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Você é feliz?Você deve ter uma definição do que é ser feliz. Acho que todo mundo pensa algo sobre o assunto.Ter um emprego legal, uma casa bacana, uma família bem estruturada podem ser alguns princípios de felicidade para algumas pessoas.Mas sabe o que é mais interessante? Deus também tem uma definição do que é a felicidade e pra Ele, feliz é quem ouve as suas palavras e vive a partir delas. É assim que diz o Salmo 1 no verso 2. “Bem-aventurado é aquele que tem prazer na palavra do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite...”Deus quer que você seja feliz, é importante que você sabia disso. Mas pra isso, você vai precisar deixar a sua própria definição de felicidade e assumir a que Deus tem pra você.Topa o desafio?
Criado em 2016, o Festival Latinograff, de Toulouse, nasceu com a proposta de aproximar artistas da América Latina e da Europa por meio de intercâmbios no universo do grafite e da arte urbana. “Trabalhamos com o Brasil, o Chile, o México, o Uruguai, o Equador e o Peru”, explicou Daniel Virguez, coordenador-geral do projeto à RFI. “Do lado francês, já realizamos várias trocas, e nosso objetivo é também levar artistas franceses ao Brasil para que conheçam de perto a realidade do street art latino-americano”, especificou o organizador. A edição de 2025 ganha um sentido especial ao integrar a programação oficial da temporada cultural cruzada. Para marcar o Ano França-Brasil, três artistas brasileiros foram convidados a participar do evento: Paula Plim, que inaugurou uma exposição em Toulouse, e a dupla Dinho Bento e o carioca Heitor Corrêa – padrinho do festival francês em 2025 –, autores de murais espalhados pela cidade. Paula Plim, aliás, já havia deixado sua marca no início do ano com um mural no cinema Le Cratère, um dos polos culturais da capital da região francesa da Occitânia. “Comecei no Brasil. Depois disso, participei de muitos festivais de arte urbana em diversos lugares do mundo”, conta Plim, que tem formação em artes visuais e publicidade. “O meu trabalho traz muitas referências da arte naïf, de artesanatos típicos de diversos lugares do mundo, do folclore de outros povos. Acho que isso pode ser conferido na linguagem dos meus trabalhos pelo aspecto sintético, colorido e não realista”, explica a artista gaúcha. “O Brasil é um país muito grande, com muitos Brasis dentro dele. Isso dá uma riqueza visual enorme. Quando comecei a pintar, em 2002, a cena de arte urbana estava explodindo. Logo surgiram várias galerias dedicadas ao gênero, e o trabalho brasileiro ganhou destaque pelo uso das cores, pela criatividade e pela nossa maneira de resolver as coisas com o famoso jeitinho – a gambiarra que, no fim, sempre dá certo”, acredita Paula Plim. A selva renasce O tema deste ano, “A selva renasce”, reúne cinco artistas internacionais convidados a criar murais que dialogam com a ideia de natureza, memória e sobrevivência. Cada um traz sua própria leitura do conceito, explorando caminhos que vão do literal ao lúdico, do figurativo ao abstrato. Heitor Corrêa escolheu transformar a parede em uma homenagem ao Brasil, representando a arara-azul, símbolo do Pantanal e espécie ameaçada de extinção: “Quis trazer essa ave como uma entidade, quase uma evocação espiritual. Ela representa não só a riqueza natural que precisamos proteger, mas também uma celebração daquilo que é nosso por raiz e origem. É um tributo ao Brasil e ao Ano França-Brasil.” Já o mineiro Dinho Bento, vindo de Mariana (MG), imprime em sua obra as marcas da degradação ambiental provocada pela mineração em sua região natal. Sua pintura em Toulouse reúne animais como a harpia, maior ave de rapina do Brasil, e a cobra-coral, espécie emblemática da fauna brasileira. “Cresci vendo a paisagem de Minas se transformar, muitas nascentes desaparecerem e espécies sumirem, por causa das mineradoras”, disse o artista. “Minha arte nasce desse impacto. Trabalho com símbolos de renascimento, como se cada mural fosse um chamado para que a natureza ressurja”, afirmou. Ano cultural vai da França ao Brasil Em setembro, será a vez dos franceses desembarcarem no Brasil, conta Virguez. “Dois artistas parisienses, Lycea e Takir, participarão de atividades no Rio de Janeiro, em Paraty e em Itaperuna, onde ocorrerá o Festival Graffite, um dos encontros mais relevantes da cena de arte urbana no interior fluminense”, destacou. “Com esse movimento de ida e volta, o Latinograff de Toulouse reforça sua vocação de ponte cultural entre a Europa e a América Latina, unindo linguagens, cores e olhares em torno do grafite como expressão global”, disse o curador da mostra no sudoeste da França. Com obras que misturam denúncia, espiritualidade e celebração, os artistas brasileiros conquistam espaço em um dos festivais de arte urbana mais relevantes da Europa. O Latinograff segue em cartaz em Toulouse até 30 de agosto e desembarca no Brasil entre 11 e 28 de setembro, com edições em Ouro Preto (MG) e no Rio de Janeiro.
Esta semana, vai partir para a Faixa de Gaza uma Flotilha Humanitária com ajuda para a população palestiniana, transportada em dezenas de barcos que vão tentar quebrar o cerco israelita. Delegações de mais de 40 países integram a missão e há três portugueses. O activista Miguel Duarte é um deles e explica que esta é uma “mobilização sem precedentes” e “a maior tentativa de sempre para desafiar o bloqueio ilegal sobre o povo palestiniano em Gaza”. Apesar dos riscos, Miguel Duarte tem esperança que a ajuda humanitária chegue ao destino e defende que “é preciso que a sociedade civil se levante”, senão “ninguém o fará”. Esta é uma missão que junta dezenas de embarcações e delegações de mais de 40 países. O objectivo é levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e tentar quebrar o cerco israelita que impede a chegada de alimentação e medicamentos. A ONU alertou, na semana passada, que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão a passar fome. Três portugueses integram a Flotilha Humanitária: o activista Miguel Duarte, experiente em missões de resgate de pessoas no Mar Mediterrâneo, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua e a actriz Sofia Aparício. Em entrevista à RFI, Miguel Duarte disse que se está num “momento histórico”, que esta “é uma mobilização sem precedentes” e “a maior tentativa de sempre para desafiar o bloqueio ilegal sobre o povo palestiniano em Gaza”. Já houve outras frotas rumo a Gaza, mas a maior parte foi interceptada pelo exército israelita. Foi o caso, a 8 de Junho, com o navio Madleen, mas também com o navio Handala, a 27 de Julho. Por outro lado, no início de Maio, activistas que transportavam ajuda humanitária para Gaza foram atacados ao largo de Malta, em águas internacionais, e acusaram Israel. Graças à escala da missão, com delegações de mais de 40 países e dezenas de barcos que levam medicamentos e comida, o activista acredita que a atenção internacional possa impedir que o exército israelita trave a flotilha humanitária, pelo que tem esperança que a ajuda chegue realmente a Gaza. Miguel Duarte acrescenta que informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros e que este tem “a responsabilidade moral de garantir a segurança” da tripulação e da ajuda humanitária. Por outro lado, o activista considera que Portugal deveria avançar com um corte de relações diplomáticas e comerciais com Israel, aplicar sanções e acabar com contratos com empresas de armamento israelitas. Experiente em missões de resgate de migrantes no mar Mediterrâneo, Miguel Duarte diz que o que o leva a Gaza é o mesmo que o levou ao Mediterrâneo: a necessidade das pessoas. Nesse sentido, acredita que “é preciso que a sociedade civil se levante”, senão “ninguém o fará”. Miguel Duarte: “É a maior tentativa de sempre para desafiar bloqueio ilegal sobre o povo palestiniano em Gaza” RFI: Qual é o objectivo desta missão? Miguel Duarte, activista: “O objectivo desta missão é trazer ajuda humanitária para Gaza. Neste momento, há um bloqueio ilegal por parte das forças israelitas imposto sobre o povo de Gaza. Sabemos todos que está a decorrer um genocídio e uma fome imposta pelas forças israelitas ao povo de Gaza. O objectivo desta missão, como de tantas outras anteriores, é o de desafiar este bloqueio ilegal e trazer esta ajuda humanitária que é tão necessária e tão urgente para estas pessoas.” O que é que diferencia esta missão das anteriores? “A principal diferença é a escala. Ou seja, já existem missões deste género desde 2008, se não estou em erro. Já muitos barcos e navios tentaram desafiar este cerco. Algumas conseguiram, mas a maior parte, a esmagadora maioria das flotilhas foram bloqueadas e ilegalmente capturadas pelo exército israelita. O que diferencia esta é a escala. Neste momento, estão a ser organizadas delegações de mais de 40 países em dezenas de barcos, portanto, certamente, pelo menos centenas de pessoas vão estar envolvidas. Vão partir barcos de vários pontos da Europa. Eu, neste momento, estou em Barcelona e a minha delegação vai partir daqui. Só de Barcelona vão partir mais de 30 barcos e, portanto, a atenção sobre esta missão espera-se que seja a maior de sempre e é a maior tentativa de sempre para desafiar este bloqueio ilegal sobre o povo palestiniano em Gaza.” Houve várias frotas que até agora falharam, que não conseguiram chegar a Gaza e levar a ajuda. A última delas, por exemplo, foi interceptada pelo exército israelita a 27 de julho. Quais são as perspectivas que tem para esta missão e como é que a encara? Não tem medo de ser detido e deportado? “Medo tenho, acho que todos temos, na verdade, porque basta olhar para a história recente deste movimento e vemos rapidamente várias intercepções por parte das forças israelitas que foram extremamente violentas. Em 2008, um barco das forças israelitas foi arremessado contra uma das flotilhas. Em 2010, dez membros da tripulação foram assassinados pelas forças israelitas e, ainda este ano, dois drones bombardearam um dos navios. Portanto, os riscos são altos. Ou seja, nós estamos aqui não é porque não temos medo, porque certamente temos e os riscos existem, estamos aqui porque é necessário e porque é absolutamente fundamental que a sociedade civil esteja em solidariedade, a sociedade civil global, em solidariedade com o povo da Palestina. No entanto, tenho esperança que esta missão tenha sucesso precisamente porque é uma mobilização sem precedentes. Ou seja, eu diria que estamos num momento histórico no que toca a este movimento e as centenas de pessoas que estão envolvidas directamente - que estão aqui neste momento ou que estão a embarcar noutros sítios da Europa e do Norte de África - estão longe de ser o movimento, ou seja, o movimento consiste em milhares e milhares e milhares de pessoas pelo mundo inteiro que se estão a mobilizar não só para organizar a partida destes barcos específicos, mas a organizar-se para mobilizar manifestações, boicotes e outros tipos de acções que ponham tanta pressão quanto possível sobre as forças israelitas. Portanto, tenho esperança que isto tenha sucesso.” É com essa mobilização mundial e a força do número de participantes que pretendem quebrar o cerco de Israel sobre Gaza? Como é que tencionam quebrar esse cerco? “A tentativa ou o que vamos tentar fazer é levar dezenas e dezenas de barcos e trazer muita atenção sobre estes barcos, portanto, quanto mais olhos melhor, pelo mundo fora, para que seja tão difícil quanto possível para as forças israelitas fazerem uma intercepção ilegal e violenta destes tripulantes. É isso que vamos tentar. Tenho a sensação que vamos conseguir, havemos de chegar a Gaza e havemos de entregar esta ajuda humanitária.” Que ajuda levam nas dezenas de barcos? “São bens de primeira necessidade que consideramos serem as coisas mais urgentes. Certamente o povo palestiniano de Gaza precisa de muito mais do que aquilo que nós conseguimos trazer, mas aquilo que consideramos mais urgente são essencialmente medicamentos e comida. Todas estas coisas não conseguem entrar em Gaza neste momento, portanto, as necessidades são absolutas e é isso que vamos trazer essencialmente.” Mais a mensagem, não é? “Mais a mensagem, absolutamente, sim. Precisamos de mobilizações pelo mundo inteiro. Precisamos de apoio não só para a nossa própria protecção e para a protecção da ajuda humanitária, mas porque o objectivo desta missão desafiar o cerco, é acabar com o cerco, é acabar com o genocídio, acabar com a fome, acabar com a ocupação e libertar o povo de Gaza.” O facto de ser uma missão tão falada, com uma tão grande dimensão, por outro lado, não poderá criar expectativas na população de Gaza que possam sair goradas? De certa forma, não poderá ainda ser mais doloroso para os palestinianos que estão à vossa espera, se vocês não conseguirem? “Eu não excluo essa hipótese, mas nós e os palestinianos não somos simplesmente grupos separados. Existem muitos palestinianos envolvidos nesta acção. Isto é feito em solidariedade e em conjunto com o movimento de pessoas palestinianas que lutam todos os dias, há muitos anos, pela libertação do povo palestiniano. Acho que as pessoas na Palestina compreendem certamente que isto é mais uma demonstração de solidariedade e que é uma luta contra uma força que é muito maior do que nós, que é um poder colonial e que tem por trás de si o maior exército da história da humanidade, que é o exército dos Estados Unidos. Portanto, as dificuldades são muitas e acho que todas as pessoas palestinianas compreendem isso. Mas se as nossas acções contribuírem para restaurar algum tipo de esperança, nem que seja um bocadinho, ao povo palestiniano, então penso que isso seja uma coisa boa.” Informaram o Governo português sobre a vossa missão? Se sim, o que é que esperam que ele faça? “Informámos sim. Informámos o Ministério dos Negócios Estrangeiros e ainda não obtive uma resposta. O que é que esperamos? Acho que vou responder a essa pergunta em dois níveis: um imediato e pessoal. Acho que o Ministério dos Negócios Estrangeiros e, mais em geral, o Estado português tem a responsabilidade moral de garantir a nossa segurança, dos tripulantes, bem como a segurança da ajuda humanitária que é absolutamente urgente que chegue a Gaza. De uma forma mais abrangente, era preciso que o Estado português fizesse aquilo que já devia ter feito há muito tempo. É preciso frisar que não é um problema deste Governo, é um problema de sucessivos governos portugueses. É absolutamente urgente fazer um corte de relações diplomáticas e comerciais com Israel, é preciso aplicar sanções e é preciso acabar absolutamente com contratos vergonhosos que as Forças Armadas portuguesas têm com empresas de armamento israelitas que estão neste momento a conduzir o genocídio em Gaza. Tudo isto se fosse ontem, já era tarde.” O Miguel Duarte já tem um histórico de participação em navios de missões humanitárias, nomeadamente no resgate de migrantes no Mediterrâneo. Chegou a ser indiciado pelo crime de auxílio à emigração ilegal por tentar salvar vidas. Agora arrisca-se numa nova missão. O que é que o move e como é que olha para a forma como a comunidade internacional, nomeadamente a parte política, está a lidar com o que se passa em Gaza? “O que me traz a Gaza ou que me traz a esta missão foi o que me trouxe ao Mediterrâneo tantas vezes. A necessidade é enorme. Os nossos Estados não nos representam, portanto, aquilo que está a acontecer no Mediterrâneo hoje em dia é da mesma escala do que está a acontecer em Gaza. Já morreram mais de 30.000 pessoas no Mediterrâneo nos últimos dez anos. Já morreram outras dezenas de milhares de pessoas em Gaza ao longo dos últimos anos. E os Estados são os mesmos, as forças politicas são as mesmas e é preciso, por causa desta absoluta violência por parte dos Estados, nomeadamente ocidentais, europeus, Israel e os Estados Unidos, é preciso que a sociedade civil se levante, porque se nós não o fizermos, ninguém o fará. Eu, em particular, tenho experiência no mar e, portanto, sei estar num navio e tenho algum conhecimento sobre este tipo de missão. Pensei que estava numa posição privilegiada para fazer alguma coisa e aceitei o convite de me juntar a esta flotilha. É por isso que sinto que este é o meu lugar aqui. Mais uma vez, não é porque não existam riscos ou porque não acredito neles. É porque a necessidade é enorme."
O convidado do JR ENTREVISTA desta quarta-feira (27) é o prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos). À jornalista Lívia Veiga, ele fala sobre regulação das redes sociais, pacto federativo e efeitos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para Sorocaba, cidade cuja população é estimada em 750 mil habitantes.Conhecido como “prefeito tiktoker" — seus seguidores nas redes sociais ultrapassam os 6 milhões —, Manga defende o uso de uma linguagem "mais leve" para atingir a população e se opõe à regulação das redes. "Sou contrário. Acho que tem que ter punição a quem comete crime. Agora, você regulamentar uma rede que dá oportunidade de voz para a população, sou totalmente contrário", ressalta.Reeleito no primeiro turno, em 2024, com 74% dos votos válidos, Manga destaca a necessidade de se revisar o pacto federativo, para que as cidades e os municípios tenham mais autonomia na destinação de recursos."Imagine que, de tudo o que se arrecada nos municípios por todo o Brasil, 15% ficam com a cidade, 60%, com o governo federal, e 25% vão para o governo estadual. Então, eu tenho trabalhado muito para que a gente venha a equalizar isso, para que os municípios possam cuidar melhor da população", afirma.Na entrevista, o prefeito também salienta o impacto para Sorocaba das tarifas impostas pelo governo americano a produtos brasileiros. De tudo o que é exportado pelos empresários locais, 40% vão para os EUA, segundo Manga. Os setores mais afetados são o de café e alumínio."Estamos dando isenção de todos os impostos municipais para as indústrias que exportam para os EUA e foram impactadas. A condição é que essas empresas mantenham os empregos das pessoas que moram em Sorocaba", explica, ressaltando que o governo federal precisa insistir em uma aproximação com Donald Trump. "O presidente Lula deve ligar para o presidente dos Estados Unidos, fazer uma conversa, usar a diplomacia brasileira", opina.O JR Entrevista também está disponível na Record News, no R7, nas redes sociais e no RecordPlus.
