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Jovem Pan Maringá
Alexandre de Moraes determina prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Jovem Pan Maringá

Play Episode Listen Later Aug 5, 2025 66:41


O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou ontem a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando violação das medidas cautelares impostas pela Justiça, especialmente a proibição de uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros. Bolsonaro também está proibido de receber visitas, exceto de familiares e advogados, e teve celulares apreendidos.Moraes apontou que Bolsonaro utilizou perfis de aliados, como o de seu filho, senador Flávio Bolsonaro, para divulgar mensagens consideradas como incentivo a ataques ao STF e apoio a intervenções estrangeiras. Como exemplo, citou uma postagem feita no domingo, posteriormente apagada, com um vídeo do ex-presidente falando a manifestantes no Rio de Janeiro.A decisão provocou reação do governo dos Estados Unidos. Em nota, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental acusou Moraes de “silenciar a oposição” e ameaçar a democracia. Washington classificou a prisão domiciliar de Bolsonaro como uma violação de direitos e prometeu responsabilizar quem colaborar com essas medidas. A defesa do ex-presidente nega qualquer descumprimento de ordem judicial.

Convidado
Expedição científica revela biodiversidade desconhecida nos Bijagós

Convidado

Play Episode Listen Later Jul 31, 2025 20:34


A investigação no arquipélago da Guiné-Bissau permitiu conhecer uma biodiversidade local rica e até então desconhecida, mas também mostra a presença alarmante de espécies não nativas num dos ecossistemas mais intactos da África Ocidental. O trabalho liderado equipa do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR), em portugal, em colaboração com as instituições locais da Guiné-Bissau, Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP), e o Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Oceanográfica (INIPO), documentou, em 2023, 28 novos registos de invertebrados marinhos no arquipélago de Bijagós, incluindo seis espécies nunca antes observadas no Atlântico Oriental e encontrou duas novas espécies de camarão endémicas da região: a Periclimenes africanus e uma segunda, ainda não descrita, do género Palaemon. A expedição científica envolveu comunidades piscatórias e foi também elemento dinamizador da formação de técnicos locais. Em entrevista à RFI, Ester Serrão, coordenadora da expedição e investigadora da Universidade do Algarve e do CCMAR, refere que o sucesso da missão só foi possível graças à excelente colaboração das equipas de Portugal e da Guiné-Bissau. Ester Serrão começa por descrever o valor da biodiversidade dos Bijagós, facto que fez com que o arquipélago tenha sido classificado pela UNESCO como Património Mundial Natural. Ester Serrão, coordenadora da expedição e investigadora da Universidade do Algarve e do CCMAR: Em termos de natureza, é extraordinária. É uma zona onde os ecossistemas são geridos por entidades oficiais em grande estreita colaboração e dependente das pessoas que vivem nos Bijagós, que têm as suas próprias regulamentações, as suas próprias tradições e, portanto, toda a utilização da natureza é, desde há muito tempo, feita de uma forma muito integrada entre as pessoas que lá vivem e, em algumas zonas, nem sequer há pessoas, porque são muitas, muitas ilhas e, portanto, eles gerem certas ilhas mesmo como reservas que eles próprios criam devido a suas tradições e a considerarem que certas zonas, por exemplo, são sagradas, etc. Para além da riqueza natural que esta zona tem, por ser uma arquipélago com tantas ilhas e com tanta riqueza que vem da sua localização privilegiada e da situação, com umas ilhas mais próximas da zona de grandes rios, de grandes mangais e outras mais longínquas, mais afastadas, com águas mais transparentes, tudo isto, são zonas de poucas profundidades, etc. Toda esta situação geológica, oceanográfica e climática cria ecossistemas muito ricos. Para além disso, a gestão pelas pessoas não tem sido um foco de destruição significativo como tem sido muito mais noutras zonas vizinhas, digamos, e, portanto, recebeu este reconhecimento muito merecido de ser Património Mundial Natural. RFI: Esteve a coordenar um projecto nos Bijagós, quais os objectivos deste projecto quando se propôs avançar com esta investigação? Ester Serrão: O programa é para toda a costa atlântica de África. Os Bijagós é um dos locais particulares onde focámos mais atenção e o objectivo era conhecer a distribuição das espécies, que espécies existem, a composição das espécies marinhas menos conhecidas. Há muitos outros estudos, programas e projectos de outras entidades e de outros países sobre, principalmente, espécies mais carismáticas, como aves, como tartarugas, como mamíferos marinhos, até peixe. Nós focámos mais em aspectos da biodiversidade, então, complementares aos que se conheciam, pouco conhecidos, como o que chamamos genericamente florestas marinhas, que podem ser florestas animais, como os corais, as esponjas e outros grupos de invertebrados com os nomes difíceis de as pessoas conhecerem, e também grandes macroalgas, plantas marinhas, portanto, este tipo de biodiversidade que está debaixo da superfície do mar e que, normalmente, as pessoas não conhecem, porque só indo para debaixo do mar é que as conseguem ver, quanto muito na maré muito baixa. Mas, também, tivemos por objectivo dar a conhecer a informação toda que já existe, mas que não está facilmente disponível ao público, porque houve já muitos projectos, muitos estudos, etc., que estão publicados, por exemplo, em artigos científicos, ou em teses, ou em relatórios de projectos, e toda essa informação, se as entidades locais quiserem utilizá-la para a gestão, ou, por exemplo, para o dossiê da candidatura ao património mundial, era difícil chegar a toda esta informação. O que fizemos foi, penso, uma contribuição muito útil para a gestão, para a ciência, para os cidadãos, foi pôr a informação toda disponível, foi recolher a informação que existe em portais, em publicações, em relatórios, muitas vezes não publicada, nos dossiês, nas prateleiras, e juntar toda essa informação, colocá-la toda numa base de dados única, e disponibilizá-la num portal de utilização livre, gratuito, e qualquer pessoa pode ir lá, recolher os dados, ver os mapas de distribuição das espécies, etc. Por exemplo, no caso dos Bijagós, isto teve muita utilidade o dossiê, porque, quando perguntaram às entidades de conservação e gestão da natureza da Guiné-Bissau, quais são as espécies que existem dentro da zona a proteger, da zona a designar, comparativamente com fora, nós tínhamos recolhido neste projecto já essa informação toda. Tínhamos as coordenadas geográficas onde já tinham sido avistadas cada espécie, e toda a informação e todos os estudos tinham sido feitos anteriormente. Portanto, estamos a desenvolver este programa, não só para os Bijagós, como estamos a tentar desenvolver isto para toda a costa atlântica da África.   RFI: Este foi um trabalho realizado não só com gente que a acompanhou daqui da Universidade do Algarve, também envolveu investigadores da Guiné-Bissau e a comunidade local. Ester Serrão: A comunidade local é essencial, não se podia fazer este trabalho sem a comunidade local. O programa inteiro foi, logo de início, planeado com entidades locais. Foram, primeiro, feitas conversas e inquéritos sobre quais são as vossas necessidades, em que é que gostariam de ter mais formação ou mais apoio do ponto de vista científico, e depois desenvolvemos este programa, tanto para recolher informação em falta, como para fazer capacitação, ou seja, para melhorar o conhecimento em certas metodologias que poderiam ser úteis a quem já é profissional nestas instituições, mas que gostaria de melhorar a sua formação, por exemplo, em sistemas de informação geográfica, ou em estatística, ou em outras técnicas ou outros conhecimentos. E, portanto, em colaboração com as entidades locais, definimos quais eram as lacunas de conhecimento e estabelecemos o mestrado profissional para profissionais apenas, para pessoas que já trabalhavam, pelo menos, há cinco anos, por exemplo, nos institutos da pesca, nos institutos da conservação de natureza, em organizações não-governamentais, etc. Tivemos vários tipos de estudantes que vieram trabalhar neste programa, recolher também os dados e informação e integrá-los e levá-los de volta para os seus países. Portanto, as campanhas foram planeadas com as entidades locais e com estudantes para contribuir para as suas teses e para a informação que as entidades locais necessitavam. E depois, as campanhas locais foram organizadas com eles. Planeámos conjuntamente onde é que deveríamos ir fazer as amostragens, quais eram os sítios mais importantes, o que é que deveríamos ir estudar, e, portanto, o seu conhecimento local era indispensável. Nós fizemos um conhecimento complementar ao que eles já tinham, Acaba por ser uma sinergia, um daqueles casos em que o todo é mais do que só uma das partes isoladas. No caso dos Bijagós, por exemplo, a maior parte do trabalho foi desenvolvido com o Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas, que fazem um trabalho excelente na zona, com os recursos que têm, fazem um trabalho excelente, são exemplares, de facto. RFI: Foi recentemente publicado o resultado desta investigação. Quais são as descobertas mais assinaláveis, de maior relevo, que este vosso trabalho veio a revelar? Ester Serrão: A biodiversidade subaquática, a biodiversidade que fica debaixo da superfície do mar e que não é visível facilmente a qualquer um, tem muitas espécies e muitos habitais que não eram conhecidos anteriormente. O que foi mais surpreendente, que os próprios colaboradores, os outros biólogos das entidades locais nos diziam que ficavam surpreendidos, é que como nós íamos a mergulho com o escafandro autónomo, podíamos passar muito tempo dentro de água, olhar para o fundo e encontrar espécies que só se encontram estando ali, com cuidadinho, a olhar para o fundo e a ver, “ah! está aqui esta no meio das outras”, etc. Portanto, descobrimos florestas de corais, alguns corais que parecem árvores, porque são as que nós chamamos as gorgónias, os corais moles, muito ramificados, uns cor-de-rosa, outros amarelos, outros roxos, muitas cores, muito bonitas estas florestas de gorgónias, que não se conheciam, não estavam registadas para os Bijagós. Por exemplo, de corais e esponjas, muitas esponjas, também muito coloridas e grandes e ramificadas, que também parecem florestas. Muitas macroalgas, grandes florestas de grandes algas, vermelhas, castanhas, verdes. Pradarias marinhas, são umas plantas marinhas que até não são de grandes dimensões, nos Bijagós só existe uma espécie tropical que até é bastante pequena, mas que afinal está muito mais espalhada, existe em várias ilhas e em vários locais, muito mais do que se sabia anteriormente. Portanto, a descoberta e a cartografia da localização deste tipo de ecossistemas foi uma grande novidade e acho que é importante para chamar a atenção da riqueza dos Bijagós, que para além de tudo o que já se conhecia, que é uma riqueza extraordinária, o que terá sido talvez a maior novidade foi o nosso foco nestas outras espécies que normalmente têm menos atenção. RFI: Estamos a falar do lado revelador, mais positivo, que este projecto trouxe à tona, mas se calhar depois também poderá haver aspectos menos positivos, com os quais também se depararam. Possíveis espécies invasoras, possíveis efeitos de poluição, de alterações climáticas? Ester Serrão: Hoje em dia, tanto as alterações climáticas como as espécies invasoras são um problema global, que infelizmente afecta especialmente os países que pouco contribuem para o problema. Muitas vezes são os países menos desenvolvidos que mais natureza têm e que têm mais a perder com estes efeitos globais, que não foram criados tanto por eles, porque são criados mais por países mais industrializados, que já destruíram mais a sua natureza. Mas, então, no caso das espécies invasoras, acabamos por descobrir um grande número destas espécies invasoras que são invertebrados, agarrados às rochas e que competem com outras espécies que também necessitam do espaço nas rochas para se agarrarem, que são nativas. Tal como se nós pensarmos no meio terrestre, toda a gente compreende a competição pelo espaço de certas espécies. Por exemplo, nas plantas, o chorão, que é uma espécie que invade muitas áreas e não deixa que outras plantas se instalem, cobre tudo. Dentro do mar, podem pensar no mesmo aspecto, no mesmo problema, há rochas que ficam cobertas por espécies que são invasoras, que não são da zona e que impedem as espécies naturais nativas da zona de encontrar espaço para se instalar, enquanto elas se reproduzem têm umas pequenas larvas que têm que se agarrar às rochas para originar o próximo coral, por exemplo, ou a próxima esponja, e que se estiver tudo coberto por uma espécie invasora já não se podem instalar. Muitos destes grupos têm uns nomes até pouco conhecidos das pessoas, como há uns briozoários, umas ascídias, outros grupos próximos dos corais, e que foram descobertos com abundância inesperada nesta zona, que é tão natural, não estamos à espera de encontrar tanta espécie invasora. Ora, como é que isso acontece? A maior parte destas espécies vem de zonas longínquas, a zona nativa não é mesmo ali perto, por isso é que são espécies exóticas. Vêm ou do Indo-Pacífico, algumas poderão ter vindo do outro lado do Atlântico, ou vêm todas do Indo-Pacífico e acabam por entrar ou de um lado do Atlântico ou do outro, e, portanto, a origem mais provável é o tráfego marítimo, a circulação de grandes navios, tanto de mercantis como até de pescas, que vêm não para dentro dos Bijagós, não há grandes navios, é uma zona muito baixa, mas ao longo de toda a costa atlântica da África, a circulação de navios é uma coisa enorme. Portanto, podem trazer espécies ou agarradas aos cascos ou nas águas de lastro, que são águas que enchem os porões num determinado sítio e depois largam num outro sítio diferente, e lavam as larvas e tudo o que estiver na água e vai se agarrar ao fundo. Portanto, podem essas espécies depois serem introduzidas, por exemplo, no Senegal, que é mesmo ali ao lado, e depois, através de pequenos objectos flutuantes ou agarradas aos cascos dos barcos mais pequenos, das canoas, etc., acabam por se ir espalhando e chegando mesmo aos Bijagós. Nas nossas amostragens, muitas espécies foram amostradas, que foram depois sequenciadas com o ADN para encontrar, para verificar qual o nome da espécie, através de métodos moleculares, que são métodos que permitem, de forma mais eficaz, ter a certeza que aquela espécie não é exactamente a mesma que outra muito parecida morfologicamente, mas que a sequência do ADN é diferente. As mais fáceis e mais rápidas de identificar foram as exóticas, porque aquela sequência já existia na base de dados, exactamente a mesma sequência daquela espécie já existia na base de dados, por exemplo, do Indo-Pacífico. Dizemos, isto é a mesma espécie do Indo-Pacífico que está aqui, ou a mesma espécie que existe nas Caraíbas, e não se sabia que estava aqui deste lado do Atlântico, não se sabia que existia em África. Afinal, algumas espécies são registos novos para a costa de África, e que provavelmente estão nos outros países todos da costa de África. Mas ainda não foram encontradas, porquê? Porque ainda não foi feita essa amostragem, que só se encontram se andarmos, de facto, nas rochas, como neste caso, andámos em mergulho, portanto, com atenção às rochas, a apanhar todas as pequenas espécies que eram diferentes umas das outras. É a mesma amostragem indicada e depois a sequenciação para verificar, de facto, é uma espécie que não é endémica dali. Há muitas outras espécies que ainda não foram identificadas e que não estavam directamente já presentes nas bases de dados, e portanto, elas podem vir a ser mesmo espécies novas, ainda não conhecidas para a zona. Mas a quantidade de espécies invasoras é um problema, porque algumas delas espalham-se bastante, têm uma grande cobertura, quando cobrem as rochas, de forma muito contínua e não deixam espaço para as outras espécies se instalarem. E ficamos a pensar como é que teria sido esta zona, como é que teriam sido os Bijagós antes destas espécies invasoras chegarem lá. Porque agora vemos que elas são muito abundantes e que ocorrem por todo lado. Algumas cobrem mesmo zonas muito significativas, onde anteriormente teriam estado espécies nativas e, portanto, pensamos, já chegámos um bocadinho tarde, gostaríamos de ter tido uma baseline, uma linha de base, do que é que teria sido o estado dos Bijagós, antes destas espécies invasoras todas terem colonizado estas zonas. Já fizeram alguma alteração, certamente, mas nunca vamos saber o que é, porque foi no passado e não ficou registado. RFI: O resultado desta investigação foi recentemente publicado. Depois deste resultado publicado, a investigação continua? Ester Serrão: Exacto. Este trabalho todo fazia parte da tese de mestrado de um aluno, profissional do Instituto das Pescas da Guiné-Bissau, o Felipe Nhanque. Portanto, fazia parte do mestrado profissional que criámos no Programa MarÁfrica e, com estes dados, criou-se um portal que disponibiliza os dados todos que foram recolhidos, não só nas nossas campanhas, como todos os que já existiam de todas as fontes anteriores, desde 1800 e tal. Está tudo, agora, disponível ao público. Portanto, ele, como foi formado nesta área, continua a procurar mais informação e a entregá-la para o portal. O portal é actualizado mensalmente, com toda a informação nova que existe, é o portal Mar África. Se procurarem Mar África, encontram o portal. Tem bases de dados para os Bijagós, para o Parque Nacional do Banco d'Arguin naMauritânia, para as áreas marinhas protegidas de Cabo Verde, para a zona de transição entre a Namíbia e Angola, a zona do Cunene, que é muito rica também. As primeiras zonas de foco são zonas especialmente ricas em biodiversidade, que colocámos os dados todos que foram recolhidos já disponíveis. E, portanto, continua a haver mais campanhas, nós próprios vamos continuar a ir lá, fazer mais campanhas em colaboração com as mesmas entidades e os mesmos investigadores para continuar a ajudar. Eles próprios foram equipados com este equipamento de mergulho, por exemplo, e também fizemos formação e continua a ser feita na parte da identificação molecular das espécies P ortanto, eles podem continuar por si só, mas nós também continuamos a colaborar. O programa continua em termos de uma colaboração contínua e sempre que há oportunidade fazemos mais algumas campanhas para complementar o trabalho e para continuar. Portanto, por um lado, continua de forma automática, todos os meses é actualizado o portal, com a informação nova que existe e, por outro lado, mais campanhas e mais trabalho de campo e mais colaboração do ponto de vista de reuniões directas e conversas directas. Estamos sempre em contacto, porque criámos uma rede, que não foi só para naquele momento fazer aquilo e terminar. Criámos uma rede de contactos que ficam para o futuro, porque muitas vezes eles contactam-nos e precisamos saber isto ou precisamos saber aquilo ou precisamos de ajuda nisto e nós fazemos o melhor possível, porque estão sempre disponíveis. Mas eles próprios já têm, por sua iniciativa, com os laboratórios mais equipados, os conhecimentos para fazer as coisas. Os complementos de informação que nós tentámos atribuir já estão disponíveis lá, cada vez precisam menos de nós, mas nós continuamos a querer sempre colaborar porque, de facto, é uma colaboração fascinante e que nós também apreciamos muito. RFI: Há diferentes iniciativas, diferentes programas de diferentes países que trabalham sobre a costa ocidental de África. Como é que o MarÁfrica pode contribuir, pode ser diferente em relação a esses outros programas, a esses outros projectos? Ester Serrão: Fundamentalmente importante e uma grande, grande contribuição que eu acho que tivemos com este programa e continua sempre, porque é permanentemente atualizado, é o portal de dados de biodiversidade, porque o acesso à informação é algo muito importante. A informação pode existir, mas se as pessoas não têm acesso fácil e acessível, acaba por não ser utilizada, o que acontece com imensos estudos. Há programas na costa atlântica de África, por exemplo, da União Europeia, da França, da Alemanha, da Holanda, etc., imensos, desde há décadas que há estudos e programas e projectos que recolhem informação e deixam um relatório, que fazem publicações científicas, fazem teses, etc., mas quando as entidades locais querem utilizar a informação para os seus fins de gestão, para definir quais são as áreas em que se pode fazer, por exemplo, uma determinada actividade, ou não se deve fazer outra porque se vai destruir algo, toda essa informação, apesar de ela existir, porque houve estudos que recolheram informação, não está facilmente disponível. Então, ao perceber isso, percebemos que é necessário disponibilizar a informação de forma livre, de forma compatível, porque cada estudo utiliza a sua forma de colocar os dados. E não só não estão acessíveis, como não são standardizados, não estão comparáveis uns com os outros. Não só entre países, cada um tem as suas formas de guardar dados, como, mesmo dentro de cada país, cada instituição tem alguns dados, outros têm outros, e muitas vezes, quem tem os dados e a informação são os investigadores que fizeram os estudos e que ou têm no seu computador, ou têm numa publicação, mas não estão numa base de dados em que se possam ser acessíveis. O que se vê é só um gráfico, ou um resultado, já com tudo integrado. Os dados de base são muito úteis, muito importantes, e nós percebemos que existiam imensos dados, imensa informação que foi recolhida, e que se for, se não se perder, se não se deixar que aquilo desapareça nos computadores, não sei onde, ou que fique em PDFs, ou que fiquem, em outras formas, pouco acessíveis. Portanto, não só recolhemos a informação como foi toda transformada, editada, para estar num formato compatível, portanto, todos os dados de todas as fontes foram transformados para um formato comum, e agora, estando num formato comum, consegue-se ir às bases de dados do Mar África e ver qual a distribuição de cada espécie, quando e onde é que já foi observada cada espécie, e assim perceber, por exemplo, em relação às alterações climáticas, quais são as distribuições das espécies actuais, quais foram os registos dessas espécies no passado, e depois usar esses dados até para prever quais serão as distribuições das espécies no futuro. Porque um dos objectivos é, por exemplo, se percebermos que uma espécie está no seu limite sul de distribuição, por exemplo, nos Bijagós, e não vai mais para sul, e que é possível, por exemplo, nas corvinas, é uma espécie com interesse comercial enorme da espécie que é apanhada em Portugal, chegam lá no limite sul, mas cada vez há menos, se calhar com alterações climáticas e as alterações ambientais está-se a ver que cada vez há menos, portanto, se calhar, é importante as entidades saberem que investir na pesca da corvina não é, se calhar, algo importante, isto é só para dar um exemplo de uma espécie que sabemos que é muito importante em alguns sítios, mas que no futuro a sua distribuição pode ser alterada. Portanto, o conhecer a distribuição actual das espécies permite não só planear como é que se faz a gestão hoje, nos ecossistemas que temos, e também permite fazer previsões de qual será a distribuição dos ecossistemas daqui a 50 anos, e fazemos hoje o planeamento da gestão costeira, já a pensar como é que as coisas vão ser daqui a 50 anos, ou daqui a 100 anos, porque já existem dados e modelos que nos permitem fazer essas previsões. É por isso que, por exemplo, na própria formação do Mestrado do Mar África, também tínhamos uma disciplina que era fazer modelos de previsão da distribuição das espécies no futuro, para que também possam integrar isso na sua própria actividade de gestão. Descubram aqui algumas das espécies existentes no mar do Bijagós: Link do Projecto MarAfrica : https://ccmar.ualg.pt/project/marafrica-network-monitoring-integrating-and-assessing-marine-biodiversity-data-along-west 

