POPULARITY
Categories
O Mês da Identidade Africana chega ao fim este sábado. A 4º edição do evento criado para “questionar, reflectir e pensar o futuro da existência da comunidade afro-descendente e africana”, tem uma programação, de entrada livre, que junta arte, cinema, literatura, infância, formação e música. A iniciativa da Bantumen tem-se desenrolado no centro da capital portuguesa, na Casa do Comum, no Bairro Alto. A RFI falou com Vanessa Sanches, administradora de projectos e co-fundadora da Bantumen. Uma ocasião para percebermos melhor o que é esta plataforma, as iniciativas futuras, e, acima de tudo, ficarmos por dentro de alguns dos pontos altos da programação do Mês da Identidade Africana e de como este surgiu. Vanessa Sanches, administradora de projectos e co-fundadora da Bantumen: O MIA surgiu em 2022, pouco depois da pandemia, pouco depois de todas aquelas questões sobre o movimento negro, de George Floyd. Surgiu numa altura em que a equipa da Bantumen começou a reflectir sobre a necessidade de em Portugal haver também um momento em que pudéssemos questionar, refletir e pensar o futuro da existência da comunidade afro-descendente e africana, sobretudo pelo facto de não ser uma comunidade que é reconhecida como estando cá há tanto tempo, é sempre reconhecida como uma comunidade estrangeira, quando não é. Eu, por exemplo, nasci em Portugal, vivi aqui toda a minha vida, portanto, é um país que também me pertence. Então, nestas conversas sobre este assunto, achávamos que fazia todo o sentido criarmos algo que noutros países já existe, como por exemplo o Black History Month nos Estados Unidos e no Reino Unido, assim como no Brasil lá há o Mês da Consciência Negra. E achávamos que aqui também está na hora de podermos conversar abertamente e sem pudor sobre este assunto. Esta fotografia multicultural que existe em Portugal, mas que ainda muitos têm receio de mostrar, de identificar e de nomear também. Então, este MIA surgiu nesta vertente cultural porque a cultura está sempre de braços abertos para toda a gente. Portanto, essa é a nossa intenção, é mostrar o que a comunidade africana e afro-descendente tem feito por aqui através da cultura e abraçarmos todos os que quiserem se aproximar e conhecer. RFI: O MIA, Mês da Identidade Africana, está na 4ª edição. O que é que a Bantumen propôs, o que é que há em cartaz? Vanessa Sanches: A intenção do MIA é propor sempre uma exposição, que é a base do ciclo de eventos, dentro desse ciclo depois há sempre conversas. Este ano, por exemplo, tivemos uma conversa sobre a parentalidade, sobre o brincar com a identidade, porque é que é importante as crianças se reverem em termos de representatividade em diferentes esferas. Tivemos também o lançamento online de uma biblioteca, a Biblioteca Negra, onde há todo um acervo de livros que falam sobre estes temas da afro descendência, da negritude. Vamos ter também neste sábado, dia 15, uma sessão de leitura para crianças. Portanto, tentamos sempre ter eventos que possam chamar até nós do mais pequeno ao mais velho e que possam proporcionar alguma reflexão. O tema central deste ano é os 50 anos da independência dos PALOP, o tema que atravessa de alguma forma todos os eventos. RFI: Esta exposição de que falou, onde é que está a acontecer e quais são os artistas que podem ser vistos lá? Vanessa Sanches: Todo o ciclo de eventos acontece na Casa do Comum, no Bairro Alto, em Lisboa. A exposição está patente também até este dia 15. As obras que apresentamos são dos artistas Ricardo Parker, é português mas tem origens em Cabo Verde, a Gigi Origo, francesa e cabo-verdiana, o Sai Rodrigues também, que vive na Holanda mas tem origens cabo-verdianas também, e da moçambicana Naia Sousa. RFI: Em relação à conversa sobre a parentalidade, como é que decorreu? O que é que se discutiu? Vanessa Sanches: Na conversa sobre parentalidade “Brincar com Identidade”, porque era este o tema da conversa, tivemos a psicoterapeuta Henda Vieira Lopes, tivemos a Bárbara Almeida, que tem o projecto TitaCatita, para crianças e pais e cuidadores de crianças, e tivemos a Ângela Almeida, que é assistente social, e a intenção foi, nesta conversa moderada pelo Wilds Gomes, jornalista da Bantumen e apresentador de televisão do Bem Vindos, foi perceber quão importante é criar, de alguma forma, representatividade em diferentes esferas para os mais pequenos. Quando, enquanto crianças, não nos revemos a fazer determinadas coisas, não imaginamos que é possível fazermos essas determinadas coisas, eu se nunca tiver visto um médico negro vou achar que a única coisa normal é aquela possibilidade, portanto não vou sonhar que também eventualmente posso fazê-lo, sobretudo quando estamos a falar num país em que a comunidade negra é minoria de facto, portanto, a necessidade de podermos proporcionar às crianças modelos de representatividade e levá-los a espaços onde isto é possível acontecer. Onde é possível, também, abraçar a sua própria identidade, explicando que o cabelo, por exemplo, que é um tema super importante dentro da comunidade afro-ascendente, que o seu cabelo é bonito, que o seu cabelo tem milhões de possibilidades, por exemplo, as crianças mais dificilmente terão alguns traumas, digamos assim, que levam até à idade adulta. Portanto, este foi o tema central da conversa. RFI: Para quem estiver interessado em descobrir e ler algo mais sobre a africanidade, foi também apresentada a Biblioteca Negra. Como é que funciona esta Biblioteca Negra? Vanessa Sanches: A Biblioteca Negra é um projecto que foi pensado e materializado pelo realizador Fábio Silva. Ela parte da experiência pessoal do próprio Fábio, ele começou a compilar, num simples Excel, alguns livros que ele ia lendo sobre esta temática da africanidade, da negritude, porque nem sempre é fácil chegar a estes livros numa livraria normal. Então, ele achou que faria todo o sentido começar a compilar estes títulos. Entretanto, o ano passado, se não estou em erro, decidiu que faria todo o sentido lançar um site onde as pessoas pudessem facilmente encontrar uma panóplia de livros que abordassem então estes temas. É assim que nasce, então, a Biblioteca Negra, onde ele compila uma série de livros, com as sinopses desses livros, e onde é possível encontrar também casas parceiras, que actualmente são três, onde eventualmente podem encontrar alguns destes livros à disposição e onde também podem efectuar doações, caso tenham os livros em casa e já não os queiram mais, podem doar esses livros a estas casas parceiras. RFI: Casas parceiras na Grande Lisboa, para já, e qual é o site? Vanessa Sanches: O site é muito simples, http://www.bibliotecanegra.pt RFI: O filme do brasileiro Lázaro Ramos, Medida Provisória, foi exibido nos encontros MIA. Foi um momento muito participado? Vanessa Sanches: Bastante, bastante. Na verdade, nós tínhamos uma lotação para 50 pessoas e houve um dado momento em que houve pessoas a sentarem-se no chão porque os lugares estavam absolutamente lotados. Acho que é um filme que muita gente ainda queria ver, não teve a hipótese de o ver, e aproveitou então este ciclo de eventos do MIA para poder ver o filme. Tem um tema que nos leva à reflexão de algo que, provavelmente, muitas vezes já nos passou pela cabeça de forma inconsciente, que é; Todos os negros serão realmente de África? Porque, no filme há uma medida provisória que diz às pessoas negras brasileiras que, se calhar, o melhor para o futuro delas seria voltarem para a África. E então há toda uma panóplia de circunstâncias que acontecem ali, porque estamos a falar de pessoas que pertencem àquele país há centenas de anos. Então, é um debate que merece ser tirado do ecrã para o físico e convidámos o actor e cineasta Welket de Bungé e a actriz Cléo Diára para poder, então, conversar sobre este tema. Então foi um momento especial, não só pela lotação mas pelo tema abordado em si mesmo. RFI: Dia 15, sábado, encerra-se o MIA deste ano, o que é que foi pensado para o encerramento? Vanessa Sanches: Encerramos em grande com um momento dedicado às crianças, com uma sessão de leitura com a actriz, jornalista e autora Aoani Salvaterra, com origens santomenses. Vamos ler o livro da Nuna, A Aventureira Marielle, e logo de seguida, um bocadinho mais tarde, encerramos em grande com festa, como gostamos, com os sons da Independência. Basicamente, é um DJ set do DJ Camboja, que tem um acervo gigantesco de músicas que surgiram na altura das Independências e que têm, justamente, como moto a liberdade, a independência e o anticolonialismo. RFI: O Mia é apenas um dos momentos em que a Bantumen dá a conhecer o trabalho que desenvolve. Depois deste Mês da Identidade Africana, o que é que a Bantumen vai propor? Vanessa Sanches: Eu vou começar por explicar, dado que há algumas pessoas que têm alguma dificuldade em entender o que é a Bantumen. A Bantumen é, no fundo, uma plataforma de cultura e de informação. Portanto, online nós temos uma revista, mas no plano físico nós também fazemos algumas coisas. Portanto, resulta, então, neste MIA. E no final do ano temos o nosso maior evento, que é a Powerlist 100, a iniciativa que pretende prestar homenagem a 100 personalidades negras da lusofonia. Este ano a lista vai ser, então, revelada no dia 6 de Dezembro, a nível digital, no seu site próprio, podem encontrá-lo facilmente em bantumen.com. Ao mesmo tempo, irá acontecer também uma Gala para que algumas destas 100 personalidades possam, então, se sentir homenageadas de viva voz e olho no olho por esta comunidade, que se revê no seu trabalho de excelência, que tem feito e que é um espelho também para nós, as actuais gerações e para, quem sabe, futuras gerações. RFI: São personalidades que actuam nas mais diversas áreas, alguns exemplos? Vanessa Sanches: Nas mais diversas áreas. Já tivemos uma empregada doméstica, temos pessoas vindas do percurso associativo, como temos advogados, como temos cientistas, músicos, dançarinos. Nós tentamos não ter Categorias justamente para isso, para que possa ser o mais ampla possível esta lista final dos 100 homenageados. Link site Bantumen : https://www.bantumen.com
No episódio desta semana do podcast Diplomatas, Teresa de Sousa e Carlos Gaspar olharam para as comemorações dos 50 anos da independência de Angola e analisaram o contexto geopolítico da época, o papel desempenhado por Portugal, o processo de descolonização de África e a evolução da governação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com José Eduardo dos Santos e João Lourenço. A jornalista do PÚBLICO e o investigador do IPRI-NOVA reflectiram ainda sobre o estado do multilateralismo no âmbito da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), a decorrer em Belém do Pará, no Brasil, e da 4.ª Cimeira União Europeia-Comunidade dos Estados da América Latina e Caraíbas (UE-CELAC), realizada em Santa Marta, na Colômbia. Para o final do programa ficou a discussão sobre o caso do documentário da BBC em que partes diferentes de um discurso que Donald Trump fez em 2021 foram apresentadas de forma a dar a entender que o actual Presidente dos Estados Unidos estava a incentivar abertamente os seus apoiantes a invadirem o Capitólio, no dia 6 de Janeiro, para travarem a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020. Texto de António Saraiva LimaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Entre las novedades de música africana del programa de hoy de AfricaPachanga tenemos afrobeat de la mano de dos grandes orquestas, la vuelta de los míticos Antibalas desde Nueva York y la super-banda de Londres Eparapo. También,, la música etíope de la excelente cantante Meklit, el highlife moderno de Amamere, y ritmos urbanos con el senegalés Mao Sidibe junto a las raperas Def Mama Def y el nigeriano Patoranking. En la segunda parte, rumba congoleña con Orchestre Veve, puxá con Africa Negra, música del norte de Senegal con Baaba Maal, música tradicional maliense con Bassekou Kouyate y la despedida con la diva de los pies descalzos, nuestra querida y admirada Cesaria Evora, desde Cabo Verde. Espero que te giste !! Track List Antibalas - Hourglass Eparapo - Truth To Power Meklit - Abebayehosh Amamere - Amane Hunu Mao Sidibe & Def Mama Def - Oya Patoranking - No Jonze Orchestre Veve - Ah Ngai Matinda Africa Negra - Epa Sa Cata Pabo Manda Mum Baaba Maal - Laam Tooro Bassekou Kouyate - Fanga Cesaria Evora - Avenida Marginal
Willie James Jennings believes that belonging is the goal of education, which is pursued at the intersections of the world's contradictions and our own social and moral sensibilities. Willie is a public theologian and professor of systematic theology and Africana studies at Yale Divinity School. In this conversation, he reflects on the influence of mentors and role models while also highlighting the racialized and unjust structures within Western educational systems. He encourages educators to listen to, learn from, and (above all) pay attention to their students as part of a shared vocational process. He also shares his commitment for challenging antisemitism as well as drawing attention to the plight of Palestinians.
