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Você já ouviu que “gosto não se discute”, né? Pois aqui a gente vai discutir, e muito. Neste episódio eu junto Guimarães Rosa, Roger Scruton, neuroestética, cidades feias, músicas pobres e timelines tóxicas para mostrar como a perda da beleza está emburrecendo o Brasil. Beleza não é frescura: organiza a alma, a cidade e a cultura. Se tudo vira “tanto faz”, abrimos espaço para a estética da burrice. Bora afinar o olhar? Sabe aquele momento... em que você precisa confiar cem por cento no freio da sua moto? É aí que entra a Nakata.Discos de aço inoxidável com alta dissipação de calor, pastilhas que mantêm performance em qualquer temperatura,e sapatas com ajuste perfeito.Frenagem eficiente, segura e confortável — faça sol ou chuva. Agora, você também pode contar com a qualidade e segurança da marca Nakata para 2 rodas.Visite @ferasdaoficinanakata no Instagram. A Nakata entrega qualidade de quem entende de estrada e confiança. Nakata. Pode contar. O comentário do ouvinte é patrocinado pela Vinho 24 Horas. Já pensou em ter um negócio que funciona 24h, sem precisar de funcionários? Uma adega autônoma instalada no seu condomínio, com vinhos de qualidade, controle pelo celular e margem de 80%. Com apenas R$ 29.900, você inicia sua franquia e ainda ganha 100 garrafas de vinho. Acesse Vinho24.com.br e comece seu novo negócio! A Terra Desenvolvimento revoluciona a gestão agropecuária com métodos exclusivos e tecnologia inovadora, oferecendo acesso em tempo real aos dados da sua fazenda para estratégias eficientes. A equipe atua diretamente na execução, garantindo resultados. Para investidores, orienta na escolha das melhores atividades no agro. Com 25 anos de experiência, transforma propriedades em empreendimentos lucrativos e sustentáveis. Conheça mais em terradesenvolvimento.com.br. Inteligência a serviço do agro! ...................................................................................................................................................................
Você também sente desconforto quando alguém depende demais de você? Neste episódio, falo sobre a raiz da hiperindependência emocional — aquele comportamento onde você faz tudo sozinha, evita pedir ajuda e se sente sufocada quando as pessoas criam expectativas sobre você. Explico por que isso acontece, como esse padrão se forma em quem sempre precisou se virar sozinha e como isso impacta relacionamentos, trabalho, autoestima e até a capacidade de criar vínculos verdadeiros. Se você já ouviu que é “fria”, “distante” ou “independente demais”, esse episódio vai te ajudar a entender sua própria história emocional — e como construir um equilíbrio que não te isola e nem te sobrecarrega.
Há criadores que operam dentro das fronteiras técnicas do seu ofício. E há outros que as redesenham. Manuel Pureza pertence à segunda categoria — a dos artistas que não apenas produzem obras, mas insinuam uma forma diferente de olhar para o mundo. Ao longo da última década, Pureza foi aperfeiçoando um dialeto visual singular: um equilíbrio improvável entre humor e melancolia, entre disciplina e improviso, entre ironia e empatia. Cresceu no ritmo acelerado das novelas, onde se aprende a filmar com pressão, velocidade e um olho permanentemente aberto para a fragilidade humana. Dali trouxe algo raro: um olhar que recusa o cinismo fácil e que insiste que até o ridículo tem dignidade. Na televisão e no cinema, a sua assinatura tornou-se evidente. Ele filma personagens como quem observa amigos de infância. Filma o quotidiano com a delicadeza de quem sabe que ali mora metade das grandes histórias. Filma o absurdo com a ternura de quem reconhece, nesse absurdo, o lado mais honesto do país que habita. Um humor que pensa Pureza não usa humor para fugir — usa humor para iluminar. Em “Pôr do Sol”, o fenómeno que se transformou num caso sério de análise cultural, a comédia deixou de ser apenas entretenimento. Tornou-se catarse colectiva. Portugal riu-se de si próprio com uma frontalidade rara, quase terapêutica. Não era paródia para diminuir; era paródia para pertencer. “O ridículo não é destrutivo”, explica Pureza. “É libertador.” Essa frase, que poderia ser um manifesto, resume bem o seu trabalho: ele leva o humor a sério. Independentemente do género — seja melodrama acelerado ou ficção introspectiva — há sempre, no seu olhar, a ideia de que rir pode ser um acto de lucidez. Num país onde o comentário público tantas vezes se esconde atrás da ironia amarga, Pureza faz o contrário: usa a ironia para abrir espaço, não para o fechar. A ética do olhar Filmar alguém é um exercício de confiança. Pureza opera com essa consciência. Não acredita em neutralidade — acredita em honestidade. Assume que cada plano é uma escolha e que cada escolha implica responsabilidade. Entre atores, essa postura cria um ambiente invulgar: segurança suficiente para arriscar, liberdade suficiente para falhar, humanidade suficiente para recomeçar. Num set regido pelo seu método, a escuta é tão importante quanto a técnica. E talvez por isso os seus actores falem de “estar em casa”, mesmo quando as cenas são emocionalmente densas. A câmara de Pureza não vigia: acompanha. É aqui que a sua realização se distingue — não por uma estética rigorosa, mas por uma ética clara. Filmar é expor vulnerabilidades. E expor vulnerabilidades exige cuidado. Portugal, esse laboratório emocional O país que surge nas obras de Pureza não é apenas cenário: é personagem. É o Portugal das contradições — pequeno mas exuberante, desconfiado mas carente de pertença, irónico mas sentimental, apaixonado mas contido. É um país onde a criatividade nasce da falta e onde o improviso se confunde com identidade. Pureza conhece esse país por dentro. Viu-o nos sets frenéticos das novelas, nos estúdios apressados da televisão generalista, nas equipas improváveis de produções independentes. E filma-o com um olhar feito de amor e lucidez: nunca subserviente, nunca destructivo, sempre profundamente humano. Há nele uma capacidade rara de observar sem desistir, de criticar sem amargar, de rir sem ferir. Infância, imaginação e paternidade Numa das passagens mais íntimas desta conversa, Pureza regressa à infância — não como nostalgia decorativa, mas como território de formação. A infância, para ele, é o sítio onde nasce a imaginação, mas também o sítio onde se aprende a cair, a duvidar, a arriscar. Esse lugar continua a acompanhar o seu trabalho como uma espécie de bússola emocional. Falar de infância leva inevitavelmente a falar de paternidade. Pureza rejeita a figura do pai iluminado, perfeito, imune ao erro. Fala antes da paternidade real: aquela onde se erra, se tenta, se repara, se adia, se volta a tentar. A paternidade que implica fragilidade. A paternidade que obriga a abrandar num mundo que exige velocidade. Talvez seja por isso que, quando dirige, recusa o automatismo: a vida, lembra, é sempre mais complexa do que aquilo que conseguimos filmar. Escutar como acto político Se há uma frase que atravessa toda a conversa, é esta: “Nós ouvimos pouco.” No contexto de Pureza, ouvir é um verbo político. Num país saturado de ruído, opiniões rápidas e indignações instantâneas, escutar tornou-se quase um acto contracultural. Ele trabalha nesse espaço de atenção — aquele que permite às pessoas serem pessoas, antes de serem personagens, headlines ou caricaturas. É por isso que o seu trabalho ressoa: porque devolve humanidade ao que, tantas vezes, o discurso público reduz. O que fica No final, a impressão é clara: Manuel Pureza não realiza apenas obras. Realiza ligações. Realiza espelhos que não humilham. Realiza pontes entre o ridículo e o sublime. Realiza histórias que, ao invés de nos afastarem, nos devolvem uns aos outros. Há artistas que acrescentam ao mundo um conjunto de imagens. Pureza acrescenta uma forma de ver. E num tempo em que olhar se tornou um acto cada vez mais acelerado — e cada vez menos profundo — isso não é apenas uma qualidade artística. É um serviço público da imaginação. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. A sua exatidão pode variar. 0:12 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje recebemos alguém que não apenas realiza séries e filmes, mas realiza no sentido mais profundo do termo, a forma como olhamos para nós próprios, a maneira como nos espelhamos. 0:28 Manuel pureza é daqueles criadores que trabalham com rigor e com leveza, com inteligência, com humor, com disciplina e com um caos. Ele cresceu nas novelas, aprendeu a filmar sob pressão, descobriu um olhar que combina ternura com ironia e tornou se uma das vozes mais originais da ficção portuguesa. 0:46 E é capaz de pegar no ridículo e transformá lo em verdade, de pegar no quotidiano e transformá lo em drama, de pegar no drama e transformá lo em riso. Tudo sem perder a humanidade, o coração e a ética de quem sabe que filmar é escolher, ter um ponto de vista e que escolher é sempre um ato moral. 1:06 Neste episódio, abrimos as portas ao seu processo criativo, às dúvidas e às certezas, às dores e às gargalhadas, às memórias da infância e às inquietações da idade adultam. Falamos de televisão como um espaço de comunhão. Das novelas como um ginásio, do humor, como o pensamento crítico da arte de ouvir e de ser pai no mundo acelerado, da vulnerabilidade que existe por detrás de uma Câmara e, claro, de Portugal, este país pequeno, cheio de afetos e de feridas, onde tudo é simultaneamente muito absurdo e muito verdadeiro. 1:38 Pureza fala com profundidade e como honestidade às vezes. Desconcertante é uma dessas conversas em que senti que estamos a ver para além do artista, estamos a ver a pessoa, a sensibilidade das dúvidas, a Esperança e a inquietação de alguém que pensa o mundo através das histórias que nos conta. 2:05 Ao longo desta conversa, percebemos como as histórias, para Manuel pureza, não são apenas entretenimento. São uma estrutura emocional de uma forma de organizar o caos, uma linguagem antiga que herdamos mesmo antes de sabermos ler ou escrever. Falamos do poder das narrativas para dar sentido à vida, mas também do seu lado perigoso, porque todas as histórias têm um ponto de vista, todas têm escolhas e omissões, todas moldam a forma como vemos o que é real. 2:33 E ele, pureza. Assume isto sem medo. Assume que filma com olhar assumidamente subjetivo e que essa subjetividade é precisamente a sua assinatura. Não procura parecer neutro, procura ser honesto. Também exploramos a sua relação com o humor. 2:49 O humor que nunca é cínico, nunca é cruel, nunca é gratuito. O ridículo não é uma arma para diminuir os outros. É uma maneira de libertar, de expor o que há de comum entre nós, de desmontar o que é pomposo e de aliviar o peso de viver. 3:04 Diz na própria conversa que tudo pode ser ridículo e isso é uma forma de Redenção. O riso organiza o pensamento, afia o espírito, desarma o mundo e, talvez por isso, o pôr do sol. A série tem sido mais do que um fenómeno cômico, foi um fenómeno emocional quase terapêutico. 3:20 Um espelho carinhoso onde Portugal se reviu e se perdoou, um bocadinho. Falamos da ética, da ética, do olhar, de como se almar alguém. É sempre um ato de intimidade. De como se cria confiança dentro de um set de filmagens, como se dirige atores diferentes, como se acolhe fragilidades? 3:38 Várias. E falamos da amizade e esse tema que atravessa todo o trabalho de pureza, porque para ele, realizar não é apenas uma técnica, é uma escuta, uma presença, um cuidado. Ouvimos muitas vezes ao longo deste episódio, uma afirmação quase simples. Nós ouvimos pouco. 3:55 E quando alguém é capaz de. A olhar tanto e nos diz que ouvimos pouco. Vale a pena parar para escutar. E, claro, falamos de Portugal, um país pequeno, por vezes cínico, com uma profunda tendência para desconfiar do sucesso alheio. Um país que pureza filma com ironia, amor e lucidez. 4:14 E da inveja. Claro que falamos da inveja no país das novelas, do improviso, da criatividade teimosa, das personagens maiores que a vida. O país que ele conhece por dentro e por fora, e que aprende a amar com o humor, mesmo quando o humor é a única forma de suportá lo. Num dos momentos mais belos da conversa, falamos da infância, esse lugar de Liberdade, de curiosidade, de imaginação que pureza tenta manter vivo dentro de si. 4:39 E falamos também do que é ser pai, dos medos que isso acende, da responsabilidade que isso traz. Da paternidade iluminada, mas da paternidade real, onde se falha, se tenta, se repara, se ama e se recomeça. É um episódio cheio de emoções, pontos de vista e algumas surpresas. 5:01 Viva. Manuel pureza, olá, nós encontramo nos e na realidade, temos que dizer às pessoas desde já que há 2 características que nos unem na vida OKA primeira, gostar de pessoas. A segunda, sermos hipocondríacos. Ah, poças? 5:17 Bom, estou em casa sim, sim, sim. Poça altamente hipocondríaco? Sim. Olha, fala me das pessoas, para quem? Para quem não te conhece. Tu és realizador, és um dos mais originais e interessantes realizadores da ficção portuguesa, nomeadamente essa telenovela que subitamente se transformou num objeto de culto, uma coisa chamada pôr do sol. 5:40 Já agora digo te eu, a primeira vez que vi o pôr do sol, o primeiro episódio foi dos enganados. Achavas que era verdade. Pensei assim, é pá, mas o que é isto? Mas o que é que isto está? Mas, mas, mas, mas que coisa tão. EE depois. Lá está à terceira cena. 5:56 É aquela parte do ainda bem que ninguém ouviu o meu pensamento, claro, fala, me fala me desse fenómeno. Então esse fenómeno foi. Uma pulga, uma pulga, uma pulga, várias pulgas. Aliás, eu, eu, enquanto realizador, antes de começar a assinar as minhas séries, fiz 10 anos de telenovelas e fi Los numa lógica de ginásio. 6:22 Eu costumo dizer isto, ou seja, é uma tarefa difícil. É uma tarefa que luta contra. Vários tipos de preconceitos, não só meus, como de quem vê. É uma fábrica? É uma fábrica, sim. Aliás, será a coisa mais próxima de uma indústria audiovisual que nós temos em Portugal. 6:39 É, é, são as novelas. Não é? E isso filma se de que, de, de, de, de que horas? Até que horas? Filma se em horários que AACT se funcionasse não IA não preço, iria sim, iria tudo preço, não em boa verdade, até até podemos falar sobre isso mais à frente que é, eu estive envolvido nalgumas lutas laborais em relação à Malta, que faz novelas em Portugal. 