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Adorar a Deus é buscar a Deus. Coerente com sua vida de adoração, mesmo alarmado, Josafá buscou a ajuda de Deus, por meio da oração e do jejum. O capítulo é o relato de uma vitória de Deus na vida do seu povo. Toda vitória nossa, para receber esse nome, é vitória de Deus em nós. Nossa vitória é Deus ou não é vitória. A vitória foi buscada por meio da adoração e por vários meios. A adoração a Deus inclui a música vocal (congregacional e coral) ou instrumental (com liras, harpas e cornetas), mas não exclui outras modalidades, como oração, jejum e cultos públicos. A adoração a Deus se realiza em muitos lugares, embora não precise de lugar algum. Foi por isso que Jesus disse à mulher samaritana que não havia um monte especial para adoração; o monte da adoração é onde estão dois ou três reunidos em nome de Jesus. Por isso, a adoração pública começa no culto particular, aquele que prestamos sozinhos, em casa, na rua, no trabalho. A história de Josafá é a de um homem que buscava a Deus. Quando a guerra chegou, o povo de Israel estava em paz. O rei ficou alarmado. A fidelidade de Josafá não impediu que as dificuldades surgissem. A adoração a Deus, portanto, não nos protege dos problemas da vida. Alguns nos deixam apavorados, tão graves são. Isso pode nos acontecer a qualquer momento. Então, geralmente nos pergunta-mos: por que comigo, Senhor, se lhe tenho sido fiel? Diante das guerras da vida, devemos adorar a Deus, até por causa dessas guerras. Adoração não pode ser um intervalo na vida. Adoração não é só para quando a guerra vem, mas deve ser uma atitude que nos deixa preparados para a guerra. Adoração a Deus é amizade com Deus. Nessa passagem, Abraão foi chamado de amigo de Deus (Isaías 41.8), como diz Tiago (Tiago 2.23). Adoramos para melhorar nossa amizade com Deus. Se o culto, particular ou público, nos tornou mais amigos de Deus, foi um culto a Deus. Esse é um dos critérios para avaliarmos o culto que oferecemos ao Senhor. Adorar a Deus é ouvir Deus falar. Quando ficamos diante de Deus, ele fala conosco. A adoração nos capacita para a vida. Portanto, a adoração a Deus é didática. Seja em particular, seja no culto público, devemos nos perguntar: O que Deus nos falou hoje? Pode ser pela mensagem, pela música, pela voz silenciosa no coração. O que importa é se ele falou. Na adoração, Deus fala conosco. E o que ele nos diz? Adoração dá ânimo à vida. Você anda com medo? Adore a Deus. Você anda desanimado? Deixe Deus falar ao seu coração enquanto presta culto a ele, em casa ou no templo. Você contempla Deus, mas ele não está mudo. Um dos objetivos da Bíblia é nos mostrar quem Deus é. Quando sabemos disso, nossa vida caminha sobre os trilhos da paz. Quando a Bíblia exalta a Deus é para que nós o reconheçamos. Se precisamos de Deus e sabemos quem ele é, conhecemos suas promessas e nos alimentamos do que ele é. Diante do perigo, Josafá adorou a Deus, o Deus que fez e faz. Adoramos a Deus quando agradecemos pelas suas ações na nossa vida. Quando o exército de Josafá recebeu o triunfo das mãos de Deus, no meio do caminho, de volta para casa, e antes que algum general reescrevesse a história para roubar a cena para si, houve uma pausa essencial (versículo 26). Em lugar de emendarem uma luta com outra, eles pararam para agradecer. Nesse sentido, o momento mais elevado da adoração é a gratidão pela(s) bênção(s) recebida(s). A bênção recebida é uma prova de quem Deus é. A bênção agradecida é uma prova de que Deus agiu. O poder de Deus é contagiante. O louvor a Deus tem de ser algo contagiante. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
O apóstolo Paulo nos recomenda: devemos ajudar os necessitados a carregarem as suas cargas (Romanos 15.1). Todos sabemos que uma carga distribuída por vários ombros é mais leve. Muitos ombros suportam mais peso que um só. O princípio serve para todas as áreas da vida. Quando lemos as listas de pessoas encarregadas dos vários serviços no governo de Davi, entendemos a importância da especialização profissional e a da divisão de tarefas. Até na nossa casa, se não houver divisão a carga ficará pesada para alguns, sobretudo para a mãe. No caso do serviço militar, o turno era de 30 em 30 dias. Se todos cumprissem o seu dever, a tarefa seria executada sem dificuldades. No caso da igreja, se todos os voluntários cumprissem suas escalas, a tarefa seria muito mais fácil. Assim, se temos uma tarefa, não podemos deixar nosso colega sozinho. A nossa parte é nossa. Se podemos ajudar um irmão a carregar a sua carga (uma doença, uma escassez), ele a carregará com mais facilidade. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Nossa vida tem dois tempos. O primeiro dura o tempo dos nossos dias sobre a terra. Não sabemos quando esse tempo terminará. Para uns, esses 45 minutos (como num jogo de futebol) pode significar poucos anos; para outros, muitos. De qualquer modo, mesmo quem vive muito vive pouco. O que são 90 anos comparados à eternidade? O segundo tempo é a eternidade, um tempo que não tem fim; é para sempre. Estamos, pois, no primeiro tempo, um tempo passageiro. O apóstolo Pedro nos lembra que é um tempo em que devemos levar Deus a sério, atentos aos mandamentos dele para uma vida íntegra e firmes nas nossas orações (1Pedro 1.17). Essa percepção da brevidade da vida nos leva a ter uma atitude humilde diante das pessoas. Somos todos iguais porque todos morreremos. Por que iríamos nos portar de maneira arrogante? A brevidade da vida nos conclama a fazer benfeito o que temos para fazer, sem deixar para amanhã. A brevidade da vida nos estimula a firmar bons relacionamentos, desfrutando os momentos de alegria uns com os outros. A brevidade da vida nos ensina a como olhar para o dinheiro. Quando morrermos ele ficará. Talvez fique para os nossos herdeiros, alguns que sequer saberão como o ganhamos. A brevidade da vida nos deve levar desejar a vida futura, no tempo em que Deus assim decidir, vida futura na plena presença dele. Jesus Cristo veio para nos garantir agora a certeza dessa vida no futuro (João 14.2). AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
O princípio vale para uma família, para uma organização sem fins lucrativos ou para uma empresa: precisamos ser modernos, mas mantendo a tradição. Erra quem, até mesmo na vida pessoal, quer inventar a roda todas as vezes que precisa fazer algo. O segredo do futuro é a atenção ao passado. No caso de uma empresa, por exemplo, é começo de fracasso a nova gestão achar que “daqui para a frente será assim”. Primeiramente a nova gestão precisa se lembrar que, antes dela, muitas outras pessoas construíram aquela empresa, muitas vezes com sacrifícios e com fidelidade aos valores da organização. Em segundo lugar, a nova gestão deve se lembrar que, depois dela, virá outra. Cabe-lhe agora fazer o melhor, com os olhos no futuro e os pés no passado. Por outro lado, a tradição não pode ser um impedimento ao crescimento por meio de novas ideias, novas culturas internas e novas tecnologias. Sempre há uma maneira nova de fazer as mesmas coisas. Como sempre, o segredo é o equilíbrio. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
O que fazemos com os conselhos que nos dão? Davi ouviu o conselho de Joabe, mas não o seguiu. Ficou com seu próprio conhecimento, com sua própria autoridade, com sua própria experiência de vida e com sua teimosia. Davi tomou uma decisão errada. Há conselhos ruins, como os de Aitofel, mas há orientações boas, como, nesse caso, a de Joabe. Precisamos de bons conselhos. Conselhos bons nos levam para o topo. Conselhos bons nos põem na luta. Conselhos bons nos mostram possibilidades novas para o problema que estamos vivendo. Conselhos bons nos colocam na boa rota outra vez, se dela nos afastamos. Para ouvir conselhos bons precisamos de bons conselheiros. Tendo bons conselheiros, precisamos ouvi-los, pesar o que disseram e agir. Ouvindo bons conselhos, precisamos agradecer a Deus por nos abençoar com bons conselheiros. Se é verdade que podemos contar com o Conselheiro Maravilhoso (Isaías 9.6), que é Jesus Cristo, ele pode nos mandar bons conselheiros como seus auxiliares na tarefa de nos orientar. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Os mandamentos que lemos no Antigo Testamento têm o objetivo de nos levar a uma vida de integridade, em todas as áreas. Essa integridade é o verdadeiro objetivo da santidade. Deus é santo e quer que sejamos santos também. Todos os mandamentos que nos legou, mesmo que não os entendamos, são para o nosso bem. Deus já é perfeito e nós estamos a caminho. A arca da aliança deveria ser transportada da maneira certa. Essa maneira está descrita na Bíblia detalhadamente (Êxodo 25.13-15; Números 4.15-20). Se tinha uma maneira certa, devia ser feito da maneira certa. Em nossos relacionamentos, há uma maneira certa de tratarmos as pessoas. Em nosso trabalho, há uma maneira certa de fazer as coisas. Em nosso culto, temos uma maneira certa de cultuar. Quando lemos a Bíblia, encontramos essa maneira certa. Então, não é para fazermos as coisas de qualquer modo, mas da maneira certa. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Davi não venceu sozinho suas guerras. Ninguém vence sozinho. Davi não se tornou rei sozinho. Ninguém se torna grande sozinho. Davi não foi o grande rei que foi sozinho. Ninguém sobe e continua no alto sozinho. O marido não é um bom pai sozinho. O chefe não conquista metas sozinho. O governante não lidera o povo sozinho. O escritor não produz sua obra sozinho. Os verdadeiramente famosos contam com uma equipe de colaboradores, como Davi. Os nomes dos “famosos soldados de Davi” estão aqui para nos lembrar disso. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Saul foi aprovado por Deus como rei, mas ele achou que tinha sido escolhido por causa dos seus méritos. Saul foi aconselhado por Deus a como ser rei por meio do profeta Samuel, mas ele preferiu consultar os mortos. Saul foi apoiado por Davi, mas teve inveja dele. Saul tinha um filho companheiro (Jônatas), mas o abandonou. Saul podia se abrir para com Deus, mas se fechou em si mesmo. Saul teve tempo para se arrepender, mas preferiu morrer no remorso. Nenhum dos caminhos tomados por Saul pode ser o nosso. Tal como ele, somos amados por Deus. Diferentemente dele, se errarmos, devemos pedir perdão a Deus, que nos consertará a vida. E esse caminho pode ser tomado hoje, se é a nossa necessidade, antes que seja tarde. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
