Os quatro odiados, Malavolta, Cássio, Moisés e Osvaldo, professores das áreas de humanas e linguagens, encontram-se semanalmente para debater temas universais e os hypes do momento. Explorando as áreas da Filosofia, Sociologia e Literatura, a polêmica aqui é garantida e a descontração também. Quer conferir o resultado? Dê o play e se enforque na corda da liberdade!
No último episódio da quarta temporada os três odiados, devidamente assessorados pelo editor Luiz Leão e pelo produtor Lucas Vasconcellos, bateram um papo reto sobre a questão do pânico moral, instrumento amplamente utilizado nos processos eleitorais dos últimos anos em diversos países. A partir de autores como Stanley Cohen, Marshall McLuhan, Émile Durkheim e Edmund Burke, o papo rendeu bastante, entre temática séria e descontração necessária. Ficou curioso pra ver como ficou? Aperte o play e confira o episódio que ficou tudo, menos óbvio!
Nesse episódio os três odiados tratam da questão da fome, tema desagradável, mas extremamente urgente no país em que vivemos. Utilizando autores como Josué de Castro e Peter Singer, eles fazem a diferenciação, por exemplo, entre comida e commodity, para tentar compreender como o "celeiro do mundo" pode ter dezenove milhões de pessoas passando fome e cento e dezesseis milhões de indivíduos com algum nível de segurança alimentar. A fome é um fenômeno geográfico. Será que essa forma de produção é sustentável do ponto de vista ambiental? Existe alguma relação entre fome e dificuldade de aprendizagem? E entre fome e o uso de drogas? Para ouvir algo sobre essas e outras questões, aperte o play e confira essa conversa que é tudo, menos óbvia.
Nesse episódio os três odiados batem um papo sobre a bajulação dos bilionários na sociedade contemporânea. Para falar sobre isso, no entanto, usando nomes como John Pilger, Milton Santos, István Mészáros e Michael Sandel, eles refletem sobre o funcionamento geral do sistema capitalista, suas relações entre liberdade e autoritarismo, e os elementos que permitem a existência das grandes fortunas em um mundo como o nosso. A partir daí, toma-lhe crítica! Ficou curioso para saber como ficou o resultado? Aperte o play e confira esse papo, que é tudo, menos óbvio!
Nesse episódio os três odiados, partindo das relações entre ideias e realidade presentes nas filosofias de Hegel e Marx passeiam, num papo à beira do caos e do absurdo, por temas que vão da diferença entre "opinião" e "ideia" no mundo contemporâneo às concepções que têm movimentado a cena política no nosso país. E é claro que em um episódio com esse título, figuras como Pepe Mujica e Lula não poderiam faltar. Ficou curioso para saber como ficou essa balbúrdia? Aperte o play e confira mais esse bate papo que é tudo, menos óbvio!
Nesse episódio, que começa com ironia até no nome, os três odiados tentam compreender, a partir da leitura da "Declaração universal dos direitos humanos" de 1948, os movimentos históricos responsáveis pelas modificações de representação que fizeram com que, atualmente, a noção de direitos humanos esteja sendo associada, não só no Brasil, a uma ferramenta de consolidação de privilégios de grupos sociais marginalizados. Não é uma reflexão simples, mas ainda há espaço para alguma dose de humor no bate papo. Ficou curioso pra saber o que rolou? Aperte o play e confira o resultado!
Nesse episódio os três odiados problematizam a ideia já consagrada de "jeitinho brasileiro". Para tanto, utilizam autores já clássicos nesse debate, como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, mas também trazem contribuições mais contemporâneas, como a de Chico de Oliveira. Passeando pela ideia de construção de caráter nacional, a partir de Norbert Elias, eles buscam traçar os elementos para a compreensão daquilo que faz do Brasil aquilo que ele é. Bateu a curiosidade? Aperte o play e acompanhe esse papo que é tudo, menos óbvio.
Nesse episódio, sob o pretexto de falar sobre a viabilidade da terceira via nas eleições presidenciais, os três odiados passam a limpo alguns conceitos fundamentais para a análise do capitalismo contemporâneo. Passeando por Robert Castel, Anthony Giddens, John Keynes e István Mészáros, dentre outros, o bate papo rendeu, entre a tensão e o humor, com direito ao "fala que eu te escuto" de sempre. Ficou curioso a respeito do resultado? Aperte o play e confira!
Apesar do tom sarcástico do título, que tem meramente o intuito de chamar a atenção dos possíveis ouvintes, os três odiados refletem neste episódio sobre a complexa relação entre vingança e justiça. Dentre as questões tratadas, vale ressaltar as comparações entre os diversos tipos de códigos de justiça ao longo da história, o desenvolvimento da noção de individualidade e de impessoalidade a partir da modernidade, e as relações entre estes elementos e o amadurecimento dos sistemas jurídicos contemporâneos. Ficou curioso para conferir o resultado? Aperte o play e escute esse bate papo!
Nesse episódio os três odiados refletem sobre as relações de trabalho, cada vez mais precarizadas, presentes nas sociedades contemporâneas. Utilizando autores como Maurizio Lazzarato, Milton Santos, David Harvey e István Mészáros como arsenal teórico, o papo passou por temas como uberização, financeirização do capital, endividamento social, pejotização, simbiose humano/máquina, fim da era do proletariado clássico. Bateu aquela curiosidade? Aperta o play e escuta esse papo extremamente necessário!
Tem sentido temer a morte? É possível produzir alguma conclusão sobre a morte? É justo ter que pagar para morrer? Estas e outras questões são tratadas pelos três odiados numa conversa profunda e divertida, no terceiro episódio da temporada denominada pelo Osvaldão de "em favor das causas perdidas". Bateu a curiosidade? Aperte o play e curta esse papo, do qual nenhum de nós consegue escapar.
Nesse episódio os três odiados Cássio, Osvaldo e Moisés conversam sobre fidelidade, casamento, natureza, monogamia, sexo e direito, não necessariamente nessa mesma ordem! Bateu a curiosidade? Aperte o play e escute o papo dessa galera!
No primeiro episódio da quarta temporada os odiados abordam, com a participação do geógrafo e advogado Djalma Romes, as percepções ideológicas e as questões geopolíticas por trás do conflito entre Rússia e Ucrânia. Aperte o play e confira esse papo!
Nesse episódio os quatro odiados debatem sobre a política de armas do governo Bolsonaro. A conversa rolou antes do último decreto de armas promulgado, mas já eram perceptíveis avanços profundos na liberação de armamento por parte do bolsonarismo. Nossos heróis aproveitaram a morte de uma adolescente baleada por uma amiga em um condomínio de luxo como motivação para o papo. Quer saber como ficou? Dá um play e confere esse episódio que ficou "tiro, porrada e bomba"!
Nesse episódio os quatro odiados falam Dele, aquele cujo nome não pode ser dito segundo algumas crenças, o tudo, o nada, a sumidade da sabedoria e do poder, o tudo, o nada, ou simplesmente o instrumento de manipulação de massas: Deus. De considerações antropológicas a reflexões filosóficas e literárias, o assunto rendeu. Quer conferir o resultado? Aperta o play e escuta o Cofecommilque!
