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TEMPO DE REFLETIR 01627 – 28 de dezembro de 2025 Provérbios 19:21 – Muitos propósitos existem no coração do homem, mas o desígnio do Senhor permanecerá. Saulo de Tarso, educado aos pés dos mais extraordinários mestres de seu tempo, cavalgava naquela noite a caminho de Damasco, perseguindo pessoas cujo único delito era acreditar em Jesus. Jovem ainda, se integrara às forças armadas de seu país e pensava que se conseguisse exterminar os “rebeldes” acrescentaria essa vitória à sua folha de serviço. O que ele ignorava é que “muitos são os propósitos dos homens”, mas o desígnio do Senhor é soberano. A escuridão daquela noite foi rasgada por um brilho estranho. Ninguém sabia definir de onde provinha aquela luz. O terror apoderou-se do batalhão, soldados caíram por todo lado; entre eles, o capitão Saulo, que beijou o chão, comeu pó e em meio ao susto ouviu uma voz doce: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” “Quem és, Tu, Senhor”, perguntou o atônito perseguidor. E a voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9:4 e 5). Naquela noite, Saulo morreu. Seus planos humanos, seus projetos, suas aspirações na carreira militar, tudo foi enterrado nas areias do deserto. Naquela noite nasceu Paulo, o servo humilde, o missionário incansável, o pioneiro, o mártir, o homem que, deixando a glória deste mundo, escolheu fazer parte da história do cristianismo. O verso de hoje descreve esse fato que se repete cotidianamente na vida do ser humano. O homem faz planos. Do seu ponto de vista, esses projetos têm tudo para dar certo. Sonha, imagina o futuro, começa até a viver antecipadamente as glórias de um futuro que não chegou. De repente, tudo dá um giro inesperado. E as coisas não acontecem como esperava. Salomão não está afirmando que a criatura não deva viver sem planos. Muitas vezes ele enfatiza a necessidade de planejar. Fazer planos é saber para onde ir. Sem isso, ninguém chega a lugar algum. O que o verso de hoje enfatiza é a fragilidade dos planos humanos. Tudo precisa ser depositado nas mãos de Deus porque Ele, inspirando ou permitindo, está no controle do Universo e da vida de cada homem e mulher. Reflita sobre isso no dia de hoje e ore comigo agora: Pai, quero fazer meus planos de acordo com a Tua vontade. Dirija meus pensamentos, meus propósitos, para que tudo aconteça do Teu jeito. Por favor, em nome de Jesus, amém! Saiba como receber as mensagens diárias do Tempo de Refletir: -> No celular, instale o aplicativo MANAH. -> Para ver/ouvir no YouTube, inscreva-se neste Canal: youtube.com/AmiltonMenezes7 -> Tenha os nossos aplicativos em seu celular: https://www.wgospel.com/aplicativos -> Para receber pelo WhatsApp, adicione 41 99893-2056 e mande um recadinho pedindo os áudios. -> Participe do nosso canal no TELEGRAM: TELEGRAM AMILTON MENEZES . -> Participe do nosso canal no WhatsApp: WHATSAPP CHANNEL Amilton Menezes . -> Instagram: https://www.instagram.com/amiltonmenezes7/ -> Threads: https://www.threads.net/@amiltonmenezes7 -> X (Antigo Twitter): https://x.com/AmiltonMenezes -> Facebook: facebook.com/AmiltonMenezes
2025 será lembrado como um marco para a cultura brasileira. Entre as celebrações do Brasil na França, que selaram 200 anos de relações diplomáticas, o país ocupou palcos globais e conquistou prêmios históricos: do Oscar à Palma de Ouro, passando pelo Leão de Prata, uma presença massiva no Festival de Avignon e homenagens literárias. A arte nacional reafirmou sua força e diversidade, enquanto nos despedimos de ícones que moldaram gerações, como Lô Borges, Jards Macalé e Sebastião Salgado. O ano da temporada cultural cruzada entre Brasil e França instaurou um deslocamento silencioso e profundo: narrativas vindas das bordas — do corpo insurgente, das florestas e viadutos, das memórias insistentes — tomaram o centro dos palcos e telas. Em vez de grandiloquência, um pulso firme: o país se viu e se deixou ver, de Hollywood à Amazônia, de Veneza a Madureira. Em janeiro, Fernanda Torres ergueu o Globo de Ouro por Ainda Estou Aqui, e o gesto abriu a temporada com um aviso ao mundo, mostrando uma história brasileira que reivindica lugar sem pedir licença. Leia tambémFernanda Torres faz história para o cinema brasileiro nos Globos de Ouro Cinema: o país que lembra e resiste Em fevereiro, a Berlinale se tingiu de azul profundo com O Último Azul, de Gabriel Mascaro, que recebeu o Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri e ainda dois prêmios paralelos. “É muito bonito. A gente passou por um ano muito especial do Ainda Estou Aqui, percorrendo o mundo, que traz o primeiro Oscar para o Brasil”, disse ele à RFI. “Quando a gente achou que era um episódio isolado, aí vem O Último Azul no Festival de Berlim e ganha o Urso de Prata, um grande prêmio do júri. E quando a gente ensaiou que talvez pudesse ter mais um acidente de percurso, aí vem O Agente Secreto e confirma nossa força no Festival de Cannes. É um ano muito lindo para o cinema brasileiro.” Leia também“Um país sem memória é um país sem presente e sem futuro”, diz Walter Salles ao lançar o filme “Ainda estou aqui” em Biarritz Março assentou a realidade sobre o sonho: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, tornou-se o primeiro filme brasileiro a vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional. Salles falou do cerne ético e histórico da obra: “Um país sem memória é um país sem presente e sem futuro. Isso, pra mim, sempre esteve bastante claro enquanto documentarista”. E recordou o processo: “Nesse filme, que a gente começou a fazer em 2017, ou seja, antes daquela virada que, eu confesso, eu não esperava, de 2018 para 2022, o presente começou a se tornar muito próximo daquele daquele passado que a gente estava retratando no filme, ou queria retratar no filme. Isso nos mostrou o quanto a democracia é uma matéria frágil.” Em maio, Cannes registrou o Brasil no alto de um dos festivais mais prestigiados do cinema mundial: O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, levou a Palma de Ouro de direção, e Wagner Moura foi consagrado como melhor ator. Mendonça nomeou a natureza política do gesto: “Eu acredito que o agente secreto é uma crônica em longa-metragem de um momento da história do Brasil que eu pessoalmente ainda lembro, porque eu era uma criança. Mas, ao mesmo tempo, eu acho que tem muita pesquisa histórica.” O diretor sublinhou a ética do real: “No momento em que as coisas estão ao contrário, se você diz que a água é molhada, você se torna um resistente. Eu gosto muito também dessa ideia. Eu acho que a resistência muitas vezes é você manter o olhar na realidade”. Leia também“O Agente Secreto” é um filme “absolutamente brasileiro”, define Wagner Moura em Cannes Moura devolveu o espelho ao público: “Eu acho muito importante que o público fora do Brasil veja aquilo, mas acho mais importante ainda que nós, brasileiros, nos vejamos. Eu não consigo entender ainda a lógica de quem não acha que o governo devia apoiar a cultura.” Em setembro, o filme foi escolhido para representar o Brasil no Oscar de 2026; em dezembro, vieram três indicações ao Globo de Ouro, incluindo melhor ator. O Agente Secreto foi também incluído nas shortlists da Academia Norte-Americana para o Oscar, figurando entre os 15 pré-selecionados (pré-indicados), inclusive na categoria de Melhor Filme Internacional para a cerimônia de 2026, avançando para a fase final de votação antes da lista oficial de indicados. Teatro e literatura: corpo, escrita e viadutos Enquanto o cinema redesenhava mapas, o teatro afirmava o corpo como arquivo e ferida. Em julho, Carolina Bianchi recebeu o Leão de Prata na Bienal de Veneza, reconhecimento que a situou no epicentro da dança e performance contemporâneas. Bianchi celebrou e definiu o alcance: “Foi uma felicidade tremenda e uma sensação de surpresa inigualável ganhar um prêmio como o Leão de Prata. Acho que é um prêmio que reconhece não só a minha trajetória, mas também uma trajetória coletiva com a minha companhia Cara de Cavalo.” Leia tambémFestival de Avignon: 'A Noiva e o Boa Noite Cinderela', ou como explodir no próprio corpo as fronteiras do teatro Segundo ela, trata-se de "um caminho de mais de dez anos, vindo de uma cena completamente independente no Brasil". Desde 2023, ela se apresenta na Europa com os dois primeiros capítulos da trilogia Cadela Força. "Acho que o prêmio também reconhece esse trabalho continuado, esse trabalho coletivo continuado, de um espetáculo que mistura muitas linguagens dentro da linguagem teatral para falar sobre traumas, sobre a relação com a história da arte, com a violência, com a violência poética, e amparado na escritura, na literatura. Então, é uma alegria enorme, profunda, e é bonito ver essa história sendo reconhecida dessa maneira.” Leia tambémTeatro brasileiro é homenageado no Festival de Avignon, o maior evento de artes cênicas do mundo No Festival de Avignon, na França, na mostra paralela do maior evento cênico do mundo, Zahy Tentehar — primeira atriz indígena a receber o Prêmio Shell — estrelou Azira'i – Um Musical de Memórias, dirigido por Duda Rios. Rios descreveu o choque poético de migração de público e contexto: “As pessoas aplaudem muito, se emocionam. A gente fica muito feliz, porque tem um contexto do espetáculo que, para um público brasileiro, a gente não imaginava essa internacionalização do espetáculo. Mas a gente vê que ele chega da mesma maneira, com a mesma potência. As pessoas estão se emocionando, se comovendo, rindo menos do que no Brasil, mas elas se comovem e se conectam com o espetáculo.” Leia tambémFlup celebra diáspora negra e traz literatura como 'aquilombamento' para 'reencantar' o debate decolonial Na literatura, o viaduto de Madureira recebeu a Flup — Festa Literária das Periferias — com uma homenagem à Conceição Evaristo, cujo conceito de “escrevivência” reorganiza a forma de narrar o cotidiano negro e periférico. Evaristo falou à RFI de direito e de encontro, direto do Rio de Janeiro: “A mensagem que eu deixaria primeiro é pensar a literatura como um direito. Cada vez mais também se conectar um com o outro para a gente perceber o aspecto coletivo das nossas histórias, sem anular a nossa individualidade.” Despedidas e heranças Leia tambémLô Borges, o menino da esquina que virou música: artista deixa legado que ultrapassou fronteiras O ano também nos cobrou liturgias da ausência. Lô Borges e Jards Macalé partiram, e a música brasileira reconheceu a orfandade de gerações que aprenderam a pensar o país pelo acorde. Na fotografia, a França recebeu a retrospectiva monumental de Sebastião Salgado, nas Franciscaines, em Deauville — uma cartografia de quatro décadas de mundo. Leia tambémJards Macalé volta à Europa para celebrar 50 anos de seu disco de estreia com turnê por 7 países Antes de falecer, em maio, Salgado, diante da plateia e muito emocionado, foi ao núcleo de seu método, na ocasião, em entrevista exclusiva à RFI: “Você só fotografa com a sua herança, com tudo que está dentro de você. As minhas fotografias têm céus dramáticos, carregados. Isso vem de onde eu nasci, vem da chegada da época de chuva, naquelas montanhas de Minas Gerais, em que meu pai me levava para a montanha mais alta da nossa fazenda para festejar as nuvens incríveis. Para ver o raio de sol passar através dessas nuvens, ver a chuva caindo. Aquelas imagens ficaram em mim, e o dia que eu comecei a fotografar, elas já estavam aí. Naquela fração de segundo, aquele milésimo de segundo que eu aperto, é a minha herança que está fotografando.” Leia tambémRetrospectiva na França celebra 40 anos de trabalho do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado
Mensagem do dia 21/12/2025 na Igreja Oceânica, Niterói-RJ;“Naquela cena simples, na manjedoura, a glória do nascimento de Jesus é o próprio Jesus.”