O livro de 1Crônicas é uma coletânea dos fatos importantes que aconteceram ao longo da história de Israel. Os primeiros capítulos (1Crônicas 1—12) trazem uma lista de nomes de diferentes períodos, junto com alguns fatos relevantes nas vidas dos reis Saul e Davi. Não deixe de ler as listas de nomes de 1Crônicas. Elas contêm informações que foram de grande valor para seus primeiros leitores (como se fossem um registro de cartório) e também são de valor para nós, ao nos mostrar que Deus age na História em meio a circunstâncias concretas. As listas também nos mostram que, na nossa família e no nosso país, muitas coisas aconteceram antes que chegássemos, o que nos ajuda a entender o nosso presente. Além disso, há verdadeiras pérolas que a nossa atenção pode descobrir, como, por exemplo, como a oração de Jabes (1Crônicas 4.10). Dessa coletânea de informações sobre a vida do povo Israel, aprendemos muitas verdades que nos ajudam a viver de maneira sábia e santa. Vejamos algumas para praticar: 1. Mesmo que não tenhamos sido bem recebidos no mundo quando nascemos, podemos ser felizes. Se nossos pais não nos desejaram, Deus nos desejou e podemos, por causa da graça dele, viver de maneira vitoriosa (1Crônicas 4.10). 2. Ser fiel a Deus só traz alegrias. Ser infiel a ele pode trazer consequências que podem alcançar gerações. A despeito de todas as advertências, o povo abandonou o Deus verdadeiro, para adorar deuses de madeira. O preço foi alto (1Crônicas 5.26). Devemos estar sempre atentos para sermos realmente guiados por Deus de modo a vivermos uma vida que valha a pena. 3. Tudo o que fizermos, na vida profissional, na família e na igreja, deve ser feito com dedicação. Uma demonstração disso era a transparência demonstrada pelos levitas que contavam os instrumentos usados nos cultos (1Crônicas 9.28), para que não houvesse desvio. 4. Em todas as áreas da nossa vida, precisamos uns dos outros. Quando um grande homem (ou grande mulher) se destaca, há ao seu lado um batalhão de pessoas (1Crônicas 11.10), levando junto as suas cargas, lutando por ele, aconselhando-o, chorando com ele, orando por ele. Os verdadeiramente grandes são agradecidos aos seus companheiros de trabalho. 5. Quando você vence uma batalha, saiba que outras poderão vir. A vida do povo de Israel esteve sempre sob a ameaça dos filisteus (1Crônicas 14.13). Os possíveis ataques por parte dos filisteus mantinham Israel alerta. Também precisamos de filisteus que nos mantenham firmes para a vitória, sem relaxar. 6. Oração é ação para os tempos de angústia. Oração é atitude para os tempos de alegria. Oramos para pedir. Oramos para louvar (1Crônicas 17.16-17). 7. Pode ser que alguns dos seus planos para a sua família, para sua organização ou para a sua igreja não serão executados por você. Outros poderão realizá-los. Pode ser que a glória não seja sua. O templo com que Davi sonhou ficou conhecido na história como o “templo de Salomão”. A disposição de preparar o terreno (1Crônicas 22.13) para que outros construam mostra nossa verdadeira motivação: honrar a Deus, não a nós mesmos. 8. A música tem um lugar na nossa vida, estejamos numa igreja, em casa ou andando. Somos chamados a adorar, sempre nos lembrando que adoramos a Deus, e que isso deve ser feito do modo como ele espera, não de qualquer jeito (1Crônicas 25). 9. Devemos nos perguntar sobre o que estamos deixando para os nossos filhos. Davi legou a Salomão um senso de responsabilidade. Davi lhe disse que uma vida bem-sucedida só aconteceria se ele fosse fiel a Deus (1Crônicas 28.9). 10. Com seu exemplo, Davi ensinou o povo a ofertar (1Crônicas 29). Muitos de nós ainda não aprendemos com Davi e não fazemos como o povo de Israel fez. A glória do templo de Deus só foi possível por causa da fidelidade dos que amavam a Deus. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Precisamos saber que há pecados com consequências irreparáveis. O rei Manassés matou pessoas inocentes. Mesmo que ele reconhecesse que tinha pecado, os mortos não voltariam a viver. Além do homicídio, há outros pecados também de consequências dramáticas. Um deles é o abuso sexual contra uma criança. Infelizmente, os abusos acontecem num número maior do que é notificado, porque muitos acontecem dentro de casa, cometidos por pais, parentes e vizinhos. Algumas dessas vítimas nunca se recuperarão. Outro pecado é a maledicência. Uma vez que alguém espalha algo sobre o outro, que espalha para outros, num rastro de destruição, o dano não pode ser reparado. Devemos cuidar para não erramos como Manassés e Jeoaquim. Devemos saber que, mesmo quando somos perdoados, as consequências de alguns dos nossos pecados não podem ser removidas. Essa consciência nos deve manter ainda mais vigilantes. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Josias ouviu a Palavra de Deus. Não foram palavras doces que ouviu, mas amargas. Não foram elogios que escutou, mas correções duras. Não foram promessas que soaram suaves ao seu coração, mas advertências que lhe cortaram a alma. Mas é o que Palavra diz que devemos ouvir. Há momentos em que precisamos de promessas que nos consolam. Se formos à Biblia, encontraremos o consolo que buscamos. Há momentos que precisamos de advertências que nos corrijam. Precisamos de coragem para receber a Bíblia como um chicote. Quando pecamos, precisamos da disciplina. Quando nos arrependemos, precisamos de paz. A Bíblia é também palavra de paz. Uma pessoa está em dificuldade. Temos a oportunidade de estar com ela. A primeira tendência é, depois de ouvi-la, dizer-lhe algumas palavras sinceras e amorosas, para apoiá-la nesse momento. Talvez a entendamos. E ela sorria. Talvez lhe sugiramos um bom livro. E ela anote. Talvez lhe ofereçamos um caloroso abraço. E ela agradeça. Talvez choremos com ela, tocados pelo seu sofrimento. E ela se emocione. Vai ser ótimo. No entanto, nossa compreensão ou nossa sugestão ou nosso abraço ou nossa lágrima, mesmo reunidas num mesmo momento e recebidas como aromas naquela ocasião, talvez não resistam sequer a algumas horas, tamanha é a dor. Aquele momento conosco precisa servir como uma lembrança perenizada de que nos importamos verdadeiramente e que há esperança. Há, então, uma atitude que podemos tomar, em conjunto com os outros gestos de amizade: podemos e devemos abrir a Bíblia (ou citá-la de cor, se a situação do momento o exigir) e orar junto com essa pessoa. A Bíblia tem o poder de implantar a confiança no coração entristecido. Quando lemos a Bíblia para uma pessoa, nós nos tornamos homens e mulheres de Deus na sua vida. A oração tem o poder de nos mergulhar — o que toma a iniciativa e o que acompanha, mesmo silenciosamente — na atmosfera do amor de Deus, graças a quem, não importam as dificuldades, vale a pena viver. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Não se deixe levar nem mesmo por pregadores que, de Bíblia aberta, seduzem-no contra a própria Palavra de Deus, insistindo, por exemplo, que um cristão não pode tomar remédio para tratar da sua saúde mental ou física e nem mesmo buscar um psicoterapeuta para se tratar de um distúrbio emocional. Alguns autores têm proposto que, quando uma pessoa toma um remédio para a depressão, por exemplo, ela está recusando a graça providenciada por Deus. Segundo esses pregadores, não precisamos de mais nada além da Palavra de Deus. O resultado de uma instrução dessas é que pessoas da igreja que estão se tratando com medicamentos param com o tratamento por medo de estarem pecando contra Deus por não confiarem nele; alguns chegam a duvidar de sua própria salvação. Quando um líder espiritual dá uma orientação desse tipo ele está indo contra a Palavra de Deus. O único erro é confiar tão somente nas ciências da saúde. A oração deve fazer parte do processo de cura. Em qualquer situação, o cristão deve buscar ajuda em Deus, até mesmo para orientação quanto a quem procurar. Ezequias pediu para ser curado e Deus o atendeu, usando um remédio, no caso um emplastro de figos. Na verdade, quando uma pessoa recusa o tratamento, ela está recusando os recursos que Deus lhe oferece. O apóstolo Paulo, homem de oração, recomenda a Timóteo, outro homem de oração, a tomar remédio para seu problema gastrointestinal (1Timóteo 5.23). De igual modo, quem recusa o tratamento está punindo a si mesmo e ferindo as pessoas que a amam, ao se negarem a ter uma vida saudável, por culpas inexistentes. Deus é o Senhor dos médicos. Deus é o farmacêutico por excelência. Os remédios são recursos que ele nos disponibiliza para termos saúde. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Quando Ezequias se viu em grande dificuldade, com o seu coração perturbado, ele foi para o lugar certo: o templo. Ele foi vestido com roupas de pano grosseiro, não com vestes de rei. Ele foi como quem pedia, não como quem exigia. Ele foi para o lugar certo e com a atitude certa. O profeta Isaías não estava, mas o rei mandou-lhe uma carta em que pedia que orasse por ele e pelo país. Isaías orou e mandou uma mensagem de volta: Ezequias não devia temer. A tribulação continuou e Ezequias voltou ao templo, agora para orar ele mesmo. No templo, o rei encontrou o refúgio de que precisava para orar. Ezequias orou, novamente por meio do profeta isaías, e Deus lhe respondeu: o adversário de Ezequias detestava a Deus. Logo, o rei não devia se preocupar. Deus mesmo cuidaria de Senaqueribe, o rei insolente. Ao fim, Deus cumpriu a promessa de proteger a cidade. A atitude de Ezequias nos inspira em diferentes direções. Diante da dificuldade, ele recorreu ao Senhor Deus. Sempre que recorremos a Deus, nós saímos vitoriosos. Diante da dificuldade, ele foi ao templo em busca de oração e conselho. Diante da dificuldade, ele confiou. Diante da dificuldade, devemos recorrer a Deus. Diante da dificuldade, devemos procurar a nossa comunidade de fé, em busca de intercessão e aconselhamento. Diante da dificuldade, devemos confiar em Deus. Por sua vez, a igreja enquanto comunidade dos que creem deve ser um lugar de refúgio, oração e aconselhamento, para que seus participantes sejam fortalecidos por meio dela em nossa confiança em Deus. A igreja deve ser o lugar em que pessoas confiam que podem ir tanto na hora da festa quanto na hora da angústia. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Quando o povo ainda no deserto pecou, Moisés providenciou um atalho para o perdão. Os feridos deviam olhar para Neustã (Números 21.4-9), uma escultura em forma de serpente. Quem a contemplasse ficaria curado. Foi só um meio de comunicação. No entanto, o povo se apegou à escultura. Durante os séculos seguintes, o povo a reverenciou, queimando-lhe incenso, até que Ezequias a destruísse completamente. A presença de Neustã entre o povo demonstra a capacidade de as pessoas crerem em qualquer coisa, até mesmo numa haste de bronze. A presença de Neustã entre o povo demonstra como as pessoas são capazes de transformar experiências boas em experiências definitivas. Foi bom olhar para a escultura no passado. Deve ser bom olhar ainda hoje e por isso se tornaram escravos da idolatria. Como os israelitas, podemos também crer em qualquer coisa que nos digam, a menos que estejamos firmados na Palavra de Deus. Como os israelitas, podemos também viver do passado, achando que nossas experiências de ontem podem nos alimentar hoje. Como os israelitas, podemos também tentar domesticar Deus, para que ele aja da maneira que nós queremos ou determinamos. Gostamos de deuses quando podemos adorar somente ao único Deus. Qualquer coisa, experiência ou pessoa que faça olhar para ela e não para Deus, é Neustã. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Se vivermos de acordo com a nossa própria natureza (entenda-se natureza como inclinação natural, tendência natural, desejo natural), vamos colher espinhos. A nossa natureza só vê a satisfação imediata e é cega para as consequências das suas escolhas. A nossa natureza, dizendo-se livre e autônoma, é influenciada pela nossa própria história, com os exemplos que correm nas nossas veias, ou pelas pessoas com as quais convivemos (sejam os astros do entretenimento, seja as turmas do trabalho, da rua ou da escola). A nossa natureza, tão cheia de si, não percebe as grades da prisão em que se encontra. Há uma alternativa. Vivamos pelo Espírito Santo. Quando vivemos pelo Espírito Santo, dizemos “não” à nossa natureza. Pelo menos no plano do desejo, ela deixa de ser a rainha do nosso coração. A morte de nossa natureza é a vida da nossa vida. Viver de verdade é viver guiado pelo Espírito Santo, não pelos espíritos da nossa época ou dos nossos desejos. Ser guiado pelo Espírito Santo implica abrir mão da liberdade da natureza (esta a que renunciamos ou a que devemos renunciar) e ser alcançado pela liberdade do Espírito Santo. Se o salário de uma vida sob o tacão da natureza é a morte, o salário de uma vida docemente cativa do Espírito Santo é mais vida. Por meio da sua palavra e dos profetas, Deus disse aos israelitas como deviam viver. Desde Moisés, foi dada ao povo escolher entre a bênção e a maldição: “Vocês receberão a bênção se obedecerem às leis do SENHOR (…); ou receberão a maldição, se não obedecerem às suas leis (…) e adorarem outros deuses” (Deuteronômio 11.27-28). Desde o princípio, o Criador dotou o homem de liberdade. O povo do norte de Israel fez a sua escolha: preferiu seguir “outros deuses”. Era a estes que amava, não ao Deus verdadeiro. Sua escolha tinha o poder de dividir a nação e de mergulhar na imoralidade e na desonestidade. Destruiu-se a si mesma. O fim de Israel foi consequência do mal uso que fez da sua liberdade. Deus respeita a liberdade humana. Deus respeita a nossa liberdade quando nos afastamos dele. Deus respeita a liberdade dos nossos filhos e amigos quando eles escolhem o pecado como a prática das suas vidas. Com a liberdade vem a responsabilidade. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Procedemos hoje de acordo com o que aprendemos a fazer na infância, com o que vimos ser feitas quando éramos pequenos ou que nos foram legadas por nossos pais. Consola-nos saber que, no rol dessas coisas, estão práticas muito boas. Quantos de nós não aprendemos a orar com nossos pais, a amar a Bíblia com nossos avós ou a gostar de ir à praia com nossos tios? As boas práticas, contudo, não nos perturbam e requerem apenas que continuemos com elas. Quanto às outras — as ruins — o que queremos fazer? 1. Temos de ser sinceros, respondendo de modo claro se julgamos que esses padrões são bons ou ruins. Eles não podem ser as duas coisas ao mesmo tempo. Essa primeira pergunta é decisiva. Para ser dada, precisamos estar atentos ao que falam a nós e sobre nós. Se o que falam não confere com o que achamos de nós mesmos, precisamos levar a sério o que dizem. Talvez estejam com a razão. Talvez sejam palavras de Deus que temos recusado ouvir, endurecendo o nosso coração. 2. Em segundo lugar, precisamos decidir o que faremos. Nascemos assim e morreremos assim ou nascemos assim mas morreremos diferentes? Não somos obrigados a ser escravos de nossa herança. Somos livres para abandoná-las. Só não podemos abandonar o nosso Deus, que nos acompanha em direção à recuperação. Também não podemos abandonar ou magoar as pessoas dispostas a caminhar conosco. Elas podem desistir diante da nossa ingratidão. 3. Em terceiro lugar, temos de verificar o tamanho do problema. 4. Em seguida, precisamos fazer uma análise do efetivo de nossas forças para saber se teremos condições de enfrentar sozinhos a refrega. Pode ser que precisemos de ajuda externa profissional. Esta é uma questão muito pessoal. Há pessoas que conseguem deixar sozinhas o vício, fazendo-o de uma vez, mas outras precisam de apoio fraternal ou profissional. Em umas a distância entre o desejo de mudança e a mudança é curta; em outros, é bastante longa e dolorosa. 5. Em quinto lugar, precisamos traçar as nossas metas. Aonde podemos chegar e aonde queremos chegar. Como pretendemos chegar? 6. Então, precisamos continuar. Pode ser que titubeemos ou mesmo que fracassemos. Importa que, levantando-nos, sigamos em frente. Nem sempre nossa caminhada é em direção ao alvo — a mudança que queremos — porque, às vezes, perdemos o alvo. Cair à beira do caminho é para os que caminham. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Quem se compara com o outro não é feliz. O tema da felicidade espirra para todos os lados. De um você ouve que ela não deve ser buscada, exceto pelos tolos. Um outro lhe oferece um mapa infalível, que você receberá indo a determinada reunião, participando de uma certa religião, envolvendo-se numa ação específica. Para um, felicidade é ilusão. Para outros, ter fé é ser feliz. E lhes basta. No entanto, alguns de fé têm a vida mergulhada em perdas sobre perdas, o que faz da felicidade um ideal, por vezes, distante. Em todos os casos, a felicidade precisa ser desfrutada em comunhão com Deus, a fonte de alegria completa. Nos casos de perdas sucessivas, a vida precisa ser vista como tendo dois tempos: este, que pode ser objetivamente péssimo e sem chance de ser mudado, e o próximo, que será necessariamente magnífico. O tempo presente precisa ser compreendido como estando sob o controle de Deus, que fará com que até as coisas ruins cooperem para que tenhamos uma vida que ainda assim vale a pena e valerá se a vivermos com confiança. Em alguns casos, ser feliz começa com crer e prossegue com aprender a viver. Esse aprendizado mantém sob o nível das águas a ansiedade, o rancor, a inveja, esses afluentes da comparação. Quem se compara com o outro não é feliz. Em todos os casos, ser feliz é não se comparar. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Joiada é a demonstração do que os bons podem fazer. Ao mesmo tempo, Acabe é a prova do poder destruidor das pessoas más. A trajetória de Joiada começa com um ato de desobediência. Como o Faraó do tempo de Moisés e Herodes do tempo de Jesus, a ordem palaciana era que crianças fossem mortas, por razões políticas. Ele desobedeceu, obedecendo antes a Deus (Atos 5.29). Pouco depois, o menino que ele protegeu da morte se tornou o rei. Tinha 7 anos de idade e foi orientado por Joiada até poder tomar suas próprias decisões. Quando o menino se assentou no trono, o povo se alegrou. Por várias razões, tendemos a pensar na política apenas de modo negativo. No entanto, ela é o modo pelo qual a sociedade é governada. Precisamos de pessoas como Joiada na política. Quando o governante é bom, o povo fica feliz. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Em muitas circunstâncias, tendemos a deixar as coisas para depois. Sabemos o que temos de fazer, mas prometemos fazer amanhã. Amanhã deixaremos para o dia seguinte. Queremos começar um novo curso, mas deixamos para amanhã. Queremos começar a praticar exercícios, em busca de uma vida mais saudável, mas deixamos para amanhã. Queremos fazer uma boa faxina na casa, mas deixamos para amanhã. Queremos começar uma atividade na igreja, mas deixamos para amanhã. Queremos nos acertar, por meio do perdão, com um colega, mas deixamos para amanhã. Queremos ler a Bíblia toda, mas deixamos para começar amanhã. Os dias passam. Os meses passam. No caso dos sacerdotes em Jerusalém, encarregados de recolher o dinheiro e fazer os reparos no templo, 23 anos se passaram. Por isso, o dia de começar algo bom é hoje. O jovem rei ofereceu as diretrizes sobre o uso do dinheiro entregue como dízimos e ofertas no templo de Jerusalém. As orientações do rei são válidas ainda hoje para as igrejas e organizações sociais. 1. O dinheiro deve ser recolhido e manuseado por pessoas competentes e honestas (versículo 4). 2. O dinheiro deve ser usado para os fins para os quais foram entregues, não para nenhum outro fim, por mais nobre que seja (versículo 7). 3. As pessoas encarregadas de recolher, contar e guardar o dinheiro não devem ser as mesmas que os gastam. As tarefas devem ser coordenadas de tal modo em equipes específicas que se evite a tentação de uma delas usar os recursos para fins pessoais (versículo 7). 4. As pessoas encarregadas de receber, contar e guardar o dinheiro não podem se esquecer, em momento algum, de que o dinheiro pertence a Deus, nunca a eles (versículo 7). 5. Os recursos devem ser guardados num lugar seguro, fora do alcance dos cobiçosos (versículo 8). 6. Os encarregados de receber e contar o dinheiro devem fazer isso com precisão, contando e recontando na presença de testemunhas, para que não haja dúvidas sobre os valores recebidos (versículo 11). 7. Todos os que trabalham devem ser remunerados de modo digno (versículo 11). Os voluntários são bem-vindos, mas nem todo trabalho na igreja precisa ser executado por voluntários. Há tarefas que exigem dedicação integral e conhecimento especializado, que requerem remuneração. 8. Os recursos não devem ser usados para luxo, mas para as coisas essenciais (versículo 13). 09. Todos os que trabalham devem ser de tal confiança que não seja necessário que gastem muito tempo com relatórios para demonstrar a sua honestidade. Esses mesmos, no entanto, devem estar prontos para fazer os relatórios quando solicitados (versículo 15). 10. No caso de uma igreja, aqueles que lhe dedicam tempo parcial e integral, como pastores e ministros, devem receber pelo seu trabalho, a menos que não precisem. O trabalho voluntário deve ser estimulado (versículo 16). AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Jeú tinha um conceito muito elevado de si mesmo. Ele não era realmente dedicado ao Senhor. Recebeu de Deus uma tarefa e a executou. A seu favor, estão a obediência ao pedido de Deus e a inteligência que usou. Uma dessas demonstrações foi convidar Jonadabe para sua equipe (2Reis 10.15-16). Jonadabe era da família dos recabitas, que gozavam de alto conceito em Israel (Jeremias 35). Sua presença com Jeú ajudou o rei a conquistar a simpatia das pessoas. Jeú não foi obediente por inteiro. Quando a obediência contribuía para extravasar sua agressividade, ele foi firme. No entanto, mais importante, no amor a Deus de modo sincero, ele não foi fiel. Ele continuou adorando a Baal e levando o povo a fazer o mesmo. Além disso, matou muitas pessoas inocentes. Deus o dotou de inteligência e força, mas ele não usou esses dons para uma fidelidade completa a Deus. Por isso, Deus o reprovou (Oseias 1.4). Ele permitiu que a vaidade e a violência apagassem o seu dom. Há pessoas sinceras que, em nome de Deus, ferem e até matam as pessoas. São sinceras mas não amam como Deus quer que amemos. Até mesmo a verdade deve ser dita com amor (Efésios 4.15). AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
