China, o Carlos Gaspar resume de forma simples: “A resposta é inteiramente previsível. O secretário-geral do Partido Comunista da China não pode não responder taco-a-taco ao Presidente dos Estados Unidos. É uma questão de sobrevivência política.” Lembrando alguém que descrevia a guerra tarifária de Trump como um “Inverno nuclear económico autoinfligido”, a Teresa de Sousa lamenta que o tema tarde em entrar na campanha eleitoral em Portugal. A jornalista explica o fenómeno com a “terrível tendência que nos ficou incrustada nos genes desde o ‘orgulhosamente sós’ de Salazar”, que é “esta incapacidade da nossa classe política dirigente de olhar para nós como uma pequena economia aberta, democrática, aberta ao mundo”, que joga à escala europeia e mundial, e que tem na Europa “uma parte fundamental para a defesa dos nossos interesses, do nosso modo de vida e do nosso bem-estar social”. “Quando a União Europeia enfrenta uma dupla mudança radical da sua vida, a mudança geopolítica com a ruptura entre os dois lados do Atlântico (com a ameaça russa) e agora uma ruptura geoeconómica, como é que aqui em Portugal nenhum dos dois partidos que nos devem governar alternadamente [PSD e PS] consegue ter um raciocínio lógico e realista sobre o que se está a passar?”, questiona. Sobre o encontro agendado para o próximo sábado entre representantes dos EUA e do Irão, mediado por Omã, para se discutir o programa nuclear iraniano, o Carlos Gaspar nota comparações com o método de negociações norte-americanas sobre a guerra na Ucrânia. “O Presidente dos EUA quer pôr fim à guerra na Europa e pôr fim à guerra no Médio Oriente; e que está disposto a pagar um preço alto aos seus adversários para garantir esse resultado”, defende. Ainda sobre a Ucrânia, e, concretamente, sobre a incursão das suas Forças Armadas na província russa de Belgorod, a Teresa de Sousa realça que as Forças Armadas ucranianas “estão muito, muito, muito, muito longe de estar numa situação aflitiva” e acredita que os desenvolvimentos dos últimos meses fizeram com que as chefias militares e políticas do país invadido pela Rússia sejam agora mais “proactivas” e menos dependentes “das orientações americanas, como no tempo de Biden”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Onze anos depois da saída dos gestores internacionais da troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Europeu) que puseram ordem nas contas de Portugal com mais martelo do que bisturi, Portugal surge, juntamente com Espanha, como país de referência na gestão pública na União Europeia. Portugal escapa à maior parte dos problemas internos resultantes da guerra na Ucrânia.
O tema da Defesa chegou à campanha eleitoral. Portugal e a União Europeia devem investir nas forças armadas? Devemos preparar-nos para uma guerra? Uma conversa com o Major-general João Vieira Borges.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A sete meses da Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas em Belém, o presidente da COP30, o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago, reconhece que a percepção da agenda climática por governos, empresas e até populações “está diferente do que gostaria”. Mas o contexto internacional desfavorável para o evento mais importante do ano na temática ambiental também trouxe reflexões sobre a quebra da confiança nas COPs – e um mea culpa: “a realidade é que nós não estamos sendo convincentes”. Lúcia Müzell e Jeanne Richard, da RFI em ParisO experiente diplomata ressalta a importância de a conferência ser capaz de transformar os discursos e acordos em atos concretos. “Se esse tema diminuiu de importância na agenda mundial, é também porque alguma coisa nós não estamos fazendo direito”, disse, em entrevista à RFI. “Devemos ajustar o que estamos falando sobre a mudança do clima, para não continuarmos a assustar as pessoas sem uma solução.”Apesar do contexto internacional desfavorável, com guerras em curso, o multilateralismo em crise e a saída do maior emissor histórico de gases de efeito estufa, os Estados Unidos, da mesa de negociações, Corrêa do Lago descarta a hipótese de a COP de Belém terminar em retrocessos. “O que já foi assinado deve ser realizado, deve ser implementado”, frisou.O Brasil presidirá a conferência em novembro