Abena Sankofa Imhotep is an award-winning author, scholar, and activist whose work celebrates Africana, challenges historical narratives, and advocates for a just world. As the CEO of Sankofa Literary & Empowerment Group, Abena's mission is two-fold: to create spaces for lifelong learning that center the literature and scholarship of Black authors and to work toward a world where all children love to read. Her debut children's book, Omari's Big Tree and the Mighty Djembe, has received international recognition with distribution in 29 countries. Leading conversations on human rights, racial equity, and organizational awareness for various institutions, Abena has presented human rights papers at the Nelson Institute Global Citizen Forum, the Iowa Human Rights Research Conference, and University of Notre Dame Kroc Institute. Abena was selected to be the final commencement speaker at the historic Iowa Wesleyan University, led interdisciplinary think-tanks, and graced the TEDx stage. She has received numerous honors including the American Red Cross Diversity Equity & Inclusion Award, African American Leadership Academy Fellowship, NAACP Accomplished Entrepreneur Award, Top Ten Iowa Book of the Year, the prestigious Iowa Author Award, and Iowa Podcast Awards Host of the Year. To connect with Abena: https://www.abenasankofa.com/ or https://substack.com/@theimhotepreport To get in touch with Tyler: https://www.tylerkamerman.com/
O Brasil acolhe desde esta segunda-feira a 30a Conferência das Nações Unidas sobre o clima. O economista guineense Carlos Lopes é o enviado especial do evento para África, por decisão do chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva. Este também docente universitário na cidade sul-africana do Cabo está, em Belém do Pará para esta COP30. Carlos Lopes, enviado especial da COP30 para África, e economista guineense, começa por nos revelar em que consiste a sua tarefa nesta cimeira. Somos sete para as regiões consideradas pelo Brasil como estratégicas para a discussão climática. No que me toca, eu responsabilizo-me pela África. Estive envolvido na Organização da Cúpula Africana do Clima, que teve lugar em Adis Abeba há cerca de um mês e, portanto, faço a ponte entre as lideranças africanas e a presidência brasileira para poder fazer com que esta COP ouça melhor cada uma das regiões. No meu caso, a África, mas também possa, digamos, articular as várias conexões que são necessárias para negociações desta natureza, que são sempre muito complexas. E é sempre o mesmo chavão. Mas, ao fim ao cabo, um chavão acertado em relação à realidade, ou seja, um continente que padece sobremaneira das alterações climáticas e que pouco polui. Esta constatação continua a ser válida em 2025, na COP de Belém em relação a África ? Sim, eu penso que nós temos agora até uma narrativa mais forte sobre o facto de regiões como a África precisarem de muito mais foco nos problemas de adaptação climática... E menos na mitigação, que normalmente domina os debates. E isso graças ao Brasil, digamos, ter também a mesma preocupação e estar orientada na mesma direcção. Portanto, o Brasil oferece à África essa possibilidade de maior concentração na adaptação, que é, de facto, o que nos interessa. Fala-se muito em perdas e danos, precisamente em mitigação. O que é que se pode esperar em relação a esse prisma, sendo que houve já anúncios feitos desde a pré-COP e agora o início da COP propriamente dita... por exemplo, o lançamento do Fundo de Florestas Tropicais para sempre. Na prática, há já avanços aí a registar ? Na realidade, é o único fundo novo que aparece nesta COP porque a presidência brasileira quis dar ênfase à implementação e não a novos acordos. Mas tratando-se de uma COP que tem lugar numa zona que é considerada a maior floresta mundial, achou oportuno que se lançasse, digamos, uma iniciativa particularmente orientada para as florestas tropicais e centrada sobretudo na protecção de três grandes zonas do planeta, que são a principal reserva florestal que é a Amazónia, a África, na Bacia do Congo e também a Indonésia e o Sudeste Asiático. E, portanto, a inovação desse fundo é que ele tem características um pouco diferentes de tudo o que foi até agora lançado na COP, porque é um fundo para pagar aquilo que já existe e não para fazer coisas. Portanto, é para permitir a protecção da floresta existente, e com uma ênfase também nas populações locais: as populações indígenas, as comunidades locais, a quem será reservada a 20% da utilização dos fundos apropriados. E com, digamos, características que são menos de compensação, e que são mais de aposta e investimento no futuro através da conservação. Portanto, têm de facto uma inovação muito grande. É importante sublinhar que o Fundo já está, digamos, com contribuições anunciadas importantes, sendo que dos 5 biliões que foram anunciados, cerca de três são da Noruega, que é o país que toma a dianteira e vai muito para além até das expectativas que se poderia ter nesta etapa da discussão. E há, digamos, uma adesão muito importante neste momento política para a criação desse fundo. Como é que é o ambiente aí, sendo que, uma vez mais, os Estados Unidos ficam de fora? É claro que já não é uma novidade. Em que medida é que o "climato-cepticismo", por assim dizer, continua a pairar como uma sombra sobre as negociações da COP? As negociações deste ano não são tão importantes porque não se trata de conseguir mais. Há um mapa do caminho, como se chama, de Baku para Belém, que foi definido na COP 29 e que é o assunto principal de negociações. E à volta de quais são os montantes de financiamento que até agora não foram cumpridos, e qual é o nível de ambição que se tem que acrescentar em matéria de financiamento climático? Mas, para além disso, as outras discussões estão mais ou menos alinhavadas. Não vai haver grandes controvérsias. A ausência dos Estados Unidos vai-se fazer sentir em termos de resultados, porque não é só o facto de os Estados Unidos estarem ausentes do debate climático. É a importância que tem indirecta nos comportamentos, equipamentos, por exemplo, corporativos, regulatórios. O facto de, por exemplo, os financiamentos privados estarem muito orientados pelas preocupações da principal bolsa de valores que é a Bolsa de Valores de Nova Iorque e, portanto, acaba por ter resultados indirectos muito negativos e que vão muito para além de os Estados Unidos propriamente ditos fazerem ou não fazerem o necessário. Que olhar é que se pode ter acerca da proposta da economista francesa Esther Duflo, que apresenta uma solução original e na COP 30 de Belém, com o economista indiano Abhijit Banerjee, que é o seu esposo, que ganhou com ela o Prémio Nobel da Economia em 2019, mais o economista americano Michael Greenstone, que foi conselheiro de Barack Obama ? Eles estão a propor um sistema de transferências de dinheiro em troca de acções ambientais. Acha que este sistema pode ter pernas para andar? Eles propõem um esquema em que os países ricos se comprometem a arrecadar fundos e a enviá-los directamente às entidades, às pessoas para as ajudar a se proteger contra os excessos do clima na forma de transferências financeiras ? Digamos que não é tão original. Tem a ver com as várias iniciativas para regular de uma forma ética, a emergência de um mercado de carbono. Eu sou defensor de que, no caso da África, nós precisamos ter um mercado de carbono regulado pelos africanos e liderado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, porque é assim que nós podemos contornar o facto de que do exterior se faz a certificação, se faz a taxonomia, se faz, digamos, o controlo daquilo que é verde e do que não é verde, o que é o bom e o mau carbono e qual é o valor do carbono? Portanto, isto não são coisas que podem ser decididas por outrém, devem ser decididas por aqueles que detém, de facto, uma espécie de crédito histórico de carbono que não contribuíram para o problema e estão a sofrer mais do que os outros. E, portanto, é necessário poder de facto, conseguir transferir aquilo que nós consideramos como problema, que é o problema da dívida de um aspecto financeiro para um aspecto de carbono. É adquirido, portanto, que não se consegue cumprir a meta de um máximo de 1,5 graus de aquecimento do planeta. Já se está a trabalhar num patamar superior: de menos de dois graus e meio do aquecimento, é assim ? É de 2,4 graus ! Mas eu acho que o problema maior é de que mesmo essa segunda meta, que é uma meta, digamos, de realismo, também não será atingida se não se fizerem muito mais esforços do que aqueles que estão anunciados. E nós temos ainda o déficit sempre verificado daquilo que se promete e daquilo que se faz. Portanto, há contribuições dos vários países anunciadas aqui na COP, porque este era o ano em que se deveria fazer a revisão dos planos nacionais. Apenas 100 países, mais ou menos, vão apresentar esses planos nacionais. Se tivermos sorte, chegar aos 100. Portanto, faltarão cerca de 80 e poucos países. Mas mais importante do que isso é que esses países que não estão presentes, digamos, na mesa, alguns deles são os maiores emissores e, portanto, nós temos aqui já, digamos, comprometimento muito menor do que anteriormente, mas daqueles que anunciam temos um nível de ambição que está em redução, em vez de aumento. Como o senhor professor está, nomeadamente responsável pela parte africana. Eu pedir-lhe-ia que nos desse um pouco um olhar da dimensão dos africanos presentes em Belém. Em que estado de espírito é que viu as delegações chegarem? São de alto nível? Isso é promissor, a seu ver, em relação à visibilidade de África nesta conferência ? Nós não temos delegações lideradas por chefes de Estado em grande número, não é? E também a nível ministerial, a presença é bastante limitada e há várias explicações para isso. Uma delas é o facto de que estamos quase com as mesmas datas com a cimeira do G20, em que a África, pela primeira vez, tem uma importância maior, porque está a hospedar a cimeira do G20 e é a primeira vez que a União Africana participa a pleno. E há uma série de países africanos convidados pela presidência sul-africana. Portanto, isso não joga a favor da COP. A segunda razão é a logística. A logística aqui em Belém é muito complexa, é também muito cara. Portanto, as delegações africanas acabaram por ser penalizadas por causa dessa logística. A terceira razão é o facto de nós estarmos numa COP em que, digamos, os principais protagonistas estão ausentes e, portanto, não vamos ter aqui os três principais emissores actuais, que são os Estados Unidos, a China e a Índia. E podemos juntar de todo o G7. A nível de lideranças vieram apenas cerca de três, portanto há 17 países do G20 e do G7 e do G20, que não estarão presentes. E isso é, digamos, um desincentivo para a própria presença de outros países, nomeadamente africanos. No discurso de abertura, o presidente brasileiro, Lula da Silva, lembrava que, de facto, em 92 tinha havido um pontapé de saída importante já no Brasil em relação às questões ambientais. E esta conferência volta, então, ao Brasil e agora à a Amazónia e a Belém, onde se encontra o senhor professor. O que é que nos pode dizer acerca, precisamente, da expectativa dos habitantes desta grande cidade da Amazónia brasileira, relativamente ao acolhimento desta conferência, para a qual o mundo inteiro tem os olhos virados ? Há uma grande excitação em Belém e há uma atitude, digamos, de grande euforia que se vê, que se sente. É palpável. Portanto, há um défice de visibilidade na Amazónia e esta é uma grande oportunidade. É uma janela para se poder mostrar que a Amazónia é muito mais do que apenas árvores. Tem pessoas, tem cultura, tem gastronomia, tem cultura musical também muito importante para o Brasil o carimbó. Enfim, temos aqui uma atitude de grande celebração e uma atitude de grande entusiasmo, a tal ponto que não vai haver problema de números em termos de participantes da COP. Pode haver problema de participação internacional, mas todo o espaço que não for ocupado por presença de delegações internacionais seguramente é ocupado com grande pompa e circunstância e entusiasmo por participantes paraenses, amazónicos, brasileiros. Belém do Pará é mesmo uma área particularmente vulnerável às alterações climáticas ? Seguramente, porque a Amazónia tem um problema de desmatamento, mas também tem um problema de grilagem, como aqui se chama, de ocupação ilegal de terras. Tem um problema de populações que vivem em regime quase escravo, segundo a definição da Organização Internacional do Trabalho. E nestes três quesitos, um dos Estados que sofrem mais é justamente o Estado do Pará. Portanto, não estamos muito longe dos grandes problemas que afectam a Amazónia.
