Concertos e conversas no auditório do Público.
Cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor, Paulo Praça nasceu em Vila do Conde e foi fundador dos grupos TurboJunkie, Grace e Plaza. Fez parte do projecto Amália Hoje, junto com Nuno Gonçalves, Sónia Tavares (ambos dos The Gift) e Fernando Ribeiro (Moonspell), e colaborou com Pedro Abrunhosa e grupos como os 3 Tristes Tigres, GNR ou The Gift. O seu primeiro álbum a solo, Um Lugar Pra Ficar, foi lançado em 2019 e nele musicou letras de, entre outros, Valter Hugo Mãe (Sabes mãe, Linhagem nenhuma, Vila do Conde, Vila do Conde, Esquece de mim), Nuno Miguel Guedes (A mesma canção), Pierre Aderne (Um lugar pra ficar) ou do seu irmão Simão Praça, também dos TurboJunkie (Quem mais amou, Quem eu sinto de cor). Pedro Abrunhosa, no texto de apresentação do disco, aponta Paulo Praça como “homem de palco por excelência”, fazendo transbordar “para este trabalho a indómita vontade de o substantivar em cena. Há aqui matéria para coros de grandes audiências, bem como momentos de introspecção intensa.” Um Lugar Pra Ficar foi apresentado ao vivo a 15 de Fevereiro no Plano B (Porto) e estará no dia 28 no MusicBox (Lisboa). Paulo Praça actuou no auditório do PÚBLICO a 14 de Fevereiro. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
Foi em 2016 que João Morais, punk-rocker em grupos como os Corrosão Caótica ou os Gazua resolveu adoptar como nome artístico O Gajo, trocando a viola eléctrica pela viola campaniça e procurando explorar novas sonoridades a partir das matrizes tradicionais. O álbum Longe do Chão, editado em 2017, foi o primeiro resultado dessa metamorfose. Dois anos depois, em 2019, apostou num projecto com um nome familiar: As 4 Estações. Não as de Vivaldi (cujo título contribuiu para estabelecer estas) mas quatro estações de comboio de Lisboa: Rossio, Santa Apolónia, Cais do Sodré e Alcântara-Terra. Gravou para cada uma um EP com cinco canções, num total de vinte, e foi-os lançando ao longo do ano. “São pontos de partida, daí serem todos estações de Lisboa, a cidade onde nasci e cresci”, explicou ele ao PÚBLICO. Com João Morais (ou O Gajo) participaram nestes discos vários convidados especiais: José Anjos (poesia), Joana Guerra (violoncelo), Carlos Barretto (contrabaixo) e Karlos Rotsen (piano) participando em temas criados especificamente para eles. O Gajo actuou no auditório do PÚBLICO a 17 de Janeiro. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
Nasceram ambos no Funchal, com uma diferença de dez anos, Bruno Santos em 1976 e André Santos em 1986. Guitarristas imersos no jazz desde há anos, com carreiras firmadas no meio, têm a par dos seus trabalhos a solo ou em projectos colectivos uma parceria que já resultou em vários espectáculos e três discos. O mais recente (Mano a Mano, Vol 3), que chegou às lojas em Abril de 2019, junta, na linguagem do jazz, instrumentos tradicionais madeirenses como rajão e braguinha às guitarras eléctricas que tocam desde a juventude. É um disco quase todo preenchido com originais, assinados por Bruno e André, exceptuando os temas Noites da Madeira, do pianista e compositor madeirense Tony Amaral (1938-2016) e Stardust, do também pianista e compositor (mas norte-americano) Hoagy Carmichael (1899-1981). É este trabalho que vai ser apresentado dia 25 de Janeiro no Pequeno Auditório do CCB (21h), com convidados especiais: Rita Redshoes e um ensemble de cordofones composto por Roberto Moritz, Graciano Caldeira e Gustavo Paixão. Mano a Mano actuaram no auditório do PÚBLICO a 16 de Janeiro de 2020. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
