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O lado mais emocional e pessoal da minha ida ao Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Bruxelas decidiu que todas as encomendas abaixo dos 150 euros vão passar a pagar uma taxa à entrada nos países europeus, incluindo as encomendas de produtos de muito baixo valor da China. Análise de Clara Teixeira.
Está disponível na plataforma gov.pt e permite o acesso a 150 serviços públicos. O Movimento dos 230 promove sábado em Bruxelas uma ronda por restaurantes, para promover a portugalidade. Edição Isabel Gaspar Dias
Escândalo de corrupção leva a demissões no Governo ucraniano, Mónica Dias acredita que "distanciamento imediato" de Zelensky é bem visto em Bruxelas. E quais os objetivos russos da invasão da Ucrânia?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta semana, as autoridades belgas avaliaram o avistamento de vários drones a sobrevoar o seu território como uma séria ameaça, provavelmente russa, à segurança nacional e europeia. Fizeram o alarme soar em Bruxelas e as discussões sobre defesa continuam no Parlamento. Neste “Leste Oeste”, Nuno Rogeiro destaca a criação do Comissário Europeu da Defesa, que a seu ver tardou a chegar, como “revolução institucional” e debate a urgência de modernizar as Forças Armadas portuguesas, incluindo a substituição dos F-16 por F-35. Uma estratégia que segundo o comentador pode funcionar a par com a cooperação UE-NATO, a necessidade de um “Schengen militar” e a aposta em tecnologia de ponta. A COP 30 no Brasil e os testes nucleares nos EUA, na Rússia e China são outros dos temas em destaque. Ouça aqui o programa que este domingo se focou principalmente no futuro da segurança europeia. A emissão é de 9 de novembro e esta sinopse foi escrita com apoio de IA. Saiba mais sobre a sua aplicação nas redações do Grupo Impresa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Photo Bridge é um novo projeto dedicado à fotografia na capital francesa, onde as imagens nos convidam a atravessar fronteiras físicas, simbólicas e culturais. De 7 a 9 de novembro, na Halle des Blancs-Manteaux, no Marais, a primeira edição tem como convidada Françoise Schein — artista franco-belga que transforma alteridade, urbanismo e democracia em arte pública. Ao lado de Glaucia Nogueira, da associação Iandé, e de Charlotte Flossaut, da PhotoDoc, a fotógrafa constrói pontes entre territórios e direitos humanos. A proposta curatorial da primeira edição da Photo Bridge em Paris parte de um gesto coletivo. “Pensamos em conjunto em um momento, um evento, um encontro que permitirá que diferentes regiões do mundo se reúnam através da fotografia. Daí o nome ‘Photo Bridge'”, explica Charlotte Flossaut, da associação Photo Doc. “Não se trata de fotografias feitas no Brasil ou sob o olhar francês, mas de colocar em diálogo a energia que nos conecta.” Glaucia Nogueira, da associação Iandé, reforça: “Essa visibilidade que a gente tenta há 10 anos dar pra fotografia brasileira, que é muito rica, finalmente acontece. Nesse evento, são fotógrafos engajados com comunidades, com pertencimento, com território. Por isso a escolha da Françoise [Schein].” A relação de Schein com o Brasil nasceu de um desejo íntimo: adotar uma criança. “Durante os anos da adoção da minha filha, eu queria conhecer o país da minha filha, conhecer as raízes da minha filha, de onde ela vem, que tipo de pessoas moram lá”, conta. Foi esse impulso que a levou a propor, para o Photo Bridge, uma instalação chamada A Cascata: “uma cachoeira gigante de moradias, as pequeninas casinhas feitas de tijolos da favela, de várias favelas onde trabalhei e que eu fotografei”. A obra monumental de Françoise Schein reúne 27 fotógrafos que representam uma parte essencial da fotografia brasileira engajada. Para a artista franco-belga, o Brasil real está nas comunidades e nos territórios populares. “Vamos dizer, [quis trazer] uma apresentação desse olhar de hoje em dia super engajado sobre as questões da ecologia, do humanismo, da relação com a Terra — que é muito importante — dos indígenas, das origens da história, mas também da população da periferia da cidade, da questão das favelas e da força da população.” Ela vê nas construções informais uma arquitetura viva. “As comunidades agora são consideradas como uma tipologia de construção vernacular muito interessante e muito parecida com a dos nossos europeus. É só esperar mais tempo, mais um século, mais dois séculos, e você vai ver que a Rocinha vai ser um lugar genial, porque as casas vão ser melhoradas pelos moradores, e vai se tornar um lugar turistico — já é, mas por razões diferentes hoje.” Democracia entre azulejos e mapas A artista chegou ao Brasil em 1999 e, logo ao desembarcar, foi a São Paulo. “Bati à porta do Metrô Metropolitano de São Paulo e apresentei o meu trabalho que eu fiz em Portugal, em Lisboa”, lembra. O projeto foi aceito, e ela passou a trabalhar na Estação da Luz, no centro da cidade. “A Luz, como você sabe, é um bairro muito importante no centro da cidade que tem, de um lado, muitos museus super importantes: a Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa. Também é um bairro muito pobre; só tem riqueza e pobreza junto nesse bairro. Adorei essa situação. Eu fiz essa ação durante 10 anos.” No Rio de Janeiro, integrou o programa Favela-Bairro e criou uma ágora e um mapa pintado na entrada da comunidade. “Tem um mapa enorme pintado na entrada da favela, porque quando você chega no Rio não há mapa de nenhuma favela. Os únicos mapas que existem estão nos computadores da cidade.” Em Copacabana, realizou uma obra sobre democracia na estação Siqueira Campos, pouco antes das eleições de Lula. “Foi um trabalho bem interessante, porque tive que fazer isso antes das eleições de Lula. O projeto até foi uma ação política, pois o presidente do metrô na época era uma pessoa