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Lutero Simango, líder do MDM, Movimento Democrático de Moçambique, na oposição, esteve em Paris nestes últimos dias para participar nomeadamente no Fórum para a Paz organizado pelo executivo francês, com na ementa questões como a protecção do meio ambiente ou ainda o multilateralismo num mundo fragmentado. Nesta quinta-feira 30 de Outubro, o líder do quarto partido mais votado nas eleições gerais de 2024 em Moçambique esteve nos estúdios da Rádio França Internacional. Lutero Simango abordou com a RFI alguns dos destaques da actualidade do seu país, designadamente a situação em Cabo Delgado e o regresso da TotalEnergies anunciado há uma semana. Ele sublinhou a este respeito a necessidade de se conhecer os termos exactos do contrato existente entre o Estado Moçambicano e o gigante dos hidrocarbonetos. Neste sentido, ele vincou que é preciso "garantir a transparência". O responsável político evocou igualmente o contexto económico e social um ano depois da crise pós-eleitoral, com dados oficiais a indicarem que cerca de 3 mil pessoas permanecem sem emprego nem compensações depois da vandalização das suas empresas. Um desafio perante o qual Lutero Simango considera que é preciso criar um ambiente de negócios mais atractivo, para impulsionar a economia. "Nós temos que criar um ambiente em que a população tenha acesso ao emprego, que a população tenha acesso aos alimentos e que a população também tenha acesso à dignidade", insistiu. Antes destes aspectos, o líder do MDM começou por evocar de forma breve o motivo da sua deslocação a Paris. RFI: Esteve nestes últimos dias aqui em Paris, a participar, designadamente no Fórum para a Paz. Como é que foi este fórum? Lutero Simango: Foi interessante e esse fórum teve o lema de reinventar a diplomacia em fase de mudanças. RFI: Relativamente ainda à sua estadia aqui em Paris, manteve também encontros com as autoridades aqui em França. Lutero Simango: Sim. Tive um encontro no Ministério dos Estrangeiros, nomeadamente no Departamento africano. RFI: E, portanto, qual é o balanço que faz deste encontro? Alguma novidade? Lutero Simango: Novidades como tal ainda não existem, mas foi importante de partilhar o nosso pensamento sobre a situação política socioeconómica de Moçambique. E também falámos sobre a situação mundial e do papel que o MDM está a desempenhar no processo do Diálogo nacional inclusivo em Moçambique. RFI: Antes de evocarmos essa questão, se calhar iríamos fazer um pouco um balanço deste ano que passou. Há precisamente um ano, estávamos em plena crise pós-eleitoral. Um ano depois, qual é o balanço preliminar que se pode fazer? Lutero Simango: Um balanço? É difícil fazer. Mas o que se pode assegurar é que a situação está calma. Mas essa acalmia não significa que o descontentamento não existe. Ainda persiste. As pessoas estão saturadas e os níveis da pobreza tendem a subir. Como é sabido, já há dez anos atrás os níveis andavam em 40% e ultimamente andam na casa de 60 a 70%. Há duas semanas foi publicado o índice da pobreza e a posição em que se encontra Moçambique não é boa e também não podemos ignorar os níveis de corrupção generalizada que persiste e os níveis de desemprego. Tudo isto cria uma situação difícil para a nossa população. RFI: Nestes últimos dias foram publicados dados sobre o balanço para a população de Moçambique de todos estes incidentes e nomeadamente, o facto de persistirem 3 mil pessoas sem indemnizações, sem emprego, depois de as suas empresas terem sido destruídas. Lutero Simango: É isso mesmo. Essa é uma situação dramática. É uma situação difícil que nós vivemos. Para ultrapassar, isso requer políticas de reformas e, acima de tudo, requer que o governo assuma o compromisso de um combate real à corrupção e também crie um ambiente propício para os negócios. Porque neste momento que estou a falar aqui consigo, torna-se muito difícil investir em Moçambique pelos níveis de corrupção, pelos níveis de sequestro e rapto, pelos níveis da criminalidade. No entanto, é preciso que se dê uma volta em relação a tudo isto. Nós precisamos de criar um ambiente de segurança e também criar um ambiente de confiança nas instituições públicas. RFI: A União Europeia retirou nestes últimos dias Moçambique da sua "lista cinzenta" em termos de criminalidade ligada, por exemplo, com lavagem de capitais. Julga que isto pode ser um bom sinal? Lutero Simango: Bem, eu também vi a retirada da "zona cinzenta", mas o problema não está por aí, porque nós temos que criar um ambiente em que a população tenha acesso ao emprego, que a população tenha acesso aos alimentos e que a população também tenha acesso à dignidade. Nós sabemos de antemão que em Moçambique muitos trabalham de um dia para se alimentar no dia seguinte. E há níveis de corrupção. E também a nossa economia não está a gerar oportunidades de negócios, muito menos de emprego. E a pergunta se coloca é esta como é que as pessoas estão a sobreviver? Quais são os meios que usam para a sua sobrevivência? Portanto, eu penso o grande desafio que nós temos todos fazer, é trabalhar, é criar um ambiente para que a nossa economia seja, de facto, uma economia vibrante. É a condição necessária de criar oportunidades e emprego aos cidadãos. Quando o índice de desemprego tende a aumentar cada vez mais, cria um maior espaço para o branqueamento do capital. Cria maior espaço para o desemprego. Portanto, eu penso que não basta retirar Moçambique da "zona cinzenta". É preciso criar condições para que a nossa economia possa potenciar as pequenas e médias empresas. Esta é a condição necessária de promover o emprego aos cidadãos. RFI: Entretanto, o Governo também diz que está a envidar esforços, designadamente com gabinetes exteriores, para tornar a dívida do país mais sustentável. O que é que acha deste anúncio? Lutero Simango: A dívida, para que ela seja sustentável, mais uma vez, requer que tenha uma economia vibrante. Enquanto o Estado moçambicano continuar a criar empréstimos junto dos bancos comerciais para garantir salários aos funcionários públicos, torna-se muito difícil atingir esse objectivo. Enquanto o Estado moçambicano não conseguir reembolsar o IVA aos empresários a tempo útil, torna-se muito difícil atingir esse objectivo. Portanto, mais uma vez, nós precisamos estabelecer uma estratégia que possa garantir incentivos para as pequenas e médias empresas. E temos que ter uma estratégia que possa garantir uma revisão da política fiscal que não seja uma política fiscal punitiva, mas sim, promova a entrada dos investimentos nacionais e estrangeiros. RFI: Relativamente à qualidade do diálogo entre o partido no poder e os restantes partidos, como é que estamos neste momento? Lutero Simango: Até esse momento, o diálogo está no seu curso. Está-se a realizar a auscultação pública e, acima de tudo, esse diálogo vai requerer e vai exigir a todos nós, a vontade política de assumirmos de que temos que fazer as reformas no nosso país. Esta é a condição necessária para devolver a confiança nas instituições à população moçambicana. É a condição necessária de garantir que as liberdades e a democracia sejam respeitadas. E, por isso, o grande desafio que nós temos ao longo deste diálogo nacional inclusivo, é assumirmos de que temos que fazer as reformas, quer na área constitucional, quer no pacote dos assuntos eleitorais e também no sistema judiciário. E acordarmos sobre as grandes políticas públicas na educação, saúde, na exploração dos nossos recursos e na política fiscal, em que o rumo nós queremos que o nosso país possa e deve seguir. Porque nós não podemos pensar só em nós. Temos que começar a montar as bases para que as futuras gerações possam ter um ambiente de dignidade, de felicidade e o bem-estar. RFI: Tem alguma proposta concreta em termos de reformas? Lutero Simango: Claro. O meu partido tem propostas concretas e nós sempre debatemos ao longo desses últimos anos, desde a nossa criação, de que nós precisamos ter uma Comissão da República que respeite os princípios e os valores de um Estado de Direito, que respeite os princípios da separação dos poderes, em que nós tenhamos um sistema judiciário com autonomia administrativa e financeira e que os presidentes dos tribunais sejam eleitos entre os seus pares e não na base de uma confiança política. E também nós somos pela revisão da política fiscal. E também defendemos de que é preciso despartidarizar o Estado moçambicano. Nós não podemos continuar a ter um Estado moçambicano que dependa de um partido político. Nós queremos que tenhamos um Estado moçambicano que não esteja sob o controlo de um partido político, porque a democracia é isso. A democracia que nós queremos é que haja, de facto, alternância democrática. E essa alternância democrática tem que ser via as urnas e não por uma imposição. Portanto, o desafio que nós todos temos é que as reformas sejam feitas como a condição necessária de garantir a paz efectiva, a estabilidade, para que se torne Moçambique numa sociedade dialogante, inclusiva e participativa. E pessoalmente, tenho a fé e tenho a confiança que é possível fazer. E se não o fazemos agora, vamos perder a grande oportunidade de resolver os nossos problemas. E se não fizermos as reformas agora, nas próximas eleições corremos o risco de transformar o país num caos e entrar num novo ciclo da violência. RFI: O governo disse ultimamente que iria fazer um balanço do que sucedeu, que vai fazer um relatório sobre os Direitos Humanos em Moçambique. Julga que isto, de facto, vai ser fiel aos acontecimentos? Lutero Simango: O relatório não pode ser elaborado por quem é um actor do processo. Seja qual for o relatório, para que seja um relatório independente, que dê garantia, que dê confiança, tem que ser feito por uma entidade independente, por uma entidade que não tem interesse no processo. RFI: Ainda relativamente à questão dos Direitos Humanos, fez este mês oito anos que começou a onda de violência em Cabo Delgado. Nestes últimos meses, esta situação tem vindo a piorar e inclusivamente estendeu-se também à zona de Nampula. Qual é a avaliação que se pode fazer da situação neste momento no norte de Moçambique? Lutero Simango: É uma situação difícil. É uma situação complexa. É uma situação que nos remete a uma análise profunda, objectiva e mais realística, porque a experiência da vida nos ensina que um qualquer movimento de guerrilha ou uma insurreição armada, quando consegue sobreviver a esse tempo, neste caso concreto, de oito anos, temos que nos questionar e temos que perceber que, queiramos ou não acreditar, tem um certo apoio da base local. Nenhum movimento de guerrilha sobrevive muito tempo se não tiver apoio local. Eu, muitas vezes, dou um exemplo concreto do Che Guevara quando tentou lançar a guerrilha na Bolívia, não sobreviveu porque não teve apoio local. Vamos ser honestos, quem consegue conduzir essa insurreição armada durante oito anos, sobrevive e não consegue ser eliminado, tem apoio local. Então, temos que ter a coragem de usar a nossa inteligência para perceber e compreender qual é a motivação deste conflito e quem são as pessoas que apoiam e qual é a sua retaguarda segura em termos de logística, em termos do apoio e também de treinamento. Em função disso, tomar uma decisão política que para mim, passa necessariamente em abrir uma janela de diálogo. Temos que abrir uma janela de diálogo. RFI: Mas dialogar com quem? Lutero Simango: É por isso que a nossa inteligência tem que investigar para perceber qual é a motivação, qual é a origem deste movimento e qual é a sua retaguarda de apoio. E é possível encontrar com quem se dialogar. RFI: Há também quem acredite que, paralelamente, lá está, a todo esse trabalho de inteligência, é preciso também criar condições socioeconómicas para incentivar a juventude de Cabo Delgado a não ir para as fileiras dos jihadistas. Lutero Simango: Concordo. E é por isso eu disse de que se esse movimento conseguiu sobreviver a esses oito anos, é porque teve ou continua a ter um certo apoio local. E esse apoio local resulta pela incapacidade do Estado moçambicano em satisfazer as condições básicas da população destas zonas de conflito. E por isso é que a nossa inteligência tem que ser muito hábil para responder a essas questões que eu coloquei. E em função disso, temos que abrir uma janela de diálogo e o diálogo é importante para resolver o problema. RFI: Quanto à vertente militar? Lutero Simango: Na vertente militar, nós temos que ter a coragem de reconhecer de que o nosso exército precisa de mais formação, precisa de equipamento e também voltamos à base das reformas. Temos que ter a coragem de fazer reformas nas nossas forças de defesa e segurança. Temos que ter um exército terrestre com capacidade combativa. Temos que ter uma Força Aérea e temos de ter uma força naval e para isso temos que criar condições para isso. O que significa também que é preciso encontrar recursos, não só recursos humanos, que já existem, mas também os recursos financeiros. Portanto, nós temos que discutir seriamente que tipo de exército, que tipo de forças Armadas, nós precisamos para Moçambique. E não podemos esquecer que Moçambique possui uma longa costa e que ela tem que ser protegida. RFI: Julga que há vontade política para apostar em mais meios para, de facto, tirar Cabo Delgado dessa espiral de violência? Lutero Simango: Aqui não se trata de vontade política. Trata-se de uma questão de soberania e da segurança do nosso povo. Se nós queremos ter a garantia da nossa soberania, se nós queremos garantir a segurança para a nossa população, então temos que ter as forças de segurança em altura para garantir a segurança, a estabilidade, a paz em Moçambique. RFI: Entretanto, é precisamente nesse contexto delicado que a TotalEnergies levanta a cláusula da "força maior" através da qual manteve as suas actividades suspensas desde 2021. Portanto, está prestes a retomar as suas actividades em Cabo Delgado. A seu ver, como é que se pode explicar essa escolha numa altura em que há violência em Cabo Delgado? Lutero Simango: Parece que eles têm a certeza de que a existência das tropas estrangeiras, nesse caso, as tropas ruandesas, garantem a segurança. Mas eu gostaria de olhar em relação a esse assunto de uma forma global, porque Cabo Delgado faz parte de Moçambique. Cabo Delgado é um território dentro do território moçambicano. Então, quando nós falamos da segurança e da soberania, estamos a falar do todo o território nacional, do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico. Portanto, eu prefiro discutir o assunto no âmbito da segurança geral do país em defesa da nossa soberania. RFI: A TotalEnergies tornou pública uma carta que mandou às autoridades, condicionando o seu regresso à concessão de