In this episode of the Canary Cast, Florian Hagenbuch, Co-Founder and General partner at Canary, sits down with Jose Gedeon, co-founder and CEO of Cobre, a Colombian fintech building the real-time B2B payments and cross-border infrastructure powering finance teams across Latin America. From his early fascination with M-Pesa’s case at the University of Pennsylvania, to failed attempts at building his own mobile money business in Colombia, a stint as a consultant at McKinsey New York, and a role at Oyo in Mexico, José shares how each chapter of his journey shaped the vision for Cobre. What started as white-label wallets for meal vouchers during the pandemic evolved into Colombia’s leading real-time B2B payments platform, now expanding rapidly into Mexico and cross-border flows. During the episode, José reflects on the unique challenges of scaling a fintech in LatAm, the pivotal customer moments that unlocked entirely new business lines, and the ambition of turning Cobre into the default infrastructure for payments across the region. In this episode, we dive into: From White-Label Wallets to Infrastructure: How Cobre pivoted from building digital wallets for meal vouchers into real-time B2B payments and treasury management. Cross-Border Breakthroughs: The customer emergency that sparked Cobre’s cross-border product and how it led to a new revenue line. The Role of Stablecoins: Why stablecoins are becoming increasingly relevant in illiquid or high-cost currency corridors like Colombia, Turkey, and Argentina. Scaling in Mexico: How Cobre reached $100M in monthly volume in only 8 months in Mexico—10x faster than in Colombia. Vision for the Future: Why Jose believes it’s still “day zero” for Cobre and how the company aims to become the de facto B2B payment infrastructure for LatAm. Founder Lessons: Biggest mistakes, wins, and the cultural values that define the Cobre team. Whether you’re a founder, operator, or fintech enthusiast, this episode offers a masterclass in product pivots, client-focused culture, scaling infrastructure in emerging markets, and building with ambition in one of the most dynamic regions in the world. Tune in to hear how Cobre is not only modernizing payments in Colombia and Mexico, but also shaping the future of financial infrastructure across Latin America. Guest: Jose GedeonJose is the co-founder and CEO of Cobre, a fintech modernizing B2B payments and cross-border infrastructure in Latin America. Cobre moves billions annually, already processing ~3% of Colombia’s GDP, and recently raised its Series B led by Oak HC/FT, with participation from Canary and other global investors. Follow Jose on LinkedIn Host: Florian HagenbuchFlorian is the co-founder and General Partner at Canary, a leading early-stage investment firm in Brazil and Latin America. Canary has invested in more than 130 companies since its founding in 2017. Previously, Florian founded Loft, a company that digitized and transformed the home buying experience in Brazil, bringing transparency, liquidity, and credit to millions of Brazilians. Before that, Florian also co-founded Printi, the leading online printing marketplace in Latin America. Follow Florian on LinkedInHighlights:00:55 – 07:30 | Jose's Background & Early Influences07:30 – 08:08 | The Impact of COVID on Colombia's Financial Digitization08:10 – 11:07 | University Years, Early Attempts & Lessons Learned11:16 – 14:47 | Corporate Finance Pain Points Cobre Set Out to Solve & the First Iteration: White-Label Wallets14:55 – 16:11 | Cobre's First Business Model and Learnings on Pricing Power and Revenue Potential16:20 – 18:57 | Pivot to Real-Time B2B Payments and Building Colombia's First and Only Real-Time B2B Payment Infrastructure19:00 – 21:00 | Bre-B, the "PIX" of Colombia21:02 – 26:19 | Expansion into Cross-Border Payments and Different Customer Bases26:20 – 28:54 | Money Corridors in Colombia29:00 – 32:22 | Stablecoins & Tech Stack in Cross-Border Payments33:00 – 36:00 | Expansion to Mexico & Early Learnings 36:00 – 37:00 | Key Numbers, Scale & Vision37:00 – 43:07 | Future Plans and Raising Successful Venture Rounds43:08 – 47:40 | Founder Lessons & Culture47:40 – 52:12 | Conclusion: Recommended Content for ListenersRecommended Content: 1. Elon Musk biography by Walter Isaacson2. The World for Sale by Javier Blas and Jack Farchy3. Read, Write, Own by Chris DixonTranscrição do Episódio em Português: Hoje, estamos movimentando cerca de 3% do PIB da Colômbia dentro da Cobre.É um número muito grande.Mas, ao mesmo tempo, também é pequeno.Copo meio cheio, copo meio vazio.Isso nos dá bastante espaço para crescer. Agora, mudando para o inglês, para facilitar um pouco para você.José, muito obrigado por estar aqui. Agradeço por dedicar seu tempo. Estou muito animado para conversar com você. Como contexto, o José é cofundador e CEO da Cobre, uma fintech colombiana que está se expandindo para o México. Vocês rapidamente se tornaram uma das principais plataformas de pagamentos B2B em tempo real e de gestão de tesouraria corporativa na Colômbia — e, em breve, também no México. Sob sua liderança, muitas coisas empolgantes aconteceram. Vocês já escalam para centenas de empresas nesses dois países. Estão movimentando algo em torno de 18 bilhões em volume anual em folha de pagamento e pagamentos a fornecedores.E, o mais importante, estão se tornando uma camada crítica de infraestrutura para times financeiros modernos na região. Estou muito animado com este episódio, em mergulhar na sua jornada empreendedora, José, como a Cobre está modernizando os pagamentos corporativos, o cenário fintech na América Latina de forma mais ampla e, claro, a visão que você tem para o futuro da companhia. José, obrigado por se juntar a nós. É um prazer enorme ter você aqui hoje. José:Florian, o prazer é meu. A Canary foi a primeira firma de venture capital que acreditou na Cobre — e também o primeiro investimento de vocês fora do Brasil. Na época, nós até dissemos ao Marcos que expandiríamos para o Brasil… ainda não aconteceu.Mas tem sido uma ótima história até aqui, e vocês têm sido apoiadores incríveis. Obrigado. Florian:Sim, lembro bem disso. Inclusive, naquela época vocês tinham outro nome, não era? Acho que era “Pexto”, se não me engano.As coisas mudam, mas estamos felizes que deu certo. José, talvez possamos começar um pouco falando do seu histórico e da sua trajetória pessoal. Pode nos contar sobre sua origem e o que você fazia antes de empreender? José:Claro. Eu nasci e cresci em uma cidade pequena da Colômbia chamada Cartagena. Hoje é turística e bastante conhecida, mas, quando eu crescia lá, era apenas um destino nacional, relativamente pequeno. Eu, inclusive, nasci em Barranquilla porque minha mãe era de lá — que é ainda menor.De Barranquilla vêm muitas coisas conhecidas: Shakira, a Avianca (nossa companhia aérea nacional), e as últimas duas empresas colombianas que abriram capital nos EUA também são de lá.É uma cidade muito empreendedora. Talvez um bom precedente para a Cobre, não é? Venho de uma família de imigrantes libaneses — extremamente trabalhadores e empreendedores. Cresci aprendendo, por osmose, o que significava ser um empresario. Homens e mulheres da minha família sempre fundaram e até hoje administram empresas. Era um ambiente muito natural para acabar trilhando o caminho que trilhei. Depois tive o privilégio de estudar na Universidade da Pensilvânia. Meu primo Felipe — hoje cofundador da Cobre — estudava lá um ano antes de mim. Eu nunca achei que conseguiria entrar, mas consegui, e fui para a Penn cursar a graduação. No meu primeiro ano, li um business case sobre a M-Pesa, considerada precursora do dinheiro móvel — e, por consequência, de boa parte do que chamamos hoje de fintech: Zelle, Venmo, Paytm, GCash…A ideia original surgiu da M-Pesa, um serviço criado pela Vodafone que permitia às pessoas enviar dinheiro via SMS. Hoje, algo como 20% do PIB do Quênia transita pela M-Pesa. É completamente ubíquo. Inspirado nisso, tentei várias vezes criar algo parecido na Colômbia durante meus verões na Penn, mas obviamente falhei — afinal, eu não era uma empresa de telecomunicações. Ainda assim, essa experiência me mostrou como uma infraestrutura de pagamentos em tempo real poderia transformar a vida de milhões de pessoas e empresas. Ao me formar, voltei para a Colômbia para tentar de novo. E falhei mais uma vez. Foi aí que percebi: “o problema sou eu, preciso aprender a construir empresas de verdade”. Então fui trabalhar na McKinsey em Nova York. Passei um ano e meio lá e tive como cliente uma das maiores gestoras de venture capital do mundo. Eu era apenas analista júnior na equipe, mas aprendi muito sobre como os VCs pensam. Isso me levou a largar o emprego em Nova York e me mudar para a Cidade do México, para trabalhar na Oyo Rooms, um dos grandes unicórnios da Índia. A ideia era aprender mais sobre startups de hiperescala do que eu aprenderia ficando na consultoria. Fiquei um ano e meio na Oyo — até a pandemia começar. Com a COVID, percebi: “este é o momento certo para digitalizar pagamentos na Colômbia”. As empresas estavam forçadas a mudar. E foi quando decidi voltar a Bogotá, em junho de 2020, para tentar mais uma vez. E agora, cá estamos. Florian:Muito interessante. Não sabia de todas essas tentativas que não deram certo antes.Aliás, eu também estudei na Penn, me formei em 2010. Você foi alguns anos depois, certo? José:Sim, me formei em 2018. E naquela época, o ambiente ainda era mais voltado para carreiras tradicionais. A maioria queria ir para consultoria, bancos de investimento ou fundos. Eu era um dos poucos insistindo em empreender já na graduação. Participei até de competições de startups do MBA, porque não havia para undergrad. (continua na mesma estrutura — alternando Florian / José, até o final da conversa que você compartilhou).
Bad Bunny is commanding headlines and social media this week with his larger-than-life residency in Puerto Rico, known as "No Me Quiero Ir de Aquí," which continues to redefine what a live music experience can be. Every night he's transforming San Juan's Coliseo José Miguel Agrelot into a homecoming party that's part cultural phenomenon, part musical spectacle. The residency is historic: thirty shows running weekends only until mid-September, with special guests like Lebron James and local legends dropping by. The demand has been so overwhelming that the first nine shows were reserved exclusively for Puerto Rico residents—reinforcing the show's vibe as a family reunion for the island.Bad Bunny surprised fans on Monday by dropping a new single, "Alambre Púa," which blasted onto streaming platforms just hours after he debuted it live for three consecutive nights as the residency's opener. The track channels high energy and sits beside hits from his chart-topping album "Debí Tirar Más Fotos," which remains a fixture in the Billboard Top 10 as of July and continues to rack up hundreds of millions of streams. Benito's musical set each night features a marathon thirty-song performance—no intermissions, just pure intensity as he swings through reggaeton, trap, salsa, and Puerto Rican traditional sounds.The residency isn't confined to the arena. Outside, the energy spills into street parties known as "San Benito Fest" where ticketless fans join the celebration with food trucks, DJs, pop-up photo booths, and local artists selling exclusive merchandise. International brands like RITZ and Wendy's are partying along, launching themed promotions and giveaways to match the residency's unique vibe—a free-for-all overflow that has made Puerto Rico one of the hottest travel destinations online this August. According to LATV, mentions of "Bad Bunny" have surged on Tinder, resulting in record-breaking swipes and a spike in tourism, showing just how much Benito's residency has influenced the island far beyond the music scene.Social media is ablaze. Viral posts and reels have captured iconic moments, including celebrities and fans shouting out the now-famous phrase “¡Acho, PR es otra cosa!”—a rallying cry of pride and joy that Bad Bunny has made central to the experience. Even global stars like Kylian Mbappé have joined in, underlining the event's far-reaching influence. Instagram feeds are flooded with behind-the-scenes glimpses and reactions. A recent viral post playfully calls Bad Bunny "my baby daddy," racking up tens of thousands of likes and comments, a sign of Benito's unmatched charisma and connection with his audience.Bad Bunny's influence isn't restricted to music and parties. He will soon appear in Adam Sandler's "Happy Gilmore 2," adding “actor” to his already rich resume. Meanwhile, his music continues to break streaming records, as ChartMasters shows, holding strong with billions of plays for singles and albums released earlier this year.Fans are sharing moments from the 20th show last night, including images tagged by official Bad Bunny news accounts and fan stories about the unique inclusivity and energy of the residency. The residency has been described as a "living, breathing tribute to Puerto Rican identity, music, and joy," uniting generations in a celebration that amplifies the heart of the island. The phrase "No Me Quiero Ir De Aquí" on the big screens sums up how everyone feels—no one wants this chapter to end.Listeners, thank you for tuning in. Come back next week for the freshest updates on Bad Bunny and everything else in music and culture. This has been a Quiet Please production. For more, check out Quiet Please Dot A I.Some great Deals https://amzn.to/49SJ3QsFor more check out http://www.quietplease.ai
Como é actuar num mega-festival europeu de artes de rua, com mais de 700 espectáculos diários numa cidade de 26.000 habitantes que, em quatro dias, junta acima de 150 mil pessoas? As expectativas de encontrar produtores e programadores no Festival Internacional de Teatro de Rua de Aurillac, em França, são grandes, mas o desafio financeiro é imenso para a maior parte das 640 “companhias de passagem” que participam à margem do programa oficial. Foi o caso da companhia portuguesa “Seistopeia” que nos contou a sua aventura, expectativas e dissabores relativamente à participação no festival que terminou este sábado. RFI: De que falam os espectáculos que trouxeram a Aurillac? Vítor Rodrigues: “A primeira peça que trouxemos foi ‘Soul Trio', que é inspirado no ‘Soul Train', que era um programa dos anos 70, em que havia muitos bailarinos, um apresentador muito charmoso. Então, nós decidimos criar esta peça inspirada nesse programa em que os nossos personagens também são bailarinos e dizem-se os salvadores das festas e os salvadores da alma das festas. Eles vêm tentar trazer a alegria às ruas.” E depois vão deambular por elas… Vítor Rodrigues:“Exactamente porque não é um espectáculo, na verdade, é uma performance. A ideia desta performance não é que as pessoas párem a nossa beira para ver ali alguma coisa muito concreta. É só que se sintam ali energizadas, de alguma forma, e que batam um bocadinho o pezinho, dancem um bocadinho connosco, que sorriam um pouco. A segunda peça é ‘Os Irmãos Fumière'.” Marisa Freitas: “Chama-se ‘Irmãos Fumière', é inspirada nos irmãos Lumière e é uma peça inspirada no cinema mudo, em que se quer trazer aquelas memórias antigas do cinema, que também está muito próximo do teatro físico e, portanto, continua dentro da linguagem da Seistopeia, e é uma peça que traz animação e boa disposição ao público.” O facto de a apresentarem em França, na terra dos irmãos Lumière, traz algo especial? Marisa Freitas: “Ela é muito recente, é uma estreia internacional, é a primeira vez que estamos a fazê-la fora de Portugal e senti que o público mal nos viu reconheceu logo que éramos dessa altura do cinema mudo. Foi bastante positivo.” Inês Jesus: “Tivemos o apoio da GDA, que é uma fundação portuguesa que apoia diversos espectáculos e apoia desde a criação a circulação dos projectos internacionalmente. No nosso caso, o apoio foi para a criação, foi para podermos montar este espectáculo.” Como é estar no Festival Internacional de Teatro de Rua de Aurillac no meio de 640 “companhias de passagem”? Como é em termos de apoios? Como correu? Marisa Freitas: “Nós devemos começar por dizer que isto é um investimento nosso, actores e pessoas, nem sequer a companhia tem poder económico para financiar a viagem até cá. Portanto, é um esforço colectivo. Nós os quatro juntámos dinheiro, juntámo-nos e viemos. Em termos de apoio da organização, sentimos um bocado de abandono porque não há um espaço específico ou suficiente para o artista, por exemplo. Eles sabem que algumas companhias de passagem vêm com tenda e não há um espaço só para as companhias. As companhias acampam - e nós estamos a acampar - juntamente com o público. Depois é público que uns são mais diurnos, outros são mais nocturnos e levamos com os barulhos de todos eles. Os que acordam de manhã acordam-nos, os que vêem mais espectáculos à noite não nos deixam dormir. Faltam casas-de-banho nessa zona também para o público porque estamos à beira de duas pastilhas.” “Pastilles” que é o nome dos espaços de actuação… Marisa Freitas:“Sim. Exacto. As zonas de actuação são 'as pastilhas'. Há um descuido que eu sinto para com o artista e também para com o público. Há uma casa-de-banho num espaço onde há dois palcos e todas as manhãs acordamos com, pelo menos, 50 ou 100 pessoas à espera para ver um espectáculo.” O Vítor também se sente um pouco abandonado pelo festival? Vítor Rodrigues: “Sim, de certa forma. Uma coisa que me deixou um pouco chateado foi que nós temos que pagar um seguro de responsabilidade civil. Ou seja, eu sinto que, no fundo, em relação às companhias de passagem, o festival esquiva-se. Fazem um festival que se diz um festival com mais de 600 e tal companhias, mas não pagam essas 600 e tal companhias. São cerca de 20 as companhias que realmente são pagas totalmente. Portanto, eu sinto que eles vendem a ideia de que realmente vêm cá muitos produtores e é verdade que vêm cá, há muitos produtores, mas também é verdade que são tantas companhias e o espaço não é assim tão bem organizado. Torna-se um bocado complicado para que realmente esses produtores consigam assistir a todos os espectáculos.” É um balde de água fria nas expectativas que vocês tinham? Vítor Rodrigues:“Sim, mas por outro lado, foi um investimento de nossa parte. Nós queríamos correr este risco também, de alguma maneira, porque queríamo-nos atirar aos lobos e é um espectáculo novo também, como é que este novo espectáculo funciona com um público estrangeiro… Foram várias coisas, sim. Não ficámos muito felizes com a recepção, por outro lado, também não estávamos à espera que fôssemos aqui recebidos como deuses, não é?” Inês Jesus: “Eu senti os mesmos dissabores. Partilho com eles o sentimento de abandono. Vejo que para a companhia é importante estarmos em França, é a primeira vez que a companhia vem a França e França é uma plataforma de arte grande, onde eu já vivi. Havia essa vontade de mostrar o nosso trabalho, fazê-lo chegar cá de alguma maneira. Vejo o lado positivo da oportunidade, mas…” Não vê os produtores? “Não vemos os produtores. E tivemos um problema com o nosso espaço porque o nosso espaço, que é concedido pelo festival, estava a ser usado por outros artistas que não estão programados. Então, o estado em que deixaram o sítio onde actuamos influencia a nossa intervenção no lugar e tivemos que readaptar o nosso espectáculo ao espaço. São questões que é importante serem discutidas, na minha opinião e na nossa opinião, com o festival e são coisas que queremos partilhar com eles e questionar.” E o público como vos tratou? Vítor Rodrigues: “O público tratou-nos muito bem. Nós sentimos que o público é muito generoso, muito receptivo. Realmente procuram coisas novas, procuram ver mais espectáculos, inclusivamente, contribuem no final, no ‘chapéu'. Eu senti que, nesse aspecto, foi bastante positivo, embora este os ‘Irmãos Fumière' seja praticamente uma estreia e conseguimos manter o público praticamente até ao fim. Ou seja, estiveram connosco, não nos largaram a mão." Inês Jesus: “Para nós é bastante ambicioso estar em França, apresentar ‘Irmãos Fumière' pela terceira vez no Festival de Aurillac. É super bonito porque os nossos espectáculos têm esta característica participativa, já o ‘Soul Trio' tem e agora ‘Irmãos Fumière também'. É super bonito ver este público que diz que sim, que vem sem medo, que confia nos artistas e que está connosco em cena. Acho que é o que nos alimenta também, de alguma maneira.” Filipe Maia: “O que eu queria dizer é que a liberdade do artista acaba onde começa a liberdade da produção e, neste caso, queria apenas salientar a importância de que se o festival vive do artista e da rua e do público, é muito importante dar condições para isso. É o que nós sentimos e que nos faltou muito. O festival quer dar muito às pessoas e ao público, mas depois peca também, pelo outro lado, de fornecer ferramentas importantes e básicas, até muitas vezes, para a boa performance do artista.” Marisa Freitas: “Acho que o conceito de Aurillac é bonito porque para entrar cá não há selecção, só há um limite e quando se chega a esse limite, fecham-se as candidaturas. Eu acho isso bonito, mas acho que depois toda a gente tem responsabilidades. O público tem responsabilidade. A produção tem responsabilidade e o artista tem responsabilidade. A responsabilidade do artista, por exemplo, no que nos aconteceu hoje, é deixar o espaço livre e limpo, em boas condições para a companhia que vem a seguir poder actuar. O espaço da produção, se calhar, é limitar: ‘Olha aqui nesta zona mais espectáculos de fogo porque deixam mais sujeira neste espaço, se calhar mais para bailarinos porque precisam do chão liso'. Pronto, esse tipo de atenção. Se calhar deixar alguém da produção a tomar conta desses espaços, por exemplo. E o público, nós estarmos a fazer uma peça e passar um grupo de adolescentes aos gritos com uma coluna só porque sim, também acho interessante haver um bocadinho esse respeito por parte do público, o que se calhar é mais difícil, mas acho que para um festival com os anos que tem Aurillac, era algo que já poderia existir.”
