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Convidado
Entrada de Sarkozy na prisão é "chocante", mas é sintoma "que a democracia funciona"

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 21, 2025 6:49


O antigo Presidente Nicolas Sarkozy foi encarcerado esta manhã numa prisão em Paris. Para Rafael Lucas, professor catedrático na Universidade Bordéus III, tratou-se de um “espectáculo lamentável”, mas justificado já que se trata da democracia a funcionar.   Uma multidão esperava esta manhã o antigo Presidente Nicolas Sarkozy, à saída da sua casa, no exclusivo 16º bairro de Paris, para o verem uma última vez antes da sua entrada na prisão de la Santé, a apenas alguns quilómetros de distância também na capital francesa. Entre gritos de apoio da multidão e lágrimas dos filhos, o antigo líder francês escreveu nas redes sociais que a justiça estava a prender não um antigo Presidente, mas sim um inocente.  Estas imagens mantiveram os franceses agarrados aos ecrãs na manhã desta terça-feira, já que muitos pensavam não ser possível ver um antigo Presidente a ir para a prisão. Para Rafael Lucas, professor catedrático na Universidade Bordéus III, tratou-se de um “espectáculo lamentável”, mas justificado já que se trata da democracia a funcionar. "Tive duas sensações muito fortes. Primeiro, é a primeira vez que eu vejo um um Presidente ou o responsável supremo do Estado a entrar na prisão como um delinquente. De qualquer maneira, há um choque, uma comoção ver isto. Então, por um lado, é um espetáculo lamentável. Às vezes até tenho certa compaixão pela situação do alto responsável assim encarcerado. Mas por outra parte, é a democracia na mesma, porque já se vivemos num regime monárquico ou num regime autoritário, isto seria impossível", explicou o académico. Logo após a sentença, há cerca de duas semanas, numa sondagem para a televisão, 72% dos franceses disseram-se chocados com a possibilidade de ver um antigo Presidente na prisão, mas estavam divididos quanto ao facto de a sua condenação ser justa. Na prisão, Nicolas Sarkozy vai ficar sozinho na cela, devido ao seu estatuto, e poderá sair todos os dias para o pátio. A prisão de la Santé, em Paris, é conhecida por acolher figura de relevo no panoramo político e mediático em França. A condenação de um Presidente aliada à "crise generalizada" vivida no país, leva muitos analistas a questionarem o papel do Presidente e se não seria benéfico rever o sistema presidencialista gaulês, em que o Presidente detém muitos dos poderes, incluindo a escolha do primeiro-ministro. "Este regime presidencial à francesa, em que o Presidente é como um monarca republicano porque há um primeiro ministro, mas que é como um chefe de gabinete, é muito diferente das democracias modernas, em que o primeiro ministro assume a direcção e a responsabilidade do Governo e o Presidente tem mais um papel simbólico honorífico, como é o caso em em Portugal e em vários países. Em França, não. O presidente é o chefe [...] A França está a chegar a um ponto de esgotamento e a França vai ter que fazer aceitar uma espécie de revolução institucional para fazer como outros países, como Alemanha, por exemplo, em que eles já adquiriram uma cultura de coligação, em que não há uma figura tutelar assoberbando o resto da paisagem política, como é o caso com os presidentes franceses", concluiu Rafael Lucas.

Vida em França
Cabo-verdianos em França organizam concerto solidário para ajudar ilhas afectadas por inundações

Vida em França

Play Episode Listen Later Oct 9, 2025 9:46


No sábado à noite, em Paris, realiza-se o concerto "Todos Juntos por Cabo Verde" que vai juntar mais de uma dezena de artistas para angariar fundos para a reconstrução de São Vicente, Santo Antão e São Nicolau. A organização é da associação CHEDA Crianças de Hoje e de Amanhã. A 11 de Agosto, a tempestade tropical Erin provocou grandes estragos nas ilhas de São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, causando a morte a nove pessoas, vários desaparecidos e dezenas de famílias ficaram desalojadas. Dois meses depois, a população destas ilhas continua a precisar de ajuda, já que as limpezas e a reconstrução estão a demorar mais do que o previsto. Perante esta catástrofe, a diáspora cabo-verdiana em todo o Mundo mobilizou-se e, especialmente em França, arregaçou as mangas para ajudar o país. Uma recolha de produtos de primeira necessidade foi organizada em vários pontos do território francês, malas cheias de alimentos, produtos de limpeza, produtos de higiene pessoal e material escolar foram enviadas logo nos primeiros dias após a catástrofe, mas face às necessidades os cabo-verdianos em frança não baixaram as mãos. Esta semana já seguiram para São Vicente dois contentores de 40 metros cúbicos com mais doações e este sábado, a associação CHEDA Crianças de Hoje e de Amanhã – que trabalha há mais de 37 anos em Paris para ajudar projectos sociais em Cabo Verde -, associada com a Federação das Associações Cabo-Verdianas em França vai organizar um concerto com dezenas de artistas na sala mítica La Cigale, em Montmartre, na capital francesa. Carina Brito Silva, presidente da CHEDA, explica como surgiu a ideia deste concerto e como os cabo-verdianos em França estão a mobilizar-se para continuar a ajudar o seu país natal. "A ideia de ajudar as pessoas surgiu muito antes do concerto. A diáspora cabo verdiana organizou-se no mundo inteiro. E a diáspora em Paris, com a Federação das Associações Cabo-verdianas, decidimos fazer algo para ajudar as populações em Cabo Verde, então tivemos a oportunidade de fazer este concerto solidário no dia 11 de Outubro", explicou a líder associativa. Este evento acontece em parceria com a editora Harmonia, de José da Silva, e a empresa de produção de espectáculos Acolyte. Dois meses depois da catástrofe, Carina Brito Silva considera que ainda há muito trabalho por fazer na reconstrução do que se perdeu devido às inundações, especialmente em São Vicente e é por isso que é importante continuar a ajudar. "Estamos só no início ainda da reconstrução, ainda estamos numa fase de levantamento das necessidades. Mas a vida tem que continuar. Houve o regresso às aulas no dia 15 de setembro. As pessoas vão trabalhar. Muitas famílias foram realojadas, embora ainda haja muitas outras que não conseguiram novas casas. A nível da urbanização, ainda há muito para fazer. Mas com a resiliência do povo cabo-verdiano, com as ajuda e a com uma boa organização, estamos no bom caminho. Não é fácil. Não vai se resolver de um dia para o outro. Acho que temos ainda muitos meses pela frente antes que possamos dizer já fizemos uma parte do trabalho", concluiu Carina Brito Silva, presidente da CHEDA.

Convidado
Nicolas Sarkozy "fez ataque violento à separação dos poderes" em França

Convidado

Play Episode Listen Later Sep 26, 2025 8:20


O antigo Presidente francês, Nicolas Sarkozy, foi condenado a cinco anos de prisão efectiva por associação de malfeitores no caso do financiamento líbio da sua campanha em 2007. Para Jorge Mendes, advogado franco-português, está é uma sentença coerente já que os factos foram provados e Sarkozy é reincidente, tendo já sido condenado noutros casos ligados a abuso de poder e corrupção. Com as câmaras apontadas, após saber que passará cinco anos na prisão, Nicolas Sarkozy disse que os juízes do Tribunal de Paris tinham mostrado "ódio" pelos políticos e que se tratou de uma sentença "de uma gravidade extrema para o Estado". Jorge Mendes, advogado franco-português instalado em Marselha considera que o antigo Presidente "fez um ataque violento à separação dos poderes" já que tanto o facto de os cinco anos serem cumpridos em prisão e que a sentença tenha execução provisória - ou seja, o antigo Presidente vai para a cadeia mesmo que haja recurso - se deve a leis votadas pela Assembleia Nacional, por onde passou Sarkozy e outros políticos que criticam hoje a Justiça. "O que se está a aplicar a Sarkozy é exactamente a lei que foi votada pelos parlamentares. E não é nada de especial, a não ser a originalidade que claro que se trata de um antigo Presidente da República e que ainda por cima tem uma reacção contra a separação dos poderes criticando o ódio do juiz, o que é um escândalo, porque isso é um ataque violento à separação dos poderes. A justiça em França, quando condena um presidente da República, tem muita atenção ao que está a fazer e a lei a é a mesma para todos. É um ataque à democracia que está a ser feito. Quando ele ontem disse que o que foi feito era uma prova de ódio do juiz perante os políticos, eu acho que isto é um escândalo democrático. Está-se a fragilizar a separação dos poderes em França, sendo que o Presidente da República é o garante da separação dos poderes e da democracia. Penso que ele está a fazer muito, muito mal à democracia francesa, que já está em estado crítico", lamentou Jorge Mendes. Para além da condenação de Nicolas Sarkozy, também so seus antigos ministros e aliados, Claude Guéant e Brice Hortefeux, foram condenados a seis anos de prisão e dois anos, respectivamente. Publicamente, Marine Le Pen já veio criticar a decisão dos tribunais, sendo que ela própria está também a braços com a justiça no caso dos assessores parlamentares em que foi condenada a cinco anos de ineligibilidade para cargos políticos. Para Jorge Mendes, uma parte dos políticos franceses "não suportam" que as leis que votam no Parlamento se virem, um dia mais tarde, contra eles nos tribunais. No entanto, não são os juízes que inventam as leis e eles aplicam-nas mediantes processos judiciais onde há provas concretas dos delitos. "O juiz não inventa as leis. Se esta disposição da decisão provisória não existisse na lei, o juiz não a tinha aplicado. Portanto, tanto Marine Le Pen, como Sarkozy, foram parlamentares, votaram estas leis que hoje também se aplicam a eles. E é isso que eles não suportam. Não é só votar leis cada vez mais difíceis, mais duras, com mais penas de prisão, com mais violência e uma vez que estas penas chegam aos políticos, aos parlamentares que votaram, eles não compreendem e estão hoje a criticá-las. Sabendo que o Sarkozy foi condenado, o seu antigo primeiro ministro, François Fillon, foi condenado e Chirac, antigo Presidente da República, também já tinha sido condenado. Portanto, quando se aplica aos políticos é que eles descobrem a violência da justiça e a violência da lei", indicou o advogado. Nicolas Sarkozy deverá cumprir a sua pena na Prison de la Santé, em Paris, onde terá condições especiais devido ao cargo que ocupou, nomeadamente uma cela individual numa ala especial da prisão. "O presidente vai ter um tratamento especial, como todos os eleitos que já foram condenados e pessoas importantes. Ou seja, vai estar sozinho numa cela, o que é já um grande privilégio em França, onde hoje estão três pessoas numa cela de nove metros quadrados. Vai ter, portanto, o que se chama um acompanhamento psicológico reforçado. Na área da cadeia especial para as pessoas públicas, elas não estão misturadas com os outros condenados. Vai estar na cadeia, que é a privação de liberdade, mas com um tratamento um pouco específico, isolado", concluiu Jorge Mendes.