ONU News
Fome diminui no mundo, mas sobe na África e na Ásia Ocidental

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Play Episode Listen Later Jul 28, 2025 1:46


Brasil deixa o Mapa da Fome da FAO após recuperar ganhos em segurança nutricional; relatório de várias agências da ONU confirma que preços dos alimentos aumentaram em 2024 em todo o globo.

SBS Portuguese - SBS em Português
Pensando em ir para o Outback? Preste atenção nestas dicas de segurança

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Play Episode Listen Later Jul 25, 2025 6:49


O caso da jovem mochileira alemã que ficou 11 noites desaparecida sobrevivendo em uma área remota da Austrália Ocidental ganhou o mundo e gerou nova discussão sobre os cuidados necessários para uma aventura segura em ambiente remoto. Saiba o que os especialistas recomendam.

ONU News
OMS quer mais combate a afogamentos que matam 236 mil pessoas por ano

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Play Episode Listen Later Jul 24, 2025 1:34


Uma das principais causas de morte global de crianças e jovens entre 1 a 24 anos; carga é sentida em todas as economias do mundo; taxa é mais alta no Pacífico Ocidental; resolução da ONU recomenda treinamento e gerenciamento de riscos de desastres como cheias. 

Semana em África
Guiné-Bissau assume presidência da CPLP e tropas francesas saem do Senegal

Semana em África

Play Episode Listen Later Jul 18, 2025 8:13


O presidente da Guiné-Bissau enumerou a defesa da democracia como prioridade ao assumir a presidência da comunidade dos países lusófonos, esta sexta-feira. A semana fica igualmente marcada pela retirada dos militares franceses do Senegal, pondo fim a uma presença de seis décadas. A cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi o destaque dos últimos dias. A Guiné-Bissau assumiu a presidência da organização para os próximos dois anos e o chefe de Estado anfitrião, Umaro Sissoco Embaló, enumerou a defesa da democracia como uma das prioridades do mandato guineense. A XV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP fica marcada pelas ausência dos presidentes de Angola, Brasil, Guiné Equatorial e Portugal. Esta foi, aliás, a primeira vez que Portugal se fez representar apenas pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros na cimeira de Chefes de Estado e de Governo. Para o sociólogo guineense Diamantino Lopes, a pressão de alguns sectores da sociedade guineense a residir em Portugal poderá ter pesado na decisão de Marcelo Rebelo de Sousa. Diamantino Lopes recorda que o presidente português tinha sido o primeiro chefe de Estado a visitar Umaro Sisso Embaló quando foi eleito em 2020. Ainda na África Ocidental, o Senegal recuperou a última base militar francesa na região, pondo fim a seis décadas de presença gaulesa no país e no Sahel. O consultor político senegalês, Oumar Diallo, explica que a devolução se inseriu num quadro programado e negociado entre os dois países. Mais a sul, no Golfo da Guiné, São Tomé e Príncipe celebrou 50 anos de independência. Uma data que a Radio France Internationale comemorou com várias reportagens reunidas num especial que pode encontrar no nosso site na internet. Para assinalar a efeméride difundimos agora um extracto do discurso do presidente Carlos Vila Nova no qual evoca o caminho que o país ainda tem de percorrer. Por fim, a classificação do Parque Nacional de Maputo, em Moçambique, e do arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, como Património Mundial Natural pela UNESCO foi recebida com grande satisfação em ambos os países.

DW em Português para África | Deutsche Welle
7 de Julho de 2025 - Jornal da Manhã

DW em Português para África | Deutsche Welle

Play Episode Listen Later Jul 7, 2025 20:00


Ex-comandante-geral da Polícia Bernardino Rafael é hoje ouvido pela PGR moçambicana. Donald Trump recebe esta semana cinco chefes de Estado da África Ocidental. Arranca em Bona, esta segunda-feira, mais uma edição do Global Media Forum. Learning by Ear - Aprender de Ouvido.

Jones Manoel
Heribaldo Maia, Domenico Losurdo e a crítica ao marxismo ocidental | Jones Manoel

Jones Manoel

Play Episode Listen Later Jun 30, 2025 46:28


Jones Manoel: Meu amigo Heribaldo fez uma crítica do livro de Domenico Losurdo sobre o marxismo ocidental. Heri comete erros na sua crítica e acaba negando a necessidade da crítica radical do eurocentrismo e da ausência de horizonte de conquista do poder no marxismo ocidental. Vamos conversar sobre.

DW em Português para África | Deutsche Welle
20 de Junho de 2025 - Jornal da Manhã

DW em Português para África | Deutsche Welle

Play Episode Listen Later Jun 20, 2025 20:00


Em Moçambique, Fórum de Monitoria e Orçamento questiona que ativos o Estado já recuperou no caso dívidas ocultas. Na província angolana de Cabinda, cidadãos contestam fim dos subsídios à tarifa área na rota Luanda-Cabinda. Neste jornal registamos ainda o dia mundial do refugiado, com foco na África Ocidental e Austral. E no futebol, houve surpresas no Mundial de Clubes FIFA.

A Arte da Guerra
Irão-Israel: “Há um duplo critério ocidental em relação às armas nucleares”

A Arte da Guerra

Play Episode Listen Later Jun 20, 2025 34:34


O conflito entre Israel e o Irão é o tema em destaque num programa que conta, como sempre, com a opinião de Francisco Seixas da Costa.