Nos palcos de Hollywood, Julia Melim transforma fragilidades em força, vulnerabilidade em piadas, mas também em reflexão. A atriz e comediante ri de si mesma enquanto brinca com suas experiências pessoais e com os estereótipos de ser brasileira, mulher e imigrante no centro da maior indústria do entretenimento do mundo. Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles Após ter destaque na revista Hollywood Reporter com um dos melhores shows do Hollywood Fringe, festival que aconteceu no início do verão norte-americano e que contou com mais de 400 peças, Julia volta neste sábado (23) ao palco de Los Angeles, no lendário Flappers Comedy Club, ao lado de nomes consagrados da comédia norte-americana. “Este show será com o John Campanelli, que é um comediante de stand-up super bem conceituado aqui nos Estados Unidos. Vai ter a presença de vários comediantes, alguns dos meus favoritos, pessoas que já fui a shows e agora finalmente vou fazer um show junto com eles. Então acho que vai ser incrível”, conta a atriz à RFI. Esclarecer os estereótipos do brasileiro Mesmo dividindo palco com atores locais, Julia sempre traz um pouquinho do Brasil para suas piadas espirituosas e tempera com as dores e delícias de viver entre duas culturas. “Eu falo muito da minha experiência como brasileira, como imigrante nos Estados Unidos. Estamos em um momento muito bom para falar sobre imigração. Até canto uma música no show que é sobre imigração, sobre os estereótipos das latinas e das brasileiras, brinco um pouco com isso. Mas, também é uma maneira de esclarecer que o estereótipo do brasileiro, ou os estereótipos em geral, às vezes não são verdadeiros. Talvez alguns até possam ter um fundo de verdade. Interajo com a plateia e é engraçado, porque parece que eles começaram a se educar de uma apresentação para outra, já até sabem mais do Brasil agora”, conta. Após fazer teatro e novelas (como “Malhação” e o “O Clone”) no Brasil, Julia se mudou para os Estados Unidos há quase 20 anos com uma bolsa para estudar atuação na Universidade do Kansas. Há 15 anos começou a se apresentar em shows de humor, muitas refletindo sobre a própria vida. Na sua apresentação solo “#MESSY”, no Fringe Festival, Julia levou ao extremo a combinação de humor e intimidade. A peça mostra uma comediante se preparando para entrar em cena, revelando ao público não apenas o lado onde dá tudo certo, mas também o caos dos bastidores: família, traumas, terapia, síndrome do impostor. “É o artista se preparando para entrar em cena e refletindo sobre várias coisas da vida, tudo o que pode te deixar paralisado para entrar em cena, para poder fazer o trabalho do ator. Então, eu queria mostrar isso, porque muitas vezes o comediante, você só vê o lado risonho, feliz, o lado que está tudo ótimo”, explica Julia. A busca por diversidade com bom humor Julia também enxerga no humor um caminho para abrir portas. Com mais de uma década de palco, a atriz acredita que, enfim, algumas mudanças parecem estar acontecendo no nicho da comédia. “Acho que o mercado está se abrindo muito para as comediantes latinas aqui em Hollywood, principalmente mulheres, porque estão percebendo a necessidade de vozes diversas. Dessa autenticidade também, dessa diversidade, e a gente traz isso”, afirma. “Esse lugar de fala da brasileira é muito único, porque também vai contra os estereótipos latinos e ajuda a quebrá-los. Cada imigrante tem a sua própria voz, e fico muito feliz de ver isso acontecendo. Gostaria que tivesse acontecido dez anos atrás. Mas estou muito feliz de ver esse reconhecimento da importância da diversidade nas telas, no teatro, no cinema”, conclui Julia Melim.
A 38ª edição do Festival Internacional de Teatro de Rua de Aurillac homenageou o Brasil, com vários criadores brasileiros no programa oficial. A artista Marina Guzzo apresentou “Mistura”, um atelier performativo que se transformou num desfile "profano e sagrado" com muitas plantas, cores e brilhos. Mais de vinte personagens, alegorias de uma outra forma de habitar o mundo, deambularam pelas ruas da cidade em passo lento e contemplativo, acompanhado por murmúrios que convidaram a uma pausa colectiva. “Este é um projecto que nasce de um desejo de cultivar a beleza da contemplação que as plantas ensinam”, resume a artista, para quem “a contemplação é uma resistência política”. Foi um atelier performativo que explorou as relações coreográficas e rituais entre pessoas e plantas. Foi também um laboratório sensorial onde se inventaram outras formas de habitar o mundo e gestos lentos que travaram o frenesim das vidas contemporâneas. Tudo começou com um atelier comunitário durante uma semana e terminou numa experiência performativa colectiva no Festival Internacional de Teatro de Rua de Aurillac, em França. Este foi um espaço para simplesmente “cultivar a beleza que as plantas ensinam”, contou à RFI Marina Guzzo. Inspirada pela lentidão e quietude, a artista convidou os participantes a criarem uma “comunidade provisória” para procurarem “a beleza da vida” na relação com uma natureza cada vez mais fragilizada e domesticada. Juntos, foram criando o que Marina Guzzo descreve como “coreografia vegetal”, que consiste em “olhar para si e pensar como se mover num outro tempo e com uma outra pele vegetal”. No dia do desfile, houve uma deambulação pelas ruas da cidade, num gesto artístico colectivo que reivindicou “um tempo lento e de contemplação” e uma “mistura com a natureza”. É que, diz Marina Guzzo, nos dias de hoje, “abrir um espaço para a pausa e para a contemplação é uma resistência política”. RFI: Em que consiste a “Mistura” que apresentou no Festival de Aurillac? Marina Guzzo, Artista: “Este é um projecto que nasce de um desejo de cultivar a beleza da contemplação que as plantas nos ensinam. É inspirado na possibilidade de a gente se tornar outra coisa mais que humana. Ele nasceu num momento muito duro da minha vida pessoal, da vida do planeta que foi a pandemia. A gente estava confinada em casa e eu comecei a passear, com a minha filha pegar em flores e também pegar e tirar as roupas guardadas da festa que estavam no armário, os figurinos, os brilhos, os carnavais que estavam guardados e quietos. Aí comecei esse jogo de misturar plantas e roupas e brilhos e memórias de uma beleza mais para além do que é uma vida quotidiana e muito veloz desse tempo da produtividade, muito inspirada pela possibilidade de uma lentidão, de um descanso, de uma quietude que a gente tem quando a gente está perto das plantas, na natureza, na floresta. E aí este projecto começou a tornar-se nesta oficina performativa.” Como é que funcionou o processo criativo, nomeadamente aqui em França? “Aqui no festival, a gente fez uma chamada aberta para participantes. A gente fez uma semana de trabalho intenso para construir estas figuras a partir de um acervo que eu já trago, que é um acervo que se vai construindo nos lugares que eu vou passando, das plantas que têm aqui em Aurillac e do desejo também das pessoas de se transformarem. Então é uma prática colectiva de montagem desses seres mais que humanos.” Quem são esses seres? “Eles são misturas, são seres encantados também. Há um pouco de encanto, de alegria, de beleza, de cor. É um pouco estranho, mas é engraçado, um pouco profano, mas também é um pouco sagrado no sentido de que a natureza é sagrada. Também tem um trabalho corporal e coreográfico de busca desse tempo lento, dessa coreografia vegetal. Durante todos estes dias, a gente trabalhou o que eu chamo de coreografia vegetal, que é olhar para si e pensar como se mover num outro tempo com uma outra pele vegetal.” Hoje em dia as pessoas estão habituadas ao movimento, ao frenesim. Como é que os participantes se adaptaram? Como correu esse trabalho? “Acho que foram pessoas muito engajadas. Formam um grupo, uma comunidade provisória. A gente vai criando esse encontro provisório de mostrar esses pequenos murmúrios que a gente faz durante a performance, que é também uma pergunta que eu faço para eles: ‘O que é que passa pela sua cabeça quando você está em silêncio? Você reza? Você canta? Que pensamentos são esses que vão passando quando a gente está meditando, quando está rezando, quando está em silêncio, quando a gente está com a gente mesmo?' O que é esse mundo vegetal? Quanta vida deve ter também dentro desses seres que a gente não consegue ver. Então, é um pouco praticar o silêncio, praticar a contemplação, praticar a pausa, praticar a escuta colectiva, que são coisas muito difíceis hoje em dia porque a gente está num sistema capitalista patriarcal, muito enraizado e sistematizado a partir de outras lógicas, que são as lógicas opostas a isto. São a lógica da produção, da hiper-conexão e do tempo acelerado. A gente nem áudio de WhatsApp consegue ouvir de uma maneira lenta, não é? E trazendo esse tempo performático lento, numa cidade em que está acontecendo muita coisa, abrir um espaço para pausa, para a contemplação, acho que é uma resistência política.” Como assim uma resistência política? Até que ponto este espectáculo tem uma ambição também ecológica e de alerta? “Sim, esse trabalho fala muito dessa nossa vontade de misturar mais com a natureza porque acho que esse sistema colonial patriarcal capitalista está o tempo inteiro nos colocando separados da natureza, como se a gente não fosse natureza. Humanos e natureza, cultura e natureza, é uma máxima ocidental desse mundo que está destruindo a natureza, mas também alguns corpos dissidentes, corpos racializados, as mulheres, as pessoas trans. Quando a gente fala dessa reivindicação de um tempo lento, de um descanso, da contemplação e dessa mistura com a natureza, a gente está também resistindo a muitas formas de violência que estão colocadas nessa maneira de viver.” Escolheu as ruas como palco para essa deambulação. Qual a simbologia e intuito político? “Há essa ideia de que, principalmente aqui na Europa, que a natureza que está na cidade está muito contida, está muito domesticada. Então, este é um movimento de contra-domesticação dessa natureza, desses jardins que estão muito confinados a pequenos lugares da cidade. As árvores têm pouco espaço para crescer. Os jardins são todos arrumadinhos, não pode crescer uma ervinha ou uma planta diferente que a gente corta. Então, a ideia é também trazer um jardim contra-colonial que sai andando dos lugares onde ele está primeiramente confinado para conseguir ganhar outros espaços e também se misturar com a cidade. Também é uma ideia de tirar as plantas dessa redoma e colocar ela corpo-a-corpo com a gente. A gente só existe por causa das plantas. A gente respira por causa das plantas. A gente está conectada com as plantas. O nosso pulmão é justamente o antagonista da folha. Então, a gente precisa de estar mais perto e, de alguma maneira, apaixonado. Há uma coisa do trabalho que eu gosto muito de falar, que é a ideia do erotismo.” Como assim? “Talvez o erotismo como uma potência política de prazer, de beleza, não como sexualidade. A gente confinou também o erotismo ao sexo, mas tem uma poeta que eu amo, que é Audrey Lorde, uma feminista que fala muito sobre o poder do erótico. Então, como a gente pode trazer para nossa vida a contemplação e a beleza do prazer também vegetal, de estar com outros seres e também de viver a beleza da vida, não só produzir, dormir, comer, sobreviver. O trabalho é um pouco sobre isso.” Essa poética foi a outras cidades e vai continuar a deambular pelo mundo? “Sim, esta é a 11ª ‘mistura'. A gente fez em Paris, no verão. Foi super legal. No Jardim des Tuilleries que é um símbolo também colonial, mas muito lindo, incrível e monumental. Então, também é sobre essas contradições de como que a gente, como seres humanos em sociedade, vai tentando capturar a beleza e perde o principal que é a possibilidade de estarmos juntos, de nos misturarmos, de estarmos com o outro, de viver experiências de prazer.” Quer falar-nos um pouco do seu percurso? “Eu sou professora e pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo e sou artista nesse local, onde tenho um laboratório interdisciplinar que trabalha com arte e saúde e corpo e ecologia. O meu percurso, desde muito tempo, tem sido trabalhar com comunidades, equipamentos culturais, mas também equipamentos de saúde, assistência social. E agora, desde 2011, eu tenho trabalhado em territórios. A ideia é também de deslocar territórios, deslocar as plantas de onde elas deveriam estar, deslocar o mar para quem tem acesso ao mar, deslocar pedras com trabalhos artísticos, com as pessoas. Tenho feito isso. Desde 2009 que o meu trabalho se vem construindo nesse perspectiva. Desde 2011, está muito fortemente ligado à questão ecológica, à mudança climática. A minha pesquisa agora é justamente sobre a arte antropoceno, como é que os artistas podem responder de maneira afectiva às questões que estão sendo colocadas, os desafios sociais e políticos que estão sendo colocados por conta das mudanças climáticas, que são também mudanças políticas, económicas e sociais porque não é uma crise climática isolada, ela está ligada a uma maneira de a gente tratar o outro. Acho que tem tudo a ver com arte e com a maneira como eu estou trabalhando agora.”
Nos palcos de Hollywood, Julia Melim transforma fragilidades em força, vulnerabilidade em piadas, mas também em reflexão. A atriz e comediante ri de si mesma enquanto brinca com suas experiências pessoais e com os estereótipos de ser brasileira, mulher e imigrante no centro da maior indústria do entretenimento do mundo. Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles Após ter destaque na revista Hollywood Reporter com um dos melhores shows do Hollywood Fringe, festival que aconteceu no início do verão norte-americano e que contou com mais de 400 peças, Julia volta neste sábado (23) ao palco de Los Angeles, no lendário Flappers Comedy Club, ao lado de nomes consagrados da comédia norte-americana. “Este show será com o John Campanelli, que é um comediante de stand-up super bem conceituado aqui nos Estados Unidos. Vai ter a presença de vários comediantes, alguns dos meus favoritos, pessoas que já fui a shows e agora finalmente vou fazer um show junto com eles. Então acho que vai ser incrível”, conta a atriz à RFI. Esclarecer os estereótipos do brasileiro Mesmo dividindo palco com atores locais, Julia sempre traz um pouquinho do Brasil para suas piadas espirituosas e tempera com as dores e delícias de viver entre duas culturas. “Eu falo muito da minha experiência como brasileira, como imigrante nos Estados Unidos. Estamos em um momento muito bom para falar sobre imigração. Até canto uma música no show que é sobre imigração, sobre os estereótipos das latinas e das brasileiras, brinco um pouco com isso. Mas, também é uma maneira de esclarecer que o estereótipo do brasileiro, ou os estereótipos em geral, às vezes não são verdadeiros. Talvez alguns até possam ter um fundo de verdade. Interajo com a plateia e é engraçado, porque parece que eles começaram a se educar de uma apresentação para outra, já até sabem mais do Brasil agora”, conta. Após fazer teatro e novelas (como “Malhação” e o “O Clone”) no Brasil, Julia se mudou para os Estados Unidos há quase 20 anos com uma bolsa para estudar atuação na Universidade do Kansas. Há 15 anos começou a se apresentar em shows de humor, muitas refletindo sobre a própria vida. Na sua apresentação solo “#MESSY”, no Fringe Festival, Julia levou ao extremo a combinação de humor e intimidade. A peça mostra uma comediante se preparando para entrar em cena, revelando ao público não apenas o lado onde dá tudo certo, mas também o caos dos bastidores: família, traumas, terapia, síndrome do impostor. “É o artista se preparando para entrar em cena e refletindo sobre várias coisas da vida, tudo o que pode te deixar paralisado para entrar em cena, para poder fazer o trabalho do ator. Então, eu queria mostrar isso, porque muitas vezes o comediante, você só vê o lado risonho, feliz, o lado que está tudo ótimo”, explica Julia. A busca por diversidade com bom humor Julia também enxerga no humor um caminho para abrir portas. Com mais de uma década de palco, a atriz acredita que, enfim, algumas mudanças parecem estar acontecendo no nicho da comédia. “Acho que o mercado está se abrindo muito para as comediantes latinas aqui em Hollywood, principalmente mulheres, porque estão percebendo a necessidade de vozes diversas. Dessa autenticidade também, dessa diversidade, e a gente traz isso”, afirma. “Esse lugar de fala da brasileira é muito único, porque também vai contra os estereótipos latinos e ajuda a quebrá-los. Cada imigrante tem a sua própria voz, e fico muito feliz de ver isso acontecendo. Gostaria que tivesse acontecido dez anos atrás. Mas estou muito feliz de ver esse reconhecimento da importância da diversidade nas telas, no teatro, no cinema”, conclui Julia Melim.