Em abril deste ano foi anunciada a detecção de possíveis sinais de vida extraterrestre num planeta fora do sistema solar com o telescópio espacial James Webb, mas a descoberta não foi confirmada. Afinal, tem ou não tem vida nesse outro planeta? Que planeta é esse? Como é possível saber alguma coisa sobre um planeta distante? Este episódio do Oxigênio vai encarar essas questões com a ajuda de dois astrônomos especialistas no assunto: o Luan Ghezzi, da UFRJ, e a Aline Novais, da Universidade de Lund, na Suécia. Vamos saber um pouco mais sobre como é feita a busca por sinais de vida nas atmosferas de exoplanetas. __________________________________________________________________________________________________ ROTEIRO Danilo: Você se lembra de quando uma possível detecção de sinais de vida extraterrestre virou notícia de destaque em abril deste ano, 2025? Se não, deixa eu refrescar a sua memória: usando o telescópio espacial James Webb, pesquisadores teriam captado sinais da atmosfera de um exoplaneta que indicariam a presença de um composto químico que aqui na Terra é produzido pela vida, algo que no jargão científico é chamado de bioassinatura. A notícia bombou no mundo todo. Aqui no Brasil, o caso teve tanta repercussão que a Folha de São Paulo dedicou um editorial só para isso – os jornais costumam comentar política e economia nos editoriais, e raramente dão espaço para assuntos científicos. Nos dois meses seguintes, outros times de pesquisadores publicaram pelo menos quatro estudos analisando os mesmos dados coletados pelo James Webb e concluíram que as possíveis bioassinaturas desaparecem quando outros modelos são usados para interpretar os dados. Sem o mesmo entusiasmo, os jornais noticiaram essas refutações e logo o assunto sumiu da mídia. Afinal, o que aconteceu de fato? Tem ou não tem vida nesse outro planeta? Aliás, que planeta é esse? Como é possível saber alguma coisa sobre um planeta distante? Eu sou Danilo Albergaria, jornalista, historiador, e atualmente pesquiso justamente a comunicação da astrobiologia, essa área que estuda a origem, a evolução e a possível distribuição da vida no universo. Nesse episódio, com a ajuda de dois astrofísicos, o Luan Ghezzi e a Aline Novais, vou explicar como os astrofísicos fazem as suas descobertas e entender porque a busca por sinais de vida fora da Terra é tão complicada e cheia de incertezas. Esse é o primeiro episódio de uma série que vai tratar de temas relacionados à astrobiologia. [Vinheta] Danilo: Eu lembro que li a notícia quentinha, assim que ela saiu no New York Times, perto das dez da noite daquela quarta-feira, dia 16 de abril de 2025. No dia seguinte, acordei e fui checar meu Whatsapp, já imaginando a repercussão. Os grupos de amigos estavam pegando fogo com mensagens entusiasmadas, perguntas, piadas e memes. Os grupos de colegas pesquisadores, astrônomos e comunicadores de ciência, jornalistas de ciência, também tinham um monte de mensagens, mas o tom era diferente. Em vez de entusiasmo, o clima era de preocupação e um certo mau-humor: “de novo DMS no K2-18b fazendo muito barulho”, disse uma cientista. Outra desabafou: “eu tenho coisa melhor pra fazer do que ter que baixar a fervura disso com a imprensa”. Por que o mal-estar geral entre os cientistas? Já chego lá. Os cientistas eram colegas que eu tinha conhecido na Holanda, no tempo em que trabalhei como pesquisador na Universidade de Leiden. Lá eu pesquisei a comunicação da astrobiologia. Bem no comecinho do projeto – logo que eu cheguei lá, em setembro de 2023 – saiu a notícia de que um possível sinal de vida, um composto chamado sulfeto de dimetila, mais conhecido pela sigla DMS, havia sido detectado num planeta a 124 anos-luz de distância da Terra, o exoplaneta K2-18b. Eu vi a repercussão se desenrolando em tempo real: as primeiras notícias, os primeiros comentários críticos de outros cientistas, a discussão nas redes sociais e blogs. Como eu estava no departamento de astronomia de Leiden, vi também como isso aconteceu por dentro da comunidade científica: os astrônomos com quem conversei na época estavam perplexos com a forma espalhafatosa com que o resultado foi comunicado. O principal era: eles não estavam nem um pouco animados, otimistas mesmo de que se tratava, de verdade, da primeira detecção de vida extraterrestre. Por que isso estava acontecendo? Vamos começar a entender o porquê sabendo um pouco mais sobre o exoplaneta K2-18b, em que os possíveis sinais de vida teriam sido detectados. Primeiro: um exoplaneta é um planeta que não orbita o Sol, ou seja, é um planeta que está fora do sistema solar (por isso também são chamados de extrassolares). Existem planetas órfãos, que estão vagando sozinhos pelo espaço interestelar, e planetas girando em torno de objetos exóticos, como os pulsares, que são estrelas de nêutrons girando muito rápido, mas quando os astrônomos falam em exoplaneta, quase sempre estão falando sobre um planeta que gira em torno de outra estrela que não Sol. O Sol é uma estrela, obviamente, mas o contrário da frase geralmente a gente não ouve, mas que é verdade… as estrelas são como se fossem sóis, elas são sóis. As estrelas podem ser maiores, mais quentes e mais brilhantes do que o Sol – muitas das estrelas que vemos no céu noturno são assim. Mas as estrelas também podem ser menores, mais frias e menos brilhantes do que o Sol – as menores são chamadas de anãs vermelhas. Elas brilham tão pouco que não dá para vê-las no céu noturno a olho nu. O K2-18b é um planeta que gira em torno de uma dessas anãs vermelhas, a K2-18, uma estrela que tem menos da metade do tamanho do Sol. Só que o planeta é relativamente grande. Luan Ghezzi: Ele é um planeta que tem algo entre 8 e 9 vezes a massa da Terra, ou seja, é um planeta bem maior do que a Terra. E ele tem um raio ali aproximado de 2.6 vezes o raio da Terra. Então, com essa massa e com esse raio há uma dúvida se ele seria uma super-Terra, ou se ele seria o que a gente chama de Mini-Netuno, ou seja, super-Terra, são planetas terrestres, mas, porém, maiores do que a Terra. Mini-Netunos são planetas parecidos com o Netuno. Só que menores. Mas com essa junção de massa e raio, a gente consegue calcular a densidade. E aí essa densidade indicaria um valor entre a densidade da Terra e de Netuno. Então tudo indica que esse K2-18b estaria aí nesse regime dos mini-Netunos, que é uma classe de planetas que a gente não tem no sistema solar. Danilo: Netuno é um gigante gelado e ele tem uma estrutura muito diferente da Terra, uma estrutura que (junto com o fato de estar muito distante do Sol) o torna inabitável, inabitável à vida como a gente a conhece. Mini-Netunos e Super-Terras, de tamanho e massa intermediários entre a Terra e Netuno, não existem no sistema solar, mas são a maioria entre os mais de 6 mil exoplanetas descobertos até agora. A estrela-mãe do K2-18b é bem mais fria, ou menos quente do que o Sol: enquanto o Sol tem uma temperatura média de 5500 graus Celsius, a temperatura da K2-18 não chega a 3200 graus. Então, se a gente imaginasse que o Sol fosse “frio” assim (frio entre aspas), a temperatura aqui na superfície da Terra seria muito, mas muito abaixo de zero, o que provavelmente tornaria nosso planeta inabitável. Só que o K2-18b gira muito mais perto de sua estrela-mãe. A distância média da Terra para o Sol é de aproximadamente 150 milhões de quilômetros, enquanto a distância média que separa o K2-18b e sua estrela é de 24 milhões de quilômetros. Outra medida ajuda a entender melhor como a órbita desse planeta é menor do que a da Terra: a cada 33 dias, ele completa uma volta ao redor da estrela. E comparado com a estrela, o planeta é tão pequeno, tão obscuro, que não pode ser observado diretamente. Nenhum telescópio atual é capaz de fazer imagens desse exoplaneta, assim como acontece com quase todos os exoplanetas descobertos até agora. São muito pequenos e facilmente ofuscados pelas estrelas que orbitam. Como, então, os astrônomos sabem que eles existem? O Luan Ghezzi explica. Luan Ghezzi: a detecção de exoplanetas é um processo que não é simples, porque os planetas são ofuscados pelas estrelas deles. Então é muito difícil a gente conseguir observar planetas diretamente, você ver o planeta com uma imagem… cerca de um por cento dos mais de seis mil planetas que a gente conhece hoje foram detectados através do método de imageamento direto, que é realmente você apontar o telescópio, e você obtém uma imagem da estrela e do planeta ali, pertinho dela. Todos os outros planetas, ou seja, noventa e nove porcento dos que a gente conhece hoje foram detectados através de métodos indiretos, ou seja, a gente detecta o planeta a partir de alguma influência na estrela ou em alguma propriedade da estrela. Então, por exemplo, falando sobre o método de trânsito, que é com que mais se descobriu planetas até hoje, mais de setenta e cinco dos planetas que a gente conhece. Ele é um método em que o planeta passa na frente da estrela. E aí, quando esse planeta passa na frente da estrela, ele tampa uma parte dela. Então isso faz com que o brilho dela diminua um pouquinho e a gente consegue medir essa variação no brilho da estrela. A gente vai monitorando o brilho dela. E aí, de repente, a gente percebe uma queda e a gente fala. Bom, de repente passou alguma coisa ali na frente. Vamos continuar monitorando essa estrela. E aí, daqui a pouco, depois de um tempo, tem uma nova queda. A diminuição do brilho e a gente vai monitorando. E a gente percebe que isso é um fenômeno periódico. Ou seja, a cada x dias, dez dias, vinte dias ou alguma coisa do tipo, a gente tem aquela mesma diminuição do brilho ali na estrela. Então a gente infere a presença de um planeta ali ao redor dela. E aí, como são o planeta e a estrela um, o planeta passando na frente da estrela, tem uma relação entre os tamanhos. Quanto maior o planeta for, ele vai bloquear mais luz da estrela. Então, a partir disso, a gente consegue medir o raio do planeta. Então esse método do trânsito não só permite que a gente descubra os exoplanetas, como a gente também pode ter uma informação a respeito dos raios deles. Esse é o método que está sendo bastante usado e que produziu mais descobertas até hoje. Danilo: e foi por esse método que o K2-18b foi descoberto em 2015 com o telescópio espacial Kepler. Esse telescópio foi lançado em 2009 e revolucionou a área – com o Kepler, mais de 2700 exoplanetas foram detectados. Com ele, os astrônomos puderam estimar que existem mais planetas do que estrelas na nossa galáxia. A órbita do K2-18b é menor do que a do planeta Mercúrio, que completa uma volta ao redor do Sol a cada 88 dias terrestres. Mas como sua estrela-mãe é mais fria do que o Sol, isso coloca o K2-18b dentro do que os astrônomos chamam de zona habitável: nem tão longe da estrela para que a superfície esfrie a ponto de congelar a água, nem tão perto para que o calor a evapore; é a distância ideal para que a água permaneça em estado líquido na superfície de um planeta parecido com a Terra. Só que o estado da água depende de outros parâmetros, como a pressão atmosférica, por exemplo. E é por isso que a tal da zona habitável é um conceito muito limitado, que pode se tornar até mesmo enganoso: um planeta estar na zona habitável não significa que ele seja de fato habitável. Claro, estar na zona habitável é uma das condições necessárias para que a superfície de um planeta tenha água líquida, o que é fundamental para que essa superfície seja habitável. Ter uma atmosfera é outra condição necessária. Além de estar na zona habitável, o K2-18b tem atmosfera e o Luan também explica como os astrônomos fazem para saber se um exoplaneta como o K2-18b tem uma atmosfera. Luan: a gente estava falando sobre o método de trânsito. E a gente falou que o planeta passa na frente da estrela e bloqueia uma parte da luz dela. Beleza, isso aí a gente já deixou estabelecido. Mas se esse planeta tem uma atmosfera, a luz da estrela que vai atingir essa parte da atmosfera não vai ser completamente bloqueada. A luz da estrela vai atravessar a atmosfera e vai ser transmitida através dela. A gente tem essa parte bloqueada da luz que a gente não recebe, a gente percebe a diminuição de brilho da estrela, com o método de trânsito, mas tem essa luz que atravessa a atmosfera e chega até a gente depois de interagir com os componentes da atmosfera daquele planeta. Então a gente pode analisar essa luz, que é transmitida através da atmosfera do planeta para obter informações sobre a composição dela. Danilo: e como é possível saber a composição química dessa atmosfera? A Aline Novais é uma astrofísica brasileira fazendo pós-doutorado na Universidade de Lund, na Suécia. A tese de doutorado dela, orientada pelo Luan, foi exatamente sobre esse tema: a coleta e a análise dos dados de espectroscopia de atmosferas de exoplanetas. Aline: No início, a gente não está olhando uma foto, uma imagem dos planetas e das estrelas. A gente está vendo eles através de uma coisa que a gente chama de espectro, que é a luz da estrela ou do planeta em diferentes comprimentos de onda. O que é o comprimento de onda? É literalmente o tamanho da onda. Você pode ver também como se fossem cores diferentes. Então a gente vai estar vendo vários detalhes em diferentes comprimentos de onda. O que acontece? A gente já sabe, não da astronomia, mas da química de estudos bem antigos que determinados compostos, vou usar aqui, por exemplo, a água, ela vai ter linhas muito específicas em determinados comprimentos de onda que a gente já conhece, que a gente já sabe. Então já é estabelecido que no cumprimento de onda X, Y, Z, vai ter linha de água. Então, quando a gente está observando novamente o brilho da estrela que passou ali pela atmosfera do planeta. Interagiu com o que tem lá, que a gente não sabe. Quando a gente vê o espectro dessa estrela que passou pela atmosfera, a gente vai poder comparar com o que a gente já sabe. Então, por exemplo, o que a gente já sabe da água, a gente vai ver que vai bater. É como se fosse um código de barras. Bate certinho o que tem na estrela, no planeta e o que tem aqui na Terra. E aí, a partir disso, a gente consegue dizer: “Ah, provavelmente tem água naquele planeta.” Claro que não é tão simples, tão preto no branco, porque tem muitas moléculas, muitos átomos, a quantidade de moléculas que tem ali também interferem nessas linhas. Mas, de forma mais geral, é isso. A gente compara um com o outro. E a gente fala: essa assinatura aqui tem que ser de água. Danilo: Em setembro de 2023, o time de pesquisadores liderado pelo Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, anunciou a caracterização atmosférica do K2-18b feita com o telescópio espacial James Webb. Alguns anos antes, a atmosfera do exoplaneta tinha sido observada com o telescópio espacial Hubble, que havia indicado a presença de vapor de água. Com o James Webb, esses cientistas concluíram que a atmosfera não tinha vapor de água, mas fortes indícios de metano e dióxido de carbono, o gás carbônico. Não só isso: no mesmo estudo, eles também alegaram ter detectado, com menor grau de confiança, o sulfeto de dimetila, também chamado de DMS, uma molécula orgânica que aqui na Terra é produzida pela vida marinha, principalmente pelos fitoplânctons e microalgas. O DMS pode ser produzido em laboratório mas não existe um processo natural em que o nosso planeta, sozinho, consiga fazer essa molécula sem envolver a vida. Ou seja, o DMS seria uma possível bioassinatura, um sinal indireto da existência de vida. Por isso, esses cientistas alegaram ter encontrado uma possível evidência de vida na atmosfera do K2-18b. O fato é que a suposta evidência de vida, a detecção de DMS lá de 2023, tinha um grau de confiança estatística muito baixo para contar seriamente como evidência de vida. O time liderado pelo Madhusudhan continuou observando o K2-18b e voltou a publicar resultados apontando a presença de DMS usando outros instrumentos do James Webb. Foram esses resultados que fizeram tanto barulho em abril de 2025. E por que tanto barulho? Porque esse novo estudo apresenta um grau de confiança estatística mais alto para a detecção de DMS. Ele também alega ter detectado outra possível bioassinatura, uma molécula aparentada ao DMS, o DMDS, ou dissulfeto de dimetila. O resultado pareceu reforçar muito a hipótese da presença dessas possíveis bioassinaturas no K2-18b e, por isso, os grandes meios de comunicação deram ainda mais atenção ao resultado do que há dois anos atrás. O problema é que é muito complicado analisar os resultados do James Webb sobre essas atmosferas, e ainda mais difícil cravar a presença desse ou daquele composto químico ali. Aline Novais: Acho que a primeira etapa mais difícil de todas é como você tinha falado, Danilo, é separar o que é a luz do planeta e o que é a luz da estrela. Quer dizer, da atmosfera do planeta e o que é luz da estrela. E isso a gente faz como quando a gente está observando o trânsito. A gente não só observa o planeta passando na frente da estrela. Mas a gente também observa a estrela sem o planeta, e