Compositor, arranjador e bandoneonista argentino, Martín Sued nasceu em Buenos Aires em 1983, iniciando os seus estudos musicais pela guitarra e passando depois ao bandoneón. Nos últimos anos tem desenvolvido parcerias com músicos de diferentes países, como Guillermo Klein, Seamus Blake, Ben Monder, Miguel Zenon, Diego Schissi, Liliana Herrero, Silvia Iriondo, Daniel Binelli, Mono Fontana, Milton Nascimento, Gilberto Gil ou Yamandú Costa. Lidera, desde 2009, o grupo Tatadios Cuarteto, com dois discos editados, e também integra o Chiche Trío, junto com Sergio Verdinelli e Juan Pablo di Leone, e o duo Sued-Nikitoff. A solo só agora editou o seu primeiro álbum com composições para bandoneón solo, Iralidad, nele se revelando o seu génio criativo, como compositor e também como improvisador. Foi com este disco que se apresentou no Outono em Jazz da Casa da Música e no Círculo de Jazz de Setúbal, regressando para um novo concerto no Clube Ferroviário, em Lisboa, no final de Dezembro. Martín Sued actuou no auditório do PÚBLICO a 20 de Dezembro. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
Cantor e compositor, fundador e vocalista da banda de soul e funk HMB, Héber Marques nasceu em Cascais, a 11 de Fevereiro de 1984, filho de pais angolanos. Iniciou-se na música aos 15 anos, começando pela bateria, mas viria a fixar-se na guitarra e no canto. Com os HMB (sigla que significa Héber Marques Band, nome inventado à pressa, antes do seu primeiro concerto num bar), gravou até à data quatro discos: HMB (2012), Sente (2014), Live at the National Theatre of Namibia (2016) e + (2017). Que valeram aos HMB dois Globos de Ouro, em 2017 (para Melhor Música, com a canção O Amor É Assim, que teve participação vocal de Carminho) e 2018 (Melhor Grupo). Mas a carreira a solo Héber Marques começou antes. O seu primeiro disco, Motivações (2006), foi produzido com o pianista Ruben Alves, seguindo-se-lhe Mais Perto (2008, gravado ao vivo) e O Teu Nome (2016). Agora, Héber Marques está a lançar um EP, Amanhã, com seis canções, das quais já lançou em single Amor perfeito, canção de sua autoria que Mariza gravou e aqui surge na interpretação do autor. Héber Marques actuou no auditório do PÚBLICO a 18 de Dezembro de 2019. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
Cantor e compositor, Marcelo Frota, conhecido como Momo, já gravou seis discos em nome próprio, quatro no Brasil, onde nasceu (em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, em 17 de Fevereiro de 1979) e dois em Lisboa, onde reside desde 2015, após alguns anos a viver em Luanda, Rio de Janeiro, Michigan (Estados Unidos) e Barcelona. Gravou o primeiro disco em 2006, A Estética do Rabisco, seguindo-se Buscador (2008), Serenade of a Sailor (2011), Cadafalso (2013), todos eles ainda no Brasil. Em Portugal, lançou Voá (2017), produzido por Marcelo Camelo e com uma participação especial de Camané, no tema Alfama; e já no final de 2019 lançou I Was Told To Be Quiet, com canções em inglês, francês e português. Gravado em Los Angeles, e produzido por Tom Biller (norte-americano que já trabalhou com Fiona Apple, Sean Lennon, Elliot Smith ou Kanye West), o disco mistura as sonoridades brasileiras da bossa nova e do samba à estética do indie contemporâneo. Momo actuou no auditório do PÚBLICO a 13 de Dezembro. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
Cremilda Medina é uma das vozes que tem vindo a salientar-se na onda de novas cantoras cabo-verdianas, numa geração a que pertencem também Elida Almeida, Kadi ou Ceuzany. Nascida na ilha de São Vicente, em 18 de Março de 1991, gravou em Cabo Verde, Estados Unidos e Portugal o seu primeiro álbum, Folclore, lançado em Cabo Verde em 2017 e em Portugal no início de 2018. Com uma voz que alia juvenilidade a um grão do tempo que ainda não teve, como se nela ressoassem ecos de cantares antigos, gravou mornas, mas também coladeiras e até um fado, Sou criola, com letra de José Eduardo Agualusa. Sonho dum criola (de Morgadinho), Doce guerra (Antero Simas), Um sonho cordode (Paulino Vieira), Divôrce um’ ca ta sená (Manuel D’Novas), Mata morte e Falta di força (ambos de Ti Goi) são alguns dos temas gravados. Num momento que prepara novo disco e em que a UNESCO vota a morna para Património Imaterial da Humanidade, Cremilda Medina esteve no Auditório do PÚBLICO para cantar e falar do seu trabalho – e da morna – com o jornalista Nuno Pacheco. O concerto foi gravado a 12 de Dezembro.