Sem Moderação
André Ventura foi “procurar levar uma bofetada” à manifestação de imigrantes?

Sem Moderação

Play Episode Listen Later Sep 19, 2025 21:49


Em França reina o caos, as manifestações contra os cortes orçamentais agravam as várias crises em que o país se encontra. Por cá, junto à Assembleia da República, André Ventura provocou os participantes de uma manifestação de imigrantes. Ouça a análise de Pedro Delgado Alves e José Eduardo Martins no Antes Pelo Contrário em podcast, emitido na SIC Notícias a 18 de setembro. Para ver a versão vídeo deste episódio, clique aquiSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Noticiário Nacional
1h Em França, mais um dia de manifestações

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Sep 18, 2025 9:06


A soma dos dias
A crise em França e a reunião da Fed

A soma dos dias

Play Episode Listen Later Sep 12, 2025 17:54


Neste episódio, olhamos para França. François Bayrou caiu depois de ver chumbada a moção de confiança no parlamento. Sebástien Lecornu é o senhor que se segue e tem a árdua tarefa em mãos de equilibrar as finanças públicas numa altura em que os franceses estão nas ruas em protesto contra a austeridade. Depois, antecipamos a reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que acontece para a semana. Tudo aponta para um corte nas taxas de juro até porque em agosto a criação de emprego nos EUA voltou a abrandar. Com Paulo Ribeiro Pinto e Carla Pedro, numa edição de Cláudia Arsénio.

Vida em França
Semana agitada em França após demissão do primeiro-ministro e protestos

Vida em França

Play Episode Listen Later Sep 11, 2025 7:47


A França viveu uma semana agitada com a demissão de François Bayrou do cargo de primeiro-ministro depois de não ter obtido o voto de confiança por parte da Assembleia Nacional. No mesmo dia, Emmanuel Macron nomeou um novo chefe do Governo, Sébastien Lecornu, aliado da primeira hora do presidente francês. Nathalie de Oliveira, antiga deputada, do Partido Socialista, à Assembleia da República portuguesa pelo círculo da Europa respondeu às perguntas da RFI sobre o que está a acontecer em França. Após falhar o voto de confiança, François Bayrou demitiu-se do cargo de primeiro-ministro e Emmanuel Macron nomeou Sébastien Lecornu para o substituir. A escolha levanta críticas pela sua excessiva proximidade do presidente da República, segundo a ex-deputada portuguesa Nathalie De Oliveira. “Fiquei preocupada, não acho ser a melhor novidade ou a melhor opção esta nomeação do primeiro-ministro. Sébastien Lecornu, de certeza, de forma pessoal é uma pessoa interessante com percurso muito apegado à eleição do presidente da República e à militância do Emmanuel Macron e à construção do que nós chamamos aqui em França a Macronie. Mas numa altura em que o povo, quem mais ordena, entregou uma mensagem claríssima e em muito particular desde Julho de 2024, quando o presidente da República decidiu eleições antecipadas, o povo não deu maioria a ninguém, deixou claro que não queria, recusava continuar a apoiar as políticas públicas e a forma de governação de Emmanuel Macron. Ficou claríssimo, porque desde a reeleição em 2022 já só vários ministros, primeiros ministros e governos a obedecerem às decisões do presidente da República, que teve maioria em 2017 e a continuar a insistir com decisões que que o povo recusa, reprova e condena. Não é uma boa novidade. Devia ter sido uma pessoa, se não fosse oriunda do movimento Novo Frente Popular. Devia ter sido, de certeza, e temos ainda isso no país, uma oportunidade com curso muito mais neutro, não posso dizer isso, mas que que estivesse em situação de não pertencer tanto à história, à evolução e ao projecto de Emmanuel Macron, isso agora nos próximos 15 dias. Claro que o primeiro-ministro tem uma tarefa dificilíssima de negociação e de tentativa de concórdia nacional a tentar nomear um governo que seja equilibrado e que vá no sentido daquilo que o povo disse.” Com esta situação, construir um governo com personalidades de partidos de esquerda vai ser difícil par o novo primeiro-ministro que representa uma maneira de governar e um projecto que não coincide com a ala esquerda da Assembleia francesa. “A declaração do Olivier Faure (primeiro secretário do Partido Socialista) é límpida. Nenhum socialista participaria num governo que não aplicasse a questão do IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares) aliviado para quem está a pagar cada vez mais e com ordenados médios. A aplicação da taxa Zucman, a questão de desistir de apoiar empresas que são quase multinacionais nem que tenham sede em França, porque foi apoio da ordem de 210.000 mil milhões de euros a empresas que afinal não recrutaram, não melhoram as condições de trabalho das pessoas, não aumentam ordenados e afinal de contas estão a crescer menos o nível de recrutamento e de condições de vida das pessoas. Uma apresentação de outra forma também de gerir a segurança social, enfim, uma forma de aplicarem mais e melhor redistribuição. As pessoas estão a pagar cada vez mais e não tem retribuição em termos de qualidade de serviço público e de conquista de igualdade, de conquista de melhores condições de vida. Antes pelo contrário, estamos a regredir desde do primeiro e agora do segundo mandado do Emmanuel Macron. Pode haver alguma condição par que o Partido Socialista e outros partidos de esquerda coligarem no novo governo? Eu não acredito muito que aconteça, mas o Sébastien Lecornu pode conseguir convencer e vai ficar logo à prova na questão do orçamento de Estado que tem agora pela frente. A condição é de aplicar uma governação de esquerda. Se não acontecer, a prova de fogo do orçamento de Estado, dos debates e da votação antes do final do ano pode correr muito mal e fazer cair outra vez em tempo recorde, menos três meses, outra vez este primeiro-ministro recentemente nomeado.” No mesmo dia (10 de Setembro) da tomada de posso do novo primeiro-ministro, a França viveu um dia de manifestação por parte do movimento “Bloquons Tout” que tinha como objectivo bloquear economicamente o país. Cerca de 175.000 pessoas manifestaram-se e dentro de uma semana, os sindicatos apelam a uma greve. Segundo Nathalie de Oliveira a maioria dos franceses já não consegue viver neste contexto político e sobretudo económico “É sofrimento, é uma manifestação da angústia, do medo de chegar à última semana do mês e de não ter dinheiro na conta para pagar a gasolina, porque são muitas pessoas a ganhar o ordenado mínimo ou pouco mais do que ordenado mínimo, que estão a viver a 40 km do local de trabalho, talvez um bocadinho.. Pior do que isso, é de não conseguir ter 20 € que sobram para comprar um livro para os filhos ou de não poder os fazer participar numa visita ou numa viagem de escola como qualquer outra criança, que seja a nível primário ou depois no secundário. Em França, uma percentagem muito pequena ganha mais de entre 3 e 4.000 €. Pensamos também que o povo francês é riquíssimo mas o ordenado médio é de 1985 €. Viver com este ordenado é difícil com o aumento do custo do nível de vida, alugueres, créditos, juros, seguros e seguros de saúde, porque há 20 anos tínhamos uma cobertura social muito mais protetora. Não é o caso hoje É um grito. Porque este país também tem riquezas, tem capacidade e potencialidade de voltar a ter uma maior economia.” Este caos político que leva os franceses para a rua para manifestar, é, segunda a antiga deputada, uma consequência da forma de governar de Emmanuel Macron que pensou que um país se podia governar como uma empresa privada. “Emmanuel Macron pensou que o país podia ser gerido como uma startup-nation e não foi, não é o caso, não conseguiu. De facto, pode-se pensar que se gere França com uma startup, uma startup-nation e que que é como uma empresa privada. Não é bem assim, não é bem assim. E é esse grito, essa capacidade de manifestação também tem séculos e deu resultados, em termos de conquista de igualdade de direitos e de proteção de direitos fundamentais adquiridos e de conquista de mais direitos. O direito fundamental de manifestar é constitucional sem defender a violência, acho que não se consegue nada com violência. Isso diz um grande sofrimento, angústia. Para a semana (18 de Setembro) as manifestações são intersindicais e muita gente vai manifestar na rua. Naquele dia o país pode ficar mesmo bloqueado e pode não ser a última vez.”

Em directo da redacção
Revolta portuguesa ecoou na véspera de jornada de protestos em França

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Sep 10, 2025 8:21


A crónica filmada da luta de uma aldeia portuguesa foi exibida em Paris na véspera de um dia de protestos em toda a França. O filme “A Savana e a Montanha”, que em França adoptou o título “Covas do Barroso - chronique d'une lutte collective”, do realizador Paulo Carneiro, foi apresentado, esta terça-feira, no festival “Traversons vers le Brésil”, que decorre até 20 de Setembro. Entre western e fábula, o filme “A Savana e a Montanha” conta a história dos habitantes de uma aldeia no norte de Portugal que se insurgem contra a ameaça da implementação de um projecto internacional de exploração de lítio. Qual o peso de uns quantos agricultores frente um Golias apoiado pelo Governo? A questão ficou no ar, no teatro Traversière, em Paris, horas antes de mais uma mega mobilização social em França. A RFI foi perguntar a Paulo Carneiro como anda a resistência em Covas do Barroso e que outras lutas está a preparar na capital francesa, pouco mais de um ano depois de ter estado na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cinema de Cannes. O cineasta revelou-nos que foi seleccionado para uma residência artística na Cité Internationale des Arts e que está a desenvolver o guião do seu próximo trabalho. Será o seu quinto filme e vai contar a história de uma líder sindical num supermercado do bairro da Pontinha - onde ele cresceu - e o aproveitamento político e mediático que é feito em torno da sua luta. “A Savana e a Montanha” é um dos filmes exibidos no evento “Traversons vers le Brésil”, que arrancou esta segunda-feira. No primeiro dia, houve concerto da portuguesa Silly e esta quarta-feira sobe ao palco a cantora cabo-verdiana Lucibela. Também hoje é exibido o filme “Hanami”, de Denise Fernandes, rodado na ilha do Fogo. A 18 de Setembro há, ainda, concerto do grupo brasileiro Devotos e, no dia seguinte, é projectado o filme “O Som ao Redor” do realizador brasileiro Kleber Mendonça Filho. O programa termina a 20 de Setembro com Roda de Samba.

