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O mundo despediu-se este sábado do Papa Francisco, que marcou a Igreja e a cena internacional. Foi o primeiro jesuíta a tornar-se bispo de Roma, destacou-se num pontificado de 12 anos com apelos à paz, à justiça e ao diálogo entre culturas e religiões. Para compreender melhor esta dimensão espiritual e diplomática, ouvimos Manuel Cardoso, director-geral da Associação Cultural Brotéria, que sublinhou a proximidade do Papa Francisco às pessoas e o seu legado de paz e integridade. RFI: O Papa Francisco foi o primeiro jesuíta a tornar-se Bispo de Roma. Que impacto é que teve essa pertença à Companhia de Jesus na forma como Francisco exerceu o papado?Manuel Cardoso: Estava a viver na cidade da Beira, em Moçambique, nessa altura em que ele foi eleito, e nenhum dos jesuítas que lá estávamos acreditava que ele tivesse sido eleito. Achámos que eram informações trocadas porque, de facto, é muito curioso, assim muito fora do comum, não só único, mas no sentido estranho até, que o jesuíta seja Papa. Francisco, de facto, é um homem absolutamente extraordinário e que teve um papado com impacto transversal e grande. A Companhia de Jesus, de facto não tem tanta tradição, digamos assim, nem de bispos e de papas, evidentemente ainda menos, porque foi o único. Portanto, de facto, para nós não é assim uma coisa muito natural e o nosso carisma fará para outro tipo de missões, mas as pessoas têm os seus perfis e os talentos que têm. E Francisco, de alguma forma, foi maior do que aquilo que era só a sua vocação da Companhia de Jesus e, de alguma forma, abraçou também estes desafios que foram sendo colocados pela Igreja. Com benefício fantástico que deixou a todos nós, par a Igreja e para o mundo, diria também.Viu-se ao longo dos 12 anos de pontificado um Papa muito presente em conflitos internacionais, muitas vezes como mediador ou até mesmo como uma voz solitária pela paz. E aí falo, nomeadamente, dos últimos meses, em que pareceu ser um dos poucos líderes mundiais a apelar para um cessar-fogo urgente na Faixa de Gaza. Essa atitude tem raízes na espiritualidade inaciana?Eu acho que tem raízes na espiritualidade cristã e, portanto, também evidentemente na espiritualidade inaciana. O Papa Francisco tem muito consciente este soft power. O Vaticano não tem divisões armadas, não tem blindados, não tem drones. Este magistério de serviço, de procurar entendimento e diálogo, que em alguns sítios, estou a pensar, por exemplo, no caso de Moçambique, se tornou absolutamente decisivo. Ou seja, aqui e ali a Igreja conseguiu dar um contributo importante na construção efectiva da paz, não só, digamos assim, como uma exortação, mas também de facto como apoio e mediação política das partes beligerantes.Acho que o Papa Francisco encarnou essa tradição de forma particularmente séria. Também os tempos que vivemos, tenham pedido, exigido ainda mais atenção a esse ponto. Mas julgo que os Papas, e assim de repente todos os que me lembro, foram sempre alimentando esse tipo de perspectiva e de tentativa também através do corpo diplomático das nunciaturas do Vaticano, que no fundo são as embaixadas do Vaticano espalhadas pelo mundo todo e, directamente a partir da Santa Sé, procurando o entendimento e procurando que os desavindos se possam encontrar e construir a paz. Acho que faz parte de uma espécie de serviço à justiça que, para nós católicos, faz parte concomitante, idiossincrática. Quer dizer, que não dá para fugir dentro da própria da nossa missão e da nossa forma de ser.Como é que o Papa Francisco equilibrou a tradição da diplomacia vaticana com o seu estilo, poderíamos dizer, mais directo, por vezes até mesmo desconcertante para a ala mais conservadora em termos de comunicação?Não, eu acho isso uma pergunta muito interessante, uma reflexão que nós podemos fazer, porque, no fundo, eu acho que o Francisco irritava muita gente porque às vezes quebrava o protocolo. E Francisco era também, ao mesmo tempo, muito atractivo para muita gente que de alguma forma se sentia próxima, porque ele quebrava o protocolo. Deve ter sido uma dor de cabeça terrível para as equipas de segurança e para as equipas protocolares do Vaticano. Ao mesmo tempo, acho que isso também dava um golpe de asa que aproximava das pessoas. Acho que às vezes há algum tipo de encenação política e os ritos das organizações políticas, sejam nacionais ou internacionais, muitas vezes afastam-nos. E o Francisco tinha este talento, acho que esta graça pessoal de, de alguma forma, se tornar próximo, de reagir, de esticar a mão, de fazer um aceno, de sair do carro e ir dar um abraço. Portanto, acho que esta proximidade dele também, de alguma forma, nos permitiu encontrar não um chefe de Estado todo-poderoso ou rodeado de seguranças, mas uma pessoa que está genuinamente convencida e investida na construção do reino de justiça e de paz à sua volta. E, por isso, o reino não é na questão monárquica, é mais a tradição cristã de chamar reino, mas não é do ponto do regime político. Sim, acho que sim, acho que o estilo dele acabou por nos ajudar a perceber que as intenções dele não eram de manipulação, mas eram genuinamente de contribuir para uma solução.Francisco deu grande destaque às periferias; geografias, sociais, espirituais. E a prova disso são os últimos dias: em dois dias, cerca de 150.000 pessoas recolheram-se na Basílica de São Pedro, católicos, de outras religiões, ateus...Todas as pessoas de boa vontade e sérias reconhecem e são sensíveis à integridade de vida, à unidade de vida. Quando uma pessoa é séria e é íntegra, apesar de pensar como eu ou de não pensar como eu, acho que isso qualquer pessoa bem formada reconhece isso. Eu acho que o Papa Francisco, com as suas dificuldades e com as suas grandes virtudes, era um homem que sempre pautou o seu discurso e acção por uma procura de coerência muito grande e acho que isso é muito estimulante para todos nós. Acho que mesmo aqueles que possam não gostar de toda a Igreja Católica sentem que há aqui um desafio a serem íntegros e correctos e exigentes nos seus projectos de vida, tal como o Papa Francisco era.Portanto, acho que este homem, de alguma forma, pelo seu carisma pessoal, também é em si mesmo um exemplo para a humanidade. E talvez seja isso que faz, como dizia ainda agora, que haja pessoas, até ateus, que possam sentir-se próximos do Papa Francisco e ter até desejo de participar nas suas cerimónias fúnebres, prestando homenagem a um homem que de alguma forma se tornou importante. De facto, também o ateísmo em Itália tem contextos muito específicos, mas não entrando na história política italiana, acho que sim. Acho que esta é uma figura grande que nos deixa com um legado tão bonito e tão provocador para que cada um de nós também possa viver a sério e de forma exigente as suas próprias vidas.No fim deste ciclo, com o funeral que conta com a presença de tantos líderes internacionais, que legado diplomático e que legado deixa Francisco à Igreja e ao mundo?Eu acho que o Papa Francisco ficaria radiante se, encontrando-se aqueles líderes uns com os outros naquele funeral, e em princípio estarão lá pessoas que estão de lados diferentes de barricadas e de trincheiras e que estão de lados opostos ideológica e politicamente, se à volta do cadáver de Francisco essas pessoas orarem umas pelas outras e se reconhecerem como seres humanos. E isso pode contribuir a humanizar o nosso universo, o nosso planeta, as nossas fronteiras e as nossas discussões. Eu acho que o Papa ficaria absolutamente radiante. Por isso, espero que seja um momento em que, à volta de um construtor da paz, se possa também construir efectivamente a paz, nem que seja por alterar discursos odiosos e violentos por olhares que reconhecem a humanidade dos adversários ou das pessoas que são diferentes de nós.O que é que se pode esperar agora do sucessor do Papa Francisco? Alguém que continue o seu trabalho?Sim, com certeza. Quer dizer, acho que os papas vão sucedendo uns aos outros. Cada um trará a sua especificidade, o seu talento. Não se pode exigir ao sucessor que tenha os talentos do Francisco. Também não vamos estar desatentos aos talentos diferentes que ele trará. Com certeza que cada pessoa, a partir da sua biografia, da sua formação, trará um ponto que acrescenta. Isso acho que também é riqueza. Bento XVI trouxe coisas fantásticas à Igreja que eram diferentes do Papa João Paulo II. O Papa Francisco trouxe coisas diferentes do Papa Bento XVI e, ao mesmo tempo, são três homens de uma continuidade muito grande e muito alinhados num grande número de assuntos. E, por isso, acho que, seja mais para a esquerda, seja mais para a direita, seja mais para cima ou mais para baixo, há aqui uma estrutura. O Papa Francisco é Papa e foi Papa. E o Papa, na Igreja Católica, não é a totalidade da Igreja. Ou seja, a Igreja tem bispos, tem padres, tem freiras, tem leigos, tem famílias. Quer dizer, a estrutura da Igreja em África é diferente dos Estados Unidos, que é diferente da Europa, que é diferente da Ásia. É uma riqueza imensa. Portanto, no fundo, e acho que este ministério do Papa, que é de presidir na caridade à união de todos e zelar para que nós não nos separemos uns dos outros, pode ser feito também de formas diferentes. Mas, no fundo, a Igreja Católica não se concentra numa pessoa. Portanto, também há esta riqueza das grandes comunidades, na sua grande diversidade geográfica, cultural, linguística, etc., que de alguma forma dão uma resiliência muito grande. E, por isso, venha quem vier, haveremos de rezar com o novo Santo Padre e de apoiá-lo. E ele, com certeza, também nos ajudará a todos a andarmos para a frente e sermos todos também mais sérios e mais coerentes na nossa vida e nos trabalhos que nos são confiados.