Nesse episódio os quatro odiados conversam sobre as origens mais primitivas de suas áreas, assim como das civilizações, tratando da questão do Mythos. Ele que antecedeu a filosofia como forma de explicação, que foi expresso nos textos literários mais fundamentais de nossa história, e que é objeto por excelência na tentativa de compreensão das sociedades. Nessa conversa que envolveu tanta coisa, surgiu até oportunidade para avaliar a deformação do Mythos nos mitos políticos. Ficou curioso(a)? Aperta o play e confere o resultado!
Nesse aguardado episódio os odiados conseguiram receber a poderosíssima Consuelo Holanda, para inserir a área das Artes na discussão sobre a pornografia. Temas como a relação entre o feminismo e a pornografia, a cultura do estupro e a indústria pornô e as relações sexistas no próprio universo da arte foram alguns dos tratados nesse bate papo tão profundo quanto descontraído. A diferenciação entre pornografia e erotismo também fez parte dessa conversa. Quer conferir o resultado? Aperte o play e curta o porncast!
Nesse episódio, os quatro odiados retomam uma análise que fizeram há quase dois anos, no episódio "Felicidade foi-se embora?", a respeito do lugar ocupado pelo Brasil no ranking de felicidade da ONU, avaliando sobretudo os impactos da Covid 19 nesses resultados. Quer saber o que rolou? Aperta o play e escuta a nossa conversa!
E agora? Lula elegível! Nesse episódio Bruno Malavolta, Cássio e Osvaldo debatem sobre as consequências morais e políticas dessa nova situação decorrente das decisões do Supremo. Como ficam Moro e Dalagnol? E o governo Bolsonaro? E 2022? Para saber a opinião dos cofers sobre esses assuntos dê o play e curta o episódio!
Os odiados discutem as tretas do BBB21 e, para isso, recebem Miguel Rodrigues, irmão de nosso odiado Cássio, professor da UFMS e especialista em Estudos Culturais. Entre a teoria e o trash, os odiados, muito bem reforçados pela ala esquerda, discutem os limites ou deslimites da militância e do estereótipo, caminhando entre a rua e a sociedade do espetáculo. Quer conferir o resultado? Dê o play e de enforque na corda da liberdade!
Bruno e Cássio conversam com a psicóloga Carolina Marçal e com o empresário Felipe Amaral sobre as diversas formas como pessoas pretas vem ocupando espaços de mercado, mídia e política. Passando pelos temas do racismo, a construção da subjetividade e a estrutura do Brasil, os convidados nos dão um painel profundo, pautado em suas próprias experiências, a respeito da representatividade em nosso tempo.
Aquele que inaugura um novo bloco do CofeComMilque intitulado COFEBREIQUENEWS, em que os odiados abrem mão do conforto de sua quarentena para discutir o panorama político e social brasileiro, durante a crise gerada pelo canalh... digo, Covid-19. No episódio, os três odiados, Bruno, Cássio e Osvaldo, se propõe a conversa a respeito do recrudescimento da violência no discurso e nas ações do governo Bolsonaro, bem como de sua enraivecida militância. Quer conferir o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade!
Aquele depois do fim, que virou, ironicamente, o de número 13, no qual os odiados, Malavolta em Goiânia e Cássio e Osvaldo em Uberlândia, avaliam os efeitos da demissão de Sérgio Moro para o governo Bolsonaro. Em uma conversa curta e muito descontraída, os odiados falaram da relação entre esquerda e direita, do caráter do ex-juiz e agora ex-ministro, das possíveis implicações políticas e jurídicas de todos esses fatos, da relação entre Bolsonaro e Paulo Guedes, e até de como o bolsonarismo tende a rearticular as relações das famílias daqui em diante. Quer conferir o resultado? Dê o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
No último episódio de uma temporada gravada em meio a uma das maiores crises de saúde e economia da história recente, os odiados se dedicaram a refletir sobre a questão da saúde mental em tempos de pandemia e quarentena. Estimulados pelo Cássio que, por meio de Freud, lembrou que a tensão é situação constante do nosso psiquismo, Osvaldo e Malavolta trataram das ambivalências dos nossos tempos, transitando pela sociologia de Bauman e pela relevância do tema da morte para a própria existência da literatura. Cássio lembrou que a guerra (do Peloponeso) e a peste que vitimou o próprio Péricles deram início a um dos períodos mais ricos de reflexão sobre a questão dos valores, na filosofia. A partir daí, o Osvaldo lembrou de como as possibilidades de pandemia são potencializadas pelas condições de globalização capitalista, enquanto o Malavolta ressaltou os aspectos nefastos da necropolítica contemporânea, mas também lembrou como esse momento pode ser uma oportunidade de reflexão para aqueles que, como diria Guy Debord, vinham sendo empurrados pela lógica do espetáculo. Quer conferir o resultado? Dê o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele em que os odiados conversam com o psicanalista Igor Lima a respeito de amizade e solidão no mundo contemporâneo, passando por Agamben, Derrida, Aristóteles, Lacan, Freud, Pitágoras, Epicuro, Alain de Botton, entre outros amigos e inimigos dos cofers, menos o Olavo de Carvalho, é claro. Cássio, que entende, junto de Aristóteles, que há poucos amigos, nos explica que, para Pitágoras, o filósofo não deveria reter nenhum saber, e daí o caráter dialógico da filosofia; Igor nos dá notícias a respeito das "multidões solitárias" que frequentam o seu setting psicanalítico, entendendo a amizade como um investimento libidinal, que iria diminuindo ao longo de nossas vidas; Osvaldo nos lembra que, em nosso mundo contemporâneo e consumista, quanto mais conectados, na verdade, mais sozinhos vamos ficando, analisando a amizade menos por seu "laço afetivo" e mais por seu "laço material", como bom pensador materialista e dialético. Ora, não amigos ou inimigos, meu caro Aristóteles, mas tão somente você, caro ouvinte e conviva da boa quarentena. Quer conferir o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele em que os odiados partem dos resultados do Pisa, em que o Brasil ocupou a 59ª posição entre 79 países, para discutir se a "crise" na educação seria uma "crise" ou um "projeto", como acreditava Darcy Ribeiro (no episódio confundido - perdoe-nos, mestre - com Leonel Brizola). O Malavolta conduz as provocações, querendo saber de Osvaldo se o Brasil tem jeito e, de Cássio, os porquês do PT não ter federalizado a educação básica. Obviamente, a caricatura bufônica e bunda-mole do excelentíssimo Ministro da Educação, Fábio Weintraub, comparece ao episódio para fins grotescos, venéreos e cômicos. Em tempos de coronavírus, é hora de pensarmos se ainda haverá um país quando voltarmos, e que país gostaríamos de construir no dia após o neoapocalípse. Para tanto, três odiados professores e cheios de ódio-gourmet-do-bem-para-dar reúnem-se para trocar suas impressões acerca do sistema educacional brasileiro. Quer conferir o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele em que os odiados retomam as conversas sobre o covid-19 com Rafael Basso, filósofo que atualmente reside em Paris, que atualmente cursa seu doutoramento pela Escola Normal Superior, e também com