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“Afro Renaissance, entre o legado e as transformações” é a exposição que nos desafia a entrar e descobrir uma parte daquilo que se poderia entender como uma das alas do rico e imenso palácio que é a arte contemporânea africana.O renascimento proposto pelo conjunto de obras seleccionadas apresenta múltiplas cartografias que, no fundo, nos convidam a reflectir sobre como um manifestar artístico plural pode ser uno e sem fronteiras. Em “Afro Renaissance”, patente na Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, no Seixal, Portugal, o poder das obras, pinturas e fotografias, assinadas por artistas consagradíssimos e revelações de Angola, Cabo Verde, Nigéria e São Tomé e Príncipe, é o bilhete para a viagem que nos resgata ao presente, remete para um ponto algures num passado e nos projecta no futuro. A RFI falou com a curadora da exposição, Alexandra Martins, e com o fundador da plataforma Afrikanizm Art, produtora da exposição, João Boavida. RFI: O que é a Afrikanizm Art? João Boavida: A Afrikanism Art é uma plataforma de impacto social e cultural focada em promover tudo o que é arte contemporânea africana juntando artistas independentes, galerias, coleccionadores e clientes numa só única plataforma. Faz exposições em Angola e em Portugal e faz trabalhos com marcas também. O intuito é promover, educar e criar oportunidades para todo o ecossistema e, com isso, encontrar aqui uma valorização de todo o ecossistema. RFI: Está direccionada a todo o continente africano? João Boavida: Todo o continente africano e estamos neste momento a crescer para a diáspora, para os artistas afro-brasileiros e os artistas afro-americanos. Temos 220 artistas de 18 países africanos neste momento. Vamos juntar todo este ecossistema da africanidade e das suas raízes numa só plataforma. RFI: Alexandra Martins, curadora da exposição, como é que foi construída, como é que foi pensada esta exposição? Alexandra Martins: Segue um bocadinho aquilo que já se tinha iniciado com o Afro Renaissance em Angola, que foi a primeira edição deste ano. Aqui em Portugal também com muita consciência de que estávamos a abrir um novo caminho, um novo percurso, que era a nossa colaboração com as galerias. Portanto, partimos da reunião das obras de galerias que nós próprios seleccionámos e, de algum modo, juntámos com aquele que era o trabalho de artistas independentes que já trabalhavam connosco e muitos deles também iniciaram essa colaboração este ano. RFI: Qual é o conceito que está por trás da exposição Afro Renaissance? Alexandra Martins: Afro Renaissance é muito o diálogo entre o passado e o presente. Portanto, os artistas são levados a reflectir um bocadinho sobre essa questão e depois a produzirem artisticamente sobre essa questão. Neste caso específico é Afro Renaissance entre o legado e as transformações. Portanto, nós temos aqui, no fundo, três salas que fazem um percurso. A primeira muito avançada para ir delineada para o passado. Portanto, esta reflexão contemporânea sobre. A segunda sala pega na identidade e como é que ela pode ser transformada numa linguagem muito mais diferenciada. Portanto, uma perspectiva mais surrealista. E a terceira numa perspectiva absolutamente contemporânea. Aqui também, por exemplo, temos a fotografia que reflete um bocadinho esse percurso. RFI: Os trabalhos que estão aqui, uns foram pensados, criados propositadamente para a exposição, mas outros não? Alexandra Martins: Sim. Na primeira sala, por exemplo, temos dois artistas que criaram especificamente para esta (exposição), que é o Casca, com quatro obras, e a Micaela Zua, que faz colagens e é a primeira exposição que ela integra no início da carreira dela. São seis míni-colagens que ela faz. E o Júnior Jacinto também, fez quatro obras para esta exposição, separando-as na primeira sala e na segunda sala. O resto é uma forma de nós enquadrarmos obras de artistas com quem nós já colaborávamos, com a This is Not a White Cube e também com o trabalho de coleccionadores para esta exposição. RFI: Falando dos mercados internacionais, como é que está a aceitação destes artistas? Como é que os mercados estão a reconhecer o valor da arte contemporânea africana quando chega o momento de vender ou ir a leilão? João Boavida: Contra factos não há argumentos. O mercado transacciona em arte, a nível global de artes e antiguidades, 67,8 mil milhões. No entanto, a arte contemporânea africana é muito jovem num mercado já tão antigo. E também é um mercado que tem bastante preconceito. É um mercado que durante muito tempo viveu à porta fechada, não era um mercado democrático. Está a haver uma grande transformação por parte dos coleccionadores e de transição destas colecções mais antigas para novos coleccionadores que vêm à procura de coisas frescas. Está a haver uma mudança de comportamento com maior número de galerias. Isto abre um pouco o ecossistema. A arte contemporânea africana é recente, está num processo ainda de valorização internacional e só representa 1% a nível mundial. Ou seja, existe aqui, claramente, um problema, um desafio, mas também uma oportunidade. O problema é que nós precisamos de mostrar e de educar o que é a arte contemporânea africana, porque muita gente ainda pensa que é o pôr-do-sol, é uma cabana, é o elefante. E, na realidade, se nós olharmos aqui à volta, nós temos aqui várias linguagens, várias correntes artísticas. Aquilo que nós queremos numa exposição, e por isso é que o africanismo faz exposições, é que as pessoas consigam viajar dentro destes vários caminhos e digam “ah, não sabia que isto era a arte contemporânea africana”, “não sabia que isto existia”. É este o papel educativo que nós todos temos que fazer para valorizar este percurso. Temos que escalar para mais países porque há falta de informação e de data sobre o mercado. Transacções, artistas, galerias que também dêem confiança aos coleccionadores para investirem. Agora, há trabalho que está a ser feito. O Metro (Metropolitan Museum of Art) este ano está a investir 70 milhões de dólares em renovar o seu serviço de arte contemporânea africana, vemos as feiras como a 1 54 ( Contemporary African Art Fair) em Londres, Nova Iorque e Marrakech a fazerem um processo de evangelização muito grande, vemos a Art X Lagos que é uma feira que está a educar e transformar, porque há um papel educativo dentro do continente para gerar os coleccionadores locais, porque mesmo dentro dos coleccionadores locais há um processo de educação que tem que acontecer para que não vejam como arte como a que é vendida nos mercados informais, nós estamos a falar de artistas de galeria. E depois começar a desafiar e passar este processo de educação também aos artistas. A Bienal de Veneza é um fenómeno de credibilização brutal, vimos a ganhar representatividade ano após ano, tendo atingido o grande epicentro este ano mas, infelizmente, a curadora africana faleceu. No entanto, o trabalho dela já estava feito para esta Bienal e a verdade é que abriu aqui a porta para ainda mais artistas. Passámos, do ano passado, de uma representatividade de 50%, para este ano em que já estamos a falar provavelmente de 80%. Apesar de ainda não terem saído os relatórios, é mais ou menos isto que é esperado em termos daquilo que vão apresentar nos vários pavilhões. Só que há aqui um trabalho grande. Os mercados que mais consomem a arte são, em primeiro lugar os Estados Unidos que representam 40% do mercado, depois temos Inglaterra, que acaba por ser um mercado transaccional financeiro, temos a França, com ligações às ex-colónias e acaba por ter aqui já um trabalho há mais tempo, e depois a China que também está a crescer muito naquilo que é o consumir a arte e já começa também a receber arte contemporânea africana com algum trabalho que vem a ser feito tanto por leiloeiras como por feiras como a arte de Basileia. RFI: Renaissance vai ficar por aqui ou há a perspectiva de avançar para outras latitudes, para outros países? João Boavida: Temos três países claros na nossa missão, no nosso roadmap. Os Estados Unidos, a França e o Dubai é onde nós queremos escalar a nossa presença, através da presença física com as exposições, seja com a Afro-Renaissance como com a Intersections que são os dois conceitos que nós temos da autoria própria da Afrikanizm. RFI: E para quem quiser saber mais sobre a Afrikanizm Art e as diferentes iniciativas ou como vos contactar, como é que pode fazer? João Boavida: Através do nosso website do afrikanizm.com e também das redes sociais do Instagram, do Facebook, LinkedIn e, depois, também, se quiserem, podem-se inscrever na nossa newsletter e receber aqui vários artigos de blog dos nossos curadores, das galerias, do trabalho dos artistas. Vejam aqui algumas das obras expostas: Link plataforma Afrikanizm Art : https://www.afrikanizm.com/?srsltid=AfmBOoohb87065ZpmPXKbQfqtcMBX_8Y_BpCYGFi3T4yJpjUqaBk47if
O preço mediano dos alojamentos vendidos em Portugal atingiu os 1951 euros por metro quadrado no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 18,7% face ao mesmo período do ano passadoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
O autarca do Seixal (que falou sobre urgências), Victor Hugo Salgado (que faz política com a vida privada) e os partidos de esquerda (que quiseram ganhar votos com o Papa) são o Bom, o Mau e o Vilão.See omnystudio.com/listener for privacy information.