6:58 Porque é pá, chega se a trabalhar trabalhava, se na altura 11 horas mais uma, quer dizer, IA receber colegas meus a receberem me francamente pouco, numa lógica de fazer 40 minutos diários de ficção útil, que é uma enormidade, uma alarvidade e que e que muitas vezes depois tem um efeito nefasto de das pessoas em casa. 7:17 Dizer assim é pá, isto é uma novela, isto não vale nada, mas o esforço das pessoas que estão a fazê la é hercúleo, é desumano. Não tem de ser forçosamente 11. Não tem furiosamente de levar as pessoas a apreciarem esse esforço como sinónimo de qualidade, porque muitas vezes as novelas não têm essa qualidade. 7:35 Portanto, não há tempo no fundo para respirar, para o tédio, para a repetição, para o prazer. Não, nem nem nem. Então por acaso que seja essa a função das novelas, até um certo ponto. As novelas historicamente são feitas para serem ouvidas, não para serem vistas, não é? Ou seja, não em países, não só Portugal, mas outros países machistas, em que as mulheres ficavam a tomar conta da casa e dali da casa, e não tinham trabalho. 7:57 Tinha uma televisão ligada para irem ouvindo. Por isso é que a novela é repetitiva. A novela é. Reiterativa há uma há uma métrica de comunicação. De comunicação, sim. E, portanto, se temos avançado tecnicamente e até qualitativamente nas novelas nos últimos 20 anos, porque temos? 8:13 Ainda estamos nos antípodas do que? Do que uma novela pode ser? A novela pode ser uma arma de educação fantástica. A novela pode ser um retrato. Quase numa perspetiva arqueológica do que é ser português em 2025. E não é disso que estamos a falar. Em quase nenhuma novela falamos disso, não é? 8:30 Talvez tenhamos 2 ou 32 ou 3 casos honestos de portugalidade nas novelas recentes. Ainda estou a falar, por exemplo, de uma novela que eu, eu não, eu não, não sou consumidor de novelas, confesso que não sou. Mas há uma novela que da qual me lembro da premissa que me pareceu interessante, que é uma coisa chamada golpe de sorte. 8:46 Uma mulher numa aldeia que ganhou o euromilhões. Isso pode ser bastante português. Parece me bem. Pode ser bom e tive um sucesso bastante grande e foi uma coisa honesta. Não era de repente alguém que é salvo por uma baleia no ataque de 2 tubarões e sobrevive porque foi atirada? Espera, enfim, ainda vou continuar, porque isso é uma realidade que acontece. Olha, porque é que nós, seres humanos, precisamos tanto de histórias para compreender o mundo? 9:08 Olha, eu acho que as histórias são o que nos estrutura, são aquilo que nos garante a sobrevivência. Até um certo.eu falo disto com os meus alunos. Eu às vezes dou uns workshops para atores e não só é só a palavra workshop dá me logo aqui, carrega me logo aqui umas chinetas um bocado estranhas. 9:24 O workshop downshoising downgraving assim não interessa estamos. Todos AAA praticar o inglês. O inglês neologisticamente falamos. A bom, a bom notícia é que nós, como falamos mal inglês, damos uns pontapés no inglês também terríveis, não é? Sim, sim, sim, mas sim, mas está o inglês. O inglês passou a ser uma espécie de língua Franca, exato, EEA. 9:41 Gente tem palavras bonitas para dizer. EEEEE não, diz. Voltamos às histórias, as histórias. E costumo falar disso com os meus alunos, que é que que passa por nós. Nós não nascemos com direitos humanos, não é? Não nascemos dentro do nosso, do nosso corpo. Não há aqui 11, saca com direitos humanos. 9:56 Houve alguém que inventou essa história e a escreveu numa numa carta universal dos direitos humanos e, portanto, a partir dessa narrativa de que as pessoas têm direito a ser felizes, direito a ter uma casa feliz, direito a ter uma família, direito a ser. A ter um trabalho, et cetera, essa narrativa e estou estou a, estou a, estou AA alargar Oo conceito, evidentemente essa narrativa salva nos todos os dias mais a uns do que a outros, infelizmente. 10:20 Então os dias correm, isso é muito frequente. Há há há zonas do mundo em que essa história não chega, não é? Essas histórias não chegam. A fantasia não chega. A fantasia, sobretudo, é essa coisa mais prática de, de, de, de nos regermos por aquela célebre história do Mello Brooks, não é? A Mello Brooks faz a história mais louca do mundo. 10:36 E o Moisés sobe ao sobe ao ao Monte e Deus dá lhe 15 mandamentos. Só que há uma das pedras que se parte. Ele diz, bom, ele deu me só 10. Inventou um bocado. Isto inventou mas 10 por acaso até um número melhor do que 15. Sim, 15 não dava. Jeito o marketing, ele lá da altura, o homem do marketing, disse disse 15. 10:53 Não dá jeito nada de ser mais redondo que não podem ser 17 nem 13. Não, não. Nem convém, não é para a enologia? Acho que não, não, não, não te ajuda nisso, mas eu acho que sim. As as histórias, sobretudo acima de tudo. Eu sou pai de 3 crianças. Uma criança mais velha que tem 14 anos e outra que tem 3 e outra que tem 11 ano e meio. 11:10 Já tens bom treino de conta histórias. Voltei a recuperá lo, não é? Ou seja, eu sempre andei sempre a treiná lo, porque esta é a minha profissão e é isso que me me entusiasma, não é? Ou seja, mais do que ter um ator que diz bem o texto que lá está e que o diz ipsis verbis como lá está, interessa me um ator que perceba o que é que quer ser dito e que o transforma numa história compreensível e emotiva. 11:29 Ou seja, no limite, é o que o Fellini diz, Oo Fellini diz. Oo cinema serve para para emocionar, seja para eu rir ou para chorar, serve para emocionar. EEO emocionar tem a ver com essa coisa das histórias. Quantas vezes é que tu não vês um é pá, o testemunho de alguém, uma carta que tu descobres 11 texto bonito, um poema simples ou soberbo, ou ou ou o que é que? 11:50 O que é que é uma boa história para mim, sim. Uma boa história é aquela que me lança perguntas, que te provoca sim, que me provoca perguntas, eu faço isso aos meus alunos lhe perguntar, qual é a tua história? E regregelas, confundem, qual é a tua história, qual é que é o meu bilhete de identidade? Então começam, Ah, nasci na amadora, depois foi não sei quê, depois não sei quantos, depois não sei quê, EEA mim, não me interessa, não me interessa mesmo saber se eles vieram da amadora ou não interessa me mais saber. 12:14 No outro dia, uma aluna dizia uma coisa fantástica, eu estou, eu estou aqui porque o meu irmão lê mal, é incrível, uau. E eu disse, então porquê? Eu já quero saber tudo sobre. Essa tua aluna? Queres ver o próximo episódio? Como é? A lógica é essa. Ou seja, eu acho que quando os miúdos estão a ler uma história como a Alice, querem saber quando é que ela cai no fundo do poço que nunca mais acaba. 12:31 Porque é que o poço nunca mais acaba? Porque é que no meio do poço se vão descobrindo retratos e coisas. E que poço é este? Que que coelho é este? Que coelho é que apareceu aqui a correr? E em princípio, não faz sentido nós, mas depois nós, nós nós entramos e embarcamos nesta história. E somos nós que a que a que a construímos. 12:47 Não é na nossa cabeça. Sim, sim. Na nossa cabeça, no nosso coração, de alguma maneira. Quer dizer, pensando, por exemplo, a minha experiência, a minha primeira experiência, aliás, a experiência que definiu a minha. Vontade de ir para para cinema e para o conservatório, et cetera. Conta te quando é que tu descobriste? 13:02 Foi haver uma lodon drive do David Lynch, eu tinha 15 anos. Que é um filme. Estranhíssimo, para filme extraordinário. Eu, eu não o entendo, lá está. Mas estás a ver? Portanto, mudou a tua vida e eu estou a sentir me aqui, o tipo mais perdido do mundo. Não, eu nem entendi o que é que eles estavam a falar. Não. A coisa fantástica desse filme é que é um filme absolutamente clássico, mas não está montado de maneira normal. 13:21 Ou seja, não há princípio, meio e fim por essa ordem. Mas ele é absolutamente clássico. É sobre a cidade dos sonhos, não é? É sobre um sonho. Sobre um sonho de uma mulher que desceu ao mais, mais mais horrível dos infernos de de Hollywood. E, portanto, aí eu vi me obrigado a participar nessa história. 13:39 Estás a ver? Tiveste que montar a história conforme estás a ver. Sim, e acho que isso é isso, é o que determina o que o que é uma boa história e o que é mero, no pior sentido de entretenimento. Podemos estabelecer aqui a diferença entre o que é que é uma. Uma história mais funcional, de uma história que nos que nos expande, porque todos nós, todos nós, temos a história. 14:01 Então, mas como é que foi? Olha o meu dia, eu vim para aqui, trabalhei, sentei, me e escrevi ao computador. E eu digo assim, não quero saber nada dessa história, quero mudas de canal, já não quero saber em cada muda de canal, às vezes mudamos até de conversa. Há há 27 páginas da literatura portuguesa que são muito características e toda a gente se lembra que é AAA caracterização da frente de uma casa chamada ramalhete. 14:24 E na altura, quando tínhamos 1415 anos, a dor achámos que era uma dor. Mas se se recuperarmos isso é provavelmente as coisas mais brilhantes, porque mistura precisamente o que tu estás a dizer, ou seja, uma coisa meramente funcional, não é? É. Esta era a casa e são 27 páginas e, ao mesmo tempo, essa casa é metáfora para o que se vai para o que se vai passar nos capítulos à frente é o. 14:47 Cenário. É EE, mais do que o cenário. É um personagem, não é aquela casa, é uma personagem. Porque os objetos podem ser personagens. Podem? Então não podem? Claro que sim. A Sério? Para mim, sim, claro que sim. Sem falar. Sem falar às vezes, eu prefiro atores que não falam do que com. Atores que? Não, eu digo isto muito dos meus atores. 15:03 É, prefiro filmar te a pensar do que a falar, porque. Porque isso é uma regra antiga do do cinema e da televisão, da ficção para televisão que é mostra me não me digas, não é? As as novelas são reiterativas, porque tem de ser tudo dito. A pessoa entra, diz, faz e pensa a mesma coisa. 15:19 E também não há muito dinheiro para para mostrar com com a qualidade e com é, dá. Há, não há é tempo. Talvez isso seja um sinónimo. Não havendo, se se houvesse mais dinheiro, haveria mais tempo e, portanto, eu acho que ainda assim seria absolutamente impossível alguém humano e mesmo desconfio que o site GPT também não é capaz de o fazer de escrever 300 episódios de uma história. 15:38 Eu estou. Eu estou a pensar aqui. Eu. Eu ouvi alguém a dizer, não me recordo agora quem, infelizmente, que era. Quando quando se faz um roteiro, aquilo que está escrito para se filmar uma determinada coisa, que todos os adjetivos que que lá estão escritos têm que ser mostrados, porque não adianta nada dizer. 15:55 Então entrou agora na cena, EEEE salvou a velhinha, certo? Está bem, mas isso não chega, não é? Sim, eu até te digo, eu, eu prefiro. Regra geral, os argumentos até nem são muito adjetivos, os argumentos, ou seja, o script nem é muito adjetivado. É uma coisa mais prática. Eu acho que essa descoberta está. 16:13 Não sei. Imaginem, imaginem a leres Oo estrangeiro do camus, não é? Tem Montes de possibilidades dentro daquele não herói, dentro daquela vivência, daquela existência problemática. Não é porque não se emociona, et cetera e tudo mais. 16:29 Como é que tu imagina que tinhas um argumento ou um script sobre sobre Oo estrangeiro? Eu acho que seria importante discuti lo profundamente com os atores. Tu fazes isso porque queres ouvir a opinião deles? Quero sempre eu acho que os atores que se os atores e as atrizes que são atores e atrizes, não são meros tarefeiros. 16:52 Qual é o fator x deles? O fator x? Deles, sim. O que é? Eu estou. Eu tive aí uma conversa aqui Na Na, neste, exatamente neste estúdio com com a Gabriela Batista, com a com a com a com a Gabriela Barros. E eu não preciso de saber e não sei nada sobre técnica, mas. 17:09 Eu, eu, eu imagino que qualquer munição que se dei àquela mulher, que ela vai transformar aquilo noutra coisa completamente diferente. O Woody Allen dizia uma coisa muito interessante que Era Eu sempre odiei ler e depois percebi que para conhecer mulheres interessantes, precisava de ler 2 ou 3 livros. 17:27 Para ser um pronto atual à certa. O que é que acontece com a Gabriela? A Gabriela é uma pessoa interessante. Os atores e as atrizes que são atores e atrizes são pessoas interessantes porque são inquietas, porque são atentas, porque percebem, porque conseguem. Conseguem ler não só uma cena, mas as pessoas que estão em cena com elas conseguem ler um realizador, conseguem ler uma história e, sobretudo, perceber. 17:50 Imagina se pensares no rei leão? Muitas vezes a pergunta sobre o que é que é O Rei Leão? As pessoas menos, menos levadas para as histórias dizem, Ah, é sobre um leãozinho. Que sofre? Não, não, não é sobre isso, é sobre família, é sobre herança, é sobre poder, é sobre legado, é sobre. No fundo, é sobre todos os conceitos que qualquer drama shakespeariano ou tragédia shakespeariana também é. 18:14 E, portanto, eu acho que quando tu encontras atores e atrizes a Sério, o fator x é serem interessantes porque têm ideias e porque pensam. Não se limitam a fazer pá. Um ator que se limita a fazer e diz o textinho muito, muito, muito certinho. É um canastal enerva me enerva, me dá vontade de lhes bater. 18:30 Não, não gosto disso, não me interessa. E isso não é sinónimo de desrespeito pelo argumento. É sublimar o argumento ou sublimar o scripta, a outra coisa que não é lida. É fermentar aquilo? Sim, eu diria que sim. É regar? Sim. Olha, eles oferecem te obviamente maneiras de fazer e a interpretação do texto, mas. 18:50 E tu tens a tua parte e a tua parte é aquilo que eu posso te chamar a ética do olhar, que é o teu ponto de vista o ponto de vista como eu queria dizer, como é que tu defines o ponto de vista? Como é que tu escolhes? Se queres fazer uma coisa mais fechada, mais aberta, de cima, de lado, o que é esse? E tu pensas nisso para além da técnica. 19:09 Sim, penso eu acho que o meu trabalho, Oo trabalho do realizador, no geral, é essa filtragem da realidade. Para, para encaminhar. Para encaminhar a história e encaminhar quem a vê ou quem, quem está a ver, para uma determinada emoção ou para uma determinada pergunta ou para determinada dúvida. 19:31 Para lançar de mistério. Enfim, eu, eu tenho. Eu sinto que eu tenho 41 anos, tenho já alguns anos de de realização, mas sinto que estou sempre não só a aprimorar, mas a encontrar melhor. Qual é a minha linguagem. 19:47 O pôr do sol não tem qualquer espécie de desafio do ponto de vista da linguagem. Ele é a réplica de uma de uma linguagem televisiva chata de de planos abertos, o plano geral. E agora vem alguém na porta, plano fechado na porta, plano fechado na reação, plano fechado na EE. Isso para mim, enquanto realizador, não foi um desafio maior. 20:05 Talvez tenha sido o desafio do corte, o desafio. Do ritmo da cena, da marcação da cena. Para, por exemplo. Há uma coisa que eu digo sempre e que é verdade no pôr do sol, sempre que as pessoas pensam, vão para o pé das janelas. Porque é uma cena de novela, não é? Eu vou aqui passar ao pé de uma janela e põem, se encostadas às janelas a pensar, não é pronto. 