Cantora, compositora e multi-instumentista autodidacta, Madalena Palmeirim nasceu em 1987, em Lisboa, e desde há dez anos que vem trabalhando em vários projectos musicais, ao mesmo tempo que compõe música para espectáculos de dança e teatro. Em 2009 criou com o seu irmão Bernardo Palmeirim o projecto Nome Comum. Vencedores da mostra Jovens Criadores’09, editaram um EP (A Quem Possa Interessar, 2011) e um LP (Cuco, 2013), ambos com recurso ao Apoio à Edição Fonográfica da GDA. Em 2014, Madalena lançou a solo o projecto Week In Week Out, impondo a si própria compor e gravar uma canção por semana, todas as segundas-feiras desse ano. Em 2015 apresentou o primeiro trabalho em nome próprio, o EP Mondays, com canções de espírito alternativo, folk, country, pop e indie, apresentando-o em diversas salas e festivais nacionais. Após trabalhar com outras bandas ou músicos (L Mantra, They’re Heading West, Joana Barra Vaz, Silence is a Boy, Minta & the Brook Trout, Yu John), lançou em Dezembro o seu primeiro álbum a solo, Right As Rain, com canções em inglês, português e até crioulo cabo-verdiano (uma morna). Madalena Palmeirim actuou no auditório do PÚBLICO a 6 de Dezembro. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
Brasileiros, têm 28 anos de carreira e fãs como Milton Nascimento ou Ivan Lins. Chamam-se Lúdica Música e são um trio criado em Minas Gerais, em 1991, formado por Rosana Britto (voz, guitarra, percussão, direcção musical), Isabella Ladeira (voz, percussão) e Gutti Mendes (voz, guitarra, percussão). Com mais de mil actuações pelo Brasil e pela Europa, estão agora sediados em Portugal, onde actuaram pela primeira vez há 20 anos, por ocasião dos 500 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil. Do repertório do trio constam, a par de temas próprios, também canções de Chico Buarque, Tom Jobim, do Clube da Esquina (Milton, Lô Borges e Ronaldo Bastos), mas também passam pelo seu “ludificador” canções dos Beatles, jazz, samba, bossa-nova, rock e até clássicos e contemporâneos da música portuguesa. Em Dezembro, apresentaram um espectáculo de Tributo a Chico Buarque no Cascais Jazz Club, seguido de actuações em Lisboa. Lúdica Música actuaram no auditório do PÚBLICO a 27 de Novembro. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
Nasceu em Luanda, Angola, em 1967, e é um dos saxofonistas africanos de relevo nos dias de hoje. Nanutu, de seu nome António Manuel Fernandes, começou por tocar bateria, depois clarinete e em seguida passou ao saxofone, no qual se foi especializando em vários grupos angolanos, em particular com Os Merengues, de que faziam parte Carlitos Vieira Dias, Zé Keno, Joãozinho Morgado e outros. Inspirado por saxofonistas como Manu Dibango ou Luís Morais, mudou-se para Lisboa em 1991, onde tocou, entre outros, com Tito Paris e Luís Represas, que acompanhou durante década e meia. A nível internacional, tocou com músicos como Bonga, Waldemar Bastos, Paulo Flores, Cesária Évora, Compay Segundo, Pablo Milanés, Alicia Keys, Sting e Ivete Sangalo. A solo, tem cinco discos em seu nome: Marés (1996), Kizofado (2000) e Luandei (2002), Bisa (2005) e Ximbika (2010), além da colectânea Sax From Angola, que reúne, num triplo álbum, Kizofado, Luandei e Bisa. Prepara, agora, um sexto, Gato Vijú, e apresentou-se no B.Leza (Lisboa) em Novembro. Nanutu actuou no auditório do PÚBLICO a 8 de Novembro. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
A cantora e compositora cabo-verdiana Carmen Souza dedicou um disco à obra de Horace Silver (1928-2014), pianista e compositor americano de origem cabo-verdiana e um dos nomes maiores do jazz. Nascida em 1981 e radicada em Londres, Carmen começou por cantar gospel, vindo a ser influenciada, no canto, por vozes como as de Ella Fitzgerald, Billie Holiday ou Nina Simone. Em nome próprio, já com o contrabaixista português Theo Pascal, gravou Ess ê nha Cabo Verde (2005), Verdade (2008), Protegid (2010), Kachupada (2012) e dois ao vivo, London Accoustic Set (2012) e Live at Lagny Jazz Festival (2014, com DVD). Seguiram-se Epistola (2015), Creology (2017) e agora The Silver Messengers, que reúne versões de vários temas de Horace Silver a par de dois originais escritos por ela e por Theo. Carmen Souza actuou no auditório do PÚBLICO a 5 de Novembro. Entrevista conduzida por Nuno Pacheco.
Portuguesa a viver na Holanda, a cantora de jazz Maria Mendes lançou em Outubro o seu novo disco, Close To Me, que foi apresentado ao vivo no Misty Fest. Nascida no Porto, em 28 de Junho de 1985, este é o terceiro álbum que grava em nome próprio, depois de Allong the road (2012) e Innocentia (2015), e desta vez arrisca o fado como alimento do jazz, construiu-o a partir de clássicos de Amália (Tudo isto é fado, Foi Deus, Asas fechadas ou Barco negro) e Carlos Paredes (Verdes anos), além de temas de fadistas como Mariza (Há uma música do povo) ou Mafalda Arnauth (E se não for fado). O disco inclui ainda três originais seus e um fado que lhe foi oferecido pelo multi-instrumentista brasileiro Hermeto Pascoal, um dos músicos que têm elogiado o trabalho de Maria, como Quincy Jones, Sheila Jordan ou Dori Caymmi. Maria Mendes apresentou o seu disco ao vivo, em Novembro, no São Luiz (Lisboa) e na Casa da Música (Porto). Maria Mendes actuou no auditório do PÚBLICO a 4 de Novembro.
Músico numa família de músicos, Bernardo Lobo nasceu em 9 de Setembro de 1972 no Rio de Janeiro, neto do compositor Fernando Lobo (1915-1996) e filho do cantor e compositor Edu Lobo e da cantora Wanda Sá. Com seis discos gravados em nome próprio, o mais recente é inteiramente preenchido com canções de Marcos Valle, um dos mais internacionais autores brasileiros, ligado à segunda geração da bossa nova. Chama-se Uma Viola Mais Que Enluarada e, sobre ele, disse Bernardo ao PÚBLICO: “Admiro muito o Marcos, é um compositor sem fronteiras que vai da bossa nova, do Samba de Verão, um dos clássicos mais gravados da história, até uma música mais pop, para as pessoas dançarem. E faz isso com uma assinatura.” O disco foi apresentado ao vivo em São Paulo e no Rio de Janeiro, seguindo-se a Europa - em Portugal, esteve em concerto no B.Leza, em Lisboa, no dia 30 de Outubro. Bernardo Lobo actuou no auditório do PÚBLICO a 24 de Outubro.
