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Trechos de gravações de discursos de Alan Watts.Alan Wilson Watts (1915 - 1973) foi um filósofo, escritor e palestrante britânico, conhecido como um dos pioneiros na divulgação da sabedoria oriental ao Ocidente.Nascido na Inglaterra, desde cedo demonstrou interesse pelo budismo e pelas tradições espirituais da Ásia. Emigrou para os Estados Unidos na década de 1930 e estudou teologia. Ordenado sacerdote episcopal, deixou o ministério para se dedicar a uma abordagem mais ampla e interdisciplinar da espiritualidade. Viveu na Califórnia, onde escreveu, palestrou e gravou programas de rádio que o tornaram uma figura influente.Watts ensinava sobre a integração da filosofia oriental, como o budismo zen e o taoismo, com a vida moderna ocidental. Ele abordava temas como a natureza da consciência, a relação entre o eu e o universo e a ilusão da separação. Enfatizava a importância do presente, a fluidez da vida e a aceitação da incerteza.Alan Watts desempenhou um papel fundamental na introdução da espiritualidade oriental no Ocidente durante o século XX. Sua abordagem prática e filosófica permanecem populares, impactando novas gerações.
Aos 37 anos, o capitão Ibrahim Traoré virou o centro de uma revolução em Burkina Faso — e um símbolo de resistência para milhões na África. Carismático, jovem e ferozmente antiocidental, ele expulsou os franceses, se aliou à Rússia e passou a nacionalizar minas de ouro enquanto prega uma nova era panafricanista. Neste vídeo, mergulhamos na trajetória fulminante do líder mais popular do continente: suas políticas radicais, a construção de sua imagem nas redes sociais, os confrontos com Macron, Langley e o Ocidente — e os riscos que ele enfrenta para não terminar como tantos outros heróis africanos. Sankara reencarnado ou apenas mais um militar com discurso bonito? Descubra agora.
Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica e difunde várias reportagens sobre este tema. Neste segundo episódio, falámos com antigos combatentes que se prepararam para a luta armada em Cabo Verde através de formações político-militares na Argélia, em Cuba e na antiga União Soviética. Foi planeado um desembarque no arquipélago, mas Cabo Verde acabaria por chegar à independência sem guerrilha no seu território e os cabo-verdianos foram lutar para as frentes de combate na Guiné e também na clandestinidade. Participaram, ainda, em batalhas políticas, de saúde, de formação e de informação. Nesta reportagem, ouvimos Pedro Pires, Silvino da Luz, Osvaldo Lopes da Silva, Maria Ilídia Évora, Amâncio Lopes e Alcides Évora. A 5 de Julho de 1975, depois de cinco séculos de dominação portuguesa, às 12h40, era oficialmente proclamada a independência de Cabo Verde por Abílio Duarte, presidente da Assembleia Nacional Popular, no Estádio Municipal da Várzea, na Praia. A luta tinha começado há muito e acabaria por ser o PAIGC, Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, a consolidar os anseios nacionalistas e a conduzir o arquipélago à independência, quase dois anos depois de a Guiné-Bissau se ter autoproclamado independente. O líder da luta e do partido, Amílcar Cabral, nascido em Bissau e filho de cabo-verdianos, não pôde assistir nem a uma nem a outra por ter sido assassinado em Janeiro de 1973. Considerado como o pai das duas independências, Amílcar Cabral defendeu, desde o princípio, o lema da “unidade e luta”: unir esforços para combater o inimigo comum que era o colonialismo português. No programa, ancorado numa concepção pan-africana de unidade política para o continente, estava a luta pela independência da Guiné e de Cabo Verde e a futura união dos dois Estados, separados por mar alto. Mas ao contrário da Guiné, em Cabo Verde a luta nunca chegou a ser armada, ainda que a intenção tenha estado em cima da mesa. Foi em Julho de 1963, na cidade de Dacar, numa reunião de quadros nacionalistas do PAIGC, que Pedro Pires chegou a dizer não ter cabimento “falar em luta de libertação nacional sem falar em luta armada”. O comandante e destacado dirigente político-militar do PAIGC tinha "dado o salto" em 1961 quando integrou o grupo de dezenas de jovens africanos que abandonou, clandestinamente, Portugal, rumo à luta pela independência. Mais de meio século depois, com 91 anos, o comandante da luta de libertação recebe a RFI no Instituto Pedro Pires para a Liderança, na cidade da Praia, e recorda-nos o contexto em que se decidiu que o recurso à luta armada “era obrigatório” e como é que ele esteve ligado à preparação da luta em Cabo Verde. “A questão da luta armada, colocámos a seguinte questão: ‘Será obrigatório?' Chegámos à conclusão que era obrigatório. Tinha que se ir nessa direcção por causa daquilo que já tinha acontecido porque não é uma questão de qualquer coisa por acontecer, mas a violência já tinha acontecido em Angola, no Congo Kinshasa, na Argélia, de modo que estávamos obrigados a pensar nessa via. É assim que nós abraçamos o projecto do PAIGC de prepararmo-nos e organizarmos o recurso à violência armada. As tarefas que me foram conferidas no PAIGC estiveram, até 1968, sempre ligadas a Cabo Verde e à preparação da possibilidade da luta armada em Cabo Verde”, conta Pedro Pires [que se tornaria o primeiro primeiro-ministro de Cabo Verde (1975-1991) e, mais tarde, Presidente do país (2001-2011)]. E era assim que, meses depois do anúncio do início das hostilidades pelo PAIGC contra o exército português no território da Guiné, se desenhava a intenção de desencadear também a luta armada em Cabo Verde. A Pedro Pires foi confiado o recrutamento e a preparação política dos combatentes. A ajudá-lo esteve Silvino da Luz que, meses antes, tinha desertado do exército português e sido preso em Kanu, na Nigéria. Aos 86 anos, Silvino da Luz recebe a RFI em sua casa, na cidade do Mindelo, na ilha de São Vicente e explica-nos por que é que a acção militar em Cabo Verde era necessária. “A grande decisão tomada em 1963, nessa reunião de Dacar, da qual eu saio como um dos responsáveis militares, era a criação de condições para desencadear a luta armada em Cabo Verde porque estávamos absolutamente seguros que os colonialistas, e Salazar em particular, não aceitariam nunca largar as ilhas que já estavam nos radares da NATO que considerava Cabo Verde e Açores como os dois pontos cruciais para a defesa do Ocidente e no Atlântico Médio eram indispensáveis”, explica Silvino da Luz que foi, depois, comandante das Forças Armadas Revolucionarias do Povo (FARP), ministro da Defesa e Segurança (1975-1980) e dos Negócios Estrangeiros (1980-1991) e depois deputado até 1995. Começou a pensar-se num desembarque de elementos do PAIGC no arquipélago e houve preparação de combatentes na Argélia, em Cuba e na antiga União Soviética. O grupo dos militantes nacionalistas, encabeçado por Pedro Pires, preparou-se na clandestinidade total em Cuba, durante dois anos, e é aqui que nascem as Forças Armadas cabo-verdianas, a 15 de Janeiro de 1967, data em que os cabo-verdianos prestam, perante Amílcar Cabral, o juramento de fidelidade à luta de libertação de Cabo Verde. No grupo de Cuba, havia apenas uma mulher, Maria Ilídia Évora, conhecida como Tutu. Aos 89 anos, recebe a RFI em sua casa, no alto de São Nicolau, no Mindelo. À entrada, destacam-se duas fotografias de Amílcar Cabral, mas há ainda muitas fotografias que ela nos mostra dos tempos da formação político-militar em Cuba. Foi em Dacar, onde estava emigrada, que Tutu conheceu Amílcar Cabral e aderiu logo à luta. “Foi ideia de Cabral. Disse que eu tinha de participar. Em Cuba, os treinos eram de tiro, esforço físico, correr, fazer ginástica, fazer marchas, aprender a lidar com a arma, limpar as armas, e escola também. Tinhamos aulas de matemática e várias aulas porque no grupo havia estudantes que tinham fugido da universidade, eles tinham mais conhecimento do que nós e partilhavam os conhecimentos deles com quem tinha menos”, revela, acrescentando que um camarada lhe disse um dia que “muitas vezes os homens queriam desistir, mas tinham vergonha porque tinham uma mulher no grupo”. Também Alcides Évora, conhecido como “Batcha”, esteve no grupo de Cuba. Entrou na luta pela mão do comandante Pedro Pires, depois de ter estado emigrado em França durante pouco mais de um ano. Viajou para a Argélia e, passados uns meses, seguiu para o treino militar em Cuba. É na Fundação Amílcar Cabral, na Praia, que, aos 84 anos, ele recorda essa missão à RFI. “Nós tivemos uma preparação político-militar intensa. Tivemos aulas militares e também havia aulas de política para complementar o nosso curso. A nossa preparação era para desencadear a luta em Cabo Verde, mas não se efectivou o nosso desembarque porque com a morte do Che Guevara na Bolívia, os americanos passaram a controlar todos os barcos que saíam de Cuba. Então, o Fidel mandou chamar o Amílcar e eles depois chegaram à conclusão que realmente não era aconselhável esse desembarque”, afirma Alcides Évora depois de nos fazer a visita guiada às salas da fundação, onde também se vê uma fotografia dele no escritؚório do PAIGC em Conacri. O desembarque estava a ser preparado no maior dos segredos e estava tudo pronto. Amâncio Lopes, hoje com 86 anos, era também um dos membros do grupo. Tinha sido recrutado junto dos emigrantes cabo-verdianos da região francesa de Moselle, onde se encontrava a trabalhar como operário na siderurgia. Amâncio Lopes começou por receber formação em Argel e depois foi para Cuba. “Era um grupo de 31 que foi maioritariamente recrutado na Europa, em Moselle, no seio da emigração. De lá, recebi preparação militar em Argel, depois fomos reunidos em Cuba porque havia dois grupos. Passados os seis meses de instrução, fomos reunidos todos em Cuba. Foram uns dois anos. Era uma preparação inicial e depois recebíamos ajuda para desembarcar em Cabo Verde. Quando já estávamos preparados para desembarcar em Cabo Verde, Cabral fez uma visita e nessa visita fizemos o juramento em 1967”, recorda Amâncio Lopes, quando recebe a RFI na sua casa, na periferia de Mindelo. Ao fim de quase dois anos de treinos e formação político-militar, o grupo de Cuba encontrava-se pronto para a operação de desembarque. Amílcar Cabral desloca-se a Havana para dar instruções e procede-se ao juramento solene da bandeira, a 15 de Janeiro de 1967, mas a morte de Che Guevara na Bolívia, a 8 de Outubro de 1967, é uma das razões que leva à suspensão da operação. Silvino da Luz recorda que estava tudo a postos. “O assunto foi tratado sempre no máximo sigilo, as informações não escapavam. Tínhamos desaparecido do mundo, as pessoas não sabiam, vivíamos em plena clandestinidade em Cuba, lá pelas montanhas interiores da ilha, em acampamentos com bastante segurança. Recebemos preparação militar bastante avançada. Depois, já tínhamos terminado a preparação, Fidel já se tinha despedido de nós, tinha oferecido uma espingarda a cada um de nós, Amílcar já se tinha despedido, mas houve uma série de desastres que aconteceram, como a queda do Che [Guevara] na Bolívia, uma tentativa de infiltração de revolucionários na Venezuela (…) Nós já estávamos no barco à espera da ordem de partida, mas cai o Che, houve essas infelicidades, o cerco à volta de Cuba aumentou, os americanos quase fecharam a ilha e não havia possibilidade de nenhum barco sair sem ser registado. Naturalmente que, para nós, sair era quase que meter a cabeça na boca do lobo”, relembra Silvino da Luz. Também o comandante Pedro Pires admite que “quando se é jovem se pensa em muitas coisas, algumas impossíveis” e o desembarque era uma delas, pelo que se optou por um “adiamento” e por "criar as condições políticas para continuar a luta". “Quando se é jovem, pensa-se em muitas coisas, algumas possíveis e outras impossíveis. Concebemos um projecto, pusemos em marcha a criação das condições para a concretização do projecto, mas verificou-se que era complicado de mais. Uma das características das lutas de libertação e, sobretudo, das guerrilhas, é a problemática da retaguarda estratégica. Em relação a Cabo Verde, em pleno oceano, não há retaguarda estratégica e você vai desenrascar-se por si. É preciso analisar as condições reais de sustentabilidade dessa ideia, se era possível ou não possível. O nosso apoiante mais entusiasta ficava nas Caraíbas, a milhares de quilómetros de distância, não serve de retaguarda, a não ser na preparação, mas o apoio à acção armada ou possivelmente outro apoio pontual era muito difícil. Por outro lado, o que nos fez reflectir bastante sobre isso foi o fracasso do projecto de Che Guevara para a Bolívia”, explica. Adiado o projecto inicial, os cabo-verdianos continuaram a formação e foram para a União Soviética onde receberam formação de artilharia, algo que viria a ser decisivo para a entrada deles na luta armada na Guiné. Amâncio Lopes também foi, mas