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¿Se puede tener fe… y aun así luchar con la ansiedad, la depresión o el agotamiento?¿Se puede amar a Dios y también necesitar terapia?En este episodio de Del Lado B, hablamos con honestidad sobre salud mental y espiritualidad.José Víctor comparte desde lo pastoral, y Jéssica desde su mirada como psicoterapeuta.Conversamos sobre:– El estigma que aún existe en la iglesia– Cuándo orar no es suficiente (y no tiene por qué serlo)– Qué significa acompañar sin juzgar– Prácticas espirituales que fortalecen la mente– Y cómo vivir una fe real mientras sanamos por dentroCuando orar no es suficiente… el Lado B es la salud mental.
Recentemente, em dois episódios diferentes, o Lado B ouviu convidados defendendo abertamente a exploração da Margem Equatorial pela Petrobras. Pelo bem do bom debate e para ajudar você a formar sua própria opinião, abrimos o microfone para ouvir argumentos contrários, com Leandro Lanfredi, petroleiro, diretor do Sindipetro-RJ e colunista no portal Esquerda Diário. No Caô da Semana, a manobra que abre espaço para Rodrigo Bacellar ser governador do Rio de Janeiro e a situação nos Correios.
Neste episódio, mostramos como o empreendedorismo pode ser uma forma de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica saírem dos programas sociais de maneira segura. Políticas públicas e ferramentas de incentivo ampliadas voltadas para o pequeno negócio também podem ser o “ensinar a pescar” após “dar o peixe”, como dizem por aí.
En este episodio de del Lado B, hablamos de lo que no se dijo el domingo en la enseñanza “Spoiler: Jesús no vino por los buenos”.Conversamos sobre la frase de Jesús que incomodó a los religiosos:“Misericordia quiero, no sacrificios.”José Víctor comparte el corazón detrás del mensaje y lo que sigue retumbando después de predicarlo:– Cómo seguimos cayendo en sacrificios modernos para “ganarnos” el favor de Dios.– Qué significa vivir desde la paz que Cristo ya firmó.– A quiénes se refería Jesús cuando habló de “los malos” y “los enfermos”.– Y cómo ser una iglesia que manifiesta compasión más que estructura.Este es el lado que no se dice desde la tarima… pero que todos necesitamos oír.El Lado B de un mensaje que no fue para los buenos. Fue para todos.
O Lado B recebe Natha Carminatti, advogado do escritório Normando Rodrigues e assessor jurídico do Sindipetro Norte Fluminense. No papo, como a pejotização destroi a relação de trabalho no país, ataca à CLT, retira direitos e diminui a capacidade de arrecadação do estado, em mais uma ofensiva ultraliberal contra a classe trabalhadora. No Caô da Semana, uma exaltação à vida e à trajetória do inspirador Pepe Mujica.
Aos 89 anos, Pepe Mujica morreu na terça-feira (13) vítima de um câncer no esôfago. Mujica lutou contra a ditadura uruguaia e sofreu tortura durante os mais de 10 anos em que ficou preso. Anistiado e livre em 1985, entrou para a vida partidária. Eleito presidente em 2010, governou o país até 2015, e depois atuou como senador até se aposentar da política. No fim de 2024, fez seu último discurso em um comício: “sou um ancião que está muito perto de se retirar para um lugar que não se tem mais volta”. Para relembrar a trajetória de Mujica e como ele foi de guerrilheiro a “ícone pop”, Natuza Nery conversa com Ariel Palácios, correspondente da Globo em Buenos Aires. Ariel, autor do livro “América Latina, Lado B”, relembra encontros que teve com Mujica, e o dia em que foi guarda-costas do ex-presidente uruguaio. Ariel detalha a vida política do ex-presidente uruguaio, dos tempos de guerrilheiro à aposentadoria, e o que o diferenciava de outros líderes. “Ele não era um político clássico. Era como a figura do avô, sem ser uma figura paternal e populista”, afirma. Ariel destaca o perfil simples de Mujica, em consonância com a cultura uruguaia, onde a ostentação é desvalorizada. E conclui qual o legado de Pepe Mujica: “ele mostrou que um político pode viver de maneira austera”.
Neste episódio, falamos sobre o Empreendedorismo para Refugiados, da ONU, e conversamos com Constance Salame, ativista e refugiada que busca uma nova chance de geração de renda abrindo seu próprio negócio.
Este episodio especial del Lado B nace del Día de las Madres.Después de la enseñanza titulada “Madre en letras rojas”, donde Jessica Dugand compartió cinco principios sobre la maternidad basados en los evangelios, su esposo José Víctor subió al escenario para entrevistar a sus tres hijos.Les preguntó qué han aprendido de su mamá, qué momentos recuerdan con ella y qué admiran de su forma de amar, criar y guiar.Este episodio es esa entrevista. Una conversación sincera, llena de memoria, amor y legado.Si quieres ver la enseñanza completa del Día de las Madres, te invitamos a visitar el canal de YouTube de Ekklesia Miami.
O Lado B recebe o renomado jurista Lenio Streck, professor, procurador de Justiça aposentado, advogado e parecerista. Uma análise política e jurídica sobre o julgamento da tentativa de golpe de Jair Bolsonaro, o papel do STF na defesa à Constituição, a participação da mídia e a linha do tempo de um permanente golpe na democracia brasileira, da Lava Jato até o “8 de Janeiro”.
Nadie lo dice, pero muchas lo sienten.La depresión posparto afecta a 1 de cada 10 mujeres. Es real, es profunda y muchas veces se vive en silencio. Cuando la maternidad no llega con alegría sino con angustia, tristeza y culpa, es momento de hablar.En este episodio, vamos a: Entender qué es la depresión posparto y cómo se manifiesta, Distinguirla del “baby blues”, hablar sobre los duelos invisibles de la maternidad.✨ Si esto te está pasando, no estás sola.
Neste episódio, falamos sobre o Projeto Agrosertão e discutimos as políticas públicas para pequenos e médios agricultores do Seridó, região do Rio Grande do Norte.
En este primer episodio de la nueva temporada de Del Lado B, decidimos comenzar con ustedes.Abrimos una caja de preguntas en Instagram y dijimos:“Pregunten lo que quieran.”Y ustedes… no se guardaron nada.En este episodio respondemos con honestidad y corazón abierto:– ¿Qué ha sido lo más difícil de nuestro caminar con Dios?– ¿Qué haríamos diferente si pudiéramos volver a empezar en el ministerio?– ¿Cómo compartimos la fe con nuestra familia que no es cristiana?– ¿Cómo mantenemos viva nuestra fe en temporadas difíciles?– ¿Tenemos alguna tradición rara antes de predicar?– ¿Con qué personaje bíblico cenaríamos?– Y sí… hasta confesamos un momento vergonzoso en la iglesia.Este es el Lado B: lo que no se dice el domingo, pero lo que todos vivimos.Suscríbete, comparte y déjanos en los comentarios cuál fue tu parte favorita.