Cantora e compositora, Travis Birds nasceu em Madrid, em 1990, e estreou-se em disco em 2016, com Año X, apresentando-se nesse mesmo ano, com grande êxito, no madrileno Café Berlin. Depois de Año X, já gravou mais dois temas, Coyotes e Madre conciencia, tendo o primeiro sido escolhido pelos produtores do êxito televisivo La Casa de Papel para genérico de uma nova série que criaram, intitulada El Embarcadero. A sua música? Os promotores dizem que “mistura uma dimensão cinemática (e se pensarem em Almodóvar isso é mais do que natural) com flamenco, pop moderna e uma rugosidade que tem tanto de Tom Waits como de PJ Harvey.” Em Portugal, Travis Birds apresentou-se ao vivo no Misty Fest, no Teatro São Luiz, em Novembro, tendo com ela (voz, guitarra acústica e piano), os músicos Álvaro (guitarra espanhola e eléctrica), Yoyo (bateria e cajón) e Jacob (baixo e contrabaixo). Travis Birds actuou no auditório do PÚBLICO a 23 de Outubro.
Carlos Leitão nasceu em Lisboa, em 1979, mas é alentejano de ascendência e coração. O pai cantava fado amador e ele, que começou a cantar aos 10 anos, foi aos 11 vencedor da Grande Noite do Fado dos infantis, no Coliseu. Mais tarde começou a aprender a tocar viola de fado e aos 16 anos já escrevia “a sério”, coisas em que se revia e que aos 17 anos lhe serviram para a gravação de um primeiro disco, ainda incipiente. Mas foi ao participar como instrumentista (viola) numa gravação do guitarrista Custódio Castelo, que este o convenceu a gravar um disco já mais maduro e pessoal. E assim nasceu Quarto, em 2013, a que se seguiria Sala de Estar, em 2017. Dois discos de fado centrados numa ideia de casa, primeiro o refúgio alentejano, depois a sala de estar aberta aos amigos. Agora, Carlos Leitão lança Casa Vazia, uma casa vazia de acessórios, mas onde, segundo ele, permanecem as emoções, os afectos e os sonhos que o fado traz. Casa Vazia foi apresentado ao vivo em Lisboa, no dia 23 de Outubro, no Teatro Villaret. Carlos Leitão actuou no auditório do PÚBLICO a 15 de Outubro.
Cantor e compositor, César Lacerda nasceu em Diamantina, Minas Gerais, em 5 de Maio de 1987, filho de uma pianista também professora de música e directora do Conservatório. Os primeiros discos gravou-os integrado na banda cLAP!, vindo depois os seus trabalhos a solo: César Lacerda (2011), Porquê da Voz (2013), Paralelos & Infinitos (2015) e O Meu Nome É Qualquer Um (2016), este gravado em parceria com Rómulo Fróes. Agora tem na bagagem um novo disco, Tudo Tudo Tudo Tudo, com direcção artística de Marcus Preto (que trabalhou com Gal Costa, Tom Zé, Nando Reis, Erasmo Carlos ou Mallu Magalhães, entre outros) e regressou a Portugal em Outubro para dois concertos (CCB e Casa da Música), onde, a par do seu repertório, interpretou canções de nomes como Ângela Ro Ro, Caetano Veloso ou Rita Lee, com Tiago Nacarato por convidado. César Lacerda actuou no auditório do PÚBLICO a 10 de Outubro.
Nasceu em Vila Real, há 21 anos, e começou a aventurar-se na música aos 15. Ouvindo na adolescência nomes como Bob Dylan, David Bowie ou Chet Baker, juntou-lhes depois outras influências (como Bon Iver, The Tallest Man On Earth ou Father John Misty) e editou aos 17 anos o seu primeiro EP, Desert Venice. Não com o seu nome, Rafael Fernandes, mas como BIÉ, designação que mantém desde então para o seu projecto musical. “Song for the ones who breathe” foi o single dessa primeira aventura, com videoclipe no YouTube, o que lhe valeu um convite para actuar no Festival Termómetro. Em Agosto de 2019, lançou o primeiro álbum, “Space Inside Space”, integralmente composto em inglês, que teve como primeiro single a canção “Drunken eyes”. Lançado nas plataformas digitais e também em CD, “Space Inside Space” foi apresentado ao vivo na Casa da Música, no Porto, no dia 25 de Setembro. BIÉ actuou no auditório do PÚBLICO a 19 de Setembro.
