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O episódio de hoje é a leitura de um pequeno ensaio que procura problematizar a Cultura e as medidas culturais em Portugal, evidenciando medidas datadas, preconceitos com os agentes culturais privados e a preocupação na manutenção do Statu Quo. ____ (00:00:00) Introdução ao episódio e explicação do tema: uma carta aberta à cultura. (00:02:00) - Reflexões iniciais sobre a relação entre cultura, política e outras dimensões da experiência humana. (00:05:00) - Crítica à visão de que a cultura em Portugal pertence a um espectro político específico. (00:07:00) - Análise do estudo sobre os hábitos culturais dos portugueses e suas implicações. (00:09:00) - Debate sobre a má gestão dos recursos culturais públicos, com destaque para o CCB. (00:11:00) - Críticas à distinção entre alta e baixa cultura e ao desrespeito pelo setor privado cultural. (00:13:00) - Reflexões sobre medidas governamentais e a falta de apoio ao setor privado, como no PRR. (00:14:00) - Problemas da gratuitidade cultural e comparação com políticas culturais internacionais, como o passe cultural francês. (00:19:00) - Críticas ao modo como a liberdade cultural é entendida e regulada em Portugal. (00:24:00) - Considerações sobre o impacto das políticas públicas na visão do público sobre cultura. (00:26:00) - Encerramento com referências a Almada Negreiros e reflexões finais sobre a necessidade de mudança na abordagem cultural em Portugal. — Links do Episódio: Transcrição do Ensaio: poetadacidade.com Bibliografia completa: patreon.com/poetadacidade Livro "Manifesto Anti-Dantas": Wook — Para apoiarem este podcast, colocarem questões aos convidados, ter acesso a conteúdo exclusivo e fazer parte de uma comunidade de pessoas em que a cultura, a arte e a literatura ocupam um lugar primordial, tornem-se patronos em patreon.com/poetadacidade ✨ — Redes Sociais: Livro e Audiobook disponível em poetadacidade.com Pedro IG: instagram.com/opoetadacidade Pedro Twitter: twitter.com/opoetadacidade Pedro TikTok: tiktok.com/@poetadacidade Dizer IG: instagram.com/podcastdizer Dizer Clips TikTok: tiktok.com/@podcastdizer
As camélias foram adoptadas pela cidade do Porto há mais de duzentos anos. Este património natural e cultural é protagonista de uma exposição muito procurada. É de camélias, de cinema e da Festival das Bonecas que falamos no Agora Ia desta semana.
Edição de 30 de Julho 2023
Catarina Almada, uma das netas de Almada Negreiros, é a convidada desta semana do podcast Lisboa e os Lisboetas. Num percurso que começa na Gare Marítima de Alcântara, onde estão dois painéis de Almada Negreiros ("Nau Catrineta" e "Quem Não Viu Lisboa, Não Viu Coisa Boa"), este é um episódio que nos mostra Lisboa pelos olhos de um dos maiores artistas portugueses.
Almada Negreiros é uma figura ímpar no panorama artístico português do século XX. Essencialmente autodidata (não frequentou qualquer escola de ensino artístico) ... Movimento(s): Modernismo Nascimento: 7 de abril de 1893; Trindade (São ... Morte: 15 de junho de 1970 (77 anos); Lisboa Nacionalidade: português Biografia · Teatro · Algumas obras --- Send in a voice message: https://anchor.fm/josemar-barboza-da-costa/message Support this podcast: https://anchor.fm/josemar-barboza-da-costa/support
A tradição está nas ruas, nas nossas vidas, nos usos e costumes. E salta para a arena sempre que é contestada entrando em conflito com o novo, o moderno, o progresso. À maneira de Almada Negreiros, no seu “Manifesto Anti-Dantas”, de 1915, as palavras de ordem podem ser: “Basta, Pum! Basta!"See omnystudio.com/listener for privacy information.