Convidado
Jornada de protestos e greves em plena crise política em França

Convidado

Play Episode Listen Later Sep 10, 2025 8:03


Esta quarta-feira, 10 de Setembro, é um dia teste para avaliar a insatisfação e a revolta dos franceses. A mobilização acontece em plena crise política, no dia em que tomou posse um novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, depois da queda do governo liderado por François Bayrou. O nosso convidado é Nuno Martins, dirigente sindical na CGT-RATP, que participa na mobilização de hoje. Os protestos e greves desta quarta-feira foram convocados pelo "Bloquons tout" [em português, “Bloqueemos tudo”], um movimento de cidadãos lançado nas redes sociais e que contesta o plano de cortes orçamentais anunciado em Julho. O dia apresenta-se também como um ensaio para 18 de Setembro, quando se espera mais uma jornada de manifestações. Fomos conversar com Nuno Martins, dirigente sindical na CGT-RATP e técnico de manutenção nos transportes públicos de Paris, que hoje é grevista ao lado de 1.400 trabalhadores da RATP. “Mesmo com um novo primeiro-ministro, as ideias do Presidente Macron vão ser as mesmas. Queremos ter outras perspectivas. Há cortes, o preço do alojamento não pára de aumentar, o custo de vida é muito complicado e os salários não aumentam. Há malta a cortar na comida. As propostas do governo são ainda mais reduções: menos dois feriados, ajudas nos medicamentos revista, é muito complicado”, resume Nuno Martins.   A mobilização desta quarta-feira foi convocada, nas redes sociais, por um movimento intitulado "Bloquons tout", depois dos cortes orçamentais anunciados em Julho pelo anterior primeiro-ministro François Bayrou, cujo governo caiu na segunda-feira. “É um movimento popular para dizer basta à situação actual” e contrariar um certo sentimento de “resignação” geral frente à crise política e social em França. Esperam-se acções em várias cidades, seja nos transportes, nas estradas, nas empresas, escolas e universidades. Foram mobilizados 80.000 polícias para todo o território.

Noticiário Nacional
19h Sébastien Lecornu nomeado primeiro-ministro em França

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 13:39


Expresso - Expresso da Manhã
Radicais de direita ou de esquerda mais perto do poder em França, com sucessão de crises políticas

Expresso - Expresso da Manhã

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 15:01


O primeiro-ministro, François Bayrou, apresentou uma moção de confiança e perdeu. O presidente, Emmanuel Macron, não se dá por vencido e vai apresentar um novo primeiro-ministro, o quarto em dois anos. Desta forma evita que a França vá para as terceiras eleições legislativas em três anos. O ano passado quem mais cresceu foram a extrema-esquerda e a extrema-direita. A sucessão de crises políticas e uma grave crise económica têm estado a alimentar os populismos. Neste episódio, conversamos com o editor de Internacional do Expresso, Pedro Cordeiro. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Contra-Corrente
A crise em França vai afetar Portugal? — Debate

Contra-Corrente

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 95:23


França está a tornar-se no próximo grande problema da UE. A dívida continua a crescer e não há soluções à vista. Vão as ondas de choque desta crise chegar a Portugal "à grande" e "à francesa"?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Contra-Corrente
Como vai a crise em França afectar Portugal?

Contra-Corrente

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 4:06


Entre uma dívida que cresce e um país que prefere revoluções a reformas. França está a tornar-se no grande problema da UE. E a Portugal vão chegar as ondas de choque desta crise à grande e à francesa?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Resposta Pronta
Sébastien Lecornu vai perpetuar instabilidade em França?

Resposta Pronta

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 8:40


O especialista Paulo Sande acredita que a nomeação de Sébastien Lecornu vai perpetuar a instabilidade política em França. E reitera que não garante a aprovação do Orçamento de Estado. See omnystudio.com/listener for privacy information.

TSF - O Estado do Sítio - Podcast
A necessidade de um consenso sobre a imigração, a projeção do poder da China, a crise política em França, e o julgamento de Bolsonaro

TSF - O Estado do Sítio - Podcast

Play Episode Listen Later Sep 6, 2025


Convidado
Exposição em Paris homenageia música de intervenção portuguesa

Convidado

Play Episode Listen Later Sep 5, 2025 11:18


A Casa de Portugal na Cidade Universitária de Paris, vai acolher, de 13 de Setembro a 31 de Outubro, uma exposição sobre a actividade musical dos exilados portugueses em França durante a ditadura do Estado Novo (1933-1974), em particular da geração que se opôs às guerras coloniais dos anos 60 e 70 em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Neste programa, conversamos com Agnès Pellerin, uma das coordenadoras da exposição. A exposição “Chansons de l'Exil Portugais à l'Aube de la Révolution des Œillets” vai ser inaugurada a 13 de Setembro e fica patente até 31 de Outubro na Maison du Portugal-André de Gouveia, na Cité Universitaire Internationale de Paris. A mostra junta 13 painéis com cerca de cinquenta ilustrações, nomeadamente capas de discos, panfletos, fotografias, e é acompanhada por um guia que permite ouvir online alguns excertos sonoros com traduções em francês. Através da música, é apresentado o percurso de várias figuras da música de intervenção portuguesa que se exilaram em Paris, como José Mário Branco, Luís Cília, Tino Flores, Sérgio Godinho, Francisco Fanhais, que nas suas canções denunciam a ditadura, a pobreza em Portugal e a guerra colonial. “Esta exposição em francês é uma exposição documental que retoma elementos de uma exposição que já foi feita no âmbito do Observatório da Canção de Protesto, em Grândola, em 2020. É uma adaptação, tradução e inclui também novos elementos para atingir um público que não seja especialista e conhecedor da música portuguesa, nem lusófono. Também envolve excertos de canções online com traduções em francês. A ideia deste trabalho sobre música e exílio é interrogar os percursos dos músicos, a dimensão biográfica, mas também interrogar as narrativas individuais à luz das ligações deles com as culturas do país de acolhimento, incluindo as de outras comunidades exiladas. Os portugueses em França encontraram cá nos anos 1960, 1970, espanhóis que estavam a fugir do franquismo, depois gregos, chilenos, brasileiros”, conta à RFI Agnès Pellerin, investigadora em estudos culturais e uma das coordenadoras da exposição. Em França, o contexto é radicalmente diferente. Para começar, há liberdade de gravação, de criação e de difusão de canções de protesto que seriam imediatamente censuradas em Portugal e que denunciam abertamente as guerras coloniais, como, por exemplo, “A Bola” de Luís Cília, “Deserção” de Tino Flores, “Ronda do Soldadinho” de José Mário Branco. Criticam, ainda, a repressão, as prisões e a polícia política da ditadura, como “Vampiros” de José Afonso, “Queixa das almas jovens censuradas” e “Perfilados de Medo” de José Mário Branco e “Porque de Francisco Fanhais. Outras canções falam sobre a emigração, os seus sonhos e as suas desilusões, como “Por Terras de França” de José Mário Branco, “Cantar de emigração” de Adriano Correia de Oliveira ou “Que força é essa, amigo” de Sérgio Godinho e recentemente adaptada por Capicua. O vento revolucionário de Maio de 68 também agita os exilados portugueses, muitos dos quais ocupam, por exemplo, a Casa de Portugal e se inspiram para criar canções como “Les Mille et Une Nuits” de Sérgio Godinho. Depois, é a própria “chanson française”, na forma e no conteúdo, que contaminam os músicos portugueses, como Luís Cília, apadrinhado por Georges Brassens e que viria a gravar, mais tarde, um tema de Brassens adaptado por ele, “A Má Reputação”. Incontornável é a história mais conhecida da gravação, em 1971, da música que é o emblema da "Revolução dos Cravos", “Grândola Vila Morena”. Uma das fotografias centrais da exposição evoca justamente essa altura, com Francisco Fanhais, José Afonso e José Mário Branco de braço dado, no Château d'Hérouville, nos arredores de Paris. Ainda que haja um foco na criação musical dos anos 60 e 70, a exposição também aborda o percurso de Fernando Lopes-Graça. É que, em Maio de 1937, fugindo à repressão política do Estado Novo, Fernando Lopes-Graça instalou-se em Paris, onde se manteve até à eclosão da 2ª Guerra Mundial. “Fernando Lopes-Graça é uma figura muito importante na música portuguesa mais erudita e também da militância ao lado do Partido Comunista Português clandestino. Ele foi também uma fonte de inspiração muito importante para os cantores dos anos 60 e 70. Também era muito importante dar a ouvir músicas diferentes e estarmos atentos a vários estilos musicais. Por exemplo, a exposição também trata de fado que era algo polémico dentro da geração de 60 e, sobretudo, 70, mas também fala do folclore”, acrescenta Agnès Pellerin. A exposição propõe uma abordagem inclusiva em termos musicais, mas também quer devolver a esta história a presença de mulheres, nomeadamente as autoras de letras, poetisas como Natália Correia e Sophia de Mello Breyner, mas também há uma alusão à cantora francesa de origem portuguesa Catherine Ribeiro. Na exposição vai haver, também, projecções de filmes, conferências e encontros. Na inauguração, a 13 de Setembro, é apresentado “O Salto”, de Christian de Chalonge, de 1967, o primeiro filme de ficção realizado sobre a imigração portuguesa em França e em que a música foi composta por Luís Cília. A 20 de Setembro,  dois cantores da geração de Abril, Francisco Fanhais e Manuel Freire, vão cantar e conversar com os musicólogos Hugo Castro e Ricardo Andrade. Recorde-se que Francisco Fanhais esteve, em 1971, com José Afonso, José Mário Branco e Carlos Correia no Château d'Hérouville, nos arredores de Paris, a gravar “Grândola Vila Morena”. A 5 de Outubro, a Associação Memória Viva promove um debate em torno da música nos filmes que abordam a imigração portuguesa em França nos anos 60 e 70. A 9 de Outubro, o musicólogo Manuel Deniz Silva vai conversar com a historiadora Cristina Clímaco sobre o exílio, em Paris, do músico Fernando Lopes-Graça nos anos 1930. Também se pretende receber visitas de estudo. A exposição acontece no âmbito do projecto EXIMUS – Música e Exílio, do INET-md, uma unidade de investigação em música e dança na Universidade Nova de Lisboa, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Esta é uma parceria com a Maison du Portugal – André de Gouveia e a Associação Memória Viva. 