O pretexto é um tributo à bossa nova e às canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que muitos conhecerão das históricas interpretações de João Gilberto. Mas não é apenas mais um tributo, dos vários que têm honrado o género. Este junta nada menos do que o violoncelista Jaques Morelenbaum, figura incontornável no panorama da música brasileira e mundial, e o cantor e violonista Fred Martins, cujo sétimo CD, Para Além do Muro do Meu Quintal (2016), obteve as melhores referências da crítica. Neste tributo à bossa nova, Fred e Jaques são um duo cujo superlativo talento se junta ao seu amor à música. O seu encontro em Portugal passou por espectáculos em Lisboa e Sintra no início de Agosto. Fred Martins e Jaques Morelenbaum actuaram no auditório do PÚBLICO a 8 de Agosto.
Foi um dos fundadores do histórico grupo guineense Super Mama Djombo e agora está a apresentar um disco que gravou na sua também já longa carreira a solo: Nha Alma. José Manuel Fortes, conhecido na música apenas por Zé Manel, começou como baterista nos Super Mama Djombo, grupo formado por jovens escuteiros nos anos 1970 e que logo se tornou referência na Guiné-Bissau e na diáspora por causa das suas músicas revolucionárias, cantadas em crioulo, mandinga e balanta para despertar os guineenses para os ideais da luta de libertação nacional. No seu primeiro álbum a solo, Testemunhos de Ontem (1982), Zé Manel criticou também as más práticas do regime de partido único, o PAIGC, obtendo com um dos álbuns seguintes, Maron di Mar (2001) vários prémios no estrangeiro. Nha Alma, que segundo ele reflecte o “sentimento do povo guineense sobre a Guiné-Bissau de hoje”, foi apresentado ao vivo no B.Leza, em Lisboa, no dia 23 de Agosto. Zé Manel actuou no auditório do PÚBLICO a 6 de Agosto.
É um virtuoso instrumentista, exímio no violão de sete cordas, e quem já o viu tocar não perde uma oportunidade de voltar a ouvi-lo. O brasileiro Yamandu Costa, nascido em 24 de Janeiro de 1980 em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, tem já uma invejável carreira internacional, tendo actuado em Portugal por diversas vezes. Esteve de volta para o concerto de encerramento do Festival Internacional de Música de Espinho (FIME), onde tocou com a Orquestra Clássica de Espinho, ao ar livre, na noite de 20 de Julho. No programa, além de temas como Bachbaridade, Decarisimo e Mariana, teve estreia ibérica o Concerto de Fronteira, apresentado pelo FIME como uma “obra apaixonante que evoca as trocas entre o Brasil, o Paraguai, a Argentina e o Uruguai.” Mas não ficou por aí: em Outubro, Yamandu regressou, dessa vez com o também gaúcho Renato Borghetti, para estrearem em palco o disco que acabam de lançar em parceria, “Borghetti Yamandu”. Yamandu Costa actuou no auditório do PÚBLICO a 17 de Julho.
Catarina Munhá actuou no auditório do PÚBLICO a 18 de Junho.
Formados em 2013, os RioLisboa procuram na sua música reflectir o encontro cultural entre Portugal e o Brasil. Formado por Bruno Fonseca (viola de fado e direcção musical), Henrique Leitão (guitarra portuguesa), Carlos Barretto (contrabaixo) e André Mota (percussões), o grupo tem até agora dois discos gravados, Aqui e Ali (2013) e Moça Morena (2018), este com seis cantoras convidadas. “Neste projecto”, dizem, “o fado vê-se abraçado ao samba e à bossa-nova. As sonoridades da antiga Alfama encontram a tropical Copacabana, prestando homenagem a géneros musicais definidos como património da humanidade, fazendo com que ambos habitem o mesmo espaço.” No processo de divulgação desse disco, lançaram em Junho um tema inédito “Toda a hora”, com letra e música de Bruno Fonseca e as vozes de Luanda Cozetti, Ana Margarida e Rute Soares. RioLisboa actuaram no auditório do PÚBLICO a 6 de Junho.
Ao vivo, têm uma presença electrizante, expressando em português uma mistura musical onde se cruzam folk, afro, jazz, rock e ska. E ao longo das suas quase duas décadas de existência têm percorrido inúmeros palcos, sempre com grande adesão de público. Uxu Kalhus, assim se chama o grupo, vão celebrar 20 anos dedicados à reinvenção da música tradicional portuguesa em 2020. São eles, na sua actual formação: Miguel Tapadas (teclas), Joana Margaça (voz), Eddy Slap (baixo eléctrico), Luís Salgado (bateria), Ruben da Luz (sopros) e Rui Rodrigues (guitarras). Gravaram até à data quatro discos: A Revolta dos Badalos (2006), Transumâncias Groove (2009), Extravagante (2012) e Enleio (2019), que foi lançado em Junho deste ano. Uxu Kalhus actuaram no auditório do PÚBLICO a 4 de Junho.