Até ao final do mês de Outubro a Casa Caillebotte, nos arredores de Paris, acolhe a exposição "Modernités Portugaises”. A história do modernismo português tem como curadora Anne Bonnin. Abrangendo um longo período, desde os anos 1910 até aos anos 1960, a exposição conta a história do modernismo português, na qual o poeta Fernando Pessoa é uma figura central e o seu principal fundador. Um movimento que se desenvolve entre Portugal e Paris. Até ao final do mês de Outubro a Casa Caillebotte, em Yerres, arredores de Paris, acolhe a exposição "Modernités Portugaises”, “Modernidades Portuguesas”. Desde os anos 1910 até aos anos 1960, a exposição conta a história do modernismo português. Anne Bonnin é a curadora da exposição. Abrangendo um longo período, desde os anos 1910 até aos anos 1960, a exposição conta a história do modernismo português, na qual o poeta Fernando Pessoa é uma figura central e o seu principal fundador. Um movimento que se desenvolve entre Portugal e Paris. A capital francesa, como centro artístico internacional desde o século XIX, acaba por atrair os portugueses em busca de modernidade. Uma história pouco conhecida, que agora a curadora Anne Bonnin traz à ordem do dia. Com mais de uma centena de obras de artistas portugueses, uns conhecidos em França e outros menos, esta exposição acaba por fazer o visitante viajar e a pensar a história da arte, fora das suas grandes figuras. Desde o início do século XIX que os artistas de diferentes latitudes procuram em Paris modernidades. Os portugueses não fogem à regra. A correspondência estabelecida entre 1912 e 1916, entre Fernando Pessoa e o poeta Mário de Sá-Carneiro, instalado em Paris, constitui o primeiro modernismo português. Os artistas desta exposição que integram este primeiro modernismo são Amadeo de Souza-Cardoso, José Almada Negreiros, Santa Rita Pintor e Eduardo Viana. “Esta exposição centra-se no modernismo português. O modernismo apareceu, mais ou menos, no início da década de 1910 e corresponde à ascensão integral das vanguardas internacionais e parisienses. Paris é o centro internacional da época e, por isso, muitos artistas vão a Paris nos anos 10. Um movimento migratório de intelectuais e artistas que foi em grande parte iniciado no final do século XIX. A exposição começa nos anos 1910, é o primeiro modernismo que é encarnado por algumas figuras não muito numerosas. Amadeo Souza-Cardoso, Santa Rita Pintor, José de Almada Negreiros, Eduardo Viana, Fernando Pessoa… Pessoa que é a grande figura inspiradora deste primeiro modernismo com o seu amigo Mário Sá-Carneiro, poeta também. Os dois de alguma forma teorizaram e conceberam o desejo de um Modernismo, que o modernismo aparecesse em Portugal. Que uma arte moderna, uma poesia moderna pudesse ganhar forma em Portugal. Este modernismo é desenvolvido através da correspondência entre Fernando Pessoa, que permanece em Portugal, e o seu amigo Mário Sá-Carneiro, que vem para Paris. No que diz respeito aos artistas, Amadeo de Souza Cardoso é provavelmente a figura mais conhecida, Santa Rita Pintor, uma figura bastante singular, um tipo de “cometa” que se rendeu muito cedo ao cubismo e do qual temos poucas obras, porque morreu jovem e mandou destruir os seus trabalhos. Almada Negreiros que nesta aventura do modernismo participa mais como escritor na revista Orpheu, fundada por Pessoa e Sá-Carneiro. Claro, Eduardo Viana que vai fazer uma carreira, um caminho diferente, por isso é interessante. São percursos muito diferentes que nos fazem entrar numa história.” A exposição reúne artistas que vieram a Paris à procura da arte contemporânea. Apesar de todos procurarem o modernismo, cada um deles tem uma relação singular com a arte da época. "Aqui temos um Eduardo Viana raro, que faz parte dos tesouros do modernismo, estamos diante de uma pérola rara. Plasticamente, este trabalho é único na obra de Viana. É uma manta de retalhos de peças em tecido, infelizmente vemos que perdeu algumas, pelo que é a composição de uma figura de tipo cubista com uma colagem. Vemos macramé e especialmente este patchwork de cores. É claro, pensamos em Sonia Delaunay e nos seus famosos retalhos. Ali Amadeo de Souza Cardoso pintou uma série de janelas, janelas que são de facto figurativas mas também quase abstractas e cúbicas. Mas aqui, não é cubismo, vemos um conjunto de cubos, por isso as janelas. Amadeo morreu muito jovem com a gripe espanhola, teve uma carreira deslumbrante, uma produção muito prolífica e intensa num período de tempo muito, muito curto. Estas são as últimas pinturas de Amadeo. As cores são muito frescas porque após a sua morte, a sua mulher guardou as obras. Foram preservadas, aparentemente, debaixo de uma cama, não viram a luz do dia durante décadas. Daí a frescura das cores. Vemos nestes quadros um Amadeo a experimentar, ainda está num vocabulário um pouco cubista, mas liberta-se, é uma composicional extremamente livre. Encontramos elementos parisienses, uma caixa registadora, uma guitarra, elementos eróticos e um corpo feminino. O que vemos é a riqueza das técnicas, há uma colagem de variedades de espelhos, tecidos, variedade de técnicas. Vemos que há um gozo muito forte na pintura e que entrava numa nova fase de composição. Vamos para a outra sala. É o retrato de Pessoa que nos acolhe. Este retrato foi feito por Almada Negreiros, inspirado num desenho que tinha feito na morte de Pessoa, inspirado pelo seu rosto morto.” Subimos as escadas e duas salas