De Repente Cringe
#78 De Repente inteligência emocional | A Verdade Sobre a Criação Ocidental

De Repente Cringe

Play Episode Listen Later Jun 18, 2025 72:38


No episódio 78 de De Repente Cringe, Luisa e Nanna falam sobre o livro "A arte perdida de educar", de Michaeleen Doucleff e o relacionamento entre humanos. Já fizemos um episódio sobre o primeiro capítulo e agora, a pedido de vocês, vamos falar sobre o segundo.Dicas:- podcast Era uma vez.Agradecimento especial ao @for.you.studio e a @marleipierolo que cuida da nossa beauty! E à @enlevoatelie pelas nossas canecas personalizadas!Encomende aqui a sua caneca do Pod: https://www.enlevoatelie.com/produtos/xicara-de-repente-cringe/ Instagram: @derepentecringepod*Escute também nas plataformas Youtube e Apple Podcast

Ponta de Lança Podcasts
África em Pauta #102- Marrocos, Saara Ocidental & Europa

Ponta de Lança Podcasts

Play Episode Listen Later Jun 9, 2025 200:30


Mais um capítulo sobre o Plano de Autonomia do Marrocos sobre o Saara Ocidental. Enchentes na Nigéria, Pré-Eleições na Costa do Marfim. E o Giro completo na África.APOIE O PDL no PIX: contatopontadelanca@gmail.comApresentação: Marcus Carvalho e Luis Fernando FilhoParticipações: Camila Zambo e Márcio PauloQuadro: Márcio Paulo Edição: Luis Fernando FilhoASSINE nossos planos no APOIA-SE (cartão ou boleto):⁠ ⁠https://apoia.se/pontalancapdl⁠⁠CANAL DE NOTÍCIAS: ⁠ ⁠https://whatsapp.com/channel/0029VaNRzpwKbYME2An9zK1y⁠⁠#Africa #Marrocos #SaaraOcidental

O Mundo Agora
Eventuais sanções de Trump contra o ministro Alexandre de Moraes teriam impacto limitado

O Mundo Agora

Play Episode Listen Later Jun 2, 2025 4:21


Em fevereiro de 2025, a Trump Media & Technology Group e a plataforma Rumble Inc. ingressaram com uma ação judicial na Corte Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Médio da Flórida contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Moraes. Thiago de Aragão, analista políticoA alegação central era de que as ordens emitidas por Moraes, que determinavam a suspensão de contas na plataforma Rumble, violavam a Primeira Emenda da Constituição americana, que protege a liberdade de expressão. As empresas buscavam uma declaração de que tais ordens eram inexequíveis nos Estados Unidos.A ação foi rejeitada pela corte americana com base na falta de jurisdição e na ausência de notificação adequada, conforme exigido pela Lei de Imunidades Soberanas Estrangeiras (FSIA). Segundo a FSIA, Estados estrangeiros e seus representantes gozam de imunidade de jurisdição nos tribunais dos EUA, salvo exceções específicas, como atividades comerciais ou violações de direitos humanos.Além disso, o Departamento de Justiça dos EUA comunicou ao ministro Moraes que suas ordens não eram executáveis em território americano, ressaltando que qualquer tentativa de impor decisões judiciais estrangeiras no país deve seguir os procedimentos legais internacionais apropriados.Tensão entre Brasil e EUAA situação gerou tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, expressou preocupação com a distorção das decisões judiciais brasileiras e reafirmou a soberania nacional.Paralelamente, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, indicou que sanções contra Moraes estavam sob consideração, com base na Lei Magnitsky, que permite sanções a indivíduos estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos.A recente iniciativa do governo Trump de considerar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, sob a alegação de censura a plataformas digitais americanas, representa um marco delicado nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.Essa medida, impulsionada por pressões de aliados de Jair Bolsonaro, como seu filho Eduardo Bolsonaro, e por figuras influentes como Elon Musk, sinaliza uma tentativa de intervenção direta em assuntos internos do Brasil, especialmente no que tange à atuação do Supremo Tribunal Federal em defesa da ordem democrática.A possibilidade de sanções, incluindo restrições de visto e congelamento de bens, conforme previsto na Lei Magnitsky, não apenas desafia a soberania brasileira, mas também ameaça desestabilizar uma parceria histórica entre as duas maiores economias do Hemisfério Ocidental.Especialistas alertam que tal ação pode desencadear uma crise diplomática sem precedentes, com o Brasil buscando apoio em outras esferas internacionais e reavaliando suas alianças estratégicas.Recursos significativosEmbora a retórica do governo Trump sugira uma postura firme contra o ministro Alexandre de Moraes, na prática, essa questão não figura entre as prioridades estratégicas da administração. Com desafios mais prementes, como as tensões comerciais com a China e a situação na Ucrânia, é improvável que o governo dedique recursos significativos para impor sanções a um juiz estrangeiro.Além disso, eventuais sanções, como restrições de visto ou bloqueio de ativos nos EUA, teriam impacto limitado na atuação de Moraes, que concentra suas atividades no Brasil e não depende de ativos ou viagens aos Estados Unidos.Portanto, embora a ameaça de sanções possa gerar repercussões políticas e midiáticas, seus efeitos práticos sobre o ministro e sobre as relações bilaterais tendem a ser mais simbólicos do que substanciais.Este caso destaca os desafios legais e diplomáticos em um mundo interconectado, onde ações de autoridades nacionais podem ter repercussões globais. A tentativa de aplicar princípios constitucionais americanos a decisões judiciais brasileiras evidencia as complexidades de conciliar diferentes sistemas jurídicos e valores democráticos.É essencial que os países desenvolvam mecanismos de cooperação jurídica internacional que respeitem as soberanias nacionais e os princípios democráticos, evitando a politização de disputas judiciais e promovendo a estabilidade das relações internacionais.

ONU News
Projeções apontam 52 milhões sob risco de fome na África Ocidental e Central

ONU News

Play Episode Listen Later May 9, 2025 1:55


Região sofre múltiplas crises, que estão destruindo meios de subsistência e inflacionando preço dos alimentos; 36 milhões já sofrem diariamente para garantir necessidades básicas de alimentação e nutrição.

Convidado
O casamento precoce na Guiné-Bissau é o tema do novo filme de Mussa Baldé

Convidado

Play Episode Listen Later May 2, 2025 13:39


O sábado passado marcou o fim das rodagens na região do Biombo, no oeste da Guiné-Bissau, do novo filme de Mussa Baldé que conhecem como correspondente da RFI, mas que também escreve guiões e produz cinema. A fita co-realizada com o actor e director de Casting, Jorge Biague, é intitulada 'Minina di Bandeja' e tem como temática o casamento precoce, uma problemática ainda muito presente na Guiné-Bissau. Depois de várias semanas de intenso trabalho, Mussa Baldé fez um balanço positivo e disse que espera colocar o filme nos ecrãs até ao final deste ano. Ao dizer o que o levou a rodar esta fita, o guionista e cineasta começa por contar o enredo em torno de 'Sofy', protagonista de 'Minina di Bandeja'.RFI : Do que fala o filme 'Minina di Bandeja'?Mussa Baldé : 'Minina di Bandeja' é uma ficção a partir de uma realidade que acontece na Guiné-Bissau, infelizmente. Nós quisemos aventurar-nos no cinema contando a história de uma menina que foi trazida do interior da Guiné-Bissau para ter uma vida melhor. A ideia da menina, a 'Sofy', era vir a Bissau estudar, formar-se como enfermeira e voltar para a sua comunidade, no interior, e servir a sua comunidade como enfermeira. A 'Sofy' tinha um sonho, mas a tia dela tinha um outro objetivo com ela. Foi buscar a 'Sofy' e meteu a 'Sofy' aqui em Bissau como vendedora ambulante. Um trabalho que, para já, é um crime, porque trabalho infantil é uma coisa que o Código Civil da Guiné-Bissau criminaliza. Mas nesse trabalho infantil, na venda ambulante, 'Sofy' e acaba por ser confrontada com uma situação ainda mais desagradável, que é o casamento forçado. Foi pedida em casamento por uma pessoa que ela nem conhecia, nunca viu na vida. A 'Sofy' é uma menina esperta, também empoderada, também orientada, consciencializada dos seus direitos por uma associação que luta contra o casamento forçado. Ela foi informada de que tem a opção de qualquer dia, quando for confrontada com o casamento forçado, poder fugir de casa. Foi o que ela fez. Fugiu daquela casa. Foi para um centro de acolhimento. Foi acolhida, Foi orientada. Estudou. Acabou por ser médica. Sendo médica, acabou por criar uma organização com mais outras duas colegas que também fugiram do casamento forçado. Criaram uma organização, uma associação e lançaram uma grande campanha a nível da Guiné-Bissau, de consciencialização das meninas sobre o perigo do casamento forçado. Eu não quero levantar aqui o 'spoiler' do filme, mas penso que vai ser um filme de que as pessoas vão gostar.RFI : Isto é inspirado em factos reais?Mussa Baldé : Todos os guineenses conhecem casos de casamento forçado nas comunidades. Aqui em Bissau, infelizmente, o casamento forçado de meninas é uma prática que parece que se enraizou na nossa sociedade. Ainda há duas semanas, estive no interior da Guiné-Bissau, no Sul profundo, em Catió, a visitar um centro de acolhimento que tem neste momento 37 meninas fugidas do casamento forçado nas várias comunidades limítrofes duma cidade chamada Catió. Portanto, são coisas que acontecem. O casamento forçado, infelizmente, cristalizou-se na nossa sociedade. Eu diria que o casamento forçado em tempos remotos era uma prática cultural. Agora, eu diria que é uma prática comercial. Os adultos utilizam as meninas como elemento de troca para ganhar alguma benesse, algum dinheiro, algum bem material. Infelizmente é o que acontece no nosso país, mas todos nós temos que levantar as nossas vozes contra esta prática, porque é uma prática degradante, é uma prática que põe em causa toda a dignidade de uma menina. Imagina uma menina de 14 anos é dada em casamento com uma pessoa de 60 anos. Portanto, aquilo não existe nem amor, nem afecto, nem respeito. Eu, enquanto jornalista e outras pessoas que trabalham nesta temática, temos que reforçar o nosso compromisso com esta causa, dar a voz, consciencializar as nossas comunidades e, sobretudo, denunciar. Foi o que nós procuramos fazer neste filme: denunciar o trabalho infantil. Porque estas meninas que são postas nas ruas a vender coisas, passam por situações que nem passa pela cabeça de nenhum comum mortal, porque são meninas que são sujeitas a situações extremamente degradantes e, ainda por cima, são sujeitas ao casamento forçado, porque estando nesta actividade de venda ambulante, estão expostas. Os adultos conseguem localizá-las, aliciá-las, às vezes até pressioná-las para um casamento que elas nem nem sequer fazem ideia do que seja. Infelizmente, é a nossa realidade.RFI : As temáticas societais e em particular, a condição das meninas e das mulheres é um assunto que me toca particularmente, uma vez que as tuas personagens principais são mulheres. Foi o que aconteceu, por exemplo, com 'Clara di Sabura'.Mussa Baldé : Sim. Há muitos anos que tenho vindo a trabalhar nesta temática dos direitos das mulheres. Das meninas porque sou sensível a estas questões. Eu devo ser dos jornalistas aqui na Guiné-Bissau que mais acompanhou a senhora Fátima Baldé, uma grande activista do nosso país dos Direitos Humanos, dos Direitos das Mulheres. Ela foi presidente do Comité Nacional de Luta contra as Práticas Nefastas da Saúde da Mulher e Criança. Eu andava com ela, seguia os trabalhos dela sempre que ela tinha uma denúncia de uma situação de mutilação genital feminina, do casamento forçado, casamento precoce, violência doméstica, abuso contra as meninas. Ela ligava-me a mim enquanto jornalista para fazer cobertura, para dar visibilidade a essa luta que ela travou na Guiné-Bissau contra esta sociedade machista. Portanto, eu fui-me acostumando e fui gostando desta temática. E agora disse 'Bom, já que tenho algum conhecimento e algum saber, digamos assim, desta temática, porque não elaborar sobre esta temática com outros elementos?' Portanto, o filme 'Clara di Sabura' foi um filme que quis mostrar que as meninas que estão aqui no Centro Urbano de Bissau têm outras alternativas que não a vida fácil. Muita gente não gostou da perspectiva que eu dei ao filme, mas é a minha visão. É isso que faz uma sociedade democrática e plural. Cada um dá a sua versão de como é que vê a sociedade. Há muita gente que achou que eu fiz uma crítica muito sarcástica em relação àquilo que é a condição da vida das meninas na Guiné-Bissau, mas eu quis mostrar na 'Clara di Sabura' que há outra alternativa. Agora este filme aqui é mais um filme de denúncia e de trazer ao de cima uma realidade que muita gente finge que não vê. Porque lugar de uma menina, na minha perspectiva, é na escola ou a brincar. Imagina uma menina de 12 anos, de 11 anos, nove anos a vender nas ruas até às 22h00 os perigos que esta menina enfrenta?RFI : Como é que foram as filmagens de 'Minina di Bandeja'? Isto envolveu actores profissionais e não-actores.Mussa Baldé : Sim. Envolveu actores profissionais e actores amadores. Eu penso que as pessoas vão se surpreender pela qualidade de performance, sobretudo de actores e actrizes amadores. Porquê? Porque eu fui buscar jovens dos liceus e das universidades. Tivemos quase dois anos nos ensaios para perceber o que é que se pretende com o filme. Fizemos visitas a esse centro de acolhimento de meninas fugidas do casamento forçado duas vezes. E fui buscar uma pessoa com alguma experiência no domínio da arte cénica, que é o Jorge Biague. Jorge Biague é um personagem muito conhecido aqui na Guiné-Bissau porque participou e trabalhou com Flora Gomes e Sana Na N'Hada durante vários anos. E o Jorge trouxe a sua experiência, sobretudo na encenação do roteiro. O roteiro foi escrito por mim. Mas o Jorge Biague trouxe esse roteiro para a cena. Conseguiu transformar o roteiro em arte dramática. Trabalhou com com a minha equipa durante quase sete meses e depois partimos para as filmagens. E mesmo durante as filmagens, ele tem sido o meu coadjuvante principal, o realizador comigo. Estamos a avançar. Os primeiros dias, curiosamente, foram muito fáceis, porque os jovens estavam tão ávidos, com expectativas muito altas para iniciarmos as filmagens. Agora, na parte final das filmagens é que se nota já algum cansaço. É normal, porque levamos imenso tempo nas filmagens e depois com o sol que se faz na Guiné-Bissau neste momento, filmar em altas temperaturas às vezes não tem sido fácil. Mas tenho estado a falar com jovens, a incentivá-los, a mostrar que estamos a fazer um trabalho que vai ficar na história deste país, porque estamos a falar de um tema que toca a todos ou que devia tocar a todos. Também trabalhamos com algumas pessoas já com experiência, o Luís Morgado Domingos o Tio Silva, a Fati, a Verónica, o Albino. São pessoas que já têm alguma experiência porque trabalharam também com outros, como o Flora Gomes e Sana Na N'Hada, que são os expoentes máximos do cinema da Guiné-Bissau. Portanto, eu fui buscar algumas das pessoas que trabalharam com estas duas personagens para virem emprestar a sua experiência, a sua sapiência, ao filme 'Minina di Bandeja'. Fizemos aqui uma mescla da juventude e da experiência de pessoas que já estão no cinema da Guiné-Bissau.RFI : Encaminha-se agora a fase de pós-produção, a montagem e a fase praticamente final da preparação do filme. Como é que encaras esse novo período agora do filme 'Minina di Bandeja'?Mussa Baldé : A minha grande preocupação, neste momento, é arranjar recursos para esta fase. Nesta fase da captação do filme, nós conseguimos, com mais ou menos dificuldades, levar o barco a bom porto. O problema agora é como vamos arranjar recursos? Onde vamos arranjar recursos? Neste momento estamos na fase da pré-edição. Vamos entrar na fase de edição, depois na pós-produção do filme que pretendemos fazer em Portugal, a pós-produção e a correção das cores, da luz, do som e inserção de legendas. O filme é falado em crioulo, mas a minha intenção é meter legendas em francês, português, inglês e espanhol, porque é minha intenção pôr este filme no circuito internacional do cinema, sobretudo nas mostras, nos festivais, mostrar esse filme porque o tema é actual. O tema está na agenda mundial. É um assunto que preocupa quase todos os países da África subsaariana, particularmente a Guiné-Bissau. Vamos fazer aqui na Guiné-Bissau a pré-edição e a edição. Depois vamos para Portugal fazer a pós-produção do filme. Esperamos ter os recursos necessários para fazer esse trabalho, que não será também um trabalho fácil.RFI : Quais são as tuas expectativas relativamente a este filme? Pensas que até ao final do ano vai estar nos ecrãs?Mussa Baldé : Sim, decididamente, o filme tem que estar nos ecrãs até Dezembro. Não tenho uma data precisa. Quando é que vamos acabar todo este trabalho da edição e da pós-produção? Não sei, porque há muita coisa que eu não controlo. Mas decididamente, até ao final deste ano de 2025, o filme vai estar em exibição. As pessoas vão poder ver o filme. Devo salientar uma coisa: o filme não será comercializado. O filme vai ser doado, digamos assim, às organizações que trabalham nesta temática dos direitos das meninas na Guiné-Bissau. Todas as organizações que trabalham nesta temática vão ter uma cópia do filme. Basta a organização solicitar por carta e através de um dispositivo de armazenamento, um disco, uma pen. Recebe uma cópia do filme. A minha intenção é mostrar o filme, como eu disse nas mostras internacionais nos festivais. Mas há uma meta que eu tenho fixado, que é um festival de audiovisual que acontece na Suíça, sobre o material ligado aos Direitos Humanos e a minha intenção é que o filme 'Minina di Bandeja' esteja nesse festival para que o mundo possa ver também a minha perspectiva sobre estas duas temáticas. Queria salientar que contei com alguns parceiros que eu não gostaria de descurar ou não mencionar nesta entrevista, parceiros que acreditaram neste projecto desde o início: a UNICEF e o Banco da África Ocidental, que é um banco aqui da Guiné-Bissau. Mas também tive outros parceiros que não apoiaram financeiramente, mas ainda assim, a sua contribuição foi muito determinante para esta fase da captação do filme: a Liga dos Direitos Humanos desde o início, o Comité Nacional de Luta contra as Práticas Nefastas, a Casa do Acolhimento das Crianças em Risco, a AMIC, a Associação Amigos da Criança da Guiné-Bissau, a Federação de Futebol e outras instituições que, de uma forma ou outra, ajudaram à realização deste filme e alguns amigos, particulares, que me ajudaram com escritórios, com carros, com gasóleo. A ajuda de toda a gente foi determinante ou tem sido determinante até aqui. Espero que mais instituições que nós contactámos vão se interessar por este projecto do filme e vão ajudar a conclusão do filme 'Minina di Bandeja'.

