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A décima edição da Director's Factory (Fábrica de Diretores) da importante mostra paralela de Cannes, Quinzena de Realizadores, promove este ano jovens cineastas brasileiros. Batizado este ano de “Fábrica Ceará Brasil” o evento teve este ano um produtor de prestígio: o cineasta Karim Aïnouz. Adriana Brandão, enviada especial da RFI a CannesApós dois anos seguidos em Cannes na competição oficial pela Palma de Ouro, (em 2023 com o "Jogo da Rainha", e em 2024 com "Motel Destino") Karim Aïnouz volta a participar do festival, mas desta vez como produtor. O cineasta brasileiro produziu os quatro curtas-metragens da Fábrica de Diretores da Quinzena dos Realizadores. Todos os filmes foram rodados em Fortaleza, cidade natal de Aïnouz. O cineasta negociava com a Quinzena dos Realizadores essa participação, que mostra outras narrativas cinematográficas brasileiras nas telas de Cannes há algum tempo. “Eu falei, deixa a gente mostrar para o mundo que tem outro Brasil, porque tradicionalmente, historicamente, é sempre muito do Rio e São Paulo”, lembra, ao lado dos jovens talentos que apoia. Ele ressalta a importância da visibilidade de um “outro Brasil” exatamente nesse ano em que o país é o convidado de honra do Mercado do Filme de Cannes. “É uma espécie de abre alas. (Uma) celebração de uma cinematografia periférica e invisível. O público que estava na sala descobriu personagens e histórias que são inéditas. Tem gente ali na tela que a gente não viu no cinema ainda. É uma espécie de reparação histórica”, diz. Apoiar novos talentosA Fábrica de Diretores da Quinzena dos Realizadores visa apoiar novos talentos. Os quatro curtas-metragens desta edição estrearam em Cannes na quarta-feira (14). Cada curta foi roteirizado e realizado por um diretor do nordeste ou norte do Brasil, em parceria com um jovem cineasta de um outro país. Os oito jovens que integram o programa este ano foram selecionados em setembro do ano passado e tiveram poucos meses de produção e filmagem. Todos vieram a Cannes para participar da estreia e também poder negociar financiamentos e coproduções para a realização de seus próximos filmes. “Ponto Cego”, foi codirigido pela cearense Luciana Vieira e pelo cubano Marcel Beltrán. O filme se passa no Porto de Fortaleza e conta a história da Marta, uma engenheira de sistemas que conserta câmeras de segurança do local. “É o filme que fala sobre o silenciamento feminino, sobre a necessidade de interromper certos ciclos de violência e sobre como isso pode se dar dentro do ambiente de trabalho”, revela Luciana.Vitória coletivaEstar em Cannes "não é só uma vitória pessoal, mas uma vitória coletiva", disse a cearense. "Espero estar honrando nosso estado, nosso país. Estar aqui representando mulheres nordestinas, mulheres que também não ocupam esse espaço com tanta frequência. Podemos agora ser exemplos e espelhos para as novas gerações que vão vir aí também”, espera Luciana. “A Vaqueira, a Dançarina e o Porco”, foi escrito e dirigido pela alagoana Stella Carneiro, em parceria com português Ary Zara. O filme é um “faroeste translésbico” e uma história de vingança, com uma estética bem diferente. “A gente quis fazer um filme bem disruptivo, trazendo protagonismo para pessoas que normalmente não ocupam esse gênero de cinema tão tradicional”, conta Stella. Como Luciana, Stella ressalta a oportunidade de estar em Cannes como nordestina. “Como alagoana e como uma mulher que vem de origem negra, eu acho que é um espaço que a gente não estava acostumada a ocupar. Trazer isso refletido no cinema que a gente está fazendo era muito importante”, afirma. “A Fera do Mangue” é codirigido pela cearense Wara e pela israelense Sivan Noam. “A nossa história é sobre um mangue encantado, dominado por um feiticeiro que abusa das mulheres. Até o dia em que uma das vítimas decide libertar a fera que existe dentro dela e se vingar”, conta Wara. Para ela, "Cannes também representa uma abertura de portas que vai significar muito. Não só para a gente, mas também para as pessoas que futuramente vão vir para cá apresentar seus filmes, apresentar suas narrativas, independentemente de onde sejam: Nordeste, Norte, ou o restante do Brasil”.Violência de gênero e mulheres resistentes“Como Ler o Vento” é uma obra conjunta do amazonense Bernardo Ale Abinader e da francesa Sharon Hakim. E o único dos quatro curtas a não abordar a violência de gênero, mas que traz também como protagonistas mulheres. “É um filme sobre 2 mulheres. Uma ensina conhecimentos ancestrais para a outra. É um filme sobre transmissão”, resume o diretor. "Essa participação no maior festival de cinema do mundo será transformadora. Essa experiência está sendo incrível e vai significar muito para minha carreira em termos de novas experiências que eu adquiri por conta do trabalho com a Sharon e com a equipe incrível. Também vai transformar minha carreira por conta de todas as pessoas que eu conheci, networking que fiz e, claro, poder apresentar o meu projeto de longa-metragem nesse festival", antecipa. A escolha dos temas foi feita separadamente por cada dupla e foi uma coincidência que cada três dos quatro curtas abordem a violência de gênero, “que reflete uma realidade do Nordeste e do mundo”, salienta Stella. “Sem planejamento, sem orientação, acabamos trazendo histórias sobre mulheres fortes, resistência e ancestralidade”, indica Bernardo Ale Abinader. Karim Aïnouz, que acompanhou todo o processo de produção e filmagens, diz, brincando, só sentir “que faltou um pouquinho de alegria”. O premiado diretor de “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” vai continuar apoiando, como produtor, jovens diretores para mostrar, a Cannes e ao mundo, outras histórias e caras do Brasil.