Per supportarmi:Patreon:www.patreon.com/storiadiromaPayPal:matt10488@hotmail.itGRAZIE A WOW STORE COSMETIC:https://www.instagram.com/wow_storecosmetic?igsh=MXhmdWxiNWEybWhpNA==Support this podcast at — https://redcircle.com/storia-di-roma8273/exclusive-contentAdvertising Inquiries: https://redcircle.com/brandsPrivacy & Opt-Out: https://redcircle.com/privacy
pWotD Episode 3109: Zohran Mamdani Welcome to popular Wiki of the Day, spotlighting Wikipedia's most visited pages, giving you a peek into what the world is curious about today.With 3,842,842 views on Wednesday, 5 November 2025 our article of the day is Zohran Mamdani.Zohran Kwame Mamdani (born October 18, 1991) is an American politician who is the mayor-elect of New York City. A member of the Democratic Party and the Democratic Socialists of America, he has served as a member of the New York State Assembly from the 36th district since 2021, representing the Queens neighborhood of Astoria.Mamdani was born in Kampala, Uganda, to academic Mahmood Mamdani and filmmaker Mira Nair, both of whom hail from India. Mamdani immigrated to Cape Town, South Africa, when he was five years old and then to the United States when he was seven, settling in New York City. Mamdani graduated from the Bronx High School of Science and received a bachelor's degree with a major in Africana studies from Bowdoin College in Maine in 2014. After working as a housing counselor and musician, Mamdani entered local New York City politics as a campaign manager for Khader El-Yateem and Ross Barkan. He was first elected to the New York State Assembly in 2020, defeating five-term incumbent Aravella Simotas in the Democratic primary. He was reelected without opposition in 2022 and 2024.In October 2024, Mamdani announced his candidacy for mayor of New York City in the 2025 election. In June 2025, Mamdani won the Democratic primary in an upset victory over Andrew Cuomo. He was elected mayor in the November 4 general election against Cuomo, who ran as an independent, and Republican nominee Curtis Sliwa, with 50.4% of the vote. Mamdani campaigned on an affordability-focused platform in support of fare-free city buses, universal public child care, city-owned grocery stores, LGBTQ rights, a rent freeze on rent-stabilized units, additional affordable housing units, comprehensive public safety reform, and a $30 minimum wage by 2030. Mamdani also supports tax increases on corporations and those earning above $1 million annually. Mamdani is the first Indian-American, first Ugandan-American, first Muslim, first millennial, and second democratic socialist New York City mayor-elect after David Dinkins. He is expected to assume office on January 1, 2026.This recording reflects the Wikipedia text as of 03:13 UTC on Thursday, 6 November 2025.For the full current version of the article, see Zohran Mamdani on Wikipedia.This podcast uses content from Wikipedia under the Creative Commons Attribution-ShareAlike License.Visit our archives at wikioftheday.com and subscribe to stay updated on new episodes.Follow us on Mastodon at @wikioftheday@masto.ai.Also check out Curmudgeon's Corner, a current events podcast.Until next time, I'm neural Gregory.
®Il collega Gianluca Diana ha vinto il prestigioso premio giornalistico internazionale Marco Luchetta, nella sezione dedicata ai programmi radiofonici. Il concorso premia lavori dedicati alla tematica delle violenze e delle sopraffazioni sui bambini. La preparazione artigianale del sapone è una tradizione di lunga data in Sierra Leone. Ad inizio anni Novanta viene abbandonata la vecchia ricetta che prevedeva l'utilizzo di ingredienti naturali in favore dell'utilizzo della soda caustica. Nasce in quel momento l'Africana Soap che allo stato liquido si presenta trasparente come l'acqua e in quello solido, sotto forma di polvere bianca, esattamente uguale a zucchero e sale. La possibilità di essere confuso è un rischio concreto che progressivamente diviene una vera e propria piaga sociale. Ad oggi, sono migliaia le persone che ingerendo l'Africana Soap, non possono più alimentarsi normalmente per il resto della vita. Soprattutto i piccoli pazienti in età neonatale e infantile, che vengono chiamati “bambini soda”. Per continuare a mangiare, nel migliore dei casi sono costretti a continue dilatazioni dell'esofago per via endoscopica, nel peggiore e più frequente, possono alimentarsi unicamente con un tubo da gastrostomia che si immette direttamente nello stomaco. L'unico luogo dell'intero paese dove è possibile intervenire è l'ospedale di Emergency di Goderich, centro nazionale di riferimento sia per le ustioni all'esofago causate dall'ingestione di soda caustica che per la traumatologia. Le storie dell'Africana Soap dalla realizzazione alla vendita, dalla cura all'assistenza, dallo stigma della disabilità fino ad una geniale resilienza, sono raccontate da donne e uomini sia fuori che dentro il nosocomio presente in Sierra Leone dal 2001.Prima emissione: 23 aprile 2025undefined
Join us for an exciting opportunity to engage with two remarkable speakers! Africana history professor Manu Ampim will shed light on the pressing issue of the ongoing genocide in Sudan. With his profound expertise, Professor Ampim will share a detailed timeline highlighting the historical attacks on indigenous Africans by Arab groups. Before Professor Ampim takes the mic, you’ll hear from Sinclair Skinner, a dedicated businessman and humanitarian from Washington, D.C. He will share inspiring updates from his recent trip to China and discuss his impactful 'I Love Black People' campaign.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Novedades en AfricaPachanga con la estrella del afrobeats nigeriano Burna Boy, sonidos urbanos cameruneses con James BKS y desde Senegal con Cheikh Ibra Fam. También, tenemos el afrobeat combativo de las brasileñas Funmilayo Afrobeat Orchestra y el semba angoleño de Paulo Flores En la segunda parte, Kimi Djabaté de Guinea Bissau, Oumou Sangaré de Mali, Orchestre Poly-Rythmo de Benín, Mose Fan Fan de la República del Congo y Thomas Mapfumo de Zimbabwe. Disfruta de todos ellos !! Track List Burna Boy - Dem Dey Burna Boy - Empty Chairs Funmilayo Afrobeat - Ponte Do Ponte James BKS - Wetin U Go Choose Cheikh Ibra Fam - Gnou Mbollo Paulo Flores - Acordeon Kimi Djabaté - Dindin Oumou Sangaré - Djama Kaissoumou Orchestre Poly-Rythmo de Cotonu - Se We Non Nan Mose Fan Fan - Sherita Thomas Mapfumo - Mhondoro
O Chefe de Estado dos Camarões, Paul Biya, acaba na segunda-feira de ser declarado oficialmente vencedor das presidenciais com um pouco mais de 53% dos votos, face ao seu principal rival Issa Tchiroma Bakary, com um pouco mais de 35% dos sufrágios. Biya, 92 anos, encaminha-se deste modo para um oitavo mandato de sete anos, apesar de o seu adversário Tchiroma ter vindo a reclamar a vitória antes mesmo da divulgação dos resultados definitivos das eleições de 12 de Outubro e apesar da forte contestação na rua, com um balanço de pelo menos quatro mortos e múltiplos danos materiais. A repressão das manifestações da oposição no passado fim-de-semana com denúncias de um uso excessivo da força pelas autoridades mereceram condenações por parte da União Africana e da União Europeia que se declararam "preocupadas com as violações dos Direitos Humanos", enquanto as Nações Unidas apelaram, por sua vez, à "contenção, à abertura de investigações e ao fim da violência". Apesar de o poder ter anunciado que pretende responsabilizar penalmente Tchiroma pelos incidentes dos últimos dias, o líder de oposição apela os seus apoiantes a permanecer "determinados mas pacíficos". Este contexto tenso vem sobrepor-se a uma situação já por si delicada, num país onde se estima que 40% dos habitantes vive abaixo do limiar da pobreza, onde permanece activo o conflito entre a maioria francófona e a minoria anglófona da população e onde ataques esporádicos de grupos jihadistas colocam em questão a segurança do território. Para o professor de Relações Internacionais na Universidade Técnica de Angola, Osvaldo Mboco, a reeleição de Paul Biya pode ser um indicador das "fragilidades das instituições africanas". RFI: Depois de mais de quarenta anos no poder, Paul Biya foi reeleito para um oitavo mandato. Como se pode interpretar esta situação? Osvaldo Mboco: A vitória do Presidente demonstra, até certo ponto, as fragilidades das instituições africanas na corporação do próprio processo eleitoral. Durante os 42 anos de governação, o país não tem conhecido grandes avanços significativos do ponto de vista económico, social e político. E isto agrava-se em função daquilo que é a visão dos jovens que querem mudança. Ou seja, se maioritariamente os eleitores são jovens, que não estão comprometidos com a história e que já nasceram com o Presidente no poder, esses jovens querem a alternância política. Então, é uma vitória, até certo ponto, agridoce, à medida em que há vários distúrbios e até pessoas que morreram, fruto das reivindicações daquilo que provavelmente foi um resultado eleitoral que não corresponde à vontade popular dos eleitores nas urnas. E tanto era assim que o seu principal opositor Issa Tchiroma reclama a vitória e cenários como estes têm estado a acontecer não só agora nestas eleições. Se nós nos lembrarmos Maurício Kamto, que no processo eleitoral passado foi o segundo candidato mais votado, também reclamou e juridicamente foi impedido de concorrer às eleições deste ano. O Presidente tem uma idade já avançada e é o Presidente que está no poder há mais tempo a nível do continente africano. Está agora com 92 anos. Quando terminar o seu mandato, estará aproximadamente com 99 anos. E todos nós sabemos as limitações humanas de um indivíduo que já está com uma idade acima dos 90 anos. Isto também não é bom para a consolidação do Estado de Direito democrático e pensamos que este mandato será completamente desastroso em função das reivindicações, das críticas e das reclamações que apontam irregularidades e a falta de transparência no próprio processo eleitoral. RFI: O principal rival de Paul Biya, Issa Tchiroma Bakary, reclama para si a vitória nas presidenciais. É previsível que as manifestações continuem, que haja uma espécie de movimento de desobediência civil que venha a prolongar-se e que haja mais incidentes? Osvaldo Mboco: A reclamação da oposição ou de quem está na oposição em África dos resultados eleitorais é comum e é transversal em muitos países africanos. Normalmente, os partidos políticos na oposição e os candidatos na oposição reclamam as irregularidades do processo, a falta de transparência e, muitas vezes que os resultados atribuídos não representam a vontade popular expressa nas urnas pelos eleitores. Mas em muitos casos, elas têm fundamento em função do próprio processo eleitoral, que não é inclusivo, não é participativo. Em alguns momentos, não é transparente e há alguns incidentes que decorrem do próprio processo eleitoral. Entretanto, as manifestações poderão continuar ao nível do país, com uma situação tensa. Também a África já nos brindou com muitos exemplos em que as manifestações pós-eleitorais normalmente não alteram o resultado eleitoral. Elas continuam. Muitas pessoas morrem, o governo aumenta aquilo que é o aparato policial e militar, também acaba por militarizar as ruas. Mas ainda assim, não recua do ponto de vista dos resultados eleitorais, porque entende que este é um período de tensão, de crise e que atinge o seu momento mais alto, mas depois, tendencialmente vai decrescendo e depois volta-se à normalidade do próprio país. RFI: Julga que o poder vai negociar com a parte adversa para se chegar a um entendimento e acalmar a rua? Osvaldo Mboco: Bem, eu penso que é uma das saídas, mas se ela (a oposição) faz essa negociação, ela automaticamente também perde o apoio popular ou do segmento da população que está a manifestar. E se cai no descrédito, é muito perigoso para querer se reeleger daqui a sete anos. Pode pagar uma factura muito alta do ponto de vista político, daquilo que são as suas pretensões e ambições. Não estou aqui a defender que o candidato da oposição deve empurrar os jovens às ruas para manifestarem como se fossem carne de canhão. Mas estou aqui a dizer que ele deve se posicionar como um político na oposição e pressionar a acção governativa. Não deve estar a mentalizar os jovens para ir às ruas, porque os jovens reconhecem e sabem o seu posicionamento, a sua visão enquanto eleitores. Mas estou aqui a dizer que ele deve também se posicionar enquanto líder na oposição que vai reivindicar aquilo que são os resultados eleitorais. Mas é importante sublinhar que nenhuma campanha política, nenhuma ambição política de se chegar à presidência, deve estar acima daquilo que é o interesse nacional, deve estar acima daquilo que é a segurança e a estabilidade do próprio país, deve estar acima daquilo que é o bem maior que é a vida humana. Então, é fundamental que o líder da oposição não apele para manifestações violentas ao nível das ruas dos Camarões. RFI: Para além da crise pós-eleitoral, os Camarões também enfrentam uma crise socioeconómica com, em pano de fundo, o eterno conflito entre a parte anglófona do país é a parte francófona. Osvaldo Mboco: Sim, esse tem sido também um dos grandes problemas a que a liderança do próprio Presidente Paul Biya não conseguiu dar respostas. E a forma de governação também afasta um segmento do ponto de vista da unicidade do próprio país. Porque, como fez referência, os Camarões, basicamente, são um país dividido com uma parte anglófona e outra francófona. E isto pode e cria algum desequilíbrio de estabilidade. Mas a par disto, à má gestão, à corrupção que se instalou no próprio país, tem também as questões em volta de um terrorismo que vai preocupando o país e, sem grande resposta do ponto de vista de segurança, isto põe em causa a própria estabilidade do país e cria alguma fragilidade do ponto de vista da segurança do próprio país.