admite que sentiu “uma certa tristeza” por não ver concretizado o desembarque em Cabo Verde. “Éramos jovens e todos os jovens ao entrarem numa aventura destas querem ver o programa cumprido. Mas o programa tem de ser cumprido sem risco suicida. Em Cuba fizemos preparação política e de guerrilha mas, depois, na União Soviética, já fizemos preparação semi-militar. (…) Os soviéticos foram taxativos: vocês têm um bom grupo, grande grupo, consciente do que quer, mas metê-los em Cabo Verde é suicidar esse grupo. Então, ali avisaram-nos que já não íamos desembarcar em Cabo Verde. Aí ficámos numa certa tristeza porque em Cuba tínhamos a esperança de desembarcar, na União Soviética durante quase um ano também tínhamos essa esperança, mas depois perdemos a esperança de desembarcar em Cabo Verde”, diz Amâncio Lopes. Entretanto, entre 1971 e 1972, houve também um curso de marinha para uma tripulação de cabo-verdianos que deveria vir a constituir a marinha de guerra do PAIGC. O grupo era chefiado por Osvaldo Lopes da Silva que considera que se o projecto tivesse avançado, teria sido decisivo, mas isso não foi possível devido à animosidade que se sentia da parte de alguns militantes guineenses contra os cabo-verdianos. “Da mesma maneira que os cabo-verdianos entraram para a artilharia e modificaram o quadro da guerra, Cabral pensou: ‘Vamos criar uma unidade com cabo-verdianos, aproveitar os cabo-verdianos que havia, concentrá-los na marinha para ter uma marinha de guerra. Eu estive à frente desse grupo. Esse grupo se tivesse entrado em acção seria para interceptar as ligações entre a metrópole e Cabo Verde e a Guiné e as outras colónias. Seria uma arma letal. Da mesma maneira que a entrada dos mísseis anti-aéreos imobilizou completamente a aviação, a entrada dos cabo-verdianos na marinha com as lanchas torpedeiras teria posto em causa a ligação com a metrópole. Podíamos mesmo entrar em combate em território da Guiné e afundar as unidades que os portugueses tinham que não estavam ao nível do armamento que nós tínhamos”, explica. Então porque não se avançou? A resposta de Osvaldo Lopes da Silva é imediata: “As unidades estavam ali, as lanchas torpedeiras, simplesmente não havia pessoal qualificado. Nós é que devíamos trazer essa qualificação. Quando esse meu grupo regressa em 1972, o ambiente na marinha estava completamente degradado. O PAIGC tinha uma marinha e é nessa marinha que foi organizado todo o complô que veio dar lugar à morte de Cabral.” A análise retrospectiva é feita em sua casa, no bairro do Plateau, na Praia, onde nos mostra, aos 88 anos, muitas das fotografias dos tempos da luta, quando também foi comandante das FARP, e imagens de depois da independência, quando foi ministro da Economia e Finanças (1975-1986) e ministro dos Transportes, Comércio e Turismo (1986-1990). Houve, ainda, outras tentativas de aproximação de guerrilheiros a Cabo Verde. O historiador José Augusto Pereira, no livro “O PAIGC perante o dilema cabo-verdiano [1959-1974]”, recorda que a URSS, em 1970, cedeu ao PAIGC um navio de pesca de longo alcance, o 28 de Setembro, que reunia todo o equipamento necessário ao transporte e desembarque de homens e armamento. A luta armada no arquipélago não estava esquecida e no final de 1972 foram enviados a Cuba dois militantes provenientes de Lisboa que deveriam ser preparados para desencadear, em Cabo Verde, ações de guerrilha urbana. Um deles era Érico Veríssimo Ramos, estudante de arquitectura em Lisboa e militante do PAIGC na clandestinidade, que sai de Portugal em Dezembro de 1972 em direcção a Cuba. “Em Dezembro de 1972, saio de Portugal com um passaporte português, vou para Cuba receber preparação para regressar para a luta. Não estava ainda devidamente estruturada essa participação para depois dessa formação. Fui eu e mais um outro colega e mais um elemento que veio da luta da Guiné-Conacri. Quando Amílcar Cabral foi assassinado, nós estávamos em Cuba e, logo a seguir, tivemos de regressar”, conta. De facto, o assassínio de Amílcar Cabral a 20 de Janeiro de 1973 levou à saída da ilha dos activistas por ordem das autoridades de Havana. Entretanto, combatentes cabo-verdianos tinham integrado as estruturas militares da luta armada na Guiné, mas sem abandonarem a ideia de um lançamento futuro da luta armada em Cabo Verde. Porém, isso acabaria por não acontecer. Apesar de a luta armada não se ter concretizado em Cabo Verde, a luta política na clandestinidade continuou nas ilhas e a PIDE apertou bem o cerco aos militantes. Muitos foram parar ao Tarrafal e a outras prisões do “Império”, onde também houve resistência. Os cabo-verdianos destacaram-se na luta armada na Guiné, mas também noutras frentes de batalha como a propaganda, a educação, a saúde, a diplomacia e muito mais. Sobre alguns desses temas falaremos noutros episódios desta série. Pode também ouvir aqui as entrevistas integrais feitas aos nossos convidados.
Segundo dia da 17ª cimeira de negócios Estados Unidos–África, com mais de 1.500 participantes, incluindo chefes de Estado, governantes e empresários, em Luanda, com o objectivo de reforçar parcerias económicas e investimentos estratégicos. Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, acredita que “Angola pode atrair investidores e capitalizar este momento para estar na montra internacional”. Angola acolhe, pela primeira vez, a 17.ª Cimeira de Negócios Estados Unidos–África. O que representa a organização deste evento e quais são as vantagens para o país? Angola pode capitalizar muita coisa, mas dependerá, em grande medida, da organização do Estado angolano, das estratégias que o país pode utilizar para atrair investidores e também de capitalizar este momento para estar na montra internacional, como o país que está a organizar esta cimeira e estar, de facto, nos grandes meios internacionais. Esta cimeira tem como foco o Corredor do Lobito – infra-estrutura ferroviária estratégica para o escoamento de minerais críticos, ligando Angola à República Democrática do Congo, Zâmbia e Tanzânia –, com forte investimento norte-americano. Quais serão os investimentos anunciados para este projecto? O que se pode esperar é que novos investidores olhem para o Corredor do Lobito como um projecto ambicioso, não olhando simplesmente para o investimento a ser feito no próprio Corredor do Lobito, mas para outro tipo de investimentos. Ou seja, aqui podemos falar de plataformas logísticas, indústrias transformadoras… Construção de infra-estruturas? Claramente. Há aqui uma série de investimentos que podem seguir aquilo que é o Corredor do Lobito. Então, Angola pode também atrair esses investidores para outros sectores ao longo do Corredor do Lobito. Angola tem saída para o mar e alguns países encravados – como a Zâmbia ou a República Democrática do Congo, onde a saída para o mar é basicamente inexistente – podem usar esta porta de entrada e de saída de mercadorias. Há ainda a questão petrolífera… Sem sombra de dúvida. Angola é um dos maiores produtores de petróleo, ao nível do continente africano, e através do Corredor do Lobito pode servir de canal de saída do crude para os mercados internacionais, para os países que possam refinar. Temos uma posição geográfica privilegiada, mas tudo vai depender da organização do próprio Estado angolano. Recentemente, numa entrevista, disse que os países africanos têm aproveitado mal as oportunidades do AGOA – o African Growth and Opportunity Act. Como é que os países podem, de facto, aproveitar melhor esta oportunidade, numa altura em que os Estados Unidos estão a reduzir as despesas com o continente africano? O AGOA foi prorrogado até ao ano de 2025, penso que até Setembro deste ano. Provavelmente, o Presidente Donald Trump poderá prorrogar o acordo. Como é que os países africanos podem aproveitar melhor os acordos do AGOA? O mercado americano é um dos maiores mercados a nível mundial, mas nós não conseguimos exportar quase nada, dentro do âmbito desta lei de investimento e oportunidades nos Estados Unidos. O que devemos fazer, enquanto países elegíveis no âmbito do AGOA, é estudar a pauta aduaneira americana e os critérios e padrões de produção que são aceites para os produtos nos Estados Unidos, para deixarmos de exportar simplesmente matérias-primas e passarmos também a exportar produtos acabados. Recordo que, actualmente, a China está a isentar os países africanos para que possam exportar para o seu país com uma isenção de aproximadamente 98% das tarifas aduaneiras. Então, perante esta corrida, esta competição comercial existente entre esses dois Estados, começamos a ver que o continente africano, os países africanos, têm dois grandes mercados que, bem explorados, podem servir de mercados alternativos. Os países europeus – principalmente do Ocidente, Estados Unidos e os seus aliados – importam, do continente africano, apenas matérias-primas. Então, podemos alterar esta configuração. Daí que tenho estado a defender que, na nossa relação com a China, devemos começar a pensar numa alteração significativa, ou seja, África não deve receber simplesmente os produtos manufacturados da China, mas fazer com que unidades fabris da China sejam deslocadas para o continente africano. Agora, isto só vai acontecer se o ambiente de negócios dos países africanos for bom, porque nenhum investidor quer investir num país que tenha sérios problemas no ambiente de negócios, nem repatriar capitais para um país que tem um dos índices de corrupção mais elevados. Até que ponto a corrupção pode ser um obstáculo à captação de investimento? A corrupção é um obstáculo à captação de investimento. Embora se tenham feito reformas estruturais no país, alterou-se a Lei do Investimento Estrangeiro, que tinha uma cláusula que obrigava um estrangeiro, que investisse em Angola, a juntar-se a um nacional, que passava a deter 35% do negócio – quando esse nacional, muitas vezes, nem entrava com capitais. Isso já não existe. Há a Lei da Concorrência, mas essas leis também não concorrem significativamente para o combate à corrupção no nosso país. Então, é necessário que se tenha um combate à corrupção muito mais acérrimo, que inclua vários actores e que credibilize o país do ponto de vista internacional. Os Estados Unidos têm sempre uma postura muito diferente da China e da Rússia, com critérios próprios relativamente a direitos humanos, boa governação, combate à corrupção... Claramente. Se Angola conseguir atrair investidores americanos, fazendo com que os americanos desloquem as unidades fabris para África, vamos ver muitos investidores de outras partes do mundo a quererem investir em Angola. O investimento americano pode simbolizar um bom ambiente de negócios, uma vez que os americanos só investem em países com garantias, com critérios de direitos humanos, boa governação, liberdade de imprensa, etc. São elementos norteadores daquilo que é a governação. Então, se tivermos um grande número de empresas americanas a investir em Angola, vai-se passar um sinal ao mundo de que Angola é um país para investir. Onde estão os americanos, tendencialmente, há outros actores que também querem estar. É também uma forma de alavancar a economia e reduzir o elevado número de desempregados? Isso só vai acontecer se Angola fizer o trabalho de casa, com os nossos empresários preparados e organizados, até para que, neste encontro, apresentem propostas aos outros empresários para a criação de joint ventures, por exemplo. Só acontecerá se o nosso ambiente de negócios for bom; de outra forma, os investidores não ficarão em Angola. Há uma discussão que se fala muito e que tem a ver com a Lei da Terra. Há uma pressão por parte de investidores estrangeiros, principalmente americanos, para que a cedência da terra seja, pelo menos, de 100 anos. É uma pressão contrária à visão angolana, e penso que isto também constitui um elemento inibidor. Mas penso que o Estado angolano deve ter alguns critérios que salvaguardem determinados elementos e assegurem a própria soberania do Estado. A 17.ª edição da Cimeira Empresarial EUA–África é coorganizada pelo Corporate Council on Africa (CCA) e o Governo de Angola, tendo como destaque o Corredor do Lobito, uma infra-estrutura ferroviária estratégica para o escoamento de minerais críticos, ligando Angola à República Democrática do Congo, Zâmbia e Tanzânia. O corredor é considerado prioritário pelos EUA, União Europeia e parceiros regionais. A cimeira vai dar ainda destaque ao comércio, investimento e parcerias económicas nos sectores da energia, infra-estruturas, saúde, tecnologias digitais, agronegócio, indústrias criativas e minerais estratégicos. Mais de 1.500 participantes, entre chefes de Estado e de Governo e delegações empresariais dos dois blocos, são esperados no mais importante fórum de negócios entre os Estados Unidos e o continente africano, que decorre em Luanda até ao dia 25 de Junho.