O poder é encantador. O poder brilha. O poder seduz. O poder faz amigo. O poder promove festas. O poder gera dinheiro. O poder traz fama. Quando Acabe e Jezabel comandaram Israel (o reino do norte), estavam cercados de pessoas. Muitas sabiam que os dois seguiam o deus errado, mas não os criticavam. Estavam no poder e deviam ser elogiados. Jezabel era estrangeira (1Reis 16.31), mas estava no poder e era isso o que importava. Durante 22 anos (2Reis 3.3), o grupo dos “amigos” do casal real foi crescendo. Certamente, isso lhes dava alguma segurança. Quando precisassem, o “grupo” estaria do seu lado. Os amigos do rei só têm um lado: o seu próprio. Jezabel não teve tempo para perceber essa verdade, porque o novo rei, Jeú, olhou para onde ela estava, na sacada do palácio, e deu uma simples ordem aos “amigos” dela: “Joguem essa mulher daí”. Os “amigos” sabiam que Jeú agora mandava. Imediatamente, jogaram o corpo de sua rainha palácio abaixo. Assim é o poder. Enganam-se os que se deixam seduzir pelos convites para festas regadas a luxos entre “amigos”. Se um dia precisar deles, saberão que não são amigos. Perdem-se os que não percebem que a sedução do poder leva as pessoas para longe de Deus, muitas vezes para pontos de onde é difícil voltar. Se as luzes da festa do poder estão atraindo você como um imã, fuja enquanto é tempo, mesmo que tenha de sair nu, como José do Egito (Gênesis 39.12). AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Quando as coincidências acontecem: Sete anos depois, a mulher de Suném retornou para casa. Orientada pelo profeta Eliseu, ela tinha migrado para outra terra, deixando suas propriedades e posses para trás. Nesse ínterim, invadiram sua casa e tomaram suas coisas. Ela decidiu procurar o rei, responsável pela ministração da justiça, para retomar seus bens. Quando ela chegou, o rei estava ouvindo a história da ressuscitação do seu filho por Eliseu. Foi fácil para o rei decidir devolver-lhe o que lhe pertencia. Ela foi beneficiada pela coincidência. Sua experiência faz lembrar a frase de William Temple: “As pessoas me dizem que as respostas às orações são meras coincidências. Eu respondo apenas que quando eu oro, coincidências acontecem; quando eu não oro, elas não acontecem”. Exemplos a seguir na família: Uma coisa boa que podemos fazer é conferir nossa árvore genealógica. Assim saberemos quem eram e como viviam os que vieram antes de nós. Veremos que alguns antepassados nossos eram como Jeroboão ou Acabe. Alguns dos descendentes de Acabe seguiram tristemente os seus passos. Outros repetiram Jerobão I, filho de Nabate. Várias vezes lemos que determinado rei, como Jorão, por exemplo, o imitou (2Reis 3.3). É bom conhecer a história deles para que sigamos um caminho bem diferente. Conhecendo a história da nossa família, veremos que alguns dos nossos ancestrais eram como Davi. Os bons reis do reino do sul de Israel (Judá) governaram como Davi governou e abençoaram seu povo. Se temos um Acabe no nosso passado, devemos evitar o caminho dele. Se temos um Davi entre nossos ancestrais, temos um exemplo a seguir. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Há situações tão difíceis na vida que sugerem uma frase às vezes comum: “Nem Deus dá jeito nisto”. Uma menina foi abusada sexualmente por um parente próximo. As sequelas foram de tal grandeza que não parece haver cura possível. Um adolescente se envolveu tão fortemente com o crime organizado que seus pais, embora orando por ele, entregam os pontos, esperando apenas a morte do rapaz. Uma doença começou tão devastadora que vai corroendo cada parte do corpo, numa carreira que anuncia a morte próxima, sem reversão. Um casal entra numa tal rota de desentendimento que a separação parece até mesmo aconselhável. Essas situações são mesmo vistas como de impossível transformação. No entanto, a Bíblia está cheias de histórias que contrariam nossas incredulidades. Rute passava fome, junto com a sogra. Deus entrou na sua vida, fez com que sobrevivesse, providenciou-lhe um casamento e fez dela uma ancestral do Messias. Jabez foi concebido em meio ao sofrimento e recebeu um nome que era uma sentença de infelicidade e miséria. Deus entrou na sua vida e ampliou as suas fronteiras. O rei Ezequias ficou tão enfermo que a morte já dera o seu aviso. Deus entrou na sua vida e lhe deu mais 15 anos de vida. Pedro negou a Jesus por três vezes e caiu numa profunda amargura. Deus entrou em sua vida e fez dele um líder da igreja que nasceria depois da ressurreição de Jesus. Os noivos José e Maria estavam a ponto de se separar. Deus entrou na vida de José e ele decidiu se casar com Maria e cuidar do filho que nasceria e que seria o Salvador do mundo. Diferentemente do que pensam as pessoas, Deus dá jeito nas coisas. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Tal como Naamã, temos dificuldade em conviver com o fato que o poder de Deus não tem nada a ver com o poder humano. Ele trafega por outros caminhos e alcança outras pessoas, algumas muito simples, mas que levam a sério o que Deus fala e faz. O poder é de Deus, que o dá, como dom, a quem quiser, independentemente de títulos e posses. Também dificilmente nos acostumamos com a realidade de que Deus age por meio de coisas simples, banais até, como uma série de mergulhos num rio. Sua fala não vem necessariamente precedida de um trovão. Seus atos não têm obrigatoriamente uma coreografia cercada de gelo seco para ser melhor documentada pelas câmeras de televisão. Deus não precisa fazer propaganda para crermos nele. Naamã nos lembra as pessoas que têm dificuldade para crer num Deus pessoal, por achar a ideia um pouco absurda, mas essas mesmas pessoas não têm dificuldade em acreditar que os astros regem o nosso comportamento, pelo que sempre leem horóscopos. Algumas pessoas têm dificuldade em aceitar os relatos bíblicos, por acharem que alguns são sobrenaturais demais, mas não têm dificuldade em consumir teorias conspiratórias sobre a Biblia e sobre Jesus. Acham, por exemplo, fácil acreditar que, depois da sua ressurreição, Jesus teve seu corpo guardado em algum lugar, a despeito do que a Bíblia conta sobre as experiências que muitas pessoas tiveram pessoalmente com ele. Algumas pessoas aceitam viajar pelo mundo para conhecer um guru religioso ou um lugar tido como sagrado, quando podem atravessar uma rua e cultuar a Deus junto com outras pessoas ou simplesmente se ajoelhando diante dele no seu quarto e entrar em comunhão com ele. Algumas pessoas não conseguem entender que a fé é algo bastante simples. Requer apenas que convidemos Deus para fazer parte da nossa vida. A graça de Deus é simples. Naamã, por fim, aprendeu. Contra a sua tradição, Naamã decidiu seguir o Deus verdadeiro, anunciado pelo profeta Eliseu. Ele agora era um adorador do único Deus e não mais de Rimom, o deus de sua terra e de seu rei. Uma prova disso é que pediu autorização para levar terra de Israel para usar em seus sacrifícios ao único Deus. Isso mostra que sua conversão foi verdadeira. Mas ele era um funcionário da confiança do rei. Era parte do seu trabalho acompanhar o chefe no cultos ao seu deus e fazer o que ele fazia. E Eliseu lhe desejou boa viagem para a Síria. Eliseu nos ensina sobre compreensão e compromisso. Não podemos esperar de um recém-convertido uma maturidade que os mais antigos não têm. Cabe aos mais experientes o cuidado deles, para que a sua fé se desenvolva. Eliseu nos ensina que, no mundo do trabalho, muitas vezes temos de fazer concessões. Enquanto não conseguimos encontrar outro emprego e enquanto as concessões não comprometem essencialmente nossa fidelidade a Deus, vamos nos mantendo na empresa, esperando uma oportunidade para trocarmos de trabalho, no qual as concessões sejam menores. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
