Podcast com comentários políticos e sociais do colunista do Correio do Povo Juremir Machado da Silva. Novos episódios todos os finais de semana.
O Brasil vive dias incandescentes, a palavra me parece, não pode ser outra. Lula e Bolsonaro ocupam as manchetes do dia nos jornais do país, numa polarização já familiar.
O ministro da economia, Paulo Guedes, é um milionário todos sabem que ele é um homem muito rico. Fundador de banco, empresário, homem do setor financeiro; até aí nada demais. Não é proibido e nem criticável ser rico.Porém, volta e meia, parece desconhecer o mundo real, sempre refém de sua bolha.
25 de agosto de 2021, dia de lembrar outro dia 25, o de 1961 data em que o então presidente da república Jânio Quadros renunciou e abriu uma gigantesca crise no país. Mas por que? Ele nunca explicou direito.Os três ministros miliares da época resolveram que o vice presidente João Goulart era uma ameaça comunista.
Hoje é 24 de agosto, dia de lembrar o suicídio de Getúlio Vargas. O presidente brasileiro com o maior impacto, certamente, na vida política no país da sua história.Entre golpes, ditaduras e corrupção o que ainda se faz presente daquela época nesse atual Brasil?
Estamos vivendo novamente no Brasil, um tempo de politização das forças armadas e das polícias militares. É algo que normalmente não traz bons resultados, é o tal do coquetel explosivo.O governador João Doria Jr. afastou da polícia militar de São Paulo, por indisciplina, o coronel Aleksander Lacerda.
O mundo muda, nem todos percebem, as mudanças comportamentais são gigantescas. Há uma nova sensibilidade no ar, e quem não vê isso acaba batendo com a cara na parede.O cantor Sérgio Reis deu declarações polêmicas, fez bobagem pregando a violência contra ministros do STF.
De onde não se espera, é que não vem mesmo. O Talibã tomou o poder no Afeganistão, deu entrevista coletiva dizendo que adotaria um tom mais moderado mas já começou a matar. Bastou o povo ir as ruas para que o tiroteio começasse.O Talibã não gosta da democracia, é inimigo dela, a enxerga como um obstáculo.
A variante delta está aí, provoca surtos, provoca mortes e internações. As pessoas que estão vacinadas estão mais protegidas, mas o perigo continua.A vacinação está um tanto desorganizada, seria necessária uma mobilização global para que a vacina chegasse a todos.
Dois personagens chamaram a atenção nos últimos dias, o cantor Sérgio Reis e o General Heleno.Esse tipo de declaração do General Heleno, assim como a fala se Sérgio Reis; não ajuda o Brasil neste momento. Colocam lenha na fogueira, acendem ressentimentos, estimulam interpretações errôneas e favorecem um clima de polarização e desconforto.
Vinte anos depois, o Afeganistão está novamente nas mãos de extremistas, do Talibã. Fracassou totalmente a ocupação americana, após duas décadas devolveram o país aos que o dominavam de maneira sangrenta.
Roberto Jefferson, o presidente do PTB, foi preso por falas que ameaçam a democracia. Há pouco tempo, assisti um vídeo onde ele aparece com dois revólveres dizendo cobras e lagartos sobre instituições e personagens destas.Vivemos uma época de extremos.
Qual é a imagem que se tem no senso comum do político? Aquela imagem do pássaro que matreiramente, canta de um lado e faz o ninho no outro para despistar. Tivemos dois casos assim na votação do voto impresso.Alguns que se declararam contra, votaram a favor; enquanto outros que apoiavam a ideia votaram contra.
A questão do voto impresso está em princípio resolvida, o plenário da Câmara dos deputados votou e enterrou a ideia. No voto o presidente Jair Bolsonaro ganhou, teve mais votos a favor da sua ideia do que contra; mas não o suficiente para aprovar uma emenda constitucional.