a gente compara esses dois. É literalmente subtrair um do outro. Então, assim, supondo que a gente já tem aqui o espectro pronto na nossa frente. O que a gente vai fazer para entender o que está naquele espectro? Aquilo ali é uma observação. Só que a gente tem da teoria da física, a gente sabe mais ou menos quais são as equações que vão reger a atmosfera de um planeta. Então a gente sabe o que acontece de formas gerais, que é parecida com o que acontece aqui na Terra e com o planeta do sistema solar. Então a gente sabe mais ou menos como deve ser a pressão, a temperatura. A gente sabe mais ou menos quais compostos químicos vão ter em cada camada da atmosfera, que depende de várias coisas. A gente sabe que se um planeta está muito próximo da estrela, ele vai ter determinados compostos químicos que ele não teria se ele estivesse muito mais longe da estrela dele. Então tudo isso interfere. E aí, o que a gente faz? A gente tem os dados, a gente tem o que a gente observou no telescópio. E a gente vai comparar com a teoria, com modelos que a gente faz no computador, programando, parará, parará, que vão reger aquela atmosfera. E aí, a partir disso, a gente vai comparar e ver o que faz sentido, o que não faz, o que bate e o que não bate. Danilo: Notaram que a Aline ressalta o papel dos modelos teóricos na interpretação dos dados? Os astrônomos comparam os dados coletados pelo telescópio com o que esperam observar, orientados pelas teorias e modelos considerados promissores para representar o que de fato está lá na atmosfera do planeta. E é nessa comparação que entra a estatística, a probabilidade de que as observações correspondem a este ou aquele modelo teórico. Aline Novais: Na estatística, a gente sempre vai estar quando a gente tiver probabilidade de alguma coisa, a gente sempre vai estar comparando uma coisa X com uma coisa Y. A gente nunca vai ter uma estatística falando que sim ou que não, vai ser sempre uma comparação de uma coisa ou de outra. Então, quando a gente, por exemplo, a gente tem o espectro lá de um planeta, a gente tem assinaturas que provavelmente podem ser de água, mas vamos supor que essa assinatura também é muito parecida com algum outro elemento. Com algum outro composto químico. O que a gente vai fazer? A gente vai comparar os dois e a resposta não vai ser nem que sim nem que não. A resposta vai ser: “Ah, o modelo que tem água é mais favorável.” Ou então, ele ajusta melhor os dados, do que o modelo com aquele outro composto químico. Danilo: O time do Nikku Madhusudhan, que fala em possível detecção de DMS, tem um modelo predileto que eles mesmos desenvolveram para explicar planetas como o K2-18b: os mundos hiceanos, planetas inteiramente cobertos por um oceano de água líquida debaixo de uma espessa atmosfera de hidrogênio molecular – por isso o nome, que é uma junção do “hi” de hidrogênio e “ceano” de oceano. É esse modelo que orienta a interpretação de que os dados do K2-18b podem conter as bioassinaturas. Aline: Todo o resultado final, que é: possivelmente detectamos assinaturas, não dependem dos dados em si, mas dependem de como eles analisaram os dados e que modelos foram utilizados para analisar esses dados. […] Os resultados vão sempre depender de como a gente analisou esses dados. […] Então a questão da detecção, ou possível detecção de bioassinatura depende principalmente de como foram colocados os modelos, do que foi inserido nos modelos e como esses modelos foram comparados. Nesse caso, os modelos utilizados foram modelos que estavam supondo que o planeta era hiceano. Que o planeta tinha um oceano e tinha uma atmosfera de hidrogênio, majoritariamente de hidrogênio. Porém, outros estudos levantaram também a possibilidade de esse planeta não ser desse tipo, ser um planeta, por exemplo, coberto de lava e não de oceano, ou com uma atmosfera, com compostos diferentes, onde a maioria não seria hidrogênio, por exemplo. E esses modelos não foram utilizados para testar essas bioassinaturas. Então o que acontece: no modelo deles, com o oceano, com a atmosfera X, Y e Z, é compatível com a existência de bioassinaturas. Porém, é completamente dependente do modelo. Danilo: Então, a escolha de modelos teóricos diferentes afetam a interpretação dos resultados e das conclusões sobre a composição química da atmosfera de exoplanetas. Aline: Esse grupo acredita que o planeta tenha majoritariamente hidrogênio na sua composição. O que eles vão fazer no modelo deles? Eles vão colocar sei lá quantos por cento de hidrogênio na composição, no modelo deles. Então eles estão construindo um modelo que seja semelhante ao que eles acreditam que o planeta tem. Eu não vou colocar nitrogênio se eu acho que não tem nitrogênio. Então, aí que entra a controvérsia, que é justamente o modelo ser feito para encontrar o que eles tentam encontrar. Então, assim, se você pegasse um modelo completamente diferente, se você pegasse um modelo, por exemplo, de um planeta feito de lava, que tem metano, que tem isso, que tem aquilo, será que você encontraria a mesma coisa? Danilo: Saber qual modelo teórico de atmosferas de exoplanetas corresponde melhor à realidade é algo muito difícil. O que dá pra fazer é comparar os modelos entre si: qual deles representa melhor a atmosfera do exoplaneta em comparação com outro modelo. Aline: A gente nunca vai estar falando que o modelo é perfeito. A gente nunca vai estar falando que a atmosfera é assim. A gente sempre vai estar falando que esse modelo representa melhor a atmosfera do que um outro modelo. E se você pegar uma coisa muito ruim que não tem nada a ver e comparar com uma coisa que funciona, vai ser muito fácil você falar que aquele modelo funciona melhor, certo? Então, por exemplo, no caso do K2-18b: eles fizeram um modelo que tinha lá as moléculas, o DMS, o DMDS e tal, e compararam aquilo com um modelo que não tem DMS e DMDS. O modelo que tem falou “pô, esse modelo aqui se ajusta melhor aos dados do telescópio do que esse outro que não tem”. Mas isso não significa que tenha aquelas moléculas. Isso significa que aquele modelo, naquelas circunstâncias, foi melhor estatisticamente do que um modelo que não tinha aquelas moléculas. Danilo: O Luan tem uma analogia interessante pra explicar isso que a Aline falou. Luan: É como se você, por exemplo, vai em uma loja e vai experimentar uma roupa. Aí você pega lá uma mesma blusa igualzinha, P, M ou G. Você experimenta as três e você vê qual que você acha que se ajusta melhor ao seu corpo, né? Qual ficou com um caimento melhor? Enfim, então você vai fazendo essas comparações, não é que a blusa talvez M não tenha ficado boa, mas talvez a P ou a G tenha ficado melhor. Então os modelos são agitados dessa forma, mas também como a Aline falou depois que você descobriu o tamanho, por exemplo, você chegou à conclusão que o tamanho da blusa é M, você pode pegar e escolher diferentes variações de cores. Você pode pegar essa mesma blusa M, azul, verde, amarela, vermelha, né? E aí elas podem fornecer igualmente o mesmo bom ajuste no seu corpo. Só que a questão é que tem cores diferentes. […] A gente obviamente usa os modelos mais completos que a gente tem hoje em dia, mas não necessariamente, eles são hoje mais completos, mas não necessariamente eles são cem por cento completos. De repente está faltando alguma coisa ali que a gente não sabe. [Música] Danilo: Eu conversei pessoalmente com o líder do time de cientistas que alegou ter descoberto as possíveis bioassinaturas no K2-18b, o Nikku Madhusudhan, quando ele estava na Holanda para participar de uma conferência em junho de 2024. Ele pareceu entusiasmado com a possibilidade de vir a confirmar possíveis bioassinaturas em exoplanetas e ao mesmo tempo cuidadoso, aparentemente consciente do risco de se comunicar a descoberta de vida extraterrestre prematuramente. A questão é que ele já cometeu alguns deslizes na comunicação com o público: por exemplo, em abril de 2024, num programa de rádio na Inglaterra, ele disse que a chance de ter descoberto vida no K2-18b era de 50% – o próprio apresentador do programa ficou surpreso com a estimativa. Naquela mesma conferência da Holanda, o Madhusudhan também pareceu muito confiante ao falar do assunto com o público de especialistas em exoplanetas – ele sabia que enfrentava muitos céticos na plateia. Ele disse que os planetas hiceanos eram “a melhor aposta” que temos com a tecnologia atual para descobrir vida extraterrestre. Na palestra em que apresentou os novos resultados esse ano, o Madhusudhan contou que essa hipótese de mundos hiceanos foi desenvolvida com a ajuda de alunos de pós-graduação dele quando ele os desafiou a criar um modelo teórico de Mini-Netuno que oferecesse condições habitáveis, amenas para a vida. Mas a questão é que a gente não sabe se os mundos hiceanos sequer existem. É uma alternativa, uma hipótese para explicar o pouco que sabemos sobre esses exoplanetas. Há outras hipóteses, tão promissoras quanto essa, e muito menos amigáveis à existência da vida como a conhecemos. Enfim, a gente ainda sabe muito pouco sobre esses exoplanetas. Ainda não dá para decidir qual hipótese é a que melhor descreve a estrutura deles. Mas o que vai acontecer se algum dia os cientistas conseguirem resultados que apontem para uma detecção de possível bioassinatura que seja num alto grau de confiança, a tal ponto que seria insensato duvidar de sua existência? Estaríamos diante de uma incontroversa descoberta de vida extraterrestre? Digamos que os cientistas publiquem, daqui a algum tempo, novos resultados que apontam, com um grau de confiança altíssimo, para a presença de DMS no K2-18b. Mesmo que a gente tivesse certeza de que tem DMS naquela atmosfera, não seria possível cravar que a presença de DMS é causada pela vida. Como a gente tem ainda muito pouca informação sobre os ambientes que os Mini-Netunos podem apresentar, e como o nosso conhecimento sobre a própria vida ainda é muito limitado, vai ser muito difícil – para não dizer praticamente impossível – ter certeza de que a presença de uma possível bioassinatura é de fato uma bioassinatura. Luan: A gente sabe que aqui na Terra, o DMS e o DMDS estão associados a processos biológicos. Mas a gente está falando de um planeta que é um Mini-Netuno, talvez um planeta hiceano. Será que esse planeta não tem processos químicos diferentes que podem gerar essas moléculas sem a presença da vida? Danilo: Como disse o Luan, pode ser que processos naturais desconhecidos, sem o envolvimento da vida, sejam os responsáveis pela presença de DMS no K2-18b. A gente sabe que o DMS pode ser gerado fora da Terra por processos naturais, sem relação com a presença de vida. Para que seja gerado assim, são necessárias condições muito diferentes das que temos aqui na Terra. O interior de planetas gigantes como Júpiter, por exemplo, dá essas condições. DMS também foi detectado recentemente na superfície de um cometa, em condições muito hostis para a vida como a gente a conhece. Mais hostis ainda são as condições do meio interestelar, o espaço abissal e incrivelmente frio que existe entre as estrelas. Mesmo assim, DMS já foi detectado no meio interestelar. É por isso que detectar uma possível bioassinatura num exoplaneta não necessariamente responde à pergunta sobre vida fora da Terra. É mais útil pensar nesses dados como peças de um quebra-cabeças: uma possível bioassinatura em um exoplaneta é uma peça que pode vir a ajudar a montar o quebra-cabeças em que a grande questão é se existe ou não existe vida fora da Terra, mas dificilmente será, sozinha, a resposta definitiva. Luan: Será que as bioassinaturas efetivamente foram produzidas por vida? Então, primeiro, estudos para entender diversos processos químicos ou físicos que poderiam gerar essas moléculas, que a gente considera como bioassinaturas, pra tentar entender em outros contextos, se elas seriam produzidas sem a presença de vida. Mas fora isso, nós astrônomos, nós também tentamos procurar conjuntos de bioassinaturas. Porque se você acha só o DMS ou o DMDS é uma coisa. Agora, se você acha isso e mais o oxigênio ou mais outra coisa, aí as evidências começam a ficar mais fortes. Um par muito comum que o pessoal comenta é você achar metano e oxigênio numa atmosfera de exoplaneta. Por quê? Porque esses dois compostos, se você deixar eles lá na atmosfera do planeta sem nenhum tipo de processo biológico, eles vão reagir. Vão formar água e gás carbônico. Então, se você detecta quantidades apreciáveis de metano e oxigênio numa atmosfera, isso indica que você tem algum processo biológico ali, repondo constantemente esses componentes na atmosfera. Então, a gente vai tentando buscar por pares ou conjuntos de bioassinaturas, porque isso vai construindo um cenário mais forte. Você olha, esse planeta está na zona habitável. Ele tem uma massa parecida com a da Terra. Ele tem uma temperatura parecida com a da Terra. Ele tem conjuntos de bioassinaturas que poderiam indicar a presença de vida. Então você vai construindo um quebra-cabeça ali, tentando chegar num conjunto de evidências. Danilo: Talvez só vamos conseguir ter certeza quando tivermos condições de viajar os 124 anos-luz que nos separam do K2-18b, por exemplo, para examinar o planeta “in situ”, ou seja, lá no local – só que isso ainda é assunto para a ficção científica, não para a ciência atual. Não quer dizer que, dada a dificuldade, a gente deva desistir de fazer ciência nesse sentido, de detectar bioassinaturas nos exoplanetas. Luan: É claro que é super interessante aplicar esses modelos e sugerir a possível existência dessas moléculas. Isso ajuda a avançar o conhecimento, porque isso gera um interesse, gera um debate, um monte de gente vai testar, e outras pessoas já testaram e mostraram que, ou não tem a molécula nos modelos deles, ou eles não detectam ou detectam uma quantidade muito baixa. Enfim, então isso gera um debate que vai avançar o conhecimento. Então isso, no meio científico, é muito interessante esse debate, que gera outras pesquisas, e todo mundo tentando olhar por diferentes ângulos, para a gente tentar entender de uma maneira mais completa. Mas o cuidado… E aí, o grande serviço que o seu podcast está fazendo é como a gente faz chegar essa informação no público, que é o que você falou, uma coisa é: utilizamos um modelo super específico, e esse modelo indica a possível presença dessas moléculas que, na Terra, são associadas à vida. Outra coisa é dizer, na imprensa, achamos os sinais mais fortes de vida até agora. É uma distância muito grande entre essas duas coisas. Aline: Se eu analisei o meu dado e eu vi que tem aquela molécula de bioassinatura, uma coisa é eu falar: “Tem!” Outra coisa é falar: “Ó, eu analisei com esse modelo aqui e esse modelo aqui faz sentido. Ele representa melhor os meus dados do que o outro modelo”. São maneiras diferentes de falar. Mas qual que é a que vende mais? Danilo: Foi no final do nosso papo que o Luan e a Aline tocaram nessa questão que tem se tornado central nos últimos anos: como comunicar os resultados da astrobiologia da forma mais responsável? É possível que com o James Webb vamos continuar vendo potenciais detecções de bioassinaturas num futuro próximo. Por isso, a comunidade científica está preocupada com a forma como comunicamos os resultados da busca por vida fora da Terra e está se movimentando para contornar os problemas que provavelmente teremos no futuro. Eu venho participando desses esforços, pesquisando como a astrobiologia está sendo comunicada, e até ajudei a organizar um evento no ano passado para discutir isso com cientistas e jornalistas de ciência, mas conto essa história em outra hora. No próximo episódio, vamos falar sobre uma possível detecção de bioassinatura sem o James Webb e muito mais próxima da gente. A notícia veio em setembro de 2025. O planeta em que a bioassinatura pode ter sido encontrada? O vizinho cósmico que mais alimentou a imaginação humana sobre extraterrestres: Marte. Roteiro, produção, pesquisa e narração: Danilo Albergaria Revisão: Mayra Trinca, Livia Mendes e Simone Pallone Entrevistados: Luan Ghezzi e Aline Novais Edição: Carolaine Cabral Músicas: Blue Dot Sessions – Creative Commons Podcast produzido com apoio da Fapesp, por meio da bolsa Mídiaciência, com o projeto Pontes interdisciplinares para a compreensão da vida no Universo: o Núcleo de Apoio à Pesquisa e Inovação em Astrobiologia e o Laboratório de Astrobiologia da USP [VINHETA DE ENCERRAMENTO]