Daniele Moraes, química formada pela Unesp de Araraquara, e gerente de compras e licitações da cidade de Araraquara, sendo também responsável pelos suprimentos do SUS. Também terminamos o nosso papo com Natália Barbosa, que está em Stanford, em seu pós-doutoramento. O episódio, também gravado no isolamento da quarentena, conta com a presença à distância de Cássio e Osvaldo, de Uberlândia, e Bruno, em Goiânia. Quer conferir o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele em que os odiados conversam sobre os efeitos políticos, sociais e econômicos do covid-19 com Natália Barbosa, farmacêutica que atualmente realiza seu pós-doc na universidade de Stanford,na Califórnia, e com Amadeu Bego, professor de química do Instituto de Química da Unesp de Araraquara, que está em Cambridge, nos Estados Unidos, como professor convidado na universidade de Harvard. O episódio, gravado no isolamento da quarentena, conta com a presença à distância de Cássio,de Uberlândia, e Bruno, em Goiânia. Quer conferir o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele em que os odiados, em sintonia com o final de semana de coronamanifestações conservadoras e obtusas (desprovidas de inteligência - 15/03/20), proseiam sobre movimentos socias. Indo do clássico movimento operário do século XIX aos movimentos contemporâneos agrário, gênero, antiglobalização, etnia e congêneres, Bruno, Cássio e Osvaldo debatem sobre consciência de classe, transformação, coletivos literários, lugar de fala, individualidade, literatura marginal, representação, ideologia e cenário político atual, tateando autores como Hanna Arendt, Axel Honneth, Maria da Glória Gohn, Ilse Scherer-Warren, Lillian Schwartz, Paulo Leminsk, Karl Marx, Alain Touraine, Peter Singer, dentre outros. Em diálogos eivados de reflexões sobre os fatos políticos atuais absolutamente patéticos, como uma secretária da cultura que despreza em seu discurso produção cultural do que é considerado ideologicamente minoria ou de um presidente que utiliza um comediante para falar com a impressa, só para citar algumas das inúmeras desventuras em série de um governo grosseiro/autoritário com o cidadão, os odiados mesclam nesse episódio reflexões teóricas, conceituais com a análises lúcidas da história do Brasil, passando pela abolição da escravatura, era Vargas, tropicália, “diretas já”, até fatos mais recentes como as manifestações de junho de 2013 e o avanço da ideologia de extrema-direita em solo nacional. Destarte, questionamentos como "reivindico, logo exsito?"; "escrevo, logo transformo/aglutino?"; se o estado brasileiro foi construído com o silenciamento dos movimentos sociais?; quanto pior, melhor ou pior?; levaram nossos queridos odiados a produzir um episódio equilibrado e incômodo. Quer conferir o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele em que os odiados refletem sobre o velho bordão, que talvez nunca tenha estado tão atual, "bandido bom é bandido morto". A partir do questionamento do Cássio sobre o nível de responsabilidade da impunidade nos números da criminalidade no Brasil, Osvaldo começou por lembrar, com Durkheim, que o crime é um fato social normal e, portanto, geral, apesar dos números desconfortáveis que temos no país. A partir daí temas como a morosidade jurídica, a ineficiência das investigações policiais e a falta de acesso aos bens de consumo entraram no debate. Com as obras "O cortiço" e "Memórias de um sargento de milícias", o Malavolta tentou desvendar a mentalidade escravocrata da elite nacional. Aliás, alguém lembrou que as milícias chegaram ao poder. Cássio lembrou, com Zizek e Milton Santos, de uma violência que é exercida sobre as periferias diariamente, objetiva ou estrutural, e que por vezes é desconsiderada nas análises sobre a criminalidade. Com Loic Wacquant, lembramos a tendência do Estado de tratar questões de miséria como questão de polícia. Mas o Osvaldo, o utópico mais ranzinza do planeta, lembrou da força da cultura negra na resistência, desde Jorge Ben Jor afirmando que "Negro é lindo" até Emicida, retomando Belchior e dando voz à Majur e à Pabllo Vittar, dizendo que "Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro". Quer ouvir tudo isso em detalhes e o que mais rolou na conversa? Aperta o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele no qual Bruno, Cássio e Osvaldo, juntamente com a Inà Avessa (Rapper e MC, que está com o álbum "Dia a dia e noite", gravado com o Guilherme Eurípides, nas plataformas digitais) e com o Lucas Vasconcellos (produtor musical e podcaster do Berimbolo Musical), falam sobre música brasileira. O Bruno, que conduziu a conversa, levantou questões como se o rap é poesia ou se o negro brasileiro tem apresentado a mesma capacidade de mobilização social, atrás da música, do negro estado-unidense. A partir daí a conversa rumou para a questão da democratização dos meios de produção musical, que desembocaram na premiação do Grammy desse ano, que acabam, infelizmente, sendo limitadas pela falta de democracia dos meios de difusão dos produtos musicais. O Lucas lembrou o Kondzilla, maior produtora de funk do país, que virou um selo de difusão que termina por homogeneizar linguagens e privilegiar quem tem capital para investir em produção. Cássio lembrou de uma expressão de Florestan Fernandes, o negro no mundo dos brancos, e a conversa migrou, naturalmente, para as relações entre capitalismo, racismo e machismo, com a lembrança feita, pela Inà, do próprio filósofo Achille Mbembe. Ela também lembrou de como a audição solitária que fazemos hoje representa um limite para a arte, gerando um consumo sem vivência do que se consome. A violência policial que pesa sobre os eventos de periferia também foi tema da conversa, e assim a Inà foi mostrando pra gente como é pesado ser a "Preta de quebrada original" que ela é. Ela, no entanto, sabe que não lhe resta outra opção a não ser a batalha, e cita uma frase do parceiro Guilherme Eurípides: "nado no esgoto ou construo meu barco". O episódio termina com a maravilhosa música "Permita-se". Quer ouvir tudo isso em detalhes e o que mais rolou na conversa? Aperta o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele em que eles surfam nos meandros da internet, discutindo a cultura das séries e a cybertelefilia que dominou nosso tempo livre. Os convidados especiais para esse episódio são Larissa Paiva e Thiago Maia, do podcast Supercuts, especialistas em análises da sétima arte e parceiros da produtora Élis Estúdios. Bruno, que conduz o papo, espreme nossos convidados com perguntas que não pretenderam calar: estariam as séries suplantando o gênero do filme? Seria possível produzir séries de arte no mesmo nível que a indústria cinematográfica? Se o filme pretende dialogar com o romance, qual é o diálogo entre a série e a literatura? Estaria o gênero do filme condenado à morte, devido às novas contingências sociais? E o papel do diretor sobreviveria aos novos tempos em que produtores passam a dominar a cena? Ao longo do episódio, várias “relíquias da cultura ocidental” dão o ar da graça: Friends, Deuses Americanos, Hill Street Blues, Breaking Bad, House of Cards, Mind Hunter, entre