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A nove meses da 30ª Conferência da ONU das Mudanças Climáticas em Belém, a capital paraense acelera os preparativos para receber o maior evento do mundo sobre o combate ao aquecimento global. Mas entre as obras previstas para a COP30, algumas entram em contradição com o próprio objetivo da conferência. Lúcia Müzell, da RFI em ParisÉ o caso de dois projetos apresentados como de mobilidade, mas que, na prática, favorecem o uso de carros particulares em vez de transporte público, e ainda atingem áreas florestais preservadas. Os planos de duplicação da rua da Marinha e de construção da Avenida Liberdade visam diminuir os engarrafamentos entre Belém e sua região metropolitana.“Tem obras que não têm nada a ver e que, para mim, são altamente contraditórias sob a perspectiva da agenda da COP e das mudanças climáticas. São obras rodoviaristas e a política para o carro a gente sabe como é: quanto mais espaço você der para o carro, mais carros vai ter”, aponta a diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (UFPA), Roberta Rodrigues, que integra um grupo de pesquisa do CNPQ sobre os impactos de grandes eventos para as cidades-sede, com foco na COP30 em Belém. “E a gente sabe ao que elas estão atreladas: a interesses bem específicos do mercado imobiliário e de grupos específicos daqui”, afirma.Segundo especialistas, as obras não apenas serão irrelevantes para a realização da COP, como ainda pioram a adaptação da capital paraense às mudanças climáticas, ao diminuírem as áreas verdes da metrópole e gerarem aumento das emissões de CO2 pela maior queima de combustíveis. O arquiteto e urbanista Lucas Nassar constata que a sustentabilidade não foi o fio-condutor dos projetos de Belém para realizar a conferência, com financiamento do Ministério do Planejamento e Orçamento, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de Itaipu Binacional. Nassar é diretor-geral da organização Laboratório da Cidade, que ajuda as cidades amazônicas a se adaptarem ao aquecimento do planeta e faz parte do Comitê COP30. A coalizão de 99 organizações mapeou a relação entre importância das obras e a sustentabilidade dos projetos. O estudo conclui que poucos são, ao mesmo tempo, necessários e “verdes”. “A gente não pode dizer que não houve, mas está muito aquém do que nós esperaríamos de um evento cujo tema é mudanças climáticas. Tem muita obra e muito investimento que está sendo feito que não tem nenhuma compatibilidade com a nova agenda urbana sustentável”, lamenta.Como bons exemplos, ele cita a construção do Parque da Cidade, local onde a conferência será realizada e legado para atividades culturais e de lazer em Belém, a revitalização do Porto do Futuro II, no centro da capital, e a renovação da frota de ônibus municipais – com 700 modelos elétricos ou padrão Euro 6, até 20% menos poluentes do que os que rodam atualmente na metrópole.Animais e quilombo ameaçados por estradaPor outro lado, o traçado da avenida Liberdade corta nada menos do que uma Área de Proteção Ambiental, com mata nativa da Amazônia. “O impacto é gigantesco, numa área que é uma APA e na lei da APA diz que não pode ter. Não poderia. Você compromete um manancial, áreas onde vivem comunidades tradicionais, quilombolas”, salienta Roberta Rodrigues. “Sem falar que é uma área que vai ser rasgada ao meio e, de um lado como do outro, dizem que não vão ter propostas de uso dessas áreas a médio prazo, sendo que vão fazer uma rodovia ali, ao longo? Não existe isso.”A pouco mais de um quilômetro da futura avenida, com quatro pistas e mais de 13 quilômetros de extensão, vive uma comunidade tradicional no quilombo do Abacatal. Uma análise de impacto ambiental feita pelo governo estadual em 2023 identificou dezenas de espécies de répteis, aves e mamíferos que a estrada poderá “afugentar”, com “risco de atropelamentos”.“Para os animais aquáticos poderá haver perda ou morte devido a possível alteração da qualidade da água nos rios e igarapés gerados pelos eventos indiretos de erosão ou ainda podem estar relacionadas a descartes de efluentes”, diz o relatório.O estudo aponta ainda que três espécies de flora e quatro de aves potencialmente atingidos pelas obras são ameaçados de extinção, entre elas o tucano-de-papo-branco, o tucano-de-bico-preto, o choca-preta-e-cinza e o maracanã.Obra foi embargadaJá o prolongamento da rua da Marinha, num total de 3,4 quilômetros entre as avenidas Augusto Montenegro e Centenário, nas proximidades do aeroporto, atende a uma reivindicação antiga de militares instalados na região. Para duplicar a via, o governo do Estado está desmatando uma área de vegetação às margens da rua.No ano passado, a obra chegou a ser embargada pela Justiça, após uma ação do Ministério Público Estadual, mas o Tribunal do Pará acabou autorizando a sua continuidade.“Os militares, as diferentes forças, têm feito isso de uma maneira que eu considero muito irresponsável em relação à cidade, porque eles negociam essas áreas de reservas verdes, que têm uma importância ambiental para Belém gigantesca, e que depois viram shopping center, condomínio fechado de alto padrão”, constata Rodrigues.Os dois urbanistas mencionam ainda o plano de canalização da avenida Tamandaré, na área central. A proposta de criação de um parque linear ao longo do canal aposta em mais concreto, sem vegetalização, e desconsidera o potencial de mitigação dos riscos de inundações.