negra, e ele viu imediatamente o interesse para a comunidade negra de ter um projeto sobre os direitos humanos no coração de Copacabana, que é o coração da cidade.” Uma artista entre subterrâneos e revoluções A trajetória de Françoise Schein é marcada por uma obsessão: inscrever os direitos humanos no cotidiano urbano. “Na época, eu vivia em Nova York. Eu era uma jovem arquiteta, estudando Urban Design na Columbia University e eu decidi que tive que analisar os mapas da cidade de Nova York, mas também de outras cidades: Buenos Aires, Paris, Bruxelas, outras cidades no mundo, porque eu acho que os mapas da cidade falam da cidade.” Foi ao analisar o mapa de Paris que ela percebeu a centralidade do Sena, dos museus, da história gravada no solo. “Isso fala de quê? Fala da realeza. E que também, contra essa realeza, veio a Revolução Francesa. E com a Revolução Francesa vem o primeiro texto da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, feito em 1789.” A partir dessa constatação, nasceu sua obra mais emblemática: a intervenção na estação Concorde, inaugurada em 1991. Lá, Schein revestiu completamente as paredes do túnel com cerâmica branca, sobre a qual estão inscritas, em letras azuis, todas as palavras da Declaração de 1789. Cada azulejo traz uma letra, e as palavras se sucedem sem espaços, como um texto contínuo, onde apenas as pontuações marcam pausas visuais. O resultado é um mosaico textual monumental — cerca de 45 mil peças — que convida o passageiro a um contato cotidiano com os princípios fundadores da República Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. A escolha do local também carrega peso histórico. A Place de la Concorde, sob a qual passa a estação, foi palco de execuções durante a Revolução Francesa e é hoje símbolo da reconciliação nacional. Schein quis, com essa instalação, reintroduzir no coração do espaço público uma memória política e ética, reafirmando a importância dos direitos humanos num ambiente onde circulam milhões de pessoas todos os dias. “Eu preciso construir o texto embaixo da cidade, no subterrâneo da cidade”, disse, ao lembrar como a Revolução Francesa e a realeza se misturaram em sua mente com o metrô, a democracia e a arquitetura. A primeira edição da Photo Bridge, que faz parte do calendário cultural da temporada cruzada Brasil-França; fica em cartaz até 9 de novembro em Paris.
Bruno Cardoso Reis e o risco de uma guerra "sem fim" na Ucrânia. Drones que encerram aeroportos na Europa são "coincidências a mais". EUA e Moscovo numa corrida nuclear? "Seria suicida para a Rússia".See omnystudio.com/listener for privacy information.
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EUA apresentam na ONU resolução para criar força internacional de estabilização em Gaza, com foco em conter a crise humanitária, desmilitarizar o Hamas e restaurar a ordem na região. E ainda:- Zohran Mamdani, democrata de 34 anos, é eleito prefeito de Nova Iorque, com 50,4% dos votos- Aeroporto em Bruxelas é fechado por causa de três drones que circulavam entorno das instalações. Aeroporto de Liège também é fechado por causa de drones- Incêndio em asilo deixou pelo menos 10 mortos na Bósnia e Herzegovina- Tufão Kalmaegi provoca mais de 40 mortes nas Filipinas e deixou milhares desalojados- Governo japonês deslocar tropas para a província de Akita devido a ataques de ursos Notícias em tempo real nas redes sociais Instagram @mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 Segundos Fale conosco através do redacao@mundo180segundos.com.br
Os combustíveis são mais caros do que em Espanha unicamente por causa dos impostos. Porque é que Bruxelas insiste que temos de pôr fim ao desconto no ISP e deixa Espanha cobrar menos impostos? Análise de Clara Teixeira.
As novas regras para a carta de condução, aprovadas por Bruxelas, introduzem uma série de novidades na formação e na fiscalização, além de permitirem guiar com 17 anos e ter a carta no telemóvel.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio desta semana do podcast Diplomatas, Teresa de Sousa e Carlos Gaspar (IPRI-NOVA) antecipam a reunião desta quinta-feira do Conselho Europeu, em Bruxelas, à luz dos últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e dos planos da União Europeia para investir na sua defesa. O anúncio (e adiamento) de uma cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin em Budapeste, na Hungria, organizada por Viktor Orbán, foi objecto de análise, assim como as posições dos líderes norte-americano e russo sobre o conflito em território ucraniano. A jornalista e o investigador discutiram ainda a estratégia de política externa dos Estados Unidos na América Latina, nomeadamente envolvendo a Venezuela, a Colômbia e a Argentina – que realiza no domingo eleições intercalares –, no contexto de crescente influência da China na região. Texto de António Saraiva LimaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Os europeus são os campões mundiais da poupança: € 10 trilhões (R$ 63,7 trilhões) estão parados em contas seguras e com baixo rendimento no bloco, uma fortuna que a Comissão Europeia busca agora mobilizar. Um plano que alia educação financeira, produtos mais acessíveis e incentivos fiscais foi lançado no começo do mês, de olho em trazer esse dinheiro para a economia real. Entre os países ricos, ninguém poupa mais do que os europeus, um dos impactos de longo prazo das duas guerras mundiais no continente. Além do aspecto cultural, outro entrave é que o sistema financeiro no bloco não é totalmente integrado e transparente, uma barreira para os cidadãos tirarem o dinheiro da poupança para investir em ações. “O problema principal não é o nível de poupança em si, mas a orientação dela. Em todos os países europeus, os investimentos a risco, em empresas e no sistema produtivo em geral, são relativamente limitados”, afirma Luc Arrondel, diretor