A coreógrafa brasileira Clarice Lima plantou florestas efémeras e viradas de pernas para o ar no Festival de Teatro de Rua de Aurillac. “Bosque” é uma peça contemplativa de um mundo do avesso que quer despertar preocupações ecológicas e “desacelerar a dopamina e rapidez do mundo”. É no silêncio que uma floresta nasce do asfalto, ergue-se pelos ares e desafia a força da gravidade. Mas aqui são pessoas que estão de pernas para o ar numa suspensão e movimentos muito lentos. Vestidos com saiotes volumosos e coloridos, os intérpretes personificam uma natureza poderosa, mas também frágil. Quanto tempo consegue o corpo aguentar ao contrário? Quanto tempo a floresta consegue resistir e até que ponto o mundo está do avesso e o que fazer com isso? Esse parece ser o mote da peça “Bosque”, da coreógrafa brasileira Clarice Lima, apresentada no Festival de Teatro de Rua de Aurillac, em França, e que também vai à Bienal de Dança de Lyon. A RFI falou com a coreógrafa que nos lembrou que “dança e arte é aproximar mundos e fazer alianças com outras pessoas”, mas também que “a arte tem o poder de imaginar e criar outros mundos”. Clarice Lima planta um bosque humano como “uma ocupação” de um espaço que convida as pessoas a parar e pensar. RFI: Que “bosque” é este que traz ao Festival de Aurillac? Clarice Lima, Coreógrafa: “Esta pesquisa é uma pesquisa bem antiga que eu já venho desenvolvendo há alguns anos. O “Bosque” finaliza essa trilogia. Ele traz essa ideia dessa paisagem em movimento, uma paisagem que a gente cria na cidade, com as pessoas na cidade e que, assim como a natureza, ela é viva. A gente entende que esses movimentos do nascer e do morrer estão conectados e só com a colaboração colectiva a gente vai conseguir fazer alguma coisa.” Há uma mensagem ecológica fortíssima… “Sim. Eu acho que é um assunto muito importante, que a gente tem que estar pensando sobre isso o tempo inteiro e é uma performance muito simples. Então, como é que a partir de uma simplicidade e do tempo que ela dura, a gente pode trazer essa reflexão para o público.” Por que é que escolheu colocar os seus bailarinos de pernas para o ar e ficar tudo em silêncio? “Para mim, é uma imagem dessa árvore invertida, como se fosse uma árvore de cabeça para baixo. Sempre me encantou essa imagem do corpo invertido porque sempre me faz pensar se é o corpo invertido ou o mundo que está de cabeça para baixo. Eu acho que isso desafia a normalidade, a forma como a gente vê o corpo e também nos faz abrir outras percepções, faz também trazer o tema da resistência física, como essa resistência que a gente precisa de ter.” Na peça, a resistência física é encarnada pelas pessoas, mas são as pessoas que estão a fragilizar o planeta… "Sim. Então como é que a gente consegue entender que as pessoas e a natureza é a mesma coisa, que não são coisas separadas e que a natureza não está aí em função da gente, mas que somos uma coisa só. Por isso é importante a gente da gente mesmo, cuidar do lugar que a gente é.” É uma performance que tem vários intérpretes. Quantos são e o dispositivo vai mudando de cidade para cidade? “A gente viaja com uma equipa de quatro pessoas. Sou eu, as assistentes Aline Bonamin e Nina Fajdiga que também fazem a performance, e a Catarina Saraiva, que é a dramaturgista. A gente, junto com a população local, monta o bosque e é sempre pensando em pessoas não profissionais para não precarizar o mercado da dança e voluntários que saibam fazer a parada de cabeça porque isso aproxima a gente que não tem experiências em práticas artísticas e performativas, mas que têm esse superpoder de ficar de cabeça para baixo. O que acontece é que a gente aproxima gente muito diferente. Tem gente do yoga, do circo, da capoeira, do hip hop que, porque têm essa coisa muito específica de saber ficar de cabeça para baixo, a gente aproxima mundos. Eu acho que dança, a arte é aproximar mundos e fazer alianças com outras pessoas e muitas delas acabam tendo a primeira experiência performativa com 'Bosque'. Então, eu acho isso muito bonito. Acho que é um trabalho que consegue abraçar isso, possibilita, num curto período de tempo, que a gente consiga montar, e sempre é uma grande surpresa, quantas pessoas se vão interessar, quantas pessoas vão aparecer porque é uma demanda física grande. Ao mesmo tempo, é uma troca muito bonita que a gente faz. A gente não está só ensaiando para montar um trabalho, mas a gente também tenta, através dos ensaios, criar práticas colectivas, que eles se sintam conectados e sintam que a gente realmente conseguiu criar uma conexão entre todo o grupo. Que poder tem a dança, o teatro e as artes performativas para contrariarem este movimento do mundo de pernas para o ar e do mundo do avesso? "Eu acho que a arte pode acontecer de diversas formas, mas eu acredito muito na imaginação, no potencial que existe na imaginação e da gente conseguir imaginar outros mundos, criar outros mundos. Eu acho que isso é um grande poder que a gente tem. E eu, como artista, gosto de seguir imaginando. Mais do que pensar o que temos, imaginar o que podemos ser. Criar hipóteses, abrir portas, abrir janelas, outras formas de a gente conseguir se relacionar com o mundo.” Na representação dessa floresta escolhe tons muito coloridos. Há também brilhos e tecidos muito extensos. Como é que foi essa escolha e o que simboliza? “A gente procurou mimetizar um pouco as cores de florestas, de bosques. São tons de verde, marron, laranja, roxo, mas a gente também quis trazer um pouco das flores através do tecido de chita, que é um tecido muito brasileiro e muito popular. É um tecido que traz essas flores que também há no bosque e também traz esses pontos de brilho que a gente usa nas lantejoulas, esse tecido do pailleté, que também é um tecido muito do carnaval brasileiro. Então, como é que a partir dessas referências, a gente cria uma cromia que passeia, que tenta mimetizar um pouco as cores que a gente vê num bosque, numa floresta, um amarelo queimado, mas também expandindo um pouco essas cores para a ficção.” Estamos no Festival Internacional de Teatro de Rua de Aurillac. A peça parece ser feita para a rua, para o espaço público. Ou também é projectada para ser apresentada também em sala? “Ela pode ser apresentada em espaços fechados, em salas, museus, galerias, espaços de passagem, não no espaço expositivo, mas no espaço entre, onde as pessoas estão acostumadas a passar porque é uma ocupação. Não há nada e aí chegam estas pessoas com estas saias coloridas e de repente, ploft, um bosque se planta ali! Interessa-me muito essa relação com a cidade e, principalmente, com o concreto para a gente criar esse contraste. Inclusive, é uma peça muito contemplativa, ela não é uma peça em que muitas coisas acontecem. Também é um momento de desacelerar essa dopamina, essa rapidez do mundo. É só olhar, ficar observando isso. Interessa-me bastante essa ideia de que a gente vê um espaço sem nada, um espaço de concreto e, de repente, essas pessoas ocupam esse espaço, criam um bosque. Eu gostaria que as pessoas imaginassem. Nossa! E se nesse espaço tivessem árvores? E se esse espaço fosse ocupado por outra coisa? Então, aí é que a imaginação é um factor muito importante.” Fale-nos também um pouco do seu percurso. “Eu sou uma coreógrafa brasileira, sou do Ceará, hoje em dia moro em São Paulo. Eu fiz minha a formação em dança em Amsterdão e depois voltei para São Paulo. Quando eu comecei a criar, sempre me interessou também um diálogo com as artes visuais. Pensar o movimento, mas também pensar um pouco essa parte estética. Eu vivo em São Paulo, há uma companhia que se chama Futura. Em São Paulo, trabalho muito em parceria com a Aline Bonamin, que está aqui nessa parceria com o Bosque. Para cada projecto, outras pessoas vão-se juntando. Gosto muito de pensar criações artísticas como forma de aproximar pessoas. No Bosque tem essas outras duas colaboradoras, mas os participantes locais e nos outros trabalhos em São Paulo, outras pessoas se aproximam. Acho que é importante dizer que a minha prática artística é total, não linear. Ela é circular, ela vai para a rua, ela vai para infância, ela vai para o teatro. Pensar isso, entender isso hoje, para mim é muito libertador porque eu consigo deixar que a minha imaginação vá para vários lugares a partir de interesses e vivências.” Como é que vê a sua participação neste Festival de Aurillac, que tem o Brasil como país convidado e como projecta a participação na Bienal de Dança de Lyon em Setembro? “Para mim está sendo muito especial. Este projecto foi produzido pelo Big Pulse Dance Alliance, que é uma aliança de festivais europeus, e depois dessa co-produção, a gente aos poucos está conseguindo circular mais aqui pela Europa. É muito lindo estar aqui porque é muito forte essa cultura do teatro de rua, da dança, do circo. Então, é um festival que cria um contexto de encontro muito potente. Acho que também em Lyon, como tem grande visibilidade, vai ser muito bom para o trabalho. É de grande interesse meu de que esse trabalho possa circular e chegar a muitas pessoas porque eu sempre fico pensando que tem eu, tem as minhas colaboradoras, tem as pessoas que já participaram do Bosque, que já foram mais de 200 pessoas, tem o público, então são muitas camadas de impacto. Eu acho todas elas muito importantes.”
Ovos estrelados, jogos de tabuleiro e croquetes!
A temporada 2025/2026 do campeonato francês, a Ligue 1, começou oficialmente neste fim de semana. Dezoito equipes com diferentes ambições e um adversário em comum: o poderoso PSG, de Dembélé e Marquinhos. Campeão das últimas quatro edições e maior vencedor, com 13 taças, o Paris Saint-Germain continua sendo o grande favorito ao título. Renan Tolentino, da RFI, em Paris O PSG vive o melhor momento de sua história com a conquista da última Liga dos Campeões, além do próprio campeonato nacional. Para Felipe Saad, ex-jogador brasileiro com longa carreira no futebol francês e atualmente comentarista do torneio, o time de Luis Enrique terá um grande desafio para manter nesta temporada o futebol que dominou a Europa. “O Paris Saint-Germain, para começar, vai ter que defender o título da Liga dos Campeões, coisa que nunca aconteceu antes (…) A gente sabe que vai ser campeão da Ligue 1, tem grandes chances, mas em termos europeus é a equipe que vai ser caçada. Eles vão ter um status a defender que é o de campeão da Champions (…) Então, vamos ver quais vão ser as consequências disso na Ligue 1”, avalia Felipe. Paixão de € 30 milhões em Marselha Mas o campeonato francês vai além do PSG. Com a chegada de novos reforços, outros times tradicionais podem eventualmente surpreender e fazer frente ao clube de Paris. “Se eu pudesse apontar uma equipe que pode atrapalhar ou pelo menos atrasar um pouco o título do PSG, talvez seja o Olympique de Marselha (…) é um clube que está bem agressivo no mercado de transferências, já trouxe vários jogadores”, destaca Felipe. Para esta temporada, o Marselha fechou com o atacante brasileiro Igor Paixão, de 25 anos, que estava no Feyenoord, da Holanda. Ele chega como a contratação mais cara da história do clube, custando € 30 milhões. O elenco conta ainda com o gabonês Aubameyang, ex-Dortmund e Barcelona, e a promessa inglesa Greenwood, de 23 anos, ex-Manchester United. Recomeço de Pogba em Mônaco Também com caras novas, o Mônaco é outro clube que pode fazer sombra ao PSG. O time do principado aposta em dois nomes conhecidos do futebol europeu: o jovem espanhol Ansu Fati e, principalmente, o meia Paul Pogba, campeão do mundo em 2018 com a França. “No Mônaco, a gente pode destacar o recrutamento, com a chegada do Ansu Fati, que foi do Barcelona, e do Paul Pogba, que ficou mais de um ano e meio sem jogar e está vindo para uma redenção aqui em Mônaco, após uma suspensão longa. O Eric Dier (inglês), que também é um jogador experiente, de Premier League, jogou no Bayern de Munique”, detalha Felipe Saad. Em Mônaco, o francês planeja fazer seu grande retorno ao futebol, após ficar esse período afastado dos gramados cumprindo punição por doping. Na sua apresentação no clube, em julho, ele se mostrou bem emocionado e disse que sonha em voltar à seleção francesa. “Meu foco é jogar, performar e ter prazer em jogar. Voltar para a seleção francesa ainda é um sonho, claro, isso seria um bônus para mim. Mas vou estar focado somente dentro de campo. E só o que me importa hoje. Ainda gosto de dançar, de experimentar novos cortes de cabelo e estilo. Isso não mudou, sou o mesmo Paul Pogba, mas com outra determinação, talvez maior. Hoje estou feliz e me sinto à vontade no Mônaco”, comentou Pogba na época. Paris FC, novo rico do futebol francês Esta temporada, a capital francesa terá uma equipe a mais na elite nacional. O Paris FC é o mais novo clube rico da França e o novo vizinho do PSG, literalmente. Isso porque o time irá mandar seus jogos no estádio Jean-Bouin, que fica exatamente ao lado do Parque dos Príncipes, casa do rival mais famoso. No ano passado, o Paris FC foi comprado pela família Arnault, a mais rica da França, dona da Louis Vuitton. Apesar disso, o projeto do clube promete ser realista, sem extravagâncias financeiras, com foco na formação de jovens atletas. “Paris FC, que é o novo rico da Ligue 1, tem grandes investimentos, uma grande força política em Paris, até com o apoio do brasileiro que a gente admira tanto, o Raí, além da parceira técnica com a Red Bull. Então, o Paris FC pode ser uma surpresa nesta temporada, mesmo tendo subido recentemente da segunda divisão, mas com um orçamento muito coerente… com chances de terminar entre a 8ª e a 13ª posição (...) mas eu creio que essa primeira temporada vai ser de afirmação e de manutenção na primeira divisão”, pontua Felipe Saad, que jogou pelo Paris FC em 2019, além de ter defendido outros seis clubes franceses enquanto ainda atuava, entre 2007 e 2020.. O zagueiro brasileiro Otávio, de 23 anos, que estava no Porto de Portugal, foi um dos contratados do Paris FC para este ano. A pré-temporada foi de adaptação para o jogador, tanto no clube, como na nova cidade. "O grupo me recebeu super bem, o staff e todos os atletas. Como temos um elenco jovem, é melhor para se comunicar, se entrosar, mesmo ainda não falando francês. Mas já estou aprendendo algumas palavras e me sinto bem. O objetivo principal é alcançar os primeiros lugares da tabela e acredito que vamos fazer uma grande competição. Estou muito feliz e muito motivado. É um privilégio estar aqui fazendo parte desse projeto e temos grandes coisas no final da temporada nos esperando", conta Otávio. Craque candidato à Bola de Ouro Se Paris tem o melhor time da Europa, o PSG, tem também o jogador que é a grande estrela da Ligue 1 nesta temporada e candidato a melhor do mundo. “Acho que o Dembélé tem uma grande oportunidade de confirmar que merece o Ballon D'Or”, resume Felipe Saad, ex-jogador brasileiro e comentarista da Ligue 1 na França. O atacante francês é o grande favorito a levar a Bola de Ouro em 2025. Ele foi indicado ao prêmio da revista France Football junto com outros 29 atletas, sendo sete do PSG (incluindo o próprio Dembélé). A rodada de abertura da Ligue 1 começou na sexta-feira (15) e se encerra neste domingo (17), com mais cinco jogos, com destaque para Nantes e Paris Saint-Germain, que se enfrentam às 15h45 (horário de Brasília). Quem vai ser o campeão? Alguém vai surpreender e desbancar o poderoso PSG? A resposta, só saberemos daqui a 10 meses, quando termina o campeonato francês, no dia 16 de maio de 2026.
