POPULARITY
durée : 00:03:17 - Benjamin vend des marrons sur la marché de Noël d'Annecy - En décembre, Benjamin ferme son restaurant ardéchois pour venir vendre des marrons chauds sur le marché de Noël d'Annecy et profiter de la montagne et du ski dès la fin du marché. Vous aimez ce podcast ? Pour écouter tous les autres épisodes sans limite, rendez-vous sur Radio France.
O coreógrafo brasileiro Calixto Neto apresentou o mais recente trabalho, “Bruits Marrons”, no Festival de Outono de Paris, entre 7 de Outubro e 21 de Novembro. O espectáculo resgata o legado musical e humano do compositor afro-americano Julius Eastman e inspira-se nos quilombos, as comunidades livres criadas nas matas por escravos fugitivos. Nesta peça, o palco é “o quilombo de Calixto Neto”, um espaço de liberdade e de afirmação, onde uma comunidade de artistas negros e queer “lambem feridas” da história e “se fortalecem” para enfrentar o mundo, contou o coreógrafo à RFI. RFI: Qual é a história de “Bruits Marrons”? “'Bruits Marrons' é uma peça que é um encontro de vários artistas da dança e da música em torno de um diálogo e de uma música do Julius Eastman, que é um compositor afro-americano que morreu em 1990 e que criou um corpo de trabalho belíssimo, incrível. Ele vem da música clássica minimalista.‘Bruits Marrons' acaba sendo um diálogo com esse músico, especialmente com uma música do Julius, que é Evil Niger, numa ideia de criar uma comunidade tanto para Julius, quanto para a música de Julius. A gente na nossa pesquisa entendeu ou interpretou uma certa solidão desse compositor na época dele porque ele era um homem negro, gay, evoluindo numa sociedade muito branca, muito heteronormativa, um músico solitário no meio em que ele evoluía. A gente quis criar essa comunidade de pessoas racializadas, imigrantes, queers e, para além disso, expandir o lugar de onde essa música vem, uma música clássica, minimalista - que é como ela é classificada hoje em dia, mesmo que existam algumas controvérsias entre os músicos e musicistas - mas trazer para essa música também uma família de outros sons, de outros ruídos, de outros barulhos que podem compor a escuta para que quando essa música chegue nos nossos ouvidos a gente já tinha dado uma família para ela.” Falou em ruídos. O título é “Bruits Marrons”. O que é que quer dizer este título? Qual será depois, em português, o equivalente? “No caso de ‘Bruits Marrons', a língua francesa tem essa subtileza de permitir um duplo sentido para a palavra ‘marron'. Em português seria ‘Ruído Marron' ou, no duplo sentido da palavra em francês, poderia ser também ‘ruído quilombola'. O que acontece é que 'marron', em francês, além da cor, também designa as pessoas que estavam em situação de escravidão e que fugiam do sistema de escravidão nas plantações e se embrenhavam nas matas e criavam essas comunidades autónomas e livres, onde tinham suas vidas e trabalhavam.” É o equivalente dos quilombos no Brasil? "Exactamente, é o equivalente dos quilombos. É uma peça que é inspirada dos quilombos e, especialmente, da reflexão que a gente tem hoje em dia em torno do uso dessa palavra no Brasil. No Brasil, a gente usa essa palavra de forma mais actualizada para as comunidades de pessoas racializadas, de pessoas negras, em vários contextos. A gente não tem mais o sistema de escravidão no Brasil, mesmo que ainda exista, em alguns contextos, o que a gente chama de escravidão moderna, mas a palavra quilombo é usada em vários contextos de ajuntamento de pessoas negras, que seja formal ou informalmente, por vários motivos: para estudar, para festejar, para se cuidar, para celebrar a cultura. Então, por exemplo, lá em São Paulo tem um lugar mítico para a comunidade negra que se chama Aparelha Luzia, que é um centro cultural, um lugar de festas, um lugar de encontro de associações que foi criado pela ex-deputada Érica Malunguinho, que é uma mulher negra, trans, que saiu de Pernambuco e que em algum momento se muda para São Paulo e fez lá a sua vida. Esse é um lugar que chamam de quilombo urbano. Eu, na minha juventude, há alguns anos, quando morei com dois outros amigos negros e gay em Recife, a gente chamava à nossa casa de quilombo. Então, tem esse sentido de um espaço de emancipação que a gente cria autonomamente e que a gente actualiza hoje em dia, mesmo que o uso dessa palavra, a comunidade em si, a função dela seja actualizada. Dito isso, existem também, hoje, as comunidades remanescentes quilombolas, que são essas terras onde as pessoas que fugiram da escravidão criaram as suas comunidades e que reclamam até hoje a posse dessas terras, como as comunidades indígenas brasileiras. Então, existe essa reflexão em torno dessa palavra, de criar uma comunidade que seja em torno do som, em torno do ruído, como o ruído é um incómodo para a harmonia dos ouvidos e isso era um pouco o que Julius representava: era um homem negro num meio muito branco, um homem gay num meio muito heteronormativo e ele era um homem gay muito frontal com a sua identidade sexual e, numa das várias entrevistas que ele deu, ele disse que só desejava na vida ‘poder ser 100% gay, 100% negro, 100% músico', 'gay to the fullest, black to the fullest, musician to the fullest'". Aquilo que se passa em palco, a comunidade que reúne em palco, corpos queer, corpos negros, corresponde a esta ideia de se poder ser “100% gay, 100% negro e 100% músico”? Esta peça tem um cunho de reparação e daí este grupo que juntou em palco? “Na verdade, esta peça tem uma temporalidade extensa. Encontrei [a música de] Julius, em 2019, no estúdio, alguém estava usando a música de Julius e houve esse encontro auditivo em que eu ouvi e meio que me apaixonei pela música dele. Em 2022, eu tive a oportunidade de começar um trabalho em torno dessa música, do trabalho dele, e na época eu queria trabalhar em torno do ‘Evil Nigger' e do ‘Crazy Nigger', mas nessa época eu tive a intuição de trabalhar só com pessoas negras porque eu queria entender qual é essa solidão de estar num meio em que a gente é sempre o único, em que a gente sempre está acompanhado de, no máximo, mais duas pessoas na sala. Foi uma aposta meio intuitiva e criou dentro do grupo uma sensação de segurança e de apaziguamento mesmo das histórias e das referências, de onde vem, o que é muito precioso e muito raro num ambiente de trabalho. Para a criação da peça, eu continuei com essa aposta, especialmente no que concerne à escolha da pessoa que toca a música porque, em 2025, mesmo com essa quantidade imensa que a gente tem de conservatórios, é uma missão hercúlea encontrar um pianista negro que tem uma formação sólida ou suficiente para tocar Julius Eastman. Hoje em dia, é praticamente impossível encontrar na Europa. Eu não sei se em Londres talvez a gente tenha mais, mas na França e na Bélgica, que foi onde concentrei mais as minhas pesquisas em 2022, foi uma tarefa muito difícil. Agora, para 2024, 2025, eu tive a ajuda de uma amiga pesquisadora, musicista, que tem uma pesquisa em torno da música de Julius e conhece alguns músicos e musicistas que se interessam pelo universo do Julius. Ela indicou-me algumas pessoas, mas, no geral, mesmo contando com pessoas da música, falei com pessoas de conservatórios, o teatro onde eu sou associado também me ajudou nessa busca, mas encontrar um pianista negro hoje em dia em França é uma tarefa possível, mas bem difícil." O piano é uma personagem, entre aspas, central na peça. É quase como a fogueira ou o batuque à volta do qual se reúnem as comunidades? “Pois é, a gente quis que o piano virasse um personagem dentro da estrutura da peça, às vezes, um objecto que pela imobilidade dele, acaba-se impondo no espaço. A gente pode atribuir várias imagens, mas, às vezes, eu penso que ele é um caixão que a gente está carregando com todo o cuidado e cantando essa música que é entre um lamento e uma canção de ninar. Às vezes, é um personagem que compõe uma estrutura sonora junto com a gente, num momento de explosão e de raiva. Às vezes é o centro da caldeira, como fala Isabela [Fernandes Santana] no começo da peça. Às vezes, é a lava ou o fogo em torno do qual a gente está girando e evocando o universo.” Até que ponto o piano ajudou a conceber os diferentes quadros de dança que variam entre a união muito forte e o êxtase e a libertação total dos corpos? Como é que criou a narrativa coreográfica da peça? “Teve um duplo trabalho. Primeiro, existiam duas imposições. Uma é a imposição da música em si porque eu decidi que a música entraria na sua integralidade, eu gostaria de propor ao público a escuta dessa música na sua inteireza - o que não foi o caso em 2022, quando era mais um jazz em torno dos universos que a música atravessa. Tem uma outra imposição, que é o objecto piano, que é um objecto imenso. Ele é imponente, ele é grande e ele ocupa o espaço. O piano não é como uma caixa de madeira que a gente muda de um lado para o outro e que está tudo bem assim. Ele tem uma carga histórica, ele tem uma carga simbólica e espacial que a gente não tem como se desenvencilhar dele. Em paralelo a essas duas imposições, existia o meu desejo de trabalhar com essa comunidade matérias que fossem em torno da alegria, em torno da criação de outros sons, uma travessia de uma floresta - que é uma cena inspirada da minha visita ao Quilombo dos Palmares, no Brasil - uma explosão raivosa e essa ideia de deslocamento desse objecto que, para mim, retoma uma tradição que a gente tinha no Brasil, no final do período da escravidão e no pós-escravidão, dos homens que carregavam o piano. As pessoas que, no processo de mudança carregam o piano, eram pessoas especializadas nisso, que tinham uma cadência específica para andar nas ruas não pavimentadas da cidade e há uma classe trabalhadora específica, com um universo musical também específico, ligado à cadência do passo. Essa é uma história que eu ouvi há muitos anos, quando eu estudava teatro, e que ficou na minha cabeça, até porque há uma expressão que a gente tem no Brasil, que são os carregadores de piano, que são as pessoas que vão carregar o peso mais pesado de um processo. Por exemplo, eu ouvi essa expressão num podcast de análise da situação económica do Brasil, em que o analista dizia que as pessoas que vão carregar o piano, as pessoas que vão carregar o peso mais pesado de uma mudança e de uma decisão para uma mudança económica, são as pessoas mais fragilizadas, as pessoas mais expostas. Então, tinha esse desejo de trazer o piano para estas histórias que a gente