de pesquisas do prestigioso CNRS, na França, e professor da Paris School of Economics (PSE). “Se comparamos com os países anglo-saxões, por exemplo, a grande diferença é que a França ou a Alemanha não têm fundos de pensão, que poderiam apoiar os investimentos de longo prazo.” Angelo Riva, professor de finanças da Inseec Business Scholl e pesquisador associado da PSE, complementa: “Nos Estados Unidos, tem o sistema consolidated tape, que permite aos investidores acessarem qualquer bolsa, graças a um circuito seguro. Na prática, se você quiser comprar ações da Google na Bolsa de Boston, você pode e é automático. Na Europa, é mais complicado”, aponta. Rendimento negativo na poupança Bruxelas avalia que os trilhões da poupança dos europeus poderiam impulsionar o sistema produtivo no bloco, em plena crise, enquanto Estados Unidos e China protagonizam uma acirrada guerra industrial. O dinheiro, ao contrário, permanece paralisado a rendimentos próximos de zero ou até negativos, como ocorreu durante o período de inflação alta na zona, em 2023 e 2024. Um primeiro passo será tirar do papel um produto comum a todos os países: a União da Poupança e do Investimento, com ações, obrigações e fundos a partir de € 10. O objetivo é atrair investimentos de particulares em pequenas e médias empresas, para acelerar a transição energética e apoiar grandes projetos do bloco. Angelo Riva salienta o impacto da fraca educação financeira dos cidadãos, que, num contexto de grandes incertezas econômicas, afeta a sensibilidade ao risco. Ele também destaca o problema de intermediação entre os correntistas e os bancos. “Na Europa, não é muito fácil, para as pessoas pouco familiarizadas com mercados financeiro, investimentos e finanças em geral, confiarem nos conselhos de alguém. Tem um trabalho a ser feito junto aos bancários, que muitas vezes não têm as informações mais corretas ou atualizadas para oferecer”, observa. “Os clientes também têm muita dificuldade de compreender as diferenças entre as ofertas dos bancos”, indica. Dinheiro embaixo do colchão Neste contexto, uma nota do Banco Central Europeu sobre o uso do dinheiro em espécie em tempos de crise causou confusão. A instituição relatou a iniciativa de alguns estados-membros, como a Holanda e a Áustria, de recomendarem a seus cidadãos manterem em casa um certo valor em dinheiro vivo, “em caso de crise maior”. O montante sugerido, entre € 70 e € 100 por integrante da família, deve ser suficiente para cobrir os gastos de até 72h. O relatório logo foi associado ao temor de uma expansão da guerra da Rússia contra a Ucrânia pelo continente, mas segundo os especialistas ouvidos pela RFI, esta não é uma leitura adequada do estudo. Para Luc Arrondel, são as eventuais crises de energia ou de informática que estão na mira do BCE. “Em tempos de crise, as pessoas buscam liquidez, por segurança. Acho que existe uma certa angústia com a possibilidade de não ser possível fazer pagamentos pelos meios digitais”, diz o especialista em poupança. “E isso é algo bem racional, na verdade: ter um pouco de liquidez para aguentar dois ou três dias, caso não seja possível, por qualquer razão, ter acesso aos pagamentos digitais.” A pane generalizada no sistema energético na Espanha e em Portugal em abril exemplifica a pertinência da precaução, concorda Angelo Riva. O pesquisador da INSEEC lembra que, muito antes dos pagamentos digitais, uma greve bancária na Irlanda causou o fechamento dos bancos durante seis meses, em 1970. Neste período, os irlandeses instauraram um sistema próprio de pagamentos por cheques e garantias, que compensou a escassez de dinheiro em espécie em circulação. “São eventos que os economistas chamam de extremos, ou seja, muito pouco prováveis, mas que são possíveis, e se precaver deste risco não chega ser um grande esforço para os cidadãos”, frisa.
Convidados: Paulo Cesar Marques da Silva, doutor em Estudos de Transporte pela Universidade de Londres; e David Duarte Lima, doutor em segurança de trânsito pela Universidade Livre de Bruxelas. 127 milhões de veículos. Este é o número da frota brasileira, segundo cálculos do Ministério dos Transportes. Parte desta frota está nas mãos de 20 milhões de brasileiros que não têm carteira de habilitação. A Secretaria Nacional de Trânsito diz que 50,4% dos donos de moto não estão habilitados – cerca de 16,5 milhões de motoristas. O país registrou 34,8 mil mortes no trânsito em 2023, segundo dados do Atlas da Violência, divulgado em maio pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Somos o terceiro país no ranking de mortes no trânsito, atrás apenas da China e da Índia. É neste contexto que o presidente Lula deu aval para o fim da obrigatoriedade de autoescola para tirar a Carteira Nacional de Habilitação. Uma consulta pública sobre o tema foi aberta na quinta-feira (2) para discutir o tema. O governo alega que o custo elevado para tirar a CNH – entre R$ 3 mil e R$ 4 mil – tem levado milhões de brasileiros a dirigir sem carteira de motorista. Para explicar os prós e os contras dessa ideia, Natuza Nery conversa com dois especialistas em trânsito. Primeiro, ela ouve Paulo Cesar Marques da Silva, doutor em Estudos de Transporte pela Universidade de Londres e professor da UnB. É ele quem aponta os pontos positivos do fim da obrigatoriedade de autoescolas no país. “O que tem sido observado é uma fuga do processo de habilitação”, diz Paulo, que já trabalhou como engenheiro de tráfego da Prefeitura de Salvador e na Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro. Depois, quem fala é David Duarte Lima, doutor em segurança de trânsito pela Universidade Livre de Bruxelas. Ele expõe os argumentos contra o fim das autoescolas. Para ele, o fim da obrigatoriedade "pode tirar do candidato à habilitação a possibilidade de adquirir conhecimentos de forma mais concreta, sólida e estruturada”.