Ep. 729 - It was a hot day in Denver as the Cardinals and Broncos faced off in a joint practice on Thursday. Defensive lineman L.J. Collier sat down with Paul Calvisi to talk about going up against the Broncos offense, which young players he thinks will step up this season, and how the defensive line can help the rest of the defense. Former Cardinals linebacker Sam Acho breaks down what he saw at practice, and Ron Wolfley joins the show to talk about which players need to shine in Saturday's game against the Broncos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
“Gaza é um cenário apocalíptico”, as palavras são de Raul Manarte, psicólogo e trabalhador humanitário da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), acabado de regressar de uma missão de duas semanas no território palestiniano. Em entrevista à RFI, confirma que diariamente são recolhidas “evidências que suportam a acusação de genocídio: há matança em massa de civis, deslocações forçadas e um comprometimento total das condições básicas de vida”. Apesar do horror, questionado sobre o que mais o marcou nestas duas semanas, Raul Manarte sublinha a “generosidade dos colegas palestinianos”. RFI: Que descrição é que pode fazer de Gaza neste momento? Raul Manarte, MSF: Gaza é um cenário apocalíptico. Há certas zonas em que está tudo completamente destruído. Só há restos de estruturas, destroços. Não se vê verde. Não se vêem árvores. Neste momento, não há acesso a comida suficiente, nem água suficiente, nem medicação suficiente. Portanto, as pessoas na rua, quando nos vêem passar, pedem comida. Os hospitais públicos estão completamente sobrelotados. As pessoas estão no chão. Não há condições de higiene. Estão constantemente sobrelotados por incidentes com vítimas múltiplas devido à distribuição de comida da Gaza Humanitarian Foundation. A organização liderada por Israel e pelos Estados Unidos. Exactamente. Só em sete semanas, só nas nossas instalações, vindos desses sítios de distribuição de comida, nós registámos 1.300 feridos, 28 mortos, 70 crianças baleadas. No meu último dia estive com duas crianças paralisadas, que vieram desses locais e os tanques abriram fogo sobre a multidão. Há efectivamente a abertura de fogo, ou seja, tiros contra pessoas que vão buscar comida? Exactamente, como lhe disse, atendemos 1300 pessoas feridas e 28 mortas em sete em sete semanas. Temos muito mais do que isso. Mas, este estudo refere-se a sete semanas. E 70 crianças baleadas. Como é que se curam estas pessoas? Que tratamento é dado? Esse tratamento é suficiente para que uma grande parte não acabe por falecer? Não, não é suficiente. Não há medicação suficiente. Nós estamos envolvidos na cirurgia ortopédica e no tratamento de queimaduras. Mas, por exemplo, a evacuação médica é uma coisa que é extremamente difícil. Há pessoas que estão na lista de espera há seis meses para sair de Gaza, que precisam de tratamentos que não estão disponíveis lá dentro e isso não acontece. Depois, nestes hospitais públicos, as altas são muitíssimo antecipadas porque estão sempre pessoas a entrar. Portanto, as pessoas saem do hospital sem estarem em condições para ter alta e com risco altíssimo de terem infecções. Porque cá fora, toda a gente a viver em tendas, está toda a gente aglomerada num pequeníssimo espaço que não é de evacuação obrigatória. Mesmo este espaço é atacado e bombardeado e não há comida. Portanto, nós no norte, nas nossas instalações, temos mais de 300 crianças, mais de 500 grávidas com malnutrição moderada a severa. A questão da fome é uma questão que tem sido muitas vezes defendida por Israel, que diz ser propaganda por parte do Hamas. Você esteve no terreno. A fome é uma realidade em Gaza? Sim, sim. E não é uma opinião, uma visão. Acabei de dar evidências. Nós temos mais de 300 crianças, mais de 500 mulheres grávidas em malnutrição moderada a severa, só nas nossas instalações em Gaza City. E já havia em Novembro. Já agora, um aparte enquanto cidadão, [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel] tem um mandado de captura pelo ICC [Tribunal Penal Internacional] por causa de usar a fome como arma de guerra. As leis da guerra não são respeitadas. Não, não são. Nós coleccionamos evidências que suportam a acusação de genocídio todos os dias: matança em massa de civis, deslocações forçadas, um comprometimento total das condições básicas da manutenção da vida, como é a falta da entrada de alimentos ou de água, de medicação ou de combustível. Aqui também há a guerra das palavras. Acaba por ser, muitas vezes, criticada a utilização da palavra genocídio por ser demasiado forte e apontam-se, muitas vezes, o dedo a quem utiliza este vocábulo por não saber o que é verdadeiramente um genocídio. Você acaba de a utilizar. É isso que efectivamente se passa em Gaza? Eu acabei de dizer que nós testemunhamos todos os dias evidências que suportam essa afirmação. Onde é que os humanitários estão no meio disto tudo? Há comida que chega aos humanitários? De alguma forma são protegidos quando há bombardeamentos? Já morreram mais de 500 trabalhadores humanitários, mais de 1.300 profissionais de saúde. Só dos Médicos Sem Fronteiras morreram 12 colegas. A comida do staff internacional também é muito mais reduzida. Temos de ser nós a levá-la para dentro, nossas malas, porque não há. Os corredores humanitários não estão abertos para ninguém. Mas há comida fora da fronteira, pronta para ser entregue. Há toneladas e toneladas de comida e a organizações capazes e experientes para fazê-lo, como a WFP [Programa Alimentar Mundial] das Nações Unidas, que sabem que são precisos 500 ou 600 camiões diários, para entrar, e isso é perfeitamente possível. É só preciso que as forças israelitas o permitam. Quanto tempo é que esteve em Gaza? Da primeira vez, estive um mês e meio. Desta vez, estive só duas semanas. Quando foi a primeira vez? Novembro e Dezembro. Notou uma degradação no terreno? Completamente. A destruição é cada vez maior. A moral das pessoas é cada vez menor. E a questão das condições básicas - da comida, da água e da medicação - está muitíssimo pior. O seu trabalho tem a ver com a saúde mental. Depreendo que os traumatismos vão ficar para o resto da vida destas pessoas e não são tratáveis em duas semanas. Quais são as grandes questões que lhes chegam e como é que se responde a essa procura? Antes de dar minha resposta, só quero dizer que a nossa resposta - de saúde mental, e saúde física - nunca vai ser eficaz neste contexto. As pessoas se não tiverem o comer, se não tiverem protecção, se estiverem constantemente a ser deslocadas e (re)traumatizadas, nunca, nunca vão recuperar. Vão continuar a piorar. Os casos que nós temos têm muita sintomatologia traumática: crianças que chegam e não falam, pessoas que estão em choque psicológico ou que estão completamente isoladas, que não conseguem funcionar, têm flashbacks, estão a reviver o que aconteceu no dia em que perderam a perna ou que perderam a mãe ou que perderam o filho, que não interagem… A intervenção psicológica tenta melhorar um pouco estes sintomas, aumentar o funcionamento das pessoas, voltar a conectá-las, um bocado, com a vida e com os outros. É isso que tentamos fazer. Vai ser sempre insuficiente e vai ser sempre limitado, porque as pessoas não estão em segurança, não têm o que comer, não têm acesso a medicação suficiente e não sabem se vão estar cá amanhã ou se os familiares vão cá estar amanhã ou não. Todos os dias nós temos elementos do staff que faltam, porque foram ao funeral de um familiar. Como disse, 12 dos nossos colegas nunca mais voltaram e é sempre um medo que temos ao chegar ao hospital de manhã é se alguém vai faltar, faltar para sempre. O facto de os jornalistas também não serem poupados nesta guerra acaba por fomentar a guerra de palavras e a guerra de imagens, de um lado e do outro. Ainda estava em Gaza quando os jornalistas da Al-Jazeera foram mortos. Como é que recebeu essa notícia? O que é que sentiu? O que é que a população disse? Teve um impacto muito maior para a população do que para mim, pessoalmente. Porque para a população, aquele jornalista [Anas al-Sharif] era um símbolo, era uma voz muito importante. Para mim, há tanta barbaridade há tanto tempo… Nós tivemos de sair do nosso hospital em Nasser, em Março, porque foi repetidamente atacado. As instalações da ONU foram atacadas, instalações da Cruz Vermelha foram atacadas, colegas nossos foram mortos, Colegas internacionais da World Central Kitchen foram mortos. Nós atendemos miúdos baleados na cabeça, nas costas, todos os dias. Portanto, ninguém está seguro dentro de Gaza e não há nenhum sítio seguro. Mas uma guerra sem jornalistas acaba por ser uma guerra onde cada um faz o que quer, sem o olhar do mundo. Sim, exactamente. Acho que os jornalistas deveriam entrar. Já há evidência recolhida por organizações neutras e humanitárias, mas precisamos de jornalistas lá dentro. Precisamos do máximo de olhos lá dentro para perceber o que se passa, para que possa haver um cessar-fogo, o mais rapidamente possível, e para mudar a narrativa. Porque esta narrativa de que ‘ou és a favor dos reféns israelitas, ou a favor dos palestinianos' está a matar pessoas. Não é assim que nós pensamos. Nós somos a favor do cessar-fogo e a favor de salvar todas estas vidas, seja qual for o lado da fronteira de onde vêm. Até porque o seu trabalho é o mesmo, independentemente do local. Estou a fazer este trabalho na Palestina, mas podia estar a fazer em Israel, fiz na Ucrânia, mas podia ter feito na Rússia. Fiz com os Dinka e os Nuer no Sudão do Sul, mas podia ter feito com outra etnia. É igual! E sinceramente, até é fácil quando se está cara a cara. É difícil quando se está longe, porque há narrativas que envenenam. Nestas duas semanas há algum caso que o tenha marcado mais? O que me marca mais - isto pode ser estranho - é a gentileza e a bondade dos meus colegas. Como é possível estarem nas condições em que estão - perder a família todos os dias, não poderem sair de Gaza, estarem todos muito mais magros, é extremamente difícil arranjar comida, depois há o calor calor absurdo - e têm a maior paciência e bondade com os miúdos ou com os pacientes que estão aos berros com as dores ou que estão em choque porque perderam a mãe. E isso para mim é impressionante, porque eu acho que não conseguia. Como é que consegue arrumar todo o horror que vê nestas missões para que esteja mentalmente saudável? Acho que a experiência ajuda muito. São várias missões e a experiência vai calibrando as expectativas, não só do que é que vamos ver, mas do real impacto que conseguimos ter. E isso vai ajudando. Depois, cada pessoa tem os seus métodos para gerir isso com o seu autocuidado. E às vezes não sabemos lidar e ficamos mal. E depois ficamos bem outra vez. Pensa voltar a Gaza? Acho provável que me chamem novamente. Portanto, é provável que aconteça.
As part of our great recall coverage in Taiwan, on July 25th the day before the vote to recall 24 Kuomintang (KMT) legislators, we sat down to interview A-Mei the spokesperson for the Shān chú wēi hài (山除薇害) recall group. We talked about why she got involved in the recall effort, how she got doxed by the Kuomintang (KMT) and how the recall effort was supported by overseas Taiwanese in over 38 cities from over 20 different countries. We previously interviewed three recall campaigners from this group- Carol, Eric and Acho in episode 316. We were also with A-Mei and the recall group on the day of the recall vote July 26th to watch the results of the recall vote. Special thanks to Mei-Ling Lin for her translation assistance. Related Links:
En el PPP de hoy arrancamos con lo último en el caso de la quiebra de la AEE: la jueza Laura Taylor Swain paraliza todos los plazos procesales tras los despidos masivos en la Junta de Supervisión Fiscal. Hablamos de lo que significa esta movida, de las reacciones de La Fortaleza y de la posible sustituta que ya tiene Trump para Mujica. También analizamos la nueva y curiosa estrategia de influencers de La Fortaleza: pastores en el Salón de los Espejos, la “manosfera” boricua codeándose con la Gobernadora y la estética política hecha Instagram Story. Al final, un Trumpwatch: Trump quiere usar el Ejército para luchar contra los narcos. Canceló las “cinco cosas” semanales en el gobierno federal. Recontrata a empleados en NOAA tras sus propios recortes. Y bota al comisionado del IRS, convirtiéndose en el sexto jefe del departamento despedido este año. Además, comentamos el revuelo con Molusco y los anuncios de LUMA, el drama en la WNBA con los “juguetes” en las gradas, y el eterno debate sobre si el turismo ya saturó a Puerto Rico (spoiler: todavía no, ni cerca). Si fueras integrante de nuestro Patreon, hubieras escuchado este episodio el viernes. Únete ahora en patreon.com/puestospalproblema! Presentado por
A Suécia sedia nesta semana o Europe Smash, campeonato de tênis de mesa que faz parte do circuito mundial da WTT, a confederação internacional da modalidade. O Brasil vai estar presente representado por quatro atletas: Bruna Takahashi, Laura Watanabe, Vitor Ishiy e Hugo Calderano, atual número 3 do mundo. Renan Tolentino, da RFI, em Paris Uma das melhores mesa-tenistas brasileiras da atualidade, Bruna Takahashi chega em boa fase para disputar a competição, que pode dar pontos importantes para o ranking geral. “Venho tendo um período muito bom na minha carreira, estou jogando muito bem. Meu objetivo agora é conseguir manter essa regularidade e estou conseguindo, para atingir um bom nível nos campeonatos que vêm pela frente, como o Smash, o Champions… Então, gostaria de manter o nível que estou jogando e ir melhorando passo a passo, para conseguir performar bem nesses campeonatos maiores”, projeta a atleta. Recentemente, Bruna subiu para a 19ª posição do ranking mundial feminino, após chegar às oitavas de final do WTT de Foz do Iguaçu, que aconteceu no último fim de semana. Ela é uma das duas únicas atletas não asiáticas no top 20, feito que volta a alcançar depois de 2022. Além de dar confiança e contribuir para a saúde emocional da atleta, a boa posição no ranking pode fazer com que ela se livre de encarar adversárias mais difíceis logo nas primeiras rodadas do campeonato. “Fiquei muito feliz de ter entrado novamente, por mais tempo desta vez. Com certeza, um dos meus objetivos é me manter, porque é difícil chegar e ainda mais difícil de manter no top 20, ainda mais com várias jogadoras boas, como as asiáticas também. Então, ser a segunda não asiática me deixa ainda mais motivada para conseguir subir mais e mais. E, claro, passo a passo, eu espero conseguir atingir o top 10”. Dupla com Hugo Calderano Bruna vai disputar o Europe Smash em duas categorias: na individual e nas duplas, ao lado de Hugo Calderano. Juntos, eles também aparecem bem ranqueados. Bruna e Hugo entraram recentemente na lista das 10 melhores duplas. Focada, a brasileira aponta o caminho para seguir evoluindo. “A gente foca bastante primeiro individualmente, para que nós dois estejamos nos sentindo bem individualmente para a gente conseguir performar bem como dupla. A gente preza bastante por isso primeiro”, conta Bruna. “É importante você se sentir confiante, mesmo não tendo uma rotina de treinamento entre um campeonato e outro. Não só o mental, mas o físico também é muito importante, acho que essas duas coisas se relacionam muito, porque você tem que tomar muito cuidado com o corpo, saber até onde você pode se esforçar mais”, pondera a atleta. Assim como Bruna, seu parceiro de raquete vive um excelente momento desde as Olimpíadas de Paris, quando Hugo Calderano alcançou o quarto lugar. De lá para cá, ele decolou, chegando entre os três melhores do planeta. Em abril, Calderano foi campeão da Copa do Mundo, disputada em Macau, entrando para a história como o primeiro jogador das Américas a vencer a competição. E, na semana passada, ele faturou o WTT de Foz do Iguaçu, seu terceiro título consecutivo no circuito mundial de tênis de mesa. “Honestamente, se a temporada acabasse hoje eu estaria feliz da vida com meus resultados. Mas é claro que eu quero sempre mais, tenho muita ambição. Vou tentar continuar subindo ainda mais no ranking. Claro que é muito difícil, só tem mais duas posições. Seria sensacional atingir a segunda posição, ou até ser número 1 do mundo. Acho que é um objetivo, é um sonho, que está um pouco distante, mas nem tanto, já mostrei que consigo jogar nesse nível. Mas também não coloco nenhuma pressão em mim mesmo”, disse Hugo em entrevista ao canal da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM). 'Momento histórico' Como uma boa companheira, Bruna comemora as conquistas de sua dupla. Para ela, os feitos dos atletas brasileiros refletem no aumento da popularidade do tênis de mesa no Brasil. “É um momento histórico e muito importante para o nosso esporte. Isso me deixa muito feliz, porque mostra que nos somos capazes de crescer no nosso esporte e a gente traz ainda mais visibilidade. Depois de muito tempo jogando, o Hugo alcançou um resultado inédito e histórico para o Brasil e isso atingiu um público enorme também (...) isso foi muito bom para o nosso esporte. Em Foz (do Iguaçu), a capacidade do ginásio era para 800 pessoas, mas acho que se coubessem 2 mil iria lotar. Me deixa muito feliz saber que o nosso esporte está crescendo e se tornando mais popular”. Com os brasileiros Bruna Takahashi, Hugo Calderano e companhia, o Europe Smash começa na quarta-feira e vai até o dia 24, em Malmo, na Suécia.
Neste episódio reflito sobre algo que tem me incomodado bastante: umas frases que escutamos de mulheres heterossexuais que, aparentemente elogiando mulheres, acabam revelando camadas bem mais profundas de nossa sociedade.Sabe aquela clássica? "Acho mulheres lindas, mas não teria coragem de fazer algo com ...." Já ouviram por aí? Pois é, vamos destrinchar o que realmente está por trás dessas falas.Compartilho algumas teorias sobre o que pode estar acontecendo quando escutamos isso desde questões de descoberta sexual até reflexos da misoginia internalizada que nos ensina a odiar nossos próprios corpos. Mandem suas experiências, quero muito saber se vocês já passaram por isso também!