20:21 Isso tem muita. Influência olhando para o Horizonte? Horizonte longico não é essa aquelas coisas. Portanto, isso tem muita influência dos Monty Python, tem muita influência dos dos dos Mel Brooks, da vida, et cetera, porque eu, porque eu sou fã incondicional de tudo o que surge dessas pessoas. Mas, por exemplo, se me perguntares em relação à série que eu fiz sobre o 25 de abril, o sempre já é outra coisa, já não tem, já não há brincadeira nesse sentido. 20:45 E como é que eu conto? Como é que eu conto a história das pessoas comuns do dia mais importante para mim enquanto português, da nossa história recente para mim? E, portanto, essa filtragem, essa escolha, essas decisões têm a ver com. 21:03 Eu, eu. Eu sinto que sou um realizador hoje, em 2025, final de 2025, sinto que sou um realizador que gosta que a Câmara esteja no meio das personagens. No meio, portanto, não como uma testemunha afastada. Exato, não como uma testemunha, mas como uma participante. 21:18 Pode ser um, pode ser um personagem da minha Câmara. Pode, pode. Eu lembro me quando estava a discutir com o meu diretor de fotografia com o Vasco Viana, de quem? De quem sou muito amiga e que é uma pessoa muito importante para mim. Lembro me de estar a discutir com ele. Como é que íamos abordar a Câmara na primeira série que nós assinámos coiote vadio em nome próprio que se chama, até que a vida nos cepare era uma série sobre uma família que organizava casamentos e eram eram 3 visões do amor, os avós dessa desse casal que tinha essa quinta de casamentos, que vivia também nessa quinta, esse casal de avós, para quem o amor era para sempre o casal principal nos seus cinquentas, para quem o amor está a acabar por razão nenhuma aparente. 21:56 Desgaste, talvez. O amor às vezes acaba e é normal, e em baixo os filhos. Para ela, o amor às vezes, e para ele o amor é um lugar estranho, ou seja, repara. São uma série de aforismos sobre o amor que eu vou ter de filtrar com a minha Câmara. 22:11 Portanto, a maneira como eu filmo uso a voz em que o amor é para sempre está dependente de toque da mão que se dá da dança que se surge no Jardim dele, acordar a meio da noite, sobressaltado porque ela está junto à janela, porque está a começar a sofrer. De uma doença neurológica e, portanto, ele está a sarapantado e vai ter com ela e cobra com um cobertor. 22:31 Portanto, todos estes toques diferentes. No caso do casal principal que se estava a separar, eles nunca param muito ao pé um do outro e, portanto, a Câmara tem de correr atrás de um para alcançar o outro e nunca lá chega. Há uma tensão. Sim, há sempre uma tensão. E depois nos no. No caso dos mais novos, ainda era o mais específico. Mas diria que o Vasco sugere me e se falemos os 2 sobre isto. 22:51 E se a Câmara não for entre pé? E for respirada, não é, não é não é Câmara mão agitada, mas é eu sentir que há uma respiração Na Na lente que ela está um ligeiramente abanada. É o suficiente para, se eu estiver a esta distância da personagem e a Câmara estiver mais ou menos a respirar, eu sinto que eu próprio o espetador. 23:10 Estou sentado naquele sofá a olhar para aquela pessoa, a olhar para aquele, para aquela pessoa, para aquela realidade, para aquela família, para para aquelas ideias, não é? E para essa ideia? Que se tenta explanar, em 3 gerações, o que é o amor? A pergunta mais inútil que eu tenho para te fazer é, o que raio faz um diretor de fotografia num? 23:28 Filme, então o diretor de fotografia, para quem não sabe, é é Quem é Quem. No fundo, comigo decide a estética. Da imagem, a luz, a luz acima de tudo. Eu trabalhei já com vários direitos da sociografia, de quem gosto muito. O Vasco Viana é um deles, o Cristiano Santos é outro, porque é uma porque é. 23:44 Que se gosta de um e não se gosta tanto de outro? Não. Às vezes não tem a ver com isso. Eu não me lembro de um. Talvez em novelas que tenham trabalhado com diretos de sociografia, que, enfim, que foram bons, outros nem tanto. Mas eles constroem uma estética, constroem uma luz, um ambiente. Nas séries, sim. Não é no cinema, sim. 24:00 Na televisão. Acho que é muito complicado porque. Porque se obedece a critérios, sobretudo dos canais. Que vêm com uma frase, quando eu comecei a fazer novelas, ainda estávamos a discutir se a coisa havia de serem 16:9 ou 4 por 3. Portanto, parecia que ainda estávamos a quase na Roménia dos anos 60. 24:16 EEE não estávamos e, ao mesmo tempo, estávamos muito próximos disso. EEE. No fundo, o que o diretor da fotografia faz é essa escolha da cor, da luz, do enquadramento, claro que em concordância com aquilo que eu pensei, mas é a primeira pessoa que consegue consubstanciar. 24:35 A minha visão sobre a história é isso. Olha, OOA, escolha de um plano para filmar é uma escolha moral. Também estava te a ouvir, agora a falar do 25 de abril e de e, portanto, 11. A ideia que tu tens sobre as coisas depois interfere também na maneira como tu escolhes um plano. 24:51 O que é que vais filmar ou como é que vais? Filmar, eu acho que, sobretudo, tem a ver com o eco que a história tem em ti. Não é uma coisa acética nem agnóstica. É uma coisa implicada, não é uma coisa implicada, isto é, se há uma ideia tua enquanto autor. Sobre a história, que vais esmiuçar em imagens, é mais ou menos a mesma coisa. 25:11 Que tu sabes que a Sophia de Mello breyner aprendeu gramática na escola. Eventualmente português teve aulas de português. Suspeitamos que. Sim, pronto. Aprendeu a escrever, mas ninguém a ensinou a fazer poemas. Vem dela. E essa implicação na escolha das palavras, da métrica do soneto ou do verso, et cetera, ou da ou da Quadra, ou, enfim, seja o que for. 25:30 É uma coisa que lhe vem de uma decisão. Não é de uma decisão, nem que seja do espírito, não é? Eu acho que o realizador tem a mesma função quando quando se permite e, acima de tudo, quando se assume como realizador e não um tarefeiro a mesma coisa que o ator. 25:46 Olha, como é que tu estás a falar de ficção? Obviamente, mas a ficção tem um poder secreto que é alterar a realidade ou a nossa perspetiva sobre a realidade ou não. Quando eu vejo, quando eu vejo que tu filmas uma determinada coisa num determinado prisma, com uma determinada ideia, eu, eu já quase não consigo ver a realidade como a realidade é eu, eu, eu já já tenho mais uma camada de tu vais me pondo umas lentes, não é? 26:15 Quer dizer, olha para aqui, olha para acolá. Sim, mas repara, os livros têm o mesmo poder, não é? Desde que tu te deixes contagiar com uma ideia, a arte. A arte, seja ela. Seja ela sobre a forma de uma Mona lisa ou de uma comédia, não é é essa reconfiguração do real para ser percecionada pelo outro. 26:40 E o outro pode se deixar contagiar ou não se deixar contagiar. Imagina que tu não achavas piada nenhuma ao pôr do sol? Há pessoas que não acharam piadinha nenhuma ao pôr do. Sol desligas te não vais ver? Sequer. Mas não vais ver isso? O teu real continua, ou seja, a minha. A minha pretensão com o pôr do sol não é mudar o mundo. Não é mudar, é divertir, me em primeiro lugar e achar que isto pode pode divertir. 27:02 Pessoas pode fazer umas cócegas à moda? Pode fazer cócegas à moda, aliás, pode pôr o dedo na ferida até rir. Estás a ver. Sim, porque depois tu é assim aqui. A história obviamente é engraçada. EE aquilo dá vontade de rir, mas tu gozas com todo o tipo de preconceitos e mais algum que lá estão em cima da mesa. 27:17 Claro. E esse EE aí também se tem de fazer jus ao ao texto que me chega do Henrique dias. Ou seja. Eu, o Rui e o Henrique discutimos a ideia. Eu e o Rui tínhamos uma lista extensa de tudo o que se passa em novelas, quem é a esta hora, quem é que Há de Ser no meu telemóvel, beber copos, partir, copos, cavalos, bem, famílias ricas, et cetera. 27:36 Mas depois o Henrique tem esse condão de agarrar nessas ideias e de algumas de algumas storylines que nós vamos lançando, é pá. E fazer aqueles diálogos que são absolutamente fabulosos, não é? Quer dizer, lembro, me lembrei, me. Lembro me sempre de vários, mas há uma, há um, há um apidar no na primeira temporada, que é talvez o meu plano favorito, que é um dos membros da banda que vem a correr desde o fundo do plano e que cai em frente à Câmara e diz, não, não, eu estou bem. 27:59 Dê me um panado e um local que eu fico logo bué, pronto. Isto é uma coisa muito nossa, muito proximidade, que tem graça porque tu já ouviste alguém dizer isto e pronto. E quando se tem essa, quando se tem essa junção porreira de de sentidos, de humor. 28:17 A tendência é que isso crie, crie qualquer coisa de reconhecimento. O que nós encontrámos com o pôr do sol foi um reconhecimento, é pá, surpreendeu, me surpreendeu me ao máximo e depois açambarcou nos a todos e foi a Suburbano a sobrevoou me de uma maneira assustadora, foi, imagina, eu tive um acidente de Mota pouco tempo depois da primeira temporada acabar, fui ao chão e fiquei, fiquei magoado e fiz me nada de especial, estava no hospital. 28:46 E o enfermeiro chefe dizia, sistema anel, pureza, agora vou pôr aqui um megaze, não sei quê. Ou sistema anel, pureza, não sei quê, mas assim. 11 trato espetacular. Uma coisa muito, muito solene, muito solene, e é. Pá e nas tantas ele estava a fazer o tratamento e disse assim, é pá e vê lá se tens cuidado e eu, espera aí, houve aqui qualquer coisa, houve aqui um problema na Matrix ou então não sei o que é que aconteceu e o gajo diz, desculpe, desculpa, é que eu sou de massamá e eu sei o que é que é cheirar AIC 19, todos os dias que é uma tirada do pôr do sol posso chamar os meus colegas assim? 29:12 O que é que se passa? Entraram para aí 5 ou 6 enfermeiros. Dizer é pá, obrigado. Pelo pôr do sol, por isso é convidada, portanto, Na Na enfermaria. Todo todo arrebentado. E eles todos quando em dia e eu percebi pronto, isto bateu, bateu a um nível de podemos reconciliar a televisão com uma certa cultura pop que teve alguns exemplos extraordinários na comédia ao longo da nossa história. 29:34 Temos o Raul solnado, temos o Herman José, temos Oo Ricardo Araújo Pereira e o gato fedorento, o Bruno Nogueira. Esses. Esse, atualmente, o Bruno Nogueira e o Ricardo Araújo Pereira continuarão a? Fazer são fundações, no fundo, são coisas que a gente olha e diz assim, uou. Eu acho que experimentei um bocadinho disso. Ele experimentava esta equipa, experimentou um bocadinho disso, quando de repente temos pá, um Coliseu de Lisboa cheio para ver uma banda que está a fazer playback. 29:56 Nós fizemos isso com Jesus Cristo, não é? A banda do pôr do sol foi tocar, não tocou nada, ninguém deles. Nenhum dos tocou, não sabem tocar e. Esgotámos OOO Coliseu para ouvirmos uma cassete em conjunto e as pessoas foram. Para participar num episódio ao vivo que não era episódio, não estava a ser. Filmado sequer tu vendeste, tu vendeste uma fantasia que toda a gente sabe que não existia, mas a ideia de comunhão. 30:16 Foi nessa narrativa e eu acho que isto é uma coisa que nos anda a faltar cada vez mais, não é? Nós nós não temos essas comunhões. Tu vês uma série? Ou melhor, é mais frequente teres um diálogo com um amigo e diz assim, pá, tens de ver aquela série, não sei quê, é espetacular, não sei quê quantos episódios, viste? Vi meio, mas é espetacular. 30:32 E já não é aquela coisa de Bora fazer um? Serão lá em casa, em que juntamos amigos e vemos um filme? Como aconteceu antigamente, antes da televisão se alinear? Antes de antes da da televisão te permitir uma ilusão de poder da escolha, não é? Eu agora escolho o que vejo. E a televisão morreu? Nada, não. 30:49 Nem vai morrer. É como a rádio morreu, não é? Quer dizer, a gente volta e meia a rádio a. Rádio a rádio tem mais vidas que um gato. Não é pronto porque a rádio foi ver o apagão, não é? O apagão foi uma. O apagão foi um delírio. Apagou tudo para. Os da rádio? Claro, claro. Evidentemente, isso era o que havia. E isso é extraordinário, porque isso faz, nos faz nos perceber que a volatilidade das das novas tecnologias etcétera, pá, é porreiro, é óbvio. 31:11 Então agora temos aqui 2 telemóveis, estamos anão é? Estamos aqui a filmar. Temos boa parafernália, mas mas. No limite. Naquele momento em que achávamos todos que a Rússia atacar e não era nada disso, o que queríamos era ouvir alguém a falar. Connosco o fenómeno dos podcasts como este é eu, eu dou por mim assim que é. 31:30 Eu gosto de ouvir pessoas à conversa, porque me acalma e me baixa o ritmo do scroll. Há uma. Música, não é? E é EEEE, aprendes qualquer coisa. E por isso é que eu gosto de pessoas. Estás a ver quando eu, eu houve uma vez 11 coisa que me aconteceu que eu acho que que é pá, que eu nunca mais me esqueci, que foi um amigo meu. 31:48 Que, entretanto, nunca mais falámos, é um facto. As histórias foram para os sítios diferentes, mas um dia entrou me para casa, à dentro. Eram para aí 10 da noite e diz me assim, preciso de conversar. E perguntei, lhe mas o Gonçalo de quê? Não, pá de nada, preciso só de conversar. Tens tempo para conversar e eu fiquei. 32:07 Isso é uma grande declaração, isto é. Extraordinário. Pouco tempo depois, estava em Angola a fazer uma série, uma novela. Perdão, uma. A melhor novela que eu fiz na vida é que foi uma novela para Angola, uma coisa chamada jikounisse. E há um assistente meu, Wilson, que chega 2 horas atrasado ao trabalho, é pá e era um assistente de imagem, fazia me falta. 32:25 Ele chega, Ah, presa, peço desculpa, cheguei atrasado e tal só para o Wilson 2 horas atrasado, o que é que aconteceu? Tive um amigo que precisou de falar e eu juro te que me caiu tudo, eu não lhe. Eu quero ter um amigo assim, eu não. Posso, sim. Eu não me lembro disto acontecer em Portugal. 32:42 Para mim, disse. Para mim mesmo, eu não me lembro. De. De. De dar prioridade a um amigo em detrimento do trabalho. Porque o trabalho me paga as contas e os filhos e não sei quê. E o ritmo e a carreira. E eu reconheci me e de repente há um amigo meu que precisa de conversar. 32:58 Estamos a ouvir pouco. Então, não estamos eu acho que estamos. Estamos mesmo muito. Temos mesmo muito a ouvir, a ouvir muito pouco, acho mesmo, acho mesmo. Isso isso aflige me sobretudo porque há um, há um é pá. Eu estou sempre a dizer referências, porque eu, de repente, nestas conversas, lembro me de coisas. O Zé Eduardo agualusa assina 11 crónica, creio no público há, há uns anos, largos da importância de, de, de, de de fazer mais bebés, porque o mundo está tão perdido que só trazendo gente boa, muita gente boa de uma vez em catadupa. 33:29 É que isto melhora e eu acho, essa visão. Uma chuva de. Bebés uma chuva de bebés, mas de, mas de bebés bons, de bebés, inquietos, de bebés que fazem birras pelas melhores razões de bebés, que brincam sem computadores, sem coisas que que se que chafurdam na, na lama, et cetera, fazem asneiras. 