sob o telhado de vidro dos planos de aumentar da produção de petróleo nas próximas décadas – apesar de os 196 países membros da Convenção do Clima terem concordado, em 2023, em “se afastar” dos combustíveis fósseis, os maiores responsáveis pelo aquecimento anormal do planeta. “Não há nenhuma dúvida de que as energias fosseis são o principal problema que nós devemos enfrentar”, afirmou o embaixador. “Algumas coisas nós podemos estar fazendo errado, mas nós estamos fazendo muitíssimas coisas certas. Eu acredito que sim, há uma capacidade do Brasil de mostrar o rumo para a maioria dos outros países”, alegou.Leia abaixo os principais trechos da entrevista, realizada por videoconferência nesta terça-feira (8).RFI: 2025 marca os dez anos do Acordo de Paris. Desde o começo, a expectativa era muito alta para essa COP 30, sobre a ambição climática que a gente vai conseguir chegar. Mas o contexto atual é muito desfavorável, com uma escalada de guerras e do discurso negacionista, retrocessos evidentes na agenda ambiental em diversos países. Uma sombra de Copenhague paira sobre Belém? André Corrêa do Lago: A gente não pode analisar as circunstâncias, que são muito diferentes. Eu acho que Copenhague foi um caso muito especial e as circunstâncias internacionais, em princípio, eram até favoráveis em 2009. Eu acredito que nós estamos tendo hoje uma certa tendência a um retrocesso, mas nós temos que analisar por que desse retrocesso.Quando você tem uma preocupação com guerras ou com eleições, todos esses elementos são extremamente importantes na política e nós podemos até entender, mas a realidade é que isso está comprovando que a mudança do clima ainda não adquiriu a dimensão, que deveria ser natural, de que ela está por cima de todos esses elementos. Você não pode escolher ou guerra, ou crise ou mudança do clima. A mudança do clima está aí e vai continuar, portanto a gente não pode tapar o sol com a peneira e não ver que as circunstâncias estão cada vez mais graves.Eu acho que é um desafio enorme, mas também é um desafio para nós renovarmos o discurso pró-clima para uma maneira mais convincente, porque a realidade é que nós não estamos sendo convincentes. Se esse tema diminuiu de importância na agenda mundial, é também porque alguma coisa nós não estamos fazendo direito. Nós temos que melhorar a nossa comunicação sobre a relevância dessa agenda.RFI: Menos de 10% dos países da Convenção Quadro cumpriram o calendário previsto e entregaram as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) em fevereiro, como previsto. Como o senhor qualifica esse impasse? É um mau sinal para o sucesso da COP30?ACL: Teria sido muito melhor se mais países tivessem apresentado, não há a menor dúvida. Mas a verdade é que o prazo foi estendido para setembro. Houve um entendimento de que estava muito complexo para vários países apresentarem as suas NDC, por motivos diversos.A União Europeia, por exemplo, estava um pouco ligado à questão das eleições. Vários países estavam muito ligados a questões técnicas. A ideia é que os países possam apresentar a melhor NDC possível e a mais ambiciosa possível. Eu acho que o importante é isso, que favoreça a qualidade das NDCs que estão sendo apresentadas.RFI: Para o senhor, o que vai ser um sucesso da COP30?ACL: Nós ainda não estamos declarando o que nós consideramos que deverá ser um sucesso da COP30. Não há dúvida de que as NDC são um elemento importante. Só que as NDC dos países são voluntárias: cada país apresenta a sua de acordo com aquilo que considera ser possível. Então, você não pode pressionar os países ou alegar que os países não estão fazendo alguma coisa. Se algo foi decidido, eles estão fazendo o que foi decidido.Nós temos que aguardar essas NDCs e, uma vez que elas forem apresentadas, nós vamos ser capazes de fazer um cálculo de quão distantes nós ainda estamos do objetivo de 1,5ºC [limitar o aquecimento do planeta a no máximo 1,5ºC até o fim deste século]. As Nações Unidas têm uma forma de análise das NDCs e o resultado final vai ser apresentado e discutido.Agora, se nós não estamos atingindo o objetivo de temperatura que estava no Acordo de Paris, nós temos que sentar e discutir como é que nós podemos aumentar a ambição. Não há a menor dúvida de que alguns países gostam