O mundo assinala nesta quarta-feira, 6 de Agosto, os 80 anos do bombardeamento nuclear norte-americano sobre a cidade de Hiroshima que precipitou a rendição do Japão e o fim da guerra no Pacífico. Um acontecimento trágico - com mais de 100 mil mortos e impactos duradouros na saúde e no ambiente - que mudou para sempre a História. Num contexto de apelos ao abandono das armas nucleares e das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, António Sá Fonseca, especialista em Física Nuclear, denuncia o "abuso perpetrado pelos países que possuem armamento nuclear" e alerta para a necessidade de se estabelecer uma “ordem mundial mais estável”. Em 6 de Agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba atómica sobre a cidade de Hiroshima, matando cerca de 140 mil pessoas. Três dias depois, uma bomba idêntica atingiu Nagasaki e matou mais 74 mil. Oitenta anos depois, que memória resta desta tragédia nuclear? É uma memória trágica. Quem visita o museu de Hiroshima percebe que foi uma tragédia imensa. Corpos derretidos, queimados, uma área enorme dizimada pela explosão da bomba nuclear. Essa realidade está bem patente no museu. Acho que é uma visita que todos os líderes mundiais deviam fazer, para terem noção do sofrimento e da desgraça que esse acontecimento representou. É uma bomba que atinge todos. Atinge os socorristas, os médicos, a população, os militares... É algo indiscriminado que paralisa completamente uma cidade, num raio que depende agora da potência da bomba. Pode ir dos cinco quilómetros aos 20, ou mesmo 50, conforme a potência. Hoje em dia, é algo perfeitamente devastador. Um acontecimento trágico que mudou para sempre a face do mundo. Este episódio acabou por determinar as futuras relações internacionais? Sim, para o bem e para o mal. As bombas nucleares são dissuasoras. De certa maneira, quem as possui consegue dissuadir os seus opositores de atacar, porque sabe que pode responder com armamento nuclear. Por outro lado, cria uma certa dose de impunidade para quem as tem. Isso está bem patente na guerra entre a Ucrânia e a Rússia, ou mesmo nas tensões entre Israel e Teerão. Na realidade, o Irão sabe que só será respeitado se tiver armas nucleares, e Israel não quer que o Irão as tenha - quando, na verdade, Israel já possui várias. Isto torna o mundo aparentemente instável e, de certa forma, perigoso. Oitenta anos depois do bombardeamento nuclear de Hiroshima e Nagasaki, o mundo parece fazer tábua rasa deste acontecimento, com vários países a modernizarem o seu armamento nuclear. A guerra da Rússia contra a Ucrânia contribuiu também para esta escalada? Acho que sim. Quem tem armas nucleares acha que tem poucas. A China, por exemplo, resolveu aumentar o seu arsenal. A Coreia do Norte fez o mesmo, porque sente necessidade de proteger o seu regime. E os países que não têm perguntam-se se também não deviam ter. Durante a governação de Biden, notou-se algum receio em escalar o apoio à Ucrânia, justamente por medo de que a Rússia pudesse usar armas nucleares e desencadear uma catástrofe global. Ainda recentemente se voltou a falar dessa escalada com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o antigo chefe de Estado russo, Dmitri Medvedev... Entre Donald Trump e Dmitri Medvedev, trata-se de golpes de teatro - e nem sempre se percebe bem onde começa o teatro e onde acaba. Mas sim, o mundo está cada vez mais complicado. Há ainda as tensões no Indo-Pacífico - Taiwan, Mar do Sul da China - que colocam os Estados Unidos e a China em rota de colisão. O risco de um conflito nuclear é hoje uma realidade? Eu não gostaria de pensar nisso, porque essa possibilidade representa o fim da humanidade. Se, por acaso, os Estados Unidos, a China ou a Rússia começarem a lançar bombas nucleares, a civilização poderá ficar altamente comprometida. Depois de se lançarem várias bombas nucleares, gera-se um inverno nuclear -durante meses, ou até anos, a Terra deixa de receber luz solar, porque uma nuvem de poeira bloqueia o Sol. Isso impossibilita a produção de alimentos e o cultivo da terra. Há ainda a questão radioactiva, que afecta as populações que forem alvo dos ataques. É urgente estabelecer-se um novo acordo para eliminar totalmente as armas nucleares ou, pelo menos, criar uma ordem mundial mais estável. Porém, vejo uma certa instabilidade, com países a abusarem do facto de possuírem armamento nuclear, acreditando que não podem ser atacados. Há aqui uma guerra de medo e de contenção. Estas ambições desafiam também o regime da não-proliferação de armas nucleares? Sim, o regime de não-proliferação pode ficar cada vez mais comprometido. O Paquistão, por exemplo, foi em tempos acusado de ajudar a Coreia do Norte a desenvolver armas nucleares. Esta regra da não-proliferação pode ser contestada por alguns países. O Irão, desde sempre, defende o seu direito a possuir a bomba nuclear. Apesar de as autoridades iranianas negarem, sabe-se que tinham um programa que poderia conduzir à construção de uma arma. Há também o equilíbrio nuclear entre a Índia e o Paquistão, que continua frágil, especialmente com os episódios de violência na Caxemira. Como se define o direito a possuir armamento nuclear? Porque é que uns países podem tê-lo e outros não? É uma situação instável. Quem tem a bomba nuclear não quer que outros tenham. Mas como impedir o uso do nuclear para fins pacíficos - por exemplo, na medicina ou na produção de energia? Quem tem centrais nucleares precisa de combustível. Esse combustível é enriquecido a 3 ou 4%. Já para armamento nuclear, é necessário enriquecê-lo acima dos 90%. O processo exige uma estrutura tecnológica complexa, com centrifugadoras para atingir concentrações elevadas de urânio-235 e, eventualmente, alcançar a "críticalidade" necessária para produzir uma bomba. Mas essa é uma decisão que deveria ser tomada ao nível das Nações Unidas - embora, depois, possa ser quebrada por acordos bilaterais, secretos ou oficiosos. No mundo em que vivemos, não sei como se atinge um novo equilíbrio. Seria preciso muito bom senso, uma nova ordem na Rússia, eventualmente no Irão e também nos Estados Unidos. Com a emergência de eliminar os combustíveis fósseis, alguns países estão a retomar os planos para investir em energia nuclear - como a França, a Dinamarca e até o Japão. Os acidentes de Chernobyl (1986) e Fukushima (2011) mostraram os riscos. Os países estão conscientes desses perigos ou a energia nuclear é, de facto, uma opção viável? É uma opção viável para países grandes, com elevadas necessidades energéticas e que querem descarbonizar. No Japão, seria complicado apostar apenas em energia eólica ou solar, por causa da geografia e das convicções ambientalistas - o país tem uma grande ligação à natureza. Assim, as centrais nucleares surgem como uma hipótese. O Japão está, de facto, a reabrir algumas que foram encerradas após Fukushima. As autoridades estão a rever todos os sistemas e protocolos de segurança, tal como se fez na Europa e na América, com os chamados testes de stress a eventos externos súbitos. O objectivo é aumentar a segurança e a robustez das centrais. Mas ainda recentemente vimos um sismo, com alerta de tsunami, a ameaçar novamente o Japão. Sim, mas hoje em dia as centrais nucleares têm suficiente robustez para resistirem a certos fenómenos. Construíram-se muros mais altos, para que os sistemas de arrefecimento não fiquem vulneráveis a inundações -que foi, precisamente, o que causou o desastre de Fukushima. Na altura, a barreira construída era demasiado baixa, por razões financeiras, e mesmo assim a central recebeu autorização para funcionar. O problema não foi provocado pelas ondas em si, mas a falha no sistema de arrefecimento. Foi, claramente, uma falha do órgão regulador japonês. Hoje, as centrais são mais robustas, e as futuras ainda mais - com sistemas que impedem o sobreaquecimento, ou que desligam automaticamente, garantindo segurança mesmo em caso de falhas.
En este episodio de Café en Mano Podcast, converso con Quique Rivera, fundador de Acho Studio y pionero del stop motion en Puerto Rico. Quique ha trabajado para Marvel (WandaVision), Netflix (Big Mouth), Adult Swim (Rick & Morty) y, por supuesto, fue el creador del famoso sapo concho en los conciertos de Bad Bunny. Hablamos sobre sus inicios, los retos de crear arte desde Puerto Rico, anécdotas con grandes clientes, la magia (y los dolores de cabeza) del stop motion y el futuro de la animación con inteligencia artificial.¿Quieres saber cómo se logra animar para Marvel desde la sala de tu casa? ¿O cómo se puede poner el nombre de Puerto Rico en la industria global de la animación?Escucha esta historia de creatividad, pasión y mucha autogestión.Sigue a Quique Rivera y Acho Studio:IG: @achostudio | achostudio.comEscucha el episodio completo, suscríbete y comparte!#AchoStudio #QuiqueRivera #CaféenManoPodcast #StopMotion #PuertoRico #BadBunny #Marvel00:00 Intro y agradecimientos01:40 ¿Qué es el stop motion? Explicado fácil07:10 Los orígenes del cine y la animación10:40 El inicio de Quique en la Yupi y su amor por la fotografía/escultura18:50 Cómo inventó una técnica de silicón en PR y la validó en EE.UU.26:30 Maestría en CalArts y la importancia de autogestionarse34:20 Creando Acho Studio: del freelance al negocio internacional38:50 WandaVision: cómo llegó Marvel y la experiencia tras bastidores46:40 Big Mouth y trabajar a distancia durante la pandemia51:40 La colaboración con Adult Swim y Rick & Morty53:45 La historia del sapo concho y el “Que tú te crees”01:03:59 Los retos de animar para Bad Bunny y hacer historia en PR01:08:40 El futuro del stop motion vs. inteligencia artificial01:14:14 Definiendo el éxito y cierre
O artista angolano, Binelde Hyrcan, nome incontornável da arte contemporânea angolana, regressa ao centro das atenções com um feito simbólico: a sua video-instalação Cambeck passou a integrar a coleção permanente do Brooklyn Museum, em Nova Iorque. A obra, criada em 2010, quando ainda era estudante, ganha agora nova vida e significado num dos maiores museus do mundo. Em entrevista, o artista revela-nos as raízes, os contextos e as metáforas por trás desta peça feita de areia, palavras e sonhos infantis. “Queria contar um pouco da minha história”, começa por explicar Binelde. “Na altura eram temas não muito positivos, porque muita gente onde eu vivia estava a ser enviada para uma outra zona que é o actual Zango.” Foi neste ambiente de deslocação e incerteza que surgiu Cambeck, uma instalação onde quatro crianças brincam na areia, desenhando com palavras e gestos os contornos de um futuro idealizado. “Peguei nessas crianças, porque são as mais reais. Acho que elas transmitem mesmo a realidade, também a pureza do contexto que estavam a viver”, descreve. O vídeo, apesar de ter mais de uma década, permanece de uma actualidade inquietante. “O tema abordado é a imigração. Muitos de nós africanos temos o sonho de atravessar o Mediterrâneo ou o Atlântico para ir para a América”, conta. “E hoje estamos a viver um parêntese muito triste, ao meu ver, com os imigrantes nos Estados Unidos que são reenviados para os seus países de origem, onde não têm quase nenhuma raiz”. Cambeck surge, assim, como uma denúncia subtil e poética, mas também como um espelho da realidade global. “Os miúdos sonham naquela América… E nós todos já conhecemos como é que está a ser a realidade para essas pessoas que têm sonho”. Ao filmar crianças a conduzirem sonhos numa viatura imaginária desenhada no chão, com areia, Binelde Hyrcan criou uma metáfora sobre desigualdade social. Questionado se a arte pode ser um veículo real de mobilidade ou apenas um espaço de evasão, responde: “A arte é como um colete à prova de bala. Hoje estamos a ver a guerra na Palestina, e pouca gente reage sobre essa situação, também por causa da falta de disseminação cultural. [...] Se amanhã alguém tentar bombardear o Rio de Janeiro, todo o mundo dirá: ‘Não, meu Deus, é o país do Neymar, do samba'. Mas se falarmos da Palestina… é só mais um morto”. Binelde Hyrcan defende a cultura como “colector verbal”, um escudo contra a indiferença e a violência. “Hoje, sei que há um ponto dentro daquele museu onde se diz Angola, onde se vão ver aqueles miúdos a brincarem com um potencial incrível. E vamos talvez descobrir que também nesse país há vida simplesmente”, sublinha. O artista, conhecido por obras provocadoras como As Galinhas Imperiais ou os célebres “tronos de excremento”, mistura o absurdo, a crítica e o humor como estratégias de resistência e esperança. “A ironia é a última coisa a morrer”, acrescentando que acredito "no povo africano, acredito na juventude africana. Lanço o apelo para que nos mantenhamos juntos e solidários, porque é a única forma que temos de fazer algo”. Fazer arte em Angola, admite, é um desafio: “Se não fosse difícil, não teria mesmo poesia. Nasci em tempo de guerra e hoje tenho um olhar diferente perante a sociedade, perante a vida. Vamos tentar tirar aquele lado positivo das derrotas que às vezes temos enquanto crianças.” Além do sucesso internacional com Cambeck , Binelde Hyrcan acaba de inaugurar em Luanda a sua escultura Yellow Dream, uma composição de bidões e balões amarelos que simboliza o sonho e a resistência. “Quando vemos balões no chão é porque a festa acabou. Mas os balões deveriam estar no ar. É como se dissesse: ainda há um problema a resolver. E o sonho continua”. Actualmente a preparar uma grande exposição no Palais des Papes, em Avingnon, para 2026, onde voltará a apresentar Cambeck , o artista angolano antecipa também o lançamento do seu livro sobre a caminhada épica que fez, a pé, entre Lisboa e Paris. “A cultura é uma plataforma onde as pessoas esquecem o mal”, acredita com convicção.
On our first day in Taiwan July 25th we went into the streets of Taipei where recall campaigners from the the Shān chú wēi hài (山除薇害) recall group were doing a last minute push asking people to get out and vote for the recall of 24 KMT legislators on July 26th. Related Links: https://talkingtaiwan.com/first-day-in-taipei-day-before-the-great-recall-ep-320/ We previously interviewed 3 recall campaigners from this group- Carol, Eric and Acho in episode 316. Eric explaining the meaning behind the recall group's name. Later that day we sat down to interview A-Mei the recall group's spokesperson who was doxed by the Kuomintang. We will be releasing our full interview with A-Mei at a later date so stay tuned for that. We ended the night at a recall campaign rally so spirited that you'd never guess that we were all standing in the pouring rain getting soaked. Related Links: https://talkingtaiwan.com/first-day-in-taipei-day-before-the-great-recall-ep-320/
No jogo disputado na sexta-feira (25) no estádio do Independiente Del Valle, em Quito, no Equador, a seleção brasileira empatou em zero a zero contra a Colômbia em partida válida pela última rodada da fase de grupos da Copa América feminina de futebol. O resultado garantiu o primeiro lugar do grupo B para o Brasil, que agora vai encarar as uruguaias na semifinal de terça-feira (29) sonhando com uma vaga na final, programada para acontecer no próximo sábado, dia 2 de agosto. Marcio Arruda, da RFI em Paris Na partida contra as colombianas, a seleção entrou em campo com um time bem diferente daquele que venceu o Paraguai na rodada anterior. Apenas quatro jogadoras, que normalmente são titulares, começaram o jogo. Aos 22 minutos do primeiro tempo, o Brasil sofreu um baque. A goleira Lorena, do Kansas City, foi expulsa pela árbitra peruana Milagros Arruela após ter desviado o chute de Linda Caicedo com o cotovelo fora da área. Pelas regras do futebol, Lorena recebeu o cartão vermelho e deixou a seleção brasileira com uma jogadora a menos. A atacante Johnson, do Corinthians, foi substituída pela goleira reserva Cláudia, do Fluminense. Depois do jogo, a meia Angelina disse que a partida diante das colombianas “foi muito difícil, pois a gente esperava um jogo bem equilibrado pela qualidade da Colômbia”. A brasileira que também veste a camisa do Orlando Pride disse que, apesar de o Brasil ter tido uma jogadora expulsa, a seleção se superou. “No primeiro tempo, a gente estava entendendo como conduzir o jogo. Já no segundo tempo, a gente dominou boa parte da partida e ainda tivemos mais chances para fazer gol do que elas. A nossa equipe está de parabéns. Mostramos muita raça e disposição e conseguimos fazer um bom jogo.” O Brasil fechou sua participação na fase de grupos da Copa América feminina com este empate contra a Colômbia e três vitórias: 2 a 0 na Venezuela, 6 a 0 contra a Bolívia e 4 a 1 nas paraguaias. Brasil está na prateleira mais alta do futebol mundial Arthur Elias, treinador brasileiro, não fez segredo quando perguntado sobre a forma de a seleção jogar. “Este é o jeito que eu acredito que é mais eficiente de trabalhar. Tudo dentro da mentalidade das jogadoras brasileiras e da minha identidade de treinador. Acho que todo mundo está se sentindo confiante para jogar", avalia. Para o técnicco, as jogadoras "também têm entendido as variações que a gente faz. É um time que procura ser o mais imprevisível possível para o adversário, acrescentando que também há "recursos do ponto de vista técnico e, da minha parte, da organização tática da equipe". Arthur Elias acredita que "hoje, a gente tem um futebol que chama atenção pela ofensividade, pela objetividade e pela qualidade das jogadoras. A gente fez grandes jogos contra as melhores seleções do mundo. Os resultados mostram que o Brasil está na mais alta prateleira do futebol mundial. Com certeza, o Brasil vai seguir assim na competição”. Uruguai no caminho da final O Brasil, que ficou com o primeiro lugar do grupo B, agora vai enfrentar o Uruguai numa das semifinais da Copa América feminina. Na outra semifinal, a Argentina vai encarar a Colômbia. A partida contra o Uruguai está marcada para próxima terça-feira no estádio Casa Blanca, casa da LDU, em Quito. O técnico da seleção projetou o duelo contra as uruguaias e afirmou que não existe partida fácil. “O Uruguai fez uma boa primeira fase e mereceu passar para as semifinais. Este time do Uruguai tem jogadoras com muita velocidade, inteligência de movimentação e uma marcação individual bem agressiva. Então, é uma equipe que eu vou estudar melhor agora. Mas a verdade é que elas têm todo mérito e vai nos trazer dificuldades nesta semifinal', afirmou. A meia Ary Borges, do Racing Louisville, também falou que agora o foco é no Uruguai. “Vamos ver o que o Uruguai vai nos propor. Independente disso, acho que a gente continua a nossa preparação. O nosso objetivo maior é chegar à final. Tem alguns detalhes que a gente precisa ajustar. Temos tudo para fazer uma boa partida e cumprir um dos outros nossos objetivos, que é chegar à final, conquistar a vaga para as Olimpíadas e sermos campeãs”, revelou Ary Borges. Marta perto de mais uma final Uma das maiores jogadoras da história do futebol feminino, Marta, que já conquistou três vezes a Copa América, está a um jogo de disputar mais uma final. O técnico Arthur Elias destacou a importância da veterana no grupo da seleção. “É um privilégio para mim poder treinar a melhor jogadora de todos os tempos. Algo incrível. Ainda mais ela sendo a pessoa que é. Ela ajuda cada jogadora e todas as integrantes do nosso grupo. Talvez esta seja a última Copa América dela. Então, a gente tem de aproveitar e desfrutar. E também, claro, ajudá-la dentro de campo”, declarou o treinador brasileiro. O técnico do Brasil também falou da evolução da Copa América feminina nos últimos anos. “A gente via uma disparidade muito grande entre algumas seleções. Em termos físicos, por exemplo, só de olhar, a gente já percebia que a atleta não tinha uma condição ideal de treinamento. Hoje, a gente vê várias atletas sul-americanas jogando fora de seus países, em boas ligas na Europa, Estados Unidos e no Brasil. Além disso, a gente vê um crescimento tático também. Isso também mostra a competitividade da Copa América”, explicou Arthur Elias. Esta é a décima edição da Copa América feminina. Atual campeão, aliás, tetracampeão, o Brasil tem oito títulos. A única vez que as brasileiras não conquistaram a Copa foi em 2006, quando a Argentina venceu o torneio. A torcida dos brasileiros, claro, é para que o Brasil alcance no próximo fim de semana a nona conquista da Copa América.
