Capital of Angola
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Londres ameaça restringir vistos a angolanos, se Luanda não aceitar deportações. Investigador diz que situação pode provocar conflito "diplomático e económico-financeiro". Trinta e quatro anos depois da assinatura em Lisboa, qual é hoje o peso histórico e político dos Acordos de Bicesse? África do Sul prepara-se para receber os principais atores económicos do mundo na cimeira anual do G20.
Chegou o dia do Angola vs. Argentina. E no mesmo país, o Governo corta o orçamento previsto para a merenda escolar, para o próximo ano, e os encarregados de educação se contestam a medida. Em Moçambique, A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação afirma que o país vive um momento de estabilidade.
Na edição desta semana destacamos as comemorações do 50.º aniversário da independência de Angola, da presença da Interpol em Moçambique para uma operação de combate a vários fenómenos criminais. Um olhar ainda sobre a seca severa que se vide neste país. A campanha eleitoral na Guiné-Bissau está marcada pelos ataques pessoais entre os candidatos. Em Cabo Verde para além da discussão no Parlamento do Orçamento vamos dar-lhe conta ainda da entrega por parte da UE de dois barcos semi-rígidos. Uma efeméride marcou a actualidade no continente africano esta semana. No passado dia 11 de Novembro, Angola comemorou os cinquenta anos da sua independência. Ao longo desta semana a RFI fez o diagnóstico do país, um olhar sobre o passado, o presente e os anseios em relação ao futuro... são cinco episódios especiais e que pode ouvir aqui. No discurso proferido durante as comemorações do 50.º aniversário da independência, na Praça da República, em Luanda, o presidente angolano João Lourenço disse estar “ciente de que há ainda muito por fazer no país”. Mas o dia de comemorações dos 50 anos da independência de Angola ficou marcado pela concentração de vários defensores dos direitos humanos que através da voz da activista Yared Bumba consideram que o país “está em total desgraça”. Na actualidade moçambicana destacamos esta semana a seca severa que se faz sentir em três distritos da província de Gaza, no Sul do país, devido à escassez de chuvas. Uma situação que resulta do fenómeno El Niño, e que afecta pouco mais de 19 mil pessoas e que é considerada “grave” pelo porta-voz do Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres INGD, Bonifácio Cardoso. Ainda em Moçambique o Ministro do Interior, Paulo Chachine, confirmou a presença de agentes da Interpol numa operação no país. O responsável ministerial refere que “esta missão visa o combate a vários fenómenos criminais, nomeadamente o tráfico de seres humanos, tráfico de drogas e imigração ilegal”. Na Guiné-Bissau, esta semana, a campanha eleitoral para as legislativas e presidenciais ficou marcada pela intensificação do contacto com os eleitores por parte dos principais candidatos à presidência... e os ataques pessoais entre eles começaram a ouvir-se. Em Cabo Verde o governo prometeu, no Parlamento, um orçamento do Estado para 2026 com “estabilidade macroeconómica e atenção social”. A proposta de orçamento para 2026 esteve em discussão na semana passada e prevê um crescimento de 6% e uma taxa de desemprego de 7,3%. Para o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, “este orçamento tem como objectivo colocar as pessoas no centro da acção governativa”. A actualidade cabo-verdiana ficou marcada pela entrega por parte da União Europeia de dois barcos semi-rígidos para ajudar o país no combate a pirataria, o tráfico ilícito, a pesca ilegal e outras ameaças transnacionais. A entrega acontece no âmbito do projecto de Apoio à Segurança Marítima Integrada da África Ocidental, financiado pela União Europeia em 10 milhões de euros e foi considerado pela Ministra de Estado e da Defesa Nacional, Janine Lélis, “um passo significativo no reforço da segurança marítima”.
Au sommaire de Radio Foot internationale à 16h10-21h10 T.U. : - Après des nations asiatiques en octobre (et une défaite face au Japon), le Brésil affronte 2 sélections africaines. ; - Du pain et des jeux. L'Angola accueille les champions du monde argentins dans le cadre des festivités du cinquantenaire de l'indépendance. ; - Ils sont quatre, il n'en restera qu'un ! Nigeria/Gabon et RDC/Cameroun, 2 matches délocalisés à Rabat. - Veille de match pour la France (contre l'Ukraine) dans un contexte pesant. - Après des nations asiatiques en octobre (et une défaite face au Japon), le Brésil affronte 2 sélections africaines. Le Sénégal à Londres samedi, la Tunisie à Lille mardi. L'occasion de se régler, entre sélections déjà qualifiées, à quelques mois du tournoi mondial. Le dernier affrontement entre Seleção et Lions de la Teranga avait été remporté par ces derniers à Lisbonne (4-2). Que valent les Auriverdes d'Ancelotti ? Des 26 appelés, quels seront les 18 retenus au final, Neymar en fera-t-il partie ? Le «Ney» s'agaçe avec Santos, qui lutte pour le maintien. A-t-il passé son apogée ? - Du pain et des jeux. L'Angola accueille les champions du monde argentins dans le cadre des festivités du cinquantenaire de l'indépendance. Une affiche de gala plutôt onéreuse ! La presse évoque 12 millions d'euros dépensés par la fédération alors que le pays traverse une crise sociale. Messi sera du voyage mais temporise pour ce qui est du Mondial. Ils ne seront pas tous à Luanda pour affronter les Palancas Negras de Patrice Beaumelle. Molina, Montiel, G.Simeone, Mastantuono, Alvarez, Dibu Martinez ou encore Paredes forfaits. L'ex du PSG et de la Roma s'est adjugé le Superclásico avec Boca Juniors (2-0), dans une Bombonera bouillante où les Millonarios n'ont pas été inspirés. - Ils sont quatre, il n'en restera qu'un ! Nigeria/Gabon et RDC/Cameroun, 2 matches délocalisés à Rabat. Les 2 qualifiés se retrouveront dimanche, le vainqueur prendra un ticket pour... un autre barrage (intercontinental) en mars prochain. Quels favoris ? Les Super Eagles ont effectué une campagne de qualification poussive, le Cameroun a sous-performé dans le groupe D. Léopards et Panthères ont-ils les griffes plus acérées ? - Veille de match pour la France (contre l'Ukraine) dans un contexte pesant. Antoine grognet a rencontré Arnaud. Ce supporteur des Bleus se dit «impacté», pas victime. Jusqu'alors, son seul traumatisme s'appelait Séville 82. Présent au Stade de France avec ses 2 fils et des amis lors de France-Allemagne il y a 10 ans, il a vu l'allégresse du match basculer, lorsque Paris est devenu le théâtre des premiers attentats jihadistes. Avec Annie Gasnier, Éric Frosio (en direct du Brésil), Dominique Sévérac et Hervé Penot. -- Technique/réalisation : Laurent Salerno - David Fintzel/Pierre Guérin.
Au sommaire de Radio Foot internationale à 16h10-21h10 T.U. : - Après des nations asiatiques en octobre (et une défaite face au Japon), le Brésil affronte 2 sélections africaines. ; - Du pain et des jeux. L'Angola accueille les champions du monde argentins dans le cadre des festivités du cinquantenaire de l'indépendance. ; - Ils sont quatre, il n'en restera qu'un ! Nigeria/Gabon et RDC/Cameroun, 2 matches délocalisés à Rabat. - Veille de match pour la France (contre l'Ukraine) dans un contexte pesant. - Après des nations asiatiques en octobre (et une défaite face au Japon), le Brésil affronte 2 sélections africaines. Le Sénégal à Londres samedi, la Tunisie à Lille mardi. L'occasion de se régler, entre sélections déjà qualifiées, à quelques mois du tournoi mondial. Le dernier affrontement entre Seleção et Lions de la Teranga avait été remporté par ces derniers à Lisbonne (4-2). Que valent les Auriverdes d'Ancelotti ? Des 26 appelés, quels seront les 18 retenus au final, Neymar en fera-t-il partie ? Le «Ney» s'agaçe avec Santos, qui lutte pour le maintien. A-t-il passé son apogée ? - Du pain et des jeux. L'Angola accueille les champions du monde argentins dans le cadre des festivités du cinquantenaire de l'indépendance. Une affiche de gala plutôt onéreuse ! La presse évoque 12 millions d'euros dépensés par la fédération alors que le pays traverse une crise sociale. Messi sera du voyage mais temporise pour ce qui est du Mondial. Ils ne seront pas tous à Luanda pour affronter les Palancas Negras de Patrice Beaumelle. Molina, Montiel, G.Simeone, Mastantuono, Alvarez, Dibu Martinez ou encore Paredes forfaits. L'ex du PSG et de la Roma s'est adjugé le Superclásico avec Boca Juniors (2-0), dans une Bombonera bouillante où les Millonarios n'ont pas été inspirés. - Ils sont quatre, il n'en restera qu'un ! Nigeria/Gabon et RDC/Cameroun, 2 matches délocalisés à Rabat. Les 2 qualifiés se retrouveront dimanche, le vainqueur prendra un ticket pour... un autre barrage (intercontinental) en mars prochain. Quels favoris ? Les Super Eagles ont effectué une campagne de qualification poussive, le Cameroun a sous-performé dans le groupe D. Léopards et Panthères ont-ils les griffes plus acérées ? - Veille de match pour la France (contre l'Ukraine) dans un contexte pesant. Antoine grognet a rencontré Arnaud. Ce supporteur des Bleus se dit «impacté», pas victime. Jusqu'alors, son seul traumatisme s'appelait Séville 82. Présent au Stade de France avec ses 2 fils et des amis lors de France-Allemagne il y a 10 ans, il a vu l'allégresse du match basculer, lorsque Paris est devenu le théâtre des premiers attentats jihadistes. Avec Annie Gasnier, Éric Frosio (en direct du Brésil), Dominique Sévérac et Hervé Penot. -- Technique/réalisation : Laurent Salerno - David Fintzel/Pierre Guérin.
Angola assinalou esta terça-feira, 11 de Novembro, 50 anos da independência, o músico que deu voz à liberdade reflete sobre a esperança, a desilusão e o papel da música na construção de um país ainda por cumprir. Há meio século, a 11 de Novembro de 1975, Angola respirava o primeiro sopro de liberdade. Bonga, então exilado em Paris, recorda o dia com a nitidez de uma cicatriz. “Foi com a lágrima no canto do olho, muita emoção, abraços fraternos... e sobretudo o pensamento de qual seria o futuro da nossa terra, da nossa gente.” O futuro, diz agora, “foi aquilo que a gente menos esperou e menos queria. Uma turbulência tremenda, com a conivência de vários estrangeiros, que se imiscuíram nos assuntos internos de Angola. Sofremos bastante e continuamos a sofrer.” Aos 83 anos, Bonga mantém a voz firme, carregada de um lirismo rouco que continua a chamar o país à responsabilidade. “Tenho consciência de ser uma voz activa, hoje mais do que nunca, porque as coisas tendem a piorar em detrimento daquele grande povo.” Metade século depois, o músico que deu ritmo à luta pela independência e melodia à resistência não vê razões para festa. “Não temos motivo para comemorar”, afirma. A palavra “independência” soa-lhe agridoce, como um semba de compasso fragmentado. “Foi uma independência meio atribulada, mas foi um sinal de que tínhamos de tomar as rédeas da nossa própria terra.” Só que, logo depois, vieram “as ideologias importadas”, as divisões e a violência entre irmãos. “O 27 de maio de 77 é o inferno na terra. Nem sabemos quantas foram as vítimas. E isso continua a pesar nas famílias. Ficamos assim: enlutados e com medo. Esse ‘nós entre nós', como se diz em quimbundo, ficou cheio de dúvidas.” No exílio, Bonga cantou o país no qual não podia entrar. Angola 72, o seu primeiro disco, nasceu da urgência de respirar. “A primeira coisa que a gente faz quando sai do país de origem é respirar. Respirar democracia, liberdade, convivência salutar.” A música foi a sua forma de devolver o ar a um povo sufocado: “Foi um parente riquíssimo na participação, no chamamento à responsabilidade das massas populares. E continuo a fazer isso até hoje.” O semba, essa pulsação que liga o corpo ao chão, é para ele mais do que um género musical: é uma pátria possível. “É o nosso estilo de música. O brasileiro tem o samba, nós temos o semba. É a mais importante música da minha mente, da minha escritura. O povo entende, canta e dança comigo.” Entre o orgulho e o desencanto, Bonga fala com a ternura de quem não desistiu. Vê nos jovens “inovações boas”, desde que não se percam “em coisas supérfluas, só para satisfazer os chefes”. Ralha com eles: “ainda é possível ralhar”, e lamenta a perda dos encontros de outrora. “Antes havia convivência, irmandade. Hoje há divisão. É muito difícil. Eu faço parte de uma excepção: ainda recebo familiares e amigos em casa para grandes comidas, mas o mais importante é falarmos de nós, sabermos quem é quem, o que vamos fazer.” Mas há um fio de esperança que Bonga recusa cortar, o mesmo que atravessou as décadas de exílio e o manteve de pé entre a saudade e a revolta. “Todos os dias devíamos contribuir com alguma coisa: um telefonema, uma canção de intervenção, um aviso a quem procede mal. Qualquer contributo é fundamental.” É a ética do gesto, o compromisso do dia-a-dia, o humanismo simples de quem acredita que o país começa no cuidado com o outro. Cinquenta anos depois da bandeira ter subido no céu de Luanda, a liberdade continua um trabalho inacabado. “É triste saber que desconseguimos, por causa daqueles que se dizem nossos amigos e exploram Angola desencontrada. Mas ainda podemos desejar que bons ventos nos tragam um povo livre, com democracia, liberdade, amizade, amor, comida, escola e evolução. Fora disso, nada há a fazer.” A memória é o alicerce da sua lucidez. “É bom recordar os velhos que se foram, mesmo aqueles do tempo colonial, que eram dignos, zelavam pelos seus filhos e pelos seus entes queridos, progressistas sem ideologias nenhumas.” É essa Angola que Bonga canta; a das mulheres de lenço e dos homens de palavra, das casas abertas e das conversas longas à sombra da mangueira. Se tivesse de escolher uma para contar estes cinquenta anos, não hesita. “Mona Ki Ngi Xica”, diz, “a filha que eu deixo”. Um tema sobre a ausência, o amor e o destino, mas também sobre o país que ainda não regressou a si próprio. “É a minha filha, é Angola. Continua à espera, mas eu continuo a cantar-lhe.”