mais de dez anos para explorar o gás em Cabo Delgado. O que é que acha dessa iniciativa? Lutero Simango: Ela pode ser boa ou pode ser má. O dilema que nós temos relativamente a todo o processo de exploração dos nossos recursos é a ausência de transparência. Eu não conheço o contrato que foi assinado, nem sei em que termos foi assinado, em que condições foi assinado. Portanto, é importante que, quando se trata desses grandes negócios, haja transparência. É com a transparência no domínio dos contratos que todos nós estaremos em condições de dar uma opinião mais correcta. Agora, se quer ficar mais dez anos, o que implica isso? Dêem-nos o contrato para a gente ter acesso e para podermos falar. RFI: ONGs consideram que a TotalEnergies está praticamente a fazer Moçambique refém das suas vontades. Lutero Simango: Isso só pode acontecer se não houver transparência. E por isso, eu estou a falar aqui de que nós temos que conhecer os contratos. Temos que conhecer o conteúdo, os termos de referência, para podermos estar à altura, para dar uma opinião mais justa. E também há outro elemento que é sabido e que o MDM sempre defendeu em particular. Quando eu fui candidato às presidenciais, defendi com muita garra que é preciso renegociar os contratos. Entretanto, se quiserem ficar mais dez anos, então vamos renegociar o contrato e estabelecer os novos termos, as novas modalidades. RFI: Pensa que as autoridades neste momento instaladas em Maputo, terão mais abertura, mais condições para efectivamente tornar públicas ou, pelo menos, divulgar aos deputados aquilo que foi acordado com a TotalEnergies? Lutero Simango: Têm a obrigação. Porque se não divulgarem, se não tornarem o contrato do domínio público, ninguém vai acreditar no posicionamento do governo. Portanto, a melhor forma de resolver esse problema é tornar o contrato público, é garantir a transparência e também poderá ser o grande instrumento de combate à corrupção. RFI: De forma mais global, e para concluirmos esta entrevista, como é que olha para a actualidade do seu país neste momento? Lutero Simango: Nós todos temos que trabalhar no sentido de renovar a esperança. Nós temos que renovar a esperança nos moçambicanos e por isso estamos engajados neste processo de diálogo nacional inclusivo e queremos que todos tenham a vontade política de resolver os nossos problemas. E os moçambicanos devem participar de uma forma activa e devemos evitar diabolizar o processo. Se diabolizarmos o processo, estaremos a cometer o mesmo erro que foi cometido em 1974 e 1975 quando Moçambique estava num processo para alcançar a sua independência nacional. É por isso que esse processo tem que ser inclusivo, tem que ser participativo e ninguém deve ficar fora. E ninguém deve diabolizar o outro, para permitir que todos os moçambicanos participem de uma forma efectiva, para que as reformas possam ocorrer. E nesse processo, não pode haver os mais importantes, os menos importantes. Todos temos responsabilidades, todos temos o dever e o direito de contribuir para que Moçambique possa atingir as reformas que se pretendem, pôr Moçambique nos carris do desenvolvimento, da paz, da estabilidade e da segurança para todos.
Confira nesta edição do JR 24 Horas: Em 2011 e 2014, o governo federal emprestou blindados da Marinha ao Rio de Janeiro para auxiliar no combate ao crime organizado. Especialistas explicaram a diferença entre uma intervenção das Forças Armadas na segurança pública e uma ajuda pontual do Exército. E ainda: Câmara aprova proposta que cria regime especial de atualização e regularização patrimonial.
A operação policial contra o Comando Vermelho, que deixou pelo menos 64 mortos no Rio de Janeiro, reabriu um debate político sobre a resistência dos governadores à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, em tramitação no Congresso. A proposta enviada pelo governo amplia a competência da Polícia Federal e fortalece o papel da União no planejamento da política de segurança pública. Num primeiro momento, o governador Cláudio Castro disse ontem que não contou com a ajuda do governo federal na operação por ter pedido blindados em outras ocasiões sem ser atendido. Depois, baixou o tom das críticas, já que para a cessão ocorrer é necessária a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para garantir a participação das Forças Armadas nas operações. Em entrevista à Rádio Eldorado, Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse que o embate político mostra que a campanha eleitoral de 2026 já começou e defendeu uma articulação entre as esferas de Poder para a realização de ações coordenadas contra o crime organizado. “Não é um problema que vai se resolver com blindados. São organizações transnacionais e a gente precisa da Polícia Federal nesse jogo com ações de inteligência e coordenação para ter impacto financeiro nas atividades dessas facções”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Debate da Super Manhã: um caminho de estabilidade e pertencimento. Essa pode ser a definição dada por jovens brasileiros quando se trata das Forças Armadas. Um estudo inédito envolvendo pesquisadores nacionais e estrangeiros aponta que a combinação entre crise econômica, conservadorismo e insegurança profissional reacende o interesse por carreiras militares no Brasil. No debate desta terça-feira (28), o comunicador Tony Araújo conversa com os nossos convidados para falar sobre a busca pela estabilidade financeira, o conservadorismo e a vocação militar, a fé e a disciplina das forças armadas e a tradição militar nas famílias. Participam o General de Divisão, Comandante da 7ª Região Militar, Andrelucio Ricardo Couto, o cientista político e professor da UFPE, Dalson Figueiredo, e a repórter sênior do Jornal do Commercio, Adriana Guarda.
Em São Tomé e Príncipe, João Pedro Cravid foi afastado da chefia do Estado-Maior do Exército, numa decisão tomada, esta segunda-feira, em conselho superior de defesa nacional, que esteve reunido no Palácio do Povo, sob a presidência de Carlos Vilanova, que é também Comandante Supremo das Forças Armadas. Numa análise em entrevista à RFI, Abílio Neto, analista político são-tomense, considera que João Pedro Cravid é a primeira vítima colateral do processo de 25 de Novembro de 2022, que resultou na morte de quatro civis no quartel das Forças Armadas. RFI: Considera que falamos de uma primeira vítima colateral do caso de 25 de Novembro de 2022? Abílio Neto: [Eu diria que sim]. O Chefe de Estado Maior demitido foi nomeado pelo seu perfil para tentar, de alguma forma, dar sentido a tudo o que aconteceu no quartel, a partir do dia 22 de novembro de 2022. Ele não foi posto naquela posição para resolver aquele problema. Ele foi posto para dar sentido àquele problema. O que é dar sentido? Dar sentido é fundamentalmente, em primeiro lugar, tornar possível resolver juridicamente e judicialmente aquela situação, o que nós ainda não conseguimos fazer tudo no país. Só conseguimos fazer uma metade do processo. Falta a outra metade, que é a parte militar e a parte, digamos que mais dura do processo, a parte que implica as quatro mortes, as agressões, a tortura e etc. Tudo dentro do quartel e feito por militares, como é sabido, militares que necessariamente tem que ser julgados. A segunda parte era a parte de apaziguar, de alguma forma, a relação entre os militares e o poder político, também pelo perfil tranquilo, sereno, de João Pedro Cravid. Não consigo perceber porque é que nesta altura terá acontecido essa demissão. Quer dizer, consigo perceber, de acordo com, digamos, uma agenda muito de redes sociais, muito de plateia, mas que não pode ser uma agenda de decisões, de pessoas que têm que decidir responsavelmente sobre questões de Estado, sobre questões de soberania, sobre questões que têm que ver com assuntos muito delicados na gestão de questões que são questões de Estado. É evidente que aconteceu um roubo de uma parte do processo físico, que estava no Estado-Maior do Exército, mas não podemos ter essa ideia e pensar necessariamente e pensar em consequência e em reacção, que o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas deve ser responsabilizado por um assunto que é claramente, também ele, um assunto de cariz fundamentalmente jurídico e judicial, que foi efectivamente um furto de um processo. RFI: Falou aqui de uma parte importante, do desaparecimento de peças do dossier. No seu ponto de vista, este desaparecimento pode significar a impossibilidade de julgar este caso? Abílio Neto: Não creio, suponho eu, e conhecendo bem os procuradores são-tomenses, que é provavelmente do sector da justiça e, não só, na nossa administração pública, se calhar os que melhor alimentam a ideia das boas práticas, quase de certeza absoluta, diria eu, não tendo a confirmação, que terão uma cópia física do processo. E terão também, isso é óbvio e evidente, uma cópia digitalizada do processo porque toda a gestão documental da Procuradoria tem sido feita com base já na digitalização de peças processuais. Portanto, eu diria que a situação tornar-se-ia grave se efectivamente não houvesse essa espécie de backup de documentos. RFI: Isto acontece numa altura em que decorrem no país tramitação para a realização do julgamento das pessoas envolvidas no acontecimento de 25 de Novembro, sobretudo dos militares envolvidos, mas ainda persistem discussões sobre se este caso será analisado no Tribunal Cívil ou no Tribunal Militar. Aquilo que lhe pergunto é se, na sua opinião, o Tribunal Militar terá condições para julgar este caso? Qual é a sua opinião? Abílio Neto: Não tem condições e eu sou muito frontal relativamente a esse assunto. Eu sou daqueles que defende que o caso deveria ter sido julgado em tribunais civis exactamente porque são muito mais capazes de o fazer. E também porque o nosso tribunal Militar nem sequer existia, nem sequer existe. Existia no papel. Existia formalmente, mas não existia objectivamente. Estar agora forçar a criação de um tribunal militar com características, diria eu, um pouco frágeis para ter capacidade de resolver uma situação tão complexa como essa situação é, logo dever-se-ia ter tido o cuidado especial, dentro do sistema judicial e judiciário, de manter o processo dentro dos tribunais civis e não sair daí. A opção, parece-me a mim que foi essa, muito por via da pressão dos próprios militares. Isto também é especulativo que estou a dizer, mas dá para perceber que se tivesse sido assim e estamos agora nesta posição de ser quase que impossível julgar em tribunais comuns, até porque já se esgotaram os recursos para o Supremo e para o Tribunal Constitucional e terá mesmo que ser a opção do Tribunal Militar a funcionar, se quisermos (e esta é a minha opinião), fazer um frete a alguns sectores das Forças Armadas e eu acho que não se deve fazer um frete numa situação dessas, logo ponderaria que existisse uma reflexão nacional relativamente forte, no sentido de se ir, por via da possibilidade de se criar um tribunal Ad Hoc para o efeito. Muita gente é contra essa ideia. RFI: Na sua óptica, seria a melhor opção? Abílio Neto: Eu não gosto de tribunais Ad Hoc. Também confesso isso, mas eu acho que é a única forma mais justa hoje de se poder resolver a situação porque se for o Tribunal militar a julgar, ficará sempre na ideia ou no consciente de muitos são-tomenses, que se teria feito um favor a pessoas que não mereciam favor nenhum e que deveriam ser julgadas com toda a força da lei e naturalmente tendo todas as garantias de um julgamento justo, mas também que não fosse um julgamento light para lavar consciências e para também lavar a imagem de umas forças Armadas que precisam efetivamente de lidar com uma realidade e de se conformar com o Estado de Direito, conforme ele é, e conforme as próprias Forças Armadas de São Tomé e Príncipe vinham fazendo ao longo da sua história, salvo algumas excepções momentâneas, mas que sempre conduziu os oficiais e os quadros militares àquilo que a Constituição pede e exige deles. Eu penso que temos que começar já a olhar para o futuro. E quando eu digo olhar para o futuro é tentar de alguma forma, precaver e antecipar o que podem ser ocorrências do mesmo tipo. Não com a mesma gravidade, mas até com gravidades diminutas, mas tentar antecipar já a ideia de um tribunal militar objectivamente útil, bem pensado e bem feito. Daí a proposta sobre a qual eu tenho trabalhado com alguns colegas são-tomenses, a ideia de ter o Tribunal Militar como uma secção do Supremo Tribunal de Justiça. Como não há muitos casos, nem muitos processos sobre os militares, também não há muitos processos sobre o Supremo Tribunal de Justiça. Portanto, não haveria uma carga de imensos processos sobre o Supremo Tribunal e que ele não pudesse julgar a partir daí. Mas é realmente criar essa secção do Supremo Tribunal de Justiça e resolver de uma vez por todas, a questão da realização e da objectificação do Tribunal Militar. RFI: Acha que este caso continua a ser uma sombra sobre este governo da ADI, com um Conselho Nacional marcado para dentro de pouco mais de uma semana e o hipotético regresso de Patrice Trovoada que estava no poder precisamente na altura do caso? Abílio Neto: Essa questão é a questão fácil de resolver, na minha perspectiva. Hoje está a falar-se muito das legitimidades e das legitimações. O que está aqui em causa é o facto de tudo ter acontecido naquele governo com maioria absoluta e um governo (esse é que o drama da política são-tomense em muitos momentos da nossa história) repare-se que o governo tinha apenas 20 dias de governação, com um programa muito ambicioso, com muitos quadros jovens, muito capazes, e, de repente, acontece essa tragédia logo no início da governação. É evidente que o governo fica marcado por essa tragédia, mas a verdade, e é essa que é a complexidade, dos Estados de direito, é que o governo não pode julgar a separação de poderes. O que o governo pode fazer é influenciar o máximo possível o poder judicial, no sentido de resolver aquela questão. Eu acho que a melhor conclusão é pensar realmente no futuro e pensar que uma nova legitimidade do poder em São Tomé e Príncipe pode resolver muita coisa. E nós temos um ano porque não creio mesmo que se consiga julgar o processo com dignidade num ano, mas a verdade é que num ano, nós temos as duas eleições democráticas mais importantes do país, as legislativas e as presidenciais. Renovando o quadro político, eu julgo que se dará uma oportunidade ao país para sair dessa espécie de psicopatia colectiva em que estamos. Sair dessa dor tremenda que o país vive e é uma dor palpável, que é a dor de ter visto, quase que ao vivo, para nossa tristeza, aquela situação horrorosa, daquelas mortes. Não podemos continuar a querer ter um país bom enquanto não resolvermos essa situação.