muito de falar de ambição, mas a realidade é que a maioria dos países em desenvolvimento dizem que eles só podem falar de ambição se houver recursos financeiros, porque incorporar clima é um peso adicional ao esforço de desenvolvimento.Esse debate se arrasta desde o momento que a gente negociou essa Convenção do Clima, que foi assinada em 1992, portanto é um tema tão complexo que nós ainda não conseguimos encontrar uma solução. Mas eu acredito que ainda há um desejo e uma convicção de que é por via do multilateralismo que nós podemos encontrar a melhor maneira de cooperar.Acho que seria um enorme sucesso se a COP30 apresentar soluções conviventes em todas as áreas – e acho que isso é muito possível, porque temos soluções, as tecnologias estão progredindo de forma extraordinária e temos ideias adaptadas a circunstâncias muito distintas. Há muitos caminhos e cada país tem o seu – num grande país como o Brasil, cada região tem o seu. Devemos respeitar isso, porque não se pode impor soluções que, no final, sejam caras demais ou custem muito caro politicamente. É muito importante para as democracias poder ganhar eleições, então devemos garantir que esse discurso será seguido de ações e demonstrações do que estamos defendendo.RFI: A última COP, em Baku, foi frustrante para muitos países em desenvolvimento, que esperam financiamento para promover a sua transição. Como providenciar os bilhões de dólares necessários, afinal sem este dinheiro, alguns países podem ser obrigados a apresentar planos climáticos pouco ambiciosos ou até nem mesmo apresentar um plano?ACL: O financiamento é um tema absolutamente central porque, na maioria dos países em desenvolvimento, existe uma acumulação de diversas dimensões do desenvolvimento ao mesmo tempo – educação, saúde, infraestruturas, transportes. O combate às mudanças climáticas se adiciona a tudo isso. É mais do que justo que os países que puderam se desenvolver de forma muito mais progressiva e organizada, e que são responsáveis pela acumulação de CO2 na atmosfera, forneçam os recursos para estes países em desenvolvimento poderem se desenvolver tendo a questão do clima no centro dos seus modelos de desenvolvimento.RFI: Os países desenvolvidos providenciarão este dinheiro sem os Estados Unidos?ACL: Quem está muito preocupado com a ausência dos Estados Unidos são os outros países desenvolvidos, porque se forem somente os países desenvolvidos que deverão providenciar os recursos, a saída da maior economia do mundo desse pool torna a equação mais complexa. Mas não é só isso.Nós precisamos olhar a questão do financiamento climático de maneira muito mais vasta. A decisão de Baku inclui o esforço da presidência brasileira e da presidência do Azerbaijão de passar de US$ 300 bilhões por ano para US$ 1,3 trilhão. São números absolutamente assustadores, mas que dão a dimensão do impacto que o clima está tendo na economia mundial.Esta proposta, que deve ser assinada por Mukhtar Babayev [presidente da COP29] e eu, é uma proposta de como poderemos passar de A a B de forma convincente. Estamos trabalhando neste assunto de forma muito séria, porque pensamos que não podemos trabalhar apenas com fundos especiais para o clima. Nós devemos fazer com que o clima esteja no centro de todas as decisões de desenvolvimento, de investimentos e de finanças. Isso exige que mudemos muito a nossa forma de pensar os investimentos e o financiamento. Acho que temos um bom caminho a percorrer, mas espero que seremos capazes de apresentar alguma coisa que seja positiva e, ao mesmo, tempo realista.RFI: A cada COP, existe uma pressão muito grande para aumentar o que já se tem, mas manter o que foi conquistado é também um desafio. O senhor trabalha com a ideia, por exemplo, de encarar pressões para que o compromisso dos países de se afastarem [“transitioning away”] dos combustíveis fósseis saia do texto, por exemplo?ACL: Não, não, não. O “transitioning away” já foi aprovado em Dubai por todos os países membros do Acordo de Paris. Eu acho que é algo que já está decidido – o que não está é as várias maneiras como nós podemos contribuir, cada país à sua maneira, para essa transição. Mas o que já foi assinado deve ser realizado, deve ser implementado. Não há nenhuma dúvida de que as energias fosseis