Marcelo Finger, um dos principais nomes em IA no País, aborda o tema e seus desdobramentos quase que diários, todas as 6ªs, às 8h, no Jornal Eldorado.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Porque vai o Papa Francisco ficar em Santa Maria Maior? Cardeal da Basílica explicadad0a71
O Papa Francisco faleceu, deixando a Igreja Católica em um momento decisivo. Neste episódio do Programa 20 Minutos, a freira e teóloga Ivone Gebara analisa:➡ O legado revolucionário de Francisco – como ele mudou a Igreja?➡ A guerra silenciosa no Vaticano – conservadores já se movem para controlar o Conclave?➡ Os favoritos à sucessão – cardeais africanos, latino-americanos, asiáticos ou um retorno europeu?➡ O futuro do progressismo católico – a Teologia da Libertação sobreviverá sem Francisco?
A proteção da natureza e do meio ambiente perde um dos seus defensores mais influentes: o papa Francisco colocou a crise ecológica no foco da sua liderança da Igreja Católica. As mensagens do pontífice em favor da preservação do planeta, amparadas pela ciência, ecoaram muito além dos 1,4 bilhão de fiéis no mundo. Lúcia Müzell, da RFI em ParisDos novos paradigmas conceituais para alertar sobre a destruição do planeta à primeira viagem de um papa à Amazônia, passando pela valorização inédita dos povos indígenas, Francisco incorporou na liturgia cristã as constatações da ciência sobre o aquecimento global e os seus efeitos devastadores nas populações, principalmente as mais vulneráveis. No mesmo ano em que seria assinado o Acordo de Paris sobre o Clima, em 2015, o papa publicou a Carta Encíclica Laudato Si, na qual introduziu o termo "ecologia integral”, a interconexão entre os sistemas sociais e naturais. Para ele, a humanidade é uma parte de um ecossistema mais amplo – e as suas ações afetam o ambiente.O pontífice argentino multiplicou os apelos para que homens e mulheres cuidassem melhor da “nossa casa comum”, a Terra. “A humanidade perde uma grande liderança que buscava sempre nos sensibilizar para o cuidado da casa comum e de nos recordar que tudo está interligado: uma coisa que acontece na região amazônica vai ter consequências no sudeste do Brasil, no sul da América do Sul, mas também na Europa”, afirma o padre jesuíta Adelson Araújo dos Santos, professor de Teologia da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.“Ele mostra que isso está intrinsecamente ligado com a nossa fé, na medida em que Deus é o criador de tudo e nós não somos proprietários de nada: somos meros administradores e devemos cuidar bem da obra de Deus”, explica ele, segundo a fé católica.Proximidade com a ciênciaO cientista Virgilio Viana, superintendente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), foi o primeiro brasileiro a integrar a Pontifícia Academia de Ciências Sociais do Vaticano, um seleto grupo de especialistas – entre eles, 35 prêmios Nobel – que orientam o papa sobre diversos ramos da ciência, incluindo os ambientais. Doutor em Biologia por Harvard e pós-doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade da Flórida, Viana teve diversas oportunidades de debater sobre a crise climática com Francisco.“O papa fala não apenas da ecologia integral como fala da necessidade de repensarmos a economia. Não é uma mensagem apenas ambientalista: é um pensamento muito ancorado numa visão holística, sistêmica, que percebe, a partir da visão da ecologia integral, que os nossos hábitos de consumo, o nosso estilo de vida, estão conectados com a crise global”, indica. “Nós precisamos de uma profunda reflexão, enquanto indivíduos e enquanto atores econômicos e políticos, que temos impacto, com as nossas decisões, no futuro do planeta”, complementa.Oito anos depois da Carta Encíclica Laudato Si, Francisco voltou a se aprofundar no tema com a Exortação Apostólica Laudate Deum, esta específica sobre as mudanças climáticas. Jorge Bergoglio demonstrou, mais uma vez, o seu apreço pela ciência, observa o padre Adelson.“Ele se preocupou em chamar o mundo da ciência para escutá-lo, e isso gerou, no meio científico, uma admiração pela sua pessoa. Eu acredito que isso é algo para a gente não perder. É uma lição que fica: a nossa fé não é fechada em si mesma, ela é dialogal”, analisa o teólogo.O pontífice costumava enviar mensagens aos participantes das conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COPs) e chegou a planejar ir pessoalmente à COP28 em Dubai, em 2023, mas teve de cancelar a viagem por razões de saúde. Em sua última mensagem aos fiéis brasileiros, em fevereiro, na ocasião do lançamento da Campanha da Fraternidade sobre a ecologia integral, mencionou a importância da Conferência de Belém, em novembro. Francisco desejou que, no evento, "as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações".Sínodo para a Amazônia e valorização indígenaA noção da proteção do planeta está longe de ser nova na Igreja: foi introduzida por São Francisco de Assis, inspirador do papa argentino, há mais de 800 anos. Pouco a pouco, o tema ganhou importância após a doutrina social da Igreja, no fim do século 19. Com a publicação de Fides e Ratio (“Fé e Razão”), em 1998, João Paulo II pedia que a fé fosse amparada pela ciência, e vice-versa.Mas foi sob Francisco que a temática ganhou uma nova dimensão, como quando anunciou a realização do Sínodo para a Amazônia e viajou, pela primeira vez na história da Igreja, para o coração da floresta. Em Puerto Maldonato, no Peru, escutou os “guardiões da floresta”.“Ele pôde ouvir de diversos povos indígenas a visão deles sobre a natureza, a preservação da floresta e a ação do ser humano. Eles são os primeiros a sofrerem quando veem seus rios poluídos, diminuírem os seus peixes e verem suas florestas incendiarem”, salienta Araújo dos Santos, ligado à arquidiocese de Manaus e autor de “Os passos espirituais do caminho sinodal”, sobre o legado do evento. “Há uma sabedoria, de fato, nas tradições dos povos originários que o papa Francisco percebeu, com muita sensibilidade e uma abertura imensa.”No momento em que a Igreja se prepara para eleger um sucessor, Virgilio Viana avalia que, apesar do fortalecimento do discurso negacionista em diversos países e governos, o Vaticano não deverá recuar neste caminho.“Eu não vejo uma ruptura. A própria doutrina de Francisco se ancora no pensamento de papas que o antecederam, então eu acredito que o próximo papa dará continuidade a esse pensamento, mesmo porque ele é baseado não só em ciência, como na leitura da Bíblia”, destaca o superintendente da FAS. “No Gênesis diz que Deus não dá ao homem o direito de explorar a natureza.”Padre Adelson Araújo dos Santos relembra, entretanto, que dentro da própria Igreja, as palavras de Francisco sobre o “pecado ecológico” causaram rejeição da ala mais conservadora da Cúria. Os críticos alegavam que Francisco “gostava mais de defender as árvores do que as almas”, relata o professor da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.“Ainda temos uma tarefa muito grande de sensibilização. A Laudato Si está completando 10 anos, mas em muitos lugares, em paróquias e meios cristãos católicos, ela não chegou ainda, porque não há a sensibilidade e uma palavra que o papa usa nas suas encíclicas, o processo de conversão”, detalha o teólogo. “Nestes casos, falta ver a dimensão do pecado presente quando você causa a destruição do meio ambiente e dos recursos naturais. Temos que realmente mudar os nossos paradigmas: não podemos mais ficar num modelo de desenvolvimento que esquece que tudo parte de uma harmonia”, observa.
Papa Francisco amplificou o debate sobre a preservação do meio ambiente e a crise climática.Esse conteúdo é uma parceria entre RW Cast e RFI.
Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, é afastado após operação da PF. Quanto ganhava o papa Francisco e qual é o salário dos cardeais no Vaticano. Saiba quem eram Rogério e Alessandra, casal de Brasília que morreu após carro cair em ribanceira no interior de SP. Nabila Furtado, miss ES e ex-primeira-dama de Cariacica, morre aos 35 anos. Polícia divulga retrato falado do suspeito de matar a estudante da USP perto de estação Itaquera, na Zona Leste de SP.