“A gente está perdendo uma grande oportunidade de mudar alguns padrões, e usar não apenas a oportunidade em termos de captação de recursos – porque Belém nunca teve tanto dinheiro sendo investido ao mesmo tempo como agora –, mas para a gente fazer a mudança de chave que toda e qualquer cidade vai precisar fazer”, frisa a professora da UFPA.Governo do Pará e BNDES defendem sustentabilidade de projetosConsultados pela reportagem RFI, o governo do Estado e a Secretaria Extraordinária da COP30, ligada à Casa Civil, não responderam aos pedidos de entrevista. Em nota à RFI somente após a publicação do texto, a Secretaria de Comunicação do Estado do Pará alegou que "todas as ações estão sendo alinhadas com a UNFCCC [Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, que organiza a conferência], para atender aos interesses da organização e do Brasil, e visam não somente qualificar a capital paraense para o evento, mas garantir melhorias para as pessoas que vivem, trabalham ou visitam a região metropolitana de Belém"."A Rua da Marinha e a Avenida Liberdade, citadas na reportagem, fazem parte de um projeto de mobilidade que beneficia a vida de mais de 2 milhões de pessoas", diz a nota. "Todas as licenças para a execução de obras citadas na matéria foram emitidas pelos órgãos competentes, incluindo a supressão vegetal. As licenças contemplam medidas para assegurar a proteção da fauna e flora nativas", complementa. Já o BNDES garantiu que "os investimentos para a COP30 levam, sim, em consideração a sustentabilidade". "Importante dizer que a obra citada no texto, na Rua da Marinha, não tem recursos do BNDES, como esclarecido em entrevista coletiva no último dia 12, em Belém", diz a resposta enviada à redação pela assessoria de imprensa do banco."Pelo contrário, com uma das obras mais importante na cidade, o Banco está promovendo uma transformação histórica, com limpeza, urbanização e restauração completa de nove canais localizados nas Bacias do Tucunduba e Murutucu. Serão cerca de 300 mil pessoas beneficiadas (...), o maior projeto de urbanização integrada de comunidades e baixadas da história do BNDES".Belém leva negociadores a cidade "real"Apesar das falhas do planejamento, o urbanista Lucas Nassar defende a realização da conferência internacional na capital paraense. Ele lembra que o Brasil tem um histórico de conseguir mover as negociações: a Conferência Eco 92, no Rio de Janeiro, formatou as bases para as negociações climáticas, e em 2012 a Rio +20 desenhou os objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU.Agora, o urbanista avalia que, ao trazer chefes de Estado e diplomatas do mundo todo para uma cidade “real” do sul global, a COP30 vai pressionar os participantes a chegar a resultados concretos face à emergência climática.“A gente vai fazer o evento mais importante de clima no planeta na cidade que tem estimativas de ser a segunda cidade com mais dias de calor extremo em 2050. Belém é uma cidade que está na costa e que se tivesse preservação da sua mata ou tivesse arborização, poderia diminuir 3ºC da sua temperatura – e é justamente 3ºC a estimativa de aumento da temperatura média da cidade”, ressalta Nassar. “Belém quase não tem esgotamento sanitário, tem infraestrutura urbana muito aquém da sua população, ou seja, ela mostra mais as condições nas quais a maior parte do mundo está vivendo hoje. Isso tem que ser considerado uma mensagem para o mundo”, avalia.Leia tambémO ano de 2025 será decisivo para o clima, em meio a um contexto internacional turbulento
Exatos 22 anos atrás, quando boa parte dos nossos ouvintes tava tirando meleca do nariz e correndo atrás de galinha, o mundo conhecia "Cidade de Deus", filme dos cineastas Fernando Meirelles e Katia Lund baseado no livro de Paulo Lins e que concorreu a impressionantes 4 Oscars, além de figurar em inúmeras listas de 100 melhores filmes de todos os tempos. Foi lá que conhecemos nomes como Alice Braga, os irmãos Haagensen, Leandro Firmino, Douglas Silva, Thiago Martins e pra muita gente Seu Jorge e o próprio Fernando Meirelles.::Logo depois do filme foi lançada uma série spin off chamada Cidade dos Homens, que trazia a relação de Laranjinha e Acerola e claro: uma infinidade de outras séries e favela movies que tentaram emular a aura de Cidade de Deus. Até que nos últimos anos amadureceu a ideia da produção de uma série-continuação do filme de 2002 que traz inclusive uma parte do elenco original, como o Buscapé do Alexandre Rodrigues, o Braddock do Thiago Martins, o Barbantinho do Edson Oliveira, a Berenice da Roberta Rodrigues, entre outros. ::"A luta não para" se passa vinte anos depois dos acontecimentos do longa-metragem, e está situada bem no começo dos anos 2000. A partir das memórias de Buscapé, revivemos o impacto dos conflitos entre policiais, traficantes e milicianos na vida dos moradores da comunidade. O jovem traficante Bradock sai da prisão e decide tentar recuperar o controle do morro das mãos do chefe Curió, colocando os moradores da Cidade de Deus no meio do fogo cruzado entre milícia, tráfico e as autoridades do Rio de Janeiro.::A série é uma produção O2 Filmes em parceria com a HBO e a Miramax e tem direção de Aly Muritiba, cineasta baiano de 45 anos e que vem se consolidando como um dos grandes nomes do audiovisual do país, estando à frente de produções como o filme "Deserto Particular" e as séries "Carcereiros", "O Caso Evandro" e Cangaço Novo".::Coloque seu fone, aumente o volume e Senta que lá vem Spoiler!