O Flamengo enfrenta o PSG nesta quarta-feira (17), em Al Rayyan, no Catar, na disputa pelo título da Copa Intercontinental 2025. Além da imensa torcida de mais de 45 milhões de rubro-negros no Brasil, o clube contará com um grupo de torcedores em Paris, casa da equipe adversária — incluindo um francês apaixonado pelo time carioca. Confiantes na vitória, eles esperam pintar a Torre Eiffel e o mundo de vermelho e preto. Renan Tolentino, da RFI em Paris “A gente vai com tudo, o Flamengo tem tudo para ser campeão. Não será surpresa se levarmos esse título e comemorarmos dentro de Paris. Vai ser a coisa mais linda”, projeta Cidel Cavalcante, um dos criadores da FlaParis. Consulado oficial de torcedores do Flamengo na França, a FlaParis é pé-quente. Foi fundada há seis anos, quando o clube carioca iniciou a atual era de conquistas históricas, que já soma 19 troféus. “Começou em 2019, naquele ano mágico, após o time viver um jejum de títulos expressivos. Nessa época, eu me mudei para Paris e fui buscar outros rubro-negros como eu aqui. Tive a sorte de achar um francês apaixonado pelo Flamengo, não só pelo Flamengo, mas pelo futebol brasileiro também. Daí em diante, a gente reúne os torcedores rubro-negros que estão aqui em Paris para ver os jogos”, conta Cidel. Naquela temporada de 2019, o time carioca venceu a Copa Libertadores da América e o Brasileirão. De lá para cá, acostumou-se a empilhar troféus. Em 2025, repetiu os mesmos feitos de seis anos atrás, conquistando seu nono campeonato nacional e sua quarta Libertadores, tornando-se o clube brasileiro com mais títulos na competição. Agora, o desafio é ser campeão mundial pela segunda vez na história — um feito que esta geração de torcedores sonha ver. Como o carioca Danilo Fernandes, que vive na França desde 2019 e é um dos diretores da FlaParis. “É a realização de um sonho e a gente, como torcedor, está podendo participar disso. Para nós aqui, vai ser uma sensação diferente, por estar morando em Paris e ver o Flamengo enfrentar o time da cidade. Vamos ver o que vai dar... Mas estamos bem esperançosos”, diz Danilo. Caminho para o bi mundial Para conquistar o bicampeonato mundial, o Rubro-Negro precisa superar o poderoso PSG, campeão da Liga dos Campeões neste ano e que conta com o francês Dembélé, vencedor da Bola de Ouro 2025. Para chegar à decisão do Intercontinental, o clube carioca passou por duas etapas: primeiro, superou o Cruz Azul, do México, no Dérbi das Américas; depois, venceu o Pyramids, do Egito, pela Copa Challenger, que no formato atual equivale à semifinal da competição. “Acho que o Flamengo vai para cima. É uma partida difícil, o jogo do ano. Vamos enfrentar um time ótimo, campeão da Champions League, que vem tendo um bom desempenho neste ano. Mas o Flamengo também trabalhou bastante para chegar até aqui. Então, a gente como torcedor acredita que dá para realizar esse sonho”, reflete Danilo. O confronto contra os franceses promete ser duríssimo. Apesar do histórico recente indicar certo desinteresse de clubes europeus pela competição, o jogo será no Catar, país dos proprietários do PSG — que não deve querer fazer feio diante dos donos. Os torcedores rubro-negros em Paris reconhecem o cenário difícil e as qualidades do adversário, mas isso não abala a confiança e o otimismo deles. “O time tem que manter a defesa alta, fazer aquela marcação-pressão e arriscar, entrar com garra, força de vontade e disposição para sair com a vitória”, analisa Danilo. Na final da Libertadores 2025, em 29 de novembro, a FlaParis mobilizou centenas de torcedores em um restaurante no norte da capital francesa. Na ocasião, os rubro-negros celebraram o Tetra do Flamengo na competição, com a vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras. “Foi uma loucura, mais de 600 rubro-negros reunidos para torcer na decisão da Libertadores. Foi uma festa fantástica, que vai se prolongar até a final dessa jornada no Mundial. Tem tudo para ser uma grande festa”, comenta Cidel. "Allez, Flamengô!" Entre esses rubro-negros está o francês Marcelin Chamoin, de 33 anos. Apaixonado pelo Flamengo e pelo futebol brasileiro, ele já transformou esse amor em um livro de crônicas sobre o clube carioca. “Minha primeira lembrança relacionada ao futebol é da Copa do Mundo de 1998, quando a França ganhou do Brasil na final. Mas, apesar de eu ser francês, no Brasil tinha o Ronaldo, então me apaixonei pela seleção brasileira. Depois, comecei a torcer pelo Flamengo, por conta da torcida imensa e do amor único que os flamenguistas têm pelo time. Meu primeiro ídolo nessa época foi o Obina. Depois, foi um sentimento que só cresceu”, recorda. Marcelin admite que tem uma admiração pelo PSG, mas confirma que seu clube de coração é mesmo o Rubro-Negro da Gávea. Ele garante que, na final, não vai ficar dividido. “Na França, eu torço pelo PSG, por morar aqui e também pela ligação que o clube sempre teve com jogadores brasileiros. Vibrei com a conquista da Champions, por exemplo… mas, na final desta quarta-feira, vou ser 100% Flamengo. Para mim, o Flamengo é diferente do PSG e da seleção brasileira. O Flamengo é mais importante”, garante Marcelin. Palpites e candidatos a heróis Com um misto de ansiedade e otimismo, os torcedores confiam na vitória do Flamengo e já projetam o placar e como vai ser a festa em plena Paris. “2 a 0, para o Flamengo, claro. Como o Arrascaeta tem 98 gols pelo Flamengo, seria lindo se ele marcasse dois contra o PSG e chegasse ao centésimo na final do mundial”, palpita o francês Marcelin. Já o brasileiro Danilo aposta em um “2 a 1, com gols de Arrascaeta e Brunho Henrique”. “Eu diria 2 a 1, mas sem sofrimento. Os gols podem ser de Arrascaeta e Brunho Henrique, mas se o Pedro tiver condições de jogo, arrisco um 3 a 1 com ele marcando também”, diz Cidel, otimista. E o candidato a herói é quase unânime: “Arrascaeta sempre”, resumem os rubro-negros. Flamengo e Paris Saint-Germain se enfrentam nesta quarta-feira, às 14h (horário de Brasília) no Estádio Ahmad Bin Ali, em Al Rayyan, no Catar. Se vencer, o PSG conquista o Intercontinental pela primeira vez em sua história. Já se o Rubro-negro for campeão, vai garantir seu segundo mundial e fará mais de 45 milhões de torcedores felizes. Inclusive em Paris.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atua de forma expressiva na prevenção e na recuperação de danos causados por catástrofes ambientais, cada vez mais frequentes em decorrência das mudanças climáticas. Esse papel foi intensificado após as enchentes no Rio Grande do Sul, entre abril e maio de 2024, um dos maiores desastres naturais da história do Brasil, que atingiu diretamente 2,4 milhões de pessoas e causou cerca de 200 mortes. Naquela ocasião, o Governo Federal criou uma secretaria especial, com status de ministério, para articular as ações de diversos órgãos. Uma equipe do BNDES se deslocou para o estado e instalou uma agência – algo inédito para o banco, que não tem rede de agências. “Foi um momento de fortalecimento da solidariedade e de atuação das instituições públicas”, lembra Maria Fernanda Coelho, diretora de crédito digital para micro, pequenas e médias empresas do BNDES e entrevistada deste podcast. Neste episódio, ela conta que a velocidade de concessão de crédito foi seis vezes mais acelerada do que o normal, experiência que levou o BNDES a criar uma nova área, voltada especificamente para a rápida mobilização diante de catástrofes ambientais. A apresentação é do jornalista Eduardo Geraque, com produção do Estadão Blue Studio e patrocínio do BNDES.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O dia 6 de agosto de 1945 é possivelmente o mais importante do século XX. Naquela madrugada, no céu da cidade de Hiroshima, a bomba “Little Boy” inaugurou a era atômica da humanidade. Poucos dias depois, a segunda bomba foi detonada em Nagasaki, empurrando o Japão para a capitulação e encerrando a guerra mais sangrenta da história.Não existe dúvida alguma que esses acontecimentos mudaram completamente a realidade do mundo, ao mesmo tempo colocando o fim da humanidade ao alcance de um botão, mas criando as décadas mais pacíficas que a história já conheceu, mesmo que sob o fantasma da destruição total.O que ainda suscita muita dúvida e um grande debate é se o uso das bombas naquele momento era necessário ou não. Essa é uma das maiores polêmicas da história da geopolítica e também o tema do vídeo de hoje.Afinal, o uso das bombas foi uma fútil e cruel demonstração de força dos americanos, ou foi o amargo, mas necessário, custo a se pagar pela paz?Primeiro, vamos expor os argumentos dos dois lados e depois vou dar a minha opinião sobre o assunto!
Ele não conquistou títulos ou vitórias na Fórmula 1, mas hoje, o ex-piloto é um capítulo importante da história do automobilismo mundial. Nascido em Paris, filho de pai brasileiro e mãe francesa, ele carregava no macacão e em seus carros a bandeira brasileira na maioria das corridas. Nano, como é carinhosamente chamado pela família e amigos, vai completar 100 anos no próximo dia 7 de dezembro. Ele é um pioneiro do Brasil no automobilismo mundial. Marcio Arruda, da RFI em Paris Conhecido pelos europeus como Da Silva desde os tempos em que entrava nos cockpits e acelerava os mais diversos carros de competição, Nano foi o terceiro piloto do Brasil na história da Fórmula 1. Ele se aventurou nos gloriosos, e não menos perigosos, anos 50 da F1. Antes dele, apenas Chico Landi e Gino Bianco tinham representado o Brasil na categoria. Fritz D'Orey, que também competiu na F1 naquela década, estreou oficialmente na categoria apenas em 1959, quatro anos depois de Hermano. Numa Fórmula 1 tecnológica, com investimentos milionários e pilotos famosos, Hermano destoa do que a categoria se transformou. Vive sossegado num balneário francês, aproveitando o que a vida tem de melhor: viver! De sua residência em Biarritz, cidade com 26 mil habitantes no litoral Atlântico, no sudoeste da França, a 40 quilômetros da fronteira com a Espanha, o ex-piloto de F1 gentilmente concedeu uma entrevista exclusiva e falou sobre automobilismo. Mesmo com a idade quase centenária, Hermano da Silva Ramos lembrou episódios marcantes de sua carreira no automobilismo e corridas de Fórmula 1 que disputou nos anos 50. Ele concedeu a entrevista em francês, já que mora na França há 60 anos. Nano alinhou em sete Grandes Prêmios oficiais de F1 em 1955 e 1956, todos pela antiga equipe Gordini. Ele acelerou em circuitos lendários, como Silverstone, o antigo traçado de Monza, com as curvas inclinadas, Reims, local do primeiro GP da França na história da categoria, e Monte Carlo, local do seu melhor resultado na Fórmula 1. Primeiros pontos “Eu fiz o quinto lugar no Grande Prêmio de Mônaco de 1956. Foi formidável!”, lembra Nano, que foi o piloto da escuderia Gordini mais bem classificado naquela corrida. Por 14 anos, Hermano foi o piloto do Brasil com mais pontos na Fórmula 1; a marca só foi superada no GP da Alemanha de 1970, quando Emerson Fittipaldi, que fazia sua segunda corrida na F1, terminou em quarto lugar em Hockenheim. Curiosamente, antes dos dois pontos conquistados por Hermano pela quinta colocação em Mônaco, Chico Landi havia terminado o GP da Argentina na quarta colocação, o que daria a ele três pontos no campeonato mundial de 1956. O detalhe é que, naquela corrida em Buenos Aires, a última de Landi na F1, ele precisou dividir a pilotagem da Maserati com o italiano Gerino Gerini. De acordo com o regulamento da época, em situações assim, cada piloto receberia metade dos pontos. Por isso, Landi ficou apenas com 1,5 pontos. Além dessas sete corridas, Nano disputou outros oito GPs não oficiais entre 1956 e 1959; ora com um Gordini, ora com uma Maserati. Da Silva também acelerou nos circuitos de Aintree e Goodwood, ambos na Inglaterra. Leia tambémJustiça britânica acolhe ação de Felipe Massa sobre título da F1 de 2008 e indenização milionária Na década dominada pelo pentacampeão Juan Manuel Fangio, com pilotos espetaculares, como Alberto Ascari, Jack Brabham e Stirling Moss, e grandes nomes como Mike Hawthorn, Giuseppe Farina, Luigi Musso, Luigi Villoresi, Birabongse Bhanubandh – filho do rei da Tailândia e popularmente conhecido como príncipe Bira – e Peter Collins, Hermano da Silva Ramos lembra das amizades que fez nas pistas. “Eu era muito amigo do Fangio, que era o maior piloto de todos. Mas o Stirling Moss também era muito bom. Para mim, ele era melhor. Fora da Fórmula 1, lembro que venci o Stirling Moss numa corrida de Gran Turismo. Naquela prova, eu tinha um bom carro da Ferrari”, lembrou. “O Fangio é considerado o melhor, mas para mim o melhor é Stirling Moss. Quando ele correu contra o Fangio, o argentino já era mais velho e experiente. Aí deram preferência ao Fangio com os carros que dominavam na época; as Mercedes sobravam nas corridas. Então, deram a Fangio o melhor carro e ele ganhou aquele campeonato mundial”, explicou Nano, se referindo à temporada de 1955, que teve Fangio como campeão – o terceiro dos cinco títulos do argentino – e Moss como vice, ambos pilotos da Mercedes. Aliás, o pentacampeonato de Fangio foi um recorde que durou 46 anos. Somente em 2003 é que a marca do sul-americano foi quebrada; naquele ano, o alemão heptacampeão mundial Michael Schumacher alcançou seu sexto título de F1. Fórmula 1 atual Engana-se quem pensa que o ex-piloto não acompanha mais a Fórmula 1. Ele ainda assiste a corridas e faz críticas; positivas e negativas. “A Fórmula 1 hoje é muito mais segura. Mas na época em que eu competi, a categoria era mais divertida. Hoje, a F1 se tornou monótona; são sempre os mesmos que ganham as corridas”, afirmou o mais velho piloto vivo da história da Fórmula 1, que vai completar 100 anos no domingo, dia 7 de dezembro. Em sua carreira no automobilismo, além do Gordini e da Maserati, Hermano também guiou outro lendário carro italiano de corridas. “Eu guiei para a Ferrari em competições de Gran Turismo e ganhei corridas, uma inclusive contra o Stirling Moss, que estava de Aston Martin. Em Le Mans, eu quebrei o recorde de melhor volta da pista na época. Fui melhor que todo mundo, mas infelizmente o carro quebrou”, contou Nano, que em 1959 competiu nas 24 Horas de Le Mans com a Ferrari 250 Testa Rossa em parceria com o britânico Cliff Allison. Além dessa corrida, Nano disputou outras três edições das 24 Horas de Le Mans, no circuito de La Sarthe, na França, naquela década. Na segunda vez que competiu na lendária pista francesa, em 1955, aconteceu a maior tragédia do automobilismo mundial – o acidente fatal do francês Pierre Levegh, que guiava uma Mercedes 300 SLR, provocou a morte de mais de 80 pessoas e ferimentos em outras 120 que estavam no circuito. Hermano saiu ileso daquela prova. Conselho de Enzo Ferrari Apesar de ter sido piloto oficial da Gordini, tendo vencido quatro corridas fora da F1 pela equipe francesa (Paris Cup/1955, Montlhery/1955, Montlhery/1956 e Tour de France/1956), Nano demonstra orgulho de ter guiado para a Ferrari. Até hoje lembra uma conversa que teve com Enzo Ferrari, fundador da lendária equipe italiana. “O Enzo me chamou para conversar. Ele me deu dois conselhos: mantenha-se na pista e seja rápido. Ele me disse que não iria falar sobre isso novamente. Ele falou que se eu quisesse ganhar deveria fazer dessa forma ou, então, ele me colocaria para fora. Eu fui lá e ganhei a corrida seguinte”, recordou. Leia tambémJovem brasileiro Rafael Câmara é aposta da Ferrari para futuro da F1 “No Gran Turismo, todos os carros eram equivalentes. Havia 15 carros da Ferrari e eu superei todos. Eu pude correr e fazer meu melhor. Eu ganhei na Bélgica, em Spa, que era o mais difícil do mundo”, lembra com orgulho. Brasileiro parisiense? Nascido na capital francesa em 1925, Hermano passou a infância e adolescência no Rio de Janeiro. Perguntado se disputava corridas com as cores da França ou do Brasil, o ex-piloto não ficou em cima do muro: “Eu corria pelo Brasil.” O fato de ter nascido fora do Brasil não faz dele “menos” brasileiro do que outros que aceleraram na F1, como os campeões Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Nelsinho Piquet, que já competiu na F1, e Max Wilson, que foi piloto de testes na categoria, nasceram na Alemanha e são incrivelmente brasileiros. Outros estrangeiros também nasceram em um país e vestiram a bandeira de outro, como o holandês Max Verstappen, que nasceu na Bélgica. Outro campeão da F1, Jochen Rindt nasceu na Alemanha, mas carregava a bandeira da Áustria. A paixão pelo esporte a motor foi despertada em Hermano ainda no Rio de Janeiro nos anos 40. Uma das primeiras corridas que disputou foi o Circuito da Praça Paris, no Rio de Janeiro, em 1948. A curiosidade daquela prova foi que a competição precisou ser interrompida para que o então presidente do Brasil, Eurico Gaspar Dutra, pudesse passar pelo local para viajar a Petrópolis. Naquela época, o Rio de Janeiro era a capital da República e abrigava o poder executivo federal. Retomada a corrida, Hermano terminou na quarta colocação. Na década seguinte, foi convidado a disputar corridas na Europa. O que aconteceu depois já faz parte da história. Hermano da Silva Ramos deixou o automobilismo aos 35 anos. Depois de pendurar o capacete, se dedicou a outras áreas de trabalho, longe das pistas. Mas a paixão pelo esporte a motor perdura até hoje. No final da entrevista exclusiva concedida à RFI, Hermano mandou um recado em português para os torcedores e amantes da velocidade. “Sinto que sou muito mais brasileiro do que francês no automobilismo. Muito obrigado e até logo, amigos da Fórmula 1. Tchau!”, disse Nano, um dos pioneiros a erguer a bandeira brasileira a muitos quilômetros por hora nas pistas europeias.
