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Moçambique asinalou este ano, a 25 de Junho, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propôs-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. Quando 2025 está prestes a chegar ao fim, tornamos a debruçar-nos sobre este cinquentenário, com alguns momentos marcantes dessa digressão. A luta armada pela independência em Moçambique encontra as suas raízes imediatas em vários acontecimentos. Um deles será o encontro organizado a 16 de Junho de 1960 em Mueda, no extremo norte do país, entre a administração colonial e a população local que reclamava um preço justo pela sua produção agricola. Só que no final dessa reunião, deu-se a detenção de alguns dos representantes do povo e em seguida a execução a tiro de um número até agora indeterminado de pessoas. Dois anos depois do massacre de Mueda, três organizações nacionalistas, a UDENAMO, União Democrática Nacional de Moçambique, a MANU, Mozambique African National Union e a UNAMI, União Nacional Africana de Moçambique Independente, reúnem-se em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, a 25 de Junho de 1962 e fundem-se numa só entidade, a Frelimo, Frente de Libertação de Moçambique. Sob a direcção do seu primeiro presidente, o universitário Eduardo Mondlane, e a vice-presidência do reverendo Uria Simango, a Frelimo tenta negociar a independência com o poder colonial -em vão- o que desemboca na acção armada a partir de 1964. O antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, recorda essa época. “Nessa altura, nós, já estudantes, que tínhamos deixado Portugal, que estávamos na França, tomamos conhecimento disso juntamente com o Dr. Eduardo Mondlane, que trabalhava nas Nações Unidas. No nosso encontro em Paris decidimos que devíamos trabalhar, a partir daquele momento, para a unificação dos movimentos de libertação, para que houvesse uma luta mais forte. Mesmo a luta diplomática, que foi a coisa que começou, havia de ser mais forte se houvesse um movimento unificado. É assim que surge uma frente. (...) Foram três movimentos que formaram uma frente unida que se chamou a Frente de Libertação de Moçambique. E essa Frente de Libertação de Moçambique continuou a procurar meios para ver se os portugueses haviam de acatar a Resolução das Nações Unidas de 1960 sobre a descolonização. E, finalmente, quando se viu que, de facto, os portugueses não iriam fazer isso, particularmente depois do massacre da Mueda, decidiu-se começar a preparação para uma insurreição armada. E assim houve treinos militares na Argélia, onde foram formados 250 homens, porque também a luta dos argelinos nos inspirou. Então, eles próprios, depois da criação da Organização da Unidade Africana e da criação do Comité de Coordenação das Lutas de Libertação em África, fomos a esses treinos na Argélia e a Argélia é que nos forneceu os primeiros armamentos para desencadear a luta de libertação nacional”, recorda o antigo Chefe de Estado. Ao referir que a causa recebeu apoio nomeadamente da Rússia e da China, Joaquim Chissano sublinha que “a luta foi desencadeada com a ajuda principalmente africana. E mais tarde vieram esses países. A Rússia deu um apoio substancial em termos de armamento. (...)Depois também mandamos pessoas para serem treinadas na China e mais tarde, já em 1965, quando a China fica proeminente na formação político-militar na Tanzânia, mandaram vir instrutores a nosso pedido e a pedido da Tanzânia.” Sobre o arranque da luta em si, o antigo Presidente moçambicano refere que os ataques comeram em quatro frentes em simultâneo. “Nós, em 1964, criámos grupos que enviamos para a Zambézia, enviamos para Niassa, enviamos para Cabo Delgado e enviamos para Tete. Portanto, em quatro províncias simultaneamente. No dia 25 de Setembro (de 1964) desencadeamos a luta armada de libertação nacional. Porque também a ‘insurreição geral armada', como o Presidente Mondlane denominou, começou em quatro províncias em simultâneo”, recorda Joaquim Chissano. Óscar Monteiro, membro sénior da Frelimo integrou as fileiras do partido em 1963, quando era jovem líder estudantil em Portugal. Depois de um período de clandestinidade, ele torna-se representante do partido em Argel, epicentro das lutas independentistas do continente. Ao evocar a missão que lhe incumbia em Argel, Óscar Monteiro refere que o seu trabalho consistia em “fazer a propaganda do movimento de libertação em francês. Nós já tínhamos representações no Cairo, tínhamos um departamento de informação que produzia documentos, o ‘Mozambique Revolution', que era uma revista muito apreciada, que depois era impressa mesmo em offset. Mas não tínhamos publicações em francês. Então, coube-nos a nós, na Argélia, já desde o tempo do Pascoal Mocumbi, produzir boletins em francês, traduzir os comunicados de guerra e alimentar a imprensa argelina que nos dava muito acolhimento sobre o desenvolvimento da luta, a abertura da nova frente em Tete, etc e ganhar o apoio também dos diplomatas de vários países, incluindo de países ocidentais que estavam acreditados na Argélia. Falávamos com todos os diplomatas. Prosseguimos esses contactos. O grande trabalho ali era dirigido sobre a França e sobre os países de expressão francesa. Era um tempo de grande actividade política, é preciso dizer. Eram os tempos que precederam o Maio de 68. Enfim, veio um bocado de toda esta mudança. E tínhamos bastante audiência”. Durante esta luta que durou dez anos, o conflito foi-se alastrando no terreno mas igualmente no campo diplomático. Poucos meses depois de uma deslocação a Londres em que a sua voz foi amplamente ouvida, a 3 de Fevereiro de 1969, em Dar-es-Salam onde estava sediada a Frelimo, o líder do partido, Eduardo Mondlane, abre uma encomenda contendo uma bomba. A explosão do engenho é-lhe fatal. Até agora, pouco se sabe acerca desse assassínio sobre o qual Joaquim Chissano, então responsável do pelouro da segurança da Frelimo, acredita que haverá a mão da PIDE, a polícia política do regime fascista de Portugal. “Havia já alguns indícios de que havia movimentos de pessoas enviadas pelo colonialismo, mesmo para a Tanzânia, como foi o caso do Orlando Cristina, que chegou a entrar em Dar-es-Salaam e fazer espionagem. Disse que trabalhou com os sul-africanos em 1964 e continuou. Depois houve o recrutamento, isso já em 1967-68, de pessoas da Frelimo que tentaram criar uma divisão nas linhas tribais, mas que na realidade não eram representativos das tribos que eles representavam, porque a maioria eram ex-combatentes que estavam solidamente a representar a unidade nacional. Foi assim que tivemos uns traidores que depois foram levados pelos portugueses de avião e de helicópteros e entraram a fazer campanha aberta, propaganda e até houve um grupo que chegou a reivindicar a expulsão do nosso presidente, dizendo que ele devia receber uma bolsa de estudos. Quer dizer, a ignorância deles era tal que eles não viram, não souberam que ele era um doutor -duas vezes doutor- e que não era para pensar em bolsa de estudo. Mas pronto, havia um movimento de agitação. Mas a frente era tão sólida que não se quebrou. Por isso, então, foi se fortalecendo à medida que íamos andando para a frente”, conclui Joaquim Chissano. Outro episódio marcante do inicio do declínio do controlo do regime colonial em Moçambique será o Massacre de Wiriyamu ou "Operação Marosca" . A partir de 16 de Dezembro de 1972 e durante mais de três dias, depois de dois capitães portugueses morrerem quando o seu veiculo pisou numa mina, as tropas coloniais massacraram pelo menos 385 habitantes da aldeia de Wiriyamu e das localidades vizinhas de Djemusse, Riachu, Juawu e Chaworha, na província de Tete, acusados de colaborarem com os independentistas. A ordem foi de "matar todos", sem fazer a distinção entre civis, mulheres e crianças. Algumas pessoas foram pura e simplesmente fuziladas, outras mortas queimadas dentro das suas habitações incendiadas. Mustafah Dhada, historiador moçambicano e professor catedrático na Universidade de Califórnia, dedicou uma parte importante da sua vida a investigar este massacre que foi denunciado pelo mundo fora nos meses seguintes, constituindo segundo o estudioso um acontecimento "tectónico". “O massacre, tem que ser contextualizado no espaço do sistema colonial português em África. E nesse sentido, o massacre era um dos vários massacres que aconteceram em Moçambique, em Angola, na Guiné-Bissau, em São Tomé e Príncipe e também o massacre estrutural do meio ambiente em Cabo Verde. Devemos notar uma coisa: a guerra colonial portuguesa, a baixa era de 110.000 pessoas, aproximadamente civis na nossa parte dos libertadores e dos colonizados e o massacre é somente 385 pessoas que têm um nome e outros que desapareceram sem nome. E neste sentido o massacre é, do ponto de vista quantitativo, um massacre que tem uma significação menor. Mas o que foi importantíssimo é que o massacre não iria ser