Literatura Oral

Follow Literatura Oral
Share on
Copy link to clipboard

Leitura comentada e sugestões literárias

Sabrina Siqueira


    • Apr 27, 2025 LATEST EPISODE
    • monthly NEW EPISODES
    • 41m AVG DURATION
    • 148 EPISODES


    Search for episodes from Literatura Oral with a specific topic:

    Latest episodes from Literatura Oral

    123 NO YOUTUBE

    Play Episode Listen Later Apr 27, 2025 0:30


    O episódio completo está no canal do Literatura Oral no YouTube!Te inscreve no canal e confere lá o #123 ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, JOSÉ SARAMAGOhttps://www.youtube.com/watch?v=kVNdYBliEJ4&list=TLPQMjYwNDIwMjWoQwpA1ERWKA&index=1

    NÃO VÁ A ROMA! - FAIXA BÔNUS 10

    Play Episode Listen Later Mar 13, 2025 52:47


    Sobre a vulnerabilidade de mulheres viajando sozinhas e abuso de autoridade.

    roma b nus faixa b
    #122 EU SEI, MAS NÃO DEVIA + A MOÇA TECELÃ - MARINA COLASANTI

    Play Episode Listen Later Feb 15, 2025 29:18


    No último episódio,terminei de comentar MB, de Gustave Flaubert. Hoje vou conversar com vocêssobre Marina Colasanti.A escritora nasceu em1937, na Eritreia, um país do nordeste da África. Na época que Marina nasceu, aEritreia era uma colônia italiana. Ela faleceu recentemente, aos 87 anos, em 28de janeiro de 2025, no RJ, onde ela morou desde os 11 anos. Marina foijornalista, artista plástica (ela ilustrou alguns de seus livros), tradutora, ecomo escritora escreveu mais de 70 obras, incluindo literatura infantil. Recebeuvários prêmios literários. O Prêmio Jabuti, Marina conquistou seis vezes. Em2023, recebeu o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto da obra, sendo que foi aprimeira mulher a receber essa condecoração entregue pela ABL. Marina erafeminista, fez parte do Primeiro Conselho Nacional pelos Direitos da Mulher, em1985. Esse Conselho foi criado logo no primeiro ano da volta do governo civildepois da ditadura. Era um órgão do governo federal, com objetivo de promoverpolíticas para as mulheres.

    #121 MADAME BOVARY - GUSTAVE FLAUBERT - FINAL

    Play Episode Listen Later Jan 21, 2025 83:43


    O farmacêutico lê sobre um novo método de curar pés tortos. Ele e Emma convencem Charles a estudar a respeito para curar o pé torto de Hippolyte, carregador de malas da pensão que mancava. Só que o cara nem queria ser operado, vivia bem daquele jeito. Conseguia trabalhar e tudo. O farmacêutico enche a cabeça de Emma que se desse certo, Yonville seria a primeira cidade a realizar o procedimento e Charles ficaria rico. Pronto! Essa possibilidade bastou pra Emma achar o marido interessante!

    #120 MADAME BOVARY - GUSTAVE FLAUBERT

    Play Episode Listen Later Jan 18, 2025 73:54


    já tava na hora de comentar esse clássico, que eu até falei nele em muitos outros episódios. Mas agora temos um episódio todinho pra saber mais sobre Madame Bovary. Antes de começar, se for a tua primeira vez por aqui, peço que te inscreva no canal. E vale lembrar que, os comentários que eu vou apresentar aqui, as chaves de leitura que eu vou sugerir, não substituem a tua leitura pessoal da obra! Combinado? Madame Bovary foi publicado em 1857 e foi um escândalo. Flaubert chegou a responder a um processo. Mas por que será que isso aconteceu? Mesmo quem não leu o romance ou só conhece a história por cima, sabe que a protagonista é uma mulher casada que tem casos extraconjugais. Mas o que levou a obra a ser criticada e o escritor a ser processado não foi a história de uma mulher adúltera, somente, mas a criação de uma personagem, com a autenticidade peculiar a um Romance Realista, que ousou. Emma ousou buscar sua felicidade e ousou rompeu paradigmas. Flaubert foi processado porque Emma poderia influenciar (mal) as leitoras. Em sua defesa, o escritor declarou “Emma Bovary sou eu!”, numa tentativa de mostrar que a insatisfação pessoal que acometeu a personagem poderia ocorrer a qualquer pessoa.

    #119 FELIPPE D'OLIVEIRA

    Play Episode Listen Later Jan 18, 2025 42:24


    Felippe D'Oliveira nasceu em Santa Maria, em 1890, e faleceu em Paris, em 1933. Era jovem, tinha 43 anos, morreu em um acidente de carro. Os organizadores da obra dizem de Felippe que ele “sempre buscou se refazer frente às inovações de seu tempo”. Foi erudito, participante ativo da vida literária da sua época. Foi uma personalidade complexa e um poeta de projeção nacional. Morou anos no RJ do começo do século XX. Então ele experimentou a corrente modernista e viveu o período da Bélle Epóque. Felippe teve uma vida intensa. Nasceu 12 dias depois que o pai foi assassinado por questões políticas. E ele próprio foi engajado em atividades políticas. Com o irmão, João Daudt de Oliveira, trabalhou pela vitória da Aliança Liberal, em 1930, numa tentativa de possibilitar ao RS participar do poder federal. Felippe D'Oliveira foi a pessoa designada para ir a Pernambuco tentar a adesão do governador desse estado à Aliança Liberal. O pai dele era de Pernambuco. Getúlio Vargas era o candidato da AL, que perdeu pra um paulista, Julio Prestes. Só que teve a Revolução de 30 e Getúlio acabou presidente. Essa revolução foi um movimento armado, um golpe de Estado, que impediu o presidente eleito de tomar posse. Quando Vargas assumiu, em novembro de 1930, foi o fim da República Velha. Vargas impôs um governo provisório e com isso membros da AL ficam contra, inclusive Felippe, que assumiu a liderança do movimento revolucionário no RJ contra o Estado provisório imposto por Vargas. Assim, o poeta foi condenado à prisão ou ao exílio, e passou a ser procurado pela polícia federal de Vargas. A última carta de Felippe pro Brasil foi em 31 de dezembro de 1932, e o acidente em que ele perderia a vida aconteceu no fevereiro seguinte. Então Felippe D'Oliveira morreu exilado. Eu comentei esse pedacinho da História política do Brasil pra mostrar como o poeta, que nasceu aqui no interior do RS, teve envolvimento na política nacional, além da sua poesia também ter tido expressividade nacional. Isso já seria muito pra uma vida, mas Felippe ainda foi um empresário bem sucedido, no ramo farmacêutico/laboratorial, que era a área de trabalho do tio, que assumiu a função de pai na criação dele. E também se destacou na publicidade da empresa da família, como editor e como atleta, tendo participado na idealização da primeira piscina olímpica do Brasil!