Com baixa procura dos frigoríficos – abastecidos por contratos e produção própria – e certo aumento da oferta, principalmente de fêmeas, as cotações do boi seguem predominantemente em queda. No atacado da Grande SP, o preço da carne se manteve estável na terça, com a carcaça casada saindo a R$ 22,34/kg à vista. No segmento de reposição, a situação é um pouco diferente. Os leilões continuam com elevada taxa de arremate, havendo boa oferta e procura. Os preços têm se mantido estáveis; há grande variação a depender da qualidade dos animais.
Angela Ruiz recebe Nadiara Pereira para analisar a previsão do tempo na segunda metade de maio. Com destaque para a oscilação de temperatura, o episódio traz alertas sobre a possibilidade de geadas em regiões produtoras e orientações para os cultivos de milho, cana e café. Um conteúdo essencial para quem depende do clima no campo!...#agrotalk #climatempo #previsãodotempo #outono #agroclima #geadas #milho #cana #café #agronegócio
Demanda firme de exportação e um bom consumo interno têm evitado pressões maiores sobre arroba até o momento
Confira o Fechamento de Mercado desta terça-feira (06)
O portal “Milkpoint” divulgou um balanço do comportamento de mercado dos principais produtos lácteos ao longo da segunda quinzena de abril. O leite spot bem como o UHT tiveram recuos.
O Plano Geral desta semana traz uma entrevista exclusiva com o cineasta brasileiro Karim Aïnouz, que fala sobre o projeto La Factory des Cinéastes Ceará Brasil, que exibirá quatro curtas-metragens cearenses na abertura da Quinzena de Cineastas no Festival de Cannes 2025. Além disso, Flavia Guerra e Vitor Búrigo destacam o curta "Samba Infinito", de Leonardo Martinelli, selecionado para a Semana da Crítica. E mais: a estreia de "Serra das Almas", novo longa do pernambucano Lirio Ferreira; a primeira edição do Festival de Cinema Europeu Imovision; e o anúncio da homenagem ao ator Julio Andrade no Cine PE. Estamos no ar!
Segundo dados do MilkPoint Mercado, na primeira quinzena de março, o preço do leite spot apresentou uma valorização, se estabelecendo em R$3,23 por litro na média Brasil, aumento de R$0,06 frente ao preço médio da quinzena anterior, que havia se estabelecido em R$3,17 na média Brasil.
Segundo dados do MilkPoint Mercado, na primeira quinzena de março, o leite spot apresentou uma valorização, se estabelecendo em R$3,23 por litro – aumento de R$0,06 frente ao preço médio da quinzena anterior, que havia se estabelecido em R$3,17 na média Brasil.
Presentem l'agenda d'arquitectura per a la primera quinzena de febrer, amb les programacions culturals del Centre Obert d'Arquitectura i la Fundaci
Normalmente o setor lácteo reduz a movimentação no período de festas de final de ano. E em 2025 a movimentação, e ainda, a valorização aconteceu antes do esperado pelos produtores de leite do Brasil. Tanto a nível internacional quanto a nível nacional houve valorização no preço pago ao produtor nesta segunda quinzena de janeiro. Francys de Oliveira conversou sobre esse assunto com o presidente da Coopervap (Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu), Valdir Rodrigues, que disse estar otimista nesse ano.
Vamos iniciar agora um giro nacional e internacional pelas principais informações do mercado de leite. De acordo com informações do MilkPoint Mercado, o preço do leite spot registrou valorização na segunda quinzena de janeiro, atingindo a média de R$ 2,80 por litro. Este valor representa um aumento de R$ 0,13/litro em relação à quinzena anterior, quando a média Brasil era de R$ 2,67/litro.
De acordo com especialista, primeira quinzena do ano foi de boas vendas no varejo, ainda que sazonalmente seja um período de demanda arrefecida
Confira o Fechamento do Mercado desta terça-feira (14)
Oferta restrita de carne e demanda um pouco melhor no mercado interno devem ajudar com valores
O cenário para o trigo no mercado internacional é otimista. O preço do bushel, após a estimativa de corte na safra da Rússia, subiu para os US$5,80 e já busca os US$6 nas posições futuras. No Brasil, no entanto, o movimento ainda não foi registrado, já que no fim do ano os moinhos encerram as operações para recesso. Contudo, Vlamir Brandalizze projeta que, a partir da segunda quinzena de janeiro, os negócios sejam retomados no mercado doméstico. Enquanto isso, as exportações seguem sendo uma boa alternativa.
Acumulado de dezembro tem excesso de precipitações nos estados do Sul, mas chuvas abaixo da média no restante do país
Segundo dados do MilkPoint Mercado, na segunda quinzena de novembro, o leite spot apresentou recuo, se estabelecendo em R$2,74 por litro – queda de R$0,06 frente aos valores da quinzena anterior, que havia se estabelecido em R$2,80 na média Brasil.
Ciclone extra tropical na Argentina e Uruguai deve levar chuvas para o Sul do RS e promover ventos fortes em todo o estado
Mercado segue frio com produtor esperando melhores preços de venda
Matopiba tem início das chuvas plantadeiras previstas para o final de outubro e início de novembro
Diferencial do boi china está de volta com estados como PA e MT pagando ágio de R$15 a R$20 por arroba
Produtor rural local relata que não chove há 150 dias no Município, mas que chuvas irregulares devem começar a animar os produtores no dia 4 de outubro
Safra de soja do Brasil recua 4,7% em 23/24, e a colheita de milho cai 12%, aponta Conab. Produção de açúcar em agosto superou 3 milhões de toneladas, queda de 6% em relação ao período anterior. Levantamento não reflete plenamente o impacto das queimadas nas lavouras do Centro-Sul, segundo Única. Governo Federal criou força-tarefa para combater incêndios florestais. Exportação de café bateu recorde em agosto, alcançando 3,7 milhões de sacas. Agrotempo: fim de semana será marcado por tempestades no Sul e clima seco na região central do Brasil.
Joãozinho Grafista faz um balanço das projeções envolvendo as previsões de chuvas nas regiões produtoras de café do Brasil. A tendência é que as precipitações aconteçam a partir da segunda quinzena de setembro.
No Centro-Oeste e Sudeste o plantio começaria em outubro, mas com atenção para irregularidade na distribuição das chuvas
Terceiro trimestre já vem com chuvas pelo país, mas começam de forma irregular, diz meteorologista
Isso porque, com o fim da colheita do irrigado, o Brasil ficará com um vazio de ofertas pelos próximos dois meses. Vlamir Brandalizze projeta que a segunda quinzena do mês vigente será marcada pelo encarecimento do feijão nos supermercados.
Segundo meteorologista, precipitações mais substanciais só devem vir em outubro, o que pode atrasar as primeiras áreas liberadas para semear a soja
Conab prevê que o aumento na produção de carne bovina deve reduzir o preço ao consumidor final. Mesmo com uma queda de 11% na moagem da cana em julho, o acumulado da safra 24/25 apresenta uma alta de 8,71%. Criadores em Minas Gerais têm até a próxima quarta-feira para vacinar bezerras contra brucelose. Paraná estendeu o estado de emergência em 180 dias devido à gripe aviária. Agrotempo: final de semana terá mudanças no tempo.
Atuação de dois sistemas devem promover o rompimento do bloqueio atmosférico entre o final de julho e início de agosto
Uma altura de intensa movimentação política no mundo ocidental.
Falei sobre o atual produtor de Metal Gear que sente saudades do Kojima, os lançamentos dos jogos da semana do dia 30/06 (como Zenless Zone Zero), o aumento dos preços do Xbox Game Pass, e os jogos de Julho da PS Plus.#zenlesszonezero #xboxgamepass #brazil #brasil #remaster #remake #lancamentos #Nintendo #PlayStation #Xbox #Microsoft #jogos #games #gaming #jogandocasualmente ============================================== ⭐ Nos apoie financeiramente em https://apoia.se/jogandocasualmente ⭐ Quem nos apoia, recebe episódios bônus exclusivos e participa de sorteios de prêmios como vale-presente e jogos em várias plataformas (Steam, Nintendo Switch, Xbox, PlayStation, Android e iOS). Gosta do Jogando Casualmente? Então, colabore!
De l'agenda d'arquitectura per a aquest mes de juliol us seleccionem algunes de les cites que ens han semblat m
Apesar das escalas de abate robustas, as exportações e a melhora de competividade com outras proteínas podem reduzir pressão na arroba
Van ubicats en aquells espais on hi havia tanques provisionals a causa dels temporals.
L'agenda d'arquitectura per a la primera quinzena de juny del 2024
Na primeira quinzena de maio, os fatores climáticos estão refletindo nas cotações do farelo de soja, em um comparativo mensal, houve aumento de 9,7% na tonelada do insumo.