33:45 Sim, sim, eu, eu, eu gosto muito de ser pai, mais até do que ser realizador, gosto muito de ser pai e acho que isso é é precisamente por essas, pelos meus filhos, claro que são os meus, mas se tivesse, se houvesse outras crianças. De que eu tomasse conta? Acho que era isso que é. 34:01 Tu perceberes que até uma certa idade nós não temos de nos armar noutra coisa que não ser só crianças. E acho que eu pessoalmente, acho que tenho 41 anos e às vezes sinto uma criança perdida até dizer chega EE, acho que pronto. 34:18 Enfim, o tempo vai adicionando, adicionando te camadas de responsabilidade. Agora temos temos de saber mexer microfones, inverter a água, et cetera, e meter fones, et cetera. Mas, no fundo, somos um bocado miúdos perdidos a quem? A quem se chama pessoas adultas porque tem de ser, porque há regras, porque há responsabilidades e coisas a cumprir. 34:35 Acho que só o Peter Pan é que se conseguiu livrar dessa ideia de poder. Crescer, coitado. Já viste? Pois é mesmo o Peter Pan sem andar com aquelas botas ridículas também. Exato. EE, qual é? Sabemos. E o capitar, não é? Pensando bem, a história dramática é o que quando estás com neuras a tua vida é um drama refugias te na comédia fechas te de ti próprio. 34:55 Não queres falar com ninguém? Quando estou com. Que é frequente é. Frequenta é? Então, o que é que te bate? O que é que te faz o. Que me bate é nos dias que correm e não só não conseguir tocar à vontade na minha função enquanto artista. 35:15 Isto eu vou te explicar o que é. Os artistas não precisam de ser de um quadrante político ou de outro. Eu eu sou de esquerda, assumidamente de esquerda. EEE, defenderei até à última este esses ideais. Ainda à esquerda, direita. Há, há, há. Eu acho que há, há. É cada vez menos gente com quem se possa falar de um lado e de outro. 35:32 Há uma. Polarização sim, sim, porque porque, enfim, isso são são outras conversas, mas o os artistas, no meu entender, estão a perder a sua perigosidade isso enerva me, ou seja, eu às vezes sinto que não estou anão, não estou a transgredir. 35:49 Não estou a ser perigoso, não estou a questionar, não estou. Estou a ir ao sabor de uma coisa terrível, que é ter de pagar as minhas contas. É o rame. Rame mais do que isso é eu deixar me levar pela corrida que é. Tenho de ter mais dinheiro, tenho de conseguir a casa, tenho de conseguir a escola dos putos tenho, não sei quê. 36:07 Devias ser mais um moscado, aquele que que dava umas picadelas aqui à. Eh pá devia questionar. Devia. Os artistas são se nasceram para isso e eu se me se eu me considero artista e às vezes isso é difícil. Dizer isso de mim, de mim para comigo. Eu imagina o Tiago Pereira, o Tiago Pereira que anda AA fazer um acervo da música portuguesa, a gostar dela própria, pelo pelo país todo, com gente antiga, com gente nova, com com gente toda ela muito interessante. 36:36 A importância de um Tiago Pereira no nosso, no nosso país, é é inacreditável. Quantas pessoas é que conhecem o Tiago Pereira? E, pelo contrário, não estamos focados Na Na última Estrela do ou do TikTok ou do big Brother ou de outra coisa qualquer. 36:51 Até podia ser uma coisa boa, estás a ver? Ou seja. Complementar uma coisa e outra. Sim, ou seja, eu, eu. A coisa que mais me interessa é saber quem é que com 20 anos, neste momento está a filmar em Portugal e há muita gente boa. Tu vês os projetos da RTP play e da RTP lab? E é gente muito interessante. Então, e porque é que? 37:06 Nós não estamos a estornar essa gente? E a e a potencial? Porque, porque a corrida? É mais importante, ou seja, tu queres a. Corrida dos ratos Na Na roda. É e é coisa de chegar primeiro, fazer primeiro, ganhar mais que o outro, não a solidariedade é uma, é uma fraqueza AA generosidade é uma fraqueza aplaudires alguém que é teu par é mais, é mais um penso para a tua inveja do que propriamente uma coisa de quem é que ganhamos? 37:34 Todos vamos lá. OOOO rabo de peixe, por exemplo, é um é um caso lapidar nesse sentido. Que é o rapaz? É extraordinário. É extraordinário neste sentido, eu? Posso? A primeira série é uma pedrada No No charco, que é uma coisa mágica o. 37:50 O Augusto Fraga, que é uma pessoa que eu, de quem eu gosto bastante e conheço o mal, mas gosto bastante, assina uma série que a primeira coisa que foi vista sobre essa série, ainda que estivéssemos a com 35000000 de horas ou 35000000 de horas, sim, vistas por todo o mundo. 38:08 Ah, não sei quantas pessoas, minhas colegas, tuas colegas, enfim, colegas de várias pessoas que estão a ver este mote caso dizem assim, ó, mas eles nem sequer fizeram o sotaque açoriano. Ah, e aquela e aquela ideia de não contrataram só atores açorianos? Pronto, sim, vamos ver uma coisa, porque porque é que vamos sempre para essa zona precisamente por causa da corrida, porque isto é importante. 38:32 A inveja é lixada? Nada. Fraga sim, a inveja é lixada e mais do que isso, esta inveja. É patrocinada pelo sistema, o sistema, o sistema sublima. Quando nós achamos que quem, quem, quem é nosso inimigo é quem faz a mesma coisa do que nós, nós temos menos de 1% para a cultura neste país. 38:50 E quando há dinheiro, quando há dinheiro, nós andamos a tentar queimar o outro para conseguirmos chegar ao dinheiro, ou seja, perante as migalhas. Nós não nos organizamos, a dizer assim. Pá a mão que está a dar as migalhas é que está errada. 39:05 Não. O que acontece é não. Mas eu já discutimos isso. Primeiro eu preciso de de amoedar as migalhas para mim e depois então discutimos, é uma. Corrida mal comparado de esfomeados. É, mas em vários. Mas é. Não estou a ver só na cultura, não é? Não é só na cultura. E. Já dizia o Zé Mário branco, arranja me um emprego. 39:22 O Zé Mário branco dizia tanta coisa tão mais importante, tão tão tão importante nos dias que correm, o Zé Mário branco, enfim. Mas eu até diria que isto, que este país que é pequeno. Que é pequeno em escala. Que é pequeno, que é pequena escala. 39:39 Podia ver nisso uma vantagem. Podíamos ver nisso uma vantagem, porque eu acho que o país somos nós e acho que as pessoas não. Não temos essa noção, não é EE essa e essa noção de que não dedicamos tempo suficiente a estarmos uns com os outros e de ligarmos as peças boas e de tornar isto uma coisa mais interessante, claro. 39:57 Interessa me, interessa me. Muito há uma cultura de mediocridade, não? Isso eu acho que não, o que eu acho é que há. Ou melhor, como é que se compatibiliza esse essa corrida dos ratos na roda, em busca da última migalha com coisas de excelência que subitamente aparecem? 40:13 Eu acho que quando tu sentes que isso é um acidente, rapaz, isso é um acidente, não é? É um acidente. Antes tinha tinha havido o Glória e nós tínhamos achado. Tio Glória era a primeira coisa da Netflix. Parece um bocado aquela coisa de o ator que é pá. 40:29 Eu sou um grande ator. Eu fiz uma formação no Bahrain para aprender a ser a fazer de post. Foi uma formação de meia hora, chega cá e dentro e vai dizer assim, é pá. Este gajo é bom meu. O gajo esteve no barrain. Vende-se bem este. Gajo é bom, não é? E de repente não. Ele esteve no barém a fazer de post e é melhor do que um puto que veio da PTC ou 11 miúda que veio da STCE está a tentar vingar. 40:50 Eu tive agora uma conversa por causa da da dos encontros da GDA para para o qual foi foi gentilmente convidado e foi foi incrível estar à conversa com Malta nova. Não é assim tão nova quanto isso, mas Malta entre os 25 e os 35 anos, atores e atrizes, em 4 mesas redondas em que IA assaltando eu, o António Ferreira, a Soraia chaves e a Anabela Moreira, é pá EEAEA dúvida é a mesma de que se houvesse uma mesas redondas de veterinários, de veterinários ou de médicos, ou de ou de assistentes sociais, que é como é que eu começo isto? 41:20 Como é que eu faço isto? Qual é o percurso, onde é que está? O repente GDA faz uma coisa incrível que é, vamos pôr as pessoas a conversar. É um bom início, pá, é um. Excelente início. E nós não andamos a fazer isso, não andamos a fazer isso, por mais associações que haja, por mais coisas, et cetera. E há gente a fazer este, a tentar fazer este trabalho. 41:38 Não há um sindicato da minha área que funcione. O sindicato dos criativos pode ser então? O sindicato, o Sena, o sindicato Sena. As pessoas queixam se que não é um sindicato, mas não estão nele. Quando eu digo que não há um sindicato, é o sindicato, existe. As pessoas é que não vão para lá e queixam se das pessoas que lá estão. 41:55 Isto não faz sentido nenhum. Ou seja, nós estamos sempre à espera que nos dêem. Mas é aquela coisa velha, essa coisa que foi o Kennedy, que disse não é não, não perguntes. O que é que o teu país pode fazer por ti? Pergunta te, o que é que tu podes fazer pelo teu? Portanto, não temos uma mecânica por um lado de devolução à sociedade daquilo que nós estamos AA receber e, por outro lado, de de agregação, num interesse comum, ou numa imaginação comum, ou em alguma coisa que podemos fazer juntos. 42:17 Eu, eu acho que, sobretudo, tem a ver com celebramos? Não, acho que não. Até porque é tudo uma tristeza, não? É, não, não, não. Eu acho que é assim. Eu acho é que é tudo muito triste porque não nos celebramos. Porque há razões enormes para nos celebrarmos, há razões mesmo boas, para nos celebrarmos. Bom, mas eu não quero deprimir te mas um tipo que chuta 11 coisa redonda de couro e que acerta numa Baliza é mais valorizado do que um poeta que escreveu o poema definitivo sobre o amor ou sobre a vida? 42:43 Mas isso, pão e circo? Isso pão e circo. E isso a bola também é importante. E está tudo bem? Eu sou. Mas tão importante. Não é? Porque eu eu gosto de futebol, gosto. Eu gosto de futebol, sou um, sou um. Sou um fervoroso adepto da académica de Coimbra e do. Falibana do Benfica, da da académica, sou da académica. 43:00 Está péssima, não é? A académica está terrível, mas é isso. Ou seja. Eu acho que tem, Maura continua, tem? Maura, claro. E terá sempre. Eu sou, sou, sou da briosa até morrer, mas. Mas de qualquer das maneiras, sinto que essa coisa que é, há espaço para tudo. Eu acho que eu o que faz falta? E animar a Malta? 43:17 É educar a Malta? É educar a Malta. Faz muita falta. Eu acho que faz muita falta a educação neste país. E isso tem a ver com política, tem a ver com escolhas, tem a ver com coragem. EAAA educação não tem sido muito bem tratada nos últimos tempos. 43:35 Se há gente que se pode queixar são os professores e os. Alunos, porque nós só descobrimos daqui a 10 anos ou 20 que isto não correu bem. Claro, mas já estamos a descobrir agora, não é? Depois, já passaram algum tempo sim. Quais é que são as profissões de algumas das pessoas que estão no hemiciclo que tu reconheces profissões não é? 43:52 De onde é que vêm? Vêm das jotas vêm. São juristas, normalmente economistas, certo? Mas um médico. Há um ou 2? Há um ou 2, há alguém que tu, um professor? Deixa de ser atrativo. A política devia ser essa coisa de eu reconhecer. 44:10 Figuras referenciais. Os melhores entre nós que que escolhidos para liderarmos, sim. Escolhidos por nós. Ou seja, porque é que eu acho isto? Mas eu acho isto desde sempre, sempre, sempre. Eu sei isto. Aliás, eu venho de uma casa que é bastante politizada. A minha casa, a minha família é bastante politizada. O apelido. 44:27 De pureza não engana. Pois não engana. Às vezes acham que ele é meu irmão, mas é meu pai. EE pá é um gajo novo. De facto, é um gajo novo. Mas é isso que é caneco. Quem são estas pessoas? Porque é que eu vou votar nestas pessoas, estas pá. A prova agora de Nova Iorque não é 11 Mayer de 34 anos, chamado zoranmandani, que de repente ganha as eleições sem os mesmos apoios, que teve outro candidato. 44:50 Não houve Bloomberg, não houve Trump, não houve nada. Houve um tipo que veio falar para as pessoas e dizer lhes o que é que vocês precisam, de que é que precisam, o que é que vos aflige, de que é que têm medo, que sonhos é que vocês têm? Isso é tão importante e tão raro. 45:06 Afinal, o método que funciona sempre não é fala com pessoas, conta uma história ou houve cria uma expectativa? Olha, porque é que o humor explica tão bem o mundo? Eu sei, também há o choro, porque é que o humor explica tão bem? Porque tudo pode ser ridículo. E é e é tão ameaçador, não é? 45:22 Claro, claro, claro. Olha o Rio, vai nu. Exatamente tal e qual tem a ver com isso, não é? E mais do que isso, é eu, eu acho. Eu sinto que nós vivemos num país que não tem assim tanto sentido de humor. E explico porquê nós não nos rimos tanto de nós. Rimos mais dos outros quando nos rimos de nós? 45:39 É é tipo, Ah, então, mas mas estão a falar de mim. Rimos de escárnio. Sim, os os melhores, as melhores pessoas, as melhores pessoas portuguesas a terem sentido humor são os alentejanos. Porque são eles que têm as melhores notas sobre eles. Que eles próprios contam? Exatamente quando tu tens um. 45:54 Eu não sou lisboeta, portanto, posso dizer mal à vontade de vocês todos que estão a ouvir. Quando o lisboeta disse assim também. Sou alto minhoto, portanto, já estamos. Estás à vontade, não é pronto quando o lisboeta disse. Tudo que seja abaixo, abaixo, ali do cavado é soul. É soul? Exatamente. Está resolvido, pá. A minha cena é coisa do quando o lisboeta diz, tenho aqui uma nota sobre alentejana dizer, Hum. 46:11 A minha família toda alentejana, pá. Não, não acho que acho que não é bem a coisa eu diria isso, ou seja, porque é que o amor explica tão bem o mundo, explica no sentido em que, de facto, isto esta frase não é minha, é do Henrique dias. E ele acho que acho que ressintetiza isto muitíssimo bem. O argumentista do pôr do sol, que é tudo, pode ser ridículo. 46:28 O gajo da bola de couro, um círculo de de de couro que é chutado para uma Baliza, é tão ridículo como é eventualmente alguma. De algum ponto de vista sobre a religião, sobre a política, sobre a economia, sobre os cultos? 46:46 Não é os cultos pessoalizados em líderes que de repente parece que vêm resolver isto tudo e são ridículos. Quer dizer, são ridículos acima de tudo. O mito do Salvador da pátria. O mito do Salvador da pátria não é? Depois ficou substanciado em 60 fascistas. Isso é para mim. Era expulsos ao ridículo. 47:02 Incomoda os imensos. Mas a gente já viu isto em vários momentos, desde momentos religiosos até momentos políticos que é. E este vem lá ao Messias, vem lá ao Messias. E o cinema português também. O próximo filme vem sempre salvar isto tudo. E é só um filme percebes o que eu estou a dizer? Ou seja, não. 47:18 Este é que é o filme que toda a gente vai ver e vai rebentar com as Caldas. Não, não tem de ser assim, é só um filme. Só me lembro da Branca de Neve, do João César Monteiro, não é que filmou uma coisa para preto, para negro? Sim, mas mais do que isso, estava a falar de termológica comercial que é, os exibidores estão sedentos? 