Esta semana em África ficou marcada pela predominância da gravidez na adolescência em Angola, falta de meios em Moçambique para fazer frente aos fenómenos climáticos extremos e ainda o desaparecimento do processo do assalto de 25 de Novembro de 2022 ao quartel-general de São Tomé. Esta semana, em Angola, dados revelaram que os níveis de gravidez na adolescência se multiplicam e afectam 43% das adolescentes, sobretudo nas zonas rurais. A pesquisa também indica que 34% das jovens mães nunca frequentaram a escola. Em Moçambique, o plano de contingência para a época chuvosa e ciclónica de 2025 e 2026 no país apresenta um défice de fundos. Do cálculo de 190 milhões de euros estão disponíveis apenas 81,4 milhões de euros. O Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres (INGD) aponta para a necessidade urgente da aquisição de alguns materiais, como tendas. Orfeu Lisboa, o nosso correspondente, tem mais informações. Em São Tomé e Príncipe, o processo do julgamento da alegada tentativa de golpe de Estado de 25 de Novembro de 2022 que resultou na morte de quatro homens no quartel militar de São Tomé, desapareceu das instalações do Estado-Maior das Forças Armadas. O desaparecimento destes documentos foi comunicado às autoridades competentes pelo chefe de repartição de logística do Estado Maior das Forças Armadas, Cosme Mota, na passada sexta-feira. Mais detalhes com Maximino Carlos.
O esporte esteve presente desde cedo em sua vida. Corredor ainda na juventude, completou três edições da Maratona do Rio de Janeiro antes dos 20 anos e, na Academia Militar das Agulhas Negras, jogou futebol. Já como oficial praticou o pentatlo militar e o triathlon entrou em sua história apenas em 1995, quando, começou a treinar um companheiro de farda. A partir daí, passou a se dedicar mais ao papel de treinador do que ao de atleta. Formado em Educação Física, pós-graduado em Treinamento Desportivo e mestre em Ciências do Esporte e Ciência da Motricidade Humana, construiu no Exército uma base sólida, liderando a equipe de triathlon das Forças Armadas, capacitando técnicos e organizando eventos esportivos. A experiência acumulada o levou a posições de destaque no cenário nacional: foi diretor técnico da CBTri por quase uma década e presidente da entidade em 2017. Pouco depois, assumiu a vice-presidência do Comitê Olímpico do Brasil, onde esteve à frente do Time Brasil em competições como os Jogos Pan-Americanos de Lima e os Jogos Olímpicos de Tóquio. Em 2025, chegou ao cargo máximo do COB, defendendo uma gestão mais enxuta e estratégica, capaz de transformar investimento em desempenho e conquistas. Com a convicção de que o fortalecimento da base é o caminho para futuros campeões, acredita na união entre atletas, técnicos e dirigentes como alicerce do Movimento Olímpico no país. Conosco aqui, o coronel da reserva, calção preto que se tornou liderança máxima do esporte olímpico brasileiro, o carioca de Realengo, Marco Antônio de Mattos La Porta Júnior. Inspire-se! Um oferecimento @oakleybr e @2peaksbikes A 2 Peaks Bikes é a importadora e distribuidora oficial no Brasil da Factor Bikes, Santa Cruz Bikes e de diversas outras marcas e conta com três lojas: Rio de Janeiro, São Paulo e Los Angeles. Lá, ninguém vende o que não conhece: todo produto é testado por quem realmente pedala. A 2 Peaks Bikes foi pensada e criada para resolver os desafios de quem leva o pedal a sério — seja no asfalto, na terra ou na trilha. Mas também acolhe o ciclista urbano, o iniciante e até a criança que está começando a brincar de pedalar. Para a 2 Peaks, todo ciclista é bem-vindo. Conheça a 2 Peaks Bikes, distribuidora oficial da Factor, da Santa Cruz e da Yeti no Brasil. @2peaksbikesla SIGA e COMPARTILHE o Endörfina no Youtube ou através do seu app preferido de podcasts. Contribua também com este projeto através do Apoia.se.
O Senado aprovou um projeto de lei que libera R$ 5 bilhões anuais às Forças Armadas, pelos próximos seis anos, para compra de equipamentos e desenvolvimento de tecnologias estratégicas. A analista de Economia da CNN Thais Herédia, o diretor de Jornalismo da CNN em Brasília, Daniel Rittner, o analista de Política da CNN Caio Junqueira, e o analista de Internacional da CNN Lourival Sant'Anna, debatem o assunto.
Depois de oferecerem milhões de dólares por informações sobre o presidente Nicolás Maduro, a mobilização militar dos EUA em torno da Venezuela vem crescendo. Nos últimos dias, aviões militares americanos sobrevoaram a costa venezuelana e ontem, o comandante das Forças Armadas dos Estados Unidos responsável pela América Latina pediu demissão, sem detalhes sobre o motivo. E tem ainda:- Trump deve se encontrar hoje com Zelensky e um dos principais tópicos da reunião devem ser os mísseis de longo alcance que a Ucrânia tem interesse em adquirir- Depois da reunião, Brasil e EUA publicaram nota conjunta destacando que mantiveram “conversas muito positivas” sobre comércio e outros temas bilaterais- Assassinato do músico de 32 anos durantes protestos no Peru, que forçaram o impeachment da presidente Dina Boluarte, é apontado como ato organizado por criminososinfiltrados que “semeiam o caos” por presidente interino José Jerí- Portugal promulga nova versão da chamada “lei dos estrangeiros”, que endurece as regras de imigração no país Ouça João Merín no Spotify Vote no Mundo em 180 Segundos clicando aqui Notícias em tempo real nas redes sociais Instagram @mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 Segundos Fale conosco através do redacao@mundo180segundos.com.br
Angola foi eleita, nesta terça-feira, 14 de Outubro, membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para o triénio 2026-2028, durante a 18.ª reunião plenária da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. O país obteve 179 votos favoráveis e três abstenções, alcançando a quarta presença no órgão composto por 47 Estados-membros. As autoridades angolanas referem que esta eleição resulta do “reconhecimento dos avanços institucionais e do compromisso do país com a dignidade humana”, comprometendo-se a reforçar os mecanismos multilaterais e proteger os direitos das pessoas mais vulneráveis. David Boio, sociólogo angolano, mostrou-se surpreso com a eleição de Angola para esta organização e diz que "o país não respeita os direitos humanos". Angola foi eleita, nesta terça-feira, 14 de Outubro, membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para o triénio 2026-2028, durante a 18.ª reunião plenária da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. O que representa esta eleição para o país e para os angolanos? Talvez, para o Governo, seja uma boa notícia em termos de imagem. Mas para o país, não. Porque o mais importante para o país não é Angola ser eleita para este tipo de organizações, mas sim que houvesse, de facto, respeito pelos direitos humanos e que as pessoas vivessem num país onde estes são efectivamente respeitados. E não é esse o caso. Qual será o papel de Angola enquanto membro deste Conselho? Eu não faço ideia de qual deve ser, ou qual poderá ser, o papel de um país que não respeita os direitos humanos numa organização como essa. É uma contradição. A eleição ocorre num momento em que o país enfrenta críticas internas e internacionais pela deterioração das liberdades civis e pela descida significativa em indicadores globais de direitos humanos e democracia. Esta eleição mostra que a ONU já não tem em conta estes indicadores quando se trata de eleger um país para integrar a comissão dos direitos humanos? Sim, penso que sim. A própria ONU também tem estado sob uma série de críticas. Questiona-se o papel do Conselho de Segurança da ONU, se ainda faz sentido tal como está hoje, no século XXI. Cinquenta anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, a própria organização encontra-se, infelizmente, num contexto de descredibilização. E nomear um país que não respeita os direitos humanos para um órgão como este vem, mais ou menos, solidificar a ideia de que a ONU é, cada vez mais, uma organização não credível. De acordo com o World Human Rights Index, Angola caiu várias posições devido a restrições à liberdade de imprensa, detenções arbitrárias, censura e repressão a manifestações pacíficas. Esta nomeação poderá, de alguma forma, exercer pressão sobre as autoridades? [As autoridades] não vão, de forma alguma, recuar na sua natureza autoritária por causa desta nomeação. Esse tipo de nomeação apenas legitima, internacionalmente, a forma autocrática como governam. O Governo não vai mudar por estar num órgão das Nações Unidas. Por isso é que eu disse que o estranho é, de facto, Angola ser eleita, ou algo do género, por essa organização. No passado mês de Julho, o Conselho de Direitos Humanos da ONU reconheceu progressos em Angola, mas fez recomendações, nomeadamente quanto à actuação das Forças Armadas. Era também nesse sentido que lhe fazia a pergunta: o país poderá vir a respeitar essas recomendações? Não vai. Teria de existir algo mais profundo, uma mudança da natureza do regime. O Governo angolano actual não faz, nem tem feito, nada nesse sentido. Aliás, aproximamo-nos de um período eleitoral e aquilo que se espera é que o Governo se feche ainda mais, ou seja, que a sua natureza autocrática se aprofunde. O país está a viver uma profunda crise económica, com muita insatisfação da população, e a forma como o Governo lida com essas questões é sempre com o braço mais forte, e não com liberalização. Seria contra a natureza do regime. É também esta a posição dos activistas, que consideram que a nomeação de Angola contrasta com a realidade vivida no país. Um grupo de cidadãos da sociedade civil está a organizar uma vigília pela libertação dos presos políticos, marcada para sexta-feira, 17 de Outubro. É também este o seu sentimento – que a nomeação de Angola contrasta com a realidade do país? Mais do que um sentimento, é mesmo uma observação. Teremos de ter um outro regime. Enquanto o país continuar a ser governado por este regime do MPLA, que prefere o exercício autoritário do poder, a situação não vai mudar. A única coisa que fazem é recorrer a estas instituições para criar uma imagem de legitimidade internacional. Mas, localmente, internamente, as coisas não mudam. Aliás, estas organizações, ou, neste caso, as Nações Unidas, acabam por chancelar a natureza autoritária do regime. Isso não contribuirá positivamente para a situação dos direitos humanos internos. Não vai – e nós sabemos, infelizmente, que estas organizações têm estas particularidades de hipocrisia. Mas, para o país, nada mudará. Tivemos pessoas que foram mortas. Como é que um país, onde as forças policiais assassinaram várias pessoas e onde há presos políticos, pode ser eleito para esta organização? Isso diz mais sobre as Nações Unidas do que sobre Angola.