"A Savana e a Montanha" é uma longa metragem do português Paulo Carneiro em exibição na Quinzena dos cineastas, mostra paralela do Festival de cinema de Cannes. Trata-se de um western que retrata a luta da população de Covas do Barrroso, em Trás-os-Montes, nordeste de Portugal... contra o projecto da maior mina de exploração de lítio da Europa, denunciando as consequências para o meio ambiente e os habitantes. O cineasta Paulo Carneiro começa por se referir à sua presença neste prestigioso certame de cinema do sul da França, onde é candidato com "A savana e a montanha" à distinção "Oeil d'Or"."Para nós foi muito importante, porque este filme serve também, desde o início, é uma espécie de um contrato com as pessoas de Covas do Barroso. Era um bocado a ideia de amplificar a luta, aquilo que se está a passar ali na região, porque é algo que de uma grandeza muito, megalómana que nas cidades, mesmo em Portugal, ninguém quase tem ideia do que é. E estar aqui em Cannes acho que pode ajudar bastante ao filme, pode ajudar bastante à causa. Acho que o cinema não tem a capacidade de mudar nada, mas pelo menos que faça com que as pessoas possam discutir o assunto. E depois, quer dizer, as autoridades competentes lá, talvez de alguma maneira tenham a capacidade de reflectir sobre o que se está a passar e aquilo que querem impor a estas gentes, que é o que mostra o filme e que acho que é um bom microfone para isso."É uma matéria prima que serviu também para uma curta metragem portuguesa que está em exibição precisamente aqui na Quinzena dos Cineastas. Refiro-me à obra do Frederico Lobo "Quando a terra foge". Portanto, é possível vir a explorar-se o lítio em Trás-os -Montes, precisamente como dizia em Covas do Barroso, não muito longe da família do seu lado paterno.Você já tinha feito um filme sobre o seu avô, o "Bostofrio", não muito longe de lá. É um filme militante, pergunto eu? E porquê a opção por um western ?"Na verdade é curioso: eu soube do filme do Frederico quando houve a Selecção porque eu não sabia que o Frederico estava a fazer um filme ali, em Trás-os-Montes, a região do Barroso, que são dois concelhos, Boticas e Montalegre. Curiosamente, o Frederico filma em Montalegre e eu filmei em Boticas, o meu pai, é ali efectivamente de perto de Covas do Barroso, de Bostofrio, que fica a cinco quilómetros. Ou seja, é um sítio que eu já conhecia. Quando se começou a especular um bocado em relação a isto, eu ainda não estava tão informado. Tentei-me informar bastante antes mesmo de avançar para a região. Não para fazer um filme. Mas no início o objectivo era criar algum conteúdo para a internet para, de certa maneira, poder partilhar com outras pessoas, como tinha dito, anteriormente, na cidade. Parece-me importante que nós tenhamos a capacidade de nos rirmos de nós mesmos. Acho que o cinema é sério, é um trabalho sério, mas acho que é importante também não nos levarmos, por vezes tão a sério e conseguirmos rirmo-nos de nós mesmos. E foi daí que parte também a ideia do western. As próprias pessoas de Covas do Barroso encetaram esta coisa dos indígenas contra os cowboys, os cowboys contra os indígenas e de repente fizeram esse jogo. Começámos a escrever juntos e perceber de que forma é que as coisas no filme poderiam funcionar para caminhar para o lado do western, mantendo, ainda assim, uma sobriedade de um filme que, apesar de ser um filme militante, acho que continua a querer trabalhar muito. esta ideia do que para nós é o cinema. O gesto de cinema e a forma, e não relegando apenas para o canto do cinema militante, porque, parece-me a mim, muitas vezes, a ideia que surge com com o cinema militante é uma coisa muito de gueto, muito filmada, com uma forma que não interessa tanto e nós tentamos contrariar isso."Porém, as mensagens são muito claras: "A hora é de morrer ou de matar." "Agora é hora de lutar !" "A voz do povo". Como é que foi escolher as músicas? Como é que foi trabalhar com o Carlos Libo ?"Na verdade, sim. Eu não nego que seja um filme militante. Só não o empurro para o gueto porque acho que é um filme de cinema, no sentido da forma. Só apenas isso. O Carlos Libo foi uma descoberta no início, quando começámos a ir a Covas do Barroso, frequentemente íamos filmando os conteúdos, que é o que se diz de conteúdos, não é para as redes sociais ? Descobrimos o Carlos Libo e eu percebi que ele gostava muito de ler e gostava muito de Zé Mário Branco, do Zeca Afonso. E encontrávamo-nos lá na carrinha dele, das abelhas, os livros do [Miguel] Torga e comecei a perguntar... Depois vi que tinha uma guitarra e começámos a perceber que ele tocava e compunha umas coisas. E instigando-o a criar umas músicas, não pensando que fossem músicas para o filme. Porque são músicas que são filmadas e gravadas ainda antes da existência da próprio ideia de um filme. E depois quer dizer, tudo muito orgânico e com naturalidade. Queríamos criar e quisemos... Não sei se está criado, se não ? Mas quisemos criar este músico que fosse um músico de referência para a luta ali, na região do Barroso, contra a mineração. E que já se amplificou