Podcasts about tive

  • 682PODCASTS
  • 1,127EPISODES
  • 34mAVG DURATION
  • 1WEEKLY EPISODE
  • Jun 11, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024

Categories



Best podcasts about tive

Show all podcasts related to tive

Latest podcast episodes about tive

Artes
“Michel”:  Para haver reconciliação “é preciso saber quem foram as pessoas que assassinaram”

Artes

Play Episode Listen Later Jun 11, 2025 20:42


"Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" é o livro onde o advogado e professor universitário Miguel Francisco, mais conhecido como “Michel”, relata, na primeira pessoa, os três anos de pesadelo em que esteve preso. Michel testemunha as torturas, fuzilamentos, trabalhos forçados, as condições mais desumanas a que foram sujeitos aqueles que em Angola foram acusados de colaborarem com os “fraccionistas” (Nito Alves e José Van-Dúnem). "Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" é o livro onde o advogado e professor universitário Miguel Francisco, mais conhecido como “Michel”, relata, na primeira pessoa, os três anos de pesadelo em que esteve preso e viveu as condições mais desumanas a que foram sujeitos aqueles que em Angola foram acusados de colaborarem com os “fraccionistas” (Nito Alves e José Van-Dúnem). Michel, que em 1977 era militar do MPLA, fez parte dos milhares de prisioneiros, condenados sem julgamento, que foram enviados para o “campo de concentração”, “campo da morte”, o campo de Calunda. O livro "Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977"  foi recentemente reeditado em Portugal pela Perfil Criativo. Em entrevista à RFI, Michel, que considera que a reconciliação entre angolanos ainda está por fazer, começa por lembrar o choque que teve ao chegar ao campo. Os amigos de Luanda, que pensava que estariam mortos, estavam ali, vivos, mas o aspecto de farrapos humanos, doentes, cadavéricos, com lêndeas e cabelo a cair, eram marcas das condições desumanas do campo da morte. Michel: Quando eu vi, o Manél está vivo! Eu pensava que o gajo estava já morto, afinal ele está vivo.  Mas ele estava em mau estado, com lêndeas, anémico, muito magro. Ele disse-me: "Vocês estão aqui e recebemos ordens. Nós não podemos comunicar com vocês." A segurança lá, o DISA. Então, o campo é novo, não tem condições nenhumas, meteram-nos aqui como se fossemos farrapos. Então, começámos mesmo a dormir ao relento. Isto estou a resumir, no livro está tudo. Veio esse primeiro grupo no dia 26 de agosto. Depois veio o segundo no dia 30 ou 31. E depois veio... depois veio o último grupo no dia 3. Este último grupo, dia 3, é que fez o número para eles realizarem o comício satânico para fazerem um fuzilamento em hasta pública, com a população lá, assistindo. Terrível, nunca vi uma coisa assim. Nós fomos obrigados a assistir ao fuzilamento de dois rapazes. Um deles até chamava-se António Ambrige. Jovem, só 18 anos. Estou a ver como se fosse agora. E depois tiraram mais um miúdo. No dia antes nós fomos à Tonga, inculparam-lhe que ele ia fugir. Mas aquilo era uma farsa. Inventaram aquilo. Eles já tinham planificado o fuzilamento para incutir o medo no grosso de toda a malta que estava ali no campo. É uma estratégia que eles tinam montado. De tal forma que nós assistimos, horrorizados. Para nós pensarmos que não vamos sair daqui vivos. No comício, esteve presente o administrador comunal daquela região. Um gajo muito tribalista, o gajo que mais incitava ao ódio ali, naquele comício. E as populações (vieram), pediram a toda a população dos bairros (para vir ver). Estavam ali, concentrados. Todo o mundo assistiu. Tanto mais que naquele fuzilamento, a população também não embalou. Era visível no rosto dos populares a revolta e a reprovação do que eles estavam a assistir. Muitos até não quiseram assistir. Uns até choravam. Por toda essa peripécia que a gente viveu, é que me levou a escrever o livro. Eu disse logo. Por todo este clima de terror que nós estamos aqui a viver. Nunca me passou pela cabeça que o MPLA fosse capaz de criar um campo desta dimensão, nem a PIDE na época colonial. Aquilo era terror autêntico. Nós chegámos lá no dia 26 e tiveram que nos evacuar no dia 17 de outubro. Se continuasse mais tempo não sobraria ninguém. Porque depois surgiram muitas doenças. Por quê? Porque chovia muito. Não havia casas suficientes. Alimentação não havia. Trabalhos forçados, torturas, pancadarias, fuzilamentos. Olha, eu vou só lhe dizer um caso que aconteceu. No dia em que eu fiz 22 anos, no dia 26 de setembro, eu não fui à Tonga. Tonga é lá a roça onde se ia para fazer trabalhos forçados. Eu não fui. Simulei qualquer coisa e fiquei mesmo lá, no campo. Até havia mais benefício em ir à Tonga, porque lá tem água. No campo, nem água tinha. A água era de um tanque. Você nem água tinha para beber.  A situação era tão grave no campo que você nem água tinha. Portanto, era melhor ir para a tonga,porque lá tem os rios. Tomas um banho, bebes água à vontade. E quando chegas (ao campo) tens o papo cheio, já não tem necessidade de beber água. Então, eu não fui mesmo, disse não vou. Então, fui à caserna de um indivíduo chamado Jerónimo. Ainda está vivo. E eu disse: "Oh, Jerônimo, eu, hoje, fiz 22 anos. Aí o gajo disse assim: "Epá, você fez 22 anos! Hoje tens que te aventurar e ir lá na bicha, para ver se comes qualquer coisa." Pronto, a bicha (a fila que se formava para receber uma ração) era terrível. Não se conseguia receber comida, porque a cozinha era única e o número de prisioneiros era muito. Aquilo era uma luta tão grande para conseguir uma migalha de comida que nem todos recebiam. Só os mais fortes é que conseguiam. Eu não conseguia mesmo, não conseguia. Por isso eu vim de lá (do campo) com mazelas. Cheguei a ficar quatro dias sem comer mesmo nada. Então, o que é que eu fazia? Recolhia as escamas de peixe que estavam no chão junto da cozinha. Depois acendia um fogareiro numa lata e tomava aquele molho com sal para mitigar a fome. Mas nesse dia, esse meu amigo Jerónimo disse, "Epá, tens que ir à bicha. Vai! faz alguma coisa! Já não vais fazer mais outro aniversário aqui. Porque aqui nós estamos todos condenados à morte. Então, nesse dia eu tentei ir à bicha. Não é que, por meu azar, e isso está tudo em livro, não é que, por meu azar, nesse dia, também o próprio chefe do campo decidiu ir à bicha para acompanhar o comportamento (dos prisoneiros) e ver como estava a ser distribuída a refeição. Eu estava naquela confusão, para ver se conseguia festejar o aniversário pelo menos comendo alguma coisa. E aquele gajo, de um momento para o outro, disse: "mas que brincadeira é essa? Vocês estão-me enervando. Eu mato já um gajo!" Eu até pensei que ele estivesse a intimidar para que a gente se organizasse melhor. O gajo saca da pistola... Epá, eu nunca tinha visto uma coisa assim. Saca da pistola... Epá, prime o gatilho (com a arma) na testa de um gajo... Epá! De um gajo aleatoriamente. Pumm! Epá, antes dele fazer esse disparo, eu vi o gajo. Eu fiquei com medo. Eu vi o gajo e saí da bicha. Logo que o gajo faz o tiro, Epá, eu... O sangue a jorrar, a bicha se desfez toda, … todo o mundo disperso. Fui para a caserna. Então, disse logo: Epá, isto aqui é mau sinal. Então hoje mesmo que eu faço o aniversário e me acontece uma coisa dessa. Então, é porque já não vou sobreviver. Mas jurei comigo mesmo, se algum dia eu sobreviver, eu vou escrever um livro para relatar todas essas situações que eu estou a viver. É essa a razão que me levou a escrever o livro. RFI: Sobre este drama do 27 de maio de 1977, o Michel já escreveu outros livros, estou-me a lembrar do livro O Racismo como Cerne da Tragédia de 27 de Maio de 1977. Este é um relato de todos os factos que eu vivi, senti na carne e na alma, o que me levou a escrever o livro. Mas, como cidadão que eu sou, com alguma formação que eu tenho, quis ir ao fundo do que realmente esteve na base deste processo. Contrariamente ao que muita gente pensa, é um livro polémico, porque são ideias minhas. Eu fiz uma incursão, fiz uma investigação e fiz uma reflexão. Porquê aquela sangria toda? Tem matérias muito complexas, que tem a ver com a realidade própria do meu país, cujo cerne cai exactamente no racismo. Por isso eu escrevi O Racismo como Cerne da Tragédia de 27 de Maio. Agora, as pessoas lêem. Podem concordar com o que está lá ou não concordar. É o que eu fiz. Esta é uma reflexão pessoal, a minha análise, a minha opinião sobre o que esteve na base do 27,com a qual as pessoas não são obrigadas a concordar. É uma questão de liberdade. Eu penso que o que esteve na base daquela tragédia é aquilo que está no livro que eu escrevi. Agora as pessoas podem concordar. O que o faz ter a opinião de que terá sido o racismo? Ah! aí está o problema! Porque é muito difícil dizê-lo, mas é o que aconteceu. Porque os factos são factos. Quem dirigiu a repressão em Angola foram mestiços. Foram maioritariamente mestiços. São mestiços que planificaram isso. Para mim, são mestiços. E quem viveu em Angola sabe a realidade, sabe que é isso que se passou. Agora, usaram o Presidente Neto, como escudo. Instrumentalizaram o Presidente Neto. Agora, se ele se deu conta, isso é um problema dele. Mas penso que ele deu-se conta. Por quê? Porque eu tive um encontro com a dona Maria Eugénia, viúva do Presidente Neto. Tive uma reunião com ela em 2011, a pedido dela. Esta reunião foi intermediada pelo antigo primeiro-ministro Marcolino Mouco. Um encontro muito frutífero. Ela foi com o meu livro, a primeira versão. Foi com o meu livro para me fazer perguntas. Fez uma série de perguntas e eu respondi. E ela, no fim, diz assim, "coitadinho, o homenzinho, fizeram tudo sem ele saber e o homem sofreu até morrer". No encontro que ela teve comigo, estava ela, esteve um indivíduo chamado Amarildo Vieira Dias e estava a filha, a doutora Irene Neto. Se elas ouvirem, podem confirmar, em 2011. Eu tenho uma grande admiração pelo Presidente Neto, mas não posso perdoar o que ele fez. Então, aquela ideia de uma divisão entre nitistas e netistas faz sentido ou não? Não faz sentido. Isso está no livro que eu escrevi. Na minha perspectiva, aquilo é um falso problema. Eles manipularam de tal forma o Presidente Neto para influenciar a opinião pública nacional e internacional de que a luta do Nito (Alves) era contra o (Agostinho) Neto. Mas não, não é verdade. É falso dizer que havia netismo e nitismo, como se o Nito fosse adversário do Neto. Não, é mentira! Isto não é verdade. A verdade é que o Neto, naquela altura, naquela conjuntura,era uma peça fundamental e qualquer uma das alas queria tê-lo do seu lado. E venceu a área que tinha o Neto do seu lado. Porque o Neto, na altura decisiva da contenda, bandeou-se para o lado da ala que reprimiu. É por isso que eu disse que o problema resvala no racismo. Não vale a pena escondermos. Quem são os gajos que dirigiram a repressão? Lúcio Lara, Igo Carreira, Onambwé, Costa Andrade "Ndunduma", Hermínio Escórcio, todos eram mestiços!. Para quê esconder? É verdade que tinha lá uns pretinhos, mas não tinham aquilo que se chama o domínio do facto. Quem dirigiu a repressão são essas gentes. Isto eu não escondo. É uma realidade. Os factos são factos. E todo mundo sabe disso. Agora, as pessoas podem não concordar comigo. Eu sempre disse, e neste meu livro está lá, o problema do 27 de maio não é ideológico, na minha perspectiva. O problema do 27 de maio é político, é profundo. Já vem da essência do próprio MPLA. Quem fundou o MPLA? Isto não vale a pena esconder. É a minha perspectiva. Eu sou um homem livre. Exprimo aquilo que penso. Agora, posso estar errado, mas têm que me provar o contrário. No campo onde esteve preso, havia pessoas que morriam por causa dos maus-tratos, mas uma grande parte dos mortos era por causa da doença. Sim, a maior parte que morreu no campo, está no livro, era por doenças. Havia um ou outro... Tortura havia ali. (Mesmo sobre) Aqueles gajos, indivíduos que iam roubar mandioca. Chegou uma altura em que a situação estava de tal forma insustentável... O ser humano tem instinto de sobrevivência... Começaram a ir para as lavras roubar as mandiocas. Quando voltavam, aquilo era uma tortura que não era brincadeira. Eram postos nus, e o chefe do campo, com a mulher a assistir, pegava num cacete e batia no pénis. O pénis ali a inchar e a sangrar. Todo mundo a ver, ele nu. Aquilo não era coisa de brincadeira. É o que me levou a escrever o livro. Eu dizia assim: Epá, eu nunca vi uma coisa dessa. Epá, mas é mesmo o MPLA que está a fazer isso? O MPLA vai criar um campo destes? O MPLA que diz que é o povo, e o povo é o MPLA, vai-lhe dar na cabeça para criar um campo desta magnitude? Por isso é que esse tipo de coisas que estão aí a fazer, isso não é reconciliação. Isso não é reconciliação, não é nada. Pela gravidade do assunto, é um assunto que tem que ser bem... Não é só vir com um papelzinho, olha, peço desculpa. Não, aquilo é formal. É um bom passo. Mas agora tem que ir ao fundo do problema. Tem de haver responsabilização política. Pode não ser criminal, ninguém precisa disso. Mas responsabilização política tem de haver. Só assim poderá haver reconciliação. Caso contrário, não há. É assim no Chile, é assim no Brasil. É assim aqui. Aqui, os da PIDE têm mais espaço aqui? Os gajos que fizeram a PIDE aqui têm espaço? Não pode. São cidadãos, vivem ali, mas não tem possibilidade nenhuma de aparecer. Nós em Angola, não. Estão a condecorar até verdugos. Os próprios gajos que mataram, os algozes, estão a ser condecorados. Isto é sério? É assim que se faz? É um prémio pelas matanças que levaram a cabo? Em vez de se criar uma comissão da verdade para se explorar bem, se determinar bem as responsabilidades, e para que uma situação do género não se volte a repetir, estão a ser condecorados. Isto é sério? Por amor de Deus, pá! Só no meu país. Mas eu, como sobrevivente, como angolano que dei o meu melhor nesse país, vou lutar até as últimas consequências. Ainda que me matem. Se quisermos uma verdadeira reconciliação nacional, teremos que ir buscar as causas profundas que estiveram na base disso. O que é que sugeria para que, realmente, essa reconciliação nacional acontecesse? O que eu proponho é a criação de uma comissão da verdade, até podem chamar outro nome qualquer, para primeiro descobrir quem foram os indivíduos que assassinaram aqueles comandantes que apareceram no dia 21 nas Barrocas do Sabizanga. Esse é o ponto de partida. Porque é a partir dali, deste facto bárbaro, que o Presidente Neto veio a público dizer que não perdia tempo com os julgamentos. Não haverá perdão nem... Isso vem em letras grossas. Aliás, escritas pomposamente pelo Costa Andrade "Ndunduma". Que depois inventou mais uma outra célebre frase, "É preciso bater no ferro quente", numa alusão para instigar a matança que já estava a ser levada a cabo. Em função desta frase do Presidente Neto, "Não vamos perder tempo com os julgamentos". Por quê? Por causa daqueles comandantes. Então é preciso saber quem foram as pessoas que assassinaram aqueles comandantes. Foram os fraccionistas? Duvido muito. Até por uma questão de lógica. Se o golpe falhou às 11 horas, mais ou menos às 11 horas, 11 e meia, já as tropas cubanas tomaram a cidade toda. E os próprios fraccionistas já estavam em demandada. Como é que tiveram tempo, durante a noite, para assassinar, meter num carro, numa Kombi, e ir meter (os corpos) alí nas barrocas? Por amor de Deus, pá! Isso é uma questão de lógica. Tem de haver alguma estratégia. Agora, temos que saber quem foram. A gente sabe quem são. A gente sabe! Mas a minha opinião vale o que vale. Por isso é que tem, mesmo, que haver uma comissão da verdade. Olha, se lerem o livro do Nito Alves, nesse livro, tem lá muita carga ideológica. Purga e aquela carga ideológica está lá. E vão às informações que o livro tem. Há uma página 172 ou 173, está lá tudo. Aquelas reuniões que eram levadas a cabo na casa do Júlio de Almeida, era reunião de quê? Era para fazer o quê? Está lá tudo. Matrículas todas, as pessoas que iam lá frequentar. Vamos lá, só ver. Ali temos um bom ponto de partida. Agora, se querem que as pessoas todas que estavam envolvidas nesse processo trágico, morram todas para depois não serem responsabilizadas, isto não é reconciliação. Com toda sinceridade, não é! Qual é o impacto que o drama do 27 de Maio de 1977 ainda tem, nos dias de hoje, na sociedade angolana? Basta ver o país como está. Tão simples quanto isso. Isso não é uma questão de romantismo, é uma questão de realismo. O MPLA inflectiu para um rumo depois do 27 de Maio. O MPLA não é mais o mesmo. E a prova está ali, hoje, no que temos. Que MPLA temos hoje? Que MPLA temos hoje? Os melhores patriotas que o MPLA teve na sua vida são aqueles que foram trucidados no 27 de Maio. Não me venham lá com outras teorias. São esses que foram mortos no 27 de Maio. Hoje só temos aí os escroques! Indivíduos mais ligados para a riqueza. Não é?!  Todos eles são ricos. São milionários. Têm casa aqui, dupla nacionalidade. Todos eles. Que patriotismo é esse? Eles é que andaram a instigar esses miúdos todos a virem para aqui. Porque copiam. Um verdadeiro patriota pensa no seu país! Investe lá! Mas eles todos vêm aqui e morrem aqui. Depois é que vão lá ser enterrados. Ou não é? Esse é patriotismo de quê? Podem ser tudo menos patriotas.  Se é que têm noção do que significa patriotismo? Portanto, este é o impacto do 27 de Maio. O MPLA está completamente descaracterizado porque os melhores quadros que eles tiveram, os melhores patriotas, são esses que foram mortos no 27 de maio. Nisso não tenho dúvidas. Mesmo as pessoas que participaram nesta repressão têm noção disso, reconhecem.  Hoje O MPLA está descaracterizado. Isto não é romantismo do Michel, não, é um facto. Está aí, palpável. Olha como é que o MPLA está hoje, completamente desacreditado. Acha que ainda é possível com o MPLA no poder alcançar essa verdade que o Michel defende, que o Michel procura? Eu acredito no ser humano. É uma questão de vontade política. Ainda é possível, vão a tempo. Mas se não for possível, vão ser forçados a fazê-lo. A reconciliação só pode passar por este caminho. Olha, é uma questão de filosofia de vida, Luís Guita. A filosofia de vida nos ensina que não se constrói um edifício a partir do tecto. Os edifícios se constroem a partir da base. O que é que se faz primeiro? Criam-se os alicerces. Depois, criam-se os pilares para sustentar o edifício. Olha, a CIVICOP está a fazer exactamente o contrário. Está a começar por cima para depois terminar em baixo. Não se dá certidão. Certidões, ossadas, é um processo que vai culminar lá. Depois até se pode erigir um monumento. Mas primeiro temos que ir às raízes, àquilo que esteve na base do 27. O que é que deu para matarem tanta gente? Isso é que é fundamental. Se a gente discutir isso, chamar as pessoas à razão, confessarem ali na comissão o que é que fizeram, porquê que fizeram, o caso morre aí. Nós estamos todos disponíveis para perdoar. Sem isso, nada feito. Está a acontecer a reedição do livro "Nuvem Negra", que o Michel escreveu sobre o drama do 27 de Maio de 1977. No poder, em Angola, já está a chegar uma nova geração, pessoas que, algumas, ainda nem sequer tinham nascido quando isto aconteceu. Qual a importância que este tema seja também dado a conhecer com profundidade a essa nova geração? Por isso é que se escreveu o livro. É para que eles leiam. Vão ler o que eu escrevi, vão ler a opinião das outras pessoas que também escreveram, porque não serei o único que escreveu sobre esta matéria, e eles próprios, depois, vão chegar a uma conclusão. Eu estou a deixar aqui um registo, é um legado. No fim do texto está lá escrito: "Para que as gerações vindouras saibam o que é que se passou. Para que não se silencie e casos do género não se repitam". Agora, eu não estou a dizer à juventude que eles têm que abraçar aquilo que está lá escrito. Não, isso é uma ferramenta de apoio para que eles reflitam sobre o que é que se passou neste país. Para que coisas do género não voltem a acontecer. O que eu quero é que se faça a justiça e que o governo angolano pense, repense, que leia o sinal do tempo. Vai a tempo de inflectir o rumo que ele está a seguir com este processo de 27? Porque o processo de 27 não morre assim. É a verdade. De resto, eu sinto-me bem e sou agradecido, mais uma vez, à RFI por me entrevistar, porque eu nunca tive espaço lá em Angola, é um pouco difícil, senão nas rádios privadas. Nas rádios públicas nem é pensado passar isto, porque eles não fazem, por razões óbvias. O livro termina mesmo com uma frase que é "Que se faça justiça". Quem julga? Essa justiça não é a justiça formal dos tribunais, é a justiça do povo, da juventude, da geração que está para vir. Aliás, uma das passagens deste livro do Michel faz referência ao povo e à maneira como o povo olhou para vós, prisioneiros, no momento em que estavam no Luau... Sim!! ... e escreveu, "até ao anoitecer, as velhas, e mesmo os jovens camponeses, traziam produtos das suas lavras como mandioca, tomate, cebola, batata e ervas. Foi um gesto de profunda sensibilidade e solidariedade que me marcou profundamente e que jamais esquecerei. Este comportamento, por parte do povo, desde o campo, até nesse dia, no Luau, ajudou-me a consolidar o princípio segundo o qual Os povos nunca são maus". Sim! Os povos nunca são maus! Maus são os políticos. Os povos nunca são maus, ó Luís. Os povos nunca são maus. É exactamente pela vivência que eu tive. Esta vivência dramática que me marcou para toda a vida. Eu estou a fazer 70 anos. Mais um ano ou dois anos, você vai ouvir dizer ... e pensar ... entrevistei aquele jovem, já foi. Mas eu deixo esse registo para a eternidade. Morro eu, mas o meu livro não. As minhas ideias vão ficar sempre. Por causa disso, os povos nunca são maus. Eu nunca digo que o povo português é mau. Nem digo que o povo russo é mau. Não! Maus são os políticos que se servem dos povos para gizar um projecto que não é aquele que o povo quer. Isto é que é verdade!  