Convidado
Liga denuncia tentativa de detenção de Bubacar Turé pelas forças de segurança

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 14, 2025 9:03


A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) deu esta segunda-feira, 14 de Abril, uma conferência de imprensa para denunciar "a onda de perseguição, intimidação e tentativa de detenção arbitrária do Presidente da LGDH, Bubacar Turé, pelas forças de segurança" da Guiné-Bissau. O jurista e membro do colectivo de advogados da LGDH, Fodé Mané, descreve a perseguição como uma forma de calar a crítica. RFI: O que é que está a acontecer com Bubacar Touré? Como é que avalia a actual situação dos direitos humanos na Guiné-Bissau.Fodé Mané: Quero confirmar toda a informação que avançaram na introdução [da entrevista] sobre a situação da sua casa, a montagem de um aparato de agentes de segurança no Porto de Bissau e nas principais artérias da cidade, tendo em conta que foram no sábado e não o encontraram. Presumo que ele esteja fora da cidade e eles querem capturá-lo na sua saída. Isso é verdade, mas também está, sem dúvida, relacionado com as declarações feitas por ele sobre a situação da saúde em geral. Porque não falou apenas da hemodiálise. Ele falou sobre a venda de medicamentos, que deveriam ser utilizados gratuitamente para tratar os pacientes. [Bubacar Turé] falou também das cobranças ilícitas nas maternidades, principalmente para a realização de exames em mulheres grávidas. E, por fim, deu ênfase à situação da hemodiálise, porque houve informações de que os técnicos deveriam ter três meses de formação, mas voltaram no fim do mês. Além disso, devido à forma como o centro está a funcionar, em termos de análise prévia e selecção das pessoas que irão fazer a regularização, a estatística produzida deve ser investigada para se estabelecer ou não o nexo de causalidade entre as mortes e a qualidade da formação docente, com o objectivo de esclarecer se as denúncias que surgiram nos órgãos de comunicação são verdadeiras ou não. Assim, ele apelou para que a população confie no processo e que, se for o caso, sejam feitas as correções necessárias, pois ninguém ganha com o mau funcionamento dos serviços.Ao revelar falhas no sistema de saúde, particularmente na hemodiálise, Bubacar Turé foi alvo de repressão. Como é que as organizações trabalham sabendo que existem riscos de repressão?Eles sabem que a Liga dos Direitos Humanos e a Ordem dos Advogados são os últimos redutos dos cidadãos, onde eles recorrem no caso de violações desses direitos. O objectivo é atingir a voz mais crítica, para amedrontar quase toda a sociedade. Para nós, o colectivo de advogados, entendemos que não é apenas a questão da hemodiálise ou da saúde, mas que são questões muito importantes, porque não se pode falar de direito à vida sem saúde. Temos vindo a denunciar a grave situação, e os próprios técnicos de saúde também estão nessa linha, porque acompanhamos a chamada frente comum, que são os sindicatos da educação e da saúde.Neste período, foi decretada uma greve, [com milhares] de técnicos retirados do sistema. Além disso, há cobranças e falta de cuidado, a prepotência do próprio ministro das Finanças em decidir quando alocar os fundos para os hospitais e os diferentes serviços do ministério da Saúde. Eu penso que esta atitude do governo, de perseguir os denunciantes, não é apoiada pela maioria dos técnicos de saúde. A maioria da população não se resume apenas a essas entidades, como a Ordem e as organizações, mas também à comunidade internacional, advogados e a África Ocidental, que já se pronunciaram. A sociedade simplesmente conhece este modus operandi.Bubacar Touré está a ser ameaçado, a ser perseguido nesta altura?Sim, sim. Não temos notícia do seu paradeiro. Sabemos que não foi detido ainda, de acordo com as informações que temos. Mas sabemos que os meios para sua detenção estão a ser reforçados. Não sabemos qual é o limite da ordem que foi dada para as pessoas encarregadas pela busca, mas, segundo conversas com a equipa que está a procurá-lo, disseram que estão a mando do Departamento de Informação e Acção Criminal, devido a uma queixa apresentada pelo ministério da Saúde. Se há uma queixa dessa natureza, a Liga tem uma sede, está aberta e tem um grupo de advogados, por que não se dirige a essa instituição? É um procedimento que eles conhecem muito bem, melhor do que qualquer cidadão comum, e recorrem a esse procedimento quando lhes interessa.Quem está a coordenar as buscas?Não sabemos quem está por trás dessa acção, pois os agentes estão disfarçados. Os familiares disseram que, na sexta-feira, instalaram um posto à frente da casa [do presidente da Liga]. Não entraram, mas, no sábado, como não o encontraram, um grupo de cinco indivíduos armados entrou na casa, vasculhando diferentes áreas à procura de algo. Depois, ontem, domingo, foi o dia da chegada dos barcos que vão para as ilhas. Desconfiaram que ele poderia estar naquele barco. Montaram um aparato muito forte, com cerca de quatro viaturas, além de pessoas à paisana, de polícias. Tentaram interrogar todos os passageiros, para saber onde ele teria ido, na tentativa de intimidar as pessoas.Quais são os riscos enfrentados pelo presidente da Liga, Bubacar Touré? Existem mecanismos de protecção eficazes?Eficazes não, porque existem mecanismos, mas, tendo em conta o passado, pelo que vimos com sindicalistas, com membros da frente popular e com advogados, podemos dizer que não há uma garantia de protecção. Nestes casos, não há uma acção rápida quando se trata do governo. Nós mesmos fizemos a denúncia, informamos algumas agências ligadas directamente aos direitos à saúde, aos direitos humanos e aos direitos das mulheres, para ver se podiam acompanhar a situação e tentar ajudar, pelo menos falando com o governo, desaprovando essa atitude. Mas não tivemos nenhuma resposta da parte deles.Apenas os jornalistas, que têm sido o único meio de comunicação, deram alguma atenção à situação. A disponibilidade de um organismo internacional para acompanhar e proteger os defensores dos direitos humanos é algo concreto. As entidades nacionais eram a Liga e a Ordem dos Advogados, mas, se essas entidades estão na mesma situação, podemos dizer que ninguém na Guiné-Bissau tem segurança garantida. Mesmo as autoridades federais, com o aparato de agentes à sua procura, mostram que também não confiam no seu próprio sistema. Há um clima de medo geral.Esta conferência de hoje da Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau mostra resistência e mobilização por parte dos defensores dos direitos humanos e da sociedade civil. De que forma esperam que a comunidade internacional actue para proteger activistas e defensores dos direitos humanos? Já houve alguma resposta até ao momento?Não. Esta conferência tem o objectivo de mostrar a resistência, mas também de dar visibilidade à opinião pública. Há uma disposição de seguir pela via legal, de colaborar com as autoridades caso queiram obter informações. Querem fazer uma investigação séria, como deve ser? Esse é o objectivo desta conferência de imprensa.Embora não possamos generalizar a comunidade internacional, apesar de não haver uma reacção até agora, há a crença de que pode haver ajuda na resolução da situação da Guiné-Bissau. A expectativa é que já tenham sido enviadas informações à Rede Nacional de Defensores de Direitos Humanos, que já contactou seus parceiros a nível da África Ocidental, da Front Line Defenders e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que já têm informações sobre o caso.

Semana em África
Venâncio Mondlane e Daniel Chapo já olham para eleições gerais de 2029