Dez mil convidados e 45 delegações estrangeiras assistiram hoje, em Luanda, ao ato central das comemorações do 50.º aniversário da independência de Angola. Manifestação de jovens contestatários reprimida pela polícia angolana. Moçambique registou poucos progressos na prevenção da tortura e de maus-tratos nas cadeias nos últimos dez anos.
Há 50 anos, Agostinho Neto proclamou a independência de Angola. À DW, analistas consideram que o país continuará com os meus problemas e com mais custos. Em Moçambique, os professores ameaçam boicotar os exames finais do ensino público, se o Governo não pagar as horas extraordinárias dos últimos 3 anos. Fique a saber como o Gana está a reduzir a sua pegada de carbono com soluções indígenas.
Lula da Silva, abre Conferência do Clima “COP 30”, em Belém, Brasil. Angola: Detidos três cidadãos durante uma reunião pacífica que antecede os protestos agendados para esta terça-feira, dia da independência. A 13 dias das eleições na Guiné-Bissau, tem sido notada uma fraca presença feminina.
O que era para ser um simples amistoso contra a Argentina, se transformou numa polêmica que envolve dinheiro e representantes de Angola. De acordo com o canal de notícias Sport New Africa, Angola teria pago €12 milhões aos argentinos, algo em torno de R$ 74 milhões, para que a seleção campeã da última Copa do Mundo jogue com Lionel Messi no país africano. Marcio Arruda, da RFI em Paris O montante pago à AFA (sigla da federação de futebol da Argentina) seria dividido entre governo e empresários locais. No entanto, o ministro da Juventude e Desporto de Angola, Rui Falcão, disse ao correspondente da RFI em Angola, Francisco Paulo, que “naturalmente, haverá contribuição voluntária de alguns empresários. O mais relevante é o seguinte: o nosso compromisso é ir buscá-los e levá-los. Vamos pagar o hotel e o transporte dos argentinos. Portanto, é isso que está negociado”. Um desses empresários é o general Bento Kangamba, conhecida personalidade em Angola. “O Ministério da Juventude e Desportos orientou três empresários para procurar formas para conseguir patrocinar este evento. E um dos empresários sou eu”, disse. Bento Kangamba, que é membro do partido do governo MPLA, sigla que significa Movimento Popular de Libertação de Angola, é acusado de ter dívidas trabalhistas com ex-jogadores de futebol e de atrasar salários dos jogadores do clube que ele preside. O presidente da Associação Justiça, Paz e Democracia, Serra Bango, exige ações de entidades angolanas. “Nós não conseguimos entender como o Ministério Público e a PGR, até agora, ainda não pediram ao Bento Kangamba para justificar a origem desses US$ 6 milhões que ele disse que vai pagar à seleção argentina. O interessante é que, como sabemos, paralelo a isso ele não consegue pagar em dia os salários de sua equipe de futebol”, declarou Serra Bango. Futebol não é prioridade O líder da associação fez questão de lembrar os problemas que Angola enfrenta há décadas. "Precisamos chamar atenção para o sofrimento que os cidadãos angolanos passam, como fome, miséria, desemprego e falta de escolas. Nós temos graves problemas de saneamento básico e de saúde, como cólera, malária e febre tifoide por quase todo o país. Além disso, infelizmente, ocorreram aquelas execuções sumárias, que têm sido denunciadas por vários ativistas. O que temos assistido em muitos países da África, e infelizmente incluo Angola nisso, é que governantes preferem desembolsar muito dinheiro para visitas momentâneas de ilustres figuras, enquanto o povo angolano vive na indigência”, lembrou Serra Bango. Presidente da ONG Friends of Angola, Florindo Chivucute criticou a concordância da Argentina em jogar esse amistoso e afirmou que os jogadores argentinos levarão para sempre essa mancha em suas carreiras. “A decisão deles ficará na história. Os argentinos sabem muito bem quais são as consequências de uma ditadura. É importante lembrar das mães da Praça de Maio, que começaram suas marchas em 1977. É um dos maiores símbolos mundiais de resistência contra a violência de Estado e o desaparecimento forçado de pessoas”, afirmou Florindo Chivucute, lembrando que a ditadura militar argentina durou de 1976 a 1983. “Atualmente, as mães da Praça de Maio se reúnem sempre às quintas-feiras. O objetivo, hoje, é lembrar ao mundo que não se deve esquecer o passado", disse. "É um movimento que simboliza a luta pela memória, pela verdade e pela justiça; e é isso que nós esperávamos que a seleção da Argentina fizesse, mas, infelizmente, não fez” Cinquentenário da independência A data do jogo entre Angola e Argentina não foi escolhida ao acaso. A partida será disputada na capital Luanda no dia 14 de novembro, apenas três dias da data que Angola celebrará os 50 anos da independência. "Nós não somos contra a partida de futebol. Aliás, é bom que a celebração dos 50 anos seja feita assim. Mas aqui há outro elemento: o partido no poder e o Executivo querem fazer desta celebração a sua atividade. Particularmente não querem envolver os angolanos; nem outros movimentos. Não devemos esquecer que a independência não foi conquistada só pelo MPLA. Seria interessante que Angola, ao invés de convidar a seleção argentina, convidasse quatro seleções africanas. O valor não seria tanto", criticou Serra Bango. Leia tambémNo ano do cinquentenário da independência, Cabo Verde garante vaga na Copa do Mundo Florindo Chivucute, líder da Friends of Angola, criticou o dinheiro gasto nesse amistoso. “Este montante deveria ser usado para dar oportunidade a centenas de crianças em Luanda e em todo o país para irem à escola pela primeira vez. Nós temos centenas de crianças que estão fora do ensino porque, segundo as autoridades locais, não há condições para essas crianças irem à escola; dizem que não há escolas suficientes” Angola e Argentina vão jogar no Estádio Nacional 11 de Novembro, que é o maior do país e, recentemente, passou por uma grande reforma que custou US$ 13 milhões, que é o equivalente a quase R$ 70 milhões. De 2009 a 2025 A última vez que essas seleções se enfrentaram foi em 2009. Aquele jogo disputado na Itália terminou com a vitória argentina por dois a zero, gols de Maxi Rodriguez e Sorín. Lionel Messi, que na época tinha 21 anos, começou a partida no banco e entrou aos 18 minutos do segundo tempo. Curiosamente, Lionel Scaloni, hoje técnico da seleção da Argentina, também entrou na etapa final ao lado de Messi. Os dois são esperados no confronto desta semana contra Angola. A vitória da Argentina de 16 anos atrás foi assistida por quatro mil pessoas na arena italiana. Agora, o amistoso deverá reunir 48 mil torcedores no estádio em Luanda. Os ingressos para essa partida já começaram a ser vendidos. A expectativa é que esgotem antes mesmo do dia do jogo. A seleção de Angola não disputará a Copa do Mundo de 2026. Os angolanos foram eliminados do grupo D e a vaga ficou com a seleção de Cabo Verde. Leia tambémNo ano do cinquentenário da independência, Cabo Verde garante vaga na Copa do Mundo Além dessa partida entre Angola e Argentina, haverá amistosos nessa última Data-Fifa de 2025. O Brasil medirá forças contra Senegal, em Londres, e contra Tunísia, em Lille. Também neste mês, França e Portugal devem garantir matematicamente suas vagas na Copa de 2026, que vai ser disputada nos Estados Unidos, México e Canadá.
Bonga foi o primeiro artista africano a conquistar um disco de ouro e de platina em Portugal. Neste episódio de ‘Alta Definição’, recorda a infância em Angola que moldou a sua música e o levou ao sucesso internacional. Conta que o som fazia parte do seu quotidiano — em casa, com o pai a tocar acordeão e concertina, ou nas ruas, onde a alegria se espalhava em batuques improvisados. “Se não somos nós a pôr música, é o vizinho. Até pedimos para aumentar. Ao contrário do que acontece cá nas europas, onde chamam a polícia”, diz logo na abertura da entrevista. A falta de música não foi a única coisa que Bonga estranhou nas “europas”. “Quando cheguei a Portugal, quis ir embora no dia seguinte. Senti que era cada um por si, as pessoas não falavam, na rua ninguém se cumprimentava”, desabafa. Ao longo da conversa com Daniel Oliveira, o músico partilha várias confidências sobre a dureza de ser imigrante. Esteve também na Holanda, onde lavou pratos e fez biscates, e em França, onde finalmente começou a gravar as suas primeiras músicas com reconhecimento. Bonga fala ainda da força dos laços familiares, da busca por justiça social e do orgulho em ser pai e avô. “A coisa mais importante que podemos passar aos nossos filhos é uma vivência verdadeira, com disciplina. Mas não é a regra da escola, da igreja, da política ou do vício. É aquele swing, aquilo que sentes”, garante. Sobre a companheira mais nova, com quem recentemente teve gémeos, reforça que, para si, mais do que a idade, “o que interessa é o respeito e o carinho”. No final do programa, depois de revisitar toda a sua história de vida, deixa um pedido para quando chegar a sua hora: “Nós, africanos, celebramos tudo. Quando morrer, porque não celebrar? Cantem as minhas músicas, as músicas do cantor da alegria.” Conheça aqui a sua história com a versão podcast do programa ‘Alta Definição’. Este episódio foi emitido a 8 de novembro na SIC e a sinopse foi criada com o apoio de IA. Saiba mais sobre a aplicação de Inteligência Artificial nas Redações da Impresa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Ce qui fait la Une de l'actualité, c'est la COP 30 c'est-à-dire le sommet des chefs d'État et de gouvernement à Belém (Brésil). Le secrétaire général des Nations unies, António Guterres y participe, bien sûr, et a dénoncé une «faillite morale» des dirigeants mondiaux, reconnaissant l'échec collectif à limiter le réchauffement à 1,5 °C... l'objectif central de l'Accord de Paris. Il a rappelé que l'humanité dispose désormais des outils nécessaires pour agir, grâce à la progression rapide des énergies renouvelables. Avec LE Thu Hang de la rédaction vietnamienne : le Vietnam veut rendre plus visible et imposer au monde le rôle du secrétaire général du Parti communiste vietnamien en tant que (le vrai) chef d'État Ligia Anjos pour la rédaction en brésilien : le 11 novembre 1975 à Luanda, un homme, poète et médecin, montait sur une tribune improvisée. Il s'appelle Agostinho Neto. Ksenia Jornoklé de la rédaction ukrainienne : Kiev a officiellement autorisé l'exportation contrôlée de certains types d'armement.