dedicadas ao casal Maria-Helena Vieira da Silva e Árpád Szenes. Dois importantes artistas do pós guerra que encarnam a Paris cosmopolita. Um diálogo excepcional com obras únicas que testemunham a cumplicidade afectiva e artística do casal. “Vieira da Silva chega a Paris muito jovem, aos 20 anos. Conheceu Árpád rapidamente e casou-se em 1930. Nesta sala mostro obras que evocam tanto o estúdio, como o diálogo dos artistas e o seu trabalho pessoal. Duas obras predominam, dois grandes formatos, o retrato de Árpád por Vieira. Magnífico! O retrato bastante típico dos muitos retratos que Arpad fez de Vieira, que é o retrato da poltrona e que se torna uma espécie de emblema. Vieira é, muitas vezes, corpo na sombra de retratos com a sua famosa poltrona de vime. É um magnífico retrato que faz fronteira com a abstracção, mas que não é abstracto e que é muito bonito. Ela nunca dá o passo da abstracção. Há obras abstractas, mas há sempre um elemento de uma relação com uma realidade, por exemplo, nesta mesa redonda, temos a impressão de ver, uma abstracção, mas na verdade, por trás destes motivos abstractos vemos uma cena como uma biblioteca, uma mesa." A fechar a exposição, dois nomes, muito ligados a França, mas desconhecidos: Mário Cesariny e António Dacosta que integram o movimento surrealista. “Aqui um artista que veio para se estabelecer em França a partir de 1947: António Dacosta. Quando chegou a Paris conheceu os seus grandes mestres e entrou em choque e pára de pintar. 40 anos mais tarde, começou um período completamente diferente. Finalmente, distancia-se deste modernismo e vai para outra coisa. Aqui fez um retrato de Pessoa. Vemos esta imagem meditativa, muito melancólica. É por isso que falo de um período pós-moderno que se chama um regresso à pintura e, de qualquer forma, com outra história também. Outra relação com a pintura que já não é a da vanguarda. É uma grande mudança. Nesta segunda fase não há cor. É uma escolha, mas é verdade que os tons são muito mais silenciados.” Até ao final do mês de Outubro a exposição "Modernités Portugaises” está patente na Casa Caillebotte, em Yerres, nos arredores de Paris. Estão expostas as obras de Sarah Affonso, José de Almada Negreiros, Mário Cesariny, António Dacosta, Robert Delaunay, Sonia Delaunay, Ofélia Marques, Santa Rita Pintor, Amadeo de Souza-Cardoso, Árpád Szenes, Eduardo Viana e Maria Helena Vieira da Silva. A exposição integra a programação da Temporada Cruzada Portugal-França. Neste momento Anne Bonnin assume igualmente a curadoria da exposição “Les Péninsules Démarrées”, o panorama da arte contemporânea portuguesa desde 1960, patente até ao dia 26 de Fevereiro de 2023, no Frac Nouvelle-Aquitaine MÉCA – Bordéus.
Passeio de Domingo do CNC, no dia 20 de janeiro de 1991, dedicado ao arquiteto Porfírio Pardal Monteiro e Almada Negreiros com visitas, em Lisboa, aos principais edifícios em que colaboraram: Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Gare Marítima de Alcântara, Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos, edifício do Diário de Notícias e Hotel Ritz. A visita foi guiada por António Pardal Monteiro e Lima de Freitas.
A novella felolvasás vége: 14:17 Sziasztok, Korábbi felhívásainkon felbuzdulva, néhány hallgatónktól felolvasott novellákat kaptunk elemzésre! Ez az adás boncolgatja az utolsót a beküldött novellák közül, ami nem más, mint José de Almada Negreiros „A teknősbéka” című műve. A mű nem jelent meg magyarul, a fordítás a felolvasó, Luca, jóvoltából készült, akivel már találkozhattatok „Brazil filmek” című Vágatlan Verzió adásunkban. „A teknősbéka” valójában egy mese, ahol abszurd dolgok történnek, és ami szimbolikus megvilágításba helyezi azt, hogy mit jelent az emberi élet. Mi az élet értelme? Mi az, amit keresünk az életutunk során? Vajon a kemény munka üdvözít vagy a lelki elmélyülés? Ilyen és ehhez hasonló témákról beszélgetünk ebben az adásban. Jó szórakozást! José de Almada Negreiros eredeti, portugál nyelvű kötete: https://www.amazon.it/tartaruga-Jos%C3%A9-Almada-Negreiros/dp/8897446302 Alternatív linkek: YouTube - https://www.youtube.com/channel/UCxFa2fsANQOxqU6SSBEiOnQ iTunes - https://itunes.apple.com/hu/podcast/v%C3%A1gatlan-verzi%C3%B3/id1382751778?l=hu&mt=2 Spotify – https://open.spotify.com/show/3OVfiTmsGL8iYljlRWZ8g3 Letöltés – https://hearthis.at/vgatlan-verzi/szabadpolc22/download/?secret=XDiLy Social media: Facebook: https://www.facebook.com/vagatlanverziopodcast/ Instagram: https://www.instagram.com/vagatlanverzio/ E-mail: vagatlanverzio.podcast@gmail.com Kulturális forrásaink (minden áthallás jogos, de nem szándékos) : Önkényes Mérvadó, A hét mesterlövésze, Retroschock, Pál Feri, Jordan Peterson Külön köszönet: https://bogyopeter.tumblr.com/ - Péternek, a csodálatos artworkért! http://eper.elte.hu/ - Az EPER Rádió stúdiójának a felvétel lehetőségéért! Köszi, hogy meghallgattatok! Ádám, Ákos, Alex Intro zene: https://www.youtube.com/watch?v=4rTjJUcJNAw _________________________________________________________________ podcast, könyv, könyvajánló, elemzés, kibeszélő, kritika, mint José de Almada Negreiros, teknősbéka, mese, munka, életcél, szimbólum, keresés, utazás, portugál