Em directo da redacção
Exposição em Paris homenageia música de intervenção portuguesa

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Sep 5, 2025 11:18


A Casa de Portugal na Cidade Universitária de Paris, vai acolher, de 13 de Setembro a 31 de Outubro, uma exposição sobre a actividade musical dos exilados portugueses em França durante a ditadura do Estado Novo (1933-1974), em particular da geração que se opôs às guerras coloniais dos anos 60 e 70 em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Neste programa, conversamos com Agnès Pellerin, uma das coordenadoras da exposição. A exposição “Chansons de l'Exil Portugais à l'Aube de la Révolution des Œillets” vai ser inaugurada a 13 de Setembro e fica patente até 31 de Outubro na Maison du Portugal-André de Gouveia, na Cité Universitaire Internationale de Paris. A mostra junta 13 painéis com cerca de cinquenta ilustrações, nomeadamente capas de discos, panfletos, fotografias, e é acompanhada por um guia que permite ouvir online alguns excertos sonoros com traduções em francês. Através da música, é apresentado o percurso de várias figuras da música de intervenção portuguesa que se exilaram em Paris, como José Mário Branco, Luís Cília, Tino Flores, Sérgio Godinho, Francisco Fanhais, que nas suas canções denunciam a ditadura, a pobreza em Portugal e a guerra colonial. “Esta exposição em francês é uma exposição documental que retoma elementos de uma exposição que já foi feita no âmbito do Observatório da Canção de Protesto, em Grândola, em 2020. É uma adaptação, tradução e inclui também novos elementos para atingir um público que não seja especialista e conhecedor da música portuguesa, nem lusófono. Também envolve excertos de canções online com traduções em francês. A ideia deste trabalho sobre música e exílio é interrogar os percursos dos músicos, a dimensão biográfica, mas também interrogar as narrativas individuais à luz das ligações deles com as culturas do país de acolhimento, incluindo as de outras comunidades exiladas. Os portugueses em França encontraram cá nos anos 1960, 1970, espanhóis que estavam a fugir do franquismo, depois gregos, chilenos, brasileiros”, conta à RFI Agnès Pellerin, investigadora em estudos culturais e uma das coordenadoras da exposição. Em França, o contexto é radicalmente diferente. Para começar, há liberdade de gravação, de criação e de difusão de canções de protesto que seriam imediatamente censuradas em Portugal e que denunciam abertamente as guerras coloniais, como, por exemplo, “A Bola” de Luís Cília, “Deserção” de Tino Flores, “Ronda do Soldadinho” de José Mário Branco. Criticam, ainda, a repressão, as prisões e a polícia política da ditadura, como “Vampiros” de José Afonso, “Queixa das almas jovens censuradas” e “Perfilados de Medo” de José Mário Branco e “Porque de Francisco Fanhais. Outras canções falam sobre a emigração, os seus sonhos e as suas desilusões, como “Por Terras de França” de José Mário Branco, “Cantar de emigração” de Adriano Correia de Oliveira ou “Que força é essa, amigo” de Sérgio Godinho e recentemente adaptada por Capicua. O vento revolucionário de Maio de 68 também agita os exilados portugueses, muitos dos quais ocupam, por exemplo, a Casa de Portugal e se inspiram para criar canções como “Les Mille et Une Nuits” de Sérgio Godinho. Depois, é a própria “chanson française”, na forma e no conteúdo, que contaminam os músicos portugueses, como Luís Cília, apadrinhado por Georges Brassens e que viria a gravar, mais tarde, um tema de Brassens adaptado por ele, “A Má Reputação”. Incontornável é a história mais conhecida da gravação, em 1971, da música que é o emblema da "Revolução dos Cravos", “Grândola Vila Morena”. Uma das fotografias centrais da exposição evoca justamente essa altura, com Francisco Fanhais, José Afonso e José Mário Branco de braço dado, no Château d'Hérouville, nos arredores de Paris. Ainda que haja um foco na criação musical dos anos 60 e 70, a exposição também aborda o percurso de Fernando Lopes-Graça. É que, em Maio de 1937, fugindo à repressão política do Estado Novo, Fernando Lopes-Graça instalou-se em Paris, onde se manteve até à eclosão da 2ª Guerra Mundial. “Fernando Lopes-Graça é uma figura muito importante na música portuguesa mais erudita e também da militância ao lado do Partido Comunista Português clandestino. Ele foi também uma fonte de inspiração muito importante para os cantores dos anos 60 e 70. Também era muito importante dar a ouvir músicas diferentes e estarmos atentos a vários estilos musicais. Por exemplo, a exposição também trata de fado que era algo polémico dentro da geração de 60 e, sobretudo, 70, mas também fala do folclore”, acrescenta Agnès Pellerin. A exposição propõe uma abordagem inclusiva em termos musicais, mas também quer devolver a esta história a presença de mulheres, nomeadamente as autoras de letras, poetisas como Natália Correia e Sophia de Mello Breyner, mas também há uma alusão à cantora francesa de origem portuguesa Catherine Ribeiro. Na exposição vai haver, também, projecções de filmes, conferências e encontros. Na inauguração, a 13 de Setembro, é apresentado “O Salto”, de Christian de Chalonge, de 1967, o primeiro filme de ficção realizado sobre a imigração portuguesa em França e em que a música foi composta por Luís Cília. A 20 de Setembro,  dois cantores da geração de Abril, Francisco Fanhais e Manuel Freire, vão cantar e conversar com os musicólogos Hugo Castro e Ricardo Andrade. Recorde-se que Francisco Fanhais esteve, em 1971, com José Afonso, José Mário Branco e Carlos Correia no Château d'Hérouville, nos arredores de Paris, a gravar “Grândola Vila Morena”. A 5 de Outubro, a Associação Memória Viva promove um debate em torno da música nos filmes que abordam a imigração portuguesa em França nos anos 60 e 70. A 9 de Outubro, o musicólogo Manuel Deniz Silva vai conversar com a historiadora Cristina Clímaco sobre o exílio, em Paris, do músico Fernando Lopes-Graça nos anos 1930. Também se pretende receber visitas de estudo. A exposição acontece no âmbito do projecto EXIMUS – Música e Exílio, do INET-md, uma unidade de investigação em música e dança na Universidade Nova de Lisboa, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Esta é uma parceria com a Maison du Portugal – André de Gouveia e a Associação Memória Viva. 

Conversas à quinta - Observador
Contra-Corrente. França, Alemanha: as dores económicas dum suicídio

Conversas à quinta - Observador

Play Episode Listen Later Sep 1, 2025 5:32


Em França o governo cai por lhe ser impossível aprovar um orçamento razoável. Na Alemanha o chanceler confessa o inconfessável: a economia já não paga o Estado Social. Notícias de um suicídio europeu.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Contra-Corrente
França, Alemanha: as dores económicas dum suicídio

Contra-Corrente

Play Episode Listen Later Sep 1, 2025 5:32


Em França o governo cai por lhe ser impossível aprovar um orçamento razoável. Na Alemanha o chanceler confessa o inconfessável: a economia já não paga o Estado Social. Notícias de um suicídio europeu.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Noticiário Nacional
15h atropelamento intecional faz 1 morto em França

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Aug 30, 2025 9:37


Vida em França
“A França foi pioneira porque identificou um grupo de risco"