No final da semana passada decorreu em Paris a décima edição do salão de arte africana AKAA, Also Known As Africa, uma mostra reunindo galerias de várias partes com um foco sobre a criação vinda do continente africano e da diáspora. Nesta feira cuja organização coincidiu com a Basel Paris, uma mostra internacional que transforma por alguns dias Paris no maior museu do mundo, estiveram duas galerias baseadas em Portugal que apresentaram grandes nomes ou figuras emergentes das artes plásticas dos países de África Lusófona. A RFI falou com os responsáveis dessas duas galerias, Janire Bilbao e Carlos Cabral Nunes, mas igualmente com dois artistas, Renée Gagnon, artista luso-canadiana conhecida designadamente por uma série de fotografias que fez nos musseques de Luanda no final dos anos 70 e ainda o guineense radicado aqui em Paris, Nú Barreto, que já ouviram nas nossas antenas por ser também um dos organizadores da bienal de Bissau. Foi com ele que decidimos abrir a nossa visita deste salão, de olhos postos sobre uma das obras que apresentou nesta que não foi a sua primeira participação no certame. O artista guineense propôs designadamente um grande painel em forma de bandeira americana feita de retalhos, com as cores do continente africano, amarelo, vermelho, verde e estrelas negras caídas no chão. Os "Estados Desunidos de África". "Acho que o comparativo com a bandeira americana terá um pé bastante curto, porque é uma metáfora. Eu fui recuperar a bandeira americana porque é a América e os Estados Unidos da América. O essencial na União aqui é os 'Estados Desunidos da África'. E então o que me interessava era recuperar esse simbolismo da dimensão, porque achei que também que a África tem uma dimensão superior aos Estados Unidos, estamos a falar em termos de superfícies. Mas se reparar, as cores foram invertidas. Porquê? Eu inverti porque eu estou a falar do continente africano. Daí, fui buscar as cores mais utilizadas nas bandeiras das nações africanas. Verde, amarelo, vermelho e preto. Usamos sempre preto. Eu uso as estrelas de cores pretas nesse trabalho. Daí que para esse comparativo entre os Estados Unidos e esta bandeira é só isto. O resto é uma forma de questionamento que eu, enquanto artista, faço, vou abordando diferentes temáticas e em cada bandeira que eu vou criando", esclarece. O verde, o amarelo, o vermelho são também as cores dominantes colocadas por cima das fotografias a preto e branco que Renée Gagnon tirou há cinquenta anos nos nos bairros da lata da capital angolana, em plena guerra civil. A história por detrás de uma obra de arte pode ser ela também um autêntico romance. "Eu fui acompanhar um amigo meu, um belo português, que ia montar uma agência de publicidade em Luanda e eu também estava interessada no tipo de construção dos musseques que são os 'bidonvilles' de Luanda. O interesse destas casas precárias é que elas são feitas de restos de embalagem de caixas e queria mostrar que, mesmo assim, são bonitas. Há uma vontade das pessoas que constroem, de fazer uma casa bonita. E então comecei a circular nos musseques, a ver como é que era. Com a Guerra da Independência, recebi uma bolsa da Fundação Gulbenkian para ir fotografar os musseques, porque havia incêndios e tinham medo que os musseques acabassem por desaparecer da cidade. E eu, como era uma coisa histórica, queria muito fixar isso do ponto de vista sociológico e do ponto de vista artístico", começa por recordar a artista. "Tinha pedido um Jipe para chegar às portas dos musseques porque havia esse combate dentro dos musseques e um guarda com uma arma no bolso, escondida, vestido à paisana para me mostrar os caminhos que eu podia tomar. Então fui ver e falar com as pessoas e fui muito bem recebida. As pessoas diziam 'vem fotografar a minha casa. A minha casa é bonita'. E então estava muito entusiasmada. Eu trabalhava das oito horas da manhã até ao pôr-do-sol. E agora, 50 anos depois, eu retomei estas fotografias que estavam inéditas, decidindo trabalhar sobre elas. E fiz para este salão e fiz fotografias pintadas porque lá na África não há cor, o sol come tudo e então as cores que eu pus em cima das fotografias a preto e branco são minhas cores", conta ainda a fotógrafa que refere não ter mais regressado a Angola desde essa época. "Estava muito triste com a guerra", explica a artista que todavia revela que em breve, no próximo mês de Fevereiro, volta pela primeira vez a Luanda para apresentar as suas fotografias. Renée Gagnon, fez parte, juntamente com o pintor moçambicano Ernesto Shikhani ou ainda a ceramista, também ela de Moçambique, Reinata Sadimba, dos artistas cujas obras foram colocadas em destaque neste salão pela Perve Galeria, um espaço no coração de Lisboa, que tem trabalhado para dar a conhecer o fervilhar da criação artística dos países de África Lusófona. Entrevistado pela RFI, o director desta estrutura, Carlos Cabral Nunes, uma presença assídua do salão, lamenta que a arte de África Lusófona não seja mais conhecida e que as instituições culturais em Portugal não demonstrem mais interesse. "Há ainda muito a fazer e eu penso que isso é uma responsabilidade também nossa. Quando digo nossa, é em Portugal, porque é o país da União Europeia que de facto tem uma possibilidade de ajudar nesse processo de internacionalização, desde logo dos mestres de língua portuguesa em África e, por essa via, depois também chegar às novas gerações e dar, no fundo, esse apoio para uma certa continuação de um discurso que é um discurso com uma matriz cultural própria", diz o galerista. "Por exemplo, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Chiado, presumo que não tenha nada relativo a estes grandes mestres de língua portuguesa. A própria colecção do Estado português também tem uma escassez tremenda. O próprio Museu Berardo, a Colecção Berardo, não. E por aí fora. Quer dizer, há excepções, a própria Gulbenkian, também tem muito pouca coisa. E, portanto, há aí uma grande lacuna", observa Carlos Cabral Nunes. "Posso dar um exemplo muito recente, uma das obras mais impactantes que apresentámos na Frieze Masters, em Londres, que foi destacada na feira pelo Observer, pelo Monde, pelo quotidiano de arte, etc. O embaixador de Portugal em Londres perguntou-me 'mas esta obra, porque é que não fica em Portugal?' E eu disse 'Eu por mim até estava disposto a fazer um preço especial'. Mas não posso andar a bater às portas, a pedir para ficarem com a obra. E é óbvio que é uma obra que de repente entra num circuito internacional e tem uma série de museus de várias partes interessadas na sua aquisição. E nós queremos, de facto, que as obras cheguem ao público desde logo. Continuamos muito presos, infelizmente, àquela noção que eu gostava que já tivesse morrido há muitos anos, do 'Orgulhosamente Sós'", conclui. Também presente no salão, a Movart Gallery dá igualmente destaque aos nomes já conhecidos ou ainda por descobrir da África Lusófona, como o mestre angolano António Olé ou o fotógrafo moçambicano Mário Macilau, cuja foto a preto e branco estilizada de uma mulher foi a "capa" do visual da mostra. A responsável desta galeria considera que subsiste muito por fazer na divulgação do trabalho dos artistas de África Lusófona. "Ainda é um bocadinho desconhecida por aí. A nossa missão é importante, de dar a conhecer e contar estas histórias para todo o mundo", considera a galerista para quem se "está no início de um grande caminho que ainda há a percorrer". Janire Bilbao não deixa contudo de apontar que "muitas vezes parece um pouco constrangedor, porque é um nicho muito pequeno e às vezes é preciso mais apoio das instituições". A fechar a nossa visita pelo salão AKAA, voltamos a ouvir Nú Barreto, não só na qualidade de artista mas também de curador de eventos culturais que tal como Janire Bilbao e Carlos Cabral Nunes, julga que ainda há muito caminho a percorrer para valorizar a criação africana, em primeiro lugar no próprio continente. "Os africanos sempre criaram. Essa criação sempre foi acompanhada e desenvolvida. E continua a ser. Agora, o que acontece é uma escassez em termos de promoção, em termos de divulgação dessas sabedorias e a própria forma de tentarem conter essa criação, esse dinamismo todo criativo que existe para que possa ser desenvolvido e o continente possa usufruir desses valores todos. Infelizmente, o desequilíbrio do continente, as formas de fazerem no continente, em certos países ou na maioria dos países, faz com que esses valores tenham tendência a se exportarem e ficarem fora, onde vão brilhar lá fora. No meu caso, o meu país não tem nada estruturado. Não existe uma política cultural no meu país para que as coisas possam funcionar como deveriam ser", aponta Nú Barreto. "Há países que estão a sair aos poucos. Benim, Costa do Marfim, África do Sul. É um caso um pouco particular. Gana, Nigéria. Estão a sair aos poucos. Estão a propor coisas bastante interessantes em termos do desenvolvimento cultural, de promoção da cultura dentro do próprio país. Sentia-me muito feliz que muitos países tentassem encontrar, em conformidade com as suas realidades, a forma de proporcionar mais, de apoiar mais a cultura, porque ninguém vive sem cultura", conclui o artista guineense. Eis mais algumas imagens apanhadas no salão AKAA:
O Fala Carlão marcou presença no Rio+Agro, direto do Rio de Janeiro/RJ, em uma cobertura especial para o Canal do Boi que reuniu grandes nomes e destacou o protagonismo do agro fluminense.Entre os destaques, Fabiana Villa Alves, adida agrícola do Brasil para a Etiópia e União Africana; Marcello Brito, secretário-geral do Consórcio Amazônia Legal; e Victor Tinoco, superintendente do MDA no Rio de Janeiro, falaram sobre o papel estratégico do estado e o impacto do agro em diferentes regiões e setores.Foi um encontro que reforçou a importância do Rio de Janeiro como ponto de convergência entre sustentabilidade, inovação e desenvolvimento, mostrando que o agro é parte essencial do presente e do futuro do Brasil.
In this episode of BG Ideas, we speak with Dr. Sidra Lawrence, Associate Professor of Ethnomusicology, and Dr. Amy-Rose Forbes-Erickson, Associate Professor of Theatre and Performance Studies at Bowling Green State University. Together, they were recipients of the ICS Interdisciplinary Team-Teaching Program, through which they co-designed and co-taught a course titled Africana Performance and the Aesthetics of Resistance. Through the Team-Teaching Program, their course brought students into conversation with the history of Black theatre and music from the 1960s to the present, highlighting how artistic expression has long served as a form of cultural resistance. Drawing on dramatic literature, performance, and sound, Dr. Lawrence and Dr. Forbes-Erickson encouraged students to think critically about the intersections of colonialism, race, gender, and sexuality, and to consider how genres such as jazz, rap, and hip-hop, have shaped political and creative movements across time. In this robust discussion, we reflect on the rewards and challenges of collaborative teaching, exploring how their disciplinary perspectives came together to create a dynamic and inclusive learning environment. We also learn how Black performance and music traditions continue to influence activism, community building, and the ongoing pursuit of liberation both in the United States and around the world.A transcript of this episode can be found here.