Ursula von der Leyen anunciou a vontade do Velho Continente propor veículos limpos, pequenos, baratos e construídos na Europa. Fará isto sentido? Será a estratégia ideal? See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em quase uma década, os preços das casas na União Europeia aumentaram, em média, quase 50%, segundo o Eurostat. Portugal é um dos países onde esse crescimento é mais evidente: entre abril e junho deste ano, os preços dispararam 17% no país, segundo o Instituto Nacional de Estatística. É a maior subida desde que há registoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
A pouco mais de dois meses da 30ª Conferência do Clima da ONU, em Belém, os europeus não conseguem se entender sobre quais objetivos climáticos vão apresentar à comunidade internacional. A hesitação europeia cristaliza um contexto internacional desfavorável para a pauta ambiental, apesar dos efeitos das mudanças climáticas estarem, a cada ano, mais evidentes. Lúcia Müzell, da RFI em Paris O prazo oficial termina no fim de setembro e, até o momento, apenas 31 nações do mundo submeteram os seus compromissos. Um dos principais objetivos da COP30, sob a presidência brasileira, é que os países atualizem as suas promessas de descarbonização no horizonte dos próximos 10 anos. Com base nestes compromissos, será possível ter mais clareza se ainda é viável limitar o aquecimento global a 1,5°C até o fim deste século – a maior ambição do Acordo de Paris. Na Europa, o impasse acontece porque, ao mesmo tempo em que o bloco consolida a sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), a ser entregue às Nações Unidas, os europeus também negociam os seus objetivos de redução de emissões de CO2 até 2040. Só que, em vez de a decisão sobre estes objetivos ocorrer em setembro, em âmbito ministerial, a discussão foi adiada para o fim de outubro, no próximo Conselho Europeu. Caberá aos chefes de Estado e de Governo dos 27 países chegarem, ou não, a um consenso. A negociação não será fácil e o acordo precisará ser aprovado por unanimidade. “Se não der certo, corremos o risco de termos um bloqueio institucional da questão climática, a apenas algumas semanas da COP, o que significaria corrermos o risco de chegarmos a Belém de mãos vazias”, resume Niel Makarov, especialista em políticas climáticas europeias e diretor do think tank Strategic Perspectives, em Bruxelas. “Isso mancharia a nossa credibilidade internacional na questão climática, justo a Europa, que sempre teve uma postura de vanguarda nisso. Nós estaríamos extremamente atrasados.” Negacionismo reforçado A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris voltou a reforçar o negacionismo climático mundo afora, com impacto também no bloco europeu. Países como Hungria, Polônia e Eslováquia se opõem à meta de diminuição de 90% das emissões até 2040, como recomendado pela Comissão Europeia. O objetivo sinalizaria que o bloco estará no bom caminho para atingir a neutralidade de carbono até 2050. Entretanto, países como a França e a Alemanha, locomotivas da Europa, desejam mais clareza sobre o que exatamente entrará na conta da descarbonização e quais investimentos serão deslocados para a transição, por meio de uma política industrial verde. “O presidente da França caiu na tentação de levar o assunto para o Conselho Europeu, apesar de todos os riscos envolvidos: de chantagem dos países negacionistas, e de sinalizar uma confusão para os atores econômicos envolvidos nessa agenda”, diz Makarov. “A França está brincando com fogo, porque ela pode acabar contribuindo para reforçar os países que querem bloquear toda a agenda climática – e isso no ano de aniversário de 10 anos do Acordo de Paris.” O temor dos observadores do processo é que, se não houver acordo sobre a meta ambiciosa para 2040, o objetivo intermediário de 2035 acabe enfraquecido. A Polônia propõe que a NDC europeia prometa uma redução de 66% das emissões na próxima década – e não 72%, valor mais realista à luz do objetivo de -90% em 2040. Incertezas abalam confiança de investimentos verdes No meio empresarial, as incertezas sobre a ambição europeia já afetam a confiança dos investidores, indica Caroline Néron, diretora-geral de organização Impact France, que reúne 30 mil empresas comprometidas com a descarbonização da economia do país. “Quanto mais a dinâmica verde é fragilizada, mais o engajamento dos atores privados, mas também públicos, também se fragiliza”, afirma. “Nós queremos que a direção da Europa se estabilize, e que a dinâmica que tinha sido lançada se consolide. Ela foi abalada por tantas idas e vindas, ultimamente.” Célia Agostini, diretora-geral do Cleantech for France, incubadora de start-ups e fundos de investimentos em tecnologias de baixo carbono, pondera que os questionamentos levantados pela França são legítimos, já que a grande protagonista da transição energética no continente são os produtos chineses. A Comissão Europeia avalia que investimentos de pelo menos € 400 bilhões são necessários por ano para alavancar a indústria verde no bloco. “O que conta é que essa transição seja feita com equipamentos europeus e não seja dependente da China para os veículos elétricos ou os painéis solares, nem dependente dos Estados Unidos para a energia, com a importação de gás natural. Como vamos traçar essa trajetória com atores europeus?”, indaga. A China, maior emissora mundial de gases de efeito estufa, também não entregou à ONU as suas metas climáticas para 2035, mas promete divulgá-las dentro do prazo das Nações Unidas.
Na quarta-feira, 19 drones russos atravessaram a fronteira da Polónia. A Rússia disse que se tratou de um acidente, mas Álvaro Vasconcelos, antigo director do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, diz que se trata de um teste à resposta do Ocidente face a um país da União Europeia. Na quarta-feira, 19 drones russos atravessaram a fronteira da Polónia, tendo alguns causado danos em casas, não tendo feito quaisquer feridos ou mortos. A Rússia fala em engano, a Polónia diz que se trata de uma ameaça e já activou o artigo 4 da Organização do Tratado do Atlântico Norte, ou NATO, sobre a integridade do seu território e já pediu também a convocação de uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU. Álvaro Vasconcelos, antigo director do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, considera que Vladimir Putin sabe que os Estados Unidos não se vão mobilizar contra a Rússia e está a testar os limites dos aliados ocidentais da Ucrânia. "Nós estamos a assistir desde o encontro entre Trump e Putin no Alasca, a uma escalada da guerra na Ucrânia. Nós não sabemos exactamente o que se passou no Alasca, mas aquilo que vemos dos factos é a convicção de Putin que Trump, de certa forma, não vai intervir se ele levar a cabo uma escalada na Ucrânia. E essa escalada tem aumentado constantemente com bombardeamentos nas cidades ucranianas, bombardeamentos contra as instalações do Governo ucraniano. Portanto, um país que estivesse disposto a negociar não ia bombardear o Governo do país com quem quer negociar. Essa escalada na Ucrânia é um teste, em primeiro lugar, àquilo que será a vontade americana de responder às escaladas de Putin. E, por outro lado, ao haver uma provocação na Polónia, ainda testa mais. Qual é a resposta dos Estados Unidos e da Europa? E da NATO? Portanto, eu acho que o objectivo não é um ataque à Polónia. O objetivo é aumentar a escalada na Ucrânia, mas testar a respostas americanas e ocidentais", explicou o académico. E a altura em que esta transgressão na Polónia acontece também não é coincidência. Actualmente a Polónia, especialmente depois da vitória de Donald Tusk em Dezembro de 2023, está a abrir-se mais ao espaço de influência da União Europeia, após um período em que líderes de extrema direita implementaram medidas conservadoras e algumas que desafiavam mesmo as normas de Bruxelas. Para Putin, um regime polaco mais próximo da União Europeia é uma ameaça. "Sem dúvida que a Polónia, tendo-se afirmado como um país mais integrado na União Europeia relativamente a a um outro posicionamento em relação aos direitos humanos, em relação à preservação do Estado de Direito, ou seja, o afastamento da Polónia do vírus da extrema direita que estava no poder antes de Tusk ganhar as eleições é algo que é visto certamente com inquietação pela Rússia do ponto de vista ideológico. Uma coisa que Putin teme fundamentalmente é a alteração política na Ucrânia, ou seja, que a Ucrânia, se construa como uma nação democrática e que isso tenha um efeito em relação à Rússia. Quer dizer, aquilo que Putin mais teme, mais do que a NATO, mais do que os Estados Unidos, é, de repente, haver um milhão de russos nas ruas da Rússia a pedirem uma mudança do regime, como aconteceu na Bielorrússia, quando as eleições foram completamente aldrabadas e viciadas. Isso cria um medo no Kremlin. E a Polónia, consolidando-se como uma democracia profundamente integrada na União Europeia e respeitosa do Estado de Direito, é um bom exemplo para a Ucrânia e um mau exemplo para Putin", concluiu Álvaro Vasconcelos.