FreightCasts
WHAT THE TRUCK?!? EP847 Autonomous vehicles enter the protest; UNFI cyberattack; tracking freight theft

FreightCasts

Play Episode Listen Later Jun 9, 2025 45:31


On Episode 847 of WHAT THE TRUCK?!?, Dooner is talking about a cyberattack that currently has truckers stuck at United Natural Foods (UNFI), one of America's largest food distributors. How much will it hurt the food supply chain? Autonomous Waymos are being exploited in Los Angeles by protesters who summon them then set them on fire. We'll look at whether autonomous trucks will be exploitable in the future.  According to CargoNet, freight thefts were up 27% from 2023 to 2024. Tive's Richie Daigle stops by the studio to talk about how the company's trackers are recovering stolen loads. Train travel has really fallen off this century, but a new company has eyes on making it great again. Dreamliner's Joshua Dominic tells us about a luxury overnight train from Los Angeles to San Francisco that the company plans to launch prior to the 2028 Olympics. Plus, FMCSA ends DEI rules for CDLs; project44's ambitious new plan; and more.  Catch new shows live at noon EDT Mondays, Wednesdays and Fridays on FreightWaves LinkedIn, Facebook, X or YouTube, or on demand by looking up WHAT THE TRUCK?!? on your favorite podcast player and at 5 p.m. Eastern on SiriusXM's Road Dog Trucking Channel 146. Watch on YouTube Check out the WTT merch store Visit our sponsor Subscribe to the WTT newsletter Apple Podcasts Spotify More FreightWaves Podcasts Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

What The Truck?!?
Autonomous vehicles enter the protest; UNFI cyberattack; tracking freight theft

What The Truck?!?

Play Episode Listen Later Jun 9, 2025 45:31


On Episode 847 of WHAT THE TRUCK?!?, Dooner is talking about a cyberattack that currently has truckers stuck at United Natural Foods (UNFI), one of America's largest food distributors. How much will it hurt the food supply chain? Autonomous Waymos are being exploited in Los Angeles by protesters who summon them then set them on fire. We'll look at whether autonomous trucks will be exploitable in the future.  According to CargoNet, freight thefts were up 27% from 2023 to 2024. Tive's Richie Daigle stops by the studio to talk about how the company's trackers are recovering stolen loads. Train travel has really fallen off this century, but a new company has eyes on making it great again. Dreamliner's Joshua Dominic tells us about a luxury overnight train from Los Angeles to San Francisco that the company plans to launch prior to the 2028 Olympics. Plus, FMCSA ends DEI rules for CDLs; project44's ambitious new plan; and more.  Catch new shows live at noon EDT Mondays, Wednesdays and Fridays on FreightWaves LinkedIn, Facebook, X or YouTube, or on demand by looking up WHAT THE TRUCK?!? on your favorite podcast player and at 5 p.m. Eastern on SiriusXM's Road Dog Trucking Channel 146. Watch on YouTube Check out the WTT merch store Visit our sponsor Subscribe to the WTT newsletter Apple Podcasts Spotify More FreightWaves Podcasts Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Convidado
CEDEAO: meio século de existência ensombrado pela saída recente de Níger, Burkina Faso e Mali

Convidado

Play Episode Listen Later May 28, 2025 9:23


A Comunidade económica dos Estados da Africa ocidental, CEDEAO, foi criada há precisamente meio século em Lagos, na Nigéria.Belarmino Silva, embaixador cabo-verdiano junto da CEDEAO, participa em Lagos nas celebrações e conta-nos como estão a decorrer os festejos. Já o antropólogo guineense Mamadu Jao, que desempenhou as funções de comissário do bloco regional para as áreas da educação, ciência e cultura testemunhou à RFI como foi trabalhar na mecânica deste bloco de integração regional. A Comunidade económica dos Estados da Africa ocidental, CEDEAO, foi criada há precisamente meio século em Lagos, na Nigéria.De 15 a zona passou agora para apenas 12 Estados. Os festejos decorrem, precisamente, na cidade nigeriana onde há 50 anos se colocaram os alicerces da comunidade.Uma área que tem, muitas vezes, tropeçado em obstáculos ligados à instabilidade político-militar: um dos motivos que levou ao afastamento recente de três Estados golpistas, Níger, Burkina Faso e Mali.Já a Mauritânia tinha deixado a organização no ano 2000, e em 2017 formalizou um acordo de associação com o bloco.Belarmino Silva, embaixador cabo-verdiano junto da CEDEAO, participa em Lagos nas celebrações e conta-nos como estão a decorrer os festejos.Hoje é dia de festa. Estamos em Lagos. Vai haver uma primeira fase, que será a reconstituição do acto de assinatura do Protocolo de Lagos de 1975. E, depois, a segunda fase, que será a comemoração propriamente dita, onde todos os representantes dos Estados-Membros e os convidados estarão participando. E a agenda ainda contém um plano de uma palestra, mais tarde, para com os antigos... portanto, o presidente da Comissão da CEDEAO, ministros dos Negócios Estrangeiros e o antigo presidente também da República Federal da Nigéria.Paira sobre a organização, imagino ainda assim, a partida da Mauritânia, do Níger, do Burkina Faso e do Mali não é ? Não é possível festejar 50 anos sem pensar que houve também países que optaram por bater com a porta, não é?Isso, é claro. São desafios que ainda persistem em alguns países, como o Burkina Faso, Níger e o Mali: saíram recentemente. A Mauritânia, já faz tempo, mas são marcas que ficam, não é ?É o momento para pensar, pensar a sério a CEDEAO e ver a forma se consolida a união entre os países. E promover a integração económica, como foi a intenção dos países fundadores.Qual é que acha que terá sido o ganho principal há 50 anos? Cabo Verde ainda não era independente. Tornou-se independente pouco depois. Agora é mais fácil circular. Como é que as pessoas da CEDEAO vêem materialmente a concretização desta integração regional? Quais são os ganhos para eles?Os ganhos são muitos porque existe um mercado comum em que há livre circulação de pessoas e bens, faz-se negócios livremente. Aqui na CEDEAO com taxas alfandegárias reduzidas.Cabo Verde tem desafios, por ser o único estado insular da região. Tem ainda desafios a superar, mas está-se a trabalhar. O Corredor Marítimo Praia Dacar Abdijan já está em fase final de estudos. Certamente vai trazer mais valias. E também o corredor Abidjan, Acra e Lagos, que vai começar, portanto, a ser construído a partir do ano que vem. Certamente vai trazer muitas vantagens.Mas desafios persistem, conforme eu disse. Portanto, a questão a democracia, as mudanças institucionais de governos, são vários desafios. Mas a CEDEAO continua a ser a região, a sub-região mais dinâmica do continente e, sem sombra de dúvidas. Mesmo a União Africana reconhece que a CEDEAO é a sub-região mais dinâmica aqui no continente.No entanto, muitas vezes se ouve falar de problemas, por exemplo, de cidadãos estrangeiros em Cabo Verde, provenientes da CEDEAO. E, portanto, a aplicação da livre circulação nem sempre é factível. Isto é mesmo assim ? Há dificuldades no dia-a-dia em relação à aplicação dos princípios fundadores. Quais são elas?Não, porque olhe Cabo Verde aplica o protocolo da livre circulação melhor que muitos países da região ! Por isso temos que ver isso e talvez construir um pouco a narrativa da questão da livre circulação em Cabo Verde. Isto porque nós aplicamos. Nós aplicamos, mas temos também que ver a nossa especificidade, a nossa insularidade e tudo o resto.Belarmino Silva, embaixador cabo verdiano junto da CEDEAO, que nos falava de Lagos, na Nigéria.O outro membro lusófono do Bloco é a Guiné-Bissau, de onde é natural o antropólogo Mamadu Jao, que desempenhou as funções de comissário do bloco regional a partir de 2021, durante mais de um ano, para as áreas da educação, ciência e cultura. Ele testemunhou à RFI como foi trabalhar na mecânica deste bloco de integração regional.Como em todas as organizações, os desafios são enormes. Certamente a máquina não está-se a mover como gostaríamos que fosse. Eu acho que foi uma experiência. Eu trabalhei durante um ano e meio, mais ou menos, porque fui só para substitui, para completar o colega que estava lá.Que tinha falecido, Leopoldo Amado....De Covid. Mas foi uma experiência, foi uma integração trabalhar num grupo multicultural de diferentes países e trabalhando sobretudo, com diferentes governos. Portanto, os desafios de integração continuam enormes e, sobretudo, de circulação de pessoas e bens. Mas eu trabalhei mais ligado na área da educação e ciência e cultura. Tive uma equipa muito dinâmica nas três áreas e durante esse período conseguimos fazer o possível.Fala-se muitas vezes que há uma grande dicotomia entre francófonos e anglófonos, já que só há dois lusófonos. Portanto, estava na Nigéria, que é um gigante anglófono. Como é que era no dia-a-dia? Isso era mesmo perceptível? Alguma desconfiança?É perceptível. É perceptível, porque ali há o peso dos anglófonos. Depois vêm os francófonos. Nós, lusófonos, estamos só dois países. Mas pronto, nesse domínio também tentámos, o grupo tentou fazer o máximo, porque muitas das vezes era a questão linguística. Então eu sempre fazia questão de falar em português. Então, era um desafio também para a própria CEDEAO, porque em todas as reuniões normalmente só consideram o inglês e o francês. E eu dizia sempre que o português tem o mesmo estatuto que as outras duas línguas, portanto, que fizessem um esforço para que os lusófonos também pudessem falar na sua língua. Foi um dos desafios. Pronto, deu, surtiu alguns efeitos. Eu continuo a participar em algumas comissões ainda, mas vejo que a situação mudou pela positiva nesse sentido.A Nigéria, de facto, acolhe a organização. A Nigéria é um gigante. Acha que também há, de alguma forma, sempre uma certa desconfiança relativamente aos nigerianos da parte dos outros membros da organização ?O problema talvez não é a desconfiança, mas, como diz, como é Nigéria que acolhe a organização, ela está sediada na Nigéria: em termos de quotas, em termos de representatividade, nota-se claramente que o peso nigeriano é maior. Então aí não há assim muito equilíbrio, como deveria ser. O peso da Nigéria e do inglês é visível.São 50 anos de integração regional. Há mesmo motivos para comemorar? Há muita gente a fazer um balanço algo negativo. Muitas vezes diz-se que ainda é muito complicado circular quando não deveria ser, quando essa livre circulação deveria ser uma garantia. É mesmo assim, qual é a sua perceção?Eu acho que a CEDEAO com 50 anos, realmente aos objectivos, ainda há muita coisa para fazer, sobretudo neste domínio, que deveria ser neste momento automático ! Mas as dificuldades, mas também se formos a ver, mesmo dentro dos países há este problema. O problema de circulação de pessoas e bens não está resolvido, mesmo dentro dos países. E então o desafio da comunidade ainda é maior. Mas é um desafio. Penso que tudo não é negativo. Não sou da opinião que tudo, tudo correu mal, mas penso que poderia neste momento ter melhores resultados e uma máquina de na altura 15 países, hoje 12 Pronto, Gerir 15 países já não é fácil. Então se temos problemas de mobilidade dentro dos países, então em todos os domínios, a infraestrutura, o aspecto legal é o aspecto pragmático. Está mais a nível de discurso do que uma coisa efectiva, de facto. Mas pronto, vai-se caminhando. Esperamos que melhores dias possam vir.Fez referência ao facto das saídas da Mauritânia e depois os três países mais recentes: Burkina Faso, Níger e Mali. Portanto, estas saídas estão a ensombrar os festejos ?Sem dúvida. Sem dúvida. Eu acho que, pronto, ... Ainda a Mauritânia saiu mais, depois ficou como observador e acho que havia a intenção já de uma aproximação com os três países. Agora a situação tornou-se mais complicada. Eu acho que a comemoração teria mais peso se os 15 estivessem juntos e comemorassem esta data em comum. Mas pronto, é uma situação. Às vezes são acidentes de percurso. Mas a saída dos três países ultimamente acho que de alguma forma vai ensombrar os festejos.Era o investigador guineense Mamadu Jao, ex comissário da CEDEAO para a educação, ciência e cultura.