reconhecido como um evento tectónico se não tivesse havido uma presença da Igreja -não portuguesa- em Tete”, sublinha o historiador aludindo às denúncias que foram feitas por missionários a seguir ao massacre. Após vários anos em diversas frentes de guerra, capitães das forças armadas portuguesas derrubam a ditatura a 25 de Abril de 1974. A revolução dos cravos levanta ondas de esperança em Portugal mas também nos países africanos. A independência pode estar por perto, mas é ainda preciso ver em que modalidades. Pouco depois do 25 de Abril, as novas autoridades portuguesas e a Frelimo começaram a negociar os termos da independência de Moçambique. O partido de Samora Machel foi reconhecido como interlocutor legítimo por Portugal e instituiu-se um período de transição num ambiente de incerteza, recorda o antigo Presidente Joaquim Chissano. “A nossa delegação veio com a posição de exigir uma independência total, completa e imediata. Mas pronto, tivemos que dar um conteúdo a esse ‘imediato'. Enquanto a delegação portuguesa falava de 20 anos, falávamos de um ano e negociamos datas. Deram então um consenso para uma data que não feria ninguém. Então, escolhemos o 25 de Junho. Daí que, em vez de um ano, foram nove meses. E o que tínhamos que fazer era muito simples Era, primeiro, acompanhar todos os preparativos para a retirada das tropas portuguesas com o material que eles tinham que levar e também em algumas partes, a parte portuguesa aceitou preparar as nossas forças, por exemplo, para se ocupar das questões da polícia que nós não tínhamos. Houve um treino rápido. Depois, na administração, nós tínhamos que substituir os administradores coloniais para os administradores indicados pela Frelimo. Falo dos administradores nos distritos e dos governadores nas sedes das províncias. Nas capitais provinciais, portanto, havia governadores de província e administradores de distritos e até chefes de posto administrativo, que era a subdivisão dos distritos. E então, fizemos isso ao mesmo tempo que nos íamos ocupando da administração do território. Nesses nove meses já tivemos que tomar conta de várias coisas: a criação do Banco de Moçambique e outras organizações afins, seguros e outros. Então houve uma acção dos poderes nesses organismos. Ainda houve negociações que foram efectuadas em Maputo durante o governo de transição, aonde tínhamos uma comissão mista militar e tínhamos uma comissão para se ocupar dos Assuntos económicos. Vinham representantes portugueses em Portugal e trabalhavam connosco sobre as questões das finanças, etc. E foi todo um trabalho feito com muita confiança, porque durante o diálogo acabamos criando a confiança uns dos outros”, lembra-se o antigo chefe de Estado moçambicano. Joaquim Chissano não deixa, contudo, de dar conta de algumas apreensões que existiam naquela altura no seio da Frelimo relativamente a movimentos contra a independência por parte não só de certos sectores em Portugal, mas também dos próprios países vizinhos, como a África do Sul, que viam com maus olhos a instauração de um novo regime em Moçambique. “Evidentemente que nós víamos com muita inquietação essa questão, porque primeiro houve tentativas de dividir as forças de Moçambique e dar falsas informações à população. E no dia mesmo em que nós assinamos o acordo em Lusaka, no dia 7 de Setembro, à noite, houve o assalto à Rádio Moçambique por um grupo que tinha antigos oficiais militares já reformados, juntamente com pessoas daquele grupo que tinha sido recrutado para fazer uma campanha para ver se desestabilizava a Frelimo”, diz o antigo líder politico. A 7 de Setembro de 1974, é assinado o Acordo de Lusaka instituindo os termos da futura independência de Moçambique. Certos sectores politicos congregados no autoproclamado ‘Movimento Moçambique Livre' tomam o controlo do Rádio Clube de Moçambique em Maputo. Até serem desalojados da emissora no dia 10 de Junho, os membros do grupo adoptam palavras de ordem contra a Frelimo. Na rua, edificios são vandalizados, o aeroporto é tomado de assalto, um grupo armado denominado os ‘Dragões da Morte' mata de forma indiscriminada os habitantes dos bairros do caniço. Vira-se uma página aos solavancos em Moçambique. Evita-se por pouco chacinas maiores. Antigos colonos decidem ficar, outros partem. Depois de nove meses de transição em que a governação é assegurada por um executivo hibrido entre portugueses e moçambicanos, o país torna-se oficialmente independente a 25 de Junho de 1975. Doravante, Moçambique é representado por um único partido. Ainda antes da independência e nos primeiros anos depois de Moçambique se libertar do regime colonial, foram instituidos campos de reeducação, essencialmente na distante província do Niassa. O objectivo declarado desses campos era formar o homem novo, reabilitar pelo trabalho, as franjas da sociedade que eram consideradas mais marginais ou dissidentes. Foi neste âmbito que pessoas consideradas adversárias políticas foram detidas e mortas. Isto sucedeu nomeadamente com Uria Simango, Joana Simeão e Adelino Guambe, figuras que tinham sido activas no seio da Frelimo e que foram acusadas de traição por não concordarem com a linha seguida pelo partido. Omar Ribeiro Thomaz antropólogo ligado à Universidade de Campinas, no Brasil, que se debruçou de forma detalhada sobre os campos de reeducação, evoca este aspecto pouco falado da História recente de Moçambique. "Os campos de reeducação são pensados ainda no período de transição. Então, isso é algo que ainda deve ser discutido dentro da própria história portuguesa, porque no período de transição, o Primeiro-ministro era Joaquim Chissano, mas o governador-geral era português. Então, nesse momento, começam expedientes que são os campos de reeducação. Você começa a definir pessoas que deveriam ser objecto de reeducação, ao mesmo tempo em que você começa a ter uma grande discussão em Moçambique sobre quem são os inimigos e esses inimigos, eles têm nome. Então essas são pessoas que de alguma maneira não tiveram a protecção do Estado português. Isso é muito importante. Não conseguiram fugir. São caçadas literalmente, e são enviadas para um julgamento num tribunal popular. Eu estou a falar de personagens como a Joana Simeão, o Padre Mateus, Uria Simango, que são condenados como inimigos, como traidores. Esses são enviados para campos de presos políticos. A Frelimo vai usar uma retórica de que esses indivíduos seriam objecto de um processo de reeducação. Mas o que nós sabemos a partir de relatos orais e de alguns documentos que nós conseguimos encontrar ao longo do tempo, é que essas pessoas foram confinadas em campos de trabalho forçado, de tortura, de imenso sofrimento e que chega num determinado momento que não sabemos exactamente qual é, mas que nós podemos situar mais ou menos ali, por 1977, elas são assassinadas de forma vil", diz o antropólogo. Lutero Simango, líder do partido de oposição Movimento Democrático de Moçambique, perdeu o pai, Uria Simango, um dos membros-fundadores da Frelimo, mas igualmente a mãe. Ambos foram detidos e em seguida executados. "O meu pai foi uma das peças-chaves na criação da Frente de Libertação de Moçambique. Ele nunca foi imposto. Os cargos que ele assumiu dentro da organização foram na base da eleição. Ele e tantos outros foram acusados de serem neocolonialistas. Foram acusados de defender o capitalismo. Foram acusados de defenderem a burguesia nacional. Toda aquela teoria, aqueles rótulos que os comunistas davam a todos aqueles que não concordassem com eles. Mas se olharmos para o Moçambique de hoje, se perguntarmos quem são os donos dos nossos recursos, vai verificar que são os mesmos aqueles que ontem acusavam os nossos pais", diz o responsável político de oposição. Questionado sobre as informações que tem acerca das circunstâncias em que os pais foram mortos, Lutero Simango refere continuar sem saber. "Até hoje ninguém nos disse. E as famílias, o que pedem é que se indique o local em que foram enterrados para que todas as famílias possam prestar a última homenagem. O governo da Frelimo tem a responsabilidade de indicar às famílias e também assumir a culpa, pedindo perdão ao povo moçambicano, porque estas pessoas e tantas outras foram injustamente mortas neste processo", reclama Lutero Simango. A obtenção da independência não significou a paz para Moçambique. No interior do país, várias vozes se insurgiram contra o caminho que estava a ser tomado pelo país, designadamente no que tange ao monopartidarismo. Além disso, países segregacionistas como a África do Sul e a antiga Rodésia viram com maus olhos as instauração de um sistema político socialista em Moçambique, Foi neste contexto que surgiu em 1975, a Resistência Nacional de Moçambique, Renamo, um movimento inicialmente dirigido por um dissidente da Frelimo, André Matsangaíssa e em seguida, após a morte deste último em 1979, por Afonso Dhlakama, já dois anos depois de começar a guerra civil. António Muchanga, antigo deputado da Renamo, recorda em que circunstâncias surgiu o partido. "A Renamo nasce da revolta do povo moçambicano quando viu que as suas aspirações estavam adiadas. Segundo os historiadores, na altura em que o objectivo era que depois da frente voltariam se definir o que é que queriam. Só que durante a luta armada de libertação nacional, começou o abate de prováveis pessoas que poderiam 'ameaçar' o regime.