¡Vótame en los Premios iVoox 2025! Comenzamos con ilustres músicos africanos que han vuelto al estudio de grabación: el etíope Mulatu Astatqe, creador del ethio-jazz, las sudafricanas Mahotella Queens con sus vibrantes ritmos de Soweto, y el Maestro Dekula, guitarrista de rumba congoleña. Más novedades con el virtuoso de la kora, Suntou Susso de Gambia Además, volvemos con la música de la caboverdiana Elida Almeida, el rapero ghanés Blitz The Ambassador, la banda maliense de guitarras Bamba Wassoulou Groove, la fusión de makossa camerunés y afrodisco de Bill Loko y el gran maestro de la rumba keniata, Samba Mapangala. Disfruta !! Track List Mulatu Astatqe - Yekermo Sew Mulatu Astatqe - Yekatit Mahotella Queens - Melodi Ya Lla Maestro Dekula - Pingu La Maisha Suntou Susso - Yirolu Bala Elida Almeida - Eh Ka Bo Blitz The Ambassador - Victiry Bamba Wassoulou Groove - Donzo Djine Bill Loko - Nen Lambo Samba Mapangala - Safari
Moçambique: Homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe está por esclarecer um ano depois. Israel e o Hamas afirmam estar comprometidos com a trégua na Faixa de Gaza. Analistas questionam a suspensão de Madagáscar da União Africana.
Um ano após o assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe, em Moçambique, polícia continua sem dar respostas. Analistas questionam suspensão de Madagáscar da União Africana. Learning by Ear - Aprender de Ouvido.
Na Guiné-Bissau, o Supremo Tribunal de Justiça não incluiu Domingos Simões Pereira na lista definitiva de candidatos às eleições presidenciais. Em Angola, o Presidente João Lourenço anunciou a atribuição de medalhas comemorativas dos 50 anos da Independência a Jonas Savimbi e Holden Roberto, depois de muitas críticas pela ausência destes nomes nas listas de condecorações. Em Moçambique, é o primeiro aniversário do duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe e em Cabo Verde festeja-se o apuramento para o Mundial de Futebol de 2026. Na Guiné-Bissau, o Supremo Tribunal de Justiça não incluiu Domingos Simões Pereira, principal líder da oposição, na lista definitiva de candidatos à presidência da República nas eleições gerais de 23 de Novembro. A candidatura da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, às eleições legislativas também não foi aceite. Esta será a primeira vez que o PAIGC, histórico partido da libertação, fica de fora de uma corrida eleitoral na Guiné-Bissau. A lista definitiva das candidaturas às eleições presidenciais foi divulgada esta sexta-feira e Domingos Simões Pereira disse à RFI que “a intenção clara” é afastá-lo do escrutínio e acusou o actual Presidente Umaro Sissoco Embaló de ter “medo de o enfrentar nas urnas”. Na terça-feira, jornalistas de três rádios locais de Bissau, nomeadamente a Capital FM, foram impedidos de cobrir a conferência de imprensa do Supremo Tribunal de Justiça quando este divulgou a lista provisória das candidaturas validadas. Tiago Seide, director da capital FM, disse à RFI que não foi apresentada nenhuma justificação. Por outro lado, na segunda-feira, a Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau condenou com veemência o rapto e o espancamento de Luís Vaz Martins, antigo líder da Liga Guineense de Direitos Humanos e actual presidente da comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau. Em Angola, na quarta-feira, o Presidente João Lourenço anunciou, na mensagem sobre o Estado da Nação, na Assembleia Nacional, que os signatários dos Acordos de Alvor, incluindo Jonas Savimbi e Holden Roberto, os fundadores da UNITA e da FNLA, vão ser lembrados com a medalha comemorativa dos 50 anos da Independência de Angola. O gesto - disse o Presidente - é enquadrado no espírito de "perdão e reconciliação”. Esta decisão surge após muitas críticas pela ausência destes nomes nas listas de condecorações já atribuídas no âmbito dos 50 anos da independência nacional. O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, lembrou que foi um “processo muito longo”, marcado pela rejeição na Assembleia do “reconhecimento aos pais da nação” e “uma série imensa de não aceitações individuais de condecorações”. Além disso, Adalberto Costa Júnior sublinha que Jonas Savimbi e Holden Roberto devem ser reconhecidos “por mérito” e não por perdão. Por outro lado, Nimi A Simbi, presidente da FNLA, considerou a distinção de Holden Roberto como um reconhecimento do papel do partido “para a libertação de Angola”. Na terça-feira, Angola foi eleita membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para o triénio 2026-2028. As autoridades angolanas referem que esta eleição resulta do “reconhecimento dos avanços institucionais e do compromisso do país com a dignidade humana”. Porém, há vozes que denunciam que "o país não respeita os direitos humanos". Esta sexta-feira, em Luanda, um grupo e defensores dos direitos humanos convocou uma vigília para apelar à libertação de activistas detidos em Julho quando se manifestavam contra o aumento do preço do combustível e dos transportes. Em Moçambique, este sábado, 18 de Outubro, marca o primeiro aniversário do duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe, algo que desencadeou meses de protestos em Moçambique depois das eleições gerais de Outubro de 2024. Agora, o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou que, até Dezembro, estará em actividade uma fundação inspirada em Elvino Dias, conhecido como “advogado do povo”. Venâncio Mondlane responsabilizou os "esquadrões da morte" pelo duplo homicídio dos seus apoiantes. No distrito de Memba, na província costeira de Nampula, no norte de Moçambique, a população continua com medo depois dos ataques terroristas de 30 de Setembro e 3 Outubro, contou o administrador do distrito, Manuel Cintura. Em Cabo Verde, segunda-feira foi dia de festa com o apuramento inédito da selecção para o Mundial de Futebol. Os Tubarões Azuis venceram o Essuatíni por três a zero no Estádio Nacional, na cidade da Praia. O selecionador cabo-verdiano, Pedro Leitão Brito, connhecido por “Bubista”, descreveu a união entre jogadores como factor essencial para o apuramento. Em São Tomé e Príncipe, o grupo HBD do empresário Mark Shuttleworth anunciou que vai suspender o seu investimento na ilha do Príncipe. Os governos central e regional mostraram vontade de reverter a situação. Em Madagáscar, esta sexta-feira tomou posse como Presidente o coronel Michael Randrianirina, comandante de uma unidade de elite, três dias depois de ter anunciado que as forças armadas locais iam tomar conta do país e após três semanas de protestos contra o governo. O golpe militar foi condenado pelas Nações Unidas e levou à exclusão provisória de Madagáscar da União Africana. O presidente deposto, Andry Rajoelina, está em paradeiro desconhecido, após ter fugido da ilha por temer pela própria vida durante a rebelião. Porém, o coronel Michael Randrianirina rejeita falar em golpe de Estado. O líder da oposição queniana, Raila Odinga, morreu na quarta-feira, aos 80 anos, na Índia, onde recebia cuidados médicos. Odinga marcou profundamente a história política do Quénia. Foi várias vezes candidato à presidência e foi primeiro-ministro entre 2008 e 2013. No funeral de Estado, esta sexta-feira, dezenas de pessoas ficaram feridas num movimento de pânico, um dia depois de três pessoas terem morrido quando as forças de segurança abriram fogo contra um estádio onde decorria uma homenagem a Raila Odinga.
“África-Europa: Acabar com a Dependência Estrutural: o Momento da Verdade face à Auto-ilusão” é o novo livro do economista guineense Carlos Lopes, que ocupou o cargo de Alto Representante da União Africana para as Parcerias com a Europa. A obra aborda a dependência estrutural nas relações entre África e Europa, propondo uma reflexão sobre a auto-ilusão e a necessidade de mudanças nas abordagens de ajuda e desenvolvimento. No livro, fala sobre a dependência estrutural nas relações entre África e Europa. De que forma se pode acabar com essa dependência? Essa dependência não pode ser explicada apenas com factos políticos ou com teoria económica. Necessita de mais profundidade para se poder entender que as narrativas foram construídas através de uma história muito complexa, dos dois lados, e que leva a que haja um determinado número de condicionalismos que fazem crescer uma mentalidade difícil de mudar. Tive de recorrer à psicologia para poder explicar alguns destes fenómenos. É por isso que o título do livro inclui a expressão "auto-ilusão", um fenómeno estudado na psicologia: quando as pessoas enfeitam a realidade e utilizam técnicas manipuladoras para que essa "verdade" construída seja a que prevalece. Infelizmente, encontrei esse defeito, se assim lhe podemos chamar, dos dois lados da equação: tanto do lado dos europeus, como do lado dos africanos. Por razões diferentes, evidentemente, mas ambos confortáveis com esta forma de interpretação das relações, o que impede a tal transformação estrutural. Fala na fragmentação das abordagens africanas, que têm sido estrategicamente exploradas pela Europa nas negociações. Como se pode ultrapassar essa divisão interna e criar uma posição mais forte entre os países africanos? Essa divisão dos africanos já é uma consequência. O principal problema é a ideia de que se pode, com altruísmo e uma certa forma de compensação pelos erros do passado, tirar os países africanos da sua condição de menos desenvolvidos. É essa a justificação ideológica da ajuda ao desenvolvimento. Pensa-se que, através dessa ajuda, se podem operar grandes modificações. Na realidade, essa ajuda insere-se num sistema que não permite mudanças estruturais, a não ser em casos muito excepcionais. Defende uma diplomacia africana mais proactiva. O que tem impedido os países africanos de adoptarem essa postura mais assertiva nas negociações com a União Europeia? O que impede é o facto de, devido às características que mencionei, a União Europeia conseguir escolher facilmente os interlocutores que falarão como gostaria de ouvir. Portanto, há auto-ilusão. Escolhem-se os países para determinados tipos de reuniões, conferências, eventos, dando-se atenção àqueles que se comportam "bem", para usar uma linguagem simples. As pessoas pensam que, ao fazerem aquilo que lhes pedem, vão receber compensações: mais ajuda, mais acesso, mais visibilidade, mais protagonismo. Este jogo faz com que África apareça sempre dividida. É evidente que os africanos poderiam ter o à-vontade político para superar isto, mas é preciso ver que estas divisões têm raízes históricas muito profundas, que descrevo em detalhe no livro, e que são difíceis de mudar. O conceito de “auto-ilusão” é central no livro. Pode explicar o impacto dessa “auto-ilusão” nas decisões políticas no continente africano e como se reflecte nas relações com a Europa? Esse conceito faz com que os europeus não mudem a sua postura em relação a África, e, portanto, estejam a perder terreno. Outros parceiros do continente, que não têm esse tipo de dificuldade nem esse “pedigree” histórico, abordam as coisas de forma diferente. No lado africano, como a Europa continua a ser o principal doador, o bloco com mais comércio e onde existe mais investimento (em termos de stock, não necessariamente em novos investimentos), a falta de uma relação clara e transparente com a Europa afecta também as relações com os outros parceiros. Essa é, digamos, a perenidade do problema. Temos de o superar através de várias formas de negociação, que tentei introduzir enquanto Alto Representante da União Africana, mas falhei. Por isso, senti a obrigação de explicar as razões mais profundas. Daí a ideia do livro. Estas razões passam também pelo legado colonial, tema presente no livro. De que forma as narrativas colonialistas moldam ainda hoje as relações entre os dois blocos, sobretudo em matéria económica? Sobretudo em matéria económica. Por exemplo, temos a teoria das vantagens comparativas, que é conhecida dos economistas, mas que no caso africano é usada para perpetuar a ideia de que as vantagens comparativas africanas são a exportação de matérias-primas, exactamente o modelo colonial. Mantém-se uma estrutura económica colonial que se traduz em várias práticas: em matéria de transportes, os investimentos mais importantes continuam a ser os que facilitam a exportação de matérias-primas para os portos, e não para servir a economia doméstica; as políticas macroeconómicas visam sobretudo garantir o cumprimento das obrigações internacionais e não necessariamente reduzir a pobreza da população. Acabamos por ser reféns de uma ideia colonial, apenas com uma nova roupagem. Critica a ajuda internacional e sugere que ela perpetua o subdesenvolvimento. Quais seriam, na sua opinião, os mecanismos mais eficazes para que a ajuda se torne uma força real para o desenvolvimento sustentável? Para mim, é relativamente fácil dizer onde a ajuda poderia ser importante, transformadora e significativa: na regulação internacional. Por exemplo, em matéria de comércio: os países africanos são penalizados de várias formas. A “Rodada de Doha”, aprovada há 17 anos na OMC, visava fazer do comércio um instrumento de