Aprenda em 5 Minutos
A origem de ABRACADABRA e outras palavras "mágicas" #149

Aprenda em 5 Minutos

Play Episode Listen Later May 23, 2025 6:28


Vira e mexe, eu me pergunto como surgiram algumas palavras. Especialmente se forem diferentonas ou associadas a contextos curiosos — como é o caso de abracadabra, alakazan e similares. Daí, por causa do show da Lady Gaga, a música dela que se chama Abracadabra não sai da minha cabeça, por mais que eu tente kkkkkkkkJá entendeu, né? Tive a ideia de fazer o episódio por causa disso. Mas não é que acabei descobrindo coisas legais sobre a origem das palavras mágicas? Conto todas elas aqui, então vamo nessa!============================APRENDA EM 5 MINUTOS é o podcast sobre coisas que você nem sabia que queria saber. Os episódios são roteirizados e apresentados por Alvaro Leme. Jornalista, mestre e doutorando em Ciências da Comunicação na ECA-USP e criador de conteúdo há vinte anos, ele traz episódios sobre curiosidades dos mais variados tipos. São episódios curtos, quase sempre com 5 minutos — mas alguns passam disso, porque tem tema que precisa mesmo de mais um tempinho.Edição dos episódios em vídeo: André Glasnerhttp://instagram.com/andreglasnerDireção de arte: Dorien Barrettohttps://www.instagram.com/dorienbarretto66/Fotografia: Daniela Tovianskyhttps://www.instagram.com/dtoviansky/Narração da vinheta: Mônica Marlihttps://www.instagram.com/monicamarli/Siga o APRENDA no Instagram: http://instagram.com/aprendavideocasthttp://instagram.com/alvarolemeComercial e parcerias: contato@alvaroleme.com.br======================Quer saber mais? Confira as fontes que consultei enquanto criava o episódio- A misteriosa origem da palavra 'abracadabra' e seus vários usos ao longo da históriaBBC News Brasil, G1- Abracadabra: conheça a antiga e misteriosa história dessa palavraNational Geographic Brasil- Halloween: conheça a origem das palavras mágicas 'Abracadabra' e 'Alakazan'Jornal Opção

Convidado Extra
Nuno Duarte: “Sou um publicitário, precisei de 15 anos para me arriscar na escrita"

Convidado Extra

Play Episode Listen Later May 21, 2025 41:52


Nuno Duarte gosta de ser criticado para conseguir melhorar. Venceu o Prémio Leya e confessa: "Tive de aprender a gerir o tempo das palavras porque 300 páginas dão para contar muita coisa com calma".See omnystudio.com/listener for privacy information.

Ponto Final, Parágrafo
Episódio 89 - Inês Meneses: «Já que tive a sorte de fazer da rádio o meu trabalho, que me dê prazer. O segredo da vida é: “Vai sempre atrás do prazer. Se não te dá prazer, não faças”»

Ponto Final, Parágrafo

Play Episode Listen Later May 19, 2025 63:56


No ano em que o programa de rádio “Fala com ela” faz 20 anos, Inês Meneses vem falar-nos deste espaço em que passa todo o tipo de pessoas e de qual o segredo para a continuidade. Como se mantém um programa durante duas décadas? A autora e comunicadora responde que o que a alimenta é o prazer e a curiosidade.À jornalista Magda Cruz, Inês conta que a pergunta é o âmago do seu trabalho. Mantém o programa “O Amor É”, com o psiquiatra Júlio Machado Vaz, a crónica “O Coração ainda bate” e o podcast “Cultas e Vinho Verde”. Inês desdobra-se em vários formatos, mas é a pergunta que, de uma maneira ou de outra, sempre lá está.Neste episódio do podcast “Ponto Final, Parágrafo”, falamos do seu novo livro, “Linhas de valor acrescentado”, um título que surgiu durante uma insónia, e onde fala muito sobre a vida, o amor e a amizade. Considera apoiar o podcast no Patreon: patreon.com/pontofinalparagrafoContacto do podcast: pontofinalparagrafo.fm@gmail.comSegue o Ponto Final, Parágrafo nas redes sociais: Instagram, Twitter e FacebookProdução, apresentação e edição: Magda CruzGenérico: Nuno Viegas

Radio Futura
Cassiano

Radio Futura

Play Episode Listen Later May 10, 2025 149:21


Lucas Brêda RIO DE JANEIRO Eram os primeiros meses de 1970, e Cassiano desfilava seu "black power" reluzente por São Paulo quando conheceu outro cabeludo chamado Paulo Ricardo Botafogo, de aspecto e ideologia hippie, fã de Marvin Gaye como ele. Nos alto-falantes de uma lanchonete, o locutor da rádio anunciava a nova música de Tim Maia, que deixou seu novo amigo boquiaberto. Ao som de "Primavera (Vai Chuva)", a dupla pagou a conta, mas o dinheiro de Cassiano acabou. Ele estava sem lugar para dormir e pediu abrigo a Botafogo. Voltava de uma excursão, quando viu calças de homem no varal de sua mulher e não quis conversa. Também fez uma revelação. "Olha, essa música é minha, mas por favor não fale para ninguém." Dita como um pedido singelo, a frase se tornou uma maldição para Cassiano. Autor de sucessos na voz de Tim Maia e Ivete Sangalo, o paraibano fascinou músicos, virou "sample" e rima dos Racionais MCs e gravou discos até hoje cultuados. Mas morreu há quatro anos como um gênio esquecido —a dimensão de seu talento é um segredo guardado por quem conviveu e trabalhou com ele.  Reprodução de foto do músico Cassiano, morto em 2021 - Eduardo Anizelli/Folhapress Isso não quer dizer que Cassiano tenha sido um desconhecido. Bastião do movimento black e precursor do soul brasileiro, angariou uma legião de fãs, vem sendo redescoberto por novas gerações e acumula milhões de "plays" no streaming. Sua obra que veio ao mundo, no entanto, é só uma parcela do que produziu de maneira informal durante toda a vida —e que segue inédita até hoje. Cassiano, morto aos 78, deixou um disco de inéditas incompleto, gravado em 1978 e hoje em posse da Sony. Também tem gravações "demo" feitas nas décadas de 1980 e 1990 que há anos circulam entre fãs e amigos. Isso fora o que William Magalhães, líder da banda Black Rio, chama de "baú do tesouro" —as dezenas de fitas cassete com gravações caseiras nunca ouvidas. "Ele nunca parou. Só parou para o mundo", diz Magalhães, que herdou do pai, Oberdan, não só a banda que reativou nos anos 2000, mas a amizade e o respeito de Cassiano. "Todo dia ele tocava piano, passeava com gente simples, trocava ideia. Era tão puro que às vezes a gente duvidava da bondade dele." O tal baú, ele diz, contém "coisas que fizemos em estúdio, composições dele tocando em casa, ideias, tudo inédito". "E só coisa boa. Cassiano nunca fez nada ruim, musicalmente falando. Com ou sem banda, arrasava. A voz, o jeito de compor. Era uma genialidade ímpar." Acervo de Cassiano Esse material está na casa que Cassiano dividiu com a mulher, Cássia, e a filha, Clara, no fim da vida, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Há também registros escritos de memórias, recortes de revistas e jornais, filmagens de performances no palco e em casa, diversos instrumentos e até desenhos e colagens que ele costumava fazer. A viúva conta que o marido saía às vezes para o bar e para conversar na rua, mas "não era um homem de multidões". "Gostava de música e queria trabalhar o tempo todo, não era tanto de atividade social. Mas, se chamasse para o estúdio ou para o palco, esse era o grande sonho. Ele queria estar entre os músicos." Por volta de 2016, na reunião com o presidente da Sony, Paulo Junqueiro, para negociar o lançamento do disco de 1978, Cassiano estava mais interessado em apresentar o material mais novo que vinha criando. Não se opôs ao lançamento do álbum engavetado, mas suas prioridades eram diferentes daquelas da gravadora, e o papo esfriou. Descoberto antes desse encontro pelo produtor Rodrigo Gorky, hoje conhecido pelo trabalho com Pabllo Vittar, o disco chegou aos ouvidos de Junqueiro, fã declarado do cantor, que logo se interessou. Kassin, produtor que trabalhou na finalização póstuma do álbum "Racional 3", de Tim Maia, foi chamado para ajudar. No primeiro contato com as músicas, ele diz, sentiu que tinha "um negócio enorme na frente". O produtor conta que o trabalho que ele e Gorky fizeram foi apenas de "limpar e viabilizar", além de reorganizar e mixar as músicas, sem edições ou acréscimos. Em sua opinião, o álbum não precisa de muitos retoques para ser lançado. Segundo Junqueiro, ainda há o que ser feito. "Chamei Cassiano para ouvir, ele se lembrava de tudo, mas concordava que faltava muito. O que existe é uma pré-mixagem e, a partir dela, terminar o disco, caso a família queira finalizar. Na minha opinião, não está terminado. Mas, se a família achar que está terminado, tudo bem. Estamos tentando encontrar uma maneira de chegar lá." Um dos impeditivos para que o disco perdido de 1978 seja lançado é a falta de créditos aos músicos que participaram das gravações. Claudio Zoli, no entanto, lembra não só que gravou "backing vocals", mas sabe de vários dos instrumentistas envolvidos no disco. Tinha 14 anos e mal tocava violão, mas Cassiano vislumbrou um futuro para ele na música. "A gente se reunia numa casa lá em Jacarepaguá", diz Zoli. "Era aquele clima meio Novos Baianos, todo mundo dormindo lá, ensaiando. Nos reunimos para gravar esse disco da CBS, que não saiu, e o Cassiano fazia um ‘esquenta' antes de entrar em estúdio. Ficava tocando violão, falando sobre harmonia." Há alguns registros desses momentos de "esquenta" e também de estúdio feitos por Paulo Ricardo Botafogo, que é fotógrafo. Ele acreditava, sem muita certeza, que eram imagens da gravação de "Cuban Soul", disco de Cassiano do qual fez a foto da capa, gravado há 50 anos. Mas é bastante improvável que Zoli, nascido em 1964, tivesse apenas 11 anos nas imagens. Produtor que trabalhou com Tim Maia e foi amigo de Cassiano, Carlos Lemos se mudou da Philips, hoje Universal, para a CBS, hoje Sony, na segunda metade dos anos 1970. Pelas fotos, ele diz ter certeza que as gravações aconteceram no estúdio Haway, que era alugado pela CBS. Ele também confirma as identidades dos músicos lembrados por Zoli. São eles os guitarristas Paulinho Roquette, Paulinho Guitarra, Beto Cajueiro e Paulo Zdan, além de Dom Charles no piano e Paulo César Barros no baixo. Quem também corrobora as lembranças de Zoli é Paulo Zdan, médico de Cassiano, de quem se tornou grande amigo e foi letrista do disco "Cuban Soul". Morto há um ano, ele deu uma entrevista a Christian Bernard, que preparava um documentário sobre Cassiano —o filme acabou não autorizado pela família. A reportagem ouviu uma pré-mixagem desse disco de 1978, que destaca a faceta mais suingada de Cassiano. É um registro coeso de 12 faixas, mais funk do que soul, com vocais simultâneos cheios de candura e um flerte com a música disco daquela época. Para Kassin, é um registro "mais pop". "Se tivesse saído na época, teria feito sucesso", ele diz. Junqueiro, da Sony, concorda que as faixas mantêm uma coerência, mas que não é possível saber se isso se manteria caso Cassiano continuasse o trabalho no álbum. "Não tem nenhuma música que eu imagino que o Cassiano não botaria no disco. Talvez ele colocasse mais músicas. É um disco mais para cima, mas para ser mais dançante faltam arranjos." Clara, filha de Cassiano, lembra que o pai não tinha boas memórias da época que fez esse disco. "Não sei o que ele estava sentindo, mas não era um momento feliz para ele", ela diz. "Ele já não se via mais tanto como aquele Cassiano de 1978. Mas hoje reconheço a importância de lançar. Acho que todo mundo merece, mesmo que ele não tenha ficado tão empolgado assim com a ideia."  Retrato do cantor Cassiano em 1998 As gravações foram pausadas depois que Cassiano teve tuberculose e passou por uma cirurgia para a retirada de uma parte do pulmão. Mas as pessoas ouvidas pela reportagem também relatam um hábito constante do artista —demorar para finalizar seus trabalhos, ao ponto de as gravadoras desistirem de bancar as horas de estúdio e os músicos caros, pondo os projetos na geladeira. Bernard, o documentarista, também afirma que foi logo após as gravações desse álbum da CBS que Cassiano rompeu com Paulo Zdan e ficou 40 anos sem falar com ele. "Zoli depois tocou na banda do Cassiano, no show ‘Cassiano Disco Club'. Mas na verdade não tocou. Só ensaiou e, como nunca faziam shows, ele e o Zdan saíram e montaram a banda Brylho." A década de 1980 marcou o período de maior dificuldade para Cassiano, que passou a gravar esporadicamente, parou de lançar álbuns e enfrentou dificuldades financeiras. Cassiano nasceu em Campina Grande, na Paraíba, e no fim dos anos 1940 se mudou para o Rio de Janeiro com o pai, que ganhava a vida como pedreiro e era também um seresteiro e amigo de Jackson do Pandeiro. O menino acompanhava, tocando cavaquinho desde pequeno. Conheceu Amaro na Rocinha, onde morava, e formou com ele e o irmão, conhecido como Camarão, o Bossa Trio, que deu origem à banda Os Diagonais. O forte do trio eram os vocais simultâneos. Chegaram a gravar até para Roberto Carlos. "Ele era um mestre em vocalização. Era impressionante, um talento", diz Jairo Pires, que foi produtor de diversos discos de Tim Maia e depois diretor de grandes gravadoras. "Foram pioneiros nessa música negra. Esse tipo de vocalização era muito moderna. Ele já tinha essa coisa no sangue. Por isso que o Tim amava o Cassiano." Não demorou até que o lado compositor do artista fosse notado por gente da indústria. Em 1970, ele assinou quatro músicas do primeiro disco de Tim Maia e ainda é tido como um arranjador informal, por não ter sido creditado, daquele álbum. O Síndico havia voltado dos Estados Unidos impregnado pela música negra americana, e a única pessoa que tinha bagagem suficiente para conversar com ele era Cassiano. "Cassiano tinha esse dom", diz Carlos Lemos, que foi de músico a assistente de produção e depois produtor nessa época. "Ele era muito criativo e teve momentos na gravação que ele cantou a bola de praticamente o arranjo todo. Ele não escrevia, mas sabia o que queria. Praticamente nos três primeiros discos do Tim Maia ele estava junto." Dali em diante, o paraibano despontou numa carreira solo que concentra nos anos 1970 sua fase mais influente. São três discos —"Imagem e Som", de 1971, "Apresentamos Nosso Cassiano", de 1973, e o mais conhecido deles, "Cuban Soul: 18 Kilates", de 1976, que teve duas músicas em novelas da Globo. São elas "A Lua e Eu", o maior sucesso em sua voz, e "Coleção", que há 30 anos virou hit com Ivete Sangalo, na Banda Eva. Lemos se recorda de que chegou a dividir apartamento com Cassiano e outros músicos na rua Major Sertório, no centro de São Paulo, nos anos 1970. O artista estava apaixonado por uma mulher chamada Ingrid, para quem compôs algumas músicas. Era uma época inspirada para o cantor, que em 1975 atingiu sucesso com "A Lua e Eu", produzida por Lemos e feita ao longo de seis meses. "Produzir um disco com Cassiano demorava uma infinidade", afirma Carlos Lemos. "Ele entrava em estúdio, falava que queria assim e assado, chamava os músicos. Quando voltava para o aquário [espaço onde se ouvem as gravações], já tinha outra coisa na cabeça. Era difícil gravar. Você tinha que administrar uma criatividade excessiva. Ele falava ‘isso pode ficar muito melhor', e realmente ficava. Mas quem tem paciência? A gravadora quer vender logo. Mas era nessa essência que estava a verdade dele —e também seu sucesso." Lemos calcula que, na época em que faziam "A Lua e Eu", deixaram mais de 20 músicas prontas, mais de 500 horas de gravações em estúdio, uma quantidade de fitas suficiente para encher um cômodo inteiro. Procurada pela reportagem desde o fim do ano passado, a Universal, que hoje detém o acervo da Philips, onde essas gravações aconteceram, não respondeu sobre o paradeiro das fitas. O antigo assistente lembra que Jairo Pires, então um dos diretores da Philips, ficava desesperado com essa situação. "Ele tinha um temperamento difícil", diz Pires. "Fora do estúdio, era maravilhoso, um doce de criatura, mas, quando entrava no estúdio, era complicado." Cassiano era especialmente preocupado com o ritmo e a química entre baixo e bateria, com os quais gastava dias e mais dias fazendo e refazendo. Claudio Zoli diz que ele gravava cada parte da bateria separadamente para depois juntar, o que para Ed Motta era "uma invenção da bateria eletrônica antes de ela existir". Lemos conta que Cassiano tinha uma precisão detalhista. "Ele tinha uma visão de matemática forte, de como as frequências combinavam. E era o grande segredo de tudo, porque nem sempre o resultado da sonoridade é o que está na imaginação. Só vi coisa parecida em João Gilberto. E também com Tim Maia —que não respeitava quase ninguém, mas respeitava Cassiano." Outras duas pessoas ouvidas pela reportagem lembraram o pai da bossa nova para falar de Cassiano. Uma delas é Claudio Zoli, que destaca sua qualidade como compositor. O outro é Ed Motta, que foi amigo do paraibano e tentou diversas vezes viabilizar sua carreira. "Ele era o João Gilberto do soul brasileiro", afirma. "Mas, você imagine, um João Gilberto que não é abraçado pelos tropicalistas. Claro que ele tinha um gênio difícil, mas e a Maria Bethânia não tem?" Cassiano chegou a integrar a mesma gravadora de Bethânia e Caetano Veloso, a Philips, mas no braço da firma dedicado à música mais popular, a Polydor. Lemos, o assistente de produção, diz que o paraibano, na época, era humilde e não tinha rancor, mas não dava tanta importância aos baianos, "porque sua qualidade musical era muito superior à de todos eles".  Capa do álbum 'Cuban Soul: 18 Kilates', de Cassiano, de 1976 - Reprodução "Ainda tinha uma rivalidade interna dentro da Philips, criada naturalmente. Poucos sabem que quem sustentava toda a estrutura da gravadora para os baianos serem os caras eram os artistas da Polydor. A Philips gastava e tinha nome, amava os baianos, mas eles nunca venderam como Tim Maia. Vendiam coisa de 50 mil cópias", diz o produtor. Os desentendimentos com a indústria foram gerando mais problemas com o passar do tempo. Paulo Ricardo Botafogo conta que Cassiano recusava oportunidades de aparecer em programas de TV, dar entrevistas e ser fotografado. "Não sei se foi sacaneado, mas ele era um cara muito fácil de enganar. Era muito puro, quase uma criança", afirma. "Cassiano ganhava dinheiro e distribuía entre os músicos. E imagine o que ele passou. Preto, pobre e nordestino. Ele se achava feio. Chamavam ele de ‘Paraíba'", diz Paulo Ricardo Botafogo. Quando "Cuban Soul" foi lançado, depois das centenas de horas de gravações lembradas por Carlos Lemos, o cantor deixou a gravadora. Há na capa do disco um detalhe que, segundo Botafogo, Cassiano interpretou como uma indireta sutil contra ele —é um espaço entre as sílabas da primeira palavra do título do álbum, deixando um "cu" em destaque. Uma reportagem deste jornal de 2001 retratou a dificuldade de Cassiano para gravar. "Levamos para várias gravadoras, mas nenhuma teve interesse, até por ele estar há muito fora da mídia. Mas sua participação em ‘Movimento' prova que ele está a mil, numa fase criativa. Ele tem umas 150 músicas no baú", disse William Magalhães na época.  CD com músicas inéditas do músico Cassiano, morto em 2021 - Eduardo Anizelli/Folhapress "Movimento", o disco que marcou o retorno da Black Rio sob o comando do filho de Oberdan, traz composições, arranjos e a voz de Cassiano, como a faixa "Tomorrow". É uma das músicas que a dupla trabalhou em conjunto, incluindo uma gravação dela apenas com o paraibano cantando, além de duas canções já famosas de maneira informal entre fãs e amigos do artista, "Pérola" e "Maldito Celular". Feitas entre 1993 e 1995, foram gravadas como "demo" e nunca lançadas comercialmente. Magalhães já havia tocado teclado e piano com Cassiano alguns anos antes. Foi quando Ed Motta conseguiu convencer um italiano chamado Willy David a bancar um disco do cantor. "Falei que ele era um gênio, o Stevie Wonder brasileiro", diz. "George Benson era amigo desse David e ia participar do disco. Chegou até a ouvir algumas músicas." Eles gravaram as "demos" no estúdio de Guto Graça Mello, no Rio de Janeiro. As fitas em melhor qualidade dessas gravações, nunca lançadas, estariam com David, que nunca mais foi localizado depois de ter ido morar em Cuba. Nem mesmo por Christian Bernard, que o procurou exaustivamente nos últimos anos para seu documentário. Há, no entanto, cópias dessas faixas em qualidade pior com amigos do cantor. "São umas oito músicas inéditas, coisas que ele já tinha guardado por anos", diz Ed Motta. "Não era um disco pronto, mas tinha qualidade de disco." Na segunda metade da década de 1980, Cassiano passava por dificuldades financeiras até para conseguir o que comer. Tinha apenas um violão antigo, de estrutura quadrada, que o pai fez, ainda na Paraíba, e que a família guarda até hoje. Morava no Catete, no Rio de Janeiro, e costumava gravar em estúdios liberados por amigos nas horas vagas —caso da estrutura do músico e produtor Junior Mendes, na Barra da Tijuca.  Violão feito pelo pai do músico Cassiano, morto em 2021 - Eduardo Anizelli/Folhapress Cassiano viveu um breve renascimento artístico na virada dos anos 1980 para os 1990. Ele se casou com Cássia, aprendeu a tocar piano e fez um show lotado no Circo Voador, registrado em vídeo. Gravou também o álbum "Cedo ou Tarde", com um repertório de canções antigas, que saiu pela Sony em 1991 e tem participações de Djavan, Marisa Monte, Sandra de Sá e Luiz Melodia, entre outros. Esse álbum não vendeu tão bem, o que frustrou os planos de gravar material novo, mas, com o sucesso de "Coleção" na voz de Ivete Sangalo, há 30 anos, Cassiano conseguiu comprar um apartamento às margens da lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Praticamente não fazia shows e sobrevivia dos direitos autorais que ganhava com suas composições. No início da década de 2000, William Magalhães chegou a viabilizar a gravação de um disco para Cassiano. Diretor da gravadora Regata, Bernardo Vilhena tinha US$ 140 mil para um álbum de Claudio Zoli, que acabou indo para outro selo. Com isso, decidiu redirecionar todo esse dinheiro ao paraibano. "Quando Cassiano soube disso, disse ‘US$ 140 mil é só a luva'", diz Magalhães. "Ele era muito orgulhoso, queria que as pessoas o tratassem à altura que ele se via. Seria o dinheiro para começar a produzir. A gente conseguiria fazer, mas ele recusou por causa dos traumas que tinha da indústria. Quando soube que o dinheiro era do Zoli, ainda se sentiu desmerecido, por ser um discípulo dele. Não tirando o direito dele, mas acho que ele viajou um pouco nesse trauma." Ao longo das últimas décadas, Magalhães diminuiu o contato com Cassiano, mas eles se reaproximaram no fim da vida do cantor. Falaram sobre fazer novos projetos, e o paraibano disse que o líder da Black Rio, que ele admirava por ser um grande músico negro, era uma das poucas pessoas com quem ele aceitaria trabalhar àquela altura. "O que eu posso dizer é que o Cassiano ainda vai dar muito pano para manga", afirma Magalhães. "O dia que a Cássia abrir esse baú dele, eu sou o primeiro da fila." Há muitas razões pelas quais Cassiano não conseguiu deixar uma obra mais volumosa, e elas não têm a ver com o respeito que ele tem até hoje no meio da música. Mas o ícone da soul music brasileira encarava essa devoção com ceticismo. "Mestre é o cacete. Não adianta falar isso. Me bota no estúdio", ele dizia, segundo Cássia, a viúva. "Era assim. Todo mundo pira nas ideias do cara, mas ninguém deixa ele gravar. O empresário André Midani chegou a declarar que as gravadoras devem um disco ao Cassiano", afirma ela. "Tudo bem, é ‘cult', é um nicho, mas é um nicho importante e não é tão pequeno assim." O último "não" que Cassiano ouviu de uma gravadora talvez tenha sido nos momentos posteriores à reunião de 2016 com Paulo Junqueiro. Depois de falar à reportagem, o presidente da Sony pediu para marcar uma nova entrevista, em que admitiu ter ouvido o material novo que o paraibano queria lançar e não quis apostar naquelas músicas. A Sony passava por um período complicado, ele diz. Tinha feito uma reestruturação em que perdeu muita gente de sua equipe. "Do que ouvi, não fiquei tão fascinado e, quando pensei em fazer discos inéditos do Cassiano àquela altura, disse ‘não consigo'. Não tinha estrutura financeira nem emocional." Posto isso, ele acrescenta que se arrepende profundamente. "Ajoelho no milho todos os dias. Tive uma oportunidade de ouro nas mãos, de registrar as últimas obras dele, e a perdi. Não tenho nem palavras para pedir desculpas à família, aos fãs e a mim mesmo. Não tenho como ser mais honesto do que estou sendo. Se gostei ou não, foda-se. Se vai vender para caralho ou não, foda-se." Junqueiro se põe à disposição da família para lançar o disco de 1978, diz que tinha seus motivos para fazer o que fez, mas errou. "Se alguém tivesse me contado essa história, eu ia falar ‘olha que filho da puta, não gravou as coisas do Cassiano'. Então, se eu teria essa visão sobre alguém, eu no mínimo tenho que ter essa visão sobre mim também." Hoje, Cassiano vive no imaginário por sua produção nos anos 1970 e pelos fragmentos que deixou espalhados em fitas e memórias. Dizia que fazer música era como o mar —"ondas que vêm e vão, mas nunca estão no mesmo lugar". Os fãs, por sua vez, aguardam uma movimentação das marés que traga para a superfície pelo menos algumas dessas pérolas submersas.