Trechos do livro “The Eternal Companion”, de Swami Brahmananda.Swami Vijoyananda (1899-1986) foi um monge da Ordem Ramakrishna, discípulo direto de Swami Brahmananda e um grande propagador do Vedanta no Ocidente.Nascido como José Carlos Vázquez em Salta, Argentina, teve uma formação acadêmica antes de se aprofundar na espiritualidade. Movido por uma forte busca interior, viajou para a Índia, onde foi iniciado na vida monástica pela Ramakrishna Mission. Passou grande parte de sua vida no mosteiro da ordem em Varanasi, dedicando-se à prática e à orientação espiritual de buscadores do mundo todo.Swami Vijoyananda enfatizava a prática do Vedanta como um caminho universal para a realização espiritual. Seus ensinamentos destacavam a importância da meditação, do desapego e da entrega a Deus. Ele reforçava que a transformação interior vem através da disciplina, do amor incondicional e do serviço desinteressado. Inspirado pela tradição de Ramakrishna e Vivekananda, ele transmitia uma visão equilibrada entre devoção e conhecimento, ajudando discípulos a integrar espiritualidade na vida cotidiana.
Trechos dos livros “Paths to God” e “Polishing the Mirror”, de Ram Dass.Ram Dass, nascido Richard Alpert (1931-2019), foi um renomado professor espiritual, psicólogo e escritor americano.Formado em Harvard, tornou-se professor de psicologia e colaborou em estudos pioneiros sobre os efeitos terapêuticos de substâncias psicodélicas. Após uma viagem à Índia nos anos 1960, conheceu seu guru Neem Karoli Baba, que o renomeou Ram Dass (“Servo de Deus”). Essa experiência transformou sua vida e o levou a mergulhar na espiritualidade. Ele se dedicou a integrar ensinamentos espirituais orientais à vida moderna ocidental.Ram Dass ensinava a importância da prática espiritual na vida cotidiana, enfatizando a presença, a compaixão e o amor incondicional. Seu livro Be Here Now (1971) tornou-se um clássico espiritual, incentivando leitores a viverem no momento presente e a explorarem a interconexão da vida. Ele também abordava temas como a aceitação da mortalidade, a busca pelo significado da vida e o serviço desinteressado como caminho espiritual.Ram Dass foi uma figura central na introdução da espiritualidade oriental ao Ocidente. Sua abordagem inclusiva e prática influenciou gerações de buscadores espirituais. Seus ensinamentos continuam vivos por meio de seus livros, palestras e a Fundação Love Serve Remember, que promove sua mensagem de amor e serviço.
EU VOU TE REVELAR COMO ISSO VAI TERMINAR - Daniel LopezO conflito entre Israel e Irã tem potencial para gerar uma reconfiguração profunda nas dinâmicas geopolíticas do Ocidente, especialmente num contexto de polarização crescente, crises institucionais e disputas por hegemonia global. A escalada das tensões entre os dois países — envolvendo ataques diretos, sabotagens e retaliações por meio de proxies regionais como Hezbollah e milícias xiitas — tende a criar ondas de instabilidade que extrapolam o Oriente Médio, atingindo diretamente os interesses políticos, econômicos e ideológicos das potências ocidentais.Nos Estados Unidos e na União Europeia, esse embate pode acelerar decisões estratégicas: aumento de gastos militares, endurecimento de políticas de imigração, reforço da aliança com Israel e realinhamento de sanções contra o Irã e seus aliados. Tudo isso em um momento em que o Ocidente enfrenta erosão interna — com inflação, crises energéticas, avanço de discursos identitários radicais e descrédito das instituições. O conflito também repercute nos mercados globais de energia: qualquer ameaça ao Estreito de Ormuz — por onde passa 20% do petróleo mundial — pode causar choques de oferta e inflação generalizada, afetando principalmente as economias mais frágeis da Europa.Além disso, o confronto pode ser instrumentalizado por governos ocidentais como cortina de fumaça para desviar o foco de suas próprias crises internas. Ao mesmo tempo, potências como Rússia e China tendem a explorar o caos para enfraquecer a influência dos EUA e de seus aliados, financiando narrativas alternativas e se posicionando como mediadores da paz global. Em última análise, o conflito Israel-Irã não é apenas local: é uma faísca em um cenário global altamente inflamável, cujo desdobramento pode acelerar o colapso de paradigmas políticos, morais e institucionais do Ocidente moderno.
Trechos do livro “The Taste of Freedom”, de Ajahn Chah.Ajahn Chah (1918 - 1992), foi um grande mestre da linhagem “Tradição Tailandesa das Florestas” do budismo Theravada.Ajahn Chah (ou Chah Subhaddo) nasceu numa vila rural perto da cidade de Ubon Rajathani, Tailândia. Seguindo a tradição, depois de completar o ensino básico ordenou-se como monge noviço no mosteiro local da vila, onde passou os primeiros anos de sua vida monastica estudando as bases do Dharma, a linguagem Pāli e as escrituras.Após uma grave doença e falecimento de seu pai, Ajahn Chah, reconheceu que apesar de ter estudado exaustivamente ele não se sentia mais próximo de ter uma compreensão pessoal acerca do fim do sofrimento. Então, em 1946, abandonou os estudos e partiu em peregrinação. Caminhou durante vários anos pernoitando em florestas e recebendo comida nas vilas pelas quais passava, despendendo temporadas em mosteiros, assimilando os ensinamentos e praticando meditação.Foi durante sua estadia no mosteiro de Wat Kow Wongkot onde conheceu Ajahn Mun, um mestre de meditação altamente reverenciado, que ensinou-lhe que, apesar dos ensinamentos serem realmente extensos, em sua essência eles são muito simples:“Com consciência, se virmos que tudo surge no ‘coração-mente'. Aí está o verdadeiro caminho!”Este sucinto e direto ensinamento foi uma revelação para Ajahn Chah, transformando o seu modo de praticar. O caminho estava claro!Amado e respeitado em seu país como um homem de grande sabedoria, Ajahn Chah tornou-se um influente professor e fundador de grandes mosteiros de sua tradição.Seus ensinamentos contêm aquilo que se pode chamar de “coração da meditação budista” – as práticas simples e diretas de acalmar o coração e abrir a mente para a verdadeira compreensão da verdade. Esta forma de constante vigilância expandiu-se rapidamente como prática Budista no Ocidente, ensinando-nos a lidar com os estados mentais mais densos, como os medos, a ganância ou o sentimento de perda e a aprender o caminho da paciência, sabedoria e compaixão altruísta. Segundo Ajahn Chah o treino da mente não se trata apenas de nos sentarmos com os olhos fechados ou de aperfeiçoarmos uma técnica de meditação. Trata-se de uma grande renúncia.
Retirada de militares, Zelensky fora da presidência, regiões oferecidas e afastamento do Ocidente. Moscovo quer cada vez mais e paz está longe de ser alcançada. Lider ucraniano carrega nos adjetivos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Trechos do texto “Message to the Youth”, de Swami Vivekananda.Nascido como Narendranath Datta, Swami Vivekananda (1863 - 1902) foi um monge hindu, filósofo e um dos mais célebres líderes espirituais da Índia.Vivekananda, que significa: “A bem-aventurança do discernimento da sabedoria”, foi principal discípulo de Sri Ramakrishna e um dos pioneiros na divulgação da filosofia indiana no Ocidente.Em 1893, ficou mundialmente conhecido por representar o hinduísmo no Parlamento Mundial das Religiões, em Chicago, onde sua eloquência e visão universal impressionaram o público, tornando-o um embaixador espiritual da Índia no Ocidente.Seus ensinamentos foram baseados principalmente nos ensinamentos espirituais de Ramakrishna, como a harmonia entre religiões, a universalidade da espiritualidade e a realização do potencial humano através de Deus. Ele propagava a filosofia do Vedanta e do Yoga, enfatizando a prática espiritual como um meio de empoderamento pessoal e social. Sua mensagem destacava a unidade de todos os seres, o serviço altruísta e a autoexploração como caminhos para a verdade. Ele defendia a importância de equilibrar o trabalho, a meditação e o serviço como pilares de uma vida plena.
O Aos Fatos desta terça-feira (20) destaca a entrevista com o jornalista Breno Altman, que comentou sobre os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Em entrevista à Rádio Metropole, Altman comentou a importância da data e a tentativa do Ocidente de, por meio de uma manipulação de narrativa, minimizar o papel da União Soviética na vitória sobre o nazifascismo.