Episódio 291 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Voltamos hoje a uma colaboração com uma rubrica de rádio que já passou a livro e a espectáculo ao vivo. Todas as manhãs, na Antena 3, Hugo Van der Ding relembra uma personalidade já desaparecida, com muito humor e serviço público, pela pesquisa de pormenores que estão muitas vezes esquecidos. O Hugo leu-os um texto de "uma das suas pessoas preferidas", José de Almada Negreiros, falecido em 1970. No Dias Úteis também gostamos muito do autor e deste "A flor", numa leitura com "assinatura". Enquanto não surgem novas datas de "Vamos todos morrer ao vivo", podem ouvir os episódios na Antena 3 ou em podcast e ler o livro que reúne alguns dos falecidos já destacados. A edição de "Vamos Todos Morrer - Biografias breves de gente que já lá está" é da Objectiva. Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Vozes de homens e mulheres, como deve ser o mundo. #64
Vozes de homens e mulheres, como deve ser o mundo. #35
Ernesto de Sousa (Lisboa, 1921–1988) foi uma das figuras mais complexas e activas do seu tempo, um prolífico artista multidisciplinar e um ávido promotor de sinergias entre gerações de artistas da primeira e da segunda metade do século XX. Defensor de uma expressão artística experimental e livre, dedicou-se ao estudo, divulgação e prática das artes, como à curadoria, crítica e ensaística, à fotografia, ao cinema e ao teatro.Na década de sessenta, entrou em contacto com o movimento Fluxus e as neo-vanguardas europeias, travando amizade com Robert Filliou e Wolf Vostell. Este contacto foi uma influência determinante para a reformulação da arte como "obra aberta", experimental e participativa, são disto exemplos o exercício teatral Nós Não Estamos Algures (1969), o filme expandido Almada, Um Nome de Guerra (1969-1972) e o mixed-media Luíz Vaz 73, obras colaborativas da sua autoria.Durante esta década, e até aos anos oitenta, organizou cursos, conferências e exposições sobre filme experimental, vídeo-arte, performance e happening, promovendo pontos de contacto entre as neo-vanguardas internacionais e o contexto português.Ao propor a celebração do Aniversário da Arte de Robert Filliou (Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, 1974), Ernesto de Sousa antecipou a Revolução dos Cravos e contrariou a posição periférica de Portugal na Europa. A exposição "Alternativa Zero" (Galeria Nacional de Arte Moderna, Lisboa, 1977) sintetiza o seu projecto de criação de uma vanguarda portuguesa em diálogo estético e ideológico com as suas congéneres internacionais.Publicou, desde a década de quarenta, intensamente em revistas e jornais, sendo a sua crítica instrumental para a divulgar em Portugal práticas artísticas experimentais. O seu forte envolvimento no movimento cineclubista, do qual foi fundador em Portugal, foi um contributo para a eclosão do "Novo Cinema" anunciado pela sua única longa-metragem Dom Roberto (1962), distinguida com dois prémios no Festival da Cannes em 1963. Importa ainda referir o estudo que desenvolveu acerca da arte popular portuguesa e a sua teorização no âmbito da arte contemporânea bem como a revisão da obra de Almada Negreiros, o "ingénuo voluntário" cuja obra anticipava as ideias que Ernesto defendia.Foi comissário da representação portuguesa na Bienal de Veneza em 1980, 1982 e 1984.Foram-lhe dedicadas as exposições retrospectivas Itinerários, em 1987, organizada pela Secretaria de Estado da Cultura (comissariada por José Luís Porfírio, Leonel Moura e Fernando Pernes) e Revolution My Body, em 1998, na Fundação Calouste Gulbenkian (comissariada por Helena de Freitas e Miguel Wandschneider).A Fundação de Serralves apresentou, em 1997, uma reposição da "Alternativa Zero" na celebração dos vinte anos desta exposição e, em 2012, uma reinterpretação dos mixed-media Almada, Um Nome de Guerra e Nós Não Estamos Algures.O Centro Internacional de Artes José de Guimarães organizou, em 2014, a exposição "Ernesto de Sousa e a Arte Popular – Em torno da exposição 'Barristas e Imaginários'".Criada em 1992 a Bolsa Ernesto de Sousa apoiou, até 2013, vinte jovens artistas na realização de projectos intermedia durante um estágio na Experimental Intermedia Foundation, em Nova Iorque.Links:https://www.ernestodesousa.com/biografiahttps://www.dn.pt/artes/o-ernesto-ainda-nao-e-aceite-de-forma-aberta-8791041.htmlhttp://www.museuartecontemporanea.gov.pt/pt/artistas/ver/133/artistse-cultura.pt/evento/20837https://www.sabado.pt/gps/arte/detalhe/ernesto-de-sousa-um-artista-revolucionariohttps://www.publico.pt/2021/04/08/culturaipsilon/noticia/ernesto-sousa-energia-accao-pensamento-nao-desapareceu-1957615https://www.rtp.pt/play/p2813/e537957/dominio-publico-rubricahttps://www.rimasebatidas.pt/pedro-sousa-e-rafael-toral-actuam-na-appleton-associacao-cultural-em-abril/Episódio gravado dia 18 de Abril 2021http://www.appleton.ptMecenas Appleton: HCI / ColecçãoMaria e Armando CabralFinanciamento:República Portuguesa - CulturadgArtes
No Dia Mundial da Poesia a equipa da Rádio ESMAE preparou uma surpresa muito especial para vocês! Um Podcast recheado dos mais belos poetas e poemas, escolhidos e declamados pela nossa equipa. Não podem mesmo perder esta viagem!! Poemas: "Hoje é dia de coisas simples" de Al Berto; "O vento" de Florbela Espanca; "Mudar de Casa" de José Miguel Silva; "Momento de Poesia" de Almada Negreiros; Lisbon Revisited de "Álvaro de Campos" Vozes: Andreia Fraga, Bernardo Santo Tirso Ribeiro, Inês Sincero, Rita Tavares e Sebastião Maia Música: Mickael Teixeira Cartaz: Rita Cruz
Hoje vamos a Portugal conhecer a poesia de Almada Negreiros, pintor, poeta e dramaturgo que se entusiasmava com a possibilidade de transformar a sociedade portuguesa por meio da arte.