Neste episódio, contextualizamos o encarceramento em massa no Brasil e mostramos como o empreendedorismo pode se tornar uma alternativa para egressos do sistema prisional reconstruírem suas vidas.
Na última semana, Rachel Reis lançou seu segundo disco "Divina Casca", conversamos com ela sobre o projeto.
Um episódio VATICANISTA para comentar o legado, as contradições e os feitos de Jorge Mario Bergoglio como Papa Francisco. Também a expectativa para o conclave que escolherá o próximo papa, além de uma discussão sobre o papel da Igreja Católica no debate público. Teve tempo para uma pincelada sobre o próximo 1º de maio também.
Neste episódio, falamos de turismo sustentável e contamos o caso do povo Potiguara Katu, do Rio Grande do Norte. Uma comunidade local de área turística que mostra que é possível empreender com responsabilidade social, cuidado ambiental e desenvolvimento econômico sustentável, respeitando sua cultura, a natureza e sua comunidade.
Fernando Alvim conversa com Blaya sobre o seu novo álbum "LADO B", apresentado hoje às 21h no Musicbox, em Lisboa.
O Rambo deu um pulo no Japão, e o Lado B ganhou mais um episódio.
Neste episódio, abordamos como o empreendedorismo impacta na vida coletiva e na possibilidade de geração de renda e desenvolvimento econômico nas comunidades remanescentes de quilombo do país.
O Lado B recebe novamente Elias Jabbour, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ, escritor e atualmente presidente do Instituto Pereira Passos (IPP). Na conversa, o papel da Petrobras como uma das indutoras do desenvolvimento econômico do país, a necessidade de retomar investimentos na empresa e as novas possibilidades para a transição energética. Também a guerra tarifária dos EUA de Trump contra a China e a expectativa de novos rumos no IPP.
Neste episódio, falamos das dificuldades no mercado de trabalho para pessoas LGBTQIAPN+ e como o empreendedorismo pode ajudar na busca por geração de renda e dignidade. E ainda, um debate crítico sobre a política ‘pink money' das grandes empresas: inclusão e diversidade ou mero marketing?
O Lado B volta com sua edição interativa e responde aos apoiadores e apoiadoras: comentários sobre o “Breque dos Apps” e as novas formas de trabalho; avaliação política de alguns ministros e a gestão em empresas públicas; as consequências do tarifaço do Trump; e ainda, uma análise da situação literária no Brasil, com direito a dicas de leituras.
Horror! Medo! Desespero! Sofrimento! É verdade este bilhete! Saiu um Lado B novo no Podtrash no dia da mentira! Mas com uma carinha diferente. Venha ouvir nosso comunicado explicando o momento atual do Podtrash e o que já decidimos e o que está para ser decidido. ELENCOAlmightyBruno GunterEdson OliveiraShin Koheo ARTE DO BANNERShin Koheo FEEDS […]
No terceiro episódio da nova temporada, mostramos como as comunidades indígenas montam seus próprios negócios tendo como pilares a sua herança cultural, a coletivização das tarefas e o orgulho de seu chão, como é o caso da comunidade Ofaié, em Brasilândia (MS).
Dios es soberano, tiene el control absoluto y su propósito siempre es para nuestro bien. Aunque a veces no entendamos sus caminos, su amor y misericordia nos sostienen. La historia de José nos recuerda que, incluso en el dolor, Dios transforma el mal en bien. Confiemos en su soberanía, entregándole nuestras preocupaciones y descansando en su plan perfecto. ¡Todo va a cobrar sentido!
Na esteira do sucesso da série “Adolescência”, da Netflix, o Lado B conversa com a advogada Letícia Ueda Vella, do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. No papo, os grupos masculinistas organizados, as relações com os políticos da extrema-direita mundial, o caráter nazifascista e ultraliberalista dos movimentos e as big techs como cúmplices. Também uma conversa sobre a atuação pelo aborto seguro no Brasil usando os exemplos de Argentina e Colômbia.No Caô da Semana, os painelistas abrem novamente um vinho após mais um passo ser dado para Jair Bolsonaro e seus bando, incluindo o alto escalão das Forças Armadas, apodrecem atrás das grades.Esse episódio faz parte da campanha #OPodcastÉDelas2025
No segundo episódio da nova temporada, contamos como uma travesti carioca passou por cima das portas fechadas no mercado de trabalho para criar uma rede de capacitação profissional e empreendedora para transgêneros que já ajudou mais de 400 pessoas.
Fortitud no es solo un libro, es un testimonio de valentía y propósito. A través de su historia, la Pastora Jessica Dugand nos muestra cómo la fortaleza nace en la adversidad y cómo la fe nos ayuda a descubrir nuestro verdadero llamado. Este domingo, sé parte del lanzamiento de una obra que te inspirará a levantarte, sanar y construir un legado de fortaleza. ¡No te lo pierdas!
No programa especial da campanha #OPodcastÉDelas2025, o Lado B recebe a cientista social, técnica de som e artista Anne Santos, e Giovanna Bisi, produtora audiovisual e operadora de áudio de podcast. No papo, o contraste do protagonismo das mulheres no cinema, na esteira do sucesso de Fernanda Torres em “Ainda Estou Aqui”, com o desequilíbrio na participação feminina nos bastidores, realização e produção do audiovisual brasileiro.
Si buscas un Airbnb increíble, busca en “Favoritos entre huéspedes”. Lo más increíble en Airbnb, según otros huéspedes: http://bit.ly/3Ddque9 ¿Crees que conoces los cuentos de hadas? Piensa de nuevo. Cenicienta, La Sirenita, Pinocho, Blancanieves, La Bella Durmiente... nombres familiares, ¿verdad? Pero, ¿y si te dijera que las historias que crees conocer ocultan secretos oscuros y orígenes inesperados? En este episodio, nos sumergimos en las versiones originales y a menudo perturbadoras de estos clásicos, revelando las verdades detrás de la magia. También puedes escucharnos en Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music o tu app de podcasts favorita. Apóyanos en Patreon: https://www.patreon.com/leyendaspodcast Apóyanos en YouTube: https://www.youtube.com/c/leyendaslegendarias/join Visita nuestra página para ver contenido extra: www.leyendaslegendarias.com Síguenos: https://instagram.com/leyendaspodcast https://twitter.com/leyendaspodcast https://facebook.com/leyendaspodcast #Podcast #LeyendasLegendarias Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
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Chegou o novo LADO B NOTÍCIAS. Repaginado, o programa contará 12 histórias de empreendedorismo social (empreendedorismo, mesmo, não precarização!). No primeiro episódio, como o afroempreendedorismo empodera mulheres negras em seus negócios e na autoestima de suas clientes. E um debate crítico sobre os benefícios e os limites do empreendedorismo na redução da desigualdade racial.