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O Papa Francisco morreu vítima de um acidente vascular cerebral. Conhecido pela sua simplicidade e dedicação à dignidade humana, destacou-se pelo combate aos abusos sexuais na Igreja, pela defesa das minorias e pela promoção da paz. O seu legado é celebrado por membros da comunidade lusófona na Austrália.
Morreu o Papa Francisco e eleger o seu sucessor, pela importância do seu legado, é também decidir o que fazer com as ideias progressistas que ele semeou no interior da Igreja Católica. Há quatro portugueses que podem ser eleitos, mas algum deles tem reais hipóteses de vir a ser o próximo Papa? Neste episódio, conversamos com Filipe d’Avillez, jornalista especialista em assuntos religiosos. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Programa - ENCONTRO COM O PASTOR (D ODILO) - Deus acolha o Papa Francisco - 22.04.2025
O autarca do Seixal (que falou sobre urgências), Victor Hugo Salgado (que faz política com a vida privada) e os partidos de esquerda (que quiseram ganhar votos com o Papa) são o Bom, o Mau e o Vilão.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Papa Francisco tinha uma visão muito própria em relação à economia e em relação ao capitalismo. Análise de Pedro Sousa Carvalho.
Confira nesta edição do JR 24 Horas: Morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos de idade, o papa Francisco. A informação foi confirmada pelo Vaticano. Em fevereiro, o pontífice foi internado na Itália e ficou 40 dias no hospital por causa de uma bronquite e um quadro que os médicos classificaram como "complexo". Nascido em Buenos Aires, na Argentina, Jorge Bergoglio esteve à frente da Igreja Católica por 12 anos. E ainda: Rodovias de São Paulo devem registrar maior movimento a partir das 14h, no último dia do feriado.
Morre o papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, aos 88 anos em Roma. INFOGRÁFICO: Conclave, como a Igreja Católica escolhe um novo papa. Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco. Veja quem são os brasileiros que podem participar do Conclave.
O Papa Francisco, aos 88 anos, faleceu às 2h35 (horário de Brasília), conforme confirmado pelo Vaticano. Nascido em Buenos Aires, em 1936, ele foi o primeiro papa latino-americano e jesuíta, assumindo o papado em 2013 após a renúncia de Bento XVI. Durante seus 12 anos à frente da Igreja Católica, ficou conhecido por suas críticas a líderes envolvidos em guerras e por seu compromisso com a luta contra a pobreza. A pandemia de COVID-19 marcou sua imagem, quando rezou sozinho na Praça São Pedro. Ele escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, defensor dos pobres.
O primeiro pontífice sul-americano, o argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito em 2013, seu pontificado durou 12 anos e foi marcado por reformas e proximidade com os pobres. Sigam a gente nas redes sociais Instagram mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 Segundos Acompanhem os episódio ao vivo Youtube, Instagram ou Linkedin Fale conosco através do mundo180segundos@gmail.com
O cardeal Américo Aguiar é um dos quatro cardeais portugueses que vão participar no conclave para a eleição do sucessor do Papa Francisco e espera que o escolhido dê continuidade ao legado de “fraternidade” que Francisco deixou. O mais jovem cardeal português diz que o Papa Francisco deu atenção às pessoas e às periferias mais diversas, que “provocou e exortou a Humanidade” com as suas mensagens e recorda-o como “um pai, um amigo e um avô” que se deliciou com pastéis de Belém na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. RFI: Qual é o legado que deixa o Papa Francisco?Cardeal Américo Aguiar: “A palavra que resume o pontificado, o legado, é ‘fraternidade'. Ou seja, o Papa Francisco, neste seu pontificado, desde 2013, provocou, convidou, exortou, sensibilizou a humanidade toda ao gosto de nos redescobrirmos verdadeiramente, irmãos. Que o outro, a outra, que é de outro país, que é de outra religião, que é de outra raça, que é de outra proveniência, que é de outra sensibilidade, que tem gostos diversos, não é um problema, nem um obstáculo, nem uma ameaça, é um irmão. Sendo um irmão, somos todos irmãos e todos juntos somos capazes de fazer o que for necessário para a felicidade e para a alegria de “todos, todos, todos”, como nos ensinou o Papa Francisco em Lisboa. É, por isso, que eu acho que o grande legado, acima de tudo, a grande herança com que ficámos todos, cristãos, católicos, não crentes, é este desafio, a redescoberta desta fraternidade universal.”Essa mensagem de fraternidade não foi um pouco manchada por algumas críticas. É que o Papa Francisco suscitou tanto fervor, quantas críticas… Quais foram as medidas que, se calhar, mudaram uma página no Vaticano? “O que o Papa Francisco nos propôs, o que o Papa Bento XVI nos propunha, o que o nosso querido e saudoso Papa João Paulo II também nos propôs, foi sempre o Evangelho e o Evangelho, já no tempo de Jesus, teve as consequências que teve. Eu acredito que cada homem, cada mulher, cada crente, cada homem e mulher de boa vontade, em cada circunstância, faz uma leitura dos acontecimentos e reage e adere ou não adere àquilo que são as propostas. O Papa Francisco foi-nos acompanhando, foi-nos provocando para esse caminho. Há coisas que ficaram resolvidas e decididas, outras que não, mas sempre naquilo que ele nos pedia que aprendêssemos com o estilo sinodal, ou seja, ouvirmo-nos todos uns aos outros, cada um tem uma opinião, cada um tem uma sensibilidade e, depois, escolhermos em conjunto aquilo que possa ser o caminho comum, apesar daquilo que nos torna diferenciados, por ventura. Esse é o desafio maior que nós temos pela frente. É óbvio que nestes 13 anos, quer na Igreja, quer fora da Igreja, há homens e mulheres que entenderam de modo diferente, sentem de modo diferente, mas isso nunca é problema, isso é a riqueza da diversidade dos filhos de Deus.”O combate aos abusos sexuais no seio da Igreja Católica foi uma das suas bandeiras. Foi uma luta que deu frutos?“Eu acredito, creio e sei que sim. Aliás, a situação que a sociedade, em geral, vive em relação à questão do abuso de menores não tem nada a ver com o antes. E ainda bem. Por exemplo, falando da situação de Portugal, o 2019 e depois de 2019, a situação é totalmente diferente. Nós aprendemos todos a colocar a vítima no lugar que lhe é devido, no respeito, na protecção, a fazer tudo para que nada se volte a repetir. Aquele slogan do Papa “tolerância zero” e “transparência total” fizeram caminho e fazem parte agora do quotidiano de todos. Infelizmente ainda não está resolvido na totalidade, seja no contexto da Igreja, seja no contexto da sociedade, mas é um assunto que temos de continuar a acompanhar, sem distrações sequer.”O Papa Francisco discursou sobre grupos marginalizados, sobre os refugiados, sobre a população LGBTQ+. Que peso é que estes discursos tiveram e podem continuar a ter? Haverá uma continuidade no seio do Vaticano?“Se eu falei há bocadinho de fraternidade, naquilo que significa a palavra legado, eu agora posso falar naquilo que foi uma marca muito portuguesa, muito Jornada Mundial da Juventude 2023 e que é o tal “todos, todos, todos”. Ou seja, o Papa dizia muitas vezes que o importante é a pessoa. Aliás, numa entrevista com jovens, a certa altura, ele diz que o importante é o substantivo, não os adjectivos. Portanto, nós temos que ter presente - e eu acredito e rezarei para que o próximo Papa, o próximo pontificado, não deixe de ter esta palavra e esta força desta palavra repetida no coração e na mente e naquilo que é a atenção às periferias mais diversas, mas, acima de tudo, às pessoas e a cada pessoa.”Mais do que rezar, o cardeal Américo Aguiar tem um poder de voto. No colégio cardinalício há quatro cardeais portugueses eleitores para o conclave que irá escolher o sucessor de Francisco. Há mais cardeais lusófonos: sete brasileiros, um cabo-verdiano e um timorense. Desta vez poderia haver um Papa de língua portuguesa?“Neste dia, esse não é propriamente o assunto nem mais prioritário, nem que deva merecer da minha parte alguma reflexão. O que eu quero que aconteça naquilo que disse é que nós nos abramos àquilo que será o sopro do Espírito Santo. Eu acredito profundamente que estes mais de 140 homens que estarão na Capela Sistina, cada um à sua maneira, com o seu modo de ser, com a sua história de vida, adaptar-se-à e adaptar-se-à com o seu coração e com a sua mente para sentir aquilo que o Espírito Santo de Deus diz à Igreja em relação àquilo que será o sucessor de Pedro.” Há 137 cardeais eleitores, 108 foram escolhidos pelo Papa Francisco. A sucessão do Papa Francisco deverá ser marcada pela continuidade daquilo que ele defendia? Acredita que isso pode acontecer? “Acredito, quero acreditar e, do que me toca a mim, farei para que assim seja.” O Papa Francisco apelou à acção no combate às alterações climáticas. Isto foi recordado pela ONU esta segunda-feira. Até que ponto foi importante esta mensagem?