está contando, que ele pudesse ser um obstáculo que a gente atravessa, que ele pudesse ser talvez até um dos performers que dança com a gente e que produz esses ruídos, para além da música.” O que está neste momento a preparar? “A gente acabou de estrear a peça, houve apresentações no Teatro de Cergy-Pontoise, que é o teatro onde estou em residência até 2026. Depois, apresentámos em Bruxelas, na Bienal de Charleroi Dance e agora no MC93. A gente está preparando a tournée da peça, com algumas apresentações, e alguns projectos ligados à minha residência do Points Communs. Tem um outro projeto com o CCN de Grenoble ligado à tradição do carnaval e à ideia da noção de gambiarra.” O que é a gambiarra? “Gambiarra são essas reparações, esses consertos improvisados para problemas reais. A imagem clássica da gambiarra no Brasil é consertar uma havaiana quebrada com um prego. É uma tradição muito comum na nossa sociedade, ao ponto de ter virado uma estética em si, é quase um jeito de pensar as coisas, um jeito de pensar a solução de problemas. A gente não vai reparar ali na base da coisa, mas a gente vai deixar com um pedaço de fita, com um prego, a coisa em estado de uso e a gente vai usar desse jeito. É um objecto de pesquisa para mim, há muitos anos, desde o meio do meu mestrado. A Shereya também fez um mestrado no mesmo lugar que eu, lá em Montpellier e é também um objecto de pesquisa para ela.” A Shereya que é outra coreógrafa e bailarina... “Ela é uma bailarina de ‘Bruits Marrons' e coreógrafa também. A gente tem uma parceria em vários outros trabalhos, ela entra em um outro trabalho meu, a ‘Feijoada'. Quando eu fui chamado pelo CCN de Grenoble para fazer esse projecto com comunidades que vivem em torno do CCN, eu tive a ideia de fazer um carnaval - porque vai acontecer no período do carnaval - então, vai ser o nosso carnaval improvisado no CCN de Grenoble. Há um outro projecto para 2027 que vai ser um solo e uma plataforma de encontros com outros trabalhos em torno da ideia da Travessia Atlântica e é inspirado no nome do meu bairro, o bairro onde eu cresci, que se chama Jardim Atlântico. É também um diálogo com a minha história, com a história da minha mãe que era bailarina, e essas histórias de migração entre um lado do Atlântico e um outro lado.” Esta é a segunda vez que conversamos, a primeira foi também no âmbito do Festival do Outono, quando apresentou ‘Il FAUX' , em 2023. A ideia que tenho é que a sua pesquisa anda sempre em torno do racismo, da História, da escravatura, dos corpos negros permanentemente ameaçados. Por que é que faz questão de levar estes temas para cima do palco e até que ponto é que o seu palco é o quilombo para os “carregadores do piano” serem reparados? “Na verdade, isso é uma prática que não planeei que ia acontecer assim. No começo do meu percurso, quando criei a minha primeira peça fora do mestrado, 'oh!rage', eu estava saindo de um mestrado em que eu passei dois anos numa instituição de ensino francesa e em que não tive a oportunidade de cruzar com nenhum professor, nenhum artista ou mesmo pessoas que estavam ali em torno do festival Montpellier Danse, não encontrei artistas negros, talvez um ou dois. Isso marcou-me muito porque eu tenho uma formação em teatro no Brasil, tenho um longo percurso na companhia da Lia Rodrigues, em que comecei a me dar conta que o leque de referências nesses espaços, tanto o espaço académico quanto o espaço profissional de Lia Rodrigues era quase exclusivamente branco e o mestrado Exerce [Montpellier] serviu para confirmar isso. Então, em 2018, quando eu criei o ‘oh!rage', fiz a aposta de dialogar apenas com criadores, com pensadores, com artistas visuais, da dança, de teatro negros, da comunidade negra - muito inspirado também do programa Diálogos Ausentes do Itaú Cultural de 2016. Fazendo essa aposta em 2018, eu me deparei - porque eu tinha um letramento racial tardio porque isso não foi uma questão na minha formação, na minha família - deparei-me com um universo de criação que me alimenta imensamente. Eu, junto com outras pessoas, com outros artistas, também experimento, experiencio, no meio das artes e na vida real, situações de subalternidade que me são impostas. Então, eu entendo a arte como um espaço de discussão do que atravessa a sociedade nos dias de hoje. Eu não acho que isso é uma ferida que esteja apaziguada e curada. Pelo contrário, ela demanda ainda reflexão, ela demanda um olhar específico, ela é muito presente, é uma chaga aberta. Eu tento fazer da arte um espaço de diálogo, de abrir uma discussão em torno disso mesmo e sempre dialogando com outros artistas que trazem as suas referências nesse sentido para criar esse espaço de emancipação, de liberdade mesmo. Esse é o meu quilombo, o palco é meu quilombo, a minha comunidade ‘marron', um espaço de autonomia e de liberdade. E nesse espaço de autonomia e liberdade a gente vai louvar os nossos, celebrar as nossas criações e lamber as nossas feridas juntos. Em alguns momentos, a gente vai abrir esse espaço e receber pessoas, como em outras peças como ‘Feijoada', que é uma peça em torno da generosidade e do gesto. Em outras peças, a gente vai estar entre a gente, celebrando as nossas existências entre a gente e lambendo as nossas feridas antes de se fortalecer para o resto do mundo.”
O coreógrafo brasileiro Calixto Neto apresentou o mais recente trabalho, “Bruits Marrons”, no Festival de Outono de Paris, entre 7 de Outubro e 21 de Novembro. O espectáculo resgata o legado musical e humano do compositor afro-americano Julius Eastman e inspira-se nos quilombos, as comunidades livres criadas nas matas por escravos fugitivos. Nesta peça, o palco é “o quilombo de Calixto Neto”, um espaço de liberdade e de afirmação, onde uma comunidade de artistas negros e queer “lambem feridas” da história e “se fortalecem” para enfrentar o mundo, contou o coreógrafo à RFI. RFI: Qual é a história de “Bruits Marrons”? “'Bruits Marrons' é uma peça que é um encontro de vários artistas da dança e da música em torno de um diálogo e de uma música do Julius Eastman, que é um compositor afro-americano que morreu em 1990 e que criou um corpo de trabalho belíssimo, incrível. Ele vem da música clássica minimalista.‘Bruits Marrons' acaba sendo um diálogo com esse músico, especialmente com uma música do Julius, que é Evil Niger, numa ideia de criar uma comunidade tanto para Julius, quanto para a música de Julius. A gente na nossa pesquisa entendeu ou interpretou uma certa solidão desse compositor na época dele porque ele era um homem negro, gay, evoluindo numa sociedade muito branca, muito heteronormativa, um músico solitário no meio em que ele evoluía. A gente quis criar essa comunidade de pessoas racializadas, imigrantes, queers e, para além disso, expandir o lugar de onde essa música vem, uma música clássica, minimalista - que é como ela é classificada hoje em dia, mesmo que existam algumas controvérsias entre os músicos e musicistas - mas trazer para essa música também uma família de outros sons, de outros ruídos, de outros barulhos que podem compor a escuta para que quando essa música chegue nos nossos ouvidos a gente já tinha dado uma família para ela.” Falou em ruídos. O título é “Bruits Marrons”. O que é que quer dizer este título? Qual será depois, em português, o equivalente? “No caso de ‘Bruits Marrons', a língua francesa tem essa subtileza de permitir um duplo sentido para a palavra ‘marron'. Em português seria ‘Ruído Marron' ou, no duplo sentido da palavra em francês, poderia ser também ‘ruído quilombola'. O que acontece é que 'marron', em francês, além da cor, também designa as pessoas que estavam em situação de escravidão e que fugiam do sistema de escravidão nas plantações e se embrenhavam nas matas e criavam essas comunidades autónomas e livres, onde tinham suas vidas e trabalhavam.” É o equivalente dos quilombos no Brasil? "Exactamente, é o equivalente dos quilombos. É uma peça que é inspirada dos quilombos e, especialmente, da reflexão que a gente tem hoje em dia em torno do uso dessa palavra no Brasil. No Brasil, a gente usa essa palavra de forma mais actualizada para as comunidades de pessoas racializadas, de pessoas negras, em vários contextos. A gente não tem mais o sistema de escravidão no Brasil, mesmo que ainda exista, em alguns contextos, o que a gente chama de escravidão moderna, mas a palavra quilombo é usada em vários contextos de ajuntamento de pessoas negras, que seja formal ou informalmente, por vários motivos: para estudar, para festejar, para se cuidar, para celebrar a cultura. Então, por exemplo, lá em São Paulo tem um lugar mítico para a comunidade negra que se chama Aparelha Luzia, que é um centro cultural, um lugar de festas, um lugar de encontro de associações que foi criado pela ex-deputada Érica Malunguinho, que é uma mulher negra, trans, que saiu de Pernambuco e que em algum momento se muda para São Paulo e fez lá a sua vida. Esse é um lugar que chamam de quilombo urbano. Eu, na minha juventude, há alguns anos, quando morei com dois outros amigos negros e gay em Recife, a gente chamava à nossa casa de quilombo. Então, tem esse sentido de um espaço de emancipação que a gente cria autonomamente e que a gente actualiza hoje em dia, mesmo que o uso dessa palavra, a comunidade em si, a função dela seja actualizada. Dito isso, existem também, hoje, as comunidades remanescentes quilombolas, que são essas terras onde as pessoas que fugiram da escravidão criaram as suas comunidades e que reclamam até hoje a posse dessas terras, como as comunidades indígenas brasileiras. Então, existe essa reflexão em torno dessa palavra, de criar uma comunidade que seja em torno do som, em torno do ruído, como o ruído é um incómodo para a harmonia dos ouvidos e isso era um pouco o que Julius representava: era um homem negro num meio muito branco, um homem gay num meio muito heteronormativo e ele era um homem gay muito frontal com a sua identidade sexual e, numa das várias entrevistas que ele deu, ele disse que só desejava na vida ‘poder ser 100% gay, 100% negro, 100% músico', 'gay to the fullest, black to the fullest, musician to the fullest'". Aquilo que se passa em palco, a comunidade que reúne em palco, corpos queer, corpos negros, corresponde a esta ideia de se poder ser “100% gay, 100% negro e 100% músico”? Esta peça tem um cunho de reparação e daí este grupo que juntou em palco? “Na verdade, esta peça tem uma temporalidade extensa. Encontrei [a música de] Julius, em 2019, no