Dios nos llama a ser sal y luz en el mundo. La sal da sabor a la vida y el amor de Dios devuelve esperanza a quienes la han perdido. La luz disipa la oscuridad y trae dirección, claridad y verdad. No podemos quedarnos callados, somos la expresión del amor y la verdad de Dios. No se trata de títulos o conocimiento teológico, sino de ser hijos de Dios que reflejan su gloria en todo lo que hacen.
O Lado B recebe Lucas Pedretti, historiador, sociólogo e escritor, para uma conversa sobre a Ditadura Militar, na esteira do sucesso do filme "Ainda Estou Aqui". A importância da obra para a recuperação da causa, a (re)criação de uma memória crítica sobre o período, a relação do Governo Lula III com o episódio após o silêncio em 2024 e outros aspectos da Ditadura que não estão no filme.
A atriz e apresentadora fala sobre família, religião, casamento e conta pra qual de seus tantos amigos ligaria de uma ilha deserta Regina Casé bem que tentou não comemorar seu aniversário de 71 anos, celebrado no dia 25 de fevereiro. Mas o que seria um açaí com pôr do sol na varanda do Hotel Arpoador se transformou em um samba que só terminou às 11 horas da noite em respeito à lei do silêncio. "Eu não ia fazer nada, nada, nada mesmo. Mas é meio impossível, porque todo mundo fala: vou passar aí, vou te dar um beijo", contou em um papo com Paulo Lima. A atriz e apresentadora tem esse talento extraordinário pra reunir as pessoas mais interessantes à sua volta. E isso vale para seu círculo de amigos, que inclui personalidades ilustres como Caetano Veloso e Fernanda Torres, e também para os projetos que inventa na televisão, no teatro e no cinema. Inventar tanta coisa nova é uma vocação que ela herdou do pai e do avô, pioneiros no rádio e na televisão, mas também uma necessidade. “Nunca consegui pensar individualmente, e isso até hoje me atrapalha. Mas, ao mesmo tempo, eu tive que ser tão autoral. Eu não ia ser a mocinha na novela, então inventei um mundo para mim. Quase tudo que fiz fui eu que tive a ideia, juntei um grupo, a gente escreveu junto”, afirma. No teatro, ao lado de artistas como o diretor Hamilton Vaz Pereira e os atores Luiz Fernando Guimarães e Patrícia Travassos, ela inventou o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, que revolucionou a cena carioca nos anos 1970. Na televisão, fez programas como TV Pirata, Programa Legal e Brasil Legal. "Aquilo tudo não existia, mas eu tive que primeiro inventar para poder me jogar ali”, conta. LEIA TAMBÉM: Em 1999, Regina Casé estampou as Páginas Negras da Trip De volta aos cinemas brasileiros no fim de março com Dona Lurdes: O Filme, produção inspirada em sua personagem na novela Amor de Mãe (2019), Regina bateu um papo com Paulo Lima no Trip FM. Na conversa, ela fala do orgulho de ter vindo de uma família que, com poucos recursos e sem faculdade, foi pioneira em profissões que ainda nem tinham nome, do título de “brega” que recebeu quando sua originalidade ainda não era compreendida pelas colunas sociais, de sua relação com a religião, da dificuldade de ficar sozinha – afinal, “a sua maior qualidade é sempre o seu maior defeito” –, do casamento de 28 anos com o cineasta Estêvão Ciavatta, das intempéries e milagres que experimentou e de tudo o que leva consigo. “Eu acho que você tem que ir pegando da vida, que nem a Dona Darlene do Eu Tu Eles, que ficou com os três maridos”, afirma. “A vida vai passando e você vai guardando as coisas que foram boas e tentando se livrar das ruins”. Uma das figuras mais admiradas e admiráveis do país, ela ainda revela para quem ligaria de uma ilha deserta e mostra o presente de aniversário que ganhou da amiga Fernanda Montenegro. Você pode conferir esse papo a seguir ou ouvir no Spotify do Trip FM. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d446165a3ce/header-regina-interna.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Trip. Além de atriz, você é apresentadora, humorista, escritora, pensadora, criadora, diretora… Acho que tem a ver com uma certa modernidade que você carrega, essa coisa de transitar por 57 planetas diferentes. Como é que você se apresentaria se tivesse que preencher aquelas fichas antigas de hotel? Regina Casé. Até hoje ponho atriz em qualquer coisa que tenho que preencher, porque acho a palavra bonita. E é como eu, vamos dizer, vim ao mundo. As outras coisas todas vieram depois. Mesmo quando eu estava há muito tempo sem atuar, eu era primeiramente uma atriz. E até hoje me sinto uma atriz que apresenta programas, uma atriz que dirige, uma atriz que escreve, mas uma atriz. Você falou numa entrevista que, se for ver, você continua fazendo o mesmo trabalho. De alguma maneira, o programa Brasil Legal, a Val de "Que Horas Ela Volta", o grupo de teatro "Asdrúbal Trouxe o Trombone" ou agora esse programa humorístico tem a mesma essência, um eixo que une tudo isso. Encontrei entrevistas e vídeos maravilhosos seus, um lá no Asdrúbal, todo mundo com cara de quem acabou de sair da praia, falando umas coisas muito descontraídas e até mais, digamos assim, sóbrias. E tem um Roda Viva seu incrível, de 1998. Eu morro de pena, porque também o teatro que a gente fazia, a linguagem que a gente usava no Asdrúbal, era tão nova que não conseguiu ser decodificada naquela época. Porque deveria estar sendo propagada pela internet, só que não havia internet. A gente não tem registros, não filmava, só fotografava. Comprava filme, máquina, pagava pro irmão do amigo fazer aquilo no quarto de serviço da casa dele, pequenininho, com uma luz vermelha. Só que ele não tinha grana, então comprava pouco fixador, pouco revelador, e dali a meses aquilo estava apagado. Então, os documentos que a gente tem no Asdrúbal são péssimos. Fico vendo as pouquíssimas coisas guardadas e que foram para o YouTube, como essa entrevista do Roda Viva. Acho que não passa quatro dias sem que alguém me mande um corte. "Ah, você viu isso? Adorei!". Ontem o DJ Zé Pedro me mandou um TED que eu fiz, talvez o primeiro. E eu pensei: "Puxa, eu falei isso, que ótimo, concordo com tudo". Quanta coisa já mudou no Brasil, isso é anterior a tudo, dois mil e pouquinho. E eu fiquei encantada com o Roda Viva, eu era tão novinha. Acho que não mudei nada. Quando penso em mim com cinco anos de idade, andando com a minha avó na rua, a maneira como eu olhava as pessoas, como eu olhava o mundo, é muito semelhante, se não igual, a hoje em dia. [VIDEO=https://www.youtube.com/embed/rLoqGPGmVdo; CREDITS=; LEGEND=Em 1998, aos 34 anos, Regina Casé foi entrevistada pelo programa Roda