Metadoxos
EP12 - Deep listening to the near future with Paul Zonneveld #METACRISIS

Metadoxos

Play Episode Listen Later May 2, 2025 62:13


PortugueseNeste episódio, recebemos Paul Zonneveld para uma conversa potente sobre as forças invisíveis que moldam os padrões sistêmicos — dentro e fora das organizações. Com uma trajetória que integra inteligência sistêmica, Paul nos convida a enxergar os padrões que se repetem, as exclusões que estagnam e as histórias que seguem atuando, mesmo quando não são contadas — desaguando em traumas geracionais que moldam fusões fracassadas, sucessões familiares conturbadas e lideranças enfraquecidas.Ele afirma: “Os problemas sistêmicos não querem ser resolvidos, mas compreendidos.” E é nesse contexto que os princípios de pertencimento, ordem e equilíbrio atuam como bússolas diante da complexidade. Juntos, debatemos como o propósito pode ser a força vital das organizações — ainda que, muitas vezes, se perca nas engrenagens do mercado.Tive a alegria de ser apresentado ao Paul pelo meu amigo Eduardo Tinoco — que também participa da conversa e traz uma pergunta poderosa: como estar cada vez mais consciente das dinâmicas organizacionais? O conselho que Paul oferece talvez sirva a todos nós.Essa é uma conversa que atravessa corpo, alma e sistemas coletivos. Um convite à escuta daqueles sinais sutis que revelam que talvez o que precise mudar não seja a estrutura, mas o olhar.

Devocionais Pão Diário
Devocional Pão Diário | Força Na Fraqueza

Devocionais Pão Diário

Play Episode Listen Later Apr 10, 2025 2:26


Leitura Bíblica Do Dia: JUÍZES 7:1-9 Plano De Leitura Anual: 1 SAMUEL 15–16; LUCAS 10:25-42  Já fez seu devocional hoje? Aproveite e marque um amigo para fazer junto com você! Confira: Quando meu filho tinha quase 3 anos, precisei de uma cirurgia que exigiu mais de 1 mês de recuperação. Antes dela, imaginava-me na cama enquanto pilhas de pratos sujos se acumulavam na pia. Não sabia como cuidaria de uma criança ativa e não conseguia me ver em pé na frente do fogão cozinhando. Temia o impacto que a minha fraqueza teria no ritmo diário. Deus enfraqueceu Gideão antes de suas tropas confrontarem os midianitas. Primeiro, os que tinham medo puderam ir embora — 22 mil homens foram para casa (JUÍZES 7:3). Depois, dos dez mil restantes, ficaram apenas os que pegaram água para beber com as mãos. Apenas 300 homens ficaram, mas essa desvantagem impediu que os israelitas confiassem em si mesmos (vv.5-6). Eles não puderam dizer que se libertaram: “por sua própria força” (v.2). Há momentos em que muitos de nós nos sentimos exaustos e impotentes. Quando isso aconteceu comigo, percebi o quanto precisava de Deus. Ele me encorajou internamente por meio de Seu Espírito e exteriormente por intermédio de amigos e familiares. Tive que deixar de lado minha independência, mas isso me ensinou a depender mais de Deus. Porque “[Seu] poder opera melhor na fraqueza” (2 CORÍNTIOS 12:9), podemos ter esperança quando não podemos suprir nossas necessidades por conta própria. Por: JENNIFER BENSON SCHULDT

Inglês Todos os Dias
Se ao menos… | Inglês Todos os Dias #618

Inglês Todos os Dias

Play Episode Listen Later Apr 1, 2025


Tive que ouvir os conselhos de um coach de relacionamentos para poder te ensinar a dica no mini-podcast de hoje: Como dizer “se ao menos” em inglês. Veja se você já conhece a estrutura gramatical usada para expressar essa ideia em inglês. FRASES NO MINI PODCAST DE HOJE: They would be an amazing partner if […] The post Se ao menos… | Inglês Todos os Dias #618 appeared first on Domine Inglês.

O Canto Do Desespero
tive um acidente de carro

O Canto Do Desespero

Play Episode Listen Later Mar 26, 2025 11:54


Não se esqueçam de meter o colete no porta luvashttps://www.youtube.com/playlist?list=PLUUWWvtYbyhLPkoCrvl9E-EztY9dbqFKa

Sob Escuta
"Não tive mais interações com Luís Montenegro"

Sob Escuta

Play Episode Listen Later Mar 21, 2025 39:52


Colaboradora da Spinumviva em entrevista exclusiva. Inês Varajão Borges revela conversa, em 2022, sobre saída de Montenegro da empresa e explica como a sua vida mudou desde o início do caso.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Expresso - Blitz Posto Emissor
Bárbara Bandeira: “Recebi a chamada sobre Coldplay às 3 da manhã, só berrava. Depois tive pessoas que não são público meu a falar sobre mim”

Expresso - Blitz Posto Emissor

Play Episode Listen Later Mar 20, 2025 79:58


No momento em que inicia o projeto “Lusa”, o mais ambicioso do seu percurso, Bárbara Bandeira vem ao Posto Emissor falar do sonho da internacionalização, do convite inesperado dos Coldplay ou das amizades com Carminho e Carolina Deslandes. No 229º episódio do podcast da BLITZ, debruçamo-nos ainda sobre o regresso anunciado dos Radiohead, o festival Sónar Lisboa e o novo álbum de Lady Gaga.See omnystudio.com/listener for privacy information.