“Nós não podemos esquecer - e vou usar a imagem – que nunca tínhamos tido um ‘Papa verde' e, por isso, o Papa, quer com a ‘Laudato si', quer o ‘Laudato Deum', se não estou enganado, no quinto aniversário da ‘Laudato si', digamos que formalmente, institucionalmente e com documento formal da parte da Igreja assinado por um Papa, foi um pronunciamento muitíssimo importante para colocar a Igreja na frente daquilo que significa a salvaguarda do planeta, a urgência e o grito da Mãe Terra, do planeta, para aquilo que significa a possibilidade de não termos muita margem de manobra para salvaguardar o planeta que é a nossa casa comum. Os pronunciamentos do Papa, as suas palavras, os seus gestos e as suas decisões fizeram dele efectivamente o ‘Papa verde'.” Outra encíclica feita por ele foi um alerta contra o populismo e o neoliberalismo, a ‘Fratelli tutti”. Este foi também um combate, mas serviu para alguma coisa? No domingo de Páscoa, quando ele fez a última aparição pública, o seu testamento espiritual, digamos assim, foi para denunciar o populismo, o agravamento dos actuais conflitos armados, o desrespeito das liberdades fundamentais…“Isto tem tudo a ver com a palavra-chave que é a fraternidade. Eu explico: quando o bem comum sai do centro da mesa de reuniões, quando o bem comum desaparece da sala, desaparece a pessoa, o critério da pessoa humana. E quando o chefe de Estado, o chefe de um partido, o responsável de um governo, o pai de família, o bispo, o padre ou cardeal, quando sai do centro da preocupação a pessoa humana e o bem comum, as coisas começam a correr mal. E é o que nós temos assistido um pouquinho nos tempos que vivemos. Quando o Papa nos chama, nos exorta, nos provoca à fraternidade universal, está a colocar no meio da mesa, no meio da sala, no coração, no centro do coração, a preocupação pela pessoa, por cada pessoa. Acho que não precisamos de muitas explicações para entender que os tempos que vivemos agora não são de ter a pessoa no centro e muito menos o bem comum.”Conheceu pessoalmente o Papa Francisco? Como é que o descreve? “O mais normal que possa imaginar. Um pai, um amigo, um avô. E eu não posso esquecer, durante a preparação da Jornada Mundial da Juventude, em que várias vezes tivemos reuniões em privado. Não esqueço o abraço confortável, o cheirinho a café que partilhávamos.”O gosto pelo futebol?“Exactamente, o São Lourenço dele. Aqui em Lisboa, na Jornada Mundial da Juventude, no almoço com jovens, a certa altura, há uma jovem, que lhe pergunta se ele já tinha provado os pastéis de Belém. E ele olha para mim com ar de crítica e diz assim: ‘Já me falaram, mas ninguém me ofereceu.' E eu percebi e mandei uma mensagem ao presidente da Câmara, o engenheiro Carlos Moedas, para ele me salvar e enviar uns pastéis de nata que chegaram passado pouco tempo. Sei que nesse dia e no dia seguinte se maravilhou a degustar os pastéis de Belém!”
O papa Francisco morreu na madrugada desta segunda-feira, aos 88 anos, segundo comunicado oficial do Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. Jorge Mario Bergoglio, nasceu em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina. Ele foi o primeiro papa latino-americano da história e também o primeiro jesuíta no posto.
Morreu o Papa Francisco. Que legado nos deixa? Que futuro para a Igreja Católica?
O Papa Francisco faleceu esta segunda-feira, aos 88 anos, um mês depois de ter tido alta de um internamento que durou cerca de cinco semanas, devido a uma pneumonia dupla. Em 2013, o Papa Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica, o primeiro Papa não europeu em mais de 1200 anos, e o primeiro oriundo do hemisfério sul, da Argentina. Durante o seu pontificado de 12 anos, o Sumo Pontífice — conhecido como o Papa da periferia — tentou dar sinais de modernidade à instituição, reformando a Cúria, combatendo os abusos sexuais cometidos na Igreja, e entreabrindo as portas aos divorciados e homossexuais. Decisões que motivaram críticas por parte dos sectores mais conservadores da Igreja. Em entrevista à RFI, Dom Arlindo Furtado, cardeal de Cabo Verde, afirma que o Papa Francisco deu o seu contributo para melhorar a Igreja, que precisava de uma profunda reforma. Como é que recebeu a notícia da morte do Papa Francisco?Era expectável, mas, devido à sua presença permanente junto do público — e mesmo ontem, na celebração da Páscoa — esperava que esse acontecimento viesse mais tarde. Foi uma surpresa, por causa disso, mas parece-me que ele estava consciente do fim derradeiro. A visita que fez a Santa Maria Maior e à Basílica de São Pedro, horas antes do início da cerimónia da Vigília Pascal, dá a impressão de que queria despedir-se.Há duas coisas que me parecem importantes de dizer: o Papa Francisco cumpriu a sua missão até ao fim e morreu no momento em que a Igreja celebra a ressurreição de Jesus Cristo.Doze anos de pontificado. Um Papa jesuíta, argentino, que sempre teve um comportamento modesto. Que herança deixa este Papa?[O Papa Francisco] procurou dar à Igreja o seu devido carácter, a sua personalidade. A Igreja é de Jesus Cristo, e deve viver ao estilo do Mestre, ou seja: "Aquilo que Eu faço, vós também deveis fazer". O Papa, sendo jesuíta e profundo conhecedor de Jesus Cristo, procurou também, nesse aspecto, seguir o exemplo, com simplicidade, despojamento, pobreza, generosidade e atenção a todos. Porque Cristo assumiu a humanidade de todos, e quer salvar a todos.Mostrar que ser católico é estar no mundo com o mundo?Ser católico é estar no mundo com todos, mas sempre em peregrinação rumo à Pátria. Portanto, estar no mundo, vivendo os valores da humanidade, mas com orientação para a nossa Pátria definitiva, segundo Jesus nos ensinou.O Papa Francisco escolheu visitar a República Centro-Africana e nunca veio a Paris. Ele, que era conhecido como o Papa da periferia. Que mensagem pretendia passar?A atitude dele é muito simples: aqueles que estão no centro, sempre estiveram no centro — podem continuar no centro. Mas aqueles que estão na periferia precisam também de estar mais ao centro. É também uma questão de justiça, de igualdade, de sentido, de nós sermos uma só família, uma só comunidade. É preciso promover os que estão mais em baixo, para que possam alcançar, pelo menos, um nível de mediania.O pontificado de Francisco fica ainda marcado pelo escândalo Vatileaks, que revelou corrupção. O Sumo Pontífice levou a cabo uma reforma da Cúria, reforma que lhe valeu alguns inimigos no seio da Igreja…Sim. Em todo o lado, ele falava muito de modernidade. Também dentro da Igreja, onde está o ser humano, há mundanidade, há prevalência da tentação. O Papa tentou reformar a Igreja, reformar a Cúria, para que fosse uma estrutura ao serviço do Evangelho, da missão da Igreja, para além dos interesses privados ou pessoais.Foi o que procurou fazer. Mas nós sabemos que o próprio Jesus Cristo não escapou à traição, porque, no grupo de apóstolos que escolheu, também houve traidores.A Igreja não está imune a essas coisas, mas deve estar atenta, para que aconteçam o menos possível ou, se possível, sejam evitadas, prevenidas, para que a Igreja corresponda mais à imagem de uma família de gente de bem, ao serviço de todos. À imagem de Jesus Cristo. O Papa deu o seu contributo para melhorar a situação da Igreja, que precisava de uma profunda reforma.Ele queria que muitas das reformas fossem irreversíveis. Isso será possível?Espero que sim. Parece-me que a sua grande preocupação era fechar um ciclo, no sentido de não facilitar o retrocesso. Mas, de qualquer maneira, há reformas que não sofrerão retrocesso, porque se criou uma dinâmica na Igreja que, com a ajuda do Espírito Santo, irá prosseguir.Em 2014, o Papa Francisco criou uma comissão para combater os abusos cometidos na Igreja. Onde estamos agora, nessa luta?É um processo complexo, longo. Esta questão não pode retroceder, pois trata-se de uma dinâmica de clarificação, de purificação, de orientação para o futuro. Não pode parar.