Nascido em Lisboa, em 1982, Francisco Salvação Barreto deixou-se conquistar pelo fado muito novo, quando aos 12 anos ouviu João Ferreira-Rosa. Depois conheceu e aprendeu a admirar outras vozes: Maria Teresa de Noronha, Carlos Ramos, Fernanda Maria, Alfredo Marceneiro, Beatriz da Conceição, Fernando Maurício, Vicente da Câmara. Aos 17 anos já imergia nas noitadas fadistas, começando depois a cantar com regularidade em casas fado. Em 2018 lançou o primeiro disco, com Camané na direcção de voz, depois de assegurar repertório próprio. E nele canta, com música de fados tradicionais, letras de Aldina Duarte, Domingos Gonçalves Costa, João Mário Veiga, João Monge, José Luís Gordo ou Maria do Rosário Pedreira, mas também poemas de Fernando Pessoa, Miguel Torga ou Pedro Homem de Mello. Francisco Salvação Barreto actuou no auditório do PÚBLICO a 27 de Maio.
Nascido em 1993 em Morges, uma pequena localidade da Suíça, filho de portugueses que para ali emigraram, o guitarrista Bruno Chaveiro começou cedo a aprender viola de fado. Isso foi aos 7 anos, quando veio para Portugal, para a terra natal dos pais, Montemor-o-Novo.Da viola passou à guitarra portuguesa, aos 15 anos, depois de se iniciar nos palcos aos 11. Mas foi aos 17, em 2010, que se assumiu em definitivo como guitarrista, passando a trabalhar com maior assiduidade nas casas de fado. Estudou guitarra com Custódio Castelo, terminando a licenciatura com distinção e nota máxima (20 valores) na execução do instrumento.Presente em várias casas de fado e acompanhando vários fadistas (Raquel Tavares, Pedro Moutinho, Mísia, Cuca Roseta, Fábia Rebordão, Jorge Fernando, Celeste Rodrigues, Carminho, Buba Espinho, Marco Rodrigues, Ana Laíns, etc.), Bruno estreou-se a solo este ano com #Desatino, disco com composições próprias e evocando alguns dos maiores guitarristas portugueses.Bruno Chaveiro actuou no auditório do PÚBLICO a 30 de Abril.
Homem em Catarse é um projecto do guitarrista e compositor Afonso Dorido. Nascido em Barcelos, em 1982, Afonso faz parte da banda Indignu, formada naquela cidade em 2004 e, sob o nome Homem em Catarse, já lançou três discos: Homem em Catarse (EP, 2013), Guarda-Rios (2015) e Viagem Interior (2017), este com dezassete temas baptizados com nomes de terras do interior português, Tua, Portalegre, Vila Real, Évora, Tomar, Beja, Bragança, Monchique, Portas do Ródão, Lamego, Alqueva, Régua, Covilhã, Alcoutim, Monsanto, Mértola e Guarda.Um disco onde a estrutura dos temas assenta no som da guitarra eléctrica, mais percussivo ou planante, em riffs ou melodias que exploram o eco ou a distorção para se fazerem sentir com maior intensidade. Agora, em finais de Abril, lança o seu quarto disco, gravado ao vivo num museu em Braga em Outubro de 2018: Homem em Catarse - ao vivo na Porta 253.Homem em Catarse actuou no auditório do PÚBLICO a 29 de Abril.
Depois da bênção fadista de O Fado em Nós (2016), gravado como numa casa de fados, Pedro Moutinho deixou-se tentar por outras experiências sem deixar de lado a matriz fadista. O seu novo disco "Um Fado ao Contrário" tem produção e direcção musical do pianista e compositor Filipe Raposo e tem coisas que ele nunca fez.Com o encanto de uma voz que já incorporou a maturidade do tempo, o fadista (irmão mais novo de Camané e Helder Moutinho) apresenta, ao lado de versões de fados tradicionais de Manuel de Almeida ("Foi um bem conhecer-te") ou Fernando Farinha ("Maldição") e de uma canção de Vitorino ("Tragédia da Rua das Gáveas") vários originais com assinaturas de Amélia Muge, Manuela de Freitas, Maria do Rosário Pedreira, Márcia (autora, letra e música, de Força do mar) ou Pedro de Castro.Pedro Moutinho apresentou-se no auditório do PÚBLICO a 9 de Abril.
Neste Dia da Europa, 9 de Maio, o PÚBLICO promoveu um debate com os “números dois” das listas de candidatos ao Parlamento Europeu, encerrando o projecto “A Europa que Conta”. No auditório do PÚBLICO, em Lisboa, estiveram presentes Maria Manuel Leitão Marques (PS), Lídia Pereira (PSD), José Gusmão (BE), Pedro Mota Soares (CDS) e João Pimenta Lopes, número três da lista da CDU.
Não nasceu na Lisboa bairrista nem começou pelos concursos ou noites de fado. Mas a voz de Teresinha Landeiro, nascida em Azeitão em 6 de Março de 1996, surge com frequência nos meios fadistas e com notas elogiosas.Em 2018 lançou o primeiro disco, Namoro, justificando assim o título em entrevista ao PÚBLICO: “Namoro pelos fados, namoro pela cidade, namoro entre duas pessoas.” No mesmo ano, participou no espectáculo de Celeste Rodrigues no Tivoli, ao lado de vários fadistas, participando também agora dia 21 no Tributo a Celeste (1923-2018), no CCB.Mas é no dia 3 de Abril que se apresenta em nome próprio, no palco do Capitólio, em Lisboa, a mostrar ao vivo os fados de Namoro, disco que teve produção do guitarrista Pedro de Castro, em cuja casa de fados, a Mesa de Frades, ela é fadista residente.