e que já as músicas dele são palavras tidas em conta quando há manifestações sobre sobre outras explorações noutras regiões do país."E como é que se articulou a constituição do elenco para este filme?"Na verdade, a constituição do elenco também foi com muita naturalidade. São as pessoas que estão mais engajadas na luta. Acabam por ser as pessoas que também acabam por se engajar mais no filme. A comprometer -se mais no sentido que para elas era importante a forma que o filme poderia potenciar ou mostrar aquilo que se estava a passar foi muito natural."E aquele debate entre: "Isto pode constituir oportunidades de emprego para uma terra que tantas necessidades tem." E, eventualmente, a destruição que isso implicará efectivamente para o património natural local, não é? Eu gostaria também que recuasse um bocadinho no tempo. Eu sei que há cerca de dez anos fazia uma curta metragem na Guiné-Bissau. "Água para Tabatô" e os problemas que ocorriam com uma embarcação. Como é que foi esse projecto que o levou à África Ocidental e à Guiné-Bissau?"Eu, na verdade, fui à Guiné-Bissau a trabalhar enquanto assistente de realização num outro filme. Esse filme a que que se está a referir é um filme com 40 e algo minutos e foi uma coisa que aconteceu efectivamente que eu vivi. Ou seja, não foi... também não foi muito planeado e acaba por ser um episódio que aconteceu, mas eu tenho em mim. Sim, isso acontece mesmo. E é o chamado cinema à "vérité", não é? E, na verdade. Quer dizer, depois isso foi durante a rodagem do outro filme em que eu estava a trabalhar como assistente. E depois quer dizer, as minhas ligações com África sempre foram muito próximas porque acabo por ficar com amigos. Alguns estão em Lisboa, outros ainda vivem na Guiné. Eu já fui à Guiné várias vezes e a outros países africanos, tudo um bocado também a trabalhar noutras áreas de cinema e quer dizer, festivais de cinema. Foi acontecendo."No "Bostofrio" já falava, então, da terra da sua costela paterna, não é? Em "Via Norte" você decidiu mesmo ir até à Suíça e falar, nomeadamente do apetite por muitos imigrantes portugueses, pelos automóveis e pelos bólides, não é? Agora, tem "A savana e a montanha". Tem, também, a sua própria produtora. Trabalha muito com o Uruguai. Sei que teve dificuldades para conseguir financiamentos e, uma vez mais, eles vêm também do Uruguai. Como é que isto se articula?"Na verdade o que acontece é que no cinema nós estamos todos muito... Trabalhamos muito com o coração. Não temos uma estratégia muito definida de como é que vamos... É um bocado e as pessoas querem estar perto umas das outras e as coisas vão surgindo. Eu conheço o Alex: o Alex Piperno, co-produtor, em 2019 quando mostro o Bostofrio no Festival do Uruguai. E depois encontrámo-nos novamente na Berlinale. Eu estava no "Talents", que é um programa de talentos do Festival de Berlim e o Alex estava a mostrar o seu primeiro filme no Festival de Berlim. Encontrámo-nos aí novamente. Começámos a discutir ideias de cinema durante a pandemia. Fomos falando sempre muito, muito, muito activa a discussão. E achámos que podia ser uma possibilidade. Os filmes que nos interessa são os mesmos. Ainda nos interessa mais a forma do que a história do que a narrativa. Queremos procurar novas maneiras, se quisermos, de fazer filmes. E abriu-se uma possibilidade: o Uruguai teve interesse. Acaba por financiar este filme. O filme teve financiamento da Câmara de Boticas e do Uruguai. Foi três vezes rejeitado no apoio à pós-produção. Nós não concorremos à produção, ao ICA (Instituto [português] do cinema e do audiovisual), porque, efectivamente, era um temática urgente e não dava para esperar. E foi começar a filmar e fomos fazendo o filme assim. Esta última vez que foi negado foi a mesma montagem que foi aqui aceite na Quinzena. Ficámos quase em último lugar no apoio à pós produção do ICA. Mas quer dizer: os filmes são o que são, têm a vida que têm. E não é por não termos um apoio do Instituto de Cinema que que iríamos desistir. Foi muito difícil, mesmo estar presente aqui em Cannes. Mas quer dizer, agora vamos para a frente e seguiremos com outros projectos, independentemente do que aconteça. Já temos financiamento também para o próximo filme, que temos apoio do Uruguai e aí temos o apoio do ICA, apesar de nos terem só financiado metade do montante a dividir com outro projecto. Mas, quer dizer, acho que o cinema deve ser pago e nós pagamos às pessoas, mas também não vai ser por não ter o apoio do ICA que não vamos fazer o filme."E há boas notícias, não é? O filme vai estrear em França, já é uma garantia, não é?"Sim, sim. Nós assinámos a distribuição comercial."Cannes está a dar já bons frutos !"Sim, sim, acho que sim.E acho que era isso que nós queríamos na verdade, poder mostrar o filme em mais sítios. E estamos muito contentes com isso, obviamente."Conhece bem esta região. Já houve um governo português que acabou por cair, o do governo socialista de António Costa, indirectamente por causa da exploração do lítio. Qual é o diagnóstico que faz de como estão os habitantes desta área actualmente