    #118 A VISITA - MAEVE BRENNAN

    Play Episode Listen Later Sep 23, 2024 68:57


    A história de The Visitor, ou de A visita, é a seguinte: Anastasia volta para Dublin, capital da Irlanda, pra casa da avó. Ela cresceu nessa casa e quando tinha 16 anos se mudou pra Paris, com a mãe. Agora ela tá retornando com 22. A história começa no trem chegando em Dublin, em uma noite chuvosa. Anastasia é a protagonista. Outras personagens importantes são a avó, que só conhecemos pelo sobrenome, Sra. King. Katharine, que é a governanta da avó. E uma amiga da família, Norah Kilbride. Anastasia retorna pra morar com a avó porque a mãe dela faleceu, mas a avó deixa claro desde o início que não quer a neta ali. Por que será? *Atenção para não confundir quando eu me refiro à nora da Sra. King, que é a mãe da Anastasia, uma personagem sem nome, e quando me refiro a Norah, que é uma amiga da família. A pronúncia é a mesma. Durante a edição, percebi que poderia gerar dúvidas. Fiquem atentos!

    #117 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA - FINAL

    Play Episode Listen Later Aug 10, 2024 36:46


    No último episódio, vimos que FT faliu porque investiu muito do seu capital na bolsa de valores, e ele não entendia desse tipo de investimento. Confiou em um amigo, o Inocêncio Braga, e perdeu tudo, em função da baixa do preço internacional do café. FT trabalha com exportação de café. O restante do capital dele tava investido em outras empresas do mesmo ramo, que também faliram com a oscilação dos preços internacionais. A atitude dele foi drástica. Ele se matou e em pouco tempo a família se viu sem nada, nem casa, nem reservas, nem nada. E foram morar numa casinha que FT tinha dado à Nina, que foi salva da falência porque estava no nome da sobrinha. Pessoal, a Jucelia, que acompanha o LO, comentou no último episódio algo que eu não tinha me dado conta. A falência de Francisco Teodoro é a segunda falência na vida da Camila. Lembram lá no início do romance, quando a mãe dela começa a conversar com FT na casa das tias, na noite em que ele foi conhecer Camila? A mãe diz que Camila é a filha mais velha e mais instruída, porque pegou os tempos das vacas gordas na família, quando o pai exercia um cargo lucrativo. E da mãe de Camila, FT teve a impressão de ser uma rainha destronada, quer dizer, alguém que teve posses, que experimentou uma vida de luxo, e perdeu tudo. Por duas vezes, Camila empobrece pela inabilidade dos homens em gerir o capital. Primeiro foi o pai que faliu, depois o marido.

    #116 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA - PARTE 4

    Play Episode Listen Later Jul 29, 2024 62:05


    No último episódio, vimos que Francisco Teodoro aceitou participar de uma especulação com o Inocêncio Braga. Ele tava inseguro sobre aplicar nesse negócio, mas como viu o Braga lendo um artigo de jornal em inglês, traduzindo pra ele, achou que o amigo fosse muito inteligente e aplicou logo praticamente todo o seu capital. Agora ele tá vendo notícias de baixa do valor do café no mercado internacional e tá entrando em parafuso.   Vimos também que Ruth foi passar uns dias com as tias e ficou chocada com o tratamento que elas dispensam à empregada, uma menina preta. Ruth incentiva Sancha a fugir e no último dia de visita às tias, acorda com a notícia de que Sancha de fato fugiu, de madrugada! Vimos que Nina é apaixonada por Mário, que não toma jeito e não quer saber de trabalhar! Sobre a Nina, deixa eu frisar que ela é feia.

    #115 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA - PARTE 3

    Play Episode Listen Later Jul 14, 2024 56:08


    Vamos relembrar mais um pouco sobre a autora? Eu confesso pra vocês que eu não conhecia ela. Fui pesquisar e me informar porque entrou na lista de leituras pro vestibular da UFRGS, com este romance, A falência. E adorei saber que na época de Machado de Assis tinha essa escritora mulher produzindo bastante e escrevendo sobre direitos das mulheres, escrevendo de forma a fazer os leitores pensarem sobre essas ideias, de voto feminino, de abolição da escravidão. Júlia Lopes de Almeida participou da I Conferência pelo Progresso Feminino, que aconteceu no RJ, em dezembro de 1922. Mas bem antes disso, quando escreveu o romance A falência, esse assunto já interessava à escritora. O A falência foi publicado em 1901 e conta uma história situada em 1891, e Júlia já colocou nesse livro conteúdo convidando o público a pensar sobre a emancipação feminina, que era assim que chamavam as pautas do feminino naquela época. É por isso que tem pastor que quer as mulheres longe dos livros e das universidades. Porque quem aprende a pensar criticamente com os livros não se deixa manipular.

    LO ENTREVISTA - CHAMADA

    Play Episode Listen Later Jun 22, 2024 0:45


    Vem aí uma playlist de entrevistas no podcast Literatura Oral. Te inscreve no canal do YouTube do LO para acessar. Logo mais, coloco a primeira entrevista, que será poesia em diálogo com balé clássico!

    #114 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA - PARTE 2

    Play Episode Listen Later Jun 17, 2024 64:31


    A falência é um romance de 1901. Portanto, podemos situar no início da estética do Modernismo. A história começa no ano de 1891, então a narrativa fala de um tempo um pouco anterior ao ano de publicação da obra, que foi 1901. E em 1891 o Brasil estava passando por mudanças. Por exemplo, a escravidão tinha sido abolida, ainda que só em teoria, em 1888. Era o auge do comércio do café, com plantações e exportação do grão, e é essa a ocupação do protagonista, Francisco Teodoro. A gente pode dizer que o protagonismo da obra fica dividido entre esse casal, Francisco e Camila. Camila é uma mulher burguesa nos moldes da época, mas só até por ali. Assim como em outros romances do Realismo e do início do Modernismo, ela é uma personagem feminina que ganha importância dentro da trama e que subverte o que a sociedade ditava como ideal para o feminino. Por exemplo, Camila tem um caso com o médico da família. Só que ela não é apaixonada por ele, ela tá nesse caso por tédio e procurando diversão. Ela sabe que o marido também teve casos, mas não sofre com isso, como sofriam de amor as protagonistas do Romantismo, por exemplo. É uma mulher ciente dos seus desejos e ciente de como a sociedade funciona, e joga bem com as regras sociais.

