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O sucesso é alugado e a gente paga a prestação todos os dias.O episódio #214 é sobre a história da Africa Creative, uma das maiores agências de publicidade do Brasil. Fundada em 2002, por um grupo de sócios como Nizan Guanaes, Sergio Gordilho e Marcio Santoro, a agência foi comprada pelo grupo internacional Omnicom. Santoro e Gordilho continuaram à frente do negócio na sua “segunda temporada”. Agora, a dupla está em uma nova fase - a terceira temporada - e o Marcio Santoro falou sobre a sua trajetória e a da empresa. Conheça a conta digital completa para empresas,acesse: https://tinyurl.com/4c3vtu5m
Nizan Guanaes, CEO. N.Ideias Consultoria - 21/03/2024 by Rádio Gaúcha
O psiquiatra Arthur Guerra é o convidado da semana. Co-autor do livro "Você aguenta ser feliz?" junto com seu amigo e paciente Nizan Guanaes, ele fala de dois temas importantes para todo esportista: Ambição e Medo.No podcast com Alvaro Pacheco, Guerra fala sobre os maiores dilemas de um ciclista e exemplifica com suas experiências pessoais como ciclista, maratonista e Ironman. Com isso, torna muito leve questões muito sérias como dependência química, depressão e a busca por uma vida mais equilibrada. Siga a GREGARIO e acompanhe nosso Instagram: https://instabio.cc/gregariocyclingFique ligado também no nosso Clube Strava, com as crônicas diárias da produzidas pela Rouleur e pela equipe Gregario: www.strava.com/clubs/GregarioCyclingClub✍️ Conhece a Rouleur? A revista de ciclismo mais legal do mundo agora é parceira da Gregario Cycling e temos um cupom para você. Use GREGARIO15 e assine a versão impressa ou online com desconto. Acesse: www.rouleur.cc This podcast uses the following third-party services for analysis: Chartable - https://chartable.com/privacy
Você com certeza já se deparou com um momento em que a vida estava prestes a te engolir… saúde, trabalho, família… nada em equilíbrio… “Você aguenta ser feliz?” É o título do livro escrito pelo psiquiatra Arthur Guerra e pelo empresário Nizan Guanaes. Sua escrita foi motivada após o sucesso de um artigo publicado na folha de São Paulo em dezembro de 2020 por Nizan, onde ele contava sobre a transformação após as motivadoras consultas com Dr. Arthur Guerra e da fatídica pergunta feita a ele ”você aguenta ser feliz?”. Nesse episódio o Clube conversa com a Psiquiatra Natália sobre como conciliar a vida exigente relacionada ao trabalho com os fatores essenciais para uma saúde mental equilibrada, sendo o foco do episódio o profissional de saúde. Convidada Dra. Natália Mansur Haddad- Médica e psiquiatra pela FMABC, doutoranda pelo IPq-HCFMUSP - Psiquiatra do Hospital Sírio Libanês - Núcleo de Saúde Mental - Coordenadora Médica da Clínica Arthur GuerraSobre os autores do Livro “Você Aguenta Ser Feliz?” da editora Sextante:- Arthur Guerra é psiquiatra, doutor pela FMUSP e livre-docente pelo Departamento de Psiquiatria FMUSP. Atualmente é professor titular de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Medicina do ABC e professor associado do Departamento de Psiquiatria da FMUSP. - Nizan Guanaes é CEO da N Ideias e estrategista de comunicação de algumas das principais marcas do Brasil. Um dos cinco brasileiros mais influentes do mundo, segundo o Financial Times, é embaixador Global Unesco. É maratonista e triatleta.Clube da Cardio Podcast, o seu podcast de Cardiologia. Episódio também disponível em mais de 15 plataformas de StreamingA emergência é desafiadora, exige essas habilidades em um pacote só, e o nosso paciente, diversas vezes, não tem tempo, ele precisa de todos esse anos de conhecimento agora. O Clube da Cardio convida você a continuar se preparando SEMPRE para esse momento. “Como?” Com o SAFER, o método de ensino de emergências cardiovasculares do Clube da Cardio. Transforme seu conhecimento e sua prática com o SAFER e seja referência. Seja excelente! Torne-se EXCELENTE AGORA
Na estreia da 5ª temporada do podcast, o convidado é o fundador e CEO da Inovnation, Alexandre Gama. Um dos criativos mais respeitados do Brasil, o Gama começou a ter destaque na carreira no início dos anos 80, como redator da Standard Ogilvy, quando topou o convite do Nizan Guanaes para começar uma nova agência, […]
Ambição ou gratidão? Esse foi o dilema apresentado pela vida ao Nizan Guanaes, que conseguiu encontrar um equilíbrio graças a sua espiritualidade. Mergulhe no último episódio da décima primeira temporada do Podcast Plenae, que conclui com o pilar Espírito.
Se existisse “profissional em Brasil”, o convidado da vez de Olhares Brasileiro com Abilio Diniz estaria entre os mais bem-sucedidos. Nizan Guanaes não somente é um dos maiores expoentes da história da publicidade no país, é também um reconhecido comunicador e estrategista. Não à toa, já foi considerado um dos 5 brasileiros mais influentes do mundo pelo Financial Times. Amigos de longa data, Abilio e Nizan compartilham da mesma paixão e vontade de ajudar o Brasil. No bate-papo, falam sobre a polarização da sociedade, política, justiça social, diversidade e inclusão, lugar de fala, comunicação, fake news, democracia, consumismo, utopias, além de sonhos para um país melhor.
Ainda pequeno, Celso Loduccca começou uma busca para encontrar seu lugar, tentar se encaixar. Na hora de fazer a escolha por uma carreira, ele tentou biologia, engenharia, física, química e psicologia. Curiosamente, quando ele parou de procurar algo que gostasse e focou em ganhar dinheiro foi que se encontrou. Como publicitário, teve uma carreira meteórica.Em 1995, fundou a agência que se tornou uma das mais premiadas do mundo. Loducca também co-fundou a empresa de cursos Casa do Saber e criou o podcast "Quem Somos Nós?"No início de 2020, ele abriu o Ventre Studio, que reúne grandes nomes do mercado audiovisual brasileiro para o desenvolvimento de séries e filmes. Confira essa história completa no podcast. Episódio em vídeo: https://youtu.be/v_hWvfEu1VkEpisódio com o Nizan Guanaes: https://open.spotify.com/episode/7DEcNKEkkc7R7bRAuPmJJK?si=-x1a2u4mRSuBM_yffIAQfQEpisódio com Marcia Esteves, da Lew'Lara: https://youtu.be/z60ITa_rUNwNossa NEWSLETTER: https://www.infomoney.com.br/newsletters/do-zero-ao-topo/INSTAGRAM: https://www.instagram.com/dozeroaotopo_oficial/YOUTUBE: https://www.youtube.com/c/DoZeroAoTopo
Na última quinta-feira tive a oportunidade de participar do Manhattan Connection com o publicitário Nizan Guanaes, o cientista político Felipe Nunes e os jornalistas Caio Blinder, Lucas Mendes e Mara Luquet. A conversa foi muito produtiva e eu pude expor alguns pontos importantes do nosso Projeto Nacional de Desenvolvimento. Confira! #CiroNoManhattan #Brasil #CiroGomes
É quase impossível ter assistido à televisão brasileira dos anos 90 sem ter se deparado com pelo menos um dos comerciais criados por Nizan Guanaes. Ele foi responsável por transformar a agência DM9, de seu estado, em uma das três maiores do país e premiada Internacionalmente. Em 1997, vendeu a companhia por US$ 111 milhões. Nizan partiu então para a internet, onde foi um dos fundadores do portal de IG. Depois dessa experiência, fundou a agencia Africa e criou o Grupo ABC. Esse grupo de marketing e publicidade foi vendido para os americanos da Omnicom em 2015 por cerca de R$ 1 bilhão — o maior negócio da história do mercado de propaganda do país. Em 2020, Nizan criou a N Ideias, uma consultoria com poucos mas grandes clientes. Confira sua trajetória, erros e acertos.Episódio em vídeo: https://youtu.be/5LIlj5YzM5gInstagram: https://www.instagram.com/dozeroaotopo_oficial/
Marcio Ehrlich fala dos bebês que encantam o público nos comerciais. Citados: Itaú, Africa, Johnson's, Parmalat, Nizan Guanaes.