Esta Semana em África fica marcada pela campanha eleitoral na Guiné-Bissau para as eleições presidenciais do próximo dia 23 de Novembro onde Fernando Dias da Costa, passou a contar com o apoio de Domingos Simões Pereira, cuja candidatura foi rejeitada pelo Supremo Tribunal de Justiça. Destaques ainda para o o impacto das manifestações pós-eleitorais em Moçambique que continua a ser sentido um ano depois e ainda sobre o Congresso Nacional de Reconciliação que terminou ontém em Luanda. Domingos Simões Pereira, presidente do partido PAIGC, explica que perante a supressão quase total dos direitos fundamentais, não há sacrifício que não possa ser consentido” para “combater a tentativa de impor tiranias no país... Na Guiné-Bissau o Presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, Fodé Caramba Sanhá, disse estar preocupado com os sinais de militarização da campanha eleitoral. Num balanço dos primeiros dias da campanha, Fodé Sanhá considerou que é normal apelar ao voto, mas que já não será aceitável que alguns candidatos façam permanentemente referências aos militares como forma de mobilizar o voto... Em Moçambique a actualidade fica marcada com o impacto das manifestações pós-eleitorais em Moçambique que continua a ser sentido um ano depois. João Almeida jovem de 27 anos saiu à rua, a 23 de Novembro de 2024, na Matola, nas imediações de Maputo, para se juntar a um grupo de manifestantes para pedir "uma mudança" no país. Durante o protesto, o jovem de 27 anos foi atingido na perna esquerda por um tiro da Unidade de Intervenção Rápida, foi levado para o hospital da Machava, onde só recebeu tratamento ao fim de duas horas a derramar sangue, acabando por ser amputado. Ainda em Moçambique a oposição criticou, esta semana, a participação do chefe de Estado, Daniel Chapo, na tomada de posse de Samia Suluhu Hassam para um novo mandato como Presidente da Tanzânia. Daniel Chapo justificou fazê-lo em nome da relação histórica entre os dois países. Atenções centradas igualmente para Luanda, em Angola, onde decorreu nesta semana que passou o Congresso Nacional de Reconciliação organizado pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe, que tem como finalidade a promoção da paz e da inclusão, e estabelecer um compromisso nacional para os próximos 50 anos, depois de analisadas as lições dos anos de liberdade conquistados desde 11 de novembro de 1975. O Presidente angolano, João Lourenço, esteve ausente do certame por sobreposição de agenda de Estado. Dom José Manuel Imbamba, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Principe, organizadora do congresso considerou que o encontro é um espaço privilegiado para o diálogo à volta do projecto da construção de uma Angola reconciliada.
Ce qui fait la Une de l'actualité, c'est la COP 30 c'est-à-dire le sommet des chefs d'État et de gouvernement à Belém (Brésil). Le secrétaire général des Nations unies, António Guterres y participe, bien sûr, et a dénoncé une «faillite morale» des dirigeants mondiaux, reconnaissant l'échec collectif à limiter le réchauffement à 1,5 °C... l'objectif central de l'Accord de Paris. Il a rappelé que l'humanité dispose désormais des outils nécessaires pour agir, grâce à la progression rapide des énergies renouvelables. Avec LE Thu Hang de la rédaction vietnamienne : le Vietnam veut rendre plus visible et imposer au monde le rôle du secrétaire général du Parti communiste vietnamien en tant que (le vrai) chef d'État Ligia Anjos pour la rédaction en brésilien : le 11 novembre 1975 à Luanda, un homme, poète et médecin, montait sur une tribune improvisée. Il s'appelle Agostinho Neto. Ksenia Jornoklé de la rédaction ukrainienne : Kiev a officiellement autorisé l'exportation contrôlée de certains types d'armement.
Vamos à boleia de comboio no Corredor do Lobito para acompanhar os últimos passos do Presidente alemão em Angola. Analistas angolanos esperam que o novo Juiz-Presidente do Supremo Tribunal restaure a credibilidade da justiça. Porta-voz do PAIGC comenta à DW a discordância que se vive dentro do partido. Ativista Gangsta apela aos que assistirem ao Angola x Argentina a manifestarem-se.
Nova lei de estrangeiros torna a vida de imigrantes mais difícil em Portugal. Presidente alemão chegou ontem à Angola. E a vida volta gradualmente à normalidade na Tanzania após protestos violentos.
MPLA cada vez menos tolerante a vozes críticas à liderança do partido, afirmam analistas. Vamos em direto até Luanda onde João Lourenço encontrou-se hoje com o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier. Em Portugal, nova lei de estrangeiros torna mais difícil a vida dos imigrantes. E no futebol, termina esta noite a 4ª jornada da Liga dos Campeões.
Angola celebra 50 anos de independência e a sua história pode ouvir-se no Semba, através do ritmo que denunciou o colonialismo, uniu o país e continua a pulsar nas novas gerações. Para o antropólogo André Castro Soares, o Semba é “um testemunho histórico e político”, uma expressão da dor, da festa e da esperança de um povo que, mesmo entre guerras e desafios, nunca deixou de dançar pela liberdade. Angola assinala na próxima semana 50 anos de independência, a 11 de Novembro, meio século de caminhos cruzados entre a esperança, a reconstrução e os desafios de um país que continua a reinventar-se. Desde 1975, a música tem sido uma das mais fiéis testemunhas da história angolana: um espaço onde se escutam as memórias da luta, as vozes da resistência e as novas sonoridades que dão forma à identidade contemporânea. O antropólogo português André Castro Soares, autor da tese “Semba enquanto património material, políticas e imagens e sonoridades da cultura em Angola”, tem dedicado a sua investigação a compreender esse percurso. Para ele, “o Semba não é apenas uma expressão artística, mas um testemunho histórico e político capaz de revelar as múltiplas camadas da vida angolana desde 1975 até hoje”. Ao olhar para os 50 anos de independência, André Castro Soares defende que a história de Angola pode ser lida através das suas canções. “É o Semba que vai, de alguma forma, denunciar a presença colonial e o jugo colonial, sobretudo a partir dos anos 60 e 61. 61 é um ano horríbilis do governo do Estado Novo de Salazar”, recorda. Foi nesse momento que começou a guerra colonial, e “esse movimento vai ser acompanhado pelos músicos, pelos que começam, de forma encapotada, a lançar as suas mensagens, aquilo que chamo na minha tese de recados, para que a população se juntasse à luta pela independência fora do jugo colonial português”. Entre esses músicos, destaca-se Liceu Vieira Dias, figura central na génese do nacionalismo musical. “O grande autor, o grande pensador e poeta dessas sonoridades foi, sem dúvida, Liceu Vieira Dias, que com a música Feiticeira, isso está bem descrito num filme de Jorge António, vai, de forma encapotada, anunciar a forma como o poder colonial podia ser combatido”, explica o antropólogo. “Essa música Muxima, coração, vai marcar sonoramente esse período”, acrescenta, sublinhando que outras canções, como Umbi Umbi, exprimem esse mesmo sentimento de resistência e de dor. “O Muxima é o mais emblemático”, afirma Castro Soares. “É um lamento. O Semba tem várias formas, há o Semba de carnaval, festivo, mas também há o Semba de lamento. E essas músicas de lamento são universais, acompanham as formas de vivência dos povos negros subjugados à escravatura e à violência. Quando falo de lamento, falo, por exemplo, da Soul music nos Estados Unidos, do Semba em Angola e do Samba no Brasil.” Essa dimensão espiritual e emocional faz do Semba, segundo o investigador, “um género que surge do sofrimento das pessoas negras e que é, por isso, fundamental para marcar a paisagem sonora da independência”. Com o fim do domínio colonial, o Semba tornou-se património simbólico e material da nova nação. “A angolanidade não é um conceito consensual”, reconhece Castro Soares, “mas através da música podemos pensar num aglutinador do que seria o mais próximo deste conceito, um espaço de consensualidade cultural, onde as pessoas daquele território se revissem de alguma forma”. Num país de enorme diversidade étnica e linguística, o Semba, explica, “é talvez o género musical que melhor se aproxima desse trabalho de consenso, dessa procura de unidade nacional”. “Luanda tem um poder magnético muito grande”, acrescenta o antropólogo. “Concentra grande parte de todas as populações do vastíssimo território das 18 províncias. Penso que o Semba poderá ser uma boa banda sonora da angolanidade, ou o mais próximo daquilo que é a angolanidade, apesar de algumas pessoas não gostarem de o pôr aí. Mas o Semba retrata, relata e ilustra de forma sonora a vivência dos angolanos.” Essa vivência é inseparável das chamadas festas de quintal, que, segundo o investigador, “são uma célula cultural onde se ouve todo o tipo de música, mas onde o Semba tem um papel fundamental de união e de construção de diálogo”. Essa dimensão comunitária da música estende-se, para Castro Soares, à vida familiar e quotidiana. “A sentada familiar é uma marca de angolanidade até mais importante que a própria música”, defende. “É o lugar onde se transmite conhecimento, aquilo que chamo transmissão de conhecimento aural — não apenas oral, porque envolve a escuta e o corpo todo. É uma incorporação de saberes ancestrais que vai muito para além da construção da nova nação.” Mas o percurso musical de Angola também foi marcado por silêncios e medos. “O espaço musical foi muito afectado por um acontecimento: a purga dentro do MPLA em 1977”, lembra André Castro Soares. “Esse episódio, que teve contornos de massacre, implicou uma imposição de medo geral em relação à contestação ao poder instituído, e esse medo vai acompanhar até aos dias de hoje.” Mesmo assim, a música nunca deixou de ser um território de resistência. “Os músicos conseguiram ler muito bem os limites impostos pela política. Hoje continuam a falar através de recados, como o Paulo Flores, que usa a canção para denunciar as injustiças do poder político.” Com o passar das décadas, novos estilos emergiram e redefiniram o espaço sonoro angolano. “Depois do Semba, vieram o Kuduro e a Kizomba, que tiveram grandes impactos na diáspora africana e angolana no exterior”, observa o antropólogo. “A Kizomba, que eu costumo chamar um abraço que os angolanos dão a todas as pessoas, até às pessoas racistas, é uma música que consegue juntar pessoas muito diferentes, dentro e fora do país. É um excelente antídoto contra o racismo. Essa é, para mim, a principal lição que os angolanos deram à contemporaneidade: é possível juntarmo-nos e abraçarmo-nos independentemente das nossas diferenças.” Sobre as novas gerações, André Castro Soares vê nelas um diálogo vivo com o passado. “Há todo um diálogo feito pelas novas gerações, ainda que algumas sem memória directa desse passado, mas transmitido pelos pais e pelos antepassados e também por via da educação.” O antropólogo insiste que “Angola não é um Estado falhado, é um Estado com dificuldades e idiossincrasias, que ainda não teve grande alternância política, nem uma democratização plena, mas o caminho está a ser construído e deve ser marcado pelos próprios angolanos. É uma população muito jovem e capaz de fazer releituras e visões para o seu futuro.” Quando se escuta a Angola de hoje, os sons são múltiplos, mas há sinais de regresso às origens. “Tem havido uma procura da essência do que é angolano”, afirma. “As pessoas perderam a utopia dos anos 80, tornaram-se mais realistas, e há uma vontade de voltar aos instrumentos acústicos e tradicionais, como a Dikanza, um instrumento de fricção feito a partir da natureza.” Essa recuperação, diz, “é uma forma de resgatar património, um passado que foi negado pela guerra civil e por um sistema educativo débil, mas que as pessoas estão a reconstruir de forma informal, fora da tutela do Estado.” Entre os artistas actuais, André Castro Soares destaca “Yúri da Cunha, que tem uma proposta musical muito interessante no sentido de procurar as raízes e a festa de quintal”, bem como “Paulo Flores, que continua a apresentar trabalhos com grande profundidade”, e ainda “Eduardo Paim, vindo da Kizomba, que tem feito remisturas com outros estilos como o Zouk”. Também as novas fusões mostram vitalidade: “Dentro do Afrobeat, há várias misturas entre o Kuduro e o Amapiano da África do Sul, o continente influencia-se mutuamente e vai marcando os gostos de uma juventude que tem outras preocupações do que a juventude que fez a independência.” Cinquenta anos depois da proclamação da independência, a música continua a ser, como conclui André Castro Soares, “um marcador cultural fundamental” e “o espaço onde os angolanos se escutam, se reencontram e se reinventam”. Entre o lamento e a festa, o Semba permanece a batida da liberdade, o som de um povo que aprendeu, mesmo em tempos de silêncio, a falar através da música.