City of God: The Fight Rages On – Season Finale Breakdown & Season 2 TheoriesAfter six weeks of intensity and thrills, City of God: The Fight Rages On wraps up its explosive first season, and TeaRon and Tiera Janee are here to break it all down. In this review of episode 6, they dive into the shocking twists, favorite moments, standout characters, and their wildest theories for Season 2.In episode 6, Berenice steps up to fill the void left by Barbantinho (Stringy), making political waves in her run for City Council. Meanwhile, Wilson (Buscapé/Rocket) and Lígia finally bring their investigation of City of God's corruption to a head, exposing Reginaldo and his son Israel in a scandalous newspaper story. With conspiracies and weapons trafficking laid bare, Israel is thrust into the political spotlight despite his secret affair with Jerusa coming to light.As the tension reaches its peak, Jerusa is cornered when Bradock uncovers her betrayal. But she has her own ambush planned, setting up Bradock for a brutal showdown with Geninho, who seeks revenge for his father Curio's death at Bradock's hands.Full of shocking moments and jaw-dropping surprises, the season finale didn't disappoint. Tune in as we discuss our favorite scenes and what we think is in store for Season 2!–––––––––––––––––––––––––––––About UBIQUITOUS BLACKS REVIEWS:'Ubiquitous Blacks Reviews' is an extension of the Ubiquitous Blacks Podcast where TeaRon (IG: @tearonworld) is joined alongside Tiera Janee' (IG: @tieratakes_) as the two review the latest in Black Movies, TV Shows, and more. These hilariously entertaining reviews are directed at discussing media that appeals to Black/African people around the world in the diaspora.You can watch the episodes on the official YouTube channel, and you can also listen to the full unedited episodes wherever you listen to podcasts.Send us a textSupport the showFollow and Interact With Us: Instagram, Facebook, YouTube, Threads
Send us a Text Message.City of God Returns: Does the New Series Live Up to the Hype?After a highly anticipated premiere, City of God: The Fight Rages On is finally here! This follow-up to the iconic 2002 Brazilian blockbuster brings back actors Alexandre Rodrigues, Roberta Rodrigues, Edson Oliveira, Thiago Martins, Sabrina Rosa and more, while introducing new characters to the saga. TeaRon and Tiera Janee dive into the series premiere—does it honor the original's legacy or fall short? Find out in our review!–––––––––––––––––––––––––––––About UBIQUITOUS BLACKS REVIEWS:'Ubiquitous Blacks Reviews' is an extension of the Ubiquitous Blacks Podcast where TeaRon (IG: @tearonworld) is joined alongside Tiera Janee' (IG: @tieratakes_) as the two review the latest in Black Movies, TV Shows, and more. These hilariously entertaining reviews are directed at discussing media that appeals to Black/African people around the world in the diaspora.You can watch the episodes on the official YouTube channel, and you can also listen to the full unedited episodes wherever you listen to podcasts.Support the Show.Follow and Interact With Us: Instagram, Facebook, YouTube, Threads
Send us a Text Message.22 Years Later: Revisiting the Legendary City of God and Its Impact!It's been 22 years since City of God burst onto the global stage, becoming one of Brazil's greatest films and an international blockbuster. Now, with the release of the trailer fora new series, City of God: The Fight Rages On, TeaRon and Tiera Janee dive into the legacy of this iconic film and finally spotlight a South American masterpiece on Ubiquitous Blacks Reviews.In this special episode, we not only revisit City of God but also its sequel City of Men, directed by Fernando Meirelles. We discuss the groundbreaking performances by Brazilian talents like Alexandre Rodrigues (Rocket), Douglas Silva (Li'l Dice), Roberta Rodrigues (Bernice), and Leandro Firmino (Li'l Zé), and how these films shaped global perceptions of Brazilian cinema.For the first time on Ubiquitous Blacks Reviews, we're revealing a new rating just for the occasion! The question isn't just whether these films are great, but how they stand up after more than two decades. Is the magic still there? Tune in to find out!–––––––––––––––––––––––––––––About UBIQUITOUS BLACKS REVIEWS:'Ubiquitous Blacks Reviews' is an extension of the Ubiquitous Blacks Podcast where TeaRon (IG: @tearonworld) is joined alongside Tiera Janee' (IG: @tieratakes_) as the two review the latest in Black Movies, TV Shows, and more. These hilariously entertaining reviews are directed at discussing media that appeals to Black/African people around the world in the diaspora.You can watch the episodes on the official YouTube channel, and you can also listen to the full unedited episodes wherever you listen to podcasts.Support the Show.Follow and Interact With Us: Instagram, Facebook, YouTube, Threads
O Central Cine Brasil desta semana vem com A Festa de Léo, primeiro longa produzido pelo Nós do Morro e que conta com um elenco formado pela comunidade do Vidigal, no Rio de Janeiro. Batemos um papo com Luciana Bezerra, diretora do filme em parceria com Gustavo Melo. A Festa de Léo, que passou por uma série de festivais nos últimos meses, está em cartaz nos cinemas desde 30 de maio.A sinopse é a seguinte: Moradora do morro do Vidigal, uma das favelas mais famosas do Rio, Rita é uma vendedora ambulante que trabalha na praia e há meses vem economizando dinheiro para dar ao seu filho Léo uma festa de aniversário. Até que descobre que todo o dinheiro foi roubado pelo seu próprio marido, Dudu, que contraiu uma dívida perigosa com os moradores locais e precisa pagar de maneira urgente para preservar sua vida. A partir dessa desilusão, Rita precisa correr contra o tempo para descobrir formas de viabilizar o dinheiro para salvar a vida do pai de seu filho e finalmente poder comemorar o aniversário de Léo.E o elenco é recheado: Cíntia Rosa, Jonathan Haagensen, Arthur Ferreira, Mary Sheyla, Neusa Borges, Babu Santana, Jonathan Azevedo, Luciano Vidigal, Márcio Vito, Roberta Rodrigues, Thiago Martins etc. Um filme popular, leve e direto, num diálogo carinhoso porém firme diante de um causo cotidiano, com suas durezas e maravilhas, seus problemas e delícias.#centralcinebrasil #cinema #cinemabrasileiro #cinemanacional #afestadeleo #vidigal
Para quem perdeu nosso primeiro episódio queridinho: com vocês, a primeira reprise do ano! O que se passa na conversa de duas amigas curiosas sobre o mundo e a vida? Responder essa pergunta é a proposta do Desculpa o Áudio Longo, o podcast que nasceu nos sonhos há algum tempo e hoje é oficialmente inaugurado. É conduzido pelas psicólogas Carolina Martins e Roberta Rodrigues, que iniciaram essa conversa (paralela) na sala de aula da faculdade e que agora compartilham seus longos áudios (com o pedido antecipado de desculpas) com o mundo. A proposta é desenvolvermos conversas sérias sobre assuntos que nos afetam, mas com o bom humor necessário para encarar a vida com mais leveza! Nesse primeiro episódio, conversamos sobre a escuta e como ela permeia nossas vidas (no trabalho, nos relacionamentos e até mesmo nesse projeto novo). Vem com a gente? Instagram: @desculpaoaudiolongo
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Acompanhando o vai e vem das ondas na areia, enfiando o bico na lama de manguezais ou dormindo em apenas 1 perninha, elas se espalham pelo país. No episódio #10 da primeira temporada, Uru Podcast recebe os biólogos Thyago Almeida e Roberta Rodrigues para uma viagem dos pólos para as áreas de invernada com maçaricos e batuíras falando dos desafios e dos projetos para a conservação das aves limícolas. Que ameaças pairam sobre essas aves, que adaptações de plumagem elas apresentam, quais as áreas importantes para a conservação desse grupo? Isso e muito mais neste episódio.