    #113 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA

    Play Episode Listen Later May 15, 2024 78:11


    Júlia Lopes de Almeida nasceu no RJ, em 1862 e faleceu em decorrência da febre amarela, na mesma cidade, em 1934, o mesmo ano em que fica pronta a vacina contra essa doença. A gente pode imaginar que o RJ seja um cenário presente na obra dela, né? Mas ela também morou em Campinas, SP, e em Lisboa, Portugal. Além de escritora, Júlia foi teatróloga e abolicionista. Como escritora, escreveu romances, literatura infantil, crônicas, peças e matérias jornalísticas. Na literatura infantil, ela foi pioneira no Brasil, publicando contos com a irmã Adelina Lopes Vieira. Casou com o poeta português Filinto de Almeida. Os três filhos do casal também foram escritores. Um dos primeiros romances escritos por Júlia Lopes de Almeida foi publicado em 1888, com o título Memórias de Martha. 1888 foi um ano importante na história brasileira, porque em 13 de maio foi abolida a escravidão, com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel. O primeiro romance é uma autobiografia ficcional, uma narrativa em primeira pessoa de Martha contando sua vida. Martha é personagem de ficção, mas o livro é narrado como se fosse uma história real, uma autobiografia. E já é muito interessante e diferente pra época, porque Júlia escreve um romance em que uma mulher é protagonista. Então é livro de autoria feminina com protagonista feminina. É a história de uma menina pobre, que viveu em cortiço no RJ, e cuja mãe criava ela sozinha, tendo de se virar pra dar conta de tudo. Vejam que interessante e pertinente a temática que Júlia escolhe abordar no seu primeiro romance. Quem aí tá lembrando das lavadeiras do cortiço de Aluízio Azevedo? Memórias de Martha foi publicado aos poucos, no jornal O País, em folhetim, como era comum a publicação de romances na época. Julia Almeida participou de Sociedades Femininas da época. Foi presidente de uma, patrona de outra, e participou do planejamento da Academia Brasileira de Letras, em 1897.

    #112 ROBINSON CRUSOE - DANIEL DEFOE

    Play Episode Listen Later Apr 1, 2024 53:18


    Hoje vou comentar um clássico da literatura inglesa, Robinson Crusoe, de Daniel Defoe. Ou Robinson Crusoé, como eu sempre escutei, na pronúncia brasileira. Ao longo do episódio aqui eu vou falar às vezes Crusoe, às vezes Crusoé, mas tá tudo certo, beleza?Esse livro do Daniel Defoe é do século XVIII e é considerado o expoente do romance inglês e uma das primeiras obras literárias desse gênero, romance. O jeito que Defoe escreveu esse livro ainda é muito diferente do que a gente conhece e tá acostumado por romance hoje, mas na época ele foi um visionário e investiu seu tempo em escrever de uma forma diferente de tudo que existia até então. Quando eu falar romance aqui, pessoal, eu tô falando do gênero literário, da forma de escrever literatura que é uma narrativa em prosa e mais longa que um conto. Em prosa significa que não é em verso, é do jeito que a gente fala, com frases corridas. Antes dos romances, os textos literários eram escritos em verso. Mesmo as histórias longas, as epopeias, eram longos textos em versos. Essa foi uma grande inovação do romance, escrever como a gente fala, com linguagem em prosa e próxima do estilo popular, simples. Nesse episódio, citei: WATT, Ian. A ascensão do romance. Tradução Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

    Li CALIBÃ E A BRUXA - SILVIA FEDERICI

    Play Episode Listen Later Jan 31, 2024 6:42


    Minhas impressões (resumidas) da leitura de Calibã e a Bruxa, de Silvia Federici. Tradução Coletivo Sycorax. Editora Elefante.

    #111 IF I MUST DIE - REFAAT ALAREER

    Play Episode Listen Later Jan 14, 2024 13:07


    Alareer publicou o livro Gaza writes back, que é uma compilação de crônicas de escritores de Gaza sobre a vida no território. E também publicou Gaza unsilenced, que significa Gaza não silenciada. Quer dizer, ele foi atuante em escrever e em incentivar outros escritores a contar sua realidade para o mundo, em impedir que seu território ficasse invizibilizado. Esse poema que eu vou ler, If I must die, que significa “se eu devo morrer”, ele escreveu quando esse último conflito começou, em outubro. E no poema tem uma frase que passa a tarefa de não se calar ao leitor ou interlocutor. O leitor deve levar adiante seu legado de manter viva a esperança das crianças de Gaza. O poema traz a imagem de uma pipa, que o interlocutor deve fazer na cor branca para que a criança em Gaza veja como um anjo.  É uma mensagem de esperança escrita por alguém numa zona de conflito, sabendo que poderia morrer a qualquer momento e ainda assim refletindo sobre o futuro, sobre a necessidade de comunicar amor e esperança.

    #110 MARIO QUINTANA

    Play Episode Listen Later Jan 8, 2024 13:48


    Entre os temas preferidos do poeta está a infância, em que o ponto de vista em alguns poemas é como se fosse o de um menino, é o olhar de criança sobre a vida. E em outros é uma constatação de que o menino ainda vive no adulto, que nem viu o tempo passar. O poeta coloca em sua poesia também a singeleza da vida, a morte, e fala muito na passagem do tempo. Quanto à forma, Quintana assume forma livre. Bem alinhado com o momento em que ele escreve, que passou pela estética do Modernismo. Pelas temáticas abordadas, a poesia dele também se aproxima do Simbolismo, aquela estética que predominou no final do século XIX, no Brasil, e que combinava figuras de linguagem com imagens oníricas, vagas, etéreas. Em algumas poesias, Quintana constrói uma voz poética que explora essa temática.  