A sunamita aprendeu que coisas boas e ruins acontecem nas famílias. Seus contrastes são também os nossos: a sunamita era estéril mas, depois de uma palavra de Eliseu, deu à luz um filho. O menino era saudável, mas ficou doente e morreu. Felizmente, há pessoas que se preocupam com a nossa família e a dos outros. A pergunta de Eliseu (se as coisas iam bem em casa) não era protocolar, mas evidenciava seu interesse. Quando a tragédia atinge a sua família, a mãe decide procurar ajuda. Ela não tem vergonha de parecer desesperada; ela estava desesperada. Seu filho morrera. Ela assumiu a sua condição de necessitada e buscou a Deus por meio do profeta Eliseu. Nessa tocante história, ela se encontra com Eliseu. Quando entende o seu drama, ele a manda embora com a solução: voltasse logo levando o bastão do profeta que deveria colocar sobre o filho morto. Ela não se satisfez e pediu ao profeta que fosse com ela. Se Eliseu não fosse, ela não iria. Eliseu foi. Orou e o menino voltou a viver. Com essa mãe, aprendemos alguns princípios para a vida. 1. Todos estamos sujeitos a coisas ruins. Ela era estéril, mas teve um filho. Seu filho não estava blindado. Ela foi desse modo abençoada, não isso queria dizer que não teria mais problemas. 2. Se passamos por dificuldade, temos de abrir mão do orgulho e procurar ajuda. Se é um vício, temos que abrir nossa vida para sermos ajudados. Se é um desemprego, temos de perder a vergonha para sermos apoiados. 3. Se vamos pedir ajuda, precisamos pedir no lugar certo. Nosso primeiro ajudador é Deus. A sunamita buscou o profeta, que simbolizava a própria presença de Deus. 4. Nosso pedido de ajuda tem de ser feito rapidamente. Há situações que não podemos deixar para amanhã. 5. Se precisamos de ajuda, não devemos ter medo dos riscos. Aquela mãe montou numa jumenta e foi depressa. O marido não foi: ela foi sozinha. 6. Aquela mãe sabia que não há situação que Deus não possa reverter. Devemos crer com a mesma ousadia. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Não há nada difícil para Deus. Primeiro, ele tem a perspectiva certa. Ele sabe todas as coisas. Depois, ele tem todo o poder para mudar as regras da natureza, pois foi ele que as fez e as supervisiona. Mais ainda: ele tem todo interesse em resolver as coisas para nos beneficiar, pois ele é essencialmente bom. Eliseu sabia que essas qualidades de Deus estavam à sua disposição. Por isso, ele buscou receber dele o poder para realizar o que o próprio Deus queria fazer. Diante de Deus, não impomos nossa vontade, que apresentamos a ele. Se Deus a aprovar, precisamos que ele nos capacite com poder para levar adiante a nossa tarefa. Há vários leões dentro de nós. Um deles se chama hostilidade. Como lavas de um vulcão aparentemente extinto, a hostilidade se manifesta ao sinal da menor contrariedade. Quando nosso modo de pensar domina, a caverna da hostilidade se mantém guardada a sete chaves. Quando, contudo, nosso desejo não é satisfeito, esquecemos o passado bom e atacamos com uma surpreendente violência. A cratera se abre e cobre de letais lavas incandescentes quem está por perto, incluindo (e sobretudo) as pessoas queridas. O leão está dentro de nós, mas dentro de nós mora também o cordeiro. (Se não mora, devia morar, se somos guiados pelo Espírito de Deus.) O leão e o cordeiro devem sentar-se à mesma mesa, para compartilhar da mesma refeição. Para isso, o leão precisa controlar o seu apetite. O leão precisa desejar ser manso. O leão precisa apreciar o caráter suave do cordeiro. O leão precisa chorar, arrependido, quando ruge. Os verdadeiramente fortes são os cordeiros, não os leões. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Como seria o mundo se os valores estivessem acima dos desejos! Seriamos felizes se amássemos a Deus com amor verdadeiro, que é o amor que não ama com uma mão para receber com a outra! Seriamos felizes se só fizéssemos aos outros apenas o que gostaríamos que nos fizessem: nunca falaríamos mal deles, nunca os enganaríamos, nunca os desrespeitaríamos, nunca os roubaríamos. Seriamos felizes se fôssemos honestos. Seríamos felizes se déssemos valor ao trabalho, repudiando “a sorte” ou “o jeitinho”. Seriamos felizes se visássemos primeiro aos interesses comuns (da família, da comunidade, da nacionalidade); depois, visaríamos aos interesses próprios. Seriamos felizes se nos amássemos a nós mesmos: não precisaríamos dar cotoveladas em ninguém para abrir o nosso caminho, simplesmente porque o caminho já estaria aberto. Seremos felizes se ensinarmos, com a vida e com a voz, estes (e outros) princípios aos nossos filhos. Por isso, com a voz e com a vida, os pais devem ensinar aos seus filhos que uma vida se faz com valores. Os valores ficam. Uma vida se faz com valores. Os valores nascem dos princípios, que não podem ser confundidos com desejos. Nossa história é escrita com desejos. Quando nossos desejos são governados por princípios, escrevemos uma boa história. Trava-se, então, uma guerra dentro do nosso coração. Nosso corpo deseja afundar-se no sofá. O princípio manda que fique ereto. Se o desejo vencer, vencerá o prazer. Se o prazer triunfar, o prazer seguirá até se transformar em dor. Primeiro a mentira é sorvida como um doce suave; só depois, vira areia na nossa boca (Provérbios 20.17). Os princípios vêm de cima. Não nascem de um plebiscito, território dos desejos. Os princípios, quando vividos, nos fazem felizes. Os princípios nos civilizam. Os desejos, quando governados por si mesmos, nos destroem. Felizes seremos (nós, nossa cidade, nossa nação, nossa civilização) se conseguirmos ensinar nossos filhos a se deixarem conduzir por princípios. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Para decidir corretamente, precisamos de boas informações. Se, por exemplo, não sabemos que nossa conta está negativa no banco, tomaremos decisões que nos deixarão em situação bem pior. Para decidir bem, precisamos de bons pressupostos. Os sírios pressupunham que Israel tinha deuses. Não tinham: só tinham o único Deus. Os sírios pressupunham que esses supostos deuses eram típicos das montanhas e nada conheciam sobre a vida nas planícies. Assim, eles não poderiam lutar com os israelitas. O caminho era levar a luta para longe das montanhas. Como suas informações estavam erradas e seus pressupostos não tinham base na realidade, os sírios foram para a luta e perderam. Diferentemente dos sírios, não devemos agir com base em informações e pressupostos equivocados. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
A experiência da depressão é universal no espaço e no tempo. Ninguém está imune. Ela pode vir para quem tem e para quem não tem fé. A depressão é realmente uma doença, e como tal deve ser entendida e tratada. A depressão de Elias foi desencadeada pelo medo (1Reis 19.3). A mesma situação poderia ter provocado alegria e confiança em outra pessoa. Ela poderia ter pensado: “Ah os reis estão furiosos porque eu fiz a coisa certa. Deus continuará a me capacitar”. Porém, no caso dele, provocou frustração e medo. É uma reação normal sentirmo-nos tristes depois da uma perda, como a morte de uma pessoa querida ou diante do rompimento de um relacionamento. Às vezes, essa tristeza pode se transformar em depressão, mas isso só acontece nas pessoas que têm essa tendência. Em outras palavras, os acontecimentos estressam-nos mais ou menos em função de como conduzimos a nossa vida. Certas pessoas, por causa de suas características específicas (bioquímicas, genéticas, psicológicas), são mais vulneráveis que outras ao desenvolvimento de um episódio depressivo em face de um fator estressante. A autoestima de Elias estava muito baixa. Eis como ele se autodefiniu: “Eu sou um fracasso, como foram os meus antepassados”. No primeiro estágio da sua depressão, Elias lutou por sua vida, buscando o refúgio no deserto, numa espécie de caminhada em direção ao nada. Depois, desistiu de viver e pediu a morte, sentando-se num lugar onde não poderia ser encontrado. No terceiro, ele se afundou numa caverna, na escuridão da falta de perspectiva. Porém, pela graça de Deus, ele não ficou na caverna. Quem está hoje na caverna precisa saber que ali não o seu lugar. Deus sustentou Elias em sua falta de perspectiva. Primeiramente, ele veio em forma de anjo (alguém enviado por Deus). Na primeira, ele lhe deu alento (“Levante-se”) e alimento (“Coma”) para que pudesse continuar sua caminhada (versículo 8). Deus não livrou Elias do fardo de uma caminhada longa (40 dias) e dolorosa. A jornada se assemelhava à de Moisés e seu povo em direção à terra prometida. O sentido era inverso: Elias estava na terra prometida e seu destino agora era o lugar onde Deus se revelara do modo mais pessoal e mais espetacular em toda a história do Antigo Testamento: no monte Horebe (ou monte Sinai), Deus instruiu seu povo com os Dez Mandamentos. Era por excelência o monte da revelação divina. Não por acaso Elias se dirigia para esse lugar, também chamado, e não por acaso também, de monte de Deus. Graças à intervenção de Deus, Elias chegou ao monte que desejava. Deus sempre nos leva aonde precisamos ir. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Deus amava o filho de Jeroboão. Sabemos que seu nome era Abias e que estava doente e que morreu. A Bíblia diz que Deus gostava dele. No entanto, Deus não o curou. Soberano, santo e sábio, Deus não curou. Não sabemos por quê. Mas sabemos que Deus o amava. Muitas vezes, achamos que, quando Deus não intervém, restabelecendo a nossa saúde ou de alguma pessoa querida, é porque ele não nos ama. Deus também amava Jeroboão, que não o amava. Jeroboão preferiu adorar aos dois touros de ouro em vez de adora ao único Deus. Deus respeitou a sua escolha, não sem que antes deixasse que colhesse os frutos de sua idolatria. Devemos cuidar para não simplificar demais as coisas. Quando enfrentamos dificuldades, isso não quer dizer que Deus não esteja atento. Quando enfrentamos dores, isso não quer dizer que Deus esteja satisfeito com o nosso sofrimento. Não podemos nos relacionar com Deus com base no que ele nos dá, mas com base no que ele é. Assentados, com a Bíblia aberta, lemos a história de Roboão e vemos que ele levou seu povo a fazer tudo o que era explicitamente condenado pela Bíblia. Roboão não teve o mesmo privilégio que nós. No entanto, se ele pudesse nos ver, o que veria? Não veria também… Não veria que cometemos pecados tão grotescos quanto os dele? Nós só adoramos a Deus com pureza de coração? Por vezes, não pulamos de igreja em igreja, em busca da bênção, como se ela estivesse ali, mas não estivesse aqui? Por vezes, não abandonamos os nossos mais caros valores morais em busca de um benefício qualquer? Nós também não nos deixamos levar pelos conselhos dos maus, não seguimos o exemplo dos que não querem saber de Deus e não nos juntamos com os que zombam de tudo o que é sagrado? (Salmo 1.1). AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Os grandes caem. Salomão caiu. Observemos, no entanto, que o itinerário da sua queda se assemelha ao de outras quedas, ao envolver poder, dinheiro e sexo. No capítulo 10, o poder sobe à cabeça, com a visita obsequiosa da rainha de Sabá. Logo, a seguir, são enumeradas as suas riquezas. No capítulo 11, a volúpia de Salomão por poder e sexo levou-o a cair na armadilha de adorar os deuses de suas mulheres. As consequências foram as piores possíveis, porque o pecado sempre tem consequências. Quem está em pé deve fitar os olhos no iniciador e aperfeiçoador de nossa fé para não cair. Não devia ser assim, mas é. Não somos julgados pelo conjunto da nossa vida, mas pelo que acabamos de fazer. A boa ação de ontem não resiste à ação mesquinha de hoje. O fato de ter escrito um bom livro ontem não compensa pelo livro mais fraco que está sendo criticado hoje. Depois que morremos, somos julgados pelo final, não pelo começo, nem pelo conjunto. A última imagem é a que fica. Se os que cairam tivesse se lembrado disso, talvez não tivessem caido. Salomão começou bem, mas terminou da pior maneira possível. Entre o começo e o fim, fez grandes coisas, mas no final seu coração não era mais fiel ao seu Senhor. Ninguém começou tão bem quanto