Área das Mina - 01. Nessa programa conversamos sobre a importância da Becky Hammon como técnica da liga. Convidamos Roberta Rodrigues, do BetaBaskett para falar sobre esse feito. O Área das Mina são lives quinzenais que acontecem no canal do Área Restritiva, projeto esse sob o comando do NBA das Mina e também do Árbitros da NBA. Participaram da live: Caroline Carmo (@carolinescarmo)Ágata Máximo (@agatamaximo)Drika Evarini (@xdrikaevarinix)Roberta Rodrigues (@betabaskett)
Vamos falar sobre os papeis com o viés humorístico das novelas e séries da televisão e sobre como as redes sociais revolucionaram o modo de fazer humor, principalmente nesse período com a pandemia e o isolamento social. Ouça agora!
Conversamos com o Ator Nando Cunha sobre representatividade negra nas novelas. Na TV, atuou na novela Desejo Proibido, quando ganhou fama vivendo o hilário Soldado Brasil. Participou da série Dalva e Herivelto: uma Canção de Amor, na qual interpretou o ator e humorista Grande Otelo. No mesmo ano, participou ainda do seriado Força-Tarefa e da novela Araguaia. Nando entrou no elenco da novela Salve Jorge, de Glória Perez, na Globo. Na trama, ele interpreta Pescoço, que vive com Delzuíte (Solange Badim), é o padrasto de Lurdinha (Bruna Marquezine) e se envolve com Maria Vanúbia (Roberta Rodrigues). =========== REDES SOCIAIS NANDO CUNHA ✔Instagram Nando Cunha https://bit.ly/2VNqFUA ✔Facebook Nando Cunha https://bit.ly/3gukNaK ✔Canal do Youtube Nando Cunha https://bit.ly/38uFsbK ==================== Redes Sociais Giro 0800 ✔Instagram Giro 0800 http://bit.ly/2mmURa3 ✔Twitter Giro 0800 http://bit.ly/2kx7aQI ✔Facebook Giro 0800 https://bit.ly/2N3CL78 Seja um apoiador do Giro 0800 http://bit.ly/2qZr1ru ============= Sejam bem-vindos ao canal Giro 0800 Com vídeos semanais, o canal é apresentado pelo historiador Andre Borges e tem como objetivo divulgar eventos grátis de qualidade e conversar com personalidades da cultura sobre o ofício que é viver de arte no Brasil. Conheça o nosso blog https://giro0800.com/ ============= NÃO CLIQUE AQUI https://bit.ly/37rQwpt --- This episode is sponsored by · Anchor: The easiest way to make a podcast. https://anchor.fm/app Support this podcast: https://anchor.fm/giro0800/support
O ator conta que já apanhou da polícia e como luta para não alimentar o ódio dentro de si Ator, cantor e ativista, Jonathan Azevedo cresceu na Cruzada São Sebastião, um conjunto habitacional popular na zona sul do Rio de Janeiro. Se formou no Nós do Morro, projeto de teatro no Vidigal, e batalhou muito até chegar ao horário nobre da maior emissora de TV do país. Tendo atuado em mais de uma dezena de produções no cinema, ele ganhou fama nacional em 2017 com o personagem Sabiá, um traficante da novela "A Força do Querer", da Rede Globo. Aos 34 anos, Jonathan se divide entre a carreira artística, os cuidados com o filho Matheus Gabriel, de 8 meses, e o trabalho social nas comunidades cariocas, que se intensificou com a pandemia de Covid-19. Em um bate papo com Paulo Lima no Trip FM, o ator reflete sobre a desigualdade e o racismo na Brasil a partir de sua própria trajetória. Ele conta seus esforços para que mais pessoas tenham as oportunidades que ele teve – que começaram, principalmente, a partir de seu interesse pela literatura. "Se a gente tem sabedoria, a gente tem a verdadeira riqueza", diz. Confira o papo no play abaixo ou no Spotify do Trip FM. [AUDIO=https://p.audio.uol.com.br/trip/2020/6/jonathan.mp3; IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/06/5eed2cacc06ba/1136x1136x960x540x65x580/jonathan-azevedo-ator-quarentena-covid-coronavirus-tripfm-mq.jpg] Trip. Você descobriu que era filho adotivo com 17 anos. Como foi esse momento? Jonathan Azevedo. Foi uma coisa muito esquisita, porque eu via filmes nos quais a pessoa era adotada, mas eu não pensava que aquilo ali poderia acontecer comigo. Eu olhava para a minha mãe e sempre via ela grávida de mim, tinha esse processo na minha cabeça. Então com 16 pra 17 anos, quando eu fiquei sabendo que eu era filho adotivo, eu não sabia ainda a importância daquele amor e afeto que meu pai e minha mãe estavam me proporcionando. Fiquei uns dois ou três dias pensando em como minha vida era muito louca e, com minha mãe e meu pai conversando comigo, junto com meu irmão, sempre falando com muito carinho de como tudo começou, de como minha mãe me recebeu, eu acabei percebendo que eu fui a pessoa mais feliz do mundo. Daquele dia para frente eu comecei a olhar para meus pais como anjos que vieram nessa Terra, mesmo sem um centavo, sem condição nenhuma, e me deram tudo, tudo, tudo que qualquer adolescente deseja – e muitas das vezes o dinheiro não compra, que é o amor e o afeto. E aquilo mudou totalmente o meu jeito de olhar para a vida, de olhar para o outro, e de olhar para mim mesmo. As pessoas que pensam a cidade como um todo defendem que as moradias mais populares e mais ricas deveriam estar nos mesmos lugares, e não em bairros distintos. Você cresceu em um dos poucos lugares em que isso acontece de fato, que é a Cruzada São Sebastião, um conjunto habitacional popular projetado no meio do Leblon, o bairro