A Rússia atacou a delegação da União Europeia em Kiev. Qual deve ser a resposta de Bruxelas? Uma conversa com Henrique Burnay, consultor em assuntos europeus e colunista do Observador.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio de hoje do check-up semanal, nosso editor-chefe médico, Ronaldo Gismondi, traz os principais destaques do mês sobre cardiologia abordados no Portal Afya.Confira os temas do episódio de hoje sobre cardiologia: Eficácia do acoramidis no tratamento da amiloidose ATTR; Biomarcadores hepáticos têm valor prognóstico na ICFEP?; Troponina para estimativa de risco cardiovascular; Lipoproteína (a): Consenso Internacional de Bruxelas aborda o tema; Proteção cerebral durante a TAVI. Aperte o play e ouça agora os destaques!
O acordo fechado pelos Estados Unidos e pela União Europeia foi recebido com duplo espírito: em Washington cantou-se vitória e em Bruxelas confessou-se a resignação. Há acordo político para evitar uma guerra comercial, mas não é certo que ela seja evitada quando for preciso fechar o acordo comercial com a lista dos produtos a que se aplica a tarifa e os que ficam isentos. Neste episódio, conversamos com o comentador da SIC e professor do ISEG, João Duque.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia estabelece as linhas gerais que vão reger um terço do comércio mundial, que é quanto pesam as transacções entre os dois blocos económicos. Em Convidado, o jornalista português e analista de política internacional Miguel Szymanski fala em "extorsão" e considera que este entendimento reflecte a “fraqueza geoestratégica e financeira da Europa em relação aos Estados Unidos." O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, selaram este domingo, na Escócia, as linhas gerais de um acordo que vai reger as transacções comerciais entre as duas margens do Atlântico Norte. Miguel Szymanski começa por considerar, algo eufemístico o termo negociações e acordo, porque o que nós tivemos foi, desde o início, um processo de extorsão, de extorsão por parte dos Estados Unidos. O Convidado da RFI desta segunda-feira afirma que a União Europeia não conseguiu resistir às ameaças e ao bluff do presidente Trump porque em vez de termos o gigante económico que é a União Europeia a negociar com os Estados Unidos, tivemos uma espécie de aglomerado de anões. A maior parte dos produtos europeus vai ser taxada a 15 por cento na alfândega dos Estados Unidos. Isto resulta de uma tentativa desesperada do chanceler alemão Friedrich Merz conseguir um acordo que desse algum planeamento, alguma possibilidade de planeamento estratégico para a indústria alemã, sobretudo para a indústria automóvel, mas acaba penalizado a pagar 6% mais taxas alfandegárias para exportar carros alemães do que antes das ameaças de Trump. Para Miguel Szymanski, assistimos actualmente a um processo de transferência de riqueza da Europa para os Estados Unidos que se tornou previsível aquando da tomada de posse de Donald Trump. A presidente da Comissão Europeia, em Bruxelas, e o chanceler alemão em Davos, mal Donald Trump tomou posse, disseram logo que a Europa tem de comprar mais gás liquefeito aos Estados Unidos e comprar mais armas, na perspectiva de apaziguar os Estados Unidos. E os Estados Unidos não se ficaram por aí. A essa cedência da União Europeia acrescentaram muito mais. A obrigação dos países da NATO consagrarem 5 por cento do PIB ao orçamento da Defesa é uma consequência da estratégia americana que reflecte fraqueza por parte da Europa. Só no caso português representa 15 por cento das receitas dos impostos que a ser aplicado é superior ao orçamento da Saúde ou da Educação. Para a os países europeus, Szymanski considera que se trata de uma estratégia de vassalagem assumida por parte da Europa, que negociou francamente muito mal, (...) o que nós temos é um assumir de uma posição de extrema fraqueza geoestratégica e financeira da Europa em relação aos Estados Unidos. Quanto à possível rejeição do compromisso por parte dos chefes de Estado e de governo dos 27, o nosso Convidado é claro: É preciso ver quem é que está sentado em cima do grande saco de dinheiro que financia e que perfaz o orçamento da União Europeia. E quem está sentado em cima deste saco de dinheiro é o senhor Friedrich Merz, chanceler Friedrich Merz, que sentiu os pés frios e fez esta cedência. (...) Este planeamento, esta estabilidade para a Europa não existe. O que existe foi uma cedência em toda a linha.
Quinta-feira, 24 de julho, é dia de falar da viagem de Rui Pedro Braz para fechar Ivanovic. Há ainda novidades sobre o Sporting, com Luiz Suárez e Jota Silva. Lá por fora, o destaque vai para Samuel Lino, que está perto de voltar ao Brasil.