O convidado do JR ENTREVISTA desta quarta-feira (19) é o presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Juliano Noman. Ao jornalista Yuri Achcar, ele fala sobre o projeto em discussão no Congresso Nacional que pretende proibir a cobrança pela bagagem de mão.Noman explicou que a criação das diferentes classes tarifárias, hoje no centro da disputa, é resultado direto da política de flexibilização de produtos, autorizada em 2017. Desde então, as empresas podem oferecer diferentes tipos de passagem no mesmo voo — com ou sem bagagem, com ou sem marcação de assento, com ou sem refeição. Essa estratégia, segundo ele, tornou-se essencial a partir de 2018, quando as companhias brasileiras passaram a competir com empresas de baixo custo que operam rotas internacionais ligadas ao Brasil.Foi nesse cenário que surgiu a tarifa básica, descrita por Noman como uma quarta opção criada para garantir competitividade. Ele frisou que é nessa modalidade, a mais barata, que não há direito à bagagem de mão no compartimento superior, mas apenas a uma mochila ou outro item pessoal, a ser colocado embaixo do assento. “O passageiro vê as quatro opções de forma muito transparente e escolhe aquela que melhor lhe convém”, destacou. “Não criou-se uma taxa específica. O que criou foi uma classe tarifária a mais, uma opção a mais para o passageiro”, acrescentou Noman.Para o presidente da Abear, o foco do debate não deveria ser restringir ou proibir o modelo, mas preservar o direito de escolha do consumidor. Ele defende que o Brasil precisa decidir qual modelo regulatório deseja: um sistema flexível, que permita ao passageiro pagar apenas pelo que consome, ou um mercado fechado, com menos opções.“O que a gente tem explicado para os parlamentares é um pouco dessa lógica. É uma discussão regulatória, se o modelo do Brasil deve ser um modelo mais flexível, que o passageiro tem quatro opções. Naquela hora e no dia que ele quer a bagagem, ele compra uma. No dia que ele não quer, ele compra outra”, comentou.Noman destacou que o principal desafio para o preço da passagem não está nas regras de bagagem, mas sim na estrutura de custos do setor. Ele lembrou que grande parte das despesas das companhias é dolarizada, citando arrendamento de aeronaves, manutenção e o próprio combustível de aviação. O programa também está disponível na Record News, no R7, nas redes sociais e no RecordPlus.
09 de Março 2025 | Igreja Manaim Mooca
Minha vida é um testemunho de que a conquista exige suor, luta e trabalho. Nada,absolutamente nada, foi fácil. Minha jornada rumo à aprovação em um concurso público foi umcaminho longo e árduo, que se estendeu por oito anos, recheado de estudos intensivos e,inevitavelmente, reprovações, até que o sucesso finalmente chegasse.A luta começou em meados de 2010. Naquela época, eu estava concluindo o Ensino Médio naEscola Estadual Dr. Fontes Ibiapina e, naquele mesmo ano, obtive a aprovação no vestibularda UFPI (o antigo PSIU Geral) para o curso de Licenciatura em Matemática.Motivado, iniciei a empreitada nos concursos públicos. O primeiro que prestei foi o concursomunicipal da Cidade de União, no Piauí, com a banca Machado de Assis, resultando naprimeira reprovação. Em seguida, fiz o concurso municipal para a cidade de Esperantina, PI. Abanca continuava sendo a mesma e, mais uma vez, fui reprovado.O concurso de Esperantina, no entanto, foi peculiar e marcou profundamente minha memória.Viajei para a cidade apenas com o dinheiro da passagem. Chegando lá, sem condições depagar um hotel, pedi informações aos policiais sobre um local público para passar a noite. Elesme acolheram, permitindo que eu dormisse na delegacia. No dia seguinte, tomei café com ospoliciais, e eles me levaram até o local de prova. Mesmo com todo esse esforço e ajuda, fuireprovado.As tentativas continuaram. No concurso municipal de Luzilândia, PI, havia 15 vagas e 3.000pessoas disputando o meu cargo. Conquistei o 16º lugar, ficando fora da quantidade de vagasofertadas e, novamente, sendo reprovado. Prestei o concurso do Banco do Brasil com lotaçãopara Teresina-PI e não obtive êxito.Avançando para as esferas federal e estadual, fiz o concurso público para a Polícia RodoviáriaFederal, com lotação em Teresina-PI, onde fui classificado, mas nunca fui convocado. Prestei oconcurso público municipal da Câmara de Piripiri-PI, sendo classificado, mas igualmente nuncaconvocado. A decepção se repetiu no concurso público estadual do Conselho Federal deMedicina do Maranhão, com lotação para Caxias, Maranhão. Eram apenas quatro vagas e aprova foi realizada em São Luís. Fiquei empatado em quarto lugar, mas os critérios dedesempate me levaram a mais uma reprovação.Finalmente, o ano de 2018 chegou. Nesse mesmo ano, fui aprovado no vestibular específico doIFPI para o curso técnico em contabilidade. Foi então que saiu o edital do concurso públicomunicipal da prefeitura de Caxias, Maranhão. Adivinha a banca? Era a mesma, a Machado deAssis, que já havia me reprovado diversas vezes.Desta vez, minha estratégia foi diferente. Resolvi as provas dos anos anteriores, dediquei maisde seis horas de estudo por dia, assisti a todas as aulas disponíveis no YouTube e pesquiseiexaustivamente assuntos relacionados à prova.Mesmo com toda a preparação, o destino tentou me impedir de realizar a prova. O ano foimarcado pela greve dos caminhoneiros, que paralisou o país. Lembro-me de ter passado o diatodo trabalhando e, ao final do expediente, ter que viajar para Caxias-MA. A dificuldade parachegar à rodoviária de Timon, Maranhão, foi terrível. Encontrei a mesma dificuldade paracomprar a passagem e chegar a Caxias, pois as estradas estavam sendo paralisadas. Mesmoassim, com imensa dificuldade, consegui a passagem e cheguei em Caxias à meia-noite.A prova aconteceria no domingo pela manhã. Eu estava muito confiante, apesar da alta concorrência para o cargo de Operador de Infraestrutura (50 vagas). Desta vez, foi diferente:eu já conhecia a banca, e o esforço foi recompensado. Fiquei classificado na 36ª posição,obtendo a tão sonhada aprovação.Oito anos de luta encontraram seu final, mas a espera não havia terminado. Tive que aguardarlongos quatro anos pela nomeação. Finalmente, no dia 2 de março de 2023, tomei posse noauditório da prefeitura municipal de Caxias, no Maranhão, concluindo a jornada com a certezade que cada reprovação, cada noite mal dormida....
A França presta homenagem nesta quinta-feira (13) às vítimas dos ataques de 13 de novembro de 2015 em Paris. Os dez anos dos atentados mais violentos da história recente do país serão marcados pela inauguração de um jardim memorial na praça Saint-Gervais, no centro da capital, com presença da prefeita Anne Hidalgo e do presidente Emmanuel Macron. A cerimônia laica será transmitida pela televisão. Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris O jardim, projetado pelo paisagista Gilles Clément, é composto por vários blocos de granito azul esculpidos, que representam os locais dos ataques terroristas e onde estão inscritos os nomes das vítimas. O evento, com música e momentos de reflexão, tem direção artística de Thierry Reboul, conhecido por ter coordenado as cerimônias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024. O público poderá acompanhar a cerimônia em telões instalados em frente à Prefeitura e na Praça da República, onde foi montada uma exposição fotográfica, e os parisienses poderão depositar flores ou velas em homenagem às vítimas da tragédia. Há exatos dez anos, a reportagem da RFI relatava ao vivo o que ninguém poderia imaginar: ataques coordenados em diversos pontos de Paris deixaram, no total, 130 mortos e cerca de 400 feridos. O primeiro local atacado foi o Stade de France, onde 80 mil pessoas assistiam ao jogo de futebol entre França e Alemanha. O jornalista que cobria o duelo em campo passou imediatamente a relatar o susto dos torcedores que ouviram explosões. “Os espectadores ouviram, durante o primeiro tempo da partida, três grandes explosões, com intervalo entre cada uma, mas ninguém sabia exatamente o que estava acontecendo", relatou. A polícia e os socorristas se mobilizaram para chegar a outros locais atingidos por comandos terroristas armados: bares, restaurantes e a casa de shows Bataclan, lotada com fãs do grupo Eagles of Death Metal. A contagem das vítimas parecia impressionar mesmo as forças de segurança. O depoimento de um policial, o primeiro a entrar no Bataclan, apontava dezenas de mortos. O presidente François Hollande, que governava o país na época, correu para estar junto dos franceses. “Nós quisemos estar perto de todos os que viram essas atrocidades para dizer que iremos travar uma batalha impiedosa,” disse o chefe de Estado aos jornalistas, no local da tragédia. Após uma reunião de crise, o governo declarou estado de emergência no país, convocou todas as forças de ordem e determinou o fechamento do espaço aéreo francês. Ao ser citado como testemunha no julgamento do caso, em 2021, François Hollande falou sobre a sua função como chefe de Estado naquela noite fatídica de 13 de novembro de 2015. “Este grupo nos atingiu não pelo nosso modo de atuação no exterior, mas sim pelo nosso modo de vida aqui”, sublinhou Hollande. “A democracia será sempre mais forte do que barbárie", acrescentou. "Carnificina" No Bataclan, casa de shows invadida pelos terroristas, os sobreviventes estavam em choque diante dos corpos das vítimas. Um dos primeiros a chegar ao local foi o jornalista da RFI, Pierre Olivier. “Eu fui até lá tomando muito cuidado, porque não sabíamos naquele momento o que realmente estava acontecendo", disse em entrevista para marcar os dez anos do caso. "Saí de casa, andei por uns cinco minutos e cheguei em frente ao Bataclan, onde a polícia estava chegando quase ao mesmo tempo que eu. Não havia nenhuma faixa de sinalização impedindo o acesso", continua. "E gradualmente, a polícia e os bombeiros chegaram. Cada vez nos pediam para recuar mais. Mas quando cheguei, eu estava bem em frente ao Bataclan, e foi aí que comecei a ligar para a redação do meu celular e a reportar ao vivo. E fiz isso por quase três horas, a noite toda," relata. "Uma mulher me disse que tinha sido uma carnificina, foi horrível. Todos estavam em choque e não queriam conversar. Isso é normal. Naquele momento, não sabíamos realmente o que estava acontecendo lá dentro, mas tínhamos pistas de que era muito sério e que havia mortes, muitas mortes," completa o jornalista. Dez anos depois, as lembranças permanecem vivas em sua memória. "Ainda há coisas que permanecem. Quando passo pelo Bataclan, revejo certas cenas. Já se passaram dez anos. E cada vez que passo por ali, lembro daquela noite, revejo pessoas, uma parede, uma vitrine, onde vi uma mulher em seu cobertor de emergência, coisas assim." Depois de ouvir todos esses depoimentos e de entrevistar sobreviventes, o jornalista desenvolveu uma forma de estresse. "Quando eu entrava em um restaurante, em um bar, em uma casa de espetáculos, ou onde quer que fosse, eu sempre olhava para ver se havia janelas, uma porta de saída e como me sentar, para acessar facilmente a porta. Afinal, nunca se sabe, e se fosse como no Bataclan e um grupo de terroristas chegasse?", ele questiona. A RFI também conversou com Elsa, uma francesa que assistia ao show na casa noturna Bataclan, quando foi ferida. "Quando fui atingida pela bala, me lembro muito bem da sensação no corpo. Foi tão irreal que ri, pensando: 'Ah, é mesmo como nos filmes'. Mas, falando sério, doeu." "Eu me agachei e pensei: 'Não vou conseguir correr'. E racionalizei absolutamente tudo o que estava acontecendo. Disse a mim mesma: não posso sentir dor," lembra. "Na hora você esquece a dor. Eu procurei me colocar em uma posição segura, apesar da multidão passando em cima de mim," relata a sobrevivente. Passada uma década, Elsa pretende contar sua experiência em um espetáculo. "Eu queria fazer um projeto em torno da dança, não apenas para contar a minha história, mas através da dança, e não apenas em um testemunho que eu poderia ter escrito em um livro ou algo assim. Mas isso me toca menos, pareceu menos relevante para a minha relação com o corpo que eu tinha antes de tudo isso", explica. Brasileiros entre as vítimas Entre os sobreviventes dos ataques de 13 de novembro de 2015 também há brasileiros. A RFI conversou com Diego Mauro Muniz Ribeiro, arquiteto que, naquela noite, celebrava com amigos no restaurante Le Petit Cambodge, no 10º distrito de Paris. “A minha recordação foi de ouvir uns barulhos, mas que eu não entendia muito bem. E quando olhei à direita, vi luzes. Não estava entendendo que aquilo eram tiros vindo na minha direção. Minha reação foi me jogar no chão. Me levantei na sequência e saí correndo. A lembrança que eu tenho é de que corri por muito tempo até entrar num supermercado,” lembra o arquiteto. Diego passou por acompanhamento com psiquiatra e psicanalista para seguir em frente. Ele voltou a Paris três vezes para compromissos relacionados aos atentados, seja para dar depoimentos ou participar de solenidades públicas. “Na França, existe uma solenidade em homenagem às vítimas, e foi muito impactante para mim. É uma cerimônia extremamente sóbria, silenciosa, e isso é muito respeitoso. Então, fiquei muito emocionado na primeira vez que fui", conta o arquiteto que hoje vive em São Paulo. "Estamos, dentro do possível, bem, mas ainda é um processo de elaborar essas questões, essa violência que, para mim, soa como gratuita”, analisa. Naquela noite, Diego estava acompanhado de outro arquiteto brasileiro, Guilherme Pianca, com quem a RFI também conversou. Ele visitava Paris pela primeira vez, graças a uma bolsa de estudos, e conta que hoje em dia tem sentimentos ambíguos em relação à cidade. “Tive alguns momentos de retorno pelo próprio processo e avaliação psiquiátrica que o governo francês fez. Acho que eles foram bem atentos e lidaram com muito cuidado nesse assunto. Esse trauma está sendo constantemente elaborado. Acho que é uma coisa que se dá no longo prazo. São várias camadas que um evento desses significa. Este ano vão inaugurar um jardim em homenagem às vítimas. Acho que existe um esforço bem grande da prefeitura e do próprio Estado francês para lidar com esse assunto.” O julgamento Os ataques terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico. O processo dos terroristas na Justiça francesa durou dez meses. Nenhum dos 20 acusados recorreu da decisão, e o julgamento foi encerrado oficialmente em 12 de julho de 2022. O único participante ainda vivo do comando jihadista que organizou os ataques em diferentes locais de Paris e arredores, Salah Abdeslam, foi condenado à prisão perpétua. Ele "acatou o resultado", explicaram, à época, seus advogados. Salah Abdeslam foi o terrorista que não levou seus atos até o fim. Ele afirmou no julgamento ter "desistido" de acionar os explosivos em um bar parisiense por "humanidade". Em outro momento, declarou: “Eu apoio o grupo Estado Islâmico e os amo, porque eles estão presentes no cotidiano, combatem e se sacrificam”. O depoimento chocou familiares das vítimas. O dispositivo com explosivos foi encontrado dentro de uma lata de lixo. No entanto, em sua deliberação final, os juízes concluíram que o colete explosivo que Abdeslam carregava "não era funcional", colocando seriamente em questão suas declarações sobre a sua suposta "desistência". A Justiça determinou que o francês, de 32 anos à época, era culpado de ser o "coautor" de uma "única cena de crime": o Stade de France, os terraços parisienses metralhados e a sala de concertos Bataclan. Os outros 19 corréus, alguns presumivelmente mortos, foram julgados e condenados a penas que variam de dois anos à prisão perpétua. Os atentados em Paris foram considerados uma retaliação à participação da França na coalizão internacional contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Ameaça continua presente Atualmente, a organização terrorista continua representando uma ameaça à segurança do país, embora sua presença não se configure como uma estrutura organizada e visível como nos anos de seu auge (2014–2017). A atuação atual se dá principalmente por meio de células descentralizadas, recrutamento online e influência ideológica, como explicou à RFI Victor Mendes, professor de Relações Internacionais do Ibmec e especialista formado no Instituto Superior de Guerra do Ministério da Defesa do Brasil. “Hoje, especialmente após a perda de territórios e de combatentes do Estado Islâmico, depois das operações militares ocidentais contra o grupo no Iraque e na Síria, que resultaram no fim declarado do Estado Islâmico em 2019, o grupo atua de forma mais descentralizada do que já atuava anteriormente", diz. De acordo com o especialista, o Estado Islâmico continua sendo um dos principais grupos terroristas a atuar na Europa, apesar do número reduzido de ataques. “Na Europa especificamente, uma das tendências, resultado do avanço tecnológico e da comunicação, é que o grupo hoje recruta muitos combatentes principalmente através de redes sociais e plataformas digitais, especialmente menores de idade", diz Victor Mendes. O especialista alerta para os riscos ainda presentes. “O risco sempre vai existir, principalmente pelo fato de a França ainda ter muitos combatentes que se aliam a esses grupos e pelo fato de, muitas vezes, eles serem cidadãos franceses. Então, não é necessariamente uma questão de imigração”, conclui. Só em 2024, o terrorismo jihadista foi responsável por 24 ataques na União Europeia, sendo cinco deles com vítimas fatais. A Europol confirma o envolvimento crescente de jovens radicalizados online, inclusive menores de idade, e o uso do conflito na Faixa de Gaza como instrumento de mobilização por grupos como o Estado Islâmico, que denuncia os bombardeios israelenses, descrevendo a população palestina como “mártir”.