mais caro do Rio de Janeiro. Como foi crescer ali? O maior barato da Cruzada é que ela não foi projetada urbanamente para ser um conjunto habitacional, era um prédio de freiras. E tinha a Favela do Pinto, que ia do Humaitá até a PUC. A minha mãe morava lá e tinham alguns parentes meus que moravam onde hoje é o Clube Paissandu. Veio aquele projeto da ditadura de urbanizar a zona sul e logo tacaram fogo na Favela do Pinto. Quem não conhece pode ter como referência o filme Cidade de Deus, em que eles retratam exatamente essa remoção trágica da Favela do Pinto, onde diversos militares invadiram e tiraram as famílias de lá. Na comunidade tem fotos, relatos de moradores que foram para a Cidade de Deus, Nova Holanda, Vila Kennedy, outras comunidades que, aí sim, foram urbanizadas para os receberem. Olha, já estava tudo pronto antes de atearem fogo, era um projeto mesmo. E eles foram levados para lá de caminhão de lixo. E a Cruzada foi o Padre Dom Hélder Câmara, que chega para a alta sociedade do Leblon e pergunta como é que eles iriam fazer se mandassem toda a mão de obra para tão longe. Naquela época não tinha estrada, não tinha túnel, então eles precisavam que alguém ficasse ali, para que a mão de obra continuasse sem custo de ir e vir. E aí eles começam a habitar esse local das freiras. Minha mãe fala que era uma divisão pelo tamanho de família. Do primeiro ao terceiro bloco são quitinetes, do quarto ao sétimo bloco, quarto, sala, cozinha e banheiro. Minha mãe mora no sétimo. Do oitavo até o décimo, dois quartos, cozinha e um banheiro. E minha mãe conta uma coisa muito engraçada... Que, por exemplo, se a menina de tal família perdia a virgindade, a Igreja tirava essa família de lá. Algumas casas na Cruzada até tem fotos desse padre, são muito gratos a ele, que deu esse acesso para a Cruzada sobreviver no meio do Leblon. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/06/5eed2a42be210/jonathan-azevedo-ator-quarentena-covid-coronavirus-tripfm-mq2.jpg; CREDITS=Pedro Dimitrow; LEGEND=Jonathan Azevedo] LEIA TAMBÉM: Jonathan Azevedo posa para a TPM Você trabalhava num clube ali perto pegando bolinhas na quadra de tênis, foi fazendo amizades e a certa altura acabou até conseguindo uma vaga numa escola particular. Conta essa história, que parece ter sido importante na sua trajetória. Meus primos mais velhos e meu irmão catavam bolinha no Clube Monte Líbano e no AABB, e eu também arrumei uma vaga de boleiro lá. E tinha um menino, o Felipe, que sempre ia sozinho jogar tênis. Às vezes o professor terminava a aula de tênis e ele não tinha muitos amigos para continuar jogando, só que ele tinha que ficar no clube. Até o dia que ficamos eu e Felipe jogando tênis. A mãe dele soube e falou assim: "Jonathan, o Felipe faz judô, se você quiser você pode fazer judô". Eu falei: "Pô, obrigada mesmo, mas eu trabalho aqui para ajudar minha mãe. Quem me dera poder fazer judô". E ela disse: "Se você quiser fazer judô, eu posso ver se consigo pagar e te ajudar um pouco em casa". Eu continuei sendo boleiro na aula desse menino, até que um dia ela chegou com um quimono para mim e falou para eu pegar meus documentos, que para fazer judô na AABB você tinha que ser sócio. Eu era boleiro naquele clube já fazia uns dois, três anos, tinha acesso de entrada e saída 24 horas pelo trabalho. Imagina receber uma carteira de sócio, poder ir na piscina. Se era confuso para eles que eram sócios, que me viam pegando bola e depois fazendo uma aula de natação, imagina para mim que tinha 13 anos. Eu fiz judô, fiz natação, depois futsal, que eu mandava muito bem. Meu pai me acompanhava em tudo do futsal. E eu fui descobrindo que o mundo também não era essas coisas tão horríveis, né? Tinha, sim, as suas mazelas, mas tinha que conhecer as pessoas. Se não você ia viver preconceito por preconceito. E eu conheci o pessoal da Selva de Pedra, que é o prédio onde os militares que tacaram fogo na Favela do Pinto ganharam apartamentos. Foi lá que eu fui me enfiar, e foi onde eu também fiquei sabendo o outro ponto de vista da história da Cruzada. [QUOTE=1097] Foi na Selva de Pedra que eu vi o quanto os livros eram importantes, porque eu pedia um emprestado para um amigo e, se fosse dele, ele me emprestava. Mas se fosse da mãe ou do pai, ele falava para olhar na casa dele. Se fosse do avô, eu não podia nem encostar. Se eu pedia a moto, o cara me emprestava. O que eu pedia o cara me dava, mas o livro eu não podia levar. Então comecei a ficar mais atento aos livros, a cair dentro dos livros. Onde eu ia eu levava livro. Um amigo meu, o Luiz Amaral, achava que só porque eu andava com livro eu era muito inteligente, e me levou pra conhecer a Escola Paula Barros, onde a maioria da galera estudava. E aí o diretor da época perguntou para mim o que é que eu faria para poder ter uma bolsa na escola, qual seria a minha troca. E eu recitei uma poesia para ele. Ele chamou todos os alunos que eram os meus amigos na escola, umas 18 pessoas, e perguntou: "Vocês querem que esse cara estude aqui?". E todo mundo: "Queremos, o cara é sangue bom". E ali eu consegui essa bolsa. Depois de três meses eu fiquei sabendo que a mãe