In this heartfelt reunion episode of the Blaxit Global podcast, I sit down with Nicole Barrett, owner of The Saudade Life and one of the original members of the Blaxit Global Passport community. Nicole shares her incredible journey, beginning in Jamaica, where her story was shaped, to the U.S., where she spent 30 years, and finally to Seixal, Portugal, where she's building her dream life.Nicole opens up about navigating profound loss, including the passing of both her parents and her own courageous battle with breast cancer. We also delve into her ambitious project: a gut renovation of a building she purchased in Seixal that reflects her passion and resilience.Join us as we reminisce about our shared move to Portugal in 2023 and explore Nicole's inspiring story of transformation, loss, and the beauty of creating a life abroad. Whether you're considering making a global move or seeking stories of perseverance, this episode will leave you deeply moved and motivated.Send us a textJoin aspiring Black expats, expats, and re-pats where you can build community, get resources and gain support along your journey abroad….You're invited to join Blaxit Global Passport. Join Blaxit Global Passport - https://blaxit-global-passport.mn.co/ Looking for VPNs, banking, travel, and health insurance for your move abroad? Well have no fear, we've got you. Get your Move Abroad Starter Kit today at www.blaxitglobal.com/resources.Support the showJoin Blaxit Global PassportSubscribe to Blaxit Global on YouTubeBlaxit Global Website: www.blaxitglobal.comSupport the show - www.ko-fi.com/blaxitglobal
Olá Bom Dia ALEGRIA! Munson here with the Good Morning Portugal! show, livestream & podcast...We start the show with the all-new 'Bom Dia Daily' - 20 minutes of news, weather, language, culture & wellbeing in Portugal, by way of an introduction today to... The return of Michael Heron, our old mate from the early days, with a wonderful announcement for us.AND, also back from a broadcasting break, it's Bobby O'Reilly, again with BIG news! QUESTIONS & comments in the chat, pics & vids to WhatsApp (00 351) 913 590 303Get more at www.goodmorningportugal.com / Support the show and join the Portugal Club at www.gmpvip.comWant to create live shows like mine? Try https://streamyard.com/pal/d/4668289695875072Become a supporter of this podcast: https://www.spreaker.com/podcast/the-good-morning-portugal-podcast-with-carl-munson--2903992/support.
Em primeiro lugar...seremos nós depois de ganharmos em Alcácer-Quib...na Madeira! Até lá, demos uma volta desde a Rotunda até Leiria, com uma muy breve passagem pelo Seixal em que quase não se parou porque há valores mais altos que se alevantam! E adivinhem lá o que é que o Jorge Vassalo acha da Taça da Carica? Um balde de branco casca-de-ovo para quem adivinhar!
José Lourenço, representante da Comissão de Utentes de Saúde do Concelho do Seixal, aponta para uma "má gestão" do Governo e defende mais investimento em recursos humanos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio estivemos à conversa com a atleta Catarina Cidade do Carmo, do clube Pedro Pessoa Escola Atletismo. Para além da sua história e da forma como ela equilibra a sua vida entre o atletismo e doutoramento, abordámos as suas últimas vitórias na Meia Maratona dos Descobrimentos e São Silvestre do Seixal, a forma como aborda a sua época para enfrentar as provas de pista e estrada, como enfrenta a pressão no mundo do atletismo, e ainda acabamos com a própria Catarina a levantar uma excelente discussão sobre o estado do atletismo em Portugal.RecursosIG: https://www.instagram.com/catarinacidadecarmoRecomendaçõesCan't Hurt Me - David Goggins (Livro) - https://www.goodreads.com/book/show/41721428Aaron Rodgers Enigma - Docu-series (Netflix) - https://www.imdb.com/title/tt33350486/ Senna - Mini-serie (Netflix) - https://www.imdb.com/title/tt13024830Senna - Documentário (Netflix) - https://www.imdb.com/title/tt1424432/ Ajudem-nos a crescer pelo preço de um ☕️ - https://www.buymeacoffee.com/pacesettersSegue-nos nas redes sociais e Youtube!Vítor Oliveira - Aquele Que Gosta de Correr- IG: https://www.instagram.com/aquelequegostadecorrer/- Facebook: https://www.facebook.com/aquelequegostadecorrer- YouTube: @AqueleQueGostaDeCorrer- Blog: https://www.aquelequegostadecorrer.com/Luís Machado - Quero, Posso e Corro- IG: https://www.instagram.com/queropossoecorro/- Blog: https://queropossoecorro.com/Música Intro/Outro: tubebackr - Be There
Um autocarro apedrejado em Benfica. Contentores do lixo incendiados em Setúbal, Almada e no Seixal. Este é o balanço desta noite. Uma noite mais calma e apenas com prejuízos materiais. See omnystudio.com/listener for privacy information.
As escutas tramaram quatro agentes da PSP que atuavam à margem da lei em bairros da cidade do Porto. O ‘Doa a Quem Doer' revela todos os detalhes do caso e dá ainda novos dados sobre o duplo homicida do Seixal.
Em causa está o crescimento do aterro sanitário do concelho. A autarquia diz que este alargamento representa um risco para a saúde pública e para o meio ambiente. Edição de Cláudia Costa.