The Freight Pod
Ep. #58: Krenar Komoni, CEO & Founder of Tive

The Freight Pod

Play Episode Listen Later Mar 18, 2025 88:16 Transcription Available


Andrew welcomes Krenar Komoni, CEO and founder of Tive, to The Freight Pod. Krenar left Kosovo at 17 years old to pursue his education in the U.S., but the aspiring entrepreneur knew he'd be back one day to create jobs in his home country. Krenar went on to earn degrees in computer engineering, math, and electrical engineering and discovered a passion for radio frequencies and wireless communication systems. But it was his father-in-law's trucking company and the constant tracking calls — where's the truck? Will it be on time? — that led Krenar to build him a GPS tracker. And that's how Tive started in 2015. Today, Tive supports more than 900 customers from its offices in Norway, Mexico, South Africa, Boston — and Kosovo.In this episode, Krenar also shares:The early days of Tive: bootstrapping, landing the first customer, and building Tive's innovative trackers.Tive's near-collapse in 2019 and the moment that turned things around.Building a global, remote team and culture across Tive's offices.The biggest mistakes a CEO or founder can make, Krenar's advice for founders and entrepreneurs, the journey to product-market fit, and how Tive has built a moat around its tracking capabilities.Krenar's vision for the future of visibility and AI, and what's next for Tive.Follow The Freight Pod and host Andrew Silver on LinkedIn.*** This episode is brought to you by Rapido Solutions Group. I had the pleasure of working with Danny Frisco and Roberto Icaza at Coyote, as well as being a client of theirs more recently at MoLo. Their team does a great job supplying nearshore talent to brokers, carriers, and technology providers to handle any role necessary, be it customer or carrier support, back office, or tech services. Visit gorapido.com to learn more. *** A special thanks to our additional sponsors: Cargado – Cargado is the first platform that connects logistics companies and trucking companies that move freight into and out of Mexico. Visit cargado.com to learn more. Greenscreens.ai – Greenscreens.ai is the AI-powered pricing and market intelligence tool transforming how freight brokers price freight. Visit greenscreens.ai/freightpod today! Metafora – Metafora is a technology consulting firm that has delivered value for over a decade to brokers, shippers, carriers, private equity firms, and freight tech companies. Check them out at metafora.net. ***

Bom Sai
T2 | Ep.30 - Fui ao teatro, tive pesadelos e aconteceu um milagre

Bom Sai

Play Episode Listen Later Mar 12, 2025 16:14


Adoro ir ao teatro mas desta vez não posso dizer o mesmo (pelo menos deu para rir no meio do susto). Conto-vos sobre um milagre que aconteceu e sobre a importância de cultivarmos o amor próprio. Podcast com a Rita Penteado: https://open.spotify.com/episode/3U9m6D1hypeIitYilyitCU?si=lOrogTCDT8Cf53W3UQAinQ A minha história até à gravidez: https://soundcloud.com/anaruasmelo/episodio-76-o-caminho-ate-a-gravidez -- Entra na Comunidade Vegetal: anaruasmelonutricionista.pt/subscricao-…de-vegetal/ https://anaruasmelonutricionista.pt/ www.instagram.com/anaruasmelo.nutricionista/ www.facebook.com/anaruasmelo.nutricionista/ Contacto: info@anaruasmelonutricionista.pt -- Música: Joseph McDade - Sunrise Expedition

Expresso - Blitz Posto Emissor
Tony Carreira: “Tenho um azulejo na parede da cozinha que diz: ‘eu não pedi para ser português, tive sorte'”

Expresso - Blitz Posto Emissor

Play Episode Listen Later Mar 6, 2025 73:42


A poucos dias de regressar à Meo Arena para dois concertos e de editar um dueto com a fadista Mariza, Tony Carreira estreia-se no Posto Emissor com uma conversa que passa pelo vindouro novo álbum, o seu amor por heavy metal, as acusações de plágio de que foi alvo ou a dor da perda da filha. Neste novo episódio, falamos ainda sobre Óscares, Festival da Canção e Panda Bear. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Pilha de Livros
408. O dia em que tive a GNR à porta

Pilha de Livros

Play Episode Listen Later Mar 5, 2025 7:53


Transformei uma crónica num episódio. This is a public episode. If you'd like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit www.pilhadelivros.pt/subscribe

Juntos ao Bilhão Podcast
O MELHOR PROFESSOR QUE TIVE

Juntos ao Bilhão Podcast

Play Episode Listen Later Mar 5, 2025 6:54


Fala galera, tudo bem? Matheus Rothe do Juntos ao Bilhão aqui.O vídeo de hoje, conto quem foi meu melhor professor, sim isso mesmo. Ficou curioso? Então assista esse vídeo!

Juntos ao Bilhão Podcast
REFLEXÃO QUE TIVE SOBRE ZONA DE CONFORTO

Juntos ao Bilhão Podcast

Play Episode Listen Later Mar 5, 2025 6:42


Fala pessoal, tudo bem? Matheus Rothe do Juntos ao Bilhão aqui.Tive uma reflexão sobre criação de conteúdo e decidi compartilhar contigo!Se inscreva no canal para não perder nenhum vídeo!

Convidado
Angola: a literatura ao serviço da história

Convidado

Play Episode Listen Later Feb 24, 2025 9:26


A Ficção como História - este é o título e a premissa do livro de Dorothée Boulanger agora publicado em português, depois de uma primeira edição em inglês. A académica francesa analisou mais de 20 romances de autores angolanos como Pepetela, Manuel dos Santos Lima, Ondjaki, José Eduardo Agualusa ou Sousa Jamba, todos publicados no período pós-colonial. O objectivo era tentar perceber o papel da literatura na formação da identidade nacional nos primeiros anos da independência. O trabalho é o resultado de uma investigação durante o doutoramento na Universidade de Oxford, onde continua como professora. O que levou a Dorothée a viver e a trabalhar em Angola e como é que esse período influenciou esta investigação? Eu morei em Angola de 2009 a 2011, na cidade de Lobito. Foi, primeiro, uma oportunidade pessoal e familiar, mas, anteriormente, tinha-me formado em relações internacionais e estudos de género, especializando-me no assunto dos conflitos armados em África e em assuntos de pós-conflito, reconstrução, reconciliação. Por isso, o contexto angolano era muito interessante para mim. A guerra civil parou menos de uma década antes da minha chegada em Lobito. Morar mais de dois anos nessa cidade foi uma oportunidade preciosa para o meu trabalho, porque eu quero pensar a literatura como uma intervenção estética e política num contexto específico. A minha leitura das obras fez-se a partir da situação do país. Deu-me a possibilidade de ver a especificidade do discurso literário angolano e os desafios que a população enfrentava acerca da liberdade de expressão e da memória da guerra.O que faz de Angola especial para que a literatura de ficção seja útil como fonte da história do país?O papel de muitos escritores angolanos durante a guerra anticolonial, a sua participação na luta armada e dentro do MPLA, tornou-os atores políticos importantes e também testemunhas privilegiadas deste período. Por isso, as narrativas que eles fizeram têm um valor histórico. Também gozavam de um grande prestígio social. O primeiro presidente, Agostinho Neto, era chamado presidente-poeta. E a União dos Escritores Angolanos foi a primeira associação criada pelo Estado independente. Dentro do primeiro governo Neto, havia muitos escritores com função de ministros na saúde, como o Uanhenga Xitu, na cultura, como o António Jacinto. Então, realmente, os escritores estavam dentro do aparelho do poder.O que é que os romances de ficção angolanos ensinam sobre Angola que não está nos manuais de história? Uma das contribuições da literatura angolana é de oferecer um discurso angolano sobre a história do país. Um discurso angolano que se distancia do discurso oficial do regime, que fala das tensões dentro do MPLA, do oportunismo das elites pós-coloniais, das purgas. É importante ter vozes angolanas para contar esta história, centrando perspectivas autóctonas e referências culturais e linguísticas angolanas. Os escritores nem sempre concordam na sua maneira de contar ou analisar certos eventos históricos. Ver estes desacordos e estes conflitos é importante para deixar a história aberta e evitar mistificações. A literatura de ficção permite também transmitir de maneira clara, muito pedagógica, trajetórias históricas complexas, influências múltiplas que construíram a sociedade angolana desde o período da escravidão até hoje. A literatura torna-se um arquivo precioso do período revolucionário angolano. Estou pensando nas histórias de infância do Ondjaki, em Luanda, nos anos 1980, quando a cidade e o país eram fechados ao mundo. O romance de Pepetela, "O Planalto e a Estepe", por exemplo, fala das redes revolucionárias dos anos 1960 e 1970, de Cuba à Argélia e à União Soviética.    Por outro lado, às vezes, é nos seus silêncios que a literatura angolana nos ensina muito sobre o papel dos intelectuais. A dificuldade, por exemplo, de falar da tentativa de golpe de Estado do 27 de maio de 1977 por parte dos escritores mais próximos do poder, mostra a dificuldade dos intelectuais em pensar também na sua cumplicidade com a violência do Estado.O que é que descobriu que não estava à espera? Tive várias surpresas. Eu acho que a primeira surpresa foi durante a minha primeira leitura dos romances, num contexto em que a população angolana não se sentia à vontade para falar da guerra ou do governo. Pelo contrário, os escritores contavam histórias difíceis, complexas, faziam acusações a propósito do papel das elites, também sobre a herança da escravidão, a falta de integridade ideológica e ética de muitos líderes políticos ou religiosos. Havia esta liberdade de tom dentro da literatura. A segunda surpresa foi realizar, mais tarde, após ler muitos romances, a centralidade das perspectivas masculinas e a falta de substância de muitos personagens femininos, sobretudo com os escritores da geração da independência. Os seus romances eram anticoloniais, anti-racistas, que denunciam a dominação portuguesa e a propaganda do Estado Novo. Por isto, não pensava que adotariam com tamanha facilidade estereotipos sexistas. Ademais, o MPLA tinha um discurso de inclusão das mulheres na luta. Mas era só isso, discurso. Os romances angolanos revelam que a emancipação das mulheres e o privilégio masculino são pontos cegos para estes autores, todos homens. Estou pensando em "Sim Camarada!", de Manuel Rui, ou "Mayombe", de Pepetela, que são obras sexistas. Mas o que é muito interessante é que parece que estes autores depois tentaram corrigir um pouco esta propensão. "Lueji: O Nascimento de um Império", de Pepetela, "Rioseco", de Manuel Rui, tentam celebrar o papel das mulheres nas lutas e nas guerras em Angola. Mas até hoje há muito pouco mulheres escritoras no país, o que sublinha, eu acho, a persistência de uma atmosfera masculina acerca da literatura.Há aqui um modelo para analisar a história de outros países da África lusófona da perspetiva da literatura? Sim, a literatura africana sempre teve essa vontade de responder ao discurso colonial, de contar a história na perspectiva dos africanos e das africanas. Um dos aspectos do discurso colonial era negar a história africana, dizendo que a sua história começou com a chegada dos europeus. Muitos escritores africanos - Yvonne Vera, Ngugi wa Thiong'o, Assia Djebar e muitos outros - escreveram para contar a sua própria história e revelar a violência e a regressão histórica que constituiu a ocupação europeia do continente africano. Isto sendo dito, eu acho que o caso angolano tem as suas especificidades. No contexto do Estado Novo, a censura política, a propaganda portuguesa deram à literatura um papel importante para fazer ressoar o discurso anticolonial e nacionalista. Daqui, os escritores angolanos, que por razões sociais, familiares, tinham laços fortes com o MPLA, participaram fortemente na luta anticolonial, como escritores e como militantes, às vezes como guerreiros. Esta proximidade com a luta e depois com o aparelho de Estado dá este valor histórico à literatura angolana e à sua especificidade.  Analisou a literatura pós-colonial, de 1960 a 2010. A literatura angolana, ou africana em geral, é hoje menos ativista politica e socialmente?  É uma pergunta interessante, mas é uma pergunta difícil, porque, como eu expliquei, a literatura africana, de forma geral, tem esta dimensão política. Não se reduz a este discurso político, mas tem essas preocupações com o poder, as desigualdades, a dominação histórica. Eu acho que hoje esta dimensão combativa da literatura africana pode encarnar-se em outras lutas de género ou ambientais. Mas, no caso da literatura angolana, acho que é verdade que não encontramos o mesmo dinamismo, a mesma criatividade que há 30 anos. Angola teve uma geração excepcional de escritores desde os anos 60. É indisputável. Hoje em dia, não são tantos, e a luta encarna-se em outras formas de arte, como o hip-hop, por exemplo. A expressão crítica e criativa faz-se através das redes sociais. E temos também que dizer que a negligência do Estado angolano com a educação e a cultura não permitiu um forte desenvolvimento da leitura e da literatura dentro das gerações mais jovens.O livro "A Ficção como História - Resistência e Cumplicidades na Literatura Angolana Pós-Colonial" publicado pela editora Mercado de Letras vai estar à venda em Angola a partir de Março e vai ficar disponível mais tarde em versão digital graças a uma parceria com a editora francesa Africae. 

Pr Marcos Bomfim
#404 - A Oração Altruísta (A Oração dos Santos 6/8)

Pr Marcos Bomfim

Play Episode Listen Later Feb 22, 2025 40:56


Neste episódio, importância da prática regular da oração intercessora para o crescimento espiritual. Orar por outros pode mudar sua própria vida e fortalecer orelacionamento com Deus.A série "A Oração dos Santos" foi transmitida para todo Portugal a partir da Igreja Central de Lisboa, entre os dias 11-18 de Janeiro de 2025.Minhas anotações:Como Ele nos amou? Efésios 2:4-5 - “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, ..."  1 Joao 3:16 - “Porque Deus amou ao mundo ....”  1 Joao 3:16 - “Nisto conhecemos o amor: ...”  1 Joao 4:7-12 - “Amados, amemo-nos uns aos outros, ...”  Joao 13:34-35 - “Novo mandamento vos dou: ...” Que acontecerá se eu não amar aos outros da mesma maneira? Mat 18:23-35 - “... o reino dos céus é semelhante a um rei ....” 1Coríntios 4:1-2 -  “Assim, pois, importa que os homens nos considerem...”  É pecado não orar por outros: 1 Samuel 12:23-25 - “... longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; ....” A oração intercessora muda a vida de quem ora!!! Jó 42:10 - “Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; ....” Pode ser que vc não seja bem recebido Mateus 5:43-48 - “... Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; ...”Dois breves testemunhos:11/Out/24 Haviaenviado o carro para revisão. Em casa sempre oramos para que o Senhor nos faça úteis para Seu Reino. Isso significa que precisamos estar atentos às necessidades das pessoas ao nosso redor, procurar supri-las e então conduzi-las a Cristo. Quando fui buscar o carro, percebi que havia esquecido de trazer os livros missionários. Semanas depois precisei levar o carro (que é muito confiável e conservado) outra vez para manutenção. Quando o fui buscar outra vez percebi que estava sem os livros. Pensei em leva-los outra hora (eram duas pessoas), mas esqueci completamente. Um mês depois o carro parou completamente.Tive que chamar um guincho e deixa-lo outra vez à porta da oficina. Na noite anterior ao dia de busca-lo acordei de repente no meio da noite com um só pensamento: os livros. Durante o dia, ao sair de casa pensei, “Deixa eu entregar logo estes livros para que este carro pare de quebrar. Deus pode estar precisando deles dentro da oficina e não acha quem os entregue.” Procurei um “Grande Conflito” em Português, mas não encontrei. Só achei um “Caminho a Cristo.” Ao entregar, depois de pagar pelo serviço, disse a uma das pessoas, “Este livro é para quando você quiser uma leitura que lhe traga paz etranquilidade.” Ele me respondeu, “E eu estou precisando mesmo. Hoje mesmo pensei que precisava de um livro assim.” E me agradeceu muito! Quando saímos para buscar o carro, eu lhe contei que havia acordado no meio da noite com o pensamento fixo de entregar um livro especificamente a ele. Então le me disse que estava passando uma semana muito difícil. Que naquele dia mesmo havia dito a sua companheira de trabalho que iria comprar um livro que lhe devolvesse a paz e a tranquilidade. Tomou minhas mãos e agradeceu outra vez!11/Out/24 Mari me pede para perguntar aos mecânicos do carro se por acaso acharam seus óculos. Estes óculos, os preferidos, estavam perdidos há dias. Não perguntei aos mecânicos porque sabia que eles não teriam mexido nos óculos se estivessem no carro. Ao buscar o carro, examinei atentamente, mas nada dos óculos. Voltando à casa, resolvi cortar a grama e carregar o telemóvel em uma pequena bolsa à cintura. Quandotomo a bolsa, encontro um par de óculos. Quando os entrego à Mari, ela me olha incrédula. Havia acabado de orar ao Senhor dizendo: “Senhor, é uma coisa sem importância, mas sei que se queres podes trazer-me estes óculos de volta.” Momentos depois eu a encontro ajoelhada e nos unimos em oração.

Eleven Sports
EP. 27 - Especial Domingos Duarte: “Graças a Deus tive a coragem de sair de Portugal"

Eleven Sports

Play Episode Listen Later Feb 21, 2025 34:13


Domingos Duarte, defesa central do Getafe, aceitou o convite de participar num episódio especialíssimo onde falou sobre a formação no Sporting e sobre a experiência de jogar a LaLiga.Um episódio com Pedro Castelo, Marinho e Beatriz Manaia.