A cerca de um mês das eleições gerais aumentam as tensões na Guiné-Bissau. O Supremo Tribunal de Justiça divulgou a lista dos candidatos à presidência, na qual se nota a ausência de um dos candidatos, Domingos Simões Pereira, sem que haja - até ao momento - qualquer comunicação oficial sobre o assunto. Entretanto, a 14 de Outubro, a lista foi tornada "definitiva". Da sociedade civil surgem apelos a manifestar, apesar da proibição de manifestações desde 2024 e, nas ruas de Bissau, observadores notam o aumento da presença de membros das forças armadas junto às residências de opositores, assim como nas principais artérias da capital. O Supremo Tribunal de Justiça divulgou a 13 de Outubro a lista dos candidatos à eleição presidencial. Dos 15 candidatos, um desistiu: Nuno Gomes Nabiam (APU-PDGB), e duas candidaturas foram rejeitadas. Na lista das doze candidaturas admitidas, não consta o nome de Domingos Simões Pereira (DSP), que apresentou no entanto a candidatura à presidência, apoiado pelo PAIGC. A 14 de Outubro, o porta-voz do Supremo Tribunal de Justiça, Mamadu Embaló, disse à imprensa guineense que "a decisão é definitiva e sem possibilidade de recurso". RFI: Como é que interpreta a ausência do nome de Domingos Simões Pereira na lista dos candidatos à Presidência divulgada a 13 de Outubro pelo Supremo Tribunal de Justiça? Para autorizar [uma candidatura], o Supremo Tribunal necessita de alguma orientação superior. Há a uma mão que está a controlar tudo isso. O Supremo Tribunal simplesmente reteve o nome de DSP por falta de argumentos objectivos. Também temem as consequências desta decisão, feita à revelia da lei. Precisam de alguma garantia de segurança de que a esta decisão, contrária à lei, será protegida. O comportamento do regime em relação à preparação deste processo eleitoral faz-se à margem da legalidade. Mas existem outros meios políticos de pressão. RFI: Quais? Os que não sejam violentos. As autoridades estão a ser amparadas por parceiros. Sem o crivo desses parceiros, o processo não será legitimado. Então é necessária a intensificação dessas actividades junto destes parceiros. E mesmo a nível social, estão a surgir pressões, cartas abertas, apelos à unidade... E é necessário continuar a informar, porque a população vê que não se está a fazer justiça. Há muita preocupação. Inclusive devido ao aumento das forças de defesa e segurança nas ruas de Bissau. RFI: Nota-se o aumento da presença das forças de defesa e segurança? Sim, nas principais artérias e junto às casas de alguns dirigentes da sociedade civil e dos partidos políticos ligados ao PAIGC. RFI: Devido aos apelos a manifestar que têm sido lançados? Exactamente. Mas não são realmente apelos a manifestar. É porque houve um "ultimato" feito ao Supremo Tribunal para decidir até hoje sobre a candidatura de DSP. Este ultimato está a ser interpretado como um alerta, um risco de manifestação. E, claro, há uma intimidação a ser feita contra as pessoas em relação a esta eventualidade de manifestação. RFI: Houve intimidações contra membros do Movimento Pó di Terra, que apelou a manifestar pacíficamente no dia 1 de Novembro e apelou às Forças Armadas para que se coloquem do lado do povo, garantindo o respeito pela legalidade e pela soberania popular. Houve actos de intimidação. Houve aquelas atitudes de dizer que se vai cumprimentar o fulano tal, e durante esses encontros, são dirigidas palavras de ameaça a quem pretender sair às ruas. Depois, os activistas ligados ao regime estão nas redes sociais a atacar pessoalmente alguns indivíduos ligados ao movimento. E para além destes activistas, existem órgãos de comunicação social ligados ao regime, em que jornalistas professam mensagens de violência contra a oposição. RFI: No caso de haver uma manifestação popular, com cidadãos que saiam às ruas para protestar, qual será a resposta das autoridades? A ideia é para não sair, porque não há equilíbrio em termos forças, e pretendemos que não haja vítimas. Está se a pensar em outras estratégias, para evitar espancamentos e banhos de sangue. Eles estão dispostos a tudo, porque mesmo que as pessoas não saiam às ruas ruas, vão na calada da noite, encapuçados, para atacar e raptar as pessoas. Então, se fazem isso, imagine quando houver uma manifestação pública. As pessoas estão com medo. Mesmo revoltadas. E este medo está a ser instrumentalizado. De notar que a campanha eleitoral começa oficialmente no dia 1 de Novembro, terminando vinte dias mais tarde. Depois de um dia de pausa para reflexão, as eleições estão marcadas para dia 23 de Novembro.
Hoje, ‘No Pé do Ouvido, com Yasmim Restum, você escuta essas e outras notícias: Últimos 20 cativos foram recebidos nesta manhã pelas Forças Armadas de Israel, e corpos dos reféns mortos devem ser repatriados ainda hoje. Segundo o IBGE, 2 milhões de lares saíram da insegurança alimentar no ano passado. Morre Diane Keaton, grande dama do cinema americano. E governo estuda “versão digital” do Estatuto da Criança e do Adolescente para proteger menores nas redes. Para saber mais sobre as iniciativas do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), apresentadas na editoria Energia da Evolução, visite alemdasuperficie.orgSee omnystudio.com/listener for privacy information.
00:00:00 – Show open — Talking Trek Live begins after a delayed start; DJz jokes about being “34 minutes late” 00:00:50 – Introductions: UltimatDJz, Griffin, and crew welcome listeners; early banter about G7 launch hype 00:03:00 – Server roll call and greetings from chat; players sounding off from servers 14 through 702 00:04:00 – Initial G7 impressions — DJz and Griffin discuss economy balance, bugs, and daily node issues 00:06:45 – Mining daily glitch story — DJz recalls losing credit for his G7 daily; jokes about Scopely manuals 00:07:50 – Parenting interlude — Noah calls for pizza money; Cash App limits and “$1,000 pizza” chaos ensue 00:10:30 – Homecoming audit — DJz tallies his son's expenses and admits he's “raising a diva” 00:11:30 – EV talk — Ford Lightning test drive review and why electric vehicles don't work in rural terrain 00:13:00 – Gas prices, long commutes, and chat banter about country living and spoiled kids 00:14:45 – Transition to main topic — Preview of Surge and Serene Squall as the day's focus 00:15:15 – Surge overview — new gameplay loop, location near territories, and entry requirements 00:16:00 – Fault Shard tokens explained — daily caps, double gating, and how to “work the clock” for 300 tokens 00:17:45 – Optimal ship use — three-ship limit discussion; Dauntless and Seek & Destroy mechanic tested 00:20:00 – Tips & tricks — how to chain Surges back-to-back without recalling your ships 00:22:00 – Community reaction — mixed feelings from chat on fun factor vs. complexity 00:23:30 – Dauntless performance — Tier 4 ship tested up to level 55 hostiles; seek logic review 00:25:00 – Surge rewards intro — fault charts, tiers, and “Primordial Plasma” currency explained 00:26:30 – DJz shares his first impressions — rewards feel minor for 70-and-under players 00:28:00 – Griffin explains G7 research tie-in — why Primordial Plasma matters long-term 00:29:30 – Moral discussion — “riding whale tail” and how littles can help their bigs in Surge 00:31:00 – Team math — how individual scores multiply by team totals for tier ranking 00:33:00 – Tier chart overview — examples of Tier 4, 5, and 6 runs; players earning 125 credits 00:35:00 – “Secret of the Ooze” moment — chat nicknames the Plasma currency after TMNT movie 00:36:30 – Vanilla Ice callback — “Go Ninja Go” story from Adam Sandler tour gets the crowd laughing 00:38:00 – Ops requirements — proof that players as low as Ops 36 can join Surge 00:40:00 – Coordination tips — how to keep low-ops players alive and maximize team damage 00:42:00 – Entry management — saving Fault Shards and rotating alliances through waves 00:44:00 – Do's and don'ts — ships that don't work (T'Shara, Cube Junker) and ones that do (Dauntless) 00:46:00 – Scheduling Surge events — DJz shares his alliance's Saturday 4 PM routine 00:48:30 – Comparison to formation Armadas — coordination easier than expected 00:50:00 – Reward differences — 71+ get Plasma; lower ops get ship parts and scraps 00:52:00 – Alliance tracking — participation being logged for future requirements 00:54:00 – Chat discussion — fairness of mandatory participation and reward balance 00:56:00 – Moral recap — helping bigs as thank-you for years of whale support 00:58:00 – G7 Research Tree intro — “Surge Damage,” “Surge Shields,” “Surge Hull Plating” 01:00:00 – Massive stat boosts — 3,000 to 20,000 percent numbers reveal blows chat's mind 01:02:30 – Combat impact — why these researches redefine high-level battles 01:05:00 – Comparison to Mirror Dust tree — DJz calls it “Mirror Dust on steroids” 01:07:00 – Predictions — Surge as future mandatory content for elite alliances 01:10:00 – Crew and ship strategies — speed crews for Borg Cubes and Dauntless optimizations 01:15:00 – Player questions — how to farm tokens, ops thresholds, and scoring formulas 01:20:00 – Community debate — accessibility for lower ops vs. exclusivity for G7 01:30:00 – Economy discussion — Surge rewards vs. Titan, Voyager, and Mirror events 01:38:00 – Player stories — firsthand Surge results and shared screenshots 01:43:00 – Transition to Serene Squall topic — DJz teases F2P release and community reaction 01:45:00 – Serene Squall overview — ship now free-to-play; how to earn blueprints and parts 01:47:30 – Event strategy — how to grind missions, crew lineups for efficiency 01:50:00 – Crew recommendations — La'An mitigation builds, Una-Pike-Ortegas for damage control 01:52:00 – Resource drops — comparing F2P rewards to previous paid versions 01:54:00 – Community feedback — chat celebrates F2P change as a “win for the people” 01:56:00 – DJz recap — both Surge and Serene Squall mark Scopely's most player-centric month yet 02:00:00 – Final Q&A — misc listener questions about packs, crew combinations, and upcoming content 02:05:00 – Closing remarks — thank-yous, inside jokes about “The Ooze,” and gratitude to supporters 02:06:30 – Outro — Talking Trek Live sign-off and credits