A ideia de fazer um desfile de tanques em Brasília, ainda mais num dia em que há uma votação importante de matéria de interesse do governo, não é boa. Sujeito a diversas interpretações, transmite um ar de ameaça, algo que em uma democracia não se deve fazer.O ministro da educação, Milton Ribeiro, também não foi feliz em declaração recente.
Há uma situação alarmante no estado do Rio Grande do Sul, a situação do magistério estadual. O professores estão sem aumento salarial há sete anos, em outras palavras, eles tem o poder aquisitivo corroído pela inflação.
Há uma crise entre os poderes da república no Brasil, a briga está declarada. O presidente da república, Jair Bolsonaro, não se esconde para dizer o que pensa de membros do STF (Supremo Tribunal Federal); especialmente dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.O presidente do STF, Luis Fux, normalmente mais moderado; cancelou a reunião entre os presidentes dos poderes e apontou o dedo para Bolsonaro.
Deputados continuam namorando com sistema eleitoral chamado de "Distritão", que é certamente o pior do mundo. Utilizado apenas em dois países no mundo todo, Afeganistão e Jordânia, o sistema acaba por privilegiar aqueles mais famosos e com maior poder econômico em detrimento das minorias.É o momento do Brasil ficar atento as mudanças que estão sendo encaminhadas, será este o melhor caminho?
Parece que o Internacional tem o projeto de construir duas grandes torres, ali junto ao Beira-Rio, o que faria de uma delas o prédio mais alto do Rio Grande do Sul. O terreno doado pela prefeitura deve seguir os padrões autorizados pelo Plano Diretor previsto nos termos da doação. Embora as torres planejadas neste empreendimento imobiliário não estejam de acordo com os padrões autorizados.
Entrei naquela fase da vida em que se fica ao mesmo tempo cético e irônico. Com aquela sensação de que tudo já aconteceu e que tudo se repete, como farsa, como tragédia, de alguma forma. Tudo reaparece.Embora tudo seja aparentemente novo, surgem também as disputas de gerações, onde os velhos são sempre nostálgicos.
Confesso que estou encantado com os jogos Olímpicos, talvez por ser ainda uma época de pandemia e por ficar muito em casa; os jogos tem sido uma janela para o mundo.É claro que me interesso pelo desempenho brasileiro, esse patriotismo adquirido ainda na infância na Copa do mundo de 1970. E fico deslumbrado com o esforço dos atletas.
E assim vamos vivendo, a prova virou indício, a fraude virou suspeita. Parte dos filmes que contam a história recente deste país virou cinza.Vamos em frente, que atrás vem um passado que se conta, ou nem se conta mais. A prova vira indício, e o indício não prova nada.
Qual seria a imagem antropológica mais impactante para retratar o homem no século XXI? Mais especificamente, qual seria a imagem brasileira? E me vem que essa imagem seria a de um agricultor ao cair da tarde com seu rifle no ombro.Mas por que? Qual mensagem a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República deseja transmitir?
As Olímpiadas de Tóquio nem deveria estar acontecendo, mas já que rolou vejamos o que está mostrando e bom além, é claro, dos desempenhos dos atletas.O evento até agora é um grande elogio a diversidade.
Machado de Assis, carioca, não era um adepto a temperaturas mais elevadas; Álvares de Azevedo gostava de dizer que nasceu do calor. Eu enquanto gaúcho, detesto frio.Machado não aprovou o retorno dos jogos olímpicos, já eu quero que eles continuem por um bom tempo.
Sempre falo de Alzheimer com o meu amigo médico, Leandro Minozzo, ele é um especialista no assunto; conhece muito esse tema que preocupa muita gente. Inclusive eu.Confesso que tenho medo de vir a ter Alzheimer.
O jornal O Estado de São Paulo da em manchete que o ministro da defesa, General Braga Neto, fez ameaça condicionando a realização das eleições de 2022 a aprovação do voto impresso. É uma notícia assustadora, o General nega.Se verdadeira a notícia em si é apavorante, porque seria uma manifestação explícita a favor de um golpe.