Semana em África

Play Episode Listen Later Apr 4, 2025 14:40


Em Moçambique, o ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, submeteu ao Ministério da Justiça o requerimento para criar o seu próprio partido intitulado “Anamalala”. No mesmo dia, no Comité Central da Frelimo, o líder do partido no poder e Presidente do país, Daniel Chapo, pediu ao partido para preparar a vitória nas autárquicas de 2028 e nas gerais de 2029. Este e outros temas estão hoje em destaque no programa Semana em África. Anamalala vai ser o novo partido de Venâncio Mondlane. O ex-candidato presidencial e líder da oposição avançou com a constituição do partido Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (Anamalala), tendo o requerimento sido entregue na quinta-feira no Ministério da Justiça, em Maputo. Agora é esperar para ver se o partido é autorizado, como explicou o assessor político de Venâncio Mondlane, Dinis Tivane."Tem um prazo legal que é o mínimo de 30 dias, máximo de 60, e esperamos que possamos voltar a convidar a imprensa para anunciar que o partido já está autorizado pelas entidades públicas para fazer o seu trabalho", declarou Dinis Tivane, à saída do Ministério de Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, onde submeteu o pedido.“Anamalala” foi ouvida nos “lives” diários de Venâncio Mondlane no Facebook durante os meses de contestação e de protestos contra os resultados das eleições gerais de Outubro e também tinha sido usada na sua campanha eleitoral. Anamalala é uma expressão da língua local macua, da província de Nampula, no norte de Moçambique, com o significado de "vai acabar" ou "acabou".Recordo que a candidatura de Venâncio Mondlane às presidenciais foi suportada pelo partido Podemos, que passou a ser o maior da oposição, mas do qual Mondlane se desvinculou acusando a liderança do Podemos de traição.No mesmo dia do anúncio de um novo partido de Venâncio Mondlane, o presidente da Frelimo e chefe de Estado, Daniel Chapo, pediu ao partido para preparar a vitória nas autárquicas de 2028 e nas gerais de 2029. Declarações feitas na abertura da IV sessão ordinária do Comité Central da Frelimo.Por outro lado, na quarta-feira, a Assembleia da República aprovou uma proposta de lei para um diálogo nacional e inclusivo. Oiça o relato com Orfeu Lisboa, neste programa.Ainda em Moçambique, em 2024 foi registada uma temperatura média “sem precedentes” nos últimos 75 anos, 1,2 graus centígrados acima da análise anterior, com estações pelo país a registarem mais de 44 graus centígrados. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique e foram apresentados pelo investigador Bernardino Nhantumbo. Entretanto, na sexta-feira, o ministro das Telecomunicações e Transformação Digital de Moçambique, Américo Muchanga, anunciou a criação de um projecto com apoio do Banco Africano de Desenvolvimento para utilizar drones para prevenir e monitorizar eventos climáticos extremos em Moçambique. O projecto terá quatro drones, produzidos pela Coreia do Sul, e o objectivo é que esta tecnologia possa ajudar à previsão e gestão dos desastres naturais que têm assolado o país.Em Cabo Verde, a primeira reunião do Conselho Interministerial para Acção Climática em Cabo Verde apreciou, esta segunda-feira, a lei de bases sobre o clima que estabelece os princípios orientadores da política climática nacional. O ministro da Agricultura e do Ambiente, Gilberto Silva, falou-nos dos objectivos.Também esta semana, cobrimos as visitas do Presidente e do ministro do Mar ao navio da NASA OceanXplorer no âmbito da expedição científica "Missão OceanX e OceanQuest ao redor da África".De notar ainda que o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afirmou que o país está a acompanhar com preocupação os aumentos tarifários impostos pelo Presidente norte-americano Donald Trump.Sobre a Guiné-Bissau, o chefe do Escritório da ONU para África Ocidental e Sahel, Leonardo Santos Simão, alertou, esta sexta-feira, que as "profundas divergências" sobre o fim do actual mandato presidencial no país e o momento eleitoral "representam sérios riscos para um processo pacífico".  O responsável disse "elogiar os esforços da Comissão de Consolidação da Paz na Guiné-Bissau e sublinhou que vai continuar “a trabalhar com a CEDEAO para promover o diálogo sobre essas questões de contenção". Recordo que o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, expulsou a missão de alto nível da CEDEAO que se encontrava no país, no final de Fevereiro, para ajudar na mediação da crise. Embaló completou cinco anos de mandato em 27 de Fevereiro e marcou para 23 de novembro as eleições presidenciais e legislativas antecipadas. Entretanto, esta semana, no arquipélago dos Bijagós, 76 pessoas foram encontradas numa embarcação ao largo da ilha da Caravela. O nosso correspondente Mussa Baldé falou-nos sobre este episódio que ilustra, mais uma vez, como o país é um dos pontos de partida de milhares de africanos que, há anos, tomam a perigosa rota atlântica para tentar chegar à Europa. Por outro lado, o deputado e antigo ministro Francisco Conduto de Pina denunciou, na quinta-feira, uma alegada utilização das ilhas Bijagós, de onde é natural, para tráfico internacional de droga.Esta sexta-feira, dia em que se celebrou o 23.º aniversário da Dia da Paz e Reconciliação Nacional, a UNITA anunciou que não vai participar nas comemorações do 50.º aniversário da independência de Angola, enquanto Jonas Savimbi e Holden Roberto não forem reconhecidos como pais da independência e heróis nacionais. A UNITA também lamentou a ausência destes nomes na lista das 247 personalidades a serem homenageadas esta sexta-feira.

Professor HOC
O FIM DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL?

Professor HOC

Play Episode Listen Later Mar 31, 2025 56:35


Estamos vivendo um momento chave da história do mundo e principalmente da história da civilização ocidental. O modelo civilizatório que mais resultou em progresso está agora passando por seu momento mais arriscado. A aliança entre Europa e EUA, a base da civilização ocidental, está mais ameaçada do que nunca. Será que ela vai conseguir sobreviver? Quais os impactos do colapso dela para o mundo? Vou tentar responder algumas dessas perguntas aqui no vídeo!

Volta ao mundo em 180 segundos
06/03: Canadá, China e México respondem às tarifas dos EUA | Líderes árabes aprovam plano de reconstrução de Gaza | Ex-presidente peruano Pedro Castillo é julgado por rebelião

Volta ao mundo em 180 segundos

Play Episode Listen Later Mar 6, 2025 5:23


México anuncia retaliações, enquanto a China aplicaimpostos de 10 a 15% sobre importações agrícolas dos Estados Unidos, em resposta ao tarifaço de Trump. Ainda:- Trudeau chamaas ações de Trump de "uma coisa muito idiota de se fazer"- Trump exige libertação dos prisioneiros que estão com o Hamas, ameaçando com severas consequências caso isso não aconteça- Plano de reconstrução de Gaza, liderado pelos egípcios, propõe um novo modelo de governança, excluindo o Hamas e visando a estabilidade a longo prazo- Presidente do Guiné-Bissau expulsa uma missão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental que tinha ido até o país propôr um novo calendário de eleições-  No Moçambique, paradeiro de Venâncio Mondlane é desconhecido após polícia efetuar disparos para dispersar uma passeata- No Peru, ex-presidente Pedro Castillo começa a ser julgado por tentar fechar o Congresso e assumir o poder sozinho, em dezembro de 2022- Cúpula extraordinária da União Europeia em Bruxelas discutirá o futuro da UcrâniaSigam a gente nas redes sociais Instagram mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 SegundosAcompanhem os episódio ao vivo Youtube, Instagram ou Linkedin

Positivamente Podcast
A CIVILIZAÇÃO ESTÁ EM RISCO? @Pavinatto expõe a crise do pensamento ocidental

Positivamente Podcast

Play Episode Listen Later Mar 5, 2025 49:49


https://bibliacientifica.com.br/__No episódio de hoje do Cientificamente Podcast, Robson Rodovalho recebe Pavinatto, um dos grandes comunicadores do Brasil, para uma conversa franca e provocativa sobre a crise de valores na sociedade, o futuro da civilização ocidental e o impacto das palavras na construção do pensamento coletivo. ➡ Como o esvaziamento do significado das palavras ameaça a liberdade? ➡ Por que a educação é a chave para recuperar a sociedade? ➡ Qual o papel da filosofia e da espiritualidade no resgate dos valores essenciais? Uma análise profunda e sem filtros sobre o cenário atual! Não perca!

Convidado
Presidente da Guiné-Bissau e CEDEAO de costas voltadas?

Convidado

Play Episode Listen Later Mar 4, 2025 16:05


O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, confirmou que mandou embora a missão da CEDEAO e afirmou que esta “não voltará nunca mais ao país”. A 1 de Março, a missão de alto nível deixou o país sob ameaça de expulsão por parte do chefe de Estado. O que aconteceu e que consequências para o país, numa altura em que a crise política continua? A RFI foi ouvir análises diametralmente opostas. Esta segunda-feira à noite, Umaro Sissoco Embaló confirmou que mandou embora a missão da CEDEAO e disse que esta “não voltará nunca mais ao país”. O Presidente guineense falava à chegada a Bissau, depois da viagem de uma semana, que o levou à Rússia, Azerbaijão, Hungria e França, estando ausente do país no dia 27 de Fevereiro, a data que a oposição clama ser o fim do seu mandato presidencial.A delegação de alto nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental esteve em Bissau de 21 a 28 de Fevereiro a ouvir partidos políticos e organizações da sociedade para mediar o diálogo e propor uma saída para a crise. O objectivo era procurar uma solução e encontrar uma data consensual para a realização de eleições na Guiné-Bissau. Porém, Umaro Sissoco Embaló antecipou-se e disse que ia marcar eleições legislativas e presidenciais a 30 de Novembro.O que se passou? O chefe de Estado considerou que a delegação da CEDEAO extravasou a missão para que estava incumbida. De facto, o roteiro inicial da missão foi alvo de críticas da oposição por não incluir nas auscultações contestatários do regime, como a coligação API Cabas Garandi ou a comissão permanente da Assembleia Nacional Popular eleita e substituída depois da dissolução do Parlamento em Dezembro de 2023. A missão acabou por chamar todas as partes.Lesmes Monteiro, jurista e secretário de Estado para a Juventude da Guiné-Bissau, subscreve a decisão do Presidente da República e diz que se trata de uma forma de "salvaguardar a soberania" do país.“Eu acredito que é uma visão republicana, é uma visão que tenta salvaguardar não só a soberania da Guiné-Bissau mas também as instituições legalmente constituídas. Existe um roteiro da CEDEAO previamente definido. No caso de haver necessidade de alterar esse roteiro, é conveniente comunicar às autoridades competentes porque também somos parte da CEDEAO. O que assistimos é um desrespeito não só às instituições da República, mas também ao próprio Presidente da República que faz parte do órgão máximo da CEDEAO que definiu os termos desta missão para a Guiné-Bissau”, considera Lesmes Monteiro.Lesmes Monteiro não acredita que haja sanções da CEDEAO porque “existe um roteiro previamente definido para a missão da CEDEAO, houve alteração do roteiro e, com base nisso, o Presidente tomou essa decisão”.Leitura bem diferente tem o activista político Sumaila Jaló, que pensa que o Presidente ao expulsar do país a missão da CEDEAO está a contribuir para a “desestruturação” da própria organização.“Umaro Sissoco Embaló conhece bem as estruturas da CEDEAO por dentro porque há pouco mais de um ano ele esteve como Presidente da Cimeira dos Chefes de Estado da organização. Conhecendo de dentro, sabe que todas as suas acções contra a Constituição da República, contra o Estado da Guiné-Bissau, colocando em causa os valores da democracia e da liberdade, não terão consequências nenhumas da parte da CEDEAO. É por isso que chega ao ponto de expulsar uma missão de facilitação, de diálogo entre actores políticos, enviada pela CEDEAO para a Guiné-Bissau e ontem reafirmou que essa missão nunca mais vai voltar para o país. E disse uma coisa muito importante - para percebermos que a CEDEAO não funciona em função dos seus documentos estruturantes e valores que diz defender, entre eles a democracia - que quando uma missão dessas chega a um país, é o chefe de Estado que valida o roteiro da sua actuaçao. Essa missão não podia ultrapassar as linhas vermelhas que ele impôs, na sua óptica a missão ultrapassou essas linhas. Portanto, é a CEDEAO a depender de Umaro e não dos seus valores estruturantes”, considera o investigador.Sumaila Jaló considera que “as sanções por si não vão funcionar” se não forem acompanhadas pela “prática efectiva de defesa de legalidade da Constituição e valores da democracia”.A Assembleia Nacional foi dissolvida há mais de um ano e o Presidente completou cinco anos de mandato desde a tomada de posse a 27 de Fevereiro, mas entende que este só termina a 4 de Setembro, data da decisão judicial sobre os resultados eleitorais das presidenciais de 2019. Umaro Sissoco Embaló reiterou, ontem, que vai marcar eleições legislativas e presidenciais a 30 de Novembro.Lesmes Monteiro pensa que “o fim desta crise será decidido através das eleições” e acredita que “o Presidente vai marcar as eleições ainda esta semana”. Quanto às datas, o jurista explica: “O término do mandato depende da perspectiva: na perspectiva da oposição, o mandato terminou no dia 27 de Fevereiro; na perspectiva das identidades como a CNE, o Supremo Tribunal de Justiça e as forças que têm sensibilidade com o Presidente, o mandato vai terminar no dia 4 de Setembro.”Como lida a população com toda esta crise política e será que as eleições vão ser mesmo a 30 de Novembro? O investigador Sumaila Jaló vê “a população claramente cansada” e aponta que a oposição está “apática e não tem uma definição clara do que pretende no combate ao autoritarismo”.“Até lá, nós teremos instituições democráticas disfuncionais e o sofrimento do povo a agudizar tanto socialmente quanto economicamente. É preciso que a oposição política - que hoje está em contacto com o espaço da própria sociedade civil e de várias organizações - acertem um caminho mais claro que consiga mobilizar o povo e exercer uma pressão forte para, nos próximos tempos, Umaro Sissoco Emabaló seja obrigado não só a convocar eleições, mas também a abrir portas para a legitimação das estruturas da CNE e do Supremo Tribunal de Justiça que tem lideranças caducas e fora do quadro legal”, acrescentou.Oiça as duas entrevistas neste programa.

Semana em África
Guiné-Bissau à procura de consenso político

Semana em África

Play Episode Listen Later Feb 28, 2025 8:28


Neste programa recordamos a actualidade política na Guiné-Bissau que se destacou pelo anuncio do Presidnte Unaro Sissoco Embalá marcar eleições gerais para o próximo dia 30 de Novembro, que coincidiu com a chegada de uma delegação da CEDEAO para resolver o impasse político. A oposição guineense, que tem estado a exigir a realização de eleições no prazo de 90 dias, apela à "paralisação total do país", argumentado que o mandato de Sissoco Embaló terminou no dia 27 de Fevereiro. Uma missão de alto nível político da CEDEAO chegou a Bissau no passado domingo, 24 de Fevereiro, para ajudar a classe política a encontrar consenso à volta do calendário eleitoral, depois do Presidente Unaro Sissoco Embaló marcar eleições gerais para o próximo dia 30 de Novembro. A coligação PAI-Terra Ranka vencedora das últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, declinou o convite para um encontro com a missão de mediação da CEDEAO, justificando a impossibilidade de se reunir pelo facto da CEDEAO se ter encontrado com "um suposto presidente do parlamento".A missão da CEDEAO "decidiu excluir das consultas" dois partidos políticos representados no parlamento, nomeadamente o MADEM G-15 e o PRS, dois partidos a braços com problemas internos.O coordenador da Aliança Patriótica, o ex-primeiro-ministro Nuno Nabiam, foi recebido pela CEDEAO e no final do encontro defendeu que antes de apontar uma data para as eleições na Guiné-Bissau, a classe política deve entender-se para resolver questões como o fim do mandato do Presidente e a situação do parlamento. A delegação da CEDEAO reuniu-se com o presidente da Liga, Bubacar Turé, que aproveitou a ocasião para formular sete recomendações à organização regional, nomeadamente a organização de uma cimeira extraordinária e um roteiro que permita o regresso à normalidade constitucional".Um colectivo de 36 organizações da sociedade civil de 8 países da África Ocidental, da Guiné-Bissau, Senegal, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Costa de Marfim, Cabo Verde e Togo, dirigiram esta semana uma carta aberta à comunidade onde alertam para a deterioração da situação política e dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, referindo que isto é “potencialmente perigoso para a estabilidade da sub-região”.A oposição da Guiné-Bissau, que quer eleições no prazo de 90 dias, apelou à "paralisia total" do país, alegando que o mandato do Presidente Umaro Sissoco Embaló terminou na quinta-feira, 27 de Fevereiro, cinco anos após a tomada de posse.A Guiné-Bissau vive uma crise política iniciada com a dissolução do parlamento em Dezembro de 2023 e a não realização de eleições legislativas, conforme manda a Constituição do país. O Presidente Umaro Sissoco Embaló tem argumentado que o mandato termina a 4 de Setembro, sublinhado que o dia  coincide com a data em que o Supremo Tribunal de Justiça encerrou o contencioso que se seguiu às eleições presidenciais de 2019, nas quais chegou à presidência da Guiné-Bissau.