É um processo que não termina com um Papa. Vai, agora, fazer parte da dinâmica da Igreja ao longo da sua história. Não tem um fim à vista.Essa prevenção, esse cuidado e acompanhamento de todos os abusos, de toda a ordem — não só o abuso sexual, que infelizmente também existe na Igreja — são fundamentais.Várias afirmações do Papa Francisco, de certa forma, chocaram a Igreja. Lembro-me da declaração: “Se uma pessoa é gay e quiser procurar Deus, quem sou eu para o impedir?” Ou quando falava das famílias numerosas: “as pessoas não se devem comportar como coelhos”. Estas afirmações vieram revolucionar a Igreja?Não acho que tenha sido uma revolução, mas sim uma clarificação de alguns pontos onde podia haver ambiguidade. Cristo não nos pediu para julgarmos ninguém — não temos esse direito.Não temos dados sobre a vida das pessoas para as julgarmos, porque, muitas vezes, julgamos pelas aparências. Deus criador não nos permite descartar pessoas que Ele criou por amor.Não podemos julgar o foro interno das pessoas diante de Deus — só Ele o poderá fazer.Quanto à questão da família numerosa: é verdade, não somos coelhos. A paternidade responsável já era um tema abordado há muitas décadas, pelo menos desde o Concílio Vaticano II — mesmo antes disso.Aqueles que geram filhos devem ser responsáveis pela prole — pelo conjunto dos seus descendentes.E, também, em relação ao aborto, o Papa foi claro. A Igreja é clara nesse aspecto: a vida humana deve ser respeitada desde a concepção até à morte natural.O Papa Francisco mostrou-se chocado com o encerramento de fronteiras, com o tratamento dado aos migrantes, com os conflitos globais. Alertou para estes dramas. Também aqui, deixou um legado importante?O Papa era um homem sensível a todos, sobretudo aos que mais precisavam — à periferia e à ultra-periferia.É verdade que cada região, cada continente, cada país tem as suas responsabilidades e as suas estruturas. Mas o ser humano não pode fechar os olhos aos dramas de outros seres humanos.Em 2015, Dom Arlindo Gomes foi nomeado cardeal de Cabo Verde pelo Papa Francisco. Que homem era este Papa?Felizmente, tive muitas oportunidades de estar com ele. Era um homem de Deus, um homem ao serviço da Igreja, e que tinha uma visão do conjunto. Procurava reduzir a situação de periferia de certos sectores do mundo e da própria Igreja, para que todos se sentissem em família, com dignidade, em todas as circunstâncias.Senhor acredita que o próximo Papa poderá vir do continente africano?Penso que, como aconteceu no passado, também agora Jesus providenciará um Papa à altura dos desafios da Igreja e do mundo de hoje. O Papa é da Igreja — por isso pode vir da Europa, da Ásia, das Américas, de África ou da Oceânia.Deve ser um homem da Igreja, e que desempenhe um papel suficiente — se não mesmo extraordinário — para que a Igreja continue a sua missão no mundo, ao serviço da humanidade.Dom Arlindo Gomes poderá desempenhar esse papel na Igreja?O Espírito Santo saberá. Aqui não há ambições pessoais, nem palpites.Confiamos no Espírito Santo e temos a certeza de que surgirá um Papa de que a Igreja precisa, nos tempos de hoje — seja ele quem for.
Uma comissão da Câmara Municipal vai discutir os atuais contratos de concessão do serviço de transporte coletivo de passageiros em Belo Horizonte; A Petrobras vai reduzir em 12 centavos o preço do diesel para distribuidoras a partir de amanhã; O Papa Francisco visitou hoje a prisão de Regina Coeli, em Roma, durante as atividades de celebração da Páscoa. See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Papa Francisco abriu a porta à beatificação de Antoni Gaudí através da aprovação de um decreto. O Padre João Basto explica que apesar do processo não ser recente, ainda vai demorar.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Três anos de guerra na Ucrânia: o presidente Volodymyr Zelensky disse em Kiev que o conflito pode acabar ainda este ano, desde que com garantias. Em Washington, ao lado do presidente da França, Donald Trump disse que o foco é um cessar-fogo rápido e Macron defendeu o respeito à soberania ucraniana. A Alemanha confirmou a vitória dos conservadores ligados à ex-primeira-ministra Angela Merkel. A extrema-direita dobrou os votos de quatro anos atrás e ficou em segundo lugar. Chefes de agências do governo americano orientaram os funcionários a ignorarem uma nova ameaçam de Elon Musk. O Papa Francisco teve leve melhora no décimo dia de internação. Um em cada quatro jovens empregados brasileiros diz que deseja trabalhar mais.
Trabalhadores terceirizados da rede municipal de ensino de Belo Horizonte decidiram hoje manter a greve por tempo indeterminado; O presidente Lula cumprimentou hoje a União Democrata Cristã pela vitória nas eleições parlamentares da Alemanha, disputadas neste domingo; O Papa Francisco permanece em estado crítico mas apresentou hoje leve melhora nas condições de saúde. See omnystudio.com/listener for privacy information.
As delegações norte-americana e russa estiveram esta terça-feira, 18 de Fevereiro, reunidas em Riad, capital da Arábia Saudita, a discutir sobre o destino da Ucrânia, sem presença ucraniana. "A política externa de Donald Trump rompe com o internacionalismo liberal que guiou os Estados Unidos da América (EUA) nos últimos 125 anos", lembra a professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, Maria Ferreira, sublinhando que "Trump não reconhece a União Europeia como potência regional preferindo favorecer regimes autocráticos". RFI: De que forma olha para esta recente postura de Donald Trump em relação à Rússia, para o futuro da geopolítica internacional. Este pode ser um ponto de viragem nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia. O que está a acontecer entre a Rússia e os Estados Unidos?Está a acontecer o total romper de expectativas em relação à política externa norte-americana. Nas Relações Internacionais, há uma diferença entre anarquia e anomia. Até aqui, existia anarquia internacional, mas havia algumas expectativas em relação ao comportamento dos Estados. O que Donald Trump está a fazer é pôr fim ao internacionalismo liberal que guiou a política externa norte-americana nos últimos 125 anos, desde Theodore Roosevelt. E está a substituir o internacionalismo liberal pela adopção de um realismo absolutamente ofensivo que se baseia na ideia de que os Estados, mesmo as democracias, têm um direito natural à expansão geográfica. Colocando-se ao lado de Putin, Donald Trump solidifica a sua aliança de autocracias, legitima a sua pretensão à Gronelândia, quebrando com aquelas que foram as premissas da política externa norte-americana desde o início do século, ou seja, com as constantes linhas de força da política externa norte-americana nos últimos 125 anos.O que Trump está a mostrar é que só reconhece grandes potências no plano internacional e a União Europeia não é considerada como uma potência regional na Europa. Até porque, como o vice-presidente dos Estados Unidos afirmou em Munique, a Europa não se encaixa na visão ideológica da administração Trump, que favorece autocracias e não democracias. Trump, no fundo, o que quer é um espaço pós-soviético nas mãos de Vladimir Putin. Faz lembrar a citação de Tucídides: "Os fortes fazem o que querem, e os fracos sofrem o que têm que sofrer".Mas há também aqui a questão da China. A prioridade de Trump será, a seu ver, conter a China, que apoia a Rússia e não a resolução da questão ucraniana?Não me parece. Parece-me que, neste momento, e antes de se tratar da questão chinesa, Donald Trump está muito interessado em criar um conflito na Europa pela hegemonia regional, e os Estados Unidos estão a favorecer a Rússia à custa da União Europeia e da Ucrânia. Aliás, existe aquilo a que Thomas Gomart, director do Instituto Francês de Relações Internacionais, descreve como uma espécie de convergência ideológica entre Washington e Moscovo. E, portanto, há aqui uma espécie de prenda estratégica que foi dada a Vladimir Putin, mesmo sem qualquer concessão por parte de Moscovo em relação ao futuro da Ucrânia. O problema é que a União Europeia se encontra profundamente dividida. Este modus operandi das reuniões que excluem os Estados europeus e incluem outros mostra essa profunda divisão da Europa, que acontece porque poucos Estados europeus querem efectivamente enviar tropas para a Ucrânia, designadamente da Polónia ou Alemanha. Portanto, há aqui uma falta de posição da União Europeia quanto às garantias de segurança que podem ser dadas à Ucrânia. Face a esta acção e esta convergência ideológica entre a Rússia e os Estados Unidos, que, para quem acompanha as relações internacionais há muitas décadas, é absolutamente inusitada.O que ganha a Rússia com esta aproximação, o facto de os Aliados europeus não enviarem tropas, por exemplo, para a Ucrânia?A Rússia quer criar no espaço pós-soviético, e é preciso dizer que, para a Rússia, o espaço pós-soviético inclui, por exemplo, os Estados