Teses do encontro realizado há exatos 1.700 anos, na atual Turquia, estão refletidas na obra de Bach
Em vários países africanos, há sinais de que quando os governos conseguem cobrar impostos, também tendem a melhorar a qualidade da democracia. O economista angolano Francisco Paulo, acaba de terminar o doutoramento no Instituto Universitário de Lisboa com uma tese sobre “Tributação em África e Reformas Fiscais em Angola”, explica-nos que, quando os cidadãos começam a pagar impostos e percebem que estão a financiar os serviços públicos, ganham mais consciência cívica e exigem mais dos seus governantes. RFI: O que é que o motivou a estudar o tema dos impostos e por que escolheu Angola como caso de estudo?Francisco Paulo: O que me levou a estudar os impostos em África… sabe que o continente africano, na verdade, se analisarmos os dados macroeconómicos, é um dos continentes com menor colecta de impostos em comparação com os restantes. Em média, a percentagem dos impostos no PIB em África anda à volta dos 14%, enquanto noutros continentes ronda os 30%, 20%. África cobra menos impostos. E, se compararmos com os níveis de democracia, os países africanos também são, em geral, os que têm os níveis mais baixos de democracia.Por que é que África cobra menos impostos? Existem várias razões. A literatura aponta também alguns aspectos, como o facto de a democracia, em alguns países africanos, ser considerada imposta pelo Ocidente, no sentido de que grande parte da ajuda pública ao desenvolvimento é condicionada pelo respeito pelos direitos humanos e pela implementação da democracia. Quisemos analisar até que ponto a ajuda ao desenvolvimento contribui efectivamente para a democracia em África, e que impacto factores como os impostos podem ter no seu reforço, tendo em conta a teoria do contrato social.Nota-se que, quando a população começa a pagar impostos, desenvolve uma maior consciência cívica, especialmente nos países africanos, porque compreende que os serviços públicos prestados pelo governo não são gratuitos, e que participam nas despesas. Quando isso acontece, há níveis mais elevados de democracia e uma maior responsabilização por parte dos governos.O estudo mostra que há uma relação em forma de "U invertido" entre democracia e carga fiscal. Pode explicar-nos de forma simples o que isto quer dizer?Essa relação em forma de U invertido significa que, numa fase inicial, o aumento da carga fiscal ou seja, a carga fiscal que incide sobre a população e sobre as empresas, e não sobre a exploração de recursos naturais, contribui para o aumento dos índices de democracia. No entanto, esse aumento só ocorre até um certo limiar. No nosso estudo, esse limiar situa-se entre os 26% e os 27% de receitas fiscais em proporção do PIB.Se esse limiar for ultrapassado, um aumento na carga fiscal pode provocar uma diminuição nos índices de democracia. Quando os impostos se tornam demasiado elevados, as pessoas deixam de querer pagá-los. E os governos, por vezes, podem adoptar atitudes autoritárias para forçar o pagamento. Por isso, essa relação é em U invertido: o aumento da carga fiscal promove a democracia até certo ponto, depois disso, pode ter o efeito contrário.É isso que está a acontecer em Angola?Bom, em Angola, podemos notar que uma das melhores coisas que aconteceu nos últimos anos foi a diminuição das receitas fiscais petrolíferas. Com essa redução, o governo foi obrigado a começar a cobrar impostos ao sector não petrolífero.Esses impostos; como o IRT (Imposto sobre o Rendimento do Trabalho) e o IVA, afectam directamente a população, que sente que paga impostos, mas não vê retorno em termos de serviços públicos.A população não tem retorno?Não há retorno, e a população está cada vez mais consciente disso. Por exemplo, recentemente houve um caso de desvio de dinheiro na AGT relacionado com o IVA, e a população ficou completamente revoltada. Estávamos a falar com algumas pessoas que diziam: “Bom, quando havia dinheiro do petróleo, não se sentia tanto, porque o petróleo é uma economia de enclave, não havia esse impacto directo. Agora, quando roubam o dinheiro do IVA, estão a roubar o dinheiro dos mais pobres”.Isso mostra que a cobrança de impostos aumenta a consciência cívica. O imposto não é apenas um instrumento de arrecadação pública, mas também de participação cívica. E é a melhor forma de garantir uma democracia mais vibrante. A democracia precisa de receitas para funcionar, porque as instituições precisam de dinheiro, e esse dinheiro vem, em primeiro lugar, dos impostos.No seu trabalho encontra um resultado curioso: quando a economia não petrolífera cresce, a arrecadação de impostos fora do petróleo não aumenta. Como se explica isso?No caso específico de Angola, isso foi uma verdadeira surpresa para nós. O PIB não petrolífero é a base para a incidência dos impostos não petrolíferos. De acordo com a teoria económica, o aumento do PIB deveria levar ao aumento das receitas fiscais. Mas, em Angola, isso não aconteceu durante o período que analisámos (2008-2021).Durante esse período, as receitas fiscais não petrolíferas não acompanharam o crescimento do PIB não petrolífero. Isso é um paradoxo.E como se explica isso?Uma das razões prende-se com o facto de o governo ter concedido muitas isenções fiscais. Muitas empresas foram criadas e beneficiaram dessas isenções. Por exemplo, a Unitel, a maior empresa de telecomunicações de Angola, teve isenção de imposto industrial quando foi criada, e continua a ser uma das mais lucrativas do país. Até hoje, não sabemos se essa isenção já terminou, porque não há dados oficiais disponíveis.Essas isenções fiscais foram atribuídas de forma discricionária. Só em 2022 é que o governo aprovou o Código das Isenções Fiscais. Antes disso, qualquer ministério podia concedê-las. Foi então criada uma agência para este efeito, mas a Administração Geral Tributária não tem acompanhado, ou, pelo menos, não há registos públicos das isenções concedidas.Essas isenções explicam a relação negativa entre o PIB não petrolífero e as receitas fiscais não petrolíferas. Infelizmente, a reforma tributária implementada pelo governo não abordou essa questão nem a redução da carga fiscal. E tudo foi feito na ânsia de atrair investimento privado, mas de forma pouco estruturada. Não há dados sobre o número de isenções concedidas. Procurámos essa informação junto da AGT, mas não conseguimos obtê-la. Enquanto o governo não se organizar neste sentido, essa relação negativa poderá persistir.A economia informal é um grande desafio em África e, claro, também em Angola. Que soluções existem, na sua opinião, para integrar mais trabalhadores e empresas no sistema formal de impostos?A economia informal em África é, em grande parte, consequência da má governação. A maioria das pessoas ou pequenos empresários não está na informalidade por vontade própria, estão por falta de opção.Dou-lhe um exemplo: em Angola, há muitos cidadãos que não têm bilhete de identidade. Hoje, o número de identificação fiscal (NIF) está ligado ao número do Bilhete de Identidade. Logo, quem não tem BI, não tem NIF e, por isso, não é reconhecido como contribuinte. Como é que essa pessoa vai formalizar o seu negócio?Isto revela falhas graves nas políticas públicas, quer no registo das pessoas, quer no registo da propriedade. Muitas propriedades não estão legalmente registadas: há pessoas que têm terrenos ou edifícios, mas não têm documentos legais que os comprovem. Essa falha obriga muitas pessoas à informalidade.E a informalidade não é sustentável. Se muitos desses trabalhadores e empresas fossem formalizados, isso representaria um aumento significativo nas receitas fiscais, quer em impostos sobre empresas e rendimento, quer em impostos indirectos.Francisco Paulo, uma última questão. Com base na sua investigação, que recomendações deixaria aos governos africanos para aumentarem a receita fiscal sem pôr em risco a estabilidade social e política?Analisámos a curva de Laffer, que mede a relação entre a taxa de impostos e a receita fiscal em termos monetários. E notámos que, no que toca ao imposto sobre empresas e aos impostos indirectos, muitos países africanos já atingiram o seu limite. Não há margem para aumentar ainda mais as taxas porque quem já paga impostos são sempre os mesmos, os formalizados. Isso gera uma sobrecarga injusta.A melhor forma de expandir a base tributária é formalizar a economia informal. Para isso, é essencial investir no registo civil das pessoas, no registo da propriedade e na educação. Isso incentivaria as pessoas a formalizarem os seus negócios.Os governos africanos devem canalizar os seus gastos públicos para a melhoria efectiva das condições de vida da população. Quando as pessoas percebem que os seus impostos estão a ser bem utilizados; quando vêem melhorias nas infra-estruturas, na saúde, na educação, estão mais dispostas a pagar impostos. E isso, por sua vez, pode contribuir para melhores índices de democracia em África.
Putin e Zelensky devem ficar frente-a-frente na próxima quinta-feira, 15 de maio. A proposta surgiu depois de o líder russo ignorar os apelos do Ocidente por um cessar-fogo de 30 dias. E ainda:- Conflito entre Índia e Paquistão já deixou quase 70 mortos e dezenas de feridos. Essa é a pior escalada entre os dois países em décadas- Em sua primeira audiência pública, Papa Leão XIV pediu paz para o mundo e lembrou os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial- Com o aumento das exportações de proteínas do Brasil para os EUA e China, o preço da carne deve subir e trazer efeitos para o dia-a-dia do cidadão americano Sigam a gente nas redes sociais Instagram mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 Segundos Acompanhem os episódio ao vivo Youtube, Instagram ou Linkedin Fale conosco através do mundo180segundos@gmail.com
Neste episódio especial do Programa 20 Minutos, o historiador e professor Jones Manoel desmonta as narrativas distorcidas sobre o papel da União Soviética na Segunda Guerra Mundial.
Quem é Jesus Cristo, segundo José Saramago? Jesus Cristo é o pilar do cristianismo, religião predominante em grande parte do Ocidente, mas a sua história está longe de ser unanimidade. Disputada dentro das narrativas entre as próprias divisões do cristianismo, a figura de Jesus também foi pensada através de seu humanismo.O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago, é uma dessas obras que pensa Jesus como uma figura em sua humanidade. Censurada em Portugal, a obra transformou Saramago em persona non grata, e o fez até se mudar do país. Para conversar sobre esta obra e sobre a figura de Jesus recebemos Claudia Amorim, professora Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, atuando na Graduação e na Pós-Graduação.CLAUDIA AMORIM é Professora Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, atuando na Graduação e na Pós-Graduação (Lato e Stricto Sensu), principalmente com os seguintes temas: literatura portuguesa contemporânea, literaturas africanas contemporâneas em língua portuguesa, literatura comparada e diálogos entre literaturas e outras artes. Estuda especialmente a ficção de António Lobo Antunes, José Saramago, Lídia Jorge, Djaimilia Pereira de Almeida, entre outros. Tem artigos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros. Atualmente, investiga com bolsa Prociência FAPERJ a ficção portuguesa de fins do século XX e início do século XXI sob a temática do colonialismo / pós-colonialismo.Veja também na versão em vídeo:https://youtube.com/live/MJViooehlTohttps://youtube.com/live/MJViooehlTo
Citações e trechos da palestra “Christ, the Messenger”, de Swami Vivekananda (Los Angeles, California, 1900).Nascido como Narendranath Datta, Swami Vivekananda (1863 - 1902) foi um monge hindu, filósofo e um dos mais célebres líderes espirituais da Índia.Vivekananda, que significa: “A bem-aventurança do discernimento da sabedoria”, foi principal discípulo de Sri Ramakrishna e um dos pioneiros na divulgação da filosofia indiana no Ocidente.Em 1893, ficou mundialmente conhecido por representar o hinduísmo no Parlamento Mundial das Religiões, em Chicago, onde sua eloquência e visão universal impressionaram o público, tornando-o um embaixador espiritual da Índia no Ocidente.Seus ensinamentos foram baseados principalmente nos ensinamentos espirituais de Ramakrishna, como a harmonia entre religiões, a universalidade da espiritualidade e a realização do potencial humano através de Deus. Ele propagava a filosofia do Vedanta e do Yoga, enfatizando a prática espiritual como um meio de empoderamento pessoal e social. Sua mensagem destacava a unidade de todos os seres, o serviço altruísta e a autoexploração como caminhos para a verdade. Ele defendia a importância de equilibrar o trabalho, a meditação e o serviço como pilares de uma vida plena.