Volta ao mundo em 180 segundos
20/02: Hamas liberta 4 reféns israelenses | Donald Trump chama Zelensky de ditador | Indígena entram com processo bilionário contra o governo da Austrália Ocidental

Volta ao mundo em 180 segundos

Play Episode Listen Later Feb 20, 2025 5:47


Netanyahu indica que mais corpos e reféns serãoliberados nos próximos dias como parte das negociaçõesdo cessar-fogo entre Israel e Hamas. E mais:- Trump chama Zelensky de “ditador”, se referindo ao fato de que o mandato do ucraniano expirou em maio do ano passado- Na Europa, o chanceler alemão Olaf Scholz chamou aspalavras de Trump de falsas e perigosas e defendeu a legitimidade democrática de Zelensky- Presidente ucraniano rejeita a exigência dos EUA de quase 500 bilhões de dólares em minerais como pagamento pela ajuda militar na guerra- 157 falsas-orcas ficaram presas em uma praia remotana costa noroeste da Tasmânia, ilha ao Sul da Austrália- Comunidade indígena entra com processo bilionáriocontra o governo da Austrália Ocidental como compensação pela exploração sem um acordo formal de suas terras ancestrais- No Egito, arqueólogos confirmam que túmulo descoberto perto do Vale das Rainhas pertence ao faraó Tutmés 2 Sigam a gente nas redes sociais Instagram mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 SegundosAcompanhem os episódio ao vivo Youtube, Instagram ou Linkedin

Convidado
Saída de Mali, Níger e Burkina Faso da CEDEAO, "organização deve evitar que se repita"

Convidado

Play Episode Listen Later Jan 29, 2025 7:04


O Mali, Níger e Burkina Faso, liderados por regimes militares no poder após golpes de Estado, saíram esta quarta-feira, 29 de Janeiro, oficialmente da CEDEAO. Os três países, unidos na Aliança dos Estados do Sahel, desde Julho de 2023, acusam a CEDEAO de impor sanções injustas e de não oferecer apoio eficaz na luta contra o jihadismo. O investigador e antigo comissário da CEDEAO, Mamadú Jao, afirma que a decisão reflecte "o apoio popular, mas alerta que só o tempo dirá se foi a melhor escolha". RFI: A insatisfação popular com a CEDEAO ficou evidente nas manifestações que celebraram a saída dos três países da organização, reforçando a ideia de que não se trata apenas de uma decisão política, mas também amplamente apoiada pela população?Mamadú Jao: Termina hoje o período de reflexão de seis meses concedido a estes três países, e certamente, a partir de hoje, já estarão formalmente fora da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental. Podemos entender isso como uma decisão amplamente apoiada pelas populações, conforme demonstrado nas manifestações. O problema é que, na minha opinião, o tempo é o melhor juiz. Vamos ver se a decisão realmente reflecte a soberania desses Estados. Não é a primeira vez que isso acontece; a Mauritânia fez parte da CEDEAO, mas decidiu sair em 2000 para se aproximar dos países do Magrebe, mantendo, no entanto, relações cordiais com a comunidade. Em 2017, assinaram formalmente um acordo de aproximação, o que serve também como uma lição para a CEDEAO.A CEDEAO e a Aliança dos Estados do Sahel mantêm a livre circulação de bens e pessoas. Que impacto tem a saída destes três países da CEDEAO?De momento, ao passar de 15 para 12 países, já é um sinal negativo. A circulação de pessoas e bens é uma das cláusulas fundamentais da criação da CEDEAO. Se isso continuar, as relações certamente irão persistir de alguma forma. No entanto, o impacto já é sentido, pois são países populosos e podem afectar a economia regional. Ainda não sabemos o efeito exacto, mas essas relações continuarão, provavelmente. A preocupação é com os três países, pois são nações sem acesso directo ao mar. Acredito que eles terão a necessidade vital de manter essas relações para suavizar as suas trocas comerciais com o exterior.Afirmou que "esta é uma lição para a CEDEAO". De que forma a comunidade pode recuperar sua influência? Ou será que esta crise representa um declínio irreversível?Depende de como a situação for gerida. Penso que a CEDEAO tentou dialogar, mas talvez não tenha havido um diálogo suficientemente profundo para analisar a situação e encontrar soluções. A CEDEAO, para continuar a ser uma organização sub-regional relevante, deverá reflectir profundamente e traçar estratégias para que situações semelhantes não se repitam. Caso contrário, haverá desmoronação. Espero que a organização possa sentar-se e reflectir sobre a situação, encontrando formas de trabalhar com os países membros para que as questões que afectam individualmente cada país possam ser discutidas de maneira colectiva. A CEDEAO deve concentrar-se em como contribuir para a solução dos problemas.Outra questão que a CEDEAO precisa resolver é a autonomia, especialmente a autonomia financeira. Uma organização que depende de 60% a 70% de financiamento externo enfrenta dificuldades para intervir de maneira efectiva e encontrar soluções. Essas limitações financeiras representam um bloqueio, e organizações continentais como a CEDEAO e a União Africana devem reflectir sobre isso. Só assim podem vir a ter uma intervenção mais robusta em termos de soberania e autonomia. Caso contrário, estarão sempre dependentes de apoios externos, o que enfraquece as suas acções.Refere-se a essa dependência de financiamento externo. De que forma a aproximação do Mali, Burkina Faso e Níger a países como a Rússia, Turquia e Irão pode influenciar o equilíbrio geopolítico da região?Inicialmente, não vejo como solução abandonar um parceiro e simplesmente se voltar para outro, sem saber quais são as bases dessa nova aliança. Contudo, tanto os países da CEDEAO quanto esses novos parceiros, como a Rússia e a Turquia, continuam a colaborar entre si. A questão é: se a CEDEAO, com o apoio dessas potências, não conseguiu resolver os problemas até agora, a fragmentação pode apenas agravar a situação. Tenho receio de que os problemas persistam, especialmente no que diz respeito à luta contra o terrorismo. Não estou muito optimista.Há riscos, a seu ver, de que outros países sigam o mesmo caminho e também saiam da CEDEAO?Depende de como a situação for gerida. Por isso, a CEDEAO deve reflectir profundamente e encontrar maneiras de evitar que situações como essa se repitam. Já temos o exemplo da Mauritânia, e isso não é um bom sinal para a CEDEAO. O importante agora é que a organização trabalhe para evitar que outros países sigam o mesmo caminho, por meio de um diálogo interno sério. Assim, a CEDEAO poderá continuar a existir, atendendo às questões globais da subregião, mas também aos problemas específicos de cada país, para que todos encontrem soluções colectivas.

Diplomatas
O regresso de Trump e um alerta: a democracia ocidental “é um milagre todos os dias”

Diplomatas

Play Episode Listen Later Jan 24, 2025 38:55


Pouco depois de tomar posse como 47.º Presidente dos Estados Unidos, na segunda-feira, Donald Trump declarou que “o declínio da América terminou”. Ouviu, seguramente, os últimos episódios do Diplomatas, e não terá gostado de saber que a tese vigente neste podcast sobre a capacidade norte-americana de defender e impor os seus interesses em qualquer parte do globo aponta, precisamente, para a conclusão oposta. Percepções à parte, é possível mergulhar no mar de decretos e de perdões presidenciais que transbordou nos últimos dias da Casa Branca e encontrar um projecto político coerente e de longo prazo? E o que é nos dizem as companhias e as ameaças do novo Presidente dos EUA sobre a sua forma de olhar para o exercício do poder?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas
Fernando Rosas (parte 1): “A tecnologia está ao serviço das forças sinistras de regressão social. Estamos no entardecer das democracias”

Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas

Play Episode Listen Later Jan 24, 2025 63:25


Preocupado com o que chama de uma contrarrevolução da extrema direita “de natureza fascizante” a chegar ao poder no mundo Ocidental, o historiador Fernando Rosas acaba de lançar o livro “Direitas Velhas, Direitas Novas”. Académico reputado, foi preso político, torturado pela PIDE e viveu durante anos na clandestinidade. É com ceticismo que olha para o cavalgar das direitas mais radicais, herdeiras dos fascismos do passado, potenciadas agora pelos donos dos algoritmos das redes sociais que fazem ganhar eleições. Fernando Rosas alerta para os perigos do “sonambulismo social” e da “banalidade do mal”: “Está a ser criado um novo mundo cão. As forças progressistas e humanistas devem preocupar-se com esta tecnocracia violenta e resistir.” Ouçam-no na primeira da conversa com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.

SBS Portuguese - SBS em Português
Programa ao vivo | Domingo 12 de Janeiro

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later Jan 12, 2025 48:35


Brasileiro que vive e trabalha na Rottnest Island, uma ilha turística na Austrália Ocidental, sofre ataque racista ao reagir à tentativa de roubo da sua bicicleta. Publicação de turismo Fodor's Travel inclui Bali, na Indonésia, nos 15 destinos a serem reconsiderados em 2025. Ouvimos portugueses com histórias ligadas a Bali para dar suas opiniões. E uma análise da performance e potencial do fenômeno João Fonseca, tenista brasileiro de 18 anos que participa do seu primeiro Grand Slam, o Aberto da Austrália, em Melbourne.

SBS Portuguese - SBS em Português
Brasileiro sofre ataque racista em WA: 'Dói mais o que disseram do que as agressões'

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later Jan 9, 2025 3:47


Victor, de 29 anos, foi violentamente agredido por três jovens na noite de domingo, 29 de dezembro, na Rottnest Island, Austrália Ocidental. Ele contou ao 7News que os jovens tentaram roubar a bicicleta dele, que estava estacionada. Ele viu, foi atrás e começou a ser agredido e xingado ao mesmo tempo, no que ele considerou um ataque racista, já que o chamaram de 'asiático' e usaram palavrões. Os agressores fugiram e a polícia está investigando o caso.

SBS Portuguese - SBS em Português
Notícias da Austrália e do Mundo | Quarta-feira 8 de Janeiro

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later Jan 8, 2025 12:03


Donald Trump sugere anexar Canadá e tomar Canal do Panamá e Groenlândia. Mark Zuckerberg anuncia que Meta vai encerrar sistema de checagem de fatos. Especialistas acreditam que vai haver mais desinformação online. Grupo de soldados da Força de Defesa de Israel pede cessar-fogo em Gaza. Ao menos 126 morreram após terremoto no Tibete. Acidente com hidroavião na Austrália Ocidental deixa três mortos.

Convidado
Charlie Hebdo: “O lápis tem mais força, o problema é que cada vez há mais espingardas e menos lápis"