Há oito anos, o norte de Moçambique, mais especificamente a província de Cabo Delgado, rica em gás, tem sido palco de ataques terroristas. Esta semana, o Governo classificou como esporádicas as recentes incursões na região, contradizendo a versão das Nações Unidas, que alerta para o aumento da violência em Cabo Delgado e aponta para a possibilidade de um recorde de ataques em 2025. O cientista político moçambicano Justo Nauva considera que o executivo tem adoptado um discurso "eufemista" sobre a situação, que está actualmente fora de controlo. O Governo moçambicano classificou, esta semana, como esporádicas as recentes incursões na região de Cabo Delgado, contradizendo a versão das Nações Unidas, que alerta para o aumento da violência no norte do país e aponta para a possibilidade de um recorde de ataques em 2025. Como se explicam estas duas narrativas? Penso que o Governo tem tido um discurso “eufemístico” em relação ao fenómeno de Cabo Delgado. Mas, no fundo, o que nós estamos a constatar é que o conflito, em Cabo Delgado, está a ganhar uma dimensão que, em algum momento, no início, não se esperava que pudesse chegar a estas proporções, que vão até, digamos assim, aos impactos dos deslocamentos internos, da insegurança humana, entre outros factores. E, por outro lado, temos a perspectiva das Nações Unidas que, por ser um órgão internacional, lida com relações interestatais e relações com outros Estados. Existe, portanto, uma ideia vital relativamente a esta dinâmica de evolução do conflito. O Governo quer enviar uma mensagem de que o país está estabilizado para garantir que os investidores regressem ao norte do país? Isto quando a empresa francesa TotalEnergies veio dizer que só regressaria ao país quando as condições de segurança estivessem reunidas… Este discurso governamental deve ser compreendido como um mecanismo de justificação de acções de interesse do próprio Governo, face às dinâmicas de investimento e face aos diversos actores que estão interessados, digamos assim, na exploração dos recursos naturais naquela região. Esse é um ponto de partida. O outro ponto de partida é compreender, também, a securitização do Estado naquela zona, que, muitas das vezes, está ligada ao controlo, particularmente da zona que alberga os próprios recursos. Zona que é rica em gás… Exactamente. Então, muitas das vezes, a actuação das Forças Armadas de Moçambique e das forças ruandesas tem sido muito mais de acção quando se identifica, digamos assim, o actor adverso, no contexto do combate ao conflito em Cabo Delgado. É preciso compreender que Moçambique está numa situação bastante complicada, sob o ponto de vista de resposta estratégica face a este conflito. E esta fase complicada e de crise não se resolve com a suavização do discurso governamental de estabilização. A realidade é outra em Cabo Delgado. Todo o mundo sabe disso. Quando nós acompanhamos, quando vamos ao terreno, percebemos que as coisas estão complicadas. As Nações Unidas avançam que, desde o mês de Agosto, os testemunhos dão conta da expansão da urgência do norte para o sul de Cabo Delgado. Ancuabe, Chiúre e Balama têm sido alvos preferenciais dos insurgentes. Neste momento, as forças moçambicanas, apoiadas pelas forças ruandesas, lutam contra o terrorismo. O que é que tem falhado? É preciso que se compreenda que, diante desta instabilidade, é necessário que o Governo comece a pensar em estratégias, respostas específicas e claras em relação ao conflito em Cabo Delgado. Existe aqui uma problemática que diz respeito à forma como se actua concretamente para fazer face a este conflito. Talvez a grande questão que se deve colocar é: como é que tem sido a nossa acção de segurança? Como é que tem sido a acção de combate ao terrorismo, ao movimento jihadista que opera em Cabo Delgado? Só depois se poderá definir uma estratégia clara. Que estratégias seriam essas? Essas estratégias devem estar aliadas às políticas de segurança em Moçambique e em Cabo Delgado. Perceber as falhas de segurança no norte do país. O que é que falhou para que um grupo terrorista se tenha instalado? O fenómeno de Cabo Delgado é um fenómeno que lida com a segurança, que lida com a questão da militarização. Penso que existe uma profunda fragilidade institucional de segurança, sob o ponto de vista da actuação das nossas Forças Armadas em Moçambique. E, quiçá, por mais que nós tenhamos o apoio da força ruandesa, há uma fragilidade do ponto de vista material, bélico, e de outros recursos transversais que possam fazer face a este fenómeno. Numa entrevista ao canal de televisão Al-Jazira, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, voltou a admitir a possibilidade de dialogar com as lideranças do grupo terrorista. De que forma poderia ser viabilizado este diálogo? E com a ajuda de quem? É necessário que se identifiquem as lideranças, as pessoas desses grupos terroristas, para que se possa conversar, negociar. Porque, partindo do pressuposto da forma como nós saímos da guerra de 16 anos, em que tínhamos dois beligerantes identificados na história de Moçambique, a FRELIMO e a RENAMO, que conseguiram, digamos assim, colmatar uma espécie de diálogo e chegaram a um processo de pacificação, por um lado. Por outro lado, temos um grupo que se militarizou em Cabo Delgado e o Governo, desde o final de 2017, não foi capaz de mostrar uma estratégia concreta de negociação com este grupo. A questão que mais me preocupa é: se pretendemos negociar com este grupo, é preciso que se identifique o espaço geográfico do grupo. Esta é a primeira questão. Depois, há outra questão: com quem é que nós queremos negociar? Porque é um grupo específico que demonstra ter lideranças que comandam, que dão uma certa autoridade para operações militares. O embaixador da Rússia, em Maputo, declarou a disponibilidade do país para partilhar a experiência com Moçambique, para travar a insurgência armada na província de Cabo Delgado, garantindo ter nomes dos terroristas para partilhar com as autoridades. Que conhecimento pode dar a Rússia a Moçambique? E que interesses tem a Rússia nesta zona? É expectável que tenhamos diversos actores, numa perspectiva de ajuda, por um lado, mas também numa perspectiva de interesses desses actores em relação ao Governo de Moçambique e à região, nomeadamente interesses económicos. Mas também devemos recordar que as relações entre Moçambique e a Rússia remontam aos tempos da luta de libertação nacional. Já tivemos, também, um grupo específico que operou entre 2017 e 2018 em Cabo Delgado. O grupo Wagner… O fenómeno do terrorismo não poderá ser apenas resolvido pelas autoridades moçambicanas. Intervenientes de outras esferas globais poderão apoiar na luta contra este fenómeno em Cabo Delgado. A União Europeia, por exemplo. Portugal também se veio mostrar disponível para ajudar e cooperar com o Governo moçambicano no fortalecimento das Forças Armadas… Quando temos o Governo a justificar que o conflito de Cabo Delgado se trata de um problema de terrorismo, assume-se a ideia de que não se pode resolver apenas a partir de um Estado nacional. É necessário o envolvimento de outros intervenientes externos, organizações, Estados de cooperação. Não só Portugal, mas a União Europeia tem vindo a fazer um trabalho, desde o início do conflito até cá, no apoio ao Governo de Moçambique, entre outros intervenientes. Temos essa abertura do mundo para ajudar Moçambique.
O Primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu apresentou a sua demissão nesta segunda-feira de manhã, 6 de outubro, poucas horas após a nomeação, no domingo à noite, dos membros do novo governo. Este é o governo mais curto da Vª República, com uma duração de apenas doze horas, e a terceira queda de governo desde as eleições legislativas de 2024. O presidente Emmanuel Macron aceitou a demissão de Lecornu, e o povo francês, com um sentimento de déjà-vu, volta a questionar-se sobre os cenários futuros: irá o Presidente nomear um novo chefe de Governo? Convocará novas eleições legislativas? Ou, ainda, apresentará a sua própria demissão? Sébastien Lecornu foi primeiro-ministro durante menos de um mês, tendo sido nomeado a 9 de Setembro, após o chumbo de uma moção de confiança para o governo do seu antecessor, François Bayrou. Durante a primeira parte do seu mandato, Lecornu liderou um governo demissionário, até à nomeação de uma nova equipa governamental, anunciada este domingo. Este novo governo não durou mais de doze horas, um recorde na Va República. Face às críticas sobre a composição do governo e instabilidade política crescente, Lecornu apresentou a sua demissão nas primeiras horas desta segunda-feira. Um gesto prontamente aceite pelo Presidente Emanuel Macron. Vítor Ramon Fernandes, professor-adjunto na Sciences Po Aix-en-Provence, identifica três factores principais que explicam a decisão de Sébastien Lecornu. O primeiro prende-se com a composição do novo governo anunciado no domingo: "A tal renovação anunciada não se verificou na composição do novo governo [12 ministros do governo anterior foram reconduzidos para outras pastas]. Os nomes que apareciam vinham de governos passados. É o caso de Elizabeth Borne [antiga Primeira-ministra e ministra da educação] e de Bruno Le Maire [antigo ministro da economia, reconduzido para a pasta das Forças Armadas]." Bruno Le Maire é visto, especialmente pela direita, como responsável pelo fracasso orçamental e pela degradação económica do país. Ministro da Economia nos últimos anos, Le Maire foi membro de sucessivos governos de Emmanuel Macron, durante os quais tanto o défice orçamental como a dívida pública aumentaram. Por outro lado, Vítor Ramon Fernandes aponta que "existe em França uma dificuldade histórica para alcançar compromissos a nível político". E, por fim, o professor sublinha que as eleições presidenciais de 2027 deixam pouco espaço para consensos. O Presidente ainda não se pronunciou. No entanto, Emmanuel Macron tem várias opções em cima da mesa, já conhecidas da população francesa por se repetirem a cada queda de governo (esta é a terceira desde 2024): nomeação de um novo chefe de governo, convocação de novas eleições gerais ou apresentação da sua própria demissão. "Eu penso que, destas três possibilidades, a menos provável é a demissão por parte do Presidente da República, é uma possibilidade praticamente nula. Ele não tem mostrado qualquer disponibilidade para isso. Mas estará Macron mais inclinado para nomear mais um Primeiro-ministro e continuar com esta saga? [Lecornu foi o terceiro Primeiro-ministro desde as eleições legislativas de 2024]. Portanto, a situação das eleições legislativas é uma possibilidade, porventura aquela que faz mais sentido, porventura também aquela que tem mais probabilidade de acontecer", analisa Vítor Ramon Fernandes. De notar que, nas últimas legislativas, a união das esquerdas Nova Frente Popular obteve o maior número de votos, logo seguida pela extrema-direita de Marine Le Pen. Desde então, nenhum dos chefes de governo nomeados por Emmanuel Macron saiu das fileiras destes partidos. Se novas eleições forem convocadas, as tensões entre esquerda e direita podem sair reforçadas, considera Vítor Ramon Fernandes, e a extrema-direita poderá recolher um maior número de votos. "Tal situação também não contribuiria para uma estabilização ou saída de crise", realça o professor universitário. Este impasse político tende a agravar a situação financeira da segunda economia da zona euro, com uma dívida que já atinge 3 400 mil milhões de euros (115,6% do PIB). Vítor Ramon Fernandes enumera as possíveis consequências económicas e financeiras: "agravemento da situação económica, diminuição dos investimentos por parte das empresas, diminuição da productividade, falta de criação de empregos, subida das taxas de juros, subida das taxas de empréstimos para a habitação....", e consequente sentimento de insegurança e de falta de esperança para os residentes em França.