O Instituto de Educação General Flores da Cunha, que fica na Avenida Osvaldo Aranha, está abandonado desde 2016. É uma paisagem triste, sobretudo para aqueles que ali passam diariamente.Há alguns anos era bonito presenciar ainda nas primeiras horas da manhã, estudantes e adolescentes indo alegremente para a aula.
Roberto DaMatta é um grande antropólogo, um dos maiores intelectuais brasileiros, tem uma bibliografia extensa. Em um dos seus livros, O que faz o Brasil, Brasil?, ele da muitas respostas alternativas.A chave para entender a sociedade brasileira é uma chave dupla.
No Congresso Nacional estão sempre cozinhando alguma coisa que não foi combinada com a população. Mais uma vez esta saindo da gaveta o chamado projeto do Semipresidencialismo.
Durante muito tempo o positivismo garantiu que verdade era verdade, e não se discutia. Mas como se sabia que era verdade? Se sabia por que os donos da verdade assim o diziam. Nem sempre tão convincentes, mesmo que com convicção, sobreveio uma onda de relativismo.Em contraposição ao excesso, não havia mais qualquer verdade e toda estas passavam a depender do ponto de vista.
O massacre continua, esperava-se que durante a pandemia a violência nas ruas diminuísse. Letalidade policial bate recorde no país e negros são 78% dos mortos, a violência policial continua fazendo vítimas.O Brasil continua sendo um país de enormes desigualdades, com o ainda presente racismo estrutural e até institucional.
Hoje é dia de saldar a revolução, viva a revolução que mudou o mundo para sempre. É claro que falo da Revolução Francesa de 1789, do 14 de julho há 232 anos da tomada da Bastilha. Ali teve início o fim do antigo regime. A partir dali, a alma desse sistema vigente estrebuchou. Entre processos e excessos o iluminismo contribuiu com ideias que transformaram o mundo.
Confesso que tem muita coisa que eu já desisti de entender, mas elas me deixam perplexo. Foi revelado que 75% dos atletas brasileiros que vão as Olímpiadas de Tóquio estão vacinados, outros 25% não. Alguns atletas recusaram a vacina.Não é obrigatório tomar vacina para participar das Olímpiadas de Tóquio.
A Copa América realizada no Brasil acabou, o Brasil perdeu e não foi apenas para a Argentina. Quase não se falou no assunto, foi uma competição atípica, e qual foi mesmo a razão de realizá-la as pressas? Qual o seu legado?A levar em consideração o que está nos jornais hoje, uma nova variante do coronavírus chegou ao país.
Quero falar sobre o novo normal, testando com algumas perguntas, noto que praticamente tudo esta funcionando e me pergunto se não seria melhor manter um pouco de cautela. O vírus ainda não foi embora e o Brasil ainda segue com o maior número de mortes no mundo.Cinco perguntas sobre um possível novo normal.
Hoje o pensador francês Edgar Morin, completa cem anos de idade. Tenho falado muito em Edgar Morin, mas afinal não é todo o dia que se comemora um centenário de um grande intelectual.Com uma incrível capacidade de se colocar no lugar do próximo, Morin não se prendeu a ideais e conseguiu absorver virtudes de diferentes linhas de pensamento.
O antropólogo Claude Lévi-Strauss escreveu o clássico "Tristes Trópicos", parafraseando o título, talvez seja pertinente dizer: "Triste América Latina". Essa nossa América Latina que vive de: ditaduras, golpes de estado e assassinatos de presidente de países.O presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi morto a tiros dentro da sua residência.
O governo federal prorrogou o pagamento do auxílio emergencial até outubro, mais três meses de alívio para a população carente. Esse auxílio tem sido a salvação da lavoura para quem realmente precisa.Chegará um dia, eu tenho esperança, em que será implantado no mundo inteiro a renda universal.
Andrea Siquiera Valle, ex-cunhada do presidente da república, em áudios obtidos por uma jornalista, Juliana Dal Piva, diz que Jair Bolsonaro também se envolveu nas "rachadinhas".O presidente disse, e ainda afirma, não existir corrupção em seu governo. Mas e em sua família? O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, já negou as acusações.