Isabel Carlos (Coimbra,1962), é licenciada em Filosofia pela Universidade de Coimbra e mestre em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa com a tese «Performance ou a Arte num Lugar Incómodo» (1993). É crítica de arte desde 1991. Assessora para a área de exposições de Lisboa'94 – Capital Europeia da Cultura no âmbito da qual foi curadora das exposições colectivas “Depois de Amanhã” no Centro Cultural de Belém e “Do Sublime” no Museu do Chiado.Foi co-fundadora e subdirectora do Instituto de Arte Contemporânea, tutelado pelo Ministério da Cultura entre 1996 e 2001, onde entre outras tarefas foi responsável pela aquisição da colecção de arte contemporânea mostrada em 2000 no Centro Cultural de Belem na exposição “Initiare”.Foi membro dos júris da Bienal de Veneza em 2003, do Turner Prize em 2010, The Vincent Award em 2013, entre outros. Em 2004 foi directora artistica da Bienal de Sidney e curadora da exposição “On Reason and Emotion” que mostrou no MCA, na Art Gallery of New South Walles, no ArtSpace e no Royal Botanical Gardens. Em 2007 organizou para o Instituto Camões a exposição “Troca de Olhares” que foi mostrada em Maputo, Luanda e Mindelo. Entre 2009 e 2015 foi directora do CAM_Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. Entre as múltiplas exposições que organizou e catálogos que concebeu e em que escreveu, destacam-se:-“Inhabited Drawings”, Drawing Center, New York em 2004 também nesse ano a Bienal de Sidney «On Reason and Emotion».- “Intus” de Helena Almeida, Pavilhão de Portugal, Bienal de Veneza em 2005.- “Provisions for the Future”, Bienal de Sharjah, 2009.- “Plegaria Muda” exposição de Doris Salcedo no CAM em 2011 que teve itinerância no Moderna Museet, Malmo; MAXXI, Roma; MUAC, Mexico; Pinacoteca, S.Paulo.Organizou as seguintes exposições antológicas bem como as respectivas publicações: “Entrada Azul”- Helena Almeida, Casa da America, Madrid 1998; “Tela Rosa para Vestir” - Helena Almeida, Fundacion Telefonica, Madrid 2008; em Lisboa no CAM: “Menina Limpa Menina Suja” – Ana Vidigal, 2010, no mesmo ano “Mais que a Vida” - Vasco Araujo e Javier Tellez, que depois seguiu para o Marco em Vigo; em 2011 “Linha de Montagem” - Miguel Palma”; em 2012 “Frutos Estranhos” – Rosangela Renno, que depois seguiu para o FotoMuseum em Winterthur; “Trabalhos com Texto e Imagem” - João Penalva, a seguir mostrada no Kunsthalle Brandts, Odense; em 2013 Lida Abdul , primeiro no CAM e depois na Fundacao Calouste Gulbenkian em Paris, no mesmo ano “Sob o Signo de Amadeo”, exposição alargada da colecção do CAM e um ciclo de performance; “O Peso do Paraíso”- Rui Chafes, 2014; “Luanda, Los Angeles, Lisboa” - Antonio Ole, 2016. “Todos os Títulos Estão Errados” - Paulo Quintas, Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, EGEAC - Lisboa, 2018; no mesmo ano “O Outro Casal - Helena Almeida e Artur Rosa” no Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa. Entre 2023 e 2024 foi administradora delegada deste museu assegurando a transição entre direcções. Em 2019 mostrou a colecção de José Lima, no Palácio de São Bento, Lisboa. Entre 2019 e 2022 integrou a comissão de aquisições de arte contemporânea da Camara Municipal de Lisboa. Em 2023 organizou “Hello! Are You There?” retrospectiva e catalogo raisoné da obra de Luisa Cunha, Maat, Lisboa; “Fotografia Habitada”, antológica de Helena Almeida, Instituto Moreira Sales, S.Paulo, ambas as exposições foram consideradas entre as melhores do ano nos respectivos países.Desde o final de 2024 é Directora do Pavilhão Julião Sarmento, um novo museu da cidade de Lisboa. Links: https://www.pavilhaojuliaosarmento.pt/ https://www.mca.com.au/exhibitions/14th-biennale-of-sydney-on-reason-and-emotion/ https://www.publico.pt/2006/01/20/jornal/intus-de-helena-almeida-agora-em-lisboa-59220 https://www.maat.pt/pt/exhibition/luisa-cunha-hello-are-you-there https://www.artecapital.net/entrevista-160-isabel-carlos https://arquivos.rtp.pt/conteudos/artes-plasticas-34/ https://www.publico.pt/2013/01/23/culturaipsilon/noticia/as-linhas-com-que-uma-obra-se-cose-1658156 Episódio gravado a 22.10.2025 Créditos introdução e final: David Maranha http://www.appleton.pt Mecenas Appleton:HCI / Colecção Maria e Armando Cabral / A2P / MyStory Hotels / JD Collection Apoio:Câmara Municipal de Lisboa Financiamento:República Portuguesa – Cultura / DGArtes – Direcção Geral das Artes © Appleton, todos os direitos reservados
After centuries of colonial rule, the end of Angola's three-decade civil war in 2002 provided an irresistible opportunity for the government to reimagine the Luanda cityscape. Awash with petrodollars cultivated through strategic foreign relationships, President José Eduardo dos Santos rolled out a national reconstruction program that sought to transform Angola's capital into what he considered to be a modern, world-class metropolis. Until funds dried up in 2014, the program—in conjunction with sweeping private investments in real estate—involved mass demolitions of vernacular architecture to make way for high-rise buildings, large-scale housing projects, and commercial centers. The program thus underestimated the values enshrined in the materials and designs of Luanda's existing “informally” constructed neighborhoods, or musseques. The Aesthetics of Belonging: Indigenous Urbanism and City Building in Oil-Boom Luanda (University of North Carolina Press, 2024) explores the political significance of aesthetics in the remaking of the city. Dr. Claudia Gastrow's archival and ethnographic work, which includes interviews with city planners, architects, nonprofit leaders, and urban dwellers, shows how government infrastructure projects and foreign-inspired designs came to embody displacement and exclusion for many. This, Dr. Gastrow argues, catalyzed a countermovement, an aesthetic dissent rooted in critically reframing informal urbanism as Indigenous—a move that enabled the possibility of recognizing the political potential of informal settlements as spaces that produce belonging. This interview was conducted by Dr. Miranda Melcher whose book focuses on post-conflict military integration, understanding treaty negotiation and implementation in civil war contexts, with qualitative analysis of the Angolan and Mozambican civil wars. You can find Miranda's interviews on New Books with Miranda Melcher, wherever you get your podcasts. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices Support our show by becoming a premium member! https://newbooksnetwork.supportingcast.fm/new-books-network
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'Baía dos Tigres' é a mais recente longa-metragem de Carlos Conceição. O realizador aclamado em festivais de cinema como Cannes, Berlinale ou Locarno, decidiu apresentar 'Baia dos Tigres', em estreia mundial, recentemente, no festival DocLisboa. Nas palavra de Carlos Conceição, “o filme tenta ir atrás dessa ideia que está a ser gravada uma nova existência por cima de uma existência prévia, mas estão lá fantasmas abstratos, sobrespostos, ruidosos, e que são fantasmas da história do século XX transversais a várias culturas.” Baia dos Tigres foi inteiramente rodado em Angola, país onde Carlos Conceição nasceu e que serviu de fonte de inspiração. A RFI falou com o realizador na capital portuguesa. Carlos Conceição começa por explicar como surgiu o filme 'Baia dos Tigres'. Carlos Conceição: O filme surgiu numa fase que eu, agora, já considero ultrapassada da minha carreira. Uma fase em que eu não tinha grandes perspectivas de como subsidiar o meu trabalho e que, por isso, apostava em ideias que eu conseguisse concretizar com pouco, com elementos que fossem reduzidos, mas intensos, como uma boa malagueta, que é capaz de fazer o melhor por um prato, só aquela malagueta. E a Baía dos Tigres sempre foi um mito para mim. Eu ouvia falar na Baía dos Tigres enquanto sítio desde que era criança. E por volta de 2015, 2016, provavelmente, fiquei, por portas e travessas, familiarizado com duas histórias que acabaram por ter uma grande ressonância na minha vida, ambas japonesas. Uma é o significado da palavra johatsu, que significa evaporação. É uma prática que acontece exclusivamente no Japão e, muitas vezes, com a ajuda de empresas especializadas. Consiste na pessoa eclipsar-se da sociedade, desaparecer. Essa empresa trata do desaparecimento total desta personagem, desta pessoa que os contrata. Isto acaba por ter um contorno que talvez seja comparável aos programas de proteção de testemunhas, porque todas estas pessoas acabam por assumir uma nova identidade, uma nova vida, uma nova história, um novo passado. Escolhem desaparecer pelas mais diversas razões, uma relação fracassada, dívidas de jogo, dívidas ao banco. Aquela coisa muito asiática que é a honra e que nós, na Europa, perdemos no século XV. Parece-me um conceito que, não estando completamente disseminado, não sendo exterior à cultura japonesa, parece-me um conceito interessante para os tempos de hoje. Não me interessa a mim como cidadão, interessa-me como leitor, como espectador, fazer uma história sobre uma pessoa que faz isso, que resolve desaparecer, que organiza o seu desaparecimento. E, paralelamente a isso, a descoberta da história verdadeira do soldado Hiroo Onoda, que foi um soldado japonês que esteve 30 anos perdido numa ilha das Filipinas, convencidíssimo por não ter contato nenhum com ninguém, aliás, inicialmente ele não estava sozinho, mas acabou por ficar, porque os dois companheiros com quem ele estava acabaram por morrer, e ele sozinho permaneceu 30 e tal anos nessa ilha selvagem, nas Filipinas, convencido que a guerra (2ª Guerra Mundial) continuava, e completamente fiel aos seus propósitos e àquilo que tinha sido formado para fazer. Foi uma grande dificuldade convencer o Onoda, quando ele foi descoberto, de que o assunto da Guerra Mundial já tinha acabado, e que aqueles credos todos dele estavam ultrapassados há 30 anos. Isto também é uma ideia que me interessa, como é que uma personagem percebe o tempo quando está isolada. Uma, no caso de uma das personagens do filme, é o desejo que o tempo pare, e, no caso da outra personagem, o desejo que o tempo ande mais depressa. Portanto, acho que o filme é sobre essa diferença, a diferença entre querer que o tempo pare e querer que ele ande mais depressa. RFI: A Baia dos Tigres é em Angola, no sudoeste de Angola. O que é que levou o Carlos Conceição a escolher ir filmar em Angola? Qual é a linha que se constrói que liga Angola a esta personagem? Ou a estes personagens, pois são dois personagens. Carlos Conceição: Podem ser, ou duas versões da mesma personagem. Eu filmo em Angola da mesma maneira que o Woody Allen filma Manhattan, ou o João Rosas filma Lisboa. É natural para mim, porque foi onde eu cresci. É mais fácil para mim filmar em Angola, em particular no sul, em particular no deserto, do que filmar em Lisboa. Para mim é mais difícil enquadrar em Lisboa. Ali sinto que estou muito seguro e, para onde quer que eu olhe, eu sei como é que o plano deve acontecer. E as narrativas que a maioria das vezes me surgem para contar são de alguma forma relacionadas com a minha própria vivência e, como tal, Angola está sempre envolvida de alguma maneira. Portanto, os meus filmes têm tido essa relação com Angola pelo menos os últimos três. O Serpentário, que é a minha primeira longa, e o Nação Valente, acima de tudo, e este filme. Que seria logo seguinte ao Serpentário, mas que estreia depois do Nação Valente, porque a vida dá muita volta, porque as coisas atrasam-se e metem-se pandemias e metem-se prazos e coisas do género. Mas acho que são dois filmes que são feitos num só gesto, de certa forma. Acho que a questão da Baía dos Tigres tem a ver com misticismo. Desde criança que eu ouvia falar da Baía dos Tigres como sendo uma ilha deserta, uma aldeia abandonada, uma cidade fantasma, como algumas que se vê nos westerns, relativamente perto, mas muito inacessível, muito difícil de lá chegar. Sempre foi uma ambição minha conhecer o sítio em si. E quando conheci, a primeira coisa que senti foi ... isto é um filme inteiro, este sítio é um filme. Eu já sei qual é o filme e tenho-o dentro de mim, tenho de o fazer e se não fizer vou morrer. Foi assim que o filme surgiu. Curiosamente, houve duas fases de rodagem. Na primeira nós não chegámos a conseguir ir à Baía dos Tigres. Estivemos na Floresta do Maiombe, em Cabinda. Estivemos no Uige, estivemos em Malanje, nas Quedas de Calandula, as Cataratas de Calandula. Depois filmámos muitas coisas à volta da zona onde eu cresci, que foi no Lubango, na Comuna da Huíla, na zona do ISPT, que é o Instituto Superior Politécnico de Tundavala e que tem uma mata enorme atrás, usámos como backlot. Obviamente, só depois disso é que conseguimos, numa segunda viagem, organizar a chegada à Baía dos Tigres, que envolve toda uma logística complicadíssima. Entre muitas aventuras possíveis, chegar à Baía dos Tigres, à Ilha dos Tigres, que tem cerca de 30 km de comprimento por uns 11 Km de largura, mas que tem construções concentradas... chegar de barco implicava sair da povoação mais próxima, num barco, que provavelmente seria uma traineira, que levaria 6 a 7 horas a chegar à ilha. Fazer um percurso longitudinal desde o Parque Nacional da Reserva Natural do Iona até ao embarcadouro, que se usa para ir para a Ilha dos Tigres, seria impensável porque a costa continental é toda cheia de poços de areia movediça. Então, a única maneira de chegar ao embarcadouro, sem ser engolido pelas areias movediças, é fazê-lo a uma certa hora da manhã, quando