A decisão do presidente Donald Trump de nacionalizar a Guarda Nacional da Califórnia reacendeu um debate jurídico e político sobre os limites da autoridade federal. Em meio a protestos em Los Angeles contra operações migratórias, a Casa Branca ordenou a mobilização de cerca de 300 guardas, sem o consentimento do governador Gavin Newsom. Uma tentativa de Trump de instrumentalizar a segurança pública e testar a resistência do federalismo nos EUA. Thiago de Aragão, analista político O governador classificou a medida como uma violação da soberania estadual e anunciou ações judiciais. O caso lembra o uso da Guarda Nacional em Portland, quando o governo Trump tentou justificar o envio de tropas sob o argumento de garantir a segurança pública, apesar de autoridades locais afirmarem que a situação estava sob controle. Em ambos os casos, o tema central foi o conflito entre poder federal e autonomia estadual. A Guarda Nacional é uma força híbrida, sob comando estadual em tempos normais, mas sujeita à federalização em situações excepcionais. TTrump invocou o Título 10 do Código dos EUA e a Lei da Insurreição, alegando enfrentar rebeliões internas. Juristas consideram essa interpretação excessiva, pois a Lei Posse Comitatus limita o uso das Forças Armadas em atividades de polícia interna. Historicamente, a federalização ocorreu para proteger direitos constitucionais, como em Selma em 1965 ou em Little Rock em 1957. No caso atual, a intervenção buscou conter protestos políticos, o que muitos especialistas consideram um uso distorcido da legislação. O precedente preocupa governadores e analistas pela possibilidade de ampliação indevida do poder presidencial. Segurança pública como ferramenta política A reação dos governadores democratas foi imediata. Vinte e três deles emitiram uma declaração conjunta chamando a ação de abuso de poder e advertindo que a medida compromete a missão militar da Guarda Nacional. O episódio aprofunda o conflito federativo entre a Califórnia e a Casa Branca, já marcado por disputas sobre clima, imigração e meio ambiente. A crise também reacende o debate sobre até que ponto um presidente pode intervir em políticas estaduais sob o argumento da segurança nacional. O resultado imediato é o enfraquecimento da coordenação entre forças locais e federais e o aumento da polarização institucional. O episódio expõe o uso político da segurança pública. Trump concentrou ações em estados democratas, reforçando seu discurso de lei e ordem e apresentando cidades como Los Angeles e Portland como símbolos do caos. Governadores e prefeitos democratas afirmam que o presidente distorce os fatos e militariza questões civis. Para o Partido Democrata, o episódio serviu como fator de união em torno da defesa do Estado de Direito e da autonomia estadual. A narrativa de cada lado reforça a divisão política e transforma a segurança interna em campo de disputa eleitoral. O embate entre federalismo e poder presidencial Gavin Newsom emergiu como o principal antagonista de Trump. Sua postura firme contra a federalização da Guarda Nacional o projetou como potencial líder nacional dos democratas. Ele tem se posicionado como defensor dos direitos dos estados e da Constituição, explorando a crise para construir capital político. Ao assumir o papel de opositor ativo, Newsom tenta ocupar o vácuo de liderança no partido e consolidar-se como nome viável para 2028. Sua estratégia combina enfrentamento jurídico e discurso institucional, reforçando sua imagem de gestor combativo e pragmático. A disputa pela Guarda Nacional vai além de uma divergência operacional. Ela revela um embate sobre o alcance do poder presidencial e a integridade do federalismo norte-americano. O episódio redefine os limites da autoridade executiva e coloca em evidência a fragilidade das fronteiras entre segurança nacional e política partidária. Em última instância, a crise serve como teste à resiliência das instituições democráticas diante da crescente instrumentalização das forças de segurança nos Estados Unidos.
Episódio postado em 03 de outubro de 2025. O Foro de Teresina desta semana começa com a aprovação na Câmara do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais e cria um imposto mínimo para super-ricos. Fernando de Barros e Silva, Ana Clara Costa e Celso Rocha de Barros também analisam o plano de Donald Trump para Gaza, lançado ao lado de Netanyahu, e sua tentativa de aparelhar as Forças Armadas dos EUA. O trio ainda comenta as novas informações sobre as mortes por ingestão de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo e Pernambuco, e a investigação sobre possível ligação com o PCC. Escalada: 00:00 1º bloco: 05:53 2º bloco: 22:37 3º bloco: 40:09 Kinder Ovo: 50:08 Momento Cabeção: 51:10 Correio Elegante: 56:00 Créditos: 59:12 Foro de Teresina ao vivo – no MAM-RJ. Sábado, 18 de outubro, às 18h, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna. Garanta seu ingresso aqui: https://www.sympla.com.br/evento/foro-ao-vivo-cinemateca-do-mam-rio/3138004 Envie uma mensagem – ou um áudio de até 1 minuto – para o Correio Elegante pelo e-mail (forodeteresina@revistapiaui.com.br) ou por nossas redes sociais. Acesse a transcrição e os links citados nesse episódio: https://piaui.co/ft81 Quer anunciar no Foro de Teresina? Entre em contato com nossa área comercial: comercial@revistapiaui.com.br. * Ficha técnica: Apresentação: Fernando de Barros e Silva, Ana Clara Costa e Celso Rocha de Barros Coordenação geral: Bárbara Rubira Direção: Mari Faria Edição: Bárbara Rubira, Carolina Moraes e Mari Leão Produção e distribuição: Maria Júlia Vieira Finalização e mixagem: Pipoca Sound Intérpretes da nossa música tema: João Jabace e Luis Rodrigues Identidade visual: Maria Cecília Marra com arte de Amandadrafts Coordenação digital: Bia Ribeiro e Juliana Jaeger Checagem: Gilberto Porcidônio Gravado no Estúdio Rastro Redes Sociais: Fábio Brisolla, Emily Almeida e Isa Barros. Vídeos: Isa Barros e Fernanda Catunda
Custam uma fortuna, mas vão dotar as Forças Armadas dos meios necessários para fazer face a uma situação de guerra. Mas será que vai haver alguma guerra? Este é o tema do ‘Crime e Castigo' desta semana, um podcast diferente com Paulo João Santos e Sérgio A. Vitorino, apresentado por Rita Fernandes Batista e com edição Cláudio Martins.
Em Moçambique, como delegado do Movimento das Forças Armadas, queimou as listas de informadores da PIDE para não serem alvo de vinganças. Na Base Aérea do Montijo conspirou com o comandante para resistir aos avanços da extrema esquerda. Na entrevista, o General Vaz Afonso, ex-Chefe do Estado Maior da Força Aérea, emocionou-se a recordar um encontro com o chefe inimigo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Moçambique, como delegado do Movimento das Forças Armadas, queimou as listas de informadores da PIDE para não serem alvo de vinganças. Na Base Aérea do Montijo conspirou com o comandante para resistir aos avanços da extrema esquerda. Na entrevista, o General Vaz Afonso, ex-Chefe do Estado Maior da Força Aérea, emocionou-se a recordar um encontro com o chefe inimigo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Confira na edição de Os Pingos nos Is desta sexta-feira (26):O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) no Brasil. A articulação estaria sendo conduzida pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e é vista como um forte aceno político após a condenação de Bolsonaro no STF.Familiares e aliados próximos do ex-presidente afirmam que ele está cercado de “aproveitadores”. O desabafo ocorre em meio ao racha na direita, marcado por críticas a parlamentares que utilizam a imagem de Bolsonaro para fins eleitorais.Trump também avalia revogar o visto de Tomás Paiva, comandante do Exército brasileiro, apontado como aliado de ministros do STF. A medida é interpretada como uma nova rodada de sanções contra autoridades brasileiras e amplia a pressão sobre o Judiciário e as Forças Armadas.Você confere essas e outras notícias na edição de Os Pingos nos Is.
Guiné-Bissau: Corrida eleitoral traz velhos nomes a ribalta e riscos de exclusão para alguns. Moçambique: Celebra-se hoje o Dia das Forças Armadas, mas em Cabo Delgado o Exército não tem merecido a confianca da população. Líderes africanos voltam pressionar a ONU, querem, por exemplo, dois assentos permanentes no Conselho de Segurança.
Segunda jornada de discursos en la Asamblea General de la ONU con protagonismo para dos líderes: por un lado, Volodimir Zelenski. El mandatario ucraniano ha hablado de la necesidad cada vez más perentoria de frenar a Vladimir Putin, justo el día después de que Trump dijera sorpresivamente, aunque no sorprendentemente, que no ve mal que Ucrania recupere su territorio perdido.Por otro lado, ha sido hoy protagonista el nuevo líder de Siria, Ahmed Al Sharaa.Estamos pendientes de la flotilla humanitaria que se dirije a Gaza. Italia y hace unos minutos España, a través de su presidente Pedro Sánchez, anuncian el envío de buques de sus Armadas por si fuera necesario socorrer a los integrantes de la flotilla.Hablaremos de Siria y los ataques documentados contra la minoría alauita en una entrevista, estaremos en Reino Unido donde ha sido detenido un hombre vinculado al parecer al ciberataque del domingo que paralizó buena parte de los aeropuertos europeos. Los hutíes han lanzado un ataque sobre una ciudad israelí, sabremos qué ha ocurrido.Escuchar audio
Tinha 27 anos em 1974.50 anos depois, acha que o 25 de Abril meteu férias… É Bispo Emérito das Forças Armadas.
Ainda está em fase inicial, nova incursão terrestre do exército israelense na Cidade de Gaza busca desmantelar ainfraestrutura do Hamas e impedir que o grupo se reagrupe para futuros ataques. E ainda:- Comissão independente ligada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU acusou Israel de cometer genocídio em Gaza- Eleições na Síria desde a queda de Bashar Al Assad não terá voto popular e dois terços do parlamento serão escolhidos por colégios eleitorais. O restante indicado diretamente pelo presidente Ahmed al-Sharaa- Trump diz que um acordo preliminar deve separar a plataforma TikTok de sua controladora chinesa, a ByteDance,permitindo que continue operando nos EUA- Trump anuncia que Forças Armadas americanas atacaram um segundo barco venezuelano, logo após Maduro acusar Washington de preparar uma “agressão militar” contra seu país Vote no Mundo em 180 Segundos clicando aqui Notícias em tempo real nas redes sociais Instagram @mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 SegundosFale conosco através do redacao@mundo180segundos.com.br
Condenação de militares muda as Forças Armadas? - Julia Almeida - Programa 20 Minutos
Em seu voto no julgamento da trama golpista, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou que a divulgação do relatório das Forças Armadas sobre a lisura das urnas era considerada “inoportuna”.Moraes citou uma mensagem do pai do tenente-coronel Mauro Cid ao filho para explicar por queo governo Bolsonaro atrasou a divulgação do documento. Em outro momento, ao mencionar reuniões de Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas em 2022, o ministro do Supremo apontou que “não há nenhuma dúvida” que o objetivodo então presidente era “discutir a quebra da normalidade constitucional".Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira, Ricardo Kertzman e Madeleine Lacsko comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores. Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade. Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h. Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista https://bit.ly/papoantagonista Siga O Antagonista no X: https://x.com/o_antagonista Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344 Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
Dedicamos el programa a conocer en profundidad la situación crítica que se está viviendo en Haití. Las bandas armadas están intensificando la violencia, la inseguridad y como consecuencia el hambre y el miedo se instaura en la población. Además, UniceF advierte de que el reclutamiento forzado de menores ha crecido un 700 % durante el primer trimestre del año. Por ello, las organizaciones humanitarias no dejan de lado al país caribeño. La Fundación Nuestros Pequeños Hermanos lleva más de 30 años trabajando en Haití y acaban de negociar la liberación de ocho miembros que fueron secuestrados por una banda criminal. Nos lo cuenta el director de la Fundación NPH España, Xavier Adsará, que advierte que la situación actual es peor que la que dejó el terremoto en 2010 y el sufrimiento que están viviendo los niños haitianos es comparable con las imágenes que nos llegan de los menores en Gaza.Escuchar audio
Israel realiza ataque aéreo contra a liderança do Hamas em Doha, capital do Catar. Foi a primeira operação israelense dentro do território catariano e tinha como um dos alvos o negociador-chefe do Hamas, que tinha se reunido com o primeiro-ministro do Catar. E ainda:- Estados Unidos indicam que estão prontos para expandir tarifas contra compradores de petróleo russo, caso a União Europeia siga o mesmo caminho- Aeronaves polonesas e da OTAN foram colocadas em açãodepois que drones russos cruzaram o espaço aéreo da Polônia- No Nepal, o primeiro-ministro Képi Chárma Óli renunciou em meio a onda de protestos violentos que já deixou pelo menos 19 mortos e mais de 100 feridos- Presidente francês Emmanuel Macron nomea o conservador Sébastien Lecornu, ministro das Forças Armadas, como novo primeiro-ministro da FrançaVote no Mundo em 180 Segundos clicando aqui Notícias em tempo real nas redes sociais Instagram @mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 Segundos Fale conosco através do redacao@mundo180segundos.com.br