(...) E depois tivemos a situação das nacionalizações. Quando a Frelimo chega logo em 1976, começa com as nacionalizações.(...) Então isto criou problemas que obrigaram que jovens na altura Afonso Dhlakama, sentiram se obrigados a abandonar a Frelimo e eram militares da Frelimo e foram criar a Resistência Nacional Moçambicana", recorda o repsonsável político. Apesar de ter sido assinado um acordo de paz entre a Renamo e a Frelimo em 1992, após 15 anos de conflito, o país continua hoje em dia a debater-se com a violência. Grupos armados disseminam o terror no extremo norte do território, em Cabo Delgado, há mais de oito anos, o que tem condicionado o próprio processo político do país, constata João Feijó, Investigador do Observatório do Meio Rural. "Esse conflito não tem fim à vista. Já passou por várias fases. Houve aquela fase inicial de expansão que terminou depois no ataque a Palma, numa altura em que a insurgência controlava distritos inteiros de Mocímboa da Praia. (...) Depois, a entrada dos ruandeses significou uma mudança de ciclo. Passaram a empurrar a insurgência de volta para as matas. Conseguiram circunscrevê-los mais ou menos em Macomia, mas não conseguiram derrotá-los. A insurgência consegue-se desdobrar e fazer ataques isolados, obrigando à tropa a dispersar. (...) Aquele conflito armado não terá uma solução militar. Ali é preciso reformas políticas, mas que o governo insiste em negar. E então continuamos a oito, quase oito anos neste conflito, neste impasse", lamenta o estudioso. Embora o país já não esteja em regime de partido único desde os acordos de paz de 1992, as eleições têm sido um momento de crescente tensão. No ano passado, depois das eleições gerais de Outubro de 2024, o país vivenciou largas semanas de incidentes entre populares e forças de ordem que resultaram em mais de 500 mortos, segundo a sociedade civil. Após a tomada de posse do Presidente Daniel Chapo no começo deste ano, encetou-se o chamado « diálogo inclusivo » entre o partido no poder e a oposição. Em paralelo, tem havido contudo, denúncias de perseguições contra quem participou nos protestos pós-eleitorais. Mais recentemente, foram igualmente noticiados casos, denunciados pela sociedade civil, do desaparecimento de activistas ou jornalistas. Questionada há alguns meses sobre a situação do seu país, a activista social Quitéria Guirengane considerou que o país "dorme sobre uma bomba-relógio". "Assusta-me o facto de nós dormirmos por cima de uma bomba relógio, ainda que seja louvável que as partes todas estejam num esforço de diálogo. Também me preocupa que ainda não se sinta esforço para a reconciliação e para a reparação. Nós precisamos de uma justiça restauradora. E quando eu olho, eu sinto um pouco de vergonha e embaraço em relação a todas as famílias que dia e noite ligavam desde Outubro à procura de socorro", considera a militante feminista que ao evocar o processo de diálogo, diz que "criou algum alento sob o ponto de vista de que sairiam das celas os jovens presos políticos. No entanto, continuaram a prender mais. Continua a caça às bruxas nocturna". "Não é este Moçambique que nós sonhamos. Por muito divididos que a gente esteja, precisamos de pensar em construir mais pontes do que fronteiras. Precisamos pensar como nós nos habilitamos, porque nos últimos meses nos tornamos uma cidade excessivamente violenta", conclui a activista que esteve muito presente nestes últimos meses, prestando apoio aos manifestantes presos e seus familiares.
Ministério Permanecer Instituto Jesus Cristo
Por que devo orar?Se você deseja aprofundar o tema segue alguns textos que auxiliarão sua pesquisa. 1. 1 João 5:142. Salmos 42:2 sede de Deus.3. Salmos 51:6 -134. SALMOS 139: 1,4 e 7.5. Quando for orar lembre-se que Deus está em todos os lugares.Por que devemos orar?Para buscar quietude no Senhor para a minha alma. Fp. 4: 6,7 - nossa oração precisa envolver um coração grato. "Com ações de graça"Salmo 131 - como uma criança desmamada. Satisfeita . NTLH.Salmos 46: v. 10. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus! Às vezes a tempestade é interna.Quando Jesus dormia em meio a tempestade. Os discípulos ficaram perplexos ao ver o poder de Jesus sobre a criação.Por que devo orar? Para obter uma fé inabalável em Deus.Hb. 11:1 Lc. 1:37 e Lc. 18:27.Hb. 4:16 acheguemo-nos, portanto, confiadamente...Para quem iremos nós só tu tens palavra de vida eterna.Pv. 15:8 a oração dos retos. - Justos.Salmo 119:36 devo orar por causa do pecado que habita em mim.A nossa vontade não optará pelo bem que a mente revela. Tg. 1:5-8Rm. 7:22 - a minha mente deseja o Senhor mas o pecado que habita em mim não. Veja o v. 23.Essa luta é constante. Durará até a volta de Cristo.Fique firme e persevere na oração!Pr. Wanderley Andrade
O sentimento de “dever cumprindo” é uma ótima experiência. Quando somos fiéis ao que nos foi determinado ou cumprimos a tarefa que nos foi dada descansamos em paz. Esta é a sensação que todos nós deveríamos buscar, pois sabemos que fomos criados e chamados para um propósito e conhecê-lo e cumpri-lo dá sentido e segurança para nossa vida. O apóstolo Paulo é um maravilhoso exemplo da segurança que este senso produz em alguém, pois ele, mesmo diante da morte, estava sereno e tranquilo, pois sua vida cumpriu a vontade do Senhor e ele espera receber a coroa da vitória que lhe foi prometida. Devemos desejar e buscar esta coroa. Com a fé, obediência e dedicação todos nós, um dia, também receberemos a nossa coroa da vitória.
Avanços e o que devemos esperar para o Superação by Governo do Estado de São Paulo
É necessário nos preocuparmos com nossas atitudes, entretanto, precisamos nos preocupar, também, com nossa mente, com tudo que temos ouvido e visto. Nossas ações são o resultado de nossos pensamentos, nossos conceitos, e temos sido bombardeados por tudo que é contrário à vontade de Deus expressa em sua Palavra. Devemos, por isso, tomar muito cuidado com o que vemos, lemos ou ouvimos, pois tudo afeta o nosso pensamento. Paulo nos exorta e inundar nossa mente de tudo que é louvável. Precisamos, para isso, ler, meditar e estudar a Palavra de Deus, pois é nele que encontramos a vida que Deus que para nós, a melhor vida possível. Precisamos ter nossa mente transformada pela Palavra de Deus.
Episódio do dia 10/12/2025, com o tema " Devemos guardar o sábado?" Apresentação: Itamir Neves, André Castilho e Renata Burjato. Pergunta do dia: O SÁBADO QUE É UM MANDAMENTO TEM QUE GUARDAR OU NÃO? Redes Sociais Instagram: @rtmbrasil@itabeti@acastilhortm Site: www.rtmbrasil.org.br WhatsApp da RTM - (11) 97418-1456See omnystudio.com/listener for privacy information.
Todos nós temos necessidades materiais que precisam ser supridas. mas há uma outra necessidade com a qual precisamos nos preocupar. Geralmente estamos muito focados e preocupados com nossas necessidades sentidas, físicas, temporais, mas deveríamos nos preocupar com nossas necessidades espirituais. Suprir nossas demandas materiais tem um efeito temporário, mas suprir as necessidades espirituais produz resultados perenes. Nossa vida terrena é curta, mas nossa existência é infinita. Devemos nos esforçar por prover para nossa saúde espiritual, muito mais do que investimos em nossas carências materiais. Jesus é o alimento para nossa vida eterna, precisamos dele.
A nefropatia por IgA está entre as glomerulopatias mais comuns na prática clínica e continua repleta de dúvidas: quando biopsiar? É hora de iniciar imunossupressão? Quanto tempo manter o tratamento?Neste episódio especial, gravado durante o 2º Nefro Centro Oeste, conversamos com o Dr. Juan Mejia-Vilet (México), nefrologista e membro do staff do KDIGO de Glomerulopatia.Abordamos questões que todo nefrologista enfrenta:Devemos mesmo já biopsiar pacientes com proteinúria de 500–600 mg/dia?Hematúria é marcador de atividade?Como distinguir inflamação de dano crônico?6-9 meses de imunossupressão é suficiente ?Qual o futuro da IgA com terapias anti-linfócitos B?
As nossas palavras são um tema recorrente nas Escritutss, pois elas são poderosas. Quando falamos podemos ter efeitos positivos ou negativos na vida das pessoas, assim como em nós mesmos. Além disso, somos advertidos que tudo que falamos passará pelo crivo do juízo de Deus. Devemos falar com amor e cuidado, almejando promover o que é bom, justo e de acordo com a vontade de Deus. Use suas palavras com amor e responsabilidade.
Padre Daniel Pinheiro, IBP.Sermão para o I Domingo do Advento30/11/2025Instituto Bom Pastor.