    #109 O CEMITÉRIO DE PRAGA - UMBERTO ECO

    Play Episode Listen Later Dec 24, 2023 24:18


    Uma forma de começar a explicar um texto é dizer em que pessoa ele é narrado, se é em primeira pessoa, com o narrador participando da ação narrativa, ou em terceira, com o narrador contando a história de alguém. E nesse aspecto O cemitério de Praga é interessante, porque são três vozes narrativas: do protagonista Simone Simonini, do abade Dalla Picolla e do narrador.

    #108 GREGÓRIO DE MATOS GUERRA

    Play Episode Listen Later Dec 13, 2023 22:11


    Gregório era filho de portugueses ricos e como acontecia naquela época para quem podia estudar, foi fazer faculdade de Direito em Coimbra, Portugal. Como todos os brasileiros filhos de portugueses tinham cidadania portuguesa, naquela época, ele é considerado luso-brasileiro. Chegou a trabalhar em Portugal e lá já escrevia sátiras, que são textos em prosa ou em verso, que ridicularizam as instituições ou os costumes. De volta ao Brasil, ele se dedicou à poesia em diferentes estilos, como lírico-filosófica, sacra, erótica, pornográfica. Mas são as suas poesias satíricas atacando o governo e o clero que dão mais o que falar. Ele não tinha papas na língua e atacava a hipocrisia da sociedade bahiana dizendo tudo o que ele queria dentro dos versos. Isso rendeu várias inimizades e ele foi enviado para Angola, outra colônia portuguesa. Ficou proibido pra sempre de botar o pé na Bahia, mas conseguiu autorização de voltar ao Brasil. Morreu no Recife, em 1696, aos 60 anos.

    #107 A LOTERIA - SHIRLEY JACKSON

    Play Episode Listen Later Nov 21, 2023 60:22


    “A loteria” foi publicado em um 26 de junho de 1948, na Revista The New Yorker. A história acontece em uma manhã ensolarada de 27 de junho, portanto a publicação em 26 de junho aumenta o efeito de terror da narrativa. Mas eu não quero ficar antecipando muito, pra quem não conhece ter a sua primeira impressão com a leitura. No ano seguinte, a autora publicou o conto na compilação The Lottery and Other Stories. Shirley Jackson teve a ideia de escrever o conto enquanto puxava o carrinho da filha numa subida, numa manhã. Ela chegou em casa, colocou a bebê no cercadinho, guardou as compras e sentou pra escrever. E escreveu em um fôlego só, do início ao fim, sem pausa. Essa versão é controversa.

    #106 AMAR, VERBO INTRANSITIVO - MÁRIO DE ANDRADE - FINAL

    Play Episode Listen Later Oct 30, 2023 55:52


    Vocês viram que o autor coloca fim no romance, anuncia que o idílio dos dois está acabado, de Elza e de Carlos, marca o fim e depois continua a narrativa. A página que está escrito “fim” traz até uma arte que remete ao fim, com a palavra em caixa alta, distanciada do texto e centralizada, como se tivesse acabado mesmo. Como em um movimento musical, o romance anuncia o fim e segue, num recomeço que nos remete ao um ciclo. Mário de Andrade era musicista. Na música acontece esse movimento, de marcar o fim e recomeçar a melodia. Ele usa desse recurso para conferir a ideia de ciclo ao romance. Terminado o idílio com Carlos, Elza recomeça com novo aluno, um que ela não gosta, Luís. Mas ela já está decepcionada, porque já foram tantos, que agora já estão casados, encaminhados na vida – na vida sexual/sentimental, ao menos – e ela segue presa nesse ciclo, sonhando em ter um marido. Não consegue que algum aluno se apaixone a ponto de casar, nem consegue voltar à Alemanha. Pra Elza, amar tem sido um verbo intransitivo, que não encontra objeto a não ser no marido idealizado em sonhos. O amor dela não encontra a quem se doar, nem ela é objeto de amor de nenhum dos burgueses que iniciou sexualmente. Pra personagem Elza, amar é verbo intransitivo.

    CHAMADA #106

    Play Episode Listen Later Oct 30, 2023 0:23


    Vem aí o episódio #106 do podcast Literatura Oral, com a parte final da leitura comentada de Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade!

    #105 AMAR, VERBO INTRANSITIVO - MÁRIO DE ANDRADE - PARTE 5

    Play Episode Listen Later Oct 16, 2023 55:42


    No último episódio, vimos que a presença de corais na narrativa ajuda a entender a identidade de Elza, que considera mais importante o coletivo do que as aspirações pessoais. No coral, que ela canta com os conterrâneos alemães nas reuniões, e que ela sonha em ver apresentações quando for casada na Alemanha, no coral o que prevalece é a voz do coletivo, em detrimento de uma voz individual. A narrativa informa que nesse coral dos imigrantes alemães, os homens cantavam melhor que as mulheres. Não fica claro se isso é pensamento de Elza ou opinião do narrador. Mas Elza tem uma mentalidade um pouco machista, em que ela sempre imagina o homem como provedor e a mulher como submissa, em casa, à espera do marido.

    CHAMADA #105

    Play Episode Listen Later Oct 16, 2023 0:25


    VEM AÍ O EPISÓDIO #105 DO PODCAST LITERATURA ORAL

    #104 AMAR, VERBO INTRANSITIVO - MÁRIO DE ANDRADE - PARTE 4

    Play Episode Listen Later Sep 27, 2023 73:54


    Andrade era um intelectual, não só entendido de literatura como de música, e encheu o texto de referências, nem todas acessíveis ao leitor mediano, sem tanta erudição quanto ele. Isso, por si só, não deveria ser motivo de crítica negativa ao romance de Mário de Andrade. Afinal, quando um texto é lotado de referências, algumas possibilidades de leitura se abrem. Ou a pessoa lê sem saber ou sem se dar conta dessas alusões, e aí absorve a história de forma mais rasa, mas ainda assim entra em contato com a narrativa proposta pelo autor. Ou a pessoa já conhece muitas das referências, se diverte com essas alusões e vai em busca de procurar saber ou entender as que ainda lhe são desconhecidas, e aí entra em contato com uma versão muito mais aprofundada do romance. Eu entendo que esse texto denso é na verdade um elogio do autor ao leitor, porque o autor confia na capacidade de decodificação desse leitor, que não precisa apreender tudo na primeira leitura, pode se divertir em descobrir mais na segunda vez em que pega o texto. O uso de referências, de composição de textos densos, de diálogos com outros textos distantes no tempo e no espaço daquele local de publicação da obra é uma tendência do Modernismo, movimento do qual Andrade foi um dos precursores no Brasil.