Mais dinheiro para a Defesa e Tecnologia, pagar a fatura do PRR e as mesmas divergências de sempre entre países que financiam e os que recebem da UE: a batalha dos fundos europeus vai começar. Este episódio tem comentários de Susana Frexes, correspondente do Expresso e SIC em Bruxelas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Ricardo Arioli comenta notícias internacionais ligadas ao Agro. Aprovada Lei que beneficia os produtores nos EUA. Na Argentina, as Retenciones estão de volta. Produtores europeus vão invadir Bruxelas.
A bom-despachense Samira se interessou logo na infância pelo computador do irmão e, graças à época de Tumblr, decidiu fazer Ciência da Computação. Isso lhe trouxe as primeiras oportunidades de ter experiências internacionais, com semestres acadêmicos e projetos na Colômbia e no Egito.No meio desse caminho, ela concluiu que Ciência da Computação não era o caminho, porque o interesse por front-end estava falando mais alto. Isso a levou a trancar a faculdade, se mudar para Uberlândia e, posteriormente para Campinas, onde ela dividiu seu tempo entre o trabalho de webdesigner para empresas dos EUA, e a faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas.Com uma mudança de planos graças à pandemia e, graças à vontade de ter uma experiência no exterior, ela e a namorada foram para Lisboa e, agora, para Bruxelas. Neste episódio, ela detalha melhor essa trajetória, e detalha seu dia a dia na terra dos waffles.Fabrício Carraro, o seu viajante poliglotaSamira Costa, Engenheira de Software Sênior em Bruxelas, BélgicaLinks:ErasmusInstagram da SamiraConheça a Formação Aplique TypeScript no front-end da Alura e aprenda como essa linguagem se tornou um verdadeiro game-changer no universo das pessoas que desenvolvem.TechGuide.sh, um mapeamento das principais tecnologias demandadas pelo mercado para diferentes carreiras, com nossas sugestões e opiniões.#7DaysOfCode: Coloque em prática os seus conhecimentos de programação em desafios diários e gratuitos. Acesse https://7daysofcode.io/Ouvintes do podcast Dev Sem Fronteiras têm 10% de desconto em todos os planos da Alura Língua. Basta ir a https://www.aluralingua.com.br/promocao/devsemfronteiras/e começar a aprender inglês e espanhol hoje mesmo! Produção e conteúdo:Alura Língua Cursos online de Idiomas – https://www.aluralingua.com.br/Alura Cursos online de Tecnologia – https://www.alura.com.br/Edição e sonorização: Rede Gigahertz de Podcasts
Alberto Gonçalves comenta as declarações de Marta Temido sobre o Médio Oriente.See omnystudio.com/listener for privacy information.
João Ferreira do Amaral (ISEG) diz que a posição portuguesa face a Bruxelas não é alarmante, mas a defesa pode fazer tremer as contas. Pedro Brinca (Nova SBE) desvaloriza preocupações de Centeno.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta semana em África contou com uma forte actualidade moçambicana, desde o encontro do Presidente com Venâcio Mondlane, até aos ataques que se multiplicam em Cabo Delgado e ainda a falta de água que ameaça a produção de electricidade em Cahora Bassa. Esta semana, em Moçambique, o Presidente, Daniel Chapo, e o ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, reuniram-se na noite de terça-feira, 20 de Maio, e comprometeram-se a trabalhar juntos para o desenvolvimento do país.Também esta semana, os ataques em Cabo Delgado voltaram a ser notícia. O governador da província, Valige Tauabo, pediu à população que denuncie movimentações de pessoas estranhas nas suas comunidades.A seca tem estado a afectar algumas províncias de Moçambique e pode ter graves consequências na produção de energia. Os impactos já se sentem na barragem Hidroelétrica de Cahora Bassa, no centro de Moçambique. A situação está, de acordo com o líder da empresa, Tomás Matola, a deixar a infraestrutura com níveis de armazenamento de água muito baixos. Orfeu Lisboa relata-nos os efeitos da falta de água.Na Guiné-Bissau, o Presidente Umaro Sissoco Embaló disse que a idade mínima para casar deve ser 25 anos, de forma a travar as uniões precoces e os casamentos forçados. No entanto, o código civil do país permite o casamento a partir dos 16 anos. Os pilotos da Transportadora Aérea da Cabo-verdiana iniciaram na quinta-feira uma greve de cinco dias. Uma paralisação que, segundo o Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil, está a ter a adesão de todos os pilotos.O ministro dos Negócios Estrangeiros angolanos, Tete António, esteve em Bruxelas numa reunião entre os seus homólogos dos dois continentes.
Moçambique: Daniel Chapo e Venâncio Mondlane reuniram-se, de surpresa, na noite desta terça-feira, para diálogo inclusivo. Guiné-Bissau: Oposição proibida de fazer campanha, enquanto Presidente Sissoco celebra “presidência aberta” no sul do país. União Europeia e União Africana dicutem questões de mútuo interesse.