Neste episódio do podcast Professor Adolfo Neto eu converso com Leonel Sanches da Silva, criador do projeto Design Líquido e defensor da programação em português (eu me tornei defensor também depois deste episódio). Leo Sanches (Sales Engineer na Snowplow) é um profissional com mais de 26 anos no mundo da tecnologia, formado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Paraná. Ele já foi reconhecido como Microsoft MVP e sua carreira é versátil: ele já atuou como Engenheiro de Software, Consultor, Líder de Equipe, Arquiteto de Soluções e CTO.A Design Líquido é uma empresa com a missão de ajudar na evolução tecnológica da sociedade lusófona, oferecer oportunidades de auto-educação para crianças, adolescentes e pessoas em situação de vulnerabilidade, bem como possibilitar oportunidades de empreendedorismo para pessoas que não falam inglês.Uma das partes mais interessantes da conversa foi quando Leonel defendeu com veemência a importância de programar em português. Ele argumenta que com 300 milhões de pessoas falando português no mundo (Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Timor Leste, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe), é inaceitável que não tenhamos um arcabouço tecnológico adequado em nossa língua materna.Contrariando muitos que dizem "aprenda inglês primeiro", Leonel aponta que apenas 1% do Brasil fala inglês fluente e 5% fala algum nível. Ele cita um estudo de 2020 da Universidade de Brasília que comparou o ensino de programação com Calango (linguagem em português) e C, mostrando que os alunos que usaram a linguagem em português obtiveram melhores resultados. Segundo ele, há um ganho de eficiência de 30-35% ao programar na língua materna.Este é um podcast da Rede Emílias de Podcasts https://fronteirases.github.io/redeemilias/ Links:Leonel Sanches da Silva GitHub da Design LíquidoPágina inicial para testar as tecnologiasFramework Web LíquidoSite da CosmopixDialeto de PotigolStardust (plataforma educacional)Coding CraftDiscord da comunidadeDoppel Store
Uma nova estirpe da gripe promete provocar sintomas mais fortes e pressionar os hospitais durante o Inverno. Qual a eficácia das vacinas contra a gripe? O jornalista Tiago Caeiro é o convidado.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Episódio com o tema "O mandamento do amor aos irmãos" Apresentação: Itamir Neves. Texto bíblico: 1 João 2.7-11 Uma das identificações do discípulo de Cristo é o amor. Devemos nos amar assim como Jesus nos amou. Porém diante desse requisito, pergunta-se: Afinal, o que é o amor? See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio, Kris Vallotton fala sobre cura emocional, libertação, um tempo de “revolução justa” e futura reforma no Brasil. Devemos buscar o Reino e a justiça de Deus, permitindo que o Senhor arranque raízes de maldade dentro da Igreja e dos nossos corações. Revolução sem perdão vira vingança. O que Deus quer para o Brasil é justiça que cura, e o perdão pode ser a chave para uma verdadeira reforma.Para escutar toda a palavra fique aqui conosco ou assista pelo YouTube. Você consegue nos encontrar em todas as redes sociais por @iirbrasil!
Bem-vindo à Rádio Minghui. As transmissões incluem assuntos relativos à perseguição ao Falun Gong na China, entendimentos e experiências dos praticantes adquiridas no curso de seus cultivos, interesses e música composta e executada pelos praticantes do Dafa. Programa 1497: Experiência de cultivo da categoria Entendimentos obtidos pelo cultivo, intitulada: “Devemos eliminar substâncias negativas que visam nos perseguir”, escrita por uma praticante do Falun Dafa na província de Hebei.
Quando a televisão entrou em minha casa, esqueci-me de como ler um livro.Quando o carro parou à minha porta, esqueci-me de como caminhar.Quando segurei um celular, esqueci-me de como se escreve uma carta.Quando o computador chegou, esqueci-me da ortografia.Quando o ar condicionado se instalou, deixei de procurar a sombra e a brisa de uma árvore.Vivendo na cidade, me esqueci do cheiro da terra molhada.Manuseando cartões e contas bancárias, esqueci-me do verdadeiro valor do dinheiro.Com os perfumes artificiais, esqueci-me do das flores frescas.Com os lanches rápidos, esqueci-me dos sabores dos pratos tradicionais.Sempre com pressa, esqueci-me de como parar.E desde o WhatsApp, esqueci-me de como falar verdadeiramente.Quando morremos, o nosso dinheiro fica no banco.E no entanto, em vida, falta-nos frequentemente.Ironia cruel: após a nossa partida, ficam muitas vezes quantias importantes, não utilizadas.Um grande empresário chinês morreu, deixando 1,9 bilhão de dólares à sua viúva.Ela casou… com o motorista dele.O motorista disse: - Durante anos, pensei que trabalhava para o meu patrão… e hoje percebo que era ele que trabalhava para mim.A realidade é dura:É melhor viver muito tempo do que possuir muito.Devemos portanto proteger o que temos de mais precioso: a nossa saúde.Num celular top de linha, 70% das funções não são utilizadas.Num carro de luxo, 70% das performances e gadgets não servem para nada.Numa moradia suntuosa, 70% do espaço não está ocupado.Nos nossos armários, 70% das roupas nunca são usadas.Numa vida inteira de trabalho, 70% dos rendimentos beneficiam… os outros.Então, aprendamos a acarinhar os nossos 30% restantes: • _Façam check-ups de saúde, mesmo que se sintam bem. • Bebam água, mesmo sem sede. • Deixem passar, mesmo perante grandes problemas. • Saibam ceder, mesmo que tenham razão. • Mantenham-se humildes, mesmo no sucesso. • Contentem-se com o que têm, mesmo que não seja muito. • _Cuidem do vosso corpo e da vossa mente, mesmo que estejam muito ocupados. • E sobretudo… arranjem tempo para aqueles que amam. - Cuidem dos amigos. Transmitam esta mensagem àqueles que são importantes para você. Eu, acabei de o fazer...
Quando a televisão entrou em minha casa, esqueci-me de como ler um livro.Quando o carro parou à minha porta, esqueci-me de como caminhar.Quando segurei um celular, esqueci-me de como se escreve uma carta.Quando o computador chegou, esqueci-me da ortografia.Quando o ar condicionado se instalou, deixei de procurar a sombra e a brisa de uma árvore.Vivendo na cidade, me esqueci do cheiro da terra molhada.Manuseando cartões e contas bancárias, esqueci-me do verdadeiro valor do dinheiro.Com os perfumes artificiais, esqueci-me do das flores frescas.Com os lanches rápidos, esqueci-me dos sabores dos pratos tradicionais.Sempre com pressa, esqueci-me de como parar.E desde o WhatsApp, esqueci-me de como falar verdadeiramente.Quando morremos, o nosso dinheiro fica no banco.E no entanto, em vida, falta-nos frequentemente.Ironia cruel: após a nossa partida, ficam muitas vezes quantias importantes, não utilizadas.Um grande empresário chinês morreu, deixando 1,9 bilhão de dólares à sua viúva.Ela casou… com o motorista dele.O motorista disse: - Durante anos, pensei que trabalhava para o meu patrão… e hoje percebo que era ele que trabalhava para mim.A realidade é dura:É melhor viver muito tempo do que possuir muito.Devemos portanto proteger o que temos de mais precioso: a nossa saúde.Num celular top de linha, 70% das funções não são utilizadas.Num carro de luxo, 70% das performances e gadgets não servem para nada.Numa moradia suntuosa, 70% do espaço não está ocupado.Nos nossos armários, 70% das roupas nunca são usadas.Numa vida inteira de trabalho, 70% dos rendimentos beneficiam… os outros.Então, aprendamos a acarinhar os nossos 30% restantes: • _Façam check-ups de saúde, mesmo que se sintam bem. • Bebam água, mesmo sem sede. • Deixem passar, mesmo perante grandes problemas. • Saibam ceder, mesmo que tenham razão. • Mantenham-se humildes, mesmo no sucesso. • Contentem-se com o que têm, mesmo que não seja muito. • _Cuidem do vosso corpo e da vossa mente, mesmo que estejam muito ocupados. • E sobretudo… arranjem tempo para aqueles que amam. - Cuidem dos amigos. Transmitam esta mensagem àqueles que são importantes para você. Eu, acabei de o fazer...
Devemos obedecer, devemos crer e devemos pedir. A ausência de caráter, a ausência de fé e a ausência de oração empobrecem.