Edição de 08 Novembro 2020
No décimo episódio de "Boca a Boca", Patrícia Portela reflete sobre a nossa forma de existir, enquanto indivíduos, como profissionais e, sobretudo, como agentes com uma missão que pode e deve, sempre, ser cumprida da melhor forma que encontrarmos. Em "À Boca da Bilheteira" falamos da reabertura do edifício do Teatro Viriato com "Tangerina", convidamo-vos a visitar o nosso blog para conhecer "Gráficos da Cidade e das Coisas", de Gonçalo M. Tavares, e marcamos novos encontros convosco, em casa, no Teatro, ou no espaço digital. "Boca a Boca" é o novo magazine radiofónico semanal do Teatro Viriato para ouvir em todo o lado, na Rádio Jornal do Centro (à quarta-feira, às 08h50 e às 20h50) e desde 27 de maio para ler também no site Jornal do Centro e no Blog do Teatro Viriato. A voz de um Teatro que vai à montanha porque não pode esquecer a mais elementar premissa de uma casa de espetáculos: a partilha. Fique à escuta. Boca a Boca – episódio 10 podcast do Teatro Viriato Crónica "Boca a Boca": Patrícia Portela "Na Boca do Mundo": introdução a "Tangerina", da Gira Sol Azul, por Ana Bento com textos de Almada Negreiros pela voz de Artur Pinto e música de Ana Bento e Bruno Pinto "À Boca da Bilheteira": Liliana Rodrigues Genéricos: Pedro Pires Jingles: Nuno Veiga e Virgílio Oliveira Edição: Zito Marques Parceria: Rádio Jornal do Centro Produção: Teatro Viriato O Teatro Viriato é uma estrutura financiada pela República Portuguesa - Cultura/Direção Geral das Artes e pelo Município de Viseu
“Rock Tropical de auto-ajuda”. Depois d’ “A Invenção do Dia Claro” – o quarto disco dos Capitão Fausto que é também uma alusão à obra de Almada Negreiros – a banda de alvalade está a preparar um concerto com orquestra no Campo Pequeno. Hoje no Era o que faltava, Tomás Wallenstein e Manuel Palha dos Capitão Fausto.
Neste episódio trago um dos nomes das artes portuguesas que mais me fascina: Almada Negreiros. Aqui dou enfâse à sua prosa com o livro "Ficções Escolhidas", que reúne vários contos de Almada. "Uma Espécie de Podcast" é um espaço de partilha, de livros, de histórias, de textos, de conversas... Percorro diferentes temas sempre com a minha paixão pelos livros como pano de fundo. A não perder às 2as, pelas 21:15h com repetição às 5as pelas 23h. Se não puder acompanhar o programa em direto ouça-o aqui!
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Ana Vasconcelos é curadora da exposição da Fundação Gulbenkian que quer resgatar Sarah Affonso do olvido e mostrar esta artista do modernismo como muito mais do que a mulher de Almada Negreiros
Fernando Pessoa====================Nesta semana, caros ouvintes, temos uma semana com dias repletos de comemorações importantes para a literatura e a cultura brasileira e mundiais.Dia 09 - lembramos o Falecimento de Charles Dickens (1870), grande escritor inglês.Dia 10 de junho - Nascimento do músico João Gilberto (1931) e de Laerte, cartunista (1951) além da morte de Luís de Camões (1580) e Ray Charles, pianista e músico norte-americano (2004)Dia 12 de junho, dia dos namorados, foi o dia do nascimento de Anne Frank (1929), famosa por seu diário escrito durante o cativeiro em um gueto na Segunda Guerra Mundial; Já no Dia 13 de junho foi o nascimento do grande poeta Fernando Pessoa (1888) e de W.B. Yeats, poeta irlandês (1865).Dia 14 de Junho, temos o falecimento do grande escritor argentino Jorge Luis Borges (1986); Já no dia 15 de junho é aniversário do nosso estado, dia em que foi assinada a lei 4 070, de autoria do então deputado Guiomard Santos que transformava o Acre em estado.E, finalmente, no dia 16, temos o nascimento de Ariano Suassuna (1927).Portanto, caros ouvintes uma semana cheia de datas importantes relacionadas à cultura. Mas, eu quero falar, como tema deste nosso espaço, sobre o nascimento do poeta português, Fernando Pessoa, em minha opinião, um dos maiores poetas da língua de Camões (que se comemora a morte nesta semana, dia 10, como já dito anteriormente)Fernando Antonio Nogueira Pessoa, nasceu em Lisboa, dia 13 de junho de 1888 (há, portanto, 131 anos!) e faleceu na mesma Lisboa, dia 30 de novembro de 1935. Ele foi poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, inventor, empresário, astrólogo, crítico literário e comentarista politico. Ele é um dos mais importantes escritores portugueses do modernismo e poetas de língua portuguesa.Eu sou suspeitíssimo para falar de Pessoa, pois, para mim, caros ouvintes, ele é meu poeta preferido. Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma.Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar Allan Poe) para o português, e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto[6] e Almada Negreiros) para o inglês.Destacou-se na poesia, com a criação de seus heterônimos sendo considerado uma figura multifacetada, quase como outra pessoa, com características diferentes. Algumas dessas diversas personalidades são Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro (meu preferido) –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra. Robert Hass, poeta americano, diz: "outros modernistas como Yeats, Pound, Elliot inventaram máscaras pelas quais falavam ocasionalmente... Pessoa inventava poetas inteiros.Fernando Pessoa é dono de uma vasta obra, ainda que tenha publicado somente 4 obras em vida. Escreveu poesia e prosa em português, inglês e francês, além de ter trabalhado com traduções e críticas.Sua poesia é repleta de lirismo e subjetividade, voltada para a metalinguagem. Os temas explorados pelo poeta são dos mais variados, embora tenha escrito muito sobre sua terra natal, Portugal.Pessoa é muito conhecido na cultura popular tendo suas obras certamente já tendo sido ouvidas ou lidas por alguns dos leitores. Minha dica é conhecer ainda mais o poeta, nestes tempos em que a Poesia anda muito esquecida. Neste mundo sem poesia, ao ler os versos de grandes poetas, como Pessoa, percebe-se ainda mais a falta que a poesia tem feito ao mundo.Aos ouvintes, deixo o seguinte trecho, início do poema Tabacaria, de Álvaro de Campos: “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Underneath Pythagoras and surrounded by Almada Negreiros, the clues are numerous and continue to lead you on the right path. Lost? Don't give up now, run! This podcast was made possible by Safarka and Identity, with the Passion Project.