47:35 Que venham um filme que faça muitos números e que salve o cinema, et cetera. A pressão que se coloca, se fosse fácil fazer um filme desses, até eles próprios administradores teriam ideias. Sim, faz mesmo. A campanha viral lembro me sempre é. Faz uma coisa que vai ocupar toda a gente vai falar exatamente e que vai ser uma coisa. 47:51 Extraordinária. Um escândalo, no melhor sentido. Não sei quê, não sei quê e depois não acontece porque não é assim que as coisas não é, as pessoas não vão, não vão. Nessas modas, aliás, as pessoas estão cada vez mais dentro. O paradoxo é que as pessoas estão cada vez mais exigentes. O que é bom? Sim, mas dentro desta lógica que temos falado, que é tiktoks, et cetera, volatilidade é uma coisa superficial e de repente já nem tudo cola. 48:12 O humor repara o humor. O Bruno Nogueira, por exemplo, é um bom exemplo disso que é o Bruno Nogueira faz 111 programa extraordinário vários. Faz os contemporâneos, faz o último a sair, depois faz o princípio meio e fim, que é uma coisa arrojadíssima. Sim, ele faz coisas sempre diferentes. 48:28 Não é ele. Ele. Ele quebra os padrões sempre. Mas se reparares agora, neste, no, no, no ruído, ele já não é a mesma coisa. É um programa de Sketch que tem lá uma história que num tempo distópico em que. Sim, mas aquilo resolve se a um conjunto de de Sketch e as. 48:45 Pessoas aderiram massivamente, portanto, eu acho que isto é assim. A roda vai dando voltas. Depois voltamos um bocado à mesma coisa. O Herman, por exemplo, o Herman que é um dos meus heróis da televisão. O Herman andou por todas essas ondas e agora está numa onda de conversa e tudo mais. 49:04 E continua a ter imensa. Graça mas ele pode fazer tudo o que? Quiser, não é? Pode. Chegou este mundo do mundo para poder fazer tudo. Sim, talvez não chegue a todas as gerações como chegava. Não é dantes. Eu lembro me, por exemplo, No No no célebre Sketch da da última ceia, não é? 49:20 Ele chegou a todas as gerações, houve umas gerações que odiaram isso foi incrível, eu adorei, eu adorei esse momento iá, e ele é também um dos meus heróis por causa desse momento, porque, porque, enfim, porque qual que lá está transgressor, perigoso artista? 49:38 O Herman é tudo isso sim. Pode a qualquer momento fazer dinamitar isto olha fora o humor, tu tens, posso chamar lhe maturidade emocional entre o felps e os infanticidas. O que, o que muda no teu olhar quando quando tu transpassas da comédia para, para, para o drama, o humor e a dor são são irmãos. 49:58 O sim, diria que sim, mas mais do que isso, é há coisas que me que me inquietam, não é? Eu com 41 anos e 3 filhos, EEE uma história já muito porreira. O que? É que te inquieta. Várias coisas. Olha esta coisa da do dos artistas, esta coisa da sociedade portuguesa, esta coisa de o que é que é ser português em 2025, o que é que é ter 41 anos em 2025? 50:21 A amizade, a amizade inquieta me há amigos que desaparecem e não é só porque morrem, há há. Há outros que desaparecem porque. Perdemos lhe o rasto. Ou isso, ou porque nos zangamos EEA coisa vai de vela e é assim. E a vida é dinâmica e. E às vezes questiono, me, não é? 50:37 Questiono me sobre quanto é que vale uma amizade, por exemplo, os enfatisídeos é sobre isso, não é? Ou seja, 22 amigos de 2 amigos de infância que aos 17 anos dizem, se aos 30 anos não estivermos a fazer aquilo que queremos fazer, matamo nos daquelas promessas adolescentes e de repente um deles apaixona se e casa se. 50:57 E ele às vezes não quer morrer e a amizade vai à vida. E aquele que ficou para sempre com 17 anos, que sou um bocado eu, não é? Porque eu acho os problemas aos 17 anos é que são os verdadeiros problemas da existência humana. Os outros são chatices da EDPE da epal estás a ver isso? São outros chatices pagar as contas, pagar contas é só isso, porque tudo o resto é só o que é que eu estou aqui a fazer? 51:17 Porque é que eu me apaixonei, porque é que ninguém gosta de mim, porque é que essas coisas são tão ricas, são tão boas de testemunhar eu tenho. Tenho um exemplo incrível de ter 11 filho extraordinário chamado Francisco, que tem 14 anos e que tem umas inquietações muito. 51:34 Muito boas pá, muito, muito poéticas, muito. É uma idade difícil. E boa. E tão boa. E tenho. Tenho muita sorte. Francisco é um miúdo incrível. Mas mesmo que não fosse, eu diria assim. Para ele e tu e tu estimulas ou acalmas as ânsias dele. Eu eu acho que sou eu e a mãe dele, acho que somos estimuladores da sua, das suas várias consciências, social, política, artística. 52:02 Mas temos uma, o respaldo que encontrámos naquele naquele ser humano, foi maior do que qualquer um incentivo que nós pudéssemos dar. Ou seja, nós lançámos um bocadinho, as paisadas para os pés dele e ele de repente floresceu. E é hoje em dia uma pessoa é um ser humano extraordinário e pronto. 52:19 E eu costumo dizer aos meus amigos que o primeiro filho muda a nossa vida, o segundo acaba com ela, uma terceira. Esta turística, sim, é pá. Eu acho que os 3 deram um cabo da minha vida. É uma dinâmica diferente, não é? 3. É, é ainda por cima estão os passados, não é? Um tem 14, outro tem 3, outro tem 1 ano e meio e para o ano provavelmente quero ter mais um filho, porque acho que é lá está eu estou com água, luz a tatuar aqui, algures, portanto, tu. 52:43 Vais salvar o nosso problema de de de naturalidade e demográfico. Eu espero que sim, eu já sou Oo chamado povoador dos olivais. Portanto, vão para sim, sim, olha o que é que te falta fazer para fecharmos o que é que anda o que é que andas a escrever o que é que anda, o que é que te anda a inquietar o que é que te anda aí a. 53:01 Debaixo do teu olho. Olha, estou concorri a uma bolsa para escrever um livro. Pode saber sobre o quê? Sim, sim, é um filme que eu não, que eu não tenho dinheiro para fazer e, portanto, vou fazer o livro. E depois pode ser que o livro reúna. E os bons livros dão sempre grandes filmes. 53:17 Ao contrário, os maus livros, eu sei que eu sei que vou ser fraquinha e, portanto, os maus livros dão bons filmes, os bons livros. Portanto, a tua expectativa é que o livro seja mau que é um grande filme? Sim, sim, não. Mas pelo menos seja seja livro. Isso é importante. Eu gosto imenso de livros. Gosto imenso de ler. É das coisas que eu mais gosto de fazer, é de ler. Fiz isso candidatei me EE. 53:33 Entretanto, estou a preparar uma série de outro género, completamente diferente, que é uma série de de fantástico de terror, escrita por 5 amigos, de que eu tenho muita estima. Por quem tenho muita estima, o Tiago r Santos Oo Artur, o Artur Ribeiro, o Luís Filipe Borges, o Nuno Duarte e o Filipe homem Fonseca. 53:51 Que é uma série chamada arco da velha, que terá estreia na RTPE, que se passa entre Portugal e a galiza e também vai ter uns toques de Brasil. E estou também a preparar outro projeto lá mais para a frente, que é provavelmente os projetos que eu mais quero fazer na vida até hoje, que estou a desenvolver com a Ana Lázaro, com a Gabriela Barros e com o Rui Melo. 54:13 É impossível falhar, já ganhaste. Completamente impossível falhar porque esta ideia original é da Gabriela e do Rui. Ei, e eles vieram ter comigo. E eu fiquei para já muito conten
Os vinhos que bebemos hoje são resultado de milhares de anos de experimentação humana. Mas afinal, como eram feitos e qual era o gosto dos vinhos de antigamente? Neste vídeo, exploramos de forma aprofundada a evolução da vinificação desde o período neolítico até a era moderna, revelando práticas curiosas, ingredientes inesperados e os sabores que moldaram a história da bebida.
Pesquisas mostram que muitas mulheres com mais de 50 anos decidem redescobrir o que realmente importa e optam por viver sozinhas. Os motivos podem incluir a dificuldade de encontrar parceiros compatíveis, o desgaste do processo de encontros ou a busca por autonomia e realização pessoal. A executiva Heloisa Ribeiro, 56 anos, é um exemplo: após a separação, tentou reencontrar o amor, mas se frustrou tanto nos aplicativos quanto na vida real. "Às vezes dá tanto trabalho que não vale o esforço." Atualmente, ela prefere investir seu tempo em amizades, trabalho, leitura e viagens. Para ela, a liberdade de escolher como viver é essencial. “Gosto muito da minha autonomia”, afirma. Heloisa não teme envelhecer sozinha e ressalta que não estar em um relacionamento não significa solidão, mas sim um estilo de vida consciente e pleno.Se você também se identifica, ouça, comente e compartilhe.
Aos 21 anos, o tubista português José Guilherme Neves, natural de Leiria, Cidade Criativa da Música pela UNESCO, integra a nova geração de músicos que alia técnica e curiosidade artística. Em Paris, na Casa de Portugal, André de Gouveia, da cidade universitária, apresenta um programa que cruza Henry Eccles, Telmo Marques, Jacques Castérède e Étienne Crausaz, num diálogo entre o barroco, a modernidade e o folclore, acompanhado pela pianista Ana Teresa Pereira. Nos estúdios da RFI, em Paris, José Guilherme fala com serenidade e humor: “Quando o professor levou o instrumento para a aula, eu disse logo: ‘Mãe, mãe, eu quero tocar isto!'”, recorda. “Acho que foi o som, que me prendeu", acrescenta. A sua iniciação musical aconteceu em Leiria, no projecto Berço das Artes, coordenado pelo professor Paulo Meirinho. “Os meus pais queriam que eu tivesse muitas actividades diferentes: desporto, cultura, música. Nesse projecto, cada semana o professor levava um instrumento novo: uma flauta, um violino, um clarinete. Até que um dia levou a tuba. E foi amor à primeira nota”. Aos oito anos começou pelo eufónio, “porque era demasiado pequeno para tocar a tuba”, e só aos doze o instrumento dos sonhos cabia nos seus braços. “Desde aí nunca mais parei. A tuba tornou-se a minha voz”, conta. A sua relação com o instrumento é física, quase sensorial. “Acho que o que me fascinou foi o som grave e a dimensão. É um instrumento enorme, exige o corpo todo. É um instrumento de respiração. E, ao mesmo tempo, é um instrumento de calma.” Quando fala, há uma doçura inesperada em cada frase, um contraste entre o peso do metal e a leveza da ideia. Hoje, José Guilherme Neves vive em Amesterdão, onde estuda no Conservatorium van Amsterdam, nos Países Baixos. É parte dessa geração de músicos portugueses que se forma fora do país, aprendendo com a exigência das escolas do norte da Europa, mas mantendo uma identidade portuguesa. “Como tubista, o nosso caminho é quase sempre o da orquestra. Somos formados para as provas orquestrais, para conseguir um lugar. Mas eu gosto de explorar outras peças, algumas portuguesas, outras menos conhecidas. Senão uma pessoa acaba por se aborrecer. Está sempre a tocar as mesmas seis ou sete obras e perde-se a curiosidade.” O concerto de Paris é uma afirmação estética, “quis cruzar obras portuguesas e francesas”, explica. “Apesar de o suíço Étienne Crausaz não ser português, a sua obra foi escrita para um festival em Portugal, para um tubista português. E isso faz dela, de certa forma, uma obra portuguesa.” O repertório inclui ainda a Sonatine de Jacques Castérède, “uma das peças francesas mais importantes para o repertório da tuba” e uma obra recente de Telmo Marques, escrita em 2002 e rapidamente adoptada por concursos internacionais. “É uma peça muito bem composta, equilibrada, e pensei que seria interessante juntá-la às outras duas. E as Danças de Crausaz têm uma energia incrível. É uma boa forma de terminar o recital”, explica. A escolha não é aleatória. Há nela um gesto de identidade, um reconhecimento daquilo que o moldou. “Leiria sempre investiu muito na cultura. Desde que foi classificada pela UNESCO, tem criado festivais, concursos de composição, eventos para filarmónicas. Eu cresci nesse ambiente. Toquei em bandas, participei em projectos de música contemporânea e em música de câmara. Tudo isso me formou.” No seu discurso há rigor e método, mas também entusiasmo e humanidade e quando fala das provas de orquestra, a voz ganha outro peso: “Uma prova de orquestra é um processo muito exigente. Normalmente começa com uma ronda por vídeo, temos de enviar gravações com excertos orquestrais difíceis. Depois, se formos escolhidos, há várias rondas presenciais. Muitas vezes, a primeira é feita com cortina, para o júri não ver quem está a tocar. É uma forma de garantir justiça. Tocamos sozinhos, sem ver ninguém. Só se ouve o som. É um momento de muita concentração.” Mesmo quando se vence um concurso de orquestra, o trabalho não termina, “Depois há um período de meses ou até de um ou dois anos em que tocamos com a orquestra. Uma fase em que o músico tem de se integrar, de perceber como respira a secção. O mais difícil não é tocar bem, é saber ouvir os outros.” Essa consciência colectiva é, para José Guilherme Neves, essencial. “Um músico profissional tem de saber o seu papel. Não é só tocar as notas, é entender o que se passa à volta, juntar-se à secção, ouvir o conjunto. É quase um trabalho de escuta. Às vezes é intuição, às vezes é disciplina.” Quando perguntamos o que o tuba representa para ele, a resposta é directa: “Para mim, é o instrumento que mais se aproxima da respiração. Mesmo quando penso: ‘Vou tirar férias do instrumento', acabo sempre por tocar. Dá-me alegria. É o meu modo de estar no mundo.” Essa alegria, contudo, vive lado a lado com a solidão: “Ser músico é um trabalho muito solitário. Quando estamos na universidade, temos colegas, há uma competição saudável, mas quando chega a altura de preparar uma prova, temos de nos isolar. É inevitável.” Ainda assim, não há espaço para amargura, “aprende-se a viver com isso. E a música de grupo ajuda, os quartetos, as orquestras, os ensaios. Mesmo quando estudamos sozinhos, há sempre alguém invisível a ouvir connosco.” Fala do estudo como um acto de paciência, “gosto do processo de evolução. Trabalhar todos os dias, perceber que o que era difícil ontem se torna natural amanhã. Há sempre uma pequena evolução. E é isso que me motiva. Gosto de descobrir até onde essa evolução me pode levar.” Para José Guilherme Neves, a tuba é mais do que um instrumento, é uma linguagem, uma forma de estar no tempo. “A tuba pode ser poesia. Pode contar histórias. Pode transformar o silêncio em som.” Ao ouvi-lo falar, percebe-se que não há nada de acidental na sua escolha. O concerto em Paris será a primeira vez que apresenta este programa completo fora dos Países Baixos. “Estou entusiasmado. É um programa que mostra a versatilidade da tuba, mas também um pouco de quem eu sou: português, europeu, curioso. É isso que quero partilhar.”