O novo livro de Domingos da Cruz, "Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura", foi bloqueado no aeroporto de Luanda, em Angola, pelos serviços de segurança do Estado. Trata-se de uma versão mais radical da obra que levou à detenção dos 15+2 activistas em 2015 e que seria agora apresentada em Angola. Domingos da Cruz defende a desobediência civil como caminho para mudar Angola, critica a censura ao seu livro e denuncia a dependência da oposição ao regime. RFI: Como interpreta este bloqueio do seu livro no aeroporto por parte das autoridades angolanas? Estava à espera que isto acontecesse?Domingos da Cruz: Nunca esperei nada que fosse, digamos, de acordo com a lei, com a ética, com o que é normal numa sociedade onde aqueles que estão no poder agem de acordo com os interesses dos cidadãos. Portanto, eu esperava que isso acontecesse, até porque estamos perante uma atitude que revela coerência: é mais uma vez o regime a afirmar a sua própria natureza. Seria de uma grande ingenuidade esperar o contrário. Imagine que estivéssemos em Cuba ou na Coreia do Norte e se esperasse liberdade de imprensa, direito à manifestação, liberdade de pensamento, liberdade académica e científica, seria uma contradição. E o mesmo se aplica a Angola. Portanto, tudo o que fizeram revela tão somente a natureza do próprio regime. Para mim, é perfeitamente expectável.Gostaria de esclarecer que não falo com a imprensa sobre o assunto com a intenção de me apresentar como vítima ou de fazer qualquer denúncia. Não estou a denunciar absolutamente nada. Estou simplesmente a aproveitar a oportunidade que me é concedida para informar o que sucedeu. Se estivesse a denunciar, seria ingénuo e seria contraproducente, até porque ao longo de mais de três décadas se vão fazendo denúncias e nada melhora. Pelo contrário, o país só piora em quase todos os aspectos. Na realidade, quando se vive numa ditadura, num regime autoritário, a denúncia não funciona. O que se deve fazer é construir um plano estratégico de modo a remover a ditadura. Este é o caminho certo e não o caminho do vitimismo e da denúncia.Vamos falar disso e também do seu livro, mas antes pergunto-lhe: O que pretende ao disponibilizar o livro gratuitamente em PDF do seu livro e como é que esta decisão está a ser recebida pelo público?As pessoas estão satisfeitas pelo facto de eu ter disponibilizado o PDF. A razão que me levou a tomar esta decisão tem única e exclusivamente a ver com a minha pretensão de contribuir para esse processo de libertação, para que possamos sair do cativeiro. Eu acredito na força das ideias, na capacidade criativa e transformadora que as ideias têm. Espero que as pessoas adoptem as ideias e as pratiquem, porque me parece ser o caminho para a nossa libertação. E gostaria, mais uma vez, de aproveitar este momento para dizer que estamos numa sociedade onde, cada vez mais, a situação piora. Não vejo outro caminho que não seja, de facto, a mobilização popular para a transformação de Angola de uma ditadura para uma democracia.Essa mobilização é precisamente o que apresenta no seu livro, que inclui 168 técnicas de desobediência civil, baseadas no trabalho do intelectual e activista norte-americano Gene Sharp, considerado o maior teórico da resistência não violenta. Quais considera mais aplicáveis ao contexto actual de Angola e porquê?No contexto actual, parece-me que as técnicas de subversão do ponto de vista económico são adequadas, porque estamos num momento de grande crise, o que limita o regime financeiramente para comprar o maior número possível de pessoas, como tem sido prática. Se houver, por exemplo, indisponibilidade dos cidadãos para pagar impostos, para fazer depósitos bancários, se forem retirando o dinheiro dos bancos, isso aprofundará a crise e, de alguma maneira, limitará o regime na compra de pessoas. Essa é uma técnica perfeitamente adequada ao contexto actual.Por outro lado, as pessoas podem permanecer em casa, podem fazer abaixo-assinados, podem parar de colaborar com as instituições. Aqueles que trabalham em instituições públicas podem fingir que estão a trabalhar e não trabalharem. Tudo isso viabilizará o colapso das instituições e, perante esse colapso, chegará um momento em que as pessoas se levantarão em grande número, sem dúvida.Aproveito também para dizer que a diferença entre a edição que nos levou à prisão em 2015 e esta é que esta é uma edição crítica. Por edição crítica entende-se um texto comentado por vários pesquisadores. Temos o conteúdo da edição anterior, com algumas ideias novas, mas agora associado a comentários de vários estudiosos do Brasil, de Angola, de Moçambique, da Itália, que tornam o texto muito mais rico. Essa é a grande diferença entre a [edição] anterior e esta.Trata-se de uma reedição que acontece 10 anos depois daquela que talvez tenha sido a sua obra mais falada e conhecida, pelo menos em Angola.Sim, sim. Dez anos depois. Por acaso, não obedeceu a nenhum cálculo. Depois de tudo o que aconteceu, muitos já sabem, eu não tinha qualquer motivação para voltar ao livro. Mas, tendo em conta a degradação em que o regime se encontra e a situação geral do país, do ponto de vista económico e social, levou-me a pensar que é oportuno reeditar a obra. Ela afirma uma convicção profunda que tenho: acho que o caminho da luta não violenta, da desobediência civil, que sintetiza todas as técnicas que acabou de referir, parece-me ser efectivamente o caminho mais adequado para Angola.Se optássemos pela violência, de alguma forma estaríamos a contradizer a ética, por um lado, e a democracia que desejamos construir, por outro. Além disso, colocar-nos-íamos na mesma posição daqueles que estão no poder: seríamos todos violentos, do mesmo nível moral. Quem luta por uma democracia deve colocar-se numa posição de diferença, não só do ponto de vista ético, mas também discursivo. É óbvio que existem vários caminhos para a libertação, mas a violência colocar-nos-ia numa posição de grande desvantagem e haveria pouca possibilidade de vitória. Acho que a luta não violenta é o caminho mais adequado. Continuo a acreditar profundamente nisso, embora reconheça outras possibilidades.Domingos da Cruz, decorreram 10 anos desde o caso que levou à prisão dos 15+2 activistas, de que fez parte. Este julgamento terá sido provavelmente o mais mediático, ou um dos mais mediáticos, em Angola. O que mudou no país desde então? Considera que o actual regime de João Lourenço representa uma continuidade ou houve mudança em relação à repressão do tempo de José Eduardo dos Santos?Relativamente à repressão, houve continuidade, claramente. Não há dúvidas quanto a isso. Gostava de apresentar alguns exemplos simples. Tal como José Eduardo dos Santos fazia, qualquer tentativa de protesto é hoje reprimida pelo seu sucessor. E quando digo “seu sucessor”, baseio-me no que diz o nosso quadro legal. De acordo com a Constituição da República de Angola, o responsável pelos serviços de defesa e segurança é o Presidente da República. O ministro do Interior, da Defesa, os serviços secretos, todos agem a mando do Presidente. Aliás, temos uma das constituições que confere poderes excessivos ao Presidente.E não se trata apenas de reprimir. No caso de João Lourenço, ele aprofundou algo inédito: matar à luz do dia. Tivemos a morte de um activista numa manifestação em Luanda, por exemplo. E depois houve o caso das Lundas, onde foram assassinadas mais de 100 pessoas. Há um relatório publicado por organizações da sociedade civil angolana que descreve claramente esse drama.Falando de outros direitos; políticos, económicos e sociais, os indicadores mostram que a situação do país se degrada a cada dia. Houve também oportunidade para a sociedade civil fazer uma autocrítica e perceber que o método da denúncia é um erro, até mesmo do ponto de vista histórico. Imagine, na época colonial, se os nossos antepassados se limitassem a denunciar, provavelmente ainda estaríamos sob colonização. O que se deve fazer, na verdade, é tomar uma posição para pôr fim ao regime. E as técnicas de luta não violenta adequam-se perfeitamente para pôr fim ao nosso cativeiro. Mais de três décadas de denúncias não resolveram absolutamente nada. Os indicadores estão ali, quando se olha para os relatórios de instituições como as Nações Unidas, a Freedom House, Repórteres Sem Fronteiras, Mo Ibrahim Foundation, entre outras, todos demonstram que não saímos do mesmo lugar.Fala da sociedade civil e da oposição. Qual deve ser, a seu ver, o papel da oposição política, da sociedade civil e da juventude angolana na luta contra a repressão e na construção de uma democracia real?É preciso estabelecer uma diferença clara entre a oposição partidária e a luta cívica feita pela sociedade civil e pela juventude, como acaba de referir. A minha única esperança sincera está no povo. Primeiro, o povo deve tomar consciência de que está sozinho no mundo, literalmente abandonado. Vivemos num país com uma elite conectada ao capitalismo internacional, às grandes corporações, às potências ocidentais. É um regime que viabiliza a extração de recursos e beneficia o Ocidente.Internamente, o regime também beneficia a oposição partidária, o que significa que o povo é a única vítima disto tudo. A sociedade é que deve levantar-se. Não vejo um milímetro, não vejo um centímetro de esperança vindo da política partidária. Dou-lhe um exemplo simples: não conheço parte alguma do mundo onde se possa fazer oposição dependendo financeiramente do regime contra o qual se luta. A nossa lei dos partidos políticos confere financiamento vindo do Orçamento Geral do Estado aos partidos da oposição. E como, em Angola, o MPLA se confunde com o Estado, porque o capturou, significa que os partidos da oposição dependem literalmente do MPLA para sobreviverem. Para terem arroz e feijão na mesa, para cuidarem da sua saúde, para mandarem os filhos à escola ou comprarem um bilhete de avião, dependem do regime. Não é possível fazer oposição assim.Como dizia Thomas Sankara: quem te alimenta, controla-te, manipula-te. Por outro lado, temos uma oposição viciada, corrupta e envelhecida. Psicologicamente, não se pode esperar muito de velhos. Não é dos velhos que virá a revolução.
O novo livro de Domingos da Cruz, "Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura", foi bloqueado no aeroporto de Luanda, em Angola, pelos serviços de segurança do Estado. Trata-se de uma versão mais radical da obra que levou à detenção dos 15+2 activistas em 2015 e que seria agora apresentada em Angola. Domingos da Cruz defende a desobediência civil como caminho para mudar Angola, critica a censura ao seu livro e denuncia a dependência da oposição ao regime. RFI: Como interpreta este bloqueio do seu livro no aeroporto por parte das autoridades angolanas? Estava à espera que isto acontecesse?Domingos da Cruz: Nunca esperei nada que fosse, digamos, de acordo com a lei, com a ética, com o que é normal numa sociedade onde aqueles que estão no poder agem de acordo com os interesses dos cidadãos. Portanto, eu esperava que isso acontecesse, até porque estamos perante uma atitude que revela coerência: é mais uma vez o regime a afirmar a sua própria natureza. Seria de uma grande ingenuidade esperar o contrário. Imagine que estivéssemos em Cuba ou na Coreia do Norte e se esperasse liberdade de imprensa, direito à manifestação, liberdade de pensamento, liberdade académica e científica, seria uma contradição. E o mesmo se aplica a Angola. Portanto, tudo o que fizeram revela tão somente a natureza do próprio regime. Para mim, é perfeitamente expectável.Gostaria de esclarecer que não falo com a imprensa sobre o assunto com a intenção de me apresentar como vítima ou de fazer qualquer denúncia. Não estou a denunciar absolutamente nada. Estou simplesmente a aproveitar a oportunidade que me é concedida para informar o que sucedeu. Se estivesse a denunciar, seria ingénuo e seria contraproducente, até porque ao longo de mais de três décadas se vão fazendo denúncias e nada melhora. Pelo contrário, o país só piora em quase todos os aspectos. Na realidade, quando se vive numa ditadura, num regime autoritário, a denúncia não funciona. O que se deve fazer é construir um plano estratégico de modo a remover a ditadura. Este é o caminho certo e não o caminho do vitimismo e da denúncia.Vamos falar disso e também do seu livro, mas antes pergunto-lhe: O que pretende ao disponibilizar o livro gratuitamente em PDF do seu livro e como é que esta decisão está a ser recebida pelo público?As pessoas estão satisfeitas pelo facto de eu ter disponibilizado o PDF. A razão que me levou a tomar esta decisão tem única e exclusivamente a ver com a minha pretensão de contribuir para esse processo de libertação, para que possamos sair do cativeiro. Eu acredito na força das ideias, na capacidade criativa e transformadora que as ideias têm. Espero que as pessoas adoptem as ideias e as pratiquem, porque me parece ser o caminho para a nossa libertação. E gostaria, mais uma vez, de aproveitar este momento para dizer que estamos numa sociedade onde, cada vez mais, a situação piora. Não vejo outro caminho que não seja, de facto, a mobilização popular para a transformação de Angola de uma ditadura para uma democracia.Essa mobilização é precisamente o que apresenta no seu livro, que inclui 168 técnicas de desobediência civil, baseadas no trabalho do intelectual e activista norte-americano Gene Sharp, considerado o maior teórico da resistência não violenta. Quais considera mais aplicáveis ao contexto actual de Angola e