The VentureFizz Podcast
Episode: 369: Krenar Komoni - CEO & Founder, Tive

The VentureFizz Podcast

Play Episode Listen Later Feb 16, 2025 54:05


Episode 369 of The @Venturefizz Podcast features Krenar Komoni, CEO & Founder of Tive. The question: “What led you down the path to start this company?” is always interesting, as you never know what ultimately inspired the entrepreneur. It could be years of experience working in an industry, maybe it is a personal experience, or it could be a tremendous amount of research to find a problem that's worth solving… or in the case of Krenar and Tive, it could be your family as the idea stems from his father-in-law's trucking company and the manual process of located its drivers. From Krenar's point of view, it is a problem that could be fixed with a tracking system and oh… it is a problem that Krenar just happens to be uniquely qualified to solve based on his expertise and background with wireless connectivity, hardware, and chipsets. Fast forward to today, Tive is a leading provider of supply chain and logistics visibility technology. Trusted by over 900 customers, the company recently announced a $40M Series C round of funding led by WiL (World Innovation Lab) and Sageview Capital. Chapters 00:00 Intro 02:23 Advice for Raising Follow On Rounds of Venture Capital 08:47 Krenar's Background Story in Kosovo 11:11 Landing in Vermont & Experience at Startups 19:45 Background Story of Tive 23:32 Industry Trends 25:22 Naming the Company 28:25 Landing First Customers 30:50 Early GTM Approach & Learning from the Sales Team 36:08 Picking the Right Industry Vertical 43:19 The Latest at Tive 46:35 The Question that Entrepreneurs Need to Ask Themselves. 48:09 The Culture at Tive 48:20 New Chapter 50:06 Apps & Book Recommendations

Alta Definição
Anabela: “No ano em que o meu pai faleceu tive um cancro da mama. Caiu o mundo, chorei, mas tentei levar tudo com mais ligeireza”

Alta Definição

Play Episode Listen Later Feb 15, 2025 50:23


Anabela é a convidada de Daniel Oliveira no 'Alta Definição'. A cantora recorda com saudades as memórias de infância, o prazer que tinha em estar em palco a cantar. Aos 12 anos, num acidente “na estrada onde morreu Carlos Paião”, partiu as pernas. Mas o apoio dos pais foi fundamental para prosseguir uma carreira na música. Relembra ainda a morte do pai, que trouxe “tristeza”, mas também “paz”, por ter conseguido expressar o seu amor e revela ainda que enfrentou um “cancro da mama”, informação que manteve privada até hoje. Um dos mais recentes desafios foi participar no programa “A Máscara”. Tentou disfarçar a voz, mas o próprio filho conseguiu perceber que Anabela estava por trás do Relógio. Oiça aqui a conversa em podcast, emitida na SIC a 15 de janeiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Rádio Comercial - Ouvir Falar de Amor
A história da Sara Norte e do Vasco Cruz: "Aí tive a certeza: Se ele ficou depois disto... tem tudo para dar certo!"

Rádio Comercial - Ouvir Falar de Amor

Play Episode Listen Later Jan 17, 2025 41:45


Dizem que é nos momentos mais difíceis que percebemos com quem podemos contar. Foi o que aconteceu com Sara Norte. Após a morte da irmã, entrou num período de autodestruição. "Ninguém tinha de aguentar aquilo. E o Vasco não me deixou. Aí tive a certeza: Se ele ficou depois disto... Tem tudo para dar certo". A verdade é que dá certo há oito anos e meio, e estão prestes a casar. Não quer com isso dizer que tenha sido sempre fácil. A atriz, de 39 anos, e o produtor, de 35, já tiveram de fazer vários ajustes. Ela era uma "party animal", ele não gostava tanto desse registo. Após discussões e até uma curta separação, perceberam que se encontram nas diferenças e até nas etapas mais complicadas. Não tivessem eles percebido que estavam apaixonado na rodagem do filme "Fátima", de João Canijo. Aí, os caminhos de ambos mostraram que a peregrinação dos dois só tinha um destino: o amor. (Ah, e um quarto de hotel e também karaoke... Mas para saber isso nada como ouvir o mais recente episódio do podcast "Ouvir Falar de Amor").

The Hard Corps Marketing Show
Why ABM Platforms Are Wasting Your Time! ft. Steve Bonadio | Hard Corps Marketing Show | Ep. # 391

The Hard Corps Marketing Show

Play Episode Listen Later Jan 2, 2025 49:50


In this action-packed episode of The Hard Corps Marketing Show, I sit down with Steve Bonadio, VP of Global Marketing at Tive, to uncover the truth behind common misconceptions in B2B marketing. Steve, with over 25 years of experience, dives into the real challenges marketers face, including the overhyped promises of ABM (Account-Based Marketing) platforms, and the importance of focusing on orchestration, data quality, and a back-to-basics approach.One of the key takeaways in this episode is how relying too heavily on ABM platforms and Martech tools can lead to disconnected, siloed marketing efforts that fail to connect with the customer journey. Steve emphasizes the critical need for a more integrated, human-centered approach to marketing — one that focuses on orchestration, clear messaging, and truly understanding your Ideal Customer Profile (ICP). We explore key topics like:The truth about ABM platforms: Overpromised, underdelivered?The power of marketing orchestration and data qualityBuilding a strong foundation with your Ideal Customer Profile (ICP)The evolving Martech landscape and where to focus your effortsReal-world advice for refining your B2B marketing strategyWhether you're a seasoned marketer or just starting out, this episode is packed with actionable insights, candid opinions, and strategies to help you elevate your B2B marketing game.

#NaReal_SandraGioffi
“Mudança com propósito.” Podcast Líderes que me Inspiram #45 - Marcelo Buzato

#NaReal_SandraGioffi

Play Episode Listen Later Nov 28, 2024 49:00


Nesse episódio, entrevistei alguém que admiro profundamente, não apenas pelo talento, mas pela coragem de viver com autenticidade: Marcelo Buzato. Muitas pessoas só mudam de carreira quando a situação exige — quando tudo desmorona ou os desafios se tornam insustentáveis. Mas Marcelo escolheu ressignificar sua jornada por conta própria, priorizando sua verdade, sua família e seus valores. Essa decisão reflete um dos traços mais inspiradores da geração Y: a busca por propósito e alinhamento entre vida e trabalho. Tive o privilégio de trabalhar com o Buzato por anos, e sempre me impressionei com sua consistência. Era evidente na forma como lidava com clientes, na dedicação ao trabalho, na interação com os colegas e, principalmente, na verdade que carregava em cada fala e atitude. Consistência — uma qualidade que, como Simon Sinek destaca, é fundamental para o sucesso em qualquer papel ou jornada. Recentemente, ele traduziu essa experiência no livro VENCER, um guia indispensável para quem deseja superar desafios com coragem e propósito. Se você está precisando daquele empurrãozinho para transformar seu futuro, não deixe de conferir nosso bate-papo. Tenho certeza de que Marcelo também vai inspirar você, assim como sempre me inspirou. Buz, gratidão por compartilhar sua história aqui!

Não Morda a Maçã
Não tive um pai presente | Fernando Ortega

Não Morda a Maçã

Play Episode Listen Later Nov 25, 2024 38:01


Você já deve ter escutado que "DEUS É PAI", mas a pergunta que fica é: Você sente Deus como pai???Você pode assistir essa pregação com imagens no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=E9TVl6vVFHISiga no instagram:- www.instagram.com/naomordamaca- www.instagram.com/fernandortegaNosso canal no YouTube:- https://www.youtube.com/@naomordamacaVocê pode agendar seminários e ministrações através do e-mail contato@naomordamaca.com ou enviar inbox pelo nosso Instagram.Não deixa de acessar nosso site! Todo dia tem texto novo para abençoar sua vida!www.naomordamaca.com

Supply Chain Now Radio
Confronting Ever-Changing Dynamics in Freight Security

Supply Chain Now Radio

Play Episode Listen Later Nov 6, 2024 53:38 Transcription Available


In this episode of Supply Chain Now, hosts Scott W. Luton and Karin Bursa are joined by Richie Daigle, Enterprise Account Executive at Tive, and David Shillingford, Co-founder of Everstream Analytics. Together, they discuss the critical challenges of freight security and how the ever-evolving threat landscape impacts global supply chains.Richie and David share their expertise on the latest trends in cargo theft, the importance of building strategic technology stacks, and how digitization and IoT devices are revolutionizing freight visibility. The discussion also covers the vital role of partnerships and trust across the supply chain ecosystem and how a culture of awareness and collaboration is vital to staying ahead of opportunistic and organized cargo thieves.Tune in to learn actionable insights on improving supply chain resilience, protecting high-value freight, and responding effectively to rising security threats with advanced technology and strategic planning.Jump into the conversation:(00:00) Intro(02:06) Addressing freight risks in supply chain(06:38) Rising cargo theft and security trends(10:41) Case study: cargo theft in Illinois(14:18) Technology's role in preventing cargo theft(19:22) Digitization and its impact on freight security(24:26) Building a strategic tech stack for security(29:01) Enhancing visibility and quick response(34:42) The cultural element of security awareness(38:17) Data analytics and predictive capabilities in freight security(40:12) Implementing standard operating procedures for security(44:29) The importance of partnering with external experts(48:49) Success stories and overcoming security challengesAdditional Links & Resources:The ABCs of Cargo Security and Loss Prevention webinar: https://bit.ly/3zAirpTConnect with Richie Daigle: https://www.linkedin.com/in/richiedaigle/Connect with David Shillingford: https://www.linkedin.com/in/shillingford/Learn more about Tive: https://www.tive.com/Learn more about Everstream Analytics: https://www.everstream.ai/Connect with Karin: https://www.linkedin.com/in/karinbursa/Connect with Scott: https://www.linkedin.com/in/scottwindonluton/ Learn more about Supply Chain Now: https://supplychainnow.com Watch and listen to more Supply Chain Now episodes here: https://supplychainnow.com/program/supply-chain-now Subscribe to Supply Chain Now on your favorite platform: https://supplychainnow.com/join Work with us! Download Supply Chain Now's NEW Media Kit: https://bit.ly/3XH6OVkWEBINAR- Supply Chain in 2025: Top 5 Labeling and Packaging Artwork Trends to Watch: https://bit.ly/3Y9FWiZWEBINAR- Future-Proof Your Logistics: AI-Powered Solutions for Competitive Edge: https://bit.ly/3BouB5EWEBINAR- The Cold Chain Dilemma: Why Visibility Falls Short and What Really Works: https://bit.ly/4hpu8k9This episode was hosted by Scott Luton and Karin Bursa, and produced by Amanda Luton. For additional information, please visit our dedicated show page at: https://supplychainnow.com/confronting-ever-changing-dynamics-freight-security-1347

Futebol de Verdade
FDV #2025/17: Volta de aquecimento

Futebol de Verdade

Play Episode Listen Later Nov 4, 2024 85:10


Olá a todos! O Futebol de Verdade de hoje foi mais acidentado do que a 10ª jornada da Liga para os candidatos. Tive de começar o programa ontem e de o acabar hoje, por causa da instabilidade da ligação de internet, mas os candidatos, esses, ganharam os jogos sem grandes dificuldades. Aqui fiz as análises às goleadas de Sporting e FC Porto e às vitórias tangenciais trazidas por Benfica e SC Braga das suas deslocações, a servirem de aquecimento para a jornada que vai colocar os quatro frente-a-frente. E, com o apoio da ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠MaderTools⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠, ainda respondi a uma pergunta sobre a possibilidade de Rúben Amorim se abastecer em Portugal de reforços para o Manchester United. Vamos! O Futebol de Verdade está disponível logo ao domingo e à quinta-feira à noite no ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠meu canal de YouTube⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠. Para acompanharem todo o meu trabalho, visitem ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://tadeia.substack.com/⁠⁠

Meio Ambiente
Como a COP16 da Biodiversidade busca compensar a ‘biopirataria digital'

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Oct 31, 2024 6:37


A 16ª Conferência da ONU sobre a Diversidade Biológica se encaminha para o fim nesta sexta-feira (1º) em Cali, na Colômbia, com um impasse sobre a delicada questão da repartição dos benefícios genéticos da natureza. Os países megadiversos, como o Brasil, insistem para a criação de mecanismos justos de compensação pelo uso desses recursos naturais – com os quais multinacionais agroalimentares, farmacêuticas ou cosméticas fazem fortunas, principalmente nos países desenvolvidos. Lúcia Müzell, da RFI em ParisA solução não poderia ser simples para um problema que, com o avanço das tecnologias, se tornou ainda mais complexo. O sequenciamento genético digital (DSI, na sigla em inglês) de plantas, animais e microrganismos, postos à disposição da comunidade científica, agora dispensa que eles sejam extraídos diretamente da natureza para serem utilizados pelas diferentes indústrias e pela academia, em pesquisas científicas.“Se, antes, existia a prática de biopirataria de ir a um país como o Brasil e pegar uma determinada semente, como aconteceu bastante no passado, e levá-la para um outro país, desenvolver um novo produto e patenteá-lo, hoje isso não acontece mais”, explica a advogada Bruna Maia, que desenvolve uma tese sobre este assunto na universidade Panthéon-Assas, em Paris, e é consultora jurídica da 3Bio, especializada em regulação internacional de biotecnologia.“Hoje, os cientistas codificam o genoma de toda essa semente, de uma planta, um animal ou, muitas vezes, um microrganismo, que eles armazenam em nuvens em depositários internacionais e, para desenvolver novos produtos, as empresas simplesmente usam esse sequenciamento genético. Muitas empresas do agronegócio, como Syngenta ou Bayer, fazem uso intensivo disso e não precisam mais de recursos físicos”, complementa Maia. “Elas não precisam mais de uma semente de tomate: precisam simplesmente do código genético da variedade dele e desenvolvem novas, que podem ser, por exemplo, resistentes à seca.”Novas regras para atualizar Protocolo de NagoyaOs três principais bancos de dados ficam na Inglaterra, no Japão e nos Estados Unidos. Esta configuração obriga as 193 nações signatárias da Convenção sobre a Diversidade Biológica, assinada em 1992, a encontrarem novas formas de retribuir os países que abrigam e conservam estes valiosos recursos na natureza.A repartição dos benefícios está prevista no Protocolo de Nagoya, de 2010, mas o documento se aplica apenas ao material genético físico. Na última COP, em 2022, ao assinarem o primeiro Marco Global da Biodiversidade, os países concordaram com a criação de um mecanismo multilateral para a repartição dos benefícios, “incluindo um fundo global”. Até agora, entretanto, as discussões em Cali não chegaram a um consenso.Sobre a mesa, encontram-se alternativas como a instauração de uma taxa de até 1% sobre o valor de varejo destes produtos, ou um percentual inferior sobre os lucros anuais das multinacionais que utilizam sequenciamentos genéticos da natureza. Também está em aberto como esta compensação seria efetivada: se por meio de projetos específicos de proteção da biodiversidade ou por financiamento direto aos países detentores das riquezas.  Pressa por decisão O tema é prioritário para as nações florestais, como a anfitriã, Colômbia, o Brasil, que abriga a maior área de floresta tropical e a maior biodiversidade do mundo, mas também os países africanos e do sudeste asiático. A negociação envolve, ainda, as comunidades locais e indígenas, que preservam muitos destes recursos.“A negociação de DSI está muitíssimo intensa. Tive acesso ao último rascunho de acordo, mas eles já incluíram uma nova possibilidade – o que mostra que está ficando cada vez mais complexo”, nota Bruna Maia. “É difícil ter uma decisão até sexta, mas, ao mesmo tempo, percebo que existe uma vontade política muito grande para que saia algum resultado nesta COP. O meu medo é que saia uma decisão, porém não seja a melhor possível, principalmente para os países detentores de biodiversidade. De sair qualquer coisa, só porque querem decidir alguma coisa”, salienta a especialista.Um dos argumentos dos lobbies industriais e alguns países ricos para não compensar financeiramente os países florestais é que são eles próprios que sustentam a existência dos bancos de dados genéticos, para o benefício de toda a comunidade internacional. Outros, como a Suíça ou o Japão, têm batalhado para que a repartição dos benefícios seja voluntária, uma alternativa amplamente rejeitada pelos países em desenvolvimento.

The Triple Threat
Jerry Jones Got SEN-SI-TIVE During a Radio Interview Tues Lolol

The Triple Threat

Play Episode Listen Later Oct 15, 2024 9:02


Jerry Jones Got SEN-SI-TIVE During a Radio Interview Tues Lolol full 542 Tue, 15 Oct 2024 21:55:07 +0000 RzPTZr1ARNhuoAyFB83nE4GlLLCglHp5 sports The Drive with Stoerner and Hughley sports Jerry Jones Got SEN-SI-TIVE During a Radio Interview Tues Lolol 2-6PM M-F 2024 © 2021 Audacy, Inc. Sports False https://player.amperwavepodca

Sai da Média - Podcast | Geronimo Theml
Do zero ao sucesso: minha TRANSIÇÃO de carreira (o que você NUNCA SOUBE) | Podcast Sai da Média #208

Sai da Média - Podcast | Geronimo Theml

Play Episode Listen Later Oct 12, 2024 57:39


“Sucesso sem felicidade é fracasso.” Quando eu era advogado da União, ganhando um salário que jamais havia imaginado ganhar na minha vida, essa frase do Tony Robbins me fez tomar uma atitude radical… Largar aquele emprego que me trazia segurança financeira, mas me deixava extremamente infeliz. Embora muitas pessoas ao meu redor tenham achado essa decisão uma loucura, eu não poderia ter feito uma escolha melhor. Porque hoje eu tenho um reconhecimento financeiro ainda melhor do que tinha como advogado da União e tenho também muito mais realização profissional e pessoal! Mas para conseguir tudo isso, eu tive que me planejar… Tive que entender por que mudar de carreira faria sentido, quando seria o momento ideal para fazer essa transição e o passo a passo para fazer uma transição de forma segura. Five… eu não sei se você está na mesma situação que eu estava lá atrás… com reconhecimento financeiro, mas sem realização profissional. Ou se até tem realização profissional, mas não tem o retorno financeiro que gostaria. Ou ainda se o seu caso é o mais difícil de todos: você não gosta do que faz e não ganha bem. Independentemente de qual é o seu caso, talvez você esteja considerando fazer uma transição de carreira assim como eu fiz. E eu quero compartilhar contigo como eu consegui fazer essa transição de forma rápida e segura para hoje ser extremamente realizado em todas as áreas da minha vida. Bora bater esse papo no episódio #208 do Sai da Média, o podcast de produtividade mais ouvido do país? “Do zero ao sucesso: minha transição de carreira (o que você nunca soube)”. Dá o play e confere! → Inscreva-se grátis no Treinamento “A Melhor Profissão do Mundo”, que acontece online e ao vivo nos dias 28, 30 e 31/10: https://geronimotheml.site/melhor-profissao-do-mundo-sdm-208 → Para mais conteúdos gratuitos sobre produtividade e desenvolvimento pessoal, se inscreve aqui no canal e me segue no Instagram: https://www.instagram.com/geronimotheml/ → Segue a Paty no Instagram se quiser descobrir os segredos de um evento ao vivo que gera alta transformação e conversão em vendas: https://www.instagram.com/patyaraujo.oficial/ #SaiDaMédia #VidaNoComando #GeronimoTheml

FreightCasts
Running on Ice EP105 Cargo Theft Trends In Cold Chain

FreightCasts

Play Episode Listen Later Oct 11, 2024 27:21


In this episode, we break down some of the more common cargo theft trends. Our guest, Orlando Candelaria, account executive at Tive shares his expertise in cargo theft trends and ways to work smarter while reducing risk. For more information subscribe to Running on Ice the newsletter or podcast. Follow the Running on Ice Podcast Other FreightWaves Shows Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas
Luísa Costa Gomes (parte 1): “O que vemos em massa são livros de autoajuda, proselitismo e didatismo. Um livro não é uma couve lombarda!”

Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas

Play Episode Listen Later Oct 11, 2024 73:07


É uma das vozes literárias portuguesas mais marcantes. Enquanto Luísa Costa Gomes prepara um romance de ficção científica, acaba de lançar uma nova colecção de histórias breves: “Visitar amigos e outros contos”. Neste podcast fala de como não cede à pressão do tempo, é crítica da produção massiva de “uma certa evangelização, moralismo e didatismo” nas obras que enchem as livrarias, fala da televisão como uma “espiral descendente” de “vileza” e "estupidificação geral” e alerta para o perigo dos dogmas e da morte da democracia. Esclarece ainda que não viveu nenhum renascimento, após um percalço: “Tive pneumonia, nada de mais. A vida tem umas sacudidelas. Penso na morte desde que nasci, faz parte”. Ouçam-na aqui nesta primeira parte da conversa com Bernardo Mendonça no podcast A Beleza das Pequenas CoisasSee omnystudio.com/listener for privacy information.

The Digital Supply Chain podcast
AI, Real-Time Visibility, and Sustainability: The Future of Supply Chains!

The Digital Supply Chain podcast

Play Episode Listen Later Oct 7, 2024 39:46 Transcription Available


Send me a messageIn this episode of the Sustainable Supply Chain podcast, I spoke with Krenar Komoni, the CEO and founder of Tive, about the transformative impact of real-time tracking on supply chain sustainability. We explored how Tive's technology is enabling companies to reduce waste by providing immediate data on the location and condition of shipments, particularly for temperature-sensitive goods like perishables and pharmaceuticals.Krenar shared compelling examples of how real-time monitoring can prevent spoilage. For instance, companies like Alpine Fresh have used Tive's trackers to detect temperature excursions during transit, allowing them to correct issues in real-time and save entire shipments. Similarly, Optimised Courier was able to intervene when a pharmaceutical shipment was delayed on a tarmac, ensuring the products remained within their stability budget.We also discussed the surprising reliance on outdated methods, such as spreadsheets, in billion-dollar supply chain operations. Krenar emphasised the necessity of practical and simple technological solutions to drive industry-wide adoption and efficiency.Looking ahead, we delved into the potential of AI and machine learning in shaping the future of supply chains. While these technologies offer significant opportunities for predictive analytics and increased autonomy, Krenar noted that geopolitical risks pose substantial challenges to global sustainability efforts.Additionally, Krenar recommended the documentary "Beyond Zero", which has significantly influenced his approach to sustainability by highlighting the importance of waste reduction and sustainable manufacturing practices.Tune in to this episode to gain valuable insights into how real-time data and innovative technologies are essential for building more sustainable and efficient supply chains.Elevate your brand with the ‘Sustainable Supply Chain' podcast, the voice of supply chain sustainability.Last year, this podcast's episodes were downloaded over 113,000 times by senior supply chain executives around the world.Become a sponsor. Lead the conversation.Contact me for sponsorship opportunities and turn downloads into dialogues.Act today. Influence the future.Support the showPodcast supportersI'd like to sincerely thank this podcast's generous supporters: Lorcan Sheehan Olivier Brusle Alicia Farag And remember you too can Support the Podcast - it is really easy and hugely important as it will enable me to continue to create more excellent episodes like this one.Podcast Sponsorship Opportunities:If you/your organisation is interested in sponsoring this podcast - I have several options available. Let's talk!FinallyIf you have any comments/suggestions or questions for the podcast - feel free to just send me a direct message on LinkedIn, or send me a text message using this link.If you liked this show, please don't forget to rate and/or review it. It makes a big difference to help new people discover it. Thanks for listening.

Alta Definição
Francisco Pedro Balsemão: “Tive um colega de escola a querer ser meu amigo por indicação do pai. Foi aí que percebi a dimensão do meu apelido e me tornei mais inseguro”

Alta Definição

Play Episode Listen Later Oct 5, 2024 51:10


Francisco tem 44 anos e é, desde março de 2016, o CEO do Grupo Impresa, a maior empresa de media em Portugal. Sempre quis ser jornalista, mas a vida encarregou-se de lhe mostrar outros caminhos. É o filho mais novo de Francisco Pinto Balsemão e foi pela mão do pai que fez as primeiras viagens que lhe trariam mundo. “Fiz, com seis anos a minha primeira viagem. Ainda hoje me lembro de Gibraltar, do Estreito de Messina e de Corfu”. Recorda também a liberdade que trazia felicidade, nos anos 80, década que o viu nascer e crescer. “Brincava muito fora de casa, hoje é tudo muito mais controlado”. Ainda guarda berlindes em casa, por fazer questão de mostrar aos filhos, altamente digitais, heranças de outrora de um mundo muito mais palpável. Com 13 anos foi aos MTV Awards, onde se cruzou com Kurt Cobain, um dos seus ídolos, e que quase o fez cair para o lado. Foi-lhe sempre passada a mensagem, pelos pais, de que deveria ser grato por ter “a sorte de ter nascido num mundo de privilégios”, mas que, só por si, esse fator não seria determinate para nada. “O facto de ter partido à frente de outras pessoas que não tiveram as oportunidades que eu tive, só me trouxe, ainda mais, a convicção de ter de dar tudo, trabalhar, dar o litro.”  See omnystudio.com/listener for privacy information.

BBC Lê
O procurador que foi Uber por 4 meses em Salvador: 'Não tive sensação de ser meu próprio chefe'

BBC Lê

Play Episode Listen Later Oct 2, 2024 25:37


Ilan Fonseca tirou licença do Ministério Público do Trabalho para viver cotidiano de motoristas do aplicativo e entender melhor a relação deles com as plataformas.

Supply Chain Now Radio
Unpacking Cargo Security: Defining What Puts Freight at Risk

Supply Chain Now Radio

Play Episode Listen Later Sep 25, 2024 45:56 Transcription Available


How are supply chain leaders responding to the growing challenge of cargo theft in 2024?In this episode, hosts Scott W. Luton and Karin Bursa are joined by Richie Daigle, Enterprise Account Executive at Tive, to discuss the alarming rise in cargo theft—up 50% this year—and the steps companies are taking to protect their freight. Richie shares how Tive's real-time tracking technology is enabling businesses to secure shipments, minimize disruptions, and ensure goods arrive on time and intact.The conversation includes real-world examples of how businesses are using data to tackle both accidental and intentional risks in the supply chain. Richie highlights the importance of strong partnerships with suppliers and carriers, the critical role that buyers play in procurement, and how technology is reshaping supply chain visibility. Learn actionable steps to help safeguard your shipments and reduce losses in today's unpredictable supply chain environment.Jump into the conversation:(00:00) Cargo theft trends in 2024 and its impact on supply chains(05:51) Richie Daigle's professional journey and Tive's mission(09:17) How cargo thieves are using technology to target shipments(16:17) The critical role of buyers in mitigating supply chain risks(22:33) Building trust and strong relationships in supply chain security(24:58) Real-world example: Reducing costs in the automotive industry with Tive(26:34) Leveraging technology to address supply chain risks(29:31) The importance of awareness: Known vs. unknown risks(35:19) Actionable steps for supply chain leaders to protect their freightAdditional Links & Resources:Cyber Scams & High-Tech Heists: Securing Freight in the Age of Strategic Cargo Theft: https://bit.ly/3XqVLQGConnect with Richie Daigle: https://www.linkedin.com/in/richiedaigle/ Learn more about Tive: https://www.tive.com/ Connect with Karin: https://www.linkedin.com/in/karinbursa/ Connect with Scott: https://www.linkedin.com/in/scottwindonluton/ Learn more about Supply Chain Now: https://supplychainnow.com Watch and listen to more Supply Chain Now episodes here: https://supplychainnow.com/program/supply-chain-now Subscribe to Supply Chain Now on your favorite platform: https://supplychainnow.com/join Work with us! Download Supply Chain Now's NEW Media Kit: https://bit.ly/3XH6OVk WEBINAR- Mastering Shipping: Insider Tips for Reliable and Cost-Effective Deliveries: https://bit.ly/3XdC3t5WEBINAR- Creating the Unified Supply Chain Through the Symbiosis of People and Technology: https://bit.ly/3XDtrejWEBINAR- Defending Your Business from Ransomware and Cyber Threats: https://bit.ly/4d0VGcfWEBINAR- End-to-End Excellence: Integrating Final Mile Logistics: https://bit.ly/3ZlpE7UWEBINAR- AI for SMBs: Unlocking Growth with Netstock's Benchmark Report: https://bit.ly/3AWtoCDThis episode was hosted by Scott Luton and Karin Bursa. For additional information, please visit our dedicated show page at: https://supplychainnow.com/unpacking-cargo-security-defining-puts-freight-risk-1329

Supply Chain Now Radio
The Buzz for September 13th: Digital Transformers Edition

Supply Chain Now Radio

Play Episode Listen Later Sep 13, 2024 46:19


The Buzz is Supply Chain Now's regular Monday livestream, held at 12 noon ET each week. This show focuses on some of the leading stories from global supply chain and global business, always with special guests – the most important of which is the live audience!In this week's Digital Transformers edition of The Buzz, hosts Scott Luton and Kevin L. Jackson discuss the state of the manufacturing industry, the impact of AI and digitization on supply chain visibility, and the role of transportation management technology in supply chain success. Listen and learn more about: How manufacturers are propelling their partners into the digital supply chain eraHow today's shippers are demanding effective transportation managementUniversities that are empowering high school students with AI and manufacturing skillsAnd much more!Additional Links & Resources:Most recent edition of With That Said: https://bit.ly/3zklhz19/10 Webinar- Optimizing Procurement Operations with Group Purchasing Organizations: https://bit.ly/3z1fTAXJoin us for our livestream with Tive on Thursday, as we unpack cargo security: https://bit.ly/3B5OOwRMost recent episode of Digital Transformers: https://bit.ly/3zbGD1AUS manufacturing mired in weakness; construction spending falls: https://bit.ly/4ee1VKJManufacturers propel partners Into the digital supply chain era: https://bit.ly/3zfLMppHow AI and Digitization Impact Supply Chain Visibility: https://bit.ly/3MFJcfmToday's Shippers Demand Effective Transportation Management: https://bit.ly/3XkCe4zManufacturing Intelligence: Deltia AI Delivers Assembly Line Gains With NVIDIA Metropolis and Jetson- https://bit.ly/4edYTGuAuburn empowers high school students with AI, manufacturing skills- https://bit.ly/4cXzn7wLearn more about our hosts: https://supplychainnow.com/aboutLearn more about Supply Chain Now: https://supplychainnow.comLearn more about Digital Transformers: https://supplychainnow.com/program/digital-transformersWatch and listen to more Supply Chain Now episodes here: https://supplychainnow.com/program/supply-chain-nowSubscribe to Supply Chain Now on your favorite platform: https://supplychainnow.com/joinWork with us! Download Supply Chain Now's NEW Media Kit: https://bit.ly/3XH6OVkWEBINAR- Mastering Shipping: Insider Tips for Reliable and Cost-Effective Deliveries:

Digital Transformers
The Buzz for September 13th: Digital Transformers Edition

Digital Transformers

Play Episode Listen Later Sep 13, 2024 46:19


The Buzz is Supply Chain Now's regular Monday livestream, held at 12 noon ET each week. This show focuses on some of the leading stories from global supply chain and global business, always with special guests – the most important of which is the live audience!In this week's Digital Transformers edition of The Buzz, hosts Scott Luton and Kevin L. Jackson discuss the state of the manufacturing industry, the impact of AI and digitization on supply chain visibility, and the role of transportation management technology in supply chain success. Listen and learn more about: How manufacturers are propelling their partners into the digital supply chain eraHow today's shippers are demanding effective transportation managementUniversities that are empowering high school students with AI and manufacturing skillsAnd much more!Additional Links & Resources:Most recent edition of With That Said: https://bit.ly/3zklhz19/10 Webinar- Optimizing Procurement Operations with Group Purchasing Organizations: https://bit.ly/3z1fTAXJoin us for our livestream with Tive on Thursday, as we unpack cargo security: https://bit.ly/3B5OOwRMost recent episode of Digital Transformers: https://bit.ly/3zbGD1AUS manufacturing mired in weakness; construction spending falls: https://bit.ly/4ee1VKJManufacturers propel partners Into the digital supply chain era: https://bit.ly/3zfLMppHow AI and Digitization Impact Supply Chain Visibility: https://bit.ly/3MFJcfmToday's Shippers Demand Effective Transportation Management: https://bit.ly/3XkCe4zManufacturing Intelligence: Deltia AI Delivers Assembly Line Gains With NVIDIA Metropolis and Jetson- https://bit.ly/4edYTGuAuburn empowers high school students with AI, manufacturing skills- https://bit.ly/4cXzn7wLearn more about our hosts: https://supplychainnow.com/aboutLearn more about Supply Chain Now: https://supplychainnow.comLearn more about Digital Transformers: https://supplychainnow.com/program/digital-transformersWatch and listen to more Supply Chain Now episodes here: https://supplychainnow.com/program/supply-chain-nowSubscribe to Supply Chain Now on your favorite platform: https://supplychainnow.com/joinWork with us! Download Supply Chain Now's NEW Media Kit: https://bit.ly/3XH6OVkWEBINAR- Mastering Shipping: Insider Tips for Reliable and Cost-Effective Deliveries:

Alta Definição
Salvador Sobral: "Pergunto-me se a minha filha vai ter uma doença como a que tive. Devia ser ilegal no mundo haver crianças doentes. É completamente inumano"

Alta Definição

Play Episode Listen Later Sep 7, 2024 51:45


Sete anos depois, “com menos 25 quilos e com outro coração, o músico Salvador Sobral regressa ao Alta Definição para conversar com Daniel Oliveira. A vida do músico alterou-se, principalmente desde 2017. "Parece um ano louco. A Eurovisão mudou a minha vida para sempre e o transplante de coração obviamente também", recorda o cantor. O artista confessa que não se reconhecia ao espelho antes da operação, mas com o tempo, a pouco e pouco, conseguiu recuperar a imagem em que se reconhecia. "Lembro-me de acordar da operação e não querer acordar, querer morrer, porque é uma agonia pura. Pode acontecer-me tudo na vida, os concertos mais stressantes, pode cair um piano em cima de mim, que eu acho que nunca vou sentir a dor que senti no pós-operatório", relembra Salvador Sobral. Apesar de reconhecer que terá um lugar na história por ter vencido a Eurovisão, ambiciona ser "considerado um intérprete importante no nosso país" e acredita que "isso ainda não está atingido." O Alta Definição foi exibido na SIC a 7 de setembro.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Category Visionaries
Krenar Komoni, CEO & Founder of Tive: $82 Million Raised to Build the Future of Supply Chain Visibility