Eu não compro nenhum jogo recente, tirando o Fifinha, que estava R$ 120, porque eu acho que R$ 200, uma vez assim, me dói, me dói na alma. Daí, antes de entrar no grande assunto do Switch 2 que ficaram falando, o Alê trouxe uma questão da morte nos jogos, com esse jogo que eu já esqueci, porque eu ouvi 50 áudios em algumas horas, então já me perdi, mas ele trouxe a questão da morte e de como você lida com a morte no jogo, que seriam esses fantasmas que falam com você. Eu lembrei de um jogo de detetive, e o jogo chama Gunpoint. É um jogo muito gostosinho de jogar, eu sempre quis indicar para jogar no Ludens, mas ele só tem, acho que pra pessoa, mas ele é muito divertidinho, tem bom humor e tal. E daí você tem que investigar uma morte, e você vai entrando nessa investigação, e você pode matar os guardas que estão protegendo as informações, e no final bate uma estatística assim, pra resolver uma morte você matou uma, zero, uma, duzentas pessoas. Então ele ironiza justamente esse movimento do jogo, dessa banalização da morte, eu acho isso muito interessante de mencionar no Diálogo infinito sobre games via WhatsApp.Com João Varella, Alexandre Sato, Thomas Kehl, Marcos Kiyoto, João R e Marina Andreoli2 analógicos
Baratas em casa de Nuno Markl e drama com um vestido.
Faz 40 anos que ocorreu o maior concerto de caridade de sempre - angariou cerca de cem milhões de libras esterlinas para as vítimas da fome na Etiópia. Acho que ainda é o recorde.
Have you heard about the great recall movement that's happening in Taiwan? What's it all about? Related Links: https://talkingtaiwan.com/the-great-recall-movement-effort-in-taiwan-boots-on-the-ground-ep-316/ 24 lawmakers, or legislators from the Chinese Nationalist Kuomintang KMT party are being put up for a recall vote. I don't think the world has ever seen anything like this happen on a national level in a democracy- 24 lawmakers being recalled from office, and that number is likely to be even higher at the time that this episode gets released. It's truly unprecedented! This recall vote certainly didn't happen overnight. It was through dedicated grassroots efforts, of the everyday people of Taiwan. Questions have been raised as to whether the recall efforts are a partisan politically motivated effort on the part of the Democratic Progressive Party to oust KMT legislators. That's what I wanted to get to the bottom of in this episode as I talked to some of the volunteers who have been boots on the ground in Taiwan's recall effort. As you'll hear in this episode, what's happening in Taiwan is a historic demonstration of the will of the people to exercise their rights in a democracy. The island-wide effort in Taiwan to recall lawmakers has been going on since last year and I sat down to speak to three volunteers Carol, Acho and Eric about how this mass movement has successfully gone through two stages, first signatures from1% of eligible voters in a legislator's district must be collected to initiate a recall. Then in the second stage signatures from 10% of eligible voters in a legislator's district must collect to in order for a recall vote to proceed. The hard part is that the signatures on the 1% and 10% petitions cannot be the same. On July 26 Taiwan's Central Election Commission (CEC) will hold recall votes for now possibly even more than 24 KMT lawmakers. Special thanks to Julien Oeuillet the Founding Editor of IPON (the Indo-Pacific Open News) for his help in making this interview possible. Here's a little preview of what we talked about in this podcast episode: What the recall movement that's happening in Taiwan is about Why and how Acho, Carol and Eric volunteer their time and energy in the effort to recall legislators How the recall efforts are targeting pro-CCP Chinese Nationalist Kuomintang KMT legislators How the recall is necessary so that Taiwan's parliament/legislature can function normally How the first volunteers for the recall met through a LINE group How what happened after the Bluebird Movement protests motivated people to attempt to recall KMT legislators How the Sunflower Movement compares to the recall movement How they vetted volunteers from outside of Taiwan who wanted to help with the recall effort in Taiwan How they dealt with people trying to infiltrate the recall volunteer groups How the recall effort got started with 10 volunteers and has grown to 500 volunteers globally How A-Mei one of the lead recall movement volunteers was targeted by the KMT who accused her and revealed her personal information and identity How the Taiwanese people feel they are at risk of losing their country to pro-CCP KMT legislators How the KMT has smeared and sued recall movement volunteers including Carol How the KMT has broken up recall movement volunteer groups How Carol has put her job on hold to be dedicated to being a leader of her recall movement volunteer group full-time What Carol does as leader of her recall movement group How Acho volunteers for the recall effort by editing and creating videos How Eric volunteers for the recall effort by dealing with the media The types of videos they produce to promote and create awareness of the recall effort How the majority of recall volunteers are women (60% women, 40% men) How over 100 recall volunteers are dedicated full-time to the effort How the women recall volunteers have been confronted by people who don't support the recall The standard for collecting signatures for the recall Why the KMT's efforts to recall DPP have failed due to forgery or signatures of the deceased on their recall petitions How the KMT is trying to paint the picture that the DPP are orchestrating the recall of KMT legislators How the recall effort is a grassroots effort not about conflict between the DPP and KMT political parties How there could be more than 24 KMT legislators put up for a recall vote The demographics of the districts that Carol, Eric and Acho are volunteers in for the recall How Acho and Eric balance volunteering for the recall effort with their day jobs How KMT legislators have not offered any explanation of what was discussed in a closed door meeting in 2024 with Chinese officials How public reaction to volunteers of the recall effort has changed over time How the recall volunteers now need to focus on encouraging the public to vote on July 26 How Carol encouraged creativity and idea of the recall volunteers that she manages How the sentiment of the recall volunteers is that we are all in this together How if eight to 10 KMT legislators are recalled there will be a better balance in the legislative yuan How Carol, Eric and Acho feel they are working selflessly for a common goal and that they are taking care of each other How this experience with the recall effort has helped Acho to see how the people of Taiwan can be so united How Carol has seen many recall volunteers evolving How what is happening in Taiwan is important for Asia and other democracies in the world Related Links: https://talkingtaiwan.com/the-great-recall-movement-effort-in-taiwan-boots-on-the-ground-ep-316/
Em meio à briga do governo com o Congresso em torno do IOF, Lula tentou minimizar os problemas de articulação de sua gestão e falou em se reeleger. Durante evento na Petrobras nesta sexta-feira, 4, o petista afirmou: “Deixa eu falar uma coisa para o Congresso, porque parece que tem uma guerra entre o governo e o Congresso. Deixa eu falar uma coisa: eu sou muito agradecido pela relação que tenho com o Congresso Nacional.Até agora, nesses dois anos e meio de mandato, o Congresso aprovou 99% das coisas que mandamos. Acho que nem no governo Sarney, nem no governo Fernando Henrique Cardoso, nem no governo de ninguém se aprovou tanta coisa. Nem no governo Bolsonaro se aprovou tanta coisa como agora. Então, eu sou grato ao Congresso Nacional.[...] Então, se preparem. Se preparem, porque, se tudo acontecer como eu estou pensando, este país vai ter, pela primeira vez, um presidente eleito quatro vezes. Se preparem. Um abraço, gente, um beijo em todos vocês."Felipe Moura Brasil e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores. Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade. Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h. Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista https://bit.ly/papoantagonista Siga O Antagonista no X: https://x.com/o_antagonista Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344 Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
Jose and Brodny discuss the bombshell report showing the NFL colluded against multiple players in an effort to suppress guaranteed money. Also KD vs Acho and NBA Draft talk!Show Lineup:0:00 - Intro9:45 - NFL Collusion: Lamar and others Got Screwed51:14 - NBA Finals Recap/NBA Draft1:00:08 - Court of Public Opinion: KD v Acho1:11:48 - Submitted QuestionsSUPPORT THE SHOW! - https://www.patreon.com/LBHTShowCash App - $LBHTShowFollow us on Twitter, Instagram, Facebook, TikTok, and BlueSky - @LBHTShowVisit our website - https://lbhtshow.com/Check out the podcast:Apple: https://podcasts.apple.com/us/podcast/lunch-break-hot-take/id1500335112Spotify: https://open.spotify.com/show/0qeu4Ch0LzrXAzWrusQwUU
Fala galera! Hoje vim reforçar para vocês enviarem os seus relatos de áudio, porque eu queria muito fazer um episódio com as próprias pessoas contando suas histórias! Acho que vocês vão curtir, então enviem pro e-mail: receiosobscuros@gmail.com em formato .mp4 e com a melhor qualidade possível de áudio, de preferência sem muito barulho em volta. Obrigado e bom episódio!
Watch clips on YouTube! Subscribe to THE FACILITY YOUTUBE CHANNEL (00:00) Kevin Durant responds to the show by taking a shot at Emmanuel Acho? / How much pressure is KD under on the Rockets? (22:32) The Herd ranked the 2020 Lakers as the best NBA champ of the past 7 years. Is that true? (33:43) NBA Emoji Mayhem Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
Watch clips on YouTube! Subscribe to THE FACILITY YOUTUBE CHANNEL (00:00) Pick a side in this beef: Kevin Durant or Emmanuel Acho? / Pressure on Kevin Durant on Rockets (22:52) What would a Super Bowl mean for Josh Allen? (35:01) Is SGA in the face of the NBA conversation? (45:03) Are the 2020 Lakers the best NBA champ of the past 7 years? (56:13) Emoji game: Looking to the NBA offseason (1:03:19) Why will KD's tenure with the Rockets be different? (1:14:50) Who wins a ring first: Josh Allen or Lamar Jackson? (1:20:50) Are we sleeping on the Giants? (1:24:41) Blitz Meeting Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
Start - OKC Dynasty and Eastern Conference going forward 15:05 - A's groundbreaking ceremony 26:25 - David Roth joins the show 37:35 - Hemingway facts & Kevin Durant responds to Acho
A primeira rodada de diálogos do chamado Balanço Ético Global em Londres entre a Presidência da COP30 e grupos seletos de lideranças da Europa, nesta terça-feira (24), coincidiu com o início da reunião da Otan e parte do mundo em guerra. O multilateralismo, fundamental para se chegar a um acordo climático, está em cheque. Yula Rocha, correspondente da RFI em Londres Como falar da luta ambiental, enquanto as maiores potências do mundo se comprometem a se armar cada vez mais para enfrentar o cenário instável da geopolítica atual? Como engajar a sociedade civil, empresas, governos e países vulneráveis a toda forma de conflito e manter a meta do limite de aquecimento global a 1,5 grau, acordada em Paris, há dez anos? A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, idealizadora desse ciclo de escutas abraçado pelo presidente Lula e o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, aproveitou a ocasião para falar de ética em tempos de guerra. “Acho que nesses momentos difíceis que nós estamos vivendo de guerra é fundamental criar um constrangimento ético em relação à diferentes formas de auto-destruição que estamos fazendo. Uma hora é por uma guerra de uns contra os outros, mas há uma guerra silenciosa e essa não é sentida com a mesma radicalidade das guerras bélicas.” A guerra silenciosa a que a ministra se refere é a guerra contra a natureza, em curso há séculos e que, como consequência, mata mais gente por ano do que matou toda a pandemia de COVID-19. Para ela, o único caminho é o caminho da paz entre pessoas, nações e a natureza. “Ou nós interrompemos essa guerra e integramos economia e ecologia numa mesma equação, o social e o ambiental , o político e o ético, ou não haverá chance de manutenção da vida, do desenvolvimento e da prosperidade no planeta”, disse a Marina Silva. O embaixador do Brasil no Reino Unido, Antonio Patriota, que também participou da rodada do Balanço Ético Global, lembrou que os investimentos militares foram recorde no ano passado, o dobro comparados à cifra do financiamento climático em discussão nas últimas COPs de 1,3 trilhão de dólares, a partir de 2035. “Desafio para todos nós pararmos para refletir um pouquinho se vale a pena continuar investindo em salvação ou destruição.” O primeiro de seis diálogos regionais do Balanço Ético Global aconteceu no Jardim Botânico de Londres, dentro do pavilhão de clima temperado, a temperaturas tropicais do verão europeu. A sessão foi facilitada pela ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson, que ouviu dos participantes - entre líderes religiosos, artistas, comunidades locais, afrodescendentes, jovens, cientistas, empresários e ativistas - a necessidade de se reconstruir relações e comunidades. É o espírito do mutirão proposto pela presidência brasileira da COP30, a cúpula climática da ONU que acontece em novembro em Belém, palavrinha ainda difícil de ser pronunciada pelos estrangeiros. As contribuições apresentadas nessas sessões de diálogo serão entregues aos chefes de Estado e de governo e negociadores da COP30 e em diferentes formatos - de textos técnicos à pintura, exposições e poesia. O curador dos diálogos do Balanço Ético, diretor da Outra Onda Conteúdo, Eduardo Carvalho, acredita na cultura como uma plataforma eficiente de ação para solução climática. “Além da cultura em si, teatro, cinema, etc., a gente trazer a valorização dos saberes tradicionais da cultura dos povos ancestrais e quilombolas, tudo isso que precisa ser respeitado e que, na verdade, se inspira na natureza e pode nos inspirar a combater essa crise de imaginação que o mundo vive hoje".