porquê?No contexto actual, parece-me que as técnicas de subversão do ponto de vista económico são adequadas, porque estamos num momento de grande crise, o que limita o regime financeiramente para comprar o maior número possível de pessoas, como tem sido prática. Se houver, por exemplo, indisponibilidade dos cidadãos para pagar impostos, para fazer depósitos bancários, se forem retirando o dinheiro dos bancos, isso aprofundará a crise e, de alguma maneira, limitará o regime na compra de pessoas. Essa é uma técnica perfeitamente adequada ao contexto actual.Por outro lado, as pessoas podem permanecer em casa, podem fazer abaixo-assinados, podem parar de colaborar com as instituições. Aqueles que trabalham em instituições públicas podem fingir que estão a trabalhar e não trabalharem. Tudo isso viabilizará o colapso das instituições e, perante esse colapso, chegará um momento em que as pessoas se levantarão em grande número, sem dúvida.Aproveito também para dizer que a diferença entre a edição que nos levou à prisão em 2015 e esta é que esta é uma edição crítica. Por edição crítica entende-se um texto comentado por vários pesquisadores. Temos o conteúdo da edição anterior, com algumas ideias novas, mas agora associado a comentários de vários estudiosos do Brasil, de Angola, de Moçambique, da Itália, que tornam o texto muito mais rico. Essa é a grande diferença entre a [edição] anterior e esta.Trata-se de uma reedição que acontece 10 anos depois daquela que talvez tenha sido a sua obra mais falada e conhecida, pelo menos em Angola.Sim, sim. Dez anos depois. Por acaso, não obedeceu a nenhum cálculo. Depois de tudo o que aconteceu, muitos já sabem, eu não tinha qualquer motivação para voltar ao livro. Mas, tendo em conta a degradação em que o regime se encontra e a situação geral do país, do ponto de vista económico e social, levou-me a pensar que é oportuno reeditar a obra. Ela afirma uma convicção profunda que tenho: acho que o caminho da luta não violenta, da desobediência civil, que sintetiza todas as técnicas que acabou de referir, parece-me ser efectivamente o caminho mais adequado para Angola.Se optássemos pela violência, de alguma forma estaríamos a contradizer a ética, por um lado, e a democracia que desejamos construir, por outro. Além disso, colocar-nos-íamos na mesma posição daqueles que estão no poder: seríamos todos violentos, do mesmo nível moral. Quem luta por uma democracia deve colocar-se numa posição de diferença, não só do ponto de vista ético, mas também discursivo. É óbvio que existem vários caminhos para a libertação, mas a violência colocar-nos-ia numa posição de grande desvantagem e haveria pouca possibilidade de vitória. Acho que a luta não violenta é o caminho mais adequado. Continuo a acreditar profundamente nisso, embora reconheça outras possibilidades.Domingos da Cruz, decorreram 10 anos desde o caso que levou à prisão dos 15+2 activistas, de que fez parte. Este julgamento terá sido provavelmente o mais mediático, ou um dos mais mediáticos, em Angola. O que mudou no país desde então? Considera que o actual regime de João Lourenço representa uma continuidade ou houve mudança em relação à repressão do tempo de José Eduardo dos Santos?Relativamente à repressão, houve continuidade, claramente. Não há dúvidas quanto a isso. Gostava de apresentar alguns exemplos simples. Tal como José Eduardo dos Santos fazia, qualquer tentativa de protesto é hoje reprimida pelo seu sucessor. E quando digo “seu sucessor”, baseio-me no que diz o nosso quadro legal. De acordo com a Constituição da República de Angola, o responsável pelos serviços de defesa e segurança é o Presidente da República. O ministro do Interior, da Defesa, os serviços secretos, todos agem a mando do Presidente. Aliás, temos uma das constituições que confere poderes excessivos ao Presidente.E não se trata apenas de reprimir. No caso de João Lourenço, ele aprofundou algo inédito: matar à luz do dia. Tivemos a morte de um activista numa manifestação em Luanda, por exemplo. E depois houve o caso das Lundas, onde foram assassinadas mais de 100 pessoas. Há um relatório publicado por organizações da sociedade civil angolana que descreve claramente esse drama.Falando de outros direitos; políticos, económicos e sociais, os indicadores mostram que a situação do país se degrada a cada dia. Houve também oportunidade para a sociedade civil fazer uma autocrítica e perceber que o método da denúncia é um erro, até mesmo do ponto de vista histórico. Imagine, na época colonial, se os nossos antepassados se limitassem a denunciar, provavelmente ainda estaríamos sob colonização. O que se deve fazer, na verdade, é tomar uma posição para pôr fim ao regime. E as técnicas de luta não violenta adequam-se perfeitamente para pôr fim ao nosso cativeiro. Mais de três décadas de denúncias não resolveram absolutamente nada. Os indicadores estão ali, quando se olha para os relatórios de instituições como as Nações Unidas, a Freedom House, Repórteres Sem Fronteiras, Mo Ibrahim Foundation, entre outras, todos demonstram que não saímos do mesmo lugar.Fala da sociedade civil e da oposição. Qual deve ser, a seu ver, o papel da oposição política, da sociedade civil e da juventude angolana na luta contra a repressão e na construção de uma democracia real?É preciso estabelecer uma diferença clara entre a oposição partidária e a luta cívica feita pela sociedade civil e pela juventude, como acaba de referir. A minha única esperança sincera está no povo. Primeiro, o povo deve tomar consciência de que está sozinho no mundo, literalmente abandonado. Vivemos num país com uma elite conectada ao capitalismo internacional, às grandes corporações, às potências ocidentais. É um regime que viabiliza a extração de recursos e beneficia o Ocidente.Internamente, o regime também beneficia a oposição partidária, o que significa que o povo é a única vítima disto tudo. A sociedade é que deve levantar-se. Não vejo um milímetro, não vejo um centímetro de esperança vindo da política partidária. Dou-lhe um exemplo simples: não conheço parte alguma do mundo onde se possa fazer oposição dependendo financeiramente do regime contra o qual se luta. A nossa lei dos partidos políticos confere financiamento vindo do Orçamento Geral do Estado aos partidos da oposição. E como, em Angola, o MPLA se confunde com o Estado, porque o capturou, significa que os partidos da oposição dependem literalmente do MPLA para sobreviverem. Para terem arroz e feijão na mesa, para cuidarem da sua saúde, para mandarem os filhos à escola ou comprarem um bilhete de avião, dependem do regime. Não é possível fazer oposição assim.Como dizia Thomas Sankara: quem te alimenta, controla-te, manipula-te. Por outro lado, temos uma oposição viciada, corrupta e envelhecida. Psicologicamente, não se pode esperar muito de velhos. Não é dos velhos que virá a revolução.
Trechos do livro “The Zen Teaching of Huang-Po”.Huang Po Xiyun (?-850) foi um renomado mestre do budismo Chan (Zen na tradição japonesa) na China durante a dinastia Tang. Pouco se sabe sobre sua vida pessoal, mas acredita-se que nasceu na província de Fujian e entrou para a vida monástica ainda jovem. Ele estudou sob a orientação do mestre Baizhang Huaihai, um dos grandes nomes do Chan, e mais tarde se destacou como um dos mais influentes mestres de sua época. Huang Po liderou teve discípulos notáveis, como Linji Yixuan, que fundaria a escola Rinzai do Zen.Huang Po Xiyun é uma figura central no desenvolvimento do budismo Chan, contribuindo significativamente para a formação do pensamento que enfatiza a prática direta e a iluminação súbita. Seu trabalho consolidou a ênfase no "corte das ilusões" e no retorno à essência da mente, princípios que seriam fundamentais no desenvolvimento do Zen na Ásia e no Ocidente.Os ensinamentos de Huang Po destacam a natureza unificada da mente, que ele descrevia como o "Grande Caminho". Ele defendia que todas as distinções e conceitos são ilusórios e que a verdadeira sabedoria está na experiência direta, livre de apegos e raciocínios. Huang Po rejeitava práticas ritualísticas complexas, incentivando a compreensão da própria mente como o caminho para a iluminação. Suas lições enfatizavam a simplicidade e a introspecção, tendo impacto duradouro em muitas gerações de praticantes. O livro Ensinamentos de Huang Po sobre a Mente-Única, compilado por seus discípulos, permanece como um clássico do Zen.
Um ponto sempre citado quando se fala do legado do papa Francisco é a porta que ele abriu à maior participação feminina no Vaticano. O argentino Jorge Mario Bergoglio nunca defendeu mulheres rezando missa, mas fez mudanças importantes na legislação eclesiástica para possibilitar que elas ocupassem papéis significativos na estrutura da Igreja. O próximo papa enfrentará o desafio de seguir o caminho iniciado por Francisco para que não haja um descompasso tão grande entre Igreja e sociedade. Mas como continuar avançando? Para a vaticanista e doutoranda em História da Igreja pela Pontificia Università Gregoriana Mirticellli Medeiros, o caminho é voltar às origens, ao cristianismo primitivo. “Eu, como historiadora, posso dizer: as diaconisas existiram na história da Igreja”, afirma. Correspondente internacional em Roma, Mirticelli contou ao programa Mulheres Reais, da Rádio Eldorado, que quando o cristianismo começou a se estruturar, no século I após a morte de Cristo, após os apóstolos se espalharem para promover a evangelização, a comunidade cristã passou a se institucionalizar e foram criados alguns grupos, que cuidavam de outros grupos. Nasceu então a figura do diácono - a pessoa responsável pela caridade nas primeiras comunidades cristãs, pela distribuição dos bens, por assistir as viúvas e as pessoas mais vulneráveis, por exemplo. E quando elas sumiram? “Então, aí é que está a questão”, responde Mirticelli. “Em determinado momento na história, mais ou menos entre os séculos V e VI, elas desaparecem no Ocidente. Porque se começa a entender que Jesus confiou determinados cargos somente aos homens. Mas no Oriente elas continuam a exercer suas funções. A Igreja Ortodoxa Grega reativou o diaconato feminino. Um diaconato especial, que é diferente do dos homens. Mesmo assim, não foi uma abertura 100%. Eles concedem o título de diaconisas a monjas anciãs, por exemplo.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
AGOSTINHO DE HIPONA | 8 Fatos sobre Santo Agostinho, o mais famoso teólogo do Ocidente de 354 a 430 d.C
Em apenas oitenta dias, os pilares da globalização liberal começaram a ruir, minados por quem mais beneficiou dela: os próprios Estados Unidos. Mas será o trumpismo uma ideologia estruturada para refazer o mundo, ou apenas um sintoma de declínio imperial? A Europa vê-se paralisada entre dois polos: a antiga aliança com os EUA — agora hostis — e a ascensão de uma China confiante, que se posiciona como o centro de uma nova ordem global. Num cenário multipolar, o velho continente corre o risco de se tornar irrelevante. A Nova Rota da Seda simboliza esta transição, com a China a assumir o papel de maior investidor global, especialmente no Sul Global. Estaremos perante um novo imperialismo ou uma nova visão da globalização? Bruno Maçães, político e académico, mergulha nas consequências do trumpismo, no papel transformador da China e no colapso da ideia de “Ocidente”. Através da sua experiência internacional e pensamento estratégico, oferece pistas sobre um mundo em mutação — onde a estabilidade do passado já não é garantida.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No dia 21 de abril de 2025, o mundo assistiu ao fim de uma era com a morte do Papa Francisco, o primeiro pontífice latino-americano da história da Igreja Católica. Nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, sua eleição em 2013 representou uma guinada simbólica e política para o Vaticano. Com um papado marcado pela opção preferencial pelos pobres, defesa das minorias, reforma interna da Igreja e uma atuação global com tons progressistas, Francisco se tornou uma das figuras mais influentes do Ocidente no século XXI. Neste programa especial de 20 minutos, analisamos o impacto de sua morte e os caminhos possíveis para a Igreja Católica a partir de agora. Quem pode ser seu sucessor? O que muda na política interna do Vaticano? Qual será o legado de Francisco diante dos grandes desafios contemporâneos? ★ Support this podcast ★
Trechos do livro “Cloud Hidden”, de Alan Watts.Alan Wilson Watts (1915 - 1973) foi um filósofo, escritor e palestrante britânico, conhecido como um dos pioneiros na divulgação da sabedoria oriental ao Ocidente.Nascido na Inglaterra, desde cedo demonstrou interesse pelo budismo e pelas tradições espirituais da Ásia. Emigrou para os Estados Unidos na década de 1930 e estudou teologia. Ordenado sacerdote episcopal, deixou o ministério para se dedicar a uma abordagem mais ampla e interdisciplinar da espiritualidade. Viveu na Califórnia, onde escreveu, palestrou e gravou programas de rádio que o tornaram uma figura influente.Watts ensinava sobre a integração da filosofia oriental, como o budismo zen e o taoismo, com a vida moderna ocidental. Ele abordava temas como a natureza da consciência, a relação entre o eu e o universo e a ilusão da separação. Enfatizava a importância do presente, a fluidez da vida e a aceitação da incerteza.Alan Watts desempenhou um papel fundamental na introdução da espiritualidade oriental no Ocidente durante o século XX. Sua abordagem prática e filosófica permanecem populares, impactando novas gerações.