em 2024? É de pessimismo ? Porque já vimos os pareceres da Agência Ambiental, contraditórios... E o projecto vai para a frente. Eles estão derrotistas ? Como é que eles se posicionam neste momento?"O que acontece é que quanto à queda do governo, o nosso filme já estava rodado. Já tínhamos até terminado a montagem. Ou seja, não houve essa intenção. O que eu verifiquei e acho que também é importante referir isso !O que eu verifiquei é que a nível municipal, tanto em Montalegre como em Covas, em Boticas, o que eu verifiquei e continuo a afirmar com muita força é que, de repente não há forças. Ou seja... nestas regiões, que são coisas muito concretas, em que a própria própria instituição "Câmara Municipal" está tão próxima das pessoas do género... o partido parece que fica mais esquecido. Ou seja, não é porque, sei lá ! É quase como dizer: pode ser oposição, sendo ou não sendo a oposição. O presidente da Câmara... neste momento, o lítio, a exploração do lítio, continua a ser uma prioridade para o novo governo AD. Mas o presidente da Câmara Municipal faz parte, tem a mesma cor e não é por isso que dá um passo atrás. Portanto, eu acho que isso é importante referir, até porque em Montalegre era o oposto e também não dá um passo atrás. E isso é importante. Nos municípios há muito esta política, muito de proximidade."Como é que as pessoas agora, neste momento, olham para o projecto da Savannah Resources, se ele vai mesmo acabar por avançar, se a serra vai continuar a ser destruída ?"O que o que acontece é que neste momento existem máquinas que estão no vale. Foram feitas prospecções. Não se iniciou a extracção. Há máquinas no vale e eles estão a fazer. As pessoas vão estar cá em Cannes... Mas há outras pessoas lá da aldeia que estão a fazer piquete. Há uma tabela com horários e as pessoas estão a fazer piquete para as máquinas não avançarem para cima dos baldios. Porque a empresa quer avançar e estão numa luta de que os terrenos que são da empresa e os terrenos que são parte do baldio. O baldio ainda é nacional, mas é gerido pelas pessoas dali que têm os seus direitos. E enquanto não houver uma espécie de uma nacionalização e... toda a gente vai lutar contra isso, obviamente. A luta agora faz-se no terreno. Então existem piquetes, há uma máquina. Às vezes estão a jogar às cartas com a própria pessoa que trabalha, que trabalharia nessa máquina... que não está a trabalhar. Porque quer dizer isto também há um filme que é isso. É um filme que trabalha nos cinzentos. Não é porque os trabalhadores que estão com a Savannah [Resources, empresa britânica encarregada da prospecção do lítio] também são povo. Também são de outras aldeias ali perto. Nós nunca vemos o Golias, não é? E essa é uma das grandes coisas do capitalismo."
"Quando a terra foge" é uma curta metragem do português Frederico Lobo, em cartaz na Quinzena dos cineastas, mostra paralela do Festival de cinema de Cannes. O projecto de exploração do lítio no norte de Portugal é o pretexto para este filme, com uma forte fibra social. O realizador começa por se referir às suas expectativas quanto à sua presença neste certame."Na verdade, acho que a expectativa acaba por ser uma coisa mais abrangente do que Cannes, porque é o primeiro momento em que o filme vai ser mostrado em público, não é ? Que vai haver uma projecção pública e em que o filme se vai confrontar, felizmente, numa sala de cinema com o público."Relativamente a Cannes, precisamente, não é qualquer patamar, não é qualquer festival ! Como é que você está a viver o facto de se inserir nesta mecânica de um dos maiores, porventura o mais prestigioso dos certames da sétima arte?"Na verdade, com alguma surpresa, expectativa: estou um bocado aberto ao que possa vir a acontecer.Claro que para quem filma este tipo de atenção momentânea por parte de um festival com esta dimensão, tem um valor que é a possibilidade que nos dá enquanto realizadores ou ajuda um bocadinho à possibilidade de continuarmos a filmar.Muito honestamente, para mim é o grande valor de estrear em Cannes. Obviamente que é o festival de referência que toda a gente sabe, não é?Mas eu acho que num meio que é muito difícil muitas vezes de conseguir as condições para filmar, isto acaba por acrescentar algum ponto à probabilidade de se fazer um próximo filme. Quanto a Cannes especificamente, vou com toda a curiosidade, não é?"E vai estar a privar, por exemplo, com Inês Lima, que também lá estará com "O jardim em movimento". Imagino que tenha tido o interesse por ver que mais filmes são ali projectados. Portanto, como é que está a lidar com isso? O que é que vai tentar ver? Em que é que vai apostar?"Eu acho que há algumas coisas que não vou conseguir ver e que gostava de ver, porque eu apenas vou conseguir ir nas datas da estreia do meu filme, que já é muito perto do final do festival. Então vou tentar basicamente ver aquilo que está programado para esses dias. Tenho alguma curiosidade, obviamente, com os filmes portugueses por... não é assim tão comum !"Por afinidade !?"Por afinidade ou por, de repente, um festival desta escala, ter uma presença