estúdio, alguém estava usando a música de Julius e houve esse encontro auditivo em que eu ouvi e meio que me apaixonei pela música dele. Em 2022, eu tive a oportunidade de começar um trabalho em torno dessa música, do trabalho dele, e na época eu queria trabalhar em torno do ‘Evil Nigger' e do ‘Crazy Nigger', mas nessa época eu tive a intuição de trabalhar só com pessoas negras porque eu queria entender qual é essa solidão de estar num meio em que a gente é sempre o único, em que a gente sempre está acompanhado de, no máximo, mais duas pessoas na sala. Foi uma aposta meio intuitiva e criou dentro do grupo uma sensação de segurança e de apaziguamento mesmo das histórias e das referências, de onde vem, o que é muito precioso e muito raro num ambiente de trabalho. Para a criação da peça, eu continuei com essa aposta, especialmente no que concerne à escolha da pessoa que toca a música porque, em 2025, mesmo com essa quantidade imensa que a gente tem de conservatórios, é uma missão hercúlea encontrar um pianista negro que tem uma formação sólida ou suficiente para tocar Julius Eastman. Hoje em dia, é praticamente impossível encontrar na Europa. Eu não sei se em Londres talvez a gente tenha mais, mas na França e na Bélgica, que foi onde concentrei mais as minhas pesquisas em 2022, foi uma tarefa muito difícil. Agora, para 2024, 2025, eu tive a ajuda de uma amiga pesquisadora, musicista, que tem uma pesquisa em torno da música de Julius e conhece alguns músicos e musicistas que se interessam pelo universo do Julius. Ela indicou-me algumas pessoas, mas, no geral, mesmo contando com pessoas da música, falei com pessoas de conservatórios, o teatro onde eu sou associado também me ajudou nessa busca, mas encontrar um pianista negro hoje em dia em França é uma tarefa possível, mas bem difícil." O piano é uma personagem, entre aspas, central na peça. É quase como a fogueira ou o batuque à volta do qual se reúnem as comunidades? “Pois é, a gente quis que o piano virasse um personagem dentro da estrutura da peça, às vezes, um objecto que pela imobilidade dele, acaba-se impondo no espaço. A gente pode atribuir várias imagens, mas, às vezes, eu penso que ele é um caixão que a gente está carregando com todo o cuidado e cantando essa música que é entre um lamento e uma canção de ninar. Às vezes, é um personagem que compõe uma estrutura sonora junto com a gente, num momento de explosão e de raiva. Às vezes é o centro da caldeira, como fala Isabela [Fernandes Santana] no começo da peça. Às vezes, é a lava ou o fogo em torno do qual a gente está girando e evocando o universo.” Até que ponto o piano ajudou a conceber os diferentes quadros de dança que variam entre a união muito forte e o êxtase e a libertação total dos corpos? Como é que criou a narrativa coreográfica da peça? “Teve um duplo trabalho. Primeiro, existiam duas imposições. Uma é a imposição da música em si porque eu decidi que a música entraria na sua integralidade, eu gostaria de propor ao público a escuta dessa música na sua inteireza - o que não foi o caso em 2022, quando era mais um jazz em torno dos universos que a música atravessa. Tem uma outra imposição, que é o objecto piano, que é um objecto imenso. Ele é imponente, ele é grande e ele ocupa o espaço. O piano não é como uma caixa de madeira que a gente muda de um lado para o outro e que está tudo bem assim. Ele tem uma carga histórica, ele tem uma carga simbólica e espacial que a gente não tem como se desenvencilhar dele. Em paralelo a essas duas imposições, existia o meu desejo de trabalhar com essa comunidade matérias que fossem em torno da alegria, em torno da criação de outros sons, uma travessia de uma floresta - que é uma cena inspirada da minha visita ao Quilombo dos Palmares, no Brasil - uma explosão raivosa e essa ideia de deslocamento desse objecto que, para mim, retoma uma tradição que a gente tinha no Brasil, no final do período da escravidão e no pós-escravidão, dos homens que carregavam o piano. As pessoas que, no processo de mudança carregam o piano, eram pessoas especializadas nisso, que tinham uma cadência específica para andar nas ruas não pavimentadas da cidade e há uma classe trabalhadora específica, com um universo musical também específico, ligado à cadência do passo. Essa é uma história que eu ouvi há muitos anos, quando eu estudava teatro, e que ficou na minha cabeça, até porque há uma expressão que a gente tem no Brasil, que são os carregadores de piano, que são as pessoas que vão carregar o peso mais pesado de um processo. Por exemplo, eu ouvi essa expressão num podcast de análise da situação económica do Brasil, em que o analista dizia que as pessoas que vão carregar o piano, as pessoas que vão carregar o peso mais pesado de uma mudança e de uma decisão para uma mudança económica, são as pessoas mais fragilizadas, as pessoas mais expostas. Então, tinha esse desejo de trazer o piano para estas histórias que a gente está contando, que ele pudesse ser um obstáculo que a gente atravessa, que ele pudesse ser talvez até um dos performers que dança com a gente e que produz esses ruídos, para além da música.” O que está neste momento a preparar? “A gente acabou de estrear a peça, houve apresentações no Teatro de Cergy-Pontoise, que é o teatro onde estou em residência até 2026. Depois, apresentámos em Bruxelas, na Bienal de Charleroi Dance e agora no MC93. A gente está preparando a tournée da peça, com algumas apresentações, e alguns projectos ligados à minha residência do Points Communs. Tem um outro projeto com o CCN de Grenoble ligado à tradição do carnaval e à ideia da noção de gambiarra.” O que é a gambiarra? “Gambiarra são essas reparações, esses consertos improvisados para problemas reais. A imagem clássica da gambiarra no Brasil é consertar uma havaiana quebrada com um prego. É uma tradição muito comum na nossa sociedade, ao ponto de ter virado uma estética em si, é quase um jeito de pensar as coisas, um jeito de pensar a solução de problemas. A gente não vai reparar ali na base da coisa, mas a gente vai deixar com um pedaço de fita, com um prego, a coisa em estado de uso e a gente vai usar desse jeito. É um objecto de pesquisa para mim, há muitos anos, desde o meio do meu mestrado. A Shereya também fez um mestrado no mesmo lugar que eu, lá em Montpellier e é também um objecto de pesquisa para ela.” A Shereya que é outra coreógrafa e bailarina... “Ela é uma bailarina de ‘Bruits Marrons' e coreógrafa também. A gente tem uma parceria em vários outros trabalhos, ela entra em um outro trabalho meu, a ‘Feijoada'. Quando eu fui chamado pelo CCN de Grenoble para fazer esse projecto com comunidades que vivem em torno do CCN, eu tive a ideia de fazer um carnaval - porque vai acontecer no período do carnaval - então, vai ser o nosso carnaval improvisado no CCN de Grenoble. Há um outro projecto para 2027 que vai ser um solo e uma plataforma de encontros com outros trabalhos em torno da ideia da Travessia Atlântica e é inspirado no nome do meu bairro, o bairro onde eu cresci, que se chama Jardim Atlântico. É também um diálogo com a minha história, com a história da minha mãe que era bailarina, e essas histórias de migração entre um lado do Atlântico e um outro lado.” Esta é a segunda vez que conversamos, a primeira foi também no âmbito do Festival do Outono, quando apresentou ‘Il FAUX' , em 2023. A ideia que tenho é que a sua pesquisa anda sempre em torno do racismo, da História, da escravatura, dos corpos negros permanentemente ameaçados. Por que é que faz questão de levar estes temas para cima do palco e até que ponto é que o seu palco é o quilombo para os “carregadores do piano” serem reparados? “Na verdade, isso é uma prática que não planeei que ia acontecer assim. No começo do meu percurso, quando criei a minha primeira peça fora do mestrado, 'oh!rage', eu estava saindo de um mestrado em que eu passei dois anos numa instituição de ensino francesa e em que não tive a oportunidade de cruzar com nenhum professor, nenhum artista ou mesmo pessoas que estavam ali em torno do festival Montpellier Danse, não encontrei artistas negros, talvez um ou dois. Isso marcou-me muito porque eu tenho uma formação em teatro no Brasil, tenho um longo percurso na companhia da Lia Rodrigues, em que comecei a me dar conta que o leque de referências nesses espaços, tanto o espaço académico quanto o espaço profissional de Lia Rodrigues era quase exclusivamente branco e o mestrado Exerce [Montpellier] serviu para confirmar isso. Então, em 2018, quando eu criei o ‘oh!rage', fiz a aposta de dialogar apenas com criadores, com pensadores, com artistas visuais, da dança, de teatro negros, da comunidade negra - muito inspirado também do programa Diálogos Ausentes do Itaú Cultural de 2016. Fazendo essa aposta em 2018, eu me deparei - porque eu tinha um letramento racial tardio porque isso não foi uma questão na minha formação, na minha família - deparei-me com um universo de criação que me alimenta imensamente. Eu, junto com outras pessoas, com outros artistas, também experimento, experiencio, no meio das artes e na vida real, situações de subalternidade que me são impostas. Então, eu entendo a arte como um espaço de discussão do que atravessa a sociedade nos dias de hoje. Eu não acho que isso é uma ferida que esteja apaziguada e curada. Pelo contrário, ela demanda ainda reflexão, ela demanda um olhar específico, ela é muito presente, é uma chaga aberta. Eu tento fazer da arte um espaço de diálogo, de abrir uma discussão em torno disso mesmo e sempre dialogando com outros artistas que trazem as suas referências nesse sentido para criar esse espaço de emancipação, de liberdade mesmo. Esse é o meu quilombo, o palco é meu quilombo, a minha comunidade ‘marron', um espaço de autonomia e de liberdade. E nesse espaço de autonomia e liberdade a gente vai louvar os nossos, celebrar as nossas criações e lamber as nossas feridas juntos. Em alguns momentos, a gente vai abrir esse espaço e receber pessoas, como em outras peças como ‘Feijoada', que é uma peça em torno da generosidade e do gesto. Em outras peças, a gente vai estar entre a gente, celebrando as nossas existências entre a gente e lambendo as nossas feridas antes de se fortalecer para o resto do mundo.”
Aujourd'hui, Flora Ghebali, entrepreneure dans la transition écologique, Mourad Boudjellal, éditeur de BD, et Patrick Sébastien, chanteur, imitateur et animateur à la personnalité singulière, débattent de l'actualité autour d'Alain Marschall et Olivier Truchot.