Trechos retirados de gravações de discursos de Ajahn Chah.Ajahn Chah (1918 - 1992), foi um grande mestre da linhagem “Tradição Tailandesa das Florestas” do budismo Theravada.Ajahn Chah (ou Chah Subhaddo) nasceu numa vila rural perto da cidade de Ubon Rajathani, Tailândia. Seguindo a tradição, depois de completar o ensino básico ordenou-se como monge noviço no mosteiro local da vila, onde passou os primeiros anos de sua vida monastica estudando as bases do Dharma, a linguagem Pāli e as escrituras.Após uma grave doença e falecimento de seu pai, Ajahn Chah, reconheceu que apesar de ter estudado exaustivamente ele não se sentia mais próximo de ter uma compreensão pessoal acerca do fim do sofrimento. Então, em 1946, abandonou os estudos e partiu em peregrinação. Caminhou durante vários anos pernoitando em florestas e recebendo comida nas vilas pelas quais passava, despendendo temporadas em mosteiros, assimilando os ensinamentos e praticando meditação.Foi durante sua estadia no mosteiro de Wat Kow Wongkot onde conheceu Ajahn Mun, um mestre de meditação altamente reverenciado, que ensinou-lhe que, apesar dos ensinamentos serem realmente extensos, em sua essência eles são muito simples:“Com consciência, se virmos que tudo surge no ‘coração-mente'. Aí está o verdadeiro caminho!”Este sucinto e direto ensinamento foi uma revelação para Ajahn Chah, transformando o seu modo de praticar. O caminho estava claro!Amado e respeitado em seu país como um homem de grande sabedoria, Ajahn Chah tornou-se um influente professor e fundador de grandes mosteiros de sua tradição.Seus ensinamentos contêm aquilo que se pode chamar de “coração da meditação budista” – as práticas simples e diretas de acalmar o coração e abrir a mente para a verdadeira compreensão da verdade. Esta forma de constante vigilância expandiu-se rapidamente como prática Budista no Ocidente, ensinando-nos a lidar com os estados mentais mais densos, como os medos, a ganância ou o sentimento de perda e a aprender o caminho da paciência, sabedoria e compaixão altruísta. Segundo Ajahn Chah o treino da mente não se trata apenas de nos sentarmos com os olhos fechados ou de aperfeiçoarmos uma técnica de meditação. Trata-se de uma grande renúncia.
EUA provocam suicídio económico e político do Ocidente? E como deve a UE reagir? E ainda as listas do PS, o "lacaio" de Montenegro nos debates, o líder espiritual do CES e a violência obstétrica.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio, o professor Flávio Lira (Unipampa), especialista em Relações Internacionais e Geopolítica, fala sobre a situação da Ucrânia e aprofunda em temas como a verificação dos dados de baixas e deslocamentos, ressaltando as dificuldades metodológicas e as oscilações entre estimativas oficiais e alternativas. A discussão também revisita a histórica posição pendular da Ucrânia entre o Ocidente e a Rússia, evidenciando como a diplomacia e as estratégias adotadas pelo país foram reconfiguradas com a ascensão de Zelensky. Além disso, o episódio explora as implicações das recentes mudanças no cenário internacional, incluindo a influência dos discursos e atitudes de líderes norte-americanos, como Trump, e a repercussão dessas posturas na reorientação das prioridades de segurança europeia. Aperte o play! The post Fadiga de guerra e o novo panorama da Ucrânia appeared first on Chutando a Escada.
Neste episódio do podcast filosófico da Nova Acrópole, os professores voluntários da Nova Acrópole conversom sobre a figura de Alexandre, o Grande, e sua importância histórica e filosófica. O diálogo percorre o contexto geopolítico de sua época, sua formação sob a orientação de Aristóteles e sua visão de mundo, que transcendeu o mero expansionismo militar para criar uma síntese cultural entre Ocidente e Oriente. A conversa aborda a inspiração que grandes personagens podem trazer para a humanidade, destacando a busca de Alexandre pela união dos povos e pelo conhecimento, materializada na criação de Alexandria, um dos maiores centros culturais da Antiguidade. Além disso, reflete sobre o legado deixado por ele, influenciando desde o Império Romano até o Renascimento. Por fim, o professor voluntário Cristiano Born sugere a leitura de Vidas Paralelas, de Plutarco, como uma fonte essencial para compreender não apenas a trajetória de Alexandre, mas também os ensinamentos morais que podemos extrair de sua vida. Participantes: Cristiano Born e Pedro Guimarães Trilha Sonora: Concerto para Piano nº 23 K. 448, segundo movimento – Mozart
Esta semana falamos de duas importantes fontes iconográficas portuguesas: o “Livro das Fortalezas”, de Duarte d'Armas, de c. 1509-1510, e o “Livro das plantas de todas as fortalezas, cidades e povoaçoens do Estado da India Oriental”, de António Bocarro, de 1535.Sugestões da semana1. João Miguel Almeida - A Noite Mais Sangrenta. Lisboa: Manuscrito, 2025.2. Guido Alfani - Como Deuses entre os Homens. Uma história dos ricos no Ocidente. Edições70, 2025.3. Livro das Fortalezas de Duarte d'Armas, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, digitarq.arquivos.pt/details?id=39097074. Santiago Macias - Duarte Darmas revisitado: do cálamo ao drone. MultiCulti - Culturas do Mediterrâneo, 2021. Disponível online, duartedarmas.com/img/DD_final.pdf 5. Livro das plantas de todas as fortalezas, cidades e povoaçoens do Estado da India Oriental, de António Bocarro, Biblioteca Pública de Évora, purl.pt/27184----Obrigado aos patronos do podcast:André Silva, Bruno Ricardo Neves Figueira, Cláudio Batista, Isabel Yglesias de Oliveira, Joana Figueira, NBisme, Oliver Doerfler;Alessandro Averchi, Alexandre Carvalho, Carlos Castro, Daniel Murta, David Fernandes, Domingos Ferreira, É Manel, Francisco, Hugo Picciochi, João Cancela, João Carreiro, João Pedro Tuna Moura Guedes, Jorge Filipe, Luís André Agostinho, Luisa Meireles, Patrícia Gomes, Pedro Almada, Pedro Alves, Pedro Ferreira, Rui Roque, Tiago Pereira, Vera Costa;Adriana Vazão, Alfredo Gameiro, Ana Gonçalves, Ana Sofia Agostinho, André Abrantes, André Chambel, André Silva, António Farelo, Beatriz Oliveira, Bruno Luis, Carlos Ribeiro, Carlos Ribeiro, Catarina Ferreira, Diogo Camoes, Diogo Freitas, Fábio Videira Santos, Francisco Fernandes, Gn, Hugo Palma, Hugo Vieira, Igor Silva, João Barbosa, João Canto, João Carlos Braga Simões, João Diamantino, João Félix, João Ferreira, Joel José Ginga, José Santos, Luis Colaço, Miguel Brito, Miguel Gama, Miguel Gonçalves Tomé, Miguel Oliveira, Miguel Salgado, Nuno Carvalho, Nuno Esteves, Nuno Silva, Pedro, Pedro Cardoso, Pedro Oliveira, Pedro Simões, Peter, Ricardo Pinho, Ricardo Santos, Rúben Marques Freitas, Rui Curado Silva, Rui Rodrigues, Simão, Simão Ribeiro, Sofia Silva, Thomas Ferreira, Tiago Matias, Tiago Sequeira, Tomás Matos Pires, Vitor Couto, Zé Teixeira.-----Ouve e gosta do podcast?Se quiser apoiar o Falando de História, contribuindo para a sua manutenção, pode fazê-lo via Patreon: https://patreon.com/falandodehistoria-----Música: "Hidden Agenda” de Kevin MacLeod (incompetech.com); Licensed under Creative Commons: By Attribution 4.0 License, http://creativecommons.org/licenses/by/4.0Edição de Marco António.Apoio técnico: 366 Ideias (366ideias@gmail.com).
Na estante, esta semana, temos “Paz ou Guerra. A Rússia e o Ocidente: uma abordagem”, de Mikhail Shishkin, “Uma História Simples”, de Leonardo Sciascia, “Terapia para Cínicos”, de Jamil Zaki, e “Semper Dolens, história do suicídio no Ocidente”, de Ramón Andrés.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Assine a Brasil Paralelo: https://sitebp.la/bp-cartas-na-mesa ___________ Nosso programa de análise política, para começar a semana bem informado. As principais notícias do Brasil, comentadas por Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Adriano Gianturco, Christian Lohbauer e Renato Dias. Esse é o Cartas Na Mesa. Ao vivo, todas as segundas, às 20h. __________ Precisa de ajuda para assinar? Fale com nossa equipe comercial: https://sitebp.la/yt-equipe-de-vendas Já é assinante e gostaria de fazer o upgrade? Aperte aqui: https://sitebp.la/yt-equipe-upgrade __________ Siga a #BrasilParalelo: Site: https://bit.ly/portal-bp Instagram: / brasilparalelo Facebook: / brasilparalelo Twitter: / brasilparalelo Produtos oficiais: https://loja.brasilparalelo.com.br/ ___________ Sobre a Brasil Paralelo: Somos uma empresa de entretenimento e educação fundada em 2016. Produzimos documentários, filmes, séries, trilogias, cursos, podcasts e muito mais. Nosso foco é o conteúdo informativo e educativo relacionado ao contexto social, político e econômico brasileiro.
Venus Cloacina http://search.app/QQujD Amazon forest felled to build road for climate summit http://bbc.com/news/articles/c9vy191rgn1o Ancient Greek vs. Roman Religion: What's the Difference? http://thecollector.com/ancient-greek-vs-roman-religion-difference post no linkedin: nesses tempos sinistros onde predomina a lei do mais forte, uma reflexão rápida…https://www.linkedin.com/posts/renedepaula_saejquenaeto-activity-7305266111917219841-w-93 The most beautiful invention of all time https://youtu.be/KW_bvB33kBc?si=DpJc0RZhP4ZtcYBk Is water wet? https://www.bbc.co.uk/sounds/play/w3ct5rjk An uncertain forecast for meteorology ... Read more The post empatia é fraqueza do Ocidente??? a deusa romana… do esgoto, a beleza matemática do A4! appeared first on radinho de pilha.
Esse é o quinto encontro do Grupo de Estudo: Políticas, Retóricas e Histórias da Visualidade, uma iniciativa do Podcast Visual+mente e o grupo de pesquisa do CNPq “Visualidade e Linguagem”. Neste encontro, Daniel B. Portugal vai discutir o conceito de conhecimento e mostrar como, tradicionalmente, ele exclui o tipo de saber-fazer que hoje podemos associar ao design. Sua principal referência será o diálogo platônico Górgias, no qual Sócrates, o protagonista, procura desqualificar a retórica, argumentando que ela não estaria ancorada no único tipo de saber necessariamente verdadeiro: o conhecimento. Desde então, no Ocidente, o saber-fazer tende a figurar como um escravo do conhecimento, sua mera aplicação. Neste encontro, vamos questionar essa posição e defender um saber-fazer rebelde, que se volta contra o conhecimento, seu algoz. Poderia o design ser entendido como o saber-fazer finalmente desacorrentado? O texto elencado para o debate é o capítulo do "Existe Design" intitulado "Sobre Sócrates e alces" (PORTUGAL, 2013), e pode ser encontrado na bibliografia do nosso grupo de estudos. Encontre o texto da bibliografia e muito mais aqui: https://www.visualmente.com.br/grupo
O episódio discute a ascensão da China como potência em inovação, tecnologia e negócios, destacando o impacto no consumo global e nas estratégias empresariais. O convidado compartilha sua experiência no mercado chinês e como empresas estrangeiras podem se adaptar para competir nesse cenário.