Nascido nas Caldas da Rainha e fixado em Évora, depois de mais de uma década a viver em Lisboa, Manuel Guerra fez o habitual percurso de muitos jovens na música: bandas de garagem, concursos, bares, espectáculos já mais estruturados, canções testadas nas redes e plataformas digitais e finalmente um CD, Sem Porquês, lançado em 2018 pela Sony mas ainda a fazer o seu caminho.O disco foi produzido pelo cantor e compositor João Só, que assina com ele uma canção em parceria, Um só sentido. Outra parceria é com o fadista Carlos Leitão em Faltam poemas, com Júlio Resende no piano. “Tenho sido várias coisas na vida, mas como me tenho encontrado e me reconheço melhor a cantar e a tocar, decidi gravar um disco”, escreveu Manuel Guerra na apresentação de Sem Porquês. “Tanto canto sobre as minhas lutas e perdas como sobre coisas sem importância, como o amor e as minhas alegrias”.
Cantora, actriz, escritora e compositora, a brasileira Letrux vai abrir na noite de quarta-feira, com Lula Pena, o festival MIL, que atrai artistas e agentes musicais de todo o mundo ao Cais do Sodré, em Lisboa. De seu nome Letícia Pinheiro de Novaes, nascida no Rio de Janeiro e em 5 de Janeiro de 1982, Letrux teve na adolescência uma banda de rock chamado Letícios, depois uma banda de electrónica com o nome de Menage à Trois e em 2008 fundou com Lucas Vasconcellos o duo Letuce, que gravou três discos até se separar em 2016.Mas o que a traz agora a Portugal (onde actuou com o duo, em 2013) é o seu primeiro disco a solo, Em Noite de Climão, lançado em 2017. Isso e o lançamento em Lisboa do seu livro Zaralha - Abri Minha Pasta, editado no Brasil em 2015, que ela apresenta como “uma colectânea de muitos momentos poéticos da minha vida, desde a alfabetização, desde o colégio, até à vida adulta.”
Guitarrista, compositor e produtor, Fernando Cunha é conhecido como co-fundador dos Delfins e membro dos Resistência. Mas também já gravou em nome próprio, estreando-se nessa qualidade com o disco Invisível, em 1999. Vinte anos passados, assina um novo álbum, desta vez dedicado à guitarra, instrumento que ele diz poder estar “em vias de extinção” no actual panorama da música pop.
Nascida no Algarve, Susana Travassos é uma cantora portuguesa que desde o seu disco de estreia criou e reforçou laços musicais e afectivos com o Brasil e a América Latina. Primeiro com Oi Elis (2008), só com músicas do repertório de Elis Regina, depois com Tejo Tietê (2013), lançado apenas no Brasil. Agora, vai lançar dia 22 em Portugal Pássaro Palavra, disco com título inspirado num poema de Hilda Hilst e inteiramente gravado em Buenos Aires, com canções inéditas da autoria de Melody Gardot, Luísa Sobral e Mili Vizcaíno, a par de temas seus e de composições de Fred Martins (com poema de Ana Terra), Chico Pinheiro, Chico César ou Dea Trancoso. O tema de Luísa Sobral é uma canção de protesto contra a violência doméstica e, já lançado em 28 de Novembro de 2018 (Dia Internacional Contra a Violência Doméstica), foi escolhido para single do disco, com videoclipe de Pol Turrents, gravado em Barcelona.
Cantora e compositora, nascida em Lisboa e com um percurso em contínua ascensão, Márcia lançou o primeiro disco em 2009 (Márcia) e o mais recente em 2018 (Vai e Vem). Entre ambos, gravou mais três: Dá (2010), Casulo (2013) e Quarto Crescente (2015). A par disso, estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes, estagiou em cinema documental, fez um curso de canto na escola de Jazz Hot Clube e integrou o grupo Real Combo Lisbonense. Com um total de doze canções e parcerias vocais com António Zambujo (Vai e vem), Samuel Úria (Emudeci) e Salvador Sobral (Pega em mim), o novo disco de Márcia foi assim descrito no Ípsilon, do PÚBLICO, por Gonçalo Frota: “Vai e Vem é mais imaginativo e atraente sempre que soa mais directo e não tem medo de expor as canções nas suas aparentes fragilidades. E é encantador quando, de um jeito muito pessoal, Márcia deixa que o seu registo acolha um travo soul.”