Aos 21 anos, o tubista português José Guilherme Neves, natural de Leiria, Cidade Criativa da Música pela UNESCO, integra a nova geração de músicos que alia técnica e curiosidade artística. Em Paris, na Casa de Portugal, André de Gouveia, da cidade universitária, apresenta um programa que cruza Henry Eccles, Telmo Marques, Jacques Castérède e Étienne Crausaz, num diálogo entre o barroco, a modernidade e o folclore, acompanhado pela pianista Ana Teresa Pereira. Nos estúdios da RFI, em Paris, José Guilherme fala com serenidade e humor: “Quando o professor levou o instrumento para a aula, eu disse logo: ‘Mãe, mãe, eu quero tocar isto!'”, recorda. “Acho que foi o som, que me prendeu", acrescenta. A sua iniciação musical aconteceu em Leiria, no projecto Berço das Artes, coordenado pelo professor Paulo Meirinho. “Os meus pais queriam que eu tivesse muitas actividades diferentes: desporto, cultura, música. Nesse projecto, cada semana o professor levava um instrumento novo: uma flauta, um violino, um clarinete. Até que um dia levou a tuba. E foi amor à primeira nota”. Aos oito anos começou pelo eufónio, “porque era demasiado pequeno para tocar a tuba”, e só aos doze o instrumento dos sonhos cabia nos seus braços. “Desde aí nunca mais parei. A tuba tornou-se a minha voz”, conta. A sua relação com o instrumento é física, quase sensorial. “Acho que o que me fascinou foi o som grave e a dimensão. É um instrumento enorme, exige o corpo todo. É um instrumento de respiração. E, ao mesmo tempo, é um instrumento de calma.” Quando fala, há uma doçura inesperada em cada frase, um contraste entre o peso do metal e a leveza da ideia. Hoje, José Guilherme Neves vive em Amesterdão, onde estuda no Conservatorium van Amsterdam, nos Países Baixos. É parte dessa geração de músicos portugueses que se forma fora do país, aprendendo com a exigência das escolas do norte da Europa, mas mantendo uma identidade portuguesa. “Como tubista, o nosso caminho é quase sempre o da orquestra. Somos formados para as provas orquestrais, para conseguir um lugar. Mas eu gosto de explorar outras peças, algumas portuguesas, outras menos conhecidas. Senão uma pessoa acaba por se aborrecer. Está sempre a tocar as mesmas seis ou sete obras e perde-se a curiosidade.” O concerto de Paris é uma afirmação estética, “quis cruzar obras portuguesas e francesas”, explica. “Apesar de o suíço Étienne Crausaz não ser português, a sua obra foi escrita para um festival em Portugal, para um tubista português. E isso faz dela, de certa forma, uma obra portuguesa.” O repertório inclui ainda a Sonatine de Jacques Castérède, “uma das peças francesas mais importantes para o repertório da tuba” e uma obra recente de Telmo Marques, escrita em 2002 e rapidamente adoptada por concursos internacionais. “É uma peça muito bem composta, equilibrada, e pensei que seria interessante juntá-la às outras duas. E as Danças de Crausaz têm uma energia incrível. É uma boa forma de terminar o recital”, explica. A escolha não é aleatória. Há nela um gesto de identidade, um reconhecimento daquilo que o moldou. “Leiria sempre investiu muito na cultura. Desde que foi classificada pela UNESCO, tem criado festivais, concursos de composição, eventos para filarmónicas. Eu cresci nesse ambiente. Toquei em bandas, participei em projectos de música contemporânea e em música de câmara. Tudo isso me formou.” No seu discurso há rigor e método, mas também entusiasmo e humanidade e quando fala das provas de orquestra, a voz ganha outro peso: “Uma prova de orquestra é um processo muito exigente. Normalmente começa com uma ronda por vídeo, temos de enviar gravações com excertos orquestrais difíceis. Depois, se formos escolhidos, há várias rondas presenciais. Muitas vezes, a primeira é feita com cortina, para o júri não ver quem está a tocar. É uma forma de garantir justiça. Tocamos sozinhos, sem ver ninguém. Só se ouve o som. É um momento de muita concentração.” Mesmo quando se vence um concurso de orquestra, o trabalho não termina, “Depois há um período de meses ou até de um ou dois anos em que tocamos com a orquestra. Uma fase em que o músico tem de se integrar, de perceber como respira a secção. O mais difícil não é tocar bem, é saber ouvir os outros.” Essa consciência colectiva é, para José Guilherme Neves, essencial. “Um músico profissional tem de saber o seu papel. Não é só tocar as notas, é entender o que se passa à volta, juntar-se à secção, ouvir o conjunto. É quase um trabalho de escuta. Às vezes é intuição, às vezes é disciplina.” Quando perguntamos o que o tuba representa para ele, a resposta é directa: “Para mim, é o instrumento que mais se aproxima da respiração. Mesmo quando penso: ‘Vou tirar férias do instrumento', acabo sempre por tocar. Dá-me alegria. É o meu modo de estar no mundo.” Essa alegria, contudo, vive lado a lado com a solidão: “Ser músico é um trabalho muito solitário. Quando estamos na universidade, temos colegas, há uma competição saudável, mas quando chega a altura de preparar uma prova, temos de nos isolar. É inevitável.” Ainda assim, não há espaço para amargura, “aprende-se a viver com isso. E a música de grupo ajuda, os quartetos, as orquestras, os ensaios. Mesmo quando estudamos sozinhos, há sempre alguém invisível a ouvir connosco.” Fala do estudo como um acto de paciência, “gosto do processo de evolução. Trabalhar todos os dias, perceber que o que era difícil ontem se torna natural amanhã. Há sempre uma pequena evolução. E é isso que me motiva. Gosto de descobrir até onde essa evolução me pode levar.” Para José Guilherme Neves, a tuba é mais do que um instrumento, é uma linguagem, uma forma de estar no tempo. “A tuba pode ser poesia. Pode contar histórias. Pode transformar o silêncio em som.” Ao ouvi-lo falar, percebe-se que não há nada de acidental na sua escolha. O concerto em Paris será a primeira vez que apresenta este programa completo fora dos Países Baixos. “Estou entusiasmado. É um programa que mostra a versatilidade da tuba, mas também um pouco de quem eu sou: português, europeu, curioso. É isso que quero partilhar.”
Você consegue!Gosto de expressões motivacionais, acho que elas têm seu lugar. É claro que às vezes elas ocupam um espaço equivocado, como se precisássemos apenas de motivação para viver e superar as dificuldades. No nosso dia a dia sempre tem alguém dizendo que você pode fazer isso ou aquilo sem considerar uma série de fatores.A motivação é apenas parte do processo. Se você é um atleta e está muito motivado, mas não faz o treinamento adequado, como vai ganhar uma competição? Isso não é real.Em algumas situações da vida, precisaremos mais do que motivação. E é sobre isso que fala o salmo 18 no verso 29: "Pois contigo posso atacar exércitos; com o meu Deus salto muralhas."A motivação do salmista não está centrada nele, mas em Deus. Essa é a grande diferença. Toda motivação centrada em você é bobagem. É um castelo de areia que logo vai desabar.Em Deus você encontra a motivação certa para vencer qualquer desafio. Confie Nele, só Nele!
Inês Meneses é radialista, cronista e autora do icónico programa radiofónico “Fala com Ela” da Antena 1, que celebra este mês 20 anos de conversas. Para festejar esta data, a comunicadora convida ouvintes e amigos a juntarem-se a si numa matiné dançante no próximo dia 26 de outubro, no LUX, em Lisboa, onde será exibida a curta metragem “Falem Com Ela”, de Bruno Ferreira. Autora de tantos outros programas como “O Amor é”, com o psiquiatra e sexólogo Júlio Machado Vaz, ou o podcast “Cultas e Vinho Verde”, no “Público”, Inês Meneses afirma-se incomodada com o mundo extremado, e a falta de humanismo, mas mantém a esperança no que aí vem. “Não percebo porque é que ‘empatia’ é uma palavra colada à esquerda. A empatia deve ser de todos.” Ouçam-na nesta conversa com Bernardo Mendonça.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Brasília recebe, de 17 a 20 de outubro, o projeto SerTão a Gosto, que une teatro, música e gastronomia em uma verdadeira celebração da cultura brasileira. As apresentações acontecem no Teatro Sesc Ary Barroso, na 504 Sul, com entrada gratuita.
O Richard se apaixonou à primeira vista pela Isabel. O relacionamento foi intenso e em poucas semanas, eles já estavam morando juntos. Quando Isabel perdeu o emprego, ele conseguiu uma vaga na empresa do primo, o Henrique. Mas logo, Richard começou a desconfiar da proximidade entre os dois. Mesmo achano que era ciúmes, ele acabou flagrando a Isabel no colo do primo e foi humilhado na frente de todos. Traído e ridicularizado, ele perdeu o emprego, a mulher e o respeito da família. Mesmo assim, ele não conseguia deixar de amá-la. Hoje, Richard segue preso ao passado e esconde a dor de ter sido enganado e espera por alguém que o destruiu. Agora, qual seria o melhor caminho?
Varal Celeste está no ar!E aí cruzeirense, tudo bem com vc?No episódio de hoje tivemos:Cruzeiro x Sport Escalação.Análise do jogo.Resultado bizarro e que deixa um amargo de derrota.Os zagueiros erram no gol, mas o Cássio não poderia ter feito o que fez.Gabigol foi importante pelo gol, mas algumas coisas poderiam ser ajustadas.Marquinhos mais atrapalha que ajuda.Lesões que incomodam.Situação de tabela.Portais de notícias: Globo Esporte — Cruzeiro Deus me Dibre — Cruzeiro No Ataque — Cruzeiro Itatiaia — Cruzeiro O Tempo — Cruzeiro SamucaTV Central da Toca FB TVE aí, curtiu o episódio?Compartilhe com a galera!Se cuidem pessoal!Abraços!Redes sociais: Twitter pessoal: @VaralCeleste Instagram da coleção/podcast: @varalceleste
Mais um episódio especial para homenagear Paulo Soares, que nos deixou nesta segunda, dia 29 de setembro.Desta vez, você vai ouvir uma peça rara do final dos anos 80, quando o "Amigão da Galera" integrava a equipe de Osmar Santos, no pool entre Gazeta e Record.Acompanhe uma edição do programa Balancê com Dori Caymmi. Essa conversa vem em boa hora, no momento em que Dori celebra 82 anos de vida e lança o álbum Utopia, com canções inéditas compostas com Paulo César Pinheiro, Sérgio Santos e Ivan Lins. Utopia representa o que o artista pensa de sua música. Ele defende a pura MPB, o que declara parecer impossível diante do cenário musical dos dias de hoje. O bate-papo, com direito a música ao vivo, entre o amigão Paulo Soares e o utópico Dori Caymmi aconteceu em 26 de setembro de 1988. Na abertura, Tatá e Escova fazem uma sátira ao programa É Disco que eu Gosto, que marcou época na Rádio Bandeirantes, sob o comando de Henrique Lobo, em meados dos anos 50. Capítulos:00:20 Apresentação do contexto da entrevista de Paulo Soares com Dori Caymmi, no Balancê, pela Rádio Gazeta01:53 Sátira de Tatá & Escova ao programa É Disco que eu Gosto02:24 Paulo Soares apresenta Dori Caymmi03:10 Entrevista de Paulo Soares com Dori Caymmi. Neste início, o músico e compositor aborda a dificuldade do tipo de música que faz ter repercussão no Brasil e da carreira nos Estados Unidos06:14 Dori Caymmi toca a música "O Cantador" ao vivo07:26 Importância de ter uma música gravada na voz de Elis Regina08:01 Importância de ser filho de Dorival Caymmi e da dificuldade da música de seu pai ser reconhecida naquele final dos anos 8010:19 Vinheta de identificação de Paulo Soares10:32 Dori Caymmi toca "Saudade da Bahia" ao vivo15:02 Dori fala da paixão pelo futebol e lamenta o estágio do esporte 15:57 Dori Caymmi analisa a situação do Brasil em 1988. Demonstra-se desanimado com o que encontra ao chegar ao País17:07 Sobre o show que aconteceria no Sesc Pompeia entre os dias 29 de setembro de 02 de outubro de 88 18:00 Dori Caymmi interpreta "Alegre Menina", inspirada em "Gabriela", obra de Jorge Amado21:00 Continuação do programa Balancê de 26 de setembro de 1988 com destaque para o Projeto Foto Arte27:57 Tatá e Escova fazem sátira ao programa Zé Bettio32:20 Grupo DownBeat encerra o programa com uma jam sessionCrédito da Imagem: Capa de LP de Dori Caymmi, de 1980
Republicamos a conversa gravada ao vivo em janeiro no Festival PodFest entre a escritora Isabela Figueiredo e o autor e jornalista Bernardo Mendonça. No podcast mais antigo do Expresso, que celebra agora dez anos de existência, a autora dos livros “Caderno de Memórias Coloniais”; “A Gorda” e “Um Cão no Meio do Caminho” fala sobre a imigração em Portugal, a vida que agora leva na aldeia e revela os temas do novo romance que anda a preparar: a morte do pai e, mais uma vez, as memórias de África. “Estou-me nas tintas se sou cancelada. Vou continuar a fazer aquilo que acho que deve ser feito.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
Edição de 10 de Setembro 2025
A artista brasileira Val Souza apresenta em Paris a exposição “Vênus”, uma instalação monumental com mais de 800 imagens que ocupa a Maison Européenne de la Photographie (MEP) entre os dias 3 e 28 de setembro. A mostra é resultado de uma pesquisa iconográfica profunda sobre a representação das mulheres negras no Brasil e no mundo - uma investigação que Souza desenvolve há anos, entre arquivos familiares, revistas, livros, redes sociais e registros etnográficos. A proposta da artista vai muito além da estética. Em “Vênus”, que possui curadoria de Thyago Nogueira (IMS, São Paulo) e Clothilde Morette, Val Souza confronta a violência simbólica presente nas imagens históricas dos corpos negros, ao mesmo tempo em que propõe novas formas de ver e sentir essas presenças. A figura de Vênus, que dá nome à exposição, é ressignificada: não se trata da beleza idealizada da mitologia greco-romana, mas de uma beleza construída a partir "da memória, do afeto e da resistência". Segundo Souza, o trabalho é fruto de "uma trajetória pessoal e artística que remonta à infância". Os álbuns de família criados por sua mãe foram o ponto de partida para uma reflexão sobre a importância da imagem negra. “Minha mãe repetidas vezes mostrou o quanto a nossa imagem era importante”, relembra. Esses gestos cotidianos de afeto contrastavam com a forma como a sociedade tratava sua imagem. “Desde criança eu me perguntava por que algumas pessoas não gostavam de mim, quando em casa eu era tão amada.” A tensão entre o afeto íntimo e a hostilidade pública é um dos motores da pesquisa visual da artista. “A minha intenção não é resolver imagens, muito pelo contrário, é colocar cada vez mais tensão em algumas imagens, que possam produzir na gente outras maneiras de ver, de se perguntar e de conversar com estas imagens”, disse Val Souza à RFI. “Vênus Hotentote” Na exposição, figuras da cultura pop como Beyoncé e Kim Kardashian aparecem ao lado de retratos da própria artista, da escritora e ativista Sueli Carneiro, da cantora Nina Simone, de mulheres anônimas e de Saartjie Baartman — a “Vênus Hotentote”, escravizada e explorada na França no século 19. A multiplicidade de imagens revela uma Vênus essencialmente plural, que existe "tanto na dor quanto na alegria, tanto na opressão quanto na liberdade". A artista também traz para o campo da imagem sua experiência com a performance. “Acredito que aquilo que eu faço ainda é performance, num outro lugar. As imagens que eu crio têm esse agenciamento que não é só visual. No painel da MEP, as pessoas vão ter essa sensação: você vai precisar se mexer, estar perto, estar longe, fazer associações.” Val Souza entende que esse deslocamento do corpo do artista para o corpo da obra é também uma forma de proteção. “Fui entendendo como proteger o meu próprio corpo de situações de violência.” "Periguete" Entre suas performances mais conhecidas, Souza menciona Periguete, uma mulher negra que circula com um carrinho de bebidas. “Ela tem esse nome, mas o nome inicial era Can You See It — você consegue ver isso?”, explica. A performance questiona a visibilidade e os estereótipos associados ao corpo da mulher negra. Segundo a artista, o carrinho carrega bebidas típicas do local onde a ação acontece, como o vinho em Paris ou as cervejas pequenas e rápidas de beber no Brasil, que são associadas à ideia de uma mulher “fácil”. “Essa mulher também tem a ver com a independência de quem está ali bebendo, curtindo uma festa, e por isso é taxada como periguete, por causa da roupa, da atitude.” Val Souza usa um top e um short curto, deixando partes do corpo à mostra, e oferece dança e bebida sem dizer uma palavra — apenas uma placa com “R$ 2” sinaliza a interação. “Se as pessoas conversam comigo, eu posso responder, mas não inicio nenhuma conversa.” A artista reflete sobre como a beleza, na iconografia da mulher negra, se mistura com voyeurismo, sexualidade, exibicionismo e opressão. Costumo dizer que o mapa colonial do Brasil também é o mapa da imagem da mulher negra. Sinônimos como gostosura, delícia, captura, selvageria são usados tanto para o território quanto para os corpos colonizados. Val Souza vê essas camadas como inseparáveis: a selvageria atribuída ao corpo negro convive com uma beleza hipnótica. “Gosto da imagem da onça pintada. Ela pode acabar com você em segundos, mas você fica hipnotizado. É esse misto que sinto que pulsa na minha imagem e nas imagens de mulheres negras.”