Lives Amorosidade
Lives Amorosidade
31 Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: "Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar". 32 Jesus disse: "Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33 Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. 34 Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintainhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35 Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: 'Bendito aquele que vem em nome do Senhor'".
Abertura dos trabalhos na Amorosidade
Quem nunca se sentiu brigando com Deus?Há momentos da vida em que o sofrimento nos encurrala, os planos desmoronam, e a oração parece mais uma luta do que um consolo. Foi exatamente isso que Jacó viveu às margens do rio Jaboc.Naquela noite, ele lutou com um homem misterioso até o amanhecer. Não foi uma batalha qualquer: era o encontro com sua própria verdade, com seu passado de enganos, com sua necessidade de mudança. Ferido, mancando, sem defesas, Jacó finalmente reconheceu quem era. E foi justamente ali, no limite da dor, que recebeu a bênção de um novo nome: Israel — aquele que luta com Deus.A cruz em nossa vida é esse vale de Jaboc. Não é Deus se divertindo com o nosso sofrimento, mas a graça escondida nas lutas que nos purificam. A dor não é um castigo inútil, mas pode se tornar bênção quando atravessada com fé. Como a água amarga de Mara, que se tornou doce ao toque de um madeiro, também as nossas feridas podem ser transformadas pelo poder da cruz.E, como no Calvário, Maria permanece de pé. A espada transpassa sua alma, mas ela não cede. Sua firmeza nos ensina que é possível estar ferido e, ainda assim, permanecer. Ao lado dela, descobrimos que até as nossas brigas com Deus podem ser caminhos de graça e de amor.Quando brigamos com Deus, nós que saímos transformados.
Abertura dos trabalhos na Amorosidade
Um dia eu entrei na cozinha e vi minha avó fazendo pão. Ela tinha acabado de sovar a massa, colocou dentro de uma tigela, cobriu com um pano, subiu no banquinho e colocou em cima do armário, lá no alto. E disse: pronto, agora é só esperar a massa crescer.Eu, criança, fiquei intrigado. Pô, não é mais do que a massa crescer?Ela sorriu pra mim, com aquele jeito sereno de avó, e respondeu: se eu deixo ela na mesa, sempre tem alguém que passa, tira o pano, espia o que tem dentro da tigela e fica dando palpite, querendo apressar as coisas. Tem gente que, só de curiosidade, cutuca com o dedo sujo pra sentir a massa. Tem gente que até arranca um pedaço pra provar.A última vez que eu coloquei a massa na mesa, teve uma pessoa que, depois de provar, achou que a massa não tava no gosto dela e jogou sal por cima.E sabe o que acontece quando mexem na massa? Ela murcha.Eu fiquei olhando, curioso, e perguntei de novo: não tem jeito de consertar, não?Ela, de novo com aquele sorriso de canto, ajeitou o pano sobre a tigela e respondeu balançando a cabeça: é, meu filho, às vezes até tem, mas nunca fica igual. Eu posso até tentar ajeitar, acrescentar mais farinha… mas o pão só fica bom quando a massa é guardada. Nunca se esqueça disso, meu filho.A massa que prepara o seu pão de cada dia precisa ser guardada para que ela cresça. Esconda do mundo curioso a massa do seu pão, para que ninguém atrapalhe o crescimento.Naquela época eu não entendi essa metáfora, mas eu guardei as palavras dela.Hoje eu sei que aquela conversa não era sobre pão. E cada vez que eu penso na minha avó subindo no banquinho, eu lembro da lição: as coisas crescem muito melhor no alto, protegidas, debaixo de um pano, até chegar a hora de serem servidas de fato.Tem sonhos que só viram realidade quando não são apressados.Feridas que só saram quando param de ser cutucadas.Perguntas que só viram respostas quando não são interrompidas.Conquistas que só acontecem quando não recebem conselhos desnecessários.Amizades que só permanecem quando não precisam ser provadas a todo instante.Amores que só se firmam quando não recebem palpites.E ideias que só crescem quando não são podadas.Se a lição da minha avó também falou com você, guarde aí no seu coração.E compartilhe com alguém que precisa lembrar de proteger a própria massa do pão.
Um dia eu entrei na cozinha e vi minha avó fazendo pão. Ela tinha acabado de sovar a massa, colocou dentro de uma tigela, cobriu com um pano, subiu no banquinho e colocou em cima do armário, lá no alto. E disse: pronto, agora é só esperar a massa crescer.Eu, criança, fiquei intrigado. Pô, não é mais do que a massa crescer?Ela sorriu pra mim, com aquele jeito sereno de avó, e respondeu: se eu deixo ela na mesa, sempre tem alguém que passa, tira o pano, espia o que tem dentro da tigela e fica dando palpite, querendo apressar as coisas. Tem gente que, só de curiosidade, cutuca com o dedo sujo pra sentir a massa. Tem gente que até arranca um pedaço pra provar.A última vez que eu coloquei a massa na mesa, teve uma pessoa que, depois de provar, achou que a massa não tava no gosto dela e jogou sal por cima.E sabe o que acontece quando mexem na massa? Ela murcha.Eu fiquei olhando, curioso, e perguntei de novo: não tem jeito de consertar, não?Ela, de novo com aquele sorriso de canto, ajeitou o pano sobre a tigela e respondeu balançando a cabeça: é, meu filho, às vezes até tem, mas nunca fica igual. Eu posso até tentar ajeitar, acrescentar mais farinha… mas o pão só fica bom quando a massa é guardada. Nunca se esqueça disso, meu filho.A massa que prepara o seu pão de cada dia precisa ser guardada para que ela cresça. Esconda do mundo curioso a massa do seu pão, para que ninguém atrapalhe o crescimento.Naquela época eu não entendi essa metáfora, mas eu guardei as palavras dela.Hoje eu sei que aquela conversa não era sobre pão. E cada vez que eu penso na minha avó subindo no banquinho, eu lembro da lição: as coisas crescem muito melhor no alto, protegidas, debaixo de um pano, até chegar a hora de serem servidas de fato.Tem sonhos que só viram realidade quando não são apressados.Feridas que só saram quando param de ser cutucadas.Perguntas que só viram respostas quando não são interrompidas.Conquistas que só acontecem quando não recebem conselhos desnecessários.Amizades que só permanecem quando não precisam ser provadas a todo instante.Amores que só se firmam quando não recebem palpites.E ideias que só crescem quando não são podadas.Se a lição da minha avó também falou com você, guarde aí no seu coração.E compartilhe com alguém que precisa lembrar de proteger a própria massa do pão.
NO MEIO DA INGLATERRA E FRANÇA, 1928 - Naquela época, Alfred Loewenstein era o terceiro homem mais rico do mundo. Assim como os ricaços de hoje em dia, ele tinha seu próprio avião particular. Em 4 de Julho de 1928, ele e sua equipe faziam uma voô rotineiro entre Inglaterra e França. Ao atravessar o Canal Inglês, Alfred se levanta de seu assento para ir até o banheiro do avião. Mas ele nunca chegou ao seu destino. --- Instagram | Grupo no Telegram | Youtube Apoie o podcast pela Orelo, Patreon, ou direto pelo Spotify! Para fontes de pesquisa, acesse o Website. Email: semrastrospodcast@gmail.com
Leitura Bíblica Do Dia: MATEUS 11:25-30 Plano De Leitura Anual: SALMOS 126–128; 1 CORÍNTIOS 10:19-33 Já fez seu devocional hoje? Aproveite e marque um amigo para fazer junto com você! Confira: Sentei-me na quietude do fim do expediente, meu laptop à frente. Deveria estar feliz com o trabalho que terminei naquele dia, mas não. Eu estava cansada, meus ombros doíam com o peso da ansiedade causada por um problema no trabalho, e minha mente divagava sobre um relacionamento conturbado. Naquela noite, eu queria fugir de tudo, meus pensamentos vagavam para assistir TV. Mas fechei os olhos e sussurrei: “Senhor,” sem forças para dizer mais. Todo o meu cansaço se concentrou nessa palavra. De alguma forma, soube que deveria achegar-me a Deus. “Venham a mim”, diz Jesus aos cansados e sobrecarregados, “e eu lhes darei descanso” (MATEUS 11:28). Não será o descanso de uma noite bem dormida, nem a distração que a TV oferece, nem mesmo o alívio de um problema já resolvido. Embora essas coisas possam servir como descanso temporário, a trégua que nos oferecem é curta e dependente das nossas circunstâncias. Jesus, ao contrário, oferece-nos o descanso duradouro e garantido por Seu caráter imutável. Ele é sempre bom. Ele oferece o descanso verdadeiro para a nossa alma, mesmo em meio aos problemas, pois sabemos que tudo está sob o controle dele. Podemos confiar e nos submetemos a Ele, suportar e até prosperar em situações difíceis por causa da força e restauração que somente Ele pode conceder. Jesus nos diz: “Venham a mim”. Por: KAREN HUANG
A história de Maria Piedade poderia ser mais uma entre tantas de talentos que surgem e se perdem no tempo. No entanto, sua trajetória de 91 anos, marcada por um sonho musical que foi adiado por sete décadas, se tornou uma fonte de inspiração. O lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, com canções que interpretava na juventude, é a prova de que a paixão pela música nunca se apagou. “Eu nunca pensei nisso. Foram meus netos que decidiram me lançar agora, com 91 anos. Fiquei surpresa, agradecida, e a perspectiva foi enorme, porque as pessoas me aplaudiram, se manifestaram, me cumprimentando. É algo que passa e está passando na minha vida agora, depois de velha”, contou Maria Piedade, em entrevista ao Mulheres Reais. A cantora recorda com emoção o início da carreira: após concluir o magistério em Itapetininga, decidiu se mudar para São Paulo para estudar canto orfeônico e, ao participar do concurso da Rádio Nacional, superou 300 concorrentes e se tornou a “estrela do Quarto Centenário”. Apesar do reconhecimento, optou por interromper a carreira para constituir família, casando-se e dedicando-se à vida doméstica. “Naquela época, não dava para conciliar a família com a carreira. Vi que o ambiente das rádios não era adequado para uma jovem casada. Então, decidi voltar para Itapetininga e viver minha vida”, explicou. O álbum recém-lançado resgata o repertório que a consagrou na década de 1950. Segundo a neta, Bruna Caram, cantora e empresária, a obra reflete não apenas a carreira de Maria Piedade, mas a influência da matriarca sobre gerações inteiras da família: “Ela moveu a família toda em direção à música. Cresci achando que toda casa tinha um piano, tamanha era a musicalidade ao redor dela”, relembra Bruna. O podcast é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível em todas as plataformas de áudio.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Ela girava no ar, de ponta-cabeça, enquanto o mundo congelava ao redor. Auschwitz, 1944. Naquela noite, Edith Eger dançou. Não porque sentia alegria — os pais haviam sido mortos poucas horas antes. Ela dançou para sobreviver. Para salvar sua irmã. E sem saber, sua acrobacia se tornou uma forma de oração. Um “sim” corporal, silencioso, diante do absurdo.Anos depois, ela escreveria: “A escolha é nossa: seremos vítimas ou não?”. Porque até nos lugares mais sombrios, ainda podemos responder com o que temos: um gesto, um olhar, uma entrega. A fé não é uma ideia para admirar. É uma decisão que se encarna. Uma escolha que se expressa em gestos, em ações, em carne.E é aí que tropeçamos tantas vezes: quando a fé se torna apenas inspiração sem ação. Quando os propósitos se acumulam no papel, mas nunca se transformam em pão repartido, em tempo dado, em amor que custa. São Josémaria escreveu:“Concretiza. Que os teus propósitos não sejam fogos de artifício, que brilham um instante para deixarem, como realidade amarga, uma vareta de foguete, negra e inútil, que se joga fora com desprezo.” (Caminho, 247)Não se trata de fazer muito. Mas de fazer algo. De sair do campo das ideias para o campo do real. Como Cristo, que não apenas pensou em nos amar — Ele veio, suou, sofreu, entregou-se até a última gota.Ele concretizou o Amor.E nós, o que temos feito com as boas intenções? É hora de escolher entre o brilho vazio dos fogos ou a luz firme de um ato de amor.
A Tereza sempre sonhou em ser mãe e um dia acordou com a certeza de que estava grávida de uma menina. Veio então a Laura, mas tudo mudou quando a sua filha sofreu um acidente de carro. Ela ficou em estado gravíssimo e os médicos disseram que a Laura não resistiria. Tereza, desesperada, ficou dias no hospital sem comer e sem dormir, só orando por um milagre. No quinto dia, ela fez uma promessa para Deus: Se ele salvasse sua filha, ela dedicaria a vida a Ele. Naquela madrugada, Laura apertou sua mão e acordou, o milagre estava feito. Tereza cumpriu sua promessa e hoje vive para levar fé e consolar outras mães nos momentos mais difíceis.
Nascido em Calabar, na Nigéria, mas radicado em Londres, na Inglaterra, Steven Umoh – mais conhecido como Obongjayar – é um dos novos talentos do afrobeat na cena musical londrina. Seu segundo e novo álbum acaba de sair do forno e conquistou a crítica com sua poesia e originalidade. Daniella Franco, da RFI em Paris Obongjayar chegou com a mãe em Londres no final da primeira década de 2000, fugindo de violências domésticas na Nigéria. Naquela época, Steven Umoh, de apenas 17 anos, escutava basicamente rap norte-americano. Após entrar na Universidade de Artes de Norwich, ele mergulhou de cabeça na música. As parcerias com Richard Russel, dono do famoso selo londrino XL Recordings, e com o rapper americano Danny Brown deram a largada de Obongjayar para a fama. Mas foi a colaboração com o músico e DJ britânico Fred Again, em 2023, na faixa “Adore u” que conquistaram de vez o público, com 235 milhões de escutas no Spotify. Seu segundo disco solo, “Paradise Now”, conta com a produção de dois gigantes: Yeti Beats – arquiteto sonoro da Doja Cat – e o trio Beach Noise, queridinhos do Kendrick Lamar. Neste novo trabalho, Obongjayar continua apostando nas colaborações, entre elas com a poderosa Little Simz, na faixa “Lion”, escolhida pela programação musical da RFI. Ouça o Balada Musical todos os sábados nos programas da RFI e também no Spotify e no Deezer. As playlists da Programação Musical da RFI também podem ser acessadas no YouTube, Deezer e Spotify.