Na contradição entre o tempo que passa e a eternidade que perdura, não devemos desapontar aqueles que nos procuram para nos encher de ouro a boca, vindos com outro balanço e outra razão, e que tantas vezes aproveitam algum enredo tempestuoso, sendo certo, como notou Borges, que a chuva é uma coisa que sem dúvida ocorre no passado. Devemos então definir uma resistência a partir desse espanto de que o tempo, a nossa substância, possa ser partilhado. Contra a obscenidade da evidência, e o próprio mundo, que hoje não parece existir senão em função da publicidade que lhe pode ser feita num outro mundo, o cinema propõe-se como uma arte da exploração do tempo, sendo capaz de reinstaurar o presente, e procura, assim, superar as imagens que não estão já do lado da verdade dialéctica do "ver" e do "mostrar", mas que se passaram inteiramente para o lado da promoção e da publicidade, ou seja, do poder. "O nosso trabalho será mostrar como os indivíduos, reunidos como povos na escuridão, punham a arder o seu imaginário para aquecer o seu real", escreve Godard, exaltando a era do cinema mudo. "E como acabaram por deixar apagar a chama ao ritmo das conquistas sociais, contentando-se em mantê-la em lume brando – é então o cinema sonoro e a televisão num canto da sala." Baudrillard espantou-se com essa espécie de fantasmagoria técnica, esse ritual de protecção daqueles que buscam por todos os meios afastar o silêncio e a noite, num receio de virem à superfície de si mesmos, e fala-nos da "televisão programada vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas, e que muitas vezes funciona de uma forma alucinante nas salas vazias da casa ou nos quartos de hotel por ocupar". Dá o exemplo dessa sinistra espectralidade que encontrou em hotéis de beira de estrada por toda a América, e de um cujas "cortinas estavam rasgadas, a água cortada, as portas a bater; mas no ecrã fluorescente de cada quarto o locutor descrevia a subida da nave espacial". E depois acrescenta: "Nada há de mais misterioso do que uma televisão a funcionar num quarto vazio, é bastante mais estranho do que um homem a falar sozinho ou uma mulher a sonhar em frente das caçarolas. Dir-se-ia que outro planeta nos fala, de repente a televisão revela-se pelo que é: vídeo de um outro mundo, não se dirigindo no fundo a ninguém, libertando indiferentemente as suas imagens, e indiferente às suas próprias mensagens (é facilmente imaginável a funcionar ainda depois do desaparecimento do homem)." Num mundo sem as investigações e o labor que são próprios do cinema, das artes que resistem ao abandono da substância temporal, essas sínteses, cortes, montagens e extensões dolorosas que constituem um modo de fazer o seu próprio atraso, para se "refazer" e para se fazer, como nos diz Serge Daney, num mundo em que não somos já capazes de mostrar o acontecimento a suceder enquanto acontecimento, o real torna-se apenas essa indústria de tudo o que nos escapa, continuando a engrossar os elementos alucinatórios e a trivialidade das fantasias que nos atravessam e degradam todo o processo de consciência. Assim, estamos absorvidos num loop de uma realidade que, na forma como abunda em reflexos e em interpolações, estende uma distância intransponível, esse desfasamento que produz o fantasma. "Hoje em dia, nenhuma performance pode prescindir de um ecrã de controlo não para se ver ou para se reflectir, como a distância e a magia do espelho, não: como refracção instantânea e em profundidade", assinala Baudrillard. "O vídeo, em toda a parte, serve apenas para isso: ecrã de refracção extática que já não tem nada da imagem, da cena ou da teatralidade tradicional, que já não serve de modo algum para jogo ou para contemplação, serve para se estar ligado a si próprio. Sem esta ligação circular, sem esta rede breve e instantânea que um cérebro, um objecto, um acontecimento, um discurso criam ligando-se a si próprios, sem este vídeo perpétuo, nada tem hoje sentido. O estádio vídeo substituiu o estádio do espelho." Todas as ligações se destinam a conduzir uma energia que possa alastrar superficialmente, e isto a um ponto tal que os ecrãs estabelecem uma cadeia de reflexos ininterrupta, congelandoa realidade, não ficando dependente do acontecimento, substituindo-o ao gerar esse imenso circuito que já não se deixará demover do seu frenesim constante e que alcança uma des-sublimação espectacular de todos os nexos, das causas e até do próprio pensamento. Trata-se de um abandono da corporeidade, dos limites e das tensões físicas, da relação biológica, instaurando um tempo sem tempo, que já não obedece aos ciclos da mortalidade e regeneração. Assim, os pólos e as oposições dissolvem-se e o que força esse efeito de design total, que apaga qualquer atrito ou resistência, é a lógica da ligação. "Não se trata de ser, nem mesmo de ter um corpo, mas de estar ligado ao próprio corpo. Ligado ao sexo, ligado ao próprio desejo. Conectados às próprias funções como a diferença de energia ou a ecrãs vídeo. Hedonismo em ligação directa: o corpo é um enredo cuja curiosa melopeia higienista corre entre os inumeráveis estúdios de reculturação, de musculação, de estimulação e de simulação que vão de Venice a Tupanga Canyon, e que descrevem uma obsessão colectiva e assexuada." Neste quadro de elisões que se concertam, a própria relação sexual torna-se um ritual arcaico, uma relíquia de um mundo em que as tensões ainda se definiam pelo gozo que se tirava em provar a diferença que se encontrava no outro, no campo do desconhecido. Num mundo em que tudo se converte ao mesmo, o circuito já não tropeça, não falha. E isto, num plano íntimo, acaba po corresponder a esse desejo de afastar toda a dor, todo o embate entre modos ou "ficções" defendidas por esse diferencial energético. "Houve um tempo em que as coisas levavam tempo para existir, através de processos lentos, penosos, dolorosos: era preciso tempo para construir, e esse tempo tinha valor", nota Daney. Mas hoje, pelo contrário, a urgência vai no sentido de alcançar imediatamente os benefícios, e isto significa destruir o campo artístico na sua capacidade de reaver um acontecimento, apossar-se dele por meio de uma linguagem, reapreciá-lo, produzir uma transformação do sentido. Há um princípio de sobrevivência que, ao ser levado a um extremo, põe em causa até o real, aplanando tudo. Baudrillard rejeita inscrever todo este fenómeno como expansão narcísica, alertando para o erro de se abusar deste termo na definição deste tipo de efeitos. "Não é um imaginário narcísico que se desenvolve em torno do vídeo ou da estéreo-cultura, é um efeito de auto-referência ilimitada, é um curto-circuito que liga imediatamente o mesmo ao mesmo, e portanto sublinha simultaneamente a sua intensidade à superfície e a sua insignificância em profundidade." Neste episódio, e no rescaldo de mais uma edição do DocLisboa, Cíntia Gil fez uma acostagem corsária para nos ajudar a encontrar um fio e uma razão mais funda nesse esforço de densificação do real que o cinema assume enquanto um dos seus processos de forma a integrar em nós o mundo enquanto experiência. Tendo dirigido aquele festival de cinema entre 2012 e 2019, esta programadora continua a reclamar esse papel de quem engendra e articula percursos como um modo de intervir e fazer cinema, procurando refundar um espaço crítico, que indaga e desassossega, precisamente para que o tempo possa ser reclamado de novo como essa substância difícil e que, mais do que ligações, nos fornece as possibilidades de resgatar a presença e essa zona activa, comum.
Devocional do dia 08/11/2025 com o Tema: “Perfil”Um dos significados da palavra perfil é “conjunto de informações pessoais que definem alguém”. Na leitura bíblica, há o relato dos 12 homens escolhidos por Jesus. O Mestre não os recrutou, forçou ou implorou para que se oferecessem voluntariamente, mas os escolheu para servi-lo de uma forma especial.LEITURA BÍBLICA: Mateus 10.1-2 Devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus os escolheu como primeiros frutos, para serem salvos pela obra santificadora do Espírito e pela fé na verdade (2Ts 2.13). See omnystudio.com/listener for privacy information.
Será a justiça a maior virtude das instituições políticas? João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso analisam à lupa várias conceções de justiça, defendidas por diferentes autores, e refletem sobre o papel da política na construção de uma sociedade justa.A justiça é um produto do poder soberano, como defendeu Thomas Hobbes, ou um princípio anterior ao Estado, como acreditava John Locke? Platão, que dedicou ao tema «A República», considerava a democracia um sistema político injusto, à luz da sua teoria da alma.A propósito da eterna tensão entre liberdade e igualdade, a dupla chega até ao séc. XX e à proposta de 'justiça como equidade', de John Rawls.Debate-se ainda a meritocracia, pela lente de Michael Sandel, bem como o papel da sorte e das contingências da vida no valor da conduta humana, de acordo com Martha Nussbaum.Para terminar, uma pergunta: será que deixamos um mundo justo às gerações futuras?Um episódio [IN]Pertinente, a não perder.REFERÊNCIAS ÚTEISBIGGAR, Nigel, «Reparations: Slavery and the Tyranny of Imaginary Guilt» (Forum)HOBBES, «Leviatã» (BookBuilders)LOCKE, «Dois Tratados do Governo Civil» (Ed. 70)NOZICK, Robert, «Anarquia, Estado e Utopia» (Ed. 70)NUSSBAUM, Martha, «The Fragility of Goodness: Luck And Ethics In Greek Tragedy And Philosophy» (C.U.P.)PLATÃO, «A República» (Gulbenkian)RAWLS, John, «Uma Teoria da Justiça» (Presença)SANDEL, Michael, «Justiça - Fazemos o que Devemos?» (Presença)SANDEL, Michael, «A Tirania do Mérito» (Presença)SEN, Amartya, «A Ideia de Justiça» (Almedina)WHITE, Jonathan, «In the Long Run: The Future as a Political Idea» (Profile)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar Com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica diária «Bem-vindo a mais um episódio de», nas manhãs da Rádio Comercial. Contribui semanalmente para o Expresso, desde 2023, com uma crónica semanal.JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência». Ao longo de 25 anos tem assinado artigos na imprensa nacional e é colunista do diário brasileiro «Folha de S. Paulo», o maior jornal da América Latina.