Bruxelas propôs aos cidadãos europeus que tenham em casa kits de sobrevivência. Logo houve quem considerasse despropositada a sugestão e criticasse a Comissão Europeia por estar a lançar o medo. Estará? É possível que sim, para ter as opiniões públicas do lado dos governos que vão ter de aumentar os gastos militares. Neste episódio conversamos com Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A muito aguardada chamada telefónica entre Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na terça-feira, não trouxe nada de significativamente novo sobre o desenrolar da guerra na Ucrânia, sobre a estratégia militar de Moscovo ou sobre as prioridades da diplomacia da nova Administração norte-americana. A Rússia “aceitou” não atacar a infra-estrutura energética ucraniana durante 30 dias, mas mesmo essa “cedência” traz-lhe vantagens no campo de batalha: se Kiev fizer o mesmo, Moscovo pode reforçar as suas linhas e para impedir que os drones ucranianos bombardeiem as suas reservas de petróleo. “O resultado do telefonema foi muito simples: não há cessar-fogo. Quem acha que isto é um acordo ou é louco, ou está claramente a fazer o jogo de Putin. Trump reserva a pressão máxima para [Volodymyr] Zelensky e a pressão mínima ou ausência de pressão para Putin”, resume a Teresa de Sousa. “Há de facto um entendimento entre Trump e Putin”, acrescenta. “Não gostam da União Europeia e querem dividi-la; não gostam da NATO e querem dividi-la; aceitam ambos a ideia de um mundo dividido em zonas de influência pelas grandes potências internacionais – EUA, Rússia e China – (…) e ambos odeiam Zelensky, pela razão simples de que este lhes faz frente”. No episódio desta semana do podcast Diplomatas também conversámos sobre a aprovação da reforma do travão da dívida alemão, em vésperas do Conselho Europeu, que se realiza esta quinta-feira em Bruxelas. Segundo o Carlos Gaspar, trata-se de “sinal muito forte” de Berlim para a UE, para Putin “e para Trump”, já que permite que a Alemanha “ocupe o seu lugar no centro da concertação estratégica com a França e a Grã-Bretanha, que vai ser mais importante nos próximos tempos do que a UE a NATO.” Da Europa, passámos para o Médio Oriente: o regresso da guerra israelita na Faixa de Gaza, assume Carlos Gaspar, também tem uma “dimensão interna” – a necessidade de aprovação do Orçamento do Estado e de reforço da maioria do Governo de Benjamin Netanyahu –, mas enfatiza, sobretudo, que é “absolutamente indispensável que haja uma força internacional que garanta a segurança em Gaza e que impeça o Hamas de restaurar o reino de terror sobre os palestinianos.” Teresa de Sousa traça ainda um “paralelismo impressionante entre a lógica de actuação de Putin e de Netanyahu”, primeiro-ministro de Israel. “Netanyahu quer redesenhar um mapa do Médio Oriente a favor de Israel; e é esse o grande objectivo da sua ofensiva. Putin quer redesenhar um mapa de segurança europeia; é o principal objectivo da guerra da Ucrânia”, considera. “Ambos têm, de alguma maneira, o beneplácito da Administração americana; ambos têm como principal instrumento a guerra. Para os dois a guerra é fundamental; para os dois a guerra não vai parar”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Entre os automoveis e os carros de combate. Uma crónica de Francisco Sena Santos
O Conselho Europeu reuniu em Bruxelas e discutiu o plano de investimentos militares da Comissão. Em relação à Ucrânia, recebeu Zelensky e reafirmou-lhe total solidariedade. Foi uma União a 26, porque o 27º preferiu ficar de novo ao lado de Trump e de Putin. Neste episódio, conversamos com a correspondente da SIC e do Expresso em Bruxelas, Susana Frexes.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O nosso convidado de hoje é o Dr. Paulo Guerra; licenciadoem Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1981-1986), é Juiz de Direito desde 1988, actualmente colocado, como Juiz Desembargador, no Tribunal da Relação de Coimbra.É autor de várias obras jurídicas no âmbito do Direito de Família e das Crianças.Foi docente do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), nestaÁrea, tendo sido ainda Coordenador da Área e Juiz Secretário do Conselho Superior da Magistratura (de 2004-2007).Conferencista em centenas de Seminários, Encontros, Congressos e Formador em várias dezenas de Acções de Formação, em Portugal, em Espanha, em França, Macau e em Moçambique e formador convidado em Pós-Graduações e Mestrados em várias Universidades portuguesas.Foi o Representante do Estado Português – indicado peloGoverno - presidindo, em Bruxelas, ao Grupo de Trabalho do Comité do Direito Civil da União Europeia que incidiu sobre o regulamento comunitário sobre obrigações alimentares (o Regulamento 4/2009, de 18 de Dezembro de 2008).Também participou , enquanto Representante de PORTUGAL (e subsequente coordenador das posições dos 27 países da União Europeia) nas negociações com vista à conclusão da nova Convenção da Haia sobre cobrança de Alimentos devidos a menores e a outros membros da família.É Associado do Centro de Direito da Família (Faculdade deDireito da Universidade de Coimbra) e membro do Observatório Permanente da Adopção (do CDF – Coimbra).Trabalha há muito no mundo das Crianças, ramo jurídico quesempre o apaixonou e que tem recebido há largos anos o melhor dos seus cantos judiciários, considerando-se um trabalhador da infância.Com 20 anos, foi galardoado com o I Prémio Literário daAssociação Académica de Coimbra, tendo ganho outros prémios pela sua escrita.Conserta os brinquedos dos seus sobrinhos.Sofre de uma doce doença chamada cinefilia.Tem um blogue.Sempre escreveu.E continua a escrever… Com tão vasto currículo e extensas áreas de interesse, poderia ter sido difícil escolher o tema para o nosso episódio… mas não foi. Queríamos muito ouvir o Dr. Paulo Guerra a falar sobre as crianças no tribunal e a sua audição.Fica a vontade de outras conversas, de outros temas, deoutras aprendizagens… Ouve, partilha e contribui para uma cultura de relações saudáveis, responsáveis e autênticas. Conteúdos abordados:. Especialização No Direito Das Crianças. Especialização na Magistratura. Interseção entre o Direito e o Desenvolvimento Infantil e,consequente, necessidade de formação interdisciplinar. A inteligência emocional e os afectos nos tribunais. Reflexão sobre a aplicação direta da Convenção dosDireitos da Criança em Portugal. A importância de ouvir as crianças nos processos judiciaisque a elas lhes dizem respeito. As acomodações físicas e afectivas dos espaços e dosprofissionais para receber e acompanhar condignamente as crianças nos tribunais. A compreensão da infância e das necessidades das crianças. A violência doméstica contra crianças, mesmo quando nãosão vítimas diretas. As consequências da desprotecção das crianças Para informações sobre as nossas formações no âmbito do Divórcio Consciente e da Parentalidade Não Conjugal, segue o link ou consulta a agenda no nosso site. O episódio está disponível no Spotify, Apple Podcasts, Youtube... e nas outras plataformas de distribuição de Podcasts habituais. Para saberes mais sobre nós na página https://www.gp3sdivorcioconsciente.com/ Para adquirir o nosso livro vai ao nosso site https://www.gp3sdivorcioconsciente.com/livrodirectamente à editora ou a qualquer outra livraria física ou online
Na última quarta-feira (12), os presidentes dos EUA e da Rússia conversaram longamente sobre como colocar um ponto final na guerra na Ucrânia, em curso há quase três anos. A negociação direta entre EUA e Rússia, sem consulta ao governo de Kiev, não agradou aos países da União Europeia e colocou ainda mais pontos de interrogação sobre os reais interesses americanos no conflito. No mesmo dia, em um encontro da Otan em Bruxelas, o secretário de Defesa dos Estados Unidos declarou que a ideia de a Ucrânia voltar a ter as fronteiras pré-guerra é "um objetivo irrealista e ilusório". E afirmou que não vê a possibilidade de a Ucrânia fazer parte da Otan, desejo antigo do país que serviu como justificativa para a invasão russa. Trata-se de um cavalo de pau inédito das relações exteriores dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial – quando o país assumiu a posição de superpotência que interfere nos rumos de todo o Ocidente. Isso dias depois do secretário de Estado americano, Marco Rubio, def ender um “mundo multipolar”. Para analisar o jogo de interesses das potências mundiais, Julia Duailibi conversa com Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV e pesquisador da Universidade Harvard e do Carnegie Endowment. Diretamente da Alemanha, onde acompanha a Conferência de Munique, ele explica como o novo posicionamento dos EUA em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia sinaliza uma nova ordem geopolítica global.