Dichter Bernice Vreedzaam schreef de bundel ‘De vogelgrens oversteken', waarin zij haar eigen familiegeschiedenis verbindt met het grotere verhaal van de Marrons. Bij monde van de mythische vogel Sankofa voert ze de lezer van Afrika naar Suriname, waar we haar ouders leren kennen en hun liefde zien groeien op een verleden dat nooit helemaal tot rust komt. Vanuit dat verlangen ontvouwt zich ook de vraag hoe het nieuwe land, Nederland, zich aan hen presenteert. Met dit debuut kijkt Vreedzaam de erfenis van het zwijgen over het verleden recht in de ogen, en schenkt ze de lezer warmte, hoop en berusting. Presentatie: Frénk van der Linden
Playlist : Hugo Blackwood (Time Unlimited) - Back Fire 1983/2024 Africa/Hornin' Sounds Nicodemus - Life In A Jailhouse 1982 Black Joy Album Dance Hall Style Patrick Andy - Join Me 1983 Channel 1 / Deeper Knowledge Clarence Parks - Things A Come Up To Bump 1984 Yard Vibes Leroy Roots – Shocking 1984 Stars Pablo Nkomo - Dancehall Stylee 1985 Top Line Records Freddie McGregor - Push Come to Shove 1986 Sanctuary Records Winston Flag Smith - Natty Red 1987 Incredible Music Kenroy Rogers - Insane 1987 Vena Recordings compilation Prisoner Of War: The Plan Swelele - It A Boom 1987 Out-A-Grass Nuh Trouble We - Rappa Robert & Tippa Lee 1988 Redman International Mikey Melody - Pressure me 1989 Dennis Star International Compilation Dennis Star Presents Soundclash Special Vol. 2 Judy Mowatt – Guilty 1991 Greensleeves Records Senator Gary - They Are Dangerous 1991 Beacon producer Neville Reid Interview/Conférence de Presse Août 2025 : Florent Sanseigne directeur du No Logo Interview Florent Sanseigne Part 1 Jah Lil - Currency Called Time 2024 Out Deh Records Interview Florent Sanseigne Part 2 Nèg' Marrons feat. Cesaria Evora - Petites Iles 2008 Interview Florent Sanseigne Part 3 Marcus I meets aDUBta - Mr. Money Man 2025 E-Spot Records Oku Onuora & The Tighters - Balance Extended 2025 Ras Teo - Knock Knock 2025 Forward Bound Records Ras Teo- Lip Service 2025 Forward Bound Records Roberto Sanchez - Wisdom 2025 Messengers Roberto Sanchez - Words Of My Mouth 2025 Messengers Queen Omega – Jah dawta 2009 The Bombist Barrington Levy - One Foot Jo-Jo 1983 Jah Life Barrington Levy - To Love Someone 1983 Jah Life Zentone – Make you cry 2025 Jarring Effects/Wiser Records. Zentone - Tomorrow 2025 Jarring Effects/Wiser Records. Ragga Twins ft Luciano - More Love 2025 (Reggae Roast remix) Paris La Mont & Jahbradez - It Ain't Easy 2025 Paris La Mont Music Live Nine Barz/Ras Khalil/ Gstyle sur le Tampa riddim Young Kulcha - Come Pick Me Up 2025 Irie Ites Records
Taxis marrons, vans non-autorisés et « Contract Cars » continuent de défier la Road Traffic Act by TOPFM MAURITIUS
durée : 01:13:11 - First Mike Radio Show - Les Nèg' Marrons étaient de passage dans le First Mike Radio Show, accompagnés par Pit Baccardi, NDO Layams, Yearns, Lestin, Paterne Maestro et Kenyon. Vous aimez ce podcast ? Pour écouter tous les autres épisodes sans limite, rendez-vous sur Radio France.
Rond 1730 ontvlucht een hoogzwangere zwarte vrouw de plantage. Ze brengt in het Surinaamse moeras haar zoon Boni ter wereld, en hij groeit uit tot leider van de Marrons en verzet zich op legendarische wijze tegen het koloniale bewind. Tessa Leuwsha schreef een nieuw boek en ging op zoek naar het leven en het denken van Boni zelf. Wat voor een kijk op de vroege opstandelingen levert dat op? En kijken we daardoor anders naar hen en hun leider? Schrijver en documentairemaker Tessa Leuwsha woont en werkt in Paramaribo maar schuift voor de gelegenheid aan bij OVT met haar nieuwe boek Boni.
[REDIFF] Tu veux que je te raconte l'histoire de la triche au championnat du monde de marrons? Ok mais par contre moi, je ne raconte mes histoires qu'aux enfants qui se lavent les dents. Donc attrape ta brosse à dents, ton dentifrice, et tu frottes, jusqu'à ce que l'histoire soit terminée!
Revenons aujourd'hui sur le projet Stargate, cette co-entreprise d'IA annoncée la semaine dernière par Donald Trump.Ce projet est une coentreprise entre OpenAI, SoftBank, Oracle et le fonds souverain MGX d'Abou Dhabi. Son objectif est d'investir jusqu'à 500 milliards de dollars sur plusieurs années pour développer des centres de données dédiés à l'IA aux États-Unis.Mais cette initiative soulève de nombreuses questions, notamment sur son financement et son impact sur l'écosystème technologique.La transparence financière du projet en questionSelon l'analyste Brad Zelnick de la Deutsche Bank, l'un des enjeux majeurs concerne la propriété de Stargate, sa structure financière et les sources de financement.Qui met quoi sur la table, et à hauteur de combien ? L'objectif affiché est d'investir massivement dans des centres de données pour soutenir le développement de l'IA, mais tout n'est pas encore très clair sur les modalités de financement.Un doute qui a fait réagir Elon Musk sur X, qui a simplement tweeté : "Ils n'ont pas l'argent". Réponse immédiate de Sam Altman, le patron d'OpenAI : "Faux, comme vous le savez certainement".Quel objectif pour les nouveaux centres de donnéesUne question cruciale est de savoir quelle part de leur puissance sera consacrée à l'entraînement des modèles d'IA et quelle part servira à l'inférence, c'est-à-dire l'exploitation de ces IA.C'est une distinction clé, car l'entraînement nécessite des ressources massives, tandis que l'inférence génère plus directement du revenu.De plus, cela pourrait influencer la stratégie d'investissement de Microsoft dans OpenAI et redéfinir la part des bénéfices reversés à l'entreprise de Redmond.Une victoire stratégique pour OracleBrad Zelnick souligne que cette coentreprise est une excellente nouvelle pour Oracle, qui renforce ainsi la position de son offre cloud, OCI, dans la course à l'IA face à des acteurs comme AWS et Google Cloud.En effet, plus on avance dans le développement de l'IA, plus les exigences de performance et d'échelle deviennent complexes.Oracle s'affirme donc comme un acteur incontournable dans cette évolution.Le ZD Tech est sur toutes les plateformes de podcast ! Abonnez-vous !Hébergé par Ausha. Visitez ausha.co/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Tu veux que je te raconte l'histoire de la triche au championnat du monde de marrons? Ok mais par contre moi, je ne raconte mes histoires qu'aux enfants qui se lavent les dents. Donc attrape ta brosse à dents, ton dentifrice, et tu frottes, jusqu'à ce que l'histoire soit terminée!
durée : 00:04:43 - La main verte - par : Alain Baraton - .
La princesse des "Grosses Têtes" a pour la première fois de sa vie, mangé des marrons glacés. Elle partage son expérience gustative ! Même en vacances, les "Grosses Têtes" sont avec vous ! Retrouvez tous les jours, une archive de l'émission sur les fêtes de fin d'années !
(01:14) Het zal niemand ontgaan zijn, komende week kiezen de Verenigde Staten een nieuwe president. Uiteindelijk bepaalt het kiescollege wie de winnaar is. Maar hoe is dit vreemde systeem ontstaan? Te gast is Kenneth Manusama. (12:20) Al eeuwenlang verbouwen de Marrons rijst in Suriname. Onderzoek heeft aangetoond dat de rijst afkomstig is uit Afrika en Azië. Wat vertelt dat over de koloniale geschiedenis van Suriname? Etnobotanicus Nicholaas Pinas werkte aan het onderzoek en is te gast. (21:49) Deze week is de column van Sana Valiulina. (26:39) Per toeval vond een promovendus een enorme Maya-stad. Het complex was honderden jaren onder de jungle verdwenen, maar is nu dankzij technologie gevonden. Hoe kan dat, en wat weten we over deze stad? Alex Geurds vertelt over deze jaloersmakende ontdekking. (39:07) Het pamflet 'Aan het volk' leverde kritiek op de politieke cultuur. Het was de start van de strijd tussen de patriotten en de prinsgezinden. Pas een eeuw later bleek Joan Derk van der Capellen de schrijver. Luc Panhuysen schreef zijn biografie en is te gast. Meer info: https://www.vpro.nl/programmas/ovt/luister/afleveringen/2024/03-11-2024.html# (https://www.vpro.nl/programmas/ovt/luister/afleveringen/2024/03-11-2024.html)
Wat vertellen rijstkorrels over de koloniale geschiedenis van Suriname? Veel, bleek uit een onderzoek van de Universiteit Wageningen en Naturalis dat deze week werd gepubliceerd. Al eeuwenlang verbouwen de Marrons, afstammelingen van Afrikanen die de slavernij ontvluchtten, rijst in Suriname. Nieuw DNA-onderzoek heeft aangetoond dat deze rijstvariëteiten oorspronkelijk afkomstig zijn uit West-Afrika en voormalig Nederlands-Indië. Nicholaas Pinas, etnobotanicus en zelf afkomstig uit de Marrongemeenschap, werkte mee aan het onderzoek en is te gast.