A edição desta quarta-feira (2/6) do Manhattan Connection terá Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quarterly, o jornalista Raul Juste Lores e Eduardo Mufarej, empresário e fundador da Renova Brasil. O programa conta também com a participação especial do publicitário Nizan Guanaes na bancada. Entre os assuntos que serão abordados estão a conjuntura política, perspectiva de renovação da política brasileira, além do futuro das cidades e qualidade da vida urbana. Apresentado por Caio Blinder e Lucas Mendes
Os convidados da edição desta quarta-feira (26/5) do Manhattan Connection são o humorista Marcelo Madureira e o economista e ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. A edição conta também com a participação especial do publicitário Nizan Guanaes. Gustavo Franco comenta sobre seu novo livro, Lições Amargas: uma história provisória da atualidade, onde diz que nada foi resolvido com a pandemia de Covid-19. Marcelo Madureira fala sobre seu trabalho com transformações nas comunicações digitais e suas consequências, inclusive na política. Apresentado por Lucas Mendes e Caio Blinder.
O Manhattan Connection desta quarta-feira (19/5) entrevista o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, Leandro Colon, jornalista e diretor da Sucursal da Folha de S. Paulo, em Brasília, e o publicitário Nizan Guanaes. Kassab comenta sobre a corrida presidencial no Brasil e terceira via, enquanto Nizan fala sobre a imagem do Brasil e as possibilidades de campanhas nas próximas eleições. Colon conversa sobre as opções da imprensa nesta crise. Como lidar com um governo inimigo da imprensa? Apresentado por Lucas Mendes e Caio Blinder.
Como e quando começar? "É melhor aproximadamente agora do que exatamente nunca" Nizan Guanaes. Vem comigo nesta reflexão. Feliz Dia Novo!
Neste episódio da série 'Cenários', Sonia Racy recebe o empresário e publicitário Nizan Guanaes. Ele analisa o futuro do comportamento e das relações humanas pós-pandemia, os rumos dos meios de comunicação e dos jornais, a nova realidade das empresas e o atual momento político do mundo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Texto extraído e adaptado da Folha de São Paulo em 28 de dezembro de 2020 de autoria de Nizan Guanaes e compartilhado gentilmente por Manoela Sezerino. Obrigada por permitir tocar seu coração! Se achar que esse conteúdo pode contribuir para a vida de alguém não hesite em compartilhar como uma lembrança especial! ........................................................................................ Ficou com vontade de entrar em contato com a gente? E-mail: podcastbarulhinhobom@gmail.com Todos os contatos e links de Lidia Picinin (Lidinha): https://linktr.ee/lidia.picinin Instagram Lidia Picinin (Lidinha): https://instagram.com/lidia.picinin Podcast Barulhinho Bom: https://soundcloud.com/barulhinhobom Também disponível no seu agregador de Podcast predileto. WhatsApp / Telegram: +55 (48) 99984.1014 Grupo público no Telegram para interagir com outros ouvintes: https://t.me/barulhinhobom Canal no YouTube com mais conteúdos de Lidia Picinin (Lidinha): https://www.youtube.com/channel/UCkB1TvYNjuXwilqUkmFPccg Produção e edição do Podcast: Lidia Picinin (https://instagram.com/lidia.picinin) Produção e edição das inspiradoras capinhas de cada episódio: Pat Malinski (https://instagram.com/pat_malinski) .......................................................................................... Conheça também o trabalho incrível dos artistas de nossa música tema “Barulhinho”: Canal YouTube dos músicos Renato Motha e Patricia Lobato: https://www.youtube.com/user/mcom20 Instagram: https://instagram.com/renatomothaepatriciobato ......................................................................................... Um Podcast criado para deixar um Barulhinho Bom reverberando em seu coração em seus momentos de pausa! .........................................................................................
Ele mede tudo pela intensidade, responde ao ódio com humor e tomou como receita de vida a lição do pai: "Quem recebeu mais tem que dar mais" Nelson Motta viu nascer a bossa nova, teve João Gilberto como mestre e amigo e circulou com Nelson Rodrigues, Vinicius de Moraes e Elis Regina, entre outros grandes nomes da música e da literatura brasileira. Jornalista, produtor musical, escritor e compositor, criou canções de sucesso com Lulu Santos, Guilherme Arantes e Rita Lee, revelou a cantora Marisa Monte e produziu trabalhos de Daniela Mercury, Gal Costa e Tim Maia, de quem também foi amigo e biógrafo. Aos 76 anos, Nelson acaba de lançar sua biografia, De Cu Pra Lua, que narra uma jornada que se mistura à história da cultura brasileira dos últimos 50 anos. "A sorte não tem moral ou ética, não respeita mérito, é totalmente aleatória. O que você faz com ela é o que justifica, é uma retribuição por tê-la recebido", diz. Em conversa com a Trip, ele fala dos privilégios que o ajudaram a construir uma trajetória brilhante e o desejo de, antes de ser rico ou poderoso, ser livre e de alguma forma compartilhar com o mundo o que a sorte lhe trouxe. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/11/5faeb938e0101/nelson-motta-bossa-nova-cultura-musica-jornalista-trip-fm-m6.jpg; CREDITS=Arquivo pessoal; LEGEND=Nelson Motta, jornalista, compositor e escritor, com os músicos Dory Caymmi e Marcos Valle] Trip. Estive uma vez almoçando na casa dos seus pais num sábado ou num domingo. Foi um privilégio enorme conhecer o Doutor Nelson e a Dona Xixa e, principalmente, ver o clima que tinha naquela casa. Confesso, fiquei encantado. Uma mistura de afeto familiar com cultura de todas as gerações, era quase uma jam session de talentos. Nelson Motta. Eles eram muito agregadores, meu pai e minha mãe. Gostavam daquilo, e as pessoas iam se agregando na família. Eu quase casei com a Helena Gastal, hoje figurinista famosa da Globo, e ia com a Heleninha lá. Depois acabamos não casando, ela se casou com outra pessoa, e passou a levar ele lá para casa. Quando se separaram ele se casou com uma outra, que passou a estar na casa então. Não se sabia quem tinha sido casado com quem, era um clima de grande harmonia, e minha mãe ficava louca, né? Tinha dias que eram dez pessoas e tinha dias que eram vinte, de repente. Meu pai era pra mim o exemplo da generosidade, da tolerância. Ele que me educou nas horas que eu ficava enlouquecido, querendo chupar o sangue do mundo, e sempre me acalmava e me recomendava a não brigar, a fazer um acordo. Era um advogado humanista, essa era a sua combinação vitoriosa. Meu livro está cheio máximas do meu pai, coisas fantásticas. Ele falava: "Quem recebeu mais tem que dar mais". Ele falava isso para mim e para minhas irmãs, que nós tínhamos recebido essa sorte, casa bonita, comida gostosa, maior moleza, e tínhamos que dar mais. E acabou sendo uma ótima receita de vida. Outra máxima dele era: "Quem dá ganha mais do que quem recebe". Posso dar meu testemunho oficial: sempre agi assim na minha vida e sempre sempre me dei bem. Não pode ser uma coisa demagógica, uma coisa para uso externo. É uma coisa de você para você mesmo, que de uma forma ou de outra te fortalece, te anima, te alegra no fundo. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/11/5faeb96b52ec5/nelson-motta-bossa-nova-cultura-musica-jornalista-trip-fm-m5.jpg; CREDITS=Arquivo pessoal; LEGEND=Nelson Motta, jornalista, compositor e escritor, com a cantora Clara Nunes] Em dado momento seu pai largou o que seria a vocação dele, que era o jornalismo, e foi para a advocacia. Meu pai também precisou largar a medicina porque o pai dele o chamou para ajudar na fábrica, e ele foi se formar em Direito. Essa coisa da pessoa ir atrás do dinheiro e deixar a vocação é um negócio que me pegou muito. Em algum momento você acha que o seu pai foi infeliz por ter feito essa escolha? Não. No jornalismo naquela época, anos 40, a vida era muito dura. Ele ainda me sustentou como jornalista pelo menos durante meus dois primeiros anos. E ele escrevia maravilhosamente bem, o que acabou o ajudando muito como advogado. Isso já veio para mim de fábrica. O jornalismo tinha mais emoção para ele porque a família era de políticos, e ele foi editor de política com 22, 23 anos. Aquela paixão, aquela sensação de estar interferindo na história. Mas eu sempre o vi muito feliz com a advocacia, sem reclamar. O meu, com o perdão da palavra, sucesso como jornalista, foi dele. Ele desfrutou muito disso, tanto quanto se fosse ele mesmo, talvez até mais, de me ver realizando o sonho dele. E do lado da minha mãe também, ela sempre adorou a música, era compositora e recebia músicas do além. Eu cheguei a concorrer em festivais com ela. E de novo, com o perdão da palavra, o meu sucesso como compositor vingou as frustrações dela como compositora. Ela era quem mais vibrava com o sucesso das minhas músicas. E ela era uma figuraça, amiga íntima de gente tipo Cazuza, Neusinha Brizola, Ezequiel Neves. Ela era tarja preta, e eles adoravam ela. Ficavam tocando piano ali a tarde inteira. Cazuza foi até mais próximo dela do que de mim. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/11/5faeba6b98400/nelson-motta-bossa-nova-cultura-musica-jornalista-trip-fm-m8.jpg; CREDITS=Arquivo pessoal; LEGEND=Nelson Motta, jornalista, compositor e escritor, com a cantora Elis Regina] É como se a sua vida fosse a vida que seria legal que todo mundo pudesse ter, né? Uma família estruturada, que tem uma certa grana, um conforto. Você conseguiu fazer viagens internacionais, uma coisa que na época era pouco comum, ainda garotinho embarcou num navio para ir para a Europa. E você narra essa experiência de chegar lá com um guia te mostrando cidades européias, te mostrando Roma. Foi a minha universidade, que meu pai nos deu de presente. Foram quase dois meses viajando pela Europa e, cada lugar que íamos, às oito da manhã estava todo mundo com o guia. Tinha que ir nos monumentos todos. A gente aprendeu de história e arte nessa viagem, realmente o melhor presente que o dinheiro podia comprar. Tem uma frase, acho que do Warren Buffett, que alguém teria perguntado para ele se ele se considerava um cara de sorte, e ele respondeu: "Quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho". Tenho a impressão de que você trabalhou loucamente, mesmo que em alguns momentos você nem estivesse percebendo aquilo como trabalho. Porque se fechar num lugar para produzir Elis Regina, por exemplo, não dá para imaginar que isso seja exatamente um sofrimento. Eu pagaria para fazer isso. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/11/5faeba99ce96d/nelson-motta-bossa-nova-cultura-musica-jornalista-trip-fm-m7.jpg; CREDITS=Arquivo pessoal; LEGEND=Nelson Motta, jornalista, compositor e escritor, na juventude com seu professor Zuenir Ventura] [QUOTE=1136] É muito interessante ver o que você fez com esse privilégio. Você deu um jeito de espalhar ele por aí em forma de músicas, de peças de teatro, de textos, de reportagens, de colunas em jornais. Como é que se converte privilégios em coisas que são socialmente úteis? O ponto de partida desse livro foi um estudo sobre a sorte. Por que há sorte para uns e para outros não? Por que tem num momento e não tem no outro? E a sorte não tem moral ou ética, não respeita mérito, é totalmente aleatória e vai para bandidos, torturadores, como vai para gente boa. Eu pensei tanto nisso que imaginei uma espécie de uma ética da sorte: a sorte que você recebeu, que caiu do céu e você nem sabe o porquê, o que você faz com isso? O que você faz com a sorte é o que justifica, é uma retribuição por tê-la recebido. Por outro lado, desde o meu início no jornalismo, no Última Hora, meu rumo era "curtir e compartilhar". Era o que eu fazia. E dizia: "Eu jamais vou perder um amigo por causa de uma notícia". Me dei bem, ninguém teve notícias melhores do que eu desses personagens da música brasileira porque eu respeitava a privacidade deles, sabia até onde podia ir, e isso facilitou muito a minha vida. LEIA TAMBÉM: "Antes da música não me sentia parte do mundo", diz Marcelo D2 Dá a impressão que você viveu umas oito vidas. Viu o aflorar da bossa nova, trabalhou com o Samuel Wainer, produziu a Elis Regina, foi uma espécie de confidente, parceiro e depois biógrafo do Tim Maia. E não é que você bateu um papo com eles um dia, você teve uma relação com essas pessoas. Eu aprendi muito com eles, muitos deles foram meus mestres. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/11/5faebac1636ec/1023x1023x960x960x30x29/nelson-motta-bossa-nova-cultura-musica-jornalista-trip-fm-m1.jpg; CREDITS=Reprodução; LEGEND=Nelson Motta na capa da revista Trip #213 em 2012] [QUOTE=1135] É muito difícil ver alguém conseguir navegar bem por praias tão diferentes. Ao que você atribui essa sua habilidade? Eu acho que o meu temperamento é cordial naturalmente, e isso ajudou bastante. Eu também não julgo meus amigos, nem as pessoas, por isso ou aquilo. Ou aceito as pessoas pelo que elas são ou não aceito, não sou obrigado. Assim como meu pai, eu gosto de calor humano, de amizades. Tive vários casamentos e romances na minha vida, tenho essa coisa emocional muito forte, e a emoção sempre une as pessoas. Eu escrevo e faço peças de teatro para emocionar as pessoas. Ou para fazer rir também. Eu amo e sou gratíssimo a todos os comediantes, mesmo os mais vagabundos, porque eles fazem rir. E, especialmente no tempo que a gente está vivendo, alguém que faz você rir merece tudo. O maior inimigo do ódio não é o ódio, é o humor, o ridículo, a desmoralização. Se você ficar xingando de volta, não vai a lugar nenhum. Mas se você revela o ridículo daquela pessoa ou daquela situação, é uma arma poderosíssima. LEIA TAMBÉM: Pelé: racismo e esquecimento marcam os 80 anos do jogador Uma das coisas legais da sua história é que, apesar de você estar sempre pensando "como é que vou fazer para arrumar uma grana?", a grana não é o seu motivador nunca. Não é atrás dela que você corre, embora ela acabe correndo atrás de você em algumas situações. Como foi a sua relação com o dinheiro ao longo da vida? Eu adoro uma frase do Nizan [Guanaes, empresário]. Ele falou que dinheiro não traz felicidade, felicidade é que traz dinheiro. Eu achei perfeito. Como dizia meu pai: "Dinheiro não se ganha, se arranca". Então eu arranquei dinheiro para criar minhas filhas, para sustentar a minha vida toda, mas eu nunca lutei por dinheiro e por poder. Nunca tive a ambição de ser um milionário ou poderoso, eu sempre lutei por independência e liberdade. Você falou que parece que eu vivi oito vidas, e é verdade. Eu aprendi com o meu analista, que foi analisado pelo próprio Lacan, o conceito do tempo lógico em oposição ao tempo cronológico. O tempo cronológico é o relógio, o calendário, não é nada, é uma convenção. O tempo lógico é medido pela intensidade – tanto que tem sessões de psicanalistas lacanianos que podem levar 10 minutos e outras que podem levar 30 ou 40. Se em 10 minutos você já disse tudo o que era importante, o cara tem que cortar. Eu estendi esse conceito do tempo lógico para toda a minha vida. Eu meço as coisas pela intensidade. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/11/5faebc0c5c534/nelson-motta-bossa-nova-cultura-musica-jornalista-trip-fm-mh3.jpg; CREDITS=Arquivo pessoal; LEGEND=Nelson Motta, o músico João Gilberto, a cantora Elba Ramalho e o apresentador Amaury Jr.] Me lembrei de uma passagem do seu livro em que você conversa com o seu pai e ele, meio doente, teria dito: "Chegar à velhice é uma merda". E você respondeu: "Mas não chegar é pior". Foi meu último diálogo com ele. [QUOTE=1137] Você acaba de completar 76 anos. Como é que está sendo essa fase da sua vida? O que tem de legal é essa experiência, que não tem preço. Ainda mais uma pessoa que teve as experiências que eu tive. Eu tenho dentro de mim um tesouro incalculável de memória, de aprendizado, de experiências. Tudo isso eu preservo e, mesmo sendo um maconheiro histórico, tenho uma memória espetacular. Eu vivo da minha memória, na verdade. Então eu vejo uma certa serenidade na velhice. Eu brinco que a minha geração foi privilegiada porque, na juventude, teve a pílula anticoncepcional, que foi o estouro da boiada. Depois, na maturidade, o Viagra: a salvação da lavoura. E, na velhice, o Google, que lembra tudo o que a sua memória não lembra. Como dizia João Gilberto, o meu swing é todo daqui pra cima. LEIA TAMBÉM: Tito Rosemberg, um aventureiro incansável Em 36 anos de Trip FM, você já esteve no programa 4 vezes. Em uma delas, há uns 25 anos, eu te falei: "Porra, Nelsinho, todo mundo só fala bem de você e suas histórias sempre dão certo. Você produz o disco que vende, escreve livro que é best-seller, tudo dá certo. Eu quero saber de fracasso". E você me contou de uma broxada, nem isso, uma fuga de uma mulher que queria te engolir. Como não dá pra você relembrar suas milhares de histórias, poderia relembrar essa aí? Foi uma mancada com uma famosa promoter? Exatamente! A mulher era muito grande, muito forte. Ainda bem que nós éramos amigos ali, não havia nenhuma intenção outra. E foi também num péssimo tempo da cocaína. Como dizia o Júlio Barroso, da Gang 90: "Tem que escolher: ou pó ou pau". É mais uma advertência a vocês. Mas tem uma outra história bem engraçada com a minha amiga Darlene Glória. Ela era um colosso de mulher, uma deusa, tinha feito "Toda Nudez Será Castigada". E eu já estava ficando conhecido na televisão, conhecendo artistas. Ela começou a mexer no meu pé, na minha mão, com aquela voz, aquele olhão azul. Com 30 anos eu fiquei completamente transtornado. Mas tinha um porém: ela namorava o Mariel Mariscot, do esquadrão da morte. Ela falou: "Vamos na minha casa, que é aqui perto no Leme?". E a única pergunta que interessava não foi feita: "E o Mariel?". Então eu fui lá na casa da Darlene correndo, e não foi uma broxada, mas foi uma ejaculação precocíssima. O medo venceu o tesão. Foi ótimo. LEIA TAMBÉM: Meu nome é ébano: a vida e a obra de Luiz Melodia [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/11/5faebb1cd5f62/930x930x960x960x-14x-14/nelson-motta-bossa-nova-cultura-musica-jornalista-trip-fm-m4.jpg; CREDITS=Hugo Cecatto; LEGEND=Nelson Motta] [QUOTE=1138] Uma coisa que poucos artistas conseguem é, através de um trabalho que não tem a pretensão de ser popular, virar popular. Isso é bem difícil e você parece que conseguiu. Quando a canção está pronta ela não te pertence mais, entendeu? Ela está na boca do povo. Cada um usa a canção do seu jeito. O cara tá triste, ouve ali Como uma onda, "tudo passa, tudo sempre passará", dá uma animada. O cara tá numa felicidade total, vem como advertência: cuidado, "tudo passa, tudo sempre...". A durabilidade de algumas letras minhas é porque elas servem para várias situações. Uma das maiores emoções que eu tive com a música foi em 78, quando estourou com As Frenéticas um mega hit no fim do ano, "Perigosa, bonita e gostosa", parceria com a Rita Lee e o Roberto de Carvalho. "Vou fazer você ficar louco, muito louco, dentro de mim". Era genial isso. Invenção da Rita. A música estourou no Brasil inteiro e eu fui passar o Carnaval na Bahia. Ver aquela Praça Castro Alves, aquela multidão, o trio elétrico e aquelas pessoas cantando "eu sei que eu sou bonita e gostosa". Todo mundo foi bonita e gostosa naquele carnaval, eu quase chorei de emoção. As pessoas se apossando da música e usando a música para exprimir os seus sentimentos: essa é a maior alegria do compositor.
Âncora: Augusto Nunes Entrevistado Presencial: Nizan Guanaes Bancada: Mona Dorf - Jornalista e Comunicação Febraban Joanna Monteiro - Publicitária e CCO da Heads propaganda, presidente do Glube de Criação e faz parte do Advisory board do D&AD inglês. (em 2014 recebeu da Business Insider o título de mulher mais criativa na publicidade no mundo, sendo a única brasileira da lista) Raul Justes Lores - Jornalista e editor-chefe da Vejinha Guilherme Barros - Jornalista e CEO da GBR Comunicação See omnystudio.com/listener for privacy information.