dos meus amigos começaram a reclamar que a mensalidade aumentou 80 reais e elas queriam saber o porquê. O diretor reuniu todo mundo e disse que cada um tinha botado 80 reais para pagar a minha mensalidade. Foi assim que eu consegui estudar na escola particular. Lá voltei pro início de novo, porque eles achavam minha base muito ruim. E tive um professor de história negão, que contava a história desde a África e me dizia que princesa Isabel não era tão boa assim, porque o momento ajudava mais a ela do que a nós mesmos. Foi desmistificando a história do negro para mim, e eu comecei a me interessar mais, a ler mais. Chegou uma hora que não tinha como as coisas não acontecerem. Do jeito que você conta a gente quase esquece que tem preconceito, você conta sempre com muita positividade tudo. Só pra fazer teatro eu perdi 3 dentes. Apanhando? Apanhando da polícia, transeunte assim. No Vidigal, quando você estava no final do processo do espetáculo, você saía 2h da manhã do ensaio. Como eu morava na Cruzada, eu tinha que descer tudo sozinho. Até eu explicar que eu tava vindo do teatro, era um dente. Eu tomei muita porrada. Eu falo para os meus amigos: "Sabe por que eu gosto muito de falar de amor? É que eu tomei muita porrada". Como diz Sabotage, se eu for contar a história triste, ninguém fica. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/06/5eed2aa8a45c5/jonathan-azevedo-ator-quarentena-covid-coronavirus-tripfm-mq3.jpg; CREDITS=Pedro Dimitrow; LEGEND=Jonathan Azevedo] Essa violência vai construindo uma marra, um ódio em muitos jovens que crescem nas periferias, muitos jovens negros. Por que você acha que não foi consumido por essa raiva? O racismo é estrutural. Ele tem camadas, ele tem pegadinhas, entendeu? E eu inclusive caí nas pegadinhas do sistema quando eu perdi um dente. Se você parar para pensar que você poderia andar pelo Rio de Janeiro todo a qualquer hora que você quisesse e a polícia estaria ali para te defender e, quando eu saio na rua, eu tenho limites, já gera uma revolta, né? Mas tem diversas revoltas que, se a gente não trabalhar com conhecimento, elas vão acabar explodindo em quem de fato, como sempre acontece, não tem nada a ver. Quem sempre tá apanhando é a minoria da maioria. A mulher que morre é negra, o jovem que morre é o jovem negro, o gay que morre é o gay negro. Tá tudo dentro dessas camadas, e tudo fica sobrecarregado em cima dos jovens da periferia. Eu acho que eu carrego comigo esse ódio e rancor. Na verdade, rancor não, porque a gente tenta trabalhar todo dia para tirar isso. Mais essa dor. Ela está junto comigo, porque a qualquer momento o meu telefone pode tocar e a minha sobrinha sofreu algum atentado, meu irmão, alguns amigos meus. Porque estão sofrendo! Quando você tem o direito a conhecer a sua própria história e fazer a sua própria escolha, você começa a trabalhar não só igualdade, mas a dignidade, que são coisas que não se falam para o negro no Brasil. Não se fala. Meritocracia para preto é "morreu porque mereceu", como diz o Djonga. Eu ouço: "Você chegou lá, mas porra negão, tá de brincadeira né, fazendo o bandido". A coisa mais difícil pra mim é fazer um bandido. É muito difícil porque o que eu mais quero tirar de mim é o meu ódio. Eu sou julgado por uma coisa que de fato não me compete, mas que eu exerço como a minha função. Se eu sou julgado em um personagem, imagina como pessoa. E é esse o lugar que o jovem brasileiro carrega. Hoje eu ando na rua de máscara e as madames de Ipanema, Leblon, atravessam a rua. Então como é que eu vou pensar em sucesso? LEIA TAMBÉM:Ser homem negro no Brasil é conviver com uma série de estereótipos, que envolvem gênero, raça e classe social Certamente um divisor de águas na sua vida foi a entrada nas artes cênicas. Como é que aconteceu? Eu comecei a fazer teatro porque eu queria ter acesso à literatura. Eu fui lá na Escola de Espetáculo, do Gringo Cardia, querendo saber se tinha biblioteca. Para ter acesso à biblioteca eu tinha que fazer alguma aula, e aí eu escolhi teatro. Quando eu cheguei na sala de aula o professor me falou que eu era muito bom, que se eu não quisesse passar fome era para eu não sair do palco. Eu pensei: "Caramba, tá aí uma coisa maneira. Acabei de descobrir que sou adotivo e acabei de descobrir que tenho um talento no teatro. A vida está começando a me indicar uma coisa bacana". A primeira vez que a minha mãe foi me ver no teatro eu fazia Jesus preto do Auto da Compadecida. Como ela é uma mulher de fé, ela me viu no teatro de Jesus e falou: "É aí que meu filho vai morar". Logo meu professor falou para eu ir para o Nós do Morro. Fui fazer o teste e conheci essa pessoa maravilhosa chamada Guti Fraga. Então quando você me pergunta o que me faz não vestir a capa do ódio, tem muito a ver com ele, com a escola Nós do Morro. LEIA TAMBÉM:Guti Fraga e o orgulho de ver Babu no BBB O Nós do Morro ficou muito conhecido quando preparou a galera que formou o elenco de Cidade de Deus, a molecada da favela que foi preparada para o filme. E o filme estourou mundialmente, mas volta e meia passa uma matéria falando que algum daqueles atores tá na roubada, tá sem grana. Um