Vida em França

Play Episode Listen Later Aug 14, 2025 8:14


O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, aprovou esta semana a Lei Duplomb, depois de o Conselho Constitucional ter censurado uma disposição que previa a reintrodução de um pesticida da família dos neonicotinóides - o acetamipride -, prejudicial para a biodiversidade e com riscos para a saúde humana. Pedro Horta, membro da ONG ambientalista portuguesa Zero, considera que a decisão “faz todo o sentido” e admite que outros países europeus poderão seguir o exemplo da França. O Conselho Constitucional francês censurou a medida mais controversa e de maior visibilidade do projecto de lei agrícola Duplomb, que previa a reintrodução do acetamipride, um pesticida prejudicial para a biodiversidade e com riscos para a saúde humana. Que importância tem esta decisão? Esta decisão faz todo o sentido, tendo em conta aquilo que estava a ser proposto na lei, e fazia a reversão de algumas leis sem dar uma justificação técnica. Quando se reverte uma proibição deste tipo, por preocupações de saúde e ambientais, tem de haver condições especiais de autorização. Quais são os impactos para o ambiente e para a saúde da utilização deste pesticida? O grupo dos neonicotinóides é conhecido por ter efeitos tóxicos ao nível dos insectos - ou seja, as pragas que se quer combater -, mas também afecta outros insectos, nomeadamente polinizadores e insectos auxiliares, que são aqueles organismos que acabam por fazer um controlo das pragas de forma natural. Em 2024, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos fez uma revisão do impacto dos insecticidas e propôs limites máximos desses resíduos nos alimentos, fazendo com que a dose de ingestão diária fosse diminuída. Houve ainda a percepção do risco na gestação de embriões e fetos em desenvolvimento ao nível de toxicidade. Aliás, foi essa a argumentação que se usou para baixar este índice de resíduos. Apesar da percepção do risco, os restantes países da União Europeia continuam a utilizar este pesticida. A França - que integra a União Europeia - vai acabar por ver chegar ao seu mercado produtos produzidos com este pesticida… Os produtos que são produzidos com este pesticida acabam por entrar no mercado único, porque não há barreiras comerciais. Porém, existem limites máximos de resíduos. Existe igualmente toda a legitimidade de um Estado-Membro querer legislar para proteger melhor a sua população e a forma de produção. Aqui, o ónus fica também nos outros Estados-Membros, em reavaliarem-se e perceberem se faz sentido um uso tão alargado desse pesticida. Por exemplo, em Portugal, temos cerca de 25 produtos aprovados para comercialização com esta substância activa, mas ela é também utilizada sem autorização para uso numa grande diversidade de culturas. Com esta revisão da dosagem diária de ingestão máxima e dos limites máximos de resíduos, decidida em 2024, o que se espera é que os próprios Estados-Membros façam uma reavaliação da forma como este pesticida está a ser usado. E, neste caso, a França foi pioneira, porque identificou um grupo de risco. A decisão da França pode vir, de certa forma, a influenciar outros Estados? Eu penso que sim. O Conselho Constitucional evoca artigos da Carta Ambiental que são muito semelhantes a outras constituições, incluindo a Constituição portuguesa. A questão da protecção do direito a uma vida saudável, num ecossistema equilibrado, é um direito fundamental. E, se de facto estas substâncias evocam algum risco, todos os Estados-Membros têm o direito de regular para além daquilo que é recomendado a nível da Comissão Europeia. Quando se sabe que há um risco para os consumidores, onde é que se encontra um equilíbrio? O equilíbrio está na aplicação de alguns dos princípios que temos no nosso ordenamento jurídico europeu e na aplicação das normas básicas da protecção integrada. Ou seja, devíamos estar cada vez mais a investigar formas alternativas de combater estas pragas, em vez de estarmos tão apegados a um modelo de uso sistemático de pesticidas. Não é só a questão de banir. Todos os Estados-Membros deveriam ter a obrigatoriedade de fomentar o uso das boas práticas na questão da utilização de pesticidas. O produto deveria ser utilizado em último recurso, e não de forma sistemática. Em França, põe-se a questão da beterraba e das avelãs - culturas identificadas como estando em risco. É possível produzir estas culturas sem este tratamento. Existem mecanismos de autorização de emergência no caso de, de facto, os danos económicos serem muito elevados. Os agricultores franceses denunciam uma concorrência desleal… O próprio Estado-Membro pode adoptar mecanismos para tornar o produto mais transparente. Pode recorrer a uma rotulagem para informar se foram utilizados pesticidas na produção agrícola, fazendo com que o consumidor final tenha acesso a essa informação. Esse nível de transparência também pode afectar a forma como os mercados depois respondem, através da regulação do preço. Produtos onde não foi utilizado o pesticida serão vendidos a um preço superior àqueles onde foram utilizadas substâncias químicas. Podemos evoluir mais nesse sentido, com práticas agrícolas mais transparentes para o consumidor final e intermédio. Já aqui falou de uma alternativa aos pesticidas. A luta biológica pode ser determinante para os países da União Europeia? Sem dúvida. E é por aí que temos que avançar, não só na compra e venda destes organismos auxiliares, mas também na própria forma como configuramos os sistemas de produção. Claro que, quando temos uma monocultura - ou seja, apenas uma espécie cultivada em grandes áreas -, o risco de aparecimento de pragas e doenças é muito maior. Porém, há maneiras de configurar o próprio sistema de produção com maior variabilidade, rotações de culturas ou associação de espécies - conjugação de espécies diferentes no mesmo espaço de produção. Podem ser criadas faixas e corredores verdes que permitem que os auxiliares também se consigam reproduzir e fazer alguma limitação natural da praga. Ou seja, existe um conjunto de soluções técnicas possíveis, já testadas em campo, que devem ser adoptadas de forma mais generalizada. Isso vai permitir evitar a dependência do uso sistemático de químicos e a inserção de policultura nos nossos sistemas agrícolas, dando um pouco mais de resiliência a quem produz. Porque, se houver uma falha numa cultura, há maiores capacidades noutras. A grande questão é sempre a não captura de valor noutras partes da cadeia do sistema alimentar. Muitas vezes, o produtor é mal remunerado pelo que produz, colocando-o numa situação de risco com qualquer cultura que escolha. Em termos técnicos, é possível produzir sem uso destes pesticidas e é possível produzir de uma forma mais resiliente - em que o uso destas substâncias possa ser feito, de facto, apenas numa emergência, e não de forma sistemática.

Vida em França
Série televisiva retrata “o extraordinário percurso da comunidade portuguesa de França”