Depois de experiências em França e Inglaterra, o Manuel Gil mudou-se para a Bélgica em 2016. 8 anos depois de ter chegado a Bruxelas sente-se em casa e confessa que entretanto se "tornou belga".
Donald Trump nunca escondeu que queria acabar “rapidamente” com a guerra na Ucrânia; que lhe desagrava o dinheiro que os Estados Unidos estavam a gastar em apoio militar e financeiro a Kiev; que não era fã da NATO; e que via nas “excelentes relações” que diz ter com Vladimir Putin um elemento-chave para pôr fim ao conflito. Na quarta-feira cumpriu tudo o que prometeu, revelando que tomou a iniciativa de telefonar ao Presidente russo para dar “início” a negociações de paz – sem avisar o Governo ucraniano, a União Europeia ou a própria aliança militar que o seu país lidera – e mandatando o líder do Pentágono a entregar a seguinte mensagem em Bruxelas: é “irrealista” achar-se que a Ucrânia vai voltar a ter as fronteiras de 2014 e não pode haver garantias de entrada do país invadido pela Rússia na NATO. O plano não poderia ser mais claro. E, mesmo assim, os líderes europeus foram apanhados de surpresa. “Trump consegue ceder a nossa maior imaginação sobre o mal que pode fazer ao mundo e à ordem internacional”, desabafou a Teresa de Sousa. À luz do choque que antecedeu a Conferência de Segurança de Munique, que arranca nesta sexta-feira, o Carlos Gaspar lembrou-se de outro Munique, o de 1938, quando os líderes europeus deixaram Hitler anexar parte da Checoslováquia para o tentar apaziguar – tentar, sublinhe-se. “Depois do [Acordo de] Munique de 1938, que antecipou a II Guerra Mundial, vamos ter Munique em 2025, que vai acelerar a contagem decrescente para uma guerra… uma guerra geral”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Depois de experiências em França e Inglaterra, o Manuel Gil mudou-se para a Bélgica em 2016. 8 anos depois de ter chegado a Bruxelas sente-se em casa e confessa que entretanto se "tornou belga".
Com Donald Trump sentado à secretária da Sala Oval, em Washington D.C., a assinar furiosamente mais uma pilha de decretos presidenciais que podem pôr em causa décadas de práticas de diplomacia, António Costa recebeu na segunda-feira, em Bruxelas, os líderes do Conselho Europeu para um “retiro estratégico” sobre Segurança e Defesa. Dias antes, também na capital belga, Ursula von der Leyen apresentava a Bússola para Competitividade, da Comissão Europeia, um plano de “choque” para modernizar a economia da UE. Numa e noutra iniciativa, a ideia-chave parece ser a mesma: numa ordem internacional que caminha a passos largos para a multipolaridade, a Europa entende que, desta vez, tem mesmo de começar a dar passos concretos se quiser garantir autonomia estratégica; em relação à China de Xi, à Rússia e Putin… e aos Estados Unidos de Trump. Já atrasada, a união (ou a ideia de união) exibida pelos 27 em relação à necessidade de investimento militar e de crescimento económico terá, ainda assim, de esperar pelo que vai acontecer depois de os alemães irem às urnas. Triste, risonho ou apático, o futuro da emancipação europeia pode passar pelas eleições na Alemanha marcadas para o próximo dia 23. Uma Alemanha com os seus próprios – muitos – problemas internos, mas a Alemanha que há. A Europa pode esperar?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Último episódio. Mais de seis anos depois do primeiro crime, um alerta da Interpol leva a PJ a Bruxelas. Mas em 2002 o processo é arquivado e anos depois os homicídios de Valentina, Fernanda e Maria João prescrevem. O que não significa que a história tenha acabado. Em 2011, um jornal anuncia que fez aquilo que a polícia nunca conseguiu: descobrir o Estripador de Lisboa. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Último episódio. Mais de seis anos depois do primeiro crime, um alerta da Interpol leva a PJ a Bruxelas. Mas em 2002 o processo é arquivado e anos depois os homicídios de Valentina, Fernanda e Maria João prescrevem. O que não significa que a história tenha acabado. Em 2011, um jornal anuncia que fez aquilo que a polícia nunca conseguiu: descobrir o Estripador de Lisboa. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Último episódio. Mais de seis anos depois do primeiro crime, um alerta da Interpol leva a PJ a Bruxelas. Mas em 2002 o processo é arquivado e anos depois os homicídios de Valentina, Fernanda e Maria João prescrevem. O que não significa que a história tenha acabado. Em 2011, um jornal anuncia que fez aquilo que a polícia nunca conseguiu: descobrir o Estripador de Lisboa. See omnystudio.com/listener for privacy information.