desenvolvimento, mas nunca foi implementada, em parte por oposição de países europeus. Outro exemplo: a regulação financeira. Os países africanos enfrentam avaliações de risco que não condizem com a realidade. Comparando os dados macroeconómicos de África com os da América Latina ou da Ásia, vemos que as taxas de juro para os empréstimos africanos são muito mais elevadas, apesar de os indicadores africanos, por vezes, serem melhores. Também em matéria de investimento: o retorno sobre o investimento em África é dos melhores, segundo a Organização do Comércio das Nações Unidas. Mas isso não se traduz em mais investimento. Este ano, por exemplo, as projecções do Banco Mundial e do FMI indicam que África será o continente que mais crescerá, pela primeira vez, ultrapassando a Ásia. Mas esta não é a percepção generalizada. A França tem tido influência sobre muitos países africanos e é muitas vezes acusada de manter dinâmicas neocoloniais. Como vê actualmente a posição da França em relação a África? Vejo uma posição de perda de influência. Numa altura em que a França se dá conta de que deveria mudar a sua postura ,por ser considerada excessivamente marcada por uma visão neocolonial, fá-lo de forma atabalhoada, o que provoca o efeito contrário: um afastamento ainda maior. É um lugar-comum, mas os jovens africanos vêem a atitude francesa como demasiado intrusiva nos processos políticos dos seus países. Lamentavelmente, a França está em perda. E nos sistemas políticos não existe vácuo, esse espaço é rapidamente ocupado por outros. Mas existe espaço para uma mudança genuína na abordagem da França? Existe. Claro que sim. Bastava, por exemplo, que os bancos franceses mais importantes vissem em África como os turcos, chineses, vietnamitas ou indianos estão a ver: uma oportunidade de expansão. Mas, em vez disso, os bancos franceses estão a retirar-se. Isso revela uma percepção de risco contrária à tendência mundial. Sugere que África deveria explorar o seu potencial em comércio, tecnologia e ambiente. Quais são os obstáculos actuais para o continente afirmar-se internacionalmente? Antes de mais, é preciso reconhecer que, em qualquer das megatendências mundiais, demográfica, climática ou tecnológica, o mundo precisa de África. Demografia: o envelhecimento da população mundial favorece o crescimento do consumo em África, onde a população continua a crescer. O Clima: em energias renováveis e minerais críticos, África é essencial para a transição ecológica; Tecnologia: apesar da inovação não estar centrada em África, a complexidade crescente das tecnologias torna-as mais difíceis de absorver por populações envelhecidas. Ora, os nativos digitais do futuro estão em África. Em 2050, um em cada dois jovens no mundo será africano. Temos de repensar o conceito de risco. Este ainda é avaliado com base em parâmetros ultrapassados pelas megatendências actuais. Enquanto isso não mudar, continuaremos a negligenciar o papel central que África terá no futuro. Qual seria, a seu ver, o maior passo a ser dado pelos líderes africanos e europeus para garantir que as futuras gerações não herdem estas dinâmicas de poder desigual que ainda dominam estas relações? Acabar com a auto-ilusão. E isso começa por ter a noção de que a maioria dos conceitos que utilizamos hoje para interpretar o processo de desenvolvimento está errada. São conceitos que devem ser cada vez mais ancorados nas experiências recentes, nomeadamente nas transições bem-sucedidas dos países da Ásia, do Sudeste Asiático e, mais recentemente, da Índia. Temos, portanto, um corpo de conhecimento que nos permite sair da auto-ilusão com factos reais. Como foi possível, por exemplo, que um país como o Vietname se transforme num colosso exportador, como é hoje? Como foi possível que um país com índices de pobreza muito elevados, como o Laos, consiga alcançar, digamos, patamares aceitáveis de desenvolvimento? Como é que um país como Bangladesh, que era um dos países com maior densidade populacional entre os menos desenvolvidos, seja hoje uma potência industrial? Portanto, temos exemplos concretos. E esses exemplos, infelizmente, não são frequentemente encontrados em África.
Madagáscar vive uma fase de instabilidade política com a saída de Andry Rajoelina, forçada por três semanas de protestos da geração Z. O coronel Michael Randrianirina, 51 anos, crítico do antigo Presidente, assume esta sexta, 17 de Outubro, a liderança da “Refundação da República”, legitimado pelo Tribunal Constitucional. Promete governo de transição civil, referendo constitucional e eleições em até dois anos. A União Africana (UA) suspendeu esta quarta-feira, 15 de Outubro, Madagáscar por considerar a mudança política anti-constitucional, enquanto a União Europeia apela ao diálogo e ao respeito pelas regras democráticas, evitando classificar os acontecimentos como golpe de Estado. Para analisar a situação política em Madagáscar falámos com o professor de Ciência Política da Universidade de Rovuma, em Nampula, no norte de Moçambique, Arcénio Cuco, que contextualiza a crise malgaxe à luz de dinâmicas mais amplas do continente africano. Questionado sobre o facto de o exército afirmar responder às reivindicações populares, mas historicamente também ter desempenhado papéis de poder. Até que ponto é que este movimento pode ser considerado uma ruptura com o passado ou uma repetição de ciclos políticos malgaxes, o investigador responde ser preciso analisar a situação "olhando para eventos anteriores. Temos de nos lembrar que a chegada de Rajoelina ao poder também se deveu a uma reivindicação das massas em Madagáscar, e isso forçou a deposição de Ravalomanana.” Segundo Arcénio Cuco, os acontecimentos não podem ser lidos de forma isolada: “A outra questão fundamental é olharmos para os eventos que estão a acontecer nos últimos anos em África. Fica evidente que os africanos já não se revêem nos governos que estão no poder, justamente pela incapacidade em responder às demandas sociais e económicas dos seus países, e isso leva à reivindicação das populações. O exemplo do que estou a dizer é o que se assistiu no Sahel nos últimos anos e em Moçambique em particular, com manifestações violentas em 2023 e 2024. Aliás, mesmo com esses sinais, os governos não têm sido capazes de responder às ansiedades dos seus povos”. Essa incapacidade gera convulsões recorrentes, acrescenta. “Os nossos governos africanos não estão a conseguir responder às ansiedades dos seus povos, e isso leva a convulsões na maior parte dos países. Como aconteceu com Ravalomanana, que também fugiu para a África do Sul após ser deposto, e como se sente hoje com a União Africana a não reconhecer a chegada dos militares ao poder em Madagáscar. Mas a grande questão é o significado da presença militar no poder em África: em que medida isto será benéfico ou perigoso para os africanos?”, questiona. Os protestos das últimas três semanas foram marcados pela mobilização da geração Z. Para Arcénio Cuco, o fenómeno merece reflexão: “O que é que os movimentos que se levantaram durante a Primavera Árabe produziram em termos de resultados significativos para a transformação social e económica? Essa pergunta é fundamental também em relação a estas novas ondas de golpes em África: será que as pessoas que chegam ao poder através desses movimentos estarão em condições de responder às ansiedades daqueles que os apoiaram, como a geração Z em Madagáscar, ou estaremos a caminhar para a implantação de ditaduras no continente?” A saída de Andry Rajoelina do país contou com apoio logístico francês, facto que provocou reacções internas e externas. O académico considera problemática essa associação: “É uma questão delicada vincular a França à protecção de Rajoelina, porque entraríamos outra vez na discussão sobre a expulsão da própria França dos países do Sahel que passam por situações similares. Não sei se não deveríamos repensar a política externa francesa para África. Qual deve ser a posição da França em relação aos países africanos, sobretudo no que diz respeito aos interesses dos malgaxes em particular? Quando falo dos malgaxes, refiro-me também ao Níger, ao Burkina Faso. É preciso que a França se questione sobre a sua posição em África”, sublinha. A suspensão de Madagáscar pela União Africana pode, segundo Arcénio Cuco, revelar-se um erro estratégico: “É uma questão muito complicada porque poderíamos dizer que é uma reedição do que aconteceu quando a CEDEAO criticou e sancionou países que introduziram governos militares. Talvez a melhor medida não fosse a suspensão, mas sim criar-se uma comissão para entender melhor o que está a acontecer em Madagáscar. Dá a impressão de que as instituições multilaterais e regionais não trabalham no sentido de satisfazer os interesses dos povos, limitando-se a aplicar sempre as mesmas medidas: suspensão e tentativa de repor dirigentes depostos”. Em comparação, a resposta da União Europeia é vista, pelo investigador, de forma mais positiva. “Eu penso que sim, que é prudência. Esta posição da União Europeia é a que a União Africana deveria ter tomado. A prudência neste momento é necessária, como a UE está a demonstrar, procurando compreender porque é que a geração Z se levantou contra o governo e porque é que os militares colaboraram na deposição de Rajoelina. São questões fundamentais”, defende. Michael Randrianirina prometeu eleições no prazo de dois anos, mas o académico moçambicano mostra-se céptico: “É um pouco complicado. Temos de olhar para a experiência africana em contextos de golpes. Os militares quase sempre prometem eleições, mas, no fundo, percebemos que é uma promessa que depois não se cumpre. O Sahel é um exemplo inequívoco. Se os militares malgaxes cumprirem a promessa, será algo inédito e positivo, sobretudo no que diz respeito à devolução do poder a civis. Mas a experiência obriga a desconfiar”, concluiu.
¡Vótame en los Premios iVoox 2025! Novedades en AfricaPachanga con el último disco de una de las grandes estrellas de la música africana, el senegalés Cheikh Lô, el grupo de adolescentes y chicas beninesas Star Feminine Band y el congoleño Jupiter. Nuevas reediciones con la Zig Zag Band desde Zimbabwe y la Assase Ase junto a Ebo Taylor, un tema del recopilatorio "Ghana Special: Highlife" En la segunda parte, los guineanos Tabanka Djaz, el angoleño Carlos Lamartine, los malienses Super Rail Band, el congoleño Sam Mangwana junto a Franco Luambo Makiadi, y la despedida con ngoma tanzano de la mano de la Orchestre Safari Sound. Espero que te guste la selección de hoy !! Track List Cheikh Lô - Doylou Cheikh Lô - Nilelefe Star Feminine Band - Jusqu Au Bout Du Monde Jupiter - Congo Blinders Zig Zag Band - Nyamutamba Newambwe Assase Ase - Ohiani Sua Efir Tabanka Djaz - Todos Os Sentidos Carlos Lamartine - Miguel Eve Super Rail Band - Silanidé Sam Mangwana - Bowane Choc Orchestre Safari Sound - Burhani Mlanzi
Comissão sobre Direitos Humanos da ONU no Sudão do Sul apela a uma resposta decisiva do bloco regional e do Conselho de Segurança das Nações Unidas, pedindo justiça, transição credível e responsabilização.
The US government under Donald Trump has recently been escalating its campaign to destabilise South Africa including false charges against the South African government as regards its treatment of the Africana population and fake videos claiming genocide against the white population. Trump is supported in these strategies by a group of ultra wealthy US individuals of South Afican origin who are determined to protect white privilege, waekjen the ANC and silence South African support for the Palestinian people.
Growing up as a Black kid in Chicago, Dr. Marcia Chatelain says she learned more about Black history from McDonald's than from her fancy prep school. Now, she's a professor of Africana studies at the University of Pennsylvania. In her Pulitzer Prize-winning book, Franchise: The Golden Arches in Black America, Dr. Chatelain explores the role that McDonald's has played in Black communities since its founding in the 1940s. In many places, McDonald's has been a community hub and a pathway to business ownership for Black entrepreneurs. But it's also been a tool for those seeking to preserve segregation. We dig into the chain's complicated legacy. Plus, Dan and his family stop in at a very special McDonald's on Long Island. Check out the story Dr. Chatelain is quoted in: “Red Lobster Is Betting on Black Diners With Its Brand Comeback.”This episode originally aired on Jun 14, 2021 and was produced by Dan Pashman, Emma Morgenstern, Andres O'Hara, Tracey Samuelson, and Jared O'Connell. The Sporkful production team includes Dan Pashman, Emma Morgenstern, Andres O'Hara, Kameel Stanley, and Jared O'Connell. Publishing by Shantel Holder.Right now, Sporkful listeners can get three months free of the SiriusXM app by going to siriusxm.com/sporkful. Get all your favorite podcasts, more than 200 ad-free music channels curated by genre and era, and live sports coverage with the SiriusXM app. Hosted by Simplecast, an AdsWizz company. See pcm.adswizz.com for information about our collection and use of personal data for advertising.