Vida em França

Play Episode Listen Later Jul 23, 2025 22:32


“O Extraordinário Percurso da Comunidade Portuguesa de França” é uma série documental em oito episódios que fala sobre os portugueses e lusodescendentes de hoje em França, mas também recorda os que fugiram de Portugal no século XVI, os que combateram na Primeira Guerra Mundial e os que participaram na Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial. A série é realizada por Carlos Pereira, director do mais conhecido jornal das comunidades por terras francesas, o LusoJornal, e está a ser difundida na RTP Internacional, ficando disponível online. RFI: “Por que é que a série se chama ‘O Extraordinário Percurso da Comunidade Portuguesa de França'? O que é que este percurso tem de tão extraordinário? Carlos Pereira, Realizador de “O Extraordinário Percurso da Comunidade Portuguesa de França”: “Eu acho que este percurso é, de facto, é extraordinário. A grande massa dos portugueses que chegaram nos anos 50, 60, não sabia ler, não sabia escrever. Eram, no melhor dos casos, iletrados, mas numa grande parte eram analfabetos e conseguindo dar a volta à situação, trabalhando muito, conseguiram impor-se e estar em França como se fosse quase em Portugal. Eu acho que este percurso é mesmo um percurso extraordinário. E depois, ao trabalhar sobre este percurso, apercebi-me que isto já vinha de antes dos portugueses que participaram na Primeira Guerra Mundial, que estiveram na Segunda Guerra Mundial e que fizeram um trabalho importante também de resistência durante a ocupação nazi. Procurando ainda melhor, vimos que já os judeus portugueses que chegaram cá durante a Inquisição fizeram um trabalho impressionante de integração em França. Iniciei aí este percurso que inicia no século XVI e que chegou até hoje.” Quantos portugueses e lusodescendentes é que vivem hoje em França? Ainda são uma “comunidade invisível” como outrora ficou conhecida? “Essa pergunta já responde, de facto, que é uma comunidade invisível, isto é, nós não sabemos dizer o número exacto de portugueses que moram em França. Hoje ninguém tem estes números. Isto é sintomático. Nem Portugal tem estes números, nem também França tem estes números, portanto não sabemos. É uma comunidade muito grande que está em todo o lado. Encontramos os portugueses na política, nas associações, no desporto, na cultura, os empresários... Agora, o número exacto, quantos somos, não sabemos responder a essa pergunta.” Muitas vezes os políticos falam em um milhão, um milhão e meio de portugueses em França... “Ouve-se de tudo. Fala-se entre um milhão e duzentos mil e um milhão e quinhentos mil. Já aí entra esta diferença que é bastante grande, mas estima-se que esta comunidade ande por aí. Há muitos lusodescendentes que não têm a nacionalidade portuguesa, que não estão registados, que podiam ser portugueses a qualquer momento. E depois também há as mulheres e os maridos de portugueses que também podiam ser portugueses a qualquer momento se fossem pedir a nacionalidade e isto faria certamente números muito maiores.” Como é que surgiu a ideia de fazer esta série documental? “Era importante contar esta história. O que nós fazemos no LusoJornal regularmente é contar esta história, a história contemporânea de portugueses que moram em França. Não há nada ou há muito pouco registado em vídeo, isto é, não há muitos documentários sobre os portugueses de França.” Há os documentários do realizador José Vieira. “Pois houve alguns documentários do José Vieira, mas há muito poucos documentários sobre os portugueses de França e são muito sobre a história, sobre ‘o salto', sobre antes do ‘salto' ou depois do ‘salto' e não tanto sobre os portugueses de hoje e eu quis dar a minha contribuição. Propus à RTP, a RTP também queria fazer um trabalho sobre isto, apareci num bom momento, na boa altura, a compra estabeleceu-se, fizemos este acordo e a série foi feita em oito episódios por enquanto. Espero que haja uma segunda série, era importante que se retratasse este percurso e, sobretudo, que se fizesse uma fotografia actual de uma comunidade enorme, como já dissemos, mas que é tão desconhecida em Portugal e em França. Ainda recentemente, neste último episódio sobre os judeus, houve muita gente que me ligou e que me disse que não conhecia esta história, nem portugueses nem franceses.” Qual é essa história dos judeus portugueses em França? “Os judeus saíram de Portugal durante a Inquisição e uma parte pequena, apesar de tudo, veio instalar-se em França, onde também não podia haver a prática judaica. O rei Henrique II decide permitir a instalação deles em Bordéus - ou na faixa entre Bordéus, Hendaye e Bayonne - dizendo que eles também não são judeus, porque tinham sido convertidos à força em Portugal, cristãos novos, e arranjando ali alguns argumentos decide autorizá-los a ficar. Dali foram-se expandindo no país inteiro e deram um primeiro-ministro Pierre Mendès France, o Georges Mendel, os irmãos Pereira, isto é, desenvolveram os caminhos-de-ferro em França, as termas, fizeram aqui impérios e depois chegou a Segunda Guerra Mundial e veio estragar um pouco esta comunidade já que muitos deles foram deportados e mortos. Ficaram uma sinagoga portuguesa em Paris, outra em Bordéus e outra em Bayonne, onde se pratica ainda agora o rito português que é um rito muito específico, embora já não sejam portugueses a ocupá-las ou muito poucos a frequentá-las e são os judeus da África do Norte que, entretanto, sendo também sefarditas, embora pratiquem um rito diferente, foram-se habituando a praticar o rito português, já que estas sinagogas obrigam, por estatuto, que se siga o rito português até ao fim dos tempos. Depois ficou um cemitério judeu em Bordéus e o primeiro cemitério judeu em Paris que ainda hoje é possível visitar se for pedida autorização ao consistório. Eu visitei e filmei. Ainda ficaram alguns rastos desta comunidade e eu acabo o documentário no Josué Ferreira, que é um lusodescendente que acabou por ser a primeira mulher rabina a ser ordenada em França e que depois mudou de nome e de sexo e agora é Josué Ferreira e é rabino na comunidade liberal em Montpellier. É um lusodescendente que se converteu ao judaísmo e hoje é um rabino.” Outro episódio, difundido em Junho, chama-se “Lusodescendentes e politicamente implicados em França”. O que é que representam estes luso-eleitos no mapa político francês em termos de números e em termos de visibilidade da própria emigração portuguesa? “Segundo a Cívica, portanto, a associação dos autarcas de origem portuguesa, há por volta de 8.000 autarcas de origem portuguesa. Este número também não é fácil de verificar. No LusoJornal verificámos uma boa parte, uns 80%, e este número não deverá andar muito longe daí. Isto chega-se lá através dos nomes, mesmo se depois há os Costas que até poderão ser espanhóis. Ou então, por exemplo, uma autarca que tinha o apelido francês devido ao casamento, mas que é portuguesa. Portanto, 8.000 representam muito e os portugueses - repito - chegaram cá praticamente analfabetos. Eles não conheciam o sistema francês e descobriram tudo. Houve aqui todo um trabalho de afirmação, digamos assim. Há os autarcas, depois há os deputados. Há quatro deputados actualmente na Assembleia Nacional Francesa e nós entrevistámos dois deles. Depois, entrevistámos os presidentes de câmara, vereadores em Paris, na região parisiense, mas também em Clermont-Ferrand, onde há uma comunidade grande portuguesa e há, aliás, uma deputada de lá. No fim, na altura em que filmámos, uma lusodescendente tinha chegado ao Parlamento português: era a Nathalie Oliveira e ela conta também esse percurso de como é que fazendo um percurso no PS francês, ela acabou por ser eleita deputada em Portugal, apesar de muitas dificuldades. Era o retorno, no fundo, da moeda, era o regressar a Portugal enquanto deputada.” Há outro episódio que tem como título “Associações Portuguesas de França - Uma teia de Influências”. Qual é que tem sido a importância do movimento associativo português em França? E por que é que de 900 associações portuguesas no final dos anos 90, hoje há muito poucas? “Hoje há muito menos associações portuguesas em França porque o problema hoje não é o mesmo. Nos anos 70 e 80, ainda não havia internet, ainda não havia redes sociais, ainda não era possível ver a televisão portuguesa em França e, por isso, as pessoas juntavam-se numa associação e a associação era o terreno que eles constituíam aqui. Hoje, isso já não é preciso, isso já não é prioridade. As pessoas iam a uma associação muitas vezes encontrar trabalho, encontrar casa, encontrar mulher ou marido, até nos grupos de folclore. Isso hoje já não é uma prioridade e, portanto, muda-se muito os objectivos e há muitas associações que não se souberam adaptar e que vão certamente acabar. Há muitas que já acabaram. Eu escolhi apenas grandes associações que fazem a diferença, já que evidentemente eu não podia entrevistar 900 e tal associações.” Quantas associações há hoje? “Não sei e esse é também um problema. É que nós não sabemos exactamente o número de associações que existem em França. Em França, é muito fácil criar uma associação, isto é, duas pessoas juntam-se e vão declarar a associação. Demora três ou quatro dias e custa 20 e tal euros. Há muitas associações que depois existem no papel e não existem na prática. Enfim, é completamente impossível dizer o número de associações portuguesas que há em França. Agora, eu escolhi umas oito ou nove e escolhi aquelas que se impuseram mais, ou porque construíram edifícios enormes que estão actualmente a dinamizar e a ceder às próprias Câmaras Municipais ou então, como em Dijon e em Clermont-Ferrand, ou a associação de Pontault-Combault que faz um festival enorme todos os anos que é já uma festa da própria cidade, embora seja organizada por uma associação portuguesa. Isso acontece em Clermont-Ferrand também. Também escolhi a Associação de Nanterre porque organiza uma feira de produtos portugueses e aqui há também esta dimensão comercial ou de promoção regional de produtos endógenos num outro país. Escolhi a associação O Sol de Portugal que foi a primeira associação juvenil a ser criada em França, é uma associação em Bordéus que tem a particularidade de até agora nunca nenhum homem a ter dirigido e sempre foi dirigida por mulheres e tem experimentado, de há uns anos para cá, uma nova fórmula que é uma co-presidência. Portanto, actualmente há três mulheres a presidir a esta associação.” De todos os episódios, quais são aqueles que mais o marcaram? “Eu gostei muito de realizar os episódios sobre a Resistência e sobre os judeus, já que eu tinha feito uma sinopse inicial e ela acabou por ser completamente alterada. Isto é, eu fui aprendendo tanta coisa nova durante a própria realização que fui alterando. Esses dois marcaram-me muito. Portugal é um país neutro na Segunda Guerra Mundial e afinal eu entrevistei famílias de pessoas que foram fuziladas devido a serem resistentes, de pessoas que foram levadas num comboio para campos de concentração alemães e morreram no comboio, deitaram-nos do comboio abaixo. Isto é, aprendi muito em relação a estes dois episódios um pouco mais históricos. O episódio sobre o fado eu gostei muito de o ter realizado. Há um mundo fadista português aqui. Eu mostrei esse mundo fadista e gostei bastante. E depois todos os outros. Gostei dos empresários, do desporto, da cultura. Esses ainda não passaram, ainda vão passar agora. São episódios muito engraçados que mostram coisas novas e o importante é que eu agora receba mensagens de gente que me diga ‘Nunca vi isto assim, com este olhar'. Um olhar global, digamos assim. Aprendi muito. Fico contente por saber isso e por ter conseguido dar esta imagem global e de levar coisas novas que as pessoas não sabiam.” Vamos a esse universo fadista em França. Que universo é? “É um universo muito feminino, mas isto é a circunstância do tempo porque houve já mais homens a cantar fado no passado, mas actualmente é um universo muito feminino e, portanto, eu fui buscar uma cantora que é a Mónica Cunha, que aprendeu a cantar em Portugal e que veio para cá dar aulas de português e acabou por se impor aqui também enquanto fadista. Também fui buscar uma jovem que já nasceu cá, que nunca viveu em Portugal e que, à força de corrigir o sotaque, ela impõe-se no meio fadista aqui como uma grande fadista, a Jenyfer Raínho. Fui buscar uma francesa, a Lizzie, que não tem absolutamente nada a ver com Portugal e que um dia viu na televisão uma reportagem, viu alguém a cantar e disse ‘Eu adoro esta música'. Hoje ela fala um português perfeito e canta muito bem. Fui buscar pessoas que vêm de outros horizontes, isto é, da bossa nova, por exemplo, como é o caso da Tânia Raquel Caetano e que se aproximou a seguir do fado. Fui buscar um músico como o Philippe de Sousa, que viveu até muito pouco tempo em Portugal, mas que é um fadista, ou melhor, ele toca viola inicialmente, depois descobre a guitarra de fado e hoje leva essa guitarra de fado a outros universos do jazz, portanto com outras músicas, de outros horizontes menos convencionais e isso interessou-me muito. Pelo meio, há o Jean-Luc Gonneaud, um especialista de fado, francês, que um dia foi a Lisboa, já há muitos anos, porque fez um estágio em Lisboa e apostou com um irlandês que iam cantar um fado. No dia em que iam cantar, o irlandês disse que não ia. Ele foi e cantou o fado ‘O Marceneiro'. Desde aí ele é muito conhecido no mundo fadista em Portugal também, e  muitas vezes assume esta ponte entre a França e Portugal.” Fala-se muito nas histórias de sucesso de empresários portugueses... Também as aborda... “O meu objectivo não era ficar naqueles empresários que nós já conhecemos todos e que são empresários de sucesso. Eu fui à procura de nova gente e encontrei, por exemplo, o Michel Vieira, em Lyon, que ninguém conhece e é o maior empresário português de França. Ele já nasceu cá porque os pais vieram para cá, o pai era bate-chapas, a mãe era mulher-a-dias e resolveram instalar-se aqui por mero acaso. Ele conta a história no filme. Ele fez um CAP, que é um diploma de base a seguir à quarta classe, e aprendeu a ser electricista. Andou a trabalhar nas obras e não gostou, disse que tinha muito frio, voltou à escola e resolveram propor-lhe uma especialização em electrodomésticos. Ele começa a reparar máquinas de lavar a louça e a roupa e, a partir daí, entra numa empresa ainda estagiário, vai crescendo, chega a chefe técnico, chefe comercial, depois director-geral e compra a empresa ao patrão. A empresa devia ter uns 12 milhões de euros naquela altura e ele começa a comprar outras empresas e comprou uma por 500 milhões de euros - é até hoje o único empresário sem sequer o 12° ano a obter um crédito de 500 milhões de euros. E se tudo funcionar bem, como ele espera, agora em 2025 ele vai chegar ao fim do ano e vai ter mil milhões de volume de negócios. Portanto, será o maior empresário português em França a entrar no grupo das 300 maiores empresas francesas. É uma história impressionante. Ele costuma dizer: 'Só foi possível por eu ser português, porque eu não estou a ver como é que vão dar um crédito a uma pessoa assim que chega e que não tem estudos nenhuns, que vem pedir um crédito de 500 milhões de euros, é só mesmo por eu ser português e eles reconhecerem o facto de ser trabalhador.'” O Carlos Pereira também aborda os portugueses no mundo cultural francês... “Em relação à cultura, o meu objectivo não é de contar os portugueses que estão a dominar os centros culturais ou teatros aqui em Paris porque essa é uma história que já muita gente conhece. Fui buscar pessoas que estão em horizontes muito diversos. É muito difícil fazer um episódio como este sobre a cultura ou sobre o desporto, já que há tanta gente a fazer cultura, a fazer desporto em domínios diferentes. Fui buscar uma realizadora, a Cristelle Alves Meira, fui buscar um coreógrafo que tem uma companhia em Bayonne que está a funcionar muito bem, o Fábio Lopes, foi buscar um pianista, Ricardo Vieira... Isto é, fui buscar várias pessoas a trabalharem em ramos diferentes e juntei-as de maneira a mostrar precisamente a diversidade, sem ser um catálogo onde se mostra tudo. Há muita gente que infelizmente não consegui pôr, mas o objectivo era mostrar que há gente em várias áreas. Mostrei isso também no desporto. Não queria falar só sobre futebol. Isso é um grande erro, pensar que os portugueses de França são todos adeptos de futebol e fazem todos futebol. Há portugueses em muitas outras áreas, no futebol também, é evidente, mas os portugueses dominam o futsal francês, há modalidades mais pequeninas, como o bilhar, os matraquilhos e a pelota basca que tem uma federação portuguesa que nasceu em França. A minha ideia era mostrar a diversidade e não tanto fazer um inventário de quem faz o quê.” A série “O Extraordinário Percurso da Comunidade Portuguesa de França” pode ser vista no site da RTP.