outros. Cássio troca a biblioteca costumeira pela locadora da sua quebrada e faz reflexões sobre o tempo ocioso com os filhos no cinema e na frente da televisão, aproveitando as reflexões de Byung Chul-Han, e Osvaldo reflete sobre a alienação contida nos “embutidos americanos”. Quer saber o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele no qual eles pretendem usar a chama acesa no meio do mato do social para incendiar os fascistas, e que já começou tenho o título censurado nas redes sociais, cujo controle parece não ser muito afeito às metáforas. Utilizando, sobretudo, o arcabouço teórico de Hannah Arendt, o Cássio levantou questões como qual seria a disposição psíquica para a emergência do fascismo, ou quanta política de fato existia em sistemas como o Nazismo e o Stalinismo. O Osvaldo trouxe o debate para a tendência contemporânea presente em alguns discursos de retomarem a lógica que culminou no Holocausto. Proust, Wilde e Brecht apareceram, em contextos distintos, no episódio, lembrando o flerte indissociável entre política e cultura, sobretudo em experiências totalitárias. Zizek e Mbembe foram lembrados para recordar a importância do rebaixamento jurídico dos sujeitos em todo projeto de cunho racial. O Malavolta utilizou os critérios do Umberto Eco pra avaliar a que distância o Bra(z)il anda do famigerado fascismo. Quer saber o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Aquele em que os odiados têm uma “resenha” a respeito da estética e seus efeitos sobre a psique e a aceitação social. Instigados pelos dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que apontam que nos últimos 10 anos houve um aumento de 141% de realização de cirurgias plásticas no Brasil, Cássio, Bruno e Osvaldo debatem sobre temas como a beleza, juventude, aparência, e os sentimentos ambíguos que envolvem aqueles que se predispõem a intervenções no corpo, com efeitos na “alma”. Eivado de filosofia, literatura, sociologia, ironia e comicidade o debate sobre esse tema visceral numa sociedade escópica pode mudar sua percepção de aceitação de “si” e do “outro”, do seu invólucro (hardware - corpo) e de seu conteúdo (software – caráter). Quer conferir o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! CofeComMilque é Bruno Malavolta, Cássio Rodrigues e Osvaldo Machado; Fale conosco: cofecommilque@gmail.com; Siga-nos no Instagram: @cofecommilque Este programa é produzido e editado pela Élis Estúdios.
No retorno dos odiados às reflexões, o tema dos temas: a morte e sua relação com a própria vida. Na falta do Moisés pra coordenar a parada, os nômades do sudeste no centro-oeste se revezarão no comando das discussões. Nesse primeiro, o Cássio deu o pontapé inicial com a seguinte pergunta: diante do absurdo da vida, é preciso morrer? A resposta a essa e a outras questões envolveu Gorge Bataille, Jean-Paul Sartre, Jacques Lacan, Émile Durkheim, Byung-Chul Han e Roger Scruton, em reflexões que chegaram até o limite entre o erotismo e a pornografia. Quer conferir o resultado? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! Dúvidas, comentários e sugestões @cofecommilque no instagram! Este podcast é produzido e editado pela Élis Estúdios.
Este episódio dos quatro odiados é uma regravação do episódio ao vivo, gravado na livraria Palavrear, em Goiânia, com casa cheia e ilustre presença de Ailton Krenak, líder indígena, escritor e ambientalista brasileiro, que gentilmente nos deu uma palhinha a respeito dos temas “sociedade do cansaço”, “sociedade do espetáculo”, “ócio e trabalho” e “capitalismo tardio e fins do sono”. Nem tudo na vida são flores, ou, como diria o Baudelaire, há flores que são “do mau”, mas igualmente belas e fatais: o áudio da gravação, por motivos de hybris, moiras, maldições e outras influências cosmogônicas, ficou imprestável. E lá se vão os quatro odiados exaustos gravarem novamente o episódio, dessa vez para o público da internê. Byung-Chul Han utiliza o termo “sociedade do cansaço” para falar de um período que sucede a sociedade disciplinar, tal como a apresentava Michel Foucault. Na percepção social foucaultiana, apesar de haver uma internalização da disciplina, essa ainda se dá a partir de uma estrutura panóptica, que produz a sensação pessoal de se estar sendo constantemente visto. É toda uma arquitetura social, ancorada na diferença de possibilidade de visão, que produz a autodisciplina. Mas isso ainda exigiria uma percepção de alteridade muito clara, o que produzia uma sociedade imunológica, na qual a elaboração do “eu” passaria fundamentalmente pela negação do “outro”. Segundo Byung-Chul Han o homem da sociedade do cansaço é multitarefas, e por isso está muito mais perto do animal selvagem que do homem prudente de Aristóteles e Epicuro. De acordo com Han, o “animal não pode mergulhar contemplativamente no que tem diante de si, pois tem de elaborar ao mesmo tempo o que tem atrás de si”. Desse modo, se desde a antiguidade a filosofia vincula algum nível de contemplação à possibilidade de se atingir felicidade plena, e se a capacidade de contemplar tem sido subtraída dos sujeitos contemporâneos, muito mais próximos dos animais não humanos que dos sujeitos da filosofia, podemos considerar que a sociedade atual aniquila as possibilidades de uma plenamente realização da subjetividade dos homens e mulheres que nela se encontram. Calcada na lógica da produtividade, infelizmente, a sociedade contemporânea está mais próxima ao que Marx prenunciara, em sua vasta obra, do que nos sugeriram Aristóteles e Epicuro, que do alto de seus latos e profundos saberes sugeriram: “comtemplem” (desacelerem ou popularmente: toque/ligue o foda-se!). O direcionamento ideológico da “busca pelo sucesso”, do lucro, encarnado na moda coach, nada mais é que uma nova manifestação da forma de sociabilidade presente na lógica do capital, em que o ser é consumido pelo produto e se consumindo pelo ideal de “desempenho” no qual o indivíduo acorda pra trabalhar, dorme pra trabalhar, corre pra trabalhar, sem ter tempo de ter, tempo livre de ser, de nada ter que fazer, até se encontrar perdido no mundo criado por ele, não vendo além da fumaça, o amor e as coisas livres, coloridas, nada poluídas. Esta será a diretriz de um outro livro, que habita o título desse debate. Jonathan Crary, em sua obra “24/7: capitalismo tardio e fins do sono”, refletirá acerca da invasão do capitalismo sobre a última fronteira ainda não dominada pelo ideal produtivista, em seu avanço sobre a completude dos fazeres da atividade humana: o sono e o sonho. A expressão 24/7 reflete o ideal de mundo da perfectibilidade produtiva, em que não há “perda de tempo”, já que não há tempo dedicado ao repouso. Isso, é claro, não diz respeito apenas à possibilidade de se criar, através da indústria farmacêutica e da engenharia genética, um funcionário perfeito, que não durma e que trabalhe 24 horas durantes 7 na semana. Reflete, sobretudo, a possibilidade de um consumidor 24/7, já que o sono é o único momento em que, efetivamente, estamos inaptos ao consumo das imagens do capitalismo tardio, mergulhados que estamos na produção de imagens subjetivas a partir de nosso próprio inconsciente.