Na abertura do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação dos oito réus. Moraes, relator do processo, apresentou um voto de cinco horas, afirmando que Bolsonaro usou a estrutura de chefe de Estado para tentar romper com a democracia. Ele rejeitou a tese de mera cogitação e pediu a condenação de todos sem distinção.Já Dino também defendeu a condenação, mas destacou Bolsonaro e o general Braga Netto como principais articuladores, propondo penas mais duras para ambos e menores para os demais envolvidos. O ministro ainda reforçou que os crimes não podem ser anistiados e que o julgamento atinge indivíduos, não as Forças Armadas. Com isso, o placar está em 2 a 0 pela condenação, e a sessão será retomada hoje com os votos de Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Quando o teatro é usado para curar feridas internas, restaurar a confiança e fortalecer comunidades que lutam contas as diversas formas de opressão, ele revela um poder transformador. É exactamente esse trabalho que o Centro de Teatro do Oprimido, em Maputo, tem realizado. Recentemente, entre 1 e 5 de Setembro, o centro concluiu uma formação voltada para as comunidades deslocadas e vítimas do terrorismo na província de Cabo Delgado, com o apoio da Organização Internacional para as Migrações. Em entrevista à RFI, Alvim Cossa, actor e coordenador-geral do Centro de Teatro do Oprimido, destaca como o teatro pode ser uma ferramenta poderosa contra diferentes formas de opressão. Como surgiu a ideia de criar esta formação para as comunidades deslocadas e vítimas do terrorismo na província de Cabo Delgado?O Centro de Teatro do Oprimido de Maputo está a trabalhar com a Organização Internacional para as Migrações desde 2018, quando, em 2017, começaram os ataques de homens armados na província de Cabo Delgado. Desde essa altura, começamos a usar as técnicas do Teatro do Oprimido num projecto que nós denominamos: Cura através da arte. O projecto abrange os distritos severamente afectados pelo conflito e que acolhem muitas das pessoas deslocadas. Esta formação destina-se apenas aos deslocados pelo conflito em Cabo Delgado?Sim, trabalhamos com pessoas deslocadas. Mas também trabalhamos com comunidades de acolhimento, porque, em alguns dos locais onde os deslocados chegam, há pequenos conflitos de tribo, raça, língua. E usamos o Teatro do Oprimido para trazer um ambiente de tolerância, um ambiente de socialização, de tranquilidade entre os deslocados e as comunidades de acolhimento. Trabalhamos com os dois grupos, mas também incluímos na nossa formação membros das Forças de Defesa e Segurança, como a polícia e o exército. Como é que organizam esta formação?No Teatro do Oprimido temos a formação de Coringa, de facilitadores do debate, do diálogo comunitário. Quanto à selecção das pessoas, vamos aos campos de acolhimento, às comunidades, e, com a ajuda das autoridades locais, identificamos as pessoas que têm alguma vontade de trabalhar nas artes - especialmente no teatro, dança, música, poesia. São essas pessoas que passam pela formação do Teatro do Oprimido. A escolha é baseada na vontade e entrega das pessoas para o trabalho com as artes como ferramenta. De que forma pode a arte ser utilizada como ferramenta social e permitir o fortalecimento comunitário?O Teatro do Oprimido é extremamente poderoso por ser uma ferramenta que nos convoca a uma reflexão introspectiva sobre o nosso percurso de vida, sobre o que estamos a fazer e os vários tipos de opressões que nos assolam no dia-a-dia, permitindo um espaço de interacção com o outro. O teatro abre a possibilidade do outro olhar a nossa história e poder contribuir para ela. Permitimos que as pessoas olhem umas para as outras, olhem às práticas e partilhem as boas práticas, mas também partilhem como se devem corrigir as más práticas. Tem sido bastante útil na pacificação e no diálogo. Tem sido bastante útil na construção da autoconfiança, na devolução da esperança das pessoas que viveram situações de horror ou de terror e que perderam a esperança. Muitas vezes, essas pessoas apresentam-se com problemas psiquiátricos e o teatro também ajuda a identificar essas pessoas, encaminhando-as para uma assistência especializada dos médicos, dos psicólogos e dos psiquiatras. O diálogo que promovemos possibilita às pessoas abrirem-se e contarem as coisas que as corroem por dentro. Desta formação que terminou no dia 5 de Setembro, tem alguma história que possa partilhar?Temos a história de uma menina de 16 anos que viu os pais serem degolados e que foi vítima de abusos durante a fuga da zona de ataque para uma zona segura. Segundo as explicações que tivemos, essa menina vivia isolada, não falava com as pessoas, nem se abria com ninguém. Ao participar na formação do Teatro do Oprimido, com um conjunto de jogos e exercícios teatrais, ela começou a soltar-se mais e, no último dia, começou a conversar - até mesmo a rir - e contou a sua história. Inclusive, a história dessa menina foi usada numa das peças criadas durante a formação. Não vou dizer "final feliz", mas conseguimos resgatar uma criança de 16 anos, que parece que está a voltar à vida, está a voltar a sonhar e a ter esperança. A arte permite esse regresso à vida?Acredito que não temos melhor ferramenta do que a arte para curar feridas interiores, para trazer um bálsamo do espírito, fazendo com que as pessoas efectivamente se reencontrem. O que temos estado a dizer - juntamente com os nossos parceiros - é que alguém que passou por situações de trauma físico ou psicológico, que assistiu a momentos de horror, pode receber comida, pode receber roupa, pode receber uma tenda para habitar. A pessoa vai comer, vai vestir-se e vai sentar-se em frente da tenda… e chorar. Porque há coisas que os bens materiais não curam, mas a arte consegue preencher a alma das pessoas e trazer esse sentimento de paz, de alegria, mas, sobretudo, devolver o lado humano do ser. Devolve a dignidade?Exactamente. Então, a arte faz coisas que outras áreas tentam fazer — e não conseguem. Para além da participação das comunidades, esta formação contou ainda com outros intervenientes: a Polícia da República, técnicos dos Serviços Distritais de Educação e Saúde, Mulher, Género e Criança. Qual é o objectivo de envolver outros participantes nesta formação?O principal objectivo é termos a coerência da abordagem e da linguagem, porque criamos peças que falam, por exemplo, da exploração infantil, da violência baseada no género, que falam da protecção e que abordam a área da saúde mental. E nós, como grupo de teatro, reconhecemos que não somos completos em termos de conhecimento. As pessoas de outras instituições ajudam-nos a ter coerência na abordagem, na linguagem, mas também nos ajudam a não retrair as pessoas.Às vezes, como artistas, somos tentados a ver a parte do espectáculo da criação, mas eles ajudam-nos a olhar para a sensibilidade do ser humano e a saber como tratar, mesmo sendo artisticamente, de forma correcta, os assuntos que são profundos e mexem com a vida das pessoas. Então, essas pessoas servem muito para isso. Todavia, em relação à polícia, por exemplo, há um receio das comunidades - sobretudo deslocadas - de verem pessoas com fardamento da polícia e das Forças Armadas. Cria situações de trauma, de susto, e, quando eles são parte do processo de formação, fazemos exercícios em conjunto, abraçamo-nos, corremos juntos, interagimos, actuamos - e essa performance devolve um pouco o sentido de: "embora armado, é um ser humano, pensa e sente como eu". Devolve a confiança?Sim, devolve a confiança! Que balanço faz desta formação? Pensa que se deve repetir esta iniciativa numa sociedade que está tão polarizada? Falou aqui do conflito em Cabo Delgado, mas também tivemos episódios de violência no país, depois do resultado das eleições… Acredito que sim, porque o Teatro do Oprimido abre espaços para o diálogo, abre espaços para a interacção, abre espaços para reflectirmos e buscarmos respostas de forma conjunta e não separada. Infelizmente, o mundo está-se a encher de monólogos. O Teatro do Oprimido busca trazer o diálogo. O que falta na nossa sociedade actual é o diálogo. O que falta é reorganizarmos a nossa sociedade, repensarmos as coisas na perspectiva da paz e da alegria do outro também. Então, nós estamos a trabalhar, sem contrato, em várias províncias do país - não só para as situações do conflito armado, como em Cabo Delgado, Niassa e Nampula - mas também com grupos de mulheres vítimas de violência doméstica. Trabalhamos com grupos de pessoas vivendo com HIV/SIDA, que são discriminadas, que são maltratadas, que são levadas a níveis de vulnerabilidade inaceitáveis. Trabalhamos com todos os grupos de oprimidos para buscar a sua dignidade. Trabalhamos ainda com grupos em zonas que estão a viver o conflito de terras. Em Moçambique temos um grande problema ligado à indústria extractiva, mas também o da agricultura industrializada, como a ameaça da produção de eucaliptos, que está a movimentar comunidades inteiras para abrir machambas de monocultura, que vão criar problemas de alimentação nos próximos anos às comunidades. E usamos o teatro como uma ferramenta de luta dessas comunidades - pela sua dignidade, pelos seus direitos, mas, sobretudo, pelo respeito à vida. E também para criar pontes?Criar pontes, criar espaços de diálogo. É treinar comunidades em estratégias de diálogo e de enfrentamento dos vários tipos de opressores que temos no nosso dia-a-dia.
No 3 em 1 desta sexta-feira (05), destaque para o encontro do presidente Lula com os comandantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio (PRD). Na véspera do 7 de Setembro e em meio ao julgamento da suposta trama golpista, o presidente almoçou com os chefes do Exército, em um gesto visto como tentativa de aproximação. Reportagem: Janaína Camelo. Isso e muito mais no 3 em 1. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
O tradicional desfile cívico-militar de 7 de Setembro em Vitória acontece neste domingo, a partir das 9h, no Centro da cidade. A programação vai reunir forças armadas, polícias, escolas da Grande Vitória e instituições civis na celebração. A estrutura contará com arquibancadas, palanque oficial, tendas para pessoas com deficiência, ambulâncias de prontidão e distribuição de água. Entre os participantes estão a Marinha, Exército, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, além de projetos sociais como a APAE, escoteiros, bandas escolares e grupos que encerram o desfile com motos e carros antigos. Também haverá interdições no trânsito da região central, com apoio da Guarda Municipal e do Batalhão de Trânsito. Para detalhar toda a organização do evento, os pontos de concentração, as medidas de segurança e o que o público pode esperar da solenidade, a CBN Vitória entrevista o Coronel Jocarly Martins de Aguiar Júnior, chefe da Casa Militar. Ele vai explicar como será o desfile, quais instituições vão participar e quais cuidados foram planejados para garantir tranquilidade e acessibilidade a todos os presentes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva almoça hoje com comandantes e ex-comandantes das Forças Armadas. O encontro será no Palácio da Alvorada e terá a presença do ministro da defesa, José Múcio Monteiro. O encontro que acontece às vésperas do 7 de setembro, pode ter como um dos temas, o julgamento da trama golpista.O Giro de Notícias mantém você por dentro das principais informações do Brasil e do mundo. Confira mais atualizações na próxima edição.
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo’, confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo’ desta terça-feira (02/09/2025): O ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus – entre ex-autoridades civis e oficiais das Forças Armadas – começam a ser julgados pela 1.ª Turma do STF, composta por cinco ministros, por tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022, de acordo com denúncia da PGR. A proximidade do julgamento e a recente decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro precipitaram a disputa pela Presidência da República em 2026, projetando o governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como potencial adversário do presidente Lula (PT). Na economia, há temor de que a condenação de Bolsonaro estimule Donald Trump a aplicar novas sanções contra o Brasil, além do tarifaço de 50% já imposto a produtos brasileiros e medidas de retaliação a ministros do STF. E mais: Economia: Alvo de operação da PF contra o PCC, gestora de fundos Reag é posta à venda Metrópole: Inquérito de R$ 119 bilhões expõe uso do câmbio pelo crime Internacional: China usa políticas de Trump para criar nova frente com Índia e RússiaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
No 3 em 1 desta sexta-feira (29), o presidente Lula (PT) fala em "mostrar a cara" dos envolvidos no crime organizado, enquanto o Ministério Público de São Paulo descobre um plano do PCC para matar um promotor em Campinas. A bancada debate também a nova regra da Receita Federal que enquadra as fintechs com as mesmas normas de transparência dos bancos. Tudo isso e muito mais no 3 em 1. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
General Santos Cruz - Como Bolsonaro seduziu os quartéis? - Programa 20 Minutos✨ No Programa 20 Minutos, Breno Altman entrevista o general Santos Cruz para entender como Jair Bolsonaro conquistou apoio dentro das Forças Armadas e qual foi o papel dos militares na ascensão da extrema direita no Brasil. O general analisa as estratégias de sedução do ex-presidente sobre os quartéis, o impacto desse alinhamento para a democracia e os riscos que a politização das Forças Armadas trouxe para o país.