bálticos, que já são membros da União Europeia e da NATO. Quer criar no espaço pós-soviético uma espécie de zona tampão, que, na retórica de Putin, iria proteger a Rússia de um eventual ataque da NATO, que, desde o fim da Guerra Fria, tem-se naturalmente expandido para leste, porque os Estados veem a NATO como o único mecanismo de segurança colectiva que podem ter face a uma Rússia que nunca se democratizou e que manteve as suas tendências autocráticas.Portanto, o que Putin faz é criar um inimigo no Ocidente e legitimar, através de diversas estratégias discursivas, a ideia de que a NATO continua a ser um perigo para a autonomia territorial russa e legitima, assim, a vontade de criar um espaço de segurança alargado na Ucrânia e que vai atingir outros Estados, os Estados do espaço pós-soviético. Isto é, no fundo, um conflito pela hegemonia regional da Europa, um conflito ideológico entre o modelo democrático, simbolizado pela União Europeia, e o modelo autocrático, simbolizado pela Rússia. E quando, nos Estados Unidos, acontece o impensável, ou seja, temos uma administração mais autocrática ou ideologicamente muito conservadora, muito próxima dos valores da extrema-direita, é claro que essa convergência ideológica, que seria impensável há dez anos entre Washington e Moscovo, agora parece real.Qual seria a estratégia de Trump para garantir um cessar-fogo eficaz entre a Rússia e a Ucrânia? Isto é uma ilusão? Ele está disposto a fazer concessões territoriais para enfraquecer a Europa, como a entrega da Crimeia ou do Donbass à Rússia para garantir uma suposta paz. É realista esperar, nesta altura, que a Rússia se comprometa a não invadir novos territórios e deixar de ser uma ameaça concreta?Não. Eu penso que aquilo que Trump pretende é fortalecer a Rússia. E aqui, a questão da relação com a China não é despiciente, porque, criando uma potência regional no espaço euro-asiático, de certa forma vai criar um rival geopolítico capaz de enfrentar a China. Infelizmente, para a Ucrânia e para a União Europeia, aquilo que Putin vai provavelmente fazer está como está a fazer com Israel em relação à Palestina e à Faixa de Gaza: satisfazer as pretensões territoriais de Vladimir Putin. Quais são elas? Nós não sabemos, neste momento, e nesse sentido, fortalecer a Rússia como pilar da segurança na Europa e como contrapoder no espaço euro-asiático.Donald Trump retoma a estratégia de pivot para a Ásia que tinha sido iniciada por Barack Obama. De que forma é que esta estratégia do pivot para a Ásiapode ter impacto na posição dos Estados Unidos em relação à Europa, e concretamente, porque estamos a falar disso? Da Ucrânia?As estratégias de Barack Obama e Donald Trump divergem ideologicamente. Barack Obama nunca quis criar na Europa Central e de Leste uma potência regional com tendências claramente autocráticas. Barack Obama sempre teve uma excelente relação com os líderes da União Europeia. Portanto, o que nós agora estamos a assistir é a uma mudança de sinal ideológico nos Estados Unidos e ao empoderamento de um novo pivot no espaço europeu e asiático, que é claramente um pivot autocrático. Aquilo que várias administrações norte-americanas tentaram ao longo do período que se seguiu ao fim da Guerra Fria foi tentar contribuir para a democratização da Rússia. E eu penso que Barack Obama ainda teve algumas ilusões em relação às intenções ofensivas de Putin. Donald Trump não tem qualquer ilusão quanto a essas intenções ofensivas, até porque reparemos que ele tem intenções ofensivas em relação a outros territórios na Europa.Portanto, o objetivo não é tentar contribuir para a mudança do regime na Rússia, criando um pivot regional mais democrático do que autocrático. O objetivo é afirmar a ideia neorrealista ofensiva de que mesmo as democracias, tal como as autocracias, têm o mesmo direito à expansão natural do seu território, se isso satisfizer os seus interesses. E, portanto, os Estados mais fracos ficam na mão desta ideia ofensiva de que Estados como a Rússia ou os Estados Unidos têm este direito natural, essa legitimidade natural, à sua expansão geográfica, o que coloca em questão todos os pilares da segurança colectiva, regional e universal que foram definidos após a Segunda Guerra Mundial.Para defender essas questões de segurança, como e quem pode travar as intenções ofensivas, quer dos Estados Unidos, quer da Rússia? Como não existe um superestado nas relações internacionais. Neste momento, a Europa não consegue emergir nem como uma potência militar, nem sequer como uma potência moral que, de alguma forma, pudesse ser um contraponto normativo, quer ao modelo autocrático de Trump, quer ao modelo autocrático de Vladimir Putin. Não estou a ver como é que alguém ou alguma força pode ser um contraponto a esta vontade ofensiva e a esta hegemonia universal e regional, russa e norte-americana.É muito interessante que, nos últimos dias, estamos a assistir à degradação da saúde do Papa Francisco. O Papa Francisco tem sido aquilo que a União Europeia não consegue ser em relação à guerra na Ucrânia e à interação entre Putin e Trump. Ou seja, o Papa Francisco tem sido a voz moral da Europa e do mundo. Se ele desaparecer nos próximos dias, vai-se calar provavelmente a única voz normativa de oposição e de contra-discurso a esta estratégia de poder pelo poder e esta estratégia ofensiva de duas grandes potências.
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, teve a licença médica prorrogada por 15 dias; O Papa Francisco está sem febre e em condição clínica estável; O Governo Federal anunciou hoje nova licitação para renovar a frota naval do Sistema Petrobras See omnystudio.com/listener for privacy information.
Os franceses e o mundo católico acompanharam este fim-de-semana a reabertura a catedral de Notre Dame de Paris, cinco anos após o incêndio que a destruiu quase totalmente. As celebrações da reabertura da catedral de Notre Dame de Paris prosseguiram este domingo, 8 de Dezembro, com duas missas. Pela primeira vez desde 2019, a Sé de Paris celebrou uma missa com público.O Presidente Macron esteve presente, reafirmando o compromisso pessoal com a restauração do edifício histórico. A cerimónia religiosa contou com mais de 170 bispos de todo o mundo, bem como representantes das paróquias da diocese de Paris.No sábado à noite, o arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, abriu as portas da catedral para uma cerimónia em dois tempos: político e litúrgica. O arcebispo de Paris bateu três vezes com a sua cruz nas portas, abrindo-as novamente ao público.No seu discurso, dentro da catedral, devido ao mau tempo, o Presidente francês, Emmanuel Macron, expressou a "gratidão da nação francesa a todos os que salvaram, ajudaram e reconstruíram" a catedral de Paris.Foram ainda homenageados os bombeiros e artesãos que ajudaram a salvar a catedral gótica do século XII.O monumento histórico voltou a abrir perante caras bem conhecidas: o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Joe Biden estive ausente, mas representado pela esposa, Jill Biden, o príncipe William, em nome do Reino Unido, bem como o empresário norte-americano Elon Musk. O Presidente guineense, Umaro Sisocco Embaló, o primeiro-ministro são-tomense e a secretária de Estado da Cultura portuguesa marcaram presença.Patrice Trovoada recordou o dia 15 de Abril de 2019 e descreveu um choque emocional. "Todas as televisões estavam viradas para o incêndio. O primeiro choque emocional fez-me pensar no 11 de Setembro, ao ver o edifício a ser consumido pelo incêndio e cair aos pedaços. Tendo vivido uma parte da minha juventude em Paris, é evidente que ficamos com uma grande tristeza, mas o facto de o governo francês, dos franceses terem, em cinco anos, recuperado o edifício mostrou uma forma de resiliência, de engajamento, de patriotismo, é positivo", descreveu.O chefe de governo são-tomense reconhece a reatividade da França e dos franceses para restaurar em cinco anos o monumento histórico. "Há muitas coisas positivas: a tecnologia, mas também a preservação de métodos antigos, criativos. Não só o património, mas as pessoas, os artesãos que conseguiram salvaguardar o monumento", acrescentou Patrice Trovoada, sublinhando a importância deste ter havido um dialogo inter-religioso."Estive ainda há uns meses com a Sua Santidade, o Papa Francisco, e estou convencido de que a Igreja Católica está aberta ao diálogo inter-religioso. O mundo precisa de tolerância e precisa de paz e é por isso que estamos todos aqui, católicos, muçulmanos, laicos e outras religiões", concluiu.Em Abril de 2019, na altura do incêndio, o arquitecto português Amadeu Magalhães, chefe