Aquele em que os quatro odiados são arremessados sem as suas metades nas águas de eros, e refazem a cena do banquete de Platão, discutindo amor, paixão e sexo. O amor nem sempre foi isso que chamamos por esse nome: ele já foi, para Platão, eros (a paixão), philia (a amizade) e ágape (o amor superior, quase divino), e Cássio nos explica que a principal diferença entre paixão e amor é que esta primeira é uma forma de sofrimento passivo, enquanto o amor é transitivo e pode transcender-se até o abstrato: pode-se amar a justiça e a beleza, ainda que Platão entenda que aquilo que amamos é uma cópia do ideal. Tudo isso é muito diferente dos amores modernos, e é pela literatura que os odiados fazem o link: “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe, é o marco do início do Romantismo, e também o momento em que a expressão “morrer de amor” ganha a conotação que conhecemos hoje. Werther decide morrer para abreviar o sofrimento causado pela impossibilidade de realizar o seu amor por Charlotte, e o suicídio ficcional do personagem Werther levou a uma onda de suicídios na Europa do século XIX – o que a psicologia nomearia como “efeito Werther”, e que voltou a repetir-se recentemente com a exibição do seriado “13 reasons why” pela Netflix, quando muitos adolescentes cometeram suicídios influenciados pelo personagem principal da trama: um jovem suicida. Esse excesso de amor de Werther é o mesmo que encontramos no cinema, nas músicas e nas telenovelas: uma necessidade de revestir a vida de sentido a partir da dependência sentimental de um outro. É Heidegger, segundo pensam Cássio e Osvaldo, que vai resolver este fardo do outro para nós, ao entender o ser humano como um ser faltoso por excelência. Como a nossa falta é intrínseca e insaciável, então, na verdade, não existe completude: e daí ficamos livres de encontrar aquela “metade da laranja” que fez o Fábio Júnior ficar tão rico, como lembrou Osvaldo. “Ninguém é obrigado a dar sentido em nossa vida”, nos diz Cássio, e Bruno esclarece que essa noção de “sofrência”, cultivada nos dias de hoje nas canções do gênero sertanejo, tem sua origem na “coita” medieval, de onde se origina a palavra “coitado”, ou seja, respectivamente palavras para “dor amorosa” e “aquele que sofre de dor amorosa”. Em suma, não seria, até hoje, a nossa atitude amorosa uma invencionice da literatura provençal, uma cópia de costumes medievais que preservamos até hoje, na forma de tradição? Cássio observa, entretanto, recuperando Durkheim, que sentimentos são construções sociais, e Moisés, interceptando o raciocínio, acrescenta que o amor é coercitivo, mas é possível modificá-lo, na configuração de novos laços afetivos, embora nesse jogo nem tudo seja permitido. Lévi-Strauss entenderia, na mesma esteira, que a cultura é construída sobre a interdição e o proibitivo, o que leva Bruno e Osvaldo a debaterem os limites do narcisismo e do fetichismo: até que ponto é possível nutrir um fetiche que não é socialmente aceito? A psicanálise entenderá que a perversão é algo bastante oposto ao amor, e que o comportamento do perverso nada mais é que uma tentativa de gozar sem a presença do outro, ou seja, sem a presença da linguagem. A moralidade e a imoralidade são o gancho para Cássio recuperar Nietzsche, alegando que todo moralista é um canalha, já que ele não suporta olhar para seu próprio vício. Assim como na moral do escravo nietzschiana, o moralista precisa censurar no outro o defeito que, na verdade, não suporta ver em si. É o caso do esquerdo-macho, que adota uma prática discursiva progressista mas mantém em sua conduta atos do machismo mais atávico, censurando no outro aquilo que mantém na sua prática interpessoal. É de Cássio o desfecho: amor verdadeiro e desinteressado mesmo é o de mãe, que, assim como Slavoj Žižek interpretou na figura de Cristo, entrega-se à morte sem interesse de troca, com a única intenção de salvar seus filhos de seus vícios.
Aquele em que nossos quatro intrépidos e odiados pegam rabeira nos meandros da internê, discutindo questões de cybercultura e cyberespaço. Osvaldão dá o passo inicial para Pierre Levy, definindo cyberespaço como a rede em que se produz a cybercultura – incluindo os nudes! Moisés dá um carrinho na questão e pergunta para Bruno qual seria a diferença entre o real e o virtual e Bruno chama truco ao citar o filósofo Guy Debord, de “A sociedade do espetáculo”, alegando que “no mundo realmente invertido, o real é um momento do falso”. Cássio, que observava a discussão com o queixo apoiado sobre o punho esquerdo, chama seis e cita Marshall McLuhan (“Os meios de comunicação como extensão do homem”): o que interessa no cyberespaço é o próprio meio, ou seja, a forma como nós interagimos com a realidade a partir de uma certa maneira disposta por ele. Após algum bate-bola no meio do campo, Moisés se pergunta se não seria o mundo virtual uma espécie de duplo oscarwildeano em que mostramos o que escondemos na realidade, e Bruno e Osvaldo refletem sobre as relações entre perversão, pulsão de morte e redes sociais. Trocando as ondas fluidas da internê pelas areias movediças da democracia, os quatro odiosos e odientos se interrogam sobre as relações entre democracia e mídias sociais, quando Cássio tira de trás da orelha de Moisés mais um filósofo que só ele leu: Yascha Mounk (“O povo contra a democracia: Por que nossa liberdade corre perigo e como salvá-la”), deixando nosso ouvinte reflexivo ao se perguntar: éramos tão democratas antes da internet? Cássio e Mounk acreditam que não, já que nós amamos mais o dinheiro que a democracia, e o fantasma de Karl Marx aparece no áudio: a Burguesia acordou o demônio do capitalismo, que ela própria não consegue mais controlar. Moisés, ciente de que magia só se combate com magia, pergunta a todos se a internet não nos teria devolvido a alma que a ciência nos roubou (!). Cássio então toca para Milton Santos (“Três aspectos da globalização”), que passa a bola para Ciro Gomes, lembrando da democratização dos desejos mas não da satisfação, que inverte para Aly Muritiba, diretor do filme “Ferrugem”, ganhador do Festival de Gramado, que de canhota joga para Sartre e Dostoiévski, que prendem demais a bola ao discutir se no mundo sem Deus tudo é permitido, quando a bola é roubada por Slavoj Žižek que revida: no mundo sem Deus “nada” é permitido. Na falta de um bandeirinha, Cássio levanta impedimento dizendo que a gestão pessoal do desejo é uma puta de uma sacanagem com o sujeito. Bruno, provavelmente cansado de raciocinar, volta a questão para a literatura, perguntando a Cássio se o mundo das “neuroses”, dos “traumas” e do “outro” descrito por Clarice Lispector não teria chegado ao fim, dando lugar a uma visão fetichista e objetificada das relações sociais. Sufocados no arrastão de tantas perguntas que eles próprios levantaram, nossos odiados decidem sair de fininho pela porta dos fundos da “deep web”. Mas deixam de lembrança a leitura de três textos, para finalizar: de Guy Debord, Karl Marx e o poema quase inédito “Musas”, de Eduardo Sterzi.