ou outro conseguiu fazer uma carreira. Como você vê isso hoje? O cara que começa uma carreira sendo negro e pobre consegue trilhar um caminho mais sólido ou corre o mesmo o risco? A questão financeira e econômica do Brasil nunca foi voltada para o povo negro. Ela só é voltada para o povo negro quando se fala de mão de obra. O maior defeito do Brasil é a escravidão. É uma herança que se perpetua e, como diz Laurentino Gomes, "tem que se fazer a segunda abolição nesse país". Quando a gente fala de mudança, a gente tem que abrir mão de certas coisas, a gente tem que começar a abrir mão de privilégios. Eu queria que dentro desse país, antes de a gente pensar na economia, a gente pensasse numa economia geral igualitária. Esses dias eu estava conversando com uma amiga minha e ela me contando como é na casa dela dentro da quarentena. E eu estou fazendo uma personagem no meu Instagram, que é a Kraudinha, a doméstica, que são relatos na comunidade das senhoras que trabalham na casa de pessoas bem sucedidas e que não abrem mão que elas estejam lá trabalhando. Aí eu perguntei quantos quartos tinha na casa da mãe da minha amiga. Ela me falou: "Eu acho que tem uns 6". A casa é tão grande que ela não sabe nem quantos quartos tem. "Pergunta pra sua mãe se ela limparia aquela casa toda por um salário mínimo". E ela: "Nem morta". Imagina se tivesse que limpar a casa, fazer café da manhã, almoço, jantar, passear com o cachorro com o risco do teu filho morrer, e ainda escutar desaforo. Você trabalharia por isso? Impossível. LEIA TAMBÉM: Quanto vale o trabalho doméstico? Como é a sua ligação com o surf? Na minha comunidade, como era próxima da praia, já tinham uns caras que surfavam. Mas o foda é que ninguém tinha a prancha, e os que tinham cuidavam como se fosse a coisa mais preciosa da vida. Naquela época não era qualquer um que aparecia com uma RM [marca de pranchas Ricardo Martins], tá ligado? Era outro patamar. Uma Quicksilver até na bermuda era difícil ter. Eu ia para a praia no Posto 11 porque os moleques emprestavam a prancha para a gente, esses meninos que eu já conhecia do clube. Ali que eu conheci o rapaz que me levou para estudar, o Luiz Amaral. Foi dali que eu viajei pela primeira vez na minha vida e senti o quanto era importante você viajar, a cultura de conhecer outro lugar, de chegar para outras pessoas e falar que você foi num lugar diferente. Foi a primeira vez que eu fui para o sul do Brasil, que saí do meu estado e fui para a Praia do Rosa, para a Guarda do Embaú. E aí eu pude ter a dimensão do quão bom era ir para a Bahia, que era o lugar que minha história começava e também tinha onda. Eu comecei a expandir o Brasil pelo surf. E eu surfava bem, meu surfe era pra frente. A melhor sensação da minha vida, depois de ter um filho, é tirar um tubo. Se eu pudesse falar para alguém: "Brother, tá difícil para você esse momento? Tira um tubo". Isso foi uma das maiores experiências que eu vou levar da minha vida, aquele momento que você está ali dentro do seu salãozinho. Você sabe que você aprendeu a pegar o pé, a tirar um tubo maneiro. Às vezes uma onda muda teu o dia todo. Você teve o filho com uma amiga sua que não era exatamente namorada, não tinha um relacionamento romântico. Uma amiga com quem você saía de vez em quando e de repente ela engravidou. Já imagino que não seja fácil ter um filho com alguém que você não mora junto e não está namorando. E aí vem a pandemia. Como é que está sendo essa administração? Eu hoje estou aqui conversando contigo e eu saio daqui pra ir lá ficar com ele. E aí fico a noite com ele, para que a mãe dele também possa fazer as coisas dela. É esse novo lugar, não só dessa relação, mas onde o homem está mais presente dentro do desenvolvimento da criança para que a mulher também possa ter o tempo dela. A gente está só dando dicas do que vai ser o futuro, entendeu? Em tudo o que está acontecendo hoje está faltando empatia. Quando eu olho para a minha relação com a Patrícia, a gente pensa muito, pelo menos eu penso, na empatia que a gente tem que ter. Eu com a questão dela ser mãe solteira no meio desse universo preconceituoso. Então o que é que eu posso fazer para melhorar as condições dela? As condições do meu filho? Eu trabalho sempre em cima dessa realidade, porque senão eu acho que a gente pira o cabeção. A gente vê tanta loucura, se a gente não souber equilibrar fica difícil. Não só para ela como pra mim também. LEIA TAMBÉM: Roberta Rodrigues, Jonathan Azevedo e coletivos como Agência Solano Trindade e Papo Reto estão no enfrentamento da Covid-19 nas comunidades Me conta um pouco esse seu lado de ativista social. Eu sei que você fez uma biblioteca e que agora fez movimentos para doar cestas básicas. O que é exatamente que você agitou? Esse trabalho do Vidiga na Social e do Cruzada Social se inicia também quando eu venho para o Vidigal. Eu que já sou fruto de vários projetos, como a Escola de Espetáculo, o Nós do Morro e outros projetos na Cruzada São Sebastião. Até no próprio Basquete Cruzada eu cheguei a jogar. Quando eu trânsito para esse universo da literatura e começo a entender que, se a gente tem sabedoria, a gente