Paulo Silva, Presidente da Câmara Municipal do Seixal, assume que a decisão de afastar a administração da ULS Almada-Seixal não lhe foi comunicada e que trará problemas aos utentes. See omnystudio.com/listener for privacy information.
O representante da Comissão de Utentes de Saúde do Seixal considera preocupante o encerramento das urgências de obstetrícia e ginecologia. Fala ainda na falta de investimento em profissionais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Entre novembro de 2023 e junho de 2024, dos 103 investimentos analisados pela Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, um terço está a progredir conforme o planeado, cumprindo as metas sem atrasos relevantes. Existem, no entanto, alguns atrasos significativos em determinados setores See omnystudio.com/listener for privacy information.
O médio do Benfica é um dos grandes destaques do Mercado Flash desta terça-feira, 23 de julho. O internacional português está a ser negociado pelas águias com o Paris Saint-Germain e é pouco provável que ainda trabalhe no Seixal esta época. O jogador tem ordem para se apresentar aos treinas na próxima sexta-feira, 26 de julho, mas é transferência deve ficar concluída nos próximos dias. No Bessa houve novidades para a equipa de Bacci e o Casa Pia voltou a anunciar um reforço, assim como o AVS. Lá fora, o Bayern München prepara uma oferta milionária para um jogador do Rennes.
O médio do Benfica é um dos grandes destaques do Mercado Flash desta terça-feira, 23 de julho. O internacional português está a ser negociado pelas águias com o Paris Saint-Germain e é pouco provável que ainda trabalhe no Seixal esta época. O jogador tem ordem para se apresentar aos treinas na próxima sexta-feira, 26 de julho, mas é transferência deve ficar concluída nos próximos dias. No Bessa houve novidades para a equipa de Bacci e o Casa Pia voltou a anunciar um reforço, assim como o AVS. Lá fora, o Bayern München prepara uma oferta milionária para um jogador do Rennes.
Vai de férias? Não se esqueça de pôr na mala um livro. Nesta edição do Ensaio Geral, temos várias sugestões de leitura para o seu verão. Mas há mais para ver nas férias. Se andar pelo Norte, poderá visitar a mais antiga bienal de arte da Península Ibérica, em Vila Nova de Cerveira. Conheça também o cartaz do Festival do Maio, no Seixal e visite uma exposição sobre o ícone da moda Coco Chanel, no Centro Cultural de Cascais.
Quando Paris se prepara para acolher os seus Jogos Olímpicos começam a sair de terra as novas estações de metro que vão alterar a fisionomia da capital francesa. Na Estação do Aeroporto de Orly, na linha 14 do metro, uma obra monumental de azulejos do artista Vhils presta homenagem a Paris e às suas gentes. A RFI participou na inauguração da estação e falou com este que é um dos maiores expoentes da arte contemporânea portuguesa. Paris acolhe o mundo a partir de 26 de Julho para os Jogos Olímpicos de 2024.Praticamente um mês antes do arranque da competição a capital francesa passa a ser ligada por metro, num trajecto de cerca de 20 minutos, até um dos seus aeroportos internacionais: o de Orly.A inauguração do prolongamento da linha 14 do metro parisiense, para norte e para sul, no caso até Orly, acontece a 24 de Junho.A estação do aeroporto, essa, foi inaugurada nesta quarta-feira, 19. Como nas quase 70 novas estações que compõem a rede Paris Express, que devem alterar a fisionomia dos transportes, aqui também dois artistas deixaram uma obra perene.O desenhador francês de banda desenhada Edmond Baudoin e os seus "Jogos de crianças", ilustra, nas paredes da própria plataforma do metro, a forma como os mais novos olham para o mundo da aviação.Por seu lado o português Alexandre Farto, celebrizado mundialmente pelo nome artístico de Vhils assinou a obra "Estratos urbanos" [Strates urbaines].Trata-se de um mural de azulejos, azuis e brancos, de 34 metros de comprimento e 7 metros de altura representando Paris, os seus monumentos: mas também os rostos plurais dos seus habitantes que se confundem com a própria cidade.Do grafitti ilegal no Seixal, arredores da capital portuguesa, até muitas obras dispersas pelo mundo... aquele que era um dos maiores expoentes da chamada "street art", arte da rua lusitana, instalou-se no interior daquela que será uma das principais portas de acesso doravante para Paris: a partir deste aeroporto do sul da região da capital francesa.Foi entre os níveis -1 e -2 desta estação de metro do Aeroporto de Orly, junto à obra monumental do artista, que conversámos com Vhils, logo após a respectiva inauguração, abrilhantada pela presença de Luís Montenegro, primeiro-ministro português."Vhils admite que esta obra marca, mesmo, uma viragem no seu percurso."Foi uma honra e foi, para mim, que comecei a trabalhar maioritariamente na rua, com 13 anos... Estar aqui a fazer esta obra, para mim é um novo caminho para o trabalho, mas também para toda a equipa. Já somos algumas pessoas e temos trabalhado bastante em vários sítios, mas nunca numa estação. E não um trabalho tão pouco efémero como este, porque é um trabalho que há-de ficar e que para nós teve muito significado. E acho que sim, é um marco, é um passo na carreira."Você fez questão de vincar de onde vinha. Falou das suas raízes alentejanas, para além de ser também um filho dos subúrbios de Lisboa, do Seixal. Porquê?"Primeiro porque tenho orgulho do sítio onde nasci, e que me deu muito. E depois também, numa altura em que no mundo há muitas questões a serem levantadas em relação a isso, de demonstrar também que todas estas estruturas que foram criadas depois da Segunda Guerra, maioritariamente a União Europeia...E o facto de haver estas interligações entre países, proporcionaram-me a mim e aos meus pais saírem do Alentejo. Hoje em dia vivem em Lisboa. E a mim também de chegar aqui e fazer um projecto que envolveu pessoas de França, de Portugal, mas também de outros países europeus e dos países do mundo inteiro. E que isso é importante ressalvar e preservar.E ter noção que foi, graças a uma série de investimentos em infra-estructuras, seja nas escolas, seja nos hospitais onde eu nasci e seja dentro desse percurso, que é um esforço colectivo que me permitiu também estar aqui. E acho que eu: vindo do graffiti e ter feito o meu percurso.. Tudo bem, houve muito trabalho e muita dedicação ! E não estou a falar que não há uma iniciativa própria de ter lutado por muita coisa. Mas houve uma série de condições que foram criadas pelo meio. E por uma Europa que me permitiu chegar a partir das ruas a trabalhar para conseguir chegar e fazer uma peça aqui. Todas as pessoas que fui também envolvendo no processo do atelier, tanto da fábrica de azulejos em Portugal, como a equipa que trabalhou também em França, que também tinha portugueses. E esta estação também tem portugueses a trabalhar !E isso demonstra também que quando nos unimos e quando temos esta integração, que existe entre os vários países da Europa, conseguimos ter mais força. Porque é na diversidade que também conseguimos, se calhar superar-nos. E foi por aí que também quis vincar esse lado." Pintou na ilegalidade, como o dizia, e agora é consagrado. Tem vários projectos simultâneos em Paris e este é aquele que vai ficar. Já está ligado a Paris: penso, por exemplo, naquela Torre de Paris 13 que acabou por ser dinamitada. Já esteve em várias galerias, agora também está em "We Are Here". Como é que de repente se criou este quase cordão umbilical tão forte com Paris?"Paris sempre foi uma cidade com uma força e um centro gravitacional à volta do mundo da arte muito importante ! E já desde os tempos em que pintava e que tinha muitos colegas e que pintavam em Paris, de Paris e de outros sítios. Desde então foi uma relação já de 15 anos. Quase que com frequência sou convidado para projectos, ou que venho pintar com colegas que também são artistas. E essa relação foi ficando e é para mim bastante importante."Esta matéria-prima é muito portuguesa, o azulejo. Todavia, tenho a impressão que você tem tido muitas outras matérias-primas que não necessariamente o azulejo. Como é que foi pegar neste património, neste DNA português? O que é que você quis, de facto, mostrar aqui com esta obra?"Primeiro de tudo, eu queria fazer uma obra que recebesse as pessoas e que de alguma forma humanizasse o espaço e a arquitectura. Toda a natureza de trabalhar no espaço público tenta trazer um bocadinho a humanidade e a relação a esta relação que as pessoas têm com a cidade e a arquitectura... Que a mim sempre me pareceu um pouco fria e de betão e cinza. E para mim eu queria quase partir a superfície da estação. E com ela deixar libertar o azul cobalto, que foi a cor que também escolhi aqui. E quase que revela uma série de monumentos, uma série de imagens, de olhares que muitas vezes vemos em estações. E queria criar uma relação com o "viewer". O azulejo, para mim; foi um caminho natural. Porque é uma coisa muito ligada a Portugal, às minhas raízes. Mas tentei-lhe dar uma outra leitura e ir mais longe. Ele não é pintado. São 11 658 azulejos, todos eles cravados, todos eles únicos, que envolvem o trabalho de uma fábrica que fechou a porta quase durante dois anos para produzir em Portugal. E que depois houve uma equipa também em França que as recebeu e que as montou e que comigo e com toda a minha equipa..." A cozedura das peças foi então numa fábrica portuguesa ?"Sim, foi em Portugal. E, basicamente, todo o processo que ele implica, cada um é único e é cravado unicamente. Ele fica como o relevo e tem um género de umas paredes à volta. Ele é posto o pó de vidro em cima, o cobalto. E quando vai ao forno derrete. E, conforme está mais cravado de fundo fica mais escuro. Quanto mais está a superfície mais claro fica. E é nesse processo: ou seja, tentei trabalhar o azulejo e puxá-lo um bocadinho mais à frente. E fazer uma empresa familiar que trabalhava em azulejos há muito tempo e juntá-la com uma empresa de inovação que trabalha basicamente a gravação. E tentei basicamente dar um "push", não só na técnica de azulejo, mas algo também que fosse ligado ao meu trabalho, que é sempre esta ideia de destruir a superfície. E mostrar o que está por trás e revelar e deixar que ela crie a imagem."Voltam-se a ver os rostos como no passado. Você já desenhou muitos rostos nos prédios, nas paredes. Não há só a Torre Eiffel, que é tão simbólica de Paris. O que é que você vê mais aqui?"Temos vários edifícios: temos o Pompidou, temos uma série de pontos. E depois temos a planta, que vemos numa segunda "layer", que é a planta de Paris. E uma série de padrões também, de que me fui inspirando por várias partes de Paris. A ideia era mesmo conseguir criar quase este simbiose entre nós, o ser humano. Os rostos são anónimos, foram imagens que eu fui desenhando por Paris e aqui no aeroporto também. Mas quase que os rostos se misturam e eles misturam-se completamente com a cidade. E essa é a intenção, porque no final é aquilo que nós somos. No final, nós somos um reflexo do sítio de onde vimos, do sítio de onde vivemos e raramente influenciamos esses sítios. E esses sítios influenciam-nos muito mais !E é nesse sentido que também queria fazer aqui uma homenagem a isso.E também uma reflexão sobre a diversidade de Paris e a diversidade da riqueza cultural que existe. Não só do património, mas também das pessoas e das histórias que existem em Paris."Trabalhou com arquitectos, necessariamente. Foi necessário integrar a sua peça numa estação de metro: a linha 14, que é prolongada até aqui, ao aeroporto. Como é que foi esse trabalho, também ? Com uma grande obra de transportes, que vai mudar Paris e que vai nomeadamente, ser um cartão de visita para os Jogos Olímpicos agora de 2024?!"O desafio foi-me feito por um projecto que fala de "Grande Paris" e de abrir Paris também. E da relação com uma estação de transporte: em que entramos. É quase entrar e poder ter o acesso a toda uma outra parte da cidade. E esta relação também com o céu e com a entrada e a saída. Daí também a escolha da cor e da técnica, que tem muito a ver com esta relação, que é um novo portal que nos permite, se calhar, aceder a uma parte de Paris que antigamente não estava ligada e que nos abre a porta a outros sítios e nos aproxima também."Aqui também há Edmond Baudoin, portanto, um outro artista com "Jogos de crianças". Como é que foi a vossa interacção? Porque, aliás, os tons, ao nível da cor, têm muita semelhança."Eu sou um grande fã do trabalho dele. Todo o trabalho que ele faz de BD [Banda desenhada], já e a influência que ele teve é gigante ! Foi a convite também do curador do 104 [Centro de arte da região de Paris dirigido por José Manuel Gonçalves] que nos fez este convite. E fizemos. E é interessante: porque cada um de nós seguiu um caminho. E, depois, encontrámo-nos e percebemos que tínhamos também sido inspirados e encontrado também um ponto em comum, não só na parte cromática como até conceptual: os trabalhos tocaram-se."Você também fez questão de vincar o facto de que tem uma equipa: uma equipa grande. E que não é só portuguesa, que está em vários recintos. O que é que é Vhils em 2024, então: para além do artista que nós conhecemos ?"Sou o artista que faz estes projectos, exploro o meu trabalho e estou constantemente em procura. Mas queria ressalvar que também que é um trabalho de equipa.Que muitas vezes é invisível e que é importante ressalvar. E, mais do que isso, é um trabalho também que inclui equipas que são muito diversas e que trabalhamos, não só em Paris, como já fizemos projectos em muitas partes do mundo. E sem o atelier, sem esta diversidade e sem as pessoas. E a sorte que eu tive..."Cabo Verde é um deles !"Cabo Verde, sim. Tenho dois colegas. Temos também do Brasil, temos em muitos sítios. Mas é nessa riqueza também que a equipa se vai crescendo, amadurecendo e também evoluindo também o trabalho. Eu queria ressalvar isso porque acho que é importante, nos tempos em que vivemos hoje, em que muitas coisas estão a se levantar em questão a importância de entender o outro e humanizar o outro. E do que é que ganhamos quando conseguimos criar um diálogo e pontes com outros sítios e outras culturas."Paris vai ser definitivamente uma cidade diferente das demais, então, para si, a partir de hoje ?"Já era. Mas ainda mais é hoje ! E também pela comunidade toda portuguesa que cá existe. Tenha também muitas pessoas conhecidas que emigraram para outras forças, noutras alturas, outras que estão cá por trabalho. Mas é uma cidade sempre muito especial para mim. Acho que para qualquer português."E a presença do primeiro ministro português aqui teve algum significado especial para si ?"Não estava à espera. Não foi uma coisa planeada. Pode sempre haver mais apoio e mais estratégia, mas sem dúvida que estar aqui foi importante para mim. Mas é sempre bom quando vimos o nosso trabalho reconhecido. E e o trabalho da classe e a cultura ! Um bom reflexo também para o trabalho que fizemos, e que a equipa fez também."Finalmente também está, como por exemplo, o "We Are Here", com o Pantónio, também, com Add Fuel [no Petit Palais]. Como é que foi abraçar esse projecto que envolve figuras muito consagradas da arte contemporânea, para não dizer do "street art"?"Foi muito bom e foi super bom voltar a rever o Pantónio e o Add Fuel. São colegas de longa data, já pintámos também noutros tempos e são artistas que sempre tiveram um impacto muito grande em mim. E dá-me um gosto enorme ver o trabalho reconhecido ! E ainda para mais na exposição que é, na Mostra que é, com os artistas todos que estão incluídos."Para os artistas em geral que gostariam de singrar e de insistir: o que é que você lhes diria?"Que nada substitui o trabalho, a intensidade de trabalho e dedicação. Acho que tudo é possível de aprender ! Não acredito que seja uma coisa que nasça connosco. E acho que é tudo uma questão de percepção e de trabalho e dedicação. E as coisas, se acreditarmos, conseguimos dar a volta. Nem sempre temos tudo a nosso favor, mas também nem sempre temos tudo contra nós. Por isso acho que é uma questão de não desistir e de ter força."
Quando Paris se prepara para acolher os seus Jogos Olímpicos começam a sair de terra as novas estações de metro que vão alterar a fisionomia da capital francesa. Na Estação do Aeroporto de Orly, na linha 14 do metro, uma obra monumental de azulejos do artista Vhils presta homenagem a Paris e às suas gentes. A RFI participou na inauguração da estação e falou com este que é um dos maiores expoentes da arte contemporânea portuguesa. Paris acolhe o mundo a partir de 26 de Julho para os Jogos Olímpicos de 2024.Praticamente um mês antes do arranque da competição a capital francesa passa a ser ligada por metro, num trajecto de cerca de 20 minutos, até um dos seus aeroportos internacionais: o de Orly.A inauguração do prolongamento da linha 14 do metro parisiense, para norte e para sul, no caso até Orly, acontece a 24 de Junho.A estação do aeroporto, essa, foi inaugurada nesta quarta-feira, 19. Como nas quase 70 novas estações que compõem a rede Paris Express, que devem alterar a fisionomia dos transportes, aqui também dois artistas deixaram uma obra perene.O desenhador francês de banda desenhada Edmond Baudoin e os seus "Jogos de crianças", ilustra, nas paredes da própria plataforma do metro, a forma como os mais novos olham para o mundo da aviação.Por seu lado o português Alexandre Farto, celebrizado mundialmente pelo nome artístico de Vhils assinou a obra "Estratos urbanos" [Strates urbaines].Trata-se de um mural de azulejos, azuis e brancos, de 34 metros de comprimento e 7 metros de altura representando Paris, os seus monumentos: mas também os rostos plurais dos seus habitantes que se confundem com a própria cidade.Do grafitti ilegal no Seixal, arredores da capital portuguesa, até muitas obras dispersas pelo mundo... aquele que era um dos maiores expoentes da chamada "street art", arte da rua lusitana, instalou-se no interior daquela que será uma das principais portas de acesso doravante para Paris: a partir deste aeroporto do sul da região da capital francesa.Foi entre os níveis -1 e -2 desta estação de metro do Aeroporto de Orly, junto à obra monumental do artista, que conversámos com Vhils, logo após a respectiva inauguração, abrilhantada pela presença de Luís Montenegro, primeiro-ministro português."Vhils admite que esta obra marca, mesmo, uma viragem no seu percurso."Foi uma honra e foi, para mim, que comecei a trabalhar maioritariamente na rua, com 13 anos... Estar aqui a fazer esta obra, para mim é um novo caminho para o trabalho, mas também para toda a equipa. Já somos algumas pessoas e temos trabalhado bastante em vários sítios, mas nunca numa estação. E não um trabalho tão pouco efémero como este, porque é um trabalho que há-de ficar e que para nós teve muito significado. E acho que sim, é um marco, é um passo na carreira."Você fez questão de vincar de onde vinha. Falou das suas raízes alentejanas, para além de ser também um filho dos subúrbios de Lisboa, do Seixal. Porquê?"Primeiro porque tenho orgulho do sítio onde nasci, e que me deu muito. E depois também, numa altura em que no mundo há muitas questões a serem levantadas em relação a isso, de demonstrar também que todas estas estruturas que foram criadas depois da Segunda Guerra, maioritariamente a União Europeia...E o facto de haver estas interligações entre países, proporcionaram-me a mim e aos meus pais saírem do Alentejo. Hoje em dia vivem em Lisboa. E a mim também de chegar aqui e fazer um projecto que envolveu pessoas de França, de Portugal, mas também de outros países europeus e dos países do mundo inteiro. E que isso é importante ressalvar e preservar.E ter noção que foi, graças a uma série de investimentos em infra-estructuras, seja nas escolas, seja nos hospitais onde eu nasci e seja dentro desse percurso, que é um esforço colectivo que me permitiu também estar aqui. E acho que eu: vindo do graffiti e ter feito o meu percurso.. Tudo bem, houve muito trabalho e muita dedicação ! E não estou a falar que não há uma iniciativa própria de ter lutado por muita coisa. Mas houve uma série de condições que foram criadas pelo meio. E por uma Europa que me permitiu chegar a partir das ruas a trabalhar para conseguir chegar e fazer uma peça aqui. Todas as pessoas que fui também envolvendo no processo do atelier, tanto da fábrica de azulejos em Portugal, como a equipa que trabalhou também em França, que também tinha portugueses. E esta estação também tem portugueses a trabalhar !E isso demonstra também que quando nos unimos e quando temos esta integração, que existe entre os vários países da Europa, conseguimos ter mais força. Porque é na diversidade que também conseguimos, se calhar superar-nos. E foi por aí que também quis vincar esse lado." Pintou na ilegalidade, como o dizia, e agora é consagrado. Tem vários projectos simultâneos em Paris e este é aquele que vai ficar. Já está ligado a Paris: penso, por exemplo, naquela Torre de Paris 13 que acabou por ser dinamitada. Já esteve em várias galerias, agora também está em "We Are Here". Como é que de repente se criou este quase cordão umbilical tão forte com Paris?"Paris sempre foi uma cidade com uma força e um centro gravitacional à volta do mundo da arte muito importante ! E já desde os tempos em que pintava e que tinha muitos colegas e que pintavam em Paris, de Paris e de outros sítios. Desde então foi uma relação já de 15 anos. Quase que com frequência sou convidado para projectos, ou que venho pintar com colegas que também são artistas. E essa relação foi ficando e é para mim bastante importante."Esta matéria-prima é muito portuguesa, o azulejo. Todavia, tenho a impressão que você tem tido muitas outras matérias-primas que não necessariamente o azulejo. Como é que foi pegar neste património, neste DNA português? O que é que você quis, de facto, mostrar aqui com esta obra?"Primeiro de tudo, eu queria fazer uma obra que recebesse as pessoas e que de alguma forma humanizasse o espaço e a arquitectura. Toda a natureza de trabalhar no espaço público tenta trazer um bocadinho a humanidade e a relação a esta relação que as pessoas têm com a cidade e a arquitectura... Que a mim sempre me pareceu um pouco fria e de betão e cinza. E para mim eu queria quase partir a superfície da estação. E com ela deixar libertar o azul cobalto, que foi a cor que também escolhi aqui. E quase que revela uma série de monumentos, uma série de imagens, de olhares que muitas vezes vemos em estações. E queria criar uma relação com o "viewer". O azulejo, para mim; foi um caminho natural. Porque é uma coisa muito ligada a Portugal, às minhas raízes. Mas tentei-lhe dar uma outra leitura e ir mais longe. Ele não é pintado. São 11 658 azulejos, todos eles cravados, todos eles únicos, que envolvem o trabalho de uma fábrica que fechou a porta quase durante dois anos para produzir em Portugal. E que depois houve uma equipa também em França que as recebeu e que as montou e que comigo e com toda a minha equipa..." A cozedura das peças foi então numa fábrica portuguesa ?"Sim, foi em Portugal. E, basicamente, todo o processo que ele implica, cada um é único e é cravado unicamente. Ele fica como o relevo e tem um género de umas paredes à volta. Ele é posto o pó de vidro em cima, o cobalto. E quando vai ao forno derrete. E, conforme está mais cravado de fundo fica mais escuro. Quanto mais está a superfície mais claro fica. E é nesse processo: ou seja, tentei trabalhar o azulejo e puxá-lo um bocadinho mais à frente. E fazer uma empresa familiar que trabalhava em azulejos há muito tempo e juntá-la com uma empresa de inovação que trabalha basicamente a gravação. E tentei basicamente dar um "push", não só na técnica de azulejo, mas algo também que fosse ligado ao meu trabalho, que é sempre esta ideia de destruir a superfície. E mostrar o que está por trás e revelar e deixar que ela crie a imagem."Voltam-se a ver os rostos como no passado. Você já desenhou muitos rostos nos prédios, nas paredes. Não há só a Torre Eiffel, que é tão simbólica de Paris. O que é que você vê mais aqui?"Temos vários edifícios: temos o Pompidou, temos uma série de pontos. E depois temos a planta, que vemos numa segunda "layer", que é a planta de Paris. E uma série de padrões também, de que me fui inspirando por várias partes de Paris. A ideia era mesmo conseguir criar quase este simbiose entre nós, o ser humano. Os rostos são anónimos, foram imagens que eu fui desenhando por Paris e aqui no aeroporto também. Mas quase que os rostos se misturam e eles misturam-se completamente com a cidade. E essa é a intenção, porque no final é aquilo que nós somos. No final, nós somos um reflexo do sítio de onde vimos, do sítio de onde vivemos e raramente influenciamos esses sítios. E esses sítios influenciam-nos muito mais !E é nesse sentido que também queria fazer aqui uma homenagem a isso.E também uma reflexão sobre a diversidade de Paris e a diversidade da riqueza cultural que existe. Não só do património, mas também das pessoas e das histórias que existem em Paris."Trabalhou com arquitectos, necessariamente. Foi necessário integrar a sua peça numa estação de metro: a linha 14, que é prolongada até aqui, ao aeroporto. Como é que foi esse trabalho, também ? Com uma grande obra de transportes, que vai mudar Paris e que vai nomeadamente, ser um cartão de visita para os Jogos Olímpicos agora de 2024?!"O desafio foi-me feito por um projecto que fala de "Grande Paris" e de abrir Paris também. E da relação com uma estação de transporte: em que entramos. É quase entrar e poder ter o acesso a toda uma outra parte da cidade. E esta relação também com o céu e com a entrada e a saída. Daí também a escolha da cor e da técnica, que tem muito a ver com esta relação, que é um novo portal que nos permite, se calhar, aceder a uma parte de Paris que antigamente não estava ligada e que nos abre a porta a outros sítios e nos aproxima também."Aqui também há Edmond Baudoin, portanto, um outro artista com "Jogos de crianças". Como é que foi a vossa interacção? Porque, aliás, os tons, ao nível da cor, têm muita semelhança."Eu sou um grande fã do trabalho dele. Todo o trabalho que ele faz de BD [Banda desenhada], já e a influência que ele teve é gigante ! Foi a convite também do curador do 104 [Centro de arte da região de Paris dirigido por José Manuel Gonçalves] que nos fez este convite. E fizemos. E é interessante: porque cada um de nós seguiu um caminho. E, depois, encontrámo-nos e percebemos que tínhamos também sido inspirados e encontrado também um ponto em comum, não só na parte cromática como até conceptual: os trabalhos tocaram-se."Você também fez questão de vincar o facto de que tem uma equipa: uma equipa grande. E que não é só portuguesa, que está em vários recintos. O que é que é Vhils em 2024, então: para além do artista que nós conhecemos ?"Sou o artista que faz estes projectos, exploro o meu trabalho e estou constantemente em procura. Mas queria ressalvar que também que é um trabalho de equipa.Que muitas vezes é invisível e que é importante ressalvar. E, mais do que isso, é um trabalho também que inclui equipas que são muito diversas e que trabalhamos, não só em Paris, como já fizemos projectos em muitas partes do mundo. E sem o atelier, sem esta diversidade e sem as pessoas. E a sorte que eu tive..."Cabo Verde é um deles !"Cabo Verde, sim. Tenho dois colegas. Temos também do Brasil, temos em muitos sítios. Mas é nessa riqueza também que a equipa se vai crescendo, amadurecendo e também evoluindo também o trabalho. Eu queria ressalvar isso porque acho que é importante, nos tempos em que vivemos hoje, em que muitas coisas estão a se levantar em questão a importância de entender o outro e humanizar o outro. E do que é que ganhamos quando conseguimos criar um diálogo e pontes com outros sítios e outras culturas."Paris vai ser definitivamente uma cidade diferente das demais, então, para si, a partir de hoje ?"Já era. Mas ainda mais é hoje ! E também pela comunidade toda portuguesa que cá existe. Tenha também muitas pessoas conhecidas que emigraram para outras forças, noutras alturas, outras que estão cá por trabalho. Mas é uma cidade sempre muito especial para mim. Acho que para qualquer português."E a presença do primeiro ministro português aqui teve algum significado especial para si ?"Não estava à espera. Não foi uma coisa planeada. Pode sempre haver mais apoio e mais estratégia, mas sem dúvida que estar aqui foi importante para mim. Mas é sempre bom quando vimos o nosso trabalho reconhecido. E e o trabalho da classe e a cultura ! Um bom reflexo também para o trabalho que fizemos, e que a equipa fez também."Finalmente também está, como por exemplo, o "We Are Here", com o Pantónio, também, com Add Fuel [no Petit Palais]. Como é que foi abraçar esse projecto que envolve figuras muito consagradas da arte contemporânea, para não dizer do "street art"?"Foi muito bom e foi super bom voltar a rever o Pantónio e o Add Fuel. São colegas de longa data, já pintámos também noutros tempos e são artistas que sempre tiveram um impacto muito grande em mim. E dá-me um gosto enorme ver o trabalho reconhecido ! E ainda para mais na exposição que é, na Mostra que é, com os artistas todos que estão incluídos."Para os artistas em geral que gostariam de singrar e de insistir: o que é que você lhes diria?"Que nada substitui o trabalho, a intensidade de trabalho e dedicação. Acho que tudo é possível de aprender ! Não acredito que seja uma coisa que nasça connosco. E acho que é tudo uma questão de percepção e de trabalho e dedicação. E as coisas, se acreditarmos, conseguimos dar a volta. Nem sempre temos tudo a nosso favor, mas também nem sempre temos tudo contra nós. Por isso acho que é uma questão de não desistir e de ter força."