Aquele em que eles analisam uma das principais barbáries nacionais, a perversa concentração de renda. A partir de dois relatórios elaborados pela ONG OXFAM em parceria com o DATAFALHA, respectivamente intitulados “País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras-2018” (disponível:https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/arquivos/relatorio_desigualdade_2018_pais_estagnado_digital.pdf) e “Nós e as desigualdades: percepções sobre a desigualdade no Brasil” (https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/arquivos/relatorio_nos_e_as_desigualdades_datafolha_2019.pdf0), os quatro odiados, na verdade nesse episódio três, uma vez que o integrante Bruno Malavolta não pôde colaborar com o tempero literário pelo nobre motivo de seu doutoramento, debatem sobre como a desigualdade social historicamente vivida pelo brasileiro produz uma ambivalência desumana, em que 1% do estamento social mais rico do país vive como uma espécie de casta que desfruta privilégios, como acesso à educação de qualidade, saúde, lazer, segurança, parafraseando Engenheiros do Hawaii, sob os muros e as grades que os protegem de quase tudo, e nada lhes protege de uma vida sem sentido. E diante dessa realidade sem sentido Cássio ressalta, com base na obra "Linhagens do Estado Absolutista" de Perry Anderson, que o Estado Moderno nasce garantindo o domínio da nobreza e da burguesia, (basta lembrar que só pobres pagaram impostos inicialmente) impondo seus interesses à dinâmica da vida em sociedade, vilipendiando os demais estratos sociais. Enquanto Moisés enfatiza dados perturbadores como a percepção de 49 % dos brasileiros que acham que a renda mínima para estar entre os 10% mais ricos é de 20.000 reais mensais, em contraposição com o dado que revela que apenas 1% dos brasileiros possuem renda entre 20 e 30 mil reais, revelando que a concentração de renda é mais absurda do que o cidadão brasileiro consegue perceber. Já Osvaldo traz para o debate uma espécie de “geografia da concentração de renda”, relembrando que em 2010 a Cidade de Goiânia figurou no cenário internacional entre as 10 cidades do mundo com maior concentração de renda. Assim, nesse episódio os odiados transitam por temas como o avanço das religiões de matriz protestante, que em solo nacional engendram, através da teologia da prosperidade, a ideologia de que pela fé o indivíduo consegue ascender socialmente; passando pelo debate da escolarização/meritocracia, Cássio, Moisés e Osvaldo refletem sobre os 49% dos brasileiros que acreditam na falácia de que ter diploma é garantia de emprego; enfim, ouvindo todo o episódio você perceberá que o fio condutor que vai ligando os assuntos e seus debatedores é a possibilidade do exercício da cidadania em um cenário de profunda concentração de renda, que favorece a formação de uma ínfima casta endinheirada em contraposição a uma classe social miserável em condições de vulnerabilidade, parafraseando Racionais, em que o neguinho vê tudo do lado de fora. Quer conferir como ficou? Dê um play e se enforque na corda da liberdade!
Aquele em que eles falam sobre o significado das concepções de direita e esquerda na conjuntura brasileira. Partindo das definições de Destutt de Tracy e Karl Marx, Osvaldo iniciou a conversa, estimulado pelo Moisés, falando do conceito de Ideologia. A partir desse momento, o próprio Osvaldo se esforçou por delimitar minimamente os campos conceituais da direita e da esquerda, no que foi auxiliado pelo Cássio, utilizando Thomas Piketty, autor da obra “A economia da desigualdade”. A dificuldade para se delimitar com exatidão os pensamentos de direita e esquerda ficou clara quando Cássio apresentou a percepção de imposto negativo, de Milton Friedman, conhecido economista liberal, autor de “Capitalismo e liberdade”. Os quatro odiados se divertiram tentando responder à capciosa pergunta do Moisés, sobre se o casamento seria de direita ou de esquerda. O pensamento Libertário foi representado a partir da apresentação que Cássio fez das reflexões de Robert Nozick, autor de “Anarquia, estado e utopia”. Mas o pau quebrou mesmo, sobretudo entre o Cássio e o Osvaldo, quando eles entraram na discussão sobre a taxação das grandes fortunas no país. De David Friedman a Karl Marx, da Lei Rouanet ao Marxismo Cultural, nossos sagazes debatedores abordaram em um episódio que oscilou entre a tensão e o humor. Quer conferir como ficou? Aperte o play e se afogue na corda da liberdade!
Aquele em que eles debatem, contando com a companhia ilustre do historiador Moa, a questão do racismo no Brasil. A partir do questionamento de Moisés sobre as diferenças entre o racismo no Brasil e nos EUA, Moa utilizou teóricos como Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre para definir o que denominou de um “racismo sonso”, baseado em pretensas relações de intimidade, que passam pelo diminutivo, lembrado pelo Malavolta como característica lusitana. No fim das contas, a professora era chamada de “professorinha” pelo coronel, menos capaz que ela intelectualmente, para que fossem mantidas as mínimas relações de hierarquia. Malavolta, juntamente com Osvaldo e Moa, lembraram de como a Indústria Cultural manteve o negro em certos locais bem delimitados, longe, é claro, dos espaços decisórios. Aliás, Moa lembrou em algum momento como nos próprios movimentos de esquerda é difícil às vezes encontrar os negros em posições de evidência. Provocado pelo Moisés, um Cássio com uma voz quase inaudível em função da rouquidão apresentou o conceito de “colonialidade”, de Boaventura de Sousa Santos, presente na obra Epistemologias do Sul, fazendo uma vinculação direta entre o sucesso do sistema capitalista e o racismo e o sexismo. Assuntos como jazz, futebol e esportes se alternaram nesse bate papo entre os quatro odiados e esse monstro da História. Malavolta voltou ao velho Machado de Assis, nas “Memórias póstumas de Brás Cubas”, para tentar desvendar a natureza dessa mentalidade escravagista presente nas nossas elites. Quer saber detalhadamente como essa conversa, com pitadas de descontração, se desenrolou? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! ---------- Bruno é poeta e doutorando em Estudos Literários pela Unesp. Cássio é graduado em Filosofia e doutor em História pela UFU. Moisés é iniciado em roadie, direito, gastronomia e graduado em Ciências Sociais pela UFU. Osvaldo cursou direito e é graduado em Ciências Sociais pela UFU. ------ Edição de Arte e Podcast por Vinicius Campelo / viniciusrfc@gmail.com