Não deveria ser, mas a notícia da semana é a entrevista do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para o jornalista Pedro Bial. O governador assumiu que é gay, com serenidade, clareza e maturidade.É um dado da vida privada do político, mas no contexto homofóbico brasileiro é um fato histórico. Certamente isso contribuirá para o combate ao preconceito.
Os corruptos de estimação, seja o governo de esquerda ou direita, há novamente denúncias de corrupção. E como se dizia antigamente, o mar de lama avança.Há novos corruptos de estimação? Independente do partido, o governo ainda deve explicações convincentes.
Outro dia escrevi um texto sobre "Raízes do Brasil", do historiador e ensaísta Sérgio Buarque de Holanda. Para o autor a democracia no Brasil está fora do lugar, sempre um mal entendido; uma aristocracia rural numa eterna luta para manter privilégios.
Eu me emociono com o tempo e com os pensadores, ontem em evento realizado pelo Sesc-SP participei de uma homenagem ao centenário de Edgar Morin. O pensador participou da live, apesar de todos nós sabermos de que esse tipo de comemoração normalmente se dá sem a prensença do homenageado.Desde sempre um pensador autônomo, que não se rendeu a nenhum tipo de ideologia. Capaz de entender a complexidade entre a autonomia e a força das estruturas sociais.
O Brasil continua vivendo o drama da pandemia, embora muitos parecem ignorar sua presença. Nas últimas semanas dois acontecimentos chocaram o país, a ação de Lázaro Barbosa e as denúncias dos irmãos Miranda a respeito de irregularidades na compra das vacinas indianas.A perseguição a Lázaro chegou ao fim após 20 dias, mas o país se pergunta: O que houve?
Estou sempre atento a tudo que chama a atenção nos jornais pelo o absurdo. Aquilo que surpreende até mesmo aqueles que nem se surpreendem mais, como por exemplo os absurdos cotidianos no Rio de Janeiro.Todo dia tem bala perdida, e escândalos de todo o tipo, toda hora. Os cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro que permanecem em atividade deram-se um aumento de 12.000 reais nos seus proventos.
Enfim caiu o ex-ministro Ricardo Salles do meio ambiente, pediu demissão, inesperado. Ficou famoso por uma frase dita durante uma reunião ministerial no ano passado, dizendo que era preciso aproveitar a pandemia para passar a boiada.Mas os problemas no governo ainda persistem, a compra da covaxin ainda segue em pauta em função da denúncia do deputado Luís Miranda (Dem) que diz ter sinalizado irregularidades nas negociações do ministério da saúde.
Todo o dia tem novidade e emoção nesse Brasil de tempos sombrios, a questão que se coloca agora é essa: Porque o Governo Federal se esforçou tanto para facilitar a compra da vacina indiana Covaxin?Fazendo o que não valeu para outras vacinas, o governo quis comprar a Covaxin mesmo sem a aprovação da Anvisa.
A CPI da Pandemia continua em Brasília, é interessante levantar os aspectos discutidos. Como por exemplo a eficácia do isolamento social no combate a propagação do Vírus.Entre outros países a China foi referência nesse aspecto, enquanto a Suécia que adotou medidas diferentes não apresentou números favoráveis.
O Brasil chegou a triste marca de 500 mil mortos por Covid-19, em 15 meses de pandemia o segundo país em número de mortes. Como foi possível?A ação do vírus é o principal fator, mas as ações humanas garantiram em que muitos lugares o número de mortos fosse menor.
O mundo da pandemia não para de chocar as pessoas, seja pelas inúmeras mortes ou ainda por declarações polêmicas. O posicionamento de figuras emblemáticas da cultura mundial.Ao compartilhar informações sem fundamentação científica o músico choca, pelo menos em parte, seus fãs.
Por 468 votos a 67 a Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou uma mudança radical na lei de improbidade administrativa. O projeto que estava em uma comissão especial foi retirado e levado diretamente ao plenário, onde a boiada passou.