Salomão. Poucos terminaram tão mal. A trajetória de Salomão foi semelhante à de muitas pessoas famosas ao longo tanto da história antiga quanto da contemporânea. Algumas, no final, podem até mesmo ter revelado o que verdadeiramente eram. Outras, no entanto, traíram a si mesmas e traíram a Deus. Esse foi o caso de Salomão. Ele não escapou das ciladas do mal. Devemos tomar muito cuidado. Devemos fazer tudo o que pudermos para terminarmos bem, como o apóstolo Paulo, que fez o que melhor que pôde na corrida, tendo chegado ao fim com a fé viva (2Timóteo 4.7). AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Conselhos errados O que aprendemos com um homem como Roboão? Os heróis da Bíblia nos deixam com desejo de imitá-los. Os anti-heróis, no entanto, nos deixam lições dramáticas. Roboão tinha uma virtude: ele pedia conselhos. Só que ouviu o conselho das pessoas erradas. Precisava ter ouvido os conselhos dos mais velhos, que lhe disseram para considerar o pedido do povo por menos impostos. No entanto, porque lhes eram mais convenientes, preferiu escutar os conselhos dos mais jovens, gente da sua idade, para aumentar a carga tributária. Faltou-lhe também, tendo ouvido os jovens, ponderar as palavras e conferi-las com a Palavra de Deus. Se a conhecesse, saberia que um rei não deveria ter muitos cavalos, nem muitas mulheres e nem muito dinheiro (Deuteronômio 17.15-17). Os cavalos levam o rei a confiar em si mesmo. As mulheres levam o rei a adorar os deuses dela. O dinheiro leva o rei à insensibilidade. E todas essas coisas exigem uma carga tributária mais pesada para a população. Roboão sequer viu onde seu pai caiu. Deu no que deu. Quanto a nós, que conselhos estamos ouvindo? O que fazemos com os conselhos que ouvimos? Conferimos os conselhos que nos sopram com o que nos sopra o Espírito Santo na Bíblia? Usando a religião Talvez com medo de que comparassem negativamente sua ação com o do irmão de Moisés, um rei (Jeroboão) mandou esculpir não um, mas dois bezerros de ouro. Jeroboão é uma pessoa desprezível, porque é desprezível toda a pessoa que usa a religião. Ele mandou construir dois centros religiosos, não para que o povo adorasse, mas para que o povo fosse controlado. Um centro ficava no norte (Dã) e o outro no sul (Betel). Os que moravam no sul não precisariam descer um pouco mais para chegar a Jerusalém, controlada pelo seu rival Roboão, filho de Salomão. Ao povo, a ação de Jeroboão parecia preocupação espiritual, mas era pura estratégia política. São como Jeroboão todos os que usam a religião, seja para controlar pessoas ou para se enriquecerem. Não, de novo não! Depois de vistas as conseqüências da idolatria, com a fundição de touros de ouro ainda no deserto, não parecia possível que a prática voltasse, tão condenada fora. Mas voltou. E por que voltou? Voltou porque todos gostamos de deuses visíveis, feitos à nossa imagem e semelhança. Toda vez que alguém oferecer um deus assim vai ganhar adeptos. No tempo de Jeroboão não era diferente. Voltou à liderança e manipulou o povo. Na mudança religiosa proposta, havia elementos válidos no culto com que legitimaram práticas erradas, como o da veneração a bezerros de ouro. O erro só é aceito quando vem misturado com a verdade. Voltou porque faltou ao povo conhecimento da Palavra de Deus. Se a conhecessem, saberiam o pensamento de Deus acerca da fundição de esculturas para fins litúrgicos. Sem Bíblia é fácil enganar. A menos que vigiemos, tendemos a repetir as ações dos que vieram antes de nós. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Dois profetas se enfrentam. Um velho profeta e um novo. O novo ouve a voz de Deus. O velho não ouve mais, embora tenho ouvido um dia. Agora ele fala o que os donos do poder querem ouvir. Sua profecia está à venda. Deus incumbe o jovem profeta de uma tarefa. Ele a executa. Deus lhe diz como proceder na volta, depois de dar o recado. Então, sua desgraça começa. Ele começou bem, mas vai terminar mal. O velho profeta vai ao seu encontro. Mente e o outro acredita. Faz, então, o que o velho profeta, passando-se por verdadeiro profeta, manda. Quando volta para casa, morre pela boca de um leão. O velho profeta vai ao seu encontro e então descobre que o jovem profeta falava a verdade. O velho profeta se arrepende. Vai terminar bem. Assim, o jovem profeta começa bem, desobedece a Deus e termina mal. O velho profeta começa mal, mas termina bem, porque aprendeu com o jovem profeta que é bom obedecer. Nessa história, quem somos? Se hoje estamos como jovem profeta, fazendo pela metade a obra de Deus, falando pela metade a Palavra de Deus, podemos ainda hoje nos acertar com Deus. Se somos o velho profeta, podemos nos acertar com Deus também e fazer fielmente o que ele nos pede para fazer. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
O cronista faz questão de registrar a data do início da construção do primeiros templo do povo de Israel: ano 480 depois do Êxodo. É como se dissesse: vejam quanto tempo demoramos para fazer o que devíamos. Por 40 anos, o povo peregrinou entre o Egito e Israel, passando pelo Sinai. Foram necessários mais 440 anos para que a obra começasse. Depois de começada, a construção levou sete anos. O cronista lamenta, mas depois canta. Ele lamenta a negligência dos líderes. Ela salienta a rapidez com que a obra foi feita, dado o luxo de suas formas. Há ainda hoje, em nossas cidades, muitos templos sendo construídos, desde tempos simples a templos mais confortáveis. Também hoje, a construção de um templo deve envolver a todos, tanto os que têm muito quanto os que têm pouco recurso financeiro. As igrejas devem tomar cuidado para não começar o que não possam terminar, mas sem esquecer de seus alvos de fé. As igrejas devem se preocupar com o tempo da obra. Uma edificação muito demorada acaba enfraquecendo a igreja. Há casos em que uma igreja inicia a construção de um novo templo, mas quando ele fica pronto a igreja está quase fechando as portas. Devemos construir um templo para a igreja sem matar a igreja do templo. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Finalmente, a arca da aliança chegou ao lugar onde devia estar. Ela estava agora no lugar separado para a adoração a Deus. Antes disso, durante quatro séculos, perambulou por desertos e cidades, de mão em mão. A arca tinha um lugar central no culto porque simbolizava a presença de Deus entre o povo. Era um modo de Deus estar presente. Jesus cumpriu esse papel quando andou entre nós. A arca no seu lugar pode ser comparada à nossa vida também colocada no seu lugar. Colocar a arca no seu lugar era cumprir uma missão. Colocar a nossa vida no lugar é cumprir a nossa missão. Quando estamos cumprindo a nossa missão, encontramos o sentido da vida. Israel tinha uma missão: levar o amor de Deus a todos os povos. Israel se perdeu no projeto, mas podemos ficar firmes no propósito de espalhar o amor de Deus, a partir de nossa igreja, onde possam vivenciar a presença dele de modo mais claro para o mundo. Quando a obra do templo pôde ser considerada concluída? Quando a glória do Senhor encheu o seu santuário. Um templo sem Deus é um templo vazio. Depois de fazer o que lhe cabia, Salomão trouxe a arca da aliança, que representava a presença do Senhor. A obra estava completa. Nosso templo não desempenha a mesma função que representava para os judeus, mas seu símbolo como casa de Deus permanece. Não temos mais arca e nem um Lugar Santíssimo, mas permanecem seus símbolos: Deus está presente entre o seu povo. Sem a presença de Deus, nosso culto não é nada. Sem a presença de Deus, nossa vida não é nada. A festa dada por Salomão durou oito dias e acabou. A festa acaba. Toda festa acaba. O culto acaba. Todo culto acaba. No entanto, uma festa boa deixa lembranças boas. Um culto de valor espiritual real deixa marcas profundas. Se ele for bom apenas enquanto dura, não foi realmente bom. Um culto precisa ser um tempo em que pedimos as bênçãos de Deus. O dinheiro nos abençoa. A medicina nos abençoa. A psicologia nos abençoa. A engenharia nos abençoa. A tecnologia nos abençoa. Recebemos, mas queremos a bênção de Deus. Quando saímos de culto, precisamos sair felizes. Talvez a música não tenha sido muito boa, mas não fomos ali por causa da música; fomos para ser abençoados. Talvez a mensagem podia ser melhor, mas não fomos ali por causa da mensagem; fomos para ser abençoados por Deus. Um culto é um tempo em que nos encontramos com as coisas boas que Deus nos dá: nossa vida, nossa salvação, nosso futuro. Se nossos olhares estiveram voltados para Deus, veremos suas coisas boas para nós. Se nosso coração estiver centrado em Deus, sentiremos a sua bondade pulsando dentro de nós. Vamos cultuar? AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Salomão se enrola em suas qualidades. Sua sabedoria e sua riqueza saem das fronteiras do seu país e atravessam os mares. Quando chega uma rainha para o visitar, ele mostra as evidências de sua sabedoria e de sua riqueza. Orgulho é próprio de uma pessoa que depende da opinião do outro. O orgulhoso pensa que a sua felicidade depende da aprovação dos outros. O orgulhoso quer saber como o outro vive, para viver como o outro vive, como se fosse possível viver como o outro vive. Portanto, o orgulhoso é um fraco. Sua fraqueza se mascara com uma força que não tem. Quando agimos assim, ignoramos que o outro tem uma história. Na verdade, esquecemos que cada um de nós é uma história. Por isso, cada um de nós é conclamado a olhar para dentro de si mesmo e, de dentro de si mesmo, olhar para Jesus Cristo, o Único para quem vale a pena olhar. Olhar para a vida do outro é morrer. Olhar para Jesus é viver. Quem é forte é humilde. Feliz é quem sabe manejar três componentes essenciais da vida: sexo, poder e dinheiro. Salomão, apesar da sabedoria inicial, não soube lidar com o sexo. Casou-se por conveniência política e desobedeceu aos mandamentos unindo-se a mulheres estrangeiras que trouxeram seus deuses aos quais ele se curvou. É difícil acreditar que Salomão tenha caído nesse quesito, que já trouxera tanto sofrimento ao seu pai, sendo ele mesmo filho de Bate-Seba, que foi amante de Davi. Ele não aprendeu a lição. É difícil acreditar que pessoas cansadas de ouvir palavras de advertência caem na sedução do sexo, às vezes por meio de golpes primários. Apesar da sabedoria inicial e do exemplo positivo do seu pai, Salomão não soube lidar com o poder. Enquanto governava, para ele o poder era tudo. Apesar da sabedoria inicial e do bom exemplo do seu pai, Salomão não soube lidar com o dinheiro. Ele tinha muito dinheiro e o dinheiro lhe serviu de cilada. Todos sabem o quão passageiro é o dinheiro, mas mesmo os que sabem se deixam derrotar por ele. O dinheiro, obtido por meio da cobrança de impostos altíssimos, fez Salomão se afogar no luxo. A fórmula negativa continua sendo aviada ainda hoje. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Há promessas que Deus nos faz que exigem o cumprimento dos nossos compromissos. Deus foi claro com Salomão. Deus fez sua parte, respondendo à oração do jovem rei. Depois promete e exige que ele ande com integridade, que não se afaste de Deus, que não preste cultos aos deuses dos povos próximos. Salomão e seus descendentes fizeram precisamente o que lhes foi dito para não fazer. Que não sejamos como Salomão. Salomão foi um homem abençoado por Deus. Ele amava a Deus com sinceridade. Os relatos sobre sua riqueza, sabedoria e seus relacionamentos parecem estar ali para mostrar o que pode fazer um homem na dependência de Deus. No entanto, a vida é dinâmica. Uma vitória hoje não garante a de amanhã. Por isso, se não queremos cair, somos conclamados a vigiar. Como se diz na linguagem do futebol, parece que Salomão, decorrido um tempo, começou a entrar em campo de saltos altos e chuteiras coloridas. O resultado de suas atitudes está registrado também na Bíblia, esse livro verdadeiro sobre nós mesmos. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