Aquele em que eles conversam, na ilustre companhia da arquiteta e urbanista Lara Nunes, professora da Universidade Estadual do Mato Grosso, sobre as contradições na vida da cidade. A partir do Estatuto da Cidade, acessível no link , Moisés provocou Lara sobre a aplicação prática de uma lei tão relevante. Ela, além de comentar a natureza desse documento e dos Planos Diretores, esclareceu aplicações e limites de tais instrumentos normativos. Os quatro odiados ficaram fascinados com a destreza com que Lara lhes retirou de certas concepções comuns, como a do Malavolta, de que o metrô é algo que pode melhorar necessariamente as questões do trânsito nas grandes cidades, ou de que exista alguma concepção de beleza da cidade que deva ser adotada de maneira geral. Com afirmações como “a beleza está nos olhos de quem vê” ou “o que é organização pra você não é organização pra mim”, ela retirou os rapazes de certos lugares comuns nos quais esse debate costuma cair. Ancorada em obras como O direito à cidade, de Henri Lefebvre, Espaços de esperança, de David Harvey e O que é cidade, de Raquel Rolnik, ela conduziu uma crítica reflexão sobre questões ácidas como, por exemplo, a relação meio ambiente e cidade. Até o Michel Foucault da “Microfísica do poder” entrou na conversa quando o Cássio provocou a Lara sobre a ausência da voz dos pobres no planejamento da cidade, a partir do parecer técnico sobre o Plano Diretor de Goiânia elaborado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás, acessível no link , questionamento que já havia surgido algumas vezes também nas falas do Osvaldo. Quer ouvir o resultado desse angu todo? Aperte o play e se enforque na corda da liberdade! ---------- Bruno é poeta e doutorando em Estudos Literários pela Unesp. Cássio é graduado em Filosofia e doutor em História pela UFU. Moisés é iniciado em roadie, direito, gastronomia e graduado em Ciências Sociais pela UFU. Osvaldo cursou direito e é graduado em Ciências Sociais pela UFU. ------ Edição de Arte e Podcast por Vinicius Campelo / viniciusrfc@gmail.com
Aquele em que eles debatem, a partir da condenação do comediante Danilo Gentili por injúria, sobre a relação entre humor, liberdade de expressão e o politicamente correto. Partindo do questionamento sobre a dificuldade de equacionar liberdade de expressão artística e inviolabilidade da honra, feito por Cássio a partir do artigo "Liberdade de expressão e a violação ao direito de privacidade e da intimidade”, disponível no link http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15939, Osvaldo demonstrou a bagagem da sua formação jurídica diferenciando injúria de difamação, recordando o caso das biografias não autorizadas no STF. Por meio da gestão balburdiana de Moisés, que incendiou o debate com perguntas como “perco o amigo mas não perco a piada?”, a tensão e as divergências entre os quatro odiados chegaram aos níveis mais elevados de todos os episódios, sobretudo entre Osvaldo e Malavolta! Bruno Malavolta lembrou como a relação entre humor, arte e ofensa vem de longa data, recordando a velha rivalidade do barroco espanhol entre Góngora e Quevedo. Cássio, com a leitura de Zizek, presente na obra “Como ler Lacan”, Zahar, 2010, levantou a questão da nossa relação complicada com a alteridade na contemporaneidade, levantando a questão: o melhor vizinho é o vizinho morto? A partir daí e da leitura de Homero, que sendo grego exalta a beleza do inimigo, nossos nômades no centro-oeste chegaram à reflexão entre moral a moral do escravo de Nietzsche e a alteridade. Pra ver o resultado de todas essas divagações sociofiloliterobalburdianas, aperte o play e se enforque na corda da liberdade! ---------- Bruno é poeta e doutorando em Estudos Literários pela Unesp. Cássio é graduado em Filosofia e doutor em História pela UFU. Moisés é iniciado em roadie, direito, gastronomia e graduado em Ciências Sociais pela UFU. Osvaldo cursou direito e é graduado em Ciências Sociais pela UFU. ------ Edição de Arte e Podcast por Vinicius Campelo / viniciusrfc@gmail.com
Aquele em que eles falam sobre a relação entre Fake News, história e política, em um debate enriquecido pela presença ilustríssima da professora Luciana, de História. A partir da reflexão sobre a relação entre factoide e Fake News e da formação da nossa identidade, suscitada pelo Moisés, a Luciana passeia pela nossa história, elencando de maneira arguta alguns eventos que mostram a manipulação dos fatos na produção de certas compreensões de nós mesmos. A partir de uma frase de Eric Hobsbawm da obra “Sobre a história”, na qual ele diz que a “história oferece um pano de fundo mais glorioso a um presente que não tem muito o que comemorar”, Cássio convida Luciana a refletir sobre o uso e a manipulação do passado para o controle do presente, o que os conduziu a falar de “Nazismo de esquerda” e “Golpe ou Revolução de 64”. Usando a frase de Guy Debord, autor de “A sociedade do espetáculo”, que afirma que no “mundo realmente invertido, a verdade é um momento do falso”, Bruno Malavolta inseriu uma discussão sobre os níveis de manipulação social que passou por Kant, pela avaliação de dados trazida pelo Osvaldo, desembocando em Carlo Ginzburg, que em sua obra “O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício”, avalia a força do uso dos documento e da diferença entre verdade e autenticidade na produção historiográfica. O documentário “Ato de fé”, que mostra a história de frades dominicanos torturados no regime militar, que se encontra no link https://youtu.be/TBbSm5nFVhE, permeou toda a conversa. Quer saber os detalhes? Dá um play agora, e se enforque na corda da liberdade! ---------- Bruno é poeta e doutorando em Estudos Literários pela Unesp. Cássio é graduado em Filosofia e doutor em História pela UFU. Moisés é iniciado em roadie, direito, gastronomia e graduado em Ciências Sociais pela UFU. Osvaldo cursou direito e é graduado em Ciências Sociais pela UFU. ------ Edição de Arte e Podcast por Vinicius Campelo / viniciusrfc@gmail.com
Aquele em que eles falam sobre a felicidade a partir de dois relatórios divulgados recentemente: um o relatório de felicidade futura sob a responsabilidade do Centro de Políticas Sociais da FGV, coordenado por Marcelo Cortes Neri (Disponível: https://www.cps.fgv.br/ibrecps/rede/finais/Etapa3-Pesq_Vot_Texto_parte_1_e_2_fim2.pdf), e outro, o Relatório Anual da Felicidade elaborado pela ONU, em que o Brasil vivencia ano após ano sucessivas quedas ocupando nesse momento o 32º lugar (https://s3.amazonaws.com/happiness-report/2019/WHR19.pdf). Diante desses documentos os quatro odiados (Bruno, Cássio, Moisés e Osvaldo) elaboram sofisticada análise sobre um elemento subjetivo fundamental à vida humana em sociedade, a felicidade. Comum ao discurso cotidiano, a famosa “busca pela felicidade” produziu um campo de estudo rico e ao mesmo tempo controverso. Por um lado, diversas áreas do conhecimento humano como a Filosofia, Medicina, Psicologia, Sociologia, quiçá a Economia perscrutando a essência desse fenômeno humano, por outro lado, um mercado ardiloso na produção (livros, filmes, documentários, palestras, cursos e profissões) de fórmulas para a conquista desse estado humano. Em uma era de relações descartáveis (Bauman, “Amor líquido”), de predomínio do ter sobre o ser, no qual o fetiche da