Suposta construção de abrigos subterrâneos por Mark Zuckerberg e outras lideranças de empresas de tecnologia alimentam especulações sobre temores com avanço e sofisticação da IA.
Suposta construção de abrigos subterrâneos por Mark Zuckerberg e outras lideranças de empresas de tecnologia alimentam especulações sobre temores com avanço e sofisticação da IA.
Devemos ocupar nossos pensamentos com o Senhor, nutrindo o desejo constante de contemplar Sua glória. Esse desejo deve ser constante, crescendo dia após dia no coração daquele que verdadeiramente ama o Senhor. O cristão não pode se acomodar com as experiências espirituais do passado ou com o que já viveu hoje, é preciso ser contínuo. O verdadeiro cristão entende que cada dia é uma nova oportunidade de se aproximar mais de Deus, de ouvir Sua voz, de ser moldado por Sua presença.#conscienciacrista #CC2025 #EUSOU #vidacrista #pensamentos #mente #gloriadedeus
O desafio, explica a pesquisadora francesa Marine Lemaire, especialista em Psicologia do Desenvolvimento, é desenvolver desde cedo a resistência aos chamados “vieses cognitivos”, que levam o cérebro a processar informações de forma mais rápida, mas podem conduzir a conclusões e percepções irracionais. Taíssa Stivanin, da RFI em Paris As conclusões da cientista francesa são baseadas em dados da tese de pós-doutourado que ela finalizou há poucas semanas no laboratório LaPsyDÉ, situado na universidade Sorbonne, no 5º distrito de Paris. A análise se concentrou na capacidade dos adolescentes de detectar fake news e se defender da desinformação. O estudo, realizado em 2020 com mais de 400 adolescentes de uma escola de Bordeaux, no sudoeste da França, mostrou que o discernimento está ligado à capacidade de raciocínio e à elaboração de argumentos lógicos e coerentes. Tais habilidades estão associadas ao córtex pré-frontal, que no cérebro só termina seu desenvolvimento após os 20 anos. Os alunos, com idades entre 11 e 14 anos responderam um questionário de múltipla escolha online, e avaliaram se uma série de informações que circularam na internet, selecionadas pela cientista francesa, eram falsas ou verdadeiras. A experiência com os alunos foi supervisionada pelos professores. “Trabalhamos com diferentes índices, mas um dos índices que mais nos interessa é a capacidade de avaliar a informação. Nós o calculamos fazendo uma média da percepção das informações que são verdadeiras e subtraindo da média da percepção das informações falsas, o que gera o que chamamos de índice de discernimento.” Segundo Marine, há uma carência de dados sobre como os adolescentes reagem às fake news. “Nossa hipótese é que essa capacidade analítica se desenvolve na adolescência, e foi o que nós observamos. Com a idade, logicamente, eles se tornam cada vez mais capazes de discernir o que é verdadeiro ou falso.” Capacidade analítica Durante a experiência, a psicóloga francesa também observou que a capacidade de análise se desenvolve principalmente a partir dos 12 anos e aumenta com o passar do tempo. “Mas o que é importante ressaltar é que essa capacidade se aprende, o que nos leva a relativizar o discurso sobre os adolescentes: que são vulneráveis, são péssimos, acreditam em tudo que veem. Devemos pensar que essa é uma competência que pode ser desenvolvida, principalmente com ações de Educação Midiática.” Por essa razão, o estudo se concentra também na capacidade dos jovens de detectar as notícias falsas e na resistência aos vieses cognitivos, chamada de raciocínio analítico. Para isso, Marine usou um teste que induz a um atalho mental e, por consequência, a uma resposta intuitiva e incorreta às questões relacionadas à veracidade das informações. “Para resolver o problema, os participantes devem resistir a essa resposta que é bastante intuitiva e automática. É dessa forma que medimos o raciocínio analítico nos adultos e foi assim que fizemos também em nossas pesquisas. Nosso estudo mostrou que o desenvolvimento da capacidade de avaliar a informação é mediado e explicado pelo desenvolvimento da capacidade de resistir aos vieses cognitivos.” Essa habilidade se consolida entre 11 e 14 anos e se estabiliza por volta dos 15 anos. De acordo com Marine Lemaire, muitos estudos ainda precisam ser feitos para entender em detalhes como se consolidam os processos cognitivos que permitem questionar a veracidade de uma informação. “É por essa razão que decidimos estudar o público adolescente. Há uma enorme carência de dados na literatura, embora esse seja um assunto extremamente importante. Precisávamos ter esses dados para, em seguida, analisar quais soluções podemos propor para ajudar os adolescentes a discernir melhor o que é verdade ou mentira”, conclui.
Foi uma vitória contra as expectativas, contra as sondagens e também contra umas elites que continuam a detestar quem desafia as suas verdades. O triunfo de Milei na Argentina tem significado mundial.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Portugal foi aprovada a 28 de Outubro a Lei da Nacionalidade, com 157 votos "a favor" dos partidos de direita, e 64 votos "contra" de todos os partidos de esquerda. A lei altera as regras para os estrangeiros obterem cidadania portuguesa e complexifica os critérios para quem não tem origem portuguesa. A proposta tem ainda que ser promulgada pelo Presidente da República, que poderá optar por remetê-la para o Tribunal Constitucional. RFI: Professor José Palmeira, politólogo e investigador na Universidade do Minho, antes de mais, quais são as motivações de quem pretende obter a nacionalidade portuguesa? José Palmeira: As motivações são as mais diversas. Se um cidadão imigrante vem para Portugal e se instala em Portugal, constitui família, tem o seu emprego em Portugal, naturalmente poderá ter o desejo de obter a nacionalidade portuguesa, sobretudo se for um cidadão de fora da União Europeia. Ao obter a cidadania portuguesa, obtém também a cidadania europeia, na medida em que os cidadãos dos Estados-Membros da União Europeia beneficiam de um conjunto de prerrogativas que lhes permitem circular pela Europa e ter acesso a um conjunto de regalias. Têm também obrigações, é verdade. Portanto, desde logo, tem essa vantagem de maior estabilidade do ponto de vista profissional, e do ponto de vista familiar. RFI: Com esta nova Lei, para pedir a nacionalidade portuguesa será necessário ser residente em Portugal há dez anos, em vez dos cinco anos actuais, para os estrangeiros de todos os países. Serão exigidos sete anos de residência para cidadãos dos países de língua portuguesa e da União Europeia. Como interpreta esta distinção em função da origem? José Palmeira: Eu diria que há um objectivo de fazer uma discriminação positiva. No caso dos cidadãos de países de língua portuguesa, têm desde logo, conhecimentos da língua. Por outro lado, esses países de língua portuguesa foram antigas colónias portuguesas. Houve também uma interligação cultural forte com esses países. Nesse sentido, cria-se esta proximidade. E no caso da União Europeia, terá a ver com o facto de que existe a cidadania europeia, isto é, já existe uma proximidade maior entre os cidadãos portugueses e os cidadãos dos outros países da União Europeia. Há então também um objectivo de dar um tratamento de favor a esses cidadãos quando requerem a nacionalidade portuguesa. RFI: Para além destes critérios sobre os prazos de residência, passam a existir novas exigências. Por exemplo: o conhecimento da língua portuguesa, o conhecimento da cultura, organização política e valores democráticos. Os candidatos à nacionalidade portuguesa deverão também assinar uma "declaração solene de adesão aos princípios da República". Isto quer dizer que, por exemplo, um ucraniano, um búlgaro ou um moçambicano que queira pedir a nacionalidade portuguesa terá que a conhecer de cor os nomes de todos os rios portugueses ou, por exemplo, o nome dos reis de Portugal? José Palmeira: O critério vai ser definido pelos autores da regulamentação da lei. Agora, não me parece que seja de exigir a quem vem de fora mais do que aquilo que se exige aos nacionais. Mas por outro lado, se o país precisa - e isso está reconhecido - de imigrantes para alcançar todos os seus objectivos e particularmente os objectivos económicos, então há um objectivo de bem integrar essas pessoas. Devemos criar condições favoráveis a essa integração. RFI: A integração passa pelo conhecimento dos valores democráticos, da organização política e da cultura portuguesa? José Palmeira: No entendimento do legislador, sim. Esses valores não têm que ser assimilados. Isto é, ninguém vai ter que mudar de religião ou mudar de um conjunto de princípios para obter a nacionalidade portuguesa, mas deverá respeitá-los. Aquilo que o legislador pretende é que essa identidade portuguesa não seja colocada em causa, ainda que essa identidade não signifique, como é óbvio, que haja uma única cultura. Hoje as sociedades são multiculturais. Hoje, os países são cosmopolitas e, portanto, depende depois do critério das tais provas de acesso à nacionalidade portuguesa. RFI: A política migratória portuguesa está a evoluir. A Lei de Estrangeiros já está em vigor. A Lei da Nacionalidade foi aprovada a 28 de Outubro. Está em preparação a Lei de Retorno e afastamento de estrangeiros. E foi também recentemente aprovada a lei que proíbe o uso da burca no espaço público. Está Portugal a viver uma ofensiva anti-imigração? José Palmeira: É verdade que é um pouco o ar dos tempos. Portugal e a Europa em geral estão a virar à direita em termos político-partidários. E aquilo que estamos a assistir no caso português é evidentemente um reforço desses valores. Convém também referir que é bom que haja legislação para contemplar situações como, por exemplo, o repatriamento de cidadãos estrangeiros. Muitas vezes isso é efectuado sem que haja respeito pela situação do cidadão que vai ser repatriado. E, portanto, o facto de existir