Pendant l'esclavage, les résistances et les visages du marronnage en Guyane française ont été multiples. Celui des Bushinengué, descendants de marrons réfugiés en forêt et venus du Suriname voisin, interpelle par la force de leur destin et la vitalité de leur culture, si singulière. Voyage entre l'Ouest guyanais et le littoral, entre passé et présent à la rencontre d'une histoire vivante. En route sur les traces du marronnage dans ce qui est aujourd'hui un département français grand de 83 000 km2, situé entre le Suriname et le Brésil et recouvert à plus de 95% par la forêt amazonienne, on comprend très vite à quel point cette géographie de montagnes et de marécages, de fleuves tumultueux et de forêts denses, a pu constituer un refuge -hostile mais possible- pour ces fugitifs, ces marrons au temps de l'esclavage qui a duré en Guyane près de 200 ans. Marronner, c'est résister à l'oppression esclavagiste. C'est à la fois user de ruse à l'intérieur du système mais aussi fuir l'habitation pour constituer, parfois, des sociétés parallèles, marronnes, en marge. Une marge entre le littoral et l'intérieur des terres, immense en Guyane, où s'enfuyaient les marrons mais aussi les Amérindiens qui trouvaient ici refuge loin du joug colonial esclavagiste. Une marge aussi entre la Guyane et le Suriname voisin, où se sont établis le long du fleuve Maroni des communautés marronnes venues du Suriname. Et c'est justement dans cette marge, passée mais aussi présente, que nous allons naviguer. Guidés par des associations culturelles marronnes, des militants et artistes de la tradition Tembé mais aussi des historiens guyanais qui s'attachent à mettre en lumière toutes les résistances à l'esclavage, et pas seulement le grand marronnage des Bushinengué. Il faut dire qu'en Guyane française, si les marrons des habitations situées sur la bande côtière ont jadis lutté, fui, pillé, constitués en bandes emmenées par les chefs Simon, Linval, Gabriel ou encore Pompée..., tôt ou tard, ils ont été rattrapés par les milices esclavagistes lancées à leurs trousses. Par contre, dans le cas du Suriname voisin, les Bushinengué littéralement « noirs de la forêt » ont eux, réussi à maintenir des sociétés originales, autonomes ; certains signant des traités de paix avec les autorités néerlandaises, d'autres comme les Bonis fuyant de l'autre côté du fleuve Maroni pour s'installer durablement sur les rives françaises. Aujourd'hui, les Bushinengué, ces descendants de marrons venus du Suriname, vivent encore majoritairement le long du Maroni, dans les fiefs historiques de Papaïchton, Maripasoula, Grand Santi ou encore Apatou situé bien plus bas sur le fleuve. De plus en plus, ce peuple fier, qui a su maintenir ses traditions dans l'isolement et la relégation, rejoint les villes et la côte. Aussi, il continue d'enjamber le fleuve Maroni du Suriname vers la Guyane, comme il l'a toujours fait à travers le temps. Ce qui vient poser des questions de reconnaissance et de papiers de ce peuple décidément transfrontalier. Au XXIème siècle, dans une société guyanaise métissée, mais souvent divisée entre les Créoles, les Bushinengué et les Amérindiens, les « Bushi » sortent du bois et revendiquent fièrement leur histoire, leurs cultures ou leur art Tembé, cet art de la fuite qui, jadis, servait de langage codé pour s'échapper et communiquer dans les grands bois. Aujourd'hui, cette tradition, sculptée au départ et désormais peinte, fascine le monde avec ses entrelacs colorés et magnétiques. Et comme les Autochtones, longtemps marginalisés avec les Bushinengué dans la zone dite tribale, ils revendiquent désormais leurs droits. Les Bushinengué représentent de nos jours près d'un ⅓ de la population guyanaise.Une série en 2 épisodes de Céline Develay-Mazurelle et Laure Allary initialement diffusée en décembre 2023. En savoir plus :- Sur le marronnage en Guyane. Un document pédagogique illustré et synthétique. En PDF- Sur les différentes résistances à l'esclavage en Guyane. L'ouvrage édité par le Jeune Historien Guyanais aux Éditions Ibis Rouge- « Maroons in Guyane, Past, Present, Future », l'ouvrage de référence des historiens Richard et Sally Price. Il a été réédité dans une version actualisée en 2022 aux Éditions « University of Georgia Press »- Le centre culturel « Mama Bobi » œuvre depuis des décennies pour la connaissance et le partage des cultures des gens du fleuve, des Bushinengué- Sur l'Ouest guyanais, ses peuples et ses enjeux, actuels comme passés : le blog « Un témoin en Guyane » animé par Joël Roy, militant associatif et ancien enseignant installé en Guyane.- Sur l'art Tembe et les marrons de Guyane : deux expositions s'étaient tenues en 2022 et 2023 à Paris. À la Maison de l'Amérique Latine et à la Galerie Dominique Fiat- Sur le travail de l'artiste Tembe Franky Amete. Un article récent sur son travail et sa trajectoire- Sur l'odyssée des Boni, un groupe Bushinengué venu du Surinam jusqu'en Guyane française : le livre de référence : « Le Monde des Marrons du Maroni en Guyane (1772-1860). La naissance d'un peuple : les Boni », paru aux Éditions Ibis Rouge, 2004. Par l'historien Jean Moomou- Les Bushinengue, en images. À travers le travail du photographe italien Nicola Lo Calzo.
Pendant l'esclavage, les résistances et les visages du marronnage en Guyane française ont été multiples. Celui des Bushinengué, descendants de marrons réfugiés en forêt et venus du Suriname voisin, interpelle par la force de leur destin et la vitalité de leur culture, si singulière. Voyage entre l'Ouest guyanais et le littoral, entre passé et présent à la rencontre d'une histoire vivante. En route sur les traces du marronnage dans ce qui est aujourd'hui un département français grand de 83 000 km2, situé entre le Suriname et le Brésil et recouvert à plus de 95% par la forêt amazonienne, on comprend très vite à quel point cette géographie de montagnes et de marécages, de fleuves tumultueux et de forêts denses, a pu constituer un refuge -hostile mais possible- pour ces fugitifs, ces marrons au temps de l'esclavage qui a duré en Guyane près de 200 ans. Marronner, c'est résister à l'oppression esclavagiste. C'est à la fois user de ruse à l'intérieur du système mais aussi fuir l'habitation pour constituer, parfois, des sociétés parallèles, marronnes, en marge. Une marge entre le littoral et l'intérieur des terres, immense en Guyane, où s'enfuyaient les marrons mais aussi les Amérindiens qui trouvaient ici refuge loin du joug colonial esclavagiste. Une marge aussi entre la Guyane et le Suriname voisin, où se sont établis le long du fleuve Maroni des communautés marronnes venues du Suriname. Et c'est justement dans cette marge, passée mais aussi présente, que nous allons naviguer. Guidés par des associations culturelles marronnes, des militants et artistes de la tradition Tembé mais aussi des historiens guyanais qui s'attachent à mettre en lumière toutes les résistances à l'esclavage, et pas seulement le grand marronnage des Bushinengué. Il faut dire qu'en Guyane française, si les marrons des habitations situées sur la bande côtière ont jadis lutté, fui, pillé, constitués en bandes emmenées par les chefs Simon, Linval, Gabriel ou encore Pompée..., tôt ou tard, ils ont été rattrapés par les milices esclavagistes lancées à leurs trousses. Par contre, dans le cas du Suriname voisin, les Bushinengué littéralement « noirs de la forêt » ont eux, réussi à maintenir des sociétés originales, autonomes ; certains signant des traités de paix avec les autorités néerlandaises, d'autres comme les Bonis fuyant de l'autre côté du fleuve Maroni pour s'installer durablement sur les rives françaises. Aujourd'hui, les Bushinengué, ces descendants de marrons venus du Suriname, vivent encore majoritairement le long du Maroni, dans les fiefs historiques de Papaïchton, Maripasoula, Grand Santi ou encore Apatou situé bien plus bas sur le fleuve. De plus en plus, ce peuple fier, qui a su maintenir ses traditions dans l'isolement et la relégation, rejoint les villes et la côte. Aussi, il continue d'enjamber le fleuve Maroni du Suriname vers la Guyane, comme il l'a toujours fait à travers le temps. Ce qui vient poser des questions de reconnaissance et de papiers de ce peuple décidément transfrontalier. Au XXIème siècle, dans une société guyanaise métissée, mais souvent divisée entre les Créoles, les Bushinengué et les Amérindiens, les « Bushi » sortent du bois et revendiquent fièrement leur histoire, leurs cultures ou leur art Tembé, cet art de la fuite qui, jadis, servait de langage codé pour s'échapper et communiquer dans les grands bois. Aujourd'hui, cette tradition, sculptée au départ et désormais peinte, fascine le monde avec ses entrelacs colorés et magnétiques. Et comme les Autochtones, longtemps marginalisés avec les Bushinengué dans la zone dite tribale, ils revendiquent désormais leurs droits. Les Bushinengué représentent de nos jours près d'un ⅓ de la population guyanaise.Une série en 2 épisodes de Céline Develay-Mazurelle et Laure Allary initialement diffusée en décembre 2023. En savoir plus :- Sur le marronnage en Guyane. Un document pédagogique illustré et synthétique. En PDF- Sur les différentes résistances à l'esclavage en Guyane. L'ouvrage édité par le Jeune Historien Guyanais aux Éditions Ibis Rouge- « Maroons in Guyane, Past, Present, Future », l'ouvrage de référence des historiens Richard et Sally Price. Il a été réédité dans une version actualisée en 2022 aux Éditions « University of Georgia Press »- Le centre culturel « Mama Bobi » œuvre depuis des décennies pour la connaissance et le partage des cultures des gens du fleuve, des Bushinengué- Sur l'Ouest guyanais, ses peuples et ses enjeux, actuels comme passés : le blog « Un témoin en Guyane » animé par Joël Roy, militant associatif et ancien enseignant installé en Guyane.- Sur l'art Tembe et les marrons de Guyane : deux expositions s'étaient tenues en 2022 et 2023 à Paris. À la Maison de l'Amérique Latine et à la Galerie Dominique Fiat- Sur le travail de l'artiste Tembe Franky Amete. Un article récent sur son travail et sa trajectoire- Sur l'odyssée des Boni, un groupe Bushinengué venu du Surinam jusqu'en Guyane française : le livre de référence : « Le Monde des Marrons du Maroni en Guyane (1772-1860). La naissance d'un peuple : les Boni », paru aux Éditions Ibis Rouge, 2004. Par l'historien Jean Moomou- Les Bushinengue, en images. À travers le travail du photographe italien Nicola Lo Calzo.
Pendant l'esclavage, les résistances et les visages du marronnage en Guyane française ont été multiples. Celui des Bushinengué, descendants de marrons réfugiés en forêt et venus du Suriname voisin, interpelle par la force de leur destin et la vitalité de leur culture, si singulière. Voyage entre l'Ouest guyanais et le littoral, entre passé et présent à la rencontre d'une histoire vivante. En route sur les traces du marronnage dans ce qui est aujourd'hui un département français grand de 83 000 km2, situé entre le Suriname et le Brésil et recouvert à plus de 95% par la forêt amazonienne, on comprend très vite à quel point cette géographie de montagnes et de marécages, de fleuves tumultueux et de forêts denses, a pu constituer un refuge -hostile mais possible- pour ces fugitifs, ces marrons au temps de l'esclavage qui a duré en Guyane près de 200 ans. Marronner, c'est résister à l'oppression esclavagiste. C'est à la fois user de ruse à l'intérieur du système mais aussi fuir l'habitation pour constituer, parfois, des sociétés parallèles, marronnes, en marge. Une marge entre le littoral et l'intérieur des terres, immense en Guyane, où s'enfuyaient les marrons mais aussi les Amérindiens qui trouvaient ici refuge loin du joug colonial esclavagiste. Une marge aussi entre la Guyane et le Suriname voisin, où se sont établis le long du fleuve Maroni des communautés marronnes venues du Suriname. Et c'est justement dans cette marge, passée mais aussi présente, que nous allons naviguer. Guidés par des associations culturelles marronnes, des militants et artistes de la tradition Tembé mais aussi des historiens guyanais qui s'attachent à mettre en lumière toutes les résistances à l'esclavage, et pas seulement le grand marronnage des Bushinengué. Il faut dire qu'en Guyane française, si les marrons des habitations situées sur la bande côtière ont jadis lutté, fui, pillé, constitués en bandes emmenées par les chefs Simon, Linval, Gabriel ou encore Pompée..., tôt ou tard, ils ont été rattrapés par les milices esclavagistes lancées à leurs trousses. Par contre, dans le cas du Suriname voisin, les Bushinengué littéralement « noirs de la forêt » ont eux, réussi à maintenir des sociétés originales, autonomes ; certains signant des traités de paix avec les autorités néerlandaises, d'autres comme les Bonis fuyant de l'autre côté du fleuve Maroni pour s'installer durablement sur les rives françaises. Aujourd'hui, les Bushinengué, ces descendants de marrons venus du Suriname, vivent encore majoritairement le long du Maroni, dans les fiefs historiques de Papaïchton, Maripasoula, Grand Santi ou encore Apatou situé bien plus bas sur le fleuve. De plus en plus, ce peuple fier, qui a su maintenir ses traditions dans l'isolement et la relégation, rejoint les villes et la côte. Aussi, il continue d'enjamber le fleuve Maroni du Suriname vers la Guyane, comme il l'a toujours fait à travers le temps. Ce qui vient poser des questions de reconnaissance et de papiers de ce peuple décidément transfrontalier. Au XXIème siècle, dans une société guyanaise métissée, mais souvent divisée entre les Créoles, les Bushinengué et les Amérindiens, les « Bushi » sortent du bois et revendiquent fièrement leur histoire, leurs cultures ou leur art Tembé, cet art de la fuite qui, jadis, servait de langage codé pour s'échapper et communiquer dans les grands bois. Aujourd'hui, cette tradition, sculptée au départ et désormais peinte, fascine le monde avec ses entrelacs colorés et magnétiques. Et comme les Autochtones, longtemps marginalisés avec les Bushinengué dans la zone dite tribale, ils revendiquent désormais leurs droits. Les Bushinengué représentent de nos jours près d'un ⅓ de la population guyanaise.Une série en 2 épisodes de Céline Develay-Mazurelle et Laure Allary initialement diffusée en décembre 2023.En savoir plus :- Sur le marronnage en Guyane. Un document pédagogique illustré et synthétique. En PDF- Sur les différentes résistances à l'esclavage en Guyane. L'ouvrage édité par le Jeune Historien Guyanais aux Éditions Ibis Rouge- « Maroons in Guyane, Past, Present, Future », l'ouvrage de référence des historiens Richard et Sally Price. Il a été réédité dans une version actualisée en 2022 aux Éditions « University of Georgia Press »- Le centre culturel « Mama Bobi » œuvre depuis des décennies pour la connaissance et le partage des cultures des gens du fleuve, des Bushinengué- Sur l'Ouest guyanais, ses peuples et ses enjeux, actuels comme passés : le blog « Un témoin en Guyane » animé par Joël Roy, militant associatif et ancien enseignant installé en Guyane.- Sur l'art Tembe et les marrons de Guyane : deux expositions s'étaient tenues en 2022 et 2023 à Paris. À la Maison de l'Amérique Latine et à la Galerie Dominique Fiat- Sur le travail de l'artiste Tembe Franky Amete. Un article récent sur son travail et sa trajectoire- Sur l'odyssée des Boni, un groupe Bushinengué venu du Surinam jusqu'en Guyane française : le livre de référence : « Le Monde des Marrons du Maroni en Guyane (1772-1860). La naissance d'un peuple : les Boni », paru aux Éditions Ibis Rouge, 2004. Par l'historien Jean Moomou- Les Bushinengue, en images. À travers le travail du photographe italien Nicola Lo Calzo.