Na estante desta semana, temos “Como Deuses entre os Homens – Uma história dos ricos no Ocidente”, de Guido Alfani; “Esperança”, a autobiografia do Papa Francisco, o primeiro Papa que publica a sua história de vida; “Fascismo e Populismo - Mussolini Hoje”, de Antonio Scurati; e “Quincas Borba”, de Machado de Assis.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A aproximação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o líder russo, Vladimir Putin, chamou atenção nesta semana. Na Arábia Saudita, lideranças dos dois países se reuniram para negociar um cessar fogo da guerra na Ucrânia. Nem Zelensky nem representantes europeus estiveram presentes, o que acendeu um alerta do Ocidente.Para o professor de relações internacionais do Ibmec, Lucas Azambuja, a aproximação de Trump com Putin é uma tentativa de isolar a China, inimigo número um dos americanos. Confira também os destaques do correspondente da Jovem Pan na Europa, Luca Bassani.
Nos últimos dias, um nome começou a circular com força entre especialistas em tecnologia, investidores e curiosos do mundo todo: Deepseek. Essa inteligência artificial chinesa não só surpreendeu pelo seu desempenho competitivo, mas também por ter sido desenvolvida com uma fração do orçamento bilionário das gigantes do Vale do Silício. E o impacto foi imediato: as ações da Microsoft, Google e Nvidia despencaram. A promessa de um domínio absoluto dos EUA na corrida da IA foi, no mínimo, questionada. Como a China conseguiu isso? O que muda na prática? O segredo pode estar em algo que o Ocidente relutou em abraçar: código aberto. Mas essa revolução também levanta questões. Será que estamos mais perto da ficção científica que vimos apenas em filmes? No episódio de hoje, vamos entender por que a Deepseek está mexendo com o mundo da tecnologia – e, talvez, com o próprio futuro da inteligência artificial. Para isso, trouxemos pra conversa: Pedro Burgos: professor do Insper e fundador da Co.Inteligência, consultor em Inteligência artificial Ana Freitas: especialista em redes sociais e cofundadora da CR_IA; _____ FALE CONOSCO Email Instagram YouTube _____ Equipe Mamilos Mamilos é uma produção do B9 A apresentação é de Cris Bartis e Ju Wallauer. Pra ouvir todos episódios, assine nosso feed ou acesse nosso site Quem coordenou essa produção foi Beatriz Souza. A edição foi feita pela Mariana Leão, e as trilhas são de Angie Lopez. Quem cuida das nossas redes sociais é a Malu Pinheiro. A coordenação digital é feita por Agê Barros. O atendimento e negócios é feito por Telma Zennaro.
Na última quarta-feira (12), os presidentes dos EUA e da Rússia conversaram longamente sobre como colocar um ponto final na guerra na Ucrânia, em curso há quase três anos. A negociação direta entre EUA e Rússia, sem consulta ao governo de Kiev, não agradou aos países da União Europeia e colocou ainda mais pontos de interrogação sobre os reais interesses americanos no conflito. No mesmo dia, em um encontro da Otan em Bruxelas, o secretário de Defesa dos Estados Unidos declarou que a ideia de a Ucrânia voltar a ter as fronteiras pré-guerra é "um objetivo irrealista e ilusório". E afirmou que não vê a possibilidade de a Ucrânia fazer parte da Otan, desejo antigo do país que serviu como justificativa para a invasão russa. Trata-se de um cavalo de pau inédito das relações exteriores dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial – quando o país assumiu a posição de superpotência que interfere nos rumos de todo o Ocidente. Isso dias depois do secretário de Estado americano, Marco Rubio, def ender um “mundo multipolar”. Para analisar o jogo de interesses das potências mundiais, Julia Duailibi conversa com Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV e pesquisador da Universidade Harvard e do Carnegie Endowment. Diretamente da Alemanha, onde acompanha a Conferência de Munique, ele explica como o novo posicionamento dos EUA em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia sinaliza uma nova ordem geopolítica global.
Exclusão de Jonas Savimbi e Holden Roberto das homenagens nos 50 anos de independência de Angola é espelho da "narrativa dominante" do MPLA, diz analista. Em Moçambique, Daniel Chapo é candidato único à presidência da FRELIM, mas há entraves legais. Corrente anti-Ocidente deixa Europa mais longe das matérias-primas do Sahel.
Marcelo Galvão é um livre-pensador, um cara que prefere olhar para a vida e toda sua complexidade, por um olhar mais amplo, menos recortado. Talvez isso explique sua busca por integrar campos da ciência e espiritualidade a sua jornada. Praticante de meditação transcendental desde os 17 anos, Marcelo é um profundo estudioso da antroposofia, uma doutrina filosófica fundada por Rudolf Steiner, que nos ajuda a entender questões mais profundas do ser humano em si e sua relação com o Universo. Hoje, ele tem como propósito de vida unir o conhecimento espiritual do Ocidente com o conhecimento espiritual do Oriente, unindo antroposofia e vedanta. Neste papo com o podcast "45 Do Primeiro Tempo", o economista, empresário, fundador da Tegra Pharma - grupo brasileiro de acesso a Cannabis Medicinal, contou sua história de vida, trouxe seu olhar sobre esse momento que estamos atravessando como humanidade e foi categórico: “A verdade só existe quando estamos conectados com o ‘Todo' ". Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
Assine a Brasil Paralelo: https://sitebp.la/bp-magna-carta ___________ As opiniões de Ricardo Gomes sobre os principais acontecimentos do país em poucos minutos. Um espaço para conhecermos melhor sobre história e política, olharmos para o passado e conseguirmos compreender o presente e o futuro. Nesta edição: Imigração e o futuro do ocidente.__________ Precisa de ajuda para assinar? Fale com nossa equipe comercial: https://sitebp.la/yt-equipe-de-vendas Já é assinante e gostaria de fazer o upgrade? Aperte aqui: https://sitebp.la/yt-equipe-upgrade __________ Siga a #BrasilParalelo: Site: https://bit.ly/portal-bp Instagram: / brasilparalelo Facebook: / brasilparalelo Twitter: / brasilparalelo
Neste episódio especial do programa 20 Minutos, recebemos o renomado pesquisador e especialista em tecnologia, **Sérgio Amadeu**, para uma conversa imperdível sobre um dos temas mais relevantes da atualidade: a inteligência artificial chinesa e o **DeepSeek**.
Neste episódio 260 falámos sobre o Android XR e a Samsung, verificação de factos da Meta e o TikTok no ocidente com Ana Canavarro, autora do livro Metaverso no Marketing, nas Marcas e nos Negócios.
Possivelmente a instituição mais poderosa do mundo medieval! Separe trinta minutos do seu dia e aprenda com o professor Vítor Soares (@profvitorsoares) - Se você quiser ter acesso a episódios exclusivos e quiser ajudar o História em Meia Hora a continuar de pé, clique no link: www.apoia.se/historiaemmeiahora Compre o livro "História em Meia Hora - Grandes Civilizações"! https://www.loja.literatour.com.br/produto/pre-venda-livro-historia-em-meia-hora-grandes-civilizacoesversao-capa-dura/ Compre meu primeiro livro-jogo de história do Brasil "O Porão": https://amzn.to/4a4HCO8 Compre nossas camisas, moletons e muito mais coisas com temática História na Lolja! www.lolja.com.br/creators/historia-em-meia-hora/ PIX e contato: historiaemmeiahora@gmail.com Apresentação: Prof. Vítor Soares. Roteiro: Prof. Vítor Soares e Prof. Victor Alexandre (@profvictoralexandre) REFERÊNCIAS USADAS: - CONGAR, Yves. Igreja e papado: perspectivas históricas. São Paulo: Loyola, 1997. - DUFFY, Eamon. Santos e pecadores: história dos papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998. - CALAINHO, Daniela Buono. História Medieval do Ocidente. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2014. - GOFF, Jacques Le. As raízes medievais da Europa. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2007.
A relação entre Rússia e China está mais forte do que nunca, mas será que isso significa uma parceria inabalável? No vídeo de hoje, analiso os cinco pilares que sustentam o eixo Pequim-Moscou: geopolítica, economia, ideologia, liderança e instituições. Vamos comparar a aliança atual com o famoso alinhamento sino-soviético da Guerra Fria e discutir se essa parceria tem chances de desmoronar. Será que o Ocidente pode usar a mesma estratégia dos anos 1970 para tentar enfraquecer essa relação? Vamos explorar por que essa aliança parece tão sólida no cenário global atual e o que ela significa para a rivalidade com os Estados Unidos e a Europa. Não perca!
Durante o período medieval, o cristianismo conseguiu se firmar a partir da consolidação de igrejas, especialmente no Ocidente e no Império Bizantino. Mesmo diante de cismas, conflitos, debates teológicos, relações complexas com os poderes seculares e outros desafios, as igrejas sobreviveram com solidez durante o período medieval, tanto entre as elites do clero quanto - e principalmente - entre os leigos. Convidamos André Luis Pereira Miatello para entendermos os meandros da Igreja Medieval, indo de Carlos Magno às Reformas Protestantes. Amigo secreto e Natal é com a Insider! Use o cupom HISTORIAFM15 ou acesse o site pelo link https://creators.insiderstore.com.br/HISTORIAFM15 para ganhar 15% de desconto. #insiderstore
O novo livro de José Rodrigues dos Santos "O Protocolo Caos" transporta-nos ao coração da atualidade e mostra-nos como a Rússia e os seus cavalos de Tróia no Ocidente usam as redes sociais para destruir o nosso mundo.
A ditadura da Venezuela chamou o veto do Brasil à sua entrada no Brics como um “gesto hostil” e uma “agressão”. O regime chavista, bem como a ditadura da Nicarágua, foram barrados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva por recentes desentendimentos com os ditadores Daniel Ortega e Nicolás Maduro. “A Venezuela contou com o respaldo e apoio dos países participantes nesta cúpula para a formalização de sua entrada neste mecanismo de integração, mas a representação da chancelaria brasileira, liderada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que (o ex-presidente Jair) Bolsonaro aplicou contra a Venezuela durante anos”, declarou o Ministério das Relações Exteriores venezuelano em comunicado. "É preocupante a relação do Brasil com a Venezuela, mas a reação do País é boa para a política interna do presidente Lula. A Cúpula preocupa porque os Brics passam a ser adversários do Ocidente, mas ampliação só atingiu ditaduras. O Brasil se preocupa com os critérios para novas adesões e parcerias. O Bloco está virando instrumento de poder internacional", diz Cantanhêde.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A ideia apareceu pela primeira vez em 2001: um estudo realizado pelo economista-chefe da Goldman Sachs juntou em um grupo quatro países emergentes que, somados, chegariam a 14% do PIB mundial em 10 anos – antes do fim do período previsto, chegaram a 20%. Eram eles Brasil, Rússia, Índia e China, que se organizaram em um bloco, cuja primeira conferência viria a ser realizada em 2009. Nascera o Bric, que em 2011 ganharia mais uma letra para representar seu novo membro, África do Sul. Sem pautas e objetivos claros, o grupo tentou ganhar relevância em debates econômicos e de governança global durante mais de uma década. No ano passado, cinco novos países foram incluídos; na cúpula deste ano, mais de 10 nações devem ganhar status de parceiros do bloco. Com o novo desenho, o discurso anti-Ocidente ganhou força no Brics ampliado, sob a liderança de russos e chineses. Entre os interesses das potências ocidentais e orientais, o Brasil tem o desafio de encontrar uma via independente. Para contextualizar o novo Brics dentro do tabuleiro da geopolítica e analisar os passos do Brasil diante das mudanças no grupo, Natuza Nery entrevista Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Iricem), que foi embaixador em Londres (1994 a 1999) e em Washington (1999 a 2004).