uma lei é muitas vezes para proteger as condições em que acontece. RFI: Falemos agora dos cartazes do Chega. André Ventura, o líder do partido de extrema-direita, tem-se avistado em cartazes eleitorais, com vista às presidenciais de 2026, com mensagens como "Ciganos têm de cumprir a lei" e "Isto não é o Bangladesh". Este tipo de cartaz deve ser considerado como crime ou como liberdade de expressão? José Palmeira: Ora bem, estamos aí numa fronteira que não é fácil definir. Eu diria que compete às entidades judiciais, ao Ministério Público, avaliar até que ponto isso cai numa situação de crime. No passado já tivemos um caso relativamente a cartazes do Chega que acusavam os líderes do PS e do PSD de "corruptos" e o Ministério Público considerou que isso estava dentro do foro político, e que não cabia no foro criminal. RFI: Mas este caso não implicava a existência de um potencial racismo, punível pela lei. José Palmeira: Claro que pode haver, agora esse julgamento compete ao tribunal. Do ponto de vista da política, é inaceitável que haja candidatos ou partidos que discriminem países ou etnias. Não é aceitável do ponto de vista político, numa sociedade que deve ser integradora e não, pelo contrário, afastar pessoas. Agora, o julgamento político é feito pelos eleitores em actos eleitorais e cabe também, se for o caso, um julgamento judicial, se os tribunais entenderem que isso viola leis da República Portuguesa. RFI: Ainda há alguns anos Portugal era visto, nomeadamente por Bruxelas (UE), como uma excepção num panorama de ascensão de partidos de extrema direita e de ideologias racistas. Já não é o caso. Em 2019, pela primeira vez desde o fim da ditadura salazarista, foi criado um partido de extrema direita. Em apenas seis anos o Chega conseguiu eleger 60 deputados e tornar-se o segundo partido na Assembleia da República. Paralelamente, os discursos e actos de racismo têm vindo a ganhar visibilidade na sociedade portuguesa. O racismo não existia antes em Portugal ou estava simplesmente invisibilizado? José Palmeira: O racismo sempre existiu. Aqui a novidade é haver um partido político, um candidato presidencial que utiliza uma linguagem que permite que haja esse tipo de julgamento relativamente às suas opiniões políticas. Por outro lado, essas posições têm registado um crescimento eleitoral muito significativo. Por exemplo, estamos numa pré-campanha para as presidenciais e admite-se a possibilidade de André Ventura chegar à segunda volta destas eleições. Isto de facto não era expectável há poucos anos, como referiu, mas hoje é uma possibilidade que existe, sem dúvida.
O que te impede de crescer na vida?Avalie: você tem tudo o que as grandes personalidades da história tinham: dois braços, duas pernas, dois olhos, duas orelhas, uma boca, um cérebro para pensar… É chocante pensar assim, não é? Todas as pessoas que você admira começaram sua trajetória com o mesmo equipamento que você tem. Então, comece a agir agora e diga ”eu também posso”.Olhe para eles, os sábios e grandes que você tem como referência. Eles são humanos como você. O dia deles tem também 24 horas, a semana tem 7 dias… Você também tem o que todos tinham ao começar. Você pode ir além, avançar, vencer. Não precisa fazer o mesmo caminho que as outras pessoas, mas pode fazer mais do que fez até hoje. Está equipado para a luta que escolher, tem um corpo e um cérebro para usar pelo seu bem. Tem o tempo necessário também. Deus te equipou para a vida, te dá forças, mas Ele deixa você decidir aquilo que quer ser e até onde quer ir. A coragem deve vir do seu interior. Devemos enfrentar as barreiras com vontade de vencê-las.Você nasceu com tudo o que os grandes tinham. Com o seu equipamento e o mesmo tempo a cada dia, todos eles começaram. E você, está esperando o que? Decida-se por uma vida nova, com propósito!Decida-se pelas conquistas, pela vitória!Você pode ir além do que foi até hoje!
O que te impede de crescer na vida?Avalie: você tem tudo o que as grandes personalidades da história tinham: dois braços, duas pernas, dois olhos, duas orelhas, uma boca, um cérebro para pensar… É chocante pensar assim, não é? Todas as pessoas que você admira começaram sua trajetória com o mesmo equipamento que você tem. Então, comece a agir agora e diga ”eu também posso”.Olhe para eles, os sábios e grandes que você tem como referência. Eles são humanos como você. O dia deles tem também 24 horas, a semana tem 7 dias… Você também tem o que todos tinham ao começar. Você pode ir além, avançar, vencer. Não precisa fazer o mesmo caminho que as outras pessoas, mas pode fazer mais do que fez até hoje. Está equipado para a luta que escolher, tem um corpo e um cérebro para usar pelo seu bem. Tem o tempo necessário também. Deus te equipou para a vida, te dá forças, mas Ele deixa você decidir aquilo que quer ser e até onde quer ir. A coragem deve vir do seu interior. Devemos enfrentar as barreiras com vontade de vencê-las.Você nasceu com tudo o que os grandes tinham. Com o seu equipamento e o mesmo tempo a cada dia, todos eles começaram. E você, está esperando o que? Decida-se por uma vida nova, com propósito!Decida-se pelas conquistas, pela vitória!Você pode ir além do que foi até hoje!
As notícias de crimes violentos e assassinatos com armas de fogo em Lisboa têm sido constantes ao longo dos vários dias. Será uma coincidência ou significa que há problemas profundos na cidade?See omnystudio.com/listener for privacy information.
No "Realpolitik", Sérgio Sousa Pinto e Miguel Pinheiro falam sobre a proibição da burca em Portugal, sobre o legado de Francisco Pinto Balsemão e sobre o sobe e desce das eleições presidenciais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na edição especial dedicada a Francisco Pinto Balsemão, Ricardo Araújo Pereira recorda o fundador da SIC e do Expresso como um verdadeiro democrata e defensor intransigente da liberdade. O humorista sublinha que, em cerca de duas décadas de colaboração com o grupo, nunca sentiu qualquer tipo de censura ou interferência, e elogia o facto de Balsemão proteger os criadores para que trabalhassem sem constrangimentos. Destaca ainda o seu espírito jornalístico e curiosidade intelectual, que o levaram a manter-se atento à inovação até ao fim da vida, interessando-se por temas como a inteligência artificial e os podcasts. Ricardo Araújo Pereira considera que a fundação de meios como a SIC Radical foi decisiva para o surgimento de novas gerações criativas, incluindo o Gato Fedorento. Lembra-o como um homem visionário, generoso e curioso, que acreditava na liberdade de expressão e na força da comunicação como instrumento essencial da democracia portuguesa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na edição especial dedicada a Francisco Pinto Balsemão, Ricardo Araújo Pereira recorda o fundador da SIC e do Expresso como um verdadeiro democrata e defensor intransigente da liberdade. O humorista sublinha que, em cerca de duas décadas de colaboração com o grupo, nunca sentiu qualquer tipo de censura ou interferência, e elogia o facto de Balsemão proteger os criadores para que trabalhassem sem constrangimentos. Destaca ainda o seu espírito jornalístico e curiosidade intelectual, que o levaram a manter-se atento à inovação até ao fim da vida, interessando-se por temas como a inteligência artificial e os podcasts. Ricardo Araújo Pereira considera que a fundação de meios como a SIC Radical foi decisiva para o surgimento de novas gerações criativas, incluindo o Gato Fedorento. Lembra-o como um homem visionário, generoso e curioso, que acreditava na liberdade de expressão e na força da comunicação como instrumento essencial da democracia portuguesa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No "Realpolitik", Sérgio Sousa Pinto e Miguel Pinheiro falam sobre a proibição da burca em Portugal, sobre o legado de Francisco Pinto Balsemão e sobre o sobe e desce das eleições presidenciais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No "Realpolitik", Sérgio Sousa Pinto e Miguel Pinheiro falam sobre a proibição da burca em Portugal, sobre o legado de Francisco Pinto Balsemão e sobre o sobe e desce das eleições presidenciais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio, Ana Frazão conversa com Guilherme Klein Martins, Graduado e Mestre em Economia pela USP, Doutor em Economia pela University of Massachusetts, Professor de Economia da University of Leeds e Pesquisador Associado do MADE (Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da FEA/USP) a respeito da desigualdade e as suas repercussões sobre o crescimento e desenvolvimento econômicos. O professor Guilherme explica os equívocos da trickle down economics e da sua adaptação brasileira, traduzida na frase de Delfim Neto de que o bolo precisa crescer para depois ser dividido. Na sua avaliação, as evidências empíricas demonstram o contrário, no sentido de que nem a desoneração tributária leva ao aumento do investimento nem a economia pode crescer sem que haja demanda. Dentre os principais tópicos da conversa, estão os desdobramentos da trickle down economics sobre a contenção dos gastos do governo, traduzidos em soluções como arrochos nas áreas de saúde e educação, desvinculação de benefícios sociais do salário mínimo e redução do próprio salário mínimo. Para o professor Guilherme, tais medidas, que atingem os mais pobres, não resolvem o problema e podem agravá-lo, uma vez que o salário mínimo tem se mostrado uma eficiente solução de redução de desigualdade e impulsionamento da economia. O professor também mostra que adiar a redução da desigualdade tende a tornar a solução do problema ainda mais difícil no futuro, diante da cristalização da renda. Na parte final da conversa, o professor Guilherme mostra como a redução da desigualdade no Brasil exige necessariamente políticas de justiça tributária e comenta as recentes iniciativas legislativas que tramitam no Congresso.