Como as forças armadas moldaram a república brasileira - Carlos Fico - Programa 20 Minutos
24 de Fevereiro de 2022 ficará para sempre na história como um dos dias mais importantes do século XXI. Na madrugada, forças da maior potência nuclear do planeta invadiram seu vizinho, em uma guerra de conquista que não era vista em décadas.O mundo assistia em choque ao desmoronamento da ordem mundial com a tentativa russa de apagar a Ucrânia do mapa. Putin, cego pela ambição e isolado da verdade por seus subordinados, esperava uma rápida conquista, ele não poderia ter errado mais.Em mais de 3 anos de guerra, os russos conseguiram conquistar apenas 20% do território ucraniano, em um esforço que já custou mais de 1 milhão de baixas do lado invasor.O estrago da maior guerra europeia em 80 anos é avassalador.Desde fevereiro de 2022, a Ucrânia vive um de seus períodos mais sombrios, mas segue de pé. Mais de 46 mil militares morreram, cerca de 380 mil ficaram feridos, e dezenas de milhares seguem desaparecidos ou em cativeiro. Sob bombardeios e apagões, Kyiv mantém um exército de aproximadamente 880 mil homens e mulheres, espinha dorsal de uma defesa que virou símbolo de coragem num país dilacerado, mas livre.A guerra abriu uma crise humanitária: 6,9 milhões de refugiados, 3,7 milhões de deslocados internos e mais de 2 milhões de moradias danificadas. Ainda assim, entre sirenes e escombros, equipes de resgate correm e a população reconstrói, prova diária de resiliência que redefine o heroísmo ucraniano.Nesse primeiro episódio, vou mostrar toda minha jornada para chegar até a Ucrânia, além da opinião de especialistas locais sobre o conflito.A primeira entrevista é com uma ONG, a COME BACK ALIVE.Come Back Alive é uma das principais organizações ucranianas de apoio às forças armadas desde 2014. Ela fornece às Forças Armadas drones, câmeras termais, equipamentos de comunicação e treinamento. Liderada por veteranos, a instituição mantém parcerias com unidades militares chave – brigadas mecanizadas, forças aerotransportadas e a Marinha.A segunda entrevista é com um painel de especialistas ucranianos nas mais diversas áreas.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu, em suas alegações finais, que Jair Bolsonaro seja condenado pelo STF por liderar uma trama golpista para continuar na Presidência da República, após a derrota nas eleições de 2022. As penas podem chegar a 43 anos de prisão. Um dos episódios citados por Gonet foi o do relatório da Comissão de Transparência Eleitoral, integrada por membros das próprias Forças Armadas.Bolsonaro desautorizou a divulgação do documento após o primeiro turno, porque a conclusão da Comissão foi de que não havia fraude nas urnas eletrônicas.Somente em 9 de novembro de 2022, o Ministério da Defesa encaminhou o relatório ao TSE, que então divulgou nota afirmando que a Comissão não apontou existência de fraude.Felipe Moura Brasil e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores. Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade. Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h. Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista https://bit.ly/papoantagonista Siga O Antagonista no X: https://x.com/o_antagonista Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344 Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
México afirma que 175 connacionales han evacuado Medio Oriente de manera segura Clara Brugada se suma al llamado a la paz en Medio OrienteDesbordamiento de presa Los Cuartos deja inundaciones en municipios de NaucalpanMás información en nuestro Podcast
“Não escala o conflito. Coloca fim ao conflito”. Foi assim que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu ao ser questionado sobre os planos de Israel de eliminar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. A declaração de Netanyahu foi dada na segunda-feira (16), no quarto dia de ataques mútuos entre os dois países. E um dia depois de a imprensa dos EUA noticiar que o presidente Donald Trump vetou um plano israelense para assassinar Khamenei. Do lado iraniano, um comunicado oficial promete destruir a infraestrutura de Israel e ameaça: os moradores que quiserem ficar vivos, devem sair do território israelense. Para explicar o status do conflito – que entra no quinto dia nesta terça-feira (17) -, Julia Duailibi conversa com Andrew Traumann, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba. Organizador do livro “República Islâmica do Irã, 40 anos”, Andrew explica quem é Ali Khamenei, como ele ascendeu ao cargo de Líder Supremo da República iraniana e qual a situação do atual governo do país. Andrew avalia para onde parece caminhar a estratégia israelense no Irã. Desde o início dos ataques, pelo menos 11 figuras-chave do regime, entre eles militares da Guarda Revolucionária, comandantes da Inteligência, das Forças Armadas e representantes da diplomacia. Ele conclui ainda como a guerra enfraquece os aiatolás e quais as chances de o regime iraniano ruir.
No “Estadão Analisa” desta quarta-feira, 11, Carlos Andreazza comenta o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro ao STF, prestado na terça-feira, 10. Bolsonaro negou ter articulado um plano golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. Ainda assim, admitiu ter levado aos comandantes das Forças Armadas “considerandos” com propostas “alternativas” para contestar o resultado do pleito. Ao tratar o tema como uma simples “conversa de bar”, o ex-presidente tenta minimizar a gravidade do episódio, banalizando de forma inaceitável uma ameaça concreta à democracia. Assine por R$1,90/mês e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Estadão. Acesse: https://bit.ly/oferta-estadao O 'Estadão Analisa' é transmitido ao vivo de segunda a sexta-feira, às 7h, no Youtube e redes sociais do Estadão. Também disponível no agregador de podcasts de sua preferência. Apresentação: Carlos AndreazzaEdição/Pós-produção: Jefferson PerlebergCoordenação: Manuella Menezes e Everton OliveiraSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Una violenta jornada dejó al menos siete muertos y decenas de heridos en medio de múltiples ataques atribuidos a las disidencias de las Farc en Cauca y Valle del Cauca. Las autoridades atribuyen la escalada a fechas simbólicas para los grupos armados ilegales, lo que ha obligado a activar planes de emergencia. Mientras la fuerza pública intenta contener la situación, comunidades rurales y urbanas viven bajo temor constante por la arremetida de estas estructuras que buscan retomar control en zonas estratégicas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em depoimento ao STF envolvendo o caso da trama golpista, Jair Bolsonaro afirmou que “pacificou” o máximo possível na transição de governo, após a sua derrota. O ex-presidente também disse que se reuniu com os chefes das Forças Armadas após a derrota eleitoral pelo fato de “o TSE ter fechado as portas pra gente com aquela multa” — se referindo à punição imposta ao PL – partido do ex-presidente – pelo relatório contra as urnas. Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores. Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade. Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h. Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista https://bit.ly/papoantagonista Siga O Antagonista no X: https://x.com/o_antagonista Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344 Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
Após agressões a deputado, UNITA diz que está a "estudar" MPLA. Relatório sobre assalto ao quartel das Forças Armadas de São Tomé é "claro" quanto à responsabilização dos atos, diz analista. Viagem de Joseph Kabila ao leste da RDC agrava tensão política no país.
> Quer desbloquear episódios EXTRAS? Você pode ouvir horas extras dentro do Spotify: pela Orelo ou pelo Apoia.se!Ou você também pode apoiar e entrar no nosso grupo secreto do Telegram pelo Apoia.se, clicando aqui.No caso de hoje, entramos na mente perturbada de Marc Lépine. Um jovem que foi rejeitado pelo pai, pelas Forças Armadas e pela Escola Politécnica de Montreal.Como resultado, ele resolve concentrar toda a sua frustração em um único grupo: as mulheres.> Quer aparecer em um episódio do Fabrica?Basta mandar uma mensagem de voz por direct no Instagram @podcastfabricadecrimes nós só publicaremos com a sua autorização. Vamos AMAR ter você por aqui :)Hosts: Rob e MariEditor: Victor AssisAviso: O Fábrica aborda casos reais de crimes, contendo temas sensíveis para algumas pessoas. O conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e é baseado em fontes públicas, respeitando a memória das vítimas e de seus familiares. As eventuais opiniões expressas no podcast são de responsabilidade exclusiva das hosts e não refletem necessariamente o posicionamento de instituições, veículos ou entidades mencionadas. Caso você tenha alguma objeção a alguma informação contida neste episódio, entre em contato com: contato@fabricadecrimes.com.br THE STAR. Assassino de 6 de dezembro era um solitário. Toronto Star, 2009. Disponível aquiBBC NEWS BRASIL. Artigo: “O massacre de 1989 no Canadá em que 14 mulheres foram mortas por serem mulheres”, 2023. Disponível aquiPHILO5. Carta de Marc Lépine, 1989. Disponível aquiEBSCO. Artigo: “Massacre da Escola Politécnica”. EBSCO Research Starters: History, 2023. Disponível aquiTHE CANADIAN PRESS. Artigo: “Uma linha do tempo do legado do massacre de Montreal”. CTV News, 2024. Disponível aquiEBC Rádios. Artigo: “Dia do Laço Branco: homens pelo fim da violência contra as mulheres”. Viva Maria, 2016. Disponível aquiBLAIS, Mélissa; DUPUIS-DÉRI, Francis. Artigo: “O massacre de Montreal é finalmente reconhecido como um ataque antifeminista”. The Conversation, 2019. Disponível aquiGLOBAL NEWS. Artigo: “O massacre de Montreal: por que lembramos”. YouTube, 2019. Disponível aqui
Ao fim de mais de dois meses de bloqueio da Faixa de Gaza, que nos trouxeram imagens e vídeos em catadupa de uma catástrofe humanitária de proporções inimagináveis, o Governo israelita permitiu esta semana a entrada “limitada” e “temporária” de ajuda aos palestinianos. Mas deixou de fora as Nações Unidas, temendo a intromissão do Hamas, e optou por mandatar uma organização privada norte-americana a assumir uma tarefa que, segundo a organização mundial, “não está alinhada com os princípios humanitários fundamentais”. No episódio desta semana do podcast Diplomatas, analisámos os planos políticos, humanitários e militares de Israel para o enclave, no contexto do conflito regional mais alargado (com o Irão), da pressão internacional crescente sobre Benjamin Netanyahu e das dinâmicas internas que impedem o Governo israelita de colapsar. “Netanyahu está a empurrar um país que tinha a solidariedade das democracias, e do mundo em geral, para um beco sem saída. Está a transformar Israel num estado quase pária por causa de Gaza”, diz a jornalista Teresa de Sousa. Neste programa conversámos ainda sobre o SAFE, o novo instrumento financeiro da União Europeia para investimentos no sector da defesa e sobre a confirmação do Governo da Alemanha de que foi dada autorização às Forças Armadas da Ucrânia para usarem armas alemãs de longo alcance contra alvos dentro do território da Federação Russa. Apesar dos esforços europeus, o investigador Carlos Gaspar (IPRI-NOVA) nota que nem todos os “responsáveis europeus compreenderam que estão em guerra” e diz que é necessária uma participação do Pentágono dos EUA para ajudar a definir as prioridades ao abrigo do SAFE. Teresa de Sousa traça um “paralelismo dramático” entre os conflitos em Gaza e na Ucrânia: “Só os Estados Unidos têm força para torcer o braço a Putin ou para torcer o braço a Netanyahu. E a questão que enfrentamos, neste momento, é que o Presidente americano [Trump] tem muito pouco interesse em torcer o braço a Putin.” Para finalizar, olhámos para a cimeira da ASEAN, em Kuala Lumpur (Malásia), que contou com a participação da China e dos membros do Conselho de Cooperação do Golfo, à luz da competição geopolítica entre Pequim e Washington. “A vantagem da China neste domínio, em relação aos EUA, é a sua disponibilidade para trabalhar com instituições multilaterais, mesmo que seja apenas um gesto simbólico”, sublinha Carlos Gaspar. “Os gestos simbólicos também contam na política internacional.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
Alexandre Garcia denuncia descontos indevidos em aposentadorias, comparando o caso a uma armadilha digital semelhante à antiga contribuição sindical obrigatória. Critica a gestão dos Correios no atual governo, com altos salários para a diretoria e falta de assistência para os carteiros. Relata os bastidores da transição de poder em 2022, destacando o depoimento de Carlos Baptista Júnior e a postura das Forças Armadas. Questiona as ações do STF e menciona a possível sanção internacional contra Alexandre de Moraes.