Convidado

Play Episode Listen Later Jan 7, 2025 15:05


Dez anos após o ataque ao Charlie Hebdo, que tirou a vida a 12 pessoas, oito eram elementos da redação do semanário, a RFI falou com o desenhador reformado Carlos Brito, antigo colaborador dos jornais franceses Le Monde e Le Canard Enchainé. Uma conversa sobre liberdade de imprensa, de expressão, auto-censura… a leitura de quem, ao longo de décadas, olhou o mundo pela lente da mais poderosa das armas: o lápis. RFI: O que é que mudou nestes dez anos?Carlos Brito: O que é que mudou nestes últimos dez anos? Para já, mudou o facto de que eu deixei de desenhar há 12 anos. Saí um bocado do circuito do desenho de imprensa. Deixei de desenhar, mas continuei a fazer exposições e a comunicar através do desenho. Mas deixei de depender financeiramente do desenho. E isso é muito bom, porque o desenho de imprensa, precisamente de há dez anos para cá, mas já tinha começado antes, está em muito má situação. Eu pertenço a uma geração que pôde viver do desenho de imprensa. Hoje é praticamente impossível viver profissionalmente do desenho de imprensa. O desenho está a desaparecer. É uma espécie em vias de desaparecimento e está a desaparecer dos jornais.Há 10 anos toda a gente era Charlie, mas hoje tenho a impressão que só mesmo o Charlie Hebdo, que continua a existir e, mesmo assim, não exactamente no mesmo modelo de há dez anos. Eu não sou leitor do Charlie Hebdo. Fui leitor do antigo Charlie Hebdo, no tempo do [François] Cavanna, Professeur Choron… A nova fórmula não corresponde exactamente à minha forma de funcionamento. O que não impede que tivesse, evidentemente, lá amigos. Segui a carreira deles e perdi-os. O caso do Cabu com quem trabalhava no Le Canard Enchainé, e o Tignous que éramos bastante amigos e o Honoré. Foi muito violento. Entretanto, hoje a situação está cada vez pior. No que diz respeito ao desenho, por exemplo, neste fim-de-semana aconteceu o caso da Ann Telnaes, do Washington Post, que se demitiu porque lhe foi recusado um desenho que caricaturava Jeff Bezos, que é proprietário do Washington Post. É uma óptima desenhadora, com trabalho de qualidade, abordando as questões políticas, o que nos Estados Unidos é muito difícil. Foi a segunda mulher cartoonista na história a ter recebido um Pulitzer, precisamente pelos desenhos. O que é raro. Precisamente quando a conheci, também conheci o Kal, que é o desenhador do Baltimore Sun e do Independent da Grã-Bretanha, e ele tinha-me contado na altura, após o 11 de Setembro [de 2001], que muitos desenhadores na imprensa regional nos Estados Unidos foram despedidos no rescaldo do Patriot Act, porque havia pressões. Portanto, a situação está muito mal. Qual é o grande problema do desenho? É mais forte do que um texto corrido que provavelmente os leitores não iriam ler?Sim, tem mais impacto. O desenho tem mais impacto, é uma leitura imediata.De facto, eu constatei, durante os 30 ou 40 anos em que pratiquei esta profissão, que há uma desconfiança da parte da hierarquia da imprensa relativamente ao desenho. Quer dizer, utilizam o desenho, mas sempre desconfiados. Reparei que os chefes de redacção preferem os desenhos faladores, com palavras, com diálogos, etc, porque aí percebem logo do que se trata. Não gostam muito de desenhos mudos. Mas aí condicionam a leitura ao terem palavras, condicionam a análise, condicionam a visão de quem está de fora. Na minha opinião, um desenho com palavras é um desenho fechado. Quer dizer, acabou ali, a sua mensagem acabou ali. Os desenhos mudos podem conter mensagens subliminares, dão possibilidade de interpretação da parte dos leitores. Fui sempre um apologista do desenho mudo mais que do desenho falado, porque acho que é uma janela que se abre para a capacidade de imaginação do leitor. E reparei que, por vezes, as pessoas falavam de desenhos que fiz e que encontraram coisas que eu sinceramente não tinha visto. É essa capacidade, essa interpretação por parte do leitor, por parte de quem está a ver que um desenho com palavras condiciona. Exactamente. Eu tenho uma experiência com piada. Aqui há muitos anos, em Angoulême, fizemos uma exposição sobre as caricaturas de Maomé. Então fez-se uma exposição com desenhos do Charlie Hebdo e com desenhos de uma associação à qual eu pertencia, que era Federation of Cartoonists Organisations (FECO). Fizemos apelo a desenhadores internacionais para comentar a questão. A condição era que os desenhos fossem mudos, precisamente porque vinham de países diferentes. Portanto, eliminámos o inglês e pedimos desenhos mudos para que toda a gente compreendesse. Havia uma exposição a dois níveis, uma com palavras, que eram os desenhos dos desenhadores do Charlie Hebdo e outra com os desenhos sem palavras, que eram os desenhos desta associação. Uma coisa que reparei, que achei piada, é que a reacção do público relativamente aos desenhos com palavras era o riso. A reacção das mesmas pessoas com os desenhos sem palavras era o sorriso. A reacção imediata é o riso, porque a mensagem tem piada e acaba ali. Enquanto no outro tipo de desenho, o sorriso exprime já uma perplexidade, uma procura, uma dúvida, um não saber muito bem o que se pensar daquilo, etc. E aí volto à tal história da janela aberta. A crise, se podemos assim falar, da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão não data de hoje, também não data de há dez anos... Falou da liberdade de expressão e liberdade de imprensa. Eu acho que há que distinguir a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, porque, ao fim ao cabo, a liberdade de expressão é a liberdade de todos nós. É uma conquista democrática que vem de muito longe, que custou muitos anos de prisão para alguns, inclusive morte para outros.A liberdade de imprensa é a liberdade de opinião de alguns.Eu recordo um jornalista norte-americano dos anos 50 que disse que a liberdade de imprensa era a liberdade do proprietário do jornal. E isso é cada vez mais verdade. Portanto, eu queria fazer esta distinção - para mim é bastante importante - entre a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa é muitas vezes condicionada por poderes económicos, sejam eles os proprietários dos meios de comunicação social ou então aqueles que pagam a publicidade. Esta liberdade de imprensa, além de poder ser posta em causa por esse interesse económico, não pode ser posta em causa, depois de um ataque destes, com o medo que o próprio jornalista pode sentir?Aí nós entramos no campo da auto-censura. Exactamente. Na minha opinião, é muito pior que a censura. Eu recordo-me de quando vivi em Portugal, no tempo da ditadura fascista de Salazar. Havia jornais que saíam com espaços brancos, os funcionários da comissão de Censura faziam o trabalho e escolhiam o que devia passar e o que não devia passar. Hoje, quem tem que fazer o trabalho desses funcionários muitas vezes é o próprio jornalista fazendo auto-censura, o que para mim é dez mil vezes pior. Voltamos ao caso da Ann Telnaes, que caricatura o proprietário do jornal e o desenho não passa. Resultado: perdeu o emprego. Temos o caso do Antônio - que é um amigo do Expresso - com o New York Times em que ele foi acusado de anti-semitismo. E isso aconteceu porque houve pressão. Os censores actuais acabam por ser as redes sociais porque é através daí que são por vezes exercidas pressões. Se bem me recordo, foi o que aconteceu com o desenho do António. Houve pressões que passaram através das redes sociais. O jornal New York Times aproveitou a ocasião para acabar com o desenho nas suas páginas. O desenho de imprensa já tinha acabado nas páginas nacionais e aproveitou a ocasião para acabar com ele na edição internacional.Isto ilustra bem, creio eu, a situação do desenho hoje. A liberdade de expressão do desenhador e a liberdade de imprensa são, cada vez mais, a liberdade do proprietário do jornal.Interesses e auto-censura que fazem com que a independência seja posta em causa?Aliás, essa independência acaba por não existir na realidade. O jornal que pertence, por exemplo, ao senhor Bolloré [Groupe Bolloré] não pode publicar um artigo sobre a questão económica em certos países de África Ocidental, porque é ou foi proprietário de uma grande parte da economia local. E os jornais não pôr em causa o senhor Arnault [ Bernard Arnault], porque ele vai retirar a publicidade que dava. Certos poderes económicas de hoje, mesmo não sendo proprietários do jornal, podem fazer pressão retirando publicidade. A imprensa escrita está economicamente muito dependente da publicidade. Aliás, na minha opinião, a imprensa escrita está está condenada, não sei quanto tempo ainda vai durar, mas hoje vive sob perfusão. Por um lado, a publicidade, por outro lado, as ajudas do Estado. E vai ser substituída por outra coisa que está a surgir. Pela inteligência artificial?Exacto.  Depois dos atentados de 7 de Janeiro de 2015, realizou-se uma grande manifestação. Cerca de 4 milhões de pessoas participaram nestas manifestações em França, incluindo líderes políticos. Nessa altura eram todos Charlie. Essas pessoas, em algum momento, foram efectivamente Charlie? Onde é que ficou esse slogan? Caiu? Desapareceu? Onde é que está esse espírito? A classe política que esteve nessa manifestação, aliás, não desfilou muito tempo, estava ali para a fotografia, evidentemente que não era Charlie. A maior parte deles não era Charlie. Quer dizer, havia ali gente muito pouco democrata. Havia pessoas de extrema-direita que utilizaram a bandeira da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão, contraditória àquilo que defendem - e estavam na rua a marchar essencialmente contra a comunidade muçulmana. Aproveitaram esta amálgama para também fazerem parte da fotografia de família. E continua de actualidade, não é? Quer dizer, hoje, em França, o alvo de uma parte da direita - que está cada vez mais extrema - e de extrema-direita é a comunidade muçulmana, de religião muçulmana. Evidentemente que não eram Charlie, aqueles que talvez fossem um bocadinho deixaram de o ser muito rapidamente. Ao fim e ao cabo, a morte dos cinco desenhadores foi um pouco inglória, porque muito rapidamente se esqueceram do que é o desenho, da importância do desenho na imprensa. É problemático. Quando aconteceu o ataque ao Charlie Hebdo, agarrou no lápis e voltou a responder ao terrorismo com humor. Na altura disse à minha colega Carina Branco que o riso continuava a ser uma arma contra o terrorismo. Dez anos depois, efectivamente, um lápis pode ser mais poderoso que uma bala?A bala mata, acaba ali. Enquanto que aquilo que o lápis atira para a cabeça das pessoas, do leitor, do visitante de uma exposição, etc, fica lá, dura mais tempo. Eu diria que o lápis tem mais força que a espingarda, o problema é que cada vez há mais espingardas e menos lápis.

Convidado
Novas alianças em África: "Há uma nova Guerra Fria com Rússia e China"

Convidado

Play Episode Listen Later Jan 6, 2025 11:35


A Costa do Marfim anunciou a saída do contingente francês a partir desde mês de Janeiro, em resposta ao movimento crescente de novas parcerias como a Rússia e a China em África. "Podemos pensar neste cenário como uma nova Guerra Fria, mas com características económicas e geopolíticas específicas", defende o historiador, antropólogo e investigador permanente do Instituto Nacional de Estudos de Pesquisa da Guiné-Bissau, João Paulo Pinto Có. RFI:  Que leitura faz deste anúncio do Presidente Alassane Ouattara, que revelou que o contingente francês vai começar a sair do país ainda este mês de Janeiro?João Paulo Pinto Có: Esta decisão do Presidente Ouattara acompanha o anseio de um movimento muito grande e forte no continente africano, nomeadamente de uma juventude e de novas políticas, também de relações diplomáticas mais horizontais com os antigos colonizadores. Visa, portanto, reclamar a soberania do próprio país. É uma decisão que não me surpreende muito, porque Ouattara já vinha fazendo alguns discursos que apontavam para esse caminho. Não só ele, mas muitas outras lideranças africanas.Neste momento, o que se tem no continente africano são diversos actores que buscam uma relação e uma cooperação internacional para o desenvolvimento, nomeadamente com a China, a Rússia e a Turquia. Esses novos actores oferecem novos moldes de cooperação, países que não foram colonizadores no continente e, portanto, têm interesse em buscar uma nova dinâmica de colaboração. A África tenta, assim, traçar novas metas e quebrar paradigmas para alcançar uma cooperação mais clara e transparente.Há um efeito dominó nesta decisão: Depois do Chade, do Mali e do Níger, de que forma a saída das forças francesas desses países pode afectar a luta contra o jihadismo e outros grupos extremistas, sobretudo no Sahel?A presença militar francesa no continente africano sempre foi um tema controverso. Embora a França procure combater o jihadismo e o terrorismo no continente, para muitos países africanos essa presença também significava algo negativo. Muitos viam essa presença como maligna, acusando a França de, além de combater, financiar o próprio terrorismo.Por exemplo, o actual regime maliano acusou a França de ser a principal patrocinadora do jihadismo, seja através da venda de armas, seja de outras formas. Um agravante disso foi a denúncia feita pelo Mali há alguns anos, numa reunião de emergência no Conselho de Segurança das Nações Unidas, acusando a França de patrocinar operações que desestabilizam o continente africano.A presença francesa é vista nalguns países como um suporte a regimes tirânicos e ditatoriais que querem perpetuar-se no poder. Por outro lado, para outros, a França tem tido um papel que pode, em algumas circunstâncias, dissuadir líderes de violar os valores democráticos e constitucionais. No entanto, a conjuntura actual está a mudar, impulsionada por dinâmicas internacionais, como a guerra no centro da Europa e a perda de hegemonia de potências como a Rússia. Com isso, o cenário africano também está a ser reconfigurado, com novos regimes a emergirem e a França a ser pressionada a sair de certos países.Falava da Rússia, estamos perante uma transição para novas alianças com potências como a Rússia? E de que forma essas novas alianças podem ter um impacto na segurança da região?A Rússia, embora não tenha sido uma potência colonizadora no continente africano, sempre manteve relações com os países africanos, como na comercialização de armamentos. Além disso, a Rússia apoiou muitos movimentos de independência no continente.O que vemos agora é, de certa forma, uma transição de influência: de uma França para uma Rússia, ou até para uma China, que procuram estabelecer novos moldes de cooperação com os países africanos. A Rússia, por exemplo, tem uma pressão muito forte no continente africano. Muitos dos regimes actualmente no poder, como no Mali e em Burkina Faso, têm relações próximas e cordiais com a Rússia.Este é, de facto, um momento de mudanças: tanto no sentido de ruptura com a França quanto na construção de novas parcerias com actores emergentes. Além disso, essas mudanças reflectem lideranças mais jovens e dinâmicas que buscam maior independência e soberania.A Rússia entra nesses países num momento de transição política, como no caso do Níger ou do Burkina Faso. Qual é o interesse da Rússia em África? São as matérias-primas?A Rússia procura expandir a sua influência em África, especialmente perante as perdas hegemónicas que enfrenta no continente europeu e noutros países ocidentais. No entanto, além de tentar ampliar a sua influência, a Rússia também tem interesse em explorar matérias-primas e recursos naturais africanos.Além disso, as acções russas no continente também podem ser vistas como uma retaliação às potências ocidentais que a combatem no contexto da guerra na Ucrânia. Assim, o continente africano torna-se um novo palco estratégico. Podemos até pensar nesse cenário como uma nova Guerra Fria, mas com características económicas e geopolíticas específicas, sendo a África Ocidental um espaço central nesse jogo.O Djibuti e o Gabão continuam a ter bases militares francesas. O Djibuti, em particular, parece ser um caso à parte, já que não prevê, pelo menos para já, cortar relações com a França.O Djibuti, no Corno de África, não tem interesse em cortar relações com a França. A França desempenha um papel estratégico para a manutenção do actual governo, além de actuar no combate à pirataria e a crimes no Oceano Índico.Portanto, o interesse da França em manter a sua base militar no Djibuti é evidente. Isso permite que o país continue a operar na região do Índico e a desempenhar um papel activo na luta contra o terrorismo e outras ameaças.Como é que aFrança prevê redefinir a sua presença e influência no continente africano? Penso, por exemplo, na Guiné-Bissau. Pergunto-lhe, até onde pode ir o reforço de cooperação entre a Guiné-Bissau e a França, uma relação muito valorizada por Emmanuel Macron e Umaro Sissoco Embaló?As relações entre a França e a Guiné-Bissau foram marcadas por altos e baixos, especialmente após o conflito político-militar de 1998. Na época, a França apoiou o regime de Nino Vieira, sem o consentimento da Assembleia Nacional Popular, o que arranhou seriamente as relações bilaterais.No entanto, essas feridas têm sido saradas, especialmente com a aproximação entre Macron e Embaló. As recentes visitas de ambos os líderes mostram uma tentativa de reestruturar essa parceria.Ainda assim, é importante lembrar o histórico conturbado das relações entre a França e muitos países africanos. Os jovens e os líderes africanos estão cada vez mais politizados e conscientes dos valores do pan-africanismo, estão a exigir uma nova dinâmica diplomática. A França, por sua vez, precisa rever as suas políticas e enfrentar o desafio de se adaptar a essa nova realidade, que inclui a procura por relações mais justas e transparentes.

Um dia no Mundo
Sará Ocidental

Um dia no Mundo

Play Episode Listen Later Nov 13, 2024 4:40


No nosso sul, um conflito que se torna multilateral e que dura há meio século.