Por baixo de Pitágoras e rodeado por Almada Negreiros, as pistas são muitas e continuam a levar-te no caminho certo. Perdido? Não desistas, corre! Este podcast foi possível graças à Safarka e ao apoio da Identity com o Projecto Passion.
Na nossa quarta passagem pela era dourada do cinema comercial português, apontamos ligações a Brecht e Almada Negreiros, deliramos com um jovem e viril Manoel de Oliveira, e a convidada Liliana Mendes revela uma ligação biográfica a uma música do filme. Logótipo de Joana Cardoso. Tema de Mundo Lego. Música final: “A Agulha E O Dedal" de Beatriz Costa.
Esta semana temos connosco Mariana Pinto dos Santos. Embora tenha iniciado estudos de Medicina, licenciou-se em História da Arte pela Universidade Nova, onde trabalha como investigadora. Em 2007, editou o livro "Vanguarda & Outras Loas - Percurso Teórico de Ernesto de Sousa", na Assírio & Alvim. Tem publicado ensaios em diversas publicações, é co-editora da revista "Intervalo" e da obra literária de Almada Negreiros, com edição em curso pela Assírio & Alvim. Com Ana Vasconcelos, foi a curadora da exposição "José de Almada Negreiros: uma maneira de ser moderno", que pode ser vista na Fundação Gulbenkian até 5 de Junho. Trouxe-nos: Carta a D. - André Gorz 24/7: Late Capitalism and the Ends of Sleep - Jonathan Crary O Verão de 2012 - Paulo Varela Gomes
Edição de 09 de Março 2017 - Três Histórias Desenhadas, de José de Almada Negreiros
Santa Rita, Sá-Carneiro, Pessoa, Almada et Amadeo : le “Modernismo” futuriste portugais Conférence par Fernando Cabral Martins, écrivain, professeur à l’Universidade Nova de Lisboa Le mouvement d’avant-garde artistique qu’on a nommé le « Modernismo » futuriste portugais s’est développé à travers deux canaux principaux : d’une part grâce à de jeunes artistes tels Santa Rita Pintor et Mario de Sá-Carneiro qui, tout comme Amadeo de Souza-Cardoso, se trouvent à Paris au moment où s’y diffusent vers 1910 les idées futuristes venues d’Italie et vont s’en inspirer ; d’autre part autour des deux revues-flambeau – Orpheu et Portugal Futurista – fondées à Lisbonne par Fernando Pessoa et Jose de Almada Negreiros et qui voient graviter toute l’avant-garde artistique et intellectuelle portugaise entre 1914 et 1917.
Edição de 09 de novembro 2013
Edição de 09 de novembro 2013 - 120 anos de Almada Negreiros.