Com uma carreira iniciada em 2000 e nove discos editados até 2014 (entre os quais uma gravação ao vivo no Olympia de Paris), a fadista Katia Guerreiro experimentou ao décimo disco trabalhar com o cantor, compositor e arranjador José Mário Branco, que até agora, no âmbito do fado, trabalhara quase em exclusivo com Camané. Foi um encontro improvável entre uma voz (a dela) e um método (o dele), que acabou por resultar em Sempre, um disco digno de boa nota que, na discografia de Katia, sucedeu a Até Ao Fim, produzido por Tiago Bettencourt. Fruto de “muitas conversas, muitas horas de trabalho, muitas discussões”, a primeira escolheu reuniu 33 temas, acabando por ficar 16, com um prólogo e um epílogo (A minha vida é) a fecharem um lote de fados apurados ao pormenor, como Quem diria, Fora de cena, Distante, Aqui, Dia não, Fado Pessoa, Na volta ou Sempre, o tema-título.
Cantor e compositor, Rogério Charraz iniciou uma carreira a solo em 2011, após vários anos no grupo Boémia, onde participou nos discos Madrigal (1999) e Semente (2003). Nascido em Lisboa, no dia 10 de Março de 1978, diz que é e nunca deixará de ser um cantautor. Nessa qualidade, lançou a solo já quatro discos: A Chave (2011), Espelho (2014), Não Tenhas Medo do Escuro (2016) e 4.0, Ao Vivo No Cinema S. Jorge (2018). No primeiro disco, teve por convidados Ana Laíns, José Mário Branco e Rui Veloso; no segundo Dany Silva, Luanda Cozetti, Sensi e Miguel Calhaz; no terceiro António Caixeiro, Buba Espinho, Eduardo Espinho, Edu Miranda, João Gentil, Júlio Resende, Katia Guerreiro e Marta Pereira da Costa; e no quarto, onde celebra 40 anos de vida revisitando quatro temas de cada um dos discos anteriores, participaram António Caixeiro, Jorge Benvinda, Júlio Resende e Ricardo Ribeiro.
Nasceu em Braga, há 33 anos, e o primeiro disco, "Dentro", gravou-o fora, em São Paulo, Brasil, em colaboração com o pianista Tiago Costa (que acompanhou a filha de Elis Regina, Maria Rita, nos primeiros trabalhos). Isso foi em 2013 e, no disco, tinha versões de temas de Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Maria Gadú, Caetano Veloso, Vinicius de Moraes e Baden Powell ou Chico Buarque e Edu Lobo, todas elas cantadas em português de Portugal, a par de três temas escritos inteiramente por ela. Cinco anos passados, Cati Freitas voltou ao Brasil para gravar um disco que, diz ela, “é totalmente um olhar para dentro” e onde assina grande parte das composições, letra e música. E deu-lhe o nome "Estrangeira". Tem, de novo, a participação do pianista Tiago Costa (com quem divide a produção) e conta com vários músicos brasileiros, entre eles, Jaques Morelenbaum. Com influências do jazz, da pop e também da música tradicional portuguesa, "Estrangeira" define com maior clareza o seu caminho na música.
Foi o mais jovem guitarrista a apresentar um concerto em nome próprio no ciclo Há Fado no Cais, parceria do Museu do Fado com o CCB. Isso foi em 24 de Novembro, porque agora o “palco” é outro: Gaspar Varela, bisneto de Celeste Rodrigues, lança aos 15 anos o seu disco de estreia onde mostra do que é capaz na guitarra portuguesa, instrumento que quis aprender desde muito cedo para acompanhar a bisavó. Tocou no auditório do PÚBLICO a 11 de Dezembro de 2018.
Ao terceiro disco, os portuenses Salto fazem justiça ao nome. Férias em Família não é ainda a prometida incursão no território da electrónica, iniciada em 2014 com o episódico Can’t you see me (Beat Oven #01), mas uma incursão mais madura no rock e na pop que desde o início lhes alimenta a chama. Tocaram no auditório do PÚBLICO a 27 de Novembro de 2018.
Ex-vocalista do grupo Toranja, Tiago Bettencourt já editou até à data seis discos a solo: O Jardim (2007), Em Fuga (2010), Tiago Na Toca & Os Poetas (2011), Acústico (2012), Do Princípio (2014) e A Procura (2017). E a cada novo disco, ele apela a que o oiçam como se fosse sempre a primeira vez. A este desejo acrescentou mais tarde, por escrito: “Quero, como sempre, que as canções resistam ao corroer do tempo, e envelheçam humanas.” Tocou no auditório do Público a 22 de Novembro de 2018.
Nascido em São Paulo há 26 anos, Tim Bernardes é vocalista e guitarrista do trio Terno, com quem gravou três álbuns. Entre eles foi compondo canções a solo, reunidas em Recomeçar. O disco a solo apresenta "memórias, diálogos e divagações visitados com uma nostalgia melancólica – de instrumentos quase rudimentares, timbres 'lo-fi', melodias de cantiga –, permeados por momentos de fuga da realidade", escreveu a revista Rolling Stone brasileira. Actua a 24 de Novembro no festival Super Bock em Stock em Lisboa. Antes disso, Tim Bernardes interpretou alguns temas no Auditório do PÚBLICO, falando do seu trabalho com o jornalista Vítor Belanciano, no dia 21 de Novembro de 2018.
Maria Emília esteve no Auditório do PÚBLICO no dia 14 de Novembro de 2018 para apresentar alguns temas do disco e para falar do seu trabalho com o jornalista Nuno Pacheco.