George Buhnici | #IGDLCC
ACUZAȚII ȘI NOROI. CUM RĂSPUNDE MIRCEA GEOANĂ #IGDLCC 255

George Buhnici | #IGDLCC

Play Episode Listen Later Nov 12, 2024 148:09


Mircea Geoană revine pentru a patra oară la IGDLCC, de data aceasta în calitate de candidat la președinție. Discutăm despre:Controversele din campania sa electorală și acuzațiile care i se aducVizita la Moscova din 2009 și relația cu RusiaFinanțarea campaniei și provocările unui candidat independentRomânia anului 2025 - recesiune, deficit bugetar și provocări climaticeReforma statului și digitalizarea administrațieiRolul României în regiune și relația cu Republica MoldovaViitorul tehnologic și pregătirea României pentru era AIO poveste personală din 2004 despre arestarea mea în Bulgaria IGDLCC înseamnă Informații Gratis despre Lucruri care Costă! Totul ne costă dar mai ales timpul așa că am făcut această serie pentru a mă informa și educa alături de invitați din domeniile mele de interes. Te invit alături de mine în această călătorie. Mi-am propus să mă facă mai informat și mai adaptat la schimbările care vin. Sper să o facă și pentru tine.

DW em Português para África | Deutsche Welle
12 de Novembro de 2024 – Jornal da Manhã

DW em Português para África | Deutsche Welle

Play Episode Listen Later Nov 12, 2024 20:00


Protestos pós-eleitorais em Moçambique: Há possibilidade de diálogo entre Mondlane e o Governo? Analista Hélder Jauana comenta. Cabo Delgado: Grave crise de fome abala distrito de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique.Rússia, China e Catar intensificam notícias falsas na África Ocidental, prejudicando o trabalho de jornalistas locais.

Um dia no Mundo
A Cimeira do outro mundo, que desafia o Ocidental

Um dia no Mundo

Play Episode Listen Later Oct 23, 2024 4:22


A cidade de Kazan, na Rússia, recebe ao longo de três dias a Cimeira dos BRICS - bloco que reúne os países das chamadas "economias emergentes". A crónica de Francisco Sena Santos, no Programa da Manhã da Antena 1.

ONU News
Chuvas intensas na África Ocidental e Central prejudicam acesso a serviços essenciais

ONU News

Play Episode Listen Later Oct 21, 2024 1:04


Ameaça de agravamento de doenças movimenta atuação do Fundo das Nações Unidas para a População; informe do Unfpa ressalta necessidade de apoio psicossocial, que inclui primeiros socorros.

Devocionais Pão Diário
Devocional Pão Diário | Viaje seguro com o Senhor

Devocionais Pão Diário

Play Episode Listen Later Jul 17, 2024 2:55


Leitura bíblica do dia: Deuteronômio 2:1-7 Plano de leitura anual: Salmos 18-19; Atos 20:17-38; Já fez seu devocional hoje? Aproveite e marque um amigo para fazer junto com você! Confira: Indo aos Estados Unidos, você pode começar sua viagem por uma cidade poeirenta chamada Why (por que…?), no Arizona. Para atravessar o país, você passa por Uncertain (incerto), no Texas. A nordeste, você faz uma parada de descanso em Dismal (desolador), no Tennessee. Então, daí chega ao seu destino Panic (pânico), na Pennsylvania. Essas cidades existem, mas provavelmente essa não seja uma viagem que você escolheria fazer. Às vezes, a jornada da vida parece exatamente assim. É fácil nos identificarmos com a vida difícil dos israelitas no deserto (Deuteronômio 2:7) — a vida pode ser dura. Mas vemos os outros paralelos? Criamos nosso próprio itinerário, saindo do caminho de Deus (1:42-43). Como os israelitas, resmungamos em relação ao suprimento de nossas necessidades (Números 14:2). Em nossas inquietações, duvidamos dos propósitos de Deus (v.11). A história deles se repete na nossa. Deus nos assegura que, se seguirmos o Seu caminho, Ele nos levará a um lugar muito melhor do que Dismal. Não nos faltará nada (Deuteronômio 2:7; Filipenses 4:19). Mas, por mais que já saibamos disso, falhamos em crer. Precisamos seguir o mapa de Deus. A distância entre as cidades Panic e Assurance (segurança), na Virgínia Ocidental é curta. Se deixarmos Deus dirigir os nossos caminhos (Salmo 119:35), viajaremos com alegria sob o Seu controle — bendita segurança! Por: Kenneth Petersen

BBC Lê
Quem foi São Tomás de Aquino, intelectual da Idade Média que influenciou filosofia ocidental

BBC Lê

Play Episode Listen Later Jun 18, 2024 12:52


Em plena Idade Média, religioso ousou beber em uma fonte pagã, Aristóteles, para buscar explicar a existência do ser humano e a própria ideia das relações com o divino.

DW em Português para África | Deutsche Welle
6 de Junho de 2024 - Jornal da Noite

DW em Português para África | Deutsche Welle

Play Episode Listen Later Jun 6, 2024 20:00


Venâncio Mondlane entrega candidatura à Presidência de Moçambique. Chefe da diplomacia russa está num périplo pela África Ocidental. Antigo delegado da INAE em Nampula condenado a dois anos de prisão por crimes de corrupção. Julgamento dos acusados da tentativa de golpe de Estado em 2022 "não é credível", diz ativista.

A História do Dia
Há mais empenho ocidental na defesa de Israel?

A História do Dia

Play Episode Listen Later Apr 22, 2024 21:08


Kiev continua a pedir ajuda e lança dúvidas sobre uma aparente dualidade de critérios ocidental. Jerusalém vale mais? Jorge Rodrigues, ex-militar e professor universitário, é o nosso convidado.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Podcasts do Portal Deviante
Novelas Coreanas, Turcas, Tailandesas e o Fim do Amor Ocidental (Miçangas #206)

Podcasts do Portal Deviante

Play Episode Listen Later Mar 13, 2024 63:09


Era pra falar de doramas, mas acabamos colocando amizades em jogo e discutindo o amor. SEJA NOSSO PADRINHO AJUDE A NASCER UM MIÇANGAS SEMANAL! Você quer Miçangas Semanal? Você tem...

SBS Portuguese - SBS em Português
Notícias da Austrália e do Mundo | 13 de março | SBS Portuguese

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later Mar 13, 2024 5:39


Quatro crianças estão no grupo de sete desaparecidos nas inundações no sul da Austrália Ocidental; Um novo estudo aponta que a Austrália faz um trabalho ruim para reconhecer as qualificações dos imigrantes no país; Em Victoria, demolição de torres de habitação pública volta ao tribunal, com moradores são contrários à decisão do governo do estado; Sequestrador manteve 16 pessoas reféns durante três horas na rodoviária do Rio de Janeiro. Uma pessoa foi ferida.

SBS Portuguese - SBS em Português
Notícias da Austrália e do Mundo | 11 de março | SBS Portuguese

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later Mar 11, 2024 9:36


Uma onda de calor coloca Victoria em alerta extremo quanto ao risco de incêndios florestais; Na Austrália Ocidental, as chuvas causam preocupação, com o risco de enchentes e mortes; O tesoureiro Jim Chalmers anuncia que o governo eliminará cerca de 500 das chamadas "tarifas incômodas"; O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, diz que os resultados finais das eleições só devem ser conhecidos na segunda-feira, horário local; Brasil recebe mais de 125 mil migrantes e refugiados da Venezuela.

DW em Português para África | Deutsche Welle
12 de Fevereiro de 2024 - Jornal da Noite

DW em Português para África | Deutsche Welle

Play Episode Listen Later Feb 12, 2024 19:59


Moçambique: Direção das Linhas Aéreas de Moçambique nega que dívidas estejam na origem da paralisação dos seus aviões. Disputa no caso feijão bóer prejudica o Porto de Nacala, segundo autoridades alfandegárias moçambicanas. Senegal: Há receios de instabilidade na África Ocidental por causa da crise política no país.

História em Meia Hora
História de Angola

História em Meia Hora

Play Episode Listen Later Nov 29, 2023 37:30


A história do povo angolano é muito mais próximo da história do nosso país do que nós pensamos! Separe trinta minutos do seu dia e aprenda com o professor Vítor Soares (@profvitorsoares) sobre a história de Angola. - Se você quiser ter acesso a episódios exclusivos e quiser ajudar o História em Meia Hora a continuar de pé, clique no link: www.apoia.se/historiaemmeiahora - Compre nossas camisas, moletons e muito mais coisas com temática História na Lolja! www.lolja.com.br/creators/historia-em-meia-hora/ - PIX e contato: historiaemmeiahora@gmail.com Apresentação: Prof. Vítor Soares. Roteiro: Prof. Vítor Soares e Prof. Victor Alexandre (@profvictoralexandre) REFERÊNCIAS USADAS - KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra: volume 1. Paris, 1972 - NEWITT, Malyn. Os portugueses na África Ocidental, 1415-1670. Imprensa da Universidade de Cambridge, 2010. - NIANE, DjiBril Tamsir. História Geral da África da UNESCO, vol. 4. Imprensa da Universidade da Califórnia, 1984.

Visão Global
Estrema-direita, COP28 e Saara Ocidental

Visão Global

Play Episode Listen Later Nov 26, 2023 49:55


A vitória da extrema-direita nos Países Baixos, com análise de Bernardo Pires de Lima . A COP28, entrevista a Francisco Ferrreira da ZERO. A longa luta do Saara Ocidental pela independência. Edição de Mário Rui Cardoso

Mundo Freak
O Monstro de Flatwoods: Uma Visita do Espaço? | MFC 477

Mundo Freak

Play Episode Listen Later Oct 19, 2023 61:19


O Monstro de Flatwoods, também conhecido como "O Fantasma de Flatwoods" ou "O Monstro de Braxton County", é uma criatura conhecida, mas controversa na criptozoologia. Sua aparição foi relatada pela primeira vez em 1952, em Flatwoods, na Virgínia Ocidental, Estados Unidos.  Segundo as testemunhas oculares, o monstro era descrito como uma criatura alta, com uma cabeça esfíngica e brilhante, olhos luminosos e um corpo semelhante a um vestido com braços longos e finos. Relatos descrevem uma sensação de medo intenso e um odor pungente no ar ao se depararem com a criatura. Sua figura geralmente aparece nas sombras das árvores, sua forma metamorfa parece se fundir com a esse ambiente. Rumores falam de uma criatura com membros alongados e retorcidos, semelhantes a galhos, que se movem com uma agilidade sobrenatural.  Seus passos silenciosos deixam uma trilha de perturbação e agonia, enquanto seus pés pretos e afiados penetram a terra, espalhando um mal antigo e desconhecido.  Mas no episódio de hoje, os investigadores Andrei Fernandes, Deborah Cabral, Rafael Jacaúna e Jey Carrillo vão encarar seus passos silenciosos que deixam uma trilha de perturbação e agonia, enquanto seus pés pretos e afiados penetram a terra, espalhando um mal antigo e desconhecido. 

Podcast Desconstruir
Palestina e Israel: Uma Análise Histórica Para Além da Grande Mídia Ocidental

Podcast Desconstruir

Play Episode Listen Later Oct 15, 2023 151:39


Se você curte nosso podcast, considere nos apoiar com uma doação mensal. As doações mensais começam no valor de R$1. Sua generosidade ajuda a manter vivo o nosso projeto: https://apoia.se/podcastdesconstruir  Caso queira contribuir numa doação única, você pode fazê-la através do Pix. A chave do Pix é o nosso e-mail: podcastdesconstruir@gmail.com Em meio à escalada de ataques, gravamos um episódio com o geógrafo e educador Hugo Ferrão no qual procuramos dar conta da historicidade envolvendo o conflito entre Israel e Palestina. A partir de uma análise histórica e crítica, abordamos diversos capítulos que envolvem as relações entre palestinos e israelenses, chegando ao atual cenário geopolítico. Dessa forma, tentamos demonstrar a complexidade do tema, indo além de maniqueísmos do tipo bem x mal, como a nossa grande mídia vem fazendo. O resultado está aí. Ouçam e contem pra gente o que acharam! Dicas Culturais Filmes: - Uma Garrafa no Mar de Gaza (2011) - O Limoeiro / Lemon Tree (2008) - O Príncipe do Egito (1998) - Munique (2005) - A Dama de Ferro (2011) Vídeo: - This Land Is Mine Link: https://youtu.be/-evIyrrjTTY?si=FF7j37Eak-kJs0Px Série: - 24 Horas Livros: - Caminhos divergentes Judaicidade e crítica do sionismo Autora: Judith Butler - Cultura e política Autor: Edward W. Said Sigam-nos nas redes sociais: Podcast Desconstruir: https://www.instagram.com/podcastdesconstruir  Eric Harding: https://www.instagram.com/iamericharding  Leandro Casali: https://www.instagram.com/professorcasali Nosso convidado Hugo Ferrão: https://www.instagram.com/ferraohugo/

O Assunto
África - golpe atrás de golpe e a influência russa

O Assunto

Play Episode Listen Later Sep 4, 2023 24:02


O golpe mais recente foi consumado na última quarta-feira (30), quando os militares do Gabão alegaram fraude na eleição presidencial e tomaram o poder no país. Um roteiro parecido com o que foi visto no Níger, 35 dias antes: um grupo militar destituiu o presidente Mohamed Bazoum, aliado dos líderes ocidentais contra o avanço de grupos radicais islâmicos na África Ocidental. Ao todo, nos últimos três anos somaram-se 8 golpes de Estado no continente africano: dois no Mali, dois em Burkina Faso, um no Sudão e mais outro na Guiné. Para descrever e analisar o atual cenário na instabilidade política no continente, Natuza Nery conversa com Luísa Belchior, jornalista da editoria de Mundo no g1, e com Tanguy Baghdadi, professor de política internacional da Universidade Veiga de Almeida e fundador do podcast Petit Journal.

Xadrez Verbal
Xadrez Verbal #345 África Ocidental Reage

Xadrez Verbal

Play Episode Listen Later Aug 5, 2023 214:06


Atualizando você sobre o mais recente golpe de Estado na África! Matias Pinto e Filipe Figueiredo giram pelo continente-mãe, com destaque a escalada na crise no Níger, e a divisão entre os seus vizinhos.Com Sylvia Colombo, demos aquele tradicional pião pela nossa quebrada latino-americana, com mais um escândalo político na Colômbia.Também seguimos repercutindo a invasão russa à Ucrânia, com a prévia da conferência para a paz a ser realizada na Arábia Saudita.