    CHAMADA #104

    Play Episode Listen Later Sep 26, 2023 0:26


    Preparando o episódio #104!

    #103 AMAR, VERBO INTRANSITIVO - MÁRIO DE ANDRADE - PARTE 3

    Play Episode Listen Later Sep 2, 2023 73:08


    Prestem atenção na ironia do narrador contando que Elza está sofrendo. Mais uma vez a referência à frieza do povo alemão. Mas não se enganem, o narrador é sarcástico com todas as personagens. Atentem também pra forma como o narrador conversa com o leitor, adivinha o que o leitor provavelmente pensa e responde com intimidade, como já fazia Machado de Assis. Mário de Andrade foi um dos fundadores do Modernismo. Esse movimento influenciou as artes no sentido de ampliar as possibilidades estéticas no sentido de valorizar a expressividade popular brasileira. Com isso, rompeu com concepções acadêmicas e valorizou a oralidade. Quando Andrade escrevia, isso tudo ainda tava na fase de experimentalismo e ele chamava essa forma espontânea de escrever como se fala de “escrever brasileiro”. Por isso podemos dizer que Andrade contribuiu para a identidade linguística brasileira. Ele cria neologismos que garantem uma abordagem imagética das cenas.

    CHAMADA #103

    Play Episode Listen Later Sep 2, 2023 0:31


    Vem aí o episódio #103 do podcast Literatura Oral! segue a leitura comentada de Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade!

    #102 AMAR,VERBO INTRANSITIVO - MÁRIO DE ANDRADE - PARTE 2

    Play Episode Listen Later Aug 21, 2023 60:37


    Como será que era ocontexto político no Brasil em 1927, quando este romance é publicado? O presidente era Washington Luís. O Partido Comunista Brasileiro volta à legalidade em janeiro e é tornado ilegal em agosto. Em setembro é fundada a Universidade Federal de Minas Gerais. O Rio Grande do Norte, em outubro, é o primeiro Estado brasileiro a legalizar o voto feminino. 1927 é o ano em que nascem Tom Jobim e Ariano Suassuna. Ano importante na história do Brasil. Vimos que o romance conta a história de Elza, que é contratada por Sousa Costa para fazer a iniciação sexual de seu filho adolescente. Só que a mãe não sabe e Elza vai morar com a família sob o disfarce de governanta e professora de alemão. Ela imigrou em função da 1ªGM e está trabalhando para juntar dinheiro e voltar à Alemanha. Precisamos falar sobre a escolha profissional de Elza. Tudo bem, talvez não tenha sido escolha. Mas nos diz algo da desvalorização do educador desde muito cedo, no Brasil. Porque Elza cumpre uma função de fachada que é a das preceptoras, ou seja, professoras que ensinam em casa, moram com a família. Uma tarefa muito comum no século XIX, na Europa, e muito difundida na literatura europeia. Tá aí o clássico Jane Eyre, da inglesa Charlotte Brönte, que não me deixa mentir. Só que ensinar alemão, ser governanta, enfim, não daria a ela o mesmo lucro que essa outra prática, a de instrutora sexual. Retardaria a possibilidade da volta pra Alemanha. Quer dizer, o romance nos dá pistas de desvalorização do trabalho com educação já na década de 1920, quando o livro é escrito. Como será que era o contexto político no Brasil em 1927, quando este romance é publicado? O presidente era Washington Luís. O Partido Comunista Brasileiro volta à legalidade em janeiro e é tornado ilegal em agosto. Em setembro é fundada a Universidade Federal de Minas Gerais. O Rio Grande do Norte, em outubro, é o primeiro Estado brasileiro a legalizar o voto feminino. 1927 é o ano em que nascem Tom Jobim e Ariano Suassuna. Ano importante na história do Brasil.

    CHAMADA #102

    Play Episode Listen Later Aug 19, 2023 1:43


    Gravando o episódio #102 ☘

    #101 AMAR, VERBO INTRANSITIVO - MÁRIO DE ANDRADE

    Play Episode Listen Later Aug 12, 2023 60:39


    Amar, Verbo intransitivo é a história de uma imigrante alemã que faz o trabalho de iniciação sexual de jovens. Ela é contratada por famílias abastadas de São Paulo, fica morando nas casas um tempo, no disfarce de empregada ou governanta, e cumpre o papel de ensinar esses garotos a fazer sexo. Baita história, né? Com essa obra, Mário de Andrade toca em uma série de questões tabu da sociedade paulistana da época em que o livro foi escrito, em 1927, quase cem anos atrás. A primeira recepção do livro achou um escândalo. Andrade classificou o texto como “idílio”, que é um texto leve sobre amor. No texto de orelha da editora Agir diz que o romance tem cenas separadas graficamente, como cortes cinematográficos. O narrador é um alter ego de Andrade e, como o escritor, usa metáforas musicais, pela sua formação em Música, discorre sobre teorias literárias e faz crítica de arte, afinal ele publicava críticas. Ele narra como quem conta um filme enquanto tá assistindo o filme. O narrador usa linguagem coloquial brasileira, como frases começando com pronomes átonos. E também usa onomatopeias. Esse uso da linguagem era importante pra Andrade, era parte do que ele queria implantar na nossa literatura com o movimento Modernista. Andrade chamava esse jeito de falar de “linguagem brasileira”, usando as nossas expressões do dia a dia. E é um narrador que conversa com o leitor, que acessa o íntimo das personagens e também é íntimo do leitor.

    #100 CONSELHO/O CÃO, PRADO VEPPO

    Play Episode Listen Later Jul 30, 2023 7:37


    Veppo lançou nove livros de poesia, sendo que dois deles ele eram colaborações com outros escritores da cidade. No poema “Alguém”, o eu lírico se pergunta “Quem lembrará de mim passados vinte anos”. Pois quando fazia 20 anos de sua morte, a Editora da UFSM lançou a segunda edição da coletânea Prado Veppo – Obra completa. A poesia de Veppo traz versos curtos, geralmente sobre circunstâncias da vida e dramas humanos. Essas escolhas temáticas podem ser herança da infância difícil, em que o poeta perdeu a mãe com dois anos e o pai com 14, e também das experiências no exercício da psiquiatria. 