No episódio 82 de De Repente Cringe, Luisa e Nanna falam sobre gosto. Tem como ter bom gosto hoje em dia? A internet ao invés de nos ajudar a sermos ilimitados, está nos limitando cada vez mais? Dicas:- Substack | Monica Ainley DLVLuisa veste calça Camys, blusa Myne e sapato Luiza BarcelosNanna veste calça, cinto e blazer Zara, blusa &other stories e sapato TotemeAgradecimento especial ao @for.you.studio e a @marleipierolo que cuida da nossa beauty! E à @enlevoatelie pelas nossas canecas personalizadas!Encomende aqui a sua caneca do Pod: https://www.enlevoatelie.com/produtos/xicara-de-repente-cringe/ Instagram: @derepentecringepod*Escute também nas plataformas Youtube e Apple Podcast
Nesta segunda parte da conversa do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, a escritora e cronista Madalena Sá Fernandes fala dos seus próximos livros, do que lá vai dentro e de como escreve contra o relógio, contra o ruído, contra a dispersão, e como cada parágrafo exige uma negociação com a vida prática. Discorre também sobre a importância do silêncio, da solidão e dos retiros de escrita, momentos raros de fuga às rotinas da maternidade e outros compromissos que lhe devoram o tempo. E dá conta de como ninguém está a salvo de repetir padrões familiares, como chegou a acontecer consigo numa relação amorosa abusiva que viveu há uns anos, já na idade adulta. Um tema sobre o qual Madalena promete refletir mais na sua literatura. A escritora revela estar a viver uma fase mais luminosa e assume vivenciar a alegria como um ato de resistência. A autora desvela como vive a angústia da crónica em branco e como a tragédia dos fogos no país chegou a atingir uma parte da família, que viu o seu ganha pão destruído. No final, Madalena partilha as músicas que a acompanham e lê um excerto de um dos seus autores preferidos. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
É uma das atrizes portuguesas mais interessantes, versáteis e talentosas. Se num dado trabalho nos comove, noutro leva-nos quase a deslocar o maxilar de tanto rirmos com o nível de absurdo, ridículo e hilário que atinge nas cenas de humor. Exemplo disso é a participação de Rita Cabaço na série “Ruído”, de Bruno Nogueira, na RTP, que a revelou ao país como grande atriz de comédia. Mas não só. A crítica já há muito que se rendeu à qualidade do seu trabalho. Basta escrever que este ano Rita foi distinguida como melhor atriz nos Prémios Sophia pela sua interpretação da personagem Milene no filme “O vento assobiando nas gruas”, realizado pela cineasta suíça Jeanne Waltz, a partir do romance de Lídia Jorge. Noutros palcos, Rita recebeu o Globo de Ouro e o Prémio Autores 2018, da SPA, para melhor atriz de teatro, pela sua interpretação na peça “A estupidez”, encenada por João Pedro Mamede. E, no ano passado, em 2024, voltou a ser distinguida com o mesmo prémio, da SPA, pelo seu trabalho na peça “Equador”, de Sílvio Vieira. Outros filmes onde Rita participa vêm aí, mas um dos grandes projetos da sua vida está a uma semana de se realizar: Rita vai ser mãe junto com a sua companheira, e chega a falar neste episódio dessa alegria e inquietação. E não deixa de refletir sobre os medos e revoltas que a acompanham, o que mais a move enquanto atriz, e de revelar a sua opinião sobre as tão badaladas balizas do humor.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jornalista, atriz e escritora, Maria Ribeiro transita entre artes e ideias com rara intensidade – mas confessa que às vezes queria ser outra "Está faltando um pouco de conversa entre mulheres e homens. O feminismo é bom para os homens também, porque libera todo mundo de papéis engessados", afirma a atriz e escritora Maria Ribeiro.No Trip FM, ela reflete sobre marcos de sua vida e fala do lançamento do livro "Não sei se é bom, mas é teu", uma coletânea de mais de 70 textos, parte de uma produção literária que começou nas páginas da Trip e da Tpm. “Esse livro cobre dos meus 42 aos 49 anos: um período crítico e maravilhoso. Tem pandemia, morte, separação, novos amores, crescimento dos meus filhos. É como se fosse uma autobiografia disfarçada, porque está tudo ali, mas filtrado pela literatura.”No papo com Paulo Lima, ela também fala sobre envelhecimento, menopausa e redes sociais. “Sempre gostei muito do Instagram porque ele me dava um canal direto, sem precisar da aprovação de ninguém. Eu podia falar o que queria, no meu tom, do meu jeito. Mas hoje estou de saco cheio. Talvez eu tenha menos público por isso, mas é o que eu posso dar. Minha bateria social está menor, e o que eu tenho para oferecer de mais verdadeiro talvez esteja no que escrevo, não no que posto o tempo todo."O programa fica disponível no Spotify e no site da Trip!Maria Ribeiro acaba de lançar uma coletânea de mais de 70 textos publicada pela Editora Record.Catarina Ribeiro @catarinaribeir.oeditarremoverNo livro, você fala de um período muito marcante, que coincidiu com a chegada da menopausa. Como foi atravessar esse momento?Maria Ribeiro. A menopausa foi um marco muito forte. Minha mãe caiu e quebrou o fêmur e, na mesma época, meu estrogênio despencou. Foi um ano de quedas — físicas, hormonais e simbólicas. É duro porque para a mulher o envelhecimento ainda é mais cruel. Os homens continuam vistos como interessantes, enquanto a gente precisa encarar a pergunta: quem eu sou se não for mais a “atraente” da história? No começo é difícil, mas depois do buraco vem também uma libertação.Você costuma dizer que pensa na morte todos os dias. Como isso afeta o seu jeito de viver? Penso na morte todo dia, e isso me dá uma consciência muito clara de que o meu tempo é o que tenho de mais precioso. Quando percebo que algo está me roubando tempo, seja raiva, ressentimento ou situações que me esgotam, eu corto. Hoje escolho muito melhor onde e com quem quero estar. Gosto de lembrar de uma frase do Gonçalo Tavares: “Aquele que vai morrer hoje toma um café com um pastel de nata”. Então, se eu for morrer hoje, que seja aproveitando a conversa, a música, o encontro.A Anitta escreveu o prefácio do seu livro. Como nasceu essa amizade? Demos um match inacreditável logo de cara. Temos uma história de amor. A gente se diz a verdade — e isso é raríssimo. Ela já me ligou para dizer que eu mandei mal num texto, que eu não deveria falar de algo que não conhecia. E eu também digo para ela o que acho que precisa ser dito. Isso, para mim, é amor. Ela me apresenta um Brasil que eu não conhecia e que quero conhecer mais.
Marcelo Tas recebe o rapper BK', um dos nomes mais respeitados do rap nacional, no Provoca.Na entrevista, BK' fala sobre a importância da cultura hip-hop e do rap na valorização da identidade preta: “São as maiores ferramentas de manutenção da autoestima do povo preto”.Ele também diz que jamais gostaria de ter nascido em outro lugar e celebra sua trajetória como um homem preto do Rio de Janeiro.O artista comenta ainda uma fala sobre os Racionais, dizendo que seriam “300 vezes mais famosos se fossem gringos”. E confessa, com bom humor: “Sou bem preguiçoso. Gosto de não fazer nada”.
Com mais de 52 mil torcedores no Mineirão, Cruzeiro goleia Juventude e mantém liderança do Brasileirão. Os detalhes da décima vitória no campeonato, o próximo desafio contra o Corinthians e as negociações por reforços são destaques neste episódio com Fernanda Hermsdorff, Danny Paiva, Henrique Fernandes e Rodrigo Franco.
Hoje Lucas e Marcelo falam sobre aqueles gostos pessoais que todos nós temos (ou será que não temos?). DESAFIO: Tente contar quantas vezes a palavra "personalidade" é dita neste episódio.Coleção BOCADINHAS na LOLJAEdição: Daniel BayerArte da Capa: Daltrinador
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Estava a estudar Direito a Lisboa quando foi parar ao jornalismo e a um estágio numa revista sobre gastronomia. Hoje a revista é dele: "Manja", nome agregador que não se esgota numa publicação. Fundou as Edições do Gosto, uma empresa pioneira na edição gastronómica e na organização de eventos em Portugal. Nas duas últimas décadas, revirou os costumes do país porque a gastronomia diz muito mais de nós do que pensamos.
Record de número de madeirenses em watch. Os vencedores do Festival da Canção 2025, ex-Men on the Couch, atuais NAPA (a mudança de nome é analisada com brilhantismo no episódio) passam pelo estúdio para desabafar com Pedro sobre o quão cansativo é o fondue de queijo na Suiça, a nova trend da música "Deslocado" em Itália, o twitter de Alberto João Jardim e o prazer de fumar cigarros com 17 anos.(00:00) Intro(00:23) Fondue de queijo suíço é overrated(06:34) Justificação do sucesso de "Deslocado"(12:52) Pedro adivinha o porquê do nome NAPA(15:58) Primeira ida ao NOS Alive com 17 anos(20:57) Fumar em puto era mais fixe(23:18) Escrever em português vs inglês(27:11) Sensação de ouvir multidões a cantar "Deslocado" ao vivo(31:48) O reinado de Alberto João Jardim(39:32) Ligação com Van Zee(49:07) PTM anuncia em 1ª mão que "Deslocado" é tripla platina(50:43) Gosto pelo jogo GeoGuessr(53:12) Quantos semáforos há em Porto Santo?(55:47) Em que línguas é que “Deslocado” também soa bem?(56:40) Energia na final da Eurovisão(1:05:44) Presença do sotaque madeirense nas músicas(1:08:43) Simplicidade na performance de NAPA(1:10:29) Interação com os outros concorrentes(1:13:41) Odds de Eurovisão são credíveis?(1:16:21) Participar em jogos com chamadas de valor acrescentado(1:20:33) Impacto nos streams das restantes músicas após “Deslocado”(1:25:45) NAPA trazem jogo “Adivinha quem disse a frase”(1:35:42) PTM dá um presente
Esta semana, um colega e referência do mundo audiovisual, Bruno Nogueira, vem ter ao estúdio de watch falar com Pedro sobre, como era esperado por muitos, temáticas. Além de analisarem o fenómeno chinelos com meias, revelam o que os faz chorar, comentam os stories de Herman e Goucha, recriam a entrevista de Macron depois de ser agredido pela mulher e debatem a série Ruído e The Rehearsal.(00:00) Intro(00:23) Começo de gravação de podcast(02:00) Gosto pela jardinagem(04:35) Conceito de “apropriação cultural do foleirismo”(06:46) Partilha de experiências no Japão(12:35) FOMO constante que se sente quando se está no Japão(14:53) 3 coisas que fizeram chorar Bruno nos últimos tempos(16:18) Adeptos no futebol vs ténis(18:52) PTM começa a carreira no Twitter (20:50) Terminar amizade por consequência de um post no Facebook(24:25) Posts de pais nas redes sociais(29:03) Bruno recebe merch com frases suas(32:56) Stories de Herman José e Manuel Luís Goucha(37:00) PTM tem um novo relógio mas não sabe mexer nele(44:41) O pânico de falar com agências de seguros (48:30) Qual a pior burocracia de se tratar?(52:43) Como funciona o autotune? (58:30) Análise de vídeo de Macron empurrado pela mulher(01:01:32) Como é que Bruno e PTM teriam reagido no lugar de Macron(01:06:39) Como será estilo de PTM com 50 anos?(01:11:38) Roupa de dormir e andar por casa também pode ir para a rua?(01:19:21) Usar meias com chinelos é aceitável?(01:29:48) Se tivesse de fazer uma viagem sozinho, para onde seria? (01:36:48) Ruído: ver na TV vs reels(01:41:13) Sketches favoritos de Ruído para PTM (01:44:15) Como funciona escolha de equipa de Ruído?(01:52:03) Como é trabalhar com Carlos Coutinho Vilhena?(01:56:00) Pensar incessantemente no que se come(02:02:02) Comida que dá mais gosto de comer no aeroporto (02:04:49) Bruno é viciado em alga de sushi(02:09:37) Algoritmo de Tiktok: Krespos Cabeleireiros(02:12:02) "The Rehearsal" de Nathan Fielder(02:25:07) Influencers que vão ver Roland Garros(02:27:34) Dificuldade de jogar ténis(02:31:15) Ódio nas redes sociais é justificado?
A Joana se apaixonou pelo Eduardo e viveu um amor que parecia durar pra sempre. Eles se casaram, mas com o tempo, tudo mudou. Ele ficou distante e frio, até que um dia, confessou estar com outra e foi embora, deixando a Joana em pedaços. Ela entrou em uma profunda depressão e quando começou a se reerguer, Eduardo reapareceu dizendo que ia se casar com a outra. Foi aí que ela decidiu se vingar: passou uma tarde com ele, gravou tudo e mandou o vídeo pra noiva. O casamento não aconteceu. Se foi certo ou não, pouco importava pra ela. Hoje, ela não se arrepende e sabe que fez do seu jeito.
O pai, Manuel Alegre, fez política antes e depois de 1974. Ele é diplomata e foi adjunto de dois ex-primeiros-ministros, Guterres e Costa. Hoje é embaixador em Luanda.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Clique e siga @LinhaCampeiraOficial no Instagram Desta feita o tema são os gostos de infância. Aquelas coisas que as mães e avós faziam como pão, bolacha e chimia, que toda vez que lembramos chegamos a sentir os sabores novamente. No costado tem o melhor da música gaúcha pra acompanhar o teu churrasco!
Neste episódio, Fred Almeida recebe Hugo Harris (do Podcast Cinefilia & Companhia) e Tony Vendramini (do Podcast Cinema Italiano) para juntos conversarem sobre o grande cineasta iraniano Abbas Kiarostami, um dos responsáveis pela ascensão do cinema iraniano que impressionou o resto do mundo na década de 90. Hoje falaremos principalmente da trilogia Koker, com os filmes "Onde fica a casa do meu amigo?" (Khane-ye doust kodjast?, 1987), "E a vida continua" (Zendegi va digar hich, 1992) e "Através das Oliveiras" (Zire darakhatan zeyton, 1994). Abordamos também dois outros grandes clássicos do diretor, "Close-up" (Nema-ye nazdike, 1990) "Gosto de Cereja" (Ta'm e guilass, 1997).----------------------Acesse nosso site: http://www.filmesclassicos.com.brAcesse nosso perfil no Instagram : @podcastfcNos procure no seu aplicativo de podcast do celular, no Spotify, YouTube, Anchor ou iTunes.
O centésimo episódio é com uma das grandes razões de watch existir. Francisco, ou Pai para Pedro, é advogado e também, de certa forma, um pensador. Numa das mais conversas mais longas que tiveram, pai e filho conversam sobre voos cancelados, viver com oito irmãos, o processo Rui Pinto, assistir a um fuzilamento na Guiné e muito mais.(00:00) Intro(00:23) O primeiro convidado sem redes sociais(02:01) PTM tem empatia por senhora que lhe bateu no carro(08:28) Cancelamento de voo obriga a “jantar cansado”(13:46) Frases típicas de FTM(19:42) Rotular gerações não faz sentido(22:30) A criação do mundo e a “distribuição do bom senso”(26:53) Como surge a advocacia e o uso do bom senso(32:24) O conspiracionismo e a perda de liberdade(35:55) Adultos também são viciados em redes sociais(36:57) Ser advogado independente(40:28) Profissão: missão ou consequência?(42:51) Gosto por banda desenhada(44:31) Desativar o tiktok(47:42) Ser colunista do Público durante 30 anos sem interrupções(54:35) Caso Rui Pinto(58:34) Diferença entre agente encoberto e agente provocador(1:02:41) Uso de escutas deveria ou não ser permitido?(1:07:36) FTM é quase expulso da escola por escrever seios numa redação(1:13:36) Construir imagem mitificada sobre os mais velhos(1:15:19) Fascínio pelos netos(1:19:02) Como foi crescer com 8 irmãos?(1:24:58) Importância de ter a capacidade de esquecer(1:30:02) Gosto em ler na banheira(1:34:29) Relato sobre fuzilamento na Guiné Bissau(1:40:39) Importância de manter a privacidade(1:43:22) Sentimento de realização de pai(1:45:55) Como é ser mencionado em bits de stand up
Terceiro episódio da terceira temporada de Bom Partido, uma minissérie de sete conversas. Guilherme Geirinhas conversa com Paulo Raimundo. Não perca, ‘Bom Partido’ no canal do You Tube de Guilherme Geirinhas e agora também no formato podcast nos sites da SIC Notícias e do Expresso, em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos e o apoio do MEO. 00:40 Intro super verdadeira 02:30 Paulo Raimundo é beto?03:17 Depoimento 03:38 Pais do Paulo enganaram-se a registar o nome do filho04:55 Paulo Raimundo ou Paulo Narciso?06:29 A rotina do Paulo08:38 Canal de Youtube do PCP e visitas do Partido10:00 Fazer greve11:33 História exclusiva13:11 Depoimento13:41 Sentido de humor15:05 Dar mesada aos filhos17:51 Depoimento18:35 Agenda do Paulo e data de casamento24:40 Sofrer por futebol28:30 Depoimento28:53 Qual seria o nome de código do Paulo Raimundo?29:35 Comissão Parlamentar de Inquérito 40:19 Geringonças41:45 Debate interno43:43 Qual foi a profissão preferida do Paulo?44:10 - Paulo Raimundo ator45:58 - Se tivesse sido ator 46:35 - Capitães da Areia48:25 - Paulo Raimundo interpreta cena de novela50:22 - Moção de Confiança 53:18 - Testemunho de Zelenzky53:39 - Memória de Paulo Raimundo 55:20 - Gosto pela bola 55:40 - Paulo, és um Bom Partido?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Piqueniques, depilações e bebés.