Pendant l'esclavage, les résistances et les visages du marronnage en Guyane française ont été multiples. Celui des Bushinengué, descendants de marrons réfugiés en forêt et venus du Suriname voisin, interpelle par la force de leur destin et la vitalité de leur culture, si singulière. Voyage entre l'Ouest guyanais et le littoral, entre passé et présent à la rencontre d'une histoire vivante. En route sur les traces du marronnage dans ce qui est aujourd'hui un département français grand de 83 000 km2, situé entre le Suriname et le Brésil et recouvert à plus de 95% par la forêt amazonienne, on comprend très vite à quel point cette géographie de montagnes et de marécages, de fleuves tumultueux et de forêts denses, a pu constituer un refuge -hostile mais possible- pour ces fugitifs, ces marrons au temps de l'esclavage qui a duré en Guyane près de 200 ans. Marronner, c'est résister à l'oppression esclavagiste. C'est à la fois user de ruse à l'intérieur du système mais aussi fuir l'habitation pour constituer, parfois, des sociétés parallèles, marronnes, en marge. Une marge entre le littoral et l'intérieur des terres, immense en Guyane, où s'enfuyaient les marrons mais aussi les Amérindiens qui trouvaient ici refuge loin du joug colonial esclavagiste. Une marge aussi entre la Guyane et le Suriname voisin, où se sont établis le long du fleuve Maroni des communautés marronnes venues du Suriname. Et c'est justement dans cette marge, passée mais aussi présente, que nous allons naviguer. Guidés par des associations culturelles marronnes, des militants et artistes de la tradition Tembé mais aussi des historiens guyanais qui s'attachent à mettre en lumière toutes les résistances à l'esclavage, et pas seulement le grand marronnage des Bushinengué. Il faut dire qu'en Guyane française, si les marrons des habitations situées sur la bande côtière ont jadis lutté, fui, pillé, constitués en bandes emmenées par les chefs Simon, Linval, Gabriel ou encore Pompée..., tôt ou tard, ils ont été rattrapés par les milices esclavagistes lancées à leurs trousses. Par contre, dans le cas du Suriname voisin, les Bushinengué littéralement « noirs de la forêt » ont eux, réussi à maintenir des sociétés originales, autonomes ; certains signant des traités de paix avec les autorités néerlandaises, d'autres comme les Bonis fuyant de l'autre côté du fleuve Maroni pour s'installer durablement sur les rives françaises. Aujourd'hui, les Bushinengué, ces descendants de marrons venus du Suriname, vivent encore majoritairement le long du Maroni, dans les fiefs historiques de Papaïchton, Maripasoula, Grand Santi ou encore Apatou situé bien plus bas sur le fleuve. De plus en plus, ce peuple fier, qui a su maintenir ses traditions dans l'isolement et la relégation, rejoint les villes et la côte. Aussi, il continue d'enjamber le fleuve Maroni du Suriname vers la Guyane, comme il l'a toujours fait à travers le temps. Ce qui vient poser des questions de reconnaissance et de papiers de ce peuple décidément transfrontalier. Au XXIème siècle, dans une société guyanaise métissée, mais souvent divisée entre les Créoles, les Bushinengué et les Amérindiens, les « Bushi » sortent du bois et revendiquent fièrement leur histoire, leurs cultures ou leur art Tembé, cet art de la fuite qui, jadis, servait de langage codé pour s'échapper et communiquer dans les grands bois. Aujourd'hui, cette tradition, sculptée au départ et désormais peinte, fascine le monde avec ses entrelacs colorés et magnétiques. Et comme les Autochtones, longtemps marginalisés avec les Bushinengué dans la zone dite tribale, ils revendiquent désormais leurs droits. Les Bushinengué représentent de nos jours près d'un ⅓ de la population guyanaise.Une série en 2 épisodes de Céline Develay-Mazurelle et Laure Allary initialement diffusée en décembre 2023.En savoir plus :- Sur le marronnage en Guyane. Un document pédagogique illustré et synthétique. En PDF- Sur les différentes résistances à l'esclavage en Guyane. L'ouvrage édité par le Jeune Historien Guyanais aux Éditions Ibis Rouge- « Maroons in Guyane, Past, Present, Future », l'ouvrage de référence des historiens Richard et Sally Price. Il a été réédité dans une version actualisée en 2022 aux Éditions « University of Georgia Press »- Le centre culturel « Mama Bobi » œuvre depuis des décennies pour la connaissance et le partage des cultures des gens du fleuve, des Bushinengué- Sur l'Ouest guyanais, ses peuples et ses enjeux, actuels comme passés : le blog « Un témoin en Guyane » animé par Joël Roy, militant associatif et ancien enseignant installé en Guyane.- Sur l'art Tembe et les marrons de Guyane : deux expositions s'étaient tenues en 2022 et 2023 à Paris. À la Maison de l'Amérique Latine et à la Galerie Dominique Fiat- Sur le travail de l'artiste Tembe Franky Amete. Un article récent sur son travail et sa trajectoire- Sur l'odyssée des Boni, un groupe Bushinengué venu du Surinam jusqu'en Guyane française : le livre de référence : « Le Monde des Marrons du Maroni en Guyane (1772-1860). La naissance d'un peuple : les Boni », paru aux Éditions Ibis Rouge, 2004. Par l'historien Jean Moomou- Les Bushinengue, en images. À travers le travail du photographe italien Nicola Lo Calzo.
Tous les matins à 7h50 sur Chérie FM, Dimitri pose 3 questions sur l'actualité insolite ou légère des dernières 24 heures !
Tous les matins à 7h50 sur Chérie FM, Dimitri pose 3 questions sur l'actualité insolite ou légère des dernières 24 heures !
Tous les matins à 7h50 sur Chérie FM, Dimitri pose 3 questions sur l'actualité insolite ou légère des dernières 24 heures !
Caroline Ithurbide nous raconte l'histoire surprenante de David Jenkins, un homme de 82 ans soupçonné d'avoir triché lors du prestigieux championnat du monde de marrons.Imaginez-vous, un championnat du monde de marrons ! Oui, vous avez bien entendu. Il s'agit d'un jeu britannique qui consiste à faire tourner un marron au bout d'une ficelle, le but étant de briser celui de son adversaire. David Jenkins, un passionné du jeu, y participe depuis 1977 sans jamais avoir remporté le titre. Jusqu'à cette année, où il décide de passer à l'action.Lors de la finale, son adversaire remarque que son marron s'est désintégré d'un coup, ce qui est extrêmement rare. Les juges mènent alors une enquête et découvrent une réplique de marron en métal dans la poche de David. La tricherie est avérée, et le pauvre David est destitué de son titre tant convoité.
Tous les matins à 7h10, Alex nous fait faire le tour du monde avec des histoires incroyables et vraies !
Tous les matins à 7h10, Alex nous fait faire le tour du monde avec des histoires incroyables et vraies !
Tous les matins à 7h10, Alex nous fait faire le tour du monde avec des histoires incroyables et vraies !