Vitrine privilegiada do mundo da fotografia mundial, os Encontros de Arles recebem neste ano, no contexto da Temporada França-Brasil 2025, a mostra "Retratistas do Morro”, com os trabalhos de João Mendes e Afonso Pimenta, que há 50 anos documentam a vida dos moradores da comunidade da Serra, em Belo Horizonte. Patrícia Moribe, enviada especial da RFI a Arles O projeto "Retratistas do Morro", idealizado e coordenado pelo artista visual, pesquisador e curador independente Guilherme Cunha, surge no final de 2014. Tudo começou com a produção de um livro, "Memórias da Vila", que visava preservar a memória da comunidade da Serra, coletando entrevistas e conectando as vivências dos habitantes à história oficial de Belo Horizonte. Um momento fundamental, conta Cunha, foi o encontro com dona Ana Martins de Oliveira, a "madrinha maior" do projeto. A mulher, que foi "escravizada na infância, retirante, lavadeira e analfabeta", possuía uma "consciência patrimonial que superou todas as políticas de preservação brasileira", conta o pesquisador. Ela guardava um conjunto de monóculos, com imagens de sua própria família, que chamava de "tesouros". Ao ser questionada sobre por que eram seus “tesouros”, dona Ana explicou: "É a única forma que o meu neto vai conhecer o avô dele". Guilherme Cunha viu essa percepção de que as imagens são presença e existência, uma forma atemporal de conectar experiências familiares, como uma transferência de conhecimento" e uma "bênção" para a equipe do projeto. O pesquisador destaca que o projeto opera em duas vertentes cruciais: a técnica de preservação, que envolve a digitalização e restauração de negativos em deterioração (muitos dos quais em risco de desaparecimento); e a produção de pensamento crítico. “Buscamos compreender o que essas imagens dizem, desenvolvendo ferramentas cognitivas e teóricas enraizadas no contexto cultural brasileiro, em vez de aplicar filosofias desconectadas que poderiam distorcer a realidade”, diz. A importância de trazer essas imagens ao público, conforme Guilherme, reside em ir na contramão dos processos coloniais, que são epistemicidas e expropriadores, apagando identidades e distorcendo realidades. O projeto propõe o conceito de "pictosceno", pensando em ideias favoráveis aos ciclos virtuosos da imagem, que promovem o avanço civilizatório, a prosperidade, a dignidade e a garantia de direitos. De vendedor ambulante a cronista da cidade João Mendes, nascido em Iapu, Minas Gerais, trabalhou na roça até os 11 anos, fez rapadura e, aos 14, vendia picolés quando foi convidado a trabalhar em uma loja de fotografia. Apesar de ganhar menos, a opção foi um divisor de águas em sua vida. Após dois anos, ele começou a fotografar para a delegacia local, fazendo perícias criminais. Depois, Mendes fotografou toda a cidade de Ipatinga, sob encomenda do prefeito da época, documentando as ruas e bairros antes de serem asfaltados. Aos 16 anos, em 1966, mudou-se para Belo Horizonte. Em 1973, João Mendes abriu seu próprio estúdio, a Foto Mendes, onde permanece até hoje. Ele relata ter enfrentado fases difíceis como comerciante, mas persistiu em seu trabalho. Um momento importante para o resgate de seu negócio foi quando uma escola estadual o contratou para fotografar a formatura de 105 alunos. João Mendes revela que Guilherme Cunha chegou à sua loja em 2016, perguntando sobre as memórias da Serra. O fotógrafo tinha guardado muitos negativos, apesar de ter descartado outros tantos e alguns terem sido danificados por vazamentos. Guilherme conseguiu resgatar 8.700 negativos em preto e branco inicialmente, além de outros coloridos de batizados, casamentos e formaturas. A jornada de exposições de João Mendes e Afonso Pimenta, graças ao projeto, começou no Sesc de São João do Rio Preto, no interior de São Paulo, seguindo para a capital, Guarulhos, Araraquara, São Paulo, Lille, na França e agora Arles. Dos becos da favela à praça do mundo Afonso Pimenta chegou a Belo Horizonte com apenas 9 anos em 1963, vindo do interior de Minas Gerais. Seus primeiros ofícios incluíam catar esterco e capinar calçamentos. A fotografia surgiu em sua vida de forma inesperada, quando um colega do curso noturno lhe apresentou uma câmera Kodak, prometendo que fotógrafos ficavam “ricos, com vida luxuosa e mulheres”. O destino o levou a morar ao lado da casa de Mendes, que já era um fotógrafo conhecido na comunidade. A mãe de João, ciente das "badernas" de Afonso na rua, pediu o filho que o aceitasse como ajudante em seu ateliê. Afonso, que pensava que já era fotógrafo por ter uma máquina, logo percebeu que "não sabia nada" e que João "não tinha muita boa vontade para ensinar", conta rindo. Apesar das dificuldades, Afonso persistiu e, ao contrário de dezenas de parentes que passaram pelo ateliê de João, foi o único que continuou exercendo a fotografia. Afonso também explorou outras áreas: estudou educação física e fisioterapia, deu aulas de artes marciais e atuou em filmes em São Paulo e Belo Horizonte. Mas a fotografia sempre foi um porto seguro. Naquela época, a escolha do que fotografar não era por gosto, mas por necessidade: "a gente tinha que fazer o que dava dinheiro". Ele se especializou em batizados, aniversários e até velórios. Pimenta ressalta que o projeto "Retratistas do Morro" foi crucial, pois tirou seu trabalho dos "becos" da favela e o colocou na "praça", com maior visibilidade. Assim como João, Afonso nunca imaginou que seu trabalho chegaria à França. Para ele, estar em Arles, divulgando o trabalho e o livro lançado em 2023, é uma sensação "boníssima". Além de serem exibidas em instituições e festivais internacionais, as fotos de João Mendes e Afonso Pimenta também passaram a integrar o acervo do Moma, o Museu de Arte Moderna de Nova York. Em Arles, a exposição segue até 5 de outubro.
"Eis que vos dou poder para pisar em serpentes e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum.MAS, NÃO VOS ALEGREIS porque se vos sujeitem os espíritos; ALEGRAI-VOS ANTES POR ESTAREM OS VOSSOS NOMES ESCRITOS NOS CÉUS.Naquela mesma hora Se alegrou Jesus em Espírito, e disse: Graças Te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim Te aprouve." Lucas 10:19-21
Leitura Bíblica Do Dia: ÊXODO 14:21-23, 26-31 Plano De Leitura Anual: ESTER 9–10; ATOS 7:1-21 Já fez seu devocional hoje? Aproveite e marque um amigo para fazer junto com você! Confira: O aparentemente impossível aconteceu quando ventos de um furacão mudaram o fluxo do poderoso rio Mississippi. Em agosto de 2021, o furacão Ida atingiu a costa de Louisiana, e o chocante resultado foi um fluxo negativo, isto é, a água fluiu rio acima, por várias horas. Estima-se que um furacão possa, ao longo de sua vida útil, expandir energia equivalente a dez mil bombas nucleares! Essa força espetacular que chega a mudar o curso de um rio me ajuda a compreender a reação dos israelitas, diante de um “fluxo negativo” mais significativo, registrada no Êxodo. Ao sair do Egito, onde haviam sido escravizados por séculos, os israelitas chegaram à beira do mar Vermelho. Diante deles havia muita água e atrás deles o exército egípcio. Naquela situação aparentemente impossível, “o Senhor abriu caminho no meio das águas. O vento soprou a noite toda, transformando o fundo do mar em terra seca. E o povo de Israel atravessou pelo meio do mar…”. Resgatados com tal prova de força, “o povo de Israel […] encheu-se de temor diante dele” (ÊXODO 14:21-22,31). É natural atemorizar-se após experimentar a imensidão do poder de Deus. Mas não parou nisso: o povo israelita também “passou a confiar no Senhor” (v.31). Ao percebermos o poder de Deus na criação, não temamos, mas também confiemos no Senhor. Por: LISA SAMRA
No Dia dos Namorados, em 2016, o quadro Interferência, que produzi para o programa Você é Curioso?, da Rádio Bandeirantes, reconstituiu o radioteatro da década de 40, Um Caso de Amor. Para essa realização, contamos com a produção de Vera Pasqualin, bisneta de José Medina, autor do roteiro que utilizamos como base. À época, o quadro foi transmitido pelo Facebook do Guia dos Curiosos. Aqui, você pode ouvir ou assistir a versão em vídeo, no Spotify do podcast Peças Raras. Em sintonia... José Medina tem seu nome associado ao cinema. Mas, além de uma destacada atuação na 7ª arte - como pioneiro do cinema mudo brasileiro -, Medina foi fotógrafo, colunista de jornal, pintor, desenhista e fez de tudo em rádio. O artista chega à Bandeirantes em 1939, a convite de Otávio Gabus Mendes. Durante a década de 1940, comanda dezenas de programas na emissora. Naquela que se tornaria “a mais popular emissora paulista”, José Medina assume papel de destaque como roteirista de inúmeras peças de radioteatro. Trivialidades é apenas uma dessas sessões de textos criados para o rádio pelo comunicador. É o episódio dessa série, levado ao ar em 27 de novembro de 1944, que passamos a acompanhar agora, com o nosso curioso elenco de radioteatro.
Aprofunde sua devoção a Deus em fiel.in/devocionalO que faz Jesus exultarNaquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. (Lucas 10.21)Esse versículo é uma das únicas duas passagens nos evangelhos onde se diz que Jesus se alegrou. Os setenta discípulos tinham acabado de voltar de suas jornadas para pregação e relataram seu sucesso a Jesus.Lucas escreve no versículo 21: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado”.Observe que os três membros da Trindade se alegram aqui: Jesus está se alegrando; mas é dito que ele está se alegrando no Espírito Santo. Eu considero que isso signifique que o Espírito Santo está enchendo-o e movendo-o a se alegrar. Depois, no fim do versículo, é descrito o agrado de Deus Pai. A NVI o traduz como: “Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado”.Ora, o que fez toda a Trindade se alegrar juntamente nesta passagem? É o amor livre e eletivo de Deus em esconder coisas da elite intelectual e revelá-las aos pequeninos. “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos”.E o que o Pai esconde de alguns e revela a outros? Lucas 10.22 responde: “Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai”. Assim, o que Deus Pai deve revelar é a verdadeira identidade espiritual do Filho.Quando os setenta discípulos voltam de sua missão evangelística e dão seu relatório a Jesus, ele e o Espírito Santo se regozijam de que Deus Pai, escolheu, de acordo com sua boa vontade, revelar o Filho aos pequeninos e escondê-lo dos sábios.A questão não é que existam apenas certas classes de pessoas escolhidas por Deus. A questão é que Deus é livre para escolher os candidatos menos prováveis para a sua graça.Deus contradiz o que o mérito humano poderia ditar. Ele esconde dos sábios e revela aos mais desamparados e incapazes.Quando Jesus vê o Pai livremente iluminando e salvando as pessoas cuja única esperança é a livre graça, ele exulta no Espírito Santo e se deleita na eleição do seu Pai.--Devocional Alegria Inabalável, por John Piper | Editora Fiel.Conteúdo oferecido em parceria entre Desiring God e Ministério Fiel.
No Comentário Final de hoje, Ricardo Spinosa levantou uma série de questionamentos sobre a escolha de Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira de Futebol. O jornalista destacou a informação de que Ancelotti, considerado um dos melhores treinadores do mundo, vai receber um salário de R$ 5 milhões por mês da CBF, com um bônus de 5 milhões de euros em caso de título. Spinosa ironizou: se ele é tão bom assim, por que a Itália nunca o convocou para comandar sua própria seleção? E foi além: questionou de onde a CBF tira tanto dinheiro e criticou o ambiente interno da seleção, marcado — segundo ele — por “panelinhas”, uma delas supostamente liderada por Neymar. Por fim, lamentou que, num país que já teve técnicos como Telê Santana, Zagallo e Vicente Feola, agora se recorra a um estrangeiro. “Naquela época não tinha panelinha”, disparou.#ComentarioFinal #RicardoSpinosa #SeleçãoBrasileira #Ancelotti #CBF #Futebol #TelêSantana #Neymar #CarloAncelotti #CríticaEsportiva
En 1978, Edison Machado, considerado prácticamente por unanimidad el mejor baterista de samba de la historia, grabó en Nueva York al frente de un sexteto un disco que, por distintas razones, jamás salió a la venta. Ahora se publican aquellas grabaciones en el disco 'Edison Machado & Boa Nova' con piezas como 'Porto feliz', 'Janeiro', 'Serena', 'A chegada', 'Pra nova', 'Constelação', 'Ascensão', 'Naquela base' y 'Clodes'. Escuchar audio
13 Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14 Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15 Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16 Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. 17 Então Jesus perguntou: "O que ides conversando pelo caminho?" Eles pararam, com o rosto triste, 18 e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: "Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?" 19 Ele perguntou: "O que foi?" Os discípulos responderam: "O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20 Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21 Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22 É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23 e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24 Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu". 25 Então Jesus lhes disse: "Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26 Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?" 27 E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. 28 Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29 Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: "Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!" Jesus entrou para ficar com eles. 30 Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31 Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32 Então um disse ao outro: "Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?" 33 Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34 E estes confirmaram: "Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!" 35 Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
"Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus;" Mateus 5:3"Naquela mesma hora Se alegrou Jesus em Espírito, e disse: Graças Te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as REVELASTE ÀS criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim Te aprouve." Lucas 10:21"E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o Reino de Deus está dentro de vós." Lucas 17:20-21
Em 2022 eu fiz uma postagem sobre dieta e lipedema. Naquela postagem, falamos sobre dois estudos randomizados comparando low-carb com uma dieta controle. Um novo estudo acaba de ser publicado sobre o assunto, ampliando as evidências sobre o efeito positivo da low carb no lipedema.Pra quem não sabe do que se trata essa doença, o lipedema afeta quase exclusivamente mulheres, e não é pouca gente: quase 10% das mulheres têm lipedema! E eu sou uma delas.Links relacionados:Postagem sobre lipedema no blog Ciência Low-CarbNovas evidências sobre lipedema na área de membroThe effect of a low-carbohydrate diet on subcutaneous adipose tissue in females with lipedemaPodcast Carne vermelha não é inflamatóriaEstamos no Instagram: Dr. Souto - Sari Fontana Para ser avisado sobre cada novo episódio e receber os links das matérias mencionadas e as referências bibliográficas por e-mail, cadastre-se gratuitamente em https://drsouto.com.br/podcastAdquira seu livro - UMA DIETA ALÉM DA MODA: Amazon (também na versão Kindle)"Dance of the Sugar Plum Fairy"Kevin MacLeod (incompetech.com)Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
Um estudo feito pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revelou que a soja foi o produto que mais se beneficiou da guerra comercial travada entre China e Estados Unidos em 2017, representando cerca de 70% de todo valor exportado que caiu no país americano. Produtos como sorgo e carne suína aparecem como os segundo e terceiro item, respectivamente, que também tiveram perdas. O retorno de Trump ao poder acende dúvidas entre agricultores sobre a possibilidade de uma nova guerra tarifária. Naquela época, a soja do Brasil se beneficiou pois conseguiu abocanhar parte do mercado de soja dos EUA que foi retaliado pelos chineses. Apesar disso, especialistas indicam que os efeitos deste novo mandato de Trump podem não ser iguais. Confira!