    #99 A METAMORFOSE, FRANZ KAFKA

    Play Episode Listen Later Jul 18, 2023 35:16


    A Metamorfose é uma novela, o que significa que é um texto com características que diferem um pouco do gênero romance, principalmente por ser menor e com número reduzido de personagens. Essa obra, que talvez seja a mais conhecida de Kafka e foi escrita quando ele tinha 29 anos, em 1912, é a história de quando Gregor Samsa acorda transformado em um inseto. Mas o livro só foi publicado alguns anos depois, em 1915. Na minha opinião, ela trata da solidão humana. O contexto em que Kafka escreveu A Metamorfose foi a agitação pré-primeira guerra. Três anos antes da publicação, A Metamorfose estava pronta e Kafka fez uma leitura para os amigos, que teriam reagido com risadas. Então o primeiro público da novela entendeu o texto como humorado. Kafka levou apenas 20 dias para escrever esse que é um dos textos mais perturbadores da história da literatura.

    #98 VESTIBULAR, FERREIRA GULLAR

    Play Episode Listen Later Jun 12, 2023 11:25


    O poema começa com o nome completo do jovem que não passou no vestibular. É interessante o nome completo iniciar o poema, porque antigamente os vestibulandos ansiavam por escutar o seu nome completo no rádio, anunciando a aprovação. Era uma hora muito esperada, a família toda ficava silenciosa escutando o listão das universidades, esperando escutar o nome completo. Essa abertura funciona como uma compensação a Paulo Roberto Parreiras, que não passou, não escutou seu nome no listão, portanto, mas tem o nome dito pelo eu lírico, pela voz narrativa do poema. Ao longo do texto, o poeta faz referência a outras perdas da juventude, no Brasil e no mundo. Cita outros jovens que sofrem injustiças ou que simplesmente não tiveram chances na vida, no mesmo dia em que Paulo Roberto fica sabendo da reprovação. Morreu um que tomava entorpecentes em NY, outro em SP que tinha sido preso roubando carro.

    #97 CANTO GERAL, PABLO NERUDA

    Play Episode Listen Later Jun 3, 2023 15:00


    Ricardo Eliecer Naftali Reyes y Basoalto é o nome de batismo do poeta que alterou legalmente seu nome para Pablo Neruda. Ele nasceu em 1904 no centro do Chile, mas foi ainda bebê morar no sul, em Temuco. E dizia que essa pequena aldeia, Temuco, é a paisagem essencial de sua poesia. Quando Neruda nasceu, o Chile tinha passado por uma guerra civil há uns 15 anos, que transformou o país em uma República Parlamentar. Em 1971, Neruda recebeu o prêmio Nobel de Literatura. Além de poeta, ele foi diplomata e representou o Chile em diversos países. Eu tinha pensado em falar do Neruda desde fevereiro, quando saiu uma notícia de que ele foi morto por envenenamento, em 1973.  Segundo notícia no site G1, o corpo do poeta foi exumado há dez anos, em função de uma denúncia de assassinato, e no início deste ano um grupo de especialistas entregou um relatório à justiça do Chile, concluindo que a sua morte foi por envenenamento. A causa oficial da morte é câncer de próstata. Mas quem teria envenenado Neruda? O ano da morte dele coincide com o do golpe militar de Augusto Pinochet. Bom, Pinochet e sua ditadura mataram muitos opositores do governo, e Neruda era abertamente comunista.

    CAMÕES - AULA 6

    Play Episode Listen Later Mar 21, 2023 24:07


    Dicas sobre Camões

    #96 COM LICENÇA POÉTICA, ADÉLIA PRADO

    Play Episode Listen Later Mar 5, 2023 6:54


    O poema de Adélia, Com licença poética, abre o seu primeiro livro, Bagagem. Nesse poema, a escritora destaca as dificuldades que as mulheres enfrentam desde nascer. Mulher nasce pra segurar bandeira, ou seja, está sempre precisando defender alguma causa, defender o seu espaço, se fazer ouvir. Mas encerra com uma imagem positiva, de que o feminino teria o dom de se livrar de maldições pela capacidade de ser desdobrável, quer dizer, mulheres são flexíveis, se adaptam. O eu lírico sugere que as mulheres teriam vocação ancestral para a alegria. Notem que o anjo que se comunica com o eu lírico de Drummond é torto e vive na sombra, mas o anjo do eu lírico do poema de Adélia é esbelto, toca trombeta e, ao invés de profetizar um destino ruim, como o outro, ele atribui à recém-nascida uma função, a de segurar bandeira.

    #95 O FATO COMPLETO DE LUCAS MATESSO, LUANDINO VIEIRA

    Play Episode Listen Later Feb 21, 2023 50:17


    José Luandino Vieira é o pseudônimo de José Vieira Mateus da Graça, que nasceu em Portugal, em 1935. Logo aos três anos a família muda para Angola, então colônia de Portugal. A ligação do escritor com a capital, Luanda, é tanta, que ele usa como nome artístico Luandino. E não fica só na admiração, não. Luandino foi ativo na luta pela independência de Angola em relação a Portugal, e por esse motivo foi preso político por mais de uma década, sendo que ficou preso oito anos no campo de concentração Tarrafal, em Cabo Verde. Boa parte de sua obra literária foi produzida durante o confinamento. Este ano o autor faz 88 anos e atualmente mora em Portugal. Antes de falar mais sobre Luandino Vieira, vamos entender um pouco da história de Angola. A República da Angola é um país africano, do oeste da África, de território extenso e com litoral voltado ao Oceano Atlântico. Portugal chega a Angola no período das grandes navegações, em 1482. Angola foi colônia portuguesa desde o século XV até a independência, em 1975. Tem a Língua Portuguesa como idioma oficial, portanto. Outros países que foram colônias portuguesas na África foram Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. Só que não são territórios contíguos.

    #94 ISMÁLIA, ALPHONSUS DE GUIMARAENS

    Play Episode Listen Later Jan 29, 2023 14:12


    Alphonsus de Guimaraens é o pseudônimo do poeta mineiro Afonso Henriques da Costa Guimarães, que viveu entre 1870 e 1921. Essa mudança que ele fez no nome é uma latinização, para combinar com os hinos católicos que ele gostava e para dar um ar místico ao seu nome de escritor. Ele escreveu dentro da estética do Simbolismo. Quando ele tinha 17 anos, morreu uma prima que ele considerava como noiva e ele ficou muito abalado.