C'est l'une des périodes les plus sombres et marquantes de l'histoire économique mondiale : le commerce triangulaire.Une histoire de richesses immenses, de traversées océaniques périlleuses, mais surtout de souffrances humaines. Elle a façonné les relations entre l'Europe, l'Afrique et les Amériques entre les XVIIe et XVIIIe siècles, basé principalement sur le commerce des esclaves, la traite atlantique. Ce commerce tire son nom de la forme géométrique créée par les routes empruntées par les navires négriers, comme on appelait ceux transportant les esclaves africains : un triangle donc entre ces trois régions du globe.Comment fonctionnait-il et pourquoi est-il resté gravé dans l'histoire comme l'une des plus grandes tragédies humaines ?#4ème #2nde***T'as qui en Histoire ? * : le podcast qui te fait aimer l'Histoire !Pour rafraîchir ses connaissances, réviser le brevet, le bac, ses leçons en général, apprendre et découvrir des sujets d'Histoire (collège, lycée, université)***✉️ Contact: tasquienhistoire@gmail.com*** Sur les réseaux sociaux ***Facebook : https://www.facebook.com/TasQuiEnHistoireTwitter : @AsHistoire Instagram : @tasquienhistoireTiktok : @tasquienhistoire *** Crédits sonores ***Freesoundon a wooden ship at sea 02.wav by LXX.70 -- https://freesound.org/s/91072/ -- License: Attribution 4.0 Sad_Drama_Romantic_Stinger.mp3 by SoundFlakes -- https://freesound.org/s/413732/ -- License: Attribution 4.0YoutubeKounta Kinte sur le pont du navire négrier / @Thierry Agostinihttps://www.youtube.com/watch?v=quQ9yOkeUhU Des statues d'esclavagistes déboulonnées / @France TV Londres - 10 juin 2020https://www.youtube.com/watch?v=7QpQPkq6D8E NI CHAÎNES NI MAÎTRES – Bande-annonce Officielle (2024)https://www.youtube.com/watch?v=Rr3QFNoLXuo Hébergé par Ausha. Visitez ausha.co/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
En vrai c'est Jäde et Grünt ! Talkings Heads - Warning Sign Pa Salieu - Belly Tinashe - Nasty (match My Chic Remix) Floating Points - Fast Forward Neg' Marrons & Frankie Paul - Le bilan Jäde - Diabolo Grenadine Diams - Jeune demoiselle Lil Wayne - Lillopop (feat. Static Major) TIF - Hinata Hologram Lo' & Huntrill - le biff et moi Adele - Someone Like you PNL - Je vis je visser The Weekend - Repeat after me Jolagreen23 - Maybach FLOZinée - Mezzel (feat. chilly gonzales) Pink Pantheress - Turn it up Wallace Cleaver - xénon First Choice - Dr. Love George Delerue - Radioscopie
durée : 00:02:20 - Pourquoi les branches des Tuyas deviennent marrons ? Quel remède ?
Si votre sœur a les yeux bleus et que vous avez les yeux marron, comment écrivez-vous bleu et marron ? Avec ou sans S ? Et bien, figurez-vous que votre sœur a les yeux bleus avec un S à bleus, tandis que vous, vous avez les yeux marron sans S. Pourquoi cette injustice orthographique, qui s'ajoute à celle des lois de la génétique ? Ce podcast est extrait du livre de Muriel Gilbert, "Les 99 fautes que tout le monde fait... sauf vous, maintenant !" (édité chez Vuibert).
Many of the buildings in the UK are classified legally as ‘listed' – which means they're legally protected due to their historic or architectural significance. Managing, preserving and improving these listed buildings requires adherence to strict regulations surrounding something called LBC (Listed Building Consent). Thomas Blake, Partner at Fisher German, is joined by Scott O'Dell, Associate Partner at Fisher German and guest Hannah Hamilton-Rutter, Heritage Director at Marrons, to explore the unique set of challenges and complexities that listed buildings can present for owners, sellers and developers. Hannah and Scott discuss the importance of talking with local authorities before applying for planning permission to handle challenges better and build good relationships with conservation officers. How do government policies and economic factors affect listed buildings? Where should property owners go to get the best advice? What's the best use of a heritage property to ensure its long-term maintenance and preservation? Listen to find out.
durée : 00:01:54 - Pourquoi nos jeunes palmiers ont les feuilles marrons en ce début du printemps ?
Scott Sattler and Jason Matthews discuss the big league stories of the week as Payne Haas goes down at Broncos training | Cowboys assistant coach James Maloney is loving his new role and working closely with Tom Dearden | Who will be the Marrons next captain? | How will the Panthers spend their spare $850k from Luai? | Where do the Bulldogs finish this season? | Michael Kasprowicz touches on Shamar Joseph dream Test debut | Chris Nelson from Racing Queensland has all the oil for the weekend in racing Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
Direction l'Auvergne et plus exactement la commune du Cendre dans le Puy-de-Dôme pour un plat de fête qui sent bon Noël : le fameux bœuf Rossini accompagné de butternut et de marrons tout juste poêlé dans du beurre. Cette poésie gastronomique, Guillaume Frixon est allé la chercher chez le chef Kevin Le Mouroux, qui vient toujours juste d'intégrer les Toques d'Auvergne et son restaurant a le nom d'une promesse : Le Terroir des Bons Vivants. Ecoutez La spécialité du vendredi du 22 décembre 2023 avec Guillaume Frixon.
Pendant l'esclavage, les résistances et les visages du marronnage en Guyane française ont été multiples. Celui des Bushinengué, descendants de marrons réfugiés en forêt et venus du Suriname voisin, interpelle par la force de leur destin et la vitalité de leur culture, si singulière. Voyage entre l'Ouest guyanais et le littoral, entre passé et présent à la rencontre d'une histoire vivante. En route sur les traces du marronnage dans ce qui est aujourd'hui un département français grand de 83 000 km2, situé entre le Suriname et le Brésil et recouvert à plus de 95% par la forêt amazonienne, on comprend très vite à quel point cette géographie de montagnes et de marécages, de fleuves tumultueux et de forêts denses, a pu constituer un refuge -hostile mais possible- pour ces fugitifs, ces marrons au temps de l'esclavage qui a duré en Guyane près de 200 ans. Marronner, c'est résister à l'oppression esclavagiste. C'est à la fois user de ruse à l'intérieur du système mais aussi fuir l'habitation pour constituer, parfois, des sociétés parallèles, marronnes, en marge. Une marge entre le littoral et l'intérieur des terres, immense en Guyane, où s'enfuyaient les marrons mais aussi les Amérindiens qui trouvaient ici refuge loin du joug colonial esclavagiste. Une marge aussi entre la Guyane et le Suriname voisin, où se sont établis le long du fleuve Maroni des communautés marronnes venues du Suriname. Et c'est justement dans cette marge, passée mais aussi présente, que nous allons naviguer. Guidés par des associations culturelles marronnes, des militants et artistes de la tradition Tembé mais aussi des historiens guyanais qui s'attachent à mettre en lumière toutes les résistances à l'esclavage, et pas seulement le grand marronnage des Bushinengué. Il faut dire qu'en Guyane française, si les marrons des habitations situées sur la bande côtière ont jadis lutté, fui, pillé, constitués en bandes emmenées par les chefs Simon, Linval, Gabriel ou encore Pompée..., tôt ou tard, ils ont été rattrapés par les milices esclavagistes lancées à leurs trousses. Par contre, dans le cas du Suriname voisin, les Bushinengué littéralement « noirs de la forêt » ont eux, réussi à maintenir des sociétés originales, autonomes ; certains signant des traités de paix avec les autorités néerlandaises, d'autres comme les Bonis fuyant de l'autre côté du fleuve Maroni pour s'installer durablement sur les rives françaises. Aujourd'hui, les Bushinengué, ces descendants de marrons venus du Suriname, vivent encore majoritairement le long du Maroni, dans les fiefs historiques de Papaïchton, Maripasoula, Grand Santi ou encore Apatou situé bien plus bas sur le fleuve. De plus en plus, ce peuple fier, qui a su maintenir ses traditions dans l'isolement et la relégation, rejoint les villes et la côte. Aussi, il continue d'enjamber le fleuve Maroni du Suriname vers la Guyane, comme il l'a toujours fait à travers le temps. Ce qui vient poser des questions de reconnaissance et de papiers de ce peuple décidément transfrontalier. Au XXIème siècle, dans une société guyanaise métissée, mais souvent divisée entre les Créoles, les Bushinengué et les Amérindiens, les « Bushi » sortent du bois et revendiquent fièrement leur histoire, leurs cultures ou leur art Tembé, cet art de la fuite qui, jadis, servait de langage codé pour s'échapper et communiquer dans les grands bois. Aujourd'hui, cette tradition, sculptée au départ et désormais peinte, fascine le monde avec ses entrelacs colorés et magnétiques. Et comme les Autochtones, longtemps marginalisés avec les Bushinengué dans la zone dite tribale, ils revendiquent désormais leurs droits. Les Bushinengué représentent de nos jours près d'un ⅓ de la population guyanaise.Une série en 2 épisodes de Céline Develay-Mazurelle et Laure Allary. En savoir plus :- Sur le marronnage en Guyane. Un document pédagogique illustré et synthétique. En PDF- Sur les différentes résistances à l'esclavage en Guyane. L'ouvrage édité par le Jeune Historien Guyanais aux Éditions Ibis Rouge- « Maroons in Guyane, Past, Present, Future », l'ouvrage de référence des historiens Richard et Sally Price. Il a été réédité dans une version actualisée en 2022 aux Éditions « University of Georgia Press »- Le centre culturel « Mama Bobi » œuvre depuis des décennies pour la connaissance et le partage des cultures des gens du fleuve, des Bushinengué- Sur l'Ouest guyanais, ses peuples et ses enjeux, actuels comme passés : le blog « Un témoin en Guyane » animé par Joël Roy, militant associatif et ancien enseignant installé en Guyane.- Sur l'art Tembe et les marrons de Guyane : deux expositions s'étaient tenues en 2022 et 2023 à Paris. À la Maison de l'Amérique Latine et à la Galerie Dominique Fiat- Sur le travail de l'artiste Tembe Franky Amete. Un article récent sur son travail et sa trajectoire- Sur l'odyssée des Boni, un groupe Bushinengué venu du Surinam jusqu'en Guyane française : le livre de référence : « Le Monde des Marrons du Maroni en Guyane (1772-1860). La naissance d'un peuple : les Boni », paru aux Éditions Ibis Rouge, 2004. Par l'historien Jean Moomou- Les Bushinengue, en images. À travers le travail du photographe italien Nicola Lo Calzo.