Nesta aula de francês, vamos aprender como expressar dificuldades, fazer reclamações com educação e resolver situações do dia a dia de forma clara e respeitosa. Ideal para quem está viajando, morando fora ou lidando com serviços em francês.1. Expressar que há um problemaIl y a un problème avec… – Há um problema com… Quelque chose ne va pas. – Algo não está certo. Je ne suis pas satisfait(e). – Não estou satisfeito(a). Je crois qu'il y a une erreur. – Acho que há um erro. Excusez-moi, je voudrais signaler un souci. – Com licença, gostaria de comunicar um problema.Exemplo: Il y a un problème avec la chambre : il n'y a pas d'eau chaude.2. Fazer reclamações com educaçãoJe comprends, mais… – Eu entendo, mas… Je suis désolé(e), mais ce n'est pas acceptable. – Sinto muito, mas isso não é aceitável. Est-ce que vous pouvez faire quelque chose ? – Você pode fazer algo a respeito? Je voudrais parler à un responsable. – Gostaria de falar com um responsável. Merci de votre compréhension. – Obrigado(a) pela compreensão.Exemplo: Je comprends que vous êtes occupé, mais j'attends depuis plus de 30 minutes.3. Resolver problemas em lojas, hotéis, restaurantesCe produit est défectueux. – Este produto está com defeito. Je veux échanger / me faire rembourser. – Quero trocar / ser reembolsado(a). La commande est incomplète / incorrecte. – O pedido está incompleto / errado. Le service n'a pas été à la hauteur. – O serviço não correspondeu às expectativas. La chambre n'est pas propre. – O quarto não está limpo.Exemplo: Je suis désolé, mais ce n'est pas ce que j'ai commandé.4. Pedir ajuda em francês com clarezaPouvez-vous m'aider, s'il vous plaît ? – Você pode me ajudar, por favor? Je suis perdu(e), pouvez-vous m'indiquer le chemin ? – Estou perdido(a), pode me indicar o caminho? J'ai besoin d'aide pour comprendre ça. – Preciso de ajuda para entender isso. À qui dois-je m'adresser ? – A quem devo me dirigir? Est-ce que vous pouvez m'expliquer ce qui se passe ? – Pode me explicar o que está acontecendo?5. Frases para encerrar com cordialidadeMerci pour votre aide. – Obrigado(a) pela sua ajuda. J'apprécie votre réactivité. – Agradeço sua agilidade. Bonne journée malgré tout. – Tenha um bom dia apesar de tudo. Je vous remercie pour votre compréhension. – Agradeço pela sua compreensão.Saber resolver problemas com calma e clareza é uma habilidade essencial para a vida em outro país. Use essas frases com confiança e respeito — elas vão te ajudar a ser ouvido e encontrar soluções. Bon courage !00:00 Introdução01:38 Expressar que há um problema em francês05:59 Fazer reclamações em francês07:33 Resolver problemas em lojas, hotéis, restaurantes10:09 Pedir ajuda em francês11:21 Frases para encerrar com cordialidade
Pela primeira-vez, um grande número de chefes de Estado e de Governo e ministros se deslocaram para uma reunião internacional para abordar a proteção dos oceanos. Se, por um lado, a 3ª Conferência da ONU em Nice sobre o tema (UNOC3) resultará “apenas" em uma declaração política de engajamento dos quase 130 países representados, por outro, o evento consolidou de vez os oceanos na agenda ambiental global. Lúcia Müzell, enviada especial da RFI a Nice Mais de 60 líderes de países dos cinco continentes estiveram na cidade do sul da França para o evento. Assim, no segundo dia, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que, até setembro, 60 países se comprometeram a ratificar o Tratado de Proteção da Biodiversidade Marinha em Áreas além da Jurisdição Nacional (conhecido pela sigla BBNJ). O número é suficiente para que o acordo, assinado em junho de 2023, entre em vigor. O Brasil prometeu ratificar o texto até o fim deste ano. André Abreu, diretor de Políticas Internacionais da Fundação Tara Oceans, considera que, ao debater "todas as grandes questões" em alto nível, a UNOC3 atingiu o status de “mini-COP”, a badalada Conferência do Clima da ONU. As duas edições anteriores do evento sobre os oceanos ocorreram em 2017, em Nova York, e em 2022, em Lisboa. "Esse tratado do alto mar fica geralmente nas prateleiras dos ministérios, sem ter visibilidade para os ministros do meio ambiente ou das ciências. Trazer essa ambição de ratificar o Tratado do Alto Mar é um exemplo de como essa conferência pode fazer diferença”, avalia Abreu, que acompanha há mais de 20 anos as tentativas de acordos internacionais pela proteção dos oceanos. "Um outro tema é moratória sobre a exploração mineral dos fundos marinhos. Eram 30 países no grupo de alta ambição na ISA [Autoridade Internacional de Fundos Marinhos] e, aqui, dobraram. Está tendo uma convergência de anúncios bastante impressionantes, apesar da declaração política, que deixa a desejar." Este texto foi negociado entre os participantes antes da conferência e a declaração deve estimular um impulso político ao tema nos países signatários. Ao longo da semana, estão sendo anunciados novos compromissos voluntários para o cumprimento do único dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU específico sobre os oceanos, de número 14. Compromissos do Brasil O Brasil, por exemplo, se engajou a atingir até 2030 a meta das Nações Unidas de 30% de áreas marinhas protegidas e detalhou os seus planos para a preservação dos recifes de coral e dos manguezais. O país já tem 26,5% da sua zona marinha e costeira dentro de unidades de conservação. Para Marina Corrêa, analista sênior de conservação dos oceanos da WWF Brasil, o principal desafio para atingir a meta de 30% é que as novas áreas criadas tenham representatividade de habitats e sejam de fato implementadas. "A gente sabe que tem muitos desafios, mas estamos vendo muitos esforços do Brasil”, disse. “O que o Brasil fez na sua presidência no G20, priorizando o oceano e a inclusão do oceano nas NDCs [os planos climáticos dos países] e incluindo o oceano nas suas próprias NDC, são sinalizações de um país que vem querendo amadurecer essa agenda. Eu diria que Nice foi um trampolim para a agenda de oceano para a COP30”, afirma. A CEO da Conferência do Clima de Belém, Ana Toni, concorda: "Vai influenciar de maneira estruturante. O clima e os oceanos estão juntos. A gente separa em diversos eventos, mas, na verdade, eles estão juntos e a gente espera expressar tanto aqui, como na COP30, essa unidade, de que temos de proteger os oceanos para proteger o clima e proteger o clima para proteger os oceanos”, declarou Toni, à RFI. Sinergia entre clima e oceanos Os oceanos captam 25% do CO2 ejetado na atmosfera e têm um papel fundamental na regulação climática da Terra, ao estocar calor. Entretanto, o excesso dos dois fatores tem levado as águas oceânicas a se tornarem mais ácidas, causando o colapso de ecossistemas marinhos. André Abreu explica que as temperaturas extremas na superfície favorecem a proliferação de algas que retiram oxigênio do mar – e as áreas com níveis mínimos de condições para a vida estão se expandindo. "Fala-se hoje de 'dead zones', porque tem bolsões inteiros do oceano, não somente nos estuários, que seria o esperado, mas bolsões inteiros no meio do mar, com praticamente zero oxigênio. Só bactérias e vírus que sobrevivem ali”, lamenta o pesquisador. "Explicar isso, trazer essa urgência para a COP de Belém é superimportante, porque o oceano está sendo impactado demais pelas mudanças climáticas.” Impacto dos combustíveis fósseis A Conferência dos Oceanos também resultou em um apelo, assinado por 90 países, por um tratado “ambicioso" contra a poluição plástica, incluindo a delicada questão da redução da produção de polímeros – derivados do petróleo, um combustível fóssil. No evento, organizações ambientalistas ainda chamaram a atenção para os riscos de projetos de exploração de gás e petróleo offshore para os mares. A advogada Renata de Loyola Prata, coordenadora de Advocacy e Projetos no Instituto Internacional Arayara, critica o projeto do governo brasileiro de oferecer 147 novos blocos de exploração de petróleo e gás no país – dos quais um terço se localizam na foz do rio Amazonas. "Nós temos ressalvas, preocupações sobre o Brasil de fato ser uma liderança climática”, sinaliza. "Apontamos incongruências. É realmente uma contradição o Brasil se colocar como liderança climática e abrir essa nova fronteira exploratória, sendo apelidada como o novo pré-sal”, aponta a advogada. "Acho importante que o tema dos combustíveis fósseis e as suas emissões, que afetam os oceanos, esteja presente”, disse Ana Toni. "São debates difíceis, mas eles têm que acontecer, e fico muito feliz que aqui, e também na COP30, a gente vai poder debater de coração aberto, tentando procurar maneiras que sejam boas para as pessoas e, logicamente, boas para o planeta.”
O Brasil realiza a Conferência do Clima da ONU, a COP30, em Belém, em novembro, e os investimentos para adaptação e combate às mudanças climáticas, tanto públicos como privados, estão no centro dos debates. Mas como as empresas privadas podem colaborar? A participação de governos e representantes da sociedade civil (ONGs, associações) nas negociações climáticas é relativamente conhecida. Já o papel do setor privado costuma ser menos noticiado e até levanta questionamentos. Para a embaixadora Liliam Chagas, diretora do Departamento de Clima do Itamaraty, a crise climática e suas negociações devem envolver todos os setores. Ela participou nesta segunda-feira (26) do Brazil Climate Summit Paris (BCS Paris), organizado pelo Instituto Europeu de Administração, o Insead, com apoio de empresas e organizações de consultoria e gestão. O evento discute como o país pode atrair mais capital sustentável e verde."Essas conversas sobre clima, precisam envolver muito além de governos. Um evento como esse, que traz empresas, CEOs, pessoas que trabalham com sustentabilidade no setor privado, ajuda a ir construindo o conhecimento necessário para que os governos possam saber onde o setor privado precisa de maior regulamentação, ou onde eles precisam de estímulo para investir em um determinado ator da economia", diz Liliam Chagas sobre o BCS Paris. "Isso tudo é uma construção que vai levando a um maior conhecimento para que as decisões possam ser tomadas na direção correta", salienta. Nas últimas COPs, no entanto, a grande presença de investidores e empresas do setor privado geraram críticas da sociedade civil, comparando a conferência com um grande evento para empresários. Liliam Chagas defende que uma COP é uma "reunião de vários elementos", mas o principal continua sendo as negociações multilaterais sobre a Convenção do Clima, do Protocolo de Kyoto e posteriormente do Acordo de Paris."Quem executa as políticas decididas, no entanto, vai muito além dos governos", diz. “Então isso justifica que empresas, mas também universidades, centros de pesquisa, de tecnologia, sejam importantes. Que esse grupo de atores participe desses encontros, porque eles fazem parte da solução", defende.Para a embaixadora brasileira, a palavra de ordem é “mutirão”. “Cada país, cada parte desse jogo, precisa dar sua contribuição. Tem lugar para todo mundo nas COPs”, diz. “A mobilização global contra a mudança do clima que a gente está oferecendo é dentro do conceito de mutirão, que é bem brasileiro, vem de uma língua indígena brasileira, o Tupi e significa que quando você tem uma tarefa muito ampla, muito difícil de fazer, você não pode fazer sozinho. Então é isso que nós estamos chamando, o mutirão global contra a mudança do clima. Além disso, um balanço ético global, onde a gente espera, ao longo do ano, ter discussões em pontos específicos do mundo, trazendo pessoas, não só empresários, mas artistas, filósofos, estudantes, comunidades, sobre uma discussão sobre que futuro nós queremos, que futuro a gente precisa construir para que as próximas gerações continuem usufruindo”, diz.VulnerabilidadesO Brasil tem a ambição de se posicionar como parte da solução para a transição energética, mas o país esbarra em sua própria vulnerabilidade às mudanças climáticas. Elas ficaram claras nas inundações do Rio Grande do Sul, nas secas que assolaram diversas regiões do país, inclusive a amazônica no ano passado.Para Liliam Chagas, contudo, estas vulnerabilidades só mostram que o Brasil está certo em tentar liderar o mundo para construir políticas que tragam soluções de uma forma mais rápida.“A COP30 será uma janela de oportunidades para que novos mecanismos, novas ferramentas de restauro de floresta, de reflorestamento e de soluções financeiras para que isso possa acontecer”, defende a embaixadora, que apresentou o projeto Arco da Restauração. A iniciativa do governo brasileiro visa restaurar 6 milhões de hectares de floresta na região conhecida como “arco do desmatamento”, região críticas de desmatamento da floresta amazônica, que engloba partes dos estados Mato Grosso, Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Rondônia e Tocantins. O projeto, apresentado na COP28, em Dubai, tem o ambicioso objetivo de reduzir 1 °C nas temperaturas da Terra. O Acordo de Paris cumpre 10 anos em 2025 e o aniversário será marcado pelo aquecimento recorde do planeta. Em 2024, o aumento das temperaturas da Terra ultrapassaram pela primeira vez o +1,5°C, meta fixada pelo acordo.Mutirão A ex-estudante do Insead Luiza Boechat entendeu o conceito de mutirão defendido por Liliam Chagas. Ela é uma das responsáveis por trazer para a França, em 2024, o Brazil Climate Summit (BCS), realizado primeiramente na Universidade de Columbia, em Nova York, desde 2022."Acho que a COP do ano passado teve grandes avanços em NCQG (Novos objetivos coletivos quantificados de financiamento climático) e a desse ano vai ter o Baku to Belém roadmap, para mobilizar U$ 1,3 trilhão (para financiar o enfrentamento das mudanças climáticas). Assim você faz o mundo das finanças funcionar. Você precisa saber: o dinheiro tem que fluir para as coisas acontecerem”, defende Luiza."A Europa é um ambiente mais regulado em clima do que os outros países. Eles têm mercado de carbono há décadas. Eu acho que até por ter uma renda média maior, o consumidor europeu também consegue pagar produtos com green premium (de valor mais elevado, mas com menor pegada de carbono) que eventualmente algumas áreas oferecem. Então, acho que tem uma pressão também da sociedade um pouco maior em clima. Por isso, para mim, fazia muito sentido ter o BCS aqui", afirma."É claro que os investidores, principalmente os europeus, muito mais do que outros investidores, têm essa preocupação com sustentabilidade um pouco maior do que os outros lugares do mundo", diz Vitória Raymundo, aluna do Insead e uma das organizadoras do BCS de Paris este ano.“O objetivo é unir investidores que querem pagar e investir em clima para falar, olha, o Brasil tem soluções e potencial, baixo custo, competitividade para descarbonizar globalmente”, explicam as organizadoras.Cerca de 70% dos participantes do evento são de fora do Brasil e 30% brasileiros. O objetivo, segundo Luiza, é causar um impacto positivo para o país.“E talvez para colocar em contexto de COP, agora a gente tem essa história do mutirão. Acho que o BCS é, no fundo, uma forma de mutirão. Acho que é totalmente o que a gente faz aqui. Já vem fazendo há algum tempo", afirma. “Tentando fomentar coisas que vão ser ações. Então fazer essas conexões para fazer projeto, para fazer investimento, para, de fato, descarbonizar o Brasil e o mundo. Essa é a visão."
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É preciso suportar o preço das coisas que eu não quero. Acho que a revolução desse mantra é que às vezes a gente acha que coisas ruins não tem benefícios. E tem. Às vezes tem muitos. E saber e aceitar o preço que a gente paga ao dizer não, nos ajuda a sustentar os caminhos. edição: @valdersouza1 identidade visual: @amandafogacatexto: @natyopsPublicidade: InsiderCupom 15% off: NOMEASCOISASCompre clicando aqui:https://creators.insiderstore.com.br/NOMEASCOISAS#insiderstoreMeu livro: Medo de dar certo: Como o receio de não conseguir sustentar uma posição de sucesso pode paralisar você | Amazon.com.brApoie a nossa mesa de bar: https://apoia.se/paradarnomeascoisasLançamento em Campinas24/05 às 15h00Livraria Leitura - Shopping Dom PedroEndereço: Av. Guilherme Campos, 500 - Jardim Santa Genebra, CampinasDistribuição de senhas: a partir do dia 19/05
Today on "Don't@ME", Insecure Angel Reese, KD calls out Acho, Esiason Caleb Williams and Conference Finals. Plus, Betting Analyst, Mark Zinno on the Pirates and Orioles ALRADY firing their managers and what plays Mark likes going forward in the NBA/NHL playoffs? And 2x NBA Champion, Mychal Thompson shares his thoughts on the Fever-Sky game and the conference finals matchups: Wolves-Thunder, Knicks-Pacers. Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
00:00 - Is report a bad look for Caleb Williams? Should Aaron Rodgers have extra motivation to return? (for Week 1 vs Jets) 21:42 - Acho and James respond to Acho/KD Twitter beefMore faith in Nuggets or Thunder winning Game 7?All the pressure on Knicks to close out Celtics tonight? 34:03 - UFL Star WatchTeam most likely to shock the world? (easiest schedule, this year's Commanders) 43:03 - NFC Win Totals 55:30 - More pressure Week 1: J.J. McCarthy or Caleb Williams? 1:03:33 - NY team with more wins: Giants or Jets?LA team with more wins: Chargers or Rams? 1:10:56 - Where do you expect Travis Hunter to have more success: offense or defense? 1:17:27 - AFC Win Totals 1:25:57 - BLITZ MEETING Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
Rob and Lonzo talk K.D. vs Acho, South Carolina Baseball, and Interview Rashad Beard from the Panther Nation Podcast
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00:00 - More likely to get back to Super Bowl: Chiefs or Eagles? Confident Cowboys bounce back this season? 24:20 - Who has the toughest schedule in the NFL? Who needs to get to the Super Bowl more: Josh Allen or Lamar? 37:28 - Who needs to get to the Super Bowl more: Josh Allen or Lamar? 48:19 - Can Caleb Williams afford to get off to slow start in Year 2? 58:14 - Has Steph Curry won his last title? Panic meter for the Knicks? 1:10:03 - What week will Shedeur Sanders start? 1:17:35 - Favorite revenge game 1:22:22 - Acho's Top 10 Favorite Matchups of 2025 NFL Season 1:26:14 - BLITZ MEETING Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
Estou obcecado com o podcast Vou te mandar um áudio, da Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank. Acho que eu e ela inauguramos uma nova tendência no universo dos podcasts. *** Alguns links citados: Podcast Vou te mandar um áudio em várias plataformas/apps. Cofundadora do Nubank pede desculpas após polêmica sobre dificuldade de contratar negros, O Globo [2020]. Podcast Neymar: UOL mostra como império do jogador surgiu, no Uol.
Neste episódio de Miguel Sousa Tavares de Viva Voz, o cronista do Expresso fala abundantemente sobre Francisco, o melhor de “todos, todos, todos“ os que lideraram um dia o VaticanoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Seth and Sean do an extended Bad Take-a-Mania to fit in the amount of bad takes this week. Can anyone dethrone new champion Emmanuel Acho?
Food Tank, in partnership with Driscoll's and Huston-Tillotson University and with the support of Organic Valley, recently hosted the “All Things Food” Summit at SXSW. This bonus episode of Food Talk with Dani Nierenberg features two conversations from the event. First, Dani sits down for a fireside chat with Sam Acho, an author, humanitarian, ESPN analyst, a nine-year NFL veteran, and the Director of Human Capital at AWM Capital. They discuss how Acho worked with young entrepreneurs in Chicago to transform a liquor store into a food mart, the importance of letting the ego die to drive progress, and what it looks like to support a community as they build the future they want to see. Then, Dani is joined by Karen Washington, a farmer, activist, author, and the Co-Owner of Rise & Root Farm. They discuss the intention behind the chaos and confusion that many feel today; organizing to leverage communal wealth; and the recent attacks on diversity, equity, and inclusion initiatives — and what it looks like to fight back. While you're listening, subscribe, rate, and review the show; it would mean the world to us to have your feedback. You can listen to “Food Talk with Dani Nierenberg” wherever you consume your podcasts.
In Hour 1... [08:54] Bengals Franchise Tag Tee Higgins – Cincinnati plans to use the non-exclusive franchise tag on Tee Higgins for the second straight year. What does this mean for the Bengals' future and the wider WR market in free agency? Can they afford to keep Ja'Marr Chase, Higgins, and Trey Hendrickson long-term? [17:00] Who Else Could Get Tagged? – It's expected to be a quiet franchise tag cycle, but could the Vikings use it on Sam Darnold or Byron Murphy Jr.? Plus, how will the Eagles handle key defensive free agents like Josh Sweat and Zack Baun? [21:00] Emmanuel Acho vs. Nolan Smith Beef – Nolan Smith calls out Emmanuel Acho over his Cowboys take. Is Acho really hating, or is Smith being too sensitive? And how far away are the Cowboys from being legitimate Super Bowl contenders? [23:40] Which Team Is Poised for an “Eagles Offseason”? – The Lions, Bills, Bengals, and Ravens all have big moves to make—who will get it right? Could Davante Adams or Tee Higgins be the missing piece for Buffalo? [36:05] David Dennis Joins The Show – An anonymous NBA GM calls out Adam Silver for being “obsessed with tournaments.” Plus, potential changes for next year's All-Star Game, including a $1M one-on-one tournament and an earlier start time. Click here to subscribe, rate, and review the newest episodes of GoJo and Golic! If you or someone you know has a gambling problem, crisis counseling, and referral services can be accessed by calling 1-800-GAMBLER (1-800-426-2537) (IL/IN/MI/NJ/PA/WV/WY), 1-800-NEXT STEP (AZ), 1-800-522-4700 (CO/NH), 888-789-7777/visit http://ccpg.org/chat (CT), 1-800-BETS OFF (IA), 1-877-770-STOP (7867) (LA), 877-8-HOPENY/text HOPENY (467369) (NY), visit OPGR.org (OR), call/text TN REDLINE 1-800-889-9789 (TN), or 1-888-532-3500 (VA). 21+ (18+ WY). Physically present in AZ/CO/CT/IL/IN/IA/LA/MI/NJ/ NY/PA/TN/VA/WV/WY only. New customers only. Min. $5 deposit required. Eligibility restrictions apply. See http://draftkings.com/sportsbook for details. Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices