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Na Alemanha, França e Romênia, decisões judiciais tentam conter partidos autoritários — mas isso, por si só, talvez não seja suficiente. A última semana marcou mais um capítulo nas tensões entre a extrema-direita e a justiça — desta vez, na Europa. Thomás Zicman de Barros, analista político, especial para a RFIForam dias de decisões e indecisões. Na Alemanha, na segunda-feira (5), o Escritório de Proteção da Constituição declarou o partido AfD, Alternativa para a Alemanha, como um grupo extremista, citando sua proximidade com setores neonazistas e a negação do princípio de igualdade — de acordo com a lógica do partido, imigrantes seriam cidadãos de segunda classe.Essa classificação tem implicações jurídicas importantes: o partido passa a ser monitorado pelos serviços de inteligência e pode, em última instância, ser banido. Mas, diante da reação e da pressão de apoiadores da AfD, o mesmo órgão recuou na quinta-feira (8), afirmando que o caso ainda precisa ser mais bem avaliado.A indefinição gerou surpresa. Afinal, não é evidente que a AfD é um partido de extrema direita? Por que ainda se hesita em chamá-los pelo nome? Parte da resposta está no esforço — hoje quase reflexo — de acadêmicos e políticos de criar tipologias para grupos reacionários, como se a urgência estivesse em classificá-los, e não em enfrentá-los. Cria-se assim uma taxonomia que termina por complexificar o que, no fundo, deveria ser simples."Cinquenta tons de fascismo"No debate acadêmico, costuma-se distinguir diferentes tipos de ultradireita — os chamados "cinquenta tons de fascismo". Nessa tipologia, separa-se a extrema-direita da direita radical. A diferença teórica entre elas seria esta: a extrema-direita se caracteriza por buscar o poder por meio da força. Já a direita radical, embora também antidemocrática em seus valores, opera prioritariamente dentro das regras eleitorais e institucionais.Essa distinção pode ter alguma utilidade no terreno conceitual. Mas, na prática, tem sido usada para relativizar os riscos concretos que esses grupos representam, normalizando-os. No fim, essa taxonomia pouco nos ajuda a compreender o passado, tampouco o presente — e menos ainda a nos preparar para o futuro.Historicamente, a extrema direita recorreu a todos os meios para chegar ao poder. O caso da Alemanha dos anos 1930 é exemplar: a extrema direita ascendeu por vias legais, com apoio decisivo da centro-direita, que a normalizou e acreditou poder controlá-la.O resultado foi a destruição das instituições republicanas por dentro. Mesmo hoje, líderes eleitos não hesitam em flertar com o autogolpe assim que consolidam sua posição. O debate sobre banir ou não a extrema direita da vida política não se restringe à Alemanha, onde o quadro legal prevê explicitamente essa possibilidade.Na França, no mês passado, Marine Le Pen foi declarada inelegível após ser condenada por desvio de verbas do Parlamento Europeu. Se o veredito for mantido, ela estará fora das eleições de 2027, mesmo liderando as pesquisas.Já na Romênia, as conturbadas eleições de dezembro de 2024 — vencidas no primeiro turno pelo então desconhecido candidato de extrema-direita Călin Georgescu — foram anuladas pela Corte Suprema, após denúncias de manipulação da opinião pública por agentes russos nas redes sociais.Esses episódios nos obrigam a fazer uma pergunta difícil: tais medidas são legítimas? Cada caso tem suas especificidades, mas todos podem ser interpretados à luz de uma doutrina conhecida como democracia defensiva — ou democracia militante.O conceito foi formulado nos anos 1930 pelo jurista alemão Karl Loewenstein, exilado nos Estados Unidos após a ascensão do nazismo. A ideia central é que democracias não devem assistir passivamente à ascensão de forças que, uma vez no poder, trabalham para miná-las desde dentro.Como escreveu Karl Popper — filósofo austríaco e liberal convicto — no famoso paradoxo da tolerância: não se pode tolerar o intolerante, porque, ao ganhar espaço, ele destrói o próprio princípio da pluralidade.Vale lembrar: democracia nunca foi apenas uma questão de votos ou de eleições. Historicamente, o sufrágio universal e a escolha de representantes por meio do voto nem sempre foram considerados mecanismos democráticos — pelo contrário, a eleição era muitas vezes vista como um método aristocrático, destinado à seleção dos “melhores”. Medidas para banir extrema direita não bastamO que importa aqui é o núcleo constante da ideia de democracia: a igualdade. É isso o que está em jogo quando forças extremistas tentam capturar o aparato eleitoral para fins autoritários. Mas então essas medidas para banir a extremadireita bastam? Evidentemente, não. Impedir a participação da AfD, de Le Pen ou de candidatos extremistas em eleições pode ser necessário — mas não é suficiente.É preciso perguntar por que esses grupos têm, afinal, tanta força eleitoral. Nesse ponto, os defensores da democracia liberal também precisam fazer sua autocrítica. É preciso entender que a força da extrema-direita vem da crescente insatisfação de cidadãos precarizados, desamparados, angustiados.Cidadãos que percebem que, em sua forma atual, a democracia liberal não tem sido capaz de oferecer respostas convincentes aos dilemas contemporâneos. Nesse sentido, é preciso não apenas conservar a democracia, mas reconstruí-la em novas bases.Se a extrema direita impõe riscos concretos, não basta a democracia defensiva, é preciso uma democracia ofensiva — capaz de agir, disputar, transformar. Uma democracia que recupere e atualize seu princípio mais fundamental: a igualdade.É apenas com mais igualdade — e mais inclusão — que talvez se encontre, enfim, uma resposta à altura.
Ana Catarina Mendes e Duarte Pacheco analisam os primeiros dias de campanha oficial para as legislativas e avaliam o ciclo de debates pré-eleitores. Os comentadores do programa “Casa Comum”, da Renascença, analisam ainda as prioridades do Parlamento Europeu para o orçamento de longo prazo da União Europeia pós-2027.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, jogou a Europa numa montanha russa. Não se trata do fato dele se propor a negociar a situação da Ucrânia diretamente com Moscou. Mas sim ao sobe-desce e aos solavancos em que ele atirou o continente com seu "tarifaço" da semana passada, e seu recuo parcial na sequência. Flávio Aguiar, analista políticoTrata-se de um “recuo parcial” porque ele apenas suspendeu a sua aplicação aos países europeus por noventa dias, ao invés de revogar o tarifaço. Ao mesmo tempo, num primeiro momento manteve sua aplicação e elevou-o a 145% para a China.Depois recuou de novo, isentando do "tarifaço" produtos eletrônicos chineses importados pelas big techs dos Estados Unidos. Fica a dúvida sobre o porquê deste último recuo: se foi a pressão das empresas norte-americanas, ou o contra-tarifaço chinês, taxando em 125% produtos dos Estados Unidos."Uma no cravo e uma na ferradura"A presidenta da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, que anunciara a adoção de tarifas suplementares sobre produtos norte-americanos em retaliação, voltou atrás, também suspendendo sua aplicação imediata, embora as taxas extras sobre alumínio, aço e veículos europeus estejam mantidas.Complementando o vai-e-vem, disse que a Europa está pronta para negociar as medidas com os Estados Unidos, mas também está pronta para “defender seus interesses”. Ou seja, deu uma no cravo e outra na ferradura.No domingon, Maros Sefcovic, membro da Comissão Europeia e o seu encarregado da pasta de Comércio e Segurança Econômica, seguiu para Washington a fim de tentar um acordo sobre as tarifas. E von der Leyen acenou com a proposta de reduzir a zero as tarifas mútuas sobre produtos industrializados.Por outro lado, apesar do esforço por parte dos líderes europeus para demonstrarem unidade, a conjuntura voltou a expor algumas de suas diferenças. Ao invés da cautela demonstrada por von der Leyen, o ainda vice-chanceler e ministro da Economia alemão, Roberto Habeck, do Partido Verde, qualificou as medidas de Trump como “absurdas”.Estado de exceçãoBernd Lange, presidente do Comitê para o Comércio Internacional do Parlamento Europeu, qualificou as medidas de “injustas” e ironizou a declaração de Trump, para quem o tarifaço era o “dia da libertação” dos Estados Unidos, dizendo que ele era, na verdade, o “dia da inflação” para os consumidores norte-americanos e europeus.Um conceito que pode ajudar a entender o que está acontecendo é o de “estado de exceção”, estudado pelo filósofo italiano Giorgio Agamben a partir de sua formulação pelo jurista alemão Carl Schmitt, simpático aos nazistas, nos anos 1920 e 1930 do século passado.O conceito qualifica o comportamento de um governante que chega ao poder obedecendo as regras de um sistema político, mas a seguir as afronta ou suspende, mergulhando a sociedade primeiro num estado caótico de anomia e depois numa situação em que ele dita e aplica novas regras, como fizeram Hitler e Mussolini.VassalosDe certo modo, é o que Trump está tentando fazer dentro e fora dos Estados Unidos. O governante do estado de exceção não tem propriamente aliados. Em seu lugar, acolhe vassalos, que trata bem se lhe obedecem ou agrIde e descarta se a ele se opõem.É como Trump e sua equipe vem tratando a Europa e outros países, querendo mantê-los ou reconduzi-los ao aprisco hegemônico dos Estados Unidos, cujo vetor principal, no momento, é o de conter e reverter a presença chinesa no comércio e na geopolítica internacionais. Também está claro o objetivo de atrair a Rússia, afastando-a da aliança com a China.O anúncio e o recuo parcial do "tarifaço" em relação à Europa cumpre este objetivo: a mão que ameaça é a mesma que acena com a promessa de recompensa por um bom comportamento.Fica por ver se os europeus, com suas convergências e divergências, morderão a isca.
O que viveu nos bastidores da pandemia, a gestão da comunicação, a renúncia do marido, ser madrasta, a candidatura de Gouveia e Melo e a figura do "salvador", os egos, a decisão da demissão, os próximos passos políticos. Episódio gravado no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
A líder da ultradireita francesa foi condenada por desviar fundos do Parlamento Europeu. A decisão judicial pode tirá-la da corrida presidencial de 2027. E mais:- Ao menos três pessoas foram mortas e sete ficaram feridas em um ataque aéreo israelense ao sul de Beirute- Sobe para mais de 2.000 o número de mortos no terremoto em Mianmar- Segundo a UNICEF, bombardeios israelenses na Faixa de Gaza já matou pelo menos 322 crianças, a maioria vivendo em abrigos improvisados ou em casas danificadas- Trump afirma que "não está brincando" e que existem métodos para de burlar a 22ª Emenda, impede que um presidente ocupe o cargo mais de duas vezes- Com ingressos esgotados em menos de 1 minuto, mais de mil pessoas se reuniram para celebrar a paixão por bolos no Cake Picnic, em São Francisco, nos EUA Sigam a gente nas redes sociais Instagram mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 Segundos Acompanhem os episódio ao vivo Youtube, Instagram ou LinkedinFale conosco através do mundo180segundos@gmail.com
Marine Le Pen foi condenada, esta segunda-feira, a 4 anos de prisão, onde se incluem dois anos de pena efetiva em regime domiciliário. Para além disso, foi-lhe aplicada uma pena de inelegibilidade pelo período de 5 anos, com efeitos imediatos, o que a impossibilita de se candidatar às próximas eleições presidenciais de 2027. A líder da extrema-direita e outros 8 eurodeputados do partido União Nacional foram condenados por desvio de fundos públicos do Parlamento Europeu, em prol do partido, num esquema que durou mais do que uma década e que lesou esta instituição europeia em cerca de 4 milhões de euros. Marine Le Pen já reagiu, continua a reclamar a sua inocência e fez saber, esta tarde, que já apresentou recurso.Em entrevista à RFI, Vítor Ramon Fernandes, professor adjunto da Sciences Po Aix en Provence, aqui em França, começa por defender que esta condenação já era expectável.RFI: Na sua óptica, já era expectável que esta condenação fosse tão severa?Vítor Ramon Fernandes: Tudo indicava que havia suficiente evidência, provas de que, de facto, havia ali um problema e que, que com toda a probabilidade, levaria a uma condenação. Parece que, de alguma forma, há, não digo unanimidade, mas a maior parte das pessoas esperava uma condenação, eventualmente, com a excepção de apoiantes do Rassemblement National. Agora, o que está aqui em discussão, de certa forma, é a gravidade da pena que é aplicada.Os juízes, naturalmente, têm uma moldura penal e, portanto, não podem fazer o que lhes apetece. Têm que se guiar por essa moldura penal e aplicar a lei em função da evidência que lhes é submetida, mas é verdade que, cada vez mais, os juízes têm um poder muito grande, com decisões de grande impacto, quer político, quer outro, e, neste caso, como muito bem disse, com aplicação imediata, o que dificulta de alguma forma fazer apelo.Há muita discussão sobre se este é um processo que pode demorar muito tempo e inviabilizar, de alguma forma, quase totalmente, uma candidatura de Marine Le Pen à presidência, em 2027, ou se, por outro lado, pode haver um procedimento mais rápido. Enfim, com uma decisão que seria revista, por exemplo, em janeiro do próximo ano ou coisa que o valha, que de alguma forma pudesse facilitar, embora isso também seja complicado para ela do ponto de vista político.RFI: Seria, neste caso, um calendário muito apertado, seria quase impossível a apresentação da candidatura para 2027...Vítor Ramon Fernandes: É um caminho muito estreito e eu diria que, para ela, do ponto de vista da estratégia política do partido e dos seus apoiantes, eu penso que é muito arriscado. Portanto, o risco seria que ela continuasse, mesmo que a decisão fosse de alguma forma rápida, dentro do prazo que eu referi, mas enfim que depois se calhar não é tão rápida quanto se pensa. Nós sabemos que a justiça nos países democráticos também não funciona, por razões óbvias, com a rapidez que nós desejaríamos em vários casos. Portanto, neste se calhar também não seria excepção. É verdade que se há uma decisão que é, se calhar a mais provável dela não obter ganho de causa, isso depois poderia inviabilizar qualquer outra candidatura do Rassemblement National, quer seja Jordan Bardella ou qualquer outra pessoa.RFI: No seu entender, excluir Marine Le Pen juridicamente da contenda eleitoral para as próximas presidenciais de 2027 será pôr em causa a democracia, como ela e o seu partido afirmam?Vítor Ramon Fernandes: Eu não quero ir por esse caminho, porque se nós começamos a pôr em causa este tipo de decisões, de alguma forma, também começamos a pôr em causa todo o sistema democrático. E a França não é uma república das bananas. E, portanto, nós temos de ter algum cuidado e não me parece que seja por aí que devemos avançar.Agora, é verdade que, tendo em consideração o poder que os juízes têm, a gravidade, se quiser, das decisões que tomam, com as dificuldades que se colocam depois em termos de recurso, como é neste caso, é verdade que eu acho que as decisões que são tomadas têm de ser muito, muito bem fundamentadas do ponto de vista jurídico, e eu diria mesmo, também exclusivamente do ponto de vista jurídico.E aquilo que se tem visto nalguns países, e eu incluiria a França também nesse caso, se calhar um bocadinho diferente de Portugal... É que eu acho que da parte da magistratura há muitas vezes algum comentário e posicionamento político que, de alguma forma, contamina este tipo de coisas.E quando há decisões destas, mesmo que elas sejam muito bem fundamentadas (eu não estou discutir isso porque eu não sou jurista), a verdade é que elas contaminam e levam a que alguns possam por em consideração: “pois isto era um bocadinho expectável porque houve considerações” e houve, de facto, considerações de um teor que são muito contra o Rassemblement National e, portanto, isso leva a que haja, de alguma forma, alguma perda de credibilidade e um pôr em causa do regime democrático, que também é grave em si.E é problemático porque é verdade que, no passado, houve posicionamentos até do Sindicato da Magistratura de travar o avanço do Rassemblement National, etc. Este tipo de comentário, vindo da parte da magistratura e dos juízes e não só juízes, penso que é despropositado de alguma maneira e não deveria ocorrer. É descabido, do meu ponto de vista.Nós, quando queremos ter um posicionamento de dizer que há aqui uma diferença e uma separação entre facto e valor, digamos assim, que é o que está aqui em causa, ou seja, eu baseio-me numa análise apenas dos factos e não ponho juízos de valor, a verdade é que se eu quero que isso aconteça, eu não posso depois fazer juízos de valor no quadro daquilo que é a minha função enquanto jurista, na magistratura. Portanto, isto é complicado. Nós estamos a ver isto a complicar-se em vários países.Há um poder, de alguma forma, que alguns consideram excessivo. Não é só em França. Veja o caso dos Estados Unidos, com o Supremo Tribunal. Há quem considere, de facto, que há aqui um poder, enfim, exagerado ou excessivo, de alguma forma, sem controlo, que não são eleitos e não têm controlo. E portanto tem que haver aqui um cuidado, que não sei se houve ou não houve. Espero que sim, mas este caso particular é grave no sentido das consequências. De facto, o Rassemblement National vê-se com grandes dificuldades pelo facto de ver a impossibilidade de ter a sua candidata, que é Marine Le Pen. RFI: Eu ia focar-me precisamente esse ponto. Tendo em conta esta decisão, em que estado é que fica agora o partido da União Nacional? Vítor Ramon Fernandes: É complicado. Isto aqui ainda está muito a quente. Temos de deixar assentar a poeira para ver quais são as decisões que vão ser tomadas. Eu penso que, de alguma forma, há alguma probabilidade de que seja Jordan Bardella a substituir, dado que também no início o sonho do Rassemblement National era ter Marine Le Pen como Presidente e Jordan Bardella como primeiro-ministro. Isso é pouco provável. E, portanto, eu diria que, sendo ele o presidente do partido, apesar de ela ter feito comentários que ele é muito jovem ainda e etc, eu penso que existe uma forte probabilidade mesmo de amanhã ser ele. Ele tem demonstrado algumas credenciais no partido, embora, segundo parece, ele não tenha unanimidade nos apoios dentro do Rassemblement National.RFI: E será que ele conseguiria captar tantos votos como Marine Le Pen?Vítor Ramon Fernandes: Essa é a grande questão. Eu acho que do ponto de vista do Rassemblement National, tendo em consideração aquilo que aconteceu aqui neste julgamento, a decisão que foi tomada, pode de alguma forma, acabar por mobilizar ainda mais os apoiantes. O que isto significa é que, neste caso concreto, muitas das pessoas do Rassemblement National, quer sejam militantes, apoiantes ou votantes, se se sentissem lesadas pelo facto de Marine Le Pen não se poder candidatar à Presidência da República, mobilizar-se-iam para maior apoio e votar seja em que candidato for, desde que seja o candidato do Rassemblement National. E, portanto, nesse sentido, podia ser que Jordan Bardella beneficiasse de um apoio sólido, pelo menos equivalente ao do Marine Le Pen.RFI: Tenho uma última questão para lhe fazer: considera que podemos falar de um verdadeiro terramoto político para a classe política francesa?Vítor Ramon Fernandes: Isto vem abalar a situação, porque nós já tivemos no passado vários casos com Cahuzac ou com o partido Modem, a história do primeiro-ministro Bayrou. A justiça de facto tem apertado, relativamente a estas questões do Parlamento Europeu também. E, portanto, é verdade que isto causa aquilo da parte de alguns, alguma indignação, se quiser, vendo este poder dos juízes como excessivo, isto pode levar algum descontentamento, que pode ter consequências políticas de manifestações e outras coisas, por um lado.Abala, de alguma maneira, porque a longo prazo algumas pessoas também podem sentir, que, de facto, não se querem posicionar em carreiras políticas porque começa a ser um “metier dangereux” (tradução: profissão perigosa) , digamos assim. E, portanto, nesse sentido, também só acontece se a pessoa cometer crimes. Mas isto é uma vida complicada, a política, e, portanto, há sempre riscos nestas coisas.Eu considero que isto pode trazer aqui um debate, de facto, mais severo, mais profundo, sobre esta imiscuidade ou potencial imiscuidade entre a política e o direito, que é um debate problemático. Há aqui um risco que é o facto de haver o receio de que a justiça começa a ser contaminada ou demasiadamente contaminada com a política porque isto leva a uma perda de confiança na justiça e põe em causa a democracia e os regimes ocidentais. É uma situação muito perigosa e daí eu ter referido no início que a magistratura tem que ter muito cuidado no seu posicionamento político e nas manifestações que faz.A pior situação que nós podemos ter é amanhã o sentimento de que, de facto, as decisões jurídicas, embora tenham fundamento jurídico também podem ser objecto de uma influência política. Isso é muito complicado e problemático.
A cultura de cancelamento, os temas do género nas escolas, a eleição de Sebastião Bugalho, a campanha neutra em carbono, o capitalismo como solução para o clima, as relações pessoais, a vida em Bruxelas e em Coimbra. Episódio gravado no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
A Justiça vem sendo atacada por movimentos populistas de extrema direita em vários países, Brasil, Estados Unidos e Israel, para citar alguns. A França não escapa dessa retórica construída para desqualificar as decisões de juízes e procuradores, tomadas à luz da lei, mas deturpadas como se fossem "condenações políticas". Juízes franceses, geralmente reservados por dever profissional, têm apontado campanhas de desinformação a respeito deles nas redes sociais, com a publicação dos endereços onde moram, às vezes acompanhados de chamados à violência física e à vingança por decisões que desagradaram uma minoria de pessoas. Atualmente, há 20 juízes sob proteção policial na França, depois de receberem ameaças de morte. Alguns casos são relacionados com sentenças aplicadas contra o crime organizado e o tráfico de drogas, mas uma parte deles é difamada pela atuação em processos que envolvem políticos.Essa pressão sobre o Judiciário, que desafia garantias constitucionais de independência dos poderes, se intensificou e, hoje, é considerada uma ameaça à democracia e ao Estado de Direito.Veredicto para Marine Le PenAtualmente, a líder de extrema direita francesa, Marine Le Pen é julgada por desvio de verbas públicas. Os juízes desse processo têm recebido ameaças de morte há alguns meses. Na segunda-feira, 31 de março, Marine Le Pen conhecerá o veredicto de uma ação penal em que ela, seu partido Reunião Nacional (RN) e 24 integrantes da sigla são acusados de ter desviado verbas destinadas à bancada da legenda no Parlamento Europeu, para o pagamento de despesas de funcionamento do partido na França, durante 12 anos, o que é ilegal. Esse desvio de milhões de euros de prejuízo ao Parlamento Europeu já foi em parte reembolsado pelo partido de Marine Le Pen, em um reconhecimento implícito de culpa. A Justiça francesa abriu uma investigação à parte, descobriu outras irregularidades e agora pode condenar Marine Le Pen a cinco anos de prisão, acompanhados de inelegibilidade com execução imediata da pena, mesmo se ela apresentar um recurso contra a condenação, o que a impediria de disputar a eleição presidencial de 2027. Como acontece no Brasil com bolsonaristas descontentes com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, na França os militantes do partido de Le Pen acusam a Justiça local de tentar influenciar o processo eleitoral. Durante os interrogatórios, a juíza titular do caso, Bénédicte de Perthuis, insistiu em obter respostas claras de Marine Le Pen sobre o pagamento dos salários desses colaboradores, mas ela se esquivou de fornecer os esclarecimentos, repetindo várias vezes a mesma versão, de que não havia feito nada de ilegal. Le Pen desviou a atenção do público das acusações, para sinalizar uma suposta politização da Justiça. Narrativas manipuladas inflamam as redes sociaisEssa tática da extrema direita de questionar as decisões de juízes é vista em vários países. Entre ultraconservadores e políticos de perfil autoritário virou regra bater na Justiça, minar a confiança dos eleitores na instituição por meio de campanhas de difamação e desinformação na internet, desviar a atenção da gravidade das acusações e das provas recolhidas nos inquéritos, para o réu se apresentar como vítima de perseguição política. A incitação à vingança contra os juízes é uma consequência dessas narrativas manipuladas. Um grupo de militantes de Le Pen que defendeu em um chat na internet "atirar na nuca dos juízes do caso", ou seja, promover execuções sumárias, está sendo investigado. Um agravante inesperado nesse caso foi o atual primeiro-ministro de centro-direita, François Bayrou, também processado no passado por empregos-fantasma em seu partido, ignorar o princípio de separação dos poderes e considerar o julgamento contra Marine Le Pen "injusto". Os juízes franceses ficaram furiosos com essa postura do chefe do Executivo.Sarkozy cai na teia das próprias contradiçõesNa quinta-feira (27), a Justiça francesa pediu sete anos de prisão contra o ex-presidente de direita Nicolas Sarkozy em um caso de corrupção. O Ministério Público e os juízes do processo também sofreram pressões.Sarkozy defende sua inocência desde o início do julgamento e considerou a pena requisitada "escandalosa" e "violenta". Ele se sente perseguido pela Justiça, apesar de ser suspeito de ter armado "um pacto de corrupção" com o ex-ditador líbio Muammar Kaddafi para financiar sua campanha presidencial de 2007. Para os procuradores do caso, todos os crimes pelos quais Sarkozy está sendo julgado, desde janeiro, foram comprovados: corrupção, encobrimento de desvio de dinheiro público, financiamento ilegal de campanha e associação criminosa. A Procuradoria Financeira de Paris trabalha para recolher provas sobre esse caso, revelado pelo site de jornalismo investigativo Médiapart, desde 2013, depois do fim do mandato presidencial e de Sarkozy ter perdido a imunidade do cargo. No ano seguinte, quando descobriu que estava com um telefone grampeado pelos investigadores, Sarkozy publicou um artigo num jornal comparando os métodos dos juízes franceses aos da Stasi, a polícia secreta comunista da ex-Alemanha Oriental. Políticos de direita reagem com frequência da mesma forma: a Justiça "é de esquerda", "comunista", "vermelha". O pedido dos investigadores para instalar a escuta foi motivado por indícios concretos e cumpriu os requisitos legais.Esses ataques para desacreditar o Judiciário e transmitir uma ideia de parcialidade têm sido banalizados. Sarkozy já foi condenado, em outro caso, a um ano de prisão por corrupção, pena que cumpre em casa com uma tornozeleira eletrônica. Centenas de ameaças por anoO Ministério da Justiça francês registra, em média, 150 ameaças a juízes nos tribunais por ano. O Tribunal de Bobigny, no subúrdio de Saint-Denis, na região parisiense, documentou nos últimos três anos um aumento das tentativas de agressão nas salas de audiência. Alguns casos se tornaram famosos. Em 2022, depois do presidente de um tribunal anunciar a condenação de um réu, cerca de 30 pessoas que estavam na sala, entre elas a mãe e a irmã do acusado, voaram para cima dos policiais que faziam a segurança do réu para tentar soltá-lo na marra.Houve também o substituto de um promotor que foi alvejado com um sapato na cabeça enquanto apresentava as alegações finais de acusação. Além do caso de uma juíza da Vara da Infância que teve parte do couro cabeludo arrancado por uma mãe que discordou da decisão judicial ao encontro da filha dela. Magistrados franceses têm alertado que a polarização permanente nas redes sociais, as teorias da conspiração e campanhas de difamação instrumentalizadas contra o Judiciário, para além da crítica legítima, criam uma atmosfera de desconfiança que sai do controle, pondo em risco princípios básicos da democracia.
No programa Casa Comum desta semana, Mariana Vieira da Silva e Duarte Pacheco analisam o mais recente Eurobarómetro publicado pelo Parlamento Europeu. No plano nacional, em debate estará o rescaldo das eleições na Madeira e a relação entre Política e Justiça.
Numa semana marcada pelas intempéries político-meteorológicas, pela primeira vez um político pisa o palco do estúdio. Bruno Gonçalves, tiktoker internacional, vem conversar com Pedro sobre o estado atual do país: além de explicar o conflito Lili Caneças vs Perdo Nuno Santos, também tece comentários sobre a gastronomia belga, a não amizade com Sebastião Bugalho, a candidatura de Conor Mc Gregor à presidência da Irlanda e muito mais.(00:00) Intro(00:23) Depressão Martinho(04:40) Review de aparição de Bruno no “Expresso da meia-noite”(10:52) Semelhanças entre comédia e política(17:30) Percurso estudantil de Bruno Gonçalves(20:26) Escolher o PS porque o Mário Soares é fixe(22:35) Política internacional(27:43) Ficar sem tecto de casa(33:20) Um pouco de atualidade política(35:14) Lili Caneças VS Pedro Nuno Santos(39:46) PTM não vai votar?(44:52) Podcasts & défice de atenção(46:30) Saudades de comida portuguesa(49:42) Dia a dia no Parlamento Europeu(53:07) Melhores nacionalidades no Parlamento Europeu(55:42) Jantar com Sebastião Bugalho & Cotrim de Figueiredo(01:00:10) Bruno volta para Portugal?(01:03:30) Acompanhar o trabalho de colegas eurodeputados(01:06:48) Corrupção no Parlamento Europeu(01:12:31) Tempo de ecrã & serie Adolescence(01:18:01) Meios de transporte em Bruxelas VS Lisboa(01:21:54) Connor Mcgregor candidato a presidente da Irlanda(01:23:58) Presidenciais & Cristina Ferreira(01:28:05) PTM como eurodeputado(01:32:03) Chega partilha reel de “Conteúdo do Batáguas”(01:34:12) Prognósticos eleições 18 Maio(01:37:20) Montenegro devia ter-se demitido?(01:42:19) Sócrates & Operação Marquês(01:49:33) Isaltino Morais no instagram(01:55:34) “Isto ou Aquilo”
Está a ser investigado um alegado esquema de corrupção a envolver o Parlamento Europeu.
Reportagem e edição por Nuno Grave- Vários detidos por conta de suspeitas de corrupção no Parlamento Europeu para beneficiar a Huaweii;- Kremlin pouco interessado em cessar-fogo temporário com a Ucrânia;- Trump ameaça bebidas alcoólicas da UE com tarifas de 200%;- Morreu Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna.Sonoplastia: Nuno ViegasDesign: Carlota Real
A Comissão Europeia propôs nesta quarta-feira (26) um vasto plano para impulsionar a indústria limpa no bloco e reposicionar as fabricantes europeias, dizimadas pela concorrência chinesa e americana, no foco da descarbonização. Com a medida, Bruxelas sinaliza que, apesar dos retrocessos nos Estados Unidos e dos crescentes questionamentos dentro da própria UE, não vai desviar do caminho da neutralidade climática até 2050. Lúcia Müzell, da RFI em ParisO pacto prevê um arsenal de medidas de estímulo, com a mobilização de € 100 bilhões para investimentos e o alívio nas regulamentações em vigor, para apoiar a recuperação das empresas. Em paralelo, visa baixar o alto custo da energia, por meio da modernização da rede elétrica e a diminuição da dependência externa de fósseis a longo prazo, graças ao desenvolvimento das renováveis.O texto quebra o tabu de visar a "preferência pelo europeu” – o made in Europe está no coração do Pacto para a Indústria Limpa, nota Neil Makaroff, diretor do think tank Perspectivas Estratégicas, baseado em Paris e Bruxelas."A Europa, ao contrário dos Estados Unidos, não volta atrás na descarbonização e não cogita voltar à economia do gás, do petróleo e do carvão – pelo contrário, a descarbonização é um dos motores da estratégia industrial”, disse a jornalistas. "A UE quer atrair para o seu território as usinas da transição e entrar em concorrência com a China nesta área, e quer descarbonizar a sua base industrial já existente de aço, cimento, químicos, para torná-la mais competitiva.”Plano em vigor não teve estratégiaO Pacto Ecológico, lançado em 2019, prevê um plano para a indústria, mas falhou ao não trazer nem uma estratégia clara, nem o financiamento necessários para as empresas europeias enfrentarem a avalanche de produtos chineses que inundaram o mercado do continente. O bloco sofre uma perda de competitividade estrutural que o encaminha para o declínio, espremido entre os dois poderosos concorrentes que apostaram pesado na produção de turbinas eólicas, painéis fotovoltaicos e baterias elétricas.Potências industriais como a França e a Alemanha viram dezenas de fabricantes fecharem as portas, inclusive nestes setores essenciais para a transição energética. "A nossa diferença em relação à China e aos Estados Unidos é que eles têm estratégia. A China tem uma há 10 anos e os EUA lançaram o Inflation Reduction Act (IRA) em 2022. Ainda não sabemos bem o que ele vai virar, mas os americanos souberam criar um apoio tão massivo à indústria limpa que até capitais europeus começaram a financiar projetos lá”, salienta Celia Agostini, diretora da Cleantech for France. "A questão principal para nós é saber se o Pacto para a Indústria Limpa será essa esperada estratégia, que nós desejamos há tanto tempo.”O plano confirma a meta europeia de cortar 90% das emissões de gases de efeito estufa até 2040 e coloca a economia verde no foco desse objetivo. Para atingi-lo, o impulso à eletrificação da economia será uma etapa fundamental, que o projeto pretende contemplar. A França conseguiu impor a energia nuclear no pacote de energias descarbonizadas, mas Paris e Berlim divergem sobre destinar recursos para estas usinas.Investimentos podem reverter atrasosO projeto também visa beneficiar com isenções de taxas as empresas que fabricarem com menos impacto de carbono. "Uma bateria fabricada na Europa é 32% mais cara do que uma na China, mas se o critério da pegada de carbono é adotado, as regras do jogo mudam completamente e uma bateria europeia se torna tão competitiva quanto a chinesa. Isso pode ser replicado em vários setores da indústria verde”, frisa Makaroff. “Mas atenção: a própria China está focada em limpar setores específicos, como a produção de aço verde."Ciarán Humphreys, especialista na indústria limpa do Institut for Climate Economics (I4CE), insiste na importância do aumento dos investimentos públicos europeus. Países reticentes, como Dinamarca e Finlândia, têm se mostrado mais abertos à ideia de um empréstimo comum europeu para financiar a indústria da defesa, em meio às tensões geopolíticas internacionais, mas também a economia verde.“Se nós falharmos, teremos mais fechamentos de empresas e de empregos, e a Europa terá um atraso impossível de recuperar em relação à China. É crucial para a nossa descarbonização, mas também para a nossa soberania, porque uma transição na qual temos que comprar tudo, em vez de fabricarmos nós mesmos, não será apoiada a longo prazo pelos cidadãos europeus”, ressalta. “Também representa um risco estratégico, como vimos no caso da Rússia e o uso que Putin fez do fornecimento de gás para a Europa, como uma arma contra o bloco”, lembra.Flexibilizações de regras frustram ambientalistasOutro aspecto importante é o da simplificação das regulamentações em vigor, foco de tensão política entre os Estados-membros e que contribuiu para as fabricantes europeias perderem a corrida industrial limpa, segundo seus críticos. Na tentativa de acalmar o sentimento anti-UE, a Comissão apresentou o chamado pacote Omnibus, que busca aliviar ou até modificar a legislação europeia adotada no quadro do Pacto Verde, principalmente em questões sociais e ambientais.A medida é uma exigência antiga do meio empresarial, que acusa o que seria um excesso de regulamentação como um dos principais fatores para a perda da competitividade europeia. Do outro lado, organizações ambientalistas e de defesa de direitos humanos temem que um retrocesso no dever de vigilância e na transparência da cadeia produtiva levem as empresas a relaxar no desmatamento importado ou o uso de mão de obra em condições degradantes, na própria Europa ou no exterior.O "dever de vigilância” imposto aos industriais pode ser adiado em um ano, e o número de empresas sujeitas à chamada contabilidade verde – publicação de dados referentes à sustentabilidade da cadeia – cairia de 50 mil para apenas 10 mil."Vemos sinais incoerentes por parte da Comissão. De um lado, ela diz que a Europa se compromete a atuar pela competitividade, sob as bases de uma transformação sustentável. Mas, do outro, indica que todo o quadro regulatório que foi estabelecido, que passou por tantas instâncias e foi aprovado por todos, poderá ser revisto, sem nenhuma análise de impacto”, aponta Jurei Yada, diretora de Finanças Sustentáveis Europeias da E3G. "Do ponto de vista da estabilidade regulamentar, que é muito importante para os investidores, principalmente os estrangeiros, isso pode atrapalhar. A fragmentação das exigências cria confusão e atrapalha os investimentos”, complementa.Leia tambémNova norma obriga reciclagem de roupas na UE, mas volume e baixa qualidade das peças impedem avançosO comissário europeu de Estratégia Industrial, Stéphane Séjourné, defendeu as medidas e disse que elas demonstram que "a Europa sabe se reformar”. “Sem motosserra, mas com homens e mulheres competentes, que escutam os atores econômicos”, argumentou, sem poupar uma ironia ao recente encontro entre Elon Musk e o presidente argentino, Javier Milei, no qual o bilionário ergueu o aparelho.O projeto do Pacto para a Indústria Limpa e o pacote Omnibus devem agora ser encaminhados à aprovação do Parlamento Europeu e dos Estados-membros.
O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se ontem de urgência para abordar a guerra no leste da RDC, sem chegar a nenhuma conclusão sobre a atitude a adoptar perante o Ruanda que juntamente com os rebeldes do M23 continua a avançar em território congolês. Durante essa reunião, a ministra congolesa dos Negócios Estrangeiros, Thérèse Kayikwamba Wagner, tornou a acusar o Ruanda de preparar "um massacre a céu aberto" e de querer "derrubar o regime congolês pela força", a governante denunciando pela mesma ocasião a inacção do Conselho de Segurança. Este apelo surge depois de várias outras entidades, como a União Africana e a União Europeia, terem pedido o fim imediato das hostilidades e a retirada das tropas ruandesas. Nenhum desses apelos, nem a mediação de Angola ou do Quénia conseguiram um qualquer efeito até ao momento. O Presidente Paul Kagamé que alega pretender livrar o leste da RDC dos grupos armados que representariam uma ameaça para o Ruanda, não dá sinais de querer recuar.Depois de ter tomado o controlo de Goma, no Norte-Kivu, em finais de Janeiro e -mais recentemente- de Bukavu, no Sul-Kivu, segundo a ONU, as tropas ruandesas e os M23 estão agora a progredir para outras zonas estratégicas do leste, semeando o terror por onde quer que passem.Apesar de múltiplos alarmes sobre o "risco de uma guerra regional" levantados ainda ontem pelas Nações Unidas, apesar dos relatos das atrocidades cometidas pelos M23 e seus aliados ruandeses, nomeadamente execuções de crianças, nada parece para já travar a progressão destas forças.Uma situação perante a qual as tropas ugandesas presentes no terreno reforçaram as suas posições na zona de Bunia, no extremo norte do país, junto à fronteira entre a RDC e o Uganda. Por outro lado, de acordo com fontes militares e de segurança, as tropas burundesas também destacadas para apoiar o exército congolês, estão a operar uma discreta retirada, sem que haja contudo uma confirmação oficial.Marcelo Oliveira, missionário comboniano baseado desde 2012 em Kinshasa, dá conta das últimas informações que tem sobre as movimentações ruandesas.RFI: Quais são os relatos que lhe chegam do terreno?Marcelo Oliveira: As notícias que chegam a Kinshasa são sempre notícias que não podemos dizer que são completamente seguras. Há meios de comunicação social que transmitem uma parte das informações. Há muita 'fake news' no meio de tudo isto, procurando se calhar criar uma certa instabilidade na população, criar mesmo, possivelmente um conflito em torno da possibilidade de os rebeldes chegarem a Kinshasa, o que será algo de muito, muito difícil.RFI: Há relatos de que pelo menos uma parte das tropas burundesas estaria a retirar-se progressivamente. Tem essa indicação aí em Kinshasa?Marcelo Oliveira: Em relação às burundesas, não. Os ruandeses continuam a avançar, apesar de toda a pressão feita pela comunidade internacional, seja do Parlamento Europeu, seja do Conselho de Segurança da ONU ou do Conselho de Segurança da União Africana. Há toda uma série de forças, digamos, internacionais, que estão a fazer uma grande pressão sobre o governo do Ruanda para que possa retirar do Congo os militares, o que o Ruanda não parece querer ceder. E aqui está o grande problema: eles continuam a massacrar, tomaram a cidade de Goma no final de Janeiro, entretanto, atingiram a cidade de Bukavu e há algumas informações de que terão chegado a Uvira (mais a sul de Bukavu). Uvira fica no norte do lago Tanganica. Portanto, a tendência é uma descida para sul para atingir o planalto de Fizi (também no leste da RDC). Mais para norte de Goma, há algumas informações de que os ataques estariam a chegar na zona de Kanya Bayonga, que fica no parque de Virunga, muito perto da zona de Lubero. Portanto, isso seria mais para norte de Goma. Eventualmente, pouco a pouco, eles continuam a avançar no sentido sul, Goma-Bukavu-Uvira, e a tendência seria de atingir o planalto de Fizi.RFI: Como é que se explica, então, que as forças ugandesas tenham reforçado as suas posições mais a norte, em Bunia?Marcelo Oliveira: Pois, a tendência seria um pouco de subir, apanhar toda a zona que apanha a parte de Bunia, o território de Beni, Goma e toda a parte que é altamente rica em minérios. O desejo é de "balcanizar" , é pegar nesta parte do Congo para fazer um anexo do Ruanda e do Uganda, porque são locais onde eles poderão continuar, porque não é coisa de hoje ou de ontem. O objectivo é poder tomar posse das terras e de tudo o que é riqueza, ouro, diamantes, o cobalto que o Ruanda continua a fazer sair como um grande exportador internacional e que conseguiu, no mês de Fevereiro de 2024, assinar um tratado com a União Europeia para poder explorar e vender (essas riquezas), no Parlamento Europeu. Foi discutido durante a semana passada o embargo a este acordo. Foi provocado por algumas pessoas de boa vontade que souberam manifestar-se na defesa do povo. O comissário desprezou um pouco e disse que 'o assunto está sobre a mesa'. É um pouco preocupante a falta de sensibilidade para a quantidade de pessoas que são martirizadas, que são perseguidas, que são mortas, que são violadas, mulheres, crianças. Os números são horríveis. A quantidade de pessoas que continua a fugir, que tem que abandonar as suas casas. Ontem vi uma notícia da quantidade imensa de pessoas que estão na fronteira com o Burundi para entrar. O governo burundês automaticamente já começou a controlar todas as pessoas que estão no território para se assegurar que estão lá legalmente e os que não estiverem, que não conseguirem entrar de maneira legal, oficial, vão ser expulsos.RFI: Está a falar da situação das pessoas que vivem naquela zona. Há, de facto, relatos de violações graves dos Direitos Humanos, inclusivamente execuções de crianças. Tem também essa informação?Marcelo Oliveira: Sim, sim. Eu costumo dizer aos jornalistas que me contactam que não é uma situação pontual. A violação de mulheres, a morte de crianças é algo de diário. As notícias que chegam à Europa são pipocas que saltam de uma panela. Você abre a panela e uma pipoca salta fora. E são essas as notícias que vos chegam. É a única coisa. Todos os dias, há gente martirizada e mulheres violadas. E continua.RFI: Segundo a ONU, "há um risco cada vez mais sério de uma guerra regional". É a sua perceção também?Marcelo Oliveira: Regional não, porque quem está no terreno, são as tropas do Exército Nacional. Não haverá uma guerra. A guerra poderá ser localizada nesta parte onde toda a gente tem os olhos. É certo que não será uma guerra a nível nacional, porque é um país imenso.RFI: Houve uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre essa questão e não se chegou a nenhuma conclusão. Foi um pouco o mesmo cenário que se verificou também com a União Africana e com mediações sucessivas e inclusivamente também com a Europa, que também não consegue chegar a nenhum consenso relativamente à atitude a tomar para com o Ruanda. Porque é que é tão difícil chegar-se a alguma conclusão sobre isso?Marcelo Oliveira: Pelos interesses, todos os interesses de continuar a manter a desordem, a guerra, a confusão, para continuar a pilhar, a roubar a riqueza. A nossa ministra dos Negócios Estrangeiros (Thérèse Kayikwamba Wagner) esteve ontem, dia 19, no Conselho de Segurança da ONU. E o que ela diz é que o Ruanda prepara "uma chacina a céu aberto" no Congo. O objectivo do Ruanda é de poder massacrar as populações para que as pessoas fiquem aterrorizadas, possam abandonar. O exército (congolês) passou a não ter o mínimo de força, porque o exército de Ruanda está altamente dotado de todo o tipo de drones e de armas de fogo bastante sofisticadas. E continua a avançar, mesmo se o Conselho de Segurança da ONU e mesmo se o Conselho de Segurança da União Africana exigiu a retirada imediata. Fala-se que a França teria também pedido a retirada das tropas, o Reino Unido ou os Estados Unidos. São notícias, mas duvido sobretudo pelos três países.RFI: Julga que há alguma coisa que pode ser, de facto, decisiva para reverter esta situação?Marcelo Oliveira: Somente uma, o embargo às armas e ao acordo. Uma pressão internacional com muitas sanções contra o Ruanda. Porque o Ruanda, embora tenha força económica, apertada de um lado e de outro, a um certo momento, terá que ceder. Mas enquanto há forças que continuam a assistir e a ajudar, é claro que será difícil.
O ano começou com uma constatação clara: o clima deixou de ser prioridade política em muitos países desenvolvidos. As medidas mais recentes tomadas por Trump nos EUA são o caso mais contundente. Mas não foi só por lá. Na Europa, o avanço da direita no Parlamento Europeu e em países-membros trouxe uma agenda mais conservadora, centrada em temas como migração, defesa e crescimento econômico.Mas o que isso significa exatamente para o Brasil, que deve estreitar suas relações com o bloco depois de um acordo entre a União Europeia e o Mercosul? Nesse episódio, eu converso com o advogado Bruno Galvão, que está em Berlim e acompanha esses movimentos de perto.Por um lado, há, sim, pedidos de suavização de regulamentos socioambientais ambiciosos já aprovadas no bloco. A gente viu isso no fim do ano passado, quando o Parlamento Europeu quase mudou as regras do regulamento anti-desmatamento, ou, na sigla em inglês, EUDR.Por outro lado, é difícil imaginar um cenário de destruição do que foi feito até agora. E tem bastante coisa feita até agora. Neste episódio, focamos nas medidas que afetam o Brasil de forma mais direta. É uma atualização sobre o regulamento anti-desmatamento, o mecanismo de ajuste de fronteira e as regras de governança e reporte para empresas.Support the show
Daniel Chapo toma posse como Presidente de Moçambique na próxima semana e Venâncio Mondlane já antecipou juramento à nação. Estará o país à beira de ter dois governos? Eurodeputado pede debate de urgência sobre a situação no país. Guineenses querem mudanças na governação em 2025 e em Cabo Verde o novo ano promete ser de disputas internas nos maiores partidos políticos.
As campanhas de influência lançadas pelo bilionário americano Elon Musk no X, que promovem suas visões ultraconservadoras e políticas de extrema direita na Europa, provocam reações na imprensa e mobilizam os defensores da democracia na França. No começo do mês, a série de tuítes difamatórios que Musk dirigiu ao primeiro-ministro britânico Keir Starmer, acusando o trabalhista de ser "cúmplice de estupros em massa" num contexto falacioso, já tinha causado indignação entre internautas, políticos e jornalistas.Esta semana, as críticas ao bilionário aumentaram com a live de duas horas que ele fez nesta quinta-feira (9) no X com a líder do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, candidata ao governo alemão nas eleições legislativas de fevereiro.Entre outras declarações falsas, Weidel disse na conversa com Musk que Adolf Hitler não era de direita, e sim de esquerda, porque a ideologia do nazismo era chamada de "nacional-socialismo" – o que já foi desmentido por historiadores.Diante dessa ingerência crescente de Musk no debate público europeu, usando o X para propagar fake news, uma deputada francesa apresentou esta semana uma denúncia contra o bilionário e sua rede social no organismo francês de regulamentação das plataformas digitais.A parlamentar Aurore Lalucq, que é da bancada socialista e democrata no Parlamento Europeu, pediu à Arcom – Autoridade Reguladora da Comunicação Audiovisual e das Plataformas Digitais na França – para investigar uma suposta manipulação nos algoritmos do X.Usuária do Twitter há vários anos e depois do X, ela diz que passou a ver, recentemente, muitos tuítes de Elon Musk em sua timeline, sem que ela tenha pedido para seguir o bilionário, o que sugere uma mudança no direcionamento das mensagens e nas regras de funcionamento declaradas aos reguladores. A França tem legislação própria e autonomia judicial para investigar esse tipo de denúncia.A eurodeputada ainda pediu à Comissão Europeia, que dispõe da lei de Mercados Digitais e da lei de Serviços Digitais, para agir e, se necessário, bloquear o X por “abusos recorrentes”. Para um número significativo de franceses ouvidos sobre o comportamento de Musk nos últimos dias, está na hora de salvar as democracias europeias do projeto ideológico ultradireitista de interesse tecnológico e industrial das plataformas americanas.Regulamentação europeia O modelo europeu de regulamentação das redes sociais inspirou legislações semelhantes em vários países, entre eles o Brasil. O bloco já aplicou multas bilionárias contra as empresas de tecnologia americanas e asiáticas. Mas com o retorno de Donald Trump ao governo dos Estados Unidos, a Comissão Europeia está hesitante, com medo de represálias, demonstrando um posicionamento de fraqueza criticado na França.Na quinta-feira (9), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, publicou um comunicado favorável aos americanos, sem mencionar solidariedade à Dinamarca pelos ataques de Trump à Groenlândia. Von der Leyen e o presidente do Conselho de Líderes Europeus, António Costa, disseram apenas que têm interesse em reforçar as relações com Washington. Essa atitude foi considerada "omissa" e "vergonhosa" por várias personalidades.Um advogado francês especialista na área digital, Etienne Papin, listou cada uma das ofensas de Musk ao primeiro-ministro britânico e ao chanceler alemão, à luz das legislações nacionais dos dois países e da Lei de Serviços Digitais do bloco. Mesmo se o Reino Unido não faz mais parte da União Europeia, o advogado mostrou que as declarações de Musk podem ser enquadradas como crimes e delitos sujeitos a sanções.O advogado descreve a situação nos seguintes termos: é “uma guerra de civilização entre magnatas da tecnologia dos EUA, de cultura duvidosa, contra uma Europa que se construiu sobre as bases do humanismo, do iluminismo e da busca da verdade”. Não há razão, na opinião desse especialista, de os europeus se envergonharem desses valores.Prêmio Nobel de Física pede resposta rápidaOutra personalidade, o francês Alain Aspect, prêmio Nobel de Física de 2022, também foi à mídia criticar o "imobilismo" da Comissão Europeia, que, segundo ele, "não pode se acanhar diante dessa ofensiva dos americanos". Diante da desinformação e das teorias da conspiração, o Nobel de Física insistiu que “só a ciência permite às pessoas tomar consciência dos problemas” e resolvê-los.Destruir a reputação da imprensa tem sido uma estratégia recorrente da extrema direita. Desde que Mark Zuckerberg, dono da Meta, decidiu seguir os passos de Musk, nesta semana, e acabar com o sistema de checagem de fatos no Facebook e no Instagram, por enquanto nos Estados Unidos, os jornais franceses têm publicado editoriais para defender que a União Europeia não se curve à “ofensiva ideológica” proveniente dos Estados Unidos.Le Monde aponta "erro" e pede firmeza à UEO Le Monde escreve em seu editorial, nesta sexta-feira (10), que a Comissão Europeia está errada em vacilar nessa hora, em ter medo de Trump. Segundo o Le Monde, “é preciso distinguir entre a relação com o futuro presidente da potência que garante a segurança dos seus aliados europeus e a resposta a dar aos CEO das redes sociais, por mais próximos que estejam de Trump”.Fato raro nos tempos atuais, o Le Monde dá razão ao presidente Emmanuel Macron, que logo assinalou que a ofensiva de Musk era política, e insiste numa resposta firme e rápida da União Europeia, com os instrumentos que a regulamentação de serviços digitais do bloco prevê contra fake news e ingerência eleitoral externa.Meloni manifesta apoio a MuskA única dirigente que defendeu abertamente Musk até agora foi a premiê de extrema direita da Itália, Giorgia Meloni. Ela chamou Musk de "gênio". No entanto, o apoio de líderes de países onde a extrema direita se fortaleceu, como Itália, Hungria, Eslováquia, Holanda, Finlândia, Suécia, já era esperados.Na Áustria, país onde o partido de extrema direita local chegou à frente em eleições legislativas recentes e começou a negociar a formação de um governo, 50 mil pessoas participaram de protestos nas ruas de Viena na noite de quinta-feira para exigir que a extrema direita seja excluída de uma coalizão governamental. Apesar do fenômeno do neofascismo ter se instalado no cenário político europeu, essa ideologia reacionária também enfrenta forte resistência popular.O jornal Ouest France chegou a fazer uma piada machista sobre a fascinação da italiana Giorgia Meloni por Elon Musk, dizendo que, agora, o bilionário tinha "outra paixão", a alemã Alice Weidel, da AfD.Uma investigação aberta em dezembro de 2023 pela Comissão Europeia emitiu conclusões preliminares de que a rede X de Musk violou a de lei Serviços Digitais em diferentes aspectos, como técnicas supostamente enganosas para manipular o comportamento do usuário, transparência publicitária e acesso a dados para pesquisadores. Mas as conclusões definitivas não foram publicadas, nem houve anúncio de multas pelas infrações.
Venâncio Mondlane discutiu hoje a crise pós-eleitoral com os deputados do Parlamento Europeu.Organizações defensoras dos Direitos Humanos manifestam-se preocupadas com o envolvimento de crianças nos protestos.Em Angola, analistas dizem que João Lourenço sai com poder reforçado no Congresso no MPLA.
Depois de encabeçar a lista da AD para as Europeias e de ser eleito para o Parlamento Europeu, Bugalho é agora militante do PSD. O eurodeputado promete manter a independência, mas irá conseguir?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na apresentação das prioridades húngaras para a presidência rotativa deste segundo semestre, no Parlamento Europeu, Ursula Von der Leyen não poupou nas palavras para acusar Viktor Órban por causa das suas políticas sobre a Ucrânia e a imigração. A presidente da Comissão não esteve sozinha nas críticas, os protestos também surgiram de várias bancadas parlamentares. Neste episódio, conversamos com a correspondente da SIC e do Expresso em Bruxelas, Susana FrexesSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Confira na edição do Jornal da Record desta quinta (19): Ministro Alexandre de Moraes impõe nova multa a empresa de Elon Musk depois de rede social X driblar bloqueio. Incêndios florestais fazem escolas suspenderem aulas no Distrito Federal. Em Portugal, casa explode depois de ser atingida pelas chamas. Operação do Ministério da Justiça tira do ar centenas de aplicativos e sites ilegais de filmes. Em São Paulo, polícia procura pelo homem que ataca mulheres e adolescentes nas ruas. Parlamento Europeu reconhece Edmundo González como presidente eleito da Venezuela.
O chefe do Hezbollah acusou Israel pelas explosões de aparelhos eletrônicos no Líbano e fala em declaração de guerra. O Parlamento Europeu reconheceu Edmundo González presidente legítimo e democraticamente eleito da Venezuela. Uma operação internacional tirou do ar quase 700 sites e aplicativos ilegais. O ministro do STF Alexandre de Moraes multou de novo a rede social X por ter voltado a operar no Brasil. Extremos climáticos agravam a poluição do Rio Tietê, em São Paulo. O Comitê do Setor Elétrico recomendou a volta do horário de verão. A Globo recebeu duas indicações ao Emmy Internacional de Entretenimento.
No momento em que se abre um novo ciclo político, com a reeleição de Roberta Metsola e a tentativa de fazer o mesmo com Ursula Von der Leyen, a Hungria tem a responsabilidade de presidir à UE. Viktor Orbán escolheu desafiar os seus parceiros e encontrou-se com Putin e Xi Jinping, sofrendo agora um boicote da Comissão Europeia e de vários países à agenda da sua presidência. Henrique Burnay, consultor em Assuntos Europeus e colunista do Expresso, lembra a expressão “idiota útil” para descrever alguém que fica mal na fotografia mas consegue o que quer. Neste caso, nem isso aconteceu.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Os cabeças de lista nas Europeias, Sebastião Bugalho e Marta Temido foram os convidados de uma emissão especial da Vichyssoise no primeiro dia do novo Parlamento Europeu em Estrasburgo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em 2019, Rui Tavares chega ao parlamento como deputado único e, desde então, o Livre tem subido, conseguido eleger quatro deputados nas últimas eleições legislativas e tendo ficado à porta do Parlamento Europeu, numas eleições que também não foram isentas de polémica, por causa do seu sistema de primárias abertas para a escolha de candidatos. Nas autárquicas, manteve um acordo em Lisboa com o PS de Fernando Medina. No país, foi aprovando Orçamentos de António Costa, mesmo quando o seu voto não era necessário. O Livre nasceu há dez anos, sempre muito marcado pela figura de Rui Tavares, que começou a sua vida político-partidária como eurodeputado independente eleito pelo Bloco de Esquerda. Num momento em que a esquerda está em recuo, em Portugal, o Livre vai crescendo. Europeísta e ecologista, o Livre conquista alguns votos à direita, mas fragmenta um espaço cada vez mais diminuto. Entre o deve e o haver, se verá o que se ganha e perde. Independentemente disso, o seu crescimento eleitoral sustentado é um feito notável em tempo de crise no espaço da esquerda.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O 1° turno das eleições parlamentares colocou a extrema-direita em primeiro lugar, muito perto de formar maioria e conseguir controlar o legislativo francês. Agora, o centro (ligado ao presidente Emmanuel Macron) e a esquerda costuram um acordo para tentar barrar o avanço do partido comandado por Marine Le Pen. O resultado dessa eleição antecipada tem gosto de mais uma derrota para o presidente francês - que fez uma manobra arriscada ao convocar a população para a votação depois do avanço da extrema-direita em outra eleição, a para o Parlamento Europeu. Para entender o resultado das urnas e o futuro político francês, Natuza Nery conversa com o cientista político Thomás Zicman de Barros. Pesquisador na Universidade do Minho, em Portugal, e da Sciences Po, em Paris, Thomás explica o que pode acontecer com o governo Macron caso o novo premiê do país seja da extrema-direita. Ele analisa ainda o tamanho da vitória do partido de Marine Le Pen no primeiro turno e detalha as dificuldades do centro e da esquerda para reverter o resultado das urnas.
Políticos não criam movimentos e ideias do nada. Eles são, isso sim, os escolhidos pela população por melhor escutarem suas preocupações e encaminharem seus desejos. Nas eleições do Parlamento Europeu, que se encerraram no domingo, 9, muitas páginas foram gastas para descrever os candidatos dos partidos de centro-direita, direita e direita radical, como se eles fossem capazes de magicamente formar a opinião do povo. O que a maior parte dessas notícias falhou em ver foi que está em curso um espraiamento dos conceitos de direita, ao mesmo tem que em as ideias de esquerda perdem tração. Se não fosse esse fenômeno de base, espalhando-se entre os cidadãos, esses políticos de direita não seriam capazes de conquistar 44% das cadeiras no próximo Parlamento Europeu — quase o dobro do número obtido pelos blocos de esquerda.Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante: https://bit.ly/planosdeassinatura Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
A vitória de partidos de direita no Parlamento Europeu não deve afetar o andamento das negociações do acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.O impacto será nulo porque as negociações já estavam estagnadas. "O acordo já não era factível. O grande entrave do lado dos europeus é uma política ambiental pouco crível do lado dos países latino-americanos, particularmente do Brasil.A gente sabe que isso só mascara o protecionismo do agro europeu, que é um setor extremamente improdutivo e ineficiente.Se tivesse que concorrer com o agro brasileiro e argentino, eles teriam sérios problemas de produtividade. É uma justificativa que não para em pé", diz o diretor de análise política da consultoria Prospectiva, Thiago Vidal, em entrevista ao podcast Latitude.Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante: https://bit.ly/planosdeassinatura Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
Podcast debate os principais temas da política na semana sob a perspectiva liberal.
As Eleições Europeias são sempre os plebiscitos que mobilizam menos os eleitores. Será pela sensação de que os assuntos discutidos no Parlamento Europeu interferem pouco com as suas vidas?
Moçambique: Começa a "dança de cadeiras" no seio das formações políticas.Trabalho infantil continua a ser um grande desafio nos PALOP.Resultados da extrema-direita na Europa preocupam migrantes.
Apesar do crescimento dos grupos de extrema-direita, Ursula von der Leyen está confiante no apoio dos socialistas e dos liberais para conseguir ser reeleita presidente da Comissão Europeia. Entenda como fica o parlamento europeu após as eleições do úiltimo fim de semana.
A votação para o Parlamento Europeu mobiliza mais de 370 milhões de eleitores em 27 países - é o segundo maior processo eleitoral do mundo. Além de definirem quem serão os 720 ocupantes das cadeiras do parlamento, as urnas funcionam como um termômetro da aprovação dos governantes dentro de seus próprios países. E a temperatura do pleito realizado no último domingo (9) indica uma extrema-direita mais forte, apesar de os partidos de centro terem mantido maioria. Na França, o partido de Emmanuel Macron sofreu uma derrota tão acachapante que o presidente convocou eleições parlamentares antecipadas. Na Alemanha, na Itália e na Áustria, o avanço do discurso ultranacionalista também foi visto. Para entender o que as urnas da Europa revelam sobre o futuro político da região, Julia Duailibi conversa com Kai Lehmann, professor de Relações Internacionais da USP. Ele explica como o avanço da extrema-direita mexe no jogo político europeu e analisa as possíveis consequências para a relação do Brasil com o continente.
A votação para o Parlamento Europeu consolidou o avanço de partidos de extrema direita nos três países mais populosos do bloco. Na França, o bom desempenho do Reunião Nacional fez o presidente Emmanuel Macron dissolver a Assembleia Nacional e convocar novas eleições legislativas. Na Itália, o Irmãos da Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni, foi a legenda mais votada. Na Alemanha, a AfD teve o segundo melhor resultado nas urnas mesmo diante de escândalos associando seus integrantes a causas nazistas. O Durma com Essa desta segunda-feira (10) fala sobre a nova configuração do Parlamento Europeu, que ainda tem maioria de perfil centrista, e da guinada à direita do continente. O programa também traz Marcelo Roubicek explicando como foram os seis primeiros meses do governo de Javier Milei na Argentina. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
Boa terça, angulers! Abrimos o #239 comentando as eleições do Parlamento Europeu e seus desdobramentos: guinada da extrema-direita, dissolução do parlamento francês, rupturas políticas em partidos e países. Depois, tratamos da morte Henrique Chagas, de 27 anos, após a realização de um peeling de fenol. Uma tragédia que retrata os tempos atuais de banalização dos procedimentos estéticos, distorção de imagem e excesso de filtros nas redes sociais. Por fim, os novos bombardeiros na Palestina e o resgate de reféns israelenses e a condenação de racistas que ofenderam Vinicius Jr. Sirva-se!
As eleições para o Parlamento Europeu confirmaram o avanço da extrema direita, em uma tempestade política que, embora não tenha alterado os equilíbrios de poder em Bruxelas, motivou a convocação de eleições legislativas antecipadas na França e conseguiu enormes avanços na Alemanha e na Áustria. As projeções indicam que o partido de extrema direita Rassemblement National (Reunião Nacional, RN) arrasou as eleições na França e obteve o dobro dos votos da aliança liberal lançada pelo presidente Emmanuel Macron. Diante do resultado, Macron fez um discurso ao país e anunciou a convocação de eleições legislativas antecipadas, “cujo primeiro turno ocorrerá em 30 de junho e o segundo turno em 7 de julho”. E reforçou que o avanço da extrema-direita é o “empobrecimento dos franceses e o emburrecimento do país”. Na Alemanha, a maior economia da UE, o partido social-democrata do chefe de governo, Olaf Scholz, obteve o pior resultado de sua história e ficou em terceiro lugar, atrás da direita e da extrema direita. A Alemanha é o país com o maior número de eurodeputados, com 96, seguido por França (81), Itália (76) e Espanha (61). A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, ficando atrás somente da China. Se políticas protecionistas ganharem força com o avanço da ultradireita, as exportações brasileiras e os investimentos europeus no Brasil podem ser prejudicados. Afinal, o quanto o avanço da extrema-direita em países importantes da União Europeia é preocupante para o mundo? Qual é o principal recado que as eleições europeias trazem para as lideranças do bloco? No ‘Estadão Notícias' de hoje, vamos conversar sobre o assunto com Roberto Uebel, professor de relações internacionais da ESPM. O ‘Estadão Notícias' está disponível no Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google podcasts, ou no agregador de podcasts de sua preferência. Apresentação: Emanuel Bomfim Produção/Edição: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg e Gabriela Forte Sonorização/Montagem: Moacir BiasiSee omnystudio.com/listener for privacy information.
O bloco Partido do Povo Europeu (European People's Party, EPP), de Ursula von der Leyen, atual presidente da Comissão Europeia, foi o mais votado nas últimas eleições do Parlamento Europeu, realizadas entre a quinta, 6, e o domingo, 9.Os dois principais grupos da direita populista, somados, terão 131 das 751 cadeiras. Destaque também para a dissolução do Parlamento francês, anunciada pelo presidente Emmanuel Macron ontem, após o partido dele, Renaissance, receber 14% dos votos na França — menos da metade dos 31% do Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen.Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante: https://bit.ly/planosdeassinatura Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
O Papo Antagonista desta segunda-feira, 10, analisa o resultado das eleições do Parlamento Europeu.O programa também fala sobre “gabinete da ousadia” do PT e os novos capítulos da polêmica em torno da megalicitação de R$ 197 milhões do governo Lula.Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante: https://bit.ly/planosdeassinatura Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
As eleições do Parlamento Europeu que aconteceram entre a quinta, 6, e o domingo, 9, não vão trazer grandes mudanças.O bloco Partido do Povo Europeu (European People's Party, EPP), de Ursula von der Leyen, atual presidente da Comissão Europeia, foi o mais votado.Os dois principais grupos da direita populista, somados, terão somente 131 das 751 cadeiras. Em Bruxelas, Estrasburgo ou Luxemburgo, os novos parlamentares continuarão discutindo muito e decidindo pouco.Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante: https://bit.ly/planosdeassinatura Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
Bissau: Jovens dos principais partidos unem-se contra o regime de Sissoco Embaló. Eleições europeias de ontem deixaram muitos países mergulhados num mar de incerteza. Termina prazo para a entrega de candidaturas em Moçambique. Dia de Portugal: Marcha contra o racismo lembra vítimas.
Israel resgata quatro reféns vivos em operação militar na Faixa de Gaza. E sobe para 173 o número de mortos nas enchentes do Rio Grande do Sul.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Eleições para o Parlamento Europeu. Eleições na Índia. Eleições no México. Edição de Mário Rui Cardoso.
É uma estreia: pela primeira vez, um antigo ministro foi condenado em tribunal por corrupção. Uma condenação inevitável, segundo o próprio, porque sem isso o sistema de justiça cairia em total descrédito. Há quem concorde, embora por razões opostas às de Manuel Pinho, o protragonista desta história. Num outro caso político-judicial, um antigo secretário de estado foi constituído arguido, mas quem teve de se explicar foi a antiga ministra. Marta Temido é cabeça-de-lista ao Parlamento Europeu e a investigação, com buscas em diversos locais, esta semana, entrou pela campanha eleitoral adentro, a três dias das eleições. Muito ativo, o governo decidiu mudar as regras para a admissão de imigrantes em Portugal, também em plena campanha eleitoral; fica a dúvida se o facto deste assunto ter sido intensamente explorado por certas forças políticas teve alguma coisa a ver com a pressa de apresentar servição antes do próximo domingo. Enquanto isso, a maioria de Governo acusa o PS e o Chega de terem um arranjinho. Até já lhe deu um nome: ‘cheringonça'. No parlamento, a proposta da AD para a redução do IRS foi chumbada, tendo sido aprovada a que o PS apresentou. Embora o sentido de voto do Chega tenha sido o mesmo: a abstenção. Afinal, quem é muleta de quem nesta legislatura perneta?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Acontece uma vez a cada 5 anos, os cidadãos dos 27 países da União Europeia estão a eleger, por sufrágio universal e direto, os 720 eurodeputados, ou seja os representantes de cada país e de cada família politica no Parlamento Europeu, uma assembleia com cada vez mais poder, desde as questões da imigração às da política ambiental, climática e agrícola, passando mesmo pela aprovação ou recusa do governo da União Europeia.
Cimeira Coreia do Sul-África: O que o continente africano tem a ganhar? Eleições para o Parlamento Europeu arrancam hoje com 350 milhões de cidadãos chamados a escolher os parlamentares - e a extrema-direita a ganhar terreno. Somalilândia espera reconhecimento da Etiópia em meio a tensões com a Somália.
O Hipsters: Fora de Controle é o podcast da Alura com notícias sobre Inteligência Artificial aplicada e todo esse novo mundo no qual estamos começando a engatinhar, e que você vai poder explorar conosco! Nesse episódio conversamos com o Deputado João Albuquerque, do Parlamento Europeu, a respeito do processo de aprovação e o impacto do AI Act, o primeiro conjunto de leis do mundo que visa regulamentar o desenvolvimento e o uso da Inteligência Artificial. Além disso, repercutimos as principais notícias da semana, incluindo os anúncios feitos na Microsoft Build, e a polêmica envolvendo a Scarlett Johansson e a OpenAI. Vem ver quem participou desse papo: Marcus Mendes, host fora de controle Fabrício Carraro, Program Manager da Alura, autor de IA e host do podcast Dev Sem Fronteiras Deputado João Albuquerque, membro do Parlamento Europeu
Corajosa e combativa, há décadas que Ana Gomes é das vozes mais duras contra as trapaças dos poderosos e da extrema-direita. Em 2004 foi eleita eurodeputada pelo PS e ao longo de três mandatos em 15 anos, empenhou-se no Parlamento Europeu a criar respostas para a crise dos refugiados e para a corrupção. Em 2021 foi uma das candidatas a Belém por acreditar ser importante o país ter uma mulher na presidência. Desalinhada tantas vezes das posições do seu partido, afirma que Montenegro está a tirar partido dos erros de Costa, por ter feito um acordo com os professores e avançado com o aeroporto em Alcochete. “Só lamento que não tenham sido os socialistas a fazê-lo. Foi uma casmurrice de Costa.” Sobre as eleições europeias, diz “Não tenho espinhas em dizer que a vida de qualquer português hoje depende mais do que se passa no Parlamento Europeu do que no nacional.” Ouçam-na nesta primeira parte da conversa com Bernardo Mendonça no podcast A Beleza das Pequenas CoisasSee omnystudio.com/listener for privacy information.
O primeiro debate quinzenal de Luís Montenegro como primeiro-ministros e os duelos das Europeias foram os temas da Vichyssoise. O convidado foi o número dois do BE ao Parlamento Europeu, José Gusmão.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O episódio do podcast Latitude deste sábado, 17 de fevereiro, aborda o tema em conversa com a Carolina Pavese, professora e coordenadora do núcleo de estudos europeus da ESPM.Dentre os principais desafios, está a continuação da guerra na Ucrânia, que entra em seu terceiro ano ao final de fevereiro.Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo... e muito mais. Link do canal: https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344 Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Aqui você encontra os bastidores do poder e análises exclusivas. Apoie o jornalismo independente assinando O Antagonista | Crusoé: https://hubs.li/Q02b4j8C0 Não fique desatualizado, receba as principais notícias do dia em primeira mão se inscreva na nossa newsletter diária: https://bit.ly/newsletter-oa Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
Os europeus irão às urnas em junho para eleger os 720 eurodeputados que compõem o Parlamento Europeu, braço Legislativo da União Europeia, em meio a uma série de desafios para o bloco.O episódio do podcast Latitude deste sábado, 17 de fevereiro, aborda o tema em conversa com a Carolina Pavese, professora e coordenadora do núcleo de estudos europeus da ESPM.Dentre os principais desafios, está a continuação da guerra na Ucrânia, que entra em seu terceiro ano ao final de fevereiro."Essa guerra tem surpreendido qualquer planejamento por parte da União Europeia e dos países aliados", diz Pavese."E, na eventual ausência de um apoio dos Estados Unidos, a União Europeia vai ficar carente de uma estratégia para para enfrentar esse conflito, principalmente no quesito militar", acrescenta a pesquisadora, lembrando os riscos de uma eventual eleição de Donald Trump à Casa Branca em novembro.Desde o início de fevereiro, Trump já afirmou duas vezes que não defenderia países membros da OTAN que não cumprissem com o investimento mínimo estipulado pela aliança de 2% do PIB em gastos militares — dos 31 aliados, apenas 11, incluindo os EUA, cumprem a meta."Há muito receio por parte da União Europeia sobre Trump", afirma Pavese.Outro impasse é o acordo de livre comércio com o Mercosul.Estimava-se que a fase de negociações seria concluída em dezembro, ao final do mandato da grande interessada Espanha no Conselho da União Europeia.Entretanto, impasses protagonizados por Lula e pelo presidente da França, Emmanuel Macron, adiaram o feito.Mais recentemente, em janeiro e fevereiro, fazendeiros europeus realizaram uma série de bloqueios na França e na Bélgica em pressão contra o acordo.E, mesmo que se concluam as negociações, ainda há muita burocracia pela frente."O processo de ratificação não tem prazo. Ele precisa ser aprovado não apenas pela União Europeia, em Bruxelas, mas também pelos 27 Estados-membros.Cada um tem processo de ratificação. Em alguns, é preciso até votação em parlamento regional", diz Pavese.A pesquisadora também fala sobre as chances da extrema direita nas eleições ao Parlamento Europeu, as ambições de Macron por uma integração militar europeia, e o lobby do agro europeu.O Latitude é um podcast semanal sobre os principais fatos da política internacional e da diplomacia brasileira que vai ao ar todos os sábados, às 18h.Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo... e muito mais. Link do canal: https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344 Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Aqui você encontra os bastidores do poder e análises exclusivas. Apoie o jornalismo independente assinando O Antagonista | Crusoé: https://hubs.li/Q02b4j8C0 Não fique desatualizado, receba as principais notícias do dia em primeira mão se inscreva na nossa newsletter diária: https://bit.ly/newsletter-oa Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br