Nasceu em Almada e cresceu no bairro da Jamaica, no Seixal, onde as ruas se tornaram no palco privilegiado para desenvolver aquilo que mais gosta de fazer: jogar futebol. Mas Rafael Leão é um criativo: faz música, tem uma marca de roupa e lançou um livro em 2024. Descubra aqui a biografia de Rafael Leão. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Nasceu em Almada e cresceu no bairro da Jamaica, no Seixal, onde as ruas se tornaram no palco privilegiado para desenvolver aquilo que mais gosta de fazer: jogar futebol. Mas Rafael Leão é um criativo: faz música, tem uma marca de roupa e lançou um livro em 2024. Descubra aqui a biografia de Rafael Leão. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Colégio Atlântico no Seixal
Colégio Atlântico no Seixal
Colégio Atlântico no Seixal
Colégio atlântico no Seixal
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Segundo o INE, no último trimestre do ano passado, o preço das casas em Portugal, por metro quadrado, fixou-se em 1619 euros, um aumento de 7,9% face ao mesmo período do ano passado. No entanto, em relação ao terceiro trimestre de 2023, os preços da habitação caíram 1,3%See omnystudio.com/listener for privacy information.
Penny and June Curry, are a dynamic same-sex couple who left their roots in Texas, USA, to embrace a new life in Seixal, Portugal. Meet Penny, enjoying retired life, and June, actively rekindling her graphic design business, JRS Graphic Design, in the picturesque landscapes of Portugal.In this candid conversation, Penny & June open up about their incredible journey. From keeping their relationship a secret for years to facing personal tragedy that led them to re-evaluate their love and the very country they call home, their story is one of resilience, love, and renewed passion.Discover how Penny reignites her culinary creativity with "Ms. Penny's Kitchen," a venture born out of her love for cooking. Join us as they share the joys and challenges of adjusting to a new life in Portugal, creating a harmonious blend of family, career, friendship, and love.Connect with The Curry'sFB & Instagram-@WeerthecurrysTikTok - @wearethecurrysPORTUGAL RESOURCES:
Find out more at www.herdadedomeio.comQuite the break from the norm, Herdade Do Meio celebrates South of Lisbon living and mixes it up with getting off the electricity grid too.A truly ground-breaking project, this is the proud offering of our channel sponsors Ur Home in their Dynasty Homes 'imprint'.Ur Home's Bobby O'Reilly will join us live before the Portuguese TV cameras arrive today yo take a look at this "New Concept in Sustainable Living".Any questions about this ground-breaking new sustainable housing development in the chat please...Want to create live streams like this? Check out StreamYard: https://streamyard.com/pal/4668289695875072
#askanythingaboutportugal #aaawednesday #smarthomesA great day to have your questions answered about Portugal as we are joined by Portugal News writer and Lusophile Douglas Hughes PLUS mastermind of the Herdade Do Meio smart home set-up - Cristian Tanase.Get those questions about Portugal and SMART tech in early and add your voice to the chat throughout the show...Check our UrHome's Herdade Do Meio development and cutting-edge use of technology here - https://herdadedomeio.com/smart-villas/Cristian moved to Portugal in 2019 after 15 years in Ireland where he worked at Apple in a number of roles including the Technology Integration Program, where he collaborated with hardware developers and manufacturers to help build platform differentiating, next generation products.In Portugal, Cristian has founded Connectome, dedicated to helping Real Estate Investors, Developers and Architects, build sustainable and future-proof homes for the mass market. Connectome brings together Smart Devices, IoT technology and Machine Learning, to make homes healthy, secure and prosperous for the homeowner.Originally from Romania, he spent many years in traveling the globe and is now living with his wife and two children in Lisbon, Portugal.---10 ways to support and develop Good Morning Portugal! with your time, talent or treasure...1. Help us cover running costs and develop the GMP! by becoming a GMP! VIP!! Support us here - https://ko-fi.com/gmp or donate via PayPal - www.paypal.com/paypalme/gmpcarl or on this channel - https://www.youtube.com/channel/UCejAX8DvVR1I_AIeO5zX3QA/join2. Tune in and share your love of Portugal every weekday on the breakfast show and send in your messages, pics and videos to the studio on WhatsApp (00 351) 913 590 3033. Subscribe and share our YouTube channel - help us get to 1K subscribers for monetisation and membership - https://www.youtube.com/@GoodMorningPortugal As well as our podcast - https://www.spreaker.com/show/good-morning-portugal-radio-show4. Use our consultancy services that will help you move to Portugal and enjoy life once you get here - https://www.goodmorningportugal.com/support-services/the-portugal-club5. Become an Expats Portugal Premium Member via our affiliate link - https://expatsportugal.com/?wpam_id=276. Get your currency exchanged via Spartan FX - Get your FREE account - www.spartanfx.co.uk7. Send your community and cheerful news for inclusion in our news blog - https://www.goodmorningportugal.com/news-weather/gmp-news-desk8. Join us as a guest on the show, sharing your love of Portugal and/or telling us about your self, project or business. Maybe even become a regular co-host?9. Sponsor the show - https://www.goodmorningportugal.com/about-gmp/sponsor-the-show10. Hire Carl - https://www.goodmorningportugal.com/about-gmp/hire-carlWant to create live streams like this? Check out StreamYard: https://streamyard.com/pal/4668289695875072
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Raise your glasses please on this special day for GMP! channel sponsors UrHome/Dynasty as homes go on sale at their flagship, game-changing project - Herdade Do Meio.The man of this landamark development moment Bobby O'Reilly joins us alongside show regular Michael Heron on #AskAnythingAboutPortugal Wednesday.Bring fizz, bring questions about this exciting sustainable living concept just 15 minutes from Lisbon, as well as enquiries about expat life in Portugal from three seasoned foreigners with 20+ collective years of living here.Find our more about Herdade Do Meio here - https://herdadedomeio.com/Brochure - https://herdadedomeio.com/documents/brochura.pdf---10 ways to support and develop Good Morning Portugal! with your time, talent or treasure...1. Help us cover running costs and develop the GMP! by becoming a GMP! VIP!! Support us here - https://ko-fi.com/gmp or donate via PayPal - www.paypal.com/paypalme/gmpcarl or via YouTube - https://www.youtube.com/@GoodMorningPortugal/join2. Tune in and share your love of Portugal every weekday on the breakfast show and send in your messages, pics and videos to the studio on WhatsApp (00 351) 913 590 3033. Subscribe and share our YouTube channel - help us get to 1K subscribers for monetisation and membership - https://www.youtube.com/@GoodMorningPortugal As well as our podcast - https://www.spreaker.com/show/good-morning-portugal-radio-show4. Use our consultancy services that will help you move to Portugal and enjoy life once you get here - https://www.goodmorningportugal.com/support-services/the-portugal-club5. Become an Expats Portugal Premium Member via our affiliate link - https://expatsportugal.com/?wpam_id=276. Get your currency exchanged via Spartan FX - Get your FREE account - www.spartanfx.co.uk7. Send your community and cheerful news for inclusion in our news blog - https://www.goodmorningportugal.com/news-weather/gmp-news-desk8. Join us as a guest on the show, sharing your love of Portugal and/or telling us about your self, project or business. Maybe even become a regular co-host?9. Sponsor the show - https://www.goodmorningportugal.com/about-gmp/sponsor-the-show10. Hire Carl - https://www.goodmorningportugal.com/about-gmp/hire-carlSigning up with Streamyard helps us (-: https://streamyard.com/pal/4668289695875072
Today, on Feelgood Friday, we are joined by Ricardo Cruz of channel sponsors UrHome.Let's find out more about the company and their unique approach to helping people - from all over the world - find dream homes in Portugal.Find out more at www.urhomeportugal.com ---10 ways to support and develop Good Morning Portugal! with your time, talent or treasure...Help us cover running costs and develop the GMP! by becoming a GMP! VIP!! Support us here - https://ko-fi.com/gmp or donate via PayPal - www.paypal.com/paypalme/gmpcarl2. Tune in and share your love of Portugal every weekday on the breakfast show and send in your messages, pics and videos to the studio on WhatsApp (00 351) 913 590 3033. Subscribe and share our YouTube channel - help us get to 1K subscribers for monetisation and membership - https://www.youtube.com/@GoodMorningPortugal As well as our podcast - https://www.spreaker.com/show/good-morning-portugal-radio-show4. Use our consultancy services that will help you move to Portugal and enjoy life once you get here - https://www.goodmorningportugal.com/support-services/the-portugal-club5. Become an Expats Portugal Premium Member via our affiliate link - https://expatsportugal.com/?wpam_id=276. Get your currency exchanged via Spartan FX - Get your FREE account - www.spartanfx.co.uk7. Send your community and cheerful news for inclusion in our news blog - https://www.goodmorningportugal.com/news-weather/gmp-news-desk8. Join us as a guest on the show, sharing your love of Portugal and/or telling us about your self, project or business. Maybe even become a regular co-host?9. Sponsor the show - https://www.goodmorningportugal.com/about-gmp/sponsor-the-show 10. Hire Carl - https://www.goodmorningportugal.com/about-gmp/hire-carlSigning up with Streamyard helps us (-: https://streamyard.com/pal/4668289695875072
Demos por nós perante uma enorme rotunda - não, não era (b)essa - e saímos na direção de Sport Club, cidade que alberga orgulhosamente o Vitória lá do burgo, para vos contar tudo sobre a passagem do Dragão que chamuscou o castelo. Parecia uma série de televisão, carago. Curto desvio a sul, só pra dar fé de qualquer coisa que se passou no Seixal e que ninguém viu, dado que aquilo é privado e reservado a condóminos. De regresso à rotunda, segunda saída para Leiria, para antevisão da meia-final daquela taça que não vale nada, mas que queremos muito, dado que não a temos. Apanhámos dois penduras e fomos pô-los a casa, lá em Académico de Futebol, terra do Clube. Epá, filhasdasputas de nomes que esta malta dá às cidades, hein?
The Women's Football Team suffered an undeserved heart breaking defeat by the hands of Bayern Munich in the #UEFAWomensChampionsLeague at the Seixal last week. In this Episode I'll take a look at that match and give my thoughts, plus recap 2 more victories in #LigaBPI putting the Ladies Aguias at the top of the table heading into this weekend's Derby at Alcochete. Follow the show on the platforms below: Twitter Instagram Facebook Apple Podcasts Spotify Google Podcasts Podbean iHeartRadio Amazon Music/Audible For more content check out www.misterbenfica.com And don't forget to give some love to the musicians who provide the theme music for this podcast! Follow Agendaz on their socials below!!! Spotify Apple Music Soundcloud Instagram Facebook #IfYouLoveFootballYouLoveBenfica
The Women's Football Team suffered an undeserved heart breaking defeat by the hands of Bayern Munich in the #UEFAWomensChampionsLeague at the Seixal last week. In this Episode I'll take a look at that match and give my thoughts, plus recap 2 more victories in #LigaBPI putting the Ladies Aguias at the top of the table heading into this weekend's Derby at Alcochete. Follow the show on the platforms below: Twitter Instagram Facebook Apple Podcasts Spotify Google Podcasts Podbean iHeartRadio Amazon Music/Audible For more content check out www.misterbenfica.com And don't forget to give some love to the musicians who provide the theme music for this podcast! Follow Agendaz on their socials below!!! Spotify Apple Music Soundcloud Instagram Facebook #IfYouLoveFootballYouLoveBenfica
Posta em Arouca, natas da contrafação no Seixal e Corn Flames ensopados em Vizela. Todo um roteiro gastronómico, incluindo um doce Baía ao Galeno.
Poderíamos colocar aqui o currículo do nosso convidado, Antonio Carraça, mas ocuparia todo o espaço que temos para texto, então dê um Google e se surpreenda por você mesmo, nós iremos nos limitar a apresentá-lo "apenas" como a mente por trás de Seixal, a base do Benfica. Esse episódio 246 do The Pitch Invaders é daqueles que se torna clássico por ser um masterclass e, junto de vocês, aprendemos sobre o jogador moderno, o projeto coletivo, a produção de talentos, saber jogar o jogo, minutos para jovem como projeto de clube, a formação de treinadores, Alexandre Pato, o sumiço dos mágicos e a responsabilidade social dos clubes. Artes: Filipe Borin Edição: Bruno Abichequer Conheça o Footure Pro, a consultoria de Inteligência de Mercado do Footure: https://footure.com.br/footure-pro/ #PenseOJogo