de projeto no atelier parisiense PCA-STREAM, acreditava que era tempo de repensar a Catedral de Paris. Passados cincos anos, o debate em torno da estética inicial passou para segundo plano: "Aquando do incêndio, tenho memória de ter dito que seria provavelmente uma oportunidade para repensar a Notre-Dame. A estratégia que foi definida foi claramente outra; foi a de reconstruir. Mas também essa parte de reconstruir teve o seu interesse porque foi reconstruído, utilizando métodos diferentes, introduzindo elementos diferentes em relação ao que existia. Não podemos esquecer que estamos a trabalhar num edifício que é património mundial, que tem a sua autenticidade histórica. Houve bastantes pressões internacionais para se manter esta identidade da Catedral. Era uma estrutura que estava em perigo, o incêndio afectou muito a estabilidade do edifício, então foi necessário utilizar métodos que deixassem proteger de certa forma a estrutura existente e que permitissem receber, de novo, as estruturas dos elementos que tinham caído", descreve o arquitecto.O Papa Francisco enviou uma mensagem lida pelo arcebispo de Paris, Laurent Ultrich, durante a cerimónia oficial de reabertura da catedral. Na mensagem, o Papa pediu às autoridades francesas que acolham "generosa e gratuitamente" a "enorme multidão" de pessoas que vão querer visitar a reconstruída catedral de Notre-Dame, em Paris.A mensagem do Papa, que não esteve fisicamente na cerimónia, surge na altura em que o ministério francês da Cultura levantou um debate, propondo que seja cobrada a entrada aos visitantes de Notre-Dame.São esperados 15 milhões de visitas anuais, Notre-Dame de Paris vai voltar a ocupar o lugar como um dos marcos culturais e espirituais mais importantes do mundo. "Rever de novo a Notre-Dame é muito bom. Vamos perceber que não foi feita da mesma forma, mas se calhar até foi enriquecida com as técnicas como foi reconstruída. Vai voltar a trazer todas aquelas pessoas que se deslocavam, que ouviam falar de Notre-Dame, que vinham a Paris", acredita Amadeu Magalhães.A catedral gótica do século XII nasceu num tempo em que se construía uma nova relação entre o Homem e Deus. Assume-se, hoje, como um pilar de valores, sobretudo num mundo de fragilidades, defende a secretária de Estado da Cultura portuguesa, Maria de Lurdes Craveiro.A catedral de Notre Dame "congrega valores simbólicos importantíssimos. Não é por acaso que ela nasce num tempo em que se começa a construir outra relação do Homem com Deus. Não é muito em função de toda uma prática filosófica de matriz religiosa, e com São Tomás de Aquino, à mistura, que apela a outra participação do homem, como destinatário e construtor do seu destino. Os modelos artísticos que se propagam decorrem muito a partir, não exatamente em primeira mão da Catedral, mas a partir do trabalho laborioso do abade Suger, que, exactamente às portas de Paris, projecta este modelo de construção e de articulação entre o Homem e Deus. Portanto, é uma nova relação que se constrói e que se projecta, tanto que a partir daqui", explica-nos.Maria de Lurdes Craveiro lembra o carácter cíclico destas tragédias: "As igrejas, de maior ou menor dimensão, são organismos que têm a sua própria vida, organismos que se desgastam, organismos que são construídos a partir de materiais perecíveis e, portanto, estão, de alguma forma, também condenados a uma vida que tem princípio, meio e fim. Os incêndios fazem parte da trajectória normal das construções porque são construídas por vários materiais, obviamente, onde consta a madeira, que não deixa de ser um material frágil e portanto, a determinada altura, ocorrem estas situações. Nestas ocorrências, na medida do possível, tentamos essa recuperação, como se verificou neste caso concreto aqui em Notre-Dame".A estrutura de madeira destruída depois do incêndio foi reconstruída a 32 metros de altura, utilizando ferramentas do século XIII. Foram precisas 20.000 horas de estudo para conceber esta nova estrutura, 100.000 horas de trabalho nos ateliers e 40.000 horas de montagem. A limpeza minuciosa dos vitrais, uma tarefa considerada impossível dentro dos prazos temporais, foi bem sucedida e resultou numa catedral que nunca esteve tão iluminada. O custo da restauração ultrapassou os 700 milhões de euros, financiados por 340.000 doadores.
Eleitores que não votaram neste domingo têm até o dia 5 de dezembro para justificar a ausência; O Procon-MG disse hoje ter multado a XP Investimentos em 5 milhões de reais por prática de publicidade enganosa; O Papa Francisco anunciou ontem um Consistório para a criação de 21 novos cardeais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
São Paulo contra o fogo: na capital e no interior, aviões e helicópteros se revezam, um atrás do outro, lançando milhares de litros de água sobre as chamas. No Rio de Janeiro, cariocas usaram baldes para proteger casas cercadas pelas queimadas. A multiplicação dos focos de incêndios no Estado do Rio bateu o recorde do ano em apenas 24 horas. Brigadistas de Mato Grosso flagraram um paredão de fogo cobrindo as margens do Rio Xingu. Moradores do Amazonas sofrem com a pior seca do Rio Solimões. A cidade depende diretamente dos rios. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou os Estados Unidos e a Europa, na guerra contra a Ucrânia. O Papa Francisco criticou Kamala Harris e Donald Trump, candidatos americanos à presidência. E começou a edição histórica dos 40 anos do Rock in Rio.
O Papa Francisco terminou hoje a visita a Timor-Leste, deixando palavras de encorajamento aos timorenses para manterem a sua liberdade e individualidade face a "crocodilos" que se querem apoderar da sua cultura. Timorenses viveram momento de "união" que vieram reforçar as celebrações dos 25 anos do referendo que levou à independência do país. O Papa Francisco encerrou hoje a visita de três dias a Timor-Leste, mobilizando quase metade do país que o seguiu até à capital, Díli. Em entrevista à RFI, a a irmã Luciana, religiosa timorense da congregação Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus, considerou que não há palavras para definir estes últimos dias em Timor-Leste."Esta visita para mim foi enorme satisfação em termos de ser como irmã, como também timorense. Sinto uma alegria enorme em participar aqui. Eu já participei nas Jornadas Mundiais em Portugal, mas é diferente viver uma visita do Santo Padre aqui em Timor. Sentir que aqui é mais uma confirmação de que a minha fé e também a fé católica aqui em Timor. Precisamos sobretudo este apoio cada vez mais do nosso líder. Sentimos esta emoção que não dá para descrever, não dá para falar, não dá para contar com em palavras", indicou.A visita do Papa Francisco teve início na segunda-feira com uma cerimónia de boas-vindas na Presidência timorense e encontros com as autoridades, na terça-feira realizo uma grande missa em Tasi Tolu perante quase metade da população do país e hoje encontrou-se com a juventude antes de partir para Singurapura, última paragem deste périplo aisático.Esta visita decorreu poucos dias depois de Timor ter celebrado os 25 anos do referendo que levou à indendência do país e para a irmã Luciana esta visita veio coroar estas celebrações, reforçando a singularidade deste país onde 99,6% da população é católica."É um coroar e uma confirmação da própria identidade da nossa, que é cristã. Essa visita tão importante, para nós é a confirmação da nossa identidade timorense. Não só como nação. É sobretudo aquilo que o Papa Francisco falou de que a riqueza ou tesouro de uma sociedade não são as suas riquezas naturais. Digamos aqui em Timor, que é o caso do petróleo e gás natural e outras coisas, mas sobretudo o povo em si, o povo e as pessoas em si que vivem nesta nação. E para nós, sobretudo, é uma confirmação da independência", disse esta religiosa.A irmã Luciana viveu ainda sob o domínio da Indonésia e lembrou o "medo" dos timorenses face às autoridades que os impediam de se exprimir em português e de manterem as suas tradições."Quando os indonésios estiveram cá, estávamos a viver debaixo do domínio dos indonésios e estávamos com medo. Eu ainda senti aquele medo em que expressava a nossa fé de uma forma muito tímida e também, sobretudo a palavra medo em si quase que cobre todo toda a religião católica. Aqui em Timor, quando viviam os indonésios, porque nós não podíamos rezar em português nem nada disso. Mas agora eu sinto essa liberdade de expressar a nossa fé de uma forma alegre e de uma forma convicta. Sentimo-nos unidos esses dias e eu estive fora de Timor durante 21 anos e sinto que Timor está muito avançado em termos de muitas coisas", concluiu.