portuguesa tão alta! Eu acho que é um sinal também de que, num meio tão pequeno como é o cinema em Portugal, conseguir produzir neste número de filmes que acabam por ser seleccionados, em Cannes em diferentes secções !E eu acho que acaba por trazer razão de alguma forma ou por dar um bocadinho de alento nesta luta permanente que existe também na procura dos financiamentos e nesta relação com o Instituto de Cinema Português, acaba por ter com o seu próprio cinema. E é óbvio que tenho muita curiosidade para ver os filmes portugueses e não vou ter a grande oportunidade de os ver todos, mas seguramente que depois terei mais possibilidade, espero que os filmes possam também circular depois do festival."No seu filme aborda-se a questão da exploração do lítio em Trás-os-Montes, que indirectamente já levou à queda do governo socialista português de António Costa, que é uma situação que também é retratada em "A Savana e a Montanha", um outro filme que está em projecção em Cannes. O que é que pretendeu com este filme que parece estar algo entre o documentário e a ficção, com uma certa dicotomia entre a maquinaria, por um lado, e o mundo rural, por outro, duas lógicas que estariam aí em oposição?"Sim, eu acho que, antes de mais, o filme acaba por ser realmente esse híbrido, se assim podemos chamar.Mas eu acho que é um filme que acaba por ter um pendor, apesar da matriz que se pode assumir como documental, tem um pendor de ficção bastante grande.Para mim, esta questão da mineração acaba por ser uma questão que não é uma questão isolada, que é uma coisa que ao longo dos séculos, principalmente, eu diria desde a Revolução Industrial, aumentou exponencialmente.Mas esta questão do progresso e da forma como se relaciona com os territórios e com as suas populações. É uma coisa que, por exemplo, na própria zona de Trás-os-Montes já teve um impacto muito grande, tanto com as minas de volfrâmio que existiam e que encerraram no seguir à II Guerra Mundial, se não me engano a década de 60.Este mega projecto de mineração que vai ocupar ou que pretende ocupar uma escala de território imensa relacionado com a escala, o território, a zona do Barroso é uma coisa que também já tem antecedentes.Com tanto questões extractivistas como esta do volfrâmio, de que estava a falar, como por exemplo, com a construção de barragens, construção de barragens que acabaram por submergir aldeias inteiras. Nesta questão da produção de energia e de manter um bocado a roda sempre a circular."Ou seja, é um bocado inevitável esta oposição entre o desejável desenvolvimento económico de regiões até bastante atrasadas em termos de acolhimento e depois o respeito do meio ambiente e o respeito também das pessoas localmente."Sim, eu acho que isso pode ser visto de alguma forma, de uma forma falaciosa. Se olharmos para o funcionamento daquilo que pode ser chamado a economia de mercado e que neste momento assume um pendor totalitário sobre as nossas vidas. Muitas vezes estas promessas de desenvolvimento económico não estão directamente ligadas a melhor condições de vida. Ou seja, eu não acho, por exemplo, que Trás os Montes seja uma região atrasada. Não considero isso. Por exemplo, no meu filme acabo por me remeter a coisas que considero mais ancestrais. Mas há todo um processo de ficção que cruza histórias e memórias com espaços a uma montagem ficcional que faço a partir dali.Mas eu de forma alguma sinto que seja uma região que esteja atrasada. Acho que é uma região que dá a possibilidade à criação de outros mundos que talvez possam não obedecer na sua totalidade ou ainda tenham alguma forma de lidar de forma com um bocadinho de mais margem... basicamente o capitalismo global. Mas não considero que sejam regiões atrasadas, mas..."Marcadas pelo êxodo rural, por uma grande hemorragia de recursos humanos para o litoral e para o estrangeiro."Claro, claro, Eu acho que isso também obedece realmente... bom, para já, uma história recente, não é? Não se pode esquecer uma ditadura que durou quase 50 anos e que depois foi substituída por uma febre talvez demasiado forte sobre esta ideia de progresso. Há outras formas que possam permitir às pessoas ficarem nos seus sítios e acho que é isso que se deve pensar. Pessoalmente, e acho que isto acaba por extrapolar o próprio filme, mas para mim é uma questão que está lá do início ao fim. Mas eu acho que muitas vezes esta imposição económica ou esta imposição numa perspectiva de progresso económico, acaba por ter um impacto que às vezes acaba por ser não tão recompensante para as pessoas que habitam ali e que já têm as suas vidas de alguma forma montadas. Obviamente, passa sempre por uma luta. É uma região que toda a sua geografia tem tanto de bonito como de invernos inóspitos, muito mais no passado e agora,obviamente, as condições de vida são outras, mas são populações que obviamente lidavam com quase uma questão metereológica, quase e de agressividade de território de meio que acaba por esculpir carácteres também, não é? Mas que obviamente acaba por também encontrar formas de resiliência e de resistência a essas questões. Por isso eu acho que esta questão desta extracção está planificada para ali. Ou seja, se o plano destes grandes grupos económicos vai realmente para a frente, eu, pessoalmente, não acredito que isso vá trazer as mais valias que compense nem a perda de qualidade de vida no território. E acho que às vezes estas coisas vêm tão atadas que o difícil é encontrar caminhos no meio. E acho que este filme é um bocado uma tentativa de encontrar um caminho aí no meio."Mas para se chegar a "Quando a terra foge", você tem já por detrás cerca de duas décadas de cinema. Então, passando muito rapidamente por alguns dos momentos que você já protagonizou entre "Bab Septa" em 2008. Já tinha havido antes o "Entre Tempos". Houve também a "Revolução Industrial", portanto colaborações com Pedro Pinho, com Pedro Hespanha, por exemplo. E "Entre tempos" era a decadência da Feira Popular de Lisboa. Aquele recinto um pouco ao deus dará. A "Revolução Industrial", a descida do vale do Rio Ave, que foi o coração fabril daquela área e, portanto, "Bab Septa" o drama dos imigrantes às portas de Ceuta, entre Tânger e Ceuta. Há assim, um fio condutor em relação aos temas os quais tenha apetite para ir fazendo o cinema que conhecemos da sua parte ?"De uma forma geral eu acho que sim, pelo menos. Se calhar sou a única pessoa que sente isso. Mas para mim, a linha entre estes filmes que possam ter formatos de produção, estéticas diferentes, formas de abordagem diferentes. Para mim há uma linha contínua que os atravessa a todos."É a fibra social ?"Eu acho que há uma relação social. Ao mesmo tempo acho que é muito uma questão como o ser humano vive o seu meio. E, obviamente, para mim, há uma questão que talvez possa ser considerada social, e um bocado mais genérica, que tem a ver com o que é que faz as pessoas mexerem-se, moverem-se com toda a legitimidade do mundo. Mas eu acho que há um funcionamento do mundo. Então, nos dias que correm, confesso que acho que essa turbulência ainda está mais acentuada!Ou seja, tanto a tragédia da imigração e as mortes no Mediterrâneo e no Atlântico não param, como o genocídio de Gaza. Acho que é uma questão super forte ! E acho que, de alguma forma, tento abordar coisas em que sinto que há realmente um desequilíbrio gigante entre as forças de alguma forma. E que tanto obrigam as pessoas a partir como as que ficam, mais tarde ou mais cedo podem-se sentir também atacadas, não sei. E acho que toda esta questão de relação com o espaço e dos filmes muitas vezes partirem do próprio espaço. Acho que isso acaba por ser um de alguma forma, uma marca, ou seja, não um espaço absolutamente real, mas sim um espaço geográfico específico, que pode ser tanto o móvel, como foi no caso do "Bab Septa" e na "Revolução Industrial". Como pode ser mais sedentário e fixo, como é o caso de Entre Tempos e de "Quando a terra foge" por mais? Para mim são criações imaginárias, mas "Quando a Terra foge", acaba por ser uma criação imaginária. Não é um mundo, ao contrário do "Revolução Industrial", em que é especificamente sobre um território que é o Vale do Ave. Aqui também há uma presença desse território que é assumido, mas ao mesmo tempo há um cruzamento de tempos que dá uma liberdade formal e acho que leva o filme para outros lados. Há um espaço e um tempo suspenso e eu acho que esta questão da relação com o espaço e com a forma como o espaço é ocupado é uma coisa que...e como lidamos com ele e como às vezes queremos ficar e temos que partir. E como às vezes queremos partir e nos obrigam a ultrapassar barreiras completamente absurdas. Pelos vistos já são 20 anos e com poucos filmes, não é? Trabalho como director de fotografia, trabalhei em mais filmes e trabalhei de outras formas."E é co-fundador de uma cooperativa de cinema que é a Rua Escura, no Porto."Exactamente. Mas, por exemplo, é engraçado. Porque esta questão do eu quando fiz o "Entre Tempos" foi num contexto muito específico. Foi os Ateliers Varans e era uma situação que parecia urgente, que era uma coisa que estava a acontecer no momento e que ia ter um tempo e uma urgência muito forte. O que acontece é que aquele território foi deixado ao deus dará durante 20 anos. E, honestamente, por uma questão de especulação imobiliária, neste preciso momento, eu passei lá, curiosamente, há cerca de um mês.Estão a ser construídos mais um quarteirão novo em Lisboa para uma classe social específica, claro. Já acho que tem a ver com a própria transformação das cidades e o modelo de transformação das cidades. Mas muitas vezes são coisas que se alargam muito no tempo por razões que ultrapassam o nosso próprio tempo. E a nossa própria perceção do mundo. Tem a ver com o funcionamento geral. Acho que estamos a fazer cinema e as ferramentas são as do cinema. O desejo é o do cinema. E por mais que o cinema talvez não tenha capacidade de transformação das coisas, pelo menos acho que pode acrescentar perspetivas sobre elas. E acho que é um bocado esse jogo meio misterioso que o cinema carrega, que também me faz mexer na vontade de fazer filmes."
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