Viva, da TV Cultura; IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49b0ede6d3/1057x749x960x540x52x40/screen-shot-2025-03-14-at-180926.png] O Boni, que foi entrevistado recentemente no Trip FM, fala sobre seu pai em seu último livro, “Lado B do Boni”, como uma das pessoas que compuseram o que ele é, uma figura que teve uma relevância muito grande, inclusive na TV Globo. Conta um pouco quem foi o seu pai, Regina. Acho que não há Wikipedia que possa resgatar o tamanho do meu pai e do meu avô. Meu avô é pioneiríssimo do rádio, teve um dos primeiros programas de rádio, se não o primeiro. Ele nasceu em Belo Jardim, uma cidadezinha do agreste pernambucano, do sertão mesmo. E era brabo, criativo demais, inteligente demais, e, talvez por isso tudo, impaciente demais, não aguentava esperar ninguém terminar uma frase. Ele veio daquele clássico, com uma mão na frente e outra atrás, sem nada, e trabalhou na estiva, dormiu na rua até começar a carregar rádios. Só que, nos anos 20, 30, rádios eram um armário de madeira bem grandão. Daí o cara viu que ele era esperto e botou ele para instalar os rádios na casa das pessoas. Quando meu avô descobriu que ninguém sabia sintonizar, que era difícil, ele aprendeu. E aí ele deixava os rádios em consignação, botava um paninho com um vasinho em cima, sintonizado, funcionando. Quando ele ia buscar uma semana depois, qualquer um comprava. Aí ele disparou como vendedor dos rádios desse cara que comprava na gringa e começou a ficar meio sócio do negócio. [QUOTE=1218] Mas a programação toda era gringa, em outras línguas. Ele ficava fascinado, mas não entendia nada do que estava rolando ali. Nessa ele descobriu que tinha que botar um conteúdo ali dentro, porque aquele da gringa não estava suprindo a necessidade. Olha como é parecido com a internet hoje em dia. E aí ele foi sozinho, aquele nordestino, bateu na Philips e falou que queria comprar ondas curtas, não sei que ondas, e comprou. Aí ele ia na farmácia Granado e falava: "Se eu fizer um reclame do seu sabão, você me dá um dinheiro para pagar o pianista?". Sabe quem foram os dois primeiros contratados dele? O contrarregra era o Noel Rosa, e a única cantora que ele botou de exclusividade era a Carmen Miranda. Foram os primeiros empregos de carteira assinada. E aí o programa cresceu. Começava de manhã, tipo programa do Silvio, e ia até de noite. Chamava Programa Casé. E o seu pai? Meu avô viveu aquela era de ouro do rádio. Quando sentiu que o negócio estava ficando estranho, ele, um cara com pouquíssimos recursos de educação formal, pegou meu pai e falou: "vai para os Estados Unidos porque o negócio agora vai ser televisão". Ele fez um curso, incipiente, para entender do que se tratava. Voltou e montou o primeiro programa de televisão feito aqui no Rio de Janeiro, Noite de Gala. Então, tem uma coisa de pioneirismo tanto no rádio quanto na televisão. E meu pai sempre teve um interesse gigante na educação, como eu. Esse interesse veio de onde? Uma das coisas que constituem o DNA de tudo o que fiz, dos meus programas, é a educação. Um Pé de Quê, no Futura, o Brasil Legal e o Programa Legal, na TV Globo… Eu sou uma professora, fico tentando viver as duas coisas juntas. O meu pai tinha isso porque esse meu avô Casé era casado com a Graziela Casé, uma professora muito, mas muito idealista, vocacionada e apaixonada. Ela trabalhou com Anísio Teixeira, Cecília Meireles, fizeram a primeira biblioteca infantil. Meu pai fez o Sítio do Picapau Amarelo acho que querendo honrar essa professora, a mãe dele. Quando eu era menina, as pessoas vinham de uma situação rural trabalhar como domésticas, e quase todas, se não todas, eram analfabetas. A minha avó as ensinava a ler e escrever. Ela dizia: "Se você conhece uma pessoa que não sabe ler e escrever e não ensina para ela, é um crime". Eu ficava até apavorada, porque ela falava muito duramente. Eu acho que sou feita desse pessoal. Tenho muito orgulho de ter vindo de uma família que, sem recursos, sem universidade, foi pioneira na cidade, no país e em suas respectivas... Não digo “profissões” porque ainda nem existiam suas profissões. Eu tento honrar. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49d1e03df5/header-regina-interna6.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Em 1999, a atriz e apresentadora estampou as Páginas Negras da Trip; ALT_TEXT=] Você tem uma postura de liderança muito forte. Além de ter preparo e talento, você tem uma vocação para aglutinar, juntar a galera, fazer time. Por outro lado, tem essa coisa da atriz, que é diferente, talvez um pouco mais para dentro. Você funciona melhor sozinha ou como uma espécie de capitã, técnica e jogadora do time? Eu nasci atriz dentro de um grupo. E o Asdrúbal trouxe o Trombone não era só um grupo. Apesar do Hamilton Vaz Pereira ter sido sempre um autor e um diretor, a gente criava coletivamente, escrevia coletivamente, improvisava. Nunca consegui pensar individualmente, e isso até hoje é uma coisa que me atrapalha. Todo mundo fala: "escreve um livro". Eu tenho vontade, mas falo que para escrever um livro preciso de umas 10 pessoas de público, todo mundo junto. Sou tão grupal que é difícil. Ao mesmo tempo, eu tive que ser muito autoral. Eu, Tu, Eles foi a primeira vez que alguém me tirou para dançar. Antes eu fiz participações em muitos filmes, mas foi a primeira protagonista. Quase tudo que fiz fui eu que tive a ideia, juntei um grupo, a gente escreveu junto. Então, eu sempre inventei um mundo para mim. No teatro eu não achava lugar para mim, então tive que inventar um, que era o Asdrúbal. Quando eu era novinha e fui para a televisão, eu não ia ser a mocinha na novela. Então fiz a TV Pirata, o Programa Legal, o Brasil Legal. Aquilo tudo não existia na televisão, mas eu tive que primeiro inventar para poder me jogar ali. Eu sempre me acostumei não a mandar, mas a ter total confiança de me jogar. E nos trabalhos de atriz, como é? No Asdrúbal eu me lembro que uma vez eu virei umas três noites fazendo roupa de foca, que era de pelúcia, e entupia o gabinete na máquina. Eu distribuía filipeta, colava cartaz, pregava cenário na parede. Tudo, todo mundo fazia tudo. É difícil quando eu vou para uma novela e não posso falar que aquele figurino não tem a ver com a minha personagem, que essa casa está muito chique para ela ou acho que aqui no texto, se eu falasse mais normalzão, ia ficar mais legal. Mas eu aprendi. Porque também tem autores e autores. Eu fiz três novelas com papéis de maior relevância. Cambalacho, em que fiz