Noticiário Nacional
9h Tempestade em França causa mortos e estragos

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 13:43


Porque Sim Não é Resposta
Ecrãs? Nem pensar antes dos três anos

Porque Sim Não é Resposta

Play Episode Listen Later Jun 23, 2025 11:53


Em França, Governo quer tornar claro o que muitos especialistas já defendem há anos: crianças até aos três anos não devem ser expostas a ecrãs - em lado nenhum, nem em casa.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Semana em África
Países lusofonos investidos nas protecção e potencialidades dos oceanos

Semana em África

Play Episode Listen Later Jun 13, 2025 10:54


Todos os países lusófonos em África marcaram presença na 3.ª Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, onde mostraram os seus avanços na acção para a preservação dos mares. Esta semana ficou marcada pela 3.ª Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, que decorreu na cidade francesa de Nice e onde estiveram presentes todos os países africanos de língua portuguesa. A jornalista Cristiana Soares este neste evento e entrevistou vários intervenientes lusófonos Em França, Angola reafirmou o seu compromisso com a protecção dos oceanos e a mitigação das alterações climáticas. A ministra do Ambiente de Angola, Ana Paula de Carvalho, avançou ainda que o processo de criação da primeira área de conservação marinha do país “está numa fase avançada", quase concluído. Também a ministra das Pescas e dos Recursos Marinhos de Angola, Carmen Sacramento dos Santos esteve em Nice e alertou para os perigos da pesca ilegal, admitindo que fiscalizar os 1.650 km da costa angolana é um desafio devido à falta de meios. O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, proferiu um discurso na abertura desta cimeira admitiu que a humanidade está confrontada com um desafio existencial, a preservação da integridade dos oceanos. Os oceanos têm um lugar central na Guiné-Bissau, lembrou o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Acção Climática guineense, Viriato Cassamá, mas o país também tem levado a cabo outros esforços ambientais, nomeadamente de preservação das florestas, dando-lhe créditos de carbono, resultado de um projecto iniciado em 2006 para quantificar o carbono armazenado nas florestas nacionais. A ministra do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável de São Tomé e Príncipe, Nilda Borges da Mata, também esteve em Nice e não só anunciou a recém criação de oito áreas marinhas protegidas, como falou sobre a importância de o país passar a sediar o secretariado da Economia Azul da CEEAC. Cabo Verde também se afirmou nesta cimeira, com o Ministro do Mar, Jorge Santos, a defender a criação de centros de excelência nos países lusófonos insulares para uma liderança partilhada e sustentável da economia azul. Guiné-Bissau Esta semana, os sindicatos queriam paralisar a educação e a saúde na Guiné-Bissau, com uma greve que durava desde segunda-feira. No entanto, para substituir os profissionais de saúde em greve, foram destacados militares, algo que desagradou a central sindical Frente Social, como denunciou Yoyo João Correia, porta-voz da Frente social, em declarações a Miguel Martins. Poucos dias depois, o Presidente Umaro Sissoco Embaló declarou ter sido ele a decidir esta substituição como nos relatou o nosso correspondente Mussá Baldé. São Tomé Em São Tomé e Príncipe arrancaram esta semana oficialmente as celebrações dos 50 anos da Independência do país, com o Presidente, Carlos Vilas Novas, a traçar as suas prioridades a partir da ilha do Príncipe, como nos relatou Maximino Carlos. Cabo Verde Em Cabo Verde, o governo vai regularizar as dívidas dos estudantes para com as universidades no último ano da licenciatura. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia, como nos explicou Odair Santos Angola Em Angola, o Governo vai contratar mais de mil médicos cubanos para reforçar a capacidade de resposta do sector da saúde, confrontado com a falta de recursos humanos especializados. Avelino Miguel deu-nos mais detalhes a partir de Luanda.

Câmara dos Representantes
Série RTPI portugueses em França e Asssociação Lusodescendentes

Câmara dos Representantes

Play Episode Listen Later Jun 12, 2025 47:46


Série RTPI sobre comunidade portuguesa em França, conversamos com o realizador Carlos Pereira e Luís Costa da RTPI. Cristina Passas e José Governo da AILD apresentam-nos os novos projetos. Edição Paula Machado

Actualidade - Renascença V+ - Videocast
Dois mortos e mais de 500 detidos em França durante celebrações

Actualidade - Renascença V+ - Videocast

Play Episode Listen Later Jun 1, 2025 1:35


Dois mortos e mais de 500 detidos em França durante celebraçõesf88de7ae-dc3e-f011-a5f1-0

Jose Candeias - HÀ Conversa
Mobiliário português em França ,Rui Gomes

Jose Candeias - HÀ Conversa

Play Episode Listen Later May 2, 2025 9:31


Convidado
Livro que abalou ditadura portuguesa tem nova tradução em França

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 22, 2025 17:15


Mais de meio século depois da publicação do livro que abalou a ditadura portuguesa, “Novas Cartas Portuguesas”, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, há uma nova edição em francês. “Nouvelles Lettres Portugaises” é uma tradução de Ilda Mendes dos Santos e Agnès Levécot e espera fazer redescobrir a intemporalidade de uma obra que foi revolucionária. A RFI conversou com Agnès Levécot neste programa. “Eu acho que, naquela altura, em Portugal, não era nada estranho que este livro tivesse esse efeito de bomba”, contava à RFI, há um pouco mais de um ano, Maria Teresa Horta, uma das autoras das “Novas Cartas Portuguesas”, que nos recebeu, em sua casa, em Lisboa, nas vésperas dos 50 anos da Revolução dos Cravos e que nos deixou em Fevereiro de 2025, aos 87 anos.A obra de Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, publicada em 1972, foi uma revolução literária e feminista que denunciou ao mundo o regime fascista português, o colonialismo, o racismo, o machismo, a violência sobre as mulheres, ao mesmo tempo que subvertiam as noções de autoria e de género na literatura.A ditadura do Estado Novo considerou o livro como “insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública”, abrindo um processo judicial contra as escritoras que ficaram ameaçadas com uma pena entre seis meses a dois anos de prisão. Seguiu-se uma onda de solidariedade internacional e o livro chegou a todo o mundo, incluindo a França, onde em 1974 é publicada a tradução de Monique Wittig e Evelyne Le Garrec.Mais de meio século depois, e perante uma edição há muito esgotada, surge agora nova tradução, “Nouvelles Lettres Portugaises”, de Ilda Mendes dos Santos e Agnès Levécot, editado pela Ypsilon, que chega às livrarias francesas a 7 de Maio e que é apresentada esta sexta-feira, 25 de Abril, em Paris.Fomos conversar com Agnès Levécot para perceber “o que podem [ainda] as palavras” das Três Marias.“Essa é uma pergunta complicada porque as próprias escritoras, as três, no fim do livro, ainda fazem a pergunta. Realmente um dos aspectos literários desta obra é o questionamento do acto da escrita e até ao fim, nas últimas cartas, elas continuam a pôr a questão ‘o que podem as palavras?' Quanto a nós, como tradutoras, chegámos à conclusão também que todos os aspectos políticos e históricos que são denunciados nas cartas continuam actuais. Esse é o problema. A questão do colonialismo continua actual. A questão da repressão continua. A questão feminista também. Estamos a ver, no mundo actual, um retrocesso em relação a esse aspecto. Portanto, continua completamente actual”, explica Agnès Levécot.Em plena ditadura, “Novas Cartas Portuguesas” era uma obra literária inédita que esbatia noções de autoria e de género e que era assinada colectivamente por três autoras que escreviam, sem tabus, sobre o corpo, o desejo, mas também sobre a violência de que eram vítimas as mulheres. Denunciavam, ainda, a guerra colonial, a pobreza, a emigração, a violação sexual, o incesto, o aborto clandestino. O livro era, assim, um perigo para o regime repressivo, retrógrado e fascista português. Pouco após o seu lançamento, em 1972, os exemplares foram recolhidos pela censura e o Estado português movia um processo judicial contra as “Três Marias”. Perante as ameaças de prisão e a tentativa de silenciamento das autoras, nasce um movimento de solidariedade internacional. Meses depois de ter sido publicado, em 1972, o livro chega às mãos da escritora francesa Christiane Rochefort e, através dela, ao grupo feminista Movimento de Libertação das Mulheres. Seguem-se várias acções de luta, nomeadamente em França, e que envolvem nomes como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras. Há distribuição de panfletos, recolha de assinaturas para um abaixo-assinado entregue na Embaixada de Portugal em Paris e uma procissão de velas diante da Catedral de Notre-Dame. Outro momento emblemático é a leitura-espectáculo “La Nuit des Femmes”, a 21 de Outubro de 1973, no Palais de Chaillot, em Paris, que deu origem ao documentário “Les Trois Portugaises”, de Delphine Seyrig (1974).“Monique Wittig e Evelyne Le Garrec pegaram no texto e fizeram uma primeira tradução que foi publicada em 1974. Entretanto, tinha havido excertos traduzidos para artigos e espectáculos porque houve uma série de espectáculos e movimentações de apoio às Três Marias quando estavam no julgamento. Houve uma noite que ficou muito famosa que foi ‘La Nuit des Femmes' em que leram alguns excertos”, relembra Agnès Levécot, sublinhando que “o aspecto literário quase não foi abordado na altura”.O aspecto literário é precisamente “uma coisa fora do comum”, acrescenta a especialista em literatura lusófona. Três mulheres escrevem colectivamente uma obra literária e política, depois de terem publicado livros que não agradaram à ditadura patriarcal portuguesa. Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno tinham lançado, em anos anteriores, livros que denunciavam a opressão e a secundarização da mulher: Maina Mendes (1969) e Os Legítimos Superiores (1970). Em 1971, Maria Teresa Horta também publicava Minha Senhora de Mim e escrevia abertamente sobre o desejo, algo considerado escandaloso pelos fascistas.“São três mulheres que já eram escritoras, que já tinham publicado obras bastante feministas, que se juntaram e decidiram escrever um livro a três. Começaram a reunir-se todas as semanas num restaurante em Lisboa. Todas as semanas traziam um texto que elas tinham escrito e trocavam ideias a propósito dos textos, mas não os modificavam. A certa altura, começaram a pensar na figura de Mariana Alcoforado, a religiosa portuguesa, e começaram a escrever cartas. Globalmente, são chamadas cartas, mas não são só cartas, tem vários géneros: poesia, ensaios, supostos artigos de jornal, textos teóricos... Elas escreveram cartas a uma Mariana, mas são as descendentes de Mariana, ou seja, as várias Marianas que vieram depois. Portanto, têm cartas de vários séculos a acompanhar o percurso de uma suposta Mariana”, acrescenta Agnès Levécot.No posfácio de “Nouvelles Lettres Portugaises”, Agnès Levecot e Ilda Mendes dos Santos recordam, justamente, a importância da figura de Mariana Alcoforado, suposta autora das “Cartas Portuguesas”, de 1669, “apresentada por alguns como o arquétipo da mulher portuguesa” e a partir da qual “as Três Marias trabalham a questão da autoridade e do poder, o exercício da violência e da dominação, assim como, o poder da palavra”.Agnès Levecot, que já tinha participado no livroNovas Caras Portuguesas entre Portugal e o Mundo, que foi publicado depois de uma pesquisa internacional sobre a recepção das "Novas Cartas Portuguesas" no mundo, foi convidada por llda Mendes dos Santos para se juntar a ela na tarefa de traduzir a obra. “As principais dificuldades estavam no facto de serem textos completamente diferentes do ponto de vista do género, da tonalidade, da língua usada. Portanto, temos textos a imitar o estilo do século XVII ou XVIII, e aí a Ilda teve um papel muito importante porque ela trabalha muito sobre esses séculos. Foi sobretudo adaptar-se, tentar encontrar um estilo para cada momento e cada época. Depois, nós íamos oferecer uma tradução francesa a franceses e forçosamente tínhamos que encontrar uma maneira de passar certos elementos históricos, geográficos, políticos para o público francês perceber, porque são textos que estão muito impregnados de referências intertextuais portuguesas e internacionais de textos muito conhecidos e outros muito menos conhecidos, mas bem conhecidos dos portugueses. Referências políticas, nomes também, ou seja, elementos que nos levaram a acrescentar 200 e tal notas no fim do livro”, acrescenta.“Nouvelles Lettres Portugaises” chega às livrarias francesas a 7 de Maio e é apresentada esta sexta-feira, 25 de Abril, na livraria Les Nouveautés, em Paris. Uma data simbólica para Agnès Levécot que estava em Portugal no 25 de Abril de 1974 e ainda guarda, em casa, um cravo desses tempos revolucionários que marcariam, para sempre, o seu percurso pessoal e profissional.

Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer

Os pais de adolescentes já andavam alarmados com a série “Adolescência”, da Netflix. Uma violação em Loures, com as imagens partilhadas na internet pelos rapazes que cometeram o crime, trouxe para a ordem do dia o debate sobre o uso de telemóveis e sobre as redes sociais. Com eleições à porta, o governo de gestão foi fazer um comíc…, perdão, uma reunião do Conselho de Ministros ao Porto. Onde? No Mercado do Bolhão. Com banho de multidão e tudo. Enquanto a campanha eleitoral entre frutas e hortaliça já está em marcha há quem insista em falar de ética. Mas como disse em tempos uma célebre vedeta televis…, perdão, filósofa: “quem tem ética, passa fome.” Em França, Marine Le Pen foi condenada, vai ter uma pulseira nova e não poderá candidatar-se ao Eliseu. Mas não se ficou: compara-se ao dissidente russo morto Alexei Navalny. Morto por quem? Pelo amigo e financiador de Marine, Vladimir Putin. E que dizer das tarifas de Trump? As bolsas de valores já começaram a pronunciar-se. O adolescente mimado que ocupa a Casa Branca está em roda livre.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Expresso - Expresso da Manhã
Extra: Le Pen condenada provoca terramoto político em França e tsunami na extrema-direita europeia

Expresso - Expresso da Manhã

Play Episode Listen Later Mar 31, 2025 13:47


Marine Le Pen foi condenada a quatro anos de prisão e considerada inelegível durante cinco anos, o que a afasta das eleições presidenciais de 2026. Vai recorrer mas o recurso não tem efeitos suspensivos, se o tribunal de recurso não decidir a tempo não vai poder mesmo concorrer a eleições. Os outros partidos franceses dizem que é a justiça a funcionar, o partido de Le Pen e os seus aliados europeus, Kremlin incluído, dizem que a Democracia está posta em causa. Neste episódio extra, conversamos com o jornalista Hélder Gomes.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Noticiário Nacional
10h Novo Governo em França: está para breve o anúncio da escolha

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Dec 13, 2024 13:08


Sem Moderação
Portugal precisa de farda militar na presidência como França necessita de novo Governo?

Sem Moderação

Play Episode Listen Later Dec 6, 2024 20:44


No Antes Pelo Contrário em podcast, Pedro Delgado Alves e José Eduardo Martins debatem a possibilidade de Portugal voltar a ter um candidato presidencial proveniente das Forças Armadas, na figura de Gouveia e Melo. Em França, o governo de Michel Barnier caiu após uma moção de censura aprovada pela coligação de esquerda Nova Frente Popular, com apoio da extrema-direita. Emmanuel Macron, que não pode ser deposto pela Assembleia Nacional, prometeu continuar no cargo até 2027. Agora, os franceses e o resto do mundo esperam para ver que novo executivo sairá desta nova crise. O Antes Pelo Contrário foi emitido a 05 de dezembro.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Noticiário Nacional
|||09h Crise política em França

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Dec 2, 2024 15:09


Noticiário Nacional
|||10h Crise política em França

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Dec 2, 2024 10:23


Expresso - Expresso da Manhã
Henrique Cymerman: “Guterres e a sua tentativa, quase religiosa, de manter um equilíbrio gera indiferença em Israel”

Expresso - Expresso da Manhã

Play Episode Listen Later Nov 11, 2024 14:17


O correspondente da SIC em Telavive diz que o ataque a adeptos israelitas foi preparado com antecedência e diz não entender a razão que leva o secretário-geral das Nações Unidas, a propósito do que se passou em Amesterdão, a falar em antissemitismo e fanatismo anti-muçulmano. Na próxima quinta-feira, joga-se o França-Israel, em Paris, para a Liga das Nações. Em França estão as maiores comunidades de judeus e muçulmanos, o jogo é de alto risco.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer

O governo completou 100 dias no poder, sem saber quantos mais lá estará. No verão prepara-se o outono e os preparativos incluem o fandango de uma troca de galhardetes marialva: “atreve-te!”, diz um; “não penses que tenho medo!”, responde o outro. Enquanto isso, a Procuradora-Geral da República, que não gosta de “espalhafato”, deu a primeira entrevista desde que está no cargo. Não admite erros na actuação do Ministério Público, não tem desculpas a pedir e abriu guerra ao poder político. Em França, “c'est le bordel”, sem perspectivas de uma solução de governo. E Joe Biden, cercado pelos seus próprios correligionários, continua a resistir. Mesmo chamando Putin a Zelensky e Trump a Kamala.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Expresso - Eixo do Mal
O estado da Justiça e da presunção de inocência segundo Lucília Gago

Expresso - Eixo do Mal

Play Episode Listen Later Jul 12, 2024 51:45


O estado da Justiça, de Biden e da França em análise no Eixo do Mal em podcast, com Daniel Oliveira, Luís Pedro Nunes, Pedro Marques Lopes e Clara Ferreira Alves. À mesa desta emissão de quinta-feira está a entrevista à procuradora-Geral da República, que disse que António Costa continuará sob investigação e que o Ministério Público se considera vítima de uma "campanha orquestrada". Em França, a Nova Frente Popular foi a vencedora e assegurou 182 deputados na Assembleia Nacional, seguida pela coligação de Macron, com a União Nacional de LePen a cair para terceiro lugar. O Eixo do Mal foi emitido na SIC Notícias a 11 de julho.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Diplomatas
A “agenda pesada” de quem venceu as eleições em França e o caso Biden nos EUA

Diplomatas

Play Episode Listen Later Jul 12, 2024 35:16


A Nova Frente Popular conseguiu 182 lugares nas eleições de França. O Juntos, 168, e a União Nacional, que ficou em terceiro, conseguiu 143. O que aconteceu para este resultado que surpreendeu, na verdade, não só os franceses, mas toda a Europa? Que responsabilidades tem agora a Nova Frente Popular com este resultado? Terminou ontem a Cimeira da Nato, em Washington, com promessas de reforço de ajuda à Ucrânia, isto numa semana marcada por um violento ataque da Rússia à Ucrânia, que visou um hospital pediátrico em Kiev. Um dos pontos de interesse nesta Cimeira foi também a prestação de Joe Biden. Nos últimos dias, começaram a surgir apelos de figuras democratas a pedirem que o presidente dos EUA desista da corrida. Nancy Pelosi foi um dos mais recentes.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Noticiário Nacional
7h Noite quente em França: festejos e confrontos pós-eleições

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 8, 2024 14:32


Noticiário Nacional
21h Vitória da esquerda em França, reforça esquerda em Portugal

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 8, 2024 8:42


Visão Global
Eleições em França

Visão Global

Play Episode Listen Later Jul 7, 2024 45:36


Eleições em França. Novo governo trabalhista no Reino Unido. Edição de Mário Rui Cardoso.

Noticiário Nacional
07h Já se vota em França. Extrema-direita quer maioria absoluta

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 7, 2024 6:58


Noticiário Nacional
12h Eleições em França

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 7, 2024 11:30


Noticiário Nacional
18h em França tudo a postos para a noite eleitoral

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 7, 2024 12:15


Noticiário Nacional
23h A esquerda derrotou a extrema-direita em França (estimativas)

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 7, 2024 9:13


Noticiário Nacional
24h Legislativas em França: a esquerda derrotou a extrema direita

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 7, 2024 7:52


Noticiário Nacional
24h Segunda volta das Legislativas hoje em França

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jul 6, 2024 8:25


Diplomatas
Que futuro para a Europa com a possível vitória da extrema-direita em França?

Diplomatas

Play Episode Listen Later Jul 5, 2024 36:46


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Visão Global
Eleições em França e no Reino Unido este mês, em novembro nos EUA

Visão Global

Play Episode Listen Later Jun 30, 2024 47:06


Hoje é dia de eleições em França. No Reino Unido há eleições na quinta-feira. E em novembro Presidenciais nos EUA, mas o kick-off começou já esta semana com o primeiro debate entre os candidatos.