    #93 A NOIVA, MAEVE BRENNAN

    Play Episode Listen Later Jan 16, 2023 47:34


    O conto é “A noiva”, uma tradução minha do conto “The Bride”, que consta no livro The Rose Garden, uma compilação publicada no ano 2000, com contos da Maeve Brennan (1917-1993) em que quase todas as histórias se passam em Nova York.

    #92 TRILOGIA DA TERRA ESPANHOLA, LUCIANA FERRARI MONTEMEZZO (FEDERICO GARCÍA LORCA)

    Play Episode Listen Later Jan 8, 2023 26:26


    Trilogia da Terra Espanhola traz três peças traduzidas por Luciana Ferrari Montemezzo do poeta e dramaturgo espanhol, Federico García Lorca, além dos comentários da tradutora. As peças são Bodas de sangue, Yerma e A casa de Bernarda Alba. Vamos saber um pouco sobre o autor? Federico García Lorca viveu entre 1898 e 1936. Morreu com apenas 38 anos, assassinado no início da Guerra Civil Espanhola, que aconteceu entre 1936 e 1939.

    #91 SENHORA, JOSÉ DE ALENCAR - FINAL

    Play Episode Listen Later Dec 5, 2022 51:51


    Na leitura de hoje, teve um fragmento em que o escritor José de Alencar alfineta os leitores brasileiros sobre preferirem os títulos estrangeiros e não darem tanta atenção à literatura nacional. Tava doído quando escreveu isso, o Alencar. E aí ele usa um recurso que é a intertextualidade, que é quando um texto cita outro, ou metatextualidade, quando um texto reflete sobre si mesmo ou reflete sobre o fazer literário, e cita Diva, um romance dele próprio, publicado em 1864 e que, junto de Lucíola, de 1862, e Senhora, compõe os perfis femininos de Alencar e está inserido na segunda fase do romantismo brasileiro, que foi a fase do ultrarromantismo, com mulheres e relacionamentos idealizados. Diva não é uma continuação de Lucíola, mas o narrador de um livro conhece o narrador do outro, como fica evidente pela epígrafe em Diva, uma brincadeira do autor com seus leitores. Quando cita Divana narrativa de Senhora, Alencar é irônico, porque se refere aos críticos da obra que, sem querer, atiçam a curiosidade dos leitores e acabam por recomendar o livro. Numa parte que eu não li, a protagonista faz uma festa em casa e valsa com o marido. Eles estão casados há meses e nunca se encostaram. A tensão sexual entre eles e os rodopios da valsa fazem com que Aurélia desmaie. O ato de mulheres desmaiarem é muito comum nas narrativas românticas, que colocam as personagens femininas como seres suscetíveis às emoções, de forma que os sentimentos as afetam fisicamente. E qualquer emoção mais forte é motivo pra desmaio! Então a mocinha desmaiar é bem característico da segunda fase do romantismo.

    #90 SENHORA, JOSÉ DE ALENCAR - PARTE 4

    Play Episode Listen Later Nov 14, 2022 74:23


    Na leitura de hoje, vimos que Seixas chegou a ficar noivo de Aurélia, mas recebeu a proposta de Amaral, com um dote de 30 contos para a filha, e optou pelo melhor negócio. Essa proposta do Amaral foi um incentivo do Lemos, que queria Aurélia com o noivado desfeito e frustrada pelo desprezo, para concordar com o empreendimento que ele tinha em mente para a sobrinha. Que me parece que era agenciar Aurélia como prostituta. Queria lucrar com a sobrinha, com quem ele nunca se importou antes. Vimos que Seixas não tem firmeza de propósitos. Vai passar um tempo no campo, pra se recuperar de tanta festa na cidade e sai com a intenção de ficar dois meses, mas aguenta quando muito quinze dias. E notem que no Português da época da escrita do romance, 1875, dizia-se “dous”, e não dois. O que a personagem Seixas não conseguia de jeito nenhum era renunciar à vida elegante. O código de etiqueta ao qual essa personagem responde aceita falta de ética, como trair amigos, insinuar esperanças de casamento, mentir às mulheres. Nesse fragmento está contida uma crítica à etiqueta dos salões.

    #89 SENHORA, JOSÉ DE ALENCAR - PARTE 3

    Play Episode Listen Later Oct 19, 2022 65:43


    No último episódio aqui do LO, vimos que Seixas conhece a noiva Aurélia e ela finge que não sabe do arranjo do casamento. Arranjo esse determinado por ela própria, que queria oferecer um dote a Seixas porque ele havia a rejeitado anos atrás, quando ela era pobre. Aí reviravoltas de romance romântico, Aurélia ganha uma herança, fica podre de rica e manda o tutor arrumar o casamento com esse crush do passado. O romance Senhora foi publicado em 1875 e pertence à segunda geração do romantismo, que é a fase de ultrarromantismo, com relações idealizadas e mulheres descritas muito diferentemente do que são as mulheres da realidade. José de Alencar fez parte da elite política e intelectual do Brasil Império, e escrevia sobre os costumes e as práticas desse grupo, como os casamentos arranjados.

    MAEVE BRENNAN PARA UNIFESSPA/FALET - AULA 5

    Play Episode Listen Later Oct 6, 2022 98:07


    Esse vídeo corresponde à segunda aula do Minicurso "No place is home": Literatura de Migração em contos de Maeve Brennan, para a UNIFESSPA/FALET, em 5 de outubro de 2022. A aula 1, infelizmente, não foi gravada. Errata: Os outros textos de Maeve Brennan que falam nas mudanças em Nova York estão em The Long-Winded Lady (1998). Em The Springs of Affection (1997), o cenário dos contos é a Irlanda. Obrigada à Unifesspa/Falet pelo espaço, à professora Dra. Suellen Cordovil e aos participantes. O conteúdo da aula é parte da minha pesquisa de pós-doutorado pelo programa de Pós-Graduação em Estudos Literários UFSM (PPGL) com apoio do CNPq.