Um dos mais importantes publicitários do mundo, Serpa conta o que aprendeu ao largar a loucura das agências para viver na ilha de Oahu Um dos mais importantes publicitários brasileiros, Marcello Serpa resolveu deixar os Leões que ganhou em Cannes na prateleira e partir para uma vida mais simples no Havaí. Em 2015, aos 52 anos, ele vendeu sua participação na agência AlmapBBDO, onde trabalhou por mais de duas décadas e que projetou no cenário mundial, e se mudou com a mulher e os filhos para a ilha de Oahu, no famoso North Shore. E não se arrependeu nem por um instante. “Você tem que abrir mão da imagem que você se acostumou a construir. Você se desapega e isso deixa de ter importância”, conta. “A gente se acostuma a ter em excesso coisas que não precisa e você toma só conhecimento disso quando abre mão. Eu achei que eu pudesse sofrer uma síndrome de abstinência, mas, pelo contrário, hoje estou feliz da vida com nossa vida calma, simples e tranquila”. Foram 34 anos de profissão antes de resolver viver perto das ondas mais famosas do mundo. Marcello começou a carreira na Alemanha e, no Brasil, passou por agências como a DM9 e a DPZ até se tornar sócio, aos 29 anos, da Almap (hoje AlmapBBDO). Mas as mudanças no mercado da publicidade o fizeram questionar se valia a pena continuar. “Não posso ficar preso naquela coisa de ficar achando que antigamente era muito melhor, idade de ouro da propaganda e não sei o quê. Porque isso aí é coisa de velho. Quem vive de passado é museu”, diz. De sua casa em Velzyland, no North Shore havaiano, Marcello bateu um papo com Paulo Lima sobre os aprendizados da nova rotina, surf e a brasilidade que ele tanto sente falta, mas que acredita estar ameaçada pelo autoritarismo. [AUDIO=https://p.audio.uol.com.br/trip/2020/7/TRIPFM_Serpa_Podcast.mp3; IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/07/5f11012fe4693/marcelo-serpa-tripfm-mz1.jpg] LEIA TAMBÉM: O fotógrafo Vavá Ribeiro revela as muitas versões de um paraíso chamado Havaí Trip. Foi mais ou menos no final de 2015 que você tomou a decisão de encerrar a sua ligação umbilical com a propaganda e deslocar seu eixo completamente para um lugar bem distante no Pacífico e ir para o Havaí. Na época, você disse em uma entrevista à Trip que ia fazer um sabático de dois anos. E já passaram mais de quatro anos. Queria que você fizesse um rápido apanhado desse período. Marcello Serpa. A decisão foi um pouco anterior à 2015 porque eu tive que preparar toda essa mudança. Mas a ideia era sair da propaganda e fazer um detox completo. Eu achava que ia ter uma tremenda dificuldade de encontrar um caminho para mim fora da propaganda no meio daquela máquina de lavar que é São Paulo. Eu pensei: poxa, a gente construiu uma casa no Havaí, vamos lá passar um ano, dois. Acontece que quando você sai de São Paulo – daquela vida louca que a gente levava, a vida do hamster –, quando você sai da gaiolinha e está num lugar paradisíaco, onde tudo anda numa velocidade completamente diferente, você dá uma desacelerada absurda. Eu fiz um estúdio para me dedicar à pintura e achei que ia ficar louco trancado ali, mas, pelo contrário, eu me achei ali dentro. E, se você pega a onda, isso aqui é a Meca, é a Basílica de São Pedro. Você está nas melhores ondas do mundo, sendo desafiado o tempo todo. Então eu entrei num processo de aprender a funcionar numa velocidade muito menor, num lugar muito mais tranquilo, sem grandes expectativas a não ser as ondas, que são muito maiores e poderosas do que eu consigo surfar. Então fui aprendendo também, me preparando fisicamente, psicologicamente, preparando o pulmão pra poder sobreviver a uns caldos gigantescos. Eu saí da propaganda, mas descobri uma série de coisas maravilhosas pra fazer e estou muito feliz. E a gente foi estendendo e provavelmente vai sair daqui em 2022. Boa parte das pessoas alimenta em algum momento essa ideia de uma virada radical. E pouca gente consegue efetivar isso, por milhões de razões. Às vezes questões ligadas aos filhos, ou travas que você mesmo cria, ligadas a dinheiro, status, coisas que vão te segurando numa espécie de gaiola. E talvez os medos que a gente constrói dentro da própria cabeça sejam às vezes travas. Você é um cara que precisou ter uma certa ousadia e enfrentar certas brigas para fazer o seu papel profissionalmente. Mas os méritos interiores são os mais difíceis, né? Quais fantasminhas você teve que tirar das caixas e aprender a dançar com eles? Eu fiz análise a minha vida toda e, quando você faz análise, os fantasmas estão na sala, aparecem. E você começa a conversar com eles e se prepara um pouquinho para enfrentá-los. Mas, para qualquer cara que trabalha em uma área onde ele tem um pouquinho mais de destaque – quando as coisas te dão o que você acabou de mencionar: o conforto, o reconhecimento, o seu papel na sociedade –, o medo de perder isso acho que é uma das coisas mais importantes. O ego vai sofrer porque você vai entrar num lugar onde ninguém sabe quem você é. E quando você entra dentro d'água, você é o último na cadeia alimentar, você está base. Eu lidei com esse medo muito antes de sair da agência. O fantasma acabou se tornando uma coisa menor. Mas é o medo de perder essa relevância, ou o conforto, ou o ego, sei lá, pode chamar do que você quiser. É um certo desapego que você é obrigado a ter de si mesmo. E isso deixa de ter importância. É lógico que você precisa ter o medo da sobrevivência financeira, é importante, mas você se acostuma com menos, a viver uma vida mais simples também. A gente vive em São Paulo de uma maneira inflacionada em todos os sentidos. O ego é inflacionado, o estilo de vida é inflacionado, a gente paga caríssimo em coisas que deveriam ser básicas. A gente se acostuma a ter em excesso coisas que não precisa e você só toma conhecimento disso quando abre mão. Eu achei que eu pudesse sofrer uma síndrome de abstinência e não sofri. Pelo contrário, hoje estou feliz da vida com nossa vida calma, simples, tranquila. Mas o medo é importante. Vencer o medo é importante. O outro lado dessa história talvez seja uma sensação de perda de tempo porque, quando você rompe esse vínculo, descobre que talvez você pudesse ter feito isso bem antes. Então eu fico imaginando que pode ser um outro lado da história: por que mesmo que eu demorei 50 anos para voltar para um lugar mais simples, mais tranquilo, mais real? Isso também passa pela cabeça ou já é muita loucura? Acho que as coisas aconteceram no seu tempo. Eu gostava muito do que eu fazia. O processo de criação, campanhas, publicidade, criar uma agência, criar espaços de realização, é muito legal. Mas, de repente, você percebe que essas coisas todas deixam de fazer sentido e você começa a fazer não pelos motivos que você começou, mas sim por outros, como a manutenção do seu status, do seu nome, da grana. Você começa a defender as coisas, e não atacar. Quando as coisas começam a perder sentido, você começa a se perguntar: mas por que eu estou vendendo refrigerante, pra que eu faço esse discurso todo meio idiota? E quando esse questionamento aparece, aí sim, está na hora de agir. Mas antes disso, não, acho que em momento algum eu perdi tempo. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/07/5f1101434ab66/marcelo-serpa-tripfm-mz2.jpg; CREDITS=Bruno Lemos; LEGEND=O publicitário Marcello Serpa: as ondas o levaram a viver perto do mar] LEIA TAMBÉM: Rodrigo Matsuda é um dos poucos shapers no mundo a se formar nas avançadas técnicas de carpintaria japonesa Eu estava lendo uma entrevista com um contemporâneo seu, o Fabio Fernandes, que foi o titular numa outra agência importante, a F/Nazca. Trabalhou décadas pra construir uma agência e acabou vendendo para um grupo estrangeiro. Ele não se furta a mostrar uma certa decepção pelo desfecho da carreira dele. Ele disse nessa entrevista que não queria sair da agência e acabou sendo destituído. Você teve uma experiência bem diferente. Talvez o maior Leão de Ouro que você mereça seja do timing, de acertar o momento. O que aconteceu com a propaganda nesses últimos anos que fez pessoas como você, de uma certa forma, se desencantar com aquela batalha? Lá atrás, em 2012, 2013, eu e o José Luiz Madeira, meu sócio, começamos a observar o mercado, o que estava acontecendo e o que ia acontecer dali pra frente. Eu comecei a perceber que havia uma fragmentação natural da mídia. Começava a ter as mídias sociais, uma série de outras opções do anunciante de fazer propaganda, de se comunicar. Com isso houve uma fragmentação da mensagem também. E quando você fragmenta a mensagem não tem mais a “big idea”, você tem uma ideia que se espalha por tudo. Eu percebi na época: isso aí vai acabar com a graça. Não com o negócio, vai ser um outro negócio. E aí eu me perguntei: será que eu quero fazer esse outro negócio onde eu vou ter que fazer uma série de pequenos conteúdos e a “big idea” não existe mais? Eu comecei a olhar