Recebi essa mensagem de uma seguidora mas que reflete uma dúvida muito comum de muitos pais: Como lidar com as recomendações dos pediatras? Devemos seguir fielmente ou podemos buscar mais informações?Os temas mais delicados costumam ser cama compartilhada, o modelo de introdução alimentar, desfralde e até sobre o comportamento infantil. Pode ser que a minha resposta seja meio polêmica, por isso quero convidar você a assistir e deixar nos comentários o que pensa a respeito ou se já passou por situações parecidas. Ah, confira também meus jogos e livros:https://linktr.ee/paizinholivrosejogos=========================Para conhecer mais do meu trabalho, clica aquihttp://paizinho.link/links==CRÉDITOS==Direção: Hugo BenchimolEdição e Pós-Produção: Tatiana TrindadeRevisão: Evelyn Martins#podcast #adolescer #paternidade #maternidade #infancia #cuidadoscomobebe #cosleeping
Veja também em youtube.com/@45_graus Patrícia Fernandes é doutorada em Filosofia Social e Política pela Universidade do Minho em 2017, onde é actualmente Professora Auxiliar Convidada. Os seus principais interesses de investigação têm sido Teorias da Democracia, Políticas de Identidade, teorias críticas, História das Ideias Políticas. Tem tomado posição nestes temas nos últimos anos, sobretudo em artigos de opinião no jornal Observador, onde é muito crítica das ideias e das mudanças sociais propostas por esta nova visão política. Miguel Vale de Almeida é professor catedrático de Antropologia no ISCTE. Tem pesquisado questões de género e sexualidade, etnicidade, «raça» e pós-colonialismo, com vários livros publicados em Portugal e no estrangeiro. Além de cronista e escritor, tem sido ativista dos direitos LGBT e foi eleito Deputado à Assembleia da República em 2009, tendo estado envolvido na aprovação do casamento igualitário. _______________ Índice: (3:16) Redes sociais | Antonio Gramsci | Dificuldade do compromisso nestes temas (19:36) Devemos implementar quotas de género ou raciais? (30:02) Direita populista radical (33:54) O aumento da imigração em Portugal (44:02) O que é “ideologia de género”? Construtivismo social Livros recomendados pela Patrícia: White Fragility, de Robin DiAngelo | De Esquerda, Agora e Sempre, de Mark Lilla | Teorias Cínicas de Helen Pluckrose e James Lindsay | A Religião Woke de Jean-François Braunstein | Livro: A Mente Justa de Jonathan Haidt | A Geração Ansiosa de Jonathan Haidt | A Infantilização da Mente Moderna, de Greg Lukianoff e Jonathan Haidt | Memórias da Plantação de Grada KilombaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Pela primeira vez, um estado-membro da NATO disparou contra ativos militares russos desde a invasão da Ucrânia. Jorge Rodrigues, especialista em Risco Geopolítico, é o convidado. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Pela primeira vez, um estado-membro da NATO disparou contra ativos militares russos desde a invasão da Ucrânia. Jorge Rodrigues, especialista em Risco Geopolítico, é o convidado. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Se somos discípulos de Cristo devemos coloca-lo em primeiro lugar em nossa vida, de maneira absoluta. A Escritura nos ensina a ser completamente dedicados e consagrados a Jesus, nosso Senhor e Salvador. Não podemos esquecer o que o Senhor fez por nós e nao podemos viver contentes apenas em cumprir deveres religiosos. Devemos nos dedicar com toda a nossa força para seguir e servir ao Senhor.
Jesus nos alcançou com a salvação e nos comissionou como testemunhas desta obra. Ele afirmou que nós somos a luz do mundo e que nossa vida deve demonstrar o nosso compromisso com ele e com a missão que recebemos. Esta missão é um privilégio, pois através de nossa vida outras pessoas podem conhecer e crer em Jesus, por isso é tão importante que nossas palavras sejam acompanhadas de ações que as comprovem. Devemos falar, mas, também, devemos agir como discípulos de Jesus e, assim sua obra será conhecida e vidas redimidas.
Neste episódio falo sobre a importância de planear aquilo que comemos fora da nossa dieta regular. É assim tão importante? Qual o mindset que devemos adoptar em situações excepcionais? A Edição 4 do DESAFIO 30 30 30 - Desfio de recomposição corporal - começa no dia 15 de Setembro! Inscreve-te na Newsletter para seres a primeira a aceder às inscrições! As vagas são limitadas! Subscreve à NEWSLETTER aqui! Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
No Zone Cast 165 chegou e nós fomos das quadras de basquete do Brasil até as da Europa e ainda passamos por campos de futebol americano nos EUA. No episódio dessa semana nós discutimos com um pouco de sentimento, mas também com muita responsabilidade sobre o futuro do basquete brasileiro.Da renovação na seleção feminina à falta dela na masculina (será?), passando pelo cenário das ligas nacionais, NBB e LBF, o título mais recente da seleção masculina e o vice da seleção feminina na AmeriCup de 2025. Devemos nos preocupar ou não? O que esperar do nosso basquete?Depois fomos para o continente Europeu pra falar de Eurobasket 2025. O torneio começa no dia 27 de agosto e trouxemos uma prévia recheada, com quase tudo que você precisa saber, desde as principais seleções, grupos, jogadores da NBA até os favoritos ao título e aqueles jogadores que você não pode tirar os olhos.Teve também o anúncio de um novo canal de esportes e a volta da NFL com as perguntas que cada franquia precisa responder na pré-temporada e, claro, um spoilerzinho do próximo episódio, que só vai ao ar em setembro.Conversas do podcast00:00:25 - Abertura00:06:40 - O futuro do basquete brasileiro00:33:01 - Eurobasket 2025, quase tudo que você precisa saber00:48:37 - Um novo canal de esportes00:52:10 - NFL voltando01:05:45 - Spoiler do próximo episódio01:08:08 - EncerramentoPreview da AFC Leste e NFC Leste pelo Missão Sports - https://open.spotify.com/episode/718IfYOlFCQDFLE7orSYyQ?si=IplnYFRjTdWryJwL5iS9AQ
A Bíblia não nos deixa em dúvidas sobre o amor de Deus por seus filhos, ela dá inúmeras provas deste amor e da boa vontade dele. Quando o Senhor nos dá uma ordem, ou quando nos corrige, devemos crer, sempre é para o nosso bem.Ele quer que seus filhos andem dos melhores caminhos e cheguem ao melhor destino, sua presença. Devemos confiar neste amor paternal e desfrutar de todo cuidado que o Senhor nos proporciona.
2ª parte da conversa sobre políticas de habitação. Veja também em youtube.com/@45_graus Simone Tulumello é geógrafo e investigador no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa. É membro fundador da Rede H – Rede Nacional de Estudos sobre Habitação e autor do livro *Habitação para além da "crise": Políticas, conflito, direito* (Tigre de Papel, 2024). Vera Gouveia Barros é economista e investigadora, licenciada pela Nova SBE e doutorada pelo ISEG. Tem investigado nas áreas da Economia da Habitação e do Turismo, sendo autora de estudos com o position paper *A Situação da Habitação em Portugal*, publicado pela SEDES, onde integra o Observatório de Políticas Económicas e Financeiras, e coautora do estudo *O Mercado Imobiliário em Portugal* (FFMS). _______________ Índice: (0:00) Início (2:53) Devemos penalizar as casas vazias? | Temos o direito de ter mais do que uma casa? (16:50) Habitação pública (20:35) Ou a solução está em facilitar a construção privada? | Posição Causa Pública sobre crise da habitação | Barreiras ao licenciamento (37:24) Especulação e financeirização da habitação? (49:11) Procura por estrangeiros: turismo (alojamento local), estatuto de residente não habitual, vistos gold, nómadas digitaisSee omnystudio.com/listener for privacy information.