são o principal problema que nós devemos enfrentar.Nós temos uma crise política, mas também de confiança no processo de negociações climáticas. Como eu estava comentando, eu acho que a percepção da agenda está diferente do que a gente gostaria, e a capacidade de implementação também tem frustrado muitos atores importantes. É muito grave no caso, por exemplo, do setor privado, porque se o setor privado não vê uma vantagem econômica em seguir o caminho, que é o caminho mais racional, é porque em alguma coisa nós estamos falhando.Nós temos que ter um diálogo muito maior com o setor privado para devolvê-lo a confiança nessa agenda. Ele se pergunta se é realmente um bom negócio garantir que vamos combater as mudanças climáticas. Eu estou convencido de que sim.O grande desafio é que devemos convencer não apenas os governos, como as populações, de que tudo que devemos fazer vai ajudar as economias. Devemos, portanto, ajustar o que estamos falando sobre a mudança do clima para não continuarmos a assustar as pessoas sem uma solução.RFI: O Brasil, com a sua agenda pró-petróleo a pleno vapor, defendida pelo presidente Lula, incluindo a entrada do país na Opep+ e o lançamento de um leilão de 332 blocos de petróleo e gás no país em junho, vai conseguir promover uma maior redução das emissões e encaminhar o fim dos combustíveis fósseis? Como o Brasil vai convencer alguém se o próprio Brasil vai aumentar a sua produção de petróleo? ACL: O Brasil não é só o Brasil que você está mencionando: são os vários Brasis que estão fazendo coisas incríveis no combate à mudança de clima. Isso vai ser uma coisa que vai ficar bastante clara na COP 30, inclusive por o Brasil ser um país tão grande, tão diverso, tendo exemplos em todas as direções.Algumas coisas nós podemos estar fazendo errado, mas nós estamos fazendo muitíssimas coisas certas. Eu acredito que sim, há uma capacidade do Brasil de mostrar o rumo para a maioria dos outros países. Eu acredito que a COP tem que ser uma oportunidade de todos os países mostrarem o que estão fazendo de positivo.Eu acho que o que os países estão fazendo que agrada menos é muito claro para todo mundo, de todos os países. Vários países europeus estão fazendo coisas que não agradam, vários asiáticos também. E provavelmente nós também. Mas a verdade é que eu acredito que o Brasil vai ser reconhecido, mais do que nunca, como um celeiro de soluções que favorecem o combate à mudança do clima.O Brasil já anunciou que será neutro em carbono em 2050. Como nós chegaremos a este grande objetivo é um grande debate nacional que teremos. Nós teremos este debate: o que faremos com esse petróleo, se esse petróleo existir.RFI: A questão da acomodação dos participantes e das infraestruturas de Belém é um problema que ainda não foi resolvido, a sete meses da conferência. O Brasil, inclusive, decidiu antecipar o encontro dos líderes. A COP30 vai ser a qualquer custo em Belém e somente em Belém? ACL: A COP30 vai ser em Belém. E eu acho que Belém vai provocar grandes surpresas, porque é incrível a quantidade de coisas que estão falando da cidade e esquecendo das qualidades de Belém. É uma cidade incrivelmente charmosa. Eu, que gosto particularmente de arquitetura, saliento que tem coisas extraordinárias em arquitetura, e é uma cidade que tem a culinária mais sofisticada do Brasil. E eu acho que os habitantes da cidade vão absolutamente encantar os participantes da COP.RFI: Os Estados Unidos se retiraram do Acordo de Paris e não devem participar da COP 30. O senhor, como presidente da conferência, tem buscado algum diálogo com Washington, apesar do duro revés dos Estados Unidos na questão ambiental? ACL: Eles podem participar porque já informaram que vão sair do acordo, mas formalmente eles só saem em janeiro do ano que vem. É um momento muito desafiador, é claro. Nós estamos totalmente abertos para explorar caminhos construtivos com o governo americano, da mesma forma como nós já estamos com muitos canais abertos com vários setores da economia americana, com vários estados americanos, com várias cidades americanas, porque afinal, não são os Estados Unidos que estão saindo do Acordo de Paris, é o governo americano. Uma grande parte do PIB americano está totalmente comprometida com o Acordo de Paris.