    #88 SENHORA, JOSÉ DE ALENCAR - PARTE 2

    Play Episode Listen Later Sep 5, 2022 64:54


    Eu terminei a leitura do último episódio com a apresentação de Seixas, um homem de menos de 30 anos. O narrador inicia a apresentação pela casa dele, pra contrastar entre a pobreza da casa e o luxo com que ele vive. O narrador realça a alvura da pele de Seixas. A descrição do pé, que é arqueado na forma aristocrática. Ser aristocrata significa que a pessoa nasceu em determinada família, com posses e títulos, e isso não tem nada a ver com características físicas. Dizer que o pé, que o arco é na forma aristocrática é tão absurdo quanto quando os nazistas diziam que ter olhos azuis era sintomático de superioridade racial, é uma bobagem preconceituosa. Com essa valorização de determinadas características físicas, principalmente a branquitude, o escritor José de Alencar colabora para reforçar na mentalidade brasileira uma suposta superioridade racial, na qual ele provavelmente acreditava, tendo em vista seu posicionamento diante da manutenção da escravidão. Só que imaginem como é que bate pras gerações e gerações de crianças pretas que precisaram ler esse livro no colégio?

    LISÍSTRATA - A GREVE DO SEXO, ARISTÓFANES, com a Prof. Dra. Valéria de Castro Fabrício, FAIXA BÔNUS 9

    Play Episode Listen Later Aug 1, 2022 33:13


    Bate papo sobre a peça Lisístrata - A greve do sexo, de Aristófanes Com a professora dra. Valéria de Castro Fabrício

    #87 SENHORA, JOSÉ DE ALENCAR

    Play Episode Listen Later Jul 26, 2022 59:07


    Primeiro, vamos saber um pouco sobre o autor e o tempo de produção da obra. José Martiniano de Alencar foi escritor, advogado, trabalhou como jornalista e político também. Nasceu em 1829, no Ceará, e morreu em 1877, com apenas 48 anos, no RJ. Foi um dos principais autores do romantismo brasileiro, tendo publicado tanto na fase indianista quanto na fase romântica. Da fase indianista, destaque para Iracema e O guarani, sendo que O guarani serviu de inspiração para a ópera de mesmo nome, do maestro Carlos Gomes. Alencar participou da Academia Brasileira de Letras, indicado por Machado de Assis. O pai do José de Alencar foi senador do Império, então a família muda para o RJ quando ele ainda é criança. Na política, Alencar defendia um governo forte e a abolição gradativa da escravatura. Daí as críticas atuais ao escritor, que não teve um posicionamento humanitário. Alencar escreveu romances históricos, indianistas, regionalistas, mas Senhora é de uma fase de textos urbanos, quer dizer, que têm como cenário a cidade. Senhora é um perfil feminino, e Alencar escreveu outras protagonistas femininas, como Iracema e Lucíola. Senhora é de 1875, portanto um dos últimos livros dele, publicado pouco antes de morrer.

    #86 O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS, MANOEL DE BARROS

    Play Episode Listen Later Jul 3, 2022 6:50


    No episódio de hoje quero ler uma poesia das coisas simples, pra acalmar a turbulência que tem sido a vida do brasileiro. Vamos de Manoel de Barros, com O apanhador de desperdícios. Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá, capital do Mato Grosso, em 1916, e faleceu em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, em 2014, aos 97 anos. Pra mim, ele é o poeta da simplicidade, do encantamento com a natureza, minimalista. Manoel de Barros pertenceu à Geração de 45 e foi associado ao pós-Modernismo. Recebeu vários prêmios, entre eles 2 Jabutis. A poesia O apanhador de desperdícios está no Livro sobre nada, de 1996. Ele se formou em Direito e participou da União da Juventude Comunista quando era jovem.

    #85 MICHAEL KOHLHAAS, HEINRICH VON KLEIST

    Play Episode Listen Later May 11, 2022 59:37


    Michael Kohlhaas é uma história escrita no século XIX, mas ambientada no século XVI. É a história de um criador de cavalos que sofre uma injustiça, busca reparação no sistema judiciário e, não conseguindo, decide fazer justiça por conta própria, iniciando uma guerra que põe em choque as velhas práticas de justiça medieval e o direito moderno ao livre comércio. Então é uma história que contrapõe justiça medieval e direito moderno; feudalismo e formação de Estados Nacionais. Uma das ponderações a que esse romance nos convida e que eu quero chamar atenção de vocês, é sobre até que ponto vale a pena buscar justiça, buscar reparação na justiça. E se, em alguns casos, alguns danos simplesmente não podem ser reparados e buscar justiça só aumenta a bola de neve de injustiças e de sofrimento. Neste romance, Michael sofre uma injustiça e se volta contra o sistema, se torna um fora da lei em busca de reparação pessoal, só que com isso ele gera uma série de injustiças para outras pessoas, que não tinham nada a ver com o caso dele, e acaba por perder tudo. Então, nessa história, a busca por reparação não compensou. O autor Kleist foi uma grande influência para Franz Kafka, escritor tcheco do clássico A metamorfose, entre outros títulos. Esses dois escritores têm um estilo de escrita que lembra o estilo burocrático, a forma como documentos do campo jurídico são escritos. E a história de Michael Kohlhaas, que é o título e também o nome do protagonista, apesar de ser um livro escrito há 200 anos e da narrativa se desenrolar no século XVI, é super atual. Em essência, a condição humana e sua busca por justiça ou por reparação continua a mesma.

    #84 O RÉQUIEM DO PÁSSARO DA MORTE, ANDRIO SANTOS

    Play Episode Listen Later Apr 25, 2022 26:03


    E é essa atmosfera do gótico e do fantástico sombrio que Andrio Santos traz no seu primeiro livro, O réquiem do pássaro da morte. Pra gente começar a falar do romance, tu sabe o que é “réquiem”, essa palavra que aparece no título? Réquiem é uma palavra com origem religiosa, na igreja católica é uma missa oferecida pelo descanso de uma alma, mas também pode ser uma composição, uma música relacionada a um texto litúrgico da missa dos mortos, que sempre inicia com as palavras latinas para “repouso eterno”. Só por essa palavra do título, e por ser o réquiem que é do pássaro da morte, só pelo título, a gente pode presumir qual é a atmosfera dessa narrativa, porque tanto réquiem quanto a presença de “pássaro da morte” remete à passagem, a transitoriedade da vida pra morte. --- This episode is sponsored by · Anchor: The easiest way to make a podcast. https://anchor.fm/app

    Claim Literatura Oral

    In order to claim this podcast we'll send an email to with a verification link. Simply click the link and you will be able to edit tags, request a refresh, and other features to take control of your podcast page!

    Claim Cancel