Anderson tinha 3 anos quando começou a passar longos períodos internado em um hospital. A rotina era marcada por procedimentos médicos, exames e a solidão. Naquela época, não era permitido acompanhantes, mesmo com crianças, então quando as visitas da mãe terminavam, Anderson ficava sozinho. Sem acompanhante, sem uma distração que o tirasse do peso do que estava vivendo ali. Era um quarto vazio e muito silêncio. Anderson olhava para o teto e esperava a hora passar. Na época, as internações pediátricas não tinham palhaços, visitas inesperadas que mudassem o clima pesado. Era só ele, uma criança tentando entender aquele universo sem nenhum suporte além das visitas diárias da mãe e o possível que a equipe médica tentava fazer. Já adulto, ele conheceu o trabalho dos @doutoresdaalegria, um grupo de palhaços que visita hospitais para aliviar a tensão dos pacientes. Ele se reconheceu naquele trabalho, achou que talvez fosse sua vez de fazer pelo outro o que ele tanto sentiu falta. Fez o curso de palhaço e começou a atuar no Recife. Lá, ele aprendeu a colocar o nariz vermelho e a entrar nos quartos sem saber ao certo o que esperar — apenas que estava ali para oferecer algo que ele mesmo nunca teve. Quando Anderson voltou a São Paulo, foi designado justamente para o hospital onde passou a infância internado. Andando pelos corredores, ele reconheceu os espaços e lembrou das horas que passava ali sozinho. Voltar ali foi como ver a própria história de outro ângulo. Agora, ao entrar nos quartos, ele se vê naquela criança que ele foi um dia, no olhar assustado das crianças que ele encontra. Hoje, Anderson sabe que o que ele faz não apaga o que ele passou, mas ele percebe que essa experiência também lhe deu algo: uma compreensão verdadeira do que significa estar ali, esperando alguém que traga algo além de remédios. Ele é a presença que um dia ele mesmo quis ter. E cada sorriso que provoca é, ao mesmo tempo, para as crianças e para o menino que ele foi. A história do Anderson tá disponível no site historiasdeterapia.com/historias. O projeto Doutores da Alegria já ajudou mais de 2,5 milhões de pessoas em seus 30 anos de existência, mas devido ao número insuficiente de doações, as atividades nos hospitais de Pernambuco e Rio de Janeiro e em 80% das unidades de saúde de São Paulo foram interrompidas. Para que o projeto continue levando alegria, faça uma doação pelo pix socios@doutoresdaalegria.org.br ou pelo site doutoresdaalegria.org.br. #EspalheAlegria Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
Leitura bíblica do dia: Oseias 14:1-4 Plano de leitura anual: Ezequiel 27-29, 1 Pedro 3 Já fez seu devocional hoje? Aproveite e marque um amigo para fazer junto com você! Confira: “Detonado” era o apelido de Gilberto e do qual ele se orgulhava a ponto de abertamente exibir no para-choque de seu carro. Mesmo não sendo pensado por uma ótica espiritual, o codinome caía bem ao apostador de meia-idade, adúltero e enganador. Ele estava falido e longe de Deus, até o Espírito Santo convencê-lo de seus pecados, num quarto de hotel. “Acho que estou sendo salvo”, disse à esposa. Naquela noite ele confessou os pecados que ele mesmo pensava que os levariam ao túmulo e buscou a Jesus suplicando-lhe o Seu perdão. Nos 30 anos seguintes, o homem que pensava que não viveria até os 40 viveu e serviu a Deus como um cristão transformado por Jesus. De “detonado” passou a ser um “arrependido”. Arrependei-vos. Foi isso que esse homem fez e o que Deus disse que Israel fizesse: “Volte, ó Israel, para o Senhor seu Deus […] Tragam suas confissões e voltem para o Senhor. Digam--lhe: ‘Perdoa nossos pecados e recebe-nos com bondade'” (Oseias 14:1-2). Grandes ou pequenos, poucos ou muitos, nossos pecados nos separam de Deus. Mas essa lacuna pode ser preenchida se nos voltarmos do pecado para Deus e recebermos o perdão que Ele graciosamente nos concedeu por meio da morte de Jesus. Seja você um cristão que luta por Cristo ou alguém cuja vida se parece como a de Gilberto fora, o seu perdão está apenas a uma oração de distância. Por: Arthur Jackson
Jaqueline cresceu sem saber muito sobre suas raízes e só foi ter certeza de quem era sua família com a morte de um parente na TV, o caso do indígena Galdino, assassinado em Brasília. Ainda criança, Jaqueline fez uma pergunta que ficaria sem resposta por muitos anos: “Vó, a gente é índio?”. A avó reagiu apenas com um gesto:
A loucura muitas vezes pode ser confundida com a falta de compreensão dos demais para com os objetivos de cada indivíduo, seria Ragy Lemar louco ou apenas um homem em busca de conhecimento e de explorar as possibilidades de seu mundo? Indicado para 14 anos ou mais. Contos Narrados. Aqui você encontra mais um conto sonorizado produzido pelo do RPG Next. Coloque seu fone de ouvido e curta! ▬ Autor: Leo Rodrigues. ▬ Narração: Brendo Santos. ▬ Masterização, sonorização e edição: Rafael 47. O RPG Next agora tem um grupo oficial no Telegram!
TEMPO DE REFLETIR 01171 – 28 de setembro de 2024 Salmo 38:21 – Não me desampares, Senhor; Deus meu, não Te ausentes de mim. Naquela trágica […]
CALIFÓRNIA, 1980 - Etta Smith estava trabalhando em sua mesa, ao redor de colegas de trabalho, assim como fazia todos os dias no escritório. Como som de fundo, havia um rádio ligado, que ficava passando músicas e notícias do mundo e local. Naquela tarde, um crime local foi noticiado na rádio: uma moça havia desaparecido há alguns dias e a polícia ainda não tinha a encontrado. Os colegas ali ouvindo a notícia fizeram alguns comentários sobre o assunto, 'Nossa, o que será que aconteceu com ela', 'Que triste' etc. Mas não Etta. Ela não participou da pequena conversa, pois havia sido tomada por um sentimento muito forte: ela sabia onde a moça desaparecida estava. --- Instagram | Grupo no Telegram | Youtube Apoie o podcast pela Orelo, Patreon, ou direto pelo Spotify! Para fontes de pesquisa, acesse o Website. Email: semrastrospodcast@gmail.com
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Convidada de hoje: Jac Pozza do instagram "Nutrida pela Boa Palavra"" A citação que Carol traduziu do Livro de David Ridges é a seguinte: "Essas coisas" no versículo 30, acima, referem-se ao versículo 27. Na verdade, você pode querer desenhar uma seta de "essas coisas" referindo ao versículo 27 em suas próprias escrituras.Uma pergunta comum que surge nas aulas é: "Será necessário praticar o casamento plural se eu atingir a exaltação?" A resposta é "Não". Bruce R. McConkie dá a resposta da seguinte forma (adicionado em negrito para apontar a resposta):"A partir de registros bíblicos fragmentados que estão agora disponíveis, aprendemos que o Senhor ordenou que alguns de seus antigos santos praticassem o casamento plural. Abraão, Isaac e Jacó - entre outros (D&C 132) - se conformaram a esse princípio enobrecedor e exaltador; toda a história da antiga Israel foi aquela em que a pluralidade de esposas era uma ordem de matrimônio divinamente aceita e aprovada. Aqueles que entraram nesta ordem sob o comando do Senhor, e que mantiveram as leis e condições pertencentes a ela, ganharam para si mesmos a exaltação eterna no céu mais alto do mundo celestial."Nos primeiros dias desta dispensação, como parte da prometida restituição de todas as coisas, o Senhor revelou o princípio do casamento plural com o Profeta. Mais tarde, o Profeta e os principais irmãos foram ordenados a entrar na prática, o que fizeram com toda a virtude e pureza de coração, apesar da consequente animosidade e preconceitos das pessoas mundanas. Depois que Brigham Young levou os santos ao Salt Lake Valley, o casamento plural foi abertamente ensinado e praticado até o ano de 1890. Naquela época, as condições eram tais que o Senhor, por revelação, retirou o comando para continuar a prática, e o presidente Wilford Woodruff emitiu o Manifesto orientando que ele cessasse (Woodruff, Discursos de Wilford Woodruff, pp. 213-18)."Obviamente, a prática sagrada começará novamente após a Segunda Vinda do Filho do Homem e a inunção do Milênio (Isaías 4)."O casamento plural não é essencial para a salvação ou exaltação. Néfi e seu povo foram negados o poder de ter mais de uma esposa e, no entanto, eles poderiam ganhar cada Bênção na eternidade que o Senhor já ofereceu a qualquer povo. Em nossos dias, o Senhor resumiu por revelação toda a doutrina da exaltação e a baseou no casamento de um homem com uma mulher (D&C 132:1-28) Depois disso, ele acrescentou os princípios relativos à pluralidade de esposas com a estipulação expressa de que tais casamentos seriam válidos apenas se autorizados pelo Presidente da Igreja (D&C 132:7, 29-66).“Todos os que fingem ou assumem se envolver em casamento plural neste dia, quando aquele que segura as chaves retirou o poder pelo qual são executados, são culpados de maldade grosseira" (McConkie, Doutrina Mórmon, 578).
Primeira mulher negra brasileira a se tornar doutora em física e a lecionar no ITA, ela falou sobre o papel da militância na ciência Se no quesito pesquisa, tecnologia e infraestrutura o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA, é uma das mais renomadas universidades do mundo, no que diz respeito à diversidade de gênero e raça, a instituição deixa muito a desejar. Vinculada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, o local de ensino superior público da Força Aérea Brasileira proibiu que mulheres estudassem até 1996. Naquela época, porém, a paulista Sonia Guimarães surgiu para mudar esse cenário. Em 1993, Sonia entrou para o ITA como professora — três anos antes de autorizarem que mulheres estudassem física aeronáutica. Primeira mulher negra brasileira a se tornar doutora em física, ela também foi a primeira mulher negra a lecionar no instituto. Mais de 30 anos atuando como professora, uma coleção de títulos acadêmicos e sendo reconhecida como uma das 100 pessoas mais inovadoras da América Latina, Sonia diz que ainda tem que lutar contra a misoginia e o racismo na academia. “Sou formada em física pela UFSCar, a Universidade Federal de São Carlos, PHD em física na Inglaterra e ainda as pessoas dizem que eu não sei física. É frustrante. Por que não acreditam? Na avaliação dos estudantes, tem coisas que eu não consigo ler. Tem aluno que não me olha na cara. Eles não têm a obrigação de ter respeito por mim. É terrível”, indaga ela. Em um papo como Trip FM, a física que adora roupas coloridas e de carnaval, contou com muito bom humor a sua história e discutiu ainda o papel da militância na ciência, a importância do sistema de cotas, moda, saúde e muito mais. O programa fica disponível aqui no site da Trip e no Spotify. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/03/65fdb9c45573f/sonia-guimaraes-professora-negra-ita-tripfm-mh.jpg; CREDITS=Dalila Dalprat / Divulgação; LEGEND=Sonia Guimarães; ALT_TEXT=Sonia Guimarães] Trip. Com o sucesso do filme "Oppenheimer", muito tem se discutido sobre a relação ciência e militarismo. Como você lida com isso? As pessoas ficam impressionadas quando descobrem que ajudei a desenvolver uma tecnologia para mísseis, mas nós também precisamos nos proteger. Infelizmente faz parte do trabalho, sinto muito: somos um país imenso, com muitas riquezas. Por outro lado, meus alunos do ITA dão aulas para adolescentes e mostram o laboratório, mostram que a física não é uma ciência dura para crianças que não querem saber nada de ciência. Após décadas de ensino, você ainda luta para ser reconhecida dentro do ITA? Formada em física pela UFSCar, PHD em física na Inglaterra e ainda as pessoas dizem que eu não sei física. É frustrante. Por que não acreditam? Na avaliação dos estudantes, tem coisas que eu não consigo ler. Tem aluno que não me olha na cara. Eles não têm a obrigação de ter respeito por mim. É terrível. Como você avalia o sistema de cotas no Brasil? Política de cotas no Brasil começou tarde demais e ainda é muito pequena. Cerca de 35% de vagas para negros na USP é pouco. Com essas comissões ainda dizendo que gente preta não é preta, é uma confusão. Estou proibida de falar sobre as cotas de um certo instituto que conheço muito, mas um lugar que tinha que ter 20% de pessoas negras, eu não vi nem um por cento ainda. Precisa de fiscalização. Por outro lado, o que a gente já vai vendo desses lugares minimamente respeitando, é uma delícia. Como anda a educação superior no país? Antigamente eu queria muito que meus alunos escrevessem artigos científicos. Hoje, com o ChatGPT, eu quero que eles falem, que me digam tudo o que conseguiram aprender. Texto hoje já não passa por pesquisa nenhuma, isso já é real. Algumas escolas estão atrasadas, o ensino precisa se modernizar, a mudança é radical e é seria.
E hoje é dia de brincar, meu amooor! No episódio de hoje, as hosts tomam conta de tudo, viajam na maionese e fazem aquele programa delícia no melhor estilo “Sessão da Tarde” com muita galhofa, risadas e confusão! Naquela vibe gostosa chic anos 80, elas relembram os bons tempos das revistinhas de quiz e fazem uma série de perguntas pra ver que irmã conhece mais a outra! Aperte o play e mergulhe nessa loucura! ARTE DA VITRINE: Felipe Camêlo Baixe Versão Wallpaper da Vitrine GAME RUFF GHANOR Adicione Ruff Ghanor na sua Wishlist OSCAR DE PIJAMA Já adiciona a notificação pra não perder: https://jovemnerd.page.link/oscardepijama_2024 UNIVERSO JOVEM NERD Baixe o APP no Jovem Nerd (IOS): https://jovemnerd.page.link/87tM Baixe o APP no Jovem Nerd (Android): https://jovemnerd.page.link/1D8o REDES SOCIAIS Andreia Pazos - @deiaduboc Agatha Ottoni - @agathaottoni Mande suas histórias, críticas, elogios e sugestões para: canecademamicas@jovemnerd.com.br EDIÇÃO COMPLETA POR RADIOFOBIA PODCAST E MULTIMÍDIA
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Para mais informações, visite meu site: https://portuguesewitheli.com Aqui está o monólogo para seu proveito: Era um jantar de negócios. André, meu colega de trabalho, e eu chegamos no horário. O futuro parceiro comercial na nossa nova empreitada, não. Cristiano chegou com quase vinte minutos de atraso. André e eu nos entreolhamos, mas ficamos de bico fechado. Pensei: não é porque começamos com o pé esquerdo que tenhamos de ir ladeira abaixo. Como nossa empresa havia feito a cortesia de convidar, a conta era nossa. Cristiano parece ter visto isso como um sinal verde para comer até estourar, porque ele foi logo pedindo um pratão de churrasco, um vinho da casa e um monte de petiscos, tudo ao mesmo tempo. André parecia horrorizado. Eu mantive a compostura. Podia estar com fome, mas não ia fazer feio na frente de quem me garantiria um contrato milionário... e uma comissão gorda. Tinha de, literalmente, comer pelas beiradas. Enquanto comíamos, apresentei com o auxílio de um tablet nossas necessidades de expansão e investimento. André apenas olhava com desdém a falta de requinte de nosso convidado. Cristiano ora olhava o celular, ora nos ouvia, e, entre uma garfada e outra, lambia os dedos. — Cristiano, eu preciso que... — comecei a dizer, mas ele me interrompeu com um arroto. André então não se aguentou. — Seu Cristiano, isso são modos? O rompante de André pegou Cristiano de surpresa. — Desde que a gente chegou aqui, tudo o que o senhor faz é se lambuzar feito um porco e nos deixar de lado. Cristiano então se recuperou do susto e disse com aspereza: — Não sou eu que preciso de vocês. Eita. Dei uma cotovelada em André e pedi ao Cristiano uma licencinha, porque tinha de conversar um bocadinho ali com o André. — Você perdeu o juízo? Quer ir para o olho da rua? — Antes o olho da rua que um chiqueiro com aquele imundo... André permaneceu irredutível. — Qual é, André? Isso aqui por um acaso é algum jantar de gala? Vambora, dá pelo menos uma chance. André anuiu, resignado. — Já lavaram a roupa suja? — perguntou Cristiano quando voltamos. André ia preparando uma resposta, mas eu intervi. Eu também já não aguentava mais a cara daquele sujeito, mas não podia cometer nenhum deslize. Na hora do brinde, o André se fingiu de estabanado, derrubou a taça de vinho do Cristiano no chão na hora do brinde e ainda disse “não se preocupe, ainda dá para beber”. Naquela hora, não me aguentei e ri. Já estava tudo perdido mesmo, então que se danasse a situação. Até aquele momento, tinha mantido um comportamento discreto e sóbrio. Mas joguei tudo para o alto e decidi fazer o que bem entendesse. O resto do jantar transcorreu normalmente, se é que se pode chamar aquela barbárie de normal. Fui para casa, frustradíssimo. No outro dia, recebi um e-mail do meu chefe dizendo que o novo sócio tinha ficado tão impressionado conosco que decidiu fechar o contrato ali mesmo. Fiquei embasbacado. Se havia algo a aprender com aquela situação, passou batido por mim. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/portuguesewitheli/message