A Procuradoria-Geral da República, comandada por Paulo Gonet, defendeu a concessão de prisão domiciliar ao ex-presidente Fernando Collor de Mello.Na manifestação, Gonet citou a idade avançada e a condição de saúde de Collor.“A manutenção do custodiado em prisão domiciliar é medida excepcional e proporcional à sua faixa etária e ao seu quadro de saúde, cuja gravidade foi devidamente comprovada”, escreveu o PGR. O parecer de Gonet foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. Felipe Moura Brasil, Dennys Xavier e Duda Teixeira comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores. Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade. Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h. “Atenção você que é leitor de O Antagonista e Crusoé e ainda não é nosso assinante. Estamos chegando na reta final da promoção de 30% de desconto para novas assinaturas de 2 anos. Clique agora no link e faça como Carmelina Dias e Felipe Coelho, que agora usufruem do acesso integral ao conteúdo de O Antagonista e Crusoé em uma navegação livre de anúncios invasivos. Apoie o jornalismo independente. Assine agora: papo-antagonista (https://bit.ly/promo-2anos-papo) Desconto de 30% aplicado sobre os valores vigentes do Combo anual | Promoção não cumulativa com outras campanhas vigentes.
Esteja preparado pra ouvir e rir, não necessariamente nesta mesma ordem. Quem são os participantes do papo? Colé Markin – Marcos Vinícius e Vulgo Farol – Lucas Duarte são criadores de conteúdo de Belo Horizonte... Ou região metropolitana, que ganharam notoriedade nas redes após vídeos engraçados com coisas dos seus respectivos dia à dia, visões sobre o mundo, esquetes e muito mais. Palavra do apresentador do podcast: "Das melhores coisas de receber as pessoas no meu espaço é poder descobrir mais sobre eles. Talvez não apenas uma entrevista, mas sim a chance para que eles possam falar e possamos compreender como as pessoas são". Casos engraçados, explicações de bastidores e vídeos que já fizeram, degustações de café e muito mais. Acredite, você vai se divertir durante TODO O EPISÓDIO. Nas Redes: Colé Markin Instagram @colemarkin Tiktok @colemarkin Vulgo Farol Instagram @vulgofarol Tikotk @Farol Agradecimento aos apoiadores: Mário Alaska veste Camisologia. Acesse o site camisologia.com.br , siga a @camisologia nas redes sociais e use o cupom TOMEIGOSTO para desconto em todos os ítens do site. Acesse camisologia.com.br Mixing Originals. A mixing nos mandou os refrigerantes usados nos drinks frios do podcast. Confira as redes sociais e todos os produtos deles para coquetelaria. Siga @mixingoriginals
Nesta segunda parte do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, a atriz Inês Castel-Branco critica uma certa obsessão e paranóia com a juventude e perfeição que penaliza mais as mulheres e em particular as atrizes. Inês afirma rejeitar as pressões da indústria e dos pares para ser mais magra, usar botox ou submeter-se a outras intervenções estéticas. Dá-nos música, lê um poema de Adília Lopes, um excerto do romance “As Malditas”, de Camila Sosa Villada e partilha algumas sugestões culturais. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
Depois de quase 3 anos morando aqui em Belém, já tenho uma lista de coisas divertidas e outras nada empolgantes sobre a cidade. Acompanha no episódio e comenta o que você gostaria de saber sobre a cidade. Entra no canal, Pra Ser Sincero
Nesta segunda parte, o apresentador João Manzarra revela as razões por se ter encantado tanto pela Argentina e pelo seu povo, nas várias viagens que fez por lá. E, nesse caminho, conta algumas peripécias por que passou na estrada, num carro com atrelado, e explica o que o faz gostar tanto de viajar sozinho, para viver o que chama de “liberdade total”. O apresentador fala ainda do novo videocast sobre caminhadas que se prepara para lançar, depois lê um excerto de “Gente Independente”, de Halldór Laxness, um dos seus livros preferidos, revela algumas das músicas que o acompanham e partilha várias sugestões culturais. Isto e outras surpresas pelo caminho. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
Helga Andrade é referência internacional em comercialização de cafés, Coffe Expert no Achega em BH. Além de uma simpatia em pessoa, Helga é degustadora de café, barista com certificação internacional e uma fonte de informação sempre que precisamos saber algo sobre café. Se você você não é do mundo do café, esteja pronto pra curtir um papo delicioso com uma pessoa calma, culta e com ótimos argumentos. Se você é do mundo do café, delicie-se com o podcast com a Helga. Final Press Pela primeira vez, durante o podcast Mário e Helga fizeram o unboxing e também um teste da extração de café do Final Press. E acredite, ele merece ser testado novamente. Festival Tomei Gosto por Café Helga Andrade é parceira do Tomei Gosto no nosso primeiro festival de café realizado no Mercado de Origem, Belo Horizonte nos dias 12 e 13 de Abril. Preparamos experiências muito legais pra vocês. Confira o vídeo de divulgação FESTIVAL TOMEI GOSTO POR CAFÉ Siga Helga nas redes Instagram @helga.cafe Acesse o site da Helga Andrade helgacafe.com.br Para cursos, site e portifolio, e mais linktr.ee/helga.cafe Conheça o Achega Café @achegacafe Compra de café, comunidade, manutenção, máquinas e acessórios linktr.ee/achega
E aí BH cês tão bão? Um casal que ganha espaço nas redes e no coração das pessoas que gostam de ver bons reviews de comida. Jorge Valença do instagram jorgevalenca.jpg trabalhava no hiper centro de Belo Horizonte e tinha que buscar locais para se alimentar em pouco tempo. Ele foi em busca dos salgados até que um dia fez um review para as redes e teve muitos acessos. De lá pra cá ele e a companheira Jaíni Oyakawa se dedicam a visitar vários locais da cidade. Um papo sincero, agradável e verdadeiro. Jorge fala sobre a verdade dele, o que ele busca nos lugares, quais os tipos de experiências boas e ruins que já teve e muito mais. Durante o papo falamos sobre a Coxinha de Catypiry, que nasceu com o mesmo objetivo que Jorge buscava: um salgado que alimentasse bem uma pessoa que tem pouco tempo pra comer. A coxinha de catupiry é nascida em Belo Horizonte na Doce d´Ocê e Mário Alaska entrevistou a fundadora da casa, Theresa de Oliveira contou a história no Buteco 98 matéria no youtube. O casal está nas redes Instagram Jorge Valença jorgevalenca.jpg Jaíni Oyakawa @jainioyakawa_ APOIO Cachaça Seleta Podcast Tomei Gosto tem patrocínio de Cachaça Seleta, produto destinado a maiores de 18 anos, beba com moderação. Acesse lojaseleta.com.br e use o cupom TOMEIGOSTO para desconto. Siga @cachacaseleta MAÇÃ CARAMELIZADA E COOKIES Durante o epsiódio experimentamos a maçã caramelizada e os cookies da Amoz Fábrica de Delícias conheça o trabalho deles Conheça a Amoz @amozfabricadedelicias Mais informações e cardápio da Amoz aqui. As maçãs caramelizadas do episódio são da Amoz Fábrica de Delícias. Consulte as redes sociais deles para mais informações. Mário Alaska veste Mário Alaska veste camisologia, use o cupom TOMEIGOSTO no site camisologia.com.br e tenha desconto, nosso boné também está à venda por lá. Siga @camisologia
Professor Borém é um dos nomes mais respeitados do café no Brasil e no exterior. Ele esteve no nosso podcast pra falar um pouco mais sobre o quão diverso é o mundo do café do qual o Brasil é protagonista mundial. Tópicos do papo: Variedades de café Escolha do café de acordo com o consumidor Experiência de café na cafeteria dele em Lavras Dúvidas gerais sobre o mundo do café Café Especial Ouça e aprenda Mesmo se você não é amante ou aficcionado pela bebida, este papo vai te trazer muitas informações e perspectivas interessantes. Siga o Professor Borém nas Redes Instagram @prof.borem Facebook facebook.com/flavio.borem/ Conheça a cafeteria e torrefação Borém Cafés Especiais o Mário Alaska ganhou um café dele e disse que está no top do ranking dos que ele já experimentou. Instagram @boremcafesespeciais OFERECIMENTO CACHAÇA SELETA Entre no site lojaseleta.com.br e use o cupom TOMEIGOSTO para desconto em todas as suas compras. Siga as redes sociais da Cachaça Seleta @cachacaseleta Bebida destinada a maiores de 18 anos, beba com moderação
Dia de receber um mestre no podcast Um orgulho receber Saulo Laranjeira no Tomei Gosto e saber mais sobre o que ele gosta de comer e beber. Mas nesse caso também da pra tietar o mestre e saber mais da história de um dos personagens que está há anos na Tv. Início de Carreira Saulo falou do início de carreira, como foi parar no humor, sobre a ida pra Praça é Nossa, saudades dos tempos do interior de Minas e muito mais. João Plenário o "deputado" A política nunca pode ficar de fora e uma coisa chamou muita atenção: Saulo contou que toda vez que sempre que encontra com políticos eles fazem menção ao personagem João Plenário e que todos tem uma relação de afeto com o personagem e mais... Confira pra saber o quê. Espia ele no insta @joaoplenario_oficial Mais Inspirações Um festival de rock no interior de Minas Gerais. Saulo contou durante o podcast de um festival de rock que organizou no interior do estado e que acabou por inspirar personagens. --------- Oferecimento Cachaça Seleta Este podcast tem oferecimento de Cachaça Seleta, de Salinas Minas Gerais para todo mundo. Use o cupom TOMEIGOSTO para desconto em compras no site lojaseleta.com.br Siga @cachacaseleta Bebida destinada a maiores de 18 anos. ---------- Mário Alaska veste camisologia. Acesse camisologia.com.br e use o cupom TOMEIGOSTO para desconto em todo site. O boné Tomei Gosto que Saulo usou durante o podcast também está lá. Siga @camisologia ---------- Saulo Laranjeira nas redes sociais Instagram @saulolaranjeiraartista Facebook facebook.com/SauloLaranjeiraOficial
O Art Talks é o canal do Arteref.com. Aqui falamos sobre assuntos relacionados ao mercado de arte. Neste programa de perguntas e respostas, falamos de 5 questões: As NFTs tiveram algum tipo de impacto no mercado de arte? Como cair no gosto de críticos, galerias, colecionadores de arte? O Marchand escolhe a obra ou o artista? Como monto meu curriculum de artista pra enviar para as galerias? Qual a diferença entre um portfólio e um site? ⤵ ️ Deixe o seu comentário abaixo dizendo o que você achou deste vídeo!
No dia 24 de fevereiro de 2020, uma mulher de 42 anos ligou pra policia dizendo ter prendido acidentalmente seu namorado em uma mala de viagem enquanto os dois brincavam de esconde-esconde. Quando os paramédicos chegaram à residência, eles descobriram que Jorge Torres havia passado mais de 12 horas dentro da mala e as circunstâncias que levaram a sua morte provavelmente iam bem além de uma simples brincadeira.Produção: Crimes e Mistérios BrasilNarração: Tatiana DaignaultEdição: Tatiana DaignaultPesquisa e Roteiro: Tatiana Daignault Fotos e fontes sobre o caso você encontra aquiO Café Crime e Chocolate é um podcast brasileiro que conta casos de crimes reais acontecidos no mundo inteiro com pesquisas detalhadas, narrado com respeito e foco nas vítimas.Não esqueça de se inscrever no podcast pela sua plataforma preferida, assim você não perde nenhum episódio. Siga-nos também em nossas redes sociais:Instagram Facebook X
Já imaginou o que um brasileiro que pilota um helicóptero que faz de tudo no Nepal pode contar? De resgate a vôos com políticos. Casos bonitos e histórias tristes... Sem contar que além de mudar de país, de continente ele mudou o estilo de vida e se tornou vegetariano. Confira o podcast incrível com Alex Murta. Confira o livro dele Resgates no Himalaia TÓPICOS DO PAPO 00:00:00 Introdução 00:01:30 Cerveja, café ou vinho? 00:04:31 Como virou piloto de helicóptero 00:12:00 Logística do helicóptero 00:15:12 Uber de helicóptero 00:16:30 Como foi parar no Nepal 00:20:20 Globocop 00:23:24 A ida pro Nepal 00:25:48 Transformação em vegetariano 00:30:43 O que vestir no Nepal 00:31:52 Aclimatação 00:34:29 Resgate em altitude 00:46:28 Risco x Retorno numa missão de resgate 00:54:08 Briga de dinheiro por resgate 01:00:00 Tempo para aclimatação 01:04:00 O que comer 01:10:00 O livro Resgates no Himalaia 01:14:17 Personalidades diferentes no helicóptero 01:19:12 Fascínio pela montanha 01:21:57 Cruzar fronteiras com China e Índia nos vôos 01:24:56 Conselhos pra viagem de montanha 01:27:37 Refeição perfeita, companhia perfeita no lugar perfeito Siga Alex O Alex está nas redes sociais é só buscar por @alex.murta . O livro Resgates no Himalaia está disponível para venda física e também no kindle só chegar na amazon clicando aqui. PATROCÍNIO SELETA O podcast TOMEI GOSTO tem patrocíncio de Cachaça Seleta de Salinas MG pro mundo! Até pro Nepal! Use o cupom TOMEIGOSTO pra desconto em toda loja lojaseleta.com.br Siga a @cachacaseleta nas redes Cachaça é uma bebida destiada a maiores de 18 anos, beba com moderação.
CONHEÇA A MAIOR e MELHOR ESCOLA DE VENDAS DO BRASIL: VENDE-C Vendas não é um talento nato, é uma habilidade construída. Quem acha que vender é um dom limita seu próprio crescimento. Os melhores vendedores não nasceram prontos, eles aprenderam, treinaram e aprimoraram suas técnicas. Venda é método, estratégia e execução. Quanto mais você estuda e pratica, melhor se torna. Então, a pergunta é: você está disposto a se tornar excelente?
A gente já sabe da importância de falar uma segunda língua pra vida profissional e pro lazer, mas você sabia que uma pessoa bilíngue também tem vantagens cerebrais que servem pra vida toda? Sim, meu amor! São muitas vantagens e quanto mais cedo aprendemos uma nova língua, melhor! Aperte o play pra ouvir esse papo bem gostoso e sinta-se motivado pra exercitar o cérebro! WIZKIDS Inglês para cada fase da infância. É Wizard. É WizKids. É WOW! Clique no link e ganhe 4 aulas grátis!: https://mamicas.page.link/Momento_WOW_WizKids_Mamicas REDES SOCIAIS Kátia Ligeiro, Gerente de Produtos da @pearsonlanguages e @wizardbrasil.oficial Andre L Souza - @oandrelesouza Andreia Pazos - @deiaduboc Agatha Ottoni - @agathaottoni ARTE DA VITRINE: Felipe Camêlo Baixe Versão Wallpaper da Vitrine CONFIRA OS OUTROS CANAIS DO JOVEM NERD Mande suas histórias, críticas, elogios e sugestões para: canecademamicas@jovemnerd.com.br APP JOVEM NERD: Google Play Store | Apple App Store