aquilo e é o processo de perda de tesão. Será que isso faz sentido para mim, será que eu quero realmente passar por isso? Ou o que me fascina na propaganda é algo que já começou a deixar de existir? E aí eu pensei bastante e falei: está hora de sair porque essa profissão não me dá mais prazer. Deixa os mais novos fazerem, que já nasceram com esse tipo de tecnologia e de pensamento na cabeça. Não é pra mim isso. Vou me desafiar a fazer coisas novas. Não posso ficar preso naquela coisa de ficar achando que antigamente era muito melhor, idade de ouro da propaganda e não sei o quê. Porque isso aí é coisa de velho. Quem vive de passado é museu. Eu não me insiro mais nesse momento, então eu tomo minha decisão de sair fora. E acho que reconhecer isso foi uma das grandes coisas na minha vida. Então os grandes publicitários, Washington [Olivetto], Nizan [Guanaes], Fabio [Fernandes], essa geração começou a perder a relevância que tinha junto aos clientes. Porque a grande ideia desapareceu. Então o que você fazia tinha muito pouco valor, virava commodity. E aí você fala: Putz, não tô afim disso, não. Você entende que você anteviu um pouco isso em relação aos seus contemporâneos? Eu acho que todo mundo tinha o mesmo nível de informação. Todo mundo sabia, mas poucos atuaram sobre isso. Isso não é um processo brasileiro, é um processo mundial. A gente via que as agências mundiais estavam perdendo as negociações porque elas viraram commodity. E quando você ‘commoditiza’ a ideia, o valor que você recebe por ela é muito baixo. Está todo mundo vivendo isso. Eu só achei que para mim não valia mais a pena. Acho que é razoável imaginar que o surf tenha tido um papel importante nessa sua decisão, te ajudado a tomar uma decisão tão difícil, que outros não conseguiram tomar. E queria falar do North Shore, onde estão as ondas mais famosas do mundo, mas a maior parte dos mortais só conhece nos campeonatos, num determinado período onde aquilo vira uma situação completamente. Como são os outros nove meses, passar um ano nesse lugar? É bem diferente. No primeiro ano, você espera que aqueles dois, três meses ali cheguem rápido porque aquilo ali realmente vibra. Depois de um ano, você torce para aqueles 3 meses não aconteçam. Porque durante o ano é vazio, é tranquilo, é fácil. E é uma vida absolutamente pacata. Você leva seus filhos na escolinha, vai no único supermercado que tem aqui, os vizinhos todos se conhecem. Existe uma comunidade de brasileiros expatriados que vieram para cá pra surfar e estão aqui há 20, 30 anos. E é uma turma muito legal, as pessoas se encontram se ajudam, é muito, muito, melhor do que eu podia imaginar. É uma vida absolutamente ligada à natureza, ao esporte, ao ar livre e tem uma leveza das pessoas, uma atitude totalmente despretensiosa em relação a tudo. O Havaí é uma aula de humildade. A primeira coisa que as ondas havaianas te ensinam é a ser extremamente humilde. Do profissional ao cara mais novinho, a humildade é a primeira coisa que aparece depois de um belo caldo que você toma. Todo mundo tem medo das mesmas coisas, das mesmas ondas, e é uma vida absolutamente tranquila. De novembro até final de janeiro, isso aqui fica realmente Mônaco durante a Fórmula 1. Então é todo mundo na rua, você encontra pessoas famosas no mercado, artistas de cinema, surfistas profissionais, todo mundo na praia. O Sean Penn é nosso vizinho aqui. Quando ele começou a namorar a Charlize Theron, aquela atriz, a gente viu primeiro e sabia que estavam juntos antes de sair nas notícias. Aquele burburinho todo dura dois meses e depois você torce para que acabe. É uma vida muito gostosa com um grupo de pessoas simplesmente maravilhoso, que não procura colocar banca e isso ensina muita gente. Principalmente para quem vem de São Paulo, com aquela coisa do "eu tenho”, “eu faço”, “eu como o melhor japonês”, “tomo o melhor vinho”. É tão chocante a diferença. Isso tem feito bem para mim, pros meus filhos, pra minha mulher... É um aprendizado maravilhoso para quem tem ainda essa ideia da gaiola dourada do hamster. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2020/07/5f11015ec6dd1/marcelo-serpa-tripfm-mq.jpg; CREDITS=Bruno Lemos; LEGEND=O publicitário Marcello Serpa] LEIA TAMBÉM: Ouça a entrevista de Marcello Serpa ao Trip FM em 2009 Como é que a comunidade onde você vive está avaliando o Trump? Aí na comunidade onde você vive, de Oahu, especialmente do North Shore, é uma tendência mais conservadora ou mais anti-Trump? O Havaí inteiro é democrata, mas é um tipo de democrata institucionalizado. Já os republicanos aqui quase não têm chance. Mas eu acho que a comunidade do surf é extremamente conservadora. E deveria ser exatamente o contrário pela história do surf nos anos 70, na contracultura, nos anos 50, era tudo contra alguma coisa. Hoje a cultura do surfe é muito a favor das coisas. Eu vejo muito surfista, muito amigo, que é Trump, que é Bolsonaro, que é pela dureza, pela ação forte, contra os gays, contra a violação dos valores da família. Isso é muito forte no surf hoje e é surpreendente para mim. Sempre foi e aqui no Havaí não é diferente. Então a cultura surf hoje é uma cultura extremamente conservadora. Machista também, né? Completamente machista. Uma das melhores capas da Trip que eu conheço são dois surfistas homossexuais na praia e na época eu falei assim: é uma coisa que no surf parece que não existe, não existe o assunto, né? Todo mundo é macho. Eu adorei aquela capa, achei o máximo. Você teve o privilégio de viver em duas cidades maravilhosas no Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, que têm, cada uma à sua maneira, uma graça e uma sensualidade. Então aquela pergunta que é meio besta, mas é inevitável: para além das pessoas e da família, do que você sente saudades? Da brasilidade. Eu acho que o brasileiro tem PhD em relações sociais e os americanos ainda estão no jardim de infância. Podem ir na Lua, mas eles não sabem abraçar. É uma diferença muito grande. O brasileiro é PhD em ternura, em relações, em intimidade. Isso me faz uma falta absurda. Mas quando eu falo que eu sinto saudade da brasilidade é de uma brasilidade que talvez esteja sendo ameaçada hoje. É o que a gente falou sobre a polarização, esse nível de agressividade da sociedade brasileira. Esse autoritarismo, não do governo só, é um autoritarismo das pessoas. As pessoas falam muito da ameaça à democracia como se a ameaça da democracia viesse de cima. A ameaça à democracia começa embaixo. Na maneira como as pessoas lidam com opinião dos outros, com os outros. Esse autoritarismo está na base da sociedade brasileira hoje. E isso que está se perdendo, essa ternura, essa empatia, essa maneira pragmática de lidar um com o outro, de se dar bem, de entender, de conversar. Quando eu vou para o Brasil de férias eu fico impressionado com o nível de violência e do autoritarismo que está permeando nas relações sociais, as pessoas, as conversas, as decisões. Então eu fico um pouco preocupado. "Ah, a culpa é do governo". Não. A culpa é da sociedade, que está se tornando extremamente autoritária, intransigente e intolerante. Então eu tenho saudade de uma brasilidade que eu não estou vendo mais no Brasil. Isso para mim vai ser fator determinante na minha volta, se voltamos ou não. Porque o Brasil que eu tenho no meu coração, que eu vivo, que eu amo, eu estou vendo ele ameaçado por esse tipo de comportamento. Eu não estou mais me reconhecendo nesse Brasil e isso me dói profundamente. Tenho certeza que essa sua resposta vai calar profundo em muita gente. Mas quero fazer uma última pergunta. A impressão que eu tenho é que você é um cara bastante organizado, faz planejamento. Por exemplo, esse projeto de sair da propaganda, de vender a agência. Você pensa nos seus 68 anos, em você daqui uns dez anos? Se você tivesse que se descrever, que retrato você arriscaria? Você falou uma coisa muito boa, que eu sou planejado, mas o planejamento é um pouco diferente disso. Eu não sou planejado. Eu ajo muito sobre os meus sentimentos, sobre meus instintos. E quando eu percebo meu instinto, talvez por ter feito análise tanto tempo, eu penso: “Eu preciso fazer alguma coisa sobre isso”. Aí eu começo a agir. Então eu não começo a planejar, eu começo a agir sobre aquilo. Então eu falo: "Vou ter que sair da agência”. Como é que eu saio da agência, como é que eu vou vender, como é que eu faço isso? Aí começa a agir. Demora um tempo, não é uma decisão rápida. Parece mais planejado do que realmente é, é pura intuição. Então hoje para os 68 anos eu não tenho absolutamente nada planejado, eu não sei nem quanto tempo eu vou ficar aqui ainda. Eu só espero estar surfando ainda, pintando melhor do que eu pinto hoje, fazendo uma entrevista com você e encontrando meus amigos. E eu não gostaria de estar muito longe daquela brasilidade que eu tenho, que eu carrego comigo. Mas eu não tenho ideia onde eu vou estar aos 68 anos.