a Tina Pepper, um personagem coadjuvante que ganhou a novela. Foi ao ar em 1986 e até hoje tem gente botando a dancinha e a música no YouTube, cantando. Isso também, tá vendo? É pré-internet e recebo cortes toda hora, porque aquilo já tinha cara de internet. Depois a Dona Lurdes, de Amor de Mãe, e a Zoé, de Todas as Flores. Uma é uma menina preta da periferia de São Paulo. A outra uma mulher nordestina do sertão, com cinco filhos. A terceira é uma truqueira carioca rica que morava na Barra. São três universos, mas as três foram muito fortes. Tenho muito orgulho dessas novelas. Mas quando comecei, pensei: "Gente, como é que vai ser?". Não é o meu programa. Não posso falar que a edição está lenta, que devia apertar. O começo foi difícil, mas depois que peguei a manha de ser funcionária, fazer o meu e saber que não vou ligar para o cenário, para o figurino, para a comida e não sei o quê, falei: "Isso aqui, perto de fazer um programa como o Esquenta ou o Programa Legal, é como férias no Havaí". Você é do tipo que não aguenta ficar sozinha ou você gosta da sua companhia? Essa é uma coisa que venho perseguindo há alguns anos. Ainda estou assim: sozinha, sabendo que, se quiser, tem alguém ali. Mas ainda apanho muito para ficar sozinha porque, justamente, a sua maior qualidade é sempre o seu maior defeito. Fui criada assim, em uma família que eram três filhas, uma mãe e uma tia. Cinco mulheres num apartamento relativamente pequeno, um banheiro, então uma está escovando os dentes, outra está fazendo xixi, outra está tomando banho, todas no mesmo horário para ir para a escola. Então é muito difícil para mim ficar sozinha, mas tenho buscado muito. Quando falam "você pode fazer um pedido", eu peço para ter mais paciência e para aprender a ficar sozinha. Você contou agora há pouco que fazia figurinos lá no Asdrúbal e também já vi você falando que sempre aparecia na lista das mais mal vestidas do Brasil. Como é ser julgada permanentemente? Agora já melhorou, mas esse é um aspecto que aparece mais porque existe uma lista de “mais mal vestidas". Se existisse lista para outras transgressões, eu estaria em todas elas. Não só porque sou transgressora, mas porque há uma demanda que eu seja. Quando não sou, o pessoal até estranha. Eu sempre gostei muito de moda, mais que isso, de me expressar através das roupas. E isso saía muito do padrão, principalmente na televisão, do blazer salmão, do nude, da unha com misturinha, do cabelo com escova. Volta e meia vinha, nos primórdios das redes sociais: "Ela não tem dinheiro para fazer uma escova naquele cabelo?". "Não tem ninguém para botar uma roupa normal nela?". [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49c62141c1/header-regina-interna4.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Regina Casé falou à Trip em 1999, quando estampou as Páginas Negras; ALT_TEXT=] Antes da internet, existiam muitas colunas sociais em jornal. Tinha um jornalista no O Globo que me detonava uma semana sim e outra não. Eu nunca vou me esquecer. Ele falava de uma bolsa que eu tinha da Vivienne Westwood, que inclusive juntei muito para poder comprar. Eu era apaixonada por ela, que além de tudo era uma ativista, uma mulher importantíssima na gênese do Sex Pistols e do movimento punk. Ele falava o tempo todo: "Estava não sei onde e veio a Regina com aquela bolsa horrorosa que comprou no Saara". O Saara no Rio corresponde à 25 de março em São Paulo, e são lugares que sempre frequentei, que amo e que compro bolsas também. Eu usava muito torço no cabelo, e ele escrevia: "Lá vem a lavadeira do Abaeté". Mais uma vez, não só sendo preconceituoso, mas achando que estava me xingando de alguma coisa que eu acharia ruim. Eu pensava: nossa, que maravilha, estou parecendo uma lavadeira do Abaeté e não alguém com um blazer salmão, com uma blusa bege, uma bolsa arrumadinha de marca. Pra mim era elogio, mas era chato, porque cria um estigma. E aí um monte de gente, muito burra, vai no rodo e fala: "Ela é cafona, ela é horrorosa". Por isso que acho que fiquei muito tempo nessas listas. O filme “Ainda Estou Aqui” está sendo um alento para o Brasil, uma coisa bem gostosa de ver, uma obra iluminada. A Fernanda Torres virou uma espécie de embaixadora do Brasil, falando de uma forma muito legal sobre o país, sobre a cultura. Imagino que pra você, que vivenciou essa época no Rio de Janeiro, seja ainda mais especial. Eu vivi aquela época toda e o filme, mesmo sem mostrar a tortura e as barbaridades que aconteceram, reproduz a angústia. Na parte em que as coisas não estão explicitadas, você só percebe que algo está acontecendo, e a angústia que vem dali. Mesmo depois, quando alguma coisa concreta aconteceu, você não sabe exatamente do que está com medo, o que pode acontecer a qualquer momento, porque tudo era tão aleatório, sem justificativa, ninguém era processado, julgado e preso. O filme reproduz essa sensação, mesmo para quem não viveu. É maravilhoso, maravilhoso. [QUOTE=1219] Não vou dizer que por sorte porque ele tem todos os méritos, mas o filme caiu num momento em que a gente estava muito sofrido culturalmente. Nós, artistas, tínhamos virado bandidos, pessoas que se aproveitam. Eu nunca usei a lei Rouanet, ainda que ache ela muito boa, mas passou-se a usar isso quase como um xingamento, de uma maneira horrível. E todos os artistas muito desrespeitados, inclusive a própria Fernanda, Fernandona, a pessoa que a gente mais tem que respeitar na cultura do país. O filme veio não como uma revanche. Ele veio doce, suave e brilhantemente cuidar dessa ferida. Na equipe tenho muitos amigos, praticamente família, o Walter, a Nanda, a Fernanda. Sou tão amiga da Fernanda quanto da Nanda, sou meio mãe da Nanda, mas sou meio filha da Fernanda, sou meio irmã da Nanda e também da Fernanda. É bem misturado, e convivo muito com as duas. Por acaso, recebi ontem um presente e um cartão de aniversário da Fernandona que é muito impressionante. Tão bonitinho, acho que ela não vai ficar brava se eu mostrar para vocês. O que o cartão diz? Ela diz assim: "Regina, querida, primeiro: meu útero sabe que a Nanda já está com esse Oscar”. Adorei essa frase. "Segundo, estou trabalhando demais, está me esgotando. Teria uma leitura de 14 trechos magníficos, de acadêmicos, que estou preparando essa apresentação para a abertura da Academia [Brasileira de Letras], que está em recesso. O esgotamento acho que é por conta dos quase 100 anos que tenho". Imagina... Com esse trabalho todo. Aí ela faz um desenho lindo de flores com o coração: "Regina da nossa vida, feliz aniversário, feliz sempre da Fernanda". E me manda uma toalhinha bordada lindíssima com um PS: "Fernando [Torres] e eu compramos essa toalhinha de mão no Nordeste numa das temporadas de nossa vida pelo Brasil afora. Aliás, nós comprávamos muito lembranças como essa. Essa que eu lhe envio está até manchadinha, mas ela está feliz porque está indo para a pessoa certa. Está manchadinha porque está guardadinha faz muitos anos". Olha que coisa. Como é que essa mulher com quase 100 anos, com a filha indicada ao Oscar, trabalhando desse jeito, decorando 14 textos, tem tempo de ser tão amorosa, gentil, generosa e me fazer chorar? Não existe. Ela é maravilhosa demais. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49b9f0f548/header-regina-interna3.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Eu queria te ouvir sobre outro assunto. Há alguns anos a menopausa era um tema absolutamente proibido. As mulheres se sentiam mal, os homens, então, saíam correndo. Os médicos não falavam, as famílias não falavam. E é engraçado essa coisa do pêndulo. De repente vira uma onda, artistas falando, saem dezenas de livros sobre o assunto. Como foi para você? Você acha que estamos melhorando na maneira de lidar com as nossas questões enquanto humanidade? É bem complexo. Tem aspectos que acho que estão melhorando muito. Qualquer família que tinha uma pessoa com deficiência antigamente escondia essa pessoa, ela era quase trancada num quarto, onde nem as visitas da casa iam. E hoje em dia todas essas pessoas estão expostas, inclusive ao preconceito e ao sofrimento, mas estão na vida, na rua. Há um tempo não só não podia ter um casal gay casado como não existia nem a expressão "casal gay", porque as pessoas no máximo tinham um caso escondido com outra pessoa. Então em muitos aspectos a gente avançou bastante. Não sei se é porque agora estou ficando bem mais velha, mas acho que esse assunto do etarismo está chegando ainda de uma maneira muito nichada. Se você for assistir a esse meu primeiro TED, eu falo que a gente não pode pegar e repetir, macaquear as coisas dos Estados Unidos. Essa ideia de grupo de apoio. Sinto que essa coisa da menopausa, do etarismo, fica muito de mulher para mulher, um grupo de mulheres daquela idade. Mas não acho que isso faz um garoto de 16 anos entender que eu, uma mulher de 70 anos, posso gostar de basquete, de funk, de sambar, de namorar, de dançar. Isso tudo fica numa bolha bem impermeável. E não acho que a comunicação está indo para outros lados. É mais você, minha amiga, que também está sentindo calores. [QUOTE=1220] Tem uma coisa americana que inventaram que é muito chata. Por exemplo, a terceira idade. Aí vai ter um baile, um monte de velhinhos e velhinhas dançando todos juntos. Claro que é melhor do que ficar em casa deprimido, mas é chato. Acho que essa festa tem que ter todo mundo. Tem que ter os gays, as crianças, todo mundo nessa mesma pista com um DJ bom, com uma batucada boa. Senão você vai numa festa e todas as pessoas são idênticas. Você vai em um restaurante e tem um aquário onde põem as crianças dentro de um vidro enquanto você come. Mas a criança tem que estar na mesa ouvindo o que você está falando, comendo um troço que ela não come normalmente. O menu kids é uma aberração. Os meus filhos comem tudo, qualquer coisa que estiver na mesa, do jeito que for. Mas é tudo separado. Essa coisa de imitar americano, entendeu? Então, acho que essa coisa da menopausa está um pouco ali. Tem que abrir para a gente conversar, tem que falar sobre menopausa com o MC Cabelinho. Eu passei meio batida, porque, por sorte, não tive sintomas físicos mais fortes. Senti um pouco mais de calor, mas como aqui é tão calor e eu sou tão agitada, eu nunca soube que aquilo era específico da menopausa. Vou mudar um pouco de assunto porque não dá para deixar de falar sobre isso. Uma das melhores entrevistas do Trip FM no ano passado foi com seu marido, o cineasta Estêvão Ciavatta. Ele contou do acidente num passeio a cavalo que o deixou paralisado do pescoço para baixo e com chances de não voltar a andar. E fez uma declaração muito forte sobre o que você representou nessa recuperação surpreendente dele. A expressão "estamos juntos" virou meio banal, mas, de fato, você estava junto ali. Voltando a falar do etarismo, o Estêvão foi muito corajoso de casar com uma mulher que era quase 15 anos mais velha, totalmente estabelecida profissionalmente, conhecida em qualquer lugar, que tinha sido casada com um cara maravilhoso, o Luiz Zerbini, que tinha uma filha, uma roda de amigos muito grande, um símbolo muito sólido, tudo isso. Ele propôs casar comigo, na igreja, com 45 anos. Eu, hippie, do Asdrúbal e tudo, levei um susto, nunca pensei que eu casar. O que aconteceu? Eu levei esse compromisso muito a sério, e não é o compromisso de ficar com a pessoa na saúde, na doença, na alegria, na tristeza. É também, mas é o compromisso de, bom, vamos entrar nessa? Então eu vou aprender como faz isso, como é esse amor, como é essa pessoa, eu vou aprender a te amar do jeito que você é. Acho que o pessoal casa meio de brincadeira, mas eu casei a sério mesmo, e estamos casados há 28 anos. Então, quando aconteceu aquilo, eu falei: ué, a gente resolveu ficar junto e viver o que a vida trouxesse pra gente, então vamos embora. O que der disso, vamos arrumar um jeito, mas estamos juntos. E acho que teve uma coisa que me ajudou muito. O quê? Aqui em casa é tipo pátio dos milagres. Teve isso que aconteceu com o Estêvão, e também a gente ter encontrado o Roque no momento que encontrou [seu filho caçula, hoje com 11 anos, foi adotado pelo casal quando bebê]. A vida que a gente tem hoje é inacreditável. Parece realmente que levou oito anos, o tempo que demorou para encontrar o filho da gente, porque estava perdido em algum lugar, igual a Dona Lurdes, de Amor de Mãe. Essa é a sensação. E a Benedita, quando nasceu, quase morreu, e eu também. Ela teve Apgar [escala que avalia os recém-nascidos] zero, praticamente morreu e viveu. Nasceu superforte, ouvinte, gorda, forte, cabeluda, mas eu tive um descolamento de placenta, e com isso ela aspirou líquido. Ela ficou surda porque a entupiram de garamicina, um antibiótico autotóxico. Foi na melhor das intenções, pra evitar uma pneumonia pelo líquido que tinha aspirado, mas ninguém conhecia muito, eram os primórdios da UTI Neonatal. O que foi para a gente uma tragédia, porque ela nasceu bem. Só que ali aprendi um negócio que ajudou muito nessa história do Estêvão: a lidar com médico. E aprendi a não aceitar os "não". Então quando o cara dizia "você tem que reformar a sua casa, tira a banheira e bota só o chuveiro largo para poder entrar a cadeira de rodas", eu falava: "Como eu vou saber se ele vai ficar pra sempre na cadeira de rodas?". [QUOTE=1221] Quando a Benedita fala "oi, tudo bem?", ela tem um leve sotaque, anasalado e grave, porque ela só tem os graves, não tem nem médio, nem agudo. Mas ela fala, canta, já ganhou concurso de karaokê. Quando alguém vê a audiometria da Benedita, a perda dela é tão severa, tão profunda, que falam: "Esse exame não é dessa pessoa". É o caso do Estêvão. Quando olham a lesão medular dele e veem ele andando de bicicleta com o Roque, falam: "Não é possível". Por isso eu digo que aqui em casa é o pátio dos milagres. A gente desconfia de tudo que é “não”. É claro que existem coisas que são limitações estruturais, e não adianta a gente querer que seja de outro jeito, mas ajuda muito duvidar e ir avançando a cada "não" até que ele realmente seja intransponível. No caso do Estêvão, acho que ele ficou feliz porque teve perto por perto não só uma onça cuidando e amando, mas uma onça que já tinha entendido isso. Porque se a gente tivesse se acomodado a cada “não”, talvez ele não estivesse do jeito que está hoje. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49af631476/header-regina-interna2.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Eu já vi você falar que essa coisa da onça é um pouco fruto do machismo, que você teve que virar braba para se colocar no meio de grupos que eram majoritariamente de homens, numa época que esse papo do machismo era bem menos entendido. Isso acabou forjando o seu jeito de ser? Com certeza. Eu queria ser homem. Achava que tudo seria mais fácil, melhor. Achava maravilhoso até a minha filha ser mulher. Fiquei assustadíssima. Falei: "Não vou ser capaz, não vou acertar". Aí botei a Benedita no futebol, foi artilheira e tudo, e fui cercando com uma ideia nem feminista, nem machista, mas de que o masculino ia ser melhor pra ela, mais fácil. Mas aí aprendi com a Benedita não só a amar as mulheres, mas a me amar como mulher, grávida, dando de mamar, criando outra mulher, me relacionando com amigas, com outras mulheres. Isso tudo veio depois da Benedita. Mas se você falar "antigamente o machismo"... Vou te dizer uma coisa. Se eu estou no carro e falo para o motorista “é ali, eu já vim aqui, você pode dobrar à direita”, ele pergunta assim: “Seu Estêvão, você sabe onde é para dobrar?”. Aí eu falo: “Vem cá, você quer que compre um pau para dizer pra você para dobrar à direita? Vou ter que botar toda vez que eu sentar aqui? Porque não é possível, estou te dizendo que eu já vim ali”. É muito impressionante, porque não é em grandes discussões, é o tempo todo. É porque a gente não repara, sabe? Quer dizer, eu reparo, você que é homem talvez não repare. Nesses momentos mais difíceis, na hora de lidar com os problemas de saúde da Benedita ou com o acidente punk do Estêvão, o que você acha que te ajudou mais: os anos de terapia ou o Terreiro de Gantois, casa de Candomblé que você frequenta em Salvador? As duas coisas, porque a minha terapia também foi muito aberta. E não só o Gantois como o Sacré-Coeur de Marie. Eu tenho uma formação católica. Outro dia eu ri muito porque a Mãe Menininha se declarava católica em sua biografia, e perguntaram: "E o Candomblé"? Ela falava: “Candomblé é outra coisa”. E eu vejo mais ou menos assim. Não é que são duas religiões, eu não posso pegar e jogar a criança junto com a água da bacia. É claro que eu tenho todas as críticas que você quiser à Igreja Católica, mas eu fui criada por essa avó Graziela, que era professora, uma mulher genial, e tão católica que, te juro, ela conversava com Nossa Senhora como eu estou conversando com você. Quando ela recebia uma graça muito grande, ligava para mim e para minhas irmãs e falava: "Venham aqui, porque eu recebi uma graça tão grande que preciso de vocês para agradecer comigo, sozinha não vou dar conta." Estudei em colégio de freiras a minha vida inteira, zero trauma de me sentir reprimida, me dava bem, gosto do universo, da igreja. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49cbe34551/header-regina-interna5.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Em 1999, Regina Casé foi a entrevistada das Páginas Negras da Trip; ALT_TEXT=] Aí eu tenho um encontro com o Candomblé, lindíssimo, através da Mãe Menininha. Essa história é maravilhosa. O Caetano [Veloso] disse: "Mãe Menininha quer que você vá lá". Eu fiquei apavorada, porque achei que ela ia fazer uma revelação, tinha medo que fosse um vaticínio... Até que tomei coragem e fui. Cheguei lá com o olho arregalado, entrei no quarto, aquela coisa maravilhosa, aquela presença.. Aí eu pedi a benção e perguntei o que ela queria. Ela falou: "Nada não, queria conhecer a Tina Pepper". Então, não só o Gantuar, o Candomblé como um todo, só me trouxe coisas boas e acolhida. A minha relação com a Bahia vem desde os 12 anos de idade, depois eu acabei recebendo até a cidadania de tamanha paixão e dedicação. É incrível porque eu nunca procurei. No episódio da Benedita, no dia seguinte já recebi de várias pessoas orientações do que eu devia fazer. No episódio do Estêvão também, não só do Gantuar, mas da [Maria] Bethânia, e falavam: "Olha, você tem que fazer isso, você tem que cuidar daquilo". Então, como é que eu vou negar isso? Porque isso tudo está aqui dentro. Então, acho que você tem que ir pegando da vida, que nem a Dona Darlene do “Eu Tu Eles”, que ficou com os três maridos. A vida vai passando por você e você vai guardando as coisas que foram boas e tentando se livrar das ruins. A gente sabe que você tem uma rede de amizades absurda, é muito íntima de meio mundo. Eu queria brincar daquela história de te deixar sozinha numa ilha, sem internet, com todos os confortos, livros, música. Você pode ligar à vontade para os seus filhos, pro seu marido, mas só tem uma pessoa de fora do seu círculo familiar para quem você pode ligar duas vezes por semana. Quem seria o escolhido para você manter contato com a civilização? É curioso que meus grandes amigos não têm celular. Hermano [Vianna] não fala no celular, Caetano só fala por e-mail, é uma loucura, não é nem WhatsApp. Acho que escolheria o Caetano, porque numa ilha você precisa de um farol. Tenho outros faróis, mas o Caetano foi, durante toda a minha vida, o meu farol mais alto, meu norte. E acho que não suportaria ficar sem falar com ele.