durante cerca de 50 minutos a maré está baixa. Temos de ir quase em excesso de velocidade, em veículos 4x4, pela zona molhada de areia, a partir da cidade do Tômbua, e fazer um percurso que demora mais de uma hora a fazer dentro daquela janela temporal. Caso contrário, ficamos ou atolados pelas ondas ou atolados na areia, onde, aliás, se conseguem ver muitos destroços de experiências fracassadas neste género. Ao chegar ao tal embarcadouro, que é um sítio muito tosco, muito improvisado, está lá alguém com quem nós marcamos. É uma pessoa que se contrata com um barco, uma espécie de lancha. Depois fazemos um percurso de quase uma hora de barco por entre bancos de areia, num mar muito, muito agressivo, cheio de fauna, orcas, focas que espreitam da água a olhar para nós, pássaros que passam rasantes, chuva constante, até que, de repente, começa no horizonte a surgir aquela cidade fantasma, assim, meio embrulhada no nevoeiro. Vê-se logo uma igreja amarela, uma coisa assim … , parece uma aparição. Há um misticismo à volta da experiência de lá chegar que o meu filme nunca conseguirá mostrar, por mais que eu me esforce, e que é muito difícil de captar. Eu tento, no filme, captar esse misticismo e essa fantasmagoria de maneiras diferentes. Criando alegorias, como o filme tem esta ideia da memória que se apaga. Eu imagino o filme um bocadinho como uma cassete ou uma bobina daquelas antigas, que tem de ser desmagnetizada, mas às vezes não fica completamente desmagnetizada, e, por isso, quando vamos gravar algo em cima, sobram restos de fantasmas de gravações passadas. Fisicamente, o filme tenta ir atrás dessa ideia que está a ser gravada uma nova existência por cima de uma existência prévia, mas estão lá fantasmas abstratos, sobrespostos, ruidosos, e que são fantasmas da História do século XX, transversais a várias culturas. RFI: São fantasmas do período em que a Angola estava colonizada por Portugal? São fantasmas da Guerra da Libertação? Carlos Conceição: É impossível não serem também esses fantasmas. Mas eu acho que são fantasmas do mundo contemporâneo, são fantasmas de 2025, são fantasmas do que está a acontecer em Gaza, do que está a acontecer na Ucrânia, são fantasmas deste ressurgimento da extrema-direita, são fantasmas do novo espaço que as ditaduras estão a ganhar, são fantasmas de coisas que deviam estar enterradas e não estão, e são fantasmas com várias origens. O filme tem, em certos momentos, elementos sonoros que vêm de discursos do Hitler, de Mussolini, de Oliveira Salazar, o Savimbi, a voz da Hanoi Hannah, que era uma vietnamita que transmitia mensagens aos soldados americanos a dizer, “vão-se embora, porque vocês vão morrer, o vosso governo traiu-vos”, e ela também aparece como um fantasma neste filme. Portanto, são esses fantasmas todos que, vindos do passado, constroem o presente. O momento presente que nós estamos a viver no mundo, é todo feito desses restos, na minha opinião, mal enterrados. RFI: O cinema é uma ferramenta para lidar com esses fantasmas? Carlos Conceição: Há uma certa obrigação antropológica em algum cinema, há uma responsabilidade histórica que o cinema deve atentar, mas eu não creio que o cinema deva ser uma arte utilitária exclusivamente. Acho que o cinema é mais interessante quanto mais livre for, e se calhar quanto mais fútil for. Eu vejo o cinema como uma espécie daqueles discos que se gravam e se mandam para o espaço, e acredito que daqui a uns anos, quando nós já cá não estivermos, vai aparecer uma espécie alienígena qualquer, ou uma espécie mais inteligente que nós, que tem estado aí escondida, que não aparece por nossa causa, e que vai descobrir uma carrada de filmes, e vai dizer, olha que interessante que era esta espécie que se autodestruiu. E é para isso que eu acho que o cinema serve. Eu vejo cada filme que faço como uma espécie de filho, até porque fazer um filme é uma espécie de gestação, dura o tempo de uma gestação, alguns mais, alguns trazem as minhas dores de cabeça comparáveis. E às vezes nós perguntamos para quê. Para mim essa é a resposta: é para deixar qualquer coisa, para deixar um legado, para deixar uma marca. Para deixar qualquer coisa que ajude a perceber como é que as coisas eram, como é que deviam ter sido, como é que não foram, por aí fora. RFI: Os primeiros filmes do Carlos Conceição foram curtas-metragens, os últimos três trabalhos foram longas-metragens. Não há uma vontade, não pode haver um desejo de voltar às curtas? Carlos Conceição: Eu penso que o universo das curtas, a existência cultural das curtas, é interessante, mas limitada. Eu fui muito feliz a fazer curtas-metragens, cheguei a dizer que me apetecia fazer curtas para sempre. O meu penúltimo filme, na verdade, não é uma longa-metragem, é uma média-metragem, tem 59 minutos, e eu tenho outro filme com 59 minutos para lançar em 2026. Esse formato de uma hora, para mim, é perfeito. Permite-se uma estrutura de curta-metragem em que nem tudo precisa de lá estar, de ser causa e efeito, nem de estar pejado de consequências, nem hiper-explicado, e ao mesmo tempo também não abusa das boas-vindas que recebe do público.Portanto, gosto de filmes que contêm esse universo mais curto, de certa forma. Para além do filme de 59 minutos que quero estrear para o ano que vem, se tiver sorte, também tenho uma ideia para uma curta-metragem que é toda feita com material que eu já tenho filmado, e que tem a ver com Angola também, curiosamente. Mas é uma curta muito mais sensorial e vai ser como música visual, vai ser baseado em ritmos de planos, e tempos e durações de planos, e o que é que corta para onde. Isso é um exercício que eu sinto que me agrada e que é uma coisa que eu quero fazer, que eu consigo fazer sozinho também. Até porque acho que estou precisando tirar umas férias depois desta maratona que têm sido os últimos três anos, talvez. RFI: Fazer sozinho é? Carlos Conceição: Quando eu digo fazer sozinho, às vezes refiro-me a ser só eu com uma câmera na mão, por exemplo, mas isso não quer dizer que depois a montagem vá ser eu sozinho. Eu gosto de pedir opinião às pessoas e depois já me aconteceu em determinados projetos eu saber exatamente como é que a montagem tende a acontecer, e seria eu dizer à pessoa que está comigo a montar que devíamos fazer assim, devíamos fazer assado, de forma a ir ao encontro da minha ideia. Já me aconteceu, como também acontece em particular no filme Baía dos Tigres, eu ter uma ideia e ficar à espera de ver o que é que a Mariana Gaivão tem para propor dentro da mesma ideia, enquanto montadora o que é que ela me vai contra-propor. E ela diz-me, dá-me dez minutos e volta daqui a dez minutos. E eu volto e ela tem uma proposta para fazer. A maioria das vezes estamos completamente síncronos. Acho que é muito importante essa parceria. Portanto, nós nunca estamos realmente sozinhos. Quando eu digo que posso fazer essa curta sozinho, eu acho que é material que eu fui juntando de outras rodagens, de outras coisas que não utilizei no Nação Valente, de coisas que não utilizei neste filme, e que eu acho que consigo sozinho em casa juntar e criar algo interessante com aquilo. É nesse sentido que digo fazer sozinho. Mas a verdade é que eu dependo sempre, obviamente, do meu colega Marco Amaral, que é o colorista que vai depois pôr aquilo com bom aspecto porque eu não sou diretor de fotografia, por isso ele tem de me salvar, de certa forma. Dependo, obviamente, de quem vai ajudar a fazer a montagem de som e a mistura de som. E, normalmente, eu trabalho com um núcleo muito duro, quase sempre a mesma família. Portanto, quando digo sozinho, às vezes posso estar a dizer que estou a autoproduzir, ou posso estar a dizer que é algo que eu consigo, se calhar, manufaturar, fazer de uma forma menos comunitária, menos convencional, menos industrial. RFI: O Carlos Conceição gosta de trabalhar com um núcleo duro, um núcleo próximo, o ator João Arraias faz parte desse núcleo. O que é que o faz investir nessa relação? Carlos Conceição: Há duas, três dimensões na resposta que eu posso dar. Em primeiro lugar, o João é um ator com capacidades únicas, que eu reconheço como muito valiosas e isso para um realizador é ouro. Pedir a um ator uma ação com meia dúzia de palavras e ele dar-nos exatamente aquilo ou, se calhar, melhor, não acontece todos os dias. Portanto, quando um ator tem esse super poder, nós agarramos nele e nunca mais o deixamos ir. A segunda questão tem a ver com o facto que eu me revejo imenso no João. Ele tem menos de 15 anos do que eu, quase 16, e houve uma altura, quando ele tinha 16, 17, era impossível, para mim, olhar para ele e não me estar a ver a mim. Houve vários filmes que surgiram por causa disso, nomeadamente o Versalhes, o Coelho Mau, e o Serpentário sem dúvida nenhuma. A terceira coisa é que nós somos muito amigos e trabalhar com amigos é o maior prazer do mundo. RFI: Baía dos Tigres teve a estreia mundial no Festival Internacional de Cinema DocLisboa, na origem dedicada aos documentários. Podemos identificar a Baía dos Tigres como um documentário? Carlos Conceição: O Godard dizia que todos os filmes são documentários sobre a sua rodagem, o seu processo de serem feitos. O Baía dos Tigres é uma ficção filmada segundo alguns credos do documentário. É tudo quanto posso dizer. Por ser o realizador do filme e o argumentista do filme, talvez não seja a pessoa mais indicada para o definir nesse sentido. Aliás, os filmes, normalmente, e é uma ideia que eu costumo tentar vender, os filmes não são como são por acidente ou por ingenuidade ou porque a pessoa que os fez não soube fazer melhor. Os filmes são normalmente resultado de um período de deliberação que é longo, ardo, obsessivo e desgastante para o seu realizador. Portanto, não há filme nenhum que seja como é porque o realizador não sabia fazer melhor. Isso quer dizer que, de certa forma, cada filme dita a sua própria gramática. E eu acho que é muito interessante que possa haver fusões entre os sistemas clássicos narrativos e as formas do documentário, o cinema mais contemplativo. Eu gosto, por exemplo, do cinema do Andy Warhol. Eu nunca me sentei a ver o Empire State Building durante oito horas, mas só saber que existe … Eu já vi aos bocados, não é? Mas saber que este filme existe e que pode ser visto dessa maneira, para mim, é uma fonte de inspiração enorme. Da mesma maneira, o James Benning, vários filmes da Chantal Akerman, tudo isso são manifestações cinematográficas de fusão que eu considero que quebram todas as gaiolas e acho que importante, se calhar, para lutar contra o mainstream. Eu acho o mainstream um bocadinho o inimigo principal do crescimento da arte. O mainstream obriga a fazer comparações, obriga a manuais. Acho que não há nada melhor para quebrar com essas gaiolas do que revisitar estes filmes de que eu estava a falar. RFI: Em relação a novos projetos, o que é que está a acontecer? Em off, tinham-me falado de um projeto sobre ópera. O que é que está para vir? Carlos Conceição: Eu tenho, neste momento, três projetos para serem lançados. Um é uma media-metragem de 59 minutos, do qual já tínhamos falado há pouco. O outro é um filme, uma longa-metragem que é uma experiência em linguagem mainstream, por assim dizer, que se chama Bodyhackers. E o terceiro projeto. que é o mais recente, ao qual eu dediquei os últimos 14 meses da minha vida, é um projeto para televisão e para cinema que envolve ópera. São narrativas separadas, autónomas, todas elas com um compositor português, algumas baseadas em fontes literárias, algumas dessas óperas, mas são essencialmente segmentos operáticos que resultarão simultaneamente num filme e numa série de televisão. RFI: O Carlos Conceição nasceu em Angola, viveu em Angola até hoje 22 anos, vai frequentemente a Angola. Qual é a imagem que tem do cinema produzido em Angola? Como é que olha para aquilo que acontece em Angola a nível da produção cinematográfica? Carlos Conceição: Gostava de ver mais, gostava de ver em mais sítios e gostava de ver mais pluralidade. Acho que estamos num momento perfeito para que se revelem novos talentos e comecem a aparecer mais pessoas e mais pessoas arrisquem. Qualquer pessoa com um telemóvel, neste momento, consegue fazer um filme e acho que não deve haver o medo de partir para essa aventura. Hoje em dia temos o HD disponível nos nossos telemóveis, nos smartphones, até nos mais corriqueiros. O que eu acho é que o cinema mais interessante, às vezes, surge daí, surge justamente daquela recusa à inércia. Há um filme dentro de nós, ele pode sair de qualquer maneira e sai. Basta nós queremos que ele saia e ele vem cá para fora. RFI: Já teve oportunidade de visionar algum produto assim feito, feito em Angola? Carlos Conceição: Sim, em particular um filme que eu comprei num semáforo em DVD e que me parece que não era uma versão final de montagem porque tinha a voz do realizador a dar instruções aos atores. Era um filme absolutamente inacreditável sobre uma mãe e umas filhas à procura de vingança por uma coisa que lhes tinha acontecido. Uma mulher que tinha sido injuriada a vida inteira, que usava uma pala no olho e as filhas quando tinham um desgosto morriam com uma hemorragia através da pele. O filme é de tal maneira incrível na sua imaginação que eu fiquei absolutamente estarrecido, senti-me uma formiga perante aquele filme que foi feito num subúrbio de Luanda para ser consumido num subúrbio de Luanda. Eu senti que a genialidade por trás daquilo era uma coisa que devia ser descoberta e valorizada. Ou seja, isso existe em Angola, por isso acho muito importante ir à descoberta disso.
This is a teaching on Grace in English and Portuguese - Radio Broadcast in Luanda, Angola - Africa.
No final da semana passada decorreu em Paris a décima edição do salão de arte africana AKAA, Also Known As Africa, uma mostra reunindo galerias de várias partes com um foco sobre a criação vinda do continente africano e da diáspora. Nesta feira cuja organização coincidiu com a Basel Paris, uma mostra internacional que transforma por alguns dias Paris no maior museu do mundo, estiveram duas galerias baseadas em Portugal que apresentaram grandes nomes ou figuras emergentes das artes plásticas dos países de África Lusófona. A RFI falou com os responsáveis dessas duas galerias, Janire Bilbao e Carlos Cabral Nunes, mas igualmente com dois artistas, Renée Gagnon, artista luso-canadiana conhecida designadamente por uma série de fotografias que fez nos musseques de Luanda no final dos anos 70 e ainda o guineense radicado aqui em Paris, Nú Barreto, que já ouviram nas nossas antenas por ser também um dos organizadores da bienal de Bissau. Foi com ele que decidimos abrir a nossa visita deste salão, de olhos postos sobre uma das obras que apresentou nesta que não foi a sua primeira participação no certame. O artista guineense propôs designadamente um grande painel em forma de bandeira americana feita de retalhos, com as cores do continente africano, amarelo, vermelho, verde e estrelas negras caídas no chão. Os "Estados Desunidos de África". "Acho que o comparativo com a bandeira americana terá um pé bastante curto, porque é uma metáfora. Eu fui recuperar a bandeira americana porque é a América e os Estados Unidos da América. O essencial na União aqui é os 'Estados Desunidos da África'. E então o que me interessava era recuperar esse simbolismo da dimensão, porque achei que também que a África tem uma dimensão superior aos Estados Unidos, estamos a falar em termos de superfícies. Mas se reparar, as cores foram invertidas. Porquê? Eu inverti porque eu estou a falar do continente africano. Daí, fui buscar as cores mais utilizadas nas bandeiras das nações africanas. Verde, amarelo, vermelho e preto. Usamos sempre preto. Eu uso as estrelas de cores pretas nesse trabalho. Daí que para esse comparativo entre os Estados Unidos e esta bandeira é só isto. O resto é uma forma de questionamento que eu, enquanto artista, faço, vou abordando diferentes temáticas e em cada bandeira que eu vou criando", esclarece. O verde, o amarelo, o vermelho são também as cores dominantes colocadas por cima das fotografias a preto e branco que Renée Gagnon tirou há cinquenta anos nos nos bairros da lata da capital angolana, em plena guerra civil. A história por detrás de uma obra de arte pode ser ela também um autêntico romance. "Eu fui acompanhar um amigo meu, um belo português, que ia montar uma agência de publicidade em Luanda e eu também estava interessada no tipo de construção dos musseques que são os 'bidonvilles' de Luanda. O interesse destas casas precárias é que elas são feitas de restos de embalagem de caixas e queria mostrar que, mesmo assim, são bonitas. Há uma vontade das pessoas que constroem, de fazer uma casa bonita. E então comecei a circular nos musseques, a ver como é que era. Com a Guerra da Independência, recebi uma bolsa da Fundação Gulbenkian para ir fotografar os musseques, porque havia incêndios e tinham medo que os musseques acabassem por desaparecer da cidade. E eu, como era uma coisa histórica, queria muito fixar isso do ponto de vista sociológico e do ponto de vista artístico", começa por recordar a artista. "Tinha pedido um Jipe para chegar às portas dos musseques porque havia esse combate dentro dos musseques e um guarda com uma arma no bolso, escondida, vestido à paisana para me mostrar os caminhos que eu podia tomar. Então fui ver e falar com as pessoas e fui muito bem recebida. As pessoas diziam 'vem fotografar a minha casa. A minha casa é bonita'. E então estava muito entusiasmada. Eu trabalhava das oito horas da manhã até ao pôr-do-sol. E agora, 50 anos depois, eu retomei estas fotografias que estavam inéditas, decidindo trabalhar sobre elas. E fiz para este salão e fiz fotografias pintadas porque lá na África não há cor, o sol come tudo e então as cores que eu pus em cima das fotografias a preto e branco são minhas cores", conta ainda a fotógrafa que refere não ter mais regressado a Angola desde essa época. "Estava muito triste com a guerra", explica a artista que todavia revela que em breve, no próximo mês de Fevereiro, volta pela primeira vez a Luanda para apresentar as suas fotografias. Renée Gagnon, fez parte, juntamente com o pintor moçambicano Ernesto Shikhani ou ainda a ceramista, também ela de Moçambique, Reinata Sadimba, dos artistas cujas obras foram colocadas em destaque neste salão pela Perve Galeria, um espaço no coração de Lisboa, que tem trabalhado para dar a conhecer o fervilhar da criação artística dos países de África Lusófona. Entrevistado pela RFI, o director desta estrutura, Carlos Cabral Nunes, uma presença assídua do salão, lamenta que a arte de África Lusófona não seja mais conhecida e que as instituições culturais em Portugal não demonstrem mais interesse. "Há ainda muito a fazer e eu penso que isso é uma responsabilidade também nossa. Quando digo nossa, é em Portugal, porque é o país da União Europeia que de facto tem uma possibilidade de ajudar nesse processo de internacionalização, desde logo dos mestres de língua portuguesa em África e, por essa via, depois também chegar às novas gerações e dar, no fundo, esse apoio para uma certa continuação de um discurso que é um discurso com uma matriz cultural própria", diz o galerista. "Por exemplo, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Chiado, presumo que não tenha nada relativo a estes grandes mestres de língua portuguesa. A própria colecção do Estado português também tem uma escassez tremenda. O próprio Museu Berardo, a Colecção Berardo, não. E por aí fora. Quer dizer, há excepções, a própria Gulbenkian, também tem muito pouca coisa. E, portanto, há aí uma grande lacuna", observa Carlos Cabral Nunes. "Posso dar um exemplo muito recente, uma das obras mais impactantes que apresentámos na Frieze Masters, em Londres, que foi destacada na feira pelo Observer, pelo Monde, pelo quotidiano de arte, etc. O embaixador de Portugal em Londres perguntou-me 'mas esta obra, porque é que não fica em Portugal?' E eu disse 'Eu por mim até estava disposto a fazer um preço especial'. Mas não posso andar a bater às portas, a pedir para ficarem com a obra. E é óbvio que é uma obra que de repente entra num circuito internacional e tem uma série de museus de várias partes interessadas na sua aquisição. E nós queremos, de facto, que as obras cheguem ao público desde logo. Continuamos muito presos, infelizmente, àquela noção que eu gostava que já tivesse morrido há muitos anos, do 'Orgulhosamente Sós'", conclui. Também presente no salão, a Movart Gallery dá igualmente destaque aos nomes já conhecidos ou ainda por descobrir da África Lusófona, como o mestre angolano António Olé ou o fotógrafo moçambicano Mário Macilau, cuja foto a preto e branco estilizada de uma mulher foi a "capa" do visual da mostra. A responsável desta galeria considera que subsiste muito por fazer na divulgação do trabalho dos artistas de África Lusófona. "Ainda é um bocadinho desconhecida por aí. A nossa missão é importante, de dar a conhecer e contar estas histórias para todo o mundo", considera a galerista para quem se "está no início de um grande caminho que ainda há a percorrer". Janire Bilbao não deixa contudo de apontar que "muitas vezes parece um pouco constrangedor, porque é um nicho muito pequeno e às vezes é preciso mais apoio das instituições". A fechar a nossa visita pelo salão AKAA, voltamos a ouvir Nú Barreto, não só na qualidade de artista mas também de curador de eventos culturais que tal como Janire Bilbao e Carlos Cabral Nunes, julga que ainda há muito caminho a percorrer para valorizar a criação africana, em primeiro lugar no próprio continente. "Os africanos sempre criaram. Essa criação sempre foi acompanhada e desenvolvida. E continua a ser. Agora, o que acontece é uma escassez em termos de promoção, em termos de divulgação dessas sabedorias e a própria forma de tentarem conter essa criação, esse dinamismo todo criativo que existe para que possa ser desenvolvido e o continente possa usufruir desses valores todos. Infelizmente, o desequilíbrio do continente, as formas de fazerem no continente, em certos países ou na maioria dos países, faz com que esses valores tenham tendência a se exportarem e ficarem fora, onde vão brilhar lá fora. No meu caso, o meu país não tem nada estruturado. Não existe uma política cultural no meu país para que as coisas possam funcionar como deveriam ser", aponta Nú Barreto. "Há países que estão a sair aos poucos. Benim, Costa do Marfim, África do Sul. É um caso um pouco particular. Gana, Nigéria. Estão a sair aos poucos. Estão a propor coisas bastante interessantes em termos do desenvolvimento cultural, de promoção da cultura dentro do próprio país. Sentia-me muito feliz que muitos países tentassem encontrar, em conformidade com as suas realidades, a forma de proporcionar mais, de apoiar mais a cultura, porque ninguém vive sem cultura", conclui o artista guineense. Eis mais algumas imagens apanhadas no salão AKAA:
On May 25, 2003, at Luanda's Quatro de Fevereiro Airport in Angola, a Boeing 727 with tail number N844AA mysteriously took off without clearance, piloted by Ben Padilla—a seasoned aviation mechanic, flight engineer, and private pilot—and another unidentified individual. The plane, originally a commercial airliner converted to cargo use, was undergoing maintenance when it suddenly taxied down the runway and vanished into the skies over the Atlantic Ocean, leaving behind no trace. Despite international search efforts involving the FBI, CIA, and various aviation authorities, no concrete leads or evidence ever surfaced, fueling countless theories ranging from financial theft and clandestine operations to possible terrorist involvement. Padilla's family believes he was coerced into the incident, while others speculate on his possible involvement. The mystery of the missing Boeing 727 and Ben Padilla remains one of aviation's most perplexing cases, with neither the man nor the massive aircraft ever found, raising questions about how such a disappearance could occur in the age of modern surveillance.(commercial at 8:27)to contact me:bobbycapucci@protonmail.comBecome a supporter of this podcast: https://www.spreaker.com/podcast/the-moscow-murders-and-more--5852883/support.
José Mário Vaz lidera boletim das presidenciais na Guiné-Bissau. Domingos Simões Pereira fica fora. Tribunal Provincial de Luanda condenou a três anos e seis meses de prisão Gelson Quintas, conhecido como "Man Genas". Na Assembleia da República de Moçambique, o ministro da Defesa garante que Cabo Delgado é "viável".
Angola eleita a membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o período de 2026 a 2028. Julgamento do general Kopelipa, expõe fissuras profundas no sistema judicial angolano. Donald Trump reúne-se hoje com Zelensky. Em duas semanas, será a vez de Putin, para discutir caminhos para a paz na Ucrânia.
Na Guiné-Bissau, o Supremo Tribunal de Justiça não incluiu Domingos Simões Pereira na lista definitiva de candidatos às eleições presidenciais. Em Angola, o Presidente João Lourenço anunciou a atribuição de medalhas comemorativas dos 50 anos da Independência a Jonas Savimbi e Holden Roberto, depois de muitas críticas pela ausência destes nomes nas listas de condecorações. Em Moçambique, é o primeiro aniversário do duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe e em Cabo Verde festeja-se o apuramento para o Mundial de Futebol de 2026. Na Guiné-Bissau, o Supremo Tribunal de Justiça não incluiu Domingos Simões Pereira, principal líder da oposição, na lista definitiva de candidatos à presidência da República nas eleições gerais de 23 de Novembro. A candidatura da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, às eleições legislativas também não foi aceite. Esta será a primeira vez que o PAIGC, histórico partido da libertação, fica de fora de uma corrida eleitoral na Guiné-Bissau. A lista definitiva das candidaturas às eleições presidenciais foi divulgada esta sexta-feira e Domingos Simões Pereira disse à RFI que “a intenção clara” é afastá-lo do escrutínio e acusou o actual Presidente Umaro Sissoco Embaló de ter “medo de o enfrentar nas urnas”. Na terça-feira, jornalistas de três rádios locais de Bissau, nomeadamente a Capital FM, foram impedidos de cobrir a conferência de imprensa do Supremo Tribunal de Justiça quando este divulgou a lista provisória das candidaturas validadas. Tiago Seide, director da capital FM, disse à RFI que não foi apresentada nenhuma justificação. Por outro lado, na segunda-feira, a Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau condenou com veemência o rapto e o espancamento de Luís Vaz Martins, antigo líder da Liga Guineense de Direitos Humanos e actual presidente da comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau. Em Angola, na quarta-feira, o Presidente João Lourenço anunciou, na mensagem sobre o Estado da Nação, na Assembleia Nacional, que os signatários dos Acordos de Alvor, incluindo Jonas Savimbi e Holden Roberto, os fundadores da UNITA e da FNLA, vão ser lembrados com a medalha comemorativa dos 50 anos da Independência de Angola. O gesto - disse o Presidente - é enquadrado no espírito de "perdão e reconciliação”. Esta decisão surge após muitas críticas pela ausência destes nomes nas listas de condecorações já atribuídas no âmbito dos 50 anos da independência nacional. O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, lembrou que foi um “processo muito longo”, marcado pela rejeição na Assembleia do “reconhecimento aos pais da nação” e “uma série imensa de não aceitações individuais de condecorações”. Além disso, Adalberto Costa Júnior sublinha que Jonas Savimbi e Holden Roberto devem ser reconhecidos “por mérito” e não por perdão. Por outro lado, Nimi A Simbi, presidente da FNLA, considerou a distinção de Holden Roberto como um reconhecimento do papel do partido “para a libertação de Angola”. Na terça-feira, Angola foi eleita membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para o triénio 2026-2028. As autoridades angolanas referem que esta eleição resulta do “reconhecimento dos avanços institucionais e do compromisso do país com a dignidade humana”. Porém, há vozes que denunciam que "o país não respeita os direitos humanos". Esta sexta-feira, em Luanda, um grupo e defensores dos direitos humanos convocou uma vigília para apelar à libertação de activistas detidos em Julho quando se manifestavam contra o aumento do preço do combustível e dos transportes. Em Moçambique, este sábado, 18 de Outubro, marca o primeiro aniversário do duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe, algo que desencadeou meses de protestos em Moçambique depois das eleições gerais de Outubro de 2024. Agora, o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou que, até Dezembro, estará em actividade uma fundação inspirada em Elvino Dias, conhecido como “advogado do povo”. Venâncio Mondlane responsabilizou os "esquadrões da morte" pelo duplo homicídio dos seus apoiantes. No distrito de Memba, na província costeira de Nampula, no norte de Moçambique, a população continua com medo depois dos ataques terroristas de 30 de Setembro e 3 Outubro, contou o administrador do distrito, Manuel Cintura. Em Cabo Verde, segunda-feira foi dia de festa com o apuramento inédito da selecção para o Mundial de Futebol. Os Tubarões Azuis venceram o Essuatíni por três a zero no Estádio Nacional, na cidade da Praia. O selecionador cabo-verdiano, Pedro Leitão Brito, connhecido por “Bubista”, descreveu a união entre jogadores como factor essencial para o apuramento. Em São Tomé e Príncipe, o grupo HBD do empresário Mark Shuttleworth anunciou que vai suspender o seu investimento na ilha do Príncipe. Os governos central e regional mostraram vontade de reverter a situação. Em Madagáscar, esta sexta-feira tomou posse como Presidente o coronel Michael Randrianirina, comandante de uma unidade de elite, três dias depois de ter anunciado que as forças armadas locais iam tomar conta do país e após três semanas de protestos contra o governo. O golpe militar foi condenado pelas Nações Unidas e levou à exclusão provisória de Madagáscar da União Africana. O presidente deposto, Andry Rajoelina, está em paradeiro desconhecido, após ter fugido da ilha por temer pela própria vida durante a rebelião. Porém, o coronel Michael Randrianirina rejeita falar em golpe de Estado. O líder da oposição queniana, Raila Odinga, morreu na quarta-feira, aos 80 anos, na Índia, onde recebia cuidados médicos. Odinga marcou profundamente a história política do Quénia. Foi várias vezes candidato à presidência e foi primeiro-ministro entre 2008 e 2013. No funeral de Estado, esta sexta-feira, dezenas de pessoas ficaram feridas num movimento de pânico, um dia depois de três pessoas terem morrido quando as forças de segurança abriram fogo contra um estádio onde decorria uma homenagem a Raila Odinga.
Presidente angolano, João Lourenço discursa hoje no Parlamento sobre o estado da nação. Governador de Nampula reconhece quebra de confiança dos empresários locais em relação ao governo por causa de dívidas. África do Sul pode descriminalizar o trabalho sexual.
L'inondation du marché du diamant par les pierres synthétiques est une source de préoccupation pour la filière. À tel point qu'en juin dernier, l'industrie du diamant naturel s'est engagée à alimenter un fonds pour une vaste opération marketing. Quatre mois plus tard, les promesses de financement n'ont pas été suivies d'actes. Les signataires se sont engagés à verser 1% de leurs revenus d'exportation de pierres brutes à un fonds collectif. Cette structure, le National Diamond Council, existe depuis longtemps, mais a vu ses moyens chuter avec l'arrêt des financements russes d'Alrosa. L'objectif est de le doter à nouveau de 100 millions de dollars pour mener une vaste campagne de promotion mondiale du diamant naturel. Quatre mois plus tard, les montants promis n'ont pas été débloqués, selon le Centre pour le diamant d'Anvers (AWDC) qui a bataillé pour réunir tous ces acteurs à la même table, et qui demande aujourd'hui à chacun de respecter son engagement, dans une lettre ouverte. « Chaque retard affaiblit la crédibilité de l'engagement que nous avions pris ensemble », écrivent les responsables de l'AWDC. La bataille du marketing Du point de vue des diamantaires, il y a urgence à agir, car les pierres de laboratoire ont provoqué une crise dans le secteur ces dernières années, crise qui s'est traduite par une baisse des ventes et une chute des prix. Pour livrer la bataille, le terrain de la communication est incontournable. « Pendant que nous hésitons, les diamants synthétiques inondent le marché de milliards de dollars de publicité et les influenceurs redéfinissent le discours d'une manière qui sape tout ce que notre secteur représente », relève l'AWDC. Le marketing est d'autant plus important à l'approche de Noël et ensuite du Nouvel An chinois, des périodes cruciales pour la vente de diamants. L'Angola intéressé par De Beers Parmi les contributeurs signataires au mois de juin et rappelés à l'ordre figure l'Angola, où l'industrie s'est réunie en juin. Le pays offre aujourd'hui le plus gros potentiel minier du continent et est devenu, depuis l'année dernière, le premier producteur africain en valeur. Une stature qui s'accompagne d'une ambition : Luanda assure avoir les financements pour acquérir une part du géant De Beers, dont la maison mère Anglo American veut se séparer. Proposition presque concomitante avec celle du Botswana, déjà actionnaire à 15% du groupe et qui souhaite devenir majoritaire. « Des offres, qui, à ce stade, illustrent une volonté panafricaine croissante de gérer les ressources du continent, et qui, si elles se concrétisent, pourraient avoir un impact important sur le marché du diamant », commente un industriel du secteur. À lire aussiLe secteur du diamant s'unit pour redorer l'image des pierres naturelles
Neste programa, olhamos para alguns dos temas que marcaram a semana. Na Guiné-Bissau terminou o prazo para a apresentação de candidaturas às eleições de 23 de Novembro, com a candidatura do PAI-Terra Ranka a ser indeferida por parte do Supremo Tribunal. Domingos Simões Pereira exortou o Supremo Tribunal de Justiça a "corrigir o erro cometido”. Em Angola, cinco organizações da sociedade civil instaram as Nações Unidas a liderarem uma investigação internacional sobre as mortes que ocorreram durante a greve dos taxistas. Em Moçambique, o Presidente da República pediu às Forças de Defesa e Segurança “estratégias para incinerar” o terrorismo. Começamos com a Guiné-Bissau, onde quase duas dezenas de candidaturas foram apresentadas às eleições de 23 de Novembro, de acordo com as intenções divulgadas até ao final do prazo, nesta quinta-feira. O histórico PAIGC corre o risco de, pela primeira vez, ser afastado de eleições, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter rejeitado a candidatura da coligação PAI-Terra Ranka às próximas presidenciais e legislativas da coligação que venceu com maioria absoluta em 2023 e foi afastada do poder com a dissolução do parlamento pelo Presidente, Umaro Sissoco Embaló. Esta sexta-feira, em conferência de imprensa, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, exortou o Supremo Tribunal de Justiça a reverter a exclusão da candidatura e a "corrigir o erro cometido”. Na quarta-feira, o candidato presidencial da coligação, Domingos Simões Pereira, falou com a RFI e deixou um aviso: “Ou participamos nestas eleições ou se está a convocar o país para algo de terrível.” Quanto às outras candidaturas, Hugo Correia, em serviço especial para a RFI, fez-nos o resumo. O actual chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, recandidata-se apoiado pela Plataforma Republicana "Nô Kumpu Guiné", que também viu a candidatura rejeitada, a 16 de Setembro, mas que acabou por ser aprovada depois de corrigidas as irregularidades apontadas pelo Tribunal. O antigo Presidente da Guiné-Bissau José Mário Vaz anunciou que volta a candidatar-se ao cargo, que perdeu para Sissoco Embaló em 2019. José Mário Vaz desvinculou-se do MADEM G-15 e é apoiado pelo COLIDE-GB (Convergência Nacional para a Liberdade e o Desenvolvimento da Guiné-Bissau). Na corrida às eleições, outra coligação, a API Cabas Garandi, que perdeu a maioria dos protagonistas que se tinham juntado em protesto contra o regime do Presidente Embaló. A coligação foi fundada por Braima Camará, depois de o MADEM G-15, que fundou com Sissico Embaló, se ter divido em duas alas, a que apoiava a sua direcção e a que estava com o Presidente da República. O mesmo aconteceu com outro dos fundadores, Fernando Dias, que ficou com uma ala do Partido de Renovação Social (PRS), fiel ao chefe de Estado. Na coligação estava ainda Nuno Gomes Nabiam, antigo primeiro-ministro que, a poucos dias do fim do prazo para a apresentação de candidaturas, deixou a coligação Cabas Garandi e anunciou que volta a concorrer a Presidente da República, apoiado pelo partido que dirige, a Assembleia do Povo Unido - PARTIDO Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB). Braima Camará foi o primeiro a sair da API Cabas Garandi, depois de ter sido nomeado em agosto primeiro-ministro do Governo de iniciativa presidencial. Fernando Dias, do PRS, avança pela coligação e disse publicamente que nada o impedirá de ser candidato a Presidente da República. Outro membro e deputado do PRS, Siga Batista, entregou também no Supremo Tribunal de Justiça a candidatura às eleições presidenciais. João Bernardo Vieira, ex-secretário de Estado dos Transportes e Comunicações e dirigente do PAIGC, também se candidata à presidência. Nas candidaturas às presidenciais, encontra-se também o antigo primeiro-ministro, Baciro Djá, pela Frente Patriótica para a Salvação Nacional (Frepasna), e o presidente do Partido Aliança para República, Mamado Iaia Djaló. No último dia do prazo, entregaram ainda candidaturas o Partido Movimento Social Democrático (MSD), o Partido do Povo (PDP), o Partido Social dos Trabalhadores (PST), o Partido Unido Social Democrático (PUSD) e o candidato Independente Mamadu Embaló.)) Em Moçambique, os grupos armados em Cabo Delgado, no norte do país, continuam a atacar aldeias, raptar civis e saquear comunidades para sustentar a sua máquina de guerra. O Presidente da República, Daniel Chapo, pediu às Forças de Defesa e Segurança “estratégias para incinerar” os grupos insurgentes. Oiça o trabalho de Orfeu Lisboa, o nosso correspondente. Em Angola, cinco organizações da sociedade civil instaram as Nações Unidas a liderarem uma investigação internacional independente sobre as mortes que ocorreram durante a greve dos taxistas. As ONG´s predispõem-se a fornecer documentação para apoiar a busca por justiça. Francisco Paulo, o nosso correspondente, fez-nos o relato. Angola enfrenta, ha nove meses, um surto de sarampo em larga escala, com um registo de mais de 6 mil casos. Luanda, Uíge, Bié e Lunda-Sul são as regiões mais afectadas devido à falta de cobertura vacinal de rotina. A coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Alda de Sousa, admitiu que a falta de cobertura vacinal de rotina para travar esta doença tem contribuído para o aumento de casos. Em Cabo Verde, o sector da Justiça melhorou em 2024, mas continua lento, admitiu o Procurador-Geral da República, Luís Landim. No sector da educação, a primeira-dama, Débora Katisa Carvalho, mostrou-se preocupada com a diminuição de rapazes no sistema de ensino e apelou, também, às famílias para promoverem uma educação mais equitativa e inclusiva, como nos contou Odair Santos. Em São Tomé e Príncipe, escolas em várias localidades estão a registar uma diminuição significativa no número de alunos, contou-nos o nosso correspondente Maximino Carlos. Na cultura, o coreógrafo e bailarino moçambicano Ídio Chichava esteve em destaque na Bienal de Dança de Lyon, em França, considerada como o principal evento de dança contemporânea do mundo. Ídio Chichava apresentou um espectáculo participativo feito com o público e também o espectáculo “Vagabundus”. Oiça aqui.