Escrito por Almada Negreiros, declamado por Mário Viegas e sonoplastia por MAGO. Tu, que te dizes Homem! Tu, que te alfaiatas em modas e fazes cartazes dos fatos que vestes p'ra que se não vejam as nódoas de baixo! Tu, qu'inventaste as Ciências e as Filosofias, as Políticas, as Artes e as Leis, e outros quebra-cabeças de sala e outros dramas de grande espectáculo Tu, que aperfeiçoas sabiamente a arte de matar. Tu, que descobriste o cabo da Boa-Esperança e o Caminho Marítimo da índia e as duas Grandes Américas, e que levaste a chatice a estas Terras e que trouxeste de lá mais gente p'raqui e qu'inda por cima cantaste estes Feitos... Tu, qu'inventaste a chatice e o balão, e que farto de te chateares no chão te foste chatear no ar, e qu'inda foste inventar submarinos p'ra te chateares também por debaixo d'água, Tu, que tens a mania das Invenções e das Descobertas e que nunca descobriste que eras bruto, e que nunca inventaste a maneira de o não seres Tu consegues ser cada vez mais besta e a este progresso chamas Civilização! Vai vivendo a bestialidade na Noite dos meus olhos, vai inchando a tua ambição-toiro 'té que a barriga te rebente rã. Serei Vitória um dia -Hegemonia de Mim! e tu nem derrota, nem morto, nem nada. O Século-dos-Séculos virá um dia e a burguesia será escravatura se for capaz de sair de Cavalgadura! Hei-de, entretanto, gastar a garganta a insultar-te, ó besta! Hei-de morder-te a ponta do rabo e por-te as mãos no chão, no seu lugar! Ahi! Saltimbanco-bando de bandoleiros nefastos! Quadrilheiros contrabandistas da Imbecilidade! Ahi! Espelho-aleijão do Sentimento, macaco-intruja do Alma-realejo! Ahi! macrelle da Ignorância! Silenceur do Génio-Tempestade! Spleen da Indigestão! Ahi! meia-tigela, travão das Ascensões! Ahi! povo judeu dos Cristos mais que Cristo! Ó burguesia! Ó ideal com i pequeno Ó ideal ricócó dos Mendes e Possidonios Ó cofre d'indigentes Cuja personalidade é a moral de todos! Ó geral da mediocridade! Ó claque ignóbil do Vulgar, protagonista do normal! Ó Catitismo das lindezas d'estalo! Ahi! lucro do fácil, cartilha-cabotina dos limitados, dos restringidos! Ai! dique-impecilho do Canal da Luz! Ó coito d'impotentes a corar ao sol no riacho da Estupidez! Ahi! Zero-barómetro da Convicção! bitola dos chega, dos basta, dos não quero mais! Ahi! Plebeísmo Aristocratizado no preço do panamá! erudição de calça de xadrez! competência de relógio d'oiro e correntes com suores do Brasil, e berloques de cornos de búfalo! E eu vivo aqui desterrado e Job da Vida-gémea d'Eu ser feliz! E eu vivo aqui sepultado vivo na Verdade de nunca ser Eu! Sou apenas o Mendigo de Mim-Próprio, órfão da Virgem do meu sentir. E como queres que eu faça fortuna se Deus, por escárnio, me deu Inteligência, e não tenho sequer, irmãs bonitas nem uma mãe que se venda para mim? (Pesam quilos no Meu querer as salas de espera de Mim. Tu chegas sempre primeiro... Eu volto sempre amanhã... Agora vou esperar que morras. Mas tu és tantos que não morres... Vou deixar d'esp'rar que morras - Vou deixar d'esp'rar por mim!) Ah! que eu sinto, claramente, que nasci de uma praga de ciúmes! Eu sou as sete pragas sobre o Nilo e a alma dos Bórgias a penar! E tu, também, vieille-roche, castelo medieval fechado por dentro das tuas ruínas! Fiel epitáfio das crónicas aduladoras! E tu também ó sangue azul antigo que já nasceste co'a biografia feita! Ó pajem loiro das cortesias-avozinhas! Ó pergaminho amarelo-múmia das grandes galas brancas das paradas e das Vitórias dos torneios-lotarias com donzelas-glórias! Ó resto de cetros, fumo de cinzas! Ó lavas frias do Vulcão pirotécnico com chuvas d'oiros e cabeleiras prateadas! Ó estilhacos heráldicos de Vitrais despegados lentamente sobre o tanque do silêncio! Ó Cedro secular debruçado no muro da Quinta sobre a estrada a estorvar o caminho da Mala-posta! E vós também, ó Gentes de Pensamento, ó Personalidades, ó Homens! Artistas de todas as partes, cristãos sem pátria, Cristos vencidos por serem só Um! E vós, ó Génios da Expressão, e vós também, ó Génios sem Voz! ó além-infinito sem regressos, sem nostalgias, Espectadores gratuitos do Drama-Imenso de Vós-Mesmos! Profetas clandestinos do Naufrágio de Vossos Destinos! E vós também, teóricos-irmãos-gémeos do meu sentir internacional! Ó escravos da Independência! Vós que não tendes prémios por se ter passado a vez de os ganhardes, e famintos e covardes entreteis a fome em revoltas do Mau-Génio no boémia da bomba e da pólvora! E tu também, ó Beleza Canalha Co'a sensibilidade manchada de vinho! Ó lírio bravo da Floresta-Ardida à meia-porta da tua Miséria! Ó Fado da Má-Sina com ilustrações a giz e letra da Maldição! Ó fera vadia das vielas açaimada na Lei! Ó xale e lenço a resguardar a tísica! Ó franzinas do fanico co'a sífilis ao colo por essas esquinas! Ó nu d'aluguer na meia-luz dos cortinados corridos! Ó oratório da meretriz a mendigar gorjetas p'rá sua Senhora da Boa-Sorte! Ó gentes tatuadas do calão! carro vendado da Penitenciária! E tu também, ó Humilde, ó Simples! enjaulados na vossa ignorância! Ó pé descalço a calejar o cérebro! Ó músculos da saúde de ter fechada a casa de pensar! Ó alguidar de açorda fria na ceia-fadiga da dor-candeia! Ó esteiras duras pra dormir e fazer filhos! Ó carretas da Voz do Operário com gente de preto a pé e filarmónica atrás! Ó campas rasas, engrinaldadas, com chapões de ferro e balões de vidro! Ó bota rota de mendigo abandonada no pó do caminho! Ó metamorfose-selvagem das feras da cidade! Ó geração de bons ladrões crucificados na Estupidez! Ó sanfona-saloia do fandango dos campinos! Ó pampilho das Lezírias inundadas de Cidade! ó trouxa d'aba larga da minha lavadeira, Ó rodopio azul da saia azul de Loures! E vós varinas que sabeis a sal as Naus da Fenícia ainda não voltaram?! E vós também, ó moças da Província que trazeis o verde dos campos no vermelho das faces pintadas! E tu também, ó mau gosto co'a saia de baixo a ver-se e a falta d'educação! Ó oiro de pechisbeque (esperteza dos ciganos) a luzir no vermelho verdadeiro da blusa de chita! Ó tédio do domingo com botas novas e música n'Avenida! Ó santa Virgindade a garantir a falta de lindeza! Ó bilhete postal ilustrado com aparições de beijos ao lado! E vós ó gentes que tendes patrões, autómatos do dono a funcionar barato! Ó criadas novas chegadas de fora p'ra todo o serviço! Ó costureiras mirradas, emaranhadas na vossa dor! Ó reles caixeiros, pederastas do balcão, a quem o patrão exige modos lisonjeiros e maneiras agradáveis pròs fregueses! Ó Arsenal fadista de ganga azul e coco socialista! Ó saídas pôr-do-sol das Fábricas d'Agonia! E vós também, ó toda a gente, que todos tendes patrões! E vós também, nojentos da Política que explorais eleitos o Patriotismo! Macrots da Pátria que vos pariu ingénuos e vos amortalha infames! E vós também, pindéricos jornalistas que fazeis cócegas e outras coisas à opinião pública! E tu também roberto fardado: Futrica-te espantalho engalonado, apoia-te das patas de barro, Larga a espada de matar e põe o penacho no rabo! Ralha-te mercenário, asceta da Crueldade! Espuma-te no chumbo da tua Valentia! Agoniza-te Rilhafoles armado! Desuniversidadiza-te da doutorança da chacina, da ciencia da matança! Groom fardado da Negra, pária da Velha! Encaveira-te nas esporas luzidias de seres fera! Despe-te da farda, desenfia-te da Impostura, e põe-te nu, ao léu que ficas desempregado! Acouraça-te de senso, vomita de vez o morticínio, enche o pote de raciocínio, aprende a ler corações, que há muito mais que fazer do que fazer revoluções! Ruína com tuas próprias peças-colossos as tuas próprias peças colossais, que de 42 a 1 é meio-caminho andado! Rebusca no seres selvagem no teu cofre do extermínio o teu calibre máximo! Põe de parte a guilhotina, dá férias ao garrote! Não dês língua aos teus canhões, nem ecos às pistolas, nem vozes às espingardas! – São coisas fora de moda! Põe-te a fazer uma bomba que seja uma bomba tamanha que tenha dez raios da Terra. Põe-lhe dentro a Europa inteira, os dois pólos e as Américas, a Palestina, a Grécia, o mapa e, por favor, Portugal! Acaba de vez com este planeta, faze-te Deus do Mundo em dar-lhe fim! (Há tanta coisa que fazer, Meu Deus! e esta gente distraída em guerras!) Eu creio na transmigração das almas por isto de Eu viver aqui em Portugal. Mas eu não me lembro o mal que fiz durante o Meu avatar de burguês. Oh! Se eu soubesse que o Inferno não era como os padres mo diziam: uma fornalha de nunca se morrer... mas sim um Jardim da Europa à beira-mar plantado... Eu teria tido certamente mais juízo, teria sido até o mártir São Sebastião! E inda há quem faça propaganda disto: a pátria onde Camões morreu de fome e onde todos enchem a barriga de Camões! Se ao menos isto tudo se passasse numa Terra de mulheres bonitas! Mas as mulheres portuguesas são a minha impotência! E tu, meu rotundo e pançudo-sanguessugo, meu desacreditado burguês apinocado da rua dos bacalhoeiros do meu ódio co'a Felicidade em casa a servir aos dias! Tu tens em teu favor a glória fácil igual à de outros tantos teus pedaços que andam desajuntados neste Mundo, desde a invenção do mau cheiro, a estorvar o asseio geral. Quanto mais penso em ti, mais tenho Fé e creio que Deus perdeu de vista o Adão de barro e com pena fez outro de bosta de boi por lhe faltar o barro e a inspiração! E enquanto este Adão dormia os ratos roeram-lhe os miolos,
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La exposición dedicada a José de Almada Negreiros (1893-1970) está compuesta de tres partes. La primera de ellas recoge 15 óleos realizados entre 1913 y 1957, 12 gouaches, pertenecientes a los años comprendidos entre 1930-1948, 25 dibujos de 1911 a 1950 y 2 tapicerias. EI comisario de este conjunto de obras ha sido el arquitecto Jose de Sommer Ribeiro, Director de Exposiciones de la Fundación Gulbenkian. La segunda parte de la exposición recoge documentos sobre la actividad del artista en el mundo del teatro, de la que ha sido comisario el pintor Lima de Freitas, que contó con la colaboración del Teatro Nacional D. Maria II. La tercera está dedicada a bibliografía de obras escritas por el artista. La conferencia inaugural ha sido a cargo del catedrático de la Universidad Nova de Lisboa, Jose-Augusto França, y responde al titulo «Almada Negreiros entre Lisboa y Madrid».Más información de este acto