tem a verdadeira riqueza, eu começo a pensar: é por isso que na escola neguinho não ensina tão bem. Porque se a gente manter o mesmo intelecto, vai ficar difícil. Se todo mundo começar a questionar, todo mundo começar a perguntar, vai ficar muito difícil isso. E o que é que me libertou? A literatura. A literatura desliga a chavinha do que o mundo tinha para me proporcionar, eu com 16, 17 anos numa comunidade. O mundo aqui tem a oferecer coisas não muito boas, e o nosso país não ajuda em nenhuma das possibilidades para que elas possam melhorar. Então quando você tem um jovem negro aí que venceu em qualquer modalidade de esporte ou na vida, sempre tem que ter perseverança. Nunca é uma história gradual, de uma vida normal. Tem que ter perseverança, tem que ter luta, sim. Mas tem que ter naturalidade para a criança ser criança, ser adolescente, ter um processo vital de amadurecimento não só mental, mas físico, corporal, coisas que muitos aqui não têm. Eu comecei a abrir o olho para isso com a Roberta Rodrigues, que já fazia isso no Vidigal, com o Vidiga na Social, de usar a arte dela em prol das crianças da comunidade. O meu divisor de águas foi a literatura, então eu tento levar para a Cruzada, junto com o Vagner, que faz o projeto do basquete, a literatura e a conscientização de que um povo sem história é um povo sem fermento, não tem para onde crescer. É o maior barato eu hoje poder contar para você a história da minha comunidade. Eu me sinto feliz com isso. Sempre penso nessa possibilidade de enriquecer, de possibilidades e sabedoria, mais comunidades. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/06/5eebde3bd9050/jonathan-azevedo-ator-quarentena-covid-coronavirus-tripfm-mq.jpg; CREDITS=Reprodução; LEGEND=Jonathan Azevedo]
O que se passa na conversa de duas amigas curiosas sobre o mundo e a vida? Responder essa pergunta é a proposta do Desculpa o Áudio Longo, o podcast que nasceu nos sonhos há algum tempo e hoje é oficialmente inaugurado. É conduzido pelas psicólogas Carolina Martins e Roberta Rodrigues, que iniciaram essa conversa (paralela) na sala de aula da faculdade e que agora compartilham seus longos áudios (com o pedido antecipado de desculpas) com o mundo. A proposta é desenvolvermos conversas sérias sobre assuntos que nos afetam, mas com o bom humor necessário para encarar a vida com mais leveza! Nesse primeiro episódio, conversamos sobre a escuta e como ela permeia nossas vidas (no trabalho, nos relacionamentos e até mesmo nesse projeto novo). Vem com a gente? Instagram: @desculpaoaudiolongo
“Que quarentena é essa Porchat?” dessa semana se dedica às mulheres. Fabiana Karla, Marisa Orth, Roberta Rodrigues, Ivete Sangalo, Ingrid Guimarães, Claudia Raia e a nossa plateia contam sobre a dor e a delícia do universo feminino. Romances, vaidade e uns barraquinhos, por que não, estão entre as divertidas histórias do programa.
Roberta Rodrigues conta sobre seus embates com fãs pelo Brasil, Casagrande relembra suas aventuras juvenis e quando quase desapareceu depois de um mergulho no rio Negro às vésperas de ir jogar no Porto, de Portugal; e Marcius Melhem lembra de quando Fabio Porchat substituiu Leandro Hassum no noivado do Otávio Mesquita.
No terceiro episódio do podcast do blog, eu chamei a Roberta Rodrigues para poder comentar sobre o que esperar da atual temporada da WNBA e o que a liga precisa fazer para evoluir nos Estados Unidos e fora dele.
Hit the Glass #5: as Finais da WNBA, com Roberta Rodrigues by Rubens Borges e Adriano Albuquerque
Hit the Glass #4: Playoffs da WNBA, com Roberta Rodrigues by Rubens Borges e Adriano Albuquerque
As convocações das seleções brasileiras masculina e feminina para as Olimpíadas são o assunto da vez. Para comentar as decisões de Ruben Magnano e Antonio Carlos Barbosa, Luís Araújo contou com as participações de Lucas Pastore, do "Lance!" e do "Spurs Brasil", e de Roberta Rodrigues, jornalista que acompanha de bem perto o basquete feminino. A trilha sonora da vez fica com o Faith No More.
In the poverty-stricken favelas of Rio de Janeiro in the 1970s, two young men choose different paths. Rocket (Alexandre Rodrigues) is a budding photographer who documents the increasing drug-related violence of his neighborhood. José "Zé" Pequeno (Leandro Firmino da Hora) is an ambitious drug dealer who uses Rocket and his photos as a way to increase his fame as a turf war erupts with his rival, "Knockout Ned" (Seu Jorge). The film was shot on location in Rio's poorest neighborhoods. Stream online: https://amzn.to/2S8OaFA Become a Patron: https://www.patreon.com/mfrbooksandfilm?fan_landing=true
In the poverty-stricken favelas of Rio de Janeiro in the 1970s, two young men choose different paths. Rocket (Alexandre Rodrigues) is a budding photographer who documents the increasing drug-related violence of his neighborhood. José "Zé" Pequeno (Leandro Firmino da Hora) is an ambitious drug dealer who uses Rocket and his photos as a way to increase his fame as a turf war erupts with his rival, "Knockout Ned" (Seu Jorge). The film was shot on location in Rio's poorest neighborhoods. Stream online: https://amzn.to/2S8OaFA