As cores e a alegria da Parada pela Diversidade Sexual deixam as ruas este ano, mas ganham espaço na Rádio Universitária FM 107,9. Por respeito e a favor da diversidade de gênero e de orientação sexual, o Universitária Especial celebra o Orgulho LGBTQIA+. O programa apresenta a história do movimento que teve como marco a Rebelião de Stonewall, em 1969, nos Estados Unidos, e relembra as principais conquistas da comunidade LGBT+ no Brasil, como a criminalização da homotransfobia, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, a adoção por casais LGBT+ e, mais recentemente, a derrubada do impedimento da doação de sangue por homens gays, bissexuais e mulheres trans. MÚSICAS > "Arco-Íris", por Xuxa (Composição: Michael Sullivan, Paulo Massadas e Ana Penido) > "Over the Rainbow", por Judy Garland (Composição: Harold Arlen e Yip Harburg) > "Levante a Bandeira", por Bia Ferreira (Composição: Bia Ferreira) > "Homens e Mulheres", por Ana Carolina (Composição: Ana Carolina) > "Elevação Mental", por Triz (Composição: Triz) > "Lesbigay", por Aíla (Composição: Aíla e Dona Onete) > "Não recomendado", por Caio Prado (Composição: Caio Prado) > "Filhos do Arco-Íris", por Preta Gil, Paulo Miklos, Fafá de Belém, Luiza Possi, Daniela Mercury, Di Ferrero, Sandy, Alice Caymmi, Gloria Groove, Pabllo Vittar, Kell Smith e Carlinhos Brown (Composição: Nizan Guanaes) > "De Toda Cor", por Renato Luciano, Ney Matogrosso, Paulinho Moska, Pedro Luís, Oswaldo Montenegro, Emilio Dantas, Laila Garin, Elisa Lucinda e Léo Pinheiro (Composição: Renato Luciano) > "I'm Coming Out", por Diana Ross (Composição: Bernard Edwards e Nile Rodgers) > "True Colors", por Cyndi Lauper (Composição: Billy Steinberg e Tom Kelly) > "Vogue", por Madonna (Composição: Madonna e Shep Pettibone) > "Beautiful", por Christina Aguilera (Composição: Linda Perry) > "Born This Way", por Lady Gaga (Composição: Stefani Germanotta e Jeppe Laursen) FICHA TÉCNICA > Imagem da Capa: Netflix; Kay Tobin/The NY Public Library Collections; e American Broadcasting Company (Modificadas por Mateus Brisa) > Produção, Reportagem e Roteiro: Carolina Areal, Fabrício Girão, Mateus Brisa e Síria Mapurunga > Apresentação: Caio Mota, Carolina Areal, Fabrício Girão, Mateus Brisa e Síria Mapurunga > Participação Especial: Denis Lacerda, como Deydianne Piaf > Edição: Igor Vieira > Coordenação de Produção: Igor Vieira > Coordenação Geral da Rádio Universitária FM: Nonato Lima
A reflexão sobre o comportamento Pós Pandemia, por um gênio chamado Nizan Guanaes.
Sejam bem-vindos ao DÉCIMO PRIMEIRO podcast da 21BRZ WELOVEMKT! Vimos a campanha feita pelo Nizan Guanaes e literalmente nos emocionamos, pois compartilhamos exatamente os mesmo ideais. Por isso nesse podcast trazemos uma mensagem para você começar sua semana da melhor forma possível e 3 dicas importantes sobre o que fazer em época de pandemia. Embarcamos com tudo na campanha do Nizan. FELIZ NATAL a todos! O WELOVEMKT é o podcast da 21BRZ. Todas as segundas-feiras um novo episódio no ar! Acesse e aproveite o curso completo da 21BRZ “Descomplicando o Marketing Digital”: https://dmkt.21brz.com.br/ Inscreva-se gratuitamente na plataforma Open House, seja um membro e tenha acesso aos conteúdos da 21BRZ! https://app.21live.com.br/openhouse www.21brz.com.br www.instagram.com/21brz
Na nona edição do programa "O Mundo Pós-Pandemia", o empresário e CEO da Consultoria N Ideias, Nizan Guanaes, tratou da criatividade como ferramenta para superar a crise causada pelo novo coronavírus. Em conversa com as jornalistas da CNN Daniela Lima, Mari Palma e Thais Herédia e a comentarista Gabriela Prioli, Nizan também falou sobre a importância da comunicação e da solidariedade em tempos de pandemia e o que podemos fazer para nos adaptarmos a uma nova realidade. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na nova fase do programa BEE MY GUEST, conduzido pela jornalista Claudia Penteado, a entrevista é com o publicitário, empreendedor, colunista e embaixador da UNESCO, Nizan Guanaes.
Estamos vivendo em uma das crises mais impactantes de nossa história, principalmente quando falamos em fatores econômicos; e como o publicitário Nizan Guanaes falou, “enquanto eles choram, eu vendo lenços”. Vendo por este cenário, de buscar soluções e nichos de mercados que estão em alta com a pandemia do Covid-19, conhecemos a Jubatus, Startup incubada pelo CIEMSUL/UCPel, que este ano iniciou suas operações para aproximar as empresas que estão offline, para se inserirem no comércio online. Criada antes deste cenário, os empreendedores Cândido Moraes e Gabriel Cunha criaram a startup com o objetivo de agilizar a experiência de compras locais, possibilitando os pequenos negócios se inserirem no mundo virtual, e para gerar uma nova experiência de compra para os consumidores destes negócios. E como está sendo a experiência para empresas que estão vendo esta crise do avesso? Tendo resultados não esperados em tão curto espaço de tempo? Conhecemos a história da Jubatus, e de como eles estão vendo todo este cenário único no programa que foi ao ar no dia 04/05/2020. Entre em contato conosco pelo pelo facebook.com/programacafeempreendedor ou pelo e-mail leandro@radioculturapelotas.com.br. Acompanhe ao vivo toda segunda-feira às 18:30, pelo site www.radioculturapelotas.com.br e pelas lives nas redes!
Dedicado para a elevação da alma de: Rivka Azulay Z'L e Jacob Azulay Z'L Helena Mizrahi Z'L e Aaron Mizrahi Z'L.
Dedicado para a elevação da alma de: Rivka Azulay Z'L e Jacob Azulay Z'L Helena Mizrahi Z'L e Aaron Mizrahi Z'L.