No início de fevereiro de 2025, o Normando Rodrigues Advogados inaugurou a nova sede, em Macaé, com um importante debate sobre os desafios políticos, econômicos e sociais que o Brasil enfrentará neste ano. Em seguida, os painelistas se encontraram para fazer um bloco de conclusão do debate.
Buscamos fortalecer la comunidad a través del amor, el servicio y el crecimiento espiritual. Nos enfocamos en conectar con Dios y los demás, madurar en la fe y compartir nuestros dones para impactar la comunidad.
O tradicional episódio ROUCO E CANSADO do Lado B pós-Carnaval recebe o amigo da casa, jornalista e pesquisador Fábio Fabato. Uma análise das novas dinâmicas apresentadas nos desfiles em 2025, o que se viu de bom na Sapucaí e comentários sobre o resultado.
O que o Brasil esconde nas entrelinhas de sua história? No episódio de hoje, recebemos Alexandre Vidal Porto, autor de "Sodomita", e Paula Fábrio, de "Casa de Família", para explorar como a ficção pode iluminar os cantos negligenciados do passado e do presente do país. Alexandre nos leva ao século XVII, recriando a trajetória de um português acusado de sodomia e deportado para o Brasil colonial, enquanto Paula revisita os anos 1980 e 1990 para examinar as tensões de classe e os primórdios do neoconservadorismo brasileiro. Juntos, os autores discutem a relação entre pesquisa e criação, o apagamento de vozes marginalizadas, e como a literatura pode recontar os traumas de um país que insiste em esquecer.
La amistad es un regalo de Dios y un pilar fundamental en nuestra vida. No solo en el matrimonio, sino en todas nuestras relaciones, necesitamos personas que nos impulsen a crecer, que nos brinden apoyo en tiempos difíciles y con quienes podamos ser auténticos.
Chegou a hora do Lado B informar e opinar sobre os enredos e sambas do Grupo Especial do Rio. E, claro, descascar no falador de merda Paulo Barros.
En este episodio de Lado B, José Víctor y Jessica Dugand conversan sobre la importancia de la conexión humana y cómo la amistad es el antídoto contra la soledad. Reflexionan sobre los desafíos que nos alejan de los demás, como la desconexión y la deshumanización, y comparten claves prácticas para construir relaciones significativas. Descubre cómo enfocarnos en lo que nos une puede transformar nuestra manera de vivir y relacionarnos. ¡Acompáñanos en esta conversación profunda y necesaria!
O Lado B recebe Thais Ferreira, vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL. No papo, sua atuação na proteção de crianças, adolescentes e mães, a luta pelos direitos das mulheres, as armadilhas do identitarismo e a cultura negra e popular. No Caô da Semana, a denúncia de Jair Bolsonaro e sua corja de cúmplices pela tentativa de golpe de estado.
¿Alguna vez te has sentido atrapado en el caos o preguntándote por qué ciertas áreas de tu vida no prosperan? En este episodio exploramos cómo nuestra confianza en la autoridad y la dirección de Dios nos capacita para experimentar su bendición en nuestra vida.
Começou o carnaval no Lado B! No primeiro bloco, recebemos os pesquisadores Sthefanye Paz e Felipe Tinoco para um papo sobre o enredo da Mangueira 2025“ À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, que falará da herança dos povos bantus na cidade do Rio. No Caô da Semana, a contradição do discurso e da festa em perspectiva com o descaso e desrespeito à vida dos trabalhadores e trabalhadoras do Carnaval, com o incêndio na fábrica de fantasias em Ramos.
¿Crees que el 14 de febrero es solo para enamorados? ¡Piénsalo otra vez! En este episodio, los solteros toman las riendas y nos demuestran que la soltería también tiene sus ventajas. Manuel Silva y Natalia Moretti te invitan a reír, reflexionar y a celebrar la soltería.
En este episodio de Lado B con José Víctor y Jessica Dugand, exploramos un principio clave para la unidad y la bendición en nuestras vidas: el poder de compartir. Más allá de lo material, compartir implica hacer partícipe a otros de lo que somos y tenemos: nuestro tiempo, conocimiento, sabiduría y experiencias.Reflexionamos sobre cómo una cultura de compartir fortalece los lazos de unidad en nuestras comunidades y permite que la bendición de Dios se manifieste. Pero hay un principio fundamental: no podemos dar de lo que no tenemos. Si nuestra “caja” está vacía, nos será difícil compartir con otros.Acompáñanos en esta conversación donde hablaremos sobre la importancia de vivir en abundancia, desarrollar una mentalidad generosa y aprender a recibir para poder dar. ¡No te lo pierdas!
Muchos aman la cercanía de Jesús como amigo, pero ¿qué pasa cuando nos llama a rendirnos a Él como Rey? En este episodio de Lado B, José Víctor y Jessica Dugand comparten cómo este concepto transformó su relación con Dios desde sus primeros años en la fe. Recordamos anécdotas de nuestro tiempo en el grupo de jóvenes, exploramos lo que nos impide dar ese paso de entrega total y reflexionamos sobre cómo vivir bajo la autoridad de Jesús Rey nos ha sostenido durante más de 35 años. ¡No te lo pierdas!
O Lado B abre a sua 10ª temporada, ao vivo no Youtube e em formato podcastal, recebendo novamente Orlando Calheiros, antropólogo, escritor e produtor audiovisual. No papo, a união entre big techs, bilionários e extrema-direita e os desafios das esquerdas brasileiras para os próximos tempos em termos de projetos, comunicação e adesão popular.
Palhaços e gêmeas tentando se encontrar. No primeiro ato: um mundo em desequilíbrio. Por Bia Guimarães. No segundo ato: ser Celia ou Celma na vida? Por Paula Scarpin. Conheça o podcast Fio da Meada, novo original da Rádio Novelo, em que Branca Vianna conversa com convidados que têm o que dizer sobre os mais diversos assuntos, pra inspirar você a tecer seu próprio ponto de vista. Toda segunda-feira no Spotify e nos outros apps de áudio: https://encurtador.com.br/WUDSO Palavras-chave: palhaço, Augusto e Branco, circo, gêmeas cantoras Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices