Podcasts about normalmente

  • 1,316PODCASTS
  • 2,498EPISODES
  • 27mAVG DURATION
  • 5WEEKLY NEW EPISODES
  • Dec 18, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024

Categories



Best podcasts about normalmente

Show all podcasts related to normalmente

Latest podcast episodes about normalmente

La Libreta de Van Gaal
Saber y empatar 5x08: los mejores cedidos, con Borja Aranda

La Libreta de Van Gaal

Play Episode Listen Later Dec 18, 2025 105:53


Normalmente, una cesión es una forma de quitarse de encima un jugador al que no quieres. Para el jugador, en cambio, puede ser una liberación, el comienzo de una nueva oportunidad. Y para el equipo de destino, la única forma de disfrutar de determinados futbolistas. Para tratar este asunto de máxima importancia contamos con la visita de Borja Aranda. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Pergunta Simples
Que lições do palco ajudam a comunicar melhor no dia a dia? Diogo Infante

Pergunta Simples

Play Episode Listen Later Dec 17, 2025 51:11


Quando a comunicação deixa de ser talento e passa a ser trabalho Há pessoas que parecem ter nascido com presença. Quando falam, o silêncio organiza-se à volta delas. Quando entram numa sala, sentimos qualquer coisa mudar. A tentação é chamar a isso carisma. Ou talento. Ou dom. A conversa com Diogo Infante desmonta essa ideia logo à partida. Antes da presença houve timidez. Antes da voz segura houve dificuldade em falar. Antes do palco houve desajuste, deslocação, a sensação de não pertencer completamente ao sítio onde se estava. O teatro não surgiu como ambição, mas como solução. Uma forma de aprender a comunicar quando comunicar não era natural. Um lugar onde a palavra podia ser ensaiada, onde o corpo podia ganhar confiança, onde o erro não era um fim — era parte do processo. Talvez por isso a noção de presença apareça nesta conversa de forma tão concreta. Não como algo abstrato, mas como um estado físico e relacional. Presença é perceber se o outro está connosco. Presença é sentir quando uma frase chega — ou quando cai no vazio. E esse vazio, quando acontece, dói. Não por vaidade. Mas porque revela uma falha de ligação. Há um momento particularmente revelador: quando fala do silêncio do público. Não o silêncio atento, mas aquele silêncio inesperado, quando uma deixa cómica não provoca riso. “Aquilo dói na alma”, diz. E nessa frase está tudo o que importa saber sobre comunicação: falar é sempre um risco. O outro não é cenário. É parte ativa do que está a acontecer. A conversa avança e entra na exposição pública. Aqui, Diogo Infante faz uma distinção interessante: entre a pessoa privada e a figura pública. Não como máscara, mas como responsabilidade. Há um “chip” que se ativa — uma disciplina interna que permite aguentar expectativas, projeções, rótulos. A maturidade está em não confundir esse papel com a verdade interior. É uma ideia útil num tempo em que confundimos visibilidade com autenticidade. Falamos também de televisão, cinema, teatro. Dos ritmos diferentes. Das exigências técnicas. Mas a ideia central mantém-se: a verdade não depende do meio. Depende da intenção. Comunicar para milhões não dispensa rigor. Simplificar não é empobrecer. Outro ponto forte da conversa é a vulnerabilidade. Num espaço público cada vez mais dominado por certezas rápidas e discursos blindados, assumir fragilidade continua a ser um gesto arriscado. Mas aqui a vulnerabilidade surge como força tranquila. Como forma de aproximação. Como autoridade que não precisa de se impor. Quando a conversa entra no território da família, tudo ganha outra densidade. Dizer “amo-te”. Pedir desculpa. Estar disponível. A comunicação íntima aparece como o verdadeiro teste. Se falhamos aí, o resto é técnica. E só técnica não chega. No plano mais largo, surge a pergunta maior: para que serve a arte num tempo acelerado, ruidoso, polarizado? A resposta não vem em tom grandioso. Vem simples: para nos salvar. Não salvar o mundo. Salvar-nos a nós. Da pressa. Do cinismo. Da incapacidade de escutar. No fim, fica uma conclusão exigente: a presença não é talento — é trabalho. A comunicação não é performance — é relação. E a verdade, quando existe, dá sempre algum trabalho a dizer. Talvez seja por isso que esta conversa não é apenas sobre teatro. É sobre como falamos, como ouvimos e como estamos uns com os outros. E isso, hoje, é tudo menos simples. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. A sua exatidão pode variar. 0:00 Abertura do Episódio e a Angústia do Impostor Muitos de nós temos o síndroma de um impostor. Achamos sempre que que somos uma fraude, que na verdade, estamos só a replicar uma mentira. Não estamos a ser suficientemente verdadeiros ou estamos a repetir um padrão de comportamento que já fizemos. Achamos sempre que não estamos à altura do desafio. 0:15 É muito doloroso. É por isso que as pessoas acham que isso ser ator é. É maravilhoso, mas é um processo de grande angústia, angústia criativa, porque estamos perante a expetativa. Tu já estás a pensar aí, a peça do do clube dos poetas mortos, e eu e eu começo a pensar, AI, meu Deus, se aquilo for uma merda, o que é que eu faço, não é? 0:44 Pessoa 2 Ora, digam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje conversamos com alguém que encontrou no palco não apenas uma profissão, mas uma espécie de casa interior. Diogo Infante contou me que na infância começou pela timidez e pelo desajuste, por aquela sensação de ser observado, de ser o lisboeta gozado no Algarve, de não ter ainda um lugar onde a voz encaixasse e que foi o teatro que lhe deu essa linguagem, a presença e, nas palavras dele, uma forma de se adaptar ao mundo. 1:13 À medida que foi crescendo como artista, veio uma outra descoberta. É de que existe um chip, uma espécie de mecanismo, um parafuso que se ativa quando ele entra no modo figura pública. Um mecanismo de responsabilidade, de expectativa e, às vezes, de peso. 1:30 Mas o mais interessante veio quando falou do silêncio do público, do que acontece quando diz uma frase que ele sabe que devia provocar o riso. E ninguém reage. Esta frase diz tudo sobre a comunicação. O público não é cenário, é organismo vivo, é uma reação em tempo real, é a energia que mexe connosco. 1:48 E é essa conversão entre a técnica e a vida, palco, intimidade, presença e vulnerabilidade que atravessa a conversa de hoje. Falamos do medo de falhar, daquele perfeccionismo que vive colado na pele dos artistas e que o Diogo conhece tão bem. Falamos da comunicação dentro de casa, da importância de dizer. 2:06 Gosto de ti ao filho do valor de pedir desculpa do que se aprende ao representar os outros e do que se perde quando acreditamos demasiado na imagem que o público tem de nós. E falamos dessa ideia luminosa que ele repete com ternura. A arte no fim existe para nos salvar da dureza do mundo, da dureza dos outros e, às vezes, da dureza que guardamos para nós próprios. 2:28 Esta é, portanto, uma conversa sobre teatro, mas não só. É, sobretudo uma conversa sobre. Comunicação humana sobre como nos mostramos, como nos escondemos, como nos ouvimos e como nos reconstruímos. Se eu gostar desta conversa, partilhe, deixe o comentário e volte na próxima semana. 2:44 E agora, minhas senhoras e meus senhores. Diogo Infante, Diogo Infante, ponto. Não tem mais nada para dizer. UI é só isto, Diogo Infante. 2:56 Como a Timidez Moldou o Caminho para o Palco Diogo Infante, ator, encenador. Quando eu disse que que IA conversar contigo, que IA ter o privilégio de conversar contigo, uma minha amiga disse, Ah, diz lhe que eu gostei muito do do sirano de bergerak. E eu pensei, mas isso já passou algum tempo? Sim, sim, mas eu continuo. Adorei aquela peça, deixar a marca das pessoas. 3:13 É isso que tu fazes todos os dias. 3:15 Pessoa 1 É isso que eu tento, se consigo umas vezes mais, outras vezes menos, antes mais. Olá, como estás? Muito obrigado por este convite. Sim, eu, eu, eu tento comunicar. Se é esse o tema. Acho que percebi cedo que tinha dificuldade em comunicar. 3:35 Era muito tímido, tinha dificuldade em em em fazer me ouvir, tu sabes. 3:41 Pessoa 2 Que ninguém acredita nisso? 3:42 Pessoa 1 Mas é verdade, é verdade, é absolutamente verdade. 3:44 Pessoa 2 Como é que é isso? Como é que tu tens? Como é que tu tens? 3:47 Pessoa 1 Dificuldade porque era talvez filho único, porque fui muito cedo para o Algarve e era um meio que me era estranho com um. Um linguajar diferente e eu sentia me deslocado. Eu tinha para aí 11 anos e no início foi difícil e eles olhavam, achavam que eu era Beto e não era nada Beto. 4:03 E falava a lisboeta, e eles gozavam comigo e depois, à medida, fui crescendo. Foi uma adaptação e percebi que representar era algo natural em mim, porque era uma forma de me adaptar ao meio e de conseguir encontrar plataformas de comunicação. 4:20 E quando finalmente expressei que queria ser ator, a minha mãe sorriu porque pensou, estás lixado e pronto. E vim para o conservatório EE. Foi. Foi me natural representar, ou seja, esta ideia de eu assumir um Alter Ego que não sou eu é me fácil. 4:42 Às vezes é mais difícil ser eu própria. 4:45 Pessoa 2 Tu criaste uma capa no fundo que resolve o teu problema, que pelo menos que tu imaginavas como sendo 11 não comunicador, não era um mau comunicador, um não comunicador 11 alguém que tem timidez para para conseguir falar e então toca a pôr a capa de super herói e eu vou superar. 5:00 Todavia, quando eu vejo os teus trabalhos, a última coisa do mundo que o se me ocorre é que tu estás a fingir, porque é que ele tresanda à verdade? Bom, esse é o truque. 5:11 Pessoa 1 Não é? É acreditarmos tão tanto na mentira que ela se torna verdade. Estou a brincar, claro, mas hoje em dia acho que já ultrapassei a minha timidez, mas sempre que tenho que estar aqui, por exemplo, ou tenho que assumir uma persona pública, eu meto um chip. 5:27 É o Diogo Infante que está a falar, não é o Diogo, é o Diogo Infante, é a figura, é pessoa com responsabilidade, com uma carreira, diretor de um teatro que tem. Há uma expectativa, não é? 5:37 Pessoa 2 Isso pesa? 5:38 Pessoa 1 Claro que pesa, claro que pesa. Eu quero dizer a coisa certa. Quer? Quer corresponder às expectativas? Não quer desiludir? Quer que gostem de mim? Bem, isso parece uma terapia. 5:46 Pessoa 2 Estamos todos a fazer isso, não é um. 5:47 Pessoa 1 Bocadinho, acho que sim, então. 5:49 Pessoa 2 E quando é que tu és, Diogo? Só Diogo. 5:51 Pessoa 1 Bom, olha, quando acordo, quando lá ando lá por casa e digo umas asneiras. E quando me desanco com os cães e quando me desanco com o meu filho e não estou a brincar. Ou seja, eu acho que sou eu quando baixo A guarda, quando estou muito à vontade, quando estou rodeado de pessoas que me querem bem, os amigos, a família. 6:08 Não quero com isto dizer que eu seja uma construção. Eu digamos que tornei me uma versão mais polida de mim próprio, porque tenho que passar uma impressão. Tenho que comunicar EE quero controlar o veículo da comunicação. 6:23 Pessoa 2 E controlar a narrativa? Imagino que sim. 6:25 Desafios de Interpretar um Ícone e a Pressão Artística Estás agora, neste exato momento, disse me um passarinho azul a preparar uma peça cujo o título é. O clube dos poetas mortos, ou pelo menos é inspirado nos clubes dos poetas mortos. Não sei se é este o título, é mesmo esse o título? 6:38 Pessoa 1 É o título. 6:39 Pessoa 2 E tu és o professora. 6:40 Pessoa 1 Vou ser o professor ainda. 6:43 Pessoa 2 Há bilhetes para isso? 6:44 Pessoa 1 Sim, o espetáculo só vai estrear no final de abril. Portanto, mas está a voar. Os bilhetes estão a voar a. 6:50 Pessoa 2 Verdade. Como é que é isso? Como é que como é que tu fazes essa personagem mítica do. Do professor que inspira os seus alunos para sair da banalidade e que o sonho é, no fundo, infinito e que devemos conquistá lo? 7:03 Pessoa 1 Olha, eu eu sinto muita empatia por essa personagem, porque eu tento fazer isso na minha esfera de trabalho diária no seja no teatro, seja na televisão. Eu eu acho que é quase uma obrigação. E hoje em dia. Esta mensagem que o filme integra incorpora talvez faça mais sentido do que nunca, num momento em que estamos a assistir a comportamentos extremados na nossa sociedade, em que estamos a regredir relativamente a algumas conquistas EE direitos adquiridos e portanto, esta ideia de não sigas não sejas mais um não sigas, não sejas 11 Carneirinho no meio da manada. 7:43 Assume, te vive a tua verdade faz todo o sentido. E o personagem é tão inspiradora aqui, a dificuldade se quiseres é distanciar me da interpretação icónica do do do Kevin, não é Kevin, AI meu Deus, do Robin Williams, do Robin Williams, coitadinho. 8:00 EE encontrar a personagem em mim, portanto, tenho que fazer a minha própria versão. 8:04 Pessoa 2 Como é que isso se faz? Tu reescreves o texto que te pegas no texto? 8:07 Pessoa 1 Não, não, não. 8:08 Pessoa 2 Não, o texto é aquele. 8:09 Pessoa 1 Não o texto Oo filme faz 30 anos. EOO, argumentista para celebrar os 30 anos, fez uma versão para teatro. Normalmente há peças de teatro que dão filmes. Aqui foi ao contrário, ele próprio escreveu o guião, neste caso, a peça para teatro e Ela Foi feita nos Estados Unidos, em Washington, já foi feita em Paris e Lisboa. 8:30 Vai ser o terceiro país onde ela vai ser interpretada e já teve, já fizemos audições, já temos um elenco de miúdos fantástico e o espetáculo está em preparação e nem sequer estamos em ensaios. Mas a verdade é que já está a gerar imensa expetativa e imensa procura. 8:44 Pessoa 2 Como é que se prepara o que é que até porque tu tens que tocar estes instrumentos todos, não é? Quer dizer, tens, tens que tocar OOO instrumento de de encenador Oo de fazer o casting. Imagino que tenhas também esse tenhas aí uma mão nisso de de ator EE tu dizes me, que já está em preparação, mas ainda não começaram os ensaios. 9:02 Pessoa 1 Os ensaios ainda não começaram, é só só estreia em em abril do ano que vem e. 9:05 Pessoa 2 Começa se a ensaiar quando? 9:06 Pessoa 1 2 meses antes? Neste momento, o que está em preparação foi as audições, foi feito um cartaz, entretanto, já tivemos reuniões com o cenógrafo, com o figurinista, com está se a preparar toda a logística para depois o espetáculo seja montado no fundo é juntar as peças. 9:22 A parte dos ensaios propriamente dita acaba por ser mais divertido para os atores. Mas eu não vou encenar o espetáculo, vou apenas representar, quem vai encenar é o Elder Gamboa. Antes disso, vou eu encenar um espetáculo que começo os ensaios para a semana que é a gaivota do shakhov. 9:37 Que vamos estrear, entretanto, No No Trindade. Com quem? Com o Alexandre lencastre a fazer AA arcadina. Porque está de volta. Está de volta, claro. O teatro, sim, sim. 9:45 Pessoa 2 Bem, isso é 111 grande, uma grande sorte. 9:49 Pessoa 1 Sobretudo depois dela, há 30 anos atrás, ter feito a Nina, que é outro personagem icónico da gaivota, bastante mais novo, a jovem atriz. E ela agora vai fazer a Diva do teatro a arcadina num numa interpretação que eu tenho a certeza que vai ser memorável. 10:03 Pessoa 2 Como é que se encena uma Diva? Como é que se ajudam? 10:05 Pessoa 1 Com muito amor, com muito amor. Não se ensina nada, não é porque ela sabe tudo. Mas é no fundo, instigando, instigando confiança, apoio, dando ânimo. Porque os atores, seja Alexandre ou outro, qualquer grande ator tem muitas dúvidas, tem muitas angústias. 10:24 Pessoa 2 Precisa de mimo? 10:25 Pessoa 1 Sim, muito, até porque nós somos assaltados por. Muitos de nós temos o síndroma de um impetor. Achamos sempre que que somos uma fraude, que na verdade estamos só a replicar uma mentira, não estamos a ser suficientemente verdadeiros ou estamos a repetir um padrão de comportamento que já fizemos. 10:42 Achamos sempre que não estamos à altura do desafio. Eu trabalhei com o Eunice Muñoz e ela também tinha dúvidas, ela também se questionava e, portanto, todos nós passamos por esse processo. Mas isso é doloroso ou não é muito doloroso? É por isso que as pessoas acham que isso ser ator é. É maravilhoso, mas é um processo de grande angústia, angústia criativa, porque estamos perante a expectativa. 11:03 Tu já estás a pensar aí, a peça do do clube dos poetas mortos já está cá em cima. E eu começo a pensar, AI, meu Deus, se aquilo for uma merda, o que é que eu faço? 11:09 Pessoa 2 Não é, mas, mas, mas, mas é legítimo, não é? Quer dizer, repara, eu vi o filme, adorei o filme, claro, eu vejo te a ti. Eu gosto muito do teu trabalho. Juntar estas 2 coisas. Eu digo, não, não pode falhar. 11:19 Pessoa 1 É evidente que não é inocente AA junção desses fatores, mas isso não alivia a responsabilidade que eu sinto nos ombros, eu? E Alexandra e outros atores que têm sentem esse peso. 11:29 Pessoa 2 Mas tu, quando as pessoas entram no teatro, tu já estás ali a ganhar 10 zero. Quer dizer isto, isto não, não é um processo. Virgem eu, não, eu, eu, eu, eu, eu já, eu sentei, me na minha, no meu lugar do teatro, com essa expectativa, mas. Mas. Mas também tem um lado bom que, é claro, tens créditos, claro. 11:47 Pessoa 1 Obviamente, e. E estes anos todos de trabalho e de reconhecimento, dão nos essa, esse crédito e essa confiança. O público compra muitas vezes o bilhete sem saber o que vai. Confia nas nossas escolhas. EE, essa pressão é boa. E repare, eu muitas vezes comparo nos a atletas de alta competição. 12:04 Nós temos que ter aquela performance naquele momento, naquele segundo. É agora que toca, dá o gong e vai. EEE tens que o que é que? 12:13 Pessoa 2 Se sente nesse nesse momento? 12:14 Pessoa 1 Um choque de adrenalina brutal é das coisas que mais nos faz sentir vivos, o momento, a responsabilidade. Mas também bebemos dessa adrenalina e alimentamo nos para poder encarar um espetáculo com 2 horas e chegar ao fim com uma energia vital brutal e o público sair de lá arrebatado preferencialmente. 12:32 Pessoa 2 E não se cansasse no fim. 12:34 Pessoa 1 Passado 1 hora, quando aquilo começa a baixar e chegas a casa. E Tomas um copo de vinho e olhas assim para a televisão e aí dá a quebra. 12:41 Pessoa 2 E que e dói te músculos, dói ou não? 12:43 Pessoa 1 Não, às vezes dói mais a alma, Oo músculo da. 12:46 Pessoa 2 Calma, porquê? 12:47 Pessoa 1 Porque falhaste naquela frase? Porque hesitaste a respiração? Porque não deste a deixa se calhar no timing certo? Nós somos muito críticos. Eu acho que todas as pessoas que têm uma responsabilidade pública, não é? 12:59 A Dinâmica com o Público e Diferenças de Meio Se tu fizeres uma apresentação e te enganares, vais. 13:01 Pessoa 2 É uma, é uma. 13:02 Pessoa 1 Dor é uma dor, sim. Lá está é a mesma coisa. É uma. 13:04 Pessoa 2 Dor, mas é tu és muito perfeccionista na. 13:06 Pessoa 1 Muito, muito, muito. É por isso que eu trabalho com muita antecedência. Sou muito chato. Quero o quero garantir que tudo está preparado para quando o momento, se der, não há. Não há falhas, EEEE. 13:17 Pessoa 2 E esse diálogo com o público, porque tu estás em cima de um palco, mas tu estás a respirar com o mesmo público. Como é que é? Como é que é essa comunicação? Porque ela não flui só. Do palco para o lado de cá, não é? Quer dizer. Para o outro lado também também a maneira como nós nos rimos, como como aplaudimos, como nos distraímos, sim. 13:36 Pessoa 1 Sim, tudo interfere. E é por isso que nós dizemos, cada cada dia é um dia diferente. Cada espetáculo é diferente conforme o público. O público muda e é o público. Esse coletivo, naquele dia, forma uma espécie de um organismo. Como pulsar próprio com uma respiração própria, umas vezes são mais agitados, outras vezes são mais calmos, umas vezes são mais reativos, outras vezes são mais introspectivos e eles emanam uma energia e nós estando no palco, sentimo la mas mas física é palpável, é algo que dizemos bem, isto hoje UI não estão a sentir e às vezes é uma carga. 14:09 Pessoa 2 Mas isso é uma angústia, essa que deve ser uma angústia. 14:11 Pessoa 1 Sim, às vezes é boa, às vezes é. É uma expectativa. 14:14 Pessoa 2 Boa agora é que vai ser agora é que eu vos vou mostrar. 14:17 Pessoa 1 Que nós começamos logo por sentir Oo bruá na sala antes do espetáculo começar. A Carmen de Loures dizia me, quando eles falam muito é porque vêm para gostar. Se um público estiver muito calado, muito silencioso. UI. Isto hoje eles vêm para para cortar na casa. 14:31 Pessoa 2 Hoje vai ser difícil, hoje é o tipo júri do do festival da canção e, portanto, tem que ser. 14:34 Pessoa 1 Conquistado profissional está muito habituado. EEE apropria. Se EE absorve essas energias e transforma as sejam elas boas ou más. Agora nós não somos indiferentes a elas e às vezes isso contamina. Eu já parei um espetáculo mais do que uma vez para pedir às pessoas. 14:50 Se acalmarem, ou para deixarem de olhar para o telemóvel ou ou para deixarem de escrever já. 14:55 Pessoa 2 Isso é uma falta de respeito também, não é bom. 14:56 Pessoa 1 Infelizmente, é um prato desde que há 20 anos, apareceram os telemóveis e agora com os com os smartphones, para além dos toques, as luzes, as pessoas escrevem. 15:05 Pessoa 2 Tu vês na cara das pessoas? 15:06 Pessoa 1 Claro, no meio de uma plateia, às escutas acendes, um telemóvel é um é um. É um clarão não só incomodativo para nós, mas como também é incomodativo para todos os outros que estão à volta, não é? É evidente que há toda uma lógica. Nós anunciamos no anúncio de sala, pedimos encarecidamente, explicamos os anúncios, até que testa um bocadinho cada maiores e mas invariavelmente acontece. 15:26 Mas é uma, vai se ir tocando? É um, é um processo. 15:29 Pessoa 2 Olha, fazer isto no teatro. Tu tens pessoas à tua frente e, portanto, tu consegues. Ouvi Los. Tu consegues interagir com eles. Tu sabes seguramente. Táticas e técnicas para ora para desposterizar, ora para aumentar o interesse, enfim, ora para os acalmar. 15:47 Se aquilo estiver muito, muito complicado. A tua outra experiência é das telenovelas, onde tu também apareces muito apareces, como como como um das personagens principais. Aí não há público e aquilo é suspeito. 16:04 Uma carga de trabalhos muito grande, uma carga de trabalho muito grande para para fazer cena, pôr cena, para a cena, pôr cena, pôr cena. Como? Como é que é essa experiência aí? Bom, é menos criativa. 16:14 Pessoa 1 São técnicas diferentes, ou seja, na essência, tudo é representar, não é? Quando estamos num palco, é evidente, tu tens essa consciência que estás perante uma plateia? EE, há uma relação viva, dinâmica, EEE, que tu, da qual tu tens a responsabilidade de tentar controlar. 16:31 Em televisão ou em cinema, é diferente, porque o há o corte, há, há o take, podes repetir, podes fazer um pick up. EE no fundo, o que é que é um picape? O picape é. Se estás a fazer uma cena e há um engano, vamos pegar ali. EE vais e. 16:45 Pessoa 2 Depois dá para montar. 16:45 Pessoa 1 Sim, porque depois as templeiras de corte e, portanto, podemos ir salvar a cena com pick up. Normalmente o que se diz é tens que olhar a pensar na Câmara como o público. Eles estão a ver te a através da lente, mas tu? 17:00 Pessoa 2 Relacionas te com a lente com a Câmara, não. 17:01 Pessoa 1 Diretamente. Mas tu sabes que ela está ali. Eu também. Eu também não olho para o público quando estou no palco ou tento. Mas eu sei que eles estão lá, portanto, essa consciência permanente que está ali, um interlocutor que está, mas. 17:13 Pessoa 2 Não é frio, lá está a Câmara, é uma coisa fria. 17:15 Pessoa 1 É, é, mas ao mesmo tempo bom, há os camerman. Há toda uma equipa que está ali a acompanhar te e tu imaginas sempre que há uma grande intimidade, porque efetivamente a Câmara permite essa proximidade. E, portanto, tu adequas Oo teu registo, quer de voz, quer até de expressão, a um plano que é necessariamente mais próximo. 17:35 No teatro, tens aquela amplitude toda e, portanto, tens. Sabes que tens que projetar a voz? O gesto tem que ser mais amplo. A energia com que pões nas frases tem que chegar à à velhinha que é surda, que está na última fila, na. 17:46 Pessoa 2 Televisão? Não. Na televisão, não muito. 17:48 Pessoa 1 Ampliada na televisão, tu trabalhas para um plano médio apertado e, portanto, tens é que ser mais subtil, tens que conter mais em em termos de traços gerais, é isto. 17:55 Pessoa 2 Porque senão se tu fizeres, fores mais histriónico ou falares mais alto do que ficas. 17:58 Pessoa 1 Esquisito não é? Fica muito, super expressivo. EE fica, lá está. Fica muito teatral. Não é do mau sentido. 18:04 Pessoa 2 E o que é EEE? É as telenovelas, tanto quanto eu consigo perceber elas. Estão a ser escritas ao mesmo tempo que vocês estão a representar? Não necessariamente. Não necessariamente pode. Portanto, podes ser o guião. 18:12 Pessoa 1 Todo sim, há. Sim, há guiões que já estão acabados e, portanto, às às vezes são adaptações de outros formatos que se importam, outras vezes são abertas, ou seja, estão a ser escritas à medida que estão a ser feitas, às vezes com uma frente de 101520 episódios e, portanto, tu próprio não sabes para onde é que aquilo vai. 18:28 Ritmo Intenso das Novelas e a Eternidade de Shakespeare E conforme e se estiver no ar, então. Pode haver até 111 dinâmica com o público. O público está a gostar muito daquele casal. Lá está a gostar muito daquele conflito e isso é explorado. 18:38 Pessoa 2 Vamos pôr mais fermento aqui, vamos pôr, criar mais cenas depois. 18:41 Pessoa 1 Varia, varia. 18:42 Pessoa 2 Estás a gravar o quê agora? 18:43 Pessoa 1 Neste momento, estou AA gravar uma novela na TVI que se chama amor à prova e é um lá está é uma adaptação de um formato chileno ou venezuelano, portanto, adaptado à realidade portuguesa. 19:00 É, é mais pequena do que habitualmente. Tem apenas 100 episódios, apenas 100 apenas. Mas efetivamente tem uma carga de gravação muito intensa. Nós chegamos, eu gravo tranquilamente 12 cenas de só da parte da manhã. 19:13 Pessoa 2 12 cenas só. 19:14 Pessoa 1 Em 3. 19:14 Pessoa 2 Horas e 1 e 1 cena normalmente demora quê 2 minutos? 19:17 Pessoa 1 5 minutos. A cena pode ter 223 páginas, portanto estamos a falar de 234 minutos. Mas multiplicas isto por 10. Estás a ver, não? 19:25 Pessoa 2 É só para decorar o texto, como é que? 19:26 Pessoa 1 Sim. 19:27 Pessoa 2 Como é que eu? 19:27 Pessoa 1 Eu decoro na hora. 19:29 Pessoa 2 Na hora, como é que? 19:30 Pessoa 1 Isso se faz? 19:31 Pessoa 2 Espera lá. Isto aqui vai ser uma ótima explicação para os alunos do secundário, que é. Como é que se decora na hora, é? 19:36 Pessoa 1 Diferente é uma coisa, é decorares 11 conteúdos em que tens que dominar a matéria e saber do que é que estás a falar ali. O que eu faço é, eu leio a cena na véspera para perceber o que é que se passa e quando chego lá, passo com o colega, Bora lá e em vez de decorar as palavras, eu decoro as ideias. 19:51 Pessoa 2 O sentido, o sentido. 19:53 Pessoa 1 Que é, se eu souber o que estou a dizer, é mais fácil replicar, e mesmo que eu não diga aquela palavra, digo outra, parecida. E a coisa dá se. 20:00 Pessoa 2 E os realizadores não são muito aborrecidos, não querem, não é? 20:03 Pessoa 1 Shakespeare não é, não é, não é propriamente mulher. Portanto, o que interessa aqui é. Lá está a semelhança, a verdade, a fluidez e a sinceridade. EE se ficares muito agarrada à palavra, porque aquela que. 20:15 Pessoa 2 Pronto, vai soar a falso, vai soar péssima. Olha o que é que Shakespeare tem de interessante e de extraordinária para continuarmos todos AA ver e a e a gostar daquilo que os atores a fazerem. 20:25 Pessoa 1 Ele é um génio. Ele conseguiu captar na sua obra de 30 e tal peças mais não sei quantos contos, mais poemas mais. Eu diria que o essencial da natureza humana. Considerando que ele escreveu no século 15, é incrível pensar que ele tem esta esta capacidade de de de nos identificar e perpetuar. 20:51 E eu acho que estão estão está lá tudo. A Shakespeare ensina a ser, ensina a humanidade, mas. 20:58 Pessoa 2 Aquilo que é extraordinário é que depois aquele texto parece muito simples, bom, muito, muito simples, no sentido em que eu entendo aquilo. O que é que ele está a? 21:06 Pessoa 1 Dizer isso é um trabalho difícil, difícil. 21:09 Pessoa 2 Fazer o mais fácil ou mais? 21:10 Pessoa 1 Difícil? Exatamente no original. Em em inglês, o texto é inverso e, portanto, e usa uma série de terminologia que já está em desuso. Portanto, os próprios ingleses têm dificuldade muitas vezes. Em acompanhar aquilo que é dito, eles percebem o sentido mais do que todas as palavras. 21:29 Pessoa 2 E como é que tu fazes para para? 21:30 Pessoa 1 Para quando é pensar nisso, o que acontece é, há várias abordagens à tradução. Há uns que são mais académicos e que tentam ser fiéis ao verso EEE, à estrutura EEE. As traduções ficam muito pouco dizíveis. E depois há alguns tradutores, felizmente, que se. 21:49 Traduzem em prosa, portanto, EE tentam é captar AA ideia e menos AO verso, e então torna se mais fluido em português. Na tradução tu podes simplificar para facilitar o entendimento. 22:00 Pessoa 2 Fica lá a poesia no fundo, sempre sem, sem aparecer necessariamente inverso. 22:04 Pessoa 1 Sempre que é necessário, até se pode ir ir buscar um verso ou outro. Mas a prosa é poética também. EEEA essência do texto não se perde. 22:13 O Que Distingue a Presença e o Talento Bruto Olha o que é. 22:13 Pessoa 2 Que distingue? A presença, aquilo que nós sentimos como uma presença ali de uma mera performance. Há bocadinho que estavas a falar aqui do do síndrome do impostor. Que que que é essa nossa relação com a verdade? De de, do, do que é, da da, de quem está a fingir ou de quem está a interpretar uma verdade, apesar de estar a ser teatralizada? 22:33 Como é que se treina, no fundo, uma voz para dizer a verdade? 22:37 Pessoa 1 Não sei, sinceramente, não sei. Ainda me debato com isso. Não tanto no meu próprio processo, mas, sobretudo quando estou a dirigir atores e quando estou a tentar explicar como é que se consegue chegar lá. O que tenha testemunhado ao longo dos anos é que há pessoas que entram num palco sem abrir a boca e algo acontece. 22:56 Elas transportam uma energia. 11, confiança. 11. Aura. 23:01 Pessoa 2 O que é que é isso? Algo acontece? 23:05 Pessoa 1 Chama a tua atenção. Tu queres olhar para aquela pessoa? Tu precisas de olhar para aquela pessoa. E ela ainda não abriu sequer a boca. E isso é muito claro. Por exemplo, quando estou a fazer audições, estou a fazer audições em teatro, tens 20 atores a fazer o mesmo texto e há um ou 2 de repente. 23:20 Pessoa 2 Brilha. 23:20 Pessoa 1 Brilha. Às vezes é. É a maneira como se proporiam do texto, como o tornam seu, como conseguem escavar uma leitura muito original. Outras vezes é meramente 11 atitude, uma postura. 23:35 E isto não se codifica porque é é muito difícil de EE, nem sempre acontece, ou seja, o mesmo ator. Noutro contexto, se calhar pode não ter o mesmo efeito ou com as mesmas pessoas, mas as pessoas que normalmente são brilhantes. 23:51 Olha, há pouco falávamos da Alexandra. A Alexandra é uma atriz para quem a conhece bem, muito insegura, com muitos anseios, muitos temores. Mas lembro me quando fizemos o quem tem medo de Virgínia woolf? Também no teatro da Trindade. Há 8 anos atrás, quando era hora de entrar, nós entrávamos os 2 em cena na nossa casa. 24:13 Fora de cena, Alexandre estava a dizer, não quero, não quero, não quero, tenho medo, tenho medo, tenho medo de ir assim, Ah, não quero depois entrava e mal ela entrava, explodia algo acontecia, era incrível, ela mudava, ela mudava assim de um do dia para a noite. EE aquilo que era um temor, ela transformava numa arma. 24:30 Pessoa 2 Transformar uma fragilidade numa força. 24:32 Pessoa 1 Sim, claro, Oo meu medo? Há há pessoas que com o medo, atacam, não é? E portanto, é. Eu acho que é isso que ela fazia e que ela faz, que é quando tem temor, ela vai para cima de um palco e seduz. EE abraça, nos abraça, nos com o público. 24:46 Pessoa 2 Arrebata nos no fundo, arrebata nos e leva nos quando ela quiserem. 24:49 Pessoa 1 E algo não, não se explica. Tu podes tentar dizer e um ator vê lá, se consegues fazer isto. Mas isto às vezes é inato. 24:56 Pessoa 2 É, não dá para treinar. 24:57 Pessoa 1 É uma natureza? Não. O que dá para treinar é todo o lado técnico. É a postura, é a maneira como lanças, a voz, a maneira como. Como tu atacas uma cena, a energia que colocas, a vitalidade, e isso trabalha se agora, depois de fatores que nos escapam, muitas vezes é, é o subtexto, não é, é aquilo que não é dito, é, é, é uma essência, é uma natureza. 25:16 Porque é que numa multidão nós passamos por 50 pessoas e há uma a quem, onde, onde o nosso olhar pára e não é necessariamente porque é mais bonito, é qualquer coisa que nos faz olhar para aquela. 25:27 Pessoa 2 Pessoa é um fator x, é um carisma. 25:28 Pessoa 1 Sim, claro, claro. Qualquer coisa que impacta a toca comove. 25:35 Pessoa 2 E nós conseguimos correlacionarmos logo com essa pessoa, apesar de não a conhecermos, apesar. 25:38 Pessoa 1 Eu diria que sim. Eu, eu sou. Eu adoro talento. Sou muito sensível ao. 25:44 Pessoa 2 Talento, não é? 25:45 Pessoa 1 Certo, mas digamos que eu estou treinado por via da da minha profissão para ver talento. E quando eu vejo o talento no seu estado bruto, como um Diamante é, é normalmente é muito comovente. Porque tu vês todo o potencial e a pessoa às vezes só está só, só é e tu dizes me meu Deus, como é que esta pessoa às vezes eu vejo jovens atores acabaram de sair do conservatório, pisa, vão para cima de um palco, uma maturidade, uma energia, uma luz e eu disse, como é que se ensina isto? 26:18 Onde é que tu estás, onde é que tu aprendeste isto e não se aprendeu? Eles trazem com eles, trazem da vida, trazem de outra, não sei de. 26:24 Pessoa 2 Outras vidas há bocadinho falavas da Eunice. Ou ou o Rui de Carvalho, por exemplo. Oo que é que o que é que estes 2 atores que juntam longevidade EE lá está e essas coisas todas, o que é que eles têm de verdadeiramente especial? 26:39 Pessoa 1 Ah, olha, eu, Rui, conheço menos. Bem, eu trabalhei muito com a Eunice e com a Carmen de Loures. O que o que eu sinto é é uma entrega total AAA, uma arte que amam eles amam aquilo que fazem. 26:56 E há um sentido de ética e de paixão, de rigor e profissionalismo, tudo isso. Mas depois há algo que é transcendente, que é é a maneira como como estão Oo Rui conta se que no início da sua carreira sofreu muito nas mãos do ribeirinho que o maltratava e que o dirigiu e o isso. 27:16 E o Rui é um ator que se foi construindo, foi foi dominando 11 técnica e uma. E uma presença invulgar por causa da escultura sim, a inicia Carmen. A história é diferente. A Carmen era uma mulher de uma beleza plácida, começou por fazer cinema, a Eunice mal apareceu com miúda 18 anos, era logo um furacão toda a gente não falava de outra coisa no conservatório, ela já era a melhor aluna nota 19 aos 12 anos, quando estreou No No teatro nacional, dona Maria segunda, perceberam logo que ela era um bicho de palco. 27:51 Pessoa 2 Saiam da frente. 27:51 Pessoa 1 E saiam da frente. E pronto, EE foi assim até à sua morte, aos 94. 27:55 Pessoa 2 Anos e há agora novas das destas novas geração? Já há, há há atrizes e atores que tenham também. 28:01 Pessoa 1 Isso assim, há gente muito boa, há gente muito boa. 28:03 Pessoa 2 O que é que tu fazes com essas? 28:04 Pessoa 1 Epifanias para ti, guardo as registo verbalizo. 28:10 Pessoa 2 És mais exigente com eles? 28:11 Pessoa 1 Não, não, não. Eu tento é aprender. Aprender, sim. Ou seja, porque eles têm uma frescura e têm um olhar tão novo perante situações que, para mim, já são recorrentes. E eu penso. Como é que eu nunca vi isto antes? Como é que eu nunca olhei para isto desta maneira? 28:25 Pessoa 2 Eles trazem uma frescura do ponto de vista, sim. 28:27 Pessoa 1 E. 28:28 Pessoa 2 Isso também e isso ensina te. 28:29 Pessoa 1 Há uma audácia, não tem Nada a Perder. Arriscam sem medo. E isso aprende se claro que sim. 28:35 Pessoa 2 Isso é absolutamente EE pode se estimular ou, pelo contrário, esvaziar. 28:39 Pessoa 1 Bom, sim, tu podes fazer todo um trabalho psicológico, pois que os demova. Espero bem que não. Isso seria de uma enorme crueldade. O que eu tento fazer é fomentar, alimentar, beber e estimular EE, aprender. 28:52 Pessoa 2 Olha, estamos no momento das redes sociais, onde? Temos coisas muito interessantes, como a propagação da mensagem, como a proximidade. Imagino que até para a promoção do teu trabalho as coisas sejam mais fáceis. Mas, por outro lado, temos tudo, todo o lixo que vem por aí, não é o ruído, a toxicidade, a pressão para se ter uma opinião, sobretudo, e sou contrário anão aceitação da opinião do outro. 29:17 Navegar o Digital e Lições da Comunicação Familiar Como é que? Como é que tu vais gerindo isto? 29:20 Pessoa 1 Tento gerir com alguma prudência, alguma parcimónia. Tento não, não. Não viver totalmente dependente destas plataformas e desta esta necessidade de extravasar opiniões a torto e direito ou até dispor uma intimidade. 29:36 Eu sempre fui recatado e, portanto, sou muito criterioso naquilo. 29:40 Pessoa 2 Que como é que te protege, lá está? 29:42 Pessoa 1 Com critério, com selecionando bem aquilo que me interessa partilhar e faço com parcimónia. É sobretudo isto. É sobretudo um instrumento de trabalho. De há uns anos para cá, eu sinto que tornei me mais. 29:58 Não diria acessível, mas tive mais vontade de partilhar alguns aspetos da minha vida. 30:04 Pessoa 2 O que é que mudou quando foste pai? Sim, isso foi muito público. Adotaste uma criança, agora um homem. 30:11 Pessoa 1 Desde que fui pai Oo meu olhar mudou necessariamente EEE. Portanto, as escolhas. Todas as escolhas que fiz. Pensava sempre também nele e naquilo que eu acho que poderia ser bom para ele. Mas, portanto, tento não não ficar escravo nem nem nem pôr me a jeito para me magoar, fruto de qualquer reação da bisbilhotice, da bisbilhotice ou dos comentários ou do que for AA verdade é que tenho tido sorte. 30:40 Bom, eu também não ando sempre AA ver tudo o que escrevem, mas normalmente tenho reações muito positivas e. Muito agradáveis àquilo que publico, seja pessoal ou profissional, mas tento não levar nada disto muito a Sério porque acho perverso. 30:57 Pessoa 2 Olha, eu não quero entrar muito na tua intimidade, mas tenho uma curiosidade só na tua relação com o teu filho. Como é que são os diálogos? Porque isso interessa me tu, tu que és 11 cativador de de jovens talentos no mundo. Quando ele apareceu na tua vida, como é que foi? 31:13 O que é que, o que é que, como é que, como é que é esse, como é que é esse diálogo? Com, com, com uma, com uma pessoa que já que tem capacidade de pensar e de dizer e de desafiar. 31:25 Pessoa 1 Olha, eu basicamente repliquei o modelo de educação e que tive na minha vida e que implicava essencialmente 2 coisas, uma muito amor, muito amor. Todos os dias, agora menos, mas todos os dias lhe dizia que o amava e todos os dias falamos ao telefone. 31:46 Quando não estamos fisicamente perto, falamos, falamos várias vezes ao dia e a segunda coisa é precisamente isso, é a comunicação, é proximidade, é para o bem, para o mal. Eu disse, lhe tu podes me podes me contar tudo, podes falar comigo de tudo e, portanto, eu também promovo isso que é, falo com ele, se mesmo que se estou chateado, se discordo, promovo um diálogo, vamos tentar perceber porque é que o que é que está mal ou o que é que está bem? 32:11 O que é que tu achas? O que é que eu acho? E isso criou, entre nós 11, franqueza que me parece saudável e que nos permite falar de assuntos que possam ser mais ou menos delicados, mais ou menos sensíveis, sempre com a certeza que queremos Oo bem e o melhor do outro. 32:26 Pessoa 2 Que é uma definição de amor. Mas como qualquer pai e filho, deve haver momentos em que vocês socam. Sim, tem pontos de vista completamente radicais, mas uma. 32:32 Pessoa 1 Uma coisa que eu aprendi com o meu filho foi a pedir desculpa, ou seja, aprendeste com ele porque ele tinha dificuldade em fazê lo ele pequenino. Ficava muito nervoso, se fazia uma asneira e eu percebi, OK, se tu não consegues. 32:50 Então eu comecei a pedir desculpa quando errava ou quando fazia alguma coisa mal. E como quem para lhe dizer não faz mal nenhum, assumir que falhamos ou ou ou que estamos arrependidos ou que queremos melhorar. E foi um processo EE. Eu hoje também peço mais vezes desculpa e ele falo já de uma forma muito mais tranquila, já sem dramas sem, mas não os nossos confrontos. 33:11 São muito desta natureza. Eu às vezes sou mais impulsivo, emocional, EEE. Depois ele olha assim para mim e diz, porque é que estás a falar assim e tens razão? Desculpa, estou irritado, mas tens que perceber isto, tens razão, pá, eu percebo também peço desculpa, mas tens que perceber que eu pensei assim e a minha ideia foi esta, disse, é OK, então vá, está cá, um abraço e vamos. 33:29 Pessoa 2 Portanto, tenho um efeito calmante em ti, no. 33:31 Pessoa 1 Fundo sim, absolutamente. EE agora já está numa fase em que se é 11 jovem adulto. Tem 22 anos e já posso falar com ele de outras coisas. Posso falar das minhas angústias, dos meus sonhos, das minhas ambições. Ele dá me conselhos. Ele vai ver tudo o que eu faço. 33:46 Ele gosta muito de teatro e, portanto, tem um olhar crítico, tem um olhar sustentado, tem opiniões formadas. É muito giro falar de política, falar de do que, do que seja. 33:56 Pessoa 2 O que é o maravilhoso da da vida? 33:58 Enfrentar Desafios Sociais e o Sonho de Salvar Olha, estamos num tempo em que a ética, a responsabilidade e a empatia parece que tiraram férias durante algum tempo. Coisas que nós considerávamos como normais, nomeadamente direitos civis, coisas que são normais e banais, parecem agora estar sob ameaça. 34:14 O que é que fazemos a isto? Ignoramos ou combatemos? Com toda a formação, tenho sempre essa dúvida que é quando quando alguém defende alguma coisa completamente absurda e que nós temos a sensação de que não faz sentido. 34:28 Pessoa 1 Eu, eu percebo a pergunta, podemos dar? 34:29 Pessoa 2 Gás. 34:30 Pessoa 1 Porque às vezes sinto que quanto mais combatemos ou quanto mais damos visibilidade a esse tipo de posturas e. 34:35 Pessoa 2 Estamos a ajudar, não é? 34:36 Pessoa 1 Exatamente, estamos AAA divulgá las a fomentá las. Às vezes é evidente que ignorar silenciosamente também não é uma boa política. Eu acho que temos que encarar isto enquanto sociedade, enquanto coletivo, enquanto e perceber quais é que são os limites. Oo que é que é razoável. 34:53 Vivendo nós em democracia e admitindo que há pessoas com opiniões diferentes e respeitando essa diferença. Ainda assim há limites. Há limites para aquilo que é passível de ser dito quando isso incita o crime, a violência, o ódio. 35:10 AA os extremismos. EE portanto, eu acho que temos que olhar para os políticos que têm responsabilidade legislativa. Temos que olhar para a justiça. Que seja mais eficaz, seja mais célere. Quando assistimos na própria casa da democracia, no parlamento, a comportamentos, bom que não se não aceitaríamos numa escola, por exemplo, então algo que está profundamente mal e isso tem que ser balizado. 35:35 Pessoa 2 Olha, EE, quando essas discussões começam a contaminar a nossa bolha, dos nossos amigos, que nós até dizemos, mas porque é que tu estás a dizer 11? Coisa daquele passa um efeito de contágio, não é? É como os. 35:47 Pessoa 1 Vírus com os amigos. 35:50 Pessoa 2 Amigos ou próximos? 35:51 Pessoa 1 Eu. 35:51 Pessoa 2 Vou não vou largar um bocadinho o. 35:52 Pessoa 1 Círculo eu quero acreditar que o que as a escolha a minha escolha de amigos. 35:57 Pessoa 2 Te protege. 35:58 Pessoa 1 Protege me. Mas se ouvir pessoas a dizerem coisas que a mim me agridem, porque são absolutamente idiotas, eu não vou entrar nesse, nesse, nesse, nessa discussão, nesse diálogo. Não vou gastar essa energia. Um amigo SIM. 1 conhecido não. 36:14 Pessoa 2 Pois deixas deixas passar, olha, há bocadinho estavas a falar dos teus, dos teus medos, das tuas vulnerabilidades que vem de onde, que, que tipo de medos são? 36:23 Pessoa 1 Esses os normais, ou como qualquer pessoa, o medo de morrer, o medo de falhar, o medo de desiludir, o medo de sofrer, o medo de não ser suficiente, o medo de. São muitos, mas é assim, eu, eu, eles existem. 36:40 Mas eu não sou uma pessoa medrosa. Eu não sou um pessimista da entende. 36:44 Pessoa 2 Que és um otimista? 36:45 Pessoa 1 Sim, sim, eu, eu, eu vejo o copo meio cheio. Eu, eu não me escudo a uma luta, a um embate. Eu posso tremer, mas vou, eu vou lá, eu vou à eu vou à luta. 36:57 Pessoa 2 Então, EE do lado otimista, do lado solar, onde é que? Onde é que estão os teus sonhos? O que é que, o que é que tu, o que é que tu projetas como? OK, aqui eu tenho que pôr mesmo as minhas fichas e que isto tem que acontecer mesmo. 37:07 Pessoa 1 Bom, eu estou numa fase. Da minha vida, em que eu o que procuro é acolher um bocadinho, os frutos daquilo que semeai ao longo da vida. 37:15 Pessoa 2 O que já acontece, o que já acontece? 37:17 Pessoa 1 E, portanto, os meus sonhos agora são, se calhar, de outra natureza. Já não tenho ambições profissionais, não quero ir para Hollywood, não quero ganhar um óscar. Não, não, não, porque isso implicava uma outra vida que eu não tenho. Já não tenho e não tenho nem energia, nem vontade. 37:33 Adoro o meu país, adoro viver aqui. Tenho 111, carreira longa, já fiz muita coisa. Sinto me muito reconhecido pelo meu trabalho. Sinto que tenho um espaço de ação, de intervenção, tenho responsabilidades. Portanto, eu, eu, no essencial, sinto me um privilegiado. 37:51 Os meus sonhos são em garantir que a minha família está bem, saudável, que tenho condições para poder continuar a trabalhar e a fazer os textos que. Gosto que quero trabalhar me e relacionar me com os públicos que me acompanham há muitos anos. 38:07 Este trabalho tem vindo a desenvolver há 8 anos no Trindade, que me deixa cheio de de orgulho. 38:12 Pessoa 2 Que é um teatro especial, não? 38:13 Pessoa 1 É. É muito especial. Não só porque foi lá que me estreei como encenador há muitos, muitos anos. Mas tem 11. Bom, é um belíssimo exemplo. Do teatro palco à italiana, neste país muitíssimo bem preservado. E depois tem 11. Relação plateia, palco fantástica. 38:29 E tenho me permitido levar a cena espetáculos de que tenho muito orgulho. É uma proximidade também? Sim, sim, também essa proximidade física, energética, EE é um teatro onde me sinto bem e sinto me acarinhado. Sinto, me sinto me em casa. 38:42 Pessoa 2 Exatamente, há bocadinho usavas a palavra casa. Disseram me que tu cuidas de todos os detalhes que vão desde a bilheteira, no sentido de quem é que é? A pessoa que acolhe na bilheteira, a pessoa que leva as pessoas até até se sentar isto tudo isto faz parte do espetáculo. 39:00 Pessoa 1 Sim. Ou seja, eu diria que um projeto artístico, que foi isso que eu desenhei para a Trindade não se esgota apenas na programação. É um conceito. Que é um conceito de fruição. É uma experiência que começa desde que a gente liga para o para o Trindade a pedir uma informação, desde que compramos um bilhete. 39:16 Como somos, a maneira como somos recebidos na sala, como somos acolhidos no fundo, eu trato Oo Trindade e este projeto como uma empresa cultural que tem que ter uma relação privilegiada com o seu público, tem que acarinhar os seus funcionários e que tem que ter resultados. 39:32 E, portanto, eu não acho que seja nada de novo, de nem transcendente, é apenas um cuidado que eu imprimo em todas as Vertentes que têm que ver com o espetáculo, seja no palco ou fora dele. 39:42 Pessoa 2 Que é isso que nos faz depois sentir bem num determinado sítio e acolhidos. 39:44 Pessoa 1 É o que eu desejo. É assim que eu gosto, é assim que eu me sinto quando eu me sinto bem num num sítio, num espaço, enquanto utente público, seja o que for, eu volto. E é isso que eu quero proporcionar, proporcionar às pessoas com autoridade. 39:55 Pessoa 2 Olha, o que é que a arte pode fazer por nós? Por estes tempos mais conturbados. 39:59 Pessoa 1 Olha, se eu tivesse que reduzir uma única palavra, diria salvar nos. 40:02 Pessoa 2 Assim, logo uma coisa simples. 40:04 Pessoa 1 Simples, porque, na verdade, para que é que vivemos? Não é? Não pode ser só para comer e para procriar e para. Ou seja. 40:11 Pessoa 2 Fazem os animais. 40:12 Pessoa 1 Pronto, exatamente, quer dizer. 40:13 Pessoa 2 Os animais, mas os outros? 40:14 Pessoa 1 Distinguem nos não é. A arte eleva, nos eleva nos a um nível de sofisticação intelectual, espiritual. É É Ela que nos permite. Encarar OA vida OA essência da vida, o sentido da vida EE podermos ao mesmo tempo mergulhar em nós próprios, os nossos sentimentos, na nossa história. 40:34 Portanto, eu acho que esse legado é algo essencial. Acho que todas as pessoas que de uma forma ou de outra têm um contacto com expressões artísticas, eles não têm que ser artistas, mas as pessoas que na vida têm contacto com experiências artísticas. 40:50 São necessariamente mais felizes, mais completas, mais preenchidas. 40:54 Pessoa 2 Mas estamos numa cidade onde gastamos AA vida e a formação dos nossos, das nossas crianças, mais a ter matemática e física e afins do que ir ao teatro, ver uma exposição, ir passear no parque. 41:07 Pessoa 1 Isso é outra discussão, não é? Ou seja. 41:08 Pessoa 2 A nossa matriz está a criar na realidade autómatos e não e não. 41:13 Pessoa 1 Certo, é por isso que já há muitos métodos a serem desenvolvidos e explorados de ensino. Que não passam necessariamente por essa essa compilação de conhecimento, essa aquisição, essa quantificação de de conhecimento que depois, na verdade fica muito pouco, não é quantos nós nos lembramos das coisas que aprendemos na escola? 41:31 Já nem dos rios eu me lembro, entre entre outras coisas. Matemática nem pensar. Felizmente temos as calculadoras, mas o que eu quero dizer é, sabem, matemática é evidente. Eu acho que a educação pela arte podia ser um caminho muito interessante. 41:48 Ou seja, pôr precocemente jovens em contacto com as expressões artísticas ajuda não só a desenvolver a fruição e o sentido crítico, mas e o sentido estético, mas também a desenvolver competências do ponto de vista da imaginação, da criatividade, que são coisas que nós podemos usar em todas as áreas da nossa existência. 42:07 E isso torna nos seres mais sensíveis, mais atentos, mais empáticos e menos e mais generosos também. 42:14 Ferramentas Essenciais para uma Comunicação Eficaz Olha, eu quero aprender. Quero tomar a tua experiência, aprender EE, partilhar com quem nos ouve. O que é que nós precisamos de fazer para nos tornarmos melhores comunicadores? Tu tens uma caixa cheia de ferramentas para nos para, para nos ajudar a comunicar melhor. 42:32 O que é que nós podemos fazer? Vamos, vamos lá. Podemos fazer 11 lista ou ou ou ir ou ir por um caminho para nos tornar melhores comunicadores. 42:40 Pessoa 1 Olha, eu, eu não tenho isto sistematizado, não é? Mas eu diria. 42:44 Pessoa 2 Também não precisamos de todas. Pronto, isso são 2. Quer dizer, podemos começar pela voz, por exemplo. 42:47 Pessoa 1 Eu diria que para para comunicarmos melhor, é muito importante começar por saber o que é que queremos dizer, o que é que queremos comunicar? O problema é que se as pessoas não têm bem a certeza do que querem comunicar. 43:00 Pessoa 2 Sai propaganda, sai propaganda. 43:02 Pessoa 1 Ou sai, envie usado. Não é ou, ou a comunicação perde. Se algures eu, eu começaria por aí, que é termos convicções, termos valores, termos opiniões estruturadas. Vai facilitar. Depois eu diria sermos económicos, concisos. 43:18 Pessoa 2 Não gastar, não gastar o tempo da Malta. 43:20 Pessoa 1 Nem o tempo da Malta, nem a voz, nem nem nem nem o vocabulário. Porque às vezes diz se muita coisa para, às vezes é uma coisa tão simples, não é? Portanto, eu acho que a simplicidade é um bom artifício. 43:30 Pessoa 2 Estamos a falar e à procura do que vamos a dizer. 43:32 Pessoa 1 Exatamente. 43:34 Pessoa 2 Dá, me dá me um sujeito, dá me dá, me dá me um predicado que é para a gente conseguir perceber do que é que estás a. 43:40 Pessoa 1 Falar shakhov já defendia isso. Ser conciso é muito importante. Bom se estivermos a falar da comunicação oral. A articulação é fundamental, não é? Ou seja, porque quando a gente. 43:53 Pessoa 2 Ninguém entende nada. 43:54 Pessoa 1 Entende nada. Portanto, eu acho que falam para dentro a capacidade de falar para fora no sentido de comunicar EEE. Porque nós quando falamos, não falamos só com a voz. Para além de falarmos com a voz de lançarmos as palavras de as articularmos, depois falamos com a energia que pomos na. 44:11 Pessoa 2 E lá está a nossa caixa pulmonar também, não é? 44:13 Pessoa 1 Torácica, EE as nossas expressão. EEE aquilo que não dizemos também é muito importante, não é toda o toda a linguagem que fica. 44:20 Pessoa 2 Isso aprendemos logo com as mães quando elas estão zangadas. 44:22 Pessoa 1 Connosco e não, não precisam de muito. 44:26 Pessoa 2 Não é? 44:27 Pessoa 1 E depois, eu acho que sermos sinceros também ajuda. 44:29 Pessoa 2 Não é sempre? 44:31 Pessoa 1 Bom. 44:31 Pessoa 2 Ou uma mentirinha piedosa também pode caber neste neste. 44:35 Pessoa 1 Se a intenção é que ela pessoa perceba, tens é que. 44:38 Pessoa 2 Circular não é? Olha, e a arte de escutar, porque isto de dizer depois de pensar ou não pode ser uma coisa mais visceral, a arte de ouvir. 44:48 Pessoa 1 Olha, no teatro é fundamental. Aliás, na arte de representação, há mesmo workshops que se chama escuta ouvir, saber ouvir. 44:56 Pessoa 2 Como é que se ensina isso? 44:57 Pessoa 1 Ouvindo. Que é que é? O que é que acontece? Muitas vezes um ator sabe as suas falas, não é? EE sabe a tua deixa e só está à espera da deixa para dizer a dele, portanto, tu dizes chapéu a chapéu é a minha deixa. 45:11 Pessoa 2 Isso fica artificial, não é claro. 45:13 Pessoa 1 Fica. Tu estás à espera da deixa. Mas se tu estiveres a ouvir tudo aquilo que tu estás a dizer, tem um sentido EOAAA. Minha fala é uma reação à tua. 45:22 Pessoa 2 E tu entras no comboio? 45:23 Pessoa 1 Obviamente, tens que ouvir, tens que ouvir, tens que processar e tens que integrar. E isso tudo tem tempos e às vezes OAA, Malta nova, muitas vezes com a ansiedade. Precipita um bocadinho e tu dizes. Calma, calma, ouve, ouve o que ele está a dizer, ouve, ouves, retens. 45:39 Ah, e reages. E isso pressupõe um tempo, pressupõe uma respiração, pressupõe jogo, jogo. 45:44 Pessoa 2 O timing conta. 45:45 Pessoa 1 Muito. Timing é tudo. Timing é tudo em em representação, em comédia. Então é fundamental, se tu falhas o timing, a piada já foi. A maneira como lança se aquele tempo de suspensão. 45:56 Pessoa 2 Há uma aceleração, há uma suspensão e depois consegues fazer que a piada aconteça. 46:01 Pessoa 1 Em em teoria, sim, mas é uma coisa que se sente mais do que se explica, não é? É aqui, cuidado, estás a correr, estás a assim, não tem graça. Tens que tens que fazer o punchline, tens que fazer a chamada e depois lanças a eu estou te a ouvir. 46:12 Pessoa 2 Estou a pensar no ralo solnado lá está que que, independentemente do texto e tudo o que fosse, havia não só maneira de dizer, mas depois também aquela tu quase antecipavas que ali IA acontecer alguma. Coisa e ele trocava te as. 46:24 Pessoa 1 Voltas e tu? 46:25 Pessoa 2 Ias tu ias te embora logo rapidamente, o que é que te falta fazer? 46:30 Pessoa 1 Olha bom o jantar. 46:33 Pessoa 2 Logo tu cozinhas. 46:35 Pessoa 1 Pouco, felizmente, tenho. Tenho em casa quem cozinho muito bem, mas. 46:38 Pessoa 2 Gostas de comer. 46:39 Pessoa 1 Eu gosto muito de comer, pronto. Gosto da sou, sou, sou. Sou um bom garfo. Não sei. Não sei se me falta fazer assim tanta coisa. Eu tenho 11 gaveta cheia de peças que quero fazer. Gostava de fazer um bocadinho mais de cinema, mas é algo que não depende só de mim. 46:55 Pessoa 2 É difícil fazer cinema em Portugal, não é? É fazer no sentido de produzir. 46:59 Pessoa 1 Sim, é muito, é muito difícil, não é porque. 47:00 Pessoa 2 É caro? 47:01 Pessoa 1 É muito caro, não é? Um filme custará à volta de meio milhão, meio milhão de euros, pelo menos. E. 47:08 Pessoa 2 Depois, depende do que é que se venda daquele filme, não é? 47:10 Pessoa 1 Nem tanto, porque não há. Não temos indústria, portanto, este dinheiro é, é. São apoios do estado. Muitas vezes ARTP também participa. Às vezes vêm da Europa, da euro imagens ou de outros organismos que consegues uma co produção, mas eu não tenho capacidade nem tempo para montar esse tipo de coisas. 47:29 Estou aqui empenhado em tentar escrever uma série que propusemos. De resto, ou ou o ica, para ver se conseguimos desenvolver uma ideia. Portanto, eu gostava também de realizar. É uma coisa que já fiz, já já realizei uma curta metragem, mas gostava de realizar a uma série a uma longa metragem. 47:47 No fundo, é um prolongamento natural do facto de eu já ensinar os espetáculos há muitos anos. 47:51 Pessoa 2 E mesmo com com os netflixs desta vida e afins, esse processo não se tornou melhor? Quer dizer, houve o rabo de peixe, obviamente. 47:56 Pessoa 1 É muito competitivo, há muita gente boa a competir por esse nicho e, portanto, para alguém como eu, que vem da área mais do teatro. 48:03 Pessoa 2 E o mercado é pequeno, é muito. 48:05 Pessoa 1 Eficiente, mas eu não, eu não, não vou desistir e se surgir a oportunidade, falo way, mas perguntavas me o que é que eu gostava de fazer? Gostava ainda de realizar um filme ou uma série. 48:14 Pessoa 2 Diogo Infante, muito obrigado. Estou obviamente ansioso e com uma elevadíssima expetativa. Desculpa, como já aqui cá em cima, para para ver esse professor do clube dos poetas mortos. Não sei o que é que vais fazer da tua vida, mas mas isto está a correr bem. 48:32 Pessoa 1 Não vai correr bem? 48:33 As Seis Lições Essenciais para uma Melhor Comunicação Quantos espetáculos é que é que é que são, quantas? Quantas? Então, eu fico sempre frustrado quando aparece um grande espetáculo. Que que eu às vezes que eu tenho a sorte de ir ver. E me dizem isto agora só tem mais mais 3, 3 sessões e eu digo, mas por? 48:48 Pessoa 1 Nós, no Trindade, é ponto, assente. Não fazermos espetáculos menos de 2 meses e meio. Mínimo que luxo. Sim, a gavolta vai estar 2 meses e meio em cena, mas o clube dos poetas mortos. Vai estar bastante mais. 49:00 Pessoa 2 Há conversas que nos deixam marca e esta é uma delas, o Diogo Infante lembro nos que comunicar não é despejar palavras, é estar inteiro, é estar presente, é saber escutar. Mostrou me que a presença não é talento, é uma construção e que a vulnerabilidade, quando não é usada como arma, torna se uma força e que a verdade vive sempre na tensão entre técnica e alma. 49:19 Aqui ficam as lições que eu tirei desta conversa, 5 lições principais a primeira é que a presença constrói se todos fomos tímidos de algum momento. A diferença está no trabalho que fazemos para lidar com isso e para ultrapassar essa timidez e para reforçar a presença. 49:35 A segunda é que a vulnerabilidade é um ativo e não um risco. Quando alguém assume fragilidade com clareza, cria proximidade e não fraqueza. A terceira lição é que a comunicação começa sempre na escuta. Diogo mostrou isso sempre. Escutar é parte da presença, escutar é parte da ética, escutar é parte do ofício quarto. 49:55 A expetativa pesa, mas pode ser transformada. O chip público pode ser disciplina, sem deixar de ser a verdade. A quinta é que, em família, comunicar é amar, é dizer gosto de ti, é pedir desculpa, é estudar o tom e tudo isso molda vínculos. 50:12 A sexta pode ser a arte. A arte salva porque nos baixa, a guarda, porque nos dá um espelho, porque nos dá respiração, e a sétima é que a verdade implica sempre risco e ainda assim. É sempre melhor do que viver dentro do papel. Errado. 50:27 Obrigado ao Diogo Infante pela generosidade, pela coragem desta conversa e obrigado a quem nos está a escutar. Se este episódio vos compartilhem com alguém que precisa de comunicar melhor ou simplesmente ouvir uma boa conversa, podem seguir o pergunta simples, no YouTube, no Spotify, no Apple podcast e em perguntasimples.com e até para a semana.

Convidado
Guiné-Bissau vive um “golpe paradoxal”, afirma Carlos Lopes

Convidado

Play Episode Listen Later Dec 6, 2025 14:36


A Guiné-Bissau vive um “golpe paradoxal”, descreve Carlos Lopes, depois de os militares terem interrompido as eleições, destituído o Presidente e instalado um regime de transição. O economista guineense alerta para a fragilidade institucional, a personalização do poder e o risco de colapso económico, criticando a resposta “demasiado diplomática” da CPLP e a incapacidade regional para restaurar a ordem constitucional. A Guiné-Bissau entrou, no final de Novembro, num novo período de convulsão política após a intervenção directa dos militares, que dissolveram as instituições civis, interromperam o processo eleitoral e destituíram o Presidente Umaro Sissoco Embaló. A invasão da Comissão Nacional de Eleições (CNE) por homens armados e encapuçados, acompanhada da destruição de materiais eleitorais, levou à suspensão da contagem e abriu caminho à instalação de um Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e da Ordem Pública, que nomeou um general como Presidente de transição. A comunidade internacional reagiu de imediato. A CPLP reuniu-se de emergência para ponderar sanções e exigir a “restauração da ordem constitucional”, incluindo a libertação de detidos e a reconstituição dos resultados eleitorais. A instabilidade reacendeu preocupações históricas sobre a fragilidade institucional do país. O economista e académico guineense Carlos Lopes faz-nos uma leitura da crise, que descreve como “um golpe paradoxal”, uma expressão que, segundo explica, reflecte a natureza inédita dos acontecimentos. Carlos Lopes rejeita classificações simplistas sobre o que vários analistas definem como auto-golpe. Na sua leitura, “não é natural que um golpe tenha as características que estamos a registar”. A primeira anomalia, afirma, é o silêncio quase total sobre o dirigente deposto: “Normalmente, num golpe, existe uma narrativa sobre a figura derrubada; neste caso, não há nenhuma. Há até um certo silêncio em relação ao Presidente deposto.” O segundo paradoxo emerge do próprio pretexto usado pelos militares. Embora aleguem irregularidades eleitorais, “as únicas interferências assinaladas são as de homens encapuçados que destruíram o material da CNE”, diz Carlos Lopes, sublinhando que o novo regime não demonstrou qualquer intenção de investigar o ataque. Pelo contrário, observa que o comportamento das autoridades militares “quase assume que foram parte do seu próprio golpe”. A composição do poder instalado pelos militares reforça a contradição, uma vez que as figuras centrais do novo governo são, segundo o economista, “todas muito próximas do Presidente deposto; o director de campanha de Embaló é hoje primeiro-ministro”. Para Carlos Lopes, esta proximidade directa levanta uma questão inevitável: “Durante todo o processo eleitoral não acharam que houvesse nada de estranho. Apenas horas antes da proclamação dos resultados decidiram invocar irregularidades.” A fragilização do sistema judicial é outro sinal de ruptura, o economista lembra que o novo Procurador-Geral foi nomeado com poderes excepcionais: “Pode arrestar juízes, deslocá-los, demiti-los; acaba com todo o processo formal do sistema judiciário.” Perante este quadro, conclui que “não estamos perante um golpe de Estado tradicional”. Carlos Lopes admite preocupação profunda, classificando esta crise como “mais um episódio de uma longa trajectória de rupturas da Constituição e das instituições”. O principal problema, afirma, é a tendência estrutural para substituir instituições por indivíduos: “A política na Guiné-Bissau está pessoalizada. As instituições são secundárias e o espaço político é ocupado por personalidades que impõem a sua vontade.” O surgimento inesperado de um general sem carreira política como chefe de Estado ilustra esse fenómeno: “Ninguém na Guiné-Bissau imaginaria que o actual general viesse a ser Presidente.” Para o economista, esta personalização do poder “mantém o país na sua fragilidade”. A instabilidade crónica guineense não surgiu do vazio. Carlos Lopes identifica raízes profundas no movimento de libertação nacional: “Há um mundo de traições dentro do movimento que deu origem ao partido do poder.” Ao longo das décadas, sucessivas dissidências fracturaram o sistema partidário e aprofundaram a distância entre a ala militar e a ala política. O resultado, diz, é uma cultura política imprevisível: “A Guiné-Bissau vive em traições permanentes. Quase nunca é possível descrever com clareza a posição de uma personalidade, porque já fez tudo e o seu contrário.” A crise actual repete padrões conhecidos, mas acrescenta factores inéditos. Entre eles, o “autoritarismo e a extrema personalização do poder por parte do Presidente Embaló”, que, na opinião de Carlos Lopes, retirou ainda mais capacidade ao aparelho do Estado. Acresce a crescente vulnerabilidade perante o narcotráfico: “O país ficou muito mais exposto ao tráfico de droga e às pressões associadas.” Outro elemento novo é o peso das redes internacionais construídas por Umaro Sissoco Embaló: “Ele tinha uma grande rede de contactos internacionais, fruto da sua trajectória anterior. Isso acrescenta uma dimensão externa à complexidade interna.” A capacidade de resposta da CEDEAO e da União Africana é limitada. Para Carlos Lopes, “a CEDEAO está muito fragilizada”, tanto pelas saídas recentes de três Estados-membros como pelas crises internas que afectam praticamente toda a região. A Nigéria enfrenta terrorismo e instabilidade económica; a Costa do Marfim ainda cura feridas da guerra civil; o Senegal viveu uma transição conturbada. Neste contexto, conclui o académico, “nenhum país está em condições de dar lições ao outro”. A posição da CPLP, que pondera suspender a Guiné-Bissau e enviar uma missão de "bons ofícios", é, para Carlos Lopes, insuficiente: “Parece-me demasiado diplomática. Considerar a suspensão não é suspender.” Acrescenta que falar de bons ofícios “é estranho quando o essencial seria exigir a libertação imediata dos presos políticos, detidos apenas por serem vencedores das eleições”. Sobre o périplo internacional de Umaro Sissoco Embaló, cuja rota passou pelo Senegal, Congo e Marrocos, com possíveis deslocações para França ou Portugal, Carlos Lopes evita especulações, mas admite que “ele beneficiou de facilidades fora do quadro diplomático habitual”, tanto de países africanos como europeus. E remata: “As evidências falam por si.” O economista alerta que a dimensão económica da crise pode tornar-se explosiva: “Vai ser muito difícil evitar regimes de sanções, e esses regimes podem impedir o acesso da Guiné-Bissau ao mercado de capitais da UEMOA.” Se isso acontecer, o Estado perde a sua principal fonte de financiamento: “O regime tem vivido de empréstimos trimestrais. A dívida interna é gigantesca. Sem essa válvula, não há sobrevivência económica.” O impacto sobre a população seria imediato: “A precariedade já era manifesta. Boa parte dessa dívida financiou despesas militares, viagens presidenciais e subsídios políticos. O que se gasta em despesas de prestígio é superior ao orçamento da educação.” Face a um quadro institucional debilitado, um sistema partidário fragmentado, organizações regionais fragilizadas e um risco económico crescente, a Guiné-Bissau enfrenta uma encruzilhada histórica. Reconstruir instituições credíveis vai exigir rupturas profundas num país habituado à instabilidade. “A Guiné-Bissau continua vulnerável porque não resolveu as suas fragilidades estruturais. E esta crise é mais uma demonstração disso.”, conclui.

Reprograma tu mente PNL
CASETE X - Theta: La Frecuencia Profunda que Libera Bloqueos y Despierta Tu Imaginación

Reprograma tu mente PNL

Play Episode Listen Later Dec 4, 2025 120:10


Beneficios del Sonido Theta Las ondas cerebrales Theta, que oscilan entre 4 y 7 Hz, están asociadas con estados profundos de relajación, imaginación activa, intuición y procesos de sanación emocional. Normalmente aparecen durante el sueño ligero, en la fase previa al sueño profundo, y en meditaciones profundas. El sonido Theta, utilizado a través de tonos binaurales, isocrónicos o frecuencias específicas, busca inducir este estado de forma consciente, permitiendo acceder a funciones mentales y emocionales que no suelen estar disponibles en ritmos más acelerados.Uno de los beneficios más importantes del sonido Theta es su capacidad para generar relajación profunda. Al reducir la actividad cerebral desde estados Beta o Alfa hacia frecuencias más lentas, el sistema nervioso entra en un modo de descanso recuperativo. Esto disminuye la ansiedad, reduce tensión excesiva y ayuda a calmar diálogos internos intensos. Esta relajación profunda facilita que la mente pueda procesar emociones complejas sin saturarse.El estado Theta también está estrechamente vinculado con la creatividad y la intuición. En estas frecuencias, el cerebro accede a un flujo mental más libre, espontáneo y no lineal, permitiendo generar conexiones nuevas, ideas originales y soluciones creativas a problemas cotidianos. Artistas, escritores, músicos y programadores utilizan frecuencias Theta para estimular la imaginación, desbloquear la mente y acceder a inspiración interna con mayor facilidad.Otro beneficio relevante del sonido Theta es su efecto en la sanación emocional y liberación de bloqueos. Debido a que Theta activa zonas cerebrales asociadas a la memoria profunda y al procesamiento emocional, escuchar estas frecuencias puede ayudar a suavizar emociones reprimidas, transformar patrones internos y facilitar experiencias de introspección. Este estado se considera ideal para prácticas como visualización terapéutica, hipnosis, reprogramación mental y meditación enfocada.En términos cognitivos, Theta está relacionado con la memoria de largo plazo y la consolidación de aprendizajes. Se ha observado que las ondas Theta intervienen en la formación de recuerdos y en la integración de experiencias emocionales. Por ello, el sonido Theta puede favorecer la retención de información, especialmente en actividades que combinan relajación, estudio o reflexión profunda.El sonido Theta también es ampliamente utilizado para mejorar el sueño y la transición hacia estados más profundos, especialmente en personas con insomnio o hiperactividad mental. Estas frecuencias ayudan a disminuir la actividad cortical, reducen el pensamiento acelerado y permiten que el cuerpo entre en un ritmo natural de descanso.Además, Theta está asociado con un aumento en la sensibilidad espiritual y percepción interna. Muchas tradiciones lo consideran un estado ideal para la conexión interior, meditación profunda, exploración del subconsciente y prácticas de expansión de conciencia.En conjunto, el sonido Theta es una herramienta poderosa para quienes buscan relajación profunda, sanación emocional, creatividad elevada y un acceso más claro al subconsciente. Su uso regular puede mejorar el bienestar mental, equilibrar emociones y potenciar procesos internos de transformación.Atwater, F. H. (1997). Accessing anomalous states of consciousness with a binaural beat technology. Journal of Scientific Exploration, 11(3), 263–274.Buzsáki, G. (2006). Rhythms of the brain. Oxford University Press.Jensen, M. P., et al. (2016). Brain oscillations, hypnosis, and the relaxation response: A preliminary study. International Journal of Clinical and Experimental Hypnosis, 64(1), 1–15.Klimesch, W. (1999). EEG alpha and theta oscillations reflect cognitive and memory performance: A review and analysis. Brain Research Reviews, 29(2–3), 169–195.

Pergunta Simples
O que nos torna humanos num mundo de máquinas? Albano Jerónimo

Pergunta Simples

Play Episode Listen Later Dec 3, 2025 54:43


O Corpo, o Erro e a Imaginação: Uma Conversa Aberta Sobre o Que Nos Torna Humanos Há conversas que não vivem apenas na superfície; conversas que abrem espaço para respirar, repensar e reorganizar o que levamos por dentro. A conversa de Jorge Correia com um dos atores mais intensos e inquietos da ficção portuguesa é uma dessas. Ao longo de quase uma hora, falámos de corpo, erro, infância, imaginação, afeto, tecnologia, masculinidade e do que significa estar vivo com alguma atenção. O episódio gira em torno de uma ideia simples, mas transformadora: a vida é uma negociação permanente entre o que sentimos e o que conseguimos colocar no mundo. E é isso que o convidado pratica — no teatro, no cinema, e na forma como se relaciona com os outros. Essa reflexão nos leva a perguntar: O que nos torna ainda humanos num mundo de máquinas? Albano Jerónimo O corpo como primeiro lugar de comunicação Uma das ideias que atravessa toda a conversa é o papel do corpo — não como acessório do trabalho, mas como a sua raiz. É através da respiração, do gesto, da postura e do ritmo que se organiza a verdade de uma cena. Antes da palavra, antes da técnica, antes da intenção, está o corpo. O que nos torna ainda humanos num mundo de máquinas? Albano Jerónimo Fala-se disso com uma clareza rara: o corpo não mente, não adorna, não otimiza. O corpo não tem discurso — tem presença. E na era da comunicação acelerada, onde tudo é mediado por filtros, algoritmos e versões de nós mesmos, esta é uma ideia que nos devolve ao essencial. Comunicar não é impressionar; é estar presente. O erro como método e como espaço seguro A segunda grande linha desta conversa é o erro — não como desgraça, mas como ferramenta. E aqui há um ponto forte: ao contrário da ideia dominante de que falhar é perigoso ou condenável, o convidado assume o erro como ponto de partida. É no erro que se descobrem novas possibilidades, que se afinam gestos, que se encontra o tom certo. O erro é uma espécie de laboratório emocional. E esta visão não se aplica só à arte. É também um modelo de liderança. No teatro e nas equipas, defende que o ensaio deve ser um lugar onde se pode falhar sem medo — porque a criatividade só existe quando não estamos a proteger-nos o tempo todo. Criar espaço para o erro é criar espaço para a coragem. Infância pobre, imaginação rica A conversa revisita ainda as origens do convidado — um contexto de escassez que se transformou numa máquina de imaginação. Um tapete laranja, bonecos de bolo de anos, uma casa pequena que exigia inventar mundos alternativos. “Há quem estude para aprender a imaginar. Há quem imagine para sobreviver.” Esta frase resume bem o impacto da infância na sua forma de estar. A imaginação não é um escape — é uma estrutura vital. E quando mais tarde se interpretam personagens duras, frágeis ou moralmente difíceis, não se parte de conceitos abstratos; parte-se dessa memória de observar o mundo com atenção e curiosidade. Entrar num personagem é entrar num corpo que podia ter sido o nosso. A relação com a tecnologia e o palco: carne.exe e o confronto com a Inteligência Artificial Uma das partes mais inesperadas e ricas da conversa é a reflexão sobre a peça carne.exe, em que o convidado contracena com um agente de inteligência artificial criado especificamente para o espetáculo. Uma “presença” que responde, improvisa e interage — mas que não sente, não cheira, não erra. A conversa revela uma inquietação legítima: o que acontece ao humano quando se retira o corpo da equação? Quando a imaginação é substituída pela otimização? Quando a falha desaparece? Há uma frase que se tornou icónica: “Uma máquina pode descrever um cheiro… mas não o sente.” É aqui que a arte se torna também crítica do seu tempo: o perigo não está na tecnologia em si, mas na possibilidade de nos esquecermos do que nos diferencia dela. Masculinidade, vulnerabilidade e o lado feminino O episódio toca ainda num tema essencial: as masculinidades contemporâneas. Fala-se de dúvidas, fragilidades, contradições — de como fomos educados para esconder sentimentos e de como isso nos limita. E há uma admissão honesta e importante: a presença de um lado feminino forte — não no sentido identitário, mas sensorial. Esse lado que observa, que cuida, que escuta, que sente. É talvez a parte mais desarmante da conversa: a vulnerabilidade não diminui; amplia. A sensibilidade não fragiliza; afina. A mãe, a sobrevivência e aquilo que nos organiza por dentro Um dos momentos mais humanos surge quando se fala da mãe — do que ela ensinou, do que ficou, do que ainda ressoa. A conversa entra aqui num registo íntimo, afetivo, não sentimentalista, mas cheio de verdade. É um lembrete de que, por muito que avancemos na vida, há sempre uma pergunta que nos organiza: como é que sobrevivi até aqui e quem me segurou? Cuidar dos outros: uma ética para a vida e para o palco A conversa termina com uma ideia simples e luminosa: cuidar é uma forma de estar no mundo. Cuidar do colega, da equipa, do público, de quem está ao nosso lado. Não é um gesto heroico; é uma prática diária. E é a base de qualquer comunicação que queira ser mais do que um conjunto de palavras. Albano Jerónimo está em cena entre 12 e 14 de dezembro, no CAM – Gulbenkian, com o espetáculo carne.exe, de Carincur e João Pedro Fonseca, onde contracena com AROA, um agente de inteligência artificial desenvolvido especificamente para a peça. O projeto explora as fronteiras entre corpo, tecnologia, imaginação e presença — um prolongamento direto dos temas que atravessam esta conversa. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. A sua exatidão pode variar. 0:12 Por vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre a comunicação hoje com o ator e encenador albane Jerónimo, alguém que procura o erro para se fertilizar, que acha que tudo começa no corpo, numa respiração, no momento. 0:29 Albano Jerónimo, que fala neste programa, não é só o ator, é uma pessoa que aparece ora com uma simplicidade radical, ora com uma complexidade e a profundidade que nos obriga a seguir atrás. 0:51 Hoje vamos falar do corpo, da imaginação, do erro, do cuidado, do afeto e dessa coisa difícil que é ser pessoa. Porque, sejamos honestos, há dias em que não sabemos comunicar, não sabemos ouvir, não sabemos lidar, connosco e mesmo assim continuamos a tentar. 1:06 É isso que nos salva, é isso que nos torna humanos. O convidado de hoje viu exatamente nesse território onde as palavras às vezes não chegam para ele. Tudo começa numa frase, num gesto, num olhar, numa respiração, na forma como se ocupa um espaço, como se sente o chão. 1:22 Há quem passe anos a tentar treinar a dicção, mas ele comunica da maneira como está e isso, muitas vezes explica mais do que qualquer discurso. Ao longo desta conversa, percebe que o trabalho dele não é só interpretar personagens, é observar o mundo como quem escuta. 1:37 É absorver o que acontece à volta e devolver sem couraça, sem esconder o que é frágil. E no meio disto tudo, há ali sempre um cuidado discreto, uma preocupação em não ferir, em não atropelar, em não roubar espaço ao outro. Ele fala muito de afeto, não como romantismo, mas como ética, e percebe se que para ele comunicar é isso, é cuidar. 1:58 E depois há o erro, o tema que atravessa toda a conversa. Há quem fuja dele e ele corre na direção contrária. Ele procura o erro. Não porque queira provocar, mas porque percebeu que é no erro que acontece qualquer coisa. O erro obriga nos a parar, a ajustar, a aprender outra vez. 2:15 É o momento em que a máscara cai e vemos quem somos e, no fundo, é o lugar onde ficamos mais próximos uns dos outros. Ele diz isso como a simplicidade desarmante, falhar não é cair. Falhar é encontrar. Quer sempre experimentar coisas diferentes. Agora, por exemplo, está a criar uma peça a carne ponto EXEA, peça onde contracena com uma inteligência artificial criada só para estar em palco com ele. 2:40 E aqui abre se uma porta grande, o que é a presença, o que é a relação, o que é que um corpo humano consegue fazer? Ele disse uma frase que me ficou na cabeça, uma máquina pode escrever e bem, um cheiro, mas não o consegue sentir. E percebemos que este confronto com a inteligência artificial. 2:55 Não é só teatro, é uma reflexão sobre o mundo que estamos a construir, onde tudo é rápido, mas muito pouco sentido. Falamos também de masculinidade, não a do peito feito, mas a das dúvidas e contradições. E aqui acontece uma coisa bonita. E ela admite, sem qualquer agitação, que tem um lado feminino muito forte, que contracena quase a tal masculinidade e que a sensibilidade feminina e masculina é uma ferramenta. 3:18 Ainda é uma ameaça. No fim, falamos deste tempo em que vivemos, da pressa da polarização. Do cansaço e de empatia. E eu aprendi 3 coisas principais. A primeira é que comunicar começa no corpo, antes da palavra. Há sempre uma respiração que diz tudo. Um gesto aparece no corpo antes de aparecer dentro da nossa cabeça. 3:37 A segunda? É que o erro não É o Fim, é o princípio, é o lugar onde crescemos e onde nos encontramos com os outros também da comunicação. E a terceira é que a sensibilidade não é um luxo, é uma forma de sobreviver, sim, mas muitas vezes é a única forma de percebermos quem temos à frente. 3:54 Se esta conversa o fizer, aprendar um pouco ou simplesmente respirar fundo já valeu a pena. Viva Albano Jerónimo. Apresentar te é sempre um desafio ou fácil ator? Canhoto, estamos aqui 2 canhotos, portanto já estamos aqui. 4:13 Como é que tu te apresentas? Quando, quando, quando quando aparece alguém que não te que não te conhece, EE tu chegas lá e dizes. Eu, eu sou o Albano. Normalmente nós definimos sempre pela pela profissão, habitualmente não é? Não sei com não sei se é da idade, mas digo o meu nome, Albano. 4:29 Digo que sou pai, sou irmão, sou amigo e que calha ser também ator e às vezes encenador. E às vezes encenador, já gostas mais de ser ator ou encenador, imagino que. São zonas diferentes, zonas de comunicação diferentes. 4:47 Ser ator tenho o privilégio de ser ator e consigo estar por dentro, de certa forma, do processo, junto dos corpos dos atores ou de quem eu convidar para fazer um determinado trabalho e teres uma perspetiva de todo que é construíres um objeto artístico. 5:03 Que é outra perspetiva. Isso enquanto encenador, enquanto encenador, o trabalho do encenador é muito o estimular que os atores façam uma determinada coisa. Como é que funciona o processo mesmo porcas e parafusos, como eu costumo dizer. É, é. É um pouco no sentido em que, no fundo, eu tenho que gerir escutas e sensibilidades em torno de uma determinada zona de ação, ou um momento específico, ou um texto. 5:28 E então, para mim, passa muito por uma gestão quase pessoal. E emocional e obviamente, muito técnica também, muitas vezes. Como a técnica quer dizer o quê diz isto desta maneira dá mais ênfase que eu ou não é preciso, porque tu quer dizer, quando trabalhas com profissionais, eu lembro me sempre mal comparado com com os treinadores de futebol. 5:47 Estava sempre a pensar no Mourinho, por exemplo, que é não se ensina nada um jogador de futebol profissional de topo. Suspeito que no caso de 1/01/1 ator profissional de topo, também há muito pouca coisa que se possa ensinar em termos técnicos ou não. De certa forma, acho que podemos sempre aprender qualquer coisa uns com os outros. 6:05 Mas é um bocado a imagem do pastor. O pastor não muda AA ovelha, por mais que se esforce, e nessa uma teimosa sim, também se apanha. Mas no fundo, aquilo que eu tenho, a minha função central como encenador, é, é, é escolher o pasto onde as ovelhas podem comer. 6:23 E nessa lógica também me permite ter um afastamento e divertir me. Ter uma perspetiva, uma posição de tal forma afastada que me permite olhar e divertir me com esse processo todo. És uma espécie de primeiro espectador. Sim, e sou. 6:39 Tento sempre criar uma zona confortável, uma zona de segurança, uma zona segura de trabalho, onde nós estamos aqui é uma espécie de comunhão em torno de uma coisa concreta. E então isso é uma zona segura. É um safe SPACE, como se costuma dizer, o. Que é que é o que é que é o espaço seguro? Ou ou podemos, ou, pelo contrário, o que é que é um espaço inseguro? 6:57 É um espaço onde tu podes um inseguro. É um espaço onde tu existes com limitações, pelo menos aquilo que eu pretendo no teatro nacional 21, que é a estrutura profissional que eu tenho e não só eu. A Claudia lucaschew e o Francisco Leon tentamos sempre desenvolver zonas de Liberdade, zonas onde tu podes existir, contudo, em pleno, ou seja, com erros, porque é isso que nos interessa. 7:18 No fundo, é quase trazer à superfície. Essas falhas, porque é isso que nos torna de facto mais interessantes. E depois o erro é para aperfeiçoar e para apagar ou para assumir? Não sei como é que eu. Acho um bocadinho disso tudo, mas tendencialmente é para assumir, porque o erro. Eu costumo costumo dizer que o erro é o nosso melhor amigo de facto, porque é o momento onde tu deixas de pensar e te conectas com o momento. 7:40 Não há cá, digamos, preconceitos de qualquer coisa, ideias feitas à partida. Há um erro, há uma falha. Paras a narrativa, a tua própria. E então estás em conexão total com o momento e, de certa forma, na falha. 7:55 Existe uma proximidade com o espectador, com esta coisa de estarmos vivos. A falha tira te essas defesas, dá te corpo. A vulnerabilidade, sem dúvida, então, mas para um ator como tu, com, com, com a capacidade, com o talento e com os anos que tens de profissão, esta ideia de de de falhar não é uma coisa que te perturba. 8:15 Não é mesmo o oposto, eu quero falhar. Eu tento sempre muito, falhar muito, porque é aí que eu me sinto numa espécie de de vertigem qualquer, neste Salto de fé que é um bocado. Aquilo que nós fazemos também é uma vertigem qualquer próxima do corpo. 8:33 EE fazer coisas que eu desconheço, no fundo é pôr me a jeito numa escuta ativa, para aquilo que eu não sei. E fazes isso de uma forma deliberada. Sim, faço como trabalhando imenso, sei lá, no caso específico de um filme, decorar, quando digo decorar é mesmo decorar total a totalidade do guião, as minhas dessas, as tuas deixas para depois em plateau, eu poder destruir tudo e não pensar no texto. 9:03 O texto é o corpo. Portanto, é é mais ou menos como quando nós estamos a conduzir um carro pela primeira vez, em que temos que pensar nas mudanças e nos pedais e fins. O que tu estás a dizer é que tu absorves o texto, o teu e da das outras, da da, da, dos outros atores com quem tu estás a contracenar, para depois ter a Liberdade de dançar sobre sobre esse texto. 9:21 Precisamente. E aí vem o erro. E o erro é o momento de descoberta as pessoas, não sei porque há uma tendência de associar o erro. Não é o erro, é uma coisa má. Na vida, no dia a dia, digo, obviamente há casos e casos, não é? 9:38 Mas o erro é sem dúvida nenhuma a coisa mais interessante, então, nomeadamente nos tempos que hoje correm com tecnologias onde com instagrams, onde temos uma espécie de best of das nossas pessoas e tudo é perfeito. Tudo é bonito, o ângulo perfeito, a luz perfeita. 9:55 O erro é urgente. É trazer me quase um elogio do erro ou o elogio da falha acho que é mesmo necessário. Há uma plasticidade falsa nesse nesse mundo perfeito. Com certeza, há umas personas todos nós representamos. Quando saímos de casa, dizemos, OK, eu sou esta persona e, portanto, vou, vou fazer, vou fazer uma coisa qualquer, mas isso é uma coisa. 10:16 Provavelmente intuitiva, uma inconsciente sequer inconsciente, não é? Sim, sim, sim. Bom, tu com esta vontade de te pores a jeito, porque na realidade eu acho que é quando eu te olho como espectador, eu vejo te como o comunicador que se põe a jeito que é. Ele meteu, se ele meteu, se noutra alhada é sempre aquilo que eu estou à pena, estou bom. 10:34 Princípio. Ele meteu se noutra alhada, como é que como é que ele se vai desenrascar disso? EEE quando quando nós combinamos esta esta conversa? Um passarinho disse me que tu estavas a fazer a montar uma peça AA encenar uma a ensinar não. Neste caso, tu vais ser o ator da peça em que decidiste falar com uma máquina, ó diabo, tu és o novo kasparov. 10:57 Neste caso, na sua versão, o homem vai bater a máquina, não é porque kasparov foi aquele que tentou, tentou, na realidade conseguiu. Depois há dúvidas sobre se havia alguma batota naquela máquina na primeira vez que a máquina bateu kasparov. O que é que se fala com uma máquina? 11:14 É um é um projeto, um espetáculo, uma performance. O que for do coletivo zabra, o coletivo zabra já agora faço aqui uma nota que é é um coletivo que eu gosto imenso do trabalho que tem feito, nomeadamente numa zona experimental de vídeo de som. 11:30 Tem objetos artísticos muito interessantes, na minha ótica, onde são sempre muito próximos da filosofia de uma perspetiva existencialista. Juntando isso com uma tecnologia que eu acho isso Superinteressante, aqui há uma otimização desse discurso onde o homem versus máquina surge em cena e, de facto, foi desenvolvido um modelo de inteligência artificial. 11:50 Estamos a falar do espetáculo carne, ponto EXE, que vai estrear agora na gulbenkian, a 1213 e 14, no centro, no cam, no centro de artes modernas, só 3 dias, só 3 dias e já está esgotado. É verdade, mas isto para te dizer o que é que é este diálogo? 12:06 Onde é que nós nos situamos? E é um projeto experimental, nunca feito até hoje em Portugal, pelo menos que eu saiba onde nos colocamos, digamos, frente a frente com uma máquina. O que é que prevalece, o quais é, quais é que são as valências de uma inteligência artificial versus uma inteligência humana? 12:25 E vamos jogar um bocadinho o nosso diálogo por aí com uma dose de improvisação total. Eu posso dizer literalmente o que quero. Perguntar o que quiser à máquina e a máquina vai me responder literalmente o que ela quiser. Quer dizer que tu não vais fazer um ensaio em que as tuas falas estão definidas e a máquina também tem falas definidas? 12:43 Não, não queres este livro? É tudo livre? É tudo livre? Sim. Eu. Não quero estragar o espetáculo, mas o que é que tu perguntas à máquina? O que é que tu queres saber da máquina? Vou deixar isso à consideração do espectador, convido vos sim a irem à sala, mas as? Pessoas vão poder também também ajudar te nesta nesta conversa com a máquina. 13:01 Não sei. Podemos abrir aqui agora essa caixa de Pandora. Podemos abrir aqui 111 espécie de sugestões de perguntas que as pessoas achariam interessantes para para perguntar à máquina. Eu acho que isso é um grande exercício. Como é? Como é que tu te dás com os com os chat GPTS cá da vida? Eu tento não usar ou não uso de todo. 13:17 Eventualmente usei uma vez para desenvolver. Lá está um guião, numa questão dramatúrgica e de possibilidades várias. Então, e se esta personagem fosse assim? Então e se esta trama fosse, ele não tivesse uma relação com esta pessoa, fosse com outra, para perceber as ramificações de um possível outro, guião à volta daquilo que me é dado, não é? 13:36 Assusta te essa ideia. Achas que te que te pode retirar criatividade ou que nos pode pode nos transformar todos no fundo, na linguagem da máquina? Susta me um bocadinho, porque se perde aqui não só a questão do erro que falávamos há pouco, esta otimização do ser humano não é perde. 13:53 Se aqui um bocadinho, é como a caligrafia. Nós hoje em dia já muito pouca gente escreve EE, esse exercício da caligrafia é absolutamente fundamental, não só te define enquanto pessoa através do tipo de letra que tu usas, como escreves da forma como escreves. Então aquilo que eu tenho de certa forma pena ou receio, se quiseres, é que se perca um bocadinho esta. 14:15 Este este usa esta experimentação de se ser humano que é das coisas mais fascinantes que existe, que está intimamente porque ligado com a questão do erro que falávamos há pouco também. Olha, e outra coisa que é profundamente humana é, é a relação tal e qual relação entre pessoas, a relação entre atores que tu estavas a dizer, mas tu neste aqui tens que te relacionar com com aroan, que é que é o nome da precisamente, que é o nome. 14:38 Não sei se lhe posso chamar personagem, não sei o que é que lhe posso chamar. Como é que tu te relacionas lá está com uma máquina, sabendo que a máquina não tem inteligência? Chamo lhe inteligência artificial, mas não tem uma inteligência, não tem seguramente uma sensibilidade, é um modelo. 14:55 Como é que é essa relação? É uma descoberta também em tempo real. Nós estamos estamos a ensaiar, mas existe uma espécie de diálogo com uma ideia de quase de de de uma biblioteca de uma Alexandria. Imagina como é que tu falas com uma coisa destas? 15:12 Sendo que nós temos corpo, o corpo de uma aroa é outra coisa. Digamos que a minha realidade é o meu corpo, como é que eu contraponho a uma realidade toda ela? Informática, de certa forma quase bélica. Como é que tu começas um diálogo em setas, uma conversa, um imaginário, com uma máquina? 15:33 Então um bocadinho estes limites até receios que nós hoje temos. Há pessoas, muitos. Conhecidos e amigos que eu tenho que têm um certo receio desta evolução quase de bruto. Não é brutal, é? Não é. É cavalar da da tecnologia, ou seja, que nos está a colocar numa zona que nós ainda não sabemos qual é. 15:53 Então, o espetáculo também se propõe um pouco AAAA mexer a trazer à superfície estas questões. Porque é uma fala sem rede no fundo não é porque a máquina lá está por um lado, é muito rápida, por outro lado é muito dócil, vai, vai sempre tentar encontrar uma solução, nem que a tenha que inventar ou ou alucinar. 16:09 E nós começamos a perder o controlo de perceber onde é que está ali a Fronteira entre entre a verdade ou ou ou entre o que é que em em que é que nós podemos explorar melhor a máquina ou ou em que é que a gente devia dizer não, obrigado, máquina, eu agora vou escrever aqui o meu texto à mão. Sim, mas que digamos que há uma tendência para ir diminuindo. 16:28 O papel de estarmos aqui vivos não é da tua criatividade, da tua, digamos, o teu trabalho intelectual, emocional. Uma máquina não tem cheiro. Quanto muito pode descrever um cheiro? Esse cheiro é queimado, não é bom. 16:44 Exato. Agora nós podemos sentir esse cheiro. A própria máquina não sente esse cheiro, é queimado, pode detetar, uma falha qualquer. Algures. Portanto, é um bocadinho este diálogo entre aquilo que tu de facto valorizas no fundo, aquilo que me tem dado. Assim, de uma forma muito resumida e não querendo levantar o véu, é que o privilégio das coisas simples e a importância que elas têm no teu dia a dia e. 17:08 Isso é uma necessidade para ti? Sem dúvida, sem dúvida é, é vital. Olha, eu tinha. Eu estava a falar do corpo. EE num dos tópicos desta conversa, tinha tinha escrito aqui o corpo. Que quando te vejo como instrumento político, poético e comunicacional, o teu corpo fala antes da voz, antes de tu dizeres qualquer coisa num palco ou num 7 filmagens. 17:30 É pá, eu espero que sim, porque estou. Eu estou estava aqui a pensar no estávamos a falar bocadinho do do Arruda, da da da série rabo de peixe. Aquele Arruda ainda não disse nada. EEE isso. EE só. Eu estou a olhar a tua testa AA boca. 17:48 E eu já disse, eu não quero, eu não quero encontrar esta pessoa à noite. Quer dizer, porque ele quer dizer, fiquei estendido. Não, não sei o que é que acontece, como é que se compõe isso, como é que se faz isso? Como é que tu usas isso? Como é que tu usas o teu corpo? Acho que é um pouco isso que estavas a dizer há bocado, que é o corpo tem que falar. E a memória do corpo é algo que não engano. 18:06 É um pouco como a memória dos sapatos. Os sapatos nunca mentem. Podes ter uma máscara, mas os teus sapatos? Vão te denunciar no andar que tu tens. Portanto, o corpo imprime uma impressão digital no chão, que se traduz num sapato à partida. 18:22 Portanto, eu tento sempre que o corpo seja um bocadinho. Essa alavanca tem tudo que passar pelo corpo, por mais cerebral que seja um trabalho mais intelectual que seja, mas o corpo tem que lá estar, porque a minha realidade é o meu corpo, não é dentro dessa lógica que falei há pouco. 18:37 E então? Respondendo de outra forma, a melhor definição de um ator que eu ouvi foi esta que é um ator, é um cerco que respira e só isto. E então o respirar vem do corpo, passa pelo teu corpo. 18:54 E se te focares nesses impulsos primários que eu acho que aquilo que eu faço é um elogio, é uma espécie quase Bárbara de existir aos impulsos básicos de vida, de vida, de existência. Procuro sempre que o corpo venha sempre em primeiro lugar, até às vezes faço um exercício que é, como é que eu poderia comunicar isto sem palavras, porque o corpo tem que lá estar primeiro, porque atrás vem tudo. 19:19 Eu posso não saber o meu texto, mas se eu adquirir esta posição que agora adquiri, se calhar aqui neste gesto está associado a 11 solilóquio e eu não sabia. E eu, AI verdade está aqui, esta é a parte que eu ponho aqui a mão, pois é. Um exemplo básico, mas a verdade é que o corpo tem que ser a alavanca de tudo, para mim, pelo menos. 19:37 Que instintos básicos são esses? Quais são esses, essa paleta de cores que tu trabalhas? São os sentidos básicos. É uma coisa meio de sobrevivência. Eu venho do meio pobre também. Importante referir isto neste sentido, e sempre me habituei a gerir aquilo que tinha e não aquilo que gostaria de ter. 19:57 Então, para mim, pequenas coisas eram mundos. Como é que é? Foi essa tua experiência na tua infância? Sim, sim, eu lembro me perfeitamente. Eu brincava imenso no tapete laranja que tinha em casa, que tinha os cantos arredondados, era um tapete assim mesmo, pequeno, e via aqueles bonecos de futebol que vinham nos bolos de anos. 20:13 E pelos tubotios. Exatamente. E eu tinha uma série deles e passava horas, mas horas mesmo, a jogar naquele tapete. E aquilo para mim era o mundo sem fim. Pegando nesse exemplo. Eu amplio para o meu dia a dia e tento que a minha vida seja exatamente que exista diariamente em pequenos mundos, onde um plano apertado em cinema para mim é o mundo muitos atores sentem se enclausurados. 20:37 Mas não. Isto aqui é tão pequenino que eu posso viver nisto tudo. Não é arriscado esses planos de lá? Está da tua cara muito fechado. Não ampliando o conceito também de saber o lugar que tu ocupas, que é muito importante na vida. Num plano apertado em cinema, também é saber o lugar onde tu existes e os olhos são uma arma absolutamente brutal. 20:58 Eu posso ter um olhar aqui contigo, mas se abaixar, sei lá, umas pálpebras. Até metade do meu olhar já é outra coisa. E. Denuncia nos logo porque nós conseguimos ler. Automaticamente qualquer um de nós lê o outro de uma forma parece que viemos com essa programação. No fundo, está a fazer me a dizer, tu vens? De um meio economicamente pobre agarraste a que, mestres, onde é que, onde é que, como é que como é que tu transformaste no fundo, essa escassez em abundância? 21:25 À minha mãe, aos meus irmãos, à capacidade de trabalho, ao conceito de família, ao amor EEA, importância do outro se quiseres em comunidade. 21:41 Como é que tu sobrevives? O que te disse, o que te disse à tua mãe? O que te disse à tua? Mãe disse me muitas coisas, mas destaco aquilo que disse há pouco, saber o lugar que tu ocupas. Se queres alguma coisa, tens de trabalhar para ela. E se não te respeitares a ti, ninguém te vai respeitar. 21:59 Portanto, são princípios que eu hoje ainda uso e tento passar à às minhas filhas e ao meu filho. Olha como é que se constrói? E eu acho que tu és um bom exemplo disso. EE, há bocado estavas a falar da vulnerabilidade e da falha num tempo em que estamos a discutir ou a reorganizar um bocadinho o universo feminino e masculino. 22:18 EE todas as diversidades que cabem aqui, nesta, nesta paleta, como é que se constrói diferentes masculinidades corporais, se quisermos? Onde tu tens que demonstrar isso, lá está desde a fragilidade até à violência, desde a intensidade até à suavidade. 22:39 Eu acho que vêm todas do meu lado feminino. Do teu lado feminino? Sim, eu tenho um lado feminino, tu sentes te. Feminino. Sim, muitas vezes sim. E acho que é dos lados mais interessantes que eu tenho. Pode vir da minha mãe, pode vir do convívio com a minha mulher, com as minhas filhas, dos meus colegas, os meus amigos, colegas atores, o que seja. 22:56 Mas eu sou um homem feminino. Gosto de pensar em mim dentro dessa lógica do sentir ou de absorver aquilo que está à minha volta, porque não gosto de reduzir aquilo que faço ao meu corpo masculino, biologicamente falando. 23:13 Gosto de ampliar o meu espetro de entendimento das coisas e de mim próprio, através do meu ser feminino. Acho que é muito mais fértil, se calhar. Dando te outro exemplo, o meu trabalho é político. No que diz respeito à minha atitude pessoal, tenho obviamente, as minhas tendências ou preferências ou crenças, o que seja. 23:35 Mas o que é interessante não é fechar. Me outro exemplo, eu não fecho. Eu não gosto de pensar em personagens. Acho que me fecha o leque de possibilidades. Eu fecho sozinho quê? Em momentos, momentos que imagina, entrava agora aqui um homem com uma metralhadora neste estúdio. 23:51 A forma como tu reagias ao mesmo acontecimento é que te poderia eventualmente definir como uma possível pessoa ou possível personalidade, portanto, uma vez mais, é no sentido de abrir o meu leque de opressões, aumentar o meu alfabeto de comunicação. E estás sempre a tentar fazer isto. Tento, tento, porque eu gosto muito de viver. 24:10 EEE ficar fechado numa só leitura, no só corpo, numa só pele. Aqui me cria me aqui uma espécie de toiro toiro enraivecido, citando aqui Martin score César. Lá está, mas é curioso tu a definires te como eu quero ir à procura do meu eu feminino, mas o teu corpo e até muito da tua atuação, da tua fórmula, da tua, da tua marca na nos trabalhos que fazes eu eu defino desde já como um, como um ator profundamente masculino também nessa afirmação. 24:40 Nem que seja pelo contraste. Ir buscar o meu lado feminino para fazer o oposto. E dá para misturar? Completamente, completamente. Eu gosto dessa desse menu de degustação, desse melting POT que pode ser por estarmos aqui. 25:00 E acho que é também importante. Por outro lado, hoje em dia, quando se fala em conceitos como masculinidade tóxica, por exemplo, acho muito pertinente e interessante que se fale. Que há homens que não têm receio de assumir uma certa fragilidade, um certo lado feminino, um certo espectro de sensibilidade de outro. 25:23 Porque acho que é importante uma vez mais um homem esta ideia de que homem macho, alfa, branco, o que seja, acho que tudo tão redutor ao mesmo tempo. Foi uma armadilha que nos montaram. Há várias armadilhas sociais que nos catalogam de determinada forma e que nos marcam os comportamentos, quer dizer. 25:43 As mulheres levaram a fatura. Pior não é? Quer dizer, é isso, mas, mas provavelmente agora, nos últimos anos e tempos, as coisas estão estão a mover se mas o que tu estás a dizer é que para os homens também é uma fatura, que é que é uma menor? Permissão de de de estar também nesse espectro da familiaridade. 25:59 Sim, acho que sim. Se não, vejamos os últimos exemplos que temos de jovens vários jovens AA terem opiniões extremadas, nomeadamente de direita, não só de direita, mas também de esquerda, mas os vários casos agora, recentemente no Instagram, 111 espécie de associação, eu não quero dizer o nome de propósito, mas que se pauta exatamente por valores ultramasculinos. 26:19 O que é que é isso? Repressão feminina total, portanto, acho que. Na base de tudo isto, uma das coisas que existe, não tenho dúvidas, é o receio. É o receio de existir de outra forma, porque o que é que há depois deste desta embalagem de masculina tóxica, forte, super bombada, proteína style. 26:39 O que é que há? Não sabem? E então eu proponho exatamente a fazer um exercício oposto, não tenho a coragem de tirar essas máscaras de. De não corresponder a um estereótipo, o. Que torna cada vez mais difícil. Lá está estava estava a falar da polaridade da polarização. 26:56 Não, não citando, eu também estou contigo. Acho que há coisas que a gente não deve citar que é para não as propagar. Acho que é. Acho que é uma boa, uma boa estratégia. Aliás, agora que o quando o Nuno markl ficou doente e houve. Algumas probabilidades, uma em particular, mas houve outras que tenta porque perceberam obviamente o carrinho que isso dava de popularidade e fizeram uma declaração profundamente imbecil e infeliz EEE, eu e eu apanho Montes de amigos meus, pessoas de quem eu gosto, a dizer, já viste o que está a acontecer? 27:24 E eu alguns ligo e diz, e tu já viste o que é que estás a fazer quando estás AAA propagar na tua rede aquilo que é uma coisa imbecil, quer dizer, mostra vasos de flores, quer dizer, é preferível quem estás a fazer uma coisa, é a melhor gato a tocar piano, será a fazer qualquer coisa. Menos, menos dar esse esse Lastro a é o que está a acontecer. 27:42 Como é que num mundo tão polarizado e onde tudo está a ficar muito extremado, à esquerda e à direita, mas não só com as pessoas todas cheias de grandes certezas. Oo papel da arte, isto é, quando tu arriscas coisas no Na Na arte, o que é que levas como reação? 27:58 OK, os teus fãs obviamente vão aparecer a dizer que tu és extraordinário e o fel levas com muito fel. Nas re erguesinas, sim, eu espero que sim. Eu costumo dizer que um bom espetáculo é quando algum algum espectador sai, porque acho que um objeto artístico não tem que forçosamente agradar a todos. 28:19 Aliás, até sou da opinião que se não agradar a todos é mais interessante, porque isso significa, entre muitas outras coisas, que está a provocar aqui alguma reação, que alguém está em desacordo, completo e não gosta de tal forma que sai de uma sala de espetáculos. Eu acho isso extremamente interessante e útil. Porque estamos a apelar a um espectador emancipado no sentido em que ele tem que se chegar à frente com uma atitude, tem que tomar uma decisão sobre aquilo que está a haver. 28:41 E se sair, a gente diz, OK, esta pessoa teve esta opinião, não está a gostar disto? Ótimo. O que 11 dos objetivos daquilo que eu faço é que, de facto, aquilo que se constrói, trabalha com todo o amor e profissionalismo e por aí fora, que provoque reações e que as pessoas tenham a coragem de se inscrever nessa reação, nesse gesto que é preciso ter coragem também para se inscrever numa ação tão. 29:03 Barulhenta, como sair de uma sala? Portanto, que a arte surge, surge para exatamente estimular uma atitude em quem recebe, seja ela qual for, seja ela qual for. Eu gosto imenso de fazer espetáculos onde estão escolas, por exemplo. A maior parte dos meus colegas detesta fazer espetáculos. 29:21 As. Crianças são cruéis, não é? Elas são muito viscerais e muito dizem te logo. O que é que pensam sobre aquilo? Eu adoro isso, adoro isso porque não há filtros no sentido em que é um espectador super justo, porque nos coloca ali. Perante aquilo que estamos a fazer de forma justa, muitas vezes cruel e desnecessária e grata até ou gratuita. 29:40 Mas o que é interessante aqui, uma vez mais, é que estamos AA estimular uma reação, um pensamento sobre e acho que uma das funções da arte é, sem dúvida, estimular o pensamento, o pensamento crítico, o pensamento pessoal, questionas te no fundo. Estamos a perder esse essa veia do do pensamento crítico, sem dúvida. 30:00 Porque há uma, há uma higienização, há uma ingenuidade de tudo, do gosto, do sentir. Esta educação do gosto dá muito trabalho. E a cultura tem um papel fundamental nessa nessa perspetiva sobre as coisas e o mundo, não só sobre os objetos artísticos, mas sobre a vida, sobre tudo. 30:16 E a cultura vem exatamente para estimular essa capacidade de reação, de ter a coragem de dizer, não me tocou, não acho interessante porque no fundo, é que há uma ausência de pensamento crítico. E de discurso em si, posso dizer, não gosto nada daquela pessoa XYEZE. 30:35 Porquê vemos isso em debates políticos, quando se prende e se vive em chavões, vamos mandar fora do país determinadas pessoas, mas porquê? Desenvolva com que base baseie, se em quê factos, números, venha. 30:51 Temos OINE que é tão útil muitas vezes, mas. Nós está, mas depois entramos numa discussão que é uma discussão de propaganda e uma discussão de. Naturalista barata, não. É sim, e é. E é o aquele chavão. E eu ponho aquele chavão repetindo a mentira 1000 vezes. Se calhar ela transforma se numa numa verdade EE esta até estamos todos a discutir coisas sem ter esse cuidado até de ir verificar se aquela fonte faz sentido ou se aquela declaração faz sentido. 31:15 Mas, em princípio, se essas coisas deveriam ser até. Relativamente fáceis de parar. A minha sensação é que estamos todos cansados, não é? E quando ficamos frustrados com determinada coisa, uma boa solução populista, apesar de mentirosa, se calhar é aquela que a gente se agarra, porque porque estamos a sentir que que não conseguimos fazer nada. 31:35 No fundo, não. É, acho que uma das coisas que este desenvolvimento agora fala de uma forma geral, não é do desenvolvimento da tecnologia, não querendo empacotar tudo no mesmo saco. Mas as redes sociais, por exemplo, acho que contribuem para, de certa forma, a nossa empatia. 31:52 Está cansada? O algoritmo me deu cabo disto. Acho que é um pouco isso. Acho que estamos um bocadinho anestesiados. Estamos cansados. Ouve lá, temos uma revista que eu costumo comprar, que tinha uma publicação, um número muito interessante que. Exatamente dentro desta lógica que estamos a falar aqui da imagem do cansaço, que isso já deposita numa espécie de anestesíaco geral, que era uma edição sem fotografias e no lugar da fotografia tinha a descrição daquilo que estaria lá, e isso provoca te isso, só esse simples mecanismo. 32:23 Quase um irritante, não é? É irritante, mas é. Foi muito interessante porque, de facto, estimula o teu exercício de imaginar e não sei hoje em dia o que é que é mais horrível. Tu imaginas uma imagem concreta ou imaginares dentro do teu horror. Da tua história, cultura e educação, o que seja imaginares o possível horror através daquela descrição. 32:40 Portanto, no fundo, acho que temos que baralhar aqui o jogo e voltar a dar e ter a clara noção que, de facto, a empatia e os mecanismos de comunicação, de receção, de escutas são outros. O tempo é outro. Sim, porque se nós estivermos num mercado ou se estivermos num num não quer dizer num jogo de futebol, se calhar é um péssimo exemplo. 32:58 Mas Nenhum de Nós, ou a maioria de nós não diz as barbaridades que a gente lê. Nas caixas de comentários dos instagrams e dos facebooks quer dizer de pessoas que estão a dizer coisas completamente horríveis, verdadeiramente um insulto aos outros. Sem dúvida são montras de de disfarce, não é? 33:18 As pessoas escondem se atrás dessas matrículas. Tecnológicas para existirem de formas completamente grotescas. E aproveitam e aproveitam isso no tempo em que nós deixamos praticamente de ir ao cinema. Eixos que aparece uma série chamada rabo de peixe, filmada nos Açores, que para mim 11 série absolutamente fabulosa. 33:42 Onde tu entras? Desempenhando um tal de Arruda. Não sei se podemos descrever te nessa série como o pequeno meliante, o pequeno traficante OOOO pequeno mal, mas na realidade que sabe mais do que os outros no dia em que aparece droga, em que aparece cocaína em rabo de peixe, uma das freguesias mais mais pobres do do país e faz se o rabo de peixe, essa série, o que é que esta série teve de tão? 34:13 Extraordinário. Acho que a história em si é de facto, logo o ponto de partida é é absolutamente brutal e único, não é Na Na Na freguesia mais pobre da Europa, rabo de peixe da Acosta, fardos e fardos de cocaína e logo isso logo só esta. 34:30 Este enquadramento já é suficiente quase e depois passa se nos Açores não é Açores uma ilha que também é muito importante, pelo menos para mim, foi na construção desta deste possível Arruda. Tudo isto acho que traz à superfície para mim, no final do dia, o que é que tu fazes para sobreviver? 34:53 E que mecanismos são esses? E a que é que tu te agarras? E o que é que é mais fácil? O que é que tu optas por um bocado? Se tens a coragem ou não de quebrar os moldes de educação com que tu cresceste. É uma discussão moral interna. Eu acho que também passa por aí, sem dúvida nenhuma. 35:09 Que é uma vida desgraçada. E o que é que a gente faz para sobreviver? O que é que o que é que tens que fazer qualquer coisa? Eu acho que sem dúvida, se queres sobreviver, sim, claro, tens que fazer qualquer coisa e às vezes não é a coisa mais correta de todo, não é? Mas acho que o que é que faz de rap de peixe? 35:26 Acho que é o facto de ser isto que já mencionei ser feito em Portugal. A Geografia também, para mim é absolutamente fundamental. E depois tem esta questão que é universal, que é esta esta necessidade de te reinventares e de repente toma lá fartos de cocaína, o que é que tu fazes com isto? 35:47 Tem o teu euromilhões em cocaína. É para muitas pessoas, alguns sabiam ou muito pouca gente sabia quando de facto, chegou à ilha. E depois, toda a forma como o conceito, a ideia, o conhecimento se propaga é super fascinante para mim. Como é para mim é das coisas mais interessantes. 36:04 Como é que o conceito de que que é isto? Ah, isto é uma caneca, dá para beber coisas, Ah, dá para beber isto já não sabia. E isto e esta descoberta para mim é das coisas mais fascinantes. Eu acho que é das coisas mais inocentes, que eu acho que prende o espectador. Portanto, houve 11. No fundo, uma aprendizagem em rede que é mostrada nessa série. 36:21 Que é, eu não sei se isto é farinha para fazer bolos. Isto é uma coisa que nos vai aditivar a vida ou que vai matar alguém, porque depois também ouve esses esses fenómenos. Como é que se faz a composição desse mauzão, desse, desse Arruda, que contrasta muito com o personagem principal da série, mas nem tanto EE que e que aparece ali um bocadinho, como entre, por um lado, o ameaçador, por outro lado, Oo protetor e acolhedor. 36:46 Quer dizer, há ali, há ali muitos sentimentos que que aparecem no meio de no meio desta desta série. Então, como é que se cria? Eu tento sempre criar algo incompleto, algo que necessita de público. A Sério? Sim, tento sempre criar objetos coxos, objetos que carecem de um outro olhar para serem confirmados de alguma forma como. 37:07 É que é isso? Ou seja, o que é interessante para mim é quando tens 111 personagem ou um ou uma pessoa ou uma ideia de de uma pessoa que é o Arruda e que é 11 aliante como disseste 11 dealer um pequeno dealer. Interessa te só fazer isso ou interessa te que seja, de facto um ser incompleto, que tenha, que tenha essa capacidade de proteger a família, que é perfeitamente legítimo, que goste genuinamente da da sua filha à sua maneira, ou seja, que não seja declaradamente mau. 37:36 Acho que isso tão pouco interessante, uma vez mais, é tão redutor. Então temos que criar coisas incompletas, coisas abrangentes e nessa abrangência, detetas falhas. E é exatamente aí que eu, que eu trabalho, eu tento sempre criar. Objetos que é pá, que que carecem, que estão mal se quiseres ou que estão com falhas ou com rachas e que precisam de alguém para ficar completo, precisa do teu olhar para tu absorveres aquilo que viste do rabo de peixe e de certa forma sintetizar este Arruda. 38:08 Isso cria uma dinâmica de comunicação, sem dúvida. Sem dúvida. E a próxima? Esse sim e aproxima e aproxima das pessoas. Acho que Humaniza de certa forma. Porque a minha pergunta é, porque é que eu gosto deste mau? É um bocado isso. Não era suposto, não é? Quer dizer, então, mas ele é assim. Ele faz bullying ao resto dos seus amigos e ali à comunidade, ele trafica. 38:29 Em princípio, eu devia pôr te uma Cruz em cima e dizer por amor da Santa. Quer dizer, tira, tira me esta pessoa daqui, mas não, a gente tem essa empatia em relação a. Essa não há nada mais fascinante do que isso. Como é que tu tens empatia por um ser abjeto? E isso é fascinante. Como é que tu é quase grotesco? 38:46 E eu acho que é isso. Isso é que é fascinante. Acho que isso revela em parte, a matéria daquilo que nós somos feitos esta quase quase absurda em que vivemos, esta vida com que que é violentíssima? Como é que tu tens empatia por um ser violento? Eu acho isso fascinante em. 39:02 Princípio eu não devia acontecer. Pois. Mas, mas empatia, imagina? Tens um arco incrível para seres altamente violento ou altamente brutal. E isso é que eu acho que é interessante. É fascinante teres numa mesma cena, uma empatia com o público, uma comicidade até se quiseres e de repente acabares essa cena com uma violência Extrema. 39:21 Acho isso super fascinante, porque isso é que é destabilizador para mim enquanto espectador, é uma coisa que não é óbvia. Olha como é que foi a construção da série? Porque tu tu contracenas com? Atores muito jovens que que lá estão e que e que são, quer dizer, e para mim, ainda mais surpreendentes, porque não porque não conhecia o trabalho deles. 39:38 É tão simples como isso é pura ignorância. Mas como é que, como é que tu os ajudas? Como é que tu? Como é que tu? Há muitas cenas em que, em que se sente claramente que tu és o motor daquele. Provavelmente o realizador obviamente escolhe te também por isso. Como é que tu, como é que tu os ajudas? 39:54 Como é que tu, como é que tu os ajudas? Ou como é que tu lhes dás cabo da cena, não faço a mínima ideia se se tu, nesse afã de criar um desequilíbrio que crie comunicação, se os se os se os questionas, se os, se os, se os passas, eletricidade. 40:09 Não, não faço a mínima ideia. Como é que? Como é que é esse movimento? A melhor forma de os ajudar é é ser o mais competente possível. Na minha, na minha função, é a melhor forma que eu posso ter. Eu, eu não. Eu não sou muito de. De dar conselhos, porque não me coloco nessa posição. Obviamente, se alguém me perguntar alguma coisa, estarei sempre cá para isso. 40:27 Mas a melhor forma de os ajudar é eu ser altamente competitivo numa forma saudável. Ser competitivo, literalmente. Eu vou fazer isto muito bem. Se quiseres agora não, eu vou trabalhar tanto. Eu vou trabalhar tanto que eu parto sempre do princípio que eles sabem mais do que eu, isto de uma forma transversal no cinema, teatro, televisão. 40:48 Quem está ao meu lado, à minha volta, sabe mais do que eu. Portanto, eu, para os acompanhar, tenho que trabalhar muito e trabalho, de facto, muito, para quando for a jogo ter alguma coisa a dizer. E se eu for, se eu tiver focado naquilo que trabalhei e acho que o meu desempenho vai ser fiel àquilo que eu trabalhei, acho que é. 41:07 Estou a ser justo, não estou cá como bolshet para ninguém. E é a melhor forma de eu ser colega ou de dar na ideia de conselhos se quiseres. Portanto, não é uma ideia paternalista nesta tua relação com eles. De todo eu vou ser bom, vou trabalhar para ser muito bom e para que este produto seja extraordinário. 41:22 Exatamente isto é, deve criar uma pressão do catano em em em atores mais jovens e que estão a começar a sua carreira ou não. Eu espero que sim. É é difícil contracenar contigo. Eu acho que não. Eu sou muito lá está. Eu trabalho muito numa escuta e eu quero muito quem está ao meu lado. 41:41 Que que esteja no seu, na sua melhor versão, e então eu vou fazer tudo para que isso aconteça. Somos melhores, os outros são melhores também. Sem dúvida nenhuma isso eu espero sempre que os meus colegas sejam muito bons mesmo. E digo muito bons de propósito, sejam mesmo bons naquilo que sejam atores iluminados em estado de graça, porque é a única forma de eu também me quase educar, de de melhorar, de me potenciar naquilo que faço. 42:07 Porque se não for assim, é mesmo desinteressante aquilo que eu faço. Portanto, tu tens um poder secreto verdadeiramente, não é que acabas de confessar aqui que é na realidade, esse é o teu segredo, é conseguir potenciar no outro. Esse esse vislumbre de excelência é, é, é, é não conceder, não dar qualquer concessão a que o nível tem que ser muito elevado. 42:28 É pá sim, numa premissa de que eles sabem mais do que eu. Isso é o contrário da inveja portuguesa? Ah, eu não tenho nada disso, não tenho nada disso. Acho que isso é uma coisa que não não faz parte do meu alfabeto. Acho isso um sentimento horrível de transportar. 42:43 Não te acrescenta rigorosamente nada e sempre experiência. E o ego, o que é que tu fazes ao ego? O ego está sempre de férias. Tu não, tu és vaidoso. Eu olho para ti, quer dizer, tu pela pela maneira como estás. Como tu és vaidoso ou não? 42:58 Ou ou queres um desmentir já. Obrigado. Pela maneira como te cuidas, pela maneira, pela maneira como entraste no estúdio, pela. Maneira, palavra certa, cuidar. E a minha mãe sempre dizia uma das coisas que a minha mãe dizia não me ensinei há pouco, que é o afeto, o afeto, afeto, o afeto tens dúvidas, afeto e eu parto sempre deste princípio. 43:21 Eu não sei como é que as pessoas estão à minha volta e acho que a narrativa da vida muda quando tu és confrontado com a dor, não é? Portanto, ao saboreares essa experiência da dor, tu, o corpo, a realidade das outras pessoas, daquilo que tu desconheces do estrangeiro, ganha outra sensibilidade em ti. 43:41 Portanto, eu tenho sempre que cuidar das pessoas que estão à minha volta. E digo isto de uma forma transversal e de. Eliminar a sala, porque quando tu entraste aqui no estúdio, tu cruzaste com 34 pessoas e todas as pessoas com quem tu te cruzaste sorriram. É das melhores coisas que me podem dizer porque. 44:00 O meu trabalho passa por aí se quiseres a minha vida passa por aí, que é nesse cuidar do dia a dia de todas as pessoas. E sinceramente, se eu tiver se acabar um dia de trabalho e tiver feito 2 ou 3 pessoas, quebrar a narrativa do seu dia, já tenho o dia a ganho. 44:19 E digo te isto com todo o carinho e com toda a sensibilidade, porque é isso, cuidar, cuidar daquilo que tu desconheces é tão importante e isto é tão importante. EE, ou seja, no fundo, ainda a pergunta que fizeste há pouco em relação aos meus colegas e aquilo que eu faço é através do afeto. 44:39 Esta palavra é mesmo muito importante todos os dias. Cultivar isso em ti é uma espécie de nutrição? Sem dúvida, é a nutrição interessante para mim é essa foi assim que me relacionei com o Augusto Fraga, foi assim que me relacionei com o André schenkowski, que é uma peça absolutamente fundamental para a temporada, um que não esteve na segunda, segunda temporada, nem na terceira. 45:00 Foi assim que eu me é assim que eu me. Ou seja, no fundo, como é que eu posso ser fiel a uma visão de um realizador, de um encenador, o que seja de um colega meu, se eu não cuidar dessa pessoa, se eu, porque através do cuidar eu consigo entrar melhor nessa pessoa, consigo confiar, porque estamos a falar daqui de uma coisa que é basilar, que é a confiança que tu estabeleces com alguém. 45:23 Nem sempre isso é possível. Trabalhas lá fora, não estabeleces, às vezes, muita relação com quem te dirige ou por aí fora. Mas eu tento sempre deixar aberto esse canal da confiança, porque quanto mais eu confiar, mais consigo espreguiçar me naquilo que é a tua ideia sobre um texto. 45:41 Como é que tu lidas com as tuas neuras? É pá que é o contrário disso, não é que é o contrário da da nutrição. Quer dizer, quando tu estiveres solar, quando tu estiveres presente, quando tu acreditas que mudas a vida dos outros, Eu Acredito que tu estás em expansão, mas imagino o dia em que tu acordas ou que tu vais deitar. 46:00 EEE, tu EEEEE, te drenaram energia. E eu tenho muitas vezes essa sensação de quando a gente está com algumas pessoas que por alguma razão não interessa, mas que que que a única coisa que fizeram na nossa vida durante aquele dia foi drenar a nossa energia. EEE geralmente, e essa é a boa notícia, é que são são pessoas que são que que nem sequer são muito significativas para nós. 46:22 O que ainda é mais ainda me leva AO que é que como é que tu? Como é que o que é que tu fazes? Fechas te na conchinha? Não. Começas AAAA restaurar te. Já houve tempos em que me fechava, mas acho que me fechava por inexperiência ou por medo, e depois acho que está intimamente ligado com com esta coisa que te falei há pouco, da dor. 46:43 A dor acho que te devolve o corpo e devolve te o corpo. Numa consciência do agora. E nessa lógica, como é que eu vou gerindo estas estas coisas? Eu tento o facto de ser pai também te limpa muito a porcaria, porque os teus filhos são, podes vir e chegar a casa, todo partido, mas um filho é uma realidade tão forte, pelo menos para mim, e contagiosa. 47:11 Totalmente, que te obriga rapidamente AA ser altamente seletivo. E o hiper foco aí vem. Ou seja, o que é que é o que é que é completamente adereço, o que não é relevante. Tu tiras automaticamente tu limpas. Então tento exercitar me nessa autogestão, em tentar perceber o que é que de facto importa e aí filtrar aquilo que eu posso capitalizar em prol do meu trabalho, em prol do meu dia a dia. 47:37 E tento que não contamine muito aqui outras coisas, porque acho que é pouco interessante. E a no dia seguinte seguramente desaparece. Olha, nós estamos praticamente AA puxar, mas eu quero falar do estamos em tempo de ruído e para mim é muito interessante. E ri me muito a ver a série do Bruno Nogueira, onde tu, onde tu apareces que é? 47:54 Na realidade, é um conjunto de Sketch, mas que é completamente distópico. Em primeiro lugar, nós, quer dizer, estamos num mundo completamente em que é proibido rir. Não sei se é distopia ou se a realidade já está mais próxima. Aquilo é completamente louco, é completamente incongruente, é completamente absurdo e é absolutamente mágico. 48:15 Ali, eu tenho a certeza, apanho as minhas fichas, que houve ali uma comunhão geral na naquela, naquela tribo. Sem dúvida, é uma tribo falaste bem todas essas esses adjetivos que usaste para definir este ruído. 48:30 É, é. Passa tudo por aí que disseste, mas a confiança, a forma como nos conhecemos. A relação que temos já de vários anos, acho que tem ganho ali outra expressão, a expressão através de uma coisa que nos une ainda mais, que é aquilo que fazemos, o amor que sentimos por aquilo que fazemos, juntamente com aquela ideia de de Recreio, não é que é um Recreio? 48:52 Aquilo é um Recreio mesmo, não é? Portanto, vocês devem se ter rido à brava para fazer aquelas coisas. É muito livre, é muito solto e o Bruno tem essa, tem essa característica que é criar objetos soltos, livres, onde? A diferença existe e não só existe como eu. 49:08 É o motor central de tudo isto é o que nos alimenta é sermos tão diferentes e ali encontrarmos 11 ilha onde podemos coexistir em prol de quem está em casa. O que é que aquilo, o que a narrativa é, que aquilo tem de de de especial é, é, quer dizer, porque é que aquela aquela série, por um lado é deprimente, é opressiva. 49:29 Por outro lado, lembro me sempre da Rita cabaço com a mandar calar os os seus entrevistados já completamente fora assim. Quer dizer, há há ali coisas aquilo está escrito, aquelas coisas todas ou ou vocês têm têm essa possibilidade e capacidade de reinterpretar aquilo. Temos a capacidade de ajustar, mas obviamente 9590 a 95%. 49:50 Aquilo que lá está é escrito, como é óbvio, mas tentamos sempre expandir um bocadinho também, não fechar aquilo ao momento. Sei lá as exigências de um decore às vezes, mas há um momento como tu estás, como o meu colega está, como é que eu reajo a uma roupa que eu tenho e depois passas por processos de criação? 50:07 Make up guarda roupa que também são camadas de criatividade. Como é que tu no final desse bolo? Consegues existir, então, nesse momento ajustas sempre uma coisa à outra. Consegues sempre ir levar ou ir levar o discurso e ver onde é que, onde é que se tentar de ver, onde é que o público pode agarrar, o que é que se pode? 50:24 Eu espero que seja elevar. Porque? Porque muitas vezes muita coisa que sugere não é, não é, não é interessante, ponto. Mas sim, tentamos sempre potenciar aquilo que lá está, que por si só ganha. E depois aquilo, aquilo consegue, obviamente consegue, claro, respirar. 50:42 Mesmo nas coisas profundamente obsessivas. Quer dizer, porque há há momentos em que a gente sente até quase quase vergonha alheia, não é? Estamos a ver aqui uma coisa até até se pôr assim, uma Mona cara e outras. E outros momentos em que há momentos de expansão e que nós é é mais fácil fazer rir ou fazer chorar. Então a perguntar, me mais mais clichê do mundo, mas. 50:58 Não, não é. Não é o meu percurso todo. Estou. Estou mais habituado a fazer coisas ditas dramáticas ou sérias, ou o que seja. Mas a comédia também é séria, mas mais dramáticas. A comédia tem sido 111, registo que eu tenho vindo a descobrir nos últimos anos, sobretudo EE. 51:16 Eu acho que é igualmente difícil. Ainda não tenho experiência suficiente para te responder de forma clara que o drama, por assim dizer, é mais difícil que a comédia. Aquilo que eu sei é que exige existências diferentes. Numa zona cómica ou numa zona mais dita dramática, mas o cómico e o trágico está sempre muito junto. 51:37 O dramático está sempre junto com o com o cómico e a comédia com o trágico, portanto. Podemos nos rir de uma de uma boa desgraça? Claro. Então não é essa das coisas mais fantásticas que a evita nos dá. Portanto, não te consigo dar uma resposta certa, porque para mim, está tudo num Horizonte comum. 51:53 Há, há. Há uma atmosfera que se toca inevitavelmente. Olha o que é que tu nos podes oferecer a nós? Cidadãos comuns que ainda por cima não temos como ferramenta a comunicação. Não somos atores para na nossa vida aprender um bocadinho dessa tua arte para comunicarmos melhor. 52:12 É pá. Posso partilhar? Aquilo que eu fui aprendendo ao longo da vida? Nunca tomarem nada como garantido. Não há nada que seja garantido, pelo menos para mim. Acetuando o amor pelos meus filhos, acho que. 52:28 Para já na experiência que eu tenho digo te isto, daqui a uns anos pode ser diferente, mas para já digo te isto não tomar nada como garantido, não te levares a Sério saber o lugar que tu ocupas e esta ideia do pastor que eu te falei ao início. Isto aplica se a muitas coisas, nomeadamente a filhos, por exemplo, os filhos. 52:47 Se tu olhares para eles como ovelhas de um rebanho que não consegues mudar, não consegues, fazer com que pronto uma ovelha seja outra ovelha seja um cão, não dá. Portanto, a única facto, a única coisa que podes fazer é, de facto, escolher o pasto onde elas vão comer. E isso isto para focar o quê? 53:03 Esta posição de de curtires, de apreciares, o crescimento, a vida a acontecer. Ou seja, no fundo, o que é que eu te estou a dizer? Não se esqueçam que viver é uma coisa boa. Às vezes, no stress do dia a dia, isto é tão complicado uma pessoa parar e meteres isto na tua cabeça. 53:23 Mas sim. Eu falo por mim às vezes, não tenho essa capacidade, mas de facto, estar aqui há um prazer nas pequenas coisas e de facto, viver é um privilégio. E é quase uma espécie de não sendo religioso, um milagre. No final desta conversa, fica claro que o trabalho do Albano Jerónimo está encorado numa ideia simples, compreender o mundo através do corpo e da relação com os outros. 53:45 Falamos de infância, da construção de personagens. De direção de atores e desse novo território, um duro humano contracena com inteligência artificial. A forma como ele articula estes temas mostra um criador atento às mudanças do seu tempo, mas firme na importância do que não se pode digitalizar. 54:03 Há um tópico principal desta conversa, que é o erro, não como falha, mas como método. O Albano Jerónimo descreve o erro como um lugar de descoberta, onde se ajusta, se afina e se encontra. Uma voz acerta para cada momento. Até para a semana.

Amorosidade Estrela da Manhã
O MOMENTO DA MORTE PODE NÃO SER AGORA, MAS VAI SER NUM AGORA. AGORA, A PERGUNTA É: “COMO NORMALMENTE NÃO SE SABE EM QUE AGORA SERÁ, SERÁ QUE NÃO É MELHOR ESTAR PREPARADO PSICOLOGICAMENTE PARA ELA...

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 1:53


Expresso - Blitz Posto Emissor
NAPA: “Não fomos gozados pelo sotaque porque normalmente imitam o dos Açores. Só o Herman é que consegue fazer um bom sotaque da Madeira”

Expresso - Blitz Posto Emissor

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 66:33


A preparar o terceiro álbum de estúdio, os madeirenses NAPA são os mais recentes convidados do Posto Emissor. No podcast da BLITZ recordaram a infância na ilha e os primeiros tempos em Lisboa, onde estudaram, apresentaram as novidades – o novo single, ‘Amor de Novo’, com os brasileiros Jovem Dionísio – e abordaram o impacto duradouro de ‘Deslocado’, um dos maiores êxitos em língua portuguesa em todo o mundo este ano.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Amorosidade Estrela da Manhã
Vídeo - Por que normalmente eu faço ponte para a resolução de conflito de duas pessoas?

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 11:38


Amorosidade Estrela da Manhã
Áudio - Por que normalmente eu faço ponte para a resolução de conflito de duas pessoas?

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 11:38


Se Habla Español
Español con noticias 76: Nueva terapia contra el cáncer - Episodio exclusivo para mecenas

Se Habla Español

Play Episode Listen Later Nov 23, 2025 27:13


Agradece a este podcast tantas horas de entretenimiento y disfruta de episodios exclusivos como éste. ¡Apóyale en iVoox! Episodio exclusivo para suscriptores de Se Habla Español en Apple Podcasts, Spotify, iVoox y Patreon: Spotify: https://open.spotify.com/show/2E2vhVqLNtiO2TyOjfK987 Patreon: https://www.patreon.com/sehablaespanol Buy me a coffee: https://www.buymeacoffee.com/sehablaespanol/w/6450 Donaciones: https://paypal.me/sehablaespanol Contacto: sehablaespanolpodcast@gmail.com Facebook: www.facebook.com/sehablaespanolpodcast Twitter: @espanolpodcast Hola, ¿cómo va todo? Aquí en Luxemburgo ya estamos viviendo el espíritu de la Navidad, porque este fin de semana han abierto los mercadillos navideños, concretamente el pasado viernes 21 de noviembre. Como en este país no se celebra la fiesta de los Reyes Magos, la Navidad termina el 1 de enero. Ya sabes que en España termina el día 6, aunque los estudiantes suelen tener libre incluso el 7 de enero. Y estas fechas son muy especiales para las familias que tienen a alguien enfermo, sobre todo si es un niño o un adolescente. A todas ellas, un abrazo muy fuerte desde aquí, y también una buena noticia que compartir. Porque hoy vamos a hablar de un tema muy importante: la lucha contra el cáncer y un nuevo tratamiento que está funcionando en España. Pero antes vamos a explicar algunas diferencias entre la sanidad pública y la sanidad privada en mi país. En España, la sanidad pública está financiada por los impuestos y las cotizaciones sociales. Esto significa que, si trabajas y cotizas, tienes acceso gratuito a médicos, hospitales y urgencias. Solo hay que pagar una parte de los medicamentos, lo que se llama copago. Por ejemplo, una persona con ingresos bajos puede pagar unos 8 euros por un medicamento que cuesta mucho más. Por otro lado, la sanidad privada funciona con seguros médicos. Las personas pagan una póliza mensual para tener acceso más rápido a especialistas, elegir médico o recibir servicios extra como atención dental o revisiones oftalmológicas, de la vista. Los precios varían: un joven puede pagar unos 20 o 30 euros al mes, mientras que una persona mayor puede pagar más de 100 euros mensuales. Muchas personas en España combinan ambos sistemas: usan la sanidad pública para lo esencial y contratan un seguro privado para evitar listas de espera o tener más comodidad. Con esta información como contexto, vamos a escuchar una noticia que nos habla de un avance médico realizado en un hospital público. Y es que el Hospital de La Paz, en Madrid, ha conseguido curar a varios niños con leucemia gracias a una terapia experimental. A lo largo del episodio, vamos a aprender vocabulario relacionado con este tema. Pero lo primero es escuchar la noticia, que pertenece una vez más a Radio Nacional de España. Presta mucha atención. “La sanidad pública, concretamente el Hospital de la Paz en Madrid, ha logrado salvar a 8 niños y adolescentes con cáncer, con una forma agresiva de leucemia, que ya no tenían ninguna opción de curarse. Lo han logrado gracias a una terapia experimental con células y ahora hacen vida normal. Nos lo ha contado Lucía, tiene 15 años y gracias a este tratamiento, también muchos planes de futuro. Y nos ha contado varias cosas. La primera es que quiere estudiar Biología, la segunda es que en el colegio la están arropando mucho y la tercera y la más importante es que está curada. Ahora me siento genial. Normalmente tengo recaídas al año y mucho, pero no he tenido nada y estoy muy contenta porque parece que ahora sí, pues estoy curada. Tras 15 años de lucha contra la leucemia y cuatro recaídas, Lucía ha comenzado a hacer vida normal. El tratamiento conocido como CAR-T en tándem ha sido aplicado en 10 pacientes que ya habían pasado por quimioterapia y por trasplante para frenar el avance de la enfermedad. 8 de esos menores ya están curados. El gran problema de la leucemia son las recaídas y es que las células tumorosas, tras la primera medicación, son capaces de ocultarse en algunas moléculas para pasar desapercibidas y posteriormente volver a atacar. Lo que hace este tratamiento es fijar dos moléculas a la vez y dejar al cáncer sin escondite posible. El resultado, lo decíamos, 8 niños curados y una nueva esperanza para poder derrotar definitivamente la enfermedad.” La verdad es que da gusto escuchar noticias positivas relacionadas con el cáncer, porque es una enfermedad que termina con la vida de miles de personas cada año, y los avances médicos suelen tardar mucho tiempo en llegar. Pero bueno, de vez en cuando aparecen nuevos tratamientos que funcionan, como el que nos han contado en la noticia. Con respecto al vocabulario, no he encontrado mucho que explicar, pero vamos a reforzar algunos conocimientos para que estén todavía más claros. Terapia experimental: Tratamiento médico nuevo que aún está en fase de prueba y no se ha aprobado oficialmente para su uso general. Ejemplos: Los médicos aplicaron una terapia experimental para tratar el cáncer que no respondía a otros tratamientos. Aunque es una terapia experimental, ha mostrado resultados muy prometedores en algunos pacientes. Hacer vida normal: Volver a la rutina diaria habitual después de una enfermedad o situación difícil. Ejemplos: Después de la operación, pudo hacer vida normal y volver al trabajo. Lucía ha empezado a hacer vida normal tras superar la leucemia. Arropar: En sentido figurado, significa proteger, apoyar o dar cariño a alguien, especialmente en momentos difíciles. Ejemplos: Su familia lo arropó durante todo el tratamiento. En el colegio, los profesores y compañeros la están arropando mucho. Recaída: Cuando una persona vuelve a enfermar después de haber mejorado o superado una enfermedad. Ejemplos: Tras varios meses sin síntomas, tuvo una recaída y volvió al hospital. Las recaídas son comunes en enfermedades como la leucemia. Pasar desapercibida: No ser notado o detectado; en medicina, se refiere a células o síntomas que no se identifican fácilmente. Ejemplos: Las células cancerosas pueden pasar desapercibidas tras el primer tratamiento. Su talento no pasó desapercibido en el concurso de canto. Fijar: En medicina, significa unir o dirigir algo hacia un objetivo específico; también puede significar establecer o asegurar algo. Ejemplos: El tratamiento fija dos moléculas para atacar el cáncer sin dejarle escondite. Han fijado la fecha de la operación para el próximo lunes. Muy bien. Como te decía, el resto del vocabulario es bastante sencillo, y supongo que lo conoces perfectamente. Así que, escuchamos la noticia por segunda vez. “La sanidad pública, concretamente el Hospital de la Paz en Madrid, ha logrado salvar a 8 niños y adolescentes con cáncer, con una forma agresiva de leucemia, que ya no tenían ninguna opción de curarse. Lo han logrado gracias a una terapia experimental con células y ahora hacen vida normal. Nos lo ha contado Lucía, tiene 15 años y gracias a este tratamiento, también muchos planes de futuro. Y nos ha contado varias cosas. La primera es que quiere estudiar Biología, la segunda es que en el colegio la están arropando mucho y la tercera y la más importante es que está curada. Ahora me siento genial. Normalmente tengo recaídas al año y mucho, pero no he tenido nada y estoy muy contenta porque parece que ahora sí, pues estoy curada. Tras 15 años de lucha contra la leucemia y cuatro recaídas, Lucía ha comenzado a hacer vida normal. El tratamiento conocido como CAR-T en tándem ha sido aplicado en 10 pacientes que ya habían pasado por quimioterapia y por trasplante para frenar el avance de la enfermedad. 8 de esos menores ya están curados. El gran problema de la leucemia son las recaídas y es que las células tumorosas, tras la primera medicación, son capaces de ocultarse en algunas moléculas para pasar desapercibidas y posteriormente volver a atacar. Lo que hace este tratamiento es fijar dos moléculas a la vez y dejar al cáncer sin escondite posible. El resultado, lo decíamos, 8 niños curados y una nueva esperanza para poder derrotar definitivamente la enfermedad.” Sé que lo tienes todo muy claro, pero ya sabes que me gusta ofrecerte la noticia cambiando algunas palabras para que puedas ampliar tu vocabulario. Y es lo que voy a hacer ahora mismo. La información se refiere al sistema médico público, en concreto el Hospital de La Paz en Madrid, porque ha conseguido devolverle la salud a ocho menores —niños y adolescentes— que padecían cáncer, una variante severa de leucemia, y que ya no contaban con ninguna alternativa de recuperación. Este logro ha sido posible gracias a un procedimiento innovador con células, y ahora estos jóvenes han vuelto a tener una rutina habitual. Una de ellas, Lucía, de 15 años, ha compartido su experiencia con Radio Nacional de España. Y gracias a este método terapéutico, tiene muchos proyectos para el futuro. En concreto, Lucía ha revelado tres cosas importantes: la primera, que desea estudiar Biología; la segunda, que en el colegio la están apoyando emocionalmente mucho; y la tercera, y más relevante, que está libre de la enfermedad. Dice que se encuentra fenomenal. Antes solía tener reapariciones de la enfermedad cada año, y bastante fuertes, pero esta vez no ha tenido ninguna, y está muy feliz porque parece que, por fin, está curada. Después de 15 años de batalla contra la leucemia y cuatro recaídas, Lucía ha comenzado a retomar su vida cotidiana. El tratamiento, conocido como CAR-T en combinación, se ha aplicado a diez pacientes que ya habían pasado por quimioterapia y por trasplantes para intentar detener el avance de la dolencia. Ocho de ellos ya están libres de cáncer. El gran desafío de la leucemia son las reapariciones, ya que las células malignas, tras el primer tratamiento, pueden camuflarse en ciertas moléculas para no ser detectadas y luego volver a atacar. Lo que hace este tratamiento es dirigirse simultáneamente a dos moléculas y dejar al cáncer sin posibilidad de esconderse. El resultado, como decíamos, ocho menores recuperados y una nueva ilusión para vencer definitivamente esta enfermedad. Por cierto, me gusta mucho el verbo “camuflarse”, que es como esconderse, pero utilizando alguna estrategia especial. Por ejemplo, podemos camuflarse con un disfraz para que nadie sepa quiénes somos. Venga, vamos a escuchar la noticia por última vez y te cuento más detalles sobre el impacto del cáncer en España. “La sanidad pública, concretamente el Hospital de la Paz en Madrid, ha logrado salvar a 8 niños y adolescentes con cáncer, con una forma agresiva de leucemia, que ya no tenían ninguna opción de curarse. Lo han logrado gracias a una terapia experimental con células y ahora hacen vida normal. Nos lo ha contado Lucía, tiene 15 años y gracias a este tratamiento, también muchos planes de futuro. Y nos ha contado varias cosas. La primera es que quiere estudiar Biología, la segunda es que en el colegio la están arropando mucho y la tercera y la más importante es que está curada. Ahora me siento genial. Normalmente tengo recaídas al año y mucho, pero no he tenido nada y estoy muy contenta porque parece que ahora sí, pues estoy curada. Tras 15 años de lucha contra la leucemia y cuatro recaídas, Lucía ha comenzado a hacer vida normal. El tratamiento conocido como CAR-T en tándem ha sido aplicado en 10 pacientes que ya habían pasado por quimioterapia y por trasplante para frenar el avance de la enfermedad. 8 de esos menores ya están curados. El gran problema de la leucemia son las recaídas y es que las células tumorosas, tras la primera medicación, son capaces de ocultarse en algunas moléculas para pasar desapercibidas y posteriormente volver a atacar. Lo que hace este tratamiento es fijar dos moléculas a la vez y dejar al cáncer sin escondite posible. El resultado, lo decíamos, 8 niños curados y una nueva esperanza para poder derrotar definitivamente la enfermedad.” Como te decía, para concluir vamos a repasar las estadísticas más recientes sobre el cáncer infantil en España. En 2024 se registraron alrededor de 1.500 casos nuevos en niños menores de 14 años. Pero lo realmente alentador es el avance en las tasas de supervivencia. Según los últimos informes, la tasa de supervivencia a cinco años tras el diagnóstico se sitúa en un impresionante 83,9 % para menores de 0 a 14 años. Esta cifra refleja una mejora constante en comparación con décadas atrás; en los años ochenta y noventa la supervivencia estaba muy por debajo, entre el 60 % y el 70 %. Estos datos ponen en evidencia que la investigación médica y los avances terapéuticos han conseguido que hoy más del 80 % de los niños con cáncer logren superarlo. Se evidencia también que cuanto más tiempo pasa tras el diagnóstico —especialmente superados los cinco años— menor es el riesgo de recaída, gracias a programas de seguimiento sólido que permiten detectar y tratar a tiempo posibles complicaciones. Este progreso va de la mano de innovaciones como la terapia CAR‑T, de la que hemos hablado hoy, y de los múltiples esfuerzos en medicina personalizada y oncología pediátrica. El mensaje es claro: aunque cada año se diagnostican nuevos casos, las posibilidades de curación siguen mejorando, ofreciendo un horizonte mucho más esperanzador para niños y adolescentes afectados. Y ahora, como siempre, repasamos las palabras y expresiones que hemos explicado hoy. Terapia experimental: Tratamiento médico nuevo que aún está en fase de prueba y no se ha aprobado oficialmente para su uso general. Hacer vida normal: Volver a la rutina diaria habitual después de una enfermedad o situación difícil. Arropar: En sentido figurado, significa proteger, apoyar o dar cariño a alguien, especialmente en momentos difíciles. Recaída: Cuando una persona vuelve a enfermar después de haber mejorado o superado una enfermedad. Pasar desapercibida: No ser notado o detectado; en medicina, se refiere a células o síntomas que no se identifican fácilmente. Fijar: En medicina, significa unir o dirigir algo hacia un objetivo específico; también puede significar establecer o asegurar algo. Pues esto ha sido todo por hoy. Espero que la noticia te haya alegrado tanto como a mí, porque muchas veces sólo escuchamos malas noticias en los medios de comunicación. Ojalá encuentre más informaciones de este tipo en el futuro para poder hablar de ellas aquí. Mil gracias de nuevo por tu apoyo y hasta la próxima semana. Adiós. Escucha este episodio completo y accede a todo el contenido exclusivo de Se Habla Español. Descubre antes que nadie los nuevos episodios, y participa en la comunidad exclusiva de oyentes en https://go.ivoox.com/sq/171214

Learn Italian with LearnAmo - Impariamo l'italiano insieme!
Padroneggia il Congiuntivo INDIPENDENTE: Desideri, Dubbi e Ordini in Italiano

Learn Italian with LearnAmo - Impariamo l'italiano insieme!

Play Episode Listen Later Nov 23, 2025


Ti sei mai chiesto perché in italiano diciamo "Che tu sia benedetto!" oppure "Magari avessi più tempo!"? In questi casi il congiuntivo appare in frasi che stanno in piedi da sole, senza dipendere da nulla. Questo è il congiuntivo indipendente, molto diffuso nella lingua italiana per esprimere desideri, ordini, dubbi e supposizioni. Con questa guida completa, imparerai a usarlo come un vero madrelingua italiano. Il Congiuntivo INDIPENDENTE: Quando usarlo da solo Cos'è il Congiuntivo Indipendente? Facciamo chiarezza su questo concetto. Normalmente, quando studi il congiuntivo, lo vedi sempre in frasi dipendenti, giusto? Per esempio: "Penso che tu abbia ragione" oppure "Voglio che tu venga con me". In questi casi, il congiuntivo dipende da un verbo principale (penso, voglio) che regge l'intera costruzione. Tuttavia, il congiuntivo può anche essere indipendente, cioè può apparire in frasi che stanno in piedi da sole, senza dipendere da un'altra frase. Ecco perché si chiama "indipendente" – è autonomo nella sua funzione comunicativa. Queste frasi esprimono emozioni, desideri, dubbi, ordini o supposizioni in modo diretto e immediato. Il congiuntivo indipendente è estremamente comune nella lingua parlata italiana, specialmente nelle espressioni emotive e colloquiali. Una volta che padroneggerai questo uso, il tuo italiano suonerà molto più naturale e autentico. I Diversi Tipi di Congiuntivo Indipendente Vediamo ora tutti i casi principali in cui si usa il congiuntivo indipendente. Presta attenzione, perché sono diversi e ognuno ha una funzione comunicativa specifica. Analizzeremo ogni tipo nel dettaglio con numerosi esempi pratici che potrai utilizzare fin da subito nelle tue conversazioni quotidiane. 1. Congiuntivo Esortativo (per Dare Ordini o Inviti) Il congiuntivo esortativo si usa per dare ordini, inviti o esortazioni. Si usa in sostituzione dell'imperativo per le persone mancanti (terza persona singolare/plurale, prima persona plurale) o per il Lei con cortesia. È molto formale ed elegante, perfetto per situazioni professionali o quando si vuole mantenere un tono rispettoso. Quando si Usa il Congiuntivo Esortativo? Si utilizza questa forma quando si vuole: Dare ordini formali alla terza persona singolare o plurale Fare inviti cortesi usando il "Lei" formale Proporre azioni di gruppo alla prima persona plurale (noi) Esortare qualcuno a fare qualcosa con eleganza Esempi Pratici con la Terza Persona Singolare (Lei Formale) "Entri pure, signora!" (Lei formale – equivale a "entra!" ma con cortesia)"Venga con noi, professore!" (invito formale a una persona di riguardo)"Si accomodi, prego!" (ordine/invito cortese molto comune in contesti formali)"Stia attento!" (ordine alla terza persona singolare)"Prenda questa strada e poi giri a destra!" (indicazioni formali)"Mi dica pure tutto, dottore!" (invito a parlare liberamente) Esempi con la Terza Persona Plurale (Loro Formale) "Si accomodino, prego!" (ordine/invito cortese al plurale)"Entrino pure, signori!" (invito formale a più persone)"Facciano ciò che vogliono!" (permesso totale con tono formale)"Abbiano pazienza, per favore!" (richiesta cortese di attesa) Attenzione alla Prima Persona Plurale (Noi)! Alla prima persona plurale (noi), il congiuntivo esortativo è comunissimo nella lingua parlata italiana: "Andiamo al cinema!" (proposta di attività)"Facciamo una pausa!" (suggerimento di riposare)"Parliamo di questo problema!" (invito alla discussione)"Usciamo a cena stasera!" (proposta per la serata)"Vediamo cosa possiamo fare!" (esortazione a trovare soluzioni) Nota importante: In questo caso, congiuntivo e indicativo hanno la stessa forma per la prima persona plurale, ma la funzione è esortativa, quindi si sta di fatto usando il congiuntivo. La differenza si percepisce dal contesto e dall'intonazione: quando si propone o si invita, si usa il congiuntivo esortativo. 2. Congiuntivo Ottativo (per Esprimere Desideri) "Ottativo" deriva dal latino "optare" e significa "desiderare". Si usa questo congiuntivo per esprimere un desiderio, un augurio o una speranza. Spesso è introdotto da parole come "magari", "se solo", "oh se", "almeno" oppure "che". Questo è probabilmente l'uso più emotivo e personale del congiuntivo indipendente. Funzione e Uso del Congiuntivo Ottativo Esprime un desiderio realizzabile nel presente o futuro: "Magari venisse!" (desiderio che potrebbe avverarsi) Esprime un rimpianto per il passato: "Oh, se avessi studiato di più!" (rimpianto per qualcosa che non è accaduto e ora è troppo tardi) Esprime auguri e benedizioni: "Che Dio ti benedica!" (augurio formale) Esprime fantasie irrealizzabili: "Se fossi un uccello!" (desiderio impossibile) Esempi con "Magari" (Molto Comune!) Desideri per il presente/futuro (congiuntivo imperfetto):"Magari piovesse un po'!" (desiderio che piova)"Magari vincessi alla lotteria!" (desiderio di vincere soldi)"Magari ci fosse un corso sui verbi pronominali!" (desiderio di avere qualcosa che non c'è)"Magari smettesse di nevicare!" (desiderio per il presente)"Magari tornasse presto!" (speranza che qualcuno ritorni) Rimpianti per il passato (congiuntivo trapassato):"Magari avessi studiato di più!" (rimpianto per non aver studiato abbastanza)"Magari avessi ascoltato i tuoi consigli!" (rimpianto per non aver seguito i consigli)"Magari avessimo preso l'altra strada!" (rimpianto per una scelta passata)"Magari non fossi andato a quella festa!" (rimpianto per un'azione passata) Esempi con "Che" (Auguri Formali) "Che Dio ti benedica!" (augurio religioso)"Che tu possa essere felice!" (augurio di felicità)"Che il cielo ti aiuti!" (augurio solenne)"Che la fortuna ti assista!" (augurio di buona sorte)"Che tu possa realizzare tutti i tuoi sogni!" (augurio per il futuro)"Che vada tutto bene!" (augurio comune prima di un evento importante) Esempi con "Se" o "Se Solo" (Desideri Impossibili) "Se solo avessi più tempo!" (rimpianto per la mancanza di tempo)"Oh se potessi tornare indietro!" (desiderio impossibile di cambiare il passato)"Se fossi ricco!" (fantasia sulla ricchezza)"Se avessi le ali!" (desiderio impossibile di volare)"Oh se potessi leggere nel pensiero!" (fantasia sui superpoteri) Esempi con "Almeno" (Desiderio Minimo) "Almeno smettesse di piovere!" (desiderio minimo sul tempo)"Almeno mi avesse avvertito!" (rimpianto per mancanza di comunicazione)"Almeno provasse a capirmi!" (desiderio di comprensione)"Almeno facesse silenzio!" (richiesta di tranquillità) 3. Congiuntivo Concessivo (per Fare Concessioni) Il congiuntivo concessivo si usa per ammettere o concedere qualcosa, spesso seguito da un'opposizione o da un'obiezione. È accompagnato da parole come "pure", "anche" o semplicemente senza introduttori, oppure introdotto da espressioni come "ammettiamo che", "sia pure che" o "anche se". Come Funziona? È come dire: "Ok, ammetto questo punto, MA..." – è una concessione seguita spesso da un'opposizione. Si usa quando si vuole riconoscere un punto di vista altrui pur mantenendo la propria posizione. È molto utile nelle discussioni e nei dibattiti per apparire ragionevoli pur non cedendo completamente. Esempi Pratici "Sia anche come dici tu, ma io non sono d'accordo!" (va bene, ammetto che potrebbe essere così, ma...)"Dica quello che vuole, a me non interessa!" (può dire tutto ciò che vuole, ma non mi importa)"Faccia pure come crede!" (libertà totale, fai come vuoi)"Venga pure, tanto non cambierà nulla!" (può venire, ma sarà inutile)"Ammettiamo pure che la tua casa sia più piccola della mia: non per questo devi provare odio nei miei confronti!" (concessione seguita da obiezione)"Siano pure più bravi di noi, ma noi abbiamo più esperienza!" (ammissione con riserva)"Dica quel che vuole, io non cambio idea!" (concessione di libertà di parola ma mantenimento della propria posizione) 4. Congiuntivo Dubitativo (per Esprimere Dubbi e Incertezze) Il congiuntivo dubitativo esprime dubbio, incertezza o perplessità. Spesso è introdotto da "che", "non" oppure appare in domande retoriche. Questo tipo di congiuntivo è estremamente comune nella lingua parlata italiana, specialmente quando si pensa ad alta voce o si esprime preoccupazione. Quando si Usa? Quando usi il congiuntivo dubitativo, stai fondamentalmente pensando ad alta voce, esprimendo un'ipotesi o un'incertezza su qualcosa. È il modo più naturale per un italiano di esprimere dubbi senza fare affermazioni categoriche. Molto usato in contesti informali tra amici e familiari. Esempi con "Che" (Forma più Comune) "Che sia lui il colpevole?" (mi chiedo se sia lui...)"Che abbiano dimenticato l'appuntamento?" (dubbio, perplessità sul motivo della loro assenza)"Che abbia detto la verità?" (incertezza sulla veridicità)"Che stia male?" (preoccupazione e dubbio sulla salute di qualcuno)"Che siano già partiti?" (dubbio su un'azione già compiuta)"Che abbia perso il treno?" (ipotesi sul ritardo di qualcuno)"Che siano troppe informazioni?" (dubbio sulla quantità di informazioni fornite) Esempi con "Non" (Dubbio con Negazione) "Non sappia lui la risposta?" (domanda dubitativa con tono di sorpresa)"Non abbia capito bene?" (dubbio sulla comprensione)"Non sia il caso di chiamare un medico?" (dubbio che suggerisce un'azione) Contesto d'Uso Il congiuntivo dubitativo è particolarmente utile quando: Non si vuole fare un'affermazione diretta Si cerca di essere diplomatici Si esprime preoccupazione in modo delicato Si vuole coinvolgere l'interlocutore nel ragionamento 5. Congiuntivo Suppositivo (per Fare Supposizioni) Il congiuntivo suppositivo è simile al dubitativo, ma si usa per fare supposizioni e ipotesi più che per esprimere veri dubbi. Spesso è introdotto da "che" oppure da espressioni come "poniamo che", "ammesso che", "supponiamo che",

Esportes
Seleção brasileira muda postura em campo com Ancelotti e torcedores sonham com hexa

Esportes

Play Episode Listen Later Nov 23, 2025 7:09


De uma equipe que não passava confiança aos torcedores, com tropeços e resultados vergonhosos, Carlo Ancelotti transformou e melhorou a seleção brasileira em apenas seis meses de trabalho à frente da comissão técnica. Desde que assumiu, o Brasil fez oito jogos e teve quatro vitórias, dois empates e duas derrotas. O treinador italiano tem quase 60% de aproveitamento. E mais do que isso: fez o Brasil voltar a jogar como o Brasil. Marcio Arruda, da RFI em Paris Apesar de os números de Carlo Ancelotti à frente da equipe brasileira não serem espetaculares até agora, jornalistas especializados apontam uma melhora assustadora no futebol apresentado pela seleção. A mídia espanhola, que conhece de perto o trabalho de Ancelotti, que conquistou 15 títulos em seis temporadas pelo Real Madrid, escreveu após uma vitória brasileira: “O despertar de um monstro”. “Normalmente, você tem medo do monstro. E isso é importante”, disse um bem-humorado Ancelotti. “Não despertamos nada. Estamos trabalhando para chegar à melhor condição possível na Copa do Mundo. Acredito que estamos num bom caminho”, afirmou o treinador. O atacante Rodrygo, que trabalhou com Ancelotti no Real Madrid, garantiu que agora os jogadores têm um entendimento mais claro do que fazer em campo. “A gente sabe o que fazer para atacar e se defender. Vamos guardar as coisas positivas e, o que a gente fez de negativo, iremos trabalhar para melhorar. Eu fico feliz porque agora eu vejo que a gente tem uma ideia para colocar em prática em campo; temos um plano”, revelou. Esquema tático pode mudar conforme adversário O plano mudou o panorama da equipe. O esquema tático da seleção brasileira tem dado certo, mas pode ser flexível conforme o adversário. “O Ancelotti acertou esse esquema 4-2-4, que deu muito certo contra a Coreia do Sul e Senegal. Mas é um esquema que eu já percebi, nas entrelinhas, que ele não acredita que dê certo contra França ou Espanha, por exemplo. E aí o Ancelotti fala em encontrar um plano B para ser um pouco mais defensivo”, opinou o correspondente internacional da Band, Felipe Kieling. “O Ancelotti deu uma cara para a seleção brasileira. Até a chegada dele, a gente não sabia para onde o Brasil estava indo." "Está claro o caminho que o Ancelotti começou a seguir. Ele trouxe jogadores que muita gente criticava, como o Casemiro, que hoje ninguém contesta”, completou Kieling. A jornalista Julia Guimarães, da TV Globo, considera que agora o Brasil, que já garantiu vaga na próxima Copa do Mundo, tem uma nova cara em campo. Leia tambémBrasil garante vaga no mundial de 2026 e país segue como único a disputar todas as Copas do Mundo “O mais importante é que hoje a gente pode dizer que o Brasil tem um time com estilo de jogo. O Ancelotti encontrou nesse esquema de 4-2-4 uma maneira de jogar e ele consegue fazer com que os jogadores de ataque voltem para marcar e ajudem o sistema defensivo também”, disse a correspondente internacional da TV Globo. Se por um lado o esquema 4-2-4 tem agradado, por outro é preciso que todos joguem pelo grupo. “Ele encontrou um sistema de jogo interessante com quatro atacantes, mas alguns deles terão de se sacrificar para recompor e ajudar o meio de campo, que só tem dois volantes. Aliás, são dois excelentes volantes, mas que vão precisar de ajuda. Então, o jogo precisa ser coletivamente defensivo”, explicou o jornalista Alexandre Oliveira, da TV Record, que já trabalhou como correspondente internacional. Sem posição fixa Voltar para fazer marcação e abrir mão da posição de origem não incomoda, por exemplo, o atacante Matheus Cunha. “Eu acho que tenho tido bastante oportunidades com o Mister Ancelotti. Eu me sinto muito bem nessa posição que ataca e ajuda na marcação. Acaba que o protagonismo fica um pouco de lado, mas é para ajudar o grupo a fazer coisas boas. Eu me sinto muito bem para continuar ajudando desta forma”, contou o atacante Matheus Cunha. A pouco mais de seis meses do início da Copa do Mundo, o técnico Carlo Ancelotti ainda não fechou a lista dos 26 jogadores que vão disputar o mundial. “O treinador ainda tem dúvidas nas laterais, tanto que no jogo contra Senegal ele colocou o Eder Militão, que foi muito bem. Outra posição vaga é o camisa 9. O Vitor Roque talvez tenha oportunidade e muita gente fala do Pedro. Também acho que o terceiro goleiro não foi escolhido. Eu diria que o Ancelotti já deve ter na cabeça dele uns 20 nomes. Acho que faltam dois nomes para as laterais, um para goleiro e outro para o ataque. O Neymar é sempre um ponto de interrogação”, disse Felipe Kieling. Com bagagem de três Copas do Mundo pela Globo, Julia Guimarães disse que os jogadores abraçaram a ideia do treinador. “Acho que ele já conseguiu colocar uma cara na seleção, faltando pouco tempo para a Copa do Mundo. O Ancelotti trouxe a mentalidade de um grande campeão para os jogadores da seleção. Dá para ver nas entrevistas coletivas que todos os jogadores falam sobre a importância de ter um cara como Ancelotti na seleção. Isso, claro, aumenta a confiança de todo mundo. É só ver como o Estêvão está jogando. O caçula da seleção está jogando muito”, afirmou Julia. Talento genuinamente brasileiro Aliás, Carlo Ancelotti rasgou elogios ao jovem atacante Estêvão, de apenas 18 anos. “Estêvão tem um talento incrível. Eu fico surpreso como um jogador tão jovem tem esse tipo de talento. Com ele, o Brasil tem um futuro assegurado”, declarou o treinador da seleção. A chegada de Carlo Ancelotti ao comando da seleção animou a torcida brasileira. Os torcedores que foram a Lille na terça-feira (18) para assistir ao amistoso do Brasil contra a Tunísia mostraram empolgação. “Está começando aquele calor no coração. Todo ano de Copa é a mesma coisa, mas eu acho que a esperança está maior para 2026. Enquanto formos o único penta, a gente sempre vai ser a seleção a ser batida” contou Sean Bryan Dias Medeiros, brasileiro que mora na Irlanda. O brasileiro Guilherme Rodrigues, que mora na Bélgica e atravessou a fronteira para acompanhar o jogo, disse que confia no sexto título do Brasil em Copas do Mundo. “A gente sonha há um tempo com isso e acho que vai se tornar realidade”, apostou Guilherme. "Pode ser que fique muito mais caro" E se o hexa realmente vier em 2026, será que Ancelotti continua como técnico da seleção depois da Copa? “Estou muito bem aqui na seleção. Não penso em sair. É claro que depois da Copa eu e a CBF vamos negociar uma renovação. Não tenho pressa em decidir e não há problema para mim em permanecer no cargo”, revelou Ancelotti. “A verdade é que o contrato antes do mundial foi barato, mas depois da Copa pode ser que fique muito mais caro”, brincou Ancelotti sobre a renovação.

Reportagem
Jovem agredida pelo namorado francês, que queimou seu passaporte, retorna ao Brasil após denunciar caso

Reportagem

Play Episode Listen Later Nov 14, 2025 6:58


O nome de Gisele Vitóri, de 20 anos, ficou conhecido na semana passada de uma maneira trágica: a jovem carioca foi vítima de violência e teve seu passaporte queimado pelo então namorado enquanto o visitava em Toulouse, no sul da França. Gisele conseguiu escapar da casa do francês, um tatuador de 28 anos, e gravou vídeos nas redes sociais relatando a violência que sofreu. Após a denúncia na polícia, ela retorna para casa no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (14).  * Aviso: esta reportagem contém relatos e imagens de casos de violência Luiza Ramos, da RFI em Paris As imagens, que viralizaram nas redes sociais no Brasil e na França, mostram Gisele aos prantos com o rosto machucado e o lábio inferior cortado e inchado. Nos vídeos, ela defende estar “expondo” a situação por medo: “porque se eu morrer ou se acontecer qualquer coisa comigo, é culpa dele. Ele falou que vai me encontrar”. A jovem chega a alertar outras meninas sobre o perigo de conhecer um “gringo e ir para a casa dele”.  Gisele contou à RFI que teve medo de ligar para a polícia no dia 3 de novembro, quando foi agredida, devido às ameaças do homem, que incluíam constrangimento através da exposição de vídeos íntimos.  “Eu não conhecia as leis, então eu acabava acreditando nas coisas que ele falava, que eu era brasileira e ninguém ia me escutar. Então acabei não falando nada para a polícia, só botei na internet pedindo ajuda. Mas me encontraram e depois me orientaram. Falaram que tem leis que me protegem. E aí, sim, eu fui à polícia”, contou ainda abalada.  Como o relacionamento com francês começou Gisele compartilha uma moradia com amigas no Vidigal, favela na zona sul do Rio. A mãe e os quatro irmãos mais novos moram perto. A jovem trabalha com a tia fazendo extensão de cílios e sobrancelhas, mas também vende bebidas na praia e, eventualmente, atua como modelo fotográfico. Gisele conheceu o tatuador francês há um ano e dois meses, quando ele estava de férias no Brasil. Desde então os dois começaram a namorar, com visitas frequentes tanto dele no Brasil quanto dela na França. Ao longo do relacionamento ela foi apresentada a familiares e amigos do rapaz. Nesta última visita, Gisele chegou à Toulouse no dia 27 de outubro e, segundo ela, a agressão do dia 3 de novembro foi a primeira violência física cometida pelo namorado. Mas o jovem havia demonstrado agressividade e abusos verbais em ocasiões anteriores.  “Eu o conheci em uma festa [no RJ], depois ele se acidentou e eu fiquei com ele no hospital por uma semana. A gente ficou mais um mês no Brasil juntos. Ele falou para eu vir conhecer a França. Eu vim e foi quando a gente começou o relacionamento”, detalhou a jovem, que não demonstra interesse em morar na França e nunca ultrapassou os 90 dias de permanência permitidos para turistas brasileiros no espaço europeu.  Repercussão dos vídeos de Gisele Em um dos vídeos, Gisele relata ter sido alvo de socos, empurrões e chutes e mostra marcas de ferimentos no rosto e braço. As imagens foram compartilhadas por inúmeros portais. Algumas pessoas tentavam ajudar com a marcação de perfis das embaixadas brasileiras na França, órgãos ativistas e personalidades de defesa da mulher. Foi desta maneira que o caso chegou até Nellma Barreto, presidente da associação Femmes de la Résistance (Mulheres na Resistência) voltada para a defesa dos direitos das mulheres em Paris. “Eu consegui localizá-la porque nas minhas redes sociais apareceram várias mensagens de pessoas que tinham contato direto com ela”, disse.  “Ela estava sendo acolhida por um casal na cidade de Toulouse. Nosso trabalho foi de colocá-la imediatamente em segurança. Ela estava há dois dias sem tomar banho, logo após a violência, sem saber o que fazer. Nós a orientamos até a delegacia para fazer o boletim de ocorrência, em seguida o exame de corpo de delito e atendimento médico, pois estava muito perturbada. Acionamos uma advogada e também uma psicóloga, que fez um atendimento de urgência”, explicou Nellma. “Ela estava com muito medo. E nós sabemos que inúmeras mulheres acabam sendo ainda mais vítimas [de agressão] depois de fazer um boletim de ocorrência”, pontuou a ativista. Somente este ano, a associação Mulheres na Resistência, recebeu entre fevereiro e março pelo menos sete pedidos de ajuda por semana de mulheres brasileiras e lusófonas. Normalmente, são de duas a três chamadas de ajuda por semana. Ressignificar a dor e alertar mulheres Depois do que passou na França, o consulado de Marseille forneceu um novo passaporte à Gisele. No entanto, segundo Nellma Barreto, ela ficou com medo de buscar o documento “porque era próximo dos amigos e familiares dele”. Gisele foi a Paris onde o consulado forneceu um documento de viagem que lhe permitiu preparar a volta para casa e ser acolhida pela família. Ela pretende tocar seus projetos para estudar Tecnologia da Informação, fazer terapia para conseguir ressignificar o trauma e poder celebrar seu aniversário de 21 anos no dia 8 de dezembro. A jovem deseja que sua história de denúncia alerte mais mulheres em relacionamentos com qualquer tipo de abuso. “Para elas ficarem atentas já no primeiro sinal. Mesmo que seja um grito, as mulheres devem ir embora. Depois pode ser que elas corram risco de vida. E aí, já é tarde demais, pode ser que elas não tenham chance. Então, quando elas virem o primeiro sinal, elas precisam ir embora”, declara Gisele Vitóri. “Primeiro passo é ligar para polícia” Apesar do caso de Gisele ter alcançado ajuda mediante os vídeos nas redes sociais, Nellma Barreto reforça que é preciso denunciar antes de qualquer atitude. “O primeiro passo é ligar para polícia para se colocar em proteção. Independente de você estar em situação regular no país ou não, independente se você ser imigrante ou não, o primeiro passo é ligar para polícia para pedir socorro”, explicou. “Ela foi muito corajosa em ter feito esses vídeos. Ela foi muito corajosa em ter exposto essa violência. Isso é importante, porque muitas outras mulheres criam coragem para também denunciar abusadores. É uma forma de alertar outras mulheres”, diz a presidente do Mulheres na Resistência. Na França, para casos de violência doméstica contra mulheres de qualquer nacionalidade existe o telefone de assistência direta: 3919. Para perigo imediato, o recomendado é ligar para a polícia no número 17. *Essa matéria foi atualizada Leia também“São índices de guerra”, diz Patrícia Melo sobre feminicídio no Brasil ao lançar romance na França   

VENTAS B2B
508 Compra Consultiva

VENTAS B2B

Play Episode Listen Later Nov 10, 2025 17:20


No me equivoqué. Es compra consultiva el título de este episodio y se trata de aplicar las técnicas de venta consultiva, al proceso de compras.Normalmente las áreas de compra son tomadoras de pedidos y de características técnicas de sus clientes internos, los usuarios.En muchas áreas de abastecimiento, el verdadero desafío no está en negociar con proveedores externos,sino en negociar con clientes internos: operaciones, marketing, tecnología, finanzas…Y ahí la compra consultiva se vuelve una habilidad crítica.Implica entender las necesidades reales de esos clientes internos, incluso cuando ellos mismos no las tienen del todo claras.No se trata de decir “no hay presupuesto”, sino de dialogar estratégicamente sobre prioridades, beneficios y riesgos.Antes de pedir una cotización, hay que entender el problema que se busca resolver.Un comprador consultivo hace preguntas, no solo lee especificaciones.Ser un comprador consultivo es adoptar la mirada estratégica del vendedor consultivo:escuchar, diagnosticar, conectar y construir soluciones conjuntas.Porque al final del día, tanto en ventas como en compras, la pregunta es la misma:¿Qué valor estoy generando con esta decisión?Así que si trabajas en compras o abastecimiento, recuerda:tu trabajo no es solo conseguir precios,es construir alianzas, optimizar recursos y guiar decisiones internas con inteligencia comercial.Porque comprar bien… también es vender una buena decisión.

Bajo el puente del trol
EXTRA: Hablemos sobre el Frankenstein de GDT

Bajo el puente del trol

Play Episode Listen Later Nov 10, 2025 72:00


Normalmente no subo mis Shots de Ko-Fi por acá, pero quiero saber qué opinaste sobre la película. ¿Te quedaste con ganas de hablar de la adaptación, o con dudas sobre si lo que apareció en pantalla es fiel a la novela?

Su Presencia Radio
Llevándonos bien con nuestros compañeros de trabajo - Parte 1 | The Christian Working Woman en español

Su Presencia Radio

Play Episode Listen Later Nov 3, 2025 3:08


Normalmente, pasamos alrededor de ocho horas diarias en la oficina, con personas que, si fuera por nosotros, quizás no elegiríamos para compartir un tercio de nuestro tiempo semanal. Este episodio hace parte de la serie devocional "Llevándonos bien con los compañeros de trabajo", un mensaje de The Christian Working Woman en español por Mary Lowman. Si te interesa escuchar más series completas, visita nuestra lista de reproducción.

The Christian Working Woman en Español
Llevándonos bien con nuestros compañeros de trabajo - Parte 1

The Christian Working Woman en Español

Play Episode Listen Later Nov 3, 2025 3:08


Normalmente, pasamos alrededor de ocho horas diarias en la oficina, con personas que, si fuera por nosotros, quizás no elegiríamos para compartir un tercio de nuestro tiempo semanal.Este episodio hace parte de la serie devocional "Llevándonos bien con los compañeros de trabajo", un mensaje de The Christian Working Woman en español por Mary Lowman. Si te interesa escuchar más series completas, visita nuestra lista de reproducción.

Convidado
"Vitória de Paul Biya demonstra, até certo ponto, as fragilidades das instituições africanas"

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 30, 2025 9:09


O Chefe de Estado dos Camarões, Paul Biya, acaba na segunda-feira de ser declarado oficialmente vencedor das presidenciais com um pouco mais de 53% dos votos, face ao seu principal rival Issa Tchiroma Bakary, com um pouco mais de 35% dos sufrágios.  Biya, 92 anos, encaminha-se deste modo para um oitavo mandato de sete anos, apesar de o seu adversário Tchiroma ter vindo a reclamar a vitória antes mesmo da divulgação dos resultados definitivos das eleições de 12 de Outubro e apesar da forte contestação na rua, com um balanço de pelo menos quatro mortos e múltiplos danos materiais. A repressão das manifestações da oposição no passado fim-de-semana com denúncias de um uso excessivo da força pelas autoridades mereceram condenações por parte da União Africana e da União Europeia que se declararam "preocupadas com as violações dos Direitos Humanos", enquanto as Nações Unidas apelaram, por sua vez, à "contenção, à abertura de investigações e ao fim da violência". Apesar de o poder ter anunciado que pretende responsabilizar penalmente Tchiroma pelos incidentes dos últimos dias, o líder de oposição apela os seus apoiantes a permanecer "determinados mas pacíficos". Este contexto tenso vem sobrepor-se a uma situação já por si delicada, num país onde se estima que 40% dos habitantes vive abaixo do limiar da pobreza, onde permanece activo o conflito entre a maioria francófona e a minoria anglófona da população e onde ataques esporádicos de grupos jihadistas colocam em questão a segurança do território. Para o professor de Relações Internacionais na Universidade Técnica de Angola, Osvaldo Mboco, a reeleição de Paul Biya pode ser um indicador das "fragilidades das instituições africanas". RFI: Depois de mais de quarenta anos no poder, Paul Biya foi reeleito para um oitavo mandato. Como se pode interpretar esta situação? Osvaldo Mboco: A vitória do Presidente demonstra, até certo ponto, as fragilidades das instituições africanas na corporação do próprio processo eleitoral. Durante os 42 anos de governação, o país não tem conhecido grandes avanços significativos do ponto de vista económico, social e político. E isto agrava-se em função daquilo que é a visão dos jovens que querem mudança. Ou seja, se maioritariamente os eleitores são jovens, que não estão comprometidos com a história e que já nasceram com o Presidente no poder, esses jovens querem a alternância política. Então, é uma vitória, até certo ponto, agridoce, à medida em que há vários distúrbios e até pessoas que morreram, fruto das reivindicações daquilo que provavelmente foi um resultado eleitoral que não corresponde à vontade popular dos eleitores nas urnas. E tanto era assim que o seu principal opositor Issa Tchiroma reclama a vitória e cenários como estes têm estado a acontecer não só agora nestas eleições. Se nós nos lembrarmos Maurício Kamto, que no processo eleitoral passado foi o segundo candidato mais votado, também reclamou e juridicamente foi impedido de concorrer às eleições deste ano. O Presidente tem uma idade já avançada e é o Presidente que está no poder há mais tempo a nível do continente africano. Está agora com 92 anos. Quando terminar o seu mandato, estará aproximadamente com 99 anos. E todos nós sabemos as limitações humanas de um indivíduo que já está com uma idade acima dos 90 anos. Isto também não é bom para a consolidação do Estado de Direito democrático e pensamos que este mandato será completamente desastroso em função das reivindicações, das críticas e das reclamações que apontam irregularidades e a falta de transparência no próprio processo eleitoral. RFI: O principal rival de Paul Biya, Issa Tchiroma Bakary, reclama para si a vitória nas presidenciais. É previsível que as manifestações continuem, que haja uma espécie de movimento de desobediência civil que venha a prolongar-se e que haja mais incidentes? Osvaldo Mboco: A reclamação da oposição ou de quem está na oposição em África dos resultados eleitorais é comum e é transversal em muitos países africanos. Normalmente, os partidos políticos na oposição e os candidatos na oposição reclamam as irregularidades do processo, a falta de transparência e, muitas vezes que os resultados atribuídos não representam a vontade popular expressa nas urnas pelos eleitores. Mas em muitos casos, elas têm fundamento em função do próprio processo eleitoral, que não é inclusivo, não é participativo. Em alguns momentos, não é transparente e há alguns incidentes que decorrem do próprio processo eleitoral. Entretanto, as manifestações poderão continuar ao nível do país, com uma situação tensa. Também a África já nos brindou com muitos exemplos em que as manifestações pós-eleitorais normalmente não alteram o resultado eleitoral. Elas continuam. Muitas pessoas morrem, o governo aumenta aquilo que é o aparato policial e militar, também acaba por militarizar as ruas. Mas ainda assim, não recua do ponto de vista dos resultados eleitorais, porque entende que este é um período de tensão, de crise e que atinge o seu momento mais alto, mas depois, tendencialmente vai decrescendo e depois volta-se à normalidade do próprio país. RFI: Julga que o poder vai negociar com a parte adversa para se chegar a um entendimento e acalmar a rua? Osvaldo Mboco: Bem, eu penso que é uma das saídas, mas se ela (a oposição) faz essa negociação, ela automaticamente também perde o apoio popular ou do segmento da população que está a manifestar. E se cai no descrédito, é muito perigoso para querer se reeleger daqui a sete anos. Pode pagar uma factura muito alta do ponto de vista político, daquilo que são as suas pretensões e ambições. Não estou aqui a defender que o candidato da oposição deve empurrar os jovens às ruas para manifestarem como se fossem carne de canhão. Mas estou aqui a dizer que ele deve se posicionar como um político na oposição e pressionar a acção governativa. Não deve estar a mentalizar os jovens para ir às ruas, porque os jovens reconhecem e sabem o seu posicionamento, a sua visão enquanto eleitores. Mas estou aqui a dizer que ele deve também se posicionar enquanto líder na oposição que vai reivindicar aquilo que são os resultados eleitorais. Mas é importante sublinhar que nenhuma campanha política, nenhuma ambição política de se chegar à presidência, deve estar acima daquilo que é o interesse nacional, deve estar acima daquilo que é a segurança e a estabilidade do próprio país, deve estar acima daquilo que é o bem maior que é a vida humana. Então, é fundamental que o líder da oposição não apele para manifestações violentas ao nível das ruas dos Camarões. RFI: Para além da crise pós-eleitoral, os Camarões também enfrentam uma crise socioeconómica com, em pano de fundo, o eterno conflito entre a parte anglófona do país é a parte francófona. Osvaldo Mboco: Sim, esse tem sido também um dos grandes problemas a que a liderança do próprio Presidente Paul Biya não conseguiu dar respostas. E a forma de governação também afasta um segmento do ponto de vista da unicidade do próprio país. Porque, como fez referência, os Camarões, basicamente, são um país dividido com uma parte anglófona e outra francófona. E isto pode e cria algum desequilíbrio de estabilidade. Mas a par disto, à má gestão, à corrupção que se instalou no próprio país, tem também as questões em volta de um terrorismo que vai preocupando o país e, sem grande resposta do ponto de vista de segurança, isto põe em causa a própria estabilidade do país e cria alguma fragilidade do ponto de vista da segurança do próprio país.

Convidado
José Guilherme Neves apresenta poesia da tuba em Paris

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 28, 2025 15:50


Aos 21 anos, o tubista português José Guilherme Neves, natural de Leiria, Cidade Criativa da Música pela UNESCO, integra a nova geração de músicos que alia técnica e curiosidade artística. Em Paris, na Casa de Portugal, André de Gouveia, da cidade universitária, apresenta um programa que cruza Henry Eccles, Telmo Marques, Jacques Castérède e Étienne Crausaz, num diálogo entre o barroco, a modernidade e o folclore, acompanhado pela pianista Ana Teresa Pereira. Nos estúdios da RFI, em Paris, José Guilherme fala com serenidade e humor: “Quando o professor levou o instrumento para a aula, eu disse logo: ‘Mãe, mãe, eu quero tocar isto!'”, recorda. “Acho que foi o som, que me prendeu", acrescenta. A sua iniciação musical aconteceu em Leiria, no projecto Berço das Artes, coordenado pelo professor Paulo Meirinho. “Os meus pais queriam que eu tivesse muitas actividades diferentes: desporto, cultura, música. Nesse projecto, cada semana o professor levava um instrumento novo: uma flauta, um violino, um clarinete. Até que um dia levou a tuba. E foi amor à primeira nota”. Aos oito anos começou pelo eufónio, “porque era demasiado pequeno para tocar a tuba”, e só aos doze o instrumento dos sonhos cabia nos seus braços. “Desde aí nunca mais parei. A tuba tornou-se a minha voz”, conta. A sua relação com o instrumento é física, quase sensorial. “Acho que o que me fascinou foi o som grave e a dimensão. É um instrumento enorme, exige o corpo todo. É um instrumento de respiração. E, ao mesmo tempo, é um instrumento de calma.” Quando fala, há uma doçura inesperada em cada frase, um contraste entre o peso do metal e a leveza da ideia. Hoje, José Guilherme Neves vive em Amesterdão, onde estuda no Conservatorium van Amsterdam, nos Países Baixos. É parte dessa geração de músicos portugueses que se forma fora do país, aprendendo com a exigência das escolas do norte da Europa, mas mantendo uma identidade portuguesa. “Como tubista, o nosso caminho é quase sempre o da orquestra. Somos formados para as provas orquestrais, para conseguir um lugar. Mas eu gosto de explorar outras peças, algumas portuguesas, outras menos conhecidas. Senão uma pessoa acaba por se aborrecer. Está sempre a tocar as mesmas seis ou sete obras e perde-se a curiosidade.” O concerto de Paris é uma afirmação estética, “quis cruzar obras portuguesas e francesas”, explica. “Apesar de o suíço Étienne Crausaz não ser português, a sua obra foi escrita para um festival em Portugal, para um tubista português. E isso faz dela, de certa forma, uma obra portuguesa.” O repertório inclui ainda a Sonatine de Jacques Castérède, “uma das peças francesas mais importantes para o repertório da tuba” e uma obra recente de Telmo Marques, escrita em 2002 e rapidamente adoptada por concursos internacionais. “É uma peça muito bem composta, equilibrada, e pensei que seria interessante juntá-la às outras duas. E as Danças de Crausaz têm uma energia incrível. É uma boa forma de terminar o recital”, explica. A escolha não é aleatória. Há nela um gesto de identidade, um reconhecimento daquilo que o moldou. “Leiria sempre investiu muito na cultura. Desde que foi classificada pela UNESCO, tem criado festivais, concursos de composição, eventos para filarmónicas. Eu cresci nesse ambiente. Toquei em bandas, participei em projectos de música contemporânea e em música de câmara. Tudo isso me formou.” No seu discurso há rigor e método, mas também entusiasmo e humanidade e quando fala das provas de orquestra, a voz ganha outro peso: “Uma prova de orquestra é um processo muito exigente. Normalmente começa com uma ronda por vídeo, temos de enviar gravações com excertos orquestrais difíceis. Depois, se formos escolhidos, há várias rondas presenciais. Muitas vezes, a primeira é feita com cortina, para o júri não ver quem está a tocar. É uma forma de garantir justiça. Tocamos sozinhos, sem ver ninguém. Só se ouve o som. É um momento de muita concentração.” Mesmo quando se vence um concurso de orquestra, o trabalho não termina, “Depois há um período de meses ou até de um ou dois anos em que tocamos com a orquestra. Uma fase em que o músico tem de se integrar, de perceber como respira a secção. O mais difícil não é tocar bem, é saber ouvir os outros.” Essa consciência colectiva é, para José Guilherme Neves, essencial. “Um músico profissional tem de saber o seu papel. Não é só tocar as notas, é entender o que se passa à volta, juntar-se à secção, ouvir o conjunto. É quase um trabalho de escuta. Às vezes é intuição, às vezes é disciplina.” Quando perguntamos o que o tuba representa para ele, a resposta é directa: “Para mim, é o instrumento que mais se aproxima da respiração. Mesmo quando penso: ‘Vou tirar férias do instrumento', acabo sempre por tocar. Dá-me alegria. É o meu modo de estar no mundo.” Essa alegria, contudo, vive lado a lado com a solidão: “Ser músico é um trabalho muito solitário. Quando estamos na universidade, temos colegas, há uma competição saudável, mas quando chega a altura de preparar uma prova, temos de nos isolar. É inevitável.” Ainda assim, não há espaço para amargura, “aprende-se a viver com isso. E a música de grupo ajuda, os quartetos, as orquestras, os ensaios. Mesmo quando estudamos sozinhos, há sempre alguém invisível a ouvir connosco.” Fala do estudo como um acto de paciência, “gosto do processo de evolução. Trabalhar todos os dias, perceber que o que era difícil ontem se torna natural amanhã. Há sempre uma pequena evolução. E é isso que me motiva. Gosto de descobrir até onde essa evolução me pode levar.” Para José Guilherme Neves, a tuba é mais do que um instrumento, é uma linguagem, uma forma de estar no tempo. “A tuba pode ser poesia. Pode contar histórias. Pode transformar o silêncio em som.” Ao ouvi-lo falar, percebe-se que não há nada de acidental na sua escolha. O concerto em Paris será a primeira vez que apresenta este programa completo fora dos Países Baixos. “Estou entusiasmado. É um programa que mostra a versatilidade da tuba, mas também um pouco de quem eu sou: português, europeu, curioso. É isso que quero partilhar.”

Em directo da redacção
José Guilherme Neves apresenta poesia da tuba em Paris

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Oct 28, 2025 15:50


Aos 21 anos, o tubista português José Guilherme Neves, natural de Leiria, Cidade Criativa da Música pela UNESCO, integra a nova geração de músicos que alia técnica e curiosidade artística. Em Paris, na Casa de Portugal, André de Gouveia, da cidade universitária, apresenta um programa que cruza Henry Eccles, Telmo Marques, Jacques Castérède e Étienne Crausaz, num diálogo entre o barroco, a modernidade e o folclore, acompanhado pela pianista Ana Teresa Pereira. Nos estúdios da RFI, em Paris, José Guilherme fala com serenidade e humor: “Quando o professor levou o instrumento para a aula, eu disse logo: ‘Mãe, mãe, eu quero tocar isto!'”, recorda. “Acho que foi o som, que me prendeu", acrescenta. A sua iniciação musical aconteceu em Leiria, no projecto Berço das Artes, coordenado pelo professor Paulo Meirinho. “Os meus pais queriam que eu tivesse muitas actividades diferentes: desporto, cultura, música. Nesse projecto, cada semana o professor levava um instrumento novo: uma flauta, um violino, um clarinete. Até que um dia levou a tuba. E foi amor à primeira nota”. Aos oito anos começou pelo eufónio, “porque era demasiado pequeno para tocar a tuba”, e só aos doze o instrumento dos sonhos cabia nos seus braços. “Desde aí nunca mais parei. A tuba tornou-se a minha voz”, conta. A sua relação com o instrumento é física, quase sensorial. “Acho que o que me fascinou foi o som grave e a dimensão. É um instrumento enorme, exige o corpo todo. É um instrumento de respiração. E, ao mesmo tempo, é um instrumento de calma.” Quando fala, há uma doçura inesperada em cada frase, um contraste entre o peso do metal e a leveza da ideia. Hoje, José Guilherme Neves vive em Amesterdão, onde estuda no Conservatorium van Amsterdam, nos Países Baixos. É parte dessa geração de músicos portugueses que se forma fora do país, aprendendo com a exigência das escolas do norte da Europa, mas mantendo uma identidade portuguesa. “Como tubista, o nosso caminho é quase sempre o da orquestra. Somos formados para as provas orquestrais, para conseguir um lugar. Mas eu gosto de explorar outras peças, algumas portuguesas, outras menos conhecidas. Senão uma pessoa acaba por se aborrecer. Está sempre a tocar as mesmas seis ou sete obras e perde-se a curiosidade.” O concerto de Paris é uma afirmação estética, “quis cruzar obras portuguesas e francesas”, explica. “Apesar de o suíço Étienne Crausaz não ser português, a sua obra foi escrita para um festival em Portugal, para um tubista português. E isso faz dela, de certa forma, uma obra portuguesa.” O repertório inclui ainda a Sonatine de Jacques Castérède, “uma das peças francesas mais importantes para o repertório da tuba” e uma obra recente de Telmo Marques, escrita em 2002 e rapidamente adoptada por concursos internacionais. “É uma peça muito bem composta, equilibrada, e pensei que seria interessante juntá-la às outras duas. E as Danças de Crausaz têm uma energia incrível. É uma boa forma de terminar o recital”, explica. A escolha não é aleatória. Há nela um gesto de identidade, um reconhecimento daquilo que o moldou. “Leiria sempre investiu muito na cultura. Desde que foi classificada pela UNESCO, tem criado festivais, concursos de composição, eventos para filarmónicas. Eu cresci nesse ambiente. Toquei em bandas, participei em projectos de música contemporânea e em música de câmara. Tudo isso me formou.” No seu discurso há rigor e método, mas também entusiasmo e humanidade e quando fala das provas de orquestra, a voz ganha outro peso: “Uma prova de orquestra é um processo muito exigente. Normalmente começa com uma ronda por vídeo, temos de enviar gravações com excertos orquestrais difíceis. Depois, se formos escolhidos, há várias rondas presenciais. Muitas vezes, a primeira é feita com cortina, para o júri não ver quem está a tocar. É uma forma de garantir justiça. Tocamos sozinhos, sem ver ninguém. Só se ouve o som. É um momento de muita concentração.” Mesmo quando se vence um concurso de orquestra, o trabalho não termina, “Depois há um período de meses ou até de um ou dois anos em que tocamos com a orquestra. Uma fase em que o músico tem de se integrar, de perceber como respira a secção. O mais difícil não é tocar bem, é saber ouvir os outros.” Essa consciência colectiva é, para José Guilherme Neves, essencial. “Um músico profissional tem de saber o seu papel. Não é só tocar as notas, é entender o que se passa à volta, juntar-se à secção, ouvir o conjunto. É quase um trabalho de escuta. Às vezes é intuição, às vezes é disciplina.” Quando perguntamos o que o tuba representa para ele, a resposta é directa: “Para mim, é o instrumento que mais se aproxima da respiração. Mesmo quando penso: ‘Vou tirar férias do instrumento', acabo sempre por tocar. Dá-me alegria. É o meu modo de estar no mundo.” Essa alegria, contudo, vive lado a lado com a solidão: “Ser músico é um trabalho muito solitário. Quando estamos na universidade, temos colegas, há uma competição saudável, mas quando chega a altura de preparar uma prova, temos de nos isolar. É inevitável.” Ainda assim, não há espaço para amargura, “aprende-se a viver com isso. E a música de grupo ajuda, os quartetos, as orquestras, os ensaios. Mesmo quando estudamos sozinhos, há sempre alguém invisível a ouvir connosco.” Fala do estudo como um acto de paciência, “gosto do processo de evolução. Trabalhar todos os dias, perceber que o que era difícil ontem se torna natural amanhã. Há sempre uma pequena evolução. E é isso que me motiva. Gosto de descobrir até onde essa evolução me pode levar.” Para José Guilherme Neves, a tuba é mais do que um instrumento, é uma linguagem, uma forma de estar no tempo. “A tuba pode ser poesia. Pode contar histórias. Pode transformar o silêncio em som.” Ao ouvi-lo falar, percebe-se que não há nada de acidental na sua escolha. O concerto em Paris será a primeira vez que apresenta este programa completo fora dos Países Baixos. “Estou entusiasmado. É um programa que mostra a versatilidade da tuba, mas também um pouco de quem eu sou: português, europeu, curioso. É isso que quero partilhar.”

Amorosidade Estrela da Manhã
QUANDO O DISCÍPULO SUPERA O MESTRE, OU DÁ CONTINUIDADE NO TRABALHO DESTE, É NORMALMENTE O QUE ESTÁ PERTO, E DEMONSTRA INTERESSE SEM INTERESSE

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later Oct 27, 2025 1:45


Consejos divinos
¿Cómo afrontamos los problemas en las iglesias?

Consejos divinos

Play Episode Listen Later Oct 17, 2025 1:28


Normalmente, lo hacemos de estas cuatro expresiones de la religiosidad. Mira cuáles son.

El sutil arte de hacer pareja
Ep. #125. ¿Porqué esa primera relación post divorcio parece mágica, pero casi nunca es la que trasciende?

El sutil arte de hacer pareja

Play Episode Listen Later Oct 16, 2025 35:22


Cuando recién salimos de un matrimonio o relación de muchos años, salimos muy hambrientos de cariño amor y conexión. Normalmente pasamos mucho tiempo en una relación desconectada y distante a la cual, sin querer, nos acostumbramos, por lo que en nuestro primer acercamiento o relación post divorcio pedimos muy poco, traemos un déficit emocional que en ese momento se conforma o se acomoda con casi cualquier cosa que no se parezca a nuestro ex, y por ello esta primera relación a veces se siente como mágica y perfecta. Somos nosotros los que la vemos así por traer una "distorsión" de lo que es una buena relación y casi cualquier cosa nos suena bien, pero al crecer un poco, casi nunca resulta ser la relación correcta para trascender.

Finanzas Personales con Idalia González
Ep. 27. T11: Tu entorno en las distintas etapas de tu emprendimiento

Finanzas Personales con Idalia González

Play Episode Listen Later Oct 14, 2025 10:37


Normalmente creemos que una comunidad nos hace bien pero.. ¿y si es esa comunidad lo que te está limitando a crecer?

Fitness en la Nube
¿Cuánto músculo se puede ganar a partir de los 40?

Fitness en la Nube

Play Episode Listen Later Oct 13, 2025 8:56


Normalmente se dice que cuanto más viejo eres, más cuesta ganar masa muscular ¿Pero esto es realmente así? ¿Qué es lo que dice la ciencia? Antes de comprobar la realidad que supone cumplir años para las ganancias de masa muscular, ... LEER MÁS »

Nutricion al Dia
251013 Lunes Proteccion de Senos

Nutricion al Dia

Play Episode Listen Later Oct 13, 2025 122:35


El cáncer de seno es el segundo tipo de cáncer más común en la mujer (el primero es el cáncer de la piel). Mientras mas edad tenga la mujer, mayor es el riesgo. La mayoría de las mujeres no saben realmente como es un “Seno Normal”. Normalmente el seno es de forma de lágrima. Hay tejido del seno desde la clavícula hasta las primeras costillas y desde el hueso del esternón en el centro del pecho hasta la parte posterior de la axila. La mayoría de los tejidos del seno se encuentran en la parte superior del seno y hacia la axila, mientras que el tejido grasoso está en la mitad y la parte inferior del seno. Las costillas se encuentran detrás del seno y esto puede hacer que al palpar podamos sentir como si fueran bultos duros. La aureola es la parte oscura alrededor del seno. Su forma y tamaño varía en las mujeres y su color varía de acuerdo con el color de la piel de la mujer. En las blancas es rosado; en las trigueñas es marrón; y en las morenas es negro. En la mayoría de las mujeres se oscurece después del primer embarazo. Su color cambia también durante las varias etapas de la relación sexual. Alrededor de la aureola hay unos pequeños bultitos que parecen granitos, son las pequeñas glándulas de Montgomery. En el mismo pezón también hay glándulas sebáceas que secretan pequeñísimas cantidades de lubricantes. El tejido de los senos está entre capas de grasa, detrás de los cuales se encuentra el músculo pectoral del pecho. Este tejido es firme y gomoso. Dentro del tejido de los senos se encuentran los lóbulos y conductos. Los lóbulos fabrican la leche, y los conductos llevan la leche al pezón. Puede obtener este Programa en LA Farmacia Natural en Los Angeles, Van Nuys, Huntington Park, El Monte, Arleta, Pico Rivera, Long Beach y en Burbank o llamando a la Línea de la Salud, al 1-800-227-8428 si desean que se lo enviemos a su casa.

Colunistas Eldorado Estadão
Eliane: "Fachin assume o STF com mais discrição e menos falatorio"

Colunistas Eldorado Estadão

Play Episode Listen Later Sep 29, 2025 19:06


O início da gestão Edson Fachin, marcado para esta segunda-feira, 29, inaugura uma virada de chave no estilo de comandar o Judiciário. A ordem agora é cortar gastos, priorizar decisões tomadas em conjunto e reforçar a institucionalidade do tribunal. Logo na chegada, Fachin entrou na contramão de seus antecessores e encomendou uma posse modesta. O ministro recusou a festa tradicionalmente oferecida por entidades da magistratura a quem chega ao mais alto posto do Judiciário. Normalmente, o evento tem banda, jantar e bebidas. O cenário é um convite ao beija-mão de juízes e advogados ao novo presidente.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Eliane Cantanhêde responde
Fachin assume o STF com mais discrição e menos falatorio

Eliane Cantanhêde responde

Play Episode Listen Later Sep 29, 2025 19:06


O início da gestão Edson Fachin, marcado para esta segunda-feira, 29, inaugura uma virada de chave no estilo de comandar o Judiciário. A ordem agora é cortar gastos, priorizar decisões tomadas em conjunto e reforçar a institucionalidade do tribunal. Logo na chegada, Fachin entrou na contramão de seus antecessores e encomendou uma posse modesta. O ministro recusou a festa tradicionalmente oferecida por entidades da magistratura a quem chega ao mais alto posto do Judiciário. Normalmente, o evento tem banda, jantar e bebidas. O cenário é um convite ao beija-mão de juízes e advogados ao novo presidente.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Las Almas Despiertas
84. Toxicidad de los implantes mamarios. Síndrome de ASIA - Montse Camacho

Las Almas Despiertas

Play Episode Listen Later Sep 28, 2025 103:16


Puedes hacer una aportación en este enlace ⁠https://ko-fi.com/lasalmasdespiertas⁠ Gracias. ☕

Meio Ambiente
Bioeconomia na Amazônia: o desafio do comércio justo da floresta

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Sep 25, 2025 23:46


Já faz três décadas que quase 200 países se reúnem todos os anos para negociar soluções de combate ao aquecimento global – e, pela primeira vez, o encontro vai acontecer às portas da maior floresta tropical do planeta. Na COP30 em Belém do Pará, o mundo vai conhecer de perto não apenas a exuberância da Amazônia brasileira, como dará de cara com o colossal desafio de proteger um território mais extenso que a União Europeia, onde moram quase 30 milhões de habitantes. Como preservar a floresta e, ao mesmo tempo, garantir renda para as populações locais? Lúcia Müzell, eviada especial da RFI à aldeia Ita'aka, na Terra Indígena Koatinemo (Pará) Na Conferência do Clima da ONU, o Brasil dará visibilidade às pessoas que vivem sob a copa das árvores: indígenas, ribeirinhos e extrativistas, mas também populações urbanas, que dependem da floresta para sobreviver. O grande desafio é proteger a mata e as suas riquezas naturais, um patrimônio do Brasil e da humanidade, e ao mesmo tempo, garantir condições dignas de vida para esses habitantes, que lá nasceram e cresceram. Nos territórios amazônicos, é principalmente a agricultura em baixa escala que sustenta as famílias. Centenas de milhares desses pequenos produtores herdam o conhecimento tradicional sobre o manejo sustentável da floresta, porém esbarram em uma série de obstáculos para comercializar os seus produtos. Da logística complexa ao pouco acesso a crédito, da dependência de atravessadores à ameaça criminosa aos seus territórios, os "guardiões da floresta” estão à margem das estatísticas da economia amazônica. “A escala da biodiversidade hoje, tal como ela existe na Amazônia, não alimenta 2 milhões de pessoas”, observa Patricia Pinho, especialista em desenvolvimento sustentável e membro do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança do Clima (IPCC). “De toda uma diversidade da Amazônia, de mais de 700 diferentes tipos de produtos da sociobiodiversidade mapeados, apenas nove compõem a cesta dos mais procurados, mais vendidos e comercializados, entre eles a castanha, açaí, alguns óleos essenciais e o cacau”, explica. O Brasil prepara um Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia, que deverá ser lançado durante a COP30. O objetivo é fortalecer as atividades que contribuem para gerar recursos para algumas das regiões mais pobres do país, a uma condição: desmatamento zero. Valorização leva à proteção da floresta Na bioeconomia compatível com a floresta em pé, os produtos são extraídos da mata no seu ciclo natural, ou são plantados em consórcio com outras culturas, em harmonia com a mata. É por isso que é preciso ter cuidado quando se fala em dar escala a este comércio – a socio-bioeconomia não tem vocação a criar novas monoculturas, ao contrário da soja ou da pecuária, vetores da destruição da Amazônia. “O que a gente precisa é ter uma visibilidade do aspecto plural da sociobiodiversidade, agregar valor – não só o valor econômico, mas que inclua essas boas práticas, o conhecimento milenar que, uma vez perdido, não é recuperável facilmente”, salienta Pinho, diretora-adjunta do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). O Pará é o estado amazônico onde as cadeias produtivas da floresta são mais desenvolvidas. Para o cacique Nei Xipaya, da aldeia Tucamã, na região de Altamira, o retorno financeiro da venda de especiarias da região é quase um detalhe: o dinheiro é usado para a compra de suprimentos básicos para a aldeia. Para ele, a prioridade mesmo é a transmissão da herança ancestral do cultivo da floresta – uma questão de sobrevivência para os povos indígenas. “Quando eu vendo uma castanha, eu estimulo que o jovem procure o pai dele para saber como é que procura castanha no mato, como é que se faz um paneiro, como é que se coleta”, conta. O fortalecimento das cadeias nativas ajuda a conter o êxodo da juventude indígena para os centros urbanos – que impacta na preservação dos territórios, sob constante pressão de invasores. “Nesse processo de coleta, você tem várias outras espécies de atividade que dá para você fazer, cuidar da medicina tradicional, conhecer e saber andar no próprio território. A geração nova não tem o domínio, e sim os anciões.” Articulação de comunidades locais A batalha para revalorizar os produtos florestais não madeireiros uniu comunidades que, até pouco tempo atrás, se viam como concorrentes mortais, como indígenas e seringueiros da região da Terra do Meio, no centro do Pará. Há mais de 10 anos, lideranças de dezenas dessas comunidades banhadas pelos rios Xingu e Iriri se aproximaram para ter mais força na negociação de preços dos produtos cultivados nos seus territórios, de uma extensão comparável a de um país como Portugal, com 9 milhões de hectares. A cada dois anos, eles se reúnem para Semana do Extrativismo, na qual debatem as dificuldades comuns e discutem soluções. Este ano, o evento aconteceu na aldeia Ita'aka, na Terra Indígena Koatinemo. Edileno Camilo de Oliveira, 36 anos, vice-presidente do coletivo, lembra que, antes da criação de uma reserva extrativista no local e da consolidação da rede, havia áreas tomadas por madeireiros ilegais, onde os verdadeiros habitantes não podiam nem mais entrar. “Uma vez que o nosso produto tem valor, a gente vai buscar mais lá dentro, a gente vai longe e quando a gente está indo, a gente está olhando, está protegendo e está fazendo um serviço socioambiental”, ressalta. Juntos, os comunitários da Rede Terra do Meio conseguem atender à demanda de mercado por volume, mas a escala de produção não se dá por mais desmatamento, e sim por um sistema semelhante ao de uma cooperativa. A negociação de preços e valores acontece diretamente com as empresas. “A gente enxerga esses parceiros com um bom olhar, até porque antes disso, a gente vivia na mão do atravessador. Com os parceiros comerciais da rede, isso mudou”, afirma Edileno, que vive em Riozinho Anfrísio, a 370 quilômetros de Altamira. “A gente passou a ter um espaço de governança e a ter a nossa autonomia. É a gente que decide a forma que a gente quer fazer o comércio.” A valorização das cadeias nativas tem estimulado a diversificação da produção, deixando os comunitários menos suscetíveis às variações dos preços de mercado e aos impactos das mudanças climáticas, como foi o caso da quebra da safra da castanha em 2024. A rede também possibilitou às comunidades ampliarem a participação em políticas públicas de incentivo à agricultura familiar, como os programas nacionais de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (PNAE) – dos quais acabavam excluídos por falta de informação ou desconhecimento dos procedimentos técnicos e digitais. Vania Asuri vive no Território Indígena Koatinemo, às margens do Xingu. Mãe de três filhos, ela trabalha como técnica de enfermagem e ajuda na roça familiar. Nas horas vagas, ainda encontra tempo para jogar futebol e fazer pintura de tecidos, sua paixão. O excedente de mandioca e banana agora é vendido para o PAA, uma parceria firmada no ano passado. “Falta eles terem um olhar diferente para os nossos produtos, porque eles são originais. É tudo à mão, a gente não tem máquina, não tem aqueles de produtos que se joga para aumentar a produção”, argumenta. “Acho que falta muito isso ainda: eles terem um olhar diferente para o nosso povo.” Uma das condições para a associação aos parceiros é o respeito ao modo de vida e a cultura de cada povo da floresta – que tem outro tempo, outros prazos e outras formas de entregar os seus produtos. “Algumas empresas chegavam visando a compra de um produto, impondo aí as condições. Mas quando a gente fala na sustentabilidade alimentar e no mercado justo aqui, a gente não está vendendo só um produto. A gente está vendendo uma história e uma valorização”, reitera o cacique Nei Xypaia. Amazônia intocada: mais uma forma de preconceito Esse choque de culturas é um dos principais desafios para a ampliação do comércio justo com as comunidades tradicionais amazônicas, aponta Jeferson Straatmann facilitador de Economias da Sociobiodiversidade do Instituto Socioambiental (ISA). A organização, referência no Brasil para a proteção das comunidades tradicionais, atua fazendo a ponte entre as associações locais e potenciais parceiros comerciais. “Tem um entendimento muito racista sobre o que é conhecimento, o que é um modo de vida. Tem um entendimento que esse modo de vida deveria ser outro. Isso abre esses territórios, numa justificativa de economia, para invasões, para garimpo, para madeira”, constata Straatmann. “Normalmente, as empresas buscam a comercialização reduzindo o custo, independente do impacto social e ambiental. Essa mudança de paradigma na sociedade, desde as bases desse preconceito racial, do entendimento dessas culturas, do valor desses conhecimentos para a conservação e para um modo de produção que conserve ao mesmo tempo, é algo que está na base dos desafios”, aponta. Outro preconceito que Straatmann busca desconstruir, principalmente de governos e organizações estrangeiros, é o de que preservar a Amazônia significaria transformá-la em um santuário intocado. Ele argumenta que esta premissa demonstra desconhecimento não apenas da área continental do bioma, como da existência milenar de povos que sempre habitaram a floresta sem destruí-la. “Olhar a natureza como algo intocado é um formato de racismo que só entende a visão do branco. A visão eurocêntrica da sociedade, moderna, que precisou se apartar o homem da natureza, no intuito de que esse homem destrói”, aponta o doutor em engenharia de produção pela USP. “Não é essa a realidade desses povos. Os povos conservam a partir dos modos de vida deles. Esses modos de vida se transformaram e continuam transformando floresta em floresta.” Resgate da borracha amazônica, sob novas bases Uma das cadeias nativas que estão ganhando impulso graças ao comércio ético é a da borracha – e apesar do histórico trágico dos seringueiros na região. Depois de dois prósperos ciclos da matéria-prima na virada do século 19 para o 20, marcados pela violência e a exploração dos trabalhadores nos seringais, o cultivo do látex disparou em São Paulo. A busca pelo produto quase desapareceu na Amazônia. “A gente foi parando de trabalhar porque estava muito mínimo. Um quilo de borracha não comprava um quilo de açúcar. Dava R$ 0,70, era muito pouco. Aí as famílias foram largando”, recorda o extrativista Pedro Pereira de Castro, 61 anos. “Não tinha como o cara cortar seringa para sobreviver. A gente tinha que fazer 1.200, 1.300 quilos para poder, no fim do ano, não estar devendo muito – porque tinha gente que ainda ficava devendo [para o patrão].” A concorrência asiática, líder no mercado mundial, e o aparecimento da borracha sintética – derivada do petróleo –, terminou de dizimar uma cadeia que havia trazido prosperidade para Manaus e Belém. Hoje, ela ressurge sob novas bases, sustentada por empresas dispostas a pagar até cinco vezes mais pela matéria-prima nativa, em nome da preservação dos territórios. O látex é um dos produtos prioritários da Rede Origens Brasil, que promove negócios que valorizem os povos da Amazônia e a floresta em pé. Um dos maiores desafios é conectar esses extrativistas aos mercados.   “A logística amazônica fica muito cara por conta de todos os deslocamentos via fluvial. Tem territórios que vão demorar dois dias para conseguir escoar sua produção, descendo ou subindo o rio”, afirma Patricia Andrade Machado, coordenadora de Articulação Territorial do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), cofundador da iniciativa ao lado do ISA. “O tempo da floresta é um tempo muito diferente do tempo capitalista. Mas as empresas também têm as suas demandas, então a gente facilita esses diálogos para que um entenda o lado do outro”, diz. ‘A gente sobrevive da natureza e não quer que isso acabe' O contrato de parceria impõe critérios como rastreabilidade da produção, transparência nas transações, equidade, preço justo e respeito ao modo de vida tradicional das comunidades. Os pequenos produtores precisam ter uma governança estruturada, por meio de uma associação, por exemplo, enquanto as empresas devem apresentar indicadores de impacto socioambiental deste comércio. No caso da borracha, um dos gargalos é aumentar o volume extraído dos seringais: no primeiro ano de contrato com a fabricante Mercur, a empresa estava disposta a comprar 12 toneladas de látex, mas só recebeu 400 quilos. A iniciativa deu o que falar na região da Terra do Meio e, no segundo ano, com a adesão de mais extrativistas e um trabalho de capacitação técnica em campo, a coleta chegou a 7 toneladas. “A capacitação busca conciliar o conhecimento tradicional com a demanda do mercado, com a demanda de qualidade dessa borracha”, complementa Machado. A parceria da Mercur com a Rede Terra do Meio já tem 15 anos e tem espaço para crescer: a produção na região ainda não atingiu a meta, e representa menos de 10% da demanda anual da empresa, aponta o analista de vendas Jovani Machado da Silva.   “Nós deixamos de comprar borracha da Amazônia para comprar de empresas de cultivo em São Paulo, por questões de custo, e também devido à quantidade, que era bem menor”, relata Jovani Machado da Silva, analista de vendas da empresa gaúcha. “A gente veio tentar resgatar essa dívida, digamos assim, que a gente tem com essas regiões e com esse povo. O resgate é de estar favorecendo para que os povos da floresta tenham uma fonte de renda a mais para que eles se mantenham na floresta, que é onde é o habitat deles, onde eles querem ficar.” É exatamente isso que o extrativista Pedro Pereira, de Riozinho Anfrísio, relata. No passado, ele já trabalhou com garimpo e em fazendas, mas onde gosta mesmo de estar é sob as árvores. “A seringa que o meu avô cortava, meu pai cortou, eu corto e meus netos vão poder cortar. Não tem outro produto igual à seringa para a gente, porque em todo lugar que você chega na beira do rio, tem seringueira”, afirma. “É um produto bem seguro, e é a natureza, né? A gente sobrevive da natureza e não quer que isso acabe.” * Esta é a primeira reportagem de uma série do podcast Planeta Verde da RFI na Amazônia. As reportagens, parcialmente financiadas pelo Imaflora, vão ao ar todas as quintas-feiras até a COP30 em Belém, em novembro. 

Learn Italian with LearnAmo - Impariamo l'italiano insieme!

In questo articolo faremo un viaggio fantastico attraverso le basi dell'italiano. Imparerete tutto quello che serve per iniziare a parlare italiano: dall'alfabeto ai verbi più importanti, dai numeri ai giorni della settimana. Siete pronti? Iniziamo subito! Tutto Quello che Devi Conoscere per Cominciare a Parlare Italiano L'Alfabeto Italiano L'italiano ha 21 lettere nell'alfabeto standard. Questa caratteristica rende l'apprendimento della pronuncia italiana più semplice e regolare. Alfabeto Italiano CompletoA - B - C - D - E - F - G - H - I - L - M - N - O - P - Q - R - S - T - U - V - Z Pronuncia delle Lettere più Difficili LetteraRegola di PronunciaEsempiC+ E/I = suono dolce [ch]+ A/O/U = suono duro [k]ciao, cinemacasa, come, cuoreG+ E/I = suono dolce [g]+ A/O/U = suono duro [gh]gelato, girogatto, gol, gustoHÈ sempre muta - non si pronuncia MAIhotel, ho, hai Importante: Le lettere J, K, W, X, Y sono lettere straniere che l'italiano usa solo per parole di origine straniera come "jeans", "weekend", "taxi", "extra", "yoga". I Numeri in Italiano I numeri sono fondamentali per comunicare in qualsiasi lingua. In italiano seguono regole precise che, una volta comprese, rendono tutto più semplice. Numeri da 0 a 20 NumeroItalianoNumeroItaliano0zero11undici1uno12dodici2due13tredici3tre14quattordici4quattro15quindici5cinque16sedici6sei17diciassette7sette18diciotto8otto19diciannove9nove20venti10dieci Le Decine e i Numeri Grandi DecinaItalianoNumero GrandeItaliano30trenta100cento40quaranta1.000mille50cinquanta1.000.000un milione60sessanta2.000.000due milioni70settanta1.000.000.000un miliardo80ottanta2.000.000.000due miliardi90novanta Trucco per i numeri composti: Per formare numeri come 21, 35, 47, si unisce la decina al numero singolo. La decina perde l'ultima lettera se il numero singolo inizia con una vocale (ventuno, trentotto). I numeri composti con 3 prendono sempre l'accento (ventitré, cinquantatré). I Giorni della Settimana I giorni della settimana in italiano hanno origini affascinanti e seguono regole specifiche per l'uso degli articoli e delle preposizioni. GiornoOrigineCaratteristichelunedìGiorno della LunaInizia la settimana lavorativamartedìGiorno di MartePianeta della guerramercoledìGiorno di MercurioPianeta del commerciogiovedìGiorno di GiovePianeta principalevenerdìGiorno di VenerePianeta dell'amoresabatoDal latino "sabbatum"Fine settimanadomenicaGiorno del SignoreGiorno di riposo Regole importanti: I giorni della settimana in italiano non iniziano mai con la lettera maiuscola (tranne a inizio frase). Il fine settimana è maschile in italiano! Preposizioni con i Giorni FormaUsoEsempio"Il lunedì"Ogni lunedì (abitualmente)"Il lunedì vado in palestra""Lunedì"Questo lunedì specifico"Lunedì ho un appuntamento""Di lunedì"Il lunedì come abitudine"Di lunedì sono sempre stanco" I Mesi dell'Anno I mesi in italiano derivano dal calendario romano e hanno caratteristiche specifiche per quanto riguarda l'uso delle preposizioni. MeseStagioneMeseStagionegennaioInvernoluglioEstatefebbraioInvernoagostoEstatemarzoPrimaverasettembreAutunnoaprilePrimaveraottobreAutunnomaggioPrimaveranovembreAutunnogiugnoEstatedicembreInverno Importante: I mesi in italiano iniziano sempre con la lettera minuscola (tranne a inizio frase). La preposizione usata con i mesi è sempre "A": a ottobre, a settembre, a luglio. I Pronomi Personali I pronomi personali sono essenziali per costruire frasi in italiano. A differenza di altre lingue, in italiano spesso si possono omettere perché il verbo indica già chi compie l'azione. PersonaSingolarePluraleQuando si usaPrimaionoiChi parlaSecondatuvoiCon chi si parla (informale)Seconda formaleLei (maiuscola)LoroRispetto e cortesiaTerzalui/leiloroDi chi si parla Quando usare i pronomi: Normalmente in italiano si omettono ("Sono italiano" invece di "Io sono italiano"),

Nutricion al Dia
250917 Miercoles Proteccion de Senos

Nutricion al Dia

Play Episode Listen Later Sep 17, 2025 112:09


El cáncer de seno es el segundo tipo de cáncer más común en la mujer (el primero es el cáncer de la piel). Mientras mas edad tenga la mujer, mayor es el riesgo. La mayoría de las mujeres no saben realmente como es un “Seno Normal”. Normalmente el seno es de forma de lágrima. Hay tejido del seno desde la clavícula hasta las primeras costillas y desde el hueso del esternón en el centro del pecho hasta la parte posterior de la axila. La mayoría de los tejidos del seno se encuentran en la parte superior del seno y hacia la axila, mientras que el tejido grasoso está en la mitad y la parte inferior del seno. Las costillas se encuentran detrás del seno y esto puede hacer que al palpar podamos sentir como si fueran bultos duros. La aureola es la parte oscura alrededor del seno. Su forma y tamaño varía en las mujeres y su color varía de acuerdo con el color de la piel de la mujer. En las blancas es rosado; en las trigueñas es marrón; y en las morenas es negro. En la mayoría de las mujeres se oscurece después del primer embarazo. Su color cambia también durante las varias etapas de la relación sexual. Alrededor de la aureola hay unos pequeños bultitos que parecen granitos, son las pequeñas glándulas de Montgomery. En el mismo pezón también hay glándulas sebáceas que secretan pequeñísimas cantidades de lubricantes. El tejido de los senos está entre capas de grasa, detrás de los cuales se encuentra el músculo pectoral del pecho. Este tejido es firme y gomoso. Dentro del tejido de los senos se encuentran los lóbulos y conductos. Los lóbulos fabrican la leche, y los conductos llevan la leche al pezón. Puede obtener este Programa en LA Farmacia Natural en Los Angeles, Van Nuys, Huntington Park, El Monte, Arleta, Pico Rivera, Long Beach y en Burbank o llamando a la Línea de la Salud, al 1-800-227-8428 si desean que se lo enviemos a su casa.

Nutricion al Dia
250915 Lunes Candidiasis

Nutricion al Dia

Play Episode Listen Later Sep 15, 2025 118:10


Más de 100 millones de personas en EU sufren de candidiasis o alguna forma de hongos en las uñas, en los genitales o en los pies. La cándida albicans es una levadura, que es imposible mantener fuera del cuerpo. Normalmente no hace daño, si se mantiene en cantidades bajas, pero si sube más que las bacterias benéficas del intestino, entonces es cuando comienza a causar problemas al crecer fuera de control. Puede obtener este Programa en LA Farmacia Natural en Los Angeles, Van Nuys, Huntington Park, El Monte, Arleta, Pico Rivera, Long Beach y en Burbank o llamando a la Línea de la Salud, al 1-800-227-8428 si desean que se lo enviemos a su casa.

La Sagrada Palabra Audio
Las Maldiciones Bíblicas: ¿Cómo Evitar caer bajo Maldición?

La Sagrada Palabra Audio

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 24:00


Normalmente los temas con connotación negativa, son evitados por la mayoría de los cristianos. En este estudio queremos mostrar que las maldiciones bíblicas, no se parecen a las maldiciones hechas por los hombres. A nadie le gustan las maldiciones, y por eso consideramos importante que usted sepa cómo identificarlas, que conozca los mecanismos que las activan, cómo funcionan, qué hacer para evitarlas, y cómo eliminarlas de su vida. Las maldiciones son el último recurso que utiliza el SEÑOR para llamar nuestra atención, para ayudarnos a corregir nuestro mal camino y regresar a Él. Esperamos que esta nueva serie de artículos lo ayude a vivir lleno de las bendiciones de YAHWEH y alejado de cualquier maldición.Puede leer el artículo de esta emisión en el siguiente link:https://lasagradapalabra.org/maldiciones-biblicas-como-evitar-maldicionQue Dios los bendiga.

Hoy por Hoy
El artesano | El arte y gente tóxica invisible

Hoy por Hoy

Play Episode Listen Later Sep 8, 2025 14:08


Todos sabemos que es recomendable alejarse de las personas que nos hacen sentir mal. Puede ser un compañero de trabajo, un familiar, un amigo o incluso tu pareja. Normalmente, son fáciles de reconocer. Sin embargo, hay un tipo de gente que resulta muy difícil de identificar. De ellas va a hablarnos hoy nuestro Artesano, Pablo Ortiz de Zárate. En concreto de la gente tóxica invisible. 

Los hijos de la mañana
Top Power: ¿Qué hace un gorrón normalmente? en Pa´Arriba con Los Hijos de la mañana 03 de Septiembre 2025

Los hijos de la mañana

Play Episode Listen Later Sep 4, 2025 6:26


No te pierdas el top 5 de datos curiosos en Pa´Arriba con Los Hijos de la mañana

Expresso - Comissão Política
A conversão de André, o católico radical

Expresso - Comissão Política

Play Episode Listen Later Aug 20, 2025 46:13


Quando fez 40 anos, no dia 15 de janeiro de 2023, André Ventura publicou nas redes sociais uma fotografia a rezar numa igreja e a agradecer “o privilégio que Deus lhe concedeu de poder lutar pelo país”. No segundo episódio deste podcast, contamos como o adolescente de 14 anos, não batizado e sem referências católicas, teve o seu encontro tardio, mas fundamentalista com a Igreja e a fé. "Normalmente, os que se convertem mais tarde têm uma ânsia pelo radicalismo", diz quem conheceu André Ventura nos seus anos de seminarista. Hoje, os que o lembram não reconhecem o "personagem" em que se tornou. O líder de uma comissão da Conferência Episcopal diz ser "grave" o uso de símbolos religiosos na política. O líder do Chega explica como a conversão lhe mudou a vida: "Se não tivesse sido Deus e a religião, eu seria um taxista no Algueirão".See omnystudio.com/listener for privacy information.

El Garaje Hermético de Máximo Sant
Mi garaje soñado: Años 60

El Garaje Hermético de Máximo Sant

Play Episode Listen Later Aug 14, 2025 18:18


Este podcast es el primero de una serie donde haremos un repaso de los coches más bonitos por décadas… Y como sé que algunos diréis: “Eso ya se ha hecho antes” vamos a añadir una cierta dificultad: Elegiremos los más bonitos, entre 15 y 20, que por lógica serán casi todos coupés y además las 3 berlinas más bonitas, un descapotable, un TT y uno que destaque por su aportación estilística… y, como fin de fiesta… ¡El vencedor absoluto! ¿Estás preparado? Comienzo por la década de los 60, porque fue una década prodigiosa. Normalmente usó muchas expresiones como “yo estuve allí”, “probe este coche”, “Fui a la presentación de este modelo” … obviamente, en los coches de hoy no es el caso. Quiero destacar que son coches que descubrí a posteriori y a veces mucho después. Cuando comencé a leer revista regularmente con 12+1 años, en 1973, algunos de esos coches ya eran viejos y los he conocido por maquetas, sobre todo de 1/43 y en algunos casos, mucho después, como clásicos. Así que en muchos casos, puede que los tenga idealizados. Pero para lo que nos atañe es igual, porque en esta colección de videos vamos a hablar de estética y diseño, no de “cómo van”. Y ya directamente, como hay ¡muchos!, casi 30, vamos al lío… ¿Estáis preparados para un Maratón de coches bonitos? Pues comenzamos… Categoría absoluta. AC Shelby Cobra (1962). Alfa Romeo 33 Stradale (1967). Alpine A110 (1963). Aston Martin DB5 (1963). Buick Riviera (1963). Chevrolet Corvette Sting Ray (1963). Dino Ferrari GT (1967). Ferrari GTO (1962). Ford Mustang (1965). Iso Rivolta Grifo (1963). Jaguar E (1961). Lamborghini Miura (1966). Lancia Fulvia Coupé HF (1966). Maserati Ghibli (1967). Mercedes Benz 280 SL “Pagoda” (1963). Plymouth Barracuda (1964). Porsche 911 (1964). Toyota 2000 GT (1967). Triumph TR6 (1969). Volvo P 1800 (1961). Llegamos a las Berlinas. Aunque alguno de los coches citados los hubo en versiones berlina, vamos con este apartado exclusivo de coche de 4 puertas. Citroën DS (1955). No, no es un error, se presentó en 1955 pero se vendió hasta 1975 y sus mejores momentos fueron en los años 60. Jaguar XJ6 Series (1968). Este XJ6 en cuyo diseño y definición técnica participó el mismismo Sir Williams Lyons fue un éxito en todos los sentidos. Lincoln Continental (1961). Sí, ya sé que, en este coche, en versión sin techo, fue asesinado el presidente Kennedy. Descapotable. Alfa Romeo Spider “Duetto” (1966). Este coche lo conocí en el cine, en la excelente película de “El graduado” donde compartía protagonismo con el jovencísimo Dustin Hoffman. Todo Terreno. Ford Bronco (1966). Me parece que hay TT muy bonitos, como esta primera generación del Bronco de estética “robusta” y que se acompañaba de un motor V8 de 4.7 litros y 205 CV. Mayor aportación de diseño. Mi idea es que en esta categoría tengamos solo un coche, pero esta vez no he podido resistirme y tenemos dos: Citroën Mehari (1968). Mehari es como se dice “dromedario” en árabe. Este coche reunía las cualidades de sencillez y robustez del mítico 2 CV con la practicidad de una carrocería de inspiración náutica y con un diseño único, agradable y diría que moderno… sencillamente, ¡me encanta! Jeep Wagoneer (1963). Te gusten o no, los SUV han llegado para quedarse. Y aunque el Wagoneer no es realmente el primero, si es el primero que tuvo verdadero éxito. Pretendía re unir las cualidades de robustez y línea rotunda propia de los TT con las comodidades de un turismo. Y lo consiguió… y detrás de él vinieron muchos, muchísimos más… hasta nuestros días.

Indieteca Podcast
Indie en Peligro: El Golpe Silencioso de los Procesadores de Pago I Indieteca

Indieteca Podcast

Play Episode Listen Later Aug 11, 2025 59:22


Bloqueos, pagos y caos indie. Descubre cómo una crisis silenciosa en Steam e Itch.io está poniendo en riesgo el futuro de los videojuegos independientes.Normalmente no tocamos estos temas pero cuando ves que juegos como Mouthwashing salen de la tienda en Itchi aquí toca agarrar el micro para al menos dejar constancia de nuestra posición.

EMOTION ME
Lo que no expreses tú, lo expresará tu cuerpo. - NEUROFISIOLOGÍA de la represión emocional.

EMOTION ME

Play Episode Listen Later Aug 6, 2025 17:56


Cuando reprimes una emoción, ¿qué pasa realmente en tu cuerpo? El origen de la emoción en el cerebro Las emociones nacen principalmente en estructuras subcorticales: Amígdala: detecta amenazas o estímulos significativos y dispara respuestas rápidas. Hipotálamo: coordina respuestas autonómicas (frecuencia cardíaca, presión arterial, sudoración). Ínsula: conecta las sensaciones viscerales con la experiencia consciente de la emoción. Normalmente, estas señales ascienden hacia la corteza prefrontal (CPF), que interpreta y regula la respuesta. 2. ¿Qué ocurre cuando reprimimos una emoción? La represión implica un acto cortical consciente o semiconsciente: La corteza prefrontal dorsolateral y la corteza cingulada anterior activan circuitos de control inhibitorio, intentando suprimir la respuesta emocional originada en la amígdala y otras áreas límbicas. Esto no elimina la emoción; la descarga fisiológica (aumento de adrenalina, tensión muscular, liberación de glucosa) sigue ocurriendo, solo que se “contiene”. 3. Consecuencias fisiológicas Tensión muscular crónica: sobre todo en cuello, mandíbula y diafragma, ya que el cuerpo “se prepara” pero no ejecuta la acción emocional. Patrones respiratorios alterados: se reduce la amplitud y la regularidad de la respiración, afectando la oxigenación y el equilibrio del sistema nervioso autónomo. Hiperactivación del sistema simpático: aumento de cortisol y adrenalina, lo que a largo plazo afecta la inmunidad, la digestión y la calidad del sueño. 4. Impacto a largo plazo Somatización: el cuerpo “habla” por donde no puede hacerlo la emoción, apareciendo síntomas como gastritis, dolores musculares o migrañas. Desregulación emocional: la amígdala se vuelve más reactiva con el tiempo, ya que el circuito de inhibición no resuelve la carga emocional, solo la posterga. Cambios estructurales: estudios de neuroimagen muestran que la represión crónica puede alterar la conectividad entre la amígdala y la corteza prefrontal, disminuyendo la capacidad de regulación sana.

ALBERTO PADILLA
Analizando el derecho humano que normalmente se les niega a los humanos: la elección de muerte digna. Entrevista con @agaviriau.

ALBERTO PADILLA

Play Episode Listen Later Aug 5, 2025 55:43


-#India vuelve a comprar petroleo a #Rusia, y #DonaldTrump amenazó con aumentar "sustancialmente" el actual 25% de arancel. -#BP anunció su mayor descubrimiento de petroleo y gas en 25 años frente a las costas de #Brasil. -Consejo le otorga a #ElonMusk US$30MM en acciones de #Tesla para que no cumpla su amenaza de abandonar a la empresa.

Se Habla Español
Español con noticias 68: Muertes por calor - Episodio exclusivo para mecenas

Se Habla Español

Play Episode Listen Later Aug 3, 2025 23:55


Agradece a este podcast tantas horas de entretenimiento y disfruta de episodios exclusivos como éste. ¡Apóyale en iVoox! pisodio exclusivo para suscriptores de Se Habla Español en Apple Podcasts, Spotify, iVoox y Patreon: Spotify: https://open.spotify.com/show/2E2vhVqLNtiO2TyOjfK987 Patreon: https://www.patreon.com/sehablaespanol Buy me a coffee: https://www.buymeacoffee.com/sehablaespanol/w/6450 Donaciones: https://paypal.me/sehablaespanol Contacto: sehablaespanolpodcast@gmail.com Facebook: www.facebook.com/sehablaespanolpodcast Twitter: @espanolpodcast Hola, ¿cómo va todo? ¿Qué tal ha empezado el mes de agosto? En mi caso, cuando escuches este episodio, estaré de vacaciones en Galicia, en el noroeste de España, como casi todos los veranos desde hace 18 años. En esa zona las temperaturas son muy agradables en esta época y eso nos permite recuperar la energía necesaria para afrontar después un largo año de trabajo. Pero justo hace un mes tuve la oportunidad de vivir todo lo contrario, el calor asfixiante de Sevilla, donde asistí a la Conferencia de Naciones Unidas para la financiación al desarrollo. Cuando llegué teníamos 42 grados y los tres días siguientes la temperatura máxima llegó hasta los 40 grados. Como estaba trabajando, intenté no salir mucho a la calle, pero incluso dentro de la Conferencia hacía mucho calor en algunas salas. Así que, esta vez he elegido una noticia relacionada con todo esto, con el calor del verano en España. Y lo primero que debes saber es que la temperatura media del verano en España ronda los 23 ºC, aunque en algunas zonas del interior y del sur puede superar fácilmente los 35 ºC de media durante los días más calurosos Por ejemplo, en Madrid, la media en julio es de 33 ºC, mientras que en Málaga alcanza los 30 ºC. Entre las zonas más calurosas del país, destaca el valle del Guadalquivir, en Andalucía. Ciudades como Córdoba o Sevilla registran con frecuencia temperaturas superiores a los 40 ºC, y en 2017, se alcanzó un récord histórico de 47,3 ºC en un pueblo de la provincia de Córdoba que se llama Montoro. Pero no todo es calor sofocante. También hay lugares donde se puede disfrutar de un verano más fresco, sobre todo en el norte, donde las temperaturas máximas suelen estar sobre los 25 ºC de media en zonas de playa. Y si hablamos de récords, el verano más caluroso de la historia reciente en España fue el de 2022, con una temperatura media de 24,5 ºC. Ese año, las olas de calor fueron especialmente intensas y prolongadas, afectando a millones de personas en todo el país. Pero el calor no solo es incómodo, sino que también puede ser peligroso. En los últimos años, España ha registrado un aumento preocupante en las muertes relacionadas con las altas temperaturas. Solo en el verano de 2024, más de 2.000 personas fallecieron por complicaciones derivadas del calor, y 17 de ellas murieron directamente por un golpe de calor. Este número representa un descenso respecto a años anteriores: en 2023 hubo 24 muertes por golpe de calor, y en 2022 fueron 20. La mayoría de las víctimas eran personas mayores de 75 años, un grupo especialmente vulnerable ante las olas de calor. Así que, con este contexto, vamos a escuchar una noticia real sobre los efectos del calor extremo con el objetivo de aprender juntos nuevo vocabulario en contexto. La noticia pertenece a Radio Nacional de España. Y en ella vamos a escuchar tres voces distintas: la del presentador del informativo, la de la periodista que nos cuenta todos los detalles y la del responsable de salud de la Comunidad Valenciana, el lugar donde se han producido los hechos que vamos a conocer ahora mismo. Presta mucha atención. “Buenas tardes, las altas temperaturas de este inicio de verano se cobran dos nuevas víctimas mortales. Un hombre y una mujer han fallecido en la Comunidad Valenciana por un golpe de calor. Más detalles, Nuria Llopis. Buenas tardes. Buenas tardes. Se trata de un hombre de 52 años fallecido en Castellón y una mujer de 53 en Alicante. El hombre tenía patologías previas y ha sido asistido en su domicilio y posteriormente trasladado a un centro hospitalario donde ha fallecido. Al igual que la mujer, que en su caso se encontraba en la vía pública practicando una actividad de ocio al aire libre. La Consellería de Sanidad ha comprobado que ambos cumplen los criterios marcados por la OMS para golpe de calor y lanza recomendaciones para evitar estos episodios. Juan Beltrán, director general de Salud Pública. No salir a la calle o disminuir la actividad física entre las 12 y las 5 de la tarde, beber abundante agua, utilizar cremas protectoras solares y estar pendiente de las personas ancianas y bebés y vulnerables. Si encuentra a una persona con posible golpe de calor, llame al 112 y siga las instrucciones del operador. Si está inconsciente, coloque antes a la persona en posición lateral de seguridad.” Siento traer este tipo de noticias trágicas, pero a veces es complicado encontrar informaciones alegres en los medios de comunicación. Parece que solo interesa lo malo, cuando en realidad estamos deseando ver cosas buenas en el mundo. Pero bueno, esa es otra historia. Vamos con las palabras o expresiones más destacadas. La primera es el verbo cobrarse. En contextos trágicos, significa que un accidente, una enfermedad o un fenómeno natural ha causado o ha provocado la muerte de una o más personas. Normalmente va seguido de las palabras “vida” o “víctima”. Ejemplos: El terremoto se cobró la vida de más de cien personas. La pandemia se ha cobrado muchas víctimas en todo el mundo. La siguiente es golpe de calor. El significado es muy sencillo, porque se trata de un problema físico grave causado por una exposición prolongada al calor extremo. Eso puede provocar fiebre alta, confusión, pérdida de conciencia e incluso la muerte. Aquí lo importante es que recuerdes cómo se dice: golpe de calor. Ejemplos: El atleta sufrió un golpe de calor durante la maratón. Es importante hidratarse bien para evitar un golpe de calor en verano. En cuanto a las patologías previas, creo que lo vimos hace poco. Las patologías previas son enfermedades o condiciones médicas que una persona ya tenía antes de sufrir un nuevo problema de salud. O sea, son enfermedades o problemas anteriores. Ejemplos: El paciente tenía patologías previas como diabetes e hipertensión. Las personas con patologías previas son más vulnerables a complicaciones. Vamos con otro verbo: asistir. En este caso no se trata de estar presente en algún sitio, sino que en este contexto médico significa atender o prestar ayuda a alguien, especialmente en situaciones de emergencia o necesidad médica. También lo vimos hace poco, pero me parecía importante recordarlo. Ejemplos: Los sanitarios asistieron al herido en el lugar del accidente. Fue asistido por los servicios de emergencia antes de ser trasladado al hospital. Lo siguiente que encontramos en la noticia es la vía pública, que es la manera formal de decir calle. La vía pública es la calle, un espacio exterior de uso común. Además de las calles, pueden ser plazas o aceras, accesibles a todas las personas. Ejemplos: Está prohibido consumir alcohol en la vía pública. La mujer se desmayó en plena vía pública y fue auxiliada por transeúntes. Luego tenemos las actividades de ocio, que son cosas que se hacen en el tiempo libre para disfrutar, para descansar o para entretenerse. Ejemplos: Pasear por el parque es una de mis actividades de ocio favoritas. El ayuntamiento organiza actividades de ocio para jóvenes durante el verano. Por otro lado, las siglas OMS se refieren a la Organización Mundial de la Salud, que es la agencia de las Naciones Unidas especializada en la salud pública internacional. En inglés las siglas son completamente distintas, por eso conviene que las recuerdes en español: OMS. Ejemplos: La OMS recomienda vacunar a la población para prevenir enfermedades. Según la OMS, el golpe de calor puede ser mortal si no se trata a tiempo. Por último, un operador de emergencias es una persona encargada de recibir llamadas en centros de atención de emergencias y dar instrucciones o enviar ayuda. Ejemplos: El operador del 112 me indicó cómo actuar mientras llegaba la ambulancia. Es fundamental seguir las indicaciones del operador en una situación crítica. Perfecto. Pues una vez explicadas todas estas cosas, vamos a escuchar la noticia por segunda vez. “Buenas tardes, las altas temperaturas de este inicio de verano se cobran dos nuevas víctimas mortales. Un hombre y una mujer han fallecido en la Comunidad Valenciana por un golpe de calor. Más detalles, Nuria Llopis. Buenas tardes. Buenas tardes. Se trata de un hombre de 52 años fallecido en Castellón y una mujer de 53 en Alicante. El hombre tenía patologías previas y ha sido asistido en su domicilio y posteriormente trasladado a un centro hospitalario donde ha fallecido. Al igual que la mujer, que en su caso se encontraba en la vía pública practicando una actividad de ocio al aire libre. La Consellería de Sanidad ha comprobado que ambos cumplen los criterios marcados por la OMS para golpe de calor y lanza recomendaciones para evitar estos episodios. Juan Beltrán, director general de Salud Pública. No salir a la calle o disminuir la actividad física entre las 12 y las 5 de la tarde, beber abundante agua, utilizar cremas protectoras solares y estar pendiente de las personas ancianas y bebés y vulnerables. Si encuentra a una persona con posible golpe de calor, llame al 112 y siga las instrucciones del operador. Si está inconsciente, coloque antes a la persona en posición lateral de seguridad.” Como bien sabes, la posición lateral de seguridad se utiliza para que la víctima pueda respirar, para que su boca no quede bloqueada por la lengua o por fluidos como el vómito o la sangre. Si está de lado, estos fluidos pueden salir fácilmente y la víctima no se queda sin respiración. Bueno, vamos con el resumen de la noticia usando el máximo número de sinónimos posible. En primer lugar, el presentador nos cuenta que las intensas olas de calor del arranque de la temporada estival han causado dos nuevas muertes. Un hombre y una mujer han perdido la vida en la Comunidad Valenciana debido a un episodio de hipertermia. Luego da paso a otra periodista para conocer más detalles. Y ella nos dice que las víctimas son un varón de 52 años que ha muerto en Castellón y una mujer de 53 años que ha perdido la vida en Alicante. El hombre, que ya padecía afecciones médicas anteriores, fue atendido en su domicilio y posteriormente trasladado a un centro sanitario, donde finalmente falleció. En el caso de la mujer, se encontraba en la calle realizando una actividad recreativa en el exterior cuando sufrió el colapso. La Consellería de Sanidad ha confirmado que ambos casos cumplen con los criterios establecidos por la Organización Mundial de la Salud para diagnosticar un golpe de calor, y ha emitido una serie de pautas para prevenir este tipo de situaciones. A continuación, un experto ofrece las siguientes recomendaciones: evitar salir al exterior o reducir el esfuerzo físico entre las 12 del mediodía y las 5 de la tarde, mantenerse bien hidratado, aplicar lociones de protección solar y prestar atención especial a personas mayores, bebés y colectivos en situación de vulnerabilidad. Para concluir, la periodista vuelve a tomar la palabra para recordar a los oyentes que si ven a alguien que podría estar sufriendo un golpe de calor, deben llamar inmediatamente al 112 y seguir las instrucciones del personal de emergencias. En caso de que la persona esté inconsciente, hay que colocarla de lado mientras espera la llegada de los servicios sanitarios. Muy bien. Si quedaba alguna duda, creo que ahora está todo más claro. Así que, ya estamos preparados para escuchar la noticia por última vez. “Buenas tardes, las altas temperaturas de este inicio de verano se cobran dos nuevas víctimas mortales. Un hombre y una mujer han fallecido en la Comunidad Valenciana por un golpe de calor. Más detalles, Nuria Llopis. Buenas tardes. Buenas tardes. Se trata de un hombre de 52 años fallecido en Castellón y una mujer de 53 en Alicante. El hombre tenía patologías previas y ha sido asistido en su domicilio y posteriormente trasladado a un centro hospitalario donde ha fallecido. Al igual que la mujer, que en su caso se encontraba en la vía pública practicando una actividad de ocio al aire libre. La Consellería de Sanidad ha comprobado que ambos cumplen los criterios marcados por la OMS para golpe de calor y lanza recomendaciones para evitar estos episodios. Juan Beltrán, director general de Salud Pública. No salir a la calle o disminuir la actividad física entre las 12 y las 5 de la tarde, beber abundante agua, utilizar cremas protectoras solares y estar pendiente de las personas ancianas y bebés y vulnerables. Si encuentra a una persona con posible golpe de calor, llame al 112 y siga las instrucciones del operador. Si está inconsciente, coloque antes a la persona en posición lateral de seguridad.” Antes de despedirnos, me gustaría invitaros a reflexionar sobre los peligros que puede traer el verano, especialmente en países con climas cálidos como España. A menudo asociamos o relacionamos esta estación del año con vacaciones, playa, diversión y descanso. Pero también es una época en la que el calor extremo puede convertirse en una amenaza real para la salud. Las altas temperaturas no afectan a todos por igual. Las personas mayores, los bebés, quienes padecen enfermedades crónicas o quienes trabajan al aire libre están especialmente expuestos. Y lo más preocupante es que muchas veces no somos conscientes del riesgo hasta que es demasiado tarde. Por eso, es fundamental que aprendamos a escuchar a nuestro cuerpo, a protegernos del sol, a hidratarnos bien y a cuidar de quienes nos rodean. El verano puede ser una época maravillosa, pero solo si lo vivimos con responsabilidad y precaución. Venga, vamos a repasar ya las palabras y expresiones que hemos aprendido hoy: -Cobrarse: En contextos trágicos, significa que un accidente, una enfermedad o un fenómeno natural ha causado la muerte de una o más personas. -Golpe de calor: Problema grave causado por una exposición prolongada al calor extremo, que puede provocar fiebre alta, confusión, pérdida de conciencia e incluso la muerte. -Patologías previas: enfermedades o problemas de salud anteriores. -Asistir: atender o prestar ayuda a alguien, especialmente en situaciones de emergencia o necesidad médica. -Vía pública: espacio exterior de uso común, como calles, plazas o aceras, accesible a todas las personas. -Actividad de ocio: Acción que se realiza en el tiempo libre con fines recreativos, de descanso o entretenimiento. -OMS: Organización Mundial de la Salud. Agencia de las Naciones Unidas especializada en la salud pública internacional. -Operador de emergencias: Persona encargada de recibir llamadas en centros de atención de emergencias y dar instrucciones o enviar ayuda. Perfecto. Ahora sí hemos terminado. Aunque estoy de vacaciones, recuerda que la próxima semana tendrás un episodio normal y su correspondiente contenido extra. Y así todas las semanas, porque trabajé mucho durante el mes de julio para que tengas material nuevo durante todo el verano. Me parece lo más justo para agradecerte tu apoyo. Así que, te espero el próximo domingo. Ha sido un placer. Adiós. Escucha este episodio completo y accede a todo el contenido exclusivo de Se Habla Español. Descubre antes que nadie los nuevos episodios, y participa en la comunidad exclusiva de oyentes en https://go.ivoox.com/sq/171214

Nutricion al Dia
250731 Jueves Compulsiones

Nutricion al Dia

Play Episode Listen Later Jul 31, 2025 121:41


El trastorno obsesivo-compulsivo (TOC) es un trastorno perteneciente al grupo de los trastornos de ansiedad (como la agorafobia, la fobia social, etc.). Una persona con trastorno obsesivo-compulsivo se da cuenta de que tiene un problema. Normalmente, sus familiares y amigos también se dan cuenta. Los pacientes suelen sentirse culpables de su conducta anormal y sus familiares pueden enfadarse con ellos porque no son capaces de controlar sus compulsiones. Los síntomas y la importancia que implica el trastorno obsesivo-compulsivo pueden presentarse a cualquier edad pudiendo producir una importante discapacidad: la OMS lo incluye entre las 20 primeras enfermedades discapacitante con una prevalencia del 0,8% en los adultos y del 0,25% en niños y adolescentes, y entre las 5 enfermedades psiquiátricas más comunes. Puede obtener este Programa en LA Farmacia Natural en Los Angeles, Van Nuys, Huntington Park, El Monte, Arleta, Pico Rivera, Long Beach y en Burbank o llamando a la Línea de la Salud, al 1-800-227-8428 si desean que se lo enviemos a su casa.

Un Mensaje a la Conciencia
«Culpable por haberle dado un mal padre a mi hijo»

Un Mensaje a la Conciencia

Play Episode Listen Later Jul 12, 2025 4:01


En este mensaje tratamos el siguiente caso de una mujer que «descargó su conciencia» de manera anónima en nuestro sitio www.conciencia.net, autorizándonos a que la citáramos: «Tengo dos hijos, uno de diecisiete años y el otro de dos años. El papá de mi primer hijo falleció, y éste ha crecido sin padre. El padre de mi segundo niño no quiere a su hijo.... Al enterarse él de que yo estaba embarazada, decidió volver a vivir con la familia que ya tenía.... »El bebé se me enfermó, y... me vi en la necesidad de volver a hablarle, y desde entonces ha depositado dinero para leche y pañales; pero no se interesa por el niño.... Me duele saber que, conforme pase el tiempo, el niño preguntará y me sentiré culpable por haberle dado un mal padre.... Creo que necesito [que Dios me dé sabiduría] para dirigir la vida de mi pequeñito.» Este es el consejo que le dio mi esposa: «Estimada amiga: »También nosotros lamentamos que su hijo menor, al igual que el mayor, va a tener que crecer sin padre. Le instamos a que busque un hombre conocido que le sirva de mentor. Normalmente puede ser un abuelo o un tío, pero en el caso suyo esperamos que pueda ser también su hijo mayor. »Es probable, porque es normal, que a la edad de diecisiete su hijo mayor esté interesado más que nada en sus amigos y en ser independiente. También sería normal si su hijo mayor piensa que el hermano menor es una molestia por ahora. Así que no trate de presionar a su hijo mayor a que haga lo que él no quiere hacer a estas alturas. Lo importante es que él va a seguir madurando y que, en cuestión de años, bien pudiera querer ser un modelo para el hermano menor. »Ciertos estudios han demostrado vez tras vez que a los niños varones que cuentan con una figura paterna que se interesa por ellos les va mejor en la escuela y en la vida. A medida que crezca su hijito, la animamos a que lo involucre en actividades en las que hay hombres que son entrenadores o maestros.... »Usted dice que se sentirá culpable por haberle dado un mal padre a su hijo. Ese sentido de culpabilidad no es necesariamente algo indeseable, sobre todo cuando nos motiva a hacer las cosas de un modo diferente. Esperamos que no vuelva nunca a tener intimidad física con un hombre que no sea su esposo. Cada vez que una mujer hace caso omiso del plan perfecto de Dios de que las relaciones sexuales deben practicarse exclusivamente dentro del matrimonio, esa mujer corre el riesgo de traer al mundo a otra criatura con un padre ausente. »Estamos de acuerdo en que usted necesita que Dios le dé sabiduría y la ayude a criar a su hijo. Pero Dios no es como Papá Noel, que simplemente les da regalos a quienes en realidad no conoce. Al contrario, Dios les da regalos a quienes han optado por formar parte de su familia divina. Y para formar parte de la familia de Dios, tenemos que acercarnos a Él en oración, pedirle perdón por nuestros pecados, y hacerle saber que queremos hacer las cosas a su manera en el futuro.» Con eso termina lo que Linda, mi esposa, recomienda en este caso. El caso completo se puede leer si se pulsa la pestaña en www.conciencia.net que dice: «Casos», y luego se busca el Caso 731. Carlos ReyUn Mensaje a la Concienciawww.conciencia.net

Tu dinero nunca duerme
TDND: ¿Hay diferencias a la hora de invertir entre hombres y mujeres?

Tu dinero nunca duerme

Play Episode Listen Later Jul 6, 2025 55:43


Esta semana, en Tu Dinero Nunca Duerme, un tema polémico, pero imprescindible: cómo afrontan ellos y ellas su relación con los mercados financieros. ¿Cómo invierten los hombres y las mujeres? Pues no siempre lo pensamos. Quizás a primera vista pensaríamos que no debería haber mucha diferencia en la forma en que afrontamos nuestra relación con los mercados. Pero sí la hay. No somos iguales tampoco en esto. Para empezar, hay muchos más hombres que mujeres en los mercados financieros. Y no hablamos sólo de trabajadores (empleados de gestoras, brokers, analistas...) que también. Hablamos de uno de los sectores más masculinos de nuestro mercado laboral. Y también entre los clientes, ellos son mayoría. Algo sorprendente porque no deberíamos asociar el ahorro o la inversión a un sexo. Aunque las estadísticas nos indican que es mucho más probable que un hombre sea cliente de un fondo de inversión o tenga acciones. ¿Por qué? Pues no está del todo claro. Tania Fernández, del equipo de Relación con Inversores de Cobas AM, nos lo explica en el episodio de esta semana de Tu Dinero Nunca Duerme. Sabemos que es un tema polémico, que toca muchas cuestiones espinosas, políticamente muy incorrecto. Pero al mismo tiempo creemos que es importante conocer la realidad: "Vamos a generalizar. Y sí, hombres y mujeres invierten (de media) de manera diferente y obtienen resultados diferentes. Normalmente, las mujeres invierten de forma menos arriesgada y más a largo plazo". Aunque, eso sí, Fernández nos advierte de que "en los últimos tiempos estamos viendo que los resultados están cambiando. Y sí, aunque cada vez hay más mujeres, seguimos siendo una minoría. En el largo plazo, las mujeres suelen tomar decisiones menos impulsivas y tienen resultados mejores que los hombres". De esta manera, entre los menores de 30-35 años, parece que las distancias se acortan (y los patrones de ahorro e inversión son algo más parecidos entre ellos y ellas), pero incluso en estos colectivos, nativos digitales, sigue habiendo diferencias significativas en cómo afrontan su relación con los mercados financieros. AGRADECIMEINTO ESPECIAL EN ESTE ESPISODIO PARA BANCO SANTANDER, POR SU COLABORACIÓN. Abre tu Cuenta Negocios y empieza como autónomo por 0€.

The End of Tourism
S6 #8 | El Derecho a No Migrar | Aldo Gonzalez y Gloria Romero Lopez

The End of Tourism

Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 56:59


Estimados oyentes, esta entrevista requirió que Aldo y Gloria se conectaran desde zonas rurales. Por lo tanto, la conexión a internet fue intermitente. Hay algunos momentos del episodio en los que puede resultar difícil comprender lo que se dice. Para mayor claridad, consulten la transcripción abajo. Gracias por su comprensión.Mis entrevistados en este episodio son Aldo Gonzalez y Gloria Romero López. Aldo es zapoteco de la comunidad de Guelatao de Juárez, Oaxaca, México. Ingeniero de formación, promueve el pleno reconocimiento y la implementación de los derechos de los pueblos indígenas. Trabaja en defensa de la biodiversidad local del maíz, especialmente de una variedad de maíz autofertilizante llamada olotón.Gloria es una mujer Mixteca que nacio en Lázaro Cardenas, Coicoyan de las Flores, Juxtlahuaca, Oaxaca. Curse sus estudios de ingeniería en Tecnologías de la información y comunicaciones en el Instituto Tecnológico Superior - San Miguel el Grande. Actualmente Realizó registros de Nacimientos en el Municipio de Coicoyan de las Flores. Ella gusta mucho platicar en Mixteco.Notas del Episodio* Las consecuencias al pueblo* El derecho a no migrar* Cambios atraves del NAFTA y el derecho a no migrar* “Yo tengo maiz, no necessito dinero”* La complejidad de las remesas* Las contradicciones y discriminaciones entre migrantes* La posibilidad del retorno masivo de migrantes* La violencia como causa de migracionTareaEl Derecho a No Migrar (Libro) - AmazonEl DERECHO A PERMANECER EN CASATranscripcion en espanol (English Below)Chris: [00:00:00] Bienvenido Aldo y bienvenida Gloria al podcast al fin de turismo. Gracias a ambos por estar dispuestos a hablar conmigo hoy sobre estos temas. Tengo curiosidad por saber si ustedes dos se están bien dispuestos a ofrecer una pequeña introducción o resumen sobre ustedes mismos.Ah, ado, no te escuchamos. Aldo: Bueno sobre mis viajes, bueno, no me dedico a viajar. Casi no tengo vacaciones. Pero por las cuestiones del trabajo me he tocado ir a diferentes lugares del mundo. Podríamos decir. Este básicamente por el trabajo que realizo? Más que ir a conocer los lugares a donde a donde me han invitado, lo que he hecho es ir a platicar con la gente que está en esos lugares sobre los problemas que tenemos aquí en la región.Los problemas que tenemos en México y [00:01:00] quien lo que me ha posibilitado, poder viajar a distintas partes ha sido el problema de la contaminación del maize transgénicos. Entonces eso ha hecho que, con esa bronca que peso en el año 2001, este yo haya tenido la posibilidad de ir a otros lugares a platicar un poco sobre ese problema en particular y muchos otros que se relacionan con él no o el tema de los transgénicos o el tema de los agroquímicos o el tema de el control de las corporaciones hacia la alimentación, hacia las semillas también.Entonces, digamos que en general, la mayoría de los viajes que yo he realizado están relacionados con estos acentos o con los derechos de los pueblos indígenas también. Chris: Gracias, Aldo. Y nos podrías decir donde te encuentres hoy? Aldo: Eh? Bueno, hoy estoy en Guelatao y es mi comunidad y estoy en las oficinas de la organización de mi organización, que es la unión de organizaciones de la Sierra Juarez Chris: Muchas gracias, [00:02:00] audo Aldo y gloria.Gloria: Sí, igual. Yo casi no he salido así del estado, pero sí conozco mucha gente que si emigra por lo regular a los estados unidos, es que es donde la mayoría de acá, pero casi no emigran mucho así hacia otros estados. Pero si la mayoría emigra para estados unidos, ya si tengo muchos vecinos, familia y mucho de acá de Coycoyan, si emigran más para allá que son para los estados unidos. Chris: Muy bien. Muchas gracias por eh, a tiempo con nosotros hoy. Entonces, aunque es temprano en la conversación, mi pregunta es sobre cómo han visto que el regreso de los migrantes a sus pueblos ha afectado a la comunidad en sus propios lugares o pueblos?Gloria: Sí en en cuando han cómo ha afectado la comunidad? Que muchos cuando regresan, pues ya tienen otras ideas, otras cultura, otra forma de ver la vida y a veces mucho ya no [00:03:00] quieren este participar así en las asambleas de la comunidad o ya vienen con otras técnicas, digamos, de cultivo y las técnicas que anteriormente habían acá, pues ya se van perdiendo y yo más cada veo como también esto afecta también en sus vidas personales, porque muchos cuando regresan ya regresan ya enfermos, cansados. En en el mejor de los casos, muchos ya regresan con dinero, no? Y eso hace que la gente que está en el pueblo, ve que como ellos les fue bien, pues también quieren emigrar y ya después ya son más personas que quieren migrar y ya se se hacen más y de idea de que, pues allá en estados unidos existe la oportunidad de que puedan mejorar sus vidas.Pero yo digo que así en ,general el impacto es un tanto positivo como [00:04:00] también negativo, porque igual, como digo, muchos regresan ya cansados, enfermos. Muchos igual dejan aquí sus familiares y cuanto regresan, pues sus familia ya no los encuentran, o algunos que dejan sus papás, cuando regresan sus papás ya, ya murieron o ha o esas situaciones que impacta así su vida personal.Chris: Gracias, Gloria. Aldo, querrías responder? Aldo: Aunque aquí en la comunidad de Guelatao, no hay muchos, no hay una migración tan alta como en otras comunidades cercanas. Digamos que una de las cosas que nosotros vemos que ha afectado, es que se elevan los precios, porque traen dinero, ya no trabajan en el campo. Entonces, para sus familias reciben recursos.Y pues eso hace que ellos tengan mayor capacidad para poder pagar a los mozos, por ejemplo, para que vayan a ser la [00:05:00] misma. Entonces, eso hace que el resto de la población pues se sienta afectada, porque no tiene los recursos para poder pagar lo que está pagando un migrante. Bueno, eso en alguna medida, está afectando la producción también de maíz, de por sí, ya la había afectado, porque muchos salen y dejan de trabajar la tierra. Los que quieren que se siga trabajando la tierra por parte de su familia mandan recursos, pero digamos que allí los costos se elevan para el resto de la población porque ellos pagan salarios más altos. Entonces, si alguien viene a la comunidad a trabajar, te va a cobrar más de lo que te cobraba anteriormente y muchos no lo pueden pagar.Entonces nos dice, "ya no voy a sembrar, porque el mozo está muy caro." No? Y eso es una afectación, pues directa, digamos a la economía de quien no migra. Y como hay pocos migrantes también, o digo [00:06:00] como hay poca gente que se que que se queda trabajar el campo en la comunidad, ya no hay suficientes personas para que se pueda hacer lo que nosotros llamamos gozona.O sea que vayamos entre todos a trabajar la parcela de cada uno de los que entran a ese tipo de trabajo. Bueno, también, eso es una afectación por la migración. No? Chris: Y Gloria, tú piensas que esa misma dinámica existe o ha pasaron en tu pueblo?Gloria: No, yo digo que igual, sí, estoy de acuerdo con lo que dicen algo y si sí, ha influenciado mucho de las personas que emigran si pagan más que los que no migran. Sí, si se ve mucho ese cambio.Chris: Gracias. Este pues parte de mi mi interés o cómo empecé, eh, acercándome a la cuestión de inmigración fue en parte por mi familia. [00:07:00] También eran migrantes de Macedonia y Grecia, y el otro lado de Inglaterra hacia Canadá hace como 50 años. Entonces este lo que he sentido, es que las dinámicas, las consecuencias de la migración en los pueblos y la gente que no migren, que hay patrones en el nivel mundial, y son casi bueno, muy parecidos. . Encontré un un libro en inglés, pero también existía en español. Eh? Que se llama El Derecho A No M igrar o The Right To Stay Home por David Bacon. Y ese libro, es titulado por una declaración que la gente de FIOB o La Frente Indígena de Organizaciones Binacionales hicieron en ahí en Santiago Juxtlahuaca en La Mixteca, Después de días de días de discutir sobre las [00:08:00] consecuencias de migraciones en los lugares de los migrantes, o sea, los pueblos originarios de los migrantes, resultó una declaración: "el derecho a no migrar conjunto con el derecho a migrar." Entonces tengo curiosidad por saber si ustedes podrían hablar sobre esos tiempos y la declaración, si saben cómo se formó o cómo se fue recibida en la mixteca o en la sierra norte de Oaxaca.Aldo: Bueno, nosotros aquí en la organización. Sí, hemos hablado del derecho a no migrar, porque estamos interesados en fortalecer la identidad de las personas que vivimos en nuestras comunidades. Pues, al final, somos parte de un pueblo más grande. No solamente es nuestra comunidad, sino que hay varias otras comunidades que pertenecemos al mismo pueblo, al pueblo zapoteca y en ese sentido, pues lo que estamos tratando [00:09:00] de hacer es que se fortalezcan nuestras comunidades, que se fortalezcan nuestra comunalidad, que es nuestra forma de organización comunitaria, y por esa razón es que preferiríamos que la gente no migra.Pero el problema es que ha habido un empobrecimiento muy brutal del campo en general, no solamente en México. Lo vemos también en otros países, que los que emigran principalmente son gente que sale del campo y van hacia los estados unidos a trabajar al campo en estados unidos, pero en condiciones que son completamente distintas a como se trabajaba en la comunidad. Incluso aquí en México, algunos van a trabajar en los campos del norte del país, también este en condiciones, pues terribles, con muchos agroquímicos.La gente regresa en algunos casos regresan enfermos, no? O regresan con las patas por delante, dijeron en el pueblo, porque [00:10:00] ya pues están muertos. Regresan nada más para que los entierren en la comunidad. Pero pues, prácticamente toda su vida la hicieron fuera, no? Entonces, quienes se van sufre porque añoran estar en la comunidad. Quieren comer lo que en la comunidad. Quieren escuchar la música de la comunidad. Quieren hacer la vida como si estuvieran en la comunidad, pero ya no está. Quienes se quedan a vivir fuera de la comunidad, digamos en estados unidos, sobre todo, pues sus hijos ya no los van a entender, porque ellos son educados de una manera distinta en escuelas que no tienen nada que ver con su cultura.Digamos que son colonizados mentalmente en las escuelas en estados unidos. Hay muy pocas escuelas que podríamos decir tienen la la eh capacidad de poder ser interculturales y enseñar en español y inglés y [00:11:00] enseñar la cultura de la comunidad y la cultura pues que se viven en los estados unidos, el individualismo.Entonces es muy complejo que un niño de inmigrantes, nacido en estados unidos pueda regresar a la comunidad, porque pues ya se adaptó a otra forma, a otra civilización, a otra forma de vida completamente distinta a la comunitaria. Y bueno, eso a nosotros nos preocupa. Estamos interesados en que la gente se quede.Sabemos que es difícil porque hay pocos recursos económicos en las comunidades, pero aun así pues, estamos haciendo el esfuerzo para que la gente se sienta orgullosa de ser de sus orígenes y no tengan la necesidad de migrar o en último de los casos, si tiene la necesidad de emigrar, por lo menos que tenga una referencia de lo que es su comunidad y la lleve a donde esté, [00:12:00] no?Porque pues, a veces, pues la gente lo hace por necesidad. Y esa necesidad, te lleva a a otros lugares, pero si tú te sientes orgulloso de tu identidad cultural, vas a llevar ese identidad donde tú estés. En el caso de la sierra, hay gente de varias comunidades que hace comunidad en donde está. Pero bueno, obviamente no lo va a poder hacer de la misma manera como si viviera en la comunidad, pero al menos algo se llevan. Otra forma de de ver el mundo se puede llevar también, aunque no la vas a poder practicar como como lo vas a hacer en tu comunidad, no? Y en general, digamos el trabajo que nosotros hacemos en la organización está enfocado a que se fortalezcan, pues distintos mecanismos para que la gente se quede.Por ejemplo, ahorita estamos trabajando en la en el establecimiento de la escuela de agroecología, para que los jóvenes tengan herramientas para [00:13:00] poder sembrar la tierra sin depender de los herbicidas de todos los agroquímicos que vienen con la revolución verde y que son los que utilizan normalmente en los estados unidos para la producción agrícola de la mayoría de las cosas que se hacen allá. Y dentro de este esquema de agroecología, pues obviamente que para nosotros el elemento cultural es es fundamental porque no podemos hacer solamente la agricultura fuera de nuestro contexto territorial-cultural. Entonces, todo esto tiene que estar englobado en esas, iniciativas que estamos tratando de impulsar eso.Chris: Mm ya. Gracias. Gracias, Aldo. Y Gloria, esa declaración surgió en la región en la Mixteca donde estás y pues me gustaría, saber si recuerdes la declaración, si era parte de la política o la gente de tu pueblo?Gloria: Bueno, me enteré que esta declaración surgió debido a las grandes [00:14:00] injusticias que sufre los migrantes. Como dice algo desde el memento en que salen de sus hogares hasta llegar allá en, digamos en estados unidos, donde tienen que trabajar igual y siguen sufriendo lo que son abusos físicos, psicológicos.Y qué más quisiéramos que la gente? Pues no, no emigrara no, pero sabemos que debido a sus necesidades emigran, pero ojalá y cuanto emigraran tuvieran esas so oportunidades de tan si quiere emigrar lo mejor posible que puedan y no pasar tu portando sufrimiento. Mm-hmm. La declaración surgió en esta zona de Juxtlahuaca, según lo que yo he encontrado igual, no sabía mucho sobre esta declaración, pero debido a esto ya cheque. Y sí, la declaración surgió especificamente por las injusticias que sufre la gente desde salir de su hogar, hasta llegar en estados unidos.Todos los abusos que llegan a [00:15:00] sufrir en el camino y hasta igual muchos hasta allá, aunque estén en el trabajo allá, también siguen sufriendo. Y por eso, pues, qué más quisiera la gente que no inmigrara no? Qué más quisiéramos que toda la gente tuviera la dicha de tener una vida digna en su país, en su tierra, para que no tuviera que emigrar, pero sucede, sucede que si emigran, sucede por muchas razones que a veces no están en nuestro alcance poderlos ayudar, pero digamos tan siquiera ofrecerles las oportunidades para que emigren de la mejor manera posible y no tengan tantas desventajas al memento de emigrar.Chris: Gracias. No, pues sí, el pueblo de mi papá, por ejemplo, era un pueblo campesino en Grecia y ya no esta abandonado, pero cuando si salieran hubiera 800 personas. Y el día de hoy hay como 50. Y hay como unos dos, tres campesinos todavía, entonces [00:16:00] este entiendo bien el de lo que dicen y que tan importante es de crear las condiciones para que la gente no necesitan migrarse si no necesitan.Pero me gustaría también preguntarles sobre el éxito quizás que ha existido. Entonces, si hubo una declaración en que salió de la verdad no es muy conocido, a pesar del éxito del libro y y esas cosas. No es muy conocido, por lo que he visto en México y por hablar con algunas personas de FIOB en estados unidos, pero vamos a eso en un memento. Quería preguntarles si hay programas o han visto ciertos éxitos dentro o a través de esas programas que, por ejemplo, que mencionaste Aldo y Glorias si en los pueblos hay como un cambio. Si algo ha cambiado en esos 15 años.Gloria: [00:17:00] Ajá de mi parte. Yo digo que sí. Sí, ha habido un cambio. Tal vez no un cambio directo. No ha habido la declaración. Sí, sí ha ayudado, nada más que nosotros, no lo hemos visto porque casi no se menciona. Pero si ha habido. Gracias a eso, pues se han formado programas, proyectos que se han apoyado a los migrantes, pero que muchas veces nuestros desconocemos.Pero sí, sí existe, digamos el impacto positivo que ha generado esa declaración.Aldo: Bueno, en el caso de la sierra Juárez, la sierra norte de Oaxaca, digamos, hay algunas comunidades que tienen un alto índice de migración y bueno, ahí en algunos casos, han llegado algunos programas, por ejemplo, como " dos por uno," donde los migrantes, digamos, ponen una parte de recursos, el estado pone otra parte o pone dos partes, digamos el gobierno federal, el gobierno del estado para hacer alguna obra en la comunidad.Pero realmente eso no está [00:18:00] solucionando ningún problema, no porque básicamente lo que está haciendo es obligar a los migrantes a que contribuyan a realizar alguna mejor alguna obra en su en su comunidad y cuando esos recursos los podían destinar para sus familias o para otra cosa o para cumplir con sus obligaciones comunitarias, pero no necesariamente realizando las acciones que el gobierno está obligado a rerealizar obras sociales o cosas por el estilo.Entonces, pues yo podría decir que de los programas que que han aparecido en los últimos años, pues tampoco nos han ayudado mucho a a frenar la migración. Por ejemplo, el programa del sexenio pasado más anunciado fue el de Sembrando Vida, no? Y si bien ese apoyo a algunos campesinos en algunas comunidades, no en todas, pues, podríamos [00:19:00] decir que si los capturó para que no migraran hacia los estados unidos, pero dejaron de sembrar maíz cuando inicialmente el programa este era para que sembraran más maíz. Nos pusieron a sembrada arbolitos, no árboles que muchos casos ni siquiera son de la región que no iban a pegar o si iban a pegar, no iban a ser útiles aquí, porque venían de otras regiones o si crecían, ya no iba se ya no iba a poder cultivarse maíz en esos lugares porque les iban a hacer sombra al maíz.Nosotros vivimos en laderas. Aquí no hay lugares planos como en estados unidos, no? Entonces, digamos que programas gubernamentales que hayan beneficiado en alguna medida. El flujo migratorio que hayan hecho que haya menos migratorio, pues tampoco se ven. No se ven con mucha claridad. Nosotros vemos que se siguen estableciendo políticas para destruir el tejido comunitario, para expulsar a la población [00:20:00] del campo hacia las ciudades o hacia los estados unidos.Chris: Gracias, Aldo. Y has mencionado? Que tu trabajo tiene mucho que ver con la regeneración de maíz y obviamente maíz criollo o sea local también. Porque es tan importante para el pueblo frente de las consecuencias de la migración? Aldo: El Maiz para nosotros es un elemento muy importante. Nosotros podríamos decir que es el corazón de la comunidad porque lo vamos a comer todos los días. Nosotros decimos "nativo". Les dicen c"criollo" desde las instituciones de muchos lugares por costumbre, pero la palabra está mal empleada. Nosotros decimos que son nuestros maíces nativos. Y no es lo mismo comer una tortilla de maíz nativo, un elote de nuestros maices, a que comprar un elote que ahora venden en la ciudad que fue hecho con [00:21:00] maíces híbridos o que tengamos que comer tortillas hechas con maíces transgen. Desgraciadamente, en los últimos años, yo creo que no solamente pasa en la sierra, sino en muchos otros lugares del país, se ha incrementado el uso de las tortillerías y entonces ya no sabemos con qué maíz están produciendo esas tortillas, pero no se pueden comparar con las tortillas de nuestros maíces hechas con nuestras propias tecnologías. No? Entonces, yo creo que el maíz para nosotros, además de ser nuestro alimento principal o el que más consumimos, también nos da identidad. El maíz nos convoca, por ejemplo, a trabajar juntos, cosa que en estados unidos, no lo hacen. Todos ellos contratan migrantes para que hagan su trabajo, no? Y ellos van a producir lo que vayan a producir para vender aquí.El maíz que se siembra [00:22:00] normalmente es para consumir. Casi no se vende el maíz. Y por ejemplo, ahora que están poniendo precios de garantía, no? Precio garantía las de MXN $6. En nuestras comunidades, el maíz, no lo puedes vender a MXN $6, o sea, por lo menos, lo vendes a MXN $20, si es que lo vendes, porque es el esfuerzo de tu trabajo y también por la misma gente que la comunidad o incluso por los migrantes o por las familias inmigrantes, es valorado como una, un un alimento que es completamente distinto a el maíz que se compra en la tienda, en la CONASUPO o en Diconsa o en cualquier tienda comercial o qué viene de la tortilla? Entonces hay un aprecio especial por nuestros maíces. Eso es importante, pero cada vez se está produciéndo menos. Ahora anteriormente quien tenía maíz era considerado rico. [00:23:00] Desde una perspectiva comparado de hoy, quien tiene maíz es considerado tonto o pobre porque no tiene dinero. Sin embargo, pues sobre todo los campesinos viejos que dicen bueno, pues "si yo tengo maíz, no necesito dinero" para vivir porque tengo el alimento suficiente. Incluso anteriormente, por ejemplo, cuando la gente tenía que realizar sus cargos comunitarios que no eran pagados ahora en muchas comunidades, han empezado a pagar el cargo. Quien podía ocupar el cargo era un agente mayor, que sus hijos ya habían crecido, pero que además, él tenía maíz para no pedirle favor a nadie de cómo iba a solventar la alimentación de su familia por el año o el tiempo que tuviera que estar al frente del cargo comunitario.Entonces, digamos que el maíz también hace comunidad? Y con estas políticas, falta de apoyos o de [00:24:00] eliminación de apoyo, el campo mexicano están lastimando también nuestras formas de organización communitaria. Eso.Chris: Qué fuerte. Sí, me acordé en lo que dijiste Aldo, unas palabras que que escribió el filósofo Ivan Illich y no sé si es exactamente lo que escribió, pero básicamente dijo que durante casi toda la historia de la humanidad, la mayor medida de la pobreza era si uno tenía o no que comprar su alimento, su comida. Es decir, si tenías comprar tu comida en el pasado, era un señal, una medida de de pobreza, de decir que buenas eres pobre si tienes que comprar. Gloria, tienes algo para agregar a ese punto. Gloria: Ese punto no, no,Chris: [00:25:00] está bien, está bien. Pues me gustaría también seguir con ese lo que mencionaste Aldo, de los recursos y lo que se llaman remisas y por lo que he visto las estadísticas, no dicen que es más o menos seis porciento de la economía mexicana está compuesta por remesas enviadas por familiares o amigos en estados unidos. En algunos de los pueblos a los que me han invitado, me han dicho que el pueblo no sobreviviría sin remesas. En otros. Me han dicho que el pueblo sobreviviría mucho mejor si la gente no se fuera. Este es un tema muy complejo y mi pregunto. Si ustedes dos podrían hablar sobre esa complejidad que han visto en sus pueblos y en otros lugares como resultado de las remesas.Y pues siento que se sale [00:26:00] como ese tema a una pregunta vital o central que es como si una persona puede o no ser responsable de un lugar estando al otro lugar?Gloria: Yo digo que sí. Las remesas si han influido positivamente porque gracias a ellos ha habido muchos negocios, comercio y siento que si le quitáramos esas remesas, esos negocios se caería, porque el dinero que mucha gente que va a gastar en esos negocios es dinero que sus familiares envían de estados unidos. Gracias a ello, pues compran sus alimentos, los materiales que ocupan desde útiles escolares hasta cosas personales que ocupe. Y si en las remesas, yo siento que sí, estaría complicado porque como hasta ahorita, no hay suficientes oportunidades dentro del país para que pueda satisfacer esa demanda, yo siento que si las [00:27:00] quitáramos, sí, sería un impacto muy fuerte negativamente.Aldo: Decía yo que el lunes es el día de mercado en Ixtlan. Es la comunidad más grande de esta región. Y este cuando va uno llegando a isl, lo primero que ve uno es la fila en el banco. Es una fila mayor que cualquier otro día. La mayoría de la gente que está formada ahí va a recibir remesas y luego la va a gastar en en el mercado. En el mejor de los casos, pues sería bueno que comprara cosas de la región, pero muchas de las cosas que compran también son procesadas. Vienen de fuera, no? Incluso una cosa que da hasta miedo a veces es ver cómo la la señora se llevan sus paquetes de maruchan, no? Entonces dice eso es lo [00:28:00] que van a comer los niños. Y sí están cambiándole la alimentación a los niños porque es más fácil poner hervir la sopa que ya viene en esa caja, le echa en agua, se hierve y hasta la comida.Entonces, si se reciben recursos que sostienen a la familia, pero nos están cambiando la forma de vida, porque pues no puedes sobrevivir como estaban haciendo anteriormente nuestros antepasados, nuestros papás, nuestros abuelos, pero nos están cambiando la vida y nos están haciendo dependientes del dinero. Nos están haciendo individualistas también porque ahora tener dinero, pues puede ser una cosa de prestigio, no?Pero realmente las remesas no están resolviendo un problema de fondo en la comunidad. Están resolviendo un problema de una sobrevivencia impuesta, no? [00:29:00] Porque te quitan tu forma de ser, te quitan tu forma de vivir comunitaria y te imponen una forma de vida individual que se basa en el dinero y no en las relaciones familiares o las relaciones comunitarias que existían anteriormente. Entonces, digamos que las remesas te van a ayudar a vivir. Te van a ayudar a comprar cosas, no? Muchas de esas cosas no van a ser locales. O sea, llega el dinero a la comunidad y se va de la comunidad para el que compró cosas fuera de la comunidad y que vino a vender a este lugar, no? Pero, entonces está ayudando podríamos decir que la economía capitalista no está ayudando a la economía comunitaria. Aun cuando sean gentes de la comunidad las que vendan las cosas, no? Digamos que puede ser que una parte se quede en la comunidad porque el comerciante de la comunidad fue a la ciudad, compró las cosas y las trajo aquí.El se va a quedar con su ganancia, pero finalmente le está haciendo el trabajo al [00:30:00] capitalista que produjo esas cosas y las llevó a la comunidad a través de ese comerciante. Entonces las remesas se están ayudando a fortalecer el sistema capitalista y a destruir el sistema comunitario.Chris: Anoche, un amigo me ha contado que hay algunos pueblos aquí en Oaxaca que apenas se juntaron en sus asambleas para platicar sobre la posibilidad que la amenaza del memento de Trump en estados unidos para deportar todos los migrantes.Bueno, no todos los migrantes, pero los migrantes que no conformen con el mundo de Trump ahi en estados unidos. Y qué pasaría? O sea, la gente en las asambleas están hablando de qué pasaría si eso pasaría? Si, de repente hay cientos, si no miles, de compañeros y [00:31:00] familiares que de repente lleguen de nuevo al pueblo y obviamente sin ese esos fondos? Quizás es un poco de lo que pasó en la pandemia. También hubo muchas historias de gente de del norte allá, volviendo a sus pueblos. Y se empezaron a trabajar en las milpas, pero luego se fueron de nuevo a al norte pues a trabajar. Gloria: Sí, bueno, si eso digamos si esa amenaza se llegara a cumplir y todos los migrantes regresaran, yo siento que sería muy complicado para el país sostener a todos esos migrantes, porque hasta ahorita no hay tantas oportunidades. Digamos si hay un programa del más conocido sembrando vida, pero está cumpliendo muy poquito el trabajo que debe de cumplir.Y si te regresaran todos los migrantes nos quedaríamos como que atascados como sería un impacto, yo siento que, negativo, porque no tenemos la posibilidad de de [00:32:00] recibirlos. No tenemos las oportunidades, no tenemos programas, no tenemos, hay muchas cosas que no nos van a favorecer, porque ellos, si ellos regresan, van a ver muchos migrantes, pero sin un sustento, sin algo que los pueda sostener para que tengan una vida más o menos como la que ya tenían cuando estaban allá.Y porque no solo va a afectar a ellos, sino también sus familias que tienen acá al ver que sus familiares que estaban allá ya van a estar acá.Chris: Gracias. Gloria. Sí, Aldo.Aldo: Bueno, algunos empiezan a preguntar a mí. Nosotros vemos que, incluso en estados unidos, hay algunos migrantes que votaron por Trump. Muchos que votaron por Trump. Platicando con algunas personas digamos que los que pagan impuestos y ya tienen su residencia en estados unidos, ven a los migrantes documentados como estorbo, como una competencia [00:33:00] desleal, porque ellos no están obligados a pagar impuestos. Y entonces no.Porque es parte del modelo, el model modelo capitalista diseñado. Digamos que entre los mismos mexicanos inmigrantes, hay contradicciones, hay discriminación. Digamos un migrante que ya es residente, a veces no va a apoyar a un migrante illegal porque puede quitar el empleo.Y bueno, esto nos meten en situaciones complejas al final de cuentas, porque, incluso estos migrantes votaron por Donald Trump. Estarían de acuerdo en que deportaran a los migrantes similares.Es un extremo. Ahora, los migrantes en general, si son deportados, los migrantes indocumentados y son deportados, van afectar la economía también de los estados unidos? No? Porque hay muchas cosas que en estados unidos dejarían de funcionar, si no hay inmigrantes. [00:34:00] O sea, quién va a cuidar a los viejitos, por ejemplo? Muchos migrantes, sobre todo mujeres se dedican al cuidado de personas enfermas o personas mayores de edad que no tienen familia o que si tienen familia de todas formas, los mantienen prácticamente en el abandono o viven de su pensión y ya no pueden hacer su vida normal porque tienen algún padecimiento, etcétera.Y necesitan una gente que las corre Normalmente son mexicanos o son migrantes indocumentados los que hacen ese tipo de trabajo. Este sector de la población de estados unidos se debería afectar. Los granjeros que siembran, digamos, para vender los productos en el mercado de estados unidos, la mayoría contratan migrantes no documentados.Entonces ellos también van a tener un problema de que su producción agrícola va a bajar porque no va a ver migrantes. Y hay otros sectores de la economía en estados unidos que también resultarían afectados. No sé [00:35:00] si Trump no lo está viendo o se hace el que no lo ve o es solamente un amague, como quien dice.Y esta es como una amenaza que no va a cumplir porque finalmente eso afectaría la economía de los estados unidos. Si llegara a hacerse, aunque fuera de manera parcial, que es lo más probable, pues los migrantes que fueran deportados hacia México, no sabemos si traigan remesas o no. No sabemos si hayan tenido ahorros o no.Puede ser que algunos sí, puede ser que algunos no. Muchos de los que regresan ya no están acostumbrados a vivir en comunidad o en su comunidad. No están acostumbrados a vivir a realizar las actividades en el campo y preferirían vivir en la ciudad, pero en la ciudad no va a haber empleo. No va a haber suficientes empleos para que ellos puedan hacer una vida menos [00:36:00] rural, digamos en su regreso a México.Algunos otros dicen bueno, pues si a mí me deporten, pues yo me regreso a sembrar maiz y no pasa nada, pero no creo que sea la mayoría o no creo que sea la totalidad, al menos no los que vayan a regresar a su comunidad. Quienes han trabajado desde niños en la comunidad y saben realizarlas el trabajo de campo, no van a tener problema, pero quienes ya se acostumbraron a realizar actividades que no son agrícolas y han sido obligados a migrar, pues iban a tener ese problema de que no van a saber que hacer cuando retornen a este país o cuando los obliguen a retornar a este país.Chris: Si yo recuerdo leyendo un libro hace unos años, y era un poco raro porque el libro era publicado en 1940. Y fue una historia social de la migración llegando en estados unidos en el [00:37:00] siglo anterior y básicamente dijo que si llegaron como los alemanes o una ola de migrantes alemanes. Los que ya estuvieran allá odiaban los alemanes porque los alemanes estaban listos a pagar más renta y aceptar menos ingresos de trabajo. Y luego otro 10 años, pasa no? Y quizás ya hay más alemanes ahora, pero ya vienen los ucráneos y los alemanes están enojados porque los u cráneos están listos para pagar más renta y trabajar por menos. Y luego los los alemanes se van a la periferia o se encuentran nuevos pueblos o ciudades. Se migran, básicamente. Y es un ciclo que hasta la fecha vemos en lo que dijiste Aldo respeto de la gente que ya tiene residencia en estados unidos, por ejemplo, los mexicanos diciendo que, "pues ya no, ya tengo el mío, [00:38:00] entonces nadie más," no? Ese tiene una historia muy, muy largo.Y además, la cosa que yo crecía en en Toronto en Canadá. Canadá está conocido y también se promueven el país como un país de multiculturalismo. O sea, la gran mayoría de nuestros papás son de otros países. O sea, es un país de migrantes. Pero, crecimos con este idea nacional que la población del país siempre estuvo disminuyendo, o sea menos y menos gente cada generación. Entonces, por eso teníamos que invitar y aceptar un montón de inmigrantes cada año, o sea, un montón de montón. Pero leyendo las historias sociales, me di cuenta que, pues esas invitaciones y sentido de estar abierto al otro, no era parte de la compasión del país canadiense.Era porque [00:39:00] necesitaban cada vez más, entrecomillas "labor barato", o sea, gente que estaban dispuestos a trabajar los trabajos que nadie más querían hacer y por dinero que nadie más querían trabajar. Y entonces el estado tenían que seguir invitando, trayendo gente de afuera para hacer ese trabajo.Y la pregunta sería, entonces quizás, qué haríamos? Como dijo gloria, para asegurar que hay un trabajo digno, hay una vida digna para la gente. Y lo digo porque cuando hablé con un representante de FIOB que era representante de FIOB en 2009 durante la declaración a no migrar. Y le pregunté entonces, por qué esa declaración no ha salido viral o popular en estados unidos y otros países? Y me dijo "ah, bueno, no, es que en estados unidos, la cosa es que si eres de la parte izquierda de la [00:40:00] política, no podrías criticar nada de la migración." O sea, toda la migración es bonito, no? No hay un espejo a las realidades y pero si te criticas la migración en cualquiera manera, eres automáticamente parte de la derecha o ultra derecha. Eres un hijo de Trump, etcétera. Aldo: De hecho, por ejemplo, Trump, no podríamos decir que sea un nativo americano, verdad? Los nativos americanos no tienen el pelo anaranjado. Entonces el vino de otro país, vino de Europa. Y bueno a la mejor ahora ya se siente estadounidense y no quiere que otros vayan a ese país de manera ilegal, como a lo mejor sus papás llegaron a los estados unidos a pagar rentas caras y a recibir salarios bajos. Pero pues él ya se hizo al modo capitalista de estados unidos. Tiene la [00:41:00] nacionalidad de los estados unidos y ahora no quiere que otros migren. Pero tampoco creo que quiera reconocer derechos de los nativos americanos que son quienes han vivido ahí por muchas más generaciones que las de la familia de tronco de muchos otros que se sienten estadounidenses ahora. Estaba viendo hace unos días un video de como viven, algunas familias en Mongolia. Mongolia es un país en donde todavía hay pastores nómadas que no viven en una ciudad o en una comunidad agraria. Viven en un territorio amplio y van siguiendo a su ganado. Que va cambiando de lugar, defendiendo de la estación del año.Ellos no tienen necesidad de emigrar. O sea, ellos han hecho su vida así desde hace mucho tiempo por muchas generaciones. E incluso no tienen la necesidad de tener los recursos económicos para [00:42:00] comprar cosas porque no necesitan tantas cosas. Está en una tienda de campaña para poder irse para otro lado que a lo mejor los muebles más básicos para poder vivir adentro de su tienda de campaña y se acabo.Y eso no quiere decir que sean pobres. El capitalismo mide la pobreza en función de los ingresos económicos. Si ganas menos de al día, pues eres una persona muy pobre. Pero. Pues el dinero no te va a solucionar todos los problemas del mundo. Entonces, creo que tenemos que empezar a mirarnos de otra manera y ver que los recursos económicos no son la única solución para la vida.Nos han hecho creer eso en los últimos años. Entonces, hoy, quien no tiene dinero es pobre, no? Pero creo que hay otras formas en que hemos vivido la mayor parte de la humanidad en este planeta que no eran como esta forma de vida capitalista que hoy nos están imponiendo, no? Y nos la están imponiendo porque [00:43:00] pues cada vez son menos gente las que quieren controlar la economía mundial.O sea, nosotros lo vemos. Cada vez son menos compañías tras nacionales las que tienen, por ejemplo, el negocio de las semillas y las semilleros que había en México hasta hace 30 años, ya desaparecieron en estos últimos años. Y ahora los tienen cuatro grandes empresas a nivel mundial. Pues obviamente que ellos quieren tener el negocio de las semillas y si no quieren que nadie más tenga negocio de las semillas o que los campesinos no tengan sus propias semillas para poder sobrevivir, entonces están expropiando la posibilidad de generar una vida de una manera distinta, no? Entonces ellos nos van a obligar o nos quieren obligar a que hagamos la vida como dependiendo de lo que ellos nos puedan vender, y desaparecer esas otras formas de sobrevivir en el planeta.Yo creo que esas otras formas, aunque muy deterioradas, [00:44:00] muy golpeadas, siguen vigentes en muchos lugares y habrá gente que las quiera reivindicar, nosotros las queremos reivindicar y creemos que hay otra forma de hacer la vida en esta planeta. Hay muchas otras formas de hacer la vida en tu planeta que son.Chris: Gracias, Aldo. Este Gloria, te gustaría agregar algo? Gloria: Sí, bueno, igual por parte de lo como lo que afecta también a que la declaración no sea tan famosa, es porque, como dice Aldo, es que estamos tan enfocados en el capitalismo que si por un memento, no nos enfocáramos en ese ámbito del capitalismo, yo siento que, pues todos dirían que tienen una vida digna en sus tierras y se quedarían más, pero como todos estamos enfocados en lo material, en el dinero y todo eso, pues decimos que para qué vamos a dar tanto mención a la declaración, si no es útil, [00:45:00] supuestamente? Pero es porque hemos tenido tanto esa idea del capitalismo de que siempre queremos ver dinero, todo lo que implica el capitalismo, y nos olvidamos un poco de lo que realmente significa tener la vida digna, porque pues somos esos ricos en muchas cosas, no? Tenemos agua, tenemos tierra. Y podríamos ser felices con eso. Pero igual no nos conformamos con eso. Siempre queremos más porque esas son las ideas que el capitalismo nos ha metido. Mm-hmm.Chris: Gracias, gloria. Igual, para mí, como aunque he pasado mucho tiempo, visitando y trabajando unos pueblos de Oaxaca, creciendo en un metrópolis urbano, occidental moderno, etcétera, yo tengo que imaginar una vida digna. Yo no crecí en una sociedad donde podían apuntar a un ejemplar de una vida digna. [00:46:00] En ese libro que escribió de David be David bacon sobre la ola o caravana más reciente de inmigrantes que se dirigen a los estados unidos, esta vez de este Venezuela, se mencionó en 2023 creo, se estima que 200,000 migrantes ingresaron a los estados unidos caras. Teniendo en cuenta esas cifras y las diversas crisis que obligan a las personas a mudarse en nuestros tiempos, qué consejos o comentarios les daría a las personas, ya sean campesinos indígenas o modernos que ven la migración como la única respuesta?Gloria: Sí. Sí. Bueno, el consejo que yo daría así sería que si tienen las posibilidades, como digo, si tienen.Aunque no [00:47:00] tengan mucho, no, pero si me nací en una zona donde no hay violencia donde más o menos, si pueden vivir más o menos, si pueden tener una vida digna o a lo que se puede asemejar a una vida digna, pues que se queden ahí. No hay necesidad. Bueno, sí. Sabes que si hay necesidad, pero que no se vean tan forzados a migrar?Porque pues hay es complicado, es difícil todo lo que van a sufrir toda lo que implica, como digo, también un principio, muchos emigran para mejorar sus vidas, pero igual o mejorar la vida de sus familias. Pero muchos cuando regresan esas familias por las que se fueron, cuando regresan, esa familia ya no la encuentran. Ya está muerta. Muchos que igual tengo motivos que igual emigraron. Y se fueron para dar mejor vida a sus papás, pero sus papás ya murieron y ellos todavía siguen sin regresar. Y la vida a y se supuestamente le [00:48:00] iban a dar mejor vida, pero nunca sucedió. Simplemente están sobreviviendo, pero nunca, nunca cumplieron ese sueño.Y yo digo, el consejo que yo les daría es que si tiene la posibilidad de tener una vida digna en sus tierras, pues que se queden ahí y que no vean la migración como el gran sueño, como como todos este lo imaginamos, no?Aldo: Bueno, yo creo que la migración no es una decisión de las personas que se ven obligadas a migrar. Hay muchos factores. Estados unidos necesita mano de obra barata, como tú decías. Entonces, pues aunque Trump diga que no quiere emigrantes, si quiere migrantes. Y lo que sucede en Venezuela, pues al final de cuentas es parte de las políticas que se hicieron en estados unidos, no? Ahí metieron a ese país en crisis.Y luego llegó un ticket de los estados unidos [00:49:00] y les dijo a sus paisanos que se inmigraban hacia los estados unidos. Iban a ser bien recibidos. Nunca se imaginaron el calvario que tenían que sufrir en el tránsito para poder llegar a estados unidos. Y cuando llegan a estados unidos, pues tampoco son bien recibidos como les habían ofrecido que sería su bienvenida, no?Y en México, nosotros vemos ahora en nuestro país, por ejemplo, como se ha incrementado de manera exponencial la violencia en las zonas rurales. Esa violencia no solamente está obligando a la gente a migrar, sino que, pues los está desalojando de sus tierras, no? Y normalmente esto se hace porque, hay otros intereses en esas tierras y las quieren, quieren las tierras, pero las quieren sin gente.Y entonces se va a implementar el mecanismo de la violencia para que esa [00:50:00] gente se vea obligada a salir y por lo tanto, se vea obligada a migrar a donde sea, porque ya no puede vivir en paz en la comunidad donde nació, donde se acostumbra a vivir, no? Entonces la migración no es un fenómeno natural. Es un fenómeno que ha sido creado por el mismo capital, que lo necesita para sobrevivir como sistema capitalista, y que está quitándole la posibilidad de vivir bien a la gente que vive en lugares muy remotos donde no necesitaban incluso de su existencia como sistema.Eso.Chris: Gracias, Aldo. Sí, seguramente las causas de la migración muchas veces vienen del motor de capitalismo de [00:51:00] guerra, plagas y hambre.Y podemos pensar más en que hay ciertas personas que que tienen que emigrar, que tienen que emigrar. No tienen opción. Y además, cuando se emigran y las noticias del dinero, del prestigio, privilegio, vuelve a los pueblos, a las familias que también el tema puede quedar en asuntos de ambición, envidia, deseo, que la gente que tiene opción puede entender las consecuencias a su propio pueblo, a su propia gente, a los que se quedan o dejan atrás, no? Y bueno, me gustaría en el nombre de nuestros oyentes, agradecerles muchísimo por sus tiempo y [00:52:00] presencia hoy por sus reflexiones y consideraciones por sus trabajos y compromisos en el mundo.Lo agredezco mucho. Les agradezco mucho. Y hasta la próxima, gracias, Aldo. Gracias, Gloria. Gloria: Igual, gracias! Aldo: Pues mucho gusto. Mucho gusto. Gloria. Nos vemos. Chris, si. English TranscriptionChris: [00:00:00] Welcome Aldo and welcome Gloria to the podcast the end of tourism. Thank you both for being willing to talk with me today about these topics. I'm curious if you two would be willing to give a little introduction or summary about yourselves.Ah, ado, we didn't hear you.Aldo: Well, about my trips, well, I don't travel. I hardly have any vacations. But because of work, I have had to go to different places in the world. We could say, basically because of the work I do?Rather than going to see the places where I have been invited, what I have done is go and talk to the people who are in those places about the problems we have here in the region.The problems we have in Mexico and [00:01:00] who has allowed me to travel to different places has been the problem of contamination by transgenic corn. So that has made it so that, with that anger that weighed on me in 2001, I have had the opportunity to go to other places to talk a little about that particular problem and many others that are related to it, not the issue of transgenics or the issue of agrochemicals or the issue of corporate control over food, over seeds as well.So, let's say that in general, most of the trips I have made are related to these accents or to the rights of indigenous peoples as well.Chris: Thanks, Aldo. And could you tell us where you are today?Aldo: Eh? Well, today I am in Guelatao and it is my community and I am in the offices of my organization, which is the union of organizations of the Sierra Juarez.Chris: Thank you very much, [00:02:00] Hello Aldo and Gloria.Gloria: Yes, the same. I have rarely left the state, but I do know a lot of people who usually emigrate to the United States, which is where most of them live, but they don't emigrate much to other states. But most of them do emigrate to the United States. I have a lot of neighbors, family, and a lot of people from here in Coycoyan. They do emigrate more to the United States.Chris: Okay. Thank you so much for uh, being on time with us today. So, although it's early in the conversation, my question is about how have you seen the return of migrants to their villages affect the community in your own places or towns?Gloria: Yes, in how long has it affected the community? That many when they return, well, they already have other ideas, other culture, another way of seeing life and sometimes many no longer [00:03:00] want to participate in the community assemblies or they come with other techniques, let's say, of cultivation and the techniques that they had here before, well, they are already lost and I see more and more how this also affects their personal lives, because many when they return they already return sick, tired.In the best of cases, many of them return with money, right? And that makes the people who are in the town see that since they did well, they also want to emigrate and then there are more people who want to migrate and they become more and they have the idea that, well, there is an opportunity for them to improve their lives in the United States.But I say that in general the impact is both positive and [00:04:00] negative, because as I say, many return tired, sick. Many also leave their families here and when they return, their families can no longer find them, or some who leave their parents, when they return their parents have already died or there are situations like that that impact their personal life.Chris: Thanks, Gloria. Aldo, would you like to respond?Aldo: Although there aren't many of them here in the community of Guelatao, there isn't as much migration as in other nearby communities. Let's say that one of the things that we see that has affected us is that prices are rising, because they bring money and no longer work in the fields. So, they receive resources for their families.And that makes them have a greater capacity to pay the waiters, for example, so that they can be the same . So, that makes the rest of the population feel affected, because they do not have the resources to be able to pay what a migrant is paying. Well, that to some extent is affecting corn production as well, in itself, it had already affected it, because many leave and stop working the land. Those who want their family to continue working the land send resources, but let's say that there the costs rise for the rest of the population because they pay higher salaries. So, if someone comes to the community to work, they will charge you more than they charged you before and many cannot pay it.Then he tells us, "I'm not going to plant anymore, because the boy is too expensive." Right?And that has a direct impact on the economy of those who do not migrate.And since there are few migrants too, or I say [00:06:00] since there are few people who stay to work the fields in the community, there are no longer enough people to be able to do what we call gozona.So let's all work together on the part of each of those who enter this type of work. Well, that is also an impact of migration, right?Chris: And Gloria, do you think that the same dynamic exists or has happened in your town?Gloria: No, I say that it is the same, yes, I agree with what they say and yes, it has greatly influenced the people who emigrate if they pay more than those who do not migrate. Yes, that change is very noticeable.Chris: Thank you. Well, part of my interest or how I started, uh, approaching the immigration issue was partly because of my family. [00:07:00] They were also migrants from Macedonia and Greece, and the other side from England to Canada about 50 years ago. So what I've felt is that the dynamics, the consequences of migration on the people and the people who don't migrate, that there are patterns at the global level, and they are almost, well, very similar.I found a book in English, but it also existed in Spanish. Eh? It's called The Right Not to Migrate or The Right To Stay Home by David Bacon. And that book, it's titled after a declaration that the people of FIOB or the Indigenous Front of Binational Organizations made there in Santiago Juxtlahuaca in La Mixteca,After days and days of discussing the consequences of migration in the places of the migrants, that is, the native peoples of the migrants, a declaration was made: "the right not to migrate together with the right to migrate." So I'm curious to know if you could talk about those times and the declaration, if you know how it was formed or how it was received in the Mixteca or in the northern mountains of Oaxaca.Aldo: Well, here in the organization, yes, we have talked about the right not to migrate, because we are interested in strengthening the identity of the people who live in our communities. Well, in the end, we are part of a larger community. It is not only our community, but there are several other communities that belong to the same people, to the Zapotec people, and in that sense, what we are trying to do is [00:09:00] What we have to do is strengthen our communities, strengthen our communality, which is our form of community organization, and for that reason we would prefer that people do not migrate.But the problem is that there has been a brutal impoverishment of the countryside in general, not only in Mexico. We also see it in other countries, that those who emigrate are mainly people who leave the countryside and go to the United States to work in the fields in the United States, but in conditions that are completely different from how they worked in the community. Even here in Mexico, some go to work in the fields in the north of the country , too . It is in terrible conditions , with many agrochemicals.People come back, in some cases they come back sick, right? Or they come back with their feet up, they said in the village, because [00:10:00] they are already dead. They come back just to be buried in the community. But well, they practically lived their whole life outside, right?So, those who leave suffer because they long to be in the community. They want to eat what they eat in the community. They want to listen to the music of the community. They want to live as if they were in the community, but it is no longer there. Those who stay to live outside the community, let's say in the United States, especially, because their children will no longer understand them, because they are educated in a different way in schools that have nothing to do with their culture.Let's say that they are mentally colonized in schools in the United States. There are very few schools that we could say have the capacity to be intercultural and teach in Spanish and English and [00:11:00] teach the culture of the community and the culture that is experienced in the United States, individualism.So it is very difficult for a child of immigrants, born in the United States, to return to the community, because he or she has already adapted to another way, to another civilization, to another way of life completely different from the community. And well, that worries us. We are interested in people staying.We know that it is difficult because there are few economic resources in the communities, but even so, we are making the effort so that people feel proud of their origins and do not have the need to migrate or, in the last case, if they have the need to emigrate, at least they have a reference of what their community is like and take it to wherever they are, [00:12:00] right?Because sometimes people do it out of necessity. And that necessity takes you to other places, but if you feel proud of your cultural identity, you will take that identity wherever you are. In the case of the mountains, there are people from various communities who make a community where they are. But obviously they won't be able to do it in the same way as if they lived in the community, but at least they take something with them.You can also take another way of seeing the world, although you won't be able to practice it like you would in your community, right? And in general, let's say the work we do in the organization is focused on strengthening different mechanisms so that people stay.For example, right now we are working on establishing an agroecology school, so that young people have the tools to [00:13:00] be able to plant the land without depending on herbicides and all the agrochemicals that come with the green revolution and that are the ones normally used in the United States for agricultural production of most of the things that are done there.And within this agroecology framework, obviously for us the cultural element is fundamental because we cannot do only agriculture outside of our territorial-cultural context. So, all of this has to be included in these initiatives that we are trying to promote.Chris: Mm, yes. Thank you. Thank you, Aldo. And Gloria, that statement arose in the Mixteca region where you are and I would like to know if you remember the statement, if it was part of the politics or the people of your town?Gloria: Well, I learned that this statement came about because of the great [00:14:00] injustices that migrants suffer. As it says something from the moment they leave their homes until they get there, let's say in the United States, where they have to work the same and continue to suffer physical and psychological abuse.And what else would we want from people? Well, no, they wouldn't emigrate, no, but we know that they emigrate due to their needs, but I hope that those who emigrate have those opportunities so that if they want to emigrate as best they can and not go through suffering. Mm-hmm.The declaration arose in this area of Juxtlahuaca, according to what I have found, I did not know much about this declaration, but because of this I have already checked. And yes, the declaration arose specifically because of the injustices that people suffer from leaving their homes until arriving in the United States.All the abuses that they [00:15:00] end up suffering along the way and even many of them there, even if they are working there, they also continue to suffer. And for that reason, well, what more would people want than for them not to immigrate, right? What more would we want for all people to have the good fortune of having a dignified life in their country, in their land, so that they do not have to emigrate, but it happens, it happens that if they emigrate, it happens for many reasons that sometimes it is not within our reach to be able to help them, but let's say at least to offer them the opportunities so that they emigrate in the best way possible and do not have so many disadvantages at the time of emigrating.Chris: Thank you. No, yes, my father's village, for example, was a peasant village in Greece and it is no longer abandoned, but when they left there were 800 people. And today there are about 50. And there are still about two, three peasants, so [00:16:00] I understand well what they are saying and how important it is to create the conditions so that people do not need to migrate if they do not need to.But I would also like to ask you about the success that has perhaps existed. So, if there was a statement that came out of the truth, it is not very well known, despite the success of the book and those things. It is not very well known, from what I have seen in Mexico and from speaking with some people from FIOB in the United States, but we will get to that in a moment. I wanted to ask you if there are programs or have you seen certain successes within or through those programs, for example, that you mentioned Aldo and Glorias, if there is a change in the towns. If something has changed in those 15 years.Glory: [00:17:00] Aha, from my side. I say yes. Yes, there has been a change. Maybe not a direct change. There has not been a declaration. Yes, it has helped, but we have not seen it because it is hardly mentioned. But there has been. Thanks to that, programs and projects have been created that have supported migrants, but which many times we are unaware of.But yes, there is, let's say, the positive impact that this statement has generated.Aldo: Well, in the case of the Sierra Juárez, the northern mountains of Oaxaca, let's say, there are some communities that have a high rate of migration and well, in some cases, some programs have arrived, for example, like "two for one," where the migrants, let's say, put up part of the resources, the state puts up another part or puts up two parts, let's say the federal government, the state government to do some work in the community.But that really isn't [00:18:00] solving any problem, not because basically what it's doing is forcing migrants to contribute to doing some better work in their community and when those resources could be used for their families or for something else or to fulfill their community obligations, but not necessarily carrying out the actions that the government is obliged to do, such as social works or things of that sort.So, I could say that the programs that have appeared in recent years have not helped us much to stop migration. For example, the most advertised program of the last six-year period was Sembrando Vida, right? And although that support was given to some farmers in some communities, not in all of them, we could [00:19:00] say that they were captured so that they would not migrate to the United States, but they stopped planting corn when initially the program was for them to plant more corn.They made us plant little trees, not trees that in many cases were not even from the region, that were not going to grow well or if they were going to grow well, they were not going to be useful here, because they came from other regions or if they grew, it was no longer going to be possible to grow corn in those places because they would shade the corn.We live on hillsides. There are no flat places here like in the United States, right? So, let's say that government programs that have benefited to some extent. The migratory flow that has made there less migration, well, they are not seen either. They are not seen very clearly. We see that policies continue to be established to destroy the community fabric , to expel the population . [00:20:00] from the countryside to the cities or to the United States. Chris: Thanks, Aldo. And you mentioned that your work has a lot to do with the regeneration of corn, and obviously local corn as well. Why is it so important for the people in the face of the consequences of migration?Aldo: Corn is a very important element for us. We could say that it is the heart of the community because we eat it every day. We say "native." Institutions in many places call it "criollo" out of habit, but the word is misused. We say that it is our native corn.And it is not the same to eat a tortilla made from native corn, an ear of corn from our corn, than to buy an ear of corn that they now sell in the city that was made with [00:21:00] hybrid corn or that we have to eat tortillas made with transgenic corn. Unfortunately, in recent years, I think it happens not only in the mountains, but in many other places in the country, the use of tortilla factories has increased and so we no longer know what corn they are producing those tortillas with, but they cannot be compared to the tortillas made from our corn with our own technologies. Right?So, I think that corn, for us, besides being our main food or the one we consume the most, also gives us identity. Corn, for example, calls us to work together, which is something that is not done in the United States. They all hire migrants to do their work, right? And they are going to produce what they are going to produce to sell here.The corn that is planted [00:22:00] is normally for consumption. Corn is hardly sold. And for example, now that they are setting guaranteed prices, right? Guaranteed price is MXN $6. In our communities, corn, you cannot sell it for MXN $6, or at least, you sell it for MXN $20, if you sell it, because it is the effort of your work and also by the same people in the community or even by migrants or immigrant families, it is valued as a, a food that is completely different from the corn that is bought in the store, at CONASUPO or at Diconsa or in any commercial store or what comes from tortillas? So there is a special appreciation for our corn. That is important, but it is being produced less and less. Now previously, whoever had corn was considered rich. [00:23:00] From a comparative perspective of today, anyone who has corn is considered stupid or poor because he has no money. However, especially the older peasants who say, well, "if I have corn, I don't need money" to live because I have enough food.Even before, for example, when people had to carry out their community duties, which were not paid in many communities, they started to pay for the position. The person who could occupy the position was an older agent, whose children had already grown up, but who also had corn so that he did not ask anyone for a favor about how he was going to pay for the food of his family for the year or the time that he had to be in charge of the community office.So, let's say that corn also creates community? And with these policies, lack of support or [00:24:00] elimination of support, the Mexican countryside is also hurting our forms of community organization. That's it.Chris: That's powerful. Yes, I remembered what you said, Aldo, some words that the philosopher Ivan Illich wrote, and I don't know if it's exactly what he wrote, but he basically said that for almost all of human history, the greatest measure of poverty was whether or not one had to buy one's food. That is, if you had to buy your food in the past, it was a sign, a measure of poverty, to say that you are poor if you have to buy. Gloria, do you have anything to add to that point?Gloria: Not that point, no,Chris: [00:25:00] Okay, okay. Well, I would also like to continue with what you mentioned, Aldo, about the resources and what are called remittances, and from what I have seen in the statistics, they do not say that more or less six percent of the Mexican economy is made up of remittances sent by family or friends in the United States.In some of the villages I have been invited to, I have been told that the village would not survive without remittances. In others, I have been told that the village would survive much better if people did not leave. This is a very complex issue and I wonder if the two of you could talk about that complexity that you have seen in your villages and elsewhere as a result of remittances.[00:26:00] goes beyond that topic to a vital or central question, which is whether a person can or cannot be responsible for one place while being in another place?Gloria: I say yes. Remittances have had a positive influence because thanks to them there have been many businesses, commerce and I feel that if we took away those remittances, those businesses would fall, because the money that many people spend in those businesses is money that their relatives send from the United States. Thanks to that, they buy their food, the materials they need from school supplies to personal things they need. And if in remittances, I feel that yes, it would be complicated because as until now, there are no

Se Habla Español
Español con noticias 65: El peligro de vapear - Episodio exclusivo para mecenas

Se Habla Español

Play Episode Listen Later Jun 22, 2025 33:11


Agradece a este podcast tantas horas de entretenimiento y disfruta de episodios exclusivos como éste. ¡Apóyale en iVoox! Episodio exclusivo para suscriptores de Se Habla Español en Apple Podcasts, Spotify, iVoox y Patreon: Spotify: https://open.spotify.com/show/2E2vhVqLNtiO2TyOjfK987 Patreon: https://www.patreon.com/sehablaespanol Buy me a coffee: https://www.buymeacoffee.com/sehablaespanol/w/6450 Donaciones: https://paypal.me/sehablaespanol Contacto: sehablaespanolpodcast@gmail.com Facebook: www.facebook.com/sehablaespanolpodcast Twitter: @espanolpodcast Hola, ¿cómo va todo? Por aquí no han cambiado las cosas, no hay grandes novedades. Durante los días de trabajo sigo bastante liado, y los fines de semana la ciudad de Luxemburgo se vacía, así que todo está muy tranquilo. Y es que mucha gente aprovecha para pasar dos o tres días en sus países, sobre todo las personas que vienen de Francia, de Alemania o de Bélgica, que están aquí al lado. Y hablando de Luxemburgo, una de las cosas que más nos ha sorprendido, que más nos ha llamado la atención es que aquí se fuma mucho. En España no estábamos acostumbrados a ver a tanta gente con un cigarrillo en la mano. Pero aquí es algo muy habitual, sobre todo entre los jóvenes. Y, como hace poco se celebró el Día Mundial sin Tabaco, justo escuché una noticia relacionada con este tema, aunque no se centra en el tabaco, sino en una tendencia creciente que preocupa a los expertos en salud: el uso de cigarrillos electrónicos, conocidos como vapers. Aunque al principio se promocionaron como una alternativa menos perjudicial o menos dañina al tabaco tradicional, se ha demostrado que los vapers también tienen riesgos para la salud. Vamos con los datos. Según la Organización Mundial de la Salud, más de 2.000 millones de personas en el mundo están expuestos a los riesgos asociados al uso de cigarrillos electrónicos. De momento, solo 42 países han prohibido su uso en espacios públicos interiores, y apenas 23 limitan o controlan su publicidad . En Estados Unidos, más de 2 millones y medio de estudiantes de secundaria y preparatoria reconocieron o admitieron haber usado cigarrillos electrónicos en 2022. Y si vamos a España, según datos de una encuesta realizada en 2023 sobre Uso de Drogas en Enseñanzas Secundarias, el 54,6% de los adolescentes de entre 14 y 18 años había utilizado cigarrillos electrónicos en alguna ocasión, lo que representa un aumento significativo en comparación con años anteriores . Además, un estudio piloto realizado en 2024 reveló que uno de cada cuatro niños de 12 y 13 años ha probado un cigarrillo electrónico, lo que indica que el consumo está comenzando a edades cada vez más tempranas. En cuanto a las consecuencias para la salud, el uso de vapers puede provocar daño pulmonar agudo, que puede llevar a dificultad respiratoria severa e, incluso, a la muerte . Además, la exposición a la nicotina, que está presente en muchos de estos dispositivos, puede generar adicción y afectar el desarrollo cerebral de los adolescentes. Por ello, es fundamental estar informados y ser conscientes de los riesgos asociados al uso de vapers, especialmente, como te decía antes, entre los más jóvenes. Y la noticia que te traigo hoy habla precisamente de eso, de los problemas que pueden generar estos cigarrillos electrónicos. Y vamos a escuchar a consumidores, a un médico y, por supuesto, a los periodistas que nos ofrecen la información. Una vez más, la noticia pertenece a Radio Nacional de España, y empezamos a escucharla ya mismo. Presta mucha atención a todos los detalles. “Seguimos con la atención puesta en los menores, el público favorito para los fabricantes de los cigarrillos electrónicos, los vapers, que han encontrado un filón en la adolescencia para introducirles en esta adicción que los expertos advierten no es inocua. Además del sistema respiratorio, puede provocar problemas en la fertilidad tanto en hombres como en mujeres, entre otros daños por esas sustancias tóxicas que propagan, advierten los ginecólogos. En este Día Mundial sin Tabaco, Remedios Cano. Para la mayoría de menores, fumar empieza con un vaper. Pues no sé, un día lo probé y de ahí, pues no sé, me enganché. Todo empezó por amigos, porque me dijeron… pruébalo, pruébalo. Pues yo lo probé, y pues ahí, pues no sé, le cogí un gusto o algo, y ahí empecé. Esta realidad no es azarosa, según Vidal Barchilón, médico de familia y portavoz de la Sociedad Española de Medicina de Familia y Comunitaria, que apunta que la industria del tabaco busca atraer clientes más jóvenes con el cigarrillo electrónico y el vaper. Los sabores como palomitas de maíz desde luego no son sabores que vayan a atraer a las personas, digamos, de 35 a 55 años que ya estén fumando. Un 11% de menores vapea, casi el doble que el año anterior, según la última encuesta de la Semana sin Humo. La nueva ley de tabaco, en la que todavía Sanidad trabaja, prohibirá vapear y fumar en terrazas de hostelería, patios de colegio, campus universitarios, entre otros espacios. ” Como has podido comprobar, no hay muchas palabras complicadas. Pero entiendo que algunas de ellas no las conoces. Por ejemplo, filón. ¿La habías escuchado alguna vez? Bueno, pues literalmente, un filón es una veta de mineral valioso, como oro o plata, que se encuentra en una roca. O sea, como un trozo de mineral dentro de la roca. Pero claro, aquí se usa en sentido figurado para hablar de algo que resulta muy rentable o provechoso. Eso es un filón. En la noticia: ● La industria del vapeo ha encontrado un filón en los adolescentes. → Es decir, ha descubierto un grupo muy rentable para hacer negocio. Otros ejemplos: ● ● Ese libro fue un filón de ideas para mi proyecto. El turismo gastronómico es un filón para la economía local. Pasamos ahora al adjetivo inocua o inocuo. Algo es inocuo cuando no causa daño, cuando es inofensivo. En la noticia: ● Muchos piensan que el vaper es inocuo, pero los médicos dicen que no lo es. → Es decir, creen que no hace daño, pero sí puede perjudicar la salud. Otros ejemplos: ● ● Parecía una broma inocua, pero terminó siendo ofensiva. Este producto es totalmente inocuo para el medio ambiente. A continuación tenemos un verbo, propagar, que significa extender o difundir algo (una idea, una enfermedad, una sustancia...). En la noticia: ● Los vapers propagan sustancias tóxicas al aire. → Emiten o liberan productos químicos dañinos. Otros ejemplos: ● ● El virus se propagó rápidamente por todo el país. Esa creencia se ha propagado en redes sociales. Más verbos. Ahora tenemos engancharse, que es volverse dependiente de algo, ya sea física o emocionalmente. También puede usarse en un sentido más neutral, como "aficionarse mucho a algo" . En la noticia: ● Probó el vaper y se enganchó enseguida. → Se volvió adicto o empezó a depender de él. Otros ejemplos: ● ● Me enganché a esa serie, no podía dejar de verla. Muchos jóvenes se enganchan a las redes sociales. Seguimos con los verbos. Probar significa experimentar algo por primera vez o durante un corto periodo para ver cómo es. Estoy seguro de que esto ya lo sabías, ¿verdad? En la noticia: ● Mis amigos me dijeron: pruébalo, pruébalo… y lo hice. → Es decir, lo intentó o lo usó por primera vez. Otros ejemplos: ● ● ¿Quieres probar este postre? Está delicioso. Voy a probar suerte en otro país. Ahora tenemos una expresión. Coger el gusto (a algo) significa empezar a disfrutar o encontrar placer en algo que al principio no llamaba la atención o no se conocía bien. En la noticia: ● Lo probó y le cogió el gusto, y así empezó a vapear. → Al principio lo hizo por curiosidad, pero luego empezó a disfrutarlo. Otros ejemplos: ● ● Al principio no me gustaba el café, pero le cogí el gusto con el tiempo. Nunca me interesó el yoga, pero cuando lo probé le cogí el gusto. Nos quedan dos palabras. La primera es el adjetivo azarosa o azaroso. Algo es azaroso cuando ocurre por casualidad, sin planificación ni control. También puede tener una connotación de riesgo o incertidumbre. En la noticia: ● Esta realidad no es azarosa, sino resultado de una estrategia. → No es algo que ocurrió por accidente, sino de forma intencionada. Otros ejemplos: ● Llevó una vida azarosa, llena de cambios y sorpresas. ● No fue una decisión azarosa, lo pensaron bien. Por último tenemos la palabra patio, que es un espacio abierto dentro de un edificio, especialmente en colegios o viviendas. En las escuelas, es el lugar donde los estudiantes juegan durante el recreo. Y ¿qué es el recreo? Pues la pausa de unos 30 minutos que hay en medio de la jornada escolar. Normalmente hay dos clases, luego un recreo y después otras dos clases. Pues durante ese recreo lo niños salen al patio del colegio. En la noticia: ● La nueva ley prohíbe fumar en patios de colegio. → No se podrá fumar en los espacios exteriores de las escuelas. Otros ejemplos: ● ● En el recreo salimos al patio a jugar al fútbol. El patio interior del edificio tiene plantas y bancos para descansar. Bien, pues después de explicar estas cositas, ya estamos listos para escuchar la noticia por segunda vez. Aquí la tienes. “Seguimos con la atención puesta en los menores, el público favorito para los fabricantes de los cigarrillos electrónicos, los vapers, que han encontrado un filón en la adolescencia para introducirles en esta adicción que los expertos advierten no es inocua. Además del sistema respiratorio, puede provocar problemas en la fertilidad tanto en hombres como en mujeres, entre otros daños por esas sustancias tóxicas que propagan, advierten los ginecólogos. En este Día Mundial sin Tabaco, Remedios Cano. Para la mayoría de menores, fumar empieza con un vaper. Pues no sé, un día lo probé y de ahí, pues no sé, me enganché. Todo empezó por amigos, porque me dijeron… pruébalo, pruébalo. Pues yo lo probé, y pues ahí, pues no sé, le cogí un gusto o algo, y ahí empecé. Esta realidad no es azarosa, según Vidal Barchilón, médico de familia y portavoz de la Sociedad Española de Medicina de Familia y Comunitaria, que apunta que la industria del tabaco busca atraer clientes más jóvenes con el cigarrillo electrónico y el vaper. Los sabores como palomitas de maíz desde luego no son sabores que vayan a atraer a las personas, digamos, de 35 a 55 años que ya estén fumando. Un 11% de menores vapea, casi el doble que el año anterior, según la última encuesta de la Semana sin Humo. La nueva ley de tabaco, en la que todavía Sanidad trabaja, prohibirá vapear y fumar en terrazas de hostelería, patios de colegio, campus universitarios, entre otros espacios. ” Acabo de acordarme de que, hace muchos años, cuando en España se prohibió fumar en el trabajo, un compañero fumador se quejó delante de nosotros porque pensaba que era injusto. Pero no se daba cuenta de que lo verdaderamente injusto es que una persona no fumadora tuviera que estar respirando humo durante toda su jornada de trabajo. En fin, cosas que pasan en la vida. Vamos con el resumen de la noticia utilizando el mayor número de sinónimos posibles para que escuches palabras nuevas. La presentadora del informativo nos dice que siguen centrando la mirada en los menores de edad, el público predilecto para las empresas que fabrican dispositivos de vapeo, también conocidos como cigarrillos electrónicos. Estos aparatos se han convertido en un negocio muy lucrativo dentro del mundo juvenil, abriendo la puerta a una dependencia que, según especialistas en salud, no está exenta de riesgos. Luego añade que, más allá de los daños al aparato respiratorio, su uso puede ocasionar trastornos en la capacidad reproductiva tanto masculina como femenina, además de otros efectos nocivos provocados por las sustancias químicas que liberan, tal como advierten profesionales de la ginecología. A continuación da paso a otra compañera periodista que ha entrevistado a consumidores de vapers, o sea, a vapeadores. Y nos cuenta que, para muchos adolescentes, el primer contacto con el tabaco se produce, precisamente, a través del vaper. Y las dos chicas que hablan reconocen que empezaron influenciadas por lo que veían en su pandilla, en su grupo de amigos. Después vuelve a tomar la palabra la periodista para recordarnos que este fenómeno del vapeo no es fruto de la casualidad. De hecho, según los expertos, la industria tabacalera dirige sus estrategias hacia un público cada vez más joven, utilizando el vaper y el cigarrillo electrónico como herramienta de captación. Como nos cuenta el médico especialista, una de las técnicas que utilizan para captar a los jóvenes es ofrecer sabores atractivos para ese grupo de edad, no para personas ya adultas. Para terminar, la periodista nos dice que, de acuerdo a los datos más recientes de la encuesta realizada durante la Semana sin Humo, un 11% de los menores consume vapers, lo que representa casi el doble en comparación con el año anterior. Ante esta realidad, el Ministerio de Sanidad está elaborando una nueva legislación antitabaco que incluirá la prohibición de fumar y vapear en espacios abiertos, pero públicos, donde se produce una concentración de personas. Perfecto. Pues ya te lo he contado con otras palabras. Ahora escuchamos la noticia por última vez y luego te cuento más cosas interesantes sobre el tabaco. “Seguimos con la atención puesta en los menores, el público favorito para los fabricantes de los cigarrillos electrónicos, los vapers, que han encontrado un filón en la adolescencia para introducirles en esta adicción que los expertos advierten no es inocua. Además del sistema respiratorio, puede provocar problemas en la fertilidad tanto en hombres como en mujeres, entre otros daños por esas sustancias tóxicas que propagan, advierten los ginecólogos. En este Día Mundial sin Tabaco, Remedios Cano. Para la mayoría de menores, fumar empieza con un vaper. Pues no sé, un día lo probé y de ahí, pues no sé, me enganché. Todo empezó por amigos, porque me dijeron… pruébalo, pruébalo. Pues yo lo probé, y pues ahí, pues no sé, le cogí un gusto o algo, y ahí empecé. Esta realidad no es azarosa, según Vidal Barchilón, médico de familia y portavoz de la Sociedad Española de Medicina de Familia y Comunitaria, que apunta que la industria del tabaco busca atraer clientes más jóvenes con el cigarrillo electrónico y el vaper. Los sabores como palomitas de maíz desde luego no son sabores que vayan a atraer a las personas, digamos, de 35 a 55 años que ya estén fumando. Un 11% de menores vapea, casi el doble que el año anterior, según la última encuesta de la Semana sin Humo. La nueva ley de tabaco, en la que todavía Sanidad trabaja, prohibirá vapear y fumar en terrazas de hostelería, patios de colegio, campus universitarios, entre otros espacios. ” Para complementar lo que acabamos de escuchar, debes saber que en España está prohibido fumar en el interior de los bares desde 2006, algo que a mí me pareció maravilloso, porque cada vez que entraba en un bar salía con toda la ropa oliendo a tabaco y con mis pulmones llenos de humo. Pero es cierto que, a veces, cuando estás en la terraza de una bar, donde sí está permitido fumar, también puedes respirar el humo de los cigarrillos que están a tu alrededor. Así que, me parece fenomenal que la nueva ley controle el consumo del tabaco en esos espacios abiertos, pero públicos. Y antes de finalizar, también es importante reflexionar sobre el impacto global del consumo de tabaco. Ya no hablamos de los cigarrillos electrónicos, sino del tabaco de verdad. Según la Organización Mundial de la Salud, cada año se registran más de 8 millones de muertes provocadas por el tabaco. De estas muertes, aproximadamente 7 millones corresponden a fumadores activos, mientras que más de 1 millón son personas no fumadoras expuestas al humo ajeno, de otras personas. Además, el tabaco es responsable de enfermedades como el cáncer, las enfermedades cardiovasculares y respiratorias crónicas, que afectan gravemente la salud pública. En términos económicos, el coste global del consumo de tabaco asciende a unos 1,4 billones de dólares al año, lo que equivale al 1,8% del Producto Interno Bruto mundial. Este gasto incluye tanto los costes directos en atención médica como las pérdidas de productividad. Estos datos subrayan la importancia de continuar con las políticas de prevención y control del tabaco, así como de fomentar la concienciación sobre sus riesgos, especialmente entre los más jóvenes. Y dicho todo esto, repasamos ya las palabras que hemos aprendido hoy: -Filón: En este contexto, algo que resulta muy rentable o provechoso. -Inocua / Inocuo: algo que no causa daño, que es inofensivo. -Propagar: extender o difundir algo (una idea, una enfermedad, una sustancia...). -Engancharse: volverse dependiente de algo, ya sea física o emocionalmente. -Probar: experimentar algo por primera vez o durante un corto periodo para ver cómo es. -Coger el gusto (a algo): empezar a disfrutar o encontrar placer en algo que al principio no llamaba la atención o no se conocía bien. -Azarosa: que ocurre por casualidad, sin planificación ni control. -Patio: espacio abierto dentro de un edificio, especialmente en colegios o viviendas. En las escuelas, es el lugar donde los estudiantes juegan. Perfecto, pues ahora sí hemos terminado por hoy. Espero que estos minutos de español te hayan resultado entretenidos y útiles para seguir aprendiendo cosas nuevas. Volveré la semana que viene con más contenido extra. Hasta entonces, muchas gracias por tu apoyo y buena semana. Adiós.Escucha este episodio completo y accede a todo el contenido exclusivo de Se Habla Español. Descubre antes que nadie los nuevos episodios, y participa en la comunidad exclusiva de oyentes en https://go.ivoox.com/sq/171214

Tu dinero nunca duerme
TDND: Cómo aprovecharse de la volatilidad de 2025

Tu dinero nunca duerme

Play Episode Listen Later Jun 22, 2025 57:15


Vicente Martín, portfolio manager de Cobas AM, explica los principales movimientos en su cartera en los últimos meses. Los mercados muy movidos generan mucha tensión. Un nerviosismo que no afecta sólo a los inversores aficionados. También los profesionales viven estos momentos con la lógica inquietud del que no sólo no sabe qué va a pasar, sino que no sabe cómo explicar lo que está ocurriendo y lo que seguirá sucediéndose en los siguientes días. Pues bien, este 2025 está siendo de los más movidos. Pocas veces hemos visto tanta volatilidad y que se haya mantenido durante tantas semanas seguidas. Y sí, es verdad que son temporadas complicadas, pero también ofrecen numerosas oportunidades. Algunas de esas compañías que parece que nunca se ponen en precio, de repente entran en el radar de los mejores inversores. Para comentar todos estos asuntos, esta semana nos visita Vicente Martín, portfolio manager de Cobas AM, una de las gestoras españolas más exitosas de los últimos años que, además, ha rotado parte de su cartera en los últimos meses aprovechando algunas de estas oportunidades: "Estamos muy contentos con la evolución del fondo ibérico, que este año está rondando el 30%. Estamos encontrando oportunidades. En los últimos meses hemos hecho varios cambios. Por ejemplo, el caso de Repsol: se fue a niveles de 10€; si lo traduces a números, con el precio del petróleo a 60 dólares, estaría cotizando a cuatro veces el flujo de caja. Tras las caídas que sufrió, hemos subido el peso al entorno del 7% en el fondo". Por qué esta rotación en este momento. Porque los value, como Cobas, suelen presumir de que están menos pendiente de la inmediatez del mercado que otros actores. ¿Quizás es que hay demasiadas oportunidades como para mantenerse al margen? Así lo explica Martín: "¿Es más fácil encontrar ahora valor? La cartera ibérica tiene un potencial del 80-90% y la internacional, del 110-1205. Nos sentimos muy cómodos con las carteras de los dos fondos". Está claro que hay sectores que se ponen más de moda y otros que pasan al olvido. En 2025, pocos subgrupos en el mercado que hayan generado más titulares que el de las empresas que hacen productos para los ejércitos occidentales: "En el sector de la Defensa, nuestra principal posición era Babcokc, que pesaba en la cartera un 4%. Pero según ha ido evolucionando bien (este año ha subido un 100%) hemos ido saliendo. A estos niveles, el margen de seguridad se ha reducido. Mantenemos una posición en Avio, una compañía pequeña". ¿Cómo deciden quién entra y quién sale? Así lo explica Martín: "Normalmente no hacemos una venta total de una posición de un día para otro. Es un proceso gradual, según el mercado va reconociendo el valor y se reduce el margen de seguridad, nosotros vamos reduciendo la posición. Si encontramos oportunidades mejores, con más potencial y menos riesgo, podríamos acelerarlo. La decisión de vender siempre responde a la pregunta de si tengo algo mejor, con más potencial y menos riesgo". Agradecimiento especial en este episodio para Banco Santander, por su colaboración. Abre tu Cuenta Negocios y empieza como autónomo por 0€.

Se Habla Español
Español con noticias 64: ¿Ajuste de cuentas? - Episodio exclusivo para mecenas

Se Habla Español

Play Episode Listen Later Jun 8, 2025 27:46


Agradece a este podcast tantas horas de entretenimiento y disfruta de episodios exclusivos como éste. ¡Apóyale en iVoox! Episodio exclusivo para suscriptores de Se Habla Español en Apple Podcasts, Spotify, iVoox y Patreon: Spotify: https://open.spotify.com/show/2E2vhVqLNtiO2TyOjfK987 Patreon: https://www.patreon.com/sehablaespanol Buy me a coffee: https://www.buymeacoffee.com/sehablaespanol/w/6450 Donaciones: https://paypal.me/sehablaespanol Contacto: sehablaespanolpodcast@gmail.com Facebook: www.facebook.com/sehablaespanolpodcast Twitter: @espanolpodcast Hoy vamos a hablar de una expresión muy habitual en los medios de comunicación, o sea, en la prensa. Me refiero a la expresión "ajuste de cuentas". Seguro que la has escuchado en alguna noticia sobre crímenes o violencia, pero… ¿qué significa exactamente? Pues "ajuste de cuentas" es una expresión que se usa cuando una persona comete un acto violento para vengarse de otra. Normalmente, ese acto violento suele ser un asesinato, aunque también puede tratarse de una paliza a base de golpes por todo el cuerpo. En definitiva, el ajuste de cuentas es como una especie de revancha relacionada con un conflicto previo, casi siempre relacionado con asuntos ilegales, como el narcotráfico, las deudas, las traiciones o las disputas entre bandas. Es decir, no es un crimen al azar, sino una represalia planificada, una revancha por algo que ha sucedido antes. Y, a lo largo de la historia, hemos conocido muchos casos de ajustes de cuentas. Por ejemplo, en la Colombia de los años 80 y 90, durante la época de Pablo Escobar y el cartel de Medellín, se produjeron muchos ajustes de cuentas entre grupos criminales rivales. Los asesinatos se utilizaban como mensajes de poder o de castigo hacia la otra banda. Algo parecido sucedió en Italia durante la lucha entre clanes mafiosos, especialmente la Cosa Nostra en Sicilia. Los ajustes de cuentas eran comunes para mantener el control territorial o castigar a miembros que traicionaban las reglas del grupo. Y más recientemente, en ciudades como Marsella, en Francia, o Ciudad Juárez, en México, se han registrado múltiples homicidios que la policía ha vinculado a ajustes de cuentas entre bandas por el control del tráfico de drogas. No sé si ya conocías esta expresión, pero estoy seguro de que la próxima vez que escuches en las noticias que un crimen "parece un ajuste de cuentas", ya sabrás que se trata probablemente de un acto de venganza dentro de un conflicto más amplio, y no de una víctima elegida al azar o por casualidad. Y te he contado todo esto, porque la noticia que vamos a escuchar puede estar relacionada, precisamente, con un ajuste de cuentas. Esta vez es más breve que en otras ocasiones. Y dentro del vocabulario hay palabras que ya hemos visto en episodios recientes. Así que, entiendo que no te resultará complicado entenderla. Eso sí, después de escuchar la noticia por primera vez, te contaré otras cosas interesantes sobre palabras nuevas. Como suele ser habitual, la noticia la encontré en Radio Nacional de España, y aparecen dos voces distintas. Empieza el presentador del informativo y luego también interviene una joven que escuchó lo que sucedía. Aquí tienes la noticia. “Madrid. Pendientes de las novedades en torno a la investigación de la muerte de un hombre de nacionalidad ucraniana de 52 años tiroteado en plena vía pública. La víctima, un abogado político afín a Rusia, asesor del expresidente Víctor Yanukovych, se encontraba junto a su vehículo frente al colegio americano de Pozuelo de Alarcón, donde había dejado a sus hijos. En el momento del ataque, muchos alumnos accedían al centro. El ruido alertaba a los vecinos. Me he despertado con unos 6-7 tiros y entonces he subido la persiana corriendo y no he visto nada. Pero me he alejado un poco y ya he escuchado un grito, he escuchado un pitido prolongado de coche y me he vuelto a asomar a la ventana y he visto a una chica correr de un lado a otro. En la zona todavía sobrevuelan drones y un helicóptero de la policía para tratar de localizar al autor o autores.” Como has podido escuchar, en ese primer momento, cuando se conoció la noticia, todavía no se hablaba de un posible ajuste de cuentas. Pero unas horas más tarde esa era la hipótesis que manejaban todos los medios de comunicación en España. Lo peor de todo es que unos niños inocentes, sin culpa de nada, se quedaron sin padre. Y, hasta donde yo sé, de momento no se han producido detenciones relacionadas con este asesinato. Eso es lo último que puedo contarte sobre el suceso que conmocionó a los habitantes de Pozuelo de Alarcón, una ciudad de clase alta situada a las afueras de Madrid. Bien, en cuanto a las palabras y expresiones clave que aparecen en la noticia, son las siguientes. En primer lugar, estar pendiente significa prestar atención a algo, estar atento o estar esperando que algo suceda. El presentador del informativo no utiliza el verbo “estar”, sólo dice “pendientes”, pero podría haber dicho “estamos pendientes”, estamos atentos a los hechos que han sucedido en Pozuelo. Ejemplos: -Estoy pendiente del correo porque hoy me tienen que confirmar la fecha de la entrevista. -Los padres estaban pendientes de sus hijos mientras jugaban en el parque. Otra expresión que aparece en la noticia es en torno a, que equivale a “alrededor de” o “sobre” y se usa para hablar de un tema, como en la noticia, o de una cantidad aproximada. Ejemplos de las dos posibilidades: -El debate gira en torno a la reforma educativa. -Había en torno a 50 personas en la sala. Pasamos ahora a la palabra tiroteado, que es el participio del verbo tirotear, que significa disparar con armas de fuego. Por lo tanto, tiroteado se refiere a alguien que ha recibido disparos. La chica que habla en la noticia no dice “disparos”, sino “tiros”, que es un sinónimo. Disparar es lo mismo que tirotear, mientras que disparo equivale a tiro. Ejemplos: -El coche fue tiroteado en plena carretera. -La policía encontró a un hombre tiroteado en el barrio. A continuación, cuando hablan de la vía pública se refieren a los espacios exteriores de uso general. Dicho con otra palabra más sencilla, la vía pública es la calle, un sitio en el que puede caminar todo el mundo. Ejemplos: -Está prohibido beber alcohol en la vía pública. -El accidente ocurrió en plena vía pública, justo frente a un colegio. Más adelante dice que la víctima era afín a Rusia. Ser afín significa tener simpatía o cercanía ideológica con algo o alguien. Puede aplicarse a ideas, a partidos políticos o personas. Ejemplos: -Es un periodista afín al gobierno. -Aunque no somos del mismo partido, nuestras ideas son bastante afines. Vamos ahora con una palabra que no había aparecido nunca, persiana. Una persiana es una estructura que se coloca en las ventanas para regular la entrada de luz o proteger del exterior. Puede ser de madera, de plástico o de metal. Normalmente se sube o se baja con la ayuda de una cinta alargada que se coloca en un lado de la ventana. Pero las modernas se suben y bajan pulsando un botón, porque están mecanizadas. En España tenemos persianas, que van por fuera de la ventana, y luego cortinas, que están hechas de tela y que están ya dentro de la casa. Ejemplos: -Todas las noches bajo la persiana antes de dormir. -Al oír el ruido, subí la persiana para ver qué pasaba en la calle. Por último, el pitido de un coche es el sonido que produce el claxon o la bocina de un vehículo. Claxon y bocina son sinónimo. El pitido sirve para avisar o llamar la atención. Ejemplos: -Un pitido de coche me hizo mirar por la ventana. -El conductor dio varios pitidos para que le dejaran pasar. Bien, como te decía, esta vez no había demasiadas cosas que explicar, pero siempre hay cosas nuevas para ampliar nuestro vocabulario, aunque sean pocas. Perfecto, pues vamos a escuchar la noticia por segunda vez. “Madrid. Pendientes de las novedades en torno a la investigación de la muerte de un hombre de nacionalidad ucraniana de 52 años tiroteado en plena vía pública. La víctima, un abogado político afín a Rusia, asesor del expresidente Víctor Yanukovych, se encontraba junto a su vehículo frente al colegio americano de Pozuelo de Alarcón, donde había dejado a sus hijos. En el momento del ataque, muchos alumnos accedían al centro. El ruido alertaba a los vecinos. Me he despertado con unos 6-7 tiros y entonces he subido la persiana corriendo y no he visto nada. Pero me he alejado un poco y ya he escuchado un grito, he escuchado un pitido prolongado de coche y me he vuelto a asomar a la ventana y he visto a una chica correr de un lado a otro. En la zona todavía sobrevuelan drones y un helicóptero de la policía para tratar de localizar al autor o autores.” Como te decía, a pesar de los esfuerzos de la policía, todavía no han encontrado a los responsables del asesinato. Bueno, vamos con el resumen alternativo de la noticia, o sea, la misma información, pero con otras palabras. El presentador dice que le llegan informaciones de última hora desde Pozuelo de Alarcón, Madrid, donde se ha producido un incidente grave. Al parecer, un ciudadano de origen ucraniano, de 52 años, ha sido asesinado a balazos en plena calle. El hombre, que ejercía como jurista y era próximo a posturas prorrusas, había sido consejero del expresidente Víktor Yanukóvich. Luego confirma que, según fuentes cercanas, el individuo se encontraba junto a su automóvil, aparcado frente a la escuela americana de la zona, justo después de haber llevado allí a sus hijos. En ese instante, numerosos estudiantes entraban al centro escolar. El estruendo de los disparos alarmó a los residentes del barrio. Precisamente, una vecina cuenta que le despertaron unas 6 o 7 detonaciones. Subió rápidamente la persiana, pero no vio nada en ese momento. Luego, al moverse un poco, escuchó un grito, un sonido constante de coche, y volvió a mirar. Entonces vio a una chica corriendo de un lado a otro muy nerviosa. Para concluir la noticia, el presentador dice que la zona permanece acordonada, y que las autoridades están utilizando vehículos aéreos no tripulados y un helicóptero policial para intentar identificar y encontrar a los responsables del crimen. Muy bien, pues ya estamos listos para escuchar la noticia por última vez. Aquí va. “Madrid. Pendientes de las novedades en torno a la investigación de la muerte de un hombre de nacionalidad ucraniana de 52 años tiroteado en plena vía pública. La víctima, un abogado político afín a Rusia, asesor del expresidente Víctor Yanukovych, se encontraba junto a su vehículo frente al colegio americano de Pozuelo de Alarcón, donde había dejado a sus hijos. En el momento del ataque, muchos alumnos accedían al centro. El ruido alertaba a los vecinos. Me he despertado con unos 6-7 tiros y entonces he subido la persiana corriendo y no he visto nada. Pero me he alejado un poco y ya he escuchado un grito, he escuchado un pitido prolongado de coche y me he vuelto a asomar a la ventana y he visto a una chica correr de un lado a otro. En la zona todavía sobrevuelan drones y un helicóptero de la policía para tratar de localizar al autor o autores.” Antes de despedirme y de repasar las palabras que hemos aprendido hoy, quiero compartir algo personal contigo. Últimamente estoy viendo la serie Narcos, que muchos, imagino, ya conoceréis. La historia es apasionante, pero tengo que reconocer que, a pesar de ser español, me cuesta muchísimo entender lo que dicen. Entre los acentos colombianos, el ritmo rápido, y algunas expresiones propias del narcotráfico, a veces necesito los subtítulos en español para seguir bien los diálogos. También es verdad que no me gusta tener el volumen de la televisión muy alto para no molestar a los vecinos, porque aquí en Luxemburgo todo suele estar en calma. El caso es que eso me ha hecho pensar en personas como tú, que estáis aprendiendo español. Si a mí me cuesta, imaginaos a alguien que no es nativo. Por eso, quiero recomendarte que empieces viendo documentales en español y sin subtítulos. Es lo que estoy haciendo yo ahora con el francés. Ayer, por ejemplo, vi un documental sobre un asesino que mataba a chicas jóvenes en París, y la verdad es que lo entendí casi todo. Bajo mi punto de vista, los documentales son perfectos para aprender. Y el siguiente paso serían las series, pero es necesario buscar la serie adecuada. Normalmente, las de humor son difíciles. Así que yo intentaría con algo más clásico como ‘Cuéntame cómo pasó' o ‘El Ministerio del tiempo'. Es sólo una idea por si te apetece probar. Y ahora sí, vamos con las palabras y expresiones que hemos visto hoy. -Estar pendiente: prestar atención a algo, estar atento o esperando que algo suceda. -En torno a: equivale a “alrededor de” o “sobre” y se usa para hablar de un tema o de una cantidad aproximada. -Tiroteado: participio del verbo tirotear, que significa disparar con armas de fuego. Se refiere a alguien que ha recibido disparos. -Vía pública: se refiere a los espacios exteriores de uso general, como las calles. -Afín: significa tener simpatía o cercanía ideológica con algo o alguien. Puede aplicarse a ideas, partidos políticos o personas. -Persiana: es una estructura que se coloca en las ventanas para regular la entrada de luz o proteger del exterior. Puede ser de madera, plástico o metal. -Pitido de coche: es el sonido agudo que produce el claxon o bocina de un vehículo. Sirve para avisar o llamar la atención. Pues esto ha sido todo por hoy. Espero que te haya gustado y que me acompañes la próxima semana con más contenido extra, porque ahora siempre intento acompañar los episodios normales con material exclusivo para ti. Imagino que ya te habrás dado cuenta. Aprovecho para darte las gracias por tu apoyo y te deseo una gran semana. Hasta la próxima. Adiós. Escucha este episodio completo y accede a todo el contenido exclusivo de Se Habla Español. Descubre antes que nadie los nuevos episodios, y participa en la comunidad exclusiva de oyentes en https://go.ivoox.com/sq/171214

Se Habla Español
Español con noticias 63: Niños encerrados en casa - Episodio exclusivo para mecenas

Se Habla Español

Play Episode Listen Later May 25, 2025 24:22


Agradece a este podcast tantas horas de entretenimiento y disfruta de episodios exclusivos como éste. ¡Apóyale en iVoox! pisodio exclusivo para suscriptores de Se Habla Español en Apple Podcasts, Spotify, iVoox y Patreon: Spotify: https://open.spotify.com/show/2E2vhVqLNtiO2TyOjfK987 Patreon: https://www.patreon.com/sehablaespanol Buy me a coffee: https://www.buymeacoffee.com/sehablaespanol/w/6450 Donaciones: https://paypal.me/sehablaespanol Contacto: sehablaespanolpodcast@gmail.com Facebook: www.facebook.com/sehablaespanolpodcast Twitter: @espanolpodcast Hola, ¿cómo estás? ¿Cómo va la primavera? Aquí en Luxemburgo estamos bastante sorprendidos, porque el tiempo está siendo muy bueno, sobre todo si lo comparamos con el año anterior, justo cuando mi mujer y yo llegamos aquí. En 2024 hacía frío en esta época del año, y también llovía muy a menudo. Sin embargo, ahora llevamos un par de meses en los que el gran protagonista ha sido el sol. Y en esta parte de Europa, esa es siempre una gran noticia. Y hablando de noticias, la que he seleccionado hoy no es tan buena, pero nos va a permitir seguir aprendiendo, que es lo más importante en estos episodios. Y es que hoy vamos a hablar de una historia que parece sacada de una película, pero que es real, y ha sucedido en España. Se trata de unos niños que llevaban años encerrados en su casa por decisión de sus padres. Y por desgracia, a lo largo de la historia hemos tenido conocimiento de varios casos de niños y niñas que han crecido sin contacto con otras personas, lejos de la sociedad. Algunos vivieron muchos años encerrados en casa. Otros, se perdieron o fueron abandonados y pasaron su infancia en la selva o en bosques, sin recibir cuidados ni educación. Uno de los casos más antiguos que he encontrado es el de Victor de Aveyron, un niño que apareció en un bosque de Francia en el año 1800. Tenía unos 12 años, no sabía hablar y se comportaba como un animal. Los científicos intentaron enseñarle a comunicarse, pero nunca lo consiguió del todo. Otro caso muy famoso es el de Genie, una niña de California, en Estados Unidos. Genie pasó más de 10 años encerrada en una habitación, sin hablar con nadie y sin poder moverse libremente. Cuando fue rescatada, no sabía hablar ni comer con cuchara. También están las niñas Amala y Kamala, encontradas en la India en los años 20. Se decía que habían sido criadas por lobos, aunque con el tiempo se descubrió que habían estado encerradas durante mucho tiempo en condiciones terribles. En Ucrania, en 1991, encontraron a Oxana Malaya, una niña que vivió varios años en un cobertizo con perros. Caminaba en cuatro patas, ladraba y no tenía casi lenguaje. Fue cuidada más por los animales que por los adultos. En Rusia, en 2008, se conoció el caso de Natasha Kampusch, que estuvo secuestrada durante ocho años en un sótano por un hombre que no la dejaba salir nunca. Aunque recibía comida, vivió completamente aislada. Todos estos casos nos recuerdan lo importante que es el contacto humano, el lenguaje y el cariño para crecer sanos y felices. Y, como te decía antes, hoy vamos a conocer un caso más reciente ocurrido en España, y vamos a aprovecharlo para aprender nuevas palabras y expresiones en español. En concreto ha sucedido en el norte de España, en la comunidad autónoma de Asturias, que se encuentra al lado de Galicia. Y para ser más específico, los hechos han ocurrido cerca de la capital, que es Oviedo. Pero no voy a darte más detalles. Lo mejor será que pasemos a escuchar la noticia por primera vez. Pertenece a un informativo de Radio Nacional de España, y comienza de esta forma. “Y una última hora nos lleva a Oviedo, un matrimonio detenido por tener encerrados durante cuatro años a sus tres hijos en Oviedo. Última hora, Daniel Andrés, buenas noches. Buenas noches. Fue una vecina la que alertó de que llevaba mucho tiempo sin escuchar a los niños, la que dio la voz de alarma. Fue entonces cuando la policía local de Oviedo se trasladó a la zona, donde constató que los tres hermanos, dos gemelos de 8 y uno de 10, vivían en condiciones insalubres y llevaban varios años sin dejarlos salir de la vivienda familiar en la localidad de Fitoria, en la zona rural de Oviedo. El matrimonio, de origen alemán, ha sido trasladado a las dependencias de la Guardia Civil en la capital de Asturias. Alegan que sus hijos sufrían una patología y por esa razón mantenían una burbuja en su domicilio. Los menores, que han sido entregados a los servicios sociales del Principado, presentan síntomas de desnutrición y han sido trasladados al Hospital Central de Asturias, en Oviedo, para conocer más sobre su estado de salud.” Por cierto, antes no te lo he dicho, pero el nombre completo de la comunidad autónoma de Asturias es Principado de Asturias. Se llama así porque el heredero o la heredera al trono español tiene el título de Príncipe o Princesa de Asturias. Ahora mismo, la Princesa de Asturias es Leonor, la hija mayor de los reyes. Y su padre, Felipe, también fue Príncipe de Asturias antes de suceder a su padre, el Rey Juan Carlos I. Además, para darte más datos sobre Asturias, debes saber que es un paraíso natural, una zona donde la vegetación y el agua ofrecen paisajes preciosos. Y también es un sitio maravilloso para disfrutar de la comida, de la gastronomía local. Nosotros solemos ir todos los veranos porque está muy cerca de donde pasamos nuestras vacaciones en Galicia. De hecho, apenas tenemos que recorrer 15 kilómetros para llegar a Asturias. Y espero volver a hacerlo dentro de unos meses, seguramente en agosto. Pero bueno, vamos con lo importante, las palabras y expresiones que te pueden ayudar a comprender mejor todos los detalles de la noticia que acabamos de escuchar. La primera es el verbo alertar, que significa avisar o advertir sobre un peligro o una situación preocupante. Como hemos escuchado, una vecina alertó a la policía porque no oía a los niños desde hacía semanas. O sea, avisó a la policía, llamó por teléfono porque estaba preocupada. Y otro ejemplo sería este: Las autoridades alertaron sobre el aumento de robos en la zona. En este caso es al revés, es la policía la que comunica a los habitantes de un lugar que tengan cuidado porque se están produciendo más robos. La siguiente expresión, dar la voz de alarma, es muy parecida. Significa advertir o avisar urgentemente sobre un problema. Vamos a ver otros dos ejemplos. Fue la madre del niño quien dio la voz de alarma al ver que no regresaba del colegio. Como ves, en vez de decir “dio la voz de alarma”, lo podemos cambiar por “alertó a la policía”. Se trata de avisar o de llamar a la policía cuando pensamos que ha pasado algo malo. Lo vemos también en el segundo ejemplo. Un trabajador dio la voz de alarma al detectar humo en el edificio. Avisó a sus compañeros de que podía haber un incendio. O quizá llamó directamente a los bomberos. Se entiende bien, ¿verdad? Pues pasamos al verbos constatar, que quiere decir comprobar o verificar que algo es cierto, que algo es verdad. Los médicos constataron que el niño tenía fiebre alta. En este ejemplo podría sustituirse por “comprobaron”. La policía constató que los niños vivían encerrados. O sea, fueron a la casa donde estaban los niños y verificaron que, efectivamente, sus padres les impedían salir a la calle. Perfecto. Cuando hablamos de condiciones insalubres nos referimos a situaciones o ambientes que no son saludables o que pueden causar enfermedades. Por ejemplo: Los niños vivían en condiciones insalubres, con basura por todas partes. Esa es una situación poco saludable, vivir rodeado de basura. El local fue cerrado por ofrecer comida en condiciones insalubres. En este caso, se trata de alimentos que ya no se pueden comer porque están estropeados, porque llevan demasiado tiempo en la nevera del restaurante. Si no se pueden comer, decimos que están en condiciones insalubres. En cuanto a la palabra dependencias, se refiere a lugares o edificios oficiales donde trabaja una institución, como la policía o la Guardia Civil, en España. Ya sabes que son dos cuerpos de seguridad que tenemos en mi país. Pero vamos con los ejemplos. Los detenidos fueron trasladados a las dependencias de la Guardia Civil. Como te decía, la palabra “dependencias” se puede cambiar por edificio. Pero en este contexto solemos decir dependencias. Declaró durante tres horas en las dependencias policiales. Lo mismo, prestó declaración en un edificio de la policía. Bien, ahora tenemos otro verbo, alegar, que significa decir algo para justificarse o para defenderse. El hombre alegó que no sabía que estaba prohibido. O sea, hizo algo mal y después le dijo a la policía que no sabía que estaba prohibido. Esa fue su manera de defenderse, su justificación. Otro ejemplo. Los padres alegaron que los niños estaban enfermos y no podían salir. Es lo que dijeron los padres de la noticia para justificar el hecho de tener a sus hijos encerrados. Esa fue su estrategia para defenderse, de justificarse ante las autoridades. Pasamos ahora a la palabra patología, que es una enfermedad o una condición médica. Los médicos estudiaron la patología para saber cómo tratarla. El enfermo tenía una enfermedad, una patología desconocida. Alegaron que los menores sufrían una patología que requería aislamiento. Es similar al ejemplo que te ponía antes, pero he cambiado “enfermedad” por “patología”. A nivel coloquial solemos decir enfermedad. Pero es verdad que los médicos utilizan mucho la palabra patología. Bien, en el contexto de la noticia, una burbuja es un espacio cerrado o un ambiente controlado para evitar contacto con el exterior. Durante la pandemia, muchas familias vivían en una burbuja. Es decir, intentaban no tener contacto con otras personas para evitar un posible contagio. Y si nos referimos a nuestra noticia: Los padres dijeron que crearon una burbuja para proteger a los niños. La burbuja era la casa, el lugar del que no podían salir. Y por último, la desnutrición es la falta de una alimentación adecuada, un problema que puede provocar problemas de salud. Los médicos diagnosticaron desnutrición en los menores. Tras realizar un primer análisis de su estado de salud, comprobaron que no estaban bien alimentados. La desnutrición puede afectar al crecimiento y al desarrollo del cuerpo. Es uno de los problemas que conlleva el hecho de no alimentarse bien, sobre todo en edades tempranas, cuando somos niños pequeños. Muy bien, pues ya hemos repasado las palabras y expresiones más interesantes. Así que, estamos preparados para escuchar la noticia por segunda vez. “Y una última hora nos lleva a Oviedo, un matrimonio detenido por tener encerrados durante cuatro años a sus tres hijos en Oviedo. Última hora, Daniel Andrés, buenas noches. Buenas noches. Fue una vecina la que alertó de que llevaba mucho tiempo sin escuchar a los niños, la que dio la voz de alarma. Fue entonces cuando la policía local de Oviedo se trasladó a la zona, donde constató que los tres hermanos, dos gemelos de 8 y uno de 10, vivían en condiciones insalubres y llevaban varios años sin dejarlos salir de la vivienda familiar en la localidad de Fitoria, en la zona rural de Oviedo. El matrimonio, de origen alemán, ha sido trasladado a las dependencias de la Guardia Civil en la capital de Asturias. Alegan que sus hijos sufrían una patología y por esa razón mantenían una burbuja en su domicilio. Los menores, que han sido entregados a los servicios sociales del Principado, presentan síntomas de desnutrición y han sido trasladados al Hospital Central de Asturias, en Oviedo, para conocer más sobre su estado de salud.” Otra manera sencilla de decir “comprobar su estado de salud” sería “ver cómo se encuentra”. Pero en el lenguaje formal usamos “estado de salud”. Venga, vamos a resumir la noticia con otras palabras. En primer lugar, el presentador del informativo nos dice que tienen una información importante que llega desde el norte de España. Y es que en Oviedo, una pareja ha sido arrestada tras descubrirse que habían mantenido a sus tres hijos aislados del exterior durante cuatro años. Para ampliar los detalles, da paso al compañero que ha seguido de cerca la noticia. Y este segundo periodista nos cuenta que la situación salió a la luz gracias a una residente del vecindario, que manifestó su preocupación tras varios meses sin oír ni ver a los menores. Fue ella quien avisó a las autoridades. Ante esta llamada, una patrulla de la policía municipal se desplazó hasta la vivienda ubicada en Fitoria, una zona campestre a las afueras de Oviedo. Al llegar, los agentes comprobaron que los tres niños, dos de ocho años y su hermano mayor, de diez, vivían en condiciones de abandono higiénico y no habían salido al exterior desde hacía años. Los adultos responsables, de nacionalidad alemana, fueron llevados a las instalaciones de la Guardia Civil en Oviedo. Según su versión, justificaron el encierro alegando que los menores padecían una enfermedad grave, lo que, según ellos, requería mantenerlos en aislamiento dentro del hogar. Los niños fueron puestos bajo la protección de los servicios sociales del Principado de Asturias y trasladados al hospital central de la ciudad para realizarles exámenes médicos. Los primeros informes indican síntomas de mala alimentación y de un estado físico delicado. Bueno, no me ha quedado mal, ¿verdad? Por cierto, si tienes cualquier duda sobre los sinónimos que he utilizado para contarte la noticia de otra forma, puedes dejarme tu pregunta en los comentarios o enviarme un correo, como prefieras. Venga, vamos a escuchar la noticia por última vez. “Y una última hora nos lleva a Oviedo, un matrimonio detenido por tener encerrados durante cuatro años a sus tres hijos en Oviedo. Última hora, Daniel Andrés, buenas noches. Buenas noches. Fue una vecina la que alertó de que llevaba mucho tiempo sin escuchar a los niños, la que dio la voz de alarma. Fue entonces cuando la policía local de Oviedo se trasladó a la zona, donde constató que los tres hermanos, dos gemelos de 8 y uno de 10, vivían en condiciones insalubres y llevaban varios años sin dejarlos salir de la vivienda familiar en la localidad de Fitoria, en la zona rural de Oviedo. El matrimonio, de origen alemán, ha sido trasladado a las dependencias de la Guardia Civil en la capital de Asturias. Alegan que sus hijos sufrían una patología y por esa razón mantenían una burbuja en su domicilio. Los menores, que han sido entregados a los servicios sociales del Principado, presentan síntomas de desnutrición y han sido trasladados al Hospital Central de Asturias, en Oviedo, para conocer más sobre su estado de salud.” Seguro que ahora has entendido absolutamente todo, ¿verdad? Bueno, pues antes de terminar el episodio de hoy, me gustaría recordar que en algunos países del mundo la ley sí permite educar a los hijos en casa, sin necesidad de llevarlos a un colegio. Si la información que he leído es correcta, en países como Estados Unidos, Reino Unido, Francia o Australia, las familias pueden enseñar a sus hijos en casa, siempre que sigan ciertas normas del gobierno. Normalmente, los padres deben informar a las autoridades, presentar un plan de estudios y demostrar que los niños están aprendiendo lo necesario a esa edad. Sin embargo, en otros países como España, Alemania o Suecia, esta práctica no está permitida. La ley en estos países considera que la educación debe realizarse en un centro escolar, y que asistir a clase es un derecho y una obligación. También es importante entender la diferencia entre educar en casa por elección personal de los padres y encerrar o aislar a los niños, como vimos en los casos de este episodio. No es lo mismo enseñar en casa con responsabilidad, que impedir a un menor tener contacto con el mundo exterior. Hay padres que deciden enseñar o educar a sus hijos en casa, pero que luego les permiten salir a la calle como los demás niños. Muy bien, pues ya podemos repasar las palabras y expresiones que hemos aprendido hoy. Son estas. -Alertar: Avisar o advertir sobre un peligro o una situación preocupante. -Dar la voz de alarma: Expresión que significa advertir o avisar urgentemente sobre un problema. -Constatar: Comprobar o verificar que algo es cierto. -Condiciones insalubres: Situaciones o ambientes que no son saludables o que pueden causar enfermedades. -Dependencias: Lugares, instalaciones o edificios oficiales donde trabaja una institución, como la policía o la Guardia Civil. -Alegar: Decir algo como justificación o defensa. -Patología: Enfermedad o condición médica. -Burbuja: Espacio cerrado o ambiente controlado para evitar contacto con el exterior. -Desnutrición: Falta de alimentación adecuada que provoca problemas de salud. Pues ya hemos terminado por hoy. Para mí, como siempre, ha sido un gran placer ponerme delante del micrófono y acompañarte durante estos minutos. Te espero la próxima semana con un nuevo protagonista y con más contenido extra solo para ti, para las personas que me apoyan. Muchísimas gracias una vez más. Hasta pronto. Adiós. Escucha este episodio completo y accede a todo el contenido exclusivo de Se Habla Español. Descubre antes que nadie los nuevos episodios, y participa en la comunidad exclusiva de oyentes en https://go.ivoox.com/sq/171214