Category Visionaries

Play Episode Listen Later Jul 30, 2024 27:32


Welcome to another episode of Category Visionaries — the show that explores GTM stories from tech's most innovative B2B founders. In today's episode, we're speaking with Krenar Komoni, CEO & Founder of Tive, a supply chain visibility platform that's raised $82 Million in funding. Here are the most interesting points from our conversation: Founding Story: Krenar started Tive in 2015 after witnessing the inefficiencies in tracking shipments in his father-in-law's trucking business. Product Innovation: Tive's launch of the world's first single-use 5G-ready tracker in 2020 significantly improved product-market fit and customer adoption. Customer Shift: Initially targeting VP-level supply chain executives, Tive's ideal customer profile shifted to logistics managers and transportation coordinators who handle shipment operations. Sales Strategy: Cold calling and direct customer engagement were crucial in understanding market needs and iterating the product for better market fit. Market Discovery: Tive found a significant market in produce logistics, where real-time temperature tracking ensures product quality upon delivery. Core Value: Krenar emphasizes transparency with customers, building trust by proactively communicating issues and maintaining high customer support standards. Actionable Takeaways:  Adapt Your Target Customer Profile: Initially targeting VP-level executives may not always be the best approach. Identify and engage directly with the individuals who handle the day-to-day operations, as they may have a greater need for your product. Leverage Cold Calling for Customer Insights: Don't underestimate the power of cold calling and direct engagement with potential customers. This approach can provide valuable insights into market needs and help refine your product offering. Innovate Cost-Effective Solutions: To succeed, especially in hardware products, it's crucial to find ways to reduce costs without sacrificing quality. Tive achieved this by working closely with manufacturers in China to produce affordable, high-quality trackers. Prioritize Transparency with Customers: Building trust through transparency is essential. Proactively communicate any issues and maintain high standards in customer support to foster strong, long-lasting relationships. Understand and Adapt to Market Needs: Flexibility and willingness to pivot are key. Tive initially targeted the pharma industry but shifted focus to produce logistics when they found a more immediate and accessible market opportunity. //   Sponsors: Front Lines — We help B2B tech companies launch, manage, and grow podcasts that drive demand, awareness, and thought leadership. www.FrontLines.io The Global Talent Co. — We help tech startups find, vet, hire, pay, and retain amazing marketing talent that costs 50-70% less than the US & Europe.  www.GlobalTalent.co

FreightCasts
Running on Ice EP95 Chilly cargo theft

FreightCasts

Play Episode Listen Later Jul 12, 2024 26:21


In this episode, we dive into the ins and outs of cold chain cargo theft. Our guest Richie Daigle, enterprise account executive at Tive breaks down steps to take to reduce the likelihood of cargo theft as well as what theft items are on the rise. For more information subscribe to Running on Ice the newsletter or podcast. Follow the Running on Ice Podcast Other FreightWaves Shows Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Mamilos
Mamilos Café #7 - Lela Brandão: tive anorexia e usava exercício para me punir

Mamilos

Play Episode Listen Later Jul 4, 2024 50:04


Lela Brandão tem uma marca de roupas, é podcaster, palestrante e influencer com inúmeras publicidades na agenda. É formada em arquitetura e já atuou como artista plástica e ilustradora. Passa um café e embarca nesse papo saboroso com a criadora do podcast Gostosas também Choram que passa por comer, amar e rezar e o que é afinal essa tal de “energia de gostosa”. Lela abre o coração sobre a jornada para diagnosticar e conviver com a fibromialgia e a importância de fazer exercício para ter saúde mental e qualidade de vida. Tem também reflexões sobre como a moda trata o corpo das mulheres, e o que um designer precisa para desenvolver roupas para todos os corpos. Vem com a gente! _____ Contato: mamilos@mamilos.me

The Logistics of Logistics Podcast
The CRO Perspective: Growing FreightTech Sales with Ryan Sullivan

The Logistics of Logistics Podcast

Play Episode Listen Later Jul 3, 2024 55:31


Ryan Sullivan and Joe Lynch discuss the CRO perspective - growing freighttech sales. Ryan is the CEO and Founder of Ratchet Ventures, a fractional CRO firm specializing in the logistics and freighttech space. Summary: The CRO Perspective: Growing FreightTech Sales In this podcast, Ryan Sullivan, Founder of Ratchet Ventures and an experienced Chief Revenue Officer (CRO), shares his insights on growing sales in the freight tech and logistics industry. He discusses the importance of revenue management, transitioning from founder-led sales to a scalable process, and the three levers to increase sales: larger deals, more opportunities, and higher conversion rates. Ryan emphasizes understanding the ideal customer profile, building genuine relationships, and specializing in a specific niche to improve sales performance. He also addresses the challenges growing companies face in finding the right sales leadership and how fractional CRO services can help. Throughout the podcast, Ryan shares his unconventional journey and expertise in helping companies and individuals navigate the increasingly competitive supply chain technology industry. #FreightTechSales #RevenueGrowthStrategies #LogisticsSalesExpertise About Ryan Sullivan Ryan Sullivan is the CEO & Founder of Ratchet Ventures. With over a decade of experience in supply chain tech, Ryan partners with seed to Series B companies to revamp sales strategies, optimize pipelines, and enhance forecasting. A proven leader with success at Kuebix and Tive, he specializes in transitioning from founder-led sales to scalable processes, achieving 5-10x revenue growth. As a 2x founder, 2x corporate exit, and 3-time founding sales leader, Ryan's expertise includes channel partnerships, sales playbooks, prospecting, and CRM enablement. Passionate about innovation in logistics and transportation, he actively shares industry insights on LinkedIn and is committed to transparency and authenticity in all business interactions. Based in Boston, Ryan drives growth and innovation in the supply chain industry. About Ratchet Ventures Ratchet Ventures, led by CEO & Founder Ryan Sullivan, empowers supply chain technology leaders to scale, secure funding, and drive profitable revenue through comprehensive growth services. With over 15 years of experience, Ryan partners with seed to Series B companies to transition from founder-led sales to scalable processes, achieving significant growth. Ratchet Ventures specializes in Fractional CRO services, strategic growth planning, and go-to-market strategies. As a 2x founder, 2x corporate exit, and 3-time founding sales leader, Ryan's expertise is instrumental in navigating startup complexities and driving innovation in the supply chain sector (Ryan Sullivan ). Key Takeaways: The CRO Perspective: Growing FreightTech Sales Gain insights from a Chief Revenue Officer on growing sales in the freight tech industry. Learn about the importance of building relationships with customers. Understand the growing significance of revenue management in companies. Discover how to transition from founder-led sales to a scalable sales process. Hear about Ryan Sullivan's unconventional journey to becoming a successful tech sales leader. Learn three key levers to grow sales in freight tech and logistics companies. Understand the value of genuine expertise and personal connections in the era of AI-generated content. Timestamps (00:00:01) The CRO Perspective on Freight Tech Sales (00:00:20) Fractional CRO for Early Stage Companies (00:01:35) The Growing Importance of Revenue Management (00:04:00) Scaling Sales Beyond Founder-Led Efforts (00:08:05) Accidental Entrepreneur Discovers Supply Chain Tech (00:14:18) Three Levers to Grow Freight Tech Sales (00:16:03) Selling Larger Deals in Freight Brokerage (00:19:34) The Value of Authentic Expertise (00:22:17) Boost Sales Conversion Through Customer Understanding (00:24:32) Niching Down for Higher Conversions (00:32:34) Focusing on the Ideal Customer Profile (00:39:35) Fractional CRO: Helping Companies Overcome Growth Barriers (00:43:21) Fractional CRO: Driving Strategic Sales Growth (00:47:03) Navigating Sales Leadership Challenges in Growing Companies (00:51:48) Three Ways to Grow Freight Tech Sales (00:52:52) Navigating Supply Chain Technology and Capital Learn More About The CRO Perspective: Growing FreightTech Sales Ryan Sullivan | Linkedin Ratchet Ventures | Linkedin Ratchet Ventures The Logistics of Logistics Podcast If you enjoy the podcast, please leave a positive review, subscribe, and share it with your friends and colleagues. The Logistics of Logistics Podcast: Google, Apple, Castbox, Spotify, Stitcher, PlayerFM, Tunein, Podbean, Owltail, Libsyn, Overcast Check out The Logistics of Logistics on Youtube

Let's Talk Supply Chain
409: Achieve End-to-End Visibility, Tracking and Monitoring For Your Shipments, with Tive

Let's Talk Supply Chain

Play Episode Listen Later May 27, 2024 51:11


Krenar Komoni talks about Tive; understanding the condition, as well as location, of shipments; sustainability; and why every shipment matters. IN THIS EPISODE WE DISCUSS:   [07.19] Krenar's education, his passion for start-ups, and the career journey that led him from space stations, chips, and wireless to founding Tive. “I've always worked for start-ups since I was a kid… I fell in love with this idea that you can build something out of nothing.” [12.13] An overview of Tive – who they are, what they do, and how they help their customers. “We make sure our customers have the least amount of shipping problems as they can!” [13.42] The ideal client for Tive. [18.08] From theft to compliance, the biggest logistics challenges currently faced by Tive customers. “Theft is huge right now in the market… just with one company, every week we're catching two or three events.” [20.57] Visibility – what it means to Tive, and why it's so important that we recognize its value and translate that into effective supply chain strategies, processes, and tools. “Better quality conversations build a better quality of supply chain.” [24.31] A closer look at Tive trackers, the technology, and what sets them apart from the competition. “We've really built them purposefully for supply chain and logistics – and for the people who use this every single day. We've built a device, at the right cost, with the right features and right outputs that customers want.” [26.51] Why Tive has coined the phrase ‘ground truth' and what it means to them, and to customers. [28.14] A closer look at Tive tags; how clients can use them to monitor what's happening to their product as it moves through its journey; and why it's just as important to know what condition your shipments are in, as exactly where they are. [31.08] Tive's ‘every shipment matters' motto, and the impact the industry could make if every organization and professional truly honored that motto. “In order to make supply chain, and the whole planet, more efficient, you have to live by it – every single shipment matters. If we take care of every shipment the way we do high-value ones… if every shipment got the care it deserves, we'd be in much better shape.” [33.44] The importance of sustainability, and how Tive weaves it through everything they do, creating products that are better for the environment, and better for their customers. “Our non-lithium trackers are much better for the environment… and you don't have to use a ‘dangerous goods' sticker. So, you have sustainability, plus a better customer experience.” [37.37] Two case studies show how Tive trackers helped highlight a mistake with temperature-controlled cargo, saving a half-million-dollar shipment, and locating a missing million-dollar shipment. [43.25] The future for Tive, and the industry. “Customers are realizing that, to get 100% visibility and really understand their supply chains, they have to start embracing IoT.”   RESOURCES AND LINKS MENTIONED:   Head over to Tive's website now to find out more, download their FREE State of Visibility 2024 report, and discover how they could help you too. You can also connect with Tive and keep up to date with the latest over on LinkedIn, YouTube and X (Twitter), or you can connect with Krenar on LinkedIn. If you want to hear more from Tive, they were first on the show way back in 2020! Check out what's changed by listening to Episode 131: Forget Surprises! In Transit Visibility Is Here.

Fábrica de Crimes
121. Caso Robinho - Sem Mais Pedaladas

Fábrica de Crimes

Play Episode Listen Later May 15, 2024 38:55


Do AC Milan à Tremembé.  O episódio de hoje te conta o que aconteceu entre esses dois extremos da vida de Robson de Souza, o Robinho.  Sem mais dribles ou pedaladas, hoje, o  ex-jogador cumpre pena na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo. O caso de hoje conta em detalhes a trajetória do ex- “menino da vila”. Gostaria de aparecer em um dos episódios do Fábrica? Então manda uma mensagem de áudio pelo direct no nosso Instagram @podcastfabricadecrimes  A gente só publica com a sua autorização =) Hosts: @mari.host e @rob.host Edição: @ovitoivtovito Link para doação - Enchentes Rio Grande do Sul: https://www.paraquemdoar.com.br/  Links com Pontos de Coleta de Doação no Rio de Janeiro:  https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/01/14/temporal-no-rio-veja-os-pontos-de-apoio-e-de-doacoes-para-a-populacao-atingida-pelas-chuvas.ghtml  https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/05/07/veja-como-ajudar-no-rj-vitimas-das-chuvas-no-rio-grande-do-sul.ghtml  FONTES: UOL, Justiça italiana pedirá inclusão de Robinho em lista vermelha da Interpol, disponível aqui: Metrópoles, Condenado, Robinho diz: “Tive meus direitos constitucionais violados”, disponível aqui: Agência Senado, Seleção brasileira de futebol poderá ser considerada patrimônio cultura, disponível aqui: Exame, Gigante do futebol e insuperável: veja a lista de recordes do rei Pelé, disponível aqui: ESPN, Santos centenário: Mentor da base revela as lições que fazem do clube um celeiro de craques, disponível aqui: G1, Caso Robinho: imprensa italiana repercute decisão do STJ de mandar prender ex-jogador, disponível aqui: G1, Filho de Robinho faz homenagem após golaço no Paulista sub-17: 'melhor pai do mundo'; VÍDEO, disponível aqui: G1, Robinho completa um mês na prisão; saiba a rotina do ex-atleta que pode jogar futebol e trabalhar no 'presídio dos famosos', disponível aqui: G1, Perfil de Robinho tem post dizendo 'sou inocente' e repercute entre seguidores: 'tem internet de boa aí?', disponível aqui: Globo Esporte, As gravações do caso Robinho na justiça italiana: "A mulher estava completamente bêbada", disponível aqui: UOL Esporte, Robinho aconselha amigo: "Volta pro Brasil, pelo menos tu não fica em cana", disponível aqui: Terra, Boate em Milão passa por ampla reforma após 'caso Robinho', disponível aqui: R7, Exclusivo: Robinho quebra o silêncio e fala pela primeira vez sobre condenação de estupro na Itália, disponível aqui: Globo Esporte, Robinho deve ficar preso cerca de 3 anos e meio antes de progredir para o semiaberto, disponível aqui: BBC News Brasil, Robinho é preso por estupro: entenda por que Justiça decidiu que ex-jogador cumprirá no Brasil sentença da Itália, disponível aqui: UOL Esporte, Vítima de Robinho fala pela 1ª vez: 'Não tenham medo de seus agressores, disponível aqui: Globo Esporte, Em 2002, Robinho, do Santos, era revelação do futebol brasileiro, disponível aqui: YouTube, Golaço de Robinho pelo Santos em 2004, disponível aqui: Folha de S. Paulo, Presos 4 pelo seqüestro da mãe de Robinho, disponível aqui: YouTube, Holanda 2x1 Brasil - Copa do Mundo 2010 - Melhores Momentos, disponível aqui: Globo Esporte, Oficial: Robinho assina com o Milan, disponível aqui: O Gol, Milan, disponível aqui: Corriere dello Sport, L'ex attaccante del Milan Robinho indagato per uno stupro di gruppo, disponível aqui: Globo Esporte, Jornal: Robinho é investigado na Itália por estupro coletivo de brasileira, disponível aqui: ESPN, Polícia inglesa arquiva acusação de estupro contra Robinho, disponível aqui: Nexo, Condenado a 9 anos por estupro, Robinho é preso em Santos, disponível aqui: O Tempo, Após condenação, o que acontecerá com Robinho? Especialista explica, disponível aqui: G1, Prisão de Robinho repercute na imprensa italiana, disponível aqui: UOL Esporte, Por que os 4 amigos de Robinho não foram condenados por estupro na Itália?, disponível aqui: --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/fabricadecrimes/message

The Logistics of Logistics Podcast
Driving Sales Pipeline with Jim Waters

The Logistics of Logistics Podcast

Play Episode Listen Later Apr 24, 2024 47:16


Jim Waters and Joe Lynch discuss driving sales pipeline. Jim is the Founder of FreighTech, an advisory and fractional CMO service that helps logistics technology providers acquire more customers. About Jim Waters Jim Waters is a Boston-based B2B marketing executive with a proven track record of building robust sales pipelines. His passion lies in driving meaningful conversations, understanding customer pain points, and creating compelling content that generates active pipeline velocity. A results-driven innovator, Jim was an early employee at both FRAYT and Tive, where he spearheaded Global Marketing. Jim's entrepreneurial spirit led him to build successful marketing teams at Coveo, (CVO.TO), FAST (MSFT) and StreamServe (NASDAQ: OTEX). He earned an MBA from Northeastern University and is now Founder of FreighTech Advisors fractional CMO and advisor services to companies in the Logistics Technology industry. About FreighTech FreighTech is a company that delivers fractional CMO consulting, content development, marketing and advisory services specifically to logistics technology businesses. The company was founded in 2023 by Jim Waters, a logistics and supply chain marketing veteran. Key Takeaways: Driving Sales Pipeline Jim Waters and Joe Lynch discuss the 3 keys to driving sales pipeline. Demand Creation (top of the funnel) Active Pipeline (prospects that seem promising after the discovery call) Closing Deals  FreighTech customers gain the following benefits: Industry Leader: Led by logistics veteran Jim Waters, FreighTech offers logistics tech companies the combined power of advisory services and fractional CMO expertise to drive customer acquisition. Fractional CMO Advantage: Access senior marketing leaders for strategic guidance and execution, saving costs compared to a full-time CMO. Growth Focus: Target key areas like lead generation, brand awareness, demand creation, and sales growth. Data-Driven Results: Track KPIs and measure ROI to demonstrate the effectiveness of your marketing efforts. Scalable Support: Adjust service hours based on your company's needs. Learn More About Driving Sales Pipeline Jim Waters | Linkedin FreighTech | Linkedin FreighTech The Key to Effective Last Mile Delivery with Jim Waters | The Logistics of Logistics Every Shipment Matters With Jim Waters | The Logistics of Logistics The Logistics of Logistics Podcast If you enjoy the podcast, please leave a positive review, subscribe, and share it with your friends and colleagues. The Logistics of Logistics Podcast: Google, Apple, Castbox, Spotify, Stitcher, PlayerFM, Tunein, Podbean, Owltail, Libsyn, Overcast Check out The Logistics of Logistics on Youtube