A segunda-feira (7) foi de sobe e desce nas bolsas de valores pelo mundo. Resultado das incertezas provocadas pela guerra comercial aberta por Donald Trump. Nesta segunda, o presidente dos EUA dobrou a aposta e afirmou que pode taxar produtos chineses em mais 50% a partir da quarta-feira (9), o que elevaria para 104% a taxação total em relação aos produtos que entram nos EUA vindos da China. Enquanto Trump vê o tarifaço como um “remédio” para fortalecer a economia americana, as bolsas ao redor do mundo derreteram. Nos EUA, grandes investidores deram declarações preocupadas sobre os rumos da economia e alertaram para a necessidade de uma pausa nas tarifas para negociações com parceiros comerciais. Para explicar o que fez os mercados terem um dia de pânico, Natuza Nery recebe Daniel Sousa. Comentarista da GloboNews e professor de Economia do Ibmec, Daniel analisa o ambiente de incerteza generalizada. Ele traça paralelos entre o momento atual e o Brexit (quando o Reino Unido saiu da União Europeia), e analisa se Trump está ou não “blefando” ao anunciar novas tarifas. "Isso seria Donald Trump voltando um pouco mais à programação normal, ou seja, alguém que tensiona com o objetivo de conseguir acordos melhores para os seus objetivos”, conclui.
A União Europeia promete uma resposta em breve às tarifas de Trump.
A Europa lidera na ciência fundamental mas a China corre atrás. As relações UE/Ásia Central. Marine Le Pen impedida de se candidatar. O "milagre" marfinense. Edição de Mário Rui Cardoso.
Para o presidente dos Estados Unidos, o 2 de abril de 2025 entrou para a história como o "Dia da Libertação" — a revista britânica "The Economist" usou o termo "Dia da Ruína". Sob aplausos na Casa Branca, Donald Trump deu detalhes de um tarifaço ventilado desde a campanha eleitoral e anunciado a conta-gotas nos primeiros meses de mandato. A taxa mínima sobre produtos importados será de 10%, com alíquotas maiores para alguns países que, segundo ele, cobram mais do que é produzido nos Estado Unidos. O Brasil se enquadrou na tarifa mínima, o que pode abrir oportunidades para o país, como explica Assis Moreira em conversa com Natuza Nery neste episódio. Correspondente do jornal Valor em Genebra desde 2005, Assis analisa como as medidas de Trump afetam a União Europeia, a China e outros mercados. E detalha de que maneira o tarifaço inaugura uma nova ordem mundial no comércio entre países. Depois, Natuza Nery conversa com o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty e negociador do Brasil para G20 e BRICS. É ele quem fala quais são as dificuldades atuais para chegar a acordos com os EUA sob o governo de Donald Trump.
Na Guiné-Bissau, jurista diz à DW que o Presidente Umaro Sissoco Embaló não tem poderes legais e constitucionais para aplicar decretos-lei no país. Analisamos a aposta do Níger na diversificação da industria mineira e a resposta em bloco da União Europeia às tarifas reciprocas anunciadas por Donald Trump. No futebol, arranca esta noite a 28ª jornada da Bundesliga.