Pendant l'esclavage, les résistances et les visages du marronnage en Guyane française ont été multiples. Celui des Bushinengué, descendants de marrons réfugiés en forêt et venus du Suriname voisin, interpelle par la force de leur destin et la vitalité de leur culture, si singulière. Voyage entre l'Ouest guyanais et le littoral, entre passé et présent à la rencontre d'une histoire vivante. En route sur les traces du marronnage dans ce qui est aujourd'hui un département français grand de 83 000 km2, situé entre le Suriname et le Brésil et recouvert à plus de 95% par la forêt amazonienne, on comprend très vite à quel point cette géographie de montagnes et de marécages, de fleuves tumultueux et de forêts denses, a pu constituer un refuge -hostile mais possible- pour ces fugitifs, ces marrons au temps de l'esclavage qui a duré en Guyane près de 200 ans. Marronner, c'est résister à l'oppression esclavagiste. C'est à la fois user de ruse à l'intérieur du système mais aussi fuir l'habitation pour constituer, parfois, des sociétés parallèles, marronnes, en marge. Une marge entre le littoral et l'intérieur des terres, immense en Guyane, où s'enfuyaient les marrons mais aussi les Amérindiens qui trouvaient ici refuge loin du joug colonial esclavagiste. Une marge aussi entre la Guyane et le Suriname voisin, où se sont établis le long du fleuve Maroni des communautés marronnes venues du Suriname. Et c'est justement dans cette marge, passée mais aussi présente, que nous allons naviguer. Guidés par des associations culturelles marronnes, des militants et artistes de la tradition Tembé mais aussi des historiens guyanais qui s'attachent à mettre en lumière toutes les résistances à l'esclavage, et pas seulement le grand marronnage des Bushinengué. Il faut dire qu'en Guyane française, si les marrons des habitations situées sur la bande côtière ont jadis lutté, fui, pillé, constitués en bandes emmenées par les chefs Simon, Linval, Gabriel ou encore Pompée..., tôt ou tard, ils ont été rattrapés par les milices esclavagistes lancées à leurs trousses. Par contre, dans le cas du Suriname voisin, les Bushinengué littéralement « noirs de la forêt » ont eux, réussi à maintenir des sociétés originales, autonomes ; certains signant des traités de paix avec les autorités néerlandaises, d'autres comme les Bonis fuyant de l'autre côté du fleuve Maroni pour s'installer durablement sur les rives françaises. Aujourd'hui, les Bushinengué, ces descendants de marrons venus du Suriname, vivent encore majoritairement le long du Maroni, dans les fiefs historiques de Papaïchton, Maripasoula, Grand Santi ou encore Apatou situé bien plus bas sur le fleuve. De plus en plus, ce peuple fier, qui a su maintenir ses traditions dans l'isolement et la relégation, rejoint les villes et la côte. Aussi, il continue d'enjamber le fleuve Maroni du Suriname vers la Guyane, comme il l'a toujours fait à travers le temps. Ce qui vient poser des questions de reconnaissance et de papiers de ce peuple décidément transfrontalier. Au XXIème siècle, dans une société guyanaise métissée, mais souvent divisée entre les Créoles, les Bushinengué et les Amérindiens, les « Bushi » sortent du bois et revendiquent fièrement leur histoire, leurs cultures ou leur art Tembé, cet art de la fuite qui, jadis, servait de langage codé pour s'échapper et communiquer dans les grands bois. Aujourd'hui, cette tradition, sculptée au départ et désormais peinte, fascine le monde avec ses entrelacs colorés et magnétiques. Et comme les Autochtones, longtemps marginalisés avec les Bushinengué dans la zone dite tribale, ils revendiquent désormais leurs droits. Les Bushinengué représentent de nos jours près d'un ⅓ de la population guyanaise.Une série en 2 épisodes de Céline Develay-Mazurelle et Laure Allary. En savoir plus :- Sur le marronnage en Guyane. Un document pédagogique illustré et synthétique. En PDF- Sur les différentes résistances à l'esclavage en Guyane. L'ouvrage édité par le Jeune Historien Guyanais aux Éditions Ibis Rouge- « Maroons in Guyane, Past, Present, Future », l'ouvrage de référence des historiens Richard et Sally Price. Il a été réédité dans une version actualisée en 2022 aux Éditions « University of Georgia Press »- Le centre culturel « Mama Bobi » œuvre depuis des décennies pour la connaissance et le partage des cultures des gens du fleuve, des Bushinengué- Sur l'Ouest guyanais, ses peuples et ses enjeux, actuels comme passés : le blog « Un témoin en Guyane » animé par Joël Roy, militant associatif et ancien enseignant installé en Guyane.- Sur l'art Tembe et les marrons de Guyane : deux expositions s'étaient tenues en 2022 et 2023 à Paris. À la Maison de l'Amérique Latine et à la Galerie Dominique Fiat- Sur le travail de l'artiste Tembe Franky Amete. Un article récent sur son travail et sa trajectoire- Sur l'odyssée des Boni, un groupe Bushinengué venu du Surinam jusqu'en Guyane française : le livre de référence : « Le Monde des Marrons du Maroni en Guyane (1772-1860). La naissance d'un peuple : les Boni », paru aux Éditions Ibis Rouge, 2004. Par l'historien Jean Moomou- Les Bushinengue, en images. À travers le travail du photographe italien Nicola Lo Calzo.
Tous les soirs, retrouvez la question pas si bête par l'édition du soir de Ouest-France. Crédit musique : Universalmusicproductions Photo d'illustration : Marina07 /Istock
Ce dimanche, Mac Lesggy vous dit tout ce qu'il faut savoir sur les châtaignes et marrons, incontournables fruits d'automne, qui ne doivent pas être confondus.
Au Suriname, petit pays d'Amérique du Sud, vivent plusieurs peuples marrons. Leurs ancêtres ont fui l'esclavage des plantations coloniales pour se réfugier en forêt et y créer des sociétés libres. Ils étaient alors désignés par le terme de « marron » -, désignant les fugitifs. Trois siècles après leur fuite, les sociétés noires-marronnes du Suriname continuent de se battre pour leurs droits. Longtemps discriminés, les Marrons affirment aujourd'hui leur place au sein de la société surinamaise. «Les Marrons du Suriname, des peuples en lutte», un Grand reportage d'Hélène Ferrarini. (Rediffusion)
Si votre sœur a les yeux bleus et que vous avez les yeux marron, comment écrivez-vous bleu et marron ? Avec ou sans S ? Et bien, figurez-vous que votre sœur a les yeux bleus avec un S à bleus, tandis que vous, vous avez les yeux marron sans S. Pourquoi cette injustice orthographique, qui s'ajoute à celle des lois de la génétique ? Ce podcast est extrait du livre de Muriel Gilbert, "Les 99 fautes que tout le monde fait... sauf vous, maintenant !" (édité chez Vuibert).
Au Suriname, petit pays d'Amérique du Sud, vivent plusieurs peuples marrons. Leurs ancêtres ont fui l'esclavage des plantations coloniales pour se réfugier en forêt et y créer des sociétés libres. Ils étaient alors désignés par le terme de « marron » -, désignant les fugitifs. Trois siècles après leur fuite, les sociétés noires-marronnes du Suriname continuent de se battre pour leurs droits. Longtemps discriminés, les Marrons affirment aujourd'hui leur place au sein de la société surinamaise. Rediffusion du 3 octobre 2022 «Les Marrons du Suriname, des peuples en lutte», un Grand reportage d'Hélène Ferrarini.
Garges-Sarcelles, la rencontre avec le hip-hop, la formation du groupe, les influences musicales, les 1eres scènes, la B.O du film Raï et le classique "La Monnaie", Kenzy et le Secteur Ä, le 1er album "Rue Cas Nègres", l'aventure Bisso Na Bisso pour Ben-J, l'aventure "Couvre Feu" sur Skyrock pour Jacky, le label "Première Classe" monté avec Patou, Stéphane et Pit Baccardi, le 2ème album "Le Bilan", le clash Jacky Vs Lord Kossity, le projet "Noyau Dur", l'album "Héritage" avec la participation de Mr Vegas, "Les Liens Sacrés", le groupe La Mc Malcriado, la passion pour la scène et le live. Parce que l'heure du bilan n'est pas encore venue...
Ecoutez L'oeil de Philippe Caverivière avec Philippe Caverivière du 17 novembre 2022
durée : 00:04:24 - Le monde d'après - par : Jean Marc FOUR - Le parti républicain part grand favori des élections de mi-mandat demain aux États-Unis. Il pourrait reprendre le contrôle des deux Chambres. Ce serait un sérieux revers pour Joe Biden et les démocrates. Et un vrai succès pour Donald Trump. Pourtant le retour de l'ancien président n'est pas assuré.
durée : 00:04:24 - Le monde d'après - par : Jean Marc FOUR - Le parti républicain part grand favori des élections de mi-mandat demain aux États-Unis. Il pourrait reprendre le contrôle des deux Chambres. Ce serait un sérieux revers pour Joe Biden et les démocrates. Et un vrai succès pour Donald Trump. Pourtant le retour de l'ancien président n'est pas assuré.
Au Suriname, petit pays d'Amérique du Sud, vivent plusieurs peuples marrons. Leurs ancêtres ont fui l'esclavage des plantations coloniales pour se réfugier en forêt et y créer des sociétés libres. Ils étaient alors désignés par le terme de « marron » -, désignant les fugitifs. Trois siècles après leur fuite, les sociétés noires-marronnes du Suriname continuent de se battre pour leurs droits. Longtemps discriminés, les Marrons affirment aujourd'hui leur place au sein de la société surinamaise. «Les Marrons du Suriname, des peuples en lutte», un Grand reportage d'Hélène Ferrarini.
J'emprunte les mots de la chanson des Nèg' Marrons pour faire le point. J'ai lancé Single Jungle en janvier 2020, il y a 2 ans et 9 mois, il était temps, non ? C'est un épisode interactif, je vous pose des questions, hâte d'avoir vos réponses (via les réseaux sociaux). Bonne écoute et merci de votre fidélité ! Références citées dans l'épisode (ou en bonus)Podcasts Single Suspect, de Julia Faure, collectif Transmission https://podcast.ausha.co/transmission/single-suspect Sologamie, de Marie Albert https://anchor.fm/sologamie Célibataire, de Isis Latorre https://open.spotify.com/show/6fRm6J5u4DukosbE5AaAhW Un podcast à soi, de Charlotte Bienaimé (Arte Radio), épisode "trouble dans le couple" https://www.arteradio.com/son/61673642/trouble_dans_le_couple Vivons heureux avant la fin du monde, de Delphine Saltel (Arte Radio), épisode "Qu'est-ce qui pourrait sauver le couple ?" https://www.arteradio.com/son/61664867/qu_est_ce_qui_pourrait_sauver_le_couple Comment tu dates ? de Marie de Brauer (studio Trois jours de marche, avec le soutien du CNC) https://open.spotify.com/show/3p4s3zc4zbJVBhlVS8yZbJ?si=QGwLZL2ZSpGTucAcFNjTSw&nd=1 "Le célibat, pourquoi pas ?" sur France Inter, avec Marianne James, Marie Kock, autrice du livre "Vieille fille" (éd. La Découverte) https://www.radiofrance.fr/franceinter/podcasts/l-ete-comme-jamais/l-ete-comme-jamais-du-mardi-23-aout-2022-6117352 ép.34 de Single Jungle avec Lucile Quillet, autrice du livre "Le prix à payer, ce que le couple hétéro coûte aux femmes" (éd. Les liens qui libèrent). Je vous recommande aussi la newsletter et le compte Instagram "Plan cash" de Léa Lejeune et Morgane Dion https://www.instagram.com/plancash_media/ Episodes de Single Jungle cités (sans spoiler/divulgacher/déflorer l'ordre du classement Top 10) :Episodes avec des invitées femmes ép 25, Rosa Bursztein, comédienne, créatrice du podcast "Les mecs que je veux ken". Et bientôt sur Téva, dans sa propre émission "Orgasmiq". ép 29, Lydie, bisexuelle
The countdown to an epic State Of Origin decider continues as Marrons selections get way too much attention & MG can't see a thing after a horror night battling Sydney's airport chaos. Triple M Breakfast Headlines: A look at the front and back page with everything happening in Sydney. See omnystudio.com/listener for privacy information.