Em Angola, Osvaldo Kaholo está detido há mais de dois meses. Irmã revela à DW que ativista está doente e sem assistência médica. Jurista afirma que Angola e RDC podem formar uma parceria estratégica para ser o motor da África Austral. Analisamos ainda a importância de África na corrida ao espaço no passado, presente e futuro. Arrancou com estrondo a primeira jornada da Liga dos Campeões.
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Esta semana destacamos a situação na província de Cabo Delgado, concretamente no distrito de Mocimboa da Praia, com o registo de pelo menos quatro mortos na sequência de ataques terroristas. Luísa Meque, a presidente do Instituto Nacional de Gestão de Risco e Redução de Desastres, traçou "um quadro negro da situação humanitária naquele território". Esta semana começamos por Moçambique onde grupos terroristas voltaram a atacar o distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, no norte. Há registo de, pelo menos, quatro vítimas mortais. Recorde-se que mais de seis mil pessoas morreram no norte de Moçambique desde o início da insurgência, em 2017. A presidente do Instituto Nacional de Gestão de Risco e Redução de Desastres, Luísa Meque, traçou um quadro negro da situação humanitária na província de Cabo Delgado. Por seu turno o governador da província de Cabo Delgado, Valige Tauabo, apelou a uma maior colaboração entre a população e as forças de defesa e segurança. Ainda em Moçambique, o presidente Daniel Chapo garante a inclusão de todos no diálogo político nacional, assegurando que nenhum cidadão será excluído do processo, que visa restaurar a estabilidade no país após as eleições de 2024. A cerimónia contou com a presença de diversas figuras da política nacional, entre as quais o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane. Em declarações no evento, Mondlane reivindicou a integração do seu partido- Anamola- no processo de diálogo, acrescentando que a carta enviada com esse pedido ainda não teve resposta... Em Cabo Verde os trabalhadores da CV Handling agendaram uma greve de 3 dias, que poderia afectar os aeroportos da cidade da Praia e das ilhas da Boa Vista e de São Vicente, bem como os aeródromos das ilhas do Fogo e Maio. Conforme o delegado do Sindicato dos Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo ((Sitthur) na CV Handling, Ailton Martins, a greve foi equacionada porque a administração da empresa de prestação de serviços de assistência em escala nos aeroportos de Cabo Verde se tem demonstrado intransigente recusando negociar o caderno reivindicativo dos trabalhadores. Ainda em Cabo Verde e igualmente no plano laboral os professores descartam novos adiamentos em relação à actualização salarial no âmbito do Plano de carreiras, funções e remunerações. Exigem também o pagamento dos retroactivos. Jorge Cardoso, presidente do Sindicato Nacional dos Professores disse que os professores aguardam que já no salário de Setembro sejam aplicados os aumentos previstos, juntamente com os retroactivos do mês de Janeiro deste ano... Em Angola a greve dos jornalistas dos órgãos públicos de comunicação social foi suspensa pelo Tribunal de Comarca de Luanda. André Mussamo, porta-voz do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) pede, porém, calma à classe e anuncia novas negociações com o governo, mas alerta para a situação difícil com que se depara a classe. Em Addis Abeba, na Etiópia, decorreu esta semana a segunda Cimeira Africana sobre o Clima. África quer transformar a crise climática numa oportunidade económica, uma vez que o continente detém 60 por cento do potencial solar mundial e cerca de 40 por cento do potencial global em energias renováveis. José Luis, oficial jurídico e gestor de grupos de trabalho da Plataforma Juvenil para a Acção Climática de Moçambique está a participar no encontro e apela a uma maior diplomacia africana de forma a assegurar o financiamento específico para o continente.
Le Mpox continue de se propager de manière inquiétante en Afrique. En 2025, les cas ont dépassé ceux de 2024. Ce sont plus de 21 000 cas de Mpox qui sont détectés dans treize pays africains, et cela risque de doubler d'ici la fin de l'année. Les coupes des aides en provenance des États-Unis et d'Europe ont fragilisé les systèmes de santé. Au total, 700 000 doses de vaccin ont été administrées, mais les stocks sont insuffisants. La Sierra Leone représente 41% des infections récentes, et la RDC est aussi en première ligne avec 24 000 cas détectés depuis début 2024. On en parle ce matin avec notre Grand invité Afrique : Jean Kaseya, directeur de l'Africa CDC (les centres africains de contrôle et de prévention des maladies). RFI : Avec les coupes budgétaires de l'aide occidentale, est-ce que vous avez déjà mesuré un impact direct sur la réponse aux épidémies ? Jean Kaseya : Je suis très clair là-dessus. Ces coupes peuvent ou sont en train d'accélérer une possible pandémie venant d'Afrique. Le nombre d'épidémies ne fait qu'augmenter d'une année à l'autre. Nous avons toujours ces problèmes d'accès aux médicaments et aux vaccins. Et ça, ce sont des conditions réunies en plus des changements climatiques, en plus de l'insécurité, pour déclencher une pandémie. Mais je sens partout, dans tous les pays où je passe, un réveil. J'étais à Lusaka, en Zambie, il y a quatre jours. Il y a deux jours, j'étais à Luanda et maintenant, je suis à Abidjan. Je vois comment les pays se mobilisent pour trouver des ressources internes et c'est partout en Afrique le cas. Justement, est-ce que ces pays arrivent à trouver des fonds ? Je vais vous donner l'exemple de la RDC où j'ai eu à rencontrer le président Tshisekedi, qui m'a informé que le pays a décidé de mettre en place une taxe de 2 % sur tous les produits importés. En plus de cela, ils ont mis une taxe sur les salaires de toutes les personnes qui travaillent de 2,5 %. Au total, cela va donner autour de 1,5 milliard de dollars additionnels chaque année. Ça, ce sont des ressources concrètes. Le président Mahama me parlait d'un programme qu'on appelle Mahama Cares Ghana. Les pays africains avancent dans la réalité. À lire aussiÉpidémie de mpox: malgré une baisse constatée en Afrique, la vigilance reste de mise En Sierra Leone, le testing est à 100 % et le pays semble se distinguer par une gestion plus efficace du Mpox ? C'est d'abord un grand effort au niveau communautaire pour mobiliser les relais communautaires. C'est former les agents de santé par rapport à la surveillance. C'est mettre en place la vaccination qu'il faut. C'est détecter la comorbidité, ça peut être le VIH ou d'autres maladies. C'est aujourd'hui l'occasion de dire et de tordre le cou à tous ceux-là qui pensent que les Africains n'aiment pas les vaccins. Ce n'est pas vrai. Aujourd'hui, dans la plupart des pays, le taux de testing est de 100 % puisque les gens acceptent de se faire tester pour savoir s'ils sont malades. Là où le vaccin est disponible, le taux de couverture est très élevé. On parle beaucoup d'un sous-groupe du virus appelé le clade 1b, réputé plus mortel : 2000 décès enregistrés depuis 2024. Qu'est-ce qui distingue cette souche des précédentes ? Nous avons tout le temps des mutations qui se font, et nous avons maintenant des combinaisons différentes dans un même endroit au Libéria, où on a eu le clade 2a et 2b au même moment. Nous avons par exemple la RDC où nous avons eu la combinaison de ces différents clades. Ce sont toutes ces combinaisons qui font qu'on ne sait pas la bombe qui peut sortir demain. À lire aussiGuinée: l'épidémie de mpox s'étend dans le pays, un an après son apparition Cet été, le CDC Africa a dévoilé son premier cadre stratégique climat et santé, pourquoi et pour quoi faire ? 70 % des épidémies que nous avons en Afrique sont ce qu'on appelle les épidémies zoonotiques. Donc ça vient de l'animal vers l'homme, interchangeables. Nous avons vu que c'est le changement climatique qui est à la base de tout cela. En plus, nous avons le choléra. Ce choléra est dû principalement aux effets liés aux inondations et à d'autres changements climatiques. Donc voilà pourquoi nous avons décidé de lancer ce plan qui lie le climat et la santé pour mieux combattre les épidémies. Justement, le choléra connaît une recrudescence majeure. Au Soudan, Alima [The Alliance for International Medical Action] estime que si rien n'est fait, la maladie pourrait tuer plus que les armes… Entre 2022 à 2024, il y a eu doublement des cas. On est passé de 104 000 cas à 254 000 cas. Sachant que la saison des pluies va commencer dans quelques jours, je m'attends à ce que si ça continue comme ça, nous puissions avoir plus de 300 000 cas. De janvier à août, nous avons 4900 décès, alors que toute l'année 2024, on n'a eu que 4700 décès. Donc, ça signifie que le choléra actuellement devient un problème de santé publique majeur que nous devons arrêter. Comment faites-vous pour lutter contre les deux épidémies de Mpox et de choléra en même temps, sans diluer les moyens et l'attention ? Malheureusement, nous n'avons pas que ces deux épidémies. Nous en avons d'autres. Nous avons la rougeole, des cas d'Ebola, de Marburg et d'autres épidémies encore. En moyenne, nous avons une nouvelle épidémie par jour et ça, ça fait beaucoup pour nous.
Primeiro date proposto pelo artista Julião Sarmento à ex-assistente de bordo da TAP Helena Vasconcelos, em 1974: irem a uma orgia em Cascais — em que acabaram por ficar vestidos a um canto. Uma viagem de impulso a Marrocos para irem comprar haxixe. O acordo para terem uma relação aberta. A falta de preocupação com o dinheiro. O emprego na Secretaria de Estado da Cultura com Eduardo Prado Coelho. A vida boémia com outros artistas. As primeiras exposições. E ainda as mudanças na aviação e os traumas da ponte aérea para Luanda.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Moçambique, investigador afirma que ministro da Defesa está a tentar esconder as lacunas das forças de segurança de Moçambique em defender Cabo Delgado. "MC Bandeira" acredita que Nampula será o bastião do partido político ANAMOLA. A famosa banda musical são-tomense dos irmãos CALEMA foi distinguida como "embaixadores da CPLP". Zelensky discute sanções a Moscovo com enviado de Trump.
Angola: Ano parlamentar termina sem que o pacote legislativo autárquico tivesse sido concluído. Advogado de defesa Man Genas, que está a ser julgado em Luanda, depois de ter acusado a chefia da polícia de envolvimento no tráfico de drogas, critica a justiça. Moçambique: Encerramento da Rádio comunitária em Mocímboa da Praia é contestado pelo FORCOM, Fórum Nacional das Rádios Comunitárias.
Angola: Luanda amanheceu hoje sob forte presença policial, no dia em que o Conselho da República avaliou a segurança nacional. Guiné-Bissau: Foram empossados os membros do novo executivo. Portugal: Polícia diz desconhecer o suposto desaparecimento de mais 50 cidadãos angolanos em Portugal, denunciado por André Ventura.
What began as a three-day strike by taxi drivers against rising petrol prices in Angola, has escalated into one of the most widespread and disruptive waves of protest the country has seen in recent years. What has life been like in the capital Luanda, against the background of the unrest?Why do fewer than a quarter of South Africans trust their police service? A new survey shows only 22% of South Africans have any confidence in the institution.And we meet the Nigerian film maker, Joel Kachi Benson, who won an Emmy for a film he made about the young boy dancing in the rain who thrilled the world in a viral video a few years ago.Presenter: Audrey Brown Producers: Blessing Aderogba in Lagos. Tom Kavanagh and Nyasha Michelle in London Technical Producer: Jonathan Greer Senior Producers: Patricia Whitehorne and Karnie Sharp Editors: Andre Lombard and Alice Muthengi
What began as a three-day strike by taxi drivers against rising petrol prices in Angola, has escalated into one of the most widespread and disruptive waves of protest the country has seen in recent years. What has life been like in the capital Luanda, against the background of the unrest?Why do fewer than a quarter of South Africans trust their police service? A new survey shows only 22% of South Africans have any confidence in the institution.And we meet the Nigerian filmmaker, Joel Kachi Benson, who won an Emmy for a film he made about the young boy dancing in the rain who thrilled the world in a viral video a few years ago.Presenter: Audrey Brown Producers: Blessing Aderogba in Lagos. Tom Kavanagh and Nyasha Michelle in London Technical Producer: Jonathan Greer Senior Producers: Patricia Whitehorne and Karnie Sharp Editors: Andre Lombard and Alice Muthengi
O anúncio de uma greve de taxistas motivou uma onda de tumultos na capital angolana. Será uma ameaça ao regime? Dulce Neto, editora executiva do Observador, é a nossa convidada.See omnystudio.com/listener for privacy information.