Hola Mix(ed)tape listeners! Today we'll be listening to Herencia Africana by Yuri Buenaventura. In this song Yuri seeks to highlight and pay homage to the African heritage in Colombia. Musically, the song has a playful transition back and forth between salsa and rumba guaguancó, the latter an insistent call, pulling us back, closer to the African and Afro-Latin roots of Latin American and Caribbean culture.Were we listening? We hope this track helps to add value to your listening and awareness in your dancing!Find all of our Were You Listening? episodes here.For more info and resources check our website here and our YouTube channel here.Contact us at: themixedtapepodcast@gmail.comIf you like the music we use check our playlists here.Host/Director of Series: Andrés Hincapié, PhDOriginal Episode Script: Melissa Villodas, PhDSound Editor: Melissa Villodas, PhD
¡Hola mi gente del Mix(ed)tape Podcast! Hoy estaremos escuchando la canción Herencia Africana de Yuri Buenaventura. En esta canción Yuri Buenaventura busca resaltar y honrar la herencia africana de Colombia. Musicalmente, la canción tiene un juego de transición entre salsa y rumba guaguancó, esta última funcionando como un llamado insistente que nos hala y nos regresa a esas raíces africanas y afrolatinas de la cultura latinoamericana y caribeña. ¿Estábamos escuchando? Encuentra todos los episodios de la serie aquí.Para más información sobre nuestras fuentes échale un vistazo a nuestro sitio web aquí y a nuestro canal de Youtube aquí.Contáctanos en: themixedtapepodcast@gmail.comSi te gustó la música que utilizamos, encuéntrala en nuestros playlists aquí.Host/Director de la serie: Andrés Hincapié, PhDEditor de Audio: Andrés Hincapié, PhDTraducción del episodio: Carlos Javier Félix, Andrés Hincapié, PhD
Presidente João Lourenço, que também lidera a União Africana, pediu revitalização do sistema multilateral, combate às desigualdades globais e resposta urgente à crise climática; ele destacou papel de Angola na mediação de conflitos no continente africano.
What does it mean to read the New Testament through the lens of disability and mental health? In this episode of Biblical Time Machine, Helen Bond is joined by Professor Louise Lawrence (University of Exeter), whose groundbreaking 2018 book Bible and Bedlam explores how the ancient world understood “madness” and how modern interpretations can carry ableist and sanist assumptions.Together, they discuss different models of disability, whether Jesus' healings reinforce or subvert stigma, and how metaphors of disability shape the language of the New Testament. Louise also reflects on “sane privilege” in biblical scholarship, how autism has been read into Nicodemus' encounter with Jesus, and what we might learn from Africana writer Bessie Head. SUPPORT BIBLICAL TIME MACHINE If you enjoy the podcast, please (pretty please!) consider supporting the show through the Time Travellers Club, our Patreon. We are an independent, listener-supported show (no ads!), so please help us continue to showcase high-quality biblical scholarship with a monthly subscription.DOWNLOAD OUR STUDY GUIDE: MARK AS ANCIENT BIOGRAPHYCheck out our 4-part audio study guide called "The Gospel of Mark as an Ancient Biography." While you're there, get yourself a Biblical Time Machine mug or a cool sticker for your water bottle.Support the showTheme music written and performed by Dave Roos, creator of Biblical Time Machine
Diverse Voices Book Review host Hopeton Hay interviewed Nathalie Etoke, author of BLACK EXISTENTIAL FREEDOM. Published in 2022, BLACK EXISTENTIAL FREEDOM explores how Black freedom transcends political and economic success and lies in affirming one's humanity in the face of systemic dehumanization. Etoke draws on historical experiences, Black cultural expressions, and philosophical traditions to highlight the inner and collective struggles of people of African descent across the diaspora. She emphasizes that existential agency—making choices even under oppressive conditions—is a form of resistance and a testament to enduring hope. Nathalie Etoke is a Professor of Francophone and Africana Studies at the Graduate Center, CUNY. She specializes in literature and cinema of Francophone sub-Saharan Africa, Black French studies, queer studies in Africa and the Caribbean, and Africana existential thought.
Even before they were recognized as citizens of the United States, Black women understood that the fights for civil and human rights were inseparable. Over the course of two hundred years, they were at the forefront of national and international movements for social change, weaving connections between their own and others' freedom struggles around the world. Without Fear: Black Women and the Making of Human Rights (W.W. Norton, 2025) tells how, during American history, Black women made humans rights theirs: from worldwide travel and public advocacy in the global Black press to their work for the United Nations, they courageously and effectively moved human rights beyond an esoteric concept to an active, organizing principle. Acclaimed historian Keisha N. Blain tells the story of these women—from the well-known, like Ida B. Wells, Madam C. J. Walker, and Lena Horne, to those who are still less known, including Pearl Sherrod, Aretha McKinley, and Marguerite Cartwright. Blain captures human rights thinking and activism from the ground up with Black women at the center, working outside the traditional halls of power. By shouldering intersecting forms of oppression—including racism, sexism, and classism—Black women have long been in a unique position to fight for freedom and dignity. Without Fear is an account of their aspirations, strategies, and struggles to pioneer a human rights approach to combating systems of injustice. Dr. Keisha Blain is a professor of Africana studies and history at Brown University. She is a Guggenheim, Carnegie, and New America Fellow, and author—most recently of the National Book Critics Circle Award finalist Until I Am Free. You can find her on LinkedIn, Instagram, X, and Facebook. You can find host Sullivan Summer at her website, on Instagram, and on Substack. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices Support our show by becoming a premium member! https://newbooksnetwork.supportingcast.fm/african-american-studies
Even before they were recognized as citizens of the United States, Black women understood that the fights for civil and human rights were inseparable. Over the course of two hundred years, they were at the forefront of national and international movements for social change, weaving connections between their own and others' freedom struggles around the world. Without Fear: Black Women and the Making of Human Rights (W.W. Norton, 2025) tells how, during American history, Black women made humans rights theirs: from worldwide travel and public advocacy in the global Black press to their work for the United Nations, they courageously and effectively moved human rights beyond an esoteric concept to an active, organizing principle. Acclaimed historian Keisha N. Blain tells the story of these women—from the well-known, like Ida B. Wells, Madam C. J. Walker, and Lena Horne, to those who are still less known, including Pearl Sherrod, Aretha McKinley, and Marguerite Cartwright. Blain captures human rights thinking and activism from the ground up with Black women at the center, working outside the traditional halls of power. By shouldering intersecting forms of oppression—including racism, sexism, and classism—Black women have long been in a unique position to fight for freedom and dignity. Without Fear is an account of their aspirations, strategies, and struggles to pioneer a human rights approach to combating systems of injustice. Dr. Keisha Blain is a professor of Africana studies and history at Brown University. She is a Guggenheim, Carnegie, and New America Fellow, and author—most recently of the National Book Critics Circle Award finalist Until I Am Free. You can find her on LinkedIn, Instagram, X, and Facebook. You can find host Sullivan Summer at her website, on Instagram, and on Substack. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices Support our show by becoming a premium member! https://newbooksnetwork.supportingcast.fm/new-books-network
Even before they were recognized as citizens of the United States, Black women understood that the fights for civil and human rights were inseparable. Over the course of two hundred years, they were at the forefront of national and international movements for social change, weaving connections between their own and others' freedom struggles around the world. Without Fear: Black Women and the Making of Human Rights (W.W. Norton, 2025) tells how, during American history, Black women made humans rights theirs: from worldwide travel and public advocacy in the global Black press to their work for the United Nations, they courageously and effectively moved human rights beyond an esoteric concept to an active, organizing principle. Acclaimed historian Keisha N. Blain tells the story of these women—from the well-known, like Ida B. Wells, Madam C. J. Walker, and Lena Horne, to those who are still less known, including Pearl Sherrod, Aretha McKinley, and Marguerite Cartwright. Blain captures human rights thinking and activism from the ground up with Black women at the center, working outside the traditional halls of power. By shouldering intersecting forms of oppression—including racism, sexism, and classism—Black women have long been in a unique position to fight for freedom and dignity. Without Fear is an account of their aspirations, strategies, and struggles to pioneer a human rights approach to combating systems of injustice. Dr. Keisha Blain is a professor of Africana studies and history at Brown University. She is a Guggenheim, Carnegie, and New America Fellow, and author—most recently of the National Book Critics Circle Award finalist Until I Am Free. You can find her on LinkedIn, Instagram, X, and Facebook. You can find host Sullivan Summer at her website, on Instagram, and on Substack. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices Support our show by becoming a premium member! https://newbooksnetwork.supportingcast.fm/american-studies
Even before they were recognized as citizens of the United States, Black women understood that the fights for civil and human rights were inseparable. Over the course of two hundred years, they were at the forefront of national and international movements for social change, weaving connections between their own and others' freedom struggles around the world. Without Fear: Black Women and the Making of Human Rights (W.W. Norton, 2025) tells how, during American history, Black women made humans rights theirs: from worldwide travel and public advocacy in the global Black press to their work for the United Nations, they courageously and effectively moved human rights beyond an esoteric concept to an active, organizing principle. Acclaimed historian Keisha N. Blain tells the story of these women—from the well-known, like Ida B. Wells, Madam C. J. Walker, and Lena Horne, to those who are still less known, including Pearl Sherrod, Aretha McKinley, and Marguerite Cartwright. Blain captures human rights thinking and activism from the ground up with Black women at the center, working outside the traditional halls of power. By shouldering intersecting forms of oppression—including racism, sexism, and classism—Black women have long been in a unique position to fight for freedom and dignity. Without Fear is an account of their aspirations, strategies, and struggles to pioneer a human rights approach to combating systems of injustice. Dr. Keisha Blain is a professor of Africana studies and history at Brown University. She is a Guggenheim, Carnegie, and New America Fellow, and author—most recently of the National Book Critics Circle Award finalist Until I Am Free. You can find her on LinkedIn, Instagram, X, and Facebook. You can find host Sullivan Summer at her website, on Instagram, and on Substack. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
Even before they were recognized as citizens of the United States, Black women understood that the fights for civil and human rights were inseparable. Over the course of two hundred years, they were at the forefront of national and international movements for social change, weaving connections between their own and others' freedom struggles around the world. Without Fear: Black Women and the Making of Human Rights (W.W. Norton, 2025) tells how, during American history, Black women made humans rights theirs: from worldwide travel and public advocacy in the global Black press to their work for the United Nations, they courageously and effectively moved human rights beyond an esoteric concept to an active, organizing principle. Acclaimed historian Keisha N. Blain tells the story of these women—from the well-known, like Ida B. Wells, Madam C. J. Walker, and Lena Horne, to those who are still less known, including Pearl Sherrod, Aretha McKinley, and Marguerite Cartwright. Blain captures human rights thinking and activism from the ground up with Black women at the center, working outside the traditional halls of power. By shouldering intersecting forms of oppression—including racism, sexism, and classism—Black women have long been in a unique position to fight for freedom and dignity. Without Fear is an account of their aspirations, strategies, and struggles to pioneer a human rights approach to combating systems of injustice. Dr. Keisha Blain is a professor of Africana studies and history at Brown University. She is a Guggenheim, Carnegie, and New America Fellow, and author—most recently of the National Book Critics Circle Award finalist Until I Am Free. You can find her on LinkedIn, Instagram, X, and Facebook. You can find host Sullivan Summer at her website, on Instagram, and on Substack. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
Even before they were recognized as citizens of the United States, Black women understood that the fights for civil and human rights were inseparable. Over the course of two hundred years, they were at the forefront of national and international movements for social change, weaving connections between their own and others' freedom struggles around the world. Without Fear: Black Women and the Making of Human Rights (W.W. Norton, 2025) tells how, during American history, Black women made humans rights theirs: from worldwide travel and public advocacy in the global Black press to their work for the United Nations, they courageously and effectively moved human rights beyond an esoteric concept to an active, organizing principle. Acclaimed historian Keisha N. Blain tells the story of these women—from the well-known, like Ida B. Wells, Madam C. J. Walker, and Lena Horne, to those who are still less known, including Pearl Sherrod, Aretha McKinley, and Marguerite Cartwright. Blain captures human rights thinking and activism from the ground up with Black women at the center, working outside the traditional halls of power. By shouldering intersecting forms of oppression—including racism, sexism, and classism—Black women have long been in a unique position to fight for freedom and dignity. Without Fear is an account of their aspirations, strategies, and struggles to pioneer a human rights approach to combating systems of injustice. Dr. Keisha Blain is a professor of Africana studies and history at Brown University. She is a Guggenheim, Carnegie, and New America Fellow, and author—most recently of the National Book Critics Circle Award finalist Until I Am Free. You can find her on LinkedIn, Instagram, X, and Facebook. You can find host Sullivan Summer at her website, on Instagram, and on Substack. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices Support our show by becoming a premium member! https://newbooksnetwork.supportingcast.fm/book-of-the-day
Em Moçambique, morte de adolescente reacende debate sobre abusos policiais. Governo angolano lança campanha para formar polícias em Direitos Humanos, línguas nacionais e linguagem gestual. África perde anualmente 88 mil milhões de dólares devido a lavagem de dinheiro e corrupção, aponta relatório da União Africana.