O cenário político-eleitoral em França sofreu um abalo profundo. Marine Le Pen, figura de proa da extrema-direita francesa e candidata presidencial crónica daquele campo político, foi condenada a quatro anos de prisão e proibida de concorrer a cargos públicos durante cinco anos por desvio de fundos da União Europeia. Ou seja: a União Nacional terá de encontrar outro candidato para as presidenciais de 2027. “Le Pen mente muito bem, Trump mente muito mal. É essa a grande diferença”, sinaliza a Teresa de Sousa, dando conta do processo de “desdiabolização” da União Nacional (ex-Frente Nacional) liderada por Marine Le Pen, que lhe permitiu chegar onde chegou para agora sofrer “uma grande derrota”. No episódio desta semana falámos ainda sobre ambições de “expansão territorial” da Administração Trump, nomeadamente para a Gronelândia, território semi-autónomo dinamarquês, que Carlos Gaspar diz ter até uma “dimensão mitológica”, para além do revisionismo gritante. Ainda no campo da política externa norte-americana, sobre a alegada “irritação” de Trump com Putin, por este não estar minimamente interessado num cessar-fogo na Ucrânia, Teresa de Sousa diz que o Presidente dos EUA “já ofereceu toda a espécie de cedências possíveis e imaginárias” ao seu homólogo russo, porque “Trump vê o mundo como Putin vê: com uma divisão de zonas de influência entre as grandes potências (…) e onde não há fronteiras invioláveis”. Para fechar, assinalámos a clareza com que o Pentágono assumiu como prioritário que os EUA garantam que a República Popular da China não toma Taiwan pela força e a resposta de Pequim a esta posição, lançando exercícios militares de larga escala em redor da ilha que reivindica como sua. “Trump está ao lado da Rússia de Putin, mas está contra a China de Xi Jinping e há uma linha de continuidade, rara e fundamental, em relação ao Presidente Biden”, nota Carlos Gaspar. “Mas não sabemos se os Estados Unidos têm efectivamente capacidade para dissuadir a China de invadir Taiwan ou se a China está preparada para aproveitar o momento.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
O presidente Donald Trump anunciou hoje que os Estados Unidos irão introduzir "tarifas recíprocas" aos países que fazem comércio com os americanos – a Austrália e o Brasil serão taxados em 10%. Portugal e outros países da União EUropeia foram taxados em 20%.
Cobertura completa da Festa Bairro Português que aconteceu em Sydney, uma das maiores celebrações da nossa comunidade na Austrália. Minas de lítio em Portugal foram incluídas na lista de projetos estratégicos da União Europeia. Nossa entrevista com Diogo da Silveira, presidente da companhia energética Floene sobre o futuro que é 'élétrico'. Na Turquia milhares de pessoas ocupam as ruas em protesto pela prisão do rival politico do presidente Erdogan. Sena Santos, nosso correspondente em Lisboa, fala como é a vida de três irmãos turcos sob o governo Erdogan.
O Roda Viva entrevista o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, COP30, será realizada, em novembro, na cidade de Belém, capital do Pará. O embaixador destacou que a Conferência ocorrerá em um contexto particularmente complexo, já que dois dos principais atores mundiais das negociações climáticas, os Estados Unidos e a União Europeia, reavaliam suas prioridades e se distanciam do combate às emissões de gases que causam o aquecimento global.Nesta edição, participam da bancada de entrevistadores: Giovana Girardi, chefe da cobertura socioambiental da Agência Pública; João Gabriel, repórter da Folha de S.Paulo; Malu Delgado, jornalista na plataforma Sumaúma; Rafael Garcia, repórter do jornal O Globo; e Rosana Jatobá, jornalista especialista em sustentabilidade e agenda ESG.Com apresentação de Vera Magalhães, as ilustrações em tempo real são de Luciano Veronezi.Assista à íntegra: #TVCultura #RodaViva #AndréCorrêaDoLago #COP30 #MeioAmbiente #Brasil
'O futuro da mobilidade será elétrico': Diogo da Silveira, presidente da companhia energética Floene fala sobre as minas de lítio de Portugal, agora incluídas na lista de projetos estratégicos da União Europeia. Minas foram identificadas por empreendedores autralianos que têm interesse na extração.
“Estamos em uma era de rearmamento e a Europa está pronta para aumentar maciçamente seus gastos com defesa”. A declaração de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, foi dada dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, retirar o apoio à Ucrânia e dizer que a Europa deve arcar com os próprios custos para defender o continente. A resposta do bloco europeu, acuado pelo alinhamento entre Washington e a Rússia de Vladimir Putin, foi a aprovação de um plano de € 800 bilhões (cerca de R$ 5 trilhões) em investimentos em defesa. O que o mundo está vivendo é uma “terceira era nuclear”, avalia Gunther Rudzit, convidado de Natuza Nery neste episódio. Professor de Relações Internacionais da ESPM e especialista em defesa e segurança nacional, Gunther detalha como os EUA pressionaram a Europa a aumentar seu poderio bélico e quais os reflexos deste movimento em outras nações. Ele responde quais são as consequências de um planeta mais armado e se o momento atual é de nações tentando persuadir outros países a atender seus interesses, ou se há em curso uma preparação para uma nova guerra generalizada. O professor avalia ainda como fica a posição de países que orbitam grandes potências, como é o caso do Brasil.