Discurso do publicitário Nizan Guanaescomo paraninfo de uma turma de formandos em Administração de Empresas
A dica de hoje é de Nizan Guanaes, empresário e publicitário brasileiro. É sócio e co-fundador do Grupo ABC de Comunicação, holding que reúne 18 empresas nas áreas de publicidade, marketing, conteúdo e entretenimento. Veja mais vídeos do Cresça 1% ao dia: youtube.com/fernaobattistoni
Na edição dessa semana do podcast NBW debatemos diversos assuntos que terminam girando em torno de um só: crise política no país. Falamos sobre a briga entre o STF e Legislativo no caso do senador Aécio Neves, da tentativa de um grupo de empresários, como Luciano Huck e Nizan Guanaes, de montar um fundo cívico […]
Na edição dessa semana do podcast NBW debatemos diversos assuntos que terminam girando em torno de um só: crise política no país. Falamos sobre a briga entre o STF e Legislativo no caso do senador Aécio Neves, da tentativa de um grupo de empresários, como Luciano Huck e Nizan Guanaes, de montar um fundo cívico […]
Publicitário premiado fala sobre sua primeira obra no mercado literário Leo Neves PJ Pereira Paulo Jorge Pereira, o PJ Pereira, é um dos mais importantes e premiados publicitários brasileiros e, através de suas mais recentes criações, ganhou em julho deste ano um prêmio Emmy, que é considerado uma espécie de Oscar da televisão norte-americana, e foi comparado a JK Rowling, autora da série de sucesso Harry Potter. Carioca ele começou sua carreira como programador de computadores antes de se formar em Administração pela PUC do Rio. Com o canudo em mãos, se mandou para São Paulo para trabalhar com publicidade. Aqui na cidade se encontrou com Nizan Guanaes, trabalhou na DM9 e posteriormente abriu a agencia Click, uma das primeiras agências digitais do país. Em 2004 se mudou para os EUA, onde mora até hoje, e depois de uma temporada na consagrada AKQA fundou a Pereira & O’Dell, considerada hoje uma das mais importantes agências de publicidade do mundo. Ele acaba de lançar O Livro do Silêncio, primeira obra da trilogia Deuses de Dois Mundos, pela editora Livros de Safra. Playlist da semana: Rolling Stones - Beast of BurdenRod Stewart - Da Ya Think I'm SexyDesmond Dekker - IsraelitesRaphael Saadiq - Let's Take a WalkOtto - Exu Parade
"Construindo prédios eu vi que o que eu gostava mesmo era de vender os apartamentos" Sérgio Valente é presidente de uma das mais importantes agências de publicidade do país, a DM9DDB, reconhecida como uma das mais criativas do mundo. Baiano formado em engenharia civil, ele trocou de profissão e largou tudo para perseguir o sonho de trabalhar com propaganda. Depois de um tempo trabalhando com publicidade na Bahia resolveu tentar a sorte em São Paulo, onde se juntou à turma da famosa “casa da rua Jauaperi” e, se valendo do seu talento musical, foi compor jingles na produtora RB. Suas composições chamaram a atenção de Jacques Lewcowickz, que o convidou para se juntar à equipe da Lew, Lara. Depois de um tempo na agência recebeu outro convite, desta vez do Geraldo Walter, que comandava a divisão institucional da DM9. Depois de muita resistência de Nizan Guanaes, ele foi contratado pela agência como redator júnior e onze anos mais tarde, aos 40 anos, ele assumiu a presidência da agência. No Trip FM, Valente fala sobre o mercado de publicidade, sobre curiosidades de sua trajetória e sobre a mudança de carreira, o grande ponto de virada em sua vida. "Na minha família foi um inferno trocar de profissão. Mas foi construindo prédios que eu vi que o que eu gostava mesmo era de vender os apartamentos", ele ri, fazendo referência ao começo como engenheiro civil, seguindo os passos de um tio. "Tem um grande amigo meu que é o padre Irala, que foi quem me apresentou o Nizan Guanaes, que me disse uma vez: 'não pense que você perdeu tempo com a engenharia, porque tudo na vida é a experiência que você teve'. E isso foi incrível na minha vida. Engenharia não é construir prédios. É construir coisas. Por isso que o presidente do Itaú é engenheiro, o presidente da Telefônica é engenheiro, e assim vai." "Na minha família, foi um inferno trocar de profissão. Mas foi construindo prédios que eu vi que o que eu gostava mesmo era de vender os apartamentos" Sobre a relação com Nizan Guanaes, ele contou como conheceu o grande nome brasileiro da propaganda, aproveitando para contar sobre a fechada de porta que levou do grande amigo logo que chegou em São Paulo, ainda em 1992. "Quando eu conheci o Nizan eu tinha 14 anos. Meu relacionamento com ele era muito próximo. Ele me incentivou a trocar de profissão, porque sabia do meu interesse pela criação. Quando eu vim pra São Paulo trabalhar, ele estava começando a DM9. Quando cheguei lá, ele disse uma coisa muito dura, mas que hoje eu agradeço imensamente. Ele disse: 'nós somos muito parecidos. Se você começar na publicidade pela minha mão, todo mundo vai dizer que é porque você é meu amigo. Você tem que vencer pelo seu próprio talento, por isso você não vai trabalhar aqui'", revelou. "Se eu realmente tivesse entrado naquela DM9, talvez eu não tivesse essa história. A ralação foi muito importante pra mim. A história foi toda importante e eu agradeço ao Nizan por isso." "Ouvir isso foi muito duro. Claro que eu queria que ele tivesse aberto a porta para mim. Mas o fundo ele tava certo. Se eu realmente tivesse entrado naquela DM9, talvez eu não tivesse essa história. A ralação foi muito importante pra mim. A história foi toda importante e eu agradeço ao Nizan por isso." O Trip Fm vai ao ar na grande São Paulo às sextas às 20h, com reprise às terças às 23h pela Rádio Eldorado Brasil 3000, 107,3MHz
Uma seleção de músicas escolhidas por personalidades e amigos da casa Músicas escolhidas por Nizan Guanaes, Sig Bergamin, J.R. Duran, Mario Mendes, Antônio Salomão, Donata Meirelles, Kika Paulon, Fabio Modena, Alexandre Morettin, Antônio Bonfá, Ju Hirschmann, Renata Zincone, Carla Akari.
Primeira mulher DJ no Brasil, ela conta da amizade com Sílvio Santos e dos tempos de robô A pioneira Sonia Abreu Sônia Abreu mantém seu radar ligado e seus ouvidos afiados para o que acontece na cena musical há mais de 40 anos. Embora ensaiasse trabalhar com música desde os 13 anos, começou mesmo a carreira aos 18, na rádio Excelsior/Globo, onde foi colega de ninguém menos que Senhor Abravanel, o Sílvio Santos. Na Excelsior ela foi a primeira brasileira a tocar músicas de outros países, revelando uma característica que a acompanha até hoje: o pioneirismo. Foi também a primeira DJ mulher do país e inaugurou a primeira discoteca do Brasil, a Papagaio Disco Club. Na década de 80 inaugurou a primeira rádio ambulante, a Ondas Tropicais, que nada mais era que uma Kombi cheia de equipamentos que permitiam levar sua música para diferentes pontos de São Paulo e do Brasil. Além disso ela já foi cantora, colunista musical, já ganhou disco de ouro pela vendagem da canção “Automatic Lover” e já trabalhou nas mais diversas rádios brasileiras. Sônia Maria Santos Abreu, mais conhecida como SoniAbreu, atualmente toca nas mais descoladas e charmosas festas do Brasil. Dá só uma olhada na clientela da moça: Arnaldo Jabor, Marta Suplicy, Nizan Guanaes, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, Pedro Villares, diretor da Natura, entre muitos outros.