Alguns destaques do Jornal da Manhã dessa segunda-feira (09): Sob ameaças de prisão, Edmundo González pede asilo político à Espanha e deixa a Venezuela. O ex-candidato da oposição chegou ontem à região de Madri, em um avião da Força Aérea espanhola e divulgou áudio afirmando que pretende seguir lutando pela recuperação da democracia e pela liberdade dos venezuelanos. Polícia da Venezuela encerra cerco à embaixada da Argentina, em Caracas, após asilo de Edmundo González. Os agentes deixaram as imediações do prédio que está sob a guarda do Brasil e onde seis oposicionistas estão asilados e a energia elétrica que havia sido cortada na noite de sexta-feira foi restabelecida. Lula faz reunião de emergência com assessores para debater a relação com a Venezuela. O governo admite que apesar dos esforços do Brasil para mediar a crise e buscar uma saída política, o momento é de tensão entre os dois países, após rompimentos de acordos por Nicolás Maduro. Termina hoje prazo dado pelo STF para que governo e Congresso apresentem regras para pagamentos das emendas parlamentares. O acordo, que ainda será analisado no plenário da Corte, busca normatizar os ajustes previstos em reunião dos poderes no dia 20 de agosto, para dar maior transparência às verbas, cujo pagamento foi suspenso pelo ministro Flávio Dino. Pesquisa mostra Kamala Harris e Donald Trump tecnicamente empatados. No levantamento do jornal The New York Times, publicado dias antes do primeiro debate, a democrata aparece com 48% das intenções de votos, contra 47% do republicano. Superior Tribunal de Justiça é alvo de ataques hacker e diz que não houve prejuízo aos usuários. Segundo a Corte, na sexta-feira, uma ação criminosa tentou paralisar o sistema, mas as equipes retomaram o controle em poucos minutos, assegurando o funcionamento dos serviços digitais. Lula busca novo nome para substituir Silvio Almeida na pasta dos Direitos Humanos e da Cidadania. A intenção foi manifesta pelo presidente aos assessores, após a demissão do ministro por denúncias de assédio sexual. E a deputada estadual Macaé Evaristo, de Minas, é considerada favorita para o cargo. Jair Bolsonaro diz que Pablo Marçal tentou tirar proveito de ato na Avenida Paulista. Em mensagem no WhatsApp, o ex-presidente afirmou que o empresário, que foi barrado no sábado ao tentar subir em trio elétrico, onde oradores discursavam, buscava fazer palanque às custas do trabalho e risco dos outros. Incêndio de 4 dias destrói 10 mil hectares da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. O fogo, ainda fora de controle, é combatido por mais de 50 brigadistas e 2 aviões. Em Rondônia, o Parque Estadual de Guajará-Mirim, em chamas há 2 meses, já perdeu o equivalente a 73 mil campos de futebol. Em novo boletim médico, o Hospital das Clínicas de São Paulo informa que o estado de saúde da atriz Maidê Mahl continua grave e estável. A artista está internada na UTI desde que foi achada em um quarto de hotel na Vila Mariana, com ferimentos pelo corpo e desacordada, depois de 3 dias desaparecida. O DHPP investiga o caso. O Papa Francisco visita Papua-Nova Guiné e pede fim da violência no mundo. O Pontífice celebrou ontem missa para 35 mil pessoas e encerrou hoje a passagem pelo país, com discurso e encontro com jovens, antes de voar para o Timor-Leste, terceira etapa da viagem à Asia. O Brasil encerra a participação na Paralimpíadas de Paris com recorde de pódios e no Top 5 pela primeira vez. Atletas brasileiros conquistaram 89 medalhas, sendo 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze, muito acima das 72 obtidas em Tóquio 2020, e na Rio 2016. Essas notícias e muito mais você confere nessa edição do Jornal da Manhã. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
As águas do Guaíba recuam mais um pouco. O governo gaúcho afirma que a régua de medição não estava refletindo a realidade e pelo novo parâmetro, a inundação em Porto Alegre está menor do que se considerava. Nossos repórteres mostram a situação no sul do estado. E os gaúchos enfrentam dificuldades para se cadastrar no auxílio reconstrução. O Ministério da Justiça estabeleceu diretrizes para câmeras corporais de policiais. O Congresso derrubou veto do presidente Lula e voltou a proibir a saída temporária de presos. O julgamento do ex-presidente americano Donald Trump por fraude entrou na reta final. O Papa Francisco pediu desculpas por uma declaração homofóbica.
O Papa Francisco deixa um rasto de luz, como a Sininho do Peter Panf742d5fb-701b-ef11-
Pesquisadores brasileiros apontaram a relação entre fenômenos climáticos e o aumento dos casos de dengue no país. A baixa procura por vacinas contra a doença deixou autoridades em estado de alerta. O Brasil registrou a maior taxa de doadores de órgãos da história. Médicos explicaram porquê os brasileiros estão piscando menos. A explosão de um caminhão-tanque em Belo Horizonte deixou feridos e um morto. O combustível em chamas escorreu pelas ruas e incendiou casas da região. O Papa Francisco lançou uma autobiografia e declarou que não pensa em renunciar. E o musical que celebra os 40 anos do Rock In Rio.
Nesta segunda-feira, líderes dos Três Poderes se reuniram no Congresso Nacional com parlamentas, governadores, ministros de Estado e outros representantes para o encontro “Democracia Inabalada”. Um homem de 28 anos morreu após o elevador de carga de um prédio de nove andares despencar nesta manhã, em Capão da Canoa. A prefeitura de Porto Alegre confirmou nesta segunda que o Esqueletão, como é conhecido o Edifício Galeria Quinze de Novembro, no Centro Histórico de Porto Alegre, será demolido de forma mista. O Papa Francisco pediu nesta segunda-feira à comunidade internacional que proíba a barriga de aluguel, denunciando uma "comercialização" do corpo humano. O filme Oppenheimer venceu cinco prêmios e foi o grande vencedor do Globo de Ouro 2024.
O Papa Francisco cancela discurso em reunião com rabinos no Vaticano, após ter uma indisposição. O mercado financeiro eleva estimativa da inflação 2024 de 3,90% para 3,91%. A ativista Ahed Tamimi, símbolo da resistência palestina, é detida por incitação ao terrorismo. O Brasil marca cúpula com os presidentes dos países do Mercosul antes das eleições da Argentina. E Vladimir Putin decide concorrer às eleições presidenciais de março.
O Papa Francisco esteve em Portugal cinco dias e não deixou ninguém indiferente. A Jornada Mundial da Juventude foi um sucesso, trouxe até Lisboa centenas de milhares de peregrinos dos quatro cantos do mundo, muita gente contribuiu para que tudo corresse bem, mas, escreve Miguel Sousa Tavares, “foi uma festa linda, que Francisco inspirou e Francisco mereceu”. O cronista do Expresso faz das palavras e da acção do Papa o tema principal do texto com que regressa de férias. Ouça o podcast Miguel Sousa Tavares de Viva Voz para saber mais. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Um grupo de cidadãos juntou-se e mandou colocar três cartazes dando conta do número de vítimas dos abusos sexuais no seio da Igreja Católica portuguesa. A autarquia de Oeiras mandou retirar o cartaz de Algés, mas estes são números que não podem ser apagados. O Papa Francisco encontrou-se com algumas das vítimas e o não esqueceu o tema quando falou para o clero. Neste episódio, conversamos com António Grosso, fundador da associação “Coração Silenciado”, onde estão algumas das vítimas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Papa Francisco estará em Lisboa, de 2 a 6 de agosto, depois de ter estado por apenas 24 horas no centenário das chamadas aparições em Fátima, em 13 de maio de 2017. São cinco dias de agenda intensa dominada pelo encontro nas Jornadas Mundiais de Juventude (JMJ) com jovens que estão a chegar de todo o mundo.
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), arranca na próxima terça-feira, em Lisboa, e prolonga-se até ao domingo seguinte. Neste P24 esclarecemos com a jornalista Inês Pinto Pereira as dúvidas sobre a jornada para quem quer ver o Papa Francisco ou para quem quer só fugir da confusão.
O Papa Francisco completou 10 anos na liderança da Igreja Católica, com acenos à comunidade LGBTQIA+. Ainda assim, a estrutura religiosa permanece quase inalterada e conciliar a fé católica e a sexualidade que foge da heteronormatividade demanda concessões e negociações.APOIE O DISSIDENTESapoia.se/dissidentesREDES SOCIAIS@dissidentespod@sukevicius
Mamileiros e mamiletes, o que inspira o Mamilos Cultura dessa semana é o documentário “Amém: perguntando ao Papa”, disponível na Star Plus. No filme, jovens entre 20 e 25 anos, católicos e não católicos, têm a chance de conversar com o Papa, em um bate-papo franco, honesto, sem deixar de navegar em temas polêmicos. Entre o assuntos abordados estão migração, aborto, identidade de gênero, orientação sexual, abusos na igreja, entre outros. Aperta o play e vamos juntos! _____ FALE CONOSCO . Email: mamilos@b9.com.br _____ CONTRIBUA COM O MAMILOS Quem apoia o Mamilos ajuda a manter o podcast no ar e ainda participa do nosso grupo especial no Telegram. É só R$9,90 por mês! Quem assina não abre mão. https://www.catarse.me/mamilos _____ Equipe Mamilos Mamilos é uma produção do B9 A apresentação é de Cris Bartis e Ju Wallauer. Pra ouvir todos episódios, assine nosso feed ou acesse mamilos.b9.com.br Quem coordenou essa produção foi Beatriz Souza. Com a estrutura de pauta e roteiro escrito por Cris Bartis e Ju Wallauer. A edição foi de Mariana Leão e as trilhas sonoras, de Angie Lopez. A coordenação digital é feita por Agê Barros. O B9 tem direção executiva de Cris Bartis, Ju Wallauer e Carlos Merigo. O atendimento e negócios é feito por Telma Zenaro.
O Papa Francisco e o Cardeal Tolentino. O século XX na Ucrânia e o século XII emPortugal. Reis, cientistas, poetas. Romances antigos e modernos. E até bandadesenhada. Este ano houve de tudo um poucoSee omnystudio.com/listener for privacy information.