In the United States, the back-to-school season signals more than just a return to “traditional” classrooms—in a moment of open white nationalist warfare on our common humanity, it is also a moment for renewed reflection on origins, connections, and relationships. This fall, a new iteration of that search in the discipline of Africana Studies takes shape with the launch of “The Black University,” an open public course running in parallel with a Howard University class that initiates students into a deeper investigation of the meaning and purpose of Black educational institutions. Rooted in our ongoing project to “Jailbreak the Black University,” the course will center on uncovering the origins of Africana Ways of Knowing, Governance formations, and the search for connected traces of Movement and Memory. As our annual Kemetic (Ancient Egyptian) Study Tour draws to a close, we are guided by a central conviction: A search for “foundational Blackness” is essential to understanding and advancing the intellectual and cultural traditions of the African world. This pursuit of “foundational Blackness”—tracing the origins, structures, and living memory of Africana educational and cultural practices—is a critical effort for reimagining and revitalizing Black institutions today.JOIN KNARRATIVE: https://www.knarrative.com it's the only way to get into #Knubia, where these classes areheld live with a live chat.To shop Go to:TheGlobalMajorityMore from us:Knarrative Twitter: https://twitter.com/knarrative_Knarrative Instagram: https://www.instagram.com/knarrative/In Class with Carr Twitter: https://twitter.com/inclasswithcarrSee Privacy Policy at https://art19.com/privacy and California Privacy Notice at https://art19.com/privacy#do-not-sell-my-info.
La epidemia de mpox, la viruela del mono, sigue siendo motivo de preocupación en gran parte de África un año después de que la agencia de salud de la Unión Africana la declarara emergencia de salud pública. En países como Sierra Leona la situación sigue siendo muy grave y MSF acaba de abrir en el país un hospital para tratar a los pacientes afectados por esta enfermedad. Carlos Arias Vicente es responsable médico para la región de América Latina y el Caribe.Escuchar audio
Our Annual Nile Valley study tour continues the process of strengthening the work of Africana Studies as a tool for jailbreaking the university and renewing deeper traditions of community-centered education. Inspired by a 1996 exchange between Greg Kimathi Carr and Jacob Carruthers—where Carruthers urged embracing language and concepts from Mdw Ntr over attempting to repurpose European concepts as a form of Africana hermeneutics—this week's reflections link Carruthers' notion of ancient Kemet's governance-through-education process to the “Black University” as a concept. Against a Social Structure hellbent on bending collective memory to serve exclusion, fear, and hatred, this annual study tour affirms education as the highest expression of self-determined nationhood, peoplehood, and statehood. This fall, Carr will teach The Black University in a public format, constructing a syllabus open to all, to explore African people's uncompromising commitment to communal intellectual life, rooted in ancestral guidance and seeking to inspire others to join in liberating knowledge from institutional restraints.JOIN KNARRATIVE: https://www.knarrative.com it's the only way to get into #Knubia, where these classes areheld live with a live chat.To shop Go to:TheGlobalMajorityMore from us:Knarrative Twitter: https://twitter.com/knarrative_Knarrative Instagram: https://www.instagram.com/knarrative/In Class with Carr Twitter: https://twitter.com/inclasswithcarrSee Privacy Policy at https://art19.com/privacy and California Privacy Notice at https://art19.com/privacy#do-not-sell-my-info.
*This is the Free Content version of my interview with Dr. Tristán Kapp. To access the full interview, please consider joining Tier 1 by becoming a Patreon member; alternatively, this episode is also available for a one-time purchase at Patreon. www.patreon.com/RejectedReligion.My guest for the month of June is Dr. Tristán Kapp.Tristán is an interdisciplinary researcher, writer, and speaker specialising in comparative religion, esotericism, secularism, and conspirituality. His work examines new and alternative religious movements, secularism, and the intersections of religion, politics, and sexuality. He holds a PhD in Religious Studies from the University of Pretoria, where his thesis explored sex magick as post-theistic spirituality across Eastern, Western, and African esotericism. He also holds an MDiv (focused on Systematic & Historical Theology) and BDiv (focused on Dogmatics & Christian Ethics).As an advocate for the normalisation and destigmatisation of secularism, alternative religions, and marginalised spiritualities, Tristán engages in public education, media commentary, and community support. His insights have been featured in podcasts, news media, and academic conferences worldwide.He is also the founder of Alterity Counselling, a virtual counselling practice supporting individuals from diverse spiritual and non-religious backgrounds across the globe. His non-profit advocacy with the South African Pagan Rights Alliance (SAPRA)—as an executive member, spokesperson, and interfaith officer—along with his community paralegal work, informs his approach to research, activism, and counselling. In this interview, Tristán discusses portions of his captivating dissertation, titled, “Secret self-knowledge: considering sex magick as post-theistic spirituality in Eastern, Western, and African Esotericism.” Highlights of this engaging discussion include:- Tristán's ideas about a ‘post-theistic spiritual practice,' that distances itself from an external deity and moves toward a non-traditional or non-religious spirituality, with creativity in terms of co-existence between the divine and the individual;- The underrepresentation of Eastern and African regions with regard to esotericism;- The negativity surrounding sexuality and the expression of it, including taboos and fetishes (drawing for example on Foucault);- The inclusion of Conspirituality in this discourse, and how it relates to the notion of the Self;- Examples of Eastern esoteric sexual practices and what these offer with regard to knowledge of the Self;- The issue of colonialism and slavery as it relates to Africana esoteric religions;- How sexuality and the Self are understood in both African Traditional Religion and the Sangoma Tradition;- The syncretic expressions of the African diaspora as found in African-American Conjure or Supernaturalism;- The notion of ubuntu, that states a person is a person because of other people;- His conclusions after all of his research and his future endeavors.PROGRAM NOTESDissertation: https://www.researchgate.net/publication/386987710_Secret_self-knowledge_considering_sex_magick_as_post-theistic_spirituality_in_Eastern_Western_and_African_Esotericism
Te invitamos a pensarnos de una manera diferente echando un rápido vistazo a la rica y muy diversa Historia Africana. Hoy en día el llamado “sur global” se contrapone al norte por experiencias históricas similares que probablemente sólo América Latina, África y el Sudeste Asiático comparten. Nuestros pueblos pueden comprenderse más a sí mismos al escuchar las historias de los demás, conociendo otras luchas por conquistar la libertad. En esta entrega te ofrecemos un análisis sobre cómo funcionó el sistema global de la colonia, la importancia de las narrativas y el dominio mental, y el poder de establecer límites políticos en un mapa. Recopilando acontecimientos estelares del siglo XIX y el siglo XX, recordamos experiencias africanas de descolonización, como la de Etiopía y Mussolini, la Francia de Vichy durante la ocupación nazi, Kenia y los Mao Mao, el panarabismo y la nacionalización del canal del Suez, la revolución de los claveles en Portugal, y el caso sudafricano liderado por Mandela. Todo esto con la esperanza de que, al revisitar el pasado africano, construyamos un mejor futuro. Notas del episodio Este episodio fue traído a ustedes gracias a Boston Scientific Si quieres conocer más detalles sobre las historias aquí contadas, te recomendamos consultar el libro de Diana Uribe “África, nuestra tercera raíz”, una investigación profunda sobre la configuración del continente africano y su diáspora en Colombia. Si estás interesado en comprender más a fondo cómo funciona la distinción entre civilización y barbarie, visita el libro “Orientalismo” de Edward W. Said, un clásico histórico que se ocupa de analizar la configuración de la mirada hegemónica occidental sobre otros pueblos. Si lo que buscas es analizar cómo el poder de los imperios europeos continuaron influenciando las realidades africanas después de sus procesos de descolonización, te sugerimos revisar el texto conceptual del historiador camerunés Achille Mbembe, “Necropolítica”. Si quieres indagar sobre cómo las naciones africanas se han ocupado durante las últimas décadas en descolonizar sus culturas, te invitamos a escuchar la charla “El peligro de una sola historia” ofrecida por la literata nigeriana Chimamanda Adichie. Si quieres leer una buena novela de ficción africana que de cuenta de las realidades de sus pueblos, te recomendamos “Todo se desmorona” de Chinua Achebe. Gracias de nuevo a nuestra comunidad de Patreons por apoyar la producción de este episodio. Si quieres unirte, visita www.dianauribe.fm/comunidad Sigue mis proyectos en otros lugares: YouTube ➔ youtube.com/@DianaUribefm Instagram ➔ instagram.com/dianauribe.fm Facebook ➔ facebook.com/dianauribe.fm Sitio web ➔ dianauribe.fm Twitter ➔ x.com/DianaUribefm LinkedIn ➔ www.linkedin.com/in/diana-uribe
A rethinking of African American religious history that focuses on the development and evolution of Africana spiritual traditions in Jim Crow New Orleans. When Zora Neale Hurston traveled to New Orleans, she encountered a religious underworld, a beautiful anarchy of spiritual life. In Underworld Work, Ahmad Greene-Hayes follows Hurston on a journey through the rich tapestry of Black religious expression from emancipation through Jim Crow. He looks within and beyond the church to recover the diverse leadership of migrants, healers, dissidents, and queer people who transformed their marginalized homes, bars, and street corners into sacred space. Greene-Hayes shows how, while enclosed within an antiblack world, these outcasts embraced Africana esotericisms--ancestral veneration, faith healing, spiritualized sex work, and more--to conjure a connection to freer worlds past and yet to come. In recovering these spiritual innovations, Underworld Work celebrates the resilience and creativity of Africana religions. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices Support our show by becoming a premium member! https://newbooksnetwork.supportingcast.fm/african-american-studies
Sean Carroll's Mindscape: Science, Society, Philosophy, Culture, Arts, and Ideas
It is common to refer to philosophy as "a series of footnotes to Plato." But in the original quote, Alfred North Whitehead was more careful: he limited his characterization to "the European philosophical tradition." There are other traditions, both ancient and ongoing: Chinese philosophy, Indian philosophy, Africana philosophy, and various indigenous philosophies. For the most part, these do not get nearly as much attention in European and American schools as the European tradition does. Bryan Van Norden argues for expanding philosophy's geographical scope, to the benefit of philosophy in general.Blog post with transcript: https://www.preposterousuniverse.com/podcast/2025/06/23/319-bryan-van-norden-on-philosophy-from-the-rest-of-the-world/Support Mindscape on Patreon.Bryan Van Norden received his Ph.D. in philosophy from Stanford University. He is currently James Monroe Taylor Chair in Philosophy at Vassar College and Chair Professor in the School of Philosophy at Wuhan University. Among his books are Introduction to Classical Chinese Philosophy and Taking Back Philosophy: A Multicultural Manifesto. He is a recipient of Fulbright, National Endowment for the Humanities, and Mellon fellowships.Web siteVassar web pagePhilPeople profileWikipediaAmazon author pageSee Privacy Policy at https://art19.com/privacy and California Privacy Notice at https://art19.com/privacy#do-not-sell-my-info.