O cronista faz questão de registrar a data do início da construção do primeiros templo do povo de Israel: ano 480 depois do Êxodo. É como se dissesse: vejam quanto tempo demoramos para fazer o que devíamos. Por 40 anos, o povo peregrinou entre o Egito e Israel, passando pelo Sinai. Foram necessários mais 440 anos para que a obra começasse. Depois de começada, a construção levou sete anos. O cronista lamenta, mas depois canta. Ele lamenta a negligência dos líderes. Ela salienta a rapidez com que a obra foi feita, dado o luxo de suas formas. Há ainda hoje, em nossas cidades, muitos templos sendo construídos, desde tempos simples a templos mais confortáveis. Também hoje, a construção de um templo deve envolver a todos, tanto os que têm muito quanto os que têm pouco recurso financeiro. As igrejas devem tomar cuidado para não começar o que não possam terminar, mas sem esquecer de seus alvos de fé. As igrejas devem se preocupar com o tempo da obra. Uma edificação muito demorada acaba enfraquecendo a igreja. Há casos em que uma igreja inicia a construção de um novo templo, mas quando ele fica pronto a igreja está quase fechando as portas. Devemos construir um templo para a igreja sem matar a igreja do templo. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
1 Reis 5 #rpsp A Bíblia tem ensinos para todas as áreas da vida, incluindo a administração. Embora com o cuidado de não a transformar num manual para esta ou aquela área da vida, podemos ver retratadas nela práticas que ainda hoje podem ser usadas com grande proveito. Uma delas é o trabalho por turnos. Os operários a serviço do reino de Israel deviam trabalhar 30 dias e folgar 60. No mundo inteiro, empresas que deslocam empregados para longe de suas casas usam esse recurso. Um padrão justo é este: 30 por 60. Para as pessoas em geral, a prática de Salomão nos lembra da necessidade do descanso para todos os trabalhadores. Se queremos produzir, precisamos descansar. Se há pessoas sob nossa liderança, precisamos saber que, além de uma boa remuneração, todos precisam de descanso. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Davi tinha a sua equipe e Salomão a dele. Davi foi um guerreiro. Salomão foi um administrador. Davi foi um poeta. Salomão foi um sábio. Davi gostava de uma vida simples. Salomão apreciava o luxo. Davi preferia o silêncio. Salomão gostava de festas. Davi foi um general. Salomão foi um filósofo. Uma das qualidades de Salomão era dividir tarefas. Ele dividiu o reino em distritos, cada um com seu administrador. Quem lidera precisa de uma equipe. Salomão soube formar a sua equipe. Ser Davi ou ser Salomão depende da necessidade. Salomão era o homem certo para aquele tempo: não precisava fazer guerra, porque seu pai, pela guerra, estabelecera a paz. Ser Davi ou ser Salomão depende também das nossas características pessoais. Deus nos usa naquilo que somos e temos. Precisamos estar sempre atentos para permitir que ele nos use para abençoar nossa família e nosso país. Nossa tarefa é viver hoje, com os olhos na partitura da sabedoria, os músculos na academia da santidade e os ouvidos na harmonia da solidariedade. Uma vida que se pauta pela sabedoria vai se arrepender menos porque vai pensar mais, ponderar mais, enxergar mais, aprofundar-se mais. Uma vida que mira a santidade conhecerá mais da mente de Deus e saberá renunciar ao que os outros julgam importante. Na verdade, para um santo não há renúncia, porque sua contabilidade não registra perdas, porque não se perde o que não se deseja. Uma vida cheia de demonstrações de solidariedade jamais será vazia. Os frutos farão fila aos seus pés para agradecer. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Começar bem é muito bom. Salomão começou bem. Seu coração era firme em Deus, a exemplo do seu pai. Ele conhecia as regras do culto e adorava a Deus segundo essas regras, cultuando com toda a sinceridade. Como o templo ainda não tinha sido construído, ele ia adorar em Gibeão, um centro religioso de Israel bem próximo (8 km) de Jerusalém. Ele não economizou para fazer os sacrifícios, como a lei mosaica prescrevia. Devemos nos esforçar para começar bem. Se já começamos e não começamos bem, podemos pedir a orientação de Deus e acertar o que for necessário. Mesmo não tendo começado bem, podemos terminar bem. O que temos pedido a Deus? O pedido mais comum é por saúde. Dizemos que, tendo saúde, o resto construímos. Conhecemos pessoas doentes que são felizes. Conhecemos pessoas saudáveis fisicamente que carregam a dor do mundo. Depois, pedimos dinheiro. Nem sempre somos diretos, mas damos voltas para não pedir dinheiro diretamente, mas é o que pedimos. Só que sabemos que, muitas vezes, dinheiro traz infelicidade. Notícias sobre pessoas que ganharam fortunas em jogo deixam isto claro: alguns sorteados perderam a vida literalmente. Então, amanhã, ao despertar, peça três coisas a Deus. Peça saúde. Antes, porém, agradeça por ter acordado. Você acaba de receber mais um dia de vida. Depois, peça a Deus saúde para viver esse dia. Saúde é algo a que só damos valor quando a perdemos. Peça sabedoria. Antes, contudo, agradeça por sabido conduzir sua vida até esse ponto. Se você não se aprova, é porque é sábio o bastante para não se conformar. Então, peça a Deus sabedoria para fazer diferente ou fazer melhor o que vem fazendo. Peça sabedoria para ouvir o que vale a pena e para não consumir lixo, mesmo dourado. Peça santidade. Antes, no entanto, agradeça por ter esse desejo. Depois, veja em que estágio está e onde pode chegar. Então, peça a Deus santidade para desejar o que é puro. Não se preocupe com a sequência dos três “S”. Peça primeiro o que mais lhe falta. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Davi nunca repreendeu seu filho Adonias, sobre quem pouco sabemos (2Samuel 3.4). Os relatos das vidas de Amnon e de Absalão são suficientes para demonstrar que o grande rei não foi um bom pai. Há grandes profissionais que são péssimos em casa, não por falta de amor, mas por falta de atenção à sua responsabilidade para com a família. Não adianta ser rei lá fora e medido dentro de casa. Assim foi Davi. Ele perdeu onde também deveria ganhar. O fracasso de Davi nos estimula a refletir sobre o nosso papel como pais, se já o somos ou para quando formos. A infância deixa marcas para sempre. É na infância que as orientações para o resto da vida são dadas. Se soubéssemos, teríamos sido pais diferentes. Enquanto cuidavam da vida, o filho aprendia a andar de bicicleta. Quando ele correu para contar que podia andar sem rodinhas, não deram importância. Até hoje ele vive em busca da aprovação que não teve. Enquanto propunham alvos elevados, o menino chegou com o seu boletim: tirou nota 9. E o que o pai disse foi: “Eu esperava que você tirasse 10”. E ele vai passar a vida inteira procurando aquele ponto que faltou. Enquanto seguiam as metas traçadas, estiveram distantes, mantenho-se ausentes, certos de que a tarefa deles era prover o pão. Para eles, o pão recheado não podia faltar, mas para os filhos o que fez falta foi o passeio na praia, mesmo que com um lanche simples; os livros lidos juntos; os filmes assistidos e comentados juntos, a pipoca espalhada pelo chão; a viagem num carro velho. Se soubessem que a infância dos filhos deixaria marcas para sempre, teriam feito diferente. No mínimo, teriam tentado. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Um dos nomes mais mencionados no Antigo Testamento é Zeruia, mãe de Abisai, Joabe e Asael, chefes militares de Davi. Zeruia era irmã de Davi. Ela é sempre mencionada como sendo a mãe desses três generais. Até mesmo Davi se refere aos seus primos como filhos dessa tia. A insistência na referência ao seu nome pode indicar que ela era uma mulher forte. Talvez sem marido, cujo nome não é dado, tenha tido que cuidar dos seus filhos e fazer deles grandes homens. Assim, Zeruia era uma espécie de sobrenome para Abisai, Joabe e Asael. De um modo ou de outro, a repetição do seu nome (22 vezes) mostra o valor das mulheres, mesmo numa sociedade comandada por homens fortes (como Davi). A história de Zeruia pode mostrar também que as mulheres em condição adversa não precisam viver como vítimas, mas de uma maneira que o seu valor seja reconhecido no presente e no futuro. A morte de Joabe faz um contraponto à graça. Nos termos daquele tempo, Joabe, de fato, merecia morrer. Ele matou pessoas pelas costas e em nome de Davi, sem o consentimento do rei. Na cultura da época, Davi era culpado por essas mortes, porque o seu general o representava. Para o nome de Davi ficar limpo, o pecado cometido por Joabe deveria ser punido. Coube a Salomão, o filho sucessor, executar a justiça. Em síntese, Joabe teve o que mereceu. Se esse sistema prevalecesse, o que poderíamos dizer do ladrão que dialogou com Jesus na cruz? Ele merecia ser salvo? Não. Ele merecia morrer. No entanto, Jesus o salvou pela sua graça. O sistema da graça é diferente. Não é baseado na bondade humana, mas na bondade divina. A graça retribui porque ela toma a iniciativa. Quando dizemos que não estamos mais na era do Antigo Testamento, mas na era do Novo Testamento, devemos agir para com os outros nos termos do Novo Testamento, nunca retribuindo, mas oferecendo amizade, mesmo aos que achamos que não merecem. Joabe bateu e levou. O que fazemos com o que nos batem? Fazemos como Salomão fez? Estamos na nova aliança, que Salomão não conheceu. Como participantes da nova aliança, devemos julgar com graça. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Memorizando palavra por palavra, depois gravados em alguma pedra preparada, os poetas bíblicos deixaram seus salmos que ainda hoje nos encantam. Davi deixou vários, a maioria para celebrar a Deus pelo que recebeu dele. Não podemos concorrer com tanta profundidade e beleza, mas devemos também escrever os nossos salmos. Só não devemos deixar nossos salmos se não tivermos pelo que agradecer. Mas temos: “Ó SENHOR Deus, que todo o meu ser te louve! Ó SENHOR, meu Deus, como és grandioso!” (Salmo 104.1). Só não devemos marcar nossos registros se não tivermos pelo que lamentar: “Mas, em terra estrangeira, como podemos cantar um hino a Deus, o SENHOR?” (Salmo 137.4). Só não devemos perenizar nosso canto se não tivermos com que nos indignar: “Até quando terei de suportar este sofrimento? Até quando o meu coração se encherá dia e noite de tristeza?” (Salmo 13.2). Só não devemos registar nossa vitória se não formos capazes de agradecer: “Tu és o meu abrigo e o meu escudo; eu ponho a minha esperança na tua promessa” (Salmo 119.114). Ao longo da vida, nossos lábios vão entoando canções, as quais não deixamos. De vez em quando elas nos voltam para aquecer a alma ou para desafiar o espírito. Essas canções, novas ou antigas, nos fazem chorar de alegria ou são meios pelos quais Deus nos consola. Algumas delas nos fazem cair de joelhos, tal a força com que entra na nossa alma. Entre essas poderosas canções está uma composta por Thomas A. Dorsey (1899-1993), em 1932, logo depois da morte da esposa ao dar à luz um menino, que morreu dois dias depois. Martin Luther King Jr. tinha-a entre suas músicas prediletas. Em português, a canção nos convida a orar assim: “Vem, Senhor, me guiar, minha fé sustentar. Fraco estou, débil sou, sem vigor. Quero as trevas deixar, quero a luz alcançar. Pela mão vem guiar-me, Senhor.Se o meu jornadear exigir batalhar, Laços mil Satanás me armar, Socorrer-me, ó vem, meu Senhor, Salvador, Pela mão, vem guiar-me ao Lar”. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Nem sempre nossas orações são atendidas. Aconteceu com o povo de Israel. Sete pessoas foram enforcadas pelos gibeonitas, que não eram israelitas (2Samuel 21.2). Foram enforcadas, mas não foram sepultadas, o que era uma ofensa à dignidade delas. Diante de um pecado desses, Deus não atendeu às orações do povo de Israel. Além disso, os restos mortais de Saul, um inimigo, e de Jônatas, seu amigo, não tinham tido um fim digno. Davi tratou de sepultá-los dignamente. Um homem de Deus precisa ser fiel aos mandamentos de Deus. Os mortos deveriam ser sepultados (Deuteronômio 21.22-23). Quando o povo de Israel, por meio de Davi, fez o que era devido, Deus atendeu às suas orações. Devemos orar confiantes na graça de Deus. Quando não somos atendidos, precisamos refletir. Pode ser que nossos pecados estejam impedindo que Deus nos atenda. Se for o caso, devemos mudar de atitude. Em todos os casos, devemos tomar cuidado para não sair culpando as pessoas ou a nós mesmos, porque pode ser que nossa oração não esteja sendo atendida porque não é da vontade de Deus. Diante disso, temos de nos calar. Nessa história trágica temos Rizpa, que é um exemplo de respeito à dignidade humana. Quando a família de Saul foi morta e seus restos mortais foram violados, ela não deixou que as aves se aproximassem dos cadáveres deles durante o dia nem os animais selvagens durante a noite. Ela arriscou sua vida. Sua ação chegou ao conhecimento de Davi, que mandou recolher os ossos de Saul (por ter sido um “ungido do Senhor”) e Jônatas (com quem havia feito uma aliança para sempre) e lhes deu um sepultamento digno. E ele fez isso por causa da ação de Rizpa. Os vivos têm uma dignidade a ser respeitada. Os mortos também. Saudemos Rizpa, que, embora não tenha tido um passado nobre, tornou-se grande por causa da sua ação. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Barzilai é um exemplo de amizade verdadeira, provada e comprovada. Quando Davi, ainda ameaçado de perder o trono, esteve em sua terra, foi por ele sustentado. Acalmada a situação, o rei começa o caminho de volta para Jerusalém e convida Barzilai para o acompanhar. Davi queria retribuir o que recebera. Só que Barzilai não fez o que fez motivado por uma eventual recompensa. Por isso, recusa-se a aceitar o presente, certo de que, por sua idade e saúde, pouco aproveitaria. No entanto, antes de voltar para casa, sugeriu que o prêmio fosse transferido para um empregado (Quimã). Davi concordou. Deu-lhe um beijo e seguiu seu caminho. Quando precisarem de nós, devemos seguir o exemplo de Barzilai e seus amigos. 1. Devemos prestar atenção. Para prestar atenção, precisamos aprender (sim, é uma aprendizagem) a olhar menos para nós mesmos. Barzilai era idoso (80 anos) e não estava nas melhores condições para ajudar. Não gozava de boa saúde (versículo 35). A generosidade não depende de nossas condições ideais, que talvez jamais cheguem. Por menos que tenhamos, sempre temos o que repartir. Cuidemos para que a posse de bens (ou de conhecimento) não nos torne insensíveis à necessidade do outro. 2. Devemos pressupor que a dificuldade do outro é nossa dificuldade. Antecipemo-nos, porque nem sempre seremos exigidos (por timidez ou vergonha do outro, necessitado). Davi vivia um drama de família; fugia porque seu filho tentava tomar o controle do governo (1Reis 2.7). 3. Devemos nos pôr em ação. Barzilai desceu de sua cidade para se encontrar com Davi. Ação às vezes exige sacrifício. Barzilai passou o rio. Fez fez mais: atravessou o rio com o grupo de Davi. Fez mais ainda: como sua condição permitia, sustentou Davi e sua equipe. E Barzilai fez tudo isso sem qualquer perspectiva de retorno. Não fez para receber; simplesmente fez. Não esperou gratidão. É assim que a nossa generosidade deve se manifestar. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Talvez, lendo toda a história, sobretudo como terminou, imaginemos que Davi errou ao se reconciliar com Absalão. Afinal, o filho continuou rebelde e acabou provocando uma rebelião contra o pai. Era seu dever promover a reconciliação e a restauração, mas ele só agiu quando Joabe forçou. Então, Davi aceitou o volta do filho, mas não lhe dirigiu a palavra. A atitude de Davi provocou mais revolta em Absalão. No entanto, reconciliar-se não foi o erro de Davi. Seu erro foi outro: Davi nunca se aproximou verdadeiramente de Absalão. Davi não se empenhou em ajudar Absalão a resolver seus conflitos interiores. Era melhor que o filho ficasse longe do palácio e da cidade. É claro que há riscos na iniciativa da reconciliação. O outro pode não aceitar. O outro pode fingir que aceitou. O outro pode usar a aproximação para se vingar. Um pai, sobretudo um pai, precisa correr os riscos e acreditar na mudança do filho, mas precisa também empenhar-se em mudar também. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia
Davi foi um péssimo pai do ponto de vida prático, embora amasse profundamente seus filhos. Ele foi um pai omisso, ausente e distante. Os pais não podem ser sempre responsabilizados pelas escolhas dos seus filhos, mas devem sempre fazer o que lhes cabe e descansar. Quem faz a sua parte não pode sentir culpa pelo desvio da sua descendência. Davi não fez seu dever de casa de pai. Aprendemos com os erros de Davi que a família deve ser um espaço privilegiado para a experiência do prazer, como dormir, alimentar-se, ouvir música, ler, assistir à televisão, sempre com respeito pelas preferências dos outros. Os casos sexuais do rei com Bate-Seba e de Amnon com Tamar mostram o quanto na família de Davi cada um só se importava com o seu próprio prazer. O hedonismo os tinha escravizado: importava-lhes o prazer, sem levar em conta o custo para si mesmos e para os outros. Além de falhar pecando, Davi foi omisso ao não educar os filhos. Talvez tenham respeitado demasiadamente a privacidade de cada um, quando deveria ter sido firme na hora certa. Assim, os erros de Davi nos ensinam. 1. Aprendemos com os erros de Davi que a família é o espaço para a vivência do presente. Não é só o futuro que deve importar, a todo custo. O rei pensava diferente; ele só tinha uma meta: consolidar seu reino. Estivesse ele movido pela ambição do poder pelo poder, estivesse ele motivado a cumprir um propósito de Deus para sua vida, não deveria ter colocado o Reino à frente da sua família. Seu descuido o subjugou ao presente. Não podemos subordinar o presente ao futuro, mas esquecer que o futuro será o nosso presente um dia. O pai não pode desejar aposentar-se para então viver; os filhos precisam se realizar agora também. 2. Aprendemos com os erros de Davi que a família é um espaço para o desenvolvimento do amor. O amor, sabemos, realiza a dimensão do perdão, conquanto na família o perdão não remova as consequências do pecado. O amargo relacionamento entre Davi e Absalão deixa isso bem claro. Ao fazer justiça (justiçamento) contra seu irmão Amnon, por sua irmã Tamar, Absalão mostra não entender o que significa o perdão. Ele não entendeu que “a vida familiar é uma coisa íntima demais para ser preservada pelo espírito de justiça e que ela deve ser sustentada pelo amor, que supera a justiça” (Reinhold Niebuhr). Davi não tinha ensinado a ele essas verdades. 3. Aprendemos com os erros de Davi que a família é o espaço de luta por uma vida melhor para todos. A família não deve se acomodar e aceitar para sempre suas limitações. A paixão pelo temor a Deus, pelo estudo e pelo trabalho devem ser cultivados, pois são os meios pelos quais ela pode se superar. Nenhuma família nasceu com o destino atado ao seu sobrenome. Cada uma deve se esforçar para ser mais e ter mais do que seus avós foram e tiveram. Davi foi grande, mas Salomão, em muitos aspectos, foi maior que ele. Salomão podia passar a vida inteira lamentando o modo como nasceu ou o pai ausente, mas preferiu, buscando a Deus, tornar-se um grande rei. E se tornou. 4. Aprendemos com os erros de Davi que a família é um espaço de refúgio (ninho, asa) das lutas da vida. Por isso, como disse o poeta alemão Goethe, “seja um rei ou camponês, feliz é quem encontra a paz em seu lar”. Davi não preservou seu lar dos confrontos militares em que se envolvia. Eles pareciam campos de batalha como o eram as planícies e montanhas da Palestina. Pareciam o inferno. O nosso lar devem se parecer com o céu. AZEVEDO, Israel Belo de - Bíblia Sagrada Bom Dia