mercadoria (Marx, “O Capital”) subverte a autonomia humana diante de seus produtos, frases como as do poeta Malavolta, “o amor é uma linguagem preexistente entre duas pessoas, que não precisa de tradução'', soam vazias de sentido e uma quimera na cruel cruzada pela felicidade. Entre devaneios brasileiros por um futuro feliz diante de um presente de desolador desencanto (Max Weber, “A ética protestante e o espírito do capitalismo”), Cássio, nesse episódio, mergulha nos meandros da mais requintada Filosofia, com o auxílio de um escafandro ajustado por técnicos como Aristóteles (Ética de Nicômaco, 4ª Ed. , 2014, Edipro) e Axel Honneth (Luta por reconhecimento. A gramática moral dos conflitos sociais, 2ª Ed., 2009,Editora 34) reencantando a puerilidade do cotidiano; enquanto Moisés e Osvaldo ajustam a decida desse “homem barco” com referências sociológicas, Bruno como a água translucida desafiada por esses três, molda a todos com uma sensibilidade peculiar. Enfim, dê um play e ouça a orquestra de prosopopeias e parodias em afinação crítico sentimental sem ser piegas como a auto ajuda ou o coachismo contemporâneo, criado por esses quatros nesse episódio inquietante sobre a felicidade, ora um ideia velha, ora furtiva. ---------- Bruno é poeta e doutorando em Estudos Literários pela Unesp. Cássio é graduado em Filosofia e doutor em História pela UFU. Moisés é iniciado em roadie, direito, gastronomia e graduado em Ciências Sociais pela UFU. Osvaldo cursou direito e é graduado em Ciências Sociais pela UFU. ------ Edição de Arte e Podcast por Vinicius Campelo / viniciusrfc@gmail.com
Aquele em que eles falam sobre o novo congresso nacional eleito no pleito de 2018 para o período mandatário de 2019 a 2023. Nesse episódio, Cássio, Bruno, Moisés e Osvaldo refletem sobre o relatório “Novo Congresso Nacional em Números” (https://bit.ly/2KP8St3), elaborado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), órgão fundado em 19 de dezembro de 1983, estruturado para atuar nos Poderes da República, em especial no Congresso Nacional. Usando mais uma vez de irreverência e crítica, os “quatro odiados” fazem ilações a respeito de alguns dos novos parlamentares eleitos, dos novos partidos políticos, da suposta “nova política”, confrontando presente com o passado para entender um congresso reflexo de uma sociedade patriarcal, coronelista e oligárquica como a nossa. O engodo da expressão “novo congresso nacional” não seduz os debatedores para um otimismo simplista, ao contrário, gera o combustível necessário para acender uma vela sobre o mato do social -- que é o congresso nacional. Desse modo, após uma explanação sobre o funcionamento do nosso legislativo, Oswaldo bate bola com Moisés no campo da análise sociológica, sempre à luz dos dados do relatório sobre o novo Congresso Nacional. Talvez a palavra “oligarquia” seja a que esteja no centro do debate do episódio, apesar de alguns avanços e aspectos positivos apresentados. Tal palavra foi evidenciada na fala de Cássio sobre a democracia, à luz do filósofo francês Jacques Ranciére, em sua obra “O ódio à democracia”, da Editora Boitempo. Ela também apareceu na leitura de Bruno Malavolta da obra “Esaú e Jacó”, de Machado de Assis. O ouvinte já sabe, portanto, que o velho e o novo se intercalam nesse debate necessário. Dê um play e acenda uma vela no meio do mato do social! ---------- Bruno é poeta e doutorando em Estudos Literários pela Unesp. Cássio é graduado em Filosofia e doutor em História pela UFU. Moisés é iniciado em roadie, direito, gastronomia e graduado em Ciências Sociais pela UFU. Osvaldo cursou direito e é graduado em Ciências Sociais pela UFU. ------ Edição de Arte e Podcast por Vinicius Campelo / viniciusrfc@gmail.com
Aquele em que eles refletem sobre a criminalização das drogas com base na lei 11.343 de 2006 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm), apoiados em dados apresentados pela Plataforma Brasileira de Política de Drogas (htt://pbpd.org.br), em seu “Guia de bolso para debates sobre política de drogas” (Download: http://pbpd.org.br/publicacao/guia-de-bolso-para-debates-sobre-politica-de-drogas/). Cássio, Bruno, Moisés e Osvaldo se veem, inevitavelmente, levados a relacionar esse tema com a criminalização dos pobres, realizando análises à luz do relatório intitulado “A ocupação da Maré pelo exército brasileiro” (http://redesdamare.org.br/media/livros/Livro_Pesquisa_ExercitoMare_Maio2017.pdf), de autoria da educadora e ativista social Eliana Sousa Silva diretora e fundadora da “Redes Maré” no Rio de Janeiro, bem como do texto “As prisões da miséria”, de 1999, do sociólogo francês Loïc Wacquant. Passando, também, por uma analogia com as obras literárias do século XIX, “O cortiço”, de Aluísio Azevedo, e “Memórias de um sargento de milícias”, de Manuel Antônio de Almeida. Tal discussão se faz necessária, pois estamos às vésperas da decisão do STF sobre o porte de drogas para consumo próprio (https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/12/17/stf-decidira-em-junho-se-porte-de-drogas-para-consumo-proprio-e-crime.ghtml), um tema que causa incômodo em determinados seguimentos da sociedade. Normalmente, o tabu que permeia esse debate impede uma discussão lúdica e ao mesmo tempo lúcida. No entanto, nesse episódio, mesclando ironia e teoria, a celeuma entre os participantes se inicia com a definição de substâncias que alteram a percepção humana, passando a delimitação de termos como legalização, despenalização e descriminalização; comparando experiências de alguns países com a legalização do uso da maconha (https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2018/05/maconha-no-uruguai-como-foi-a-saga-da-legalizacao-no-pais-vizinho-cjhkvcvw207uz01paeifw8dhd.html); refletindo sobre algumas drogas lícitas como tabaco e álcool e seus efeitos no convívio social; abordando os diversos usos da maconha (https://www.bbc.com/portuguese/geral-44283537); e, por fim, realizando reflexões polêmicas sobre o papel do Estado e seus paradoxos ao lidar com esse problema, como Cássio alfineta com fina ironia a “PPP” (Parceria público privado) de sucesso entre o Estado e o crime organizado, ou ainda quando, relatam a estigmatização do pobres, pardos e negros que ocupam as periferias afora do nosso país, na criação de um, nas palavras de Bruno Malavota, “moto-perpétuo” em que a criminalização da maconha leva a uma reprodução da perversa estrutura da pobreza criminalizada. Então, resta à sociedade aguardar pela decisão do STF a respeito da produção, distribuição e consumo da maconha. Enquanto isso não ocorre, dê um play nesse episódio e ascenda uma vela no mato do social! Textos lidos ao final: “A piedade”, de Roberto Piva (de “Paranoia”, 1963) e “Crime e sonho”, Monteiro Lobato (de “Mundo da Lua”, 1923).
Aquele que é o piloto, no qual eles conversam sobre Brumadinho, Escola sem Partido, e besteiras, não necessariamente nessa mesma ordem.